Seitas Brasileiras

Transcrição

Seitas Brasileiras
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CURSO DE APOLOGÉTICA
Nível 1
SEITAS BRASILEIRAS
Centro Apologético Cristão de Pesquisas
- Apologética Cristã – São José do Rio Preto – SP. Curso de Apologética ON-LINE.
1) – Cultura
2) – Teologia;
3) – Estudo de Religiões Comparadas
I. Título
II. Série
2
Dedicatória:
Dedicamos o Curso de Apologética a todos aqueles que amam
a verdade.
3
Copyright 2008 – Edições CACP
1º Edição: 2008
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pelo Centro
Apologético Cristão de Pesquisas.
São José do Rio Preto – SP. Site: www.cacp.org.br
Telefone: (17) 3014-4875
Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânico, eletrônico, xerográficos, fotográficos,
gravação, estocagem em bancos de dados, etc.) sem a autorização do CACP, a não ser em
citações breves com indicação da fonte.
SUPERVISÃO EDITORIAL E TEOLÓGICA:
Paulo Cristiano da Silva
João Flávio Martinez
REVISÃO:
Dalton Gerth
CAPA
Euclides Cunha
4
ÍNDICE
PONTO DE CONTATO ................................................................................................................................... 05
OBJETIVOS ........................................................................................................................................................ 05
INTRODUÇÂO .................................................................................................................................................. 06
I - EUBIOSE ........................................................................................................................................................ 08
II – IGREJA APOSTÓLICA DA SANTA VÓ ROSA .................................................................................. 16
III – LEGIÃO DA BOA VONTADE .............................................................................................................. 30
IV– RACIONALISMO CRISTÃO .................................................................................................................. 40
V – SANTO DAIME ......................................................................................................................................... 54
VI– UMBANDA ................................................................................................................................................. 61
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 69
5
PONTO DE CONTATO
O que são seitas brasileiras, de onde elas vêm e o que pretendem?
Há algo realmente de novo nas mensagens apregoadas por estes grupos religiosos?
Por que crescem tanto e por que fazem tanto sucesso?
Neste módulo o aluno irá aprender resumidamente as principais doutrinas destas seitas e como
respondê-las à luz da Bíblia.
Entretanto, este módulo básico não tem a pretensão de abordar todas as seitas criadas no
Brasil, haja vista que o campo de estudo é muito amplo e a cada dia surgem novas seitas em
solo brasileiro.
Portanto, o objetivo deste módulo é proporcionar ao aluno noções gerais sobre elas: suas
crenças, breve histórico, práticas, doutrinas e o perigo que representam à fé cristã. Esperamos
que após concluir este módulo, você possa adquirir conhecimento suficiente para poder
compreender de modo panorâmico as idéias dos adeptos destas seitas quando em diálogo
com os mesmos para finalidades evangelísticas.
OBJETIVOS
Após terminar este módulo o aluno deverá estar apto a:
Conhecer seis das principais seitas de origem brasileira.
Reconhecer os principais argumentos usados pelos membros destas seitas.
Entender as principais linhas de raciocínios doutrinários esposados por elas.
Destacar suas principais doutrinas.
Saber usar os versículos estudados na lição para contrapor suas heresias.
Refutar biblicamente seus principais ensinamentos.
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INTRODUÇÃO
Há um jargão popular muito conhecido em relação à fertilidade de nossa terra
brasileira que diz: “Tudo que se planta (aqui) dá”
E com relação a religião isso também é possível de ser verificado. O Brasil é um país
fértil no que diz respeito à sua religiosidade.
Desde o início da sua colonização, o Brasil teve como religião majoritária o
Catolicismo. A igreja católica, representada pela ordem jesuíta, chega a terras brasileiras em
1500, com o intuito de catequizar os índios que por aqui se encontravam já praticando uma
religião de cunho animista.1 Com a implantação da colônia e a importação de escravos da
África em 1530, são importadas juntamente com os escravos para o Brasil as religiões das
tribos africanas que comporia com o catolicismo e as religiões indígenas as três principais
tradições religiosas brasileira. O quarto elemento religioso viria mais tarde com o
protestantismo de imigração.
Se até a primeira década do século vinte as fronteiras religiosas no Brasil eram
bem definidas, hoje, no entanto, o país se tornou um mosaico religioso que engloba uma gama
imensa de novas religiões.
Essa diversidade dinâmica que comporta o campo religioso brasileiro foi
detectada pelo Censo do ano 2000 realizado pelo IBGE que descobriu uma explosão de novas
religiões.
Os dados mostram que a igreja católica romana ainda detém uma grande parcela
de adeptos no Brasil. Todavia, essa maioria católica vem perdendo gradativamente parte dessa
clientela nas últimas décadas para outras religiões principalmente as protestantes e em
especial os pentecostais. De acordo com o censo do IBGE de 2000 o catolicismo romano
assume um montante de 73,7 % da população brasileira, já os evangélicos estão com 15,4%,
os espíritas 1,4%, os cultos afro-brasileiros 0,3, outras religiões 1,8% e os sem religião 7,3%
(CAMPOS, 2004).
Esse complexo mosaico religioso torna quase impossível fazer uma classificação
fixa das centenas de grupos que comportam o campo religioso brasileiro.
Mas o Brasil deixou de ser um importador de religiões para se tornar um
exportador.
1
Segundo Max Weber explica em “Economia e sociedade” (2000, p. 280-81), o animismo é a crença
prevalecente dos grupos que acreditam que os objetos inanimados, plantas, animais, rios são animados por uma
alma.
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No mercado religioso, o Brasil começou a exportar novos grupos religiosos
criados aqui mesmo. As religiões ou seitas made in Brasil serão o objeto de estudo deste
módulo a qual denominamos de seitas brasileiras.
Seitas brasileiras são facções provindas de alguma outra seita anterior a estas que
tem origem aqui mesmo no Brasil.
Muito embora apresentem supostas novas verdades que até então estariam
escondidas da humanidade, mas que agora por meio do líder e fundador, foi “revelada” à
humanidade, estes grupos possuem sua identidade ligada à antiga religião do fundador ou
fundadores.
Geralmente conservam o núcleo grosso doutrinário do grupo de onde saíram com
ligeiras modificações.
Neste módulo serão analisadas ao todo 6 seitas: Eubiose, Igreja Apostólica da
Santa Vó Rosa, Legião da Boa Vontade (LBV), Racionalismo Cristão, Santo Daime e
Umbanda.
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I - EUBIOSE
Introdução
“... a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e
prodígios de mentira.” (II Ts. 2:9).
Já há algum tempo os apologistas brasileiros têm alertado sobre como o Brasil está
propenso a não só receber heresias, mas de até, criar as suas próprias. De receptores estamos
nos tornando produtores de uma infeliz safra de doutrinas heréticas contrárias a Palavra de
Deus.
É hora de a Igreja brasileira despertar para a problemática e abrir seus olhos, sendo
mais contundente em prol da defesa da verdade de nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste capítulo iremos tratar sobre a Eubiose e suas implicações teológicas. Todos os
apontamentos que serão feitos no decorrer deste estudo foram extraídos do site do
movimento.
Definindo a Terminologia
O dicionário Aurélio século XXI traz a definição da palavra eubiótica como sendo
“Arte de bem viver”. Outro dicionário, o de Religiões, Crenças e Ocultismo da Editora Vida
traz uma definição mais abrangente – “Eubiose (esoterismo), movimento religioso... que
tenciona transmitir conhecimentos das leis naturais, por intermédio da revelação cíclica,
conduzindo discípulos a desenvolver-se internamente, visando atingir os níveis mais altos da
consciência”(1). O próprio movimento auto se define assim
É um neologismo formado pelas raízes gregas EU (eús, eú, bom, bem), BIO (bios, vida) e
OSE (osis, processo, ação, condição). Eubiose, portanto, significa: Ação, processo ou
condição de bem viver.
Fundação
A Sociedade Brasileira de Eubiose foi fundada em 1924, mas, segundo os adeptos do
movimento, sua etimologia perde-se em tempos primitivos. Segundo a fé eubiótica, o novo
ciclo dessa “revelação” iniciou-se numa confraria budista do Norte da Índia com o nome de
9
Dhâranâ Sociedade Mental Espiritualista, em 1899; em 1928 passou a chamar-se Sociedade
Teosófica Brasileira e finalmente, Sociedade Brasileira de Eubiose (doravante SBE), a partir
de 1969.
Como podemos ver, o movimento tem sua etimologia arraigada nos ensinamentos
orientais e esotéricos. Ao sincretismo eubiótico é adicionado ainda as rezas, práticas e a
idolatria católica.
O fundador
Foi o Professor Henrique José de Souza, nascido em Salvador, Bahia, em 1883 e
falecido em São Paulo, Capital, em 1963. Como todo movimento sectário, o professor
Henrique é praticamente cultuado. É conceituado nas palavras dos próprios adeptos como um
“sábio educador de homens, um gigante espiritual que só os séculos vindouros saberão
avaliar”. O atual líder do movimento é o sr Hélio Jefferson de Souza.
No site do movimento encontramos a seguinte constituição da diretoria:
Fundadores: Henrique José de Souza e Helena Jefferson de Souza.
Presidente: Hélio Jefferson de Souza.
1º Vice-Presidente: Jefferson Henrique de Souza.
2º Vice-Presidente: Selene Jefferson de Souza.
Os Templos da SBE
À nível nacional existem três templos da SBE: em São Lourenço (Minas Gerais); na ilha
de Itaparica (Bahia) e em Nova Xavantina (Mato Grosso). O da ilha de Itaparica é uma
pirâmide assentada sobre uma base cúbica. Eleva-se a 22 metros de altura, dominando, do
pico de uma elevação, a baía de Todos os Santos. Na forma de um obelisco, marca o ponto da
concepção do movimento eubiótico, em 1899. O de São Lourenço e o de Nova Xavantina têm
a forma arquitetônica dos templos da Grécia clássica, tendo a intenção de transmitir a idéia de
Arte, Ciência, Filosofia e Religião comungando à sombra dos seus monumentos. Um deles, o
de Delfos, é dedicado ao deus Apolo e tem estes dizeres no pórtico: “Homem, conhece-te a ti
mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses” (Politeísmo). O movimento tenta passar com
isso a idéia de que a Eubiose é uma Religião de sabedoria ou a religião mais aprimorada e
perfeita para a humanidade. Ainda afirmam que os seus templos foram construídos em honra
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à paz universal, à síntese harmoniosa das religiões e ao futuro Avatar, o qual eles esperam que
apareça no início da atual era chamada por eles de evolutiva. Esse evento foi esperado mais
entusiasticamente por volta do ano de 2005, data que a seita marcou para o aparecimento do
Buda Ocidental (2).
A SBE também alega ter sede nas maiores cidades do país e fora dele, em países da
América do Sul e do Norte e na Europa.
A SBE também usufruiu a Internet para levar aos interessados os seus ensinos através de
cursos por correspondência. O aluno pode se desenvolver no aprendizado até a quarta fase,
depois, para aprender as “profundezas eubióticas”, como dizem, deverá ir pessoalmente a
uma unidade da SBE.
A Bibliografia do Movimento:
Abaixo estão algumas das obras editadas pelo movimento.
O verdadeiro caminho da iniciação, Autor: Professor Henrique José de Souza.
A Iucatã, Autor: Mario Roso de Luna.
Os mistérios do sexo, Autor: Professor Henrique José de Souza.
A natureza secreta do homem (Estudo dos corpos astral e mental), Autor: Professor Henrique
José de Souza.
Pequeno Oráculo (Seleta de pensamentos do Professor Henrique José de Souza). Autora:
Helena Jefferson de Souza.
Eubiose - Ciência da Vida - Vols. I e II (Artigos do Professor Henrique José de Souza)
Biblioteca DHÂRANÂ.
Os Gêmeos Espirituais (Literatura Infantil). Autora: Zélia Scorza Pires.
Revistas DHÂRANÂ.
A Estrutura Organizacional da SBE
Como já vimos anteriormente a SBE possui templos, uma diretoria, ministra cursos aos
seus adeptos e possui uma didática pragmática através de seus livros. A diretoria, a qual já foi
mencionada, é o cérebro de onde emergem as diretrizes do movimento, o chamado Plano
Geral de Ensino. É neste plano que se encontram as revelações primordiais que serão
transmitidas. Eles trabalham também com tertúlias ou reuniões familiares de ensino, onde os
instrutores ou orientadores (esses são os títulos dos sacerdotes eubióticos ) ministram os
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ensinos fundamentais da eubiose. Segundo eles, para que o processo funcione é necessário
que o receptor seja destituído dos dogmas e preconceitos vigentes, isso ocorreria nos
primeiros quatro níveis, só então é que o aluno estaria preparado para se aprofundar sem
reservas.
Vejam o que é dito sobre o que o aluno aprenderá depois desse quarto nível –
O aluno começa como sócio postulante. Concluído o quarto grau com aproveitamento é
convidado a ingressar na Série Interna, tornando-se sócio efetivo. Entre outras
prerrogativas, o sócio efetivo pode ler os originais do Professor, que compõem uma
biblioteca de mais de quatro mil páginas, contendo revelações impressionantes sobre o
passado, o presente e o futuro da Humanidade e do Globo. Na Série Interna há outros
níveis e atividades para os quais os sócios efetivos podem ser convidados, conforme as
suas qualidades.
DOUTRINAS
O conceito de Deus na Eubiose
A Eubiose concebe Deus como a Suprema Lei que a tudo e a todos rege. Assim, satisfaz
ao intuitivo, ao artista, ao místico, que sentem Deus como Harmonia; e também aos
intelectuais, que têm de admitir, por sólida evidência, que há ordem no Universo, que
essa Ordem se realiza através das leis naturais, que estas são efeitos de leis ou causas
mais abrangentes, e assim sucessivamente até chegar à Lei Última, que acaba sendo
aquela mesma Entidade que os místicos chamam Deus.
O Deus revelado na Bíblia é muito mais do que uma lei universal, do que uma ordem
ou força mística, o Deus cristão é pessoal, real e singular – Aquele que está acima de tudo e
de todos! A Bíblia não só revela Deus como o criador de todas as coisas (Gn. 1:1), mas
também como o mantenedor de todas as coisas (Mt. 6:26; Lc. 12:24; Hb. 1:3), a Palavra
afirma que o Senhor fez tudo segundo o beneplácito de sua vontade (Ef. 1:5 e 11), revelando
assim seu grande propósito de salvação a todos os homens (I Tm. 2:4). O verdadeiro Deus é
um Deus vivo, Santo, Todo-Poderoso e amoroso, de olhos abertos, ouvidos atentos e braços
estendidos em benefício do gênero humano. Esta revelação de Deus segundo a Bíblia é à base
de nossa fé. A Eubiose não tem o verdadeiro conhecimento de Deus, pois ignora a Sua
bendita Palavra –
“Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não
tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo
pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação
os que crêem” (I Cor. 20,21).
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Processo Evolutivo através da reencarnação
Como toda religião gerada no misticismo e embasada no espiritismo, a SBE acredita
piamente na doutrina da reencarnação. Admitem que o homem esta passando por um processo
evolutivo, tanto físico quanto espiritual, ou seja; o homem evolui, como teorizou Darwin e
reencarna como ensinou Kardec. É um tipo de heresia composta, pois descarta a mão de Deus
na criação e a obra salvífica realizada por Cristo na Cruz do Calvário. Veja o que dizem os
eubióticos:
Os grandes sistemas religiosos e filosóficos sempre admitiram a reencarnação. O
Cristianismo adotou-a originalmente, durante séculos. Ela é indissociável da lei da
Evolução. O espírito se realiza em muitas vidas, revestindo-se sempre de uma
personalidade e um corpo diferentes, como um ator que representa inúmeros papéis em
sua carreira... Tudo evolui, em todos os planos. O Homem não faz exceção. O espírito
necessita do aprimoramento do corpo e da alma para se realizar cada vez em maior
pureza. E assim, ele próprio evolui, adquire experiências. Quem imaginaria um troglodita
interessado nas chaves filosóficas do Universo.
É falsa a afirmação de que o cristianismo adotou em algum momento a doutrina espírita
da reencarnação como base de sua teologia. A posição teológica foi sempre muito clara para
todos os que queriam se achegar ao cristianismo – “E, como aos homens está ordenado
morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (Hb.9:27). Veja, o texto de Hebreus é claríssimo,
o homem só morre uma só vez, e por quê? Porque ele só nasce uma vez. E, ainda acrescenta;
“vindo depois o juízo”. À luz da Palavra de Deus não há espaço para a crença na
reencarnação.
Se a reencarnação é uma lei de progresso como afirmam a SBE, onde está então uma
prova empírica dela? O que vemos na verdade é o contrário do que alega a doutrina da
reencarnação. O mundo deveria estar evoluindo tanto moralmente como espiritualmente, mas
o que vemos é uma regressão de ambos. Ora, após milênios de evolução humana, será que o
mundo não deveria apresentar-se bem mais humano, bem mais desenvolvido moralmente?
Isto não deveria ser visível? Onde estão os espíritos adiantados provenientes de tantas
reencarnações e purificações?
