Revista Fecomércio
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Ano XVII nº 187 – Outubro 2013 O mérito é deles Saiba quem são os 15 agraciados com o prêmio que reconhece a contribuição ao desenvolvimento de Brasília Entrevista // Pág. 8 fábio ulhoa coelho Professor titular de direito comercial da PUC-SP revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 1 BB Giro Décimo Terceiro Salário. Cada vez mais crédito para a Micro e Pequena Empresa crescer. bompratodos.com.br Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 • SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 • Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088 Crédito sujeito a aprovação cadastral e demais condições do produto. 2 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Contrate o BB Giro Décimo Terceiro Salário e leve mais vantagens pra sua empresa. Você financia até 100% da folha de pagamento do 13º salário e ainda conta com até 59 dias para pagar a primeira parcela do empréstimo. Acesse bb.com.br/mpe. Banco do Brasil. Cada vez mais o banco da Micro e Pequena Empresa. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 3 sumário Nina Quintana Alta do dólar Turismo é uma das áreas que já sentem os efeitos 28 Parceria bem-sucedida Em sessão solene, a Câmara dos Deputados homenageou o Sesc-DF 61 Nina Quintana Quiosques Os prós e os contras dessa modalidade, cada vez mais presente nos shoppings 42 Cristiano Costa Orgulho e inspiração Conheça os premiados da 7ª edição do Mercador Candango 18 seções 8Entrevista 16SEGREDOS DO MARKETING DIGITAL 17vitrine 23economia 24gastronomix 27 CASO DE SUCESSO 34 direito no trabalho 40 doses econômicas 41 empresário do mês 48gente 54sindicatos 57Agenda Fiscal 62pesquisa conjuntural 66 pesquisa relâmpago cartas Endereço SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911 (61) 3038.7500 – www.fecomerciodf.com.br – twitter.com/fecomerciodf Presidente Adelmir Araújo Santana Diretoria Miguel Setembrino Emery de Carvalho • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Clayton Faria Machado • Francisco Maia Farias • Antônio Tadeu Peron • Edy Elly Bender Kohnert Seidler • Fábio de Carvalho • Francisco das Chagas Almeida • José Aparecido da Costa Freire • José Carlos Ulhoa Fonseca • José Geraldo Dias Pimentel • Oscar Perné do Carmo • Cecin Sarkis Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orlando Piacesi • Roger Benac • Joaquim Pereira dos Santos • Diocesmar Felipe de Farias • Glauco Oliveira Santana • Suely Santos Nakao Diretores Suplentes Aldo Ramalho Picanço • Alexandre Machado Costa • Álvaro Jose da Silveira • Ana Alice de Souza • Antonio Delgado Torres • Bartolomeu Gonçalves Martins • Carlos Hiran Bentes David • Clarice Valente Aragão • Edson de Castro • Elaine Furtado • Francisco Joaquim Loyola • Francisco Valdenir Machado Elias • Jó Rufino Alves • João Ricardo de Faria • José Fagundes Maia • Luiz Alberto Cruz de Moraes • Milton Carlos da Silva • Osório Adriano Neto • Paulo Targino Alves Filho • Sandoval Antonio de Miranda Conselho Fiscal Arnaldo Sóter Braga Cardoso • Arnaldo Rocha Mudim Junior • Raul Carlos da Cunha Neto • Maria Auxiliadora Montandon de Macedo • Henrique Pizzolante Cartaxo Conselho Consultivo Mitri Moufarrege • Antônio José Matias de Sousa • Laudenor de Souza Limeira • Luiz Carlos Garcia • José Djalma Silva Bandeira • Orlando Antônio Vicente Taurisano • Rogério Tokarski Diretor Regional do SESC José Roberto Sfair Macedo Diretor Regional do Senac Luiz Otávio da Justa Neves Contribua com sugestões, críticas e comentários sobre os assuntos que são abordados na publicação. Envie sua mensagem para Assessoria de Comunicação da Fecomércio-DF – SCS Quadra 6, Ed. Jessé Freire – 5º andar – Brasília – 70306-908 ou para o e-mail [email protected]. (61) 3038.7527. //O peso da folha A matéria sobre os altos encargos, na última edição [Peso pesadíssimo, n° 186], mostra que o governo não incentiva a classe empresarial do Brasil, nem mesmo os trabalhadores. Assim, acaba ficando ruim para todo mundo. Caro para o consumidor e com despesas exorbitantes aos empreendedores do País. Uma vergonha. Yuri Freitas Estudante de direito SUPERINTENDENTE DA FECOMércio João Feijão DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO Elizabet Garcia Campos Sindicatos filiados Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sinccab) • Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações, dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc) Sindicatos associados Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis) Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF Diego Recena Revista Fecomércio Coordenação Editorial - Editora Meiaum Editora-chefe - Anna Halley Editora-executiva - Paula Oliveira Editor Fecomércio - Diego Recena Editora Senac - Ana Paula Gontijo Editor Sesc - Marcus César Alencar Editora de fotografia - Nina Quintana Repórteres - Ana Paula Oliveira, Andrea Ventura, Daniel Alcântara, Elton Pacheco, Fábio Setti, Larissa de Souza, Luciana Corrêa, Marina Marquez, Naiara Leão, Natasha Cabral, Raíssa Lopes, Sheila Nascimento, Sílvia Melo e Talita Cavalcante Fotógrafo da Fecomércio - Cristiano Costa Projeto gráfico e diagramação - Gustavo Pinto Capa - Gustavo Pinto Revisora - Anna Cristina Rodrigues Impressão - Ediouro Gráfica Tiragem - 60 mil exemplares Contato comercial - Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected] 6 //Fotografia As fotos representam sempre um charme a mais nas matérias. Excelentes retratos. Parabéns à Revista Fecomércio DF por sempre destacar as necessidades, os problemas e os prós do comércio da nossa capital. Aline Santana Estudante de gestão de políticas públicas 2013 EMPRES A NC À INFÂ IA editorial Heroísmo candango S ão muitas as atribuições de uma entidade do porte da Fecomércio-DF. Orientar, coordenar, proteger e representar os empreendedores de comércio, serviços e turismo perante as autoridades e a sociedade são a essência do nosso trabalho. Reunimos 24 sindicatos filiados e 2 associados em numerosas e constantes batalhas. As lutas são duras, especialmente quando se trata da carga tributária, da burocracia e do alto custo dos aluguéis, inimigos de quem se propõe a ter o próprio negócio. Aqui no Distrito Federal, temos a novela dos alvarás, que coloca os comerciantes em situação de insegurança jurídica e desanima quem pensa em abrir um negócio em qualquer uma das nossas 31 regiões administrativas, algumas delas totalmente irregulares. Em esfera nacional, o que se vê é incoerência com o discurso de estímulo à criação de empregos. Exemplo escandaloso é o caso da manutenção da multa adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nos casos de demissão sem justa causa. Foi mais um tapa na cara de quem escolheu empreender, e carece de questionamento jurídico. Mas o empreendedor é justamente aquela figura que busca de- revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 safios, que enxerga oportunidades nos momentos de adversidade, que não tem medo de se arriscar por um sonho. É mais que vocação, é necessidade. E quando a empresa se consolida, a satisfação é imensa. Não tem preço o sentimento de dever cumprido ao ver seu sonho crescer e contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade, de uma cidade, de um país. O Mérito Mercador Candango, que chega à 7ª edição, é forma de a Fecomércio-DF prestar reconhecimento aos bravos empreendedores que acreditaram no potencial do Distrito Federal (veja os homenageados a partir da página 18). E mais: por meio de suas histórias, queremos mostrar que empreender vale a pena. Neste ano, premiamos 15 homens e mulheres que construíram trajetórias inspiradoras nos mais diversos segmentos. Representam a coragem, a determinação e o espírito empreendedor dos candangos e merecem todo o nosso respeito e admiração. Os troféus vão para eles, mas a homenagem é a todos nós, que fizemos desta cidade muito mais que um centro administrativo, lhe dando alma e coração quando para cá trouxemos nossos sonhos. Os obstáculos são muitos, mas, juntos, somos maiores do que todos eles. Paulo Negreiros Adelmir Santana Presidente da Fecomércio-DF, entidade que administra o Sesc, o Senac e o Instituto Fecomércio no Distrito Federal 7 //entrevista Modernização urgente // Por Paula Oliveira Feito em 1850, o Código Comercial é inócuo. Novas normas derrubaram seus artigos, e hoje só vale o trecho sobre comércio marítimo. As relações entre empresas são julgadas com base no Código Civil, na Lei de Falências e até no Código de Defesa do Consumidor. Fábio Ulhoa Coelho, professor titular de direito comercial da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, integra os grupos que estudam a matéria no Parlamento. É presidente da comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados e relator na comissão do Senado. “As relações entre empresários têm as suas especificidades. Deveriam estar sujeitas a regras próprias.” 8 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Fotos: Nina Quintana Fábio Ulhoa Coelho Professor titular de direito comercial da PUC-SP revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 9 O Código Comercial abrange o quê? Trata somente das relações jurídicas entre os empresários. O empreendedor tem no seu dia a dia relações jurídicas com os empregados, com os consumidores, com o Fisco, além de contratos e títulos com outros empresários. O Código Comercial trata exclusivamente desse âmbito das relações comerciais. Como estão as discussões acerca da revisão? O Senado e a Câmara dos Deputados trabalham de forma simultânea. Na Câmara, já existe o Projeto de Lei 1.572/2011, e o relatório está quase pronto. No Senado, estamos na fase de elaboração do anteprojeto. A comissão de juristas está preparando o texto para ser entregue em 18 de novembro ao presidente Renan Calheiros (PMDB-AL). O projeto da Câmara e o anteprojeto do Senado estão sendo elaborados de forma coordenada. Claro que há diferenças, mas eles têm a mesma estrutura, a mesma filosofia, os mesmos princípios, de modo que sobra para os deputados e para os senadores decidirem apenas questões pontuais dos textos. Por que, em mais de 160 anos, não houve preocupação em modernizar essa legislação? O Código Comercial é de 1850, mas de lá para cá as mudanças que a economia exigiu na legislação foram feitas todas por leis esparsas, individuais. Temos leis que tratam do direito comercial – parte delas está no Código Civil – e este é o momento de reunir tudo isso no Código Comercial e atualizar a legislação. Embora tenham sido feitas atualizações, não atendem às necessidades atuais do setor produtivo. Nos últimos dez anos, a economia brasileira mudou de forma muito acentuada. Uma lei que há uma década era apropriada, como o Código Civil de 2002, hoje já está defasada. Essa defasagem nos prejudica de que forma? Hoje temos ferramentas eletrônicas mais ágeis, econômicas e se10 Por falta de lei específica para os contratos empresariais, os juízes acabam aplicando o Código de Defesa do Consumidor, próprio de uma relação de desiguais. Entre empresários, a relação é de iguais. guras para armazenar informações. Toda documentação empresarial já poderia ser produzida de forma segura em meio eletrônico. A legislação, no entanto, ainda exige o emprego do papel. Temos uma lei de 2012 [12.682] que diz que a documentação empresarial pode ser digitalizada, mas exige que primeiro se preencha o formulário no papel e o digitalize. O mundo todo mantém sua documentação – contratos, títulos, escrituração, correspondências – em meio eletrônico há muito tempo. Esse é apenas um exemplo de como a legislação brasileira está atrasada. Sem contar o custo que o uso do papel representa e a dificuldade do resgate de uma informação. O custo é, consequentemente, repassado para o preço final do produto ou do serviço. Como a invalidade do código causa insegurança jurídica? Esse é um ponto importante. Hoje temos normas que são aplicadas para os mais variados contratos – o Código Civil não contempla especificamente os empresariais – e isso provoca maior insegurança jurídica. As relações entre empresários têm especificidades. Deveriam estar sujeitas a regras próprias, a princípios próprios e, como não existem, aplicam-se aos contratos empresariais regras do Código de Defesa do Consumidor, por exemplo. Em uma relação de consumo, se o cliente fica em posição desfavorável, a lei faz com que o contrato não produza efeitos naquilo que o está prejudicando. Essa regra não pode ser aplicada entre os empresários. Se uma empresa vai contratar outra, se equivoca e assume uma obrigação que a prejudica, não pode ser poupada. Isso significaria imputar as consequências desse erro àquela empresa que acertou. Precisamos de regras próprias, diferentes das relações entre empresário e consumidor, por exemplo. Por falta de lei específica para os contratos empresariais, os juízes acabam aplicando o Código de Defesa do Consumidor, próprio de uma relação de desiguais. Entre empresários, a relação é de iguais e, portanto, as regras precisam ser outras. Na prática, o que isso significa no avanço do desenvolvimento do País? Com toda a certeza, esse quadro de insegurança jurídica e de excessiva burocratização da atividade empresarial não compõe um ambiente de negócios atraente para o investidor estrangeiro. Se não há previsibilidade judicial, é um país que oferece maior risco para investimento. Isso provoca um efeito ruim para os consumidores. Todo empresário, quando está assumindo risco maior, e sempre foi assim, quer retorno maior. Um país com insegurança jurídica não deixa de receber investimentos, mas passa a ser atraente para investidores que estão atrás de altos riscos. Aqueles que querem investir mais e ter maior retorno, ou seja, preços maiores de produtos e de serviços. Quando compramos um celular no Brasil, pagamos mais pelo mesmo revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 aparelho vendido em países mais seguros juridicamente. É assim, mesmo descontando-se os impostos. À medida que a gente reduzir os riscos jurídicos, garantir que os contratos são para valer, que o empresário não vai ser surpreendido por uma decisão judicial que altere a sua condição, os riscos passam a ser menores, e os preços também. Como o senhor vê a burocracia no Brasil? A burocracia tem sentido quando é um controle adequado, necessário e que provoca consequências jurídicas. O problema é que temos regras que não precisariam existir. Por exemplo, a lei estabelece que toda sociedade limitada formalize uma vez por ano as contas dos administradores. Essa formalização pode ser uma assembleia, uma reunião ou um documento simples. Mas 80% das sociedades limitadas são compostas por um grande sócio, com mais de 90% do capital social. Ou seja, ele mesmo aprova as contas dele. Isso tem custo não só para o empresário. Esse trabalho todo vai provocar acúmulo de documentos na Junta Comercial, por exemplo. Estamos gastando dinheiro público para cumprir uma exigência que não tem importância nenhuma. A burocracia favorece a corrupção? Quando a lei cria um controle desnecessário e exagerado com uma norma burocrática, cria também um campo favorável para a corrupção. Quando as coisas são simples, diretas e objetivas, a ilegalidade tende a diminuir. Principalmente quando são independentes da avaliação do servidor público, com o uso mais intensivo dos sistemas informatizados. A falta do Código Comercial também contribui para isso? Sim. A legislação foi elaborada para que a documentação das empresas seja manual, mas hoje temos várias ferramentas de informática que tornariam isso mais seguro, ágil e menos suscetível à corrupção. Por exemplo, se há necessidade de alteração do valor da sociedade, o controle disso passa pelas mãos de funcionários públicos. Eles vão verificar se está tudo correto. À medida que passarmos a utilizar os sistemas informatizados, essa alteração vai direto para um banco de dados da Junta Comercial, e o controle será automático. Não passa pelas mãos de ninguém. Se for um funcionário corrupto, ele pode criar dificuldades para vender facilidades. Em que a Lei de Falências (Lei 11.101/2005) precisa ser aperfeiçoada? A ideia inicial, já superada, era trazer para o Código Comercial apenas a parte de direito material das falências. A lei será aperfeiçoada, mas continuará separada do código. Um aspecto muito importante que vai ser alterado na Lei de Falências diz respeito à desvinculação da rejeição da recuperação judicial da decretação da falência. Hoje a lei estabelece que, se o empresário não consegue a recuperação judicial, o juiz tem obrigatoriamente que decretar a falência dele. Essa norma é ruim porque os credores ficam pressionados a aprovar qualquer plano de recuperação, mesmo que seja inconsistente. Se não aprovam, é decretada a falência do devedor e, nesse caso, dificilmente recebem o pagamento do que é devido. Ou seja, chegam a aprovar um plano de pagamento de 20 anos somente para garantir que vão ter a dívida quitada. Sabendo disso, o devedor acaba fazendo planos que sacrificam muito o credor. Com a revisão da lei, desvinculando uma coisa da outra, se o devedor não apresentar proposta razoável, os credores podem não aceitar e eles ficam expostos à execução. Muitos devedores se aproveitam dessa situação. Esse é um exemplo de como a lei atrasada contribui para o mau uso das regras. //Serviço Até 18 de outubro, qualquer cidadão pode participar da consulta pública sobre o anteprojeto do Senado no Portal e-Cidadania. www.senado.gov.br Quando as coisas são simples, diretas e objetivas, a ilegalidade tende a diminuir. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 11 comportamento Bom senso na rede //Por Sheila Nascimento Exposição em mídias sociais funde cada vez mais vida profissional e pessoal. Afinal, quais os limites? U m vendedor insatisfeito com o salário publicou uma foto do contracheque em uma rede social. Dias depois veio a demissão por justa causa. Segundo ele, a publicação expressava sua insatisfação com o valor pago pelo seu serviço e relacionava o problema com o alto custo de vida. O gerente de recursos humanos da companhia alegou que a decisão foi baseada na violação do acordo de confidencialidade previsto no contrato de trabalho. O caso, ocorrido nos Estados Unidos em agosto, não difere da realidade brasileira. Aqui funcionários também já terminaram desligados depois de publicar algo relacionado ao ambiente profissional na internet. Há também os casos de comportamento inadequado em relação ao uso das mídias sociais durante o expediente. Mas de que maneira os empresários avaliam essas situações? O que deve ser considerado prejudicial ou desrespeitoso? Para quem trabalha com mídias sociais, a palavra de ordem é o bom senso. “Já não há como restringir o uso das redes no trabalho, visto que muitos funcionários têm tablets e smartphones com acesso à internet. O recomendado é orientar o colaborador sobre o que é ou não permitido na empresa e em relação ao nome da marca”, analisa a consultora e especialista no assunto 12 Carla Falcão. Funcionários que utilizam as mídias sociais de forma excessiva, prejudicando o rendimento e a qualidade do trabalho, e aqueles que usam essas ferramentas para desabafar e falar mal da empresa e de outros colaboradores podem perder o emprego, segundo a advogada especialista em direito do trabalho Clarisse Dinelly. “Os dois casos oferecem margem para a demissão, sendo o último exemplo o mais grave”, afirma. