ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT
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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERÂNEA DE
POLIMETÁLICOS
MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA
VOLUME 1:
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO
Cuiabá/MT, Maio de 2015
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CORPO TÉCNICO
Responsável Técnico:
Bruno Yoshida Tomaselli, Eng.º de Minas, CREA 5062373662
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SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 1
2.
INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO ................................................................ 2
3.
2.1
Dados do Empreendimento ......................................................................................................2
2.2
Histórico do Empreendimento .................................................................................................4
2.3
Localização e Acesso .................................................................................................................9
DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 12
3.1
Base de Dados ..........................................................................................................................12
3.2
Recurso Mineral ......................................................................................................................13
3.2.1. Arex .......................................................................................................................................................... 14
3.2.2
3.3
Ambrex................................................................................................................................................ 15
Reserva Mineral ......................................................................................................................16
3.3.1
Parâmetros e Premissas ....................................................................................................................... 16
3.3.2
Informações Geotécnicas .................................................................................................................... 18
3.3.3
Concepção da Mina ............................................................................................................................. 20
3.3.4
Seleção do Método de Lavra Subterrâneo ........................................................................................... 21
3.3.5
Bench Stoping ..................................................................................................................................... 22
3.3.6
Desenvolvimento subterrâneo ............................................................................................................. 27
3.3.7
Reserva de Minério Subterrâneo ......................................................................................................... 31
3.3.8
Sequenciamento da Mina .................................................................................................................... 31
3.3.9
Equipamentos de Mineração ............................................................................................................... 36
3.3.10
Ventilação da Mina ............................................................................................................................. 40
3.3.11
Enchimento da mina ............................................................................................................................ 43
3.4
Planta Concentradora .............................................................................................................43
3.4.1
Introdução ........................................................................................................................................... 43
3.4.2
Cominuição ......................................................................................................................................... 46
3.4.3
Flotação ............................................................................................................................................... 48
3.4.4
Espessamento e Filtragem ................................................................................................................... 54
3.4.5
Sistemas de Águas Recuperadas e Nova ............................................................................................. 55
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3.4.6
Circuito de Preparação dos Reagentes ................................................................................................ 56
3.4.7
Sistemas de Ar Comprimido ............................................................................................................... 59
3.4.8
Sistema de Abatimento de Pó .............................................................................................................. 59
3.4.9
Drenagens ............................................................................................................................................ 59
3.4.10
Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)......................................................................................... 60
3.5
Pilha de Rejeitos ......................................................................................................................62
3.5.1
Introdução ........................................................................................................................................... 62
3.5.2
Depósito de Rejeitos Secos ................................................................................................................. 63
3.5.3
Ponds de Subdrenagem ....................................................................................................................... 66
3.5.4
Pond de Coleta de Efluentes ............................................................................................................... 67
3.5.5
Pond de Raincoat ................................................................................................................................ 67
3.5.6
Vias de Acesso .................................................................................................................................... 68
3.6
Barragem de Água ..................................................................................................................68
3.6.1
Descrição ............................................................................................................................................. 68
3.6.2
Sequência Construtiva ......................................................................................................................... 71
3.6.3
Acessos................................................................................................................................................ 71
3.7
3.7.1
3.8
Depósito Temporal de Rejeitos ..............................................................................................72
Introdução ........................................................................................................................................... 72
Áreas de Apoio e Administrativas .........................................................................................74
3.8.1
Área Administrativa ............................................................................................................................ 74
3.8.2
Instalações de Apoio Industrial ........................................................................................................... 78
3.9
Outras Estruturas ...................................................................................................................80
3.9.1
Depósito de Resíduos .......................................................................................................................... 80
3.9.2
Paióis de Explosivos e Acessórios ...................................................................................................... 81
3.9.3
Posto de Combustível .......................................................................................................................... 83
3.9.4
Linha de Transmissão.......................................................................................................................... 83
3.10
Logística para Despacho .........................................................................................................83
3.10.1
Corredor Logístico com Destino Juiz de Fora ..................................................................................... 85
3.10.2
Corredor Logístico com Destino Três Marias ..................................................................................... 86
3.10.3
Corredor Logístico com Destino Santos.............................................................................................. 86
3.10.4
Corredor Logístico com Destino Paranaguá ........................................................................................ 87
3.10.5
Corredor Logístico com Destino Camaçari ......................................................................................... 88
3.10.6
Resumo dos dados ............................................................................................................................... 89
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5.
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3.11
Mão de Obra para Operação .................................................................................................90
3.12
Fase de Implantação ...............................................................................................................90
3.13
Plano de Fechamento da Mina ...............................................................................................93
3.14
Análise de Custo-Benefício .....................................................................................................97
ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS ........................................................................................... 99
4.1
Relacionadas à Extração Mineral ..........................................................................................99
4.2
Relacionadas ao Beneficiamento do Minério ......................................................................102
4.3
Relacionadas à Disposição dos Rejeitos ..............................................................................103
4.4
Relacionadas à Locação das Estruturas ..............................................................................104
LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL ............................................................................... 109
5.1
Introdução..............................................................................................................................109
5.2
Área do Complexo Industrial ...............................................................................................110
5.3
Acessos....................................................................................................................................113
ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ............................................................ 114
6.1
Definição das Áreas de Influência........................................................................................114
6.2
A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas ......119
6.3
A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais
Afetados...............................................................................................................................................121
6.3.1
Fase de Pesquisa Mineral .................................................................................................................. 121
6.3.2
Fase de implantação do Empreendimento ......................................................................................... 122
6.3.3
Fase de Operação do Empreendimento ............................................................................................. 124
6.3.4
Fase de Desativação do Empreendimento ......................................................................................... 126
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Lista de Figuras
Figura 1 – Carta-imagem com a localização das áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão
desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e
Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda. Também pode se observar a localização da sede municipal de
Aripuanã/MT. ............................................................................................................................................... 1
Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã ........................................................................................ 3
Figura 3 – Layout atual com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do
Projeto Aripuanã/MT ................................................................................................................................... 5
Figura 4 – Croqui mostrando as estrutruras principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários
definidos na área do empreendimento: 1,2,3,4,5,6,7 – Votorantim Metais Zinco, 8 – Gentil Zanin ........... 8
Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede
municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado ................................................ 10
Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas
junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério
polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT.... 11
Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT .. 12
Figura 8 – Sólidos interpretados do alvo Arex (3D) com projeção dos furos de sondagem ...................... 13
Figura 9 – Sólidos interpretados do alvo Ambrex (3D) com projeção dos furos de sondagem ................. 14
Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo .................................. 23
Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA .............................................................. 24
Figura 12 – Visão longitudinal ................................................................................................................... 25
Figura 13 – Seção vertical típica da mina .................................................................................................. 26
Figura 14 – Vista em 3D do layout de dois níveis com a divisão dos subníveis e o posicionamento das
travessas de acesso aos realces nos rib pillars ........................................................................................... 29
Figura 15 – Vista em 3D de um subnível mostrando as galerias no minério para realizar a lavra dos
realces ......................................................................................................................................................... 30
Figura 16 – Seção vertical do realce – diluição .......................................................................................... 31
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Figura 17 – Configuração final da mina ..................................................................................................... 31
Figura 18 – Linhas de sequenciamento da mina ........................................................................................ 32
Figura 19 – Sequenciamento visual dos dois corpos (Arex e Ambrex) ..................................................... 35
Figura 20 – Sequenciamento ano a ano com NSR ..................................................................................... 36
Figura 21 – Layout ventilação - Arex......................................................................................................... 41
Figura 22 – Layout da ventilação - Ambrex ............................................................................................... 41
Figura 23 – Exaustor instalado na posição horizontal (ilustração) ............................................................. 42
Figura 24 – Fluxograma de blocos: Cominuição ....................................................................................... 44
Figura 25 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão).................................................................. 45
Figura 26 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho ......................................................................... 45
Figura 27 – Circuito de cominuição. .......................................................................................................... 48
Figura 28 – Circuito de flotação de talco ................................................................................................... 49
Figura 29 – Circuito de flotação de cobre .................................................................................................. 51
Figura 30 – Circuito de flotação de chumbo .............................................................................................. 52
Figura 31 – Circuito de flotação de zinco .................................................................................................. 53
Figura 32 – Vista em planta da pilha de rejeitos na sua configuração final. .............................................. 63
Figura 33 – Vista em planta do Deposito de Rejeitos Temporal. ............................................................... 73
Figura 34 – Croqui de recorte de carta-imagem mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde
será instalado o depósito de resíduos, localizado em um interflúvio de dois contribuintes da margem
direita do córrego Arrainha. ....................................................................................................................... 81
Figura 35 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex
(em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). ....................... 82
Figura 36 – Mapa com localização da mina e smelters .............................................................................. 84
Figura 37 – Representação do sistema Castanheira - Juiz de Fora............................................................. 85
Figura 38 – Representação do sistema Castanheira - Três Marias ............................................................. 86
Figura 39 – Representação do sistema Castanheira - Santos...................................................................... 87
Figura 40 – Representação do sistema Castanheira - Paranaguá................................................................ 88
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Figura 41 – Representação do sistema Castanheira – Camaçari ................................................................ 89
Figura 42 – Principais marcos do projeto. .................................................................................................. 93
Figura 43 – Fases do LG .......................................................................................................................... 100
Figura 44 – Desenho operacional final da cava céu aberto ...................................................................... 101
Figura 45 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos (Versão de 2007) ..................................... 104
Figura 46 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de
estéril (Versão de 2008). .......................................................................................................................... 105
Figura 47 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos (Versão de 2008) .......................... 106
Figura 48 – Plano diretor com concepção de pilha de rejeitos e minas subterrâneas (Versão 2012) ....... 107
Figura 49 – Plano diretor atualizado (2015) ............................................................................................. 108
Figura 50 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã e a
projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural
para a rede de drenagem superficial ......................................................................................................... 110
Figura 51 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT
.................................................................................................................................................................. 116
Figura 52 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de
Influência Regional do Projeto Aripuanã (Mineração Dardanelos Ltda) ................................................. 117
Figura 53 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos
Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT .... 118
Figura 54 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de
hidrogeologia ............................................................................................................................................ 119
Figura 55 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com
as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em
destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10 km da AID do empreendimento
.................................................................................................................................................................. 120
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Lista de Quadros e Tabelas
Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT 7
Quadro 2 – Recurso Mineral Arex ............................................................................................................. 15
Quadro 3 – Recurso Mineral Ambrex ........................................................................................................ 15
Quadro 4 – Parâmetros do NSR. ................................................................................................................ 16
Quadro 5 – Métodos de lavra em relação às condições da rocha ............................................................... 21
Quadro 6 – Arex / Ambrex – características do corpo de minério ............................................................. 22
Quadro 7 – Sequenciamento do desenvolvimento (m) ............................................................................... 34
Quadro 8 – Sequenciamento da produção .................................................................................................. 34
Quadro 9 – Tabela com Disponibilidade e Utilização dos equipamentos principais. ................................ 36
Quadro 10 – Frota de equipamentos de mina ano a ano para a operação................................................... 39
Quadro 11 – Quadro descritivo da barragem de água. ............................................................................... 70
Quadro 12 – Distâncias mínimas requeridas para o paiol. ......................................................................... 82
Quadro 13 – Rotas, volumes e produtos..................................................................................................... 90
Quadro 14 – Distribuição de mão de obra .................................................................................................. 90
Quadro 15 – Resumo dos principais parâmetros financeiros ..................................................................... 97
Quadro 16 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto .................................................................... 99
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1. INTRODUÇÃO
As informações contidas neste documento estão de acordo com o Termo de Referência –
TR emitido aos 08/05/2012 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SEMA/MT, através do
Ofício nº 85522/CM/SUIMIS/2012, que responde à demanda da Mineração Dardanelos Ltda.
(Protocolo nº 135777/2012). O referido TR refere-se à realização de atividade mineral, em uma
área total de 3.640,72 hectares, requeridas pelo interessado, junto ao Departamento Nacional de
Produção Mineral-DNPM, através dos Processos 866.173/1992, 866.174/1992, 866.569/1992 e
866.570/1992, localizados no município de Aripuanã/MT (Figura 1).
Figura 1 – Carta-imagem com a localização das áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão
desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e
Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda. Também pode se observar a localização da sede municipal de
Aripuanã/MT.
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Dessa forma, ao dar cumprimento às solicitações contidas no referido TR iniciou-se o
processo de licenciamento ambiental da atividade de extração e beneficiamento de minério
polimetálico sulfetado (Zn, Cu, Pb, Au e Ag), através de EIA/RIMA.
Todos os estudos realizados estão pautados em legislações pertinentes, ao nível Federal,
Estadual e Municipal, como também foram considerados os Planos e Programas Governamentais
e a compatibilidade com o Projeto Aripuanã, atendendo ainda, os princípios e objetivos da
Política Nacional do Meio Ambiente, como pode ser verificado no Anexo 1.
2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO
2.1 Dados do Empreendimento
Nome do empreendimento: Projeto Aripuanã
Nome e Razão Social da Empresa responsável: Mineração Dardanelos Ltda
Inscrição Estadual:
CNPJ: 03.686.720/0001-40
Nome do responsável pelo empreendimento: Bruno Yoshida Tomaselli
Representante Legal: Gilmara Patrícia Barros Carneiro
Endereço para correspondência: Setor Comercial Sul, Quadra 1, Bloco 1 Edifício Central,
salas 705/707, Asa Sul
Brasília, DF - CEP: 70304-900
Tel.: (61) 3045-0192
Em termos gerais, o Projeto Aripuanã consiste na exploração de duas principais zonas
mineralizadas, Arex e Ambrex. Ambas mineralizações próximas à superfície, que poderiam ser
lavradas a céu aberto, estendem-se a profundidades superiores a 500 m, e, por conseguinte, há
possibilidade de lavra subterrânea. O estudo comparativo entre uma operação mista de mina céu
aberto/subterrânea com outra somente subterrânea fez o empreendedor optar apenas pela
subterrânea, tendo em vista os menores impactos ambientais e custo global para a operação
subterrânea.
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Recuperações e teores de concentrado foram baseados em testes preliminares e estão
alinhados com outras operações pelo mundo. A reserva final para a mina é de 28 Mt @ 4,3% Zn,
1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t Au, incluindo os recursos inferidos.
Para atingir o nível de produção desejado e garantir uma operação mais flexível, os dois
corpos serão lavrados concomitantemente. A Figura 2 mostra a sequência do projeto separado
por mina e o Net Smelter Return (NSR) gerado anualmente. O conceito do NSR remete ao valor
pago pelo smelter, que consiste no concentrado produzido, mas que ainda deve ser processado
em uma planta metalúrgica para a produção final do metal. Dessa forma, o NSR considera a
porcentagem paga para a mina sobre o preço do metal no mercado (payable), deduzido dos
custos de tratamento e refino (treatment cost e refining cost), além dos prêmios pagos pelos
subprodutos.
Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã
Sendo o Projeto Aripuanã uma exploração mineral de polimetálicos (Zn, Pb, Cu, Ag e
Au), com previsão de vida útil de 15 anos, os volumes de produção calculados para esse período
são:
 Zinco: 1,9 Mt de concentrado, sendo 1,0 Mt de zinco contido;
 Chumbo: 770 kt de concentrado, sendo 390 kt de chumbo contido;
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 Cobre: 280 kt de concentrado, sendo 76 kt de cobre contido;
 Prata: 31,2 Moz, contidos nos concentrados de zinco, chumbo e cobre; e
 Ouro: 235 koz, contidos nos concentrados de chumbo e cobre.
2.2 Histórico do Empreendimento
O Projeto Aripuanã consistirá na exploração e beneficiamento de zinco, cobre, chumbo,
ouro e prata, localizado a aproximadamente 25 km à noroeste da cidade de Aripuanã, cujo
município situa-se na porção noroeste do estado de Mato Grosso e do Brasil.
As pesquisas geológicas começaram em 1993, sendo que a Votorantim Metais Zinco
assumiu o controle sobre a exploração mineral em 2004, a partir de uma joint venture entre a
Anglo American (Anglo) e Karmin Exploration Corporation (Karmin), empresa denominada
Mineração Dardanelos Ltda.
Desde 2004, a Mineração Dardanelos Ltda concentrou seus esforços na sondagem dos
corpos minerais denominados Arex e Ambrex
As principais estruturas relacionadas à mineração e ao beneficiamento do minério
(Figura 3), estão consolidadas no Plano Diretor (Anexo 2), em cujo layout geral destaca-se:
unidade de beneficiamento, pilha de rejeito a seco, depósito de resíduos, paióis de
explosivos/acessórios e barragem para armazenamento de água.
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Figura 3 – Layout atual com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do
Projeto Aripuanã/MT
A produção prevista para o Projeto Aripuanã é de 1,8 Mt/Ano de ROM, com vida útil
mínima prevista para cerca de 15 anos.
No Projeto haverá uma unidade de beneficiamento do minério por meio de processos de
moagem, flotação e filtração, com a produção de três tipos de concentrados: zinco, cobre e
chumbo, sendo o ouro, prêmio nos concentrados de chumbo e cobre e a prata nos concentrados
de zinco, cobre e chumbo.
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O concentrado de zinco será transportado para o estado de Minas Gerais, por transporte
rodoviário, para posterior refino nas unidades de Três Marias e/ ou Juiz de Fora.
O concentrado de chumbo será exportado, enquanto que o concentrado de cobre poderá
tanto ser exportado, quanto enviado para outras indústrias brasileiras. O estudo logístico que
detalha todas as opções de transporte está apresentado no Anexo 3, “Diagnóstico de Alternativas
para o Escoamento de Produtos de Aripuanã da Votorantim Metais”.
O empreendimento será instalado em região de baixa densidade populacional, na zona
rural do município de Aripuanã/MT, que está ocupada em sua maior parte, por propriedades
rurais de médio e grande porte, sendo que a pecuária e a indústria extrativa madeireira se
destacam como as principais atividades da economia local, seguida pelas atividades de pequenas
minerações e garimpos artesanais. Envolve basicamente a bacia do córrego Guaribal, tributário
da margem esquerda do rio Aripuanã, e em menor expressão micro-bacias afluentes do córrego
Praia-Grande, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, e dos córregos Água
Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Banco, que por sua vez, também é contribuinte do
rio Aripuanã, o qual drena a porção de extremo noroeste do Estado de Mato Grosso e pertence à
bacia hidrográfica do rio Amazonas.
O local previsto para implantação da planta de beneficiamento do empreendimento tem,
como referência, as coordenadas geográficas 10°03’71” de latitude sul e 59°30’56” de longitude
oeste de Greenwich. Na área de influência direta concentrarão todas as estruturas necessárias ao
projeto, como mina, barragem para armazenamento de água, pilha de rejeitos, planta de
beneficiament, pilha de resíduos, acessos etc.
A área do projeto está situada em direitos minerários da Mineração Dardanelos Ltda,
compreendendo os processos DNPM, conforme o Quadro 1, para os quais foi solicitado o
englobamento de área aos 16/09/2011, estando atualmente todos esses processos em fase de
requerimento de lavra e com Guia de Utilização, publicada em 23/01/2012.
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Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT
Processos
866.173/1992
866.174/1992
866.569/1992
866.570/1992
DNPM
Anglo American,
Votorantim Metais
Fora da AID do
Anglo American,
Superficiários
Anglo American e
Zinco, Mineração Projeto, superficiário Votorantim Metais
Relevantes
Gentil Zanin
Taboco e Gentil
não identificado
Zinco e Gentil Zanin
Zanin
Área
1.000,00ha
1.000,00ha
640,72ha
1.000,00ha
Minérios de Ouro,
Minérios de Prata,
Minérios de Prata,
Minérios de Prata,
Substância
Prata, Zinco,
Ouro, Zinco,
Ouro, Zinco,
Ouro, Zinco,
Chumbo e Cobre
Chumbo e Cobre
Chumbo e Cobre
Chumbo e Cobre
Município/
Aripuanã-MT
Aripuanã-MT
Aripuanã-MT
Aripuanã-MT
Estado
Data protocolo
13/03/1992
13/03/1992
14/08/1992
15/08/1992
DNPM
Alvará de
Nº 3.354 de
Nº 3.355 de
Nº 1.377 de
Nº 461 de
pesquisa
09/08/1996
09/08/1996
08/06/1995
15/03/1995
Data
apresentação
06/08/1999
06/08/1999
10/02/2003
10/02/2003
de relatório
final
Guia de Utilização
Guia de Utilização
Guia de Utilização
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Último evento
09/2015 publicada
06/2015 publicada
07/2015 publicada
08/2015 publicada
(DNPM)
27/03/2015.
27/03/2015.
27/03/2015.
27/03/2015.
As estruturas relacionadas às ocorrências minerais, Arex e Ambrex, estão localizadas as
dentro das propriedades da Mineração Dardanelos ou suas associadas (Figura 4), as demais
estruturas como a área da planta, barragem de água, pilha de rejeitos e pilha de resíduos, pertence
atualmente ao Sr. Gentil Zanin. A Mineração Dardanelos já possui a anuência desse proprietário
e está em fase de negociação dessa terra. As devidas Autorizações dos Superficiários para a
Mineração Dardanelos Ltda, bem como os documentos das propriedades rurais relacionadas ao
empreendimento estão apresentados no Anexo 4.
8
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Figura 4 – Croqui mostrando as estrutruras principais do Projeto Aripuanã, em relação aos
superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2
– Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco
(Karmin), 8 – Gentil Zanin
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2.3 Localização e Acesso
A área do Projeto Aripuanã localiza-se na zona rural do município de Aripuanã/MT, cujo
acesso terrestre, partindo de Cuiabá, se faz por uma alternativa viária principal, passando por
Juína: de Cuiabá/Várzea Grande percorre-se um trecho de aproximadamente 590 km pela
Rodovia Federal BR-364, pavimentada. Ao fim do trecho a rodovia tem continuidade na MT170, pavimentada, numa extensão de aproximadamente 211 km, passando pela cidade de
Brasnorte até alcançar a cidade de Juína.
Desse ponto até Aripuanã, passando pela cidade de Castanheira, na MT-420, a mesma
MT-170, encontra-se asfaltada, e só após Castanheira é em leito natural, ambos os trechos
totalizam cerca de 203 (duzentos e três) km, conforme se observa na Figura 5.
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Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede
municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado
Fonte: http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/12/mapas-do-mato-grosso.html
Enfatiza-se que a ligação rodoviária de Cuiabá a Aripuanã, que totaliza aproximadamente
1.000 km, apresenta condições ruins, especialmente nos trechos em leito natural, os quais
impõem grandes dificuldades para o tráfego no período chuvoso. Embora existam essas
dificuldades de tráfego, é essa ligação com Cuiabá que possibilita o acesso aos estados do sul e
sudeste do País.
Já a área objeto da exploração mineral, que fica cerca de 13 (treze) km em linha reta da
cidade de Aripuanã, na localidade denominada Serra do Expedito, pode ser acessada, por via
terrestre, através da MT-208, em direção à Conselvam (Figura 6).
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Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas
junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério
polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT
A partir da ponte sobre o rio Aripuanã, adjacente à malha urbana da sede municipal,
percorre-se cerca de 12,5 km por essa MT-208 até alcançar um entroncamento, de onde se toma
uma estrada vicinal, que em direção norte, dá acesso à área após percorrer 9,5 km, como pode ser
observado no croqui da Figura 7.
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Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT
3. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
3.1 Base de Dados
As informações, os estudos e as fontes a seguir listados, foram os elementos
preponderantes e que subsidiaram a análise de custo-benefício, justificando a implementação do
Projeto Aripuanã com vida útil de 15 anos.
 Recurso mineral e modelo de blocos (Votorantim Metais);
 Reserva de minério e desenho de mina (Votorantim Metais e MCB)
 Dados geotécnicos (BVP e KCB);
 Testes metalúrgicos e suposições de processos (ALS e Rezende Engenharia);
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 Previsão do preço do metal (Votorantim Metais);
 Condição do contrato do concentrado (Votorantim Metais);
 Dados e custos de logística (Bioengenharia);
 Estudo de engenharia (Tecnomin).
3.2 Recurso Mineral
O corpo de minério Arex possui comprimento de aproximadamente 1,7 km. A Figura 8
mostra os sólidos interpretados a partir das seções dos furos de sondagem. As dimensões dos
blocos gerados a partir dos sólidos foram de 6m X 2m X 4m (X, Y, Z).
Figura 8 – Sólidos interpretados do alvo Arex (3D) com projeção dos furos de sondagem
O corpo de minério Ambrex tem comprimento de aproximadamente 1,4 km. A Figura 9
apresenta os sólidos interpretados em 3D. As dimensões dos blocos nesse caso são 6 x 4 x 4 m
(X, Y, Z).
