dromoaptidão e a evolução dos intrumentos bélicos
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DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER CAMPOS, Mathaus Viana1 Acadêmico de Relações Internacionais – UNAMA ALMEIDA, Mário Tito2 Doutorando em Relações Internacionais - UNB RESUMO Esse trabalho apresenta uma análise histórica acerca da evolução dos instrumentos bélicos desde a guerra civil americana até a atualidade, aplicando o conceito de dromocracia cibercultural de Eugênio Trivinho. O objetivo desse artigo é realizar uma análise do assunto utilizando o realismo ofensivo de John Mearsheimer, teoria de Relações Internacionais que tem a segurança como um dos seus temas principais. Conclui-se que existe forte correlação entre o aumento da utilização de drones nos conflitos contemporâneos e as constantes ações dos estados para garantir mais poder no sistema internacional. Palavras-chave: Dromocracia, Drones, Realismo ofensivo. ABSTRACT This article presents a historical analysis about the development of military instruments from the American Civil War to the present, applying the concept of cyberculture and dromocracy of Eugenio Trivinho . The aim of this article is to look into this matter using offensive realism of John Mearsheimer , International Relations theory that has security as one of its main goals. It is concluded that there is strong correlation between the increased use of drones in contemporary conflicts and the constant actions of states to ensure more power in the international system. Keywords: Dromocracy. Drones. Offensive realism. 1. Introdução 1 Acadêmico de Relações Internacionais (UNAMA). Acadêmico de Licenciatura em Letras – Francês (UFPA) – [email protected] ² Doutorando em Relações Internacionais (UNB), Mestre e Bacharel em Economia (UNAMA), Licenciado em Filosofia (UCB) - [email protected] DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER As guerras sempre estiveram presentes no cenário internacional. Isto decorre do fato que o sistema internacional é por natureza anárquico, o que torna a busca de alcance dos interesses de cada estado, uma luta incessante. Entende-se a guerra como um conflito humano, mais precisamente como um conflito entre comunidades humanas. No pensamento de CLAUSEWITZ (1984, p.89), a guerra: “Nada mais é que um duelo em escala maior. Inúmeros duelos vêm a formar a guerra, mas um quadro dela como um todo pode ser formado por um par de duelistas. Cada um tenta através da força física compelir o outro a fazer sua vontade; seu objetivo imediato é derrubar seu oponente de modo a torná-lo incapaz de uma resistência posterior. A guerra é assim um ato de violência destinado a compelir nosso inimigo a fazer a nossa vontade.” (CLAUSEWITZ 1984:89. Apud PASSOS, Rodrigo, em 2005) As sociedades procuram guerras por interesses primitivos, tais como expandir seus territórios, com intuito de aumentar a garantia de alimentação para seu povo, porque em alguns casos, há países que não possuem solo fértil para garantir melhor condição para sua população e assim buscam novos territórios que podem levar a guerras. Outros fatores podem ser as diferenças entre pessoas ou comunidades, às vezes para certificar sua posição de destaque no cenário internacional, ou pelo simples fato de busca de maximizar o seu poder. A busca pela autoproteção leva a evolução da maneira de pensar essa segurança. É por isso que, talvez, as guerras sejam sempre cada vez mais são intensas e destrutivas, pois o os estados sempre buscam dominar os outros e conseguir maior poder no sistema.. Esta busca de dominação, por isso, concretiza-se nas guerras e esta, por sua vez, para ser vencida, exige investimento em armas com poder de destruição cada vez maior. Neste sentido, as armas de guerra são uma das maiores demonstrações de poder dentro de uma batalha. Ou seja, quanto mais rápidas e potentes forem, maior será a vantagem de um estado em uma guerra. Logo, as armas com o passar do tempo e com o aumento da tecnologia tendem a passar por processos de aprimoramento. Os drones, neste contexto, são os mais avançados meios de guerrear da indústria bélica contemporânea e, por suas características, pode garantir a um estado grandes vantagens numa guerra. O presente artigo tem por objetivo analisar de que forma os drones, enquanto instrumentos bélicos de alta tecnologia e evolução, podem garantir a um estado maior dromoaptidão nos conflitos e, consequentemente, atender aos interesses de aumentar seu poder-força diante dos outros estados. Tal pesquisa está dividida em três partes, após esta introdução. Inicialmente localizam-se teoricamente as características da contemporaneidade no que se refere à REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 MATHAUS VIANA CAMPOS dromocracia e suas específica qualificação cibercultural. Em seguida apresenta-se a evolução dos instrumentos bélicos e o aparecimento dos veículos aéreos não tripulados. Por fim, os traços conclusivos discorrem sobre esta evolução e sua utilização para fins de dominação no sistema internacional. 