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem regras que podem ser aplicadas à internet, segundo a advogada. “O artigo 482 estabelece a demissão por justa causa nos casos em que ocorra a violação e a divulgação de dados da empresa, além de responsabilizar as pessoas por atos difamatórios.” Para o Tribunal Superior do Trabalho, exibir fotos do ambiente de trabalho nas redes sociais pode resultar em demissão por justa causa. O entendimento da corte é válido para todos os tribunais regionais. O caso que serviu de base para estabelecer esse precedente foi o de uma funcionária de um hospital particular em Olinda (PE). Ela publicou fotos em uma rede social da equipe trabalhando na unidade de terapia intensiva (UTI). A direção do hospital alegou que as fotos motivaram comentários de revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Fotos: Nina Quintana “Temos uma política estabelecida por meio de um regimento que proíbe o uso das redes no horário considerado de pico no trabalho. A empresa atua no ramo de serviço e, inevitavelmente, lidamos com atendimento ao público. Não posso permitir que um funcionário deixe de atender um cliente para estar na internet, por isso o investimento em treinamento. Tudo é questão de bom senso e cooperação entre empresa e colaboradores. Não interferimos em ações no perfil pessoal dos funcionários, tais como a publicação de fotos, frases e material compartilhado.” Marly Vidal 44 anos, superintendente de Gestão de Recursos Humanos do Sabin X “Costumo me policiar para não publicar algo que denigra minha imagem como profissional e a da empresa onde trabalho. Isso ocorreu de forma mais acentuada durante as discussões das manifestações de junho pelo Brasil. Apesar de concordar com muitas coisas, evitei compartilhar mensagens do tipo: ‘greve geral’. Evito o uso das mídias sociais durante o horário de trabalho, geralmente publico material na hora do almoço ou após o expediente. Estabeleço filtros de fotos para grupos de amigos – dessa forma preservo minha vida pessoal, social e profissional.” Vivian Accorsi 28 anos, secretária do Sabin mau gosto na rede social, expondo a intimidade de outros funcionários e de pacientes sem autorização. Além disso, afirmou que a imagem do hospital foi associada a brincadeiras de baixo nível. Na decisão, de abril de 2012, a segunda turma do TST citou a inadequação das imagens ao descrever a foto de uma das enfermeiras semiagachada e uma mão supostamente tentando apalpá-la. //Código de conduta Para evitar esse tipo de constrangimento, algumas empresas revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 optaram nos últimos anos por elaborar um regimento interno, no qual descrevem de maneira detalhada o comportamento do funcionário em relação ao uso das redes sociais. “Acredito que essa seja a forma mais eficaz e satisfatória para estabelecer regras e a conduta dentro da organização”, defende Clarisse Dinelly. Um dos itens que pode ser estabelecido é o horário de acesso. “Algumas empresas criam limites de tempo ou de volume de dados trafegados como forma de controlar o uso, além de liberar o acesso durante intervalos e no término do expediente”, diz o especialista em gerenciamento de tempo e carreiras Christian Barbosa. “Não existe mais essa história de bloqueio total, a não ser que a organização reviste o bolso dos colaboradores e os impeça de trazer smartphone para o trabalho”, completa. A tendência é de que, com o passar dos anos, cada vez mais organizações estabeleçam contratos, regimentos e códigos de conduta para evitar processos judiciais consequentes de demissão por justa cau- 13 sa. Os empresários devem consultar um especialista para redigir um documento adequado à realidade da empresa e da equipe. “Mas isso não basta. É necessário orientação e fiscalização da gerência de recursos humanos”, recomenda Carla Falcão. O coach e especialista em mídias sociais Monclair Cammarota defende o livre acesso às redes sociais, mas com moderação. “As empresas devem orientar e treinar os seus funcionários para que as postagens sejam satisfatórias para ambos. Um trabalhador satisfeito tende a elogiar a organização, o que é melhor do que qualquer propaganda para fortalecer a marca. A afirmação de um colaborador tem credibilidade”, acredita. O problema é se o bate-papo, por exemplo, não termina e consome longas horas no dia, levando ao acúmulo de trabalho. “Nesses casos, a rede social faz mal para o desempenho do trabalhador e da empresa”, pondera Christian Barbosa. Outro ponto a ser levado em consideração é a imagem que o empregado passa ao público externo. “As pessoas esquecem que são uma marca profissional, seja na empresa X ou Y, e se comportam de maneira inadequada. Utilizam as redes como muro de lamentações. O nome é algo tão valioso quanto o currículo”, aconselha Carla Falcão. De acordo com a especialista em mídias sociais, alguns empregadores passaram a verificar informações nas redes sociais para fins de contratação. “Tudo o que se publica na internet, por mais que seja pessoal, pode contar como positivo ou negativo. A rede é um espaço público.” “Fiscalizamos o uso das redes sociais durante o horário de trabalho. Como atuamos no comércio, já houve situações de funcionário dispensar um cliente para voltar a usar a rede por meio do smartphone. É delicado abordar esse assunto com o empregado porque é quase impossível proibir o acesso atualmente. O ideal é deixar tudo claro durante a contratação por meio da orientação oral. Não acredito que um documento por escrito seja necessário. Colocar foto da vida pessoal, da balada, é uma escolha da pessoa que não cabe à empresa, mas vale o bom senso para que em uma dessas imagens a marca da empresa não esteja associada.” James Barbosa 29 anos, gerente da Free Corner do Brasília Shopping X “Busco utilizar as redes como ferramenta de trabalho ao publicar imagens dos produtos comercializados. Acho que o que coloco de opinião ou foto pessoal só diz respeito a mim e não à empresa, claro, desde que não denigra a imagem da organização, como utilizar o produto de uma marca concorrente. Nesse caso, cabe o bom senso do funcionário, além de evitar usar esse espaço para desabafar sobre algo que o incomode no trabalho. Acredito que esse seja o maior erro dos profissionais atualmente.” Carlos Henrique Ribeiro 23 anos, vendedor da Free Corner do Brasília Shopping 14 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 “Na nossa empresa, o uso das redes sociais é totalmente liberado. Não cabe a nós avaliar o que um funcionário publica ou deixa de publicar. Ao contrário de outras organizações, incentivamos o uso dessa ferramenta como meio de conquistar e fidelizar os clientes. Não estabelecemos regras ou códigos de conduta para os colaboradores. Com isso respeitamos o direito individual dos empregados e evitamos o vínculo da marca com a insatisfação de um empregado que não se sinta à vontade.” X Higor Lúcio Félix 27 anos, gerente de Vendas da Peugeot do SIA “Utilizo as redes sociais como ferramenta de trabalho e comunicação com outros funcionários. Quando se está no trabalho, aprende-se a separar a hora de descontração. Com o tempo, percebemos que uma mídia social pode ter potencial muito maior do que apenas descontrair ou bater papo com amigos e conhecidos. Acredito que o único cuidado necessário para o uso das redes para aqueles que se intitulam como parte integrante de uma empresa seja não cometer erros de português. Isso depõe contra o colaborador e a organização.” Leidiane Cavalcante 22 anos, gerente de Mídias Sociais da Peugeot do SIA “Não pega bem um funcionário utilizar o horário do expediente para permanecer nas redes sociais. Isso contribui para o acúmulo de trabalho e o estresse. Por esse motivo, há o bloqueio do acesso às redes durante o trabalho. Nós não utilizamos regimento ou código de conduta, mas orientamos oralmente nossos colaboradores sobre o bom senso que deve haver. Na minha opinião, fotos de baladas, festas e copos de cerveja não pegam bem para o ambiente escolar, em que atuamos.” Roberto Boechat 38 anos, proprietário da escola de inglês You Move da Asa Norte X “É difícil hoje em dia separar um perfil profissional do pessoal, mas faço esse esforço. Creio que o uso das redes não deve prejudicar o trabalho. O funcionário precisa ter noção do tempo considerado saudável nas mídias sociais e saber se disciplinar para que esse costume não interfira na carreira. Acho que, antes de publicar algo, compartilhar e curtir, é necessário avaliar o possível impacto perante amigos, colegas de trabalho e família.” Deyse Gomes 25 anos, atendente da escola de inglês You Move da Asa Norte revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 15 //segredos do marketing digital E m nossa coluna deste mês, trazemos uma excelente notícia para os comerciantes que já trabalham com e-commerce e para quem pretende trabalhar. Pesquisa realizada pelo E-Bit mostra que o comércio eletrônico brasileiro cresceu, no primeiro semestre, 24% em comparação ao mesmo período de 2012, com faturamento em torno de R$ 12,74 bilhões. A pesquisa ainda nos traz alguns dados dos setores que mais se destacaram nas vendas on-line. A categoria Moda e Acessórios chegou ao primeiro lugar, representando 13,7% do total das vendas, seguida de perto pela categoria Eletrodomésticos, com 12,3%. Em terceiro, quarto e quinto lugares, temos, respectivamente, as categorias: Cosméticos e Perfumaria/ Cuidados Pessoais/Saúde (12,2%), Informática (9%) e Livros/Assinaturas e Revistas (8,9%). Mais interessante ainda é perceber que esse aumento ocorreu justamente em um momento de retração da economia, quando há crise econômica internacional, baixo crescimento do PIB brasileiro, alta da inflação e expectativa de alta de juros. Apesar de parecer contraditório, esse bom desempenho do e-commerce pode ser explicado. Em períodos de crise, o consumidor passa a ser mais seletivo em suas compras, além de pesquisar muito 16 mais os preços, sendo atraído pelos valores e pelas condições oferecidos on-line. Estima-se que no primeiro semestre do ano quase 4 milhões de brasileiros tenham feito sua primeira compra pela internet – número que, comparado com o ano passado, mostra estabilização do setor. De acordo com o estudo, a maior parte desse público é formada por mulheres de 25 a 49 anos. Também se notou grande participação da classe C nesse comércio. Em relação ao grau de escolaridade, pessoas com ensinos fundamental e médio são maioria (46%). Já no quesito renda, a faixa mais relevante é a de pessoas com ganhos de até R$ 3 mil (58,62%). Para finalizar, um dos pontos altos da pesquisa mostra que os números registrados no primeiro semestre contribuem para manter previsões positivas para todo o ano de 2013, que deve chegar ao final com faturamento de R$ 28 bilhões. Ficou impressionado com esses números? Nós também! Acreditamos que eles mostrem, mais do que nunca, que adotar uma estratégia on-line para seu negócio é item obrigatório. Uma boa presença on-line pode reforçar muito as vendas, assim como criar certa proteção em tempos de flutuações econômicas. Lembre-se: quanto mais cedo você começar, mais cedo poderá colher os frutos. Giovanna Leal E-commerce brasileiro cresce 24% no primeiro semestre Jens Schriver Maximo Migliari Sócio da ClickLab Sócio da ClickLab //Envie perguntas para [email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab 4 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra pela internet no primeiro semestre. Fonte: E-bit revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //vitrine Mais luxo Até o fim do ano, duas grandes grifes italianas abrirão lojas próprias em Brasília. A Prada e a Dolce & Gabbana já estão alojadas na ala internacional do Iguatemi. Por enquanto, só é possível ver os tapumes. A ala conta com outras marcas de luxo, como Gucci, Tiffany & Co., Burberry e Hugo Boss. Na foto, a bolsa Prada Twin Pockets. O Iguatemi Brasília fica no Lago Norte, no Centro de Atividades 4. Alan Santos Compra organizada A Nardim Júnior Home, criada pelo arquiteto e decorador de mesmo nome, está maior, mais organizada e com produtos novos. Agora, o ambiente de 650 metros quadrados está dividido em cinco seções: antiguidades, presentes, objetos de decoração, listas de casamento e festas. Os clientes ganharam, ainda, um espaço para descansar, ouvir música e tomar drinques. São mais de 1,5 mil itens de marcas como Marchesa by Lenox, Zanatta Casa e Voluspa. A Nardim Júnior Home fica na 409 Sul, no bloco C. Telefone: (61) 3244.0588. Flutuação e Balada tecnológica relaxamento Passar uma hora dentro de uma bolha, sem contato com os problemas e sem interferência da gravidade é realidade no Float Brasília. Em um tanque com mil litros d’água e 500 quilos de sais Epsom, o cliente flutua naturalmente. A tecnologia, exclusiva em Brasília, promete reduzir dores provocadas por tensão muscular, melhorar a qualidade do sono e acelerar a recuperação de lesões. A sessão pode durar 1 hora ou 45 minutos. O spa oferece ainda pacotes promocionais e massagens. O Float Brasília fica no Centro de Atividades 7 do Lago Norte, lotes 8 e 9, na entrada da academia Headway. Telefone: (61) 3034.5044. www.floatbrasilia.com.br revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Nina Quintana Brasília ganha, em outubro, mais uma opção de diversão noturna. A boate Noir Club chega com foco no bom atendimento. Os frequentadores que tiverem o aplicativo Snappin no smartphone poderão fazer o check-in, ter a comanda vinculada automaticamente ao seu cadastro virtual e não se preocupar em pegar filas no fim da festa. Com o aplicativo, vai ser possível fazer o pagamento da conta pelo próprio celular. A Noir Club será inaugurada no Gilberto Salomão (SHIS QI 5), no Lago Sul. 17 prêmio Empreendedores em evidência O //Por Daniel Alcântara Mérito Mercador Candango chega à sétima edição em 2013. Em 1° de outubro, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, no Setor Cristiano Costa Diego Bresani Adão Gomes Pereira Nasceu em Ubá, Minas Gerais, há 70 anos. Veio para Brasília em 1960 para a inauguração da capital e acabou ficando. Casado, tem três filhos e três netos. Cursou ciências contábeis na UDF e trabalhou no comércio no início da carreira. Em 1975, criou uma empresa de maquinário para escritórios e outra de produtos de apoio para restaurantes e condomínios. Depois, fundou a DB Distribuidora (focada no setor de food service), com os seus filhos Heda e Danilo Valim, no Núcleo Rural de Ceilândia. Hoje, além da matriz, tem filial em Goiânia. Adriana Karina de Simões Muniz Ricci Nasceu em Brasília há 42 anos. É casada há 22 e tem três filhos. Formou-se em 1996 em administração pela Fundação Getulio Vargas. Fez pós-graduação em marketing também pela FGV. Administra a Lord Perfumaria com o irmão Marcus Vinicius. A empresa foi adquirida pela família na década de 1980. A perfumaria só cresceu. São nove lojas pela capital e também vende on-line. Em 2013, a marca fez um plano de expansão e pretende alcançar o número de cem franquias em todo o território nacional. 18 Hoteleiro Sul, a cerimônia marca o reconhecimento ao trabalho de 15 empresários que acreditaram no sonho de Brasília e contribuíram para o seu desenvolvimento. Cristiano Costa Antonio do Valle Tem 70 anos e nasceu em Muriaé, interior de Minas Gerais. Veio para Brasília em 1960 para a inauguração da capital e ficou maravilhado. Seu primeiro emprego em Brasília foi de office boy em uma loja de móveis. Depois, trabalhou como frentista e garçom. Aproveitou as oportunidades da recéminaugurada capital do País para virar despachante imobiliário. Logo depois, se tornou corretor de imóveis, área em que virou especialista, e montou sua própria empresa, a Antonio do Valle Empreendimentos Imobiliários. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 O evento é iniciativa da Fecomércio-DF. Tem o apoio do Sesc-DF, do Senac-DF, da empresa Qualicorp e do Banco do Brasil. No ano passado, 12 empreendedores foram lembrados. Desde sua criação, em 2003, o Mercador Candango homenageou 82 personalidades (veja o quadro a partir da pág. 20). O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, diz que o prêmio valoriza os empresários do comércio, que alavancam cada vez mais o setor na capital do País. “Eles acre- Assessoria de imprensa do senador Eunício Lopes de Oliveira Nasceu em Lavras da Mangabeira, no Ceará. Veio para Brasília em 1978. É senador da República desde 2011, pelo PMDB. Formado em administração de empresas pelo UniCeub, antes de entrar para a vida política presidiu empresas do setor de segurança privada. Chegou também a ser presidente da Fecomércio-DF e presidente da Federação Nacional de Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist). Tem 60 anos, é casado, tem quatro filhos e uma neta. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 ditaram em um sonho chamado Brasília. Mais do que isso: fizeram desse sonho razão para viver.” Para ele, essas pessoas representam a coragem, a determinação e o espírito empreendedor dos candangos, sejam pioneiros ou mais recentes. Das mais de 30 indicações feitas pelos sindicatos da base da Fecomércio, 15 nomes foram escolhidos por uma comissão de notáveis formada pelos seguintes nomes: Ibaneis Rocha, presidente da OAB-DF; Álvaro José da Silveira, diretor da Cristiano Costa Geraldo Tadeu Siqueira Nasceu na cidade de Itajubá, interior de Minas Gerais, e veio para Brasília na década de 1970. Morador de Taguatinga, tem 62 anos, é casado e tem três filhos. Começou a trabalhar no comércio logo após chegar à capital federal, na antiga Telebrasília. Depois de algum tempo, prestou serviços a uma empresa de ar-condicionado e há 33 anos resolveu montar seu próprio negócio em Ceilândia Norte. O nome do empreendimento é uma homenagem à sua cidade natal: Itajubá Materiais de Construção. Fecomércio; Kátia Cubel, jornalista; Adirson Vasconcelos, jornalista, historiador e escritor; e Getúlio Lopes, reitor do UniCeub. “Trata-se de uma homenagem aos nossos bravos e nobres brasilienses. Em um País onde ter o próprio negócio significa superar uma avalanche de dificuldades, como a elevada carga tributária e a extrema burocracia, é preciso valorizar histórias de sucesso e exemplos de quem ajuda a transformar positivamente a realidade do Brasil”, justifica Santana. Allisson Aragones Hilton Carvalho (in memoriam) Nasceu em dezembro de 1924 na cidade de São Joaquim da Barra, no interior de São Paulo. Chegou em 1956, antes da inauguração da nova capital da República. Em 1964, ele abriu a primeira loja HC Pneus. Atualmente, a marca é uma das líderes no segmento automotivo e conta com 50 filiais nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Casou-se em 1950 com Olga Crispim. A união lhe rendeu quatro filhos e 17 netos. Morreu aos 87 anos, em 2012. 