Edição 12 - Entre Irmãos

Transcrição

Edição 12 - Entre Irmãos
Fundado em 24 de fevereiro de 2007
Registrado na ABIM sob nº 005-JV
Editorial
__________________________________________________________________________________________
“Você não poderá resolver os problemas que tem hoje pensando da
mesma maneira que pensava quando os provocou.”
Albert Einstein
N
ascido e criado na cidade do Rio de Janeiro e tendo construído, inclusive, minha vida maçônica
naquela cidade, que acostumamos a chamar de maravilhosa, vi-me, em meados de 2006, forçado, pela
péssima qualidade de vida de um centro urbano, a procurar um lugar mais digno de se viver em qualidade de
vida. Confesso que meu coração, em parte, ficou lá. Enfim, intuitivamente, escolhi a sacrossanta cidade de
São Lourenço, no Sul de Minas, que me acolheu calorosamente, e aqui estou muito feliz, salvo a saudade de
uma vida inteira de amizades; dos Irmãos e de tantas realizações.
Falando em realizações, em aqui chegando, nascia, em 24 de fevereiro, o ARTE REAL, atendendo a
pedidos de alguns Irmãos que já conheciam nosso trabalho junto ao Informativo INFORMAÇONS, o qual continuo a editar com uma
competente equipe que me dá grande suporte.
Em um ano ininterrupto de edições mensais, nossa Revista Virtual Maçônica caiu nas graças do leitor. Sempre se pautando por uma
escolha criteriosa das matérias a serem publicadas, o Arte Real, pela seriedade, pelo respeito ao leitor, pelo incentivo à cultura, pelo estímulo
ao estudo e à pesquisa, conquistou seu espaço.
Hoje, nossa Revista está sendo distribuída para mais de 7.800 e-mail´s de Irmãos do Brasil e do exterior, além de vasta distribuição
por vários sites, listas de discussões maçônicas e listas particulares dos Irmãos. São inúmeras as manifestações de reconhecimento por esse
trabalho de grande sucesso, que, apenas completa um ano, o que nos deixa muito orgulho.
Coroando seu primeiro ano de existência, nossa Revista recebeu seu registro junto à egrégia ABIM – Associação Brasileira de
Imprensa Maçônica, sob o nº 005-JV, o que nos deixou muitíssimo honrado.
Esta edição de aniversário é um presente para você, que muito o tem prestigiado.
Na coluna destaque, atendendo à solicitação de nossos leitores, publicamos mais um texto sobre o tema “Sinarquia”, de autoria do
Irmão Leo Cinezi-SP; a matéria “O Hábito da Leitura” conscientiza-nos de sua importância e do nosso descaso com o “amigo livro”. E já que
estamos comemorando aniversário, uma oportuna matéria sobre o Dia Internacional do Maçom, extraída do site
www.pedreiroslivres.com.br.
A coluna Trabalhos apresenta, dentre outras, uma matéria para reavaliarmos nossos valores nos dias atuais, de autoria do Irmão
Rodrigo de Oliveira-SC - “Missão, Metas e Rumos das Lojas na Atualidade; “O Poder da Palavra e as Palavras Sagradas na Maçonaria”, de
autoria de Marcelo Sidoti-SP, explana, com propriedade, a importância do som; O Irmão Antonio Saliba, através de sua matéria “A Função
Social dos Iniciados na Maçonaria”, dá-nos a exata medida de um desgastado sistema político, a utópica democracia brasileira, que já não
mais atende às necessidades de uma nova Era; o Irmão João Camanho nos brinda com uma belíssima e elucidativa matéria – “Percepção de
Minha Iniciação”.
Ninguém mais do que o insigne e saudoso historiador José Castellani para falar sobre o Rito Adonhiramita. E, na coluna Os Grandes
Iniciados, mais um presente de aniversário aos nossos leitores, Hermés – o Trismegisto, sua vida e Obra.
O Arte Real sente-se muitíssimo feliz por estar cumprindo, ao longo de um ano, seu trabalho de divulgador e conscientizador da
cultura maçônica, cujos valores devem ser inerentes a um Iniciado Maçom. Esse altaneiro patamar, alcançado, em breve tempo de existência,
mostra-nos que estamos no caminho certo. Devemos tudo isso a você, que nos recebe carinhosamente e faz de cada matéria uma Peça de
Arquitetura em suas Lojas.
As quase que diárias mensagens de apoio e as diversas solicitações de adesão à lista de recebimento de nossa Revista traduzem, de
forma muito cristalina, que vale muito a pena divulgar boas matérias, com temas sérios e com enfoque altruístico. Devemos isso aos nossos
colaboradores que, a cada edição, muito nos ajudam a construir uma Revista digna de seu nome – ARTE REAL.
Feliz aniversário para todos nós!
Arte Real
O
________________________________________________________________________________________
Arte Real é uma Revista maçônica virtual , de publicação mensal, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e
incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para mais de 7500 e-mail´s de Irmãos de todo o Brasil e,
também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.
Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca.
Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa da Fonseca.
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Antônio Saliba – João Geraldo Camanho - José Castellani –
Leo Cenizi – Marcelo Sidoti – Rodrigo de Oliveira – Rosa Maria Inojose – Sílvio Piantino.
Contatos: [email protected] ou [email protected]
Empresas Patrocinadoras: Arte Real Software – Condomínio Recanto dos Carvalhos - CH
Dedetizadora – CONCIV Construções Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Empório Bacellar Flávio Vasques – Jorge Vicente - Lider Rio - Maqtem – Maurílio Advocacia - Santana
Pneus – Sul Minas Laboratório Fotográfico – Walmir Battu.
Distribuição gratuita via Internet.
Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. 


Nesta Edição
________________________________________________________________________________
Texto da Capa – Feliz Aniversário...................................Capa
Editorial...................................................................................2
Destaque - O Dia Internacional do Maçom...........................3
Destaque - Sinarquia II..........................................................4
Destaque - O Hábito da Leitura.............................................5
Ritos Maçônicos – O Rito Adonhiramita............................6
Os Grandes Iluminados – Hermés – O Trismegisto..........8
Trabalhos – Percepção da Minha Iniciação.........................10
Trabalhos - A Função Social dos Iniciados na Maçonaria...11
Trabalhos - Missão, Metas e Rumos das Lojas na Atualidade....12
Trabalhos – O Poder da Palavra e as Palavras Sagradas na Maç.13
Reflexões – A Solução é Manter o Diálogo!.........................14
Boas Dicas – E-book /sites /Indicação de Livros
/Edições Anteriores....................................................14
Destaques
_______________________________________________________________________________
O Dia Internacional do Maçom
N
os dias 20, 21 e 22 de fevereiro de 1.994, realizouse, em Washington, nos Estados Unidos, a
Reunião Anual dos Grão-Mestres das Grandes Lojas da
América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México).
Na ocasião, estiveram presentes, como Obediências
Co-Irmãs (Sister Jurisdictions), a Grande Loja Unida da
Inglaterra, a Grande Loja Nacional Francesa, a Grande Loja
Regular de Portugal, a Grande Loja Regular da Itália, O
Grande Oriente da Itália, a Grande Loja Regular da Grécia, a
Grande Loja das Filipinas, a Grande Loja do Irã, no exílio;
além do Grande Oriente do Brasil, com uma delegação
chefiada por seu Grão-Mestre Francisco Murilo Pinto, que ali
estava como observador.
Ao encerramento dos trabalhos, o Grão-Mestre da
Grande Loja Regular de Portugal, Ir∴ Fernando Paes Coelho
Teixeira, apresentou uma sugestão encampada pelos GrãoMestres de todas as Grandes Lojas dos Estados Unidos e mais
as do México e Canadá, no sentido de fixar o dia 22 de
fevereiro como o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, a ser
comemorado por todas as Obediências reconhecidas, o que foi
totalmente aprovado.
E por que 22 de fevereiro?
Porque foi no dia 22 de fevereiro de 1.732, em Bridges
Creek, Na Virginia (EUA), que nasceu GEORGE WASHINGTON,
o principal artífice da independência dos Estados Unidos.
Nascido pouco depois do início da Maçonaria nos Estados
Unidos - o que ocorreu em 23 de abril de 1.730, no estado de
Massachussets - Washington foi iniciado a 4 de novembro de
1.752, na "Loja Fredericksburg nº 4", de Fredericksburg, no
estado da Virginia; elevado ao grau de Companheiro em 1.753, e
exaltado a Mestre em 4 de agosto de 1.754.
Representante da Virginia no 1º Congresso
Continental (1.774) e Comandante-geral das forças coloniais
(1.775), dirigiu as operações, durante os cinco anos da Guerra
de Independência, após a declaração de 1.776. Ao ser firmada
a paz em 1.783, renunciou à chefia do Exército, dedicando-se
então aos seus afazeres particulares. Em 1.787, reunia-se, em
Filadélfia, a Assembléia Constituinte, para redigir a
Constituição Federal, e Washington, que era um dos
Delegados da Virginia, foi eleito, por unanimidade, para
presidi-la. E, depois de aprovada a Constituição, havendo a
necessidade de se proceder à eleição de um Presidente, figura
nova na política norte-americana, Washington, pelo seu
passado, pela sua liderança, e pelo prestígio internacional de
que desfrutava, era o candidato lógico e foi eleito por
unanimidade, embora desejasse retornar à vida privada e
dedicar-se às suas propriedades.
Como Presidente da República norte-americana,
nunca olvidou a sua formação maçônica: ao assumir o seu
primeiro mandato, em abril de 1.789, prestou o seu juramento
constitucional sobre a Bíblia da "Loja Alexandria nº 22", da
qual fora Venerável Mestre em 1.788; em 18 de setembro de
1.783, como Grão-Mestre “pro-tempore” da Grande Loja de
Maryland, colocou a primeira pedra do Capitólio - o Congresso
norte-americano - apresentando-se com todos os seus
paramentos e insígnias de alto mandatário Maçom. Falecido
em 14 de dezembro de 1.799, seu sepultamento ocorreu no dia
18, em sua propriedade de Mount Vernon, numa cerimônia
fúnebre Maçônica, dirigida pelo Reverendo James Muir,
capelão da "Loja Alexandria nº 22", e pelo Dr. Elisha C. Dick,
Venerável Mestre da mesma Oficina.
