LITERATURA

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LITERATURA
LITERATURA
PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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detentor dos direitos autorais.
I229
IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —
Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
360 p.
ISBN: 978-85-387-0573-4
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.
CDD 370.71
Disciplinas
Autores
Língua Portuguesa
Literatura
Matemática
Física
Química
Biologia
História
Geografia
Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Produção
Projeto e
Desenvolvimento Pedagógico
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Arcadismo
No campo das artes esse pensamento se manifestará através do Arcadismo. Quanto à ideologia,
à filosofia, veremos o surgimento do Iluminismo ou
Ilustração. O Iluminismo é a:
Marilu Souza.
O que significa Arcadismo?
Arcádia é o termo que designa uma reação
mitológica situada na Península do Peloponeso, na
Grécia, um lugar habitado por pastores. Segundo a
mitologia, lá se encontrava Apolo, deus da inspiração
e das artes e suas musas.
40º
Grécia
0
58 km
Península do
Peloponeso
Ma r
Jônico
Arcádia
Mar
de Creta
N
W
E
S
Mar Mediterrâneo
20º
25º
Podemos perceber então que o Arcadismo recupera a cultura clássica, sendo por isso que também o
chamamos de Neoclassicismo. Esse estilo desenvolveu-se conforme os pressupostos do Iluminismo.
Contexto histórico
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No Ocidente
Em fins do século XVII e no século XVIII diversos
fatores favoreceram o surgimento do Arcadismo.
Com o crescimento da burguesia e o consequente domínio econômico sobre o Estado, a velha nobreza
irá entrar em decadência. Junto com o declínio dessa
classe houve o progressivo descrédito dos valores
que a Igreja pregava. Tem-se então o caminho aberto
para a influência do pensamento burguês.
“Crítica da burguesia culta aos abusos da
nobreza e do clero”.
Alfredo Bosi
Nessa corrente filosófica prega-se que a razão
é o guia infalível da sabedoria, da verdade, não
havendo a necessidade de uma intervenção divina
na vida do homem. Os dogmas, a fé incondicional,
são rechaçados, são sinônimos de desconhecimento. Em consequência disso, o direito divino dos
reis – ideologia justificatória do absolutismo – será
questionado.
No Iluminismo busca-se uma estrutura mais
simples de sociedade e uma postura mais íntegra
do indivíduo. Volta-se, então, à natureza e ao ideal
do homem natural.
Os principais pensadores do Iluminismo foram:
Montesquieu: autor de O Espírito das Leis,
que propunha a divisão do Estado em três
poderes (legislativo, executivo e judiciário) e
apoiava o desenvolvimento de uma monarquia
esclarecida, assim como Voltaire.
Jean Jacques Rousseau: autor de Contrato
Social e Émile, em que estabelecia a teoria do
“bon sauvage” (bom selvagem), dizendo que
“o homem nasce bom, a sociedade é que o
corrompe”.
Diderot e D’Alembert: autores de Discours
Préliminaires de L’encyclopedie, nascimento da
enciclopédia, produzida através dos preceitos
de razão, progresso e ciência, além de divulgadora desses mesmos preceitos.
O século XVIII também ficou conhecido como o
Século das Luzes. É importante salientar que, além
de esse ser também o século do Despotismo Esclarecido, foi nessa mesma época, mais especificamente
em 1776, que os Estados Unidos conquistaram sua
independência, servindo de estímulo a diversos outros países da América.
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1
Com a expulsão dos jesuítas dos domínios portugueses, o Brasil deixa de ser influenciado por essa
ordem religiosa. Dessa forma, o pensamento iluminista toma o lugar antes ocupado pelo jesuitismo.
Fator importantíssimo para o desenvolvimento
do Arcadismo no Brasil foi a transferência do centro
econômico da região Nordeste para Minas, onde ocorreu a extração de ouro em enormes quantidades.
Por consequência, a mineração trouxe diversas pessoas para Vila Rica e regiões próximas; foi
o desenvolvimento urbano, com as possibilidades
econômicas que o ouro proporcionava, que fez nascer a classe média brasileira. Esta camada social
foi a responsável pela agitação cultural que ocorreu
principalmente nos saraus – reuniões de pessoas
com o objetivo de apreciar a música e a literatura
dos clássicos além da produzida pelos próprios integrantes desses saraus (visando ao prestígio social
através da cultura).
Também é nessa época que se desenvolvem as
agremiações de literatura e as primeiras noções de
corrente literária no Brasil. Diversos escritores buscam seguir os modelos estéticos europeus. É a partir
desse momento que nasce, mesmo que timidamente,
o que o crítico Antônio Candido chamou de Sistema
Literário, estabelecido da seguinte forma:
OBRA
AUTOR
PÚBLICO
O autor produz a obra, a obra chega a um público permanente, esse público manifesta sua opinião
e o autor toma conhecimento da voz geral, e tudo
recomeça.
Não podemos nos esquecer de que foi 1789,
quando o Arcadismo no Brasil estava em pleno vigor,
o ano em que ocorre a Inconfidência Mineira, com a
participação de alguns poetas árcades. Fortemente
influenciados pela recente independência dos Estados Unidos, os inconfidentes foram mal sucedidos
devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis. O
grande mártir desse acontecimento foi Joaquim José
da Silva Xavier, o Tiradentes.
2
Nessa mesma época, são produzidas por João
Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730/38-1814), as
mais importantes esculturas barrocas brasileiras.
Arquiteto e escultor, Aleijadinho produziu obras
barrocas em pleno vigor da literatura árcade. Por
seu problema de saúde, que motivou sua alcunha,
trabalhou mais com a pedra-sabão, menos resistente.
Também fez trabalhos em madeira.
Em suas obras, consegue passar toda a emocionalidade dos conflitos existenciais expressos na arte
barroca com traços muito pessoais. Foi, sem dúvida,
o maior nome da arte no pe­ríodo colonial brasileiro.
Surgimento do Arcadismo
Em Portugal, o Arcadismo nasce em 1756 com
a fundação da Arcádia Lusitana e dura até 1825,
quando é publicada a primeira obra do Romantismo
português, Camões, de Almeida Garrett.
No Brasil temos o surgimento do Arcadismo em
1768 com a fundação da Arcádia Ultramarina (inspirada na agremiação portuguesa) pelo poeta Cláudio
Manuel da Costa e também com a publicação de seu
livro Obras. Essa corrente literária permaneceu viva
até 1836, quando da publicação de Suspiros Poéticos
e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, primeira
obra do Romantismo brasileiro.
Características gerais
Arcadismo e Iluminismo
A estética árcade está intimamente relacionada
aos ideais iluministas: razão, simplicidade, verdade,
natureza.
Racionalismo
Para se produzir a obra de arte, deve-se seguir a
razão, pois ela é o guia infalível da sabedoria. Através
do racionalismo e da sabedoria se irá produzir uma
obra harmônica e equilibrada.
Retorno à arte clássica
O equilíbrio e a harmonia serão imitados da
arte clássica. Os escritores árcades também irão
buscar na cultura clássica a mitologia pagã. Entretanto, tais elementos dessa cultura serão apenas
ornamentos, inseridos simplesmente por convenção
da estética que seguem.
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EM_V_LIT_006
No Brasil
A vida bucólica, a relação direta com a natureza, a busca do locus amoenus (local ameno ou
aprazível) são os ideais árcades. É na natureza que
encontramos a verdade. Lembremo-nos de Rosseau,
que diz “o homem nasce bom, a sociedade é que o
corrompe”, logo, o meio natural não o corromperá.
A expressão latina fugere urbem (fugir da urbe, da
cidade) resume bem essa ideia.
Temos, então, o mito do homem natural, do
bom selvagem. No Arcadismo, tal figura do homem
natural será representada pela imagem do pastor
no bosque. A essa imagem e temática chamamos
de pastoralismo.
Entretanto, é de se notar que tais ideais de retorno à natureza mantinham-se nos limites da arte, pois
todos os poetas árcades estavam completamente
inseridos na urbe. Muitos deles, como Tomás Antônio
Gonzaga, por exemplo, trabalhavam em cargos públicos da burocracia brasileira, ou seja, algo totalmente
avesso à relação íntima com a natureza.
