efeitos controle - Araucária Genética Bovina

Transcrição

efeitos controle - Araucária Genética Bovina
Fotos: Luciany Franco/OP Rural
POR ISSO É NECESSÁRIO FAZER MONITORAMENTO QUE
OFEREÇA MAIS PRECISÃO DOS TESTES NA PROPRIEDADE
F
alar de mastite nunca é
demais. É praticamente impossível erradicar o problema, apesar de ser “velho”
conhecido das propriedades
leiteiras. A preocupação é
grande, porque essa inflamação pode provocar a redução
de até 45% na produção de
leite, além de prejudicar sua
qualidade, bem como dos produtos feitos a partir de um leite em que a vaca tem mastite,
já que terão sua vida útil reduzida. Conforme o médico
veterinário Delmiro Rodrigues, coordenador comercial da Araucária Genética Bovina, uma mastite que não é
tratada precocemente pode
evoluir e causar problemas
ainda mais graves, inclusive a
morte do animal afetado e ainda riscos à saúde humana.
A infecção pode não ser
erradicada facilmente, mas
pode e deve ser controlada,
afirma Rodrigues, ao mencionar que normalmente a mastite ocorre devido a alterações
do ambiente de criação dos
animais, como manejos inadequados e falta de programas de controle e prevenção.
Ele lembra que a mastite, ou
mamite, é uma inflamação da
glândula mamária, que pode
ser causada por microrganismos e suas toxinas, decorrentes de traumas físicos e ou
agentes químicos irritantes,
mas, na maioria dos casos, é
resultante da invasão de microrganismos patogênicos
a finalidade de destruir ou neutralizar os agentes infecciosos
e suas toxinas, e permitir que
a glândula retome a sua função normal. Entretanto, pode
ocorrer também a destruição
de células epiteliais responsáveis pela síntese dos principais constituintes do leite
(proteína, gordura, lactose),
o que acarreta na redução da
capacidade produtiva do
animal. E ele vai além, citando que dependendo do microrganismo
envolvido,
pode haver comprometimento sistêmico do animal,
que pode se apresentar febril,
desidratado, apático, e correr risco de vida se não for
atendido e tratado a tempo.
Um alerta do profissional é
que falhas em questões aparentemente simples, podem
resultar em mastite no rebanho, como é o caso da higienização inadequada, a falta de
manutenção ou ainda o mau
funcionamento de ordenha-
deiras mecânicas.
CONTROLE
Delmiro Rodrigues lembra
que o produtor que deseja ter
sucesso em sua atividade deve
eliminar todos os fatores que
possam influenciar de forma
negativa o desempenho dos
animais. “E a mastite é um problema que precisa ser combatido antes que a doença se espalhe pelo rebanho e afete um
número maior de vacas leiteiras, o que acarretaria grandes
prejuízos”, alerta.
Conforme o médico veterinário, na maioria dos rebanhos, a forma clínica da mastite é a mais evidente e que
maiores preocupações causa ao produtor. Entretanto, a
forma mais comum e responsável pelos maiores prejuízos é a subclínica, que não
demonstra nenhum sinal evidente, mas causa prejuízo
tanto ao animal como à produção de leite. “Para sua
Divulgação
através do canal do teto. “Estes microrganismos são encontrados em todos os rebanhos e estão presentes em grandes quantidades na água, fezes, materiais usados como
cama, pele dos animais e várias outras fontes, ou ainda podem ser disseminados pelas
mãos dos ordenhadores e equipamentos de ordenha contaminados a partir do leite de
animais infectados e ainda devido à falta de higiene”, relata.
EFEITOS
O efeito da inflamação nos
bovinos é grave. Conforme o
profissional da Araucária, a
resposta inflamatória é uma
reação do organismo do animal, no interior do úbere com
O monitoramento
digital é mais
rápido e preciso,
colaborando
para um maior
controle da
mastite
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MARÇO/ABRIL 2014
detecção é imprescindível a
realização de testes, para evidenciar a infecção, já que esta
é assintomática. Considera-se
que, para cada caso de mastite clínica, ocorram entre 20 e
50 casos de mastite subclínica”, informa.
MONITORAMENTO
Os produtores têm meios
para monitorar a presença de
mastite nos animais. Segundo
o coordenador comercial da
Aráucaria Genética, comumente produtores utilizam os
métodos de exame dos primeiros jatos de leite de todos
os quartos mamários, em um
recipiente de fundo escuro
(teste da caneca telada). Também há o exame físico (palpação do úbere e tetas) ou o CMT
(sigla de “California Mastitis
Test”) que consiste na observação da reação do leite com
um reagente preparado com
detergente e corantes, a partir
do qual é apenas estimado o
conteúdo de células, de forma
subjetiva. Delmiro Rodrigues
