4. Fotossíntese e Fotorrespiração
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4. Fotossíntese e Fotorrespiração
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA (UFRA) INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (ICA) DISCIPLINA: FISIOLOGIA VEGETAL Fotossíntese Prof. Dr. Roberto Cezar Lobo da Costa Fotossíntese FOTOSSÍNTESE Sumário: Estrutura anatômica e estrutural da fotossíntese; Conversão da energia da luz em energia química (Etapa fotoquímica); Metabolismo fotossintético do Carbono (Ciclos C3, C4 e CAM); Aspectos ecofisiológicos associados ao processo fotossintético. Introdução Fotossíntese Água e sais minerais são absorvidos pelo solo Fotossíntese –equação simplificada e balanceada 6 CO2+ 12 H2O + luz → C6H12O6* + 6 O2 + 6 H2O *Na realidade o produto imediato são trioses (hidratos de carbono com 3 C). Quando expostos à luz, os cloroplastos isolados são capazes de produzir O2 na ausência de CO2–reação de Hill. A reação de Hill ocorre quando os cloroplastos iluminados eram supridos com um receptor artificial de elétrons. A reação de Hill não só corrobora o fato de que o O2 libertado na fotossíntese provém da oxidação da H2O, como também indica a existência de dois conjuntos de reações independentes: I) Reações da fase luminosa– conjunto de reações químicas diretamente dependentes da luz; ocorre a captação da energia da luz e são sintetizadas moléculas com potencial redutor (NADPH) e energético (ATP). II) Reações da fase não luminosa ou ciclo de Calvin– a energia e potencial redutor das moléculas sintetizadas na fase luminosa são utilizadas para fixar o CO2 e sintetizar açúcares com 3C (trioses fosfato). Figura 1:Respiração e fotossíntese são processos biológicos de conversão de energia com vetores termodinamicamente opostos. Fotossíntese Fotossíntese: Um processo de OxidaçãoRedução Fotossíntese: reações redox. D D + R R + H + + e- + + R - RH Fotossíntese Fotossíntese: Um processo em duas etapas Etapa Fotoquímica Transformação da energia solar em energia química ATP e NADPH Etapa Bioquímica Reações enzimáticas de fixação de CO2 e síntese de carboidratos ATP Fotossíntese Figura 2: A reação primária da fotossíntese e uma reação de oxirredução entre moléculas especiais de clorofila a (CLa) ou bacterioclorofila a (BCLa) e moléculas receptoras de elétrons (R) que, na seqüência, transferem elétrons excitados para outros carreadores. Nos organismos fotossintetizantes geradores de O2 (cianobactérias, algas e plantas), a molécula doadora de elétrons para a restauração da neutralidade das clorofilas especiais é a água. Mas, nas bactérias fotossintetizantes anaeróbicas, os doadores de elétrons podem ser diferentes moléculas orgânicas ou inorgânicas, como o H2S. Fotossíntese Figura 3: A fotossíntese é um processo complexo que ocorre em duas etapas interdependentes. Na etapa fotoquímica, a energia dos fótons de luz é transformada em ATP e NADPH nas membranas dos tilacóides. Essas moléculas ricas em energia são necessárias para colocar em movimento as reações bioquímicas que transformam o CO2 em carboidratos no estroma dos cloroplastos. Figura 4: Principais etapas da fotossíntese e sua relação com a geração de biomassa vegetal. O esquema caracteriza, de modo simplificado e genérico, a conversão de energia luminosa em energia eletroquímica, a interação entre as etapas fotoquímica e bioquímica, bem como a relação entre a fotossíntese, o metabolismo e o crescimento das plantas. (Lawlor, 1987, modificado.) Fotossíntese Estrutura da máquina fotossintética Os componentes estruturais da fotossíntese formam uma hierarquia com diferentes níveis de organização, de dimensões e complexidade diferentes, que funcionam de modo cooperativo e integrado ao meio ambiente. Fotossíntese Fotossíntese Figura 5: Os componentes