Como se vê, a criação do DIA INTERNACIONAL DO
MAÇOM representou uma homenagem mais do que justa a um
grande maçom, além de também ser historicamente pertinente.
O Grande Oriente do Brasil, através do Decreto nº
003, de 10/02/95, do seu Grão-Mestre Francisco Murilo
Pinto, atendeu à recomendação da reunião das mais
importantes potências Maçônicas do mundo, e passou a
comemorar o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM a 22 de
fevereiro, com plenas justificativas maçônicas e históricas.
No Brasil, comemoram-se, também, o DIA NACIONAL
DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL em dezessete de Junho e,
o DIA (NACIONAL) DO MAÇOM, em vinte de agosto.
*extraído do site www.pedreiroslivres.com.br
Destaques
_______________________________________________________________________________
D
Sinarquia II
isposto e com atenção aos infinitos comentários que os
IIr∴ tecem em favor de nossa Subl∴ Inst∴, deparei-me
com um mar turbulento e com ondas que chegam a encobrir
nossas cabeças. Esse mar em fúria que tentamos,
incomensuráveis vezes, atravessar com nossas pequenas
braçadas, não está assim por acaso. Ele reflete o que está
ocorrendo nessa nova Era de Aquário, onde nos encontramos
hoje, e faz referência direta com a turbulência em que todos os
corpos, astrais ou não, estão.
A Era de Aquário é caracterizada, também, por uma
época de transição. Transformações fantásticas que são, antes
de mais nada, necessárias em dado momento.
O céu azulado, refletido diretamente na água salgada
do mar, remete-nos, mais uma vez, a compreender melhor o
que, há anos, é ensinado pela Tábua das
Esmeraldas de Thoth: “O que está em
cima é como o que está embaixo e o que
está embaixo é como o que está em cima”.
Visto desta forma, ouso afirmar que,
assim como o mar, o céu também se
encontra em fúria. Está desordenado, quase
em
um
caos,
mas
crescendo
exponencialmente a cada segundo, sem
sequer se preocupar com o tempo.
A relação de Cronos (o Tempo) não
é a mesma que a nossa, e, portanto, fica
inviável
tentarmos
acompanhar
o
crescimento e a transformação nessa relação
Macrocosmo e Microcosmo. Basta-nos que
atinemos para uma preocupação específica:
a reordenação, a reorganização, que
podemos
traduzir
como
sendo
ORIENTAÇÃO.
Orientar = Levar ao oriente (sempre lembrando onde
fica o V∴M∴), dirigir, corrigir, auxiliar em benefício. É, em
suma, uma privilegiada missão que, aliada a tantas outras,
completa o círculo de obrigações do ser e do M∴.
Justamente, acerca desse tema, é que tal Trab∴
transcorre. A forma pela qual podemos optar e opinar nessa
Orientação e qual poder temos para tal.
Primeiramente, é necessário trazer, à tona, um
discernimento que, muitas vezes, é dúbio: PODER.
Para muitos, cegamente equivocados e imersos no
lamaçal dos costumes mundanos e heranças profanas, que
ainda existem em demasia, o PODER fica facilmente
camuflado no conceito que dão à AUTORIDADE.
PODER, em nada se iguala à AUTORIDADE.
“Poder (do latim potere) é o direito de deliberar e
agir. Ter a faculdade ou a possibilidade de algo ou o império
de dada circunstância. Ter o domínio, a influência ou a força.
Deter o direito de posse ou de jurisdição. Possuir os recursos e
os meios. É ter a capacidade ou a aptidão para algo.”
Já a Autoridade transmite a mensagem de ordem
sem dar razões ou algum argumento de justificação, e os
indivíduos subordinados a essa autoridade aceitam e
obedecem sem questionar.
Temos o PODER de auxiliar, de Orientar, oposto à
AUTORIDADE, que INTERFERE outrem, filosófica ou
praticamente.
Falando em INTERFERIR, um adendo: Inter+ferir, ou
Leo Cinezi
Ferir internamente. Definitivamente, não tem a mesma
conotação que poder. Quem pratica a AUTORIDADE nesses
casos subjetivos, em questões de pensamentos e filosofia, de
práticas e costumes, não somente interfere no interrelacionado, mas fere a si próprio.
Já, nosso poder não pode ser dispersivo, tampouco
disseminado ao léu. Tem que haver uma centralização do
mesmo. Canalizá-lo em uma só senda, como bem fazemos na
Cad∴ de Un∴.
Existem muitas maneiras de coordenar essa ação
conjunta orientadora. Duas delas, opostas, devem ser
ressaltadas: Anarquia e Sinarquia.
“Anarquismo é uma palavra que deriva da raiz grega
αναρχία — an (não, sem) e archê (governo) — e designa um
termo amplo, abrangendo desde teorias
políticas a movimentos sociais e advogando
a abolição do Estado, enquanto autoridade
imposta e detentora do monopólio do uso da
força. Exemplificando, Anarquismo é a
teoria libertária baseada na ausência do
Estado. De um modo geral, anarquistas são
contra qualquer tipo de ordem hierárquica,
que não seja livremente aceita, defendendo
tipos de organizações horizontais e
libertárias. Para os anarquistas, Anarquia
significa ausência de coerção, e não
ausência de ordem. Uma das visões do senso
comum sobre o tema é, na verdade, o que se
considera "anomia", ou seja, ausência de leis.
O anarquismo não se relaciona com a prática
da anomia. Os anarquistas rejeitam essa
denominação, e o anarquismo, enquanto
teoria política, nada tem a ver com o caos ou
a bagunça. As diferentes vertentes do
anarquismo têm compreensões diferentes quanto aos meios
para a abolição dos governos e quanto à forma de organização
social, que disso resultaria.” Por isso, é tão confuso falar de um
sem descrever o outro. A Anarquia, muitas vezes, é acoplada à
Maç∴ no conceito de liberdade. Mas só!
Sinarquia é o Governo simultâneo de um Estado. É o
Poder coletivo. Convém falar acerca de Sinergia, que é a
simultaneidade de forças concorrentes; na Fisiologia, é a ação
simultânea de diversos órgãos ou músculos, na realização de
uma função; em Sociologia, cabe dizer que é a cooperação
entre grupos ou pessoas, que contribuem para constituição ou
manutenção de determinada ordem. Existe, também, uma
Teoria de Sistemas que diz ser a capacidade de realizar
trabalho cooperativo.
A palavra 'sinarquia' surgiu em 1882, quando Joseph
Alexandre Saint Yves D'alveidre (Marquês de
Alveydre) escreveu "Missão dos Soberanos" e "Missão dos
Operários". Com uma forma inédita e conceitual, sua idéia de
Sinarquismo era dedicada à história da era cristã. Pretendia
mostrar os defeitos da usurpação do temporal pelo espiritual.
Aos olhos de Saint Yves, a vontade popular traduz apenas os
sentimentos, as reações instintivas da massa social. Em
oposição a isso, a Autoridade, semelhante à consciência
humana, faz eco dos princípios eternos da razão.
Finalmente, o poder é aquilo que os romanos
chamavam de “o Imperium”, isto é, a balança da
justiça e o gládio que fere.
O poder não deve ser confundido com
Autoridade. Saint Yves propõe a forma ideal de
governo a que ele chama sinárquico, de
harmonia com os princípios eternos, pretende
substituir a oposição do Poder e da Autoridade,
pela síntese dos dois.
A proposta é conhecida e compõe a
teoria da Maç∴ desde sua fundação. Mas,
sempre, na teoria, é muito mais simples. Já, na
prática, muitas vezes, esquecemo-nos desse
rudimentar ensinamento de amalgamar o
espiritual com o material, governando,
orientadamente, nosso universo particular, com
resultantes
universais
e,
portanto,
macrocósmicas.
Resumindo, o que quero dizer é que a Maç∴ tem o
PODER de ORIENTAR não só os que hoje se encontram
IInic∴, mas também todos os que habitam nosso sistema e
estão em nosso meio, diariamente. Basta que, para isso, cada
um eleve seu grau de consciência e atinja esse prismático
sentimento, que por nós é conhecido como fraternidade.
Não uma fraternidade intelectual ou social, imposta
pelo capitalismo selvagem, que assola a humanidade, mas uma
fraternidade branca, que religa nossos corpos etéreos,
amalgamando-nos em um só corpo e encaminhando-nos para
uma senda ímpar e transparente, mas com conteúdo
valiosíssimo: nossa essência.
O pensamento individualizado é a maior erva daninha
dessa nossa lavoura MACROCÓSMICA. Enquanto, ainda,
existirem pensamentos em nós, que nos individualizem,
seremos os perenes, que sofrerão e arcarão com essa
involutiva e cabal síntese do que chamamos de VIDA. É muito
melhor VIVER do que SOBREVIVER.
Para que essa idéia nunca decline, necessário é que
nós, HHom∴ LLiv∴ e de BB∴ CCost∴, trabalhamos com
afinidade, comprometimento e regularidade.
Em Loj∴, criamos um egrégora singular e
cintilante, que tem o poder de se elevar no mais
alto do imaginável e, assim, encontrar-se com
outros formados, amalgamando-se. Por esse
fato, em todas as LLoj∴, há o costume de se
reunir no mesmo horário, às 20h para que,
nesse momento, todos os que estiverem com
seus TTrab∴ AAb∴ e promulgando a mais pura
energia da egrégora, propiciem-lhes tomar
forma e força com os pares e sobrevoarem os
demais lugares, contagiando, assim, todos os
Obreiros.
