- Laboratório de Desempenho Logístico (LDL)

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- Laboratório de Desempenho Logístico (LDL)
Competências Logísticas:
uma revisão da literatura
Karla Sousa da Motta (M.Sc.)
Professor: Carlos Manuel Taboada Rodriguez (Dr.)
Professora: Monica Maria Mendes de Luna (Dr)
Disciplina Logística Empresarial
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
Resumo
Objetivo – Este artigo tem o objetivo de analisar o surgimento e a evolução
das citações à expressão “competências logísticas” na literatura científica
especializada na área de engenharia de produção, identificando as posturas e
atividades organizacionais que são classificadas como tal.
Abordagem metodológica – São analisados sistematicamente dezoito artigos,
publicados em uma base de dados em língua inglesa no período entre 1991 e
2008, selecionados conforme os graus de impacto por eles apresentados. O
material coletado está organizado em uma estrutura que propicia a discussão
sobre o tema, que identifica as competências logísticas citadas em um recorte
da literatura, ordena-as cronologicamente quanto aos anos de citação,
classifica-as como pertinentes aos níveis intra-organizacional ou interorganizacional e destaca aquelas presentes nas publicações mais recentes.
Resultados - As competências identificadas seguem classificadas nos níveis
intra-organizacional, inter-organizacional e comuns a ambos os níveis:
Intra-organizacional: estratégia de posicionamento em mercados, variedade de
produtos, gestão da demanda, seqüenciamento de pedidos, aprovisionamento,
gestão de inventário, otimização operacional, cooperação inter-funcional,
negociação e pagamentos.
Inter-organizacional: parcerias e gestão da cadeia de suprimentos.
Comuns aos níveis intra e inter-organizacional: serviço ao cliente,
comunicação, integração, gestão de fluxos de produtos, gestão de processos,
gestão de requisitos-chave, flexibilidade, velocidade, agilidade, qualidade,
consistência, foco, efetividade, custo total e mensuração.
As competências logísticas mais mencionadas na totalidade da literatura
pesquisada são serviço ao cliente, comunicação e gestão de fluxos de
produtos. A literatura recente tem se voltado para as competências logísticas
de serviço ao cliente, flexibilidade, velocidade, agilidade, qualidade,
consistência, foco, efetividade, otimização operacional e gestão de inventário.
A revisão analítica da literatura realizada compõe uma base teórica, a partir da
qual futuros estudos podem ser desenvolvidos.
Limitações da pesquisa – Poderiam ter sido incluídos ao estudo periódicos e
bases de dados adicionais, propiciando maiores amplitude e aprofundamento
ao tema em questão.
Implicações práticas – Os resultados estimulam os pesquisadores a refletirem
sobre a evolução do tema tratado, assim como apresentam aos profissionais
da logística as competências em maior evidência na atualidade.
Valor e originalidade do tema – Por meio de uma rigorosa análise da
pesquisa bibliográfica realizada, este artigo consolida as menções
bibliográficas referentes às competências logísticas, mostrando os
entendimentos dos autores pesquisados sobre o tema em questão. São
sugeridas proposições para futuras pesquisas.
Palavras-chave: Competências logísticas, cadeia de suprimentos, serviço ao
cliente, comunicação, gestão de fluxos de produtos.
Tipo de artigo: Revisão da literatura.
1. Introdução e objetivo
Este artigo tem o objetivo de analisar o surgimento e a evolução das citações à
expressão “competências logísticas” na literatura científica especializada na
área de engenharia de produção, identificando as posturas e atividades
organizacionais que são classificadas como tal.
Um melhor entendimento dos elementos pesquisados, das suas dimensões e
implicações, da sua relevância acadêmica e empírica, poderá contribuir para a
construção teórica nas áreas afins.
A diferença entre este artigo e seus antecessores identificados, que versam
sobre competências logísticas, está em revisar um grande número de
publicações que tratam simultaneamente das palavras-chave pesquisadas,
focar relações particulares entre estas palavras-chave e utilizar a bibliometria
como metodologia de análise.
Conforme o contexto de aplicação, um mesmo termo pode assumir diferentes
significados, assim como diferentes termos têm a capacidade de propiciar
similar compreensão.
