Reabilitação respiratória no domicílio em utente com silicose
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Reabilitação respiratória no domicílio em utente com silicose
A silicose é considerada uma doença pulmonar ocupacional e pode ocorrer de duas formas distintas: silicose aguda e silicose clássica crónica. O aspeto típico da silicose clássica na sua forma simples apresenta opacidades múltiplas nodulares. A apresentação complicada consiste na existência de fibrose maciça progressiva, que se forma a partir da expansão e confluência dos nódulos silicóticos individuais, resultando num aspecto imagiológico pseudo-tumoral (Preto et al, 2011). Efectuou-se um estudo de caso de um utente com silicose pseudo-tumural, seguido na ECCI em programa de Enfermagem de Reabilitação durante 3 meses, tendo sido avaliado pré e pós intervenção. Dados pessoais: Antecedentes: ESCALA SCORE INICIAL SCORE FINAL Qualidade de Vida – Euro Qol -0,17 0,71 Hospital Anxiety and Depression Scale – Escala de Ansiedade 15 – Grave 6 – Sem ansiedade Hospital Anxiety and Depression Scale – Escala de Depressão 19 – Grave 7 – Sem Depressão LCADL – London Chest Activity of Daily Living 66 47 Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire – Dispneia 82 65 Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire – Fadiga 76 60 Pulmonary Functional Status and Dyspnea Questionnaire – Mudança nas atividades 83 65 Inaloterapia / OLD 55 anos /sexo masculino Reformado por invalidez (pedreiro – 9 anos) Habilitações literárias: 4º ano Estado civil: casado Hábitos tabágicos: não -Brisomax 50/500 -Spiriva 18 ug -Atrovent 0.25mg - OLD 2l/m - Silicose pseudo-tumoral - Tuberculose pulmonar (1980) - Cardiopatia Isquémica - HTA /Dislipidemia/Anemia - Pneumonia /Traqueíte aguda - Bronquite crónica obstrutiva - Catarata senil Programa de Enfermagem de Reabilitação Técnicas de conservação de energia e relaxamento Técnicas de consciencializacão e controlo respiratório Reeducação abdomino-diafragmática e costal Mecanismo de limpeza das vias aéreas (tosse) Técnicas de correção postural Exercícios de mobilização toracica Otimização da terapia inalatória e dispositivos de oxigenoterapia Fortalecimento muscular dos membros inferiores e superiores Nov. 2015 – Jan. 2016 ( 3 meses) Sem Reabilitação Fev. – Mai. 2016 ( 3 meses) Com Reabilitação/ECCI CONCLUSÃO: O programa de Enfermagem de Reabilitação teve um impacto muito positivo na saúde e bem estar Agudizações 2 0 do utente. Após intervenção, apresentou melhoria em todos os parâmetros de acordo com as escalas utilizadas, tendo ainda diminuído os episódios de agudização e dias de internamento hospitalar por patologia respiratória relativamente aos 3 meses antes da admissão na ECCI. Dias de Internamento 7 0 Autores: Sandrina Sousa, EER; Sérgio Garcia, EER – UCC Paredes/Rebordosa BIBLIOGRAFIA: Cordeiro, M.,& Menoita, E. (2014). Manual de boas práticas na reabilitação respiratória: conceitos, princípios e técnicas. Lisboa: Lusociência. ; Cordeiro, M. (2015).Terapêutica inal atória: princípios, técnica de inalação e dispositivos inalatórios (2ª ed.). Lisboa: Lusodidacta.; Kovelis, D., Segretti, N., Probost, V., Lareau, C., Brunetto, A., & Pitta, F. (2008). Validação do modified pulmonary functional status and dyspnea questionnaire e da escala do medical research council para o uso em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica no Brasil. Jornal Brasileiro de pneumologia, vol. XXXIV (nº 12), 1008-1018.; Pitta, F., et al. (2008). Validação da versão em português da escala London chest activit of daily living (LCADL) em doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica. Revista Portuguesa de pneumologia, vol. XIV (nº2), 27-47.; Preto, S. et al. (2011). Silicose E As Suas Idiossincrasias: Aspectos Imagiológicos Comuns E Pouco Comuns . Acta Radiológica Portuguesa, (nº 92) out/dez .; Simão, P., & Almeida, P. (2009). Reabilitação respiratória. Uma estratégia para a sua Implementação. Revista Portuguesa de pneumologia, vol. XV (supl. 1), 93-118.