19 Cristiano Costa Jaira Saffadi Coca Nasceu em Córdoba, na Argentina, e foi criada em Buenos Aires. Casada, mãe de três e avó de cinco, é dona do Jaira Coiffeur. Cabeleireira profissional, a empresária de 61 anos já fez cursos na Argentina, na Inglaterra e na Holanda. Há 50 anos vive no País. Montou o seu primeiro salão em São Paulo. Depois de um ano, a argentina veio para a capital da República. Abriu um estabelecimento no Hotel Nacional e hoje corta cabelos e faz penteados em seu salão no Lago Sul. Cristiano Costa Jonas da Costa Freire Tem 49 anos, nasceu em Corumbá de Goiás e veio para Brasília em 1970. Aqui, graduou-se em jornalismo, mas a veia empreendedora falou mais alto. Foi trabalhar com o ramo de papelaria, depois começou a atuar no setor de turismo e construção. A partir do ano 2000, se aventurou no ramo de hotelaria, setor no qual permanece até hoje. Jonas é dono do Hotel Colorado, no centro da cidade de Taguatinga. É casado há 25 anos e tem dois filhos. Cristiano Costa JosE do PatrocInio Leal O médico de 72 anos nasceu em Surubim, Pernambuco. Formou-se no Recife e fez especializações no Rio de Janeiro e na França. Veio para Brasília na década de 1970. Quando chegou à capital, trabalhou no Hospital das Forças Armadas (HFA). Desde 1983, é presidente do Grupo Santa Lúcia, responsável pelos hospitais Santa Lúcia, Santa Helena, Prontonorte, Maria Auxiliadora e Renascer. É casado, tem cinco filhos e sete netos. Saiba quem já foi agraciado 1ª edição (2003) Adelmir Araújo Santana • Antônio Carlos Pires • Antônio José Matias de Sousa • Benedito Augusto Domingos • Claudio Oscar de Carvalho Sant Anna • Elson Cascão • Franklin Roosewelt de Oliveira • Gilberto Salomão • Hely Walter Couto • José Neves • Lindberg Aziz Cury • Maria de Moraes Barros (Dona Querida) • Miguel Setembrino • Mitri Moufarrege • Mohamed Khodr • Newton Egydio Rossi • Ney Carneiro • Oredio Alves de Rezende • Orlando Taurisano • Osório Adriano • Raimundo José Vasconcelos • Salvador Ferreira Mota • Simon Pitel • Staikos Georges Tzemos 2ª edição (2007) Antônio de Paula Pontes • Edmond Baracat • Getúlio Pinheiro de Brito • José Gomes Ferreira •Júlio Adnet • Kazuo Mizuno • Lourival Abadia Juvenal de Almeida • Roosevelt Dias Beltrão • Wanderval Calaça • Yoshiaki Onoyama 20 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Cristiano Costa Laudenor de Souza Limeira Tem 80 anos, nasceu em Caruaru, Pernambuco, e veio para Brasília antes da inauguração da cidade. Tem três filhos e se formou em técnico contábil. Desde 1964, é sócio-diretor da Cascol Combustíveis, que faz parte de uma das maiores redes de postos do Distrito Federal e Entorno: a Rede Cascol. A empresa representa 91 postos de combustíveis e emprega mais de 2,5 mil funcionários. Cristiano Costa Arquivo pessoal Luiz Maria de Ávila Duarte Nasceu no estado de Ohio, nos Estados Unidos, há 54 anos. Veio para o Brasil com 4 anos, quando seus pais decidiram voltar para o país de origem. Casado, tem três filhos e é formado em processamento de dados pela Universidade de Brasília, além de pós-graduado em didática e metodologia no ensino superior pela Universidade Católica e em sistemas da informação pela UDF. Há 23 anos, fundou a Cast Informática, na Asa Norte. Com filiais por todo o Brasil, a empresa presta serviços na área de tecnologia da informação. Paulo de Mendonça Maia Tem 82 anos e nasceu em Russas, no Ceará. Com espírito empreendedor, chegou a vender querosene quando jovem, pois em sua terra natal não havia energia elétrica. Em 1973, vendeu tudo que tinha e veio para Brasília. Comprou uma padaria com a esposa, Nadyr, e, com os filhos José Fagundes, César, Lurdes e Liduina Maia, expandiu os negócios. Na década de 1990, criaram o Super Maia, hoje com 15 lojas no DF e em Goiás. É dono do Grupo Santo Antônio, que administra padarias e uma fábrica de plástico e papel. 3ª edição (2008) Alberto Salvatore Giovanni Vilardo • Aurenir da Silva Macedo • Carlos de Oliveira Itacaramby • Gervásio Batista • José Alves Cardoso (Zé da Mata) • José Eustáquio Elias • José Paulo Sarkis • Luiz Pouso Martins • Mercedes Urquiza • Roberto Curi 4ª edição (2009) Dílson Fernando Barbosa • Edson Alves Rezende • Ennius Marcus de Moraes Muniz • Euzébio Pires de Araújo • Francisco Chiquinho do Beirute • Gilberto Amaral • Gilvan Farah • Hilton Pinheiro Mendes • Massae Tominaga • Olavo Pinto David • Pantelis Gean Gorgalas • Rogério Tokarski revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 21 Cristiano Costa Ronaldo Martins Junqueira Nasceu em Buriti Alegre (GO). Veio para Brasília em 1961. Ingressou no jornalismo aos 18 anos, na Última Hora. Passou por veículos como Jornal do Brasil, Diário de Brasília, Revista Manchete e Correio Braziliense. De 1968 a 1970, foi sócio de uma pequena imobiliária. Em 1992, deu início ao projeto do Jornal da Comunidade. O Grupo Empresarial Comunidade emprega 220 pessoas e é formado ainda pela Revista Comunidade VIP, pelo Jornal Coletivo e pelo site Mais Comunidade. Tem 66 anos, é casado com Marisa Junqueira e têm quatro filhos. Cristiano Costa Ruben Parrilla Nasceu no Uruguai, na cidade de Canelones, há 73 anos. Veio para Brasília em 1975, quando assumiu a gerência do Hotel Eron. Projetou-se na cidade trabalhando na área de turismo e hotelaria. Tem experiência de 35 anos em promoção, planejamento, criação, realização e montagem de eventos e de mais de 40 anos em administração de empresas, com destaque para hotelaria internacional e turismo de eventos no Brasil, nos Estados Unidos e no Uruguai. Fundador e dono da Imagens Promoções. Cristiano Costa Sandra Costa Nasceu em Inhapim (MG), há 61 anos. Veio para Brasília em 1979. É cofundadora e diretora técnica do Grupo Sabin. Formada pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais, tem mestrado em ciências médicas pela UnB, MBA em gestão de negócios pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e MBA em gestão empresarial pela Fundação Dom Cabral. Em 2011, foi eleita uma das melhores gestoras de empresas do Brasil pela Revista Valor Executivas. Casada há 36 anos, tem três filhos e uma neta. Saiba quem já foi agraciado 5ª edição (2010) Álvaro José da Silveira • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Edson Sebba • Elenita Crisci da Valle • Fernando Bizerra • Geraldo Vasconcelos • Heraldo Cunha Moll • José Aparecido Junqueira Guimarães • Nelson Serafim Cagali • Pedro Ribeiro (in memoriam) • Raimundo Dias de Souza • Sebastião de Carvalho Neto • Sebastião Lopes da Silva • Walter Machado 6ª edição (2011) Antonio Carlos Dias Noleto • Ari Cunha • Arnaldo Cunha Campos • Domingos de Freitas Ferreira • Janete Vaz • Kazuo Okubo • Nadja Regina V. Cavalcante Carvalho • Olimpio Hanashiro • Rodrigo Rios Amorim • Salvador Ferreira Mota • Sebastião Gomes da Silva • Wagner Canhedo 22 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //economia Como aperfeiçoar as concessões D epois de adiar o discutível trem-bala, e inaugurando o seu programa de concessões de transportes, o atual governo colocou em leilão as duas rodovias supostamente com maiores chances de sucesso, mas, para uma delas, a BR-262, que liga MG ao ES, deu “vazio” no dia de apresentação das propostas. Ou seja, mesmo cientes da importância das concessões de infraestrutura para a retomada dos investimentos e do crescimento do PIB, as autoridades ainda não conseguiram se encontrar no encaminhamento desse complexo assunto. E isso é verdadeiro desde 2007, quando foi leiloada a chamada fase dois das concessões rodoviárias, conforme pode ser visto no livro que escrevi com amigos especialistas há um ano e foi publicado pelo Inae (cópias podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected]). Com efeito, o Estado parou de investir, e há muito vem concentrando os seus gastos em pagamentos a pessoas, ou seja, previdência, pessoal e assistência social. Com o tempo, foi desmontando a máquina que cuidava dos investimentos e, com exceção do primeiro quinquênio pós-real, não se preparou adequadamente para a única saída à mão. Tratava-se de buscar associações com o setor privado, para substituí-lo na oferta de serviços nos segmentos em que a rentabilidade potencial dos negócios é suficiente para atraí-lo. Os principais problemas da estratégia em vigor são a baixa qualificação dos gestores públicos; a insistência na imposição de tetos tarifários os mais baixos imagináveis – e não revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 O Estado parou de investir, e há muito vem concentrando os seus gastos em pagamentos a pessoas, ou seja, previdência, pessoal e assistência social. os mais baixos possíveis –; e um ritual do processo de concessões que, em face das dificuldades gerenciais, queima etapas indispensáveis (como a pré-qualificação e o exame do plano de negócios dos candidatos privados) e até proíbe a apresentação dos indispensáveis planos de negócios nos leilões, ainda que os próprios bancos oficiais que deverão suprir os financiamentos requeridos não abram mão de analisá-los. Cria-se, assim, enorme espaço para comportamento “oportunista” de concorrentes que oferecem preços baixos apenas para vencer os leilões e depois procuram obter concessões adicionais fora da disputa inicial. Aproveitam-se de que, politicamente, é muito difícil cancelar concessões de serviços públicos. A receita para aperfeiçoar o processo deve incluir principalmente a busca de tarifas (e retornos) realistas e a urgente qualificação da máquina que lida com o assunto. Sem isso, todo o esforço de retomada do crescimento econômico do País redundará em vão. Joel Rodrigues Raul Velloso Doutor em Economia pela Universidade de Yale (EE.UU). Atualmente é consultor econômico em Brasília 23 Mono mon o o Caetan ig Por Rodr Francisco: Um quarto de século em atividade No meio gastronômico, quem completa 25 anos precisa assoprar muitas velinhas para comemorar. O mercado pode ser trepidante. O catarinense e descendente de italianos Francisco Ansiliero sabe disso e já enfrentou muitas marés em duas décadas e meia com sua rede de restaurantes Dom Francisco. As casas conquistaram clientes fiéis, mantendo a tradição de oferecer pratos elaborados e saborosos, com bons azeites à mesa, além de uma bela carta de vinhos. O restaurante conta com uma das adegas mais completas da capital federal. São 1.520 rótulos de 25 países – 12 mil garrafas. Para comemorar estes 25 anos, lançou vinho próprio, que leva o nome do restaurante e já pode ser degustado em todas as casas da rede. Produzido na Itália, o vinho Dom Francisco é importado pela Max Brands e oferecido em duas opções: o Barbera e o Barolo. //Dom Francisco Restaurante Asbac – SCES, trecho 2, conjunto 31 – (61) 3224.8429 ParkShopping – piso superior – (61) 3363.3079 402 Sul – SCLS 402, bl. B, lojas 5, 9 e 15 – (61) 3226.1816 Viagens gastronômicas Maceió Rafael Fontana Picuí – Há mais de duas décadas fazendo história graças à sua carne de sol, o restaurante, comandado pelo chef Wanderson Medeiros, serve mensalmente duas toneladas de contrafilé de maneira primorosa. As entradinhas também são super-recomendadas. //Travessa Emilio Cardoso Filho, 1.140 – Jaraguá (82) 3223.8080 Wanchako – O restaurante tem as mãos generosas da chef Simone Bert. Ela mistura ingredientes da cozinha peruana com a brasileira. Destaque para os tiraditos com lâminas de pescado curtidas na laranja, acompanhados de maionese de polvo e camarão com cebola curtida. //R. São Francisco de Assis, 93 – Jatiúca (82) 3377.6024 24 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/sitegastronomix Pequeno guia de cervejas especiais Sequência de tapas Uma tradição espanhola ganha mais um adepto na cidade. Depois de o Dona Lenha colocar em seu cardápio um festival de tapas, agora o Versão Tupiniquim oferece sequência de tapas com 12 receitas em porções pequenas a R$ 39. A proposta é de renovar as tapas a cada 15 dias, mas a cestinha de berinjela com relish de manga e o queijo de coalho com espuma de melaço figuram entre as candidatas a permanentes. // Versão Tupiniquim 302 Sul, bloco C, loja 2 (61) 3322.0555 // Dona Lenha www.donalenha.com.br O Brasil é o terceiro maior mercado para cervejas, atrás da China e dos EUA. E, cada vez mais, cresce a diversidade de rótulos com cervejas premium ou feitas artesanalmente. Lojas e clubes especializados oferecem opções como o mercado de vinho faz. Rótulos, países, blends, tipos de fermentação. O universo é fascinante e o Gastronomix faz um convite para você conhecê-lo. Seguem lojas que vendem cervejas especiais em Brasília: Boutique do Godofredo CLSW 101, bloco B, loja 54. (61) 3021.6500 Empório Soares e Souza CLN 212, bloco B, loja 3. (61) 3963.7022 Brilho Importados Feira dos Importados, bloco D, lojas 8 e 9. (61) 3037.4533 Super Adega SIA, atrás do Extra. (61) 3403.4700 Grote Market CLN 409, bloco A, loja 19. (61) 3201.0592 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Scotch House CLS 403, bloco B, loja 28. (61) 3225.1153 Beer Selection Setor Hoteleiro Sul, quadra 6, conj. A, bloco F, Loja 56. (61) 3032.3285 Clubes de cerveja Oh my Beer ohmybeer.com.br Have Nice Beer www.haveanicebeer.com.br Clube do Malte www.clubedomalte.com.br Clubeer www.clubeer.com.br Mais duas estrelas Genaro Macedo é um inquieto. Vive inventando novidades. As duas mais recentes são dois hambúrgueres que entram no cardápio de seu café: o Steak Havaiano (R$ 31), 160 gramas de hambúrguer bovino, cheddar, guacamole, tomate, cebola e teriyaki, e o Mássimo do Jazz (R$ 28), também com carne bovina, rúcula, queijo estepe, muçarela de búfala, tomate seco e batata palha. Na casa há hambúrgueres vegetarianos à base de legumes. // Genaro Jazz Burger Café 114 Norte, bloco A, loja 60 (61) 3273.1525 25 //instituto fecomércio Inovação e pioneirismo //Por Daniel Alcântara Instituto formará aprendizes para o segmento de limpeza e manutenção O Instituto Fecomércio-DF oferece o curso de Auxiliar de Serviços em Limpeza e Manutenção. O objetivo é promover educação profissional para formação de aprendizes, com princípios pedagógicos norteados de desenvolvimento educacional, e foco em questões relevantes apontadas pelo mercado de trabalho. O instituto é pioneiro no curso no Distrito Federal, de acordo com a diretora-executiva do IF, Elizabet Garcia Campos. “Nós estamos sempre inovando na questão de aprendizagem para atender à demanda de todos os setores. Agora estamos abrindo espaço para o segmento de limpeza e manutenção”, diz. O curso será formatado de acordo com exigências do Ministério do Trabalho e atenderá a todas as necessidades do estudante que pretende ingressar na área. Ela também ressalta que a cada ano o IF tem um salto no número de aprendizes. “Em 2011 tínhamos cerca de 570, em 2012 passamos para mil e já temos 1,1 mil. Com essa nova demanda, esperamos alcançar o número de mais de 1,5 mil aprendizes, o que significa muito para a instituição”, afirma Elizabet Campos. O curso será desenvolvido por meio de atividades que estimulem a participação ativa do aluno e a contextualização teoria-prática. Serão ensinadas noções de norma de segurança, noções de primeiros 26 “Em 2011 tínhamos cerca de 570, em 2012 passamos para mil e já temos 1,1 mil. Com essa nova demanda, esperamos alcançar o número de mais de 1,5 mil aprendizes, o que significa muito para a instituição.” Elizabet Campos Diretora-executiva do IF socorros, prevenção de combate a incêndio, prevenção e controle de riscos em máquinas e suas instalações, etc. Durante o curso, os alunos vão adquirir noções básicas de segurança no trabalho, além de interpretar as legislações e normas de segurança e os elementos básicos de prevenção de acidentes no trabalho. Auxiliar de Serviços em Limpeza e Manutenção As aulas serão realizadas nos períodos matutino e vespertino. Serão 800 horas de curso – 400 de teoria e 400 de prática. Os interessados em participar da seleção devem ter no mínimo 18 anos e comparecer à sede do IF Estágio, das 9 às 18 horas, de segunda a sextafeira (Setor Comercial Sul, Quadra 6, Ed. Jessé Freire, 5º andar). É necessário levar declaração de escolaridade, cópia da carteira de identidade autenticada ou original para conferência, duas fotos 3x4 recentes, comprovante de residência e cópia do CPF, além de apresentar a Carteira de Trabalho e Previdência Social. Mais informações: (61) 3962.2038 e 3962.2024. @if_df revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //caso de sucesso Concurseira torna-se empreendedora //Por Sílvia Melo Após estudar no Senac, Vania Almeida abriu clínica de depilação e estética O sonho de passar em um concurso público acabou se transformando em depressão para Vania Lima de Almeida Matias, de 36 anos, que tentou por alguns anos e não conseguiu ser aprovada. Queria estabilidade e garantia de boa remuneração. Por indicação médica para sair do processo depressivo, decidiu fazer cursos, optando primeiro pela graduação e, em seguida, por cursos profissionalizantes no Senac-DF. Após esse processo, conseguiu a tão sonhada independência financeira. Mãe de três meninas, de 11, 15 e 18 anos, a moradora de Taguatinga Sul casou cedo, aos 16 anos, e logo teve a primeira filha. Trabalhava no comércio do pai, que facilitava para que Vania tivesse tempo de se dividir entre o trabalho e os cuidados com a família. “Com ele dava para conciliar casa, filhas e estudo.” Incentivada pelo marido, começou a se dedicar aos estudos para concurso público em 2000. Indecisa, muitas vezes desistia e retornava. Essa rotina durou dez anos, e a frustração a levou à depressão. “Eu não sabia o que queria.” Foi então que o médico sugeriu que ela fizesse cursos ou entrasse em uma academia. Fez em 2011 os cursos de Depilação e Design de Sobrancelhas na unidade do Senac em Ceilândia. Já fazia a faculdade de gestão de recursos humanos, em que se graduou. Não parou mais de se qualificar. Atualmente, faz três pós-graduações: Gestão Empresarial, Gestão de Pessoas e Docência do Ensino Superior. Também já investiu em cursos de ética profissional, administração empresarial, administração e produção, como gerenciar, como administrar dinheiro. No Senac, Vania encontrou sua vocação. “Decidi fazer esses dois cursos para cuidar das minhas filhas. No início, não pretendia trabalhar nessa área”, conta. Porém, a identificação foi tão grande que Vania logo surpreendeu a família quando a informou da decisão de trabalhar na área. No fim de 2011, ela inaugurou o Espaço Íntimo. Fica no mesmo lote em que mora, mas em espaços diferentes. “Separei a loja da casa para minhas clientes ficarem à vontade.” Oferece design de sobrancelhas, depilação com cera e linha, limpeza de pele, massagem, banho de lua e permanente de cílios. O trabalho é personalizado, com hora revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Cristiano Costa marcada e serviços adicionais para agradar