01_RAEPM - Câmara Municipal de Felgueiras
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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL (nº 3 art.º 21º da Portaria nº 277/2015, de 10 de setembro) DEZEMBRO 2015 Ficha Técnica Título: Relatório de Avaliação da Execução do Planeamento Municipal Autoria: Município de Felgueiras / Departamento de Urbanismo, de Obras e de Ambiente / Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística Coordenação: Arq.º António Geada (Diretor do Departamento de Urbanismo, de Obras e de Ambiente) Equipa Técnica: Arq.ª Patrícia Verdial (Chefe da Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística) Dr. Paulo Silva (Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística / Ordenamento do Território) Dr.ª Sara Cunha (Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística / Sistemas de Informação Geográfica) Edição: Município de Felgueiras Dezembro 2015 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL ÍNDICE PARTE I INTRODUÇÃO I.1 Enquadramento legal………………………………………………………………………………………. 1 I.2 Enquadramento territorial e administrativo………………………………………………………… 1 PARTE II ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO – ESTADO DA ARTE II.1 Quadro supramunicipal…………………………………………………………………………………… 9 II.2 Planos Municipais de Ordenamento do Território em vigor………………………………… 20 II.2.1 Plano Diretor Municipal – Quadro de partida, estratégia e dinâmica…………………. 20 II.2.2 Plano de Pormenor das Portas da Cidade………………………………………………………. 35 II.2.3 Plano de Urbanização da Zona Industrial do Pinhal da Rebela……………….………... 40 II.2.4 Plano de Urbanização da Zona Industrial do Alto das Barrancas………………..…….. 48 II.2.5 Outros instrumentos de planeamento municipal……………………………………………… 55 PARTE III DINÂMICAS DE TRANSFORMAÇÃO DO TERRITÓRIO III.1 Licenciamento de obras particulares e loteamento……………………………………………. 61 III.2 Infraestruturas e Ambiente……………………………………………………………………………. 70 III.2.1 Rede viária………………………………………………………………………………………………… 70 III.2.2 Rede de abastecimento de água………………………………………………………………….. 76 III.2.3 Rede de drenagem de águas residuais…………………………………………………………. 81 III.2.4 Gestão de resíduos sólidos………………………………………………………………………….. 85 III.2.5 Infraestruturas energéticas…………………………………………………………………………. 88 III.2.6 Principais descritores ambientais…………………………………………………………………. 90 III.2.6.1 Qualidade do ar………………………………………………………………………………………. 90 III.2.6.2 Qualidade da água…………………………………………………………………………………… 93 III.2.6.3 Ruído……………………………………………………………………………………………………… 96 III.3 Equipamentos e Espaços de Utilização Coletiva………………………………………………… 98 III.3.1 Equipamentos de Educação e Ensino……………………………………………………………. 98 III.3.2 Equipamentos de apoio social……………………………………………………………………… 100 III.3.3 Equipamentos de Saúde……………………………………………………………………………… 102 III.3.4 Equipamentos Administrativos…………………………………………………………………….. 105 III.3.5 Equipamentos Desportivos………………………………………………………………………….. 106 III.3.6 Equipamentos Culturais………………………………………………………………………………. 107 III.3.7 Outros Equipamentos…………………………………………………………………………………. 109 III.4 Dinâmica demográfica e povoamento……………………………………………………………… 110 III.4.1 População…………………………………………………………………………………………………. 110 III.4.2 Modelo previsional para a população residente em 2021………………………………… 132 i / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.4.3 Mobilidade…………………………………………………………………………………………………. 136 III.4.4 Hierarquia dos aglomerados urbanos……………………………………………………………. 139 III.5 Dinâmica socioeconómica………………………………………………………………………………. 141 III.5.1 Atividade Económica…………………………………………………………………………………… 141 III.5.2 Condições de Vida……………………………………………………………………………………… 154 III.6 Agricultura e Floresta…………………………………………………………………………………….. 161 III.6.1 Agricultura…………………………………………………………………………………………………. 161 III.6.2 Floresta…………………………………………………………………………………………………….. 165 III.7 Ocupação do solo…………………………………………………………………………………......... 170 III.8 Turismo……………………………………………………………………………………………………..... 173 PARTE IV SÍNTESE E CONCLUSÕES IV.1 Avaliação da execução do planeamento municipal……………………………………………. 177 IV.2 Considerações finais: esboço dos novos objetivos de desenvolvimento do território………………………………………………………………………………………………………………. 186 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Enquadramento administrativo do Concelho (Portugal, Distrito e CIM) e divisão administrativa com localização dos principais pólos urbanos……………………………………………………………………………………………………. Figura 2 – Enquadramento regional estratégico do Concelho………………………………………………………………………. Figura 3 – Freguesias e respetivas áreas…………………………………………………………………………………………………… Figura 4 – “Antiga” e “Nova” organização administrativa das freguesias………………………………………………………. Figura 5 – Modelo territorial proposto no PNPOT nos seus diversos vetores: riscos, recursos naturais e ordenamento agro-florestal, sistema urbano e acessibilidades…………………………………………………………………….. Figura 6 – Modelo territorial global proposto no PROTn para a região Norte…………………………………………………. Figura 7 – Carta síntese do ordenamento florestal proposto pelo PROF - Tâmega…………………………………………. Figura 8 – Delimitação das regiões hidrográficas……………………………………………………………………………………….. Figura 9 – Forças e debilidades detetadas na elaboração do PDM……………………………………………………………….. Figura 10 – Objetivos gerais de desenvolvimento do Concelho……………………………………………………………………. Figura 11 – Vetores e objetivos específicos de ordenamento do território…………………………………………………….. Figura 12 – Principais classes de ocupação do solo, população e densidade em 1990/91………………………………. Figura 13 – Carta de Ocupação do Solo em 1990 (principais domínios)………………………………………………………… Figura 14 – Distribuição dos principais usos do solo determinados pelo PDM (Planta de Ordenamento)………….. Figura 15 – Extrato da Carta 085-4 da Planta de Ordenamento após alteração do PDM (2008)………………………. Figura 16 – Exemplo de situação onde é aplicável o conceito de área edificada consolidada em espaço rural (mínimo de 6 edificações numa extensão máxima de 250 metros ao longo da via pública)……………………………. Figura 17 – Cartograma representando os leitos dos cursos de água a excluir e a manter no regime da REN….. Figura 18 – Planta de implantação do Plano de Pormenor das Portas da Cidade…………………………………………… Figura 19 – Plano de Pormenor das Portas da Cidade – quadros-síntese………………………………………………………. Figura 20 – Plano de Pormenor das Portas da Cidade – concretização…………………………………………………………. Figura 21 – Planta de Zonamento do Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela…………………………………………… Figura 22 – Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela – áreas e índices……………………………………………………… Figura 23 – Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela – concretização……………………………………………………….. Figura 24 – Planta de Zonamento do Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela…………………………………………… Figura 25 – Plano de Urbanização do Alto das Barrancas – áreas e índices…………………………………………………… Figura 26 – Plano de Urbanização do Alto das Barrancas – concretização…………………………………………………….. Figura 27 – Instrumentos de gestão territorial em vigor no território de Felgueiras – listagem……………………….. Figura 28 – Carta Educativa – planta síntese……………………………………………………………………………………………… Figura 29 – Carta Educativa em revisão – fluxograma de alunos no 2º e 3º CEB no ano letivo 2014/2015………. Figura 30 – PMDFCI – carta de perigosidade (versão provisória)…………………………………………………………………. Figura 31 – PMEPC – exemplo de cartografia de risco………………………………………………………………………………… Figura 32 – Diagnóstico Social – equipamentos com valência creche…………………………………………………………… Figura 33 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – quadro geral por freguesia e variações intercensitárias 2001-2011………………………………………………………………………………………………………… ii / 201 4 6 7 8 10 14 16 19 20 21 21 23 23 24 28 32 35 38 38 39 45 47 48 50 52 53 54 56 57 58 59 60 62 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 34 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 por freguesia – cartograma e gráfico…………………………………………………………………………………………………………………………………………………… Figura 35 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – quadro geral por ano……………. Figura 36 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 por ano – gráfico……………………. Figura 37 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – por categoria de solo PDM….. Figura 38 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – por tipo de obra…………………… Figura 39 – Consumo e disponibilidade de solo urbano por categoria e freguesia – quadro geral……………………. Figura 40 – Consumo de espaço de aglomerado urbano por freguesia – gráfico…………………………………………… Figura 41 – Cenário hipotético para o horizonte temporal de consumo do espaço de aglomerado urbano……….. Figura 42 – Base de dados do licenciamento de loteamentos 1994-2015 – quadro geral por ano…………………… Figura 43 – Vias classificadas no Plano Rodoviário Nacional que atravessam o Concelho……………………………….. Figura 44 – Vias classificadas como estradas municipais ou caminhos municipais…………………………………………. Figura 45 – Cartograma da rede viária municipal e supra-municipal com atravessamento do Concelho…………… Figura 46 – Hierarquização da rede viária municipal por tipo de via e respetiva quilometragem……………………… Figura 47 – Hierarquização da rede viária municipal: planta síntese…………………………………………………………….. Figura 48 – Captações de água do Concelho de Felgueiras (2009)………………………………………………………………. Figura 49 – Estação de Tratamento de Água (ETA) do Concelho de Felgueiras (2009)…………………………………… Figura 50 – Rede de distribuição de água do Concelho de Felgueiras por sistema (2009)………………………………. Figura 51 – Evolução da cobertura da população servida pela rede de distribuição de água (2001-2009)………… Figura 52 – Rede de distribuição de água do Concelho de Felgueiras (2014)………………………………………………… Figura 53 – Dados gerais sobre a distribuição de água no Concelho de Felgueiras (2013)……………………………… Figura 54 – Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Concelho de Felgueiras (2009)………………. Figura 55 – Pontos de Rejeição do Concelho de Felgueiras (2009)………………………………………………………………. Figura 56 – Rede de drenagem de águas residuais do Concelho de Felgueiras (2009) por bacia…………………….. Figura 57 – Rede de drenagem de águas residuais do Concelho de Felgueiras (2014)…………………………………… Figura 58 – Evolução da cobertura da população servida pela rede de drenagem de águas residuais (20012009)……………………………………………………………………………………………………………………………………………………. Figura 59 – Dados gerais sobre a drenagem de águas residuais no Concelho de Felgueiras (2013)………………… Figura 60 – Infraestruturas de Gestão de Resíduos do Concelho de Felgueiras……………………………………………… Figura 61 – Resíduos urbanos recolhidos por habitante (kg/ habitante), no Concelho de Felgueiras (20022011)……………………………………………………………………………………………………………………………………………………. Figura 62 – Resíduos urbanos recolhidos seletivamente (kg/habitante),no Concelho de Felgueiras (20022011)……………………………………………………………………………………………………………………………………………………. Figura 63 – Infraestruturas de gestão de resíduos sólidos…………………………………………………………………………… Figura 64 – Dados gerais sobre a gestão de resíduos urbanos no Concelho de Felgueiras (2013)…………………… Figura 65 – Consumo de energia elétrica (absoluto e per capita) nos Concelhos da CIM-TS…………………………… Figura 66 – Redes elétrica e de gás natural………………………………………………………………………………………………. Figura 67 – Mapas de dispersão de poluentes face à população residente……………………………………………………. Figura 68 – Classes de classificação da qualidade da água…………………………………………………………………………. Figura 69 – Estações de monitorização da qualidade da água da bacia hidrográfica do Rio Ave e do Rio Douro. Figura 70 – Qualidade da água superficial na Estação do Ferro…………………………………………………………………… Figura 71 – Dados da qualidade da água para consumo humano………………………………………………………………… Figura 72 – Amostra do mapa de ruído (Lden) para o centro de Felgueiras………………………………………………….. Figura 73 – Estabelecimentos e nº alunos 2014/2015 na rede pública, por escola e valência…………………………. Figura 74 – Estabelecimentos de educação e ensino – mapa geral………………………………………………………………. Figura 75 – Respostas sociais, grupos alvo e populações-alvo em Felgueiras………………………………………………… Figura 76 – Diagnóstico Social – equipamentos e valências………………………………………………………………………… Figura 77 – Instituições, respostas e nº utentes 2015 nas principais valências (dados provisórios)…………………. Figura 78 – Distribuição dos principais equipamentos de saúde…………………………………………………………………… Figura 79 – Unidades, serviços e recursos no âmbito da saúde…………………………………………………………………… Figura 80 – Especialidades, tipos de cirurgia e serviços prestadas no Hospital Agostinho Ribeiro……………………. Figura 81 – Distribuição dos equipamentos administrativos………………………………………………………………………… Figura 82 – Distribuição dos equipamentos desportivos……………………………………………………………………………… Figura 83 – Distribuição dos equipamentos culturais………………………………………………………………………………….. Figura 84 – Os percursos da Rota do Românico…………………………………………………………………………………………. Figura 85 – Distribuição de outros equipamentos………………………………………………………………………………………. Figura 86 – Densidade populacional nos Concelhos da CIM-TS e restantes vizinhos em 2011………………………… Figura 87 – Densidade populacional por freguesia em 2011………………………………………………………………………… Figura 88 – Área, população residente, densidade, famílias, alojamentos e edifícios por freguesia (2011)………. Figura 89 – População residente por ano e freguesia…………………………………………………………………………………. Figura 90 – Variação (%) e evolução da população entre 2001 e 2011, por freguesia…………………………………… Figura 91 – Variação (%) e evolução da população residente, famílias, alojamentos e edifícios entre 2001 e 2011, por freguesia………………………………………………………………………………………………………………………………… Figura 92 – Distribuição dos alojamentos familiares por forma de ocupação em 2011…………………………………… Figura 93 – Pirâmides etárias do Concelho em 2001 e 2011……………………………………………………………………….. Figura 94 – Estimativas da população residente em Felgueiras entre 1991 e 2013, por grupo etário………………. Figura 95 – Evolução da população residente em Felgueiras entre 1991 e 2013, por ciclo de vida………………….. iii / 201 62 63 64 64 65 66 67 67 68 71 71 73 75 76 77 77 78 78 79 80 81 82 82 83 83 84 85 85 86 86 87 89 90 91 93 94 95 96 97 99 100 100 101 101 103 104 105 106 107 108 108 109 111 111 112 113 114 115 116 117 119 120 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 96 – Evolução da taxa de fecundidade geral, entre 2003 e 2013……………………………………………………….. Figura 97 – Evolução do número de nados-vivos e da taxa de natalidade, entre 1996 e 2013………………………… Figura 98 – Evolução do índice de envelhecimento entre 2001 e 2013…………………………………………………………. Figura 99 – Evolução dos índices de dependência entre 2001 e 2013…………………………………………………………… Figura 100 – Taxas de crescimento natural, migratório e efetivo em 2013……………………………………………………. Figura 101 – Grupos etários por freguesia em 2011…………………………………………………………………………………… Figura 102 – Peso relativo (%) por grupo etário e por freguesia em 2011……………………………………………………. Figura 103 – Cartograma do peso relativo por grupo etário (ciclo de vida) e por freguesia em 2011………………. Figura 104 – Nados-vivos por freguesia entre 1996 e 2014………………………………………………………………………… Figura 105 – Nados-vivos por freguesia entre 1996 e 2012 (gráfico)……………………………………………………………. Figura 106 – Índice de envelhecimento por freguesia, em 2011………………………………………………………………….. Figura 107 – Índice de dependência total por freguesia, em 2011………………………………………………………………. Figura 108 – Projeção da população por grupo etário em 2021…………………………………………………………………… Figura 109 – Pirâmide etária do Concelho em 2021 (projeção)……………………………………………………………………. Figura 110 – Balanço de entradas e saídas de trabalhadores e estudantes nos Concelhos da CIM-TS, em 2011. Figura 111 – Índice de polarização de emprego, em 2011………………………………………………………………………….. Figura 112 – Duração média dos movimentos pendulares da população por freguesia, em 2011……………………. Figura 113 – Principais variáveis nos principais lugares estatísticos, em 2011……………………………………………… Figura 114 – Hierarquização dos aglomerados urbanos de acordo com o PDM em vigor e delimitação dos principais lugares estatísticos, em 2011……………………………………………………………………………………………………. Figura 115 – Taxas de atividade e de desemprego por freguesia, em 2011………………………………………………….. Figura 116 – Taxa de desemprego comparativa, em 2011………………………………………………………………………….. Figura 117 – Evolução do desemprego registado pelo IEFP………………………………………………………………………… Figura 118 – Evolução do desemprego registado pelo IEFP por grupo etário………………………………………………… Figura 119 – Evolução da distribuição da população ativa por sector de atividade entre 1981 e 2011……………… Figura 120 – Distribuição da população ativa empregada por sector de atividade e freguesia em 2011…………… Figura 121 – Número e evolução das empresas (incluindo empresários em nome individual) sedeadas no Concelho, em consonância com a Classificação das Atividades Económicas………………………………………………….. Figura 122 – Percentagem dos trabalhadores da indústria do calçado por concelho em relação ao total de trabalhadores - 5 principais concelhos, em 2011………………………………………………………………………………………. Figura 123 – Origem das exportações por valor - 5 principais concelhos, em 2012……………………………………….. Figura 124 – Evolução do valor das exportações por valor do calçado (em cima) e de componentes de calçado (em baixo)……………………………………………………………………………………………………………………………………………… Figura 125 – Estabelecimentos por atividade económica e volume de negócios em 2013………………………………. Figura 126 – VAB total e VAB por empresa, em 2012…………………………………………………………………………………. Figura 127 – Pensionistas da Segurança Social em números absolutos e relativos………………………………………… Figura 128 – Valor médio das pensões da segurança social………………………………………………………………………… Figura 129 – Beneficiários do RSI em números absolutos e relativos……………………………………………………………. Figura 130 – Proporção de profissionais socialmente mais valorizados, em 2011…………………………………………… Figura 131 – População empregada por situação na profissão, em 2011……………………………………………………… Figura 132 – Evolução do ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém………………………………… Figura 133 – Evolução do poder de compra per capita……………………………………………………………………………….. Figura 134 – Carta de aptidão da terra para a agricultura…………………………………………………………………………… Figura 135 – Distribuição e evolução das explorações, SAU, produtores e população agrícola por freguesia……. Figura 136 – Explorações agrícolas com culturas permanentes, em 2009…………………………………………………….. Figura 137 – Relação entre a SAU e a área total da freguesia, em 2009………………………………………………………. Figura 138 – Ocupação florestal do território, em 2007………………………………………………………………………………. Figura 139 – Delimitação das ZIF…………………………………………………………………………………………………………….. Figura 140 – Gráfico de áreas ardidas vs. nº ocorrências (1980-2013)…………………………………………………………. Figura 141 – Áreas ardidas nos últimos 10 anos (2004-2013)……………………………………………………………………… Figura 142 – Principais classes de ocupação do solo em 2007……………………………………………………………………. Figura 143 – Cartograma das principais classes de ocupação do solo (2007)………………………………………………… Figura 144 – Evolução da ocupação do solo (COS 1990 para COS 2007)……………………………………………………… Figura 145 – Evolução do número de dormidas turísticas em Felgueiras 2009-2013……………………………………… Figura 146 – Número de dormidas turísticas em 2014 por tipo de estabelecimento na CIM-TS e vizinhos……….. Figura 147 – Evolução do número de campistas e dormidas no parque de campismo rural de Vila Fria…………… Figura 148 – Estabelecimentos de alojamento turístico – tipo, capacidade e localização………………………………… ANEXOS 120 121 121 121 122 124 125 126 127 128 129 131 135 136 137 138 139 140 141 142 142 143 144 146 147 149 150 150 151 152 153 155 156 156 157 158 159 160 161 163 164 164 166 168 169 170 171 172 172 174 174 175 176 Anexo I – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre ortofoto por freguesia (antiga CAOP) – 32 ficheiros. Anexo II – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre a PO do PDM por freguesia (antiga CAOP) – 32 ficheiros. Anexo III – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre ortofoto (panorâmica geral por folha 1:10.000) – 8 ficheiros. iv / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL PARTE I INTRODUÇÃO I.1 Enquadramento legal A revisão do Plano Diretor Municipal de Felgueiras foi lançada inicialmente em 1997. Devido a uma série de constrangimentos de diversa ordem (tema desenvolvido na parte II), o processo encontra-se pendente (devendo ser reiniciado no inicio de 2016), tendo sido a Comissão de Acompanhamento entretanto extinta. Tendo em vista a retoma do processo de revisão, este terá de ser orientado no sentido atualmente preconizado pela legislação em vigor [Lei de Bases da Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e Urbanismo (Lei nº 31/2014, de 30 de maio), Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto-Lei nº 80/2015, de 14 de maio), Sistema de Classificação e Qualificação do solo (Decreto Regulamentar nº 15/2015, de 19 de agosto), em articulação com a publicação de alterações aos regimes jurídicos da Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional, ao Normativo sobre a cartografia utilizar e ao Regime Jurídico de Urbanização e Edificação] e também nos termos constantes da Portaria nº 277/15, de 10 de setembro (regula a constituição, a composição e o funcionamento das comissões consultivas da elaboração do PDM), nomeadamente no nº 3 do artigo 21º (regime transitório): (…) Nos processos em curso, quando a entidade responsável pelo plano não disponha do relatório sobre o estado do ordenamento do território a nível local, a deliberação da entidade responsável pela elaboração do plano que determina a revisão é acompanhada por um relatório fundamentado de avaliação da execução do planeamento municipal preexistente e de identificação dos principais fatores de evolução do município. (…) Encontrando-se, no presente, o processo de revisão do PDM em plenas condições de prosseguir (o Município dispõe de cartografia homologada desde julho de 2015), considera-se este o momento oportuno para a elaboração do Relatório de Avaliação da Execução do Planeamento Municipal (RAEPM), não só pelo mero cumprimento de uma obrigação legal, mas porque este relatório deverá contribuir para avaliar e posicionar os termos em que a própria revisão deve prosseguir. I.2 Enquadramento territorial e administrativo O Concelho de Felgueiras localiza-se na região Norte de Portugal, pertencendo, administrativamente, ao Distrito do Porto, no seu limite com o distrito de Braga, ocupando uma área de 115, 74 Km2 (CAOP, 2013) e abrangendo 20 freguesias. 1 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Este território municipal é delimitado a norte (N) por Fafe, a este (E) por Celorico de Basto, a sueste (SE) por Amarante, a sudoeste (SW) por Lousada, a oeste (W) por Vizela e a noroeste (NW) pelo Concelho de Guimarães. Situa-se no Entre Douro e Minho, na parte superior do Vale do Sousa, estando integrado no chamado “Arco Metropolitano do Noroeste” (PROT-N, 2007), numa coroa de transição entre o Litoral e a Faixa Intermédia Poente, mantendo laços fortes com os Concelhos vizinhos e com a área metropolitana do Porto. Assim, esta localização remete para a articulação entre importantes sub-espaços (o Vale do Sousa, o Baixo Tâmega e o Médio Ave), posição estratégica e estatuto aliás defendidos na própria ‘Estratégia de Desenvolvimento do Concelho de Felgueiras’ (Quaternaire, 2002). O território municipal desenvolve-se sobre uma zona aplanada, no centro, apresentando cotas vizinhas dos 300 metros. Na periferia desta plataforma verifica-se a existência de alguns relevos periféricos, que limitam o Concelho a Oeste e Sudoeste e ao longo de quase todo o plano Este, com maior evidência no sector Nordeste. Saliência ainda para as principais bacias hidrográficas: a bacia Jugueiros – Pombeiro – Sendim e a bacia do Rio Vizela, limitando o Concelho a Norte e Noroeste, com cotas baixas e declives acentuados; e a baixa do Rio Sousa e seus afluentes, que constitui uma várzea de cotas mais baixas, sulcando a zona da plataforma. O solo apresenta, em regra, boa aptidão para a agricultura (cerca de 40% tem aptidão elevada para a agricultura, segundo a classificação FAO). Isto ajuda a explicar o modelo de ocupação do solo, em que as ocupações agrícola e agro-florestal têm expressão relevante (cerca de 35%, segundo a Carta de Ocupação do Solo, 2007/DGT). Também ajuda a explicar a elevada fragmentação do território, com a consequente dispersão do povoamento e das atividades económicas, que constitui um desafio chave para a sustentabilidade do território. Apesar disto, existem alguns pólos urbanos com alguma expressão, casos da cidade sede de Concelho, da cidade da Lixa e das vilas de Barrosas e Longra. Nos anos mais recentes, a delimitação administrativa clássica (Concelho – Distrito – Província/Região) vem perdendo relevância em detrimento de outro tipo de delimitações que obedecem a lógicas de foro estratégico, obedecendo a critérios emanados pelas autoridades europeias. É o caso da divisão em NUT (Nomenclatura de Unidades Territoriais, versão de 2013), utilizada ao nível da União Europeia na definição dos espaços regionais e para a elaboração de estatísticas oficiais. Nesta divisão o Concelho encontra-se integrado no NUT II Norte de Portugal e na NUT III Tâmega e Sousa em conjunto com os Concelhos de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel e Resende. 2 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Este conjunto de Concelhos constitui a base territorial que está na génese da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, a qual visa a realização de interesses intermunicipais nos âmbitos da promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental do território abrangido, da articulação dos investimentos municipais de interesse intermunicipal, da participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional, designadamente no âmbito dos quadros comunitários da apoio e do planeamento das atuações de entidades públicas de caráter supramunicipal (Lei nº 75/2013, de 12 de setembro). A proximidade desta região à Área Metropolitana do Porto confere-lhe um posicionamento privilegiado na rede de acessibilidades, estruturada em torno de um corredor bimodal, formado pela A4/IP4 e pela Linha do Douro. A maior parte dos Concelhos integrados nesta região apresenta uma densidade populacional superior ao valor médio nacional. A região é fortemente industrializada, ainda que prevaleça um padrão territorial difuso e heterogéneo, com um tecido empresarial composto, essencialmente por pequenas e médias empresas (embora neste particular existam algumas exceções relevantes), com omnipresença do cluster do calçado. Efetivamente, o Concelho tem uma importância económica muito acima do que poderia seria expectável decorrente da sua dimensão territorial: as empresas deste cluster sedeadas no Concelho são responsáveis por cerca de 35% das exportações nacionais de calçado (com o valor absoluto, em 2012, de cerca de 576 milhões de euros em calçado e cerca de 13 milhões em componentes). Se a isto acrescentarmos que o calçado dá um contributo fulcral para as contas externas nacionais, sendo a indústria com o saldo comercial mais elevado na economia portuguesa e um dos poucos segmentos de mercado em que Portugal apresenta saldos positivos relevantes e detém uma excelente taxa de cobertura das importações pelas exportações (cerca de 290%, em 2012), facilmente se conclui a validade daquela afirmação. Não surpreende assim que seja o setor secundário o principal empregador da população ativa empregada do concelho (cerca de 60%), embora perdendo algum peso para o setor terciário nos anos mais recentes. A forte presença do cluster do calçado explica porque Felgueiras apresenta uma taxa de desemprego relativamente baixa (em 2011, 10,33%, a mais baixa entre os Concelhos da CIMTS e menor do que a média nacional que se cifrava em 13,18%); explica também porque Felgueiras se afirma como território “importador” de mão-de-obra, apresentando um saldo positivo nas deslocações diárias (entradas – saídas) por motivos de trabalho ou estudo (caso único entre os Concelhos da CIM-TS). Também se verifica o reverso da medalha: o emprego no calçado é, em regra, pouco exigente nas qualificações e com baixas remunerações (em 2011, o ganho médio mensal dos 3 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL trabalhadores por conta de outrem cifrava-se em 701,88 €, menor do que a média nacional que era de 949,08 €). Por fim valerá ainda referir a importância sociocultural e económica da agricultura (mesmo que, em muitos casos, a tempo parcial e que coloca Felgueiras na linha de frente em relação a alguns produtos de excelência, principalmente o vinho verde nas suas diversas formas (muito particularmente, o oriundo da Lixa), sendo a forte presença da vinha caraterística marcante e identitária da paisagem. Para além da vinha como cultura permanente largamente dominante é a vinha (99% das explorações com culturas permanentes), será também de relevar a cultura de frutos subtropicais (kiwi, do qual Felgueiras é dos maiores produtores nacionais) e os frutos frescos. Figura 1 – Enquadramento administrativo do Concelho (Portugal, Distrito e CIM) e divisão administrativa com localização dos principais pólos urbanos. 4 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: DGT / CAOP 2015 5 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 2 – Enquadramento regional estratégico do Concelho. Fonte: CMF / DUOA 6 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Conforme acima referido, com uma área de 115,74 km2 (Instituto Nacional de Estatística – INE, 2013), segundo a Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, que procede à reorganização administrativa do território das freguesias, o território é composto por um total de 20 freguesias, designadamente: Figura 3 – Freguesias e respetivas áreas. Área (km2) 7,11 Área (%) 6,14 União das freguesias de Pedreira, Rande e Sernande 6,98 6,03 União das freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim 13,47 11,63 Refontoura 3,44 2,97 Revinhade 3,33 2,87 Jugueiros 7,45 6,44 Aião 2,78 2,40 União das freguesias de Vila Verde e Santão 3,14 2,71 União das freguesias de Unhão e Lordelo 4,96 4,28 Airães 4,01 3,47 União das freguesias de Macieira da Lixa e Caramos 8,63 7,46 União das freguesias de Torrados e Sousa 5,21 4,50 Friande 3,29 2,84 Regilde 3,08 2,66 União das freguesias de Margaride (Santa Eulália), Várzea, Lagares, Varziela e Moure 17,44 15,07 Pinheiro 3,57 3,09 Penacova 3,00 2,59 União das freguesias de Vila Fria e Vizela (São Jorge) 3,02 2,61 Pombeiro de Ribavizela 4,81 4,16 Sendim 7,03 6,07 115,74 100,00 Freguesia Idães Total Fonte: DGT, 2013 De referir que neste ponto do RAEPM optou-se pela utilização da Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP 2015). Contudo, nos pontos seguintes optou-se pela utilização da CAOP 2012, pois os dados do Censos 2011 (e outros de natureza estatística), bem como as bases de dados do Município, foram oficialmente publicados ainda de acordo com a antiga delimitação e porque uma eventual adoção da nova delimitação não traria mais-valia à informação disponibilizada. 7 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 4 – Anterior e atual organização administrativa das freguesias. Fonte: DGT, 2012 e 2014 8 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL PARTE II ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO – ESTADO DA ARTE II.1 Quadro supramunicipal a) Programa Nacional de Politica de Ordenamento do Território (PNPOT) No atual quadro do regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial, o “Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território” (PNPOT) constitui um instrumento de desenvolvimento territorial, de natureza estratégica e de âmbito nacional, com precedência em relação aos restantes IGT. De acordo com o disposto no Decreto-Lei nº 316/2007, o PNPOT: “estabelece as grandes opções com relevância para a organização do território nacional, consubstancia o quadro de referência a considerar na elaboração dos demais instrumentos de gestão territorial [nomeadamente, os PROT e os PDM] e constitui um instrumento de cooperação com os demais Estados-membros para a organização do território da União Europeia” (art. 26º); e “estabelece as opções e as diretrizes relativas à conformação do sistema urbano, das redes, das infraestruturas e equipamentos de interesse nacional, bem como à salvaguarda e valorização das áreas de interesse nacional em termos ambientais, patrimoniais e de desenvolvimento rural” (n.º 1a), art. 28º). São identificados os 24 problemas-chave do Ordenamento do Território em Portugal, distribuídos por seis domínios: recursos naturais e gestão de riscos; desenvolvimento urbano e rural; transportes, energia e alterações climáticas; competitividade dos territórios; infraestruturas e serviços coletivos; cultura cívica, planeamento e gestão territorial. Após a definição dos problemas, são elencadas as opções estratégicas territoriais para as diversas Regiões e para os respetivos espaços. No caso da Região urbano-metropolitana do Noroeste (onde se insere o território do Concelho de Felgueiras) são delineadas as seguintes opções de desenvolvimento do território: Reforçar o papel da metrópole Porto no sentido da sua afirmação como principal centro terciário do Noroeste peninsular, desenvolvendo as acessibilidades, as funções aeroportuárias, portuárias e de plataforma logística intermodal e as funções ligadas à ciência e à cultura, explorando o potencial das novas tecnologias e qualificando os serviços urbanos em geral; Ordenar o território e estruturar o policentrismo, criando âncoras para o desenvolvimento de um terciário avançado, dando prioridade, para além da afirmação da metrópole Porto, ao reforço e organização do triângulo Braga-Guimarães-Vila Nova de Famalicão e apoiando a emergência de sistemas urbanos sub-regionais, em especial nas áreas mais críticas para a estruturação do território; 9 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Reordenar e qualificar os espaços industriais para a transformação das estruturas empresariais, apostando em espaços de qualidade e em relações de proximidade e forte interação, o que implica uma rutura com o modelo atual de unidades dispersas e estruturas industriais locais fortemente especializadas; Consolidar uma rede de espaços qualificados de acolhimento de atividades inovadoras e de base tecnológica; Criar redes de cooperação interurbana capazes de promoverem a reorganização espacial dos serviços não mercantis, de forma a permitir ganhos de eficácia (escala, especialização, multifuncionalidade) e de qualidade; Organizar o sistema territorial de mobilidades, de modo a reforçar polarizações urbanas e a estruturar sistemas urbanos sub-regionais, e conciliar o serviço público de transporte rodo e ferroviário com a racionalização do uso do automóvel; Qualificar as periferias da AMP, ordenar a implantação de equipamentos e infraestruturas de referência e promover a operacionalização das redes necessárias à superação dos défices ambientais; Controlar os impactes ambientais da urbanização difusa e dos previsíveis processos de abandono de algumas instalações industriais, através da valorização do património e dos espaços públicos. Figura 5 – Modelo territorial proposto no PNPOT nos seus diversos vetores: riscos, recursos naturais e ordenamento agro-florestal, sistema urbano e acessibilidades. Fonte: IGM; IGP; DGE; IA; SIG PNPOT, 2006 10 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL b) Plano Regional de Ordenamento do Território - Norte (PROT-N) A legislação define a figura dos planos regionais de ordenamento do território (PROT) como elos de ligação entre os níveis nacional e municipal, instrumentos estratégicos que estabelecem as linhas orientadoras do desenvolvimento, organização e gestão dos territórios regionais e enquadram não só os planos de nível municipal e as áreas sujeitas a planeamento especial mas também as grandes intervenções e os investimentos estruturantes a realizar no espaço regional. Assim, o PROT-N ocupa um papel de charneira entre a administração central, nos seus diversos sectores, e os diferentes Concelhos, cabendo-lhes a função de integrar os objetivos, orientações e aspirações de uns e de outros num todo coerente, visando o ordenamento e o desenvolvimento integrado do território regional, tendo como referencial a estratégia resultante do exercício NORTE 2015, visando: a) Definir as opções estratégicas de base territorial para o desenvolvimento da região do norte, contemplando, designadamente: • A concretização das opções constantes dos instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional, no respeito dos princípios gerais da coesão, da equidade, da competitividade, da sustentabilidade dos recursos naturais e da qualificação ambiental, urbanística e paisagística do território; • A valorização da posição geoestratégica da região, na sua articulação com o restante território nacional, com as regiões fronteiriças e com as rotas transeuropeias e transatlânticas; • A afirmação da região como plataforma de internacionalização da economia nacional, reforçando os fatores de inovação, de competitividade e de atracão de investimento estrangeiro; • O reforço da cooperação transfronteiriça e transnacional, valorizando especializações, complementaridades e sinergias para o desenvolvimento de projetos de dimensão europeia; • O desenvolvimento de uma política integrada para o litoral; • A salvaguarda e valorização dos recursos patrimoniais, tanto monumentais como naturais, com destaque para os valores classificados pela UNESCO como património mundial; b) Definir o modelo de organização do território regional, tendo em conta a necessidade de: • Consolidar o sistema de proteção e valorização ambiental, que inclui as áreas, valores e subsistemas fundamentais a integrar na estrutura ecológica regional; 11 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL • Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, envolvendo a qualificação funcional do Porto e da sua área metropolitana, o desenvolvimento de polarizações estruturantes na conurbação do litoral e o reforço dos pólos e eixos urbanos no interior; • Reforçar a rede regional de instituições de ensino superior, de I & D e de centros tecnológicos, em articulação com os espaços de localização de atividades intensivas em conhecimento e conteúdo tecnológico; • Organizar o sistema de acessibilidades, de forma a reforçar o papel dos pontos nodais, a garantir a coerência das intervenções nos âmbitos rodoviário, ferroviário, portuário e aeroportuário e a valorizar as futuras acessibilidades ferroviárias em alta velocidade; • Reordenar e qualificar os espaços de localização empresarial numa lógica de disponibilização de espaços de qualidade e de concentração de recursos qualificados; • Organizar uma rede de pólos de excelência em espaço rural que sejam notáveis pela qualidade do ambiente e do património, pela genuinidade e qualidade dos seus produtos, pela sustentabilidade de práticas de vida e de produção e pelo nível dos serviços acessíveis à população; c) Identificar os espaços sub-regionais relevantes para a operacionalização do PROT, nomeadamente considerando as sub-regiões do Minho, de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Grande Porto como unidades territoriais específicas, com critérios de ordenamento e gestão apropriados às suas características físicas e de ocupação humana, e desenvolver propostas estratégicas adequadas à valorização das suas especificidades territoriais e à criação de complementaridades com vista ao reforço conjunto da competitividade e coesão regionais; d) Definir orientações e propor medidas para contrariar os fenómenos de urbanização e edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de atividades não rurais, promovendo simultaneamente o planeamento e a constituição de áreas apropriadas para o desenvolvimento urbano não especulativo e para a localização de atividades empresariais; e) Definir orientações e propor medidas para um adequado ordenamento agrícola e florestal do território, bem como de salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas e de outras áreas ou corredores ecológicos relevantes; f) Propor medidas para a proteção e valorização do património arquitetónico e arqueológico, condicionando o uso dos espaços inventariados e das suas envolventes; 12 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL g) Contribuir para a formulação da política nacional e regional de ordenamento do território, harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e servir de quadro de referência e definir orientações para as decisões da Administração e para a elaboração de outros instrumentos de gestão territorial. h) Contribuir para a formulação da política nacional e regional de ordenamento do território, harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e servir de quadro de referência e definir orientações para as decisões da Administração e para a elaboração de outros instrumentos de gestão territorial; i) Definir mecanismos de monitorização e avaliação da execução das disposições do PROT-Norte. Do ponto de vista da estratégia de articulação territorial, e conforme definido no PROT-N, o concelho de Felgueiras integra o Arco Metropolitano do Noroeste, o qual é identificado como um dos principais motores da competitividade a nível nacional, sendo Felgueiras definido pelo mesmo como um Centro Estruturante Sub-Regional (cidades e vilas que desenvolvem um leque de funções razoavelmente diversificado ou um conjunto de funções especializadas, polarizadoras do sistema urbano numa escala supramunicipal – PROT-N, 2009). O PROT-N ainda não se encontra aprovado. 13 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 6 – Modelo territorial global proposto no PROTn para a região Norte. Fonte: PROT-N, 2009 c) Plano Regional de Ordenamento Florestal do Tâmega (PROF – Tâmega) Os PROF, elemento charneira no Sistema de Planeamento Florestal Português, pretendem desenvolver as orientações preconizadas ao nível do planeamento florestal nacional e da legislação em vigor e traduzindo-as sempre que necessário em programas de ação, ou em normas concretas de silvicultura e de utilização do território. Assim, atendendo à diversidade da área abrangida pelo Plano o PROF -Tâmega procede à divisão da área territorial da NUT em sub-regiões homogéneas, preconizando para cada uma objetivos estratégicos específicos e normas e modelos de silvicultura. A descrição das atuações propostas surge organizada em programas, estando estes agrupados em grandes áreas estratégicas: arborização e reabilitação de áreas florestais, beneficiação de áreas florestais arborizadas, prevenção e vigilância de fogos florestais, consolidação da atividade florestal e atividades associadas. O Concelho de Felgueiras encontra-se integrado na sub-região homogénea do Tâmega-Sousa para a qual são identificadas como funcionalidades essenciais da floresta a produção, o recreio e enquadramento estético da paisagem e proteção e foram assim definidos os seguintes objetivos específicos: 14 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL • Promover a requalificação dos povoamentos florestais e inverter a degradação destes, bem como, a sua subexploração; • Controlar e minimizar o avanço das invasoras lenhosas; • Compartimentar as áreas arborizadas contínuas e/ou monoespecíficas através do aproveitamento da regeneração natural de espécies autóctones menos suscetíveis aos incêndios ou ainda pela intercalação de áreas agrícolas ou de pastagens; • Conceber mecanismos de proteção do solo, devido ao excesso de mobilizações na sua exploração; • Criar unidades de gestão com dimensão significativa, com especial incidência no fomento do associativismo; • Diversificar a arborização, recorrendo a espécies ecologicamente bem adaptadas e que garantam áreas de baixo nível de combustível acumulado; • Promover a defesa do espaço florestal da pressão urbanística, evitando a disseminação da mesma, • Fomentar a plantação de árvores produtoras de madeiras nobres nas áreas agrícolas abandonadas; • Fomentar a plantação de árvores de não rápido crescimento nos solos de melhor aptidão florestal, tendo em vista não só a produção de lenho de qualidade, bem como, a adaptação deste espaço florestal periurbano às necessidades sociais da população residente; • Ordenar e promover a exploração dos recursos não lenhosos como a pesca, a apicultura, os cogumelos silvestres, as plantas aromáticas e medicinais, entre outros; • Criar zonas de preservação ambiental como objetivos de recreio e lazer e nichos ecológicos, com especial preocupação em defender e proteger os núcleos de quercíneas, e as manchas ripícolas; • Promover e estimular a educação ambiental das populações residentes e visitantes. 15 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 7 – Carta síntese do ordenamento florestal proposto pelo PROF - Tâmega. Fonte: PROF - Tâmega, 2007 d) Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica do Douro (PGBH – Douro) e Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica do Cávado, Ave e Leça (PGBH – Cávado, Ave e Leça) Os Planos de Gestão da Região Hidrográfica são os instrumentos de planeamento que pretendem constituir a base de suporte à gestão, à proteção e à valorização ambiental, social e económica das águas. Têm um âmbito de aplicação temporal máximo de seis anos, de acordo com n.º 3 do art. 29.º da Lei da Água, tratando-se de um instrumento de planeamento eminentemente programático. Os PGRH visam, em particular, identificar os problemas mais relevantes das bacias hidrográficas, prevenindo a ocorrência de futuras situações potencialmente problemáticas, bem como definir as linhas estratégicas da gestão dos recursos hídricos através da implementação de um programa de medidas que garanta a prossecução dos objetivos ambientais estabelecidos na Diretiva Quadro da Água (Diretiva nº 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro de 2000, transposta para o direito nacional pela Lei da Água). Para além destes importa ainda considerar os objetivos ambientais definidos pela DiretivaQuadro da Água (DQA), previstas igualmente Lei da Água, e que deverão ser assumidos pelo PGRH, designadamente: Objetivos ambientais a cumprir para as águas superficiais, de acordo com o artigo 46.º da Lei da Água: Evitar a deterioração do estado de todas as massas de água superficiais; 16 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Proteger, melhorar e recuperar todas as massas de água, com exceção das massas de água artificiais e fortemente modificadas, com o objetivo de estas alcançarem o bom estado ecológico e o bom estado químico; Proteger e melhorar as massas de água artificiais e fortemente modificadas, com o objetivo de alcançar o bom potencial ecológico e o bom estado químico; Assegurar a redução gradual da poluição provocada por substâncias prioritárias e cessação das emissões, descargas e perdas de substâncias prioritárias perigosas. Objetivos ambientais a cumprir para as águas subterrâneas, de acordo com o artigo 47.º da Lei da Água: Evitar ou limitar a descarga de poluentes nas águas subterrâneas e prevenir a deterioração do estado de todas as massas de água; Assegurar a proteção, melhoria e recuperação de todas as massas de água subterrâneas, garantindo o equilíbrio entre as captações e as recargas dessas águas, com objetivo de alcançar o bom estado; Inverter quaisquer tendências significativas persistentes para o aumento da concentração de poluentes que resulte do impacte da atividade humana, com vista a reduzir gradualmente os seus níveis de poluição, com o objetivo de alcançar o bom estado. Objetivos ambientais a cumprir para as zonas protegidas, de acordo com o artigo 48.º da Lei da Água: Assegurar os objetivos que justificaram a criação das zonas protegidas, observando-se integralmente as disposições legais estabelecidas com essa finalidade e que garantem o controlo da poluição; Elaborar um registo de todas as zonas incluídas em cada região hidrográfica que tenham sido designadas como zonas que exigem proteção especial no que respeita à proteção das águas superficiais e subterrâneas ou à conservação dos habitat e das espécies diretamente dependentes da água; Registo das zonas protegidas de cada região hidrográfica incluindo os mapas com indicação da localização de cada zona protegida e uma descrição da legislação ao abrigo da qual essas zonas tenham sido criadas; Identificar em cada região hidrográfica todas as massas de água destinadas a captação para consumo humano que forneçam mais de 10 m3 por dia em média ou que sirvam mais de 50 pessoas e, bem assim, as massas de água previstas para estes fins, e é referida, sendo caso disso, a sua classificação como zonas protegidas. Neste contexto, o PGRH-Douro e o PGRH-Cávado, Ave e Leça pretendem constituir-se como abordagens integradas dos recursos hídricos para as respetivas regiões hidrográficas, para a prossecução dos objetivos de proteção e melhoramento da qualidade do ambiente, mediante 17 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL uma utilização prudente e racional dos recursos naturais, baseada nos princípios de precaução e da ação preventiva, da correção, prioritariamente na fonte, dos danos causados ao ambiente e do poluidor-pagador, tendo sido definidos os seguintes objetivos estratégicos gerais por área de atuação: AT1 – Qualidade da Água: Proteger a qualidade das massas de água superficiais (costeiras, estuarinas e interiores) e subterrâneas, visando a sua conservação ou melhoria, no sentido de estas atingirem o bom estado; Garantir a proteção das origens de água e dos ecossistemas de especial interesse, incluindo a manutenção de um regime de caudais ambientais e, em particular, de caudais ecológicos. AT2 – Quantidade da Água: Assegurar a quantidade de água para os usos e promover e incentivar o uso eficiente do recurso, contribuindo para melhorar a oferta e para gerir a procura; Promover as utilizações de água com fins múltiplos e minimizar os conflitos de usos. AT3 – Gestão de riscos e valorização do domínio hídrico: Prevenir e minorar riscos naturais e antropogénicos associados a fenómenos hidrológicos extremos e as situações de risco de poluição acidental; Preservar o domínio hídrico, assegurando a sua gestão integrada, nomeadamente no que diz respeito ao controlo dos fenómenos de erosão hídrica e costeira ou à melhoria da qualidade dos ecossistemas; Fomentar o ordenamento dos usos e ocupações do domínio hídrico, articulando o planeamento e ordenamento do domínio hídrico com o ordenamento do território, promovendo o licenciamento e controlo dos usos do domínio hídrico e a valorização económica dos recursos compatíveis com a preservação dos meios hídricos. AT4 – Quadro institucional e normativo: Promover a adequação do quadro institucional e normativo, para assegurar o planeamento e gestão integrada dos recursos hídricos com uma intervenção racional e harmonizada dos diferentes agentes. AT5 – Quadro económico e financeiro: Promover a sustentabilidade económica e financeira, visando a aplicação dos princípios do utilizador-pagador e poluidor-pagador, permitindo suportar uma política de gestão da procura com base em critérios de racionalidade e equidade e assegurando que a gestão do recurso é sustentável em termos económicos e financeiros. 