Somos dínamos (vê-se pelo giro em
Loj∴), produzindo ENERGIA PURA para
fortalecer o universo todo. Somos, também, as
baterias sempre recarregadas com esse próprio dínamo e, por
isso, sentimo-nos melhor após a Sess∴. Sempre que o oposto
ocorre, saímos mais cansados (ou, ainda, piores) de uma
Sess∴. Pode-se ter a certeza de que um elo está faltando ou,
ainda, uma das sementes da romã não está tão saudável assim,
podendo, com isso, contaminar as demais e apodrecer o fruto
como um todo.
Pensemos coletivo, pensemos grande e sejamos um só.
Eu sou você e você sou eu. Somos todos partículas de um
mesmo corpo. Cabe a nós não deixarmos nunca essa idéia se
esvair. E nunca se esqueça de que o que procura, meu Ir∴,
nunca esteve mais distante que um palmo de você. VITRIOL.
Destaques
_______________________________________________________________________________
O Hábito da Leitura!
O
hábito da leitura é fator importante para o
desenvolvimento social e econômico de um país.
Para termos uma idéia, no Brasil, cada pessoa
consume, em média, cerca de 2 livros por ano. Nos Estados
Unidos, Japão e Taiwan, a média é de cerca de 10 livros por
habitante por ano.
O brasileiro gasta em média 5,2 horas por semana,
lendo livros, e mais de 18 horas por semana, assistindo
televisão. A média mundial é de 6,5 horas por semana
dedicadas ao livro. Lembremos que nessa média mundial
encontram-se países miseráveis.
Temos, no Brasil, cerca de 5.000 bibliotecas, quando
se estima que seriam necessárias pelo menos 11.000. Cerca de
17% dos municípios no Brasil não têm
nenhuma biblioteca.
Especialistas chegaram à conclusão de
que o maior problema, no Brasil, está
relacionado à falta de hábito de leitura,
seguido da precária e cara rede de
Francisco Feitosa
distribuição (transportadoras e livrarias).
Não dá para resolver o problema todo de uma vez, mas
poderemos dar uma contribuição através de nosso círculo de
amizade ("círculo de influência"), adotando algumas ações
relativamente simples:
1) Leia - dar o exemplo já é um bom começo;
2) Recomende e empreste livros aos seus amigos;
3) Dê livros de presente - de aniversário, Natal, amigo
oculto, etc... A pessoa fica feliz de saber que você teve o
trabalho de escolher um título que seja útil para ela;
4) Doe livros para bibliotecas ou venda para um sebo Livros empoeirando em estantes em casa não são úteis;
5) Ao invés de dar esmolas em dinheiro na rua, dê
livros ou faça doações em dinheiro a
instituições que promovam o hábito de
leitura;
6) Crie e incentive o hábito de
leitura nas crianças a sua volta;
7) Divulgue e debata esse
problema da falta de hábito de leitura
com seus amigos, familiares, colegas de
trabalho, etc.;
8) Interaja com editoras e
escritores, através de e-mails, exigindo
qualidade de conteúdo e forma;
9) Junte-se aos amigos para
comprar livros em quantidade e obter descontos, talvez,
criando um clube de leitura;
10) Sugira, na empresa onde trabalha, a distribuição
de livros de brinde para os clientes, ao invés de canetas,
calendários, bloquinhos, agendas etc.;
11) Promova, em seu trabalho, no clube que freqüenta,
na instituição de que você participa, um concurso de Redação
ou Poesia;
12) Estimule, em sua casa, o hábito da leitura, em
substituição à programação, quase sempre inútil, da televisão;
13) Divulgue essa matéria em suas Lojas, em suas
listas de discussões de que você participa, na Internet.
Imprima e distribua aos Irmãos e Amigos.
14) Sugira, junto à Secretaria de Educação de sua
cidade, a criação de atividades ligadas ao hábito de ler;
Quando nos deparamos com a programação da
televisão, oferecendo Big Brother, Casseta e Planeta, Zorra
Total e algo do gênero, percebemos que a leitura é muito mais
que uma opção. É a SOLUÇÂO!
Tornou-se tradição aguardar o
período após as provas de vestibular,
para recebermos, pela Internet, as
lamentáveis “Pérolas do Vestibular”,
arrancando de nós “gargalhadas de
lágrimas”.
Certa vez, em conversa com
um amigo, Juiz de Direito, o mesmo
me confessou que, por inúmeras
vezes, solicitou a alguns advogados
que refizessem suas petições, pois as
mesmas, em sua interpretação,
concorriam, em muito, para a prisão de seus próprios clientes.
Precisamos fazer do Brasil um país desenvolvido e a
criação do hábito da leitura é uma das ações que,
urgentemente, deve ser incrementada.
A leitura, processo intrinsecamente ligado à escrita, faz
parte do desenvolvimento humano. Além disso, aglomera
aspectos ideológicos, culturais e filosóficos que irão compor o
pensamento humano, exigindo, conseqüentemente, uma
posição crítica do “ser” leitor.
Quem não lê, fala, escreve e se comunica mal, mal
ouvindo e vendo!
Ritos Maçônicos
_________________________________________________________________
O Rito Adonhiramita
O
belo Rito Adonhiramita, hoje, só praticado no Brasil,
também chamado de Maçonaria Adonhiramita, nasceu de
uma controvérsia, na França do século XVIII, em torno de
Hiram Abif ("Hiram, meu pai"), chamado de Adon-Hiram
(senhor Hiram"), e Adonhiram, que, segundo os textos
bíblicos, era um preposto às corvéias, por ocasião da
construção do templo de Jerusalém (1).
Ocorreu que, em 1744, Louis Travenol,
sob o pseudônimo de Leonard Gabanon, em sua
obra "Cathécisme des Francs Maçons” ou “Le
Secret des Francs Maçons", confundiu
Adonhiram com Hiram Abif, o que fez com
que os ritualistas se dividissem, pois,
para uns, Adonhiram e Hiram eram a
mesma
pessoa,
enquanto
outros
sustentavam uma teoria dualista,
divergindo quanto à ação de cada um
dos
personagens:
um
grupo
sustentava que Adonhiram não havia
sido mais do que um subalterno, ao
passo que o outro via, nele, o
verdadeiro
protagonista
do
terceiro grau.
Nasceria, assim, uma Maçonaria
dita Adonhiramita, que seria, segundo seus
teóricos, oposta à Maçonaria "Hiramita". E ela se tornaria
conhecida através da publicação do "Recueil Précieux de la
Maçonnerie Adonhiramite", publicado em 1782, por Louis
José Castellani
Guillemain de Saint-Victor, e que Ragon, sem nenhum
fundamento, atribuiu, erradamente, ao barão de Tschoudy. Essa
primeira compilação envolvia os quatro primeiros graus e foi
completada, em 1785, pelo mesmo Louis Guillemain, com
uma compilação complementar abordando oito Altos
Graus, completando os doze do rito.
Depois de 1785, Saint-Victor publicou a
tradução de um artigo alemão, sobre um grau
dito "Noachita" (alusivo a Noah, ou Noé), ou
"Cavaleiro
Prussiano",
tratando-o,
ironicamente, em trabalho estampado no
"Journal de Trévoux". O mesmo Ragon,
novamente sem nenhum fundamento,
"viu", aí, um décimo-terceiro grau
adonhiramita, embora Saint-Victor só
tenha apresentado o artigo como uma
curiosidade (2).
Ao lado do Rito Moderno,
o Rito Adonhiramita foi um dos
primeiros introduzidos no Brasil,
precedendo, por pouco tempo, o
primeiro, no início do século
XIX. O Grande Oriente do Brasil
--- inicialmente Grande Oriente Brasílico
--- criado em 1822, todavia, adotou o Rito
Moderno. E isso é comprovado, através de atas do Grande
Oriente, em 1822, as quais se referem ao "sistema dos sete
graus" (3).
Embora, no início do século XIX, o rito tenha tido muita
aceitação, ele acabaria, logo,sendo praticamente ignorado, pois, quando,
depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico - a 25 de outubro de
1822 - foi reerguida a Maçonaria brasileira, em 1830 e 1831, através de
dois troncos, o Grande Oriente Brasileiro e o Grande Oriente do Brasil,
respectivamente, nenhuma Loja adotou o rito. Ele só seria reintroduzido
em 1837, quando foi fundada a Loja "Sabedoria e Beneficência", de
Niterói, regularizada a 16 de janeiro de 1838, na jurisdição do Grande
Oriente do Brasil, vindo a abater colunas em 1850.
A segunda Loja - "Firmeza e União" - surgiria em 1839, ano
em que a Constituição do Grande Oriente do Brasil instituía o Grande
Colégio de Ritos, para abrigar os Altos Graus dos ritos, então,
praticados: Moderno, Adonhiramita e Escocês Antigo e Aceito. Este
último havia sido introduzido em 1829, e seu Supremo Conselho,
fundado em 1832, sendo Obediência independente, começava a criar
suas próprias Lojas. Em 1842, com a promulgação de uma nova Carta
Magna do Grande Oriente do Brasil, foi reorganizado o Grande
Colégio dos Ritos, com os três ritos, então, praticados, o que mostra
como foi extemporânea a comemoração, em 1992, no Rio de Janeiro,
do "sesquicentenário" da Oficina Chefe do Rito Moderno (4).
A incorporação, em 1854, do Supremo Conselho do Rito
Escocês ao Grande Oriente do Brasil teria de provocar uma
modificação no Grande Colégio de Ritos, do qual já não faria parte o
Escocês. Assim, de acordo com a Constituição de 1855, foi criado,
apenas, para atender aos Ritos Moderno e Adonhiramita, o Sublime
Grande Capítulo dos Ritos Azuis (5).
Em 1863, ocorreria uma dissidência, no Grande Oriente do
Brasil, liderada por Joaquim Saldanha Marinho, sendo criado o
Grande Oriente do Vale dos Beneditinos --- que, depois de uma
fracassada tentativa de reunificação, passou a se denominar Grande
Oriente "Unido" --- em alusão ao seu local de funcionamento. Nesse
Grande Oriente, o Rito Adonhiramita floresceu, chegando o número
de suas Lojas a suplantar o do Grande Oriente do Brasil: neste, foram
fundadas as Lojas "Aliança", em 1869, e "Redenção", em 1872,
perfazendo três Lojas do rito, contra cinco, existentes, na mesma
época, no Grande Oriente dos Beneditinos.
