ele não é prefeito,
Transcrição
ele não é prefeito,
Alfredo Júlio, ano 5 número 37 Dezembro 2010 R$ 8,50 Saúde - 255 mil brasileiros não sabem que têm o vírus da AIDS reitor da UFU Ele não é prefeito, mas tem nas mãos poder maior que a maioria dos prefeitos do país: ele administra a Universidade Federal de Uberlândia Cadê os “caras-pintadas”? Editorial Por onde andam os “caras-pintadas”, aqueles que, em 1992, saíram às ruas para gritar pelo impeachment do presidente Collor? Por onde andam vozes como a de Chico Buarque, que um dia cantou: - Pai, afasta de mim esse cálice... (em que fez um trocadilho com “Cale-se”), erguendo a voz contra as injustiças da ditadura? A meu ver os caras-pintadas envelheceram e o Chico... Ah! O Chico... Quanto aos “caras-pintadas”, para algumas pessoas aquela turma foi apenas uma pequena parcela da população adolescente, usada como “massa-de-manobra” para um golpe que tirou Collor do poder. Mas, se assim foi, cadê os manipuladores que estavam por detrás daqueles jovens estudantes? Acredito que aqueles jovens envelheceram e os novos, os de hoje, parecem não dar a mínima para o que acontece no país. E quanto aos tais manipuladores, podem até estar por aí usufruindo daquilo contra o quê brigavam. Incrível ostracismo, pois motivos para gritar e brigar são o que não faltam. Só para citar alguns, além de dinheiro em cueca e mensalões, de uns poucos anos para cá houve denúncias de corrupção na Prefeitura de Santo André (administrada por Celso Daniel, morto em 2002 por motivos não esclarecidos), o caso dos bingos (2004) e dos Correios (2005), o esquema do Plano Safra Legal, o do Banco do Brasil, a suposta doação de dólares de Cuba para a campanha de Lula, o escândalo dos fundos de pensão e a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, que levou à renúncia do então ministro da Fazenda, Antônio Palocci (PT-SP), e etc.. E a oposição, que tentou enfraquecer os aliados do atual governo, acabou acusada de receber caixa 2, (recursos não declarados aos órgãos de fiscalização), o que representa crime de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Como exemplo, temos o senador mineiro Eduardo Azeredo, do PSDB, que é acusado de receber dinheiro de Marcos Valério e acusa seu coordenador de campanha, Marcos Mourão, de ser o responsável por tal recebimento. Há ainda vários políticos com pedidos de cassação, mas apenas José Dirceu e Roberto Jefferson perderam seus mandatos e ficaram inelegíveis por 10 anos. Se tudo isso não são ou não foram motivos para brigar e gritar, que se relembre um estudo feito em 2007 pela Organização Transparência Brasil, provando serem os parlamentares brasileiros os mais caros do mundo. O resultado foi de causar espanto se comparado a alguns países mais ricos que o Brasil. Segundo aquele estudo, considerando-se salários e outros estipêndios (como verbas “indenizatórias”, dinheiro para viagens e outros), um senador brasileiro, por exemplo, custa em termos reais mais de três vezes o que custa um senador chileno para o contribuinte daquele país e 8,4 vezes o que pesa um senador francês no bolso do cidadão ao qual serve. Por sua vez, cada deputado brasileiro custa para o cidadão duas vezes mais do que seu correspondente norte-americano, 5,5 vezes mais do que um alemão, seis vezes mais que um francês e 6,5 vezes mais do que um britânico. Pior ainda é que tais custos se repetem em cascata pelas assembleias legislativas país afora. Mas, agora, ainda não satisfeitos, em dezembro os nossos congressistas brasileiros aprovaram um escabroso aumento de 61,8% para os próprios salários e mais para os do presidente e dos ministros de Estado, o que gerou um efeito cascata de crescimento com similar magnitude por todos os estados do país, consolidando os vencimentos dos políticos brasileiros no topo dos maiores do mundo. Portanto, cada congressista brasileiro receberá, ao ano, US$ 204 mil. Segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, esse valor é mais alto que o recebido pelos parlamentares da União Europeia e de mais 16 países pesquisados pela Folha, incluindo os do G8 (EUA, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Rússia). O estudo revela ainda que a desigualdade entre a renda de deputados e senadores e a da média da população brasileira é de quase vinte vezes, uma das maiores do mundo. Os salários anuais dos parlamentares na Itália e Japão são de cerca de US$ 185 mil. Mas na Itália os congressistas ganham 5,5 vezes mais que a renda per capita. No Japão a diferença é de 4,4. Nota: O resultado recente do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) mostrou o Brasil na 54ª posição entre 63 países pesquisados, sendo que apenas nove apresentaram índice de aprendizado inferior. Na saúde, a menina Stephanie Teixeira recebeu vaselina em lugar de soro em hospital particular, localizado na maior e mais rica cidade do país. Ainda naquela mesma cidade, o menino Luiz Otávio chegou a um hospital público municipal para operar de fimose e saiu de lá com três diferentes cirurgias, menos a que deveria ter sido feita. Retiraram dele até as amígdalas. Quanto à segurança pública, nem é preciso falar, ou é? E o que fazem os políticos? Aqueles que são os mais caros do mundo? Ah! Ia até me esquecendo do Chico – o Buarque. Agora a irmã dele virou ministra da Dilma e ele já não canta mais a sua revolta contra as injustiças que aí estão. Ele mesmo, o próprio Chico, há muito virou figurinha carimbada nos palanques do Lula e de outros políticos mais, muitos dos quais acabam de votar esse absurdo aumento de mais de 60% nos próprios salários. Depois disso tudo, ainda tento encontrar ânimo para desejar a todos os leitores da MERCADO Boas Festas de fim de ano. Evaldo Pighini Editor Índice Dezembro 2010 24Capa Com população em torno de 25 mil pessoas e orçamento anual próximo a R$ 800 milhões, superior ao de muitas cidades brasileiras, a Universidade Federal de Uberlândia está entre as 15 mais do país. E cabe ao reitor Alfredo Júlio administrar tudo isso 14Entrevista 32Economia 42Marketing Alexandre Herchcovitch, nome ilustre da moda no Brasil e de fama internacional, esteve em Uberlândia para o “6º Fórum de Moda com Ideias”. Num descontraído bate-papo com a MERCADO, ele falou de si, de criação, da moda, de coisas e tal “O Brasil corre risco de desindustrialização em 2011”. Essa afirmação é do presidente do Sistema FIEMG, Olavo Machado Jr., durante apresentação do “Balanço da Economia Brasileira e Mineira em 2010 e Perspectivas para 2011” em BH Estudos mostram a urgência de uma nova visão. Cerca de 70% dos investimentos de uma empresa são em marketing e fazer os acionistas gastarem isso tudo sem ter como mostrar resultados concretos tornou-se um problema 37 54Saúde Problema à vista. Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) divulgado no início do mês, 630 mil brasileiros estão com HIV no Brasil e o pior é que mais de 40% não sabem que foram infectados 60Veículos A montadora alemã Audi está de novo presente na cidade com a inauguração da Audi Center Uberlândia. Um investimento que percebe o Triângulo Mineiro como território em franca expansão para o segmento de automóveis de luxo 68Turismo Quando se chega ao balneário, não se sabe exatamente para onde olhar: se para a praia metálica, dourada na areia e verde na água, ou para o outro lado da avenida por onde se erguem imponentes mansões. Esse lugar é Punta del Este Canal Livre 8 Artigo 10 Conversa 12 Franchising 22 Investimentos 24 Negócios 34 Educação 36 Internet 40 Pub Editorial 44 Evento 46 50 Gestão 84 Bazar 88 Culinária 90 Dica de Leitura 92 Literatura 94 Profissões em filme 96 Sustentabilidade 98 Ponto de vista 100 Causos empresariais 102 Geral canal livre Indignação Quero usar este espaço para tornar pública a minha INDIGNAÇÃO pelo PÉSSIMO exemplo dado pelos “representantes do povo (será mesmo??) no CONGRESSO NACIONAL”. Eles, que na “SURDINA” e sem nenhum escrúpulo, e em detrimento de INÚMEROS outros projetos de relevância e alcance social - como a reforma política e tributária -, na “contramão” do MUNDO que preocupado tenta é cortar gastos, votaram em tempo recorde um aumento “abusivo” de seus PRÓPRIOS salários. PIOR, a medida desencadeará AUTOMATICAMENTE um aumento em “cascata” para TODO o Legislativo e Executivo brasileiros: deputados e vereadores, governadores, prefeitos, etc., na MESMA PROPORÇÃO! Onde estão as AUTORIDADES? Vão assistir a isso inertes? E nós, cidadãos mortais?... Quando e como vamos “protestar? Vamos salvar a “PÁTRIA AMADA”! Fica aqui a reflexão! Ricardo da Cunha Borges Advogado - OAB/MG Casa própria Cora Caparelli Até que enfim um veículo de comunicação resolveu dar destaque, mais que merecido, a uma das pessoas que mais contribuiu para a música e cultura da cidade de Uberlândia. Falo da “dona” Cora Caparelli, mulher que tive o prazer de conhecer de perto, além de poder desfrutar de parte de seu grande “legado” ao povo da cidade e da região: o nosso conservatório de música. Fica aqui, portanto, o meu reconhecimento à revista MERCADO pela brilhante entrevista feita com essa grande artista e incentivadora musical. Joana Fidélis de Oliveira Secretária Executiva AVC Quero elogiar a matéria sobre habitação: “Cuidados na compra da casa própria”, publicada na última edição desta revista. A reportagem, que contém as explicações de um “expert” sobre o assunto, é de grande valia para pessoas que, como eu, pensam em adquirir um dia a tão sonhada casa própria. Parabéns ao editor! Oportuna a matéria publicada na edição de novembro que alerta sobre a ignorância de muitas pessoas quanto aos sintomas de um derrame, ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), como queiram. Cabe salientar que não somente o AVC, mas também várias outras doenças ou “ataques” mandam “literalmente” um recado avisando que vão chegar. Para quem não leu, vale a pena ler a reportagem. Francisco Petrônio Neto Captador de imóveis Suzana Arantes Estudante de Jornalismo Utilidade Pública Som alto Conforme comunicado recebido do Oficial do Cartório de Registro Civil de Uberlândia, Sr. Feliciano de Oliveira Junior, cumpre-nos comunicar que, a partir da última semana do mês de janeiro de 2011, o referido cartório, que hoje se encontra na Rua Felisberto Carrejo, 740, Centro, atende-rá em novo endereço, ou seja, na Av. Vasconcelos Costa, 141, B. Martins, esquina com a R. José Andraus. Para uma melhor localização, o Cartório de Registro Civil estará próximo ao Banco do Brasil, à Faculdade ESAMC e à Escola Estadual Dr. Duarte Pimentel. Sei da mobilização de alguns promotores públicos de Uberlândia para acabar com o abuso de certos “maleducados” que andam por aí com o som de seus carros acima de qualquer limite tolerável. Um ato de verdadeira contravenção, que fere o direito de nós, cidadãos, de viver em paz. Além de mal tratar nossos ouvidos, esses infratores ainda provocam o disparo de alarmes de muitos carros, obrigando, por muitas vezes, os seus donos a sair correndo para desligá-los. Até quando isso vai continuar acontecendo? Eu, como cidadão, quero o meu direito à paz respeitado. Atenciosamente, Werciley S. Junior Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG Unidade Fórum Abelardo Penna - Comarca Uberlândia Arlindo Figueira Nunes Estudante de Direito Mercado Dezembro 2010 ∞ 8 MArtigo POR Márcio Peppe* D Os dilemas da economia epois de viverem pelo menos duas décadas conhecidas como “perdidas” para o crescimento da economia - os anos 1980 e 1990 -, os brasileiros têm se acostumado a aproveitar um período mais prolongado de expansão econômica. Agora em 2010, por exemplo, a expectativa dos especialistas é a de que o PIB nacional cresça por volta de 7,5%. Esse quadro de crescimento constante vem sendo ressaltado diante das demonstrações de que o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, adotará uma postura desenvolvimentista. Porém, o cenário atual de nossa economia e as notícias que nos chegam diariamente de problemas enfrentados por países europeus têm causado preocupações em relação à inflação em nosso país e a uma eventual contração do mercado mundial. Indicadores de inflação divulgados recentemente têm demonstrado que os preços ganham fôlego nos últimos meses. As previsões de especialistas sobre esse movimento vêm avançando semana a semana. É dado como certo que o IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, ficará em 2010 acima do centro da meta de 4,5%. Estima-se que a alta acumulada no ano se aproxime dos 6%. Para 2011, que tem a mesma meta, a inflação estimada é de pouco mais de 5%. Diante desses movimentos, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional anunciaram medidas preventivas - como o aumento do depósito compulsório exigido dos bancos - que irão retirar R$ 61 bilhões da economia nacional e tendem a restringir o crédito oferecido às pessoas e empresas. O objetivo é desestimular o consumo, que está aquecido, e desacelerar o avanço da economia. Tais movimentos prometem, no médio prazo, reduzir o ritmo de evolução da inflação. Paralelamente, é possível que o Comitê de Política Monetária do Banco Central venha a aumentar em breve a taxa básica de juros da economia. As estimativas apontam para uma Selic de 12,25% ao final de 2011. O controle da inflação é uma das grandes conquistas da economia brasileira desde 1994, quando foi lançado o Plano Real pelo governo do presidente Itamar Franco. Nos últimos oito anos, ao longo dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Banco Central, sob a presidência de Henrique Meirelles, adotou postura conservadora para manter a inflação sempre dentro das metas estabelecidas. A grande questão é que a alta dos juros e a restrição ao crédito são, justamente, medidas que se destinam a restringir o consumo e o investimento produtivo. Isso se reflete em menor crescimento para a economia do país. Além disso, juros altos (o Brasil tem atualmente uma das mais altas taxas de juros do mundo) atraem investimentos estrangeiros de curto prazo, o que estimula a sobrevalorização do real ante o dólar, prejudicando as exportações brasileiras e estimulando importações. Um fator interessante a ser destacado é que o Brasil vive uma situação singular em relação à economia mundial. Enquanto o Banco Central Europeu manteve recentemente em apenas 1% ao ano a taxa básica de juros nos países que compõem o bloco, até para estimular o consumo local, o governo brasileiro pode vir a aumentar a já elevada Selic para controlar a inflação a partir da contenção das compras. A alta de preços responde a um mandamento básico da economia: a lei da oferta e da procura. Como nosso mercado interno está aquecido, estimulado pelo aumento da renda, melhora na oferta do emprego e crédito facilitado, o consumo de bens e serviços está em alta. Em razão de a oferta não crescer no mesmo ritmo da procura, os preços avançam, empurrando para cima a inflação. Vale notar que a redução na oferta de recursos para o crédito tem o poder de arrefecer o ânimo dos consumidores, pois os juros cobrados nessas operações serão mais altos, mas os investimentos produtivos - que têm o potencial de ampliar a oferta e melhorar a relação de equilíbrio do mercado - também acabam desestimulados. É evidente que a prudência adotada pela equipe econômica do governo brasileiro é justificável e necessária neste momento de turbulências e de dúvidas sobre o comportamento da economia internacional e local. Infelizmente, o vigor de nosso crescimento deve ser contido já nos primeiros meses do ano inaugural do governo Dilma Rousseff. Ciência não exata, a economia nos exige conviver com dilemas desse tipo. B *Márcio Peppe é sócio-diretor de Auditoria e responsável pela área de Outsourcing da BDO no Brasil Mercado Dezembro 2010 ∞ 10 CONVERSA DEMERCADO Caro leitor, Peço sua permissão para falar sobre assuntos hospitalares. Nada sobre infecções, cirurgias ou doenças, mas sobre investimentos hospitalares. Percebam que abordo esse assunto em meio a um momento de crise na saúde pela qual passa o município de Uberlândia. Coincidência mais que oportuna. Assim, diante disso, exponho os fatores mais importantes que culminam em tal situação. Uberlândia é uma cidade singular em vários aspectos, nada diferente no assunto saúde. Conflui para o município a esperança de cura de habitantes de várias cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Sul de Goiás e até de um pedaço do Noroeste de São Paulo. Atrai pacientes do Norte de Minas e até do Nordeste brasileiro, chamados por seus familiares que já se instalaram em nossa cidade e não poderiam deixar de prestar apoio a mães ou pais doentes que residem em suas cidades de origem. Um detalhe: utilizando a verba que deveria ser apenas dos munícipes de Uberlândia. Não bastando essa desproporção, Uberlândia tem quase o dobro de ocorrências registradas na Promotoria Estadual na área da saúde comparada com Belo Horizonte, contando com um quarto da população da capital do estado. Isso significa que a população reivindica saúde a todo custo, exigindo seus direitos justa ou injustamente (pagando ou não impostos), já que o SUS é um plano universal em sua concepção. Soma-se a isso a ideia de complexidade a qualquer preço, ou seja, menos do médico e mais dos exames - mais do “Dr. Google” e menos do médico que se graduou na faculdade e possui educação formal. Construiu-se uma interface entre o paciente e o médico: exames. Para uma fatia razoável da população, o diagnóstico advém do sangue, urina, radiografia, ressonância magnética - entre vários outros exames - e não do cérebro (do médico que raciocina). Isso custa dinheiro, muito dinheiro. Mercado Dezembro 2010 ∞ 12 Aliado a esses fatores, o envelhecimento da população enseja a ocorrência de mais doenças. Quanto mais o indivíduo vive, naturalmente maior a chance de adoecer e de necessitar de médicos, exames e hospitais. Percebam que esta análise envolve tanto a rede pública quanto a particular. A pública pelo motivo óbvio de alocação de recursos insuficientes do SUS para todos que o procuram - como já citado, o assunto referente a munícipes de outras cidades ou regiões. E a rede particular pelo fato de depender largamente dos convênios oferecidos pelas Operadoras de Saúde. Estas que, aliás, se veem em uma encruzilhada, já que cada vez mais são obrigadas a oferecer novos exames, procedimentos e especialidades multidisciplinares pela Agência Nacional de Saúde (ANS), mas com uma dificuldade extrema de repassar os custos, já que seus usuários, com todo o direito, encontram dificuldades para arcar com planos mais convidativos para conforto próprio e de suas famílias. Considerando, então, que 90% ou mais do movimento financeiro dos hospitais em nossa cidade são provenientes de pacientes conveniados, os investimentos em instalações, equipamentos de alta tecnologia e recursos humanos não podem parar, já que devem ser proporcionais a pacientes-clientes que desejam o retorno de seus investimentos em planos de saúde. Agora, chegamos finalmente à questão investimento em saúde propriamente dita. Existe uma máxima envolvendo essa questão, que é a seguinte: “Saúde não tem preço, mas medicina tem”. E o preço é alto. Tecnologias de evolução galopante; necessidade maior de colaboradores por leito do que a de um hotel, por exemplo; salários que incluem insalubridade e periculosidade em vários setores; exigências cada vez maiores dos Conselhos (Enfermagem, Nutrição); e tributos que devoram as entranhas de instituições de saúde com a mesma voracidade com que a qualquer outra empresa idônea. Então, como investir, crescer, melhorar, ampliar em um cenário de pouca elasticidade financeira? Os pacientes conveniados e particulares querem - e merecem - instalações cada vez melhores, mais seguras, mais silenciosas, mais confortáveis. Mas também querem - e é legítimo querer - planos cada vez menos caros. Os planos, por sua vez, pressionados pelos usuários e pela ANS, quando não também pelo judiciário, precisam de uma válvula de escape por onde possam escoar suas necessidades de redução de custos. Assim, sobra para os hospitais (esta discussão não inclui os médicos e clínicas, que isso fique bem claro). Aí, em consequência, negociações duras, manutenção de taxas de diárias e de utilização de equipamentos sem aumento por longo tempo, além de preços de medicações, são o alvo. Questão de sobrevivência! Equação complicada: - usuários que contestam os preços cobrados pelos convênios ou pelos hospitais (quando não possuem convênio); - os mesmo usuários reivindicando mais e melhores instalações, mais e melhor tecnologia; - convênios obrigados a ampliar o rol de procedimentos; - os mesmos convênios sem poder aumentar as mensalidades proporcionalmente ao que devem cobrir; - hospitais necessitando de ampliação e melhora; - os mesmos hospitais recebendo os mesmos valores de há algum tempo (não nos esqueçamos da inadimplência); - e liminares judiciais expedidas por juízes pressionados por situações de risco iminente de morte e insuficiência de leitos do SUS. E a conta não fecha. Nem teria como fechar, isso em qualquer lugar do mundo, assim como não fecha em Uberlândia. O encaminhamento da discussão deve ser no sen- tido de melhor entendimento da população quanto a real necessidade de exames e procedimentos; uma ANS que perceba as consequências de todas as mudanças que vêm provocando nos últimos anos dentro das Operadoras de Saúde; um judiciário também perceptivo das consequências de internações compulsórias; Operadoras de Saúde que compreendam a importância da parceria com os hospitais, no sentido estritamente comercial da palavra, sem qualquer embaraço ético entre as partes. Com isso tudo, e apesar disso tudo - agora falando em nome da instituição à qual estou inserido -, o Hospital Santa Clara tem investido no crescimento e melhoria de suas instalações. Só este ano foram gastos R$ 750 mil na inauguração de seu centro de imagem: o Santa Clara Imagem. Felizmente, o resultado foi tão positivo que estamos sendo obrigados a ampliar o serviço, com um terceiro aparelho de ultrassonografia e um segundo aparelho de raios-X. Tem ainda a ampliação da UTI Adulto, que agora se apresenta oferecendo o maior número de leitos da cidade: 20, o que foi possível graças a um investimento de R$ 600 mil. Tem mais. Para janeiro de 2011, está previsto o início das obras de ampliação de leitos de internação, com mais 30 a 50 novas unidades (dependendo da necessidade de leitos no quarto) a serem construídas em área própria ao lado do Hospital, na Av. João Pinheiro. O segredo? Não existe segredo. Existe o nome de um hospital sólido e uma administração tão direcionada quanto austera: com colaboradores, médicos e gestores que compõem uma equipe vitoriosa. B Luiz Henrique Guerreiro Vidigal é clínico geral, diretor administrativo do Hospital Santa Clara e também diretor administrativo da Med Care Assistência Domiciliar 13 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEntrevista Moda, coisas e tal... Em foco: Alexandre Herchcovitch POR Natália Nascimento (Prog. Aprimoramento Profissional) Qual apaixonado por moda ainda não conhece a história de Alexandre Herchcovitch ou, no mínimo, já não ouviu falar dele? Para quem ainda não, esse paulistano é um dos nomes mais ilustres do mundo da moda no Brasil. Conhecido também internacionalmente, Herchcovitch já desfilou em cidades como New York, Londres, Paris, além do SPFW e Fashion Rio. Trabalhou na Ellus e na Zoomp, foi diretor de estilo da Cori, tem sua própria marca (Herchcovitch) e ainda é diretor de criação dos cursos de Design de Moda (estilismo e modelagem) do Senac de São Paulo. Foi por influência de sua mãe, dona de uma microempresa de lingeries, que esse renomado estilista brasileiro decidiu colocar seus dotes “artísticos” em prática. Mas nada aconteceu de uma hora para outra. Antes, ele fez fotografia por dois anos, mas sem deixar a moda de lado, pois ainda achava tempo para acatar encomendas de amigos e desenhar roupas para sua mãe. Quando concluiu o ensino médio, como ainda não havia escolas de moda, Alexandre optou por estudar Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), mas logo percebeu que sua vocação não era exatamente produzir arte e, sim, fazer uso dela. Diante disso, quando surgiu a oportunidade, ele se transferiu para a Faculdade Santa Marcelina (FASM), onde fez Curso de Desenho de Moda até 1993. Desde o início de sua carreira, o estilista Alexandre Herchcovitch sempre se destacou pela inovação, tanto na criação da moda que vai para as passarelas nacionais e internacionais como também na extensão desse trabalho. Sua assinatura está presente nos mais diversos produtos, além de roupas, também em roupa de cama, louça e até band-aid - só para citar alguns. Nesta entrevista concedida durante visita a Uberlândia, em novembro, para participar do “6º Fórum de Moda com Ideias”, Herchcovitch falou de