A definição de “competência” aqui adotada parte das visões de diversos
autores, depurada e consolidada conforme o entendimento dos autores deste
artigo. Para que uma competência seja identificada como essencial para a
organização é preciso que se saiba se ela é percebida pelo cliente como um
beneficio real, que se verifique se outras empresas têm dificuldade para imitá-la
e que se descubra se cria novas oportunidades de negócio (PRAHALAD et
HAMEL, 1990). A definição de Day (1994) aponta “competência” como aquilo
que não é visível para os clientes e “capacidade” como aquilo que os clientes
podem ver e valorar. Zhang et al. (2005) identifica relacionamentos diretos,
fortes e positivos entre capacidades e competências logísticas. Deste modo,
aqui estão unificados os conceitos de “competência” e “capacidade”, sendo
adotado o termo “competência” para ambos, o qual é assumido como aquilo
que propicia nível de serviço ao cliente, sendo ou não visível por ele.
Para “logística” é adotado o seguinte conceito, oriundo do Council of Logistics
Management (2003): “É a administração integrada dos fluxos das informações
e dos materiais nas empresas e cadeias produtivas, partindo da demanda do
cliente final e indo até à fonte de matéria-prima.”
A expressão “competência logística” é utilizada por Bowersox et Closs (2001)
como um recurso estratégico essencial para o planejamento da prestação do
serviço ao cliente. Segundo os autores, “As empresas que desenvolvem
competência logística superior estão estrategicamente colocadas para
desfrutar uma vantagem competitiva difícil de ser igualada em desempenho de
serviço e custo” (BOWERSOX et CLOSS, 2001, p. 392). Há também a
definição de competência logística como sendo a parte dos recursos da
empresa, através da qual são concebidas e implementadas estratégias que
promovem eficiência e efetividade. (Barney, 1991).
Neste artigo, a expressão “competências logísticas” é assumida como as
posturas e iniciativas relacionadas à administração integrada dos fluxos das
informações e dos materiais nas empresas e cadeias produtivas, que propiciam
nível de serviço ao cliente.
O artigo está estruturado na seguinte seqüência: a seção 2 apresenta a
metodologia adotada para a pesquisa. Na seção 3 estão apresentados os
resultados obtidos com a pesquisa, que mostram as competências logísticas
citadas em um recorte da literatura. A seção 4 aplica a bibliometria para
apresentar a evolução cronológica da menção às competências logísticas.
Como resultados da análise e contribuição deste artigo à construção teórica
referente ao tema em questão, são apresentadas a classificação das
competências como pertinentes aos níveis intra-organizacional, interorganizacional ou a ambos, sendo destacadas aquelas presentes nas
publicações mais recentes. O artigo é concluído com a apresentação das
limitações da pesquisa e sugere novos caminhos a serem seguidos por
pesquisadores interessados no tema.
2. Metodologia adotada para a pesquisa
Esta seção aponta os critérios adotados para seleção dos artigos pesquisados,
apresenta os termos incluídos na análise realizada e esclarece a forma como
estão organizadas as informações, para propiciar sua análise. A revisão da
literatura é aqui adotada como uma abordagem para pesquisa, cujo objetivo
neste artigo é de identificar a evolução das citações às competências logísticas
em artigos que versam sobre o tema. As competências logísticas citadas em
um recorte da literatura estão ordenadas cronologicamente quanto aos anos de
citação e classificadas como pertinentes aos níveis intra-organizacional ou
inter-organizacional, tendo sido destacadas aquelas presentes nas publicações
mais recentes.
A metodologia para seleção das bases de dados e dos artigos a serem
analisados tomou como referência o artigo Supply chain integration and
performance: a review of the evidence (Fabbe-Costes et Jahre, 2008).
Considerando que a língua inglesa é adotada como padrão para indexação da
produção científica mundial, a pesquisa referente à expressão “competências
logísticas” em bases de dados se deu a partir dos termos “logistics
competences”, “logistics competencies”, “logistics capability” e “logistics
capabilities”.
Visto que é imprescindível a leitura da íntegra dos artigos pesquisados para
efetuar uma revisão de literatura, foram adotados os seguintes critérios para as
etapas precedentes, de busca e seleção:
• Presença das expressões “logistics competences”, “logistics competencies”,
“logistics capability” e “logistics capabilities” no título e/ou nas palavras-chave
e/ou no resumo;
•
Disponibilidade de acesso à íntegra do artigo encontrado.
