imaginar mais - Associação Guias de Portugal

Transcrição

imaginar mais - Associação Guias de Portugal
ASSOCIAÇÃO GUIAS DE PORTUGAL
2013 | 13ª SÉRIE | 1,50€
mais do que um grupo…
somos unidas
mais do que
cooperar…
descobrimos
com o Outro
mais do que
aprender…
crescemos
juntas
mais do que
caminhar juntas…
construímos
a amizade
INTERNACIONAL
Neste
Jornal
Alvorada
Imaginar um futuro diferente para
as raparigas e jovens mulheres
imaginar mais
Igualdade de género:
uma realidade urgente
um fogo de conselho
especial
03
09
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
Uma rubrica de jornal diferente
20 guias, 20 totens
04
· Existe um memorial em homenagem
aos nossos fundadores, na famosa
Abadia de Westminster?
Que venham desafios
Orientadoras de estágio em formação
A companhia de Santarém
está de parabéns
E então, 30 anos já la vão...
Como é ser rapariga
e mulher em portugal?
Presidente da Junta de Freguesia
e guias de Odivelas de mãos dadas
Desporto em forma de trevo
Faz-me rir
A obesidade infantil
ainda é uma preocupação
Decorria o meu acampamento de Atestado de Campo.
A patrulha Sal, da minha frota, saiu para raid e cruzou-se
com uma senhora que lhes disse “you are girl guides!”
(vocês são guias!). Treinaram o inglês e ficaram a saber
que Kate Podmore tinha sido dirigente das Brownies, em
Inglaterra, e que inclusive tinha conhecido Lady Baden Powell.
Ensinou-lhes uma música, rabiscou-a num papel
e explicou-lhes o seu significado. Decidimos ir até casa da Kate,
pois esta era perto do local do acampamento. Convidámo-la
para o fogo de conselho no qual participou, trazendo consigo
um maço de folhas com canções e histórias para contar.
Ajudar é fácil
Foi um momento único de partilha, de espírito guidista
internacional que ficará para sempre guardado nas nossas
memórias!
Direitos Humanos:
do acampamento nacional para a escola
Patrícia Jorge
Avezinhas animam casa de repouso
Estagiária do Ramo Caravela
1ª Companhia de Monchique
Região de Faro
Objectivos do Desenvolvimento do Milénio:
do dia mundial do pensamento pra a escola
Recolha de donativos para canil
A minha escola recolhe rolhas
A fantástica aventura
Não sou guia apenas quando visto a farda
18
INTERNACIONAL
Stop the Violence
Seminário Juliette Low
Avezinhas correspondem-se com Daisys
Descobre as palavras escondidas
tenta em todas as direções
“No mundo que imaginamos
para as raparigas existe…”
De Portugal para a Polónia
Jornal O Trevo chega à Argentina
Um fogo de conselho especial
Educação Confiança
Segurança
Direitos Liberdade
Igualdade
Felicidade
Saúde
Oportunidades
FICHA TÉCNICA
Jus a
Amor
Proprietário:
Associação Guias de Portugal
Conceção Gráfica:
White_Brand Services
Impressão e acabamento:
Ondagrafe, Artes Gráficas Lda.
Tiragem:
5.000 exemplares
Depósito Legal nº239055/06
Região de faro
Valores
ALVORADA
ALVORADA
Imaginar um futuro diferente para
as raparigas e jovens mulheres
Nesta edição do Trevo, convidamos todos/as a imaginar um mundo onde
as raparigas e jovens mulheres são totalmente livres e seguras e no qual
podem realizar todo o seu potencial.
Temos comprovado, junto das jovens raparigas, a eficácia da educação,
nomeadamente da educação não formal, na abordagem de temáticas
tão importantes como a saúde, o ambiente, o trabalho, o espaço social,
o desporto e cultura, a igualdade de género e muitas outras. Fomentando
nas jovens não só a capacidade de identificar problemas, mas também
de fazerem parte das soluções.
Como uma organização totalmente comprometida e dedicada ao trabalho
com as raparigas e jovens mulheres, e tendo como missão proporcionar-lhes
a oportunidade de desenvolverem plenamente o seu potencial como cidadãs
universais responsáveis, compreendemos a importância de referir nesta
edição alguns temas desafiantes da atualidade. Em particular no que diz
respeito à violência. A Associação Mundial das Guias desafia as guias
e a sociedade em geral a agir contra os vários tipos de violência que
afetam as raparigas e mulheres, através da campanha “Stop the Violence,
speak out for girls’ rights’’. As raparigas e mulheres são particularmente
vulneráveis à violência e esta campanha irá contribuir para que sejam elas
as impulsionadoras da mudança que querem ver no mundo.
COMISSÃO EXECUTIVA
Presidente: Sara Nobre
Comissária Nacional: Catarina Rebelo
C. Financeira: Mafalda Almeida
C. Publicações: Carolina Abrantes
C. N. Ramo Avezinha: Joana Alves
C. N. A. Ramo Avezinha: Maria João Charréu
C. N. Ramo Aventura: Sara Torres
C. N. Ramo Caravela: Joana Queiroz
C. N. Ramo Moinho: Elsa Alves
Este Trevo é um exercício de imaginação e de ação.
Imaginar mais para as raparigas….
Imaginar um mundo onde todas as raparigas são valorizadas e tratadas
de forma igual.
Imaginar um mundo onde todas as raparigas estão seguras e têm uma voz ativa.
Imaginar um mundo onde as raparigas são saudáveis, podem crescer
e aprender.
Imaginar um mundo de raparigas felizes, apoiadas pelos seus amigos
e familiares.
Imaginar um mundo onde cada rapariga pode alcançar o seu pleno potencial.
Impossível de imaginar? Utopia? Não. O guidismo transforma a imaginação
em realidade.
Somos 10 milhões de guias em todo o mundo e, mais do que apenas palavras,
nós temos uma voz. Imagina mais!
Presidente e Comissária Nacional
13ª série 2013 03
IMAGINAR MAIS
imaginar mais
Igualdade de género:
uma realidade urgente
entrevista com a associação corações com coroa
A Associação Corações com Coroa (CCC)
nasce em 2012. Qual a razão da criação
de uma associação como esta
em Portugal?
Catarina Furtado, Presidente da
Associação, através da sua experiência
como Embaixadora de Boa Vontade do
Fundo das Nações Unidas para
a População (UNFPA), desde 2000, sentiu
necessidade de fazer nascer a CCC porque
sabe que existem inúmeros pontos em
comum entre os objetivos da mesma
e o trabalho que a própria realiza no
terreno nos países em desenvolvimento,
nas áreas da Saúde, incluindo a Sexual
e Reprodutiva, Igualdade de Género,
Violência sobre as Mulheres, Maternidade
Segura, Maternidade/Paternidade
Adolescente, entre outras.
l trabalhar
É essencia
no sentido mento,
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.
de decisão
Sentimos que há, em Portugal, espaço
para atuar no que diz respeito à Igualdade
de Direitos, nomeadamente em relação
ao género, meninas, jovens e mulheres
em situação de vulnerabilidade e risco.
Sabemos que, ao informar, comunicar
e partilhar com base nos princípios que
nos unem estamos a apoiar e a investir
na Igualdade de Oportunidades.
Queremos que a “Corações com Coroa”
seja um espaço de inclusão, formação,
participação cívica e apoio, promovendo
o acesso a cuidados de saúde e educação em
prol da autonomia, autoconfiança e proteção.
O que imaginam para a educação com
vista à igualdade de género, em Portugal
e no Mundo?
Igualdade de Género precisa de estar
mais presente nos discursos nacionais
e internacionais, incluindo os que são
junto das Nações Unidas e União Europeia,
mas também nas práticas das decisões
técnicas e políticas, incluindo nos
recursos afetos, na praxis de profissionais
e instituições. É importante perceber
que a Igualdade de Género tem por
base cenários muito diferentes onde
04
a discriminação e as desigualdades são
realidades e nem sempre a prevenção
existe e é efetiva.
Os bons resultados na manutenção das
raparigas no sistema de ensino e a taxas
de sucesso de saúde materno-infantil
que Portugal alcançou não só devem
ser partilhadas com outros países,
como têm de ser visíveis ao nível das
chefias e lideranças e não podemos
recuar. É essencial trabalhar no sentido
do empoderamento, de um acelerar da
participação das mulheres em todos
os processos e mecanismos de decisão:
a nível individual, familiar, profissional
mas também nas empresas, nas
instituições públicas e privadas.
À medida que o processo legislativo
avança, precisamos no terreno de reforçar
e garantir que as medidas, os programas
e as prioridades estabelecidas têm em
atenção o impacto que podem ou não ter
na Igualdade…as estatísticas existem
e os estudos também, precisamos de dar
passos mais consistentes e coerentes.
A maternidade adolescente, os
casamentos forçados, a baixa presença
de mulheres nas administrações das
principais empresas, nos governos,
nos institutos públicos, a dupla e tripla
jornada de trabalho, são algumas da
realidades que constatamos no dia a dia.
Meninas e mulheres em primeiro lugar
é um dos nossos lemas, mas não é um
lema individual, mas sim civilizacional.
Que formas de educar e promover
a igualdade de género incluem no vosso
programa de atividades?
A Igualdade de Género é uma estratégia
eficaz para Combater a Pobreza
e a Exclusão Social, para isso é essencial
para a CCC garantir o desenvolvimento
de uma consciência social e política em
torno do lema - Apoiar uma mulher
é apoiar uma família, uma comunidade,
um país. Sabemos que quando
IMAGINAR MAIS
as mulheres têm oportunidades, são
saudáveis, têm acesso a educação e fazem
livre e conscientemente as suas escolhas,
existem benefícios em áreas, como
a redução da pobreza, bons índices de
saúde e a sustentabilidade de recursos
naturais. A CCC trabalha no sentido de
promover respostas sociais que ajudem
a prevenir e a contrariar a exclusão das
crianças, das jovens e das mulheres
e apoiar mães, que por força das
circunstâncias não consigam assegurar
aos seus filhos e filhas uma educação
completa que os estimule e prepare para
o futuro. É crucial que existam abordagens
e campanhas que, para além da evidência
dos números da discriminação e das
vítimas, também se centrem na dimensão
dos direitos humanos e empoderamento.
