evaluación del trastorno de estrés postraumático

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EVALUACIÓN DEL TRASTORNO DE ESTRÉS POSTRAUMÁTICO POR EL INVENTARIO
CLÍNICO MULTIAXIAL DE MILLON
AVALIAÇÃO DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO A PARTIR DO
INVENTÁRIO CLÍNICO MULTIAXIAL DE MILLON
Geórgia de Oliveira Moura*, João Carlos Alchieri**
* Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte - UFRN.
** Doutor em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Prof Associado da
Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Norte -UFRN.
[email protected]
Evaluación psicológica, Inventario de personalidad, El estrés post-traumático.
Avaliação psicológica, Inventario de personalidade, Estresse pós- traumático.
Psychological assessment, Personality inventory, Post-traumatic stress.
RESUMEN:
El trastorno de estrés postraumático se está convirtiendo en uno de los trastornos más
comunes en la población civil, así como la población militar. Los métodos de evaluación que
permitan identificar previamente los síntomas y ayuda en una evaluación psicología efectiva eficaces
se convierte en fundamental, en la medida en que ayuda la identificación y el diagnóstico precoz. El
Inventario Clínico multiaxial de Millon se presenta en la literatura internacional como una
herramienta para la evaluación de los trastornos de personalidad y síndromes clínicas. El estudio
tuvo como objetivo verificar la presencia de indicadores de trastorno de estrés postraumático en los
bomberos militares de dos estados en el noreste de Brasil. La muestra constó de 216 bomberos de
diferentes grados, los machos con una edad media de 35 años. Se utilizó como instrumento de
medición um cuestionario sociodemográfico, el Inventario Clínico multiaxial de Millon y Mini
Entrevista Internacional Neuropsiquiátrica. Los participantes presentaron valores elevados señalando
los síntomas del trastorno, el grupo com los síntomas de trastorno de estrés postraumático
mostraron diferencias significativas entre los promedios con respecto al grupo sin síntomas de la
enfermedad. El Inventario Clínico multiaxial de Millon III demostró indicador para evaluar el
trastorno de estrés post-traumático, pero se necesitan estudios para verificar la evaluación
continuada y el asesoramiento psicológico a estos profesionales, debido a los altos niveles
encontrados en este estudio.
RESUMO:
O transtorno de estresse pós-traumático vem se tornando um dos transtornos mais comuns na
população civil assim como na população militar. Métodos de avaliação que possam identificar
sintomas previamente e auxiliar numa avaliação psicologia eficaz se faz primordial, na medida em
que auxilia a identificação e o diagnostico mais precocemente. O Inventário Clínico Multiaxial de
Millon se apresenta na literatura internacional como uma ferramenta no processo de avaliação de
transtornos de personalidade e síndromes clínicas. O estudo objetivou verificar a presença de
indicadores de Transtorno de Estresse Pós-Traumático em Bombeiros Militares de dois estados do
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nordeste do Brasil. A amostra foi composta de 216 bombeiros de diferentes graduações, do sexo
masculino com idade média de 35 anos. Foram utilizados como instrumento de medida um
questionário sociodemográfico, o Inventário Clinico Multiaxial de Millon–III e a Mini Entrevista
Neuropsiquiátrica Internacional. Os participantes apresentaram valores elevados para indicação de
sintomas do transtorno, o grupo com sinais do TEPT apresentou diferenças significativas entre as
médias com relação ao grupo sem sintomas do transtorno. O Inventário Clinico Multiaxial de Millon–
III demonstrou indicação na avaliação do transtorno de estresse pós-traumático, contudo são
necessários estudos para verificação da avaliação e acompanhamento psicológico continuado desses
profissionais, devido aos altos índices encontrados neste estudo.
ABSTRACT:
The post-traumatic stress disorder is becoming one of the most common disorders in the
civilian population as well as the military population. Methods of evaluation that can identify
previously symptoms and aid in effective psychology evaluation becomes paramount inasmuch as it
assists in identification and early diagnosis. The Millon Clinical Multiaxial Inventory is presented in
the international literature as a tool in the assessment of personality disorders and clinical
syndromes. The study aimed to verify the presence of indicators Disorder Posttraumatic Stress in
Military Firefighters from two states in northeastern Brazil. The sample consisted of 216 firefighters
from different grades, males with a mean age of 35 years. Were used as tools to assess
sociodemographic form, Millon Clinical Multiaxial Inventory-III, and Mini International
Neuropsychiatric Interview. Participants showed high values indicating disorder symptoms, and
related to general health, with traces of PTSD group showed significant differences between the
averages with respect to those without the disorder traits. Millon Clinical Multiaxial Inventory-III
demonstrated indication in assessing disorder post-traumatic stress, but studies are needed to verify
the continued evaluation and counseling these professionals due to the high levels found in this
study.