18 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL AT6 – Monitorização, investigação e conhecimento: Aprofundar o conhecimento técnico e científico sobre os recursos hídricos e promover a implementação de redes de monitorização de variáveis hidrológicas e de qualidade física, química e ecológica da água, nomeadamente das substâncias perigosas e prioritárias; Promover o aumento do conhecimento, do estudo e da investigação aplicada aos sistemas hídricos e ecossistemas envolventes, incluindo o desenvolvimento de um sistema de informação relativo ao estado e utilizações do domínio hídrico. AT7 – Comunicação e governança: Promover a informação e participação do cidadão nas diversas vertentes do planeamento e da gestão dos recursos hídricos e assegurar a disponibilização de informação ao público e a dinamização da participação nas decisões; Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local e também com instituições congéneres de outros Países, em particular com o Reino de Espanha (na caso do PGBH-Douro). Figura 8 – Delimitação das regiões hidrográficas. Fonte: SNIRH, DGT 19 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL II.2 Planos Municipais de Ordenamento do Território em vigor II.2.1 Plano Diretor Municipal – Quadro de partida, estratégia e dinâmica No início deste capítulo importará estabelecer com rigor o quadro territorial em que foi elaborado o Plano Diretor Municipal de Felgueiras ainda em vigor. Este quadro é exposto no respetivo Relatório de Acompanhamento (1993) e, de uma forma muito sucinta, a matriz de forças e debilidades então detetadas poderá ser assim retratada: Figura 9 – Forças e debilidades detetadas na elaboração do PDM. Forças Debilidades Localização geográfica na periferia imediata de uma área de grande dinamismo (AM Porto). Elevada densidade demográfica com taxa de crescimento apreciável. População predominantemente jovem. Agricultura bastante diversificada, com grande potencial dadas as características do solo e do relevo e da riqueza hidrográfica. Grande dinamismo do sector secundário, em particular da fileira do calçado, a qual sustentava uma situação de quase pleno emprego. Deslocações casa-trabalho são maioritariamente realizadas dentro do Concelho, muitas vezes a pé. Existência de um ‘arco estruturante’ do território (ao longo da EN 101 – FelgueirasLixa – e da EM 562 – Felgueiras-Barrosas), em torno do qual se organiza grande parte da atividade instalada no território. Inexistência de assimetrias relevantes entre partes do território municipal. Inexistência de problemas ambientais muito graves ou irremediáveis. Parque habitacional predominantemente constituído por edifícios de construção recente. Grande riqueza patrimonial, tanto a nível do património construído como do património arqueológico. Existência de um ‘sentimento felgueirense’ enraizado e identificado com a prodigalidade da terra. Excessiva dependência, a nível de fornecimento de bens e serviços, da AM Porto. Predominância do povoamento de tipo disperso, com pouca coesão dos aglomerados urbanos e muitas descontinuidades. Malha viária municipal muita densa, com níveis de serviço baixos, apoiando a dispersão do povoamento e das atividades. Ausência das grandes acessibilidades (IP9, IC25), bem como da rede viária intermédia, implicando a ausência de hierarquização das vias. Níveis de atendimento das infraestruturas ambientais (abastecimento de água, drenagem de águas residuais) muito baixos. Pouca diversificação das atividades económicas e pequena dimensão das empresas. Insipiência do sector terciário, aumentando a dependência do exterior na demanda de bens e serviços. Baixa taxa de escolarização e elevada taxa de analfabetismo. Déficit de equipamentos de serviço público, nomeadamente nos sectores da educação e saúde. Pequena dimensão média da propriedade, com o cadastro muito fragmentado e com hábitos de fracionamento fortemente enraizados. Fonte: PDM, Relatório 20 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Com este quadro de referência, foi estabelecido um modelo de desenvolvimento, o qual visava responder ao desafio de potenciar as forças e obviar às debilidades detetadas, constituindo um conjunto de objetivos/metas globais de desenvolvimento local: Figura 10 – Objetivos gerais de desenvolvimento do Concelho. - Valorização dos recursos naturais; - Proteção da natureza e defesa do ambiente; - Valorização do espaço rural; - Elevação do nível de qualidade do quadro físico de vida da comunidade; - Valorização do património cultural e histórico; - Elevação do nível cultural da população; - Elevação do nível tecnológico das atividades económicas; - Orientação para uma economia aberta e articulada com o espaço económico regional, nacional e internacional; - Valorização das singularidades, da diversidade e da diferença. Fonte: PDM, Relatório Qualquer um dos objetivos acima traçados, e a sua globalidade, têm ou poderão ter tradução em medidas de política geral, obviamente, mas também em medidas estratégicas relacionadas com o ordenamento do território, e portanto fundamentadoras da conceção do PDM. Assim, a estratégia para o ordenamento do território, que está subjacente ao PDM, as suas grandes linhas foram definidas em função daquele modelo. Figura 11 – Vetores e objetivos específicos de ordenamento do território. Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Conservar e valorizar as grandes manchas contínuas de espaço agrícola e florestal e valorizar o espaço rural. - Conter a dispersão da rede viária e das construções e consagrar os princípios da contenção e da colmatação dos aglomerados. - Hierarquizar os aglomerados, qualificá-los e prosseguir o esforço de infra estruturação de acordo com essa hierarquia. - Definir medidas para compatibilizar as funções existentes nos aglomerados. - Planear e desenvolver áreas de expansão urbanística. Vetor 2 – Reforçar as acessibilidades, interna e externa, do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Interna: reforçar as ligações entre os três pólos urbanos do Concelho. - Investir no melhoramento das vias estruturantes já existentes. - Externa: privilegiar a orientação para o Vale do Sousa e a A.M. do Porto. 21 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Vetor 3 – Consagrar e qualificar a vocação industrial do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Combinar medidas que visem a estabilização e consolidação do sector industrial predominante com medidas que visem a diversificação industrial do Concelho. - Perspetivar a diversificação no sentido de esta combinar a inovação tecnológica com uma boa capacidade de absorção de emprego. - Manter controladamente o modelo de disseminação equilibrada das unidades industriais pelo território do Concelho. Vetor 4 – Reforçar a atratividade do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Dotar o Concelho de atividades e equipamentos de valência regional ou supramunicipal. - Incentivar o reforço da capacidade de alojamento de visitantes. Vetor 5 – Reforçar a identidade do Concelho e a coesão da comunidade local. Objetivos de Ordenamento específicos: - Dotar o Concelho, à escala local, de equipamentos de proximidade, constituindo um fator de elevação da qualidade de vida das populações. - Valorizar e divulgar o património cultural, edificado e histórico do Concelho. Fonte: PDM, Relatório Em vista desta estratégia, o PDM procurou ajustar-lhe a compartimentação do território, atendendo também, obviamente, ao uso do solo predominante à data de elaboração (inicio dos anos 90) e aos compromissos urbanísticos então em vigor, levando em linha de conta o horizonte temporal previsto (10 anos) e a respetiva estimativa da população para esse período (62.176 habitantes). Os principais destinos do solo podem ser divididos em solos destinados a construção (urbanos/consolidados, urbanizáveis/expansão e industriais) e solos incluídos em áreas de salvaguarda estrita (sujeitos aos regimes da RAN e/ou REN e solos de Floresta Dominante). Para além destes dois tipos fundamentais o PDM ainda prevê espaços de ocupação condicionada (Floresta Complementar – áreas constituídas por manchas de floresta não dominante, incultos e matos; e Agrícola Complementar – áreas do território onde habitualmente se pratica a agricultura mas que não estão incluídas nas áreas da RAN), para além de espaços/perímetros de salvaguarda de valores e recursos e ainda servidões / restrições de utilidade pública (recursos geológicos, domínio público hídrico, património cultural edificado, património arqueológico, espaços destinados a equipamentos coletivos e espaços canal de passagem das grandes acessibilidades). Não deixa de ser pertinente o facto de, num território tão densamente ocupado, as áreas predominantemente sociais serem ainda incipientes, claramente em déficit de massa crítica, indiciando a difusão do povoamento através da malha viária, mantendo-se assim uma aparente 22 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL predominância de solo agro-florestal, conforme o demonstra a Carta de Ocupação do Solo de 1990. Figura 12 – Principais classes de ocupação do solo, população e densidade em 1990/91. Área apx. (ha) 1225 10,7 Solos predominantemente agrícolas 5645 49,2 Solos predominantemente florestais 4556 39,7 48 0,4 Ocupação do Solo Solos predominantemente sociais Outros solos % População residente (1991) 49.136 Densidade (hab/Km2) 425 Fonte: DGT Figura 13 – Carta de Ocupação do Solo em 1990 (principais domínios). Fonte: DGT Genericamente, o resultado final da Planta de Ordenamento do PDM e respetivo regulamento pretendeu moldar a estratégia preconizada à efetiva realidade e condicionalismos do território. A tabela, o gráfico e o cartograma seguintes apresentam, de forma sintética, o desenho e os grandes números resultado do Plano. Ressalve-se que existem áreas afetas a mais do que um uso (ex: RAN+REN) pelo que a soma das áreas parciais ultrapassa a área total do Concelho. 23 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 14 – Distribuição dos principais usos do solo determinados pelo PDM (Planta de Ordenamento). Espaços urbanos, urbanizáveis e industriais Área total (ha) 1507 1305 277 Espaço urbano / consolidado (excluindo o industrial) Espaço urbanizável / de expansão (excluindo o industrial) Espaço industrial Espaços de salvaguarda estrita 4244 2172 3204 Reserva Agrícola Nacional Reserva Ecológica Nacional Floresta Dominante / Espaços arborizados na RAN Espaços de equipamento 285 4500 40,0 4000 35,0 3500 30,0 3000 20,0 2000 % 25,0 2500 15,0 1500 Área por espaço Outros Equipamento 0,0 Floresta 0 REN 5,0 RAN 500 Espaço industrial 10,0 Espaço urbanizável 1000 Espaço urbano Área (ha) Espaços destinados a equipamento % da área do Município Fonte: PDM, elaboração própria 24 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A deliberação de proceder à revisão do PDM de Felgueiras foi tomada pela Câmara Municipal a 6 de Janeiro de 1997. As motivações para esta tomada de posição prendiam-se, essencialmente, com os desajustamentos provocados pela alteração das orientações do Plano Rodoviário Nacional (o IP 9 deixou de ser projetado como via rápida para passar a considerar o perfil de autoestrada; o IC25 passa a ter estatuto de variante à EN207) e por desajustamentos e incompatibilidades em relação a algumas particularidades da realidade específica do Concelho dada a falta de experiência neste tipo de planeamento, nomeadamente no que se refere à construção de anexos e de instalações industriais. Posteriormente, foi necessário justificar e fundamentar aquela deliberação perante a CCRN e a Secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território. Esta veio, mais tarde, a autorizar o início do processo de revisão do PDM e a ordenar a constituição da respetiva Comissão Técnica de Acompanhamento, o que se verificou através do Despacho nº 10 863/97, publicado no D.R. a 11 de Novembro de 1997. Entretanto, e face aos sucessivos atrasos no processo de revisão, não sendo previsível que num curto prazo possa iniciar-se a vigência do novo PDM, entendeu o Concelho avançar com a 1ª alteração parcial do PDM, decorria o ano de 2007. Em concreto, no que se refere ao andamento dos trabalhos da revisão do PDM, importa considerar que diversos fatores contribuíam para impedir a sua mais rápida progressão. De facto, continuava por completar o corpo legislativo e regulamentar que deverá balizar e condicionar a elaboração do novo PDM, conforme prevê o DL 380/99, não tendo sido produzida, designadamente, regulamentação referente a: Estabelecimento de critérios uniformes de classificação e reclassificação do solo; Definições de “categorias”, “qualificação” e “utilização” do solo; Composição das equipas técnicas; Simbologias a utilizar; Normalização da cartografia; etc. Acresce a isto a instabilidade na definição do conteúdo efetivo do PDM, ao qual alguma legislação sectorial tem acrescentado volume (ex: Carta Educativa, Regulamento Geral do Ruído, Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, etc.). Por outro lado, constatava-se que o PDM em vigor não correspondia adequadamente aos interesses do ordenamento e do desenvolvimento do Concelho, mostrando-se desatualizado e contrário à concretização dos objetivos estabelecidos para a sua revisão. Efetivamente, o exercício da vigência do PDM permitiu que se detetassem diversos outros desajustamentos em relação a certas particularidades da realidade específica do Concelho. 25 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Estes desajustamentos relacionam-se com as disposições regulamentares referentes a: - Licenciamento de instalações industriais e de armazenagem em áreas vocacionadas para a expansão urbanística; - Construção na RAN; - Sobrevalorização da importância atribuída aos valores máximos dos índices e parâmetros urbanísticos; - Construção de anexos. Convirá referir que, no entretanto, o Município lançou a elaboração do estudo “Estratégia de Desenvolvimento e Ordenamento de Felgueiras – estudo de cenários de desenvolvimento para suporte à revisão do PDM”, adjudicado a um gabinete externo. Tal estudo proporcionou um conjunto de reflexões e forneceu um leque de orientações estratégicas gerais que apontam essencialmente para a qualificação e o ordenamento do sector industrial, a qualificação ambiental e urbana do Concelho, a contenção da dispersão urbanística e a valorização e o desenvolvimento do espaço rural. Ainda neste âmbito foi também desenvolvido um trabalho específico de definição de uma nova política de acolhimento e ordenamento industrial, através do qual foram estabelecidas orientações estratégicas relativas, por um lado, à conceção e gestão dos novos espaços de acolhimento industrial, entretanto planeados e atualmente em vias de concretização; por outro lado, relativas ao melhoramento da gestão do modelo de industrialização dispersa que caracteriza o Concelho. Noutra frente, foram também internamente desenvolvidos estudos de monitorização onde se analisaram exaustivamente todos os licenciamentos de obras e loteamentos efetuados na vigência do PDM (desde 1994), no sentido de avaliar e quantificar o destino que tiveram os solos propostos pelo PDM para expansão dos aglomerados e, ao mesmo tempo, avaliar a oportunidade do seu redimensionamento em sede de revisão do PDM. Esse estudo permitiu, entre outros efeitos, quantificar e monitorizar o licenciamento de construções em solos pontualmente desafetados da RAN, área em que a regulamentação do PDM em vigor evidencia algumas insuficiências. Igualmente, foi desenvolvido um levantamento exaustivo e estudo da totalidade da rede viária municipal, que permitiu avaliar a sua crescente densidade e o papel que desempenha enquanto indutor da transformação dos solos e disseminação das construções, e que permitirá estabelecer um planeamento da expansão das redes infraestruturais. Estes estudos mostram que o excesso de solo não devidamente infraestruturado mas classificado pelo PDM para construção, bem como o escasso controlo da crescente expansão 26 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL capilar da rede viária, para além de não contribuírem de facto para a contenção da transformação dos solos e da dispersão das construções, estão objetivamente a introduzir distorções no mercado dos solos, designadamente ocasionando a especulação e fazendo aumentar a procura de solos para construção na RAN e outros espaços de reserva, explorando a fragilidade do PDM no que se refere à gestão dos espaços rurais, e gerando nova dispersão. Consequentemente, a persistência dos fenómenos da dispersão tende a dificultar o sucesso do esforço de infraestruturação do Concelho, aumentando os índices de desaproveitamento dos investimentos realizados e tornando cada vez mais onerosa a sua execução. A prática da gestão do licenciamento mostra também que se foi sobrevalorizando a importância atribuída aos parâmetros e índices previstos no regulamento do PDM, designadamente o índice de ocupação máxima e a cércea máxima, o que tem propiciado a ocorrência de volumes de construção exagerados em locais manifestamente menos apropriados para o efeito. Por outro lado, a entrada em vigor do Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação (2002), em consonância com o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, veio estabelecer princípios e critérios que tornaram desnecessária, ou mesmo injusta, a destrinça actualmente existente, ao nível do índice de ocupação, entre o loteamento que pressupõe a construção de novas infraestruturas e a edificação em terreno já infraestruturado. Assim impõe-se uma clarificação de conceitos e uma adaptação às novas realidades emergentes no âmbito da urbanização e edificação. No que se refere ao licenciamento de instalações industriais e de armazenagem, particularmente aquelas que, em número especialmente elevado neste Concelho, se encontravam dispersas em áreas de aglomerado residencial ou em zonas com esse destino preferencial, a experiência mostra que o normativo do PDM em vigor, estabelecendo como regra primordial uma área máxima de edificação, independentemente da área de terreno disponível, não corresponde às reais necessidades e problemas do sector, nem à sua dinâmica de constante crescimento, pelo que tem originado inúmeros contenciosos nesta matéria. Neste capítulo, a experiência da gestão mostra que é possível promover uma adequada coexistência entre as funções empresarial e residencial, desde que se tenham em conta outros parâmetros, designadamente a qualidade dos acessos, a libertação do espaço público, a correta implantação dos edifícios em relação à envolvente, a qualidade arquitetónica e a boa integração paisagística, tal como é indicado nas orientações estratégicas contidas na nova política de acolhimento e ordenamento industrial. Constatava-se, em suma, que certas normas do Regulamento do PDM em vigor não se mostram suficientes para contrariar a excessiva dispersão das construções no território do concelho, ao mesmo tempo que favorecem a ocorrência de volumes de construção exagerados 27 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL em locais menos apropriados para o efeito, bem como não impediram a afetação à construção de áreas essenciais ao equilíbrio ambiental do Concelho, nem estão a contribuir para a adequada resolução dos problemas do ordenamento industrial, tendo conduzido a situações de uso inapropriado das capacidades físicas do território e das suas infraestruturas. Em virtude dessas circunstâncias, verifica-se que, no cômputo geral, não estão a ser plenamente alcançados os enunciados objetivos estratégicos de qualificação e o ordenamento do sector industrial, a qualificação ambiental e urbana do Concelho, a contenção da dispersão urbanística e a valorização e o desenvolvimento do espaço rural. A concretização desta alteração materializou-se com diversos ajustamentos ao regulamento e com a alteração a uma das cartas constituintes da Planta de Ordenamento do PDM (085-4: alargamento de zona industrial e nova área destinada a equipamento em áreas de floresta dominante), tendo sido publicada em D.R. através do Edital nº 469/2008, de 12 de maio e da Retificação nº 1148/2008, de 23 de maio. Figura 15 – Extrato da Carta 085-4 da Planta de Ordenamento após alteração do PDM (2008). Fonte: PDM, elaboração própria 28 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Entretanto, após esta 1ª alteração, o processo de revisão foi decorrendo, dando alguns passos significativos. Efetivamente, desde a entrada em vigor do RJIGT anterior e dos diplomas conexos, designadamente a Portaria nº 1474/2007, de 16 de novembro, retificada pela Declaração de Retificação nº 1-C/2008, de 15 de Janeiro (regulava a constituição, a composição e o funcionamento da comissão de acompanhamento da elaboração e da revisão do plano diretor municipal), a revisão do PDM evoluiu no sentido então preconizado pela legislação, tendo sido entretanto nomeada uma Comissão de Acompanhamento, a qual já reuniu por três vezes, além das reuniões setoriais. Não foi, no entanto, ainda possível concluir o processo, devido a constrangimentos de diversa ordem: Inexistência de cartografia homologada. O Concelho apenas detém cartografia homologada desde julho de 2015. Instabilidade legislativa. Desde 1997 até hoje o quadro legislativo que suporta a revisão do PDM sofreu alterações profundas, sendo relevante referir o grande volume de produção legislativa em 2015, a qual ainda nem sequer estará completa. Acréscimo de outros conteúdos não previstos. Para além dos conteúdos referidos no próprio RJGIT, outra legislação sobre matérias setoriais remete conteúdos para o PDM. É o caso dos Mapas de Ruído, da Carta Educativa, do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios e do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil. Além disso, só recentemente foi possível ter uma base de dados em formato SIG que permita fazer um trabalho rigoroso. Note-se que até 2011 não existia uma base SIG onde estivessem cadastrados, por exemplo, todos os alvarás de loteamento, correndo-se o risco de não ter em conta solo urbanizado anterior ao próprio PDM, o que aliás aconteceu aquando da elaboração do atual PDM, fruto da generalizada ausência de tecnologia. Indefinição dos traçados das grandes acessibilidades e do horizonte temporal para a sua concretização. Os traçados definitivos das grandes acessibilidades (A7, A11, A42, variante EN 101, variante EN 207, variante EN 101-3) sofreram alterações muito significativas em relação ao que se encontrava previsto no PDM em vigor. Algumas continuam por definir (continuação da variante EN 101 até à EN 15, ligação da EN 101 à A11 / variante à EM562). Sendo servidões muito relevantes, tanto do ponto de vista da ocupação do território como do ponto de vista estratégico, os traçados obrigam a ajustamentos e redefinições. 29 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Neste contexto, face à impossibilidade de concretizar a revisão do PDM no curto prazo, a Câmara Municipal de Felgueiras encetou uma 2ª alteração ao PDM, incidindo apenas no regulamento, a qual visou debelar insuficiências, incongruências e embaraços que a desadequação de algumas das suas normas provocava, face à experiência de gestão territorial e à própria evolução do contexto socioeconómico do Concelho e que visou atingir os seguintes objetivos: - Eliminar incoerências da atual redação, nomeadamente ao não permitir ampliações no solo rural e, em contrapartida, permitir novas edificações. - Eliminar do regulamento as normas relativamente a construções anexas, passandoas para a nova redação do RMUE a submeter a aprovação em simultâneo à Assembleia Municipal. - Adequar conceitos e normas, tornando-os compatíveis com o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE). - Harmonizar critérios de cedências com o Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação e com a legislação vigente. - Adequar outras normas, que na prática de gestão dos últimos anos, se têm refletido em prejuízos significativos no âmbito da implementação de operações urbanísticas. Estes objetivos consubstanciaram-se na proposta de alteração que seguidamente se pormenoriza. 1) Permitir a ampliação de edificações em solo rural. Por força do Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 de janeiro (altera e republica o Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de junho – Defesa da Floresta Contra Incêndios) as ampliações não estão abrangidas pela restrição do seu nº 3 do art.º 16º pelo que importa alterar o regulamento do PDM de forma a garantir uma melhor articulação entre este e o referido diploma legal, pelo menos até estar concluída a revisão do PDM, quando já estarão acauteladas, incorporadas e regulamentadas as medidas do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI). Pretende-se assim, permitir a ampliação de edificações em solo rural, concretamente das habitações unifamiliares existentes, das edificações destinadas a turismo em espaço rural ou a transformações de outros usos existentes para turismo em espaço rural e das indústrias diretamente ligadas às atividades agrícola, pecuária ou silvícola. 30 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Ao mesmo tempo são impostos limites a essas ampliações através da respetiva parametrização, de forma a limitar os impactos e a subversão dos princípios. 2) Eliminar a norma relativa a construções anexas. Eliminar do regulamento as normas relativamente a construções anexas, passando-as para a nova redação do Regulamento Municipal da Urbanização e Edificação a submeter à aprovação, em simultâneo à Assembleia Municipal, uma vez que se trata de matéria fora do âmbito do que deverá ser o conteúdo material de um PDM, muito embora fosse uma norma replicada em vários PDM de 1ª geração. 3) Atualizar as restrições à utilização de solos em áreas de REN e RAN. Deverá ser o corpo regulamentar do PDM ajustado de forma a prevalecer o constante nos respetivos regimes jurídicos, já que as normas atuais foram estabelecidas num contexto jurídico distinto do atual. Assim, passarão a ser permitidos os usos e ações compatíveis com os objetivos de proteção ecológica e ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais previstos na legislação em vigor, desde que previamente comunicadas ou autorizadas pelos órgãos competentes. Note-se que atualmente em áreas de REN e de RAN o regulamento do PDM é mais restritivo do que os respetivos regimes jurídicos, ao ponto de só permitir recuperações para as edificações existentes. Além do facto do conceito recuperação não ter tradução no RJUE, acaba por ser mais aberto a novas edificações do que a ampliações, quando por força do regime da defesa da floresta contra incêndio as novas edificações estão muito limitadas e as ampliações não. 4) Definir o conceito de área edificada consolidada em espaço rural. A definição objetiva de aglomerado rural, à qual correspondem áreas edificadas em solo rural com algum grau de consolidação, possibilitará a aplicação da exceção prevista no nº 3 do art.º 16º do Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 de Janeiro (altera e republica o Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de junho – Defesa da Floresta Contra Incêndios). Deste modo, e enquanto não forem adotadas e regulamentadas as normas a consagrar na revisão em curso do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, é dispensada a obrigação de salvaguardar, na sua implantação no terreno, a garantia de distância à estrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca inferior a 50 metros, obrigação esta que, na prática, é um impedimento à consolidação destes aglomerados na maioria das vezes já infraestruturados. 31 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL De acordo com o referido nº 3 do art.º 16º, as novas edificações no espaço florestal ou rural fora das áreas edificadas consolidadas têm de salvaguardar, na sua implantação no terreno, as regras definidas no PMDFCI respetivo ou, se este não existir, a garantia de distância à estrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca inferior a 50 m definindo este diploma como área edificada consolidada as áreas que possuem uma estrutura consolidada ou compactação de edificados, onde se incluem as áreas urbanas consolidadas e outras áreas edificadas em solo rural classificadas deste modo pelos instrumentos de gestão territorial. Tendo por base tais critérios e definições pretende-se criar uma definição clara e rigorosa que permita identificar no território situações que se enquadrem nessa definição e possibilite a consolidação desses espaços e a rentabilização das infraestruturas existentes, deixando também claro quais as zonas que não se enquadram evitando-se zonas cinzentas que possam levar a discricionariedade. Figura 16 – Exemplo de situação onde é aplicável o conceito de área edificada consolidada em espaço rural (mínimo de 6 edificações numa extensão máxima de 250 metros ao longo da via pública). Fonte: Relatório de acompanhamento da 2ª alteração ao PDM 5) Rever as questões das cedências ao domínio público. Pretende-se atualizar os parâmetros relativos às cedências ao domínio público destinadas a espaços verdes e de utilização coletiva e equipamentos de utilização coletivo, obrigatórios por força do Regulamento Jurídico da Urbanização e Edificação. Igualmente, são revistos os parâmetros de dimensionamento de estacionamento, devidamente adaptados às diferentes tipologias de edificado, clarificando a questão do uso privado e do uso público em contraponto com os de cedência ao domínio público. 32 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Esta atualização decorre da necessidade de harmonizar estes critérios de cedências com o Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação, sendo aplicados parâmetros similares aos da Portaria nº. 216-B/2008, de 03 de março, com adaptação às tipologias consagradas no regulamento do PDM. 6) Definir critérios de ocupação e de edificação nas áreas arqueológicas sem qualquer outra qualificação de espaço. Verificam-se situações em que parcelas de território integradas em áreas de potencial arqueológico não possuem qualquer outra qualificação de espaço. Quando localizadas em zonas condicionadas (onde a ocupação e edificação não são ações interditas), é necessário definir critérios para a respetiva ocupação, sem prejuízo da aplicação dos condicionamentos previstos no regulamento relativo ao património arqueológico que acompanha o PDM. 7) Definir regras supletivas para gestão dos perímetros envolventes aos imóveis e sítios sem servidão legalmente definida. Para além dos imóveis classificados ou em vias de classificação que dispõem de zona de proteção ou especial de proteção legalmente estabelecida, o PDM define perímetros envolventes a outros imóveis e locais considerados de interesse patrimonial. No entanto, é omisso quanto às regras de gestão destes espaços. Pretende-se agora colmatar esta insuficiência, estabelecendo normas que permitam acautelar a preservação e valorização destes imóveis e locais criando-se medidas supletivas como não permitir a sua demolição. 8) Definir quais as áreas que justificam ficarem sujeitas á elaboração de Plano de Urbanização ou Plano de Pormenor. Face á dinâmica no âmbito da gestão urbanística nos 18 anos de vigência do PDM, verifica-se que algumas das áreas atualmente sujeitas à elaboração de Plano de Pormenor ou de Urbanização, já detêm um grau de consolidação urbana que não justifica manterem-se sob este regime, admitindo-se a sua colmatação por via casuística em sede de licenciamento de obras particulares e/ou loteamento. A 2ª alteração ao PDM veio a ser publicada através do aviso nº 10502/2013, de 23 de agosto. 33 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Também em 2013 foi levada a cabo a correção material da Reserva Ecológica Nacional, incidindo apenas no sistema leitos dos cursos de água. Sobre esta correção, deverá referir-se, antes de mais, que a delimitação da Reserva Ecológica Nacional (REN) no Concelho de Felgueiras foi aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros nº 72/96, de 15 de Maio, em consonância com o disposto no D.L. nº 93/90, de 19 de Março. O tempo decorrido entretanto e a experiência de gestão do território permitem perceber a existência de diversas deficiências e incongruências nesta delimitação, certamente a maioria provocada pelas limitações da cartografia e dos respetivos meios de tratamento disponíveis à data, mas também porque os princípios e critérios de delimitação utilizados diferem dos que estão, na atualidade, correntemente sedimentados na experiência e conhecimentos entretanto adquiridos pelas entidades de tutela. Estas deficiências são particularmente gravosas no que se refere à identificação do sistema leitos dos cursos de água, que têm uma expressão claramente excessiva face à realidade verificada no território. Este desfasamento havia sido, com alguma frequência, verificado pelas entidades que tutelam sobre o domínio hídrico (CCDRn, APA) no âmbito de processos de licenciamento de obras particulares, para os quais se verifica a representação de leitos dos cursos de água nas plantas da REN correspondentes às parcelas de terreno em causa nesses processos, sem que os mesmos tenham expressão efetiva no terreno. Ora, como facilmente se compreende, esta situação é penalizadora para as pretensões dos munícipes, dado que desta forma é imposta uma servidão sobre parcelas de terreno sem que objetivamente esta tenha razão de ser ou que contribua efetivamente para as finalidades a que a REN se propõe. Utilizando uma metodologia muito próxima da preconizada pela CCDRn para a delimitação dos leitos dos cursos de água a integrar em REN (aplicação da classificação de Strahler para hierarquização dos cursos de água), os leitos dos cursos de água representados na REN foram divididos em dois grupos: os que deverão permanecer integrados no regime da REN (3ª ordem e superiores), e os que deverão ser retirados da REN (que não do domínio hídrico), ou seja, os leitos de 1ª e 2ª ordem. 34 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 17 – Cartograma representando os leitos dos cursos de água a excluir e a manter no regime da REN. Fonte: Relatório de acompanhamento da correção material da REN II.2.2 Plano de Pormenor das Portas da Cidade Dando cumprimento às disposições do Plano Diretor Municipal, a Câmara Municipal de Felgueiras lançou o "Concurso Público de Ideias" para o Plano de Pormenor das Portas da Cidade, em zona nobre e central da cidade, pretendendo responder a dois objetivos estratégicos fundamentais: definição de uma nova expansão urbana da área central da Cidade capaz de induzir a requalificação e consolidação desta e, aproveitando a sua situação como principal entrada na Cidade, potenciar a atratibilidade através de uma nova modernidade; dotar a Cidade de funções de âmbito concelhio e supraconcelhio com carácter polarizador e incentivar a instalação de serviços de apoio à atividade produtiva. Constituindo experiência inédita, as propostas selecionadas pelo júri foram postas à votação por sufrágio direto e universal - sendo o universo a população residente no concelho e com maioridade - a cujo resultado correspondeu um determinado peso, previamente estabelecido no Programa de Concurso, em relação aos restantes votos do júri. Procurou-se assim publicitar a operação de transformação urbana desejada e identificar a população com a Cidade, envolvendo-a em tomada de decisão onde normalmente apenas tem uma participação pontual e já no fim do processo, pautada quase sempre pela defesa de 35 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL interesses individuais estranhos a uma intervenção cívica, construtiva do interesse coletivo e tradutora de uma efetiva cidadania. Pese embora os resultados extremamente válidos do "Concurso Público de Ideias", nomeadamente quanto à qualidade das propostas apresentadas, a Câmara Municipal entendeu - tal como permitia o Programa de Concurso - não adjudicar a elaboração do Plano de Pormenor, em virtude de nenhum dos projetos reunir as condições desejáveis que assegurassem uma adequada e viável concretização. Foi na sequência desta disposição que a Câmara Municipal decidiu proceder à elaboração do Plano de Pormenor no Departamento da Câmara com responsabilidades para tal, assessorada por técnicos exteriores de reconhecida competência profissional, nas especialidades necessárias. Em resultado, foi possível definir o seguinte Programa Preliminar: A ideia do eixo viário desde o entroncamento do acesso ao IP9 com a Via Circular, não necessita de realização física, devendo contudo acentuar o eixo visual perspético sobre a Praça das Comunidades Lusíadas / Biblioteca / Monte de Santa Quitéria. A ligação viária entre a Via Circular e a Praça das Comunidades Lusíadas conduziria ao agravamento dos fluxos de tráfego na Avenida Agostinho Ribeiro, não incentivando a distribuição do tráfego para as diferentes partes da Cidade. Por outro lado, tal obra implicaria um seccionamento do vale, só ultrapassável por uma obra de arte dispendiosa e de impacto discutível. A organização espacial da Cidade de Felgueiras assenta na libertação das zonas e vale para a agricultura, construindo-se nas linhas de festo e encosta. Este princípio, que é paradigmático da Cidade, deverá ser mantido na área de intervenção do Plano, conquanto a atividade do vale deva ser agora a de espaço verde público. O Plano não deve resultar numa solução descontínua com a Cidade, mas antes deve conseguir amarrar a envolvente, potenciando as ligações à malha urbana existente, ligações estas não apenas viárias, mas também morfológicas. A proposta de ocupação deve ser realista quanto à capacidade de edificação que comportará a área em estudo, sob pena de, que se tal não for tido em conta, se estar a criar unia Cidade fantasma ou eternamente inacabada. Nesse sentido, deverá privilegiar-se a libertação do solo numa perspetiva de qualidade ambiental urbana, fundamental à visibilidade e promoção da Cidade num sistema competitivo como é o do sistema urbano no território da Região Norte. A qualificação do espaço público e a própria qualificação do espaço construído são fundamentais à promoção e concretização do projeto urbano pretendido. A promoção passa também por uma série de equipamentos âncora, que serão catalisadores da qualificação e desenvolvimento do espaço urbano em apreço: Palácio da Justiça e 36 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Academia Politécnica. Nada impede que outro equipamento, essencial à ocupação proposta e à escala desta, não sejam previstos. O Plano deve evidenciar operacionalidade que permita a sua execução urbanística. Para tal, deve assentar numa negociação permanente e direta com os proprietários, podendo caber à Câmara Municipal o papel de "executor" da urbanização. A proposta do Plano decorre da consideração do conjunto de situações e linhas de estratégia qualitativamente diferenciadas, com respeito pelo Programa Preliminar previamente estabelecido. Podem-se sintetizar os princípios básicos da solução proposta: Defesa do canal visual do vale sobre a Biblioteca a partir da rotunda na via circular; Salvaguarda da zona do vale e sua afetação a espaço verde público; Localização estratégica dos equipamentos-âncora na envolvência do parque central, como elementos dinamizadores do seu uso e marcando um "centro" terciário; Segregação da função residencial dos arruamentos da rede de distribuição principal; Reforço da conectividade da área do Plano com a Cidade, através de uma estrutura viária em continuidade com a já existente e da consideração de tipologias de edifícios em conformidade com as frentes urbanas em curso; Diversificação da oferta tipológica edificatória decorrente da integração no tecido urbano local e em resposta à procura do mercado imobiliário; Dignificação do espaço público de peão, quer no tocante à sua dimensão e tratamento, quer no que respeita às condições da sua vivência, segregando-o do tráfego motorizado; Disponibilização de estacionamento com capacidade adequada às futuras necessidades; Predominância de frentes urbanas confrontantes com o espaço público, em acordo com o conceito de rua comercial ou bairro residencial não segregado da Cidade. É relevante o enfoque colocado na operacionalização do Plano enquanto fator fundamental ao garante da sua implementação e do sucesso desta. Se a implementação do Plano obrigaria a um esforço financeiro importante da autarquia na realização das infraestruturas que permitam a urbanização sequente pelos privados e na aquisição dos terrenos necessários aos equipamentos-âncoras de âmbito global que potenciam a atratividade do investimento privado, também outras ações a desenvolver numa primeira fase implicavam o empenho da Câmara e seriam essenciais à viabilidade do projeto: a divulgação do Plano pelas entidades envolvidas no processo e pela população; os acordos com a ex-JAE em relação à execução do acesso ao IP9 e da via circular; a contratualização dos equipamentos-âncoras com as entidades a que se destinam; 37 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL a concertação e contratualização entre e com os proprietários; a equidade de custos e benefícios, sobretudo no que concerne aos proprietários, eventualmente sobre a forma de taxação e perequação; a vontade política e de todos. Destas ações será de relevar a preocupação com as questões de equidade e com a perequação (de certa forma ensaiada no capítulo V do Regulamento), o que constitui uma inovação e uma antecipação ao rumo que a legislação iria determinar no que a este aspeto se refere. Figura 18 – Planta de implantação do Plano de Pormenor das Portas da Cidade. Fonte: Plano de Pormenor das Portas da Cidade Figura 19 – Plano de Pormenor das Portas da Cidade – quadros-síntese. 38 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: Relatório de acompanhamento do Plano de Pormenor das Portas da Cidade O Plano de Pormenor das Portas da Cidade foi publicado em D.R. através da Declaração nº 302/99, de 23 de Setembro. Entretanto, decorridos que estão 16 anos sobre a sua vigência, e apesar da preocupação com as questões de operacionalização e do esforço colocado na infraestruturação parcial entretanto realizada, a verdade é que o grau de execução do Plano é muito reduzido, tanto ao nível da iniciativa privada como da iniciativa pública, sendo relevante referir que nenhum dos equipamentos âncora previstos chegou a ser executado. Como tal, a concretização do Plano, tal como foi idealizado, encontra-se seriamente comprometida, devendo ser motivo de reflexão e de eventual reformulação do Plano. Figura 20 – Plano de Pormenor das Portas da Cidade – concretização. Fonte: Plano de Pormenor das Portas da Cidade, elaboração própria 39 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL II.2.3 Plano de Urbanização da Zona Industrial do Pinhal da Rebela – Várzea Com vista a aumentar a competitividade dos sectores industriais já fortemente instalados no concelho, foi promovido um projeto-piloto onde se propõe uma estratégia de ordenamento industrial com os seguintes objetivos gerais de intervenção: “Promover a qualificação e racionalização, evitando ruturas bruscas, de um modelo espacial de localização industrial tradicional que é dominante em toda a área envolvente à aglomeração metropolitana do Porto – dispersão das unidades produtivas, proximidade imediata à habitação, comércio ou outras funções urbanas ao qual, em anos recentes, têm sido apontadas algumas virtudes; Incorporar critérios de qualidade ambiental e territorial, orientando claramente a implantação das unidades de maior impacto (pela perigosidade do processo produtivo, pela dimensão, pela geração de tráfego de pesados, ruídos, efluentes líquidos ou gasosos, pelo consumo de energia e água) para espaços industriais ordenados e dotados das infraestruturas adequadas; Criar condições para que a evolução positiva que se tem registado no sector do calçado, não seja travada por uma rigidez excessiva do modelo de gestão (até porque a sua dimensão e impacto ambiental são, em geral, reduzidos), mas em simultâneo fomentar a diversificação sectorial, disponibilizando espaços apropriados para uma gama alargada de tipologias industriais.” O desenvolvimento do Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela – Várzea, surge no seguimento da estratégia preconizada no projeto-piloto de viabilização de uma Nova Política de Acolhimento Industrial, defendendo-se que esta zona industrial deverá ser concebida como o pólo central de um sistema de novas zonas industriais a desenvolver no concelho, prevendo-se que nela sejam instaladas as seguintes funções: “ (...) Centro de informação e apoio aos empresários Esta entidade deve garantir um serviço de informação e apoio aos empresários do concelho ou outros que procurem espaço para localização de novas unidades, nos processos de aquisição de terrenos, instalação, modernização ou acesso a financiamentos. Podem avançar-se dois grandes domínios de atuação: Informação detalhada sobre lotes disponíveis, localização, acessos, infraestruturas, serviços de apoio, preços, financiamento, condições de pagamento, condições regulamentares. Apoio na aquisição/aluguer de terreno nas Zonas Industriais do Concelho. Assegura alguma transparência e controlo do mercado fundiário. Informação e orientação sobre sistemas de incentivos e programas de apoio ao investimento, apoio na elaboração de processos de candidatura, interface com organismos responsáveis (IAPMEI, ICEP, etc). Este conjunto de vetores de atuação pode concretizar-se pela criação de um Centro de Informação e 40 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Apoio, evoluindo para uma estrutura utilizando tecnologias de informação avançadas que permitam acesso à informação sem necessidade de deslocação (via Internet, rede TELEPAC, ...) e integre dados/acesso de outros sistemas de informação. Esta hipótese permite ainda que o empresário que pesquisa determinada informação tenha a garantia de sigilo, o que muitas vezes pode ser fator decisivo na utilização deste tipo de serviços. Parece desde já importante assegurar que o complexo de zonas de acolhimento industrial de Felgueiras possa ser um eventual nó da rede ATM a constituir pela Portugal Telecom (PT) e que as diferentes zonas a integrar neste complexo sejam articuladas por uma rede de telecomunicações suficientemente operativa para permitir um sistema de informação e transmissão de dados entre as mesmas. Trata-se de um serviço a ser, em princípio, prestado diretamente pela entidade gestora do empreendimento. Clube do Empresário / Centro de Negócios Criação de um espaço de qualidade, destinado a: Salas de trabalho e de reuniões, a utilizar pelos empresários locais ou do exterior, por agentes comerciais que durante alguns dias tenham necessidade de alugar gabinetes para centro de operações nos seus contactos com os industriais, etc. - Espaços de “lazer”, como restaurante, bar, etc. - Pequeno espaço para mostras/ exposições. Este espaço deve ser dotado de boas condições logísticas ao nível das comunicações (redes informáticas, telefónicas, video-conferência, ...), e pode ser nele fisicamente instalada a sede da entidade gestora e o centro de informação e apoio aos empresários, bem como delegações de entidades como o ICEP, o IAPMEI ou associações empresariais (regionais, sectoriais). Ninho de empresas / Bolsa de emprego Trata-se de uma ideia a desenvolver, eventualmente com participação forte da Escola Profissional, que já tem uma estrutura “embrionária” (na FEL UNIVA). Por outro lado, a Associação Comercial e Industrial de Felgueiras disponibiliza nas suas instalações espaço para gabinetes de serviços técnicos às empresas (designado como “Nicho de Empresas”, atualmente com serviços de engenharia e arquitetura). Estas experiências demonstram que há já em Felgueiras alguma prática de apoio a novas iniciativas empresariais por parte de algumas instituições, o que permite antecipar algum sucesso para o desenvolvimento de uma estrutura mais consolidada no âmbito do presente projeto. Neste contexto parece igualmente haver algum interesse em promover a criação de um centro de tele-trabalho. Centro de Desenvolvimento dos Recursos Humanos e da Empresa Uma das principais vantagens que a localização industrial em Felgueiras poderá oferecer às empresas será a existência de diversas instituições com uma oferta diversificada e flexível no domínio da formação e gestão de recursos humanos. A conceção de uma zona empresarial dotada de um importante sector de serviços às empresas, não só às fisicamente instaladas na zona em causa mas também ao restante tecido empresarial do concelho, no quadro de uma estratégia de ordenamento e de qualificação empresarial do tecido produtivo, pressupõe, 41 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL necessariamente, uma componente de serviços em matéria de formação profissional e de gestão de recursos humanos de apoio ao desenvolvimento empresarial. Esta posição, que constituiu um pressuposto da equipa técnica, foi plenamente reconhecida pelos resultados das entrevistas e das recolhas de terreno entretanto efetuadas, ou seja, a posição expressa por empresas e por um conjunto de instituições locais, afirmou a importância da presença desta componente no leque de serviços a implantar na zona empresarial. A configuração desta componente de serviços a integrar deve conceber-se segundo critérios de valor acrescentado relativamente ao tipo de intervenções que diferentes instituições asseguram já no plano local. Com efeito, os levantamentos de terreno mostram uma intervenção importante em matéria de formação inicial e contínua por parte da Escola Profissional, do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado e do Centro Tecnológico da Indústria do Calçado. Estas instituições representam importantes centros de recursos em matéria de formação, sendo previsível que, independentemente da concretização do presente projeto, mantenham a sua posição de promotores de programas de formação. Por último, há que ter em conta a dimensão regional para que aponta o projeto do Ensino Politécnico em Felgueiras. Assim, não se trata de instalar uma estrutura destinada à formação profissional, mas sim um “centro” de diagnóstico, informação e coordenação, que contemple as seguintes áreas: - Coordenação das ofertas de formação dos diferentes promotores locais; - Desenvolvimento do papel de prescritor de formação; - Centro de recursos de formação e de gestão; - Centro de Balanço de Competências; - Observatório dos empregos e das formações. Logística de transportes A ideia é garantir às empresas um serviço eficiente não apenas no domínio dos transportes de mercadorias (em áreas deste tipo a logística dos transportes de mercadorias é um domínio de atuação inevitável), como também no transporte de pessoas. Esta questão é bastante pertinente em Felgueiras, pois as empresas (particularmente no sector do calçado) têm despesas significativas com as deslocações casa-trabalho dos seus funcionários (em frota própria ou recorrendo a empresas de transportes). A racionalização dos circuitos em transporte coletivo e oferta de serviços às empresas industriais, eventualmente com menores custos e maior transparência do mercado, parece ser uma boa oportunidade de negócio para empresas privadas, desde que haja um ajustado esforço de coordenação. Este serviço terá também impactos de carácter mais social, particularmente se nas imediações das áreas de acolhimento industrial forem criados equipamentos de apoio à infância (creches, infantários) ou escolares, o que permitirá as deslocações simultâneas das crianças de e para a sua residência na companhia dos pais. Noutro âmbito, tratando-se de empresas muito relacionadas com mercados externos, e onde a expedição/receção de amostras ou desenhos, com prazos muito curtos, é frequente o acesso a serviços tipo UPS ou DHL poder ser disponibilizado em “balcões” na ZI. O mesmo, aliás, para Agências de Viagens, pois a organização de viagens de negócios, marcações de hotéis e deslocações ao estrangeiro são serviços frequentemente procurados por empresários locais. Competirá à entidade gestora dos espaços industriais 42 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL atrair e coordenar a instalação deste tipo de serviços, que são de carácter privado. Tratamento de resíduos industriais Um serviço novo, que desde já está à disposição da indústria, é o Sistema de Tratamento dos Resíduos Industriais do Calçado, implantado em Francoim (Sendim). Com o Ministério do Ambiente, e através da Associação de Concelhos do Vale do Sousa, a Câmara Municipal está a fazer ali um investimento de cerca de 1 milhão de contos. O sistema, que será gerido por uma empresa constituída pela CMF, a APICCAPS (industriais) e pela adjudicatária da construção do aterro, irá ocupar uma área total de 7 hectares, com uma capacidade de 250 000 metros cúbicos, e ficará preparado para receber 12 000 toneladas / ano. O projeto prevê que sejam tomadas todas as disposições para que o impacto ambiental seja o menor possível, e está estudado para que o terreno utilizado se reaproxime gradualmente do seu aspeto natural. Esta infraestrutura, inovadora em Portugal, está concebida por forma a compatibilizar-se com a previsível evolução tecnológica do tratamento destes resíduos, ficando nomeadamente em condições de os diferenciar e encaminhar para reciclagem, desde que existam estruturas capazes de os absorver para esse fim. Este problema dos resíduos, porém, reveste-se de condicionantes de carácter técnico, para além dos aspetos económicos e ambientais, e é merecedor da maior atenção por parte dos empresários e investidores, tanto mais que é uma área onde ainda é possível, e desejável, muita inovação e investimento. O Centro Tecnológico do Calçado deverá ser a entidade a coordenar a avaliação das hipóteses alternativas à simples deposição no aterro, no caso dos resíduos da indústria do calçado. Naturalmente, a APICCAPS deve estar associada a este domínio. Deve ter-se em atenção o carácter experimental e inovador das soluções e as possibilidades de generalização para outras áreas das opções, não ignorando a perspetiva empresarial (garantir um serviço eficiente e com custos racionais para as empresas do calçado, por um lado, e por outro promover a utilização economicamente rentável dos resíduos). Por outro lado, qualquer solução definitiva parece ainda estar em fase de desenvolvimento muito embrionária, pelo que haverá que garantir a curto-médio prazo soluções ambientalmente adequadas, sem pôr em causa a qualidade do serviço às empresas. Quanto aos resíduos dos outros tipos de indústria, deve ter-se em conta que as áreas de acolhimento industrial devem estar infraestruturalmente preparadas com sistemas de recolha, seleção, armazenamento e transporte para o local de tratamento / deposição ou reciclagem / reutilização, caso existam. (Centro de transferência de resíduos industriais). Outros serviços de carácter privado ou público / coletivo Neste domínio, a melhor opção parece ser a disponibilização (para venda ou aluguer) de espaços e instalações, deixando ao critério da iniciativa privada a possível instalação. Trata-se aqui de empresas do ramo da informática, serviços técnicos relacionados com os equipamentos, serviços jurídicos, agências de publicidade, etc. Por outro lado, para além das propostas avançadas atrás, há um conjunto de serviços de carácter coletivo, diretamente ligados às áreas de acolhimento industrial ou com elas articulados, que devem constituir área de atuação (promoção, gestão, concessão, apoio à criação) da entidade gestora dos espaços industriais. 