TEXTO COMPLEMENTAR S/ MÚSICA ROMÂNTICA ROMANTISMO

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TEXTO COMPLEMENTAR S/ MÚSICA ROMÂNTICA ROMANTISMO
TEXTO COMPLEMENTAR S/ MÚSICA ROMÂNTICA
ROMANTISMO MUSICAL
Lembrar de Música Romântica (MR) remete o pensamento para
momentos do mundo vivido de todos nós. Relacionar MR com temas de filmes
e novelas também é muito comum, principalmente para ativar a nossa
memória. Porém, a música da qual nos referimos inclui um conjunto de obras,
produzidas no final do século XVIII, que carregam a marca da renovação pela
qual passou a literatura e as artes plásticas, fundada na busca da
subjetividade e liberdade de composição, não permitidas no Classicismo.
Foi no meio do turbilhão de mudanças do mundo moderno que
surgiu o movimento de oposição aos princípios clássicos: o Romantismo.
Durante algum tempo o Classicismo foi o estilo de referência para os grandes
compositores. Porém, uma inquietude pairava no ar, forçando a criação de
temas novos e a quebra com o formalismo Clássico. Como muitos
compositores eram envolvidos com a literatura e bem relacionados com as
artes plásticas, o desenvolvimento do Romantismo foi inevitável. Ele surgiu na
Alemanha, mas é na França que o movimento vai adquirir maior repercussão.
Filósofos franceses, maravilhados com o progresso industrial e político inglês,
se uniram a uma burguesia que aspirava a um liberalismo econômico e,
consequentemente, a tomada do poder, concretizada pela Revolução Francesa
que depôs a dinastia Bourbon, considerada um “entrave” para o
desenvolvimento do Estado Francês. A autonomia política, tão desejada pela
elite francesa, também influenciou a liberdade de expressão no mundo das
artes, possibilitada pelo predomínio do sentimento sobre a razão. Essas idéias
se contrapõem às tradições clássicas, provocando rivalidades entre clássicos e
românticos.
Como a forma clássica de composição era inacessível para a grande
maioria, as circunstâncias da época exigiam uma linguagem musical mais
simples e emocionante para um público burguês, numeroso, diversificado e
relativamente pouco preparado do século XIX. A música de salão, feita para o
deleite da corte, acabou conquistando espaço nas casas de concertos e o gosto
popular. A expressão subjetiva e individual predominou entre os compositores
que aderiram ao Romantismo, valorizando-se a tendência descritiva, surgida
nos Poemas Sinfônicos, de Liszt e Berlioz.
Os ideais românticos, oriundos da literatura e das artes plásticas,
eram ingredientes fundamentais do estilo Romântico. Assim, não demorou
muito para que os compositores trouxessem o Romantismo para a música,
despertando o potencial subjetivo da época. Beethoven e Shubert trouxeram
para a música essa visão de mundo e de amor expressos na literatura. Assim,
a forma sonata e seus gêneros passaram a ser os grandes vilões para uma
nova geração de músicos que começava a surgir (primeiros Românticos). Nem
todos os compositores da época aderiram homogeneamente ao Romantismo.
Dois grupos então se formaram: o conservador, que procurava aproveitar as
formas clássicas e adaptá-las ao individualismo romântico; e o progressista,
que procurava criar novos gêneros mais livres. Félix Mendelssohn liderou a
primeira corrente, e Hector Berlioz defendia a segunda.
O romantismo trouxe grande mudança para a vida profissional dos
músicos, seus instrumentos e a própria criação musical, que viveu uma época
de grande esplendor. Com a formação de um público urbano burguês,
pagante, freqüentador de teatros -- os novos locais de espetáculo --, os
compositores deixaram de trabalhar para a igreja e os príncipes tornaram-se
autônomos, na busca de maior independência em seu trabalho. Foram
inventados novos instrumentos e a orquestra incorporou o flautim, o corneinglês, o contrafagote e vários instrumentos de percussão. A criação de novos
elementos formais, as transformações harmônicas e os novos timbres
permitiram a expressão cada vez mais elaborada das emoções, das nuanças
sutis às mais extremadas paixões.
O grande gênio romântico foi Beethoven, iniciador de uma tradição
sinfônica grandiosa, que utilizava seqüências harmônicas inusitadas, de
grande impacto aos ouvidos do público da época, habituado à previsível e
equilibrada harmonia clássica. Berlioz criou a sugestiva sinfonia programática,
em que uma idéia extramusical, ligada à ação dramática, conduz a
composição. A instrumentação é utilizada para criar uma ambientação sonora
que pode incluir motivos musicais que representam fatos ou personagens e até
mesmo imitam certos ruídos. Também na música o romantismo significou a
afirmação da individualidade do artista. Isso se evidencia nas inúmeras obras
para um só intérprete, como as compostas por Chopin, Liszt e Schumann para
piano solo.
Durante o Romantismo, a canção foi enriquecida, as harmonias se
tornaram mais plenas, favorecendo principalmente o crescimento do Lied
(canção em alemão) para piano e canto, cujo expoente foi Shubert.
A ópera recebeu um impulso especial com o conceito de
Gesamtkunstwerke, a obra de arte total do alemão Richard Wagner, que tirou
as vozes do permanente primeiro plano e fez com que se inserissem na textura
instrumental. Realizou assim o que chamou de melodia infinita: o recitativo
passa à ária por meio de modulações e as cadências só se completam no final
do ato. O italiano Giuseppe Verdi manteve a tradição italiana de argumentos
dramáticos e nacionalistas, em que a arte vocal sobrepuja a orquestração.
Verdi levou o drama romântico a níveis extraordinários de imaginação
