era colonial

Transcrição

era colonial
DIVISÃO LITERÁRIA
ERA COLONIAL
ERA NACIONAL
QUINHENTISMO –
1500/1601
ROMANTISMO – 1836/1881
ERA COLONIAL
1. QUINHENTISMO: “Literatura sobre o Brasil”
1.500 ................................................. 1.601
BARROCO – 1601 / 1768
REALISMO –1881
NATURALISMO – 1881
PARNASIANISMO –1882
ARCADISMO – 1768/1808
Período de Transição
“A CARTA” – Pero Vaz de Caminha
Valor históricodocumental supera
valor literário.
Literatura
informativa
(predominante)
SIMBOLISMO – 1893/1922
1808- Família Real no Brasil
1822- Independência do Brasil MODERNISMO – 1922/dias
Cartas, relatórios,
documentos, crônicas,
mapas, etc.
“Tratado da terra do Brasil”: nativismo /
“espanto” europeu / estímulo à imigração /
descrição da fauna e flora;
Literatura jesuítica
Informativa em geral / função pedagógica;
Pe. José de Anchieta: poesia e teatro.
atuais
2. BARROCO: “Arte do Contraste”.
Corpo
1601 ................................................. 1768
EU X MUNDO
subjetividade
BARROCO
“PROSOPOPÉIA” – Bento Teixeira
CONTEXTO HISTÓRICO:
- Reforma Protestante (Martim Lutero)
X
- Contra-Reforma (Inquisição / Companhia de Jesus);
- Domínio Espanhol (1580/1640) / Mito Sebastianista;
- Ciclo da cana-de-açúcar: Bahia / Recife / Olinda;
- Invasões Holandesas / Guerra dos Mascates;
- Sociedade patriarcal / Tráfico negreiro.
LINGUAGEM
REBUSCADA
Vida, prazeres terrenos, gozo
Mundano, pecado
X
Alma
– antíteses
– inversões
– paradoxos
– metáforas
– ausência de
clareza
EFEMERIDADE DA VIDA
MEDO / SOFRIMENTO
Morte, salvação eterna, graça
– Cultismo:
Cultismo: jogo de palavras /
dificuldade de compreensão
– Conceptismo:
Conceptismo: jogo de ideias /
argumentação / persuasão
– Viver a vida
ou
– PrepararPreparar-se para a morte
A arte do conflito / dualidade / bifrontismo / fusionismo / pessimismo
Achando-se um braço perdido do menino Jesus de Nossa Senhora
das Maravilhas que desacataram infiéis na Sé da Bahia.
A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Em todo Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
1
PRINCIPAIS AUTORES BARROCOS
POESIA RELIGIOSA
cultista /
conceptista
GREGÓRIO DE MATOS
“BOCA DO INFERNO”
POESIA AMOROSA
O homem ajoelhado diante de Deus
Amor
amor
Mulher = anjo/ pureza
X
mulher = diabo / tentação
POESIA SATÍRICA Ironiza todos os aspectos da vida colonial, principalmente os
portugueses / pornografia / deboche social / humor.
“Eu sou aquele, que os passados anos
cantei na minha lira maldizente
torpezas do Brasil, vícios e enganos.”
PADRE VIEIRA
Sermões
– combate aos cultistas e os semsem-fé
– defesa dos índios / negros / judeus
– sonho com o “Grande Império” / Sebastianista
– linguagem conceptista
Jesuíta / polêmico
ERA COLONIAL
3. ARCADISMO: “O campo e a vida simples”.
1768 ................................................. 1836
“OBRAS POÉTICAS” – Cláudio Manuel da Costa
CONTEXTO HISTÓRICO:
-
Iluminismo / Ilustração / Independência dos E.U.A.;
Administração Pombalina / Ciclo da Mineração (ouro);
Minas Gerais (capital social e econômica) / Despotismo;
A Corte no Rio de Janeiro (capital político- administrativa).
Cobrança de Impostos e Repressão Portuguesa (Derrama);
Inconfidência Mineira (1789) / Revolução Francesa (1789).
ÁRCADES LÍRICOS
a) Cláudio Manuel da Costa – Glauceste Satúrnio
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oposição campo X cidade; poeta inconfidente;
influência camoniana na estrutura e linguagem;
poeta de transição entre o Barroco e o Arcadismo;
exímio sonetista; bucolismo e pastoralismo;
Musa: Nise.
