Digitalis purpurea

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Digitalis purpurea
Digitalis purpurea
Ana Tereza Miranda Potiguara Vasconcelos,médica.
INTRODUÇÃO
Digitalis purpurea ou dedaleira deve seu nome a forma e a cores das flores. Também
conhecida por, foxglove (luva de rapousa), dead man’s thimbles (dedais do morto), albeloura,
digital, digitalina, erva-abiloura, erva-dedal, dedal vermelho, luva da virgem, campainhas [1-2]
(figuras 1-2). É uma planta herbácea bienal ou bianual, ou seja, demora 24 meses a completar o
seu ciclo biológico, crescendo no primeiro ano e florescendo e dando sementes no segundo.
É da família das escrofulariacea (figura 3), é uma planta de aspecto felpudo na sua totalidade,
de caule cilíndrico e oco que pode ir dos 1,70 aos 2,50 metros de altura. As suas folhas
lanceoladas e basais podem alcançar os 40 centímetros de longitude, tem um odor desagradável e
um sabor amargo. As suas flores campaniformes assemelham-se a dedais de cores púrpuras
intensas, dispõem-se formando uma haste de flores pendentes, atingindo até os 5 centímetros de
largura, estando em grupo. Durante o primeiro ano de crescimento, o seu aspeto é de um plantel
em forma de roseta de folhas verdosas, basais, ovais e dentadas. Durante o segundo ano gera-se a
floração, durante a qual um grande caule coroado por flores emerge de entre as folhas verdosas
terrestres [2]. O Foxglove é uma flor favorita das abelhas, e é inteiramente desenvolvido pelas
visitas deste inseto. Por essa razão, seus picos altos e imponentes de flores estão no seu melhor
naqueles dias ensolarados, quando as abelhas estão mais presentes. O lábio inferior projetado da
corola forma uma plataforma de desembarque para a abelha. Ela, indo de flor em flor até o pico,
esfrega o pólen e, assim, a flor é fertilizada e as sementes são capazes de serem produzidas. A
vida de cada flor, a partir do momento em que o botão abre até o tempo que escorrega da sua
corola, é cerca de seis dias. A flor também é muito visitada por outros insetos menores, que
podem ser vistos refugiando-se do frio e da umidade em suas flores caídas, porém nenhum
animal caminha em cima da planta, possivelmente reconhecendo seu caráter venenoso. Um
número incrível de sementes é produzido, uma única planta Foxglove proporciona de 1 a
2.000.000 de sementes para assegurar a sua propagação [2]. Originária do norte da Europa e
parte do noroeste de África e Ásia central, pode ser também encontrada, devido à sua introdução
desde o continente europeu até em países sul-americanos, como Argentina ou Chile [3] . Esta
1
espécie prospera em solos ácidos em uma variedade de habitat, incluindo florestas abertas,
clareiras da floresta, em charnecas, penhascos para o mar, terrenos baldios, cercas e encostas
rochosas das montanhas. É comum em locais perturbados ou em terreno queimado [4],
precisando de pouco solo [5]. É uma planta fácil de cultivar, ornamental, de valor medicinal e
muito apreciado [3].
.
Figura 01 – Digitalis purpurea.
Disponível em: < http://commons.wikimedia.org/wiki/File:245_Digitalis_purpurea_L.jpg >.
Acesso em: 07 de novembro 2014.
2
Figura 02 – Digitalis purpurea.
Disponível em: < http://www.plantillustration.com/portfolio68-Foxglove-Digitalispurpurea.html>.
Acesso em: 07 de novembro 2014
NOME CIENTÍFICO
NOME POPULAR
FAMÍLIA
CATEGORIA
CLIMA
ORIGEM
LUMINOSIDADE
CICLO DE VIDA
Digitalis purpurea
Dedaleira, digital ,digitalina, fox glove, etc
Plantaginaceae
Flores anuais,medicinal
Mediterrâneo, subtropical, temperado
Europa
Meia sombra,sol pleno
Bienal
Tabela 01: Características da Digitalis purpúrea.
Disponível em: <http://www.jardineiro.net/plantas/dedaleira-digitalis-purpurea.html >.
Acesso em: 08 de novembro 2014.
3
Figura 03 - Digitalis purpurea.