2. Interfaces entre dromocracia cibercultural e o realismo ofensivo de John Mearsheimer Para atingir o objetivo elencado acima, é importante discorrer sobre as linhas teóricas que permitirão uma análise dos drones como instrumentos de dromoaptidão dos estados na busca pela sua sobrevivência, conforme explica Mearsheimer. 2.1 A dromocracia cibercultural O conceito de Dromocracia nas ciências humanas e sociais teve inicio com o filósofo Frances, Paul Trivinho, em 1977. Em seu livro Velocidade e Política, Virilio (1977) apresenta os fundamentos para a compreensão da Dromologia. O termo é utilizado pelo autor, que o define como o estudo da velocidade. Dromos, prefixo grego que significa rapidez, portando, a velocidade se tornou sinônimo de poder dentro do sistema internacional. Em seu livro, “A Guerra Pura”, Virilio destaca a evolução em que a sociedade se encontra, de forma que o espaço cibercultural ultrapassou o espaço físico. Para o autor os conflitos hoje, não necessitam mais de pessoas para que se tenha uma vitória, e por isso ela é pura. Com a utilização de drones nas Guerras, houve cada vez mais a redução de pessoas no campo de batalha, logo assim a diminuição da ação em campo terrestre, pois as tecnologias desses pequenos aviões não tripulados permitem que os exércitos sejam desnecessários. A utilização de uma guerra aérea traz um perigo ainda maior e destruidor do que uma guerra física, porque como já discutido, o poder de destruição desses drones consegue ser muito maior que de um exercito grande. Principalmente quando estão carregados com bombas atômicas. Para Trivinho, a Dromoaptidão, em outras palavras a capacidade de ser veloz, mostra que existem países mais Dromoaptos que outros. Quando se diz respeito a Drones, Os EUA e Israel são os mais Dromoaptos. Nas palavras de Virilio, a elite Cibercultural Dromoapta, é a REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER que opera quase inteiramente no filão virtual do tempo real e já nem toca mais o solo próprio das zonas urbanas, então convertido em lugar (morto) de passagem (Virilio, 1984b) Trazendo a ótica da Cibercultura Trivinho conceitua Dromocracia Cibercultural, como: “um regime transpolítico invisível erigido no contexto de um regime político tradicional e visível, a democracia: comparecendo como um regime eclipsado na dinâmica tecnológica da democracia contemporânea, essa democracia não é, hoje, senão a forma sintomaticamente protuberante da Dromocracia Cibercultural” [...] “não se consubstancia em nenhum fator palpável, materialmente identificável e comprovável [...] A Dromocracia Cibercultural está acima de qualquer jurisprudência formalizada.” (TRIVINHO, 2007, pp. 101-102) Dentro do regime da velocidade cibertecnológica, no qual os países buscam a hegemonia através da melhoria de suas tecnologias para fins sociais e militares, principalmente, o que tiver maior poder, o que for mais dromoapto, terá um espaço renomado no sistema internacional. 2.2 O realismo ofensivo de John Mearsheimer Dentro da teoria do realismo ofensivo, de John Mearsheimer, teórico de Relações Internacionais. Como o realismo, o realismo ofensivo visa os estados como principais atores do sistema internacional. O Realismo Ofensivo é uma abordagem estrutural, ou seja, o autor acredita na Anarquia do Sistema Internacional, além de que essa Anarquia é imutável. Logo os estados sempre buscarão a sobrevivência, mas não somente, também buscarão maximixar seu poder. Para Mearsheimer o poder é: Based on material capabilities, specifically the sum of military and latent power. Not equivalent to outcomes of conflict because tautological, and non-material factors often influence outcome (i.e. Vietnam War). Offensive realists argue only that superior capability more likely to result in successful outcome. (MEARSHEIMER, New York. 2001) De acordo com o autor os estados nunca tem certeza das intenções de outros estados, portando os estados focam em sua natural capacidade ofensiva, ao invés de se concentrarem em