melódica, força expressiva e domínio técnico.
A afirmação do subjetivismo romântico ensejou a formação de
escolas nacionais. Na Hungria, Ferenc Erkel, autor do hino nacional, buscou
no folclore os temas para suas óperas. Franz Liszt, compositor de obras
pianísticas, inovou com a sonata de tema único, em substituição ao
"desenvolvimento" clássico, e com o poema sinfônico. O russo Mikhail Glinka
redescobriu cantos e ritmos populares e reintroduziu um antigo sistema
composicional, o modalismo próprio da música sacra eslava de seus
ancestrais.
A ópera foi reformada pelo compositor Wagner que a transformou em uma
obra de arte completa, constituída de:
Assunto
Texto dramático
Orquestração
Voz humana
Dentro desta nova concepção de ópera outros elementos
tiveram sua importância, tais como: cenários, figurinos, caracterização,
iluminação e direção para os atores. Desta forma, a ópera romântica
enfraquece a hegemonia da ópera italiana na Europa. Os grandes
compositores de óperas românticas foram os italianos Verdi, Rossini e o
alemão Wagner, além do brasileiro Carlos Gomes.
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As orquestras foram ampliadas, incluindo os metais, o flautim, o
clarone, o corne inglês, o contra fagote e diversificada a percussão.
Fagote
Flautim
Os melhoramentos sofridos pelo piano, no decorrer do tempo,
contribuíram para que a sonoridade do instrumento ficasse mais rica,
aumentando suas possibilidades de volume e tonalidades. A paixão pelo
instrumento gerou belas composições de solos, com o uso de todo o teclado e
ampliações de suas tessituras. A grandiosidade dos concertos românticos
desafiava a técnica dos “virtuoses” (músico de concerto, dotado de técnica
apurada) e o solo ficava cada vez mais difícil. Os mais importantes
compositores para piano foram: Shubert, Mendelssohn, Chopin, Shumann,
Liszt e Brahms.
Cresce então, nesse período, a composição para valsas, mazurias,
polonaise, o romance, o prelúdio, a balada etc.
Sob a influência da literatura, contar histórias passou a fazer parte
das composições do Romantismo que descreviam com sons situações extramusicais. Nascia a música programática e os compositores progressistas
apostaram nesse estilo como forma de sobrepor a sonata. Seu maior
representante neste gênero foi Franz Liszt. Nessa época, muitas peças para
piano foram programáticas, porém foi na orquestra que essa forma se
consolidou.
A Orquestra
O âmbito da matéria musical foi muito alargado com os
compositores românticos. As melodias, sejam ternas ou apaixonadas, tomamse mais líricas, semelhantes a canções, com modulações mais rápidas e
ousadas. As harmonias também se tornam mais ricas e profundas no plano
emocional, com maior emprego de dissonâncias, introduzindo notas
cromáticas estanhas às tonalidades.
A orquestra cresceu enormemente, não só em tamanho, como
também abrangência. A seção dos mentais, logo completada com a adição da
tuba, ganhou maior importância com a invenção dos sistemas de válvulas, que
veio dar maior flexibilidade e alcance aos instrumentos. Os compositores agora
escreviam, algumas vazes, para instrumento de madeira em grupos de três ou
mesmo de quatro, adicionando o flautim, clarone (a clarineta abaixo), o corne
inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados,
com novos matizes sonoros, e foi necessário aumentar a seção de cordas, para
se manter em equilíbrio entre as quatro seções.
Os compositores românticos deleitaram-se em explorar toda essa
grande variedade de volume e alturas sonoras a riqueza das harmonias e
novas possibilidades de combinar e contrastar timbres. Sua música oferece
um belo sortimento de tipos de composição - desde peças para um ou poucos
executantes, como canções, obras para pianos e música de câmara (trios,
quartetos, etc.) até empreendimentos espetaculares, envolvendo grande
número de participantes, como as óperas de Wagner ou as imensas obras
orquestrais de Berlioz, Mahler e Richard Strauss.
Música para Piano
No século XIX, o piano passou por diversos melhoramentos. O
número de notas foi aumentado, os martelos, antes cobertos por couro,
passarão a ser revestidos de feltro, e o cepo, que era de madeira, passou a ser
de metal, com maior resistência, por tanto, á tensão exercida pelas cordas,
agora mais longas e grassas. Tudo isso veio contribui para que a sonoridade
do instrumento ficasse mais rica e cheia, aumentando suas possibilidades em
termos de registro, volume e tonalidade. Os compositores românticos
começaram a explorar toda a extensão do teclado, escrevendo tessituras ricas
e variadas que muito dependiam do emprego do pedal direito.
Quase todos compuseram músicas para piano, mas o mais
importantes foram Schubert, Mendelssohn, Chopin, Schumann, Liszt e
Brahms. Embora meio as obras dos românticos se encontrem sonatas, a
preferência em geral era por peças isoladas e não muito extensas. Havia
grande variedade delas, incluindo danças como a valsa, a mazurca e
apolonaise, e peças de “caráter”, como impromptu (“improviso”), o romance, a
canção sem palavras, o prelúdio, o noturno, a balada, o intermezzo
(“interlúdio”) e a rapsódia. Muitas peças apresentavam duas partes de caráter
constrastante, freqüentemente planejadas na forma ternária (aba). Outro tipo
de composição foi o étude ou estudo, cujo objetivo era o aprimoramento
técnico do instrumentista. Com efeito, durante essa época, houve grande
avanço nesse sentido, favorecendo a figura do “virtuose” - músico dotado de
extraordinária técnica.Os expoentes máximos nesse campo foram violinista
paganine e o pianista - compositor Liszt. Embora Liszt tenha sido escrito