Fingimento poético
No Arcadismo, a subjetividade é suprimida
pelo recurso da delegação poética ou fingimento
poético. Cláudio Manuel da Costa finge ser o pastor Glauceste Satúrnio; Tomás Antônio Gonzaga, o
pastor Dirceu que canta à pastora Marília; Basílio da
Gama, o pastor Termindo Sipílio etc.
Com tal recurso, o poeta abandonava a subjetividade conseguindo demonstrar de forma muito
sutil os sentimentos. A isso se chama o ideal do
aurea mediocritas (o dourado meio termo), em que
se procura não apresentar fortes emoções com o fim
de se manter o decoro, a etiqueta poética, de acordo
com as convenções sociais da época.
Simplicidade
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Caracteristicamente anti-barroco, o Arcadismo
preza por um estilo simples de expressão visando
sempre à clareza, preceito clássico de arte. As frases
são em ordem direta e a simplicidade linguística é
uma constante. A maior utilização de versos brancos também é um traço importante dessa escola.
A expressão latina, do poeta Horácio, Inutilia
Truncat (retirar o inútil) é o guia para se produzir
uma obra árcade.
Autores e obras
Cláudio Manuel da Costa
Domínio público.
Retorno à natureza
Cláudio Manuel da Costa nasceu no ano de
1729, em Mariana, Minas Gerais. Quando jovem foi
aluno dos jesuítas. Depois foi para Coimbra fazer a
faculdade de Direito. De volta ao Brasil, exerce advocacia na cidade de Vila Rica, sendo um dos homens
mais ricos da província. Foi denunciado participante
da Inconfidência, sendo preso. Na prisão, supostamente suicidou-se, no ano de 1789.
Suas obras são: Obras Poéticas (1768); Vila Rica
(1839).
Características e temas
A obra de Cláudio Manuel da Costa pode ser
considerada de transição entre o Barroco e o Arcadismo. Manifesta-se em sua poesia uma postura
racionalmente árcade e emocionalmente barroca.
Mas qual o resultado dessa mescla de estilos?
Teremos poesias com temas, muitas vezes,
barrocos em formas estilísticas simples, claras,
formalmente equilibradas, utilizando-se, em alguns
momentos, da mitologia clássica. Nota-se também
em sua obra uma forte influência da lírica camoniana, principalmente na forma poética utilizada,
o soneto.
Neste álamo sombrio, aonde a escura
Noite produz a imagem do segredo;
Em que apenas distingue o próprio medo
Do feio assombro a hórrida figura;
Aqui, onde não geme nem murmura
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
Sentado sobre o tosco de um penedo,
Chorava Fido a sua desventura.
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Seus temas quase sempre estão relacionados a
um dilaceramento pessoal. A brevidade da vida, a
fugacidade dos sentimentos, a solidão humana, a
dor de existir. Poderíamos dizer que o sofrimento é
peça-chave de sua temática.
Nise ? Nise ? onde estás ? Aonde espera
Achar-te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Tanto mais de encontrar te desespera!
Ah se ao menos teu nome ouvir pudera
Entre esta aura suave, que respira!
Nise, cuido, que diz; mas é mentira.
Nise, cuidei que ouvia; e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos da espessura,
Se o meu bem, se a minha alma em vós se
esconde,
Mostrai, mostrai-me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah como é certa a minha desventura!
Nise ? Nise ? onde estás ? aonde ? aonde ?
Traço característico e diferenciador de Cláudio
Manuel da Costa em relação aos demais poetas líricos
árcades é a ambientação de sua poesia. O pano de
fundo na poesia da maioria dos árcades é o bosque,
algo desconexo à paisagem brasileira. Já o pastor
Glauceste Satúrnio (pastor que Cláudio fingia ser)
encontra-se em meio a penhas (rochas), elemento
comum da terra natal do escritor, Mariana.
A penha seria símbolo de mais um dos dramas
existenciais do poeta. Como uma alma tão terna
quanto a dele pode haver nascido em um local de tamanha dureza? Esse é o questionamento que Cláudio
Manuel da Costa faz a si mesmo.
4
Amor, que vence os tigres, por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano;
Vós que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei: que Amor tirano
Onde há mais resistência mais se apura.
A partir dessa paisagem mineira em sua poesia,
alguns críticos classificam-no como poeta telúrico
(da terra).
O iniciador do Arcadismo no Brasil também
escreveu um poema épico, de menor relevância,
comparado à sua produção lírica, chamado Vila Rica,
que trata da fundação dessa cidade.
Tomás Antônio Gonzaga
Nasceu na cidade do Porto, Portugal,
no ano de 1744. Filho
de brasileiros, estudou com os jesuítas na
Bahia, aos sete anos, já
retornado da terra lusa.
Aos dezessete anos
voltou a Portugal para
cursar Direito na Universidade de Coimbra.
No ano de 1782, foi nomeado ouvidor de Vila
Rica, exercendo posteriormente diversos
cargos de importância
na burocracia mineira.
Noivou em 1787, com
Maria Dorotéia de Seixas, jovem de dezoito anos (ele
já contava com mais de quarenta). É preso durante
a Inconfidência Mineira, acusado de participação na
revolta. O casamento com sua amada é impossibilitado, pois fica três anos preso na Ilha das Cobras, Rio
de Janeiro, vindo a ser condenado ao degredo por
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EM_V_LIT_006
A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida;
Fido, estátua da dor, se congelava.
Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Domínio público.
Às lágrimas a penha enternecida
Um rio fecundou, donde manava
D’ânsia mortal a cópia derretida.
dez anos em Moçambique. Vivendo lá, casa-se com
a filha de um traficante de escravos muito poderoso.
Faleceu nessa mesma terra em 1810.
Suas obras são: Marília de Dirceu (Parte I,
1792; Parte II, 1799; Parte III, 1812); Cartas Chilenas
(1845).
Marília de Dirceu
Obra-chave de Tomás Antônio Gonzaga e do
Arcadismo brasileiro, Marília de Dirceu é a representação mais perfeita dessa estética. É o que estudaremos agora.
Eu Marília, não fui nenhum vaqueiro,
Fui honrado pastor da tua aldeia...
Verás em cima da mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
A ficção e a vida
As três partes
Em Marília de Dirceu a ficção se confunde com
a vida real do autor – diferentemente da maioria das
obras literárias. Tomás Antônio Gonzaga, em 1786,
morando em Vila Rica – Minas Gerais – conhece a
bela jovem de 18 anos Maria Dorotéia Joaquina de
Seixas, filha de pais ricos. Então, com 42 anos, jurista
de renome, Tomás é tomado pela paixão, começando a produzir uma das obras de maior sucesso na
história da literatura brasileira: Marília (Dorotéia) de
Dirceu (Tomás).
Acusado de ser um dos idealizadores da Inconfidência Mineira, é forçado a retirar-se de Minas
Gerais, sendo, posteriormente, detido por alguns
meses no Rio de Janeiro, escrevendo parte dos poemas ainda na condição de preso.
Em 1792, ano da primeira publicação de Marília
de Dirceu, é condenado ao exílio de dez anos em Moçambique – na época, colônia africana de Portugal.
Marília de Dirceu é dividido em três partes,
cada uma referente a um momento da vida de Tomás
Antônio Gonzaga após ter conhecido Maria Dorotéia
Joaquina de Seixas.
Quem são exatamente Marília e
Dirceu?
Segundo o crítico Alfredo Bosi, antes de Marília
ser Maria Dorotéia, ela é o pretexto para a criação
poética de Tomás. Logo, não necessariamente todos
os poemas sejam dirigidos à noiva do escritor. Isso
se revela em trechos que Dirceu descreve Marília ora
loira, ora morena.
Os teus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam, (...)
Mas de loura cor não são.
Têm a cor da negra noite (...)
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Já Dirceu seria a projeção artística do modo
de ser e pensar do poeta, que por vezes se mostra
como um pastor e por outras como juiz.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
Teu lindo corpo bálsamo vapora.
Parte I – primeira edição: 1792, composta de
33 liras.
