DOSSIER de IMPRENSA

Transcrição

DOSSIER de IMPRENSA
CCB | MUSEU COLECÇÃO BERARDO | CULTURGEST | CINEMATECA PORTUGUESA |
FUNDAÇÃO EDP | LX FACTORY | MNAC | GALERIA GRAÇA BRANDÃO | EMBAIXADA DE
FRANÇA
FUNDADORES: ARTE E LA FERME DU BUISSON, SCÈNE NATIONALE DE MARNE-LA-VALÉE
CO-PRODUTOR PORTUGAL: CENTRO CULTURAL DE BELÉM
PARCEIROS: CULTURGEST, MNAC – MUSEU DO CHIADO, MUSEU COLECÇÃO BERARDO,
CINEMATECA PORTUGUESA, EMBAIXADA DE FRANÇA
APOIOS INSTITUCIONAIS: CML, EGEAC, ICA, GESTÃO DOS DIREITOS DOS ARTISTAS, INSTITUTO
FRANCO-PORTUGUÊS, FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN, RTP 2
APOIOS: EMPARQUE, JAMESON, CAFETARIA MUSEU DO CHIADO
PARCEIROS INTERNACIONAIS: LES HALLES, ROMAEUROPA FESTIVAL, tanzhaus nrw, TRAFÓ,
CSW ZAMEK UJAZDOWSKI, VON KRAHLI TEATER, ARTLINK, GARAJISTANBUL, USINE C
A DUPLACENA É UMA ESTRUTURA FINANCIADA PELO MINISTÉRIO DA CULTURA/ DIRECÇÃOGERAL DAS ARTES
O FESTIVAL TEMPS D’IMAGES É UM PROJECTO APOIADO PELA COMISSÃO EUROPEIA
Festival Temps d’Images2008
1
TEMPS D’IMAGES, um festival nacional
TEMPS D’IMAGES completou seis anos em Portugal. Seis anos de reflexão em imagens e em
palavras, no ecrã e no palco, para este festival idealizado e realizado pela ARTE e La Ferme du
Buisson, que se implantou em Portugal e se espalhou por uma Europa cujas fronteiras não
param de se alargar. Este é, por sinal, o fio condutor da edição de 2008, que põe em termos
artísticos a questão da transgressão das fronteiras, sejam elas artísticas ou geográficas. Em
suma, uma volta às origens para TEMPS D’IMAGES, que convida artistas de palco e da imagem a
trabalhar juntos na elaboração de um espectáculo. Teatro e cinema confrontam in vivo aquilo
que dá forma e distingue as suas ficções, para imaginar novas formas de escrita. Articulação,
desconstrução, imagens que se reflectem ao infinito ou jogos de espelhos estão no âmago dos
espectáculos, instalações, filmes e performances apresentados no CCB, Culturgest, Museu do
Chiado, Fundação Museu Colecção Berardo, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema,
Fundação EDP, Galeria Graça Brandão e LX Factory.
No TEMPS D’IMAGES, o processo de descoberta mútua e de criação comum tem tanta
importância quanto o objecto acabado que, oferecido ao público, transforma este festival
numa plataforma reveladora de talentos. E como há sempre novos nomes a surgir, estamos
presentes.
TEMPS D’IMAGES, um festival europeu
Nascido da colaboração entre a ARTE e La Ferme du Buisson, TEMPS D’IMAGES é um festival
que, na sua essência, é europeu. Além de suscitar o cruzamento entre artistas de palco e
artistas da imagem filmada e a hibridação de formas que estes encontros suscitam, TEMPS
D’IMAGES é um festival resolutamente internacional, desde a sua primeira edição, em 2002.
Seduzidos por este conceito inédito, os programadores e produtores estrangeiros logo quiseram
associar-se ao festival. Dez países participam da edição de 2008, entre os quais dois recémchegados, a Roménia e a Turquia, que afirmam a vontade de TEMPS D’IMAGES de estender as
fronteiras da Europa até às margens do Bósforo. Com a cumplicidade dos fundadores, cada um
se apropria do tema do festival para construir a sua própria programação.
Festival nómada e autónomo, TEMPS D’IMAGES constitui actualmente uma rede de
solidariedade na Europa, na qual o que conta é o acompanhamento dos artistas e dos seus
projectos, sem que nenhum obstáculo de exclusividade venha entravar a circulação das obras e
dos artistas. Se TEMPS D’IMAGES fosse uma planta, seria um rizoma.
António Câmara Manuel
Outubro 2008
Festival Temps d’Images2008
2
|PROGRAMAÇÃO|
[instalação]
WESTERN UNION: SMALL BOATS
ISAAC JULIEN
29 OUT a 1 FEV
MNAC - MUSEU DO CHIADO
WESTERN UNION: Small Boats, de Isaac Julien, encerra a trilogia de instalações audiovisuais
iniciadas com True North (2004) e continuada com Fantôme Afrique (2005).
Estes trabalhos exploram o impacto da localização – tanto cultural como física – através de um
retumbante efeito de justaposição de regiões globais em oposição.
Este novo trabalho de Isaac Julien, WESTERN UNION: Small Boats, aborda as viagens através no
mar Mediterrâneo dos chamados “clandestinos”, que partem da Líbia, fugindo das guerras e da
fome. Podem ser vistos como trabalhadores migrantes da economia, tais como outros europeus
- “Anjos” na terminologia de Walter Benjamin -, testemunham o fracasso da esperança e dos
sonhos da modernidade e erram agora através dos oceanos, alguns sem nunca chegarem, nem
regressarem.
Expandindo a temática da viagem, excursão e expedição, WESTERN UNION: Small Boats, é
produzido na era em que o avanço da comunicação global e das novas tecnologias são
permanentemente
celebradas.
Uma
das
principais
questões
levantadas
por
este
desenvolvimento é precisamente o papel do indivíduo neste fluxo de informação. A circulação
das vidas humanas, os movimentos dos corpos e as histórias das suas vidas, tornam-se
oportunas quando as políticas de imigração geram diariamente controvérsia e as relações entre
nações são fonte de um permanente e alargado debate.
WESTERN UNION: Small Boats | 5 projecções vídeo | Filme 35mm, cor, som surround, 18' |
Transferido para DVD/HD, 5.1 | 2007
Conceito original Isaac Julien Realização Isaac Julien Desenvolvido em colaboração com
Russell Maliphant Coreografia Russell Maliphant Produção Paula Jalfon Produtor executivo
Mark Nash Director de fotografia Nina Kellgren BSC Montagem Adam Finch, The Offline Editing
Festival Temps d’Images2008
3
Company, London Desenho de som Andy Cowton Russell Maliphant Dance Company: Juliette
Barton, Saiko Kino, Riccardo Meneghini, Kyoung-Shin Kim, Alexander Varona Actriz Vanessa
Myrie Homens no barco Richmond-Niamkey, Ezolia, Aka Kablan Francis, Ba Abdou Laye,
Buutol, Dieng Sergigne Ibra Lô
Festival Temps d’Images2008
4
[instalação/ambiente interactivo | performance]
REAIS JOGOS VIRTUAIS
ISABEL VALVERDE
1 e 2 NOV | 15h00-19h00; 1 NOV | 21h30; 2 NOV |19h30 e 21h30
LX FACTORY
Reais Jogos Virtuais (RJV) integra dança/performance e artes media, numa colaboração
transdisciplinar. Numa arquitectura híbrida, os espaços físicos e virtuais interagem com os seus
habitantes, performers e audiência, ao vivo e como avatares. RJV problematiza os ambientes
dos videojogos e espaços de sociabilidade virtual, como o Second Life, as suas interfaces físicas
(através da utilização de óculos de realidade virtual, motion capture, controlador Wii, e
câmara web) e relações com a descorporalização. Nesta criação coreográfica híbrida,
personagens ao vivo e virtuais interagem entre si para assumir modos de comunicação.
Movimento - físico e virtual -, imagética e sonoplastia afectam-se reciprocamente através de
sistemas de interacção computacionais. Esta interactividade entre movimento físico e modelos
de mediação e representação virtual: os avatares, parte da ideia de deslocação do espaço
virtual (videojogo/animação 3D) para o espaço físico e vice-versa (via motion capture).
RJV situa-se na reflexão sobre o corpo face às tecnologias digitais, particularmente a aderência
aos videojogos, e aos modelos imersivos de comunicação em tempo real da Internet.