Foi pesquisada a base Emerald Management Xtra, por meio do portal da
CAPES (http://www.capes.gov.br), sendo identificados nove jornais que
abordam o tema competências logísticas, abaixo nomeados, seguidos pela
quantidade de artigos identificados em cada um deles e ordenados em ordem
decrescente deste número de publicações:
1. International Journal of Physical Distribution and Logistics Management
(IJPDLM) (8);
2. International Journal of Logistics Management (IJLM) (4);
3. Supply Chain Management: An International Journal (SCM-IJ) (2);
4. International Journal of Operations and Production Management (IJOPM)
(1);
5. Benchmarking: An International Journal (1);
6. Business Process Management Journal (1);
7. Journal of Consumer Marketing (1);
8. Logistics Information Management (1).
Foram selecionados 18 artigos tomados como referência para a análise aqui
apresentada, dentre os 76 contendo as expressões pesquisadas, localizados
na base de dados Emerald Management Xtra. A seleção observou a
pertinência da abordagem dos artigos pesquisados ao conceito aqui adotado
para competência logística.
O Quadro 1 apresenta a síntese da seleção efetuada e a distribuição dos
artigos em 8 periódicos, no período entre 1991 e 2008. Seguem identificados
os periódicos que são avaliados conforme o JVC ou são reconhecidos por
outros critérios qualificadores:
O fator de impacto JCR 2003 foi 0,547 para IJOPM. Existe nos Estados Unidos
o sistema de avaliação Top Ten Gibson et al. (2004) para os periódicos de
logística e cadeia de suprimentos, que incluíram o IJLM, SCM-IJ. No ranking
da Cranfield University School of Management (2004), IJPDLM, é graduado e
recomendado para publicações acadêmicas.
Quadro 1 – Bibliografia Selecionada relativa às Competências Logísticas
Periódico
Autores
Ano
Artigo
Morash, E. A., C.
Droge, et al.
"Boundary spanning interfaces
between logistics, production,
marketing and new product
1996 development."
Closs, D. J., T. J.
Goldsby, et al.
"Information technology influences on
1997 world class logistics capability."
Evans, K.
"The remaining need for localisation
of logistics practices and services in
2000 Europe."
Mentzer, J. T., S. Min,
et al.
2004 "Toward a unified theory of logistics."
Closs, D. J., M. Swink,
et al.
"The role of information connectivity
in making flexible logistics programs
2005 successful."
Mollenkopf, D. et G. P.
Dapiran
"World-class logistics: Australia and
2005 New Zealand."
International Journal of
Physical Distribution &
Logistics Management Cho, J. J.-K., J.
(8)
Ozment, et al.
"Logistics capability, logistics
outsourcing and firm performance in
2008 an e-commerce market."
Capacino, W. C. et F.
F. Britt
1991 "Perspectives on Global Logistics."
Lowson, R. H.
"Retail Operational Strategies in
2001 Complex Supply Chains."
Mangan, J. et M.
Christopher
"Management development and the
2005 supply chain manager of the future."
Zhang, Q., M. A.
Vonderembse, et al.
"Logistics flexibility and its impact on
2005 customer satisfaction."
Aquilon, M.
"Cultural dimensions in logistics
management: a case study from the
1997 European automotive industry."
Lin, J.-S. C. et C.-R.
Chen
"Determinants of manufacturers'
2008 selection of distributors."
Benchmarking: An
International Journal
(1)
Gilmour, P.
G"Benchmarking supply chain
1998 operations."
Business Process
Management Journal
(1)
Jonsson, S. et C.
Gunnarsson
"Internet technology to achieve
2005 supply chain performance."
The International
Journal of Logistics
Management (4)
Supply Chain
Management: An
International Journal
(2)
International Journal of
Operations &
Production
Daugherty, P. J. et P.
Management (1)
H. Pittman
"Utilization of time-based strategies:
Creating distribution
1995 flexibility/responsiveness."
Journal of Consumer
Marketing (1)
Walters, D. et M.
Rainbird
"The demand chain as an integral
2004 component of the value chain."
Logistics Information
Management (1)
Wills, G. et M. Wills
"Re-engineering knowledge
1997 logistics."
3. Resultados obtidos com a pesquisa
A primeira menção às competências logísticas dentre os artigos integralmente
encontrados é datada de 1991, conforme Capacino et al, em um estudo da
Andersen Consulting que indica seis áreas de oportunidades ou imperativos
recomendados como guia para o pensamento dos gestores logísticos na
década de 1990, para que desenvolvam suas competências de logística global.