A Igualdade de Género é um direito, mas
será que as pessoas (mesmo enquanto
profissionais de várias áreas) têm
uma efetiva consciência de que modo
esse direito é ou não reconhecido nos
quotidianos familiares, institucionais
e profissionais? E actuam como agentes
de mudança? É nesse sentido que a CCC
está a identificar e reunir as condições
necessárias para a implementação do
Projeto “LUGAR DO MUNDO” que incluirá
o Espaço dos Direitos, o Espaço da
Educação e o Espaço dos Afetos, com
enfoque nas adolescentes 13-18 anos
e nas jovens mulheres em situação
de risco social. No nosso Plano
de Atividades, temos, entre outros
projetos, a criação e organização da Bolsa
de Estudo CCC para meninas e jovens,
as Campanhas de Informação, Educação
e Comunicação, a 1ª Edição do Prémio
de Comunicação pelos Direitos Humanos,
Cidadania e Desenvolvimento: Corações
Capazes de Construir /Sonae MC e ainda
colocaremos em marcha o Atendimento/
Aconselhamento na nossa sede, entre
muitas outras atividades, incluindo
o resultado do Protocolo com o ISCSP/
UTL onde, para além de histórias de vida,
estamos também a conhecer algumas
das respostas sociais que existem ao
nosso redor.
No primeiro ano a “Corações com Coroa”
vai dedicar-se sobretudo à dimensão
da igualdade de oportunidades. Quais
sentem ser as áreas onde a igualdade
de oportunidades está ainda longe do
desejável no que respeita às raparigas
e jovens mulheres? E quais as conquistas
dos últimos anos em Portugal?
As conquistas mais significativas serão
as que se prendem com questões de
saúde, participação política e educação.
Há avanços significativos e ganhos em
matéria de Saúde na Mulher, no que
respeita, por exemplo, a flagelos como
a Violência Doméstica e a Mortalidade
Materna. No entanto os avanços
civilizacionais e funcionais da ação
necessária sobre os mecanismos e efeitos
da discriminação e das desigualdades
sobre as raparigas e mulheres tardam
a chegar. Se olharmos os dados que
todos os dias nos chegam, facilmente
percebemos isso, não falamos de casos
individuais ou particulares, porque esses
frequentemente são a exceção
e não têm o impacto de modelo
a replicar, por muito positivos que
sejam. Quando olhamos as imagens das
reuniões de chefias das empresas, dos
comentários políticos, dos conselhos
de administração, da precariedade, da
ajuda de emergência ou humanitária,
das associações profissionais, dos
movimentos sindicais, das academias,
entre outros, vislumbramos facilmente
que as raparigas e mulheres são mais
frequentes no público do que no “palco”
ou no púlpito da liderança, mas quando
olhamos os números da vitimização, das
mortes por ausência de medicamentos
ou serviços essenciais, do desemprego,
da precariedade, elas estão de facto
na primeira linha.
Qual sentem que pode ser o contributo
da Associação Guias de Portugal (AGP) para
a educação para a igualdade de género?
A AGP é uma associação reconhecida
pela sua atuação em matéria de educação
para a autonomia e responsabilidade,
pela promoção da participação ativa
das raparigas, também no contexto do
desenvolvimento global, por isso, será
sempre um parceiro possível para quem,
como a CCC, tem nos seus objetivos os
Direitos Humanos através do exercício de
uma cidadania ativa, tendo em atenção
as barreiras socioculturais que ainda
existem à Igualdade de Género.
Associação Corações com Coroa
CORAÇÕES CAPAZES DE CONSTRUIR
Como é ser rapariga e mulher em portugal?
Pela associação mulheres em acção
Esta é uma das questões sobre que me
pediram que escrevesse e que costuma ser
associada aos direitos: direito
à igualdade de acesso ao emprego, direito
à igualdade salarial, etc. Para falar de
direitos temos que falar de deveres
e para falar de deveres temos que falar
de quem sou, o que é ser mulher. Vou
por isso partilhar convosco, Guias de
Portugal, um pouco de mim, que é um
pouco do sabor que a vida me tem dado.
Primeiro, não é uma questão para
responder agora, mas para irmos
respondendo com a vida. Diria que viver
é também sempre responder. Responder
às inquietações do nosso coração, e temos
aqui um segundo passo. Com o estudo,
com as experiências da nossa vida, se
quiserem de outra forma, diria com a razão
e com a sabedoria. Terceiro, temos para tal
que parar, para escutar a alma feminina
que vive em nós e depois dialogar com ela.
Sem isto jamais seremos mulheres.
Porquê? Ora porque não posso dar
o que não tenho. Se não me tenho naquilo
que sou, uma mulher, como me posso
dar? Assim é importante que conversem
convosco próprias e que troquem ideias
com outras raparigas e mulheres.
Vão perceber que há realidades muito
específicas de ser mulher. Uma dessas
muitas realidades, talvez a mais fácil de
observar, é a maternidade. A maternidade
13ª série 2013 05
IMAGINAR MAIS
é um dom imenso, extraordinário que nos
foi dado (eu acredito que por Deus) e que
diz muito do nosso “ser mulher”, na sua
totalidade, isto é, não apenas quanto
ao nosso corpo, mas também quanto
à nossa alma feminina. Observem, em
conversas com os vossos pais e ou amigos,
como a paternidade é tão diferente. Com
isto não procuro dizer quem é o melhor,
mas sim contemplar essa verdade
existencial. Outra particularidade nossa
é a forma como o nosso coração ama.
Podíamos ainda falar de muitas outras
situações, mas o que gostaria de vos referir
é que, sem este conhecimento objetivo
de quem sou, poderei fazer opções que
vão contra mim. Por exemplo, o aborto
é sempre uma destas situações.
Outro exemplo completamente diferente
é o trabalho.
O trabalho ou mais concretamente certo
tipo de trabalho, pode ser uma opção que
vai contra aquilo que é a minha pessoa,
ser mulher. Por isso é que hoje em dia
se fala muito na conciliação família trabalho. Muitas mulheres portuguesas
sofrem muito por terem que trabalhar
e deixar os filhos a cargo de outras pessoas.
Por fim, deixo-vos um quarto ponto: como
quero viver o ser mulher? Hoje em dia
abrem-se muitas possibilidades para
a nossa realização enquanto mulheres.
É importante fazer – antes das escolhas
– uma boa análise com o fim de perceber
se essas escolhas não impedem a nossa
realização e dignidade enquanto mulheres.
A nossa ação na família, nas empresas,
na sociedade nunca pode ir contra o que
somos e, se assim for, temos que optar.
Como sabem, atualmente vivemos uma
crise séria, económica e humanamente.
Um dos fatores que originou esta crise
foi muitas vezes não sermos capazes
de optar: porque queremos tudo e tudo
naquele momento. A vida e o nosso ser
têm primaveras, outonos, invernos
e verões. Ser mulher é conhecer também
as nossas estações para que as nossas
sementeiras (opções) possam dar fruto.
Enquanto Guias de Portugal, sejam
capazes de fazer opções coerentes
e que sejam exemplos de verdade para
convosco e para com os outros. Com esse
testemunho, poderão guiar muitas outras
raparigas na construção de uma sociedade
mais fraterna, mais justa e mais feliz.
Alexandra Teté
Dirigente Associativa da Associação Mulheres em Acção
desporto em forma de trevo
pela associação portuguesa mulheres e desporto
O Desporto e a Educação Física, enquanto meios de humanização,
de civilização são um capítulo da história universal. E a história
universal constrói-se, escreve-se, século a século, década
a década, dia a dia. A história universal declina-se, também no
capítulo dedicado ao Desporto e à Educação Física, no masculino,
assim como no feminino. Contrariamente ao que muitos
proclamam, o Desporto não tem sexo único.
Se comungamos da posição de que o Desporto é um bem
inestimável e património da humanidade, como é possível pensar
em arredar as raparigas dele? Como é possível que raparigas se
possam sentir desvalorizadas ou com menos oportunidades no
Desporto, Escolar ou noutros contextos de prática, e permaneçam
acanhadas e caladas? O Desporto e a Educação Física são,
ou devem ser, um meio de educação, de cidadania, uma
experiência que se vive de corpo e alma.
O desporto pode contribuir para um modo de vida saudável,
para fazermos amigas e amigos, para socializarmos e batermos
recordes pessoais. O Desporto é um meio de empoderamento.
São estes desafios que raparigas e mulheres devem enfrentar:
desmistifiquem a ideia feita de que o Desporto é coisa só para
alguns, ou que alguns têm mais direitos do que algumas.
a mulheres de 1928 a 1960). Brunei (ao norte da Malásia)
e Qatar (ao leste da Arábia Saudita) também inauguraram
a sua participação feminina. Um trevo de quatro folhas?
Será que na próxima olimpíada os homens vão reclamar a sua
participação na natação sincronizada e na ginástica rítmica?
Não imagino mulheres a oporem-se a essa pretensão.
As provas dadas por mulheres no Desporto, à custa de avanços
e recuos e realizadas muitas vezes a braço de ferro,
nomeadamente na alta competição, são indeléveis, indestrutíveis.
Custaram muito esforço, suor e lágrimas; deixaram a nós,
raparigas e mulheres, um testemunho de perseverança.
Mais um reparo, e sem comentários: Rebeca Soni (JO, 2012) foi
medalha de ouro nos 200 m bruços e 4x100m. No dia 2 de agosto,
o comentador de um canal português de TV, que transmitia a prova
de 200 metros bruços, confessava: “Até me custa acreditar que uma
mulher tenha feito este tempo”.