Direcção artística/ coreografia transdisciplinar Isabel Valverde Arte multimédia interactiva
António Caramelo Performance Jorge Gonçalves/ Inês Negrão Sonoplastia Ru*mor* Desenho de
luzes Nuno Valverde Animação avatar (Second Life) Isabel Valverde Assistentes motion
capture José Maria Dinis Espaço cénico híbrido Maria Matos Figurinos Alexandra Sobral
Produção executiva Sérgio Parreira Apoio DGA, MovLAb/ULHT, VIMMI/INESC-ID e CIIST/GAEL,
CENTA, Rumo do Fumo, UAveiro e Sylgrut Center, Vipulamati, Lx Factory, NCS, FCG, Fórum
Dança, ZDB
http://reaisjogosvirtuais.blogspot.com
Festival Temps d’Images2008
5
[projecção]
VÍDEO-DANÇA
ALBERTO MAGNO
2 NOV | 15h30
TERREIRO DO PAÇO
Projecção de uma selecção de vídeo dança, por Alberto Magno, director do Festival Frame Festival Internacional de Vídeo-Dança, uma iniciativa da Fábrica de Movimentos, e tem como
objectivos promover e divulgar produções em vídeo-dança. O Festival Internacional de VídeoDança vai na 7ª edição e é apresentado no Porto.
PROGRAMAÇÃO
AIDSKILL |Alex Fischer | 11’ / The Nederland’s/Germany, 2005
Em honra ao Dia Mundial da Sida, Aidskills foi criada para relembrar aqueles que passaram esse
vírus fatal. Esse vídeo traz consciência para as pessoas das consequências dessa doença.
TEXT FIELD|Chirstinn Whyte| 1' / Reino Unido/ United Kingdom, 2002
Uma sequência contínua de movimentos improvisados é traduzida para uma animação de base
electrónica, com uma banda sonora gerada por um computador a partir do último frame da
sequência.
TRALALA |Magali Charrier|3mins. 35mm. / Inglaterra, 2004
Uma produção Inglaterra/Canadá - co-produção apoiada pelo / co-production commissioned by
Channel4 and BRAVO!Fact. Menção Especial no / Special Mention at The Alternativa Festival,
Barcelona, Dec 2005. Prémio de Audiência do / Winner of the Audience Prize at the Moving
Picture Festival, Toronto, Nov 2005. Vencedor do / Winner Prize at Cinedans, Amsterdam, July
2006.
TRACE|Chirstinn Whyte |1'' / Inglaterra, 2005
O programa de composição Shake foi usado para dar visibilidade do único movimento padrão de
um único performer que improvisou a sua passagem pelo frame do ecrãn.
LÁ OÙ JE DORS|Isabel Barros|7' 43'' / Portugal, 2005
Para Isabel Barros, a matéria de Lá où je dors são os sonhos. O sono transforma a noite em
possibilidade de sonho. E é o sonho, como um chamamento irresistível, misterioso e perigoso,
Festival Temps d’Images2008
6
que a coreógrafa escolhe para criar o espaço das imagens inconscientes, o espaço das
personagens de um teatro interior e íntimo, alusivo, repetitivo, persistente e sem fim...
NO FLY ZONE|Né Barros| 6' 40'' / Portugal, 2005
Da viagem improvável e contínua chegamos a um lugar suspeito, à paisagem territorializada.
Em No Fly Zone define-se uma área de interdição, um lugar vazio como tantos outros da vida
na metrópole. Numa quase-instalação, é recriado um ambiente suspeito onde sujeitosdinâmicos se substituem ao indivíduo psíquico, presenças conotam ausências e a acção é nãoreacção.
MINOU|Magali Charrier| 7mins. Super 8. / Inglaterra, 2002
Prémio de / Award for the Best Screen Choreography, IMZ Festival, Monaco, Dec 2002
Apresentado no / Broadcast on Channel 4 e exibido internacionalmente / and toured
internationally.
11B|António M. Cabrita| 11mins. / Portugal, 2007
O Tempo; O Espaço; Do Corpo “físico-real”.
Dois corpos; tensão forte... IIB ...55 80
ANIMALZ|Sérgio Cruz| 3’20’’ / Inglaterra, 2006
Animalz é uma curta metragem, na qual os 16 intérpretes entre os 8 e 14 anos da companhia
de break-dance B3 Boys - Brighton Youth Dance Company, foram encorajados a revelar
animalidade, nas suas energéticas performances.
KILLING AN ARAB| Sheila Ribeiro| 3mins. / Canada, 2004
Projecto de vídeo-dança que reinterpreta uma das músicas da banda inglesa The Cure.
Inspirando-se na estética pop e no tom do videoclip, mostra fantasias íntimas de violência
tratadas com leveza, denegrindo assim a sua intensidade.
CARLOTA |João Galante| 3'20'' / Portugal, 2004/2007
ONE IN A MILLION|Nicole Seiler| 9' 17'' / Suiça/ Switzerland, 2004
One in a million é um filme de dança que procura explorar os limites do corpo humano e
reinventar a sua linguagem através das técnicas do vídeo. O trabalho expande as possibilidades
coreográficas e a diversidade de movimentos em termos de ritmo, tempo e espaço.
Festival Temps d’Images2008
7
SCANNER |Sérgio Cruz| 9'/ Portugal, 2004
MOTION CONTROL| Liz Aggiss / Anderson Cowie
8mins./Inglaterra (Dance on Camera - USA), 2002
Uma velha e glamorosa intérprete!. Prenda-a no mundo real, e aperte-a na sua realidade
privada. Controle seus movimentos, contenha sua emoção. Você pode tentar, mas ela já desfez
tudo isto. Com uma super desperta consciência submeta-se a esta bizarra viagem a esta
“prisão”.
Festival Temps d’Images2008
8
CICLO DE CINEMA
3 a 8 NOV
CINEMATECA PORTUGUESA
Depois de uma primeira programação em 2007 sobre o tema: cinematografia-coreografia,
Temps d'Images, com esta terceira edição de "o cinema à volta de cinco artes - cinco artes à
volta do cinema", continua a explorar este vasto território .
Esta programação foi concebida por Pierre-Marie Goulet e Teresa Garcia em parceria com a
Cinemateca-Portuguesa e em estreita colaboração com Ricardo Matos Cabo, Stefani de
Loppinot, Cyril Neyrat.
Tal como no ano anterior os filmes serão olhados por dentro, pela sua forma cinematográfica, o
seu ritmo, o seu movimento, a sua coreografia.
Serão apresentados filmes onde se revelam autênticos bailados do gesto e dos corpos, a dança
com os elementos, as deambulações pela cidade, corpos e gestos que hesitam, movimentos que
nunca vão até ao fim, corpos em desequilíbrio, corpos mutantes, danças que irrompem
inesperadamente criando roturas, metamorfoses, etc.
Um catálogo acompanha esta programação e alguns dos autores dos textos estarão presentes
nas projecções para falar e dialogar sobre os filmes. Estarão em Lisboa durante todo o
programa; André S. Labarthe, realizador, autor de livros sobre cinema, produtor (com Janine
Bazin) da série "Cinastes de notre temps", que vem apresentar o seu filme " Carolyn Carlson
Solo", Jean-Andr Fieschi, realizador, autor, crítico dos Cahiers de Cinema na época dos Cahiers
"amarelos", Cyril Neyrat (crítico nos Cahiers de Cinéma, responsável da revista Vertigo), Cyril
Beghin (autor de diversos livros sobre cinema, escreve também para a revista Vertigo, Cahiers
du Cinema). Contamos ainda com filmes, textos e a presença dos realizadores portugueses:
Fernando Lopes (Belarmino), Zepe (Stuart), Alberto Seixas Santos, João Botelho, Marina Estela
Graça, Nuno Amorim, Margarida Gil, e ainda a escritora Maria Andresen, António Rodrigues e
Luis Henriques.
Festival Temps d’Images2008
9
PROGRAMAÇÃO
SEGUNDA-FEIRA | 3 de Novembro 21h30 | Sessão de Abertura
Com a presença de André S.Labarthe e Jean-André Fieschi
CAROLYN CARLSON SOLO
de A.S.LABARTHE
1985 – 52’
Si vous aimez Venise et si vous aimez qu'on déchire devant vous ce que vous avez le plus aimé,
Si vous aimez les chapeaux noirs et les robes bleues,
et si vous aimez la frustration lorsqu'elle est bien faite,
Bref, si vous préférez le 16mm au 35mm, le super 8 au 16 mm,
et Carolyn de Venise à Caroline de Monaco,
Alors bienvenue à bord. La Carlson vous y attend.
ELLE SERA SEULE.
André S.Labarthe
PAS DE DEUX
de Norman McLAREN
1968 -13’
Pas de Deux faz parte de uma trilogia de filmes com Ballet Adagio, 1972, e Narcissus, 1983.
Estes são exercícios fílmicos nos quais a expressão de uma forma muito específica e codificada
de acção, o ballet, é abordada. McLaren há-de declarar muitas vezes a sua devoção à dança
sublinhando nela a dimensão do movimento:
“Every film for me is a kind of dance, because the most important thing in film is motion,
movement. No matter what it is you’re moving, wether it’s people or objects or drawings; and
in what way it’s done, it’s a form of dance.”
