ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT
i Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERÂNEA DE POLIMETÁLICOS MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA VOLUME 1: INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO Cuiabá/MT, Maio de 2015 ii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 CORPO TÉCNICO Responsável Técnico: Bruno Yoshida Tomaselli, Eng.º de Minas, CREA 5062373662 iii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1 2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO ................................................................ 2 3. 2.1 Dados do Empreendimento ......................................................................................................2 2.2 Histórico do Empreendimento .................................................................................................4 2.3 Localização e Acesso .................................................................................................................9 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 12 3.1 Base de Dados ..........................................................................................................................12 3.2 Recurso Mineral ......................................................................................................................13 3.2.1. Arex .......................................................................................................................................................... 14 3.2.2 3.3 Ambrex................................................................................................................................................ 15 Reserva Mineral ......................................................................................................................16 3.3.1 Parâmetros e Premissas ....................................................................................................................... 16 3.3.2 Informações Geotécnicas .................................................................................................................... 18 3.3.3 Concepção da Mina ............................................................................................................................. 20 3.3.4 Seleção do Método de Lavra Subterrâneo ........................................................................................... 21 3.3.5 Bench Stoping ..................................................................................................................................... 22 3.3.6 Desenvolvimento subterrâneo ............................................................................................................. 27 3.3.7 Reserva de Minério Subterrâneo ......................................................................................................... 31 3.3.8 Sequenciamento da Mina .................................................................................................................... 31 3.3.9 Equipamentos de Mineração ............................................................................................................... 36 3.3.10 Ventilação da Mina ............................................................................................................................. 40 3.3.11 Enchimento da mina ............................................................................................................................ 43 3.4 Planta Concentradora .............................................................................................................43 3.4.1 Introdução ........................................................................................................................................... 43 3.4.2 Cominuição ......................................................................................................................................... 46 3.4.3 Flotação ............................................................................................................................................... 48 3.4.4 Espessamento e Filtragem ................................................................................................................... 54 3.4.5 Sistemas de Águas Recuperadas e Nova ............................................................................................. 55 iv Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.4.6 Circuito de Preparação dos Reagentes ................................................................................................ 56 3.4.7 Sistemas de Ar Comprimido ............................................................................................................... 59 3.4.8 Sistema de Abatimento de Pó .............................................................................................................. 59 3.4.9 Drenagens ............................................................................................................................................ 59 3.4.10 Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)......................................................................................... 60 3.5 Pilha de Rejeitos ......................................................................................................................62 3.5.1 Introdução ........................................................................................................................................... 62 3.5.2 Depósito de Rejeitos Secos ................................................................................................................. 63 3.5.3 Ponds de Subdrenagem ....................................................................................................................... 66 3.5.4 Pond de Coleta de Efluentes ............................................................................................................... 67 3.5.5 Pond de Raincoat ................................................................................................................................ 67 3.5.6 Vias de Acesso .................................................................................................................................... 68 3.6 Barragem de Água ..................................................................................................................68 3.6.1 Descrição ............................................................................................................................................. 68 3.6.2 Sequência Construtiva ......................................................................................................................... 71 3.6.3 Acessos................................................................................................................................................ 71 3.7 3.7.1 3.8 Depósito Temporal de Rejeitos ..............................................................................................72 Introdução ........................................................................................................................................... 72 Áreas de Apoio e Administrativas .........................................................................................74 3.8.1 Área Administrativa ............................................................................................................................ 74 3.8.2 Instalações de Apoio Industrial ........................................................................................................... 78 3.9 Outras Estruturas ...................................................................................................................80 3.9.1 Depósito de Resíduos .......................................................................................................................... 80 3.9.2 Paióis de Explosivos e Acessórios ...................................................................................................... 81 3.9.3 Posto de Combustível .......................................................................................................................... 83 3.9.4 Linha de Transmissão.......................................................................................................................... 83 3.10 Logística para Despacho .........................................................................................................83 3.10.1 Corredor Logístico com Destino Juiz de Fora ..................................................................................... 85 3.10.2 Corredor Logístico com Destino Três Marias ..................................................................................... 86 3.10.3 Corredor Logístico com Destino Santos.............................................................................................. 86 3.10.4 Corredor Logístico com Destino Paranaguá ........................................................................................ 87 3.10.5 Corredor Logístico com Destino Camaçari ......................................................................................... 88 3.10.6 Resumo dos dados ............................................................................................................................... 89 v Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] 4. 5. 6. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.11 Mão de Obra para Operação .................................................................................................90 3.12 Fase de Implantação ...............................................................................................................90 3.13 Plano de Fechamento da Mina ...............................................................................................93 3.14 Análise de Custo-Benefício .....................................................................................................97 ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS ........................................................................................... 99 4.1 Relacionadas à Extração Mineral ..........................................................................................99 4.2 Relacionadas ao Beneficiamento do Minério ......................................................................102 4.3 Relacionadas à Disposição dos Rejeitos ..............................................................................103 4.4 Relacionadas à Locação das Estruturas ..............................................................................104 LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL ............................................................................... 109 5.1 Introdução..............................................................................................................................109 5.2 Área do Complexo Industrial ...............................................................................................110 5.3 Acessos....................................................................................................................................113 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............................................................ 114 6.1 Definição das Áreas de Influência........................................................................................114 6.2 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas ......119 6.3 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais Afetados...............................................................................................................................................121 6.3.1 Fase de Pesquisa Mineral .................................................................................................................. 121 6.3.2 Fase de implantação do Empreendimento ......................................................................................... 122 6.3.3 Fase de Operação do Empreendimento ............................................................................................. 124 6.3.4 Fase de Desativação do Empreendimento ......................................................................................... 126 vi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Lista de Figuras Figura 1 – Carta-imagem com a localização das áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda. Também pode se observar a localização da sede municipal de Aripuanã/MT. ............................................................................................................................................... 1 Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã ........................................................................................ 3 Figura 3 – Layout atual com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT ................................................................................................................................... 5 Figura 4 – Croqui mostrando as estrutruras principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1,2,3,4,5,6,7 – Votorantim Metais Zinco, 8 – Gentil Zanin ........... 8 Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado ................................................ 10 Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT.... 11 Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT .. 12 Figura 8 – Sólidos interpretados do alvo Arex (3D) com projeção dos furos de sondagem ...................... 13 Figura 9 – Sólidos interpretados do alvo Ambrex (3D) com projeção dos furos de sondagem ................. 14 Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo .................................. 23 Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA .............................................................. 24 Figura 12 – Visão longitudinal ................................................................................................................... 25 Figura 13 – Seção vertical típica da mina .................................................................................................. 26 Figura 14 – Vista em 3D do layout de dois níveis com a divisão dos subníveis e o posicionamento das travessas de acesso aos realces nos rib pillars ........................................................................................... 29 Figura 15 – Vista em 3D de um subnível mostrando as galerias no minério para realizar a lavra dos realces ......................................................................................................................................................... 30 Figura 16 – Seção vertical do realce – diluição .......................................................................................... 31 vii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 17 – Configuração final da mina ..................................................................................................... 31 Figura 18 – Linhas de sequenciamento da mina ........................................................................................ 32 Figura 19 – Sequenciamento visual dos dois corpos (Arex e Ambrex) ..................................................... 35 Figura 20 – Sequenciamento ano a ano com NSR ..................................................................................... 36 Figura 21 – Layout ventilação - Arex......................................................................................................... 41 Figura 22 – Layout da ventilação - Ambrex ............................................................................................... 41 Figura 23 – Exaustor instalado na posição horizontal (ilustração) ............................................................. 42 Figura 24 – Fluxograma de blocos: Cominuição ....................................................................................... 44 Figura 25 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão).................................................................. 45 Figura 26 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho ......................................................................... 45 Figura 27 – Circuito de cominuição. .......................................................................................................... 48 Figura 28 – Circuito de flotação de talco ................................................................................................... 49 Figura 29 – Circuito de flotação de cobre .................................................................................................. 51 Figura 30 – Circuito de flotação de chumbo .............................................................................................. 52 Figura 31 – Circuito de flotação de zinco .................................................................................................. 53 Figura 32 – Vista em planta da pilha de rejeitos na sua configuração final. .............................................. 63 Figura 33 – Vista em planta do Deposito de Rejeitos Temporal. ............................................................... 73 Figura 34 – Croqui de recorte de carta-imagem mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos, localizado em um interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha. ....................................................................................................................... 81 Figura 35 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). ....................... 82 Figura 36 – Mapa com localização da mina e smelters .............................................................................. 84 Figura 37 – Representação do sistema Castanheira - Juiz de Fora............................................................. 85 Figura 38 – Representação do sistema Castanheira - Três Marias ............................................................. 86 Figura 39 – Representação do sistema Castanheira - Santos...................................................................... 87 Figura 40 – Representação do sistema Castanheira - Paranaguá................................................................ 88 viii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 41 – Representação do sistema Castanheira – Camaçari ................................................................ 89 Figura 42 – Principais marcos do projeto. .................................................................................................. 93 Figura 43 – Fases do LG .......................................................................................................................... 100 Figura 44 – Desenho operacional final da cava céu aberto ...................................................................... 101 Figura 45 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos (Versão de 2007) ..................................... 104 Figura 46 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril (Versão de 2008). .......................................................................................................................... 105 Figura 47 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos (Versão de 2008) .......................... 106 Figura 48 – Plano diretor com concepção de pilha de rejeitos e minas subterrâneas (Versão 2012) ....... 107 Figura 49 – Plano diretor atualizado (2015) ............................................................................................. 108 Figura 50 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial ......................................................................................................... 110 Figura 51 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT .................................................................................................................................................................. 116 Figura 52 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã (Mineração Dardanelos Ltda) ................................................. 117 Figura 53 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT .... 118 Figura 54 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia ............................................................................................................................................ 119 Figura 55 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10 km da AID do empreendimento .................................................................................................................................................................. 120 ix Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Lista de Quadros e Tabelas Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT 7 Quadro 2 – Recurso Mineral Arex ............................................................................................................. 15 Quadro 3 – Recurso Mineral Ambrex ........................................................................................................ 15 Quadro 4 – Parâmetros do NSR. ................................................................................................................ 16 Quadro 5 – Métodos de lavra em relação às condições da rocha ............................................................... 21 Quadro 6 – Arex / Ambrex – características do corpo de minério ............................................................. 22 Quadro 7 – Sequenciamento do desenvolvimento (m) ............................................................................... 34 Quadro 8 – Sequenciamento da produção .................................................................................................. 34 Quadro 9 – Tabela com Disponibilidade e Utilização dos equipamentos principais. ................................ 36 Quadro 10 – Frota de equipamentos de mina ano a ano para a operação................................................... 39 Quadro 11 – Quadro descritivo da barragem de água. ............................................................................... 70 Quadro 12 – Distâncias mínimas requeridas para o paiol. ......................................................................... 82 Quadro 13 – Rotas, volumes e produtos..................................................................................................... 90 Quadro 14 – Distribuição de mão de obra .................................................................................................. 90 Quadro 15 – Resumo dos principais parâmetros financeiros ..................................................................... 97 Quadro 16 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto .................................................................... 99 1 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1. INTRODUÇÃO As informações contidas neste documento estão de acordo com o Termo de Referência – TR emitido aos 08/05/2012 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SEMA/MT, através do Ofício nº 85522/CM/SUIMIS/2012, que responde à demanda da Mineração Dardanelos Ltda. (Protocolo nº 135777/2012). O referido TR refere-se à realização de atividade mineral, em uma área total de 3.640,72 hectares, requeridas pelo interessado, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM, através dos Processos 866.173/1992, 866.174/1992, 866.569/1992 e 866.570/1992, localizados no município de Aripuanã/MT (Figura 1). Figura 1 – Carta-imagem com a localização das áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda. Também pode se observar a localização da sede municipal de Aripuanã/MT. 2 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Dessa forma, ao dar cumprimento às solicitações contidas no referido TR iniciou-se o processo de licenciamento ambiental da atividade de extração e beneficiamento de minério polimetálico sulfetado (Zn, Cu, Pb, Au e Ag), através de EIA/RIMA. Todos os estudos realizados estão pautados em legislações pertinentes, ao nível Federal, Estadual e Municipal, como também foram considerados os Planos e Programas Governamentais e a compatibilidade com o Projeto Aripuanã, atendendo ainda, os princípios e objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, como pode ser verificado no Anexo 1. 2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO 2.1 Dados do Empreendimento Nome do empreendimento: Projeto Aripuanã Nome e Razão Social da Empresa responsável: Mineração Dardanelos Ltda Inscrição Estadual: CNPJ: 03.686.720/0001-40 Nome do responsável pelo empreendimento: Bruno Yoshida Tomaselli Representante Legal: Gilmara Patrícia Barros Carneiro Endereço para correspondência: Setor Comercial Sul, Quadra 1, Bloco 1 Edifício Central, salas 705/707, Asa Sul Brasília, DF - CEP: 70304-900 Tel.: (61) 3045-0192 Em termos gerais, o Projeto Aripuanã consiste na exploração de duas principais zonas mineralizadas, Arex e Ambrex. Ambas mineralizações próximas à superfície, que poderiam ser lavradas a céu aberto, estendem-se a profundidades superiores a 500 m, e, por conseguinte, há possibilidade de lavra subterrânea. O estudo comparativo entre uma operação mista de mina céu aberto/subterrânea com outra somente subterrânea fez o empreendedor optar apenas pela subterrânea, tendo em vista os menores impactos ambientais e custo global para a operação subterrânea. 3 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Recuperações e teores de concentrado foram baseados em testes preliminares e estão alinhados com outras operações pelo mundo. A reserva final para a mina é de 28 Mt @ 4,3% Zn, 1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t Au, incluindo os recursos inferidos. Para atingir o nível de produção desejado e garantir uma operação mais flexível, os dois corpos serão lavrados concomitantemente. A Figura 2 mostra a sequência do projeto separado por mina e o Net Smelter Return (NSR) gerado anualmente. O conceito do NSR remete ao valor pago pelo smelter, que consiste no concentrado produzido, mas que ainda deve ser processado em uma planta metalúrgica para a produção final do metal. Dessa forma, o NSR considera a porcentagem paga para a mina sobre o preço do metal no mercado (payable), deduzido dos custos de tratamento e refino (treatment cost e refining cost), além dos prêmios pagos pelos subprodutos. Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã Sendo o Projeto Aripuanã uma exploração mineral de polimetálicos (Zn, Pb, Cu, Ag e Au), com previsão de vida útil de 15 anos, os volumes de produção calculados para esse período são: Zinco: 1,9 Mt de concentrado, sendo 1,0 Mt de zinco contido; Chumbo: 770 kt de concentrado, sendo 390 kt de chumbo contido; 4 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Cobre: 280 kt de concentrado, sendo 76 kt de cobre contido; Prata: 31,2 Moz, contidos nos concentrados de zinco, chumbo e cobre; e Ouro: 235 koz, contidos nos concentrados de chumbo e cobre. 