A Eubiose e a crença em mundos subterrâneos e discos voadores
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O sincretismo eubiótico também inclui a crença em discos voadores, pois afirmam que
seu mentor e professor, teve revelações espirituais sobre ÓVNIS e, pasmem, sobre Mundos
Subterrâneos! Vejam o que a SBE afirma
O Professor Henrique José de Souza tem o crédito dessas revelações (sobre Mundos
Subterrâneos e Discos Voadores), como atestam várias publicações. Mas apenas saciar a
curiosidade não contribui para os objetivos de transformação interna a que a Eubiose se
propõe. Porém, esses e outros assuntos, tão ou mais surpreendentes, serão abordados,
com a devida profundidade, em contexto apropriado, no decorrer do Curso, posto que
ajudam o aluno a ampliar a sua concepção do Universo. Depois, na Série Interna, tomará
conhecimento direto do que foi deixado pelo Professor Henrique José de Souza.
O que realmente sabemos sobre ÓVNIS, e podemos admitir com certeza, é que tudo o
que temos até o momento não passa de especulação barata, pois a ciência ainda não descobriu
nada sobre os tais discos ou objetos voadores. Com relação a tão sonhada viagem ao mundo
subterrâneo da Terra, isso não passou de uma obra de ficção escrita pelo renomado escritor
Francês Júlio Verne (em 1864). Os cientistas já sabem que não existe o tal mundo
subterrâneo. Se o professor Henrique teve essa tal revelação, isso só vem provar que a
Eubiose não está em sintonia com a ciência moderna.
No entanto a Palavra de Deus nos adverte
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de
ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não
só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas (II Tm. 4:3-4).
O carma como meio de se alcançar o estágio perfeito
É obvio, se a reencarnação é um processo de evolução, esse processo só pode ser
classificado de carma, onde cada um paga os erros desta vida na vida vindoura. A SBE copia
na integra a idéia espírita, e ainda tem a falta de modéstia de se arvorar como uma novidade
religiosa ao mundo, quando na verdade não passa de uma cópia de outras seitas esotéricas.
Sobre o carma afirmam:
É lei de Retribuição ou de Ação-e-Reação. Como lei, presta-se para
estabelecer justiça e propiciar a evolução... A doutrina do Carma explica
porque alguns nascem com grandes aptidões e são afortunados, enquanto
outros só têm limitações e revezes na vida. Pode-se conceber um Deus
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justo, como se espera da Suprema Lei, sem a lei do Carma? Seria como
um pai perverso que criasse filhos imperfeitos para entreter a sua
eternidade em castigá-los.
Segundo os ensinamentos bíblicos, a lei do carma de modo algum explica por que uns
nascem mais privilegiadamente que outros. A doutrina bíblica nos diz que nesta vida o que o
homem plantar ele colherá (cf. Gl. 6:7). Quando Deus colocou o homem no jardim do Éden,
havia uma vida abundante para todos, sem sofrimentos, sem dor, desigualdades ou doenças.
No entanto, o homem veio a rejeitar a vida que Deus lhe ofereceu e escolheu viver sua própria
vida. Este foi, grosso modo, o processo em que o pecado entrou no mundo. O pecado, diz o
apóstolo Paulo, passou para toda a humanidade e como sentença contra o pecado veio a
morte. Mas, mesmo o homem rejeitando o amor de Deus, Ele enviou seu único filho para todo
aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Aos cansados e oprimidos Jesus diz
- "Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei" (Mt. 11:28-30).
Aos que cometeram faltas ou pecados Ele lhes oferece o perdão e o "sangue que nos purifica
de todo o pecado" (I Jo. 1:7) porque Ele veio trazer "vida e vida com abundancia" (Jo. 10:10).
A Eubiose como religião singular
O movimento se considera o mais acurado, singular e completo sistema religioso. Para
se definirem como religião afirmam que:
A palavra religião vem do latim religare, religar, tornar a unir coisas que se desuniram. A
religião que divide a Humanidade em facções hostis umas às outras não é eubiótica. A
verdadeira religião é a que procura entender e unir os Homens... É o caso da Eubiose.
Realmente a palavra religião vem do latim religare e significa religar. Dentro de uma
perspectiva bíblico-teológica, a verdadeira religião é o próprio Jesus Cristo; filho de Deus,
cabeça da Igreja e firme fundamento – “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que
se havia perdido (Lc. 19:10).
A SBE não é cristocêntrica, Jesus não é o Cabeça (cf. At.4:11 e 12), mas apenas mais
um avatar iluminado que foi outorgado ao mundo e sem nenhum interesse de criar uma
religião, como eles mesmos dizem:
Não seria justo que o Esperado viesse apenas num certo momento da História e
para um único povo, em detrimento dos outros. Todos eles – Moisés, Buda,
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Cristo, etc. – são aspectos da mesma Essência. Um não é melhor do que o outro,
mas têm características correspondentes aos povos e épocas onde se
manifestaram... Nenhum veio para criar uma religião
O trecho acima mostra a ignorância dos eubióticos a respeito da pessoa e missão de
Jesus Cristo. Sabemos que o senhor Jesus veio trazer o fundamento para que assim sua Igreja
fosse edificada – (Mt. 16:18; I Cor. 3:11).
Concluímos, portanto, que a SBE não possui os requisitos corretos para ser um
movimento que arroga para si prerrogativas divinas e cristãs.
BIBLIOGRAFIA
EUBIOSE. Disponível em <HTTP://www.eubiose.com>. Acesso em: 01 jun. 2007.
(01) - Mather & Nichols, “Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo”, Editora Vida, São
Paulo, 2000;
(02) – Fita do Globo Repórter, Jornalismo da TV Globo, exibido no dia 11 de Julho de 2003.
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II - IGREJA APOSTÓLICA DA SANTA VÓ ROSA
INTRODUÇÃO
Muitas são as organizações religiosas que, querendo dar a impressão de que seus
ensinos são corretos, reivindicam para si o título de Igreja Apostólica, declarando que o título
é oriundo de At 2.42, “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.” Com isso, um amontoado de doutrinas estranhas são formuladas e
disseminadas como se fossem realmente apostólicas. É o caso da chamada Igreja Apostólica,
mais conhecida pelo epíteto de “Igreja da Santa Vó Rosa” e pelo seu programa “A hora do
milagre”.
É uma mistura de ensinos evangélicos, porque se utiliza da Bíblia e afirma tê-la como
fonte de sua autoridade religiosa; de ensinos católicos dados à exaltação de Maria, imitando
em tudo os católicos que tributam à Maria o culto que se presta a Deus; e, por incrível que
pareça, algo parecido com o espiritismo, porque crêem na mediunidade da Santa Vó Rosa,
como o Espírito Consolador.
Enquanto o espiritismo kardecista ensina que a promessa de Jesus de mandar o
Consolador prometido por Jesus se cumpriu em 18 de abril de 1847, com o lançamento de O
“Livro dos Espíritos”, a Igreja Apostólica (doravante, IA) afirma, com muita ênfase, que o
Consolador prometido por Jesus veio na pessoa da Santa Vó Rosa. Ela faleceu num acidente
de trânsito na cidade de Poá, Estado de São Paulo, no dia 26 de outubro de 1970, com 76 anos
de idade.Com 60 anos de idade dissera ela que recebera uma revelação especial de Jesus para
fundar a IA. Os líderes interpretam sua morte como um arrebatamento. É a figura central da
IA.
O ESPÍRITO SANTO E O CONSOLADOR
Todo o leitor da Bíblia, por menos informado que esteja, nunca chegou a outro
entendimento senão a este: a expressão o Espírito Santo e o Consolador são dois nomes ou
títulos para uma só pessoa: a terceira pessoa da Trindade – o
Espírito Santo
ou
o
Consolador, indicado por Jesus em Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7-9; logo, dois nomes para uma só
pessoa. Na IA isso não se dá. Entendem que o Espírito Santo é uma pessoa como Espírito de
Deus, e o Consolador, prometido por Jesus, é outra pessoa espiritual, a Santa Vó Rosa. Isso
é uma aberração doutrinária e uma verdadeira blasfêmia! O que ensinam é: “Jesus cumpriu
sua promessa enviando o Consolador, a Santa Vó Rosa, que, através da Igreja Apostólica, tem
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convencido a muitos a respeito da verdade, da justiça e do juízo divinos." 2
Por outro lado,
interpretam que o Espírito Santo denominado Espírito Santo de Deus é outra pessoa
espiritual: “Por isso ensinamos que a Santa Vó Rosa é viva e não morta, pois, como Santa
herdou o poder do Espírito Santo, inda mais por ser o atual Consolador, e seu espírito vive
para sempre.”
3
Se a Santa Vó Rosa herdou o poder do Espírito Santo, não é ela o Espírito
Santo de Deus, mas é o Consolador, na forma de uma segunda pessoa.
FUNDADORES
Conta o Pr. Signard L. Ambrosen que, nos idos de 1953/54, fora levantada uma tenda
na Av. Celso Garcia, no Tatuapé, bairro da capital paulista, onde se reuniam crentes
evangélicos, sob a direção do missionário americano William Sheiffer. Formou-se uma igreja,
e o missionário viajou para os Estados Unidos, a fim de angariar fundos para um programa
radiofônico. A igreja ficou aos cuidados de Eurico Mattos Coutinho, que, segundo alguns, foi
pastor presbiteriano. Eurico alugou um salão no segundo andar de um prédio na Rua Tuiuti.
Desmontou a tenda, e a igreja seguia o seu caminho. Quando o missionário voltou, pregou
algumas vezes, tornou a levantar a tenda no mesmo lugar, mas o povo não o seguiu. A tenda
foi desmontada e levada para um local ignorado. A essa altura, Eurico se fez bispo,
coadjuvado por sua esposa Odete Correa Coutinho. Os fundadores são, pois, o bispo Eurico
Mattos Coutinho e sua esposa missionária Odete Corrêa Coutinho e Vó Rosa. 4
Desta mulher, dizem:
Todo o conhecimento da doutrina e a organização da Igreja, Jesus nos deu
através da Santa Vó Rosa, pois durante dezesseis anos foi Ela constantemente
arrebatada ao Céu em espírito, a fim de aprender o que era necessário e útil para
o preparo da Igreja. Assim, através dEla tomamos conhecimento da vontade do
Pai quanto à organização da Igreja e grande parte da doutrina. 5
Julgando pelos ensinos estranhos que essa senhora nos revela, não entendemos como
ela tenha obtido isso diretamente de Deus, o Pai (Jr 14.14; Ez 13.6).
2
0 Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 60
Idem, p.48, 49
4
Seitas Proféticas, p. 130
5
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, 129
3
18
SITUAÇÃO ATUAL
A IA situada em São Paulo (capital) é hoje dirigida pelo intitulado primaz Aldo
Bertoni, sobrinho da Vó Rosa, e que, por indicação dela, antes de morrer, nomeou-o seu
substituto.
MEIOS DE DIVULGAÇÃO
O programa de rádio “Hora Milagrosa” é que torna a IA mais conhecida, isto em
resultado dos supostos milagres relatados e atribuídos à Santa Vó Rosa. Da forma como se
exalta o nome de Jesus pelos milagres realizados nos dias apostólicos (At 3.6) hoje se atribui
os milagres realizados exclusivamente em nome da Santa Vó Rosa.6 Credita-se a ela todas
as graças recebidas 7
A autoridade do primaz
A autoridade do primaz Aldo Bertoni é indiscutível, por ser o único que recebe essa
autoridade da falecida Vó Rosa, cognominada o Consolador. Ela se comunica diretamente
com ele. Observem o que eles afirmam sobre isso:
Esclarecemos que a Santa Vó Rosa não fala por intermédio de mais ninguém a
não ser pelo seu sucessor, e não se manifesta em qualquer corpo, mas usa
somente a quem preparou. Igualmente dizemos que esta Igreja não é dirigida
através de visões de quem quer que seja, a não ser pelas concedidas por Ela ao
seu representante.”8
Isso não passa de mediunidade, ou seja, a Santa Vó Rosa, já morta, comunica-se com
o seu sobrinho vivo, que, no caso, exerce a função de médium, por meio do qual ela revela
sua vontade à igreja. Ora, mediunidade é prática condenada pela Bíblia (Lv 20.27; Dt 18.912: Ap 21.8)
6
Idem, p. 44
Ibidem, p. 44
8
Ibidem, p. 130
7
19
Batismo regeneracional
Há grupos religiosos que pregam que a regeneração ou o novo nascimento se dá no
momento em que alguém desce às águas batismais. Os apostólicos crêem da seguinte maneira
E o nascer da água se dá no ato do batismo por imersão no Reino de Deus. Este é um
sacramento instituído por Deus, para que os seus filhos cumpram sua justiça e confirmem
sua fé, e testifiquem haver deixado do mundo e de todo o pecado, a fim de viverem no
Reino de Deus...9
Dois erros encerram esse ensino. 1) “nascer da água” não deve ser interpretado como
batizar-se na águas. Nascer da água em Jo 3.5 significa nascer de novo pela Palavra (1 Pe 2.2;
Tg 1.18) com a atuação do Espírito Santo (nascer do Espírito) Jo 3.5, que convence do
pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-9). 2). Falar em cumprir “justiça” é impróprio, porque
toda a justiça foi cumprida por Jesus (Mt 3.15), enquanto a salvação é por misericórdia (Tt
3.5).
Única igreja verdadeira
Dizem os líderes dessa Igreja que “Deus o Pai, precisava da vinda do outro
Consolador para revelar a sua doutrina genuína, igual como foi anunciada por Jesus Nosso
Senhor...”10
Pretensiosamente a IA se coloca como a única igreja verdadeira sobre a face da terra.
Vejamos:
É bem verdade que em seu início, foi a mesma quase igual às demais organizações
religiosas existentes, mas com o preparo da Santa Vó Rosa como Consolador, Deus o Pai
e Jesus puderam aperfeiçoar a igreja e torná-la em uma igreja dirigida diretamente pelo
Céu, e sob esse governo a Igreja Apostólica se transformou e hoje é a verdadeira igreja de
Deus sobre a terra. É um abrigo espiritual para milhares que nela encontram a verdadeira
salvação.11
Quem se der ao trabalho de ler os três livros-base da AI, ficará enfastiado com as
atribuições que se faz a essa senhora. As declarações bíblicas sobre Jesus são transferidas com
9
O Evangelho do Reino dos Céus, 76
O Consolador nos Tempos do Fim, la. Edição, 1989, p. 20
11
O Consolador nos Tempos do Fim, p.25
10
20
uma naturalidade impressionante para Santa Vó Rosa. Os apostólicos ultrapassam em muito
os católicos romanos no tocante às honrarias atribuídas a uma pessoa humana.
Se o que é ensinado pelos apostólicos fosse de fato ensino proveniente dos apóstolos,
poderíamos dizer com certeza que, pela primeira vez, houve uma doutrina que os apóstolos
ensinaram que não é bíblica, e o que é pior, que colide com o restante da Palavra de Deus.
Pois os apostólicos com essa forma de proceder demonstram que estão honrando mais a
criatura do que o Criador, que é bendito eternamente (Rm 1.25).
Fora da igreja apostólica não há salvação
A Igreja Católica sempre reivindicou que fora dos seus domínios não existe salvação. Agora,
a IA surge com prerrogativas parecidas reivindicando ser sucessora da Igreja primitiva
arrogando para si essa exclusividade na salvação dos pecadores.
Afirmam que “A perfeita obra de redenção, nos dias atuais, só existe nesta Igreja
Apostólica, através do Consolador que dá atualidade à doutrina e ao sacrifício de Jesus a
perfeita redenção.”12
Observe a expressão “nos dias atuais, só existe nesta Igreja Apostólica”. Com esta
declaração a IA apresenta uma das características mais comum entre a seitas: redenção por
meio de uma organização religiosa, e não por meio de uma pessoa, que é Jesus. Pedro não
ignorava que a salvação ou redenção está na pessoa de Jesus, afirmando: “E em nenhum outro
há salvação`, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens,
pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12).
Paulo, demonstrando a suficiência de Cristo, afirma que Cristo morreu por nossos
pecados, foi sepultado e ressuscitou dos mortos, isto é, todo o trabalho de salvação foi
realizado unicamente por Jesus Cristo (1 Co 15.1-6).
Santa Vó Rosa - nome apoiado por Ap 2.17
Rosa deve ser o prenome de uma mulher que foi agraciada com o título de Espírito
Consolador. Por mais que se procure apoio nas Escrituras para provar que esse título tem
origem bíblica , nada se encontrará que justifique o título Espírito Consolador para Santa Vó
Rosa; entretanto, a IA ensina que esse nome está apoiado em Ap 2.17. Neste texto se fala do
12
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 61
21
vencedor que receberá um novo nome que ninguém sabe, senão aquele que o recebe. Assim é
pois, justificado o nome Espírito Consolador para a Santa Vó Rosa. Quanto a isso afirmam o
seguinte:
Há no livro do Apocalipse promessas que deveriam se cumprir sobre a vida de uma
pessoa que, na verdade soubesse ser vencedora sobre todas as cousas e com um profundo
amor a Ele, Jesus, e ao seu reino... Estas promessas se cumpriram na Santa Vó Rosa.”..