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Figura 9 – Sólidos interpretados do alvo Ambrex (3D) com projeção dos furos de sondagem
O resumo da tonelagem e teor do modelo de recurso está descrito a seguir, classificado de
acordo com a categoria e litologias do recurso.
3.2.1. Arex
O recurso total de Arex está resumido no Quadro 2. Este contém aproximadamente 13,6
Mt @ 2,70% Zn, 0,97% Pb, 0,67% Cu, 0,66 g/t Au e 32,27 g/t Ag de recurso classificado como
medido, indicado e inferido.
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Quadro 2 – Recurso Mineral Arex
Massa
Mt
Zn (%)
Pb (%)
Cu (%)
Au (g/t)
Ag (g/t)
Stratabound
2,8
6,36
2,27
0,39
0,27
68,6
Stringer
1,3
0,15
0,05
1,39
0,70
14,7
Stratabound
1,2
6,29
2,12
0,51
0,27
57,2
Stringer
2,6
0,12
0,05
1,10
0,82
13,5
Stratabound
3,9
6,34
2,23
0,42
0,27
65,2
Stringer
3,9
0,13
0,05
1,20
0,78
13,9
Stratabound
2,2
5,08
1,88
0,24
0,30
46,7
Stringer
6,6
0,05
0,03
0,64
1,16
7,4
Stratabound
6,1
5,89
2,10
0,36
0,28
57,3
Stringer
7,5
0,09
0,04
0,93
0,97
10,8
Medido
Indicado
Medido +
Indicado
Inferido
Total
Teor
Litologia
Classificação
3.2.2 Ambrex
O recurso total de Ambrex está resumido no Quadro 3. Este contém aproximadamente
27,2 Mt @ 4,63% Zn, 1,63% Pb, 0,13% Cu, 0,28 g/t Au e 39,90 g/t Ag de recurso classificado
como medido, indicado e inferido.
Quadro 3 – Recurso Mineral Ambrex
Classificação
Medido
Indicado
Medido +
Indicado
Inferido
Total
Litologia
Massa
Mt
Stratabound
Teor
Zn
(%)
Pb
(%)
Cu
(%)
Au (g/t)
Ag (g/t)
2,3
4,28
1,67
0,07
0,11
35,9
Stringer
-
-
-
-
-
-
Stratabound
11,2
4,33
1,60
0,08
0,13
39,6
Stringer
-
-
-
-
-
-
Stratabound
13,4
4,32
1,61
0,08
0,13
39,6
Stringer
-
-
-
-
-
-
Stratabound
11,1
6,09
2,05
0,11
0,22
49,2
Stringer
2,7
0,07
0,03
0,48
1,32
5,8
Stratabound
24,6
5,12
1,81
0,09
0,17
44,1
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Classificação
Litologia
Massa
Mt
Stringer
2,7
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Teor
Zn
(%)
Pb
(%)
Cu
(%)
Au (g/t)
Ag (g/t)
0,07
0,03
0,48
1,32
5,8
3.3 Reserva Mineral
3.3.1 Parâmetros e Premissas
Um resumo dos principais parâmetros de entrada utilizado no planejamento da mina
subterrânea está incluído neste item.
O início do projeto está previsto para Janeiro de 2018. As estimativas para preço do metal
e câmbio foram definidas com base em estudos de mercado.
Os valores de recuperação e teores de concentrado foram definidos de acordo com os
resultados obtidos nos ensaios metalúrgicos realizados na ALS na Austrália e compilados pela
Rezende Engenharia.
O Quadro 4 mostra todos os parâmetros utilizados para calcular o Net Smelter Return –
NSR (Retorno Líquido da Refinaria). O NSR é estimado para cada bloco considerando o metal
pago, recuperação do metal, deduções de custo de tratamento (TC), custo de refino (RC) e
transporte.
Parâmetros
Quadro 4 – Parâmetros do NSR.
Concentrado
Zn
Pb
Cu
Recuperação (%)
86,3
83,0
66,7 / 89,8
Teor do concentrado (%)
51,7
50,7
28,8 / 27,2
Partição do ouro (%)
-
49,7
16,2 / 62,8
Partição da Prata (%)
9,4
65,3
20,1 / 71,5
Umidade (%)
10
10
10
Paga por 85%
sdm 8 unidades
Paga por 95%
sdm 3 unidades
Paga por 97%
sdm 1 unidade
-
Paga por 95%
Paga por 95%
Metal pago (%)
Dedução do ouro (oz/t)
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Parâmetros
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Concentrado
Pb
sdm 0,05 oz/t
Cu
sdm 0,05 oz/t
3,0 oz/t
Paga por 95%
sdm 1,6 oz/t
Paga por 95%
sdm 1,6 oz/t
RC ($/lb)
-
-
0,08
Au RC ($/oz)
-
6
6
Ag RC ($/oz)
-
0,35
0,4
70
100
100
2353
2135
7290
Deduções da Prata (oz/t)
Ag pago após deduções (%)
Preço do metal (US$/ton)
Zn
Preço do ouro (US$/oz)
1107
Preço da Prata (US$/oz)
19,1
TC (US$/ t conc)
243
220
78
Frete terrestre (R$/ t conc)
388
412
455
Frete oceânico (R$/ t conc)
150
Royalties também foram incluídos no cálculo do NSR. Este é calculado sobre o valor
total do NSR e inclui royalties do governo (CFEM) de 2% e um adicional de 2% para Arex e
1,5% do Ambrex para o proprietário anterior do depósito.
Custos operacionais usados para o cálculo da reserva de minério estão listados abaixo, e
foram baseados em cálculos preliminares de estudos anteriores.
 Custo de lavra subterrânea: R$ 33,7/ t ROM.
 Custo de processamento: R$ 46,1/ t alimentada para minério stratabound e R$
27,5/t para minério stringer
 Custo de G&A: R$ 5,4/ t ROM
 Logística: considerado no cálculo do NSR
 Royalties: considerado no cálculo do NSR
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3.3.2 Informações Geotécnicas
A empresa de consultoria independente BVP foi contratada para gerenciar e conduzir os
trabalhos de geotecnia para o Projeto Aripuanã. Um resumo das informações está listado a
seguir. Nesse estudo preliminar foi considerada a análise de estabilidade do realce subterrâneo
para Ambrex e Arex, considerando o método de lavra selecionado, as dimensões das aberturas
subterrâneas projetadas e os resultados dos furos geotécnicos realizados.
Arex
A classificação de maciço obtida a partir dos testemunhos de sondagens mostrou que as
rochas presentes na região da mina constituem maciços de classe II (RMR  70), e III (RMR 
54), predominando classe II, vindo a constituir uma mineralização bastante homogênea. Já a
Resistência à Compressão Uniaxial das rochas intactas, obtidas a partir de ensaios de laboratório,
permite classificar esses maciços, indistintamente, como "Muito Resistentes", com grau de
consistência R5 da ISRM (entre 100 e 250 MPa).
Os níveis de pior qualidade dos maciços estão nas regiões de falhas e mais raramente nos
contatos da mineralização com as encaixantes. Nestes locais as camadas de classes de maciços
inferiores podem atingir até 4 m, vindo a constituir os principais condicionantes dos estudos de
métodos de lavra da região. Os estudos preliminares dos métodos de lavra foram realizados à luz
das informações geológico-geotécnicas disponíveis nessa fase do projeto, sendo que o método de
lavra avaliado foi previamente selecionado pelo empreendedor. Considera-se que os métodos de
lavra recomendados sejam os de realces abertos, sendo viáveis as alternativas de Bench Stoping e
Sublevel Stoping.
Os dimensionamentos do método de lavra foram realizados considerando espessuras de
zonas mineralizadas variando de 10 m a 30 m com profundidades variando de 0 até 400 m. Já o
mergulho médio dos corpos é praticamente uniforme para toda a mineralização, em torno de 60.
Admitiu-se, todavia, a existência também de mergulhos intermediários, com cerca de 30, que
estão próximos do ângulo de repouso do minério (de 30 a 32).
Foram dimensionados e/ou verificadas as dimensões de sill pillars e rib pillars para uma
série de cenários envolvendo as alternativas de um bench stoping com níveis de 75 m e subníveis
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de 25 m e de um sublevel stoping com níveis de 30 m, sem subníveis. Os resultados obtidos para
esses métodos mostraram uma recuperação muito boa, variando de 80 a 96%, considerando a
recuperação posterior dos rib pillars.
Os maciços rochosos da lavra Arex com profundidade superior a 30,0 m se encontram na
faixa de autoportantes, quando considerados os estudos empíricos para dimensionamento de
suportes. No entanto, o conhecimento atual das estruturas geológicas existentes nesses maciços
mostram probabilidades de formação de cunhas tanto no teto quanto nas paredes dos túneis das
rampas e dos desenvolvimentos da lavra. Dessa forma, prevê-se a instalação de suportes
utilizando concreto projetado em camadas de espessuras entre 5 a 10 cm assim como a utilização
de ancoragens de comprimento médio de 3 m com espaçamento variável, em função da
estruturação local. Três zonas principais foram identificadas dentro do maciço rochoso de acordo
com essas alterações: rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada é
de 41,6 m e foi obtido a partir da análise dos furos de sondagem.
Ambrex
A classificação de maciço obtida a partir dos testemunhos de sondagens mostrou que as
rochas presentes na região da mina constituem maciços de classe II (RMR  71,5), e III (RMR 
54), predominando classe II, vindo a constituir uma mineralização bastante homogênea. Já a
Resistência à Compressão Uniaxial das rochas intactas, obtidas a partir de ensaios de laboratório
existentes, permite classificar estes maciços, indistintamente, como "Muito Resistentes", com
grau de consistência R5 da ISRM (entre 100 e 250 MPa).
Os níveis de pior qualidade dos maciços estão nas regiões de falhas e nos contatos da
mineralização com as encaixantes. Nesses locais as camadas de classes de maciços inferiores
podem atingir até 10 m, vindo a constituir os principais condicionantes dos estudos de métodos
de lavra da região.
Os estudos preliminares dos métodos de lavra foram realizados à luz das informações
geológico-geotécnica disponíveis nessa fase do projeto, sendo que o método de lavra avaliado foi
previamente selecionado pelo empreendedor. Considera-se que os métodos de lavra
recomendados sejam os de realces abertos, sendo viáveis as alternativas de Bench Stoping e
Sublevel Stoping.
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Os dimensionamentos do método de lavra foram realizados considerando espessuras
médias de zonas mineralizadas variando de 12 a 71 m com profundidades variando de 100 a 550
m, colocando a mineralização nas condições rasas a intermediárias. Já o mergulho médio dos
corpos é relativamente acentuado em torno de 63, embora haja exceções muito localizadas com
mergulhos ligeiramente acima do ângulo de repouso do material (cerca de 30).
Foram dimensionados e/ou verificadas as dimensões de sill pillars e rib pillars para
cenários envolvendo as alternativas de um bench stoping com níveis de 75 m e subníveis de 25
m e de um sublevel stoping com níveis de 30 m, sem subníveis. Os resultados obtidos para esses
métodos mostraram uma recuperação muito boa, variando de 86 a 95%, considerando a
recuperação posterior dos rib pillars.
Os maciços rochosos da lavra Ambrex localizados em profundidades superiores a 50 m
encontram-se na faixa dos autoportantes, quando considerados os estudos empíricos para
dimensionamento de suportes. No entanto, o conhecimento atual das estruturas geológicas
existentes nesses maciços mostram probabilidades de formação de cunhas tanto no teto quanto
nas paredes dos túneis das rampas e dos desenvolvimentos da lavra. Dessa forma prevê-se a
instalação de suportes utilizando concreto projetado em camadas de espessuras entre 5 cm assim
como a utilização de ancoragens de comprimento médio de 2,5 m com espaçamento variável, em
função da estruturação local.
3.3.3 Concepção da Mina
O projeto Aripuanã consiste em duas zonas principais mineralizadas, Arex e Ambrex,
com mineralizações próximas à superfície estendendo-se a profundidades superiores a 500 m,
onde há a possibilidade para lavra subterrânea. Uma série de cenários foi criada para avaliar e
identificar qual deles maximizaria o fluxo de caixa e que suportasse a concepção do projeto.
Uma análise para mina subterrânea foi realizada a fim de definir o método de lavra ideal.
O estudo de lavra subterrânea considera o método de Bench Stoping com perfuração longa e
enchimento de rocha. Uma análise preliminar foi realizada para definir a taxa de produção ideal.
Essa análise levou em consideração o ganho de escala decorrente de capacidades mais elevadas.
De acordo com a análise, a taxa de produção ideal indicada é 5,0 ktpd. Menor taxa produção
seria muito caro devido aos altos custos fixos. Taxas de produção muito elevadas resultam em
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uma menor vida útil da mina e alto CAPEX, que seria muito arriscado para a viabilidade do
projeto. Para o sequenciamento, foi considerada a lavra concomitante dos dois corpos (Arex e
Ambrex), para maior flexibilidade e garantia operacional.
3.3.4 Seleção do Método de Lavra Subterrâneo
De acordo com o SME Handbook, a determinação de qual método é o ideal para ser
aplicado é baseado na avaliação de parâmetros agrupados nas características seguintes:
 Considerações Geotécnicas
 Ocorrência mineral
 Dimensões do corpo de minério
 Fatores de segurança
 Fatores ambientais
 Considerações econômicas
 Considerações de trabalho e políticas
Cada um desses critérios pode tornar-se o principal fator determinante, contudo a seleção
do método deve avaliar todas essas características. O Quadro 5 resume as condições típicas de
solo relativas a vários métodos de lavra e o Quadro 6 mostra as características específicas do
Projeto Aripuanã.
Quadro 5 – Métodos de lavra em relação às condições da rocha
Método de Lavra
Tipo de
Depósito
Mergulho
Resistência
Material
Resistência
Parede
Limite
Mineralização
Suporte
Block or Panel Caving
Massivo
Alto
Baixa
Fraca/ Alta
Regular
Desabamento
Room and Pillar
Tabular,
Acamadado
< 30
Alta
Alta
Regular
Natural
Sublevel Stoping
Massivo
Alto, FW
excede o
ângulo de
repouso
Alta
Alta
Regular
Natural
Sublevel Caving
Veio Largo/
Grande
Mineralização
>70
Baixa
Fraca/ Alta
Regular
Desabamento
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Método de Lavra
Tipo de
Depósito
Mergulho
Resistência
Material
Resistência
Parede
Limite
Mineralização
Suporte
Cut-and-Fill Stoping
Veio Médio a
Largo
Médio/ Alto
Alta
Alta
Irregular
Requer
suporte
artificial
Vertical Crater Retreat
Massivo
Alto, FW
excede o
ângulo de
repouso
Alta
Alta
Regular
Natural
Top Slicing
Mineralizaçao
em corpos finos
Plano/ Médio/
Alto
Alta
Alta
Regular
Requer
suporte
artificial
Shrinkage Stoping
Veio Estreito
Alta, excede o
ângulo de
repouso
Alta
Alta
Regular
Requer
suporte
artificial
Square-Set Stoping
Depósito venular
de alto teor
Médio/ Alto
Fraca/ Alta
Fraca/ Alta
Regular/
Irregular
Requer
suporte
artificial
Fonte: Brady B. H. G. & Brown E. T. "Rock Mechanics for Underground Mining" – George Allen & Unwin – London – 1985.
Quadro 6 – Arex / Ambrex – características do corpo de minério
Depósito
Tipo de
Depósito
Mergulho
Resistência
Material
Resistência
Parede
Limite
Mineralização
Suporte
Arex
Zonas com
espessuras
médias
>50
Médio/ Alto
Médio/ Alto
Irregular
Requer suporte
artificial
Ambrex
Superior
Zonas com
espessuras
médias/
potentes
>50
Médio/ Alto
Médio/ Alto
Irregular
Requer suporte
artificial
O método selecionado para Aripuanã foi o Bench Stoping, o qual consiste numa variação
do método Sublevel Stoping.
3.3.5 Bench Stoping
O método de lavra chamado Bench Stoping pode ter diversas variações. Os tipos de
acesso ao minério e o tipo e disponibilidade do enchimento são fatores importantes na
determinação da variante do método. Serão descritos aqui somente as duas variações
selecionadas como método de lavra do Projeto Aripuanã, são eles o benching stoping com
enchimento contínuo e o benching stoping AVOCA.
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O benching com enchimento contínuo é uma variação do bench stoping que usa
enchimento para apoiar as paredes do realce. Neste método devem ser abertos acessos em ambas
as extremidades do realce de tal maneira que enquanto o equipamento de carga realiza a limpeza
do bloco através de uma das extremidades pelo nível inferior, o enchimento acontece
concomitantemente através do outro acesso.
A Figura 10 representa esquematicamente o conceito deste método.
Figura 10 – Esquema longitudinal do benching stoping com enchimento contínuo
O benching stoping AVOCA é um método que utiliza acesso ao bloco de minério através
de somente uma extremidade. O equipamento de carga faz a limpeza pelo nível inferior enquanto
que o vão livre gerado pela detonação é preenchido pelo acesso do nível superior, como pode ser
visto na Figura 11. Neste método os fogos são confinados e o vão livre gerado fica aberto por
menos tempo.
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Figura 11 – Esquema longitudinal do benching stoping AVOCA
Em ambos os métodos os realces serão preenchidos com backfill cimentado, rejeito com
2% cimento. Este material é composto do rejeito da planta de beneficiamento que se encontra na
superfície, juntamente com o estéril gerado pelo desenvolvimento de rampas e travessas. Nos
primeiros anos da mina o estéril do desenvolvimento será depositado temporariamente no
depósito de resíduos na superfície, após o início da lavra este material será direcionado
diretamente para o preenchimento dos vazios da mina.
A localização da rampa foi selecionada para propiciar o melhor acesso ao corpo de
minério. Travessas a partir da rampa servirão de acesso para o minério e então galerias de
minério serão desenvolvidas dentro do corpo conectando as travessas.
A Figura 12 ilustra uma visão longitudinal da operação.
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Figura 12 – Visão longitudinal
A lavra pelo método Bench Stoping é altamente produtivo mesmo com um número
reduzido de frentes de lavra. O método será apropriado para os veios com mergulho superior a
45º e espessuras maiores que 3 m.
Os realces serão lavrados em recuo e dos subníveis inferiores para os superiores. Os
painéis somam 75 m, sendo composto por 3 subníveis de 25 m de altura. O tempo de ciclo para a
lavra dos realces foi estimado baseado na média das dimensões dos realces e produtividade dos
equipamentos. A Figura 13 mostra uma seção vertical típica do corpo mineralizado.
As perfurações de detonação utilizarão equipamentos de perfurações longas de 25 a 30 m
a partir do nível da perfuração. Geralmente são adotadas perfurações ascendentes, pois permitem
um ângulo de detonação de 70º para frente. A sequência de produção do realce terá início com o
desenvolvimento dos furos de alívio (slots) na extremidade dos realces. O slot será desenvolvido
por perfurações longas e ascendentes. Em seguida o slot será alargado até a sua configuração
final que terá a mesma largura do realce. Posteriormente leques de perfurações serão detonados
para extração do minério.
O minério detonado será transportado por LHDs (Load Haul Dump), controladas por
controle remoto. O minério desmontado é carregado em caminhões que farão o transporte deste
material até a superfície, onde será disposto em pilhas no pátio próximo a boca da mina. Da boca
da mina o minério será transportado por meio de caminhões rodoviários até a planta.
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Figura 13 – Seção vertical típica da mina
A seguir, a lista das operações unitárias que são necessárias para completar o ciclo de
lavra.
 Perfuração: As perfurações de produção são planejadas para ser realizado por um
equipamento de perfuração longa eletro-hidráulico. Assim que a face livre (slot) é
aberta os leques podem ser perfurados. O próximo leque da sequência só é
detonado após a limpeza do material desmontado anteriormente. A razão de carga
considerada é de 0,5 kg/t. O explosivo e a emulsão serão dimensionados
dependendo da possibilidade de presença de água e as características do minério.
 Carregamento e transporte: O carregamento será realizado utilizando LHD
rebaixadas de 14 ton. Em geral o limite dos realces é definido pela distância de
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transporte das LHDs, que é de até 150 metros. As LHDs carregarão caminhões de
42 t que farão o transporte do minério até o pátio na boca da mina.
 Suporte de teto: Suporte de teto é uma parte importante no ciclo de lavra.
Parafusos de teto foram escolhidos como suporte com espaçamento de 1,5 x 1,5 m
e 2,4 a 3,0 m de comprimento. Uma malha de cabos de aço também será utilizada
no suporte da encaixante do minério para um melhor controle da diluição.
 Enchimento: Esta tarefa consiste em bombear para dentro do realce o backfill
cimentado. A lavra do realce que se encontra no subnível superior está
condicionada ao enchimento do bloco abaixo, onde o backfill serve de piso para
as operações de lavra unitárias necessárias para completar o ciclo.
 Ventilação: O circuito de ventilação deverá suprir o oxigênio no subsolo, fazer a
renovação contínua do ar, diluir de forma eficaz todos os gases inflamáveis e
nocivos, manter o nível de poeira, temperatura e umidade relativa do ar adequada
ao trabalho humano e ser mantido e operado de forma regular e contínua. Para
tanto, a entrada de ar fresco para a mina é feito pelas rampas e saídas de
emergência sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que
conectam todos os níveis e áreas da mina. Um exaustor será instalado na saída da
chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar é
necessária para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de
lavra.
 Bombeamento de água: Como o aporte de água da mina não é grande, o
bombeamento da água para fora da mina será realizado por meio de bombas de
face, que garantam a segurança nas operações. A quantidade média a ser
bombeada durante a vida útil da mesma é da ordem de 50-100 m³/h para cada
corpo mineral. Essa água será aproveitada no processo de beneficiamento.
3.3.6 Desenvolvimento subterrâneo
A rampa principal terá seção de 5 x 6 m e inclinação máxima de 14%. As dimensões da
rampa foram selecionadas para permitir o acesso de caminhões com capacidade de 50 toneladas,
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além das tubulações de ventilação. Suportes são inclusos no cálculo de produtividade e custo. O
suporte de teto considerado foi o sugerido pela consultoria de geotecnia (BVP), com a utilização
de tirantes e concreto projetado. Em cada travessa de acesso dos subníveis é planejado local
apropriado para a instalação de bombas, painéis e quando necessárias subestações elétricas.
O desenvolvimento no Ambrex iniciará apenas quando todo o desenvolvimento principal
do Arex for completado, visando à redução do CAPEX e otimizando o sequenciamento da
produção. As descrições dos principais acessos estão resumidas a seguir:
 Rampa principal tem a inclinação máxima de aproximadamente 14% e é o
principal acesso da superfície para a mina. Está posicionada na lapa do minério a
uma distância mínima de 30 m do minério por razões de segurança
 As travessas são os desenvolvimentos que conectam:
o Rampa principal às galerias de minério ou galerias de transporte
o Galerias de transporte (quando houver) com as galerias de minério
 As galerias de minério são os únicos desenvolvimentos feitos dentro do minério e
são utilizados para transportar o minério detonado e para ventilação
 A galeria de transporte é um desenvolvimento horizontal que é paralelo ao corpo
de minério e serve de acesso para o corpo e manobras para transporte
 Saída de emergência é um desenvolvimento vertical que conecta os níveis e vai
até a superfície, este é equipado com escadas que podem ser utilizadas pelos
operários para sair da mina em caso de emergência.
 Travessa de ventilação é um desenvolvimento que conecta as chaminés de
ventilação às demais galerias, sendo estas uma rampa, galeria de transporte ou
mais comumente uma travessa de acesso ao minério.
Um resumo das características gerais e critérios de projeto utilizado no estudo estão
apresentados a seguir:
 Dimensões das travessas de acesso à galeria de minério: 5 m x 5 m
 Dimensões da galeria de minério: 5 m x 5 m
 Dimensões da galeria de transporte: 5 m x 5 m
 Dimensão da rampa principal: 5 m x 6 m
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 Inclinação máxima da rampa principal: 14%
 Dimensão da galeria de ventilação: 4 m x 4 m
 Diâmetro das chaminés de ventilação: 2,4 m
 Suporte de teto padrão: concreto projetado e tirantes
 Calendário do sequenciamento: 365 dias por ano, 3 turnos de 8h por dia, sendo 6h
efetivas de trabalho e as 2h restantes destinada para deslocamento interno, trocas
em vestiário, refeição etc.