si, de criação, da moda, de coisas e tal. Mercado: Como surge a ideia de uma coleção? Onde você busca inspiração para desenhar seus modelos? A inspiração e toda a minha motivação vêm um pouco do próprio histórico da minha marca, de tudo aquilo que eu já fiz, e, às vezes, acabo refazendo coisas que fiz no passado, mas não explorei a fundo. Vem também de novas propostas, de novos desafios que encontro por aí e de novos temas que acabo introduzindo em minhas coleções e que fazem com que eu mostre sempre uma novidade. Mercado: O que mais te dá prazer no processo de criação? Eu continuo gostando da construção da roupa. Então hoje, o meu contato com a costura e a modelagem é um pouco menor do que há alguns anos atrás por pura falta de tempo, e, também, por eu me dedicar a outros assuntos. Tenho uma equipe que trabalha em costura e modelagem, mas continuo no que acredito ser o mais importante para se ter uma coleção coerente: a correção da roupa. Eu presencio as provas de roupas da coleção, para que no final do processo elas fiquem perfeitas, como imaginei. Mercado: O que não pode faltar na sua coleção? Isso é bastante relativo. Existem algumas características da marca que a gente persegue e repete sempre. Acho que a alfaiataria é um ponto superforte, tanto feminina quanto masculina; é algo que realmente, dentro de uma coleção e de uma confecção, é o mais difícil de se fazer. Então, considero a alfaiataria uma característica da marca. E estampas, cores... Daí por diante, depende do momento. Mercado: Você é eclético quando o assunto é criação. Já apresentou diversas criações diferentes, sofás, isqueiros, louças, band-aids, etc. Como é esse processo? No caso dos isqueiros, fiz uma linha com a Bic alguns anos atrás; e a linha de band-aids criei com a Johnson & Johnson. Foram trabalhos esporádicos que tiveram duração específica dentro das lojas, um número limitado de vendas. São maneiras diferentes de usarmos nossa criatividade sem ser exatamente fazendo roupas. Obviamente existem diferenças no processo de criação, há limitações. Quando você vai criar um isqueiro, por exemplo, você tem aquela função, acender com seu próprio jeito, então o trabalho acaba sendo um pouco mais suave. Todos têm seu formato, então a criação ficou limitada em cima disso. Já quando crio a minha linha prêt-à-porter ou a jeans wear, tenho muito menos limitações do que em relação a outros produtos que já são previamente formatados. Mercado: Como você lida com a alternância de temas em seus desfiles, ou seja, partir de uma determinada coleção e, seis meses depois, estar apresentado outra totalmente diferente? A cada seis meses você tem que criar novos produtos, e hoje, as minhas coleções têm em torno de 200 itens, fora todos os produtos licenciados que dão mais 500 itens por ano. É por isso que falo que a profissão é cruel. Você tem que inovar a cada coleção, não mostrando algo totalmente novo, mas uma nova maneira de enxergar o que a marca já é, permanecendo com sua personalidade, o DNA da marca. E se eu apresentar a mesma coisa e trabalhar em cima do mesmo tema, fatalmente as roupas ficarão parecidas. Então, o fato de escolher novos temas e trabalhar novas ideias me ajuda a criar novidades. Mercado: A caveira é a sua marca e também uma imagem que quase sempre aparece nas suas coleções. Qual é a mensagem por trás disso? Porque escolheu uma caveira para ser sua “marca registrada”? Existe alguma relação entre isso e aquela sua coleção de 2004, inspirada no “Zé do Caixão”? Na verdade a caveira é um símbolo de que eu gosto desde criança, coleciono caveiras de brinquedo. Tenho memória de gostar de assuntos ligados à caveira, ao terror e tudo mais. A primeira peça que fiz e comercializei foi uma camiseta branca estampada de caveira. Acabou que essa camiseta existe até hoje, é um item que existe há quase 20 anos. Então acho que acabou sendo uma marca. Hoje, não mais marca registrada, ela se tornou só um ícone que as pessoas têm na cabeça, pois a utilizamos de uma maneira muito sutil, não em grande escala, aparecendo às vezes em coleções, porém quase sempre não na passarela. Mas é claro como esse universo é instigante para mim, e eu gosto. Por isso acabo me aproximando de assuntos que são parecidos, como o Zé do Caixão, como uma coleção de inverno que fiz há um ano atrás, em que os modelos foram pintados com crânio na cabeça. Isso acaba aparecendo, de uma maneira ou de outra, em coleções. Mercado: Saindo do Brasil, como foi levar o seu trabalho, a sua marca, para passarelas do exterior, para outro tipo de mercado? Foi um desafio? Todo novo trabalho e nova realidade é um desafio. A 15 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEntrevista Na verdade, percebemos que as minhas criações podiam ser consumidas por qualquer pessoa e não só por pessoas do Brasil. Então, iniciamos um processo de internacionalização da marca em 1996, quando começamos a vender nos Estados Unidos e na Inglaterra; e, em 1998, decidimos desfilar fora do Brasil. Começamos desfilando em Londres, depois Paris e, agora, há nove coleções desfilamos em Nova Iorque. Mercado: Quem olha para o mundo da moda pensa logo em glamour... Mas, e nos bastidores, também há glamour? O trabalho não combina com essa palavra, glamour. O meu mundo, pelo menos, é 100% do tempo voltado ao trabalho, à rigidez, à coerência, e o tal do glamour eu nem sei o que é. Então, na verdade, existe aquela imagem da passarela em que as mulheres estão bonitas, os homens também, e isso é muito ligado à estética e à beleza. Assim, quando as pessoas falam do glamour da moda, penso que elas estão falando de estética e beleza. Mas é um ramo e um mundo como qualquer outro. É uma indústria que requer muito trabalho, que é muito mais complexa de se fazer funcionar do que uma de parafusos, por exemplo, porque nessa você tem uma matéria-prima, uma matriz e nunca precisa mudar a forma. O parafuso é aquilo para o resto da vida. Agora roupas, de seis em seis meses temos que criar uma coleção nova, que vá seduzir o cliente para que ele volte novamente à loja. Então é um mundo muito cruel. Mercado: Pra quem está começando no ramo da moda, especificamente como estilista, que conselhos você daria e quais oportunidades essa pessoa deve buscar? É bom observar que não existe somente a carreira de estilista. Existem outras profissões dentro do Mercado de moda. Primeiro, entender se é exatamente aquilo que a pessoa tem como vocação e se é aquilo que a pessoa quer fazer dentro da área de moda, levando em conta as diversas outras profissões que existem dentro dessa área. Assim que detectar aquilo que realmente quer, fazer uma pesquisa particular. Acho que quem quer ser estilista, trabalhar com roupa, mesmo que não vá costurar e modelar Mercado Dezembro 2010 ∞ 16 a vida inteira, tem que aprender a construir a roupa, para que na hora de pedir algo para a sua modelista, para a sua costureira, possa falar de igual para igual. Porque, se ela te fizer uma pergunta, você tem que saber responder claramente dizendo o que quer. Então é fundamental que entenda de construção, modelagem e costura. Mercado: Para quem o tem como exemplo, para ser um estilista completo é preciso de uma formação acadêmica? Acho que precisa de uma formação acadêmica sim, mas só essa formação acadêmica ou só o autodidatismo não funcionam. Na verdade, se você é autodidata você está perdendo alguma coisa que a faculdade pode te dar, e se você fizer só faculdade e não fizer uma pesquisa particular sobre aquilo que você gosta e fizer o seu próprio repertório, você também não vai conseguir nada tendo somente a formação acadêmica. As duas coisas se completam. Mas, sem dúvida, a formação acadêmica no Brasil está cada vez mais forte. Por exemplo, quando me formei, em 1993, nenhum professor tinha vindo da área de moda, porque não existia ninguém formado ainda. E, hoje, os professores das faculdades de moda são formados no assunto, com mestrado e doutorado e tudo mais em moda. Mercado: Como é criar e gerir o próprio negócio? Na verdade a gestão do meu negócio não é feita por mim. É feita por uma equipe do grupo Imbrand, que comprou minha marca. Então, hoje sou só o diretor de criação da marca, a gestão fica por conta de um outro grupo de pessoas. Mercado: O seu livro “Alexandre Herchcovitch: cartas a um jovem estilista. A moda como profissão”, traz a seguinte citação: “Vender moda muito além do mero vender roupas, ou seja, vender um estilo de vida”. O que você quer dizer com isso? Quis dizer que quando as pessoas estão comprando roupa elas estão comprando muito além de uma peça que vai cobrir o corpo, ou abrigar do frio, cobrir alguma necessidade. Na verdade, as pessoas estão comprando uma expressão, estão comprando uma roupa através da qual elas vão se expressar para as outras pessoas e mostrar o seu modo de vida a partir dela. Foi isso que quis dizer. Mercado: Falando mais sobre você, como surgiu o seu interesse pela moda? Falando um pouco do meu histórico, comecei a gostar de moda, ou pelo menos a entender que era aquilo que iria fazer dali pra frente quando era uma criança, um pré-adolescente. Eu ficava observando a minha mãe costurar em casa roupas para ela, além de costurar, modelar, cortar e mexer com tecido. E eu ficava fascinado com o poder que ela tinha de transformar um tecido em uma escultura, em uma roupa, em algo que era tridimensional. Então, pedi para ela me ensinar a costurar e a A MEntrevista fazer tudo aquilo que eu a via fazendo. E foi aí que começou a minha paixão por roupa e por moda. Mercado: Além dela, outras pessoas te inspiraram? Na verdade, quando eu comecei a fazer roupas, a minha preocupação não era que estilo a minha roupa iria ter, eu nem imaginava que teria uma marca. A minha preocupação era aprender a construir a roupa. Era aprender tudo aquilo que via a minha mãe fazendo. Muito mais tarde foi que vim a aperfeiçoar o meu estilo, até chegar hoje ao que é o estilo Alexandre Herchcovitch. Então, durante esse tempo todo, recebi influência de tudo o que você pode imaginar. E ainda recebo, porque trabalho de uma maneira muito livre, muito aberta, então observo muitas coisas que acontecem no mundo, e tudo pode acabar influenciando meu trabalho. Mercado: Qual foi o seu primeiro contato com o trabalho nesse setor? Em uma confecção de lingerie que minha mãe abriu; comecei a trabalhar com ela nessa confecção informalmente, pois eu ainda era um adolescente... Estudava. Tive um contato muito próximo com materiais de lingerie, rendas, e todo esse universo do underwear que, hoje, em alguns dos meus trabalhos, isso aparece, essa influência aparece. Mercado: Teve algum momento muito difícil ao longo de sua carreira em que você tenha considerado desistir da moda? Na verdade, nada é fácil. Acho que as únicas armas que eu sempre tive foram a coragem, a cara de pau mesmo, ao enfrentar todo mundo com aquilo que eu pensava, com aquilo que eu penso, e colocar a minha personalidade nas minhas criações. Então, a partir do momento em que tudo aquilo que eu faço é uma verdade, porque corresponde exatamente àquilo que gosto, àquilo que eu sou, as portas se abrem e tudo fica relativamente mais fácil de acontecer. Minha família é uma família de classe média normal. Eu sempre tive ajuda dos meus pais desde o começo dentro de casa. A primeira máquina de costura que tive, quem me deu de presente foi meu pai, então eu sempre tive muito apoio dentro da minha casa. E nunca sofri rejeição quanto à minha escolha, a escolha da minha profissão. Então, isso já me deu força para continuar a fazer tudo que faço até hoje. Eu nunca pensei em desistir. Em vez de pensar em desistir, eu penso sempre em fazer mais coisas. Mercado: Para finalizar, quem é Alexandre Herchcovitch? Como você se autodefine? Uma pessoa como outra qualquer, que conseguiu através do trabalho se realizar. B MFranchising&Negócios A conversão do aprendizado “É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca!” Dom Hélder Câmara POR Carlos Ruben Pinto* O empresário que tem hoje um negócio consolidado sabe o trabalho que teve para conquistar o mercado e posicionar a sua marca. E, ao pensar no franchising como um canal de distribuição, seguramente sabe que também terá pela frente muito trabalho. Nesse momento, podem surgir tanto rejeições como aceitações, e ambas vindas de um conjunto de pensamentos e sentimentos. Alguns expressam seus sentimentos com certa facilidade, outros nem tanto. Tomando por base os pensamentos e sentimentos que os conduzem às decisões, lembro-me de um grande professor de matemática que certa vez me ensinou uma sábia lição de que nunca esqueci. Disse-me ele que era importante saber dirigir os pensamentos, pois o pensamento gera sentimento, e o sentimento gera comportamento. Partindo desse ponto, pergunto-me: quais são as referências que um empresário, potencial franqueador, utiliza para se decidir ou não pelo franchising como canal de distribuição? Sabendo que os pensamentos geram sentimentos e esses os comportamentos, e que alguns pensamentos aproximam e outros afastam o empresário do franchising, parece-me razoável questionar o sistema para auxiliar na reflexão. O sucesso dentro de uma rede começa fora. O maior trabalho é o de dedicar-se a conhecer os candidatos à franquia, seu modo de pensar e agir, seu comportamento social Qual deverá ser a função do franchising na empresa? O que ele busca resolver? O que irá determinar o sucesso de um projeto de franchising dentro de uma empresa? O sucesso dentro de uma rede começa fora. O maior trabalho é o de dedicar-se a conhecer os candidatos à franquia, seu modo de pensar e agir, seu comportamento social. Lembrem-se, entre pensamento e comportamento tem sentimentos. Portanto, é da qualidade das interações iniciais, da avaliação da “mente comum”, dos sentimentos entre franqueador e franqueado que nasce a franquia bem-sucedida. Toda entrevista com um candidato a franqueado está sujeita a uma infinidade de interpretações e dificilmente uma boa relação de longo prazo será construída com uma ou duas entrevistas. Será necessário ter um pouco mais de paciência, cada uma das partes tem seu tempo de análise e decisão. Enquanto isso, o franqueador terá mesmo que avaliar o nível socioeconômico do candidato e o candidato terá que avaliar a viabilidade do negócio. Enquanto as partes se analisam mutuamente, utilizam-se do tempo de maturação do relacionamento que faz parte do processo e assim a concessão da franquia vai amadurecendo. O que significa um sistema de franquias confiável? As franquias confiáveis apresentam viabilidade econômico-financeira no médio prazo, um projeto de formatação bem estruturado, e contam com franqueadores e franqueados honestos e talentosos. Quando incluo na confiabilidade do sistema a figura do franqueado, é porque penso que, quando necessário, deve-se excluir da rede os franqueados ruins. Uma rede não pode ter sua credibilidade arranhada. As franquias confiáveis apresentam viabilidade econômico-financeira no médio prazo, um projeto de formatação bem estruturado, e contam com franqueadores e franqueados honestos e talentosos Quais os rumos que um projeto de franquia deve dar ao negócio? Hoje muitos dos potenciais franqueadores utilizam as histórias e experiências dos outros como referência para decidirem se o franchising é ou não um bom canal de distribuição. Mas, como disse o professor Ram Charam, de Harvard: “o que conta mesmo é a conversão do aprendizado em prática”. Dessa forma, o ideal é fazer uma leitura do seu segmento de atuação, do mercado e olhar o negócio como um todo. Se o principal objetivo de sua empresa com o franchising for crescer, não faça dele o seu único canal de vendas, porém trabalhe para fazê-lo crescer ano a ano. Promova o crescimento orgânico da empresa, aproveite os recursos que ela tem e melhore sempre a produção e os serviços aos clientes. Envolva os candidatos no processo de concessão, eles querem saber se a franquia trará ganhos. Separe sempre uma verba para o crescimento via franchising. Invista no desenvolvimento da imagem, na seriedade do sistema e no posicionamento da marca. B * Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas, consultor de varejo e franquias [email protected] - www.guiadofranchising.com.br/mds Mercado Dezembro 2010 ∞ 20 MInvestimentos&etc. Saltando os quebra-molas! POR Antonio Leite de Oliveira Neto * É possível ficar rico investindo seu dinheiro em ações? Não, essa não é mais uma situação de filme americano em que as pessoas alcançam a riqueza aplicando em ações, mas sim uma pergunta que passa pela cabeça de muita gente que está atrás de boas oportunidades para fazer o seu dinheiro render cada vez mais e, assim, garantir um futuro de maior conforto e sem dependência financeira de outras pessoas. Diante dessa pergunta, ao abrirmos a janela de casa, passamos a observar o cenário macroeconômico de quem sonha alcançar um equilíbrio, porém encontra grande dificuldade em realizar esse sonho. Crise mundial financeira de 2008, bancos em colapso, falta de crédito, desemprego e recessão em muitos países, crise na Grécia, crise na Irlanda, guerra entre as Coréias, o mundo tentando se reajustar e mudanças políticas no Brasil são apenas alguns fatos que vêm moldando o atual cenário de incertezas que vivemos. Diante disso, voltamos à pergunta inicial: é possível ficar rico investindo em ações? Se formos analisar a evolução da Bovespa nesse período, ela já foi considerada o pior investimento de 2008, o melhor investimento de 2009 e um investimento mediano em 2010, o que mostra que os investimentos de curto prazo na bolsa não fazem muito sentido, porém, se pegarmos a evolução de Bovespa desde a década de 1960 até os dias Mercado Dezembro 2010 ∞ 22 atuais, conseguimos responder nossa pergunta do início, pois, aí sim, a Bolsa já formou algumas riquezas. Porém, no curto prazo é preciso fazer uma gestão mais ativa de nossa carteira de ações, e em cenários de total incerteza como o que estamos vivendo agora, o mais prudente a fazer é entrar em operações mais conservadoras que nos dão maior segurança, protegem nosso capital e limitam as perdas caso o mercado venha a perder força gradativamente. Existem diversas estratégias conservadoras no mercado de ações que se encaixam no cenário citado no parágrafo anterior. Seu assessor de investimentos já deve ter comentado sobre essas operações, que são: Financiamento com Opções, Cruzamento de Médias Móveis, Compra com Capital Protegido e a estratégia de “Long & Short”, que iremos especificar um pouco mais aqui neste artigo. Os analistas de mercado observaram que ações do mesmo setor, embora tenham seus preços diferenciados, geralmente costumam ter a mesma variação, formando uma relação constante de preços entre elas, porém, em certo momento do mercado, essas ações que possuem preços diferentes, mas variações de preços constantes, geram uma distorçam nessa relação de preços, alterando essa variação (gráfico a seguir). Ao observar essa relação distorcida, os analistas detectaram uma oportunidade que acabou sendo chamada de “Long & Short” (Comprado & Vendido), que consiste em uma operação casada - simultânea -, na qual um investidor mantém uma posição vendida em uma ação e comprada em outra - com financeiro perto de zero -, no intuito de obter um residual financeiro da operação quando liquidá-la. Ficou difícil? Então vamos a um exemplo prático, para entendermos melhor como a coisa funciona. Para isso, vamos usar como exemplo a TAM PN (TAMM4) e a GOL PN (GOLL4), duas empresas do setor aéreo brasileiro que, historicamente, têm valores diferentes, porém geralmente seguem uma relação constante entre elas. A partir do momento em que essa relação é distorcida, como no nosso exemplo, as ações de TAMM4 subirão 5% e as de GOLL4 cairão 5%, portanto, a tendência natural do preço desses ativos é voltar para a variação e relação histórica entre eles, e é aí que os analistas identificam a oportunidade que chamamos de Long & Short. No nosso exemplo, para que a relação histórica volte a vigorar, há duas possibilidades. A TAMM4, que havia subido 5%, deve cair, mantendo assim a relação entre as ações, ou a GOLL4, que havia caído, deve subir para manter essa proporção. Seguindo esse raciocínio e nossa estratégia de Long & Short, deveríamos comprar GOLL4 e vender TAMM4, acreditando que o ajuste entre esses dois ativos deve ocorrer e assim garantir o sucesso da operação. A estratégia de Long & Short é excelente para momentos de incerteza, entrando nos dois lados do mercado, tanto na compra como na venda, deixando você um pouco mais protegido em um mercado instável, afinal, se a Bolsa cair, você perde na ação comprada (GOLL4) e ganha na ação vendida (TAMM4), mas em caso de a Bolsa subir, você inverte sua relação ganho/perda. Embora isso seja uma boa estratégia de proteção, não é a única... Nos próximos artigos citaremos outras estratégias. Portanto, acho que chegamos a uma resposta para a pergunta do início deste texto: realmente é possível adquirir independência financeira investindo no mercado de capitais. Em longo prazo, isso tem grande probabilidade de acontecer, mas só será possível com uma gestão eficiente de nossa carteira de ações e bons conhecimentos de estratégias de proteção que nos ajudem nos momentos de incerteza do mercado, da forma como acontece agora. Por exemplo, entrar em uma operação de Long & Short. B MCapa Uma cidade chamada UFU POR Margareth Castro FOTOS Milton Santos Com orçamento superior ao de muitas cidades do Triângulo Mineiro, de Minas e do Brasil, a Universidade Federal de Uberlândia está entre as 15 mais do ensino superior do país Entrada principal de um dos vários campi da UFU, o Campus Santa Mônica C om um orçamento de aproximadamente R$ 800 milhões - valor de 2010 - e uma população estimada em 25 mil pessoas, entre estudantes e servidores, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pode ser comparada a muitas cidades brasileiras. Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, por exemplo, TupaciguaMercado Dezembro 2010 ∞ 24 ra, Estrela do Sul, Monte Alegre de Minas e Campina Verde possuem menos habitantes e investimentos muito inferiores ao que contempla a verba orçamentária anual da UFU. Outro bom exemplo do tamanho do orçamento dessa Universidade uberlandense pode ser medido num comparativo com o do município de Uberaba, que para 2011 é de R$ 860 milhões (aprovado pela Câmara de Vereadores no dia 9 de dezembro), ou seja, apenas R$ 60 milhões mais que o da UFU deste ano que se encerra. Outra comparação relevante pode ser feita entre os orçamentos da UFU e o do próprio município onde está sediada: Uberlândia, cujo valor “reestimado” para 2009 foi de aproximadamente R$ 910 milhões, portanto, também números muito próximos. Essas comparações ser- vem de parâmetro para dimensionar a grandeza da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e, por que não, equiparar a sua administração à de uma cidade. Há ainda outros números da Universidade Federal de Uberlândia que impressionam e que expõem bem a grandeza da instituição. Abrangendo uma área total de 22.421.609.99 metros quadrados em terrenos, a UFU tem 221.094,59 metros quadrados de área construída, dividida em quatro campi (Santa Mônica, Umuarama, Educação Física e Pontal, em Ituiutaba). Com apenas 40 anos de existência - foi federalizada em 1976 -, já está entre a 13ª e 14ª das 56 universidades do país, não só em termos de tamanho, sendo considerada de porte médio, mas, principalmente, pela qualidade dos cursos e da assistência. Em termos de abrangência, a UFU possui intercâmbio com mais de 100 universidades no Brasil e no mundo. Assim como uma cidade, a UFU também possui uma administração subdividida, semelhante ao que ocorre nos governos municipais que, no caso da Universidade, englobando reitoria, pró-reitoria, colegiados, prefeitura, coordenação de cursos e outros. De acordo com o reitor da Universidade Federal de Uberlândia, Alfredo Júlio Fernandes Neto, é uma administração colegiada. Ele explica que os recursos são oriundos dos governos federal - maior parte -, estadual e também municipal, especificamente no Hospital de Clínicas, que Vista parcial dos três campi da UFU, em Uberlândia: Santa Mônica, Umuarama e Educação Física atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Alfredo Júlio norteia a UFU de uma maneira objetiva e simples, mas com a propriedade de quem conhece, e bem, a instituição que administra. “A UFU é uma instituição de educação e aprendizagem. Sabemos que a Universidade não ensina, mas os alunos que aprendem e nós temos que ser facilitadores e motivadores dessa aprendizagem”, ressaltou. Segundo ele, a UFU não é a Universidade Federal de Uberlândia, mas a Universidade Federal em Uberlândia. A A UFU em números Campi: Faculdades: Institutos: Bibliotecas: Laboratórios: Hospitais: Fazendas Experimentais: Restaurantes Universitários: Anfiteatros: Emissora TV: Emissora Rádio: Imprensa: Incubadora: Reserva Ecológica: Centros de Convivência: 4 17 11 5 384 4 4 4 15 1 1 1 1 1 2 O reitor Alfredo Júlio Neto tem sob a sua administração um orçamento de mais de R$ 800 milhões (valor de 2010), maior que muitas cidades brasileiras, quase o mesmo de uma cidade como Uberaba (para 2011 é de R$ 860 milhões), com seus quase 300 mil habitantes, por exemplo 25 ∞ Mercado Dezembro 2010 MCapa Economia O orçamento milionário da Universidade Federal de Uberlândia faz muito bem para a economia de Uberlândia e também da região. Além dos empregos gerados, a instituição possui mais de 20 mil alunos (graduação e pós-graduação), sendo que 80% são oriundos de outras cidades e estados, que vêm para Uberlândia estudar, trabalhar e viver. No município, essas pessoas gastam com moradia, saúde, alimentação, transporte e no comércio em geral. Por outro lado, a maior parte do orçamento da UFU é aplicada em pessoal. Só a folha de pagamento mensal é superior a R$ 45 milhões, dinheiro que ajuda e muito na movimentação da economia local. “É difícil imaginar o que seria de Uberlândia hoje sem a Universidade. É todo esse contingente movimentando a economia, promovendo arte e cultura na cidade”, ressalta o reitor Alfredo Júlio. Porém, o maior investimento é feito na área de ensino, como salas de aula, equipamentos, infraestrutura (água, energia e telefone) e ainda no apoio estudantil para os alunos de baixa renda, por meio das bolsas moradia, transporte e alimentação e ainda na saúde dos estudantes. Na distribuição dos recursos, o curso de Medicina é o mais oneroso para a UFU. Segundo o reitor, o investimento se faz necessário por causa do Hospital de Clínicas. Segundo ele, se a estrutura fosse apenas para formar os alunos, ou seja, realmente funcionasse como um hospital escola, ele seria a metade do que é hoje, com 200 leitos. “No entanto, nosso hospital não é mais só para formar médicos, já que a própria faculdade de Medicina tem três cursos (Medicina, Enfermagem e Nutrição), mas toda a área de saúde. Além do quê, o nosso hospital é o único hospital SUS da região e que, portanto, desempenha papel de atenção à saúde e extrapola a função fundamental e isso aumenta a necessidade de investimentos”, explica. O Hospital de Clínicas da UFU e o único hospital público de referência para média e alta complexidade da região, prestando atendimento para uma população de quase três milhões de pessoas de 86 municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Centro Oeste e Sul Goiano. Com 503 leitos e 3.385 funcionários, o hospital realiza por dia uma média de 2.650 atendimentos, sendo o maior hospital prestador de serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Minas Gerais Mercado Dezembro 2010 ∞ 26 Parcerias: empresas buscam na UFU mão de obra qualificada Laboratório da estatal Petrobras, uma das empresas parceiras da UFU As parcerias firmadas com empresas e órgãos federais ajudam a preparar a mão de obra para o mercado e a fomentar as pesquisas. De acordo com o reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Alfredo Júlio Neto, as oportunidades de parcerias vêm por meio dos órgãos de fomento à pesquisa, como o Caps, CNPq e Finep, que publicam editais de pesquisas em determinadas áreas. Segundo ele, as empresas públicas e privadas sabem que nas universidades estão as inteligências e encontrar mão de obra (pesquisadores) é mais fácil. Uma das parcerias da Universidade é com a Petrobras. A empresa possui na UFU o Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD), voltado para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para a área de petróleo e gás. Entre as atividades realizadas no novo laboratório, que pertence ao conjunto de laboratórios da Facul- dade de Engenharia Mecânica, estão a avaliação de corrosão/erosão em componentes utilizados na exploração e produção de petróleo e o desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para avaliação de propriedades mecânicas in situ. A Além da Petrobras, a UFU também tem parceria com a Embraer para desenvolver projetos de pesquisa. Também é voltada para o curso de Engenharia 27 ∞ Mercado Dezembro 2010 MCapa “Aqui na UFU já são dois laboratórios da Petrobras. A empresa constrói e entrega aos nossos pesquisadores para que eles desenvolvam suas pesquisas”, disse o reitor, Alfredo Júlio. Além da Petrobras, a UFU também tem parceria com a Embraer para desenvolver projetos de pesquisa. Também é voltada para o curso de Engenharia. O reitor conta que a UFU está com um projeto de parceria em andamento com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ele, o processo está bem adiantado, mas com as mudanças de direção, foi preciso retomar as negociações do começo. A ideia é fazer a certificação de vários produtos que estão no mercado. “Temos condições, em Uberlândia, de testar vários medicamentos e também na área de sementes. A Agronomia tem expertise para avaliar sementes, fertilizantes. Na área odontológica, podemos avaliar os implantes”, adiantou. A Agência Intelecto é a responsável pelo acompanhamento e divulgação do processo de criação dos produtos e do contato com os empreendedores. Segundo Alfredo Júlio, essa é uma forma de divulgar o trabalho. O reitor diz que na área de eletrônica há vários produtos sendo desenvolvidos e um deles é o projeto Guarda Costas. “É um projeto de segurança eletrônica que está sendo desenvolvido na Universidade com o apoio da Finep, com financiamento de R$ 5 milhões e uma empresa da cidade, que coincidentemente é uma empresa de ex-alunos da Universidade”, contou. Expansão: UFU ultrapassa os limites de Uberlândia Incubadoras “Nosso sonho é cada dia fortalecer mais as incubadoras. Na Universidade são produzidas muitas pesquisas e teses, e elas têm gerado poucos produtos na prática”, disse Alfredo Júlio. Na UFU, alguns projetos já saíram da incubadora, viraram produtos e já estão no mercado. Os pesquisadores acompanham a evolução do processo, que vira patente e royalties. “Queremos acabar com a timidez e melhorar a relação universidade/empresa. O papel da Universidade é pesquisar, e da indústria é produzir”, reforçou o reitor. Números da Educação Mais de 20 mil alunos 1,2 mil mestrandos 518 doutorandos 1,5 mil produções científicas em 2010 Mercado Dezembro 2010 ∞ 28 Obras do Campus Pontal da UFU. Esse campus, que por enquanto funciona em instalações terceirizadas, foi inaugurado em 2007, na cidade de Ituitaba-MG, a 130 km de Uberlândia Levar a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) a outros municípios da região e para além das fronteiras da cidade é um fato marcante para o reitor Alfredo Júlio Neto. Ele conta que a cidade teve três momentos que marcaram sua história: a instalação de cursos superiores, como Direito e Ciências Econômicas; a criação do Distrito Industrial; e a captação da água de Sucupira. “Esses fatos definiram o que Uberlândia é hoje. E avaliando a população local, percebe-se que a maioria é de fora e veio por causa da Universidade”, disse. Segundo o reitor, as cidades de onde vieram essas pessoas, especificamente alunos, perderam suas inteligências. “Nada mais justo hoje do que a Universidade, por meio de um desses fatores que determinaram o desenvolvimento de Uberlândia, devolver a essas cidades vizinhas a oportunidade de serem grandes cidades. Com a Universidade em Ituiutaba, Patos de Minas e Monte Carmelo, os jovens não vão mais deixar suas cidades para levar conhecimento, desenvolvimento e empreendedorismo para outros municípios”, explicou. “Nada mais justo hoje do que a UFU, por meio de um desses fatores que determinaram o desenvolvimento de Uberlândia, devolver a essas cidades vizinhas a oportunidade de serem grandes cidades”, diz o reitor Campus Pontal - O Campus do Pontal, em Ituiutaba, no Pontal do Triângulo Mineiro, foi inaugurado em 2007. No início eram nove cursos e agora já são 11, nas áreas de Humanas e de Engenharia voltados para a licenciatura. A inauguração do Campus deve ocorrer entre março e abril do ano que vem. Atualmente, a Universidade funciona em uma área alugada. Campos Patos de Minas e Monte Carmelo - A primeira fase do primeiro vestibular dos campi de Patos de Minas e de Monte Carmelo aconteceu agora em dezembro e a segunda fase será realizada em janeiro. Cada cidade oferece três cursos, sendo em Patos: Engenharia Elétrica, Engenharia de Alimentos e Biotecnologia, e em Monte Carmelo: Agronomia, Sistema de Informação e Engenharia de Agrimensura e Cartográfica. De acordo com o reitor da UFU, a demanda pelos cursos oferecidos foi muito grande. “Há cursos com mais de 12 candidatos/vaga. A média/vaga em Monte Carmelo foi de 7.99 candidatos/ vaga e 8.78 em Patos de Minas. Os campi funcionam em prédios das prefeituras, mas a UFU já tem as áreas para construção de instalações próprias. Alfredo Júlio diz que as obras devem iniciar ainda no primeiro semestre. O investimento será de R$ 12 milhões só para a construção, sem contar a aquisição de equipamentos. Campus do Glória - O Campus do Glória será o maior da UFU, com 3 milhões de metros quadrados (seis vezes maior do que os três atuais campi juntos: Santa Mônica, Umuarama e Educação Física) e as obras devem começar já no início de 2011. A verba liberada pelo Ministério da Educação (MEC) é de R$ 16 milhões. A Estrutura dos campi Santa Mônica: 140 salas e 9 anfiteatros Umuarama: 60 salas e 5 anfiteatros Educação Física: 9 salas e 1 anfiteatro Pontal: 36 salas 29 ∞ Mercado Dezembro 2010 MCapa Vista aérea (áreas delineadas) de onde será construído o Campus do Glória, que agregará à Universidade Federal de Uberlândia mais 3 milhões de metros quadrados: obras têm previsão para começar no início de 2011 O primeiro curso a ser instalado será o de Engenharia Aeronáutica, em 2012. A fazenda do Glória foi doada para a UFU em 1973. A área para a construção de quatro blocos será em um descampado na BR-365, no final da avenida João Naves de Ávila, à direita, após cruzamento com a BR-050. Mercado Dezembro 2010 ∞ 30 Ensino a Distância (EAD) - O Ensino a Distância da Universidade Federal de Uberlândia (EAD/UFU) já conta com mais de seis mil alunos. São oferecidos mais de 10 cursos de graduação e pós-graduação. Para o reitor Alfredo Júlio Neto, a EAD é a oportunidade de realizar sonhos e certificar competências. Benefícios: obras que não param Além do que já foi mencionado, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é um verdadeiro canteiro de obras. Por todos os campi percebem-se obras sendo executadas. No Umuarama, por exemplo, ao retornarem às aulas, os alunos encontrarão um novo Restaurante Universitário (RU), em um prédio próximo a biblioteca. O local está sendo reformado e é uma necessidade antiga, já que os estudantes hoje utilizam o restaurante do Hospital de Clínicas. Outra novidade para o próximo ano é a construção de uma moradia estudantil, que será dividida em dois prédios, em um terreno de 1.960 metros quadrados. Serão 176 apartamentos duplos para 152 estudantes, entre eles oito com necessidades especiais. O prédio está em construção no bairro Tibery, na rua Venezuela, e deve ficar pronto até meados de 2011. Os apartamentos terão três quartos e serão entregues aos alunos com toda a infraestrutura. A moradia estudantil servirá de hospedagem para alunos que atenderem certas exigências, como baixa renda. Eles deverão estar inscritos em um dos programas sociais do governo federal. Segundo o reitor, as normas serão elaboradas no início do próximo ano, juntamente com os alunos e representantes dos diretórios. “Estamos atendendo reivindicações antigas que a Universidade tinha e não eram resolvidas,” ressaltou. B Perfil do Reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Nome: Alfredo Júlio Fernandes Neto Naturalidade: Uberlândia (MG) Estado civil: casado e pai de dois filhos Formação: Odontologia (UFU) Pós-graduação: mestrado na USP de Bauru e doutorado na USP de Ribeirão Preto Trabalhos: Coordenador do curso de Odontologia por cinco mandatos, diretor da faculdade de Odontologia por dois mandatos, chefe do gabinete do reitor por duas vezes e várias vezes chefe de departamento. Hoje é um dos pesquisadores da pós- Obras preliminares da Moradia Estudantil que encontra-se em construção no bairro Tibery, em lotes próprios da UFU, que possui ainda vários outros terrenos em diversos bairros como reservas para futuras ampliações graduação de Odontologia da UFU Mandato: 4 anos (2008/2012) 31 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEconomia FIEMG divulga Balanço da Economia DA Redação A pesar de alguns problemas no horizonte; como a questão cambial, a política fiscal, e as altas taxas tributárias, as perspectivas para 2011 são otimistas, assim como a expectativa dos empresários mineiros. Em linhas gerais, essa foi a conclusão Mercado Dezembro 2010 ∞ 32 do Balanço da Economia Brasileira e Mineira em 2010 e Perspectivas para 2011, apresentado dia 17 na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) em Belo Horizonte. O estudo foi apresentado pelos diretores da instituição, Olavo Machado Jr. (presidente), Guilherme Velloso Leão (gerente de Economia) e Lincoln Gonçalves Fernandes (presidente do Conselho de Política Econômica Industrial). “O quadro é otimista, mas é preciso estar alerta para evitar o risco de desindustrialização e manter a competitividade dos produtos brasileiros”, analisou o presidente Olavo Machado Jr. análise, o gerente de Economia avaliou que o ano de 2010 foi excelente para a economia brasileira. Após uma queda de 0,6% em 2009, o PIB nacional deve alcançar um crescimento de 7,6% neste ano, um recorde histórico. O grande impulso para a recuperação veio da indústria. De janeiro a setembro, o setor cresceu 13,1%, comparado a igual período em 2009. Para 2011, porém, o crescimento deve ser menor, ressalva Velloso Leão, cerca de 4,5%. Os motivos são a base de comparação com 2010, a possível elevação da taxa de juros, a contenção do crédito e a questão cambial. “O consumo das famílias foi um forte fator de crescimento. Os empresários também contribuíram, mantendo os investimentos a partir de uma visão de longo prazo”, disse. O presidente do Sistema FIEMG, Olavo Machado Jr. Em sua análise, o gerente de economia, Velloso Leão, falou sobre o cenário externo, que considera ainda bastante instável. Nos Estados Unidos, disse ele, houve melhora no consumo, mas o crédito está fraco e não há sinal de retomada dos investimentos. Na Europa, a economia apresenta um quadro de estagnação, o que a faz ser vista como o maior risco no panorama internacional, principalmente considerando-se a situação de recessão e fragilidade fiscal de alguns países (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha). O Japão demonstrou uma recuperação considerada surpreendente (3%), mas está perdendo dinamismo. “A economia está sendo puxada pelos BRICs. A China cresceu 10,5%; a Índia, 9,7%; o Brasil, 7% e a Rússia, 4%”. Mas EUA, União Europeia e Japão respondem por 60% do PIB mundial. Se esses países apresentam crescimento reduzido, não podemos esperar grandes saltos em 2011”, ponderou. Dando prosseguimento em sua O gerente de Economia da FIEMG, Guilherme Velloso Leão, demonstra preocupação com as políticas fiscais que serão adotadas no próximo governo, cujos gastos aumentaram muito nos últimos anos Segundo ele, outro ponto preocupante são as políticas fiscais que serão adotadas no próximo governo, cujos gastos aumentaram muito nos últimos anos. Houve um crescimento de 26% na comparação de janeiro a outubro de 2011 com igual período de 2010. É um número muito alto para um país que precisa da poupança externa e de reduzir gastos, avalia o presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da FIEMG. “O Brasil tem focado muito na política monetária e não na fiscal. País que gasta muito e tem que buscar capital lá fora está se fragilizando. Isso pode gerar riscos sérios para a indústria brasileira”, alertou. Se a economia brasileira vai bem, a mineira vai melhor. Em 2010, o PIB da economia mineira encerra o ano com um crescimento de 8,8%. Da mesma forma que a nacional, o setor que mais contribuiu para o desenvolvimento do estado foi o industrial. Apresentou um crescimento de 19,5% no segundo trimestre deste ano. As exportações também são um retrato deste bom ano. No período de janeiro a outubro de 2010, as exportações brasileiras cresceram 29,7% contra 56,2% das vendas externas de Minas em relação ao mesmo período de 2009. Quanto à indústria mineira, a produção física do estado registrou acréscimo de 16,9% no acumulado do ano até outubro. As projeções são para que Minas termine este ano com aumento de 12,1% na produção física e, em 2011, tenha um acréscimo de 6,1%. O setor de máquinas e equipamentos mostrou a maior variação positiva (52,73%), o que confirmou a recuperação da economia e a retomada dos investimentos. O emprego na indústria de transformação também confirma o bom momento. De janeiro a outubro, o emprego no setor expandiu 10,6%, enquanto na indústria brasileira o acréscimo foi de 5,4%. B 33 ∞ Mercado Dezembro 2010 MNegócios Franquia ou licenciamento de marcas: em qual investir? DA Redação Especialista explica as diferenças entre os dois sistemas de negócios P ara quem está pensando em investir em um negócio e não sabe a diferença entre o sistema de franchising e o de licenciamento de marcas, a advogada e especialista no assunto, Ana Carolina Conte de Carvalho Dias, revela os cuidados que se deve ter na escolha do novo empreendimento. Segundo a advogada, o contrato de franquia estabelece uma série de direitos e obrigações entre as partes. O franqueador, por exemplo, deve entregar ao franqueado um negócio formatado e que pode ser distribuído na forma de rede ou sistema de negócios. “No contrato de franquia são obrigatórias as transferências de tecnologia e know how sobre produção, comercialização e distribuição de produtos ou serviços, assim como assistência técnica exercida pela franqueadora ao franqueado”, afirma a especialista. Ela acrescenta que entre as práticas assistenciais obrigatórias da franqueadora estão as de supervisão de rede, orientação, treinamento, auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a unidade, além dos padrões arquitetônicos nas instalações, entre outros. Por outro lado, de acor- Mercado Dezembro 2010 ∞ 34 do com a legislação, os contratos de representação de marcas são classificados em: licenciamento de uso de marca ou cessão de direito de uso de marca; licenciamento de exploração de patente ou contrato de cessão de exploração de patente; fornecimento de tecnologia ou de transferência de tecnologia; de assistência técnica; e contratos de franquia. Do ponto de vista contratual, Ana Carolina, que é advogada do escritório Gaudêncio, McNaughton & Prado Advogados, alerta que o contrato de franquia é autônomo e bilateral (envolve duas partes). “Trata-se de um contrato misto, do tipo complexo. O franqueador está incumbido de não só conceder licença para o uso da marca ao franqueado, mas também de prestar uma série de obrigações que, apesar de serem de natureza diversa, são conjugadas em uma unidade contratual”, salienta. Para ela, não há como separar essas obrigações, as duas partes fundidas em um contrato de franquia perdem totalmente sua individualidade, deixando de ser autônomas, sob pena de desnaturação do contrato. “O franqueado Ana Carolina é advogada do Escritório Gaudêncio, McNaughton & Prado Advogados, especializado em serviços de advocacia e consultoria tributária não presta serviços ao franqueador ou vice-versa. Franquia não é serviço. É cessão de direitos. A supervisão de rede, orientação, treinamento do franqueado e de seus funcionários e escolha de ponto é obrigação de meio para a realização da franquia e não serviço”, esclarece a advogada. Franquia não é serviço. É cessão de direitos. O licenciamento é um processo amparado por lei, pelo qual o detentor de uma marca autoriza ou cede o direito de seu uso por determinado período de tempo em troca de um pagamento definido entre as partes, os chamados royalties A supervisão de rede, orientação, treinamento do franqueado e de seus funcionários e escolha de ponto é obrigação de meio para a realização da franquia e não serviço Já no contrato de licenciamento de marca, segundo ela, o licenciador tem apenas a obrigação de ceder o uso da marca e não existem obrigações como as do contrato de franquia. Não há transferência de tecnologia, mas sim a obrigação de permitir que o licenciado utilize sua marca, que deve estar protegida pelos direitos de propriedade intelectual. O licenciamento é um processo amparado por lei, pelo qual o detentor de uma marca autoriza ou cede o direito de seu uso por determinado período de tempo em troca de um pagamento definido entre as partes, os chamados royalties. A marca cedida deve estar registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e o contrato de licenciamento deve ser averbado no mesmo órgão, sob risco de causar sérios problemas à marca licenciada (a averbação no INPI autoriza a dedutibilidade fiscal das importâncias pagas a título de royalties pelos direitos de propriedade industrial). Como não há obrigações como as do contrato de franquia, o contrato de licenciamento é bem mais flexível, tanto para o licenciador quanto para o licenciado. Quem comprar os direitos pode contar com autonomia administrativa e liberdade de gestão, no entanto, deve obedecer a um padrão de qualidade exigido pelo licenciador. “Um contrato de licenciamento não pode determinar preços, decoração e layout do local, entre outros - o licenciado é livre para trabalhar como quiser, desde que respeite as regras contratuais para preservar a marca”, observa Ana Carolina. Para finalizar e diante das diferenças entre os dois tipos de negócios, a advogada conclui que a escolha entre um contrato de franquia e um contrato de licenciamento de marca deve então ser feita levando-se em conta a finalidade do negócio e as necessidades das partes contratantes. “Se a cessão do direito de uso da marca, para ser efetiva, necessitar de transferência de tecnologia e treinamento de pessoal, não há como fugir do contrato de franquia; mas, se o uso da marca for algo que prescinde disso, o instrumento mais indicado para se efetivar a cessão do direito de uso de tal marca é o contrato de licenciamento de marca, que tem como objeto exclusivo a mera cessão”, analisa Ana Carolina. Diante disso, ela finaliza dizendo que a escolha vai depender do caso concreto e da análise detalhada das finalidades pretendidas pelas partes contratantes. B MEducação Trabalho de crianças da periferia ganha as telas em Uberlândia POR Michele Borges (Ciclo) FOTOS Ricardo Borges O lançamento “Crônicas Animadas 2010” leva ao cinema 360 alunos de escolas da periferia de Uberlândia, que foram assistir ao trabalho feito pelos próprios colegas Q ue tal um cineminha? Para muitos um “sim” a essa pergunta pode ser fácil e comum, mas para outros não. Foi o que aconteceu - para alguns pela primeira vez - para cerca de 360 alunos de escolas públicas da periferia de Uberlândia que lotaram uma sala de cinema para assistirem ao lançamento do livro e do DVD “Crônicas Animadas Edição 2010”. O mais interessante é que o filme exibido - animações digitais - foi obra de alguns dos próprios alunos presentes, que são participantes do projeto social “Crônicas Animadas: arte e tecnologia na escola”. O fato acon- teceu no final de novembro e para tanto foram necessários nove ônibus, que saíram lotados das escolas municipais Professora Stella Saraiva Peano, Odilon Custódio Pereira, Professora Olga Del Fávero, Bairro Shopping Park e Algar Transforma até os cinemas, no Center Shopping, local da exibição. Da escola para o cinema: alunos vão ao cinema assistir ao próprio trabalho Mercado Dezembro 2010 ∞ 36 logo se envolvem e revelam que têm muita criatividade e histórias pra contar”, disse o cartunista Fernando Duarte, instrutor da oficina de animação, ao comentar o que mais lhe chama a atenção no projeto. Outro aspecto relevante para Fernando é o fato de o seu envolvimento acabar contribuindo para elevar o nível de desempenho escolar do aluno. “Conhecemos histórias de alunos que melhoraram o seu desempenho e ainda o comportamento, mesmo que isso não seja o principal objetivo do Crônicas Animadas”, avaliou. Sala lotada para assistir à apresentação do Crônicas Animadas 2010 O projeto “Crônicas Animadas: arte e tecnologia na escola” acontece desde 2006 e atende alunos do 6º ao 9º ano das escolas da Rede Municipal de Ensino Fundamental, numa iniciativa do Sesc/MG de Uberlândia em parceria com a Secretaria Municipal de Educação/Cemepe/ Núcleo de Tecnologia e Educação e apoio do Instituto Algar. Tudo por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. O projeto, segundo a diretora do Sesc de Uberlândia, Roseane