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Edição 1 Agosto 2009 EXPEDIENTE: Matérias: FunBike Ltda Arte: Tiago Kirsch Lanes Projeto Gráfico: Tiago Kirsch Lanes e Priscila Evangelista Diagramação: Priscila Evangelista www.formadiagramacao.com.br Federação Gaúcha de Ciclismo Campeonato Gaúcho O que é Audax? Audax Dez perguntas para o atual campeão gaúcho de Cross Country XC, Guilherme Wihelms Entrevista Roteiros & Trilhas Expedição pelos Campos de Cima da Serra Caxias do Sul Manutenção Técnica da Corrente A Federação Gaúcha de Ciclismo Ela nasceu do interesse mútuo dos ciclistas de realizarem corridas pertinentes a cada modalidade. Atualmente existe um determinado número de atletas federados. Deste total, a grande maioria participa com assiduidade das corridas de bicicleta nas categorias de cross country XC, matatona XCM, downhill DH, BMX e ciclismo de estrada. Entre outras atribuições, a Federação cuida dos interesses de seus filiados, tanto no que tange a mobilidade dos atletas bicicletas dentro de ônibus interurbano assim como na organização de um calendário anual de corridas. Cada modalidade possui uma característica. O Cross Country XC concentra os atletas das categorias: Elite, Pré-Juvenil, Juvenil, Júnior, Sub 30, Máster A, Máster B, Máster C, Estreante e Feminino - filiados à FGC. Mountain Bike ou Ciclismo de Montanha é praticado com bicicletas específicas para este fim, cuja medida da rodagem nunca é superior a 26 polegadas. Provas de Mountain Bike são obrigatoriamente disputadas em trilhas e estradas de terra não asfaltadas , sendo permitido um máximo de 20% do total do circuito em asfalto e/ou similar. O Cross Country Maratona é uma prova de LONGA DISTÂNCIA, disputada em pelotão, respeitando-se cada categoria. O trajeto deverá ter basicamente as mesmas características do Cross Country, sendo que em sua maior extensão constituído por estradas de terra e geralmente de pouca circulação, estradas que ligam propriedades rurais, podendo ainda utilizar trechos asfaltados, desde que não ultrapasse 30% do percurso total. Dow n-H ill é uma pro va esp ecifi cam ent e de DES CID A, dis putada individualmente, respeitando os grupos de categorias, onde se destaca ganhador aquele que tiver cumprido o trajeto no menor tempo. A prova deve ser disputada utilizando como traçado as trilhas, caminhos sinuosos e estradas de chão. As largadas serão do ponto mais elevado com chegada no ponto mais baixo, obedecendo-se o critério de categorias, respeitando o intervalo mínimo de trinta segundos entre os atletas. As distâncias mínimas e máximas para provas de Down Hill serão, respectivamente, 1 e 6 Km. Para efeito de classificação da prova, deverá haver apenas uma tomada de tempo. A organização deverá realizar vistoria rigorosa em todos os equipamentos das bicicletas em competição, não permitindo a utilização de bicicletas e suas partes que não estiverem dentro das especificações mínimas para a prática desta modalidade. O que foi transcrito anteriormente são passagens do regulamento descrito no site de federação (www.fgc.com.br). Cada categoria possui o seu próprio calendário de corridas. Na última etapa válida pelo Campeonato Gaúcho de Maratona, disputada em Flores da Cunha RS, no dia 24 de maio Sérgio Soares Cruz, da equipe Guenoa, faturou a primeira colocação. Soares pedalou com uma Kona Four de Luxe full suspension num trajeto que alternou inúmeras subidas/descidas e pequenos trechos de plano. Foram 60 km por estradas vicinais da região. O percurso exigiu dos atletas cadência e destreza no manejo da bicicleta durante os inúmeros downhills, seguidos de uphills leves. Essa combinação de subidas e descidas garantiu o alívio necessário para a recuperação do fôlego dos líderes da prova e mantê-los afastados dos ataques do pelotão. Estes ingredientes asseguraram a liderança de Sérgio no final da prova. Editado por FunBike LTDA com o consentimento da FGC O que é Audax? A palavra "Audax" vem do latim, audacioso, corajoso. É o nome dado a este ev en to ci cl ís ti co nã o- co mp et it iv o e de lo ng a di st ân ci a, co nh ec id o internacionalmente também pelo nome de "randonnees". As principais competições de ciclismo realizadas envolvem provas como o Tour de France, Giro D'Italia entre outras. Estas provas consistem em competições de