CONTROLE BIOLÓGICO DO BERNE, Dermatobia hominis E DE
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CONTROLE BIOLÓGICO DO BERNE, Dermatobia hominis E DE
XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. CONTROLE BIOLÓGICO DO BERNE, Dermatobia hominis E DE SEUS FORÉTICOS: CRISE E PERSPECTIVA Gonzalo Efraín Moya Borja Ph.D, Instituto de Veterinária, Departamento de Parasitologia Animal Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e-mail: [email protected] ABSTRACT Moya-Borja, G.E. [Biological control of Dermatobia hominis and their phoretics: Crisis and Perspectives]. In Latin America, human botfly, Dermatobia hominis (Diptera: Cuterebridae) is one of the most important ectoparasites of domestic and wild animals, including human beings. Dermatobia larvae produced a cutaneous myiasis, reducing the hide price, weight gain and milk production in cattle industry. The damages have been calculated in 250 millions of dollars per year. Unfortunately chemical insecticides are the only means of controlling this pest since the1940's. One of the most curious aspects of the life cycle of this fly is related with the oviposition behavior. Females do not lay their eggs directly on hosts; instead of that this fly capture other dipterans and fix a mass of eggs on the abdomen, transforming them in phoretics or vectors. Every time that these phoretics land on animals, first instars emerged from eggs and transfer immediately to the animals stimulated by heat and odors emanated by the future hosts. Biological control of D. hominis and their main phoretics, like Sarcopromusca pruna, Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans and Musca domestica will be discussed in this conference. Keywords: Dermatobia hominis, Biological vontrol, Phoretics, Microhymenopters, Fungi, Predators. RESUMO Na América Latina a mosca do berne, Dermatobia hominis (Diptera: Cuterebridae) é um dos ectoparasitos mais importantes dos animais domésticos e silvestres, incluindo os seres humanos. A larva da Dermatobia produz uma miíases cutânea que desvaloriza as peles e reduz a produção do leite e o ganho de peso dos bovinos. Os prejuízos provocados por este parasito tem sido calculados em 250 milhões de dólares por ano. Um dos aspectos mais curiosos do ciclo de vida de esta mosca está relacionada com seu comportamento de oviposição. As fêmeas não colocam seus ovos diretamente sobre os animais, em lugar disto elas capturam outros dípteros e os fixa uma massa de ovos sobre o abdome, transformado-lhes assim em foréticos ou vetores. Cada vez que os foréticos pousam sobre os animais, as larvas emergem dos ovos e transferem-se imediatamente para os animais estimuladas pelo calor e os odores emanados pelo futuros hospedeiros. O controle biológico da D. hominis e de seus foréticos mais importantes, tais como Sarcopromusca pruna, Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans and Musca domestica são discutidos nesta palestra. Palavras-chave: Dermatobia hominis, Controle biológico, foréticos, microhimenópteros, fungos, predadores O berne, Dermatobia hominis é um dos ectoparasitos mais importante dos animais domésticos e silvestres da América Latina. Os prejuízos provocados pelo berne nos bovinos têm sido calculados em 260 milhões de dólares por ano (Grisi et al. 2002). Como este parasito vem sendo combatido exclusivamente com inseticidas a mais de 50 anos, o objetivo principal desta palestra é discutir quais os agentes que poderiam ser utilizados no futuro controle biológico tanto da D. hominis, bem como dos foréticos de seus ovos. Para conhecer quais são as condições naturais favoráveis ou limitações ao controle do berne usando parasitos, predadores ou agentes entomopatogênicos é preciso, previamente, fazer uma breve revisão do ciclo de vida do berne, comportamento sexual, oviposição, bem como a flutuação sazonal da D. hominis. Estudos sobre a biologia e comportamento da D. hominis tem sido realizado no Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica e 111 Honduras. As moscas copulam nas primeiras 24 horas após a emergência. Poucas horas depois da fertilização, as fêmeas começam a freqüentar os bovinos ou eqüinos onde encontra-se várias espécies de dípteros que podem ser usados como foréticos (vetores). As moscas do berne se aproximam lentamente do futuro forético ou vetor de seus ovos, captura-o no ar e após sua imobilização, deposita uma massa de ovos na parte latero-ventral do abdome. Se têm reportado mais de 50 espécies de foréticos pertencentes as seguintes famílias: Muscidae, Anthomyiidae, Tabanidae, Sarcophagidae, Culicidae, Simulidae e Cuterebridae. No entanto, Sarcopromusca pruna, Stomoxys calcitrans, Musca domestica, Fannia pusio e Haematobia irritans são consideradas as espécies mais importantes no transporte dos ovos da mosca do berne. Os ovos do parasito incubam durante 8 dias sobre o forético e quando este pousa sobre um hospedeiro as larvas emergem e se transferem para o animal com muita agilidade. As larvas penetram na pele intacta através do folículo piloso provocando uma miiasis nodular cutânea. O tamanho dos nódulos ou furúnculos aumentam à medida que as larvas crescem e as secreções purusanguinolentas excretadas através das aberturas dos forúnculos atraem um maior número de moscas, aumentando assim a possibilidade de uma maior reinfestação pelas larvas do berne transportadas pelos foréticos. O período larval varia de 25 a 60 dias. As larvas maduras abandonam o hospedeiro durante a noite ou nas primeiras horas da madrugada para evitar a ação abrasiva dos raios solares ou a ação dos parasitos e depredadores diurnos e caem no solo para pupar. Os solos relativamente úmidos ajudam na penetração das larvas e na formação de pupas normais. A emergência dos adultos provenientes das larvas que puparam sobre a superfície é drasticamente diminuída. O período pupal dos machos e das fêmeas a 25ºC e 80% de umidade relativa foi de 30 e 32 dias, respectivamente (Moya-Borja, 1966). A longevidade média dos adultos é de três dias em laboratório. Os machos parecem congregar-se em árvores situados em pequenas elevações aonde vão as fêmeas para copular (Guimarães; Papavero, 1999). O ciclo de vida da D. hominis se completa entre 80 a 150 dias. A presença do berne está associada com regiões que tem temperaturas moderadamente altas durante o dia e relativamente frias durante a noite, precipitação de mediana a abundante, vegetação densa e um número razoável de animais. A D. hominis é uma espécie endêmica em vários estados do Brasil. Focos de alta infestação são observados em fazendas de pecuária localizadas na Mata Atlântica dos Estados da Bahia, Espirito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Outros ecossistemas preferidos pela mosca do berne em algumas regiões do Sudeste e Centro Oeste do Brasil são aquelas formadas pelas fazendas atravessadas por rios ou riachos que correm entre montes com sombras produzidas pela vegetação. Nas regiões onde se apresentam estações úmidas e secas bem marcadas a infestação do parasito diminui significativamente durante a estação seca. Nos países do Cone Sul incluindo alguns estados do sul do Brasil, as infestações dos bovinos se iniciam durante a primavera, atingem seu pico máximo no verão e diminuem durante o outono (Brito; Moya- Borja, 2001). Em certas ocasiões quando as infestações da D. hominis são altas, as feridas deixadas pelas larvas demoram a cicatrizar-se facilitando a infestação com larvas da bicheira, Cochliomyia. hominivorax. O controle biológico dos insetos tem sido definido, de uma maneira geral, como o uso de qualquer agente biológico para reduzir as populações de pragas. Entre estes agentes encontram-se os parasitóides, predadores e patôgenos (fungos, bactérias, vírus, protozoários etc). Em relação com o berne existem poucos trabalhos relacionados com o controle biológico, devido fundamentalmente a dificuldade de criar este inseto no laboratório e às característica morfo-fisiológicas e etológicas da D. hominis. Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Controle biológico dos ovos e das larvas do berne Os ovos do parasito incubam durante oito dias sobre o forético e quando este pousa sobre um hospedeiro as larvas emergem e se transferem para o animal com muita agilidade. Devido a que o tempo de incubação é relativamente extenso para um díptero, os ovos possuem um corio extremamente resistente ao ataque dos agentes do controle microbiano, bem como as baixas umidades relativas. As larvas penetram na pele intacta dos animais através do folículo piloso provocando uma miíases nodular cutânea. As larvas secretam substâncias bacteriostáticas que mantém o nódulo relativamente asséptico. As larvas respiram colocando os espiráculos posteriores ligeiramente fora do nódulo a cada 6 a 8 segundos. Assim sendo a possibilidade das larvas colocar-se em contato com agentes entomopatogênicos é mínima. O período crítico para as larvas pode ser quando elas abandonam aos hospedeiros, mesmo assim elas caem ao solo durante a noite ou nas primeiras horas da madrugada para evitar a ação de parasitos e predadores diurnos. As larvas possuem ganchos orais extremamente esclerotizados os quais facilitam sua penetracão nos solos até seis cm de profundidade para pupar. Controle biológico das pupas e dos adultos do berne Como as pupas permanecem no solo por 30 a 40 ou mais dias dependendo da estacão do ano, elas têm desenvolvido uma grande resistência ao ataque de vírus, bactérias, fungos, protozoários e nematóides que acham-se nos diferentes tipos de solo. No entanto alguns microhimenópteros tais como Trichopria (Ashmeadropia) mendesi, Spalangia nigroaenea e Tachinaephagus zealandicus parasitando pupas de D. hominis. Estes parasitóides completam seu ciclo alimentando-se das moscas em formação dentro das pupas do berne, mas, não conseguem sair dos pupários devido à forte esclerotização das pupas. A porcentagem de parasitismo por parte dos microhimenópteros “Kamikaze” é muito baixa (Madeira; Neves, 1985, Silveira et al., 1986, Sanavria, 1987). Moya-Borja (2004) estudou o efeito dos fungos entomopatogênicos, Metarhizium anisopliae strain 959 e Beauveria bassiana strain 986 sobre as larvas maduras extraídas das peles dos bovinos, sobre as pupas e os adultos da D. hominis e observou que estes fungos não foram eficientes no controle dos três estados do ciclo de vida da D. hominis. As espécies de formigas, Solenopsis germinata, S. invicta, Steatoma quadridens e Pheidola fallax tem sido observadas predando larvas e prepupas do berne. O ácaro Macrocheles muscadomesticae foi observado sobre pupas e adultos da D. hominis e é possível que um número grande destes ácaros possam dificultar a cópula e especialmente a captura dos vetores. Tendo em vista que Guimarães (1966) em Guaratiba, RJ, observou e coletou machos do berne que estavam pousados num tronco de abacateiro situado em um morro de pequena elevação faz pensar que as moscas do berne também têm sítios de agregação para a cópula. É provável que nestes lugares os adultos da D. hominis sejam predados por pássaros e répteis. A maior infestação dos bovinos acontece nas áreas arborizadas, onde se albergam tanto as moscas do berne, bem como os foréticos (Moya-Borja, 2003). Devido a que em certas fazendas se alternam a criação de gado com a produção de frutas, existe a possibilidade que a D. hominis oviposite sobre foréticos errados tais como a moscas da fruta, Ceratitis capitata. Este comportamento já foi observado no laboratório com resultados promissores. A Tabela 1 mostra uma preferência das fêmeas da D. hominis para ovipositar sobre a C. capitata quando comparada com a M. domestica. Devido a que no Juazeiro da Bahia, Brasil, vai iniciar-se um programa de erradicação da C. capitata usando machos estéreis no ano 2005, seria muito oportuno selecionar várias fazendas ou pequenas propriedades com gado bovino e registrar a média de bernes por animal antes e depois da liberação