à clientela. Enquanto faz a sobrancelha, por exemplo, a cliente pode relaxar no colchão massageador. A empresária está realizada. Os sintomas da depressão ficaram no passado, junto da vontade de se tornar funcionária pública. “Estou muito bem, sou dona do meu próprio negócio, sou feliz e faço o que amo”, diz Vania. Ela pensa em dar aulas na área de beleza e prestar consultoria empresarial. “Tenho muitos planos e sonhos, graças a Deus.” //Sobre os cursos A próxima turma do curso de Depilador, de 200 horas, está prevista para se iniciar em 7 de outubro. As aulas são das 19 às 22 horas, no Senac Ceilândia. O interessado deve ter no mínimo 18 anos e pelo menos o 7º ano/6ª série do ensino fundamental. Custa três parcelas de R$ 220. O curso Design de Sobrancelhas, de 20 horas, é oferecido pelas unidades do Gama, de Sobradinho, de Taguatinga e do Setor Comercial Sul, nos períodos da manhã, tarde e noite. A primeira turma terá aulas nos sábados, a partir de 19 de outubro, das 8 às 12 horas, no Senac do Setor Comercial Sul. Para participar, é preciso ter no mínimo 18 anos, ensino fundamental completo e conhecimentos específicos de depilação. O investimento é de R$ 110. //Informações: (61) 3313.8877 @senacdf /senacdistritofederal 27 economia Vilão gringo //Por Marina Marquez A alta da moeda norte-americana já chegou às lojas. Comerciantes tentam se adaptar para não perder vendas D epois de atingir o maior valor dos últimos quatro anos em agosto, R$ 2,45, a cotação do dólar começa a se estabilizar, mas com valor bem diferente do vendido no começo de 2013, abaixo de R$ 2. Em 20 de setembro, fechou em R$ 2,21. Mas o efeito da valorização da moeda norte-americana já chegou aos comerciantes que trabalham com mercadorias importadas. Não tem jeito: é preciso muito jogo de cintura para driblar os efeitos da alteração no câmbio e não perder a clientela. A alta do dólar tem efeito direto sobre a inflação, os preços dos produtos em geral. “Para cada 10% de aumento no dólar, há impacto de 0,5% na inflação. Isso porque, quando as empresas usam matéria-prima importada, o preço dessa transação fica mais alto, e, claro, o preço do produto final aqui dentro tem que aumentar”, explica o especialista em finanças públicas da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira. É uma pista de mão dupla para a economia brasileira, segundo Ma- 28 tias-Pereira. Favorece as empresas exportadoras, uma vez que o produto nacional fica mais competitivo lá fora, mas encarece as importações e provoca a inflação. “Política cambial tem os prós e contras. De maneira geral, é um impacto forte no campo da atividade comercial. Internamente, fortalece o turismo. No sentido contrário, desestimula o turismo externo. Resumidamente, o que ocorre é que alguns setores ganham, alguns perdem, e outros perdem muito”. Os que mais perdem são os segmentos que dependem da importação, seja de matéria-prima, seja dos produtos em si. “Na economia, não existe almoço grátis. Se o custo subiu, o empresário vai precisar repassar isso para o preço”, diz Matias-Pereira. E quando o empresário aumenta o preço, enfrenta duas situações. Uma é o impacto imediato de retração do consumidor, que não quer pagar mais. A outra é a perda de competitividade diante de firmas que colocam produtos semelhantes em condições mais vantajosas. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //Ajustes O fato é que os preços nas lojas brasileiras já subiram. Desde maio, quando começaram as turbulências no mercado de câmbio, a situação começou a mudar. É o caso da Trip Store, agência de turismo de Thiago Orsi. De julho a setembro, o número de pacotes vendidos caiu pela metade, uma vez que a maior procura dos clientes dele é para destinos fora do Brasil, principalmente Estados Unidos, Caribe, América do Sul e Europa. De acordo com o empresário, houve uma fuga inicial muito clara, e as operadoras de turismo lançaram diversas promoções para tentar driblar o efeito da moeda americana em alta. “As operadoras acompanharam a alta do dólar, mas reduziram a margem de lucro em um primeiro momento. Enquanto “A moeda estrangeira estar mais cara não é bom nem para mim nem para meu cliente.” o dólar subiu uns 20%, o valor dos pacotes aumentou 10%, por exemplo”, diz. Mesmo assim, o reflexo na demanda é inevitável. “Houve redução na venda efetiva de 50%. Muitos clientes tinham as férias programadas e começam a repensar os destinos, o momento de comprar. As pessoas continuam procurando, fazendo orçamento, mas aguardam um momento melhor para adquirir as passagens, reservar os hotéis”, explica. Orsi conta que foi preciso planejamento para adaptar os serviços e tentar captar mais clientes para não diminuir o faturamento. Com a flexibilização das operadoras que oferecem os pacotes, ele facilitou as formas de pagamento. Um produto antes oferecido em cinco parcelas passou a ser vendido em dez. Além disso, investiu em propaganda e Fotos: Nina Quintana Thiago Orsi Trip Store revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 29 R$ 2,45 A maior cotação do dólar nos últimos quatro anos foi registrada em agosto. 30 outras formas de captação de clientes. Hoje, o empresário dá dicas para que as pessoas que procuram a agência também consigam economizar e superar o dólar mais alto. “A moeda estrangeira estar mais cara não é bom nem para mim nem para meu cliente. Tentamos mostrar como diminuir o custo da viagem, com as compras, por exemplo. Além disso, falamos da importância de comprar o dólar aos poucos, em pequenas quantidades, para sofrer menos as variações”, ensina. Recomenda também que se evitem compras no cartão de crédito para não ficar refém de diferentes taxas de câmbio. A valorização da moeda americana acaba acarretando maior procura por destinos nacionais. Matias -Pereira, da UnB, explica que uma janela de oportunidades se abre para o turismo brasileiro. Ao mesmo tempo, se o País não tiver capacidade de aproveitar isso e ofertar boa qualidade de produtos e serviços, a janela vira problema. “Quando examinamos algumas faixas de renda, verificamos que quem tem nível alto é indiferente ao dólar mais alto ou mais baixo, em relação ao real. São pessoas que vão continuar viajando, gastando, dentro ou fora do Brasil. Agora, a classe média em geral começa a se voltar para o produto nacional. Começa a consumir bens que estão aqui dentro, viagens oferecidas aqui dentro, se houver oferta que o satisfaça, claro.” O especialista em finanças do Ibmec-DF e estrategista da JK Capital José Kobori diz que, em alguns casos, o dólar mais alto pode forçar algumas pessoas a adquirir no Brasil o que esperavam para comprar em viagem ao exterior. “É uma coisa que acontece, mas pouco. Se a pessoa ia para os Estados Unidos, juntava o dinheiro para comprar óculos, notebook, smartphones. Se depois desiste e não vai mais viajar, vai deixar de adquirir algumas coisas que não eram tão importantes, mas outras vai pagar para ter mesmo assim”, esclarece. Nesse momento, talvez invista em um produto mais em conta, considerando que os preços no Brasil são normalmente mais altos. //Quase sem saída Por trabalhar em um setor dependente de matéria-prima importada, a empresária Márcia Matos, da Tecnótica, não teve como não repassar para os produtos o efeito da alta do dólar. As tabelas recebidas dos fornecedores em setembro já vieram com reajustes de 5% a 10% nos preços. “Mesmo o produto sendo fabricado no Brasil, a matéria-prima vem de fora e ele é afetado diretamente. Nós não temos muito para onde fugir. Tentamos facilitar no prazo, na forma de pagamento, mas o preço acaba sendo elevado”, diz. Márcia explica que a empresa precisou se adaptar e adiar alguns investimentos. A empresária tem hoje cinco lojas no Distrito Federal e 25 funcionários e afirma que o esforço é para evitar demissões e outros reflexos da situação econômica difícil. “Estamos percebendo que a economia como um todo passa por um processo complicado. É inflação, alta do dólar e cautela maior do consumidor de modo geral para gastar. Um cliente que chegava e comprava um valor X agora compra um pouco menos e busca produtos mais em conta. Isso tem efeito direto no que chamamos de tíquete médio e no faturamento da empresa”, lamenta. //Cenário ruim Diferentemente de 2008 e 2009, quando o dólar atingiu R$ 2,47 devido à instabilidade da economia mundial e da situação de crise dos Estados Unidos, hoje a alta do dólar é estrutural, segundo os especialistas, e deve permanecer no patamar de R$ 2,30, variando pouco e se mantendo em alta. A valorização perante o real se revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 dá tanto pelo cenário de recuperação da economia dos americanos como pela difícil situação econômica por que o Brasil está passando. “Agora, a questão é estrutural. O mercado americano está melhorando, tem mais liquidez. O nosso país, por sua vez, não apresenta o melhor dos cenários”, diz José Kobori. Segundo o especialista em finanças, são várias as questões que afastam o investidor estrangeiro e criam o que os economistas chamam de fuga de capitais, que é a saída de dólares da economia brasileira, diminuindo a oferta e, consequentemente, elevando os preços da moeda americana. “A crítica que o Brasil recebe, principalmente do investidor internacional, é que somos um país muito intervencionista. Além disso, vivemos um momento de economia com crescimento baixo”, explica, revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 destacando a pequena evolução do produto interno bruto, a inflação e parâmetros regulatórios desfavoráveis para os estrangeiros. Kobori aposta na estabilização do dólar até o fim do ano e não vê chances de que a taxa de câmbio dólar/real volte ao patamar registrado no início de 2013. Só neste ano, a moeda subiu mais de 19% – mais de 7% só em agosto. Será preciso adaptação constante para superar os efeitos que o dólar alto pode causar na economia, diz José Kobori. “Não é à toa que dizem que o Brasil é para profissionais. Com a alta carga tributária, o repasse do câmbio mais alto para o consumidor acaba sendo maior até que o reajuste do dólar. Os empresários terão que pensar em diversos cenários e ter uma gestão empresarial preparada para essas adversidades”, aconselha. “Tentamos facilitar no prazo, na forma de pagamento, mas o preço acaba sendo elevado.” Márcia Matos Tecnótica 31 Mono mon Acesso à saúde de qualidade para o Empregador do Comércio viver melhor. Só a parceria da FECOMÉRCIO-DF com a Qualicorp proporciona a você, Empregador do Comércio e sua família, acesso aos melhores planos de saúde pelo menor preço. • A solidez e a experiência de algumas das mais reconhecidas operadoras do Brasil. • Os hospitais e clínicas mais conceituadas do país.1 • Os mais modernos laboratórios.1 • Livre escolha de prestadores médico-hospitalares com reembolso.2 Os melhores planos pelo menor preço. Menor preço: em comparação a produtos similares no mercado de planos de saúde individuais (tabela de agosto/2013). ¹ De acordo com a disponibilidade da rede médica da operadora escolhida e do plano contratado. ² Conforme condições contratuais. A disponibilidade e as características desse benefício especial podem variar conforme a operadora escolhida e o plano contratado. Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. Os preços e a rede estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei no 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Outubro/2013. Amil: ANS nº 326305 32 Golden Cross: ANS nº 403911 SulAmérica: Qualicorp Adm. de Benefícios: ANS nº 417173 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Ligue e confira: De segunda a sexta, das 9 às 21h, e aos sábados, das 10 às 16h. www.economizecomaqualicorp.com.br revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 33 //direito no trabalho E-mail corporativo pode ser supervisionado pela empresa O mundo virtual tem os seus conflitos, gerando direitos e deveres para seus usuários, e no mundo do trabalho não é diferente. Um exemplo a ser citado é a decisão recente do Tribunal Superior do Trabalho que considerou permitido o controle das mensagens enviadas e recebidas pelo empregado através do e-mail da empresa e dos arquivos de computadores, inclusive para obter provas por justa causa, desde que o correio eletrônico seja corporativo. A grande questão discutida é a colisão do direito de sigilo das correspondências, dos dados, direito à intimidade e à privacidade do empregado garantido pela Constituição Federal no art. 5°, e o direito potestativo do empregador de fiscalizar as atividades exercidas pelo empregado e controlar o bom uso das ferramentas de trabalho. A garantia da inviolabilidade da esfera privada, no âmbito das correspondências e da intimidade, está ligada à própria vida privada. Só que, embora o privado seja fundamental para o desenvolvimento biológico e para a satisfação das necessidades vitais da pessoa humana, na seara profissional há regras que superam essa garantia na medida em que são previamente e claramente estabelecidas. É que, segundo o entendimento 34 do TST, o e-mail corporativo é ferramenta de trabalho e, portanto, deve ser usado apenas profissionalmente, não sendo permitido o uso para fins pessoais e particulares – o que autoriza o empregador a ter acesso a todas as mensagens e os conteúdos dos e-mails do empregado. A justificativa é que nesse caso não há privacidade ou intimidade a ser protegida, podendo o e-mail e os computadores serem monitorados. A exigência é que o empregador estabeleça regras claras sobre o uso dessas ferramentas, avisando previamente que o e-mail e o computador foram disponibilizados somente para assuntos e matérias relativos ao serviço e que haverá supervisão sem a necessidade de permissão do empregado. A grande questão é que nesses casos a Justiça do Trabalho reconhece que o empregador tem o poder de fiscalização sobre os instrumentos de trabalho do empregado, como é o caso dos computadores e e-mails corporativos, quando estes são colocados à disposição do empregado somente com a finalidade de realizar os serviços contratados. É um avanço, já que não é incomum empregados confundirem ambientes virtuais de trabalho com o seu pessoal, ao fazer acesso a redes sociais ou usar e-mails corporativos para fins particulares. Joel Rodrigues Cely Sousa Soares Consultora empresarial da Fecomércio-DF revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 artes cênicas Uma semana espetacular //Por Ana Paula Oliveira Mostra competitiva da 10ª edição do Prêmio Sesc do Teatro Candango será de 25 de outubro a 2 de novembro Hugo Pereira revelações. Um dos exemplos mais evidentes é o caso do ator Juliano Cazarré, que participou do prêmio e, em pouco tempo, alcançou grandes resultados. Além disso, artistas que antes não tinham esperanças têm a oportunidade de investir na carreira”, afirma. Máquina de Gargalhadas, da Cia. Teatro de Açúcar, participou da edição de 2009. E m nove edições, foram muitos os artistas brasileiros reconhecidos ou revelados pelo Prêmio Sesc do Teatro Candango. A lista é enorme. Contempla nomes como Paulo Goulart, Nicette Bruno, Milton Gonçalves, Hugo Rodas e Nathália Timberg. O brasiliense Juliano Cazarré, um dos protagonistas da novela Amor à Vida, da Rede Globo, também foi premiado. Foi o melhor ator da edição de 2005, com o espetáculo Adubo. Resta saber agora quem serão os vencedores de 2013. A expectativa é grande. A 10ª edição da mostra competitiva ocorrerá de 25 de outubro a 2 de novembro, no Teatro Sesc Garagem (913 Sul), sempre às 20 horas, com entrada franca. O público poderá assistir a sete espetáculos selecionados pelo Sesc. Em 5 de novembro, revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 os vencedores serão conhecidos e premiados em uma solenidade. Desde 2004, o Prêmio Sesc do Teatro Candango revela talentos e incentiva a divulgação dos trabalhos cênicos de companhias teatrais do Distrito Federal. O objetivo é democratizar o acesso à cultura, fomentar as artes e incentivar os profissionais do teatro. Os melhores espetáculos serão premiados com troféus e valores em dinheiro, que podem chegar a R$ 6 mil. São nove categorias: peça, direção, ator, atriz, figurino, cenografia, sonoplastia, iluminação e dramaturgia. O total de prêmios distribuído pelo Sesc neste ano será de R$ 20 mil. O coordenador cultural do SescDF, Rogero Torquato, destaca a importância do incentivo aos artistas locais. “São dez anos de grandes //Frio na barriga Somente peças teatrais produzidas em Brasília, direcionadas ao público adulto e que não tenham participado de outras edições do prêmio participaram da seleção. Cada grupo teatral pôde inscrever até dois trabalhos. As inscrições ficaram abertas até 27 de setembro. Alexandre Ribondi é autor e diretor do espetáculo Cru, vencedor de diversas categorias da edição de 2010 do Prêmio Sesc do Teatro Candango. “A competição do Sesc foi essencial. Por meio dela, meu trabalho como autor e diretor pôde ser apresentado em vários pontos do País.” Ribondi confirmou participação nesta edição. “Já estou me preparando para, mais uma vez, sentir aquele velho e bom friozinho na barriga durante a competição”, diz. O espetáculo Cru foi adaptado para o cinema e escolhido como melhor filme no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2011. Que vençam os melhores. @sescdf /sescdistritofederal 35 planejamento Fotos: Nina Quintana Fim de ano sob controle // Por Elton Pacheco O que pode ser feito agora para preparar sua empresa para a correria que se aproxima A falta de planejamento, às vezes, pesa mais na consciência do que no bolso dos empresários. É comum não se planejar e se arrepender. No período em que há maior movimento e correria de clientes, isso pode significar muita dor de cabeça. “No Brasil, o dono do negócio está mais preocupado em apagar o fogo momentâneo, sanar o problema, geralmente financeiro, do que em antecipá-lo”, afirma a coordena- 36 dora do curso de Gestão Comercial e Marketing da Faculdade Senac, Graciele Barroso. Ainda dá tempo de se organizar? Segundo o especialista em finanças Márcio Iavelberg, da Blue Numbers Consultoria Empresarial, sim, mas tem de ser logo. Antes de fazer qualquer plano, é preciso saber como anda a saúde financeira da empresa. “O empresário precisa escrever todas as necessidades e despesas de cada mês até o fim do ano, ou seja, ter controle do fluxo de seu caixa.” Identificando tudo a ser recebido e a ser gasto, é possível saber o que comprar, quando e como pagar e o que vender, como parcelar e quando desistir da venda. Ter dinheiro, porém, não significa por si só motivo para gastá-lo. “É muito comum o empresário administrar a empresa pelo caixa. Achar que tem dinheiro na conta e pode gastar é um erro grande”, afirma Iavelberg. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 13° salário Apesar de ele fazer parte do calendário de toda empresa, há quem ainda trate o 13° salário como despesa extra de fim de ano. Uma das maneiras de evitar dor de cabeça é o que se chama de provisão. Ao longo do ano, desde janeiro, deve-se separar um doze avos do gasto com a folha de pagamento e guardar o valor numa aplicação. É simples, mas algumas vezes já é difícil garantir o pagamento da folha, e não sobra dinheiro para essa reserva. Ou, quando sobra, há urgências que vão empurrando o 13° para o fim do ano mesmo. Outra possibilidade é pagar 50% do 13° já em junho. Assim, sobra para o fim do ano só metade da conta. Para quem deixou mesmo para última hora, restam poucas alternativas. “Uma é apertar um pouco mais o cinto e guardar até três vezes mais o que deveria, uma vez que terá só setembro, outubro, novembro e dezembro”, diz o especialista em finanças. Outra alternativa é recorrer ao capital de giro que os bancos costumam oferecer nesta época justamente para cobrir o 13º salário. Estoque Se o seu negócio requer aumento de estoque no fim do ano, é preciso começar a fazê-lo agora, mas com cautela. “Não dá para estocar demais justamente para não correr o risco de ficar com o estoque parado. O empresário precisa tomar muito cuidado para não exagerar na compra e perder dinheiro depois”, ensina Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral. De acordo com ele, no melhor dos cenários, a orientação é receber à vista do consumidor e parcelar o pagamento para o fornecedor. “Essa é a regra de ouro das finanças. Se, ao fazer estoque, o empresário conseguir fazer isso, é sempre a melhor saída”, explica. Se a negociação, pelo contrário, for em cima da hora, perdem os dois, o empresário, que terá de repassar os custos, e o consumidor, que pagará mais caro. Não é bom deixar para comprar em novembro. Segundo Márcio Iavelberg, a mercadoria comprada do fornecedor naquele mês só voltará em dinheiro para a empresa nos primeiros meses do ano seguinte. “Até lá, quem banca? Os fornecedores, em geral, dão prazo de um mês, e o empresário que deixa para estocar em novembro paga mais caro. É preciso ter em mente que, quanto antes comprar, mais cedo o dinheiro vai entrar na empresa.” revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Novas contratações Hoje com 30 funcionários, a dona da Spa & Cia., Gizelle Monteiro, já sabe que terá 40 até novembro – o dobro do que tinha no fim de 2012. No ano passado, ela e o marido, Pedro Vasco, encararam a demanda do período mais movimentado às escuras. A falta de planejamento resultou em muita dor de cabeça e menos dinheiro. “Deixamos de faturar pelo menos 30% do que poderíamos se tivéssemos nos organizado”, revela a empresária. Para não repetir o erro, que dói até hoje na consciência, o planejamento começou mais cedo neste ano. Os dois buscaram ajuda de um contador especializado em auditoria financeira. “Ele nos mostrou que, ao planejar, nós poupamos dinheiro e corremos menos riscos.” O processo de seleção, que leva até um mês e meio, já começou. “Preciso de equipe, mas de equipe de qualidade, treinada, pronta para atender à demanda. Se não tiver, nada feito”, diz Gizelle. O risco de deixar para cima da hora, segundo o professor Paulo Vicente, da Fundação Dom Cabral, vai além de perda nas vendas. “Se o atendimento por parte desse novo funcionário for ruim, pode criar imagem negativa para os clientes ou até a ausência de resultados”, explica. Resumindo: é investimento jogado no lixo. 37 Empréstimos Essas contratações não precisam, necessariamente, ser feitas para quitar dívidas. Podem ser úteis ao planejamento. “Ao saber que determinado mês será mais fraco, o empresário pode ir ao banco conversar. Se deixar para a última hora, vai entrar no cheque especial”, diz Iavelberg. Quando a coisa aperta, uma saída pode ser a chamada antecipação (ou desconto) de recebíveis. Na prática, trata-se de transformar duplicatas de venda a prazo, vendas parceladas no cartão de crédito ou de cheques pré-datados de clientes em capital para saldar as contas. “Uma grande vantagem da antecipação é que o empresário não está pegando algo emprestado de alguém, mas usando algo que já é da empresa, simplesmente antecipando datas e pagando por isso”, explica o consultor. Os juros para esse tipo de operação são definidos pelos bancos. No Banco do Brasil, por exemplo, é de 3,59%. Na Caixa, 4,3%. Para o cheque especial, a taxa média cobrada é de 7,98%, segundo dados de agosto do Banco Central. O professor da Fundação Dom Cabral Paulo Vicente não acha que seja a melhor saída. “Se vai ser bom ou ruim, depende da situação da empresa, não existe regra fixa. Em geral, não vale a pena.” Confraternizações e brindes para os clientes “Nós separamos uma verba todo ano para realizar a confraternização de fim de ano com os nossos funcionários. A festa ocorre em algum clube da cidade e abrimos o evento para os familiares também, com tudo pago”, afirma Régia Rezende, sócia-proprietária da Evviva Bertolini, loja de móveis e armários planejados. Na empresa, o planejamento para a confraternização começa até 12 meses antes. Em relação aos brindes, é preciso colocar no papel os custos. Se o empresário não quiser gastar, existe sempre a possibilidade de permuta, como a negociação com o fornecedor de algum tipo de suvenir. “Vale a pena, mas só se não perder muito tempo com a negociação. Tempo é dinheiro”, afirma Paulo Vicente. 38 Copa do Mundo Muitas empresas do DF usarão o fim deste ano como espécie de laboratório para a Copa do Mundo no Brasil, no meio do ano que vem. Segundo Graciele Barroso, da Faculdade Senac, quem se prepara já poderá ter funcionários bilíngues e cardápios adaptados nos restaurantes, por exemplo. “A preocupação hoje é com o evento e como ele vai ter impacto no comércio do DF. A Copa das Confederações, em junho, mostrou muitas deficiências nesse sentido. Os empresários estão se planejando para ver resultados já no fim deste ano”, diz. A orientação dela é de que, junto com a reserva feita para o 13° salário, o empresário tire uma quantia que ache plausível para capacitar o funcionário, melhorar o aspecto visual da empresa e até a estrutura. “Assim, o fim do ano será com lucros e sem dor de cabeça.” revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Anúncio Sebrae revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 39 //doses econômicas Por detrás da produtividade: informação, tecnologia e inovação A economia brasileira vem apresentando reduzido crescimento da produtividade. É necessário entender o elo da economia criativa com o aumento da produtividade, para definir políticas que possam retomar o crescimento. A economia criativa é constituída por atividades econômicas que reúnem o tripé informação, tecnologia e inovação. Os ganhos de produtividade são baseados na acumulação de conhecimento, que influencia custos e lucratividade das empresas. O processo de inovação transforma conhecimento em tecnologia. As empresas buscam estratégias de inovação que possam ampliar produtividade e reduzir custos. O investimento é endógeno ao processo de inovação. Porém, empresas que investem mais nem sempre são aquelas que mais inovam, uma vez que, pela natureza do investimento, há um grau enorme de incertezas, no sentido keynesiano. A decisão de investir na busca por novas trajetórias tecnológicas, quando mal-sucedida, leva ao aumento de custo no curto prazo, podendo reduzir a capacidade de investir. A competição entre os agentes cria um ambiente propício ao investimento e, consequentemente, à inovação. A abordagem estática das vantagens comparativas de que as economias se especializam na produção em que se encontram os menores custos de oportunidades não se aplica num ambiente “inovativo”, capaz de alterar sucessivamente os preços relativos dos insumos. Numa visão dinâmica, a criatividade é capaz de gerar novas informações, que realimentam o conjunto de ideias. As novas maneiras de olhar para os problemas, bem como enxergar oportunidades, são marcantes na economia criativa. O setor empresarial reorganiza o conhecimento, no intuito de potencializar riqueza, emprego e produto, explorando a propriedade intelectual e a eficiência produtiva. Repensar o crescimento da produção na economia brasileira passa a criar um ambiente favorável a negócios e conhecimento. A indústria criativa tem papel importante nos ganhos de produtividade e criação de empregos. Porém, as políticas públicas precisam atacar o principal elo que está por detrás dos ganhos de produtividade: ampliar o investimento em educação. O investimento educacional é base na política de inovação. Enquanto as políticas não forem direcionadas à promoção do conhecimento, não se poderá pensar em crescimento sustentável e, assim, a produtividade da indústria nacional se manterá no eterno voo de galinha, sempre baixo e oscilante. Cristiano Costa José Eustáquio Ribeiro Vieira Filho Bacharel em economia pela UFMG, mestre em economia aplicada pela UFV e doutor em teoria econômica pela Unicamp. Pesquisador do Ipea ([email protected]) Parceria: 40 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //empresário do mês Com sabor de pirulito //Por Fábio Setti Conheça a história de Marcilea Quintão, dona de um salão só para pequenos clientes Nina Quintana O ofício de cabeleireiro pode ser delicado. Se lidar com um cliente contrariado já não é fácil, imagine quando este resolve chorar ou espernear. Marcilea Couto Quintão, de 41 anos, não se abala. Há 25 anos, ela corta os cabelos de crianças e bebês. E não há manha que a faça mudar de freguesia. “Cortar cabelo de adulto é muito mais complicado.” Foi em 2000 que ela abriu um salão especialmente para o público infantil, o Cabelo de Anjo. Em 2011, o estabelecimento passou a se chamar Cabelo Kids, uma vez que ela não tinha registrado o nome anterior. O salão funciona na 402 Norte e a proprietária é a única cabeleireira. “Cortar cabelo de criança é delicado. Se houver mais de um funcionário, as crianças se estressam e um cabeleireiro acaba atrapalhando o outro”, justifica. Marcilea conta com uma recepcionista para cuidar da agenda, sempre mais cheia nos fins de semana. O salão recebe de 5 a 15 pequenos clientes por dia. Ao final do corte, um pirulito ou outro doce é dado à criança. A sala comercial tem duas cadeiras para os clientes, em formato de carrinho e de cavalinho, paredes coloridas, pufes e brinquedos. Marcilea diz que não existe padrão de tratamento, tudo depende da criança. Muitas vezes o serviço é facilitado pelo uso de distrações, como doces, televisão, tablets, DVDs e video games. “Antigamente era muito mais complicado, hoje em dia temos tantas tecnologias, qualquer coisa revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 distrai a mente da criança”, diz. A experiente cabeleireira diz que cortar cabelo de criança requer, além de prática e habilidade, muita paciência. Ao contrário do que a maioria pensa, o primeiro corte não é o mais traumático. “Apesar de as mães ficarem apreensivas, normalmente é mais fácil”, diz. O salão tem um certificado do primeiro corte, que vem acompanhado de uma mecha. O mais difícil, diz, é lidar com bebês entre 1 e 2 anos, idade em que aprendem a fazer manha, independentemente de ser menino ou menina. Nestes anos, reuniu histórias curiosas. Certa vez, uma mãe argentina levou o filho recémnascido ao salão e pediu que Marcilea raspasse o cabelo do bebê. Não sabia que era tradição naquele país. Confessa que ficou um pouco assustada por se tratar de um neném de apenas cinco dias cortando o cabelo, mas adorou a experiência. //De família Trabalhar com o público infantil nunca foi novidade para Marcilea, que começou a carreira em salões da própria família aqui no DF, também especializados em crianças. Ela foi criada nesse meio, desenvolveu gosto e facilidade para trabalhar no ramo. Optou por fazer cursos fora de Brasília. O primeiro, feito em SP com 16 anos, foi decisivo para que ela soubesse que desejava seguir a profissão. O segundo, com seis meses de duração, em Vila Velha, Espírito Santo, a colocou de vez no mercado. Em 1992, abriu um salão em Itutinga (MG). Durou dois anos, pois ela não gostou da experiência de atender adultos. Resolveu então voltar a Brasília e inaugurar seu salão infantil. Diz ser muito gratificante trabalhar com uma clientela tão especial. “Muitas vezes ouvi crianças falando que querem brincar de Marcilea e cortar cabelos.” 41 mercado No meio do caminho... //Por Naiara Leão Os quiosques estão em todo lugar. Nos shoppings Conjunto Nacional, Liberty Mall, Brasília Shopping e Pátio Brasil, que integram o projeto Comércio Copa 2014, do Sebrae-DF, representam em média 10% dos estabelecimentos. Saiba quais são as particularidades dos quiosques e conheça a experiência de quem prosperou O quiosque é especialmente atrativo para iniciantes porque custa bem menos que uma loja. O investimento em uma franquia em quiosque, por exemplo, varia de R$ 60 mil a R$ 300 mil, enquanto uma loja convencional de shopping custa de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Além disso, o aluguel é reduzido em função do espaço. A manutenção do quiosque é de duas a três vezes mais barata do que a da loja. Cada shopping tem uma política, mas em geral o quiosque paga taxa única, enquanto lojas têm extras relativos ao fundo de promoção, água, energia elétrica. Nas praças de alimentação, soma-se ainda a taxa de limpeza das mesas. De acordo com Daniel Plá, advogado e professor de varejo da 42 Fundação Getulio Vargas e ex-presidente da ABF, o investimento inicial é menor principalmente por causa das luvas. Os shoppings não costumam cobrá-las de quiosques, mas de lojistas com contratos superiores a cinco anos. O valor varia geralmente de R$ 100 mil a R$ 500 mil. A Lei 8.245/91, Lei das Locações, proíbe a cobrança de luvas na renovação, mas não no primeiro contrato. //A permanência Os contratos de aluguel são curtos – de um mês a dois anos. No caso das lojas, costumam ser de cinco anos ou mais. “O lojista é pressionado a sair o tempo todo. Ou para uma loja, mais cara, ou para outro ponto. Isso acontece quando ele começa a ganhar dinheiro e o público passa a saber onde ele está”, diz o ex-presidente da ABF, Daniel Plá. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 //O lugar Um ponto importante para qualquer negócio é a localização. No caso do quiosque, o shopping deve ter o mesmo público-alvo do produto que será vendido e, uma vez ali, o ideal é que fique num ponto com alta circulação. Mas essa escolha não depende só do comerciante. “Há seleção muito criteriosa de quem vai ocupar esses pontos. Quando o empresário nos procura, avaliamos primeiro o projeto, o produto, a apresentação do quiosque e se tem uma equipe bacana. Há também uma política de equilíbrio do espaço do mall. A parte financeira vem num segundo momento”, afirma o superintendente do ParkShopping, Marcelo Martins. O superintendente do Brasília Shopping, Geraldo Mello, confirma. “O quiosque deve agregar ao mix do mall, nunca competir. Se disputa com lojistas já estabelecidos, vamos procurar uma localização que não bata de frente ou, dependendo do caso, não vamos implantá-lo”, explica. O quiosque tem as mesmas obrigações administrativas das demais lojas. É preciso abrir e fechar nos horários determinados pelo shopping e manter um visual impecável. “Pelo fato de estar exposto em 360 graus aos clientes, o quiosque e a equipe têm de manter nível de apresentação excelente”, diz Martins. O descuido pode levar a notificação ou a multa. //O negócio Alguns segmentos se adaptam melhor aos quiosques do que a lojas maiores. Os mais comuns nos shoppings assessorados pelo Sebrae-DF são de acessórios, como óculos, joias e relógios, de perfumaria, de celulares e de alimentação. São compras de itens pequenos e não muito caros, feitas por impulso, explica Daniel Plá: “O que se vê é a bijuteria, o doce, o salgadinho. Não dá certo para vender roupa sofisticada, mas para sapatinhos de bebê, bonés e mochilas, sim”, compara. O diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Luis Augusto Ildefonso da Silva, acrescenta um ponto. “O produto tem que ser pequeno. Senão, o proprietário vai ter que arcar com uma logística de estoque”, argumenta. Para a empresária Helena Montianini, a possibilidade de chamar mais a atenção do público foi decisiva ao optar por um quiosque quando abriu, em 2010, um ponto de venda de suvenires no Brasília Shopping, o Brasília Conceito. “Temos produtos de pequeno porte, variados. Com as quatro vitrines podemos mostrar que são diferenciados de outras lembrancinhas porque têm cara contemporânea.” O quiosque foi criado especialmente para a marca. As vitrines e os balcões são independentes e têm rodinhas, para que as pessoas possam circular entre eles e também para que se mude sua disposição de tempos em tempos. “O turista está acostumado a ver suvenires sempre em quiosques. A ideia era que mais pessoas nos vissem”, diz Helena, que também driblou o problema do estoque. “As vitrines têm armários embaixo em que dá para guardar algumas coisas. Mas todos os dias verifico o que falta e trago no dia seguinte”, diz Helena, que mantém um depósito fora do shopping, que sai mais barato do que alugar um espaço no subsolo, como fazia antes. Muitos shoppings oferecem essa infraestrutura interna de apoio, com depósitos, cozinha, refeitório e vestiários, sem necessidade pagar mais taxas. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Fotos: Nina Quintana A duração dos contratos costuma ser curta porque o lojista ganha preferência na renovação do aluguel a partir do quinto ano no mesmo local – o que na prática se transforma no direito de ocupar o ponto indefinidamente. “Isso está tão consolidado que, quando não acontece amigavelmente, o lojista entra na Justiça, que sempre lhe garante a manutenção do espaço”, diz Plá. Entre os shoppings, entende-se que o espaço dos quiosques é público. “É um espaço de circulação livre e precisaremos movimentá-lo eventualmente para realizar um evento ou até uma obra”, diz Geraldo Mello, superintendente do Brasília Shopping. O tratamento é diferente no caso de franquias consolidadas, especialmente de grandes marcas, como McDonald´s, que oferecem apoio ao franqueado nas negociações com o shopping. Nesse caso, a lógica se inverte. As mais famosas exigem garantia do ponto por até 20 anos antes de se instalar. Balcões independentes permitem que se mude a disposição do quiosque Brasília Conceito, de suvenires. 