estruturais da fotossíntese organizam-se em diferentes níveis. A fotossíntese envolve desde estruturas e processos de dimensão molecular (enzimas, complexos protéicos) até a planta individual integrada a determinada comunidade vegetal (interceptação da radiação fotossinteticamente ativa). As folhas 1. A absorção de água e nutrientes do reservatório do solo; 2. A interceptação de luz e trocas gasosas eficientes com a atmosfera, principal mente para aquisição de CO2; 3. Um sistema de transporte que permitisse a circulação de água e dos nutrientes absorvidos pelo solo, bem como a exportação e circulação das moléculas orgânicas geradas na fotossíntese no organismo como um todo; 4. Conservação da água no interior de tecidos através da impermebialização de suas superfícies externas. Fotossíntese Figura 6: Esquema de corte transversal de uma folha típica de espécie C4 mostrando a sua estrutura anatômica e as trocas gasosas que influenciam a fotossíntese e o balanço hídrico das plantas. O gás dióxido de carbono (CO2) e o vapor d’água (H2OV) difundem-se, através da aberturados estômatos, em sentidos opostos. Fotossíntese Figura 7: (a) Epiderme de Catharathus roseus mostrando vários estômatos (10X); (b) detalhe de um estômato evidenciando a presença de cloroplastos nas células guardas (20X); (c) epiderme abaxial de Gomidesia spectabilis, vista em microscopia eletrônica de varredura, com estômatos em destaque (2.000X). Fotografias a e b gentilmente cedidas pelo Departamento de Botânica da UFRJ; fotografia c gentilmente cedida pela Profª Doria M. S. Gomes). DIFUSÃO DO CO2 A PARTIR DO LADO EXTERNO DA FOLHA ATÉ OS CLOROPLASTOS Os cloroplastos Se autoduplicam; Contém genoma próprio; Codifica suas proteínas específicas; Diferenciam-se a partir de moléculas específicas Fotossíntese CLOROPLASTO A Conversão da luz em energia química Luz: a energia que impulsiona a fotossíntese A radiação da luz fornece informações críticas sobre o meio ambiente.Através dos pigmentos as plantas são capazes de perceber a qualidade e a quantidade da radiação. Fotossíntese Figura 8: (A) Esquema da ultra-estrutura de um cloroplasto mostrando a organização do seu sistema de membranas. As membranas internas são denominadas tilacóides, apresentando regiões empilhadas (tilacóides dos grana) e não empilhadas (tilacóides do estroma); (B) eletromicrografia de transmissão de cloroplastos evidenciando a sua ultra-estrutura (37.500X). Fotografia gentilmente cedida pela Profª Maria Emília M. Estelita.) A natureza física da luz A luz como fenômeno ondulatório Luz: responsável pelo fenômeno fisiológico da visão; Luz: assume propriedades ondulatórias ao se propagar no espaço; Um comportamento de partículas discretas, ao ser emitida ou absorvida por um corpo. Fotossíntese Figura 9: O espectro eletromagnético. A radiação visível (luz) representa uma fração muito pequena do espectro eletromagnético emitido pelo sol. A luz visível representa uma pequena porção do espectro eletromagnético.Todas as radiações do espectro viajam em ondas. A radiação de cada comprimento de onda possui associado um determinado valor de energia –quanto menor o comprimento de onda (λ), maior a sua energia. E= hc /λ h –constante de Planck c –velocidade da luz A luz como uma corrente de partículas Fóton A energia carregada por um fóton é chamada de quantum. A temperatura influencia profundamente nos processos bioquímicos e conseqüentemente no desenvolvimento dos seres vivos. Fotossíntese Tabela 9.1 Principais radiações de interesse biológico e conteúdo de energia de seus fótons. A definição de determinada cor associada a uma banda de comprimento de onda é relativamente arbitrária e dependente do indivíduo (Nobel, 1991). Luz e pigmentos: absorção e destino da energia de excitação eletrônica Obedece a dois princípios: 