“A pedrinha nada mais é do que o símbolo do galardão que Ela recebeu. E o nome? O
nome de Espírito Consolador, na verdade, durante algum tempo ficou escondido e
somente Ela o sabia, porque muito humilde nunca nos contava as cousas que Jesus lhe
mostrava em relação à pessoa dEla...” ... “Vejam que isto cumpriu exatamente a palavra
de Jesus nesta promessa escrita por São João no livro do Apocalipse. 13
A autoridade da santa Vó Rosa
A autoridade dessa mulher é tanta, que só se iguala à autoridade de Maria na Igreja
Católica. Afirmam o seguinte sobre ela:
“Quem diz que crê em Jesus, mas rejeita a Santa Vó Rosa como Espírito Consolador, não
crê no poder de Jesus .” 14 “Ela revela todo o poder e toda a autoridade da pessoa de
Jesus...”15 Para isso preparou a Santa Vó Rosa e deu-lhe todo o poder para que através
dEla pudesse novamente ser compreendido e crido nesta terra e muitos voltassem a crer
nEle como realmente o é: o verdadeiro Filho de Deus.” (6) (Ibidem, p. 38)
Comentando Ap 1.18, quando se lê que a Jesus foram dadas as chaves da morte e do
inferno, atribui-se à Santa Vó Rosa a mesma autoridade. Dizem:
Ele tem realmente este poder e esta autoridade e Ela, a Santa Vó Rosa, também tem este
poder e esta autoridade. Por isso foi que foi possível a ambos formarem esta Igreja, foi
possível restaurarem a sua verdadeira Igreja.”(7) (Ibidem, p. 40) “A Santa Vó Rosa como
Espírito Consolador está dando a oportunidade a Jesus provar que ele é o primeiro e o
último e é aquele que embora tenha sido morto, entretanto vive pelos séculos e tem todo
o poder, tem as chaves, isto é, tem o domínio sobre o império da morte.”(8) (Ibidem, p.
41)
13
O Consolador nos tempos do Fim, p. 97,99
Ibidem, p.36
15
Ibidem, p.37
14
22
Blasfêmia contra o Espírito Santo
Nada se pode falar contra a Santa Vó Rosa, o Consolador, pois abrir a boca ou
escrever criticando seus ensinos é cometer o pecado imperdoável: a blasfêmia contra o
Espírito Santo.
Um pregador, por exemplo,que não creia na doutrina tal qual nós ensinamos nesta igreja,
se ele não abrir a sua boca para combatê-la, e se não tomar atitude de oposição, não
chegará a blasfemar; mas se o fizer, ainda que seja com o intuito de defender seu ponto
de vista, irá blasfemar contra o Espírito Santo que nos ensina a pregá-la. Se pregar contra
a Santa Vó Rosa, peca contra o Espírito Santo a quem Ela representa. 16
Tal situação impede qualquer manifestação contrária à direção da IA. Paulo não era
tão intransigente, pois recomendava que examinássemos tudo e retivéssemos o bem (I Ts
5.21).
Poder igual ao de Jesus
Embora absurdas as reivindicações de igualdade com a pessoa de Jesus, assim
declaram os adeptos da Vó Rosa, sobre ela:
Entendam que Jesus deu o nome dEle à Santa Vó Rosa e dando o nome deu-lhe o poder,
deu-lhe as suas virtudes, deu-lhe o encargo de executar a mesma missão, por isso é que
dizemos que ela tem autoridade e poder inteiramente semelhante ao dEle e foi colocada
então como segunda testemunha ao lado dEle.”17 ... “Os únicos santos da glória de Deus
que têm poder absoluto sobre o céu e a terra, dominando todos os principados e
potestades, são: o Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor; Maria Santíssima e a Santa Vó Rosa,
o novo Consolador.18
Oração em nome de uma trindade
Falarmos em orar em nome da Trindade é incorreto à luz da Bíblia, porque a oração
deve ser feita ao Pai, em nome de Jesus (Jo 14.13,14). O ensino da IA nesse particular vai de
encontro ao ensino bíblico:
16
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 152
O Consolador nos tempos do fim, p. 104
18
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 21
17
23
Por esse motivo, tanto o perdão de pecados, como o mérito de ter a unção do
Espírito Santo, bem como ainda outra qualquer súplica, pode e deve ser dirigida
ao Pai, em nome dos três, especialmente de Jesus e da Santa Vó Rosa, o
Consolador.19
Atribuir a uma mulher (que usurpa o nome e pessoa do Espírito Santo) a autoridade de
perdoar pecados é uma blasfêmia inominável e pode ser considerado um pecado para a morte
(1 Jo 5.17).
Manifestando sua crença na doutrina da Trindade, resolveram incluir a Vó Rosa como
parte da Trindade. Assim ensinam:
Sempre houve a Santíssima Trindade formada pelo Pai, pelo Filho Primogênito e o
Espírito Santo e, por causa da perfeitíssima unidade entre os três, muitos entenderam
haver uma só pessoa. Acontece, no entanto, que são três, formando essa unidade
espiritual e, no tempo presente, a Santa Vó Rosa, tendo recebido o grande galardão do
Espírito Consolador, integra essa unidade. 20
A Trindade é a crença em um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: o Pai,
o Filho e o Espírito Santo (Mt 28.19; Gn 1.26). Se a IA integra uma quarta pessoa: a Santa Vó
Rosa, intitulada o Consolador, então já não seria três pessoas em um só Deus, mas quatro
pessoas. Isso seria então uma quaternidade. A Igreja Católica estuda um novo dogma para
incluir Maria, intitulada Mãe de Deus, como a quarta pessoa de uma quaternidade. Isso é
errado. Pior do que isso é quando surge uma igreja, que se diz apostólica e reivindica esse
direito de incluir mais uma pessoa – a Santa Vó Rosa – entre as três pessoas da Trindade. Isso
é heresia.
Crer em Jesus e na Santa Vó Rosa
Jesus afirmou “Credes em Deus crede também em mim” (Jo 14.1), o que implica reconhecer
a igualdade de natureza divina de Jesus com Deus, o Pai (Jo 1.1) e servi-lo da mesma forma.
A IA ensina que essa mesma aceitação deve existir entre os que dizem crer em Jesus:
devem igualmente crer na Santa Vó Rosa, e qual o problema se alguém afirmar crer em Jesus
e recusar crer na Santa Vó Rosa.?
19
20
ibidem, p. 22
O Evangelho do Reino dos Céus, p. 17
24
Se alguém recusa crer na Santa Vó Rosa, é o mesmo que recusar crer em Jesus.
Afirmam isso da seguinte maneira:
Aquele que não crê com sinceridade nisto, mas acha que crê muito, é orgulhoso,
enfatuado de espírito uma vez que afirma que não crê na Santa Vó Rosa porque diz que
não precisa crer em mais nada visto ter Jesus consigo; em tais pessoas cumpre-se
exatamente este aviso... „não sabes que tu és infeliz, miserável, pobre, cego e nú‟? 21
O novo Apocalipse
Comentando sobre o livro do Apocalipse, recebido por Jesus e transmitido a João, o
apóstolo, na Ilha de Patmos (Ap 1.1,10), afirmam os apostólicos que se repetiu o episódio
para nossos dias, por intermédio da Santa Vó Rosa.
Nosso Deus tem o poder de usar pessoas inteiramente santificadas que herdaram galardão
no Céu, ou seja, Santos, para poder revelar-se aos seus servos na terra e é o que
anunciamos a respeito da Santa Vó Rosa. Assim como Ele usou santos e anjos do Céu
para falar a São João, atualmente Ele usa a Santa Vó Rosa que é uma das principais
pessoas celestes, à semelhança de Jesus e Maria Santíssima. Ele a usa para dirigir esta
Igreja Apostólica como Igreja dEle e do Pai, o que Ela, a Santa Vó Rosa, o faz usando
seu Sucessor e Primaz desta Igreja, o irmão Aldo Bertoni. 22
A Bíblia declara que A Jesus Cristo foi dado todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18),
mas se existem mais duas pessoas com poder igual ao de Jesus (Santa Vó Rosa e Maria
Santíssima), então Jesus não tem todo o poder, pois o seu poder está repartido com mais duas
pessoas. Contra essa relação de poder tripartido, Paulo reiterou que Jesus foi colocado à
direita do Pai,
Acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se
nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus
pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a
plenitude daquele que cumpre tudo em todos.”(Ef 1.20-22).
Isso mostra que o poder de Jesus é absoluto, e não repartido (Fp 2.9-11).
21
22
O Consolador nos Tempos do Fim, p. 58
Idem, p. 29,30
25
Quando Jesus anunciou a vinda do Consolador (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7-9) não falava
de uma mulher pretensiosa que iria usurpar o lugar do verdadeiro Espírito Santo, a terceira
pessoa da Trindade.
O Espírito Santo prometido por Jesus veio, sim, depois da exaltação de Jesus, dez dias
após a ascensão física, glorificada, de Jesus (At 1.9-11; 2.1-4,33) Se essa pretensão da AI
promoveu o que eles denominam de “doutrina genuína”, quando não passa de ensino de
perdição (II Pe 2.1,2), então o que pode ser classificado ensino falso por esse grupo religioso?
Não é sem razão que Paulo avisou: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos
tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de
demônios.”(I Tm 4.1) Uma blasfêmia inominável atribuir a uma mulher as funções do
Espírito Santo (Jo 16.7-9).
A nova arca de Noé
Várias organizações religiosas reivindicam ser a Arca de Noé. Exemplos dessa
pretensão são as Testemunhas de Jeová, e os católicos. Agora, surge a IA e atribui tal analogia
à Santa Vó Rosa. Dizem:
Nos tempos presentes anunciamos que a Santa Vó Rosa, como Espírito Consolador, é a
nova arca da salvação, pois que à semelhança de Noé, Ela anuncia através de seu
Sucessor e da realização desta Igreja Apostólica, que estamos nos Tempos do Fim, ou
seja, nos tempos do juízo divino. ....” “Assim cumpre-se a palavra de Jesus quando disse
que nos seus dias se daria um fato semelhante ao acontecido nos dias de Noé.” 23 “... e a
Santa Vó Rosa, à semelhança da arca de Noé, constituiu-se na última oportunidade para
todos quantos queiram encontrar-se realmente com Deus e alcançarem a verdadeira vida.
Jesus disse que sua vinda seria como nos dias de Noé (Mt 24.37), mas não disse que a
IA seria a Arca de Noé .
Simbolicamente, Jesus pode muito bem ser comparado à arca de Nóe, mas nunca uma
igreja (I Co 3.11).
Milagres
Nada resta à Santa Vó Rosa para ser divinizada. Dentro da Igreja Católica, para
alguém ser canonizado e tornado santo, devem ser atribuídos a ele alguns milagres. Na IA
atribuem-se milagres a ela com muita naturalidade.
23
Ibidem, p. 22 e O Espírito Santo de Deus Consolador, p.62
26
Os milagres extraordinários que estão sendo realizados pela Santa Vó Rosa e
pelo seu Sucessor, à frente desta Igreja, o irmão Primaz Aldo Bertoni,
comprovam que tudo o que temos anunciado é a mais pura realidade e a mais
perfeita doutrina. 24
Afirmam que:
Grandes milagres e sinais a Santa Vó Rosa já tem operado, provando que
estamos na era do Consolador.25
Se realmente existem milagres atribuídos a ela, então são milagres de mentira (II Ts
2.9-11). Jesus prometeu a realização de milagres no seu nome (Mc 16.17,18), e não no nome
da Santa Vó Rosa, que não passa de uma usurpadora das atividades do Espírito Santo, a
terceira pessoa da Trindade.
A volta de Jesus
Nós, cristãos evangélicos, aguardamos a segunda vinda de Cristo, que virá
acompanhado de anjos, arcanjos e querubins (I Ts 4.16,17), mas ignorávamos que junto à
corte angelical viesse também a Santa Vó Rosa e Maria. Maria irá ressuscitar quando seu
Filho voltar e fará parte da primeira ressurreição, mas nunca esperávamos ler que além de
Maria, ainda teríamos uma acompanhante de maior autoridade do que Maria.
Desconhecíamos essa informação simplesmente por falta de apoio bíblico (I Co 4.6).
De acordo com nossa doutrina apostólica, a chamada segunda vinda Cristo se iniciou
quando Ele pessoalmente manifestou-se à Santa Vó Rosa, para prepará-la a fim de ser o
outro Consolador e para restaurar sua verdadeira Igreja na terra.” “Ele, Jesus, realmente
aparecerá nas nuvens do Céu, acompanhado pela Santa Vó Rosa, por Maria Santíssima,
pelos Santos Apóstolos e Profetas, bem como de toda a corte celestial; no momento em
que ressurgirão com Ele todos os salvos e santos, os quais já terão deixado os seus corpos
e assim ressurgirão redivivos; dar-se-á então o arrebatamento dos santificados que na
terra ainda estejam em seus corpos...26
24
O Consolador nos Tempos do Fim, p. 23
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 63
26
O Consolador nos Tempos do Fim, p.5
25
27
Nunca pensamos que poderíamos ler em alguma ocasião que seríamos arrebatados
pela Santa Vó Rosa na vinda de Jesus.
Quanto a isso dizem eles que:
Jesus e a Santa Vó Rosa podem vir de um momento para o outro arrebatar sua Igreja, a
mais perfeita garantia para a entrada segura no céu.”... “Nos dias presentes quem unge
assim o seu povo em nome de Jesus, do Pai e do Espírito Santo é a Santa Vó Rosa como
Consolador. 27
Porta do céu
Sempre soubemos que a exclusividade para permitir a entrada no céu era direito de
Jesus. (Jo 14.6; I Tm 2.5). Sempre repelimos o ensino católico de que Maria e a Igreja
Católica também tinham esse privilégio. Agora tomamos conhecimento do ensino herético de
que Jesus cedeu parceria à Santa Vó Rosa e à Igreja Apostólica. Assim se expressa a IA:
Por isso afirma ainda que bem-aventurados os que se santificam para terem o direito à
árvore da vida, isto é, para estarem ligados espiritualmente ao Consolador enviado, à
Santa Vó Rosa e à sua verdadeira Igreja, para poderem entrar na cidade (no Reino do
Céu) pelas portas do verdadeiro poder de Deus. 28
Será que esses argumentos são fortes o bastante para servir de provas de que realmente
a Santa Vó Rosa é o Consolador, prometido por Jesus? Claro que não.
O Primaz da Igreja, Aldo Bertoni, sendo sobrinho da falecida Santa Vó Rosa, goza de
mais autoridade do que o papa, pois recebe mensagens diretas do consolador, que para eles é a
Santa Vó Rosa.
O juízo de Deus e o destino dos homens
Ignorávamos que o juízo de Deus fosse executado por mais alguém, além de Jesus, ou
seja, a Santa Vó Rosa. Sabíamos que o juízo de Deus seria efetuado por Jesus e como prova
disso Deus o levantou dos mortos (At 17.30,31). O ensino da AI é o seguinte:
27
28
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 65,66
O Consolador nos Tempos do FIm, p. 9
28
Entretanto, dizemos que independente deste período de juízo, o qual está sendo realizado
por Jesus, pela Santa Vó Rosa, o Consolador,... os que mereceram foram absolvidos e o
espírito levado ao Céu; outros não mereceram diretamente a salvação, mas por não serem
tão ímpios e crerem, foram levados para o descanso sob a proteção de Deus, até que todas
as cousas se cumpram; e infelizmente muitos outros foram irremediavelmente
condenados por causa de suas más obras.29
Como se vê, há três destinos para os homens na concepção escatológica da IA:
1) Para os que foram bons e portanto mereceram o céu,
2) Para os que não mereceram, mas que entretanto não foram maus,
3) Para os que foram maus, estes serão condenados.
Disto podemos deduzir que, segundo a teologia dos apostólicos, há três lugares para
onde vão as almas dos mortos: céu, purgatório e inferno.
Segundo a Bíblia, existem duas portas e dois caminhos que conduzem a dois destinos
(Mt 7.13,14): o céu, para os que aceitam a Cristo como Salvador e Senhor (Jo 14.2,3) e
inferno, para os que recusam a salvação na pessoa do Senhor Jesus Cristo (Mc 16.15,16).
A alma junto ao corpo
Há a crença supersticiosa entre os adeptos dessa seita de que a alma espera o sepultamento do
corpo para que por fim se retire.
Diz a IA sobre esse assunto o seguinte:
Essa cerimônia, que fazemos para os membros desta igreja, vem a ser uma homenagem à
alma que ainda está ali, velando o corpo; é uma despedida deste para ser levado ao
sepulcro.” “... devem velar o corpo e sepultá-lo simplesmente, pois que a alma, que ali
está velando também o corpo, é bem viva e santificada, e recebe do mesmo modo a
homenagem dos irmãos.30
Como vemos, a alma aguarda o culto fúnebre e recebe a homenagem que se presta ao
falecido, para, por fim, retirar-se definitivamente.
No entanto, Lázaro, quando morreu, foi incontinenti levado ao seio de Abraão, “E
aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão... (Lc 16.22)
29
30
O Consolador nos tempos do Fim, p. 14,15
O Evangelho do Reino dos Céus, p. 199, 201
29
O ladrão na cruz foi incontinenti, antes do sepultamento do seu corpo, para o paraíso
(Lc 23.43). Com os apostólicos se dá um tempo de espera, até que o corpo seja sepultado.