Disponível em: < http://mundoverde.forum-livre.com/t251-plantas>
Acesso em: 08 de novembro 2014
LENDAS DA DIGITALIS PURPUREA
Durante a idade media e até ao século XVII na Europa, era considerada como um
amuleto para proteção contra maus espíritos e bruxarias e era habitual colocar alguns ramos no
lintel das portas e janelas das casas, sobretudo na noite do solstício de verão, no são João.
Existem numerosas lendas que lhe atribuem diversas propriedades mágicas. No Reino Unido é
conhecida como foxglove (luva da raposa), pois a sua lenda diz que as fadas más as punham nas
patas destes animais para que pudessem entrar nos galinheiros dos campestres sem fazer barulho.
Na Irlanda é conhecida como dead man’s thimbles (dedal do morto), pelas suas propriedades
tóxicas. Na península Ibérica a dedaleira é associada ao mundo das fadas, provavelmente porque
a curiosa forma das suas flores é conhecida como chapéu dos duendes ou das fadas. Existe a
crença de que essas criaturas habitam onde cresce a dedaleira e que dançam no meio delas nas
noites de lua cheia. Na Galiza associa-se principalmente às meigas e à noite de são João, onde
4
existe a lenda “Onde crescem as dedaleiras crê-se que é onde dançam as meigas nas noites de lua
cheia”. A tradição popular diz que trazer um saquinho de veludo vermelho cheio de pó de
dedaleira não só protegerá dos maus espíritos, como também despertará o seu atrativo sexual e o
tornará mais sedutor [6].
TOXICOLOGIA
Toda a planta é tóxica [7]. Muitos dos seus nomes comuns pertencem à sua natureza
tóxica (luva das Bruxas, dedais do homem Morto, dedos sangrentos). Ela contém vários
glicosídeos cardíacos, digoxina e digitoxina, conhecidos coletivamente como digitálicos [8]. Os
glicosídeos cardíacos são produtos químicos que ocorrem naturalmente em certas plantas e pode
ser fatal se ingerido em grandes quantidades. Eles têm sido utilizados desde 1500 AC., quando
guerreiros adicionavam os extratos da planta que contêm glicosídeos cardíacos nas suas flechas
para alvos de veneno [9]. Os sintomas da intoxicação pela ingestão ou contato com a digitalis
purpúrea é semelhante à intoxicação pelos digitálicos [14]. Para sublinhar o poder mortal que os
digitálicos podem exercer, entre 1993 e 1995, quatro homens previamente saudáveis, incluindo
um de vinte e três e outro de vinte e seis anos de idade, morreram depois de tomar um
afrodisíaco que deixou quantidades anormalmente elevadas de digoxina [8].
MOLÉCULA DA DIGOXINA E DIGITOXINA
A digitoxina difere da digoxina apenas pela ausência de um grupo hidroxila na posição
C12, o que resulta num composto menos hidrofílico. A digitoxina possui uma meia-vida
maior do que a digoxina [10].
Figura 04 – Digoxina e digitoxina [10].
5
INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA
Podemos agrupar os sintomas e sinais de intoxicação digitálica em quatro áreas:
digestiva, neurológica, visual e cardíaca [13].

Digestiva: dor, queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, anorexia, cólicas
abdominais e diarréia.

Neurológica: cefaleias, desorientação, delírio, coma, tremores, convulsões,
entorpecimento dos braços.

Visual: alteração da percepção das cores, halo verde-amarelado à volta das
imagens e das luzes, fotofobia, visão esfumada, visão de corpos escuros, diplopia e
midríase.

Cardíaca: arritmias, bradicardia, hipotensão [14].
