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Transcrição

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Informativo da
Informa
NESTA EDIÇÃO
Curso sobre
modelagem de
estruturas de
edifícios
Acontece nas
Regionais
Artigo
Técnico traz
contribuição
à análise da
resistência
do concreto
Entrevista
com a
arquiteta
Lucia Basto
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3
Ano 16 - Nº 90 Mar/Abr 2012
Congresso Brasileiro
de Pontes e Estruturas
Quinta edição traz
personalidades
internacionais e
nacionais para
discutir grandes
obras
5
16
25
Confira matéria
completa nas págs.
14e15
18.04.12 10:17:35
Editorial
18
ANOS
Associação Brasileira de Engenharia
e Consultoria Estrutural
Av. Br
A
Brigadeiro
rigade
eiro Faria Lima, 1993 - Cj. 61
CEP
C
EP 01
01452-001
52
2-001 - São Paulo - SP
Tel.:: (11) 3938-94
Tel
39
938-9400 - Fax:
ax: (11)
(1 3938-9407
3938 9407
3938-9400
www.abece.com.br
[email protected]
Presidente
Eduardo Barros Millen
elacionam
mento
o
Vice-presidente de Relacionamento
no
Suely Bacchereti Bueno
ecnologia
a e Qualidad
Q
Vice-presidente de Tecnologia
Qualidade
edreira de
d Freitas
Fre
eitas
Augusto Guimarães Pedreira
arketing
g
Vice-presidente de Marketing
Vendra
amini
João Alberto de Abreu Vendramini
-finance
eiro
Diretor administrativo-financeiro
Roberto Dias Leme
Diretores
sa, Guilherme
Guilherm
me Covas,
Covas
Enio Canavello Barbosa,
za Júnior,
Júnio
or, José
Jo
osé Luiz
Jefferson Dias de Souza
tins Laginha
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V. C. Varela, José Martins
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Conselho deliberativo
tonio Carlos
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Alberto Naccache, Antonio
armona Filho,
Filho, Bruno
Laranjeiras, Antonio Carmona
ia D´Alambert,
D´A
Alambert,
Contarini, Flávio Correia
ano, José
Jo
osé Roberto
Francisco Paulo Graziano,
m), Júlio
Júlio Timerman,
Tim
merman,
Braguim (in memoriam),
Cap
petinga,
Marcelo Rozenberg, Marcio Capetinga,
tri, Marcos
Ma
arcoss Monteiro,
Marcos de Mello Velletri,
ental, Nelson
Nelsson Covas,
Natan Jacobsohn Levental,
lva França,
Frrança, Sônia
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C
Regina Freitas, Valdir Silva da
e
Virgilio Augusto Ramoss
Secretaria geral
Elaine C. M. Silva
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ABECE Informa é uma
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E
Enge
enharia
Associação Brasileira de Engenharia
al
e Consultoria Estrutural
Conselho Editorial
ABE
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E
Diretoria Executiva da ABECE
gram
Produção Editorial e Diagramação
Prefixo Comunicação
Editora
83
Rosana Córnea (MTb 17183)
Projeto Gráfico
or Benê
B
Prefixo Comunicação (por
Armas)
2
Somos desconhecidos
e precisamos agir
para mudar
Dácio Carvalho
Delegado Regional Fortaleza
A
Engenharia Estrutural nacional vive difícil momento, com sucessivos colapsos
de edifícios. Infelizmente, nossa profissão é pouco conhecida pela sociedade.
Precisamos todos agir para mudar isso.
gurança e minimizar riscos de colapsos,
basta que os responsáveis pelas obras
contratem escritórios ou profissionais especializados, de comprovada experiência e capacidade. Simples, assim!;
Quando leigos me perguntam o que
faço, digo que “projeto esqueletos de
edifícios” e faço uma analogia entre nossa estrutura óssea e as estruturas dos
edifícios. Enfatizo que somos responsáveis pela segurança dos usuários dos
edifícios, que é uma atividade de alto
risco, na qual erros podem ser fatais.
Como pilotos de jatos que, errando, causam dezenas de mortes. Percebo que,
assim colocando, os interlocutores ficam
surpresos, impressionados e passam a
“respeitar” nossa atividade e se tornam
nossos veiculadores.
- Obras de pequeno porte, executadas
por leigos e sucessivamente reformadas,
também são preocupantes. No Rio de
Janeiro proliferam “lajes” e “puxadinhos”
que podem cair e ceifar vidas. Sugeri
que, a exemplo dos defensores públicos da Justiça, sejam também criados
os “engenheiros públicos” para orientar
adequadamente as pessoas de baixa
renda. Na passagem do ano, com a pacificação das Comunidades no RJ, “lajes”
estavam sendo alugadas por empresas
de turismo para estrangeiros passarem
o réveillon! Imagine-se a repercussão
internacional se uma “laje” dessas, com
sobrecarga de público, desaba? Melhor
nem pensar!;
Mas só isso não basta. Ações mais
abrangentes, especialmente na mídia,
são necessárias. Recentemente, concedi
entrevista sobre o tema à Rádio CBN/CE.
A repercussão foi extraordinária. Houve
centenas de acessos e downloads da
mesma na Internet. A seguir, destaco alguns pontos da entrevista:
- É fundamental que as pessoas se
conscientizem que toda obra, mesmo as
menos importantes, necessitam de um
Engenheiro de Estruturas. Em tom de
blague, disse que até uma casinha de
cachorro requer um engenheiro!;
- O mais grave dos recentes acidentes no
país foi o do Edifício Real Class, com 100 m
de altura e 30 pavimentos, em Belém
(PA). Graças a Deus, ocorrido num sábado à tarde. Se a ruína tivesse acontecido
em dia útil, cerca de 200 pessoas, que
davam acabamento à obra, teriam morrido! Algo precisa ser feito. Como está, não
pode continuar! Para ter a necessária se-
- Reformas em edificações de grande
porte são outro problema complexo e
de difícil solução. Estas podem ter sido
a causa da ruína de três prédios no centro da cidade do Rio de Janeiro, recentemente. O mais alto, com 20 pavimentos,
aparece nas fotos com largura constante
e, originalmente, ele afinava a cada dois
pavimentos a partir do 14º. As áreas dos
recortes foram sendo “ganhas”. O incrível é que tinham o Habite-se! Destaquei
a importância dos síndicos nestes casos,
pois eles sabem das reformas nos edifícios e são legalmente responsáveis por
danos causados por estas a seus prédios. Estão também obrigados a exigir do
proprietário projetos das reformas e registro no CREA. É quase impossível que
órgãos fiscalizadores detectem reformas
internas nos prédios. Propus uma campanha nacional de conscientização dos
síndicos de suas responsabilidades!
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ABECE promove curso sobre modelagem
de estruturas de edifícios
A
presentar os diversos modelos numéricos possíveis para a análise estrutural em
estruturas de concreto, capacitando o engenheiro estrutural para a escolha do melhor modelo para cada situação de projeto. Esta é a proposta do curso Modelagem
de Estruturas de Edifícios, promovido pela
ABECE em sua sede, em São Paulo (SP),
nos dias 11 e 12 de maio de 2012.
O eng. Maurício dos Santos Sgarbi Goulart,
responsável pela aplicação do curso, fará
uma abordagem conceitual dos modelos
e apresentará resultados da análise estrutural, através de exemplos reais. Serão
tratadas as principais situações presentes
no projeto estrutural de edifícios, adotando-se desde modelos simplificados até os
mais sofisticados, utilizando o que existe
de mais avançado no mercado de softwares para análise estrutural.
“O desenvolvimento dos sistemas computacionais aplicados à engenharia estrutural é contínuo e inevitável. É fundamental
que o engenheiro estrutural esteja sempre
atualizado com as novas características
e ferramentas disponíveis nos softwares,
explorando-as ao máximo e buscando
analisar a estrutura através de um modelo
matemático com melhor simulação possível dos mecanismos da estrutura real.
Porém, cabe sempre ao engenheiro escolher o modelo que será utilizado”, comenta o eng. Sgarbi.
Engenheiro civil pela UFF (Universidade
Federal Fluminense) e mestre em Ciên-
cias pela COPPE/UFRJ pelo Programa
de Engenharia Civil (Área de Estruturas),
o instrutor é sócio da CSP Projetos e
Consultoria (Rio de Janeiro - RJ) desde
2007, atuando na área de projetos estruturais de edifícios residenciais, comerciais
e estruturas especiais, em concreto armado, protendido e estruturas pré-fabricadas. É diretor da SIGMA1 Consultoria e
Projetos, onde atua na execução e controle de qualidade de projetos estruturais e
geotécnicos nas áreas predial, industrial e
portuária, e professor da UFF.
O curso tem carga horária de
16 horas e será realizado nos
dias 11 e 12 de maio, das 8 às
17h, na sede da ABECE, em
São Paulo (SP). As vagas são
limitadas. Informações sobre o
programa, custos e inscrições
estão no site www.abece.com.br
– seção Eventos/Cursos. Outras
informações podem ser obtidas
pelo telefone (11) 3938-9400.
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Acontece nas Regionais
Manaus
Curso sobre controle de concreto repete sucesso
ções, cronograma de obra - planejamento
de concretagens (GECON), movimentação de escoramentos MOVESCORE) controle tecnológico, documentação do
controle - certificados e relatórios - tratamento de não-conformidade.
