Mobilização social: o x do problema
Transcrição
Mobilização social: o x do problema
São Pedro da Serra 17 NOTÍCIAS - NOTÍCIAS - NOTÍCIAS - NOTÍCIAS - NOTÍCIAS - NOTÍCIAS Visite Lumiar & São Pedro da Serra Muita natureza e toda a paz do Universo O grupo de teatro de bonecos e animação cultural “Bonecos da Casa Velha”que realizou recentemente várias apresentações da peça “Arvorada na Serra” anuncia uma renovação completa. Com perspectivas de trabalhar com bonecos, mágicas, contação de estórias, perfomances, música, enfim de trabalhar com animação cultural, convida os interessados a participarem da reunião que se realizará no sábado, dia 20 de novembro, às 16 horas na Casa Velha do Sítio Jardim Beija-Flor na rua João Mafort s/nº em São Pedro da Serra. Quaisquer informações: Jorge Miguel Mayer . Tel: 22- 25423572 e e-mail:[email protected] Para o quarto Festival de ruta, de 12 a 28 de novembro, a opção em São Pedro da Serra serão os restaurantes Dê Gastronomia, Espaço Bistrô e Paiol, no início da Rodrigues Alves, como cardápios especiais para o evento. A Truta produzida em Macaé de Cima é muito apreciada. A região produz cerca de 2 toneladas de peixe por mês, ocupando no mercado a liderança estadual. A proposta do Festival é gerar empregos e a qualificação da mão de obra, afirma o Chef Devanildo da Silva, o Dê, que está a frente do evento. O Evento abrange SPS, Mury e Lumiar e está sendo realizado pela APL (arranjo Produtivo Local) ladeado pelo SEBRAE. Nas localidades haverá palestras sobre atividades no mercado de restaurantes e atendimento aos clientes. A programação do Espaço Cultural de São Pedro da Serra, em novembro, terá no dia 6 a palestra sobre Florais com Célia Braga. No dia 13/11 a abertura da 3 mostra coletiva de fotos, com autores e temas diversos. Neste mesmo dia, as 20:30, o show das Cantadeiras, musical denominado “Achados e Perdidos da Felicidade”. Em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra com a música do Nego Dé. Dia 18/12 terá início a exposição de Móbiles e acessórios de Marcelo Milver. O Centro de informações de Turismo, de SPS, permanece fechado há três meses por falta de um funcionário da Prefeitura. O Posto de Saúde de SPS carece de um auxiliar de enfermagem e de três agentes comunitários de saúde. Segundo a AMASP, desde 18/10 a Dra Márcia passou a atender cnsultas nas segundas e quintas feiras, de 8 horas a 17 horas. O bar Ponto Final, no largo do Estrela, tem música ao Vivo nas sextas e sábados, a partir das 21 horas. A recente iniciativa é de Glace e Clemilson, vindos de Cabo Frio, e oferece caldos e aperitivos. Sérgio Biff, artista plástico carioca, com casa em SPS, é o autor da escultura figurativa do poeta Flávio Nascimento, exposta no Bar do Lúcio, no centro de SPS e do quadro do Pizzaiolo na Pizzaria Tomate, ao lado. Rodrigo Garcia, violonista da Banda Nó Cego, de SPS, assumiu a coordenação musical do Projeto Cultural “Outro Sul”, de Pelotas (RS) que tem o patrocínio da Universidade Federal de Pelotas e Do Ministério Da Cultura. Está em fase final a gravação do compositor gaúcho Marco Gotinari, com a participação de músicos de SPS neste inter5cambio cultural. Há recurso de 2 milhões previstos para SPS no projeto de saneamento para Nova Friburgo na Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Também serão beneficiadas as localidades de Lumiar e Boa Esperança. O desenrolar do serviço está na dependência da Prefeitura de Nova Friburgo elaborar o projeto técnico para o saneamento, que inclui EStações de Tratamento de Esgotos. Mobilização social: o x do problema Jorge Miguel Mayer O poder autoritário no Brasil sempre apoiado no poder do capital tem como prática constante afastar as massas da decisão política, seja pela força, seja pela manipulação política e cultural. Durante muito tempo, teóricos da esquerda dignosticaram o impasse nacional:para assegurar um desenvolvimento independente capaz de enfrentar as tradicionais oligarquias e a dependência internacional era necessário mobilização popular através da participação social em todos os níveis. Ao mesmo tempo, sob temor de que isto significasse ameaçadores ganhos populares, a chamada burguesia nacional e segmentos da classe média se alinharam à repressão e às propostas autoritárias. Em síntese, o chamado golpe de 64 representou exatamente esta conjuntura que inaugurou a ditadura recente no País. Atualmente as grandes questões