Obras:
Lírica = “Obras Poéticas”
Épica = “Vila Rica”
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
E mais não digo, porque a Musa topa.
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
CARACTERÍSTICAS
Retomada dos valores clássicos;
Racionalismo/ Universalismo / Objetividade;
Formalismo / Culto da Beleza / Cultura greco-romana;
Simetria / Equilíbrio / Harmonia;
Mitologia / Fingimento poético;
• Simplicidade / Linguagem Direta / Contenção lírica;
• Pastoralismo / Bucolismo / Natureza como cenário;
• Fugere Urbem / Áurea Mediocritas;
• Inutilia Truncat / Locus Amoenus / Pseudônimos;
• C A R P E D I E M.
LXXII
Já rompe, Nise, a matutina aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora
Que alegre, que suave, que sonora,
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!
Só minha alma em fatal melancolia
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda, que coisa é alegria;
E a suavidade do prazer trocada,
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite lhe agrada.
2
b) Tomás Antônio Gonzaga: Dirceu / Critilo
• Magistrado / reflete o ideal de vida burguesa;
• Líder intelectual e político da Inconfidência
• Prisão e degredo para Moçambique.
Obra Lírica: Marília de Dirceu (liras em duas
partes inspiradas em seu romance com Maria
Dorotéia Joaquina de Seixas) / lirismo amoroso.
1ª parte = natureza mineira / carpe diem /
bucolismo / pastoralismo / locus amoenus / planos
e sonhos de felicidade / descrições da amada / o
poeta se mostra epicurista, narcisista e burguês / .
c) Silva Alvarenga – poeta não-inconfidente /
precursor do Romantismo / versos simples de intensa
musicalidade / natureza decorativa/ rondós e madrigais.
Pseudônimo pastoril: “Alcindo Palmireno”
OBRA: “O Desertor das letras“ – poema herói-cômico;
“Glaura” - poemas eróticos / certo individualismo;
Chora o Rio por entre arvoredos,
Nos penedos recostado:
Por ti, Glaura, a Natureza
Chora o prado, chora o monte,
Se cobriu de mágoa e luto.
Chora a fonte, a praia, o mar.
Quanto vejo, quanto escuto
É tristeza, e é pesar.
Vêm as Graças lagrimosas,
E os Amores sem ventura
Nesta fria sepultura
Pranto e rosas derramar.
b) Frei de Santa Rita Durão: perseguido político
CARAMURU (1781): dez cantos em cinco partes;
TEMA: o descobrimento e a conquista da Bahia por
Diogo Álvares Correia (herói cristão);
CARACTERÍSTICAS:
• influência camoniana na construção do poema;
• mitologia ausente / conservadorismo cristão;
• valorização da vida natural / lenda histórica;
• descritivismo nativista / costumes indígenas;
• Heróis: Caramuru / Paraguaçu (casa-se e vai para Paris);
• Episódio de destaque: a morte de Moema.
2ª parte = escrita no cárcere / sofrimento / melancolia /
solidão / reflexões sobre o destino e a justiça / lírica
apolínea / tom confessional (pré-romantismo).
“Nesta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda, Marília, adoro
A tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
Busca extremoso, que eu assim resista
À dor imensa, que me cerca, e mata”.
Obra Satírica: Cartas Chilenas (pseudônimos Critilo e
Doroteu) poemas de crítica política à Fanfarrão Minésio
(Luiz da Cunha Menezes, Governador de MG até pouco
antes da Inconfidência).
ÁRCADES ÉPICOS
a)Basílio da Gama: ex-jesuíta / Termindo Sipílio
O Uraguai (1769): crítica e sátira aos Jesuítas e defesa
da política pombalina / ficção e realidade histórica.
TEMA: Guerra dos sete povos das Missões: tropas lusoespanholas X índios (instigados pelos Jesuítas).
CARACTERÍSTICAS:
• Versos decassílabos brancos; estrofação livre.
• Episódio de destaque: a morte de Lindóia por causa
do seu grande amor Cacambo.
• VILÕES: Jesuítas (padre Balda)
• HERÓI DO POEMA: General Gomes Freire de Andrade
O URAGUAI
CARAMURU
BASÍLIO DA GAMA
SANTA RITA DURÃO
INDIANISMO
Glorificação
do
homem
natural que enfrenta os
representantes da civilização
europeia.
Glorificação
do
índio
coadjuvante que se converte à
religião do dominador luso e
o
auxilia na conquista da
terra
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