Marina Estela Graça
Festival Temps d’Images2008
10
TERÇA-FEIRA | 4 de Novembro | 19h30
Com a presença de João Botelho
DIE PUPPE (A Boneca)
de E.LUBITSCH
1919-58’
A genialidade de Die Puppe vem-lhe de uma aliança muito feliz entre a exploração das
tendências primitivas do cinema, o uso e abuso das potencialidades técnicas dos códigos do
mudo, a veia burlesca e a influência pictórica, e, last but not least, os elementos próprios do
universo Lubisch. Assim se explicam as referências a este filme quase sempre combinando
termos não necessariamente compatíveis, “um conto de fadas expressionista”, “um fantástico
burlesco”, um filme onde coexistem “o caligarismo, Méliès e o desenho animado”, onde “se
sentem os ecos da Alemanha romântica”, e onde “as sombras demoníacas do cinema alemão
servem de motivo de riso”.
Maria João Madeira
CARABOSSE
de Lawrence JORDAN
1980-5’
TERÇA-FEIRA | 4 de Novembro | 22h00
Com as presenças de João Botelho e Maria João Madeira
O VENTO / THE WIND
De V.SJOSTROM
1928 – 79’
Algumas passagens deste filme aparecem como outros tantos «acontecimentos coreográficos».
Criadores de beleza, eles atingem uma intensidade particular capaz de transmitir a
«virtualidade dançante» do filme. Não há, nesta obra, «execução» de uma dança mas
nascimento de um corpo dançante, dado que «[…] o espectáculo da dança é o corpo subtraído a
saber tudo de um corpo, o corpo como eclosão». De cada vez, a eclosão desses momentos
singulares provém da inconsciência da dança por Lillian Gish: a dançarina não é dançarina, mas
sim um corpo compelido ao movimento dançado.
Fabienne Costa
Festival Temps d’Images2008
11
BLACK ICE
de Stan BRAKHAGE
1994-3’
WATER MOTOR
de Babette MANGOLTE
1978-7’
QUARTA-FEIRA | 5 de Novembro | 19h30
Com as presenças de António Rodrigues e Nuno Amorim
A TRINDADE MALDITA / THE UNHOLY THREE
de Tod BROWNING
1925-86’
CAPRICES DE NOËL
de Norman McLAREN
1962- 9’
QUARTA-FEIRA | 5 de Novembro | 22h00
Com a presença de Jean-André Fieschi
A FORÇA DO SEXO FRACO
de Ingmar BERGMAN
1964-80’
Il y a bien longtemps, un jeune scribe intrépide écrivait, après avoir loué la franchise et
l’insolence du film, « être surtout sensible à une sorte d’élégance chorégraphique dont le
charme semble précisément se jouer des règles habituelles de la danse » (4), avant d’évoquer
quelques hypothèses plus ou moins périlleuses.
Jean-André Fieschi
A Força do Sexo Fraco de comédia tem apenas a forma, a estrutura "fárcica" e farsante, como
sublinhado absoluto da representação e do artificialismo. E o abismo que aí se desenha, no
espaço entre, por um lado, a euforia e movimento constante do que é da ordem da farsa, e
por outro a viagem labirintíca às memórias (memórias "vivas": a sua casa, e "todas as suas
Festival Temps d’Images2008
12
mulheres") de um homem morto é de molde a suscitar vários tipos de perturbação que pouco
ou nada têm que ver com o riso.
Luís Miguel Oliveira
CANON
de Norman McLAREN
1964 – 10’
McLaren é um jogador, e joga sempre a vários níveis, sendo pioneiro exímio e inovador no que
toca à representação e distorção da dimensão temporal ou à encenação espacial e temporal
das acções, em que além da coreografia visual e cénica, se acrescenta a dimensão temporal,
ligada á musicalidade própria da linguagem cinematográfica no seu estado mais puro, bem
como á utilização (por vezes demasiado obvia) da musica como suporte da “narração” visual.
Nuno Amorim
QUINTA-FEIRA | 5 de Novembro | 19h30
Com a presença de Cyril Neyrat e Cyril Béghin
CARNIVAL OF SOUL
de Herk HAREY
1962 – 84’
Pour qu’un film promis à l’oubli devienne culte, il lui suffit d’être vu par les bonnes personnes
au bon moment. George Romero a vu Carnival of souls dans un drive-in. Il y a trouvé l’héroïne
banale et frigide, les zombies maquillés à la truelle et les paysages désolés de sa Nuit des
morts-vivants.
Cyril Neyrat
NECROLOGY
de S.LAWDER
1971- 11’
Uma longa fila de corpos anónimos desfilam lentamente, às arrecuas, de baixo para cima do
ecrã, onde são absorvidos pela obscuridade. Como se resvalassem para trás ou fossem descritas
por uma interminável panorâmica vertical, as silhuetas deslizam e desaparecem sem nunca
regressarem, engolidas por um negro fúnebre. Não se trata de uma cadeia, cada corpo é
Festival Temps d’Images2008
13
diferente dos outros, mas da vista parcial de uma sombria escada de Jacob: o filme chama-se
Necrology
Cyril Béghin
QUINTA-FEIRA |5 de Novembro | 22h00
Com a presença de Alberto Seixas Santos e Cyril Béghin
O CARTEIRISTA / PICKPOCKET
de Robert BRESSON
1959 – 75’
De Pickpocket tanto se pode falar em termos de “tratado de moral” (e avançar em domínios
aflorados, como o das relações entre o roubo e a homossexualidade, a propósito da relação
Michel-Jacques ou Michel com os outros carteiristas, o tema da mãe, cuja ligação com o filho
passa também pelo roubo mas principalmente pela morte) como em termos estritamente
“materiais”, na medida em que se pode sustentar, igualmente, que é um filme sobre mãos,
olhares, sem outra “metafísica” que não essa.
João Benard da Costa
LE HORLA
de Jean-Daniel POLLET
1966-38’
Peu d’œuvres cinématographiques sont placées comme celle de Pollet sous le signe de la
danse, qu’elle soit apparente ou latente, enjeu narratif (le tango dans L’Acrobate) ou principe
esthétique (la chorégraphie du monde dans Dieu sait quoi). Le Horla appartient à la seconde
catégorie : pas de danse en acte, mais une puissance chorégraphique qui conduit
souverainement le récit et la mise en scène.
Cyril Neyrat
SCHWECHATER
de Peter KUBELKA
1957-58’ 35 mm, couleur, 2mn
Festival Temps d’Images2008
14
SEXTA-FEIRA | 7 de Novembro | 19h30
Com a presença de Fernando Lopes, Jean-André Fieschi e Cyril Neyrat
BELARMINO
de Fernando LOPES
1963-80’
O Fernando [Lopes] só fica certo em movimento. Para mim foi sempre uma espécie de
Mercúrio lisboeta, deus mensageiro de sandálias aladas, voando de mesa em mesa, de grupo
em grupo, de pai em pai, num afã incansável e sem fim. De Mercúrio vem o “mercurial” que o
define.
Alberto Seixas Santos
UN JEU SI SIMPLE
de Gilles GROULX
1963-28’
Cette même année 64, Gilles Groulx réalise (et monte) Le Chat dans le sac et Un jeu si simple
(tourné avant, montré après). C'est l'avènement du cinéma québécois dans ce qu'il a de plus
neuf, de plus frais, de plus proche des vibrations de la vie même. Le cinéma direct autorise
alors chez quelques rares poètes de la caméra (Rouch !) (…) Il savait bien la possibilité du
montage de créér du rythme et du sens, indissociablement, de répartir et d'organiser le chaos
initial des sensations en forme musicale, progressive, évolutive : Gilles avait débuté comme
monteur à Radio-Canada et monteur il est resté, c'était fondamentalement un réalisateurmonteur. Comme Vertov, comme Resnais, comme Godard, chacun à leur façon.
Jean-André Fieschi
SEXTA-FEIRA | 7 de Novembro | 22h00
Com a presença de Margarida Gil, Zepe, Luís Henriques
ERA UMA VEZ UM MELRO CANTOR
de Otar IOSSELIANI
1970-85’
Guia [a personagem principal do filme] é alguém que não sabe estar quieto, não sabe estar
senão em todo o lado e em lado nenhum, não tem a capacidade de se fixar e está sempre
Festival Temps d’Images2008
15
aparentemente disponível para todas as solicitações que apareçam por incompatíveis que
sejam, nem que seja por coincidirem no tempo.
Maria João Madeira
STUART
de ZEPE
2006-11’
O filme Stuart é uma experiência quase musical ou, como sugere o seu autor, «coreográfica». A
imagem a preto e branco intensifica as possibilidades de modulação do espaço em signos,
«como uma escrita corrida ou uma caligrafia em movimento»
Luís Henriques
SÁBADO | 8 de Novembro | 19h30
Com a presença de Cyril Béghin e Cyril Neyrat
SALOMÉ
de Carmelo BENE
1972 – 80’
Salomé torna-se a incarnação inquietante de um desejo que afunda Herodes, lhe faz perder o
pé, se lhe cola à pele, à retina, à boca – o faz gaguejar, gemer e delirar. O doentio cume
erótico que se supõe advindo da dança dos sete véus deve então ser disperso por todo o lado e
já de seguida: Salomé fica simultaneamente nua, lasciva e escultural. Em lugar da cena da
dança, já não se trata de ver dançar Salomé, mas de colocar Herodes no mais agudo de uma
tortura libidinosa que já existe, desde a primeira sequência. O desfolhar dos sete véus torna-se
portanto na decepagem do rei numa espécie de deserto canicular, no enervamento
generalizado do seu corpo e no momento em que Salomé, debruçada sobre ele como um grande
e cruel insecto colado à sua pele, que ela descasca lentamente, possui inteiramente o campo
do seu olhar, pressionada sobre os seus olhos como um sal sobre uma ferida.
