Edição 47 - Janeiro/2011

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Edição 47 - Janeiro/2011
Centro Espírita União e Humildade
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Informativo Doutrinário - Terceira Revelação
Edição 47 - JANEIRO / 2011
Distribuição gratuita
RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO
A reencarnação fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. Somente os
saduceus, que pensavam que tudo acabava com a morte, não acreditavam nela. As idéias dos
judeus sobre esse assunto, e sobre muitos outros, não estavam claramente definidas, pois apenas
tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Acreditavam que um
homem que viveu podia reviver, sem entender entretanto de que modo isso podia acontecer.
Designavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama mais apropriadamente de
reencarnação. De fato, a ressurreição supõe o retorno à vida do corpo que está morto, o que a
Ciência demonstra ser materialmente impossível, porque os elementos desse corpo estão, desde há
muito tempo, desintegrados na Natureza. A reencarnação é o retorno da alma ou Espírito à vida
corporal, mas em um outro corpo, formado novamente para ele, e que não tem nada em comum
com o que se desintegrou. A palavra ressurreição podia assim se aplicar a Lázaro, mas não a Elias,
nem aos outros profetas. Se, portanto, conforme se acreditava, João Batista era Elias, o corpo de
João não podia ser o de Elias, porque João tinha sido visto desde criança e sabia-se quem eram seu
pai e sua mãe. João, portanto, podia ser Elias reencarnado, mas não ressuscitado.
Ora, havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos, senador dos judeus, que
veio à noite encontrar Jesus e lhe disse: Mestre, sabemos que viestes da parte de Deus para nos
instruir como um doutor, pois ninguém poderia fazer os milagres que fazes se Deus não estivesse
com ele.
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, vos digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se
não nascer de novo. Nicodemos perguntou a Jesus: Como pode nascer um homem que já está
velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez?
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, vos digo: Se um homem não renascer da água e
do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do
Espírito é Espírito. Não vos espanteis se vos digo que é preciso que nasçais de novo. O Espírito
sopra onde quer e escutais sua voz, mas não sabeis de onde ele vem, nem para onde vai. Ocorre o
mesmo com todo homem que é nascido do Espírito.
Nicodemos perguntou: Como isso pode acontecer? Jesus lhe disse: Sois mestre em Israel e
ignorais essas coisas! Em verdade, em verdade, vos digo que apenas dizemos o que sabemos e que
apenas damos testemunho do que vimos; e, entretanto, não recebeis nosso testemunho.
Mas se não acreditais quando vos falo das coisas terrenas, como acreditareis quando vos
falar das coisas do Céu? (João, 3:1 a 12.)
O pensamento de que João Batista era Elias, e de que os profetas podiam reviver na Terra,
encontra-se em muitas passagens dos Evangelhos, notadamente nas relatadas acima (v. 1 a 3). Se
essa crença fosse um erro, Jesus não teria deixado de combatê-la, como combateu tantas outras.
Longe disso, Jesus a confirmou com toda a sua autoridade e colocou-a como ensinamento e como
uma condição necessária quando disse: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.
E insistiu, acrescentando: Não vos espanteis se vos digo que é preciso que nasçais de novo.
1
Estas palavras: “Se um homem não renascer da água e do Espírito”, foram interpretadas no
sentido da regeneração pela água do batismo. Porém o texto primitivo trazia simplesmente: Não
renascer da água e do Espírito, enquanto, em algumas traduções, a expressão do Espírito foi
substituída por do Espírito Santo, o que não corresponde mais ao mesmo pensamento. Esse ponto
capital sobressai dos primeiros comentários feitos sobre os Evangelhos, assim como isso será um
dia constatado sem equívoco possível.
Para compreender o verdadeiro sentido dessas palavras, é preciso igualmente entender o
significado da palavra água, que foi empregado ali com um sentido diferente do que lhe é próprio.
Os conhecimentos dos antigos sobre as ciências físicas eram muito imperfeitos.
