I DIÁTICO Voltei... Voltei Índio nas feições, no canto, Sincero pranto
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I DIÁTICO Voltei... Voltei Índio nas feições, no canto, Sincero pranto
IDIÁTICO (Para Xirú Antunes, sincero pranto a derramar poesia...). Voltei... Voltei Índio nas feições, no canto, Sincero pranto a derramar poesia... Voltei na forma do barro De outras vidas que vivi; um ‘Sinal Santo’ na prece, o olhar de algum “Guarani”. Que habita junto aos silêncios os meus ‘adentros’ contidos; Antes palavra dos matos, Hoje idioma do esquecido. Voltei no mouro das pedras ‘Silhuetas’ de lua inteira; um gesto livre “Charrua”, o ‘abraço’ da boleadeira. Que foi sentença no tombo Que a poeira simples deu fim; Antes nas mãos, pelo vento, Hoje no chão de onde vim. Vive em mim... Um “Cunumi” de pés no chão; Num coração, lágrima pura, nostalgia, ‘Feitiço Índio’ nas feições, no canto, Sincero pranto a derramar poesia. Voltei na idade do couro a ‘vincha’ atada na “crina”; Botas de potro, “Minuanos”, Sereno, prezo as retinas. os toldos, carnal do avesso, Um céu de estrela em ‘retovo’; Antes abrigo pras noites Hoje sem marcas de fogo. Voltei no ‘primeiro canto’ Antes do ‘Gaucho’ nascer; Chiripá, poncho, “Pampeanos”, Outro campo, a florescer. Onde colhi argumentos a geografia das penas; Antes voz clara da terra, Hoje intenção de um poema. Voltei Índio nas feições, no canto; Sincero pranto a derramar poesia... Música: Joca Martins Lua Cheia, abril 2011. Adriano Silva Alves.