Eng. Egydio Hervé Neto (à esq.) ministrou curso para mais de 20 profissionais locais
Por intermédio da Delegacia Regional de
Manaus, a ABECE promoveu, no dia 17
de março de 2012, na sala de treinamento
do escritório de projetos estruturais da R F
Ribeiro da Fonseca, o curso Especificação,
Gerenciamento e Controle de Concreto,
ministrado pelo eng. Egydio Hervé Neto.
Confirmando o sucesso obtido nos demais
locais por onde já foi aplicado (Blumenau,
Brasília e Rio de Janeiro), o curso reuniu
mais de 20 profissionais, entre arquitetos,
engenheiros estruturais, técnicos, tecnólogos e estudantes dessa área que atuam
com projeto, execução, gerenciamento ou
fiscalização de obras de concreto.
Estabelecendo um conjunto de informações
complexas e interagentes para a correta especificação do concreto ainda no projeto
estrutural, o curso forneceu aos participantes conteúdos e ferramentas que permitem
o perfeito gerenciamento das exigências
normativas para estruturas de concreto.
Em seu programa, aplicado em dois módulos de quatro horas, foram contemplados: exigências normativas - especifica-
O eng. Egydio Hervé Neto, responsável por
ministrar o curso, é formado pela UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do
Sul), com formação complementar em
Tecnologia de Concreto. Atuou por mais de
11 anos na ABCP (Associação Brasileira de
Cimento Portland) e em diversas empresas
de renome na área de concreto e construções (Concremat, Concretex, Forbeton,
Supermix, Jaako Poiry e Alphageos). É consultor de várias empresas de construção e
diretor técnico da Ventuscore Tecnologia de
Concreto, com sede em Porto Alegre (RS).
“O curso despertou grande interesse nos
profissionais participantes, correspondendo às expectativas”, comenta o delegado
regional eng. Ruy Fonseca.
Delegacia Regional Manaus
Delegado: Ruy Fernando Ribeiro da Fonseca
(92) 3584-3639
[email protected]
Goiânia
Cálculo de pilares de concreto armado chega a Goiás
Promovido
com sucesso pela ABECE
em diversas localidades do país, o
curso Cálculo de Pilares de Concreto
Armado, ministrado pelo eng. Alio
Ernesto Kimura, chega a Goiânia. Nos
dias 18 e 19 de maio de 2012, das 8
às 17 h, o eng. Alio abordará os principais aspectos referentes ao cálculo de
pilares de concreto de forma prática,
principalmente no que se refere à análise das imperfeições geométricas e dos
efeitos de 2ª ordem.
O programa do curso contempla desde
a visão geral até as tendências e novas
metodologias em sua análise, ressaltando os aspectos relevantes no projeto de
pilares de edifícios.
Engenheiro civil pela Unesp/Bauru
(Universidade Estadual Paulista “Julio
de Mesquita Filho”) com pós-graduação em estruturas pela EESC-USP
(Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo), o eng. Alio
trabalha na TQS Informática desde 2000
na área de desenvolvimento de sistemas computacionais para engenharia
de estruturas, participa da comissão
CT-301 responsável pela elaboração
de comentários da NBR 6118:2003 e é
autor do livro Informática Aplicada em
Estruturas de Concreto Armado (Editora
Pini, 2007).
O curso será realizado no San Marino Suíte Hotel (Rua 05, nº 1090 - Setor
Oeste - Goiânia - GO). As vagas são limitadas e é necessário um número mínimo
de 25 participantes para sua realização.
O investimento é de R$ 300,00 (associados ABECE e estudantes) e R$ 550,00
(demais profissionais). As inscrições podem ser feitas no endereço www.abece.
com.br/web/cursos/inscricao.asp. Outras
informações podem ser obtidas por intermédio do telefone (11) 3938-9400 ou
e-mail [email protected].
Delegacia Regional Goiânia
Delegado: Ricardo Veiga
(62) 3251-0242
[email protected]
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Acontece nas Regionais
Belo Horizonte
Palestras técnicas contribuem para
enriquecer conhecimento
G
rande fluidez e alta trabalhabilidade
são características marcantes do concreto auto-adensável (CAA). Devido às
suas propriedades, ele é capaz de preencher os espaços vazios das formas,
envolvendo as armaduras, sem perda
da estabilidade. Com a significativa redução de custos dos insumos, com o
avanço tecnológico e o domínio dos métodos de dosagem e preparação, este
tipo de concreto vem ganhando grande
impulso junto aos construtores na execução de estruturas.
Para falar sobre suas vantagens técnicas, construtivas e econômicas em comparação aos concretos convencionais, o
delegado adjunto da Delegacia Regional
da ABECE em Belo Horizonte, eng.
Flávio Renato Capuruço, foi convidado
pela MC Bauchemie para proferir palestra, no dia 26 de abril de 2012, na UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais).
Nesta oportunidade, o eng. Ubirajara Alvim
Camargos, associado da ABECE, falará
sobre as vantagens deste tipo de concreto
quanto à durabilidade e vida útil das estruturas, além de outros benefícios na utilização
do CAA sob o ponto de vista dos projetistas.
“Como parte de nossas atividades, participei também, no dia 28 de março, da
reunião da CIC/FIEMG, na qual foram
debatidos importantes assuntos ligados
à construção civil, tais como novos investimentos, novas obras, situação atual da
economia, projeções etc.”, comenta o delegado adjunto.
Delegacia Regional Belo Horizonte
Delegado: Antonio César Capuruço
(31) 3296-5889
[email protected]
PR/Norte
ABECE participa da reativação da Câmara
de Estruturas do CEAL
Por
intermédio do eng. Roberto Buchaim, delegado regional PR/Norte, a
ABECE está participando da reativação da Câmara de Estruturas do CEAL
(Clube de Engenharia e Arquitetura de
Londrina).
6
A primeira reunião com este propósito foi realizada no dia 6 de março de
2012 e contou com a presença do presidente do CEAL Nilton Capucho e dos
calculistas Helton Genare, Alexandre
Aching, Valdir B. Zerbinati e Gustavo
Berti, além do eng. Roberto Buchaim.
“Neste encontro, decidiu-se por reativar a área de Estruturas do CEAL
e para atrair os engenheiros de projeto/cálculo foi sugerido, entre outras
medidas, que a ABECE promovesse
uma palestra sobre um tema de amplo
interesse da categoria”, relata o delegado.
A proposta já foi apresentada à sede
nacional, em São Paulo (SP), e o tema
e palestrantes estão sendo fechados
conjuntamente. “No momento, aqui
em Londrina, há grande interesse por
assuntos ligados à norma de incêndio, interação solo-estrutura, à área
de pré-moldados e estruturas mistas”,
comenta o eng. Buchaim.
Delegacia Regional PR/Norte
Delegado: Roberto Buchaim
(43) 3325-5685
[email protected]
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Completar 18 anos e
tirar a famosa Carteira
Nacional de Habilitação
(CNH) foi a realização
de um sonho de muitas
gerações com cheiro de
vitória e o vislumbrar de
caminhos infindos, nunca
dantes percorridos...
Você não calcula o
quanto estamos
presentes na sua vida
Conheça
Há 18 anos, a ABECE vem
lutando para mostrar que a qualidade, a economia e a segurança
das edificações dependem de
um bom projeto estrutural.
E que um bom projeto deve ser
produzido por um qualificado
engenheiro de estruturas.
Contar com profissionais
ais habilitados para garantir segurança
urança é
um direito de todo cidadão.
dão.
Valorizar este profissional,
nal,
mostrando à sociedade
ea
importância do seu trabalho,
balho,
é, e sempre será, a grande
nde
missão da ABECE.
18
ANOS
Associação Brasileira de
Engenharia e Consultoria Estrutural
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1993 - Cj. 61
CEP 01452-001 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3938-9400 - Fax: (11) 3938-9407
www.abece.com.br - [email protected]
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Sistemas computacionais integrados e suas
inovações em análise estrutural
O encontro mensal de fevereiro, realizado na última quarta-feira do mês (dia 29),
na sede da ABECE, em São Paulo (SP),
trouxe como convidado o eng. Maurício
dos Santos Sgarbi Goulart para proferir
a palestra Sistemas computacionais integrados e suas inovações em análise
estrutural: aplicação em projetos.
Nos dias de hoje, é fundamental que o
engenheiro estrutural esteja sempre atualizado com as novas características e
ferramentas disponíveis nos softwares,
explorando-as ao máximo e buscando
analisar a estrutura através de um modelo matemático que represente ao máximo
o funcionamento real da estrutura.
No entanto, quando aparecem situações
que não são adequadamente equalizadas pelo programa, o profissional precisa conhecer as principais premissas,
hipóteses e condições adotadas pelos
softwares na análise estrutural e, principalmente, as suas limitações e cuidados. O grau maior de sofisticação implica em respostas mais complexas, o que
requer maior investimento nesta etapa
de análise.
Para tratar dessas possíveis situações, o
palestrante fez uso de explanações dos
métodos de cálculo adotados desde a
régua de cálculo aos programas integra-
8
Presidente da ABECE, eng. Eduardo B. Millen (à esq.) abriu o evento apresentando o eng. Mauricio Sgarbi, palestrante
dos que são utilizados hoje que consideram a contribuição da laje nos pórticos e
na estabilidade global.