Com essas três Lojas, o Grande Oriente do Brasil criou, pelo
Decreto nº 21, de 2 de abril de 1873, o Grande Capítulo dos Cavaleiros
Noachitas, ligado, como Supremo Conselho Escocês, ao Grande
Oriente, que era uma Obediência mista (simbólico-filosófica), numa
situação que iria perdurar até 1951. Nesse ano, a 23 de maio, pelo
Decreto nº 1641, o Grão-Mestre do GOB, Joaquim Rodrigues Neves,
promulgava a nova Constituição, a qual passava a reger, apenas, a
Maçonaria Simbólica, fazendo com que o Grande Oriente voltasse a ser
uma Obediência estritamente simbólica, separando-se das Oficinas
Chefes de Rito. A Constituição esclarecia que o Grande Oriente, "com
elas, mantém relações da mais estreita amizade e tratados de
reconhecimento, mas não divide com elas o governo dos três primeiros
graus, baseados na lenda de Hiram, que exerce na mais completa
independência em toda a sua vasta jurisdição" (o grifo é meu).
A partir daí, assim como o Supremo Conselho do Rito
Escocês, o Grande Capítulo dos Cavaleiros Noachitas passava a ser
uma Obediência independente, separada do GOB, passando, de
acordo com os seus estatutos, elaborados em 1953, a se denominar
Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas
para o Brasil (já modernizada a grafia de "noachita", termo alusivo a
Noha, ou Noé).
A 15 de abril de 1968, era assinado, entre o Grão-Mestre do
Grande Oriente, Álvaro Palmeira, e o, então, Grande Inspetor do
Sublime Grande Capítulo, Josué Mendes, um Tratado de Aliança e
Amizade entre as duas Obediências. Com a morte, em 1969, de Josué
Mendes, Aylton de Menezes assumiu o cargo de Grande Inspetor,
tratando de alterar, totalmente, a estrutura administrativa do rito,
que, há muito, não era mais praticado em qualquer outro país do
mundo. Com isto, de acordo com sua Constituição, promulgada a 2
de junho de 1973, o Sublime Grande Capítulo passou a se denominar
Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, enquanto o Grande
Inspetor assumia o título de Magnífico Patriarca Regente. Conforme
os termos da Constituição, os poderes e autoridades do Sublime
Grande Capítulo eram transmitidos ao Excelso Conselho, embora o
tratado de 1968, com o GOB, tivesse sido feito em nome do Grande
Capítulo. Além da alteração administrativa, os graus adonhiramitas
eram, então, aumentados de treze para trinta e três.
Em 1973, por uma cisão no Grande Oriente do Brasil,
surgiram os Grandes Orientes estaduais independentes, ou
autônomos. Alguns criaram Lojas adonhiramitas, mas não
promoveram essa modificação estrutural, surgida no âmbito do
Grande Oriente do Brasil. Foi o caso da pujante Maçonaria
Adonhiramita do Grande Oriente de Santa Catarina --- depois
transformada em Oficina Chefe do rito, em âmbito nacional, para
todos os Grandes Orientes Independentes --- que já promoveu
diversos encontros estaduais e nacionais, com pleno sucesso. Ali, a
Oficina Chefe do Rito continua sendo o Sublime Grande Capítulo; é
dirigida por um Grande Inspetor e adota o Rito Adonhiramita
original, sem o acréscimo de graus.
Não foram feitos muitos rituais adonhiramitas dos graus
simbólicos, no Brasil (menos, ainda, nos Altos Graus). Os primeiros
utilizados, na primeira metade do século XIX, eram, simplesmente, uma
tradução feita - e malfeita - da "Compilação Preciosa". Somente em 1873,
diante da iminente criação do Grande Capítulo Noachita, é que o Grande
Oriente do Brasil editaria o Regulamento dos Graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre (o Grande Oriente dos Beneditinos já possuía esses
rituais). Esse regulador dos três graus simbólicos seria reeditado em 1916 e
em 1938. Depois disso, surgiriam novas edições, com mais freqüência.
As práticas ritualísticas do Rito Adonhiramita são,
seguramente, das mais belas, entre as dos diversos ritos praticados
em nosso país. Se o Rito Schroeder é, sem dúvida nenhuma, o mais
simples e objetivo, o Adonhiramita é o mais complexo e o de maior
riqueza cênica, não só nas cerimônias magnas de iniciação, elevação e
exaltação, mas até nas sessões mais simples, quando nenhuma das
práticas próprias do rito é omitida.
E essas práticas são, por exemplo, a cerimônia de incensação --que tem sido imitada, indevidamente, por outros ritos --- o cerimonial do
fogo (reavivamento da Chama Sagrada, tirada do Fogo Eterno) e as doze
badaladas argentinas, também copiadas, erradamente, por outros ritos,
em todas as sessões. E, no cerimonial de iniciação, a cena da "traição", de
grande beleza cênica, profundo conteúdo dramático e alto teor educativo,
pois, além de mostrar quão execrável é o traidor de seus próprios
princípios, ainda ensina uma lição moral e uma verdade social: ninguém
pode ser condenado, sem um julgamento imparcial. A cerimônia final da
câmara ardente - também muito copiada, inclusive em algumas edições
de rituais escoceses --- é decorrência da cena inicial da "traição", que os
demais ritos não possuem. Todas essas imitações, apenas, confirmam a
beleza cênica do rito.
Adonhiramita ou Adoniramita?
Na apresentação da edição francesa do "Recueil Précieux",
esclarece-se que, para o autor, Saint-Victor, Adonhiram era um
patronímico de Hiram, composto, portanto, dos termos Adon e
Hiram (Adon-Hiram), e não o preposto às corvéias, Adonhiram.
No idioma português, a letra "h", inicial da segunda palavra,
de termos compostos, é mantida quando há hífen. O hífen serve para
ligar elementos de palavras compostas, que mantêm sua própria
acentuação, ou seja, sua independência fonética, quando o conjunto
constitui uma identidade semântica, mesmo que os seus elementos
percam a identificação, desde que considerados isoladamente ; serve,
também, para a formação de palavras, a partir da aglutinação dos
prefixos com outros elementos (exemplos : anti, extra, intra). Em
outros casos de palavras compostas, ou com outros prefixos (como,
por exemplo, o prefixo "in"), o "h" da segunda palavra desaparece.
Exemplos: inabitável, desarmonia, desidratado, hiperemia,
lobisomem, desumano, coonestar, reabilitação, etc.).
Como o termo composto "adonhiramita" é escrito sem o
hífen, ele perderia, portanto, segundo as regras gramaticais, o "h".
Para manter a letra, como pretendem muitos, só se a grafia fosse
adon-hiramita, com hífen.
Isso, salvo melhor juízo, pois não é minha intenção
transformar uma simples questão gramatical num "casus belli".
1. O personagem Adonhiram, ou Adoram, ou Hadoram, citado em Reis I, Samuel II e Crônicas II, era encarregado dos impostos e
dos prepostos às corvéias. Preposto é o auxiliar encarregado de certos negócios e que age em nome e por conta de um patrão, um
preponente. Corvéia era o trabalho ou o serviço gratuito --- praticamente um trabalho escravo --- que as pessoas tinham de prestar ao rei
(também, presente no feudalismo europeu). Adonhiram, portanto, era o contratante dessa atividade servil, como preposto de Salomão e,
depois, de Roboão. Ele foi apedrejado, até à morte, pelos hebreus de dez tribos, os quais, a partir desse dia, foram considerados infiéis à
casa de David, como consta em Reis I, 12 - 18 e 19 (a referência é ao cisma de 920 a C., quando os hebreus se dividiram em dois Estados :
Israel e Judá). A apresentação da edição francesa do "Recueil", todavia, situa que Adonhiram é nome composto do hebraico "Adon" e
"HIram", de acordo, inclusive, com o próprio autor. A lenda do 4º grau confirma isso.
2. Esses dados são unanimemente citados por respeitáveis pesquisadores franceses, como Paul Naudon, Alec Mellor e Bayard.
3. Da ata da sessão do 22º dia, do 4º mês maçônico, do Ano da Verdadeira Luz 5822 (12 de julho de 1822), do Grande Oriente,
consta a discussão de proposta de elevação ao grau de Eleito Secreto (o quarto grau do Rito Moderno), dos Irmãos Zimmerman, Sertório,
Ícaro, Castor e Vasco da Gama (nomes simbólicos, costume da época, hoje, só mantido pelo Rito Adonhiramita).
Mais adiante, na mesma ata, em resposta ao pedido de elevação ao mestrado, de outros obreiros, consta que ficaram na espera os
Irmãos Curius, Procion, Celso, Lycurgo e Baudeloque, mandando recomendar, a Grande Loja (órgão executivo do Grande Oriente), a esses
obreiros, que se lembrassem de que, adotada a Maçonaria dos sete graus, o grau de Mestre tornava-se muito respeitável e que, se eles
tinham verdadeiro amor pela Ordem, deveriam querer que fosse mais lenta essa concessão de graus, para torná-los mais valiosos (uma
verdadeira lição para os afoitos, que querem subir a jato, sem conhecimentos suficientes).
4. O Grande Capítulo do Rito Moderno, na realidade, só surgiria em novembro de 1874, depois da criação do Grande Capítulo
Noachita e a conseqüente saída deste do Capítulo dos Ritos Azuis. O atual título da Oficina Chefe, Supremo Conselho do Rito Moderno para
o Brasil, é bem mais recente, de 1976.
5. Isso porque os ritos Moderno e Adonhiramita são azuis; embora o Escocês, tenha várias cores, é, predominantemente,
vermelho.