Imagine-se o caminho que teve de ser lavrado e calcorreado,
desde 1900, para que, apenas nos Jogos Olímpicos (JO) de 2012 Londres, mulheres pudessem competir em todas as modalidades
nas quais os homens competiam. Assinale-se que todas as 204
nações participantes enviaram mulheres a Londres. Outros países,
que tradicionalmente proibiam as mulheres dessas competições,
passaram a permiti-las: é o caso da Arábia Saudita, que enviou
duas atletas (Ali Seraj Abdulrahim Shahrkhani no judo, categoria
78 quilos; e Sarah Attar, na corrida de 800 metros, prova interdita
As mulheres são uma mais-valia nas sociedades. Quando
preconceitos, estereótipos e injustiças baseadas no sexo limitam
a vida e a presença de mulheres em várias estâncias sociais, isso
significa injustiça, mesquinhez, pobreza de espírito e material,
discriminação, …. Numa só palavra: estupidez.
Imagina a diferença que podes fazer ou ajudar a fazer!
06
Paula Botelho Gomes
Presidente da Associação Portuguesa Mulheres e Desporto
IMAGINAR MAIS
a obesidade infantil
ainda é uma preocupação
entrevista com a apcoi
associação portuguesa contra a obesidade infantil
Quais os critérios para
afirmar que determinada
criança tem excesso
de peso ou sofre
de obesidade infantil?
O diagnóstico de uma situação
de excesso de peso ou
obesidade infantil tem por
base critérios estabelecidos
pela comunidade médica
e científica a nível internacional,
com adaptações locais, como
acontece no caso da Europa.
A atual crise económica
e financeira em que nos
encontramos, pode agudizar
estes dados? Ou, por outro
lado, prevenir estas
situações não é sinónimo
de custos elevados?
A maior preocupação neste
momento em relação à atual
crise económica e financeira
é o agravamento dos maus
hábitos já existentes no que
diz respeito à alimentação e ao
sedentarismo. As dificuldades
Em primeiro lugar, deve
financeiras levam a que as
medir-se a altura da criança
pessoas façam opções ainda
e pesá-la para se poder
menos saudáveis. Por exemplo,
calcular o Índice de Massa
há cada vez menos crianças
Corporal (IMC), dividindo
a praticar desporto fora da
o peso (em kg) pelo quadrado
escola, uma realidade várias
da altura (em metros).
vezes atribuída à diminuição
O passo seguinte é analisar
dos orçamentos familiares
as tabelas de percentis
e que contribui para que
disponíveis no Boletim
as novas gerações tenham uma
de Saúde em função do
vida mais sedentária. Mas esta
género e da idade da criança,
é uma questão que se coloca há
para saber qual o percentil
vários anos, sendo Portugal um
correspondente ao IMC que
dos países com maior índice
obteve. Se o percentil for
de inatividade física da europa,
superior a 85, significa que
embora a situação possa vir
a criança tem excesso de
a agravar-se neste contexto.
peso, caso seja superior
Em relação à alimentação,
a 95, é considerado um
o mesmo se verifica, por
caso de obesidade.
Os primeiros dados revelados exemplo, uma família que tinha
o hábito de ir jantar fora de casa
pelo Sistema Europeu de
Este diagnóstico só poderá
Vigilância Nutricional Infantil uma vez por semana ou todos
ser feito com crianças a partir da Organização Mundial
os meses para que nenhum
dos 2 anos. O ideal é que esse de Saúde indicam que:
membro da família tivesse que
diagnóstico seja realizado
cozinhar, hoje não sai, mas
mais de 90% das crianças
por um profissional, para
opta por fazer mais refeições
portuguesas come fast-food,
que, em cada caso, possa
pré-cozinhadas. E isso também
doces e bebe refrigerantes,
ser de imediato fornecido
é fast-food, porque na maioria
pelo menos quatro vezes por
aconselhamento especializado semana. Menos de 1% das
dos casos essas refeições
ou, eventualmente, um
contêm doses elevadas de sal,
crianças bebe água todos
encaminhamento para
açúcar e gordura. É por essa
os dias e só 2% consome
tratamento adequado.
razão que os especialistas
fruta fresca diariamente.
chamam a atenção para o facto
Quase 60% das crianças vão
A APCOI realiza regularmente para a escola de carro
de que a crise económica pode
rastreios gratuitos onde as
potenciar um aumento de casos
e apenas 40% participam em
crianças são atendidas por
de má nutrição, excesso de peso
atividades extracurriculares
nutricionistas voluntários.
que envolvam atividade física. e obesidade infantil.
Em Portugal, uma em cada
três crianças tem excesso
de peso ou obesidade infantil,
segundo os estudos mais
recentes da Organização
Mundial de Saúde. Estas
estatísticas têm crescido
ou diminuído?
De acordo com os resultados
nacionais do estudo COSI
(Sistema Europeu de
Vigilância Nutricional Infantil)
da Organização Mundial
de Saúde, conduzidos em
Portugal pelo INSA (Instituto
Nacional de Saúde), em
2008, na faixa etária dos
6 aos 8 anos, a prevalência
do excesso de peso era de
32% e da obesidade era de
13,9%. Em 2010, o mesmo
estudo apresentou os
seguintes resultados: 30,2%
das crianças têm excesso de
peso, das quais 14,3% são
obesas. Ou seja, não houve
uma alteração significativa
destas prevalências, embora
se tenha verificado uma ligeira
diminuição do excesso de peso
e um pequeno aumento nos
casos de obesidade.
13ª série 2013 07
IMAGINAR MAIS
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Mais de 90 uguesas
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crianças p ood,
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Créditos: Orlando Almeida
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recursos
para prat financeiros
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física dia ar atividade
riamente,
dentro e
fora de c
asa.
No entanto, o fator mais grave
é a iliteracia em saúde que
existe nas crianças, mas
também em alguns adultos.
É preciso quebrar esses
preconceitos económicos.
Nenhuma criança ou adulto
necessita de recursos
financeiros para praticar
atividade física diariamente,
dentro e fora de casa, só precisa
de escolher a mais adequada.
Subir escadas, fazer
caminhadas a pé ou dançar
livremente durante 60 minutos
são alternativas gratuitas que
trazem melhorias na saúde de
quem as praticar diariamente.
Na alimentação, é preciso
ensinar as bases de uma boa
nutrição, dotar a população
para a interpretação de
rótulos e criar condições para
que as crianças aprendam
os princípios essenciais da
agricultura e da culinária.
A obesidade infantil
está associada ao
desenvolvimento
de doenças graves?
Uma criança obesa está em
risco de vir a sofrer de sérios
problemas de saúde durante
a sua infância, mas sobretudo
na adolescência ou na idade
adulta. Segundo a OMS
(Organização Mundial
de Saúde), a obesidade
e o excesso de peso
são responsáveis pelo
desenvolvimento de 80% dos
casos de diabetes tipo 2, 55%
dos casos de hipertensão
08
e 35% dos casos de doenças
cardíacas. Uma pessoa obesa
tem ainda maior probabilidade
de desenvolver asma, doenças
do fígado, apneia do sono
e vários tipos de cancro.
As crianças obesas estão
mais sujeitas a problemas
sociais e psicológicos?
As crianças obesas estão mais
sujeitas a ataques de bullying
escolar e outros tipos de
discriminação. O que poderá
provocar consequências
diretas na sua autoestima
e a quebra no seu rendimento
escolar. Se não receberem
apoio especializado, poderão
sofrer ainda de depressão
ou outras doenças do foro
psicológico quando atingirem
a idade adulta.
Tenho uma filha com excesso
de peso? O que devo fazer?
Quando uma criança tem
excesso de peso ou obesidade,
necessita mais do que nunca
de sentir que não está sozinha
e que terá todo o apoio
possível para ultrapassar
este problema. É de referir
que existem ainda alguns
preconceitos, sem
a menor base científica,
que contribuem para
a estigmatização social da
obesidade, muitas vezes
por parte dos pais, que se
traduzem em ansiedade
e sofrimento para as crianças.
Deve evitar-se submeter
a criança a castigos, punições
ou dietas forçadas, ela não
é a responsável pelo seu
problema de saúde. É evidente
que a força de vontade
e a motivação pessoal para
ultrapassar o problema são
importantes e dependem
sobretudo da criança
e dos seus encarregados
de educação, mas
a responsabilidade de
solucionar o problema
é de todos os adultos, não
apenas da criança e dos
pais. Os pais e os restantes
familiares devem ser os mais
sensíveis quanto possível aos
sentimentos da criança
e focar-se no lado positivo
do processo de tratamento,
da reeducação alimentar
e na adoção de um estilo
de vida mais saudável.
É imprescindível o envolvimento
da família e de todos
os prestadores de cuidados
infantis (professores,
educadores, auxiliares
de educação, por exemplo)
para que o tratamento produza
os resultados necessários.
As opções de tratamento
devem ser discutidas
preferencialmente com um
especialista, quer de nutrição,
quer de psicoterapia.
Em alternativa, poderá expor
a situação ao seu médico
de família ou pediatra
e pedir para ser seguido
numa consulta de obesidade
do hospital da sua região.
Associação Portuguesa Contra
a Obesidade InfantiL
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
vida da associação
uma rubrica
de jornal
diferente
Escrever notícias pode não ser
a única forma de estar presente
num jornal.
A região de Santarém assina uma
rubrica num jornal local bimestral
chamada “Caderno de Caça Coluna de boas ideias para miúdos
e graúdos da responsabilidade da
1ª companhia de guias de Torres
Novas”. A rubrica consiste não
em dar notícias, mas em contar
histórias acerca do que fazemos,
fizemos ou vamos fazer.
Damos também dicas, sugestões,
que embora relacionadas com
atividades guidistas, podem servir
de inspiração para as famílias
e pessoas que nos leem.