2.2 Histórico do Empreendimento O Projeto Aripuanã consistirá na exploração e beneficiamento de zinco, cobre, chumbo, ouro e prata, localizado a aproximadamente 25 km à noroeste da cidade de Aripuanã, cujo município situa-se na porção noroeste do estado de Mato Grosso e do Brasil. As pesquisas geológicas começaram em 1993, sendo que a Votorantim Metais Zinco assumiu o controle sobre a exploração mineral em 2004, a partir de uma joint venture entre a Anglo American (Anglo) e Karmin Exploration Corporation (Karmin), empresa denominada Mineração Dardanelos Ltda. Desde 2004, a Mineração Dardanelos Ltda concentrou seus esforços na sondagem dos corpos minerais denominados Arex e Ambrex As principais estruturas relacionadas à mineração e ao beneficiamento do minério (Figura 3), estão consolidadas no Plano Diretor (Anexo 2), em cujo layout geral destaca-se: unidade de beneficiamento, pilha de rejeito a seco, depósito de resíduos, paióis de explosivos/acessórios e barragem para armazenamento de água. 5 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 3 – Layout atual com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT A produção prevista para o Projeto Aripuanã é de 1,8 Mt/Ano de ROM, com vida útil mínima prevista para cerca de 15 anos. No Projeto haverá uma unidade de beneficiamento do minério por meio de processos de moagem, flotação e filtração, com a produção de três tipos de concentrados: zinco, cobre e chumbo, sendo o ouro, prêmio nos concentrados de chumbo e cobre e a prata nos concentrados de zinco, cobre e chumbo. 6 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O concentrado de zinco será transportado para o estado de Minas Gerais, por transporte rodoviário, para posterior refino nas unidades de Três Marias e/ ou Juiz de Fora. O concentrado de chumbo será exportado, enquanto que o concentrado de cobre poderá tanto ser exportado, quanto enviado para outras indústrias brasileiras. O estudo logístico que detalha todas as opções de transporte está apresentado no Anexo 3, “Diagnóstico de Alternativas para o Escoamento de Produtos de Aripuanã da Votorantim Metais”. O empreendimento será instalado em região de baixa densidade populacional, na zona rural do município de Aripuanã/MT, que está ocupada em sua maior parte, por propriedades rurais de médio e grande porte, sendo que a pecuária e a indústria extrativa madeireira se destacam como as principais atividades da economia local, seguida pelas atividades de pequenas minerações e garimpos artesanais. Envolve basicamente a bacia do córrego Guaribal, tributário da margem esquerda do rio Aripuanã, e em menor expressão micro-bacias afluentes do córrego Praia-Grande, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, e dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Banco, que por sua vez, também é contribuinte do rio Aripuanã, o qual drena a porção de extremo noroeste do Estado de Mato Grosso e pertence à bacia hidrográfica do rio Amazonas. O local previsto para implantação da planta de beneficiamento do empreendimento tem, como referência, as coordenadas geográficas 10°03’71” de latitude sul e 59°30’56” de longitude oeste de Greenwich. Na área de influência direta concentrarão todas as estruturas necessárias ao projeto, como mina, barragem para armazenamento de água, pilha de rejeitos, planta de beneficiament, pilha de resíduos, acessos etc. A área do projeto está situada em direitos minerários da Mineração Dardanelos Ltda, compreendendo os processos DNPM, conforme o Quadro 1, para os quais foi solicitado o englobamento de área aos 16/09/2011, estando atualmente todos esses processos em fase de requerimento de lavra e com Guia de Utilização, publicada em 23/01/2012. 7 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT Processos 866.173/1992 866.174/1992 866.569/1992 866.570/1992 DNPM Anglo American, Votorantim Metais Fora da AID do Anglo American, Superficiários Anglo American e Zinco, Mineração Projeto, superficiário Votorantim Metais Relevantes Gentil Zanin Taboco e Gentil não identificado Zinco e Gentil Zanin Zanin Área 1.000,00ha 1.000,00ha 640,72ha 1.000,00ha Minérios de Ouro, Minérios de Prata, Minérios de Prata, Minérios de Prata, Substância Prata, Zinco, Ouro, Zinco, Ouro, Zinco, Ouro, Zinco, Chumbo e Cobre Chumbo e Cobre Chumbo e Cobre Chumbo e Cobre Município/ Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT Estado Data protocolo 13/03/1992 13/03/1992 14/08/1992 15/08/1992 DNPM Alvará de Nº 3.354 de Nº 3.355 de Nº 1.377 de Nº 461 de pesquisa 09/08/1996 09/08/1996 08/06/1995 15/03/1995 Data apresentação 06/08/1999 06/08/1999 10/02/2003 10/02/2003 de relatório final Guia de Utilização Guia de Utilização Guia de Utilização Guia de Utilização Último evento 09/2015 publicada 06/2015 publicada 07/2015 publicada 08/2015 publicada (DNPM) 27/03/2015. 27/03/2015. 27/03/2015. 27/03/2015. As estruturas relacionadas às ocorrências minerais, Arex e Ambrex, estão localizadas as dentro das propriedades da Mineração Dardanelos ou suas associadas (Figura 4), as demais estruturas como a área da planta, barragem de água, pilha de rejeitos e pilha de resíduos, pertence atualmente ao Sr. Gentil Zanin. A Mineração Dardanelos já possui a anuência desse proprietário e está em fase de negociação dessa terra. As devidas Autorizações dos Superficiários para a Mineração Dardanelos Ltda, bem como os documentos das propriedades rurais relacionadas ao empreendimento estão apresentados no Anexo 4. 8 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 4 – Croqui mostrando as estrutruras principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2 – Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco (Karmin), 8 – Gentil Zanin 9 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2.3 Localização e Acesso A área do Projeto Aripuanã localiza-se na zona rural do município de Aripuanã/MT, cujo acesso terrestre, partindo de Cuiabá, se faz por uma alternativa viária principal, passando por Juína: de Cuiabá/Várzea Grande percorre-se um trecho de aproximadamente 590 km pela Rodovia Federal BR-364, pavimentada. Ao fim do trecho a rodovia tem continuidade na MT170, pavimentada, numa extensão de aproximadamente 211 km, passando pela cidade de Brasnorte até alcançar a cidade de Juína. Desse ponto até Aripuanã, passando pela cidade de Castanheira, na MT-420, a mesma MT-170, encontra-se asfaltada, e só após Castanheira é em leito natural, ambos os trechos totalizam cerca de 203 (duzentos e três) km, conforme se observa na Figura 5. 10 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado Fonte: http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/12/mapas-do-mato-grosso.html Enfatiza-se que a ligação rodoviária de Cuiabá a Aripuanã, que totaliza aproximadamente 1.000 km, apresenta condições ruins, especialmente nos trechos em leito natural, os quais impõem grandes dificuldades para o tráfego no período chuvoso. Embora existam essas dificuldades de tráfego, é essa ligação com Cuiabá que possibilita o acesso aos estados do sul e sudeste do País. Já a área objeto da exploração mineral, que fica cerca de 13 (treze) km em linha reta da cidade de Aripuanã, na localidade denominada Serra do Expedito, pode ser acessada, por via terrestre, através da MT-208, em direção à Conselvam (Figura 6). 11 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT A partir da ponte sobre o rio Aripuanã, adjacente à malha urbana da sede municipal, percorre-se cerca de 12,5 km por essa MT-208 até alcançar um entroncamento, de onde se toma uma estrada vicinal, que em direção norte, dá acesso à área após percorrer 9,5 km, como pode ser observado no croqui da Figura 7. 12 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT 3. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO 3.1 Base de Dados As informações, os estudos e as fontes a seguir listados, foram os elementos preponderantes e que subsidiaram a análise de custo-benefício, justificando a implementação do Projeto Aripuanã com vida útil de 15 anos. Recurso mineral e modelo de blocos (Votorantim Metais); Reserva de minério e desenho de mina (Votorantim Metais e MCB) Dados geotécnicos (BVP e KCB); Testes metalúrgicos e suposições de processos (ALS e Rezende Engenharia); 13 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Previsão do preço do metal (Votorantim Metais); Condição do contrato do concentrado (Votorantim Metais); Dados e custos de logística (Bioengenharia); Estudo de engenharia (Tecnomin). 3.2 Recurso Mineral O corpo de minério Arex possui comprimento de aproximadamente 1,7 km. A Figura 8 mostra os sólidos interpretados a partir das seções dos furos de sondagem. As dimensões dos blocos gerados a partir dos sólidos foram de 6m X 2m X 4m (X, Y, Z). Figura 8 – Sólidos interpretados do alvo Arex (3D) com projeção dos furos de sondagem O corpo de minério Ambrex tem comprimento de aproximadamente 1,4 km. A Figura 9 apresenta os sólidos interpretados em 3D. As dimensões dos blocos nesse caso são 6 x 4 x 4 m (X, Y, Z). 14 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 9 – Sólidos interpretados do alvo Ambrex (3D) com projeção dos furos de sondagem O resumo da tonelagem e teor do modelo de recurso está descrito a seguir, classificado de acordo com a categoria e litologias do recurso. 3.2.1. Arex O recurso total de Arex está resumido no Quadro 2. Este contém aproximadamente 13,6 Mt @ 2,70% Zn, 0,97% Pb, 0,67% Cu, 0,66 g/t Au e 32,27 g/t Ag de recurso classificado como medido, indicado e inferido. 15 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Quadro 2 – Recurso Mineral Arex Massa Mt Zn (%) Pb (%) Cu (%) Au (g/t) Ag (g/t) Stratabound 2,8 6,36 2,27 0,39 0,27 68,6 Stringer 1,3 0,15 0,05 1,39 0,70 14,7 Stratabound 1,2 6,29 2,12 0,51 0,27 57,2 Stringer 2,6 0,12 0,05 1,10 0,82 13,5 Stratabound 3,9 6,34 2,23 0,42 0,27 65,2 Stringer 3,9 0,13 0,05 1,20 0,78 13,9 Stratabound 2,2 5,08 1,88 0,24 0,30 46,7 Stringer 6,6 0,05 0,03 0,64 1,16 7,4 Stratabound 6,1 5,89 2,10 0,36 0,28 57,3 Stringer 7,5 0,09 0,04 0,93 0,97 10,8 Medido Indicado Medido + Indicado Inferido Total Teor Litologia Classificação 3.2.2 Ambrex O recurso total de Ambrex está resumido no Quadro 3. Este contém aproximadamente 27,2 Mt @ 4,63% Zn, 1,63% Pb, 0,13% Cu, 0,28 g/t Au e 39,90 g/t Ag de recurso classificado como medido, indicado e inferido. Quadro 3 – Recurso Mineral Ambrex Classificação Medido Indicado Medido + Indicado Inferido Total Litologia Massa Mt Stratabound Teor Zn (%) Pb (%) Cu (%) Au (g/t) Ag (g/t) 2,3 4,28 1,67 0,07 0,11 35,9 Stringer - - - - - - Stratabound 11,2 4,33 1,60 0,08 0,13 39,6 Stringer - - - - - - Stratabound 13,4 4,32 1,61 0,08 0,13 39,6 Stringer - - - - - - Stratabound 11,1 6,09 2,05 0,11 0,22 49,2 Stringer 2,7 0,07 0,03 0,48 1,32 5,8 Stratabound 24,6 5,12 1,81 0,09 0,17 44,1 16 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Classificação Litologia Massa Mt Stringer 2,7 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Teor Zn (%) Pb (%) Cu (%) Au (g/t) Ag (g/t) 0,07 0,03 0,48 1,32 5,8 3.3 Reserva Mineral 3.3.1 Parâmetros e Premissas Um resumo dos principais parâmetros de entrada utilizado no planejamento da mina subterrânea está incluído neste item. O início do projeto está previsto para Janeiro de 2018. As estimativas para preço do metal e câmbio foram definidas com base em estudos de mercado. Os valores de recuperação e teores de concentrado foram definidos de acordo com os resultados obtidos nos ensaios metalúrgicos realizados na ALS na Austrália e compilados pela Rezende Engenharia. O Quadro 4 mostra todos os parâmetros utilizados para calcular o Net Smelter Return – NSR (Retorno Líquido da Refinaria). O NSR é estimado para cada bloco considerando o metal pago, recuperação do metal, deduções de custo de tratamento (TC), custo de refino (RC) e transporte. Parâmetros Quadro 4 – Parâmetros do NSR. Concentrado Zn Pb Cu Recuperação (%) 86,3 83,0 66,7 / 89,8 Teor do concentrado (%) 51,7 50,7 28,8 / 27,2 Partição do ouro (%) - 49,7 16,2 / 62,8 Partição da Prata (%) 9,4 65,3 20,1 / 71,5 Umidade (%) 10 10 10 Paga por 85% sdm 8 unidades Paga por 95% sdm 3 unidades Paga por 97% sdm 1 unidade - Paga por 95% Paga por 95% Metal pago (%) Dedução do ouro (oz/t) 17 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Parâmetros Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Concentrado Pb sdm 0,05 oz/t Cu sdm 0,05 oz/t 3,0 oz/t Paga por 95% sdm 1,6 oz/t Paga por 95% sdm 1,6 oz/t RC ($/lb) - - 0,08 Au RC ($/oz) - 6 6 Ag RC ($/oz) - 0,35 0,4 70 100 100 2353 2135 7290 Deduções da Prata (oz/t) Ag pago após deduções (%) Preço do metal (US$/ton) Zn Preço do ouro (US$/oz) 1107 Preço da Prata (US$/oz) 19,1 TC (US$/ t conc) 243 220 78 Frete terrestre (R$/ t conc) 388 412 455 Frete oceânico (R$/ t conc) 150 Royalties também foram incluídos no cálculo do NSR. Este é calculado sobre o valor total do NSR e inclui royalties do governo (CFEM) de 2% e um adicional de 2% para Arex e 1,5% do Ambrex para o proprietário anterior do depósito. Custos operacionais usados para o cálculo da reserva de minério estão listados abaixo, e foram baseados em cálculos preliminares de estudos anteriores. Custo de lavra subterrânea: R$ 33,7/ t ROM. Custo de processamento: R$ 46,1/ t alimentada para minério stratabound e R$ 27,5/t para minério stringer Custo de G&A: R$ 5,4/ t ROM Logística: considerado no cálculo do NSR Royalties: considerado no cálculo do NSR 18 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.3.2 Informações Geotécnicas A empresa de consultoria independente BVP foi contratada para gerenciar e conduzir os trabalhos de geotecnia para o Projeto Aripuanã. Um resumo das informações está listado a seguir. Nesse estudo preliminar foi considerada a análise de estabilidade do realce subterrâneo para Ambrex e Arex, considerando o método de lavra selecionado, as dimensões das aberturas subterrâneas projetadas e os resultados dos furos geotécnicos realizados. Arex A classificação de maciço obtida a partir dos testemunhos de sondagens mostrou que as rochas presentes na região da mina constituem maciços de classe II (RMR 70), e III (RMR 54), predominando classe II, vindo a constituir uma mineralização bastante homogênea. Já a Resistência à Compressão Uniaxial das rochas intactas, obtidas a partir de ensaios de laboratório, permite classificar esses maciços, indistintamente, como "Muito Resistentes", com grau de consistência R5 da ISRM (entre 100 e 250 MPa). Os níveis de pior qualidade dos maciços estão nas regiões de falhas e mais raramente nos contatos da mineralização com as encaixantes. Nestes locais as camadas de classes de maciços inferiores podem atingir até 4 m, vindo a constituir os principais condicionantes dos estudos de métodos de lavra da região. Os estudos preliminares dos métodos de lavra foram realizados à luz das informações geológico-geotécnicas disponíveis nessa fase do projeto, sendo que o método de lavra avaliado foi previamente selecionado pelo empreendedor. Considera-se que os métodos de lavra recomendados sejam os de realces abertos, sendo viáveis as alternativas de Bench Stoping e Sublevel Stoping. Os dimensionamentos do método de lavra foram realizados considerando espessuras de zonas mineralizadas variando de 10 m a 30 m com profundidades variando de 0 até 400 m. Já o mergulho médio dos corpos é praticamente uniforme para toda a mineralização, em torno de 60. Admitiu-se, todavia, a existência também de mergulhos intermediários, com cerca de 30, que estão próximos do ângulo de repouso do minério (de 30 a 32). Foram dimensionados e/ou verificadas as dimensões de sill pillars e rib pillars para uma série de cenários envolvendo as alternativas de um bench stoping com níveis de 75 m e subníveis 19 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de 25 m e de um sublevel stoping com níveis de 30 m, sem subníveis. Os resultados obtidos para esses métodos mostraram uma recuperação muito boa, variando de 80 a 96%, considerando a recuperação posterior dos rib pillars. Os maciços rochosos da lavra Arex com profundidade superior a 30,0 m se encontram na faixa de autoportantes, quando considerados os estudos empíricos para dimensionamento de suportes. No entanto, o conhecimento atual das estruturas geológicas existentes nesses maciços mostram probabilidades de formação de cunhas tanto no teto quanto nas paredes dos túneis das rampas e dos desenvolvimentos da lavra. Dessa forma, prevê-se a instalação de suportes utilizando concreto projetado em camadas de espessuras entre 5 a 10 cm assim como a utilização de ancoragens de comprimento médio de 3 m com espaçamento variável, em função da estruturação local. Três zonas principais foram identificadas dentro do maciço rochoso de acordo com essas alterações: rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada é de 41,6 m e foi obtido a partir da análise dos furos de sondagem. Ambrex A classificação de maciço obtida a partir dos testemunhos de sondagens mostrou que as rochas presentes na região da mina constituem maciços de classe II (RMR 71,5), e III (RMR 54), predominando classe II, vindo a constituir uma mineralização bastante homogênea. Já a Resistência à Compressão Uniaxial das rochas intactas, obtidas a partir de ensaios de laboratório existentes, permite classificar estes maciços, indistintamente, como "Muito Resistentes", com grau de consistência R5 da ISRM (entre 100 e 250 MPa). Os níveis de pior qualidade dos maciços estão nas regiões de falhas e nos contatos da mineralização com as encaixantes. Nesses locais as camadas de classes de maciços inferiores podem atingir até 10 m, vindo a constituir os principais condicionantes dos estudos de métodos de lavra da região. Os estudos preliminares dos métodos de lavra foram realizados à luz das informações geológico-geotécnica disponíveis nessa fase do projeto, sendo que o método de lavra avaliado foi previamente selecionado pelo empreendedor. Considera-se que os métodos de lavra recomendados sejam os de realces abertos, sendo viáveis as alternativas de Bench Stoping e Sublevel Stoping. 20 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os dimensionamentos do método de lavra foram realizados considerando espessuras médias de zonas mineralizadas variando de 12 a 71 m com profundidades variando de 100 a 550 m, colocando a mineralização nas condições rasas a intermediárias. Já o mergulho médio dos corpos é relativamente acentuado em torno de 63, embora haja exceções muito localizadas com mergulhos ligeiramente acima do ângulo de repouso do material (cerca de 30). Foram dimensionados e/ou verificadas as dimensões de sill pillars e rib pillars para cenários envolvendo as alternativas de um bench stoping com níveis de 75 m e subníveis de 25 m e de um sublevel stoping com níveis de 30 m, sem subníveis. Os resultados obtidos para esses métodos mostraram uma recuperação muito boa, variando de 86 a 95%, considerando a recuperação posterior dos rib pillars. Os maciços rochosos da lavra Ambrex localizados em profundidades superiores a 50 m encontram-se na faixa dos autoportantes, quando considerados os estudos empíricos para dimensionamento de suportes. No entanto, o conhecimento atual das estruturas geológicas existentes nesses maciços mostram probabilidades de formação de cunhas tanto no teto quanto nas paredes dos túneis das rampas e dos desenvolvimentos da lavra. Dessa forma prevê-se a instalação de suportes utilizando concreto projetado em camadas de espessuras entre 5 cm assim como a utilização de ancoragens de comprimento médio de 2,5 m com espaçamento variável, em função da estruturação local. 3.3.3 Concepção da Mina O projeto Aripuanã consiste em duas zonas principais mineralizadas, Arex e Ambrex, com mineralizações próximas à superfície estendendo-se a profundidades superiores a 500 m, onde há a possibilidade para lavra subterrânea. Uma série de cenários foi criada para avaliar e identificar qual deles maximizaria o fluxo de caixa e que suportasse a concepção do projeto. Uma análise para mina subterrânea foi realizada a fim de definir o método de lavra ideal. O estudo de lavra subterrânea considera o método de Bench Stoping com perfuração longa e enchimento de rocha. Uma análise preliminar foi realizada para definir a taxa de produção ideal. Essa análise levou em consideração o ganho de escala decorrente de capacidades mais elevadas. De acordo com a análise, a taxa de produção ideal indicada é 5,0 ktpd. Menor taxa produção seria muito caro devido aos altos custos fixos. Taxas de produção muito elevadas resultam em 21 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] uma menor vida útil da mina e alto CAPEX, que seria muito arriscado para a viabilidade do projeto. Para o sequenciamento, foi considerada a lavra concomitante dos dois corpos (Arex e Ambrex), para maior flexibilidade e garantia operacional. 3.3.4 Seleção do Método de Lavra Subterrâneo De acordo com o SME Handbook, a determinação de qual método é o ideal para ser aplicado é baseado na avaliação de parâmetros agrupados nas características seguintes: Considerações Geotécnicas Ocorrência mineral Dimensões do corpo de minério Fatores de segurança Fatores ambientais Considerações econômicas Considerações de trabalho e políticas Cada um desses critérios pode tornar-se o principal fator determinante, contudo a seleção do método deve avaliar todas essas características. O Quadro 5 resume as condições típicas de solo relativas a vários métodos de lavra e o Quadro 6 mostra as características específicas do Projeto Aripuanã. Quadro 5 – Métodos de lavra em relação às condições da rocha Método de Lavra Tipo de Depósito Mergulho Resistência Material Resistência Parede Limite Mineralização Suporte Block or Panel Caving Massivo Alto Baixa Fraca/ Alta Regular Desabamento Room and Pillar Tabular, Acamadado < 30 Alta Alta Regular Natural Sublevel Stoping Massivo Alto, FW excede o ângulo de repouso Alta Alta Regular Natural Sublevel Caving Veio Largo/ Grande Mineralização >70 Baixa Fraca/ Alta Regular Desabamento 22 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Método de Lavra Tipo de Depósito Mergulho Resistência Material Resistência Parede Limite Mineralização Suporte Cut-and-Fill Stoping Veio Médio a Largo Médio/ Alto Alta Alta Irregular Requer suporte artificial Vertical Crater Retreat Massivo Alto, FW excede o ângulo de repouso Alta Alta Regular Natural Top Slicing Mineralizaçao em corpos finos Plano/ Médio/ Alto Alta Alta Regular Requer suporte artificial Shrinkage Stoping Veio Estreito Alta, excede o ângulo de repouso Alta Alta Regular Requer suporte artificial Square-Set Stoping Depósito venular de alto teor Médio/ Alto Fraca/ Alta Fraca/ Alta Regular/ Irregular Requer suporte artificial Fonte: Brady B. H. G. & Brown E. T. "Rock Mechanics for Underground Mining" – George Allen & Unwin – London – 1985. Quadro 6 – Arex / Ambrex – características do corpo de minério Depósito Tipo de Depósito Mergulho Resistência Material Resistência Parede Limite Mineralização Suporte Arex Zonas com espessuras médias >50 Médio/ Alto Médio/ Alto Irregular Requer suporte artificial Ambrex Superior Zonas com espessuras médias/ potentes >50 Médio/ Alto Médio/ Alto Irregular Requer suporte artificial O método selecionado para Aripuanã foi o Bench Stoping, o qual consiste numa variação do método Sublevel Stoping. 3.3.5 Bench Stoping O método de lavra chamado Bench Stoping pode ter diversas variações. Os tipos de acesso ao minério e o tipo e disponibilidade do enchimento são fatores importantes na determinação da variante do método. Serão descritos aqui somente as duas variações selecionadas como método de lavra do Projeto Aripuanã, são eles o benching stoping com enchimento contínuo e o benching stoping AVOCA. 23 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O benching com enchimento contínuo é uma variação do bench stoping que usa enchimento para apoiar as paredes do realce. Neste método devem ser abertos acessos em ambas as extremidades do realce de tal maneira que enquanto o equipamento de carga realiza a limpeza do bloco através de uma das extremidades pelo nível inferior, o enchimento acontece concomitantemente através do outro acesso. A Figura 10 representa esquematicamente o conceito deste método. Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo O benching stoping AVOCA é um método que utiliza acesso ao bloco de minério através de somente uma extremidade. O equipamento de carga faz a limpeza pelo nível inferior enquanto que o vão livre gerado pela detonação é preenchido pelo acesso do nível superior, como pode ser visto na Figura 11. Neste método os fogos são confinados e o vão livre gerado fica aberto por menos tempo. 24 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA Em ambos os métodos os realces serão preenchidos com backfill cimentado, rejeito com 2% cimento. Este material é composto do rejeito da planta de beneficiamento que se encontra na superfície, juntamente com o estéril gerado pelo desenvolvimento de rampas e travessas. Nos primeiros anos da mina o estéril do desenvolvimento será depositado temporariamente no depósito de resíduos na superfície, após o início da lavra este material será direcionado diretamente para o preenchimento dos vazios da mina. A localização da rampa foi selecionada para propiciar o melhor acesso ao corpo de minério. Travessas a partir da rampa servirão de acesso para o minério e então galerias de minério serão desenvolvidas dentro do corpo conectando as travessas. A Figura 12 ilustra uma visão longitudinal da operação. 25 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 12 – Visão longitudinal A lavra pelo método Bench Stoping é altamente produtivo mesmo com um número reduzido de frentes de lavra. O método será apropriado para os veios com mergulho superior a 45º e espessuras maiores que 3 m. Os realces serão lavrados em recuo e dos subníveis inferiores para os superiores. Os painéis somam 75 m, sendo composto por 3 subníveis de 25 m de altura. O tempo de ciclo para a lavra dos realces foi estimado baseado na média das dimensões dos realces e produtividade dos equipamentos. A Figura 13 mostra uma seção vertical típica do corpo mineralizado. As perfurações de detonação utilizarão equipamentos de perfurações longas de 25 a 30 m a partir do nível da perfuração. Geralmente são adotadas perfurações ascendentes, pois permitem um ângulo de detonação de 70º para frente. A sequência de produção do realce terá início com o desenvolvimento dos furos de alívio (slots) na extremidade dos realces. O slot será desenvolvido por perfurações longas e ascendentes. Em seguida o slot será alargado até a sua configuração final que terá a mesma largura do realce. Posteriormente leques de perfurações serão detonados para extração do minério. O minério detonado será transportado por LHDs (Load Haul Dump), controladas por controle remoto. O minério desmontado é carregado em caminhões que farão o transporte deste material até a superfície, onde será disposto em pilhas no pátio próximo a boca da mina. Da boca da mina o minério será transportado por meio de caminhões rodoviários até a planta. 