muitas obras de caráter poético e reflexivo, tornou se conhecido
principalmente por suas peças de grande brilhantismo, que escutava perante
platéias a um tempo assombradas e deliciadas.
Mas o compositor que mostrou maior compreensão do caráter e das
possibilidades do piano foi Frédéric Chopin.Ele tinha o dom especial de
compor melodias de grande inspiração, que normalmente harmonizava de
uma maneira incomum típica do estilo de Chopin, por exemplo, é uma melodia
expressiva cantada pouco acima de um acompanhamento muito sóbrio, com o
uso cuidadoso do pedal direto. Entretanto, embora a música de Chopin possa
ser sonhadora e poética, como em seus noturnos, pode também torna-se
dramática e feérica, como nas polonaises e em muitos outros estudos.
 Gêneros Musicais
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Música Programática
Os estreitos laços ligando a música e à literatura, durante o
romantismo, levaram os compositores a terem um vivo interesse pela música
programática – a música que “conta uma história” ou, de certo modo, é
descrita, evocando imagens na mente do ouvinte. (A música destituída dessa
intenção, composta para ser apreciada unicamente pelo que é, tem o nome de
música absoluta).
Muitas peças para piano desse período são programáticas, mas foi
nas obras orquestrais que os compositores exprimiram essas idéias com maior
precisão. Há três tipos principais de música programática:
 Sinfonia de programa – referindo-se a sua sexta Sinfonia, por
ele mesmo denominada Pastoral, Beethoven explicou que ela era “mais
expressão de sentimento do que programática”, apesar de ser visivelmente
pictórica nos cantos de pássaros que fecham o movimento lento, na alegria
pastoril entrevista no Scherzo e na tempestade que se arma no quarto
movimento. Berlioz, entretanto, em sua Sinfonia Fantástica, foi mais direto.
Ele próprio forneceu um “programa” detalhado da obra, que, tal como a
Pastoral de Beethoven, é em cinco movimentos, em lugar dos quatro usuais.
Descrição da obra de Berlioz:
1. Desvaneios, paixões
2. Um baile
3. Cena campestre
4. Marcha do cadafalso
5. Sonho de uma noite de sabá
6.
 A abertura de concerto – “Abertura”, evidentemente, é o nome de
longa data empregado para designar a peça orquestral tocada no início de uma
ópera. No entanto, a abertura de concerto do século XIX nada tinha a ver
com a ópera; era uma obra para a orquestra, de sentido descritivo em um só
movimento (em geral de forma de sonata), e se destinava simplesmente a ser
peça de concerto.
 O poema sinfônico – O poema sinfônico foi criado por Liszt. Tal como
a abertura de concerto, é uma obra para orquestra em um só movimento e
também de sentido descritivo, mas geralmente mais longa e de construção
mais livre. A concepção de Liszt era de que, em um poema sinfônico, a música
tiraria sua forma do padrão das idéias ou eventos que engendraram. Para
trazer unidade à música, contudo, ele usou o que chamava de transformação
temática. Essa expressão pomposa significa a penas que um tema básico é
recorrente por toda a peça, mais em contínua transformação, de caráter e de
espírito, de modo a corresponder a cada situação (recurso parecido, de fato,
com a idée fixe de berlioz).
 Música incidental (ou de cena) - A expressão música incidental ou de
cena refere-se à música especialmente composta para ser ouvida em certos
momentos de representação de alguma peça. Ou seja, para criar determinada
atmosfera no começo de um ato ou de uma cena, para entreter a platéia
durante a troca de cenários e até mesmo para fazer fundo sonoro no decorrer
do espetáculo. Uma vez que muitas peças dessa categoria são
intencionalmente descritivas, também podem ser classificadas como música
programática.
 Suíte - Tornou-se comum o compositor reunir diversas peças de
música incidental de sua autoria e delas fazer uma suíte para ser executada
como obra de concerto. Como exemplos temos Sonho de uma Noite de Verão,
de Mendelssohn, escrita para a peça de Shakespeare; L´Arlésienne, a música
de Bizet para a obra teatral de Daudet, e Peer Gynt, a peça de Ibsen para a
qual Grieg fez a música. Outro tipo de suíte era aquela constituída com
músicas selecionadas de balé – por exemplo, O Lago dos Cisnes, A Bela
Adormecida e a Quebra-Nozes, todas de Tchaikovsky.
 O Lied Alemão
Durante o período romântico, ouve um rico florescimento da
canção, especialmente do Lied alemão, para voz solo e piano (o plural é Lieder“canções”).
Há dois principais tipos de Lied. No primeiro, chamado estrófico, a
mesma música é repedida basicamente em cada verso do poema. No segundo
tipo, que os alemães chamam durchkomponiert (inteiramente composta), há
uma música diferente para cada verso. Numa composição desse tipo, o autor,
naturalmente, tem mais facilidade de adaptar o canto às mudanças que se vão
processando no caráter e no teor dramático dos versos, e de espelhar isso,
com certos detalhes, no piano. Um importante aspecto da maioria dos Lieder é
que o acompanhamento de piano não se contenta em ser mero “suporte” do
canto. Ao contrário, voz e piano dividem igualmente na responsabilidade da
música.
O primeiro grande compositor de lieder foi Schubert, que, durante
seu curto tempo de vida, compôs mais de 600 canções, abordando todas as
possíveis emoções e estados de alma. Dentre seus Lieder mais conhecidos
estão o fortemente dramático Erlkonig, que escreveu aos 18 anos, An die
musilk (Em louvor da música), die forelle (A Truta), Na Sylvia (para Sylvia) e
Standchen (Serenata). Outros importantes compositores de Lieder foram