Esta primeira parte corresponde à fase em que
Tomás ainda vive em Vila Rica e alimenta sua paixão
pela jovem Dorotéia. De caráter otimista e harmônico,
a parte I é o relato dos planos do pastor Dirceu para
ele e sua amada Marília, apresentando uma visão serena da vida conjugal. Tudo isso ambientado em um
cenário bucólico (nunca real, sempre idealizado).
Lira 1: Dirceu se apresenta à Marília destacando
sua condição social – é proprietário – suas virtudes
morais e físicas de pastor e suas habilidades – toca
sanfoninha e faz versos. Além de prever um grande
futuro para os dois e afirmar que a única barreira para
o amor de ambos é a morte. Leia alguns trechos.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
que viva de guardar alheio gado,
de tosco trato, de expressões grosseiro,
dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
das brancas ovelhinhas tiro o leite
e mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte;
dos anos inda não está cortado
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Parte II – primeira edição: 1799, composta de
38 liras.
A parte II corresponde aos momentos em que
Tomás está preso na Ilha das Cobras e depois em
um convento, no Rio de Janeiro. Escritas na prisão
estas liras demonstram os sentimentos de incerteza quanto ao futuro e lamentação pelos sonhos não
concretizados.
Num tom de forte desilusão, o pastor Dirceu,
preso em uma masmorra, é acusado por crime que
diz não ter cometido – conspirar contra o governo –
canta seu sofrimento causado pela impossibilidade
de ver e estar com sua musa.
Alguns críticos classificam essa segunda parte
como pré-romântica, devido ao tom confessional e
a maior emotividade dos poemas.
Veja um pequeno trecho da Lira 1.
Já não cinjo de louro minha testa
Nem sonoras canções o Deus me inspira.
Ah! Que nem me resta
Uma já quebrada,
Mal sonora lira! (...)
Lira 19: lira de extrema tristeza e dramaticidade mostra a condição em que o poeta se encontra
estando preso e impossibilitado de ver Marília, ou
ao menos ter notícias dela. Na última estrofe pede
para que Amor/Cupido vá procurá-la, conte sua situação, observe sua reação e traga uma lágrima de
sua amada para que se confirme a continuidade dos
sentimentos da pastora pelo aprisionado. Esta lira se
aproxima muito das condições reais porque passou
Tomás Antônio Gonzaga.
6
Nesta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda, Marília, adoro
A tua formosura.
Amor na minha ideia te retrata;
Busca, extremoso, que eu assim resista
A dor imensa que me cerca e mata. (...)
Depois que represento
Por largo espaço a imagem de um defunto,
Movo os membros, suspiro,
E onde estou pergunto.
Conheço então que Amor me tem consigo;
Ergo a cabeça, que inda mal sustento,
E com doente voz assim lhe digo:
Se queres ser piedoso,
Procura o sítio em que Marília mora,
Pinta-lhe o meu estrago,
E vê, Amor, se chora.
Se lágrimas verter a dor a arrasta,
Uma delas me traze sobre as penas,
E para alívio meu só isto basta.
Parte III – primeira edição: 1812, composta de 9
liras e 13 sonetos na parte final de temas variados.
Esta parte é supostamente referente à fase
anterior ao envolvimento com Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. Não se pode afirmar se estas liras
foram escritas em Vila Rica ou ainda em Portugal,
representariam, quem sabe, a juventude do poeta.
Quanto aos temas esta terceira parte é de menor
interesse, pois não apresenta novidade em relação
aos ­sentimentos de amor (parte I) e tristeza (parte
II). Vejamos a principal dessas liras.
Lira 3: essa é uma das mais conhecidas liras
de Marília de Dirceu. Dirceu põe-se a descrever o
futuro almejado para ele e Marília. Vivendo serenamente como cônjuges, o poeta diz que a amada
não verá nenhuma espécie de trabalho braçal feita
por cativos – escravos –, que a ela caberá ver seu
Dirceu querido envolvido em trabalhos burocráticos
de advogado; quando ele estiver cansado, ler livros
de História e Literatura para ambos deliciarem-se
com cultura. Interessante nesta lira é observar que
os ideais do poeta vão de encontro aos preceitos
árcades, ele não aspira mais à paz bucólica e sim à
paz conjugal na urbe, vivendo como um profissional
liberal ao lado de sua esposa submissa. Uma vida
tipicamente burguesa.
Tu não verás, Marília, cem cativos
tirarem o cascalho e a rica terra,
ou dos cercos dos rios caudalosos,
ou da minha serra.
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EM_V_LIT_006
os pastores que habitam este monte
respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
que inveja até me tem o próprio Alceste:
ao som dela concerto a voz celeste,
nem canto letra que não seja minha.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Não verás derrubar os virgens matos,
queimar as capoeiras inda novas,
servir de adubo à terra a fértil cinza,
lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
das secas folhas do cheiroso fumo;
nem espremer entre as dentadas rodas
da doce cana o sumo.
Verás em cima da espaçosa mesa
altos volumes de enredados feitos;
ver-me-ás folhear os grandes livros,
e decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
tu farás gostosa companhia,
lendo os fastos da sábia, mestra História,
e os cantos da poesia.
Lerás em alta voz, a imagem bela;
eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura,
que tens quem leve a mais remota idade
a tua formosura.
Basílio da Gama
José Basílio da
Gama Vilas-Boas nasceu no ano de 1741,
em São José do Rio
das Mortes, atual Tiradentes, Minas Gerais.
Em 1757, matricula-se
no Colégio dos Jesuítas, sendo expulso
dois anos depois. No
mesmo ano viaja para
Roma, onde ingressa
na Arcádia Romana
(fundada em 1690),
adotando o pseudônimo de Termindo Sipílio. Depois
de curta passagem pelo Rio de Janeiro, retorna à
Europa, indo para Portugal. Em Lisboa é preso, acusado de jesuitismo, sendo condenado ao degredo na
África. Entretanto, livra-se da punição ao escrever
um epitalâmio (canto matrimonial) à Dona Maria
Amália, filha do Marquês de Pombal. Basílio torna-se
protegido de Pombal, que lhe dá a carta de fidalguia
e o nomeia seu secretário, além de lhe proporcionar
a publicação de O Uraguai. Faleceu em 1795.
O Uraguai
Em versos que variam de seis a dez sílabas,
Marília de Dirceu é escrito em linguagem simples,
despojada de rebuscamentos, ao gosto do estilo árcade. As frases em sua maioria são em ordem direta,
tornando o texto mais claro e a leitura mais fluente.
O Uraguai é um épico de estilo anticamoniano.
Possui estrofação livre e versos em decassílabos
sem rima. Quanto à sua estrutura é dividido em
cinco cantos e não em dez, como o épico escrito por
Camões.
O tema da obra também não estabelece paralelo
com Os Lusíadas. Enquanto temos narradas as imponentes conquistas ultramarinas do povo português,
em O Uraguai observa-se a batalha entre tropas
luso-castelhanas e os índios.
O argumento do épico é a expedição punitiva
de Gomes Freire de Andrada aos Sete Povos das
Missões.
Cartas Chilenas
Contexto histórico
Essa obra é uma sátira contra o governador de
Minas Gerais, na época Luís da Cunha Meneses.
A obra consiste numa troca de cartas entre Critilo,
pseudônimo de Tomás, e Doroteu, provavelmente
Lembremos o fato histórico que motiva a ida de
tais tropas ao Rio Grande do Sul.
No ano de 1750, foi assinado pelo primeiro-ministro português, Marquês de Pombal, o Tratado
Aspectos formais
EM_V_LIT_006
Cláudio Manuel da Costa, criticando o governo de
Fanfarrão Minésio, a caricatura do governador.
Critilo encontra-se em Santiago do Chile e envia
as cartas para Doroteu, em Madrid.
Domínio público.
Não verás separar ao hábil negro
do pesado esmeril a grossa areia,
e já brilharem os granetes de oiro
no fundo da bateia.
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7
Icomos.
de Madrid, que restabelecia o acordo firmado em
1494 pelo Tratado de Tordesilhas. Esse tratado, assinado no século XV entre Portugal e Espanha, traçava
uma linha imaginária no mapa-múndi a 370 léguas a
oeste da ilha de Cabo Verde, sendo todas as terras a
oeste pertencentes à Espanha e a leste, a Portugal.