26 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 13 – Seção vertical típica da mina A seguir, a lista das operações unitárias que são necessárias para completar o ciclo de lavra. Perfuração: As perfurações de produção são planejadas para ser realizado por um equipamento de perfuração longa eletro-hidráulico. Assim que a face livre (slot) é aberta os leques podem ser perfurados. O próximo leque da sequência só é detonado após a limpeza do material desmontado anteriormente. A razão de carga considerada é de 0,5 kg/t. O explosivo e a emulsão serão dimensionados dependendo da possibilidade de presença de água e as características do minério. Carregamento e transporte: O carregamento será realizado utilizando LHD rebaixadas de 14 ton. Em geral o limite dos realces é definido pela distância de 27 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 transporte das LHDs, que é de até 150 metros. As LHDs carregarão caminhões de 42 t que farão o transporte do minério até o pátio na boca da mina. Suporte de teto: Suporte de teto é uma parte importante no ciclo de lavra. Parafusos de teto foram escolhidos como suporte com espaçamento de 1,5 x 1,5 m e 2,4 a 3,0 m de comprimento. Uma malha de cabos de aço também será utilizada no suporte da encaixante do minério para um melhor controle da diluição. Enchimento: Esta tarefa consiste em bombear para dentro do realce o backfill cimentado. A lavra do realce que se encontra no subnível superior está condicionada ao enchimento do bloco abaixo, onde o backfill serve de piso para as operações de lavra unitárias necessárias para completar o ciclo. Ventilação: O circuito de ventilação deverá suprir o oxigênio no subsolo, fazer a renovação contínua do ar, diluir de forma eficaz todos os gases inflamáveis e nocivos, manter o nível de poeira, temperatura e umidade relativa do ar adequada ao trabalho humano e ser mantido e operado de forma regular e contínua. Para tanto, a entrada de ar fresco para a mina é feito pelas rampas e saídas de emergência sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que conectam todos os níveis e áreas da mina. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar é necessária para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra. Bombeamento de água: Como o aporte de água da mina não é grande, o bombeamento da água para fora da mina será realizado por meio de bombas de face, que garantam a segurança nas operações. A quantidade média a ser bombeada durante a vida útil da mesma é da ordem de 50-100 m³/h para cada corpo mineral. Essa água será aproveitada no processo de beneficiamento. 3.3.6 Desenvolvimento subterrâneo A rampa principal terá seção de 5 x 6 m e inclinação máxima de 14%. As dimensões da rampa foram selecionadas para permitir o acesso de caminhões com capacidade de 50 toneladas, 28 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 além das tubulações de ventilação. Suportes são inclusos no cálculo de produtividade e custo. O suporte de teto considerado foi o sugerido pela consultoria de geotecnia (BVP), com a utilização de tirantes e concreto projetado. Em cada travessa de acesso dos subníveis é planejado local apropriado para a instalação de bombas, painéis e quando necessárias subestações elétricas. O desenvolvimento no Ambrex iniciará apenas quando todo o desenvolvimento principal do Arex for completado, visando à redução do CAPEX e otimizando o sequenciamento da produção. As descrições dos principais acessos estão resumidas a seguir: Rampa principal tem a inclinação máxima de aproximadamente 14% e é o principal acesso da superfície para a mina. Está posicionada na lapa do minério a uma distância mínima de 30 m do minério por razões de segurança As travessas são os desenvolvimentos que conectam: o Rampa principal às galerias de minério ou galerias de transporte o Galerias de transporte (quando houver) com as galerias de minério As galerias de minério são os únicos desenvolvimentos feitos dentro do minério e são utilizados para transportar o minério detonado e para ventilação A galeria de transporte é um desenvolvimento horizontal que é paralelo ao corpo de minério e serve de acesso para o corpo e manobras para transporte Saída de emergência é um desenvolvimento vertical que conecta os níveis e vai até a superfície, este é equipado com escadas que podem ser utilizadas pelos operários para sair da mina em caso de emergência. Travessa de ventilação é um desenvolvimento que conecta as chaminés de ventilação às demais galerias, sendo estas uma rampa, galeria de transporte ou mais comumente uma travessa de acesso ao minério. Um resumo das características gerais e critérios de projeto utilizado no estudo estão apresentados a seguir: Dimensões das travessas de acesso à galeria de minério: 5 m x 5 m Dimensões da galeria de minério: 5 m x 5 m Dimensões da galeria de transporte: 5 m x 5 m Dimensão da rampa principal: 5 m x 6 m 29 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Inclinação máxima da rampa principal: 14% Dimensão da galeria de ventilação: 4 m x 4 m Diâmetro das chaminés de ventilação: 2,4 m Suporte de teto padrão: concreto projetado e tirantes Calendário do sequenciamento: 365 dias por ano, 3 turnos de 8h por dia, sendo 6h efetivas de trabalho e as 2h restantes destinada para deslocamento interno, trocas em vestiário, refeição etc. O método de lavra de um modo geral possui os seguintes critérios: Altura do painel: 75 m Número de subníveis por painel 3 de 25 m cada Largura mínima dos realces: 3 m Ângulo de mergulho mínimo do minério: 45° Dimensão do sill pillar (pilar definitivo entre painéis): 5 m Dimensão do rib pillar (pilar recuperável): 30 m, localizado no ponto de acesso da travessa A Figura 14 e a Figura 15 apresentam uma representação esquemática em 3D da mina. ribpillars pillrs rib sill pillar entre níveis (h= 5 m) subnível 3 25 m NÍVEL subnível 2 75 m 25 m ordem de lavra dos subníveis subnível 1 25 m Figura 14 – Vista em 3D do layout de dois níveis com a divisão dos subníveis e o posicionamento das travessas de acesso aos realces nos rib pillars 30 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 travessa de acesso à galeira superior stope rib pillar galeria no minério superior (furação descendente) altura vertical do stope: 25 m travessa de acesso à galeira inferior galeria no minério inferior (furação ascendente) Figura 15 – Vista em 3D de um subnível mostrando as galerias no minério para realizar a lavra dos realces O Net Smelter Return (NSR) foi calculado para cada bloco do modelo de blocos. O custo preliminar estimado para a operação foi de US$ 45/t ROM. Este valor é baseado em trabalhos anteriores e inclui custos de lavra, desenvolvimento, enchimento, processo e G&A. As linhas que delimitam os realces foram desenhadas em volta dos blocos com o valor do NSR maior que US$ 45/t, visando buscar o valor final de cada bloco igual ou maior ao teor de corte. A reserva foi acrescida com os blocos marginais que estão próximos aos limites dos realces (diluição). A diluição foi considerada ao expandir as linhas que delimitam os realces quando o corpo de minério tem potência real menor que 3 m, ou seja, a potência operacional mínima é 3 m. A diluição é, além do material de baixo teor, a rocha encaixante estéril que está dentro do volume do realce. A densidade desse volume é de 2,75 t/m3 e não tem teor. Um exemplo dessa diluição é mostrado na Figura 16. 31 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Minério 25 m 2m Volume vazio (diluição) 3m Figura 16 – Seção vertical do realce – diluição 3.3.7 Reserva de Minério Subterrâneo A configuração final dos realces e desenvolvimentos é mostrada na Figura 17. Figura 17 – Configuração final da mina A reserva de minério considerando apenas uma operação subterrânea é de 28 Mt @ 4,3% Zn, 1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t Au, incluindo os recursos inferidos. 3.3.8 Sequenciamento da Mina O sequenciamento da mina foi desenvolvido utilizando o software Deswik, programa que utiliza a lógica fim-início, ou seja, a tarefa predecessora deve ser finalizada antes que a sucessora possa iniciar. O desenvolvimento no minério dos níveis inferiores e superiores devem ser finalizados antes da produção dos realces. Os realces são lavrados da extremidade para o ponto 32 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de acesso no centro e o enchimento é feito pelo nível superior. Os realces superiores só podem ser lavrados após o término dos inferiores. Essa lógica pode ser controlada criando ligações (fiminício) entre os realces inferiores e superiores. A Figura 18 mostra um exemplo dessas ligações do sequenciamento feitas para uma pequena região do planejamento. As linhas rosa são as ligações do sequenciamento. Figura 18 – Linhas de sequenciamento da mina O sequenciamento subterrâneo de Arex e Ambrex foi realizado baseado no preço de longo prazo e na alimentação da planta de 1,8 Mtpa. As taxas de desenvolvimento e produção dos realces foram estimadas baseadas em outras operações subterrâneas que utilizam o método selecionado. Depois de ter criado todas as dependências, o projeto com todas as informações do processo cubagem (e.g. volume, tonelagem, metros, teores, etc) foi exportado para o Scheduler, que é um programa de sequenciamento da produção. Esse sequenciamento tenta atingir as metas iniciando a produção concomitante nos dois corpos. No começo do desenvolvimento, a metragem sequenciada é baixa, devido a existir apenas poucas faces para serem desenvolvidas. A partir do segundo ano este valor aumenta 33 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 consideravelmente. Os quadros a seguir (Quadro 7 e Quadro 8) mostram o resultado do sequenciamento da produção para Arex e Ambrex. A Figura 19 apresenta o sequenciamento visual dos dois corpos e a Figura 20 apresenta o resultado do sequenciamento anual para cada corpo com seu respectivo NSR. 34 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Desenvolvimento TOTAL Rampa 20.469 2.303 2.426 2.572 2.600 2.535 2.173 2.097 1.853 1.619 291 Galeria no Minério 55.390 2.540 6.704 4.536 5.125 4.730 4.192 3.928 4.809 3.714 3.365 3.175 3.069 3.278 2.226 Travessa para Realce 4.965 200 522 557 654 700 671 548 517 Galeria de Transporte 5.090 517 1.068 244 495 648 1.105 986 27 Travessa de Ligação 8.467 437 888 939 804 1.078 863 Travessa de Ventilação 3.476 64 190 465 493 623 373 491 Chaminé ventilação 2.643 154 228 605 309 321 227 299 TOTAL Produção 1 1 Quadro 7 – Sequenciamento do desenvolvimento (m) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 367 97 4 76 20 32 324 483 332 249 226 114 361 346 69 182 217 103 1.008 722 100.501 6.214 12.027 9.918 10.480 10.634 9.605 9.357 8.471 6.587 4.408 3.511 3.394 3.524 2.371 2 3 4 5 Quadro 8 – Sequenciamento da produção 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 ROM (kt) 129 1.379 1.802 1.815 1.815 1.804 1.801 1.800 1.801 1.800 1.807 1.800 1.811 1.804 1.804 1.803 878 44 - Zn % 3,37 3,29 3,89 3,57 3,43 4,02 4,46 3,64 3,92 3,44 3,51 4,45 4,50 4,04 4,46 7,24 8,43 3,33 - Pb % 1,07 1,18 1,37 1,49 1,51 1,70 1,91 1,48 1,45 1,24 1,29 1,72 1,44 1,36 1,60 2,41 2,95 1,15 - Cu % 0,60 0,59 0,46 0,63 0,59 0,39 0,30 0,36 0,24 0,17 0,24 0,13 0,15 0,21 0,17 0,22 0,31 0,79 - Ag g/t 37,1 42,5 46,1 43,0 40,2 41,1 45,5 39,7 35,9 34,0 33,9 45,8 41,6 31,6 41,8 52,1 61,7 37,7 - Au g/t 0,32 0,44 0,37 0,45 0,46 0,32 0,25 0,38 0,28 0,23 0,29 0,24 0,36 0,43 0,35 0,92 0,51 0,63 35 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Figura 19 – Sequenciamento visual dos dois corpos (Arex e Ambrex) 36 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 20 – Sequenciamento ano a ano com NSR 3.3.9 Equipamentos de Mineração Foram consideradas as seguintes premissas para a seleção e dimensionamento da frota: 365 dias por ano em 3 turnos diários de 8 horas, com 6 horas efetivas Inclinação média da rampa de 12% Taxa de produção diária de 5,0 kt de minério Disponibilidade e utilização dos equipamentos móveis conforme apresentado no Quadro 9 Quadro 9 – Tabela com Disponibilidade e Utilização dos equipamentos principais. Equipamento Disponibilidade Utilização Caminhão 80% 75% LHD 80% 70% Jumbo 70% 55% Fan drill 65% 35% Rock Bolter 80% 50% Cable Bolter 80% 35% Scaler 70% 50% 37 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Equipamento Disponibilidade Utilização Anfo Loader 70% 40% Plataforma 70% 55% Os equipamentos móveis principais e auxiliares selecionados e suas funções estão a seguir descritos: Jumbo, 2 braços: para realizar a perfuração horizontal para avanço do desenvolvimento LHD, 14 t: para carregar minério da frente de lavra aos caminhões que façam o transporte Caminhão, 50 t: para o transporte de minério e estéril Fan drill, 3.5”: para perfurar os realces Cable bolter: para instalar cabos na encaixante do minério, com a finalidade de controlar a diluição Rock bolter: para instalar tirantes que dão suporte ao teto Scaler: para saneamento das galerias, removendo rochas soltas do teto e paredes Anfo Loader: para auxiliar no carregamento de explosivos nos furos da lavra Plataforma: para serviços gerais para a infraestrutura da mina e carregamento de frentes de desenvolvimento Raise Borer: para perfuração longa, no processo de abertura entre níveis, para ventilação e saídas de emergência e abertura de slot Shotcrete robot: para jatear concreto que dará suporte às galerias Motoniveladora: para manutenção das vias da mina e pátio de minério Pá Carregadeira: carregamento do minério na boca da mina nos caminhões rodoviários Caminhão comboio: para carregar diesel e lubrificante para abastecer os equipamentos subterrâneos 38 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Caminhão pipa: para umectar as vias de acesso Caminhão Munck: caminhão para apoio e serviços gerais Pick-up: veículo leve para transporte de pessoal O Quadro 10 apresenta a frota necessária ano a ano para a operação da mina. 39 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Equipamentos Quadro 10 – Frota de equipamentos de mina ano a ano para a operação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Jumbo 2 1 LHD 2 1 Caminhão 2 2 2 1 1 1 Fan drill 3 Cable bolter 2 2 1 1 2 3 2 1 3 3 2 2 1 2 Scaler 2 1 2 1 2 2 Raise borer 3 1 1 2 1 2 1 1 1 1 Shotcrete robot 2 2 2 2 Motoniveladora 2 2 2 2 Pá Carregadeira 2 2 2 2 Caminhão comboio 1 1 1 1 Caminhão Pipa 2 2 2 2 Caminhão Munck 2 2 2 2 Pick up 10 10 17 1 2 1 2 16 3 2 Plataforma 15 1 Rock bolter Anfo loader 14 1 2 3 13 10 10 10 10 40 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] 3.3.10 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ventilação da Mina Na ventilação do Arex e Ambrex a entrada de ar fresco para a mina é feito pelas rampas e saídas de emergência sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que conectam todos os níveis e áreas da mina. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar é necessária para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra. O circuito de ventilação deverá suprir o oxigênio no subsolo, fazer a renovação contínua do ar, diluir de forma eficaz todos os gases inflamáveis e nocivos, manter o nível de poeira, temperatura e umidade relativa do ar adequada ao trabalho humano e ser mantido e operado de forma regular e contínua, conforme descrito na norma NR22.24.8. Os horários de detonação deverão ser bem planejados em relação à entrada e saída dos funcionários, deixando uma margem de segurança de tempo suficiente para a renovação do ar no interior da mina para o início do próximo turno de trabalho. Conforme o estudo deste projeto de ventilação é necessário um tempo de 60 minutos após as detonações para renovar e diluir os gases da detonação e ser permitida a entrada dos trabalhadores. Existem diferentes áreas lavradas em ambas as minas, então a melhor estratégia para o sistema de ventilação é criar o mínimo possível de chaminés. As diferentes chaminés serão conectadas por uma travessa de ventilação que será utilizada exclusivamente para o retorno do ar poluído. Os layouts podem ser vistos na Figura 21 e Figura 22. De acordo com a NR22, toda operação subterrânea deve ter duas alternativas de acesso para a superfície. Uma delas sendo o acesso principal e a outra a saída de emergência. Eles devem ser separados e conectados por um acesso secundário garantindo que o fluxo não seja interrompido se uma delas for bloqueada. Em uma operação subterrânea regular todos os acessos devem se conectar a essas duas alternativas. Por causa disso uma galeria de emergência foi criada em um nível estratégico que permitirá a conexão de todas as saídas de emergência e áreas lavradas. 41 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Layout da ventilação Principal Mina Arex - 2013 Vazão total: 486 m³/s EXAUSTORES - 1 e 2 EXAUSTOR - 5 EXAUSTOR - 3 EXAUSTOR - 6 EXAUSTOR - 4 LEGENDA Fluxo de ar limpo Fluxo de ar Poluído Exaustores Principais Exaustores Principais Exaustores - 1 e 2 Vazão unitária - 81 m³/s Pressão - 2.0 kpa. Motor - 260 kw Exaustores - 3 , 4 , 5 , 6 Vazão unitária -81 m³/s Pressão - 1.0 kpa. Motor - 100 kw Raise borer saída de emergência Ø 3,1m Raise borer exaustão Ø 3,1m Raise adução seção 3,5 x 3,5 Raise exaustão seção 3,5 x 3,5 CIRCUITO PRINCIPAL DE VENTILAÇÃO MINA 2013 VAZÃO TOTAL 498 m³/s Figura 21AMBREX – Layout ventilação - Arex Exaustores Principais Vazão: 2 x 83 m³/s Pressão: 2.2 KPa Motor: 300 KW RAISE - 7 Exaustores Principais Vazão: 2 x 83 m³/s Pressão: 2.2 KPa Motor: 300 KW Exaustores Principais Vazão - 2 x 83 m³/s Pressão: 2.2 KPa Motor: 300 KW RAISE - 1 RAISE - 6 RAISE - 4 RAISE - 2 RAISE - 5 RAISE - 3 LEGENDA Fluxo de ar limpo Fluxo de ar Poluído Raise borer saída de emergência Ø 3,0m Raise borer exaustão Ø 3,0m Raise adução seção 3,0 x 3,0 Raise exaustão seção 3,0 x 3,0 Figura 22 – Layout da ventilação - Ambrex 42 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O desenvolvimento da rampa é considerado o mais difícil em termos de ventilação, pois é o primeiro a ser desenvolvido. Esse trabalho geralmente é feito com o auxílio de um sistema de ventilação auxiliar, com ventiladores e dutos de PVC. A qualidade e quantidade de ar devem atender a saúde, segurança e boas condições de trabalho de uma forma produtiva e eficiente. Os seguintes parâmetros foram considerados para este cálculo: Volume de ar baseado no número total de pessoas Volume de ar baseado no número de equipamentos com motor a diesel que trabalhará no desenvolvimento Volume de ar baseado em função da tonelagem mensal desmontada Velocidade mínima do fluxo de ar Os volumes mínimos de ar segundo a NR22 para o corpo Arex variam de 118 a 369 m³/s e no Ambrex de 147 a 443 m³/s. O sistema foi, dessa forma, dimensionado para atender a condição mais severa, garantindo que haja ventilação constante na mina. O sistema previsto para Arex terá uma capacidade de 486 m³/s e no Ambrex de 498 m³/s. Além disso, haverá também um sistema de exaustores reservas para garantir a ventilação ininterrupta de ar. Esses exaustores terão alimentação diferenciada dos exaustores em operação. Para atender o volume de ar, serão necessários no total 6 exaustores no Arex e 6 no Ambrex, com potência instalada de 920 kW e 1800 kW, respectivamente. A Figura 23 apresenta uma foto ilustrativa de um exaustor principal instalado na posição horizontal. Figura 23 – Exaustor instalado na posição horizontal (ilustração) 43 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Além dos exaustores principais instalados nas chaminés de ventilação, haverá também a necessidade de instalação de ventiladores auxiliares, os quais direcionam o fluxo de ar no subsolo para as áreas de produção, garantindo dessa forma que sempre haja ventilação nos locais de trabalho. 3.3.11 Enchimento da mina Com o intuito de reduzir a quantidade de rejeito e estéril a ser disposto na superfície e aproveitar os espaços vazios gerados durante a lavra do minério, uma parte do rejeito e a quase totalidade do estéril serão dispostos dentro das cavidades abertas pela lavra do minério. Esses materiais serão dispostos concomitantemente ao avanço da operação da mina subterrânea, visto que os mesmos servirão de piso para a operação da lavra. O estéril consiste do material gerado durante a abertura das vias de acessos (galerias e travessas). Até a abertura dos realces lavrados e início da operação de lavra do minério, esse material será aproveitado na construção e também disposto no depósito de resíduos. O total de estéril gerado durante toda a vida útil da mina é de aproximadamente 4 Mt. O rejeito a ser disposto (backfill) consiste no rejeito gerado na usina proveniente da flotação e adicionado de 2% de cimento. Essa adição de cimento servirá tanto para consolidação do material quanto para imobilização dos sulfetos que porventura possam existir nessa polpa. A quantidade total de backfill estimado durante toda a vida útil do empreendimento será de 12,0 Mt. 3.4 Planta Concentradora 3.4.1 Introdução A alimentação prevista é de 1,8 Mtpa, ou aproximadamente 231,5 t/h alimentados à planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%. Os fluxogramas e balanços de massa apresentados foram elaborados considerando uma planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco através de britagem primária, secundária e terciária, moagem convencional de bolas, flotação sequencial desses 44 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 metais com pré-flotação de talco no caso do minério stratabound1 e flotação simples de cobre no caso do minério stringer2. Em todos os casos é prevista a remoagem de todo ou parte dos concentrados roughers. O circuito de flotação de cada etapa de recuperação do metal (cobre, chumbo e zinco) é bastante similar, consistindo de uma etapa rougher, remoagem e limpeza. Os fluxogramas de blocos apresentado a seguir representam um resumo das operações unitárias da planta de processo. Pátio Estoque Sistema Britagens Pilha Moinho bolas Peneira Alta Frequência Flotação Figura 24 – Fluxograma de blocos: Cominuição 1 Stratabound: termo utilizado para indicar determinado depósito mineral que se encontra limitado a uma determinada camada ou estrato sedimentar. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S) 2 Stringer: termo utilizado para se refereir a veio estreito ou filamento irregular de substância mineral atravessando uma massa rochosa. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S). 45 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Flotação talco Cominuição Pre-Rougher Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Con Rejeito talco Rejeito/ Próxima Etapa Rougher Con Final Con 1 Remoagem Pre-Cleaner Cleaner Con Con Final Con 2 Cleaner Scavenger Con Recleaner Con Final Con 3 Figura 25 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão) Rejeito talco Final Con Zn, Pb ou Cu Espessador Rejeito Zn ou Cu Ciclonagem OF Espessador Filtração (prensa) UF Filtração (prensa) Filtração (esteira) Backfill Pilha rejeitos Despacho Figura 26 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho As principais características para o dimensionamento da planta são apresentadas a seguir: Taxa de alimentação: 1,8 Mtpa Teores de alimentação segundo plano de produção 46 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Peso específico: 3,2 t/m³ Densidade aparente do minério britado: 1,8 t/m³ Ângulo de repouso: 35° WI: 13,4/ 11,8 kWh/t (Stringer/ Stratabound) Eficiência operacional: o Britagem: 75% o Moagem e Flotação: 90% 3.4.2 Cominuição O circuito de britagem será composto de três etapas: primária, secundária e terciária. Caminhões transportarão o minério desde a lavra subterrânea até o pátio de estocagem de minério, próximo à britagem da planta de concentração. O minério será despejado diretamente na moega ou será estocado em 2 pilhas, de 16.000 m³ cada, de acordo com tipo de minério e teor, e posteriormente retomado com pá carregadeira. Sobre a moega de carregamento será instalada uma grelha fixa com abertura de 600 mm. Blocos com tamanhos superiores à abertura da grelha e que ficarem retidos, serão quebrados com um rompedor de matacos e realimentados na moega. O minério ROM será extraído da moega de recepção a uma taxa nominal de 277,8 t/h, por meio de um alimentador de placas, o qual alimenta uma grelha vibratória de abertura de 150 mm, de forma a já retirar da alimentação do britador os finos existentes no minério. O material retido na grelha do alimentador vibratório alimentará o britador de mandíbulas. O produto britado, abaixo de 150 mm, se juntará com os finos passantes na grelha do alimentador vibratório, constituindo-se no produto da britagem. Este produto será transferido por transportador de correia até uma pilha de grossos, o qual possui uma capacidade útil de 24 h, ou seja 5 mil toneladas. A retomada do minério da pilha de grossos é feita por meio de dois alimentadores do tipo vai-vem e é descarregado em um transportador de correia que transfere o minério para uma peneira secundária de duplo deck. A fração grossa das duas malhas de classificação (maior que 10 mm) alimenta diretamente o britador cônico, enquanto que a fração fina passa diretamente para o transportador de correia de produto final. A descarga da britagem secundária, abaixo de 47 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 25 mm, é enviada mediante um transportador de correia para a peneira terciária de duplo deck. Igualmente, o minério retido na malha 10 mm é direcionado para o britador cônico terciário, enquanto que os finos são encaminhados diretamente para o transportador de correia de produto final. Essa etapa trabalha em circuito fechado, com o retorno do material do britador terciário na peneira terciária. A pilha de finos terá uma capacidade de 5 mil toneladas, equivalente a um dia de tratamento. Essa pilha será coberta para proteger o minério das águas das chuvas. A retomada será por um túnel localizado abaixo da pilha e que disporá de 3 janelas de descarga. Na área da britagem também será instalado um detector e um extrator de metais para proteger os britadores, assim como um sistema de coleta de pó. O objetivo final do sistema de britagem é produzir 277,8 t/h de minério com um top size de 10 mm, o qual servirá de alimentação para o moinho. O minério, tanto stratabound quanto o stringer, com granulometria abaixo de 10 mm, será extraído da pilha a uma taxa nominal de 231,5 t/h (base seca), por meio de três alimentadores de correia de velocidade variável, e que alimenta o transportador de correia de alimentação do moinho de bolas de 16,5 x 24” e 4500 HP de potência, dotado de uma balança integradora. A moagem será a úmido, cuja alimentação composta pela alimentação nova e a carga circulante, será necessário regular a quantidade de água a ser adicionada para formar uma polpa com densidade suficiente para permitir a correta moagem do minério (62 a 65% sólidos). Neste circuito deverá haver o cuidado em adicionar água sem a presença de reagentes químicos, uma vez que um circuito de flotação será instalado a jusante do circuito de moagem. A descarga do moinho passa por uma bomba centrífuga, onde se adiciona mais água para levar a porcentagem de sólidos a 58%, impulsionando a mesma para as peneiras de alta frequência. As cinco peneiras produzem uma fração grossa que retorna para a etapa de moagem. A fração fina é direcionada para a etapa de flotação. O objetivo da etapa de moagem é processar a uma taxa de 231,5 t/h e produzir um minério com granulometria de 125 micras para o stringer e 75 micras para o stratabound. A Figura 27 apresenta um esquemático do circuito de cominuição. 