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INTRODUÇÃO
Exposição a eventos estressores são consideradas fenômenos mundiais que perpassam
fronteiras geográficas, culturais e étnicas (1). O trauma, geralmente qualquer situação comum
porém estressante para a pessoa, pode desencadear diversos tipos de transtornos que afetam
diretamente o seu cotidiano, dentre eles o mais prevalente é o transtorno de estresse póstraumático (2, 3). Dessa forma, sente-se impotente para realizar atividades corriqueiras no intuito
de evitar o trauma imaginário, que poderia se repetir a qualquer momento (4).
Há um interesse crescente no entendimento do transtorno de estresse pós-traumático e do
impacto do trauma desde meados de 1980, quando o transtorno foi inserido no Manual Diagnóstico
e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) (5). Desde então o que foi modificado em seus critérios
diagnósticos foi o tipo de evento estressor, que inicialmente era designado como algo fora da
normalidade de experiências e passou a ser qualquer evento comum que cause trauma na pessoa
que o experienciou (5,6).
Para o estabelecimento do diagnóstico do TEPT, os critérios a serem preenchidos, além do o
critério A, que define a etiologia do TEPT, composto por dois componentes principais: um definindo
as características da vivência traumática (critério A1: vivência, testemunho ou confronto de eventos
que envolvam ameaça à integridade física própria ou de outros) e outro definindo a resposta da
vítima a tal evento (critério A2: resposta do indivíduo deve envolver intenso medo, impotência ou
horror) (7), conforme descrito no DSM-IV-TR (5). Além de que esse transtorno tem seus sintomas
classificados em três grupos: revivência contínua da situação traumática (critério B), evitação e
entorpecimento (critério C) e excitabilidade aumentada (critério D). A duração mínima de tais
sintomas é um mês (critério E) e o transtorno causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
em áreas importantes da vida do indivíduo (critério F).
Desde sua entrada no DSM, o estresse pós-traumático é alvo de críticas quanto aos seus
critérios diagnósticos, principalmente com relação a definição de trauma (8,9). O principal fator que
diferencia o TEPT de outros transtornos psiquiátricos é o fato de ele possuir um critério etiológico
específico, o critério A, considerado principal fator para a desordem, o que sugere a existência de
um critério-chave para a definição de transtorno (10). Contudo, alguns autores sugerem que essa
definição diagnóstica é muito ampla visto que no DSM-IV qualquer fator traumático pode ser
caracterizado como desencadeante do transtorno. Contudo, eventos traumáticos nem sempre estão
associados ao TEPT, podendo estar associados ao desenvolvimento de sintomas de outros
transtornos psiquiátricos (8, 11).
Diante disso, propôs-se nova reformulação dos critérios do TEPT para a 5ª versão do DSM,
expandindo a descrição do critério A1 e retirada do critério A2 (características da resposta ao
estresse) (12, 13). A principal motivação da comunidade científica está pautada na justificativa de
que a definição de trauma pelo DSM-IV não foi considerada apropriada em muitos casos, estudos
indicaram que o diagnóstico de TEPT muitas vezes não seria o mais adequado em casos de eventos
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estressores crônicos (14, 15).
Estudos indicaram que os critérios diagnósticos do TEPT no DSM-IV, contemplam de forma
pobre características sociodemográficas, tais como idade e gênero (10), com relação a idade existe
uma vasta literatura que indica que experiências prolongadas adversas na infância, como abuso e
negligência, relacionam-se com sintomas psiquiátricos pós-traumáticos (16, 17). Essas experiências
traumáticas durante a infância traduzem-se numa preocupante realidade e pode produzir profundo
impacto em diferentes áreas funcionais (18).
Em muitos casos os sintomas de TEPT em crianças são confundidos como sendo de outros
transtornos como depressão maior, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico e
uso de substâncias (19, 20). Assim como estudos apontam que abuso e negligência em crianças tem
como prevalência em ordem de porcentagem, transtornos como ansiedade de separação, transtorno
desafiador opositivo, transtorno de fobia social, TEPT e déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
(21).
Com relação ao gênero é possível verificar que a literatura indica que o abuso sexual é o mais
comum entre mulheres (22), e a frequência de mulheres que sofreram abuso sexual na infância é
extremamente maior quando comparado ao número de abusos na idade adulta (23). O impacto de
eventos traumáticos isolados é bem descrito no diagnóstico de TEPT, contudo as consequências da
exposição contínua e prolongada a eventos estressores de natureza interpessoal, necessita de um
olhar mais acurado. A definição de trauma complexo auxilia, conforme sugerem alguns estudos,
numa tentativa de melhor refletir a gravidade da sintomatologia associada ao trauma psicológico e
desenvolvimental (10, 24, 25), indicando a necessidade de maiores estudos sobre o tema.