Porém, o acordo nunca havia sido obedecido.
O Tratado de Madrid retomava o antigo contrato.
Contudo, havia em terras espanholas as reduções
jesuíticas do Santíssimo Sacramento, composta por
jesuítas portugueses, e, em terras portuguesas, as
reduções jesuíticas dos Sete Povos das Missões. Para
tudo estar conforme a lei, fazia-se necessário que tais
reduções fossem deslocadas para os locais estabelecidos pelo tratado. O Uraguai irá tratar justamente
do conflito nascido da imposição de Pombal para que
os espanhóis e os índios que se encontravam no Rio
Grande do Sul, de posse portuguesa, migrassem para
o Uruguai, de posse espanhola.
Apologias
Evidente no épico de Basílio da Gama é a apologia ao governo de Pombal. Vemos na obra a louvação
do europeu e a louvação do primeiro-ministro. Tal
afirmação comprova-se mais claramente quando
Lindóia, induzida por Tanajura (uma bruxa), tem a
visão de Lisboa em chamas, referente ao terremoto
de 1755, e logo após vê lindos edifícios erguendo-se
sob o poder do Marquês de Pombal – cena que compromete o enredo.
Em O Uraguai observa-se ainda a apologia ao
homem natural representada pelos personagens
indígenas Cacambo e Sepé, corroborando a teoria
de Rosseau do bon sauvage.
Percebe-se então que o grande alvo de Basílio é
o jesuíta, inimigo do europeu e enganador dos índios.
Como protegido de Pombal, sua obra não poderia
fazer outra crítica, pois foi o Marquês o responsável
pela expulsão dos jesuítas e pelo consequente fim
da influência deles na cultura portuguesa.
Veja que, a partir de trechos que revelam as
justificativas da batalha por parte de Gomes Freire
de Andrada e a resposta de Cacambo e Sepé representando os índios, temos o equilíbrio entre duas ideologias, a do europeu conquistador e a do nativo.
Gomes Freire de Andrada
Enredo
8
No primeiro canto, Gomes Freire de Andrada
conta os motivos da expedição das tropas luso-castelhanas que comanda.
No segundo canto, temos a batalha entre os
soldados de Gomes Freire e os índios, os quais acabam derrotados. Mesmo assim o poeta destaca a
altivez dos guerreiros nativos na figura de Cacambo
e Sepé.
No canto três, Cacambo morre envenenado
pelo jesuíta maquiavélico Balda, sem aparente explicação.
É no canto quatro que se revela o motivo do
assassinato: Balda queria casar seu protegido, e
suposto filho, Baldeta, com Lindóia, esposa de Cacambo, a qual foge e se deixa picar por uma serpente,
morrendo com seu veneno. A morte da índia é a mais
bela cena da narrativa, o momento de grande lirismo
de O Uraguai.
No quinto canto são mostradas a vitória das
tropas e a paisagem final das Missões.
Cacambo
(...)Se o rei de Espanha
Ao teu rei quer dar terras com mão larga,
Que lhe dê Buenos Aires e Corrientes,
E outras, que tem por estes vastos climas;
Porém não pode dar-lhe os nossos povos (...)
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EM_V_LIT_006
São Miguel das Missões.
O rei é vosso pai: quer-vos felizes.
Sois livres, como eu sou; e sereis livres,
Não sendo aqui, em qualquer outra parte.
Mas deveis entregar-nos estas terras.
Ao bem público cede o bem privado.
O sossego da Europa assim o pede.
Assim o manda o rei. Vós sois rebeldes,
Se não obedeceis; mas os rebeldes
Eu sei que não sois vós – são os bons
padres,
Que vos dizem a todos que sois livres,
E se servem de vós como de escravos,
E armados de orações vos põem no campo.
Gentes de Europa, nunca vos trouxera
O mar e o vento a nós. Ah! não debalde
Estendeu entre nós a natureza
Todo esse plano espaço imenso de águas.
“Virgem Bela”, “Mãe Donzela”); dedicatória (ao
príncipe D.José); narração; epílogo.
O épico tem como tema o “descobrimento da
Bahia” por Diogo Álvares.
Enredo
Que estas terras que pisas, o Céu livre
Deu aos nossos avós; nós também livres
As recebemos dos antepassados.
Livres as hão de herdar os nossos filhos.
Desconhecemos, detestamos jugo,
Que não seja o do Céu, por mão dos padres.
As frechas partirão nossas contendas
Dentro de pouco tempo; e o vosso Mundo,
Se nele um resto houver de humanidade,
Julgará entre nós; se defendemos
Tua injustiça, e nós o Deus, e a Pátria.
O navio de Diogo Álvares naufraga na costa
baiana. Já em terra firme, surpreende os índios ao
atirar para cima com sua espingarda. Os nativos
assustados com aquela magia (nunca haviam visto
coisa parecida) começam a chamar Diogo Álvares de
Caramuru – Filho do Trovão.
Torna-se noivo da índia Paraguaçu, filha de um
cacique. Como não havia padre para realizar o casamento – lembre-se que Diogo é um herói católico, que
visava à catequização dos índios – dentro de todos os
rituais, Diogo Álvares e sua noiva seguem em navio
francês para a Europa. Na França, casam-se em presença do rei Henrique II e Catarina de Médicis.
Ernesto Frederico Scheffel.
Sepé
O índio
Um dos aspectos importantes da obra O Uraguai é o fato de destacar, pela primeira vez em nossa
literatuta, de forma relevante, a imagem do índio.
Por mais artificialmente que sejam construídos esses personagens, tal criação simbolizou o ponto de
partida do indianismo que iria se desenvolver na
literatura romântica.
Santa Rita Durão
Frei José de Santa Rita Durão nasceu nas proximidades de Mariana, Minas Gerais, no ano de 1722.
Estudou com os jesuítas no Rio de Janeiro. Em 1731
vai para Portugal, nunca mais voltando ao Brasil.
Após atribulações com o Bispo de Leiria, refugia-se
na Espanha, na França e na Itália. Retorna a Portugal
em 1771, ministrando aulas de teologia no Colégio da
Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, em Coimbra. Em 1781, publica Caramuru. Faleceu em 1784.
Caramuru-Guaçu (1958).
Além desses acontecimentos (por ter um assunto que não possibilita grande desenvolvimento)
Caramuru é recheado de episódios sobre a história
do Brasil.
É interessante a cena de partida de Diogo
Álvares e Paraguaçu. Diversas índias apaixonadas
pelo herói lançam-se ao mar para seguir o navio,
mas acabam desistindo. Entretanto uma das índias,
Moema, segue o navio até a morte.
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo,
Com a mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas* escumas desce ao fundo:
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo:
“Ah! Diogo cruel!” disse com mágoa
E sem mais vista ser, sorveu-se n’água.
EM_V_LIT_006
Caramuru
Ao contrário de O Uraguai, Caramuru segue
todos os preceitos do épico clássico, tendo como
base Os Lusíadas, de Camões. A obra é escrita em
oitava rima (estrofes com oito versos) em versos
decassílabos, assim como o grande épico português.
Possui também a estrutura de um épico clássico
com: proposição; invocação (ao “Santo Esplendor”,
``
Vocabulário
Salsas: salgadas
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9
que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
e pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças
e ao semblante a graça.
Veja nesse outro trecho a visão europeia de
Durão. A índia Paraguaçu é bela por não possuir
características de sua etnia.
Paraguaçu gentil (tal nome teve),
Bem diversa de gente tão nojosa,
De cor tão alva como a branca neve,
E donde não é neve, era de rosa;
O nariz natural, boca mui breve,
Olhos de bela luz, testa espaçosa.
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu.)
Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa —
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes.
Caramuru é considerado por diversos críticos
um épico fracassado, uma obra anacrônica, escrita
por alguém que não conhecia seu país.
1. (UFRN)
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Das brasas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs e que me visto.”
Pelas características de estilo, o texto acima deve ser
atribuído a um autor
a) naturalista.
(REIS, Ricardo. Odes.)
a) Em que consiste a “filosofia de vida” que a passagem do tempo sugere ao eu lírico do poema de
Tomás Antônio Gonzaga?
b) Ricardo Reis associa a passagem do tempo às estações do ano. Que sentido é dado, em seu poema,
ao outono?
c) Os dois poetas valorizam o momento presente, embora o façam de maneira diferente. Em que consiste essa diferença?
b) simbolista.
c) romântico.