Schumann, Brahms e já mais tarde, HugoWolf e Richard Strauss.
Ocasionalmente, compositor fazia o arranjo musical de uma série de
poemas ligados por uma idéia comum, às vezes chegando a esboçar alguma
história.
Uma seqüência de canções ligada dessa forma é chamada de “ciclo”.
Winterrise (A Viagem de Inverno), de Schubert, e Frauenliebe unt Leben (Amor
e vida de uma mulher), de Schumann, são dois magníficos exemplos de ciclos.
 Concerto
Durante o romantismo, o concerto passou por diversas mudanças,
tanto no caráter como na concepção. No primeiro movimento, em vez da
“dupla exposição” encontrada nos concertos clássicos, havia apenas uma –
geralmente, com o solista entrando logo de início para, em seguida,
compartilhar os temas com a orquestra. A cadência passou a ser escrita pelo
próprio compositor, em vez de ficar à mercê da capacidade de improvisação do
solista. E era mais provável que fosse colocada antes, e não depois, da seção
de recapitulação.
Embora a maioria dos concertos ainda fosse escrita em três
movimentos, alguns compositores procuram novas idéias. Mendelssohn, em
seu concerto para Violino, escreveu passagens de ligação unificando os três
movimentos; Liszt concebeu o seu Segundo Concerto ara Piano em um só
movimento, valendo-se da técnica por ele chamada de “transformação
temática”; e Brahms compôs seu segundo Concerto para Piano em quatro
movimentos, introduzindo um Scherzo antes do terceiro, de andamento lento.
O concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores,
agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses, tornavam as partes de
solo cada vez mais difíceis. Tanto o Primeiro Concerto para Piano como o
Concerto para Violino de Tchaikovsky foram, por exemplo, inicialmente
considerados inexeqüíveis, tamanha era a dificuldade técnica de sua
execução.
A educada competição entre solo e orquestra, que existira nos
concertos clássicos, agora se transformava em um emocionante e dramático
duelo entre duas forças aparentemente desiguais: um único solista contra
toda a massa e o poder de uma grande orquestra. Entretanto, graças ao
virtuosismo dos intérpretes e ao talento dos compositores, a parte de solo
sempre emerge da batalha coberta de magníficas glórias!
A maior parte das vezes, o violino ou o piano era o instrumento
escolhido para fazer a parte de solo nos concertos, embora Schumann, Dvorák
e Elgar tenham composto belos concertos para violoncelo.
 Drama Musical de Wagner
Por suas realizações e pela influência que exerceu sobre outros
compositores, Wagner representa a força musical mais poderosa que surgiu
depois de Beethoven. Praticamente toda a sua obra é constituída de óperas,
em sua maioria baseada em lendas germânicas, ou pelo menos nórdicas, com
libreto escrito por ele próprio. Suas óperas mais conhecidas são Navio
Fantasma, Lohengrin, Tristão e Isolda, Os Mestres Cantores de Nuremberg – e
quatro óperas (O Ouro do Reno, A Valquíria, siegfried e Crepúsculo dos
Deuses) que constituem o gigantesco ciclo o anel dos nibelungos escrito para
ser levado à cena durante quatro noites seguidas.
Em vês do termo ópera, Wagner preferiu chama suas obras de
tramas musicais. Seu objetivo, segundo ele próprio explicou, era promover a
perfeita função de todas as artes cênicas – o canto, a representação, os
costumes e o cenário, a iluminação e os efeitos de cena. E a orquestra,
contudo, que mais contribui para o resultado final.
Wagner era mestre na orquestração, criando novas combinações de
timbres e tessituras ricamente variadas. Sua orquestra é geralmente enorme:
uma grande seção de cordas, a das madeiras dispostas em trios e uma potente
seção metais-ás vezes, com oito trompas, quatro trompetes, quatro trombones
e pelo menos cinco tubas. A percussão também desempenhava importante
papel. Uma orquestra tão grande assim, naturalmente, podia traze
determinados tipos de problemas aos cantores. Quando Wagner planejou o
teatro que foi especialmente construído para a representação de suas óperas,
em Bayreuth, fez com que a orquestra fosse colocada a baixo do palco, de
modo que os cantores pudessem projetar suas vozes diretamente para a
platéia.
As óperas de Wagner são muitas extensas, algumas com quatro ou
cinco horas de duração. Em vês de estruturá-las em “números’’ distintos (com
recitativos, ária, coros, etc. (ele da continuidade á música e a o drama
valendo-se de tudo que se chama de “melodia ininterrupta’’, ou seja, tecendo a
musica continuamente do principio ao fim de cada ato. Dentro da tessitura se
encontraram os temas, variados não muito longos, comumente chamados
Leitmotiv (em alemão, motivos condutores), cada qual expressando
determinado tipos de emoção de caráter, ou talvez algum objeto (o ouro uma
espada, um anel), ou algum lugar o rio Reno ou avalia, morada dos Deuses.
Durante o cursor da opera continuamente desenvolve os motivos, mudando-os
ou transformando-os, de acordo com situação do momento (processo que tem
mito a ver com a idée fixe de Berlioz ou a transformação temática de Liszt).
No exemplo que damos aqui (tirado de uma das óperas que compõe
o ciclo o Anel dos nibelungos), A mostra o leitmotiv representando o herói,
Siegfried; B, como ele aparece depois de muitas transformações, na marcha
fúnebre tocada após sua morte.
Ocasionalmente, Wagner introduzem leitmotiv nas partes vocais,
mas o mais comum e eles estarem entre tecidos nas partes orquestrais, para
poderem contribuir com algum comentário sobre o drama ou mesmo trazer
alguma informação sobre o estado de espírito dos personagens revelando –lhes
os pensamentos.