Diversas vezes foi manifestada a preocupação de que, quanto mais refinado
o modelo, maior a necessidade de interação com o profissional e, desta forma,
maior a exigência de embasamento deste profissional.
Também foi comentado sobre as características dos edifícios cada vez
mais complexos e altos que acabam
por exigir este refinamento de modelo
e de uma análise cuidadosa de engenharia.
Cerca de 50 profissionais acompanharam a palestra do eng. Sgarbi na sede da ABECE
“Isto nos faz pensar se esta necessidade
de desenvolvermos cada vez mais a engenharia dentro dos nossos escritórios,
investindo em intensivos treinamentos
(complementando a universidade e formando engenheiros de estruturas), combina com as práticas do preço baixo e
da “captura” de profissionais de escritórios formados”, comenta o eng. Augusto
Guimarães Pedreira de Freitas, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade e coordenador dos encontros mensais.
Engenheiro civil pela UFF (Universidade
Federal Fluminense) e mestre em
Ciências pela COPPE/UFRJ pelo
Programa de Engenharia Civil (Área de
Estruturas), o eng. Maurício Sgarbi é sócio da CSP Projetos e Consultoria (Rio
de Janeiro - RJ) desde 2007, atuando na
área de projetos estruturais de edifícios
residenciais, comerciais e estruturas especiais, em concreto armado, protendido e estruturas pré-fabricadas. É diretor
da SIGMA1 Consultoria e Projetos, onde
atua na execução e controle de qualidade de projetos estruturais e geotécnicos
nas áreas predial, industrial e portuária.
As apresentações dos encontros mensais
estão disponibilizadas no site da ABECE www.abece.com.br - seção Eventos/Encontros
Mensais. A gravação da transmissão on-line
está na área restrita aos associados.
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Em destaque, o projeto estrutural do Infinity Tower
Engenheiros Eduardo Portella da Costa (à esq.) e José Luiz V.C.Varela (à dir.) ministraram palestras para cerca de 40 profissionais
V
encedor do IX Prêmio Talento Engenharia
Estrutural na categoria Edificações, o
Edifício Infinity Tower, localizado na capital paulista, e seu desafiador projeto
estrutural foram tema das palestras proferidas pelos engenheiros Eduardo José
Portella da Costa e José Luiz V. C. Varela
no dia 28 de março de 2012, na sede da
ABECE, em São Paulo (SP).
veitamento da iluminação natural, circulação interna de ar, fontes alternativas
para geração e economia de energia e
concepção de paisagismo e áreas verdes proporcionais ao tamanho do empreendimento.
Aspectos gerais do terreno e todo o
projeto de fundações foram detalhados pelo eng. Portella, sócio diretor do
escritório Portella Alarcon Engenheiros
Associados.
armado, sendo que a parte frontal leva
concreto protendido onde os pilares se
inclinam e geram vigas de grandes vãos
e na sacada, que tem 3,65 m de extensão.
Detalhes sobre as principais soluções
adotadas e sobre a execução dos pilares
inclinados, das vigas que os interligam
e dos pavimentos foram apresentados
nas palestras proferidas pelos profissionais do Escritório Aluízio A. M. d´Avila &
Associados, empresa responsável pelo
projeto estrutural do Infinity Tower.
As duas fachadas laterais curvas e a fachada frontal com dupla inclinação para
fora e para dentro causam a impressão de uma proa de navio. Arquitetura A estrutura do edifício é de concreto
diferenciada e projeto arrojador
somam-se à proposta de sustentabilidade, pois o Infinity Tower
pretende obter a certificação
ouro do Leadership in Energy and
Os encontros mensais com as regionais Em 28 de março, as delegacias regiolinkadas para acompanhar as palestras nais PR/Norte, Goiânia, Natal, Belém e
Environmental Design (LEED) dejá se tornaram tradição e começam a ser Manaus conectaram-se para assistir à
vido aos seus recursos de aproum evento esperado por profissionais de palestra dos engenheiros Eduardo José
diversos locais para discussões de ideias Portella da Costa e José Luiz V.C.Varela
e buscas por novas ações.
sobre o projeto estrutural do Edifício
Infinity Tower. Aproveitaram, na ocasião,
No dia 29 de fevereiro de 2012, nove para acompanhar, em primeira mão, a
delegacias regionais acompanharam a assinatura do convênio da ABECE com a
transmissão on-line da palestra do eng. Alconpat - Associación Latinoamericana
Mauricio Sgarbi (PR/Norte, Natal, Belém, de Control de Calidad, Patologia y
Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Manaus, Recuperación de la Construcción (ver
Recife e Rio de Janeiro).
matéria na página 11).
Regionais on-line
Engenheiros e estudantes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) assistiram ao encontro de 29 de fevereiro
por intermédio da Delegacia Regional PR/Norte
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Da esq. p/dir. Profa. Lídia Shehata (UFRJ – UFF), deputada fib pela ABECE, Hugo Corres (presidium fib), Marco Menegotto (coordenador da Comissão de Pre-fabricados fib),
Eduardo Barros Millen (presidente da ABECE), Íria Doniak (presidente da Abcic) e Carlos Gennari (presidente do Conselho da Abcic)
Projetos e aplicações de estruturas de concreto
pré-fabricado são debatidos em seminário
A
Abcic (Associação Brasileira de
Construção Industrializada de Concreto)
e a Comissão 6 de Pré-fabricados da
federação internacional do concreto
(fib) realizaram com muito sucesso o
Seminário Latino Americano de Projeto
e Aplicações de Estruturas de Concreto
Pré-Fabricado, no dia 14 de março de
2012.
Mais de 150 profissionais prestigiaram
o evento, sediado no Rio de Janeiro
(RJ), e enriqueceram o debate sobre as
melhores práticas adotadas na Europa,
Estados Unidos e Brasil, apresentando
importantes aspectos conceituais de
projeto e expondo como este método
construtivo está mitigando os gargalos
da construção civil.
Palestrantes de renome nacional e internacional representando o meio acadêmico e o mercado, dentre eles Arnold
Van Acker, da Bélgica, Marco Menegotto, da Itália, Hugo Corres, da Espanha,
David Fernándéz, também Espanha, James Toscas, dos Estados Unidos, Larbi
Sennour, dos Estados Unidos e Marcelo
Ferreira, do Brasil, apresentaram impor-
10
tantes temas, como cargas acidentais,
sismos, sustentabilidade, estruturas
mistas e também cases, como o Estádio
do Itaquerão e obras de infraestrutura.
ções neste nível e em língua portuguesa
é essencial para a difusão do conhecimento da tecnologia da pré-fabricação
em concreto no país”.
Publicação
Participação da ABECE
A riqueza da programação do evento
teve outro marco importante como o
lançamento do livro “Estruturas PréMoldadas no Mundo - Aplicações e
Comportamento Estrutural”, sob a coordenação de Carlos Chastre e Válter
Lúcio.
A ABECE esteve representada por seu
presidente eng. Eduardo Barros Millen,
que integrou a mesa de abertura do
evento. Millen ressaltou a importância da ação integrada da Abcic e da
ABECE, que em dezembro de 2007 assinaram convênio que restabeleceria o
grupo nacional junto à fib e hoje tem
possibilitado importantes ações como
o Seminário Latino Americano de PréFabricação, entre outras importantes
atividades das quais as entidades têm
participado ativamente.
A publicação reúne 14 artigos redigidos
por membros da Comissão 6 da fib que
contribuíram com suas experiências em
diferentes países e foi viabilizada numa
iniciativa integrada da Abcic e da ANIPB
(Associação Nacional dos Industriais de
Pré-fabricação em Betão), que representam a pré-fabricação em concreto
no Brasil e em Portugal, respectivamente, e que foram apoiadas pela fib.
Para a presidente executiva da Abcic,
Íria Doniak, e também autora colaboradora da edição, “disponibilizar informa-
O presidente acompanhou toda a programação do seminário e participou,
no dia 15, da visita técnica à fábrica
da Cassol Pre-Fabricados. No dia seguinte, foi convidado para a reunião da
Comissão C6 - Prefabricados, Grupo
6.1- Lajes Alveolares e convidado a ser
membro correspondente.
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ABECE e Alconpat firmam convênio
Carmona, que assinou o convênio na
sede da ABECE representando o presidente internacional da entidade, Prof. Dr.
Paulo Helene.
A
ABECE e a Alconpat (Associación
Latinoamericana de Control de Calidad,
Patologia y Recuperación de la Construcción) firmaram um convênio de parceria para divulgação de conhecimento
tecnocientífico na área.
O documento foi assinado entre as partes
no dia 28 de março de 2012, na sede da
ABECE, em São Paulo (SP), na abertura
do encontro mensal tradicionalmente promovido pela entidade.
A Alconpat nasceu na Espanha, em 1985,
com o objetivo de reunir profissionais
de toda a comunidade latino-americana
relacionados com a construção e seus
materiais com ênfase na gestão da qualidade, na patologia e na recuperação
das construções. Um de seus fundadores e idealizadores é o Eng. Dr. Antonio
Atualmente, a entidade congrega 16
países e possui uma
secretaria internacional no México, uma
presidência no Brasil
e uma sede brasileira em Porto Alegre.
O
presidente
da
Alconpat Brasil é o
Prof. Dr. Bernardo Tutikian e o vice-presidente é o Eng. M.Sc.