43 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL É o caso de alguns equipamentos coletivos (creche / infantário, cantina comum, posto médico e de enfermagem) ou da segurança civil e guarda às instalações, limpeza, ordenamento e manutenção dos espaços públicos. (...)” A área de intervenção situa-se à ilharga da Cidade de Felgueiras, sendo em parte envolvida pelo seu perímetro urbano, o que a vocaciona para o acolhimento de atividades empresariais, regra geral menos consumidoras de espaço e mais predispostas a pagar o preço da centralidade, em detrimento de ocupações industriais no sentido estrito que possam causar problemas de convivência com os usos urbanos, nomeadamente o residencial. Assim, a Zona Industrial do Pinhal da Rebela – Várzea, em comparação com as outras novas zonas de acolhimento industrial previstas no PDM e estudadas no âmbito do “Projeto Piloto de Viabilização de uma nova política de acolhimento industrial em zonas de industrialização difusa e dispersão de povoamento”, realizado pela Quaternaire Portugal para o concelho de Felgueiras, reveste-se de um conjunto de características e aptidões que lhe definem uma natureza especial. Esta “Natureza Especial” resulta, em grande parte, da sua inserção num espaço nobre da cidade de Felgueiras, que a vocaciona para assumir e incorporar funções de decisão e coordenação, associadas a serviços e equipamentos, em detrimento da atividade industrial tradicional. É assim que cai a designação de “Zona Industrial” para dar lugar à de “Zona Empresarial da Várzea” que reflete mais corretamente o perfil funcional pretendido para este local. Desta área, espera-se o prestígio e a imagem de competência e qualidade que a indústria de Felgueiras, tendo em concreto a produção e presença no Plano Económico Nacional, não conseguiu ainda concretizar no terreno, dada a sua tipologia de crescimento difuso e disperso, grande parte das vezes à revelia dos princípios do ordenamento do território e da qualidade ambiental. Foi procurando dar resposta aos requisitos de imagem e qualidade, expectados e ambicionados pelo coletivo industrial de Felgueiras, que se desenvolveu a proposta de ocupação constante da respetiva Planta de Zonamento. A setorização da área-plano e o evidente formalismo que a Planta de Zonamento evidencia, tem por base uma metodologia que partiu da escala de pormenor para a do zonamento. Significa isto que há um desenho subjacente ao zonamento expresso, o qual, face ao modo como se processará o empreendimento, pode ser retomado na fase de projeto de loteamento ou dos edifícios. Esse desenho reflete preocupações como as inerentes ao dimensionamento das naves industriais, tendo em atenção as dimensões tipo que o mercado local identificou – nos inquéritos levados a efeito – como as mais procuradas. E reflete também o modelo de atividade industrial que se pretende aqui implantar e que tem, localmente, uma tradição evolutiva para 44 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL um complemento comercial de venda direta ao público. Este não é, contudo, o modelo único, pelo que o Plano procura contemplar outras formas de instalação. Por outro lado, é preciso “olhar” para toda a Cidade para se entenderem algumas das opções: a amarração à urbe; a colmatação de áreas residenciais e a proposição de novas frentes; o contacto com equipamentos marginais como o campo de futebol; o continuum verde com o “green belt” que se estende para poente e norte; a localização do Centro Empresarial, na charneira com o grande parque urbano. Figura 21 – Planta de Zonamento do Plano de Urbanização da Zona Industrialdo Pinhal da Rebela – Várzea. Fonte: Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela Como se pode observar, a área de intervenção tem uma configuração sensivelmente retangular, orientada no sentido Noroeste-Sudeste e desenvolve-se ao longo da prevista (e entretanto concretizada) variante à EN101, que funcionará como circular à cidade, articulando as futuras ligações ao IC25 e IP9. Os princípios gerais de ocupação desta proposta baseiam-se na previsão de que esta via venha a ser a principal distribuidora de tráfego da cidade, suportando condignamente a entrada principal na “Zona Empresarial da Várzea”. Desenha-se, deste modo, a partir da variante à EN101, uma entrada ampla, verdejante, com percursos pedonais, lagos, fontes luminosas e equipamentos pontuais, pronunciadores da chegada numa zona empresarial de prestígio. 45 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Propositadamente transversal à avenida de entrada que liga a variante à EN101 à Rua D. Manuel II, desenha-se a Alameda que constitui a coluna vertebral da área de intervenção e para a qual se propõe uma ocupação marginal dominada por frentes industriais qualificadas que podem comportar atividades de comércio e/ou serviços, as quais poderão estar ou não associados às unidades industriais. A Alameda Principal apoia-se a Sudeste numa área predominantemente residencial e a Noroeste, na zona destinada ao Centro Empresarial, autêntico motor de toda a “Zona Empresarial da Várzea”. Nela se prevê venham a ser instaladas as principais funções e departamentos estratégicos de apoio à concretização da “Nova Política de Acolhimento Industrial” do concelho de Felgueiras, a saber: Centro de Informação e Apoio aos Empresários, Clube do Empresário / Centro de Negócios, Ninho de Empresas / Bolsa de Emprego, Centro de Desenvolvimento dos Recursos Humanos e da Empresa, Sede da OIF, Pavilhão de Exposições e Mostras Internacionais, etc. Genericamente, a topografia da zona é propícia aos usos previstos, prevendo-se, contudo, alguns movimentos de terra que permitam o aplanamento do sector sul, integrado no realinhamento da Estrada da Granja. Tal não dispensa um cuidadoso assentamento dos edifícios no terreno, tirando partido das variações existentes, com vista ao enquadramento paisagístico. A rede viária, apoiada na variante à EN101, procura amarrar-se à malha existente, garantindo um entendimento da Zona Empresarial como uma extensão da cidade. É também neste contexto que se recorre à habitação, comércio e serviços, criando malha urbana e rematando traseiras, por forma a garantir uma integração funcional e visual de todo o entorno da Zona Empresarial. 46 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 22 – Plano de Urbanização da Zona Industrial do Pinhal da Rebela – áreas e índices. 1. Área do Plano .......................................................................................... 20,17 ha 2. Área total de lotes.................................................................................... 12,24 ha 2.1. Indústria............................................................................................ 54 579 m2 2.2. Serviços e Comércio......................................................................... 1 250 m2 2.3. Habitação.......................................................................................... 26 765 m2 2.4. Equipamento Centro Empresarial...................................................... 39 849 m2 3. Área total de verde público....................................................................... 3,82 ha 3.1. Praças arborizadas............................................................................. 13 071 m2 3.2. Relvados com tratamento arbustivo.................................................. 25 163 m2 4. Área pública restante (arruamentos e estacionamentos)......................... 4,11 ha 5. Área total de construção......................................................................... 90 314 m2 5.1. Indústria (icons = 1,0)........................................................................ 54 579 m2 5.2. Serviços e/ou comércio (icons = 0,8)................................................ 1 000 m2 5.3. Habitação (icons = 1,0)...................................................................... 26 765 m2 5.4. Equipamento (Centro Empresarial) (icons = 0,2).............................. Índice de Construção Global (6/1).......................................................... Índice de Construção Líquido (6/2)........................................................ Percentagem de área afecta a lotes........................................................ Indústria............................................................................................. Comércio e/ou serviços..................................................................... Habitação........................................................................................... Equipamento...................................................................................... Percentagem de área afecta a verde público.......................................... Praças arborizadas............................................................................. Relvados com tratamento arbustivo.................................................. Percentagem de área pública restante.................................................... Percentagem de área de construção por usos ....................................... Indústria............................................................................................. Comércio e Serviços ......................................................................... Habitação .......................................................................................... Equipamento ..................................................................................... 7 970 m2 0,4 0,74 61 % 27 % 1% 13 % 20 % 19 % 6,5 % 12,5 % 20 % 100 60 1 30 9 % % % % % Fonte: Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela, relatório O Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela foi publicado em D.R. através da Resolução de Conselho de Ministros nº 41-A/2002, de 8 de março. Entretanto, entendeu a Autarquia em 2007, proceder a alteração do Plano, incidindo a mesma apenas no regulamento. Esta alteração visava flexibilizar as tipologias de ocupação e o índice de construção nas áreas destinadas a habitação e ao centro empresarial, de molde a tornar possível acomodar tipologias que não se encontravam previstas no Plano, como p.ex., grandes superfícies comerciais. 47 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A 1ª alteração ao Plano foi publicada em D.R. através do Edital nº 934-A/2007, de 29 de outubro. Apesar do grande esforço financeiro despendido pela Autarquia (que inclusive implicou a expropriação dos terrenos destinados às infraestruturas e a sua posterior efetiva infraestruturação), e o acordo de permuta de terrenos com um dos proprietários (PTT – Parque Tecnológico do Tâmega), tendo em vista a viabilização do Plano, o seu grau de concretização, se excetuarmos as infraestruturas, é praticamente nulo. Figura 23 – Plano de Urbanização da Zona Industrial do Pinhal da Rebela – concretização. Fonte: Plano de Urbanização do Pinhal da Rebela, elaboração própria II.2.4 Plano de Urbanização da Zona Industrial do Alto das Barrancas – Revinhade Tal como o Plano de Urbanização do Pinhal da Rebelo, o desenvolvimento do Plano de Urbanização do Alto das Barrancas – Revinhade, surge no seguimento da estratégia preconizada no projeto-piloto de viabilização de uma Nova Política de Acolhimento Industrial, defendendo-se que esta zona industrial deverá ser concebida por forma a permitir o faseamento da ocupação, possibilitando assim a entrada em funcionamento por sectores e consequentemente um maior controlo de investimentos e uma maior brevidade na disponibilização de condições de instalação e funcionamento dos estabelecimentos. 48 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Defende-se ainda que esta zona deverá destinar-se preferencialmente a indústrias que por razões de desenvolvimento tecnológico carecem de relocalização, não obstante se admitir a instalação de unidades industriais em geral. A área de intervenção localiza-se no lugar do Alto das Barrancas, freguesia de Revinhade, no extremo poente do concelho de Felgueiras. Em termos de acessibilidades, é de referir que Felgueiras e a área de intervenção possam vir a dispor de duas importantes vias de conexão nacional e internacional (o IP9 que atravessa longitudinalmente o concelho e que estabelece a ligação entre o IP4, a sul, e o IP1, a norte, e o IC25 que ligará, a poente, Felgueiras ao futuro anel metropolitano que é o IC24). A área de intervenção é servida fundamentalmente por uma via municipal – a EM562 – que articula, a poente, com a antiga estrada nacional 207-1 de ligação entre Vizela e Lousada e, a nascente, com o IP9 e a EN101, na cidade de Felgueiras, através das vias de acesso à A11/IP9. Do ponto de vista da análise física, a área insere-se no festo que separa a hemibacia do Rio Vizela (afluente do Ave) da do Sousa (afluente do Douro) e que atravessa o concelho por poente e norte, apresentando em Revinhade orientação sudoeste – nordeste. A Zona Industrial do Alto das Barrancas ocupa uma área de cerca de 74 ha, que se desenvolve em situação de festo e que atinge no seu ponto mais elevado, situado sensivelmente no centro da área de intervenção, os 406 m de altitude. O ponto mais baixo, a cerca de 358 m de altitude, situa-se já em posição de encosta junto ao limite SW da área do Plano. De uma forma geral e como se pode constatar nas plantas de hipsometria e de declives anexas, a área de intervenção apresenta uma topografia favorável à ocupação industrial, com uma percentagem mínima de áreas com declives superiores a 15%, situadas em zonas marginais da área de intervenção e correspondentes às encostas delimitadoras do festo. A implantação numa zona de festo requer especial atenção com o impacto visual sobre a envolvente, o que no caso presente passa em grande parte pela manutenção das zonas florestais que rodeiam a área de intervenção. Do ponto de vista geológico, a área do Plano apresenta um substrato rochoso essencialmente de natureza granítica, com algumas ocorrências de afloramentos de rocha sã e pouco alterada na zona sudoeste do Plano, onde se registam também inclinações mais desfavoráveis. Com vista a precaver eventuais problemas decorrentes das características geológicas da área, foi elaborado um estudo de escavacidade – ripabilidade que revelou que à exceção da zona sudoeste entre as cotas 370 e 400 onde se encontra uma pedreira e na qual se teria que recorrer a martelos hidráulicos e/ou explosivos, no restante território do plano poderão ser utilizados os meios mecânicos de terraplanagem tradicionais. 49 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A proposta de ocupação definida para a Zona Industrial do Alto das Barrancas – Revinhade, constante da Planta de Zonamento, reflete a preocupação de dar cumprimento às estratégias da política de acolhimento industrial e simultaneamente aos princípios do correto ordenamento do território. Figura 24 – Planta de Zonamento do Plano de Urbanização da Zona Industrial do Alto das Barrancas – Revinhade. Fonte: Plano de Urbanização do Alto das Barrancas Do ponto de vista da viabilização da estratégia de acolhimento industrial há que destacar como preocupações fundamentais que se refletem diretamente no Plano: – a necessidade de garantir uma solução abrangente e flexível que permita a aceitação das mais variadas intenções de instalação que possam surgir (sejam elas decorrentes da deslocalização de empresas locais, da criação de novas empresas ou da captação de investimentos exteriores), que preveja situações excecionais e que possibilite a articulação dos requisitos de cada pretensão com uma localização estratégica que não comprometa as opções globais. Como resposta a esta preocupação optou-se por ir além do zonamento primário geralmente adotado nos planos de urbanização, pormenorizando o espaço público e definindo polígonos de implantação suficientemente abrangentes para permitirem enquadrar a multiplicidade de opções que se possam colocar. 50 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL – a forma como se pretende gerir a ocupação desta área, a qual passará, em princípio, pelo emparcelamento cadastral através da associação com os proprietários e/ou da aquisição de terrenos por parte da OIF / Câmara Municipal. Esta forma de atuação permitiu encarar a área de intervenção como um todo, sem condicionantes cadastrais, resultando a proposta das condicionantes físicas e opções urbanísticas. Não obstante, a amarração da malha viária proposta aos caminhos existentes, possibilitou que, na generalidade, houvesse coerência entre a divisão cadastral e as manchas de construção previstas, garantindo que, independentemente do faseamento da intervenção a definir pela OIF em função da facilidade de promover a associação de proprietários e/ou de aquisição de terrenos, possa haver promoção por parte dos privados, desde que custeiem as infraestruturas. Do ponto de vista do ordenamento do território, destacam-se, por um lado, as preocupações com a inserção visual da zona industrial no seu entorno, procurando minimizar o seu impacto através do cuidadoso estudo das implantações em função da topografia e da proposta de zonas verdes de enquadramento, e por outro, a articulação com a rede viária existente e prevista e com o aeródromo e zona industrial previstas a sul. É neste contexto que se estabelece, a partir da variante à EM562, a principal porta de entrada na Zona Industrial, com sentido Sudeste-Noroeste, a qual se constituirá como a via de sustentação da zona industrial. Mantêm-se as ligações secundárias aos atuais acessos, que se encontram muito condicionados por construções marginais, os quais permitirão, fundamentalmente, suportar o acesso alternativo dos trabalhadores e de tráfego não pesado. O limite da área de intervenção tem uma configuração retangular orientada no sentido Nascente-Poente. Em termos gerais, a área do plano encontra-se dividida em duas metades: a Nascente, uma área menos acidentada, sem povoamentos rochosos apreensíveis e com um cadastro miúdo de difícil gestão; a Poente, uma área sensivelmente maior, numa cota ligeiramente superior, com significativos afloramentos rochosos que terão de ser considerados e um cadastro de dimensões maiores que a tornam de mais fácil gestão. O canal de passagem da variante à EM562 que limita por sudeste a área de intervenção é o elemento chave de desenvolvimento da proposta de plano: é a partir desta via que se processa a principal entrada na área de intervenção e se estrutura a malha viária interna e é também, aproveitando a visibilidade que o seu traçado marginal confere, que se desenvolvem as principais frentes urbanas que serão “o rosto” desta zona industrial. Em termos de estruturação viária, a proposta assenta na definição de um circuito interno de grande capacidade com o qual se procurou minimizar os pontos de conflito e garantir uma circulação racional do tráfego pesado. 51 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Este circuito tem no cruzamento com a variante à EM562 a sua rótula de articulação com a malha viária de âmbito superior. Complementarmente é prevista a reabilitação dos atuais caminhos e picadas de acesso, os quais, face aos constrangimentos provocados pela existência de habitações marginais ou devido à sua baixa capacidade de carga, deverão destinar-se sobretudo a tráfego ligeiro, possibilitando a captação de mão-de-obra vinda do entorno. Ao nível da implantação da indústria definem-se os polígonos retangulares e alongados, orientados ao longo das curvas de nível dominantes, com sentido Nascente-Poente, procurando-se, pela sua dimensão e profundidade (profundidade média de 80-100m), uma flexibilidade tal que lhes permita albergar qualquer tipo de indústria de acordo com as áreas que necessitem. De notar que os polígonos de implantação definem a zona onde se admite a instalação de indústria, a qual, no entanto, só poderá ocupar no máximo 60% da área do lote com construção e 75% com impermeabilização, o que na prática se traduzirá no aumento de áreas verdes. O núcleo central que serve de remate à via de entrada na zona industrial está reservado a equipamentos e serviços complementares da atividade industrial, no qual poderá incluir-se um infantário, serviços de apoio médico ou outros equipamentos e serviços que possam servir não só a zona industrial como a freguesia de Sousa e áreas limítrofes. Admite-se, também, a instalação de pequenas unidades comerciais – papelaria, tabacaria, café / restaurante – desde que não ponham em causa a disponibilidade deste núcleo para os fins atrás referidos. A instalação de serviços e/ou comércio de apoio à atividade industrial, é igualmente admitida nos polígonos industriais, optando-se por não condicionar a sua implantação a determinada localização específica. Figura 25 – Plano de Urbanização da Zona Industrial do Alto das Barrancas – áreas e índices. 1. Área do Plano .......................................................................................... 2. Área total de lotes..................................................................................... 2.1. Existentes (Indústria)......................................................................... 2.2. Previstos............................................................................................. 2.2.1. Indústria.................................................................................... 2.2.2. Equipamentos e serviços de interesse colectivo....................... 3. Áreas de verde público............................................................................. 1.1. Ajardinadas........................................................................................ 1.2. De enquadramento............................................................................. 4. Área pública restante (rede viária)............................................................ 5. Área de construção prevista...................................................................... 5.1. Lotes industriais (0,60 da área do lote)............................................ 1.2. Lotes de equipamentos ou serviços (0,80 da área do lote)......................................................................... 6. Estacionamento público previsto.............................................................. 73,6 ha 53,3 ha 47 218 m2 485 427 m2 476 473 m2 8 954 m2 12,2 ha 57 049 m2 65 229 m2 8,1 ha 293 047 m2 285 884 m2 7 163 m2 1 590 lugares 52 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 1. Índice de Construção Global (5/1)...................................................... 2. Índice de Construção Líquido (5/2.2)................................................. 3. Percentagem de área de lotes (2/1).................................................... 3.1. Existentes................................................................................... 3.2. Previstos..................................................................................... 3.2.1. Indústrias........................................................................... 3.2.2. Equipamentos e Serviços.................................................. 4. Percentagem de áreas verdes (3/1).................................................... 4.1. Ajardinadas (predominantemente relvadas)............................... 4.2. Enquadramento (predominantemente arborizadas).................... 5. Percentagem de área pública restante (4/1)....................................... 6. Percentagem de área de construção por usos 6.1. Indústria.................................................................................... 6.2. Equipamento e Serviços ............................................................ 7. Estacionamento público / 100m2 de área de construção................... 0,40 0,60 72% 6,4% 66% 65% 1% 17% 8% 9% 11% 98% 2% 0,5 Fonte: Plano de Urbanização do Alto das Barrancas, relatório O Plano de Urbanização do Alto das Barrancas foi publicado em D.R. através da Resolução de Conselho de Ministros nº 63/2002, de 23 de março. Apesar do incentivo que a execução da A11/IP9 deveria constituir, a concretização do Plano ainda se encontra em fase muito incipiente. Figura 26 – Plano de Urbanização da Zona Industrial do Alto das Barrancas – concretização. Fonte: Plano de Urbanização do Alto das Barrancas, elaboração própria 53 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 27 – Instrumentos de gestão territorial em vigor no território de Felgueiras – listagem. Fonte: SNIT 54 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL II.2.5 Outros instrumentos de planeamento municipal Para além dos instrumentos de gestão territorial consagrados no RJIGT, o Concelho dispõe de alguns outros instrumentos de planeamento com incidência, direta ou indireta, sobre o território. É o caso da Carta Educativa municipal, a qual, por força da respetiva legislação (DL nº 7/2003, de 15 de janeiro), deve integrar o Plano Diretor Municipal. Este importante instrumento visa constitui, de acordo com o artº 10.º do D.L. nº 7/2003, “o instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e socioeconómico de cada Concelho.” Na medida em que a escala municipal é concretizada através de planos municipais de ordenamento do território (PMOT), que compreendem os planos diretores municipais (PDM), os planos de urbanização (PU) e os planos de pormenor (PP), a Carta Educativa (e revisão) deve, por um lado, garantir a coerência da rede educativa com a política urbana do Concelho (cf. Decreto-Lei nº 7/2003, de 15 de janeiro, Art.º 11º) e, por outro, integrar o Plano Diretor Municipal respetivo, estando, nestes termos, sujeita a ratificação governamental, mediante parecer prévio vinculativo do Ministério da Educação (cf. Decreto-Lei nº 7/2003, de 15 de janeiro, Art.º 19º). A relevância da Carta Educativa não decorre apenas dos seus princípios de ordenamento e (re)qualificação física dos territórios educativos, mas também da sua força de intervenção prospetiva. Esta dimensão prospetiva exige um esforço continuado de adaptação às dinâmicas sociodemográficas e territoriais presentes no concelho, em prol do alcance de maiores e melhores níveis de coesão e sustentabilidade social e territorial. O Concelho dispõe de Carta Educativa homologada desde 2008. 55 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 28 – Carta Educativa – planta síntese. Fonte: Carta Educativa No entanto, esta versão da Carta Educativa não se coaduna com a significativa evolução e materialização, através do ON.2 e dos seus programas específicos (designadamente o Eixo Prioritário III), o qual privilegiou a construção de “Centros Escolares” (integração preferencial das Escolas do 1º CEB com a Educação Pré-Escolar) e não as Escolas Básicas Integradas (incluindo também 2º e 3º CEB) previstas na Carta Educativa. Assim, as candidaturas apresentadas pelo Concelho de Felgueiras ao ON.2 – aprovadas e já executadas – foram adaptadas a esta perspetiva, nunca perdendo de vista as deficiências e constrangimentos apontados pela Carta Educativa. Também a realização da operação censitária em 2011 (Censos 2011 – XV Recenseamento Geral da População e V Recenseamento Geral da Habitação) permite, de uma forma clara e inequívoca, perceber as principais tendências demográficas e de povoamento do território. Obviamente que estes dados são de extrema relevância na reavaliação das propostas previstas na Carta Educativa, bem como no exercício de perspetivar o seu desenvolvimento futuro. Por outro lado, a reorganização administrativa das freguesias, ditada pela Lei nº 11-A/2013, de 28 de janeiro, determinou a agregação de freguesias no Concelho de Felgueiras, diminuindo o número de 32 para 20. Muito embora a gestão do território não esteja na dependência estreita da divisão administrativa, este fator não lhe é completamente neutro, dado que esta deverá delimitar unidades territoriais dotadas de escala, dimensão, população e homogeneidade tipológica. Este conjunto de fatores é determinante para a afetação de equipamentos de 56 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL proximidade e que deverão constituir a base geográfica para a implementação do conceito de “território educativo”. Em face deste contexto, torna-se imprescindível proceder à revisão da Carta, baseada na respetiva monitorização, trabalho este que já foi iniciado contando com os contributos do Departamento de Urbanismo, Obras e Ambiente e do Departamento de Serviços da Presidência, de Policia Municipal e de Proteção Civil. Figura 29 – Carta Educativa em revisão – fluxograma de alunos no 2º e 3º CEB no ano letivo 2014/2015. Fonte: Carta Educativa (em revisão) O Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios (PMDFCI), instrumento cuja competência de elaboração pertence Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios e que visam integrar, à escala municipal ou intermunicipal, as grandes linhas mestras em matéria de defesa da floresta contra incêndios, em consonância com outros instrumentos de escala superior, nomeadamente o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios e o Plano Regional de Ordenamento Florestal. Atualmente a estrutura do PMDFCI está regulamentada pelo Despacho n.º 4345/2012 do Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas. No entanto, a importância do PMDFCI extravasa o âmbito exclusivo da gestão florestal. Efetivamente, em consequência da publicação do Decreto-Lei nº 17/2009, de 14 de Janeiro (altera e republica o Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de junho – Defesa da Floresta Contra 57 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Incêndios), a classificação e qualificação do solo definida no âmbito dos instrumentos de gestão territorial vinculativos dos particulares deve refletir a cartografia de risco de incêndio. Assim, a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria fora das áreas edificadas consolidadas é proibida nos terrenos classificados nos PMDFCI com risco de incêndio das classes alta ou muito alta. Por seu lado, as novas edificações no espaço florestal ou rural fora das áreas edificadas consolidadas têm de salvaguardar, na sua implantação no terreno, as regras definidas no PMDFCI respetivo ou, se este não existir, a garantia de distância à estrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca inferior a 50 metros e a adoção de medidas especiais relativas à resistência do edifício à passagem do fogo e à contenção de possíveis fontes de ignição de incêndios no edifício e respetivos acessos. Entende-se assim a importância superlativa do PMDFCI na futura gestão do solo rústico (uma vez o novo PDM entre em vigor), quer por força da cartografia de risco de incêndio, quer por força das regras de implantação de novas edificações no solo rústico fora de áreas consolidadas. A versão mais recente do PMDFCI encontra-se em apreciação no ICNF, esperando-se para breve a respetiva aprovação. Figura 30 – PMDFCI – carta de perigosidade (versão provisória). Fonte: PMDFCI (em revisão) 58 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL O Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil (PMEPC) é um plano geral concebido para organizar a intervenção das entidades e recursos disponíveis e com responsabilidade na área da emergência, em situações de emergência que se possam gerar ou ter influência na área do Concelho. Na estrutura do PMEPC está prevista uma parte dedicada à caraterização, análise e cartografia de risco, a qual deverá ser levada em linha de conta na estratégia de ordenamento do território, pese embora o PMEPC não seja vinculativo em relação ao PDM. No entanto, a cartografia de risco concebida para o PMEPC tem óbvias correlações com o PDM, quanto mais não seja porque alguns dos riscos considerados são coincidentes com sistemas que deverão integrar a Reserva Ecológica Nacional (ex. cheias e inundações, movimentos de massa, erosão hídrica dos solos). O Concelho dispõe de PMEPC aprovado em 2010 (Resolução da Comissão Nacional de Proteção Civil nº 32/2010, de 9 de dezembro), encontrando-se a revisão deste Plano aguardando aprovação por parte da ANPC. Figura 31 – PMEPC – exemplo de cartografia de risco. Fonte: PMEPC (em revisão) 59 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Por fim, refira-se o Diagnóstico Social e o consequente Plano de Desenvolvimento Social, visando estabelecer um diagnóstico global sobre as questões de ordem social, bem como fornecer orientação para as grandes linhas de força que deverão nortear as futuras intervenções, designadamente em matéria de dotação de equipamentos e/ou serviços na área social. A partir deste diagnóstico é-lhe acrescentada a componente de análise e dimensão territorial para adquirir a forma de instrumento estratégico de planeamento municipal. O próprio diagnóstico constitui um importante repositório de informação que interessa considerar no âmbito do ordenamento do território. O Diagnóstico Social encontra-se atualmente em fase de revisão. Figura 32 – Diagnóstico Social – equipamentos com valência creche. Fonte: Diagnóstico Social (em revisão) 60 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL PARTE III DINÂMICAS DE TRANSFORMAÇÃO DO TERRITÓRIO III.1 Licenciamento de obras particulares e loteamentos A transformação do território tem como o seu principal motor, no âmbito da iniciativa privada, o licenciamento de obras particulares e de operações de loteamento (e respetivas obras de urbanização). A avaliação desta transformação tem como base fundamental o trabalho de levantamento e exaustivo do licenciamento municipal de obras particulares e loteamentos, ambos na forma de base de dados georreferenciada, visto serem estes os grandes agentes de transformação do solo que o PDM pretende orientar e disciplinar. Assim, este levantamento permite avaliar, para o período 1994-2015 (a partir do “ano zero” de vigência do PDM), os efeitos territoriais e o cumprimento das expectativas subjacentes à orientação estratégica do PDM, naquilo que se refere à definição dos usos do solo e respetiva regulamentação. São apresentados, de seguida, os principais quadros-resumo da informação recolhida nas referidas bases de dados. Em anexo, são apresentados os cartogramas que representam a informação recolhida [ Anexo I – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre ortofoto por freguesia (antiga CAOP) – 32 ficheiros; Anexo II – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre a PO do PDM por freguesia (antiga CAOP) – 32 ficheiros; Anexo III – Licenciamento de obras particulares e loteamentos sobre ortofoto (panorâmica geral por folha 1:10.000) – 8 ficheiros]. Refira-se que, no caso do licenciamento de obras particulares, os três anos mais recentes (2013, 2014 e 2015) ainda não se encontram totalmente encerrados. 61 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 33 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – quadro geral por freguesia e variações intercensitárias 2001-2011. Licenciamento de obras particulares 1994-2015 Nº alojamentos Nº residentes Destino edificios/frações licenciadas [1] Nº total licenças Área total do(s) prédio(s) (m2) Área total de construção (m2) Habitação Comércio Serviços Indústria/ Armazém Outros 2001 2011 Δ (%) 2001 2011 Δ (%) AIÃO 140 290987 41672 124 5 0 1 1 294 355 20,75 908 856 -5,73 AIRÃES 342 531332 115926 346 23 3 7 5 894 1043 16,67 2628 2486 -5,40 BORBA DE GODIM 200 532996 124668 414 149 14 5 4 1056 1198 13,45 2340 2341 0,04 CARAMOS 203 376250 81409 250 26 2 4 5 739 812 9,88 1974 1854 -6,08 FRIANDE 294 353051 93430 288 25 2 7 4 600 726 21,00 1664 1838 IDÃES 382 728324 154651 439 63 3 8 3 867 996 14,88 2505 2496 -0,36 JUGUEIROS 157 213895 39326 135 4 2 1 1 520 559 7,50 1531 1303 -14,89 LAGARES 285 412977 167320 235 17 3 27 3 876 938 7,08 2526 2320 -8,16 LORDELO 66 169103 23771 57 1 0 1 1 121 146 20,66 356 357 MACIEIRA DA LIXA 281 559011 105431 229 24 2 13 7 748 828 10,70 2065 1961 -5,04 MOURE 204 292090 87882 279 15 1 0 1 428 529 23,60 1177 1321 12,23 PEDREIRA 179 298574 55356 176 9 2 1 3 558 628 12,54 1725 1564 -9,33 PENACOVA 124 221793 47168 122 8 0 2 0 398 425 6,78 1135 1130 -0,44 PINHEIRO 143 191619 55642 174 6 0 2 2 330 468 41,82 995 1042 4,72 POMBEIRO DE RIBAVIZELA 254 545856 97669 292 21 1 10 3 757 817 7,93 2142 2218 3,55 RANDE 119 208577 49580 135 35 0 5 0 328 395 20,43 962 982 REFONTOURA 245 502434 74288 246 24 1 3 2 622 745 19,77 1974 2081 5,42 REGILDE 142 231910 45514 124 7 4 6 1 374 474 26,74 1164 1284 10,31 REVINHADE 159 469578 107812 143 12 2 27 4 249 307 23,29 810 811 MARGARIDE (SANTA EULÁLIA) 633 831363 421181 1493 339 29 28 10 3715 4307 15,94 9451 9653 2,14 SANTÃO 86 407423 29703 73 7 1 2 36 342 370 8,19 870 776 -10,80 VIZELA (SÃO JORGE) 90 211931 35728 89 10 2 2 2 219 245 11,87 596 574 -3,69 SENDIM 272 568521 164080 192 23 7 43 6 624 636 1,92 1775 1627 -8,34 SERNANDE 139 271001 48781 151 17 0 5 3 324 382 17,90 891 941 SOUSA 113 228670 37441 131 9 1 0 2 365 448 22,74 1080 1095 1,39 TORRADOS 207 461989 76475 205 15 1 6 2 856 881 2,92 2560 2370 -7,42 UNHÃO 87 198925 24101 75 2 0 2 0 317 341 7,57 866 800 -7,62 VÁRZEA 300 326784 141008 505 49 3 5 6 807 1112 37,79 2412 2859 18,53 VARZIELA 245 504763 80521 204 10 4 7 3 702 723 2,99 1985 1837 -7,46 VILA COVA DA LIXA 350 666576 213706 705 164 29 4 9 1368 1870 36,70 3150 3850 22,22 Freguesia 10,46 0,28 2,08 0,12 5,61 VILA FRIA VILA VERDE 629 -5,27 132 264103 66406 146 15 0 17 2 324 372 14,81 714 809 13,31 FELGUEIRAS 6639 12177050 2929150 8234 1134 121 253 132 20947 24309 16,05 57595 58065 0,82 66 104644 21504 57 0 2 2 1 225 233 3,56 664 [1] - Inclui construção nova e intervenções sobre edificios existentes (ampliação, alteração, reconstrução, etc). Fonte: DUOA/DPGU Figura 34 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 por freguesia – cartograma e gráfico. 62 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: DUOA/DPGU Figura 35 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – quadro geral por ano. Licenciamento de obras particulares 1994-2015 Destino edificios/frações licenciadas [1] Ano Nº total licenças Área total do(s) prédio(s) (m2) 1994 419 687824 167269 529 126 17 9 8 1995 400 921760 188225 651 154 4 13 16 1996 412 845946 195851 551 97 2 19 9 1997 476 709106 189630 570 65 3 19 5 1998 499 929223 231040 676 131 13 23 4 1999 475 671932 217680 698 41 3 14 7 2000 505 830270 226532 744 65 5 12 3 2001 473 790322 281980 596 116 3 22 2 2002 397 589333 200435 546 88 10 17 0 2003 339 528362 169607 506 52 8 12 1 2004 299 620201 114495 343 41 10 9 1 2005 293 800865 123672 292 41 5 10 11 2006 274 524257 109157 323 20 1 6 2 2007 295 611863 104319 272 15 8 11 3 2008 312 524350 95284 260 30 4 5 2 2009 225 505345 83931 189 12 5 9 7 2010 215 315562 82976 219 20 5 9 4 2011 107 213986 41916 82 3 6 5 1 2012 84 174610 26539 62 2 3 4 8 2013 65 269442 44193 54 12 3 20 33 2014 2015 57 74442 25552 55 3 3 4 5 18 38049 8867 16 0 0 1 0 6639 12177050 2929150 8234 1134 121 253 132 TOTAL Área total de construção (m2) Habitação Comércio Serviços Indústria/ Armazém Outros [1] - Inclui construção nova e intervenções sobre edificios existentes (ampliação, alteração, reconstrução, etc). Fonte: DUOA/DPGU 63 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 36 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 por ano – gráfico. Fonte: DUOA/DPGU Figura 37 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – por categoria de solo PDM. Licenciamento de obras particulares 1994-2015 Nº licenças % em relação ao total Área total do(s) prédio(s) (m2) 5409 81,5 7359906 25,7 Zona Industrial/Concentração Industrial 141 2,1 806584 Equipamento 32 0,5 Reserva Agrícola Nacional Outras categorias de solo 601 9,1 456 6,9 Classificação do solo (PDM) Aglomerado Urbano TOTAL 6639 % solo Área total por de categoria construção [2] (m2) Destino edificios/frações licenciadas [1] Habitação Comércio Serviços Indústria/ Armazém Outros 2314440 7214 1074 97 121 56 29,5 258082 18 17 7 102 22 156993 6,0 25630 31 4 9 0 1 2608258 6,1 213903 561 15 3 9 27 1245309 1,9 12177050 117095 410 24 5 21 26 2929150 8234 1134 121 253 132 [1] - Inclui construção nova e intervenções sobre edificios existentes (ampliação, alteração, reconstrução, etc). [2] - Área total dos prédios / Área total da categoria de solo no PDM Fonte: DUOA/DPGU 64 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 38 – Base de dados do licenciamento de obras particulares 1994-2015 – por tipo de obra. Licenciamento de obras particulares 1994-2015 Nº licenças % em relação ao total Construção 5125 77,2 Reconstrução 226 3,4 Alteração 280 4,2 Ampliação Não especificado 950 14,3 Tipo de Obra TOTAL 58 0,9 6639 100,0 Fonte: DUOA/DPGU Os dados acima representam os quadros gerais sobre o licenciamento de obras particulares para o território municipal (utilizando como limites administrativos os da atual CAOP, a qual apresenta algumas diferenças em relação aos limites utilizados no PDM em 1994, nomeadamente em relação ao limite de Concelho). Já os quadros e gráficos abaixo representam uma análise mais esmiuçada dos dados, apresentando os valores de disponibilidade do solo urbano por freguesia, tendo como ponto de partida a área delimitada no PDM em vigor. No caso particular do espaço de aglomerado urbano, tendo em atenção que é aquele que representa a maior fatia da demanda, aprofunda-se a análise, exibindo um gráfico, na forma de timeline, o qual pretende demonstrar o horizonte temporal (ano limite) para o consumo deste tipo de solo, no cenário hipotético de manutenção do mesmo ritmo de consumo verificado no período 1994-2015. 65 / 201 2,0214 2,0214 Fonte: DUOA/DPGU 66 / 201 10,34 0,00 5,96 [1] - Áreas calculadas sobre os limites administrativos (CAOP 2013). [2] - Estimativas tendo como base as áreas dos prédios que constam nos processos de licenciamento. 10,7711 1,3647 15,50 1,2416 0,0000 247,5874 12,0127 1,3647 15,6993 12,02 0,00 263,2867 7,4815 0,0000 29,52 1,0221 0,0000 192,6019 8,5036 0,0000 80,6584 23,67 22,43 273,2603 122,8909 88,3919 25,72 38,0993 25,5608 2125,7612 3,59 0,00 0,00 735,9906 8,5780 27,3951 2861,7518 0,3193 0,0000 0,0000 0,00 17,07 11574,01 8,8973 27,3951 0,5218 0,00 FELGUEIRAS 0,00 0,00 8,47 0,1074 0,0000 15,3227 41,82 10,5247 0,0000 13,8291 0,6292 0,0000 0,0000 4,27 13,04 1,5892 0,0000 0,0000 1,2794 0,00 0,0000 15,3227 1,8544 1,5691 1,0742 10,5247 0,0000 15,1085 2,9665 0,00 45,43 0,2781 0,0700 0,00 20,18 0,2914 25,69 16,78 22,99 0,0000 0,0000 27,9441 2,1325 1,6391 21,8494 3,36 0,7720 92,2561 44,5988 77,6124 2,9665 0,0000 23,2653 0,00 0,71 5,5251 35,4503 5,57 1,8806 31,8906 8,9940 23,1651 35,53 0,0000 51,2094 0,0000 3,7601 27,3745 0,0000 5,4680 0,00 1,8462 344,40 UNHÃO 35,3074 41,71 24,61 0,0000 0,0268 32,07 35,4503 0,1900 1,5425 0,00 0,00 339,09 TORRADOS 19,4579 34,1735 76,1425 0,0000 3,7869 7,3478 44,07 5,6580 0,0910 23,6159 8,99 97,43 53,5928 181,59 SOUSA 24,4518 24,8616 47,44 22,83 3,4689 33,1535 0,00 1,6335 0,0000 3,1086 2,17 0,2148 100,7775 135,13 SERNANDE 18,2780 34,8212 10,8167 26,1264 17,9296 0,00 23,6159 0,0000 0,7089 2,9780 0,0000 54,7653 703,00 SENDIM 16,4989 10,3035 21,14 59,2799 0,0000 0,3214 0,00 3,1086 0,0700 0,0660 0,00 100,00 8,1591 58,6253 108,71 VIZELA (SÃO JORGE) 250,7895 26,46 17,9296 0,0000 0,0000 24,43 0,7789 3,0440 0,0000 0,00 0,0000 101,0041 188,97 SANTÃO 67,2399 43,5584 30,17 0,3214 0,0000 3,3984 0,00 58,41 2,7960 0,0000 0,00 8,3739 34,7769 585,86 MARGARIDE (SANTA EULÁLIA) 15,6697 43,3973 31,77 0,0000 1,0985 0,6555 0,0068 2,7960 0,0000 2,2251 16,69 0,0000 45,1247 332,57 REVINHADE 18,7474 61,7236 27,61 4,4969 0,9205 0,0000 0,00 0,0000 0,0000 0,4329 5,4525 23,67 318,0294 308,17 REGILDE 28,7406 40,1694 22,01 1,5760 0,0068 0,0000 0,00 2,2251 0,0000 1,0923 2,62 12,72 15,65 59,2281 343,94 REFONTOURA 15,3175 86,4454 25,47 23,03 0,0000 3,3330 22,69 0,4329 6,5448 1,4441 27,96 39,4046 62,1447 206,20 RANDE 24,3906 47,1984 41,2878 0,0000 0,0000 18,7411 0,00 46,41 0,2105 0,4251 44,8380 29,4510 90,4642 480,91 POMBEIRO DE RIBAVIZELA 16,1296 12,3524 21,29 3,3330 5,5001 0,0000 8,2716 1,6546 1,2051 0,1650 0,00 20,34 5,4640 55,4869 357,45 PINHEIRO 77,8553 32,72 24,2412 0,0000 7,1629 0,00 0,5901 46,0431 2,6304 2,61 12,2189 110,836 299,92 PENACOVA 21,0613 48,2277 24,76 0,0000 15,4345 0,0000 0,00 0,00 0,6716 15,1599 20,32 34,915 63,328 356,85 PEDREIRA 23,4515 94,6259 29,70 22,04 0,0000 0,0000 0,0000 3,3020 0,0000 6,8043 1,3918 51,6235 53,6402 306,95 MOURE 31,1437 20,2053 90,5422 0,0000 0,0000 0,0000 28,69 15,1599 0,1820 0,3549 % consumo [2] 193,48 124,74 98,9166 537,76 MACIEIRA DA LIXA 8,5348 25,6029 21,99 0,0000 0,0000 4,4023 0,00 6,9863 1,7467 Disponibilidade (ha) [2] VILA FRIA VILA VERDE 71,6792 151,19 LORDELO 50,5901 33,03 37,32 1,7711 0,0000 2,94 0,00 Área utilizada (ha) [2] 160,9902 125,7696 284,50 LAGARES 14,2586 94,8672 52,5573 6,1734 0,0000 0,0000 28,3201 Área PDM (ha) [1] 571,91 28,7401 744,88 JUGUEIROS 46,7931 31,2875 30,15 0,0000 0,8573 0,0000 % consumo [2] VILA COVA DA LIXA 116,1451 711,15 IDÃES 55,0898 18,09 0,0000 29,1774 Disponibilidade (ha) [2] 113,9527 64,8487 328,70 FRIANDE 23,7791 110,9085 26,14 30,29 Área utilizada (ha) [2] 285,37 83,8448 141,6603 325,67 CARAMOS 24,4927 88,7118 33,6820 Área PDM (ha) [1] VARZIELA 78,8689 774,60 BORBA DE GODIM 31,3966 14,6347 % consumo [2] Equipamento 124,1467 135,4012 401,06 AIRÃES Disponibilidade (ha) [2] Zona Industrial / Conc. Industrial 281,42 48,3167 120,1084 277,87 AIÃO Área utilizada (ha) [2] Aglomerado Urbano VÁRZEA Área PDM (ha) [1] Freguesia Área freguesia (ha) (CAOP 2013) Categoria de solo urbano RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 39 – Consumo e disponibilidade de solo urbano por categoria e freguesia – quadro geral. RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 40 – Consumo de espaço de aglomerado urbano por freguesia – gráfico. Fonte: DUOA/DPGU Figura 41 – Cenário hipotético para o horizonte temporal de consumo do espaço de aglomerado urbano. Fonte: DUOA/DPGU 67 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Em relação às operações de loteamento, constata-se terem sido emitidos 190 alvarás entre 1994 e 2015 abrangendo uma área total loteada de apx. 186 ha, tendo sido criados 1764 lotes, destinados, na sua grande maioria, à habitação (3060 fogos previstos). Das 6639 licenças de obras particulares emitidas entre 1994 e 2015, 1053 estão abrangidas em áreas delimitadas por operações de loteamento (apx. 16%), ocupando uma área de terreno de apx. 92 ha. Figura 42 – Base de dados do licenciamento de loteamentos 1994-2015 – quadro geral por ano. Licenciamento de loteamentos 1994-2014 Área total Nº alvarás de com obras construção de (m2) urbanização Destino lotes/edificios/frações previstos Ano Nº alvarás Área total loteada (m2) Habitação Comércio Serviços Indústria Outros 1994 24 118695 140 41663 8 149 19 0 0 1 1995 36 378560 403 149487 27 626 58 0 6 4 1996 28 305530 341 141098 23 505 99 2 0 25 1997 15 154147 165 72678 14 241 24 0 12 1 1998 11 182062 136 78763 11 357 47 0 0 0 1999 8 81911 69 20508 8 74 1 0 0 0 2000 7 131343 113 80048 7 455 62 3 0 2 2001 8 105178 76 42514 7 147 15 0 0 10 2002 6 45712 52 34766 6 127 19 0 0 1 2003 6 25627 23 10356 5 54 2 0 0 0 2004 7 25526 21 7035 6 28 0 0 0 0 2005 4 27103 34 10674 3 40 0 0 0 2 2006 10 61249 52 22121 5 64 1 2 0 1 2007 7 79675 57 26136 6 61 0 0 5 1 2008 8 102101 39 78144 6 81 3 0 4 3 2009 1 750 1 264 0 1 0 0 0 0 2010 1 22017 29 12772 1 31 0 0 0 0 2011 1 3859 4 2181 1 6 0 0 0 0 2012 2 6970 9 3770 2 13 0 0 0 0 2013 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2014 2015 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 TOTAL 190 1858015 1764 834978 146 3060 350 7 27 51 Nº lotes Fonte: DUOA/DPGU Este conjunto de dados autoriza algumas reflexões sobre a dinâmica de licenciamento de obras particulares e loteamentos, desde a vigência do PDM: O número de licenciamentos de obras particulares, nos 21 anos em análise, é muito significativo (média superior a 300 por ano). Em proporção, o recurso ao loteamento é pouco relevante, o que não surpreende, uma vez que, em regra, a dimensão da propriedade é reduzida e fragmentada, originando um cadastro predial que permite a edificação sem prévio fracionamento da mesma. Obviamente, existe um reverso de medalha, dado que, desta forma, os processos de edificação e de urbanização (que lhe deveriam estar associados) ocorrem, frequentemente, de forma avulsa e dispersa, dificultando a consolidação dos tecidos urbanos. 