Dentro da situação de exposição contínua e prolongada de situações estressantes, algumas
categorias profissionais são mais suscetíveis a desenvolver o TEPT tais como bancários, policiais,
enfermeiros, bombeiros, entre outros (26). Profissionais de emergência e segurança pública, por
estarem inseridos em contextos específicos, apresentam características distintas daquelas enfocadas
na população em geral, tais como, o treinamento recebido, a duração e a frequência da exposição
aos eventos traumáticos e a influência de variáveis organizacionais (27, 28, 29).
Cabe destacar nesse contexto, a elaboração de um plano de avaliação que utilize-se dos
instrumentos mais adequados que englobem todos os fatores que possam contribuir para a
manifestação sintomática (30). Cabe ao terapeuta o conhecimento teórico aprofundado sobre os
fatores predisponentes, desencadeantes que estão relacionados à manifestação dos sintomas póstraumáticos. Este é o inicio para o estabelecimento do plano de avaliação, visto que entender o
transtorno viabiliza tanto a elaboração de aspectos diagnósticos a serem considerados, como os
principais pontos a serem trabalhados, posteriormente, no processo terapêutico (30, 31).
Na avaliação psicológica, podem ser utilizadas técnicas de entrevistas estruturadas e
instrumentos psicométricos (32). Nesse ponto é importante o uso de instrumentos que avaliem uma
variedade de patologias a fim de excluir possíveis comorbidades e apresentar diagnósticos válidos
(30, 32). Nesse contexto, cabe ressaltar que o Inventário Clinico Multiaxial de Millon (MCMI) tornou-415º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2014
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se o instrumento objetivo mais usado para avaliação da personalidade e síndromes clínicas desde
seu lançamento em 1970 (33, 34).
A teoria da personalidade de Millon contribuiu substancialmente no que se refere a uma
proposta de avaliação dos transtornos de personalidade e síndromes clínicas, por se pautar nos
critérios diagnósticos do DSM-IV para o Eixo I e Eixo II. Essa teoria apresenta-se como uma ligação
entre avaliação e intervenção, tornando as investigações científicas de grande importância para
aplicação na clínica psicológica (35). Assim o objetivo desse estudo é verificar os índices de
transtorno de Estresse Pós-Traumático, a partir do Inventário Clinico Multiaxial de Millon (MCMI),
apontando a possibilidade de um instrumento completo na avaliação de TEPT, levantando a
discussão sobre a necessidade de uma avaliação mais detalhada e sobre os aspectos que devem ser
considerados na avaliação clínica das reações pós-traumáticas.
METODO
Prodecimetos
Participaram deste estudo 216 bombeiro, todos do sexo masculino, com média de idade de
35 anos. Com diferentes tipos de graduação, desde o fundamental completo até a pós-graduação. O
critério de seleção amostral utilizado foi o de conveniência. Foram utilizados como instrumentos de
medida o formulário sociodemográfico, Inventário Clinico Multiaxial de Millon–III e a Mini Entrevista
Neuropsiquiátrica Internacional. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da universidade dos
autores sob nº CAAE 0327.0.051.000-11. O contato foi realizado com as corporações de bombeiros
dos dois Estados Federativos e a avaliação foi feita coletivamente e durou aproximadamente 50
minutos.
Análise dos Dados
Os grupos comparados foram os de participantes caracterizados com traços de Transtorno de
Estresse Pós-Traumático-TEPT e sem traços de TEPT a partir dos resultados obtidos pela
classificação na MINI, objetivando caracterizar a amostra a partir de um teste já validado para a
realidade brasileira. Cabe destacar que partiu-se de estudos de tradução e adaptação do MCMI-III
para a realidade social brasileira (36). Foi utilizado o teste U Wilcoxon-Mann-Whitney para
comparação das médias dos escores em cada escala entre grupos independentes. Considerando α=
0,05. Toda a análise estatística foi realizada no Programa Estatístico SPSS 20.
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RESULTADOS
Na distribuição sociodemográfica dos participantes constatou-se que a maioria situa-se na
faixa jovem adulta (21-40 anos), com moda 29 anos, média de 34,81 anos (desvio padrão =7,52
anos). Obteve-se a seguinte distribuição sociodemográfica, conforme tabela 1:
Tabela 1. Caracterização da amostra
N
%
216
100
Rio Grande do Norte
112
51,8
Paraíba
104
48,1
Ensino Médio
90
41,7
Ensino Superior
101
46,8
Solteiro
49
22,7
Casado
126
58,3
Observou-se para a escala R – TEPT 31,3% dos participantes apresentando traços
clinicamente significativos da síndrome. Salientando que para essa amostra, utilizou-se de
participantes sem diagnóstico prévio de transtorno conforme indicado no manual do instrumento,
contudo para fins de caracterização da população torna-se possível sua utilização.