Thomas Garcia Carmona, diretor da
ABECE e um dos articuladores do convênio ora firmado entre
as duas entidades.
vênio firmado entre as partes, os anais
produzidos nos referidos eventos passam a ser disponibilizados à ABECE,
que escolherá artigos de interesse
Convênio foi assinado pelo eng. Dr. Antonio Carmona (à esq.), um dos fundadores da
Alconpat, e eng. Eduardo Barros Millen, presidente da ABECE
Desde 1991, a Alconpat promove,
bienalmente, o Congreso Latinoamericano de Patologia de la Construcción
Y Congreso de Control de Calidad en la
Construcción. Por intermédio do con-
para publicação na forma de e-Artigos.
Além disso, os associados de ambas as
entidades gozarão dos mesmos descontos nos eventos organizados por elas.
Seminário e minicurso sobre projeto de estruturas de
concreto em situação de incêndio
No dia 16 de maio de 2012, a ABECE
promove, em São Paulo (SP), um seminário e um minicurso sobre projeto de
estruturas de concreto em situação de
incêndio.
O minicurso será ministrado pelo Prof.
Dr. Valdir Pignatta e Silva, da Escola
Politécnica da Universidade de São
Paulo, e abordará conceitos e os novos procedimentos incluídos na ABNT
NBR 15200:2012 Projeto de estruturas
de concreto em situação de incêndio –
Procedimento.
Análise experimental de concreto a al-
tas temperaturas será o tema abordado pelo Prof. Dr. Armando Lopes Jr.,
da Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), na palestra de abertura do evento. Após o almoço, será a
vez do eng. Júlio Portella Montardo, da
Neomatex, falar sobre o uso de fibras
poliméricas em concreto submetido a
altas temperaturas.
Para encerrar o evento, o eng. Alio
Kimura, da TQS Informática, foi convidado para apresentar a aplicação via computacional da nova norma NBR 15200.
O Seminário/Minicurso será realiza-
do, das 8 às 18h, na sede da ABCP
(Associação Brasileira de Cimento
Portland), que fica na Av. Torres de
Oliveira, 76 - Jaguaré - São Paulo SP.
As vagas são limitadas e as inscrições,
que custam R$ 100,00 para associados
da ABECE e R$ 150,00 para não associados, podem ser feitas por intermédio
do site da ABECE (www.abece.com.br
– Eventos/Cursos).
Outras informações podem ser obtidas
pelo telefone (11) 3839-9400 ou pelo email [email protected].
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Normas
Instalada comissão de estudo para revisão da NBR 6118
No dia 30 de março de 2012, foi insta-
lada pela ABNT (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) a CE 02:124.15
- Comissão de Estudo de Estruturas de
Concreto - Projeto e Execução que irá revisar a NBR 6118 Projeto de estruturas de
concreto - Procedimento.
A reunião de instalação da Comissão
aconteceu na sede da ABCP (Associação
Brasileira de Cimento Portland) e foi aberta
pelo presidente da ABECE eng. Eduardo
Barros Millen, que ressaltou a importância
do avanço conquistado com a formação
desta comissão e da necessidade da participação de todos os envolvidos para a
obtenção do melhor resultado possível na
revisão de tão importante Norma.
Profissionais de diversas localidades,
como Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Salvador, Londrina, Chapecó, Santos,
Maringá, entre outras, marcaram presença na reunião.
O CB-02, ao qual a comissão instalada
está subordinada, foi apresentado pelo
superintendente Paulo Campos e, em
seguida, por unanimidade, foram escolhidos os engenheiros Suely B. Bueno, vicepresidente de Relacionamento da ABECE,
como coordenadora da CE 02:124.15, e
Alio Ernesto Kimura como secretário.
A ABECE vem trabalhando intensamente no processo de revisão da NBR 6118.
Em outubro de 2011, durante a realização do 14º ENECE - Encontro Nacional
de Engenharia e Consultoria Estrutural,
foi entregue a todos os participantes,
pela eng. Suely B. Bueno, então coordenadora da comissão especial da ABNT
de revisão da norma, um CD-ROM com
o texto-base.
Na ocasião, a engenheira apresentou as
principais alterações que estavam sendo
feitas no texto de revisão da Norma e convidou todos os presentes e interessados a
analisar os itens polêmicos que estavam
em questão na revisão e atualização da
Norma.
“A partir da instalação da Comissão que
acaba de ser efetivada, serão realizadas
reuniões programadas e contínuas, onde
estão representados todos os envolvidos
com o assunto a ser normalizado e onde
eles possam, em nível nacional, discutir e
estabelecer por consenso, regras, diretrizes ou características para a revisão da
NBR 6118”, enfatiza a coordenadora da
CE 02:124.15.
Norma de paredes de concreto moldada in loco é aprovada
A
norma elaborada pela CE 02:123.05
(Comissão de Estudo de Parede de
Concreto) do Comitê Brasileiro da
Construção Civil (ABNT/CB-02), voltada
para edificações construídas em parede
de concreto moldada in loco, foi aprovada no dia 29 de fevereiro de 2012, encaminhada à ABNT para revisão final e será
publicada em breve.
A partir de agora, este sistema construtivo que seguia diretrizes do Sinat (Sistema
Nacional de Aprovações Técnicas), passa a ser guiado pela norma da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), contribuindo para a expansão dessa tecnologia no Brasil.
12
Sob a liderança da ABCP (Associação
Brasileira de Cimento Portland), somando conhecimentos gerados pelo Grupo
Paredes de Concreto, constituído em
2007 e no qual a ABECE esteve representada pelo vice-presidente de Tecnologia e
Qualidade Augusto Guimarães Pedreira
de Freitas e pelo diretor Jefferson Dias
de Souza Júnior, em apenas oito meses
de fissuras, análise estrutural, dimensionamento, tomada como base, prioritariamente, a NBR 6118.
A norma se aplica somente às paredes
submetidas à carga axial, com ou sem flexão, concretadas com todos os elementos
que farão parte da construção final, tais
como detalhes de fachada (frisos, rebaixos), armaduras distribuídas e localizadas,
instalações (elétricas e hidráulicas), quando embutidas e considera as lajes incorporadas ao sistema por solidarização com
as paredes, tornando o sistema monolítico
(funcionamento de placa e membrana).
o texto-base da Norma foi consolidado e
colocado em consulta nacional, recebendo mais de 100 votos de aprovação.
Com o objetivo de facilitar e definir critérios para a utilização da solução em
paredes de concreto moldadas in loco,
a Norma aborda os requisitos gerais
para qualidade dessas estruturas, como
propriedade de materiais, limites para
dimensões, deslocamentos e aberturas
“A aprovação da Norma foi muito importante tanto para os projetistas estruturais
como para as construtoras. Por não termos uma norma brasileira, estávamos
dependentes dos critérios estrangeiros.
Para as construtoras, a normalização das
paredes de concreto encurta significativamente a burocracia e, consequentemente,
o tempo de aprovação de projetos com
essa solução”, comenta o eng. Jefferson
Dias de Souza Júnior.
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Coplas e Saint-Gobain são as
novas associadas colaboradoras
D
uas empresas do ramo da construção
civil acabam de se tornar associadas
colaboradoras da ABECE: a Coplas
Indústria de Plásticos e a Saint-Gobain
do Brasil Produtos Industriais e para
Construção.
Instalada em Mauá (SP), a Coplas atua no
mercado desde 1991 com o objetivo de
entender as necessidades da indústria da
construção, conhecer as tendências e os
processos de fabricação para desenvolver
as melhores soluções para cobrimento de
concreto, através de seus distanciadores
plásticos e acessórios.
Seus produtos atendem todas as fases da
obra e estão disponíveis nos cobrimentos previstos na NBR 6118 e 9062 para
diversas bitolas de aço, contribuindo no
desempenho (NBR 15575) e segurança
da obra (NR 18). O Sistema de Gestão
da Qualidade da Coplas é certificado
desde 2001 conforme a norma NBR ISO
9001:2008.
Mobilizada com a ascensão da sustentabilidade na esfera corporativa, a Coplas
colabora no âmbito ambiental (99,9%
dos produtos são fabricados com matéria-prima parcialmente reciclada e
os resíduos gerados na fabricação são
reincorporados no processo, sendo que
todos os produtos plásticos da Coplas
são recicláveis), e no âmbito social (patrocínio a programas de responsabilidade social, através do apoio cultural de livros e eventos, onde a renda arrecadada
é destinada a trabalhos sociais com as
crianças carentes).
Empresa da Weber Saint-Gobain e com
mais de 30 anos de atuação, a Anchortec,
tradicional fabricante de impermeabilizantes, é especializada no fornecimento de
produtos químicos para construção civil.
Posicionada entre as três maiores empresas do mercado nacional de revestimentos e reparos de pisos, a Anchortec conta
com uma unidade industrial em Mogi das
Cruzes (SP), além do apoio fabril e logístico das 14 fábricas e 10 centros de distribuição da Weber Saint-Gobain no Brasil.
A partir de agora, além de sua expertise em ministrar tecnologias inovadoras
para a construção civil, as soluções desenvolvidas pela Anchortec consolidarão a ampliação do mix de argamassas
técnicas quartzolit, configurando uma
completa linha de impermeabilizantes,
com produtos adequados para cada
tipo de necessidade.