 Nacionalismo no século XIX
Apresentou destaque mais ou menos até a metade do século XIX,
toda a música fora praticamente dominada pelas influências germânicas. Foi
quando compositores de outros países, particularmente da Rússia, da Boêmia
(futura província da Tchecoslováquia) e da Noruega, começaram a sentir
necessidade de se libertar dessas influências e descobrir um estilo musical
que lhes fosse próprio. Isso deu origem a uma forma de romantismo chamado
nacionalismo.
Um compositor é considerado "nacionalista" quando visa
deliberadamente expressar, em sua música, fortes sentimentos por seu país,
ou quando, de certo modo, nela imprime um caráter distintivo através do qual
sua nacionalidade se torna facilmente identificável. Os principais meios por ele
utilizados para atingir tais objetivos são o uso de melodias e ritmos do folclore
de seu país e o emprego de cenas tiradas do dia-a-dia, das lendas e histórias
de sua terra, como base para obras como óperas e poemas sinfônicos.
Rússia
O primeiro compositor russo a trazer o elemento nacionalista para a
música foi Glinka, na ópera Uma Vida pelo Czar (1836). Sua liderança foi
tomada, na década de 1860, pelo "Grupo dos Cinco" ou "O Grupo Poderoso":
Balakirev, Borodin, Cui, Mussorgsky e Rimsky-Kotsakov. Seu objetivo era
compor em um estilo que fosse de caráter genuinamente russo. Trabalhavam
juntos, freqüentemente se ajudando no acabamento e orquestração das peças.
Dentre suas obras mais conhecidas, as que mostram mais fortemente o
espírito nacionalista russo são o poema sinfônico Rússia, de Balakirev; a
ópera Príncipe Igor, de Borodin (que inclui as Danças Polovitsianas, com seus
tons bárbaros e exuberantes); a ópera Boris Codunov e o poema sinfônico Uma
Noite no Monte Cálvo, de Mussorgsky; e as óperas A Domela de Neve e o Galo
de Ouro, juntamente com a suíte sinfônica Sheherazade, todas de RimskyKorsakov.
Boêmia
Na Boêmia, Smetana foi atingido pela febre nacionalista,
manifestada sobretudo em sua ópera A Noiva Vendida, inspirada na vida
campestre tcheca, e nos seis poemas sinfônicos intitulados Má Trlast [Meu
País], baseados em cenas e lendas da Tchecoslováquia, bem como em sua
história. Vltava (O Moldavia), o segundo poema, dá o trajeto do rio que passa
pela cidade de Praga, desde as suas nascentes. Dvorák foi outro que escreveu
poemas sinfônicos baseados em lendas tchecas (freqüentemente macabras)
tais como O Espírito das Águas e A Roca de Ouro. Em suas pitorescas Danças
Eslavas, ele se vale dos ritmos de danças tchecos, como a polca e a furiant,
mas compondo melodias originais.
Noruega
O compositor norueguês Grieg teve sua educação musical na
Alemanha, mas, de volta a seu país, decidiu-se por uma música baseada em
elementos do folclore da Noruega que estão nitidamente expressos em suas
Danças Norueguesas. Em suas canções e na obra para piano intitulada Peças
Líricas.
O espírito nacionalista se estendeu a outros países, particularmente
à Espanha, onde Albeníz, Granados e de Falla absorveram em suas
composições os elementos característicos das danças e cantos espanhóis. Mas
o estilo exuberante do folclore espanhol não deixou de fascinar compositores
de outras terras, como se vê na ópera "espanhola" Carmen, do francês Bizet, e
no Capricho Espanhol, com soberba orquestração, do russo Rimsky-Korsakov.
 A Música Coral no século XIX
As mais importantes realizações dos compositores românticos no
campo da música coral estão na forma do oratório e do réquiem (missa
fúnebre). Dentre os mais belos oratórios se incluem o Elias, de Mendelssohn,
composto nos moldes de Haendel; L’Enfance du Christ (A Infância de Cristo),
de Berlioz; e The Dream of Gerontius (O Sonho de Gerôncio), de Elgar, que, em
certa vez de se basear em algum texto bíblico, constitui o arranjo de um
poema religioso.
Certas missas réquiem são importantíssimas e algumas parecem
mais apropriadas para serem levadas em uma casa de concerto do que uma
igreja O réquiem de Berlioz, por exemplo, exige uma imensa orquestra com
oito pares de tímpanos e quatro grupos extra de metais, posicionados nos
quatros cantos do coro e da orquestra. O réquiem de Verdi, embora de estilo
dramático (por vezes teatral), é sincero em seu sentimento religioso. Em nítido
contraste com essas duas obras está o calmo e sereno réquiem do compositor
francês Fauré.
ROMÂNTISMO TARDIO
Alguns compositores trouxeram a tradição romântica até o século
XX; destes, Gustav Mahler e Richard Strauss talvez tenham sido os mais
importantes. Ambos são conhecidos por seus belos Lieder. Strauss, também
por suas óperas e poemas sinfônicos, e Mahler, por suas sinfonias, quase
todas com uma hora ou mais de duração.
Esses dois compositores quase sempre necessitam de forças
gigantescas para a execução de suas obras. O longo poema sinfônico de
Strauss “Assim Falou Zaratustra (1896) requer três flautas e flautim, três
obóes e um contrafagote; seis trompas, quatro trompetes, três trombones e
duas tubas; tímpanos, bombo, triângulo, címbalo e glockenspiel, um sino
baixo em mi; duas harpas, órgão e mais a seção de cordas.
Mahler, em algumas de suas sinfonias, inclui solo vocal e coro,
seguindo e exemplo de Beethoven na Nona Sinfonia (Coral). A Oitava (1906) de
Mahler é chamada sinfonia dos Mil, pois, para ter uma execução ideal,
precisaria de no mínimo mil músicos. Foi uma época que muitos compositores
já estavam reagindo contra o romantismo tardio – considerado um estilo
excessivo e ultrapassado – e lutando para abrir novos caminhos.
PRINCIPAIS COMPOSITORES ROMÂNTICOS
COMPOSIT
HISTÓRICO
ORES
OBRAS
Nove Sinfonias, destacandose:


Ludwing
Van
Beethoven


(17701827)
Pianista notável, de estilo excêntrico,
alargou os limites da sinfonia, da
sonata e do concerto, nasceu em
Bonn (Alemanha), mas passou maior
parte de sua vida em Viena e
preanuciou o Romantismo;
Rompeu gradativamente com as
normas clássicas de compor;
Criou de acordo com seus impulsos e
inspirações;
Influenciou todas as fases do
Romantismo, chegando ao Pós –
Romantismo com a ousadia de seus
últimos Quartetos.
 A Heróica (3ª);
 Do Destino (5ª)
 Pastoral (6ª)
 Sinfonia Coral (9ª)
Sonatas para piano:
 Sonata ao Luar;
 Passionata;
 Patética;
 Da Tempestade;
 Do Adeus.
Oratório:

Cristo no Monte das
Oliveiras.
Bailado:

Mili

Alexéievict
Balakirev
(1837-
Compositor, pianista russo. Apesar 
de sua produção ter sido escassa,
abriu caminho ao uso dos temas
tradicionais.
As Criaturas de
Prometeu.
Sinfonias, poemas
sinfônicos, canções e a
Fantasia Oriental
Islamey.
1910)

Hector
Berlioz
(1803 –
1869)
Georges
Bizet
(1838 –
1875)
Alexander
Ópera Carmem.

Compositor russo. Deixou incompleta 
a ópera “O Príncipe Igor”. Entre as
suas obras contam-se duas sinfonias, 
dois quartetos e muitas canções.
Príncipe Igor (ópera
inacabada);
Nas estepes da Ásia
Central (poema sinfônico).

Compositor alemão que cedo revelou
seu talento de pianista, durante
algum tempo ganhou a vida tocando
em tavernas e salões de baile.
Compôs o mais belo Réquiem do
período romântico.