Cence Lopes, já atendeu 300 alunos e 100 professores de 14 escolas municipais de Uberlândia. “Queremos atender todas as 60 escolas existentes na cidade”, informou Roseane. Nesta edição 2010 do Crônicas Animadas, 60 alunos estiveram envolvidos participando durante meses de oficinas de literatura, desenho, interpretação de voz, gravações de áudio e animação digital. “O nosso maior objetivo é desenvolver o gosto desses alunos pela leitura através da criação de textos e desenhos”, afirmou a diretora. Maria Isabel, professora de Português em uma das escolas envolvidas no projeto, demonstra entusiasmo com os resultados O cartunista Fernando Duarte conversa com aluno envolvido no projeto “O Crônicas Animadas trabalha com crianças que têm pouco acesso a formas de expressão. No começo, elas ficam tímidas, distantes, mas A professora de Língua Portuguesa, Maria Isabel Vieira e Silva, da escola Odilon Custódio Pereira, ratificou a ideia de Fernando. “Quando eles têm a oportunidade de se expressar de forma diferente do que estão acostumados no cotidiano, a motivação e o empenho são maiores”, disse. A 37 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEducação Os estudantes Joaquim Eurípedes e Lauriene Marques, os dois com 12 anos, foram os responsáveis pela animação “Eleições 2010” - trabalho desenvolvido no projeto. Eles afirmaram que ir para a escola ficou mais interessante depois da chegada do projeto. “Assistir ao nosso desenho no cinema é mais legal ainda”, acrescentaram. A ideia de levá-los até o cinema é uma estratégia dos realizadores para a valorização do trabalho e elevação da autoestima dos alunos. Os alunos Lauriene Marques e Joaquim Eurípedes, para quem assistir ao seu trabalho na telona é o máximo Segundo Roseane Lopes, é importante medir a evolução do projeto Crônicas Animadas também pela sua atuação junto a professores de português, literatura, artes e informática das escolas atendidas, a quem são oferecidas atividades de formação. “A educação é um dos pilares em que se sustentam as ações que o Sesc promove em todo o país. Em Uberlândia, a entidade realiza diversas atividades ao longo do ano com o objetivo de oferecer às crianças acesso à cidadania”, relatou. Prêmio - Para o aluno que participou do projeto Crônicas Animadas e deseja continuar se aperfeiçoando na arte da animação digital, como é o caso de Joaquim Eurípedes, a escola Veg oferece bolsa para cursos de informática realizados no próprio Sesc. “O que queremos com tudo isso é que essas crianças, que têm talento, tenham também oportunidades”, finalizou o coordenador de projetos culturais e educacionais do Sesc de Uberlândia, Rafael Tannús. Após a exibição das animações no cinema, cada aluno participante do projeto levou para casa um livro e um DVD do Crônicas Animadas Edição 2010. Agora, o Sesc vai encaminhas outros 500 livros a bibliotecas escolares da cidade e de outras regiões de Minas Gerais. As animações podem ser vistas no site www. cronicasanimadas.com.br. B A diretora do Sesc de Uberlândia, Roseane Lopes, durante entrega do material - livro/DVD - a uma aluna Já a estudante do 5º ano da escola Stella Saraiva Peano, Fernanda Costa Lira, 10 anos, não participou diretamente do projeto, mas teve a oportunidade de ir ao cinema ver o resultado do trabalho dos colegas. Fernanda nunca havia estado em uma sala de cinema e relatou sua emoção: “Passei o sábado ansiosa, só desejava que o domingo chegasse logo. Hoje é um dia especial”, disse. A equipe que está à frente do projeto Crônicas Animadas Fernanda Costa Lira (e) com a colega Katielly Martins Morais: o trabalho dos colegas propiciou à Fernanda a primeira oportunidade de ir a um cinema MInternet A importância do website para um negócio POR Amanda Célio (Ares) Ao contrário do que muitos pensam, é preciso cautela e orientação na hora de decidir investir nessa ferramenta E stá na moda montar blogs e atacar de redes sociais como Twitter, Orkut, Facebook, etc., quando a intenção é a divulgação de produtos, serviços, enfim, de um negócio. Estar dentro e fazer parte dessa nova tendência digital é importante, sim, mas não tanto quando o assunto é crescer e se relacionar bem com os clientes. Para fins como esses, a melhor ferramenta ainda é o bom e “velho” site (ou saite, sítio, website, sítio eletrônico). Um site bem feito ainda tem o granMercado Dezembro 2010 ∞ 40 de poder de alavancar e propagar uma empresa ou negócio. Os resultados de investir na criação dessa ferramenta da web são maiores do que ainda muitos imaginam. Atualmente, ter uma empresa e não ter um site é praticamente como não ter um telefone fixo. Mesmo para quem já tem o site no ar, é fundamental que a presença digital seja aperfeiçoada constantemente, pois o fato de simplesmente “estar” na rede não significa que uma empresa oferece o que deveria. A qualidade, o conteúdo e os serviços oferecidos são decisivos para os usuários. Para se ter ideia, quando a internet começou a se popularizar, empresas de vários setores começaram a desenvolver sites institucionais para atender a uma nova demanda imposta pelos consumidores. Nesse contexto, muitas ficaram com a falsa sensação de que o problema havia sito resolvido: “Pronto, estamos na internet!”. Só que várias empresas foram impulsionadas mais pelo movimento da concorrência do que por uma visão estratégica de mercado no que se refere ao desenvolvimento de sites. Foto: Arquivo Lucas Carneiro, diretor da Webnet, afirma que um bom site pode traduzir a atenção que a empresa dá ao cliente Foto: Arquivo Para o diretor da Webnet, empresa de soluções tecnológicas em Uberlândia, Lucas Carneiro, um bom site pode traduzir a atenção que a empresa dá ao cliente. “Um site bem elaborado transmite maior profissionalismo por parte da empresa e ajuda no bom atendimento. Recursos como chat online e localização da empresa apontada pelo Google Maps pode ser um agente facilitador para o cliente que ainda não conhece a loja física, dando maior segurança ao comprador e credibilidade ao estabelecimento”, explica o empresário. Segundo Lucas, não fazer parte desse investimento pode ser arriscado, aliás, o site é como um cartão de visita online. Um representante comercial com um péssimo cartão de visita, sem folders e sem persuasão dificilmente vai conseguir vender. O site precisa de apelo visual, modernidade, de preferência ser localizado no Google, conter telefones e atendimento de fácil acesso. Esses itens são de extrema importância para elaborar um marketing com estratégia e foco nos resultados. No ar há mais de 10 anos, o site do Colégio Nacional de Uberlândia serve de exemplo para mostrar que investir nessa ideia pode render bons frutos. De acordo com o analista de marketing da instituição, Renato Bertolini, tanto para os alunos quanto para os professores, o site do colégio é um mediador de ideias e opiniões. “Nesses mais de 10 anos de site na web, tentamos melhorar e inovar sempre a cada ano, atentos aos alunos e à nossa equipe. O site é uma ferramenta indispensável para a divulgação de eventos, notícias, projetos que o colégio desenvolve e, principalmente, na cobertura de vestibulares e divulgação da lista de aprovados”, afirma Bertolini. Outra explicação do analista de marketing é que, especialmente neste ano, em que o Nacional completou 25 anos, o site foi de grande importância e precisão para que os alunos e ex-alunos efetuassem seus cadastros para a grande festa de celebração. Não tem quem não quer Hoje já existem várias ferramentas gratuitas para se construir um site. Portanto, não existe desculpa para quem ainda não investiu nessa ferramenta de comunicação. Atu- almente, cerca de 70 milhões de brasileiros já estão conectados à internet e, em meio a esse mundo hiperconectado, a empresa que não tem um site simplesmente está perdendo oportunidades e, com isso, dando espaço para a concorrência se fortalecer. Porém, na hora de fazer um site, o mais aconselhável ainda é procurar o apoio de quem entende do assunto. É o que alerta o especialista em Rede Social Bruno Figueredo. Para ele, ter profissionais envolvidos na construção de um projeto faz muita diferença. “É preciso cuidado na hora de botar um site no ar. Uma empresa especializada pode oferecer com profissionalismo um bom layout e a correta disposição das informações”, explica Bruno. “Só de pensar na concorrência, tenho certeza de que o empresário vai levantar da cadeira para agilizar o site da sua empresa, ou criar e melhorar e assim fazer bons negócios, que é o que eu desejo”, completa Bruno. O certo é que estabelecer um relacionamento por meio da internet é fundamental, inclusive com atendimento online e notícias que agreguem valor à empresa na hora em que o consumidor “clicar” na sua porta. Um bom site é uma excelente ferramenta de trabalho, quando usado de maneira correta e acompanhado por um gerenciador qualificado. Não é modismo, é necessidade, uma tecnologia que não pode ser desperdiçada. Com certeza, quem souber usá-la vai colher bons resultados. B Bruno Figueredo: “É preciso cuidado na hora de botar um site no ar. Uma empresa especializada pode oferecer com profissionalismo um bom layout e a correta disposição das informações” 41 ∞ Mercado Dezembro 2010 MMarketing Mudanças à vista na gestão de marketing DO Mundo do Marketing N os últimos dois anos, e m presas do mundo inteiro tiveram que repensar suas estratégias quando viram seus patrimônios correrem riscos com a crise financeira. Em momentos de dificuldade, a pressão em cima Estudos mostram a urgência de uma nova visão dos gestores aumentou e o marketing de alguns setores prejudicados foi essencial para a sobrevivência de alguns e a decadência de outros. Mas a dúvida que ficou para muitos acionistas que temeram por seus investimentos foi: “Que resultados efetivos essas ações trouxeram ou ainda podem trazer?”. Além da cobrança em momentos de crise, a tendência, mesmo em tempos de bonança, é que a pressão pela apresentação de resultados concretos aumente. “Cerca de 70% dos investimentos de uma empresa são em marketing. Fazer os acionistas gastarem isso tudo sem ter como mostrar resultados concretos se tornou um problema”, afirma Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners, responsável pelo estudo “Marketing: o fim da desgovernança. Cerca de 70% dos investimentos de uma empresa são em marketing. Fazer os acionistas gastarem isso tudo sem ter como mostrar resultados concretos se tornou um problema Mercado Dezembro 2010 ∞ 42 Apurar o aumento de participação no mercado e a valorização da marca ainda é difícil e pode levar anos, o que vai contra os desejos imediatistas, principalmente em épocas de problemas financeiros, em que não há tempo há perder. “Os gestores devem pensar em meios para transformar o intangível em tangível, em resultados e em dinheiro para, aí sim, justificar os altos investimentos que são destinados para esses projetos”, explica Domeneghetti. Um desses padrões é o investimento em publicidade na televisão. “Toda marca gasta milhões para ter seus produtos na TV, mas o investimento altíssimo feito para estar nessas mídias nem sempre justifica o resultado, que muitas vezes nem é possível de ser medido”, explica o CEO da Dom. O problema não é que a TV não é um meio eficaz, mas foi o consumidor que mudou, e não é mais tão suscetível ao que lhe é “entregue” pela telinha. Curto X longo prazo Six steps Em momentos em que resultados devem ser imediatos, pesquisas para inovações, ações institucionais e que cuidam da imagem da empresa a longo prazo acabam sendo deixadas de lado e dão lugar a ações promocionais. Promoções são ótimas ferramentas para alavancar vendas, apresentar produtos e mostrar resultados, mas, por outro lado, esses frutos são perecíveis e não garantem durabilidade para a marca. Nesse caso, as empresas acabam cuidando de um lado da moeda e deixam o outro de lado. “Hoje os diretores de marketing estão focando no curto prazo, o que é essencial, mas não suficiente. A solução para algumas empresas seria ter dois orçamentos, para estratégias pensadas para momentos diferentes”, afirma Daniel. Repensar a verba é essencial para qualquer mudança em gestão. No caso do marketing isso significa também mudar padrões que são seguidos a esmo há décadas, sem preocupação de verificar se eles realmente dão resultados. Um estudo norte-americano divulgado pela Dom indica que apenas 6% dos consumidores daquele país dão credibilidade aos comerciais que veem na televisão. Culpa das empresas? Não. A grande “vilã” da situação é a internet, mais especificamente as redes sociais, já que a mesma pesquisa mostra que essa credibilidade aumenta para 41% quando a marca é citada em um post de um amigo em uma dessas novas mídias. A internet já vem mudando o cenário das ações de marketing há algum tempo, embora muitas vezes as empresas não pareçam preparadas para isso. “O canal virtual é cada vez mais importante, mas mesmo as lojas que possuem endereço na web ainda preferem investir no físico, porque hoje ele é o principal. Mas daqui a alguns anos não será mais; e quem se preparou para isso?”, argumenta Daniel Domeneghetti. Para estar bem posicionado nessas redes, o estudo da DOM indica seis pilares que devem ser adotados pelas empresas para alcançarem a tão almejada reputação perante os consumidores e o reconhecimento dos “O canal virtual é cada vez mais importante, mas mesmo as lojas que possuem endereço na web ainda preferem investir no físico” acionistas: Network, Influence, Knowledge, Experience, Personal e Reputation. Os itens estão interligados em um processo de “step by step”. Sem network não há influência, sem influência não há como promover conhecimentos nem experiências sobre a sua marca. Sem conhecer os consumidores também é impossível personalizar o seu produto, adequando-o às necessidades deles. Caso esse processo todo seja bem feito, aí sim, a boa reputação virá. “O que acontece hoje é que as empresas já partem logo para o “personal”, sem se preocuparem com os passos anteriores, que são essenciais para a concretização do bom marketing em qualquer lugar”, completa Daniel Domeneghetti. B Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners: “Toda marca gasta milhões para ter seus produtos na TV, mas o investimento altíssimo feito para estar nessas mídias nem sempre justifica o resultado, que muitas vezes nem é possível de ser medido” MPub Editorial s e t n a n r e v rta aos go Carta Abe Falta gestão no Sistema Público de Saúde A Saúde no Brasil não precisa de uma nova CPMF, mas sim de eficiência na Gestão de seus Processos e do Financiamento A saúde pública brasileira sofre em função de duas questões muito claras: o financiamento insuficiente e a ineficiência na gestão e nos gastos, passando por diversos gargalos e que vão desde modelos inadequados até fatos vinculados com a corrupção. Lembro que a saúde é um direito constitucional de todo cidadão, e que o SUS em suas diretrizes básicas, com ênfase na Integralidade e Universalidade, é um dos sistemas mais avançados do mundo, apesar do insistente uso político e da histórica falta de critérios para um financiamento e gestão mais abrangentes. Portanto, um sistema público de saúde para ser eficaz necessita de recursos financeiros adequados, combate à corrupção, adoção de Mercado Dezembro 2010 ∞ 44 modelos de atenção apropriados, eficiência na gestão e nos gastos e, sobretudo, um abrangente processo de educação pública em saúde. Assim, faz saber-se que: Dos Recursos Financeiros - Deverão estar depositados no Fundo Municipal de Saúde (todos os recursos: Federal, Estadual e Municipal) - Quem manda no jogo é quem tem os recursos na mão; - Não se pode gastar grandes quantias com medicamentos (representam em torno de 15% do total de recursos gastos) e ou com exames; - O dinheiro da Saúde não pode financiar condicionantes e ou determinantes (merenda escolar, saneamento, vacina febre aftosa bovina, etc.); - Os recursos vinculados ou carimbados (101 espécies) são grandes entraves, já que ‘’amarram’’ os referidos recursos às ações nem sempre prioritárias para os municípios. O ideal seria descentralizar tanto os repasses quanto o gerenciamento - o que é prioridade para um município pode não ser para outro e vice-versa; - A alocação de recursos tinha que estar vinculada ao quociente populacional do município. Nesse sentido, é primordial a regulamentação, pelo Congresso Nacional, da Emenda 29, http://www.receita. fazenda.gov.br/legislacao/Emendas/ emenda0292000.htm. Assine o manifesto de apoio: http://conselho.saude. gov.br/webec29/index.html. Da Corrupção - Combatê-la em todos os sentidos, inclusive envolvendo o Ministério Público; - Delegar responsabilidades e competências para quem de fato têm condições de exercê-las; - Divulgar todas as compras e pagamentos, se possível mensalmente. Publicados em D.O; - Pagar, por exemplo, órteses e próteses diretamente aos hospitais e não aos fornecedores. Da Gestão, Mudanças no Modelo e Eficiência nos Gastos - Investir em atenção primária, que não é o mesmo que atenção básica; - Definir competências; - Planejar cuidadosamente todas as ações, usando para isto a Epidemiologia; - Trabalhar com protocolos de condutas bem elaborados (medicamentos, exames, especializações) - “desmedicalizar, desexaminar e desospitalizar”; - Compartilhar a resolução de problemas (muitos acidentes de trânsito = DETRAN, SETTRAN ; Falta de Limpeza Urbana = Sec. Serv. Urbanos); - Divulgação sistemática / “propaganda” de todas as ações realizadas; - Padronizar materiais, medicamentos e equipamentos, etc.; - Instituir planos de manutenção corretiva e preventiva de aparelhos e equipamentos; - Investir em treinamento do pessoal que opera estes aparelhos e equipamentos; - Reduzir todos os tipos de despesas; - Concentrar, em um só local, o máximo possível de serviços (ambulatório, emergência, esterilização, unidades de atendimento intermediário). O modelo de PSF vigente no Brasil - desconcentra e dispersa muito, tanto em recursos humanos como em materiais: fatos que oneram muito o sistema público de saúde - alguns pensam que sou contrário ao PSF, o que não é verdade. Tão somente sou um crítico do atual modelo de gestão adotado para o Programa; - Estabelecer um processo de Educação permanente: Da população; Da sociedade civil; Dos usuários; Dos meios de comunicação; e Das autori- dades de um modo geral (Executivo Legislativo e Judiciário); - Investir na valorização dos Recursos Humanos envolvidos - Humanizar o atendimento; - Fortalecer o Controle Público: Institucional; Social. Nesta oportunidade, quero deixar para a reflexão de vocês quais são os desafios de uma cidade polo e referência para uma região que abriga quase 3 milhões de habitantes, por exemplo, Uberlândia = 650 mil habitantes e certamente um espelho para outras nas mesmas condições: - A defasagem no Teto para a Média e a Alta complexidade; - O déficit de leitos credenciados para o SUS; - O elevado percentual do orçamento municipal aplicado em saúde; - O papel e posição de Uberlândia como cidade polo e referência para o atendimento em Média e Alta Complexidade; - O baixo percentual do orçamento municipal de grande parte dos municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e, inclusive, adjacências de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Não é minha pretensão ensinar ou doutrinar sobre a matéria, até porque não tenho competência para tal, mas simplesmente para despertar em todos a consciência de nossas responsabilidades e papéis em prol de um sistema público de saúde de acesso universal, integral, equânime e equilibrado - visão de quem atua há 23 anos também no setor público de saúde. B Atenciosamente, Leonel Ricardo de Andrade Médico Pediatra e Médico de Trabalho [email protected] Uberlândia - MG 45 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEvento Destaque dos troféus entregues aos melhores do setor Oeste de Uberlândia em 2010 TOP 50 termina em noite de gala POR Ademir Reis FOTOS José Lemes N oite de gala e muito glamour. Essa é a melhor definição para descrever a noite de entrega do Prêmio TOP 50, que reuniu centenas de convidados, personalidades e, claro, os premiados de 2010 no dia 26 de novembro no Egypt Hall, em Uberlândia. O TOP 50 é outorgado a empresas e empresários do Setor Oeste de Uberlândia que mais se destacaram durante o ano no desenvolvimento da cidade. A promoção é do jornal Gazeta de Uberlândia e da rádio Líder FM. “O que começou como evento que Mercado Dezembro 2010 ∞ 46 marcaria os 30 anos do bairro Luizote de Freitas se transformou numa escolha de empresas e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento não só do setor Oeste da cidade, mas de toda Uberlândia”, explica o jornalista Gregório José, diretor da Gazeta de Uberlândia. A escolha dos melhores de 2010 foi feita por uma comissão formada pelo próprio Gregório, o também jornalista Ricardo Cunha e ainda radialistas da rádio parceira no evento. Solenidade - De acordo com Gregório José, além da escolha de um local para a realização do evento - o Egypt Hall - que estivesse à altura da grandiosidade da premiação, outro destaque importante no TOP 50 edição 2010 foram as personalidades presentes à mesa principal que procederam à entrega do prêmio. Entre essas pessoas estavam o diretor da TV Cidadania, Renato Cury; o delegado da Adesg Uberlândia, Eduardo Luiz da Mata; o presidente da Fundação Maçônica Manoel dos Santos, Luismar Alves de Oliveira; o representante do 36º BIMtz, Major Vladimir; o editor chefe da revista Mercado, Evaldo Pighini; entre outros. Salão do Egypt Hall, onde aconteceu a entrega do TOP 50 2010 O jornalista da Gazeta de Uberlândia fez questão de destacar ainda outras pessoas e empresas importantes para sucesso do evento, são elas: Simone Zanatta, responsável pela decoração; Marly Festas, que assinou o Buffet, e a apresentadora do Programa Receita de Sucesso, Cláudia Tronconi que, junto ao próprio Gregório, foram responsáveis pelo cerimonial. A animação da festa ficou por conta do VJ Flávio Pacheco e da Banda Nova York. Outras parcerias que merecem destaque são Iphigeny Kosmetic, Band Triângulo, Fenix Signs, Egypt Hall, Cannes Segurança, Ares Comunicação e da assessora de Eventos, Gleyber Guerra. Em pronunciamento durante Nilse Martins (Gazeta) e a representante da Concept - Centro de Reprodução Humana (homenageado) Jackson Sanzoni (Líder FM) e a representante da Dra. Ellen Guilherme de Souza (homenageada) o evento, a diretora da Gazeta de Uberlândia, Nilse Martins, e o diretor da Líder FM, Jackson Sanzoni, explicaram que essa foi apenas a primeira edição do TOP 50 envolvendo tais parcerias e que, graças ao sucesso alcançado, já há planos para o futuro de ampliação do prêmio, a fim de homenagear outros setores da cidade. A Evaldo Pighini (revista Mercado) e o representante do Extra Hipermercado de Uberlândia (homenageado) 47 ∞ Mercado Dezembro 2010 MEvento Confira a lista dos homenageados no TOP 50 2010 entidades, empresas e personalidades 36º BIMtz Líder Negócios Imobiliários Acessórios Industriais Náuticos Liro Chef Agrofazenda - Produtos Agropecuários Liro Point Automais Multimarcas de Veículos Luís Humberto P. Lara Cartão Real Saúde - Conv. Médico Madeiranit - Máquinas e Equipamentos Casa Grande Materiais de Construção Madrecor - Hospital e Maternidade Cavallini Decor - Cortinas e Persianas Menos Fio Depilação Minas CFC Volante - Centro de Formação Minas Tubos e Conexões Duratek Chamativa Camisetas Moinho Sete Irmãos Moto Mais Cia da Terra Agronegócios Paulo César do Santos Silva Cidwan Marcas e Patentes Paulo Sergio Mirzeian - Churrasquim Fotógrafo Clic Doméstica - Agência de Empregos Pneus Visa Concept - Centro de Reprodução Humana Politriz - Produtos de Limpeza Conex Portalfino Costa Morais Comércio Portoro - Pisos e Acabamentos COT - Centro Oncológico do Triângulo Proteger - Saúde Ocupacional COT Radiologia Reikol - Calçados e Bolsas CTO - Centro Tratamento Odontológico Rep. Cel. Carlos Andrade A. Leite Despachante Naval Revenda de Motos Mundo Glamour Dr. Eduardo Luiz da Mata Gonçalves Revendedora de Pneus Dra. Thais Moreira Alves Roupas Femininas Ourocenter Dra. Ellen Guilherme de Souza Salão de Festas e Eventos Dra. Viviane Espíndula Vieira Serval - Móveis para Escritório Empada dos Deuses SP Cartuchos Espaço G Móveis e Objetos Telhas de Concreto Egypt Hall Extra Hipermercado de Uberlândia Terno e Cia. - Roupas Masculinas Faces Estúdio de Beleza Totaline - Springer Carrier Farmácia de Manipulação Exata Udiinvest - Crédito Pessoal Hotel Clube Resorts Uniessa - Faculdade de Marketing Interasat - Educação Viva Centro de Emagrecimento e Estética Iso Prime Vistorias W Com Negócios Inteligentes João R.G. Neto - Bairro Planalto Walkmed - Produtos e Serviços Médicos Representação Mercado Dezembro 2010 ∞ 48 MGestão Mercado mineiro ganha nova ferramenta para gestão de folha de pagamento online DA Redação Grupo