velocidade. O Audax consiste em um desafio realizado sobre duas rodas onde a resistência e a orientação em estradas, geralmente pavimentadas, é um quesito essencial. Entretanto, iniciantes e ciclistas de final de semana comumente participam do evento. Não é necessário ser um atleta com bom desempenho para completá-lo. Não é uma competição, embora possa existir uma disputa saudável entre os participantes. O maior desafio é superar os próprios limites, pedalando cada vez mais longe. O evento possibilita aos participantes pedalarem longas distâncias com um mínimo de segurança, na companhia de amigos e entusiastas da modalidade. O audax favorece a participação de ciclistas de diversas idades, com os mais variados modelos de máquinas de transporte de propulsão humana. São vistos nestes eventos: bicicletas reclinadas, tandems, triciclos, mountain bikes, speeds, tourings, patins, patinetes ou bicicletas Audax. Não há restrições quanto ao tamanho da bici, assim como as dimensões de seus aros e pneus. No Rio Grande do Sul, ficou acordado que os participante devem assinar um Termo de Responsabilidade, concordando em respeitar as leis de trânsito e a Natureza. A Organização deverá ser notificada de qualquer perigo e todos são obrigados a utilizar equipamentos de segurança. Não é permitido nenhum tipo de apoio móvel, somente nos Postos de Controle PC's. Os Postos de Controle estão localizados geralmente a cada 50 km, onde o ciclista é obrigado a parar e carimbar o seu Passaporte de participação. Brevets Em cada etapa são distribuídas medalhas e um Certificado de Participação para os participantes que completaram a prova dentro do tempo previsto. O primeiro brevet é o de 200km. Ele habilita à participação no brevet seguinte, 300km. A série é constituída ainda pelas etapas de 400 km e 600 km. A última fase da série é a de 1.200 km, realizada fora do país. O tempo máximo para realização dos brevets é: 200km 13h30min, 300km 20h, 400km 27h, 600km 40h, 1200km 90h. Algumas experiências no Estado A seguir trecho copiado do blog de Marcelo Guazzeli. “Depois da descoberta, joguei uma mensagem na lista de discussões do Bike-RS http://br.groups.yahoo.com/group/bike-rs/”. A ideia foi lançada: se houvesse uma prova dessas no RS, alguns ciclistas participariam com certeza!”. Pois não é que alguém resolveu organizar uma prova de 200Km? Marcelo Lucca é o nome da pessoa que idealizou o primeiro evento no Estado. A etapa organizada pelo Marcelo Lucca consistia na saída de Porto Alegre às 6 horas da manhã, pedalando até Vale Verde próximo à Santa Cruz do Sul, retornando pelo mesmo caminho. Foram 200Km e 200 ciclistas inscritos, um sucesso! “Lembro perfeitamente da prova de 300km de Caxias em 2004, só não abandonei porque não tinha resgate. Foi muita coisa ao mesmo tempo para um novato: noite, chuva, frio, lombas, lombas, lombas... ” Audax 200km POA - 2008 Editado por FunBike LTDA, fontes consultadas: http://audaxsantacruz.blogspot.com/, http://audaxpoa.ciclosinos.com.br/ e http://blogblogs.com.br/usuario/mguazzelli Dez perguntas para o atual campeão gaúcho de Cross Country XC, Guilherme Wilhems 1 - O que te levou a andar de bike... cross XC? O gosto pela prática do esporte, contato com a natureza e a chance de conhecer novos amigos 2 - Com que idade iniciaste no Mountain Bike? Pedalar em trilhas e caminhos do gênero, desde os 12 anos, primeiro com bmx. As competições de MTB, apenas após os 16 anos; antes tive uma fase no ciclismo. 3 - Quantos quilômetros costumas precorrer semanalmente (só mtb ou speed tb)? Faço meus treinos levando em consideração o tempo. Treino em média de 1h a 2h de Segunda à Sexta. Sábado pedalo com os amigos e domingo descanço ou participo das competições. Ando de speed e mountain nos treinos semanais. 4 - Considerando as técnicas de manejo de risco descidas, piso demasiado irregular/escorregadio entre outras é desenvolvido em que parte do seu treinamento essa condição? Umas duas vezes por semana ando em trilhas aqui da região de Taquara. E mais próximo às competições, tento pedalar no local da prova para reconhecer o terreno e me adaptar a ele. 5 - O que mais assusta numa prova? Os primeiros minutos, principalmente a largada. Sou péssimo nisso. 