Cyril Béghin
Festival Temps d’Images2008
16
SÁBADO | 8 de Novembro | 22h00
Com a presença de Cyril Béghin, Alberto Seixas Santos e Cyril Neyrat
MURIEL
de Alain RESNAIS
1963 – 115’
«Arquejantes» e inquietos são a maior parte dos gestos, seja porque testemunham de uma
imprecisão ou de uma contradição, seja, pelo contrário, porque a sua precisão demasiado
grande, apoiada pela brevidade dos planos e motivos musicais, parece absurda: panorâmica
que segue a mão de Alphonse segurando um cigarro, dedo de Bernard raspando o cano da sua
pistola depois de ter atirado sobre Robert, etc. Difícil de revelar lapsos ou impulsos a esse
propósito, ou de aí ver de cada vez que tal acontece testemunhos de memória ou convites à
perseguição: é o turbilhão dos raccords que acelera o seu ritmo e, encadeando as histórias
individuais, trama a intimidade histórica sobre as indecisões e um sentimento de
desorientação (divagação, delírio) – «Onde é o centro?», «Quem tem a hora certa?», «Onde
estão as minhas chaves?» – «Ah, se eu tivesse feito o que devia…».
Cyril Béghin
HOME STORIES
de Matthias MÜLLER
1990-10’
SÁBADO | 8 de Novembro | 15h30
Com a presença de Maria Andresen e Cyril Neyrat
MÉDITERRANÉE
de Jean-Daniel POLLET
1963-45’
(,,,) Os mesmos movimentos dominam uma montagem cuja lucidez parece movida por uma
espécie de cegueira..
que, seleccionando muito poucos objectos, sobrepõe ao carácter
obsessivo dos travellings de aproximação, assim os ampliando, um alinhamento de recorrência
e repetição que cria um ritmo muito semelhante ao que existe na poesia. A recorrência é,
como se sabe, o que coreografa a poesia, em rimas, ritmos sonoros e medidas dos versos. E o
ritmo da recorrência é o que faz emergir as coisas, na sua
Festival Temps d’Images2008
mudez espessa, no seu poder
17
encantatório, na sua face cega: cego é o olhar das cabeças de estátua, o olhar de medusa, o
olhar esfíngico, de pedra. Cega e silenciosa é a mais transparente imagem. (…)
Maria Andresen
FIM e VIDA
de Artavazd PELECHIAN
SÁBADO | 8 de Novembro | 19h00
Com a presença de Cyril Neyrat
AS NOITES BRANCAS / LE NOTTI BIANCHE
de Luchino VISCONTI
1957-97’
La mise en scène s’appuie principalement sur la lumière et les travellings : les contrastes
lumineux, qui utilisent toutes les nuances du noir-et-blanc – clair-obscur très sombre pour les
moments oniriques, grisaille pour les scènes réalistes, blanc irréel de certains flashbacks –
sont unifiés par l’agencement chorégraphique des travellings et des plans fixes. Comme deux
ans plus tard dans Hiroshima mon amour, c’est l’agencement chorégraphique des mouvements,
des durées et des rythmes qui distribue le jeu des passages entre niveaux de réalité et
temporalités.
Une séquence vient trouer le tissu continu et feutré de ces passages en perçant la bulle
onirique et affective dans laquelle évoluaient aussi bien Mario que Natalia. La danse n’y est
plus simplement le principe virtuel de la mise en scène, elle devient réalité explosive et
charnelle.
Cyril Neyrat
Festival Temps d’Images2008
18
SÁBADO | 8 de Novembro | 21h30
Com a presença de Cyril Neyrat
LAÇOS ETERNOS / UN SOIR, UN TRAIN
de André DELVAUX
1986 -97’
Après un accident de train, un homme se retrouve mystérieusement en pleine campagne,
accompagné de deux voyageurs qu’il ne connaît pas. Dans leur esprit, le train s’est
simplement arrêté, puis est reparti les abandonnant dans un paysage inconnu. Leur errance les
conduit dans une ville dont les habitants parlent une langue inconnue. Dans un dancing, l’un
d’eux est attiré par une serveuse. Il se plante devant elle, l’orchestre commence à jouer, eux
à danser face-à-face, les yeux dans les yeux, vite rejoints par une foule de danseurs surgis
comme par enchantement, appelés par la musique. L’hypnose produit un paradoxal retour à la
réalité, au présent… (…)
Cyril Neyrat
Festival Temps d’Images2008
19
[estaleiro]
UNII SE ÎNEACĂ, ALłII O STRĂBAT
UNS AFOGAM-SE, OUTROS FRANQUEIAM-NO
MARLENE FREITAS + BOGDANA PASCAL
4 e 5 de NOV | 21h00
CENTRO CULTURAL DE BELÉM | SALA DE ENSAIO
Uma viagem entre o real e a ficção, a partir da criação de um falso diário. Um pretexto para se
encontrar um género quase privado, quase secreto.
As sereias são como os emigrantes, disse o meu amigo Nuno, não pertencem a lado nenhum. A
coisa comum entre elas é que dançam melhor que o Michael Jackson.
Festival Temps d’Images2008
20
[estaleiro]
SÌNCOPE
INÊS JACQUES + EDGAR SANTINHOS
6 e 7 NOV | 19h30 e 20h30
CULTURGEST | FOYER DO PEQUENO AUDITÓRIO
Lá estava ela no meio daquele espaço de silêncio esbatido, de abandono, composto por
carcaças de automóveis empilhadas que aguardam pela chegada do tempo para se
transformarem em pó. A pele branca contrasta com o ocre do óxido de ferro, com o castanhoescuro, com o negro da fuligem. A suavidade láctea dos movimentos e da cor do seu corpo são
recortados pela dureza da chapa, do metal encarquilhado, torcido, esmagado e disforme. Que
faz ela ali? O que a leva a estar ali? O silêncio? As memórias de tristeza, de felicidade, que
residem naquele lugar? Memórias já sem dono, dispersas e fragmentadas, anacrónicas,
depositadas nos restos de coisas que já foram coisas. Ela move-se entre a luz exterior de um sol
alto e ofuscante e a penumbra dos interiores das viaturas sinistras. É um ritmo visual de luz,
negro, luz, negro. Um compasso que a acompanha nos seus movimentos. Mas porque está ela
ali? Procura a sua própria redenção, a reconstrução de uma tranquilidade que foi perdida numa
estrada em que os traços eram de giz e o pavimento de ardósia negra como os quadros de
escola, foi qualquer coisa que escreveu, num percurso em que se despistou e por mais que
retome os acontecimentos passados, não os consegue sequenciar na ordem certa. É esse lapso,
a fractura que não se refez, que a assombra nos gestos mais simples, entre as palavras
pronunciadas, ditas e ouvidas, no intervalo do som, no silêncio. Sim, é por isso que ela ali está,
porque encontra naquele lugar o maior dos silêncios, o maior dos seus receios, é o desejo de
confronto com aquilo que não se lembra que a impele a escutar atentamente as vivências
mudas de tempos remotos que ali residem.
Concepção e direcção Inês Jacques e Edgar Santinhos Câmara Edgar Santinhos Som Ricardo
Ganhão Interpretação Inês Jacques Produção Zut! Co-Produção DuplaCena/ Temps d’Images
Festival Temps d’Images2008
21
[espectáculo]
TELA
IVO SERRA
6 e 7 NOV | 21h30
CULTURGEST | PEQUENO AUDITÓRIO
Corpos que medem, que marcam, que informam, enformam, constroem, subtraem, extraem,
criam. Corpos que respiram, que agem, que se encontram, que se cruzam, que comunicam.
Corpos que existem, que são expostos à sua própria existência.
A identificação é sempre necessária para se poder existir, identificamo-nos e existimos a partir
dos outros, com os outros e entre outros...
Os corpos lançam-se no espaço e no tempo, a visão tece uma parte da memória, a memória
cria as referências necessárias e as referências soltam-se na história.
Tela é uma peça com 5 artistas. 5 corpos. 5 pessoas, numa performance com um só fim: existir.
Sonoridade e texto criam, distendem/ampliam imagens e pensamentos sobre pontos de partida
simples, sobre um imaginário da banalidade. NÓS - os performers - executamos. É uma questão
de sugestão. Ou, simplesmente, de mapear uma experiência. Resta saber, nesse acto de
cartografar (coreografar), qual a medida comum dessa experiência.