O método de lavra de um modo geral possui os seguintes critérios:
 Altura do painel: 75 m
 Número de subníveis por painel 3 de 25 m cada
 Largura mínima dos realces: 3 m
 Ângulo de mergulho mínimo do minério: 45°
 Dimensão do sill pillar (pilar definitivo entre painéis): 5 m
 Dimensão do rib pillar (pilar recuperável): 30 m, localizado no ponto de acesso da
travessa
A Figura 14 e a Figura 15 apresentam uma representação esquemática em 3D da mina.
ribpillars
pillrs
rib
sill pillar
entre níveis (h= 5 m)
subnível 3
25 m
NÍVEL
subnível 2
75 m
25 m
ordem de lavra
dos subníveis
subnível 1
25 m
Figura 14 – Vista em 3D do layout de dois níveis com a divisão dos subníveis e o posicionamento das
travessas de acesso aos realces nos rib pillars
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travessa de acesso à
galeira superior
stope
rib pillar
galeria no minério
superior (furação
descendente)
altura vertical do
stope: 25 m
travessa de acesso à
galeira inferior
galeria no minério
inferior (furação
ascendente)
Figura 15 – Vista em 3D de um subnível mostrando as galerias no minério para realizar a lavra dos
realces
O Net Smelter Return (NSR) foi calculado para cada bloco do modelo de blocos. O custo
preliminar estimado para a operação foi de US$ 45/t ROM. Este valor é baseado em trabalhos
anteriores e inclui custos de lavra, desenvolvimento, enchimento, processo e G&A. As linhas que
delimitam os realces foram desenhadas em volta dos blocos com o valor do NSR maior que US$
45/t, visando buscar o valor final de cada bloco igual ou maior ao teor de corte. A reserva foi
acrescida com os blocos marginais que estão próximos aos limites dos realces (diluição).
A diluição foi considerada ao expandir as linhas que delimitam os realces quando o corpo
de minério tem potência real menor que 3 m, ou seja, a potência operacional mínima é 3 m. A
diluição é, além do material de baixo teor, a rocha encaixante estéril que está dentro do volume
do realce. A densidade desse volume é de 2,75 t/m3 e não tem teor. Um exemplo dessa diluição é
mostrado na Figura 16.
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Minério
25 m
2m
Volume vazio
(diluição)
3m
Figura 16 – Seção vertical do realce – diluição
3.3.7 Reserva de Minério Subterrâneo
A configuração final dos realces e desenvolvimentos é mostrada na Figura 17.
Figura 17 – Configuração final da mina
A reserva de minério considerando apenas uma operação subterrânea é de 28 Mt @ 4,3%
Zn, 1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t Au, incluindo os recursos inferidos.
3.3.8 Sequenciamento da Mina
O sequenciamento da mina foi desenvolvido utilizando o software Deswik, programa que
utiliza a lógica fim-início, ou seja, a tarefa predecessora deve ser finalizada antes que a sucessora
possa iniciar. O desenvolvimento no minério dos níveis inferiores e superiores devem ser
finalizados antes da produção dos realces. Os realces são lavrados da extremidade para o ponto
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de acesso no centro e o enchimento é feito pelo nível superior. Os realces superiores só podem
ser lavrados após o término dos inferiores. Essa lógica pode ser controlada criando ligações (fiminício) entre os realces inferiores e superiores. A Figura 18 mostra um exemplo dessas ligações
do sequenciamento feitas para uma pequena região do planejamento. As linhas rosa são as
ligações do sequenciamento.
Figura 18 – Linhas de sequenciamento da mina
O sequenciamento subterrâneo de Arex e Ambrex foi realizado baseado no preço de
longo prazo e na alimentação da planta de 1,8 Mtpa. As taxas de desenvolvimento e produção
dos realces foram estimadas baseadas em outras operações subterrâneas que utilizam o método
selecionado.
Depois de ter criado todas as dependências, o projeto com todas as informações do
processo cubagem (e.g. volume, tonelagem, metros, teores, etc) foi exportado para o Scheduler,
que é um programa de sequenciamento da produção. Esse sequenciamento tenta atingir as metas
iniciando a produção concomitante nos dois corpos.
No começo do desenvolvimento, a metragem sequenciada é baixa, devido a existir apenas
poucas faces para serem desenvolvidas. A partir do segundo ano este valor aumenta
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consideravelmente. Os quadros a seguir (Quadro 7 e Quadro 8) mostram o resultado do
sequenciamento da produção para Arex e Ambrex. A
Figura 19 apresenta o sequenciamento visual dos dois corpos e a Figura 20 apresenta o
resultado do sequenciamento anual para cada corpo com seu respectivo NSR.
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Desenvolvimento
TOTAL
Rampa
20.469
2.303 2.426 2.572 2.600
2.535 2.173 2.097 1.853 1.619 291
Galeria no Minério
55.390
2.540 6.704 4.536 5.125
4.730 4.192 3.928 4.809 3.714 3.365 3.175 3.069 3.278 2.226
Travessa para Realce
4.965
200
522
557
654
700
671
548
517
Galeria de Transporte
5.090
517
1.068
244
495
648
1.105
986
27
Travessa de Ligação
8.467
437
888
939
804
1.078
863
Travessa de Ventilação
3.476
64
190
465
493
623
373
491
Chaminé ventilação
2.643
154
228
605
309
321
227
299
TOTAL
Produção
1
1
Quadro 7 – Sequenciamento do desenvolvimento (m)
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
367
97
4
76
20
32
324
483
332
249
226
114
361
346
69
182
217
103
1.008 722
100.501 6.214 12.027 9.918 10.480 10.634 9.605 9.357 8.471 6.587 4.408 3.511 3.394 3.524 2.371
2
3
4
5
Quadro 8 – Sequenciamento da produção
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
ROM (kt) 129 1.379 1.802 1.815 1.815 1.804 1.801 1.800 1.801 1.800 1.807 1.800 1.811 1.804 1.804 1.803 878
44
- Zn %
3,37 3,29
3,89
3,57
3,43
4,02
4,46
3,64
3,92
3,44
3,51
4,45
4,50
4,04
4,46
7,24 8,43 3,33
- Pb %
1,07 1,18
1,37
1,49
1,51
1,70
1,91
1,48
1,45
1,24
1,29
1,72
1,44
1,36
1,60
2,41 2,95 1,15
- Cu %
0,60 0,59
0,46
0,63
0,59
0,39
0,30
0,36
0,24
0,17
0,24
0,13
0,15
0,21
0,17
0,22 0,31 0,79
- Ag g/t
37,1 42,5
46,1
43,0
40,2
41,1
45,5
39,7
35,9
34,0
33,9
45,8
41,6
31,6
41,8
52,1 61,7 37,7
- Au g/t
0,32 0,44
0,37
0,45
0,46
0,32
0,25
0,38
0,28
0,23
0,29
0,24
0,36
0,43
0,35
0,92 0,51 0,63
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Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
Ano 11
Ano 12
Ano 13
Ano 14
Ano 15
Ano 16
Ano 17
Ano 18
Figura 19 – Sequenciamento visual dos dois corpos (Arex e Ambrex)
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Figura 20 – Sequenciamento ano a ano com NSR
3.3.9 Equipamentos de Mineração
Foram consideradas as seguintes premissas para a seleção e dimensionamento da frota:
 365 dias por ano em 3 turnos diários de 8 horas, com 6 horas efetivas
 Inclinação média da rampa de 12%
 Taxa de produção diária de 5,0 kt de minério
 Disponibilidade e utilização dos equipamentos móveis conforme apresentado no
Quadro 9
Quadro 9 – Tabela com Disponibilidade e Utilização dos equipamentos principais.
Equipamento
Disponibilidade
Utilização
Caminhão
80%
75%
LHD
80%
70%
Jumbo
70%
55%
Fan drill
65%
35%
Rock Bolter
80%
50%
Cable Bolter
80%
35%
Scaler
70%
50%
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Equipamento
Disponibilidade
Utilização
Anfo Loader
70%
40%
Plataforma
70%
55%
Os equipamentos móveis principais e auxiliares selecionados e suas funções estão a
seguir descritos:
 Jumbo, 2 braços: para realizar a perfuração horizontal para avanço do
desenvolvimento
 LHD, 14 t: para carregar minério da frente de lavra aos caminhões que façam o
transporte
 Caminhão, 50 t: para o transporte de minério e estéril
 Fan drill, 3.5”: para perfurar os realces
 Cable bolter: para instalar cabos na encaixante do minério, com a finalidade de
controlar a diluição
 Rock bolter: para instalar tirantes que dão suporte ao teto
 Scaler: para saneamento das galerias, removendo rochas soltas do teto e paredes
 Anfo Loader: para auxiliar no carregamento de explosivos nos furos da lavra
 Plataforma: para serviços gerais para a infraestrutura da mina e carregamento de
frentes de desenvolvimento
 Raise Borer: para perfuração longa, no processo de abertura entre níveis, para
ventilação e saídas de emergência e abertura de slot
 Shotcrete robot: para jatear concreto que dará suporte às galerias
 Motoniveladora: para manutenção das vias da mina e pátio de minério
 Pá Carregadeira: carregamento do minério na boca da mina nos caminhões
rodoviários
 Caminhão comboio: para carregar diesel e lubrificante para abastecer os
equipamentos subterrâneos
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 Caminhão pipa: para umectar as vias de acesso
 Caminhão Munck: caminhão para apoio e serviços gerais
 Pick-up: veículo leve para transporte de pessoal
O Quadro 10 apresenta a frota necessária ano a ano para a operação da mina.
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Equipamentos
Quadro 10 – Frota de equipamentos de mina ano a ano para a operação.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Jumbo
2
1
LHD
2
1
Caminhão
2
2
2
1
1
1
Fan drill
3
Cable bolter
2
2
1
1
2
3
2
1
3
3
2
2
1
2
Scaler
2
1
2
1
2
2
Raise borer
3
1
1
2
1
2
1
1
1
1
Shotcrete robot
2
2
2
2
Motoniveladora
2
2
2
2
Pá Carregadeira
2
2
2
2
Caminhão comboio
1
1
1
1
Caminhão Pipa
2
2
2
2
Caminhão Munck
2
2
2
2
Pick up
10
10
17
1
2
1
2
16
3
2
Plataforma
15
1
Rock bolter
Anfo loader
14
1
2
3
13
10
10
10
10
40
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Ventilação da Mina
Na ventilação do Arex e Ambrex a entrada de ar fresco para a mina é feito pelas rampas e
saídas de emergência sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que
conectam todos os níveis e áreas da mina. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de
ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar é necessária para redirecionar o
ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra. O circuito de ventilação deverá suprir o
oxigênio no subsolo, fazer a renovação contínua do ar, diluir de forma eficaz todos os gases
inflamáveis e nocivos, manter o nível de poeira, temperatura e umidade relativa do ar adequada
ao trabalho humano e ser mantido e operado de forma regular e contínua, conforme descrito na
norma NR22.24.8.
Os horários de detonação deverão ser bem planejados em relação à entrada e saída dos
funcionários, deixando uma margem de segurança de tempo suficiente para a renovação do ar no
interior da mina para o início do próximo turno de trabalho.
Conforme o estudo deste projeto de ventilação é necessário um tempo de 60 minutos após
as detonações para renovar e diluir os gases da detonação e ser permitida a entrada dos
trabalhadores. Existem diferentes áreas lavradas em ambas as minas, então a melhor estratégia
para o sistema de ventilação é criar o mínimo possível de chaminés. As diferentes chaminés
serão conectadas por uma travessa de ventilação que será utilizada exclusivamente para o retorno
do ar poluído. Os layouts podem ser vistos na Figura 21 e Figura 22.
De acordo com a NR22, toda operação subterrânea deve ter duas alternativas de acesso
para a superfície. Uma delas sendo o acesso principal e a outra a saída de emergência. Eles
devem ser separados e conectados por um acesso secundário garantindo que o fluxo não seja
interrompido se uma delas for bloqueada. Em uma operação subterrânea regular todos os acessos
devem se conectar a essas duas alternativas.
Por causa disso uma galeria de emergência foi criada em um nível estratégico que
permitirá a conexão de todas as saídas de emergência e áreas lavradas.
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Layout da ventilação Principal
Mina Arex - 2013
Vazão total: 486 m³/s
EXAUSTORES - 1 e 2
EXAUSTOR - 5
EXAUSTOR - 3
EXAUSTOR - 6
EXAUSTOR - 4
LEGENDA
Fluxo de ar limpo
Fluxo de ar Poluído
Exaustores Principais
Exaustores Principais
Exaustores - 1 e 2
Vazão unitária - 81 m³/s
Pressão - 2.0 kpa.
Motor - 260 kw
Exaustores - 3 , 4 , 5 , 6
Vazão unitária -81 m³/s
Pressão - 1.0 kpa.
Motor - 100 kw
Raise borer saída
de emergência
Ø 3,1m
Raise borer exaustão
Ø 3,1m
Raise adução
seção 3,5 x 3,5
Raise exaustão
seção 3,5 x 3,5
CIRCUITO PRINCIPAL DE VENTILAÇÃO
MINA
2013 VAZÃO
TOTAL 498 m³/s
Figura
21AMBREX
– Layout
ventilação
- Arex
Exaustores Principais
Vazão: 2 x 83 m³/s
Pressão: 2.2 KPa
Motor: 300 KW
RAISE - 7
Exaustores Principais
Vazão: 2 x 83 m³/s
Pressão: 2.2 KPa
Motor: 300 KW
Exaustores Principais
Vazão - 2 x 83 m³/s
Pressão: 2.2 KPa
Motor: 300 KW
RAISE - 1
RAISE - 6
RAISE - 4
RAISE - 2
RAISE - 5
RAISE - 3
LEGENDA
Fluxo de ar limpo
Fluxo de ar Poluído
Raise borer saída
de emergência
Ø 3,0m
Raise borer exaustão
Ø 3,0m
Raise adução
seção 3,0 x 3,0
Raise exaustão
seção 3,0 x 3,0
Figura 22 – Layout da ventilação - Ambrex
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O desenvolvimento da rampa é considerado o mais difícil em termos de ventilação, pois é
o primeiro a ser desenvolvido. Esse trabalho geralmente é feito com o auxílio de um sistema de
ventilação auxiliar, com ventiladores e dutos de PVC. A qualidade e quantidade de ar devem
atender a saúde, segurança e boas condições de trabalho de uma forma produtiva e eficiente. Os
seguintes parâmetros foram considerados para este cálculo:
 Volume de ar baseado no número total de pessoas
 Volume de ar baseado no número de equipamentos com motor a diesel que trabalhará no
desenvolvimento
 Volume de ar baseado em função da tonelagem mensal desmontada
 Velocidade mínima do fluxo de ar
Os volumes mínimos de ar segundo a NR22 para o corpo Arex variam de 118 a 369 m³/s
e no Ambrex de 147 a 443 m³/s. O sistema foi, dessa forma, dimensionado para atender a
condição mais severa, garantindo que haja ventilação constante na mina. O sistema previsto para
Arex terá uma capacidade de 486 m³/s e no Ambrex de 498 m³/s. Além disso, haverá também um
sistema de exaustores reservas para garantir a ventilação ininterrupta de ar. Esses exaustores
terão alimentação diferenciada dos exaustores em operação.
Para atender o volume de ar, serão necessários no total 6 exaustores no Arex e 6 no
Ambrex, com potência instalada de 920 kW e 1800 kW, respectivamente. A Figura 23 apresenta
uma foto ilustrativa de um exaustor principal instalado na posição horizontal.
Figura 23 – Exaustor instalado na posição horizontal (ilustração)
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Além dos exaustores principais instalados nas chaminés de ventilação, haverá também a
necessidade de instalação de ventiladores auxiliares, os quais direcionam o fluxo de ar no
subsolo para as áreas de produção, garantindo dessa forma que sempre haja ventilação nos locais
de trabalho.
3.3.11
Enchimento da mina
Com o intuito de reduzir a quantidade de rejeito e estéril a ser disposto na superfície e
aproveitar os espaços vazios gerados durante a lavra do minério, uma parte do rejeito e a quase
totalidade do estéril serão dispostos dentro das cavidades abertas pela lavra do minério. Esses
materiais serão dispostos concomitantemente ao avanço da operação da mina subterrânea, visto
que os mesmos servirão de piso para a operação da lavra.
O estéril consiste do material gerado durante a abertura das vias de acessos (galerias e
travessas). Até a abertura dos realces lavrados e início da operação de lavra do minério, esse
material será aproveitado na construção e também disposto no depósito de resíduos. O total de
estéril gerado durante toda a vida útil da mina é de aproximadamente 4 Mt.
O rejeito a ser disposto (backfill) consiste no rejeito gerado na usina proveniente da
flotação e adicionado de 2% de cimento. Essa adição de cimento servirá tanto para consolidação
do material quanto para imobilização dos sulfetos que porventura possam existir nessa polpa. A
quantidade total de backfill estimado durante toda a vida útil do empreendimento será de 12,0
Mt.
3.4 Planta Concentradora
3.4.1 Introdução
A alimentação prevista é de 1,8 Mtpa, ou aproximadamente 231,5 t/h alimentados à
planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%.
Os fluxogramas e balanços de massa apresentados foram elaborados considerando uma
planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco através de britagem
primária, secundária e terciária, moagem convencional de bolas, flotação sequencial desses
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metais com pré-flotação de talco no caso do minério stratabound1 e flotação simples de cobre no
caso do minério stringer2.
Em todos os casos é prevista a remoagem de todo ou parte dos concentrados roughers.
O circuito de flotação de cada etapa de recuperação do metal (cobre, chumbo e zinco) é
bastante similar, consistindo de uma etapa rougher, remoagem e limpeza.
Os fluxogramas de blocos apresentado a seguir representam um resumo das operações
unitárias da planta de processo.
Pátio
Estoque
Sistema
Britagens
Pilha
Moinho
bolas
Peneira Alta
Frequência
Flotação
Figura 24 – Fluxograma de blocos: Cominuição
1
Stratabound: termo utilizado para indicar determinado depósito mineral que se encontra limitado a uma
determinada camada ou estrato sedimentar. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S)
2
Stringer: termo utilizado para se refereir a veio estreito ou filamento irregular de substância mineral atravessando
uma massa rochosa. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S).
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Flotação
talco
Cominuição
Pre-Rougher
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Con
Rejeito talco
Rejeito/
Próxima Etapa
Rougher
Con
Final Con 1
Remoagem
Pre-Cleaner
Cleaner
Con
Con
Final Con 2
Cleaner
Scavenger
Con
Recleaner
Con
Final Con 3
Figura 25 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão)
Rejeito talco
Final Con
Zn, Pb ou Cu
Espessador
Rejeito Zn
ou Cu
Ciclonagem
OF
Espessador
Filtração
(prensa)
UF
Filtração
(prensa)
Filtração
(esteira)
Backfill
Pilha
rejeitos
Despacho
Figura 26 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho
As principais características para o dimensionamento da planta são apresentadas a seguir:
 Taxa de alimentação: 1,8 Mtpa
 Teores de alimentação segundo plano de produção
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 Peso específico: 3,2 t/m³
 Densidade aparente do minério britado: 1,8 t/m³
 Ângulo de repouso: 35°
 WI: 13,4/ 11,8 kWh/t (Stringer/ Stratabound)
 Eficiência operacional:
o Britagem: 75%
o Moagem e Flotação: 90%
3.4.2 Cominuição
O circuito de britagem será composto de três etapas: primária, secundária e terciária.
Caminhões transportarão o minério desde a lavra subterrânea até o pátio de estocagem de
minério, próximo à britagem da planta de concentração. O minério será despejado diretamente na
moega ou será estocado em 2 pilhas, de 16.000 m³ cada, de acordo com tipo de minério e teor, e
posteriormente retomado com pá carregadeira.
Sobre a moega de carregamento será instalada uma grelha fixa com abertura de 600 mm.
Blocos com tamanhos superiores à abertura da grelha e que ficarem retidos, serão quebrados com
um rompedor de matacos e realimentados na moega.
O minério ROM será extraído da moega de recepção a uma taxa nominal de 277,8 t/h,
por meio de um alimentador de placas, o qual alimenta uma grelha vibratória de abertura de 150
mm, de forma a já retirar da alimentação do britador os finos existentes no minério. O material
retido na grelha do alimentador vibratório alimentará o britador de mandíbulas. O produto
britado, abaixo de 150 mm, se juntará com os finos passantes na grelha do alimentador
vibratório, constituindo-se no produto da britagem. Este produto será transferido por
transportador de correia até uma pilha de grossos, o qual possui uma capacidade útil de 24 h, ou
seja 5 mil toneladas.
A retomada do minério da pilha de grossos é feita por meio de dois alimentadores do tipo
vai-vem e é descarregado em um transportador de correia que transfere o minério para uma
peneira secundária de duplo deck. A fração grossa das duas malhas de classificação (maior que
10 mm) alimenta diretamente o britador cônico, enquanto que a fração fina passa diretamente
para o transportador de correia de produto final. A descarga da britagem secundária, abaixo de
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25 mm, é enviada mediante um transportador de correia para a peneira terciária de duplo deck.
Igualmente, o minério retido na malha 10 mm é direcionado para o britador cônico terciário,
enquanto que os finos são encaminhados diretamente para o transportador de correia de produto
final. Essa etapa trabalha em circuito fechado, com o retorno do material do britador terciário na
peneira terciária.
A pilha de finos terá uma capacidade de 5 mil toneladas, equivalente a um dia de
tratamento. Essa pilha será coberta para proteger o minério das águas das chuvas. A retomada
será por um túnel localizado abaixo da pilha e que disporá de 3 janelas de descarga.
Na área da britagem também será instalado um detector e um extrator de metais para
proteger os britadores, assim como um sistema de coleta de pó.
O objetivo final do sistema de britagem é produzir 277,8 t/h de minério com um top size
de 10 mm, o qual servirá de alimentação para o moinho.
O minério, tanto stratabound quanto o stringer, com granulometria abaixo de 10 mm,
será extraído da pilha a uma taxa nominal de 231,5 t/h (base seca), por meio de três
alimentadores de correia de velocidade variável, e que alimenta o transportador de correia de
alimentação do moinho de bolas de 16,5 x 24” e 4500 HP de potência, dotado de uma balança
integradora.
A moagem será a úmido, cuja alimentação composta pela alimentação nova e a carga
circulante, será necessário regular a quantidade de água a ser adicionada para formar uma polpa
com densidade suficiente para permitir a correta moagem do minério (62 a 65% sólidos). Neste
circuito deverá haver o cuidado em adicionar água sem a presença de reagentes químicos, uma
vez que um circuito de flotação será instalado a jusante do circuito de moagem. A descarga do
moinho passa por uma bomba centrífuga, onde se adiciona mais água para levar a porcentagem
de sólidos a 58%, impulsionando a mesma para as peneiras de alta frequência.
As cinco peneiras produzem uma fração grossa que retorna para a etapa de moagem. A
fração fina é direcionada para a etapa de flotação.
O objetivo da etapa de moagem é processar a uma taxa de 231,5 t/h e produzir um
minério com granulometria de 125 micras para o stringer e 75 micras para o stratabound.
A Figura 27 apresenta um esquemático do circuito de cominuição.
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ROM
Britagem
Primária
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Britagem
Secundária
Britagem
Terciária
Pilha finos
Moagem
Para Flotação
Figura 27 – Circuito de cominuição.
3.4.3 Flotação
A flotação do Projeto Aripuanã será do tipo sequencial, ou seja, o minério alimentado na
moagem passa por 4 circuitos independentes de flotação e em sequência. O primeiro circuito é a
flotação de talco/ minerais leves (minerais portadores de magnésio), cujo principal objetivo é
remover minerais naturalmente hidrofóbicos do circuito subsequente, evitando assim, que
contaminem os concentrados sulfetados (Zn, Pb e Cu). No caso dos minérios de Aripuanã,
devido ao alto conteúdo destes minerais leves no stratabound, será necessário removê-los antes
da flotação dos sulfetos. Somente o minério stratabound será encaminhado para essa etapa de
flotação, pois no minério de stringer o baixo conteúdo de talco e alta cinética do cobre não
justificam tal remoção. As flotações subsequentes consistem na recuperação dos metais,
iniciando pelo cobre, depois o chumbo e por último o zinco.
A polpa passante nas peneiras de alta frequência irá alimentar diretamente a flotação
rougher de talco, minerais leves – não havendo necessidade de etapa de condicionamento prévio.
Nessa etapa são adicionados o espumante (MIBC – Methyl Isobutyl Carbinol) e o depressor
(metabissulfito de sódio). Essa etapa consiste em cinco células de flotação do tipo células tanque,
cada uma com 30 m³.
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O concentrado será enviado, por bomba de espuma, para filtração do rejeito (concentrado
de talco é um rejeito da planta), onde a água será recuperada e o sólido será enviado para
disposição na pilha. Este fluxo de rejeitos de minerais leves será amostrado através de
amostradores linear e Vezin, sendo a amostra gerada enviada para análise química, a qual será
usada para fechamento de produção e ajuste de processo.
O rejeito da flotação rougher de talco, que na realidade é um concentrado de zinco, cobre
e chumbo, seguirá para a próxima etapa do circuito, ou seja, a flotação de cobre.