Novos associados
Profissionais oriundos das cinco regiões
Scheffer
do país (Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul), tornaram-se associados
da ABECE, impulsionando o crescimento
da entidade. A lista completa dos
associados pode ser conferida no site
www.abece.com.br – seção Associados e
Colaboradores.
Nome
Categoria
Cidade/ Estado
Fhecor do Brasil Engenharia
Eduardo Alves de Oliveira Gomes
Jair José dos Santos Gomes
VM Garcia Engenharia Estrutural SS Ltda.
Gilberto Pessoa Filho
Fábio Pessoa da Silva Nunes
Efetivo
Efetivo
Efetivo
Efetivo
Efetivo
Aspirante
Curitiba/PR
Recife/PE
Macapá/AP
Londrina/PR
São Paulo/SP
Brasília/DF
Ter ao lado uma equipe atenta
às reais necessidades de sua obra,
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faz toda a diferença.
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13
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Capa
Projeto e execução dos mais altos edifíc
são destaques do V Congres
A quinta edição do Congresso Brasileiro
de Pontes e Estruturas, promovido
pela ABECE e pela ABPE (Associação
Brasileira de Pontes e Estruturas) de
6 a 8 de junho de 2012, traz intensa
programação com presenças internacionais e nacionais em palestras que
serão acompanhadas por mais de
250 participantes de todo o país.
O objetivo do evento, aberto a todos
os profissionais e estudantes de
Engenharia que queiram discutir,
inovar e atualizar conhecimentos
na área de engenharia de estruturas, é divulgar trabalhos de pesquisa e de aplicação sobre o tema
Soluções Inovadoras para Projeto,
Execução e Manutenção.
Edifícios super-altos
A grande novidade desta edição
é a presença de profissionais
internacionais responsáveis por
projetar e executar alguns dos
mais altos edifícios do mundo,
enriquecendo a programação.
Já está confirmada a palestra do eng.
Dennis C. K. Poon, P.E., vice-presidente da Thornton Tomasetti, empresa de
consultoria em engenharia estrutural,
com sede em Nova Iorque (Estados
Unidos) e escritórios em todo o mundo.
É responsável por muitas das estruturas mais altas do mundo, incluindo as
Petronas Towers (em Kuala Lumpur,
capital da Malásia), e Taipei 101(em
Taipei, capital de Taiwan).
As Torres Petronas são um conjunto de
arranha-céus ocupado pela companhia
Petronas, a companhia governamental
do petróleo do país. Foi concluído em
1998 e tem 88 andares, que alcançam
452 m de altura (1.483 pés). As torres
foram configuradas por estrutura de
aço e vedação em vidro, desenhadas
de forma a lembrar motivos encontrados na arte islâmica. A estrutura, que
consiste em dois tubos cilíndricos ligados por uma conexão localizada no 42º
andar dos edifícios, é suportada por 16
pilares que rodeiam a base de cada andar. Cada edifício possui uma planta de
formato de estrela, com oito pontas e
oito lóbulos.
O Taipei 101 está localizado em uma
zona de fortes tufões e ações sísmicas. Em 2004, bateu o recorde mundial de altura, com 101 andares e 508
828 m (2717 ft)
527 m (1729ft)
508 m (1667 ft)
452m (1486 ft)
449 m (1472 ft)
BBurjj Kkalifa
Kk lif
14
Willis
Willi Tower
T
Taipei
T i i 101 Petronas
Pt
Tower
T
Empire
E i State
St t Building
B ildi
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Capa
ifícios do mundo e de grandiosas pontes
gresso de Pontes e Estruturas
m. Foi superado pelo megaedifício Burj
Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos,
em 2010. Um núcleo central que estende treliças ao seu redor - segurados
pelas estruturas horizontais a cada oito
andares - ao longo do edifício, garante
a sua estabilidade. O complexo é composto por duas torres de 101 andares
acima do solo, cinco andares subterrâneos e capacidade para 12 mil pessoas).
Os edifícios Wuhan Greenland Tower
(com 606 m de altura) e o Jakarta
Signature Tower (com 608) também serão abordados na palestra já confirmada
“Design of Super Highrise Buildings”.
Pontes monumentais
Os projetos da ponte sobre o rio Sava,
em Belgrado (Servia) e o The Forth
Replacemente Crossing, em Edinburg,
na Escócia, ambos desenvolvidos pelo
escritório alemão Leonhardt, Andrä und
Partner (Sttugart, Alemanha) com Karl
Humpf e Siegfried Hopf, também serão
abordados no Congresso.
O escritório fundado pelo Prof. Leonhardt
dispensa apresentações. Esta palestra
apresentará duas estruturas monumentais, uma recentemente aberta e outra
em construção, na Europa.
Eurocódigos em português
Uma equipe do LNEC, Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, de Lisboa,
participará do Congresso. O presidente
desta renomada instituição, Carlos Pina,
e o pesquisador Luis Oliveira Santos
apresentarão a versão completa dos
Eurocódigos em português, tornando
disponível, em nosso idioma, uma vasta
bibliografia de referência sobre o projeto
de estruturas de concreto, aço, mistas,
madeira, alvenaria e alumínio, e também
projeto geotécnico e projeto de estruturas em regiões sísmicas.
Outros palestrantes internacionais, como
José Romo Martin (Madrid, Espanha),
Paolo Franchetti (Padova, Itália) e Ralf
Armann (Hamburg, Alemanha), e nacionais, como Benjamin Ernani Diaz,
Catão Francisco Ribeiro, Ilo Dias Borba
da Costa, Júlio Timerman, Martin Beier,
Ronaldo Carvalho Battista, Rui Nobhiro
Oyamada e Vicente Garambone já confirmaram participação no evento.
O evento será realizado no Hotel
Pestana, que fica na Av. Atlântica, 2964
- Copacabana - Rio de Janeiro (RJ). As
inscrições estão abertas e associados
da ABECE têm desconto. Informações
sobre a programação e as inscrições
podem ser obtidas no site http://www.
abpe.org.br/cbpe2012.
Será também apresentado um grande
número de trabalhos de excelente qualidade técnica-científica, submetidos por
profissionais e pesquisadores de todo o
Brasil e do exterior.
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Artigo Técnico
Paulo Helene
Engenheiro civil pela EPUSP (Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo), especialista
em “Patologia de las Construcciones” pelo Inst.
Eduardo Torroja em Madri, Espanha. Mestre e
Doutor em Engenharia, com pós-doutorado na
Univ. da Califórnia, em Berkeley. Prof. livre-docente
e prof. titular da USP, educador, pesquisador
renomado e respeitado consultor. Em 2002, bateu
o recorde mundial de concreto colorido de alta
resistência que alcançou resistência média de
125MPa em corpos de prova cilíndricos, na obra
do e-Tower em S.Paulo. Orientou, nos últimos anos,
mais de 40 dissertações de mestrado e 27 teses
de doutoramento, já concluídas. Autor de 8 livros
publicados no exterior, 3 livros no Brasil e tradutor de
outros 3. Está classificado no sistema internacional
ISIS Web of Knowledge como pesquisador categoria
H6. Presidiu o Ibracon (Instituto Brasileiro do
Concreto) por duas gestões e representou o Brasil
como Deputy Chairman e membro da Comission
5 Service Life da fib (Federation Internationale du
Béton, ex-CEB.FIP). Atualmente é conselheiro
permanente do Ibracon, presidente da Alconpat
Internacional (Asociación Latino Americana de
Control de Calidad, Patología y Recuperación de la
Construcción) e diretor da PhD Engenharia.
Contribuição à análise da resistência do concreto em
estruturas existentes para fins de avaliação da segurança
INTRODUÇÃO
Trata-se de discutir a complexa problemática de medida e avaliação da resistência do concreto em estruturas acabadas ou
existentes, ou seja, em estruturas ou componentes estruturais já
moldados in loco ou pré-fabricados, em obras em construção ou
construídas há anos, para fins de verificação da segurança.
16
ses de doutoramento na Escola Politécnica da USP e outras discute-se a ordem de grandeza da influência de certas variáveis aleatórias principais.
A questão do crescimento da resistência com a idade e do decréscimo dessa resistência com a carga de longa duração, conhecido
no país por efeito Rüsch, também são abordados.
Com base na revisão dos conceitos de introdução da segurança no
projeto das estruturas de concreto discutida pelo Prof. Fusco (ABECE Informa, ano 16, n. 89, jan.fev.2012, p. 12) apresenta-se uma síntese da revisão bibliográfica dos procedimentos recomendados por
normas internacionais consagradas e respeitadas no Brasil.
Conclui-se propondo um procedimento adequado de obtenção do
fck,equivalente a ser utilizado para fins de revisão da segurança do projeto estrutural. Demonstra-se a importância e conveniência conceitual
de separar o problema em duas análises: uma relativa à tecnologia
do concreto e outra relativa à verificação da segurança da estrutura.