``
d) moderno.
a) Carpe diem, aproveitar o presente.
e) arcádico.
b) O declínio da vida, a velhice.
Solução: E
Percebe-se o ideal da vida bucólica, traço característico
da poesia árcade.
2. (Unicamp) Nos dois poemas a seguir, Tomás Antônio
Gonzaga e Ricardo Reis refletem, de maneira diferente,
sobre a passagem do tempo, dela extraindo uma “filosofia de vida”. Leia-os com atenção:
LIRA 14 (Parte I)
Minha bela Marília, tudo passa;
a sorte deste mundo é mal segura;
se vem depois dos males a ventura,
vem depois dos prazeres a desgraça.
....................................................................
Que havemos de esperar, Marília bela?
10
c) Em Gonzaga a vida está em sua plenitude, enquanto
em Reis ela parte para o fim.
1. (ITA)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico, e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
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``
Solução:
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria.
Dadas as asserções
I. O poema manifesta o conflito do poeta, homem nativista provinciano, ligado à terra natal, cuja formação superior deu-se na metrópole.
II. O poema mostra como o autor soube explorar a
característica principal do Arcadismo: a celebração
da vida urbana pelo intelectual, consciente das dificuldades da vida no campo.
III. O poema manifesta a preocupação do poeta com
os problemas sociais da época: transferência de
riquezas da colônia para a metrópole, oriundas da
pecuária e empobrecimento do homem do campo.
Está(ão) correta(s):
a) apenas a I.
b) apenas a II.
d) I e III.
Sou pastor; não te nego; os meus montados
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia do meu gado.
Nos versos anteriores, de Cláudio Manuel da Costa,
exemplifica-se o seguinte traço da lírica arcádica:
a) valorização das circunstâncias biográficas do poeta.
b) imaginação delirante de paisagens exóticas.
c) valorização das classes humildes, opostas às aristocráticas.
d) representação da natureza amena e do sentimento
bucólico.
e) representação da natureza como espelho das fortes paixões.
4. (UFV) Sobre o Arcadismo, anotamos:
1. desenvolvimento do gênero lírico, em que os poetas assumem postura de pastores e transformam a
realidade num quadro idealizado;
3. predomínio da tendência mística e religiosa, expressiva da busca do transcendente;
e) II e III.
2. (Mackenzie)
Torno a ver-vos ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço e mais valia,
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
Aqui descanse a louca fantasia;
E o que té agora se tornava pranto,
Se converta em aspectos de alegria.
O soneto apresenta características predominantes do:
a) Arcadismo.
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3. (UEL)
2. composição do poema “Vila Rica” por Cláudio Manoel da Costa, o Glauceste Satúrnio;
c) I e II.
b) Romantismo.
c) Parnasianismo.
d) Simbolismo.
e) Barroco.
4. propagação de manuscritos anônimos de teor satírico e conteúdo político, atribuídos a Tomás Antônio
Gonzaga;
5. presença de metáforas da mitologia grega na poesia lírica, divulgando as ideias dos inconfidentes.
Considerando as anotações anteriores, assinale a
alternativa correta.
a) Apenas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Apenas 2 e 4 são falsas.
c) Apenas 2 e 5 são verdadeiras.
d) Apenas 3 e 5 são falsas.
e) Todas são verdadeiras.
5. (FEI) Leia com atenção:
“A poesia desta época, localizada em fins do século
XVIII e início do XIX, caracteriza-se pelo lirismo. Fiéis
ao espírito bucólico e pastoril, os poetas adotavam
pseudônimos e, em seus textos, falavam e agiam como
pastores, tratando de pastoras suas amadas. O mundo
greco-romano vem completar o quadro lírico das
composições da época”.
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11
Assinalar a alternativa que contém o período literário a
que se refere o trecho acima:
a) Romantismo.
b) Simbolismo.
c) Parnasianismo.
d) Arcadismo.
e) Barroco.
6. (Fatec) Sobre o Arcadismo brasileiro só não se pode
afirmar que:
a) tem suas fontes nos antigos autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e as formas.
b) teve em Cláudio Manuel da Costa o representante
que, de forma original, recusa a motivação bucólica
e os modelos camonianos da lírica amorosa.
c) nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de
Frei José de Santa Rita Durão) e O Uraguai (de Basílio da Gama), nos quais se reconhece qualidade
literária destacada em relação ao primeiro.
d) norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a
produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que
celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca
a originalidade de estilo e de tratamento local dos
temas pelo autor.
e) apresentou uma corrente de conotação ideológica,
envolvida com as questões sociais do seu tempo,
com a crítica aos abusos do poder da Coroa Portuguesa.
(Mackenzie)
A obra do autor do trecho anterior, embora já apresente
transição para o movimento literário seguinte, encaixase no:
a) Parnasianismo.
12
c) Barroco.
8. (Mackenzie) Uma das afirmações a seguir não se refere
ao Neoclassicismo nem se relaciona com seu contexto
histórico-social. Aponte-a.
a) “O poeta que não seguir os Antigos perderá de todo
o norte, e não poderá jamais alcançar aquela força,
energia e majestade que nos retratam o famoso e
angélico semblante da Natureza. Devemos imitar e
seguir os antigos: assim no-lo ensina Horácio, no-lo
dita a razão; e o confessa todo o mundo literário.”
b) “Este é o chamado Século das Luzes, na medida
exata em que se opõe a um certo obscurantismo
do século anterior e propaga a ciência, o saber e o
progresso: Iluminismo, Ilustração, Enciclopedismo”.
c) “Nomear um objeto significa suprimir as três quartas partes do gozo de uma poesia, que consiste no
prazer de adivinhar pouco a pouco. Sugerir, eis o
sonho.”
d) “...recriam, em seus textos, as paisagens campestres de outras épocas, com pastores e pastoras
cantando e vivendo uma existência sadia e amorosa, preocupados apenas em cuidar de seus rebanhos.”
e) “A arte deveria ser universal, isto é, preocupar-se
com problemas, verdades e situações eternas do
homem, do homem de todos os tempos, e não se
limitar a sentimentos de ordem individual ou a situações puramente pessoais.”
9. (UEL) Sou Pastor; não te nego; os meus montados
Deixo, ó Glaura, a triste lida
Submergida em doce calma;
E a minha alma ao bem se entrega,
Que lhe nega o teu rigor.
Neste bosque alegre e rindo
Sou amante afortunado,
E desejo ser mudado
No mais lindo Beija-Flor.
Todo o corpo num instante
Se atenua, exala e perde:
E já de oiro, prata e verde
A brilhante e nova cor.
b) Romantismo.
e) Arcadismo.
São esses, que aí vês; vivo contente
Ao trazer entre a relva florescente
A doce companhia dos meus gados.
Os versos acima são exemplos:
a) do espírito harmonioso da poesia arcádica.
b) do estilo tortuoso do período barroco.
c) do refinamento e da ostentação da poesia parnasiana.
d) do intento nacionalista na poesia romântica.
e) do humor e do lirismo dos primeiros modernistas.
10. (UFV) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar
que:
a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito
entre matéria e espírito.
b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do
que se fazia na Europa.
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EM_V_LIT_006
7.
d) Simbolismo.
c) além das características europeias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante
para o desenvolvimento de uma literatura nacional.
d) apresenta já completa ruptura com a literatura europeia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira.
e) presente sobretudo em obras de autores mineiros
como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da
Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e
religiosa desses poetas, divididos entre a busca da
salvação e o gozo material da vida.
Passo o verão, outono, estio, inverno;”
b) “Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci: oh! quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!”
c) “Musas, canoras musas, este canto
Vós me inspirastes, vós meu tenro alento
Erguestes brandamente àquele assento
Que tanto, ó musas, prezo, adoro tanto.”
11. (UFRGS – adap. - Elite)
d) “Meu ser evaporei na lida insana
Soneto XIII
Cláudio Manuel da Costa
Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera
Achar-te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Tanto mais de encontrar-te desespera!