O minério stringer de cobre contém pouco talco. Testou-se a pré-flotação de talco, mas
ocorreu uma perda razoável do mesmo. Verificou-se ser possível “reflotar” o cobre do
concentrado de talco, mas depois se verificou ser mais efetivo e recuperador simplesmente
deprimir o pouco talco presente usando CMC (Carboxy Methyl Cellulose). Portanto, o minério
moído de stringer de cobre que contém pouco talco irá iniciar sua concentração direta na etapa
de cobre. A Figura 28 apresenta uma visão esquemática dessa etapa.
Figura 28 – Circuito de flotação de talco
O rejeito da flotação rougher de talco (stratabound) ou o undersize das peneiras (quando
minério stringer estiver sendo tratado), seguirão para um tanque de condicionamento na etapa da
flotação de cobre da usina. Neste tanque, são adicionados os seguintes reagentes:
 Stringer: A3894 (coletor), MIBC (espumante) e CMC (depressor de talco)
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 Stratabound: A3894 (coletor), sulfato de zinco (depressor), metabissulfito de
sódio (depressor) e CMC (depressor de talco)
O tanque de condicionamento alimentará a flotação rougher do cobre, composta de cinco
células tanque de 40 m³ cada, sendo que o concentrado dessa etapa é bombeado para uma
remoagem. Existe a opção de uma pré-flotação, no caso do minério Stringer com alto teor de
cobre, em uma célula tanque de 20 m³, gerando um concentrado final de alto teor. O rejeito da
etapa rougher é bombeado por bomba de polpa e alimentará a flotação de chumbo (para o
Stratabound), ou é enviado para filtragem como rejeito (Stringer).
Antes da etapa de remoagem, o concentrado rougher passará por uma bateria de
hidrociclones de desaguamento, com a intenção de adequar a porcentagem de sólidos da polpa e
aumentar a eficiência do mesmo. A remoagem tem o objetivo de reduzir o tamanho das
partículas para um P80 de 30 µm (Stratabound) e 45 µm (Stringer), aumentando a liberação dos
sulfetos e permitindo uma maior recuperação na etapa de limpeza. A água retirada se juntará
com o produto remoído em um condicionador de 6 m³ de capacidade, que recebe os mesmos
produtos químicos aplicados no condicionamento da etapa rougher. A única diferença em termos
de reagentes é a adição de cal e o MIBC para o minério Stringer, com a função de regular o pH e
aumentar a formação de espuma, respectivamente. A polpa condicionada alimentará a etapa de
limpeza, que é composta por três células tanque cleaner, três scavenger do cleaner e dois
recleaner, todas com 5 m³.
A alimentação das células cleaner é a combinação da descarga do condicionador, do
rejeito da célula recleaner e o concentrado das duas células scavenger da cleaner. Os
concentrados das células cleaner se juntam e alimentam a célula recleaner. O concentrado da
recleaner é o concentrado final. O rejeito da segunda célula cleaner segue para a flotação
scavenger da cleaner, o concentrado retorna para a cleaner.
O rejeito da etapa de limpeza segue para a flotação de chumbo, juntamente com o rejeito
rougher do cobre, ou segue para filtração como rejeito final (para o minério Stringer), passando
por amostradores. Ao tratar minérios com teores mais baixos de cobre, como é o caso do minério
Stratabound, entende-se que será mais vantajoso usar o circuito sem o estágio scavenger da
cleaner. A operação dessa maneira permitirá obter concentrados com teores mais altos sem perda
significativa de recuperação.
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As densidades de polpa nas etapas de limpeza de Cu serão baixas para melhorar a retirada
de minerais de talco. O pH nas células cleaner de Cu para o minério Stringer serão elevados (em
torno de 11) para reduzir a quantidade de sulfetos ferrosos (principalmente pirrotita e pirita),
presentes no concentrado de Cu. A Figura 29 apresenta uma visão esquemática dessa etapa.
Figura 29 – Circuito de flotação de cobre
O tratamento na etapa chumbo é bem semelhante ao da etapa cobre, com alterações
apenas na quantidade de células de flotação e nos reagentes envolvidos. Essa etapa, assim como
a flotação do zinco, somente é realizada para o minério Stratabound. Os reagentes envolvidos
nessa etapa são: 3418A (coletor), sulfato de zinco (depressor), metabissulfito de sódio
(depressor), cal (regulador de pH) e CMC (depressor de talco). Serão seis células rougher (30
m³), três cleaner e duas recleaner (5 m³), com uma remoagem antes da flotação cleaner,
semelhante a do cobre. Nesse caso não há a etapa scavenger da cleaner. O rejeito cleaner pode
recircular à etapa rougher ou se juntar ao rejeito rougher de chumbo. No caso de tratamento de
minérios mais ricos de chumbo, acima de 2,5 a 3%, produz-se concentrado final numa etapa de
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pré-flotação em uma célula rougher de 20 m3. O concentrado final é obtido pelo concentrado da
célula recleaner.
O rejeito final, que alimenta a flotação de Zinco, é obtido juntando o rejeito rougher e o
rejeito cleaner. O concentrado e os rejeitos são amostrados, garantindo boa execução do
processo. A Figura 30 apresenta uma visão esquemática dessa etapa.
Figura 30 – Circuito de flotação de chumbo
O rejeito da flotação de chumbo seguirá para o condicionamento em um tanque, onde
serão adicionados os seguintes reagentes: A208 (coletor), sulfato de cobre (depressor), CMC
(depressor talco), cal (regulador de pH) e MIBC/ IF50 (espumantes). Este condicionador
alimentará a flotação rougher do zinco, composta por seis células tanque de 40 m³ cada uma,
com a possibilidade da retirada de um concentrado final da primeira célula, quando o teor do
Zinco estiver alto.
O rejeito dessa etapa segue para a etapa de filtração e disposição. O concentrado é
bombeado por meio de uma bomba de espuma e enviado para a remoagem. Antes da etapa de
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remoagem, o concentrado rougher passará por uma bateria de hidrociclones de desaguamento,
com a intenção de adequar a percentagem de sólidos da polpa e aumentar a sua eficiência. A
remoagem tem o objetivo de reduzir o tamanho das partículas para um P80 de 45µm,
aumentando a liberação dos sulfetos e permitindo uma maior recuperação na etapa de limpeza. O
produto moído se junta novamente à água em um condicionador.
A polpa do tanque se junta com o concentrado scavenger do cleaner e também com o
rejeito do recleaner, alimentando a flotação cleaner, composta de três células cleaner de 5 m³. O
rejeito do cleaner alimentará o scavenger da cleaner, o qual consiste de três células tanque de 5
m³, do qual o rejeito é enviado à filtragem e o concentrado é recirculado para a flotação cleaner.
O concentrado das cleaner será bombeado e alimentará as células recleaner de 5 m³. Seu
concentrado se junta com o concentrado da pré-flotação rougher, formando o concentrado final,
o qual é bombeado por meio de uma bomba de espuma para a filtração e despacho. A Figura 31
apresenta uma visão esquemática dessa etapa.
Figura 31 – Circuito de flotação de zinco
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3.4.4 Espessamento e Filtragem
A etapa de espessamento e filtragem pode ser dividida em duas aplicações principais:
rejeitos e concentrados. Os rejeitos gerados na etapa de flotação consistem basicamente por três
tipos: concentrado de talco, rejeito de cobre (minério Stringer) e rejeito de zinco (minério
Stratabound). Enquanto que os concentrados produzidos serão três: zinco, chumbo, e cobre.
O rejeito da flotação de cobre (Stringer) ou o rejeito da flotação de zinco (Stratabound)
passarão por amostradores e depois serão bombeados para uma bateria de 10 hidrociclones de
10” (8 operando), fazendo um corte em 18 µm. Esse equipamento será usado para separar o
rejeito da filtragem posterior em finos e grossos. A parte fina (overflow do hidrociclone) irá para
um espessador de 18 m de diâmetro para a remoção da água, cujo underflow se junta com o
rejeito do talco no tanque antes da filtração. O concentrado de talco (que na verdade é um rejeito
da usina) proveniente da flotação do minério Stratabound irá para o mesmo tanque. Desse
tanque, a polpa é então bombeada por uma bomba de polpa para ser filtrada por filtro do tipo
prensa. A água retirada será bombeada para a caixa de água recuperada que retorna para o
processo, enquanto que os sólidos, com 15% de umidade, serão enviados para disposição na
pilha de rejeitos. A parte grosseira (underflow do hidrociclone) será filtrada por filtro de esteira a
vácuo, com a opção de ser enviado para a mina na forma de backfill.
Os rejeitos produzidos nas duas etapas de filtração (filtro prensa e filtro de esteira),
depois de filtrados, serão transportados por correias para a área de armazenagem. Esse material
será retomado com o uso de pá carregadeiras e transportado via caminhões rodoviários para a
pilha de rejeitos secos. Os filtrados e o overflow do espessador serão bombeados para o pond de
água recuperada para posterior recuperação e reutilização na planta.
O único reagente utilizado nessa etapa é um floculante (BASF Magnafloc 10) que será
adicionado no espessador para aumentar a taxa de sedimentação dos sólidos.
Para os concentrados, haverá circuitos independentes para cada metal. Cada concentrado,
os quais chegam com uma percentagem de sólidos estimada em 20 a 25%, serão bombeados para
um espessador, cujo underflow seguirá para um tanque de estocagem e alimentarão dois filtros
prensas. Os espessadores são de 15 m (zinco), 12m (chumbo) e 10 m (cobre). Os filtros prensas
trabalharão em ciclos com o intuito de reduzir a umidade dos concentrados até o limite de 10%.
Uma vez completada a filtragem, o concentrado cai por gravidade em dois transportadores de
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correia e daí para uma baia, coberta e individual, que posteriormente é retomado por pácarregadeira para expedição por caminhões. A umidade retirada será enviada para a caixa de
água, onde será reutilizada na flotação. Nos transportadores de correia serão instaladas balanças
integradoras e amostradores lineares tipo vai-vem. O único produto que terá um despacho
diferenciado é o chumbo, o qual devido a suas características será enviado para um sistema de
ensacamento, que acondicionará o produto em Big Bags com capacidade de uma tonelada.
Alternativamente, o underflow da bateria de hidrociclones de rejeito será repolpado com
adição de cimento e então bombeado como material para o backfill da mina. O cimento será
recebido em caminhões e estocado em silo provido de sistema de dosagem para o tanque de
repolpamento. Estas instalações serão implantadas junto à planta de beneficiamento. Está sendo
considerada uma adição de cimento de 2% em peso. A tubulação que conduz o backfill será
instalada junto a estrada de acesso da planta às minas.
3.4.5 Sistemas de Águas Recuperadas e Nova
O sistema de águas está projetado para maximizar a recuperação e recirculação das águas.
Os fluxos provenientes do overflow do espessador de rejeitos e dos filtros de rejeito serão
bombeados para um pond de água recuperada, enterrado e revestido de manta protetora, com
capacidade de retenção para dois dias. Após tratamento com peróxido de hidrogênio, a água é
transferida, por bombeamento, para a caixa de água recuperada para processo, caixa essa feita
em concreto com uma capacidade de 600 m³, que também receberá água nova (make-up) quando
necessário.
A água coletada dos espessadores e dos filtros prensa dos concentrados serão recuperadas
e recirculadas por bombeamento para as suas respectivas flotações de zinco, cobre e chumbo, de
modo a evitar que íons deletérios presentes em solução em cada um dos fluxos venham a
interferir nas flotações.
A água nova será captada em bacia de armazenamento vizinha às instalações, a qual será
bombeada a uma taxa estimada de 260 m³/h, considerando a recirculação da água de mina, da
planta e do depósito de rejeito, para a caixa de água nova com capacidade de 800 m³. Esta água
será usada para make-up da água recuperada e para usos específicos como: alimentação da ETA
(Estação de Tratamento de Água), água de selagem das bombas, água de incêndio, selagem de
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bombas de vácuo, preparação de reagentes e pontos do circuito que necessitam de água sem
contaminações de íons em solução. Um volume de 150 m³ será reservado para a água para
prevenção de incêndios. Além disso, parte dessa água nova que também será destinada à
alimentação da ETA, tem por objetivo servir como água potável para as instalações. A
distribuição da água potável será feita por gravidade através de reservatório elevado.
3.4.6 Circuito de Preparação dos Reagentes
Aerophine 3894 (Coletor de cobre)
O coletor é um Dialkyl Thionocarbamate fornecido como produto líquido em tambores
selados de 200 l. A solução dos tambores será transferida para tanque de armazenamento. Já que
não será necessário dissolver esse produto, ele será distribuído com 100%. O coletor será
bombeado e dosado na flotação de cobre.
Aerophine 3418A e A208 (Coletor de Chumbo e Zinco)
Os sistemas de preparação dos coletores de chumbo e zinco, denominados Aerophine
3418A (Dialkyl dithiophosphinate) e A208 (Dialkyl dithiosphosphate), serão idênticos. Os
coletores são fornecidos como produtos líquidos, em tanques de 200 l. A solução é transferida
para tanques de dosagem e posteriormente dosada em tanques de solubilização, sendo a solução
preparada até atingir 10% em massa. Em seguida, essa solução é transferida para um tanque de
estocagem. Depois, o coletor será bombeado e dosado para as várias etapas de flotação através
de bombas de deslocamento positivo com velocidade variável. O Aerophine 3418A será dosado
na flotação de chumbo em diversos pontos. O A208 também será dosado em diversos estágios,
mas somente na flotação de Zinco.
Metabissulfito de sódio
O metabissulfito de sódio será fornecido em bags de 850 kg e alimentado em uma moega
de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta
moega de armazenamento, que o envia para um tanque agitador, onde a água será adicionada
para solubilizar os sólidos e ajustar a solução para a concentração em 10%, que é a mais
adequada. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente,
bombeado por meio de três bombas dosadoras de deslocamento positivo até a flotação de talco,
Cu e Pb.
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Sulfato de Cobre
O sulfato de cobre será fornecido em bags e alimentado em uma moega de
armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta
moega de armazenamento, o qual enviará o sulfato para um tanque agitador, onde a água será
adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução de CuSO4 para 10% de concentração.
A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, bombeada por
bomba dosadora de deslocamento positivo até a flotação de zinco.
Sulfato de Zinco
O sulfato de zinco será fornecido em bags de 1 t e alimentado em uma moega de
armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base desta
moega de armazenamento, o qual enviará o sulfato para um tanque agitador, onde a água será
adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução para 10% de concentração. A solução
será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente, bombeada por meio de
bombas dosadoras de deslocamento positivo até as flotações de cobre e chumbo.
MIBC e IF50 (espumante)
Tanto o espumante MIBC (Methyl Isobutyl Carbinol) quanto o IF50 (Triethoxybutane)
serão fornecidos em tambores de 200 l ou containers de 1.000 l na forma líquida. Os espumantes
serão bombeados por uma bomba de transferência até seus respectivos tanques de estocagem e
distribuição, onde será instalado um banco de bombas peristálticas de deslocamento positivo, em
um sistema múltiplo, de modo que as bombas possam ser alternadas conforme a necessidade. O
espumante será dosado em linhas individuais para as várias etapas de flotação do
beneficiamento. O espumante MIBC será adicionado sempre que for necessário manter a
estabilidade da espuma em todas as etapas de flotação, enquanto que o espumante IF50 será
adicionado somente na etapa zinco.
CMC
O CMC (Carboxy Methyl Cellulose) será fornecido em bags de 1 t e alimentado em uma
moega de armazenamento. Será utilizado um alimentador-dosador de rosca, localizado na base
desta moega de armazenamento, o qual enviará o CMC para um tanque agitador, onde a água
será adicionada para solubilizar os sólidos e ajustar a solução de CMC para 10% de
concentração. A solução será transferida para um tanque de armazenamento e, posteriormente,
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bombeada por meio de bombas dosadoras de deslocamento positivo até as flotações de cobre,
chumbo e zinco.
Cal Hidratada
A cal hidratada será fornecida por caminhão graneleiro e transportado até os silos de
estocagem por meio de transporte pneumático. Todo o pó gerado durante a transferência será
coletado por sistema de desempoeiramento constituído de exaustores e filtros de manga.
Posteriormente, a cal será transferida para o tanque misturador através de uma válvula rotativa
acoplada a um alimentador com dosador de rosca. O tanque agitador que mistura a cal será
coberto e a água que será adicionada para produzir o leite de cal terá cerca de 10 a 15% de
sólidos de concentração. A cal circulará pela planta, em circuito fechado com o tanque, por meio
de bomba centrífuga. A cal será dosada nas diversas etapas do processo através de válvulas de
controle.
Cimento
O cimento a ser adicionado na polpa do backfill será fornecido por caminhão graneleiro e
transportado até os silos de estocagem, por meio de transporte pneumático. Todo o pó gerado
durante a transferência será coletado por sistema de desempoeiramento constituído de exaustores
e filtros de manga. Posteriormente, o cimento será transferido para o tanque de repolpamento do
backfill através de uma válvula rotativa acoplada a um alimentador dosador de rosca e
alimentado ao tanque agitador misturador de polpa, e que será bombeado para a mina por meio
de uma tubulação que acompanhará a estrada de acesso da mina para a planta.
Floculante
O floculante a ser utilizado será o Magnafloc 10 e será entregue na forma sólida e em
sacos selados de 25 kg. Depois, será transferido para a moega de armazenamento de floculante e
enviado, via alimentador de rosca, para o tanque-agitador de preparação da solução a 1%. A
solução será bombeada e transferida para um tanque de armazenamento e daí bombeada e dosada
através de bomba peristáltica de deslocamento positivo para o espessador.
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3.4.7 Sistemas de Ar Comprimido
Os sistemas de ar comprimido, para os filtros prensa, serão dedicados para cada material
a ser filtrado (rejeitos, concentrados de chumbo, cobre e zinco – dois filtros para cada fluxo), ou
seja, cada filtragem tem um ou mais compressores próprios, com um reserva. Esses
compressores serão de parafuso, refrigerados a ar, isento de óleo, a uma pressão de 7 kgf/cm2.
Para o laboratório será instalado um compressor exclusivo, de pequeno porte, sem reserva
e gerando ar seco e isento de óleo.
Para o ar de serviço e de instrumentação da planta de beneficiamento e oficina serão
instalados compressores de parafuso (um reserva), com ar seco e isento de óleo.
Para a etapa de flotação (células tanque), que necessitam de ar a baixa pressão, próximo
de 0,4 kgf/cm², serão instalados sopradores dedicados, com um reserva. Esse ar deve ser isento
de óleo.
3.4.8 Sistema de Abatimento de Pó
Está previsto sistema de abatimento de pó para o sistema de britagem (primária,
secundária e terciária), composto basicamente de uma unidade central contendo sistemas de
bombeamento e filtragem, além de tubulação e bicos spray.
3.4.9 Drenagens
A unidade possuirá uma planta atualizada da configuração do sistema de drenagem,
disponibilizada em toda a área operacional. Além disso, serão estabelecidos procedimentos
operacionais e/ou planos de emergência para a operacionalização desse sistema. Estão previstas
as seguintes drenagens, individualizadas:
Drenagem de processo: Drenagem restrita as áreas dos prédios das instalações de
processo das unidades operacionais. Tem por objetivo conter vazamentos e transbordamentos
que possam ocorrer durante o desenvolvimento das atividades e processos. O efluente captado
por essa drenagem retorna ao próprio processo produtivo.
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Drenagem industrial: Drenagem restrita as áreas de acesso dentro da unidade industrial
e áreas de atendimento a portaria, que podem ser atingidas por vazamentos oriundos das
tubulações e suas estruturas de sustentação (pipe racks), transportes de cargas, etc, ou seja, que
contenham algum tipo de contaminação e que demande tratamento antes do descarte no
ambiente. Essa drenagem deve ser interligada à drenagem de emergência e/ou à estação de
tratamento de efluentes. Além disso, na oficina e nas áreas onde haverá efluentes industriais, será
instalado um sistema de separação de água, óleos e graxas, de acordo com a legislação vigente.
Drenagem pluvial: Sistema de drenagem que capta as águas das chuvas que precipitam
em áreas onde não há possibilidade de contaminação, podendo assim ser descartadas na rede
hidrográfica, sem tratamento.
Drenagem de emergência: Sistema de drenagem que tem por objetivo controlar uma
situação de emergência, que envolva efluentes líquidos e drenagem industrial, instalada em local
apropriado, de forma a não permitir a poluição da rede de drenagem local. Essa drenagem
controla descargas de efluentes não previstos no processo, que se caracterizam como uma
situação de emergência.
3.4.10
Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)
Estação de Tratamento de Efluentes Industriais
Será implantada uma estação de tratamento de efluentes industriais para atender a planta
de beneficiamento e a pilha de rejeitos, cujas especificidades e detalhamentos estão em fase de
projeto conceitual.
Estação de Tratamento de Efluentes Domésticos
A estação compacta de tratamento de efluentes sanitários é um sistema modular para
tratamento biológico de águas servidas (esgoto). Sua aplicação é recomendada para residências,
edifícios e condomínios residenciais, indústrias (carga orgânica de refeitórios e banheiros),
parques, casas de praia, chácaras, sítios, fazendas e outras situações em que não haja
atendimento por uma rede pública de esgoto. A estação é indicada também para quem deseja
fazer o reuso da água tratada, no próprio ambiente, para funções que não exigem água potável
como: descarga em vasos sanitários, lavagem de piso e veículos, regas de jardim, etc.
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Essa estação realizará tratamento de caráter biológico, associando etapas anaeróbias (com
a ausência de oxigênio) e aeróbias (com a presença do oxigênio), através das quais ocorre a
descontaminação do efluente.
A carga orgânica contida na água servida é removida pela ação de micro-organismos
eficientes (bactérias), eliminando patógenos que possam causar doenças e contaminar o lençol
freático por infiltração no solo. A ação desses micro-organismos permite que a água devolvida
ao meio ambiente recupere sua transparência, não apresentando turbidez ou odores e não
oferecendo riscos à saúde e à natureza. Esta água assim tratada pode mesmo ser armazenada e
reutilizada para fins não potáveis.
O sistema compacto de tratamento de efluentes, ou “ETE Compacta” permite a
despoluição e o reaproveitamento das águas de efluentes, atendendo pequenas vazões com
economia de espaço. A despoluição da água segue etapas para retirada dos compostos orgânicos
e inorgânicos que causam poluição ao meio ambiente como rios, lagos, mar e lençol freático.
Os principais poluentes tratados são: (1) material orgânico com presença de carbono na
estrutura que vai causar a falta de oxigênio aos organismos aquáticos; (2) material orgânico com
presença de nitrogênio e fósforo que facilitam o desenvolvimento das algas verdes responsáveis
pela ação da aparência dos corpos de água e da potabilidade.
No processo de tratamento o carbono orgânico é oxidado e transformado em gás
carbônico (CO2), enquanto que a amônia (N-NH4) e o nitrato (NO3) são transformados em
nitrogênio gasoso (N2), ambos liberados na atmosfera. Outro problema de poluição são os microorganismos que podem causar epidemias. Para este tratamento específico se emprega o cloro ou
os sistemas de radiação ultravioleta.
O sistema de tratamento de água inclui um pré-tratamento com grade, caixa de areia,
caixa de gordura, fossa séptica e peneira ou flotação. Normalmente, na sequência, se o sistema
for aeróbio, vem a câmera de aeração/digestão. Uma ETE Compacta com base em reatores
aeróbio necessita de fornecimento de oxigênio para permitir o desenvolvimento de organismos
aeróbicos (lodo ativado) e sua decantação posterior. A água, na sequência, pode ser desinfetada
por cloração, ozonização ou radiação UV e reusada ou lançada no meio ambiente.
As etapas do tratamento são:
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 Entrada do efluente por um difusor de entrada, com quebra de sólidos e redução
da velocidade do fluxo de entrada, evitando a turbulência do material já
depositado;
 No tanque séptico ocorre a decantação dos materiais pesados no fundo e a
flutuação dos leves na parte superior. Esta separação leva à formação de uma
estratificação com uma região de lodo ao fundo, uma região de depuração no
centro e uma área de materiais flutuantes na superior;
 A saída do efluente passa por um pré-filtro de saída preenchido com brita número
03, cuja função é impedir a saída de sólidos flutuantes;
 Uma caixa de passagem e inspeção entre o tanque séptico e os filtros biológicos
septo-difusores facilita a distribuição do efluente entre os mesmos;
 Passagem do efluente pelo filtro anaeróbio onde ocorre o tratamento pela sua
filtragem lenta através do processo de colmatagem do geotêxtil contido no sistema
e subsequente descolmatagem bacteriana;
 O efluente tratado poderá, então, infiltrar no solo, ser coletado e conduzido a um
corpo receptor ou ser reaproveitado para uso em lavagem de pisos e veículos, rega
de jardins, descarga em vasos sanitários ou reuso industrial. A eficiência do
sistema é da ordem de 94 a 98% (abatimento do DBO – demanda bioquímica de
oxigênio).