por milhões das moscas estéreis para saber se a mosca da fruta pode ser usada como uma nova alternativa no manejo integrado do berne em áreas onde se criam bovinos e se cultivam arvores fruticosas. Tabela 1. Oviposição da Dermatobia hominis sobre Musca domestica e sobre a Mosca da fruta, Ceratitis capitata em condições de laboratório (24-28° C e 60-80% de UR). FORÉTICOS COM OVOS DE BERNE Ovos de berne SEXO MÉDIA Número Percentagem FORÉTICOS Musca domestica 161 machos 161 fêmeas 161 machos 33 17 53 Ceratitis capitata 161 fêmeas 58 Controle biológico dos foréticos dos ovos do berne. Os foréticos dos ovos do berne fazem parte indispensável do ciclo de vida da D. hominis. Por este motivo comentaremos sobre o controle biológico dos foréticos mais importantes visando indiretamente a redução das populações de berne. Como já foi comentado os foréticos mais importantes dos ovos da D. hominis são a mosca dos estábulos, S. calcitrans, a mosca dos chifres, H. irritans,a M. domestica e a Sarcopromusca pruna. As larvas destas moscas alimentam-se das fezes dos bovinos e os adultos são hematófagos ou se alimentam das secreções naturais ou feridas dos animais. A literatura sobre o controle biológico das três primeiras espécies e abundante e contraditória, não em tanto não se conhecem os inimigos naturais da S. pruna. Lancaster e Meisch (1986) enfatizaram que o controle biológico de qualquer espécie de praga dos animais domésticos não tem sido o fator mais importante. Apesar de ter-se muitos parasitos e predadores de algumas espécies de insetos associados com o bolo fecal dos bovinos sob condições de campo eles exercem uma influência muito limitada. Nos últimos anos apareceu uma notável publicidade relacionada com o uso de vários microhimenópteros parasitos das pupas das moscas associadas com o bolo fecal dos bovinos, tais como a M. domestica, a S. calcitrans e a H. irritans. Desafortunadamente o uso destes parasitóides não teve o êxito esperado. No estado de Missouri, Thomas e Morgan (1972) estudaram durante três anos o parasitismo do 30.634 pupas da mosca dos chifres e acharam 112 20,5 10,6 32,9 34,3 38,1 20,8 36,0 18,8 uma média baixa (4,6%) de parasitismo provocado por todas as espécies de microhimenópteros e chegaram a conclusão que o parasitismo não foi suficientemente alto para reduzir substancialmente as moscas-dos-chifres. A maioria das espécies de predadores presentes nas fezes dos bovinos dos EUA são coleópteros que pertencem as famílias Staphylinidae, Hydrophilidae e Histeridae e atacam aos ovos, larvas e pupas das moscas presentes no bolo fecal. Apesar deles provocarem uma mortalidade até do 90% o manejo eficaz destas moscas não tem sido atingido. Programas de controle biológico extensivos para o controle da H. irritans exigua na Austrália e da H. irritans irritans nos EUA com coleópteros rola bostas não tem determinado uma correspondente redução das populações das moscas (Lancaster; Meisch, 1986). O coleóptero coprófago, Digitonthophagus gazella foi introduzido pelos pesquisadores da Austrália em 1965, nos EUA a mais de 25 anos; e, recentemente pelo Brasil. Infelizmente, nos dois primeiros países, nenhum efeito foi observado deste coleóptero nas moscas-dos-chifres. Frustrações com a introdução do D. gazella na Austrália e nos EUA tem motivado o estudo de predadores e de parasitóides. Desafortunadamente, a degradação do bolo fecal por parte do D. gazella pode não ser compatível com as atividades predatórias dos coleópteros da Família Staphylinidae, Hydrophilidae e Histeridae nas fezes dos bovinos (Roth, 1983). Devido a isto muitos parasitologistas e ecologistas continuam enfatizando a eficácia do coleóptero D. gazella no combate a Haematobia, através da desintegração do bolo fecal dos bovinos, é muito importante citar o clássico Rev. Bras. Parasitol.Vet., v.13, suplemento 1, 2004 XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. trabalho de Bornemissza (1976) (Division of Entomology, CSIRO) realizado na Austrália