68 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A distribuição geográfica dos licenciamentos é heterogénea, assumindo a ex-freguesia de Margaride (onde se situa a sede de Concelho), papel de destaque. Também se salientam algumas das ex-freguesias confinantes com a sede (Várzea) e outras que albergam pólos urbanos de relevo municipal (Lixa, Idães, Airães). Apesar deste número total elevado, tem-se verificado uma tendência para o abrandamento da dinâmica a partir da viragem do século, e que se vislumbra com grande nitidez a partir de 2010. Efeitos da crise económica e financeira sentida a partir de 2008, mas também efeitos do ajustamento do setor da construção às efetivas necessidade de mercado. Conseguiu-se, de alguma forma, travar a disseminação indiscriminada da edificação, uma vez que cerca de 82% do total de licenciamento se localizou em áreas classificadas no PDM como aglomerado urbano. No entanto, verifica-se igualmente que, no total, cerca de um quarto desse solo foi “consumido”, o que sugere algum desequilíbrio (por excesso) na sua delimitação, fruto, por um lado, das expetativas iniciais excessivas, mas por outro também das limitações nos recursos técnicos utilizados nessa delimitação. Em reforço da ideia anterior: admitindo um cenário hipotético de manutenção do ritmo de consumo do espaço de aglomerado urbano verificado entre 1994 e 2015, estas áreas teriam um “prazo de validade” prolongado até 2076, valor médio do Concelho com oscilações entre as freguesias (valor mínimo = 2038, em Vizela-S. Jorge e valor máximo = 2128, em Vila Fria, curiosamente territórios contíguos e que atualmente fazem parte da mesma união de freguesias). No entanto, não deixa de ser relevante o facto de aproximadamente 9% do conjunto de licenciamentos se localizar em solo da RAN, mostrando que estes solos estão sujeitos a pressão intensa, o que advém do facto de a própria legislação específica prever mecanismos para utilização não agrícola destes solos em determinadas situações. É perfeitamente admissível que estas exceções ocorram, uma vez que a viabilização da atividade agrícola está, obviamente, dependente de algum grau de humanização. No entanto, esta quantidade pode significar que parte destes solos foi, na realidade, percecionado como uma alternativa mais económica de solo para construção, o que contraria o espírito da legislação. Nos loteamentos constituídos a partir de 1994, existe ainda capacidade para acolher nova edificação em quantidade significativa (como ficará patente pela leitura do anexo III), apesar de, desde 2013, não terem sido emitidos novos alvarás. 69 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL No âmbito da emissão de alvarás de loteamento, foi imposto, em cerca de 77% dos casos, a execução de obras de urbanização. No entanto, em número significativo e mormente nos alvarás mais antigos, estas obras eram “minimalistas”, frequentemente limitando-se a cedência de terreno para execução de acessos e passeios nas frentes para a via pública. As novas edificações, na globalidade do Concelho, são desproporcionadas face ao crescimento da população observada no período 2001-2011. De facto, as 5125 novas edificações (a esmagadora maioria destinada a habitação), ajudam a explicar a desproporção verificada, no período intercensitário, entre a variação do número de alojamentos (16,02%) face á variação do número de residentes (0,82%). Também ajudam a explicar os 2941 alojamentos vagos (12% do total) recenseados no Censos 2011. A reabilitação de edifícios, entendida de forma lata como as obras de alteração, ampliação e reconstrução do edificado existente, fica aquém do expectável, representando este número menos de um quarto do número de obras para construção. III.2 Infraestruturas e Ambiente III.2.1 Rede viária A rede viária, a sua organização e gestão constituem preocupação que envolve vários setores da atividade do Concelho e é questão central em matéria de gestão do território, constituindo um elemento primordial na sua estruturação. A nível oficial, de iniciativa e responsabilidade da administração central existem diversos documentos que classificam e hierarquizam a rede viária que atravessa o território municipal. Assim: as sucessivas versões do Plano Rodoviário Nacional (a mais recente consagrada pelo Decreto-Lei nº 222/98 com as alterações introduzidas pela Lei nº 98/99 de 26 de julho, pela Declaração de retificação nº 19-D/98 e pelo Decreto-Lei nº 182/2003 de 16 de agosto), o qual define a rede rodoviária nacional do continente, que desempenha funções de interesse regional, nacional ou internacional. A rede rodoviária nacional é constituída pela rede nacional fundamental (itinerários principais), cuja função é assegurar a ligação entre os centros urbanos com influência supradistrital e destes com os principais portos, aeroportos e fronteiras; e pela rede nacional complementar, constituída pelos itinerários complementares, estradas nacionais e estradas regionais. 70 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 43 – Vias classificadas no Plano Rodoviário Nacional que atravessam o Concelho. Classificação Designação IP9 (A11) Viana do Castelo Vila Real IC5 (A7) Póvoa de Varzim Miranda do Douro IC25 (A42) IC24 Chaves EN15 Ermesinde Amarante EN101 Valença Amarante EN101-3 Fijó Vizela EN207-1 Regilde Vizela ER101-4 Lixa Celorico de Basto ER207 Lousada Póvoa de Lanhoso ER207-3 Sendim Macieira Pontos extremos e intermédios Viana do Castelo Ponte de Lima Braga Guimarães Amarante Vila Real Póvoa de Varzim (IC1) Famalicão Guimarães Fafe Miranda do Douro (fronteira) IC24 Felgueiras Fafe Chaves (IP3) Ermesinde (IP 4)ValongoParedesPenafielLixaAmarante ValençaBragaGuimarãesFelgueirasLixaAmarante Fijó (entroncamento da EN 101)Vizela Regilde (entroncamento da EN 101-3)Vizela (entroncamento da EN 106) Lixa (entroncamento da EN 101)Celorico de Basto Lousada (entroncamento da EN 106) FelgueirasFafePóvoa de Lanhoso (entroncamento da EN 205) Sendim (entroncamento da ER 207)Macieira (entroncamento da ER 101-4) Fonte: Plano Rodoviário Nacional os D.L. nº 42.271, de 20 de maio de 1959 e o D.L. nº 45.552, de 30 de janeiro de 1964, que procedem, respetivamente, à classificação de estradas municipais e à classificação de caminhos municipais. Conquanto estas classificações já se encontrem “caducas” face à dinâmica de transformação do território entretanto ocorrida (nomeadamente a abertura e o melhoramento de inúmeras vias que, em alguns casos, ganharam maior relevância do que as vias classificadas), continuam vigentes e são um referencial incontornável, até pelas servidões que lhes são adstritas. Na listagem abaixo, são também acrescentadas as estradas da rede nacional que entretanto foram desclassificadas. De notar que a EN 101 foi, em termos funcionais de circulação, substituída pela variante entretanto construída. Figura 44 – Vias classificadas como estradas municipais ou caminhos municipais. Classificação EN 101 (a) EN 207 (a) EN 207-2 (a) EN 207-1 (b) EM 512 EM 514 EM 514-1 EM 514-2 EM 562 EM 562-1 EM 563 EM 564 EM 564-3 (c) CM 1159 CM 1160 Pontos extremos e intermédios Alto da Lixa (EN 15)-Felgueiras-Pombeiro (Lim. Conc. Guimarães) EN 207 (Lim. Conc. Lousada)-Felgueiras- EN 207 (Lim. Conc. Fafe) EN 207-2 (Lim. Conc. Lousada)- entroncamento com EN 207 (Longra) EN 207-1 (Lim. Conc. Lousada)-Tarrio - Barrosas- EN 207-1 (Lim. Conc. Lousada) Lim. Conc. Guimarães- Lim. Conc. Vizela Lim. Conc. Fafe- Igreja Jugueiros-Estradinha EM 514 – Assento – EN 101 EM 514 – Codeçais – EN 207 Felgueiras (EN 101)-Lagares-Torrados-Barrosas- Lim. Conc. Lousada EM 562 – Sousa – EN 207 (Monte Belo) EN 101-Telhado- Vila Fria Várzea (EN 101)-Refontoura-Airães-Vila Verde-Aião-Lim. Conc. Lousada Lixa (Igreja nova)-Ramos- EM 564 (Cruzeiro de Airães) EM 563 (Vila Fria)-CM 1160 (Pombeiro) EN 101 (Ramalhal)-EN 101-3 (Cachada) 71 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Classificação CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM 1161 1162 1163 1164 1165 1166 1167 1168 1169 1170 1171 1172 1172-1 1173 1173-1 1174 1175 1176 1177 1178 1179 1180 1181 1182 1183 1183-1 1184 1185 1186 1187 (c) 1188 1189 1190 1191 1192 1452 (d) Pontos extremos e intermédios EN 101-3 (Valmelhorado)-EM 563 (S. Bartolomeu) EN 101-3 (Passos)-CM 1163 (Lagares) EN 101-3 (Casa Nova)-Senhora dos Perdidos EN 101-3 (Pedreira)-Carvalhinhos EN 101-3 (Regilde)-EM 562 (Arcebispado) EM 562 (Revinhade)-EM 562(Revinhade) EM 562 (Barrosas)-EM 562-1 (Rande) EM 562-1 (Torre)-Igreja de Idães EN 101-3 (Lagares)-EM 562 (Igreja de Torrados) EN 101-3 (Campas)-EM 562 (Fontões) EN 101-3 (Campas)-EM 562 (Quintã) EN 207 (Tomadas)-EM 514 (Estradinha) CM 1172 – EN 207 EN 207 (Tomadas)-EN 207-3 (Lampaça) CM 1173 (Igreja de Friande)-EN 207 (Vilar) EN 207 (Varziela)-CM 1177 (Varziela) EN 207 (Varziela)-EM 562 (Padroso) EN 207 -EM 562-1 EN 207 – CM 1179 (Coto) EN 207 – Rebelo EN 207-2 -EM 564 EN 101 - EM 564 EN 101 (Fundo de Vila)- EN 101-4 (Marco de Simães) EN 101-4 (Marco de Simães)-EN 101 (Souto Novo) EN 101-4 (Macieira da Lixa)-EM 564 (Refontoura) CM 1183 – EM 564 EN 101 (Escalheira)- EM 564 EN 101 (Lixa)- Lim. Conc. Amarante EN 101 (Lixa)- Castanheiro Redondo EN 15 (Senhora do Alivio)-Ventosela EM 564 (Vila Verde)-EM 564-3 EN 15 - EM 564 EN 207-2 (Telhado)- EM 564 (Airães) EN 207-2 - EN 207 EM 564 (Aião) – EM 564 (Aião) Fonte: Elaboração própria, com base nos D.L. nº 42.271, de 20 de maio de 1959 e o D.L. nº 45.552, de 30 de janeiro de 1964 Notas: (a) – Estradas desclassificadas, sob jurisdição do Concelho. (b) – Estrada desclassificada, sob jurisdição do EP. (c) – A EM 564-3 não consta da listagem constante no D.L. nº 42.271, mas encontra-se cartografada na carta militar. Em contrapartida o CM 1187 consta da listagem do D.L. nº 45.552, mas não se encontra em qualquer elemento cartográfico. Como a descrição do traçado do CM 1187 é idêntica ao traçado efetivo da EM 564-3, presume-se que a EM 564-3 substitui o CM 1187. (d) – O CM 1452 não consta na listagem original do D.L. nº 45.552. 72 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 45 – Cartograma da rede viária municipal e supra-municipal com atravessamento do Concelho. Fonte: DUOA, Elaboração própria A expansão da rede viária (em particular a beneficiação de caminhos em áreas rurais), sendo em muitos casos um fator qualificador do território e da qualidade de vida das populações, acaba, inevitavelmente por também constituir um incentivo à disseminação da construção e das atividades económicas. Muitas vezes, as aberturas e/ou beneficiações de caminhos são realizadas ao arrepio de qualquer enquadramento estratégico, fruto de iniciativas esparsas e pontuais, sem consonância com a política de ordenamento prosseguida e tornam caducas as classificações anteriormente referidas, pois entretanto novas vias ganham importância idêntica ou mesmo superior às vias classificadas como estradas ou caminhos municipais. Neste contexto, a Câmara Municipal demonstrou o interesse em classificar a rede viária municipal, tendo em vista as insuficiências da classificação oficial e a necessidade de criar critérios mínimos para orientar e priorizar as intervenções sobre a rede viária e atribuir competências pela gestão. Assim, em 1999/2000, por iniciativa do então Gabinete PDM, foi levantada a rede viária municipal, atribuída uma designação aos caminhos municipais não classificados e elencadas uma série de caraterísticas (início e fim, extensão, tipo de pavimento…). Em 2007/2008 a Câmara Municipal entendeu aprofundar aquele estudo, alargando o âmbito de elaboração ao então Departamento de Obras, Ambiente e Serviços Urbanos. 73 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Aproveitou-se também a existência de melhores recursos tecnológicos (software SIG) e melhores fontes de informação (levantamento da sinalização rodoviária ao longo dos eixos da rede viária do Concelho de Felgueiras, trabalho adjudicado à empresa Geonav, cuja entrega final foi efetuada em Abril de 2006; ortofotos e cartografia vetorial recentes – 2007). A finalidade deste documento seria a de hierarquizar a rede viária municipal, esboçando um “Plano Rodoviário Municipal”, ancorado no conceito de “itinerário”. Facilmente se pode constatar esta intenção pelos critérios e designações utilizadas (‘ Itinerário Principal Municipal’, ‘Itinerário Complementar Municipal’, ‘Itinerário Secundário Municipal’, etc). No âmbito deste trabalho, foi possível identificar no território quase 900 km englobando todas as tipologias de via, desde o nível dos caminhos de servidão privativos até ao nível das grandes acessibilidades, designadamente as vias com perfil de autoestrada, apresentando, globalmente, uma densidade viária na ordem dos 7,8 km / km2. Retirando deste conjunto os caminhos em terra, os caminhos intransitáveis, os aceiros florestais de importância secundária, para além, obviamente, dos caminhos que sejam claramente de servidão ou outros acessos particulares, o valor baixa para cerca de 700 km. Ainda assim, isto significa que o território de Felgueiras apresenta uma densidade viária na ordem dos 6 km / km2. Tal densidade é claramente excessiva, mesmo atendendo à forte densidade populacional existente no Concelho. Em grande medida, foi a fragmentação do território a causa desta sobre densificação: a dispersão da construção incentivou a abertura de novos acessos e estes, uma vez abertos, incentivaram a construção casuística. Este ciclo, fortemente enraizado e fortalecido ao longo dos tempos, urge ser quebrado em definitivo, na ótica do robustecimento e qualificação dos pólos existentes e do aproveitamento racional das infraestruturas, em detrimento da continuidade dos fenómenos dispersivos. Do âmbito do estudo desenvolvido, foi inicialmente excluída a rede viária nacional, cuja gestão se encontra concessionada a outras entidades que não a Câmara Municipal. Igualmente foram também excluídos os arruamentos urbanos, designadamente os situados nas zonas mais consolidadas das malhas urbanas de Felgueiras, Lixa e Barrosas (conforme delimitação estabelecida na cartografia anexa), visto estes constituírem matéria a merecer tratamento à parte. No decurso do trabalho, atendendo ao objetivo estratégico acima descrito, optou-se pela exclusão daqueles caminhos que, ainda que de acesso público, apresentam uma funcionalidade muito baixa. Estão neste conjunto, nomeadamente, os caminhos em terra, os caminhos intransitáveis, os aceiros florestais de importância secundária, para além, obviamente, dos caminhos de servidão e outros acessos particulares. 74 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Esta “purga” permite fixar a rede municipal classificada em cerca de 522 Km (697 Km se a esta for somada as estradas nacionais, os arruamentos urbanos e os itinerários especiais coincidentes com outras vais), a qual é classificada do seguinte modo: Figura 46 – Hierarquização da rede viária municipal por tipo de via e respetiva quilometragem. Tipo de Via Estradas Nacionais (*) Itinerários Principais Municipais Itinerários Complementares Municipais Itinerários Secundários Municipais Itinerários Locais Municipais Itinerários Locais de Freguesia Arruamentos Itinerários Especiais: Caminhos Florestais Percursos Pedestres (**) Rota do Românico (**) Caminhos Históricos TOTAL TOTAL EFECTIVO (***) Quilometragem 54,340 51,682 72,289 45,756 169,104 145,171 83,427 % 7,79 7,41 10,37 6,56 24,25 20,82 11,96 35,997 10,197 27,474 1,950 697,387 521,949 5,16 1,46 3,94 0,28 100,00 (*)-Incluindo Estradas Nacionais, Auto-Estradas e Variantes (existentes ou previstas). (**)-Coincidem, total ou parcialmente, com vias com outra classificação. (***)-Excluíndo Estradas Nacionais, Arruamentos, Percursos Pedestres e Rota do Românico. 180,000 160,000 140,000 120,000 100,000 80,000 60,000 40,000 20,000 0,000 30,00 25,00 15,00 10,00 5,00 Quilometragem % do total Fonte: CMF 75 / 201 Caminhos Históricos Rota do Românico (**) Percursos Pedestres (**) Caminhos Florestais Arruamentos Itinerários Locais de Freguesia (****) Itinerários Locais Municipais Itinerários Secundários Municipais Municipais Itinerários Complementares Itinerários Principais Municipais 0,00 % 20,00 Estradas Nacionais (*) Km Quilometragem da Rede Viária RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 47 – Hierarquização da rede viária municipal: planta síntese. Fonte: CMF/DUOA III.2.2 Rede de abastecimento de água O abastecimento de água potável constitui um serviço vital para o desenvolvimento da qualidade de vida das populações. No concelho de Felgueiras o abastecimento de água é da responsabilidade da Câmara Municipal de Felgueiras e da Empresa Águas do Douro e Paiva, cujo sistema de abastecimento, abrange, em alta, os Concelhos de Arouca, Castelo de Paiva, Cinfães, Espinho, Felgueiras, Gondomar, Lousada, Maia, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Ovar, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Porto, Santa Maria de Feira, São João da Madeira, Valongo e Vila Nova de Gaia. Relativamente às infraestruturas de abastecimento de água, segundo o Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais, verificava-se a existência de 2 captações de água, nos rios Ferro e Vizela através de 4 bombas submersíveis, instaladas em 2 poços e drenos instalados no subleito daqueles rios. 76 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 48 – Captações de água do Concelho de Felgueiras (2009). Designação Ferro Vizela Tipo de origem Águas de superfície Águas de superfície Tipo de captação Poço com drenos Poço com drenos Concelho Felgueiras Felgueiras Freguesia Jugueiros Jugueiros Entidade gestora Águas do Douro e Paiva, S.A. Águas do Douro e Paiva, S.A. Situação de funcionamento Em serviço Em serviço População total servida (habitantes) 8.827 8.827 Volume anual de água captado (m3) 439.261 439.261 Fonte: INSAAR A captação de água do Ferro (Jugueiros) e a captação de Vizela (Jugueiros) serviam, em 2009, um total de 8.827 habitantes cada e apresentava um volume anual de água captado de 439.261 m3, cada uma. À fase de captação da água segue-se o seu tratamento que pode ser realizado nas Estações de Tratamento de Água (ETA)1 ou em Postos de Cloragem (PC)2. No concelho de Felgueiras verifica-se a existência de 1 ETA (ETA do Rio Ferro), inaugurada a 5 de março de 2002 e localizada na margem esquerda do rio Vizela, lugar do Assento, freguesia de Jugueiros. Esta integra o Sector Norte do Subsistema do Vale do Sousa da empresa Águas do Douro e Paiva, S. A.. Figura 49 – Estação de Tratamento de Água (ETA) do Concelho de Felgueiras (2009). Estação de Tratamento de Água Tipo ETA Função Não aplicável Designação ETA do Rio Ferro Concelho Felgueiras Freguesia Jugueiros Entidade Gestora Águas do Douro e Paiva, S.A. Situação de Funcionamento Em Serviço População Total Servida (Habitantes) 17.655 Volume Anual de Água Tratado (m3) 845.417 Fonte: INSAAR 1 Estações de Tratamento de Água (ETA) – Tipo de instalação de tratamento de água constituída por obras de construção civil e outros equipamentos. O tratamento processa-se através de uma sequência de operações físicas e químicas que se dividem em fase líquida (coagulação/floculação, correção da agressividade, correção da dureza, correção do pH, decantação, desinfeção, dessalinização, filtração, pré-oxidação, remoção de ferro e manganês) e fase sólida (desidratação, espessamento e estabilização) (INSAAR, 2011). 2 Postos de Cloragem (PC) – Instalação ou dispositivo destinado à adição de cloro à água de abastecimento para desinfeção da mesma. Por vezes é ainda efetuada a correção do pH ou a correção dos valores de agressividade da água, por processos físico-químicos, através da adição à água a tratar de hidróxido de cálcio, carbonato de sódio, óxido de cálcio, hidróxido de sódio, dióxido de carbono e outro reagente (INSAAR, 2011). 77 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Quanto à rede de distribuição de água do concelho de Felgueiras, diariamente o caudal médio produzido é de 6.000 m3 e abastece o concelho, até 60.000 habitantes, havendo vários sistemas: Margaride (que serve cerca de 20% do concelho), Airães (que serve cerca de 20% do concelho), Idães (que serve cerca de 10% do concelho), Lixa (que serve cerca de 20% do concelho), Seixoso (que serve cerca de 4% do concelho) e Travassô (que serve cerca de 16% do concelho). Figura 50 – Rede de distribuição de água do Concelho de Felgueiras por sistema (2009). População Coberta (hab) Atendida (hab) Volume anual* (m3) Em serviço 21.119 14.391 190.800 C. M. Felgueiras Em serviço 4.000 3.080 92.400 Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 180 150 217.200 Lixa 1 Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 10.925 6.684 165.600 Lixa 2 Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 2.378 928 39.600 Idães Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 3.261 1.848 51.780 Cuba (Felgueiras) Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 2.595 804 24.240 Perdidos Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 2.838 873 30.000 Seixoso Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 1.500 848 Airães Domiciliário C. M. Felgueiras Em serviço 5.317 2.029 Designação Tipo de serviço Entidade gestora Situação de funcionamento Margaride 1 Domiciliário C. M. Felgueiras Margaride 2 Domiciliário Margaride 3 Fonte: INSAAR 72.360 *Sector "doméstico" Todos os sistemas são objeto de um rigoroso plano de controlo de qualidade água com controlos analíticos semanais. A tendência evolutiva da cobertura da população servida, de acordo com os dados disponibilizados pelo INE (2001-2009), segue uma trajetória francamente positiva, aproximando-se de 100% em 2009. Figura 51 – Evolução da cobertura da população servida pela rede de distribuição de água (2001-2009). Fonte: INE 78 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 52 – Rede de distribuição de água do Concelho de Felgueiras (2014). Fonte: DUOA, elaboração própria 79 / 201 Periodo RamoAtividade 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA 2013 AA TipoSistema Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa CodigoDado dAA01b dAA02b dAA03b dAA04b dAA07b dAA08b dAA09b dAA10b dAA11b dAA12b dAA13b dAA14b dAA15b dAA16b dAA17b dAA18b dAA19b dAA20b dAA22b dAA23b dAA24b dAA25b dAA26b dAA27b dAA28b dAA29b dAA30b dAA31b dAA32b dAA33b dAA34b dAA35b dAA36b dAA37b dAA38b dAA39b dAA40b dAA41b dAA42b dAA43b dAA44b dAA45b dAA46b dAA47b dAA48b dAA49b dAA50b dAA51b dAA52b dAA53b dAA55b dAA56b dAA57b dAA58b dAA59b dAA60b Variavel Identificação da entidade gestora Modelo de governança Utilizador do(s) sistema(s) Tipologia da área de intervenção Alojamentos com serviço efetivo Alojamentos com serviço disponível não efetivo Alojamentos existentes Reclamações e sugestões Respostas a reclamações e sugestões Falhas no abastecimento Avarias em coutas Água entrada no sistema Consumo autorizado Água faturada Água não faturada Perdas reais Água captada em captações licenciadas Água captada Análises realizadas à qualidade da água para consumo humano, de entre as requeridas pela legislação Análises realizadas à qualidade da água Análises requeridas à qualidade da água Conformidade de análises da água Consumo de energia para bombeamento Fator de uniformização Produção própria de energia Consumo de energia Comprimento total de coutas Comprimento médio de coutas Coutas reabilitadas nos últimos cinco anos Ramais de ligação Captações de água subterrânea Captações de água superficial Estações elevatórias Estações de tratamento de água Outras instalações de tratamento Reservatórios Capacidade de reserva de água na adução e na distribuição Sobreutilização de estações de tratamento Subutilização de estações de tratamento Capacidade total das estações de tratamento Íice de conhecimento infraestrutural e de gestão patrimonial Lamas com destino adequado Lamas armazenadas iniciais Lamas produzidas no sistema Lamas de outros sistemas Lamas armazenadas finais Reimentos e ganhos totais Gastos totais Encargo médio com o serviço de abastecimento de água Reimento médio disponível familiar Certificação de sistemas de gestão ambiental Certificação de sistemas de gestão de qualidade Certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho Outras certificações Pessoal afeto ao serviço de abastecimento de água Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de abastecimento de água Fonte: ERSAR 80 / 201 Não Não Não Não NA NA NA NA NA 1645207.31 1364436.07 NA NA NA NR NA NR NR Valor Câmara Municipal de Felgueiras Gestão direta (serviço municipal) Águas do Douro e Paiva, S.A. Área mediamente urbana 13,4 0 - 5% 0,3 0 - 5% 20 - 50% 20 - 50% 92,28 0 - 5% 27046,41 0 - 5% 20 0 0 - 5% 268581 0 - 5% 479,3 0 - 5% 0 0 0 - 5% 13259 5 - 20% 0 0 6 0 0 11 11160 0 - 5% 0 0 - 5% 1056 0 - 5% 838 0 - 5% 1056 0 - 5% 829 0 - 5% 268581 0 - 5% 2467632 0 - 5% 1286250 0 - 5% 1159170 0 - 5% 1308462 0 - 5% 1181382 0 - 5% 12008 5 - 20% 9841 5 - 20% 24278 0 - 5% 2 0 - 5% 0 0 - 5% Exactidao *** *** *** *** *** *** *** *** * *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** * * *** *** *** Fiabilidade Unidades (-) (-) (-) (-) n.º n.º n.º n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano m3/ano m3/ano m3/ano m3/ano m3/ano m3/ano m3/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano kWh/ano m3/ano x 100m kWh/ano kWh/ano km km km n.º n.º n.º n.º n.º n.º n.º m3 m3 m3 m3 (-) t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano €/ano €/ano €/ano €/ano (-) (-) (-) (-) n.º n.º RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 53 – Dados gerais sobre a distribuição de água no Concelho de Felgueiras (2013). RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.2.3 Rede de drenagem de águas residuais O sistema de drenagem e tratamento de águas residuais do concelho de é da responsabilidade da Câmara Municipal de Felgueiras e da Empresa Águas do Noroeste, S.A., cujo sistema abrange, em alta, os Concelhos de Amarante, Amares, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Esposende, Fafe, Felgueiras, Guimarães, Lousada, Mondim de Basto, Póvoa do Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Terras de Bouro, Trofa, Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Nova de Famalicão, Vila Verde e Vizela. Quanto às infraestruturas de tratamento de águas residuais, segundo dados do INSAAR, em 2009, verificava-se a existência de 5 ETAR no concelho de Felgueiras, cujo funcionamento vai cessando à medida que vão sendo executadas as ligações à rede em alta. Figura 54 – Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Concelho de Felgueiras (2009). Designação Freguesia Entidade Gestora População Total Servida (Hab.) Grau de Tratamento Volume Anual Afluente (m3) Torrados União das Freguesias de Torrados e Sousa C. M. Felgueiras Sem dados Sem dados Sem dados Várzea União das Freguesias de Margaride (Santa Eulália), Várzea, Lagares, Varziela e Moure Águas do Noroeste 11.196 Secundário 468.343 Lixa União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim Águas do Noroeste 3.061 Secundário 74.400 Barrosas Idães Águas do Noroeste 731 Secundário 27.421 Longra Rande Águas do Noroeste 276 Secundário 7.650 Fonte: INSAAR As ETAR serviram, em 2009 um total de 15.264 indivíduos e registaram um volume anual afluente de 577.814 m3. O grau de tratamento efetuado nas ETAR é do tipo secundário, ou seja, envolve geralmente um tratamento biológico com decantação secundária ou outro processo que permita respeitar os valores limite estipulados. Relativamente às infraestruturas de saneamento de águas residuais, segundo dados do INSAAR, em 2009 existiam no concelho de Felgueiras 4 pontos de rejeição Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) - tipo de instalação de tratamento de águas residuais constituída por obras de construção civil e outros equipamentos. Os pontos de rejeição permitem a introdução de águas residuais no meio recetor (águas ou solo). 81 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 55 – Pontos de Rejeição do Concelho de Felgueiras (2009). Designação Tipo de Descarga Freguesia Entidade Gestora População Total Servida (Hab.) Volume Anual Descarregado (m3) Lixa Descarga em meio recetor após tratamento União das Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim Águas do Noroeste 3.061 98.192 Felgueiras Descarga em meio recetor após tratamento União das Freguesias de Margaride (Santa Eulália), Várzea, Lagares, Varziela e Moure Águas do Noroeste 11.196 432.635 Barrosas Descarga em meio recetor após tratamento Idães Águas do Noroeste 731 43.404 Longra Descarga em meio recetor após tratamento Sernande Águas do Noroeste 276 9.000 Fonte: INSAAR A rede de drenagem de águas residuais do concelho de Felgueiras é composta por um conjunto de coletores, estações elevatórias e outros dispositivos acessórios destinados à drenagem de águas residuais domésticas, urbanas ou industriais. Figura 56 – Rede de drenagem de águas residuais do Concelho de Felgueiras (2009) por bacia. Designação Tipo de rede Tipo de serviço Entidade gestora Bacia de Várzea Separativa Essencialmente Doméstico Bacia de Barrosas Separativa Bacia de Lixa População Coberta (hab) Atendida (hab) Volume anual* (m3) C. M. Felgueiras 26.933 11.196 402.129,8 Essencialmente Doméstico C. M. Felgueiras 1.980 731 26.255,53 Separativa Essencialmente Doméstico C. M. Felgueiras 9.618 3.061 10.9942,8 Bacia de Longra Separativa Essencialmente Doméstico C. M. Felgueiras 947 276 9.913,168 Loteamento de Burgo Separativa Essencialmente Doméstico C. M. Felgueiras 85 64 2.298,706 Fonte: INSAAR A rede de drenagem de águas residuais do concelho de Felgueiras é do tipo separativo, ou seja, constituída por dois coletores distintos, um destinado às águas residuais domésticas e/ou industriais e outro à drenagem de águas pluviais ou similares. O tipo de serviço oferecido é essencialmente doméstico. 82 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 57 – Rede de drenagem de águas residuais do Concelho de Felgueiras (2014). Fonte: DUOA, elaboração própria A tendência evolutiva da cobertura da população servida, de acordo com os dados disponibilizados pelo INE (2001-2009), segue uma trajetória positiva, verificando-se, no entanto um pequeno retrocesso entre 2008 e 2009. Apesar desta trajetória a população servida ainda não deverá ultrapassar 70%. Figura 58 – Evolução da cobertura da população servida pela rede de drenagem de águas residuais (2001-2009). Fonte: INE 83 / 201 Periodo RamoAtividade 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR 2013 AR TipoSistema Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa CodigoDado dAR01b dAR02b dAR03b dAR04b dAR07b dAR08b dAR09b dAR10b dAR11b dAR12b dAR13b dAR14b dAR15b dAR16b dAR17b dAR18b dAR19b dAR20b dAR21b dAR22b dAR23b dAR24b dAR25b dAR26b dAR27b dAR28b dAR29b dAR30b dAR31b dAR32b dAR33b dAR34b dAR35b dAR36b dAR37b dAR38b dAR39b dAR40b dAR41b dAR42b dAR43b dAR44b dAR45b dAR46b dAR47b dAR48b dAR49b dAR50b dAR51b dAR52b dAR53b dAR54b dAR56b dAR57b dAR58b dAR59b dAR60b dAR61b Variavel Identificação da entidade gestora Modelo de governança Utilizador do(s) sistema(s) Tipologia da área de intervenção Alojamentos com serviço efetivo Alojamentos com serviço disponível não efetivo Alojamentos servidos por soluções iividuais de saneamento de águas residuais Alojamentos com sistema de drenagem disponível e sem tratamento Alojamentos existentes Equivalente de população com tratamento satisfatório (licença de descarga válida) Equivalente de população com tratamento satisfatório (licença de descarga caducada) Equivalente de população servido por estações de tratamento Reclamações e sugestões Respostas a reclamações e sugestões Inuações Descarregadores com funcionamento insatisfatório Colapsos estruturais em coletores Análises requeridas Análises realizadas Água residual faturada Água residual recolhida Volume de água residual tratada e fornecida a outra entidade Volume de água residual tratada utilizada para uso próprio Íice de medição de caudais Produção própria de energia Consumo de energia Consumo de energia para bombeamento Fator de uniformização Comprimento total de coletores Comprimento médio de coletores Coletores reabilitados nos últimos cinco anos Ramais de ligação Estações elevatórias Estações de tratamento de águas residuais Fossas sépticas coletivas Instalações de tratamento com licença de descarga válida Sobreutilização de estações de tratamento Subutilização de estações de tratamento Capacidade total das estações de tratamento Emissários submarinos Descarregadores Descarregadores não monitorizados Íice de conhecimento infraestrutural e de gestão patrimonial Lamas com destino adequado Lamas armazenadas iniciais Lamas produzidas no sistema Lamas de outros sistemas Lamas armazenadas finais Reimentos e ganhos totais Gastos totais Encargo médio com o serviço de águas residuais Reimento médio disponível familiar Certificação de sistemas de gestão ambiental Certificação de sistemas de gestão de qualidade Certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho Outras certificações Pessoal afeto ao saneamento de águas residuais Pessoal em outsourcing afeto ao saneamento de águas residuais Fonte: ERSAR 84 / 201 Não Não Não Não NA NA NA NA NA 442427.46 720005.36 NA NA NA NA NA NR NA NA NR NA NA NA NA NA Valor Câmara Municipal de Felgueiras Gestão direta (serviço municipal) Águas do Noroeste, S.A. Área mediamente urbana 13,4 0 - 5% 0 0 - 5% 20 - 50% 20 - 50% 47,52 0 - 5% 27046,41 0 - 5% 15 0 - 5% 15 0 - 5% 20 142 0 - 5% 145,5 0 0 - 5% 5083 0 - 5% 15 0 0 0 0 0 - 5% 30469 0 - 5% 30469 0 - 5% 659865 0 - 5% 668955 0 - 5% 3 0 - 5% 0 0 - 5% 358 0 - 5% 0 0 - 5% 5628 0 - 5% 2019 0 - 5% 97 0 - 5% 0 0 - 5% 24278 0 - 5% Exactidao * * *** *** *** *** * * *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** * *** *** * *** *** *** Fiabilidade Unidades (-) (-) (-) (-) n.º n.º n.º n.º n.º e.p. e.p. e.p. n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano n.º/ano m3/ano m3/ano m3/ano m3/ano (-) kWh/ano kWh/ano kWh/ano m3/ano x 100m km km km n.º n.º n.º n.º n.º m3 m3 m3 n.º n.º n.º (-) t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano €/ano €/ano €/ano €/ano (-) (-) (-) (-) n.º n.º RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 59 – Dados gerais sobre a drenagem de águas residuais no Concelho de Felgueiras (2013). RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.2.4 Gestão de resíduos sólidos O serviço municipal de recolha, transporte e limpeza urbana é efetuado pela empresa "SUMA", a quem a Associação de Concelhos do Vale do Sousa (AMVS) concedeu os direitos de recolha e deposição. Assim, os resíduos sólidos urbanos produzidos pela população do concelho de Felgueiras são recolhidos diariamente nos centros urbanos e duas vezes por semana nas zonas rurais. Ainda relativamente às infraestruturas de gestão de resíduos do concelho de Felgueiras, de referir a existência do Aterro Sanitário para Resíduos Sólidos Industriais Equiparados a Urbanos de Sendim e do Ecocentro de S. Jorge de Várzea, ambos geridos pela Empresa Pública Municipal de Ambiente de Felgueiras, E.M. (EMAFEL). Figura 60 – Infraestruturas de Gestão de Resíduos do Concelho de Felgueiras. Infraestruturas de Gestão de Resíduos Aterro Sanitário de Sendim Estrutura vocacionada para rececionar os resíduos industriais não perigosos oriundos de unidades fabris de fabrico de calçado, componentes para calçado ou equiparáveis sediadas nos Concelhos pertencentes ao Vale do Sousa, mediante autorização prévia e pagamento de uma taxa de deposição. Ecocentro de S. Jorge de Várzea Estrutura vocacionada para rececionar gratuitamente e separadamente diferentes materiais, passíveis de tratamento e valorização, de proveniência doméstica ou equiparável. Fonte: EMAFEL Para além da gestão destas 2 infraestruturas, a EMAFEL é ainda responsável pela promoção e operacionalização de campanhas de seletividade junto da população. Relativamente aos resíduos urbanos recolhidos por habitante, o evidencia uma ligeira tendência para um aumento dos resíduos recolhidos, passando de 378 kg/habitante em 2002, para os 388 kg/habitante em 2011, o que corresponde a um acréscimo de aproximadamente 2,65%. Contudo, este aumento dos resíduos recolhidos não foi linear, tendo variado entre os 365 kg/habitante, registados em 2003 e em 2008 e os 392 kg/habitante, registados em 2010. Figura 61 – Resíduos urbanos recolhidos por habitante (kg/ habitante/ano), no Concelho de Felgueiras (2002-2011). Fonte: INE 85 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Quanto à quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente no concelho de Felgueiras verifica-se que esta aumentou de forma significativa no período em análise, passando de 13 kg/habitante em 2002, para os 22 kg/habitante em 2011 (aumento de 69,2%). Este incremento da quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente não foi um processo uniforme ao longo do tempo. Assim, entre 2002 e 2003 a quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente sofre uma queda muito significativa, sendo apenas de 1 kg/habitante em 2003. A partir deste ano volta a aumentar atingindo o seu valor mais elevado no ano de 2006 (23 kg/habitante). Entre 2006 e 2008 a quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente diminui novamente situando-se nos 10 kg/habitante em 2008, ano a partir do qual sofre um novo incremento, sendo de 22 kg/habitante em 2011. Figura 62 – Resíduos urbanos recolhidos seletivamente (kg/habitante/ano),no Concelho de Felgueiras (2002-2011). Fonte: INE Figura 63 – Infraestruturas de gestão de resíduos sólidos. Fonte: DUOA, elaboração própria 86 / 201 Periodo RamoAtividade 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU 2013 RU TipoSistema Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa Baixa CodigoDado dRU01ab dRU02ab dRU03b dRU04ab dRU07b dRU08ab dRU09ab dRU10ab dRU11ab dRU12ab dRU16ab dRU17b dRU24b dRU26b dRU28ab dRU29ab dRU30b dRU31ab dRU32ab dRU33ab dRU36b dRU39b dRU40ab dRU41ab dRU42ab dRU44ab dRU45ab dRU46ab dRU47ab dRU52ab dRU54b dRU55ab dRU56ab dRU57ab dRU58ab Variavel Identificação da entidade gestora Modelo de governança Utilizador do(s) sistema(s) Tipologia da área de intervenção Alojamentos com serviço de recolha iiferenciada de resíduos Alojamentos com serviço de recolha seletiva Alojamentos existentes Reclamações e sugestões Respostas a reclamações e sugestões Resíduos urbanos recolhidos Resíduos de embalagem recolhidos seletivamente Volume de atividade para reciclagem Resíduos urbanos recolhidos iiferenciadamente Objetivo de recolha de resíduos de embalagem Quilómetros percorridos pelas viaturas de recolha Viaturas afetas à recolha de resíduos Capacidade instalada de viaturas de recolha de resíduos Emissões de CO2 das viaturas de recolha de resíduos Número de contentores lavados Número de contentores Combustível consumido Encargo médio com o serviço de gestão de resíduos urbanos Reimento médio disponível familiar Reimentos e ganhos totais Gastos totais Pessoal afeto ao serviço de gestão de resíduos Pessoal em outsourcing afeto ao serviço de gestão de resíduos urbanos Ecopontos Ecocentros Estações de transferência Capacidade instalada de contentores Certificação de sistemas de gestão ambiental Certificação de sistemas de gestão da qualidade Certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho Outras certificações Não Não Não Não Exactidao 24309 0 - 5% 2 5 - 20% 0 0 - 5% 21325 0 - 5% 817 0 - 5% 817 0 - 5% 20509 0 - 5% 1603 2999255 0 - 5% 15 0 - 5% 40972 0 - 5% 304991 0 - 5% 10476 0 - 5% 1746 0 - 5% 100,473 0 - 5% 81,84 0 - 5% 27046,41 0 - 5% 2175437,01 20 - 50% 1888830,7 20 - 50% 3,5 20 - 50% 66 20 - 50% 151 0 - 5% 1 0 - 5% 0 0 - 5% 1397 0 - 5% Valor Câmara Municipal de Felgueiras Gestão direta (serviço municipal) AMBISOUSA - Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos, EIM Área mediamente urbana NR NR *** ** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ** *** *** *** *** *** *** ** *** *** *** *** *** Fiabilidade Unidades (-) (-) (-) (-) n.º n.º n.º n.º/ano n.º/ano t/ano t/ano t/ano t/ano t/ano km n.º m3/ano KgCO2 n.º/ano n.º tep/ano €/ano €/ano €/ano €/ano n.º n.º n.º n.º n.º m3 (-) (-) (-) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 64 – Dados gerais sobre a gestão de resíduos urbanos no Concelho de Felgueiras (2013). Fonte: ERSAR 87 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.2.5 Infraestruturas energéticas A energia elétrica assume-se como um bem essencial e está sujeita a obrigações de serviço público, da responsabilidade de todos os intervenientes do setor elétrico, nomeadamente: i. Segurança, regularidade e qualidade do seu abastecimento; ii. Garantia da universalidade de prestação do serviço; iii. Garantia da ligação de todos os clientes às redes; iv. Proteção dos consumidores designadamente quanto a tarifas e preços. A cadeia de valor no sector elétrico integra a produção, transporte, distribuição, comercialização e consumo de energia elétrica. A produção de energia elétrica em Portugal Continental era, até recentemente, de origem predominantemente térmica. Contudo, a produção de energia a partir de fontes de energia renovável tem aumentado de forma significativa e já ultrapassa aquela. A energia produzida é entregue à rede de transporte, que a canaliza para a rede de distribuição que a veiculam até às instalações dos consumidores. A Rede Nacional de Transporte (RNT) é composta pela rede de muito alta tensão (MAT), as interligações, as instalações para a operação da rede de transporte e a rede de telecomunicação de segurança. Esta é responsável por assegurar o escoamento da energia elétrica produzida nas centrais electroprodutoras até às redes de distribuição as quais conduzem essa energia até às instalações dos consumidores finais. Por sua vez, a Rede Nacional de Distribuição (RND) compreende as linhas de alta tensão (AT), de média tensão (MT), baixa tensão (BT), as subestações e os postos de seccionamento e de corte e os aparelhos e acessórios ligados à sua exploração. A atividade de comercialização de energia elétrica assume-se como a última atividade da cadeia de fornecimento e, atualmente encontra-se aberta aos agentes de mercado que preencham todos os requisitos necessários. Relativamente ao concelho de Felgueiras, este é servido pela RND, nomeadamente por linhas de AT (60 KV), por uma densa rede de linhas de MT (15 KV) e por um elevado número de postos de transformação, cuja função, conforme referido anteriormente é reduzir a MT para a BT utilizável pelo consumidor final. Quanto ao consumo, verifica-se que, no contexto da CIM-TS, Felgueiras é um dos Concelhos com maior consumo, quer em termos absolutos, quer em termos de capitação (neste é apenas ultrapassado por Paços de Ferreira). Sem dúvida, o setor industrial será largamente responsável por este elevado consumo. 88 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 65 – Consumo de energia elétrica (absoluto e per capita) nos Concelhos da CIM-TS. Fonte: INE Quanto ao gás natural, este foi introduzido em Portugal em 1997, com o objetivo de disponibilizar uma energia competitiva, cómoda e ecológica. Entre as vantagens associadas ao gás natural destaca-se o facto de este ser fonte de energia mais limpa e ecológica no universo das energias fósseis/convencionais. Paralelamente, verificase que o gás natural não sofre transformações e as perdas no seu transporte são mínimas, o que faz dele uma fonte de energia extremamente eficiente. A organização do Sistema Nacional de Gás Natural assenta fundamentalmente na exploração da rede pública de gás natural, constituída pela Rede Nacional de Transporte, Instalações de Armazenamento e Terminais e pela Rede Nacional de Distribuição de Gás Natural. A exploração destas infraestruturas processa-se através de concessões de serviço público, ou de licenças de serviço público no caso de redes locais autónomas de distribuição. Relativamente ao concelho de Felgueiras a distribuição e comercialização de gás natural encontra-se sob concessão da EDP Gás Distribuição, empresas responsável pelo fornecimento de Gás Natural no mercado regulado em vários concelhos do distrito do Porto, designadamente: 89 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Gondomar, Lousada, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel, Porto, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. De momento esta rede serve sobretudo o núcleo urbano da cidade de Felgueiras. Figura 66 – Redes elétrica e de gás natural. Fonte: DUOA, elaboração própria III.2.6 Principais descritores ambientais III.2.6.1 Qualidade do ar O Concelho de Felgueiras está abrangido pelo Plano de Execução de Qualidade do Ar da Região Norte. No âmbito deste plano, Felgueiras desenvolveu o projeto FelgueirAr (Estudo de Dispersão de Poluentes Atmosféricos no Concelho de Felgueiras / 2010), o qual inclui, entre outras medidas, a avaliação da qualidade do ar no Concelho de Felgueiras no que diz respeito às PM10, NO2, SO2 e O3, por recurso à modelação da dispersão atmosférica de poluentes. 90 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 67 – Mapas de dispersão de poluentes face à população residente. Fonte: Projeto FelgueirAR, relatório 91 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL As conclusões deste projeto, e analisando o enquadramento regional das emissões de Felgueiras constata-se que, na generalidade, as emissões deste concelho são significativas face a concelhos vizinhos como Amarante, Celorico de Basto e Fafe, mas insignificantes face a outros como Guimarães e Vizela. Os restantes concelhos da envolvente próxima (Santo Tirso, Paços de Ferreira, Lousada) produzem o mesmo nível de emissões de Felgueiras. As emissões inseridas no modelo de dispersão como fontes em área correspondem a maior parcela de emissões estimadas de PM10, NO2, SO2 e COVNM. As fontes pontuais emitem maiores quantidades de PM10, COVNM e SO2 dos que as fontes em linha, ao contrario do NO2, que e emitido em maiores quantidades pelo trafego rodoviário considerado no inventário de emissões. Os concelhos da envolvente, abrangidos parcialmente pelo domínio de emissões considerado, emitem menores quantidades do que Felgueiras, o que e natural, dado que, a área de emissão é muito inferior. Entre estes concelhos, o que emite maiores quantidades dos poluentes em estudo e Lousada. A análise meteorológica do concelho de Felgueiras, para o ano 2007, permite concluir que o campo de ventos medio estimado pelo TAPM para o domínio de estudo e bastante heterogéneo, com o parâmetro direção do vento media a registar diferenças significativas entre as várias células de cálculo nas quais se divide o domínio. Considerando uma linha imaginaria que divida o concelho longitudinalmente, verifica-se que na zona Este as direções de vento médias mais comuns são Este e Norte. Pelo contrário, na Zona Oeste, a proveniência de massas de Oeste e a situação mais comum ao longo do ano. A temperatura media anual estimada no domínio de estudo varia entre 12 ºC e 15,5 ºC. Quanto a humidade relativa, no território de Felgueiras, o valor medio anual estimado varia entre 67% e 71%. A modelação da dispersão atmosférica de PM10, NO2, SO2 e 03 no concelho de Felgueiras, realizada para um ano meteorológico completo (2007), a partir de dados reais de emissão das fontes inseridas no domínio, mostra que todos os poluentes em estudo cumprem a legislação de qualidade do ar ambiente, o Decreto-Lei nº 102/2010, de 23 de Setembro. Face aos níveis de concentração atingidos e a dispersão dos poluentes no concelho de Felgueiras, conclui-se que, as partículas são o poluente mais critico (apesar de cumprir a legislação). De facto, são estimados valores de PM 10 superiores ao valor limite estipulado para a proteção da saúde humana em menos de 35 dias no ano, em 6 recetores inseridos em zonas industriais. Mais ainda, o hospital e o centro de saúde, recetores particularmente sensíveis, são atingidos por concentrações máximas de PM10 entre os 25 e os 50 μg.m-3. A análise dos mapas de concentração tendo em conta a distribuição da população, permite concluir que 1621 habitantes das freguesias Torrados, Penacova, Lagares, Vila Cova da Lixa e Airães estão sujeitos a concentrações diárias de PM 10 superiores a 50 μg.m-3 (valor limite 92 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL legislado) pelo menos 1 dia no ano. Este número de habitantes corresponde a 2,8% dos habitantes do concelho de Felgueiras, e pertencem na sua maioria à freguesia de Torrados (96,7%). Quanto aos restantes poluentes, constata-se que os valores mais elevados ocorrem em zonas industrias, com fontes pontuais inseridas, não havendo recetores sensíveis, nem aglomerados com um elevado número de população residente afetados por valores de concentração relevantes. III.2.6.2 Qualidade da água A monitorização da qualidade dos recursos hídricos superficiais tem como principal objetivo o conhecimento da qualidade da água e respetiva evolução face ao impacto das diversas atividades antropogénicas existentes. De modo a aferir a qualidade dos recursos hídricos do concelho de Felgueiras recorreu-se à base de dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) que classifica a qualidade da água em 5 classes, designadamente: Figura 68 – Classes de classificação da qualidade da água. Classe Descrição Classe A Águas com qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade. Excelente Classe B Boa Classe C Razoável Classe D Má Classe E Muito Má Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações. Águas com qualidade aceitável, suficiente para irrigação, para usos industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto direto. Água com qualidade medíocre, apenas potencialmente aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória. Águas extremamente poluídas e inadequadas para a maioria dos usos. Fonte: SNIRH Conforme referido anteriormente, a rede hidrográfica do concelho de felgueiras encontra-se repartida por duas grandes bacias hidrográficas: Ave e Douro. Relativamente à bacia hidrográfica do rio Ave em 2011, existiam 3 estações de monitorização da qualidade da água superficial, designadamente, a Estação de Vizela (Santo Adrião), classificada como “classe C – razoável”, a Estação de Ponte Junqueira com a classificação “classe D – Má” e a Estação de Garfe classificada como “classe B – Boa”. 