Produção de biomassa da Brachiaria decumbens cv. Basilisk
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Produção de biomassa da Brachiaria decumbens cv. Basilisk
Produção de biomassa da Brachiaria decumbens cv. Basilisk fertilizado com cinza vegetal¹ Lucas Oliveira Reis2*, Claudio Mistura3, Timóteo Silva dos Santos Nunes2, Damião Bonfim Mendes2, Rodrigo Oliveira Borges4, Eduardo Santana Aires2, Pedro Alves Ferreira Filho2, Ana Glícia dos Santos Santana2 1 Pesquisa desenvolvida com recursos próprios e do DTCS/UNEB-Juazeiro-BA.. Graduando em Engenharia Agronômica, DTCS/UNEB, Juazeiro, BA. [email protected] 3 Prof. Orientador do DTCS/UNEB, Juazeiro-BA e do Mestrado em Ciência Animal da UNIVASF, Petrolina-PE. 4 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, UNIVASF, Petrolina, PE. 2 Resumo: Objetivou-se com este trabalho avaliar a produção de biomassa do capim (Brachiaria decumbens cv. Basilisk), fertilizado com cinza vegetal, cultivada em casa de vegetação. Os tratamentos consistiram em doses crescentes de cinza vegetal: (zero; 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0 g/dm3). A melhor resposta ocorre na dose de 2,5 g/dm3 de cinza vegetal para produção da matéria seca do pseudocolmo e da raiz, enquanto que em doses superiores, reduziram a produção de biomassa de Brachiaria decumbens cv. Basilisk. Palavras-chave: gramíneas, nutrientes, orgânico Biomass production of Brachiaria decumbens cv. Basilisk fertilized with vegetable ash Abstract: The objective of this study was to evaluate the biomass production of grass (Brachiaria decumbens cv. Basilisk), fertilized with vegetable ash, grown in a greenhouse. The treatments consisted of increasing doses of vegetable ash: (zero, 2.5, 5.0, 7.5 and 10.0 g/dm3). The best response occurs at the rate of 2.5 g/dm3 of vegetable ash in the dry matter production of the pseudoculm and root, whereas at higher doses, reduced biomass production Brachiaria decumbens cv. Basilisk. Keywords: grasses, nutrients, organic Introdução O crescente uso da madeira como fonte de energia e as dificuldades na aquisição de novas áreas de disposição de cinzas de madeira produzida têm incentivado a busca de métodos alternativos de destino adequado sem comprometer o meio ambiente, ao invés de aterros sanitários e lagoas (PERUCCI et al., 2008). A utilização da cinza vegetal de indústrias, para fins agrícolas ajuda a minimizar os impactos ambientais, e com a crescente elevação dos custos de aquisição e aplicação de fertilizantes minerais, os produtores tendem a procurar alternativas de adubação com a finalidade de reduzir despesas e aumentar a produtividade (BONFIM-SILVA et al., 2013). De acordo com Maeda et al., (2008) esse resíduo é eficiente na redução da acidez e melhora a fertilidade do Latossolo de Cerrado, o que envolve diminuição do teor de H+Al, aumento de pH e dos teores de magnésio, fósforo e potássio. Diante do apresentado objetivou-se com este trabalho avaliar a produção de biomassa do capim (Brachiaria decumbens cv. Basilisk), fertilizado com cinza vegetal, cultivada em casa de vegetação. Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade do Estado da Bahia, CAMPUS III, DTCS, Juazeiro-BA. No período de outubro a novembro de 2013. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos constituíram-se de cinco doses crescentes de cinza vegetal (zero; 2,5; 5,0; 7,5 e 10,0 g/dm³). O solo utilizado no experimento foi coletado na camada arável (0 a 20 cm de profundidade) no DTCS/UNEB e classificado como Neossolo Flúvico Psamíticos (Ruq). Posteriormente, o solo foi peneirado em peneira de 4,0 mm e colocado em vasos plásticos com capacidade de 5 Kg, em seguida a cinza vegetal foi incorporada ao solo. As sementes de Brachiaria decumbens cv. Basilisk utilizadas no experimento foram semeadas em bandejas de poliestireno, contendo substrato comercial Tropstrato ®. O transplante foi realizado 15 dias após a semeadura, colocando-se três plântulas por vaso, selecionadas pela uniformidade. As plantas foram irrigadas por micro aspersão duas vezes por dia, sendo no período de manhã e à tarde. As variáveis analisadas foram: produção da matéria seca (PMS) da planta inteira (PMS-PI), da lâmina foliar total (PMS-LfT), da lâmina foliar expandida (PMS-Lf-Expd), da lâmina foliar emergente (PMS-LfEmerg), do pseudocolmo (colmo+bainhas) (PMS-PsC), da raiz (PMS-Rz), além do material senescente (PMSSen) quantificados em gramas/vaso e a relação lâmina foliar/pseudocolmo (Lf/PsC), para determinação da matéria seca o material foi colocada em estufa de circulação de ar forçado a 65°C, por 72 horas. Os dados foram analisados por meio de