43 //A estratégia Há os casos em que os quiosques dão tão certo que deixam o proprietário em dúvida entre ampliar para uma loja ou abrir novos pontos de venda. O empresário Rogério Isaias, criador da Original Cookies, ficou com a segunda opção. A marca desenvolvida com a esposa em 1999 tem hoje três unidades: no ParkShopping, no Pier 21 e no Gilberto Salomão. “Foi melhor assim porque não temos um mix de produtos variados, não precisamos de muitas vitrines e o quiosque é mais acessível porque não tem luvas”, justifica. Nestes 14 anos, Rogério viu muita gente “ter o contrato encerrado abruptamente”. Passou por reajustes de aluguel mais altos do que o esperado e por mudanças de ponto indesejadas. Experiente, aconselha: “O iniciante tem que pesar o investimento menor com a possibilidade de ter que sair quando o shopping mudar sua política”. Sua estratégia para manter-se nos shoppings foi uma autoavaliação constante e a disposição para 44 inovar. “O shopping muda, e as marcas que não evoluem junto não ficam ali. Você pode mudar o design ou os ingredientes do produto. Um sorvete, por exemplo, pode ter as frutas da estação. Quem não segue as tendências e se acomoda numa posição corre o risco de não continuar.” A abertura de outras unidades é vista também por Plá como boa opção. O maior custo de uma loja tradicional pode levar o comerciante a um ponto não tão caro, mas pouco visado. “Infelizmente, o número dos que passam do quiosque para loja e fecham porque somem da vista do cliente e deixam de ser rentáveis chega a 80%”, diz, com base em pesquisas de seus alunos da FGV. Para qualquer que seja a decisão, o Sebrae-DF oferece consultorias para donos de quiosques interessados em crescer. O serviço aponta qual caminho deve ser seguido e como. Os interessados devem procurar a Unidade de Atendimento Coletivo do Comércio (www. sebrae.com.br/uf/distrito-federal). Entre ampliar para uma loja e abrir novos quiosques, Rogério Isaias preferiu a segunda opção. São três unidades da Original Cookies. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 pós-graduação Cristiano Costa Cinco opções para o seu futuro // Por Luciana Corrêa A brasiliense Tatiana Machado levou mais de dez anos para perceber a necessidade de se atualizar e fazer pósgraduação. Formada em administração de empresas desde 1997, começou a trabalhar no grupo PaulOOctavio em 2001, como secretária da superintendência. Em 2005, foi convidada a montar a área de recursos humanos da empresa. “Vi que a responsabilidade era grande, precisava aprofundar meus conhecimentos, aprender novas ferramentas e metodologias”, conta. Casada e mãe de dois filhos, Tatiana viu na pós-graduação em Gestão de Recursos Humanos da Faculdade de Tecnologia Senac do Distrito Federal a solução para crescer ainda mais. Em 2011 ingressou no curso e, assim que o concluiu, no ano seguinte, foi promovida. Assumiu o cargo de assessora de RH da Diretoria de Shopping Centers, que envolve o Terraço Shopping, o Taguatinga Shopping, o Brasília Shopping e o JK Shopping – este último será inaugurado em novembro. “Sem a pós, nada disso teria acontecido. Chega um momento em que não só a experiência conta. Estamos em um mercado de trabalho em constante evolução e temos que acompanhá-lo.” As inscrições da pós-graduação em Gestão de RH não estão abertas no momento, mas, para o segundo semestre de 2013, a Faculdade Senac oferece outras cinco opções para os profissionais que buscam crescimento. Os cursos são presenciais, com carga horária de 360 horas, mais 60 horas para o trabalho de conclusão. Saiba mais sobre cada um deles: 1 Gestão de Projetos Para profissionais que pretendem ter conhecimentos e habilidades para atuar como gerentes ou líderes de projetos, tanto no setor público quanto no privado. As aulas são no campus do Plano Piloto (terça, quarta e quinta-feira, das 19 horas às 22h30). 2 Gestão Logística da Cadeia de Suprimento O curso vem viabilizar competitividade e assegura a manutenção e o acesso a novos mercados aos produtos nesse novo ambiente de negócios, tanto no varejo quanto nas operações globais. As aulas são no campus do Plano Piloto (terça, quarta e quinta-feira, das 19 horas às 22h30). revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Assim que concluiu o curso, Tatiana foi promovida a assessora de RH da Diretoria de Shopping Centers da PaulOOctavio. 3 Banco de Dados e Business Inteligence Para armazenar e proteger informações de uma empresa, é de extrema importância o conhecimento sobre banco de dados e os sistemas de apoio à decisão (Datawarehouse, Datamining, Business Inteligence) e de software livre no contexto atual. As aulas são no campus de Taguatinga (segunda, terça e quinta-feira, das 19 horas às 22h30). 4 Treinamento, Desenvolvimento e Educação Corporativa O treinamento e a educação na área corporativa são fundamentais para o sucesso de instituições e indivíduos no cenário competitivo e globalizado de hoje. As aulas são no campus de Taguatinga (segunda, terça e quinta-feira, das 19 horas às 22h30). 5 Gestão Empreendedora de Negócios (MBA) Para profissionais que desejam potencializar sua formação com direcionamento à administração de negócios, para futuramente ocupar posições de liderança nas organizações. As aulas são no campus de Taguatinga (segunda, terça e quinta-feira, das 19 horas às 22h30). //Aperfeiçoe-se na Faculdade Senac A inscrição deve ser feita por meio do formulário no site (www.facsenac.edu.br) ou na Central de Relacionamento com o Aluno nos campi. A coordenação da pós-graduação entrará em contato por e-mail ou telefone para efetivar a matrícula presencialmente. Para saber sobre condições de pagamento e valores, entre em contato com a instituição: Plano Piloto (61) 3217.8821 | Taguatinga (61) 3354.6540. @senacdf /senacdistritofederal 45 Mono mon Entre na era digital. A Fecomércio ajuda você a emitir e renovar os certificados necessários para sua empresa trabalhar com segurança, autenticidade e conveniência no mundo da internet. e-CPF Digital a partir de R$ 130 Assinatura digital, acesso a Receita Federal e conectividade social para FGTSs. e-CNPJ Digital a partir de R$ 185 Realiza transações bancárias eletrônicas, assina documentos digitais com validade jurídica e acessa o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte. NF-e a partir de R$ 270 Reduz custos, emite notas fiscais eletrônicas com validade jurídica, evita multas por descumprimento de obrigações fiscais e acessórias. Em até 3 vezes sem juros (61) 3038 7507 – 3038 7524 [email protected] www.fecomerciodf.com.br 46 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 saúde Atendimento integrado //Por Andrea Ventura Há 30 anos, o Sesc e a UnB são parceiros na área de odontologia A prender na prática o que se estuda em sala de aula. É o que deseja a maioria dos universitários. Se a área for a de saúde, a necessidade é ainda maior. O Sesc-DF facilita esse processo. Há 30 anos mantém convênio com a Universidade de Brasília (UnB) e cede toda a infraestrutura para que esses estudantes vivenciem o atendimento a diversas modalidades na área de odontologia. Foi o que aconteceu com Tiago Alves Cedro, de 22 anos. O futuro odontologista prestou atendimento durante quatro meses na unidade do Sesc da 504 Sul. “Foi uma experiência muita boa. No Sesc-DF atendemos diversos tipos de público, muitas vezes exigente, vivenciamos a realidade de um consultório mesmo”, conta. No Cristiano Costa período, o estudante pôde aplicar seu conhecimento em todas as especialidades da odontologia em que o Sesc presta serviços. Os alunos que atendem no Sesc já estão no último ano do curso. Os atendimentos eram no Sesc Estação 504 Sul, mas, com a reforma da unidade, passarão a ser realizados no Sesc Presidente Dutra, no Setor Comercial Sul, onde o consultório permanecerá em definitivo. “É um intercâmbio de conhecimento científico, que contribui para a formação do futuro profissional e amplia a oferta de serviços do Sesc, uma vez que os alunos fazem atendimentos nas diversas áreas da odontologia”, afirma a coordenadora de Serviços Odontológicos do Sesc-DF, Márcia Vale Neves. Para Evaldo Arruda Assis, professor adjunto e chefe do Departamento de Odontologia da UnB, o convênio introduz a universidade na prestação de serviços à sociedade. “Existe uma simbiose nesse convênio, no qual os alunos praticam a teoria recebida durante os anos anteriores prestando atendimento de qualidade ao pessoal do Sesc”, diz. Ele destaca que tudo é feito sob a supervisão de professores altamente qualificados do quadro da UnB. “O Sesc, em contrapartida, proporciona as condições técnicas e ambientais.” O professor do Departamento de Odontologia da Faculdade de Saúde da UnB e subgestor do convênio, Jacy de Carvalho Júnior, diz que a parceria permite a complementação da formação do estudante. “Viabiliza um estágio curricular supervisionado em um cenário de prática extramuro, diferente daquele oferecido dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito da Clínica Odontológica do Hospital Universitário de Brasília”, explica. O professor ressalta a qualidade da administração, da infraestrutura, dos equipamentos e materiais odontológicos disponíveis na clínica odontológica do Sesc. A dentista Luiza Sofia Marques, de 50 anos, formouse há 30 anos e teve a experiência de atender na clínica do Sesc. “Foi primordial. Até porque, naquela época, o Hospital Universitário de Brasília não tinha clínica”, conta Luiza, que fez parte da primeira turma do curso na UnB. “Sinto-me privilegiada por ter feito parte desse processo. Sei que as portas do Sesc sempre estarão abertas, é uma instituição com a qual sempre posso contar.” @sescdf Luiza Marques teve a experiência de atender na clínica do Sesc há 30 anos: “É uma instituição com a qual posso contar”. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 /sescdistritofederal 47 //gente Fotos: Nina Quintana Cláudio Cohen Maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro Trajetória natural //Por Paula Oliveira Um maestro não tradicional. É assim que se define o regente brasiliense. “A música clássica tem multiplicidade. Pode estar em uma apresentação de balé, em uma ópera e em shows populares, por que não?”, diz Cláudio Cohen, de 50 anos. O violinista começou sua trajetória musical aos 5 anos em um conservatório de piano. Aos 7, migrou para o violino. Cohen tinha 16 anos quando Claudio Santoro formalizou a orquestra. Como violinista, seguiu naturalmente os passos dentro do conjunto. Chegou a spalla e, consequentemente, com o tempo tornou-se maestro assistente. Em 2011, foi empossado no cargo de maestro titular. Orgulha-se de ter criado o Festival de Ópera de Brasília. Neste ano, na terceira edição, a disputa do público pelo espetáculo foi surpreendente, segundo Cohen. “A fila dava voltas no teatro”, comemora. Como a maioria dos músicos, em dado momento pensou que não conseguiria sobreviver da arte. Cursou direito e é advogado. “Segui na música, mas essa formação me ajuda a gerir a orquestra.” O maestro tem nas mãos não só a harmonia musical, mas a gestão dos projetos e dos recursos financeiros e humanos. História móvel A Universidade de Brasília foi criada em 1963 como o grande projeto de Darcy Ribeiro de reinvenção da educação superior. Por já nascer revolucionária, foi natural que contribuísse para a renovação estética. Brasília foi desenhada com traços modernistas, e a universidade seguiu o caminho. Foram convidados profissionais para criar os móveis das salas de aula, da reitoria, dos auditórios. Quase 50 anos depois, em 2009, chegou ao Instituto de Ciências Humanas da universidade o alagoano Alex Calheiros, de 38 anos, para lecionar filosofia política. Formado com ênfase em estética, sempre teve como hobby pesquisa sobre a história de móveis – especialmente os modernistas. Ficou 48 curioso para saber onde estariam os móveis feitos na década de 1960 e viu que muitos ainda eram usados, mas que a maioria se perdeu. “Quero conhecer o lugar para onde vim por meio do que mais gosto, os móveis.” Alguns foram encontrados em lojas e feiras de antiguidade. Apaixonado, comprou quatro cadeiras iguais à da foto ao lado (de Elvin Dubugras) para casa. O hobby de Calheiros ganhou apoio de outros professores e de alunos e foi um dos projetos contemplados pelo edital UnB 50 anos. Intitulado Insígnias do Mobiliário Moderno da UnB, tem como objetivo catalogar e contar a história da instituição por meio dos móveis e deve virar livro até o fim do ano. (P.O) Alex Calheiros Professor de filosofia da UnB revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Dedicação ao público infantil Alcinéa Paz Atriz e diretora da Cia. Néia e Nando Ela é comunicativa, mas não quer saber de celular. É atenciosa, mas não se senta nem para uma longa conversa. Nunca quis ser mãe, mas dedica a vida e a carreira de atriz e de diretora de teatro ao público infantil. Alcinéa Paz tem 62 anos, nasceu no Pará, mas foi criada mesmo no Rio de Janeiro. Dos dez filhos, era a mais faladeira. O pai, militar, achava graça. A mãe, dona de casa, queria que ela fosse professora. Seguiu os planos e formou-se em letras. Foi professora de língua portuguesa, mas queria mesmo ser atriz. Ainda no Rio, conheceu Armando Villardo, de 50 anos, professor de matemática que tinha a mesma vontade. Casaram-se e mudaram-se para Brasília para empreender na área de animação de festas. A família de Néia já morava aqui. Para se sustentar, continuaram ensinando. Nando também vendia brigadeiros feitos por Néia. A demanda por animação foi crescendo e, assim, nasceu a Cia. Néia e Nando, há 15 anos. Conseguiram se estabelecer e começaram a fazer adaptações de clássicos infantis para o teatro. Hoje, têm 115 peças prontas. Néia continua faladeira. É a parte criativa da dupla. Nando é mais prático. Quando ela quer uma coisa, consegue. Briga, esperneia e, no fim, vence a discussão com o marido. “Ele sabe que sempre dá certo e então nem esquenta mais.” (P.O) //Sua Excelência, o gerente O administrador chegou a Brasília em maio para assumir a função. São 232 funcionários e 166 lojistas que trabalham em um ambiente harmônico e participativo. O gestor acredita ser o mais importante saber trabalhar em equipe e se antecipar aos problemas. O paulista de 35 anos tem experiência de 11 anos no varejo e já comandou unidades de grandes redes, como Riachuelo e Carrefour. Como define a sua gestão? Participativa. Gosto de ouvir, de falar e faço questão de ser transparente. Quero que todos os funcionários tenham acesso a mim porque são eles que vão trazer as situações cotidianas. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Por ser uma rede nacional, o desafio é maior? É um desafio incrível. Precisamos garantir o padrão de qualidade da marca Iguatemi e para isso é preciso pensar a estrutura como um todo, nos detalhes, na variedade de lojas, na conservação, no paisagismo. O que não falta é trabalho. O que é preciso para ser bom administrador? A formação é importante, mas outras habilidades precisam fazer parte do pacote do profissional. É preciso estar informado sobre o mercado, ter boas referências em arquitetura, ter noção de cultura, ler sobre moda. A formação é apenas um fator. (P.O) Marco Garzin Gerente-geral do Iguatemi Brasília 49 gestão 1+15+25=41 A escolha é sua //Por Natasha Cabral Há muitos contadores no mercado. Aprenda a identificar um bom profissional e não tenha medo do Fisco E m 19 anos, Amilzio Júnior teve quatro contadores. Uma vez a troca foi causada pela mudança de cidade da empresa de blindagem de veículos SafetyCar, criada em Belo Horizonte e transferida para Brasília em 2001. As outras substituições foram causadas por insatisfações com o trabalho. Diz que se sentia mal assessorado. “Para mim, a função do contador é alertar o empresário e encontrar novos caminhos, até para a gente pagar menos imposto, e não trabalhar como despachante: simplesmente emitir a guia para o empresário pagar o tributo.” Contratar um bom escritório de contabilidade é fundamental para o funcionamento saudável de uma empresa. É a equipe do contador que elabora a folha de pagamento, desconta atrasos e faltas, adiciona gratificações, calcula férias e 13º salário. Também é responsável por manter as obrigações fiscais da empresa em dia, além de controlar 50 receitas e despesas que garantam o equilíbrio financeiro da companhia. Lidar com guias de impostos, obrigações fiscais, certidões negativas, folhas de pagamento, livros contábeis e outros termos nada fáceis de ser compreendidos exige profissionais bem preparados, de confiança e disponíveis. A primeira dificuldade dos empresários é o desconhecimento, principalmente dos de primeira viagem. “Costumo comparar a abertura de uma empresa com um casamento. O cara quer casar, mas não sabe nem o regime de separação de bens. E o empresário tem que saber que ele já casa com três filhos: a Receita Federal, a Secretaria de Fazenda do DF e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)”, afirma o contador Hermes Sotero Gomes. “A malha legislativa brasileira é densa, e é fundamental que o empresário conheça suas obrigações para poder exigir que o contador cumpra as deles”, acrescenta. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 1 Formalize a relação Outro problema pode ser a ausência de contrato que estabeleça as obrigações e os direitos de cada uma das partes ou a pouca informação sobre o documento firmado. “O contrato tem que ser bem conversado e explicado. O empresário acha que o contador tem que se envolver em qualquer procedimento da empresa. Assim, cobra trabalhos que não deveríamos executar”, afirma Adriano Marrocos, presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), contador com 25 anos de experiência que comanda um escritório com cerca de 60 clientes. “Muitos empresários acham que o contrato é mera formalidade. Poucos o leem e quase ninguém volta para fazer perguntas”, ressalta Edson Antônio Rodrigues, contador há 36 anos e dono de um escritório com 21 funcionários e 130 clientes. Segundo Marrocos, um contador tem de executar três serviços básicos. O primeiro deles é lidar com o departamento pessoal da empresa: fazer admissões e demissões, além de elaborar a folha de pagamento mensal dos funcionários. “Tem cliente que quer que a gente crie gratificações, plano de carreira. Menos dor de cabeça Edson Rodrigues aconselha o empresário a não considerar apenas o preço na hora de escolher um profissional. Não existe valor mínimo estabelecido para a cobrança de honorários, mas não costumam ser menores que um salário mínimo mensal no Plano Piloto. No comércio, normalmente varia entre R$ 750 e R$ 900 por empresa, mas pode chegar a R$ 12 mil em outros setores, como o revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Isso não é obrigação do contador”, esclarece Marrocos. Alguns escritórios fazem a homologação da demissão do funcionário no sindicato da categoria. Mais uma vez, porém, o serviço deve estar estabelecido no contrato. Às vezes, pode ser um extra e é necessário pagar por isso. Outro serviço oferecido obrigatoriamente é o fiscal, ou seja, calcular os tributos que devem ser pagos pela empresa. O contador deve processar as notas fiscais emitidas pela companhia e gerar a guia para o pagamento dos impostos. A terceira obrigação do contador é controlar os balanços contábeis, gerar os livros eletrônicos e encaminhá-los para a Junta Comercial. Alterações contratuais, abertura e fechamento de empresas podem ser serviços cobrados à parte. O contador também deve emitir as certidões negativas necessárias para que a empresa participe de concorrências públicas – o que nem sempre está incluído no contrato e pode ser extra. Uma série delas é exigida, e os documentos devem ser retirados na Receita Federal, no INSS ou no governo local. Na maioria das vezes, a certidão pode ser solicitada em sites, mas os contadores chamam a atenção para erros frequentes de sistema. Se alguma informação for enviada incorretamente, é uma dor de cabeça para fazer retificações. “Há casos em que a gente precisa ir à Receita pessoalmente para consertar o erro. O atendimento só é feito via agendamento e nunca conseguimos marcar. E o cliente acha que é culpa nossa”, conta Edson Rodrigues. “Eu já enviei circular para os meus clientes não tentarem retirar as certidões sozinhos”, completa o contador José Batista Júnior. Lidar com prazos é outro assunto delicado entre clientes e contadores. Todo mês, por exemplo, o escritório precisa gerar o livro fiscal eletrônico para a Secretaria de Fazenda. Até o dia 18, o documento deve ser entregue pelo contador para que a guia do Imposto Sobre Serviços (ISS) seja gerada – e o tributo vence dia 20. “Para rodar o livro eletrônico, precisamos que os clientes nos mandem as notas fiscais no começo do mês”, diz Marrocos, presidente do CRC. Se o cliente precisa pagar multa por causa de atrasos do escritório, é o contador que arca com a despesa. Se o erro for da própria empresa, porém, é ela que paga. “Tem mês em que a gente fecha a folha de pagamento e o cliente liga contando que o fulano faltou três dias. Daí temos que fazer tudo de novo.” de serviços. “Se o empresário contrata um bom contador, tem menos dor de cabeça e pode se dedicar mais ao seu negócio. Tem muito contador que cobra barato, mas não faz o serviço completo, só emite guia de imposto”, afirma Rodrigues. Foi o que aconteceu com o dono da SafetyCar, Amilzio Júnior. O contador que trabalhava para ele havia cinco anos não ia além da emissão das guias dos impostos, profissional conhecido no meio como “darfista”. “Não estava tendo assessoria contábil de fato. Ele via coisas erradas na empresa e não propunha mudanças”, conta o empresário, que contratou um novo profissional há um ano, baseado em indicações de colegas. “É claro que o preço é importante, mas prefiro pagar mais para ter um serviço melhor.” Isabela Guerra, de 34 anos, tem duas joalherias, no Lago Sul e no ParkShopping. As lojas existem há mais de 20 anos e três profissionais já foram responsáveis pela contabilidade das empresas. Quando ela 51 quis mudar algumas regras, contratou uma consultoria financeira que lhe indicou um novo contador, com quem trabalhava em parceria. Mas a consultoria acabou e ela voltou para o contador antigo. “Como contador, o profissional sozinho não me satisfazia”, diz, sem dar maiores detalhes. “O contador é vital para uma empresa. Além de calcular os impostos de forma correta e fazer os balanços contábeis, espero que ele seja aces- sível, atenda o telefone e tire minhas dúvidas facilmente. O governo sempre muda uma regrinha ou outra, e o contador está ali para não deixar a gente fazer nada errado e pagar multa depois”, acredita. Responsabilidades divididas 25 10 = 15 52 O Código Civil estabeleceu a responsabilidade solidária do contador junto ao empresário. Com ela, o contabilista assume, com o seu cliente, a responsabilidade por atos dolosos ou culposos perante terceiros. Dessa forma, balanços falsos/simulados implicam a responsabilidade do profissional de contabilidade com o administrador da empresa por dolo, o que pode acarretar ações judiciais cíveis ou criminais. O artigo 1.177 do Código Civil estabelece que, caso o erro contido no balanço tenha sido involuntário, causado por imperícia, o profissional deve responder a quem prestou o serviço. Se o contador tiver conhecimento do erro ao divulgar o balanço, responderá à Justiça e a outras entidades da mesma forma que o proprietário da empresa. “Em caso de fraudes tributárias, por exemplo, o contador é investigado junto do cliente”, afirma o presidente do CRC, Adriano Marrocos. Exatamente por esse motivo, o empresário Marcelo Lombardo, sócio-fundador de uma empresa de tecnologia e criador de um software de gestão para micro e pequenas empresas, defende a organização por parte das companhias para ajudar o trabalho do contador e evitar que erros se transformem em fraudes. “A vigilância do governo está cada vez maior, inclusive nas pequenas e médias empresas. O governo tem o poder de cruzar as informações e detectar erros e pequenas fraudes. E o principal responsável perante o Fisco é o contador. Se a empresa repassa alguma informação errada, o contador responde por crime”, afirma. “Hoje em dia, os escritórios sérios estão dispensando clientes desorganizados.” Aumente suas chances de acerto • Peça indicação de colegas, visite o escritório, conheça o portfólio de clientes. • Leia atentamente o contrato e conheça detalhes do documento. Ele estabelece os deveres e direitos de cada uma das partes. • Exija a certidão de regularidade do CRC para saber se aquele profissional está em condições de exercer a profissão. • É importante que o empresário tenha conhecimentos mínimos sobre os tributos relacionados à sua atividade. • Não escolha o contador unicamente pelo preço. O valor mínimo para os honorários é um salário mínimo (R$ 678), mas o preço varia muito, dependendo do porte da empresa. • Contadores podem fazer propaganda dos serviços, mas nunca podem tratar de preços nem contar vantagem em relação aos colegas. Propagandas do tipo “o melhor escritório de Brasília” e “cobrimos qualquer preço” são proibidas. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 53 Fotos: Nina Quintana //sindicatos Vitória incompleta //Por Paula Oliveira Segmento batalhou pela construção de shoppings populares. Agora, empresários querem que acesso do público seja facilitado A luta dos cerca de 5 mil empresários filiados ao Sindicato do Comércio dos Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb-DF) por boas condições de trabalho não se encerrou com a construção dos três shoppings populares do DF – Gama, Ceilândia e Plano Piloto. Além de espaço para comercializar suas mercadorias, esses pequenos empresários querem divulgação e facilidade do acesso do público. “Não adianta haver um prédio bem equipado como o do shopping de Ceilândia e ninguém saber que ele existe”, diz o presidente do Sindvamb-DF, Bartolomeu Gonçalves Martins. O governo do DF construiu os shoppings a partir de demanda do próprio segmento. Por enquanto, não há pedido nem previsão de construção de outros prédios 54 Bartolomeu Martins, presidente do Sindvamb-DF. para abrigar ambulantes. Os três shoppings do DF abrigam 3,6 mil boxes de pelo menos 2 metros quadrados cada um. Essa foi uma das principais conquistas do sindicato criado em 1978 e filiado no mesmo ano à Fecomércio. Os ambulantes que migraram para esses centros comerciais pagam taxa mensal de utilização ao governo (R$ 14 por metro quadrado) e dividem a conta de luz (média de R$ 15 por mês). O custo total mensal fica em torno de R$ 50 por mês. “É muito melhor trabalhar na sombra, em um lugar que tenha banheiro e segurança, mas o mais importante é ter compradores”, ressalta Martins. Para o cliente, no entanto, o acesso a esses centros de compras não foi facilitado, e a falta de pontos de ônibus próximos dificulta a cir- revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 culação de pessoas, segundo o presidente do sindicato. O shopping de Ceilândia, inaugurado em 2007 na QNM 11, abriga desde 2012 um posto do Na Hora. A expectativa era de que a instalação do centro de atendimento do governo local elevaria o movimento de clientes. No entanto, da maneira como foi feito, os vendedores se sentiram prejudicados. O Na Hora fica no andar de cima e tem acesso direto. Quem vai ao posto de atendimento não precisa necessariamente passar pelos corredores entre os boxes. Ou seja, o posto atrai pessoas, mas isso não se refletiu no aumento das vendas. No shopping do Gama, o maior problema é a falta de adesão dos ambulantes. Ele fica no Setor Norte, ao lado da Feira Permanente, e foi inaugurado também em 2007. A concorrência com a feira e a falta de divulgação espantam os empresários. O do Plano Piloto ficou isolado. Foi aberto ao lado da antiga Rodoferroviária de Brasília em 2008. Só que o terminal foi desativado dois anos depois. A falta de movimento de passageiros e a distância da rota de circulação do turismo levaram muitos empresários a deixar o local e a voltar para as ruas. “Na época da inauguração, não existia a possibilidade de mudar a rodoviária interestadual de lá, fomos pegos de surpresa”, diz Martins. Também existia a expectativa de que a feira faria parte do itinerário do ônibus de turismo que circula no Eixo Monumental. //Apoio aos pequenos Além de intervir junto ao governo do DF para levar melhorias aos shoppings populares já construídos no DF, o Sindvamb-DF atua como difusor de informações. Em censo realizado pelo Instituto Fecomércio em 2004 com ambulantes que atuavam em Ceilândia, foi constatado que revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 90,8% não contribuíam para o Instituto Nacional do Seguro Social e/ou não estavam inscritos na Secretaria de Fazenda do DF. “Os empresários precisam de informação, precisam ser encaminhados aos órgãos competentes para se formalizar. Estamos aqui para isso também”, explica Martins, que preside o Sindvamb-DF desde 2000. Não há novo levantamento, mas o presidente acredita que hoje o percentual tenha caído. O mandato é de quatro anos e as próximas eleições ocorrem em abril de 2014. Desde 2000, o Sindvamb-DF faz parte ainda do Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomércio), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. //Simples Candango Outra conquista importante do Sindvamb-DF foi a criação, em 1999, do programa Simples Candango (Lei Distrital 2.510), regime tributário simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte, feirantes e ambulantes estabelecidos no DF. Ele pode ser considerado um precursor da modalidade jurídica empreendedor individual e estabelece tratamento diferenciado aos empresários que se encaixam na categoria. O sistema de tributação criado em 1999 tem prazo para ser extinto: 30 de abril de 2015. Com a criação do Simples Nacional, em 2006, os optantes do Simples Candango passaram a ser regidos pela lei federal, com a necessidade de fazer novamente o cadastro. Para fazer a migração, o empresário deve inscrever-se no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov. br). Assim que fizer a nova opção (Simples Nacional ou empreendedor individual), a inscrição no Simples Candango será excluída. Se isso não acontecer em 15 dias, é preciso entrar em contato com a Secretaria de Fazenda do DF para fazer a solicitação. Segundo informações do órgão, todos os feirantes e ambulantes do DF receberam comunicado sobre a revogação do Simples Candango. Hoje, são 3,2 mil empresários inscritos nessa modalidade. A chegada de uma unidade do Na Hora ao shopping de Ceilândia, no ano passado, não ajudou a aumentar o movimento de clientes. 55 //agenda fiscal Um passo de cada vez: resolve? A questão da licença de funcionamento é constante em nossos artigos, e a explicação é simples: sem ela, não há regularidade para o pleno funcionamento das empresas, o que traz insegurança aos empreendedores e a contabilistas. Diversos artigos da Lei 4.457/2009 encontram-se sem eficácia. Para tratar do assunto de forma completa, é necessário trazer à baila o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) – instrumento básico da política territorial e de produção e gestão das localidades urbanas, de expansão urbana e rural do território do DF –, a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) – que regula o tipo de utilização possível para os lotes urbanos – e o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico (PPCUB) – que orienta quanto ao resguardo dos princípios fundamentais do plano urbanístico de Brasília. Hoje, temos na Câmara Legislativa o PL 1.532. Ocorre que a Luos e o PPCUB ainda estão em discussão ou sobrestados da pauta. Portanto, qualquer esforço agora para aprovação do PL 1.532, de cuja discussão a Fecomércio, a Fibra, o Sindiatacadista e o CRC/DF vêm participando ativamente, não resolverá a situação de forma definitiva. Nesse caso, um passo de cada vez não resolve. Joel Rodrigues Adriano Marrocos Contador da Fecomércio e do IFPD e presidente do CRC/DF Calendário – De 7 a 31/10/2013 O QUE e QUANDO pagar? 7/10 15/10 18/10 21/10 25/10 31/10 • Salários referentes a 9/2013. • FGTS (GFIP – Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social) referente a 9/2013. • Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 30/9/2013. • Contribuição Previdenciária (1. contribuintes individuais, facultativos e domésticos. 2. empresas optantes do Simples e empresas em geral, incluindo retenção de 11% e empresas desoneradas) referente a 9/2013. • Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 9/2013. • Simples Nacional referente a 9/2013. • ISS e ICMS referentes a 9/2013 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações). • PIS e Cofins referente a 9/2013. • Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 9/2013. • 1ª quota do IRPJ e da CSLL referente ao 3º trimestre/2013 pelo lucro real, presumido ou arbitrado. • Carnê Leão referente a 9/2013. • IRPJ e CSLL referentes a 9/2013, por estimativa. • Cofins/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1° a 15/10/2013. • Parcela do Refis, do Paes, do Paex, do Parcelamento do Simples Nacional e do Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado). O QUE e QUANDO entregar? 7/10 • Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ao MTPS referente a 9/2013. • Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon Mensal) à SRF/MF referente a 8/2013. 14/10 • Escrituração Digital do PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 8/2013. 21/10 • Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) à SRF/MF referente a 8/2013. 25/10 • Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins (DCIDE – Combustíveis) à SRF/MF referente a 9/2013. 31/10 Várias • Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) à SRF/MF referente a 8/2013. • Livro Fiscal Eletrônico à SEF/DF referente a 9/2013: observar Portaria/SEFP nº 419 (13/11/2009). revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 57 comércio A diferença que faz o profissional //Por Talita Cavalcante Com técnica e boa formação, é possível trilhar carreira na área de vendas, como fez Tatiana Veríssimo Nina Quintana 58 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 É preciso muito mais que um sorriso. Ser vendedor exige dedicação e aperfeiçoamento. É necessário dominar técnicas de abordagem, oratória, marketing, além de conhecer muito bem o produto que oferece. A boa formação é o caminho para quem quer construir uma carreira no mercado que, em meio à enorme concorrência, seleciona os melhores profissionais. Muitas empresas investem no treinamento de funcionários e oferecem cursos de técnicas de vendas. O Senac e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também são opções para quem pretende melhorar o desempenho. Investir na carreira foi o que fez Tatiana Veríssimo completar 14 anos na área de vendas. Ela tem 32 anos e começou no comércio como caixa em uma loja de departamentos, onde trabalhou por 11 anos. Em alguns meses, passou para a função de vendedora. Fez cursos de merchandising, de encantamento do cliente, de padronização de abordagem, muitos deles fora do Distrito Federal. Todos custeados pela empresa. “Foram fundamentais. Eu era muito tímida.” Em setembro, ela se formou no curso de gestão comercial da Faculdade Senac. Por dois anos, estudou sobre concorrência de mercado, análise financeira, técnica de atendimento. “Investi na minha carreira. A pessoa não pode só esperar pela empresa, também tem que buscar conhecimento. Se não tiver dinheiro, pode procurar palestras, cursos on -line, gratuitos”, diz. Há dois anos e meio, Tatiana trabalha no Magazine da Economia e revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 é responsável pela supervisão de 12 das 24 lojas que a rede mantém em todo o Distrito Federal, além de ajudar o Departamento de Recursos Humanos no treinamento de pessoal. São 150 funcionários em sua equipe. “Nunca deixamos de ser vendedores. Ajudo na organização das lojas, oriento os gerentes quanto aos cuidados com o estoque, vejo o que os concorrentes estão vendendo e sugiro promoções. Se estiver em uma das lojas e for abordada por cliente, vendo o que ele precisar.” Agora, Tatiana pretende cursar pós-graduação em gestão de pessoas. “Este é o grande desafio do comércio: entender melhor as pessoas e mostrar para elas que é possível construir uma carreira na área.” //Curso rápido Para quem pretende se atualizar ou entrar no mercado e não tem muito tempo, o Senac oferece o curso Técnicas de Vendas e Negociação. Em um período de oito a dez dias, os alunos vão ter noção de comunicação, marketing, desenvolvimento de plano de vendas, estratégias de venda, pesquisa de mercado, organização de estoque, Código de Defesa do Consumidor e motivação. “Há carência no mercado. Muita gente não se emprega porque não se profissionaliza. Hoje é preciso ter técnica de boa negociação e qualidade no atendimento”, explica a técnica de Formação Profissional do Senac Celina Eurípedes de Faria. Celina destaca que no curso o aluno vai descobrir o perfil ideal do profissional de vendas e como desenvolver tais características. “O bom negociador tem técnicas de persuasão, tem argumentos e sabe identificar o perfil do consumidor. Não adianta oferecer o produto de que o cliente não precisa naquele momento.” Ela conta que também são passadas técnicas para que a pessoa se expresse com clareza, de forma simples e objetiva, conforme as regras da língua portuguesa. Segundo Celina, anualmente passam pelo curso cerca de 400 pessoas. Além de oferecer as aulas nas próprias unidades, o Senac atende nas empresas ( in company ), com turmas de 30 funcionários. “À medida que o funcionário aprende técnicas novas, ele vai se destacar. Isso é natural.” regras de ouro para o vendedor Conhecer bem o produto que oferece. Atender o cliente com a mesma atenção que gostaria de receber se estivesse no lugar dele. Jamais prometer o que não pode cumprir. 