48 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] ROM Britagem Primária Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Britagem Secundária Britagem Terciária Pilha finos Moagem Para Flotação Figura 27 – Circuito de cominuição. 3.4.3 Flotação A flotação do Projeto Aripuanã será do tipo sequencial, ou seja, o minério alimentado na moagem passa por 4 circuitos independentes de flotação e em sequência. O primeiro circuito é a flotação de talco/ minerais leves (minerais portadores de magnésio), cujo principal objetivo é remover minerais naturalmente hidrofóbicos do circuito subsequente, evitando assim, que contaminem os concentrados sulfetados (Zn, Pb e Cu). No caso dos minérios de Aripuanã, devido ao alto conteúdo destes minerais leves no stratabound, será necessário removê-los antes da flotação dos sulfetos. Somente o minério stratabound será encaminhado para essa etapa de flotação, pois no minério de stringer o baixo conteúdo de talco e alta cinética do cobre não justificam tal remoção. As flotações subsequentes consistem na recuperação dos metais, iniciando pelo cobre, depois o chumbo e por último o zinco. A polpa passante nas peneiras de alta frequência irá alimentar diretamente a flotação rougher de talco, minerais leves – não havendo necessidade de etapa de condicionamento prévio. Nessa etapa são adicionados o espumante (MIBC – Methyl Isobutyl Carbinol) e o depressor (metabissulfito de sódio). Essa etapa consiste em cinco células de flotação do tipo células tanque, cada uma com 30 m³. 49 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O concentrado será enviado, por bomba de espuma, para filtração do rejeito (concentrado de talco é um rejeito da planta), onde a água será recuperada e o sólido será enviado para disposição na pilha. Este fluxo de rejeitos de minerais leves será amostrado através de amostradores linear e Vezin, sendo a amostra gerada enviada para análise química, a qual será usada para fechamento de produção e ajuste de processo. O rejeito da flotação rougher de talco, que na realidade é um concentrado de zinco, cobre e chumbo, seguirá para a próxima etapa do circuito, ou seja, a flotação de cobre. O minério stringer de cobre contém pouco talco. Testou-se a pré-flotação de talco, mas ocorreu uma perda razoável do mesmo. Verificou-se ser possível “reflotar” o cobre do concentrado de talco, mas depois se verificou ser mais efetivo e recuperador simplesmente deprimir o pouco talco presente usando CMC (Carboxy Methyl Cellulose). Portanto, o minério moído de stringer de cobre que contém pouco talco irá iniciar sua concentração direta na etapa de cobre. A Figura 28 apresenta uma visão esquemática dessa etapa. Figura 28 – Circuito de flotação de talco O rejeito da flotação rougher de talco (stratabound) ou o undersize das peneiras (quando minério stringer estiver sendo tratado), seguirão para um tanque de condicionamento na etapa da flotação de cobre da usina. Neste tanque, são adicionados os seguintes reagentes: Stringer: A3894 (coletor), MIBC (espumante) e CMC (depressor de talco) 50 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Stratabound: A3894 (coletor), sulfato de zinco (depressor), metabissulfito de sódio (depressor) e CMC (depressor de talco) O tanque de condicionamento alimentará a flotação rougher do cobre, composta de cinco células tanque de 40 m³ cada, sendo que o concentrado dessa etapa é bombeado para uma remoagem. Existe a opção de uma pré-flotação, no caso do minério Stringer com alto teor de cobre, em uma célula tanque de 20 m³, gerando um concentrado final de alto teor. O rejeito da etapa rougher é bombeado por bomba de polpa e alimentará a flotação de chumbo (para o Stratabound), ou é enviado para filtragem como rejeito (Stringer). Antes da etapa de remoagem, o concentrado rougher passará por uma bateria de hidrociclones de desaguamento, com a intenção de adequar a porcentagem de sólidos da polpa e aumentar a eficiência do mesmo. A remoagem tem o objetivo de reduzir o tamanho das partículas para um P80 de 30 µm (Stratabound) e 45 µm (Stringer), aumentando a liberação dos sulfetos e permitindo uma maior recuperação na etapa de limpeza. A água retirada se juntará com o produto remoído em um condicionador de 6 m³ de capacidade, que recebe os mesmos produtos químicos aplicados no condicionamento da etapa rougher. A única diferença em termos de reagentes é a adição de cal e o MIBC para o minério Stringer, com a função de regular o pH e aumentar a formação de espuma, respectivamente. A polpa condicionada alimentará a etapa de limpeza, que é composta por três células tanque cleaner, três scavenger do cleaner e dois recleaner, todas com 5 m³. A alimentação das células cleaner é a combinação da descarga do condicionador, do rejeito da célula recleaner e o concentrado das duas células scavenger da cleaner. Os concentrados das células cleaner se juntam e alimentam a célula recleaner. O concentrado da recleaner é o concentrado final. O rejeito da segunda célula cleaner segue para a flotação scavenger da cleaner, o concentrado retorna para a cleaner. O rejeito da etapa de limpeza segue para a flotação de chumbo, juntamente com o rejeito rougher do cobre, ou segue para filtração como rejeito final (para o minério Stringer), passando por amostradores. Ao tratar minérios com teores mais baixos de cobre, como é o caso do minério Stratabound, entende-se que será mais vantajoso usar o circuito sem o estágio scavenger da cleaner. A operação dessa maneira permitirá obter concentrados com teores mais altos sem perda significativa de recuperação. 51 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As densidades de polpa nas etapas de limpeza de Cu serão baixas para melhorar a retirada de minerais de talco. O pH nas células cleaner de Cu para o minério Stringer serão elevados (em torno de 11) para reduzir a quantidade de sulfetos ferrosos (principalmente pirrotita e pirita), presentes no concentrado de Cu. A Figura 29 apresenta uma visão esquemática dessa etapa. Figura 29 – Circuito de flotação de cobre O tratamento na etapa chumbo é bem semelhante ao da etapa cobre, com alterações apenas na quantidade de células de flotação e nos reagentes envolvidos. Essa etapa, assim como a flotação do zinco, somente é realizada para o minério Stratabound. Os reagentes envolvidos nessa etapa são: 3418A (coletor), sulfato de zinco (depressor), metabissulfito de sódio (depressor), cal (regulador de pH) e CMC (depressor de talco). Serão seis células rougher (30 m³), três cleaner e duas recleaner (5 m³), com uma remoagem antes da flotação cleaner, semelhante a do cobre. Nesse caso não há a etapa scavenger da cleaner. O rejeito cleaner pode recircular à etapa rougher ou se juntar ao rejeito rougher de chumbo. No caso de tratamento de minérios mais ricos de chumbo, acima de 2,5 a 3%, produz-se concentrado final numa etapa de 52 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pré-flotação em uma célula rougher de 20 m3. O concentrado final é obtido pelo concentrado da célula recleaner. O rejeito final, que alimenta a flotação de Zinco, é obtido juntando o rejeito rougher e o rejeito cleaner. O concentrado e os rejeitos são amostrados, garantindo boa execução do processo. A Figura 30 apresenta uma visão esquemática dessa etapa. Figura 30 – Circuito de flotação de chumbo O rejeito da flotação de chumbo seguirá para o condicionamento em um tanque, onde serão adicionados os seguintes reagentes: A208 (coletor), sulfato de cobre (depressor), CMC (depressor talco), cal (regulador de pH) e MIBC/ IF50 (espumantes). Este condicionador alimentará a flotação rougher do zinco, composta por seis células tanque de 40 m³ cada uma, com a possibilidade da retirada de um concentrado final da primeira célula, quando o teor do Zinco estiver alto. O rejeito dessa etapa segue para a etapa de filtração e disposição. O concentrado é bombeado por meio de uma bomba de espuma e enviado para a remoagem. Antes da etapa de 53 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 remoagem, o concentrado rougher passará por uma bateria de hidrociclones de desaguamento, com a intenção de adequar a percentagem de sólidos da polpa e aumentar a sua eficiência. A remoagem tem o objetivo de reduzir o tamanho das partículas para um P80 de 45µm, aumentando a liberação dos sulfetos e permitindo uma maior recuperação na etapa de limpeza. O produto moído se junta novamente à água em um condicionador. A polpa do tanque se junta com o concentrado scavenger do cleaner e também com o rejeito do recleaner, alimentando a flotação cleaner, composta de três células cleaner de 5 m³. O rejeito do cleaner alimentará o scavenger da cleaner, o qual consiste de três células tanque de 5 m³, do qual o rejeito é enviado à filtragem e o concentrado é recirculado para a flotação cleaner. O concentrado das cleaner será bombeado e alimentará as células recleaner de 5 m³. Seu concentrado se junta com o concentrado da pré-flotação rougher, formando o concentrado final, o qual é bombeado por meio de uma bomba de espuma para a filtração e despacho. A Figura 31 apresenta uma visão esquemática dessa etapa. Figura 31 – Circuito de flotação de zinco 54 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.4.4 Espessamento e Filtragem A etapa de espessamento e filtragem pode ser dividida em duas aplicações principais: rejeitos e concentrados. Os rejeitos gerados na etapa de flotação consistem basicamente por três tipos: concentrado de talco, rejeito de cobre (minério Stringer) e rejeito de zinco (minério Stratabound). Enquanto que os concentrados produzidos serão três: zinco, chumbo, e cobre. O rejeito da flotação de cobre (Stringer) ou o rejeito da flotação de zinco (Stratabound) passarão por amostradores e depois serão bombeados para uma bateria de 10 hidrociclones de 10” (8 operando), fazendo um corte em 18 µm. Esse equipamento será usado para separar o rejeito da filtragem posterior em finos e grossos. A parte fina (overflow do hidrociclone) irá para um espessador de 18 m de diâmetro para a remoção da água, cujo underflow se junta com o rejeito do talco no tanque antes da filtração. O concentrado de talco (que na verdade é um rejeito da usina) proveniente da flotação do minério Stratabound irá para o mesmo tanque. Desse tanque, a polpa é então bombeada por uma bomba de polpa para ser filtrada por filtro do tipo prensa. A água retirada será bombeada para a caixa de água recuperada que retorna para o processo, enquanto que os sólidos, com 15% de umidade, serão enviados para disposição na pilha de rejeitos. A parte grosseira (underflow do hidrociclone) será filtrada por filtro de esteira a vácuo, com a opção de ser enviado para a mina na forma de backfill. Os rejeitos produzidos nas duas etapas de filtração (filtro prensa e filtro de esteira), depois de filtrados, serão transportados por correias para a área de armazenagem. Esse material será retomado com o uso de pá carregadeiras e transportado via caminhões rodoviários para a pilha de rejeitos secos. Os filtrados e o overflow do espessador serão bombeados para o pond de água recuperada para posterior recuperação e reutilização na planta. O único reagente utilizado nessa etapa é um floculante (BASF Magnafloc 10) que será adicionado no espessador para aumentar a taxa de sedimentação dos sólidos. Para os concentrados, haverá circuitos independentes para cada metal. Cada concentrado, os quais chegam com uma percentagem de sólidos estimada em 20 a 25%, serão bombeados para um espessador, cujo underflow seguirá para um tanque de estocagem e alimentarão dois filtros prensas. Os espessadores são de 15 m (zinco), 12m (chumbo) e 10 m (cobre). Os filtros prensas trabalharão em ciclos com o intuito de reduzir a umidade dos concentrados até o limite de 10%. Uma vez completada a filtragem, o concentrado cai por gravidade em dois transportadores de 55 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 correia e daí para uma baia, coberta e individual, que posteriormente é retomado por pácarregadeira para expedição por caminhões. A umidade retirada será enviada para a caixa de água, onde será reutilizada na flotação. Nos transportadores de correia serão instaladas balanças integradoras e amostradores lineares tipo vai-vem. O único produto que terá um despacho diferenciado é o chumbo, o qual devido a suas características será enviado para um sistema de ensacamento, que acondicionará o produto em Big Bags com capacidade de uma tonelada. Alternativamente, o underflow da bateria de hidrociclones de rejeito será repolpado com adição de cimento e então bombeado como material para o backfill da mina. O cimento será recebido em caminhões e estocado em silo provido de sistema de dosagem para o tanque de repolpamento. Estas instalações serão implantadas junto à planta de beneficiamento. Está sendo considerada uma adição de cimento de 2% em peso. A tubulação que conduz o backfill será instalada junto a estrada de acesso da planta às minas. 3.4.5 Sistemas de Águas Recuperadas e Nova O sistema de águas está projetado para maximizar a recuperação e recirculação das águas. Os fluxos provenientes do overflow do espessador de rejeitos e dos filtros de rejeito serão bombeados para um pond de água recuperada, enterrado e revestido de manta protetora, com capacidade de retenção para dois dias. Após tratamento com peróxido de hidrogênio, a água é transferida, por bombeamento, para a caixa de água recuperada para processo, caixa essa feita em concreto com uma capacidade de 600 m³, que também receberá água nova (make-up) quando necessário. A água coletada dos espessadores e dos filtros prensa dos concentrados serão recuperadas e recirculadas por bombeamento para as suas respectivas flotações de zinco, cobre e chumbo, de modo a evitar que íons deletérios presentes em solução em cada um dos fluxos venham a interferir nas flotações. A água nova será captada em bacia de armazenamento vizinha às instalações, a qual será bombeada a uma taxa estimada de 260 m³/h, considerando a recirculação da água de mina, da planta e do depósito de rejeito, para a caixa de água nova com capacidade de 800 m³. Esta água será usada para make-up da água recuperada e para usos específicos como: alimentação da ETA (Estação de Tratamento de Água), água de selagem das bombas, água de incêndio, selagem de 56 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 bombas de vácuo, preparação de reagentes e pontos do circuito que necessitam de água sem contaminações de íons em solução. Um volume de 150 m³ será reservado para a água para prevenção de incêndios. Além disso, parte dessa água nova que também será destinada à alimentação da ETA, tem por objetivo servir como água potável para as instalações. A distribuição da água potável será feita por gravidade através de reservatório elevado. 3.4.6 Circuito de Preparação dos Reagentes Aerophine 3894 (Coletor de cobre) O coletor é um Dialkyl Thionocarbamate fornecido como produto líquido em tambores selados de 200 l. A solução dos tambores será transferida para tanque de armazenamento. Já que não será necessário dissolver esse produto, ele será distribuído com 100%. O coletor será bombeado e dosado na flotação de cobre. Aerophine 3418A e A208 (Coletor de Chumbo e Zinco) Os sistemas de preparação dos coletores de chumbo e zinco, denominados Aerophine 3418A (Dialkyl dithiophosphinate) e A208 (Dialkyl dithiosphosphate), serão idênticos. Os coletores são fornecidos como produtos líquidos, em tanques de 200 l. A solução é transferida para tanques de dosagem e posteriormente dosada em tanques de solubilização, sendo a solução preparada até atingir 10% em massa. Em seguida, essa solução é transferida para um tanque de estocagem. Depois, o coletor será bombeado e dosado para as várias etapas de flotação através de bombas de deslocamento positivo com velocidade variável. O Aerophine 3418A será dosado na flotação de chumbo em diversos pontos. O A208 também será dosado em diversos estágios, mas somente na flotação de Zinco. Metabissulfito de sódio O metabissulfito de sódio será fornecido em bags de 850 kg e alimentado em uma moega de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta moega de armazenamento, que o envia para um tanque agitador, onde a água será adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução para a concentração em 10%, que é a mais adequada. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, bombeado por meio de três bombas dosadoras de deslocamento positivo até a flotação de talco, Cu e Pb. 57 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sulfato de Cobre O sulfato de cobre será fornecido em bags e alimentado em uma moega de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta moega de armazenamento, o qual enviará o sulfato para um tanque agitador, onde a água será adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução de CuSO4 para 10% de concentração. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, bombeada por bomba dosadora de deslocamento positivo até a flotação de zinco. Sulfato de Zinco O sulfato de zinco será fornecido em bags de 1 t e alimentado em uma moega de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta moega de armazenamento, o qual enviará o sulfato para um tanque agitador, onde a água será adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução para 10% de concentração. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, bombeada por meio de bombas dosadoras de deslocamento positivo até as flotações de cobre e chumbo. MIBC e IF50 (espumante) Tanto o espumante MIBC (Methyl Isobutyl Carbinol) quanto o IF50 (Triethoxybutane) serão fornecidos em tambores de 200 l ou containers de 1.000 l na forma líquida. Os espumantes serão bombeados por uma bomba de transferência até seus respectivos tanques de estocagem e distribuição, onde será instalado um banco de bombas peristálticas de deslocamento positivo, em um sistema múltiplo, de modo que as bombas possam ser alternadas conforme a necessidade. O espumante será dosado em linhas individuais para as várias etapas de flotação do beneficiamento. O espumante MIBC será adicionado sempre que for necessário manter a estabilidade da espuma em todas as etapas de flotação, enquanto que o espumante IF50 será adicionado somente na etapa zinco. CMC O CMC (Carboxy Methyl Cellulose) será fornecido em bags de 1 t e alimentado em uma moega de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta moega de armazenamento, o qual enviará o CMC para um tanque agitador, onde a água será adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução de CMC para 10% de concentração. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, 58 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 bombeada por meio de bombas dosadoras de deslocamento positivo até as flotações de cobre, chumbo e zinco. Cal Hidratada A cal hidratada será fornecida por caminhão graneleiro e transportado até os silos de estocagem por meio de transporte pneumático. Todo o pó gerado durante a transferência será coletado por sistema de desempoeiramento constituído de exaustores e filtros de manga. Posteriormente, a cal será transferida para o tanque misturador através de uma válvula rotativa acoplada a um alimentador com dosador de rosca. O tanque agitador que mistura a cal será coberto e a água que será adicionada para produzir o leite de cal terá cerca de 10 a 15% de sólidos de concentração. A cal circulará pela planta, em circuito fechado com o tanque, por meio de bomba centrífuga. A cal será dosada nas diversas etapas do processo através de válvulas de controle. Cimento O cimento a ser adicionado na polpa do backfill será fornecido por caminhão graneleiro e transportado até os silos de estocagem, por meio de transporte pneumático. Todo o pó gerado durante a transferência será coletado por sistema de desempoeiramento constituído de exaustores e filtros de manga. Posteriormente, o cimento será transferido para o tanque de repolpamento do backfill através de uma válvula rotativa acoplada a um alimentador dosador de rosca e alimentado ao tanque agitador misturador de polpa, e que será bombeado para a mina por meio de uma tubulação que acompanhará a estrada de acesso da mina para a planta. Floculante O floculante a ser utilizado será o Magnafloc 10 e será entregue na forma sólida e em sacos selados de 25 kg. Depois, será transferido para a moega de armazenamento de floculante e enviado, via alimentador de rosca, para o tanque-agitador de preparação da solução a 1%. A solução será bombeada e transferida para um tanque de armazenamento e daí bombeada e dosada através de bomba peristáltica de deslocamento positivo para o espessador. 59 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.4.7 Sistemas de Ar Comprimido Os sistemas de ar comprimido, para os filtros prensa, serão dedicados para cada material a ser filtrado (rejeitos, concentrados de chumbo, cobre e zinco – dois filtros para cada fluxo), ou seja, cada filtragem tem um ou mais compressores próprios, com um reserva. Esses compressores serão de parafuso, refrigerados a ar, isento de óleo, a uma pressão de 7 kgf/cm2. Para o laboratório será instalado um compressor exclusivo, de pequeno porte, sem reserva e gerando ar seco e isento de óleo. Para o ar de serviço e de instrumentação da planta de beneficiamento e oficina serão instalados compressores de parafuso (um reserva), com ar seco e isento de óleo. Para a etapa de flotação (células tanque), que necessitam de ar a baixa pressão, próximo de 0,4 kgf/cm², serão instalados sopradores dedicados, com um reserva. Esse ar deve ser isento de óleo. 3.4.8 Sistema de Abatimento de Pó Está previsto sistema de abatimento de pó para o sistema de britagem (primária, secundária e terciária), composto basicamente de uma unidade central contendo sistemas de bombeamento e filtragem, além de tubulação e bicos spray. 3.4.9 Drenagens A unidade possuirá uma planta atualizada da configuração do sistema de drenagem, disponibilizada em toda a área operacional. Além disso, serão estabelecidos procedimentos operacionais e/ou planos de emergência para a operacionalização desse sistema. Estão previstas as seguintes drenagens, individualizadas: Drenagem de processo: Drenagem restrita as áreas dos prédios das instalações de processo das unidades operacionais. Tem por objetivo conter vazamentos e transbordamentos que possam ocorrer durante o desenvolvimento das atividades e processos. O efluente captado por essa drenagem retorna ao próprio processo produtivo. 60 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Drenagem industrial: Drenagem restrita as áreas de acesso dentro da unidade industrial e áreas de atendimento a portaria, que podem ser atingidas por vazamentos oriundos das tubulações e suas estruturas de sustentação (pipe racks), transportes de cargas, etc, ou seja, que contenham algum tipo de contaminação e que demande tratamento antes do descarte no ambiente. Essa drenagem deve ser interligada à drenagem de emergência e/ou à estação de tratamento de efluentes. Além disso, na oficina e nas áreas onde haverá efluentes industriais, será instalado um sistema de separação de água, óleos e graxas, de acordo com a legislação vigente. Drenagem pluvial: Sistema de drenagem que capta as águas das chuvas que precipitam em áreas onde não há possibilidade de contaminação, podendo assim ser descartadas na rede hidrográfica, sem tratamento. Drenagem de emergência: Sistema de drenagem que tem por objetivo controlar uma situação de emergência, que envolva efluentes líquidos e drenagem industrial, instalada em local apropriado, de forma a não permitir a poluição da rede de drenagem local. Essa drenagem controla descargas de efluentes não previstos no processo, que se caracterizam como uma situação de emergência. 