21 - PUC-Rio
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Resumo - AULA #21- Convecção Natural Resumo feito por Giancarlo Pauletti – 2001.1 Situação Física de Interesse Vamos considerar por ora uma superfície horizontal sobre a qual repousa um fluido (suponhamos água) em equílibrio térmico com a superfície. Esta temperatura será chamada de T ∞ . Como, por hipótese, não há bombeamento externo, não há tampouco escoamento, ou seja, em todo o fluido, a velocidade local é zero e, em especial, U ∞ = 0 . Nosso problema começa quando, no instante t = 0, a placa começa a ser aquecida, por exemplo, através de uma resistência elétrica nela embutida. Embora seja possível analisar o duplo efeito transiente: o aquecimento da placa e do fluido, iremos considerar aqui que a capacidade térmica da placa é desprezível, de forma que instantaneamente, a temperatura da placa passa para Ts , nela ficando durante todo nosso experimento. É a existência deste diferencial de temperaturas que propicia o início da movimentação. Antes de nos preocuparmos com o equacionamento matemático deste problema, convem que discutamos mais um pouco a situação física. Que tipo de perfil de temperaturas e de velocidades deveremos esperar? Esta geometria é considerada pois o escoamento próximo a uma placa vertical é mais fácil de ser visualizado, analisado e, portanto, entendido. Seguindo as nossas hipóteses, a placa é mantida à mesma temperatura, Ts . Como longe da placa a temperatura é forçosamente aquela não afetada pela presença da parede, sendo então a do ambiente, Τ ∞ , o perfil de temperaturas do fluido deverá variar gradualmente de Ts a T∞ . Lembrando o conceito de camada limite, é razoável considerar que algo semelhante irá acontecer aqui.. Note que a região, de espessura δΤ , na qual os efeitos de temperatura são importantes cresce com a posição x, como poderíamos esperar. Algo semelhante poderemos esperar para o campo de velocidades. Na parede, isto é, em y = 0, a velocidade é nula pela condição de não deslizamento, como antes. Entretanto, a velocidade em y = ∞ será nula neste caso. . A variação de velocidade é confinada numa região de espessura δΗ que cresce à medida que avançamos na direção x do escoamento. Neste ponto cabe novamente a pergunta: quem é maior, δΤ ou δΗ? E novamente, a resposta é simples: depende do número de Prandtl. Equacionamento Matemático Vamos considerar um elemento de fluido, de dimensões dx, dy, dz, localizado dentro da camada limite. Por definição, vamos considerar que a pressão e a tensão cizalhante no centro deste elemento sejam P e τ , respectivamente. Após algumas manipulações matemáticas, chegamos na equação de movimento do fluido: ρ ( ∂u / ∂t ∂ + u. ∂u / ∂x ∂ + v. ∂u / ∂y ∂ ) = − ∂P / ∂x ∂ −ρ .g +µ. ∂ ²u / ∂ y² Utilizando a aproximação proposta por Oberberck-Boussinesq que sugeriram tratar apenas a variação da densidade no termo de empuxo e considerar as outras propriedades como constantes, determinadas à temperatura de filme definida por (Tf = TS + T ∞ ) /2 Com isto, as equações são: Continuidade: ∂u / ∂ x + ∂v / ∂y = 0 Quantidade de Movimento, direção x (ao longo da placa): (u. ∂ u / ∂x ∂ + v. ∂ u / ∂y ∂ ) = (Τ − T ∞ ) .â â.g.ñ ñ + µ. ∂ ²u / ∂ y² Energia: (u. ∂T / ∂x ∂ + v. ∂T/ ∂y ∂ ) = α ∂ ² T / ∂ y² Solução por Método Integral Utilizando um perfil parabólico para a temperatura adimensional: θ / θ s = ( 1 – y / δ T )² e um perfil cúbico para o campo de velocidades: u / umax = y / δh .( 1 − y / δh))² onde u max é o máximo valor da velocidade dentro da camada limite. Supondo que δt é uma boa aproximação para gases (Pr ≈1), Eckert obteve soluções = δh, o que aproximadas para u max e δ do tipo: δ/x δ/ = 3,93.(0,952 + Pr) ¼ . Pr -½. Grx -¼ e u max / ν = 5,17.(0,952+ Pr) -½. Grx ½ Usando o número de Nusselt, no regime laminar, ou seja, Gr.Pr<10^9, temos: Nu = 0,679.(Gr. Pr)¼ = 0,679.Ra ¼ Onde Ra é o número de Rayleigh. Regime Turbulento Prosseguindo no estudo, Eckert propôs que a velocidade e a temperatura tivessem, no regime turbulento, a mesma estrutura que a do regime turbulento sobre uma placa plana em escoamento forçado. Ele considerou os seguintes perfis: θ / θ s = 1 – (y / δ T )^1/7 e para o campo de velocidades: u / umax = 1,862 (y / δh)^1/7 . ( 1 − y / δh))^4 Supondo que a camada limite turbulento comece desde a origem, em x = 0, o que restringe sua aplicação às situações nas quais o comprimento é tal que a parte laminar do desenvolvimento pode ser desprezível face à turbulenta. Ele obteve para a espessura de camada limite: δ/x δ/ = 0,565. [( 1+ 0,494.Pr^2/3) ^1/10] . Pr ^-8/15 . Gr^-1/10 Correlações para Placas Verticais Temperatura Superficial Constante: Regime Laminar (Ra < 10 9 ): Nu = 0,68 + 0,670 . RaL ¼. [ 1+(0,492 / Pr)^9/16]^-4/9 Regime Turbulento (+Laminar): Nu ½ = 0,825 + 0,387. RaL ^1/6.[1+(0,492 / Pr)^9/16]^ -8/27 Fluxo de Calor Constante na Parede: Regime Laminar (Ra < 10 9 ): Nu = 0,68 + 0,670 . RaL ¼. [ 1+(0,437 / Pr)^9/16]^-4/9 Regime Turbulento (+Laminar): Nu ½ = 0,825 + 0,387. RaL ^1/6.[1+(0,437 / Pr)^9/16]^ -8/27 Correlações para Superfícies Horizontais Placa quente apontando para cima ou placa fria apontando para baixo: • Nu = 0,14. RaL^1/3 • Nu = 0,54. RaL ¼ se 10^7 <RaL<10^11 se 10^4 < RaL< 10^7 onde L vale: L = A / P Placa quente apontando para baixo ou placa fria apontando para cima: • Nu = 0,27.RaL ¼ se 10^5 < RaL< 10^10 Cilindro Horizontal (Churchill e Chu): • NuD={ 0,60 + 0,387. RaD ^1/6 / [ 1+ ( 0,559 / Pr)^9/16] ^8/27}² desde que RaD< 10^12 Esfera: • NuD = 2 + 0,589. RaD ¼ / [ 1+ ( 0,469 / Pr)^9/16] ^4/9 desde que RaD < 10^11 e Pr=0,7; Convecção Mista No escoamento ajudado, as duas correntes, de convecção natural e a forçada, estão no mesmo sentido. O número de Nusselt composto pode ser determinado pela fórmula: Nu = NuF ³ + NuN ³ ^1/3 Na situação de escoamento oposto, empuxo atua no sentido contrário ao do escoamento forçado, dificultando a troca de calor. Nesta situação: Nu = NuF ³ - NuN ³ ^1/3
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