59 //“O cliente está bem mais exigente” Há mais de três décadas vendendo calçados, João José da Costa Filho, de 55 anos, começou em uma banca na Feira de Ceilândia. Vendia no grito, dizia o nome do produto e o preço, e isso bastava. Na época, havia poucas lojas, e os clientes não exigiam tanto. “A maneira de vender mudou muito. Tive que me adaptar, ter mais atenção com o cliente. As técnicas de 20 anos atrás já não funcionam. O cliente está bem mais exigente”, conta ele, que trabalhou em quatro lojas antes da Agittus Calçados, do Setor Comercial Sul. O vendedor, que fez curso de técnica de vendas, destaca que é preciso saber detalhes do produto para conseguir fechar a venda. “Assim como as fábricas evoluíram, precisamos melhorar também para convencer o cliente. Se ele quer um tênis para ir à academia, preciso ter conhecimento para indicar o modelo correto.” Para ajudar nisso, as fábricas ministram cursos para que os vendedores conheçam cada detalhe do calçado. O amor pela profissão é o combustível para atuar até hoje. “Amo o que faço. A gente nunca sabe tudo, está sempre aprendendo. O cliente pode até não comprar o produto na hora, mas, se gostar do atendimento, com certeza volta”, diz o experiente vendedor. //Mais preparo, mais vendas O Sebrae oferece o curso Gestão e Estratégia de Vendas para empresas que desejam treinar funcionários. Durante cinco dias, os participantes têm noções sobre a história da profissão, as diversas funções do vendedor, mercado e busca de clientes, habilidade para identificar as necessidades do consumidor, negociação, ações de pósvenda. As aulas são ministradas na unidade do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). De acordo com Ary Ferreira Cruz, gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae-DF, o curso serve como estratégia para tomada de decisões a fim de aumentar as vendas. “O empresário vem para a aula, vê o que está errado e precisa ter coragem de mudar. É necessário que haja alguém com poder de decisão dentro da empresa participando do curso”, explica. No curso, aprende-se tanto a analisar o perfil do vendedor antes de contratar quanto a treinar esse funcionário depois de efetivado. “Com um bom preparo desses profissionais, é possível aumentar de 30% a 40% as vendas. Para isso, é fundamental que o vendedor tenha argumentação, poder de persuasão, conheça bem o produto”, destaca o gerente. Segundo ele, cerca de 900 empresários fazem o curso por ano. As aulas da próxima turma prevista para este ano começam em 25 de novembro. //Senac-DF – Técnicas de Vendas e Negociação Informações: 3313-8877 ou www.senacdf.com.br //Sebrae – Gestão e Estratégias de Venda Informações: 0800 570 0800 ou www.sebrae.com.br/uf/distrito-federal 60 De simples qualificação a investimento humano A secretária-geral do Sindicato dos Comerciários do DF (Sindicom-DF), Geralda Godinho, fala sobre o mercado e os principais pontos para quem quer seguir a carreira. Qual é a estimativa de vendedores empregados no comércio do DF? Estima-se que em todo o Distrito Federal tenhamos cerca de 220 mil empregados atuando direta e indiretamente com vendas. De que forma o perfil dos vendedores mudou desde a década de 1980 até agora? Foi justamente a exigência de qualificação e dedicação à atividade, sobretudo em relação ao conhecimento dos produtos, do mercado, além do domínio da marca que vende. Atualmente, nós lutamos para que a carga horária seja reduzida para 36 horas exatamente para oferecer ao trabalhador a oportunidade de se dedicar mais à qualificação profissional. É importante que o vendedor busque conhecimento por conta própria e não apenas aguarde a iniciativa da empresa em oferecer cursos? Não só o vendedor, mas todo profissional deve ter como peça participante de suas competências a proatividade, assim as empresas conscientes de seu papel entrarão em consonância com o trabalhador, que estará atento às novidades do mercado. O profissional qualificado é aquele com boas capacidades para desempenhar melhor suas funções. O treinamento hoje passou de uma simples qualificação para um investimento humano. Esse é um caminho que empresa e empregado devem seguir juntos, porque todos só têm a ganhar. Quais aspectos são fundamentais para ser um bom vendedor? Primeiramente, o segredo para um bom vendedor é fazer aquilo de que gosta. Com uma simples reflexão é possível ver sua identificação com a área. Nos mercados modernos, trabalhamos com uma procura profissional cada vez mais próxima de certas competências. Para o cargo de vendedor, se destacam a habilidade de clareza, a atitude objetiva e o principal: simpatia e cordialidade com os clientes. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 homenagem Quase dez anos de sucesso //Por Raíssa Lopes Parceria entre o Sesc-DF e a Câmara dos Deputados é celebrada em sessão solene A Câmara dos Deputados realizou sessão solene em 16 de setembro para celebrar a parceria de quase dez anos entre a casa legislativa e o Sesc-DF. Desde 2004, a entidade oferece projetos de cultura e educação para atender em torno de 5 mil comerciários que trabalham nas áreas de vigilância, asseio e conservação do órgão. Requerida pelo deputado Roberto de Lucena (PV-SP), a sessão celebrou, ainda, os 67 anos do Sesc, comemorados em 13 de setembro. Entre as ações estão a publicação de 18 mil exemplares das coletâneas dos prêmios literários do SescDF, em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara; a realização de 111 edições de séries/ programas de TV em conjunto com a TV Câmara; 115 iniciativas culturais, como exposições e publicações; a formação de 11 turmas com 153 alunos em educação de jovens e adultos; mais de 3,4 mil atendimentos odontológicos; mais de 1,5 mil atendimentos no Projeto Passaporte para a Saúde; e cerca de 82,6 mil cafés da manhã, caldos e cremes servidos. “É muito bom ser homenageado por um trabalho tão interessante e que faz diferença em vários setores da Câmara”, afirmou o presidente do Sesc-DF, Adelmir Santana, durante a solenidade. “A homenagem é fruto de um trabalho intenso dos mais de 1,5 mil servidores do Sesc no Distrito Federal. O reconhecimento só é possível devido ao esforço e à dedicação de todos que formam a instituição”, completou. O presidente destacou revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Cristiano Costa Adelmir Santana destacou a dedicação dos mais de 1,5 mil servidores do Sesc no DF. que, embora a homenagem tenha sido para o Sesc-DF, a entidade está em mais de 2,8 mil municípios, de todas as unidades da Federação, e emprega 25 mil pessoas. Servidores e alunos do Sesc-DF compareceram à sessão solene. Marcelo Alves, de 37 anos, trabalha como porteiro da unidade do Sesc de Ceilândia há cinco anos. “Gosto muito de ser servidor do Sesc. O melhor, em minha opinião, é o ambiente de trabalho.” Há 11 anos na entidade, a assistente de gerência da unidade do Setor Comercial Sul Alessandra Sá Leite vê o Sesc-DF como sua segunda casa. “Sinto-me emocionada por ver a instituição sendo homenageada pela Câmara”, disse. A solenidade foi presidida pelo deputado Izalci Lucas (PSDB-DF). “A instituição é reconhecida por brasileiros de todas as classes sociais”, disse. O presidente do Sesc-DF, Adelmir Santana, e o diretor regional da enti- dade, José Roberto Sfair Macedo, receberam de Izalci Lucas um diploma pelos trabalhos realizados. O diretorgeral do Departamento Nacional do Sesc, Maron Emile Abi-Abib, também foi homenageado. Ele foi representado pelo diretor de Programas Sociais do Sesc, Nivaldo Pereira. //Plantio de muda Antes da sessão solene, o Sesc foi homenageado no Bosque dos Constituintes com o plantio de uma muda de copaíba. “A homenagem proporciona para o Sesc um reconhecimento de uma parceria muito produtiva”, afirmou o diretor regional do Sesc-DF, José Roberto Sfair Macedo. Com 70 mil metros quadrados, o bosque fica ao lado da Praça dos Três Poderes. @sescdf /sescdistritofederal 61 //pesquisa conjuntural Comércio brasiliense tem leve alta em agosto Comércio Desempenho de vendas Setor Segmento Mar13 x Abr13 x Mai13 x Jun13 x Jul13 x Ago13 x Fev13 Mar13 Abr13 Mai13 Jun13 Jul13 Autopeças e Acessórios 3,74% -0,24% 3,39% -7,23% -4,53% -3,9% Bares, Restaurantes e Lanchonetes 7,11% 1,3% 5,48% -1,1% -1,44% -0,18% Calçados 10,52% 0,75% 5,59% 3,71% 10,02% 6,48% Farmácia e Perfumaria 3,98% 0,12% 3,97% -10,76% 3,78% -1,39% Floricultura -19,6% -15,91% 35,65% 2,82% -20,27% -2,95% Informática 1,28% -2,29% -4,24% 4,47% -2,19% -0,21% -31,33% -13,97% 2,29% -0,36% 17,69% 9,57% Lojas de Utilidades Domésticas 5,08% 0,75% 0,51% -5,32% 0,68% 7,19% Material de Construção 3,04% 6,76% 0,67% -1,61% -4,68% 2,03% Mercado e Mercearia -0,97% -4,22% -0,09% 5,74% -5,68% 2,99% Móveis e Decoração 1,49% 9,19% -0,96% 5,33% 3,34% -1,38% Óticas 0,65% -6,98% 7,07% 3,04% 0,31% -1,95% Tecidos -10,33% 12,98% 17,54% 13,13% 31,13% 2,45% Vestuário 18,72% 1,2% 4,06% 4,92% -2,08% -1,68% Total 2,44% 0,1% 2,98% -0,3% -0,46% 0,75% Agências de Viagem 2,22% -3,93% 5,59% -2,85% -4,64% 4,99% Autoescola 16,47% -2,67% 4,32% -14,13% -6,76% -4,35% Pet Shop 0,85% -5,15% -12,07% -15,38% 9,34% -5,85% Salão de Beleza 3,67% 0,22% 9,46% -0,65% 10,88% 3,22% Total 3,8% -2,59% 4,02% -8,01% -1,28% 0,08% 2,54% -0,11% 3,07% -0,92% -0,52% 0,7% Livraria e Papelaria Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. 62 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Região Setor Comércio 6,72% 1,22% 1,24% -0,65% -2,77% -0,79% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante -12,65% -2,65% 16,34% -1,19% -0,14% -1,23% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -1,07% 2,29% 3,63% -0,92% 1,46% 4,58% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 3,58% 1,57% 1,61% 2,52% -1,89% -1,53% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 2,64% -4,71% -0,42% -3,53% 3,34% 2,08% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 4,64% -4,68% 4,84% 4,81% -0,13% -2,07% 2,44% 0,1% 2,98% -0,3% -0,46% 0,75% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 7,01% -1,54% -0,76% -12,68% 2,81% -4,47% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 0,28% -3,52% 10,82% 16,19% -4,38% -2,44% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras 0,7% -4,54% 23,79% -5,95% -5,60% 15,2% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste -1,06% 0,83% -11,58% -7,72% -10,9% 1,51% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -2,98% -8,97% 9,17% 1,34% 17,01% -8,67% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 10,67% -24,34% -0,88% 4,05% -1,19% 0,43% 3,80% -2,59% 4,02% -8,01% -1,28% 0,08% 2,54% -0,11% 3,07% -0,92% -0,52% 0,7% Total Serviços Desempenho de vendas Brasília (Asa Sul e Asa Norte) Mar13 Abr13 Mai13 Jun13 Jul13 Ago13 x x x x x x Fev13 Mar13 Abr13 Mai13 Jun13 Jul13 Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. A s vendas do comércio brasiliense registraram alta de 0,75% em agosto na comparação com julho. Já o setor de serviços ficou praticamente estável, com aumento de apenas 0,08%. No acumulado do ano, de janeiro até agosto, observase expansão de 2,18% (comércio e serviços). É o que mostra a Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Na análise por ramo de atuação, apresentaram crescimento nas vendas do comércio em agosto, na comparação com julho, os segmentos de: Livraria e Papelaria (9,57%); Lojas de Utilidades Domésticas (7,19%); Calçados (6,48%); Mercado e Mercearia (2,99%); Tecidos (2,45%) e Material de Construção (2,99%). As quedas aconteceram nos seguintes segmentos: Autopeças e Acessórios (-3,90%); Floricultura (-2,95%); Óticas (-1,95%); Vestuário (-1,68%); Farmácia e Perfumária (-1,39%); Móveis e Decorações (-1,38%); Informática (-0,21%); e Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-0,18%). No que se refere ao setor de serviços, apresentaram alta nas vendas em agosto, na comparação com o mês anterior, os segmentos de: Agência de Viagem (4,99%) e Salão de Beleza (3,22%). Pet Shop (-5,85%) e Autoescola (- 4,35%) registraram queda nas vendas. É necessário ressaltar, contudo, que o Instituto 63 Mar13 x Fev13 Abr13 x Mar13 Mai13 x Abr13 Jun13 x Mai13 Jul13 x Jun13 Ago13 x Jul13 Autopeças e Acessórios 3,94% -4,55% 3,6% -4% 9,09% 0,63% Bares, Restaurantes e Lanchonetes -1,52% -1,95% -0,81% -4,78% 4,92% -0,8% Calçados 3,39% 2,42% -2,88% -2,42% -7,32% -4,39% -5% 6,1% -1,05% -2,04% 1,15% 6,06% Floricultura 4,17% 0% 0% -3,85% 3,7% 0% Informática -1,47% -1,37% -1,43% 1,39% -8,11% 9,59% Livraria e Papelaria -5,56% -1,79% 0% -1,22% -2,27% -4,65% Lojas de Utilidades Domésticas 4,35% -2% 4% 5,77% -3,64% 0% Material de Construção 5,39% 1,99% 1,82% -2,74% 0,93% 0% Mercado e Mercearia 0,54% 1,44% -1,35% 4,19% 0,6% -0,9% Móveis e Decoração 1,3% -3,7% 1,22% 3,17% 1,56% -7,69% Óticas -3,45% 0% 6,9% -3,23% -3,33% 0% Tecidos -15,15% 0% 0% 9,09% -2,94% 0% 1,36% 3,96% 1,69% -2,99% 1,31% 1,65% -0,43% 0,24% -0,08% -2,01% 1,76% 0,16% 3,33% 0% 1,82% -6,93% 8,51% -8,82% 0% -2,94% 3,13% 11,11% 0% 0% Pet Shop -3,51% 7,69% 5,88% -3,51% 18,03% -2,41% Salão de Beleza 7,14% -3,74% -4,35% 4% 3,85% -3,7% 2,49% -0,69% 2,08% 0% 7,58% -4,21% -0,14% 0,14% 0,14% -1,82% 2,34% -0,31% Setor Segmento Comércio Nível de emprego Farmácia e Perfumaria Vestuário Total Serviços Agências de Viagem Autoescola Total Total Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Fecomércio pesquisa apenas esses quatro segmentos de serviços. Na opinião do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, o resultado, apesar de pouco expressivo, reverteu a tendência de queda observada nos dois meses anteriores. “Em função da proximidade do Dia da Criança e do início das compras antecipadas para as festas de fim de ano, é possível prever uma 64 continuidade neste crescimento nos próximos meses.” Quanto ao pessoal empregado, o comércio apresentou leve alta de 0,16% no contingente em comparação com julho. O setor de serviços apresentou declínio de 4,21% no número de postos de trabalho. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito se destacou em ambos os setores. No comércio, a modalidade respondeu por 43,39% das vendas. No setor de serviços, foi responsável por 51,39% das compras. A Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio e tem o apoio do Sebrae. Foram consultadas 700 empresas, sendo 595 do comércio e 105 de serviços. A coleta de dados foi realizada de 5 a 10 de setembro. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 Nível de emprego Comércio Setor Mar13 Abr13 Mai13 Jun13 Jul13 Ago13 x x x x x x Fev13 Mar13 Abr13 Mai13 Jun13 Jul13 Região Brasília (Asa Sul e Asa Norte) -0,29% 2,97% 0% -2,59% 1,34% -0,3% Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante 1,95% -1,12% 4,62% -0,62% 6,63% 0,53% Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras -1,89% -6,7% 1,07% -1,82% 0,95% 0,64% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 4,03% 1,77% -3,14% -1,08% 2,55% 1,06% Gama, Recanto das Emas e Samambaia -1,15% 4,25% -0,76% -2,24% -0,37% 0,7% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião -2,92% 5,42% -3,95% -1,76% 4,12% -1,69% -0,08% -2,01% 1,76% 0,16% Total -0,43% 0,24% Brasília (Asa Sul e Asa Norte) 0,66% -1,32% 4% 7,69% 10,56% -7,41% 0% 4,35% -4,35% 0% 0% 0% 9,68% -1,64% 1,61% -20,37% 9,52% 0% Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste 0% 0% 0% 0% 0% -3,03% Gama, Recanto das Emas e Samambaia 0% 0% 0% 0% 0% 0% Paranoá, Sobradinho e São Sebastião 0% 0% 0% 0% 0% 16,67% 2,49% -0,69% 2,08% 0% 7,58% -4,21% Serviços Candangolândia, Guará e Núcleo Bandeirante Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas Claras Total Total -0,14% 0,14% 0,14% -1,82% 2,34% -0,31% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. Mês À vista Cheque mar/13 30,02% 1,03% Cartão de crédito Débito A prazo Boleto 15,66% 3,64% 2,26% Formas de pagamento Comércio 47,4% abr/13 30,34% 1,17% 45,53% 15,48% 3,46% 4,02% mai/13 29,27% 0,85% 46,07% 17,18% 3,58% 3,05% jun/13 28,91% 1,19% 45,44% 16,9% 3,60% 3,96% jul/13 31,22% 1,14% 44,86% 16,4% 3,32% 3,06% ago/13 31,45% 1,01% 43,39% 18,27% 3,46% 2,42% 12,71% 3,17% 5,38% Serviços mar/13 21,37% 4,12% 53,24% abr/13 23,14% 4,87% 49,94% 13,47% 2,91% 5,67% mai/13 26,13% 3,05% 49,27% 14,02% 3,72% 3,82% jun/13 22,38% 4,96% 49,61% 13,68% 4,89% 4,48% jul/13 23,55% 3,02% 49,95% 15,34% 4,15% 3,98% ago/13 25,24% 4,56% 51,39% 13,93% 4,26% 0,61% Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços. revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 65 pesquisa relâmpago Fotos: Nina Quintana Leonardo Coutinho Arquiteto Ophir Cavalcante Junior Advogado do diplomata Eduardo Saboia e ex-presidente da OAB Diego Renato de Oliveira Supervisor logístico Marcelo Guido Dono de empresa de construção civil e reformas Pedro Marinho Neto Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças Untitled-4 1 66 Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília Ação dos black blocs nas manifestações populares BOM O plano deve atender aos anseios da população, mas sempre preservar as características originais da cidade e suas escalas. REGULAR É vandalismo praticado por oportunistas e deve ser punido com rigor. Uma pena isso estragar a legitimidade do movimento. REGULAR O tempo não deve ser culpado. Vejo uma sequência de falhas na gestão do plano de preservação. É preciso uma administração pública com mais atitude. REGULAR É uma questão delicada, mas ninguém pode ser julgado antes de sua condenação. O governo brasileiro não poderia permanecer omisso. BOM Em que pese à genialidade de Lucio Costa, é necessário fazer adaptações à realidade hoje vivida sem prejudicar o projeto original. REGULAR As manifestações demonstram que os jovens voltaram a se indignar. No entanto, há necessidade de ordem para não prejudicar os direitos de outros cidadãos. RUIM É um retrato da importância que os governos vêm dando à cultura. As verbas existem e deveriam ser bem aplicadas. BOM É lamentável o Brasil ter se rendido a Evo Morales (presidente da Bolívia). Nunca havíamos deixado de lado os direitos humanos para atender a interesses de governantes. BOM O plano urbanístico precisa, sim, ser adaptado à realidade atual da cidade, mas é preciso ter cuidado para não modificar as características de Brasília. RUIM Sair às ruas com máscara dá a ideia de que a pessoa está ali para praticar violência. Sou contra. As manifestações devem ser pacíficas. RUIM É mais um exemplo do abandono do patrimônio cultural por parte do governo. Dinheiro nós temos, mas ele não é bem usado. RUIM O Brasil não deveria se meter nisso. Se o senador boliviano tem coisas a responder em seu país, por que dar abrigo? REGULAR Deve haver bom senso. A segurança e a qualidade de vida das pessoas têm que ser prioridade em relação ao tombamento. RUIM A ação dos mascarados tem atrapalhado a colocação das verdadeiras demandas da população e inibido os manifestantes pacíficos. RUIM O governo tem sido rigorosíssimo com os construtores e incorporadores privados e muito leniente com os aparelhos públicos. São dois pesos e duas medidas. RUIM Molina ficou mais de um ano na embaixada brasileira sem que sua situação fosse resolvida. Acho que o diplomata Eduardo Saboia agiu corretamente. BOM As alterações podem ser realizadas para acompanhar a dinâmica de Brasília, desde que não firam o plano original de Lucio Costa. BOM As manifestações são necessárias, pois reforçam a democracia e o exercício da cidadania, quando pacíficas. Já os black blocs as transformaram em vandalismo. RUIM Não poderia chegar a esse nível de descaso. O governo local foi no mínimo leniente ao ignorar as necessidades do teatro. REGULAR O governo brasileiro não deveria ter deixado esse assunto se arrastar por um ano sem solução. O desfecho do caso mostrou a inabilidade da atual política externa do Brasil. Condições precárias do Teatro Nacional Claudio Santoro Caso Pinto Molina 18/11/10 11:29 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013 67 Mono mon 68 revista FECOMÉRCIO | outubro 2013