É clássico dizer-se que todo o tipo de arritmias pode ocorrer na intoxicação digitálica. Na
intoxicação digitálica aguda os sintomas e os sinais electrocardiográficos podem ser bastante
exuberantes, mas na intoxicação crônica podem ocorrer de forma insidiosa e mais atenuada. [13]
USO NA MEDICINA
O Foxglove foi utilizado pelos antigos herbalistas para várias finalidades na medicina, a
maioria deles totalmente sem referência a essas propriedades valiosas que a tornam útil como um
remédio nas mãos de médicos modernos. As primeiras descrições conhecidas foram nos meados
do século XVI por Fuchs e Tragus em seus herbários. De acordo com um velho manuscrito, os
médicos galeses do século XIII parecem ter feito uso frequente da digitalis na preparação de
medicamentos externos. Ela foi introduzida na farmacopeia de Londres em 1650, apesar de não
entrar em uso frequente até um século mais tarde, com o médico Dr. William Withering, em seu
Acount do Foxglove, 1785. Gerard recomendava para aqueles "que caíram de lugares altos", e
Parkinson falava muito da erva para machucado ou de seu suco expresso para inchaços , quando
aplicados externamente sob a forma de uma pomada, e as folhas machucadas para a limpeza de
feridas antigas e úlceras. Dodoens (1554) prescrevia cozido em vinho como um expectorante, e
parece ter sido seu uso frequente nos casos em que os praticantes dos dias de hoje consideraria
altamente perigoso [2].
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Para problemas cardíacos a Digitalis purpurea tem sido usada desde sua descoberta,
creditada ao médico William Withering em 1775. Um de seus pacientes chegou com um
problema muito grave de coração e já que Withering não tinha nenhum tratamento efetivo para
aplicar, pensou que ele morreria. O paciente foi até uma cigana, tomou uma preparação contendo
diversas ervas e rapidamente recuperou-se. Quando Withering ficou sabendo do fato, ficou muito
empolgado e procurou pela cigana. Depois de muita conversa, conseguiu que a cigana contasse o
segredo de sua formulação. Após muitos esforços, Withering chegou ao ingrediente ativo da
formulação,que
era
a
dedaleira
Digitalis
purpurea.
Withering tentou diferentes formulações com extrato da digitalis em 163 pacientes e descobriu
que se usasse as folhas secas e moídas, conseguiria resultados mais satisfatórios. Ele introduziu o
uso oficial da planta em 1785, após a publicação da obra "An Account of the Foxglove and some
of its Medical Uses", que continha relatos sobre os ensaios clínicos e notas sobre os efeitos e a
toxidez da digitalis. Devido ao fato de as dedaleiras apresentarem variação na dose terapêutica de
acordo com a região de coleta e estação do ano, era muito fácil ultrapassar a dosagem segura.
Logo, Withering recomendava sua diluição e administração em pequenas doses por repetidas
vezes até que o efeito terapêutico se tornasse evidente. Esse procedimento era muito eficiente se
administrado por pessoas experientes, mas também era muito demorado [10]. Naquela época,
Withering observou que os digitálicos não atuariam diretamente no coração, mas, em
consequência do seu efeito diurético, o órgão-alvo deveria ser o rim. A atuação dos digitálicos
sobre o coração foi sugeria em 1799, por John Ferrier, sendo comprovada apenas em 1910, por
Wenckebach [11].
Na medicina os digitálicos constituem um grupo de fármacos usados no tratamento de doenças
do coração, arritmias e insuficiência cardiacas [12]. A dose terapeutica é muito proxima da dose
tóxica [8]. Os digitálicos inibem a bomba de sódio (ou Na+/K+ ATPase), que existe nas
membranas das células, nomeadamente nos miócitos cardíacos. Apesar dessa proteína existir em
todas as células, nas concentrações usadas terapêuticamente, só as células musculares e
os neurónios são afectados significativamente. A maior quantidade de ion sódio intracelular e
menor concentração de ion potássio, alteram a excitabilidade de neurónios no cérebro e dos
miócitos do coração. Os efeitos são prolongamento ligeiro do potencial de ação e plateau,
redução do ritmo cardíaco, devido à activação dos nucleos do sistema parassimpático do nervo
vago no cérebro e força de contracção ventricular aumentada. Os digitálicos também alteram a
7
excitabilidade de vários núcleos neuronais e do sistema nervoso intestinal, a que se deve os seus
efeitos secundários: naúseas, vômitos, diarréia, confusão mental, alterações visuais e
alucinações. Doses elevadas de digitálicos causam também arritmias por fibrilação ventricular.
Os digitálicos mais conhecidos são a digoxina, a digitoxina, a ouabaína e a metildigoxina [12].