Concepção e direcção Ivo Serra Criação Adriana Sá, Ana Ribeiro, André Gonçalves, Ivo Serra e
Rita Natálio Textos Ana Ribeiro, Ivo Serra e Rita Natálio Dispositivo Cénico André Gonçalves e
Ivo Serra Som Adriana Sá e André Gonçalves Luz Adriana Sá e Ivo Serra Imagem Ivo Serra
Acompanhamento crítico Rita Natálio Produção Bomba Suicida Co-Produção Bomba Suicida,
Festival Temps d’Images, Culturgest Apoio RE.AL Design Gráfico Nuno Ribeiro
A Bomba Suicida é uma estrutura financiada pela DGArtes (Direcção Geral das Artes) / MC
(Ministério da Cultura).
Festival Temps d’Images2008
22
[estaleiro]
LIVELY DREAMS
LÍGIA TEIXEIRA + IVAN FRANCO
8 e 9 NOV | 19h00
CENTRO CULTURAL DE BELÉM | SALA DE ENSAIO
Lively Dreams procura dar forma às imagens e sensações de um sonho intenso e torná-las parte
de um mundo paralelo, que decorre sem as exigências da lógica e da razão que prevalecem no
mundo real.
A coreógrafa Lígia Teixeira e o artista digital Ivan Franco criaram Lively Dreams, uma
performance que pretende explorar a capacidade dramatúrgica da recriação de um sonho,
construindo um contexto, por vezes surreal, de relação entre personagens, objectos, espaço e
tempo, conseguidas nesta peça através de técnicas de cenografia digital.
Direcção artística Lígia Teixeira e Ivan Franco Direcção artística Lígia Teixeira e Ivan Franco
Coreografia e Interpretação Lígia Teixeira Música André Rocha, Ivan Franco Design e
Ilustração Carlos Guerreiro, Leonel Duarte, Pedro Cardoso, Valjean Modelação 3D Luís Miguel
Duarte Programação multimédia André Almeida, Gonçalo Lopes, João Frazão Assistência
Técnica José Pedro Gouveia Produção Lígia Teixeira Co-produção Duplacena / Festival Temps
d’Images Apoios YDreams, A Menina dos Meus Olhos, Fórum Dança
Festival Temps d’Images2008
23
[exposição colectiva]
LUMIÉRE TOUJOURS
JOÃO PAULO FELICIANO, PEDRO CABRITA REIS, NUNO DA SILVA, PERRINE LACROIX, NUNO
MAYA e CAROL PURNELLE
Inauguração 7 NOV | 18h00
Visitas guiadas das 18h00 às 19h00 | 11, 13, 15, 18, 21, 26 NOV | 5, 12, 15 DEZ
Projecção exterior a partir das 20h00 | 8 a 22 NOV
EMBAIXADA DE FRANÇA | PALÁCIO DE SANTOS
No âmbito
da 6ª edição do Festival Temps d’Images e da Presidência Francesa da União
europeia, a Embaixada de França em Portugal abre o Palácio de Santos à Arte contemporânea.
De 8 de Novembro até 17 de Dezembro a Embaixada acolherá, no seu interior, peças de artistas
portugueses e franceses e uma grande instalação de luz no muro circundante do Palácio, visível
desde a Calçada de Santos até à Avenida 24 de Julho.
O público poderá descobrir não só a riqueza patrimonial do Palácio de Santos (os salões, a
capela, a sala das porcelanas), mas também obras de arte contemporânea existentes (obras de
Martinha Maia, Jacques Villeglé, Hubert Le Gall) e as que serão exibidas excepcionalmente para
esta ocasião: Among the trees, uma obra de Pedro Cabrita Reis, concebida especificamente
para este evento (colecção Berardo); Árvore sem Sombra de João Paulo Feliciano (colecção
Berardo), apresentada ao público uma única vez, no ano passado na Assembleia da República;
Uma instalação de Nuno da Silva (Galeria Caroline Pagès) e uma instalação da artista de Lyon,
Perrine Lacroix, Lumières d’aveugles (galeria Caroline Pagès).
No muro circundante do Palácio, projecções de imagens de luz concebidas e realizadas pelos
artistas Nuno Maya e Carole Purnelle, mostrarão, em tamanho natural, cidadãos franceses em
Lisboa, iluminados pelas cores da bandeira francesa e da Europa.
Festival Temps d’Images2008
24
[projecção]
MESSAGES
CINEASTAS PORTUGUESES
9 NOV | 15h30
TERREIRO DO PAÇO
No âmbito da Expo Zaragoza 2008, foram convidados 11 jovens artistas portugueses cujo
trabalho se estabeleceu já no século XXI.
Messages, é a recolha de ideias que incluí os temas da Expo Zaragoza 2008 (Água Fonte de
Vida, A Água e as suas Paisagens, A água e o Encontro Humano, Água, Recurso Partilhado) que
resulta numa obra unificada na sua homogeneidade geracional, diferenciando-se na expressão
artística e estética.
Este projecto composto por 11 curtas-metragens, será apresentado pelos seus realizadores.
PROGRAMAÇÃO
LABIRINTO|Sara Vizinho e Petar Toskovic
Duas meninas entram nos misteriosos labirintos da memória levadas pela descoberta da água.
FOLK-LORE |Tiago Pereira
Água leva o regadinho
A água na cultura popular
A água é o sangue da terra, mata se por água nesse Portugal rural e recôndito.
STILL LIFE|André Gonçalves
Still Life pretende ser um retrato do algoritmo "Game of Life" de John Conway, uma
interpretação metafórica que através da substituição de processos matemáticos por processos
físicos recria e documenata, através de imagens, um sistema que pode ser encarado como um
Festival Temps d’Images2008
25
sistema social em mutação no qual a alteração de pequenas variáveis podem alterar
drasticamente o comportamento e reacção de todo o sistema.
Com base na utilização de um fluido não-newtoniano, fluidos que não têm uma viscosidade
constante, representando a condição humana, e que através de frequências sub graves,
frequências sonoras abaixo da percepção auditiva humana, como elemento representante de
toda a informação quase subliminar à qual somos expostos diariamente, e como através do
segundo elemento o primeiro é excitado para formar padrões que reagem em ressonância com
as frequências utilizadas.
Uma caricatura de um sistema comportamental em que a informação criada pelo sistema tem
por interesse excitar e conduzir à concretização de determinadas acções que alimentam o
próprio sistema.
FONTE SANTA|André Godinho
Todos os fins-de-semana, as Termas de Luso enchem-se de pessoas, carregadas de garrafões de
plástico, em busca da água que corre das bicas gratuitamente. Apesar da área da nascente se
encontrar em obras, obrigando as pessoas a desenhar percursos incómodos no meio da
convulsão, a água abundante continua a ser irresistível.
Num cenário que se pode crer de pós-catástrofe, a peregrinação incessante parece assumir um
carácter visualmente esclarecedor de um futuro não tão distante, da água como um bem
escasso e precioso. No entanto, aqui, a "fonte santa" corre ainda ininterruptamente, um sinal
inequívoco para os "peregrinos" da bondade da Natureza ou da graça divina.
IMERGÊNCIA Cláudia Varejão
Imergência; urgência de imergir num lugar seguro, mergulhar, entrar, adormecer.
Este fiilme explora a ideia de (re)encontro do corpo através da sua relação com a água.
A ausência de ar é a única forma de respirar, um golpe de ar no peito obriga a novas
referências físicas e no espaço que estabelecem um confronto entre o possível e o impossível,
entre resistir e aceitar, entre querer e não querer, entre o real e a ficção.
É essa dissonância constante, imposta pela complexidade do momento histórico que ocupamos
que apela a um regresso urgente à origem. Imergência, é uma causa natural.
DESAPARECIDA|Elsa Aleluia
Um retrato num registo de ambiguidade, uma imagem miragem num estádio de espera que se
esvazia, no horizonte do mar, lugar íconico estático da cultura portuguesa.
O som do fado, lugar da saudade.
Retrato miragem de uma identidade miragem.
Festival Temps d’Images2008
26
GARDEN|Nuno Madeira e David La Rua
Do jardim à raiz do pé
Do mar à maresia do olhar
Ela ri, o regador foge
A caixa range
Como aperta a madeira molhada
Tem uma linguagem só dela
Não há pressa
Tudo Flui
Cai uma gota sobre o reflexo
Eco
DEBUT #2|Sofia Arriscado
Ela apaga a história porque nos restabelece num novo estado.
Mas não apaga tudo.
APARIÇÃO|Pedro Sena Nunes
História de um mergulho e de uma respiração desejada.
Investigações sobre o sorriso.
A LANDSCAPE OF FAILURE|Miguel Bonneville
Inevitavelmente ligado a uma sensação de liberade e a um sentimento de desespero.
Inevitavelmente ligado a ti. A obrigatoriedade. A impossibilidade. Haverá sempre esta ligação
entre ela, tu e eu. Haverá sempre um trauma que me ligará a ti. E hoje. Treze anos depois.
Hoje posso aproximar-me do mar sem teres que me dar a mão ou levares-me aos ombros. Posso
ver reflectida nele uma paisagem de fracassos que reconheço e a que me dedico
repetidamente.
