IPv6 na Minho Campus Party 2004
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IPv6 na Minho Campus Party 2004
IPv6 Desenvolvimentos Avançados em Redes Deliverable 5.11 IPv6 na Minho Campus Party 2004 Versão: 1.21 Tipo: Histórico Distribuição: Público Data de Entrega: Objectivo: Ano I Editores: Carlos Friaças Sumário: A Minho Campus Party é um evento anual que junta várias centenas de participantes ao longo de cinco dias. A realização de várias actividades (concursos, conferências, apresentações, etc...) em conjunto com o acesso em banda larga à Internet produz um acontecimento único no nosso país. A introdução de IPv6 na rede disponibilizada a todos os participantes, via rede académica portuguesa (RCTS), teve como objectivo disseminar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no nosso país em torno da Internet de nova geração. Histórico do Documento: Versão Data Revisor Comentário 1.0 17/8/2004 Carlos Friaças Criação do Documento 1.01 19/8/2004 Ricardo Oliveira Revisão 1.1 20/8/2004 Carlos Friaças Capitulo de Actividades e Rede 1.2 24/8/2004 Carlos Friaças Capitulo de Competição e Concl. 1.21 31/8/2004 Carlos Friaças Pequenos Ajustes Tabela De Conteúdos 1 2 3 4 5 6 Introdução ...............................................................................................3 Relações com outros Deliverables........................................................3 As Actividades ........................................................................................4 A Rede .....................................................................................................5 A Competição IPv6 .................................................................................6 Conclusões .............................................................................................7 Lista De Acrónimos [1] – Associação Industrial do Minho (http://www.aiminho.pt) [2] – Portugal Telecom (http://www.ptcomunicacoes.pt) [3] – Cisco Systems (http://www.cisco.com) [4] – Eurotux (http://www.eurotux.pt) [5] – Escola Profissional de Braga (http://www.epb.pt) [6] – 155 Mbps [7] – 34 Mbps [8] – ATM – Assynchronous Transfer Mode [9] – Local Internet Registry [10] – http://www.dns.pt [11] - http://web4.campus-party.org/index.php3 2 1 Introdução A Minho Campus Party é um evento anual que se realiza na região minhota. Este ano foi realizada a quarta edição, no novo Estádio Municipal de Braga (concluído em 2004, e assinado pelo Arquitecto Souto Moura). As três primeiras edições foram realizadas em Braga (2001, Parque de Exposições de Braga), Guimarães (2002, no Pavilhão Multiusos), e em Viana do Castelo (2003). A afluência de participantes a este evento foi um sucesso estrondoso. Foram permitidas cerca de 1500 inscrições (através do site do evento), e todas as vagas foram preenchidas. No que diz respeito ao número de pessoas afectas à organização foram superadas as duas centenas, isto porque uma organização deste tipo envolve especialistas de diversas áreas, afectos a várias entidades que colaboram activamente na organização do evento. A realização de um evento desta envergadura, ao longo de cinco dias, só é possível através da conjugação de muitos esforços. Assim, a AIMINHO[1] era a principal entidade da organização, sendo que a PT[2] forneceu a conectividade à Internet. A Cisco Systems[3] disponibilizou uma vasta gama de equipamento de rede, e em conjunto com a Eurotux[4] organizou a rede local. A responsabilidade do canal interno de TV foi entregue à Escola Profissional de Braga[5], e as áreas de conteúdos, programação e produção áudio-visual foram coordenadas pela empresa Lookware – Comunicação e Imagem. A FCCN esteve envolvida no evento no sentido de o ligar à rede IPv6 mundial (através do nó da rede académica portuguesa situada na Universidade do Minho, no Campus de Gualtar). Outras entidades estiveram também envolvidas, sendo a lista extensa e acessível em http://www.minhocampusparty.net. 2 Relações com outros Deliverables O presente documento não contém referências comuns a nenhum dos outros documentos. 3 3 As Actividades Da mesma forma que em anos anteriores, a Minho Campus Party de 2004 foi dotada de um programa muito rico em termos de actividades, nomeadamente no que concerne a apresentações e painéis de debate. De salientar que todo este programa foi concebido de forma a ser de acesso livre, na entrada da zona exclusiva para participantes, mas situando-se no seu exterior. As áreas cobertas pelas apresentações e debates vão desde o WaterCooling, ao Linux e suas várias distribuições, à terceira geração móvel e redes wireless, passando pela discussão de protocolos peer-to-peer e pelas recorrentes questões da utilização de software de código aberto versus software proprietário. As áreas de jogos e programação foram também fortemente focadas ao longo dos vários dias do evento. No entanto, a grande novidade foi o IPv6, através de um painel de debate com o Director Geral e o Director Técnico da FCCN (em representação da Task-Force IPv6 Portuguesa e do projecto Europeu 6NET, respectivamente), um representante da Cisco Systems e o Prof. Alexandre Santos da Universidade do Minho. A programação completa está disponível em: http://www.minho-campus-party.net/campus.php?IDM=35 De salientar também a presença da Universidade do Minho, demonstrando os seus futebolistas robôs, e para a existência de um canal de televisão em circuito fechado, da responsabilidade da Escola Profissional de Braga. Este canal de televisão foi retransmitido para a Internet IPv6 Mundial, através de um servidor de streaming localizado em Lisboa, nas instalações da FCCN, que só permite ligações a utilizadores que estejam a usar IPv6. 