A confiabilidade da escala R do MCMI-III foi dimensionada por meio do coeficiente Alpha
de Cronbach onde obteve-se α = 0,86, demonstrando uma consistência interna satisfatória (alfa >
0,70). Os
resultados indicam a fidedignidade da escala R
–
Estresse Pós-Traumático para a
presente
amostra, demonstrando a capacidade desta escala na medição de indicadores do
transtorno. Com relação às médias entre as variáveis estudadas, os participantes com transtorno
apresentaram escores na escala R-TEPT mais elevados do que os sujeitos sem o transtorno e as
diferenças observadas foram estatisticamente significativas (U= 1234,5; p=0,001).
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DISCUSSÃO
A partir da vasta literatura sobre avaliação psicológica das reações desencadeadas após um
evento traumático é possível perceber que há uma ênfase no detalhamento da avaliação dos
transtornos pós-traumáticos. A seleção dos instrumentos deve considerar inúmeros fatores, como os
objetivos da avaliação, o modelo teórico e principalmente os tipos de tratamento disponíveis (30).
O conhecimento de histórico de transtornos psiquiátricos na família é um fator que não pode ser
desconsiderado, a literatura indica que o histórico familiar é considerado um dos fatores de risco
para o desenvolvimento de TEPT, além de que outros transtornos já instalados podem ser os
maiores preditores de resposta não adaptativa ao trauma do que a severidade do evento traumático
em si (37, 38).
Destaca-se que na avaliação do TEPT, instrumentos que possam identificar fatores que
indiquem se o indivíduo foi exposto a algum estressor traumático enquadrado no critério A1 do
DSM-IV-TR (6) devem ser utilizados, sempre que possível, a partir da combinação entre
instrumentos objetivos e autorrelatos (32). Os inventários de autorrelato (ou objetivos) são as
formas atualmente mais usadas de avaliação da personalidade e síndromes clinicas, além de uma
infinidade de contextos de avaliação psicológica, devido à validade aparente, e de apresentar
procedimentos simples de administração e pontuação (39). A objetividade desses instrumentos é
maior com relação à sua aplicação e correção quando comparados a instrumentos projetivos.
Observa-se que na literatura internacional um instrumento de autorrelato que vem sendo
amplamente utilizado na avaliação de personalidade e síndromes clínicas é o MCMI-III (33, 34). A
teoria em que se fundamenta esse instrumento utiliza-se de uma perspectiva teórica integradora, a
concepção de um continuum normalidade-patologia e a incorporação de princípios da teoria da
Evolução (40).
O Inventário Clinico Multiaxial de Millon- III (MCMI-III) foi desenvolvido para avaliar
transtornos de personalidade e síndromes clínicas, baseado em seu modelo teórico e em
conformidade com a 3ª edição do Manual Diagnostico e Estatístico dos Transtornos Mentais -III-R
(DSM–III), constituído por 175 sentenças nas quais o paciente pode optar por responder entre
verdadeiro (V) ou falso (F). O instrumento é padronizado para pessoas a partir de 18 anos e que
estejam recebendo tratamento psicológico ou passando por processo de avaliação, não devendo ser
aplicado em indivíduos saudáveis, sob o risco de distorção dos resultados. É um teste muito usado
para detectar desordens de personalidade e algumas síndromes clínicas, dentre elas o TEPT (40).
Como os resultados desse estudo demonstram, a representatividade do TEPT na amostra utilizada
foi significativa, evidenciando taxas de prevalência que corroboram com outros estudos da área que
apontam uma prevalência do TEPT na população de 5% a 6% para os homens (2,10). E em
conformidade com o que indica a literatura este é um instrumento válido na avaliação de TEPT.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comprovação diagnóstica de sintomas ou de comorbidades é fundamental para iniciar a
formulação do caso e o plano de tratamento, embora o diagnóstico em si seja insuficiente (30). A
utilização de instrumentos psicométricos é essencial no decorrer do processo terapêutico, como
ferramenta para mensurar os sintomas e dar ao terapeuta uma noção de como avaliar o sujeito.
Contudo, no processo de avaliação é preciso que o terapeuta faça escolha de instrumentos
completos que lhe deem respaldo ao que ele esta investigando. Os instrumentos empregados nesse
processo devem ser escolhidos conforme as particularidades do paciente, e conhecimento prévio de
possíveis históricos de transtornos na família. Uma correta constatação diagnóstica auxilia na
formulação do caso e do plano de tratamento, além de monitorar o progresso deste (30).
É imprescindível a utilização de instrumentos válidos para a população investigada, tendo em
vista que diferenças culturais podem repercutir na resposta do indivíduo aos eventos traumáticos (3,
37). Levando-se em conta a importância da utilização de instrumentos que abranja uma gama de
psicopatologias que possam auxiliar na detecção de comorbidades afeta diretamente do processo de
avaliação e tratamento do TEPT (30, 32, 42).
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