Acreditavam que a Terra tinha saído das águas, e por isso julgavam a água como elemento gerador
absoluto. É assim que na Gênese está escrito: O Espírito de Deus era levado sobre as águas;
flutuava sobre a superfície das águas. Que o firmamento seja feito no meio das águas. Que as águas
que estão sob o céu se reúnam em um único lugar e que o elemento árido apareça. Que as águas
produzam animais vivos que nadem na água, e pássaros que voem sobre a terra e sob o firmamento.
Conforme essa crença, a água tinha se tornado o símbolo da natureza material, como o
Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: Se o homem não renascer da água e do
Espírito, ou em água e em Espírito, significam então: “Se o homem não renascer com seu corpo e
sua alma”. É neste sentido que foram entendidas naqueles tempos.
A mesma interpretação, aliás, é confirmada por estas outras palavras de Jesus: O que nasceu
da carne é carne e o que nasceu do Espírito é Espírito, as quais dão a exata diferença entre o Espírito
e o corpo. O que nasceu da carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo e que o
Espírito é independente dele. ( ESE – Cap IV).
CAUSAS DOS DISTÚRBIOS MENTAIS
Tratadistas afeitos a esses estudos atribuem grande parte dos distúrbios mentais à "tensão"
das horas em que vivemos, elevando, cada dia, o número dos perturbados. Citam ainda os casos de
procedência fisiológica, da hereditariedade, de vírus e germens, as sequelas da epilepsia, da
tuberculose, das febres reumáticas, da sífilis, os traumatismos e choques que se encarregam de
contribuir larga e amplamente para a loucura. Esses fatores não podem, de fato, ser relegados a
segundo plano. Todavia, além desses, que dão origem a psicoses e neuroses lamentáveis, outros há
que somente podem ser explicados pela Doutrina Espírita, no capítulo das obsessões estudadas por
Allan Kardec, devendo-se lembrar que os fenômenos de perturbações mentais têm-se dado em
todas as épocas, como ocorreu nos tempos do Cristianismo nascente, em que Jesus foi requisitado
várias vezes a libertar os obsidiados, cujos obsessores ele chamava de "espíritos imundos".
(Prolegômenos, págs. 17 e 18)
OBSESSÃO E ESPIRITISMO
O conhecimento do Espiritismo, longe de facilitar o predomínio dos maus Espíritos, há de ter
como resultado destruir esse predomínio, dando a cada um os meios de se pôr em guarda contra as
sugestões deles. Esse é o pensamento de Kardec, que, convocado a atender obsidiados de variado
jaez, utilizou-se dos eficientes métodos da Doutrina Espírita para libertá-los com segurança, através
da moralização do Espírito perturbador e do sensitivo perturbado. (Examinando a obsessão, pág. 21)
2
FATORES DE PERTURBAÇÃO
A segunda metade do Século 19 transcorre numa Eurásia sacudida pelas contínuas calamidades
guerreiras, que se sucedem, truanescas, dizimando vidas e povos.
As admiráveis conquistas da Ciência que se apóia na Tecnologia, não logram harmonizar o homem
belicoso e insatisfeito, que se deixa dominar pela vaga do materialismo-utilitarista, que o transforma num
amontoado orgânico que pensa, a caminho de aniquilamento no túmulo.
Possuir, dominar e gozar por um momento, são a meta a que se atira, desarvorado.
Mal se encerra a guerra da Criméia, em 1856, e já se inquietam os exércitos para a hecatombe francoprussiana, cujos efeitos estouram em 1914, envolvendo o imenso continente na loucura selvagem que ameaça de
consumição a tudo e a todos.
O Armistício, assinado em nome da paz, fomentou o explodir da Segunda Guerra Mundial, que sacudiu o
Orbe em seus quadrantes.
Somando-se efeitos a novas causas, surge a Guerra Fria, que se expande pelo sudeste asiático em
contínuos conflitos lamentáveis, em nome de ideologias alienígenas, disfarçadas de interesses nacionais, nos
quais, os armamentos superados são utilizados, abrindo espaços nos depósitos para outros mais sofisticados e
destrutivos...