O artigo afirma que as capacidades logísticas das empresas determinam os
desempenhos de custos e serviços ao cliente, tornando a logística global uma
função crítica. Distingue logística de exportação de logística global, dizendo
que naquela a empresa define um local de produção e um local de venda,
enquanto que nesta a produção e o mercado podem ser no mundo todo. É dito
que na logística global as distâncias e os ciclos de tempo são maiores, mais
atores estão envolvidos, mais dados e maiores conhecimentos são
necessários, custos e penalidades por erros são mais elevados. Diante deste
cenário, é recomendada a observação dos seguintes princípios para
desenvolvimento de competências de logística global: formação de parcerias
de infra-estrutura, integração de operações nos canais de distribuição,
diferenciação por serviços prestados superiores, aumento da velocidade dos
processos logísticos, cooperação e integração inter-funcional e manutenção de
relacionamentos
de
parcerias
"ganha-ganha"
entre
fornecedores,
transportadores e clientes. A formação de parcerias apresentada tem o intuito
de possibilitar a integração das operações das empresas componentes dos
canais de distribuição, que passariam a se diferenciar dos concorrentes pelos
serviços prestados, os quais seriam melhores devido ao aumento da
velocidade dos processos logísticos, decorrente da cooperação e integração
inter-funcional (figura 1). É necessária a manutenção dos relacionamentos de
parcerias estabelecidos entre fornecedores, transportadores e clientes, para
que esta cadeia de eventos seja duradoura.
FORNECEDORES
INDÚSTRIAS
ATACADISTAS
VAREJISTAS
PREVISÃO
PREVISÃO
PREVISÃO
PREVISÃO
DEMANDA
PLANEJAMENTO
DA PRODUÇÃO
INVENTÁRIO
INVENTÁRIO
TAXA DE USO
INVENTÁRIO
INVENTÁRIO
TRANSPORTE
TRANSPORTE
TRANSPORTE
SISTEMA DE
TRANSPORTE
SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
INFORMAÇÃO
SUPRIMENTOS
COMPRAS
PLANEJAMENTO
DA PRODUÇÃO
SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
PROCESSAMENTO
DE ORDENS
PROCESSAMENTO
DE SUPRIMENTOS
ORDEM DE
ABASTECIMENTO
FATURAMENTO
PROCESSAMENTO
DE ORDENS
FATURAMENTO
CONSUMIDORES
ABASTECIMENTO
DA PRATELEIRA
FATURAMENTO
Figura 1 – Fluxo de Materiais, Componentes e Produtos na Cadeia de Suprimentos
Fonte: Capacino, 1991 (adaptado)
Daughtery et Pittman (1995) se apóiam em uma pesquisa realizada com 10
empresas da Fortune 500 para afirmarem que a chave para obter vantagem
competitiva se relaciona à adoção de estratégias baseadas na redução dos
tempos de processo operacional e na substituição de inventários por
informações confiáveis. Apontam a agilidade dos processos, a flexibilidade
para atender às diferentes demandas dos clientes e a capacidade de dispor e
comunicar informações como competências-chave para o sucesso dos
negócios. Isso se deve ao fato das empresas velozes, flexíveis e bem
informadas tomarem decisões mais rapidamente, desenvolverem novos
produtos mais cedo e entregarem os pedidos dos clientes antes dos
concorrentes. É citada como essencial a compressão dos tempos operacionais
que proporcione maior agilidade aos processos, notadamente nas seguintes
práticas empresariais: processamento de pedidos, produção, operações de
manufatura, montagem de pedidos completos, expedição, embarque,
distribuição, entrega e comunicação para suporte aos clientes.
Os autores Morash, Droge et al (1996) apontam que a logística facilita a
integração entre clientes e fornecedores no desenvolvimento de novos
produtos, sendo enunciadas como necessárias ao alcance de uma
performance de classe mundial. Isto ocorre por sua postura de interface entre
as áreas de produção, e marketing, onde são apontadas as competências de
serviço ao cliente e qualidade logística no processo de gestão da demanda, e
das competências de canal de distribuição e redução de custo total no
processo de gestão de suprimentos.