Employer investe R$10 milhões na criação da Webfopag para as melhores práticas de Recursos Humanos em sistema web O Grupo Employer, empresa brasileira que atua no mercado de Recursos Humanos desde 1986, acaba de lançar a versão final da Webfopag, software de gestão de folha de pagamento, cujo principal diferencial está em sua facilidade de uso. Para o mercado de Minas Gerais, o sistema foi projetado para responder a rigorosos padrões legais, otimizar o trabalho do analista de RH e ainda Mercado Dezembro 2010 ∞ 50 oferecer respostas práticas e instantâneas, como matriz de funções, alertas para prazos e normas sindicais. Com duas filiais no estado, em Uberlândia e Belo Horizonte, o grupo planeja agregar o sistema da Webfopag a seus clientes em recrutamento e seleção de mão de obra terceirizada, efetiva e temporária. O gerente da filial de Uberlândia, Marcos de Jesus, ressalta que as empresas mineiras buscam por novas tecnologias que conciliem eficiência e eficá- cia nas práticas de Recursos Humanos. “Temos um grande desafio pela frente para mostrar que atividades antes burocráticas e manuais podem ser redirecionadas ao sistema web. Nesse sentido, temos a nosso favor a tecnologia aplicada na Webfopag, que também permite o fácil acesso por diferentes canais como notebook, iPhone e celular, e o acompanhamento em tempo real das ações de folha de pagamento pela empresa e pelo funcionário”, afirma o gerente. Marcos de Jesus, da filial Employer de Uberlândia A filial de Uberlândia possui forte atuação na gestão regional de mão de obra temporária, CLT, recrutamento e seleção e processos de folha de pagamento. Neste ano, foram registradas cerca de 580 contratações, incluindo reposições. Para 2011, Marcos de Jesus conta que espera manter o crescimento deste ano no segmento de recrutamento e seleção e acompanhar a estratégia de comercialização da Webfopag em todo o Brasil. “Nossa meta é chegar a 400 mil pessoas cadastradas em nossa base, distribuídas em 200 centros de serviços, que são agrupamentos de empresas em associações, escritórios de contabilidade e sindicatos que comercializam e distribuem o uso do sistema. Percebemos que o mercado de Recursos Humanos, em todo o Brasil, tem a intenção de se modernizar e, nesse sentido, vemos um grande potencial de mercado”, afirma o gerente. Ao todo, já foram investidos R$ 10 milhões na criação do sistema, incluindo pesquisas de mercado com profissionais da área, desenvolvimento de tecnologias, plano de divulgação e infraestrutura. O projeto de criação da Webfopag envolveu uma equipe multidisciplinar do grupo com especialistas em tecnologia, legislação trabalhista e recursos humanos. Foram mais de 60 mil horas de trabalho para desenvolvimento de layout intuitivo e acessível a qualquer usuário, além da programação do sistema de cálculos e simulações online. Quanto à tecnologia, a Webfopag apresenta como grande diferencial a operação 100% web, sem necessidade de instalações morosas, compra de licenças, atualizações ou outras despesas com TI. Além disso, o armazenamento online das informações assegura e permite o crescimento do quadro de funcionários, tirando a preocupação da área de TI com a capacidade física do sistema. Por operar sob o conceito de Cloud Computing, interligada a dife- rentes bancos de dados, o sistema garante mobilidade ao usuário que pode acessá-lo por diversas mídias, como celular, iPhone, laptop ou computador. Outro benefício do produto está na atualização constante e automática de tabelas e referenciais legais, confirmação de endereços e documentos que estejam de acordo com todas as leis vigentes de Recursos Humanos. O Grupo Employer possui faturamento de R$ 100 milhões e conta com 250 colaboradores efetivos e mais 10 mil temporários. Com matriz localizada em Curitiba e 56 filiais em todo o país, a empresa está por trás de marcas que atendem a toda a cadeia de Recursos Humanos, desde a terceirização e gestão de mão de obra até processos de folha de pagamento. O departamento de Recursos Humanos das empresas, no geral, está sobrecarregado pelas burocracias da área. “Nossa intenção com a Webfopag é agilizar os processos de gestão de folha de pagamento, reduzindo o número de falhas humanas e liberando o profissional de RH para a gestão de pessoas”, ressalta o diretor de Desenvolvimento da Webfopag, Marcelo Silva. O executivo ressalta que o sucesso está sendo comprovado por alguns clientes do Grupo Employer, que já utilizam a Webfopag, como Monsanto, Coamo, Klabin, Dow, Lar e Syngenta. B 51 ∞ Mercado Dezembro 2010 MSaúde 255 mil brasileiros não sabem que têm o vírus da AIDS DA Agência Brasil 630 mil brasileiros estão com HIV no Brasil, sendo que mais de 40% não sabem que foram infectados C erca de 630 mil brasileiros vivem com vírus da AIDS - o HIV - em todo o país, desses, 255 mil não sabem que foram infectados. Outra informação dá conta de que o número de testes de HIV distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passou de 3,3 milhões, em 2005, para 8,9 milhões em 2009, mesmo ano em que o índice de testagem para HIV foi de 38,4%l. Os dados constam no boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), divulgado no dia 1º de dezembro, data em que se comemora o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Ainda segundo o boletim, a maioria dos brasileiros com HIV em 2009 é formada por brancos (47,7%). Em seguida, estão os negros (46,8%), os amarelos (0,5%) e os indígenas (0,3%). O restante, 4,7% do total de pacientes não declararam raça ou cor. Entre Mercado Dezembro 2010 ∞ 54 os casos registrados no ano passado (20.832), a maior proporção de infecções está entre brasileiros que têm entre oito e 11 anos de estudo (30%). Em 1999, a incidência era maior entre aqueles com menos escolaridade: 29,5% dos casos foram verificados entre pessoas com até três anos de estudo. Já entre as mulheres infectadas, a média é de quatro a sete de anos de estudo e, entre os homens, de oito a 11. Novas infecções aumentaram para 38,5 mil em 2009 Outra informação divulgada pelo MS é que o número de novas infecções por HIV no Brasil passou de 37.465, em 2008, para 38.538, no ano passado. Porém, o próprio ministério não considera esse crescimento preocupante, porque resulta do aumento de testagens em todo o país. O boletim epidemiológico aponta ainda que 11.839 pessoas com HIV morreram em 2009, praticamente o mesmo número registrado em 2008 (11.815). Desde os anos 80, mais de 229 mil pessoas morreram em decorrência da doença. Atraso no diagnóstico é o desafio Foto: Reprodução Entre os desafios do combate à aids no Brasil, está o atraso no diagnóstico da doença. Para o presidente do Fórum de Organizações Não Governamentais (ONGs) Aids do estado de São Paulo, Rodrigo de Souza Pinheiro, ainda faltam informações e campanhas nesse sentido. Segundo Pinheiro, o Estado cumpre seu papel de certa forma, mas ainda há muitos desafios. “Um deles é a questão do diagnóstico tardio, muitas pessoas ainda demoram para ser diagnosticadas, então acho que deveríamos ter mais campanhas, mais serviços que pudessem atender e conscientizar a população a fazer o teste de HIV”, afirma. “Outro grande desafio no Brasil é a inclusão de pessoas soropositivas na sociedade. O preconceito com as pessoas que convivem com HIV/aids é muito grande. Uma das questões que temos trabalhado é para que realmente venha a diminuir essa questão do preconceito e da discriminação”, diz. De acordo com ele, é importante que as pessoas tenham mais informações sobre a transmissão do vírus HIV. Outra atitude que o Fórum ONGs AIDS está tomando é tentar aprovar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6.124/2005 que criminaliza a discriminação de pessoas que vivem com o HIV. “A questão da prevenção também Rodrigo Pinheiro, presidente do Fórum ONGs Aids, ainda existem muitos desafios a ser vencidos, um deles, é o diagnóstico tardio do HIV é um grande desafio, principalmente para as populações mais vulneráveis, e o Estado deixa a desejar nesse sentido. Se a gente analisar, no Brasil temos falhado muito na questão do acesso, tanto das pessoas que vivem com o HIV, quanto das demais que precisam do serviço de saúde. Isso é um grande desafio para o governo que está assumindo. É necessário também facilitar acesso aos preservativos e aos testes. Em alguns estados, principalmente do Norte e Nordeste, isso ainda é muito complicado, e é onde a epidemia tem mostrado um nível de crescimento”, alerta Pinheiro. Portadores do HIV contam como encaram a doença Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, pessoas que vivem com o vírus HIV relataram suas experiências. Nas conversas, elas contam como encaram a doença, a relação com a família e os amigos e a questão do preconceito. É o caso da estudante Nelma Borges, 17 anos, que vive com a doença desde que nasceu, transmitida pela mãe durante a gravidez. Ela diz que a Aids não a assusta, mas que nem sempre foi assim. “Quando criança, era difícil. Para mim, a vida tinha acabado. A partir do momento em que aprendi a entender o que era, como era, comecei a ver a vida de forma mais tranquila”, diz a jovem, moradora do Distrito Federal (DF). A Quando criança, era difícil. Para mim, a vida tinha acabado. A partir do momento em que aprendi a entender o que era, como era, comecei a ver a vida de forma mais tranquila (Nelma Borges, 17 anos, que contraiu AIDS ainda no ventre da própria mãe) Nelma conta que lidou com o preconceito na escola e nas relações pessoais. “As pessoas que andavam comigo tinham bastante [preconceito]. Alguns namoradinhos também. Na escola, convivi com um colega que tinha. Quanto à família, não sofri nenhuma discriminação. Os amigos de verdade nunca deixaram de conviver comigo por conta disso”. Assim como Nelma, CF (*), 18 anos, também contraiu o vírus por transmissão vertical (de mãe para filho). Aos 13 anos, descobriu a doença. Por decisão da família adotiva, ele revelou sua sorologia positiva apenas a pessoas próximas. Morador também do Distrito Federal, CF admite que não enfrentou o preconceito, porém conhece quem já passou pela situação. “Eu nunca sofri, mas sei de pessoas que tiveram de mudar de escola”, conta. Sobre o futuro, disse que os projetos de vida continuam os mesmos e que a aids é apenas “ um detalhe a mais para ter cuidado”. Mercado Dezembro 2010 ∞ 56 Foto: Renato Araújo/Abr MSaúde O servidor público aposentado Edson dos Santos, de Santo André (SP), diz que apoio familiar e dos amigos é importante para lidar com a Aids e impedir o preconceito Aos 43 anos, o servidor público aposentado Edson dos Santos, de Santo André (SP), fala com tranquilidade sobre a doença com a qual convive desde 1997. A descoberta foi por acaso, quando fez exame para detectar uma tuberculose. “O médico ficou sem graça de me dar o resultado. Eu mesmo falei que nem era preciso pedir uma segunda amostra. Não tive a sensação de que iria morrer”, diz Edson, que contraiu a doença pelo sexo sem preservativo. Como agente administrativo, Edson exerceu a função até 2006, quando foi obrigado a se aposentar devido à saúde debilitada - teve seis tuberculoses e ficou em coma cerebral. Atualmente, é ativista do Movimento de Prevenção à Tuberculose e da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids. Para ele, o apoio familiar e dos amigos foi importante para lidar com a doença e impedir que fosse vítima de qualquer tipo de preconceito. “Quando falei para minha mãe que tinha aids, ela disse que eu não era o primeiro e nem o último. Nunca permiti que fizessem isso comigo (preconceito). Temos que encarar e mostrar que estamos vivendo”, relata. Sudeste concentra mais da metade dos casos O país registrou, de 1980 a junho de 2010, 592.914 casos de infecção por HIV. A maior concentração está na Região Sudeste, com 344.150 (58%). Em seguida, vêm o Sul, com 115.598 (19,5%); o Nordeste, com 74.364 (12,5%); o Centro-Oeste, com 34.057 (5,7%); e o Norte, com 24.745 (4,2%). A Região Sul, entretanto, registra a maior taxa de incidência do país, com 32,4 casos em cada 100 mil habitantes, seguida pelo Sudeste (20,4), Norte (20,1), Centro-Oeste (18) e Nordeste (com 13,9). Esses dados também fazem parte do boletim epidemiológico divulgado no dia 1º pelo Ministério da Saúde. Casos entre homens superam os de mulheres, mas diferença é cai O número de casos de Aids no Brasil é maior entre os homens. De 1980 até junho de 2010, foram registradas 385.815 infecções (65,1%) de pessoas do sexo masculino contra 207.080 (34,9%) entre as do sexo feminino. Entretanto, o Ministério da Saúde já A MSaúde A proporção de mulheres infectadas para cada homem com a doença passou de 6, em 1989, para 1,6, no ano passado dia a dia dos jovens soropositivos e é cada vez mais intenso. “Para um jovem é complicado viver com o HIV. A sociedade e o Estado como um todo não compreendem isso. Controlamos a carga viral dos nossos meninos, mas infelizmente não zeramos o preconceito das pessoas, seja nas cidades, com os professores, vizinhos. Diariamente presenciamos histórias impressionantes”, destaca. fala em uma feminização da epidemia no país, já que a diferença entre homens e mulheres é cada vez menor. De acordo com o boletim do MS, a proporção de mulheres infectadas para cada homem com a doença passou de 6, em 1989, para 1,6, no ano passado. A taxa de incidência entre as pessoas do sexo masculino chegou a 25 casos em cada 100 mil habitantes contra 15,5 entre as mulheres. Em ambos os sexos, a incidência é maior na faixa etária dos 30 aos 49 anos. No caso dos homens, os casos aumentam a partir dos 40 anos e, no das mulheres, a partir dos 30 anos. No ano passado, a taxa de incidência de Aids em mulheres com 50 anos ou mais dobrou em relação a 1999, passando de 5,7 casos em cada 100 mil habitantes para 12,3 casos. Vicky Tavares é presidente da organização não governamental (ONG) Vida Positiva, localizada em Taguatinga, cidade do Distrito Federal. Há oito anos, ela cuida de crianças e jovens que têm o vírus. No grupo, há sete adolescentes na faixa de 13 a 17 anos de idade. Para ela, o preconceito está presente no Mercado Dezembro 2010 ∞ 58 Foto: Elza Fiúza/Abr (* Nome fictício para preservar a identidade do entrevistado) B Vick Tavares, presidente da ONG Vida Positiva, que recebe crianças e adolescentes portadores do vírus HIV, mostra a “Farofa da Vovó Vicky”, que lançou para ajudar na complementação da renda da instituição MVeículos Showroom da nova concessionária Audi em Uberlândia, na Av. João Naves de Ávila, bairro Santa Mônica Uberlândia tem concessionária Audi POR Jorge Alexandre Araújo S er a marca líder de vendas de veículos Premium no mundo é o objetivo da Audi. Para tanto, o Brasil é um mercado tido como fundamental na estratégia de ação da montadora alemã, que agora mira o Triângulo Mineiro como território em franca expansão para o segmento de automóveis de luxo. De olho na garagem dos endinheirados de Uberlândia e região, a Mercado Dezembro 2010 ∞ 60 Audi está novamente instalada na cidade com a recém-inaugurada Audi Center Uberlândia, a 24ª concessionária da marca no país. Paulo Kakinoff, presidente da Audi Brasil, participou da festa de inauguração da loja que está localizada na Av. João Naves de Avila, 3.333. “Uberlândia é um dos polos que mais cresce economicamente no Brasil. Para se ter uma ideia, algumas capitais ainda não contam com uma concessionária Audi e Uberlândia tem”, comparou. Kakinoff detalhou as razões para o investimento na cidade. “Poucas pessoas devem saber, mas Uberlândia compra mais veículos do segmento de luxo que várias capitais. Temos uma concentração grande de habitantes com condições para adquirir o estado da arte em automóveis. O brasileiro é apaixonado por automóveis, mas ao que os números nos indicam, o uberlandense é mais apaixonado ainda”. Paulo Kakinoff, presidente da Audi Brasil Sérgio Maia, Presidente do Grupo Saga, compartilha da opinião de Kakinoff. “A Saga chegou há três anos a Uberlândia com a marca Volkswagen. Nesse período, a Saga Autominas cresceu 150%. Depois assumimos a concessionária Citroën, que tem demonstrado ótimos resultados. Isso mostra a pujança do mercado. E essa força começa a aparecer também no segmento Premium. O mercado da cidade está crescendo em todos os segmentos, tanto que no próximo ano teremos mais uma concessionária Volkswagen, que será instalada na Avenida Getúlio Vargas”, adianta. Sérgio Maia, presidente do Grupo Saga, empresa à qual pertence a Audi Center Uberlândia Para garantir o atendimento e a manutenção dos veículos, a empresa contará com oficina autorizada. Por enquanto, serão dois boxes destinados a equipe técnica, mas em breve o número deverá passar para seis. “Toda nossa equipe teve treinamento técnico e nossos mecânicos estão participando de um treinamento em São Paulo, exclusivamente para a manutenção do A8”, explica Rosângela Marques, gerente comercial da Audi Center Uberlândia. A gerente comercial Rosângela Marques Ampliar o portfólio é garantir mais vendas O Brasil é o mercado com o maior percentual de crescimento onde a Audi atua. O acumulado das vendas em 11 meses deste ano é 60% superior a igual período de 2010. A China, o segundo melhor resultado em expansão, tem 58%. É claro que o mercado chinês é muito maior que o brasileiro, mas esses números demonstram o potencial brasileiro. E para manter o crescimento, a marca aumenta o número de veículos comercializados no Brasil. Entre as novidades que chegam por aqui estão o superesportivo Audi R8 V10, o A8 e o A1. B O compacto A1 da Audi está entre os modelos da montadora alemã que podem ser encontrados na Audi Center Uberlândia 61 ∞ Mercado Dezembro 2010 MVeículos Land Rover apresenta edição limitada Freelander 2 Sport 2011 DA Redação Mercado Dezembro 2010 ∞ 62 A Land Rover acaba de apresentar hoje, durante o Salão do Automóvel de Bologna, na Itália, o Freelander 2 Sport Limited Edition, uma série limitada a 900 unidades de um de seus veículos de maior sucesso em vendas em todo o mundo. A série exclusiva traz consigo o espaço e a praticidade do Freelander 2, com um interior atualizado e design exterior com linhas mais esportivas e estilosas. Por fora, o veículo ganhou novos detalhes, como o sofisticado acabamento preto da grade dianteira e das saídas de ar laterais, um pacote exterior que inclui um visual mais limpo da parte dianteira e três diferentes opções de cores para a carroceria, que pode vir em branco, preto ou no exclusivo Vermelho Firenze, cor nunca antes disponibilizada pela Land Rover. A MVeículos Para empurrar um veículo tão diferenciado como este, um motor de 3.2 litros i6 a gasolina consegue combinar alta potência e performance com eficiência, proporcionada pelo comando variável de válvulas e pelo sistema CPS - Cam Profile Switching, que aumenta ou reduz a abertura das válvulas de acordo com as rotações do motor, para uma melhor eficiência no consumo. O propulsor desenvolve 233 cavalos de potência e torque de 317 Nm, indo da imobilidade às 60 milhas por hora em apenas 8.4 segundos e aos 200 km/h de velocidade final. O motor i6 foi desenvolvido pela equipe de engenheiros da Land Rover Um aerofólio traseiro também equipa a série especial Freelander 2 Sport Limited Edition, juntamente com exclusivas rodas de 19 polegadas, além de maçanetas e espelhos retrovisores nas cores da carroceria, que realçam o aspecto esportivo e dinâmico dessa série limitada. Já o interior do veículo está disponível com bancos em couro em duas cores, sendo a tonalidade preta predominante, com detalhes em marfim ou em tons avermelhados. O painel ganhou acabamento em Piano Black que chega juntamente com tapetes pretos com detalhes em marfim ou em tons de vermelho, assim como os bancos. O conjunto de detalhes que formam o acabamento interno dessa série limitada realça a esportividade e a exclusividade do veículo. para suportar as condições mais extremas possíveis, como a incidência de lama, poeira e água, bem como funcionamento em ângulos agudos de operação. Tais características dão ao Freelander 2 todas as credenciais possíveis para uma confortável e desafiadora direção em condições off road. Atualmente, o Freelander 2 é o veículo mais vendido da Land Rover em todo o mundo, com mais de 215 mil unidades comercializadas desde seu lançamento, em 2006. No Brasil, o modelo representa cerca de 50% do total de vendas da marca até outubro deste ano. O Land Rover Freelander 2 Sport Limited Edition Série especial e limitada a 900 unidades, das quais 300 estão destinadas ao mercado brasileiro Design exterior e acabamento interno exclusivos Disponível em três diferentes opções de cores externas: Branco Fuji, Preto e o inédito Vermelho Firenze Duas opções de acabamento interno que trazem o impressionante contraste do banco em couro preto com detalhes em couro nas tonalidades marfim ou avermelhado Alta performance e eficiência com o motor de 3.2 litros i6 a gasolina Disponível à venda em todo o Brasil a partir do primeiro trimestre de 2011 Preço ainda não definido B MVeículos Sonho de Consumo N ova linha 2011 da F-150 Harley-Davidson: um sonho de todos, mas uma realidade que não é para qualquer mortal. A edição limitada da picape vem com motor V8 6.2 litros de 411 cavalos de potência, que já equipa a versão SVT Raptor da F-150. O novo propulsor substitui o 5.4 litros de 320 cavalos de potência da versão anterior. Além de aumentar o ronco do Mercado Dezembro 2010 ∞ 66 motor, a Ford acrescentou na linha 2011 do modelo novos grafismos no painel, principalmente no quadro de instrumentos, que traz novos grafismos e um display de LCD de 4,2 polegadas, entre o velocímetro e o conta-giros, com informações sobre o consumo de combustível e os ângulos de inclinação. A nova F-150 Harley-Davidson ganha ainda o sistema de navegação controlado por voz. E como o preço ainda não foi divulgado, qualquer um pode sonhar com ela! B MTurismo O essencial de Punta del Este POR Evaldo Pighini com Agência Mercado Dezembro 2010 ∞ 68 Quando se chega ao balneário, não se sabe exatamente para onde olhar: se para a praia metálica, dourada na areia e verde na água, ou para o outro lado da avenida por onde se erguem imponentes mansões Nem só de Brasil, Argentina e Chile vive o turismo do cone sul. É cada vez maior o número de pessoas, principalmente brasileiros, que descobre Punta del Este, no Uruguai. O lugar, que se destaca tanto pelas belezas naturais quanto pelo luxo e pela badalação, tem sido cada vez mais procurado como destino tu- rístico devido a inúmeras vantagens: distância curta, pacotes atraentes, facilidade da língua. Tem ainda a mudança de ares que em Punta são litorâneos, com praias fluviais - o no rio da Prata - o e oceânicas - no Atlântico. Não é à toa que, no verão, a cidade de 10 mil habitantes chega a receber até 300 mil turistas. A 69 ∞ Mercado Dezembro 2010 MTurismo Punta del Este, uma cidade pequena com estrutura de metrópole Todo o fascínio que Punta del Este - balneário dentro do município de Maldonado - exerce em algumas pessoas é muito justificável. Para quem se enquadra na categoria de “simples mortais”, isto é, não tem milhões de dólares na conta bancária, visitar Punta é como passar alguns dias fora da realidade. Principalmente no período de alta temporada (entre os meses de dezembro e março), há uma grande concentração de limusines e pessoas (entre as quais artistas, políticos e grandes empresários) que circulam naturalmente ostentando carrões e roupas de marca de diferentes grifes internacionais. Todo esse público faz o balneário ficar conhecido por sediar festas milionárias, por seus movimentados bares à beira da praia, restaurantes sofisticados, hotéis cinco estrelas e cassinos. Nas ruas, principalmente do bairro de Beverly Hills, também chama atenção a grande quantidade de mansões. Construídas em diferentes estilos, as casas gigantescas recebem nomes próprios e são, em sua maioria, desprovidas de muros e grades. Por incrível que pareça, apesar da aparente falta de segurança, os assaltos às propriedades são raros. Beverly Hills, bairro de Punta del Este: só mansões Punta é ainda uma boa alternativa para quem não quer ou não pode gastar muito. É só esperar a época do calor passar. No inverno, por exemplo, a temperatura média é de 13ºC e Punta ganha outra cara, tão charmosa quanto, porém a cidade fica mais vazia. Então, o aluguel de um apartamento cotado a US$ 1.500 mensais no verão pode ser ocupado por US$ 200. Nesse período, os passeios também são bem dife- rentes, embora a clássica caminhada pela orla para ver o pôr-do-sol faça parte do programa em qualquer época do ano. Os bares que servem drinques gelados no porto dão lugar às casas de chá em fazendas nos arredores, e os barcos que movimentam as águas na época de alta temporada (entre os meses de dezembro e março) não são apenas os turísticos, são de milionários a passeio. E a noite tem cassino. A Na orla de Punta, o pôr-do-sol