Ah, se ao menos teu nome ouvir pudera
Entre esta aura suave, que respira!
Nise, cuido que diz; mas é mentira.
Nise, cuidei que ouvia; e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos de espessura,
Se o meu bem, se a minha alma em vós se esconde,
Mostrai, mostrai-me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah como é certa a minha desventura!
Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?
No soneto, o sujeito lírico dirige-se, mediante o
vocativo:
a) somente a Nise.
b) à aura e ao eco.
c) a Nise, à aura, a grutas, a troncos e a penhascos
de espessura.
d) à aura, a grutas, a troncos e a penhascos de espessura.
e) a Nise, a grutas, a troncos e a penhascos de espessura.
12. (Mackenzie) Assinale a alternativa que não apresenta
um trecho do Arcadismo brasileiro.
EM_V_LIT_006
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
a) “Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Do tropel das paixões que me arrastava,
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!”
e) “Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos ? Não vês esta,
Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?”
13. (Unesp) Leia atentamente o texto a seguir e assinale a
alternativa incorreta.
Não permitiu o Céu que alguns influxos, que devi às
águas do Mondego, se prosperassem por muito tempo:
e destinado a buscar a Pátria, que por espaço de cinco
anos havia deixado, aqui entre a grosseria dos seus
gênios, que menos pudera eu fazer, que entregar-me ao
ócio, e sepultar-me na ignorância! Que menos, do que
abandonar as fingidas Ninfas destes rios, e no centro
deles adorar a preciosidade daqueles metais, que têm
atraído a este clima os corações de toda a Europa! Não
são estas as venturosas praias da Arcádia, onde o som
das águas inspirava a harmonia dos versos. Turva e
feia, a corrente destes ribeiros, primeiro que arrebate as
ideias de um poeta, deixa ponderar a ambiciosa fadiga
de minerar a terra que lhes tem pervertido as cores.
(COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do Prólogo ao Leitor. In: CÂNDIDO,
A.; CASTELLO, J. A. Presença da Literatura Brasileira.
S. Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1971. v 1, p. 138.)
a) O poeta estabelece uma conexão entre as diferenças ambientais e o seu reflexo na produção literária.
b) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no texto, a sua
formação intelectual europeia, mas que deseja exprimir a realidade tosca de seu país.
c) Depreende-se do texto uma forma de conflito entre o academicismo árcade europeu e a realidade
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13
d) Apesar dos índices do Arcadismo presentes no
texto, há um questionamento do contexto sobre a
validade de adotar esse modelo literário no Brasil.
e) O poeta sofre mediante o fato de não mais poder,
na Europa, contemplar as praias da Arcádia de
onde retirava suas inspirações poéticas.
14. (Fatec) “Voltaram à baila os deuses esquecidos, as ninfas
esquivas, as náiades, as oréadas e os pastores enamorados, as pastoras insensíveis e os rebanhos numerosos
das bucólicas de Teócrito e Virgílio.”
(Ronald de Carvalho, Pequena História de Literatura Brasileira.)
O trecho acima refere-se ao seguinte movimento
literário:
a) Romantismo.
b) Barroco.
c) Arcadismo.
d) Parnasianismo.
e) Naturalismo.
15. (Fuvest)
I. “Porque não merecia o que lograva,
Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
Vim sem considerar aonde vinha,
Deixei sem atender o que deixava.”
II. “Se a flauta mal cadente
Entoa agora o verso harmonioso,
Sabei, me comunica este saudoso
Influxo a dor veemente;
Não o gênio suave,
Que ouviste já no acento agudo e grave.”
III. “Da delirante embriaguez de bardo
d) romantismo – simbolismo – modernismo.
e) parnasianismo - simbolismo – modernismo.
O texto abaixo refere-se às questões 17 e 18. (Unesp)
Alteia
Cláudio Manuel da Costa
Aquele pastor amante,
Que nas úmidas ribeiras
Deste cristalino rio
Guiava as brancas ovelhas;
Aquele, que muitas vezes
Afinando a doce avena,
Parou as ligeiras águas,
Moveu as bárbaras penhas;
Sobre uma rocha sentado
Caladamente se queixa:
Que para formar as vozes,
Teme, que o ar as perceba.
[...]
(COSTA, Cláudio Manuel. Poemas. São Paulo: Cultrix, 1966. p. 156.)
No fragmento do romance ALTEIA, de Cláudio Manuel
da Costa, acumulam-se características peculiares do
Arcadismo. Releia o texto que lhe apresentamos e, a
seguir:
16. Aponte duas dessas características.
17. Justifique sua resposta com, pelo menos, duas citações
do texto.
18. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que aparece uma
característica imprópria do Arcadismo.
a) Bucolismo.
b) Presença de entidades mitológicas.
Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
c) Exaltação da natureza.
Ardente orvalho de febris pranteios,
d) Tranquilidade no relacionamento amoroso.
Que lucro à alma descrida?”
e) Evasão na morte.
Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de um bem,
de um amor almejado e passado ou perdido. Avaliando
atentamente os recursos poéticos utilizados em cada
uma delas podemos dizer que os movimentos literários
a que pertencem I, II e III são respectivamente:
a) barroco – arcadismo – romantismo.
14
c) romantismo – parnasianismo – simbolismo.
b) barroco – romantismo – parnasianismo.
19. (UM-SP) Entende-se por literatura árcade:
a) a linha europeia de produção literária com linguagem rebuscada.
b) a linha europeia de produção literária que volta aos
padrões clássicos.
c) a produção de poesia lírico-amorosa da geração
byroniana.
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EM_V_LIT_006
brasileira que passaria a ser a nova matéria-prima
do poeta.
d) a produção de poesia lírica nacional com retórica
aprimorada.
e) a linha europeia que prega a “arte pela arte”.
20. (Elite)
Vila Rica (fragmento)
Cantemos, Musa, a fundação primeira
Da Capital das Minas; onde inteira
Se guarda ainda, e vive inda a memória,
Que enche de aplauso de Albuquerque a história.
Tu, pátrio ribeirão, que em outra idade
Deste assunto a meu verso, na igualdade
De um épico transporte, hoje me inspira
Mais digno influxo; por que entoe a lira;
Porque leve o meu canto ao clima estranho
O claro herói, que sigo, e que acompanho:
Faze vizinho ao Tejo, enfim que eu veja
Cheias de Ninfas de amorosa inveja.
[...]
O poema acima foi escrito por Cláudio Manuel da Costa
no qual narra a história da Capitania de Minas. O autor
era filho de portugueses ligados à mineração, nasceu em
Mariana (1729) e morreu em 1789 em Vila Rica, preso
por participar da Inconfidência Mineira.
O poeta estudou em colégios importantes, em Ouro
Preto, depois no Rio de Janeiro e estudou Direito em
Portugal, na Universidade de Coimbra. Voltou para o
Brasil em 1754, e foi trabalhar em cargos públicos na
cidade de Vila Rica.
Podemos traçar um paralelo, ver pontos em comum
entre a história da região das Minas Gerais no século
XVIII que influenciaram a vida do poeta?
21. (Fuvest) O indianismo tem uma tradição relativamente
longa na Literatura Brasileira.
a) Antes de Alencar quem trouxe o índio para a literatura? Cite pelo menos um autor ou uma obra.
b) Esse filão indianista chegou até o Modernismo e
repercutiu em vários autores: indique um autor e
uma obra em que se deu essa repercussão.
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1. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações.
1. Sua obra foge dos artificialismos pastoris comuns
ao Arcadismo, destacando-se nela o poema épico
O Uraguai, que trata da guerra entre portugueses,
espanhóis e indígenas nos Sete Povos das Missões.
2. É considerado um poeta de transição por realizar
uma síntese entre a herança barroca, os ideais arcádicos e as solicitações do sentimento nativista,
como acontece na “Fábula do Ribeirão do Carmo”
e, posteriormente, no poema épico “Vila Rica”.
3. Sua produção poética demonstra sintonia com a
tradição árcade da vida simples, apego à vida pastoril e divinização da mulher, sobretudo nas “Liras”,
que retratam o seu amor pela noiva Maria Joaquina.