3.4.10 Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) Estação de Tratamento de Efluentes Industriais Será implantada uma estação de tratamento de efluentes industriais para atender a planta de beneficiamento e a pilha de rejeitos, cujas especificidades e detalhamentos estão em fase de projeto conceitual. Estação de Tratamento de Efluentes Domésticos A estação compacta de tratamento de efluentes sanitários é um sistema modular para tratamento biológico de águas servidas (esgoto). Sua aplicação é recomendada para residências, edifícios e condomínios residenciais, indústrias (carga orgânica de refeitórios e banheiros), parques, casas de praia, chácaras, sítios, fazendas e outras situações em que não haja atendimento por uma rede pública de esgoto. A estação é indicada também para quem deseja fazer o reuso da água tratada, no próprio ambiente, para funções que não exigem água potável como: descarga em vasos sanitários, lavagem de piso e veículos, regas de jardim, etc. 61 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Essa estação realizará tratamento de caráter biológico, associando etapas anaeróbias (com a ausência de oxigênio) e aeróbias (com a presença do oxigênio), através das quais ocorre a descontaminação do efluente. A carga orgânica contida na água servida é removida pela ação de micro-organismos eficientes (bactérias), eliminando patógenos que possam causar doenças e contaminar o lençol freático por infiltração no solo. A ação desses micro-organismos permite que a água devolvida ao meio ambiente recupere sua transparência, não apresentando turbidez ou odores e não oferecendo riscos à saúde e à natureza. Esta água assim tratada pode mesmo ser armazenada e reutilizada para fins não potáveis. O sistema compacto de tratamento de efluentes, ou “ETE Compacta” permite a despoluição e o reaproveitamento das águas de efluentes, atendendo pequenas vazões com economia de espaço. A despoluição da água segue etapas para retirada dos compostos orgânicos e inorgânicos que causam poluição ao meio ambiente como rios, lagos, mar e lençol freático. Os principais poluentes tratados são: (1) material orgânico com presença de carbono na estrutura que vai causar a falta de oxigênio aos organismos aquáticos; (2) material orgânico com presença de nitrogênio e fósforo que facilitam o desenvolvimento das algas verdes responsáveis pela ação da aparência dos corpos de água e da potabilidade. No processo de tratamento o carbono orgânico é oxidado e transformado em gás carbônico (CO2), enquanto que a amônia (N-NH4) e o nitrato (NO3) são transformados em nitrogênio gasoso (N2), ambos liberados na atmosfera. Outro problema de poluição são os microorganismos que podem causar epidemias. Para este tratamento específico se emprega o cloro ou os sistemas de radiação ultravioleta. O sistema de tratamento de água inclui um pré-tratamento com grade, caixa de areia, caixa de gordura, fossa séptica e peneira ou flotação. Normalmente, na sequência, se o sistema for aeróbio, vem a câmera de aeração/digestão. Uma ETE Compacta com base em reatores aeróbio necessita de fornecimento de oxigênio para permitir o desenvolvimento de organismos aeróbicos (lodo ativado) e sua decantação posterior. A água, na sequência, pode ser desinfetada por cloração, ozonização ou radiação UV e reusada ou lançada no meio ambiente. As etapas do tratamento são: 62 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Entrada do efluente por um difusor de entrada, com quebra de sólidos e redução da velocidade do fluxo de entrada, evitando a turbulência do material já depositado; No tanque séptico ocorre a decantação dos materiais pesados no fundo e a flutuação dos leves na parte superior. Esta separação leva à formação de uma estratificação com uma região de lodo ao fundo, uma região de depuração no centro e uma área de materiais flutuantes na superior; A saída do efluente passa por um pré-filtro de saída preenchido com brita número 03, cuja função é impedir a saída de sólidos flutuantes; Uma caixa de passagem e inspeção entre o tanque séptico e os filtros biológicos septo-difusores facilita a distribuição do efluente entre os mesmos; Passagem do efluente pelo filtro anaeróbio onde ocorre o tratamento pela sua filtragem lenta através do processo de colmatagem do geotêxtil contido no sistema e subsequente descolmatagem bacteriana; O efluente tratado poderá, então, infiltrar no solo, ser coletado e conduzido a um corpo receptor ou ser reaproveitado para uso em lavagem de pisos e veículos, rega de jardins, descarga em vasos sanitários ou reuso industrial. A eficiência do sistema é da ordem de 94 a 98% (abatimento do DBO – demanda bioquímica de oxigênio). 3.5 Pilha de Rejeitos 3.5.1 Introdução O projeto do depósito de rejeitos com empilhamento a seco foi preparado tendo como referência os critérios comumente utilizados na indústria de mineração e na experiência da BVP/Anddes neste tipo de projetos. Estão incluídas atividades como desmatamento da vegetação, a remoção de material inadequado, instalação do sistema de subdrenagem, nivelamento da superfície, instalação do sistema de revestimento, instalação do sistema de coleta de águas residuais e os ponds de subdrenagem e efluentes. É ainda parte integrante do projeto o 63 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 caminho perimetral e o sistema de coleta de águas superficiais com sua descarga no pond de raincoat. A Figura 32 apresenta o croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos, que no Anexo 5 também é apresentado no layout juntamente com o arranjo das instalações projetadas. Figura 32 – Vista em planta da pilha de rejeitos na sua configuração final. 3.5.2 Depósito de Rejeitos Secos O depósito foi dimensionado para a disposição de rejeitos filtrados ("secos") da usina de flotação processados na planta de filtração. O depósito se localiza em vertentes de colinas amplas, cujos terrenos pouco declivosos são recortados por dois cursos d’água, situados nas poções norte, leste e sul, e que praticamente funcionam como elementos delimitadores da área de depósito de rejeito a seco como um todo. A área do depósito de rejeitos a seco é de 23,3 ha aproximadamente. A área total incluindo os acessos perimetrais é de 27,3 ha. A configuração do empilhamento proposto considera uma altura máxima de aproximadamente 57 m acima da superfície revestida com geomembrana, cada camada de rejeito seco será de 6 m de altura média, com talude de camada 64 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de 1H:1V, feita com bermas de 12 m de comprimento, levando com esta configuração uma inclinação de 3H:1V. A capacidade total do empilhamento é de 11,3 Mt, o que é equivalente a 5,1 Mm³ de rejeitos secos. No Anexo 5 são mostrados os detalhes da disposição dos rejeitos secos. Como a quase totalidade da área de construção do depósito de rejeitos secos é constituída praticamente por pastagem plantada, essa cobertura vegetal deverá ser totalmente removida. Além disso, deverão ser também removidos todos os remanescentes de vegetação florestal, inclusive árvores isoladas, tocos e troncos. Na área toda do depósito, incluindo os acessos perimetrais, está prevista a remoção de materiais impróprios para fundação, o qual inclui a remoção da camada superficial do solo. O depósito de rejeito a seco terá um sistema de subdrenagem, a fim de capturar as possíveis vazões de águas subterrâneas embaixo do revestimento do depósito. O sistema de subdrenagem também atuará como um sistema de detecção de fugas, no caso desta ocorrer através do sistema de revestimento de geomembrana do depósito. O sistema de subdrenagem vai consistir em tubulações perfuradas de HDPE (Highdensity Polyethylene, ou PEAD – polietileno de alta densidade) de parede dupla (exterior corrugado e interior liso) de 450, 300 e 100 mm de diâmetro. As tubulações serão colocadas em uma trincheira preenchida com pedregulho para facilitar a drenagem. As trincheiras serão de 600 mm de profundidade (mínimo) e largura variável de acordo com o diâmetro da tubulação, sendo o interior da trincheira preenchido com pedregulho para drenagem. No caso de vazamentos de água irregulares encontrados durante a construção não identificados durante a fase de investigação de campo, vai ser necessária a instalação de subdrenos secundários adicionais. A localização final dos subdrenos será determinada em campo durante a construção, após se ter definido o nível da fundação, e antes de iniciar os trabalhos de preenchimento para o nivelamento do depósito de rejeitos secos. O sistema de subdrenagem descarregará as vazões das águas subterrâneas em 3 ponds estrategicamente localizados no entorno da pilha de rejeitos, com 1.000 m3 de capacidade cada, onde a água será monitorada, recirculada e, caso necessário o descarte, se detectada a presença 65 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de qualquer elemento contaminante, deverá ser tratada antes de ser lançada para talvegues existentes nas proximidades. Após a remoção do material inadequado e construção do sistema de subdrenagem, será realizado o nivelamento da área de depósito de rejeitos a seco, que consistirá no corte e aterro para a formação de uma boa plataforma. O nivelamento da superfície inclui também a terraplanagem necessária para formar o caminho perimetral. Após o nivelamento, é prevista a colocação de uma camada de 300 mm de solo de baixa permeabilidade ou revestimento do solo, com uma permeabilidade menor do que 5x10-6cm/s. O solo de baixa permeabilidade deve ser condicionado com a umidade ótima e compactado até atingir 95% da densidade relativa do Proctor normal. Devido à natureza do solo residual do local do projeto, é possível que ele atinja a permeabilidade mínima requerida, a ser comprovada com ensaios laboratoriais na próxima fase do projeto, e será necessário somente a escarificação da superfície do solo após o nivelamento e a compactação como indicado acima. De modo a impermeabilizar a base do depósito de rejeitos secos será colocado sobre o solo de baixa permeabilidade um sistema de revestimento simples com geomembrana de polietileno de baixa densidade linear (LLDPE) texturizado numa só face (SST) de 1,5 mm espessura. A instalação da geomembrana de LLDPE será mantida tendo a face texturizada em contato com o solo de baixa permeabilidade, para melhorar a resistência ao cisalhamento desta interface. A geomembrana deverá ser instalada por profissionais altamente qualificados e deverá ser supervisionada por uma equipe de garantia de qualidade (CQA), formada por engenheiros e técnicos com ampla experiência na instalação de sistemas similares em outros projetos de mineração. A área aproximada de geomembrana LLDPE é de 258.365 m2 para o depósito de rejeitos secos. O efluente produzido pela infiltração da água de chuva na superfície do depósito de rejeitos seco será recolhido pelo sistema de tubulações perfuradas de HDPE de parede dupla. Serão utilizados tubos de 100 e 300 mm de diâmetro, os quais reportarão a tubulações primárias de 450 mm de diâmetro. As tubulações primárias serão localizadas nos pontos baixos e são do tipo perfurado de polietileno de alta densidade (HDPE), com exterior corrugado e parede interior 66 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 lisa. A vazão recolhida irá ser transportada e armazenada no pond de efluentes, com capacidade de 20.000 m3, que está localizado imediatamente a jusante da base do depósito de rejeitos secos. As vazões das águas das chuvas na área do depósito de rejeitos e que não infiltrarão devido à colocação de coberturas impermeáveis ou raincoats, serão coletadas pelo canal formado entre o depósito de rejeitos e o acesso perimetral. A vazão recolhida vai ser transportada e armazenada no pond raincoat com capacidade de 10.000 m3, e estará localizado imediatamente a jusante da base do depósito de rejeitos. 3.5.3 Ponds de Subdrenagem Os ponds de subdrenagem foram projetados para armazenar as vazões do sistema de subdrenagem e, posteriormente, serem monitorados. As vazões do sistema de subdrenagem serão conduzidas por gravidade por uma tubulação sólida de HDPE SDR 21 de 450 mm de diâmetro. No total foram projetadas 3 ponds de subdrenagem, sendo cada um com capacidade de 1.000 m3, estrategicamente localizadas ao redor do depósito de rejeitos secos. Os ponds têm borda livre de 1,0 m, medidos a partir do fundo do pond e sem considerar as bermas de segurança. O pond será construído com taludes internos de 1,5H:1V. Os ponds terão sistemas de revestimentos constituídos por uma camada de GCL (revestimento geosintético de argila) e de uma geomembrana SST de HDPE de 1,5 mm, colocada sobre o nível da superfície de cada pond. Finalmente, será implantado um caminho de acesso ao redor do perímetro dos ponds de 2,2 m de largura efetiva, a ser usado para a instalação dos geossintéticos durante a construção, e, mais tarde, como caminho de inspeção durante o funcionamento do empreendimento. Haverá também, a construção de uma berma de segurança em torno da borda de cada pond de 0,60 m de altura e taludes de 1,5H:1V. Os ponds de subdrenagem terão um sistema de revestimento duplo que será colocado sobre uma camada de GCL. Esse sistema é constituído por um revestimento primário de geomembrana de polietileno SST de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 50 mm de largura. 67 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.5.4 Pond de Coleta de Efluentes O pond de coleta de efluentes foi projetado para armazenar as vazões do sistema de coleta de efluentes, as quais serão transportadas por gravidade por tubulação sólida de HDPE SDR 21 de 450 mm de diâmetro. O pond de efluentes terá capacidade de 20.000 m3, localizado na parte inferior do depósito de rejeitos secos, e será configurado com taludes interiores de 1,5H:1V, com bordo livre de 1,0 m. O pond terá um sistema de revestimento constituído por uma camada de GCL e de uma geomembrana SST de HDPE de 1,5 mm, colocada sobre o nível da superfície do pond. Finalmente, será implantado um caminho de acesso ao redor do perímetro do pond de 2,2 m de largura efetivo, a ser usado para a instalação dos geossintéticos na construção e mais tarde como caminho de inspeção durante o funcionamento dele. Foi também considerada a construção de uma berma de segurança em torno da borda do pond de 0,60 m de altura e taludes de 1,5H:1V. O pond de coleta de efluentes terá um sistema de revestimento que será colocado sobre uma camada de GCL, a que será colocada sobre a superfície nivelada do pond. O sistema de revestimento é constituído por um revestimento de geomembrana de polietileno lisa de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura. 3.5.5 Pond de Raincoat O pond de raincoat foi projetado para armazenar as vazões a partir do sistema de coleta de águas superficiais. As vazões deste sistema serão transportadas por gravidade por uma tubulação sólida de HDPE SDR 21 de 450 mm de diâmetro. Esse pond terá capacidade de 10.000 m3, localizado na parte inferior do depósito de rejeitos secos, com configuração dos taludes interiores 1,5H:1V, e também, terá bordo livre de 1,0 m, medido a partir do fundo do pond, sem considerar as bermas de segurança. O pond terá um sistema de revestimento constituído por uma camada de GCL e de uma geomembrana SST de LLDPE de 2,0 mm, a que será colocada sobre o nível da superfície do pond. Além disso, terá um caminho de acesso ao redor do perímetro do pond de 4 m de largura efetivo, a ser usado para a instalação dos geossintéticos durante a construção, e, posteriormente, como caminho de inspeção. Haverá ainda 68 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 a construção de uma berma de segurança em torno da borda do pond de 0,60 m de altura e taludes de 1,5H:1V. O pond de raincoat terá um sistema de revestimento que será colocado sobre uma camada de GCL. Esse sistema é constituído por um revestimento de geomembrana lisa de polietileno de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura. 3.5.6 Vias de Acesso No projeto do depósito de rejeitos secos está prevista a implantação de um caminho de acesso ao redor do perímetro da pilha toda, a fim de proporcionar condições adequadas de tráfego durante a construção e operação. Também o caminho funcionará como barragem de retenção das vazões superficiais, que serão conduzidos por gravidade ao pond de raincoat. O caminho perimetral para o tráfego de veículos tem um comprimento horizontal de quase 2,1 km, e está em todo seu alinhamento aterrado com uma altura média de 2,0 m. Esse caminho terá 6,0 m de largura, com talude de aterro de 1H:1V e 2,5H:1V para os taludes exteriores e interiores ao depósito de rejeitos secos, respectivamente. A inclinação máxima é de 6%, com um raio de curvatura mínimo de 30 m. 3.6 Barragem de Água 3.6.1 Descrição A barragem de água será utilizada para suprir de água nova necessária à planta concentradora. De maneira geral, essa barragem será implantada em maciço de solo compactado com sistema de drenagem interna típico e sistema extravasor do tipo soleira delgada. O vertedouro terá seção retangular em concreto armado e com uma bacia de dissipação e lançamento final em um canal de restituição confeccionado em enrocamento. O aterro do barramento será formado a partir da compactação (a 98% de Proctor Normal) de solos de composição argilosa, do tipo CL e/ou ML, segundo o Sistema Unificado de Classificação dos Solos (SUCS), com quantidade de pedregulhos inferior a 10%. Os coeficientes 69 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de permeabilidade dos maciços deverão ser inferior a 1x10-5cm/s. Para o controle das percolações foi concebido um sistema de drenagem interno típico constituído por um filtro vertical de areia ligado a um tapete drenante horizontal do tipo sanduíche composta por uma sequencia areia/brita/areia. É importante lembrar que a areia se prestará apenas como um elemento de transição entre a matriz drenante e o aterro/fundação da barragem, impedindo que ocorra a colmatação (“entupimento”) dos vazios do elemento drenante (brita) pelo arraste de partículas finas tanto do solo quanto do aterro. A drenagem interna conecta-se a um dreno de pé do barramento constituído por enrocamento e transições, na região do leito do rio. Os taludes de jusante obedecem a uma geometria típica para estruturas dessa natureza, apresentando inclinação de 27° (2H:1V), 10 m de altura e berma com largura de 4,0 m. A proteção superficial será feita por um revestimento constituído, de preferência, por grama plantada pelo processo de placas. Particulariza-se nesse caso a crista da barragem, que será estabelecida como acesso dos veículos e equipamentos, projetada com uma largura de 10 m. Já o espaldar de montante apresentará inclinação de 2H:1V, com a instalação de proteção do tipo “rip-rap” para proteger contra eventuais embates de ondas e erosão (pela ação da água acumulada no reservatório). Vale ressaltar que tal proteção deve se estender por toda a face do talude de montante. É necessário destacar ainda, que a respeito da seção típica em proposição, a transição e o filtro conceituado até então podem sofrer, respectivamente, alterações na sua granulometria e espessura, em função dos resultados dos ensaios de caracterização dos materiais de fundação e do aterro, que serão realizados na fase de projeto executivo. O Quadro 11, apresenta a caracterização da Barragem de Água. 70 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] ELEMENTO Quadro 11 – Quadro descritivo da barragem de água. ATRIBUTOS Tipo de Seção: Seção Homogênea em solo compactado 3 Maciço (aterro) Crista Talude de Montante Talude(s) de Jusante Drenagem Interna Volume (m ): Vtotal: 72000 Transição Composta por camadas de areia, transicionando do aterro e fundação para o dreno horizontal de brita. Altura Máxima (m): 12,0 Elevação (m): 147,0 Largura (m): 10,0 (se prestará como acesso local) Comprimento (m): ~385 Inclinação: 2H:1V (27°) Proteção: Com “rip-rap” Altura dos Bancos (m): 10 Inclinação (global): ~24° Inclinação (face): 2H:1V (27°) Largura Berma (m) 5,0 Proteção: Gramíneas Tipo/Dimensões Dreno vertical em areia conectado a tapete horizontal tipo “sanduíche” (areia/brita/areia). Dreno de Pé: Constituído por enrocamento e transições Elevação NA normal (m) 145,00 Elevação NAmax maximorum (m) 146,71 3 Reservatório Sistema Extravasor Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Volume até a soleira (m ) 1.284.689,99 Volume de amortecimento (m³) 921.076,0 Área de Inundação (m2) 375.915,0 Tipo Soleira Delgada Material Concreto Armado Largura do Emboque do Vertedouro (m) 3,00 Altura do Emboque do Vertedouro (m) 2,00 71 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.6.2 Sequência Construtiva A sequência geral construtiva da barragem de água está apresentada a seguir, exemplificando as operações básicas que compõem as etapas de sua construção. Inicio das Escavações Limpeza e escavação do Sistema Extravasor Implantação do Sistema Extravasor Simultaneamente às atividades de terraplenagem na área do Sistema Extravasor deverão ser executadas as atividades de limpeza escavação do sistema de desvio Limpeza e escavação na região das ombreiras do reservatório Término das Escavações e Início da Construção dos Maciços Conclusão do tratamento das fundações da barragem Execução de cortina de injeção, quando necessária Início da compactação do aterro do barramento3 Concomitantemente à construção do maciço, implantar o projeto de instrumentação Conclusão dos Maciços Compactados Conclusão do aterro compactado Conclusão da instalação dos instrumentos Desativação do sistema de desvio Implantação da drenagem superficial Plantio de grama 3.6.3 Acessos Para concepção dos acessos, sejam aqueles destinados a viabilizar as operações de construção do barramento (acesso construtivo) ou aqueles de caráter definitivo que possibilitará 3 NOTA: O maciço da barragem de água poderá ser construído, com material oriundo da jazida pré-estabelecida, ou proveniente de escavações obrigatórias (ex. canal do extravasor), que estejam disponíveis nas áreas mais próximas e que obviamente sejam adequados para utilização como materiais de empréstimo. 72 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 as operações de vigilância e manutenção preventiva da estrutura (acessos definitivos), foram adotadas as seguintes premissas: Redução da área impactada (desmate) pelo aproveitamento máximo daqueles acessos já existentes na área, priorizando a definição do traçado em áreas de pastagem; Aspectos geométricos (inclinação longitudinal e transversal máxima, raio de curvatura mínimo e largura das vias) que atendam aos propósitos da Mineração Dardanelos Ltda, além das inclinações dos taludes de corte e aterro que garantam adequadas estabilidade física em função do material (ou seja, coeficiente de segurança igual ou superior a 1,5); Acessos definitivos à Barragem serão projetados em função da logística de acessos futuros da mina; Implantação de sistema de drenagem superficial para disciplinamento dos excedentes hídricos superficiais e proteção vegetal dos taludes de corte e aterros necessários à construção dos acessos, visando prevenir o desenvolvimento de processos erosivos. 3.7 Depósito Temporal de Rejeitos 3.7.1 Introdução O depósito temporal de rejeitos foi considerado neste layout baseado na necessidade de dispor de uma área temporal habilitada para a colocação de rejeitos durante a época de chuvas, pois o processo de conformação da pilha de rejeitos durante a temporada de chuvas pode diminuir sua eficiência e também para servir como um depósito emergencial quando houver qualquer evento que impossibilite uma adequada conformação da pilha de rejeitos, garantindo maior segurança operacional. 73 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 33 – Vista em planta do Deposito de Rejeitos Temporal. A área do depósito temporal é de 5,6 ha aproximadamente. A área total incluindo os acessos perimetrais é de 5,7 ha. A configuração do depósito temporal considera um dique perimetral de 5m de altura, com crista de 6m de comprimento considerando uma inclinação dos taludes jusante e montante de 2H:1V o que conformam um volume de 24.154 m³ de material compactado para um volume de rejeitos secos de 360.000 m³ de capacidade. A totalidade da área de construção do depósito de rejeitos secos é constituída praticamente por pastagem plantada, essa cobertura vegetal deverá ser totalmente removida. Deverão ser também removidos árvores isoladas, tocos e troncos. Todo material inadequado para fundação, incluindo o solo orgânico, será removido. O depósito temporal terá um sistema de coleta de efluentes por gravidade, localizado no interior do próprio depósito, onde serão tratados para recirculação no processo de beneficiamento. 74 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A superfície topográfica do terreno natural será aproveitada para atingir uma inclinação adequada do depósito que facilite a drenagem das águas coletadas ate o sistema interior de coleta de águas. O sistema de coleta de efluentes do depósito temporal de rejeitos incluirá um Pond de coleta e terá um sistema de revestimento que será colocado sobre uma camada de GCL na superfície nivelada. O revestimento é constituído por geomembrana de polietileno lisa de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura. Após o nivelamento, é prevista a colocação de uma camada de 300 mm de solo de baixa permeabilidade ou revestimento do solo, com uma permeabilidade menor do que 5x10-6cm/s. O solo de baixa permeabilidade deve ser condicionado com a umidade ótima e compactado até atingir 95% da densidade relativa do Proctor normal. 3.8 Áreas de Apoio e Administrativas As áreas de Apoio e Administrativas mostradas no layout geral do Plano Diretor (Anexo 2), estão a seguir descritas de forma resumida. 3.8.1 Área Administrativa Portaria A portaria contempla espaços para vigilância, sala de espera, crachás/identificação, segurança patrimonial, treinamento, copa, instalações sanitárias femininas e masculinas e uma área com catracas e cancelas para controlar e registrar o acesso das pessoas e carros. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e a laje aparente impermeabilizada. A laje interna do teto é pintada com tinta látex acrílica. 75 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Apoio motorista O apoio caminhoneiro contempla espaços para sala de televisão, vestiários feminino e masculino, varanda e área com tanque. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o teto e no piso. O piso interno será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Controle de Balança O controle da balança contempla espaços para sala de controle, fiscalização e instalação sanitária. O mesmo se edifica em um nível elevado de modo a possibilitar o contato com o motorista do caminhão. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o teto. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Escritório administrativo O escritório administrativo contempla uma ampla área com estações de trabalho, sala de reunião, treinamento, arquivo, impressoras e plotter, copa e instalações sanitárias femininas e masculinas. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes e no piso. O piso interno será de vinílico e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e forro em PVC, exceto nas instalações sanitárias que possui laje pintada com tinta látex acrílica. Restaurante O restaurante possui espaços para as atividades de cocção dos alimentos, pré-preparo de vegetais, massas, lanches, cereais e carnes, câmara frigorífica, despensa, depósito de descartáveis, nutricionista, higienização de panelas e bandejas, salão de refeitório para 140 pessoas e uma área de apoio com câmara para lixo úmido e seco, vestiário feminino e masculino, depósito de material de limpeza e caixas, sala de ar-condicionado e compressores, depósito de gás. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de 76 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 concreto, com chapisco, emboço, reboco e cerâmica até o teto, exceto nas áreas externas, estoque, sala de ar condicionado e compressores e administrativa que possui pintura. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Vestiário / Terminal Rodoviário O terminal rodoviário contempla áreas para embarque e desembarque de pessoas, almoxarifado, serviços gerais e vestiário. O vestiário é dimensionado para 436 pessoas, considerando que 20% são do sexo feminino e 80% masculino. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura na área externa e revestimento cerâmico até o teto nas paredes internas, exceto no almoxarifado e serviços gerais. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto liso. No vestiário, as divisórias serão em ardósia e as portas das cabines em MFD. Os lavatórios são suspensos e os mictórios individuais, sendo todas as louças brancas. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e a laje pintada com tinta látex acrílica. Posto Médico O posto médico contempla áreas para recepção, observação, curativos, consultório médico, farmácia, esterilização, expurgo, cozinha, depósito de material de limpeza e instalação sanitária feminina e masculina. Além disso, o posto possuirá área isolada para resíduos médicos. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico até o teto nas paredes. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Almoxarifado O almoxarifado contempla áreas abertas e fechadas para estoque de material e escritório com salas, arquivo, copa e instalações sanitárias femininas e masculinas. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o teto. O piso interno do escritório será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. 77 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Depósito de Produtos Químicos O depósito de produtos químicos contempla área para armazenagem de produtos químicos. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com pintura. O piso interno será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio. A estrutura também deverá contar com sistema de coleta para em caso de derramamentos, conectado a caixa de coleta. Devem ser consideradas a separação dos produtos que possuem incompatibilidade química e proteção a intempéries Laboratório O laboratório é dividido em duas áreas, sendo estas: química e física. A área química contempla via úmida, balança, ICP-OES, FRX, muflas, lavagem de vidrarias, estocagem de reagentes, coordenação e supervisão. A área física contempla espaços para preparação, recebimento e arquivo de amostras, cadastro e emissão, almoxarifado e instalações sanitária masculina e feminina. Na mesma edificação possui instalações de apoio como sala de reunião, copa e vestiário feminino e masculino. Na área anexa ao laboratório foi instalada uma central de gases, compressores e ar condicionado. A edificação possui estrutura em concreto armado aparente, na área química e estrutura metálica, na área física, os fechamentos são alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto as instalações sanitárias que terão revestimento cerâmico até o teto nas paredes. O piso interno será em concreto liso, no externo em concreto áspero e nos vestiários revestimento em cerâmica. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Galpão de Testemunho O galpão de testemunho contempla áreas para armazenagem de amostras, almoxarifado e instalações sanitária feminina e masculina. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico até o teto nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso e o externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica, apenas nas instalações sanitárias. 78 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.8.2 Instalações de Apoio Industrial Subestação Principal A subestação principal é composta pela sala de cubículos, controle, operação, baterias, sistema de ar condicionado e combate a incêndio e instalação sanitária. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso e o externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica. Subestações Secundárias As subestações secundárias, geralmente, contemplam áreas para sala elétrica, instrumentação, sistema de ar condicionado, combate a incêndio e transformadores. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica, exceto nas áreas dos transformadores. Escritório da Oficina de Manutenção O escritório da oficina de manutenção contempla áreas para usinagem, ferramentaria, escritório e instalações de apoio, como sala de reunião, copa e instalações sanitária feminina e masculina. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico até o teto nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso; o piso externo em concreto áspero; as instalações sanitárias e copa em revestimento cerâmico. A laje será pintada com tinta látex acrílica. Oficina da Calderaria A oficina da caldeiraria possui uma área livre e ampla para distribuição dos equipamentos mecânicos. A edificação possui estrutura metálica aparente, alvenaria de vedação em bloco de concreto com pintura e tapamento metálico. 79 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Sala dos Compressores A sala dos compressores possui uma área livre e ampla para distribuição dos compressores. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto com pintura. Sala dos Sopradores A sala dos sopradores possui uma área livre e ampla para distribuição dos sopradores. O prédio tem estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto com pintura. Lavagem de Veículos A edificação destina-se à lavagem de equipamentos de mina. Duas plataformas metálicas e equipamentos específicos auxiliam a lavagem dos equipamentos. O piso é dotado de trilhos que possibilitam a movimentação dos equipamentos e de canaletas que direcionam as águas de lavagem para bacia de decantação com fundo revestido em trilhos e dessa bacia para caixa separadora de água e óleo (SAO). A bacia de decantação encontra-se anexa à Lavagem de Veículos. Oficina de Manutenção Industrial A Oficina de Manutenção destina-se à manutenção e reparos de equipamentos de pequeno e grande porte. Trata-se de edificação em estrutura metálica com as seguintes características: 2 boxes para equipamentos de pequeno porte 3 boxes para equipamentos de grande porte 1 boxe para borracharia 2 boxes para lubrificação A oficina será servida por duas pontes rolantes para atender aos equipamentos de pequeno e grande porte, sendo as capacidades para 2,0 e 7,5 toneladas respectivamente. Os escritórios e vestiários, anexos a Oficina, têm estrutura independente. A estrutura deve contar também com sistema para coleta de derrames interligado a uma caixa de coletas e/ou separador de água e óleo. 80 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3.9 Outras Estruturas As outras estruturas aqui consideradas são igualmente importantes para a operacionalização do Projeto Aripuanã e por serem elementos mais específicos estão a seguir descritos de forma resumida. 3.9.1 Depósito de Resíduos O depósito de resíduos (Figura 34) está localizado a sudoeste da barragem de água e foi projetado para uma capacidade de 473 917 m³ de material rochoso não aproveitável proveniente das operações subterrâneas Arex e Ambrex, bem como do material da terraplenagem do empreendimento. Previamente à colocação do material, deverá haver o decapeamento da área para retirada do solo orgânico em volume aproximado de 111 307 m³, para uma profundidade de fundação de 1.5m, devendo ser compactado até atingir 95% da máxima densidade do Proctor Normal com o objetivo de minimizar o risco de assentamento da estrutura posterior à etapa construtiva. A estrutura será conformada em camadas de 0.80m e compactada com rolo compactador (06 passadas mínimo) ate atingir uma densidade relativa à densidade de 95%, mantendo ângulos de estabilidades de 2H:1V com banquetas localizadas a cada 5m de altura para larguras de banquetas variáveis de 8.5m ate 10m, obtendo uma altura total do bota-fora de 45m sendo a cota de fundação 145m e a cota da crista localizada a 190m. No projeto executivo, está previsto o dimensionamento de uma estrutura retentora, à semelhança de um dique, para impedir que os sedimentos advindos das pilhas de estéril alcancem as bases das vertentes/fundos de vales. Além disso, deve-se ressaltar que haverá diferentes tipologias de materiais, que serão dispostos em pilhas de acordo com cada tipo e proveniência. Destaca-se ainda, que esses materiais serão quase todos reutilizados nas próprias estruturas do Projeto Aripuanã, inclusive para o fechamento da mina. 81 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 34 – Croqui de recorte de carta-imagem mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos (05), localizado em um interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha e barragem de água (06). Delimitação indica área prevista anteriormente. O projeto novo para área de depósito de resíduos envolve uma superfície total de 72 485.56 m², aproximadamente 7,3 ha, tendo sido reduzida em função da versão anterior do layout, que previa ocupação de 160.000m², ou 16 ha, e, na sua nova locação, não há previsão de interferência em remanescente de vegetação florestal, sendo seu uso atual basicamente, pastagem degradada. No caso da presença de material lenhoso na forma de árvores isoladas, este deverá ser removido juntamente com toda a pastagem, para se proceder a terraplenagem, de maneira a obter terrenos bem estabilizados topograficamente, em conformidade com as normas técnicas e legislação vigente. 3.9.2 Paióis de Explosivos e Acessórios A área destinada aos paióis de explosivos e acessórios encontra-se no flanco sul da serra do Expedito, e em situação topográfica favorável (Figura 35). 82 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Figura 35 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). Para determinação da localização do paiol de explosivo e paiol de acessórios do projeto Aripuanã foram respeitadas todas as determinações dispostas no Regulamento para a fiscalização de Produtos Controlados (R-105), em destaque os capítulos IV e V, que se referem aos Depósitos e sua construção, respectivamente. As distâncias utilizadas no projeto encontram-se no Quadro 12, onde determina distâncias mínimas conforme a quantidade de explosivos a serem armazenadas em kg. No caso do Projeto Aripuanã, a quantidade de explosivos será de aproximadamente 100 t. Os desenhos e plantas dos paióis estão apresentados no Anexo 6. Quadro 12 – Distâncias mínimas requeridas para o paiol. Distâncias mínimas (m) Peso Líquido (kg) Edifícios Entre Depósitos Ferrovias Rodovias habitados ou oficinas De Até 0 450 25 25 25 15 451 2.250 35 35 35 25 2.251 4.500 45 45 45 30 4.501 9.000 60 60 60 40 83 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Peso Líquido (kg) Distâncias mínimas (m) 9.001 18.100 Edifícios habitados 70 Ferrovias Rodovias 70 70 Entre Depósitos ou oficinas 50 18.001 31.750 80 80 80 55 31.751 45.350 90 90 90 60 45.351 90.700 115 115 115 75 90.701 136.000 110 110 110 75 136.001 181.400 150 150 150 100 181.401 226.800 180 180 180 120 3.9.3 Posto de Combustível Será implantado um posto de abastecimento de combustível em parceria com empresas especializadas, a qual ficará responsável pela concepção e implantação de seus elementos constituintes, como também pelo devido licenciamento, conforme determina a legislação vigente. 3.9.4 Linha de Transmissão A demanda estimada de energia para o projeto é de 16 MW. Para fornecer energia para o projeto, será construída uma linha de transmissão dedicada de 138 kV, a ser conectada na SE de Aripuanã e com um comprimento total de 25 km. Todo o projeto e licenciamento dessa linha estarão a cargo da CEMAT. 3.10 Logística para Despacho Os produtos a serem produzidos no site, concentrados de zinco, chumbo e cobre, serão vendidos no mercado para posterior refino pelos smelters. Avaliou-se preliminarmente o envio desses concentrados para os smelters nacionais de Juiz de Fora e Três Marias da Votorantim Metais, bem como para um smelter localizado na Bahia. Juiz de Fora e/ou Três Marias poderão receber os concentrados de zinco. O concentrado 84 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de cobre poderá ser destinado para mercado doméstico e/ou exportação. O concentrado de chumbo para exportação pelos portos de Santos ou Paranaguá. Foi realizado um estudo logístico que contemplasse todas as opções de modais possíveis para o projeto, com avaliação de curto, médio e longo prazo, apresentado no Anexo 3. Atualmente, o modal mais provável para o transporte desse material, considerando as opções possíveis, é o transporte rodoviário. Ressalta-se que o custo logístico representa 35% do total do custo operacional do projeto. A Figura 36 apresenta um mapa locacional da mina (origem) e destinos projetados. Figura 36 – Mapa com localização da mina e smelters A partir de Juína, no sentido Castanheira são 45 km asfaltados e, depois, no sentido Aripuanã são mais 230 km em estrada de terra, com parte do trajeto em trânsito normal para carretas e partes com pontos críticos que requerem modificações de engenharia. De Juína, a saída por estrada de terra no sentido Vilhena/RO, de acordo com informações na região, é intransitável para caminhões devido a longas distâncias com muita areia e terreno acidentado. 85 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O principal problema é o trecho de terra de Castanheira até Aripuanã, mais o percurso até a área da Mina. Considerando a extensão total, do trajeto de terra de aproximadamente 230 km até a área de pesquisa, os trechos com problemas e os pontuais não passam de 60 km no total, que são aqueles que necessitam de serviços de terraplanagem em elevações, nivelamento, compactação e cascalhamento. 3.10.1 Corredor Logístico com Destino Juiz de Fora O sistema destino Juiz de Fora se caracteriza pelo escoamento de concentrados de Zinco. O melhor sistema logístico com destino Juiz de Fora é realmente o modal rodoviário. Apesar de existirem ferrovias a partir de Goiânia (GO) e Alto Araguaia (MT), o princípio do escoamento não garantirá escala e compatibilidade operacional suficiente. Dessa maneira, sugere-se um sistema logístico formado unicamente por rodovias. A Figura 37 apresenta a rota principal para o destino Juiz de Fora. Figura 37 – Representação do sistema Castanheira - Juiz de Fora 86 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] 3.10.2 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Corredor Logístico com Destino Três Marias O corredor de Três Marias possui somente a opção rodoviária devido à falta de infraestrutura de transbordo rodo-ferroviário da FCA em estações próximas de Três Marias (cerca de 200 km Três Marias). Uma questão importante a se destacar é que Três Marias já possui uma estrutura de escoamento de produtos em direção a Itaguaí (RJ), Contagem (MG) e Nova Santa Rita (RS), o que poderá favorecer contratações casadas a partir de Aripuanã para o produto principal que é o concentrado de Zinco. A Figura 38 apresenta a rota principal para o destino Três Marias. O concentrado a ser trabalhado para essa opção é o Zinco. Figura 38 – Representação do sistema Castanheira - Três Marias 3.10.3 Corredor Logístico com Destino Santos A Figura 39 apresenta a rota principal para o destino Santos. O sistema destino Santos se caracteriza pela exportação de concentrados de Chumbo e Cobre. O concentrado de chumbo, 87 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pelas suas características, deverá ser transportado em big bags de 1 t, os quais garantem o transporte seguro das cargas. O material será ensacado na planta em Aripuanã. O melhor sistema logístico com destino Santos continua sendo o modal rodoviário. Dessa maneira será adotado o sistema logístico formado unicamente por rodovias. Uma observação importante é que o destino Santos passa por Rondonópolis, o que pode garantir uma rota de aprendizagem e formação de escala para uma futura decisão de buffer em Rondonópolis para um sistema logístico multimodal à medida que a escala for sendo aumentada. Figura 39 – Representação do sistema Castanheira - Santos 3.10.4 Corredor Logístico com Destino Paranaguá O corredor de Paranaguá se destaca pela movimentação de granéis agrícolas e também de insumos de e para o Centro-Oeste, respectivamente. Essa característica logística ligada ao agronegócio é importante para uma possível criação de sinergia entre o escoamento dos produtos de Aripuanã e as cargas do agronegócio. A Figura 40 apresenta a rota principal para o destino Paranaguá. 88 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assim como foi caracterizado para o porto de Santos, o corredor de Paranaguá é estudado para a exportação de concentrados de Chumbo e Cobre. Igualmente ao que foi analisado no transporte para Santos, o concentrado de chumbo, pelas suas características, deverá ser transportado em big bags de 1 t, os quais garantem o transporte seguro das cargas. O material será ensacado na planta em Aripuanã. O modal rodoviário, principalmente devido à falta de ferrovias mais próximas de Aripuanã, continua sendo o sistema mais efetivo. Assim como no sistema destino Santos, é importante frisar que a rota de Paranaguá é uma rota coincidente com o corredor do agronegócio, já que o porto é o principal destino exportador do grão brasileiro, principalmente a soja. Figura 40 – Representação do sistema Castanheira - Paranaguá 3.10.5 Corredor Logístico com Destino Camaçari O corredor de Camaçari possui somente a opção rodoviária. Uma tentativa de formação de um corredor logístico rodo-ferroviário se torna absolutamente inviável até que se tenha uma 89 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ligação ferroviária entre a Bahia e o Centro-Oeste, que seria uma extensão do Projeto Ferroviário Oeste-Leste que liga o Porto de Salvador à região de Barreiras, com extensão posterior para Palmas no Tocantins, se encontrando com a Ferrovia Norte-Sul. Essa alternativa está muito distante, indo além do marco temporal de 2020. A Figura 41 apresenta a rota principal para o destino Camaçari. O concentrado a ser trabalhado para essa opção é o Cobre. Figura 41 – Representação do sistema Castanheira – Camaçari 3.10.6 Resumo dos dados A consolidação dessas rotas com os possíveis destinos e volumes projetados é apresentada no Quadro 13. É importante notar que existe mais de uma opção de destino para cada concentrado. Os mesmos poderão ser transportados em sua totalidade ou parcialmente para cada um dos destinos apontados. O trecho mais crítico é a ligação Aripuanã – Castanheira de aproximadamente 230 km que atualmente se encontra em leito natural. 90 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 13 – Rotas, volumes e produtos Rota Volume anual Produto Aripuanã – Juiz de Fora 130 kt Zinco Aripuanã – Três Marias 130 kt Zinco Aripuanã – Santos 50 kt Chumbo Aripuanã – Paranaguá 50 kt Chumbo Aripuanã – Camaçari 20 kt Cobre Aripuanã – Santos 20 kt Cobre Aripuanã – Paranaguá 20 kt Cobre 3.11 Mão de Obra para Operação Para a operação do Projeto, será dada máxima prioridade para a utilização de mão de obra local (Aripuanã) e regional (municípios da AII). A distribuição preliminar da necessidade estimada de mão de obra na fase de operação, considerando diretos e terceiros, é apresentada no Quadro 14. Quadro 14 – Distribuição de mão de obra Quantidade de Área funcionários Mina 309 Planta 97 Manutenção 149 Administrativo 45 Total 600 3.12 Fase de Implantação A fase de implantação do empreendimento pode ser dividida em três grandes áreas: Engenharia, Suprimentos e Construção. 91 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A fase de engenharia consiste no detalhamento de todas as disciplinas, a saber: infraestrutura, civil, processo, mecânica, arquitetura, elétrica, instrumentação, automação, tubulação e estrutura metálica. A engenharia será responsável por desenvolver em nível de detalhe todos os desenhos e especificações necessários para a construção do empreendimento. A fase de suprimentos consiste na busca e contratação de todos os serviços necessários para a implantação do empreendimento, como terraplenagem e montagem, além do plano de aquisição dos equipamentos móveis e fixos necessários para o correto funcionamento da operação. Por último, a construção propriamente dita é a fase onde ocorre a implantação do empreendimento, em acordo com o definido pela engenharia. O plano geral de implantação das obras considera pela ordem de execução: Instalação da energia provisória para a construção; Desmatamento, destocamento, limpeza e terraplenagem das áreas destinadas às instalações temporárias; Implantação das instalações temporárias – edificações, sistema de captação e acumulação de água, ETA, ETE; as estações de tratamento de água e de esgoto sanitário já poderão ser na posição definitiva; Execução da terraplanagem das plataformas para as áreas industriais e de apoio e da barragem de acumulação de água; Execução das fundações das edificações industriais, de apoio e administrativas; Execução das montagens mecânicas dos prédios industriais e de apoio e dos equipamentos de movimentação de materiais e de processo; Execução das montagens elétricas e de instrumentação e controle nas áreas industriais e de apoio, inclusive a subestação principal e as subestações unitárias; Execução das instalações de utilidades para as áreas industriais e de apoio; Execução das obras arquitetônicas das áreas industriais e de apoio; Execução das obras arquitetônicas da área administrativa, inclusive as instalações; 92 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Execução das obras de urbanização e de paisagismo; Execução dos sistemas de comunicação; Limpeza geral e desmobilização do canteiro de obras. Esta sequência será detalhada em cronograma na fase de engenharia e várias atividades deverão ser executadas em paralelo de forma a contribuir para cumprir os prazos e atingir as metas estabelecidas. A organização do canteiro deverá considerar a sequência executiva determinada pelo cronograma de forma a facilitar a mobilização dos recursos nas diversas frentes de obra com prioridade para o atendimento das normas internas de SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) da empresa e a legislação pertinente. A implantação do projeto será de responsabilidade das empresas contratadas para sua execução – terraplenagens, obras de construção civil, montagens eletromecânicas – e para o comissionamento e entrega à operação do empreendimento. O efetivo estimado para a execução é da ordem de 1.000 pessoas, em média, distribuídas conforme histograma a ser estabelecido em função do cronograma de implantação do Projeto, podendo chegar a 2000 no pico da obra. O cronograma da implantação do projeto será detalhado até o nível de atividade para as diversas unidades que compõem o empreendimento. Será o documento de referência para controle do desempenho da implantação e verificação do cumprimento dos prazos das diversas etapas. Dado o elevado índice pluviométrico da região, os trabalhos planejados devem considerar as peculiaridades desta época, para que as atividades possam ocorrer com o mínimo de interferências, em especial as obras de terraplenagem, infraestrutura, obras civis (escavações, formas, armações e concreto) e montagens em altura. Preferencialmente a execução destes trabalhos será planejada para se concentrar nos meses com baixa pluviosidade (maio a outubro). De acordo com o planejamento do processo de implantação do Projeto Aripuanã e com base no Plano Diretor concebido, ainda em nível conceitual, estima-se a utilização de pelo menos 2.700.000HH (horas/homem), o que corresponde a 1.000 pessoas, em média, mas que poderá ser alterado em função de mudanças de regime de trabalho, eventuais atrasos na obra e outros imprevistos. Uma atualização dessa estimativa será realizada na próxima fase do projeto. 93 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A Figura 42 apresenta as datas dos eventos principais previstas no planejamento da implantação. Figura 42 – Principais marcos do projeto. O canteiro de obras terá instalações básicas para a implantação do empreendimento. Deverá prever espaço para escritórios, ferramentaria, banheiros, almoxarifado e infraestrutura de pré-montagem, almoxarifado para guarda de peças, equipamentos e miscelâneas O mesmo deverá atender as empresas de obras civis, terraplenagem e montagem eletromecânica. Refeitório e vestiário serão construídos no canteiro de obras. Serão instaladas baterias de banheiros químicos nas frentes de obra que deverão ser zelados pelas próprias contratadas. Opcionalmente os empregados já poderão vir dos alojamentos localizados em Aripuanã devidamente uniformizados para execução dos serviços. A princípio, os empregados serão instalados em alojamentos a serem construídos para esse fim, o que será detalhado na próxima etapa do desenvolvimento do projeto. 