4 4 A Rede A gestão da rede da edição 2004 esteve a cargo da Eurotux e da Cisco Systems, sendo que os equipamentos de rede foram integralmente disponibilizados por este último fabricante. A rede assentou na existência de vinte Cisco Catalyst 4006, com placas de processamento supervisor II+ ou III, onde as ligações Ethernet dos participantes foram colectadas. Por sua vez, estes equipamentos foram ligados a dois Cisco Catalyst 6513 com processadores Supervisor 720 (que são uma das mais recentes apostas deste fabricante), através de múltiplas ligações GigabitEthernet (totalizando 4Gb por switch de distribuição). Foi então interligado o par de equipamentos anteriormente referido através de uma ligação de 40Gbps, utilizando duas placas de 4 portas de 10Gb para o efeito. O acesso à Internet foi garantido por dois Cisco 7206 VXR com processadores NPE-G1. Os três STM-1[6] disponibilizados pela Portugal Telecom (num total de 465Mbps) foram distribuídos por estes dois encaminhadores, sendo que o equipamento que ficou a suportar apenas um destes circuitos, acolheu também a ligação IPv6 à Universidade do Minho, através de um circuito E3[7] ATM[8] gentilmente cedido pela PT Comunicações. O diagrama completo da rede utilizada é ilustrado na figura seguinte: Em termos lógicos, a rede ficou dividida em 7 VLANs, sendo que em termos de IPv6, o bloco de endereços atribuído pelo LIR[9] da FCCN à edição deste ano do evento foi o 2001:690:CAFE::/48. Desta forma, o identificador da VLAN em 5 questão surgia numa das componentes do endereço IPv6 de cada utilizador (ex.: 2001:690:CAFE:<VLAN>::<MAC + infixo>). No final do evento, foi determinado o número de vizinhanças IPv6 («neighborships») detectado pelos vários switches existentes, sendo que este dado denotou a existência de cerca de 230 equipamentos com a versão 6 do protocolo IP activado. A criação de vizinhanças de rede em IPv6 só é possível quando a pilha relativa a esta versão é activada no sistema operativo de um equipamento. 5 A Competição IPv6 No âmbito da participação da FCCN nesta edição da MinhoCampusParty, foi decidido elaborar uma competição, que por um lado alertasse os participantes para o estado de utilização em que o IPv6 já se encontra, e ao mesmo tempo que pusesse à prova alguns conhecimentos, e a capacidade de encontrar informação na Internet. O modus-operandi a que se recorreu foi baseado numa apresentação Powerpoint, sendo que metade do seu conteúdo foi desvendado durante o período de registo, e a sua totalidade só foi revelada no decurso do tempo previsto para a competição. Nesta perspectiva, a primeira metade continha a alusão aos prémios a atribuir, instruções sobre como activar IPv6 nos sistemas operativos da Microsoft e em Linux (os dois mais usados pelos participantes), e também dados que permitiam efectuar o registo num website só acessível a partir de um sistema com IPv6 activado. Quanto às fases da competição propriamente dita, foram desenhadas cinco. A primeira fase consistia em obter via protocolo FTP ou HTTP um ficheiro com 10 Megabytes, e depois colocá-lo num servidor FTP acessível apenas por IPv6. A segunda prova tinha por objectivo fazer com que os participantes visitassem páginas via IPv6 e registassem pormenores (letras, número de ocorrências, etc). Estes pormenores teriam um resultado diferente se o seu browser acedesse às respectivas páginas web apenas usando IPv4. O passo seguinte era recorrer a um site situado na Holanda capaz de medir a largura de banda disponível desde o referido site até ao equipamento do participante em IPv6. Neste ponto esperava-se um grande equilíbrio entre todos os concorrentes, no entanto a prática demonstrou o contrário (talvez porque ao mesmo tempo os concorrentes estivessem a exercer outras actividades, roubando tempo de processamento/disponibilidade ao seu computador). A quarta fase foi pedir aos participantes para aceder a um vídeo preparado pela FCCN que foi disponibilizado num servidor de vídeo on-demand, acessível apenas por IPv6. Esse vídeo continha bandeiras de 20 países, e a rapidez da passagem no écran obrigava os concorrentes a acederem repetidamente ao servidor de vídeo para conseguirem identificar todas as bandeiras. De referir que apenas o vencedor global da competição conseguiu identificar correctamente as 20 bandeiras. Por último, foram 6 colocadas três questões sobre a FCCN e suas actividades, que obrigou os concorrentes a pesquisarem na Web. Quanto aos resultados, o vencedor foi João Pereira de 21 anos, e em segundo e terceiro lugar respectivamente ficaram colocados Pedro Pinhão de 19 e Osvaldo Rafael de 24. Todos eles ganharam anuidades grátis no serviço de registos de .PT[10] gerido pela FCCN, no classificador «nome.pt». 6 Conclusões O evento em questão demonstrou ser uma realidade única no nosso país, e uma oportunidade de enriquecimento a muitos níveis, quer nas realidades pessoais quer organizacionais. Se tivermos em mente, que no mesmo período de tempo estava a ser realizado outro evento similar em Valência[11] (com cerca do triplo de participantes), e que isso não foi impeditivo para o sucesso desta edição da MinhoCampusParty, podemos facilmente perceber o verdadeiro alcance deste tipo de eventos. Na realidade, a evolução próxima não se trata de melhorar o evento através da sua faceta numérica em termos de participantes, mas sim através da qualidade dos motivos que levam centenas de pessoas todos os anos até este evento singular, como o núcleo duro da organização afirmou. Esta é uma via com a qual concordamos inteiramente, esperando que na próxima edição o IPv6 volte a ser um tema forte, e que a evolução mundial a vários níveis permita também uma maior adesão à utilização efectiva do protocolo durante o evento, e consequentemente em momentos subsequentes. 7