Especismo e ecocídio: o massacre de elefantes e o comércio de

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Especismo e ecocídio: o massacre de elefantes e o comércio de
Especismo e ecocídio: o massacre de elefantes e o comércio de marfim - O Pensador Selvagem
Escrito por José Eustáquio Diniz Alves
Qua, 21 de Novembro de 2012 08:06 -
Milhares de elefantes são mortos cruelmente todos os anos para que alguns poucos humanos
possam lucrar com o comércio de marfim e outros tantos humanos possam lucrar com a
compra e venda de jóias e objetos de decorração fabricados a partir das presas e do sacrifício
de um dos animais mais fantásticos do Planeta.
Segundo os dicionários, marfim é uma substância dura, rica em sais de cálcio, que forma a
maior parte dos dentes, em geral, e as presas dos elefantes, em particular. A expressão
“Deixar correr o marfim” significa não se importar com coisa alguma, ser indiferente a tudo.
Especialmente ser indiferente ao crime de ecocídio, que, em termos de espécies, equivale ao
crime de genocídio.
Portanto, para quem se preocupa com a vida, com a biodiversidade e sobrevivência das
espécies vivas da Terra não é possível “deixar correr o marfim”. Mas apesar da proibição
mundial, a venda do marfim tem continuado de forma clandestina, estimulando o massacre de
elefantes no mundo e, em especial, na África. Os animais são assassinados a tiros por
caçadores antes de terem suas presas arrancadas. A matança é impulsionada pela demanda
da matéria-prima pelos países do Oriente e pela riqueza que se acumula nas novas classes
média e rica na China, assim como por turistas do mundo todo que compram os objetos
fabricados com marfim.
Existem dezenas de denúncias contra o comércio ilegal de marfim. Na África os comerciantes
já aprenderam a palavra chinesa para o marfim (xiangya). Milhares de presas de elefantes são
apreendidas pela polícia, mas sem resolver o problema. Porém, como o marfim tem demanda
crescente na China, tem sido virtualmente impossível rastrear o comécio legalizado no mundo.
Na China existem salas de exibição de marfim de alta qualidade, com esculturas que são
vendidas por valores que podem ultrapassar US$ 400 mil dólares. Cada jóia e escultura leva
meses para ser finalizada e são muito apreciadas como símbolo de status pelos novos ricos da
China e pelas elites econômicas do globo.
O jogador de basquete Yao Ming, ídolo esportista da China e na altura dos seus 2,29 metros,
tem participado de uma campanha mundial contra o assassinato de elefantes na África. Ele
aceitou participar e se tornar o rosto de uma ambiciosa campanha destinada à rica elite
chinesa, no sentido de despertar o interesse pela vida selvagem africana e pela preservação
dos elefantes em seu habitat natural e não como lembranças esculpidas e expostas nas
prateleiras da sala de estar.
Na medida em que a proibição do comércio de marfim não tem sido suficiente para evitar a
matança de elefantes, existe um movimento mundial pela proibição da venda e
comercialização de objetos fabricados a partir do marfim. Dinheiro nenhum deste mundo vale a
morte cruel de um elefante. Só a proibição total da venda do marfim pode interromper o crime
de ecocídio e o massacre contra uma das espécies mais fortes, bonitas e inteligentes que a
evolução gerou no útero da Mãe Terra.
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