As afirmações referem-se, respectivamente a:
a) Thomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Cláudio Manuel da Costa.
b) Basílio da Gama, Manuel Botelho de Oliveira, Thomás Antônio Gonzaga.
c) Frei Santa Rita durão, Cláudio Manuel da Costa e
Thomás Antônio Gonzaga.
d) Cláudio Manuel da Costa, Manuel Botelho de Oliveira e Basílio da Gama.
e) Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Tomás
Antônio Gonzaga.
2. (Mackenzie) Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto
afirmar que:
a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais
importantes, embora tenha assumido uma atitude
pastoril, traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana.
b) em “Liras de Marília de Dirceu”, Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o
soneto e a redondilha em todas as partes da obra.
c) nas Cartas Chilenas, o autor satiriza Luís da Cunha
Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas.
d) Basílio da Gama, em O Uraguai, seguiu a rígida estrutura camoniana de Os Lusíadas, usando versos
decassílabos em oitava-rima.
e) “Caramuru” tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os rituais e as tradições indígenas.
(UFRN) A resposta das questões, 3 e 4 deverão basearse, exclusivamente, nos dois textos literários abaixo:
um fragmento da “Lira II” da obra Marília de Dirceu,
de Tomás Antônio Gonzaga, e o poema “TERESA”,
integrante do livro Libertinagem, de Manuel Bandeira.
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LIRA II
Pintam, Marília, os Poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus misturavam com a terra
E os espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
das águas.
Marília e Teresa são representantes de formas diferentes,
nos poemas acima reproduzidos. Estabeleça uma
comparação entre os personagens, considerando:
3. a linguagem utilizada nos poemas.
Os seus compridos cabelos,
Que sobre as costas ondeiam,
São que os de Apolo mais belos;
Mas de louras cor não são.
Têm a cor da negra noite;
E com o branco do rosto
Fazem, Marília, um composto
Da mais formosa união
5. (UFLA) Apresentam-se em seguida, três proposições
I, II e III.
Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato
Contigo estarás dizendo,
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Cupido é Deus suposto:
Se há Cupido, é só teu rosto,
Que ele foi quem me venceu.
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto
do corpo
Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que
o resto do corpo nascesse
16
I. “O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos
da nobreza e do clero.”
II. O momento poético, na literatura do Arcadismo,
nasce de um encontro, embora ainda amaneirado,
com a natureza e os afetos comuns do homem.”
III. Façamos, sim, façamos, doce amada,
Os nossos breves dias mais ditosos.”
A característica que está presente nestes versos de
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o carpe
diem (“gozar a vida”).
Marque:
a) se só a proposição I é correta.
b) se só a proposição II é correta.
c) se só a proposição III é correta.
d) se só são corretas as proposições I e II.
e) se todas as proposições são corretas.
O texto abaixo refere-se às questões 6 e 7.
(UFLA) Leia os seguintes fragmentos de Marília de
Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.
Texto 1
Verás em cima de espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
[...]
Texto 2
[...]
Os Pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder do meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja me tem o próprio Alceste:
[...]
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EM_V_LIT_006
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas
Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.
Dos rubins mais preciosos
Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.
4. estilo de época da Literatura Brasileira a que pertence
cada texto.
Responda:
6. Em qual dos fragmentos o sujeito lírico é caracterizado
de acordo com a convenção arcádica?
7.
Explique.
b) das “Liras de Marília de Dirceu”.
c) de “O Uraguai”.
d) de “Caramuru”.
8. (UFLA)
Que diversas que são, Marília, as horas
Que passo na masmorra imunda, e feia,
Dessas horas felizes já passadas
Na tua pátria aldeia!
Esses versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio
Gonzaga, caracterizam:
a) a primeira parte da obra, o namoro.
b) a felicidade da futura família.
c) o sonho de realizar a Inconfidência.
d) a segunda parte da obra, a cadeia.
e) o sonho de um futuro feliz ao lado da amada.
9. (UFAL) Considere as seguintes afirmações:
I. Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga compuseram poesia lírica, mas o talento de ambos encontrou sua expressão máxima nas sátiras;
II. Em Marília de Dirceu, o árcade mineiro buscou figurar um equilíbrio entre a vida rústica e a cultura
ilustrada;
III. Cláudio Manuel da Costa confronta a paisagem bucólica idealizada com a de sua terra natal.
Está inteiramente correto o que vem afirmado somente
em:
a) I.
b) II.
c) III.
e) de “Vila Rica”.
11. (UFRGS – adap. - Elite) Assinale a alternativa incorreta
em relação à obra O Uraguai, de Basílio da Gama.
a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de
Andrada, governador do Rio de Janeiro, às missões
jesuíticas espanholas da banda Oriental do Uruguai.
b) O Uraguai segue um padrão de épico anticamoniano. Verifica-se isso quanto ao número de cantos,
estrofação e rimas.
c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em
relação aos indígenas, acentuando seu caráter bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários.
d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está representado o povo autóctone que defende o solo
natal.
e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de
amor após o desaparecimento de seu amado Cacambo.
O texto abaixo refere-se às questões 12 e 13.
(UFRGS) LIRA III
Tu não verás, Marília, cem cativos
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
Ou da minada serra.
Não verás separar ao hábil negro
Do pesado esmeril a grossa areia,
E já brilharem os granetes de ouro
No fundo da bateia.
d) I e II.
e) II e III.
10. (Mackenzie)
Amigo Doroteu, prezado amigo,
abre os olhos, boceja, estende os braços
e limpa das pestanas carregadas
o pegajoso humor que o sono ajunta.
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
ergue a cabeça da engomada fronha,
acorda, se ouvir queres coisas raras.
EM_V_LIT_006
a) das “Cartas Chilenas”.
O trecho anterior faz parte:
Não verás derrubar os virgens matos;
Queimar as capoeiras ainda novas;
Servir de adubo à terra a fértil cinza;
Lançar os grãos nas covas.
Não verás enrolar negros pacotes
Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
Da doce cana o sumo.
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a) Alvarenga Peixoto.
b) Tomás Antônio Gonzaga.
c) Cláudio Manuel da Costa.
d) Silva Alvarenga.
e) Basílio da Gama.
13. Considere as afirmativas seguintes.
I. O poeta critica Marília por não enxergar as atividades produtivas que provêem o sustento e a riqueza
do casal, mas elogia o senso estético da amada,
capaz de discernir entre boa e má poesia.
II. Em estrofes de quatro versos, todas elas com rima
entre o 2.° e o 4.° versos, o poeta contrasta a paisagem externa com o ambiente doméstico em que
ele e Marília dividem tarefas.
III. A cena doméstica descrita pelo poeta demonstra a
harmonia entre o casal que se dedica a atividades
intelectuais, sendo que Marília complementa e suaviza o cotidiano do marido.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
Te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios de ouro;
Teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Para glória de amor igual Tesouro.
(TAG, MD, Parte I, Lira I.)
Sobre a personagem central feminina, podemos afirmar
que:
a) Marília é mostrada, ao mesmo tempo, como pessoa e como encarnação do Amor, como categoria
absoluta.
b) apesar da beleza deslumbrante da amada, não se
verifica, na construção dessa personagem, qualquer idealização clássica da mulher.
c) o poeta dirige-se a Marília unicamente como sua
noiva e futura esposa.
d) a beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal
de serena fruição dos prazeres sadios da vida.
e) Marília, pela sua intensa sensualidade, representa o
ideal de amante e não o de noiva ou esposa.
15. (UFV) Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que
se pede:
Esprema a vil calúnia muito embora
Entre as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.
Chovam raios e raios, no seu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.
[...]
Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Eu tenho um coração maior que o mundo.
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração... e basta,
Onde tu mesma cabes.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
14. (UFV) Leia a estrofe de Tomás Antônio Gonzaga e faça
o que se pede:
Os teus olhos espalham a luz divina,
A quem a luz do sol em vão se atreve;
Papoila ou rosa delicada e fina
18
(TAG, MD, Parte II, Lira II.)
Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga,
Marília de Dirceu, assinale a alternativa falsa:
a) a interferência do mito na tessitura dos poemas,
mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos
clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais.
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EM_V_LIT_006
Verás em cima da espaçosa mesa
Altos volumes de enredados feitos:
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
E decidir os pleitos.