ZARCO|Miguel Gonçalves Mendes
"Basta a miséria de um desgraçado para que todos nós sejamos miseráveis."
Teixeira de Pascoaes
Produção DuplaCena Programa Cultural da Participação Portuguesa na Expo Zaragoza 2008 Comissariado por
António Câmara Manuel Conceito Alberto Lopes Direcção técnica Alexandre Coelho Duração
47'16''
Festival Temps d’Images2008
27
[performance]
ENTREVISTAS
MÁRIO AFONSO
INSTALAÇÂO | 12 a 22 de NOV
ESPECTÁCULO | 20, 21 e 22 NOV
MUSEU DA ELECTRICIDADE - FUNDAÇÃO EDP
Entrevistas é o novo espectáculo de Mário Afonso, que se insere na continuidade da pesquisa e
criação do coreógrafo desenvolvida nos últimos anos. A construção da peça surge da vontade de
confrontar uma noção de pluralidade do discurso artístico com a figura do solo, contextualizado
nas influências dos vários ambientes vitais e sociais inerentes ao acto criativo.
Adoptado o solo, forma considerada emblemática da expressão individual, o espectáculo,
contudo, põe em acção um conjunto vasto de comunidade artística, onde o palco é
apresentado como um espaço de paradoxo que reformula a noção de espaço próprio, sendo o
eu, antes de tudo, uma questão de relação com os outros.
Concepção direcção e interpretação Mário Afonso Colaboração dramaturgica Bojana Bauer
Colaboração na concepção de espaço Iñaki Zoilo Consultoria artística Maria Filomena Molder
Sonoplastia Jari Marjamaki Desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção Designer gráfico Nuno
Luz Comunicação Rodrigo Saturnino Coordenação técnica e operação luz e som Robert Fuchs
Gestão administrativa e financeira Dora Carvalho/Fórum Dança Consultoria de produção
Sofia Campos Assistente de produção Tânia Afonso Agradecimentos Bomba suicida, Alkantara,
Galeria Monumental, Paulo Caramujo, Guy Dusars, Mónia Lopes, Sérgio Silva Cruz, José Mário
Brandão Agradecimentos aos artistas convidados Tomás Aragay, Sofia Ascencio, Teo Baró
Ubach, Sergi Faustino, Ernesto Collado, Carla Bolito, Margarida Mestre, Miguel Pereira, Sílvia
Firmino, Patrícia Portela, Adriana Sá, Daniela Krtsch, João Tabarra, Marília Maria Mira, Pedro
Barateiro, Beatriz Cantinho, Graça Paços, Leonor Keil, Vera Mantero, André Guedes, Lula Pena,
Maria Duarte, Cláudia Dias, Gonçalo Ferreira de Almeida, João Fiadeiro, Lilia Mestre, Susanne
Themlitz. Apoios Teatro Praga, Fórum Dança, Atelier RE.AL, CENTA (residência artística),
Sintra Verde, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian Co-produção Festival
Temps d’Image - Lisboa, Bains::Connective - Bruxelas, Fundação EDP Financiamento Ministério
da Cultura/Direcção Geral das Artes/Dança
Festival Temps d’Images2008
28
[espectáculo]
BLACKOUT
JOÃO SAMÔES
12 e 13 NOV | 19h30 e às 20h30
CULTURGEST | SALA 2
«Não há diferença entre a morte e a sexualidade. Elas não
passam de momentos agudos de uma festa que a natureza celebra
com a multidão inesgotável dos seres, e ambas têm o sentido do
desperdício ilimitado que a natureza leva a cabo contra o desejo
de durar que é próprio de cada ser.»
*Georges Bataille*
Nesta performance experimental de João Samões, dois intérpretes percorrem e exploram a
superfície e as texturas dos ossos de um modelo anatómico de esqueleto humano através de
pequenos
microfones
de
contacto,
enquanto
um
sonoplasta
manipula
e
esculpe
electronicamente o som em tempo real. Blackout é uma obra híbrida sob a forma de
performance sonora e refere-se a um trabalho que lida com concepções criativas que buscam
integrar noções de som, tempo, espaço, imagem e movimento. Centra-se num objecto
manipulado como gerador de som, ressonância e sentido, e num entendimento do corpo como
uma inesperada montagem de símbolos e códigos. Esta performance sonora foi concebida em
Novembro de 2007 a partir de um fragmento da peça «O Labirinto a Morte e o Público», e tem
como referência simbólica e antropológica determinados rituais arcaicos em que a redução e a
visualização ao estado de esqueleto através do pensamento e da meditação tem um valor
ascético e metafísico, onde a Vida regressa à sua primordial condição de ilusão efémera em
perpétua transformação.
Concepção e Espaço Cénico João Samões Convidado para Design de Som e processamento
em tempo real Vítor Joaquim Interpretação João Samões/João Galante Vídeo João Dias/João
Samões Produção executiva casaBranca Co-Produção Dupla Cena/Temps d’Images 2008,
Culturgest Apoio TeDance, Bazar do Vídeo
*Blackout é uma performance desenvolvida a partir da peça O Labirinto a Morte e o Público,
um projecto financiado pela Direcção Geral das Artes/ Ministério da Cultura em 2007, com
produção de O Rumo do Fumo na altura da sua criação.
*Vídeo a partir de imagens de Helena Inverno da peça O Labirinto a Morte e o Público captadas
em Julho de 2007 no CCB.
Festival Temps d’Images2008
29
[espectáculo]
HE VISTO CABALLOS
MAL PELO
12 e 13 NOV | 21h30
CULTURGEST | GRANDE AUDITÓRIO
“Um centímetro no “contentor” é importante.
Un pequeno erro de cálculo pode ser perigoso ou fatal para qualquer dos dois.
Ao mesmo tempo, o que inspira os seus passos, cada salto, cada pausa, cada enlace, é a ânsia
dos amantes de atravessar a distância imensa que os separou à força. A precisão de um relójio
e a rotação da terra.”
John Berger.
A companhia de dança Mal Pelo, com direcção artística de María Muñoz e Pep Ramis, foi
fundada em 1989. Desde o início, caracterizou-se por uma pesquisa constante de linguagens,
assumindo como veículo de expressão, mais do que a dança, o próprio corpo. Durante os
primeiros anos, a companhia realizou numerosas digressões (Europa, Estados Unidos e América
Latina), actividade que combinou com períodos de criação, realizando residências artísticas em
vários países.
Esta itinerância provocou um intercâmbio de ideias, técnicas e métodos de trabalho com outros
criadores, que fez com que a companhia resolvesse potenciar a sua pesquisa artística iniciando
um caminho paralelo através de um novo projecto: L’animal a l’esquena - Cuerpo, creación y
pensamiento, um centro de investigação e estudo inaugurado em 2001, com a colaboração, na
direcção artística e gestão, de Toni Cots, actor, director e gestor cultural.
Mal Pelo apresenta na Culturgest, em colaboração com o Festival Temps d’Images, em estreia
absoluta, o seu novo espectáculo, He visto caballos, un dueto dos dois codirectores do grupo,
Maria Muñoz e Pep Ramis, o terceiro após Quarere (1989) e L’animal a l’esquena (2001) e uma
nova colaboração com o escritor John Berger.
Depois de Lisboa, o espectáculo seguirá para Barcelona (Teatre Lliure), Girona (Festival
Internacional de Tardor Temporada Alta) e Palma de Mallorca (Teatre Principal).
Direcção e espaço cénico maria muñoz / pep ramis Criação e interpretação maria muñoz /
pep ramis / jordi casanovas Colaboração artística john berger Assistência de direcção leo
castro Apoio à assistência de direcção cristina cervià Textos john berger / mal pelo /
mahmoud darwish Música steve noble (entre outros) Desenho de luz ramon rey / august
viladomat Elementos cenográficos ben heinzel – lichtwark Espaço sonoro marc paneque
Vídeo xavier pérez Figurinos carmepuigdevalliplantés Fotografía jordi bover Produção
executiva mamen juan-torres Gestão e apoio à produção susanna saguer Promoção e
Festival Temps d’Images2008
30
coordenação eduard teixidor Co-produção mal pelo, teatre lliure (barcelona), culturgest
(lisboa), festival de tardor de catalunya - temporada alta 2008 (girona) e fundació teatre
principal de mallorca com a colaboração de szene salzburg, áustria duração 60 minutos
http://www.lanimal.org/index.php?page=anual&lg=cast
Festival Temps d’Images2008
31
[espectáculo infantil]
A CAÇA a partir da curta-metragem homónima de Manoel de Oliveira
TEATRO O BANDO
13 NOV | 11h00; 14 NOV | 11h00 e 15h00; 15-16 NOV | 15h30
CCB | PEQUENO AUDITÓRIO
A CAÇA encerra uma trilogia teatral iniciada em 2006. Depois de GRÃO DE BICO, ponto de
partida que explorou a Voz e o Gesto, e de LINHA DA VIAGEM, a qual percorreu a Pintura de
Nadir Afonso e nos hipnotizou com a vertigem da Dança, chegamos agora ao plano da estação
com A CAÇA, onde se exploram as sensações surpreendentes despoletadas pelo Cinema.