Abrem-se chagas purulentas que aturdem o pensamento, dores inomináveis rasgam os sentimentos
asselvajando os indivíduos.
O medo e o cinismo dão-se as mãos em conciliábulo irreconciliável.
A Guerra dos seis dias, entre árabes e judeus, abre sulcos profundos na economia mundial, erguendo o
deus petróleo a uma condição jamais esperada.
Os holocaustos sucedem-se.
Os crimes hediondos em nome da liberdade se acumulam e os tribunais de justiça os apóiam.
O homem é reduzido à ínfima condição no “apartheid”, nas lutas de classes, na ingestão e uso de
alcoólicos e drogas alucinógenas como abismo de fuga para a loucura e o suicidio.
Movimentos filosóficos absurdos arregimentam as mentes jovens e desiludidas em nome do Nadaísmo,
do Existencialismo, do Hippieísmo e de comportamentos extravagantes mais recentes, mais agressivos, mais
primários, mais violentos.
O homem moderno estertora, enquanto viaja em naves superconfortáveis fora da atmosfera e dentro dela,
vencendo as distâncias, interpretando os desafios e enigmas cósmicos.
A sonda investigadora penetra o âmago da vida microscópica e abre todo um universo para informações e
esclarecimentos salvadores.
Há esperança para terríveis enfermidades que destruíram gerações, enquanto surgem novas doenças
totalmente perturbadoras.
A perplexidade domina as paisagens humanas.
A gritante miséria econômica e o agressivo abandono social fazem das cidades hodiernas o palco para o
crime, no qual a criatura vale o que conduz, perdendo os bens materiais e a vida em circunstâncias inimagináveis.
Há uma psicosfera de temor asfixiante enquanto emerge do imo do homem a indiferença pela ordem,
pelos valores éticos, pela existência corporal.
Desumaniza-se o indivíduo, entregando-se ao pavor, ou gerando-o, ou indiferente a ele.
Os distúrbios de comportamento aumentam e o despautério desgoverna.
Uma imediata, urgente reação emocional, cultural, religiosa, psicológica, surge, e o homem voltará a
identificar-se consigo mesmo.
A sua identidade cósmica é o primeiro passo a dar, abrindo-se ao amor, que gera confiança, que arranca da
negação e o irisa de luz, de beleza, de esperança.
A grande noite que constringe é, também, o início da alvorada que surge.
Neste homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita a confiança em favor de uma renovação
para um mundo melhor e uma sociedade mais feliz.
Buscar os valores que lhe dormem soterrados no íntimo é a razão de sua existência corporal, no momento.
Encontrar-se com a vida, enfrentá-la e triunfar, eis o seu fanal. ( O Homem Integral – Divaldo P. Franco)
Encarcerado na indumentária carnal, o espírito tem necessidade de comunhão com Deus através da
prece, tanto quanto o corpo necessita de ar puro para prosseguir na jornada. (M.P.M., ibid., pág. 36)
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ANTE A LIÇÃO
“Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.” — Paulo. (2ª
EPÍSTOLA A TIMÓTEO, capítulo 2, versículo 7.)
Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrirlhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu
sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova,
afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida,
demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na observação.
“Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo.”
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o
Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.
(Fonte Viva-Francisco C. Xavier)
A VINHA
“E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.” — (MATEUS,
CAPÍTULO 20, VERSÍCULO 4.)
Ninguém poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu na
imensidade universal.
O Planeta não é um barco desgovernado. As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas
as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação nos
ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí
assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.
A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos
serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino.
Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou
políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na
Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no
recanto em que agem transitoriamente.
Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.
Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?
Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o material
conveniente e justo. (Pão Nosso – Francisco C. Xavier – Emmanuel).
Apoio:
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INCONSTANTES
“Porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para
outra parte.” — (TIAGO, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 6.)
Inegavelmente existe uma dúvida científica e filosófica no mundo que, alojada em corações leais,
constitui precioso estímulo à posse de grandes e elevadas convicções; entretanto, Tiago refere-se aqui à
inconstância do homem que, procurando receber os benefícios divinos, na esfera das vantagens
particularístas, costuma perseguir variadas situações no terreno da pesquisa intelectual sem qualquer
propósito de confiar nos valores substanciais da vida.