PRODUÇÃO
LOGÍSTICA
GESTÃO
DA DEMANDA
- Serviço ao Cliente
- Qualidade Logística
GESTÃO DE
SUPRIMENTOS
- Canal de
Distribuição
- Redução
de Custo
Total
MARKETING
GESTÃO
DA DEMANDA
- Serviço ao Cliente
- Qualidade Logística
GESTÃO DE
SUPRIMENTOS
- Canal de
Distribuição
- Redução
de Custo
Total
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
Figura 2 – Ligações das competências e interfaces logísticas com produção, marketing e
desenvolvimento de novos produtos. Fonte: Morash, Droge et al, 1996 (adaptado)
Serviço ao cliente é definido como a capacidade de ser flexível e responsivo no
atendimento das novas necessidades e demandas dos clientes internos e
externos, considerando o abastecimento de materiais, componentes e serviços
que contribuam para a produção. A qualidade logística é percebida em termos
da capacidade de distribuir produtos, materiais ou serviços para os clientes
internos e externos, conforme suas necessidades e padrões, sem erros,
defeitos, enganos ou outros desvios. As propriedades espaciais, físicas e
sistêmicas são competências do canal de suprimentos, referentes à
capacidade de distribuir materiais e produtos para mercados selecionados. A
redução de custo total é apresentada como a capacidade de minimizar os
custos totais do sistema, em detrimento de ganhos e perdas de atividades
funcionais específicas.
Para Aquilon (1997), as competências logísticas tais como capacidade dos
processos, segurança e controle tem se tornado mais importantes que
objetivos funcionais, notadamente pelo fato de que os limites entre as
empresas tendem a desaparecer. Empresas que operam em mercados
mundiais de alta competitividade não podem apenas aprender a inovar, adaptar
e explorar a tecnologia, mas precisam desenvolver novos tipos de
competências em diversas áreas, inclusive a de logística, que podem variar
desde uma simples transação até uma integração vertical entre cliente e
fornecedor, passando por alianças externas, parcerias para distribuição,
partilha de custos e outras mais.
Closs et al (1997) apresenta um modelo com características das empresas de
logística de classe mundial, com quatro competências - posicionamento,
integração, agilidade e mensuração. O posicionamento é composto por
estratégia, cadeia de suprimento, rede de trabalho e organização. A integração
é a segunda competência apresentada, contemplando unificação da cadeia de
suprimentos, conectividade, padronização, simplificação, disciplina, tecnologia
e compartilhamento de informação. A união da relevância e da capacidade de
acomodação com a flexibilidade compõem a competência da agilidade. A
quarta competência é a mensuração, composta por avaliação funcional,
avaliação do processo e benchmarking.
O trabalho apresentado por Closs et al (1997) relata o resultado da seguinte
seqüência de eventos: na década de 1990 o Council of Logistics Management
patrocinou dois estudos sobre logística, procurando entender como algumas
empresas adotavam práticas capazes de atender clientes exigentes melhor que
seus concorrentes, como se tornavam líderes em excelência operacional e
também como traduziam seu desempenho em vantagem competitiva e valor
superior para acionistas. Estes estudos foram realizados pela Michigan State
University: “Leading Edge Logistics” (1989), que evoluiu em 1992 para um
modelo denominado “The leading edge best practice” sendo posteriormente
realizado o “World Class Logistics” (1995) (Figura 3).
Figura 3 – Modelo “World Class Logistics”
Fonte: The Global Logistics Research Team, 1995 (adaptado)
Os resultados destes trabalhos indicam que as companhias que estabelecem
competências logísticas podem ganhar vantagens competitivas significativas
nas dimensões de eficiência, eficácia e flexibilidade, que englobam as
dezessete capacidades mensuráveis que uma empresa deve possuir para
apresentar uma logística classe mundial, conforme relatado por Closs (1997)
(figura 4).
Figura 4 – Modelo de capacidades logísticas
Fonte: The Global Logistics Research Team, 1995 (adaptado)
Wills et al. (1997) apontam cinco competências-chave da logística: a facilidade,
a unitização, as comunicações, os inventários e os transportes.
Gilmour. (1998) propõe um roteiro de onze competências logísticas para uma
organização, agrupadas em cinco dimensões:
1.
Estratégia e organização: seleção de fornecedores, aprovisionamento,
formato da organização do aprovisionamento e partilha de informações.
2.
Planejamento: planejamento de ordens e desenvolvimento de produtos.
3.
Processo de gestão e informação: automação das transações e
aprovação do aprovisionamento.
4.
Fluxo de produtos: ponto e tempo de entrega.
5.
Mensuração: desempenho de fornecedores.
Em 1998 o Fritz Institute of Global Logistics et al. conduziu uma pesquisa que
sugere que o estabelecimento de competências logísticas globais ocorram ao
longo dos níveis funcional, da integração dos processos internos e das
parcerias das atividades logísticas com outros membros da cadeia, inclusive
prestadores de serviços.
Evans (2000) afirma que a rápida expansão das empresas de logística no
mundo virtual tem afetado três competências, que são a definição de
procedimentos, a disciplina para cumpri-los e o desenvolvimento de tecnologia
de informação e comunicação, desde uma simples troca eletrônica de dados,
do uso de códigos de barras e até de satélites para transferência de
informações.