Com encenação de Rogério de Carvalho (galardoado com o Prémio da Crítica por duas vezes e
tanbém com o Prémio Garrett e o Prémio Almada), A CAÇA é também o nome da curtametragem homónima de Manoel de Oliveira, estreada em 1964. Cruzando as linguagens do
Teatro e do Cinema, colocamo-nos assim entre o palco e a tela, entre os actores e a projecção,
de modo a podermos acompanhar os passeios de dois amigos, dois caçadores sem espingarda
que atravessam lameiros e observam a violência quotidiana dos homens, a agressividade da
Natureza.
Apresentada no ambiente intimista de uma tenda idealizada propositadamente para esta
trilogia, n’ A CAÇA cruzam-se também dois universos: o mundo adulto e o imaginário da
infância, num espectáculo que sublinha e sublima a definição de plano – objecto geométrico
infinito a duas dimensões.
Encenação Rogério de Carvalho Espaço cénico Rui Francisco e João Brites Corporalidade Luca
Aprea Figurinos e adereços Clara Bento Interpretação Crista Alfaiate, Miguel Eloy e Sara de
Castro Criação Teatro o bando Parceria Centro Cultural Vila Flor
Festival Temps d’Images2008
32
[instalação]
MB #6
MIGUEL BONNEVILLE
13 e 14 NOV | 17h00 às 20h00 on going presentation
GALERIA GRAÇA BRANDÃO
Em MIGUEL BONNEVILLE #6 entro numa nova etapa do meu trabalho. Um trabalho com uma
filosofia mais aprofundada sobre autobiografia. Parto de personas, de alter egos, duplos,
extensões de mim. MIGUEL BONNEVILLE #6 é uma pesquisa sobre o trabalho que tenho vindo a
desenvolver, uma investigação que cruza várias disciplinas com o intuito de ampliar e
aprofundar as questões de identidade.
Convido seis mulheres para falarem a partir de mim. As seis mulheres que integram MB#6,
interpretarão uma determinada concepção do mundo, uma espécie de organização de
consciência.
Como em todos os meus trabalhos, este também é de cariz autobiográfico. E, por isso, escolho
mulheres e não homens para interpretar esta peça. Uma autobiografia será sempre uma obra
incompleta, em contínua transformação e em constante regeneração. O espectáculo toma a
forma de uma conferência sobre mim, sobre o meu trabalho. A persona é a aparência que cada
um apresenta ao mundo. As intérpretes não farão ‘poses’ ou dirão pedaços de informações
falsas intencionais de mim, mas serão como uma auto-interpretação de mim.
Procuro que estas personas não sejam apenas meros duplos, meras imitações ou personagens. O
processo para chegar a um Miguel Bonneville comum terá de ser intenso. No fundo, falo de
criar uma nova identidade.
A utilização do vídeo neste espectáculo é fundamental para acentuar a ideia de auto-retrato, a
ideia de aproximação e pormenor. Procuro, assim, encontrar caminhos para um maior
conhecimento sobre o que somos e quem somos.
Concepção e interpretação Miguel Bonneville Com a colaboração de Sofia Arriscado, Joana
Craveiro, Joana Linda, Rita Só, Cláudia Varejão e Sara Vaz Edição Sofia Arriscado Design Inês
Ferreira, Joana Linda Fotografia de cena Ynaiê Dawson Produção Tânia Guerreiro Apoio Eira
Festival Temps d’Images2008
33
[filme | instalação]
GENTE DA CASA
CARLOS GOMES
13 NOV|19h00 14NOV a 14 DEZ|12h às 20h
LX FACTORY
O projecto Gente da Casa nasce da vontade de dar expressão e visibilidade a um conjunto de
profissões e profissionais que, normalmente, só por acidente ou por ocorrências relacionadas
com questões laborais e legais, são alvo de notícia e interesse por parte do resto da sociedade
civil. No entanto, essas profissões e pessoas são os edificadores do território em que
habitamos, das nossas casas, das nossas cidades, dos lugares onde vivemos. O projecto cruza
diversas linguagens e sensibilidades artísticas – Arquitectura, Vídeo, Fotografia e Sonoplastia.
Estas foram usadas para indagar e retratar, a uma escala local, uma actividade económica
global e fundamental nas sociedades contemporâneas – a construção.
O que propus ao António Câmara, director do Festival Temps d’Images foi uma metáfora: que o
plateau da obra fosse visto como o palco de uma peça de teatro em construção e os seus
trabalhadores como os personagens da mesma. A captura de imagens ao longo do tempo da
construção constituiria o making of da peça, que na realidade seria uma exposição e um
filme/documentário sobre o processo construtivo e os seus intervenientes.
Ao longo de 14 meses, entre Maio de 2007 e Julho de 2008, acompanhámos todos os trabalhos e
os cerca de 100 trabalhadores dos vários ofícios e especialidades. No total foram registadas
cerca de 7000 imagens fotográficas e 60 horas de vídeo e som de material muito diverso.
Lançamento do livro “Gente da Casa”
Fábrica do Braço de Prata
Sábado dia 15 de Novembro 19h00
Ciclo de conferências paralelo à exposição
Festival Temps d’Images2008
34
datas e locais a anunciar no site do Festival Temps d’Images, no site da Fábrica do Braço de
Prata, na agenda da FNAC e em www.gentedacasa.net
A Fábrica do Braço de Prata, a Fnac e a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos
associam-se na organização de um ciclo de conferências paralelo à exposição do projecto.
Arquitectos, filósofos, jornalistas e historiadores serão convidados a debater temas
relacionados com o trabalho, sua organização, hierarquia e transformação nas sociedades
contemporâneas.
Criação e direcção de projecto Carlos Gomes Produção Duplacena/ António Câmara Manuel
Fotografia Luísa Ferreira Realização do documentário Ruy Otero Captação e edição de som
Rui Viana Edição e montagem Ruy Otero, Ricardo Tabosa e Carlos Gomes Webdesign António
Coxito Crítico convidado e discutidor do projecto Michel Toussaint Style e Ambiências Lidija
Kolovrat Banda Sonora do filme/documentário Paulo Furtado Consultoria Musical Vítor
Belanciano Visualização 3D LT Studios Projecto Financiado pela DGARTES MINISTÉRIO DA
CULTURA Patrocinador Geral do Projecto SECIL Patrocinadores da Exposição EPSON TECNICON
Apoio a edição do livro e dvd DPI CROMOTIPO SILVA DESIGNERS STAFF Apoios CÂMARA
MUNICIPAL DE PALMELA CASA ERMELINDA FREITAS FESTIVAL TEMPS d’IMAGES FNAC LT STUDIOS
ORDEM DOS ARQUITECTOS RTP 2 T2 (VOID) – PRODUÇÕES E EVENTOS VIROC WALL STREET
INSTITUTE
Festival Temps d’Images2008
35
[performance]
SÈANCES DE CHUTES
ALEXANDRE PERIGOT
15 NOV 17h00 | 16 NOV 17h00
MUSEU BERARDO
A performance Séances de Chutes explora a noção de queda dos corpos em três vertentes da
representação: teatro, artes marciais e dança.
Para esta performance são convidados a participar um encenador, uma escola de artes marciais
e um coreógrafo. Cada um propõe ao público uma iniciação às diferentes técnicas da queda,
estas três sequências alternam com a projecção de dois vídeos Kill Kill Chorégraphie e Synopsis
Catharsis.
Afonso Guerreiro interpretará à capela a versão fado da canção The Man with a golden Gun, a
partir da letra e música de um dos célebres filmes de James Bond.
Séances de Chutes é a ocasião de revisitar com humor a queda e a morte na representação,
uma nova dança macabra, uma catarse colectiva.
Performance Alexandre Perigot Colaboração Afonso Guerreiro Coreografia Filipa Francisco
Festival Temps d’Images2008
36
PRÉMIOS DE CINEMA TEMPS D’IMAGES
15 e 16 NOV 14h30|18h00|20h00
17 NOV 14h00|16h00|18h00
MUSEU BERARDO
Filmes sobre arte ou sobre artistas são transdisciplinares pela própria natureza, já que o
realizador tem de confrontar o seu filme com o trabalho do artista que quer mostrar. Os filmes
de arte também são uma maneira de levar enfoques artísticos, modos de pensar e de viver a
um público que não está essencialmente ligado às artes e que, por isso, pode ter dificuldades
em perceber obras ou artistas que costumam ser considerados inatingíveis numa conversa
"normal".