análise de variância (P<0,05) e quando significativo foi aplicado a análise de regressão polinomial através do programa WinStat do Departamento de Estatística da UFPEL-RS. Resultados e Discussão Na Tabela 1 estão expostos os resultados para produção de matéria seca da planta inteira (PMS-PI), lâmina foliar total (PMS-LfT), lâmina foliar expandida (PMS-Lf-Expd), lâmina foliar emergente (PMS-LfEmerg), material senescente (PMS-Sen), além da relação lâmina foliar/pseudocolmo (Lf/PsC), onde observa-se que estas não sofreram influência significativa (P<0,05) quando submetidas à análise de variância. Porém, percebe-se que houve um maior incremento na produção de matéria seca na dosagem de 2,5 g/dm 3 de cinza vegetal. Tabela 1. Produção da matéria seca da planta inteira (PMS-PI), lâmina foliar total (PMS-LfT), lâmina foliar expandida (PMS-Lf-Expd), lâmina foliar emergente (PMS-Lf-Emerg), do pseudocolmo (PMS-PsC), da raiz (PMS-Rz), além do material senescente (PMS-Sen) e relação lâmina foliar/pseudocolmo (Lf/PsC) do capim (Brachiaria decumbens cv. Basilisk) em função da adubação com doses de cinza vegetal. Doses de cinza vegetal (g/dm³) CV(c) 2 Variáveis r Equações Ajustadas e S(b) Respostas 0 2,5 5,0 7,5 10,0 (%) PMS-PI 0,78(a) 1,41 1,17 0,98 0,69 41,62 Ȳ(e)= 1,01 (± 0,42) PMS-LfT 0,45 0,69 0,57 0,54 0,35 39,91 Ȳ= 0,52 (± 0,20) PMS-Lf-Expd 0,21 0,31 0,27 0,27 0,17 47,16 Ȳ= 0,25 (± 0,11) PMS-Lf-Emerg 0,24 0,37 0,30 0,27 0,18 38,80 Ȳ= 0,27 (± 0,10) PMS-PsC 0,33 0,72 0,59 0,44 0,33 45,08 0,70 Ŷ(d)= 0,39634 + 0,10475x - 0,01159x² (± 0,21) PMS-Rz 2,02 3,25 2,83 2,35 1,67 33,37 0,84 Ŷ= 2,1964 + 0,3788x – 0,04432x² (± 0,81) PMS-Sen 0,10 0,13 0,08 0,06 0,06 62,61 Ȳ= 0,08 (± 0,05) Lf/PsC 1,37 0,97 1,01 1,26 1,07 18,26 Ȳ= 1,14 (± 0,20) Médias originais por tratamentos; (b)S= Desvio padrão; (c)CV= Coeficiente de variação; (d)Ŷ= equações estimadas a partir das médias dos tratamentos de cada variável; (e)Ȳ= Média aritmética obtida entre os diferentes tratamentos testados. (a) Por outro lado, as variáveis para produção de matéria seca do pseudocolmo (PMS-PsC) e da raiz (PMSRz) foram influenciadas significativamente (P<0,05) pelos tratamentos (Tabela 1), onde apresentaram melhores resultados na dosagem de 2,5 g/dm³ de cinza vegetal, diferindo dos resultados encontrados por Bonfim-Silva et al., (2013) avaliando dosagens de cinza vegetal em capim-marandu, onde observou que a dose que propiciou a máxima massa seca de raízes foi a de 3,29 g/dm3. Acredita-se que na dosagem de 2,5 g/dm3 de cinza vegetal, os nutrientes estejam em equilíbrio, onde há a máxima disponibilidade dos principais componentes da cinza. Porém à medida que se aumentam as dosagens aplicadas percebe-se um desequilíbrio na disponibilidade dos minerais devido à elevação do pH do solo. Segundo Erich & Ohno (1992) o fósforo presente na cinza é, em geral, lentamente liberado, sendo a sua solubilidade reduzida devido ao elevado pH da mesma. Com o aumento das doses de cinza vegetal, pressupõe-se que houve um aumento significativo do pH na solução do solo, tornando o fósforo presente indisponível para a absorção pelas raízes da planta, devido à formação de compostos insolúveis como o cálcio, e que pode ser evidenciado na aplicação da maior dosagem de cinza vegetal (10,0 g/dm3). Conclusões Nas condições da presente pesquisa, a melhor resposta ocorre na dose de 2,5 g/dm3 de cinza vegetal para produção da matéria seca do pseudocolmo e da raiz, enquanto que em doses superiores, reduziram-se as produções da biomassa do capim Brachiaria decumbens cv. Basilisk. Referências BONFIM-SILVA, E.M.; CABRAL, C.E.A.; SILVA, T.J.A.; MOREIRA, J.C.F.; CARVALHO, J.C.S. Cinza vegetal: características produtivas e teor de clorofila do Capim-marandu. Bioscience Journal, v. 29, n. 5, p. 1215-1225, Sept.Oct. 2013. ERICH, M.S; OHNO, T. Phosphorus availability to corn from wood ash amended soils. Water, air, and Soil Pollution, v. 64, p. 475-485, 1992. MAEDA, S.; SILVA, H.D.; CARDOSO, C. Resposta de Pinus taedaà aplicação de cinza de biomassa vegetal em Cambissolo Húmico, em vaso. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 28, n. 56, p. 43-52, 2008. MARQUES, D.J.; BROETTO, F.; SILVA, E.C.; CARVALHO J.G. Dinâmica de cátions na raiz e folhas de berinjela cultivada sobre doses crescentes de potássio oriundas de duas fontes. Idesia, v.29, p.69-77, 2011. PERUCCI, P.; MONACI, E.; ONOFRI, A.; VISCHETTI, C.; CASUCCI, C. Changes in physico-chemical and biochemical parameters of soil following addition of wood ash: a field experiment. European Journal of Agronomy, v.28, n.3, p. 155-161, 2008.
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