faz parte de qualquer programa MTurismo Enfim, Punta Del Este é um bom destino o ano todo. Atrações para isso não faltam. Turismo - À primeira vista, quem chega a Punta Del Este pode até se confundir; pensar que aquilo é mar. E se for pelo outro lado, achar que é rio. Isso no de balneários sofisticados do Mediterrâneo que, durante a alta temporada, entra em ebulição e a sua população de cerca de 10 mil habitantes se vê, feliz, multiplicada em até 30 vezes mais pessoas, num constante ir e vir, dia e noite, entre baladas e sonecas despretensiosas na areia, sempre na Onde as águas do Rio da Prata e do Oceano Atlântico se encontram porque é nessa península que as águas do Prata e do Atlântico se encontram e onde, literalmente, o vento “faz a curva” - garantindo o esvoaçar de cabelo tipicamente hollywoodiano das personalidades que costumam frequentar o lugar, ávidas por férias e negócios quentes, muito quentes. Punta até pode ser considerada a queridinha dos descolados da América do Sul. Mas não somente. Há quem aposte no lugar como um substituto digMercado Dezembro 2010 ∞ 72 maior segurança. No lugar é possível mostrar a riqueza sem medo. E, por esse motivo, é a favorita dos que gostam mesmo de aparecer. Mas, como dito, não é preciso ser milionário para desfrutar de uma boa temporada em Punta, pois, justiça seja feita, lá nada é tão caro assim. Os pacotes cabem no bolso também de pobres mortais e, mesmo que por um dia, garantem o brilho de qualquer um, como se todos ali fossem cheios da grana. O Conrad Cassino é visita obrigatória para quem vai a Punta del Este Punta del Este não seria Punta del Este sem o luxuoso cassino que se impõe majestosamente sobre a avenida à beira-mar. O Conrad é visita obrigatória principalmente para brasileiros, que são vetados de apostar em jogos de azar em solo “verde-amarelo”. São mais de 450 slots e 60 mesas de jogos, e estrutura para realizar confraternizações e shows de artistas consagrados. Se você optar por se hospedar lá, tanto melhor: poderá aproveitar o sol na sua piscina incrível, relaxar no spa ou provar o gostinho da sofisticação em um de seus charmosos restaurantes. O ateliê de Carlos Paez Vilaró começou com uma pequena construção na desolada Punta Ballena, cuja paisagem impressionou o artista. A ideia cresceu e, hoje, a Casapueblo - uma das principais atrações turísticas de Punta del Este - desenha parte da encosta sobre o mar, abrigando diversas obras do artista, loja e café. Além de oferecer um ambiente muito agradável e uma vista privilegiada do mar, é responsável por um verdadeiro espetáculo: os visitantes são convidados a assistir ao pôrdo-sol enquanto escutam o poema feito especialmente para o entardecer. Delicado, romântico, inesquecível. A Casapueblo é uma das principais atrações turísticas MTurismo Mão do Afogado (Praia Brava): cartão postal de Punta O cartão-postal de Punta del Este é a obra do escultor chileno Mario Irarrazabal: “La Mano”. São dedos saindo da areia, cujo significado seria a “presença do homem surgindo na natureza”. É o local para tirar a melhor foto das suas férias, aproveitando o movimento e a brincadeira das crianças ao redor. Faz parte do conjunto de oito esculturas do “Paseo de Las Américas” O Porto é mais um cartão-postal do lugar Esqueça a ideia de confusão: o porto segue a tendência chique de Punta del Este, sendo um ótimo programa para pelo menos uma manhã. Você primeiro vai se encantar com a quantidade de albatrozes sobrevoando os iates, fazendo companhia para os pescadores e, o mais divertido, descansando sobre as costas de algum lobo-marinho. Afinal, é neste lugar cheio de comida que eles se agrupam e, por que não dizer (?), interagem com os turistas. Se estiver no pique, pode pagar por um passeio de barco e ir até uma de suas ilhas. Ou petiscar algo com gostinho de mar em um de seus restaurantes. A Ponte Leonel Vieira, por onde vale a pena passar MTurismo Mãos para cima, se você for o passageiro. É preciso sentir o friozinho na barriga pelo menos uma vez durante a sua visita a Punta del Este, passando por essa ponte ondulada em formato de “M” que diverte as pessoas sobre a foz do Arroio de Maldonado desde 1965. Depois de passear pelas ruas e avistar as incríveis mansões dos milionários no bairro Beverly Hills, você pode parar no Museo Ralli, que possui uma das mais importantes coleções de arte figurativa contemporânea latino-americana do mundo. Criada em 1987, a casa abriga também salas especiais dedicadas a artistas como Miró, Dalí e Chagall. Entrada franca. o Museo Ralli Curupay e Los Arachanes tem uma das mais importantes coleções de arte figurativa contemporânea latino-americana do mundo Vida noturna em Punta Del Este O brasileiro que for a Punta deve se desligar do horário do Brasil. No balneário acorda-se às 14h e dormese às 7h. A noite começa bem depois da meia-noite. Na alta temporada os bares são invadidos durante a madrugada por pessoas literalmente douradas de sol, corpos à mostra e, muita, muita energia. Para quem quer fazer compras A festa com a qual o Conrad Punta del Este Resort & Casino abriu a temporada 2010 Punta del Este estimula o consumo, mas não é preciso ser milionário para fazer compras por lá. O lugar preza pela extravagância, e as grifes sabem disso. É possível encontrar Versace, Luis Vuitton e Yves Saint Laurent neste pequeno balneário chique. Mas se você não é propriamente um milionário que passa o A MTurismo verão espalhando purpurina por onde passa, é capaz de encontrar verdadeiras pechinchas em algumas de suas muitas lojinhas espalhadas pela Avenida Gorlero - a principal do centrinho comercial. A Av. Gorlero é destino certo para quem quer ir às compras em Punta Se a ideia é levar para casa lembrancinhas com a cara de Punta, acostume-se com os artigos de couro e chimarrões, bem ao estilo gaúcho, ou pequenas caixinhas de madeira pintadas com símbolos locais: sol e sorte. E pequenos chaveiros de cartas, dados, slots e artefatos de cassinos. Onde encontrar além de lojinhas de artesanato? Na feirinha da Praça Artigas, que abre aos finais de semana às 10h e se estende até bem tarde em alta temporada. Mercado Dezembro 2010 ∞ 78 Praias de Punta del Este Milhares de turistas lotam as praias de Punta todos os anos Quem escolher Punta Del Este como destino de férias pode ter a certeza de que vai encontrar excelentes praias. A começar pela Playa Brava (Costa Brava), famosa pelos “dedinhos” que saem da areia pedregosa (a escultura “La Mano”, símbolo de Punta del Este); essa praia é uma das mais concorridas do balneário, contando com boa infraestrutura - estacionamento, serviço de praia e sombrinhas. Tem boas ondas para o surfe e, portanto, é um pouco perigosa para o banho. Ao contrário, a Playa Mansa (Costa Mansa), como o próprio nome já diz, é um belo local para levar a família: é uma baía de águas calmas. “De tombo” perto de el Chileno, torna-se mais rasa a medida que chega perto do Porto. Outra boa opção é a Playa Montoya (Costa Brava). Muito disputada pelos banhistas, essa praia extensa de areias grossas também agrada os surfistas. Lá são realizados campeonatos do esporte. Outro destino certo para quem quer praia em Punta é a Playa Bikini (Costa Brava), que fica depois da Barra e é a mais famosa entre os descolados. Lugar de encontro de famosos, essa praia abriga quem quer ver e ser visto. Como uma pequena baía, tem suas águas protegidas naturalmente, permitindo banhos relativamente seguros. Oferece programações culturais e atividades esportivas na alta temporada (foto). Outras duas boas opções, ambas na Costa Brava, são a Playa de Los Ingleses - as areias douradas que embelezam essa praia são finas e convidam ao relaxamento. Entretanto, o turista deve ficar atento, porque suas águas, praticamente na borda da península, podem ser perigosas - e a El Emir - a segunda praia da Costa Brava, faz referência ao Emir Emin Arslan, um dos primeiros “turistas” a se apaixonar por Punta e a construir uma casa de veraneio neste ponto. As águas são mais agitadas e boas para o surfe. Atrações também para as crianças Apesar de atrair “grandinhos” com suas intermináveis baladas, Punta del Este também oferece atrações para os pequenos. O Museo del Mar (La Barra), embora privado e pequeno, possui uma interessante coleção de objetos do mar que diverte e educa. Os pequenos vão adorar aprender sobre a vida marinha observando estrelas do mar, tartarugas, esqueletos de baleia e diferentes fósseis perfeitamente classificados para guiar papais e crianças. Fica aberto das 16 às 21h. A Playa Bikini MTurismo O Museo del Mar é uma boa atração para crianças Outra opção é o Zoo Parque Medina. Essa atração está a caminho do Morro Eguzquiza, a 15 km da Barra. Uma boa sugestão é levar as crianças para sentir o friozinho na barriga atravessando a Puente Leonel Vieira. Esquente os ânimos e vá até o zoológico de Punta del Este. Lá se encontram espécies nativas e outros animais, principalmente africanos. Embora o lugar seja pequeno, é um programa bacana para se fazer em família. Vale até um piquenique. Tem ainda o Parque El Jagüel, onde as crianças, principalmente as mais novas, vão querer passar o dia todo, pois o lugar é repleto de brinquedos feitos em madeira ou fibra. Onde ficar e o que comer Existem boas opções para quem quer se hospedar com conforto e comer bem em Punta del Este. Para quem busca por luxo neste balneário de chiques e famosos, há muitas opções de hospedagens sofisticadíssimas que atraem visitantes endinheirados. Para extravagância, vista para o mar e jogos de azar (ou sorte), opte pelo Conrad Casino, que possui uma megaestrutura para famílias, conta inclusive com espaço infantil, monitores, spa e diversas áreas de lazer. O Jean Clevers também oferece uma estada especialmente charmosa em meio a jardins elegantes. O AWA é um hotel boutique que preza pela estética minimalista e sofisticada. Mercado Dezembro 2010 ∞ 80 O Jean Clevers, além do Conrad, figura entre as mais sofisticadas opções de hospedagem no balneário Entre os moderados, Punta possui uma grande variedade de hotéis e redes que permitem uma estada econômica. Você pode optar pelo Days inn, Hotel Amsterdam ou Hotel Champagne. Mas, se a questão é econômica, tem a opção de se hospedar em um albergue, que permite diversão e ainda economia de muito dinheiro. Para ver as opções disponíveis, entre no site Hotel Bookers. Gastronomia - Quando o assunto é alimentação, há opções para todos os bolsos e gostos. Mas, já que você está em Punta, por que não aproveitar e experimentar os melhores restaurantes do balneário? Como sugestões, uma boa alternativa entre os populares está o Blue Cheese, queridinho do porto de Punta, que mudou e virou Beef Eaters. Entre os requintados tem o St. Tropez, que fica dentro do Conrad e é especializado em cozinha italiana. Em se tratando de charme, o turista pode optar por bistrôs delicadamente pensados para agradar os finos paladares, como o Life Bistrô. Agora, quem quer exclusividade, uma opção fresquinha é o Butiá (Rota 10, km 186,5), na região de José Ignácio. Dentro do hotel boutique Casa Suaya, é comandado pelo chef Clo Dimet, e se diferencia pela cozinha de produto, que prioriza ingredientes da região: cordeiro, coelho, pato, peixes e frutos do mar servidos em receitas mediterrâneas. Destaque para os camarões ao forno com manteiga de pistache. O Blue Cheese é um bom lugar para se comer Para completar, é Impossível ir a Punta del Este e não provar a “Parrillada” (churrasco tradicional), o peixe típico da região - a brótola, ou os deliciosos doces caseiros de doce de leite. A viagem também pede que se prove o vinho da uva Tannat - ícone da região -, embora tenha sido trazida da França. Pelos arredores de Punta del Este Tem ainda a Ilha dos Lobos, onde se percebe uma das maiores concentrações de lobos-marinhos do mundo, o que proporciona diversão aos turistas durante passeios de barco. A Ilha dos Lobos quase não tem vegetação, resumindo-se a um farol (o maior da América do Sul) e muitas pedras e, claro, muitos “lobinhos”. Outra atração é a baía de José Ignácio. A menos de meia hora do centro de Punta del Este, ela consegue permanecer despretensiosa - resguardando os ares de “vila de pescadores” -, mesmo depois de se tornar reduto de celebridades. Você pode se sentar em algum canto da praia, observar o mar calmo ou se encantar com os telhados coloridos de suas casas. Por fim, tem a Ilha Gorriti - a famosa Ilha de Caras fica no Uruguai -, que fica a poucos minutos de barco do Porto. Durante a alta temporada ferve oferecendo aos convidados “chiques-e-famosos” uma estrutura toda especial: há inclusive wi-fi na área “VIP”. Fora de temporada, é um pedaço de terra com pinheiros, areia e mar. Bom negócio para quem quer refletir ou tomar um sol com privacidade total no “parador” da Playa Honda (tão disputada no verão e tão deserta fora da temporada). Mas Punta del Este não é só Punta Del Este. A região possui muitas atrações próximas que podem ser alcançadas por terra ou mar e que vale a pena conhecer. Maldonado é uma delas. A capital do Departamento (estado) de Maldonado é hoje praticamente uma extensão de Punta del Este que conseguiu preservar as suas características coloniais. Oferece aos visitantes a oportunidade de observar construções singulares, como a Catedral de San Fernando de Maldonado, o Cuartel de Dragones e a Torre del Vigia. A Playa Honda, na Ilha Gorriti Como chegar a Punta del Este Maldonado, com sua belíssima baía O Aeroporto de Sauce fica a apenas 25 quilômetros de Punta del Este, recebendo voos diários de São Paulo pela GOL e Pluna. O visitante também pode chegar ao Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, a 140 quilômetros de Punta, e pegar um ônibus (há guichês para venda de passagens no próprio aeroporto) até o terminal da Avenida Gorlero, centrinho do balneário. A 81 ∞ Mercado Dezembro 2010 MTurismo A Pluna tem uma parceria com a empresa COT para oferecer aos clientes o serviço de translado a partir de Montevidéu. Basta trocar o cartão de embarque provisório pelo bilhete de ida e volta na loja localizada no saguão de desembarque do Aeroporto Internacional de Carrasco. Depois, é só relaxar com a vista até Punta del Este. Telefone: (042 48-6810). Para ver os horários dos ônibus, visite o site da COT. A empresa COPSA permite que o cliente faça a reserva da passagem pela internet. É possível também chegar a Punta del Este de táxi o peso uruguaio é teoricamente desvalorizado frente ao real, mas a maioria dos comerciantes e serviços oferecidos “cobram uma pequena taxa” para aceitar moeda brasileira. Mesmo assim, gasta-se praticamente o mesmo valor que pegando um táxi em São Paulo. Já os aventureiros que pretendem encarar a estrada até Punta del Este devem seguir pela BR 116 ou pela BR101. De Montevidéu é necessário seguir pela Ruta Interbalneária. B O Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, a 140 quilômetros de Punta Informações extras que podem ajudar na viagem Moeda Peso uruguaio. Entretanto, em todos os lugares são aceitos o dólar, o real e o euro. Idioma Espanhol, mas a maioria das pessoas, se não fala, ao menos entende bem o português. Horários comerciais Bancos: de segunda a sexta, das 9 às 18h; comércio: na alta temporada muitos estabelecimentos comerciais funcionam até meia-noite. De modo geral, Punta del Este gosta de acordar tarde nas férias. Saúde Nenhuma vacina é compulsória. Cremes hidratantes Irritações, alergias e acne cosmética. Mais informações Ministério do Turismo do Uruguay, Maldonado Turismo, PuntadelEste. com e VivaPunta.com. Mercado Dezembro 2010 ∞ 82 MBazar Akakia lança Morango Silvestre: sua nova fragrância Quatro novos produtos compõem a linha artística, inspirada no movimento artístico Pop Art que exigem novidades e estão sempre antenadas com novos conceitos, artes e estilos. Produtos A Akakia Cosméticos acaba de lançar a fragrância Morango Silvestre, que chega para compor a linha artística da marca. Criada para atender a todas as necessidades diárias das mulheres na higiene, renovação, hidratação e perfume, a linha é composta por sabonete líquido, esfoliante, loção hidratante e body splash. Inspirada no movimento Pop Art, as fragrâncias exóticas e diferenciadas fazem sucesso entre mulheres contemporâneas, Sabonete líquido - contém em sua fórmula ingredientes que previnem o ressecamento da pele, deixando-a mais macia e com toque sedoso. Esfoliante hidratante corporal - as partículas esfoliantes e as esferas de cera ajudam a massagear e remover as impurezas e células mortas da pele. Contém óleo de amêndoas doces e vitamina E, que possuem propriedades hidratantes, nutritivas e condicionantes. Loção hidratante corporal - Com Vitamina E, que hidrata a pele, o produto de textura leve promove a manutenção de uma pele macia e aveludada, sem deixá-la oleosa. Body Splash - bastante utilizado quando as mulheres precisam sentir-se renovadas, o produto ajuda a manter a sensação de frescor e bem-estar por todo o dia. SAC: (48) 3283.6000 - www.akakia. com.br / www.twitter.com/akakia. Valores: Sabonete líquido - R$ 19,90 Esfoliante corporal - R$ 21,90 Hidratante corporal - R$ 24,90 Body Splash - R$ 24,90 Corporalitè Bronzè é o autobronzeador da Biomarine O dermocosmético pode ser usado após o sol ou mesmo sem exposição solar, garantindo um bronzeado uniforme e saudável, sem aspecto artificial Uma boa dica para ficar com a pele com um bronzeado uniforme é optar pelo autobronzeador Corporalitè Bronzè, da Biomarine - grife de dermocosméticos que traz em seus produtos o glamour do caviar. Corporalité Bronzè é uma loção hidratante e autobronzeadora, não oleosa e de rápida absorção. Graças à sinergia dos ativos (Eritrulose e DHA vegetal), acelera o bronzeado e deixa a pele mais uniforme, Mercado Dezembro 2010 ∞ 84 natural e sem manchas. Esses ativos, além de conferir coloração natural, hidratam e protegem a pele. Indicado para ser usado sem exposição ao sol, tem efeito hidratante, iluminador da pele e prolongador do bronzeado. O produto é vendido nas melhores farmácias e drogarias de todo o país, nos principais portais de compras e pelo televendas: (11) 41961500. Valor sugerido: R$ 101,45. Elgin sugere HD Externo Portátil O Safe Info está disponível nas cores preto e vermelho Para quem gosta de baixar filmes e músicas pela internet e precisa de bastante espaço para guardar os ar- quivos, a Elgin Info Products - divisão de produtos de informática do grupo Elgin - sugere o HD Externo Safe Info. Com design moderno, os equipamentos atendem às necessidades dos consumidores que precisam de facilidade e segurança para fazer backup, salvar músicas, filmes, fotos e documentos. São ideais para uso doméstico e também para empresas. O produto é portátil e compacto, possuindo 130 X 79 X 15 mm. Está disponível nas cores preto e vermelho, com capacidade de 250GB, 320GB e 500GB. Apresenta alta performance com USB 2.0 e tecnologia Plug and Play alimentado via USB que dispensa instalação de drivers e facilita o reconhecimento do dispositivo pelo computador. Além de ter velocidade de 5400 rotações por minuto, o Safe Info possui memória buffer de 8MB. É compatível com sistemas operacionais Windows 98, ME, 2000, XP, Vista, Windows 7, MAC 10X ou superior. O Safe Info acompanha um cabo USB e estojo especial para acondicionamento e transporte do aparelho. Base para notebook que faz bem à saúde O Notepad Comfort pode ser usado em casa, na cama, no sofá, no aeroporto e no avião Sabe aquelas coisas que a maioria das pessoas não conhece ou nem sabe que existe, mas quando encontram não conseguem mais viver sem? A Zagg está lançando o Notepad Comfort, que é um grande exemplo disso. Essa base para notebook possui até uma bandeja retrátil com função de Mouse Pad para a utilização do aparelho em todos os lugares: em casa, na cama, no sofá, no aeroporto, no avião, etc. No quesito saúde o uso da base também é uma ótima escolha, porque protege o colo do calor gerado pelo notebook. Para os homens, o calor do notebook sobre o colo pode ser prejudicial. A proximidade do aparelho com a genitália pode desencadear problemas de fertilidade. Em outro caso, e neste serve também para mulheres e crianças, a exposição do calor do notebook sobre as pernas por um longo tempo pode causar sensibilidade na pele. Outro destaque da base Notepad Comfort é a sua mobilidade e produtividade. É desenhado para ser usado por canhotos ou destros e pode ser carregado facilmente na pasta ou mochila para qualquer lugar. O modelo é feito de material emborrachado e evita que o notebook escorregue. Para conferir esse e outros lançamentos da marca Zagg, acesse: www.zaggline.com.br. 85 ∞ Mercado Dezembro 2010 MBazar Playstation Move chega ao mercado A Sony Brasil está iniciando a comercialização do Kit Move ao preço sugerido de R$ 799. O produto deve chegar às lojas a qualquer momento. O produto oficial Sony Brasil possui manual e embalagem em português, bem como a certificação ANATEL, obrigatória nesse caso. O kit vem com o controle PlayStation Move, a câmera PlayStation Eye, o jogo Sports Champion e uma demonstração de outros jogos para esta plataforma. O PlayStation Move oferece uma experiência de jogo única e em alta definição baseada nos movimentos dos usuários, grande tendência do mercado de entretenimento. Visite o site www.sonystyle.com.br. Papete Nekkol preço sugerido: R$199,00 Papete River Dog preço sugerido: R$199,00 Papete Trairay preço sugerido: R$199,00 Timberland lança sandálias para a coleção Alto Verão 2011 Para a temporada de muito calor, marca aposta nas famosas sandálias outdoor, que surgem repaginadas A Timberland, primeira marca a trazer as clássicas sandálias outdoor para o Brasil, lança novas versões para a coleção Alto Verão 2011. Nos modelos masculinos e femininos, a Nekkol e Trailray possuem diversas tecnologias que ajudam em atividades ao ar livre e também no Mercado Dezembro 2010 ∞ 86 dia a dia, como palmilha anatômica em EVA, três pontos de ajuste em velcro e forração interna de neoprene para dar maior conforto aos pés. Apenas para os homens, o modelo River Dog se diferencia pelo cabedal confeccionado em couro sintético que não retém água; A Mount River, no modelo feminino, pode ser usada tanto na água como na terra e possui cabedal confeccionado em nylon, o que dá leveza ao produto. Todos as papetes têm solado em borracha com tecnologia BSFP, o que aumenta a segurança e performance em terrenos acidentados ou molhados. MCulinária Aprenda a receita de Sushi Califórnia A receita desta edição da MERCADO vem do restaurante japonês Wakai Sushi, localizado no bairro Consolação, em São Paulo, que ensina aos amantes da culinária japonesa a saudável receita de Sushi Califórnia. Para quem não gosta de peixe cru, esta é a melhor opção de sushi, já que substitui o ingrediente por kani, manga e pepino. Juntos, esses alimentos proporcionam uma combinação perfeita, além de serem extremamente saborosos e leves. Abaixo, confira o passo a passo do prato elaborado pelo chef e sócio do restaurante, Leandro Sousa. Sushi Califórnia Ingredientes: • 100 gramas de arroz para sushi • 50 gramas de kani • 01 alga marinha • 50 gramas de manga • 50 gramas de pepino • 15 gramas de gergelim torrado Modo de preparo: • Primeiro cozinhe o arroz numa panela apropriada para gohan sem tempero. Depois, coloque o arroz num recipiente grande e espalhe-o. Em seguida, adicione um pouco do tempero para sushi, mexa o arroz e deixe esfriar. Pegue uma esteira de fazer sushi e abra uma alga marinha. Coloque arroz em cima da alga marinha, adicione dois pedaços de manga em cubos, dois kanis, um pouco de pepino em cubos e salpique com gergelim. Depois, enrole e corte-o em oito pedaços iguais. Rendimento: 8 porções Tempo de preparo: 35 minutos Calorias: 114 Chef responsável: Luiz Flores - restaurante Wakai Sushi Serviço: O restaurante Wakai Sushi fica na Rua Fernando de Albuquerque, 166 - Consolação, em São Paulo (SP) Reservas: (11) 3237-0563 - www.sushiwakai.com.br Mercado Dezembro 2010 ∞ 88 MDica de Leitura “Cérebro lado esquerdo lado direito” DA Redação Livro ajuda o leitor a identificar seus pontos fortes e a desenvolver os mais fracos, potencializando o raciocínio, a capacidade criativa e o equilíbrio mental É cada vez mais comum ouvirmos neurocientistas explicarem que o cérebro possui dois hemisférios, o esquerdo e o direito. O primeiro seria dominante no pensamento analítico e racional, enquanto o segundo seria particularmente responsável pela percepção visual e espacial e pelas atividades criativas. Pesquisas indicam que o ato de pensar envolve muitas partes do cérebro que trabalham simultaneamente. Para Mercado Dezembro 2010 ∞ 90 atingirmos o nosso melhor desempenho, temos que usar toda a nossa massa cinzenta. Para ajudar o leitor a melhorar sua capacidade mental, a Ediouro/ Coquetel anuncia o lançamento no Brasil do livro “Cérebro lado esquerdo