3.5 Pilha de Rejeitos
3.5.1 Introdução
O projeto do depósito de rejeitos com empilhamento a seco foi preparado tendo como
referência os critérios comumente utilizados na indústria de mineração e na experiência da
BVP/Anddes neste tipo de projetos. Estão incluídas atividades como desmatamento da
vegetação, a remoção de material inadequado, instalação do sistema de subdrenagem,
nivelamento da superfície, instalação do sistema de revestimento, instalação do sistema de coleta
de águas residuais e os ponds de subdrenagem e efluentes. É ainda parte integrante do projeto o
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caminho perimetral e o sistema de coleta de águas superficiais com sua descarga no pond de
raincoat. A Figura 32 apresenta o croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos, que
no Anexo 5 também é apresentado no layout juntamente com o arranjo das instalações
projetadas.
Figura 32 – Vista em planta da pilha de rejeitos na sua configuração final.
3.5.2 Depósito de Rejeitos Secos
O depósito foi dimensionado para a disposição de rejeitos filtrados ("secos") da usina de
flotação processados na planta de filtração.
O depósito se localiza em vertentes de colinas amplas, cujos terrenos pouco declivosos
são recortados por dois cursos d’água, situados nas poções norte, leste e sul, e que praticamente
funcionam como elementos delimitadores da área de depósito de rejeito a seco como um todo.
A área do depósito de rejeitos a seco é de 23,3 ha aproximadamente. A área total
incluindo os acessos perimetrais é de 27,3 ha. A configuração do empilhamento proposto
considera uma altura máxima de aproximadamente 57 m acima da superfície revestida com
geomembrana, cada camada de rejeito seco será de 6 m de altura média, com talude de camada
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de 1H:1V, feita com bermas de 12 m de comprimento, levando com esta configuração uma
inclinação de 3H:1V.
A capacidade total do empilhamento é de 11,3 Mt, o que é equivalente a 5,1 Mm³ de
rejeitos secos. No Anexo 5 são mostrados os detalhes da disposição dos rejeitos secos.
Como a quase totalidade da área de construção do depósito de rejeitos secos é constituída
praticamente por pastagem plantada, essa cobertura vegetal deverá ser totalmente removida.
Além disso, deverão ser também removidos todos os remanescentes de vegetação
florestal, inclusive árvores isoladas, tocos e troncos.
Na área toda do depósito, incluindo os acessos perimetrais, está prevista a remoção de
materiais impróprios para fundação, o qual inclui a remoção da camada superficial do solo.
O depósito de rejeito a seco terá um sistema de subdrenagem, a fim de capturar as
possíveis vazões de águas subterrâneas embaixo do revestimento do depósito. O sistema de
subdrenagem também atuará como um sistema de detecção de fugas, no caso desta ocorrer
através do sistema de revestimento de geomembrana do depósito.
O sistema de subdrenagem vai consistir em tubulações perfuradas de HDPE (Highdensity Polyethylene, ou PEAD – polietileno de alta densidade) de parede dupla (exterior
corrugado e interior liso) de 450, 300 e 100 mm de diâmetro. As tubulações serão colocadas em
uma trincheira preenchida com pedregulho para facilitar a drenagem. As trincheiras serão de 600
mm de profundidade (mínimo) e largura variável de acordo com o diâmetro da tubulação, sendo
o interior da trincheira preenchido com pedregulho para drenagem.
No caso de vazamentos de água irregulares encontrados durante a construção não
identificados durante a fase de investigação de campo, vai ser necessária a instalação de
subdrenos secundários adicionais. A localização final dos subdrenos será determinada em campo
durante a construção, após se ter definido o nível da fundação, e antes de iniciar os trabalhos de
preenchimento para o nivelamento do depósito de rejeitos secos.
O sistema de subdrenagem descarregará as vazões das águas subterrâneas em 3 ponds
estrategicamente localizados no entorno da pilha de rejeitos, com 1.000 m3 de capacidade cada,
onde a água será monitorada, recirculada e, caso necessário o descarte, se detectada a presença
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de qualquer elemento contaminante, deverá ser tratada antes de ser lançada para talvegues
existentes nas proximidades.
Após a remoção do material inadequado e construção do sistema de subdrenagem, será
realizado o nivelamento da área de depósito de rejeitos a seco, que consistirá no corte e aterro
para a formação de uma boa plataforma. O nivelamento da superfície inclui também a
terraplanagem necessária para formar o caminho perimetral.
Após o nivelamento, é prevista a colocação de uma camada de 300 mm de solo de baixa
permeabilidade ou revestimento do solo, com uma permeabilidade menor do que 5x10-6cm/s. O
solo de baixa permeabilidade deve ser condicionado com a umidade ótima e compactado até
atingir 95% da densidade relativa do Proctor normal.
Devido à natureza do solo residual do local do projeto, é possível que ele atinja a
permeabilidade mínima requerida, a ser comprovada com ensaios laboratoriais na próxima fase
do projeto, e será necessário somente a escarificação da superfície do solo após o nivelamento e
a compactação como indicado acima.
De modo a impermeabilizar a base do depósito de rejeitos secos será colocado sobre o
solo de baixa permeabilidade um sistema de revestimento simples com geomembrana de
polietileno de baixa densidade linear (LLDPE) texturizado numa só face (SST) de 1,5 mm
espessura. A instalação da geomembrana de LLDPE será mantida tendo a face texturizada em
contato com o solo de baixa permeabilidade, para melhorar a resistência ao cisalhamento desta
interface. A geomembrana deverá ser instalada por profissionais altamente qualificados e deverá
ser supervisionada por uma equipe de garantia de qualidade (CQA), formada por engenheiros e
técnicos com ampla experiência na instalação de sistemas similares em outros projetos de
mineração. A área aproximada de geomembrana LLDPE é de 258.365 m2 para o depósito de
rejeitos secos.
O efluente produzido pela infiltração da água de chuva na superfície do depósito de
rejeitos seco será recolhido pelo sistema de tubulações perfuradas de HDPE de parede dupla.
Serão utilizados tubos de 100 e 300 mm de diâmetro, os quais reportarão a tubulações primárias
de 450 mm de diâmetro. As tubulações primárias serão localizadas nos pontos baixos e são do
tipo perfurado de polietileno de alta densidade (HDPE), com exterior corrugado e parede interior
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lisa. A vazão recolhida irá ser transportada e armazenada no pond de efluentes, com capacidade
de 20.000 m3, que está localizado imediatamente a jusante da base do depósito de rejeitos secos.
As vazões das águas das chuvas na área do depósito de rejeitos e que não infiltrarão
devido à colocação de coberturas impermeáveis ou raincoats, serão coletadas pelo canal formado
entre o depósito de rejeitos e o acesso perimetral. A vazão recolhida vai ser transportada e
armazenada no pond raincoat com capacidade de 10.000 m3, e estará localizado imediatamente a
jusante da base do depósito de rejeitos.
3.5.3 Ponds de Subdrenagem
Os ponds de subdrenagem foram projetados para armazenar as vazões do sistema de
subdrenagem e, posteriormente, serem monitorados. As vazões do sistema de subdrenagem serão
conduzidas por gravidade por uma tubulação sólida de HDPE SDR 21 de 450 mm de diâmetro.
No total foram projetadas 3 ponds de subdrenagem, sendo cada um com capacidade de 1.000 m3,
estrategicamente localizadas ao redor do depósito de rejeitos secos. Os ponds têm borda livre de
1,0 m, medidos a partir do fundo do pond e sem considerar as bermas de segurança. O pond será
construído com taludes internos de 1,5H:1V. Os ponds terão sistemas de revestimentos
constituídos por uma camada de GCL (revestimento geosintético de argila) e de uma
geomembrana SST de HDPE de 1,5 mm, colocada sobre o nível da superfície de cada pond.
Finalmente, será implantado um caminho de acesso ao redor do perímetro dos ponds de 2,2 m de
largura efetiva, a ser usado para a instalação dos geossintéticos durante a construção, e, mais
tarde, como caminho de inspeção durante o funcionamento do empreendimento. Haverá também,
a construção de uma berma de segurança em torno da borda de cada pond de 0,60 m de altura e
taludes de 1,5H:1V.
Os ponds de subdrenagem terão um sistema de revestimento duplo que será colocado
sobre uma camada de GCL. Esse sistema é constituído por um revestimento primário de
geomembrana de polietileno SST de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem
para os revestimentos de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 50
mm de largura.
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3.5.4 Pond de Coleta de Efluentes
O pond de coleta de efluentes foi projetado para armazenar as vazões do sistema de coleta
de efluentes, as quais serão transportadas por gravidade por tubulação sólida de HDPE SDR 21
de 450 mm de diâmetro. O pond de efluentes terá capacidade de 20.000 m3, localizado na parte
inferior do depósito de rejeitos secos, e será configurado com taludes interiores de 1,5H:1V, com
bordo livre de 1,0 m. O pond terá um sistema de revestimento constituído por uma camada de
GCL e de uma geomembrana SST de HDPE de 1,5 mm, colocada sobre o nível da superfície do
pond. Finalmente, será implantado um caminho de acesso ao redor do perímetro do pond de 2,2
m de largura efetivo, a ser usado para a instalação dos geossintéticos na construção e mais tarde
como caminho de inspeção durante o funcionamento dele. Foi também considerada a construção
de uma berma de segurança em torno da borda do pond de 0,60 m de altura e taludes de
1,5H:1V.
O pond de coleta de efluentes terá um sistema de revestimento que será colocado sobre
uma camada de GCL, a que será colocada sobre a superfície nivelada do pond. O sistema de
revestimento é constituído por um revestimento de geomembrana de polietileno lisa de HDPE de
1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e GCL
terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura.
3.5.5 Pond de Raincoat
O pond de raincoat foi projetado para armazenar as vazões a partir do sistema de coleta
de águas superficiais. As vazões deste sistema serão transportadas por gravidade por uma
tubulação sólida de HDPE SDR 21 de 450 mm de diâmetro. Esse pond terá capacidade de
10.000 m3, localizado na parte inferior do depósito de rejeitos secos, com configuração dos
taludes interiores 1,5H:1V, e também, terá bordo livre de 1,0 m, medido a partir do fundo do
pond, sem considerar as bermas de segurança. O pond terá um sistema de revestimento
constituído por uma camada de GCL e de uma geomembrana SST de LLDPE de 2,0 mm, a que
será colocada sobre o nível da superfície do pond. Além disso, terá um caminho de acesso ao
redor do perímetro do pond de 4 m de largura efetivo, a ser usado para a instalação dos
geossintéticos durante a construção, e, posteriormente, como caminho de inspeção. Haverá ainda
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a construção de uma berma de segurança em torno da borda do pond de 0,60 m de altura e
taludes de 1,5H:1V.
O pond de raincoat terá um sistema de revestimento que será colocado sobre uma
camada de GCL. Esse sistema é constituído por um revestimento de geomembrana lisa de
polietileno de HDPE de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos
de geomembrana e GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura.
3.5.6 Vias de Acesso
No projeto do depósito de rejeitos secos está prevista a implantação de um caminho de
acesso ao redor do perímetro da pilha toda, a fim de proporcionar condições adequadas de
tráfego durante a construção e operação. Também o caminho funcionará como barragem de
retenção das vazões superficiais, que serão conduzidos por gravidade ao pond de raincoat. O
caminho perimetral para o tráfego de veículos tem um comprimento horizontal de quase 2,1 km,
e está em todo seu alinhamento aterrado com uma altura média de 2,0 m. Esse caminho terá 6,0
m de largura, com talude de aterro de 1H:1V e 2,5H:1V para os taludes exteriores e interiores ao
depósito de rejeitos secos, respectivamente. A inclinação máxima é de 6%, com um raio de
curvatura mínimo de 30 m.
3.6 Barragem de Água
3.6.1 Descrição
A barragem de água será utilizada para suprir de água nova necessária à planta
concentradora. De maneira geral, essa barragem será implantada em maciço de solo compactado
com sistema de drenagem interna típico e sistema extravasor do tipo soleira delgada. O
vertedouro terá seção retangular em concreto armado e com uma bacia de dissipação e
lançamento final em um canal de restituição confeccionado em enrocamento.
O aterro do barramento será formado a partir da compactação (a 98% de Proctor Normal)
de solos de composição argilosa, do tipo CL e/ou ML, segundo o Sistema Unificado de
Classificação dos Solos (SUCS), com quantidade de pedregulhos inferior a 10%. Os coeficientes
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de permeabilidade dos maciços deverão ser inferior a 1x10-5cm/s. Para o controle das
percolações foi concebido um sistema de drenagem interno típico constituído por um filtro
vertical de areia ligado a um tapete drenante horizontal do tipo sanduíche composta por uma
sequencia areia/brita/areia. É importante lembrar que a areia se prestará apenas como um
elemento de transição entre a matriz drenante e o aterro/fundação da barragem, impedindo que
ocorra a colmatação (“entupimento”) dos vazios do elemento drenante (brita) pelo arraste de
partículas finas tanto do solo quanto do aterro. A drenagem interna conecta-se a um dreno de pé
do barramento constituído por enrocamento e transições, na região do leito do rio.
Os taludes de jusante obedecem a uma geometria típica para estruturas dessa natureza,
apresentando inclinação de 27° (2H:1V), 10 m de altura e berma com largura de 4,0 m. A
proteção superficial será feita por um revestimento constituído, de preferência, por grama
plantada pelo processo de placas. Particulariza-se nesse caso a crista da barragem, que será
estabelecida como acesso dos veículos e equipamentos, projetada com uma largura de 10 m.
Já o espaldar de montante apresentará inclinação de 2H:1V, com a instalação de proteção
do tipo “rip-rap” para proteger contra eventuais embates de ondas e erosão (pela ação da água
acumulada no reservatório). Vale ressaltar que tal proteção deve se estender por toda a face do
talude de montante.
É necessário destacar ainda, que a respeito da seção típica em proposição, a transição e o
filtro conceituado até então podem sofrer, respectivamente, alterações na sua granulometria e
espessura, em função dos resultados dos ensaios de caracterização dos materiais de fundação e
do aterro, que serão realizados na fase de projeto executivo. O Quadro 11, apresenta a
caracterização da Barragem de Água.
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ELEMENTO
Quadro 11 – Quadro descritivo da barragem de água.
ATRIBUTOS
Tipo de Seção:
Seção Homogênea em solo compactado
3
Maciço (aterro)
Crista
Talude de Montante
Talude(s) de Jusante
Drenagem Interna
Volume (m ):
Vtotal: 72000
Transição
Composta por camadas de areia, transicionando do
aterro e fundação para o dreno horizontal de brita.
Altura Máxima (m):
12,0
Elevação (m):
147,0
Largura (m):
10,0 (se prestará como acesso local)
Comprimento (m):
~385
Inclinação:
2H:1V (27°)
Proteção:
Com “rip-rap”
Altura dos Bancos (m):
10
Inclinação (global):
~24°
Inclinação (face):
2H:1V (27°)
Largura Berma (m)
5,0
Proteção:
Gramíneas
Tipo/Dimensões
Dreno vertical em areia conectado a tapete horizontal
tipo “sanduíche” (areia/brita/areia).
Dreno de Pé:
Constituído por enrocamento e transições
Elevação NA normal (m)
145,00
Elevação NAmax maximorum (m)
146,71
3
Reservatório
Sistema Extravasor
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Volume até a soleira (m )
1.284.689,99
Volume de amortecimento
(m³)
921.076,0
Área de Inundação (m2)
375.915,0
Tipo
Soleira Delgada
Material
Concreto Armado
Largura do Emboque do
Vertedouro (m)
3,00
Altura do Emboque do
Vertedouro (m)
2,00
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3.6.2 Sequência Construtiva
A sequência geral construtiva da barragem de água está apresentada a seguir,
exemplificando as operações básicas que compõem as etapas de sua construção.
Inicio das Escavações
 Limpeza e escavação do Sistema Extravasor
 Implantação do Sistema Extravasor
 Simultaneamente às atividades de terraplenagem na área do Sistema Extravasor
deverão ser executadas as atividades de limpeza escavação do sistema de desvio
 Limpeza e escavação na região das ombreiras do reservatório
Término das Escavações e Início da Construção dos Maciços
 Conclusão do tratamento das fundações da barragem
 Execução de cortina de injeção, quando necessária
 Início da compactação do aterro do barramento3
 Concomitantemente à
construção
do maciço, implantar o projeto de
instrumentação
Conclusão dos Maciços Compactados
 Conclusão do aterro compactado
 Conclusão da instalação dos instrumentos
 Desativação do sistema de desvio
 Implantação da drenagem superficial
 Plantio de grama
3.6.3 Acessos
Para concepção dos acessos, sejam aqueles destinados a viabilizar as operações de
construção do barramento (acesso construtivo) ou aqueles de caráter definitivo que possibilitará
3
NOTA: O maciço da barragem de água poderá ser construído, com material oriundo da jazida pré-estabelecida, ou
proveniente de escavações obrigatórias (ex. canal do extravasor), que estejam disponíveis nas áreas mais próximas e
que obviamente sejam adequados para utilização como materiais de empréstimo.
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as operações de vigilância e manutenção preventiva da estrutura (acessos definitivos), foram
adotadas as seguintes premissas:
 Redução da área impactada (desmate) pelo aproveitamento máximo daqueles
acessos já existentes na área, priorizando a definição do traçado em áreas de
pastagem;
 Aspectos geométricos (inclinação longitudinal e transversal máxima, raio de
curvatura mínimo e largura das vias) que atendam aos propósitos da Mineração
Dardanelos Ltda, além das inclinações dos taludes de corte e aterro que garantam
adequadas estabilidade física em função do material (ou seja, coeficiente de
segurança igual ou superior a 1,5);
 Acessos definitivos à Barragem serão projetados em função da logística de
acessos futuros da mina;
 Implantação de sistema de drenagem superficial para disciplinamento dos
excedentes hídricos superficiais e proteção vegetal dos taludes de corte e aterros
necessários à construção dos acessos, visando prevenir o desenvolvimento de
processos erosivos.
3.7 Depósito Temporal de Rejeitos
3.7.1 Introdução
O depósito temporal de rejeitos foi considerado neste layout baseado na necessidade de
dispor de uma área temporal habilitada para a colocação de rejeitos durante a época de chuvas,
pois o processo de conformação da pilha de rejeitos durante a temporada de chuvas pode
diminuir sua eficiência e também para servir como um depósito emergencial quando houver
qualquer evento que impossibilite uma adequada conformação da pilha de rejeitos, garantindo
maior segurança operacional.
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Figura 33 – Vista em planta do Deposito de Rejeitos Temporal.
A área do depósito temporal é de 5,6 ha aproximadamente. A área total incluindo os
acessos perimetrais é de 5,7 ha. A configuração do depósito temporal considera um dique
perimetral de 5m de altura, com crista de 6m de comprimento considerando uma inclinação dos
taludes jusante e montante de 2H:1V o que conformam um volume de 24.154 m³ de material
compactado para um volume de rejeitos secos de 360.000 m³ de capacidade.
A totalidade da área de construção do depósito de rejeitos secos é constituída
praticamente por pastagem plantada, essa cobertura vegetal deverá ser totalmente removida.
Deverão ser também removidos árvores isoladas, tocos e troncos. Todo material inadequado para
fundação, incluindo o solo orgânico, será removido.
O depósito temporal terá um sistema de coleta de efluentes por gravidade, localizado no
interior do próprio depósito, onde serão tratados para recirculação no processo de
beneficiamento.
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A superfície topográfica do terreno natural será aproveitada para atingir uma inclinação
adequada do depósito que facilite a drenagem das águas coletadas ate o sistema interior de coleta
de águas.
O sistema de coleta de efluentes do depósito temporal de rejeitos incluirá um Pond de
coleta e terá um sistema de revestimento que será colocado sobre uma camada de GCL na
superfície nivelada. O revestimento é constituído por geomembrana de polietileno lisa de HDPE
de 1,5 mm de espessura. A trincheira de ancoragem para os revestimentos de geomembrana e
GCL terá como mínimo 600 mm de profundidade e 500 mm de largura.
Após o nivelamento, é prevista a colocação de uma camada de 300 mm de solo de baixa
permeabilidade ou revestimento do solo, com uma permeabilidade menor do que 5x10-6cm/s. O
solo de baixa permeabilidade deve ser condicionado com a umidade ótima e compactado até
atingir 95% da densidade relativa do Proctor normal.
3.8 Áreas de Apoio e Administrativas
As áreas de Apoio e Administrativas mostradas no layout geral do Plano Diretor (Anexo
2), estão a seguir descritas de forma resumida.
3.8.1 Área Administrativa
Portaria
A portaria contempla espaços para vigilância, sala de espera, crachás/identificação,
segurança patrimonial, treinamento, copa, instalações sanitárias femininas e masculinas e uma
área com catracas e cancelas para controlar e registrar o acesso das pessoas e carros. O prédio
possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com
chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico
nas paredes. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura
será em telha trapezoidal de alumínio e a laje aparente impermeabilizada. A laje interna do teto é
pintada com tinta látex acrílica.
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Apoio motorista
O apoio caminhoneiro contempla espaços para sala de televisão, vestiários feminino e
masculino, varanda e área com tanque. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente,
alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas
áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o teto e no piso. O piso interno
será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal
de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica.
Controle de Balança
O controle da balança contempla espaços para sala de controle, fiscalização e instalação
sanitária. O mesmo se edifica em um nível elevado de modo a possibilitar o contato com o
motorista do caminhão. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria
externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas
molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o teto. O piso interno será em cerâmica
e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje
pintada com tinta látex acrílica.
Escritório administrativo
O escritório administrativo contempla uma ampla área com estações de trabalho, sala de
reunião, treinamento, arquivo, impressoras e plotter, copa e instalações sanitárias femininas e
masculinas. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco
de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm
revestimento cerâmico nas paredes e no piso. O piso interno será de vinílico e o piso externo em
concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e forro em PVC, exceto nas
instalações sanitárias que possui laje pintada com tinta látex acrílica.
Restaurante
O restaurante possui espaços para as atividades de cocção dos alimentos, pré-preparo de
vegetais, massas, lanches, cereais e carnes, câmara frigorífica, despensa, depósito de
descartáveis, nutricionista, higienização de panelas e bandejas, salão de refeitório para 140
pessoas e uma área de apoio com câmara para lixo úmido e seco, vestiário feminino e masculino,
depósito de material de limpeza e caixas, sala de ar-condicionado e compressores, depósito de
gás. O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de
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concreto, com chapisco, emboço, reboco e cerâmica até o teto, exceto nas áreas externas,
estoque, sala de ar condicionado e compressores e administrativa que possui pintura. O piso
interno será em cerâmica e o piso externo em concreto áspero. A cobertura será em telha
trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica.
Vestiário / Terminal Rodoviário
O terminal rodoviário contempla áreas para embarque e desembarque de pessoas,
almoxarifado, serviços gerais e vestiário. O vestiário é dimensionado para 436 pessoas,
considerando que 20% são do sexo feminino e 80% masculino. O prédio possui estrutura em
concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço,
reboco e pintura na área externa e revestimento cerâmico até o teto nas paredes internas, exceto
no almoxarifado e serviços gerais. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto
liso. No vestiário, as divisórias serão em ardósia e as portas das cabines em MFD. Os lavatórios
são suspensos e os mictórios individuais, sendo todas as louças brancas. A cobertura será em
telha trapezoidal de alumínio e a laje pintada com tinta látex acrílica.
Posto Médico
O posto médico contempla áreas para recepção, observação, curativos, consultório
médico, farmácia, esterilização, expurgo, cozinha, depósito de material de limpeza e instalação
sanitária feminina e masculina. Além disso, o posto possuirá área isolada para resíduos médicos.
O prédio possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto,
com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento
cerâmico até o teto nas paredes. O piso interno será em cerâmica e o piso externo em concreto
áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica.
Almoxarifado
O almoxarifado contempla áreas abertas e fechadas para estoque de material e escritório
com salas, arquivo, copa e instalações sanitárias femininas e masculinas. O prédio possui
estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço,
reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes até o
teto. O piso interno do escritório será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero.