93 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 69 – Estações de monitorização da qualidade da água da bacia hidrográfica do Rio Ave e do Rio Douro. Bacia Hidrográfica do Ave Bacia Hidrográfica do Douro Fonte: SNIRH A bacia hidrográfica do rio Douro dispunha, em 2011, de um total de 15 estações de monitorização, das quais 2 (Estação de Fragas Torre e Estação da Albufeira do Azibo) estavam classificadas como de “classe A – Excelente”, 8 (Estação da Albufeira de Crestuma-Lever, Estação da Azenha, Estação de Moinho Ponte Nova, Estação da Albufeira do Ranhado, Estação da Albufeira do Pocinho, Estação da Quinta Maravilha, Estação de Ponte Vale Telhas e Estação da Albufeira de Miranda - Paredão) como de “classe B – Boa”, 4 (Estação de Foz do Sousa, Estação da Albufeira do Torrão, Estação de Moledo e Estação de Foz do Corgo) como de “classe C – Razoável” 1 (Estação de Modelos) como “classe D – Má”, não se verificando a existência de nenhuma estação classificada como “classe E – Muito Má”. De modo a aferir a qualidade dos recursos hídricos superficiais do concelho de Felgueiras consideraram-se os dados existentes para a única estação de monitorização localizada no território concelhio, designadamente a Estação do Ferro, sita na freguesia de Jugueiros. A Estação do Ferro dispõe de dados para o período compreendido entre 1995 e 2011, sendo as únicas exceções os anos de 1996 e 2001, para os quais não existem dados. Quanto à evolução da qualidade da água superficial nesta estação de salientar que na maioria dos anos para os quais existem dados, designadamente, em 10 anos, a qualidade da água foi classificada como de “classe D – Má”. Os anos de 2001 e 2005 foram aqueles que registaram as piores classificações em termos de qualidade da água (“classe E – Muito Má”). Nos restantes anos, designadamente em 1997 e 2009, a qualidade da água da Estação do Ferro obteve a classificação “C – Razoável” e apenas no ano de 2011 foi classificada como “B – Boa”. 94 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 70 – Qualidade da água superficial na Estação do Ferro. Estação: Rio: Bacia: Ferro Rio Ferro Ave Classificações Disponíveis Ano Parâmetros responsáveis pela classificação 1995 Coliformes totais 1996 Não disponível 1997 Sólidos suspensos totais, Coliformes totais, Estreptococos fecais, Oxidabilidade e Coliformes fecais 1998 Coliformes totais 1999 Coliformes totais 2000 Coliformes totais 2001 Azoto Kjeldahl 2002 Coliformes totais 2003 Coliformes fecais e Coliformes totais 2004 Coliformes totais 2005 Fosfatos P2O5 e Fósforo P 2006 Coliformes totais 2007 Coliformes totais 2008 Coliformes totais 2009 Coliformes fecais e Coliformes totais 2010 Não disponível 2011 Carência bioquímica de oxigénio, Nitratos, Estreptococos fecais, Coliformes totais, pH e Coliformes fecais Fonte: SNIRH Apesar destes dados, o parâmetro de segurança da qualidade da água para consumo humano é igual ou superior a 99%, segundo os dados disponibilizados pela ERSAR para 2014, o que acontece pelo terceiro ano consecutivo. 95 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 71 – Dados da qualidade da água para consumo humano. Fonte: ERSAR III.2.6.3 Ruído O D.L. nº 9/2007, de 17 de janeiro pretende articular o Regulamento Geral do Ruído (RGR) com outros regimes jurídicos, designadamente o da urbanização e da edificação e o de autorização e licenciamento de atividades. Este decreto-lei refere ainda que o ruído é um indicador importante para a saúde humana e o bem-estar das populações. De acordo com a legislação citada, a elaboração, alteração ou revisão de Planos Municipais de Ordenamento do território (PMOT) devem recorrer a informação acústica adequada, devendo as Câmaras Municipais promover, para esse efeito, a elaboração de mapas de ruído, com as exceções aí previstas. Em consonância com as orientações preconizadas pela legislação, o Concelho de Felgueiras contratou a elaboração dos respetivos mapas de ruído, a primeira versão em 2004, e a revisão em 2007, por forma a dar resposta as alterações preconizadas pelo D.L. nº 9/2007. Refira-se que o mencionado D.L. transpõe o Direito Comunitário, sendo que, nas disposições constantes no RGR, passam a existir três períodos de referência: diurno (07h00 – 23h00), entardecer (20h00 – 23h00) e noturno (23h00 – 07h00), e que os indicadores relevantes para elaboração de mapas de ruído passam a ser o nível diurno-entardecer-noturno, Lden, e o nível noturno, Ln. Os mapas de ruído, em regra, são obtidos através da aplicação de técnicas de modelação da emissão e propagação sonora, com recurso a programas informáticos com capacidade de modelar as mais complexas situações de geração e propagação de ruído. 96 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Os resultados são normalmente apresentados sob a forma de linhas isofónicas e/ou manchas coloridas, representando as áreas cujo nível de ruído se situa numa dada gama de valores, ou seja, Mapas de Ruído. A atualização do Mapa de Ruído do Concelho de Felgueiras, teve como objetivo primordial constituir uma ferramenta de apoio às tomadas de decisão sobre a proposta síntese do Plano fornecendo informação acústica para: Preservar zonas com níveis sonoros regulamentares; Corrigir zonas com níveis sonoros não regulamentares; Criar zonas com níveis sonoros compatíveis com a Classificação de Zona de Ruído. Nesse intuito, foi atualizado o modelo acústico tridimensional anterior de toda a área em estudo, de acordo com o novo RGR, analisando-se os resultados, nas seguintes perspetivas: Mapas de ruído para a situação atual, para os indicadores Lden e Ln a uma altura de 4 metros, considerando as principais fontes de ruído (eixos rodoviários e indústrias); Mapas de ruído para uma situação provisional, para os indicadores Lden e Ln a uma altura de 4 metros, considerando as principais fontes de ruído (eixos rodoviários e indústrias) e a Variante à EN 207 e respetivas ligações, bem como a 2.ª fase da Av.ª Machado Matos. As fontes de ruído relevantes identificadas foram o tráfego rodoviário (nas principais vias rodoviárias que atravessam o concelho) e as indústrias disseminadas em grande número pelo território. Figura 72 – Amostra do mapa de ruído (Lden) para o centro de Felgueiras. Fonte: Mapa de Ruído, 2007 97 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL De momento, o Mapa de Ruído encontra-se novamente em revisão, no sentido de o adaptar à nova cartografia homologada de que o Concelho atualmente dispõe (escala 1:10.000, 2014). Por sua vez, a Câmara Municipal também terá de cumprir o seu papel neste âmbito, através da definição do zonamento acústico para o território municipal (zonas sensíveis, zonas mistas e zonas sem classificação). III.3 Equipamentos e Espaços de Utilização Coletiva III.3.1 Equipamentos de Educação e Ensino Tal como referido no ponto II.2.5, o recurso ao quadro comunitário anterior (através do ON.2) operou uma autêntica “revolução” no que se refere à capacitação do Concelho no que se refere aos equipamentos de educação e de ensino da rede pública, em particular nas valências de préescolar e 1º CEB. De facto, foram encerrados diversos estabelecimentos do 1º CEB que funcionavam em edifícios vetustos, em mau estado de conservação e desadequados das exigências pedagógicas atuais. Em contrapartida, foram construídos de raiz ou realizadas obras que permitiram requalificar diversos edifícios, adaptando-os ao conceito de “centro escolar” (agregação de pré-escolar e 1º CEB). Para além disto, foi construída uma nova escola destinada aos 2º CEB, 3º CEB e ensino secundário (Escola Básica de Felgueiras, na freguesia de Pombeiro de Ribavizela) e requalificada a Escola Secundária de Felgueiras. Para além da rede pública, encontram-se em funcionamento outros estabelecimentos, ligados a IPSS ou de natureza privada com valências de pré-escolar e, em dois casos, também de 1º CEB. O Ensino Superior público também está representado através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF, ligada ao Politécnico do Porto), existente desde há 15 anos e que pretende “ser um elemento fundamental e catalisador do desenvolvimento das Regiões do Vale do Sousa, Baixo Tâmega e circundantes, contribuindo assim para o desenvolvimento e bem-estar social destas, através da formação superior de cidadãos de elevada competência profissional, científica e técnica, da investigação e da prestação de serviços à comunidade.” (sic). A ESTGF ministra cursos especialmente vocacionados para as tecnologias da informação e para as ciências empresariais. Também o Ensino Profissional se encontra representado através da Escola Profissional de Felgueiras, existente desde há 21 anos e que ministra cursos profissionais e vocacionais com especial enfoque nas necessidades do tecido empresarial local, nomeadamente os relacionados com o design de calçado e marroquinaria. 98 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 73 – Estabelecimentos e nº alunos 2014/2015 na rede pública, por escola e valência Pré-Escolar Agrupamento Airães Airães Airães D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Idães Idães Idães Idães Idães Lixa Lixa Lixa Lixa Lixa 1º CEB Agrupamento Airães Airães Airães D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Felgueiras Idães Idães Idães Idães Idães Lixa Lixa Lixa Lixa Lixa 2º /3º CEB Agrupamento Airães D. Manuel Faria e Sousa D. Manuel Faria e Sousa Felgueiras Felgueiras Idães Lixa Lixa Secundário Agrupamento Airães D. Manuel Faria e Sousa Felgueiras Idães Lixa Escola Escola Básica de Cimo de Vila, Felgueiras Escola Básica de Vinha, Felgueiras Escola Básica n.º 1 de Airães, Felgueiras Escola Básica de Covêlo, Felgueiras Escola Básica de Estrada, Varziela, Felgueiras Escola Básica de Margaride, Felgueiras Escola Básica de Várzea, Felgueiras Jardim de Infância de Felgueiras Escola Básica de Cruzeiro, Vizela SJ, Felgueiras Escola Básica de Estradinha, Sendim, Felgueiras Escola Básica de Fontão, Felgueiras Escola Básica de Jugueiros, Felgueiras Escola Básica de Montinho, Regilde, Felgueiras Escola Básica de Pombeiro de Ribavizela, Felgueiras Escola Básica de Santa Luzia, Lagares, Felgueiras Escola Básica de Torrados, Felgueiras Escola Básica do Ribeirinho, Penacova, Felgueiras Escola Básica de Boavista, Felgueiras Escola Básica de Outeiro, Longra, Felgueiras Escola Básica de Paços, Felgueiras Escola Básica de Salgueiros, Felgueiras Jardim de Infância de Cruzes, Felgueiras Escola Básica de Caramos, Felgueiras Escola Básica de Macieira da Lixa, Felgueiras Escola Básica de Pinheiro, Felgueiras Escola Básica de Santão, Felgueiras Jardim de Infância da Lixa, Felgueiras TOTAL Escola Escola Básica n.º 1 de Airães, Felgueiras Escola Básica de Vinha, Felgueiras Escola Básica de Cimo de Vila, Felgueiras Escola Básica de Margaride, Felgueiras Escola Básica de Várzea, Felgueiras Escola Básica n.º 1 de Felgueiras Escola Básica de Covêlo, Felgueiras Escola Básica de Estrada, Varziela, Felgueiras Escola Básica de Torrados, Felgueiras Escola Básica de Estradinha, Sendim, Felgueiras Escola Básica de Santa Luzia, Lagares, Felgueiras Escola Básica de Pombeiro de Ribavizela, Felgueiras Escola Básica do Ribeirinho, Penacova, Felgueiras Escola Básica de Cruzeiro, Vizela SJ, Felgueiras Escola Básica de Montinho, Regilde, Felgueiras Escola Básica de Fontão, Felgueiras Escola Básica de Jugueiros, Felgueiras Escola Básica de Idães, Felgueiras Escola Básica de Salgueiros, Felgueiras Escola Básica de Outeiro, Longra, Felgueiras Escola Básica de Boavista, Felgueiras Escola Básica de Paços, Felgueiras Escola Básica de Caramos, Felgueiras Escola Básica de Vila Cova da Lixa, Felgueiras Escola Básica de Pinheiro, Felgueiras Escola Básica de Macieira da Lixa, Felgueiras Escola Básica de Santão, Felgueiras TOTAL Escola Escola Básica e Secundária de Airães, Felgueiras Escola Básica D. Manuel de Faria e Sousa, Margaride, Felgueiras Escola Secundária de Felgueiras Escola Básica de Lagares, Felgueiras Escola Básica e Secundária de Felgueiras Escola Básica e Secundária de Idães, Felgueiras Escola Básica Dr. Leonardo Coimbra, Lixa, Felgueiras Escola Secundária da Lixa, Felgueiras TOTAL Escola Escola Básica e Secundária de Airães, Felgueiras Escola Secundária de Felgueiras Escola Básica e Secundária de Felgueiras Escola Básica e Secundária de Idães, Felgueiras Escola Secundária da Lixa, Felgueiras TOTAL Nº alunos 2014/2015 27 24 44 21 77 109 61 20 15 31 15 25 24 46 71 43 19 17 20 19 21 33 38 25 21 0 72 938 Nº alunos 2014/2015 142 49 74 117 113 242 32 84 108 66 124 95 43 34 48 38 36 102 37 42 56 24 68 251 56 53 91 2225 Nº alunos 2014/2015 455 708 406 403 406 517 529 379 3803 Nº alunos 2014/2015 30 883 149 134 322 1518 Fonte: Carta Educativa (em revisão) 99 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 74 – Estabelecimentos de educação e ensino – mapa geral Fonte: Carta Educativa (em revisão) III.3.2 Equipamentos de apoio social O Instituto de Segurança Social, IP define como respostas sociais essenciais e básicas a prestação das valências ama e creche (1ª infância), estrutura residencial para pessoas idosas, centro de dia e serviço de apoio domiciliário (3ª idade). Para cada uma destas valências são igualmente definidos grupos alvo por grupo etário. Figura 75 – Respostas sociais, grupos alvo e populações-alvo em Felgueiras Resposta Social Ama e Creche (1.ª Infância) Centro de dia Estrutura Residencial para Pessoas Idosas Serviço de Apoio Domiciliário - Idosos Grupo-alvo População residente com idade inferior a 3 anos População residente com idade igual ou superior a 65 anos e inferior a 75 anos População residente com idade igual ou superior a 75 anos População residente com idade igual ou superior a 65 anos Ama e Creche (1.ª Infância) Centro de dia Serviço de Apoio Domiciliário Idosos ERPI Unidade Territorial FELGUEIRAS População-alvo (Censos 2011) 2139 População-alvo (estimativa 2013) 1913 População-alvo (Censos 2011) 4124 População-alvo (estimativa 2013) 4172 População-alvo (Censos 2011) 3260 População-alvo (estimativa 2013) 3344 População-alvo (Censos 2011) 7352 População-alvo (estimativa 2013) 7516 Fonte: ISS, IP, INE No Concelho de Felgueiras existem várias instituições, quer ligadas à rede solidária (IPSS) quer de natureza privada que prestam as respostas acima referidas. 100 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 76 – Diagnóstico Social – equipamentos e valências. Fonte: Diagnóstico Social (em revisão) Figura 77 – Instituições, respostas e nº utentes 2015 nas principais valências (dados provisórios) Ano 2015 Rede Solidária N.º salas Em espera 31 25 3 35 35 3 Jugueiros 33 20 3 Margaride 32 32 3 Margaride 35 35 3 Margaride 33 15 3 Moure 36 36 3 Santão 35 35 3 Várzea 33 33 3 Varziela 35 29 3 TOTAL 338 295 30 0 2 0 0 10 0 2 0 5 0 19 Centro Social e Paroquial Padre António Mendonça Airães Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas Idães Creche Rosas Amorim Vieira Associação Beneficência S. Vicente de Paulo Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras Associação para Desenvolvimento Social Margaride Centro Social e Paroquial Divino Salvador de Moure Centro Social e Paroquial de Santão Associação para o Desenvolvimento Progresso Várzea Centro Social Nossa Senhora Pedra Maria N.º utentes Freguesia N.º protocolos Creche Instituição Ano 2015 Airães Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas Idães Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras Margaride Núcleo da Cruz Vermelha de Felgueiras Margaride Associação para Desenvolvimento Social Margaride Margaride Centro Social e Paroquial Divino Salvador de Moure Moure Centro Social e Paroquial de Santão Santão Associação para o Desenvolvimento Progresso Várzea Várzea Centro Social Nossa Senhora Pedra Maria Varziela Casa do Povo da Lixa Vila Cova da Lixa TOTAL Em espera Centro Social e Paroquial Padre António Mendonça N.º utentes Freguesia N.º protocolos SAD Instituição 30 15 30 45 10 40 25 20 10 40 265 30 14 30 26 12 40 25 22 23 35 257 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 8 101 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Ano 2015 Rede Solidária Rede EPC Idães Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas (2) Idães Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras Margaride Provincia Portuguesa da Congregação da Missão (1) Margaride Centro Social e Paroquial Divino Salvador de Moure Moure Casa do Povo da Lixa Vila Cova da Lixa TOTAL Total utentes (Rede Solidária+Rede Particular) 20 19 31 60 20 19 33 60 51 25 25 30 35 20 185 32 20 184 0 30 161 N.º utentes Airães Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas (2) Em espera Centro Social e Paroquial Padre António Mendonça ERPI N.º utentes Freguesia N.º protocolos Instituição Nº alvarás ERPI 40 31 40 31 235 (1) "Lar Vicentino de Stª Quitéria" - não se trata de protocolos mas sim alvará para 40 idosos (2) A ADIB possui 2 equipamentos ERPI Ano 2015 Airães Associação para o Desenvolvimento Integral de Barrosas Idães Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras Margaride Associação Solidariedade Social João Paulo II (1) Margaride Centro Social e Paroquial Divino Salvador de Moure Moure Centro Social e Paroquial Santa Maria de Pombeiro Pombeiro Associação da Casa do Povo da Longra Rande SIRGO Sendim Centro Social Nossa Senhora Pedra Maria Varziela Casa do Povo da Lixa Vila Cova da Lixa TOTAL 10 25 15 0 40 10 22 15 2 30 0 2 8 0 0 Nº utentes Em espera Centro Social e Paroquial Padre António Mendonça Centro de Convivio Centro de Dia N.º utentes Freguesia N.º protocolos Instituição 12 12 30 30 25 145 30 20 129 0 5 15 54 (1) A Associação está a aguardar a assinatura dos Acordos de Cooperação para Centro de Dia Fonte: Diagnóstico Social (em revisão) III.3.3 Equipamentos de Saúde No que se refere ao Serviço Nacional de Saúde, no território municipal está estabelecida uma rede composta por 2 Unidades de Saúde Familiar (Felgueiras Saúde e Hygeia, na Lixa), complementado por 3 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados em 4 equipamentos [UCSP Margaride/Jugueiros, UCSP Nova Saúde (Serrinha), UCSP S. Tiago (Longra e Barrosas)]. Em complemento à USF Felgueiras Saúde, funciona uma Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), cuja missão é contribuir para a melhoria do estado de saúde da população da sua área geográfica de intervenção, visando a obtenção de ganhos em saúde, concorrendo, de um modo direto, para o cumprimento da missão do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) em que se integra. A UCC presta cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente a pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo e atua, ainda, na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção. No caso de Felgueiras, esta unidade assenta em equipas multiprofissionais autónomas, designadas por equipas de cuidados continuados integrados (ECCI). 102 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Em conjunto com estas funciona ainda uma Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, com a finalidade de concentrar, organizar e disponibilizar, no contexto global do agrupamento de centros de saúde (ACES), a oferta de cuidados em áreas como a fisioterapia, a higiene oral, a psicologia, a nutrição, o serviço social, a terapia ocupacional, o diagnóstico radiológico e laboratorial, diversas especialidades médicas, entre outros. Tem, assim, uma dupla missão: prestar serviços complementares às atividades das restantes unidades funcionais do ACES e contribuir para a promoção da saúde e prevenção da doença na população da sua área geográfica, para obter ganhos em saúde sustentáveis ao longo do ciclo de vida. Esta rede tem sofrido diversos melhoramentos ao longo do tempo, nomeadamente ao nível das instalações (na maior parte dos casos, inicialmente estas eram precárias), e tendencialmente tem adquirido melhores condições de funcionamento e de prestação de serviço à população. São disto exemplo os recentes investimentos em Jugueiros, Longra e Serrinha. Para além destes, existe também um número relevante de consultórios e clínicas privadas disseminadas pelo Concelho, mas com particular incidência nos principais centros urbanos (cidades de Felgueiras e Lixa). Figura 78 – Distribuição dos principais equipamentos de saúde. Fonte: CMF / DUOA 103 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 79 – Unidades, serviços e recursos no âmbito da saúde. Unidade Funcional Locais Concelho USF Felgueiras Saúde Margaride Felgueiras UCC Felgueiras (integra ECCI) Margaride Felgueiras Lixa Felgueiras Marco Simães e Serrinha Felgueiras USF Higeya UCSP Nova Saúde UCSP S. Tiago Longra, Barrosas e Regilde Felgueiras Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada Locais Concelho ECL Margaride Felgueiras CDP Felgueiras Margaride Felgueiras Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras URAP Serviços Gabinete do Cidadão Unidade Funcional Médicos Nº utentes Enfermeiros Assistentes técnicos Nº Rácio Nº Rácio Nº Rácio 4698 3 1566 3 1566 2 2349 USF Felgueiras Saúde 10628 6 1771 6 1771 5 2126 USF Higeya 10446 6 1741 6 1741 5 2089 7414 4 1854 4 1854 4 1854 10386 6 1731 6 1731 4 2597 UCSP Margaride/Jugueiros UCSP Nova Saúde UCSP S. Tiago Recursos Felgueiras Hospitais das Misericórdias 1 Clínicas/Consultórios Medicina Dentária 27 Clínicas/Consultórios Médicos 30 Farmácias 12 Postos de colheita de Produtos Biológicos 14 Rede Nacional de Cuidados Contínuados Integrados 1 Unidade Prestadora Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras Capacidade (camas) Convalescença 14 Média Duração 18 Longa Duração 32 ECCI 20 Equipas Domiciliárias ACES Vale do Sousa Tipologia HM H M 164598 80174 84424 C. S. Felgueiras 60189 29002 31187 C. S. Lousada 44557 21550 23007 C. S. Paços de Ferreira 59852 29622 30230 Fonte: ACES O concelho é servido pelo Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa (CHTS), constituído pelos Hospitais Padre Américo (Vale do Sousa) e pelo Hospital de São Gonçalo (Amarante). O ordenamento da rede hospitalar efetuado pelo Ministério da Saúde determina que Felgueiras terá como 1º hospital de referenciação o Hospital Padre Américo em Guilhufe (Penafiel). Este hospital é propriedade e é gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras. Não sendo um hospital público, dispõe, no entanto, de condições para ser utilizado enquanto unidade complementar ao CHTS, e, efetivamente, acaba em termos práticos por funcionar como tal. Salienta-se a evolução significativa, nos últimos oito anos, das valências prestadas por esta unidade hospitalar, em termos do número de serviços, de especialidades e de tipos de cirurgia. 104 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 80 – Especialidades, tipos de cirurgia e serviços prestadas no Hospital Agostinho Ribeiro. ESPECIALIDADES Alergologia Cardiologia Cirurgia Geral Clinica Geral Dermatologia Endocrinologia Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Estética Gastroenterologia Cirurgia Medicina Dentária Medicina Física e Reabilitação Medicina Interna Neurocirurgia Nutrição Oftalmologia Oncologia Médica Ortopedia Otorrinolaringologia Pediatria Pneumonologia Podologia Psicologia Psiquiatria Urologia Plástica e Reconstrutiva e Estética Ortopedia Estomatologia Ginecologia Neurocirurgia Otorrinolaringologia Urologia Vascular Análises clínicas Bloco operatório Exames auditivos Hemodiálise Internamento Medicina física e de reabilitação Meios auxiliares de diagnóstico Serviço de Atendimento Permanente (SAP) Unidade de Cuidados Continuados Vascular Ginecologia CIRURGIAS Geral Oftalmologia SERVIÇOS Fonte: Web III.3.4 Equipamentos Administrativos Quanto aos equipamentos administrativos, o Concelho dispõe de vários edifícios próprios, onde estão alojados e funcionam os seus diversos serviços. No edifício dos Paços do Concelho, estão alojados os serviços de atendimento ao munícipe e o executivo camarário. Ao longo dos anos mais recentes as freguesias têm sido equipadas com sedes de Junta própria que têm permitido elevar qualitativamente o nível dos serviços prestados por estas à população. Mesmo com a reorganização administrativa de 2013, muitas das sedes de Junta das freguesias entretanto extintas continuam a funcionar como pólos das Juntas que resultaram da agregação de freguesias. Para além destes equipamentos, o Concelho dispõe de pólos de serviços desconcentrados da administração central como é o caso do Serviço de Finanças (Felgueiras), de Conservatória de registo civil (Felgueiras), de Conservatória de registo civil predial e comercial (Felgueiras), da Segurança Social (Felgueiras) e do Serviço de Emprego (Felgueiras). 105 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 81 – Distribuição dos equipamentos administrativos. Fonte: CMF / DUOA III.3.5 Equipamentos Desportivos Em matéria de desporto, o Concelho é servido por um equipamento de referência, o Complexo Municipal de Piscinas. Este equipamento já é utilizado para eventos que superam largamente o âmbito municipal, tendo inclusivamente recebido competições internacionais. Para além do Complexo Municipal, existem piscinas públicas na cidade da Lixa e na vila de Barrosas. A cidade de Felgueiras dispõe de uma zona desportiva, nas proximidades do Complexo Municipal de Piscinas, a qual engloba campos para a prática de futebol e de ténis e de pista para prática de atletismo. As cidades da Lixa e de Felgueiras dispõem de estádios relvados para a prática de futebol de competição, usualmente utilizados pelos respetivos clubes em jogos oficiais. Praticamente todas as restantes freguesias dispõem de campo de jogos em terra batida, dimensionados para receber jogos de futebol de menor relevância. Também têm sido implantados polidesportivos (cobertos ou descobertos) em número significativo e disseminados pelo Concelho, mormente nos anos mais recentes. 106 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 82 – Distribuição dos equipamentos desportivos. Fonte: CMF / DUOA III.3.6 Equipamentos Culturais Todas as freguesias dispõem de igreja e de cemitério e, em número crescente, de capela mortuária. Algumas das igrejas são de elevado interesse arquitetónico, evidenciando-se as de arquitetura românica e, entre estas, o Mosteiro de Pombeiro, a Jóia do Vale (as restantes são a Igreja de Airães, de Unhão, de Sousa e de Vila Verde). Este conjunto integra-se na Rota do Românico, projeto cultural e turístico estruturante para o desenvolvimento desta região. Para além destes, o Concelho dispõe de Biblioteca Municipal (Felgueiras) com um pólo (Barrosas), da Casa de Cultura Leonardo Coimbra (Lixa), da Casa das Artes (Felgueiras), equipamento recente destinado à realização de espetáculos e que resultou da reabilitação do Teatro Fonseca Moreira, da Casa do Risco (Airães), dedicada ao artesanato, do Museu Casa do Assento (Friande), dedicado à ruralidade e da Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos, integrada nos serviços da Biblioteca Municipal. 107 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 83 – Distribuição dos equipamentos culturais. Fonte: CMF / DUOA Figura 84 – Os percursos da Rota do Românico. Fonte: Web, Sitio oficial da Rota do Românico 108 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.3.7 Outros Equipamentos Quanto aos restantes equipamentos, haverá a destacar os de proteção civil, sendo que os agentes que detêm instalações em Felgueiras são os Bombeiros Voluntários de Felgueiras, os Bombeiros Voluntários da Lixa, a Guarda Nacional Republicana com o do Destacamento Territorial sedeado na Lixa e um posto localizado em Felgueiras, e ainda o Núcleo de Felgueiras da Cruz Vermelha Portuguesa. Existem duas centrais de camionagem (Felgueiras e Lixa). A cidade de Felgueiras dispõe de mercado municipal, o qual também alberga a feira semanal, sendo que a cidade da Lixa também dispõe de espaço para finalidades similares (Praça do Comércio). Quanto a espaços de utilização coletiva, existem diversos disseminados pelo Concelho, merecendo destaque o Parque Urbano de Santa Quitéria enquanto espaço de lazer e de utilização coletiva de excelência, que tem recebido inúmeras beneficiações, sendo atualmente uma referência incontornável da cidade de Felgueiras, do Concelho e mesmo da região. Figura 85 – Distribuição de outros equipamentos. Fonte: CMF / DUOA 109 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.4 Dinâmica demográfica e povoamento A caraterização demográfica do Concelho tem como finalidade elencar e contextualizar uma série de variáveis e indicadores que permitam retratar as dinâmicas e tendências de evolução. Como fonte de informação principal utiliza-se o vasto repositório de dados estatísticos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, alguns descriminados geograficamente até à escala da freguesia. Também se procura, sempre que se justifique, contextualizar comparativamente os dados do Concelho em espaços geográficos mais abrangentes, nomeadamente em Portugal, na NUT II (Região Norte), NUT III (Tâmega) e com os restantes Concelhos constituintes da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa também com os restantes concelhos vizinhos, pertencentes à CIM do Ave (Fafe, Guimarães e Vizela). Para auxiliar a leitura e compreensão, enriquece-se a análise com gráficos e cartogramas de elaboração própria a partir do repositório de dados georreferenciados. III.4.1 População O Concelho de Felgueiras é densamente povoado (segundo o Censos 2011, a densidade rondava os 501,7 hab/Km2). Por comparação, à mesma data, a densidade em Portugal era de 114,5 hab/Km2, na Região Norte de 173,3 hab/Km2 e na NUT Tâmega de 210,2 hab/Km2. Entre os Concelhos constituintes da CIM-TS, a densidade populacional de Felgueiras é apenas superada por Paços de Ferreira. À escala do território municipal, a distribuição da população não é uniforme no território, estando esta distribuição de alguma forma relacionada com as suas próprias condições geomorfológicas. À data dos Censos 2011, as freguesias do Concelho de Felgueiras que apresentavam um maior número de habitantes por km2 eram Margaride (Santa Eulália) (1647,7 hab/km2), Várzea (1.016,00 hab/km2) e Lagares (815,50 hab/km2). Em oposição encontravam-se as freguesias de Jugueiros (174,90 hab/km2, única com densidade inferior a 200 hab/km2), Sendim (231,40 hab/km2), Unhão (232,30 hab/km2), Lordelo (236,10 hab/km2), Revinhade (243,90 hab/km2) e Pinheiro (291,50 hab/km2), todas elas com menos de 300 habitantes por km 2. 110 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 86 – Densidade populacional nos Concelhos da CIM-TS e restantes vizinhos em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 Figura 87 – Densidade populacional por freguesia em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 111 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 88 – Área, população residente, densidade, famílias, alojamentos e edifícios por freguesia (2011). População Densidade População Densidade FREGUESIA Área (ha) FREGUESIA Área (ha) Residente (hab/ha) Residente (hab/ha) Aião 277,87 856 3,08 Refontoura 343,94 2081 6,05 Airães 401,06 2486 6,20 Regilde 308,17 1284 4,17 Borba de Godim 774,60 2341 3,02 Revinhade 332,57 811 2,44 Caramos 325,67 1854 5,69 Margaride 585,86 9653 16,48 Friande 328,7 1838 5,59 Santão 188,97 776 4,11 Idães 711,15 2496 3,51 Vizela (São Jorge) 108,71 574 5,28 Jugueiros 744,88 1303 1,75 Sendim 703 1627 2,31 Lagares 284,5 2320 8,15 Sernande 135,13 941 6,96 Lordelo 151,19 357 2,36 Sousa 181,59 1095 6,03 Macieira da Lixa 537,76 1961 3,65 Torrados 339,09 2370 6,99 Moure 306,95 1321 4,30 Unhão 344,4 800 2,32 Pedreira 356,85 1564 4,38 Várzea 281,42 2859 10,16 Penacova 299,92 1130 3,77 Varziela 285,37 1837 6,44 Pinheiro 357,45 1042 2,92 Vila Cova da Lixa 571,91 3850 6,73 Pombeiro 480,91 2218 4,61 Vila Fria 193,48 629 3,25 Rande 206,2 982 4,76 Vila Verde 124,74 809 6,49 FELGUEIRAS 11574 58065 5,02 FREGUESIA Aião Airães Borba de Godim Caramos Friande Idães Jugueiros Lagares Lordelo Macieira da Lixa Moure Pedreira Penacova Pinheiro Pombeiro Rande Famílias 262 803 817 599 564 791 418 800 103 636 423 494 360 331 683 321 Alojament 355 1043 1198 812 726 996 559 938 146 828 529 628 425 468 817 395 Fonte: INE, Censos 2011 Edifícios 325 890 806 643 596 788 480 750 139 730 431 547 361 419 644 307 FREGUESIA Refontoura Regilde Revinhade Margaride Santão Vizela (São Jorge) Sendim Sernande Sousa Torrados Unhão Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde FELGUEIRAS Famílias 622 440 254 3316 255 187 509 308 387 738 255 939 588 1342 201 269 19015 Alojament 745 474 307 4307 370 245 636 382 448 881 341 1112 723 1870 233 372 24309 Edifícios 652 361 238 1998 340 218 546 307 334 638 301 798 654 1170 207 311 17929 Os cartogramas e o quadro demonstram a difusão do povoamento pelo território, apesar de ser também evidente que a densidade populacional é superior nos centros urbanos e nas freguesias que os compõem. Também é notório o aparente excesso de alojamentos face às reais necessidades (24309 alojamentos vs. 19015 famílias), bem como o baixo quociente de alojamentos por edifício (1,36), o que indicia a dominância de tipologias de habitação em baixa volumetria, designadamente a moradia unifamiliar. Nos últimos quatro recenseamentos gerais da população (1981, 1991, 2001 e 2011) tem-se verificado um crescimento constante da população residente a nível concelhio. Neste âmbito, é particularmente relevante o crescimento registado entre 1991 e 2001, período no qual a população residente cresceu 17,2%, um dos maiores crescimentos da Região Norte e do País. No entanto, entre 2001 e 2011, verifica-se que o crescimento da população é meramente residual (0,82 %). 112 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 89 – População residente por ano e freguesia. População Residente 1981 648 2310 2404 1517 1027 1682 1548 1992 371 1638 921 1555 947 746 1831 745 1581 1195 455 5514 995 450 1283 567 1029 2054 931 2037 1975 2811 683 620 46062 FREGUESIA Aião Airães Borba de Godim Caramos Friande Idães Jugueiros Lagares Lordelo Macieira da Lixa Moure Pedreira Penacova Pinheiro Pombeiro Rande Refontoura Regilde Revinhade Margaride Santão Vizela (São Jorge) Sendim Sernande Sousa Torrados Unhão Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde FELGUEIRAS População Residente 1991 662 2450 2056 1832 1173 1837 1422 2171 396 1938 1138 1473 1114 961 1792 761 1443 1212 501 6835 980 523 1493 737 1002 2045 983 2036 1751 3041 730 648 49136 População Residente 2001 908 2628 2340 1974 1664 2505 1531 2526 356 2065 1177 1725 1135 995 2142 962 1974 1164 810 9451 870 596 1775 891 1080 2560 866 2412 1985 3150 664 714 57595 População Residente 2011 856 2486 2341 1854 1838 2496 1303 2320 357 1961 1321 1564 1130 1042 2218 982 2081 1284 811 9653 776 574 1627 941 1095 2370 800 2859 1837 3850 629 809 58065 10000 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 População Residente 1981 População Residente 2001 Fonte: INE, Censos 1981/1991/2001/2011 113 / 201 Vila Fria Vila Verde Varziela População Residente 2011 Vila Cova da Lixa Unhão Várzea Sousa Torrados Sendim Sernande Santão Vizela (São Jorge) Margaride Regilde Revinhade Rande População Residente 1991 Refontoura Pinheiro Pombeiro Penacova Moure Pedreira Lordelo Macieira da Lixa Lagares Idães Jugueiros Friande Caramos Borba de Godim Aião 0 Airães 1000 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 90 – Variação (%) e evolução da população entre 2001 e 2011, por freguesia. Fonte: INE, Censos 2001/2011 Focando em particular o período 2001-2011, verifica-se que existe equilíbrio entre o número de freguesias que apresentam crescimento populacional em relação a 2001 e o número das que apresentam decréscimo (15 versus 17). Em termos absolutos, as freguesias que mais população ganham são Vila Cova da Lixa (+ 700 habitantes), Várzea (+ 447) e Margaride (+ 202). No pólo oposto, as que mais população perdem são Jugueiros (- 228 habitantes), Lagares (206) e Torrados (- 190). Em termos relativos, as freguesias que registam maior crescimento são Vila Cova da Lixa (+ 22 %), Várzea (+ 19 %) e Vila Verde (+ 13 %). As que registam maior decréscimo são Jugueiros (- 15 %), Santão (- 11 %) e Pedreira (- 9 %). Assim, de forma geral, é verificável a tendência para a maior concentração da população nas freguesias de perfil mais urbano em detrimento das freguesias de perfil mais ruralizado. 114 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 91 – Variação (%) e evolução da população residente, famílias, alojamentos e edifícios entre 2001 e 2011, por freguesia. Fonte: INE, Censos 2001/2011 115 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Para além da evolução do número de residentes, o quadro anterior mostra a evolução do número de famílias, de edifícios e de alojamentos, entre 2001 e 2011. Globalmente, o número total de famílias aumentou 9,34 % relativamente a 2001 (de 17.391 passou para 19.015). No caso especifico das famílias clássicas (19.002 em 2011), aprofunda-se a tendência para a diminuição no número médio de residentes por família clássica (3,75 em 1991; 3,31 em 2001 e 3,05 em 2011). Trata-se de um indicador significativo, que representa uma tendência que segue os padrões demográficos do País e é natural face à evolução sociocultural verificada nas últimas décadas, com maior atomização das famílias e emergência de novas formas de família. Entretanto, o número de edifícios cresce 15,75% (15.490 em 2001; 17.929 em 2011) e o número de alojamentos cresce 16,05% (20.947 em 2001; 24.309 em 2011). A relativa pouca diferença entre o crescimento do número de alojamentos e de edifícios faz pressupor que o investimento em construção na última década se terá concentrado, em termos tipológicos, na moradia familiar em detrimento da habitação coletiva. Por outro lado, verifica-se um excesso do número de alojamentos em relação ao número de famílias, que não deveria ser tão acentuado caso o mercado imobiliário se regulasse predominantemente pela demanda. De facto, a percentagem de alojamentos familiares de residência secundária é de cerca de 10% e dos alojamentos familiares vagos é de cerca de 12%. A percentagem dos alojamentos familiares vagos encontra-se em linha com o que ocorre na região e no país; já no caso dos alojamentos de residência secundária é consideravelmente menor (cerca de metade). No entanto, o número de alojamentos vagos não deixa de ser claramente excessivo e desproporcionado em relação às reais necessidades do mercado. Figura 92 – Distribuição dos alojamentos familiares por forma de ocupação em 2011. Localização geográfica (à data dos Censos 2011) Alojamentos familiares (N.º) por Localização geográfica (à data dos Censos 2011) e Forma de ocupação; Decenal Forma de ocupação Total Residência habitual Residência secundária Vago N.º N.º % N.º % N.º % Portugal 5866152 3997724 68,15 1133300 19,32 735128 12,53 Norte 1847784 1320860 71,48 324493 17,56 202431 10,96 Tâmega (NUT III) 248228 181681 73,19 38906 15,67 27641 11,14 Felgueiras 24282 18871 77,72 2470 10,17 2941 12,11 Fonte: INE, Censos 2011 116 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Analisando as pirâmides etárias, referentes aos Censos 2001 e 2011, é possível verificar que no período intercensitário assistiu-se a um duplo envelhecimento da população residente, o qual se caracteriza por um estreitamento da base (jovens) e um aumento do topo (idosos). Verifica-se, ainda, a existência de várias classes ocas (classe com menor representatividade do que aquela que representa o escalão etário superior), entre elas, a classe 0-4 anos, 5-9 anos, 25-29 anos e 30-34 anos. Figura 93 – Pirâmides etárias do Concelho em 2001 e 2011. Pirâmide etária - Felgueiras 2001 90+ 85-90 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 Mulheres 40 - 44 Homens 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 -9 0 -4 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Pirâmide etária - Felgueiras 2011 90+ 85-90 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 Mulheres 40 - 44 Homens 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 -9 0 -4 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Fonte: INE, Censos 2001/2011 117 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Estes números prefiguram, globalmente, uma quebra relevante na vitalidade demográfica do Concelho entre 2001 e 2011. Por efeito do estreitamento da base, a população jovem com menos de 18 anos diminuiu de 15.481 (26,7%) para 12.405 (21,4%). Esta tendência tem-se consolidando no decurso dos últimos anos: observe-se a tabela e gráfico das figuras 20 e 21, as quais representam as estimativas produzidas pelo INE para a população residente por grupo etário. Em última análise, segundo estas estimativas, a consequência desta perda é a inversão do ciclo de crescimento populacional, verificando-se o abrandamento notório do crescimento da população e, inclusivamente, uma diminuição na população residente a partir de 2012, isto apesar do saldo fisiológico (diferença entre nados-vivos e óbitos) se manter positiva. Estas circunstâncias são indissociáveis da quebra das taxas de natalidade e de fecundidade. Na realidade, a taxa de fecundidade geral é, atualmente de 28,5‰, mais baixa dos que as médias nacional (33,9‰) e regional (30,2‰) e em linha com a média da NUT Tâmega – ver figura 22. Quanto à taxa de natalidade, esta tem diminuído consistentemente ao longo das últimas duas décadas, tendo abrandado, significativamente, de 18,1‰ em 1992 para 7,6‰ em 2013. Em números absolutos, o número de nados-vivos diminuiu de 861 em 1996 para 441 em 2013 (quebra de 49 %) – ver figura 23. Outra consequência desta alteração dos padrões demográficos é o aumento constante do índice de envelhecimento (relação entre população jovem e população idosa), que entre 2001 e 2013 quase que duplicou, passando de 43,8 % para 84,3 % (figura 24). Por sua vez, os índices de dependência (relação entre a população em idade ativa e as população jovem e/ou idosa) têm, entre 2001 e 2013, um percurso curioso: o índice de dependência total apresenta uma diminuição (de 47,2 % para 39,9 %), muito à custa da diminuição significativa do índice de dependência de jovens (graças à sua diminuição em termos absolutos), já que o índice de idosos até aumentou ligeiramente (figura 25). É um dado positivo o índice de dependência total situar-se abaixo dos 50 %. Por fim, será importante referir que o crescimento natural, sendo de valor baixo, é descompensado pelo crescimento migratório negativo, resultando num crescimento efetivo negativo em 2013 (- 0,40%). Ainda assim, o crescimento efetivo é em Felgueiras superior ao crescimento registado em Portugal, na região Norte e na NUT Tâmega, sendo o terceiro mais elevado entre os Concelhos constituintes da CIM-TS. 118 / 201 235 243 273 291 316 346 381 412 437 477 482 459 446 432 483 503 539 528 554 611 655 656 698 529 571 573 594 605 613 607 599 587 603 623 661 682 741 733 764 777 854 868 928 1001 1045 1040 848 833 832 816 889 929 962 999 1032 1028 1075 1104 1156 1184 1239 1296 1341 1342 1422 1484 1521 1541 1606 1127 1152 1213 1269 1273 1311 1339 1402 1414 1468 1522 1572 1585 1654 1710 1750 1766 1832 1870 1862 1829 1846 1824 1489 1519 1539 1583 1638 1693 1751 1765 1816 1891 1948 1953 2001 2040 2033 1983 1993 1960 1962 2087 2096 2185 2348 1770 1840 1873 1917 1973 2016 2041 2117 2160 2134 2063 2076 2037 2028 2155 2178 2269 2452 2576 2573 2757 2912 2941 2003 2006 2110 2173 2163 2094 2082 2046 2059 2172 2201 2290 2473 2600 2616 2809 2974 3002 3147 3336 3488 3631 3795 2126 2098 2047 2078 2177 2224 2323 2472 2578 2626 2827 3001 3034 3178 3361 3522 3680 3869 4013 4137 4280 4415 4544 2229 2343 2462 2561 2589 2788 2946 3025 3177 3363 3534 3693 3879 4019 4140 4312 4470 4624 4801 4910 4945 4877 4868 2734 2853 2959 3124 3327 3473 3666 3846 3988 4136 4311 4474 4625 4796 4911 4956 4915 4941 4892 4910 4918 4906 4864 3384 3578 3758 3888 4055 4260 4412 4582 4761 4902 4951 4902 4937 4898 4926 4954 4967 4959 4911 4815 4716 4600 4416 4181 4294 4450 4623 4755 4821 4844 4900 4899 4951 5009 5033 5023 4995 4925 4855 4790 4617 4470 4294 4129 3993 3908 4668 4742 4805 4844 4890 4975 5028 5098 5139 5120 5069 5033 4901 4801 4673 4516 4400 4298 4148 3960 3867 3805 3792 4925 4938 5058 5111 5109 5103 5088 4967 4946 4969 4843 4738 4685 4517 4371 4219 4121 4054 3956 3996 4133 4140 4083 5115 5041 4855 4816 4769 4732 4723 4776 4694 4630 4458 4331 4273 4187 4217 4290 4296 4225 4259 4182 4088 4058 4026 4527 4497 4551 4483 4452 4358 4307 4287 4277 4323 4384 4384 4328 4340 4276 4185 4166 4110 4091 4042 3956 3803 3660 4181 4137 4092 4108 4186 4317 4371 4392 4417 4332 4271 4267 4193 4213 4193 4095 3947 3783 3530 3283 3149 2984 2866 4211 4297 4392 4438 4392 4316 4324 4352 4351 4343 4242 4123 3982 3718 3486 3334 3140 2993 2877 2704 2598 2507 2394 50282 50982 51842 52717 53558 54369 55195 56037 56732 57468 57813 58094 58240 58341 58448 58521 58551 58443 58347 58114 58126 57904 57673 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0 - 4 anos 5 - 9 anos 10 - 14 anos 15 - 19 anos 20 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 39 anos 40 - 44 anos 45 - 49 anos 50 - 54 anos 55 - 59 anos 60 - 64 anos 65 - 69 anos 70 - 74 anos 75 - 79 anos 80 - 84 anos 85 e mais anos 1992 Total Grupo etário População residente (N.º) por Local de residência, Sexo e Grupo etário; Anual 1991 Período de referência dos dados RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 94 – Estimativas da população residente em Felgueiras entre 1991 e 2013, por grupo etário. Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 119 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 95 – Evolução da população residente em Felgueiras entre 1991 e 2013, por ciclo de vida. 35000 57673 57904 58126 58114 58347 58443 58551 58521 58448 58341 58094 57813 57468 56732 56037 55195 54369 53558 52717 51842 60000 50000 20000 40000 15000 30000 10000 20000 5000 10000 0 Pop. total Pop. por ciclo de vida 25000 50982 50282 30000 58240 70000 0 1991 1992 1993 1994 1995 1996 0 - 14 anos 1997 1998 1999 15 - 24 anos 2000 2001 25 - 64 anos 2002 2003 65 e mais anos 2004 2005 2006 2007 Evolução 1991-2013 2008 Série4 2009 2010 2011 2012 2013 Série5 Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Figura 96 – Evolução da taxa de fecundidade geral, entre 2003 e 2013. Taxa de fecundidade geral (‰) por Local de residência; Anual Local de residência (NUTS - 2002) Período de referência dos dados 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ ‰ Portugal 42,9 41,8 42,1 40,7 39,7 40,8 39 40 38,6 36,3 33,9 Norte 40,9 39,1 38,7 37,5 35,8 36,7 35,1 35,8 34,6 31,9 30,2 Tâmega (NUT III) 44,7 42,8 41,3 40,3 37,9 38,2 35,5 36,8 34,1 30,8 28,5 Amarante 42,4 39,1 39,8 33,5 33,5 35 34,3 33,5 32,5 30,2 27,5 Baião 44,5 42,3 35,1 32,9 33,4 34,6 32,7 30 31 27 28,4 Castelo de Paiva 49,8 45,1 38,5 40,8 38,3 41,9 33,4 35 31,9 26,9 30 Celorico de Basto 38,3 36,9 37,3 40,1 36,4 37,6 30 34,7 33,1 28 24,7 Cinfães 44,1 39,1 37 33,6 35,5 31,5 31,7 34,4 35,5 29,8 31,8 FELGUEIRAS 44,5 39,4 39,2 38,2 35,7 35,9 33 31,5 31,5 29,3 28,5 Lousada 42,6 44,4 42,6 44,7 39,3 40,1 40,5 36,6 34,3 30,2 26,2 Marco de Canaveses 44,5 43,4 42,3 43 42,4 38,9 37,3 40,1 34,9 31,1 27 Paços de Ferreira 46,7 45,1 44,5 42,2 39,3 42,5 38,5 41,4 37,7 33 28 Penafiel 46,2 44,8 42,5 41,1 38,8 39,6 34,8 38,5 33,5 32,5 30,7 Resende 38,2 41,4 39,9 33,7 41,3 35 36,2 33,7 35,9 25,6 28,9 ‰ 50 45 40 35 30 % ‰ 25 20 15 10 5 0 2003 2004 2005 Portugal 2006 2007 Norte 2008 2009 Tâmega (NUT III) 2010 2011 2012 2013 FELGUEIRAS Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 120 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 20,0 900 18,0 800 16,0 700 14,0 600 12,0 500 10,0 ‰ 400 8,0 300 6,0 200 4,0 100 2,0 0 0,0 2013 2011 2012 2010 2008 2009 2006 2007 2004 2005 2003 2001 2002 1999 2000 1998 1997 % 1000 1996 Nº Figura 97 – Evolução do número de nados-vivos e da taxa de natalidade, entre 1996 e 2013. Taxa natalidade (‰) Nados-vivos Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Figura 98 – Evolução do índice de envelhecimento entre 2001 e 2013. 