por mais de 10 anos (1965-1975). A conclusão mais importante a que chegou este pesquisador é que este coleóptero coprófago provoca uma redução ocasional da mosca H. irritans exigua, que não é suficiente para os interesses dos pecuaristas. Macqueen, outro pesquisador australiano, do CSIRO mencionou em 1987 que o projeto sobre o controle biológico da Haematobia foi um projeto caro e de grande responsabilidade, já que os primeiros coleópteros coprófagos foram introduzidos em 1968 e diz que se sente incapaz de recomendar qual é o melhor método para controlar biologicamente a Haematobia, por este fato o programa deles ainda não têm conseguido reduzir o número de moscas-dos-chifres sobre os bovinos em níveis aceitáveis. Muitas espécies de rola-bostas foram introduzidas no Havaí e encontram-se bem estabelecidos, no entanto as populações da mosca-dos-chifres são tão altas ou maiores que no estado de Texas, indicando que o controle biológico é ainda inadequado. No Brasil, a mosca-dos-chifres não é um problema sério graças ao rola-bosta, e tanto aqui quanto nos EUA e na Austrália o controle natural é que regula as populações da Haematobia. Parasitóides e predadores exercem alguma influência sobre as populações da mosca dos estábulos, no entanto quando ocorrem surtos da praga eles não conseguem reduzir-lhes a níveis toleráveis. Sutherst (1983) comentou que são raros os casos bem suscedidos do controle biológico dos animais domésticos e entre estes cita o controle da S. calcitrans e a S. nigra na Ilha de Maurício usando parasitóides introduzidos de Uganda (Greathead; Monty, 1982). Parasitóides vendidos por firmas comerciais tem fracassado no combate a S. calcitrans. Este fracasso, em muitas ocasiões tem sido atribuído à falta de conhecimento da biologia, ecologia e dinâmica populacional tanto do parasito como dos hospedeiros (Campbell, 1985; Peterson, 1989). De acordo com Stiling (1993) os inimigos naturais fracassam nos programas de controle biológico clássico devido ao clima, ao parasitismo e predação da fauna nativa e a falta de hospedeiros alternativos. Nossa conclusão é que no momento não dispomos de nenhum parasitóide, predador, fungo, bactéria ou vírus que possa ser utilizado em grande escala no controle biológico do berne, bem como dos foréticos dos ovos da D. hominis. Este será um grande desafio para os pesquisadores tratar de melhorar o controle biológico usando a biotecnologia para melhorar as características desejáveis dos agentes do controle biológico bem como entender melhor o efeito dos fatores físicos sobre estes agentes com o Sistema Geográfico de Informação (SGI). Para finalizar esta palestra desejo manifestar que minha intenção não é desacreditar no controle biológico, ele existe, mas como parte do controle natural que é a soma dos fatores bióticos e abióticos (físicos). As alterações do meio ambiente provocadas pelo homem têm ajudado nos surtos das pragas das plantas, animais e do homem e nestes casos os inseticidas químicos são indispensáveis. Todos nós conhecemos os aspectos negativos destas substâncias, mas temos que ter consciência que o controle biológico tem também aspectos críticos: 1) atuação lenta, 2) complexo, 3) eficácia parcial, 4) imprevisível, 5) criação em massa e distribuição relativamente cara, 6) concorrência; e, 7) susceptibilidade aos inseticidas. O controle biológico do berne será mais valorizado como parte do manejo integrado da D. hominis (Moya-Borja, 2003). . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 113 BORNEMISSZA, G.E. The australian dung beetle project 19651975. Aust. Meat Comm. Ver. 30: 32 p, 1976. BRITO, L.G; MOYA-BORJA, G.E. Flutuação sazonal de Dermatobia hominis em peles bovinas oriundas de matadouros. Pesq. Vet. Bras. v. 20, n. 4: p, 151-154. 2001. CAMPBELL, J.B. Arthropod pests of confined beef, p. 207-221. In: Williams, R.E.et al. (eds.) Livestock Entomology. Wiley, New York. 1985. GREATHEAD, D.J.; MONTY, J. 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