lembra que este sistema é propício a erros de leitura e na
interpretação dos resultados.
Outra maneira é o envio de
amostras de leite para laboratórios especializados.
Monitoramento eletrônico
dá mais precisão ao controle
Hoje em dia existem métodos mais modernos, inclusive
digitais, para verificar a incidência de mastite no gado. O
modelo pode garantir mais
precisão às avaliações feitas
pelo próprio produtor e já é
bastante utilizado em outros
países. O sistema, explica Delmiro Rodrigues, utiliza a condutividade elétrica do leite
como parâmetro mais seguro.
É o próprio médico veterinário que explica o princípio do
funcionamento:
“Quando
ocorre uma inflamação nas
glândulas mamárias, certos
componentes do plasma sanguíneo (como íons de sódio e
cloro) passam para o leite,
aumentando a sua condutividade elétrica.
Já existe no mercado equipamento que apresenta instantaneamente em um visor
digital os resultados, excluindo a subjetividade do processo, e permite um resultado fiel
à situação real. De acordo com
o profissional, o equipamento
garante maior confiabilidade
nos testes e também mais velocidade na identificação da
mastite em qualquer estágio
de infecção, seja ela subclínica ou clínica. Isso tudo sem
necessitar do uso de reagentes e corantes ou mesmo o
envio de amostras para análises em laboratório. “É possível detectar a mastite quando
seus sintomas ainda não são
visíveis a olho nu, além de
calcular automaticamente a
diferença entre as medições
dos quatro quartos, identificando o quarto infectado com
precisão e rapidez”, informa.
A vantagem, avalia o profissional, são os ganhos imediatos aos produtores, que conseguem melhorar a qualidade
de leite ofertado, planejar um
melhor manejo sanitário com
a antecipação do tratamento
e, por consequência minimizar o custo com antibióticos
simplificando o tratamento,
além de ter menos descarte de
leite na propriedade. “E é cla-
Médico veterinário
Delmiro Rodrigues:
“Considera-se que, para
cada caso de mastite
clínica, ocorram entre
20 e 50 casos
de mastite
subclínica”
ro, o produtor pode conseguir
melhores preços por seu produto”, pontua, ao lembrar que
laticínios fazem pagamento de
bonificação pelo leite com
qualidade superior e penalização no preço do produto
com qualidade inferior.
O profissional lembra que,
para o controle da mastite, é
fundamental o monitoramen-
to para um diagnóstico precoce. Assim, o método digital tem
a grande vantagem sobre o
manejo tradicional aplicados
nas propriedades porque consegue dar um resultado preciso em poucos segundos.
E precisão e rapidez é o que
o produtor mais procura, não é
à toa que um velho ditado diz
que “tempo é dinheiro”.
33
MARÇO/ABRIL 2014
Silo bem-feito
garante por mais tempo
a qualidade do alimento
Se depois de tomar todos
esses cuidados, o pecuarista
falhar na compactação e fechamento do silo, nada vai
adiantar. Luis Eduardo Zampar assegura que na compactação do silo, o ideal é a utilização de silos tipo trincheira,
enchendo no sistema de rampa, pois as paredes auxiliam
muito na compactação, o que
proporciona até 750 kg/m³.
Ele alerta que os silos tipo superfície podem levar a perdas,
principalmente pela dificuldade na compactação. “O principal objetivo da compactação
é a retirada completa do oxigênio, que é o grande inimigo
das silagens, pois predispõem
ao desenvolvimento de bactérias e fungos indesejáveis. A
compactação deve ser realizada com trator traçado e pesado, que devem passar muitas vezes sobre o material picado”, detalha.
No fechamento do silo, recomenda o médico veterinário, o mais importante é a retirada do oxigênio remanescente, pois quando o silo é coberto com a primeira lona acaba
entrando oxigênio, que deve
ser retirado. Os passos seguintes, expõe o profissional, é lacrar o fundo e as laterais do
silo, deixando a boca aberta.
Sobre a primeira lona deve ser
colocada uma camada fina de
terra ou areia, cobrindo toda a
lona e com isso é possível
empurrar todos os gases indesejáveis para fora do silo. Após
lacra-se a boca do silo e deve
ser colocada a segunda lona. A
orientação é para, sobre a segunda lona, colocar uma proteção, que pode ser de cordinhas fixadas sobre ela (a lona),
cruzando no sentido da largura do silo, com uma distância
de 60 cm entre elas.
“A compactação
deve ser
realizada com
trator traçado
e pesado, que
devem passar
muitas vezes
sobre o material
picado”
A preparação do silo precisa
seguir passos detalhados
A orientação é para, sobre a segunda
lona, colocar uma proteção, que pode
ser de cordinhas fixadas

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