Com esta competição de filmes, o Temps d'Images tem a intenção de promover este enfoque
particular sobre a vida, a sociedade e a responsabilidade e ao mesmo tempo estimular o
público a ter ideias diferentes, criativas e ousadas. Dos filmes que concorreram à pré-selecção,
vindos de mais de vinte e cinco países em todos os continentes, cerca de 22 foram
seleccionados. Todos são de elevada qualidade e usam formas tradicionais ou contemporâneas:
há filmes em homenagem a artistas, ensaios cinematográficos, observações a longo termo,
exemplos de pesquisa histórica e filmes experimentais, que são eles próprios obras de arte,
devido à maneira como são filmados ou montados.
Além de filmes como Pintura Habitada, da realizadora Portuguesa Joana Ascensão sobre Helena
Almeida, ou Sally Gross - The Pleasure of Stillness dois realizadores americanos, Albert Maysles
e Kristen Nutile, que escolheram com sensibilidade a linguagem cinematográfica e
dramatúrgica que utilizaram nos seus filmes em função da linguagem do artista que
retrataram, Temps d'Images vai mostrar filmes em que o realizador traz ao de cima o enfoque
pessoal e único de um artista em relação à sua vida, à sua arte e ao seu trabalho, depois de um
grande esforço para vencer a hostilidade, a timidez ou a desconfiança que sentia em relação ao
realizador: é o caso de Worldstar, da teuto-checa Natasa von Kopp sobre o fotógrafo checo
Miroslav Tichy, que ficou mundialmente célebre numa idade tão avançada que a sua própria
celebridade já nem sequer o interessa; do filme israelita Rosh Geranium de Amit Goren, sobre
o carismático Raffi Lavie, que nos anos 60 foi um pioneiro na nova arte em Israel; ou ainda de
Festival Temps d’Images2008
37
My Father's Studio, em que a realizadora Jennifer Alleyn, depois da morte do seu pai, o artista
Edmund Alleyn, descobre um universo artístico rico e único de que nunca suspeitara.
Há filmes que examinam a urgência do artista em criar obras de arte não comerciais, pelas
quais geralmente não é pago ou é muito mal pago em relação ao tempo e ao empenho que pôs
na obra; filmes que investigam por que há pessoas que escolhem a difícil vida do artista
marginal e como fazem frente às consequências desta decisão; filmes como El Último
Paisajista, do espanhol Gonzalo Ballester, Portrait of the Artist as a Middle-Aged Man, da
britânica Fiona Collins, Still Life With Wife, de estónio Kersti Uibo, Dichosos los que Sin Ver
Crean, do espanhol Sérgio Blanco ou Concrete, dos islandeses Markús Thór Andrésson e
Ragnheidur Gestsdóttir, no qual vemos artistas célebres, como Björk ou Roni Horn.
Alguns filmes reflectem as dificuldades, as reflexões ou a atracção do realizador ao tentar
estabelecer um diálogo com um artista ou com uma obra de arte, como por exemplo You
Wanted to Make a Film? (At ratzit laasot seret?) do israelita Gali Weintraub, Lost in Art Looking for Wittgenstein, de João Louro e Luís Alves de Mattos, Brancusi, de Alexandre Martins
e Nuno Miguel ou A Lontra, de Eduardo Abrantes, todos portugueses.
O modo como a vida e a sociedade influenciam as obras de arte pode ser visto em Watercolor's
Trace do ucraniano Vyacheslav Propopenko, que nos leva à Rússia de inícios do século XIX e ao
pintor Maximilian Voloshyn; Outside, do luso-britânico Sérgio Cruz, que observou a relação
entre a arte e a vida na China; Madrid, la Sombra de un Sueño, do mexicano Alejandro Andrade
Pease, que tenta retraçar a movida que se seguiu à morte de Franco e da qual emergiram
artistas como Pedro Almodóvar ou Ouka Leele, sem nos esquecermos do filme belga Luc de
Heusch - Wild Thinking, de Karine de Villers, sobre um cineasta inacreditavelmente fascinante
e de mente independente. Os espectadores que acabem por se sentir estimulados ao ponto de
se porem a pensar na sua própria criatividade e em novos projectos, não deveriam perder
filmes como Miraslava, do canadiano Roberto Santaguida, que já tinha concebido o seu filme,
mas mudou de planos depois de ser confrontado à realidade ou Everyday Life's Changing Moods,
da croata Azra Svedruzic, que tem a certeza de que vai ter uma ideia, mas tem primeiro de
despachar problemas quotidianos… Ou se os espectadores pensarem que, afinal, já são capazes
de reconhecer um verdadeiro artista e perceber o seu trabalho, devem saber que muitas
surpresas ainda os esperam, como se vê em Pietà do vídeo-flâneur grego Konstantinos-Antonios
Goutos, que encontrou por acaso uma pietà na rua ou em Relevé, dos alemães Sebastian Natto,
Denis Truembach e Bastian Caspar, cujo desenlace não podemos absolutamente contar! O
Festival Temps d'Images, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, vai premiar cinco
filmes: o melhor primeiro filme ou filme de estudante português; o melhor filme sobre a arte;
o melhor filme a mostrar a importância da arte na sociedade; e duas menções honrosas, para
filmes com méritos específicos. O Júri é formado pelo director do Festival Temps d'Images de
França, José Manuel Gonçalves e por seis estudantes portugueses de arte, multimedia e artes
performativas, Nikolai Nehk, Rita Barracha, Diogo Leôncio, José Jesus, Bruna Esgaio, Pedro
Festival Temps d’Images2008
38
Matias. O concurso foi organizado e é dirigido pela artista multimédia e realizadora de filmes
Rajele Jain.
PROGRAMAÇÃO
14h30
14h00*
15NOVSAB
16NOVDOM
17NOVSEG
A PORTRAIT OF THE ARTIST
AS A MIDDLE AGED MAN
de Fiona Collins
A LONTRA (The Otter)
de Eduardo Abrantes
BRÂNCUSI - as raízes
e os ramos
de Alexandre Martins,
Nuno Miguel
Reino Unido | 2008 - 3'
PINTURA HABITADA
de Joana Ascensão
Portugal | 2006 - 50'
MIRASLAVA
de Roberto Santaguida
*dia 17
Canada | 200 - 78'
YOU WANTED TO MAKE A FILM?
(At ratzit laasot seret?)
de Gali Weintraub
Israel | 2007 - 25'
Portugal | 2008 - 19'
WATERCOLORS' TRACE (SLED)
de Vyacheslav Prokopenko
Portugal | 2008 - 29'
Ukraine | 2008 - 19'
ÍMAN (Magnet)
de João Pinto
Portugal | 2008 - 30'
MADRID - THE SHADOW
OF A DREAM
(MADRID - LA SOMBRA
DE UN SUEÑO)
de Alejandro Andrade Pease
SALLY GROSS - THE PLEASURE
OF STILLNESS
de Albert Maysles,
Kristen Nutile
USA | 2007 - 56'
Spain | 2007 - 29'
16h00*
18h00
EVERYDAY LIFE'S CHANGING
MOODS
de Azra Svedruzic
THE LAST LANDSCAPE PAINTER
(EL ULTIMO PAISAJISTA)
de Gonzalo Ballester
Croatia | 2008 - 11'
Spain | 2007 - 25'
ROSH GERANIUM
de Amit Goren
STILL LIFE WITH WIFE
de Kersti Uibo
Israel | 2007 - 85'
Estonia | 2006 - 52'
BLESSED ARE THOSE WHO
BELIEVE WITHOUT SEEING
(DICHOSOS LOS QUE
SIN VER CREAN)
de Sergio Blanco
Spain | 2008 - 9'
OUTSIDE
de Sergio Cruz
Portugal/United Kingdom/China |
2008 - 16'
*dia 17
LUC DE HEUSCH, WILD
THINKING
de Karine de Villers
Belgium | 2007 - 50'
18h00*
20h00
RELEVÉ
de Sebastian Natto,
Denis Truembach,
Bastian Caspar
PIETÀ
de Konstantinos-Antonios
Goutos
Greece/Germany | 2007 - 8'
Iceland | 2007 - 67'
Alemanha | 2007 - 8'
LOST IN ART - LOOKING FOR
WITTGENSTEIN
de João Louro,
Luis Alves de Matos
*dia 17
CONCRETE
(STEYPA )
de Markús Thór Andrésson,
Ragnheidur Gestsdóttir
WORLDSTAR
de Natasa von Kopp
Alemanha/Czech Republic | 2007 - 75'
Portugal | 2007 - 11'
MY FATHER'S STUDIO
IN SEARCH OF
EDMUND ALLEYN...
de Jennifer Alleyn
Canada | 2008 - 72'
Festival Temps d’Images2008
39
PRODUÇÃO
CO-PRODUÇÃO
PROJECTO APOIADO
pela Comissão Europeia
financiada por:DGArtes / MC
INICIATIVA
APOIOS INSTITUCIONAIS
Festival Temps d’Images2008
PARCEIROS
APOIOS
40
DuplaCena
Maria Schiappa
[email protected]
931 121 604
rua da horta seca 44 - 2ºdto 1200-221 lisboa
tel: 213 230 074 | fax: 213 431 611
[email protected]
Festival Temps d’Images2008
41

Documentos relacionados