Deixamos alguns exemplos:
no caderno de caça, ensinamos
a fazer instrumentos musicais
como forma de reciclar materiais
e estimular a criatividade;
explicamos como funciona
o conselho de honra e como
é importante a participação ativa
das crianças e dos jovens em
tomadas de decisão que lhes
dizem respeito; falamos das
visitas que fazemos mensalmente
ao lar de idosos; sugerimos
histórias e imaginários que
criamos para as nossas guias
como boas histórias para serem
contadas pelos avós aos netos;
partilhamos meditações
e reflexões que fizemos.
O jornal tem apreciado bastante
esta nossa participação!
Dirigentes da 1ª Companhia
de Torres Novas
Região de Santarém
20 guias, 20 totens
Foi no nosso acampamento de Páscoa que
tudo mudou para as 20 guias que foram
“batizadas” com um novo nome que marca
a vida de qualquer guia – o totem.
O totem era uma palavra utilizada pelos
índios Peles Vermelhas e que significa
“Brasão” ou “Armas”. Para estes índios,
o totem é um talismã que os protege
e vela por eles, foi por isso que Baden
Powell trouxe para as guias a atribuição
de totens, tanto para as patrulhas, como
para cada guia.
Toda a cerimónia de atribuição de totens
foi preparada com muito cuidado e
com a participação de todas. As guias
refletiram e escolheram três animais
e três características com que mais se
identificavam. A decisão final ficou a cargo
das chefes.
a alegria e a emoção ao receberem os
totens e por estes definirem tão bem as
características de cada uma.
O totem é agora parte essencial da vida
de cada guia e compromete-a perante as
suas irmãs guias e Deus a honrar e seguir
as “pegadas” do seu animal totem. Cada
atribuição foi selada com uma canhota
entre a guia e a chefe índia.
Uma cerimónia que ficará na memória
de todas as guias que participaram neste
acampamento!
Ouriço Dedicado
Estagiária da 2ª companhia de matosinhos
Região do Porto
Muito entusiasmadas em saber finalmente
o totem escolhido, lá foram para a
cerimónia, que teve a presença de uma
chefe índia. Cada guia foi chamada à vez
e, após prestarem uma última prova, foram
“batizadas” com o seu totem. As Guias
demonstraram em sorrisos rasgados
que venham desafios
É em situações como as que que vivi
neste acampamento da Páscoa que sinto
que ser guia é um privilégio concedido,
uma oportunidade para desenvolvermos
capacidades. A capacidade de improviso,
de manter a motivação e a alegria,
a capacidade do trabalho de equipa
e sobretudo a capacidade de NÃO DESISTIR.
A 1ª companhia de guias de Viana do
Castelo aceitou o desafio de se juntar
com as recentes fundadas companhias
de Lanheses e da Facha e com a reaberta
1ª companhia de Vila Praia de Âncora.
As previsões climatéricas não eram
as melhores para os quatro dias de
acampamento, mas o entusiasmo de
proporcionarmos momentos únicos às
nossas guias impeliu-nos a dar o nosso
melhor na preparação das atividades.
mais desafiante para as 5 patrulhas
das companhias de Âncora (patrulha
golfinho), Facha (patrulhas foca e lince)
e Lanheses (patrulhas águia e lince) que
nunca tinham acampado. Desde montar
tendas e fazer construções, até demorar
três horas a fazer o jantar e comer
tarde e a más horas uma massa e carne
semicozida... O primeiro dia acabou por
ter o triplo da dificuldade e vontade de
desistir. Para agravar a situação, a chuva
e trovoada arrastaram-se durante
a noite e algumas patrulhas acordaram
com lagos dentro das tendas.
O primeiro dia de acampamento
é sempre o mais difícil, mas foi ainda
13ª série 2013 09
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
É assim que
o guidismo é capaz
de mudar vidas.
Ensinamos a NUNCA
DESISTIR, mesmo
quando parece
ser impossível.
Não se avizinhava melhoria do tempo, por
isso partimos para o plano B: desmontar
todo o acampamento e mobilizar 90 guias
para uma escola, com apenas 2 carrinhas
de 9 lugares (gentilmente cedidas pelas
juntas de freguesia vizinhas).
Se o primeiro dia havia sido difícil, imaginese adicionar-lhe a confusão de um dia de
desmontagem de acampamento. Muitas
guias quiseram desistir, tinham saudades
dos seus pais, do conforto e do calor das
suas casas, mas não podíamos permitir
que as nossas guias se fossem embora
com a ideia de que era horrível
e traumatizante acampar. A chefia motivou
as novas guias a ficar, dizendo que os
próximos dois dias seriam melhores e que
não se iam arrepender de ficar.
E assim foi, apesar da chuva que de vez
em quando espreitava, as atividades
realizaram-se com muita animação
e até denominaram estes dias de
o “acampatonamento”, com um sorriso
e sentimento de vitória por não terem
desistido.
É assim que o guidismo é capaz de
mudar vidas. Ensinamos a NUNCA
DESISTIR, mesmo quando parece ser
impossível. Ensinamos que o pouco
conforto durante um acampamento
ajudam a dar valor à nossa casa.
Ensinamos que viver em patrulha ajuda
as jovens raparigas a ter um papel ativo,
voluntário, amigo, atento e a tomar
a iniciativa para ajudar em casa,
na escola, no grupo de amigos.
Também eu, como dirigente, aprendi
muito durante estes quatro dias. Para
além de ter trabalhado na especialidade
de intendência, aprendi que na
Associação Guias de Portugal estamos
sempre a ultrapassar limites, a aceitar
desafios e a aprender.
Sinto-me uma pessoa muito mais capaz
e com mais força para enfrentar desafios,
do que me sentia antes destes quatro
dias de acampamento.
Rita Almeida, Pantera Amiga
Chefe da 1ª companhia de Viana do Castelo
Região de Viana do Castelo
ORIENTADORAS DE ESTÁGIO EM FORMAÇÃO
Foi em Lanheses que se realizou
pela primeira vez na região de
Viana do Castelo uma atividade
para orientadoras de estágio.
Esta atividade foi pensada
de forma a dar ferramentas
às dirigentes para melhor
orientarem as suas estagiárias
e garantir que estas se tornam
dirigentes exemplares, no futuro
da região. Foram focados, entre
outros conteúdos, as fases
do estágio e qual o papel da
orientadora e da estagiária.
As orientadoras de estágio
sentem-se agora mais
confiantes e motivadas, partindo
para as suas companhias com
ideias mais lúcidas e objetivas.
Orientadoras de Estágio da Região de Viana do
Castelo
10
Esta atividade foi pensada numa fase em que
o número de estagiárias era significativo,
tornando-se imperativo a formação das
mesmas. Como a melhor forma de formação
é o exemplo e o acompanhamento da
orientadora de estágio, é essencial que
esta se sinta segura e capaz.
O Comissariado Regional identificou alguns
receios e dúvidas que as orientadoras
mostravam e achou que era momento ideal
para uma formação como esta. Pretendemos
orientadoras de estágio aptas e estágios
a funcionar corretamente. A sede com que
as orientadoras foram para esta formação
tornou todo o trabalho do fim de semana
bastante produtivo.Esperamos que esta
formação marque o início de um novo ciclo,
em que todas as estagiárias tenham um
bom estágio e sejam elas próprias boas
orientadoras.
Comissariado Regional de Viana do Castelo
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
A COMPANHIA DE SANTARÉM ESTÁ DE PARABÉNS
Pelo seu 40º aniversário e pelo espetáculo com que nos
presentearam para festejar. Foi uma retrospetiva de 40 anos
de história contada de forma alegre e divertida por todas
as guias da companhia, da mais pequena à maior, todas
participaram na peça e na construção do cenário. Tudo isto,
claro, com a preciosa ajuda das chefes que, que ao longo
de vários meses, as ensaiaram e organizaram para que tudo
fosse um êxito.
Foi com muita emoção que tomei consciência de que também
a Matilde Fonseca já faz parte da história desta companhia.
Tem sido uma caminhada vivida muito intensamente, onde
valores como a Fé, a Amizade, a Partilha e a Ajuda ao Próximo
estão sempre presentes. Resumindo: uma aventura cheia
de alegria, que espero que perdure por muitos anos.
De avezinha a aventura sempre com muito ‘Orgulho de
Ser Guia’. Quero agradecer à companhia de Santarém,
particularmente a todas as chefes, o importante papel
que têm tido no crescimento e na formação da Matilde.
Sílvia Garriapa
Mãe de Matilde Fonseca, guia aventura
1ª Companhia de Santarém
Região de Santarém
E ENTÃO, 30 ANOS
JÁ LÁ VÃO...
É com imensa honra e orgulho que vivemos um grande
acontecimento na região de Faro. A guia e dirigente Ercília Pires,
chefe da 1ª companhia de Tavira, comemorou no passado dia 9
de abril, 30 anos de guia e é fabuloso percebermos que existem
pessoas na nossa associação que durante anos e anos dão o seu
contributo para que o guidismo continue e não pare de crescer.
A Ercília traz na mochila a história de uma região, dos altos
e baixos, dos desafios, do acreditar sempre mais e melhor para
as duas companhias que fundou e para a região de Faro.
É um exemplo a seguir, na perseverança, na motivação e na
alegria que transmite em cada atividade ou patrulha em que
participa. Entrou para Associação Guias de Portugal como guia
caravela e, apenas com 15 anos o seu primeiro acampamento
foi a “Largada” - acampamento nacional de ramo caravela, que
marcou a “Expedição” no ano de 1985. Tem atualmente duas
filhas, uma avezinha e uma guia aventura, que procuram seguir
os seus passos e que são guias desde que estavam na barriga da
mãe (já acampavam nessa altura).
A Ercília viu-nos a todas crescer, enquanto guias e mulheres,
deu tudo a este movimento e, por tudo isto e muito mais que as
palavras não descrevem, queríamos deixar uma mensagem:
OBRIGADA E PARABÉNS, MAMUTE!