1. Princípio de Gotthaus- Draper: a luz só tem atividade fotoquímica se for absorvida; 2. Princípio de Einstein- Stark: um fóton pode excitar apenas um elétron. Fotossíntese Figura 10: (A) Estrutura das clorofilas destacando as ligações conjugadas do anel de porfirina contendo uma molécula de Mg. A alternância entre as ligações simples e duplas do anel de porfirina gera muitos elétrons π deslocados , os quais participam da absorção da luz . O anel de porfirina liga-se a uma cadeia de fitol, apolar, responsável pelo ancoramento da molécula de clorofila aos complexos protéicos embebidos na matriz lipídica das membranas dos tilacóides dos cloroplastos; (B) espectro de absorção das clorofilas a e b. O que acontece quando os pigmentos absorvem luz? Fluorescência: quando as plantas sofrem diferentes tipos de estresse que afetam a fotossíntese, a emissão de fluorescência nas folhas tendem a aumentar; Ressonância indutiva: transferência de energia de excitação para outras moléculas de carotenóides e clorofila, permitindo a migração de energia entre os pigmentos empacotados nas membranas dos tilacóides. Fotossíntese Modelo esquemático, simplificado, dos níveis de energia da clorofila exercida pela absorção da luz monocromática e o destino da energia de excitação eletrônica pode ser dissipada de 4 formas: calor, emissão de luz (fluorescência), transferência de energia de excitação elétron-elétron (ressonância indutiva) nos complexos antena e reações redox nas membranas dos tilacóides, gerando ATP e poder redutor (NADPH e ferredoxina reduzida). Os pigmentos fotossintéticos Clorofilas e carotenóides: membranas dos cloroplastos. Clorofila a: eucariontes fotossintetizantes. Faz parte dos complexos antena e dos centros de reação. Clorofila b: plantas, algas verdes e euglenófitas Carotenóides: esqueletos de carbono com 40 átomos, ligados por ligações duplas alternadas. 1. Absorção de luz nos complexos de captação de luz; 2. Fotoproteção do aparato fotoquímico Fotossíntese Pigmentos fotossintéticos Clorofila a: eucariotas fotossintetizantes e cianobactérias; Clorofila b: plantas, algas verdes e euglenas;Clorofila c: substitui a clorofila b e algumas algas; Bacterioclorofila: bactérias púrpuras; Carotenóides: além de permitirem ampliar a faixa do espectro luminoso utilizável na fotossíntese, têm um efeito antioxidante, impedindo danos fotooxidativos sobre as moléculas de clorofila e as membranas dos tilacóides; Carotenos: ex. beta-caroteno, fonte de vitamina A; Xantófilas: cianobactérias e algas vermelhas. Na fotossíntese, plantas, algas e bactérias fotossintetizantes, através dos pigmentos fotossintéticos, captam a energia do sol e utilizam-na para converter moléculas simples –CO2 e H2O –em moléculas orgânicas complexas (açucares). Toda energia que entra na biosfera provém da fotossíntese. Clorofilas Pigmentos fotossintéticos Carotenóides Ficobilinas Clorofila a Clorofila b Quando as moléculas de clorofila ou de outros pigmentos absorvem a energia dos fótons da luz, os elétrons passam a um estado orbital de energia mais elevada –estado excitado. Quando o elétron excitado regressa ao estado de energia basal, a energia libertada poderá ser: Dissipada sob a forma de calor Transferida por ressonância indutiva; O elétron de alta energia poderá ser transferido para uma molécula receptora de elétrons, que faz parte de uma cadeia transportadora de elétrons. O fluxo fotossintético de elétrons e a fotoxidação da água Os elétrons participam da redução do NADP+ a NADPH. O estado oxidado da clorofila a do CR promove a fotoxidação da água e a liberação do O2. Acoplado ao fluxo de elétrons dos cloroplastos, o ATP é formado através do processo de fotofosforilação. O gradiente de prótons acopla a ATP sintase ao processo de armazenamento de energia