59,9 2007 2008 63,6 57 2003 54,2 2002 30 51,8 46,9 2001 40 49,3 45 50 43,8 % 73,2 60 69,5 70 78,3 80 84,3 90 20 10 0 2004 2005 2006 2009 2010 2011 2012 2013 Índice de envelhecimento Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Figura 99 – Evolução dos índices de dependência entre 2001 e 2013. Período de referência dos dados Índice de dependência total Índice de dependência Índice de dependência de idosos de jovens 2001 47,2 14,4 32,8 2002 46,8 14,5 32,3 2003 46,1 14,7 31,4 2004 45,8 15,1 30,7 2005 45,1 15,4 29,7 2006 44,1 15,5 28,6 2007 43,2 15,7 27,5 2008 42,4 15,9 26,5 2009 41,7 16,2 25,5 2010 41,4 17 24,4 2011 40,7 17,2 23,5 2012 40,1 17,6 22,5 2013 39,9 18,2 21,6 121 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 50 45 40 35 % 30 25 20 15 10 5 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Índice de dependência total 2009 2010 2011 2012 2013 Índice de dependência de idosos Índice de dependência de jovens Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Figura 100 – Taxas de crescimento natural, migratório e efetivo em 2013. Período de referência dos dados (1) 2013 Local de residência (NUTS 2002) (2) Taxa bruta de natalidade (‰) por Local de residência Taxa bruta de m ortalidade (‰) por Local de residência Taxa de Taxa de crescim ento crescim ento natural (%) por m igratório (%) Local de por Local de residência residência Taxa de crescim ento efectivo (%) por Local de residência ‰ ‰ % % % Portugal 7,90 10,20 -0,23 -0,35 -0,57 Norte 7,30 9 -0,17 -0,43 -0,60 Fafe 7,10 8,90 -0,18 -0,43 -0,61 Guim arães 7,20 7,10 0 -0,58 -0,58 Vizela 7,40 5,70 0,17 -0,13 0,04 Tâm ega 7,30 8,20 -0,09 -0,46 -0,55 Am arante 6,80 10,10 -0,33 -0,59 -0,91 Baião 6,80 10,40 -0,36 -0,73 -1,10 Castelo de Paiva 7,20 8,40 -0,12 -0,89 -1,01 Celorico de Basto 5,80 11,20 -0,53 -0,26 -0,79 Cinfães 7,10 12,20 -0,51 -1,04 -1,55 Felgueiras 7,60 6,70 0,10 -0,49 -0,40 Lousada 7,10 6,80 0,04 -0,35 -0,32 7 7,80 -0,08 -0,50 -0,58 7,30 6,20 0,11 0,02 0,13 Penafiel 8 7,60 0,04 -0,62 -0,58 Resende 6,50 13,70 -0,73 -0,93 -1,66 Marco de Canaveses Paços de Ferreira Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 122 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Focando a escala de análise para o espaço geográfico das freguesias, verifica-se que a distribuição da população residente por grupo etário, em termos relativos, não apresenta variações muito significativas. Isto significa que a distribuição da população por grupo etário nas freguesias, segue, de um modo geral, os parâmetros de distribuição globais do Concelho, sendo, naturalmente, proporcional à população total residente de cada freguesia (figuras 30 a 32). Verifica-se, no entanto, em algumas freguesias e em alguns grupos etários, desvios à média que se podem considerar significativos (≥ 2%). É o caso, no grupo etário 15-19 anos em Sousa (+ 2,13%); no grupo etário 20-24 anos em Varziela (+ 2,19%); no grupo etário 25-29 anos em Aião (+ 2,05%) e Vila Verde (- 2,26%); no grupo etário 30-34 anos em Vila Fria (- 2,26%); no grupo etário 35-39 anos em Lordelo (+ 2,00%), Varziela (- 2,69%) e Vila Fria (+ 2,73%); no grupo etário 40-44 anos em Rande (+ 2,18%), Sousa (+ 2,57%) e Vila Verde (+ 2,18%); no grupo etário 45-49 anos em Lordelo (3,15%); no grupo etário 50-54 anos em Revinhade (+ 2,74%); no grupo etário 55-59 anos em Sernande (- 2,58%); no grupo etário 60-64 anos em Santão (+ 2,38%); no grupo etário 65-69 anos em Santão (+ 2,33%). Repare-se que não se verificam desvios significativos nas idades mais jovens (0-14 anos) e nas mais idosas (70 anos ou superior). Este dado está relacionado com o facto de estas populações serem, em termos absolutos, menos representativas nessas idades do que nas idades intermédias. 123 / 201 45660 665 1961 1888 1474 1393 1901 1003 1859 277 1607 1023 1249 894 801 1769 501 10 26 19 15 17 23 9 14 2 17 10 15 12 8 21 212 3 14 16 5 3 6 5 4 1 9 6 8 1 3 6 485 7 24 31 14 3 16 14 20 2 19 8 15 5 7 19 979 12 38 59 27 29 38 23 35 7 43 24 25 23 16 40 1552 28 74 81 42 33 51 51 63 13 62 22 39 26 38 53 1961 29 105 114 54 41 60 49 87 11 93 37 48 47 23 85 2163 28 100 97 74 60 78 58 110 18 78 58 50 46 50 72 2661 49 132 112 89 78 99 51 125 15 111 54 81 45 39 89 3349 48 149 125 121 97 128 64 130 22 124 79 93 53 48 117 4063 65 148 147 124 134 171 75 176 19 150 87 127 82 77 173 4756 55 200 177 151 146 201 111 199 18 155 90 140 104 79 186 4764 64 205 212 155 160 210 125 170 29 160 122 119 85 86 184 4693 57 192 192 160 161 208 114 179 36 125 128 111 104 88 181 4281 72 183 167 147 130 195 75 146 29 146 97 101 76 78 153 3966 76 157 139 135 137 191 65 165 27 137 92 100 64 81 159 4040 43 170 147 125 126 173 88 178 21 145 78 137 93 67 171 4173 70 164 154 123 130 192 100 164 24 133 101 111 89 59 160 4053 44 162 148 121 149 195 109 158 26 101 94 101 80 66 148 3237 54 148 122 99 134 160 76 124 26 95 81 83 63 76 111 2677 52 121 101 88 87 124 50 87 13 75 63 75 44 61 111 2486 2341 1854 1838 2496 1303 2320 357 1961 1321 1564 1130 1042 2218 Airães Borba de Godim Caramos Friande Idães Jugueiros Lagares Lordelo Macieira da Lixa Moure Pedreira Penacova Pinheiro Pombeiro de Ribavizela 633 2190 1483 3059 490 631 2 25 19 41 12 6 3 12 8 18 2 2 9 21 21 35 8 9 10 29 41 87 17 11 27 71 59 104 18 16 40 95 56 138 19 27 42 96 82 157 19 33 41 122 82 221 35 34 48 171 119 222 32 40 47 206 143 239 44 52 65 245 169 307 49 79 60 247 150 287 46 84 62 207 99 319 68 74 53 222 109 336 29 60 51 186 113 266 43 37 53 184 168 229 48 48 54 215 142 222 40 59 55 210 129 250 41 65 51 181 72 219 37 47 29 139 75 194 34 32 800 2859 1837 3850 629 809 Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde 13 5 16 44 62 70 67 98 144 187 197 184 204 176 155 168 173 180 126 114 2370 Torrados Várzea 848 1862 8 8 7 18 27 38 42 49 58 61 74 96 70 65 82 81 Unhão 711 6 4 11 11 16 30 30 29 30 74 63 89 118 82 82 65 66 67 102 83 56 6 17 25 39 36 50 73 96 128 156 112 136 131 104 114 112 119 89 84 1627 Sendim 66 22 1 3 8 11 20 31 33 34 30 40 51 50 49 35 32 41 45 27 33 574 Vizela (São Jorge) 43 5 2 6 12 28 37 47 54 56 54 61 53 66 39 43 48 46 58 34 32 776 Santão 43 443 1279 9 35 83 149 262 311 327 420 590 647 806 774 777 762 726 652 725 667 494 446 9653 Margaride (Santa Eulália) 941 626 75 3 5 8 16 16 25 21 39 79 74 55 71 50 65 91 63 49 42 39 811 Revinhade 1095 641 7593 4 5 6 32 37 41 40 57 80 105 97 104 108 90 87 83 83 98 66 65 1284 Regilde Sousa 1018 12 6 24 52 73 64 78 162 87 Refontoura Sernande 783 1606 5 19 2 4 20 14 31 31 34 45 62 130 56 156 79 183 102 83 155 83 145 49 151 72 140 84 171 65 156 50 128 36 982 2081 Rande Felgueiras 856 5 - 9 anos 10 - 14 anos 15 - 19 anos 20 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 39 anos 40 - 44 anos 45 - 49 anos 50 - 54 anos 55 - 59 anos 60 - 64 anos 65 - 69 anos 70 - 74 anos 75 - 79 anos 80 - 84 anos 85 - 89 anos 90 ou mais Menos de 1 18 ou mais anos ano anos 0 - 4 anos 58065 Total Grupo etário HM Sexo População residente (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011) e Grupo etário Aião Local de residência (à data dos Censos 2011) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 101 – Grupos etários por freguesia em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 124 / 201 78,57 79,13 76,60 80,73 79,45 77,90 78,00 0,25 0,87 1,03 1,06 1,91 0,74 0,38 0,42 0,44 0,47 0,32 0,25 1,13 0,73 1,14 0,91 1,27 1,11 1,25 1,01 2,23 2,26 2,70 1,36 3,38 2,48 3,21 2,70 2,86 1,98 5,00 3,32 3,05 3,58 3,02 3,34 5,25 3,36 4,46 4,08 3,02 4,08 5,13 4,27 4,46 5,74 5,56 4,20 6,00 5,98 6,48 5,77 5,09 4,94 5,88 7,21 7,78 6,21 7,00 6,43 8,13 8,57 9,20 7,97 7,79 9,77 7,50 8,64 8,17 7,45 7,31 10,38 7,75 7,24 5,39 8,29 10,81 9,15 6,63 7,76 5,93 8,73 4,61 7,42 6,38 6,51 6,15 6,91 6,84 4,57 6,63 6,44 9,15 5,95 7,63 5,93 6,75 7,52 7,73 5,77 6,36 7,29 6,88 7,35 7,02 6,49 6,52 8,03 6,38 6,33 3,92 5,69 5,88 5,81 4,86 4,08 5,04 5,41 3,96 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde 77,44 0,73 0,73 0,64 1,64 2,47 3,47 3,84 4,47 5,30 5,57 6,76 10,78 8,77 6,39 5,94 7,49 9,32 7,40 5,11 3,93 100,00 Sousa 3,63 75,56 0,64 0,43 1,17 1,17 1,70 3,19 3,19 3,08 3,19 7,86 6,70 9,46 8,71 8,71 6,91 7,01 7,12 8,82 7,01 4,57 100,00 Sernande 100,00 78,61 1,35 0,37 1,04 1,54 2,40 2,21 3,07 4,49 5,90 7,87 9,59 6,88 8,36 8,05 6,39 7,01 6,88 7,31 5,47 5,16 100,00 Sendim Unhão 77,18 0,87 0,17 0,52 1,39 1,92 3,48 5,40 5,75 5,92 5,23 6,97 8,89 8,71 8,54 6,10 5,57 7,14 7,84 4,70 5,75 100,00 Vizela (São Jorge) 0,55 80,67 1,16 0,26 0,77 1,55 3,61 4,77 6,06 6,96 7,22 6,96 7,86 6,83 8,51 5,03 5,54 6,19 5,93 7,47 4,38 4,12 100,00 Santão 0,21 78,66 0,78 0,36 0,86 1,54 2,71 3,22 3,39 4,35 6,11 6,70 8,35 8,02 8,05 7,89 7,52 6,75 7,51 6,91 5,12 4,62 100,00 Margaride (Santa Eulália) 0,68 79,04 0,49 0,37 0,62 0,99 1,97 1,97 3,08 2,59 4,81 9,74 9,12 6,78 8,75 6,17 8,01 11,22 7,77 6,04 5,18 4,81 100,00 Revinhade 1,86 79,28 0,93 0,39 0,47 2,49 2,88 3,19 3,12 4,44 6,23 8,18 7,55 8,10 8,41 7,01 6,78 6,46 6,46 7,63 5,14 5,06 100,00 Regilde 2,62 77,17 0,91 0,29 0,96 1,15 2,50 3,51 3,08 3,75 6,25 7,50 8,79 7,78 7,45 6,97 7,26 6,73 8,22 7,50 6,15 4,18 100,00 Refontoura 2,95 79,74 0,51 0,20 0,41 1,43 3,16 3,16 3,46 4,58 6,31 5,70 8,04 10,39 8,45 8,45 4,99 7,33 8,55 6,62 5,09 3,67 100,00 Rande 2,83 79,76 0,95 0,27 0,86 1,80 2,39 3,83 3,25 4,01 5,28 7,80 8,39 8,30 8,16 6,90 7,17 7,71 7,21 6,67 5,00 5,00 100,00 Pombeiro de Ribavizela 4,14 76,87 0,77 0,29 0,67 1,54 3,65 2,21 4,80 3,74 4,61 7,39 7,58 8,25 8,45 7,49 7,77 6,43 5,66 6,33 7,29 5,85 100,00 Pinheiro 6,08 79,12 1,06 0,09 0,44 2,04 2,30 4,16 4,07 3,98 4,69 7,26 9,20 7,52 9,20 6,73 5,66 8,23 7,88 7,08 5,58 3,89 100,00 Penacova 7,89 79,86 0,96 0,51 0,96 1,60 2,49 3,07 3,20 5,18 5,95 8,12 8,95 7,61 7,10 6,46 6,39 8,76 7,10 6,46 5,31 4,80 100,00 Pedreira 8,31 77,44 0,76 0,45 0,61 1,82 1,67 2,80 4,39 4,09 5,98 6,59 6,81 9,24 9,69 7,34 6,96 5,90 7,65 7,12 6,13 4,77 100,00 Moure 7,76 81,95 0,87 0,46 0,97 2,19 3,16 4,74 3,98 5,66 6,32 7,65 7,90 8,16 6,37 7,45 6,99 7,39 6,78 5,15 4,84 3,82 100,00 Macieira da Lixa 8,61 77,59 0,56 0,28 0,56 1,96 3,64 3,08 5,04 4,20 6,16 5,32 5,04 8,12 10,08 8,12 7,56 5,88 6,72 7,28 7,28 3,64 100,00 Lordelo 7,43 80,13 0,60 0,17 0,86 1,51 2,72 3,75 4,74 5,39 5,60 7,59 8,58 7,33 7,72 6,29 7,11 7,67 7,07 6,81 5,34 3,75 100,00 Lagares 6,54 76,98 0,69 0,38 1,07 1,77 3,91 3,76 4,45 3,91 4,91 5,76 8,52 9,59 8,75 5,76 4,99 6,75 7,67 8,37 5,83 3,84 100,00 Jugueiros 7,09 76,16 0,92 0,24 0,64 1,52 2,04 2,40 3,13 3,97 5,13 6,85 8,05 8,41 8,33 7,81 7,65 6,93 7,69 7,81 6,41 4,97 100,00 Idães 7,30 75,79 0,92 0,16 0,16 1,58 1,80 2,23 3,26 4,24 5,28 7,29 7,94 8,71 8,76 7,07 7,45 6,86 7,07 8,11 7,29 4,73 100,00 Friande 7,59 79,50 0,81 0,27 0,76 1,46 2,27 2,91 3,99 4,80 6,53 6,69 8,14 8,36 8,63 7,93 7,28 6,74 6,63 6,53 5,34 4,75 100,00 Caramos 5,32 80,65 0,81 0,68 1,32 2,52 3,46 4,87 4,14 4,78 5,34 6,28 7,56 9,06 8,20 7,13 5,94 6,28 6,58 6,32 5,21 4,31 100,00 Borba de Godim 4,81 78,88 1,05 0,56 0,97 1,53 2,98 4,22 4,02 5,31 5,99 5,95 8,05 8,25 7,72 7,36 6,32 6,84 6,60 6,52 5,95 4,87 100,00 Airães 100,00 77,69 1,17 0,35 0,82 1,40 3,27 3,39 3,27 5,72 5,61 7,59 6,43 7,48 6,66 8,41 8,88 5,02 8,18 5,14 6,31 6,07 100,00 Aião Torrados % 78,64 % 0,86 % 0,37 % 0,84 % 1,69 % 2,67 % 3,38 % 3,73 % 4,58 % 5,77 % 7,00 % 8,19 % 8,20 % 8,08 % 7,37 % 6,83 % 6,96 % 7,19 % 6,98 % 5,57 % 4,61 5 - 9 anos 10 - 14 anos 15 - 19 anos 20 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 39 anos 40 - 44 anos 45 - 49 anos 50 - 54 anos 55 - 59 anos 60 - 64 anos 65 - 69 anos 70 - 74 anos 75 - 79 anos 80 - 84 anos 85 - 89 anos 90 ou mais Menos de 1 18 ou mais anos ano anos % 0 - 4 anos 100,00 Total Grupo etário HM Sexo População residente (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2001), Sexo e Grupo etário; Decenal Felgueiras Local de residência (à data dos Censos 2011) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 102 – Peso relativo (%) por grupo etário e por freguesia em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 125 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 103 – Cartograma do peso relativo por grupo etário (ciclo de vida) e por freguesia em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 Quanto ao número de nados-vivos por freguesia, verifica-se que, de um modo geral, as freguesias acompanham a tendência geral do Concelho, isto é, registam uma quebra significativa ao longo dos anos mais recentes. Refira-se, no entanto, que este indicador sofre oscilações relevantes, agravadas pelo facto de se tratarem de pequenos números, pelo que não é tarefa fácil estabelecer um padrão de evolução consistente (figuras 30 e 31). Ainda assim, tomando como referência os valores nos anos extremos do período em análise (1996 e 2012, já que em 2013 já é utilizada a nova CAOP, não permitindo a comparação linear), verifica-se que em apenas três freguesias a variação é igual ou superior a 0% (Moure, Sernande, Pinheiro), enquanto que em outras a variação negativa é superior a 60% (Vila Fria, Penacova, Santão, Vizela (S. Jorge), Jugueiros, Torrados, Sousa, Revinhade, Borba de Godim). 126 / 201 x x x 17 6 14 9 18 3 5 14 6 22 14 33 3 7 6 15 10 13 16 36 3 5 12 13 5 28 16 32 10 6 11 25 5 31 15 33 5 6 5 21 10 22 17 44 12 10 9 28 8 31 13 37 5 11 9 31 8 28 15 41 6 6 11 27 9 33 15 49 6 9 6 26 11 27 21 42 5 11 13 31 18 42 14 44 7 15 15 31 8 38 21 45 10 11 13 20 6 36 22 38 11 12 14 31 12 30 35 49 9 12 15 36 10 29 27 60 8 14 17 45 21 31 29 39 7 7 26 36 14 38 29 53 11 17 14 40 10 40 31 36 18 9 Sousa Torrados Unhão Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde 9 x 3 10 6 6 6 9 12 6 11 17 12 16 12 15 21 14 20 10 Sernande 12 x 5 13 17 16 13 23 15 16 16 27 23 20 19 27 31 24 32 22 Sendim 2 x 13 5 6 5 2 3 6 9 5 8 5 4 4 8 15 10 9 15 Vizela (São Jorge) 0 x 4 3 7 8 3 3 4 12 4 3 9 6 12 14 10 12 16 10 Santão União das freguesias de Vila Verde e Santão x 6 88 103 74 91 105 110 110 101 102 122 130 143 151 159 169 139 135 Margaride (Santa Eulália) União das freguesias de Vila Fria e Vizela (São Jorge) 7 73 3 6 5 4 9 9 8 3 6 11 11 11 11 8 7 9 8 Revinhade 8 x 2 12 9 11 14 18 11 12 20 11 14 23 17 23 26 31 20 26 Regilde 53 x 9 16 17 13 18 13 18 24 18 26 19 34 25 36 29 30 34 29 Refontoura 9 x 11 6 10 8 6 5 10 11 9 13 8 11 6 8 7 21 14 9 Rande União das freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Godim 5 6 16 17 22 26 23 20 26 25 16 24 26 34 39 27 33 33 34 Pombeiro de Ribavizela 18 6 12 10 3 12 13 18 14 14 18 15 25 14 14 10 16 19 18 10 Pinheiro 1 x 15 12 4 8 12 2 10 11 8 10 9 12 11 19 12 17 20 18 19 Penacova União das freguesias de Unhão e Lordelo x 10 11 14 14 14 9 15 17 16 19 20 20 20 25 29 24 26 26 Pedreira 21 4 10 8 10 14 13 10 11 12 18 15 6 18 16 19 16 16 17 19 9 Moure 2 x 9 16 21 13 13 16 12 22 15 27 24 22 20 15 33 20 24 27 Macieira da Lixa União das freguesias de Torrados e Sousa x 10 6 2 2 1 3 3 2 7 4 7 6 5 6 3 6 8 8 Lordelo 134 x 3 23 21 19 13 14 22 30 26 34 25 47 31 39 52 54 Lagares 8 x 4 12 11 10 12 19 9 29 18 8 23 11 20 19 18 33 22 24 32 32 35 Jugueiros 39 x 19 27 30 26 32 29 35 25 32 26 23 54 44 49 47 43 43 34 Idães União das freguesias de Pedreira, Rande e Sernande 6 22 8 11 17 19 16 14 25 31 23 23 30 23 20 33 28 27 20 Friande União das freguesias de Margaride (Santa Eulália), Várzea, Lagares, Varziela e Moure 9 25 14 12 16 17 15 22 17 21 21 24 24 20 33 21 28 39 40 26 Caramos x x 12 15 27 17 24 24 19 20 28 26 27 32 34 33 29 29 26 38 Borba de Godim 28 x 12 22 16 30 32 25 27 35 32 32 38 46 38 38 39 50 40 46 Airães 9 7 16 8 7 3 8 9 7 11 6 9 5 11 12 12 8 8 13 9 13 Aião União das freguesias de Macieira da Lixa e Caramos 406 441 458 498 502 530 580 579 622 638 644 728 795 780 846 885 926 932 861 5 HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM HM 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Período de referência dos dados (2) Nados-vivos (N.º) por Local de residência da mãe (NUTS 2002) e Sexo; Anual (3) FELGUEIRAS Local de residência da mãe (NUTS 2002) (1) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 104 – Nados-vivos por freguesia entre 1996 e 2014. Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 127 / 201 128 / 201 Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Aião Airães Borba de Godim Caramos Friande Idães Jugueiros Lagares Lordelo 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Macieira da Lixa Moure Pedreira Penacova Pinheiro Pombeiro de Ribavizela Rande Refontoura Regilde Revinhade Margaride (Santa Eulália) Santão Vizela (São Jorge) Sendim Sernande Sousa Torrados Unhão Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde Figura 105 – Nados-vivos por freguesia entre 1996 e 2012 (gráfico). RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Já os índices de envelhecimento e de dependência apresentam oscilações mais significativas no território municipal. No caso do índice de envelhecimento, verificam-se algumas diferenças relevantes entre as freguesias, com algumas a apresentar o índice de envelhecimento superior a 100% (o que significa que a população idosa já ultrapassa, em número absoluto, a população jovem. São os casos de Macieira da Lixa, Borba de Godim e Santão. Também as freguesias de Unhão, Varziela, Airães, Lagares, Jugueiros e Vila Cova da Lixa apresentavam um índice de envelhecimento relativamente elevado (superior a 80%). No pólo oposto, as freguesias de Friande, Idães, Revinhade, Sendim e Sernande apresentavam um índice de envelhecimento relativamente baixo (inferior a 60%). A tabela, gráfico e cartograma seguintes ilustram estes dados. Figura 106 – Índice de envelhecimento por freguesia, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011) e Sexo; Decenal Período de referência dos dados 2011 Sexo HM H M HM H M 71,3 56,3 92,1 Refontoura 64,4 56,3 73,2 Airães 82,4 72,1 92,6 Regilde 70,3 57,7 82,2 Borba de Godim 107,3 79,4 137,9 Revinhade 56,2 47 65,6 Caramos 70,1 65,8 74,2 Margaride (Santa Eulália) 72,6 57 89,8 Friande 45,7 40,1 51,1 Santão 106,5 95,1 117,5 Aião 52 41,8 62,6 Vizela (São Jorge) 70,5 70,6 70,4 Jugueiros 85,1 80,7 89,3 Sendim 59,3 43,3 76,1 Lagares 86,5 64,7 114,2 Sernande 53,1 39,1 70,1 Lordelo 80 65,7 96,7 Sousa 77,8 59,8 98,8 Macieira da Lixa 112,2 95,9 131 Torrados 62,9 50,2 77,2 Moure 65,1 54,2 78,5 Unhão 97 77,3 121,7 Pedreira 71,4 63,6 78,3 Várzea 61,1 50,2 72,8 Penacova 79,1 63,1 98,8 Varziela 96,7 78,1 115,1 Pinheiro 67,5 47,4 94,3 Vila Cova da Lixa 81,3 68,6 94,2 Pombeiro de Ribavizela 74,3 67,2 81,3 Vila Fria 74,1 70,9 77,2 Rande 76,8 68,7 83,3 Vila Verde 68,1 67,2 68,7 FELGUEIRAS 73,8 60,9 87,4 Idães 129 / 201 40 0 60 5 10 15 Rande 20 Sendim 25 Varziela Unhão Vila Fria Vila Cova da Lixa Sousa FELGUEIRAS Vila Verde Várzea Torrados Sernande Vizela (São Jorge) Margaride (Santa Eulália) Regilde Refontoura Revinhade Penacova Pombeiro de Ribavizela Pinheiro Pedreira Moure Lagares Jugueiros 100 Lordelo Caramos Airães Santão Macieira da Lixa Borba de Godim 120 Idães Friande 80 Aião RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 140 30 35 Índice de envelhecimento (%) Fonte: INE, Censos 2011 130 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Em relação ao índice de dependência (relação entre a população jovem e idosa e a população em idade ativa), verifica-se que apenas uma freguesia (Jugueiros) apresentava este índice superior a 50%), isto é, a população em idade ativa é inferior ao dobro da população em idade dependente. Estes valores baixos do índice de dependência verificam-se por todo o território municipal, sendo que em algumas freguesias é mesmo inferior a 40% (Caramos, Friande, Idães, Pedreira, Rande, Revinhade). A tabela, gráfico e cartograma seguintes ilustram estes dados. Figura 107 – Índice de dependência total por freguesia, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Índice de dependência total (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011); Decenal Período de referência dos dados 2011 Aião 42,9 Refontoura 41,5 Airães 46,2 Regilde 43,6 Borba de Godim 48,9 Revinhade 33,4 Caramos 39,4 Margaride (Santa Eulália) 40,3 Friande 41,5 Santão 49,2 Idães 41,2 Vizela (São Jorge) 45,3 Jugueiros 50,1 Sendim Lagares 42,2 Sernande 45,4 Lordelo 48,8 Sousa 41,3 Macieira da Lixa 41,5 Torrados 40,6 Moure 42,4 Unhão 49,8 Pedreira 39,6 Várzea 42,6 Penacova 42,1 Varziela Pinheiro 48,4 Vila Cova da Lixa 45,4 Vila Fria 44,9 Vila Verde 42,7 FELGUEIRAS 42,5 41 Pombeiro de Ribavizela 37,3 Rande 40 42 Vila Verde FELGUEIRAS Vila Cova da Lixa Varziela Vila Fria Unhão Várzea Torrados Sernande Sousa Sendim Santão Vizela (São Jorge) Margaride (Santa Eulália) Regilde Revinhade Rande 35 30 Refontoura Pombeiro de Ribavizela Penacova Moure Pinheiro Lordelo Lagares Macieira da Lixa Pedreira 40 Friande Caramos Aião 45 Idães Airães 50 Jugueiros Borba de Godim 55 0 5 10 15 20 25 30 35 Índice de dependência total (%) 131 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Censos 2011 III.4.2 Modelo previsional para a população residente em 2021 A realização de projeções de população para um determinado horizonte temporal é de grande importância em qualquer processo de planeamento. No entanto, não é tarefa fácil efetuar este tipo de projeção para áreas geográficas de pequena dimensão. Isto porque, por um lado, os fatores que determinam as variações de população a essa escala são difíceis de controlar e prever e, por outro, os dados disponíveis são frequentemente insuficientes para projetar com fiabilidade. Recorde-se que a equação demográfica fundamental da demografia é traduzida por: Pt = P0 + (nados-vivos – óbitos) 0,t + (imigrantes – emigrantes) 0,t , em que: Pt = População no ano horizonte; P0 = População no ano inicial; (nados-vivos – óbitos)0,t = saldo natural registado entre o ano inicial e o ano horizonte; (imigrantes – emigrantes)0,t = saldo migratório registado entre o ano inicial e o ano horizonte. 132 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Respeitando esta equação fundamental, frequentemente são utilizados métodos estatísticos de coorte componente, utilizando rácios de mudança de coorte (CCR), de forma a obter projeções da população para períodos intercensitários. A fórmula genérica de um CCR é: , em que: nPx+y,1 nPx,b = população com idade entre x+y e x+y+n no censo mais recente; = população com idade entre x e x+n no segundo censo mais recente; y = número de anos entre os dois censos mais recentes. Uma boa hipótese para utilizar um CCR para estimar população no futuro, será considerar o método Hamilton-Perry. Inicialmente concebido por Horace Hamilton e Josef Perry (1962), e posteriormente desenvolvido e testado por outros autores (David Swanson, Alan Scholttmann e Bob Schmidt, 2009), este método apresenta a vantagem de necessitar de poucos dados de input. Na verdade, apenas necessita da população por coorte (grupo etário quinquenal e sexo) em dois momentos censitários sucessivos para projetar para um terceiro com o mesmo horizonte temporal. A fórmula para aplicação deste método será: , em que: nPx+z,t = população com idade entre x+z e x+z+n no censo a projetar; nCCRx = fórmula de CCR (ver acima); nPx,1 = população com idade entre x e x+n no censo mais recente. Dada a natureza dos CCR, e caso as operações censitárias sejam decenais, o grupo etário mais jovem para o qual se podem efetuar projeções é o grupo etário 10-14 anos. Para projetar a população para os grupos etários 0-4 anos e 5-9 anos é necessário recorrer a outro método, como por exemplo, o rácio criança-mulher (CRW) ou, mais simplesmente, o rácio criança-adulto (CAR). Neste último caso, também apenas necessita da informação disponível num censo para poder efetuar projeção para o censo seguinte. Para projetar a população no grupo etário 0-4 anos, o CAR é definido como o quociente entre a população 0-4 anos e a população 20-34 anos. Para projetar a população no grupo etário 5-9 anos, o CAR é definido como o quociente entre a população 5-9 anos e a população 25-39 anos. 133 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Estas são a equações para aplicação do CAR para projetar as populações nos grupos etários 0-4 anos e 5-9 anos: , em que 5P0 = população com idade entre 0 e 4 anos; 5P5 = população com idade entre 5 e 9 anos; 15P20 = população com idade entre 20 e 34 anos; 15P25 = população com idade entre 25 e 39 anos; t = ano do censo mais recente; t+k = ano de projeção. A projeção para o grupo aberto mais idoso também difere do CCR utilizado para os grupos de idade superior a 10 anos e até ao grupo fechado mais idoso. Por exemplo, se o último grupo fechado for 70-74 anos, com o grupo 75+ como o grupo aberto terminal, os cálculos para o CCRi,x+ requer o somatório dos três grupos mais idosos para obter a população do grupo 65+ na área i e no ano t-k: A fórmula para projetar a população do grupo 75+ na área i e no ano t+k será: Conclui-se assim que o método Hamilton-Perry é consistente com a equação demográfica fundamental, constituindo uma variante do método coorte componente, em que as componentes determinantes da mudança (nascimentos, óbitos e migrações) são expressas em termos de rácios de mudança de coorte (Swanson, Scholttmann e Schmidt, 2009; Swanson e Tayman, 2013). A metodologia descrita foi aplicada no caso de Felgueiras, atendendo à disponibilidade dos dados censitários de 2001 e 2011, no que se refere aos grupos etários quinquenais por sexo e por freguesia, de forma a obter projeções da população por grupo etário para o ano 2021. Os resultados estão expressos no quadro global seguinte e na pirâmide etária daí resultante. 134 / 201 8 4 14 14 28 3 2 22 9 34 29 53 10 9 42 23 67 37 100 11 13 53 29 95 65 131 16 32 84 39 122 60 198 27 28 132 49 166 123 219 29 32 194 44 210 134 298 42 70 178 69 268 160 364 38 95 174 49 245 144 305 44 92 180 55 231 92 402 69 84 144 47 268 105 358 28 64 132 46 233 79 311 38 40 125 37 208 115 282 31 56 117 36 179 104 256 31 50 156 51 188 118 312 40 68 105 41 215 69 250 32 62 108 26 186 67 225 32 35 88 37 182 67 202 26 40 91 23 135 62 199 29 38 2134 712 3249 1645 4493 575 911 Torrados Unhão Várzea Varziela Vila Cova da Lixa Vila Fria Vila Verde 5 10 9 9 18 19 36 20 46 27 58 35 62 72 79 63 84 115 83 63 69 85 62 73 75 65 68 62 64 48 58 40 959 Sernande 85 16 20 39 72 92 119 130 108 120 101 89 88 73 96 79 71 60 61 1444 Sendim 70 3 14 34 36 32 31 37 46 38 43 28 32 37 36 26 29 20 31 553 Vizela (São Jorge) 56 9 18 38 46 46 52 57 52 59 37 36 27 29 56 28 32 20 27 670 Santão 47 1 10 150 230 273 411 570 603 755 748 701 698 615 590 701 663 503 407 418 408 9502 Margaride (Santa Eulália) 54 1 5 9 18 21 36 63 77 64 65 48 65 56 50 52 47 30 39 30 778 Revinhade 45 4 56 11 34 40 58 82 130 106 99 115 86 83 78 87 92 63 70 58 64 1377 Regilde 1080 21 27 49 53 74 129 Sousa 2 14 10 14 31 33 67 143 53 164 76 176 93 164 83 158 103 42 146 74 117 59 156 61 50 88 113 165 184 182 173 150 152 149 138 136 122 102 98 97 2202 Pombeiro de Ribavizela 59 28 15 43 32 55 83 78 78 84 70 80 65 58 49 72 57 63 47 1046 Pinheiro 138 14 32 32 38 62 77 114 84 108 63 67 76 63 73 60 41 53 40 1095 Penacova 62 11 24 33 72 87 114 104 92 68 91 73 98 76 59 61 58 1384 Pedreira 131 4 14 7 17 33 35 45 77 82 125 99 119 136 129 127 101 68 101 96 85 61 69 63 1425 Moure 89 1 28 63 61 117 112 152 160 140 110 135 115 119 106 90 84 63 79 55 1800 Macieira da Lixa 35 9 14 4 7 14 11 25 18 18 25 32 30 24 21 20 20 24 16 18 10 339 Lordelo 42 1 14 27 56 79 111 124 175 179 155 165 132 133 123 124 138 110 73 97 68 2069 Lagares 119 4 22 29 49 52 51 71 97 102 104 62 48 58 61 73 57 39 50 43 1073 Jugueiros 83 7 23 35 65 85 128 175 190 199 202 166 169 146 170 158 151 117 130 106 2424 Idães 34 7 6 29 49 64 98 125 148 168 165 158 147 104 107 135 154 87 113 77 1937 Friande 972 4 21 28 53 79 104 117 152 142 159 118 111 90 104 105 91 74 68 65 1691 Caramos 2132 11 38 74 79 108 116 148 162 209 192 151 132 122 143 151 133 91 97 93 2263 Borba de Godim Refontoura 23 50 69 89 97 93 Rande 4 17 16 24 22 38 123 52 164 71 147 53 178 58 184 39 162 61 159 47 118 44 126 59 149 32 127 47 125 35 39 109 37 779 2286 Airães 57001 0 - 4 anos 5 - 9 anos 10 - 14 anos 15 - 19 anos 20 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 39 anos 40 - 44 anos 45 - 49 anos 50 - 54 anos 55 - 59 anos 60 - 64 anos 65 - 69 anos 70 - 74 anos 75 - 79 anos 80 - 84 anos 85 - 89 anos 90 ou mais anos 332 730 1296 1755 2445 3276 4073 4659 4601 4526 4085 3629 3460 3594 3739 3224 2553 2672 2352 Total Grupo etário HM População estimada (N.º) por Local de residência (2021, aplicação da metodologia Hamilton-Perry), por grupo etário Aião FELGUEIRAS Local de residência (estimativa 2021) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 108 – Projeção da população por grupo etário em 2021. Fonte: DUOA, com base nos Censos 2001 e 2011 135 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 109 – Pirâmide etária do Concelho em 2021 (projeção). Pirâmide etária - Felgueiras 2021 (estimativa) 90+ 85 - 89 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 Mulheres 40 - 44 Homens 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5 -9 0 -4 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Fonte: DUOA, com base nos Censos 2001 e 2011 Esta projeção reforça as tendências que são desde já verificáveis: a população, no total, tende a diminuir; acentua-se o estreitamento da base, em vista da diminuição da natalidade; alargamento do topo, em vista do envelhecimento da população e do aumento da esperança de vida; aumenta o número de classes ocas, em particular nos homens. Os padrões geográficos de distribuição pelo território não sofrem alterações muito significativas. Sublinha-se, no entanto, que a validade desta projeção depende da manutenção das tendências dos últimos anos, seja quanto a migrações, seja quanto à diminuição da natalidade e aumento de esperança de vida. III.4.3 Mobilidade Em 2011, o Concelho de Felgueiras constituía-se como um exemplo de território polarizador no que se refere ao emprego, sendo “importador” de mão-de-obra, como comprovado pelos dados censitários. De facto, o balanço entre trabalhadores e estudantes residentes noutros Concelhos a exercer em Felgueiras e os trabalhadores e estudantes residentes em Felgueiras e a exercer noutros Concelhos era favorável, apresentando um saldo positivo de 1.779 indivíduos. Não será demais realçar que Felgueiras é o único Concelho da CIM-TS e vizinhos a apresentar este saldo positivo, como se constata no quadro e gráfico seguintes. 136 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 110 – Balanço de entradas e saídas de trabalhadores e estudantes nos Concelhos da CIM-TS, em 2011. MUNICIPIO Castelo de Paiva Celorico de Basto Amarante Baião Felgueiras Lousada Marco de Canaveses Paços de Ferreira Penafiel Cinfães Resende Fafe Guimarães Vizela POPULAÇÃO QUE ENTRA NO POPULAÇÃO QUE SAI DO MUNICIPIO PARA TRABALHAR MUNICIPIO PARA TRABALHAR OU ESTUDAR OU ESTUDAR BALANÇO HM H M HM H M HM 1079 905 4698 838 8037 4996 2960 6399 7865 709 467 2520 17590 3187 540 493 2912 438 4200 2398 1721 3530 3900 383 222 1232 10283 1552 539 412 1786 400 3837 2598 1239 2869 3965 326 245 1288 7307 1635 3015 3866 8877 3688 6258 9957 8865 7193 13402 3136 1173 6571 18383 5001 2232 2388 5411 2733 3697 6312 6562 3985 8989 2394 836 3971 10275 3102 783 1478 3466 955 2561 3645 2303 3208 4413 742 337 2600 8108 1899 -1936 -2961 -4179 -2850 1779 -4961 -5905 -794 -5537 -2427 -706 -4051 -793 -1814 Fonte: INE, Censos 2011 Tendo em conta os dados disponíveis em 2001, será de presumir que se mantenha a tendência de saída do Concelho em direção à Área Metropolitana do Porto (em particular dos estudantes) e de entrada maioritariamente de trabalhadores dos concelhos limítrofes. Embora nem todos estes movimentos impliquem deslocações pendulares casa – emprego, será de crer que, no caso dos trabalhadores, particularmente daqueles que residem nos Concelhos limítrofes, seja muito provável que os movimentos correspondam de facto a deslocações pendulares. A capacidade empregadora do Concelho pode ser também demonstrada através do índice de polarização do emprego (população empregada na unidade territorial / população residente e 137 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL empregada na unidade territorial), o qual se verifica ser superior aos índices nacional, regional da NUT III, sendo o mais elevado entre os Concelhos da CIM-TS e vizinhos. Figura 111 – Índice de polarização de emprego, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Índice de polarização de em prego (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011); Decenal Portugal 0,98 Norte 0,97 Fafe 0,86 Guim arães 1,02 Vizela 0,88 Tâm ega (NUT III) 0,87 Castelo de Paiva 0,73 Celorico de Basto 0,69 Am arante 0,84 Baião 0,68 Felgueiras 1,08 Lousada 0,83 Marco de Canaveses 0,78 Paços de Ferreira 1,02 Penafiel 0,87 Cinfães 0,67 Resende 0,84 Fonte: INE, Censos 2011 Esta capacidade polarizadora de emprego será determinante para que a duração média dos movimentos pendulares da população residente empregada (apx. 14 minutos e meio) fosse inferior à duração média destes movimentos na Região (menos 4 minutos que na região Norte e na NUT Tâmega) e no País (menos 6 minutos). No interior do Concelho também se verificam algumas variações, sendo superior à média em algumas freguesias limítrofes (Aião, Borba de Godim, Macieira da Lixa, Vila Cova da Lixa, Vila Verde) e inferior à média em algumas freguesias na vizinhança com forte presença industrial (Torrados, Revinhade, Lagares). 138 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 112 – Duração média dos movimentos pendulares da população por freguesia, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Duração média dos movimentos pendulares (min) da população residente empregada ou estudante por Local de residência (à data dos Censos 2011); Decenal Período de referência dos dados 2011 Portugal 20,02 Pombeiro de Ribavizela 14,67 Norte 18,28 Rande 15,48 Tâmega (NUT III) 18,53 Refontoura 15,64 Felgueiras 14,55 Regilde 14,32 Aião 18,37 Revinhade 11,97 Airães 14,86 Margaride (Santa Eulália) 14,13 Borba de Godim 16,71 Santão 15,26 Caramos 14,53 Vizela (São Jorge) 14,20 Friande 13,86 Sendim 13,97 Idães 13,99 Sernande 14,97 Jugueiros 15,36 Sousa 13,98 Lagares 12,16 Torrados 11,51 Lordelo 13,74 Unhão 15,66 Macieira da Lixa 16,49 Várzea 14,17 Moure 13,46 Varziela 14,68 Pedreira 15,04 Vila Cova da Lixa 16,67 Penacova 13,06 Vila Fria 15,02 Pinheiro 14,70 Vila Verde 17,49 Fonte: INE, Censos 2011 III.4.4 Hierarquia dos aglomerados urbanos Sendo Felgueiras um território caracterizado pela elevada dispersão, os aglomerados encontram-se também disseminados por parte significativa do território. Estes foram delimitados e hierarquizados ao nível do PDM em vigor, de acordo com os seguintes princípios: O aglomerado principal - a Cidade de Felgueiras – foi delimitado pela área que cobria as principais tendências de crescimento da urbe, integrando todas as zonas adjacentes ao núcleo central que formam alguma continuidade entre si, contemplando ao mesmo tempo zonas onde existem consideráveis extensões de solo livre de condicionantes, e portanto apto para a expansão; Os aglomerados de 1º nível – a Cidade da Lixa e a Vila de Barrosas - foram delimitados de acordo com critérios idênticos; A seleção dos de 2º nível - Serrinha, Airães, Longra, Lagares e Torrados - foi consensual, e a sua delimitação teve também em conta critérios semelhantes; Quanto aos aglomerados mais pequenos, optou-se por considerar de 4º nível aqueles que, pela sua reduzida dimensão e pela presença de condicionantes na sua envolvente, não reúnem condições para significativa evolução; Os de 3º nível resultam por exclusão de partes, havendo contudo o cuidado de integrar nesta categoria todos os que, não pertencendo a níveis superiores, são considerados lugares centrais ou sede de freguesia. 139 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A Base Georeferenciada da Informação (BGRI), utilizada nas operações censitárias, procura, na medida do possível, adaptar os limites de lugar estatístico aos aglomerados principal, de 1º nível e de 2º nível, com a diferença de o aglomerado de Lagares integrar o perímetro da cidade de Felgueiras (decisão da Câmara Municipal de Felgueiras em 2001). Desta forma é possível obter informação sobre a situação atual e evolução de algumas variáveis e indicadores fundamentais nestes perímetros. Como se verifica no quadro abaixo, a densidade populacional e a intensidade da ocupação urbana é claramente superior nestes perímetros se comparados com o restante território, em particular nas cidades de Felgueiras e Lixa. Figura 113 – Principais variáveis nos principais lugares estatísticos, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Área, população residente, edificios, alojamentos por Local de residência (Lugares Estatísticos à data dos Censos 2011) Área (ha) % População Residente % Municipio Municipio Edificios % Municipio Alojamentos % Alojamentos / Edificio Densidade Municipio Populacional (res/ha) Felgueiras 1013,13 8,75 16094 27,72 3911 21,81 6843 28,15 1,75 15,89 Lixa 257,01 2,22 4944 8,51 1411 7,87 2503 10,30 1,77 19,24 Barrosas 138,08 1,19 1713 2,95 495 2,76 673 2,77 1,36 12,41 Longra 136,88 1,18 1477 2,54 506 2,82 635 2,61 1,25 10,79 Airães 83,10 0,72 1207 2,08 423 2,36 526 2,16 1,24 14,52 Serrinha 92,79 0,80 1536 2,65 561 3,13 686 2,82 1,22 16,55 Torrados/Sousa 145,49 1,26 2646 4,56 716 3,99 1013 4,17 1,41 18,19 Restante Território 9707,52 83,87 28448 48,99 9906 55,25 11430 47,02 1,15 2,93 Fonte: INE, Censos 2011 140 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 114 – Hierarquização dos aglomerados urbanos de acordo com o PDM em vigor e delimitação dos principais lugares estatísticos, em 2011. Fonte: INE, Censos 2011 / DUOA, PDM III.5 Dinâmica socioeconómica III.5.1 Atividade Económica O Concelho apresentava, em 2011, uma taxa de atividade de 51,31% e uma taxa de desemprego de 10,33%. Significa isto que mais de metade da população com idade superior a 15 anos se encontrava disponível para o mercado de trabalho, e desses, cerca de 90% encontrava-se efetivamente empregado. Estes valores são superiores às médias nacional e regional no caso da taxa de atividade (47,56% em Portugal; 47,59% na região Norte; 46,57% na NUT Tâmega) e inferiores no caso da taxa de desemprego (47,56% em Portugal; 47,59% na região Norte; 46,57% na NUT Tâmega). Isto devia-se, em grande medida, por um lado às consequências da pirâmide etária do Concelho, na qual a população em idade ativa representava cerca de 70% da população total, e por outro à pujança do setor industrial, muito em particular na fileira do calçado, como se verá adiante. As assimetrias no território municipal não serão muito relevantes sendo que, no caso da taxa de atividade, se salientam as freguesias de Revinhade, Torrados e Sendim (superior a 55%) e, em 141 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL sentido contrário Aião, Airães, Macieira da Lixa, Pinheiro, Santão e Unhão (inferior a 48%). Quanta à taxa de desemprego, salientam-se as freguesias de Idães, Vizela (S. Jorge), Pedreira e Penacova (inferior a 7%) e, em sentido contrário, Santão (superior a 16%). Figura 115 – Taxas de atividade e de desemprego por freguesia, em 2011. 70,00 18,00 16,00 60,00 14,00 12,00 40,00 10,00 30,00 8,00 6,00 Taxa de desemprego Taxa de atividade 50,00 20,00 4,00 10,00 FELGUEIRAS Vila Fria Vila Verde Varziela Vila Cova da Lixa Unhão Várzea Sousa Torrados Sendim Sernande Santão Vizela (São Jorge) Margaride (Santa Eulália) Regilde Revinhade Rande Taxa de atividade (%) Refontoura Pinheiro Pombeiro de Ribavizela Penacova Moure Pedreira Lordelo Macieira da Lixa Lagares Idães Jugueiros Friande Caramos Aião Airães Borba de Godim 2,00 0,00 0,00 Taxa de desemprego (%) Fonte: INE, Censos 2011 Analisados os dados referentes ao Concelho, à luz dos quadros nacional e regional, constata-se que a taxa de desemprego global é menor do que a taxa verificada em Portugal e menor em relação às taxas regionais, tanto a da região Norte como da NUT Tâmega, sendo igualmente a menor entre os Concelhos constituintes da CIM-TS. Tal como acontece generalizadamente, também em Felgueiras o desemprego é superior nas mulheres, embora a diferença percentual (1,12%) não seja tão acentuada como nos Concelhos com taxas de desemprego mais elevadas. Figura 116 – Taxa de desemprego comparativa, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Taxa de desem prego (%) por Local de residência (à data dos Censos 2011) e Sexo; Decenal HM H % % % Portugal 13,18 12,58 13,83 Norte 14,47 12,98 16,13 Fafe 14,84 14,11 15,62 Guim arães 14,26 13,42 15,13 Vizela 14,33 13,73 14,97 Tâm ega 14,33 11,99 17,31 Castelo de Paiva 17,13 12,39 23,71 Celorico de Basto 16,25 13,48 20,12 14 9,86 19,33 Baião 19,36 12,65 29,45 Felgueiras 10,33 9,80 10,92 Lousada 13,24 11,96 14,73 Marco de Canaveses 16,31 12,63 21,66 Paços de Ferreira 14,29 13,98 14,67 Penafiel 12,38 10,59 14,63 Cinfães 19,95 15,88 26,93 Resende 13,12 9,37 19,54 Am arante M 142 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Censos 2011 Apesar deste cenário aparentemente favorável, será preciso não perder de vista que uma taxa de desemprego superior a 10% dificilmente poderá ser considerada como um valor positivo e que esta taxa, em 2001, era de 3,7%. Obviamente, o Concelho não poderia ser totalmente imune ao cenário generalizado de aumento do desemprego nos anos mais recentes (em 2001, a taxa de desemprego em Portugal era de 6,7%). Ainda assim, como se vê, o Concelho tem mostrado maior capacidade de resiliência a este fenómeno. Por outro lado, os dados disponibilizados pelo Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) permitem verificar que, após ter atingido um pico em 2005, o número de desempregados inscritos apresenta uma tendência consolidada para a diminuição, sendo que no final de 2013, desceu abaixo de 3000, fixando-se, em dezembro de 2014, nos 2406 indivíduos. Figura 117 – Evolução do desemprego registado pelo IEFP. GÉNERO 2004 (Dezembro) 2005 (Dezembro) 2006 (Dezembro) 2007 (Dezembro) 2008 (Dezembro) 2009 (Dezembro) 2010 (Dezembro) 2011 (Dezembro) 2012 (Dezembro) 2013 (Dezembro) 2014 (Dezembro) H 1818 2156 1867 1550 1391 1503 1329 1393 1547 1310 1206 M 2292 2686 2648 2464 2158 2107 1830 1624 1663 1409 1200 TEMPO DE INSCRIÇÃO < 1 ano > 1 ano 2168 1942 2381 2461 1985 2530 1772 2242 1773 1776 1922 1688 1538 1621 1725 1292 1804 1406 1347 1372 1187 1219 SITUAÇÃO FACE À PROCURA DE EMPREGO 1º emprego Novo emprego 178 3932 257 4585 386 4129 507 3507 479 3070 346 3264 350 2809 362 2655 408 2802 295 2424 293 2113 143 / 201 TOTAL 4110 4842 4515 4014 3549 3610 3159 3017 3210 2719 2406 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 6000 5000 4842 4000 4515 4110 4014 3549 3610 3159 3000 3017 3210 2719 2000 2406 1000 2014 (Dezembro) 2013 (Dezembro) 2012 (Dezembro) 2011 (Dezembro) 2010 (Dezembro) 2009 (Dezembro) 2008 (Dezembro) 2007 (Dezembro) 2006 (Dezembro) 2005 (Dezembro) 2004 (Dezembro) 0 Desemprego registado (IEFP) Fonte: IEFP O grupo etário 35-54 anos é o mais atingido por este fenómeno, constatando-se que assim se tem mantido ao longo do período em análise. Apesar disto, nos valores registados em dezembro de 2014, o peso relativo deste grupo etário fica abaixo, pela primeira vez, dos 40% do total. No grupo etário <25 anos, a variação relativa não tem sido relevante (curiosamente é idêntica em dezembro de 2004 e em dezembro de 2014), o que sugere que, apesar da dificuldade para aceder ao 1º emprego, esta não se tem agravado ao longo da última década. A procura de 1º emprego também se estende ao grupo etário 25-34 anos (particularmente nos indivíduos com formação superior e que se encontram disponíveis para o mercado de trabalho mais tardiamente), verificando-se neste grupo algumas oscilações em termos relativos, mas desde 2006 não atinge 20% do total. Em sentido contrário, o grupo etário >55 anos tem registado um incremento em termos relativos, atingindo, em dezembro de 2014, quase 30% do total. Esta situação levanta algumas preocupações uma vez que é conhecida a dificuldade do mercado de trabalho em absorver estes desempregados. Figura 118 – Evolução do desemprego registado pelo IEFP por grupo etário. 2004 (Dezembro) 2005 (Dezembro) 2006 (Dezembro) 2007 (Dezembro) 2008 (Dezembro) 2009 (Dezembro) 2010 (Dezembro) 2011 (Dezembro) 2012 (Dezembro) 2013 (Dezembro) 2014 (Dezembro) Grupo Etário < 25 Anos 585 700 660 683 599 534 476 481 577 373 342 % 14,2 14,5 14,6 17,0 16,9 14,8 15,1 15,9 18,0 13,7 14,2 Grupo Etário 25 - 34 Anos 996 1158 944 736 649 637 520 581 618 477 429 % 24,2 23,9 20,9 18,3 18,3 17,6 16,5 19,3 19,3 17,5 17,8 Grupo Etário 35 - 54 Anos 1863 2210 2092 1840 1560 1644 1415 1216 1285 1132 924 % 45,3 45,6 46,3 45,8 44,0 45,5 44,8 40,3 40,0 41,6 38,4 Grupo Etário > 55 Anos 666 774 819 755 741 795 748 739 730 737 711 TOTAL % 16,2 16,0 18,1 18,8 20,9 22,0 23,7 24,5 22,7 27,1 29,6 144 / 201 4110 4842 4515 4014 3549 3610 3159 3017 3210 2719 2406 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 50,0 2000 40,0 1500 30,0 1000 20,0 500 10,0 % nº 2500 0 0,0 2004 (Dezembro) 2005 (Dezembro) < 25 Anos - nº 2006 (Dezembro) 2007 (Dezembro) 25 - 34 Anos - nº 2008 (Dezembro) 35 - 54 Anos - nº 2009 (Dezembro) > 55 Anos - nº 2010 (Dezembro) < 25 Anos - % 2011 (Dezembro) 25 - 34 Anos - % 2012 (Dezembro) 35 - 54 Anos - % 2013 (Dezembro) 2014 (Dezembro) > 55 Anos - % Fonte: IEFP Como se constatou, a situação global do desemprego no âmbito territorial dos Concelhos da CIM-TS diverge em relação a Felgueiras, atingindo proporções bem mais preocupantes. Neste cenário entendeu a CIM-TS promover o Plano de Ação para a Promoção da Empregabilidade (PAPE), tendo como finalidades criar um espaço de concertação, negociação e informação e envolvimento com a possibilidade dos diferentes atores e interessados partilharem informação e concertarem as diferentes abordagens; desenvolver processos de concertação à escala supra-municipal, reforçando os mecanismos de articulação, cooperação, concertação e comunicação entre as diferentes entidades e atores dos sistemas de educação e formação e do setor empregador; e assegurar intervenções transversais coordenadas nomeadamente, entre outros, nos domínios do combate ao insucesso e abandono escolar, da orientação vocacional, da promoção da formação ao longo da vida, do fomento à colaboração Escola/Entidade Formadora-Empresa, da promoção de uma cultura de empreendedorismo, assim como do suporte ao capital inclusivo da sub-região. Na fase seguinte do trabalho (Plano de Desenvolvimento Social), as principais conclusões e recomendações do Relatório do PAPE serão oportunamente exploradas e extrapoladas as consequências para o contexto do Concelho de Felgueiras. Focando-se a atenção nas atividades económicas empregadoras, constata-se que a atividade predominante no Concelho, em 2011, está polarizada no setor secundário, e, dentro deste, na indústria transformadora (secção C da Classificação das Atividades Económicas - CAE), mormente por força da fileira do calçado que empregava mais de 60% da população ativa empregada. 145 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL No entanto, tendo em conta a evolução registada ao longo dos últimos 30 anos, verifica-se um recuo deste setor face ao setor terciário, o qual cresce de forma quase inversa. Não será alheia a esta alteração a maior qualificação dos trabalhadores que os habilitará a desempenhar funções igualmente mais qualificadas no setor terciário, quando efetivamente se sabe que o trabalho no setor secundário é, em regra, pouco exigente em termos de qualificação. No entanto, refira-se também que o crescimento neste setor se centra sobretudo no terciário económico (comércio) e não no setor terciário social (serviços), onde, normalmente, as exigências em termos de qualificação são superiores. Já o sector primário continua em regressão, sendo quase residual, muita embora a agricultura, ainda que a tempo parcial, seja uma atividade com evidente relevância social e económica. Figura 119 – Evolução da distribuição da população ativa por sector de atividade entre 1981 e 2011. Ano censitário 1981 1991 2001 2011 Sector Primário (%) 18,9 6,8 3,1 1,7 Sector Secundário (%) 63 73,1 70,1 60,1 Sector Terciário (%) 18,1 20,1 26,8 38,3 80 70 60 % 50 40 30 20 10 0 1981 1991 Sector Primário (%) Ano 2001 2011 Sector Secundário (%) Sector Terciário (%) Fonte: INE, Censos 1981/1991/2001/2011 Analisados estes dados à escala municipal, verifica-se, de um modo geral, que as freguesias, em 2011, seguiam a tendência global do Concelho. Existem, no entanto, algumas variações relevantes. No setor primário salienta-se a freguesia de Unhão, em que a percentagem era superior a 7%, consideravelmente mais elevada do que a média do Concelho. No setor secundário, salienta-se o território no vale do Vizela (Vila Fria, Regilde, Vizela S. Jorge) em que a percentagem de trabalhadores empregados era próximo ou superior a 80%. No pólo oposto, nas freguesias de Margaride, Sousa, Borba de Godim e Vila Cova da Lixa, a percentagem era inferior a 50%. No setor terciário (social), nas freguesias de Margaride, Vila Cova da Lixa e Borba de Godim, a percentagem de trabalhadores empregados era igual ou superior a 20%. No pólo oposto, nas freguesias de Penacova, Regilde, Sousa, Torrados e Vila Fria, esta percentagem é inferior a 5%. 146 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL No setor terciário (económico), destacam-se as freguesias de Borba de Godim, Caramos, Sousa, Varziela e Vila Cova da Lixa com percentagem de trabalhadores empregados superior a 30%. No pólo oposto, nas freguesias de Lordelo, Vizela (S. Jorge) e Vila Fria, esta percentagem é inferior a 15%. Figura 120 – Distribuição da população ativa empregada por sector de atividade e freguesia em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) População empregada (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011) e Setor de actividade económica HM Setor de actividade económica Total Setor primário Setor secundário N.º N.º % 26716 445 1,67 16051 60,08 Aião 316 11 3,48 200 Airães 1012 19 1,88 589 Borba de Godim 961 23 2,39 Caramos 854 18 Friande 882 Idães Felgueiras N.º % Setor terciário (social) N.º % 3587 13,43 63,29 37 58,20 154 425 44,22 2,11 438 19 2,15 1258 33 Jugueiros 582 Lagares 1145 Lordelo Setor terciário (económico) N.