Comissariado Regional de Faro
13ª série 2013 11
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
Presidente da junta de freguesia
e guias de odivelas de mãos dadas
Tendo mudado recentemente de
Freguesia, a 1ª companhia de Odivelas,
que se reúne atualmente em Famões,
falou com o senhor Presidente da Junta
para averiguar as necessidades da
comunidade e poder implementar um
projeto de serviço útil à população local.
Para tal, as guias caravela marcaram
uma reunião com o senhor Presidente,
enviando-lhe uma carta a pedir uma
audiência. Para nosso espanto, o senhor
Presidente respondeu de imediato com
um telefonema à nossa chefe. Ficámos
ainda mais incrédulas quando nos
apercebemos de que tinha sido o próprio
a efetuar a chamada e não a sua
secretária, como seria expectável.
No dia 25 de janeiro, duas representantes
de cada patrulha foram à dita reunião,
a Filipa e a Mariana da patrulha Enigma,
a Sara e a Tânia da patrulha Vida, assim
como a chefe de ramo, Ana Boléo.
Eis a conversa:
(depois de nos sentarmos à mesa com
o senhor Presidente)
Filipa - Queríamos desde já agradecer
toda a ajuda que nos tem dado, por nos ter
emprestado a sala polivalente para termos
as nossas reuniões, assim como para todas
as nossas atividades que já realizámos.
Como deve saber, o lema da Associação
Guias de Portugal é “Sempre Alerta
para Servir” e gostaríamos de ajudar
a comunidade de Famões de forma
a agradecer toda a ajuda que nos tem dado.
Senhor Presidente – (Risos) Vocês
atacaram bem! O que é que eu posso
dizer? Posso dizer, em primeiro, que
para mim é uma grande honra sempre
servir quem mais precisa de ser servido
e que estou disponível para servir os
outros, como é o vosso caso. Eu também
estou aqui para servir e dentro das
minhas competências. Tenho aqui uma
vogal que está ao mesmo nível que eu
estou e, apesar de o cargo ser diferente,
ela tem a mesma responsabilidade que
eu tenho, estamos aqui para servir e não
para nos servirmos, que fique claro que
é assim que tem que ser entendido!
Neste sentido, tudo o que eu puder
fazer, ou nós pudermos fazer, temos que
o fazer, porque se não o fizermos não
estamos aqui a cumprir a nossa missão,
dentro das nossas competências
e capacidades financeiras, claro está.
Portanto, é a partir deste princípio que
nós agimos. Agora depende de vocês!
Se vocês tiverem ideias específicas onde
tenham mais vocação para avançar ou
sintam mais necessidade como guias,
ou até como jovens, devem pôr isso
do vosso lado. Vocês próprias é que
devem dizer: “nós vivemos aqui nesta
comunidade”!
Ana (chefe) - Podemos implantar algo
de raiz, por exemplo, pode ser na área
da saúde ou na área da alimentação, ou
seja, pode ser algo tão simples para nós
como uma recolha de alimentos, ou de
materiais escolares, ou de alguma coisa
em que nós somos apenas o veículo que
Tânia - Com certeza, o senhor Presidente facilita a recolha de um bem necessário,
deve ter conhecimento dos Objetivos
ou podemos nós implementar um
de Desenvolvimento do Milénio!
projeto, como fizemos anteriormente.
A associação mundial das guias,
a WAGGGS, transformou os Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio em linhas
de ação, e por isso gostaríamos de atuar
numa dessas linhas.
Sara - Por isso, a 1ª companhia de
Odivelas gostaria de implementar um
projeto de serviço aqui na localidade de
Famões e para isso necessitávamos da
sua ajuda, precisávamos de saber quais
os pontos em que Famões tem mais
necessidade que as guias atuem.
Mariana – Mas nós já tínhamos tido uma
ideia de um projeto, que era falar da
gravidez na adolescência, darmos uma
espécie de palestra, mas gostávamos
de saber se há outras necessidades
mais urgentes.
12
Imagine, preparamos tudo e há um dia
em que fazemos uma limpeza geral
a uma zona em que seja necessário,
ou há um dia em que, como as
guias estavam a referir, falávamos
sobre os problemas da gravidez na
adolescência, das doenças sexualmente
transmissíveis. Não seriam elas
a falar para jovens da mesma idade,
teríamos de contactar psicólogos
e pessoas da área da saúde. Da Junta,
o que precisávamos era de um espaço
para podermos fazer a conferência
e, eventualmente, de divulgação. Ideias
não nos faltam, o que gostávamos
mesmo era de um ponto de partida.
Senhor Presidente – Bem, o que referiu
vai ao encontro daquilo que eu já tinha
dito. Vocês apresentam as ideias, nós
analisamo-las, estudamos o que
é preciso para organizar e vamos ver até
onde é que podemos ir. E é com muito
gosto que se põe em prática uma coisa
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
destas! Nós temos vontade e temos
alguns meios. Com os conhecimentos
que temos, com técnicos, com outras
instituições, é possível organizar tudo
aquilo que vocês quiserem.
Ana (chefe) – Então, caravelas, querem
explicar melhor a ideia que tinham tido
para a palestra? O que nós decidirmos em
conjunto, claro está, havemos de pôr por
escrito e evidenciar tudo, objetivos, etc.
Mariana - Nós gostaríamos de falar
com uma psicóloga para podermos
dar uma palestra às pessoas aqui do
bairro de Famões, pois algumas têm
menos conhecimentos em termos das
doenças e da sexualidade e da gravidez
e gostaríamos de divulgar esse assunto
e conseguir dar uma palestra sobre esse
tema, não só para as pessoas da nossa
idade, mas também para pessoas mais
velhas, como os pais.
Senhor Presidente - Não há problema,
nós arranjamos o espaço e tudo o mais
que vocês precisarem. Mas, claro, temos
que ter uma base, um pedido por escrito.
Todas – Claro! (risos)
Filipa - Agradecer ao senhor Presidente
por, mesmo estando com pressa, ter
Vogal da Juventude - Também já tínhamos aceitado fazer a reunião connosco.
falado sobre companhas de recolha e
Obrigada!
organização de uma limpeza. A recolha de
alimentos faz parte do programa da Junta, E assim terminou a nossa reunião com
nós realizamos todos os anos e a vossa
o Presidente da Junta de Freguesia
ajuda é sempre bem-vinda.
de Famões, o Dr. António dos Santos
Rodrigues, e com a Vogal da Juventude,
Senhor Presidente - Era muito
a Dra. Cristina Silvestre, a quem
importante haver também contacto com agradecemos todo o apoio que nos têm
os idosos, tanto para eles como também dado.Vamos arregaçar as mangas
para vocês, para conhecerem melhor
e planear o nosso trabalho!
as realidades do que é o isolamento, as
dificuldades que os idosos enfrentam.
Frota da 1ª Companhia de Odivelas
Tenho a certeza que ficariam satisfeitos Região de Lisboa
de verem essas caras lindas ali ao pé
deles. (risos)
Ana (chefe) - Muito bem, vamos levar
estas informações e vamos falar em
conjunto com as outras guias e com
as outras dirigentes para percebermos
o que podemos fazer. Agradecemos
a vossa disponibilidade, realmente tem
sido bem aproveitada da nossa parte
(risos). Caravelas, querem acrescentar
mais alguma coisa?
mais do que
voluntariado…
construímos
a cidadania
faz-me rir
Foi com muita expectativa que o bando da 1ª companhia
de Joane e a patrulha esquilo do ramo aventura partiram
em direção a Braga para a atividade há muito esperada!
Visitar a ala de Pediatria do Hospital de Braga. A região
de Braga estabeleceu uma parceria com o hospital neste
sentido, dando-lhe o nome de Faz-me Rir.
Para estruturar a visita, pensámos no que poderia ser feito
para melhorar um pouco a vida das crianças que estão
internadas.
Decidimos fazer um postal com o símbolo da parceria, com
uma frase escrita pelas guias aventura e um desenho feito
pelas avezinhas. Cada uma reuniria também livros de histórias
que tivesse em casa para entregar à pediatria.
Felizmente não estavam muitas crianças internadas e das
que lá estavam, a maioria eram bebés. Conversámos
e jogámos com os pais (muitos já lá estavam há vários dias)!
O jogo principal foi Boccia, um jogo pouco conhecido, mas
muito interessante, que é jogado por pessoas com limitações
várias. O jogo foi adaptado à situação. As crianças e adultos
mostraram se muito interessadas em conhecer esta
modalidade! Também contribuíram para isso as bolas de jogo
que levámos, pois foram-nos cedidas pelo atleta Paralímpico
Luís Silva, de V. N. Famalicão, que nos últimos jogos trouxe
a medalha de Prata para Portugal!
Foi uma tarde muito ESPECIAL!
Bando e Patrulha Esquilo, Odisseia da 1ª Companhia de Joane
Região de Braga
13ª série 2013 13
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
avezinhas
animam casa de repouso
Porque não dispensar
uma reunião do mês para
ajudar quem mais precisa?
Porque não cruzar provas
da progressão com
a solidariedade? Porque não
aprender músicas novas
e ensiná-las a alguém?
É isto mesmo que o bando
da 2ª companhia de Oeiras da
região de Lisboa está a fazer.
Este projeto surgiu no ano
passado com o ramo moinho
da nossa companhia e para
dar continuidade ao trabalho
desenvolvido com o lar,
decidimos lançar o desafio
a toda a companhia.
Em conjunto com os outros
ramos da companhia,
estamos a desenvolver um
projeto de serviço na Casa de
Repouso São Pedro, em Paço
de Arcos. Estabelecemos um
fim de semana por mês para
cada ramo e durante 1h30 da
nossa reunião vamos animar
o lar de idosos.
Da última vez que o bando
lá esteve, aproveitámos para
realizar algumas provas da
progressão como saber o hino
das avezinhas, saber cantar
várias canções, aprender
danças e fazer um instrumento
musical simples, fazer um
postal para uma atividade
e escrever a mensagem no
postal, representar uma peça
de teatro e fazer os adereços.