durante o fluxo fotossintético de elétrons. Fotossíntese (A)Estrutura de alguns carotenóides. As xantofilas contêm grupos hidroxila ligados à cadeia carbônica constituída de 40 carbonos. (B) Espectro de absorção de dois carotenos (α e β). Diagrama dos complexos protéicos, estruturados nas membranas dos tilacóides, responsáveis pelo transporte de elétrons e na conservação da energia dos fótons em ATP e NADPH. A energia dos fótons é transformada em fluxo de elétrons nesses complexos protéicos e em gradiente entre estoma e lúmen dos tilacóides. Reações luminosas No cloroplasto, as clorofilas e os outros pigmentos estão inseridos nos tilacóides em unidades discretas de organização designadas fotossistemas.Cada fotossistema inclui um conjunto de 250 a 400 moléculas e consiste em dois componentes intimamente associados: um complexo antena e um centro de reação. O complexo antena inclui moléculas de pigmentos (clorofilas e carotenóides) que captam e canalizam energia para o centro de reação.A energia é canalizada por ressonância indutiva até ao centro de reação. O centro de reação é constituído por proteínas e moléculas de clorofila que permitem converter a energia luminosa em energia química. Na parte central do centro de reação existe possivelmente um par de moléculas especiais de clorofila a que podem utilizar a energia captada pelos pigmentos antena numa reação fotoquímica. Quando uma molécula de clorofila a do centro de reação recebe energia, um dos seus elétrons passa a um nível energético mais elevado é transferido para uma molécula receptora de elétrons para iniciar um fluxo de elétrons. Nas reações luminosas os elétrons passam da água para o fotossistema II, deste para o fotossistema I, e finalmente vão reduzir o NADP+a NADPH (fluxo não cíclico de elétrons). Fotólise: oxidação da água dependente da luz. Dois fótons precisam ser absorvidos pelo fotossistema II e dois pelo fotossistema I seqüencialmente para reduzir uma molécula de NADP+a NADPH. Reações da fotossíntese Reações da fase luminosa: a energia da luz é utilizada para gerar ATP e NADPH Reações de fixação do carbono– reações não luminosas ou ciclo de Calvin: a energia química do ATP e NADPH é utilizada para fixar o CO2atmosférico, com produção de hidratos de carbono. Fotossistema II Constituído por uma complexo transmembrana formado por 22 proteínas; Formado por subunidades protéicas D1 e D 2 que atravessam as membranas dos tilacóides; D1 e D2 contém o CR P680, a feofitina e as plastoquinonas; Interage com o complexo proteico que ctalisa a fotoxidação da água, o complexo de evolução de O2; Promove a transferência de elétrons induzida pela luz, da água para a plastoquinona. Fotossíntese Representação linear do transporte de elétron através dos complexos fotossintéticos supramoleculares nas membranas dos tilacóides. A fotoxidação da água O processo de fotoxidação da água é catalisado e intermediado pelo complexo de evolução de oxigênio.; Envolve a oxidação de duas moléculas de água com a liberação de quatro prótons e quatro elétrons; Para cada O2 liberado , o CR P680 precisa absorver energia de quatro fótons. Cada fóton absorvido remove um elétron do CR P680, o qual é reposto por um elétron extraído do aglomerado de íons manganês do CEO. Fotossíntese O tradicional esquema Z representando o fluxo fotossintético de elétron. Este diagrama associa os carreadores de elétron do sistema fotoquímico aos seus respectivos potenciais redox e níveis de energia. Diagrama esquemático do complexo FSII na membrana dos tilacóides. São mostradas as proteínas integrais das membranas essenciais ao funcionamento do FSII(D1 e D2). As setas indicam a direção do fluxo fotossintético dos elétrons impulsionados pela luz. As proteínas CP47 e CP43 são proteínas do complexo antena do FSII associadas