º % 6633 24,83 11,71 68 21,52 15,22 250 24,70 220 22,89 293 30,49 51,29 125 14,64 273 31,97 503 57,03 118 13,38 242 27,44 2,62 900 71,54 110 8,74 215 17,09 13 2,23 407 69,93 54 9,28 108 18,56 11 0,96 866 75,63 74 6,46 194 16,94 163 6 3,68 108 66,26 25 15,34 24 14,72 Macieira da Lixa 818 23 2,81 454 55,50 142 17,36 199 24,33 Moure 621 12 1,93 370 59,58 71 11,43 168 27,05 Pedreira 750 11 1,47 539 71,87 76 10,13 124 16,53 Penacova 576 7 1,22 449 77,95 23 3,99 97 16,84 Pinheiro 449 11 2,45 284 63,25 55 12,25 99 22,05 Pombeiro de Ribavizela 1080 9 0,83 763 70,65 119 11,02 189 17,50 Rande 458 11 2,40 296 64,63 49 10,70 102 22,27 Refontoura 923 19 2,06 564 61,11 107 11,59 233 25,24 Regilde 617 6 0,97 491 79,58 26 4,21 94 15,24 Revinhade 434 3 0,69 325 74,88 30 6,91 76 17,51 Margaride (Santa Eulália) 4520 34 0,75 2240 49,56 904 20,00 1342 29,69 Santão 300 9 3,00 161 53,67 50 16,67 80 26,67 Vizela (São Jorge) 270 4 1,48 226 83,70 14 5,19 26 9,63 Sendim 812 18 2,22 545 67,12 74 9,11 175 21,55 Sernande 460 7 1,52 339 73,70 42 9,13 72 15,65 Sousa 495 3 0,61 243 49,09 24 4,85 225 45,45 Torrados 1216 17 1,40 899 73,93 53 4,36 247 20,31 Unhão 340 26 7,65 196 57,65 39 11,47 79 23,24 Várzea 1279 17 1,33 731 57,15 167 13,06 364 28,46 Varziela 820 11 1,34 465 56,71 97 11,83 247 30,12 Vila Cova da Lixa 1664 27 1,62 607 36,48 436 26,20 594 35,70 Vila Fria 290 5 1,72 236 81,38 13 4,48 36 12,41 Vila Verde 351 2 0,57 192 54,70 59 16,81 98 27,92 147 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Censos 2011 O universo empresarial sedeado no Concelho tem um peso regional relevante (12% de todas as empresas sedeadas na NUT Tâmega), e a sua distribuição por ramos de atividade relaciona-se, obviamente, com a distribuição da população ativa empregada por setor de atividade, mas também com a dimensão das próprias empresas. Assim, verifica-se que as empresas do ramo do comércio por grosso e a retalho são as mais numerosas. No entanto, e dado que este não é o setor com maior capacidade empregadora, será de presumir que a maioria destas empresas seja de pequena dimensão, agregando provavelmente, um elevado número de empresários em nome individual. As empresas do ramo da indústria transformadora ocupam um lugar destacado, mormente por força da dinâmica do cluster do calçado. Realce ainda para a quebra no número de empresas ligadas à construção e para o incremento no número de empresas ligadas aos serviços a empresas. 148 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 121 – Número e evolução das empresas (incluindo empresários em nome individual) sedeadas no Concelho, em consonância com a Classificação das Atividades Económicas.5 Comércio por grosso e a Alojamento, restauração e Actividades imobiliárias e retalho similares serviços a empresas Outras actividades económicas TOTAL 249 699 5207 231 660 5013 369 362 252 255 544 536 5178 5068 1964 392 247 595 5538 2243 551 423 616 6342 793 2060 527 448 612 5917 1199 539 1692 388 536 669 5023 2007 1186 534 1699 427 587 758 5191 2008 1168 552 1568 385 674 770 5117 2009 1090 499 1469 363 530 858 4809 2010 1065 479 1523 383 668 1216 5067 2011 1222 482 1480 371 678 1212 5180 2012 1253 451 1493 369 706 926 5198 Ano Indústrias transformadoras Construção 1999 1434 583 1869 373 2000 1372 577 1805 368 2001 2002 1544 1491 644 632 1825 1792 2003 1600 740 2004 1668 841 2005 1477 2006 2500 Nº empresas 2000 1500 1000 500 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Indústrias transformadoras Construção Comércio por grosso e a retalho Alojamento, restauração e similares Actividades imobiliárias e serviços a empresas Outras actividades económicas 2011 2012 Fonte: INE, Anuários Estatísticos 2000-2012 A extraordinária densidade de empresas ligadas ao cluster do calçado, a sua forte representatividade à escala nacional aliada á vocação exportadora, constitui uma marca identitária do Concelho. Efetivamente, a análise aos dados disponibilizados pela associação mais representativa do setor (APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e seus Sucedâneos), não deixa margem para dúvidas sobre o papel de grande destaque que o Concelho desempenha no âmbito do cluster. Se a isto acrescentarmos que o calçado dá um contributo fulcral para as contas externas nacionais, sendo a indústria com o saldo comercial mais elevado na economia portuguesa e um dos poucos tipos de produto em que Portugal apresenta saldos positivos relevantes e detém uma excelente taxa de cobertura das importações pelas exportações (cerca de 290%, em 5 De 2000 a 2003 é utilizada a revisão 2.0 da CAE; de 2004 a 2008 a revisão 2.1 da CAE; de 2009 a 2011 a revisão 3 da CAE. 149 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 2012), facilmente se conclui que o Concelho de Felgueiras tem uma relevância económica que é favoravelmente desproporcionada em relação à sua dimensão física. Os dados apresentados de seguida foram extraídos da versão mais recente da monografia estatística publicada pela APICCAPS. Figura 122 – Percentagem dos trabalhadores da indústria do calçado por concelho em relação ao total de trabalhadores - 5 principais concelhos, em 2011. Fonte: APICCAPS, Monografia Estatística 2013 Figura 123 – Origem das exportações por valor - 5 principais concelhos, em 2012. Fonte: APICCAPS, Monografia Estatística 2013 150 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 124 – Evolução do valor das exportações por valor do calçado (em cima) e de componentes de calçado (em baixo). Fonte: APICCAPS, Monografia Estatística 2013 Esta proeminência económica da atividade industrial reflete-se igualmente na tipologia e volume de negócios dos estabelecimentos 6 sedeados no Concelho, bem como no valor acrescentado bruto (VAB) das empresas por atividade económica. Verifica-se que o volume de negócios médio por estabelecimento (299.492 €/estabelecimento) era, em 2013, o mais elevado entre os concelhos da CIM-TS e vizinhos, sendo superior às médias nacional e regional. O VAB consiste no valor bruto da produção deduzido do custo das matérias-primas e de outros consumos no processo produtivo), verificando-se que, em 2012, as indústrias transformadoras eram responsáveis por 70,7% do VAB total. Se o VAB total for dividido pelo número total de empresas, verifica-se que o VAB / empresa em Felgueiras, apesar de ligeiramente inferior à média nacional, é claramente superior às médias regionais e destacadamente o maior entre os concelhos que compõem a CIM-TS e vizinhos. 6 Estabelecimento: empresa ou parte de uma empresa (fábrica, oficina, mina, armazém, loja, entreposto, etc.) situada num local topograficamente identificado. Nesse local ou a partir dele exercem-se atividades económicas para as quais, regra geral, uma ou várias pessoas trabalham (eventualmente a tempo parcial), por conta de uma mesma empresa. 151 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 125 – Estabelecimentos por atividade económica e volume de negócios em 2013. Localização geográfica (NUTS 2013) Estabelecimentos (N.º) por Localização geográfica (NUTS - 2013) e Atividade económica (CAE Rev. 3); Anual Período de referência dos dados 2013 Atividade económica (CAE Rev. 3) Total Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústrias extrativas Indústrias Eletricidade, gás, Captação, Construção Comércio por Transportes e transformadoras vapor, água quente tratamento e grosso e a retalho; armazenagem e fria e ar frio distribuição de reparação de água; saneamento, veículos gestão de automóveis e resíduos e motociclos despoluição Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de Atividades consultoria, administrativas e científicas, dos serviços de técnicas e apoio similares Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades Outras atividades artísticas, de de serviços espetáculos, desportivas e recreativas N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º Portugal 1148901 108891 1392 70434 1194 1907 82353 251441 24461 90493 15538 28835 111707 138052 55927 83538 28303 54435 Norte 389439 42122 423 33911 441 613 27835 90410 7007 28337 3798 8888 34065 39063 20455 28334 6874 16863 Fafe 4372 92 2 765 6 11 488 1036 76 395 17 102 315 312 227 281 47 200 Guimarães 14831 352 16 2245 26 28 864 3954 165 1308 117 394 1213 1358 749 1078 219 745 Vizela 1774 22 0 340 4 3 102 492 17 192 11 33 112 137 92 123 25 69 Tâmega e Sousa (NUT III) 35733 3460 96 4735 38 57 3780 9419 663 2835 155 680 2075 2306 1615 1901 460 1458 Amarante 4952 511 6 398 7 5 638 1203 109 419 17 110 363 355 242 284 80 205 Baião 1438 293 0 80 2 1 178 330 40 122 6 16 69 109 57 72 4 59 Castelo de Paiva 1190 110 1 101 0 4 138 287 40 89 4 16 61 85 95 75 33 51 Celorico de Basto 1334 216 0 112 5 4 151 320 50 121 7 17 76 77 64 60 3 51 Cinfães 1356 301 2 69 5 1 160 335 27 124 6 12 54 60 58 68 17 57 Felgueiras 5852 522 3 1348 8 8 436 1540 64 385 34 132 294 334 209 274 53 208 Lousada 3907 234 0 598 1 9 457 1089 71 286 16 85 202 249 166 206 59 179 Marco de Canaveses 3747 183 40 363 2 6 552 1027 75 325 13 81 237 244 184 195 45 175 Paços de Ferreira 5034 77 12 1173 2 11 271 1504 53 403 27 133 303 271 201 285 110 198 Penafiel 5546 342 32 451 4 6 707 1521 109 487 24 74 376 479 298 350 47 239 Resende 1377 671 0 42 2 2 92 263 25 74 1 4 40 43 41 32 9 36 Educação Atividades de saúde humana e apoio social Volume de negócios (€) dos estabelecimentos por Localização geográfica (NUTS - 2013) e Atividade económica (CAE Rev. 3); Anual Localização geográfica (NUTS 2013) Período de referência dos dados 2013 Atividade económica (CAE Rev. 3) Total € Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca Indústrias extrativas Indústrias Eletricidade, gás, Captação, Construção Comércio por Transportes e transformadoras vapor, água quente tratamento e grosso e a retalho; armazenagem e fria e ar frio distribuição de reparação de água; saneamento, veículos gestão de automóveis e resíduos e motociclos despoluição Alojamento, restauração e similares Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias Atividades de Atividades consultoria, administrativas e científicas, dos serviços de técnicas e apoio similares Atividades Outras atividades artísticas, de de serviços espetáculos, desportivas e recreativas € € € € € € € € € Portugal 312967039532 5608880424 980009594 79265725452 21592020533 3169098241 16941697852 116635078014 15900053812 8522470006 11621485956 3729753487 9648982329 9184375412 1401793426 5913279589 1505956844 1346378561 Norte 92260215259 935784170 149975474 31432330265 2982576182 981491481 6064229824 33856225590 3869366908 1822643570 1907713477 1150398970 2080533774 2021311786 395665111 1802201523 387951238 419815916 Fafe 784584075 3080086 331020073 27796506 6276063 43596279 276107096 29041483 12989701 7787184 10804164 10874612 4551451 14819123 1141541 4262774 Guimarães 4204245192 21299545 1986048638 85346508 37916721 174055314 1501762279 61418648 75140692 35956458 50555019 49499502 13056067 57683713 9209145 20009341 € 10441754 € € € € € € € 14845848 Vizela 465736047 502896 0 270526142 2263404 441420 9680143 143215885 9966012 5378219 532583 1375811 2764514 7424187 2886695 5321730 2428404 1028002 Tâmega e Sousa 6923126877 50556548 38808030 2531948945 141269921 64083352 789563572 2624691485 149341673 115626202 27947846 62917955 90551508 96059188 16461453 86387018 10677383 26234798 Amarante 716325850 6198853 1179760 139423744 16895399 2941402 184991862 278229358 11503398 16802814 1256588 10194566 13024076 10639861 1582086 15158778 3305305 2998000 Baião 115231569 3235516 0 12255059 32439538 46648207 8048595 3546422 78484 1678025 813586 281564 1417713 16615 633225 Castelo de Paiva 214802233 4016984 25737583 1608972 1193589 770298 1860264 273619 612071 Celorico de Basto 104999116 3221034 Cinfães 104998623 1964789 Felgueiras 1752627792 6402871 Lousada 670887682 4030669 Marco de Canaveses 686617818 Paços de Ferreira 76181850 0 19782644 13956760 48588410 15634164 4424983 27481850 4099418 7019249 12098862 38072126 3850708 3335973 196950 539618 1274812 1400287 456639 1355117 24912 571561 4940265 5754329 25255166 45353071 1289110 4521234 107956 273462 2668419 8099351 348732 1608389 176406 1233314 371020 1083443432 7088910 1017949 46689847 498533147 22925415 14727220 2632793 4629041 19968470 23732633 3831800 11681500 948795 4002949 0 243131314 11428493 82781057 262867244 21222144 10124816 912160 5753874 10820898 2173778 5946680 990668 2494336 3560418 21111294 169202130 163137389 246002324 8568849 9205290 672537 4783979 9765366 14795745 1798669 10006129 724509 2200387 1339844010 1829904 1856272 504607583 27921578 684654015 28915033 16609704 2065651 7649498 15832637 13732735 1888477 13451761 1755674 2364660 Penafiel 1135248020 12314514 12938931 264644045 192432784 427592920 26980658 30506747 19451722 2710935 17963597 10250425 3098559 23190761 2441177 8628616 Resende 81544164 3780996 0 6637673 7858729 48150663 403599 1820999 1013260 580078 230851 709926 19703 495679 Localização geográfica (NUTS 2013) 0 72024867 8076762 Volum e de negócios por estabelecim entos (€/estabelecim ento) por Localização geográfica (NUTS 2013) Período de referência dos dados 2013 € /estabelecim ento Portugal 272406 Norte 236905 Fafe 179457 Guim arães 283477 Vizela 262534 Tâm ega e Sousa (NUT III) 193746 Am arante 144654 Baião 80133 Castelo de Paiva 180506 Celorico de Basto 78710 Cinfães 77433 Felgueiras 299492 Lousada 171714 Marco de Canaveses 183245 Paços de Ferreira 266159 Penafiel 204697 Resende 59219 152 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Figura 126 – VAB total e VAB por empresa, em 2012. Valor acrescentado bruto (€) das Empresas por Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3) em Felgueiras - 2012 Total Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 366765932 1738500 Indústrias extrativas _________ Indústrias transformadoras 259213074 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio _________ Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição Localização geográfica (NUTS 2013) 488411 Valor acrescentado bruto das empresas (VAB/empresa) Período de referência dos dados 2013 € /empresa Construção Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 19107043 48986095 Portugal 66444 Norte 55222 Fafe 46279 Transportes e armazenagem 4867312 Guimarães 66332 Alojamento, restauração e similares 6134898 Vizela 62926 Tâmega e Sousa (NUT III) 48884 Amarante 35180 Baião 25122 Castelo de Paiva 56887 Atividades de informação e de comunicação Atividades imobiliárias 453796 2303435 Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 5801749 Celorico de Basto 28748 Atividades administrativas e dos serviços de apoio 9576579 Cinfães 29480 Felgueiras 72191 Lousada 46063 Marco de Canaveses 57830 Paços de Ferreira 53021 Penafiel 50999 Resende 16679 Educação Atividades de saúde humana e apoio social Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas Outras atividades de serviços 716312 4782293 387212 1785315 153 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Portal de Informação Estatística III.5.2 Condições de Vida Neste sub-capítulo são elencados alguns indicadores que sumarizam genericamente as condições de vida da população, traduzidas nos ganhos auferidos através do trabalho e do poder aquisitivo que estes proporcionam, bem como da proporção de população dependente das prestações do Estado, nomeadamente as pensões da segurança social e o rendimento social de inserção. Estes indicadores complementam (e estão, obviamente, correlacionados) com a análise efetuada nos sub-capítulos anteriores. Assim, verifica-se que o número de pensionistas da segurança social tem registado um aumento anual constante, seguramente correlacionado com o envelhecimento da população e com o aumento da esperança média de vida, estando, em 2013, registados no Concelho 13.209 pensionistas, correspondentes a uma permilagem de 270,94 pensionistas por 1000 indivíduos em idade ativa. Esta permilagem é inferior às médias nacional e regional e encontra-se no meio termo em relação aos restantes Concelhos da CIM-TS e vizinhos. 154 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 127 – Pensionistas da Segurança Social em números absolutos e relativos. Local de residência (NUTS - 2013) Pensionistas da segurança social (N.º) por Local de residência (NUTS - 2013); Anual Local de residência (NUTS - 2013) Período de referência dos dados Pensionistas da segurança social por 1000 habitantes em idade ativa (‰) por Local de residência (NUTS - 2013); Anual Período de referência dos dados 2014 2013 2012 2011 2014 2013 2012 2011 N.º N.º N.º N.º Portugal ‰ 340,43 ‰ 341,17 ‰ 338,40 ‰ 332,21 Portugal 3024590 3038268 3024309 2979787 Norte 1018172 1018027 1008553 989853 Norte 326,66 325,93 322,17 315,45 Fafe 15011 14844 14610 14233 Fafe 351,46 346,90 341,05 331,69 Guim arães 44271 43629 42989 41732 Guim arães 331,40 326,45 321,43 311,88 5587 5425 5230 4948 Vizela 274,21 267,89 260,08 247,52 100712 100702 99790 98057 Tâm ega e Sousa (NUT III) 278,87 279,04 276,57 271,97 13318 13323 13233 13036 Am arante 283,51 283,17 279,99 275,45 Baião 6116 6235 6284 6336 Baião 358,33 363,03 363,11 363,24 Castelo de Paiva 4681 4708 4738 4691 Castelo de Paiva 340,39 340,96 341,21 335,34 Celorico de Basto 5750 5853 5833 5825 Celorico de Basto 338,08 343,65 342,41 341,76 Cinfães 6325 6373 6378 6406 Cinfães 379,20 377,66 373,05 370,87 13304 13209 13000 12554 Felgueiras 272,02 270,94 267,44 259,26 9456 9405 9294 9057 Lousada 239,61 239,44 237,69 232,61 Marco de Canaveses 11519 11574 11505 11373 Marco de Canaveses 259,59 261,50 260,59 257,90 Paços de Ferreira 10935 10809 10570 10161 Paços de Ferreira 228,80 227,72 224,49 217,95 Penafiel 15644 15471 15184 14848 Penafiel 261,40 258,57 253,84 248,33 Resende 3664 3742 3771 3770 Resende 395,08 399,74 398,37 392,91 Vizela Tâm ega e Sousa (NUT III) Am arante Felgueiras Lousada Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Quanto ao valor médio anual das pensões, constata-se que este tem aumentado constantemente, atingindo, em 2013, o valor de 4.068 €/pensionista/ano. Este valor é claramente inferior à média nacional e da região Norte, encontrando-se em linha com a média da NUT e no meio-termo em relação aos restantes Concelhos da CIM-TS e vizinhos. Este facto poderá ser um reflexo da desqualificação do emprego e dos consequentes baixos rendimentos auferidos ao longo do percurso profissional por uma parte significativa dos trabalhadores. 155 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 128 – Valor médio das pensões da segurança social. Local de residência (NUTS - 2002) Valor m édio das pensões da segurança social (€/ N.º) por Local de residência (NUTS - 2002); Anual Período de referência dos dados 2013 2012 2011 2010 2009 2008 2007 €/ N.º €/ N.º €/ N.º €/ N.º €/ N.º €/ N.º €/ N.º Portugal 4928 4674 4742 4665 4535 4374 4185 Norte 4612 4419 4447 4388 4274 4121 3946 Fafe 3888 3805 3762 3736 3670 3506 3384 Guim arães 4807 4628 4622 4576 4431 4267 4057 Vizela 4819 4631 4662 4617 4506 4298 4135 Tâm ega (NUT III) 4042 3926 3902 3854 3772 3645 3498 Am arante 3910 3826 3801 3766 3682 3576 3428 Baião 3996 3901 3903 3867 3814 3699 3556 Castelo de Paiva 4376 4232 4193 4160 4052 3929 3786 Celorico de Basto 3582 3529 3421 3413 3351 3256 3137 Cinfães 3854 3737 3681 3624 3551 3434 3290 Felgueiras 4068 3946 3911 3846 3771 3643 3494 Lousada 4231 4097 4109 4057 3985 3874 3721 Marco de Canaveses 4237 4097 4092 4031 3949 3817 3649 Paços de Ferreira 4010 3925 3878 3826 3751 3636 3495 Penafiel 4387 4214 4219 4171 4056 3878 3712 Resende 3499 3412 3378 3347 3283 3194 3085 Ribeira de Pena 3367 3285 3258 3248 3190 3093 2991 Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Quanto ao Rendimento Social de Inserção, constata-se que o número de beneficiários tende para a diminuição a partir de 2009 e que, em 2013 (833 beneficiários), a permilagem é de 17,11 beneficiários por 1000 indivíduos em idade ativa, claramente mais baixa do que as médias nacional e regional e destacadamente mais baixa em relação aos restantes Concelhos da CIM-TS, mas superior a dois dos restantes concelhos vizinhos (Guimarães e Vizela). Este facto poderá estar relacionado com a alteração de critérios de atribuição desta prestação social, mas também (e mais relevante) ao facto do desemprego ter valores historicamente mais baixos. Figura 129 – Beneficiários do RSI em números absolutos e relativos. Local de residência (NUTS - 2013) Beneficiárias/os do rendim ento social de inserção, da segurança social (N.º) por Local de residência (NUTS - 2013); Anual Período de referência dos dados Local de residência (NUTS - 2013) Beneficiárias/os do rendim ento social de inserção, da segurança social por 1000 habitantes em idade ativa (‰) por Local de residência (NUTS - 2013); Anual Período de referência dos dados 2014 N.º 2013 N.º 2012 N.º 2011 2014 2013 2012 ‰ ‰ ‰ 2011 ‰ Portugal 36,07 40,39 47,04 49,96 Norte 39,45 44,53 53,87 60,86 Fafe 22,78 29,64 41,96 47,05 Guim arães 12,60 14,98 21,30 25,45 Vizela 10,14 11,94 16,56 19,52 Tâm ega e Sousa (NUT III) 42,47 48,48 63,53 73,08 N.º Portugal 320811 360355 421201 448290 Norte 123103 139236 168824 190797 Fafe 974 1269 1799 2016 Guim arães 1684 2003 2849 3400 Vizela 206 241 332 388 Tâm ega e Sousa 15331 17495 22914 26287 Am arante 1570 1856 2209 2593 Am arante Baião 33,40 39,36 46,71 54,82 1218 1386 1967 2274 Baião Castelo de Paiva 71,14 80,39 113,21 130,33 327 382 519 606 Castelo de Paiva 23,73 27,59 37,24 43,28 Celorico de Basto 743 958 1227 1340 Celorico de Basto 43,66 56,24 72,01 78,66 Cinfães 978 1356 1884 1939 Cinfães 58,29 79,83 109,63 111,86 31,17 Felgueiras 733 833 1278 1504 Felgueiras 15,01 17,11 26,34 Lousada 1215 1416 2005 2331 Lousada 30,86 36,13 51,39 60,17 Marco de Canaveses 2630 3057 4297 4877 Marco de Canaveses 59,35 69,16 97,39 110,95 Paços de Ferreira 2505 2649 3291 3949 Paços de Ferreira 52,59 56,03 70,24 85,23 Penafiel 2776 2810 3203 3659 Penafiel 46,39 46,97 53,56 61,32 Resende 636 792 1034 1215 Resende 68,26 84,13 108,49 126,28 156 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Fonte: INE, Portal de Informação Estatística Um outro indicador disponível interessante para avaliar as condições de vida da população é a proporção de profissionais socialmente mais valorizados (as chamadas “profissões nobres”). Em 2011, esta proporção era claramente mais baixa do que as médias nacional e da região Norte e a quarta mais baixa entre os concelhos da CIM-TS e vizinhos. Este dado indicia as debilidades na qualificação e formação da população ativa. Também internamente no concelho se verifica a existência de assimetrias. As freguesias de perfil urbano detinham uma maior proporção de profissionais socialmente mais valorizados (em particular Margaride e Vila Cova da Lixa, acima de 20%), enquanto que as freguesias de perfil mais rural ou industrial detinham menor proporção destes profissionais (Vizela S. Jorge, Vila Fria, Torrados, abaixo de 6%). Figura 130 – Proporção de profissionais socialmente mais valorizados, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) Proporção de profissionais socialm ente m ais valorizados (%) por Local de residência (à data dos Censos 2011); Decenal Período de referência dos dados 2011 % Portugal 22,24 Norte 20,81 Fafe 17,07 Guim arães 17,06 Vizela 12,82 Tâm ega (NUT III) 13,59 Castelo de Paiva 11,19 Celorico de Basto 12,55 Am arante 17,53 Baião 11,31 Felgueiras 12,37 Lousada 11,83 Marco de Canaveses 13,59 Paços de Ferreira 12,95 Penafiel 13,76 Cinfães 13,81 Resende 14,66 157 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Local de residência (à data dos Censos 2011) Proporção de profissionais socialmente mais valorizados (%) por Local de residência (à data dos Censos 2011) Local de residência (à data dos Censos 2011) Proporção de profissionais socialmente mais valorizados (%) por Local de residência (à data dos Censos 2011) Período de referência dos dados Período de referência dos dados 2011 2011 % % 12,37 Felgueiras Aião 7,91 Refontoura Airães 8,70 Regilde 8,56 6,32 Borba de Godim 14,67 Revinhade 11,06 Caramos 12,30 Margaride (Santa Eulália) 20,29 Friande 12,59 Santão 19,67 Idães 9,70 Vizela (São Jorge) 5,56 Jugueiros 7,56 Sendim 7,64 10,04 Sernande 8,48 Lagares 6,75 Sousa Lordelo 6,67 Macieira da Lixa 14,79 Torrados Moure 10,63 Unhão 8,82 Pedreira 7,07 Várzea 12,35 Penacova 6,08 Varziela 11,59 Pinheiro 9,80 Vila Cova da Lixa 23,08 5,59 10,56 Vila Fria Pombeiro de Ribavizela 4,83 6,99 Vila Verde Rande 11,11 Fonte: INE, Censos 2011 Quanto à situação na profissão dos ativos empregados constata-se que o Concelho se encontra dentro do padrão expectável face às realidades nacional e regional, verificando-se uma larga prevalência de trabalhadores por conta de outrém (apx. 83%), seguido de empregadores (apx. 10%) e de trabalhadores por conta própria (apx. 6%). Figura 131 – População empregada por situação na profissão, em 2011. Local de residência (à data dos Censos 2011) População em pregada (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011), Sexo, Atividade económ ica (CAE Rev. 3) e Situação na profissão; Decenal HM Situação na profissão Total Em pregador Trabalhador por conta própria Trabalhador fam iliar não rem unerado Trabalhador por conta de outrem Mem bro de Outra situação um a cooperativa de produção N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º Portugal 4361187 459123 286090 24130 3540336 2157 49351 Norte 1501883 156436 99550 9663 1220150 805 15279 Fafe 19880 2040 1271 94 16308 11 156 Guim arães 69615 6694 3229 218 58928 34 512 Vizela 10863 880 462 31 9425 3 62 Tâm ega (NUT III) 219649 20525 13973 1439 181949 108 1655 Castelo de Paiva 6150 518 340 28 5226 3 35 Celorico de Basto 6890 592 565 71 5623 3 36 Am arante 21590 2124 1493 165 17611 10 187 Baião 6577 521 447 39 5504 3 63 Felgueiras 26716 2599 1504 147 22274 13 179 Lousada 20817 1826 1147 108 17605 12 119 Marco de Canaveses 19806 1818 1112 129 16556 13 178 Paços de Ferreira 24920 2541 1544 83 20540 14 198 Penafiel 29991 2572 1590 142 25484 10 193 Cinfães 6082 574 537 111 4796 1 63 Resende 3396 330 436 77 2505 4 44 Fonte: INE, Censos 2011 O ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem a tempo inteiro com remuneração completa é um indicador que reflete a disponibilidade de rendimento auferido por parte muito significativa da população empregada. 158 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Neste indicador o que se constata é que o ganho médio mensal destes trabalhadores, referenciado a 2011, era claramente inferior às médias nacional e da região Norte e inferior à da NUT. Entre os Concelhos da CIM-TS era o segundo valor mais baixo. Para este facto, deve contribuir as baixas remunerações auferidas na indústria do calçado, em particular pelos trabalhadores menos qualificados. Figura 132 – Evolução do ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém. Ganho m édio m ensal (€) por Localização geográfica (NUTS - 2002); Anual (1) Localização geográfica (NUTS 2002) Período de referência dos dados 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 € € € € € € € € € 1034,19 1008 963,28 933,96 907,24 877,46 Portugal 2004 Norte 958,11 949,08 940,71 901,37 877,26 832,61 805,70 785,18 751,74 Fafe 728,14 715,78 707,58 673,87 661,68 618,36 594,39 573,81 570,23 Guim arães 823,45 816,25 805,59 772,74 745,44 707,22 686,58 661,53 645,04 Vizela 722,87 710,34 684,86 645,34 639,99 621,61 607,60 588,76 578,86 Tâm ega (NUT III) 761,93 753,08 746,13 721,97 692,31 657,48 632,11 614,10 586,11 Am arante 832,44 833,69 851,40 788,26 753,86 722,18 708,91 692,65 644,39 Baião 741,47 766,89 745,15 694,88 673,17 662,59 641,07 581,46 541,90 Castelo de Paiva 734,83 732,58 720,76 717,91 680,95 665,78 631,97 615,36 586,25 Celorico de Basto 730,90 733,08 703,81 667,12 631,18 595,39 588,48 581,19 572,44 Cinfães 731,51 710,78 711,10 730,70 742,84 709,24 673,94 660,66 607,71 Felgueiras 711,69 701,88 691,10 673,13 650,90 618,96 591,97 587,19 561,89 Lousada 696,85 688,77 692,27 676,40 645,94 603,50 574,74 570,05 537,92 Marco de Canaveses 823,03 757,73 728,25 739,64 699,08 664,20 637,07 613,04 580,58 Paços de Ferreira 712,85 705,85 691,07 658,40 640,74 598,38 576,77 553,12 539,84 Penafiel 832,06 823,08 817,53 801,45 759,38 729,26 711,61 691,49 650,93 Resende 769,12 752,93 733,33 673,97 634,41 610,90 604,57 569,53 547,42 (1) Quadros de Pessoal; os dados referem-se a trabalhadores por conta de outrem a tempo completo com remuneração completa. Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 159 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Em contrapartida, no que se refere ao poder de compra concelhio per capita, o Concelho apresenta valores bem mais positivos. Apesar das oscilações registadas ao longo dos últimos biénios, em 2013, o poder de compra per capita, apesar de mais baixo do que os valores nacional e da região Norte, era mais elevado do que a média da NUT e o mais elevado entre os Concelhos da CIM-TS. Esta aparente contradição pode-se explicar porque o poder de compra per capita é um indicador compósito de síntese, construído a partir de um conjunto de variáveis e por recurso a um modelo de análise fatorial, no qual algumas variáveis como as coletas de IRS, IUC, IMT e IMI, o rendimento bruto declarado no IRS, as compras e levantamentos efetuados vai caixas ATM, o número de veículos vendidos, etc, são ponderadas e conjugadas. Logo se conclui, que apesar do baixo ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém, outras daquelas variáveis contribuem para “compensar” e reposicionar o Concelho e a sua população neste importante indicador de qualidade de vida. Figura 133 – Evolução do poder de compra per capita. Localização geográfica (NUTS 2013) Poder de com pra per capita por Localização geográfica (NUTS - 2013); Bienal Período de referência dos dados 2013 2011 2009 2007 100 100 100 100 100 Norte 92,03 89,22 87,64 86,24 85,45 Fafe 75,21 69,71 64,79 63,73 64,24 Guim arães 89,34 85,78 79,78 78,92 77,50 Vizela 78,21 72,06 65,58 65,17 69,34 Tâm ega e Sousa (NUT III) 71,51 66,45 63,23 61,20 61,44 Am arante 73,18 69,09 63,53 61,55 60,97 Baião 59,40 52,63 51,51 50,45 49,26 Castelo de Paiva 63,60 58,90 55,61 54,29 56,20 Celorico de Basto 56,64 49,83 47,73 47,55 48,50 Cinfães 56,54 49,87 49,35 49,30 48,29 Felgueiras 80,30 73,63 66,96 66,34 80,86 Lousada 69,33 64,55 64,04 59,11 58 Marco de Canaveses 73,24 70,52 63,23 61,56 60,20 Paços de Ferreira 75,17 71,62 70,56 66,29 62,88 Penafiel 75,65 69,56 68,96 67,90 62,68 Resende 59,11 54,67 49,43 47,95 47,25 Portugal 2005 Fonte: INE, Portal de Informação Estatística 160 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.6 Agricultura e Floresta III.6.1 Agricultura Como foi referido nos capítulos anteriores, apenas uma pequena parte da população exerce atividade principal no setor primário e, ainda assim, esta parcela encontra-se em regressão permanente. No entanto, apesar da ideia que possa ser transmitida por estes dados em relação à importância social e económica da atividade agrícola, os dados provenientes do Recenseamento Geral da Agricultura (2009) demonstram que a agricultura é uma atividade de relevante à qual importantes franjas da população dedicam partes do seu esforço e do seu tempo. Do ponto de vista sociológico, a ligação da população à terra, tirando múltiplos benefícios da prodigalidade desta, constitui, tal como a indústria do calçado, uma importante marca da identidade local. Efetivamente, em cerca de 30% da área do concelho, a aptidão da terra para a agricultura é elevada e em cerca de 25% é moderada (dados ex-DRAEDM) Figura 134 – Carta de aptidão da terra para a agricultura. Fonte: ex-DRAEDM Bastará uma viagem pelo território municipal para esta realidade ser percetível, isto apesar da diminuição relevante da área com ocupação agrícola verificável desde a década de 90. 161 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A expressão desta importância é igualmente percetível através dos produtos de excelência que aqui são produzidos, com particular enfoque na vitivinicultura e na produção de kiwi. Os dados apresentados de seguida, extraídos dos recenseamentos agrícolas de 1989, 1999 e 2009, transmitem as ideias fundamentais que importará reter: Globalmente, tanto o número de explorações como a superfície agrícola utilizada (SAU) têm diminuído; A área média de SAU por exploração tem aumentado, o que sugere alguma tendência para o emparcelamento; Menor intensidade de trabalho expresso em UTA por exploração (1 UTA = 240 dias de trabalho a 8 horas por dia); Em consonância com os resultados censitários, o número de produtores agrícolas singulares tem diminuído e, naturalmente, também a população agrícola familiar (conjunto de pessoas que fazem parte do agregado doméstico do produtor singular, quer trabalhem ou não na exploração, bem como de outros membros da família que não pertencendo ao agregado doméstico, participam regularmente nos trabalhos agrícolas da exploração); A cultura permanente largamente dominante é a vinha (99% das explorações com culturas permanentes), tendo também alguma relevância os frutos sub-tropicais (kiwi) e os frutos frescos; Não se verificam variações muito relevantes entre freguesias nas principais tendências verificadas; no entanto é relevante a diferença do peso da SAU na área total da freguesia, que chega a ser superior a 50% (Vila Fria) e 40% (Vila Cova da Lixa, Santão, Refontoura) e, no pólo oposto, existem freguesias onde este peso não chega a 10% (Pinheiro, Revinhade). 162 / 201 102 88 203 157 405 263 33 27 52 39 85 63 1,6 1,3 1,4 1,8 1,7 2,0 3,30 2,85 3,31 2,74 2,13 1,98 109 77 182 107 187 125 33 27 55 39 67 78 50 52 76 51 83 42 27 88 63 21 90 27 33 71 75 56 Moure Pedreira Penacova Pinheiro Pombeiro Rande Refontoura Regilde Revinhade Margaride Santão Vizela (São Jorge) Sendim Sernande Sousa Torrados Unhão Várzea Fonte: INE, RGA 1989/1999/2009 163 / 201 2132 33 FELGUEIRAS 56 62 127 14 20 39 1,0 1,3 1,5 3,00 2,20 1,03 42 44 40 14 20 39 1467 1136 4555 3687 2914 2,14 2,51 2,57 1,7 1,6 1,4 2123 1443 1109 9291 5427 3298 226 100 212 104 17 339 183 28 540 318 46 78 33 70 162 100 67 44 101 26 31 30 134 72 111 67 62 93 108 1,4 92 46 22 178 1,1 124 75 144 187 151 106 70 161 66 85 125 227 123 180 106 115 117 184 334 1,5 1,5 1,4 264 320 320 149 107 440 97 133 218 333 235 336 220 268 287 280 376 59 5,76 1,7 1,7 26 47 35 19 14 39 9 11 15 53 23 31 22 22 29 37 59 40 1,68 1,7 1,6 40 47 41 28 20 47 19 20 30 63 33 43 36 29 34 52 90 56 140 2,41 2,91 2,44 59 74 71 33 27 87 21 28 41 83 51 75 52 50 78 66 99 10 124 98 3,34 2,83 2,1 1,6 1,6 1,3 1,4 1,3 1,2 1,1 1,1 1,4 1,4 1,4 1,2 0,9 1,1 1,2 1,3 12 240 133 47 2,83 1,96 1,6 1,9 1,5 1,9 1,6 2,0 1,0 1,2 1,5 1,5 1,7 1,4 1,4 2,3 1,7 1,6 1,6 11 20 233 111 233 83 1,6 2,1 1,8 1,4 1,3 1,7 1,3 1,6 1,3 1,7 2,0 1,5 1,7 1,6 1,9 2,0 1,3 1,2 31 447 154 17 311 130 4,04 2,64 3,54 3,00 1,87 2,18 2,67 2,00 3,00 2,61 2,22 3,41 1,36 2,18 3,97 2,08 1,58 1,7 54 52 288 28 351 147 2,54 3,11 2,83 2,64 2,45 2,67 1,40 1,50 2,70 1,98 3,62 2,35 1,50 2,33 2,32 2,91 1,32 2,2 1,3 63 487 164 46 80 34 2,04 1,92 1,68 1,70 2,15 2,22 1,71 2,07 1,69 2,13 1,55 1,89 2,10 2,32 1,55 2,34 1,46 3,36 1,4 107 47 173 Vila Fria Vila Verde 93 46 109 132 131 57 28 85 24 22 45 141 51 116 30 48 119 81 93 4,38 1,5 1,3 64 350 304 75 104 146 116 74 49 131 28 30 81 129 123 101 54 70 79 157 119 6,33 2,10 1,3 105 44 244 357 124 114 144 119 56 58 200 36 56 71 177 79 144 109 116 121 157 147 37 1,88 1,6 1,6 47 371 484 Vila Cova da Lixa 27 50 37 19 15 39 9 11 15 54 23 34 22 22 30 39 59 57 1,56 1,90 1,7 76 58 95 Varziela 41 47 41 28 20 49 20 20 30 65 34 43 36 30 34 54 90 76 44 1,98 2,1 1,3 67 101 163 101 11 60 2,07 2,62 2,1 85 118 291 Macieira da Lixa 13 86 99 3,15 1,7 1,4 1,4 404 94 2009 12 21 125 2,53 2,11 1,7 1,8 58 152 1999 Lordelo 32 222 131 3,04 1,6 1,1 71 204 1989 55 52 211 2,41 2,19 2,04 97 32 2009 Lagares 63 271 95 2,09 2,00 1,0 38 1999 107 50 143 2,79 2,70 1,6 43 1989 Jugueiros 67 183 129 194 1,8 1,3 2009 107 45 140 202 2,38 1,9 1999 Idães 47 234 316 2,76 2,1 1989 76 59 95 1,93 2,64 2009 Friande 67 101 143 3,36 1999 84 207 2,72 1989 117 185 87 2009 Caramos 60 131 1999 População agrícola Borba de Godim 75 117 1989 Produtores agrícolas singulares 96 33 2009 Unidade de trabalho ano médio por exploração agrícola (UTA) Airães 39 1999 Superfície Agrícola Utilizada (SAU) SAU média por exploração (ha) - ha 43 1989 Nº explorações Aião FREGUESIA RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 135 – Distribuição e evolução das explorações, SAU, produtores e população agrícola por freguesia. RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 136 – Explorações agrícolas com culturas permanentes, em 2009. Localização geográfica (NUTS - Explorações agrícolas com culturas permanentes (N.º) por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Tipo (culturas 2002) permanentes); Decenal Período de referência dos dados 2009 Tipo (culturas permanentes) Felgueiras Total Frutos frescos (excepto citrinos) Citrinos Frutos subtropicais Frutos de casca rija Olival N.º N.º N.º N.º N.º 1091 44 20 48 15 1 1 Aião 32 Airães 58 Borba de Godim 93 Caramos 56 1 Friande 44 3 Idães 50 2 Jugueiros 48 Lagares 20 Lordelo 8 1 1 1 Macieira da Lixa 59 1 1 2 1 Moure 36 2 1 Pedreira 29 2 1 1 Penacova 22 2 Pinheiro 21 1 1 1 Pombeiro de Ribavizela 33 2 2 Rande 22 1 1 Refontoura 51 5 Regilde 15 Revinhade 11 Margaride (Santa Eulália) 31 Santão 26 Vizela (São Jorge) Vinha Outras culturas permanentes N.º N.º N.º 3 1082 32 1 58 93 2 3 1 56 1 2 44 7 47 1 48 1 20 8 59 35 1 29 22 3 20 33 22 3 2 2 1 50 15 1 2 1 11 31 26 7 7 Sendim 35 Sernande 13 1 1 Sousa 17 1 1 Torrados 37 3 6 2 36 Unhão 48 6 1 3 1 48 Várzea 27 3 2 5 2 27 Varziela 33 2 1 1 Vila Cova da Lixa 78 2 Vila Fria 17 2 Vila Verde 14 1 2 35 13 17 32 2 2 1 1 77 17 1 14 Fonte: INE, RGA 2009 Figura 137 – Relação entre a SAU e a área total da freguesia, em 2009. Fonte: INE, RGA 2009 164 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.6.2 Floresta Os espaços florestais ocupam um papel de relevo na ocupação do território municipal (segundo a COS2007, aproximadamente 5850 ha, correspondentes a cerca de 50%). Neste território, a vegetação potencial clímax é representada pelos carvalhais galaicoportugueses de Quercus robur, da aliança Quercion robori-petraeae (Domínio do Rusco – Quercetum roboris). Nesta aliança são característicos os Ruscus (gilbardeira) e o Laurus (loureiro), entre outros. No entanto, devido ao elevado grau de humanização da paisagem, no Entre Douro e Minho não são representados abundantemente elementos de vegetação potencial. Então, os principais tipos de coberto vegetal florestal identificado no Concelho serão os seguintes: 1) Zonas Florestais, onde predominam florestas de produção de eucalipto (Eucalyptus globulus) e de pinheiro bravo (Pinus pinaster), este muito residual. Por vezes, esta floresta coexiste com um sub-coberto de carvalhal; pontualmente podem ser observadas sebes de carvalho-roble (Quercus robur), delimitando campos agrícolas ou orlas florestais, bem como algumas manchas de carvalhal. Efetivamente a floresta é constituída em grande parte por eucaliptal sendo notória também a presença de pinheiro bravo. Existem pontualmente espécies exóticas, com características invasoras, nomeadamente a acácia (Acacia delbata), vulgarmente chamada de mimosa. Os povoamentos de carvalho-alvarinho são importantes e devem ser preservados pelo facto de se encontrarem em desaparecimento na sua área de distribuição natural. Potencialmente é a formação florestal que assegura maior biodiversidade. 2) Zonas de mato autóctone, as quais podem ser observadas em zonas recém-intervencionadas (ex. taludes), em zonas ardidas ou de corte raso. As zonas povoadas por eucaliptais apresentam um mato característico do norte de Portugal, devido aos elevados teores de humidade no solo, que apesar do desenvolvimento de ações de controlo rapidamente densificam o sub-coberto. O sub-coberto é constituído pelos matos tipicamente mediterrâneos, sendo bastante representativo o tojo (Ulex spp), a giesta (Cytisus spp.) e a urze (Erica spp). O sub-coberto do pinhal é naturalmente mais denso e constituído por uma diversidade de espécies que representam os matos autóctones, tais como fetos. 3) Galerias ripícolas, as quais não são muito frequentes dado que, apesar da abundância de cursos de água, normalmente a agricultura é praticada até às margens destes. Quando existe, a 165 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL cortina arbórea ripícola é essencialmente constituída por salgueiros ( Salix alba), choupos (Populus spp), amieiro (Almus spp) e vidoeiro (Betula celtibérica). Estes espaços florestais, em regra, apresentam vastas áreas de interface com espaços urbanos, o que leva a uma grande pressão que é exercida sobre a floresta. Desta forma se explica parte do elevado número de ocorrências de incêndios florestais, mais propriamente o elevado número de fogachos, provocados, p. ex., por queima de sobrantes agrícolas. Figura 138 – Ocupação florestal do território, em 2007. Fonte: DGT, COS 2007 Em termos evolutivos, verifica-se que a área florestal tem aumentado ao longo dos anos, em parte devido à “invasão” de território anteriormente ocupado com culturas agrícolas. É notório o aumento da área povoada com Eucalipto (ainda que em co-dominância com o Pinheiro-Bravo em muitos espaços). Por sua vez, a área de Pinheiro-Bravo tem-se vindo a reduzir, verificando-se que em algumas zonas passou a ser ocupada por eucalipto e/ou povoamento misto de ambas as espécies. As áreas de mato têm aumentado expressivamente, o que será devido, por um lado, ao abandono de áreas agricultadas, e por outro à redução das áreas florestadas, por corte ou incêndio. 166 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A área de folhosas (que não o eucalipto) diminui significativamente e os povoamentos de carvalho ocupam, atualmente, uma área quase residual, apesar de em estrato arbustivo terem bastante significado. Interessará refletir sobre esta tendência evolutiva da ocupação florestal, dado que os matos tipicamente mediterrânicos e o eucalipto são combustíveis florestais que contribuem naturalmente para o aumento da perigosidade de incêndio florestal, pois apresentam elevada combustibilidade. É muito importante preservar as espécies autóctones existentes, que no caso de Felgueiras são o carvalho-alvarinho, os salgueiros e bétulas. Devem-se aproveitar todas as linhas de água existentes no território, plantando espécies folhosas tipicamente ribeirinhas que possam servir como barreira à progressão do fogo. A gestão dos espaços florestais é dificultada pela elevada dispersão, grande número de proprietários, baixa dimensão da propriedade e, frequentemente, alheamento dos proprietários em relação à gestão das propriedades face às fracas perspetivas de aproveitamento económico. Nestas circunstâncias, as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF – áreas territoriais contínuas e delimitadas constituídas maioritariamente por espaços florestais, submetida a um plano de gestão florestal e a um plano específico de intervenção florestal e gerida por uma única entidade), reguladas pelo D.L. nº 15/2009, de 14 de janeiro pretendem constituir-se como um instrumento de gestão florestal que permita garantir uma adequada e eficiente gestão dos espaços florestais, com a atribuição concreta de responsabilidades, ultrapassar os bloqueios fundamentais à intervenção florestal, nomeadamente a estrutura da propriedade privada, em particular nas regiões de minifúndio e infraestruturar o território, tornando-o mais resiliente aos incêndios florestais, garantindo a sobrevivência dos investimentos e do património constituído. Estão neste momento constituídas duas ZIF’s que abrangem o território de Felgueiras. A associação que desencadeou e lidera estes dois processos é a AFVS (Associação Florestal do Vale do Sousa), estando a Câmara Municipal de Felgueiras associada desde o início. A ZIF de Felgueiras tem uma área total de 3292 ha, abrangendo as freguesias de Borba de Godim, Macieira da Lixa, Caramos, Moure, Pinheiro, Friande, Sendim e Jugueiros. Uma outra ZIF, de Lousada, está também em processo de constituição na zona Oeste do concelho. Esta ZIF engloba território de Felgueiras, tendo na sua totalidade 3337 ha. Há uma grande esperança na constituição destas duas ZIF’s, pois espera-se que tenham um papel determinante no ordenamento florestal, na implementação de planos de defesa da floresta contra incêndios e na consequentemente valorização florestal. Desta forma, a aceitação por parte da população local para as medidas de defesa da floresta contra incêndios será superior, tendo em vista o aumento de proteção e produtividade da floresta, condição necessária para um maior envolvimento da população. 167 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL A conclusão da execução dos mosaicos de parcelas de gestão de combustível é essencial a uma eficiente defesa da floresta contra incêndios e apenas viável em território de ZIF. Figura 139 – Delimitação das ZIF. Fonte: PMDFCI Para além da produção, os espaços florestais também apresentam elevado potencial de fruição e lazer. Todo o Concelho de Felgueiras é Zona de Caça Municipal (ZCM), com exceção das Freguesias de Borba de Godim e Macieira da Lixa. Nestas duas freguesias existe uma área de caça associativa, a do Seixoso. Na ZCM existem 4 zonas de refúgio de caça, que são rotativas, e 4 campos de treino, fixos e onde são feitos investimentos por parte das associações que os gerem. Interessa portanto preservar estes campos de treino dos incêndios florestais, e assim proteger os investimentos lá realizados. Quanto aos equipamentos florestais de recreio, deverá haver atenção especial quando inseridos em espaços florestais, pois a “pressão” sobre a floresta envolvente (através do seu usufruto) é normalmente excessiva e geradora de conflitos, que habitualmente resultam num aumento das ignições nesses locais. 168 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Entretanto, os incêndios florestais constituem uma ameaça sazonal, mas recorrente. De facto, entre 1980 e 2013, arderam no concelho de Felgueiras quase 6000 ha de espaço florestal, o que em média dá uma área ardida anual aproximadamente de 182 ha. Foi em 2005 que a área ardida total foi mais elevada (465 ha), e o ano inverso foi 1988 (3,1 ha). Constata-se que, em regra, depois de um ano em que a área ardida é elevada, segue-se um ano com pequena área devastada pelos incêndios, quando as condições meteorológicas o permitem. A título de exemplo, repare-se que comparativamente ao ano de 2005 em que arderam 465 ha, no ano de 2006 a área ardida decresceu quase para metade (246,6 ha), ou 2013 (300 há de área ardida) e 2014 (aproximadamente 30 ha). Normalmente o período de recorrência de incêndios florestais é de 5 anos. No que diz respeito às freguesias mais atingidas por este fenómeno, pode-se verificar que, naturalmente, foram aquelas onde a mancha florestal é mais significativa: Jugueiros, Borba de Godim, Sendim, Idães, Penacova e Revinhade. As ações levadas a cabo pela Autarquia, através do Gabinete Técnico Florestal, quer no terreno (faixas de gestão de combustível, fogo controlado) quer através de medidas de sensibilização e divulgação, têm procurado manter sob controlo este grave problema. Figura 140 – Gráfico de áreas ardidas vs. nº ocorrências (1980-2013). Fonte: PMDFCI 169 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 141 – Áreas ardidas nos últimos 10 anos (2004-2013). Fonte: ICNF III.7 Ocupação do solo O conhecimento da ocupação do solo (e da sua evolução) constitui uma referência útil para o ordenamento do território. A base utilizada para a ponderação do uso e ocupação do solo do concelho de Felgueiras foi a Carta de Uso e Ocupação do Solo de Portugal Continental para 2007 (COS2007). A COS 2007 é uma cartografia temática que pretende caracterizar com grande detalhe a ocupação/uso do solo no território de Portugal Continental. Esta foi produzida com base na interpretação visual de imagens aéreas ortorrectificadas, de grande resolução espacial (50 cm) e quatro bandas espectrais (azul, verde, vermelho e infravermelho próximo). A informação cartográfica da COS 2007 possui uma unidade mínima cartográfica de 1 ha, uma exatidão posicional melhor ou igual a 5,5 m e uma exatidão temática global de 85%, 13% com um erro de 2,00% para um nível de confiança de 95% (IGP, 2010). A distribuição dos usos do solo no concelho de Felgueiras, segundo a COS 2007, segundo o qual é possível constatar que as “Florestas e meios naturais e seminaturais” 7 ocupam uma maior percentagem do território concelhio, mais precisamente 50,53%, o que corresponde a 7 Florestas e meios naturais e seminaturais - áreas onde se incluem florestas, vegetação arbustiva e herbácea e áreas naturais com pouco ou, mais raramente, nenhum coberto vegetal. 170 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 5.848,78 ha. Seguem-se as “áreas agrícolas e agroflorestais”8 que ocupam 35,33% do total do concelho de Felgueiras (4.089,19 ha) e os “territórios artificializados” 9 com 14,03% (1.624,25 ha). Figura 142 – Principais classes de ocupação do solo em 2007. Nomenclatura Nível 1 Nível 2 1.1. Tecido urbano 1.2 Indústria, comércio e transportes 1. Territórios artificializados 1.3. Áreas de extração de inertes, áreas de deposição de resíduos e estaleiros de construção 1.4 Espaços verdes urbanos, equipamentos desportivos, culturais e de lazer, e zonas históricas 2.1. Culturas temporárias 2. Áreas agrícolas e agroflorestais 2. Áreas agrícolas e agroflorestais 2.2. Culturas permanentes 2.4. Áreas agrícolas heterogéneas 3.1. Florestas 3. Florestas e meios naturais e seminaturais 5. Corpos de água 3.2. Florestas abertas e vegetação arbustiva e herbácea 5.1. Águas interiores Concelho de Felgueiras Nível 3 1.1.1. Tecido urbano contínuo 1.1.2. Tecido urbano descontínuo 1.2.1. Indústria, comércio e equipamentos gerais 1.2.2. Redes viárias e ferroviárias e espaços associados 1.3.1. Áreas de extração de inertes 1.3.2. Áreas de deposição de resíduos 1.3.3. Áreas em construção 1.4.2. Equipamentos desportivos, culturais e de lazer e zonas históricas 2.1.1. Culturas temporárias de sequeiro 2.1.2. Culturas temporárias de regadio 2.2.1. Vinhas 2.2.2. Pomares 2.4.1. Culturas temporárias e/ou pastagens associadas a culturas permanentes 2.4.2. Sistemas culturais e parcelares complexos 2.4.3. Agricultura com espaços naturais e seminaturais 2.4.4. Sistemas agroflorestais (SAF) 3.1.1. Florestas de folhosas 3.1.2. Florestas de resinosas 3.1.3. Florestas mistas 3.2.1. Vegetação herbácea natural 3.2.2. Matos 3.2.3. Vegetação esclerófita 3.2.4. Florestas abertas, cortes e novas plantações 5.1.1. Cursos de água 5.1.2. Planos de água Área (ha) Área (%) 975,61 8,43 426,70 3,69 131,90 1,14 63,18 0,55 3,66 0,03 2,64 0,02 3,19 0,03 17,38 0,15 1.021,95 8,83 1.532,63 13,24 662,10 123,81 5,72 1,07 327,04 2,83 240,72 2,08 99,15 0,86 81,79 0,71 1.508,25 13,03 63,01 0,54 1.694,38 14,64 237,76 2,05 1.881,76 22,39 16,26 0,19 441,23 3,81 10,45 1,25 11.573,92 0,09 0,01 100 Fonte: DGT 8 Áreas agrícolas e agroflorestais - áreas utilizadas para agricultura, constituídos por terras aráveis, culturas permanentes, prados e pastagens permanentes. Inclui sistemas agroflorestais. 