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Depósito de Produtos Químicos
O depósito de produtos químicos contempla área para armazenagem de produtos
químicos. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto,
com pintura. O piso interno será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero. A
cobertura será em telha trapezoidal de alumínio. A estrutura também deverá contar com sistema
de coleta para em caso de derramamentos, conectado a caixa de coleta. Devem ser consideradas
a separação dos produtos que possuem incompatibilidade química e proteção a intempéries
Laboratório
O laboratório é dividido em duas áreas, sendo estas: química e física. A área química
contempla via úmida, balança, ICP-OES, FRX, muflas, lavagem de vidrarias, estocagem de
reagentes, coordenação e supervisão. A área física contempla espaços para preparação,
recebimento e arquivo de amostras, cadastro e emissão, almoxarifado e instalações sanitária
masculina e feminina. Na mesma edificação possui instalações de apoio como sala de reunião,
copa e vestiário feminino e masculino. Na área anexa ao laboratório foi instalada uma central de
gases, compressores e ar condicionado. A edificação possui estrutura em concreto armado
aparente, na área química e estrutura metálica, na área física, os fechamentos são alvenaria
externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto as instalações
sanitárias que terão revestimento cerâmico até o teto nas paredes. O piso interno será em
concreto liso, no externo em concreto áspero e nos vestiários revestimento em cerâmica. A
cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica.
Galpão de Testemunho
O galpão de testemunho contempla áreas para armazenagem de amostras, almoxarifado e
instalações sanitária feminina e masculina. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria
externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas
molhadas que têm revestimento cerâmico até o teto nas paredes e no piso. O piso interno será em
concreto liso e o externo em concreto áspero. A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio
e laje pintada com tinta látex acrílica, apenas nas instalações sanitárias.
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3.8.2 Instalações de Apoio Industrial
Subestação Principal
A subestação principal é composta pela sala de cubículos, controle, operação, baterias,
sistema de ar condicionado e combate a incêndio e instalação sanitária. O prédio possui estrutura
em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com chapisco, emboço,
reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico nas paredes e no
piso. O piso interno será em concreto liso e o externo em concreto áspero. A cobertura será em
telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica.
Subestações Secundárias
As subestações secundárias, geralmente, contemplam áreas para sala elétrica,
instrumentação, sistema de ar condicionado, combate a incêndio e transformadores. O prédio
possui estrutura em concreto armado aparente, alvenaria externa em bloco de concreto, com
chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento cerâmico
nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso e o piso externo em concreto áspero.
A cobertura será em telha trapezoidal de alumínio e laje pintada com tinta látex acrílica, exceto
nas áreas dos transformadores.
Escritório da Oficina de Manutenção
O escritório da oficina de manutenção contempla áreas para usinagem, ferramentaria,
escritório e instalações de apoio, como sala de reunião, copa e instalações sanitária feminina e
masculina. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto,
com chapisco, emboço, reboco e pintura, exceto nas áreas molhadas que têm revestimento
cerâmico até o teto nas paredes e no piso. O piso interno será em concreto liso; o piso externo em
concreto áspero; as instalações sanitárias e copa em revestimento cerâmico. A laje será pintada
com tinta látex acrílica.
Oficina da Calderaria
A oficina da caldeiraria possui uma área livre e ampla para distribuição dos equipamentos
mecânicos. A edificação possui estrutura metálica aparente, alvenaria de vedação em bloco de
concreto com pintura e tapamento metálico.
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Sala dos Compressores
A sala dos compressores possui uma área livre e ampla para distribuição dos
compressores. O prédio possui estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de
concreto com pintura.
Sala dos Sopradores
A sala dos sopradores possui uma área livre e ampla para distribuição dos sopradores. O
prédio tem estrutura metálica aparente, alvenaria externa em bloco de concreto com pintura.
Lavagem de Veículos
A edificação destina-se à lavagem de equipamentos de mina. Duas plataformas metálicas
e equipamentos específicos auxiliam a lavagem dos equipamentos. O piso é dotado de trilhos que
possibilitam a movimentação dos equipamentos e de canaletas que direcionam as águas de
lavagem para bacia de decantação com fundo revestido em trilhos e dessa bacia para caixa
separadora de água e óleo (SAO). A bacia de decantação encontra-se anexa à Lavagem de
Veículos.
Oficina de Manutenção Industrial
A Oficina de Manutenção destina-se à manutenção e reparos de equipamentos de
pequeno e grande porte. Trata-se de edificação em estrutura metálica com as seguintes
características:
 2 boxes para equipamentos de pequeno porte
 3 boxes para equipamentos de grande porte
 1 boxe para borracharia
 2 boxes para lubrificação
A oficina será servida por duas pontes rolantes para atender aos equipamentos de
pequeno e grande porte, sendo as capacidades para 2,0 e 7,5 toneladas respectivamente. Os
escritórios e vestiários, anexos a Oficina, têm estrutura independente. A estrutura deve contar
também com sistema para coleta de derrames interligado a uma caixa de coletas e/ou separador
de água e óleo.
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3.9 Outras Estruturas
As outras
estruturas
aqui
consideradas
são igualmente importantes
para a
operacionalização do Projeto Aripuanã e por serem elementos mais específicos estão a seguir
descritos de forma resumida.
3.9.1 Depósito de Resíduos
O depósito de resíduos (Figura 34) está localizado a sudoeste da barragem de água e foi
projetado para uma capacidade de 473 917 m³ de material rochoso não aproveitável proveniente
das operações subterrâneas Arex e Ambrex, bem como do material da terraplenagem do
empreendimento.
Previamente à colocação do material, deverá haver o decapeamento da área para retirada
do solo orgânico em volume aproximado de 111 307 m³, para uma profundidade de fundação de
1.5m, devendo ser compactado até atingir 95% da máxima densidade do Proctor Normal com o
objetivo de minimizar o risco de assentamento da estrutura posterior à etapa construtiva.
A estrutura será conformada em camadas de 0.80m e compactada com rolo compactador
(06 passadas mínimo) ate atingir uma densidade relativa à densidade de 95%, mantendo ângulos
de estabilidades de 2H:1V com banquetas localizadas a cada 5m de altura para larguras de
banquetas variáveis de 8.5m ate 10m, obtendo uma altura total do bota-fora de 45m sendo a cota
de fundação 145m e a cota da crista localizada a 190m.
No projeto executivo, está previsto o dimensionamento de uma estrutura retentora, à
semelhança de um dique, para impedir que os sedimentos advindos das pilhas de estéril
alcancem as bases das vertentes/fundos de vales. Além disso, deve-se ressaltar que haverá
diferentes tipologias de materiais, que serão dispostos em pilhas de acordo com cada tipo e
proveniência. Destaca-se ainda, que esses materiais serão quase todos reutilizados nas próprias
estruturas do Projeto Aripuanã, inclusive para o fechamento da mina.
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Figura 34 – Croqui de recorte de carta-imagem mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde
será instalado o depósito de resíduos (05), localizado em um interflúvio de dois contribuintes da margem
direita do córrego Arrainha e barragem de água (06). Delimitação indica área prevista anteriormente.
O projeto novo para área de depósito de resíduos envolve uma superfície total de 72
485.56 m², aproximadamente 7,3 ha, tendo sido reduzida em função da versão anterior do layout,
que previa ocupação de 160.000m², ou 16 ha, e, na sua nova locação, não há previsão de
interferência em remanescente de vegetação florestal, sendo seu uso atual basicamente, pastagem
degradada. No caso da presença de material lenhoso na forma de árvores isoladas, este deverá ser
removido juntamente com toda a pastagem, para se proceder a terraplenagem, de maneira a obter
terrenos bem estabilizados topograficamente, em conformidade com as normas técnicas e
legislação vigente.
3.9.2 Paióis de Explosivos e Acessórios
A área destinada aos paióis de explosivos e acessórios encontra-se no flanco sul da serra
do Expedito, e em situação topográfica favorável (Figura 35).
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Figura 35 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex
(em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2).
Para determinação da localização do paiol de explosivo e paiol de acessórios do projeto
Aripuanã foram respeitadas todas as determinações dispostas no Regulamento para a fiscalização
de Produtos Controlados (R-105), em destaque os capítulos IV e V, que se referem aos Depósitos
e sua construção, respectivamente.
As distâncias utilizadas no projeto encontram-se no Quadro 12, onde determina
distâncias mínimas conforme a quantidade de explosivos a serem armazenadas em kg. No caso
do Projeto Aripuanã, a quantidade de explosivos será de aproximadamente 100 t. Os desenhos e
plantas dos paióis estão apresentados no Anexo 6.
Quadro 12 – Distâncias mínimas requeridas para o paiol.
Distâncias mínimas (m)
Peso Líquido (kg)
Edifícios
Entre Depósitos
Ferrovias
Rodovias
habitados
ou oficinas
De
Até
0
450
25
25
25
15
451
2.250
35
35
35
25
2.251
4.500
45
45
45
30
4.501
9.000
60
60
60
40
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Peso Líquido (kg)
Distâncias mínimas (m)
9.001
18.100
Edifícios
habitados
70
Ferrovias
Rodovias
70
70
Entre Depósitos
ou oficinas
50
18.001
31.750
80
80
80
55
31.751
45.350
90
90
90
60
45.351
90.700
115
115
115
75
90.701
136.000
110
110
110
75
136.001
181.400
150
150
150
100
181.401
226.800
180
180
180
120
3.9.3 Posto de Combustível
Será implantado um posto de abastecimento de combustível em parceria com empresas
especializadas, a qual ficará responsável pela concepção e implantação de seus elementos
constituintes, como também pelo devido licenciamento, conforme determina a legislação
vigente.
3.9.4 Linha de Transmissão
A demanda estimada de energia para o projeto é de 16 MW. Para fornecer energia para o
projeto, será construída uma linha de transmissão dedicada de 138 kV, a ser conectada na SE de
Aripuanã e com um comprimento total de 25 km. Todo o projeto e licenciamento dessa linha
estarão a cargo da CEMAT.
3.10 Logística para Despacho
Os produtos a serem produzidos no site, concentrados de zinco, chumbo e cobre, serão
vendidos no mercado para posterior refino pelos smelters.
Avaliou-se preliminarmente o envio desses concentrados para os smelters nacionais de
Juiz de Fora e Três Marias da Votorantim Metais, bem como para um smelter localizado na
Bahia. Juiz de Fora e/ou Três Marias poderão receber os concentrados de zinco. O concentrado
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de cobre poderá ser destinado para mercado doméstico e/ou exportação. O concentrado de
chumbo para exportação pelos portos de Santos ou Paranaguá.
Foi realizado um estudo logístico que contemplasse todas as opções de modais possíveis
para o projeto, com avaliação de curto, médio e longo prazo, apresentado no Anexo 3.
Atualmente, o modal mais provável para o transporte desse material, considerando as opções
possíveis, é o transporte rodoviário. Ressalta-se que o custo logístico representa 35% do total do
custo operacional do projeto.
A Figura 36 apresenta um mapa locacional da mina (origem) e destinos projetados.
Figura 36 – Mapa com localização da mina e smelters
A partir de Juína, no sentido Castanheira são 45 km asfaltados e, depois, no sentido
Aripuanã são mais 230 km em estrada de terra, com parte do trajeto em trânsito normal para
carretas e partes com pontos críticos que requerem modificações de engenharia.
De Juína, a saída por estrada de terra no sentido Vilhena/RO, de acordo com informações
na região, é intransitável para caminhões devido a longas distâncias com muita areia e terreno
acidentado.
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O principal problema é o trecho de terra de Castanheira até Aripuanã, mais o percurso até
a área da Mina. Considerando a extensão total, do trajeto de terra de aproximadamente 230 km
até a área de pesquisa, os trechos com problemas e os pontuais não passam de 60 km no total,
que são aqueles que necessitam de serviços de terraplanagem em elevações, nivelamento,
compactação e cascalhamento.
3.10.1
Corredor Logístico com Destino Juiz de Fora
O sistema destino Juiz de Fora se caracteriza pelo escoamento de concentrados de Zinco.
O melhor sistema logístico com destino Juiz de Fora é realmente o modal rodoviário. Apesar de
existirem ferrovias a partir de Goiânia (GO) e Alto Araguaia (MT), o princípio do escoamento
não garantirá escala e compatibilidade operacional suficiente. Dessa maneira, sugere-se um
sistema logístico formado unicamente por rodovias. A Figura 37 apresenta a rota principal para
o destino Juiz de Fora.
Figura 37 – Representação do sistema Castanheira - Juiz de Fora
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3.10.2
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Corredor Logístico com Destino Três Marias
O corredor de Três Marias possui somente a opção rodoviária devido à falta de
infraestrutura de transbordo rodo-ferroviário da FCA em estações próximas de Três Marias
(cerca de 200 km Três Marias). Uma questão importante a se destacar é que Três Marias já
possui uma estrutura de escoamento de produtos em direção a Itaguaí (RJ), Contagem (MG) e
Nova Santa Rita (RS), o que poderá favorecer contratações casadas a partir de Aripuanã para o
produto principal que é o concentrado de Zinco.
A Figura 38 apresenta a rota principal para o destino Três Marias. O concentrado a ser
trabalhado para essa opção é o Zinco.
Figura 38 – Representação do sistema Castanheira - Três Marias
3.10.3
Corredor Logístico com Destino Santos
A Figura 39 apresenta a rota principal para o destino Santos. O sistema destino Santos se
caracteriza pela exportação de concentrados de Chumbo e Cobre. O concentrado de chumbo,
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pelas suas características, deverá ser transportado em big bags de 1 t, os quais garantem o
transporte seguro das cargas. O material será ensacado na planta em Aripuanã.
O melhor sistema logístico com destino Santos continua sendo o modal rodoviário. Dessa
maneira será adotado o sistema logístico formado unicamente por rodovias. Uma observação
importante é que o destino Santos passa por Rondonópolis, o que pode garantir uma rota de
aprendizagem e formação de escala para uma futura decisão de buffer em Rondonópolis para um
sistema logístico multimodal à medida que a escala for sendo aumentada.
Figura 39 – Representação do sistema Castanheira - Santos
3.10.4
Corredor Logístico com Destino Paranaguá
O corredor de Paranaguá se destaca pela movimentação de granéis agrícolas e também de
insumos de e para o Centro-Oeste, respectivamente. Essa característica logística ligada ao
agronegócio é importante para uma possível criação de sinergia entre o escoamento dos produtos
de Aripuanã e as cargas do agronegócio. A Figura 40 apresenta a rota principal para o destino
Paranaguá.
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Assim como foi caracterizado para o porto de Santos, o corredor de Paranaguá é estudado
para a exportação de concentrados de Chumbo e Cobre. Igualmente ao que foi analisado no
transporte para Santos, o concentrado de chumbo, pelas suas características, deverá ser
transportado em big bags de 1 t, os quais garantem o transporte seguro das cargas. O material
será ensacado na planta em Aripuanã.
O modal rodoviário, principalmente devido à falta de ferrovias mais próximas de
Aripuanã, continua sendo o sistema mais efetivo. Assim como no sistema destino Santos, é
importante frisar que a rota de Paranaguá é uma rota coincidente com o corredor do agronegócio,
já que o porto é o principal destino exportador do grão brasileiro, principalmente a soja.
Figura 40 – Representação do sistema Castanheira - Paranaguá
3.10.5
Corredor Logístico com Destino Camaçari
O corredor de Camaçari possui somente a opção rodoviária. Uma tentativa de formação
de um corredor logístico rodo-ferroviário se torna absolutamente inviável até que se tenha uma
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ligação ferroviária entre a Bahia e o Centro-Oeste, que seria uma extensão do Projeto Ferroviário
Oeste-Leste que liga o Porto de Salvador à região de Barreiras, com extensão posterior para
Palmas no Tocantins, se encontrando com a Ferrovia Norte-Sul. Essa alternativa está muito
distante, indo além do marco temporal de 2020. A Figura 41 apresenta a rota principal para o
destino Camaçari. O concentrado a ser trabalhado para essa opção é o Cobre.
Figura 41 – Representação do sistema Castanheira – Camaçari
3.10.6
Resumo dos dados
A consolidação dessas rotas com os possíveis destinos e volumes projetados é
apresentada no Quadro 13. É importante notar que existe mais de uma opção de destino para
cada concentrado. Os mesmos poderão ser transportados em sua totalidade ou parcialmente para
cada um dos destinos apontados.
O trecho mais crítico é a ligação Aripuanã – Castanheira de aproximadamente 230 km
que atualmente se encontra em leito natural.
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Quadro 13 – Rotas, volumes e produtos
Rota
Volume anual
Produto
Aripuanã – Juiz de Fora
130 kt
Zinco
Aripuanã – Três Marias
130 kt
Zinco
Aripuanã – Santos
50 kt
Chumbo
Aripuanã – Paranaguá
50 kt
Chumbo
Aripuanã – Camaçari
20 kt
Cobre
Aripuanã – Santos
20 kt
Cobre
Aripuanã – Paranaguá
20 kt
Cobre
3.11 Mão de Obra para Operação
Para a operação do Projeto, será dada máxima prioridade para a utilização de mão de obra
local (Aripuanã) e regional (municípios da AII).
A distribuição preliminar da necessidade estimada de mão de obra na fase de operação,
considerando diretos e terceiros, é apresentada no Quadro 14.
Quadro 14 – Distribuição de mão de obra
Quantidade de
Área
funcionários
Mina
309
Planta
97
Manutenção
149
Administrativo
45
Total
600
3.12 Fase de Implantação
A fase de implantação do empreendimento pode ser dividida em três grandes áreas:
Engenharia, Suprimentos e Construção.
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A fase de engenharia consiste no detalhamento de todas as disciplinas, a saber:
infraestrutura, civil, processo, mecânica, arquitetura, elétrica, instrumentação, automação,
tubulação e estrutura metálica. A engenharia será responsável por desenvolver em nível de
detalhe todos os desenhos e especificações necessários para a construção do empreendimento.
A fase de suprimentos consiste na busca e contratação de todos os serviços necessários
para a implantação do empreendimento, como terraplenagem e montagem, além do plano de
aquisição dos equipamentos móveis e fixos necessários para o correto funcionamento da
operação.
Por último, a construção propriamente dita é a fase onde ocorre a implantação do
empreendimento, em acordo com o definido pela engenharia.
O plano geral de implantação das obras considera pela ordem de execução:
 Instalação da energia provisória para a construção;
 Desmatamento, destocamento, limpeza e terraplenagem das áreas destinadas às
instalações temporárias;
 Implantação das instalações temporárias – edificações, sistema de captação e
acumulação de água, ETA, ETE; as estações de tratamento de água e de esgoto
sanitário já poderão ser na posição definitiva;
 Execução da terraplanagem das plataformas para as áreas industriais e de apoio e
da barragem de acumulação de água;
 Execução das fundações das edificações industriais, de apoio e administrativas;
 Execução das montagens mecânicas dos prédios industriais e de apoio e dos
equipamentos de movimentação de materiais e de processo;
 Execução das montagens elétricas e de instrumentação e controle nas áreas
industriais e de apoio, inclusive a subestação principal e as subestações unitárias;
 Execução das instalações de utilidades para as áreas industriais e de apoio;
 Execução das obras arquitetônicas das áreas industriais e de apoio;
 Execução das obras arquitetônicas da área administrativa, inclusive as instalações;
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 Execução das obras de urbanização e de paisagismo;
 Execução dos sistemas de comunicação;
 Limpeza geral e desmobilização do canteiro de obras.
Esta sequência será detalhada em cronograma na fase de engenharia e várias atividades
deverão ser executadas em paralelo de forma a contribuir para cumprir os prazos e atingir as
metas estabelecidas.
A organização do canteiro deverá considerar a sequência executiva determinada pelo
cronograma de forma a facilitar a mobilização dos recursos nas diversas frentes de obra com
prioridade para o atendimento das normas internas de SSMA (Saúde, Segurança e Meio
Ambiente) da empresa e a legislação pertinente.
A implantação do projeto será de responsabilidade das empresas contratadas para sua
execução – terraplenagens, obras de construção civil, montagens eletromecânicas – e para o
comissionamento e entrega à operação do empreendimento.
O efetivo estimado para a execução é da ordem de 1.000 pessoas, em média, distribuídas
conforme histograma a ser estabelecido em função do cronograma de implantação do Projeto,
podendo chegar a 2000 no pico da obra. O cronograma da implantação do projeto será detalhado
até o nível de atividade para as diversas unidades que compõem o empreendimento. Será o
documento de referência para controle do desempenho da implantação e verificação do
cumprimento dos prazos das diversas etapas.
Dado o elevado índice pluviométrico da região, os trabalhos planejados devem considerar
as peculiaridades desta época, para que as atividades possam ocorrer com o mínimo de
interferências, em especial as obras de terraplenagem, infraestrutura, obras civis (escavações,
formas, armações e concreto) e montagens em altura. Preferencialmente a execução destes
trabalhos será planejada para se concentrar nos meses com baixa pluviosidade (maio a outubro).
De acordo com o planejamento do processo de implantação do Projeto Aripuanã e com
base no Plano Diretor concebido, ainda em nível conceitual, estima-se a utilização de pelo menos
2.700.000HH (horas/homem), o que corresponde a 1.000 pessoas, em média, mas que poderá ser
alterado em função de mudanças de regime de trabalho, eventuais atrasos na obra e outros
imprevistos. Uma atualização dessa estimativa será realizada na próxima fase do projeto.
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A Figura 42 apresenta as datas dos eventos principais previstas no planejamento da
implantação.
Figura 42 – Principais marcos do projeto.
O canteiro de obras terá instalações básicas para a implantação do empreendimento.
Deverá prever espaço para escritórios, ferramentaria, banheiros, almoxarifado e infraestrutura de
pré-montagem, almoxarifado para guarda de peças, equipamentos e miscelâneas O mesmo
deverá atender as empresas de obras civis, terraplenagem e montagem eletromecânica. Refeitório
e vestiário serão construídos no canteiro de obras. Serão instaladas baterias de banheiros
químicos nas frentes de obra que deverão ser zelados pelas próprias contratadas.
Opcionalmente os empregados já poderão vir dos alojamentos localizados em Aripuanã
devidamente uniformizados para execução dos serviços. A princípio, os empregados serão
instalados em alojamentos a serem construídos para esse fim, o que será detalhado na próxima
etapa do desenvolvimento do projeto.
3.13 Plano de Fechamento da Mina
A necessidade dos empreendimentos de mineração de promover a recuperação ambiental
das áreas impactadas por suas atividades constitui obrigação constitucional no Brasil e já se
encontra regulamentada em vários dispositivos da legislação federal há pelo menos uma década.
Mais recentemente, planos de descomissionamento de minas passaram a ser também um
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requisito da legislação brasileira e uma demanda importante de nossas instituições
governamentais e dos stakeholders4 de um modo geral. Estudos de casos recentemente
publicados na bibliografia nacional e internacional assim o demonstram. A concepção e a
estruturação desses planos tornam-se, cada vez mais, um imperativo financeiro das próprias
corporações, pois os custos de recuperação de áreas manejadas de forma insuficiente aumentam
ao longo dos anos e os agentes financeiros internacionais requerem das organizações
demonstrações objetivas do conhecimento e estimativas de custos bem embasadas para fins de
reversão ou redução dos passivos ambientais e sociais dos empreendimentos.
O tema da desativação de empreendimentos e de posterior reutilização da área se
apresenta mais tradicionalmente no setor mineiro, em virtude da característica de exaustão das
reservas minerais economicamente lavráveis, e necessidade de novas alternativas econômicas
para a região que fora explotada. Com maior frequência, trata-se muito mais de uma exaustão
econômica e não física das reservas de minério, embora haja exceções de minas que funcionam
durante séculos.
São diversas as condições socioeconômicas que levam à desativação de empreendimentos
de mineração:
 Um caso comum é o das minas onde a quantidade conhecida de minério
remanescente, ou seu teor, é insuficiente para permitir sua extração dentro de uma
margem de rentabilidade aceitável;
 Outra razão para o descomissionamento de minas decorre da flutuação de preços
dos minérios, principalmente os fixados internacionalmente, como a maioria dos
metais. Essa situação pode levar a suspensão temporária da operação, porém pode
acarretar também a paralisação definitiva, principalmente quando combinada com
outros fatores;
 Questões de saúde pública também podem reduzir o mercado de determinado bem
mineral e, portanto, implicar a desativação de empreendimentos, sendo exemplo
típico o da proibição e regulamentação do uso do amianto pela França e pela
4
Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo usado em diversas áreas como gestão
de projetos, administração e arquitetura de software, referente às partes interessadas que devem estar de acordo com
as práticas de governança corporativa executadas pela empresa.
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então Comunidade Econômica Européia, que resultaram no fechamento de minas
no Canadá e no norte da Itália;
 Fatores de ordem ambiental e de relacionamento com a comunidade podem
constituir-se em outras razões para o fechamento das minas, principalmente das
situadas em zonas urbanas, sendo exemplo mais comum o das pedreiras, que
mesmo diante da existência de reservas economicamente lavráveis, têm, por
vezes, que encerrar suas atividades em virtude dos impactos ambientais serem
julgados como inaceitáveis;
 Finalmente, o valor imobiliário do terreno onde se situa a mina pode ser maior que
a receita auferida pela explotação do minério, sendo novamente nas zonas urbanas
é que a situação se apresenta, normalmente com relação a substâncias minerais de
valor relativamente baixo, como areia, argila e pedra britada. O imóvel pode ser
aproveitado com maior rentabilidade para algum uso tipicamente urbano, como
um centro comercial.