Digitalis é um excelente antídoto para o envenenamento com o acônito, dada como uma
injeção hipodérmica. [2]
O CULTIVO DA DIGITALIS PURPUREA
A fim de proporcionar uma droga de atividade uniforme de um verdadeiro tipo de
Digitalis purpurea, é necessário ter as verdadeiras sementes medicinais para abastecer o mercado
de drogas. As culturas devem ser obtidas a partir de sementes selvagens cuidadosamente
selecionadas e todas suas variações, inutilizadas. A planta irá prosperar melhor em solo solto e
bem drenado, preferencialmente de origem siliciosa, e com uma leve sombra. Atualmente só as
folhas são usadas para a extração da droga, embora anteriormente as sementes também fossem
utilizadas [2].
A PLANTA E OS SINTOMAS HOMEOPÁTICOS SOB UMA NOVA RELEITURA
O paciente apresentará os mesmos sinais e sintomas cardíacos, neurológicos, digestivos e
visuais, como se tivesse sob o efeito da toxina da planta.
São eles:
Cardíacos
ICC, com taquicardia, bradicardia, hipotensão, desmaios, fadiga e choque
cardiogênico [14].
Neurológico
Cefaléias, desorientação, delírio, coma, tremores, convulsões, entorpecimento dos
braços [14].
Digestivo
Dor, queimação, sialorréia, náuseas, vômitos, anorexia, cólicas abdominais,
diarréia [14].
Visão
Alteração da percepção das cores, halo verde-amarelado em volta das imagens e
das luzes, fotofobia, visão esfumaçada, visão de corpos escuros, diplopia e
midríase [14].
8
Outros sintomas apresentados pelo paciente são semelhantes ao gestual da planta, ou seja,
como ela se apresenta em relação ao meio em que vive.
Alguns exemplos:
PACIENTE
PLANTA
Cefaléia, com sensação de peso
Suas flores formam cachos na parte superior da planta, que é
[15].
de cor púrpura, assemelhando-se a uma cabeça congesta,
pendente com o peso, o que lembra uma pessoa com
cefaleia e com uma postura encurvada.
Cabeça pende para trás [15].
O cacho de flores da Digitalis purpurea se localiza na parte
superior da planta e pendendo para um dos lados. O paciente
digitalis também tem uma cabeça que pende para trás como
se a musculatura fosse incapaz de segurar a cabeça,
assemelhando-se ao caule da planta. Esse tem característica
delgada e longa, sendo incapaz de segurar o peso do cacho
de flores.
Assobio nos ouvido [15].
As flores da digitalis tem um formato que lembra o canal
auditivo e também uma campânula. O paciente digitalis tem
assobio nos ouvidos.
Fraqueza no braço. Fraqueza geral O caule da planta tem uma estrutura delgada, frágil,
, como se todas as partes do corpo
comprida, podendo chegar a 2,5 metros e é oco por dentro.
estivessem exaustas [15].
Tendo que sustentar o peso dos cachos de flores, se encurva.
É como se a planta se fatigasse fácil pela estrutura delgada
do caule. Essa fraqueza também é justificada pela toxina da
planta.
Sintomas cardíacos [15].
Toda a planta lembra o aparelho circulatório: suas folhas são
bastante vascularizadas e a estrutura interior das flores visto
em um corte longitudinal assemelha-se às câmeras
cardíacas. Tais fatores e a própria ação da toxina
9
demonstram o porquê de tantos sintomas cardíacos nos
pacientes digitálicos.
Desperta como se caísse de uma
Os cachos de flores localizam-se na parte superior da planta,
altura. À noite desperta
as flores são voltadas para baixo, o caule fino é bastante
frequentemente num susto, como
alto. A impressão que se tem é que as flores estão olhando o
se ele caisse de uma altura dentro
tempo todo para baixo como se estivessem com medo e
d’agua [15].
fossem cair a qualquer momento daquela altura. Além da
própria altura da planta, ela também cresce em encostas de
penhascos próximos a rios, lagos e mares, justificando o
medo de cair de uma altura dentro d’água.
Escoriações, boca, esôfago,
As flores da digitális têm um formato que lembra o tubo
estômago [15].
digestivo e são marcadas por manchas escuras e brancas
como se fossem úlceras ou aftas. O paciente apresenta
escoriações na boca, esôfago e estômago. O contato da
toxina com a mucosa também leva a escoriações.