do país já não encontram a voz ativa de partidos políticos, sindicatos, grêmios estudantis. Ao invés de simplesmente repetir chavões explicativos, é hora de aprofundar esta questão. Por que os partidos políticos se afastaram tanto das bases de tal modo que a política passou a ser vista como um campo onde proliferam oportunismos, máfias e protestos inúteis como a eleição dos Tiriricas? E os sindicatos? Em boa medida atrelados ao Governo, dele recebendo suas benesses numa reprodução moderna do antigo peleguismo. Antigamente, estudantes participavam ativamente da política nacional. Fui formado numa época de intensa movimentação política no âmbito da saudosa Faculdade Nacional de Filosofia. Havia um diretor que afirmava peremptoriamente: “estudante é para estudar, não para fazer política”. E os que faziam política desmentiam esta afirmação maniqueísta. Estudávamos muito até para fazer a boa política. E não deixa de ser significativo que os que outrora eram estudantes politizados se transformaram em boa parte nos quadros dirigentes de hoje em dia. Pois bem, aproveitando este momento em que se fala tanto em educação e cultura, eu me pergunto se a discussão de questões nacionais e mundiais acompanhada de participação em lutas fora dos muros escolares não seria altamente benéfico para a formação dos jovens assim como daria um novo alento à política nacional. E educação puxa a questão cultural. Afinal, ao invés de ser apenas objeto da vontade e manipulação dos poderosos, a conscientização política e social, que em boa medida vem da cultura, é chave para uma nova atitude em relação à violência, à alimentação, à saúde e conquista de direitos sociais. E é um passo necessário para se inaugurar um novo regime que destrave a economia Arte em Retalhos (Patchwork), Artigos Ecológicos, Café, Livros e Cds especiais Tels: (22) 2542-3035 (22) 2542-3572 São Pedro da Serra, Nova Friburgo Anexo à Pousada Baviera brasileira e permita que suas potencialidades se realizem de forma ampla. Um dos aspectos que, na falta de uma articulação nacional tem ocorrido, é a fragilidade do poder local e da participação pública neste nível. É o que os últimos acontecimentos de Nova Friburgo demonstram. O prefeito eleito, Heródoto Bento de Melo se encontra hospitalizado há mais de quinze dias. Os informes dizem apenas que o seu estado de saúde é bom. Se é bom, por que ele não se pronuncia em relação à política local, especialmente quando o prefeito que assumiu seu lugar, Demerval Neto promoveu, sem qualquer satisfação ao povo, uma demissão em massa nos escalões políticoadministrativos. Velha prática de se resolver tudo no tapetão ignorando a voz popular. Fiquei pessoalmente chocado quando um dia li no jornal A Voz da Serra que Francisco Gregório da Silva, o titular da Secretaria Pró-Leitura, juntamente com a subsecretária Maria Clara Cavalcanti, foram sumariamente demitidos. E que se pensa em extinguir a própria Secretaria Pró-Leitura. Um golpe profundo na expectativa cultural. Sou testemunha do belo trabalho que vinha sendo realizado de semeação de leitura, de valorização das estórias-histórias populares, da valorização do próprio povo. Um verdadeiro convite para uma revolução escolar com novas práticas de ensino. Ao que parece estava recebendo apoio do Ministério da Cultura e creio da UNESCO. Enfim era um exemplo a ser disseminado nacionalmente. E com uma penada este trabalho é dificultado. Alguém afirmou que ele não vai parar. Sim, enquanto houver gente consciente, as sementes vão brotar apesar da falta de apoio oficial para assegurar espaços, bibliotecas, acesso à rede virtual. E eu lhes pergunto: até quando a biblioteca pública de São Pedro da Serra deixará de ter seu acesso amplo da comunidade para viver penosamente sob os muros do Colégio Estadual? Até quando a quadra de esportes e outras manifestações ficarão sujeitas a chuvas e trovoadas? Mal ou bem, a sociedade se renova. A vida cultural encontra algum modo de se manifestar. Como dizia o saudoso Betinho, o Estado só age empurrado. Então é um convite para a sociedade se manifestar. E,sobretudo, não esperemos que “tudo mude”. Mudemos nós próprios e o que está ao nosso alcance. E cada um tem seu efeito multiplicador. O autor é Doutor e professor de história da Universidade Federal Fluminense [email protected] Cinema, Shows, Exposições, Eventos e Palestas Carlos Pinho: (21) 9989-3323 Celso Bomfim: (21) 9112-0653