Qualquer que seja a razão que leve ao descomissionamento de uma mina, coloca-se o
tema da recuperação de áreas impactadas e reutilização do terreno. No âmbito da mineração, a
recuperação de áreas impactadas é geralmente entendida como o conjunto de ações que visam
tornar a área apta para algum uso produtivo, não necessariamente idêntico ao que antecedeu a
atividade de mineração. A possibilidade de um novo uso requer que a área apresente condições
de estabilidade física, química e, em alguns casos, biológica, quando, por exemplo, a utilização
futura da área seja para fins de conservação ambiental e de ecossistemas. Há no Brasil inúmeros
exemplos de áreas urbanas que, no passado, foram ocupadas por atividades de mineração. Um
dos casos mais divulgados é o teatro chamado “Ópera de Arame”, em Curitiba. A estrutura
ocupa uma área onde funcionou uma pedreira da qual foram mantidas as formas resultantes da
extração de rocha com explosivos. Tal conceito já fora aplicado no parque Buttes-Chaumont, em
Paris, antiga pedreira e depósito de lixo, urbanizado entre 1864 e 1867. Outros exemplos
brasileiros existem. Somente na Região Metropolitana de São Paulo, foram identificadas 41
antigas áreas de mineração reabilitadas e hoje ocupadas por outra atividade, além de uma série
de outras áreas onde a mineração também cessou, mas o uso que se seguiu não foi objeto de
planejamento, resultando em lixões, depósitos de entulho ou ocupação desordenada por
habitações de baixa renda.
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Finalmente, há um número crescente de velhas minas transformadas em museus ou
centros de interpretação histórica industrial ou de história regional, que já se contam às dezenas
na Europa e na América do Norte, ou ainda na África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. A
apreciação do valor patrimonial e histórico parece estar mais presente em velhas regiões
mineiras, onde a mineração constituía o essencial da atividade econômica. Na região carbonífera
do norte da França, onde a produção cessou totalmente em 1992, após décadas de declínio,
associações comunitárias reivindicaram a preservação de cavaletes de minas subterrâneas, de
antigos edifícios e mesmo de pilhas de estéril, que fazem parte da paisagem regional há quase
dois séculos. No Brasil, dois casos de reutilização do espaço de minas subterrâneas se destacam:
a mina da Passagem, em Mariana, desativada em 1985, assim como uma pequena mina de
carvão em Criciúma, conhecida como Mina Modelo, foram transformadas em local de visitação
turística.
A Mineração Dardanelos Ltda está em fase de elaboração de um plano de
descomissionamento específico para o empreendimento em licenciamento, em que serão
estudadas pelo menos duas alternativas de uso futuro para cada componente principal (mina,
pilhas, usina de beneficiamento, áreas administrativas etc.). O estudo deve explorar e comparar
alternativas realistas de uso futuro da área, com avaliação preliminar de viabilidade técnica,
ambiental e sócio econômica. A análise deve necessariamente levar em conta a legislação de
Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso, às expectativas da
administração municipal, e aos anseios da comunidade, mais diretamente envolvida com o
empreendimento. Devem ser apresentados critérios para avaliar e comparar as alternativas,
classificando-as sequencialmente de acordo com os resultados da aplicação desses critérios.
Uma vez selecionada a alternativa de uso futuro, serão realizados os seguintes estudos
para compor o Plano Conceitual de Descomissionamento: (i) hidrogeologia e hidroquímica, ii)
potencialidade de geração de drenagem ácida e ou arraste de metais, (iii) técnicas e
procedimentos de revegetação, (iv) estudo de avaliação da contaminação do solo e águas
subterrâneas, (v) perfil sócio-econômico para fundamentar as estratégias de cunho sócioeconômico a serem propostas para a desativação.
O Plano de Descomissionamento deve apresentar um resumo das alternativas de uso
futuro, as medidas de descomissionamento de cunho ambiental e social, análise de risco,
programas de monitoramento e acompanhamento, diretrizes para entrega da área, cronograma
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físico financeiro, arcabouço legal, incluindo requisitos a serem necessariamente levados em
consideração, tais como condicionantes de licenças ambientais. O Plano Conceitual deve
recomendar práticas e procedimentos operacionais, de modo a facilitar ou reduzir os custos do
descomissionamento.
3.14 Análise de Custo-Benefício
Um empreendimento para ser viável deverá obrigatoriamente ser atrativo para o
empreendedor. Dessa forma, o empreendedor espera que todo o investimento realizado naquela
planta industrial retorne com juros ao longo da operação, além de gerar um lucro para a empresa.
A análise de viabilidade do empreendimento é composta de três componentes: custo
operacional, custo capital e receita. A base da estimativa de cada um desses componentes é
detalhada a seguir:
 Receita: dada pelo volume de vendas de concentrado vezes o seu preço de
mercado;
 Custo operacional: refere-se a todos os custos correntes no ano, necessários para a
operação, que são: mina, planta, pessoal e frete;
 Custo capital: custo necessário para a abertura da mina e construção até sua
operação, além do custo necessário para manter o parque industrial.
 Custo de fechamento: será calculado na próxima etapa do projeto.
O Quadro 15 apresenta um resumo dos principais parâmetros financeiros do projeto.
Quadro 15 – Resumo dos principais parâmetros financeiros
Item
Média anual
Zn contido
65 mil t
Pb contido
25 mil t
Cu contido
5 mil t
Receitas
R$ 510 milhões
Zn
R$ 230 milhões
Pb
R$ 150 milhões
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Item
Média anual
Cu
R$ 130 milhões
Custos operacionais
R$ 266 milhões
Mina
R$ 70 milhões
Planta
R$ 84 milhões
Pessoal
R$ 10 milhões
Frete
R$ 72 milhões
Royalties
R$ 30 milhões
Custos capitais
R$ 675 milhões
Mina
R$ 225 milhões
Planta
R$ 400 milhões
Estruturas
R$ 50 milhões
Com base nesses dados, é possível depreender a viabilidade econômica do projeto, a qual
deverá ser maior que o custo do capital da empresa, usualmente 10%.
O Projeto Aripuanã proporcionará uma mudança no perfil econômico do município,
devido ao incremento do setor mineral, o que refletirá também em um desenvolvimento social. O
projeto representará uma importante fonte de emprego e renda para toda a região, que atualmente
se mostra carente de oportunidades, limitada a poucos setores.
Com a implantação do Projeto Aripuanã haverá um importante incremento na
arrecadação de impostos, ao nível municipal, estadual, e federal. A estimativa preliminar dos
impostos gerados é apresentada a seguir. Vale ressaltar que essa estimativa levou como base
premissas de preço e custos que poderão variar quando da implantação e operação do projeto,
sendo os números apresentados preliminares. Dessa forma, estima-se a geração da ordem de R$
171 milhões de reais por ano de impostos, taxas, e contribuições relacionados com a atividade
desse empreendimento, conforme a seguir discriminado, não considerado os créditos sobre os
insumos:
 PIS-CONFINS: R$ 44 milhões/ ano
 CFEM: R$ 10 milhões/ ano
 IR/CSLL: R$ 72 milhões/ ano
 ICMS: R$ 57 milhões/ ano
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4. ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS
4.1 Relacionadas à Extração Mineral
No que tange às alternativas tecnológicas relacionadas aos processos que envolvem a
extração mineral, a principal delas diz respeito à opção pela extração de todo o minério através
de minas subterrâneas (Arex e Ambrex), descartando-se a possibilidade de mina a céu aberto
como havia sido inicialmente concebido para a exploração do corpo mineralizado Arex, como a
seguir descrito.
O caso base havia considerado a lavra de Arex com um método subterrâneo, seguido por
Ambrex, mas existindo também uma pequena possibilidade de lavrar a mineralização superficial
de Arex como uma cava a céu aberto. Já o Ambrex não é favorável à lavra a céu aberto devido a
sua mineralização profunda e a mineralização superficial ser pouco potente.
Um estudo preliminar foi realizado a fim de definir a profundidade ideal de uma lavra a
céu aberto e comparado com uma operação apenas subterrânea.
A distância média de transporte (DMT) foi calculada considerando a distância entre cada
bloco para o ponto de saída da cava (x=224.716, Y=8.888.279, Z=162) multiplicado pelo fator
de correção do gradiente. Em adição a isso, a distância do minério foi acrescida em 2,2 km para
contabilizar o trajeto da saída da cava até o britador e 0,7 km para o estéril até o depósito de
estéril. Os custos foram estimados utilizando as tarifas dos empreiteiros ajustando com o custo
do combustível. A eficiência máxima usada para cada equipamento foi de 51%, já considerando
atrasos e perda operacionais, chuva, troca de turno, horário de almoço, etc. A disponibilidade
utilizada foi de 90% para caminhões e 85% para todos os outros equipamentos. O Quadro 16
mostra os custos fixos e variáveis utilizados na avaliação.
Quadro 16 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto
Custo (US$/t)
Regiões
Tipo
Fixo
Variável
Zona hidrotermal
Minério
1,98
0,1599*DMT
Rocha fresca
Estéril
1,72
0,1599*DMT
100
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Rocha intemperizada
Estéril
1,34
0,1599*DMT
Um limite para a base da cava foi fixada na cota de 275 m, devido ao aumento na
distância de transporte que foi superior a 4 km para acessar as regiões mais profundas. O
software Whittle® foi utilizado para esta otimização.
A Figura 43 mostra as fases do Lerchs-Grossman (LG) geradas pelo programa. A fase 28
foi selecionada por ser o suficiente para um ano de operação e tem o maior VPL com a menor
relação estéril/minério.
Rock
Ore
NPV
8.0
35
7.0
30
6.0
Mass (Mt)
5.0
20
4.0
15
3.0
NPV (US$ MM)
25
10
2.0
5
1.0
0.0
0
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
LG phases
Figura 43 – Fases do LG
Com base na cava matemática fornecida pelo software de otimização, foi realizado o
estudo de operacionalização da mesma, o qual consiste no desenho das bermas, taludes e rampa
da mina, com o intuito de aproximá-la o máximo possível da sua condição final, conforme
apresentado na Figura 44, e onde os seguintes parâmetros foram utilizados:
 Largura da rampa: 10 m;
 Largura das vias horizontais: 14 m;
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 Altura da bancada: 8 m;
 Largura da berma: 3 m (55° ângulo), 3,5 m (50° ângulo) e 8 m (30° ângulo);
 Ângulo de face: 70°.
Figura 44 – Desenho operacional final da cava céu aberto
A diluição considerada é apenas no contato das zonas hidrotermais e é de 10% com os
seguintes teores: 0,24% Zn, 0,07% Pb, 0,21% Cu, 0,25 g/t Au, 5,7 g/t Ag. A reserva obtida para
a mina céu aberto no corpo Arex é de 1,0 Mt @ 4,14% Zn, 1,85% Pb, 0,84% Cu, 0,57 g/t Au e
43,0 g/t Ag, além de uma geração de estéril da ordem de 4,5 Mt.
A fim de checar a melhor opção para o tipo de exploração a ser adotada, realizou-se um
estudo comparativo entre operar os dois primeiros anos com uma mina a céu aberto contra uma
operação apenas subterrânea. A operação de mina a céu aberto considera o primeiro ano de
remoção de estéril e o segundo ano de produção alimentando a planta. Após esse período, iniciase a operação subterrânea onde é projetado um pilar de 15 metros entre o céu aberto e os realces
superiores, por motivos de segurança. Os equipamentos principais considerados para a operação
a céu aberto são caminhões convencionais de 40 t e escavadeiras hidráulicas de 2 m³.
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Como essas alternativas são mutuamente exclusivas, o VPL – Valor Presente Líquido é a
ferramenta apropriada para efetuar a comparação. O resultado mostrou que uma operação apenas
subterrânea é um pouco melhor, com um diferencial no VPL de US$ 7 milhões. Além disso, a
operação apenas subterrânea possui o benefício de ter um impacto ambiental menor. Portanto, foi
considerada uma operação subterrânea para todos os corpos de minério, Arex e Ambrex.
4.2 Relacionadas ao Beneficiamento do Minério
Dentre as alternativas tecnológicas relacionadas ao beneficiamento do minério estão as
análises sobre caracterização e desenvolvimento experimental, que subsidiaram a escolha pelo
processo de flotação, os quais foram conduzidos entre 2005 e 2012.
Os trabalhos em 2005 foram conduzidos pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica
(LCT) da Escola Politécnica – Universidade de São Paulo e pelo CT3 da Fundação Gorceix, de
Ouro Preto. Os trabalhos de 2008 e 2009 foram liderados pela GRD/Minproc com execução dos
trabalhos pelo Setor de Tecnologia Mineral da Diretoria de Desenvolvimento e Serviços
Tecnológicos da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC).
Os resultados metalúrgicos da campanha de 2009 foram baseados em teste cíclico não
estabilizado, com estimativas de recuperação assumindo que parte dos metais de produtos
intermediários iria resultar nos respectivos concentrados. Desse modo as estimativas de
recuperações são imprecisas e não aceitáveis para uso em estudos subsequentes de viabilidade,
podendo levar a elevados riscos de não se concretizar. Por outro lado, os teores de concentrados
são baixos, não comerciais ou de muito difícil comercialização ou tratamento. A análise dessas
campanhas de 2005 a 2009 é apresentada no Anexo 7, no relatório da Rezende Engenharia.
Assim, em 2011 foram realizados trabalhos experimentais para novas rotas tecnológicas
no Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), relativo à biolixiviação, e na Universidade de
Alfenas (UNIFAL), relativo aos processos de separação por meio denso. Finalmente em 2012,
após extensivo trabalho de análise de todas as possibilidades de processo e rotas tecnológicas
alternativas, foi realizado um trabalho de caracterização e testes completos no laboratório da
ALS Ammtec na Austrália, com o intuito de maximizar e aperfeiçoar a rota de processo até então
definida. Esse trabalho contou com a supervisão da Rezende Engenharia e culminou na rota de
processo definida para este projeto.
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Na campanha de 2012, optou-se por refazer todos os estudos metalúrgicos realizados até
o momento, com o intuito de se obter um processo estável e robusto. Os resultados de testes
cíclicos foram estabilizados, as estimativas de recuperação consistentes e, dessa forma, garantem
a sua reprodutibilidade em processamento contínuo em escala industrial. Além disso, os
concentrados obtidos apresentam qualidades comerciais.
4.3 Relacionadas à Disposição dos Rejeitos
Uma alternativa tecnológica considerada de grande importância no Projeto Aripuanã foi a
adoção de uma pilha de rejeitos a seco, ao invés da “tradicional” barragem para contenção de
rejeitos onde se tem água permanente, por serem implantadas em fundos de vales, ou em linhas
de talvegues efêmeras, que são áreas naturalmente vulneráveis à desestabilização ambiental, por
se tratar ao mesmo tempo de um sistema convergente, linear e aberto5. A barragem de rejeitos
tradicional consiste em um dique projetado em forma de barragem cinturão, o qual receberá o
rejeito gerado na usina. Esse rejeito, em forma de polpa, possuirá uma porcentagem de sólidos
em torno de 40%, cujo sobrenadante poderá ser reaproveitado na planta.
A disposição dos rejeitos a seco apresenta as seguintes vantagens quando comparado com
o sistema de disposição tradicional: menor área impactada, maior reaproveitamento da água de
processo, menor risco, controle mais favorável, menores custos de operação e implantação e
descomissionamento simplificado. Além desse estudo de opções para a disposição do rejeito em
superfície, está previsto o retorno de parte do rejeito gerado na usina para dentro da mina,
preenchendo os realces abertos com esse material, método conhecido como backfill. Além de
reduzir a quantidade de rejeitos dispostos na superfície em aproximadamente 50%, esse método
de disposição preenche os realces abertos durante a lavra, retomando em parte a estabilidade do
maciço e reduzindo os riscos posteriores de subsidência da superfície. Muito provavelmente, o
backfill retornado será um material inerte, principalmente com a adição de cimento para reduzir a
mobilidade dos sulfetos e incrementar a estabilidade dos realces preenchidos.
5
) Sistema convergente, pois para o fundo de vale se direcionam os movimentos da dinâmica superficial, já que
representa o nível de base local para evolução morfodinâmica do relevo; b) sistema linear, porque as linhas de
drenagem seguem uma ordem hierárquica de grandeza, de primeira, segunda, terceira ordens e assim
sucessivamente; e c) sistema aberto, desde os setores de cabeceira até a foz, e destas, que se ligam à rede de
drenagem, formando bacias hidrográficas chegam ao nível de base continental, quando atingem o nível do mar.
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4.4 Relacionadas à Locação das Estruturas
As atividades mineradoras geram resíduos sólidos, dos quais os mais importantes em
termos de volume são aqueles gerados pelas atividades de explotação (ou lavra) do minério
(estéreis) e pelas usinas de beneficiamento (rejeitos). Seu tratamento e armazenamento tentando
minimizar os custos e impactos ambientais, bem como maximizar a segurança, são uns dos
principais objetivos das mineradoras para cumprir as exigências ambientais e minimizar riscos.
Inicialmente (2007), a barragem de rejeitos concebida para o Projeto Aripuanã visava
atender todo o volume de rejeitos gerados durante a vida útil do empreendimento, ou seja, toda a
massa de rejeitos gerada durante a lavra das jazidas Arex e Ambrex. Durante os estudos iniciais
da AMEC foi feito um estudo de viabilidade locacional onde seis áreas potenciais foram
escolhidas para a locação da barragem. Em todas estas áreas o conceito de disposição de rejeitos
estava baseado na construção de uma barragem convencional em talvegue, impermeabilização
do reservatório com geomembrana e execução de um canal corta rio. A Figura 45 mostra as
opções locacionais consideradas no citado estudo, sendo que a área 5 foi considerada a mais
adequada para receber os rejeitos da mineração.
Figura 45 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos (Versão de 2007)
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Nesse projeto, ainda considerava-se a lavra a céu aberto do corpo Arex, sendo que
inicialmente a pilha de estéril estaria locada a sul da cava (Figura 46).
Figura 46 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de
estéril (Versão de 2008).
Na revisão do projeto em 2008, com a GRD/Minproc, optou-se por utilizar uma parte dos
rejeitos gerados como backfill na mina subterrânea, reduzindo o volume e a área da barragem.
No entanto, a planta continuava locada em área de mata, assim como parte da barragem de
rejeitos, conforme mostrado na Figura 47.
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Figura 47 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos (Versão de 2008)
Com a retomada do projeto (2012) e em linha com as metas de sustentabilidade da
Mineração Dardanelos Ltda, foi pensada uma nova concepção para a disposição dos rejeitos
gerados pelo empreendimento. Ao invés de disposição em polpa, decidiu-se pela disposição a
seco, em pilha, que ocupa menor área e apresenta maior segurança na operação e
descomissionamento. Aproveitando o estudo locacional já realizado (2008), atualizou-se o
projeto de disposição de rejeitos.
Na mesma linha, optou-se também pela lavra de todos os corpos por métodos
subterrâneos, permitindo dessa forma a minimização dos impactos ambientais, tanto relativo ao
desmate quanto a disposição dos estéreis em zonas de mata.
Finalizada a revisão do projeto e confirmada a diminuição da área a ser ocupada pela
pilha em substituição à barragem, verificou-se mais uma oportunidade de melhoria locacional,
levando em conta as questões ambientais, em que foi possível alocar, não somente a pilha, mas
também a planta de beneficiamento, em áreas já antropizadas, áreas estas que foram todas
desmatadas para implantação de pastagens que dão suporte à criação extensiva de gado.
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Com a mudança da concepção da disposição de rejeito e consequente diminuição da área
requerida para a pilha, foi possível deslocar a pilha para a região mais próxima da mina e com
isso projetar a planta de beneficiamento para a área anteriormente escolhida para a barragem,
ambas as áreas já antropizadas, sem vegetação e dinamicamente mais estáveis, conforme mostra
a Figura 48.
Arex
Pilha
Rejeitos
Ambrex
Planta
Barragem
Água
51
Figura 48 – Plano diretor com concepção de pilha de rejeitos e minas subterrâneas (Versão 2012)
Por fim, com o aumento dos recursos em 2014 e mudança na concepção de abertura das
minas, Arex e Ambrex concomitantes, foi realizada uma nova revisão do plano diretor,
mantendo a mesma concepção do plano de 2012 e apenas invertendo a posição da pilha de
rejeitos pela planta industrial, adicionando uma área de depósito temporal de emergência para os
rejeitos e reduzindo a quantidade de acessos na área, conforme pode ser visto na Figura 49.
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Figura 49 – Plano diretor atualizado (2015)
Essas mudanças obtiveram uma significativa vantagem em termos de impacto ambiental
em relação às opções locacionais estudadas em 2008.
Na nova configuração, praticamente não haverá necessidade de desmate para a instalação
da pilha de rejeito, planta industrial e pilha de resíduos mesmo considerando as novas locações.
Além da melhoria em termos de desmate global, outros impactos ambientais negativos também
deverão ser minimizados, tais como a área a ser impermeabilizada, risco na operação e
descomissionamento da pilha de rejeitos, o risco associado à locação da pilha a montante da área
de beneficiamento, entre outros relacionados com transporte de material.
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Levando-se em consideração um empreendimento situado na Amazônia Legal, essa
melhoria é de significativa relevância. Além desses pontos citados, a opção pela lavra
subterrânea também tem um impacto positivo e expressivo no empreendimento, tanto visual
quanto ambiental.
5. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL
5.1 Introdução
O layout geral representativo do Plano Diretor do Projeto Aripuanã (Anexo 2), mostra
que a maior parte da infraestrutura básica do empreendimento, encontra-se na bacia do córrego
Arrainha, contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal. Já os corpos mineralizados,
Arex e Ambrex, encontram-se na serra do Expedito, que tem direção geral SE-NW (Figura 50).
A serra do Expedito corresponde ao divisor de águas de duas pequenas bacias: a bacia do
córrego Guaribal (com seus dois afluentes da margem esquerda nascendo na serra, o córrego
Arrainha e o córrego Maranhão); e a bacia do córrego Praia Grande, ambos contribuintes da
margem esquerda do rio Aripuanã. Separa também micro-bacias da porção de extremo oeste da
serra, que são contribuintes dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio
Branco, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã.
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Figura 50 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã e a
projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural
para a rede de drenagem superficial
5.2 Área do Complexo Industrial
A área industrial envolve uma superfície da ordem de 27,52 ha, incluindo o depósito
temporal de resíduos, em ambiente já totalmente alterado pela forma de uso e ocupação dos
solos, e encontra-se entre cotas altimétricas que variam de 150 m a 175 m. Com essa diferença
de nível, da ordem de 25 m, haverão intervenções para modificar a topografia local através de
cortes/aterros, conforme projeto conceitual.
Para otimizar o processo de implantação do Plano Diretor do Projeto Aripuanã, a empresa
Tecnomin Projetos e Consultoria Ltda elaborou um documento onde se tem todo o planejamento
operacional que permite gerenciar a exequibilidade de todos os projetos. O projeto conceitual das
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principais estruturas que envolvem a área industrial foi concebido levando em consideração
todas as leis e regulamentações a elas inerentes, dentre as quais se destacam: NR 8 – Edificações;
NR 17 – Ergonomia; NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção; NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; NR 24 – Condições
Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NBR 13532 – Elaboração de Projetos de
Edificações – Arquitetura; e NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura.
O projeto foi baseado no efetivo de 600 pessoas, sendo que 310 na área da Mina e 290 na
área do site. Em função desses números, foram definidas as dimensões das edificações.
As edificações foram pré-dimensionadas de maneira modular, a fim de facilitar a
interface entre a “arquitetura” e a estrutura, enfatizando o custo da obra. As áreas administrativas
contemplam instalações para deficientes físicos, conforme é solicitado por normas.
Algumas considerações permearão todo o projeto no decorrer deste memorial, como o
padrão construtivo a ser adotado nos prédios que são:
 Estrutura: Em concreto armado aparente ou estrutura metálica aparente;
 Paredes externas: Blocos de concreto de dimensões 19 x 19 x 39 cm;
 Paredes internas: Blocos de concreto de dimensões 11 x 19 x 39 cm;
 Cobertura: Telha trapezoidal de alumínio;
 Laje: Concreto armado;
 Piso: Piso em concreto com revestimentos a serem especificados em cada caso.
Poderão ocorrer mudanças ou complementações no decorrer do desenvolvimento do
projeto básico, assim as quantidades previstas poderão sofrer alterações, para mais ou para
menos.