à transferência de elétron para o centro de reação P680. Os elétrons são transferido de P680 para a feofitina (Feo) e, a seguir, para duas moléculas de plastoquinona (Qa e Qb). O complexo protéico denominado complexo de evolução de O2 (CEO) catalisa a fotoxidação da água, responsável pela redução do P680 oxidado pela luz (P680+). O CEO abriga um grupo coordenado de moléculas de manganês em sua estrutura. Estrutura da plastoquinona – Forma oxidada e forma reduzida. O Fotossistema I Identificadas 11 proteínas no complexo transmembrana do fotossistema I; Contém centros de ferro- enxofre; O principal destino dos elétrons é a redução do NADP+ a NADPH; Essa reação ocorre no estroma e é catalisada pela ferridoxina; O NADPH formado é utilizado na redução do CO2 durante a etapa bioquímica da fotossíntese. Fotossíntese Modelo esquemático do complexo do FSI na membrana dos tilacóides. As principais proteínas integrais são designadas pelas letras maiúsculas (A e B) e abrigam P700 e os carreadores de elétrons A0, A1, Fx. A proteína C está associada aos aceptores finai de elétrons Fa e Fb e a dois grupos 4Fe4S. As setas indicam a direção do fluxo fotoquímico de elétrons impulsionado por fótons de luz. Fdx-ferredoxina; PC-plastocianina. A proteína denominada E está envolvida no fluxo cíclico de elétron. Modelo esquemático das membranas dos tilacóides mostrando o acoplamento entre o transporte fotossintético de elétrons e a fotofosforilação. A energia armazenada no gradiente de prótons, gerando pelo fluxo fotossintético de elétrons, é utilizada pela ATP sintase para a formação de ATP a partir de ADP e Pi (fosfato inorgânico). A fotofosforilação Síntese de ATP nos cloroplastos promovida pela luz. Este ATP utilizado é usado em inúmeras vias metabólicas que existem no interior dos cloroplastos. Fotossíntese Fotofosforilação não cíclica, cíclica e pseudocíclica Não cíclica ou acíclica: síntese de ATP se encontra acoplada ao fluxo de elétrons através do dois fotossistemas, ou seja da água até o NADPH. Cíclica: síntese de ATP acoplada a esse fluxo cíclico de elétrons. Pseudocíclica: síntese de ATP resulta do fluxo de elétrons da água para o O2. Fotossíntese Modelo de transporte cíclico de elétrons nas membranas tilacóides. O transporte cíclico de elétrons envolve o FSI, a enzima ferredoxinaplastoquinona oxidorredutase e o complexo citocromo b6f. O único produto dessa via é o ATP sintetizado utilizando o gradiente de prótons gerado pela oxidação da plastoquinona reduzida – PQH2. (Buchanan et al. , 2000, modificado.) FASE BIOQUÍMICA DA FOTOSSÍNTESE Fotossíntese 2x1011toneladas de matéria orgânica/Ano METABOLISMO FOTOSSINTÉTICO DO CARBONO ATP + NADPH CO2 1ª FASE 2ª FASE FORMAÇÃO DE MOLÉCULAS ORGÂNICAS Baixa eficiência de Carboxilação Proteína abundante Reação de fixação de CO2 RUBISCO Reações bioquímicas Ribulose bisfosfato carboxilase/oxidase Catalisa a OXIGENAÇÃO e a CARBOXILAÇÃO do seu substrato Ribulose-1,5-bisfosfato (RuBP) Carboidratos Proteínas Lipídeos Sustentação de plantas e dos seres vivos RUBISCO Operam em sentidos opostos A velocidade relativa desses dois ciclos determina o ganho líquido de carboidratos As taxas relativas entre a via C3 e via C2 dependem de fatores que influenciam a concentração relativa entre CO2 e O2 PROCESSO EVOLUTIVO Estratégias para minimizar ou suprimir a via C2 FOTORRESPIRAÇÃO Evolução de mecanismos concentradores de CO2: Metabolismo C4 Metabolismo ácido das crassuláceas (MAC ou CAM) Concentram CO2 no sítio ativo da rubisco PLANTAS C3 CICLO C3 PLANTAS C4 CICLO C4 “Bombeamento” bioquímico de CO2 PLANTAS CAM CICLO CAM CICLO DE CALVIN-BENSON Envolve 13 reações organizadas de um modo cíclico PLANTAS C3 85% das angiospermas, maioria das gimnospermas e pteridófitas, todas as briófitas e algas. Ocorre no estroma