Lowson (2001) apresenta uma hierarquia de estratégias baseadas em
competências:
1. Estratégias genéricas: liderança em custos, diferenciação e foco.
2. Posicionamento estratégico; flexibilidade, capacidade de respostas, custo,
qualidade, velocidade, variedade etc.;
3. Estratégia de operações: efetividade operacional proporcionada pela fusão
das atividades de gestão operacional, competências essenciais e tecnologias;
4. Gestão de operações: a organização das atividades de gestão operacional,
competências essenciais, recursos e tecnologias interna e externamente, para
prover combinações de produtos e serviços.
Mentzer et al. (2004) afirma que as competências logísticas ajudam empresas
a assumirem a liderança pela redução de custos e capital empatado, em
decorrência da eficiência operacional e da efetividade do serviço ao cliente. As
competências logísticas são categorizadas na interface da gestão da demanda,
onde se destacam a gestão da cadeia de suprimentos, a gestão das
informações, o serviço ao cliente e a qualidade da logística. Estas
competências provêem diferenciações de produtos ou serviços conforme as
particularidades dos clientes, sendo denominadas de focadas no cliente, de
valor agregado ou de integração com clientes.
Walters et al. (2004) dispõe uma combinação de competências requeridas para
o sucesso das cadeias de suprimentos e de demanda, capazes de maximizar o
valor das organizações. Quanto à cadeia de suprimentos, o foco está na
eficiência da execução dos processos, onde o custo total é visto como
elemento chave, sendo buscado o domínio das atividades de manufatura e
logística. No que se refere à cadeia de demanda, o foco recai na efetividade, a
ser alcançada com a oferta de produtos orientados para o mercado e por
processos apoiados pelo planejamento. É proposta uma estratégia focada na
otimização da manufatura, distribuição e rede de negócios, nos clientes e
mercados, nas necessidades de personalização dos produtos chave, na
estratégia de marketing e vendas, sendo criada consciência da demanda.
Closs et al. (2005) apresenta a flexibilidade como uma competência logística
crítica, caracterizada como a habilidade de atender às variadas necessidades
dos clientes, de prover necessidades únicas de clientes e de definir a
delegação necessária para satisfazer necessidades especiais dos clientes.
Jonsson et al. (2005) aponta a internet como uma tecnologia capaz de agregar
valor para o cliente e integrar alianças entre parceiros de uma cadeia de
suprimentos, dando suporte às competências de aprovisionamento,
seqüenciamento de pedidos, negociação e pagamentos.
Mangan e Christopher (2005) explanam sobre a gestão de operações na
cadeia de suprimentos, o foco nos fluxos e processos, a logística multimodal e
a logística em mercados emergentes como sendo competências a serem
aprendidas pelos gestores de logística e de cadeias de suprimentos.
Mollenkopf et al (2005) utiliza o modelo Supply Chain 2000 Framework,
desenvolvido na Universidade do Estado de Michigan (EUA), para identificar as
práticas de logística e gestão da cadeia de suprimentos, utilizadas por
empresas de classe mundial localizadas na Austrália e na nova Zelândia. As
seis competências que compõem o desempenho de classe mundial em
logística e cadeia de suprimentos estão enquadradas nos contextos
operacional, de planejamento ou de relacionamento, sendo elas: integração
com clientes, integração interna, integração com fornecedores de materiais e
serviços, integração de planejamento e tecnologia, integração da mensuração
e integração do relacionamento.
Zhang et al (2005) apresenta a flexibilidade como uma competência essencial
da logística, devendo ser aplicada no aprovisionamento, no recebimento dos
materiais, na gestão da demanda e na distribuição física.
Cho et al (2008) utiliza o estudo da Universidade do Estado de Michigan(MSU)
(GLRT at Michigan State University, 1995) que demonstra empiricamente como
as empresas usam suas competências logísticas para obter competitividade,
focando expectativas dos clientes. As competências logísticas em um ambiente
de comércio eletrônico apresentadas pelo estudo são: serviço de pré-venda,
serviço de pós-venda, rapidez da entrega, consistência da entrega,
responsividade - atendimento às necessidades do mercado, comunicação das
informações de entrega, processamento de pedidos baseado na Internet,
cobertura de distribuição seletiva, abrangente, global e de baixo custo total.