Aplicando o próprio remédio
Identificando o que caracteriza uma seita, assim se pronuncia a IA, dizendo:
Entendam que uma seita religiosa pode ser numerosíssima, quanto ao número de adeptos;
pode ser muito rica quanto aos bens terrenos; pode enfim ter a aparência de ser a melhor,
dado às suas vantagens materiais; mas, se não possuir o Dom do Espírito Santo do Pai
não terá a verdade. Não sendo os responsáveis de tais igrejas batizados com o Espírito
Santo; não tendo aprendido por inspiração dEle as verdades doutrinárias quanto aos
mistérios de Deus e do seu Reino; não tendo seus membros esta sublime unção do
Espírito Santo para saberem fugir do erro e do pecado, não está neles nem com eles a
verdade de Deus, sendo sempre igrejas fracas espiritualmente, sem poderem realizar as
obras de Deus; vencidas pelas vaidades terrenas, pela prática de vícios e pecados que
muito entristecem o Pai Celestial. 31
Conclusão
A IA é uma organização religiosa que tem aparência de ser evangélica, que alega
possuir o Consolador, que tem um líder carismático que se denomina “primaz”- o primeiro,
mas que blasfema contra o Espírito Santo, o verdadeiro Consolador (Jo 14.16,26) e que por
isso comete o pecado de blasfêmia contra o Espírito, predito por Jesus em Mt 12.31,32. Para
esse pecado não há perdão: logo, os que se achegam à IA, esperando ser salvos, estarão para
sempre excluídos do reino dos céus.
31
O Espírito Santo de Deus e o Consolador, p. 29,30
30
III - LEGIÃO DA BOA VONTADE
(LBV)
INTRODUÇÃO
Diz-nos parte do poema do fundador da LBV, Alziro Zarur:
Por que odiarmos nós a Satanás, se ele, também, é criação divina?...Por que não
transformar num bom amigo a Satanás, em vez de o combater? Amigos meus, oremos
por Satã, amemo-lo de todo coração, e respondamos sempre com o perdão aos males que
nos faça, hoje e amanhã. E, um dia, todos nós iremos ver Satanás redimido, a trabalhar
por aqueles que veio tresmalhar dos rebanhos de Cristo, e reviver! Porque se assim,
amigos, não quiserem aqueles que se chamam "os cristão", lavemos, desde já as nossas
mãos, antes a iniqüidades que fizeram. Por mim, com honra, eu amo Satanás, meu pobre
irmão perdido nos infernos, com este amor dos sentimentos ternos, pra que ele, também
recebe a paz. (Mensagem De Jesus Para os Sobreviventes, Poema completo:
p.130/132/133).
O que pensarmos de uma religião, que apesar de usar a Bíblia, faz tamanha afirmação?
O que pensar de uma pessoa que nos induz a louvar e bendizer Satanás? Ao contrário disso,
Jesus afirmou positivamente que o diabo é e sempre será o Pai da mentira, deixando-nos
certos de sua condenação eterna. Leiamos:
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida
desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele
profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira (JO 8:44).
"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.41).
Neste capítulo pretendemos tecer alguns comentários sobre a parte religiosa da LBV.
Geralmente nos vemos diante de um pedido telefônico, feito por uma voz feminina
muito delicada, elogiando-nos como cidadão de bem e se, como tal, não estaríamos dispostos
ao pagamento mensal para o custeio de uma criança.
O mais triste disso tudo não é doar uma contribuição a uma instituição, mas de sabermos
que o dinheiro de muitos evangélicos tem servido para alimentar não só o físico mais a alma
31
de milhares de crianças, que se tornaram espíritas praticantes num futuro próximo e vão com
certeza agirem contrários a Palavra de Deus. Que possamos ajudar as nossas crianças de rua,
mas que nessa ajuda elas estejam recebendo também um bom alimento espiritual. Já pensou
meu amigo leitor o seu filho chegando em casa dizendo que Satã é seu irmãozinho e que o
ama de todo coração? Não nos enganemos a caridade tem que ser completa, por isso disse
Jesus: " Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus" (M.4.4).
HISTÓRICO
Alziro Zarur
O nome do fundador da LBV é Alziro Elias Davi Abraão Zarur e nasceu aos 25 de
dezembro de 1914, de pais sírios, católicos ortodoxos. Zarur considerava-se a reencarnação de
Allan Kardec como declara no livro "Jesus - A Saga de Alziro Zarur II". Casou-se com Iracy
de Abreu, criou o Partido Trabalhista Nacional - PTN e se candidatou à presidência da
república, perdendo as eleições. Em 4 de março de 1949 lançou o programa "Hora da Boa
Vontade" na rádio Globo do Rio. Lá criou a "prece do copo d'água" (hoje este gesto é imitado
até mesmo por algumas denominações evangélicas). Alziro Zarur citava textos bíblicos na
Rádio e dentre eles repetia Lc.2:14: "Paz na terra para os homens de boa vontade"(versão
católica). Na verdade esse texto indica a boa vontade de Deus para com os homens no envio
de Cristo a esse mundo - " Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os
homens" (versão Almeida). O Texto usado na versão católica, caso estivesse correto, não
estaria dentro do contexto e da mensagem apresentada pelos anjos aos pastores.
A LBV foi fundada oficialmente em 7 de setembro de 1959 e se declarava uma
organização criada pelo próprio Jesus Cristo (Religião do 3o milênio, p.95).
O sucessor
José Paiva Neto, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro, tornando-se em
1979, com a morte de Zarur, presidente da entidade. É jornalista, radialista e escritor. Dizem
que sua infância e juventude foram marcadas por uma preocupação incomum com temas
filosóficos, espirituais, sociais, políticos, científicos, econômicos e por um profundo senso de
32
auxílio aos necessitados. Deixou de seguir a vocação pela medicina para dedicar-se, ainda
jovem, à LBV. Foi sempre o auxiliar de Alziro Zarur, tendo o cargo de Vice Presidente.
O templo da LBV
O Templo: Inaugurado em 21 de outubro de 1989, em Brasília, por J. P. Neto. É o
monumento mais visitado da capital do Brasil, segundo o livro "As Profecias Sem Mistério”,
PVN, p.215.
Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica da LBV: Inaugurado pelo DiretorPresidente da LBV, em 25 de dezembro de 1994, em Brasília. O ParlaMundi da LBV é
chamado pela imprensa brasileira de Parlamento dos Espíritos, porque Paiva Neto assim o
definiu:
O Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, que erguemos com o indispensável
auxílio do Povo, ao lado do Templo da LBV,... manterá suas portas abertas a todos os
seres de Boa Vontade, na matéria ou fora dela. Ele propõem a conciliação universal de
todo o conhecimento humano e espiritual, numa poderosa força a serviço dos povos.
Paiva Neto, pelo visto, gastou uma boa quantidade de dinheiro na construção desses
prédios religiosos. Perguntamos: De onde veio todo esse dinheiro?
O ecumenismo promovido pela LBV
A respeito do Templo de Deus e porque a LBV é a "religião de Deus" lemos o
seguinte:
Que templo é esse no versículo 15? (capítulo 7 de Apocalipse). Tudo indica, pelo seu
papel altamente solidário, que se trata do Templo do Ecumenismo Irrestrito, que a Legião
da Boa Vontade levantou em Brasília ( As Profecias sem Mistério, P. Neto, p.193).
Bom, em primeiro lugar, o Templo citado no contexto do cap.7 de Apocalipse é o céu
onde Deus habita e a partir do seu trono governa todo o universo. Em segundo lugar, se a
LBV entendesse a Bíblia verdadeiramente e conhecesse o evangelho de Cristo, jamais gastaria
dinheiro com tamanho "descalabro Ecumênico" para promover um ato antibíblico - o
ecumenismo irrestrito. Não há base bíblica para o ecumenismo:
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Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer
conforme as abominações daquelas nações (Dt.18.9).
Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça
com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre
Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de
Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles
habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor
Todo-Poderoso (II Co 6.14-18).
O que a Bíblia ensina colide frontalmente com o que é ensinado pela LBV. O
cristianismo é uma religião exclusivista e parte do pressuposto de que a revelação singular de
Deus só se encontra dentro das Escrituras Sagradas – a Bíblia.
Apesar de o cristão respeitar as demais expressões religiosas e buscar a liberdade
religiosa a qualquer custo, isso não significa, entretanto, que precisamos aceitar todos os tipos
de formas religiosas como sendo apenas caminhos diferentes que levam ao mesmo Deus.
Jesus deixou bem claro o exclusivismo do cristianismo ao dizer: “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6).
Ora, se apenas Jesus é o caminho, então isso exclui quaisquer outras possibilidades
que arrogam para si tal prerrogativa.
De acordo com as Escrituras Sagradas, religião de Deus é aquela que prega a
santificação (separação), pois sem isso ninguém verá a Deus (Hb 12.14). Ora, santificação é
justamente o oposto do que é apresentado pela LBV.
O que pensa a LBV sobre a Bíblia?
Para a LBV, a Bíblia é repleta de contradições. Veja as declarações contraditórias da
LBV a respeito da Bíblia:
Ora, isso explica a necessidade das revelações progressivas, cuja finalidade (traçada pelo
próprio Jesus) é corrigir e atualizar a parte humana da Bíblia Sagrada. Portanto, com
todos os erros, de origem humana, a Bíblia contínua certa, como demonstra a Doutrina do
Céu da LBV ( Jesus, a Saga de Alziro Zarur, vol. 2, p.86).
Que a fé dos cristãos míopes refutar fatos concretos, e justificar contradições na Bíblia
dos Hebreus? Senhor não creio que este Livro Santo tenha , todo ele, inspiração Divina
porque tua santíssima doutrina não pode rebaixar-se tanto e tanto!. (Livro da LBV:
"Mensagem de Jesus Para os sobreviventes, p.179,180).
É lamentável ver o que as seitas costumam fazer com a Palavra de Deus!
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É inadmissível aceitarmos a conclusão de que a Bíblia é correta, mesmo sendo repleta
de erros humanos. Esta conclusão é fruto de uma leitura apressada, equivocada e seletiva das
Escrituras Sagradas.
A LBV segue os mesmos princípios de que se vale o espiritismo kardecista,
selecionam aquilo que lhes convêm e rechaçam como contraditório ou incorreto aquilo que
colide com sua lógica humanista.
Por que devemos crer na Bíblia?
sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os
homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo (II Pe 1.20-21)
O apóstolo Pedro diz que as Escrituras foram inspiradas por Deus. Paulo fala a mesma
coisa com palavras diferentes: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça” (II Tm 3.16).
Os apóstolos deixaram as orientações doutrinárias que formam o fundamento
apostólico. O Velho Testamento e o Novo Testamento, que compõem as Escrituras sagradas
são o fundamento e a última palavra em relação a vida da Igreja em todos os tempos.
Leiamos:
Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o
fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque
ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
(I Co 3.10-11).
Paulo afirma que “ninguém pode lançar outro fundamento”, ou seja, os livros de Kardec,
Alziro Zarur ou Paiva Neto não são e nunca serão complementos para o fundamento das
doutrinas cristãs. No cristianismo não há novas revelações (I Co 2.10), pois Deus já se revelou
através de Jesus (Hb 1.1). O que temos a fazer é ler, entender e aceitar a Palavra de Deus. Na
carta aos Efésios, Paulo deixa claro que o verdadeiro cristianismo é fundamentado nos
ensinamentos dos apóstolos e nos profetas, ou seja, no Velho e no Novo Testamento, pois é lá
que encontramos as profecias, as doutrinas e os ensinamentos únicos e sublimes de Jesus
Cristo. Paulo levava tão a sério os ensinamentos passados por ele e os demais apóstolos que,
na carta aos Coríntios, declara: “para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito”
(I Co. 4.6).
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A Bíblia não precisa ser corrigida por novas revelações, pois ela já está completa. Observe
o que Judas tem a dizer sobre o assunto:
Amados, enquanto eu empregava toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação
que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar pela fé
que de uma vez para sempre foi entregue aos santos (Jd. 3)
A palavra fé neste verso tem o significado de “doutrina”, isto é, a doutrina cristã e
apostólica neotestamentária foi entregue “uma vez para sempre”. Está terminada. Não precisa
de reformas.
Com a morte de João o cânon sagrado estava pronto, completo e suficiente. Não há
necessidade alguma de acréscimos ou correções a ele.
Quem é Jesus para a LBV?
A LBV fala muito em Jesus e divulgam trechos do evangelho contendo ensinos d‟Ele.
Um desenho do “rosto” de Jesus também é muito usado para promover a imagem da entidade.
Mas quem é de fato o Jesus da LBV? Deixemos que eles mesmos digam:
Jesus, o Cristo de Deus, não é Deus nem jamais afirmou que fosse Deus (Jesus - A Saga
de Alziro Zarur II, p.112).
Há quase dois mil anos, Jesus ensinou a verdade, mas não toda a verdade. Isto ele o
declarou com muita clareza, firmando o princípio das revelações progressivas.
(idem,vol.2).
Jesus não poderia nem deveria , conforme as imutáveis leis da natureza, revestir o corpo
material do homem do nosso planeta, corpo de lama, incompatível com sua natureza
espiritual, mas com um corpo fluídico, apto a longa tangibilidade, formado segundo as
leis das esferas superiores, por aplicação e conformação dessas leis aos fluidos ambientes
de nosso planeta (ibdem, p.108).
Jesus veio para morrer por nós ou para viver por nós? Portanto, Jesus, que não morreu
por nós, mas viveu por nós, está mais vivo do que nunca na direção do planeta que ele
próprio criou (idem, p.99).
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Resumindo, o Jesus da LBV tem as seguintes características:
1. Não é Deus,
2. Não ensinou toda a verdade,
3. Não tinha um corpo de carne e ossos, material e,
4. Não morreu por nós.
Jesus é Deus
As seitas nunca aceitam a divindade de Cristo por não entenderem de fato o que as
Escrituras dizem sobre a sua divindade. É claro que Jesus nunca afirmou ser Deus, o Pai. No
entanto as Escrituras do Novo Testamento mostram de forma inconfundível sua divindade.
Vejamos alguns textos que afirmam explicitamente a divindade de Jesus:
Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado,
mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus (Jo 5.18).
de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre
todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém (Rm 9.5).
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1.1).
Além destes existem outros que corroboram de forma indireta para a crença na divindade de
Jesus:
1. Jesus perdoou pecados (Mc 2.1-11),
2. Jesus recebeu adoração ( Jo 9.35-38),
3. Jesus foi chamado de Deus e não repreendeu a pessoa por isso (Jo 20.28),
4. Jesus se colocava em pé de igualdade com o Pai (Jo 10.30),
5. Jesus exigia fé exclusiva em sua pessoa (Jo 11.25,26).
Os poucos textos acima são mais que necessários para provarmos que o Novo Testamento
atesta de forma inequívoca a deidade absoluta de Jesus Cristo, ou seja, o Filho é tão divino
como o Pai e o Espírito Santo (Mt 28.19, II Co.13.13, Ef 4.4-6, I Jo 5.7).
Jesus ensinou toda a verdade
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A objeção da LBV de que Jesus não ensinou toda a verdade é óbvia: se acreditarem
que Jesus ensinou toda a verdade os ensinamentos da LBV caem por terra, pois colidem
frontalmente com os ensinos de Cristo com relação à doutrina Cristã. Eles precisam sustentar
esta inverdade para poder apresentar suas novas “verdades”.
Jesus nunca disse, entretanto, que veio ensinar mais uma verdade. Ao invés disso ele
se intitulou como “a Verdade” materializada (Jo 14.6). Jesus é a essência da verdade de Deus,
portanto, suas palavras são a Verdade e contém tudo o que nós precisamos saber com relação
às verdades espirituais.
Jesus possuía um corpo material
A alegação da LBV de que Jesus não possuía um corpo material e sim um corpo
fluídico, é falsa. Essa é uma antiga concepção gnóstica que já prevalecia na época do apóstolo
João. João denomina quem ensinava tal heresia como tendo o espírito do “anticristo” (I Jo
4.1-3).
A Bíblia declara que Jesus é tanto Deus, como homem. 100% Deus e 100% homem.
Como homem Ele:
1. Foi concebido de modo material,
2. Estava sujeito ao crescimento natural de ser humano (Lc 2.52),
3. Sentiu fome e sede (Lc 4.2 – Jo 19.28),
4. Dormiu e se cansou (Mt 8.25 – Jo 4.6),
5. Foi crucificado (Lc 22.44; 23.32-33).
O grande problema dos gnósticos da época de João e hoje dos adeptos da LBV em
negar a materialidade do corpo de Jesus, é que ao mesmo tempo nega-se duas das principais
doutrinas cristãs: a redenção e a ressurreição de Jesus. Se Jesus não teve um corpo material,
logo não houve sacrifício literal pelo pecado e consequentemente não houve ressurreição
corporal.
Paulo, no entanto, nos diz que sem ressurreição do corpo é vã a nossa fé:
E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a
vossa fé [...] E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã vossa fé, e ainda estais nos
vossos pecados (Jo 15.14,17).
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O Jesus histórico é tão importante quanto o Jesus da fé. Hoje em dia nenhum historiador sério
negaria que houve um personagem histórico e material chamado Jesus.