lado direito, do britânico Charles Phillips. A publicação, do mesmo autor da série “How to think”, vai ajudar as pessoas a identificar seus pontos fortes e a desenvolver os mais fracos, melhorando seu desempenho nas atividades cotidianas e expandindo o raciocínio junto com a criatividade. “Cérebro lado esquerdo lado direito” oferece 50 exercícios - metade para cada lado especificamente. Para escolher qual parte do cérebro deve ser mais exercitada, a publicação traz um teste que mostra ao leitor o lado que ele mais utiliza. Quem precisa desenvolver o lado esquerdo irá praticar jogos que testam o olhar para os detalhes e a lógica e que dão ênfase às habilidades numéricas e de linguagem. Já para ativar o lado direito, o leitor encontrará exercícios que desenvolvem sua consciência espacial e visual, bem como a habilidade de pensar criativamente. As respostas estão no final do livro. “Este livro possibilita um equilíbrio dos pensamentos, potencializando o raciocínio e a capacidade criativa das pessoas. É uma ferramenta importante, que vai ao encontro das necessidades dos estudantes e profissionais que desejam o autodesenvolvimento como forma de se destacar nos estudos e na carreira”, afirma Henrique Ramos, diretor editorial das Revistas Coquetel/Ediouro. “Cérebro lado esquerdo lado direito” chega às bancas e livrarias ao preço de R$ 12,90. A publicação também pode ser adquirida pelo site Coquetel (www.coquetel.com.br). Ficha técnica: Livro: “Cérebro lado esquerdo lado direito” Nº páginas: 144 Formato: 13,5 x 20,5cm Preço: R$ 12,90 MColunaLiteratura Da necessidade dos palhaços, dos bobos da corte e dos “tiriricas” POR Kenia Maria O palhaço Tiririca foi o deputado federal mais votado no Brasil nas eleições de 2010. Mais de 1,3 milhão de pessoas o elegeram para representar o povo por quatro anos no Congresso Nacional. Muita gente se assustou, ficou indignada, vociferou: Um palhaço? Um bobo da corte? Um fanfarrão? Onde vamos parar? Ora, tais acontecimentos são fruto da grandeza da democracia em que todos podem experimentar o gostinho e os dissabores do poder. Do fabricante de sapatos ao engraxate, do grande latifundiário ao boia-fria, do industrial ao torneiro mecânico, todos, sem exceção, podem legislar, propor e revogar leis. Assim, nesse espaço democrático, felizmente não só o rei tem o direito de sentar-se no trono, o bobo da corte também. Impossível falar de Tiririca e não nos lembrarmos dos palhaços que fizeram a nossa alegria no período da infância. Todos queriam ir ao circo para gargalhar com as molecagens e piruetas desse burlesco personagem. Onde já se viu um circo que não tenha essa figura com seus sapatos compridos, roupas de bolinhas coloridas, um nariz redondo avermelhado, uma peruca exuberante? Quando minha mãe estava de Mercado Dezembro 2010 ∞ 92 saco cheio do choro e das brigas de meus irmãos, lá íamos nós para o circo aliviar as tensões, rir um pouco, dar uma trégua nas labutas familiares. Os circos, nas pequeninas cidades do interior, com seus palhaços atrevidos, representam um oásis em meio ao tédio e à secura cultural de nossa terra. Mais tarde, na adolescência, quando conheci as peças teatrais de Shakespeare, o que mais me encantou foram os clows ou os bobos da corte. Shakespeare fez de seu teatro um espaço democrático, multicultural e polifônico. Em suas peças ouve-se de forma equilibrada tanto as vozes dos reis e dos poderosos como as dos simples soldados, dos mercadores, das prostitutas, dos casais burgueses apaixonados e, claro, o discurso debochado e gaiato do palhaço, do bufão. É, minha gente, Shakespeare, sabia das coisas... Não é por acaso que é considerado um dos mais importantes escritores do mundo ocidental. Mas, às vezes, eu me pergunto. Por qual motivo Shakespeare fazia tanta questão de colocar em quase todas as suas peças teatrais um truão, um bobo da corte? Para o estudioso Bakhtin, em seu clássico livro inti- “Shakespeare fez de seu teatro um espaço democrático, multicultural e polifônico” tulado A cultura popular na Idade Média e no Renascimento, o bobo é a figura carnavalizada, aquele que desmistifica o tom sério, o que burla o que é oficial, aquele que tem coragem de dizer aquilo que ninguém ousa, é aquele que vence pelo riso. Lembrei-me agora da excelente tragédia Rei Lear. Um belo dia, o rei, certo de que já estava velho e precisava curtir melhor a vida sem grandes sobressaltos, resolve dividir seu reino entre suas três filhas. Como a filha mais jovem, Cordélia, não declara amor incondicional ao pai, é punida, ficando sem sua parte na herança. O trono é assim repartido entre as outras filhas, Goneril e Regane. Depois disso, o rei passa a ser odiado e menosprezado pelas duas mais velhas. Triste e desesperado, Lear não compreende bem o porquê dessa hostilidade das filhas. Lear é então alertado pelo seu Bobo de que ele agora não era mais rei, não era mais nada, nada tinha e suas filhas não suportavam sua pobreza. Durante toda a peça, o Bobo é talvez o único personagem que, mesmo com suas piruetas e frases disparatadas, mantém-se lúcido e coerente, alertando o rei de que sua atitude de di- vidir prematuramente o reino, além de ter excluído Cordélia da herança, foi uma atitude despropositada. Sabemos que o bobo é o único personagem que pode dizer toda a verdade ao rei, por mais cruel que esta seja, e nem por isso o bufão será degolado. Os bobos são parentes espirituais dos loucos, dos poetas e das crianças. Eles têm licença poética para debochar da autoridade e tirar a máscara do poder. Uma das falas mais interessantes do Bobo de Lear é aquela em que ele diz que queria saber mentir, que já estava cansado de dizer as verdades e nunca ser levado a sério. Tiririca trocou o chapéu de guizos por uma peruca loira e gritou que “pior do que tá não fica”, depois trocou o picadeiro da televisão pelo ar condicionado de Brasília. Tomara que ele nunca seja censurado por seus protetores, um bobo não pode nunca ser silenciado. O papel do bobo é o de denunciar, o de escancarar as tramoias e a corrupção. Desejo que Tiririca, tal qual o Bobo de Lear, ou aquela criança da fábula de Christian Andersen, nunca seja proibido de gritar: “o rei está nu, o rei está nu.” A literatura e as artes estão repletas desse personagem corajoso e carnavalizado. Para quem quiser se divertir e também refletir um pouco mais sobre a importância do riso e do deboche dos bobos a ajudar-nos a entender um pouco mais sobre nossa complicada condição humana e sobre nossa complexa sociedade, sugiro as seguintes obras artísticas: a tragédia Rei Lear, de Shakespeare; a comédia Guerras do Alecrim e da Mangerona, de Antônio José da Silva; o romance O bobo, de Alexandre Herculano; a ópera Rigolleto, de Verdi; o filme O bobo da corte; e o documentário Hotxuá - o palhaço sagrado, de Letícia Sabatela. B Em Rei Lear, de Shakespeare, o Bobo é talvez o único personagem que, mesmo com suas piruetas e frases disparatadas, mantém-se lúcido e coerente Kenia Maria de Almeida Pereira - doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre literatura brasileira, dentre eles, Machado de Assis: outras faces, publicado pela editora Aspecttus ([email protected]) 93 ∞ Mercado Dezembro 2010 MProfissões em Filme A Origem O melhor filme de 2010 já está nas locadoras. Um filme complexo e inteligente! POR Kelson Venâncio Este mês a Mercado fala de um filme que para nós do Cinema e Vídeo foi sem dúvida a melhor produção deste ano e que acaba de chegar às locadoras. E, nesse caso, em DVD ou Bluray é até melhor de assistir que no cinema, já que em casa podemos voltar e assistir às partes que não foram compreendidas na primeira vez. Nas telonas isso não é possível e muita gente saiu frustrada da sala de projeção por não ter compreendido bem a história. Começo a crítica de “A Origem” dizendo algo que talvez resuma os diversos sentimentos do público: é um dos melhores e mais complicados roteiros que eu já vi em toda a minha vida. Se você prestar muita, mas muita atenção mesmo, e entender toda a complexa história escrita e dirigida magistralmente por Christopher Nolan (de Batman - O Cavaleiro das Trevas), com certeza vai amar o filme e colocá-lo no topo de sua lista de melhores de todos os tempos. Mas se você não conseguir manter-se atento e não entender o que se passa na tela, pode odiar o que está assistindo. E ainda tem quem, como um amigo me contou, assiste ao filme e acha ótimo mesmo sem entender absolutamente nada! Portanto, se você ainda não viu, prepare-se para não piscar ou roube o controle remoto do cinema para pausar quando não entender! “A Origem” é baseado na história de Dom Cobb, um experiente ladrão, capaz de penetrar no íntimo e infinito universo dos sonhos e, assim, roubar valiosos segredos dos subconscientes das pessoas enquanto elas estão Mercado Dezembro 2010 ∞ 94 dormindo. A rara habilidade de Cobb torna-o um invejável jogador neste universo de espionagem, ao mesmo tempo em que o transforma em um fugitivo internacional e lhe custa tudo o que ama. Mas a vida de Cobb muda quando ele recebe uma proposta para que, ao invés de roubar uma ideia, coloque uma na mente de um dos personagens que vai mudar o futuro das pessoas que o cercam. Christopher Nolan faz de “A Origem” um filme tão bom ou até melhor que o excelente Batman - The Dark Knight. Já comentei parte de seu roteiro nas primeiras linhas de minha análise, mas me aprofundo. Inventar um mundo em que as pessoas entram em sonhos para roubar ideias? Até aí tudo bem. Mas um sonho dentro de outro sonho que vem de outro sonho sonhado na realidade, aí já é demais! E é claro que se você ainda não viu o filme, não entendeu nada que eu disse nessa frase. Mas continuando... Tudo se encaixa apesar dessas “camadas” de sonhos. Com isso você acaba vendo até quatro filmes diferentes com os mesmos personagens e um único objetivo. E se pra mim é difícil escrever essa crítica pela complexidade do filme, imagine pra você que não o viu e a está lendo agora? Mas vamos falar de outros pontos positivos menos difíceis de entender. Para começar, os efeitos especiais são ótimos e colocados na medida certa, como se realmente estivéssemos sonhando. Sabe aquele susto enorme que levamos quando a gente sonha que está caindo da cama e que nos faz acordar imediatamente com o coração disparado? Pois é, esse é o famoso “chute” denominado no filme e que é mostrado através desses efeitos. Mundos diferentes sonhados por pessoas diferentes ganham vida e parecem bem reais no filme. O uso do slow motion é outro acerto da direção. As cenas em que o personagem Cobb explica à novata arquiteta Ariadne como as coisas funcionam nessa rede de sonhos são de deixar o espectador boquiaberto. O mesmo acontece na parte em que, nos corredores de um hotel, acontece uma luta emocionante que começa no chão, passa pelas paredes, vai para o teto e volta ao chão novamente. Tudo roda porque aquilo é um sonho de alguém que está dormindo em uma van que está capotando. Além de ter escrito essa história maluca e fascinante, Nolan dirige “A Origem” como um veterano da Sétima Arte, apesar de ser dono de uma carreira de apenas 12 anos em longas e de ter somente sete filmes (todos a que assisti muito bons) no currículo. Mas não podemos nos esquecer do elenco. As interpretações de todos os atores são boas, por menores que sejam na projeção. Também pudera: Leonardo DiCaprio, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Cillian Murphy, Marion Cotillard, Tom Hardy, Ellen Page e Michael Caine. Só tem fera! Não leia o que vem a seguir se não ainda viu o filme Mas, depois de todo o desenrolar em 148 minutos de exibição, “A Origem” ainda nos deixa cheios de perguntas sem respostas no fim. O que aconteceu no sonho em que Saito voltou à realidade após ser convencido por Cobb? Subentende-se que ele teria pegado a arma e se suicidado naquele mundo fictício para acordar na vida real. Mas e o “Gran Finale”? Finalmente Cobb volta pra casa, é recebido por seu pai e revê seus filhos. Mas antes coloca sobre a mesa um pequeno peão girando. Se ele cair é a vida real, mas se continuar rodando, o filme todo não passa de um sonho. E adivinhe o que acontece? A imagem é cortada sem sabermos o que ocorre com o peão! É perfeito!!! Ficha Técnica Resumo: Don Cobb (Leonardo DiCaprio) é especialista em invadir a mente das pessoas e, com isso, rouba segredos do subconsciente delas, especialmente durante o sono, quando a mente está mais vulnerável. As habilidades singulares de Cobb fazem com que ele seja cobiçado pelo mundo da espionagem e acabe se tornando um fugitivo. Como uma chance para se redimir, Cobb terá de, em vez de roubar pensamentos, implantálos. Seria um crime perfeito, mas nenhum planejamento pode preparar a equipe para enfrentar o perigoso inimigo que parece adi- vinhar seus movimentos. Apenas Cobb é capaz de saber o que está por vir. Diretor: Christopher Nolan Elenco: Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Cillian Murphy, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Michael Caine, Tom Berenger Produção: Christopher Nolan, Emma Thomas Roteiro: Christopher Nolan Fotografia: Wally Pfister Duração: 148 min. País: EUA/ Reino Unido/2010 Gênero: ação Classificação: 14 anos B Nota 10 Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo www.cinemaevideo.com.br 95 ∞ Mercado Dezembro 2010 MSustentabilidade Banco Mundial apoiará ações de reparo à natureza O Banco Mundial lançou um programa global cujo objetivo é ajudar os países a incluir os custos da destruição da natureza nas contas públicas. A base de orientação do novo programa é o estudo denominado A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade. A proposta é ajudar os governos a incluir as revelações do estudo em suas políticas. Pela pesquisa, das Nações Unidas, os cálculos indicam que a degradação do mundo natural causa prejuízos à economia global de US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões por ano. O presidente da instituição, Robert Zoellick, disse que a destruição ambiental é causada em parte porque os governos não contabilizam o valor da natureza. O programa foi anunciado durante a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica em Nagoya, no Japão. As informações são da BBC Brasil. O projeto piloto envolve dez países, entre eles a Índia e a Colômbia. “Sabemos que o bem-estar do homem depende de ecossistemas e da biodiversidade”, disse Zoellick. “Também sabemos que eles são degradados de forma alarmante”, acrescentou. “Uma das causas é o nosso fracasso em avaliar propriamente os ecossistemas e tudo o que fazem por nós - e a solução, portanto, está em contabilizar os serviços [oferecidos pelo] ecossistema quando os países fazem políticas”, afirmou. Mercado Dezembro 2010 ∞ 96 Para o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Erik Solheim, reavaliar a natureza a partir desses critérios obriga a uma mudança de postura das empresas. “Nós precisamos sair de uma situação em que os benefícios dos serviços do ecossistema são privatizados enquanto os custos são socializados”, disse Solheim. Ele afirmou ainda que os custos totais do impacto negativo sobre os ecossistemas devem ser cobertos pelos que recebem os benefícios de sua destruição. ponsabilidade pelos cuidados com o meio ambiente e questões sociais e 9% afirmam que os consumidores não têm responsabilidade alguma sobre isso. Nesta relação aparecem, em primeiro lugar, os países ricos, seguidos por organizações internacionais, governo brasileiro, empresas multinacionais, ONGs e empresas brasileiras. Brasil tem apenas 5% de consumidores conscientes A segunda planta de manufatura reversa (reciclagem) de geladeiras do país inaugurada nesta quartafeira (15), no município de Careaçú (MG). O equipamento da empresa Revert Brasil é totalmente automatizado e terá capacidade para processar até 450 mil unidades por ano, o que equivale a cerca de 1.500 geladeiras por dia. O CFC é um dos principais responsáveis pela redução da camada de ozônio, que protege a terra do excesso de raios ultravioletas capazes de causar doenças como o câncer de pele. Além disso, esse gás contribui para o aquecimento global. De acordo com a coordenadora de Proteção da Camada de Ozônio do MMA, Magna Luduvice, existe hoje no país um passivo de 10 milhões de refrigeradores que poderão ser processados por meio dessa tecnologia inédita no Brasil. A eficiência de processamento do equipamento permite retirar mais de 99% dos gases CFCs existentes no refrigerador, tanto no sistema de refrigeração (CFC-12) quanto na espuma de isolamento (CFC-11). Estimase uma redução na emissão de três toneladas de CO2 equivalentes por refrigerador, ou seja, 1,35 milhão de toneladas de CO2 equivalentes deixarão de ser lançados na atmosfera, por ano. O equipamento também conseguirá separar, com mais de 95% de pureza, os demais materiais que compõem o refrigerador, tais como: poliuretano, plástico, ferro, cobre e alumínio. Com a implantação dessa planta, O Instituto Akatu fez uma pesquisa sobre o consumo consciente e constatou que apenas 5% dos brasileiros fazem compras considerando as práticas sustentáveis. A pesquisa ouviu 800 mulheres e homens, com idade igual ou superior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões geográficas do país. Os consumidores premiam empresas mais responsáveis e punem as menos responsáveis. Eles repudiam a propaganda enganosa e o tema que mais conta pontos positivos são as relações de trabalho: 80% dos consumidores apontam o desenvolvimento de alguma ação ligada à dimensão “Direito das Relações de Trabalho” como importante para que uma empresa seja considerada socialmente responsável. Nove em cada dez consumidores acreditam que as empresas devem desenvolver ações além das que estão estabelecidas na legislação e a maior parte (59% do total) tem alta expectativa quanto ao papel a ser desenvolvido pelas empresas. Somente 2% deles aceitam a liberdade de as empresas não cumprirem totalmente a legislação. Quase metade (44%) não acredita no que é divulgado pelas empresas. Os brasileiros também colocam os consumidores na penúltima posição de responsabilidade pelas questões ambientais e sociais. Apenas um em cada três brasileiros afirma que os consumidores têm muita res- Equipamento vai eliminar CFC de geladeiras os refrigeradores antigos, com mais de dez anos, substituídos nos projetos de eficiência energética pelas distribuidoras de energia elétrica poderão ter as substâncias nocivas à camada de ozônio e ao clima recolhidas e destinadas adequadamente. Incentivo fiscal em prol dos recicláveis O Plenário da Câmara aprovou os artigos do projeto de lei do Senado para a Medida Provisória 499/10, que concede um crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados às empresas que usarem artigos recicláveis adquiridos diretamente de cooperativas de catadores como matérias-primas na fabricação dos seus produtos. B Este espaço se reserva a notícias e/ou projetos socioambientais. O conteúdo aqui publicado é de responsabilidade do CINTAP, através do Eco Instituto INDERC, mas está aberto também para outras pessoas, empresas ou instituições que queiram divulgar assuntos pertinentes ao seu propósito. Informações com Daniela Dias, gerente de Projetos do Eco Instituto INDERC, através do telefone 34 3230 5200 ou do e-mail [email protected]. Acesse: www.inderc.org.br e siga: www.twitter.com/cintap2010 - www.twitter. com/ecoinstituto MPonto de Vista Os impostos no Brasil Segundo dados de um relatório apresentado em setembro pela Receita Federal, referentes à arrecadação tributária brasileira em 2009, o índice continua alto, mesmo com a desoneração do setor produtivo no período da crise financeira, o que gerou uma redução de 2,61% no recolhimento de impostos durante o ano analisado. Segundo a Receita, o valor pago em impostos no ano passado foi equivalente a 33,58% do PIB nacional, porcentagem maior que em economias desenvolvidas, como Suíça (29,4%), Canadá (32,2%) e Estados Unidos (26,9%). Por outro lado, a qualidade de vida do brasileiro, apesar da leve melhora registrada nos últimos anos, ainda é comparável à de países como Cazaquistão, Albânia e Dominica. Para esse comparativo, foram levados em conta dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), atualizados em 2008. Outro levantamento, “Carga Tributária no Mundo - Um comparativo Brasil X Brics”, este realizado pelo escritório de advocacia Machado-Meyer e apresentado no seminário Reforma Tributária Possível na Câmara Americana de Comércio (Amcham), confirma o Brasil como o país que tem a maior carga tributária entre os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China). O total de impostos, tributos e contribuições recolhidos no país é de 34% do Produto Interno Bruto (PIB). Na Rússia, a carga é de 23% do PIB, na China é de 20% e, na Índia, país cuja estrutura tributária é mais parecida com a brasileira, o total da arrecadação corresponde a 12,1% do PIB. O que se percebe, e não há como contestar, é que no Brasil tem impostos demais, mas se gasta muito mal o dinheiro arrecadado. A tributação brasileira parece padecer, principalmente, de falta de coordenação. Os governos federal, estaduais e municipais têm poderes para criar e cobrar tributos, entre impostos, contribuições e taxas, porém, o problema é que cada um exerce seus poderes de acordo com interesses e necessidades próprios, sem considerar o efeito no sistema tributário e na sociedade como um todo. Diante disso, e de muitos outros problemas que estão relacionados à pesada carga tributária brasileira, o que pensam os integrantes do G7 sobre os impostos no Brasil e o que poderia ser revisto nas esferas federal, estadual e municipal? Com a palavra, o G7... (*) A ONG G7 - Grupo dos Sete - é formada por sete das mais representativas instituições sociais ativas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. São elas: ACIUB - Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, CDL - Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberlândia, Conselho de Veneráveis do Triângulo, FIEMG Regional Vale do Paranaíba/CINTAP Centro Industrial e Integração de Negócios do Triângulo, OAB/MG 13ª Subseccional de Uberlândia, SRU - Sindicato Rural de Uberlândia e SMU - Sociedade Médica de Uberlândia. É urgente no Brasil que aconteça a reforma tributária. As taxas, contribuições e impostos somam 84 tributos. Com isso chegamos a pagar quase 40% do PIB. Precisamos simplificar e minimizar essa carga, que retira de todos os produtores nacionais a competitividade do Brasil no mundo. Mercado Dezembro 2010 ∞ 98 O Brasil precisa buscar uma forma inteligente de continuar a crescer sem sacrificar o empresariado com essas cargas tributárias sobre-humanas, que refletem em toda a cadeia produtiva e na sociedade brasileira. Se temos em comum o desejo de gerar emprego e renda, de desenvolver e crescer e somos nós a gerar as receitas, não faz sentido tributar por tributar. Saímos de um sistema em que empresários, na luta pela sobrevi- vência, possuíam um modelo que não era 100% faturado, o famoso caixa 2, ao que éramos e somos contrários; mas hoje em sua quase totalidade isso não mais existe, e sim uma guerra fiscal que, na surdina, vai levando empresas para fora de nosso estado, pois sobreviver, muitas vezes, significa mudar! Obs: A partir desta edição quem responde pela Aciub nesse “Ponto de Vista” é o novo presidente da associação, o empresário Rogério Neri. Continuação O Brasil a cada ano bate seus próprios recordes na arrecadação de impostos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), órgão que acompanha a apuração-impostômetro - chegaremos à casa dos R$200 bilhões em 2010. Diante desse cenário, com certeza o empresariado brasileiro não terá competitividade para continuar penetrando em mercados em que outros países, com menor carga tributária, estão presentes. Por isso se faz necessário uma urgente reforma tributária neste país. O congresso Nacional, a partir de 2011, deverá ter como principal tarefa, dentre outras, essa missão. Existe a previsão de que o Impostômetro, que inclui impostos federais, estaduais e municipais, chegue a R$ 1,2 trilhão - R$ 200 bilhões a mais do que em 2009. Um recorde que confirma a carga tributária brasileira como uma das mais elevadas do mundo. No “pacotão” de impostos cobrados no país, citando alguns, temos, em nível federal, IR (Imposto de Renda), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e ITR (Imposto Territorial Rural). Já nos estados, temos o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), e, em nível municipal, o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), o ITBI (Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a eles relativos) e o ISS (Impostos Sobre Serviços). Se Imposto é definido como um tributo com contraprestação em serviço público de competência do ente que o recolhe, na prática isso não acontece no Brasil. Em nosso país, do