Deixamos aqui o desafio
de criarem um projeto
comunitário com o vosso
bando!
‘’Basta um sorriso para
ficarem contentes’’ - D. Graça,
uma das funcionárias do lar
Águia e Coruja
Mafalda Feio e Margarida Gomes
O melhor meio para
alcançar a felicidade
é contribuir para a
os
felicidade dos outr
Baden Powell
Bando da 1ª Companhia de Oeiras
Região de Lisboa
AJUDAR É FÁCIL
No nosso último acampamento realizámos
uma atividade com a comunidade: visitámos
dois lares, a Casa de Repouso “O Monte”
e o Centro Social “João Paulo II”, em Foros
de Vale Figueira (Montemor-O-Novo).
Estivemos nos dois lares durante a manhã
e acompanhámos os idosos à hora do
almoço. Convivemos com os utentes, que
tinham idades compreendidas entre os 40
aos 100 anos. Conversámos, ensinámoslhes músicas e fizemos pequenos jogos.
Foi uma experiência ótima para toda
a frota não só por passarmos uma manhã
com a comunidade que nos recebeu
durante cinco dias, mas também porque
nos apercebemos que se numa manhã em
Foros de Vale Figueira fizemos a diferença,
durante um ano podemos fazer muito mais
na nossa comunidade! Aprendemos ainda
que ajudar é fácil, basta dedicação e força
de vontade.
Patrulha Marmota
1ª FROTA DE CARCAVELOS
REGIÃO DE LISBOA
14
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
direitos humanos:
do acampamento nacional
para a escola
A antiga guia Teresa Palaré,
mãe de uma guia aventura
e professora na Escola EB
2,3 Dr. Alberto Íria, em Olhão,
convidou a 1ª companhia de
guias de Faro a desenvolver
o tema dos Direitos Humanos,
na sua disciplina de Educação
Para a Cidadania. Foi este
o tema que escolheu por
ter sido abordado pelo
ramo caravela durante
o Acampamento Nacional,
em que também participou.
Na sessão participaram três
dirigentes da 1ª companhia
de Faro que depois de
apresentarem a associação,
passaram um filme sobre
a história dos Direitos Humanos.
Os alunos dividiram-se em três
grupos de trabalho. O primeiro
trabalhou a carta dos Direitos
Humanos, escolhendo cada
aluno o artigo com o qual mais
se identificava e porquê.
No segundo, cada um escolheu
uma personalidade marcante
da história dos Direitos
Humanos, para apresentar
à restante turma. Ao terceiro
foi dada uma situação da
atualidade, na qual os Direitos
Humanos estariam a ser
violados, tendo os alunos
de os identificar.
A sessão terminou com uma
partilha criativa dos trabalhos
realizados. A atividade foi muito
gratificante, pois permitiu
trabalhar o tema sob os moldes
da educação não formal
e, através do método guidista,
contribuir para a cidadania
e responsabilidade civil.
Dirigentes da 1ª Companhia de Faro
Região de Faro
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO:
DO DIA MUNDIAL DO PENSAMENTO PARA A ESCOLA
Algumas dirigentes da 1ª companhia de guias de Celeirós
proporcionaram uma aula diferente aos alunos do 5º e 6º
anos da escola EB 2/3 de Celeirós.
Nesta aula abordámos dois dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milénio: reduzir a mortalidade infantil e melhorar a saúde
materna, já trabalhados no Dia Mundial do Pensamento pelas
avezinhas e guias da região de Braga.
Começámos com um jogo de apresentação. Cada um dos
alunos dizia o seu nome e fazia em mímica uma palavra
relacionada com o tema, para os outros adivinharem.
De seguida, foi proposto à turma criar um slogan e um
logotipo relacionados com um dos Objetivos. Depois,
dividiram-se em grupos e trabalharam o slogan e o logotipo
em panfletos, pins, pulseiras e t-shirts e ainda no mural
da escola.
Os alunos aderiram com bastante entusiasmo à iniciativa,
colaborando e empenhando-se durante toda a atividade.
Foi muito gratificante para nós este momento e constatar
que podemos proporcionar um momento de formação num
meio de educação formal, como o de uma sala de aula.
Dirigentes da 1ª Companhia de Celeirós
REGIÃO DE BRAGA
13ª série 2013 15
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
recolha de donativos
para canil
A 1ª companhia de Fontarcada, região
de Braga da Associação Guias de
Portugal, decidiu dinamizar um projeto
comunitário e canalizar a sua intervenção
na angariação de fundos para o Canil
Municipal da Póvoa de Lanhoso.
Este projeto foi desenvolvido
especialmente pelas guias caravela.
O Canil é gerido pelo CAPA (Clube
de Adopção e Protecção de Animais),
uma associação sem fins lucrativos,
que ajuda animais em risco, não
recorrendo ao abate de animais
saudáveis, proporcionando-lhe uma
segunda oportunidade.
iniciativas de apoio aos animais do CAPA.
É por iniciativas como esta que o CAPA,
apesar de todas as contrariedades,
continua a ter motivação para continuar
a sua missão de proporcionar bem-estar
e saúde aos animais que são abandonados
e negligenciados todos os dias.
O nosso sincero e grato OBRIGADO às
guias da 1ª companhia de Fontarcada
pela sensibilidade mostrada para com
as necessidades destes animais.
Leandra Cardoso
Voluntária do CAPA – Clube de Adopção e Protecção de Animais
Olá, o meu nome é Mariana
e sou guia aventura na
3ª companhia de Cristo Rei,
da região do Porto. Neste
artigo vou falar do Projeto
Saca-Rolhas. Pedi à minha
escola para participar neste
projeto, todos acharam muito
interessante e aceitaram
o desafio.
Tendo entrado em contacto com o CAPA
no sentido de perceber as suas principais
e mais urgentes necessidades, as
guias fizeram um apelo à população de
Fontarcada para contribuírem com ração
de cão e mantas. Também com o apoio
da paróquia foi feito um peditório que
reverteria a favor do CAPA e cujo valor
obtido permitiu esterilizar 3 cadelas.
As guias caravela fizeram questão de
conhecer as instalações do CAPA e os
seus residentes, aproveitando a ocasião
para entregar pessoalmente os donativos
recolhidos. E ficou a promessa de novas
a minha
escola
recolhe
rolhas
A guia vê a obra
de Deus na Natureza
s
e protege as planta
.
ais
e os anim
ia
6º Art. da Lei da Gu
Arranjámos um caixote na
escola, forrámo-lo com uma
cartolina azul-das-guias,
colámos uma imagem de uma
guia, escrevemos “Rolhão”
e explicámos num breve texto
o projeto e em que consistia.
Já com o rolhão pronto
e colocado num local
estratégico, divulgámos nas
turmas e passada uma semana
vimos o resultado: conseguimos
cerca de 7Kg de rolhas!
Eu achava que ainda podia
arranjar mais rolhas, então fui
pedir aos restaurantes à volta
da minha casa e a Matilde,
a Ana, a Catarina e a minha
irmã Carolina, que é avezinha,
também o fizeram.
Eu e as minhas amigas guias
sentimo-nos muito orgulhosas
com o trabalho que fizemos.
Eu acho, quer dizer, eu tenho
a certeza que estou a ajudar
o mundo e muitas pessoas
e crianças.
Mariana Almeida
Odisseia da 3ª Companhia de Cristo Rei
Região do Porto
16
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
A FANTÁSTICA AVENTURA
Foi com enorme alegria que recebi a notícia
da reabertura da companhia de Portimão.
Nos meus tempos de guia aprendi
princípios muito importantes que ainda hoje,
e sempre, são uma constante na minha vida.
O guidismo é uma escola de amizade
e alegria e devia fazer parte da vida de todas
as raparigas. Fiz amigas para a vida
e o contacto com algumas delas mantém-se
até aos dias de hoje, mais de 30 anos depois.
Por isso, foi com muita alegria no coração
que me decidi juntar à companhia para
poder continuar a fazer parte desta
fantástica aventura.
Espero estar à altura do desafio e deixar
o mundo um pouco melhor do que
o encontrei!
Alexandra Santos
DIRIGENTE DA 1ª COMPANHIA DE PORTIMÃO
REGIÃO DE FARO
É capaz de ser
esse o maior
ia:
benefício de ser gu
s
de
iza
am
os
fazem
para sempre.
NÃO SOU GUIA apenas
QUANDO VISTO A FARDA
A influência que o guidismo tem na minha vida é muito grande.
Entrei para as guias quando tinha sete anos e, desde aí, fui
avezinha, aventura, caravela e agora quase moinho.
Passaram-se 10 anos a viver sob a influência de Baden Powell,
o que se refletiu na minha educação e na minha personalidade.
Em todos estes anos conheci centenas de guias, umas são
minhas vizinhas, outras moram do outro lado do País, mas
todas me ensinaram ou marcaram de alguma forma.
Cresci a aprender os ensinamentos de Baden Powell, cresci com
as outras guias, às quais hoje eu chamo de amigas. É capaz de
ser esse o maior benefício de ser guia: fazemos amizades para
sempre.
Aprendemos a ajudar quem precisa, começando pelo mais
próximo que é, muitas vezes, o mais esquecido.
Aprendemos a respeitar a diferença e o valor do trabalho.
Aproveito para agradecer a todas as irmãs guias que conheci
e às que ainda vou conhecer por tudo o que fizeram e vão fazer.
Obrigada a todas vós por tentarem deixar o mundo um pouco
melhor do que o encontraram!
Rita Cruz
PATRULHA CANHOTA
1ª COMPANHIA DE PRADO
REGIÃO DE BRAGA
13ª série 2013 17
INTERNACIONAL
iNTERNACIONAL
de que forma a violência afeta
as raparigas e jovens mulheres
de todo o mundo?