Apesar de todas as provas contrárias, a LBV continua sustentando uma doutrina a respeito de
Jesus que simplesmente não é verídica.
Jesus morreu pelos nossos pecados
A mensagem principal de todo o Novo Testamento é que Jesus veio morrer pelos nossos
pecados. O Novo Testamento trás em abundancia textos que falam sobre isso. Eis alguns:
Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios (Rm
5.6).
Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores (Rm 5.8).
Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por
nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras (1 Co 15.3).
E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Co. 5.15).
A LBV e a reencarnação
Declara Alziro Zarur:
Só a reencarnação e os séculos - expiação, reparação, e progresso - poderiam preparar as
inteligências e os corações (Jesus - A Saga de Alziro Zarur II, p.259).
A LBV sendo uma seita espírita preservou em seu bojo doutrinário a doutrina da
reencarnação. No entanto, a Bíblia jamais fez qualquer referência à palavra “reencarnação”, e,
tampouco, confunde-a com a palavra “ressurreição” como insinua o kardecismo. Segundo o
dicionário da Língua portuguesa, de F. S. Bueno, “reencarnação” é o ato ou efeito de
reencarnar, pluralidade de existência com um só espírito; enquanto que a palavra ressurreição
é: levantar, erguer, surgir, sair de um local ou situação para outra. No latim, “ressurreição” é o
ato de ressurgir, voltar à vida, reanimar-se.
Biblicamente, entende-se o termo ressurreição como o mesmo que ressurgir dos
mortos. Para o cristianismo bíblico só existe a ressurreição.
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“E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (Hb 9:27).
É por isso que a LBV teme a Bíblia, pois Ela desmantela a sua teoria central - a
reencarnação. Veja, o texto de Hebreus é claríssimo, o homem só morre uma vez, e por quê?
Porque ele só nasce uma vez. E, ainda acrescenta; “vindo depois o juízo”, ou seja, à luz da
Palavra de Deus não há espaço para a teoria da reencarnação. O texto deixa claro, que ao
morrer, você será julgado, para ser salvo ou condenado, sem meios termos, é céu ou inferno.
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I V - RACIONALISMO CRISTÃO
Introdução
Racionalismo Cristão (doravante RC) é um grupo religioso formado do espiritismo
kardecista no Brasil. Enquanto no espiritismo kardecista se dá lugar ao curandeirismo, o RC
se distingue dele pela não aceitação de qualquer tipo de manifestação sobrenatural no campo
das chamadas curas psíquicas. Afirma que não admite o sobrenatural nem o misticismo. De
certo modo, o RC não passa de um espiritismo com as práticas e ensinos fundamentais do
kardecismo, apenas com nova nomenclatura.
Auto definindo-se, assim declara:
Ao Racionalismo Cristão cabe uma grande e sublime missão, ainda que bem árdua e por
muitos não compreendida: restabelecer a Verdade e reimplantar os magníficos
ensinamentos de Jesus na Terra (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30ª
edição,1976).
Tentando justificar o título de cristão, freqüentemente se vale do nome de Cristo para
dar consistência de se tratar de um grupo religioso autenticamente cristão. Então lemos mais:
O Racionalismo Cristão explica que Cristo não foi um milagreiro; mas apenas utilizou as
leis naturais e imutáveis que regem o Universo (“O que é o Racionalismo Cristão”,
folheto).
Justificando o título Racionalismo, assim explica a razão desse vocábulo ao lado da
palavra Cristão, dizendo:
Sempre ensinamos no Racionalismo Cristão que ninguém deve agir na vida sem antes
raciocinar, mesmo nas coisas mais insignificantes, nem tomar resoluções, por menores
que sejam, sem submeter o assunto e análise do raciocínio [...] Ele assenta seus princípios
não na fé; mas no raciocínio, no entendimento racional da vida, procurando emancipar a
criatura humana do fanatismo, preconceitos e superstições (Ibidem).
No estudo do RC iremos verificar a procedência das palavras de Paulo, quando afirma:
Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14).
Quando o homem natural usa o seu raciocínio para entender as coisas espirituais, estas lhe
parecem loucura e então os absurdos surgem como no seu ensino básico de serem Força e
Matéria os dois únicos princípios de que se compõe o Universo. Dois únicos princípios –
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afirmam – Força e Matéria (espírito e corpo), excluindo de suas cogitações a idéia na
existência de Deus como o Criador dessa força e matéria (Gn 1.1). A propósito diz o mesmo
Paulo em Rm 1.22: Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
História
Em 1910, Luiz José de Mattos a Luiz Alves Thomaz, portugueses e comerciantes bemsucedidos, radicados em Santos, verificando ser a doutrina espírita, praticada no Brasil, mal
compreendida e deturpada, resolveram fundar um Centro para estudo e prática do espiritismo,
alugando para tal fim, um sobrado à rua Amador Bueno, 190, em Santos.
Assim, em 26 de janeiro de 1910, na referida casa, realizou-se a primeira reunião para
elaborar o Estatuto, eleger diretoria e escolher o nome que deveriam dar ao Centro, o qual
ficou sendo Centro Espírita Amor e Caridade. Em virtude do crescimento da obra, Luiz de
Mattos e Luiz Alves Thomaz resolveram construir uma sede própria e no dia 21 de junho de
1912 deu-se a inauguração. A data de 21 de junho fora escolhida adredemente para a
inauguração por ser o dia da desencarnação do patrono São Luiz Gonzaga.
Em 1916, todos os Centros praticantes da Doutrina Racionalista Cristã se filiaram ao
Centro Redentor do Rio de Janeiro, presidido por Luiz de Mattos. A palavra racional foi
introduzida em 3 de fevereiro de 1946, por obra de Antônio do Nascimento Cottas, tomando a
designação atual de Racionalismo Cristão. Como dizem, o berço do Racionalismo Cristão se
deu na cidade de Santos.
Obras Básicas
Indicam como obras básicas para todos aqueles que quiserem familiarizar-se com as doutrinas
do Racionalismo Cristão os livros:
“Racionalismo Cristão”
“Prática do Racionalismo Cristão”
“A Vida Fora da Matéria”
“Cartas Doutrinárias”
“Escola Espiritualizadora”
Conceitos Religiosos
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Seguindo a mesma linha de raciocínio do espiritismo kardecista, nega sua condição de
religião ou seita religiosa.
Por não ser religião, mas escola espiritualizadora, não possui esta doutrina deuses nem
adoradores (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30a edição, l976, p. 63).
A Doutrina Racionalista Cristã, portanto, é apenas uma filosofia de cunho espiritualista,
sem nenhuma conotação de caráter religioso, místico e sobrenatural. Nela não há lugar
para mistérios, nem dogmas, nem milagres, pois tudo no universo, tudo na vida, tem
explicação racional e científica (“O que é o Racionalismo Cristão”, folheto).
Para amenizar suas declarações, entretanto, alegam “respeitar todas as religiões, bem
como a maneira de pensar dos semelhantes”.
Procura, porém, alertar que ter qualquer sentimento religioso, não passa de tolice.
Afirma que o RC ajuda as pessoas a se “desfazer e libertar, à luz da razão, de seculares
erros, preconceitos, crenças e crendices, fanatismos e sectarismos religiosos” (Ibidem).
Quando vamos considerar os conceitos religiosos dos espíritas racionalistas, não
devemos estranhar suas declarações absurdas e até blasfemas, sabendo de quem parte esses
ensinos. Os espíritas racionalistas explicam a origem dos seus ensinos.
Espíritos Enganadores
Falando sobre as 17 classes de espíritos que fazem sua evolução aqui na terra,
considerada por eles um mundo escola, dizem:
Milhões de outros, de igual categoria, embora não encarnando, se dedicam –
principalmente por intermédio das Casas Racionalistas Cristãs – a auxiliar astralmente o
progresso
dos
seus
semelhantes
menos
evoluídos,
encarnados
neste
planeta.(Racionalismo Cristão. Centro Redentor, 30ª edição,1976, p. 75).
Se milhões desses espíritos se dedicam, por meio das casas racionalistas cristãs a
auxiliarem astralmente o progresso de seus semelhantes, o que podemos esperar desses
milhões de espíritos? O que eles podem fazer e quem são? Os racionalistas cristãos não
ignoram a natureza desses milhões de espíritos. Dizem deles:
A perversidade com que podem agir os espíritos do astral inferior, é quase ilimitada. [...]
Informam mais deles: Como os espíritos do astral inferior não ignoram que todos os seres
possuem mediunidade intuitiva, dela se aproveitam para incutir no mental das mesmas
43
idéias absurdas e disparatadas. (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30ª
edição,1976, p.122/23).
Ora, nós sabemos, à luz da Bíblia, que nossa luta espiritual não é contra o sangue e a
carne, mas contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais:
Porque não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Ef 6.12).
Na análise dos ensinos desse grupo religioso, verificaremos que se tratam de sutis
ensinos de demônios apontados por Paulo em I Tm 4.1: “Mas o Espírito expressamente diz
que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a
doutrinas de demônios”.
Considerando que o RC se propõe restabelecer os magníficos ensinamentos de Jesus na
Terra é lógico admitir que precisamos examinar onde se encontram esses “magníficos
ensinamentos” para confrontá-los com os ensinamentos do RC para sabermos se realmente
procede essa afirmação. Nada melhor para isso do que examinarmos a Bíblia onde se acham,
fidedignamente, os ensinamentos de Jesus. E, sem dúvida nenhuma, esses ensinamentos estão
exarados nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. O próprio Jesus se referiu a esses
ensinos dizendo: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus
discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32).
Permanecer nos ensinos de Jesus, registrados na Bíblia, é conhecer a verdade que
liberta. Enquanto falam dos magníficos ensinos de Jesus e, como dissemos, eles se encontram
na Bíblia, na parte denominada Novo Testamento, os RC falam da Bíblia com desdém, com
escárnio como se ela tivesse sido adulterada e não merecesse o menor crédito. Que
incoerência! Falam dos magníficos ensinos de Jesus e ao mesmo tempo repelem o livro no
qual esses ensinos se encontram. Jesus ordenou que ensinássemos o que Ele ensinou (Mt
28.19-20).
A Bíblia
Na Bíblia, todos o sabem, foram alterados diversos textos originais, com o fim de
favorecer a um vantajoso sistema capaz de propiciar fundos suficientes para o sustento da
legião sacerdotal, mantenedora do sistema. Para provar a alteração de textos originais é
citado o seguinte: Durante muitos séculos... as seitas religiosas que introduziram na
Bíblia este versículo repleto de malícia: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque
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dos tais é o reino dos céus (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30a edição,1976, p.
59-60).
Para provar que a Bíblia não é repelida simplesmente porque se alega textos originais
alterados, fala-se da Bíblia nos seguintes termos:
Veja-se como esta revelação da vida (os ensinos racionais), transmitida ao conhecimento
humano, é diferente da que as seitas sectaristas apresentam, cheia de incoerências,
absurdos e contradições, porque baseada nas sandices bíblicas... (“Racionalismo Cristão”.
Centro Redentor, 30a edição, 1976, p. 163).
Refutação Apologética:
Qual o erudito conhecedor da língua grega que apontaria esse texto de Mateus 5.3 como
espúrio? É uma afirmação própria de alguém que desconhece inteiramente do que está
falando. É realmente um versículo repleto de malícia como afirma o RC ?
O significado usual e correto deste verso é que ser pobre de espírito significa ser
cônscio de sua necessidade espiritual e não como interpretam os espíritas racionalistas.
Os racionalistas “cristãos” deveriam, pelo menos, ler uma vez a Bíblia antes de
começarem a falar dela. Falam do que não entendem. Deveriam ser mais cristãos e menos
racionalistas. Quais são as incoerências que a Bíblia registra? Quais são os absurdos e
contradições que ela apresenta? Sandices bíblicas onde na Bíblia? Ao contrário dessas
afirmações absurdas e não provadas, devemos ter presente o que diz Hb 4.12: “Porque a
Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e
penetra até o ponto de dividir alma e espírito, e apta para discernir os pensamentos a
propósitos do coração”.
Da forma como Jesus se dirigiu aos seus contemporâneos dizendo: “Errais, não
conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29). Nós podemos dizer para os
racionalistas que eles falam da Bíblia sem conhecê-la. Este povo se aproxima de mim com a
sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão
me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens (Mt 15.8-9).
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Deus
Na Bíblia, no Velho Testamento – livro sagrado e intocável para tantos adoradores –
existem várias referências ao deus de temperamento iracundo e vingativo da época. Esse
vergonhoso sentimento, especialmente em um deus, nada mais é do que o reflexo do
sentimento do próprio povo que o imaginou. (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor,
30a edição, 1976, p. 53).
Continuando nas suas afirmações afirmam que manifestar crença na existência de um
único Deus verdadeiro não passa de atraso espiritual:
Os que hoje rendem culto a um deus abstrato, acharão – ao cabo de tantas encarnações
quantas precisarem para atingir o necessário esclarecimento – tão tolo esse culto quanto
ridículo os civilizados entendem, agora, ser a idéia, que também já alimentaram, de
adorar deuses representados por elementos da natureza ou animais inferiores. E, por fim,
chegam ao cúmulo da blasfêmia em falar de Deus como o hipotético deus pai.
(“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30a edição, 1976, pp. 55, 75).
Alegam que:
O Racionalismo Cristão substituiu a palavra deus por termos mais condizentes e
adequados à realidade, tais como Força Universal, Força Criadora ou Grande Foco, do
qual fazemos parte integrante como partículas em evolução, possuindo, em estado latente,
todos os atributos, poderes e dons dessa Força, dessa Inteligência Universal. O Grande
Foco ou Força Universal ocupa todo o Espaço infinito, não existindo um só ponto no
Universo que não acuse a sua presença vital, inteligente e criadora. Assim, o
Racionalismo Cristão, evidentemente, não admite a idéia de Deus como terceiro elemento
no Universo, além de Força e Matéria. (“O que é o Racionalismo Cristão”, folheto).
Refutação Apologética:
O racionalismo considera um atraso intelectual a crença na existência de um Deus
pessoal. Cabem muito bem aqui as palavras bíblicas de Paulo: Dizendo-se sábios, tornaram-se
loucos. Deveriam eles antes de escrever tais absurdos, ler Is 45.9: “Ai daquele que contende
com o seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o
formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?”. Se não bastar tal texto bíblico pode ser
lido ainda o texto de Dn 4.35: “Não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que
fazes?”.
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Se crer num Deus pessoal é atraso intelectual, por que lemos o contrário na Bíblia, que
o ateísmo sim é um atraso mental? Lemos no Sl 14.1: “Disse o néscio no seu coração: Não há
Deus”. Dizendo que O Racionalismo Cristão... assenta seus princípios não na „fé‟ mas no
raciocínio se coloca ele totalmente contra o modo pelo qual podemos declarar nossa crença na
existência de Deus. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe (a Deus); porque é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam
(Hb 11.6). Pior do que os demônios é a crença dos espíritas racionalistas, porque, enquanto os
demônios crêem que Deus existe a estremecem na sua presença (Tg 2.19), os adeptos desse
grupo religioso zombam da crença na existência de um Deus pessoal e transcendente ao
próprio universo criado por Ele. Paulo não era assim tão atrasado intelectualmente e, no
entanto, cria que Deus é o Criador do Universo e que dependemos dele até para a nossa
respiração (At 17.24-31).
Os racionalistas cristãos chegaram muito tarde para fazer afirmação tão absurda da
inexistência de um Deus pessoal. Há uma crença universal na existência de Deus, que não
pode ser desprezada. Paulo se refere a essa crença universal na existência de Deus em Rm
1.19-21,28.
A personalidade de Deus é contrária ao panteísmo ensinado pelo espiritismo racionalista
que fala de Deus como o Grande Foco, Força Universal que ocupa o Espaço infinito. Esse
conceito é também denominado monista panteísta. Ao contrário, Deus é um ser que revela
autoconsciência ao dizer: EU SOU O QUE SOU. Em Êx 3.14 se lê: Disse Deus a Moisés: EU
SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel. EU SOU me enviou a vós
outros.
Orar e Adorar
Almas libertas da escravidão sectária, os estudiosos do Racionalismo Cristão aprenderam
a confiar em si mesmos, na sua capacidade espiritual e no poder da vontade para lutar e
vencer. Não são, por isso, adoradores, nem pedinchões, nem lamuriosos, nem farrapos
mentais (Racionalismo Cristão, 30ª edição,1976, p. 63).
Refutação Apologética:
Quanta altivez religiosa: um homem, adorador do Deus vivo e verdadeiro e tido na
linguagem de Jesus como aquele a quem Deus procura para adorá-lo em espírito e em
verdade, é considerado pelos racionalistas como um “farrapo mental”. Diz o profeta Jeremias:
47
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e
aparta o seu coração do Senhor! Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja confiança é o
Senhor” (Jr 17.5,7). Não se pode negar que essa altivez religiosa dos espíritas é resultante do
engano do seu coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem
o conhecerá?” (Jr 17. 9).
Os racionalistas são mais racionalistas do que cristãos. Que tipo de cristianismo é esse
que ensina a não adorar nem orar? Jesus ensinou sobre a necessidade de orar, sempre orar e
nunca desanimar (Lc 18.1). Com isso contou várias parábolas, destacando por fim: “E eu vos
digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque qualquer
que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á” (Lc 11.9-10).