Quem se preocupa em transpor diversas portas, em movimento simultâneo, acaba sem atravessar
porta alguma.
A leviandade prejudica as criaturas em todos os caminhos, mormente nas posições de trabalho, nas
enfermidades do corpo e nas relações afetivas.
Para que alguém ajuíze com acerto, com respeito a determinada experiência, precisa numerar
quantos anos gastou dentro dela, vivendo-lhe as características.
Necessitamos, acima de tudo, confiar sincera-mente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo,
compreendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma causa que nos ajude e
edifique.
Os inconstantes permanecem figurados na onda do mar, absorvida pelo vento e atirada de uma para
outra parte.
Quando servires ou quando aguardares as bênçãos do Alto, não te deixes conduzir pela inquietude
doentia. O Pai dispõe de inumeráveis instrumentos para administrar o bem e é sempre o mesmo Senhor
Paternal, através de todos eles. A dádiva chegará, mas depende de ti, da maneira de procederes na luta
construtiva, persistindo ou não na confiança, sem a qual o Divino Poder encontra obstáculos naturais para
exprimir-se em teu caminho. ( Francisco C. Xavier – Emmanuel).
NO SERVIÇO CRISTÃO
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS,
CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 10.)
Não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer
significação de ordem moral para as criaturas.
Muitos aprendizes da Consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações de laboratório
ou se limitam a discussões filosóficas.
É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados, quantas são as
dos encarnados.
Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso,
incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos.
Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da vida
física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercambio em fator de espiritualidade
santificante.
Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados
em melhorar a personalidade naquele em que respiramos.
Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver,
Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade: é clima de serviço e edificação.
Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo terrestre na
direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos de outro guia mais sábio e mais
amoroso que o Cristo.
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Somente à luz de suas lições sublimes, é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o
coração.
Nem tudo o que é admirável é divino.
Nem tudo o que é grande é respeitável.
Nem tudo o que é belo é santo.
Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa
iluminação interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos devemos comparecer
ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o
mal”. (Pão Nosso – Francisco C. Xavier – Emmanuel).
PROSPERIDADE
Filhos, as religiões que verdadeiramente não cogitam do Reino do Céu vos acenarão com a promessa da
prosperidade material sobre a Terra.
Não permuteis o que é eterno pelo que é transitório; não façais como Esaú, que, por um prato de lentilhas,
abriu mão do seu direito de primogênito para Jacó, seu irmão...
A exemplo de Maria, irmã de Lázaro e Marta, permanecei com a boa parte.
Não vos esqueçais do jovem rico, cujo anseio de elevação espiritual não ia ao ponto de levá-lo ao
desprendimento dos bens materiais.
Quase sempre, as aspirações de ordem superior do homem se conflitam com os interesses subalternos da
sociedade em que vive.
Quantos os que, pressionados por carências materiais imaginárias, renunciam à fé espírita, aceitando
outras interpretações para as palavras do Senhor?
Quantos os que renegam a crença na reencarnação pelo motivo de terem se exaurido na luta pela própria
sublimação?
O Espiritismo não efetua aos seus adeptos quaisquer exigências, todavia quem toma consciência de seus
postulados sente-se naturalmente constrangido a ceder de si mesmo, cada vez mais.
É a lucidez espiritual que a Doutrina faculta aos seus seguidores o que os induz à disciplina austera e ao
trabalho incansável, ao desapego dos bens perecíveis e ao sacrifício pelo ideal.
Filhos, não contemporizeis com a ilusão. Ninguém ascenderá aos Planos Mais Altos, preso aos interesses
rasteiros do mundo.
O Senhor não quer a necessidade, a penúria, a fome, a miséria... Não vos esqueçais, no entanto, de que o
homem só verdadeiramente tem a posse daquilo que nem mesmo a morte lhe arrebata.