Para dimensionamento dos espaços foram adotados os seguintes critérios:
 Escritórios: 15 m² por trabalhador;
 Refeitório: 1,5 m² por trabalhador por turno de refeição;
 Cozinha: 0,75 m² por número de refeições;
 Vestiários e Instalações Sanitárias:
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o Vasos sanitários: 1 vaso para cada 10 trabalhadores em área considerada
insalubre e 1 vaso para cada 20 trabalhadores em área considerada normal;
o Lavatórios: 1 lavatório para cada 10 trabalhadores em área considerada
insalubre e 1 lavatório para cada 20 trabalhadores em área considerada
normal;
o Chuveiros: 1 chuveiro para cada 10 trabalhadores.
As plantas concebidas no projeto arquitetônico das edificações administrativas e de apoio
industrial apresentam as seguintes dimensões estimadas:
 Subestação Principal = 370 m²;
 Subestação das Oficinas = 27 m²;
 Subestação da Moagem/Flotação = 662 m²;
 Subestação Espessamento e Filtragem do Rejeito = 290 m²;
 Subestação Captação de Água = 21 m²;
 Subestação Barragem de Água = 21 m²;
 Subestação Distribuição de Água = 21 m²;
 Oficina de Manutenção Industrial = 2.770 m²;
 Lavador de Veículos = 350 m²;
 Oficina de Caldeiraria = 446 m²;
 Escritório = 283 m²;
 Almoxarifado = 2.304 m²;
 Depósito de Produtos Químicos = 309 m²;
 Estocagem e Preparação de Reagentes = 1.292 m²;
 Laboratório Físico Químico = 840 m²;
 Galpão de Testemunho = 461 m²;
 Ambulatório = 187 m²;
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 Refeitório = 716 m²;
 Vestiário = 550 m²;
 Escritório = 550 m²;
 Portaria = 164 m²;
 Sala de Apoio ao Caminhoneiro = 55 m²;
 Balança/Sala de Controle = 47 m²;
 Sala dos Compressores = 295 m²;
 Sala dos Sopradores = 100 m²;
 Sala de Controle = 155 m².
5.3 Acessos
Para concepção dos acessos, sejam aqueles destinados a viabilizar as operações de
construção do barramento (acesso construtivo) ou aqueles de caráter definitivo que possibilitará
as operações de vigilância e manutenção preventiva da estrutura (acessos definitivos), foram
adotadas as seguintes premissas:
 Redução da área impactada (desmate) pelo aproveitamento ao máximo dos
acessos atualmente existentes na área, sempre priorizando a definição do traçado
em áreas de campo aberto;
 Aspectos geométricos (inclinação longitudinal e transversal máxima, raio de
curvatura mínimo e largura das vias) que atendam aos propósitos da Mineração
Dardanelos, além das inclinações dos taludes de corte e aterro que garantam
adequadas estabilidade física em função do material (ou seja, coeficiente de
segurança igual ou superior a 1,5);
 Acessos definitivos à barragem projetado em função dos acessos futuros da mina,
partindo destes e procurando harmonizar com o layout do empreendimento;
 Implantação de sistema de drenagem superficial para disciplinamento dos
escoamentos superficiais e proteção vegetal dos taludes de corte e aterros
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necessários à construção dos acessos, visando impedir a instalação de processos
erosivos.
6. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
6.1 Definição das Áreas de Influência
A premissa básica utilizada na definição de critérios que fundamentaram a delimitação de
áreas de influência para os estudos de meio físico, biótico, sócio-econômico e arqueológico foi o
“fato geomorfológico” representado pela serra do Expedito, de orientação geral NW-SE, no
município de Aripuanã, cujas áreas requeridas junto ao DNPM abrangem o corpo serrano das
minas Arex e Ambrex.
Nesse sentido, as micro-bacias e as bacias hidrográficas6 desenvolvidas a partir dos
conjuntos de morros que formam essa serra foram considerados como critério fundamental na
definição das áreas de influência do empreendimento; como também a abrangência das
intervenções de superfície e de subsuperfície.
Para a maioria dos estudos realizados no processo de EIA/RIMA, a Área de Influência
Direta (AID, com 1.328,5057 ha, Figura 51), corresponde àquela representada por contribuintes
da porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio Aripuanã,
que constitui a superfície onde haverá as intervenções para implementação do Projeto Aripuanã.
Já a Área de Influência Indireta (AII, Figura 51) tem como limites a rede hidrográfica
que envolve os terços superiores das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande e, em menor
expressão, as micro-bacias da porção de extremo oeste da serra do Expedito, formadoras dos
córregos Água Suja e das Pedras, que fazem parte da bacia do rio Branco, também afluente da
margem esquerda do rio Aripuanã; e, englobam ainda, as áreas requeridas no DNPM pela
Mineração Dardanelos Ltda para a exploração mineral, tendo, por conseguinte, a configuração de
um polígono com área de 6.775,3665 ha.
6
Entende-se por micro-bacia as linhas de talvegue de primeira ordem. O conceito de bacia hidrográfica é
mundialmente reconhecido e consolidado como unidade fundamental de planejamento do espaço geográfico e de
desenvolvimento de processos ecológicos, porque garante visão sistêmica do território; sendo por conseguinte,
referência também na política e legislação nacional de meio ambiente, a exemplo, do Art5º da Resolução Conama
001/86; ou o Art 1º item 5 da Lei Federal 9.433/97.
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Para os estudos sócio-econômicos, arqueológicos e até mesmo do meio biótico, que
levaram em conta trabalhos realizados anteriormente nessa região, bem como as informações de
fontes secundárias, tem a delimitação político-administrativa do Município de Aripuanã de
903.357 km², como a de referência geográfica da Área de Influência Regional para o Projeto
Aripuanã (Figura 52).
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Figura 51 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT
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Figura 52 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de
Influência Regional do Projeto Aripuanã (Mineração Dardanelos Ltda)
Para os estudos que envolvem o tema “Recursos Hídricos Superficiais”, visando
principalmente subsidiar o controle e a análise futura da qualidade das águas, adotou-se como
AID toda a bacia do córrego Guaribal e três outros pontos de coleta e monitoramento das águas
nos córregos Praia Grande, Água Suja e das Pedras, como pode ser verificado na Figura 53.
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Figura 53 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos
Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT
Para os estudos de hidrogeologia, apresentado no Diagnóstico do Meio físico (Volume 2
deste processo de EIA/RIMA), também teve variações nos limites das áreas de influência, como
pode ser verificado na Figura 54.
Nos estudos hidrogeológicos, além de considerar a bacia hidrográfica relacionada à
abrangência dos impactos, a caracterização hidrogeológica, a classificação de parâmetros
hidráulicos e a identificação de unidades aqüíferas, não aqüíferas e aqüíferos pobres, foram
levados em consideração as seguintes definições: a) Área Diretamente Afetada – ADA, aquela a
ser ocupada pelo empreendimento propriamente dito, envolvendo as estruturas do Plano Diretor.
b) Área de Influência Direta – AID compreende superfícies das bacias sujeitas aos efeitos diretos
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da implantação e operação do empreendimento, a bacia do córrego Arrainha, e uma pequena
parte das bacias dos córregos Maranhão e Praia Grande. c) Área de Influência Indireta – AII
envolve a porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio
Aripuanã, que corresponde à superfície onde haverá as intervenções do Projeto Aripuanã e é
coincidente com a Área de Influência Direta, que nos referimos inicialmente neste item.
Figura 54 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de
hidrogeologia
6.2 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às
Áreas Protegidas
A Figura 55 mostra em carta-imagem o município de Aripuanã/MT, com as áreas de
influência direta e indireta do Projeto e a representação cartográfica delas em relação às áreas
protegidas.
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A área de influência direta do empreendimento encontra-se a 10,650 km da Terra
Indígena - TI Arara do Rio Branco e a 10,111 km da TI - Aripuanã, como pode ser verificado na
Figura 55; estando, por conseguinte, fora dos 10 km previstos em lei, que funciona como zona de
amortecimento ao entorno de áreas protegidas.
Figura 55 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com
as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em
destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10 km da AID do empreendimento
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6.3 A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos
Fatores Ambientais Afetados
6.3.1 Fase de Pesquisa Mineral
A pesquisa mineral realizada pela Mineração Dardanelos Ltda foi feita em várias etapas,
como é comum nesse setor. Através de Licença de Operação Provisória - LOP, a empresa
estabeleceu compromisso, junto à SEMA/MT, de recuperar as áreas degradadas após a conclusão
das sondagens; como também de recuperar a Cava do Expedito - CVEx, porque foi exigência do
Órgão Ambiental. Para ambos os compromissos foram concebidos Planos de Recuperação de
Áreas Degradadas, os quais foram executados entre 2008 e 2011.
As áreas alteradas pelas intervenções da pesquisa correspondem basicamente às praças de
sondagens, às vias de acesso e às escavações para armazenamento de água utilizada nas
sondagens, que foram denominadas “piscinas” pelos trabalhadores envolvidos na atividade.
Além dessas áreas, há ainda trilhas/picadas por onde passaram encanamentos de água, que
ligavam as piscinas às praças de sondagem, bem como estruturas físicas que disciplinam e
conduzem excedentes hídricos (camalhões, lombadas, retentores, bueiros, etc.).
Especificamente no caso da Cava do Expedito – CVEx, ela foi detalhadamente
caracterizada, descrita e avaliada para a prescrição das ações de recuperação de quando foi
concebido o PRAD em 2008. Nos levantamentos de campo realizados entre julho e outubro de
2011, foram verificadas, in loco, os resultados alcançados após a realização das ações de PRAD,
que conduzirão à cicatrização desse ambiente que é muito vulnerável a diferentes processos
erosivos. Foram apresentados em um Relatório Técnico7, onde se mostrou a situação final dos
ambientes após a pesquisa mineral, e as atividades corretivas e/ou preventivas que maximizam as
ações de recuperação.
7
“Relatório descritivo da situação atual de áreas integrantes do processo SEMA Nº 305.756/2007”, cujo Plano de
Recuperação das Áreas Degradadas – PRAD fora concebido em 2007 (processo SEMA/MT nº 305.756/2007) e
implementado entre 2008 e 2011 (processo SEMA/MT nº 766203/2011).
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6.3.2 Fase de implantação do Empreendimento
De acordo com o Plano Diretor, na fase de implantação do empreendimento, as principais
estruturas que lhe darão suporte, deverão estar em ambiente já alterado pela atividade pecuária,
onde se tem pastagem plantada para a criação extensiva de bovino. Entretanto, a maioria desses
pastos está degradada por sobrepastejo, devido a falta de manejo adequado para a região e
porque foram implantados sem considerar as peculiaridades da capacidade do suporte
geoecológico do ambiente em si. Trata-se de uma região de Floresta Ombrófila, com vocação
natural para exploração florestal.
Já na estrutura da serra do Expedito, onde se tem os corpos mineralizados Arex e
Ambrex, a vegetação natural de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras é predominante,
apesar de não raras vezes, se tratar de sistema secundário em diferentes estágios de sucessão,
porque também foram alterados em diferentes épocas e com diferentes finalidades, por antigos
garimpos, pela pesquisa mineral empresarial e até mesmo pelos eventos naturais, como fortes
ventos, raios, etc, que formam clareiras.
Nesse sentido, os principais fatores ambientais que serão afetados no processo de
implantação do complexo industrial estão elencados a seguir:
a) Topografia: os terrenos precisarão de nivelamento para atender às normas técnicas
construtivas da indústria (planta de beneficiamento) e das demais estruturas e obras que lhe
darão apoio (barragem de água, pilha de rejeitos, estradas, ponds para coleta e armazenamento de
água e/ou efluentes, oficina, escritório, balança, refeitório, vestiário, etc.). No corpo da serra
onde será implantado o emboque das minas, Arex e Ambrex, também haverá alteração na
topografia, inclusive para construir a estrada que as ligam, as praças de ventilação e seus acessos,
dentre outras. Haverá ainda alterações topográficas onde serão implantados os paióis de
explosivos e de acessórios.
b) Ar: os níveis de ruído no processo de implantação do empreendimento serão alterados.
Como também é fato que em determinados locais haverá emissão de particulados, pois no
processo construtivo haverá movimentação de máquinas e equipamentos para construção dos
emboques das minas, de estradas, da área da pilha de rejeitos, do depósito de resíduos, etc, que
gerarão principalmente poeira.
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c) Solo: no processo de implantação das estruturas construtivas do Projeto Aripuanã e
principalmente onde houver cortes, aterros e nivelamento de superfícies, haverá remoção das
camadas superiores dos solos, formadas por materiais orgânicos, que sob o ponto de vista da
engenharia, são inadequados para estabilizar terrenos. Haverá também a remoção de pacotes de
coberturas pedológicas, sob o ponto de vista da geologia-geotecnia, para a implantação de
estruturas importantes, como a barragem para armazenamento de água, o fundo do lago formado
pelo barramento do córrego Arrainha, a base do depósito de pilha de rejeitos, etc.
d) Rochas: para acessar os corpos mineralizados, Arex/Ambrex, para a implantação da
barragem de água e também para a área da pilha de rejeitos haverá a remoção de rochas
intemperizadas e sãs. Embora se tenha previsto um depósito de resíduos para armazenar esses
materiais, eles ali permanecerão temporariamente, até que sejam reutilizados em outras ações
construtivas, sejam nas estruturas que compõem o Projeto Aripuanã, sejam no retorno para
preenchimento das minas, Arex/Ambrex, de quando forem desativadas.
e) Águas superficiais e subterrâneas: tendo em vista que na região o período seco é pouco
expressivo, as chuvas poderão gerar alterações na qualidade de águas superficiais de quando
forem
realizados
os
serviços
de
terraplenagem,
carreando
sedimentos
de
setores
topograficamente mais elevados para as bases das vertentes, inclusive para fundos de vales. Na
implantação da área industrial haverá extinção de uma nascente, identificada pela empresa
Hidrovia Hidrologia e Meio Ambiente Ltda, pelo código NAR-46, como já anteriormente
referido. Outras obras, como estradas poderão provocar alterações no sistema natural de
escoamento das águas através de ravinas/grotas e grotões e em olhos d’água, ainda que efêmeros
ou temporários, como é o caso da estrada no flanco sul da serra do Expedito que fará a ligação
dos emboques das minas Arex/Ambrex à rede viária da região. Por isso deverá ser implantado
um sistema eficiente de drenagem, com obras de engenharia específicas para disciplinar o
escoamento dos excedentes hídricos.
f) Flora: haverá a remoção da cobertura vegetal no processo de implantação das estruturas
que compõem o Projeto Aripuanã. Embora a maior parte do Complexo Industrial esteja em
ambiente de pastagem plantada, em certos locais ainda existem remanescentes de Floresta
Ombrófila Aberta com palmeiras, apesar de boa parte se tratar de sistemas secundários. Para
essas áreas de vegetação nativa, serão realizados Planos de Exploração Florestal – PEFs, e
tomados os devidos cuidados para minimizar os efeitos da remoção da vegetação, pois ela
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desempenha papel preponderante na proteção dos terrenos, contra a ação erosiva das chuvas,
notadamente em áreas muito inclinadas, como é a topografia da serra do Expedito.
g) Fauna: a remoção da cobertura vegetal gera modificações ambientais para vários taxa
da fauna silvestre, principalmente pela perda de habitat. No caso do Projeto Aripuanã, a serra do
Expedito é recoberta por vegetação natural e por sistemas secundários de Floresta Ombrófila
Aberta com palmeiras e, por conseguinte, tem-se um “caminho natural” para locomoção da fauna
silvestre, servindo-lhes também, como abrigo e fonte de alimentos e água. A presença de
pessoas, a movimentação de máquinas, equipamentos etc., por si só causarão impactos à fauna
regional, expulsando-a, ainda que temporariamente, dessas áreas de intervenção. Por outro lado,
a criação do lago artificial resultante do barramento do córrego Arrainha, alterará as condições
ambientais para as comunidades aquáticas.
6.3.3 Fase de Operação do Empreendimento
Três aspectos são preponderantes na fase de operação do empreendimento: a remoção
gradual dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, da serra do Expedito, o seu beneficiamento
por processos químicos (flotação), na indústria e o transporte dos concentrados obtidos do
beneficiamento. Deles resultará a geração de materiais de diferentes tipologias, cujos principais
destacam-se: estéril (irá para o depósito de resíduos, enquanto não for reutilizado na própria
mina), rejeitos (irá para a pilha de rejeitos a seco e também retornará para preencher os realces
lavrados da mina), efluentes e águas residuárias (irão para os ponds), poeiras (necessitará de
medidas de controle), concentrados de minério (serão armazenados no próprio site antes de
serem transportados para os smelters), entre outros.
Considerando tais aspectos, os principais fatores ambientais que serão afetados dizem
respeito às alterações que poderão ocorrer sobre as águas, ar, rochas, solos, flora e fauna.
a) Águas superficiais e subterrâneas: serão utilizadas águas superficiais e subterrâneas no
processo de beneficiamento do minério. Para reposição dos volumes necessários a esse processo
serão utilizadas as águas da barragem, mas poderão ser também usadas as águas bombeadas da
mina, na medida em que a frente de lavra avançar no Arex/Ambrex. Como será adotado um
sistema de recirculação de águas e de controle de efluentes, a eficiência do processo de reuso
dessas águas dependerá da eficácia do sistema adotado. Serão construídos ponds de coleta e
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armazenamento para as águas e para os efluentes e sistemas de tratamento a eles associados, de
modo que nenhuma água saia sem controle e toda a água do Projeto seja recirculada, para evitar
inclusive a drenagem ácida potencial da mina e da planta de beneficiamento. Por outro lado, as
águas das chuvas de toda a área do Projeto deverão ser controladas por um sistema de drenagem
eficiente, sendo os excedentes hídricos devidamente conduzidos até os fundos de vales.
b) Ar: além das alterações de níveis de ruídos, haverá emissão de particulados, pois
haverá movimentos de máquinas e equipamentos, como no caso de estradas, áreas de depósito de
rejeitos, depósito de resíduos, mina, etc. No interior da mina, haverá alterações na qualidade do
ar. O ar impuro gerado por detonações e pela própria operação deverá ser constantemente
renovado através do sistema de ventilação concebido para o Projeto.
c) Rochas: sendo condição sine qua non a extração mineral dos corpos Arex/Ambrex,
haverá a remoção de litologias hospedeiras e de rochas mineralizadas, alterando a estrutura do
pacote rochoso do interior da serra do Expedito. Embora tenha sido prevista a adoção de um
sistema de reutilização dos materiais estéreis e rejeitos (rock / backfill), para preencher vazios
nessas minas subterrâneas e minimizar tais alterações, haverá pontos onde os vazios
permanecerão com ar, e com o tempo serão preenchidos com água percolada no pacote residual,
após a desativação das minas.
d) Solos: as áreas de entorno das estruturas que formam o Projeto Aripuanã poderão ser
afetadas por desenvolvimento de processos erosivos, provocando carreamento de camadas dos
solos, a exemplo das áreas marginais das estradas, do entorno da pilha de rejeitos e do depósito
de resíduos, da barragem, etc. Porquanto há que se prever um plano executivo para a prevenção e
controle de processos erosivos, bem como a implantação de sistemas eficientes de drenagem de
excedentes hídricos.
e) Flora: como existirão remanescentes florestais, principalmente na serra do Expedito,
esses ambientes vegetados funcionarão como fonte de fornecimento de sementes e propágulos,
resultando em permanente alteração nas áreas de controle específico, como o caso da área da
pilha de rejeitos a seco, que só após a desativação do empreendimento poderá ser revegetada,
mas não com espécies florestais. Ou, como nas estruturas e obras de engenharia onde é comum
espécies de figueiras (Ficus sp.) se instalarem e causarem danos por causa da adaptação do
sistema radicular, sendo, por conseguinte, o permanente acompanhamento e manejo.
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f) Fauna: a fauna silvestre aos poucos se ajustará às mudanças ocorridas no ambiente,
principalmente com relação às detonações na mina. Entretanto, não poderão ter mais livre acesso
a determinados locais do Projeto, como por exemplo, na infraestrutura básica que compõe o
empreendimento. Além disso, alguns taxa da fauna regional serão mais afetados que outros.
6.3.4 Fase de Desativação do Empreendimento
Na fase de desativação do empreendimento haverá duas situações muito diferentes em
relação aos fatores ambientais afetados. Uma situação se refere aos ambientes do corpo serrano,
por causa das alterações das características originais do relevo, do comportamento hídrico e da
estrutura geológica. A outra situação diz respeito aos ambientes relacionados às estruturas
básicas que formam o complexo industrial, por causa das alterações topográficas, das remoções
de solos, das mudanças no escoamento natural das águas e pela implantação das instalações
físicas e obras de engenharia, que resultam na modificação radical da paisagem natural. Assim,
os principais fatores ambientais que serão afetados na fase de desativação do empreendimento
estão a seguir referidos.
a) Águas superficiais e subterrâneas: nascentes e olhos d’água extintas temporariamente
no corpo da serra do Expedito reaparecerão paulatinamente, outras poderão ser extintas e novas
nascentes e olhos d’água poderão surgir. O lago formado pelo barramento poderá ter outro uso
na propriedade rural. Há um potencial de drenagem ácida na mina e pilha de rejeitos que deverá
ser sempre controlado / monitorado.
b) Relevo e topografia: as alterações das características do relevo e da topografia dos
terrenos de várias áreas poderão permanecer modificadas. O importante é buscar a estabilidade
das áreas para evitar processos erosivos e assoreamentos após desmobilizar as estruturas, caso
das construções que fazem parte da infraestrutura básica do empreendimento (indústria, balança,
oficinas, escritórios, refeitório, vestiário, etc.). A área do depósito de resíduos provavelmente
será toda reafeiçoada, porque os materiais nela depositados serão reutilizados no
empreendimento ou retornados para a mina, na medida em que as frentes de lavra avançarem até
a desativação.
c) Solos: tendo em vista que muitas áreas serão recuperadas após a desativação da mina,
haverá necessidade de reposição de camadas superficiais de solos, para as atividades de PRAD.
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A remoção de entulhos gerados no processo de demolição das edificações resultará na exposição
de solos que serão fontes potenciais de sólidos sedimentáveis, os quais poderão ser carreados
para corpos d’água, comprometendo sua qualidade. Os solos que ainda estiverem estocados
poderão ser utilizados, mas provavelmente haverá necessidade de buscar material alóctone.
d) Rochas: após a desativação das minas Arex e Ambrex e mesmo com a adoção de
técnicas de retorno de materiais (rock / backfill), a estrutura rochosa da serra estará alterada.
e) Flora: a revegetação no processo de desativação da mina será compatível com as
exigências de cada local. Na pilha de rejeitos, por exemplo, após as técnicas para seu lacramento
(uso de geomembrana, etc.), apenas gramíneas poderão ser implantadas, devendo, por
conseguinte, serem sempre monitoradas para evitar a regeneração natural, já que nos ambientes
de entorno, ainda existirão remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, que
servirá como fonte de sementes e propágulos.
f) Fauna: após a desativação da mina, a fauna silvestre aos poucos se ajustará às
alterações ocorridas nos ambientes, que também estará em processo de recuperação.
g) Sócio econômicos: com a desativação do empreendimento e a dispensa de mão de obra
regional envolvida, o desemprego resultará em novas demandas à jurisdição municipal, que
deverá ter orientações pelos planos/programas de descomissionamento da mina, em parceria com
o poder público municipal. Haverá também mudanças no setor comercial da cidade de Aripuanã
e no setor de habitação, pois haverá saída de pessoas de outras regiões, que permaneceram
durante a vida útil do empreendimento.
7. CONCLUSÃO DO VOLUME 1
A concepção do projeto Aripuanã adotou os princípios de sustentabilidade visando
minimizar impactos ambientais, sem comprometer a qualidade operacional e a rentabilidade do
projeto.
Ao longo do tempo e conforme se evolui com os estudos e conhecimento sobre a
mineralização e tecnologias passíveis de serem aplicadas, nota-se um ganho ambiental que
impacta positivamente também na excelência operacional e resultados do projeto, ou seja,
melhora o resultado financeiro. É possível verificar essa vertente no item 4.4 deste volume, onde
na primeira concepção de projeto, foram estudadas barragens em talvegues e planta industrial
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interferindo em área com vegetação florestal, altos impactos ambientais e riscos operacionais,
que poderiam afetar resultados, chegando a uma concepção de disposição a seco de rejeitos,
redução de área impactada, e desmatamento o menor possível, reduzindo riscos e impactos.
Como inovação é uma diretriz da empresa, a Mineração Dardanelos não poupará esforços
na adoção de novas tecnologias, visando sempre a redução ou eliminação do impacto ambiental,
segurança operacional e resultados, trabalhando sempre para a viabilidade do projeto.
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ANEXOS

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