Perdão
Não existem perdões no plano espiritual nem deuses para perdoar. Dentre os maisgraves
erros das religiões, ocupa lugar de destacado relevo o perdão para as faltas e, até mesmo,
para os crimes cometidos por seus adeptos. A mística do perdão para os crimes, falcatruas
e prevaricações, não tem qualquer sentido na vida espiritual (“Racionalismo Cristão
Responde”, pp. 174, 60, 136).
Refutação Apologética:
É notório a todos o episódio registrado em Jo 8.11-12 quando Jesus perguntou à mulher
pecadora: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse:
Ninguém Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”.
Como dizer que seguem os magníficos ensinos de Jesus e não ter lido na Bíblia esse perdão
tão magnânimo?! Será que os espíritas racionalistas não leram as palavras da “oração
dominical” que ensina a pedir: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos
aos nossos devedores?” (Mt 6.12). Será que o Racionalismo é mais racional do que cristão?
Parece que sim. Estava Jesus errado ao conceder perdão à mulher pecadora? Estava errado
quando ensinou a orarmos e pedirmos perdão a Deus? Grave erro cometido por Jesus? E não
foi essa a única ocasião em que Jesus outorgou perdão a alguém. Outra vez, sofreu até um
protesto silencioso dos escribas e fariseus presentes, que julgaram estar Jesus blasfemando ao
declarar perdão a quem lhe procurara para apenas receber cura do corpo. “E Jesus, vendo a fé
deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados . ...Ora para que saibais que
o filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo:
Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa” (Mc 2.5,10-11).
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Reencarnação
Por que negar a reencarnação? Por que as religiões ocidentais tanto se empenham, tanto
se obstinam em negar a reencarnação?... A resposta é fácil: reencarnação e salvação são
idéias que se atritam, que se agridem, que se chocam, porque antagônicas e
irredutivelmente inconciliáveis. Ora, no conceito de salvação – intimamente ligado aos
favores do perdão – está, precisamente, a base em que se apóiam essas religiões...
Quando o indivíduo se convencer de que se praticar o mal, terá, inapelavelmente, de
resgatá-lo; que numa encarnação se prepara para a encarnação seguinte... que não poderá
contar com o auxílio de ninguém para libertá-lo das conseqüências das faltas que cometer
e que terá de resgatar com ações elevadas – qualquer que seja o número de encarnações
para isso necessárias – por certo pensará mais detidamente, antes de praticar um ato
indigno. O espírito, quando encarna, isola-se do seu passado, esquecendo-se, por
completo, das anteriores encarnações (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30ª
edição, 1976, pp. 62, 64, 94).
Refutação Apologética:
Uma das assertivas da doutrina reencarnacionista é que, para haver justiça, deve o
homem resgatar as suas próprias faltas da existência em que vive e das existências anteriores.
Ora, como isso pode dar-se se como ponto principal se deve ele esquecer-se do seu passado,
ou melhor dizendo, das anteriores encarnações? Que tipo de melhora pode ele obter se todo o
passado de erros está esquecido? Em que ele falhou para melhorar nesta vida? Quando Jesus
perdoava aos pecadores, eles sabiam do que estavam se arrependendo e conseqüentemente
abandonando seus erros passados. Paulo confessa seus erros do tempo da sua ignorância
dizendo que tinha sido blasfemo, perseguidor e opressor, mas tinha alcançado misericórdia e
afirmava então que não vivia mais para si, mas vivia para Cristo, chegando a ponto de
recomendar que o imitassem porque por sua vez imitava a Cristo (I Tm 1.13; Gl 2.20; I Co
11.1). Pedro, quando negou Jesus, chorou amargamente (Mt 26.75). Como podem melhorar
os supostamente reencarnados se não têm a mínima lembrança dos feitos da vida anterior ou
anteriores? Melhorar no quê? Arrepender-se dos pecados da vida atual ou dos pecados das
vidas anteriores? Quem rege a lei do carma para impor castigo ou recompensa se Deus não
existe? Quem determina o que está certo ou errado desta vida e das vidas anteriores?
Mas em uma coisa eles estão certos: de fato reencarnação e salvação não se conciliam.
São conceitos, que se chocam. Sendo assim, concordamos plenamente com essa distinção
entre reencarnação e salvação!
No entanto, pensam os racionalistas em resgatar as próprias faltas! Com quê? Com dinheiro,
com obras virtuosas ou sofrimentos?
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Se for com dinheiro é inútil porque a riqueza de qualquer mortal acabaria antes, dado
que o resgate de uma alma é caríssimo (Sl 49.6-8). Se for com obras meritórias, então o
negócio complica, porque nossas obras de justiça são como trapos de imundície (Is 64.6). O
conceito de reencarnação fala de salvação por esforços pessoais, tais como: boas obras e
sofrimentos. É salvação obtida pelo homem, se não numa encarnação, em várias encarnações,
e pensam ser isso possível para se atingir o estado de espírito puro. Agora, salvação no
conceito bíblico não é fruto de esforço próprio. É favor imerecido de Deus como se lê em Ef
2.8-10. E por quê? Porque o homem é incapaz de, por esforços próprios, conseguir a sua
salvação (Tt 2.11-13). Jesus, explicando sua missão à terra, afirmou que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). Afirmou na casa de
Zaqueu que veio buscar e salvar o que estava perdido (Lc 19.10). Ao instituir a Ceia e
distribuir o cálice mencionou que o cálice era o seu sangue derramado para remissão de
pecados (Mt 26.26-28). Toda a pessoa que recebe o perdão de Deus, pela sua fé na pessoa de
Jesus Cristo, não continua no pecado. Os conselhos bíblicos nesse sentido são muito
freqüentes (II Co 5.17; Ef 4.17-32; 5.3-16). Ora, a Bíblia fala de regeneração, que é a
mudança das disposições íntimas da alma dentro de uma só existência (Jo 3.3,5) e não de
reencarnação. Diz a Bíblia que o homem só passa por esta existência uma única vez e depois
disso vem o juízo (Hb 9.27; Ec 12.7).
Jesus Cristo
Grandes espíritos, movidos por ideais reformadores, baixaram à Terra, encarnando, com
enorme sacrifício, para ver se conseguiam a desbrutalização da mente humana que se
deixara empolgar pelo sentimento do gozo e dos prazeres apenas materiais. Esses
valorosos espíritos, porém, além de não haverem sido compreendidos, acabaram
divinizados pela massa ignara, como aconteceu com Jesus, Buda, Confúcio e Maomé.
Negar a Jesus o valor, o mérito de haver conquistado a sua evolução espiritual à custa de
grandes lutas, de trabalhos, de sofrimentos, de desencarnações e reencarnações,
atribuírem as qualidades, a nobreza, os altos atributos que possui esse grande espírito ao
privilégio de uma suposta filiação divina, é erro grave que cometem, além de
demonstração de lamentável ignorância relativamente à vida espiritual. No Brasil, e em
muitos outros países, adora-se a Jesus. Não há, entretanto, qualquer diferença, entre tais
adoradores e os outros que se voltam para Buda, Confúcio e Maomé. Nenhum adorador é
capaz de dissociar a idéia de adorar da de pedir. A razão é óbvia: adorar e pedir são duas
muletas iguais, para uma só invalidez mental (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor,
30ª edição, 1976, pp. 56-57, 74).
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Resposta Apologética:
O que de cristão existe nesta religião? Sem dúvida, de cristão só tem o nome, pois não
é possível, à luz da Bíblia igualar fundadores de religião como Buda (budismo), Confúcio
(confucionismo) Maomé (islamismo) com a pessoa augusta e divina de Jesus Cristo. O
evangelho de João começa com estas palavras: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo 1.1;1.14). É
ignorância, segundo os espíritas racionalistas, admitir que Jesus possuía filiação divina. No
entanto, por duas vezes o Pai, do céu, proferiu palavras de reconhecimento de Jesus como Seu
Filho, sendo uma no batismo de Jesus, quando disse: Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo (Mt 3.17) e outra no Monte da Transfiguração, quando repetiu as mesmas palavras
(Mt 17.5). Como ousam os racionalistas afirmar que crer na filiação divina de Jesus não passa
de demonstração de lamentável ignorância espiritual?
João termina o seu evangelho e dá a razão de tê-lo escrito: “Jesus, pois, operou
também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste
livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31-32). Isso é ignorância? Como vemos,
Jesus não era simplesmente um grande espírito que baixou à Terra. Ele existia na condição de
Deus (Fp 2.6) e se humilhou tomando a forma de servo e achado na forma de servo foi até à
morte e morte de cruz (Fp 2.7-8).
Suas reivindicações o tornou distinto de todos os demais reformadores religiosos.
Declarou ser o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Durante sua vida terrena recebeu
adoração de certas pessoas na condição de Deus-homem e não como homem simplesmente
(Jo 20.28), inclusive dos seus discípulos sem que em qualquer ocasião os tivesse repreendido
por tal atitude (Mt 14.33; 28.9,17; Jo 9.35-38). Como racionalmente alguém pode dizer que
adorar e pedir são duas muletas iguais para uma só invalidez mental? Adorar e orar são duas
práticas que todos os seres humanos devem prestar a Jesus Cristo (Fp 2.9-11). Uns hoje o
fazem voluntariamente, outros, como os racionalistas, um dia terão de prostrar-se aos pés de
Jesus para isso fazer, embora hoje entendam serem muletas por causa da invalidez mental de
quem assim o faz.
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Milagres
Os deuses mitológicos também fizeram milagres, na imaginação fantasiosa dos
adoradores, e daí a autoridade e o prestígio que tiveram junto aos seus fiéis. Não há
diferença sensível, por isso, entre os deuses milagreiros da mitologia, e os não menos
milagreiros das variadas religiões atuais (Racionalismo Cristão. Centro Redentor, 30ª
edição, 1976, p. 59).
Refutação Apologética:
Admitir a existência de instituições religiosas falsas que fabricam milagres por
intermédio de vários médiuns, que, a um só tempo, encarnam o Dr. Fritz fazendo curas
espirituais e iludindo os incautos, isso é bem notório entre os brasileiros. Não negamos que
isso realmente dá muito prestígio aos espíritas, notadamente em Uberaba onde Chico Xavier
tinha uma grande clientela que recebia suas mensagens psicografadas como se fossem de
parentes mortos. Acreditamos por motivos justos e bíblicos que tais fenômenos não passam de
fraude. Paralelamente, também se ouve muito falar dos milagres dos orixás dos cultos afrobrasileiros nos centros de terreiro. Isso traz um prestígio enorme para os pais-de-santo e mãesde-santo espalhados por todo esse Brasil.
Concordamos plenamente com essa crítica racionalista. Mas admitir que só existam
falsos milagres e não existam verdadeiros não é verdade. Jesus, durante o seu ministério,
realizou curas milagrosas em coxos, cegos, mancos, leprosos e até ressuscitou mortos como a
filha de Jairo, o filho da viúva de Naim, Lázaro, sepultado há quatro dias (Mt 11.3-6; 9.18,25;
Lc 7.11-15; Jo 11.40-45). E não podemos esquecer-nos de que Jesus é eterno, sendo o mesmo
ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8), podendo, pois, realizar por intermédio dos seus
mensageiros milagres iguais (Mc 16.17; I Co 12.7-11).
Classes de espíritos
Os mundos dividem-se, ainda, em duas grandes categorias: mundos de estágio e mundosescolas. Distribuídos na série de 33 classes, de acordo com o grau de desenvolvimento de
cada um, os espíritos fazem a sua evolução, partindo da seguinte ordem de mundos:
a)
mundos materializados – espíritos da 1a à 5a classe
b)
mundos opacos – espíritos da 6a à 11a classe
c)
mundos brancos – espíritos da 12a à 17a classe
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d)
mundos diáfanos – espíritos da 18a à 25a classe
e)
de luz puríssima – espíritos da 26a à 33a classe
ATerra é um mundo-escola em que as 17 primeiras classes, da série de trinta e três
classes, promovem a sua evolução, partindo da primeira e chegando à décima sétima, em
períodos que variam muito, de espírito para espírito, mas que se elevam, sempre, a
milhares e milhares de anos (“Racionalismo Cristão”. Centro Redentor, 30a edição,1976,
p. 76).
Refutação Apologética:
A teoria dos supostos diversos mundos citados pelos racionalistas cristãos não passa
da mesma teoria sustentada pelos espíritas kardecistas com ligeiras modificações. O caso é
que a alegação de que existem mundos materializados, opacos, brancos, diáfanos e de luz
puríssima é pura especulação. Dizem que a terra é um mundo escola que abriga espíritos até a
17ª classe. Pura fantasia! O que o verdadeiro cristianismo sempre ensinou é que existe apenas
dois tipos de dimensões: o mundo material e o mundo espiritual. O mundo espiritual é
habitado por espíritos criados por Deus no momento da concepção do ser humano, que
constitui o mundo material (Zc 12.1; 2 Co 4.16-18). Na morte do corpo os espíritos humanos
possuem dois destinos: irão para o céu se forem salvos (Fp 1.21-23) ou irão para o Hades se
forem perdidos (Lc 16.22-25). Fora estes, existem outros espíritos que pertencem a classe
angelical. Uns permaneceram fiéis a Deus e são seus agentes secretos para ajudar aos que hão
de herdar a salvação (Hb 1.14). Outros, porém, se tornaram desobedientes e acompanharam a
Satanás na sua rebelião contra Deus e são habitantes das regiões atmosféricas e tentam os
homens como espíritos demoníacos, contra os quais devemos estar alertas (Is 14.12-14; Ap
12.3; 2 Co 11.11-14).
Céu e Inferno
Se as organizações religiosas revelassem a verdade aos seus adeptos, no tocante à fantasia
dos perdões, da salvação eterna, da mansão celeste, do divino pai, do inferno, do diabo...
e de tantas outras invencionices, nenhuma delas se manteria de pé. Inúmeros daqueles
que iludiram o semelhante com promessas do céu e ameaças do inferno, ali também se
acham presentes. É o paraíso de todos os materialistas e gozadores (Racionalismo
Cristão. Centro Redentor, 30a edição, 1976, pp. 62, 119).
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Refutação Apologética:
Repetimos a pergunta: O que de cristão existe nessa religião? Deveriam sim, seus
adeptos, antes de se desligarem do espiritismo Kardecista, tomar uma nova posição religiosa e
não repetir os absurdos de Allan Kardec com o título pomposo de Racionalismo e de Cristão,
porque esse tipo de espiritismo não é nem uma coisa e muito menos outra. Deveriam mudar
de nome. Não é possível adotar o nome de cristão e ser tão antagonicamente anticristão. Tudo
o que Jesus Cristo ensinou e que se acha exarado na Bíblia é tido como fantasia, como
resultado de deboche religioso.
Jesus falou do perdão? Sim. Ensinou na oração dominical a pedirmos perdão por
nossas dívidas ao Pai celestial (Mt 6.12).
Jesus falou da salvação eterna? Sim. Em Jo 5.24, Ele declarou que quem ouve sua
palavra e crê naquele que o enviou tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou
da morte para a vida.
Jesus falou do céu como lugar de felicidade eterna? Sim. Disse que na casa do Pai há
muitos lugares e avisou que Ele mesmo é o caminho para lá (Jo 14.2-3).
Jesus falou do seu Pai celestial? Sim. Logo na sua adolescência já se encontrava
consciente da existência do Pai celestial, respondendo a Maria, sua mãe, que estava cuidando
dos negócios dele (Lc 2.49).
Jesus fez ameaças sobre o inferno? Sim. Disse que era melhor entrar na vida aleijado
do que ter corpo perfeito e ir para o inferno, onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se
apaga (Mc 9.43-45).
Jesus falou do diabo? Sim. Falou do diabo como o pai da mentira (Jo 8.44). Parece até
que os racionalistas cristãos falam inspirados por ele, pois todas as suas afirmações são
contrárias ao que a Bíblia ensina (Mt 5.37). Mas, segundo os racionalistas, supostamente
cristãos, tudo isso não passa de pura invencionice! Como se dizer cristão e negar os ensinos
de Jesus? A palavra cristão significa seguidor de Cristo (At 11.26). E podemos afirmar com
base na palavra de Deus e no que foi exposto até aqui, que os racionalistas “cristãos” não são
nem uma coisa, nem outra. Apenas espíritas repetindo as heresias bem conhecidas de Allan
Kardec.
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V- SANTO DAIME
Introdução
São bem oportunas as palavras bíblicas de Romanos 1.22: Dizendo-se sábios, tornaramse loucos, quando nos propomos a falar sobre o grupo religioso Santo Daime. Dizemos isso
porque, nesse grupo religioso, aparentemente desconhecido, existem celebridades da TV que
já se pronunciaram publicamente como membros dele. E não é só isso, até o ex-pastor
Nehemias Marien já fez parte de reuniões religiosas onde o chá foi bebido. Conta ele:
Concentrado no culto, cantei, com o mais vivo entusiasmo, todas as canções de louvor,
mas sempre muito atento às mínimas ocorrências envolvendo os circunstantes. Vi
nocauteada a resistência de muitos que se entregavam relaxados nos colchonetes e
poltronas espalhados pela sala. Vi outros se transfigurarem, em êxtase, os olhos vítreos
esbugalhados. Um jovem tomou-me a mão, como um náufrago perdido no mar e,
literalmente, urrava como leão. Muitos vomitavam, enquanto outros corriam ao banheiro.