Os Grandes Iniciados
_____________________________________________________
Hermés – O Trismegisto
D
e tempos em tempos, um Ser Divino toma forma física e
habita entre os homens. Esses seres recebem o nome de
Avataras ou a Descida da Lei. A tradição nos conta que, toda vez
que vai ocorrer um nascimento de tal Ser, sua mãe é avisada por
um anjo. Nota-se que a Divindade joga a semente para fazer a
colheita, mas as mentes, ainda, dominadas pelo emocional, não
percebem o privilégio com que foram agraciadas por viver na
mesma época da manifestação de um Avatara, tendo a
oportunidade de ouvirem, diretamente da boca da Divindade
manifestada na Terra, o conhecimento em sua pureza original.
Preferem entregar-se aos prazeres dos sentidos e, com isso,
perdem a oportunidade de serem felizes.
Portanto, a ganância dos doutores da lei e a ignorância
dos homens não permitem que a Boa Nova seja implantada,
fazendo com que o Espírito de Verdade, ao se manifestar, tenha
que recorrer a aspectos fenomênicos relacionados com o
emocional, tais como milagres de cura, manifestações e outros
Francisco Feitosa
fenômenos sensoriais, para atrair o seu
grupo - aqueles que lhe vão dar
cobertura -, em vez de adentrar
triunfante, com toda pompa e gala a
que tem direito. Cada vez que o
Avatara se manifesta, é dado um novo
impulso na evolução da humanidade,
embora a mesma não o reconheça em
sua época. Os seus ensinamentos,
como têm vida e energia, concretizamse e perduram através dos séculos,
ficando incorporados no mental
instintivo da humanidade.
Enquanto a humanidade não
reconhecer o valor dos Avataras, não
será feliz. Assim, dizia o Professor Henrique José de Souza –
fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose - nos últimos dias de
sua longa trajetória pela face da terra.
Quinhentos anos antes de nossa Era, Heródoto – o Pai da
História – que viajou todo o mundo conhecido daquela época, esteve
no Egito, e, lá, alguns sacerdotes lhe mostraram as estátuas de seus reis
humanos e de seus Pontífices – Piromis. Estes, como diz Blavatsky em
sua monumental “Doutrina Secreta”, foram arquiprofetas, que
reinaram antes de Menés, seu primeiro rei humano. As estátuas, diz
Heródoto, eram enormes colossos de madeira em número de trezentos
e quarenta e cinco. Cada um dos arquiprofetas estava representado
com o seu nome, sua história e seus anais.
Os sacerdotes afirmaram a Heródoto que ninguém poderia
compreender ou escrever a história verdadeira daqueles reis suprahumanos, a não ser que tivesse estudado e compreendido a história
de três dinastias de Deuses, Semideuses e Heróis, que dantes
governaram a Terra. É uma alusão clara e positiva à Atlântida, o
continente tão discutido, mas cuja existência está provada por Platão,
por Bailly e confirmada pelo competente e autorizado homem da
ciência, o Padre Kircher, notável jesuíta, que escreveu:
“Confesso que, durante muito tempo, considerei tudo aquilo
(as Dinastias da Atlântida) como puras fábulas, até o dia, em que
melhor familiarizado com as línguas orientais, compreendi que todas
essas lendas não deviam ser, senão, o desenvolvimento de uma
grande verdade”.
Dentre os fundadores, digamos assim, do Egito, figura ThotHermés, entidade tão antiga, que se tornou mística, mas cuja
existência é confirmada pelo grande e imortal livro da Tradição, e
mencionada nos livros escritos. Hermés ensinou, no Egito, a Magia,
então, ciência universal que compreendia tudo, mesmo porque, até
hoje, cada descoberta científica não deixa de ser uma maravilhosa
magia, já que, com elas, dominamos forças naturais, colocando-as a
serviço do homem.
Ensinou aos egípcios e aos gregos, gregos antigos, que nem
helenos ainda eram – alusão perfeitamente clara aos pelasgos ou outra
gente ainda mais remota. Hermés fundou os princípios básicos de toda
a filosofia, de toda a metafísica, que veremos, mais tarde, impregnar o
pensamento de Pitágoras. Se imaginarmos quantos milênios e milênios
durou a civilização egípcia e o quanto de ostentosos foram muitos dos
seus ciclos, se fixarmos bem a perpetuidade de seus monumentos – a
Esfinge e as Pirâmides – brados eloqüentes da Sabedoria Tradicional,
fácil avaliar o impulso dado por Thot-Hermés, deus em forma de
homem. Até hoje, e por todo sempre, seus aforismos estarão vivos,
alicerçando o pensamento metafísico da humanidade. Thot-Hermés, o
magno hierofante, o Deus humanizado!
A história dessa civilização, em seu princípio, é muito confusa,
só tendo uma seqüência lógica a partir da dinastia dos Ptolomeus.
Segundo conta a lenda, Hermés viveu na mesma época de Abraão.
Possivelmente, teria vindo do Egito, chefiando um grupo de emigrantes
atlantes que teria abandonado a ilha (Atlântida) antes da catástrofe.
Outros dizem que ele é o mesmo Deus Thoth da tradição
egípcia, o mais misterioso e incompreendido dos deuses. Hermés foi,
para a nossa civilização, o pai das ciências e dos conhecimentos
ocultos que chegaram até nossos dias. Ensinou ao povo o que estava
ao alcance de sua compreensão, guardando para os eleitos os
conhecimentos mais profundos da verdadeira natureza das coisas.
Esses conhecimentos eram tão bem guardados, que deram origem ao
termo "hermético" significando tão bem fechado, que nem o ar entra.
As doutrinas por Hermés são tantas e tão variadas, que se
chega a considerar como sendo o trabalho de um grupo de seres
iniciados. Jâmblico diz que Manetom, o sacerdote egípcio do tempo
de Ptolomeu I, atribuiu-lhe 2.326 livros. Não se pode precisar a época
em que foram escritos, mas sabe-se que foi bem anterior às primeiras
ocasiões em que foram mencionados. Clemente de Alexandria cita 42
de suas obras; nem todas chegaram aos nossos dias. Entre seus
principais livros, podemos citar, "Poemander" ou "Pimandro",
"Asclépios" ou "Discurso de Iniciação" e a "Tábua das Esmeraldas".
Dentre os vários santuários egípcios, um permanece desafiando
a compreensão do homem: a Grande Pirâmide, chamada pelos egípcios
de KUT (A Luz), o mais alto Templo de iniciação do Egito. Nele, Thot,
mais tarde chamado de Hermés, deu início ao culto egípcio dos deuses e
restaurou os mistérios anteriores à catástrofe atlante.
Na mitologia egípcia, Thot-Hermés era representado como
um deus lunar nas primeiras dinastias, mestre do Cinocéfalo – o
mono com cabeça de cão, que existia no Egito como símbolo da
terceira Raça-Mãe. Diz-nos Blavatsky que Thot “é o mais misterioso e
menos compreendido de todos os deuses cujo caráter pessoal é
inteiramente distinto de todas as demais divindades antigas. (...) É o
deus da sabedoria e da autoridade sobre todos os deuses restantes. É
o registrador e o juiz. Sua cabeça de Íbis, a pena e a tabuinha de
escrivão celestial, que anota os pensamentos, palavras e ações dos
homens e os pesa na balança, assemelham-lhe aos Lípikas”.
Assim, Thot-Hermés assumiu diferentes significados ao longo
da tradição, conforme o momento histórico a que nos referirmos. A
esse respeito, afirma Edward Schuré ser Hermés “um nome genérico”
como os de Manu e Buda. Designa, simultaneamente, um homem, uma
casta e um deus. Homem, Hermés é o primeiro grande iniciador do
Egito; casta, é o sacerdócio, depositário das tradições ocultas; deus, é o
planeta Mercúrio, comparado com sua esfera a uma categoria de
espíritos, de iniciador divino. Em uma palavra, Hermés preside as
regiões supraterrestres da iniciação celestial.
Thot-Hermés ensinou a doutrina da luz aos sacerdotes dos
templos, que formavam a poderosa hierarquia dos sacerdotes do
Egito, chefiada pelo Faraó. Dos mais preciosos legados, deixados por
Thot-Hermés, encontram-se cerca de quarenta e dois tratados de
ciência oculta. Nesses livros, Ele deixou organizados para os egípcios
os mistérios que velavam toda a sabedoria atlante.
Esses mistérios, que serviram de base para os Mistérios de
Ísis e Osíris, eram revelados ao iniciado no interior das criptas e
santuários, em rituais, que envolviam uma série de provas duríssimas
a fim de preparar o indivíduo, psíquica e moralmente, para conhecer
e usar as forças ocultas.
O Corpus Hermeticum, uma coletânea de textos, formada
pela Tábua das Esmeraldas e dos Discursos de Iniciação, descoberto
na Grécia no século III a.C., encerra parte do legado das revelações
deixadas por Thot-Hermés e que se constituíram na síntese do
Hermetismo – o movimento ocultista – surgido desde então. Assim,
os gregos, discípulos dos egípcios, chamavam Hermés Trismegisto
(três vezes grande), por considerá-lo rei, legislador e sacerdote.
Platão associa o nome Hermés a hermeneys, que significa
intérprete e mensageiro, transformando-o no patrono de todas as artes
que dependem da escrita, inclusive, medicina e magia, que, a partir, do
neo-hermetismo, tornaram-se a gênese da ciência moderna.
Hermés para os gregos, Thot para os egípcios ou deus
Mercúrio para os romanos, segundo a mitologia, Ele era filho de Zeus
e de Maia. O nome Hermés vem de Hermata ou coluna típica da
época, que era colocada nas encruzilhadas para indicação dos
caminhos, pois ele era o deus dos viajantes por ser considerado
Mensageiro dos Deuses.
Ainda, segundo a lenda, Hermés teve vários filhos. O de
maior destaque foi hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite, belo
como Narciso, que despertou o amor de Salmácis, uma ninfa. Vendoo banhar-se em uma lagoa e não sendo correspondida, a ninfa se
jogou na água e o abraçou solicitando a Zeus que nunca os separasse.