Corpos escuros pairam diante de
As sementes da digitális são muito pequenas e estouram e se
seus olhos como moscas.
dissipam como poeira. O paciente homeopático tem
Sensação de poeira nos olhos
sensação de poeira nos olhos. As manchas escuras nas flores
[15].
também lembram objetos escuros, ou moscas.
Ansiedade como se tivesse feito
A digitális é uma planta que atrai pela beleza. As abelhas
algo ruim [15].
adoram-na apesar de ser uma planta tóxica, repelindo outros
animais pelo seu odor desagradável. É daí que se origina o
sentimento de culpa no paciente, que acredita ter feito algo
ruim. Seria como uma dor na consciência, eu atraio, porém
cuidado comigo, ”eu curo, mas mato”.
Medo da morte [15].
As flores da digitális perecem rapidamente quando retiradas
da planta. A presença da toxina também justifica esse
sintoma.
Humor rabugento, repulsivo e
Todo o gestual da planta é de quem prefere estar isolado. As
melancólico [15].
folhas lanceoladas, a toxina presente na planta e o odor
desagradável demonstram essa vontade de isolamento. Seu
10
caule oco demonstra a incapacidade de oferecer afeto, pois é
vazio por dentro. Apesar disso, a planta é bela e tem pêlos
em toda sua extensão para aumentar a área de contato com o
meio (procurando afeto), mas por ser incapaz de oferecer
algo, gera-se um descompasso, resultando em um humor
repulsivo e melancólico. A cor de suas flores é púrpura
evocando, também, a melancolia.
POLARIDADES DA DIGITALIS PURPUREA
A polaridade dos sintomas lembra-nos que não devemos fixar apenas nos sintomas mais
característicos da matéria médica. Portanto o paciente digitalis também poderá apresentar-se em
polaridade menos frequente e característica da planta.
MATÉRIA MÉDICA PURA
POLARIDADES
DE HAHNEMANN
PARÁGRAFO
PÁGINA
45
548
Pupilas contraídas
Pupilas dilatadas
95
550
Coleção de saliva com gosto
Coleção de saliva com gosto
doce
salgado
190
553
Diarréia
Constipação
215
554
Diurese
Retenção de urina
360
560
Sono profundo
Sono leve
385-390
561
Pulso lento
Pulso rápido
405
561
Sensação de frio
Sensação de calor
415
562
Desejo de trabalhar
indisposto
Tabela 01: POLARIDADES [15].
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INTERCONEXÕES ENTRE OS SINTOMAS HOMEOPÁTICOS E A SUBSTÂNCIA
SINTOMA HOMEOPÁTICO
A DIGITALIS PURPÚREA
O paciente apresenta desmaios, com
A toxina da digitális tem uma ação
bradicardia, suores frios e aspecto de morto
cardiovascular importante, causa bradicardia
[17].
com diminuição da oxigenação do sistema
nervoso central e periférico, provocando
desmaios, sudorese e aspecto de morto.
O paciente tem medo de morrer e sufocar-se a
A toxina tem ação rápida e provoca sintomas
noite [16-17].
pulmonares pela congestão,como tosse e
sufocação.
O paciente tem um humor rabugento, repulsivo
A toxina repele os animais. Além disso, a
e melancólico [17].
planta tem um caule oco. Aquele que é vazio
por dentro não tem nada a oferecer, ou seja,
existe uma dificuldade de oferecer afeto.
Ansiedade com sentimento de culpa [17].
A toxina da planta é capaz de matar ou curar,
daí o sentimento de culpa.
TEMA: DESCOMPASSO - SOLIDÃO
O descompasso e a solidão resumem a essência desse medicamento homeopático. Essas
características são observadas desde o gestual da planta, até os seus sintomas físicos e mentais no
paciente digitálico.
Fazendo uma análise do ponto de vista mais profundo e emocional, observamos o
descompasso dessa planta nos seguintes aspectos. No seu crescimento, em um ano ela cresce e
apenas no segundo floresce. No aspecto físico, é felpuda em sua totalidade e os pêlos
demonstram a necessidade de um maior contato com o meio em que vive, ou seja, a planta busca
12
”afeto”. Além disso, seu caule é oco por dentro, demonstrando que ela não tem nada a oferecer.