Um outro virou uma estátua vibrante, o tempo todo em obediência a seus chacras,
segundo disse. Então, após o segundo cálice, comecei a sentir as mãos frouxas e uma
ligeira cãibra nas pernas, dando-me a impressão de desmaio, embora em momento algum
me sentisse tenso. Procurei cantar com mais entusiasmo, mas logo percebi ser melhor
procurar o sofá, no qual o meu corpo caiu pesado. Foi nesse instante que, relaxado, rendime ao Daime, sem alucinações, mas com a consciência da purificação espiritual centrada
em Jesus... Creio que, também, pelo Santo Daime, pode-se contemplar a luz divina e
alcançar a purificação do espírito e a cura interior (“JESUS, A Luz da Nova Era”, Pr
Nehemias Marien, Editora Record, pp. 120-121).
Pode haver maior apostasia do que essa, de um “pastor” afirmar que contemplou a luz
divina e alcançou a purificação do espírito e cura interior depois que tomou o chá? A luz
divina, como lemos na Bíblia, é Jesus Cristo, veja a declaração de João: Ali estava a luz
verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo (Jo 1.9). Purificação do espírito
se faz pelo sangue de Jesus e não por tomar-se um chá – No dia seguinte João viu a Jesus, que
vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). E cura
interior alcançamos quando atendemos ao convite de Jesus, em Mt 11.28-29 lemos: Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para
as vossas almas.
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Efeitos do Chá
A bebida é preparada com o cozimento de dois vegetais da floresta amazônica: o cipó
jagube (Banisteriopsis caspi) e a folha chacrona (Psychotria veridis). É conhecida como
ayahuasca ou, abreviadamente, OASCA. É ingerida para proporcionar vidências,
comunicação com espíritos, alívio físico e psíquico, curas, etc. É uma porta aberta para os
estados alterados de consciência. Em algumas pessoas produz um desarranjo intestinal tão
violento que precisam ter ao seu lado, um vomitório móvel, porque não dá tempo de ir ao
banheiro.
O nome Daime
DAIME – dizem – vem do verbo dar, no imperativo. Daime paz, Daime saúde, Daime
felicidade – é a aspiração dos membros da entidade. É um tipo de seita eclética, uma mistura
de espiritismo, cultos afro-brasileiros e catolicismo romano, resultantes de três culturas (a
branca, a negra e a indígena). O livro sagrado que adotam é o seu hinário. As letras dos hinos
constituem a diretriz para os seguidores. Todos os ensinamentos são ministrados por hinos
naquele estado alterado de consciência proporcionado pelo Daime, encontrando-se neles suas
crenças básicas. A principal característica do Santo Daime é o canto. São conhecidos também
como Povo de Juramidam, expressão composta de Jura (pai) e Midam (filho). Tal é o nome
que o iniciador da seita diz ter recebido das entidades divinas. Juramidam representa a
segunda volta de Jesus à Terra, sendo assim o povo de Juramidam o povo de Jesus Cristo.
Impossível para um leitor da Bíblia ler sobre um tipo de culto envolvido com práticas
mediúnicas, idolatria e feitiçaria, admitir que seja povo de Jesus. O próprio Jesus declara ser
a luz do mundo e que aquele que o segue não andará em trevas (Jo 8.12). Em nenhuma
passagem bíblica se encontra qualquer ensino de Cristo que se assemelhe a um ensino que
envolva espiritismo, feitiçaria e idolatria.
O Fundador
O fundador, Raimundo Irineu Serra, nasceu em 1892, no Maranhão, e morreu em 1971.
Aos 20 anos de idade, integrou um movimento migratório de nordestinos para trabalhar na
extração de látex. Na floresta amazônica, Irineu e seus companheiros foram misturando a sua
cultura à dos índios e aprenderam a preparar a bebida, que lhes provocava visões. Numa
dessas visões apareceu a Irineu uma mulher chamada Clara, que se dizia Nossa Senhora da
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Conceição, a Rainha da floresta. Ela falou-lhe: Quem é que tu achas que eu sou? Ele olhou e
disse:
Para mim a senhora é uma Deusa Universal. Tu tens coragem de me chamar de Satanás,
isso ou aquilo outro? Não, a senhora é uma deusa universal. Tu achas que o que estás
vendo agora, alguém já viu?
O mestre Irineu refletiu e achou que alguém já podia ter visto, e havia tantos que faziam a
bebida que ele podia estar vendo o resto. A senhora então disse:
O que estás vendo agora ninguém jamais viu, só tu. E eu vou te entregar esse mundo
para governar. Agora tu vais te preparar, porque eu não vou te entregar agora. Vais ter
uma preparação para ver se tu podes merecer verdadeiramente: tu vais passar oito dias
comendo só macaxeira (mandioca) cozida, com água e mais nada.
Relatou Irineu que foi ela quem deu o nome de Santo Daime à bebida e ditou normas
para a realização do ritual. Ele adquiriu poderes extra-sensoriais e aí passou a ter vidência e a
comunicar-se com os mortos. Nas reuniões, evocam Jesus Cristo e os santos católicos como
Nossa Senhora da Conceição, São João Batista, São José. Paralelamente, evocam entidades
indígenas como Tuperci, Ripi Iaiá, Currupipipiraguá, Equior, Tucum, Barum, Marum Papai
Paxá, B. G., Rei Titango, Rei Agarrube, Rei Tintuma, Princesa Soloína, Princesa Janaína e
Marachimbé.
Histórico
Em 1945, Mestre Irineu fundou o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal, que
chegou a congregar 500 membros efetivos. Um discípulo de Irineu, o seringueiro padrinho
Sebastião, fundou outra comunidade, a Colônia Cinco Mil, também no Estado do Acre, que
no foro civil foi registrada como entidade filantrópica, tendo o nome de Cefluris (Centro
Eclético de Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra). Depois da morte do fundador em
1971, o padrinho Sebastião o substituiu na direção da entidade, vindo a morrer em 1990. O
filho de Sebastião, o padrinho Alfredo Gregório de Melo, está na liderança do movimento
Santo Daime que, atualmente, conta com 30 núcleos e mais de cinco mil adeptos.
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Festividades
Quase na totalidade seguem as festividades dos dias santos do catolicismo, juntando
mais uma festa extra na data do nascimento do fundador (15 de dezembro). O ano religioso
começa em 6 de janeiro, em homenagem aos Três Reis do Oriente, seguindo-se as datas de 20
de janeiro (São Sebastião), Sexta-feira Santa, 24 de junho (São João Batista), 2 de novembro
(Finados), 8 de dezembro (Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos trabalhos).
Doutrinas
O ritual
Dentro do ritual encontramos práticas religiosas ligadas à idolatria, à feitiçaria e às
cerimônias católicas.
a) Idolatria e Feitiçaria:
O Estatuto da Cefluris declara seguir a orientação implantada pelo mestre Irineu,
fundamentada no Ritual do Ecletismo Evolutivo, ou seja, de várias correntes religiosas
que se interpenetram, tendo como ponto de partida o Cristianismo (“Pergunte e
respondemos”, Editora Lumen Christi. Edição Encadernada. Ano XXXI, setembro 1990,
p. 425).
Refutação Apologética:
O Santo Daime é formado por ensinamentos procedentes de várias correntes religiosas
tais como, catolicismo, cultos afro-brasileiros e indígenas. Ora, o ecletismo religioso é uma
abominação aos olhos de Deus. Apontamos como exemplo o povo israelita no deserto,
acampado junto ao Monte Sinai. Enquanto Moisés estava no Monte Sinai, o povo embaixo
resolveu prestar um culto a Deus, criando um ídolo na forma de um bezerro de ouro. Depois
de pronto instituíram uma festividade e a justificaram com os seguintes dizeres: “E ele os
tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição.
Então disseram: Este é teu Deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito. E Arão, vendo isto,
edificou um altar diante dele; e apregoou Arão, e disse: Amanhã será festa ao Senhor” (Êx
32.4-5). Como Deus reagiu com esta festividade eclética envolvendo a Sua Pessoa e o
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bezerro de ouro? Vejamos: “Disse Deus a Moisés, no Monte Sinai: Vai, desce; porque o teu
povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido. E depressa se tem desviado do caminho
que eu lhes tinha ordenado; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se
inclinaram, e ofereceram-lhe, e disseram: Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do
Egito” (Êx 32.7-8). As práticas ligadas à idolatria foram mais tarde condenadas pelos
profetas: Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o
meu louvor às imagens de escultura (Is 42.8). “Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e
deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou
Deus” (Is 43.12).
Sabemos que os cultos afro-brasileiros tributam louvores a entidades também
conhecidas como orixás, que pensam serem os intermediários entre o deus Olurum e os
homens.
Ora, sabemos que tais entidades espirituais, embora sejam consideradas santas, na
verdade entendemos que são espíritos demoníacos que povoam os ares como afirma o
apóstolo Paulo em Efésios 6.12: Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas,
sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Afirmamos: o que consta do
estatuto nada tem a ver com o Cristianismo. Quando há genuína conversão a Deus, há o
abandono dos ídolos e de todo o ecletismo. Jesus foi enfático ao dizer: Ninguém pode servir a
dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Não podeis servir a Deus e a Mamon (Mt 6.24).
Ritual da bebida
O cipó é cortado em pedaços de 20 cm de comprimento. A partir das duas horas da
madrugada, realiza-se a bateção. Turmas de 12 homens revezam-se de duas em duas horas no
trabalho de esmagar os pedaços de jagube sobre troncos de árvores fixos no solo, utilizando
marretas de cumaru, pau tirco ou bálsamo, sendo que o ritmo é acompanhado por hinos
adequados. A bateção significa purificação em si e serve para o sujeito se disciplinar. O
cozimento do cipó macerado e das folhas se dá na proporção de duas medidas de cipó para
uma das folhas de chacrona e é uma das etapas mais delicadas do ritual. Não se deve
conversar com a pessoa encarregada, pois ela controla o ponto de fervura da bebida, que é
indicado por uma entidade do Santo Daime presente no plano astral, a qual se manifesta no
momento em que se completa o cozimento para que a panela seja retirada da fornalha. Todos
são avisados desse procedimento através de uma campainha acionada pelo encarregado.
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Essa entidade, que desce e se manifesta no momento em que é completado o cozimento,
é uma das manifestações malignas, embora possa ser chamada por nomes indígenas como
Tuperci, Ripi Iaiá, Currupipipiraguá, Equior, Tucum, Bvarum, Marum Papai Paxá, B. G. ,
Rei Titango, Rei Agarrube, Rei Tintuma, Princesa Soloína, Princesa Janaína e Marachimbé.
Cerimônias católicas
Durante o ritual, rezam missa em favor dos mortos e cantam dez hinos sem
instrumentos musicais, sem bailados. Reza-se um terço, ficando o Salve Rainha para o
término da sessão. Essa prática é ligada à Igreja Católica.
Resposta Apologética:
Não se deve celebrar missas aos mortos, porque elas são inúteis. Jesus afirmou que se
alguém morrer sem crer nele como único e suficiente Salvador nunca poderá ir para onde Ele
foi. Jesus foi para o céu de onde virá para buscar o seu povo (Jo 8.21-24; Jo 14.2-3). O ritual
do Santo Daime é ritual pagão, impróprio e condenado pela Bíblia em Deuteronômio 18.9-12.
A aparição da N. Senhora da Conceição
Relata o Mestre Irineu que recebeu uma visão de uma senhora divina que ele pensou ser
uma deusa universal, identificando-a até como se fosse Satanás. Entretanto, posteriormente,
na própria visão, foi esclarecido de que se tratava de “Nossa Senhora da Conceição”.
Resposta Apologética:
Os que têm a Bíblia e a consideram como autoridade maior no campo religioso devem
ter presentes as palavras de Paulo, que afirmam: Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do
céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim
como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro
evangelho além do que já recebestes, seja anátema (Gl 1.8-9). Ora, se esse grupo religioso
tem como princípio básico e fundamental o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
como reza o item 2 do Estatuto, deveria saber que o Evangelho que Jesus pregou incluía o
arrependimento e fé na sua pessoa (Mc 1.15), pois sem arrependimento ninguém poderia
salvar-se (Lc 13.3); e que afirmava a necessidade da sua morte, sepultamento e ressurreição
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como meio de salvação (Mt 16.21-23; 20.28). Jesus nada ensinou sobre ecletismo, mas foi
incisivo ao afirmar que existem duas portas e dois caminhos que levam a dois fins distintos.
Ensinou Jesus: Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e
apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem (Mt 7.13-14).
UM CULTO ABSURDO
É tão absurdo esse culto do Santo Daime que se declara:
Há quem vomite e quem seja cometido de desarranjos intestinais, ou as duas coisas
juntas. E com que objetivo? Ocorrendo a ânsia de vômitos e a diarréia depois que se toma
o chá é que a pessoa está passando por uma espécie de limpeza espiritual. Ou seja, de
alguma maneira está se livrando de tudo aquilo que a impede de estar em comunhão com
Deus.
É esse um culto racional? Paulo recomenda que apresentemos os nossos corpos como
um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm 12.1).
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VI - UMBANDA
Introdução
É, porém, inegável a proliferação verdadeiramente espantosa desses centros de
superstição, depravação, degradação moral, em que se misturam práticas fetichistas e ritos
católicos, deuses africanos e santos católicos, num sincretismo bárbaro de necromancia,
magia, politeísmo, demonolatria e heresia.
E não julguemos que se trata de um movimento apenas entre a gente de cor. A
absoluta maioria dos “chefes de terreiros” é branca e as tendas também são freqüentadas pôr
pessoas que vão até lá em carros do ano e até mesmo carros oficiais. Alguém poderia dizer
que a umbanda é uma religião própria da classe inculta ou ignorante, haveria de diminuir na
proporção em que crescesse o índice de alfabetização. Mas isto não acontece. Pois vemos
entre os freqüentadores até gente de destacada posição social. Presidentes, Senadores,
Ministros, Deputados, Prefeitos, Vereadores, artistas etc. O próprio Governo parece fomentar
esse movimento como espetáculo de valor turístico.
Breve Histórico
15 de novembro de 1908 - Zélio de Moraes, então com dezessete anos, mediunizado com
uma entidade que deu o nome de Caboclo das Sete Encruzilhadas, funda, em Neves, subúrbio
de Niterói, o primeiro terreiro de Umbanda. Usa pela primeira vez o vocábulo UMBANDA, e
define o movimento religioso como: "Uma manifestação do espírito para a caridade".
Novembro de 1918 - O Caboclo das Sete Encruzilhadas dá início à fundação de sete Tendas
de Umbanda. Todas as Tendas foram fundadas no Rio de Janeiro.
Ano de 1920 - A Umbanda espalha-se pelos Estados de São Paulo, Pará e Minas Gerais. Em
1926 chega ao Rio Grande do Sul e em 1932 em Porto Alegre.
Em 1924, (O advento do Caboclo Mirim) manifestou-se no Rio de Janeiro, em um jovem
médium, Benjamim Figueiredo, uma entidade, Caboclo Mirim, que vinha com a finalidade de
criar um novo núcleo de crescimento para a Umbanda. Assim, toda a família do médium foi
chamada a participar. Eram ao todo 12 pessoas que deram início ao que foi chamada a Seara
de Mirim. Após 18 anos, em 1942, foi fundada a Tenda Mirim, à rua Sotero dos Reis, 101,
Praça da Bandeira; mudou - se, posteriormente, para a rua São Pedro e depois para a rua
Ceará, hoje Avenida Marechal Rondon, 597. Também desta Tenda saíram vários médiuns que
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se responsabilizaram pela criação de Tendas de Umbanda ao longo de todo território
nacional.
A primeira casa dela descendente foi criada, em 30/06/51, como filial, em Queimados, Nova
Iguaçu, à rua Alegre, s/n. Depois desta, novas casas foram abertas em Austin, Realengo,
Colégio, Jacarepaguá, Itaboraí e Petrópolis. A primeira casa, descendente do Caboclo Mirim,
aberta fora do Rio de Janeiro foi a de Assaí, no Paraná. Até 1970, já tinham sido abertas 32
casas.
Ano de 1939 - Os Templos fundados pelo Caboclo das Sete encruzilhadas reuniram-se,
criando a federação Espírita de Umbanda do Brasil, posteriormente denominada União
Espiritualista de Umbanda do Brasil, incorporando dezenas de outros terreiros fundados por
inspiração de "entidades" de Umbanda que trabalhavam ativamente no astral sob a orientação
do fundador da Umbanda.
Outubro de 1941 - Reúne-se o Primeiro Congresso de Espiritismo de Umbanda.
Confusão na Umbanda
Cada líder procura fazer uma Umbanda a seu modo, e dentro do conceito que ele
próprio imagina, de acordo com a sua instrução, com a sua capacidade de imaginação, com
seus conhecimentos, e, quase nunca, com a orientação dada pelos seus próprios guias. Não
somente cada autor, cada chefe de terreiro proclama: “A Umbanda que aqui se pratica, é
muito diferente dessa Umbanda que se pratica pôr aí afora”.