intenções. Outro ponto importante para John, é que os estados temem uns aos outros, por causa da variação na destruição de poder e também pela busca de maximizar seu poder. REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 MATHAUS VIANA CAMPOS O ponto principal a ser analisado dessa teoria é o fato de que a busca da maximização de poder está diretamente ligada à capacidade militar, melhor dizendo, capacidade de armamento de cada país. Como dito anteriormente, os EUA como Hegemonia vigente, busca manter esse titulo. de forma com que deve programar estudos e investimentos financeiros em aprimoramento de sua Ofensiva militar para assim não precisar temer outros estados que buscam maximizar sua capacidade. Assim como podemos ver no caso de Israel, que por volta dos anos 80, analisou os EUA a multiplicar sua frota de Drones e utilizarem o mesmo em suas guerras, principalmente em 1971. Os israelenses observaram os resultados de Drones usados no Vietnam e resolveram adquirir a tecnologia. Cada vez mais os estados melhoram suas capacidades militares, como vimos nesse artigo a evolução das armas em guerras. No inicio a utilização de pistolas, após a busca por armas maiores levou a criação de metralhadoras e assim chegando aos tanques, aviões. Os caças foram as armas de guerra que praticamente levaram ao avanço do que hoje conhecemos como Drones, são replicas perfeitas de uma ideia antiga, somada a uma era tecnológica nova. 3. Evolução dos instrumentos bélicos A primeira arma de fogo com potencial relativamente alto para época foi datada na primeira metade do século XIV, chamada Canhão de Mão, era uma arma que tinha em torno de um metro, onde se era necessário acender o pavio com um pó que explodia dentro do cano, assim expelia a bala. No século seguinte, já era possível ver novas versões dessa arma, foi nomeada de Matchlock, na qual não precisava mais acender um fio até a pólvora, fora instalado um gatilho, para acelerar o processo. Com o passar dos séculos as armas de fogo foram ficando cada vez mais precisas e sofisticadas, com o surgimento de novas técnicas de fabricação como a pistola pederneira que através de uma válvula recarregava a pólvora da arma, movimento que antes poderia apenas ser feito manualmente. No inicio do século XIX a Glatling gun passou a ser o produto mais procurado por todos os países, pois pela primeira vez uma arma de fogo conseguia disparar uma bala atrás da outra, modelo do que hoje conhecemos como metralhadora. Apesar da baixa tecnologia a Glating Gun era a primeira maquina a disparar 200 balas por minuto, utilizando um barril de reposição de pólvora e seis canos precisos. Essa maquina foi produzida durante a guerra civil REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER americana, a qual ficou conhecida como a primeira guerra moderna, pois teve investimento forte em armas, que conseguiam aniquilar o inimigo em grande escala, podendo destacar a metralhadora e a granada. 3.1 As Guerras Mundiais e a evolução das armas No século XX, precisamente durante a primeira guerra mundial (1914-1919) o exercito britânico com a necessidade de conquistar mais territórios sem ter danos em seu pavilhão de soldados, começou uma investigação para criar um veiculo que pudesse ultrapassar barreiras e trincheiras e que fosse à prova de armas de fogo. Um ano após o começo da guerra o exercito inglês tem seu primeiro protótipo que foi nomeado de Little Willie e testado em setembro de 1915. No inicio de sua utilização os Landships como eram chamados antigamente não serviam como arma, e sim transportavam água para os soldados, mas a partir de 1916 o famoso tanque Mark I foi um dos primeiros a ser utilizados com arma de fogo, um ano depois outras potencias passaram a ter a mesma maquina. Essas novas tecnologias na guerra não foram tão desenvolvidas nesse período quanto a da aviação. Apesar de já existir há algum tempo os aviões ainda eram novos como armas de guerra, principalmente os primeiros aviões que sua capacidade de abastecimento era muito baixa, tanto quanto sua potencia. Como descreve bem o historiador francês Jean-Yves: “Se a Grande Guerra foi uma batalha terrestre por excelência, pôs em primeiro plano um conceito estratégico que se consolidou nos conflitos posteriores do século XX: o domínio do céu como condição indispensável para toda ação de envergadura em terra ( LE NAOUR, Jean-Yves. 2013)” Dentre esses aeroplanos, está o Farman MF-7, que era um avião com a hélice na parte traseira. No inicio da primeira guerra mundial era difícil obter o