Na sequência, a partir de resultados experimentais obtidos em te-
A avaliação da resistência do concreto em estruturas existentes pode
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Quadro 1. Algumas razões, escopos e ações diferenciadas de análise de resistência à compressão do concreto através de
testemunhos extraídos da estrutura.
razões
escopo
ações
o controle de recebimento,
em obra nova, indicou que
fck,est <fck
encontrar qual o novo fck para
re-projeto (verificação) da
segurança estrutural
trata-se de transformar o resultado da resistência do concreto medida através de
testemunhos num valor equivalente ao da resistência característica do concreto à
compressão que seria utilizada num projeto de estrutura nova, a fim de viabilizar
o emprego do mesmo método de introdução da segurança no projeto das
estruturas de concreto, utilizado em estruturas novas.
concreto parece estranho ou
aparentemente não conforme
com o pedido / especificado
analisar o concreto para
comparar com o pedido /
especificado
trata-se de pesquisar se a composição, traço, resistência e outras características e
propriedades do concreto entregue para a moldagem de um determinado
componente estrutural coincide com o concreto solicitado ao produtor do
concreto. Geralmente trata-se de uma questão comercial entre empresas.
concreto exposto a meio
agressivo
analisar características e
propriedades do concreto
determinantes da sua
resistência à deterioração
frente àquele meio agressivo
trata-se de uma análise complexa de ciclo de vida do concreto naquele meio
tomando por base o período de vida útil definido no projeto da estrutura, as
prescrições de manutenção preventiva especificadas no Manual de Operação,
Uso e Manutenção dessa estrutura, eventuais ensaios acelerados ou vistoria de
obras similares e antigas, e, com as resistências, características e propriedades
desse concreto, utilizar modelos de vida útil disponíveis na bibliografia.
qualidade da execução da
estrutura
analisar homogeneidade do
concreto, geometria,
tolerâncias
trata-se de uma análise com uso expressivo de ensaios não destrutivos ou
semidestrutivos, recursos de topografia, nível e prumo laser, excentricidade de pilares,
dimensões geométricas, e extração de testemunhos em regiões complementares
com vistas à aferição da qualidade das concretagens e precisão da execução
frente às tolerâncias1 de norma.
perícia
inspeção e diagnóstico para
esclarecer um problema
patológico
trata-se de utilizar técnicas consagradas e sofisticadas de inspeção e ensaios de
campo2 e de laboratório, eventual prova-de-carga, extração de testemunhos, com
vistas à elaboração de um diagnóstico e prognóstico para esclarecer um colapso
parcial ou total, um problema patológico grave, uma flecha exagerada, uma
fissuração exagerada, etc.
mudança de uso, retrofit
avaliar o estado atual da
estrutura
trata-se de uma análise tipo “as built”3 da estrutura com investigação de
geometrias, armaduras, concreto,extração de testemunhos, etc., com vistas à
mudança de uso que implique ou não em aumento de sobrecargas.
ser necessária por diversas razões que determinam diferentes escopos de trabalho, conforme apresentado na Quadro 1.
Este artigo pretende discutir apenas o primeiro aspecto, ou seja,
quando o controle de recebimento (ABNT NBR 12655:2006) realizado
em obra nova, indicou que fck,est < fck e portanto é necessário encontrar qual o novo fck para revisão de projeto sob o ponto de vista
da verificação da segurança estrutural.
Em última instância trata-se de transformar o resultado da resistência
do concreto medida através de testemunhos, fck,ext,j ensaiado numa
idade j dias, num valor equivalente ao da resistência característica do
concreto à compressão, fck especificada no projeto estrutural, para viabilizar o emprego do mesmo método4 de introdução da segurança no
projeto das estruturas de concreto, utilizado e válido para estruturas
novas, conforme ABNT NBR 6118:2007.
Segundo o fib (CEB-FIP) Model Code 2010. Draft Model Code. Bulletin
55. v.1, considerado o mais recente e atualizado documento na área,
há pelo menos 5 formas de verificação dos estados limites (ELS/SLS
e ELU/ULS) num projeto de estruturas de concreto, sendo as duas
principais:
1. Método probabilista completo de introdução da segurança
(confiabilidade5); e,
2. Método dos coeficientes parciais de segurança (semiprobabilista6)
O método semi-probabilista mais comumente empregado no Brasil e
outros países, adota coeficientes parciais de segurança (majoração
das ações por um lado e de minoração da resistência dos materiais
por outro), conforme ABNT NBR 6118:2007.
Analisar a segurança de uma estrutura acabada é muito mais complexo que introduzir a segurança no projeto de uma estrutura nova.
Requer inspeção preliminar, instrumentação adequada, ensaios e
vistoria criteriosa, pois no coeficiente de minoração da resistência do
concreto entra o prumo, a excentricidade, os ninhos de concretagem,
as diferenças de adensamento, de cura, as características geométricas e outras.
Requer bom senso e conhecimento de tecnologia de concreto, conhecimento dos fundamentos da segurança estrutural, conhecimento
do projeto, das cargas permanentes e acidentais, dos procedimentos
de ensaio de campo, dos procedimentos de ensaio em laboratório,
de análise dos resultados, domínio da natureza dos esforços e ações
efetivas, entre outros.
1
ACI 117-06. Specifications for Tolerances for Concrete Construction and Materials.
American Concrete Institute, 2010. 71p.
2
ACI 201.1R-08. Guide for Conducting a Visual Inspection of Concrete in Service.
American Concrete Institute, 2010. 20p.
3
ACI 364-07. Guide for Evaluation of Concrete Structures Before Rehabilitation.
American Concrete Institute, 2010. 23p.
4
Mesmas funções matemáticas de verificação da segurança
5
ISO 2394:1998. General Principles on Reliability for Structures. International Organization
for Standardization. 2010; e, Eurocode 0. Basis for Design Structures. 2002
6
ISO 22111:2007. Bases for Design of Structures. General Requirements.
International Organization for Standardization. 2007. 23 p.
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Artigo Técnico
NORMATIZAÇÃO ESTRANGEIRA E INTERNACIONAL
Documento 1: fib(CEB-FIP) Model Code 20107. Draft Model Code. March 2010. Bulletin 55.
PAGE 41 ´ reliability target index (β) recommended and suggested
limit state
serviceability
ultimate
safety
formats
reference
period
new
structures
existing
structures
comentários
probabilistic
safety format
partial safety
factor format
50years
β = 1,5
nihil
mantem o mesmo critério de
verificação da segurança,
estruturas novas = existentes
residual
service life
β = 1,5
probabilistic
safety format
50years
3,1 ≤ β ≤ 4,3
3,1 ≤ β ≤ 3,8
partial safety
factor format
50years
β = 3,8
3,1 ≤ β ≤ 3,8
permite reduzir a
confiabilidade na verificação
da segurança em estruturas
existentes
interesting clauses
PAGE
Model Code comments
observações
when assessing existing structures,
reconsiderations of the design values of the
basic variables may be required. guidance
is given in subclauses 4.5.1.4.1
representation of actions to 4.5.1.4.4
representation of geometrical quantities
nihil
no caso de estruturas existentes
recomenda levar em conta as
ações efetivas, principalmente
peso próprio e as dimensões
geométricas, posiçãode
armadura, etc.
93
Table 4.5.7 ´ fcd
γc = 1,5 (persistent/transient)
γc = 1,2 (accidental)
…they might be reduced
by 0,1 if the tolerances are
reduced by 50%...mainly
when analyzing existing
structures…
recomenda reduzir o γc de 0,1
γc = 1,4 (persistent/transient)
γc = 1,1 (accidental)
103
safety factor for model uncertainly γRd
γ Rd = 1,0 … is the case of
assessment of an existing
structure…
recomenda não alterar
79
Model Code
Documento 2: fib(CEB-FIP) bulletin n.2. v.2. July 1999. Structural
Concrete. updating CEB/FIP Model Code 90
PAGE 59, item 6.3:Partial safety factors γc for concrete
…In the concept of Eurocodes a partial safety factor for concrete γc
is defined as a value of 1,5. This safety factor consists of two parts:
First: is the factor γM = 1,30, which considers unfavorable deviation
of concrete strength from its characteristic value fck, model uncertainties, variation of geometrical properties, and the safety level. It
is calculated by … and the part of γM which represent the variability
of materials properties is γM1 = 1,23…
…and the remaining part represents the variation of geometrical
properties and model uncertainties γM2 = 1,05…
Second: is a conversion factor γconv = 1,15, which takes into account the decrease of inplace strength versus the characteristic
strength fck. In the research literature the inverse value of 0,85
often is used… based on the German and Canadian data the 5%
fractile of this ratio, fck,ext / fck was found as a value of 0,90 for columns and walls and as a value of 0,83 for slabs and beams…
(portanto do ponto de vista da tecnologia do concreto fc = 1,11 a
1,20*fc,ext e do ponto de vista da segurança estrutural, o γc de 1,5 passa
a ser de 1,30, o que no Brasil corresponderia a reduzir de 1,4 a 1,21)
Fala muito pouco pois remete a outro documento que trata melhor desse tema: fib(CEB-FIP) Bulletin 22
Monitoring and Safety Evaluation of Existing Concrete Structures. State-of-art Report. 304p. 2003.
7
18
Documento 3: fib(CEB-FIP) Bulletin 22. Monitoring and Safety Evaluation of Existing Concrete Structures. State-of-art Report. 304p. 2003
Recomenda extrair 3 testemunhos e estabelece os seguintes coeficientes de correção dos resultados:
para C20 e C25 ´ fcyl150 = 0,8*fcube150
para C50 e C60 ´ fcyl150 = 0,83*fcube150
fcube100 = 1,05*fcube50
fcube150 = 1,05*fcube200
Documento 4: fib(CEB-FIP) bulletin n.54. v.4. October 2010. Manual,
Textbook on Behavior, Design and Performance. Structural Concrete
Page 165 ´ 8.3.2 Control Methods of Variations in Material Properties
“…in many cases, the damage caused by drilling will influence the
performance of structures…like columns where the cross section
would be severely reduced by the extraction of a core…”
Documento 5: ISO 13822:2010. Bases for Design Structures. Assessment of Existing Structures.