que se arrecada, os governos federal, estaduais e municipais devolvem muito menos do que deveriam à população. Arrecada-se muito e gasta-se mal. Há muito tempo a nossa legislação tributária tem se mostrado cada vez mais complexa e ineficiente. Existe uma estatística de que quem ganha até um salário mínimo paga o dobro de quem ganha acima de 30 salários mínimos, sendo uma tributação injusta, pois o mais pobre tam- bém paga imposto sobre a renda. Portanto, deveria haver uma simplificação de impostos no Brasil e, consequentemente, uma redução da carga tributária. Por isso, a solução mais viável é a reforma tributária já que, além de proporcionar mais justiça social, permitiria que o Brasil desse um salto de competitividade e crescesse mais. Juntos, a desoneração de investimento, diminuição da carga tributária sobre a folha de salário, a unificação do ICMS sobre o mesmo produto, entre outros, poderiam impedir até a concorrência desleal de alguns estados. Porém, enquanto não ocorre a tão sonhada reforma tributária, defendo que as prefeituras e o nosso estado de Minas Gerais encontrem caminhos, desonerando as empresas com seus impostos acima citados para atraírem novas corporações e investimentos. A reforma tributária no Brasil é questão de urgência, pois vivemos em pleno século vinte e um, mas com uma cultura do século dezoito, em que os impostos eram arrecadados com fulcro apenas e tão somente para a manutenção do Estado e, entenda-se aqui, como manutenção de sua estrutura física e de pessoal, sem se preocupar com as necessidades sociais. Hodiernamente, leis, como a de responsabilidade fiscal, vêm fechando o cerco para que os administradores públicos destinem a arrecadação ao seu legítimo dono, qual seja, o povo, bem como gastem apenas a verba que efetivamente possuem. Contudo, a máquina administrativa continua extremamente onerosa e ineficaz, gastando de maneira descompassada e desorganizada, fazendo com que o desperdício de dinheiro público seja lamentavelmente marca deste tempo. É preciso, portanto, que uma nova cul- tura seja estabelecida e incorporada por todos nós, desonerando ao máximo a máquina administrativa e por consequência a carga tributária. É preciso que o poder público se profissionalize minimizando gastos desnecessários, o que fatalmente conduzirá os administradores probos e de cultura atual, com foco no desenvolvimento social, a propor e aprovar reduções de impostos no nosso país. De toda sorte, entendo que acima de tudo é preciso CORAGEM para romper com as regalias Imperiais que ainda permeiam os palácios públicos. A sociedade brasileira já está acostumada a ouvir notícias diárias sobre saúde. Muitos temas são abordados, entretanto, não vemos com frequência notícias sobre o custo de manutenção da atividade médica, principalmente no que diz respeito ao aten- dimento no consultório, e a carga tributária incidente sobre a prática médica. O médico tem o dever de atender seus pacientes com qualidade, conhecimento e ética. Para tanto, tem que, no mínimo, manter seu consultório custeando despesas com espaço físico, infraestrutura, funcionários, submeter-se às exigências da Vigilância Sanitária e, ainda, pagar os impostos ao governo. Por outro lado, tem que participar de congressos, simpósios e se atualizar nas mais modernas técnicas médicas para continuar no “mercado”. Tudo isso com uma remuneração indigna. A preocupação das autoridades está sempre voltada ao paciente, aos planos de saúde, mas nessa conjuntura descrita, e o médico, como fica? B 99 ∞ Mercado Dezembro 2010 MCausosEmpesariais A festa de fim de ano (Conhecendo pessoas) POR Nege Calil* E sta quem me contou foi Marlene, uma das profissionais que mais respeito no mercado. Recém-contratada, foi de imediato convidada para a festa de fim de ano da empresa. Participar de tais festas exige preparo emocional, pois, equivocadamente, líderes e profissionais de RH acreditam que estas têm o poder de integrar a equipe. Na verdade, se a equipe está integrada, esses eventos selam o bom relacionamento. Caso contrário, Mercado Dezembro 2010 ∞ 100 tudo não passa de comportamentos politicamente corretos. Minha amiga percebeu que foi convidada mais por cortesia que por real espírito natalino. Ainda era uma estranha no grupo e o fato de estar desacompanhada alimentou seus sentimentos de desconforto com a situação. A festa seria na casa do diretor e os convidados eram uma mescla de familiares dele com pouco mais de uma dúzia de funcionários acompanhados de seus respectivos cônjuges. Estava ciente, ainda, de que seu nome não estaria no amigo secreto, pois chegara à empresa após o sorteio. Em suma, poderia ter inventado uma desculpa qualquer, ficar em sua zona de conforto e não enfrentar a situação. Teimosa como ela só, fez tudo ao contrário: aceitou o convite. Com um sorriso estampado no rosto, foi cordialmente atendida pelo anfitrião tão logo tirou o dedo da campainha: - Nossa, chegou cedo! - Não havíamos combinado meiodia? - respondeu Marlene, querendo cavar um buraco no chão envergonhada com sua pontualidade. - Fique à vontade. Você não se importa que eu te deixe só para cuidar dos comes e bebes, né? Durante os 15 minutos mais longos de sua vida, olhou para os muros do quintal, acompanhada de uma bebida qualquer e dos sorrisos esporádicos da babá de uma menina mimada, que até hoje não descobriu quem era. Chegaram os primeiros convidados. “Que alívio”, pensou. Tratava-se de um casal de amigos do dono da casa que, até hoje, Marlene não entendeu porque haviam se casado. Ele saiu por um motivo qualquer e Marlene insistiu em acompanhá-la: - Detesto Natal! - disse a mulher, antes mesmo de dizer o nome. - Por quê? - perguntou Marlene por educação, pois na verdade não estava interessada em sua conversa depressiva. Curioso como muitos se entristecem com o Natal. Acredito que isto ocorra porque os verdadeiros motivos desse ritual exigem de nós uma predisposição a abrirmos o coração e repensarmos valores e modo de vida. A moça respondeu, em meio a lágrimas contidas, os porquês de sua tristeza. Referiu-se a uma festa típica ocorrida há anos em que teve um problema específico. - Você ainda vive aquela festa e deixou de aproveitar muitas outras que a sucederam, inclusive esta. Tem certeza de que vale a pena? respondeu Marlene, tirando inspiração sabe-se Deus de onde. A tal moça sorriu e agradeceu. Marlene soube depois que ela a elogiou, pois havia salvado o Natal dela. Minha amiga não fez nada, apenas não alimentou a autopiedade daquela criatura. Incrível como os melhores presentes são os que menos esperamos. No dia a dia das empresas, pequenas atitudes como essa são as que mais causam impacto. Mais importante que grandes eventos motivacionais, muitas vezes luxuosos e com gurus caríssimos, cuidar do bem-estar diário dos colaboradores é o que de fato faz a diferença. Outros convidados preencheram a festa. Marlene foi apresentada a muitos e, ao contrário do que imaginou, pôde aproveitar algumas conversas. Riu, refletiu, trocou ideias e conhecimentos. Claro que outros tipos estranhos também surgiram, mas ela atesta que aprendeu muito com eles. Uma senhora, leitora assídua de pelo simples fato de não criarmos revistas de fofoca, provocou-a. In- oportunidades de redes de relaciosistia em querer conversar sobre a namento e de ouvirmos a todos. Marlene já se sentia parte da festa vida dos artistas. Marlene mal acompanhava as novelas, que dirá saber quando começou a reparar na dequem fica com quem na vida real. E coração. Os enfeites eram muitos, a tal senhora parecia um quindim parecia mais carnaval. Aos seus falando, numa alusão ao seu bioti- ouvidos chegava uma música que po associado à vestimenta, mono- em nada lembrava as tradicionais cromaticamente amarela. Enquanto canções natalinas. Fizeram o amigo respondia com monossílabos, Mar- secreto, abraços cheios de ternura lene se distraiu observando seus se misturaram a outros meramenexagerados colares e brincos. Antes te sociais. Confidenciou-me, mais que a confundisse com a árvore de tarde, que chegou a sentir o clima Natal, e na tentativa de se livrar da de fraternidade no ambiente, o que interlocutora, resolveu arriscar um propiciou o alívio de problemas que foram deixados para trás. palpite leviano: - A maioria de nossos artistas Mesmo ela, costumeiramente sai do anonimato para a vida pú- desatenta, observou o quanto esblica em questão de ses momentos trazem indicadores dias. E não é fácil lidar interessantes acerca de relacionacom a fama. mentos. Conseguiu se divertir, sem Surpresa, Marlene deixar de se emocionar diante de perecebeu uma aula de quenas alegrias proporcionadas por sociologia artística. En- uma brincadeira simples formatada goliu seu preconceito pela troca de presentes. Por trás dajunto com um pedaço queles pequenos gestos, havia um de peru. Incrível como desejo real, mesmo que contido e alguns estereótipos nos não expresso, de que todos se harimpedem de reconhe- monizassem. cermos talentos. Aquela Já a caminho de casa, ainda solisenhora se mostrou uma tária, Marlene percebeu o quanto sogrande comunicóloga, mos semelhantes em nossas carênconhecedora de aspec- cias e que nossa integração depende tos do comportamento de pequenos gestos. Emocionada, social que explicariam calada, mas com pensamento firme, muitas dúvidas de executivos. No desejou sinceramente que todos cotidiano das empresas, não é inco- aqueles viventes que brevemente mum criarmos paradigmas acerca passaram por sua vida tivessem redos profissionais, impedindo-os de almente um feliz Natal! B se expressarem. Quanto capital Nege Calil intelectual fica é consultor e especialista em gestão de pessoas desperdiçado, [email protected] 101 ∞ Mercado Dezembro 2010 MGeral Dicas para grandes conquistas em 2011 Especialistas apontam 11 ações importantes que podem resultar em vitórias no próximo ano DA Redação Durante os dias que antecedem a chegada do Ano Novo é comum as pessoas enumerarem uma série de promessas e expectativas para o ano que se inicia. Para que essas ações se realizem, entretanto, é preciso muito foco, atenção e disposição na hora de traçar as metas e, principalmente, batalhar por suas realizações. Especialistas de diversas áreas apontam onze ações importantes que podem resultar em grandes conquistas no ano de 2011 para você e para sua empresa. 1º Cuidado na hora de planejar suas dietas e promessas para emagrecer. Para a médica Andréa Quidute Sampaio, especialista em nutrologia do Instituto Paulistano de Neurocirurgia e Cirurgia da Coluna Vertebral, “Quando as pessoas decidem emagrecer acabam fazendo da forma incorreta, cortando da alimentação itens indispensáveis para o equilíbrio do corpo. O mesmo acontece com quem deseja se alimentar melhor e, por conta própria, defini o ‘próprio cardápio’, que, muitas vezes, está inadequado para seu estilo de vida”. 2º Empreender, já pensou nisso? Batista Gigliotti, presidente da Fran Systems, consultoria em desenvolvimento de negócios e de franquias, ressalta que é preciso cautela na hora de direcionar seus investimentos quando o assunto é empreender, ou, então, entrar no mundo do franchising. “Não se pode ficar deslumbrado pelo bom momento econômico do setor. Cada perfil é diferente e o retorno dos investimentos pode variar muito. Uma orientação profissional pode te auxiliar a evitar riscos desnecessários”. 3º Não tenha medo de errar: Tatsumi Roberto Ebina, sócio-fundador da Muttare, consultoria de gestão, destaca que “em muitas empresas, o que ini- be o profissional é o medo de errar. Essa sensação prejudica as organizações. Pensem: por que será que as pessoas têm medo de errar? Grandes empresas, referências em seus segmentos, como Google e Dell, fornecem aos seus colaboradores poder de decisão e autonomia de trabalho, motivando-os ainda mais na busca de resultados expressivos às empresas”. 4º Invista na marca da sua empresa: a maioria dos profissionais não entende a importância de administrar sua marca como parte da empresa. Hélio Moreira, diretor da NewGrowing Design & Branding, agência especializada em design de marcas, identidade visual e estratégias de branding, destaca cinco dicas para você construir uma marca forte e tornar-se conhecido: faça um plano de negócio consistente, com o maior número de informações da concorrência, ponto comercial e público-alvo; faça um planejamento prévio de comunicação com esse público e mercado-alvo; quebre paradigmas; contrate um profissional para ajudá-lo a criar uma identidade para o seu negócio. Pois, não existe negócio sem identidade; crie uma marca alinhada ao seu planejamento; utilize as ferramentas certas de marketing. É fundamental criar uma comunicação com o seu público, um website consistente, um material impresso para divulgação com conteúdo correto, assim conseguirá atrair clientes fiéis ao seu trabalho. 5º Cuide da sua coluna e conquiste o equilíbrio do corpo. Segundo Vinícius Paciulo, fisioterapeuta do Instituto RV, “o tratamento não cirúrgico de Reequilíbrio da Coluna Vertebral (RCV) tem sucesso em aproximadamente 80% dos casos com melhora total do quadro de dor. Realizamos movimentos combinados para verificar a limitação funcional, não somente a dor, mas também a funciona- Chamadas interurbanas da Embratel ficam 0,65% mais caras DA Redação A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou reajuste de 0,6596% para as ligações de longa distância nacionais (DDD) da operadora Embratel. O valor das tarifas varia conforme o horário da chamada e a distância entre as localidades. Segundo a Anatel, o reajuste levou em conta o ÍnMercado Dezembro 2010 ∞ 102 dice de Serviços de Telecomunicações (IST) de junho de 2009 a julho de 2010, de 4,5644%, além do Fator X médio de 2009/2010, de 3,7326%. O Fator X é um índice calculado com base na produtividade das concessionárias e determina a redução que deve ser aplicada ao cálculo do reajuste tarifário. lidade dos movimentos”. 6º Já pensou em atividade física inusitada? A Fechando o Gol, academia de goleiros, prepara esportistas com a técnica e metodologia do seu fundador: Zetti. Rodrigo Rocha, coordenador da academia, esclarece os procedimentos: “Analisamos cada aluno, a idade, a estatura e a possibilidade de desenvolvimento e aprimoramento das técnicas. Quando o aluno chega à academia consideramos todos os pontos positivos para ser um goleiro e quais ainda deverão ser desenvolvidos com os treinamentos. Sempre obtivemos ótimos resultados com os adultos e com as crianças matriculadas”. 7º Seja diferente. Personalize seus produtos. Você sabia que há possibilidade de planejar todas as esquadrias do seu imóvel com o seu jeito? A Epros, empresa especializada em esquadrias de alumínio personalizadas, pode realizar o seu sonho. Cesar Augusto Martos, diretor comercial, esclarece: “Nossos colaboradores estão prontos para atender cada projeto. Seja uma janela individual da casa de campo ou uma obra grande para construtoras. Estamos aptos a confeccionar o material que o cliente necessita”. 8º Invista em sua carreira e de forma planejada: Para quem almeja um salto na carreira ou ampliar os conhecimentos, os cursos de idiomas são sempre os mais procurados, seja o inglês, o espanhol e até o mandarim. Segundo Ho Mien Mien, sócia e diretora da Outliers, os interessados em aprender ou aprimorar um outro idioma devem considerar alguns pontos para obter a fluência neste, como, por exemplo, quantas horas por dia/semana terão disponíveis para realizar o curso, os valores que serão investidos e a possibilidade de realizar uma viagem internacional. 9º Mobilidade e dinamismo para as empresas: Após o uso em grande escala da internet em PCs, os dispositivos móveis, smartphones e pockets, irão contribuir muito nos próximos anos para as áreas de vendas e comerciais das empresas. Marcos Paulo Amorim, diretor da Blink Systems, afirma que estes dispositivos munidos de internet aumentarão consideravelmente os lucros das organizações. “Quem consegue realizar alguma atividade, sem antes consultar a internet? Ela se tornou estratégica para as empresas e para as pessoas. Já os dispositivos móveis, com acesso à internet, vieram para contribuir com as vendas, com as negociações e com várias outras áreas e consequentemente melhorar os resultados”. 10º Invista em um imóvel que lhe traga qualidade de vida: As dificuldades recorrentes das grandes cidades, poluição, trânsito e outros, levam-nos sempre a pensar em buscar mais qualidade de vida. Para tanto, empresas já idealizam projetos de loteamentos no interior de São Paulo, que contemplam a natureza, áreas de lazer, quadras poliesportivas e outros equipamentos que garantem ao morador tranquilidade e segurança, como explica Alexandre Cardoso, diretor da Apoena Imóveis, “para oferecer isto, saímos do conceito imobiliário de hoje, a padronização, e buscamos em regiões, como o Vale do Paraíba, terrenos que possibilitassem um maior aproveitamento do espaço e para oferecer uma estrutura que atenda aos mais exigentes padrões e traga conforto e segurança, aliando natureza e tecnologia”. 11º Comunicação interna? Invista em seus colaboradores. Para Meriellin Albuquerque, diretora de planejamento da agência Ato Z Comunicação, investir em programas de motivação e integração da equipe é um caminho para o sucesso. “O primeiro passo que realizamos em cada empresa que pretendemos desenvolver uma ação de comunicação e de premiação é a pesquisa para identificar os principais valores dos colaboradores, as necessidades, entre outros aspectos. Podemos mostrar que independente do tamanho da empresa é possível investir em pessoas e fazer a diferença na vida delas e de suas famílias”. MGeral Lula gastou quase R$ 10 bi em publicidade em 8 anos DO Contas Abertas Se propaganda é a alma do negócio, não à toa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrará o mandato com uma aprovação popular recorde de 83%, segundo pesquisa do Instituto Datafolha. Em oito anos de mandato, Lula gastou pouco mais de R$ 9,3 bilhões dos cofres públicos no intuito de manter a sociedade informada sobre os atos de governo - em valores corrigidos pela inflação. Um balanço preliminar da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), divulgado nesta segunda quinzena de dezembro, informa aplicações de R$ 1,1 bilhão em publicidade neste ano, apenas até o início de dezembro, uma média diária de R$ 3 milhões. A cifra refere-se a todos os ministérios, autarquias, fundações, empresas estatais e sociedades de economia mista. A mídia mais procurada pelos órgãos públicos federais foi, mais uma vez, a televisão, que respondeu por R$ 707,2 milhões, ou 64% de todos os anúncios feitos neste ano. A publicidade nos jornais obteve investimentos de R$ 100,1 milhões, o que representa 9% dos gastos com propaganda. Bem próximo, os anúncios em rádios chegaram a quase R$ 100 milhões. As revistas foram responsáveis por R$ 83 milhões. A Internet e os outdoors receberam anúncios de R$ 36,6 milhões e R$ 5,8 milhões, respectivamente. Já a publicidade governamental em cinema, mobiliário urbano, carro de som, telas digitais em shopping, elevadores, supermercados e aeroportos respondeu por R$ 68,4 milhões, ou 6% do total investido no período. Na comparação entre os governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, a atual gestão sai ligeiramente na frente. Entre 2000 e 2002, FHC aplicou R$ 3,1 bilhões em publicidade, uma média de pouco mais de R$ 1 bilhão por ano. Já o presidente Lula, que dispensou R$ 9,3 bilhões durante oito anos, teve média anual de gastos estimada em quase R$ 1,2 bilhão. O cientista político e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo, Fernando Azevedo, ressalta que um dos princípios que rege as democracias modernas é a transparência e a prestação de contas do governo perante o cidadão. Neste sentido, portanto, a publicidade seria um instrumento de transparência governamental. Por outro lado, Azevedo não descarta a possibilidade de autopromoção de autoridades públicas. “A tendência é que os governos ampliem seus investimentos nessa área porque a divulgação governamental beneficia o partido ou a coalizão partidária que controla o governo”, avalia. MGeral Mega-aumento dos parlamentares não vinculou os Três Poderes DO Contas Abertas Com o pretexto de equiparar os salários aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto do funcionalismo público, deputados e senadores se uniram na última quarta-feira para elevar seus subsídios mensais a R$ 26,7 mil, um aumento de quase 62%. Mas, ao contrário do que se imagina, embora o valor seja o mesmo para os Três Poderes, os salários reajustados não serão equiparados aos dos ministros do STF. Para que isso ocorresse, seria necessária a edição de uma emenda constitucional. Desta forma, a igualdade entre os salários dos parlamentares, presidente e vice-presidente da República, ministros de Estado e ministros do Supremo durará por apenas algum tempo, já que tramita no Congresso Nacional, desde agosto, um projeto que pretende elevar o subsídio das demais autoridades do Judiciário para quase R$ 30,7 mil. Caso o Congresso não aprove o projeto de lei que reajusta em 14,79% os subsídios pagos aos magistrados até a próxima semana, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, garante recorrer ao STF. “É um absurdo e um desrespeito aprovar reajuste de membros do Executivo e do Legislativo, sendo que há uma proposta de reposição da inflação do teto sem ser apreciada no Congresso. O Congresso violou a Constituição porque está expresso que a inflação deve ser reposta todos os anos pelo Congresso, que não cumpriu sua obrigação de legislar”, afirma. Um mandato de injunção deverá ser ajuizado no STF logo no início do próximo ano, abrindo a possibilidade de que o próprio Supremo conceda o reajuste salarial. “Com a ação, o Congresso Nacional será notificado da mora em legislar. E, se o Supremo julgar pertinente, poderá editar uma norma para o caso concreto, repondo, assim, a inflação sem a intervenção do Congresso”, esclarece. CEF lança cartão para pagamento de aluguel sem precisar de fiador A Caixa Econômica Federal lançou este mês em São Paulo o Cartão Aluguel Caixa. O produto será usado por clientes do cartão de crédito para o pagamento de aluguel, sem a necessidade de fiador ou garantia adicional. A comercialização do produto em âmbito nacional está prevista para fevereiro de 2011, após fase de piloto em São Paulo. Segundo a Caixa, o processo de locação, com o uso do Cartão Aluguel, será realizado em uma das imobiliárias credenciadas pelo banco, após a assinatura do contrato de alu- expediente Diretor Eduardo J. L. Nascimento [email protected] Conselho Gestor Eduardo J. L. Nascimento, Evaldo Pighini, Fernando Martini Conselho Editorial Paulo Sérgio Ferreira, Janaina Depiné, Analu Guimarães, Dr. Joemilson Donizetti Lopes, Marconi Silva Santos, Pedro Lacerda, Marcelo Prado, Dalira Lúcia C. Maradei Carneiro Editor Chefe e Jornalista Responsável Evaldo Pighini - MG 06320 JP [email protected] Mercado Dezembro 2010 ∞ 106 guel pelo inquilino. A Caixa irá garantir à imobiliária o recebimento de até 12 parcelas de aluguéis não pagos. O Cartão Aluguel Caixa será oferecido nas bandeiras MasterCard e Visa, na variante internacional, para pessoas físicas, locatárias de imóveis residenciais. O cliente terá o limite-aluguel, que será utilizado exclusivamente para pagamento da locação do imóvel, e o limite rotativo, destinado ao pagamento de compras em estabelecimentos comerciais, como um cartão de crédito convencional. De acordo com a Caixa, o cartão será comercializado nas imobiliárias credenciadas e na rede de agências do banco em todo o país. Ainda nesta semana, a instituição inicia o cadastramento de imobiliárias. Reportagens Evaldo Pighini, Isabella Peixoto, Margareth Castro, Fabiana Barcelos, Laura Pimenta, Rosiane Magalhães, Talita Nakamuta, Alitéia Milagre, Renata Tavares, Núbia Mota Programa de Aprimoramento Profissional Natália Nascimento Revisão Lúcia Amaral Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Colaboradora Márcia Amaral Diretor Comercial Fernando Martini - comercial@ revistamercado.com.br Departamento de Vendas Maurício Ribeiro - comercial08@revistamercado. com.br e Cristiane Magalhães - [email protected] Secretaria Kárita Barbosa dos Santos - [email protected] Consultoria Jurídica Thiago Alves - OAB 107.533 Projeto Gráfico RedHouse Comunicação Ltda. 34 3235-6021 Capa, Direção de Arte e Finalização Humpormil Pré-impressão Registro Digital Impressão Para anúncios e assinaturas comercial@ revistamercado.com.br Redação Artigos, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO e mensagens para o Canal Livre: [email protected] Cartas Rua Roosevelt de Oliveira, 345 Sala 14 - Bairro Aparecida CEP: 38.400-610 - Uberlândia/MG - Toda correspondência poderá ser publicada de forma reduzida. 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