O próprio orbe terrestre não sobreviverá às constantes mutações da matéria que, a cada instante, se
quintessencia, aproximando-se da natureza do Criador. ( Coragem da Fé – Carlos A. Bacelli – Bezerra de
Meneses).
ÀS VEZES, UM RICO EM QUE O POBRE DESTILA O VENENO DA MALEDICÊNCIA, FOI ONTEM
SEU PAI, MÃE, FILHO OU IRMÃO; MUITAS VEZES, O POBRE QUE HOJE O RICO PERSEGUE E
DESPREZA FOI, EM ETAPAS PASSADAS, ALGUÉM QUE MUITO O AMOU. ( Alguns Ângulos dos Ensinos
do Mestre – João Nunes Maia pelo espírito Miramez).
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SER ESPÍRITA
Filhos, ser espírita é oportunidade de vivenciar o Evangelho em espírito e verdade.
O seguidor da Doutrina é alguém que caminha sobre o mundo, mais consciente de seus erros que de seus
acertos. Por este motivo – pela impossibilidade de conformar os interesses do homem velho com os anseios do
homem novo, ele quase sempre deduz que professar a fé espírita não é tarefa fácil.
Toda mudança de hábito, principalmente daquele que lhe esteja mais arraigado, impõe à criatura encarnada
sacrifícios inomináveis.
O rompimento com o "eu" é um parto laborioso, em que, não raro, sem experimentar inúmeras recaídas, o
espírito não vem à luz...
O importante é que não vos deixeis desalentar. Recordai que, para o trabalho inicial do Evangelho, Jesus
requisitou o concurso de doze homens e não de doze anjos.
Talvez o problema maior para os companheiros de ideal que se permitem desanimar, ante as fragilidades
morais que evidenciam, seja o fato de suporem ser o que ainda não o são.
Sem dúvida, os que vivem ignorando as próprias necessidades, aparentemente vivem em maior serenidade
de quantos delas já tomaram consciência; não olvideis, contudo, que a aspiração do melhor é intrínseca à sua natureza
- o homem sempre há de querer ser mais...
Na condição, pois, de esclarecidos seguidores da Doutrina Espírita, nunca espereis vos acomodar,
desfrutando da paz ilusória dos que não se aprofundam no conhecimento da Verdade que liberta.
Onde estiverdes, estareis sempre inquietos pelo amanhã.
A aflição que Jesus bem-aventurou, é aquela que experimenta quem se põe a caminho e não descansa antes de
concluir a jornada.
Filhos, apesar dos percalços externos e de vossos conflitos íntimos, aceitai no Espiritismo a vossa melhor
chance de redenção espiritual, e isto desde o começo de vossas experiências reencarnatórias. Valorizai o ensejo
bendito e não culpeis a Doutrina pelas vossas mazelas. ( Coragem da Fé – Carlos A. Bacelli – Bezerra de Meneses)
CORRESPONDÊNCIA
Cultive brevidade e precisão, em seu noticiário, sem cair na secura.
Uma carta é um retrato espiritual de quem a escreve.
Cuidaremos de escrita bem traçada, porquanto não nos será lícito transformar os amigos em
decifradores de hieróglifos.
Não escrever cartas em momentos de crise ou de excitação.
Sempre que possível, as nossas notícias devem ser mensageiras de paz e otimismo, esperança
e alegria.
Escreva construindo.
Uma carta que saia de seu punho é você conversando.
Qualquer assunto pode ser tratado com altura e benevolência.
Quando você não possa grafar boas referências, em relação à determinada pessoa, vale mais
silenciar quanto a ela. Somos responsáveis pelas imagens que criamos na mente dos outros, não
apenas através do que falarmos, mas igualmente através de tudo aquilo que escrevermos. (Sinal
Verde –Francisco C. Xavier/André Luiz).
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DA MULHER
Compenetrar-se do apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas
trazidas ao renascimento físico.
Todo compromisso no bem é de suma importância no mundo espiritual.
Afastar-se de aparências e fantasias, consagrando-se às conquistas morais que falam de perto à vida
imperecível, sem prender-se ao convencionalismo absorvente.