Enquanto revolver os meus consultos,
Tu me farás gostosa companhia,
Lendo os fastos* da sábia mestra história,
E os cantos da poesia.
Lerás em alta voz a imagem bela,
E eu, vendo que lhe dás o justo apreço,
Gostoso tornarei a ler de novo
O cansado processo.
[...]
* fastos = anais, registros.
12. O autor dos versos citados é:
b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto
para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor
diante das acusações feitas contra ele.
c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do
padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico, prenunciando a
poética romântica.
d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste com as primeiras, concentradas na
conquista galante da mulher amada.
e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é
um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina.
16. (UEL) Assinale a letra correspondente à alternativa
que preenche corretamente as lacunas do trecho
apresentado.
Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da
Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores
poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas,
dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do
nosso Arcadismo.
a) crônicas, Marília, Dirceu.
II. Tomás Antônio Gonzaga.
III. Basílio da Gama.
b) crônicas, Gonzaga, Dirceu.
IV. Cláudio Manuel da Costa.
c) sátiras, Dirceu, Gonzaga.
d) liras, Gonzaga, Dirceu.
Preenchidos os parênteses, a sequência correta é:
a) II – I – III – I.
e) liras, Marília, Gonzaga.
b) IV – I – II – II.
17. (UEL) Os poemas de Cláudio Manuel da Costa e
Tomás Antônio Gonzaga foram escritos
a) em reação ao sentimentalismo romântico, contrapondo-lhe sua linguagem clara e equilibrada.
b) ainda dentro do espírito barroco, conforme o atestam sua religiosidade conflituosa e seu estilo artificial.
c) à época da Inconfidência Mineira, relacionando-se
intimamente com os ideais desse movimento.
d) em meados do século XIX, dedicando-se à propagação dos ideais da Contra-Reforma.
e) em apoio à consolidação de nossa recente Independência, contra a qual ainda se insurgiam grupos
descontentes.
18. (ITA)
EM_V_LIT_006
Texto “B” ( )
“Ó não aguardes, que a madura idade
te converte essa flor, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada!”,
Texto “C” ( )
“Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime e a voluntária morte.”
Texto “D” ( )
“O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte faz o todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo todo.”
Preencha os parênteses anteriores dos textos dados,
obedecendo à seguinte convenção:
I. Gregório de Matos.
Texto “A” ( )
“Ah! enquanto os destinos impiedosos
não voltam contra nós a face irada,
façamos, sim, façamos, doce amada,
os nossos breves dias mais ditosos.”
c) I – II – II – I.
d) I – IV – III – I.
e) II – IV – III – IV.
19. (UM-SP) Sobre o poema “O Uraguai”, é correto
afirmar que:
a) herói do poema é Diogo Álvares, responsável pela
primeira ação colonizadora na Bahia.
b) índio Cacambo, ao saber da morte de sua amada,
Lindóia, suicida-se.
c) escrito em plena vigência do Barroco, filiou-se à
corrente cultista.
d) os jesuítas aparecem como vilões, enganadores
dos índios.
e) segue a estrutura épica camoniana, com versos decassílabos e estrofes em oitava rima.
20. (Vunesp) Leia com atenção:
“O ser herói, Marília, não consiste
Em queimar os impérios: move a guerra,
Espalha o sangue humano,
E despovoa a terra
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Também o mais tirano.
Consiste o ser herói em viver justo:
E tanto pode ser herói o pobre,
Como o maior augusto”.
O trecho acima exemplifica uma das características do
homem ilustrado do século XVIII e pertence a um dos
poetas que conseguiu aliar a ideologia do Iluminismo
com a sensibilidade poética própria do Arcadismo.
O autor do trecho e a característica aí patente são,
respectivamente:
a) Cláudio Manuel da Costa e o repúdio do poder
militar representado por César Augusto e por Alexandre, o Grande, presentes em outras estrofes do
poema.
b) Silva Alvarenga e o elogio do homem comum que,
por sua bondade inata e sua vida justa, contrasta
com os grandes conquistadores militares.
c) Alvarenga Peixoto e o louvor do homem que consegue assimilar o social ao natural.
d) Tomás Antônio Gonzaga e a exaltação do homem
comum que se forma e se constrói segundo um
ideal de bondade inata e de urbanidade.
20
EM_V_LIT_006
e) Tomás Antônio Gonzaga e a construção ideal de um
homem heroico cuja medida seria a bondade inata,
base de uma vida harmonizadora das disposições
individuais e das vicissitudes sociais.
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16. Pastoralismo e bucolismo.
17. “Aquele pastor amante”
1. A
2. A
3. D
4. D
5. D
6. B
7.
E
8. C
9. A
10. C
11. E
12. D
EM_V_LIT_006
13. E
14. C
15. A
“Deste cristalino rio”
18. E
19. B
20. Podemos relacionar a história de Minas Gerais com
a de um indivíduo – Cláudio Manuel da Costa –, que
nasceu em uma região que só prosperou por causa
do ouro e das pedras preciosas encontradas. Com a
riqueza da região, muitas mudanças ocorreram: uma
nova elite surge, ligada à mineração – o caso do pai de
Cláudio Manuel.
Essa riqueza fez surgir uma nova sociedade na colônia,
pois agora as principais atenções da coroa eram para
essa região, existindo apoio oficial para a construção de
cidades e de colégios, como o que o poeta estudou, em
Ouro Preto. Esse colégio foi construído nessa cidade
em função das condições econômicas dela, e filhos da
elite estudavam lá.
Após, vemos que Cláudio Manuel foi estudar no Rio de
Janeiro, cidade com destaque na colônia, com grandes
colégios e uma elite comerciante, que lucrava com a
venda de mercadorias para a região das Minas. Enfim,
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foi para uma cidade grande continuar seus estudos,
elemento característico de uma elite.
Anos depois foi estudar Direito em Coimbra, como os
filhos das elites mais importantes, que eram enviados
para estudar na Europa. Lá, o poeta entra em contato
com novas ideias liberais e republicanas, as mesmas que
influenciaram a Independência dos Estados Unidos e a
Revolução Francesa. Ideias que também influenciaram
a Inconfidência Mineira.
Cláudio volta de seus estudos e se dedica à advocacia e
ao gerenciamento dos bens herdados, além de exercer
funções em cargos públicos.
Mas, na segunda metade do século XVIII, a retirada de
ouro decai, gerando insatisfação por parte da coroa
que perde parte da arrecadação, em um momento de
crise econômica de Portugal. Isso gerou uma série de
medidas para a região das Minas: a fixação de uma
quota a ser paga anualmente. Aliado a isso, a derrama,
que gerou muita contestação, tanto dos mais pobres
quanto dos mais ricos.
Nesse contexto, Cláudio Manuel, que pertencia a
uma elite aurífera mas que na metade do século XVIII
encontrava uma situação de crise, se alia a outros
membros também da elite para discutir essa situação.
Nesse momento, se forma o núcleo de pessoas que
articularam a Inconfidência Mineira, na qual ele foi
morto.
As riquezas das minas possibilitaram o desenvolvimento
das artes, e da literatura. Outros poetas árcades
brasileiros também eram da região das Minas Gerais,
local propício para homens exercerem atividades que
possibilitavam tempo para escrever e se dedicar à
literatura.
a) Basílio da Gama, O Uraguai.
6. No texto 2, o sujeito lírico apresenta características da
convenção arcádica.
7.
Há presença dos pastores, da vida campestre (“monte”),
para se tornar “agradável” ao leitor, para lhe proporcionar
o prazer da fantasia, longe da agitação da vida urbana.
8. D
9. E
10. A
11. C
12. B
13. D
14. D
15. A
16. E
17. C
18. A
19. D
20. E
b) Mário de Andrade, Macunaíma.
1. E
2. D
Em Tereza, a descrição da mulher é de forma cômica e
irônica. Não há uma idealização. Os versos são brancos,
com liberdade formal.
4. A Lira II pertence ao Arcadismo. Tereza pertence ao
Modernismo.
5. E
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3. Na Lira II, o vocabulário é simples, a ordem das frases
é, quase sempre, direta, os versos hexassílabos entremeados quebram a monotonia rítmica dos decassílabos
heroicos, predominam os versos brancos.
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