9 Territórios artificializados - superfícies artificializadas ou ajardinadas, destinadas a atividades relacionadas com as sociedades humanas. Esta classe inclui áreas de tecido urbano, áreas industriais, áreas comerciais, rede rodoviária e ferroviária, áreas de serviços, jardins ou parques urbanos e equipamentos culturais e de lazer 171 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 143 – Cartograma das principais classes de ocupação do solo (2007). Fonte: DGT/Tratamento DUOA Em termos evolutivos, assumindo como referencial a COS90 (a mais próxima temporalmente da data de vigência do atual PDM), verifica-se uma diminuição significativa dos solos predominantemente agrícolas, e a sua “transformação” em solos predominantemente florestais. Por seu turno, verifica-se o aumento dos solos predominantemente sociais, em menor escala do que aquilo que seria expectável face à dinâmica do licenciamento de obras particulares, o que se poderá explicar pela elevada dispersão territorial da construção, que não chega sequer a formar tecido urbano, ainda que descontínuo. Figura 144 – Evolução da ocupação do solo (COS 1990 para COS 2007). Área apx. (ha) - 1990 1225 Solos predominantemente agrícolas Solos predominantemente florestais Ocupação do Solo Solos predominantemente sociais Outros solos % % ∆% 10,7 Área apx. (ha) - 2007 1624 14,0 + 3,3% 5645 49,2 4089 35,3 - 13,9% 4556 39,7 5848 50,5 + 10,8% 48 0,4 12 0,2 - 0,2% Fonte: DGT 172 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL III.8 Turismo No momento de elaboração do PDM, em 1994, não é explicitado, em qualquer dos seus elementos, nenhum tipo de norma, critério ou princípio destinado a apoiar, do ponto de vista estratégico, a atividade turística. Isto significa que, à data da elaboração do PDM, não era reconhecida vocação turística ao território, pelo menos de forma evidente, nem o turismo era considerado como vetor do desenvolvimento do concelho. Entretanto, no documento “Estratégia de Desenvolvimento e Ordenamento de Felgueiras – estudo de cenários de desenvolvimento para suporte à revisão do PDM” , é assumido que o potencial existe (até por força da melhoria substancial das acessibilidades) e que “ a estratégia de desenvolvimento turístico deve orientar os trabalhos de revisão do PDM de Felgueiras, de modo a acompanhar coerentemente o ordenamento do território concelhio. Tal estratégia será tributária de uma perspetiva integrada do desenvolvimento local, articulando coerentemente os seus espaços rural e urbano e procurando maximizar as sinergias entre sectores de atividade diversos”. Segundo este estudo, o mercado potencial divide-se em dois grandes segmentos: Segmento turismo de lazer – cerca de 1,5 milhões de hóspedes da Região Norte e uma população de cerca de 3.5 milhões de habitantes e destes cerca de 720 000 são de proximidade (NUT Tâmega e concelhos de Fafe e Guimarães). Segmento negócios – cerca de 700 empresas industriais modernas e de boas dimensões situadas no Concelho de Felgueiras e uns muitos milhares na NUT Tâmega e concelhos de Fafe e Guimarães. Quanto aos recursos turísticos é reconhecida a existência de diversidade, tanto na vertente cultural (património construído, equipamentos desportivos e culturais, produtos regionais, ambiente rural), como na vertente ecológica (recursos naturais, ambientais e paisagísticos). É também reconhecida a dificuldade de configurar um produto turístico consistente a partir deste conjunto de recursos. Entretanto, em 1998, no âmbito do PROSOUSA - Programa de Desenvolvimento Integrado do Vale do Sousa, criado pelo Governo em 1997, que visava “a criação de condições para o desenvolvimento sustentado das atividades económicas e do emprego no Vale do Sousa, no contexto da organização e equilíbrio do território e de valorização das competências profissionais e socioculturais da sua população”, e em cooperação com o então Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) e com a extinta Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), começa a tomar forma a Rota do Românico do Vale do Sousa, visando alavancar o riquíssimo património edificado românico existente na região como motor de desenvolvimento regional. 173 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Em 2011, o âmbito geográfico da Rota foi alargado aos restantes concelhos da CIM-TS. A Rota do Românico pretende, através da valorização do património cultural e arquitetónico de estilo românico, criar um produto turístico e cultural de excelência. Assim, a Rota do Românico afirma-se como um produto identitário, com evidentes ganhos de escala, com capacidade estruturante de configurar um produto turístico capaz de ancorar (ou ser complementado) pelo conjunto significativo de recursos identificados. No entanto, os efeitos da Rota sobre o território de Felgueiras, do ponto de vista turístico, serão ainda algo incipientes, a confiar nos dados disponíveis da evolução do número de dormidas. Figura 145 – Evolução do número de dormidas turísticas em Felgueiras 2009-2013. Localização geográfica (NUTS 2002) Dorm idas (N.º) nos estabelecim entos hoteleiros por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Tipo (estabelecim ento hoteleiro); Anual (1) Período de referência dos dados 2013 2012 2011 2010 2009 Total Felgueiras N.º N.º N.º N.º N.º 5764 5091 6485 8689 12051 Fonte: INE Figura 146 – Número de dormidas turísticas em 2014 por tipo de estabelecimento na CIM-TS e vizinhos. Localização geográfica (NUTS 2013) Dorm idas (N.º) nos estabelecim entos hoteleiros por Localização geográfica (NUTS - 2013) e Tipo (estabelecim ento hoteleiro); Anual (1) Período de referência dos dados 2014 Tipo (estabelecim ento hoteleiro) Total Hotéis Pensões Estalagens Pousadas Motéis HotéisAldeam entos Apartam entos apartam entos turísticos turísticos N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º Portugal 48711366 29678861 1865240 477397 435766 182466 6857289 2020814 4354666 Norte 6061742 4613165 364330 38223 109816 0 0 0 0 165682 3889 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1028 0 0 0 0 0 Fafe 19020 Guim arães 208987 Vizela Tâm ega e Sousa (NUT III) 176195 Am arante 40004 Baião 26465 Castelo de Paiva 20468 Celorico de Basto 4305 Cinfães Felgueiras Lousada 130341 0 97656 27417 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8233 0 0 0 0 0 0 0 4973 0 0 0 0 0 0 1028 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4444 0 Marco de Canaveses 2585 0 Paços de Ferreira 11851 Penafiel 46373 0 0 0 0 0 0 Resende 6494 0 0 0 0 0 0 0 Nota(s): (1) Os valores da coluna "Total" integram, para além dos estabelecimentos hoteleiros, os do turismo no espaço rural e novas unidades de alojamento local. Por esta razão não correspondem ao somatório das restantes colunas. Fonte: INE 174 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Como se observa nos quadros, a tendência tem sido para a diminuição do número de dormidas desde 2009, com exceção de 2013. Em 2014, o número de dormidas era apenas 41% em relação ao valor de 2009. Verifica-se, no ano de 2014, que globalmente, o número de dormidas em Felgueiras é dos mais baixos no universo de concelhos da CIM-TS e restantes vizinhos, muito longe do valor mais elevado (Guimarães) e dos valores imediatamente abaixo deste. Os dados acima apresentados não incluem a informação relativa aos parques de campismo. No concelho localiza-se um parque de campismo rural (Vila Fria), cujos dados sobre campistas e dormidas se encontram disponíveis desde a abertura do parque, em 1999. Figura 147 – Evolução do número de campistas e dormidas no parque de campismo rural de Vila Fria. Ano Cam pistas Dorm idas 1999 137 227 2000 359 669 2001 344 864 2002 1323 3316 2003 2253 6103 2004 3248 7581 2005 4175 10114 2006 4086 9068 2007 3177 8777 2008 2615 7603 2009 3226 10182 2010 3284 9831 2011 2962 8342 2012 3838 7734 2013 2893 5461 2014 2909 5014 2015 4185 5716 TOTAL 45014 106602 Fonte: CMF/DSPMPC Verifica-se que o número de campistas apresenta oscilações significativas, mas o corrente ano foi aquele em que se verificou maior quantidade de utilizadores. Verifica-se igualmente que a média global de tempo de estadia é de 2,37 dormidas/campista. A incipiência da atividade turística no concelho não deve ser desligada da fraca oferta de alojamento qualificado existente. Efetivamente, de acordo com a informação oficial do Turismo de Portugal conjugada com a informação disponibilizada pela Câmara Municipal (http://www.cm-felgueiras.pt/) existem no concelho 10 estabelecimentos de alojamento turístico (incluindo o parque de campismo). Os dois hotéis e o alojamento particular elencados situam-se no centro urbano de Felgueiras. Os restantes localizam-se em áreas de pendor rural, sendo relevante que dois deles e o parque de campismo rural, se situam nas proximidades do Mosteiro de Pombeiro. Nestes números não se encontra contabilizada a oferta informal de alojamento, a qual lhe deverá acrescentar mais alguma capacidade. 175 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Figura 148 – Estabelecimentos de alojamento turístico – tipo, capacidade e localização. Designação Tipo Capacidade Nº apartam entos turísticos Nº unidades de alojam ento Quinta do Mosteiro Apartamentos turísticos n.d. 4 n.d. Paço de Pombeiro Turismo de Habitação 13 0 9 Casa do Cotto Turismo de Habitação n.d. 0 8 Quinta de Cela Turismo em Espaço Rural n.d. 0 5 Casa de Valdemar Turismo em Espaço Rural n.d. 0 7 Parque de Campismo Rural de Vila Fria Parque de Campismo 90 0 3 Hotel Albano Hotel 16 0 11 Hotel Hórus Hotel+Apartamentos turísticos 84 12 46 Cangalho Alojamento particular n.d. 0 20 Casa de Campo da Quinta do Arcebispado Turismo em Espaço Rural 3 0 2 Fonte: CMF e Turismo de Portugal O turismo será assim um vetor de desenvolvimento do concelho, cujo potencial ainda não se encontra devidamente explorado. Neste particular, sublinha-se que o concelho não dispõe de oferta de alojamento hoteleiro dirigida ao turismo de negócios ligados às indústrias do concelho, que se sabe originarem muitas deslocações (e estadias, embora curtas, de negócios), designadamente a partir clientes do estrangeiro. Consciente deste facto, a Câmara Municipal lançou recentemente o “Roteiro do Turismo Empresarial” (http://turismoempresarial.cm-felgueiras.pt/), em colaboração com algumas empresa e instituições locais, no qual se prevê a possibilidade destas receberem visitantes em visitas guiadas e assim dar a conhecer os atributos e potencialidades que diferenciam o concelho. 176 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL PARTE IV SÍNTESE E CONCLUSÕES IV.1 Avaliação da execução do planeamento municipal A avaliação da execução do planeamento municipal, terá, necessariamente, de ser focada no instrumento de gestão territorial de abrangência municipal por excelência, ou seja, o PDM, isto sem prejuízo de abordar os restantes Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT) em vigor (no âmbito do próprio PDM). Atendendo à natureza do PDM consagrada no RJIGT, simultaneamente regulamentar e estratégica, esta avaliação deverá incidir sobre duas vertentes distintas: a vertente enquanto instrumento de gestão do território e a vertente estratégica. Enquanto instrumento de gestão do território, e do ponto de vista jurídico, não restam dúvidas que o PDM necessita de ser revisto. De facto, o PDM foi elaborado num quadro legislativo distinto do atual (DL nº 69/90), o qual previa um prazo limite para a revisão de 10 anos. Por constrangimentos de diversa ordem (explanados na parte II) o processo de revisão do PDM tem sofrido sucessivos atrasos. As duas alterações parciais (2008 e 2013) serviram como “remedeio”, obviando a alguns problemas e questões urgentes que estavam a dificultar a gestão do território. Os meios e recursos técnicos utilizados foram rudimentares, face aos atualmente disponíveis (o que originou diversas desconformidades nas plantas). A classificação e qualificação do solo está totalmente desajustada do normativo atual, agravado pelo facto de a atual planta de ordenamento misturar classes e categorias de solo com servidões que deveriam constar na planta de condicionantes (que não se encontra publicada). O PDM previa reserva de corredores para acessibilidades que não se concretizaram e, entretanto foram estabelecidos (e previstos) outros corredores sem tradução na planta de ordenamento. A planta de condicionantes necessita atualização, face a novas servidões entretanto estabelecidas. O PDM não incorpora orientações de outros instrumentos (PMDFCI, Carta Educativa) como é obrigatório pela presente legislação. O conteúdo material é bastante insuficiente, não versando diversas matérias de grande relevância em vista do que atualmente é exigível no RJGIT (execução do plano, avaliação ambiental estratégica, estrutura ecológica, perequações, etc). 177 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL No entanto, e no presente momento, o último grande obstáculo (obrigatoriedade da cartografia homologada) está ultrapassado (o Concelho dispõe de cartografia à escala 1:10.000 homologada – processo DGT nº 316), havendo condições materiais para avançar, em definitivo, com o processo de revisão do PDM. Para além destas questões de foro eminentemente legal, importa sublinhar que o Concelho mudou muito desde que o ainda atual PDM entrou em vigor (ver parte III). Estas mudanças aconteceram tanto em resultado da evolução das atividades económicas do concelho, como da evolução das redes de equipamentos coletivos, como dos sistemas de infraestruturas (municipais e nacionais), como das caraterísticas da população e da satisfação das suas necessidades. A evolução do quadro económico nacional e internacional também afetará o futuro do Concelho, devendo a estratégia de desenvolvimento para o futuro enquadrar-se naquele quadro. Quanto à vertente estratégica, urge avaliar, num primeiro momento, se os objetivos estratégicos preconizados no PDM foram efetivamente cumpridos, para, num segundo momento, a estratégia ser redefinida face aos fatores de evolução e ao contexto atual (ponto seguinte). Refira-se, antes de mais, que esta avaliação da estratégia do PDM, tem uma importante componente subjetiva e, porque não assumi-lo, uma componente intuitiva. Isto porque, tal como praticamente todos os PDM da sua geração, o PDM de Felgueiras não foi concebido para ser avaliado nos termos atuais. De facto, o PDM não estabelece indicadores, índices e metas que permitam perceber com rigor o grau de concretização dos objetivos e não contém nenhum plano de contingência, caso estes não estejam a ser cumpridos ou se tornem obsoletos face à evolução do contexto. Deste modo, a avaliação que será possível efetuar consiste, para cada um dos objetivos estratégicos do PDM, numa elencagem de factos relevantes no âmbito desse objetivo (em consonância com os conteúdos das partes II e III) e numa pequena síntese conclusiva, a que, chamaremos, ainda que abusivamente, de “avaliação”. Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Conservar e valorizar as grandes manchas contínuas de espaço agrícola e florestal e valorizar o espaço rural. Factos relevantes: -O projeto do PDM para estes espaços assumia claramente a perspetiva da defesa dos recursos (as 178 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL grandes manchas agrícolas e florestais constituem espaços de salvaguarda estrita). -A população agrícola, pese embora a tendência para diminuição, mantém-se significativa, assumindo a agricultura relevância social e económica, ainda que praticada como atividade complementar. -A Superfície Agrícola Utilizada tem vindo a diminuir, mas, em contrapartida, a média por exploração tem vindo a aumentar. -É percetível a crescente valorização e reconhecimento dos produtos agrícolas de origem local (exemplos: vinho verde, kiwi). -É ainda incipiente o aproveitamento da ruralidade para o fomento do turismo. -É elevado o número de ocorrências de incêndios florestais (essencialmente em zonas de mato), embora, de um modo geral, a área ardida se mantenha controlada. -A constituição das ZIF abre novas perspetivas para a gestão racional e sustentável dos recursos florestais, apesar dos efeitos deste modelo de gestão ainda sejam incipientes. -A “conquista” do espaço florestal pelo eucalipto (em particular) e pelo pinheiro tornam-no menos resiliente aos incêndios florestais e contribuem para a indiferenciação da paisagem. -Em termos de gestão do território, 9% do licenciamento de obras particulares e cerca de 214.000 m2 de área de construção em solo de Reserva Agrícola Nacional (não desprezível, de todo). Conclusão: De uma forma geral, o PDM atingiu o objetivo genérico de proteger da expansão urbana as grandes manchas contínuas de espaços agrícolas e florestais, graças à qualificação destes como espaços de salvaguarda estrita e consequentes restrições. No entanto, a quantidade de licenciamento em solo de RAN é significativa e traduz, por um lado, alguma permissividade e, por outro, algumas deficiências na própria Planta de Ordenamento. Quanto à valorização do solo rural, há que reconhecer as limitações do PDM enquanto instrumento adequado para este fim. Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Conter a dispersão da rede viária e das construções e consagrar os princípios da contenção e da colmatação dos aglomerados. Factos relevantes: -Cerca de 82% das licenças de obras localizaram-se em espaço de aglomerado urbano, o que significa que se conseguiu, de alguma forma, travar a disseminação indiscriminada da edificação. -No entanto, verifica-se igualmente que, no total, cerca de um quarto desse solo foi “consumido”, o que sugere algum desequilíbrio (por excesso) na sua delimitação, fruto, por um lado, das expetativas iniciais excessivas, mas por outro também das limitações nos recursos técnicos utilizados nessa delimitação. 179 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL -Admitindo um cenário hipotético de manutenção do ritmo de consumo do espaço de aglomerado urbano verificado entre 1994 e 2015, estas áreas teriam um “prazo de validade” prolongado até 2076, valor médio do Concelho com oscilações entre as freguesias. -Abundância de terrenos urbanos expectantes gerou fenómenos de especulação com o valor do solo, elevando o valor padrão atribuído ao m2. -Não deixa de ser relevante o facto de aproximadamente 9% do conjunto de licenciamentos se localizar em solo da RAN, mostrando que estes solos estão sujeitos a pressão intensa. -Custo final do produto construído é inflacionado por uma forte componente especulativa resultante do valor do terreno. -Superabundância de solo urbano ao longo das vias não facilita consolidação dos aglomerados. -Nos loteamentos constituídos a partir de 1994, existe ainda capacidade para acolher nova edificação em quantidade significativa, apesar de, desde 2013, não terem sido emitidos novos alvarás. -No âmbito da emissão de alvarás de loteamento, foi imposto, em cerca de 77% dos casos, a execução de obras de urbanização. No entanto, em número significativo e mormente nos alvarás mais antigos, estas obras eram “minimalistas”, frequentemente limitando-se a cedência de terreno para execução de acessos e passeios nas frentes para a via pública. -As novas edificações, na globalidade do Concelho, são desproporcionadas face ao crescimento da população observada no período 2001-2011. De facto, as 5125 novas edificações (a esmagadora maioria destinada a habitação), ajudam a explicar a desproporção verificada, no período intercensitário, entre a variação do número de alojamentos (16,02%) face á variação do número de residentes (0,82%). Também ajudam a explicar os 2941 alojamentos vagos (12% do total) recenseados no Censos 2011. -A reabilitação de edifícios, entendida de forma lata como as obras de alteração, ampliação e reconstrução do edificado existente, fica aquém do expectável, representando este número menos de um quarto do número de obras para construção. Conclusão: Apesar de se ter conseguido travar a disseminação indiscriminada da edificação, não se conseguiu plenamente a consolidação dos aglomerados urbanos, nem evitar a flagrante desproporção entre a oferta e a procura no mercado imobiliário. Por outro lado verifica-se que, em proporção, o recurso ao loteamento é pouco relevante, o que não surpreende, uma vez que, em regra, a dimensão da propriedade é reduzida e fragmentada, originando um cadastro predial que permite a edificação sem prévio fracionamento da mesma. Obviamente, existe um reverso de medalha, dado que, desta forma, os processos de edificação e de urbanização (que lhe deveriam estar associados) ocorrem, frequentemente, de forma avulsa e dispersa, dificultando a consolidação dos tecidos urbanos. 180 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Hierarquizar os aglomerados, qualificá-los e prosseguir o esforço de infra estruturação de acordo com essa hierarquia. Factos relevantes: -A qualificação dos aglomerados urbanos é, por natureza, um objetivo de carácter permanente. -Conseguiram-se nos últimos anos algumas melhorias significativas, nomeadamente através de operações de requalificação urbanística. -A rede de abastecimento de água alargou-se a praticamente todos os aglomerados e a rede de drenagem de águas residuais aos principais pólos. -A elevada dispersão do povoamento condiciona fortemente o aproveitamento racional das redes, originando uma desproporção entre a extensão destas e os respetivos níveis de atendimento. Conclusão: A hierarquização dos aglomerados está consagrada na Planta de Ordenamento. Esta hierarquização tem tido efeitos sobre o destino dos investimentos em infraestruturas, equipamentos e espaços coletivos. No entanto, a excessiva dispersão do povoamento obsta, na prática, à eficiente utilização das redes infraestruturais, com as inevitáveis consequências financeiras e ambientais. Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Definir medidas para compatibilizar as funções existentes nos aglomerados. Factos relevantes: -Esta questão é bastante pertinente, em vista das abundantes unidades industriais existentes em aglomerados urbanos predominantemente residenciais, com os inevitáveis conflitos que tal facto acarreta. -O PDM desde a sua génese tem procurado definir medidas de compatibilização, que foram aperfeiçoadas nas duas alterações entretanto efetuadas. Conclusão: A compatibilização de funções tem sido uma questão de permanente atenção por parte do PDM. As alterações regulamentares introduzidas refletem isso mesmo, procurando amenizar uma situação, que, à partida, seria semi-caótica. 181 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Será importante perceber que as novas indústrias devem ser desincentivadas de se instalarem no aglomerado urbano, devendo antes ser encaminhadas para as zonas industriais. Vetor 1 – Não romper, antes potenciar e melhorar, o modelo tradicional de povoamento estabelecido no território. Objetivos de Ordenamento específicos: - Planear e desenvolver áreas de expansão urbanística. Factos relevantes: -Foram elaborados os PP das Portas da Cidade e os PU da ZE Várzea e da ZI Revinhade, conforme o previsto. -Por outro lado não foram elaborados planos para as restantes áreas previstas no PDM. -Decorrida mais de uma década sobre a elaboração destes planos, a sua materialização (se excecionarmos as infraestruturas de uma parte da área do PP das Portas da Cidade e da área do PU do Pinhal da Rebela) ainda se encontra numa fase quase embrionária. Conclusão: Apesar dos avultados investimentos públicos (nos casos do PP das Portas da Cidade e do PU do Pinhal da Rebela) e do voluntarismo do Município na procura de soluções que possam viabilizar a execução dos planos, não se tem conseguido mobilizar o interesse dos potenciais investidores no sentido de executar os planos. Pelo contrário, no caso do PP das Portas da Cidade (que previa substanciais investimentos públicos em equipamentos que acabaram por não se concretizar), já foram causados conflitos com proprietários. Nestas circunstâncias não há que escamotear que o planeamento de grande escala falhou os seus propósitos, devendo tal ser motivo de reflexão e de reequacionamento. Vetor 2 – Reforçar as acessibilidades, interna e externa, do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Interna: Investir no melhoramento das vias estruturantes já existentes, reforçando as ligações entre os três pólos urbanos do Concelho. Factos relevantes: -A EN101 (ligação Felgueiras-Lixa) foi municipalizada em vista da execução da respetiva variante, tendo recebido diversas intervenções no sentido de melhorar. -A EM562 (ligação Felgueiras-Barrosas) também sofreu diversas intervenções, nomeadamente a retificação e alargamento nas imediações de Barrosas. 182 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL -As variantes à EN101/EN207 (“circunvalação” de Felgueiras) e as vias de acesso à A11 e A42 asseguram importantes ligações intra-municipais, alternativas à utilização da rede viária municipal. -Outras ligações intra-municipais importantes asseguradas pela rede viária municipal têm recebido intervenções no sentido melhorar as condições de circulação (ex. EM564). -Por concretizar encontra-se a prevista variante à EN207 (ligação da EN101 à EN207/ER207-3 em Cabeça de Porca-Sendim) e a continuação da variante à EN101 até à EN15 (imediações da Lixa). Conclusão: Do ponto de vista da rede viária, perspetiva-se a efetiva concretização do “quadrilátero” estratégico previsto no PDM, embora com ajustamentos de traçado e, por consequência, alterando os canais de passagem que estavam previstos. Vetor 2 – Reforçar as acessibilidades, interna e externa, do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Externa: privilegiar a orientação para o Vale do Sousa e a Área Metropolitana do Porto. Factos relevantes: -O IP9 foi concretizado com perfil de autoestrada (A11) e não como via rápida como previsto no PDM, assegurando a ligação entre a A7 e a A4. -O IC25 foi igualmente concretizado com perfil de autoestrada (A42), assegurando a ligação à Área Metropolitana do Porto, através do Vale do Sousa. Conclusão: Mesmo com algumas diferenças em relação ao delineado no PDM, a concretização das grandes acessibilidades tem-se revelado satisfatória para o Concelho, isto apesar da introdução de portagens no IC25 (inicialmente previsto como SCUT). Vetor 3 – Consagrar e qualificar a vocação industrial do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Combinar medidas que visem a estabilização e consolidação do sector industrial predominante com medidas que visem a diversificação industrial do Concelho. Factos relevantes: -Os dados disponíveis não indiciam ter existido diversificação na atividade industrial predominante, continuando esta focada no setor do calçado. -No entanto também indiciam o reforço da posição do concelho neste setor com forte vocação exportadora. -O PU da Zona Empresarial do Pinhal da Rebela concebe esta não como uma zona industrial clássica mas sim como um pólo de investigação e desenvolvimento por concretizar. 183 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Conclusão: O PDM é limitado enquanto instrumento adequado para responder a este objetivo. Vetor 3 – Consagrar e qualificar a vocação industrial do Concelho. Objetivos de Ordenamento específicos: - Perspetivar a diversificação no sentido de esta combinar a inovação tecnológica com uma boa capacidade de absorção de emprego. Factos relevantes: -Definiu-se uma nova política de acolhimento empresarial: “Projeto-piloto de Viabilização de uma Nova Política de Acolhimento Industrial”. -Efeito desta política: elaborados os PU da ZE do Pinhal da Rebela (concebida como pólo de I&D) e da ZI do Alto das Barrancas. -Desenvolveu-se no concelho o ensino profissional e a formação tecnológica. -A taxa de desemprego é relativamente baixa. Conclusão: O PDM é limitado enquanto instrumento adequado para responder a este objetivo. Vetor 3 – Consagrar e qualificar a vocação industrial do Município. Objetivos de Ordenamento específicos: - Manter controladamente o modelo de disseminação equilibrada das unidades industriais pelo território do Concelho. Factos relevantes: -O PDM desde a sua génese tem procurado definir medidas de compatibilização da função industrial com as restantes (em particular com a função habitacional), que foram aperfeiçoadas nas duas alterações entretanto efetuadas. -Apesar deste esforço, a situação de partida era claramente negativa, sendo inevitável que continuem a verificar-se casos de efeitos negativos de instalações industriais sobre o espaço público – estacionamento no exterior, manobras de carga e descarga interrompendo a circulação pública, etc. Conclusão: A compatibilização de funções tem sido uma questão de permanente atenção por parte do PDM. As alterações regulamentares introduzidas refletem isso mesmo, procurando amenizar uma situação, que, à partida, seria semi-caótica. 184 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Será importante perceber que as novas indústrias devem ser desincentivadas de se instalarem no aglomerado urbano, devendo antes ser encaminhadas para as zonas industriais. Vetor 4 – Reforçar a atratividade do Município. Objetivos de Ordenamento específicos: - Dotar o Município de atividades e equipamentos de valência regional ou supramunicipal. -Foram concretizados equipamentos e serviços de grande importância estratégica, com especial incidência nas áreas do ensino e da saúde, nomeadamente a criação da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras e a remodelação do Hospital Agostinho Ribeiro. -Outros, nomeadamente aqueles que estavam previstos no PP das Portas da Cidade, acabaram por não se concretizar por razões que escapam ao âmbito de atuação do Município. Conclusão: Como se comprova no caso do PP das Portas da Cidade, os PMOT são limitados enquanto instrumentos adequados para responder a este objetivo. Vetor 4 – Reforçar a atratividade do Município. Objetivos de Ordenamento específicos: - Incentivar o reforço da capacidade de alojamento de visitantes. -A capacidade de alojamento de visitantes é ainda fraca, face ao potencial de desenvolvimento turístico do concelho. -O impacto positivo das novas acessibilidades regionais ainda não está totalmente potenciado. Conclusão: O PDM é limitado enquanto instrumento adequado para responder a este objetivo, dado que este depende em muito da iniciativa privada. No entanto, na última alteração, o PDM prevê disposições regulamentares facilitadoras da implementação de projetos de turismo em espaço rural. Estrategicamente, será relevante a necessidade do Concelho vir a dispor de alojamento hoteleiro para turismo de negócios, designadamente o ligado às indústrias exportadoras. Vetor 5 – Reforçar a identidade do Município e a coesão da comunidade local. Objetivos de Ordenamento específicos: - Dotar o Município, à escala local, de equipamentos de proximidade, constituindo um fator de elevação da qualidade de vida das populações. 185 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL -A aprovação e homologação da Carta Educativa, abriu caminho para candidaturas bem-sucedidas ao ON.2, as quais permitiram uma verdadeira “revolução” ao nível do Pré-escolar e Ensino Básico, melhorando consideravelmente a prestação destas valências. -Construída uma nova Escola Básica e Secundária (Pombeiro) e sujeitas a profundas remodelações as Escolas Secundárias de Felgueiras e da Lixa. -Outros equipamentos: Alameda de Stª Quitéria, Centro Coordenador de Transportes, remodelação do Hospital, Unidade de Saúde, diversas sedes de Junta de Freguesia, equipamentos desportivos e de lazer… Conclusão: Apesar do PDM, por si só, não assegurar a concretização dos equipamentos previstos, a significativa evolução nos anos mais recentes justifica a avaliação positiva para este objetivo. Vetor 5 – Reforçar a identidade do Município e a coesão da comunidade local. Objetivos de Ordenamento específicos: - Valorizar e divulgar o património cultural, edificado e histórico do Concelho. -O PDM identifica e prevê a salvaguarda da envolvente não só dos imóveis legalmente classificados, como de outros considerados parte do património cultural do concelho. -A inclusão de monumentos de Felgueiras na Rota do Românico, motivou a beneficiação/recuperação da recuperação de vários (Mosteiro de Pombeiro, Igreja de São Mamede de Vila Verde, Igreja de Santa Maria de Airães, Igreja do Salvador de Unhão, Igreja de São Vicente de Sousa). -O PDM prevê a salvaguarda das áreas com potencial arqueológico, embora a respetiva exploração, esteja, com algumas exceções (Villa Romana de Sendim, Monte das Cimalhas) ainda em fase incipiente. Conclusão: Quanto mais não fosse pela importância emergente da Rota do Românico a avaliação deste objetivo terá de ser necessariamente positiva. IV.2 Considerações finais: esboço dos novos objetivos de desenvolvimento do território Em face da avaliação sumarizada no ponto anterior e das dinâmicas de transformação do território, é possível traçar um primeiro esboço daquilo que deverão ser os novos objetivos de desenvolvimento territorial que o PDM deverá considerar na sua revisão. Antes, porém, será útil abordar, de forma sintética, alguns dos fatores de mudança (tanto internos como externos ao Município) que deverão ser “sintonizados” de forma a reformular os objetivos do PDM, quer enquanto instrumento ativo da estratégia de desenvolvimento 186 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL municipal, quer enquanto como instrumento defensivo e regulador de um modelo de ordenamento do território com elevado grau de dispersão e disciplinador de expectativas de desenvolvimento urbanístico. Aplicar na revisão do PDM os princípios emergentes da nova arquitetura legislativa que enquadra o ordenamento do território (Lei dos Solos, Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão do Território e diplomas conexos). Isto obriga, entre outras coisas, a uma clara e inequívoca distinção e delimitação entre o solo rústico e o solo urbano, tanto mais que este é o aspeto do PDM mais controverso e que mais conflitos como os particulares poderá provocar. Como se demonstrou na parte III, não existe, em termos quantitativos, défice de solo de aglomerado urbano. Antes pelo contrário. Mas não se pode ignorar a quantidade de licenciamentos ocorridos em RAN, o que poderá ter levado, em algumas situação, a que se configurassem no território áreas consolidadas em espaço rural, as quais deverão ser devidamente identificadas e categorizadas. Também não se deve perder de vista que o excesso de solo de aglomerado urbano resulta de uma perspetiva de ordenamento do território num contexto bem diverso do atual e com meios e recursos para a delimitação menos adequados do que os atuais. Estas deficiências são particularmente notórias na delimitação do espaço urbano fora dos aglomerados principais, como neste exemplo paradigmático: Na primeira figura representa-se a situação de partida, à data de elaboração do PDM identificando a rede viária estruturante de um dado lugar, com base na qual se desenha um buffer de 40 metros (que seria o limite “natural” da delimitação do respetivo aglomerado urbano). A Planta de Ordenamento delimitou a área de aglomerado bastante para além deste limite. 187 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Presentemente verifica-se que grande parte do aglomerado delimitado continua expectante, mas pontualmente surgiu uma nova edificação em situação de interioridade sem apoio direto na rede viária municipal. Entretanto a norte (onde é solo de RAN), foi-se consolidando um pequeno aglomerado linear ao longo da via existente. Ainda neste âmbito, é fundamental repensar profundamente a programação e execução do PDM. Como se verificou, o baixo grau de materialização dos PMOT de âmbito submunicipal (Planos de Urbanização e Plano de Pormenor) revelou-se o maior fracasso no que se refere à execução do planeamento municipal, não correspondendo minimamente às expetativas iniciais no momento em que esses instrumentos foram elaborados e aprovados. Pior ainda, no presente estes planos acabam por constituir um “espartilho” o qual, dado o elevado valor da renda fundiária, a ausência de medidas perequativas eficazes e o desenho urbano desadequado da realidade (nomeadamente no que se refere à dotação de equipamentos), obsta a que os terrenos sejam colocados no mercado a custos competitivos e desincentiva a materialização dos respetivos projetos urbanos. Logo, o PDM deverá tentar encontrar uma solução para este problema dentro das possibilidades que a legislação oferece (reformular os desenhos urbanos? alterar os regulamentos? anular os atuais planos e apostar em unidades de execução? e que sistema de execução adotar?). Será, de momento, prematuro apontar uma solução concreta. Durante o processo de revisão do PDM, a auscultação e participação dos potenciais interessados deverá ser um auxiliar a considerar na tomada de decisão. Reformular a estratégia territorial para o acolhimento empresarial. A qualificação territorial das condições de acolhimento empresarial é um fator de competitividade particularmente relevante para um território cuja base produtiva tanto depende do dinamismo do seu setor industrial. Perante um território com um modelo de povoamento tão difuso, frequentemente as unidades industriais aparecem misturadas numa paisagem híbrida, onde convivem também as funções 188 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL tipicamente urbanas, como a função residencial, por vezes tudo enquadrado num ambiente de fundo de ruralidade. Este modelo encontra-se esgotado, devido aos inevitáveis conflitos e problemas ambientais que gera. No entanto, como se verificou, a tentativa de incentivar a relocalização das empresas em áreas com aptidão para o efeito através da elaboração e aprovação de Planos de Urbanização tem-se revelado infrutífera até ao presente. Tal como na questão anterior, durante o processo de revisão do PDM a auscultação e participação dos potenciais interessados deverá ser um auxiliar a considerar na tomada de decisão. Pensar o território tendo em conta a sustentabilidade ambiental e a avaliação dos riscos naturais, tecnológicos e mistos. A identificação e defesa dos valores naturais e dos sistemas indispensáveis à utilização sustentável do território, na perspetiva de garantia da renovação e da valorização do património natural é, por inerência, um princípio basilar do Ordenamento do Território. Para tal, é indispensável proceder à correta delimitação das servidões que protegem estes recursos (em particular a Reserva Agrícola Nacional e a Reserva Ecológica Nacional), corrigindo as atuais deficiências, bem como delimitar e regulamentar as áreas que deverão integrar a Estrutura Ecológica Municipal. É igualmente muito importante a questão das infraestruturas ambientais (ciclo urbano da água e resíduos sólidos urbanos e industriais), na ótica da expansão racional das redes, da eficiência da qualidade do serviço e da rentabilização dos avultados investimentos que o Município tem suportado. Neste último aspeto, atente-se neste quadro com os valores retirados das últimas quatro contas de gerência para o objetivo 2.4 (Habitação e Serviços Coletivos) e respetivas rubricas, onde é observável que o Município despende mais de um terço do investimento total anual neste objetivo, tendo este valor atingido 42% em 2014. 2011 OBJECTIVO 2. 2.4. 2.4.1. 2.4.2. 2.4.3. 2.4.4. 2.4.5. 2.4.6. DESCRIÇÃO FUNÇÕES SOCIAIS HABITAÇÃO E SERVIÇOS COLETIVOS HABITAÇÃO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO SANEAMENTO ABASTECIMENTO DE ÁGUA RESIDUOS SÓLIDOS PROTEÇÃO MEIO AMBIENTE E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA MONTANTE EXECUTADO TOTAL 70 690 583,30 31 261 996,07 233 420,51 2 028 734,51 3 930 824,44 8 498 317,22 15 887 155,23 693 544,16 EXECUÇÃO FINANCEIRA ANUAL % (a) 40,53 38,40 15,96 15,45 32,28 56,20 50,05 37,22 EXECUÇÃO FINANCEIRA GLOBAL % (b) 41,79 31,20 7,64 16,99 11,27 34,36 72,25 18,56 2012 % MONTANTE INVESTIMENTO EXECUTADO TOTAL TOTAL ANUAL (c) 74,95 81 972 281,39 33,15 36 091 592,85 0,25 338 079,43 2,15 2 777 611,87 4,17 4 965 908,19 9,01 9 269 523,28 16,84 18 088 526,97 0,74 651 943,11 EXECUÇÃO FINANCEIRA ANUAL % (a) 46,01 47,68 72,83 42,05 41,21 60,04 50,14 7,86 EXECUÇÃO FINANCEIRA GLOBAL % (b) 50,82 40,31 21,35 36,63 17,63 44,55 68,51 13,07 189 / 201 % INVESTIMENTO TOTAL ANUAL (d) 75,13 33,08 0,31 2,55 4,55 8,50 16,58 0,60 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL 2013 OBJECTIVO 2. 2.4. 2.4.1. 2.4.2. 2.4.3. 2.4.4. 2.4.5. 2.4.6. EXECUÇÃO EXECUÇÃO % MONTANTE FINANCEIRA FINANCEIRA INVESTIMENTO EXECUTADO TOTAL ANUAL % (a) GLOBAL % (b) TOTAL ANUAL (e) FUNÇÕES SOCIAIS 86 565 335,35 56,56 60,39 72,59 89 793 203,02 HABITAÇÃO E SERVIÇOS COLETIVOS 42 637 771,56 53,88 53,55 35,76 50 930 254,95 HABITAÇÃO 341 768,23 6,65 13,99 0,29 341 513,23 ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO 4 478 808,22 67,17 61,73 3,76 4 628 648,40 SANEAMENTO 5 828 793,02 27,96 37,12 4,89 7 344 939,41 ABASTECIMENTO DE ÁGUA 10 744 195,67 50,82 55,88 9,01 12 544 321,61 RESIDUOS SÓLIDOS 20 465 338,17 66,30 70,78 17,16 25 229 090,74 PROTEÇÃO MEIO AMBIENTE E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA 778 868,25 48,61 12,81 0,65 841 741,56 (a) - Execução Financeira Anual = (Executado no Ano * 100) / Previsto no Ano (b) - Execução Financeira Global = (Total Executado * 100) / (Realizado em Anos Anteriores + Total Previsto) (c) - Montante total executado 2011 = 94315566,52 (d) - Montante total executado 2012 = 109106499,26 (e) - Montante total executado 2013 = 119246270,78 (f) - Montante total executado 2014 = 121299624,22 DESCRIÇÃO MONTANTE EXECUTADO TOTAL 2014 EXECUÇÃO FINANCEIRA ANUAL % (a) 58,22 67,79 61,31 47,79 54,74 92,49 39,24 EXECUÇÃO FINANCEIRA GLOBAL % (b) 64,16 58,67 27,47 43,71 34,68 58,04 86,39 28,30 % INVESTIMENTO TOTAL ANUAL (f) 74,03 41,99 0,28 3,82 6,06 10,34 20,80 0,69 Outra questão relevante, que se coloca com uma acuidade diferente daquela que foi considerada em 1994, é a avaliação e gestão dos riscos. Em particular, o risco de incêndio florestal evoluiu no sentido de condicionar fortemente a ocupação de áreas onde a perigosidade seja elevada ou muito elevada. Neste sentido é indispensável a articulação do PDM com o PMDFCI, como aliás, a legislação obriga. Para além deste, verifica-se a existência de outros riscos de diversa natureza (alguns coincidentes com sistemas da REN), que serão de considerar na formulação das peças do PDM, assegurando a articulação também com o PMEPC. Por fim, refira-se que a questão da sustentabilidade ambiental não se deve esgotar instrumentalmente no PDM, tendo em particular atenção a adaptação, mitigação e prevenção das alterações climáticas (p.ex. o Município ainda não dispõe de Agenda XXI Local). Priorizar a reabilitação do edificado e a requalificação dos espaços urbanos ao invés de criar novas frentes de expansão urbana. A população não está a crescer e está a envelhecer. Com tal é dificilmente justificável a criação de novas frentes de expansão urbana. Também este desígnio decorre não só do espirito e letra da legislação, mas também dos instrumentos entretanto criados para este efeito (ex. ARUs e a respetivas ORUs). Será importante considerar que a requalificação urbana não se deverá limitar apenas a recuperações casuísticas do edificado e do espaço público mas antes privilegiar uma visão holística do espaço urbano nas suas diversas vertentes, nomeadamente no que se refere ao ambiente urbano e à redução da emissão de GEE. 190 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Criar condições para maximizar o potencial de aproveitamento turístico do território. A Rota do Românico, como produto turístico estruturado de caráter identitário, abre perspetivas para assumir o turismo como vetor de desenvolvimento local. Como é evidente, este desenvolvimento depende em muito do investimento privado, nomeadamente no que se refere à criação de alojamento qualificado. Na questão estrita do planeamento e gestão do território, será importante considerar: (i) a defesa da qualidade paisagística na envolvente dos elementos patrimoniais, em especial dos monumentos integrados na Rota do Românico; (ii) a regulamentação que facilite a transformação de uso do património edificado localizado em espaço rural para fins de alojamento turístico. Também é importante rever e valorizar o potencial que o património arqueológico encerra, na perspetiva da posterior investigação e exploração. Pensar o território, em particular os espaços urbanos, no sentido de o tornar mais inclusivo. A qualificação dos espaços urbanos depende, em boa medida, da capacidade de os dotar das melhores condições possíveis de fruição por todos os seus utentes. É relevante privilegiar e incrementar a utilização de modos suaves de transporte e dos transportes públicos. Neste âmbito, há que regulamentar em consonância não só com a legislação geral, mas também tendo em atenção os instrumentos específicos para o território municipal, já desenvolvidos ou em desenvolvimento (Plano Municipal de Promoção da Acessibilidade, Plano Local de Promoção da Acessibilidade, Plano de Mobilidade Urbana Sustentável), em articulação também com as perspetivas de investimento público no que a esta matéria diz respeito. 191 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Compaginar a estratégia de desenvolvimento territorial do Município com o referencial estratégico e financeiro de âmbitos regional e nacional. É indispensável articular as perspetivas de desenvolvimento territorial traduzidas no PDM com os instrumentos de referência estratégia que asseguram, em boa medida, as fontes de financiamento para a concretização dos projetos que as materializam. Será particularmente relevante a articulação com o Quadro Estratégico Comum – PORTUGAL 2020, nos seus diversos programas operacionais, em especial com o NORTE 2020 e com o PO SEUR. Em particular neste último, é evidente a prioridade de investimento a operações que permitam de rentabilização e melhoria de eficiência de utilização de recursos existentes, ao invés da criação de novos recursos. A Avaliação Ambiental Estratégica é a ferramenta adequada para enquadrar os objetivos do PDM neste quadro estratégico mais vasto. Assumir a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa como o espaço privilegiado para a articulação territorial. Afigura-se como uma realidade incontornável que a promoção do planeamento e da gestão da do desenvolvimento económico, social e ambiental passará cada vez mais pelas comunidades intermunicipais, dados os ganhos de escala e de eficiência que a maior abrangência territorial deverá garantir para o efeito. A articulação de investimentos municipais de interesse intermunicipal, a participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional (ex. Quadro Estratégico Comum – PORTUGAL 2020), bem como a articulação de atuações que a CIM-TS deve assegurar entre os municípios e a Administração Central relevam a importância daquela enquanto espaço para a articulação territorial a que o PDM deverá, obviamente, estar atento e incorporar quando necessário. É também neste espaço que Felgueiras deverá afirmar-se como Centro Estruturante SubRegional (cidades e vilas que desenvolvem um leque de funções razoavelmente diversificado ou um conjunto de funções especializadas, polarizadoras do sistema urbano numa escala supramunicipal), tal como preconizado no PROT. 192 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL Aperfeiçoar a articulação entre o planeamento e a gestão do território. Este aspeto é interno aos serviços da Câmara Municipal, mas importante para assegurar a tradução da estratégia de desenvolvimento territorial nos atos de licenciamento. Neste particular é muito relevante a evolução do Sistema de Informação Geográfica (SIG), o qual é atualmente ainda pouco mais do que um embrião, dispondo, no essencial, de aplicações destinadas à gestão do território, emissão de plantas de localização e também de consulta e impressão de cartografia via web. O desafio nos, tempos mais próximos, será o de aumentar as funcionalidades do SIG e alargalo a outros serviços da Autarquia. Também os serviços via web deverão evoluir significativamente, dando corpo ao desígnio de tornar o processo de planeamento do território mais transparente e participado. Neste âmbito é ainda de ressalvar a importância de plena compaginibilidade entre o regulamento do PDM e o Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação. Com base no exposto nos pontos anteriores, é possível, numa abordagem inicial, completar, atualizar e reformular as linhas de orientação estratégica resultantes do trabalho realizado no âmbito da “Estratégia de Desenvolvimento e Ordenamento de Felgueiras” (Quaternaire, 2000), avançando para uma versão draft dos objetivos estratégicos que deverão nortear a revisão do PDM. Não se pretende aqui, de forma alguma, encerrar esta questão. Pelo contrário, no decurso do processo de revisão é perfeitamente admissível que os objetivos sejam reformulados, eliminados ou acrescentados, decorrendo naturalmente da integração do conhecimento obtido de outras fontes ou instrumentos (p.ex. a Avaliação Ambiental Estratégica), bem como do próprio processo de participação. 193 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PARA A REVISÃO DO PDM Afirmar a cidade de Felgueiras como Centro Estruturante Sub-Regional, pelas suas especificidades e diferenças nos contextos regional e subregional. Estabelecer um modelo territorial equilibrado, contendo a dispersão da rede viária e das construções e promovendo a colmatação, consolidação, qualificação e reabilitação dos aglomerados, particularmente os de nível superior. Delimitar Unidades Operativas de Planeamento e Gestão e definir para estas os instrumentos, os sistemas de execução e os critérios de perequação adequados a cada situação. Salvaguardar e valorizar o património construído. Reforçar e qualificar a oferta de espaços para instalação de atividades económicas (Zonas de Acolhimento Empresarial), prevendo mecanismos de incentivo á relocalização industrial. Promover a qualificação ambiental, expandindo racionalmente as redes públicas de abastecimento de água e saneamento e incentivando a sua efetiva utilização e promovendo a adequação seus dos custos de construção, manutenção e exploração, designadamente em áreas de baixa densidade e na infraestruturação de aglomerados urbanos de reduzida dimensão. Preservar, salvaguardar e valorizar os recursos naturais, nomeadamente as grandes manchas contínuas de espaço agrícola e florestal e a diversidade paisagística e promover o ordenamento do espaço rural, evitando os usos deslocados e promovendo o pleno aproveitamento da produção primária. Favorecer a acessibilidade e a mobilidade intra-municipais, hierarquizando a rede viária municipal e priorizando as intervenções necessárias. Valorizar os patrimónios cultural e natural enquanto motores de desenvolvimento rural, designadamente através da respetiva promoção turística e cultural. Contribuir para a prevenção e gestão dos riscos, em particular os de origem natural e mista, identificando as áreas a eles sujeitas e propondo medidas regulamentares de mitigação. Contribuir para a saúde e bem-estar das populações, particularmente em meio urbano, programando áreas a intervir em termos correção de desequilíbrios ao nível da qualidade do ar, do ruído ambiente e da acessibilidade. Promover o incremento do conhecimento sobre o território, nas suas mais variadas vertentes, e a respetiva divulgação e monitorização. 194 / 201 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO MUNICIPAL ANEXOS 195 / 201