VIOLÊNCIA SEXUAL
• Em todo o Mundo, mais de 50 por cento das agressões sexuais são cometidas
contra raparigas menores de 16 anos
• 150 milhões de raparigas menores de 18 anos sofreram alguma forma
de violência sexual
• No Congo, 1.152 mulheres são violadas todos os dias
A Associação Mundial das Guias
lançou a campanha “Stop the
Violence, speak out for girls’
rights’’.
Factos e números sobre a
violência contra raparigas
e mulheres
A violência contra raparigas
e mulheres não é algo que se
limita a um determinado país
ou cultura. É uma violação
generalizada dos direitos
humanos que ocorre em todo
o mundo.
As raparigas e jovens mulheres
são particularmente vulneráveis
à violência, que ocorre na esfera
privada e pública e assume
muitas formas, incluindo a
violência no namoro, práticas
tradicionais, tais como mutilação
genital feminina ou violência em
situações de conflito.
A violência contra raparigas
tem efeitos duradouros que não
são apenas físicos - destroem
a confiança e a autoestima
das raparigas e têm custos
governamentais de biliões de
dólares. Por outro lado, impede
o progresso dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milénio.
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Práticas tradicionais nocivas
• Cerca de 100 milhões de raparigas e mulheres em todo o mundo foram
vítimas de mutilação genital feminina. Em África, anualmente,
mais de 3 milhões de raparigas estão em risco desta prática
• Na Somália, 95 por cento das raparigas enfrentam a mutilação
genital feminina
• Mais de 60 milhões de raparigas em todo o mundo casam-se antes
dos 18 anos. Violência e abuso caracterizam a vida conjugal para muitas
dessas raparigas
TRÁFICO
• 800.000 pessoas são traficadas anualmente e 80 por cento dessas pessoas
são raparigas e mulheres
• Na Índia, estima-se que 100 milhões de pessoas, principalmente raparigas
e mulheres, estão envolvidas em situações de tráfico
INTERNACIONAL
Violência nos relacionamentos
• 90 por cento das raparigas e mulheres do Paquistão são vítimas de violência
doméstica ao longo das suas vidas
• No Reino Unido, uma em cada três raparigas entre os 13 e 17 anos de idade,
sofrem abuso sexual de um parceiro, e uma em cada quatro foi vítima
de violência física do parceiro
• A cada minuto, a polícia inglesa recebe um pedido de ajuda relacionado
com abuso nos relacionamentos
• Na África do Sul, uma mulher é assassinada a cada seis horas,
por um parceiro íntimo
discriminação de género
• Muitas raparigas e mulheres enfrentam múltiplas formas de discriminação.
Na Europa, América do Norte e Austrália, mais de metade das mulheres
com deficiência sofreram abuso físico, em comparação com um terço das
mulheres não deficientes
• No Paquistão e na Índia, as raparigas têm 30 a 50 por cento mais
probabilidades de morrer antes de celebrarem o seu quinto aniversário
• Na Austrália, um em cada sete rapazes acredita ‘não faz mal obrigar uma
rapariga a ter relações sexuais, se ela estava a namoriscar” e um em cada
três rapazes acredita ‘na maioria das vezes, a violência física ocorre porque
a parceira provocou’
violência na escola
• Muitas raparigas adolescentes são obrigadas a desistir da escola devido
ao casamento infantil e situações de violência na escola. A violência sexual
aumenta o absentismo e o abandono e impede a realização educacional
• No Malawi, 50 por cento das alunas foram tocadas de forma sexual,
sem o seu consentimento, pelos seus professores ou colegas
• 60 milhões de raparigas foram sexualmente agredidas a caminho da escola
• Nos Estados Unidos, 83 por cento das raparigas de 12 a 16 anos
experimentaram alguma forma de assédio sexual em escolas públicas.
violência e VIH
• Muitas vezes, as raparigas e mulheres têm menos informação sobre o VIH
e menos recursos para tomar medidas preventivas
• No Ruanda e África do Sul, as mulheres tinham três vezes mais
probabilidades de contrair o vírus VIH, se tinham sido vítimas de violência,
em comparação com as que não tinham
12ª série 2012 19
INTERNACIONAL
Isto é errado e deve parar.
Sabemos que todas as raparigas, nos seus
países e localidades, têm o direito de viver
livres da violência e do medo da violência.
Elas precisam de estar conscientes dos
seus direitos – e encontrar a voz certa para
criar um movimento global e ações para
acabar com a violência.
Porque são as guias a agir?
A campanha é sobre a capacitação
de raparigas e jovens mulheres, para que
estas possam compreender os seus direitos
tenham as capacidades e a confiança
necessária para reivindicar os seus direitos
e os direitos dos outros. Esta campanha
garantirá que são as raparigas e jovens
mulheres as impulsionadoras da mudança
que querem ver no mundo.
Porque temos esse dever?
Estima-se que mais de seis em cada
dez raparigas e mulheres sofrerão atos
de violência e/ou abuso sexual ao longo
das suas vidas. Estas raparigas fazem
parte do nosso movimento guidista.
Elas são a nossa família e amigas.
Elas vivem nas comunidades onde nós
nos comprometemos a fazer a diferença.
Temos uma responsabilidade e uma
oportunidade para capacitar estas
raparigas a falar e agir.
Porque nós podemos.
Nós somos a voz das raparigas e jovens
mulheres.
Porque a educação é a chave.
A educação e educação não-formal em
particular têm um enorme papel
a desempenhar de forma a acabar com
a violência e nós, guias, somos
especialistas em educação não-formal.
Ajudar as raparigas e jovens mulheres
a compreender e fazer valer os seus
direitos é criar uma força poderosa para
a transformação. Ao desafiar estereótipos
de género e alcançando os rapazes
e homens, através da educação não-formal,
estamos a desafiar as causas da violência.
e o que queres dizer ou fazer sobre isso.
Com milhões de vozes unidas para
acabar com a violência, será possível
pressionar governos, iniciar conversas
nas comunidades locais e junto dos
centros de decisão de todos os níveis.
Nós, guias, podemos mudar mentalidades
e mudar vidas...
Porque mais ninguém está a fazer
desta forma.
Podes pensar que existem muitas
campanhas para acabar com a violência
contra raparigas. Não há. Existem
algumas focadas no fim da violência
contra as mulheres. Outras que se
concentram em acabar com uma
forma específica de violência, num
lugar específico. Mas não há nenhuma
campanha global dedicada a terminar
com a violência em todas as suas formas,
contra raparigas e jovens mulheres.
O que podes fazer?
Existem muitas maneiras de te juntares
à campanha “Stop the violence. Speak out
for girls’ rights”.
Junta a tua voz, para ser possível reforçar
o debate sobre uma questão que tem
estado silenciosa por muito tempo.
Fala dos direitos das raparigas, envia os
teus comentários, filmes e gravações
e informa a WAGGGS do que estás a fazer.
Partilha o que a violência significa para ti
seminário stop the violence
O seminário Stop the Violence decorreu
em Antuérpia (Bélgica), estando
presentes dirigentes dos seguintes
países: Portugal, Holanda, Inglaterra,
País de Gales, Arménia, Irlanda, Chipre,
Finlândia, Dinamarca, França, Suécia,
Islândia, Grécia, Luxemburgo, Noruega,
Luxemburgo, Itália, Eslovénia, Malta
e Hungria. A formação e a sensibilização
para a temática da Violência contra as
Mulheres e Raparigas foram os dois
grandes objetivos deste seminário.
O programa contou com atividades muito
diversificadas: incidência sobre advocacy
(como podemos pensar nas estratégias
a utilizar na defesa de uma causa), saber
mais sobre a violência contra raparigas
e jovens mulheres na Europa, ouvir
especialistas de vários países sobre
o tema e formação sobre como organizar
uma campanha.
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Um dos dias mais aguardados da semana
foi a visita ao Parlamento Europeu, onde
tivemos a oportunidade de reunir com
a Eurodeputada Antigoni Papadopoulou,
do Chipre, uma grande defensora das
medidas de proteção das mulheres
vítimas de violência. Apresentámos-lhe
três dos projetos desenvolvidos por nós
e prometeu-nos estar atenta a eles.
Marcou-me bastante por ser um assunto
para o qual me parece que não estamos
ainda conscientes do quanto afeta
população portuguesa. Este tema tem
particular relevância nas guias, por
sermos uma associação que trabalha
a formação integral da rapariga.
Sandra Costa
Delegada Regional do Ramo Avezinha
Região de Braga
INTERNACIONAL
seminário juliette low
O Seminário Juliette Low é uma experiência única de partilha de
histórias, de experiências e de conhecimentos. Acontece de três
em três anos, sempre num Centro Mundial da WAGGGS. Este
último decorreu no México – Our Cabaña e teve como tema Spirit
of Women Leading e contou com a presença de 63 participantes
de diferentes países e de todas as regiões da WAGGGS.
Esta experiência maravilhosa permitiu compreender, não só
a dimensão internacional e de serviço com a comunidade, mas
principalmente demonstrou a força e o espírito inigualável que
une todas as guias - juntas podemos mudar o mundo!
Alexandra Ferreira
Comissária Regional de Faro
Numa altura em que o Serviço com a Comunidade tem sido
inspiração para todas, queria partilhar a atividade de Serviço
que realizámos no decorrer deste Seminário e teve como tema
“Spirit of Action” (Espírito em Ação). A atividade foi desenvolvida
em parceria com uma organização local chamada VAMOS!,
presente no Estado de Morelos, Cuernavaca, dispersa entre
12 Centros de Apoio à Comunidade e que destina o seu
trabalho para as crianças e mães através de ações em áreas
diagnosticadas como prioritárias: Educação, Alimentação e Saúde.