International Organization for Standardization. 2010. 44 p.
Item 6.5 Conversion factors
“…conversion factors reflecting the influence of shape and size
effect of specimens, temperature, moisture, duration-of-load effects,
… shall be taken into account…”
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Annex F ´ Target Reliability Level
“…the values given in Table F.1 are intended as illustrations for
assessment of existing structures…”
(2) Under the condition given in A.2.1 (1), and if the coefficient of
variation of the concrete strength is shown not to exceed 10 %, the
partial safety factor for concrete may be reduced to γc,red1= 1,4.
Table F.1 Illustration of target reliability level
A.2.2 Reduction based on using reduced or measured geometrical
data in design
limit states
target reliability index β
reference period
reversible 0,0
0,0
remaining working life
irreversible
1,5
remaining working life
inspectable
2,3
remaining workin g life
not inspectable
3,1
remaining working life
2,3
50years, at least
SLS
Fatigue
ULS
very low consequences
low consequences
3,1
50years, at least
medium consequences
3,8
50years, at least
high consequences
4,3
50years, at least
Documento 6: EUROCODE II. EN 1992. Dec. 2004. Design of Concrete Structures. General Rules for Buildings. Annex A ´ Modification of Partial Factors for Materials based on ´ EN 13791 Assessment of Concrete Compressive Strength in Structures or in Structural Elements.
2.4.2.4 Partial factors for materials
1. Partial factors for materials for ultimate limit states, γc and γs should
be used.
Note: The recommended values for ‘persistent & transient’ and
‘accidental”, design situations are given in Table 2.1N.
These are not valid for fire design for which reference should be
made to EN 1992-1-2.
Table 2.1N: Partial factors for materials for ultimate limit states
design situations
γc for concrete
γs for reinforcing steel
persistent & transient
1,50
1,15
accidental
1,20
1,00
2. The values for partial factors for materials for serviceability limit
state verification should be taken as those given in the particular
clauses of this Eurocode. Note: The recommended value for situations not covered by particular clauses of this Eurocode is 1,00.
3. Lower values of γc and γs may be used if justified by measures reducing the uncertainty in the calculated resistance. Note: Information
is given in Informative Annex A.
Annex A´ Modification of Partial Factors for Materials
A.2 In situ concrete structures
A.2.1 Reduction based on quality control and reduced deviations
(1) If execution is subjected to a quality control system, which ensures that unfavorable deviations of cross-section dimensions are
within the reduced deviations given in Table A.1, the partial safety
factor for reinforcement may be reduced to γs,red1 = 1,1.
(1) If the calculation of design resistance is based on critical geometrical data, including effective depth, which are either: a. reduced by
deviations, or, b. measured in the finished structure, the partial safety
factors may be reduced to γc,red2 = 1,05 and γc,red2 = 1,45.
(2) Under the conditions given in A.2.2 (1) and provided that the coefficient of variation of the concrete strength is shown not to exceed 10%, the partial factor for concrete may be reduced to γc,red3 =
1,35.
A.2.3 Reduction based on assessment of concrete strength in finished structure
(1) For concrete strength values based on testing in a finished structure or element, see EN 137911, EN 206-1 and relevant product standards, γc may be reduced by the conversion factor η = 0,85.
resumindo:
1. estrutura bem executada ´ revisar a segurança adotando:
γs = 1.05 (ao invés de 1.15)
γc = 1.35 (ao invés de 1.50) ´ γc =1.26 (equivalente no Brasil)
2. a partir de testemunhos extraídos revisar adotando:
fc,j = 1.18 fc,ext,j
■
Documento 7: EHE-08 Instrucción del Hormigón Estructural. Madrid:
Ministerio de Fomento. Centro de Publicaciones, 2008. 704p.
“…puede tenerse en cuenta que, por diferencia de compactación y otros efectos, las probetas testigo presentan una resistencia
algo inferior a la de las probetas moldeadas a igualdad de otros
factores (condiciones de curado, edad, etc.)...
…por mayor conocimiento del hormigón en la estructura también
se permite disminuir el coeficiente de minoración del hormigón…
Artículo 86.8, pág. 416:…el proceso de extracción de probetas
testigo mediante trépano provoca generalmente un cierto nivel de
daño en el hormigón que se pretende evaluar, mediante la aparición de microfisuras que pueden tener su incidencia en los resultados obtenidos al proceder a su rotura a compresión. Por ello,
se recomienda valorar la aplicación de factores de corrección de
los resultados que permitan tener en cuenta tales efectos. A falta
de datos específicos para cada caso, es habitual considerar que,
para hormigones normales, el referido efecto provoca una disminución de un diez por ciento en la resistencia…”
Documento 8: ACI 214.4R-10 Guide for Obtaining Cores and Interpreting Compressive Strength Results. 2010. 17p.
Chapter 8. Investigation of Low-Strength Test Results in New
Construction Using ACI 318
average of 3fcores ≥ 0,85*f’c (corresponde a f’c = 1,18*fcore,av)
all three fcore ≥ 0,75*f’c (corresponde a f’c = 1,33*fcore,min)
Chapter 9. Item 9.1 ´ Conversion of core strengths to equivalent
in-place strength
fc = Fl/d*Fdia*Fmc*Fd*fcore
Fl/d ´ depende de l/d (l/d = 2´ 1 e l/d = 1 ´ 0,87)
Fdia ´ depende do diâmetro (ø=150mm à´ 0,98; ø=100mm
´ 1,00; ø=50mm ´ 1,06)
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Artigo Técnico
Fmc ´ depende do sazonamento (padrão = 1,00;
submerso2d =1,09; seco7d=0,98)
Fd ´ correção efeito deletério do broqueamento = 1,06
observar que para um testemunho de diâmetro 5cm, com h/d=2
e rompido submerso / saturado, fc = 1*1,06*1,09*1,06* fcore ´
fc = 1,225*fcore
Documento 9: ACI 318M-08 Building Code Requirements for
Structural Concrete. 2008. 470p.
Chapter 5. Concrete Quality, Mixing, and Placing
Item 5.6.5 Investigation of low-strength test results:
2.6.5.4 …concrete in an area represented by core tests shall be
considered structurally adequate if the average of three cores is
equal to at least 85 percent of f’c and if no single core is less than
75 percent of f’c … (corresponde a f’c = 1,18*fcore,av ou f’c =
1,33*fcore,min )
5.6.5 comments ´…core tests having an average of 85 percent
of the specified strength are realistic. To expect core tests to be
equal to f’c is not realistic, since differences in the size of specimens, conditions, of obtaining samples, and procedures for
curing, do not permit equal values to be obtained…
5.6.5.5 …if criteria of 5.6.5.4 are not met and if the structural adequacy remains in doubt…strength evaluation accordance with
chapter 20…
obs.: caso o f’c obtido dessa forma (1,18 da média ou 1,33 do inferior) atenda o f’c de projeto, encerra-se aqui a avaliação. Caso o f’c
assim obtido ainda não atenda o f’c de projeto, é necessário verificar
a segurança adotando esse novo f’c e seguindo os procedimentos
do cap.20, a seguir transcrito.
Chapter 20. Strength Evaluation of Existing Structures
20.2.3 …for strength evaluation of an existing structure, cylinder
or core test data shall be used to estimated an equivalent f’c. The
method for obtaining and testing cores shall be in accordance
with ASTM C42M…
20.2.5 …it shall be permitted to increase the strength reduction
factor ø but ø shall be according with Table 20.2.5.1
Table 20.2.5.1 Factor ø to reduce the concrete strength.
sections
item 9.3.2 item 20.2.5 aumento
tension controlled sections as defined in 10.3.4............. 0,90
1,00
1,11
compression controlled sections as defined in 10.3.3:...
members with spiral reinforcement (10.9.3)…………….. 0,75
0,90
1,20
other reinforced members……………………………….... 0,65
0,80
1,23
shear and/or torsion………………………...…………...... 0,75
0,80
1,06
bearing on concrete……………………………………...... 0,65
0,80
1,23
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Obs.:
1. Um simples cálculo demonstra que esse aumento no coeficiente
de redução da resistência do concreto, de 6% a 23% significa reduzir, para fins de comparação, o coeficiente de minoração adotado
no Brasil, γc de 1,4 para γc de 1,14 a 1,31. Em compressão cintada
passaria de γc = 1,4 para γc = 1,17. Observe-se que a ABNT NBR
6118 permite reduzir de apenas γc = 1,4 para γc = 1,27;
2. Observar que se trata de uma redução dupla: primeiro achar o
f’c equivalente no qual f’c = 1,18*fcore,av ou f’c = 1,33*fcore,min e,
posteriormente se não aprovar, reduzir o coeficiente de minoração
γc para até 1,14, durante a verificação da segurança.