3.13 Plano de Fechamento da Mina A necessidade dos empreendimentos de mineração de promover a recuperação ambiental das áreas impactadas por suas atividades constitui obrigação constitucional no Brasil e já se encontra regulamentada em vários dispositivos da legislação federal há pelo menos uma década. Mais recentemente, planos de descomissionamento de minas passaram a ser também um 94 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 requisito da legislação brasileira e uma demanda importante de nossas instituições governamentais e dos stakeholders4 de um modo geral. Estudos de casos recentemente publicados na bibliografia nacional e internacional assim o demonstram. A concepção e a estruturação desses planos tornam-se, cada vez mais, um imperativo financeiro das próprias corporações, pois os custos de recuperação de áreas manejadas de forma insuficiente aumentam ao longo dos anos e os agentes financeiros internacionais requerem das organizações demonstrações objetivas do conhecimento e estimativas de custos bem embasadas para fins de reversão ou redução dos passivos ambientais e sociais dos empreendimentos. O tema da desativação de empreendimentos e de posterior reutilização da área se apresenta mais tradicionalmente no setor mineiro, em virtude da característica de exaustão das reservas minerais economicamente lavráveis, e necessidade de novas alternativas econômicas para a região que fora explotada. Com maior frequência, trata-se muito mais de uma exaustão econômica e não física das reservas de minério, embora haja exceções de minas que funcionam durante séculos. São diversas as condições socioeconômicas que levam à desativação de empreendimentos de mineração: Um caso comum é o das minas onde a quantidade conhecida de minério remanescente, ou seu teor, é insuficiente para permitir sua extração dentro de uma margem de rentabilidade aceitável; Outra razão para o descomissionamento de minas decorre da flutuação de preços dos minérios, principalmente os fixados internacionalmente, como a maioria dos metais. Essa situação pode levar a suspensão temporária da operação, porém pode acarretar também a paralisação definitiva, principalmente quando combinada com outros fatores; Questões de saúde pública também podem reduzir o mercado de determinado bem mineral e, portanto, implicar a desativação de empreendimentos, sendo exemplo típico o da proibição e regulamentação do uso do amianto pela França e pela 4 Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo usado em diversas áreas como gestão de projetos, administração e arquitetura de software, referente às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa. 95 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 então Comunidade Econômica Européia, que resultaram no fechamento de minas no Canadá e no norte da Itália; Fatores de ordem ambiental e de relacionamento com a comunidade podem constituir-se em outras razões para o fechamento das minas, principalmente das situadas em zonas urbanas, sendo exemplo mais comum o das pedreiras, que mesmo diante da existência de reservas economicamente lavráveis, têm, por vezes, que encerrar suas atividades em virtude dos impactos ambientais serem julgados como inaceitáveis; Finalmente, o valor imobiliário do terreno onde se situa a mina pode ser maior que a receita auferida pela explotação do minério, sendo novamente nas zonas urbanas é que a situação se apresenta, normalmente com relação a substâncias minerais de valor relativamente baixo, como areia, argila e pedra britada. O imóvel pode ser aproveitado com maior rentabilidade para algum uso tipicamente urbano, como um centro comercial. Qualquer que seja a razão que leve ao descomissionamento de uma mina, coloca-se o tema da recuperação de áreas impactadas e reutilização do terreno. No âmbito da mineração, a recuperação de áreas impactadas é geralmente entendida como o conjunto de ações que visam tornar a área apta para algum uso produtivo, não necessariamente idêntico ao que antecedeu a atividade de mineração. A possibilidade de um novo uso requer que a área apresente condições de estabilidade física, química e, em alguns casos, biológica, quando, por exemplo, a utilização futura da área seja para fins de conservação ambiental e de ecossistemas. Há no Brasil inúmeros exemplos de áreas urbanas que, no passado, foram ocupadas por atividades de mineração. Um dos casos mais divulgados é o teatro chamado “Ópera de Arame”, em Curitiba. A estrutura ocupa uma área onde funcionou uma pedreira da qual foram mantidas as formas resultantes da extração de rocha com explosivos. Tal conceito já fora aplicado no parque Buttes-Chaumont, em Paris, antiga pedreira e depósito de lixo, urbanizado entre 1864 e 1867. Outros exemplos brasileiros existem. Somente na Região Metropolitana de São Paulo, foram identificadas 41 antigas áreas de mineração reabilitadas e hoje ocupadas por outra atividade, além de uma série de outras áreas onde a mineração também cessou, mas o uso que se seguiu não foi objeto de planejamento, resultando em lixões, depósitos de entulho ou ocupação desordenada por habitações de baixa renda. 96 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Finalmente, há um número crescente de velhas minas transformadas em museus ou centros de interpretação histórica industrial ou de história regional, que já se contam às dezenas na Europa e na América do Norte, ou ainda na África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. A apreciação do valor patrimonial e histórico parece estar mais presente em velhas regiões mineiras, onde a mineração constituía o essencial da atividade econômica. Na região carbonífera do norte da França, onde a produção cessou totalmente em 1992, após décadas de declínio, associações comunitárias reivindicaram a preservação de cavaletes de minas subterrâneas, de antigos edifícios e mesmo de pilhas de estéril, que fazem parte da paisagem regional há quase dois séculos. No Brasil, dois casos de reutilização do espaço de minas subterrâneas se destacam: a mina da Passagem, em Mariana, desativada em 1985, assim como uma pequena mina de carvão em Criciúma, conhecida como Mina Modelo, foram transformadas em local de visitação turística. A Mineração Dardanelos Ltda está em fase de elaboração de um plano de descomissionamento específico para o empreendimento em licenciamento, em que serão estudadas pelo menos duas alternativas de uso futuro para cada componente principal (mina, pilhas, usina de beneficiamento, áreas administrativas etc.). O estudo deve explorar e comparar alternativas realistas de uso futuro da área, com avaliação preliminar de viabilidade técnica, ambiental e sócio econômica. A análise deve necessariamente levar em conta a legislação de Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso, às expectativas da administração municipal, e aos anseios da comunidade, mais diretamente envolvida com o empreendimento. Devem ser apresentados critérios para avaliar e comparar as alternativas, classificando-as sequencialmente de acordo com os resultados da aplicação desses critérios. Uma vez selecionada a alternativa de uso futuro, serão realizados os seguintes estudos para compor o Plano Conceitual de Descomissionamento: (i) hidrogeologia e hidroquímica, ii) potencialidade de geração de drenagem ácida e ou arraste de metais, (iii) técnicas e procedimentos de revegetação, (iv) estudo de avaliação da contaminação do solo e águas subterrâneas, (v) perfil sócio-econômico para fundamentar as estratégias de cunho sócioeconômico a serem propostas para a desativação. O Plano de Descomissionamento deve apresentar um resumo das alternativas de uso futuro, as medidas de descomissionamento de cunho ambiental e social, análise de risco, programas de monitoramento e acompanhamento, diretrizes para entrega da área, cronograma 97 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 físico financeiro, arcabouço legal, incluindo requisitos a serem necessariamente levados em consideração, tais como condicionantes de licenças ambientais. O Plano Conceitual deve recomendar práticas e procedimentos operacionais, de modo a facilitar ou reduzir os custos do descomissionamento. 3.14 Análise de Custo-Benefício Um empreendimento para ser viável deverá obrigatoriamente ser atrativo para o empreendedor. Dessa forma, o empreendedor espera que todo o investimento realizado naquela planta industrial retorne com juros ao longo da operação, além de gerar um lucro para a empresa. A análise de viabilidade do empreendimento é composta de três componentes: custo operacional, custo capital e receita. A base da estimativa de cada um desses componentes é detalhada a seguir: Receita: dada pelo volume de vendas de concentrado vezes o seu preço de mercado; Custo operacional: refere-se a todos os custos correntes no ano, necessários para a operação, que são: mina, planta, pessoal e frete; Custo capital: custo necessário para a abertura da mina e construção até sua operação, além do custo necessário para manter o parque industrial. Custo de fechamento: será calculado na próxima etapa do projeto. O Quadro 15 apresenta um resumo dos principais parâmetros financeiros do projeto. Quadro 15 – Resumo dos principais parâmetros financeiros Item Média anual Zn contido 65 mil t Pb contido 25 mil t Cu contido 5 mil t Receitas R$ 510 milhões Zn R$ 230 milhões Pb R$ 150 milhões 98 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Item Média anual Cu R$ 130 milhões Custos operacionais R$ 266 milhões Mina R$ 70 milhões Planta R$ 84 milhões Pessoal R$ 10 milhões Frete R$ 72 milhões Royalties R$ 30 milhões Custos capitais R$ 675 milhões Mina R$ 225 milhões Planta R$ 400 milhões Estruturas R$ 50 milhões Com base nesses dados, é possível depreender a viabilidade econômica do projeto, a qual deverá ser maior que o custo do capital da empresa, usualmente 10%. O Projeto Aripuanã proporcionará uma mudança no perfil econômico do município, devido ao incremento do setor mineral, o que refletirá também em um desenvolvimento social. O projeto representará uma importante fonte de emprego e renda para toda a região, que atualmente se mostra carente de oportunidades, limitada a poucos setores. Com a implantação do Projeto Aripuanã haverá um importante incremento na arrecadação de impostos, ao nível municipal, estadual, e federal. A estimativa preliminar dos impostos gerados é apresentada a seguir. Vale ressaltar que essa estimativa levou como base premissas de preço e custos que poderão variar quando da implantação e operação do projeto, sendo os números apresentados preliminares. Dessa forma, estima-se a geração da ordem de R$ 171 milhões de reais por ano de impostos, taxas, e contribuições relacionados com a atividade desse empreendimento, conforme a seguir discriminado, não considerado os créditos sobre os insumos: PIS-CONFINS: R$ 44 milhões/ ano CFEM: R$ 10 milhões/ ano IR/CSLL: R$ 72 milhões/ ano ICMS: R$ 57 milhões/ ano 99 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 4. ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS 4.1 Relacionadas à Extração Mineral No que tange às alternativas tecnológicas relacionadas aos processos que envolvem a extração mineral, a principal delas diz respeito à opção pela extração de todo o minério através de minas subterrâneas (Arex e Ambrex), descartando-se a possibilidade de mina a céu aberto como havia sido inicialmente concebido para a exploração do corpo mineralizado Arex, como a seguir descrito. O caso base havia considerado a lavra de Arex com um método subterrâneo, seguido por Ambrex, mas existindo também uma pequena possibilidade de lavrar a mineralização superficial de Arex como uma cava a céu aberto. Já o Ambrex não é favorável à lavra a céu aberto devido a sua mineralização profunda e a mineralização superficial ser pouco potente. Um estudo preliminar foi realizado a fim de definir a profundidade ideal de uma lavra a céu aberto e comparado com uma operação apenas subterrânea. A distância média de transporte (DMT) foi calculada considerando a distância entre cada bloco para o ponto de saída da cava (x=224.716, Y=8.888.279, Z=162) multiplicado pelo fator de correção do gradiente. Em adição a isso, a distância do minério foi acrescida em 2,2 km para contabilizar o trajeto da saída da cava até o britador e 0,7 km para o estéril até o depósito de estéril. Os custos foram estimados utilizando as tarifas dos empreiteiros ajustando com o custo do combustível. A eficiência máxima usada para cada equipamento foi de 51%, já considerando atrasos e perda operacionais, chuva, troca de turno, horário de almoço, etc. A disponibilidade utilizada foi de 90% para caminhões e 85% para todos os outros equipamentos. O Quadro 16 mostra os custos fixos e variáveis utilizados na avaliação. Quadro 16 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto Custo (US$/t) Regiões Tipo Fixo Variável Zona hidrotermal Minério 1,98 0,1599*DMT Rocha fresca Estéril 1,72 0,1599*DMT 100 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Rocha intemperizada Estéril 1,34 0,1599*DMT Um limite para a base da cava foi fixada na cota de 275 m, devido ao aumento na distância de transporte que foi superior a 4 km para acessar as regiões mais profundas. O software Whittle® foi utilizado para esta otimização. A Figura 43 mostra as fases do Lerchs-Grossman (LG) geradas pelo programa. A fase 28 foi selecionada por ser o suficiente para um ano de operação e tem o maior VPL com a menor relação estéril/minério. Rock Ore NPV 8.0 35 7.0 30 6.0 Mass (Mt) 5.0 20 4.0 15 3.0 NPV (US$ MM) 25 10 2.0 5 1.0 0.0 0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 LG phases Figura 43 – Fases do LG Com base na cava matemática fornecida pelo software de otimização, foi realizado o estudo de operacionalização da mesma, o qual consiste no desenho das bermas, taludes e rampa da mina, com o intuito de aproximá-la o máximo possível da sua condição final, conforme apresentado na Figura 44, e onde os seguintes parâmetros foram utilizados: Largura da rampa: 10 m; Largura das vias horizontais: 14 m; 101 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Altura da bancada: 8 m; Largura da berma: 3 m (55° ângulo), 3,5 m (50° ângulo) e 8 m (30° ângulo); Ângulo de face: 70°. Figura 44 – Desenho operacional final da cava céu aberto A diluição considerada é apenas no contato das zonas hidrotermais e é de 10% com os seguintes teores: 0,24% Zn, 0,07% Pb, 0,21% Cu, 0,25 g/t Au, 5,7 g/t Ag. A reserva obtida para a mina céu aberto no corpo Arex é de 1,0 Mt @ 4,14% Zn, 1,85% Pb, 0,84% Cu, 0,57 g/t Au e 43,0 g/t Ag, além de uma geração de estéril da ordem de 4,5 Mt. A fim de checar a melhor opção para o tipo de exploração a ser adotada, realizou-se um estudo comparativo entre operar os dois primeiros anos com uma mina a céu aberto contra uma operação apenas subterrânea. A operação de mina a céu aberto considera o primeiro ano de remoção de estéril e o segundo ano de produção alimentando a planta. Após esse período, iniciase a operação subterrânea onde é projetado um pilar de 15 metros entre o céu aberto e os realces superiores, por motivos de segurança. Os equipamentos principais considerados para a operação a céu aberto são caminhões convencionais de 40 t e escavadeiras hidráulicas de 2 m³. 102 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Como essas alternativas são mutuamente exclusivas, o VPL – Valor Presente Líquido é a ferramenta apropriada para efetuar a comparação. O resultado mostrou que uma operação apenas subterrânea é um pouco melhor, com um diferencial no VPL de US$ 7 milhões. Além disso, a operação apenas subterrânea possui o benefício de ter um impacto ambiental menor. Portanto, foi considerada uma operação subterrânea para todos os corpos de minério, Arex e Ambrex. 4.2 Relacionadas ao Beneficiamento do Minério Dentre as alternativas tecnológicas relacionadas ao beneficiamento do minério estão as análises sobre caracterização e desenvolvimento experimental, que subsidiaram a escolha pelo processo de flotação, os quais foram conduzidos entre 2005 e 2012. Os trabalhos em 2005 foram conduzidos pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT) da Escola Politécnica – Universidade de São Paulo e pelo CT3 da Fundação Gorceix, de Ouro Preto. Os trabalhos de 2008 e 2009 foram liderados pela GRD/Minproc com execução dos trabalhos pelo Setor de Tecnologia Mineral da Diretoria de Desenvolvimento e Serviços Tecnológicos da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Os resultados metalúrgicos da campanha de 2009 foram baseados em teste cíclico não estabilizado, com estimativas de recuperação assumindo que parte dos metais de produtos intermediários iria resultar nos respectivos concentrados. Desse modo as estimativas de recuperações são imprecisas e não aceitáveis para uso em estudos subsequentes de viabilidade, podendo levar a elevados riscos de não se concretizar. Por outro lado, os teores de concentrados são baixos, não comerciais ou de muito difícil comercialização ou tratamento. A análise dessas campanhas de 2005 a 2009 é apresentada no Anexo 7, no relatório da Rezende Engenharia. Assim, em 2011 foram realizados trabalhos experimentais para novas rotas tecnológicas no Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), relativo à biolixiviação, e na Universidade de Alfenas (UNIFAL), relativo aos processos de separação por meio denso. Finalmente em 2012, após extensivo trabalho de análise de todas as possibilidades de processo e rotas tecnológicas alternativas, foi realizado um trabalho de caracterização e testes completos no laboratório da ALS Ammtec na Austrália, com o intuito de maximizar e aperfeiçoar a rota de processo até então definida. Esse trabalho contou com a supervisão da Rezende Engenharia e culminou na rota de processo definida para este projeto. 103 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Na campanha de 2012, optou-se por refazer todos os estudos metalúrgicos realizados até o momento, com o intuito de se obter um processo estável e robusto. Os resultados de testes cíclicos foram estabilizados, as estimativas de recuperação consistentes e, dessa forma, garantem a sua reprodutibilidade em processamento contínuo em escala industrial. Além disso, os concentrados obtidos apresentam qualidades comerciais. 4.3 Relacionadas à Disposição dos Rejeitos Uma alternativa tecnológica considerada de grande importância no Projeto Aripuanã foi a adoção de uma pilha de rejeitos a seco, ao invés da “tradicional” barragem para contenção de rejeitos onde se tem água permanente, por serem implantadas em fundos de vales, ou em linhas de talvegues efêmeras, que são áreas naturalmente vulneráveis à desestabilização ambiental, por se tratar ao mesmo tempo de um sistema convergente, linear e aberto5. A barragem de rejeitos tradicional consiste em um dique projetado em forma de barragem cinturão, o qual receberá o rejeito gerado na usina. Esse rejeito, em forma de polpa, possuirá uma porcentagem de sólidos em torno de 40%, cujo sobrenadante poderá ser reaproveitado na planta. A disposição dos rejeitos a seco apresenta as seguintes vantagens quando comparado com o sistema de disposição tradicional: menor área impactada, maior reaproveitamento da água de processo, menor risco, controle mais favorável, menores custos de operação e implantação e descomissionamento simplificado. Além desse estudo de opções para a disposição do rejeito em superfície, está previsto o retorno de parte do rejeito gerado na usina para dentro da mina, preenchendo os realces abertos com esse material, método conhecido como backfill. Além de reduzir a quantidade de rejeitos dispostos na superfície em aproximadamente 50%, esse método de disposição preenche os realces abertos durante a lavra, retomando em parte a estabilidade do maciço e reduzindo os riscos posteriores de subsidência da superfície. Muito provavelmente, o backfill retornado será um material inerte, principalmente com a adição de cimento para reduzir a mobilidade dos sulfetos e incrementar a estabilidade dos realces preenchidos. 5 ) Sistema convergente, pois para o fundo de vale se direcionam os movimentos da dinâmica superficial, já que representa o nível de base local para evolução morfodinâmica do relevo; b) sistema linear, porque as linhas de drenagem seguem uma ordem hierárquica de grandeza, de primeira, segunda, terceira ordens e assim sucessivamente; e c) sistema aberto, desde os setores de cabeceira até a foz, e destas, que se ligam à rede de drenagem, formando bacias hidrográficas chegam ao nível de base continental, quando atingem o nível do mar. 104 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 4.4 Relacionadas à Locação das Estruturas As atividades mineradoras geram resíduos sólidos, dos quais os mais importantes em termos de volume são aqueles gerados pelas atividades de explotação (ou lavra) do minério (estéreis) e pelas usinas de beneficiamento (rejeitos). Seu tratamento e armazenamento tentando minimizar os custos e impactos ambientais, bem como maximizar a segurança, são uns dos principais objetivos das mineradoras para cumprir as exigências ambientais e minimizar riscos. Inicialmente (2007), a barragem de rejeitos concebida para o Projeto Aripuanã visava atender todo o volume de rejeitos gerados durante a vida útil do empreendimento, ou seja, toda a massa de rejeitos gerada durante a lavra das jazidas Arex e Ambrex. Durante os estudos iniciais da AMEC foi feito um estudo de viabilidade locacional onde seis áreas potenciais foram escolhidas para a locação da barragem. Em todas estas áreas o conceito de disposição de rejeitos estava baseado na construção de uma barragem convencional em talvegue, impermeabilização do reservatório com geomembrana e execução de um canal corta rio. A Figura 45 mostra as opções locacionais consideradas no citado estudo, sendo que a área 5 foi considerada a mais adequada para receber os rejeitos da mineração. Figura 45 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos (Versão de 2007) 105 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Nesse projeto, ainda considerava-se a lavra a céu aberto do corpo Arex, sendo que inicialmente a pilha de estéril estaria locada a sul da cava (Figura 46). Figura 46 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril (Versão de 2008). Na revisão do projeto em 2008, com a GRD/Minproc, optou-se por utilizar uma parte dos rejeitos gerados como backfill na mina subterrânea, reduzindo o volume e a área da barragem. No entanto, a planta continuava locada em área de mata, assim como parte da barragem de rejeitos, conforme mostrado na Figura 47. 106 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 47 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos (Versão de 2008) Com a retomada do projeto (2012) e em linha com as metas de sustentabilidade da Mineração Dardanelos Ltda, foi pensada uma nova concepção para a disposição dos rejeitos gerados pelo empreendimento. Ao invés de disposição em polpa, decidiu-se pela disposição a seco, em pilha, que ocupa menor área e apresenta maior segurança na operação e descomissionamento. Aproveitando o estudo locacional já realizado (2008), atualizou-se o projeto de disposição de rejeitos. Na mesma linha, optou-se também pela lavra de todos os corpos por métodos subterrâneos, permitindo dessa forma a minimização dos impactos ambientais, tanto relativo ao desmate quanto a disposição dos estéreis em zonas de mata. Finalizada a revisão do projeto e confirmada a diminuição da área a ser ocupada pela pilha em substituição à barragem, verificou-se mais uma oportunidade de melhoria locacional, levando em conta as questões ambientais, em que foi possível alocar, não somente a pilha, mas também a planta de beneficiamento, em áreas já antropizadas, áreas estas que foram todas desmatadas para implantação de pastagens que dão suporte à criação extensiva de gado. 107 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Com a mudança da concepção da disposição de rejeito e consequente diminuição da área requerida para a pilha, foi possível deslocar a pilha para a região mais próxima da mina e com isso projetar a planta de beneficiamento para a área anteriormente escolhida para a barragem, ambas as áreas já antropizadas, sem vegetação e dinamicamente mais estáveis, conforme mostra a Figura 48. Arex Pilha Rejeitos Ambrex Planta Barragem Água 51 Figura 48 – Plano diretor com concepção de pilha de rejeitos e minas subterrâneas (Versão 2012) Por fim, com o aumento dos recursos em 2014 e mudança na concepção de abertura das minas, Arex e Ambrex concomitantes, foi realizada uma nova revisão do plano diretor, mantendo a mesma concepção do plano de 2012 e apenas invertendo a posição da pilha de rejeitos pela planta industrial, adicionando uma área de depósito temporal de emergência para os rejeitos e reduzindo a quantidade de acessos na área, conforme pode ser visto na Figura 49. 108 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 49 – Plano diretor atualizado (2015) Essas mudanças obtiveram uma significativa vantagem em termos de impacto ambiental em relação às opções locacionais estudadas em 2008. Na nova configuração, praticamente não haverá necessidade de desmate para a instalação da pilha de rejeito, planta industrial e pilha de resíduos mesmo considerando as novas locações. Além da melhoria em termos de desmate global, outros impactos ambientais negativos também deverão ser minimizados, tais como a área a ser impermeabilizada, risco na operação e descomissionamento da pilha de rejeitos, o risco associado à locação da pilha a montante da área de beneficiamento, entre outros relacionados com transporte de material. 109 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Levando-se em consideração um empreendimento situado na Amazônia Legal, essa melhoria é de significativa relevância. Além desses pontos citados, a opção pela lavra subterrânea também tem um impacto positivo e expressivo no empreendimento, tanto visual quanto ambiental. 5. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL 5.1 Introdução O layout geral representativo do Plano Diretor do Projeto Aripuanã (Anexo 2), mostra que a maior parte da infraestrutura básica do empreendimento, encontra-se na bacia do córrego Arrainha, contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal. Já os corpos mineralizados, Arex e Ambrex, encontram-se na serra do Expedito, que tem direção geral SE-NW (Figura 50). A serra do Expedito corresponde ao divisor de águas de duas pequenas bacias: a bacia do córrego Guaribal (com seus dois afluentes da margem esquerda nascendo na serra, o córrego Arrainha e o córrego Maranhão); e a bacia do córrego Praia Grande, ambos contribuintes da margem esquerda do rio Aripuanã. Separa também micro-bacias da porção de extremo oeste da serra, que são contribuintes dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Branco, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã. 110 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 50 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial 5.2 Área do Complexo Industrial A área industrial envolve uma superfície da ordem de 27,52 ha, incluindo o depósito temporal de resíduos, em ambiente já totalmente alterado pela forma de uso e ocupação dos solos, e encontra-se entre cotas altimétricas que variam de 150 m a 175 m. Com essa diferença de nível, da ordem de 25 m, haverão intervenções para modificar a topografia local através de cortes/aterros, conforme projeto conceitual. Para otimizar o processo de implantação do Plano Diretor do Projeto Aripuanã, a empresa Tecnomin Projetos e Consultoria Ltda elaborou um documento onde se tem todo o planejamento operacional que permite gerenciar a exequibilidade de todos os projetos. O projeto conceitual das 111 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 principais estruturas que envolvem a área industrial foi concebido levando em consideração todas as leis e regulamentações a elas inerentes, dentre as quais se destacam: NR 8 – Edificações; NR 17 – Ergonomia; NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NBR 13532 – Elaboração de Projetos de Edificações – Arquitetura; e NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura. O projeto foi baseado no efetivo de 600 pessoas, sendo que 310 na área da Mina e 290 na área do site. Em função desses números, foram definidas as dimensões das edificações. As edificações foram pré-dimensionadas de maneira modular, a fim de facilitar a interface entre a “arquitetura” e a estrutura, enfatizando o custo da obra. As áreas administrativas contemplam instalações para deficientes físicos, conforme é solicitado por normas. Algumas considerações permearão todo o projeto no decorrer deste memorial, como o padrão construtivo a ser adotado nos prédios que são: Estrutura: Em concreto armado aparente ou estrutura metálica aparente; Paredes externas: Blocos de concreto de dimensões 19 x 19 x 39 cm; Paredes internas: Blocos de concreto de dimensões 11 x 19 x 39 cm; Cobertura: Telha trapezoidal de alumínio; Laje: Concreto armado; Piso: Piso em concreto com revestimentos a serem especificados em cada caso. Poderão ocorrer mudanças ou complementações no decorrer do desenvolvimento do projeto básico, assim as quantidades previstas poderão sofrer alterações, para mais ou para menos. Para dimensionamento dos espaços foram adotados os seguintes critérios: Escritórios: 15 m² por trabalhador; Refeitório: 1,5 m² por trabalhador por turno de refeição; Cozinha: 0,75 m² por número de refeições; Vestiários e Instalações Sanitárias: 112 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 o Vasos sanitários: 1 vaso para cada 10 trabalhadores em área considerada insalubre e 1 vaso para cada 20 trabalhadores em área considerada normal; o Lavatórios: 1 lavatório para cada 10 trabalhadores em área considerada insalubre e 1 lavatório para cada 20 trabalhadores em área considerada normal; o Chuveiros: 1 chuveiro para cada 10 trabalhadores. As plantas concebidas no projeto arquitetônico das edificações administrativas e de apoio industrial apresentam as seguintes dimensões estimadas: Subestação Principal = 370 m²; Subestação das Oficinas = 27 m²; Subestação da Moagem/Flotação = 662 m²; Subestação Espessamento e Filtragem do Rejeito = 290 m²; Subestação Captação de Água = 21 m²; Subestação Barragem de Água = 21 m²; Subestação Distribuição de Água = 21 m²; Oficina de Manutenção Industrial = 2.770 m²; Lavador de Veículos = 350 m²; Oficina de Caldeiraria = 446 m²; Escritório = 283 m²; Almoxarifado = 2.304 m²; Depósito de Produtos Químicos = 309 m²; Estocagem e Preparação de Reagentes = 1.292 m²; Laboratório Físico Químico = 840 m²; Galpão de Testemunho = 461 m²; Ambulatório = 187 m²; 113 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Refeitório = 716 m²; Vestiário = 550 m²; Escritório = 550 m²; Portaria = 164 m²; Sala de Apoio ao Caminhoneiro = 55 m²; Balança/Sala de Controle = 47 m²; Sala dos Compressores = 295 m²; Sala dos Sopradores = 100 m²; Sala de Controle = 155 m². 5.3 Acessos Para concepção dos acessos, sejam aqueles destinados a viabilizar as operações de construção do barramento (acesso construtivo) ou aqueles de caráter definitivo que possibilitará as operações de vigilância e manutenção preventiva da estrutura (acessos definitivos), foram adotadas as seguintes premissas: Redução da área impactada (desmate) pelo aproveitamento ao máximo dos acessos atualmente existentes na área, sempre priorizando a definição do traçado em áreas de campo aberto; Aspectos geométricos (inclinação longitudinal e transversal máxima, raio de curvatura mínimo e largura das vias) que atendam aos propósitos da Mineração Dardanelos, além das inclinações dos taludes de corte e aterro que garantam adequadas estabilidade física em função do material (ou seja, coeficiente de segurança igual ou superior a 1,5); Acessos definitivos à barragem projetado em função dos acessos futuros da mina, partindo destes e procurando harmonizar com o layout do empreendimento; Implantação de sistema de drenagem superficial para disciplinamento dos escoamentos superficiais e proteção vegetal dos taludes de corte e aterros 114 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 necessários à construção dos acessos, visando impedir a instalação de processos erosivos. 6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO 6.1 Definição das Áreas de Influência A premissa básica utilizada na definição de critérios que fundamentaram a delimitação de áreas de influência para os estudos de meio físico, biótico, sócio-econômico e arqueológico foi o “fato geomorfológico” representado pela serra do Expedito, de orientação geral NW-SE, no município de Aripuanã, cujas áreas requeridas junto ao DNPM abrangem o corpo serrano das minas Arex e Ambrex. Nesse sentido, as micro-bacias e as bacias hidrográficas6 desenvolvidas a partir dos conjuntos de morros que formam essa serra foram considerados como critério fundamental na definição das áreas de influência do empreendimento; como também a abrangência das intervenções de superfície e de subsuperfície. Para a maioria dos estudos realizados no processo de EIA/RIMA, a Área de Influência Direta (AID, com 1.328,5057 ha, Figura 51), corresponde àquela representada por contribuintes da porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, que constitui a superfície onde haverá as intervenções para implementação do Projeto Aripuanã. Já a Área de Influência Indireta (AII, Figura 51) tem como limites a rede hidrográfica que envolve os terços superiores das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande e, em menor expressão, as micro-bacias da porção de extremo oeste da serra do Expedito, formadoras dos córregos Água Suja e das Pedras, que fazem parte da bacia do rio Branco, também afluente da margem esquerda do rio Aripuanã; e, englobam ainda, as áreas requeridas no DNPM pela Mineração Dardanelos Ltda para a exploração mineral, tendo, por conseguinte, a configuração de um polígono com área de 6.775,3665 ha. 6 Entende-se por micro-bacia as linhas de talvegue de primeira ordem. O conceito de bacia hidrográfica é mundialmente reconhecido e consolidado como unidade fundamental de planejamento do espaço geográfico e de desenvolvimento de processos ecológicos, porque garante visão sistêmica do território; sendo por conseguinte, referência também na política e legislação nacional de meio ambiente, a exemplo, do Art5º da Resolução Conama 001/86; ou o Art 1º item 5 da Lei Federal 9.433/97. 115 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Para os estudos sócio-econômicos, arqueológicos e até mesmo do meio biótico, que levaram em conta trabalhos realizados anteriormente nessa região, bem como as informações de fontes secundárias, tem a delimitação político-administrativa do Município de Aripuanã de 903.357 km², como a de referência geográfica da Área de Influência Regional para o Projeto Aripuanã (Figura 52). 116 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 51 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT 117 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 52 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã (Mineração Dardanelos Ltda) Para os estudos que envolvem o tema “Recursos Hídricos Superficiais”, visando principalmente subsidiar o controle e a análise futura da qualidade das águas, adotou-se como AID toda a bacia do córrego Guaribal e três outros pontos de coleta e monitoramento das águas nos córregos Praia Grande, Água Suja e das Pedras, como pode ser verificado na Figura 53. 118 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 53 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT Para os estudos de hidrogeologia, apresentado no Diagnóstico do Meio físico (Volume 2 deste processo de EIA/RIMA), também teve variações nos limites das áreas de influência, como pode ser verificado na Figura 54. Nos estudos hidrogeológicos, além de considerar a bacia hidrográfica relacionada à abrangência dos impactos, a caracterização hidrogeológica, a classificação de parâmetros hidráulicos e a identificação de unidades aqüíferas, não aqüíferas e aqüíferos pobres, foram levados em consideração as seguintes definições: a) Área Diretamente Afetada – ADA, aquela a ser ocupada pelo empreendimento propriamente dito, envolvendo as estruturas do Plano Diretor. b) Área de Influência Direta – AID compreende superfícies das bacias sujeitas aos efeitos diretos 119 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 da implantação e operação do empreendimento, a bacia do córrego Arrainha, e uma pequena parte das bacias dos córregos Maranhão e Praia Grande. c) Área de Influência Indireta – AII envolve a porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, que corresponde à superfície onde haverá as intervenções do Projeto Aripuanã e é coincidente com a Área de Influência Direta, que nos referimos inicialmente neste item. Figura 54 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia 6.2 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas A Figura 55 mostra em carta-imagem o município de Aripuanã/MT, com as áreas de influência direta e indireta do Projeto e a representação cartográfica delas em relação às áreas protegidas. 120 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A área de influência direta do empreendimento encontra-se a 10,650 km da Terra Indígena - TI Arara do Rio Branco e a 10,111 km da TI - Aripuanã, como pode ser verificado na Figura 55; estando, por conseguinte, fora dos 10 km previstos em lei, que funciona como zona de amortecimento ao entorno de áreas protegidas. Figura 55 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10 km da AID do empreendimento 121 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.3 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais Afetados 6.3.1 Fase de Pesquisa Mineral A pesquisa mineral realizada pela Mineração Dardanelos Ltda foi feita em várias etapas, como é comum nesse setor. Através de Licença de Operação Provisória - LOP, a empresa estabeleceu compromisso, junto à SEMA/MT, de recuperar as áreas degradadas após a conclusão das sondagens; como também de recuperar a Cava do Expedito - CVEx, porque foi exigência do Órgão Ambiental. Para ambos os compromissos foram concebidos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas, os quais foram executados entre 2008 e 2011. As áreas alteradas pelas intervenções da pesquisa correspondem basicamente às praças de sondagens, às vias de acesso e às escavações para armazenamento de água utilizada nas sondagens, que foram denominadas “piscinas” pelos trabalhadores envolvidos na atividade. Além dessas áreas, há ainda trilhas/picadas por onde passaram encanamentos de água, que ligavam as piscinas às praças de sondagem, bem como estruturas físicas que disciplinam e conduzem excedentes hídricos (camalhões, lombadas, retentores, bueiros, etc.). Especificamente no caso da Cava do Expedito – CVEx, ela foi detalhadamente caracterizada, descrita e avaliada para a prescrição das ações de recuperação de quando foi concebido o PRAD em 2008. Nos levantamentos de campo realizados entre julho e outubro de 2011, foram verificadas, in loco, os resultados alcançados após a realização das ações de PRAD, que conduzirão à cicatrização desse ambiente que é muito vulnerável a diferentes processos erosivos. Foram apresentados em um Relatório Técnico7, onde se mostrou a situação final dos ambientes após a pesquisa mineral, e as atividades corretivas e/ou preventivas que maximizam as ações de recuperação. 7 “Relatório descritivo da situação atual de áreas integrantes do processo SEMA Nº 305.756/2007”, cujo Plano de Recuperação das Áreas Degradadas – PRAD fora concebido em 2007 (processo SEMA/MT nº 305.756/2007) e implementado entre 2008 e 2011 (processo SEMA/MT nº 766203/2011). 122 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.3.2 Fase de implantação do Empreendimento De acordo com o Plano Diretor, na fase de implantação do empreendimento, as principais estruturas que lhe darão suporte, deverão estar em ambiente já alterado pela atividade pecuária, onde se tem pastagem plantada para a criação extensiva de bovino. Entretanto, a maioria desses pastos está degradada por sobrepastejo, devido a falta de manejo adequado para a região e porque foram implantados sem considerar as peculiaridades da capacidade do suporte geoecológico do ambiente em si. Trata-se de uma região de Floresta Ombrófila, com vocação natural para exploração florestal. Já na estrutura da serra do Expedito, onde se tem os corpos mineralizados Arex e Ambrex, a vegetação natural de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras é predominante, apesar de não raras vezes, se tratar de sistema secundário em diferentes estágios de sucessão, porque também foram alterados em diferentes épocas e com diferentes finalidades, por antigos garimpos, pela pesquisa mineral empresarial e até mesmo pelos eventos naturais, como fortes ventos, raios, etc, que formam clareiras. Nesse sentido, os principais fatores ambientais que serão afetados no processo de implantação do complexo industrial estão elencados a seguir: a) Topografia: os terrenos precisarão de nivelamento para atender às normas técnicas construtivas da indústria (planta de beneficiamento) e das demais estruturas e obras que lhe darão apoio (barragem de água, pilha de rejeitos, estradas, ponds para coleta e armazenamento de água e/ou efluentes, oficina, escritório, balança, refeitório, vestiário, etc.). No corpo da serra onde será implantado o emboque das minas, Arex e Ambrex, também haverá alteração na topografia, inclusive para construir a estrada que as ligam, as praças de ventilação e seus acessos, dentre outras. Haverá ainda alterações topográficas onde serão implantados os paióis de explosivos e de acessórios. b) Ar: os níveis de ruído no processo de implantação do empreendimento serão alterados. Como também é fato que em determinados locais haverá emissão de particulados, pois no processo construtivo haverá movimentação de máquinas e equipamentos para construção dos emboques das minas, de estradas, da área da pilha de rejeitos, do depósito de resíduos, etc, que gerarão principalmente poeira. 123 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 c) Solo: no processo de implantação das estruturas construtivas do Projeto Aripuanã e principalmente onde houver cortes, aterros e nivelamento de superfícies, haverá remoção das camadas superiores dos solos, formadas por materiais orgânicos, que sob o ponto de vista da engenharia, são inadequados para estabilizar terrenos. Haverá também a remoção de pacotes de coberturas pedológicas, sob o ponto de vista da geologia-geotecnia, para a implantação de estruturas importantes, como a barragem para armazenamento de água, o fundo do lago formado pelo barramento do córrego Arrainha, a base do depósito de pilha de rejeitos, etc. d) Rochas: para acessar os corpos mineralizados, Arex/Ambrex, para a implantação da barragem de água e também para a área da pilha de rejeitos haverá a remoção de rochas intemperizadas e sãs. Embora se tenha previsto um depósito de resíduos para armazenar esses materiais, eles ali permanecerão temporariamente, até que sejam reutilizados em outras ações construtivas, sejam nas estruturas que compõem o Projeto Aripuanã, sejam no retorno para preenchimento das minas, Arex/Ambrex, de quando forem desativadas. e) Águas superficiais e subterrâneas: tendo em vista que na região o período seco é pouco expressivo, as chuvas poderão gerar alterações na qualidade de águas superficiais de quando forem realizados os serviços de terraplenagem, carreando sedimentos de setores topograficamente mais elevados para as bases das vertentes, inclusive para fundos de vales. Na implantação da área industrial haverá extinção de uma nascente, identificada pela empresa Hidrovia Hidrologia e Meio Ambiente Ltda, pelo código NAR-46, como já anteriormente referido. Outras obras, como estradas poderão provocar alterações no sistema natural de escoamento das águas através de ravinas/grotas e grotões e em olhos d’água, ainda que efêmeros ou temporários, como é o caso da estrada no flanco sul da serra do Expedito que fará a ligação dos emboques das minas Arex/Ambrex à rede viária da região. Por isso deverá ser implantado um sistema eficiente de drenagem, com obras de engenharia específicas para disciplinar o escoamento dos excedentes hídricos. f) Flora: haverá a remoção da cobertura vegetal no processo de implantação das estruturas que compõem o Projeto Aripuanã. Embora a maior parte do Complexo Industrial esteja em ambiente de pastagem plantada, em certos locais ainda existem remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, apesar de boa parte se tratar de sistemas secundários. Para essas áreas de vegetação nativa, serão realizados Planos de Exploração Florestal – PEFs, e tomados os devidos cuidados para minimizar os efeitos da remoção da vegetação, pois ela 124 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 desempenha papel preponderante na proteção dos terrenos, contra a ação erosiva das chuvas, notadamente em áreas muito inclinadas, como é a topografia da serra do Expedito. g) Fauna: a remoção da cobertura vegetal gera modificações ambientais para vários taxa da fauna silvestre, principalmente pela perda de habitat. No caso do Projeto Aripuanã, a serra do Expedito é recoberta por vegetação natural e por sistemas secundários de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras e, por conseguinte, tem-se um “caminho natural” para locomoção da fauna silvestre, servindo-lhes também, como abrigo e fonte de alimentos e água. A presença de pessoas, a movimentação de máquinas, equipamentos etc., por si só causarão impactos à fauna regional, expulsando-a, ainda que temporariamente, dessas áreas de intervenção. Por outro lado, a criação do lago artificial resultante do barramento do córrego Arrainha, alterará as condições ambientais para as comunidades aquáticas. 6.3.3 Fase de Operação do Empreendimento Três aspectos são preponderantes na fase de operação do empreendimento: a remoção gradual dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, da serra do Expedito, o seu beneficiamento por processos químicos (flotação), na indústria e o transporte dos concentrados obtidos do beneficiamento. Deles resultará a geração de materiais de diferentes tipologias, cujos principais destacam-se: estéril (irá para o depósito de resíduos, enquanto não for reutilizado na própria mina), rejeitos (irá para a pilha de rejeitos a seco e também retornará para preencher os realces lavrados da mina), efluentes e águas residuárias (irão para os ponds), poeiras (necessitará de medidas de controle), concentrados de minério (serão armazenados no próprio site antes de serem transportados para os smelters), entre outros. Considerando tais aspectos, os principais fatores ambientais que serão afetados dizem respeito às alterações que poderão ocorrer sobre as águas, ar, rochas, solos, flora e fauna. a) Águas superficiais e subterrâneas: serão utilizadas águas superficiais e subterrâneas no processo de beneficiamento do minério. Para reposição dos volumes necessários a esse processo serão utilizadas as águas da barragem, mas poderão ser também usadas as águas bombeadas da mina, na medida em que a frente de lavra avançar no Arex/Ambrex. Como será adotado um sistema de recirculação de águas e de controle de efluentes, a eficiência do processo de reuso dessas águas dependerá da eficácia do sistema adotado. Serão construídos ponds de coleta e 125 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 armazenamento para as águas e para os efluentes e sistemas de tratamento a eles associados, de modo que nenhuma água saia sem controle e toda a água do Projeto seja recirculada, para evitar inclusive a drenagem ácida potencial da mina e da planta de beneficiamento. Por outro lado, as águas das chuvas de toda a área do Projeto deverão ser controladas por um sistema de drenagem eficiente, sendo os excedentes hídricos devidamente conduzidos até os fundos de vales. b) Ar: além das alterações de níveis de ruídos, haverá emissão de particulados, pois haverá movimentos de máquinas e equipamentos, como no caso de estradas, áreas de depósito de rejeitos, depósito de resíduos, mina, etc. No interior da mina, haverá alterações na qualidade do ar. O ar impuro gerado por detonações e pela própria operação deverá ser constantemente renovado através do sistema de ventilação concebido para o Projeto. c) Rochas: sendo condição sine qua non a extração mineral dos corpos Arex/Ambrex, haverá a remoção de litologias hospedeiras e de rochas mineralizadas, alterando a estrutura do pacote rochoso do interior da serra do Expedito. Embora tenha sido prevista a adoção de um sistema de reutilização dos materiais estéreis e rejeitos (rock / backfill), para preencher vazios nessas minas subterrâneas e minimizar tais alterações, haverá pontos onde os vazios permanecerão com ar, e com o tempo serão preenchidos com água percolada no pacote residual, após a desativação das minas. d) Solos: as áreas de entorno das estruturas que formam o Projeto Aripuanã poderão ser afetadas por desenvolvimento de processos erosivos, provocando carreamento de camadas dos solos, a exemplo das áreas marginais das estradas, do entorno da pilha de rejeitos e do depósito de resíduos, da barragem, etc. Porquanto há que se prever um plano executivo para a prevenção e controle de processos erosivos, bem como a implantação de sistemas eficientes de drenagem de excedentes hídricos. e) Flora: como existirão remanescentes florestais, principalmente na serra do Expedito, esses ambientes vegetados funcionarão como fonte de fornecimento de sementes e propágulos, resultando em permanente alteração nas áreas de controle específico, como o caso da área da pilha de rejeitos a seco, que só após a desativação do empreendimento poderá ser revegetada, mas não com espécies florestais. Ou, como nas estruturas e obras de engenharia onde é comum espécies de figueiras (Ficus sp.) se instalarem e causarem danos por causa da adaptação do sistema radicular, sendo, por conseguinte, o permanente acompanhamento e manejo. 126 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 f) Fauna: a fauna silvestre aos poucos se ajustará às mudanças ocorridas no ambiente, principalmente com relação às detonações na mina. Entretanto, não poderão ter mais livre acesso a determinados locais do Projeto, como por exemplo, na infraestrutura básica que compõe o empreendimento. Além disso, alguns taxa da fauna regional serão mais afetados que outros. 6.3.4 Fase de Desativação do Empreendimento Na fase de desativação do empreendimento haverá duas situações muito diferentes em relação aos fatores ambientais afetados. Uma situação se refere aos ambientes do corpo serrano, por causa das alterações das características originais do relevo, do comportamento hídrico e da estrutura geológica. A outra situação diz respeito aos ambientes relacionados às estruturas básicas que formam o complexo industrial, por causa das alterações topográficas, das remoções de solos, das mudanças no escoamento natural das águas e pela implantação das instalações físicas e obras de engenharia, que resultam na modificação radical da paisagem natural. Assim, os principais fatores ambientais que serão afetados na fase de desativação do empreendimento estão a seguir referidos. a) Águas superficiais e subterrâneas: nascentes e olhos d’água extintas temporariamente no corpo da serra do Expedito reaparecerão paulatinamente, outras poderão ser extintas e novas nascentes e olhos d’água poderão surgir. O lago formado pelo barramento poderá ter outro uso na propriedade rural. Há um potencial de drenagem ácida na mina e pilha de rejeitos que deverá ser sempre controlado / monitorado. b) Relevo e topografia: as alterações das características do relevo e da topografia dos terrenos de várias áreas poderão permanecer modificadas. O importante é buscar a estabilidade das áreas para evitar processos erosivos e assoreamentos após desmobilizar as estruturas, caso das construções que fazem parte da infraestrutura básica do empreendimento (indústria, balança, oficinas, escritórios, refeitório, vestiário, etc.). A área do depósito de resíduos provavelmente será toda reafeiçoada, porque os materiais nela depositados serão reutilizados no empreendimento ou retornados para a mina, na medida em que as frentes de lavra avançarem até a desativação. c) Solos: tendo em vista que muitas áreas serão recuperadas após a desativação da mina, haverá necessidade de reposição de camadas superficiais de solos, para as atividades de PRAD. 127 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A remoção de entulhos gerados no processo de demolição das edificações resultará na exposição de solos que serão fontes potenciais de sólidos sedimentáveis, os quais poderão ser carreados para corpos d’água, comprometendo sua qualidade. Os solos que ainda estiverem estocados poderão ser utilizados, mas provavelmente haverá necessidade de buscar material alóctone. d) Rochas: após a desativação das minas Arex e Ambrex e mesmo com a adoção de técnicas de retorno de materiais (rock / backfill), a estrutura rochosa da serra estará alterada. e) Flora: a revegetação no processo de desativação da mina será compatível com as exigências de cada local. Na pilha de rejeitos, por exemplo, após as técnicas para seu lacramento (uso de geomembrana, etc.), apenas gramíneas poderão ser implantadas, devendo, por conseguinte, serem sempre monitoradas para evitar a regeneração natural, já que nos ambientes de entorno, ainda existirão remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, que servirá como fonte de sementes e propágulos. f) Fauna: após a desativação da mina, a fauna silvestre aos poucos se ajustará às alterações ocorridas nos ambientes, que também estará em processo de recuperação. g) Sócio econômicos: com a desativação do empreendimento e a dispensa de mão de obra regional envolvida, o desemprego resultará em novas demandas à jurisdição municipal, que deverá ter orientações pelos planos/programas de descomissionamento da mina, em parceria com o poder público municipal. Haverá também mudanças no setor comercial da cidade de Aripuanã e no setor de habitação, pois haverá saída de pessoas de outras regiões, que permaneceram durante a vida útil do empreendimento. 7. CONCLUSÃO DO VOLUME 1 A concepção do projeto Aripuanã adotou os princípios de sustentabilidade visando minimizar impactos ambientais, sem comprometer a qualidade operacional e a rentabilidade do projeto. Ao longo do tempo e conforme se evolui com os estudos e conhecimento sobre a mineralização e tecnologias passíveis de serem aplicadas, nota-se um ganho ambiental que impacta positivamente também na excelência operacional e resultados do projeto, ou seja, melhora o resultado financeiro. É possível verificar essa vertente no item 4.4 deste volume, onde na primeira concepção de projeto, foram estudadas barragens em talvegues e planta industrial 128 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 interferindo em área com vegetação florestal, altos impactos ambientais e riscos operacionais, que poderiam afetar resultados, chegando a uma concepção de disposição a seco de rejeitos, redução de área impactada, e desmatamento o menor possível, reduzindo riscos e impactos. Como inovação é uma diretriz da empresa, a Mineração Dardanelos não poupará esforços na adoção de novas tecnologias, visando sempre a redução ou eliminação do impacto ambiental, segurança operacional e resultados, trabalhando sempre para a viabilidade do projeto. 129 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ANEXOS
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