6 - Quais foram ou são as tuas maiores recompensas neste esporte? Sem dúvida nenhuma, as companhias e os lugares que conheci. Tenho meus melhores amigos ligados às competições. Conheci muitos lugares incríveis nas corridas e ainda pretendo conhecer muitos outros. 7 - Terias alguma dica para passar para os nossos leitores? Que nunca desistam logo na primeira prova. Na minha primeira experiência de XCO, em Três Coroas, na categoria Estreante fiquei na última colocação. É claro, vale sempre lembrar que equipamento não ganha prova, o importante é a dedicação do atleta. 8 - Qual seria o custo anual para participar e todas as provas de cross XC da Federação? Depende muito. Não tem como calcular, cada caso é um caso, porque tem o antes, durante e após as competições, além do calendário variar muito durante o ano 9 - Terias alguma dica para melhorar o campeonato? Número de provas, distância dos grandes centros, intervalo médio entre as etapas, divisão das categorias, entre outros? Apenas duas sugestões: a realização de uma a duas provas por mês, mesclando entre XCO, XCM e provas oficiais em todas as regiões do Estado, oficializando as provas que já existem e são organizadas pelos ciclistas regionais. 10 - O que pensas acerca do cross XC e XCM? Será que não seria mais apropriado unir as duas categorias? Seria legal ter de volta o Ranking Gaúcho de MTB, que somava os pontos das duas modalidades, e no final havia uma premiação única. Mas acho que os dois Campeonatos devem sim ser mantidos, pois a preparação física de um é totalmente diferente do outro. Expedição pelos Campos de Cima da Serra Caxias do Sul/ Torres ~ 280Km Aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de dezembro de 2008 a expedição Cainguá. O projeto foi encabeçado pelo empresário Jean Finkler da Guenoa apetrechos de aventura de Caxias do Sul. O trajeto percorrido, entre as cidades de Torres e Caxias, passou por belas paisagens, muitas subidas e descidas de intensidades distintas, clássicos up & downhills do planalto e campos de cima da serra. Para os amantes do mountain bike, a viagem pode ser considerada como um evento de nota máxima 5 estrelas! Corredores entre as fazendas, trilhas, rios, mato, barro e muita pedra fizeram parte do caminho. Em alguns casos, as curvas de raio estranho ao padrão usual apimentaram o percurso durante os inúmeros downhills, exigindo técnica e perícia dos expedicionários. Quedas, pneus furados e panes diversas surgiram felizmente, nada grave. Desenvolver um programa como este não deve ter sido tarefa simples. O roteiro, ao longo destes quase 300km, foi cuidadosamente escolhido, sendo que somente em pequenos trechos os ciclistas rodaram por rodovias principais. O primeiro pernoite aconteceu na “pousada do Sr Luis Lima”, pai do Vicente outro expedicionário. Neste descanso, os viajantes ficaram alojados em quartos e camas de beliche. A janta e o café foram comunitários salsichão e pão, polenta brustolada e, para o café, pão caseiro e mel. O grupo era heterogêneo. O passeio fora divulgado em alguns canais de comunicação com boa abrangê ncia. Teve gen te de qua se tod as as prin cip ais cidades do Rio Grande do Sul e alguns catarinenses. Na segunda noite, o grupo de quarenta pessoas foi dividido. Alguns optaram pelo camping enquanto outros ficaram em pousadas na cidade de Cambará do Sul. Os longos trechos entre os pontos de parada o sol in te ns o, as es tr ad as mu it o secas/poeirentas e o ritmo forte pegou alguns aventureiros desprevenidos. Faltava água, comida e óleo para as correntes de suas bicicletas. Quem não carregou mochila de hidratação, passou trabalho, assim como quem deixou de lado o lubrificante teve o desgaste de sua transmissão acentuado pela falta de lubrificação. É provável que o trajeto mais técnico tenha sido a descida da Serra do Faxinal, próximo ao trecho final. Os expedicionários saíram da estrada para descer por um caminho muito técnico, de dificuldade alta. Teve inclusive um pedaço de descida, com inclinação igual ou superior a 10%, repleto de pequenas barreiras de drenagem/contenção recobertas por um cascalho fino. No balneário de Praia Grande, a expedição parou para um refresco. O sol e o calor, que neste ponto passava a ser impiedoso, marcou a despedida das temperaturas amenas verificadas nos campos de cima da Serra. Aconteceu de tudo, inclusive teve pedalada no meio do campo entre os inúmeros rebanhos bovinos