Sinfonias
Duas aberturas
(Acadêmica e Trágica);
Um Réquiem Alemão;
Missa em si;
Missa Solemnis;
Além de baladas,
rapsódias, 16 valsas e 21
danças Húngaras para
piano.
Polonaises e Marzurias
(danças polonesas);
Dois concertos para piano
(em mi e fá menores).
(1833 –
1887)
(1833 –
1897)

Fréderic
Chopin
(1810 –
1940)


Antonin
Dvorák
(1841 –
Um tratado de
orquestração;
Sinfonia fantástica;
A arte de um chefe de
orquestra;
Romeu e Julieta;
.Danação de Fausto.
 Compositor francês. Teve em Carmem 
sua grande obra, suas primeira
óperas possuem árias e conjuntos de
grande interesse e beleza.
Borodin
Johann
Brahms
Compositor francês cujas obras 
pitorescas
e
ilustrativas
ultrapassaram os padrões musicais 
de seu tempo e formam a base da 
técnica orquestral moderna.






Compositor e
pianista polonês, 
passou a maior parte de sua vida
lecionando e tocando em serões 
aristocráticos e dando concertos
públicos ocasionais;
Grande inovador no campo da
harmonia.
O mais versátil compositor dos

grandes compositores tchecos do
século XIX. Seus dons como
melodista e sua orquestração perfeita
são únicos e pessoais.
Nove sinfonias, entre
elas: N ovo Mundo.
1904)

Midhail
Ivánovitc
Glinka

Conhecido como o "pai da música
russa";
Demonstrou sua origem baseando
suas óperas em temas nacionais.
(1804 –
1857)
Wilhen
Richard
Wagner


Compositor, regente de orquestra e
escritor;
Reformador da ópera, criando o
drama musical.
Óperas:




A vida pelo Czar;
Russlan e Ludmila;
Kamarinskaia (fantasia);
Taras Bulba (sinfonia
inacabada);
 Noite de Verão (poema
sinfônico)
Óperas:
 O Anel de Nibelungo;
Tetralogia:

O Ouro do Reno, As
Valquírias, Sigfried e o
Crepúsculo dos Deuses.
Danças Norueguesas;
Suítes PeerGynt.
(18131883)
Edvard
Grieg

Primeiro compositor norueguês a
alcançar reputação mundial.



Maestro, compositor húngaro e o
mais famoso pianista de seu tempo.
Suas inovações técnicas e
harmônicas exerceram grande
influência sobre os românticos do
século XIX, incluindo Wagner e
César Franck. Teve papel decisivo na
formação na moderna técnica de
regência;
Criou nova forma de composição, os
poemas sinfônicos, e inaugurou os
recitais.
Óperas:
(1843 –
1907)
Franz Liszt
(1811 –
1886)

Félix
Mendelssoh

n,
(1809 –
1847)



Lohengrin, Tannhaeuser;
Navio negreiro;
Sinfonias, concertos para
piano, rapsódias
húngaras e oratórios.


A gruta de Fingal;
Sonhos de uma noite de
verão (todos concertos
para violino);
Sinfonias: A Italiana e
Escocesa;
Composições para piano,
sonatas para violinos,
préludios.
Compositor alemão, combinou sua 
imaginação poética com a pureza de
estilo clássico.


Nicolai

RimskiKorsakov,
Um dos mais destacados e influentes
compositores nacionalistas russos,
que se dedicou à musica depois de
uma breve carreira na Marinha.
(1844 –
1908)

Franz
Schubert
(1797 –
1828)


Robert
Schumann
(1810 –
1956)


A Grande Páscoa Russa;
Capricho Espanhol e o
poema Shesherazade.
Óperas:
 Sadko.
Suítes:



Compositor austríaco, filho de um
mestre-escola, durante muitos anos
lecionou na escola do pai;
Foi
o
inventor
da
"harmonia
romântica" e do Lied, canção solo
com acompanhamento em que o pano
comenta e ilustra as palavras e os
estados de espírito;
Compôs lieders sobre a poesia de
Goethe, Schiller e Shakespeare, além
de sinfonias, músicas de câmara,
óperas e sonatas.
Pianista e compositor alemão. Era um
romântico muitas vezes inspirado por
idéias extra-musicais, no entanto foi
muito
influenciado
por
Bach,
particularmente nas obras para
teclas. Grande compositor de lieder;
Principal
representante
do
Romantismo alemão;
Compôs sinfonias, peças para piano e
câmara.
Czar Saltan e O Galo de
Ouro.
600 Lieder, alguns estão
reunidos em ciclos como:









Pior Ilitch
Tchaikovis 
ky

(1840 –
1893)
Óperas, Fantasias,
Música vocal e 74
canções, entre elas
poemas.
sobre Goethe.
A bela Moleira e A
Viagem de Inverno e a
famosa Ave Maria;
A sinfonia Trágica, A
Grande e A Inacabada;
Quartetos de cordas: A
morte e a Donzela e a
Truta.
Amor de Poeta, Ciclo
Lírico e Vida de Mulher
(todos lieders);
3ª Sinfonia (Renano);
4ª Sinfonia;
Além de peças para piano
e estudos musicais como
Carnaval.
Seis sinfonias e dez
óperas, concertos para
violino e inúmeros
bailados, como:
Compositor russo, escreveu grandes
obras em todos os gêneros musicais;  Lago dos Cisnes;
Sua obra exprime sua natureza  Suíte Quebra-Nozes;
apaixonada e melancólica;
 Romeu e Julieta.
Traz
em
sua
obra
elementos As óperas:
nacionalistas, contos e lendas do seu
país.
 Eugen Onegin e Pique
Dame.
As sinfonias:


Carl Maria 
Von Weber

(17861826)

Gioacchino 

Antonio
Rossini
Criador da ópera romântica e o
verdadeiro fundador da ópera alemã;
Rompeu com os temas da mitologia Óperas:
clássica;
Criou o leitmotiv (identificação musical  Franco Atirador;
 Oberon.
dos sentimentos dos personagens);
Influenciou Wagner.
Compositor de óperas bufas;
Dedicou-se também ao teatro.
Óperas:
Considerado
um
dos
maiores
compositores dramáticos do século
XIX;
Criou
obras
em
torno
dos
sentimentos humanos;
Compositor nacionalista conservou o
estilo italiano de compor.
Óperas:
(18481873)

Giusepp
Fortunino
Francesco
Verdi


Sonhos de Inverno,
Pequena Rússia,
Polonesa e a sinfonia
Patética.






Barbeiro de Sevilha;
Guilherme Tell;
Moisés e Otelo
Rigoleto;
La Traviata;
Baile de Máscaras e
Aída.
(18131901)

Procurou representar as pequenas Óperas:
tragédias da gente modesta da vida
do dia-a-dia, o que na ópera se  Madame Butterfley;
 La Bohéme;
chama de verismo.
 Tosca;
 Turandot.

Manifestou a febre nacionalista Óperas:
inspirado na vida campestre tcheca.
 A Noiva Vendida.
Poemas Sinfônicos:
Giacomo
Puccini
(18581924)
Bodrich
Smetana

(18241884)
COMPOSITORES BRASILEIROS
Ma Vlast (Meu País)
COMPOSITOR
HISTÓRICO

Antônio Carlos
Gomes

(1836 – 1896)

Compositor paulista, estudou música
no Conservatório Nacional de Música,
cujo diretor era o compositor
Francisco
Manuel
da
Silva.
Apresentou sua primeira obra (noite
do Castelo) em 1861. O sucesso da
estréia foi tão grande que D. Pedro II,
presente ao espetáculo, condecorou o
compositor no próprio teatro com a
ordem da Rosa. Dois anos depois o
sucesso se repetiria com a ópera
Joana de Flanderes, considerada
superior à primeira;
Em 1864, com uma bolsa de estudos
concedida pelo imperador, viaja para
a Itália. Ali completou em três anos
um curso que normalmente levaria
quatro anos formando-se Maestro
Compositor;
Buscava
criar
uma
ópera
estritamente brasileira, Carlos Gomes
escolheu o romance O Guarani, de
José de Alencar. Estreou em 19 de
Maio de 1870 no teatro Scala de
Milão. O sucesso foi enorme. Os mais
exigentes críticos compararam-no aos
grandes compositores europeus da
época como Rossini e Verdi.
Lançada no Rio de Janeiro ainda em
1870 a obra alcançara o mesmo
sucesso.
OBRAS
Óperas:








A Noite no Castelo e Joana
de Flanderes;
O Guarani, sua mais
famosa ópera;
Salvador de Rosas;
Fosca;
Maria Tudor;
Condor;
Colombo (oratório);
O Escravo.
ROMÂNTISMO NO BRASIL
À época do romantismo europeu, o Brasil mantinha estruturas de
latifúndio, escravismo, economia de exportação e uma monarquia
conservadora, remanescentes do puro colonialismo: condições socioculturais
muito diferentes das encontradas nos países da vanguarda romântica
européia. A partir de 1808, a permanência da corte portuguesa no Brasil
transformou cultural e economicamente a vida da colônia, com a implantação
da imprensa e do ensino universitário. O subseqüente processo de
independência, em 1822, ativou ainda mais a efervescência intelectual e
nacionalista já instalada.
Ao lado da literatura, a música brasileira expressou as principais
características do movimento romântico mundial, ligadas sobretudo ao
nacionalismo e à afirmação da identidade cultural.
Carlos Gomes foi o principal compositor romântico do país. Suas obras,
que denotam forte influência da música italiana, então dominante,
apresentam traços tipicamente brasileiros. A maior parte dos músicos da
época buscou a valorização de elementos nacionalistas, embora a formação do
compositor erudito no Brasil dependesse ainda completamente das escolas
européias. Isso muitas vezes resultou apenas em abordar temas folclóricos
nativos
numa
linguagem
musical
francesa
ou
alemã.
Na virada do século, o nacionalismo iniciado com o movimento romântico
expressou-se mais fortemente na obra de Alberto Nepomuceno e Antônio
Francisco Braga e, já em pleno século XX, configurou-se como a mais
importante e autônoma tendência estética da história da música erudita no
país. Destacaram-se compositores como Henrique Oswald, Leopoldo Miguez,
Francisco Mignone e, sobretudo Heitor Villa-Lobos, internacionalmente
reconhecido.
“Cada música deve ter um timbre de
voz, uma cara. Se posso mexer no
som da guitarra, por que não no som
da voz?”
Carlinhos Brown

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