Zeus, comovido, atendeu ao seu pedido, e Hermafrodito ficou unido à
Salmácis para sempre.
Esse mito simboliza a natureza dupla de Hermés, Thot ou
Mercúrio, o Andoginismo, a união da mente e emoção e suas relações
através das duas serpentes Píngala e Ida, enroscadas no Bastão de
Arauto, o Caduceu, o sistema nervoso central. É o jogo do voluntário
(mente) e involuntário (emoção) influindo no cérebro e na medula
espinhal ou em Sushumna.
As asas, no símbolo, representam a inteligência superior que
pode ser despertada. O Caduceu, antigo símbolo oculto chamado de
Kerykeion ou Bastão de Arauto, revela os três nâdis, dos três sistemas
nervosos, jogo da Vontade-Mente-Emoção, da paz universal, do
poder adivinhatório e do ocultismo e da magia.
Em nossa próxima matéria sobre os Grandes Iniciados,
falaremos sobre mais um Avatara, Moisés – o nascido das águas –
libertador e legislador de Israel.
*Compilações de vários estudos
Trabalhos
______________________________________________________________________________
Percepção da Minha Iniciação
“Ser ou não ser... eis a questão.”
Q
uero crer que os Irmãos já ouviram falar ou leram tal
citação, uma tradução do inglês: “To be or not to be...
that is question”. Ela é curta, mas profunda e eterna. E não
poderia haver síntese mais adequada, para exprimir a dúvida
humana, diante da qual tem que se tomar uma decisão.
Contudo, a grande maioria dos seres humanos não a toma,
mergulhando em crises existenciais profundas, como Hamlet,
o jovem príncipe da Dinamarca, o personagem imortal de
Willian Shakespeare, o qual se tornou a consubstanciação da
dúvida eterna. Via de regra, assim se comporta a
humanaidade em face dos dilemas que a vida lhe apresenta.
Embora não tenha os
mesmos motivos do indeciso
Hamlet, pois, para ele, “Ser ou não
Ser” era um problema de viver ou
morrer, e, para mim, quer dizer
“viver ou existir”, comecei meu
discurso com a parte mais enfática
do célebre monólogo da peça
“HAMLET”, Ato III, Cena Primeira,
do citado dramaturgo inglês. Com
efeito, ninguém viveu ou consiguirá
viver
sem
dúvidas;
só
os
irresponsáveis
não
hesitariam.
Todavia, em tais encruzilhadas, o
pior é não se decidir. Assim, diante
do exposto, resolvi tomar uma
decisão entre “viver ou existir”.
Meus Irmãos, “a nossa vã filosofia
não perceberia diferença entre viver
e existir. Explico-me: até os seres
mais brutos, como as pedras,
existem. Ao homem, cabe-lhe viver. Erich From, na sua obra “Análise
do Homem”, diz que “ a pessoa não nasce quando sai do ventre
materno, mas quando sai de si mesmo”. Tendo em vista a
argumentação delineada, a minha escolha só poderia incidir sobre o
“VIVER”. Para tal, busquei a Maçonaria, onde, através da Iniciação,
que é simbólica, por ser coletiva, tento alcançar a “VERDADEIRA
INICIAÇÃO”, que é individual. Um dos seus fundamentos é permitir
ao ser humano auto-realizar-se (ligando-se ao seu interior, para
desapegar-se dos aspectos mundanos, que são transitórios, e cultuar
os valores espirituais, que são perenes.) É o mais perfeito sinal de se
ter colocado o pé na senda da evolução, sem, contudo, estar preso a
crenças religiosas. Até porque, como livre-pensador, só entendo
RELIGIÃO no sentido etimológico, do latim religare, religar, tornar a
unir o homem a Deus. Há uma só verdade, amados Irmãos, ainda que
os intolerantes religiosos lhe dêem nomes diferentes. Esse reencontro
do homem com seu Deus Interior, é, verdadeiramente, o SEGREDO
sem segredos, conhecido há milênios pelos Mestres de Sabedoria,
detentores da Sabedoria Iniciática das Idades ou Doutrina Esotérica.
João Geraldo Camanho
Essa concentração no Eu Superior, Consciência Crística, Cristo
Interno, Espírito, ou qualquer outro nome, que expresse essa Divina
Presença Interior, é que nos ajudará a canalizar essa Energia
Poderosíssima do Plano Metafísico (Mente Abstrata, Quinto
Princípio) para o plano físico (Mente Concreta, Quarto Princípio),
permitindo-nos a conquista de riquezas espirituais e materiais
abundantes e de poderes sem limites. Como dizia Paulo de Tarso:
“Não sabeis que sois um Templo de Deus e que o Espírito da
Divindade habita em vós?”. Adquirir esse estado de perfeição é,
certamente, o maior combate que as humanas criaturas têm de travar
dentro de si mesmas, uma vez que, para tal aquisição, devem
transcender as suas próprias
limitações. Esse é o caminho; não
há outro para a realização
individual. Os discípulos cônscios
de suas responsabilidades perante
a “LEI, que a tudo e a todos rege”,
têm de trilhá-lo. E tudo começa,
como se transpõe o portal de um
Templo Maçônico. Foi o que se deu
comigo.
Busquei
a
A∴R∴B∴L∴M∴ Perfeita União 8
nº 70, do Oriente do Rio de
Janeiro, cuja denominação já
revela um “Templo do Saber”, pois
a perfeita união entre pessoas tão
diferentes em suas origens e visões
de vida só pode ser conseguida
onde se busca a LUZ e o AMOR. E,
atualmente, na A∴R∴L∴S∴ Rui
Barbosa, do Oriente de São
Lourenço-MG,
continuo
a
pretender, principalmente, estas dádivas do G∴A∴D∴U∴, que, de
certo, virão, porque quero, e o universo conspirará a meu favor.
Tal preâmbulo me leva à Câmara de Reflexões, lugar escuro,
uma caverna, representando um dos elementos da natureza: a Terra.
Ali, como candidato à Iniciação, fui colocado a fim de me auto-analizar,
ou no dizer do iluminado Sócrates: “conhecer-me a mim mesmo”. Esse
local é um símbolo de alta transcendência, revelando um mergulho no
interior do iniciando, apontando-lhe que deve morrer para as
superstições do vulgo profano a fim de renascer pela Iniciação.
E foi assim, meus ilustres Irmãos, que percebi a minha
Iniciação nessa Sacrossanta Ordem, onde, até o presente momento,
como Maçom, isto é, “Pedreiro Livre”, venho procurando desbastar a
Pedra Bruta, para edificação do templo Vivo (a Pedra Bruta e o
Templo Vivo simbolizam o próprio maçom). Neste trabalho
cosntante, por ser humano e viver na polaridade (bem x mal, luz x
trevas, matéria x espírito), tenho-me preocupado com a “fachada
exterior”, mas, sobretudo, busco a “arquitetura interior”, onde se
efetivará uma nova vida.
Trabalhos
______________________________________________________________________________
A Função Social dos Iniciados na Maçonaria
S
Antônio Saliba
empre que ouvimos um Irmão com mais experiência,
maçonicamente falando, afirmar que, aos iniciados na
Sublime Ordem, é compatível a sua liderança no seu meio
social, somos levados a pensar seriamente sobre o tema. E,
concluímos que o fato em si implica uma grande
responsabilidade para todos aqueles que, de uma forma ou
outra, não se satisfazem, apenas, com o fato de, na teoria, se
dizer eu sou um maçom.
Isto colocado, meus Irmãos, leva-nos de repente à expressão
Responsabilidade Social, e descobrimos que tal expressão está ganhando
muita relevância na mídia, nas Universidades, nas
listas de discussões pela Internet. Fala-se em
empresas socialmente responsáveis. Mas, afinal, o
que significa Responsabilidade Social? Quais os
conceitos, quais as atitudes, quais os projetos,
quais os movimentos comunitários, enfim, que
definem Responsabilidade Social?
A Responsabilidade Social engloba o
nosso compromisso pessoal com a sociedade e
com o planeta em vivemos, ou seja, está intima e
inexoravelmente ligada à busca de um
desenvolvimento
sustentável, algo
muito
diferente da visão de conquista, apenas, do
crescimento econômico. As atitudes, que
assumimos ou não, enquanto, indivíduos,
empresas, governos legisladores bitolam a vida
dos outros, onde, também, incluem-se as futuras
gerações, expressam se estamos de fato
comprometidos
em
transformar
nossas
comunidades em ambientes fraternos e
solidários, capazes de gerar distribuição de
riquezas, felicidade e bem-estar social a todos.
Para agir com responsabilidade Social, devemos,
portanto, possuir a capacidade de ouvir nem sempre nos é muito fácil,
assim, agirmos os diferentes interesses dos interagentes sociais com os
quais nos relacionamos, para conseguirmos incorporá-los ao
planejamento de nossas atividades, buscando atender às demandas de
todos, e não, apenas, os nossos interesses pessoais. É necessário
compreendermos, que para intervir na comunidade com
Responsabilidade Social, devemos reaprender o sentido de construção
de parcerias, buscar ideais humanitários, éticos e republicanos, além de
nos apropriarmos do conceito real de fraternidade e praticá-lo.
Não podemos mais nos conformar com a mera atitude
assistencialista e filantrópica, que nos lava a alma e nos proporciona
a sensação de remissão de todos os nossos pecados. Ainda que
campanhas em do agasalho todos os invernos evite a dor, o frio e até
a morte de milhares de pessoas, o assistencialismo e o filantropismo
não selam um compromisso, tampouco transformam uma realidade.
Somente com Responsabilidade Social, conseguiremos romper o
paradigma do clientelismo, da troca de favores, herança do Estado
cartorial, patrimonialista e paternalista, especialista em propor
alternativas, que apagam incêndios, mas não alteram a dimensão real
dos problemas sociais.