que ocupavam os potreiros das fazendas. Abrir e fechar porteiras, subir e descer barrancos, atravessar os rios alguns dos ciclistas aventuravam-se pedalando, outros mais cuidadosos carregando a bicicleta no ombro constituiu-se em rotina frequente nestes três dias de aventura. O cenário adverso atraiu os entusiastas mais excêntricos da bicicleta corredores de aventura, downhillers e competidores do circuito gaúcho de mountain bike, maratona e cross crountry sem contar os clássicos “freeriders”. É provável que esta expedição seja lembrada por todos os que participaram. A troca de experiências/ideias, as sugestões, dúvidas e críticas certamente irão contribuir para que novos eventos do gênero sejam organizados e divulgados. Para quem aprecia o mountain bike na sua mais pura essência foi um prato cheio! Manutenção da Corrente Uma questão religiosa A manutenção da corrente é um dos mais controversos aspectos da manutenção das bicicletas. Sua durabilidade é afetada pelo estilo de pedalada do ciclista, escolha da relação de engrenamento, se a bicicleta é usada na chuva ou barro, tipo de solo no terreno local, tipo de lubrificante, técnica de lubrificação, do tamanho e das condições das rodas dentadas/engrenagens. Em função da quantidade de variáveis, não é possível controlar experimentos sob condições reais de uso. Como resultado, qualquer ciclista tem o seu procedimento para a manutenção baseado em experiências e/ou evidências. Os experts discordam deste tema, alguma vezes de maneira frágil ou com fraco embasamento. Às vezes, o problema é considerado como um caso “religioso” na comunidade da bicicleta. Correntes, velhas e novas Nos últimos cinquenta anos, foi vista muita evolução no design das bicicletas. Algumas delas são perceptíveis de forma visível o desenvolvimento das bicicletas do tipo mountain bike, freios a disco, novos projetos de guidons, rodas, pneus e etc. Entretanto, algumas mudanças foram menos visíveis mas não menos importantes, incluindo os pedais clipless, velocímetros digitais e troca de marchas indexada. Existe uma pequena e invisível revolução na construção das correntes atuais. A uma primeira vista, elas parecem a mesma coisa. Os câmbios são muito mais interessantes de serem vistos e os seus detalh es analisados ; porém, a corrente é a responsável pela troca de marchas. Um modelo atual apresenta 8 partes por ligação, considerando uma corrente convencional com 57 ligações usadas em uma bicicleta multispeed; existem 456 peças mais do que todo o resto dos compo nente s da bicicleta agrupados. Existem 114 placas externas, 114 placas internas, 114 anéis e 114 pinos. A maior revolução no projeto da corrente foi a introdução do conceito bushingless ou sem bucha. As correntes do tipo bushingless apresentam somente 8 peças por link/ligação ao invés das 10 peças da corrente com bucha. Não é possível afirmar se uma corrente é do tipo bushingless ou convencional olhando apenas para a corrente porque as buchas estão escondidas pelas outras partes do conjunto. As buchas podem ser vistas somente se a corrente for desmontada. Construção da Corrente As placas internas de uma corrente são tridimensionais. Cada placa apresenta um ombro que representa a metade de uma bucha. Desde que as placas laterais internas e externas contenham a existência de um ombro, elas também podem conter uma borda saliente sem comprometer o processo de montagem. As saliências nas placas laterais permitem que a corrente gire de forma suave mesmo quando ela a corrente não está perfeitamente alinhada com a roda dentada. Desde que a “bucha” de uma corrente sem bucha é constituída de duas metades de uma bucha, as duas metades têm espaço para moverem-se, uma em relação à outra. Estiramento da Corrente Os ci cl is ta s fr eq ue nt em en te co me ntam so br e o comprimento da corrente, como se as placas laterais de uma corrente velha fossem puxadas/tracionadas de forma que esta tenha perdido sua forma original, promovido pelas repetidas tensões que ocorrem durante a pedalada/transmissão de potência. Esta não é atualmente a forma como a corrente alonga. A maior causa para o alongamento é o desgaste do metal no qual os anéis giram ao redor das buchas (ou das partes da bucha no lado interno das placas). A corrente flexiona e estira quando engrena e desengrena nas