O retorno à condição de desencarnado significa retorno à consciência profunda.
Afinar-se com os ensinamentos cristãos que lhe situam a alma nos serviços da maternidade e da educação, nos
deveres da assistência e nas bênçãos da mediunidade santificante.
Quem foge à oportunidade de ser útil engana a si mesmo.
Sentir e compreender as obrigações relacionadas com as uniões matrimoniais do ponto de vista da vida
multimilenária do Espírito, reconhecendo a necessidade das provações regenerativas que assinalam a maioria dos
consórcios terrestres. O sacrifício representa o preço da alegria real.
Opor-se a qualquer artificialismo que vise transformar o casamento numa simples ligação sexual, sem as
belezas da maternidade.
Junto dos filhos apagam-se ódios, sublima-se o amor e harmonizam-se as almas para a eternidade.
Reconhecer grave delito no aborto que arroja o coração feminino à vala do infortúnio.
Sexo desvirtuado, caminho de expiação.
Preservar os valores íntimos, sopesando as próprias deliberações com prudência e realismo, em seus deveres de
irmã, filha, companheira e mãe.
O trabalho da mulher é sempre a missão do amor, estendendo-se ao infinito.
“E, respondendo, disse-lhe Jesus: — Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é
necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” (LUCAS, 10:41 e 42).
ASSUNTOS DE TEMPO
Se você já sabe quão precioso é o valor do tempo, respeite o tempo dos outros para que as suas horas sejam
respeitadas.
Recorde-se de que se você tem compromissos e obrigações com base no tempo, acontece o mesmo com as
outras pessoas.
Ninguém evolui, nem prospera, nem melhora e nem se educa, enquanto não aprende a empregar o tempo com o
devido proveito. Seja breve em qualquer pedido.
Quem dispõe de tempo para conversar sem necessidade, pode claramente matricular-se em qualquer escola a
fim de aperfeiçoar-se em conhecimento superior.
Trabalho no tempo dissolve o peso de quaisquer preocupações, mas tempo sem trabalho cria fardos de tédio,
sempre difíceis de carregar.
Um tipo comum de verdadeira infelicidade é dispor de tempo para acreditar-se infeliz.
Se você aproveitar o tempo a fim de melhorar-se, o tempo aproveitará você para realizar maravilhas. Observe
quanto serviço se pode efetuar em meia hora.
Quem diz que o tempo traz apenas desilusões, é que não tem feito outra cousa senão iludir-se. ( Vinha de Luz –
Francisco C. Xavier/Emmanuel ).
Recusar amor e orientação é dificultar o cumprimento da missão, tanto dos filhos quanto dos próprios pais. A família
equilibrada, isto é, estruturada com respeito e amor, é fundamental para uma sociedade justa e feliz. ( Joana de Angelis ).
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ABRE A PORTA
Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras manifestações depois
do Calvário.
Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida,
exclamando: "Recebei o Espírito Santo."
Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? por que não
transmitiu Jesus, pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores? Ele, que distribuíra dádivas de
saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os divinos dons espirituais. Por que não
impor semelhante obrigação? É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo
por amor.
Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai.
O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos
lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz
solar.
O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, as facilidades da
cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros
de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os
envoltórios inferiores, elevando-nos para a Luz Divina.
As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem a volta de nossa alma, sugerindo modificações
úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da consciência superior,
entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.
Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às
realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da
renovação constante, em Cristo, para a vida eterna. ( Vinha de Luz –Francisco C. Xavier/Emmanuel).
ANTES DE SERVIR
“Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir.” — Jesus. (MATEUS,
CAPÍTULO 20, VERSÍCULO 28.)
Em companhia do espírito de serviço, estaremos sempre bem guardados. A Criação inteira nos reafirma esta
verdade com clareza absoluta.
Dos reinos inferiores às mais altas esferas, todas as coisas servem a seu tempo.
A lei do trabalho, com a divisão e a especialização nas tarefas, prepondera nos mais humildes elementos, nos
variados setores da Natureza.