Programas emergenciais, diante da dimensão da pobreza e
da miséria, que enfrentamos hoje no mundo,
não podem deixar de vir acompanhadas de
reformas sociais estruturais profundas. É aí que
entra a Responsabilidade Social. Ao contrário da
filantropia, que se propõe, basicamente, a ações
materiais, a Responsabilidade Social pressupõe
decisões e atitudes lastreadas na ética e na
ponderação da cidadania. Requer planejamento
de ações, definição de indicadores, de metas e o
acompanhamento junto ao público e a realidade
que estamos desejando transformar.
Foi, nesse contexto, por exemplo, que
Organizações não-Governamentais, no mundo
inteiro, começaram por pressionar empresas e
governos, para que fossem evitadas as emissões de
poluentes. A partir de então, o ambientalismo
passou a ser tema permanente, revolucionando as
condutas e legislações. Estava, assim, lançada uma
semente que passaria a ser cultivada por
defensores dos direitos humanos, de gênero, de
inclusão digital e de democracia participativa.
Enfim, por uma infinidade de movimentos, aos
poucos, formando o ambiente para a necessária
consciência socialmente responsável, que, agora, queremos transformar
numa prática diária e contínua.
A luta por mais Responsabilidade Social se manifesta pelo
mundo afora, e graças às redes de comunicações formais ou não e à
velocidade de acesso às informações, contamina de tal maneira, que
passa a ser impossível ficar indiferentes à cobrança, que a própria
sociedade nos faz quanto ao nosso papel como agentes políticos. Nesse
sentido, não estamos procurando, somente, mudar o mundo. Estamos,
efetivamente, promovendo uma mudança de comportamentos, que
será refletida numa sociedade civil, conseqüentemente, no Mundo
empresarial e na própria gestão do Estado.
“A leitura de um bom livro é um diálogo incessante em que o livro fala e a alma responde!”
autor desconhecido
O cientista político português, Boaventura Santos, indicanos que a sociedade civil é o local da solidariedade, da busca coletiva
do diálogo entre interesses e dos valores éticos. A reforma
democrática do Estado deve reconhecer e garantir o poder da
sociedade civil. As políticas públicas devem valorizar a legitimidade
dos postos eletivos, a capacidade política dos governantes, a
responsabilidade pública dos servidores e o trabalho comunitário. Os
usuários dos serviços públicos não devem ser definidos e tratados
como clientes, mas como cidadãos com direitos , inclusive o de
participação. Desses posicionamentos, deve decorrer o conceito de
qualidade total dos serviços públicos. A adoção de atitudes
socialmente responsáveis ilumina e agrega a sociedade civil.
Democracia sem justiça social é utópica. No essencial, o
Brasil venceu a luta pela democracia e liberdade, mas estamos muito
distantes de viver em um país com a desejada justiça social. A
distância, ainda, é incomensurável, e corremos o risco de trilhar o
perigoso caminho do retrocesso democrático. As desigualdades
sociais começam a pesar sobre nossos ombros e ameaçam a relativa
estabilidade em que vivemos. Assim, é chegado o momento de
reconhecermos o paradoxo, gerador de imensas desigualdades
sociais, ao lado de um crescimento econômico, que, por sua vez,
trouxe, em seu bojo, avanços tecnológicos, científicos e das
comunicações.
Somente
aquele,
que
reconhece
suas
responsabilidades sociais perante esse é capaz de interferir nos seus
destinos, utilizando, por mais estranho que pareça, a globalização,
para a conscientização das comunidades locais.
Esse novo entendimento traz ao nosso dia-a-dia, meus Irmãos,
a compreensão de que, segundo nos alerta Augusto de Franco,
coordenador da Agência de Educação para o Desenvolvimento, o
fenômeno global, que chamamos de Globalização, não só oferece o
surgimento de novas condições, sem as quais seria impossível o fluxo
interativo de informação e conhecimento, que tem permitido, inclusive,
que os poderosos complexos financeiros e comerciais possam
internacionalizar-se e tentar dominar o mundo, mas também permite a
percepção compartilhada de problemas e perspectivas globais e o
surgimento de novos partícipes, como nova sociedade civil mundial,
emergindo na atualidade.
Graças a esse novo ângulo de visão sobre os rumos da
humanidade, começa a ser valoriza - do e requerido um novo estilo de
liderança, dedicado à transformação pessoal e coletiva, totalmente
comprometida com os valores e princípios éticos e morais, baseados
na busca da verdade, inspirados por um sentido de transcendência e
orientados por um ideal do serviço para o bem comum. Essa nova
liderança deve dedicar-se a promover o que chamamos de capital
social, um conjunto de concepções e ações em torno da coesão e da
confiança social. Ela pode e deve, por certo, manifestar-se no
dirigente de uma empresa, que passará a adotar as premissas da
responsabilidade social não somente para com seus acionistas e
colaboradores, mas também para com a sua comunidade, no
voluntariado, no terceiro setor, nas agremiações não-governamentais,
enfim, em todo o campo, onde um ser humano terá a oportunidade
única de relacionar-se com outro igual. Diante desse novo quadro,
meus Irmãos, deixo-lhes esse questionamento: o que a Maçonaria e
os Maçons podem e devem fazer?
Trabalhos
______________________________________________________________________________
Missão, Metas e Rumos das lojas na Atualidade
M
uito se discute sobre qual seria o verdadeiro papel da
Maçonaria nos dias de hoje. Não mais se admite apenas
viver de glórias do passado.
Devemos, sim, olhar o passado, mas, somente, para
aprendermos com ele e projetarmos um futuro melhor, como disse
M.Gandhi.
E,
não,
para
ficarmos,
nostalgicamente, glorificando mártires, fatos e
atos pretéritos, em inércia de atuação na
Humanidade, que tanto necessita de nós, e
cada vez mais, pois, ainda, encontra-se
mergulhada na escravidão da ignorância, da
corrupção e de outros males, cujos
desdobramentos devem combatidos pelos
Maçons, embora seja sabido que a Maçonaria
está longe de dar a última palavra sobre o
assunto.
Por isso, acredito que, como nos
elucidou o Ir.'. Anatoli Oliynik Dyn, desenvolver um claro Projeto de
Metas e Missões das Lojas e dos seus OObr.'. representa apresentar
uma metodologia, que nos oriente e nos prepare, para enfrentarmos
os desafios existentes, preparando as bases para disseminação de
uma nova filosofia de atuação, pois, "Quando a Loja tem um senso
claro do seu objetivo, do seu rumo e da posição desejada para o
futuro, e quando essa imagem é amplamente compartilhada, o
Maçom torna-se capaz de encontrar o seu próprio papel dentro da
Loja e da Maçonaria", o que certamente contagia e motiva para se
estudar, compreender e cumprir com os desígnios de nossa
Sub.'.Ord.'., que não pode ser vista, apenas, como sendo de
filantropia ou beneficência, muito menos como um Clube Social ou de
Serviço, pois, certamente, é muito mais que isso.
Talvez, esteja, na prática e no desenvolvimento de um
Projeto, a verdadeira Motivação, com Claros Objetivos e Orientações
que faltam aos IIr.'. que se deixam abater pela "perda de tempo" e
reuniões "desmotivadoras" e "sem conteúdo", cujo desenrolar os leva
a deixar a Ordem e o nosso Frat.'. convívio.
Cultura Maçônica é muito importante e deve ser
disponibilizada a todos, pelo bem da própria Instituição e de seus
Rodrigo de Oliveira
Membros. Mas a prática dos nossos desígnios não deve ficar relegada
ao distante passado. Podemos não mais viver uma Ditadura no
Governo, mas é certo que ainda temos muitos Coronéis e Ditadores,
Políticos, Empresários e Patrões, usurpadores do povo, que sugam a
Humanidade e a mantém na escravidão, a bem de seus mesquinhos
interesses.
E o que nos falta para sermos melhores
Maçons?
Verdadeiros
Líderes?
Ou
Orientadores mais preparados, bem dispostos e
mais organizados?
Assim,
para
a
necessária
Transformação e Evolução da Maçonaria, das
Lojas e dos OObr.'., adequando-os às
necessidades atuais da Humanidade e os
preparando para cumprirem o seu papel, penso
que devemos meditar e refletir sobre o assunto,
considerando:
Valores = Quem somos? Visão = Para onde estamos indo?
Missão = Em que negócio estamos? Diretrizes = Como nos
orientamos? Estratégias = Como faremos e que caminho seguiremos?
Objetivos e Metas = Em que temos que nos concentrar?
Nesse contexto, Caríssimos IIr.'., qual é o Perfil do Novo
Maçom e da Maçonaria Atual ?
Trabalhos
______________________________________________________________________________
O Poder das Palavras e as Palavras Sagradas na Maçonaria
“Disse Deus: Faça-se a Luz, e a Luz se fez.”
A
o abordar, ainda que timidamente, o tema do poder da palavra,
deparo-me com a história da Criação, com os muitos mistérios
contidos nos símbolos, passo pela abordagem ocultista dos campos de
vibração e simultaneamente com a eficácia dos rituais, meto-me na
tradição do longínquo Oriente e suas formas manifestas através dos
mantras, vindo, pouco a pouco, a entender um pouco mais das palavras
sagradas na Maçonaria Cósmica.
Talvez, seja impossível, para nós Ocidentais, iniciar um estudo
pequeno que seja, sobre o poder da palavra, sem nos remetermos
imediatamente ao “Fiat Lux”, contido no Gênesis. E começo por Ele,
porém não posso parar por aí. Para aqueles, fiéis ou estudiosos do Antigo
Testamento, o Gênesis, do início ao fim, trata de um diálogo, conversa,
entre o Deus Manifesto (GADU) e seus agentes.
A Obra da Criação, de forma alguma, é realizada no silêncio
absoluto, senão que este silêncio primordial é o pano de fundo que
possibilita ouvir a Voz do Criador, do Geômetra. Note que a única Voz é a
de Deus, sendo que Ele manifesta a criação através de algo (Elohim)
além dele próprio, senão que sentido haveria em dizer: Faça-se a Luz,
Ele, simplesmente, pensaria a criação e ela estaria criada. E não haveria
ruído algum...