rodas dentadas. Se removermos uma corrente velha, é possível observar “erosões” externas ao redor dos anéis e na parte interna, na qual o anel entra em contato com a bucha formada pelas duas metades das protuberâncias internas das placas internas. Na foto abaixo, é possível observar o pino de uma corrente desgastada de forma não usual desgaste acentuado. Observe que o desgaste dos anéis mudou o pino de posição. A razão pela qual os anéis flutuam ao redor das partes da bucha se dá pela erosão do material que se foi. Não resta dúvida de que o material da superfície interna do anel também foi removido. Distribuição da Lubrificação Uma das maneiras para justificar a maior durabilidade de uma corrente seria a sua melhor capacidade de lubrificação ou distribuição do lubrificante através dos elementos mais vulneráveis da corrente. Existem três pontos em que este componente necessita lubrificação. O primeiro, e mais importante, os pinos necessitam de lubrificação onde eles se movem quando a corrente dobra e estica. Segundo, no lado interno dos anéis existe a necessidade de lubrificação para permitir que estes girem de forma livre ao redor das buchas quando engrenarem e desengrenarem nos dentes das rodas dentadas coroa e cassete. Se os anéis não girarem, vai haver o deslizamento desta peça sobre os dentes da engrenagem. Sendo assim, o desgaste vai ser acentuado nestas partes. Terceiro, quando a superfície da placa externa encosta na placa interna, a lubrificação pode reduzir o desgaste este terceiro modo é bem mais suave do que os dois primeiros. Quando uma corrente é lubrificada, antes que o óleo alcance a região interna das buchas para lubrificar os pinos, a lubrificação precisa passar pela parte interna e externa da placa. Com a técnica usual de lubrificação, tais como spray o óleo tenta alcançar ambas as extremidades da bucha entretanto, não existe espaço para que as bolhas de ar escapem. Complementando a análise, o espaço existente entre as metades da bucha está altamente exposto aos detritos da estrada. Deste modo, até mesmo se o óleo alcançar as buchas, é provável que ele esteja contaminado. O problema da bolha de ar pode também aparece quando o lubrificante escorre pela parte interna do anel percorrendo o entorno da bucha. O comprimento menor e o diâmetro maior do anel, comparado com a bucha, provavelmente não se transforma em um problema. O problema da contaminação neste caso é menos severo porque as rodas dentadas tendem a limpar a superfície do anel automaticamente. Se o óleo for aplicado nos anéis, ele pode facilmente escorrer por ambos os lados do anel, porque o ar e o óleo escoam através do espaço formado pelas duas metades da bucha alcançando também o pino. O óleo então escoa ao longo dos pinos para as laterais das junções com as placas. Desde que as placas laterais sejam lubrificadas pelo lado interno, existe uma ação natural de lubrificação que traz a sujeira e a areia para fora da corrente ao invés de transportá-la para dentro. Ou seja, a face exterior dos anéis sofre a limpeza pelo contato direto com as rodas dentadas. Limpando a Corrente Existem muitas maneiras de limpar a corrente de uma bicicleta, mas nenhuma delas de maneira muito satisfatória. Dois destes métodos podem funcionar. O procedimento tradicional para a limpeza da corrente é removê-la da bike e então lavá-la em um solvente. Este modo pode ser um problema para as correntes novas. As rodas dentadas da Shimano do tipo Hyperglide possibilitam as trocas de marchas a plena carga, condição a qual promove alta tensão neste componente que transmite potência. Alguns sistemas antigos com rodas dentadas planas requerem que o ciclistas alivie a força enquanto ocorre a troca de marcha. Para tornar estas tensões na corrente suportáveis, os modelos modernos possuem pinos que são inseridos de modo que fiquem mais apertados nas placas laterais da corrente. Os pinos das correntes indexadas são difíceis de serem removidos ou reinstalados sem que danifiquem tanto o pino quanto as placas laterais. Se o usuário deseja estabelecer um hábito para a limpeza da corrente, removendo-a da bicicleta, é melhor comprar um link removível de ligação tais como o Craig Super Link ou SRAM PowerLink. Estas “emendas removíveis” permitem a remoção e re-ins tala ção da corrente sem que sej am nec