Essa árvore curará enfermidades, aquela outra produzirá frutos. Há pedras que contribuem na construção do
lar; outras existem calçando os caminhos.
O Pai forneceu ao filho homem a casa planetária, onde cada objeto se encontra em lugar próprio, aguardando somente o esforço digno e a palavra de ordem, para ensinar à criatura a arte de servir. Se lhe foi doada a
pólvora destinada à libertação da energia e se a pólvora permanece utilizada por instrumento de morte aos
semelhantes, isto corre por conta do usufrutuário da moradia terrestre, porque o Supremo Senhor em tudo sugere a
prática do bem, objetivando a elevação e o enriquecimento de todos os valores do Patrimônio Universal.
Não olvidemos que Jesus passou entre nós, trabalhando. Examinemos a natureza de sua cooperação
sacrificial e aprendamos com o Mestre a felicidade de servir santamente.
Podes começar hoje mesmo.
Uma enxada ou uma caçarola constituem excelentes pontos de início. Se te encontras enfermo, de mãos
inabilitadas para a colaboração direta, podes principiar mesmo assim, servindo na edificação moral de teus irmãos. (
Pão Nosso – Francisco C. Xavier/Emmanuel).
CABE-NOS, COMO FILHOS DE DEUS, CAMINHARMOS A CADA DIA, PASSO A PASSO, RUMO A
PERFEIÇÃO. ( Bertani Marinho – Lições de Luz).
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SENTIMENTOS FRATERNOS
“Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos
estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS
TESSALONICENSES, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 9.)
Forte contra-senso que desorganiza a contribuição humana, no divino edifício do Cristianismo, é o
impulso sectário que atormenta enormes fileiras de seus seguidores.
Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essas batalhas injustificáveis estariam para
sempre apagadas.
Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na renovação do mundo, a cada momento
surgem grupos e personalidades, solicitando fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade
pura.
Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos
outros?
Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima escasseia nos ambientes onde é reduzido o
espírito de serviço e onde sobra a preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação
e ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da compreensão, do trabalho e da boavontade.
Falta de assistência? Não.
Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados.
Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os agentes humanos acusem
a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém
peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco
no “amai-vos uns aos outros”. (Pão Nosso – Francisco C. Xavier/Emmanuel).
EVANGELHO – ESPIRITISMO – ESPERANTO
Cruz e Souza iniciou suas comunicações a favor do Esperanto em 4 de Julho de 1943, com dois belos
sonetos em Esperanto, aos quais seguiram-se outros, pela mediunidade de Francisco Valdomiro
Lorenz, mas, por amor à brevidade, vamos limitar-nos somente ao seguinte soneto, por ser em
português:
ZAMENHOF
OBJETIVOS DO ESPERANTO
E streitar os povos.
S emear a compreensão.
P reparar a concórdia.
E spalhar a solidariedade humana.
R eunir as criaturas.
A clarar o caminho das nações.
N utrir os ideais de fraternidade universal.
T raçar rumos novos à evolução da terra.
O rganizar a paz do terceiro milênio.
Grande Irmão, Missionário e Mensageiro,
Não acendeste, em vão, na noite escura,
A estrela da esperança, terna e pura,
Que brilha agora para o mundo inteiro.
Não sofreste, debalde, o cativeiro
Na carne que é flagelo e desventura;
Tua mensagem lúcida fulgura
Sob o amor do Divino Pegureiro.
( Abel Gomes)
Em teu apostolado augusto e santo
Desfraldaste a bandeira do Esperanto,
Unindo os povos na Fraternidade!...
UM FELIZ 2011 A TODOS OS LEITORES DESTE
PERIÓDICO ESPÍRITA; INFORMATIVO DOUTRI
NÁRIO DA TERCEIRA REVELAÇÃO, PREDITA
PELO CRISTO E CODIFICADA POR KARDEC-JSG
Gênio Celeste entre os Celestes Gênios
Brilharás na memória dos milênios,
Vanguardeiros da nova Hum anidade! ( Cruz e Souza)
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