O objetivo era desenvolver uma atividade de uma hora para as
crianças ou mães, em cada centro de apoio. A minha patrulha
foi ao Cerro de La Corona. Com a ajuda dos responsáveis
da Instituição preparámos uma atividade para 12 mulheres,
que tinha como finalidade contribuir para o empoderamento
e valorização pessoal. Começámos por nos apresentar com
a ajuda de um mapa-mundo e assinalámos o nosso país de
origem, cantámos uma música em espanhol e pedimos que
nos ensinassem também elas uma música. Através de um jogo,
falámos acerca de mulheres importantes na nossa vida, de que
forma influenciaram o nosso percurso e, ainda, partilhámos
características que nos tornavam especiais enquanto mulheres.
Por fim, finalizámos a atividade a fazer “pulseiras da amizade”,
que consiste em entrelaçar duas cordas coloridas e, no final,
depois de cortadas, resultam duas pulseiras que foram
colocadas no braço de ambas, guias e mães.
· Um dos quatro Centros Mundiais situa-se no México? Nuestra
Cabaña foi inaugurado no Dia Mundial do Pensamento de 1956,
por Olave Baden Powell. Como presente de anos para a Chefe
Mundial, foi oferecida a porta da frente, conhecida como A Porta
da Chefe. É feita de aço azul-escuro com um grande Trevo em
bronze. Hoje em dia, é por aí que entram todos aqueles que
queiram visitar Nuestra Cabaña.
avezinhas correspondem-se
com daisys
As avezinhas do bando da 4.ª companhia
de Braga querem aprender mais sobre
as guias nos outros cantos do mundo
e por isso começaram a trabalhar na sua
especialidade de Internacional. Estão todas
muito entusiasmadas com o seu primeiro
destino: Estados Unidos da América.
Entre as muitas perguntas, as avezinhas
ficaram a saber como é a sua farda, quais
os emblemas de progressão que fazem
e as suas atividades mais importantes.
Wendy, uma das chefes das Daisy da
unidade de Rhode Island, explicou-nos
que a sua progressão é dividida por
pétalas: a do meio equivale à promessa,
tal como a nossa pena, as restantes são
as várias provas de progressão. Tal como
nós, para além destes emblemas, elas
podem ainda ganhar emblemas do Dia
Mundial do Pensamento ou atividades
especiais. Estes emblemas de atividades
são postos na parte de trás da farda,
enquanto os restantes, como as pétalas
e folhas, são postas na parte frontal da
farda. Inicialmente a chefe da troop delas,
Miss Laura, lê uma história às avezinhas
do livro de progressão das guias para
apresentar o desafio e daí praticam o que
aprenderam. Apesar de ainda não terem
acampado, cada emblema dura cerca
de uma a três semanas a ser completo.
Descobrimos ainda que para a atividade
do Dia Mundial do Pensamento esta
unidade representou Portugal!
Bando da 4.ª Companhia de Braga
Região de Braga
· Existem mais de três milhões de guias na
América? Ao todo mais de 59 milhões de
mulheres americanas foram guias durante
a sua infância ou juventude.
13ª série 2013 21
INTERNACIONAL
de portugal para a polónia
O meu nome é Gena, sou
dirigente do ramo aventura na
1ª companhia de guias de Faro,
e venho partilhar convosco
a minha experiência guidista
na Polónia!
Participei recentemente
no programa Erasmus na
cidade de Wroclaw e, visto
que o bichinho do guidismo
era demasiado grande
para ser esquecido por
um ano, falei com a minha
Comissária Regional
e procurei as guias Polacas.
Assim, desde setembro tenho
participado em atividades
da Związek Harcerstwa
Polskiego (Associação de
Guias Polacas). Sabiam que
na Polónia as guias são uma
associação mista, contando
com a presença de rapazes?
Que as guias funcionam
dentro das escolas como
uma atividade extracurricular?
Que eles têm quatro ramos
e esses ramos funcionam
em separado, sendo
independentes uns dos outros?
Desde que cheguei que tenho
trabalhado no ramo Ambar,
com rapazes e raparigas entre
os 10 e os 12 anos. Apesar
de falarmos muito por gestos,
visto o meu polaco ainda não
ser muito bom, descobrimos
que há muitas coisas que
nos unem, mesmo a tantos
quilómetros de distância:
temos a mesma Promessa
e Lei, o mesmo Fundador,
o mesmo amor ao
Voluntariado, a mesma alegria
de cantar à fogueira…
Até agora a minha atividade
favorita foi passada num
acantonamento de sede com
o Ramo Junior (dos 13 aos 17
anos). Nesse fim de semana,
os Juniores limparam o
cemitério da freguesia, pois
aproximava-se o Dia de Todos
os Santos. Neste dia todos os
polacos visitam as campas dos
seus entes queridos, deixando
lá lâmpadas coloridas.
Embora não tenha conseguido
autorização para participar
na limpeza, fui convidada para
jantar e passar o serão com
eles: pediram-me que lhes
ensinasse a fazer um prato
tradicional português! Todos
juntos cozinhámos um belo
Bacalhau à Brás e toda a gente
adorou, pedindo a receita
e tudo!!
Esta tem sido uma
experiência verdadeiramente
enriquecedora e estou certa
que, até junho, viverei muitas
novas aventuras e desafios!
Ana Eugénia Caldeira, Suricata
Exemplar
Dirigente do Ramo Aventura
1ª Companhia de Faro
Região Faro
· Quando a Segunda Guerra Mundial começou, muitas dirigentes
da Associação Guias da Polónia deixaram o país? As guias que
permaneceram no país ocupado pelos nazis formaram uma
organização clandestina. «União do Trevo» foi um nome de
código utilizado pela associação e tornou-se muito conhecido,
ganhando respeito junto da sociedade polaca.
jornal o trevo chega
à argentina
Estávamos no acampamento de Páscoa, em Ronfe. O jogo de
cidade foi em Guimarães e estávamos ansiosas para descobrir
o que a “cidade-berço” de Portugal nos ofereceria e tudo o que
iríamos aprender.
· A Associação Guias da Argentina recebeu o Prémio Olave
duas vezes? A primeira foi em 1984, pela criação de uma
cantina para crianças desfavorecidas. A segunda vez foi em
1991 pelo projeto de criação de um parque infantil para crianças
de uma comunidade indígena. Ainda hoje as guias continuam
a promover o conhecimento e o desenvolvimento dessa
comunidade isolada.
22
Acabadas de vir da Estação de Comboios, rumo ao Toural
aproveitámos para vender Trevos, quando, de repente, uma
senhora, se dirige a nós e diz “Holla! Guias de Portugal?”
Nós ficámos espantadas e ela diz-nos que também é guia na
Argentina! Comprou um trevo para recordação, tirámos uma
fotografia e fizemos algumas perguntas. Ficámos a saber que
o cinto, por exemplo, é igual ao nosso, mudando só em
“Guias de Argentina”.
Foi sem dúvida uma experiência única!
Frota da 1ª Companhia de Travassós
Região de Braga
INTERNACIONAL
Neste
Jornal
Alvorada
Imaginar um futuro diferente para
as raparigas e jovens mulheres
imaginar mais
Igualdade de género:
uma realidade urgente
um fogo de conselho
especial
03
09
VIDA DA ASSOCIAÇÃO
Uma rubrica de jornal diferente
20 guias, 20 totens
04
· Existe um memorial em homenagem
aos nossos fundadores, na famosa
Abadia de Westminster?
Que venham desafios
Orientadoras de estágio em formação
A companhia de Santarém
está de parabéns
E então, 30 anos já la vão...
Como é ser rapariga
e mulher em portugal?
Presidente da Junta de Freguesia
e guias de Odivelas de mãos dadas
Desporto em forma de trevo
Faz-me rir
A obesidade infantil
ainda é uma preocupação
Decorria o meu acampamento de Atestado de Campo.
A patrulha Sal, da minha frota, saiu para raid e cruzou-se
com uma senhora que lhes disse “you are girl guides!”
(vocês são guias!). Treinaram o inglês e ficaram a saber
que Kate Podmore tinha sido dirigente das Brownies, em
Inglaterra, e que inclusive tinha conhecido Lady Baden Powell.
Ensinou-lhes uma música, rabiscou-a num papel
e explicou-lhes o seu significado. Decidimos ir até casa da Kate,
pois esta era perto do local do acampamento. Convidámo-la
para o fogo de conselho no qual participou, trazendo consigo
um maço de folhas com canções e histórias para contar.
Ajudar é fácil
Foi um momento único de partilha, de espírito guidista
internacional que ficará para sempre guardado nas nossas
memórias!
Direitos Humanos:
do acampamento nacional para a escola
Patrícia Jorge
Avezinhas animam casa de repouso
Estagiária do Ramo Caravela
1ª Companhia de Monchique
Região de Faro
Objectivos do Desenvolvimento do Milénio:
do dia mundial do pensamento pra a escola
Recolha de donativos para canil
A minha escola recolhe rolhas
A fantástica aventura
Não sou guia apenas quando visto a farda
18
INTERNACIONAL
Stop the Violence
Seminário Juliette Low
Avezinhas correspondem-se com Daisys
Descobre as palavras escondidas
tenta em todas as direções
“No mundo que imaginamos
para as raparigas existe…”
De Portugal para a Polónia
Jornal O Trevo chega à Argentina
Um fogo de conselho especial
Educação Confiança
Segurança
Direitos Liberdade
Igualdade
Felicidade
Saúde
Oportunidades
FICHA TÉCNICA
Jus a
Amor
Proprietário:
Associação Guias de Portugal
Conceção Gráfica:
White_Brand Services
Impressão e acabamento:
Ondagrafe, Artes Gráficas Lda.
Tiragem:
5.000 exemplares
Depósito Legal nº239055/06
Região de faro
Valores
ASSOCIAÇÃO GUIAS DE PORTUGAL
2013 | 13ª SÉRIE | 1,50€
mais do que um grupo…
somos unidas
mais do que
cooperar…
descobrimos
com o Outro
mais do que
aprender…
crescemos
juntas
mais do que
caminhar juntas…
construímos
a amizade

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