Uns querem voltar ao mais puro africanismo; outros rejeitam energicamente todos os
elementos africanos, outros pretendem ter encontrado a mais pura Umbanda nas religiões da
Índia; nem falta quem declare que “o livro fundamental de Umbanda é a Bíblia, com o Antigo
e Novo Testamento, tal como estão escritos, não se admitindo interpretações simbólicas.
A palavra “Umbanda”
A confusão já se manifesta na explicação da origem do significado da própria palavra
“Umbanda”. Há diversas interpretações sobre a palavra Umbanda. Essa palavra é um
constante e permanente desafio aos estudiosos do assunto. Uns dizem que é “Luz Irradiante”,
outros dizem que é “Banda de Deus”, há os que dizem que é “Corrente Espiritualista”, “Na
Luz de Deus”, “Legionários de Deus”, e vai por aí afora, porém tudo vago e indefinido, sem
haver, entretanto, uma explicação cabal e convincente. O Dr. Artur Ramos já reconhece a
palavra, que é de origem africaníssíma, designado o grão-sacerdote do culto banto ou
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evocador de espíritos. No catecismo de Umbanda diz que: “Umbanda é uma palavra africana,
significando ora o sacerdote, ora o local onde se pratica o culto”.
Umbanda é espiritismo
Existe grande desavença entre os adeptos do Espiritismo Kardecista e os do
Espiritismo Umbandista. Uns e outros fazem questão de dizer-se “espírita”.
Mas os primeiros declaram que foi Allan Kardec quem criou e fixou o termo para
designar especificamente o Movimento Espiritualista pôr ele iniciado e que, por conseguinte,
outros não podem usurpar a mesma designação para um movimento essencialmente diferente.
É a razão por que reclamam o termo “espírita” para si exclusivamente. Nem por isso os
umbandistas deixam de chamar-se “espíritas”. Podem alegar em seu favor que a Umbanda de
fato não é essencialmente diferente do kardecismo.
Mas existe outra razão muito mais decisiva que nos permite identificar a Umbanda e o
Espiritismo.
Pois todos os umbandistas aceitam a doutrina ou filosofia kardecista da
reencarnação. O umbandista acredita na lei das reencarnações, na lei da evolução das almas,
aceita a “revelação” de Jesus Cristo. Veja o que já disse um órgão oficial espírita a respeito
do assunto:
Baseados em Kardec, é-nos lícito dizer: Todo aquele que crê nas manifestações dos
espíritos é espírita: ora, o umbandista nelas crê, logo o umbandista é espírita, mas nem
todo espírita é umbandista, porque nem todo espírita aceita as práticas da umbanda. ( O
Reformador – FEB, julho de 1953 pág. 149)
Todavia, há dois pontos que distinguem o umbandista do kardecista: a) o objeto da
prática da comunicação dos espíritos dos mortos, b) o ritual, muito complexo na lei de
Umbanda, que é uma religião de culto externo.
Umbanda, a quarta revelação
Aceitando embora integralmente a revelação kardecista, a Umbanda pretende, no
entanto, aperfeiçoá-la e ultrapassá-la. Para os umbandistas Kardec é grande, mas a Umbanda
é maior. Moisés trouxe a primeira revelação, Cristo veio com a segunda revelação, Kardec
declarou o espiritismo portador da terceira revelação, mas a Umbanda seria a última, a Quarta
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Revelação. Assim como Cristo retificou e superou Moisés, como Kardec corrigiu e suplantou
Cristo, assim a Umbanda julga purificar e vencer Kardec, Cristo, e Moisés. É que eles, os
umbandistas, tiveram a dita de entrar em relações com espíritos superiores aos daqueles que
ditaram suas mensagens para Allan kardec, espíritos “que possuem mais vastas concepção do
universo e reconhecem a existência de outra ordem de espíritos (não humanos), cujas relações
entre os mesmos e os humanos não deve ser apenas de mérito intercâmbio e sim de cultuação,
o que exige uma verdadeira ritualística
Umbanda é magia
Os pesquisadores religiosos, inclusive sociólogos, definem acertadamente este
movimento como sendo magia; por exemplo: a Umbanda faz magia pôr intermédio das forças
invisíveis, baseadas nas forças astrais, com rituais, preceitos, sinais cabalísticos, cânticos e
outros elementos, como a água, o fogo, a fumaça, as bebidas, as comidas, os animais,
apetrechos apropriados, etc. O umbandista poderia ser comparado com os “alquimistas,
feiticeiros, advinhos, pitonisas do passado, etc.
O espiritismo kardecista evoca os espíritos, para que por meio deles, possam obter
comunicações doutrinárias, ou ainda, quando se trata de espíritos atrasados, para instruí-los;
mas não existe a idéia de fazer certos “trabalhos” a favor ou contra determinadas pessoas. A
Umbanda porém, vai bem mais longe,: no culto aos Exus, considerados “os agentes mágicos
universais que estes espíritos são evocados pôr meio de ritos, sinais cabalísticos (“pontos
riscados”) , versos evocativos (“pontos cantados”) e objetos ( galos, galos pretos, charutos,
cachaça, velas, etc.) que lhe são oferecidos (“presentes”, “despachos”) para conseguir que se
ponham ao serviço do homem e façam ou desmanchem determinados “trabalhos”. E isso é
magia no sentido mais estrito da palavra.
Ora, tanto a necromancia dos Kardecistas, como a magia dos umbandistas, foram
ambas terminantemente proibidas por Deus. Eis alguns exemplos: Lv 20.6; Lv 19.31; Dt
18.12-14; At 8.9-11; At 13.10; At 19.10.
Umbanda e Quimbanda
Para alguns há diferenças entre a Umbanda e a Quimbanda. Dizem que ambos
praticam a magia, mas com a diferença de que em Umbanda ela é feita apenas para o bem (e
seria a Magia Branca) e em Quimbanda (Magia Negra) os trabalhos seriam exclusivamente
maus.
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Na sua essência íntima, a Quimbanda é em quase tudo idêntica ao que se cultua na
Umbanda.
Quando alguém procura a Quimbanda, procura porque quer fazer trabalhos; por
exemplo: “para obrigar o namorado ou amante a voltar a se casar; para amarrar o homem com
a mulher; para que o marido se conforme com a mulher ter o seu amante; para uma mulher
tirar o homem da outra; para que o homem só tenha potência para uma mulher; para amarrar a
vida e negócio dos outros e os arruinar; para obrigar outros a fazer o que não é justo; para
castigar os inimigos, pô-los doentes ou então matar, etc. Essas pessoas recorrem aos serviços
dos exus que também são cultuados na Umbanda, sendo que na Quimbanda só trabalham com
os exus.
Umbanda é a negação do Cristianismo
Já vimos que a Umbanda, em sua prática da evocação dos espíritos e em seus
trabalhos de magia (branca ou negra, tanto faz) desobedece a Deus, revoltando-se contra uma
ordem clara e repetida do Criador. Verificamos que a Umbanda, em sua doutrina panteísta,
contesta e deve contestar toda uma longa série de verdades cristãs a respeito de Deus: Nega a
Trindade, a existência de um Deus pessoal e distinto do mundo; a divindade de Jesus, a
redenção por Cristo, a Graça de Deus, a ressurreição de Cristo, o juízo depois da morte, a
ressurreição final de todos os homens, a existência do inferno, dos demônios, do diabo etc.
Tudo isso, em outras palavras, é a negação total da doutrina cristã e por isso do Cristianismo.
A hierarquia na Umbanda
Não existe uniformização de ritual dentro dos vários terreiros. A extrema
complexidade dos ritos para a evocação mágica dos orixás, eguns e exus, ou para outros
“trabalhos espirituais de caridade”, reclama numeroso pessoal, suficientemente instruído e
habilitado. É necessário tomarmos conhecimento da terminologia própria da Umbanda e das
atribuições dos vários graus da hierarquia umbandista:
1 - O chefe principal, ou chamado chefe do terreiro, é denominado geralmente “Pai de
Santo” (tradução literal de babalorixá: baba = pai, orixá = santo) ou babalaô, babaloxá,
babaluê, ou ainda: cacique, príncipe de Umbanda, senhor de Olorum; quando for mulher, é
“Mãe de Santo”, ou simplesmente baba.
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2 - Ogans, homens que auxiliam diretamente o babalaô, tratam do cerimonial, dirigem os
trabalhos de incorporação dos médiuns, entoam os pontos cantados e zelam pela perfeita
ordem do terreiro, conhecem as forças das ervas, os segredos e os efeitos dos pontos riscados,
a comida dos Santos e sabem manejar a faca para sacrificar os animais. Quando mulheres, tem
o nome de jabonan, jibonan ou “Mãe pequena”, que são encarregadas também de dirigir as
danças e devem ocupar-se com as mulheres.
3 - Cambones, cambonos ou cambandos e as sambas. Todos são “Filhos ou Filhas de Santo”.
São auxiliares, competindo-lhes abrir o terreiro, receber qualquer babalaô, enxugar o rosto
dos médiuns, evitar que se machuquem, socorrê-los quando em transe, ajudar nas danças e
cantar para as grandes cerimônias. Os cambones prestam auxilio aos homens, as sambas as
mulheres.
4 - Médiuns, julgados em condições de incorporar ou receber os Orixás Menores. Na
Umbanda esses médiuns, quando incorporados, são chamados também cavalos, aparelhos,
moleques, etc.
Segundo a doutrina umbandista ele é chamado de cavalo porque o médium é
realmente o cavalo de que se serve o cavaleiro (o guia, espírito ou orixá) para percorrer o
caminho dessa nova espécie de apostolado da mentira: ensinar aos filhos da Umbanda a
“vereda da luz”. Todo cavalo depois de domado, tem o seu cavaleiro; assim todo o cavalo de
Umbanda , depois de desenvolvido, tem seu guia seu cavaleiro de Aruanda.
Instrumento da magia Umbandista
Está em uso uma infinita variedade de instrumentos na Umbanda, para a prática da
Magia: Vestimentas as mais variadas, tambores, chocalhos, pembas de todas as cores (pedra
de giz), ponteiros (punhais de aço), moringues de barro, velas de cera, fitas de seda, barbante
(linha crua), conchas marinhas, estrelas do mar, defumadores de toda as espécies, flechas,
capacetes de penas (cocares), guias (colares de contas), plantas e raízes, charutos e cachimbos,
fumo de rolo, pombos pretos, galos vermelhos ou pretos, sangue de boi, farofa de farinha de
mandioca, bebidas, cervejas, várias espécies de vinhos, marafa (cachaça), azeite de dendê,
mel de abelha, pólvora, carvão, enxofre em pedra ou pó, perfumes e essências, etc.
Jogos de búzios
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Muitos vão ao terreiro pedir ao “Pai de Santo” que “bote os búzios”, isto é, que
interrogue os espíritos sobre determinado problema, sobre a natureza de alguma aflição ou
doença, sobre o êxito de certos negócios, inclusive para resolver problemas políticos.
“Búzios” ou “buzos” são pequenas conchas marinhas, por meio das quais os babalaôs se
comunicam com os espíritos. Os búzios, depois de apanhados nas praias, recebem um
batismo, os búzios assim consagrados, são guardados dentro do altar. Normalmente o número
de búzios é 12, mas este número pode aumentar até 16 ou 20. Os búzios recebem cada um o
nome de um Orixá.
Doze búzios são convincentemente preparados pelo babalorixá; para se saber de
alguma coisa, fecham-se os búzios na mão direita e depois, abrindo esta, como quem está
jogando dados, atiram-se os búzios sobre a mesa. Os búzios formam então várias figuras, que
são interpretadas pelo babalorixá. Quando o babalorixá está jogando os búzios, acredita-se
que há sempre um espírito junto dele e do consulente. Esse espírito supostamente auxilia o
babalorixá a interpretar as figuras muito complicadas dos jogos. Antes de iniciar a
adivinhação, o babalorixá dirige uma pequena prece ao seu Guia e ao Guia do consulente.
Estas consultas devem ser pagas e aí, é claro, há muita exploração!
Os Exus da Umbanda
Toda e qualquer reunião de Umbanda inicia com um presente oferecido ao Exu, como
dizem os umbandistas: “o agente mágico universal, por cujo intermédio o mundo dos vivos se
comunica com o mundo espiritual., em seus diversos planos, pois este planeta, no qual
habitamos, pertence aos Exus. É o exu (em outros lugares também denominado Zumbi,
Cariapemba, Leba, o homem das encruzilhadas) o espírito mais invocado, e a ele são
oferecidos o maior número de presentes (“despachos”).
E não se diga que o culto ao Exu é exclusivo da Quimbanda, da Macumba, do
Candomblê ou do Batuque. Na Umbanda os Exus são constantemente invocados e trabalho
algum é começado sem que sejam reverenciadas essas entidades; nenhum trabalho de
Umbanda pode fazer-se sem antes ser riscado o ponto de segurança, chamado porteira,
puxando-se um ponto (canto) adequado, dando-se algumas vezes um presente a Exu, quando
se trata de um trabalho importante.
Dizem os umbandistas que os Exus podem dar forças suficientes para com o mal
prejudicarem os outros. Os Exus atuam da maneira mais variada possível. Mostram-se
mansos como cordeiros, porém o seu íntimo é uma gargalhada demoníaca de gozo. Podem
ser usados também como armas contra os malefícios que outros fizeram, pois, interesseiros
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como são, tanto se lhes dá seja de um ou de outrem, a alma ou o espírito que pretendem
arrastar. O Exu é em via de regra interesseiro, e, se lhe recebe um presente ( despacho ),
fatalmente ele irá cumprir o que lhe foi pedido, pouco se importando que o resultado bom ou
mau possa repercutir no Mundo Terreno, pois que só lhe apraz fazer o que está errado e é para
isso que eles existem. Sendo o Exu o dono principal das ruas e encruzilhadas, é a ele quem
primeiro devem saldar, pois é somente com a sua licença que podem dirigir um trabalho de
Magia, pelo fato de ser ainda ele o elemento mágico universal.
Pensam os umbandistas que Deus é bom e não faz nem pode fazer mal. Ele é o Pai
bondoso de todos e tem obrigação de cuidar de seus filhos. Não precisam por isso de estar
pedindo favores a Deus. Pedir a Deus seria até um sinal de desconfiança. Mas o Exu é ruim,
sempre pronto a fazer das suas, para prejudicar e fazer o mal. Todavia, querendo, o Exu
também pode favorecer e servir para o bem. É por isso que precisam se esforçar para estar de
bem com ele. Daí a necessidade de cultuá-lo, de oferecer-lhe sacrifícios e presentes. Então
ele se põe às ordens e faz o bem (ou o mal) que lhe pedem. Os Exus são numerosíssimos.
Têm os nomes mais extravagantes: Exu Tranca Ruas, Exu Quebra Galho, Exu das 7 Poeiras,
Exu das 7 Portas, Exu Tranca Tudo, Exu cheiroso, Exu da Capa Preta, Exu Tiriri,. Exu
Calunga, Exu Morcego, etc. Cada um deles tem a seu serviço numerosos subalternos. Eles
dividiram entre si o mundo, de que são os senhores imediatos, com liberdade sem restrições:
uns mandam nos rios, outros nas matas, outros nas estradas, nas montanhas, nos cemitérios,
nas soleiras das casas, etc. Vários deles (como Tranca Tudo e Tranca Ruas) fazem qualquer
“serviço”. Outros têm especialidades: alguns possuem qualidades especiais para transmitir
doenças, outros para produzir desastres, outros para matar, outros para seduzir moças, separar
casais, etc.
A Umbanda está sendo considerada pôr muitos estudiosos como cultura do povo
brasileiro. Ela é fruto do sincretismo entre o catolicismo medieval português, religiões
africanas, culto dos ancestrais índios e o espiritismo de Allan Kardec. O desafio da Umbanda
está diante da Igreja de Jesus Cristo no Brasil, que até hoje não se despertou suficientemente
para reconhecê-la tal qual ela é, e considerar e calcular o preço envolvido em aceitar o
desafio. Os praticantes da Umbanda de alguma forma entram em compromisso direto com
espíritos, pactuando-se com eles. Esperamos que esta análise possa ser útil a todos os que
estão empenhados em batalhar diligentemente pela “fé que uma vez pôr todas foi entregue aos
santos” Jd 3.
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CONCLUSÃO
Podemos concluir que apesar de tais seitas terem originado em terras brasileiras, elas
apresentam um quadro doutrinário bastante diversificado. A maioria segue uma doutrina
esotérica onde mistura elementos do culto cristão com práticas pagãs própria da diversificação
cultural brasileira.
Seus líderes são considerados como tendo a autoridade final em questões de prática e fé.
O sistema religioso apresenta perfil paternalista, onde o poder de comando vai passando de
geração à geração dentro da própria família.
O perfil soteriológico é de autosalvação ou de uma salvação institucionalizada (por
meio da instituição religiosa) como no caso da Igreja Apostólica.
A proliferação de tais seitas apresenta um desafio maior à igreja evangélica brasileira.
Esperamos que ao findar este módulo o aluno possa ter aprendido a traçar o perfil das
principais seitas fundadas no Brasil, a conhecer suas principais doutrinas e como refutar seus
ensinos errôneos à luz da Palavra de Deus.

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