essárias ferramentas. O PowerLink é um equipamento standard fornecido pelas correntes SRAM. Uma outra maneira de limpá-la é com o auxílio de um dispositivo instalado na própria bicicleta. Este equipamento é constituído de uma caixa a qual é anexada à corrente. O dispositivo contém escovas e pequenas rodas que flexionam e rodam a corrente dentro de um banho de solvente. Limpar a corrente fora da bicicleta tem a vantagem de promover um melhor aproveitamento do solvente; ele não fica tão contaminado quanto o dispositivo que é usado na bicicleta. Uma quantidade maior de solvente tem a capacidade de diluir melhor os detritos presos à corrente. O sistema de limpeza usado na bicicleta tem a vantagem de flexionar os links e girar os anéis da corrente. Este tipo de limpeza apresenta rendimento mais produtivo para a limpeza das partes internas. Desgaste da corrente e rodas dentadas Quando uma corrente nova engrena em uma roda dentada também nova, todos os anéis que estão em contato com a engrenagem possuem contato igual correspondente ao vão do dente da roda dentada. A carga ou a tensão é distribuída de forma uniforme entre os anéis e dentes. Do centro de cada anel para o subsequente, a distância é de ½” (12,7mm). Esta distância é conhecida como o passo da corrente. O dente da roda dentada é construído de forma que a distância do centro da curva que forma o vão do dente seja os mesmos 12,7mm do centro da curva do próximo vão. O diâmetro da roda dentada é determinado pelo passo e pelo número de dentes. Para uma corrente nova usada em uma roda dentada desgastada, a maior parcela da transmissão de força acontece no lado onde a corrente engrena primeiro. Em função da alteração no passo desgaste , os anéis da corrente que fazem parte da parcela que está deixando a roda dentada, estão pouco tensionados para puxar o dente; ao invés disso, os anéis são forçados para cima pela inclinação do dente desgastado. A carga está concentrada nos anéis e dentes desde que estes estejam realizando a maior parcela do trabalho. Para completar, como os anéis seguem seus dentes na roda dentada, eles acabam rolando para cima na rampa que é formada no dente desgastado. Isto promove o desgaste no lado interno dos anéis e nas buchas sobre as quais os anéis rolam/deslizam. Em uma corrente nova, os anéis sofrem um pequeno giro durante o engrenamento e desengrenamento; nada comparado com o giro provocado pela escalada da corrente sobre a engrenagem. Tendo em vista um passo alterado de corrente ou de roda dentada a corrente não “sentará” de maneira confiável nesta roda dentada sob carga e tenderá a subir o dente da engrenagem até que ocorra o “salto”, comumente dito na comunidade ciclística a relação está escapando. Já uma corrente velha, montada com uma roda dentada nova, promoverá a distribuição da carga somente nos dentes mais tencionados; a corrente deixa de engrenar perfeitamente na parte menos tencionada. A nova roda dentada sofrerá um desgaste rápido até que esta fique com o passo adequado para a corrente velha. Medindo o Desgaste da Corrente O esquema da figura acima apresenta um desgaste similar com a roda dentada. É possível observar que o anel tende a escalar o dente da engrenagem quando o desgaste aumentar. O desgaste na corrente promove sua elongação de modo que o aumento no comprimento não “combina/casa” com o passo da roda dentada. A engrenagem também sofre um desgaste proporcional, aumentando o seu passo de maneira que ela “case” com o desgaste da corrente. A maneira padrão de medir o desgaste de uma corrente é usando uma régua ou uma fita metálica. Este procedimento pode ser realizado sem que a corrente seja removida da bicicleta. A técnica normal é medir o comprimento, o passo da corrente posicionanto a marca de 1 polegada na régua exatamente na metade do pino, então verificar se os 12 pinos subsequentes acompanham a medida. Meia e uma polegada subsequente na escala visto que o passo da corrente é de meia polegada. Em uma corrente nova, isenta de qualquer desgaste, os pinos estarão perfeitamente alinhados com a marca da polegada e meia polegada observadas na escala. Já numa corrente desgastada, os pinos passarão da marca da polegada. Este procedimento fornece a medida direta do desgaste e de forma indireta o desgaste das rodas dentadas ou das mais usadas.