pensamento de utilizar essas maquinas para carregar armas pesadas ou bombas, justamente pela sua baixa capacidade, então eles eram utilizados apenas para mensagens entre as tropas. O primeiro combate aéreo datado aconteceu em 26 de agosto de 1914 quando as tropas inglesas acharam uma brecha nas tropas alemãs e imediatamente encheram o avião com granadas para tentar explodir os aviões alemães para que a comunicação não seguisse e assim aumentasse as chances dos ingleses na guerra. Com ajustes feitos após esse combate, não demorou a que os aviões passassem a levar além das granadas, soldados com fuzis para tentar tornar mais eficiente o abatimento de aviões inimigos. REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 MATHAUS VIANA CAMPOS Em 1916 as complexidades dos aviões de guerra já se encontravam em nível muito elevado, pois nesse ano a superioridade tecnológica já tinha permitido que os aviões tivessem armas que pudessem atirar para frente como o inglês Airco DH2 e o Francês Nieuport II. Esses aviões foram cruciais para a derrota alemã, pois com a velocidade em que se encaminhava a tecnologia, no mesmo ano a Inglaterra tinha o primeiro grupo de aviões de caça. A partir do ano seguinte, os caças passaram a ficar mais sofisticados, ficaram mais velozes, porque seus motores agora geravam o Máximo de rotação a base de água. Com o aumento da influencia que os aviões estavam exercendo nesse período conflituoso, surgiriam os ases, que eram pilotos que conseguiam derrubar o inimigo de forma rápida e eficaz, assim tornando os pilotos em dominadores do ar. Vinte anos depois do termino da primeira guerra mundial, vimos o inicio de outra guerra no cenário internacional, a qual ficou conhecida como segunda guerra mundial. A aviação nesse período teve um grande marco na historia, pois alem de termos aviões que estavam especializados em atacar, também passaram a ser utilizados como defesas. Com a instalação de novos designs e formatos e de novo porte de armas, como por exemplo, o F4U Croisar que foi um avião projetado para ter uma asa similar a de uma gaivota. Em 1941-1943 podíamos ver em ação o avião que tinha uma nova tecnologia, o F4F Wildcat foi utilizado intensamente pela marinha. Era um caça com uma estrutura menor que a convencional, mas ainda assim mais pesado, porque nele era aplicada a tecnologia de blindagem, onde esse avião se tornava um dos com maiores dificuldades de derrubar. Então o F4F conseguiu acabar com mais de mil aviões inimigos na época em um curto período de tempo de 3 anos. O Tempest V foi um dos primeiros aviões a se manter resistente durante um longo período e que carregava dois canhões em seu interior. Cada vez mais os aviões foram ficando mais resistentes, e capazes de carregar cargas mais pesadas. Nesse período um avião mostrou a capacidade de destruição em que avião podia carregar uma ideia nunca tentada antes levou a o maior desastre conhecido hoje no Japão. O B 29 foi um caça que tinha sua tecnologia voltada para a maximar a capacidade de carga, sendo assim em 1945 quase no final da segunda guerra mundial, o Enola Gay, como ficou conhecido, saiu dos Estados Unidos em direção ao Japão, onde bombardeou a cidade de Hiroshima com uma Bomba Nuclear, causando uma vasta destruição. O mesmo bombardeador foi utilizado para levar outra bomba atômica, desta vez na cidade de Nagasaki. REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER Após o fim da segunda guerra mundial, o mundo tentou entrar em uma era sem guerras, assim países se esforçavam cada vez mais para chegar a acordos e assim, solucionar problemas através da cooperação. Apesar dos conflitos tiveram uma baixa, os desenvolvimentos de novas tecnologias ampliaram gradativamente. O exemplo disso são os Drones. 3.2 Os Veículos Aéreos não Tripulados Os Drones, ou VANTs (Veículos Aéreos não tripulados) formalmente falando , são pequenos aviões que primeiramente eram utilizados para reconhecimento territorial, tais como os aviões no inicio da primeira Guerra mundial. Essas aeronaves funcionam de maneira simples, uma vez que é controlada via radio frequência, pode ser guiada de qualquer lugar do mundo. Assim o seu trabalho de obter imagens e filmes pode ser mais útil, sem a preocupação de arriscar uma vida para obter esse tipo de informação. Assim como durante a guerra fria, que Drones americanos conseguiram captar imagens de tropas soviéticas entregando mísseis em cuba. É contraditório afirmar que primeiramente os Drones eram especializados em salvar vidas, fazendo suas buscas para serviços