Posso tentar entender isso da seguinte forma:
1. O pensamento (vibração potencial) necessita ser Verbalizado
(vibração dinâmica) caso contrário não existe a Manifestação.
2. A verbalização, para que possa ser entendida, necessita de
quem A Escute. A Primeira atitude do Criado, portanto, é Escutar.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. Nessa passagem, retrata-se a possibilidade, o potencial, porém,
efetivamente, nada havia sido realizado. O Verbo só pode manifestar-se
no momento da Diferenciação Divina, onde o Um torna-se Dois e nesse
instante, materializa-se. Concluo que a verbalização é o ato de Criar e,
nele, nesse processo, existe um Emissor e um Receptor. Sem os Dois, o
Um não Verbaliza e, portanto, nada Cria.
Seguindo pelos campos da Vibração, rememoro o poder contido
nos símbolos sagrados.
Os antigos, sabedores que eram do imenso poder contido na
Palavra e, a fim de, por um lado, levar aos profanos a Sabedoria Divina e,
por outro, velar as palavras para que não pudessem ser utilizadas de
maneira leviana, criaram os símbolos.
Em linhas gerais, os símbolos são representações (vibração) de
grandes verdades e possuem um poder oculto (vibração), que é
manifestado pelo Iniciado através do uso de palavras adequadas. Todo e
qualquer Rito utiliza-se dos símbolos, formas brandas do verdadeiro
conhecimento, e das palavras e tons adequados gerando grande energia e
Poder.
Muito comum, por exemplo, o uso do tom “Fá” nas Orações e
Preces.
Os rituais, símbolos e signos, que são do Poder do Mais Alto,
têm sua eficácia garantida quando, através de postura adequada,
palavras certas e tom apropriado, são vibrados. Aliás, talvez, existam
poucos exemplos mais belos e antigos do que os mantras do hinduísmo
Marcelo Sidoti
ou bramanismo. Estes se constituem em verdadeira chave de poder,
induzindo a um estado de consciência em particular e desenvolvendo
características no estudante ou devoto.
Os Mantras, fórmulas repetitivas, justamente, unem em si três
elementos formidáveis: a vibração, a repetição da vibração e a atitude
mental. Com eles, pode o ser humano retrabalhar, inclusive, traços do
que considera “seu jeito de ser” e que, na verdade, trata-se apenas, de
sua personalidade corrente. Atualmente, os mantras são utilizados
largamente em muitas escolas e/ou religiões, com outras palavras
diferentes. Não obstante o uso de palavras antigas terem uma eficácia
fantástica, podemos utilizar, por exemplo, uma curta oração que atinja
nosso coração e enleve nossa alma e repeti-la, bem baixinho, na nota
“Fá”, durante algum tempo. O efeito, ao longo do tempo, será sem dúvida
maravilhoso.
A Maçonaria, talvez, mais do que qualquer outra Ordem, possui,
em sua essência e formação, a Palavra e a Divina Vibração oriunda dela.
Na História, que conta a morte do Mestre Hiram, os assassinos,
os profanadores, tentaram tomar-lhe, a todo custo, a Palavra. Mestre
Hiram morreu sem revelá-la. Notemos aqui o Poder de quem detém a
Palavra e a angústia daqueles, que, fracos de caráter, nunca poderão
obtê-la. E, não, podendo obtê-la (pois, na verdade não sabem onde
procurá-la) desejam matar quem a detém. Morre porem o detentor da
Palavra, mas nunca a Palavra!
Nessa história, o Mestre de Todos os Maçons, cioso do poder da
Palavra, deu-a como Perdida e recria o Mito de posse de outras, mais
humanas, mais comuns. Lembremos que, nossa mística missão é
recuperar a Palavra Perdida e dá-la, nesse novo ciclo, que ora se inicia, à
verdadeira Humanidade.
Outro exemplo da cerimônia, que encerra a Palavra na real
Ordem, é o Ritual de Instalação da Loja, antecedendo todas as nossas
sessões. Do Venerável, guardião do Delta Luminoso, emana a Palavra, que,
de Irmão a Irmão, por ele designado, chega até o Segundo Vigilante, que
retorna aclamando: “Tudo está Justo e Perfeito”. Só após isso é que o
Venerável invoca o Grande Arquiteto do Universo, pois a Palavra criou “o
pano de fundo” apropriado a um trabalho de Ordem Superior.
O uso dos malhetes e sua peculiar vibração, também, é exemplo
de Palavra e Poder. Desta feita, a palavra não é dita com os lábios, mas,
sim, vibradas nos ritmos apropriados do “bater dos martelos”.
A Palavra de Passe do Grau de Companheiro, por outro lado,
cumpre duas funções, sendo a primeira, a mais importante, a de criar,
sonoramente, uma certa predisposição mental no Irmão, que a profere, e,
em segundo lugar, por sua peculiar forma de ser pronunciada, remetenos ao Livro dos Juizes, no Velho Testamento, na Batalha entre os
Efraimitas e os Galeaditas.
Inúmeros são os exemplos que, aqui, poderíamos colocar,
porém exigem outro espaço, em outro momento.
O importante e fundamental é termos claro que a vibração,
tornada palavra, torna o Mundo, que conhecemos, tal qual ele é. Vejam
só a nossa imensa responsabilidade. Sem dúvida, por isso mesmo, é que
a primeira Lei Oculta seja: Calar e Escutar.
Sondagem Geotécnica - Estaqueamento
Projetos e Obras Civis – Laudos Periciais
Ir∴HAMILTON S. SILVEIRA
ENGENHEIRO CIVIL GEOTÉCNICO
CREA 35679/D-RJ
( (35) 3332-2353 / 8802-3116
[email protected]
Rua Andradas 240/12 – S. Lourenço - MG
Reflexões
_________________________________________________________________________________
A Solução é Manter o Diálogo!
Rose Maria Inojose
T
odos nós sabemos quando estamos em estado de PAZ e quando não
estamos. E, mais, conseguimos distinguir entre a paz interior, muitas
vezes percebida como equilíbrio; a paz com o outro, na harmonia das
relações; a paz com a natureza, quando nos sentimos parte dela.
Apesar da dificuldade de se conceituar PAZ, assim como é
difícil conceituar felicidade, tristeza, alegria, temos conseguido alguns
consensos, como o de que a paz não é, apenas, a
ausência de guerras ou de conflitos violentos.
A PAZ é um caminho, como ensinou
Ghandi. É um processo. E a violência também.
Tanto a PAZ como a violência, como
processos, nascem da diversidade, riqueza
extraordinária do Planeta Terra, da natureza de
que fazemos parte e da sociedade humana que
construímos.
Nessa diversidade de seres, de
necessidades e de interesses afloram conflitos
pelo uso e a apropriação de recursos de toda
sorte – naturais, construídos, econômicos,
afetivos, de poder.
A sociedade humana engendrou uma
desigualdade interna estrutural de acesso à riqueza e ao poder,
desigualdade, que é fonte de conflitos e de violência.
Alguns estudiosos nos dizem que o conflito é natural; outros,
que é bom, pois promove mudanças internas e externas.
O fato é que temos de lidar, cotidianamente, com conflitos
no caminho da construção da paz. E é tênue o véu que separa o
conflito da violência.
O verbo, a palavra estruturada, que distingue os homens das
demais espécies, é o instrumento que nos permite resolver conflitos
pacificamente. A mesma palavra, que pode ser usada como arma,
para eclodir a violência.
Qual é, então, o umbral da violência? Qual é o passo que leva
para a violência? Como parar antes de deslizar para esse abismo?
Talvez, seja naquele momento penumbroso em que, em
conflito aberto ou oculto, as pessoas param de conversar, de dialogar,
deixar de ver o outro como sujeito, como
interlocutor, para vê-lo como algo a eliminar.
Não é verdade que lutamos contra as
causas, contra as idéias. A guerra, o conflito
violento não apaga idéias, elimina pessoas. Essa
falácia de lutar contra causas tem estado presente
no imaginário dos grupos e povos, como
desculpa, para agredir, para matar.
É essencial considerar que, quando
agredimos, quando lutamos, estamos agredindo
pessoas, estamos eliminando-as, não idéias. As
idéias sobrevivem a elas e continuam dando
causa e desculpas para guerras.
A única maneira de não ultrapassar o
umbral da violência é manter o diálogo, a
conversa, porque o diálogo pode mudar as pessoas - as duas partes. O
diálogo as mantém como sujeitos, vestidos com a sua humanidade,
com a sua dignidade, com seu bornal de onde idéias podem entrar e
serem descartadas.
Manter o diálogo é sinal de confiança, de fraternidade. Onde
há confiança pode haver conflito, mas não agressão, não violência.oi
amor!
O diálogo sinaliza e restaura a confiança na humanidade do outro.
Boas Dicas
_______________________________________________________________________________________

E-book

Clique no link abaixo, baixe o arquivo e conheça a História dos Cavaleiros Templários - Os Pobres Soldados de Jesus Cristo e do Templo de
Salomão
http://www.culturabrasil.org/os_templarios.htm

Sites

Conheça os sites: www.cidadaniauniversal.net administrado pelo Irmão José Inácio da Silva, do oriente de Alagoa Grande-PB;
www.estantevirtual.com.br - a maior rede de sebos e livreiros do Brasil. O lugar certo para encontrar raridades literárias e
www.entreirmaos.net visite o site da Família Maçônica.
 Indicação de Livros 
Vivenciando a Maçonaria de autoria do escritor e acadêmico maçônico Jorge Tavares Vicente editado pela Editora Marques Saraiva.
Escritos Maçônicos I de autoria do escritor e acadêmico maçônico Flávio Vasques.
 Arte Real – Edições Anteriores 
Já se encontram disponíveis para download as edições anteriores do Arte Real no site www.entreirmaos.net
Obrigado por prestigiar nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