Lin et al (2008) afirma que competências logísticas propiciam a oportunidade
das empresas obterem simultaneamente redução de custos, flexibilidade
operacional e criar valor para os clientes. Pesquisas acadêmicas (Fawcett et al.
(1997), Morash et al. (1996) and Zhao et al. (2001), apud LIN, 2008) destacam
as seguintes competências logísticas: gestão de inventários, eficiência nas
entregas, flexibilidade, inovação, custos logísticos e serviço ao cliente.
Empresas com melhor eficiência apresentam diferenciais nas suas
competências logísticas, alcançando um melhor desempenho e sendo
preferidas pelo mercado. (Rosenbloom (2004) apud LIN, 2008).
Um estudo realizado sobre competências logísticas Macohin, Razzolini e
Taboada (2003) sistematiza as competências necessárias a uma organização
como compostas por um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes,
aplicáveis às atividades clássicas da logística, apresentadas como transportes,
armazenagem, gestão de estoques, gestão de informações e gestão de
processos.
Retornando ao conceito de logística aqui adotado – administração integrada
dos fluxos das informações e dos materiais nas empresas e cadeias
produtivas, partindo da demanda do cliente final e indo até à fonte de matériaprima (Council of Logistics Management, 2003) – observa-se que as
competências mencionadas no conteúdo pesquisado tanto se referem ao
ambiente interno das organizações, quanto às relações entre empresas na
cadeia produtiva. Embora enfoquem diferentes aspectos da logística, as
abordagens se complementam, abrangendo os níveis estratégico (Capacino et
al(1991), Closs et al (1997) Gilmor (1998), Mangan et al (2005), Mollenkopf et
al (2005), Cho et al (2008) ), tático ou gerencial (Morash et al. (1996), Aquilon
(1997), Evans (2000), Lowson (2001), Mentzer et al (2004),
Quadro 2 – Competências logísticas mencionadas
Autores
Ano
Competências Mencionadas
Capacino, W. C. et
F. F. Britt
1991 1. Formação de parcerias, 2. Integração dos endereços dos canais,
3. Diferenciação por serviços, 4. Aumento da velocidade,
5.Cooperação inter-funcional, 6. Relacionamentos de parcerias
Daugherty, P. J. et
P. H. Pittman
1995 1. Agilidade dos processos, 2. Flexibilidade para atender às
demandas dos clientes, 3. Capacidade de dispor e comunicar
informações
Morash, E. A., C.
Droge, et al.
1996 1. Serviço logístico ao cliente, 2. Qualidade, 3. Canal de
distribuição, 4. Redução do custo logístico total
Aquilon, M.
1997 1. Capacidade dos processos, 2. Segurança e controle
Closs, D. J., T. J.
Goldsby, et al.
1997 1. Posicionamento, 2.Integração, 3. Agilidade, 4.Mensuração
Wills, G. and M.
Wills
1997 1. Facilidade, 2. Unitização, 3. Comunicações,4. Inventários,
5.Transportes
Gilmour, P.
1998 1. Estratégia e organização, 2. Planejamento, 3. Processo de
gestão da informação, 4. Fluxo de produtos, 5. Mensuração.
Evans, K.
2000 1. Definição de procedimentos, 2. Disciplina para cumprir os
procedimentos, 3. Desenvolvimento de tecnologia de informação e
comunicação
Lowson, R. H.
2001 1. Custos, 2. Diferenciação, 3. Foco 4. Flexibilidade, 5.
Responsividade, 6. Qualidade, 7. Velocidade, 8. Variedade,
9. Efetividade operacional, 10. Gestão operacional,
11. Comunicação
Mentzer, J. T., S.
Min, et al.
2004 1. Gestão da cadeia de suprimentos, 2. Gestão das informações, 3.
Serviço ao cliente, 4. Qualidade da logística
Walters, D. et M.
Rainbird
2004 1. Otimização da manufatura, 2. Distribuição, 3. Rede de negócios
com clientes e mercados, 4. Personalização, 5. Requerimentos dos
produtos chave
Closs, D. J., M.
2005 1. Flexibilidade para atender às variadas necessidades dos clientes
Swink, et al. (2005).
Jonsson, S. et C.
Gunnarsson
2005 1. Aprovisionamento, 2. Seqüenciamento de pedidos, 3.
Negociação 4.Pagamentos
Mangan, J. et M.