Ela tem uma beleza que chama atenção e atrai as abelhas, mas, ao mesmo tempo, tem uma
postura agressiva. Tal postura é observada no formato denteado e lanceolado das suas folhas, no
odor desagradável e na presença da toxina, deixando claro que ela prefere ficar sozinha,
reflexiva, melancólica, triste e com sentimento de culpa por querer algo que não pode oferecer. A
própria cor purpúrea das suas flores e o aspecto das mesmas, que são voltadas para baixo,
também evoca reflexão, melancolia e tristeza.
No paciente, tal descompasso também é observado. Ele busca afeto, porém é incapaz de
oferecê-lo, prefere viver na solidão e na melancolia, com o seu humor rabugento e repulsivo.
Outro descompasso é a bradicardia e a taquicardia que os pacientes digitálicos podem apresentar,
lembrando a ação da toxina no organismo.
O seu tema é bem traduzido pela música do cantor pernambucano Alceu Valença,na
música solidão [18].
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Digitalis Purpurea. Disponível em:< http://www.jardineiro.net/plantas/dedaleira-digitalispurpurea.html >. Acesso em: 08 de novembro 2014.
[2] Digitalis Purpurea. Disponível
em:<http://www.botanical.com/botanical/mgmh/f/foxglo30.html >. Acesso em: 08 de novembro
2014.
[3] Digitalis Purpurea. Disponível em:< http://mundoverde.forum-livre.com/t251-plantas>
Acesso em: 07 de novembro 2014.
[4] Digitalis Purpurea. Disponível em: < http://www.arkive.org/foxglove/digitalis-purpurea >
Acesso em: 09 de novembro 2014.
[5] Digitalis Purpurea. Disponível em:
<http://www.botanical.com/botanical/mgmh/f/foxglo30.html > Acesso em: 09 de novembro
2014.
[6] Digitalis Purpurea. Disponível em: <http://mundoverde.forum-livre.com/t251-plantas>
Acesso em: 07 de novembro 2014.
[7] Digitalis Purpurea. GLICOSÍDEOS CARDÍACOS. Disponível em:
<http://www.ansci.cornell.edu/plants/digitalis.html> Acesso em: 08 de novembro 2014.
[8] Digitalis Purpurea. DESCOBERTA DO DIGITALIS POR WILLIAN. Disponível em:<
http://www.motherearthliving.com/plant-profile/origins-of-medicinefoxglove.aspx#axzz3IVdo8zOP > Acesso em: 08 de novembro 2014.
[9] Digitalis Purpurea. Disponível em: <http://pt.winesino.com/conditions-treatments/heartattack/1009039063.html#.VF5AkfnF-T8> Acesso em: 08 de fevereiro de 2015.
[10] Digitalis Purpurea Disponível em:
14
< http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=Ni89OPVCNKm6uMgSbbD_6LVhqD0uzVdr0mVRNwJhz4HquMlMp0UL9dTUaMXBhVk9jYGd0Egjxk5uvPRyFF7LA==
> Acesso em: 07 de novembro 2014.
[11] Digitalis Purpurea. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/farmacologia/digitalicos/> Acesso em: 09 de novembro 2014.
[12] Digitalis Purpurea. Disponível em
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Cardioglicos%C3%ADdeo> Acesso em: 09 de novembro 2014.
[13] Digitalis Purpurea.TOXICIDADE DA DIGOXINA.
Disponível em:<http://www.spc.pt/DL/RFR/artigos/466.pdf>Acesso em: 08 de fevereiro de
2015.
[14] Digitalis Purpurea. INTOXICAÇAO PELA DIGITALIS.Disponível em
:<http://plantastoxicas-venenosas.blogspot.com.br/2009/06/dedaleira-digitalis-purpurea-lplantas.html#.VNgIMfnF-T8> Acesso em: 08 de fevereiro de 2015.
[15] HAHNEMANN S. MATÉRIA MÉDICA, vol. I,p.545-562.
[16] GILBERT CHARRETE,MATÉRIA MÉDICA HOMEOPÁTICA EXPLICADA,PDF,p.42-43.
[17] VIJNOVSKY B. TRATATO DE MATÉRIA HOMEOPÁTICA. PDF,p.242-244.
[18] Música Solidão. Disponível em :< http://www.vagalume.com.br/alceuvalenca/solidao.html> Acesso em: 08 de fevereiro de 2015.
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