dos cloroplasto Ciclo C3 Assimilação de carbono em todos os organismos vivos ETAPAS DO CICLO C3 Carboxilação, redução e regeneração 1ª - Carboxilação ETAPAS DO CICLO C3 2ª - Redução 3PGA + ATP Glicerato-1,3-bisfosfato + fosfato glicerato quinase Glicerato-1,3-bisfosfato + ADP + Pi NADPH 3PGald + NADP+ + Pi gliceraldeído-3fosfato desidrogenase Triose-fosfato isomerase Diidroxiacetona-fosfato (DHAP) Trioses- fosfato ETAPAS DO CICLO C3 3ª - Regeneração Reações enzimáticas Trioses- fosfato açúcares-fosfato 2C, 4C, 5C, 6C e 7C Ribulose-1,5bisfosfato (RuBP) Composto final ATP ADP + Pi Composto inicial Operação autocatalítica Velocidade de regeneração Capacidade de fixação do CO2 Ativada pela luz Fluxo de Mg2+ Ativação CO2 e Mg2+ Aumento do pH Rubisco ativase Ciclo C3 PLANTAS C3 –CAM FACULTATIVAS Ananas comosus Gusmania BALANÇO ENERGÉTICO DO CICLO C3 Fase redutiva 1 molécula de CO2 3ATP + 2NADPH 2ATP 1ATP Fase regenerativa 1 molécula de TRIOSE-P 1 molécula de GLICOSE 3CO2 + 9ATP + 6 NADPH 6CO2 + 18 ATP + 12 NADPH 2NADPH FOTORRESPIRAÇÃO CICLO C2 Respiração na presença de luz Rubisco oxidase 2-fosfoglicolato + 3-fosfoglicerato Ribulose 1,5-bisfosfato + O2 CLOROPLASTOS PEROXISSOMOS CICLO C2 CICLO C3 MITOCÔNDRIAS A assimilação de CO2 é inibida pelo O2 [CO2]= 0,036% [O2 ]= 21% T moderadas (20 a 25°C) [O2] Taxa fotossintética Proporção carboxilase/oxidase 3:1 Reduz a fotorrespiração CICLO C2 FATORES QUE AFETAM A TAXA DE FOTORRESPIRAÇÃO INTENSIDADE LUMINOSA TEMPERATURA FOLIAR – Solubilidade de CO2 RAZÃO O2 /CO2– Fixação do C Redução da assimilação líquida do C – 20 a 50% MECANISMO C4 - HATCH & SLACK FOTORRESPIRAÇÃO NÃO DETECTADA Mecanismos especiais de acumulação de CO2 Reação de oxigenase suprimida PLANTAS C4 Carboxilação Células do mesófilo 2 etapas Descarboxilação Células da bainha perivascular Paredes espessas - reduzidas perdas por difusão Conecção direta - plasmodermas Anatomia do tipo Kranz > 1% angiospermas milho, soja e cana-de-açúcar tiririca, capim-colchão e capim arroz Irradiância e temperatura Tolerância ao estresse hídrico Anatomia do tipo Kranz CICLO C4 2 Requerimento energético: 1:5:2 C4 • Primeiros estudos com 14CO2 em folhas de : Milho Cana-de-açúcar 70-80% do carbono marcado na forma de malato e/ou aspartato (ácidos de 4C) MECANISMO MAC – METABOLISMO ÁCIDO DAS CRASSULÁCEAS Concentrador de CO2 em resposta a aridez e a limitação de CO2 de plantas aquáticas Plantas terrestres 8% Fases 26 famílias de angiospermas 38 espécies de pteridófitas aquáticas (gênero Isoetes) 2 espécies de epífetas (Orquidáceas) 1 família de gimnosperma espécies de cactáceas e crassuláceas (exclusivamente) Bromeliáceas Flora aquáticas 6% Luz azul Carboxilação (noturna) Estômatos abertos Descarboxilação (diurna) Estômatos fechados Fixação do CO2-Ác.Málico Descarboxilação Ciclo C3 Eficiência no uso da água Plantas CAM tem propriedade de se converter em plantas C3- espécies anfíbias e Bromeliáceas CICLO CAM OCORRÊNCIA DAS PLANTAS CAM ∼ 15 – 20 mil espécies Mais de 30 famílias LILIACEAE ASCLEPIADACEAE ORCHIDACEAE CRASSULACEAS GIMNOSPERMA BROMELIACEAE CACTACEAE Isoetes sp. PTERIDÓFITA Isoetes howellii Welwitschia mirabilis Rubisco ≠ PEPcase Carboxilase e oxidase Carboxilase Km (CO2) = 10 a 25 µM Km (HCO3-) = 8 µM Requerimento energético = 1:3:2 Ribulose-1,5-bisfosfato (RuBP) Plantas C3, C4 e CAM Requerimento energético = 1:5:2 Ácido fosfoenol pirúvico-PEP Plantas C4 e CAM CARACTERÍSTICA C3 C4 MAC Anatomia da folha Apenas célula do mesófilo Apresentam Célula do mesófilo e célula da bainha Células do mesófilo e usualmente sem paliçádico definido Enzima de carboxilação Rubisco (RubP-case) PEP-case e RubP-case Escuro: PEP-case Luz: RubP-case Requerimentos energéticos (CO2:ATP:NADPH2) 1: 3 : 2 1: 5 : 2 1 : 6,5 : 2 Razão de Transpiração (uso da água) (g de H2O / g matéria seca) 450 - 950 250 - 350 50 - 55 Razão Clorofila a / clorofila b 2,8 +/- 0,4 3,9 +/- 0,6 2,5 – 3,0 Ponto de compensação de CO2 (ppm) 30 - 70 0 - 10 0 – 5 (no escuro) Inibição da fotossíntese por 21% de O2 atm. Sim (fotorrespiração) Não Sim Detecção da Fotorrespiração Sim Não (somente nas células da bainha) Sim (difícil detectar) Temperatura ótima para Fotossíntese 15 – 25ºC 30 – 40ºC ~ 35 º C Produção de Matéria Seca (Ton/ha/ano) 22 +/- 0,3 39 +/- 17 Baixa e altamente variável DESTINO DOS PRODUTOS DA FS FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA FOTOSSÍNTESE FATORES EXTERNOS LUZ; CO2; TEMPERATURA; ÁGUA E OXIGÊNIO FATORES INTERNOS IDADE DA FOLHA; ESTRUTURA DA FOLHA E ARQUITETURA FOLIAR OUTROS FERTILIDADE DO SOLO; USO DE PRODUTOS QUÍMICOS: INSETICIDAS E FUNGICIDAS FATORES EXTERNOS INTENSIDADE LUMINOSA FATORES EXTERNOS TEMPERATURA FATORES EXTERNOS CONCENTRAÇÃO DE CO2 Com vento: A fotossíntese aumenta em torno de 20% Fertilização artificial com CO2 em estufas ocorreu o aumento da produção em morangueiros Desvantagens do efeito tóxico: diminui a fotossíntese ÁGUA Falta de água provoca diminuição da fotossíntese, principalmente pelo fechamentos dos estômatos. A desidratação do protoplasma por si só provocaria a redução da fotossíntese, principalmente através de uma diminuição na permeabilidade ao CO2, no mesófilo da folha. CONCENTRAÇÃO DE O2 Alta concentração de oxigênio FOTORRESPIRAÇÃO Baixa taxa fotossintética FATORES INTERNOS IDADE DA FOLHA F O T O S S Í N T E S E JOVEM MADURA SENIL FATORES INTERNOS ESTRUTURA DAS FOLHAS • • • • • • Extensão do espaço intercelular. Proporção entre parênquima paliçádico e lacunoso. Tamanho, posição e eficiência dos estômatos. Espessura da cutícula. Distribuição e eficiência do sistema vascular. Manutenção da turgescência celular. ARQUITETURA FOLIAR OUTROS FATORES FUNGICIDAS E INSETICIDAS Estes produtos químicos diminuem a taxa de fotossíntese por que provocam "ENTUPIMENTO DOS ESTÔMATOS". OUTROS FATORES FERTILIDADE DO SOLO A falta de qualquer elemento essencial no solo alterará indiretamente a atividade fotossintética. Deficiências de certos elementos específicos, tais como N e Mg, CONSTITUINTES DAS CLOROFILAS, e de Fe, essencial à sua SÍNTESE, provocarão uma maior diminuição na fotossíntese. EFICIÊNCIA FOTOSSINTÉTICA É a relação entre a energia química obtida na fotossíntese e a energia luminosa disponível para a planta realizar o processo. ENERGIA QUÍMICA OBTIDA (CARBOIDRATOS) EF = ENERGIA LUMINOSA DISPONÍVEL (h) EF = 1% nos países de agricultura sub-desenvolvida EF = 2,5% nos países desenvolvido CAPTAÇÃO DE LUZ Aumentar o IAF da cultura - Superfície total de folhas/m2 de terreno INTRODUÇÃO DO CICLO C4 EM C3 Hibridação de plantas C3 x C4 - Ex. Atriplex Se calcularmos a EF em relação a energia incidente, energia solar absorvida, podemos encontrar até 7,3% em certas fases da cultura. CONCLUSÃO A produção de fotoassimilados pelas plantas está diretamente ligada a transformação de energia luminosa em energia química e a absorção e fixação do CO2 . Estas apresentam classificações metabólicas distintas, e sua compreensão é decisiva na escolha de espécies que melhor se ajustam as condições ambientes da área de interesse, já que essas condições influenciam diretamente na fotossíntese. OBRIGADO CO2 CARBOIDRATOS O2 H2O REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KERBAUY, Gilberto Barbante - 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. TAIZ, Lincoln. Fisiologia Vegetal. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. FUNÇÕES ENZIMAS ENZIMA SUBSTRATO Carboxilase (case) CO2 Oxidase (oxase) O2 Cinase (cnase) ATP Desidrogenase (DHase) H2 CONSTANTE DE MICAELE (KM) C4 = 7 µM C3 = 100 µM Afinidade = 1/Km
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