Christopher
2005 1. Gestão de operações na cadeia de suprimentos, 2. Foco nos
fluxos e processos, 3. Logística multimodal, 4. Logística em
mercados emergentes
Mollenkopf, D. and
G. P. Dapiran
2005 1. Integração com clientes, 2. Integração interna, 3. Integração com
fornecedores de materiais e serviços, 4.Integração de planejamento
e tecnologia, 5. Integração da mensuração, 6.Integração dos
relacionamentos
Zhang, Q., M. A.
Vonderembse, et
al.
2005 1. Flexibilidade de aprovisionamento, 2. Flexibilidade no suprimento
físico, 3. Flexibilidade na gestão da demanda, 4. Flexibilidade na
distribuição física
Cho, J. J.-K., J.
Ozment, et al.
2008 1. Serviço de pré-venda, 2. Serviço de pós-venda, 3. Rapidez da
entrega, 4. Consistência da entrega,5. Responsividade
Lin, J.-S. C. et C.R. Chen
2008 1. Gestão de inventários, 2. Eficiência nas entregas, 3. flexibilidade,
4. Inovação, 5.Custos logísticos, 6. Serviço ao cliente
Walters et al (2004), Closs et al (2005), Mangan et al (2005) e operacional
(Daugherty et al (1995), Wills et al (1997), Closs et al (2005), Jonsson et al
(2005), Zhang et al (2005), Lin et al (2008) das organizações, apresentando
consistência e coerência teórica.
Na revisão de bibliografia realizada foi identificada a menção às competências
logísticas apresentadas no Quadro 2, ordenadas cronologicamente, conforme a
ótica dos autores acerca do tema pesquisado.
4. Evolução da menção às competências logísticas
As competências identificadas na pesquisa bibliográfica foram agrupadas
conforme a afinidade dos seus significados com as perspectivas da logística,
possibilitando a avaliação da sua presença na literatura no decorrer do
intervalo de tempo em questão.
Quadro 3 – Cronologia da menção às competências logísticas
3
Competência / Ano
Serviço ao cliente,
facilidade,
responsividade,
segurança,
diferenciação,
personalização,
posicionamento
Informação,
comunicação,
tecnologia
Distribuição, fluxo de
produtos, unitização,
transporte,
multimodalidade
4
Flexibilidade
4
5
Velocidade, agilidade
4
6
Qualidade, consistência
4
7
SCM, parceria /
integração
4
8
Foco, efetividade,
otimização operacional
3
1
2
9
1991 1995 1996 1997 1998 2000 2001 2004 2005 2008 Citações
7
5
5
3
10
11
Mensuração
Processo,
aprovisionamento,
seqüenciamento de
pedidos, negociação,
pagamentos
Demanda
12
Gestão de inventário
2
13
Estratégia, mercados
2
14
Cooperação interfuncional
2
15
Requisitos-chave,
Variedade
2
16
Custo total
2
3
2
No Quadro 3 as competências logísticas agrupadas estão ordenadas em
ordem decrescente da quantidade de citações e conforme a cronologia em que
foram abordadas.
Houve o predomínio de citações sobre o serviço ao cliente, sendo também
consideradas como tal as competências de facilidade, responsividade,
segurança, diferenciação, personalização e posicionamento. É uma
competência que se mantêm presente na quase totalidade do intervalo de
tempo observado, o que ressalta a sua relevância na literatura.
Informação, comunicação e tecnologia estão presentes em cinco dos dez anos
em que foram analisadas obras referentes às compet6encias logísticas. O
mesmo é verificado com distribuição, fluxo de produtos, unitização, transporte e
multimodalidade. Presentes em quatro anos estão a flexibilidade, associada à
velocidade e à agilidade, a qualidade unida à consistência, e também o
conjunto gestão da cadeia de suprimentos, parceria e integração.
Em três dos anos das publicações foram citadas a mensuração, o conjunto
processo, aprovisionamento, seqüenciamento de pedidos, negociação e
pagamentos, destacando-se como mais recentemente mencionados o foco, a
efetividade e a otimização operacional. Em publicações presentes em dois
anos estão demanda, gestão de inventário, estratégia e mercados, cooperação
inter-funcional, requisitos-chave, variedade e custo total.
Como resultados da análise, são apresentadas contribuições à construção
teórica referente ao tema em questão. Poderiam ter sido incluídos ao estudo
periódicos e bases de dados adicionais, propiciando maiores amplitude e
aprofundamento ao tema em questão. Os resultados estimulam pesquisadores
a refletirem sobre a evolução do tema tratado, buscando ampliar e aprofundar a
pesquisa realizada, assim como favorecem o movimento de profissionais na
direção das competências logísticas apresentadas.
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