de inteligência, estratégicos e até mesmo para observar tropas inimigas para a tentativa de evitar combates. Atualmente os Drones estão sendo utilizados como armas de guerra, principalmente pelas grandes potências. Os primeiros Drones surgiram em 1953 nos Estados Unidos, mas só em 1994 passaram a ser testados em carregamento bélico. O primeiro uso efetivo como arma de guerra, foi no inicio do que ficou conhecido como guerra ao terror, em 2001, o presidente norte americano declarou guerra ao Afeganistão como respostas aos atentados terroristas contra as torres gêmeas em Nova Iorque. Durante essa operação contra os terroristas, é estimado que até 2004, a CIA (Central Intelligence Agency) tenha comandado vários ataques com Drones, mais de 400. Deixando pelo menos 2000 mortos, das quais apenas 84 eram de fato reconhecidos como membros da AI- QAEDA. A partir de 2008 com a eleição de Barak Obama, o uso de Drones Intensificaram. O presidente, junto à força aérea dos EUA, formou um plano de longa duração, entre 20092047, aplicariam estudos e testes de forma que essas aeronaves fiquem cada vez mais autossuficientes, buscando uma mudança no papel de humanos nas guerras. Logo ao lado dos EUA está Israel, com uma das maiores tecnologia em Drones. Atualmente esse país é o maior exportador de Drones do mundo, com um pouco mais de 60% REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 MATHAUS VIANA CAMPOS das exportações do produto desde 1985, de acordo com novos dados do Instituto de Pesquisa da Paz Internacional de Estocolmo. Os produtos da Israel Aerospace Industries (IAI) estão sendo utilizados em diversos conflitos, como por exemplo, em Mali e na Síria. Em 2014, os Drones israelenses contabilizaram, através de bombardeios, mais de 2.000 mortos na faixa de Gaza, baseado pela pesquisa da Al Mezan Centro de Direitos Humanos. Com essa tecnologia, não foram utilizados nenhum soldado israelense, apenas um individuo para controlar essas aeronaves. No Brasil, a utilização de Drones, diferente de outros países, é pacifica. Usado desde a década de 90, os veículos não tripulados são importantes para missões de reconhecimento, apoio a direção de tiros, e a vigilância aérea, marítima e terrestre no país. Os Drones tiveram grande importância nessa ultima década na aérea civil, no combate a desastres naturais, como em incêndios florestais, no qual se torna um lugar de difícil acesso para os bombeiros. 4 Conclusão O processo de Dromocratização é tão intenso que chegamos a um nível que os Drones conseguem construir escapes de guerras, ou até mesmo de resgates. Na Suécia, no qual pesquisadores do Institute For Dynamic Systems and Control utilizam Drones de pequeno porte para a construção autônoma de pontes que suportam pessoas. Apesar de essas novas tecnologias precisarem de um acervo de instrumentos para que a ação aconteça, podemos levar em consideração que é mais um pequeno passo para um futuro cheio de novas invenções, tanto para o uso em resgates, como em guerra. Por um lado, a dromocracia cibercultural, no qual se baseia na busca pela melhoria da tecnologia, na busca da velocidade/rapidez para justificar a relação conflituosa dos países. A Dromoaptidão que torna cada ator mais veloz, mais capacitado a sobreviver na era Dromologica, onde os Dromoinaptos não têm poder, ou mesmo, voz dentro desse grande cenário. Por outro, a Teoria do Realismo Ofensivo das Relações Internacionais, na qual para justificar as ações dos estados, que buscam sempre a sobrevivência e para não precisar se preocupar com ameaças externas, busca então, a Hegemonia, pois somente nesse estagio o estado fica menos vulnerável as intenções dos demais. De forma com que as decorrentes teorias complementam-se. Onde cada vez mais os drones se tornam armas mais perigosas, hoje em dia conta com a capacidade de ter como REVISTA DROMO&RI Belém, vol. 1, n°1, agosto/dezembro 2015. p. 10-21 DROMOAPTIDÃO E A EVOLUÇÃO DOS INTRUMENTOS BÉLICOS: UM ESTUDO HISTÓRICO-ANALÍTICO À LUZ DO REALISMO OFENSIVO DE JOHN MEARSHEIMER carga, bombas com destruição em massa, evitando assim arriscar a vida de um piloto. A partir da analise de ambas as teorias, pode-se afirmar que os estados sempre procurarão formas de maximizar suas ofensivas militares, ao ponto de que alcancem um patamar Hegemon, tronando-se mais Dromoapto possível para conseguir permanecer dentro da ditadura da velocidade em que vivemos. 4. Referências AGRELA, Lucas. Drones Constroem Pontes que Suportam Humanos. Info. 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