Documento 10: Joint Committee on Structural Safety (JCSS). Probabilistic Assessment of Existing Structures. RILEM. D. Diamantides Ed. 2001. 162p. ISBN 2-912143- 24-1
“...thus every statement about the safety of an existing structure is
person dependent and reflects the state of knowledge of the person that makes the statement… that experts opinions often differ
considerably… but must be rational in the final decision…”
Concluindo esta revisão da Normatização Internacional e Estrangeira fica claro que a maioria das normas divide o problema em duas
partes bem distintas:
1. Uma primeira relativa a ensaio, ou seja, passar de fc,ext a fc equivalente, para a qual algumas normas chegam até a recomendar
explicitamente um especialista em tecnologia de concreto. Corresponde à inspeção da estrutura, pacometria, esclerometria e ultrasom, amostragem, extração, prumo, excentricidade, deflexões, giros, medidas geométricas “as built” de campo, transporte dos testemunhos, preparação dos topos, sazonamento, ensaio de ruptura
e correção do resultado para obter fc = λ *fc,ext
2. Uma segunda relativa à verificação da segurança, ou cálculo da
segurança estrutural na qual é alterado o coeficiente de minoração
da resistência do concreto, ou o coeficiente global de segurança,
ou o coeficiente β de confiabilidade, segundo seja o método de introdução da segurança no projeto das estruturas de concreto preferido pelo projetista. Em todos os casos é recomendado aceitar
coeficientes γM de minoração da resistência dos materiais ou β de
confiabilidade, inferiores aos utilizados no caso de obra nova, ainda
por construir.
Resistência do Concreto obtida de Testemunhos fc,ext,j
Diante de tantas variáveis aleatórias e de difícil mensuração há necessidade de experiência e bom senso no estabelecimento do plano de amostragem e na análise dos resultados.
Como procedimento básico, decorrente das informações anteriores, poder-se-ia recomendar:
1. Como decorrência das definições e dos conceitos anteriormente expressos, no caso de resistência à compressão do concreto
em componentes estruturais importantes como pilares, é preciso,
primeiramente, saber se os componentes estruturais sob análise
foram moldados com o concreto de uma mesma betonada;
2. Se positivo o próximo esclarecimento é observar se há bicheiras,
vazios, defeitos, reparos, ou seja, se há deficiências evidentes de
má execução;
3. Na seqüência medir dimensões, prumo e excentricidade do pilar.
Com estrutura bem executada é possível aceitar γc menores pois
há menos desconhecimentos;
4. Se necessário utilizar ensaio de dureza superficial (esclerometria)
e ultra-som, para confirmar homogeneidade do concreto desse
pilar;
5. Com essas informações e desde que haja evidências que permita
considerar que se trata de um componente estrutural bem executado com desvios dentro das tolerâncias da ABNT NBR 14931,
deve-se aplicar o pacômetro para identificar a posição das armaduras longitudinais e estribos, buscando confirmar se estão de
acordo com o projeto estrutural. Se necessário proceder a uma
prospecção visual com escarificação superficial;
6. Uma vez constatada a coerência do componente estrutural (por
exemplo pilar), escolher o diâmetro do testemunho de forma a
não cortar armaduras e proceder à extração, preferencialmente
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no centro de uma das faces, na região do terço inferior, logo acima do fim da região de traspasse das armaduras. Preferencialmente o testemunho deve ter uma altura igual ao dobro do diâmetro mas devido às operações de ensaio e preparação dos topos
e devido à necessidade de descartar as superfícies, é sempre
conveniente extrair um testemunho com altura igual ao dobro do
diâmetro mais algo da ordem de 5cm;
7. O testemunho deve sair íntegro, sem fissuras, sem vazios nem corpos estranhos, com geratriz retilínea. Se houver problemas extrair cuidadosamente outro na mesma face e vertical desse pilar em análise,
um pouco acima, espaçado, no mínimo de 1 (um) diâmetro do testemunho anterior. Basta 1 ou 2 testemunhos por pilar, no máximo8;
8. No laboratório de ensaio conferir geometria, esquadro e ortogonalidade, conferir interface testemunho com prensa, observar forma de ruptura e fragmentos na busca de eventuais “corpos estranhos”. Se tudo estiver bem, considerar o resultado como aproveitável. Caso contrário, descartar;
9. Considerando somente os resultados “confiáveis”, a resistência
à compressão do concreto nesse pilar é o maior valor obtido dos
testemunhos “irmãos”. Comparando esse valor com o resultado
da resistência do corpo de prova moldado (referidos a uma mesma idade ), se houver uma discrepância de ± 30% repetir os
ensaios, pois deve haver algum erro grosseiro num dos procedimentos, ou no de extração ou no de moldagem (controle), ou
em ambos. Ou não repetir, mas estar seguro de como justificar
tamanha discrepância9.
PESQUISAS de DOUTORADO no BRASIL
Documento 1: CREMONINI, R.A. Análise de Estruturas Acabadas.
Contribuição para a Determinação da Relação entre as Resistências Potencial e Efetiva do Concreto. São Paulo, EPUSP, 1994.
O Prof. Ruy Cremonini hoje é Professor Associado da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Sua importante pesquisa comparou
a resistência potencial (corpo de prova moldado nas condições ideais) com a resistência efetiva do concreto obtida através de testemunhos extraídos, sempre ambos ensaiados a 28dias de idade. No
caso de pilares examinou 6 estruturas distintas num total de 17 lotes.
Manteve sempre as mesmas dimensões (corpo de prova moldado
igual a extraído e com 10cm de diâmetro e 20cm de altura), ambos
rompidos a 28dias de idade. Testemunho ensaiado em condições
normais após corte úmido e polimento dos topos com água e capeamento com enxofre. Corpos de prova moldados foram ensaiados
nas condições de norma, com topos capeados com enxofre.
Portanto as diferenças foram minimizadas e se referiram a direção
de moldagem e de ensaio; cura, carregamentos prévios de obra (2
a 4 andares acima já concretados), efeitos deletérios do broqueamento, diferenças de adensamento, diferenças de temperatura de
cura, obtendo em valores médios:
fc,28 = 1,24 * fc,ext,28
Documento 2: VIEIRA Filho, J.O. Avaliação da Resistência à Compressão do Concreto através de Testemunhos Extraídos: Contribuição à Estimativa do Coeficiente de Correção devido aos Efeitos do Broqueamento. São Paulo, EPUSP, 2007.
O Prof. José Orlando é hoje o Diretor do Curso de Engenharia Civil da
UNICAP e Prof. Doutor da UFPE. Sua importante pesquisa comparou
Um testemunho de 10cm de diâmetro com h/d = 2, num pilar de 40cm por 40cm de
seção transversal vai reduzir a seção resistente de concreto em mais de 16%, Um testemunho de 7,5cm reduzirá de mais de 8,8%. Em qualquer caso é muito! Deve-se reduzir
ao mínimo o número de testemunhos por pilar. Caso o concreto de uma mesma betonada tenha moldado vários pilares, evitar extrair de todos os pilares escolhendo apenas
2 ou 3 pilares e extraindo um testemunho de cada um deles e analisando os resultados
sob o conceito de testemunhos “irmãos” e representativos de uma mesma betonada
(conceito de exemplar).
9
Em geral, nesta etapa do processo, dá-se preferência aos resultados dos testemunhos
extraídos pois estes representam melhor o componente estrutural.
8
a resistência potencial (corpo de prova moldado nas condições ideais)
com a resistência efetiva do concreto obtida através de testemunhos
extraídos, sempre ambos ensaiados a 28dias de idade. Neste caso,
porém, diferentemente da pesquisa de Ruy Cremonini, os testemunhos extraídos não foram retirados de uma obra normal e em andamento normal, sem o conhecimento dos engenheiros de obra. Foram
moldados blocos parede de concreto e mantidos em condições ideais
de norma (temperatura e UR), muito bem adensados equivalentes ao
corpo de prova moldado, pois são paredes de pequena altura, ou seja,
neste caso a única diferença era que um foi extraído e outro moldado,
além do extraído estar ortogonal à direção de moldagem e o moldado
ser ensaiado na direção paralela à de moldagem.
Além de manter as mesmas dimensões (corpo de prova moldado igual
a extraído e com 10cm de diâmetro e 20cm de altura), ambos rompidos a 28dias de idade, testou testemunhos com outras dimensões.
Testemunho ensaiado em condições normais após corte úmido e polimento dos topos com água e capeamento com retificação úmida (refrigerados a água). Corpos de prova moldados foram ensaiados nas
condições de norma, com topos também retificados com água.
Portanto as diferenças foram minimizadas e se referiram quase que
exclusivamente ao efeito deletério do broqueamento, direção de
moldagem e de ensaio, obtendo em valores médios:
fc,28 = 1,07 * fc,ext,28
Outra contribuição valiosa dessa pesquisa foi demonstrar que também é possível obter resultados confiáveis utilizando testemunhos de
pequeno dimensões (2,5cm de diâmetro por 5,0cm de altura). Isso é
muito importante para reduzir riscos à segurança durante as investigações pois permite extrair mais testemunhos aumentando significativamente a representatividade sem reduzir muito a seção resistente.
CONVERSÃO DE “EXTRAÍDO” fc,ext,j A “MOLDADO” fc,j,eq NA IDADE j
Passando então à solução da primeira do problema parte que a bibliografia denomina de tecnologia do concreto:
O valor obtido por conta de se tratar de testemunho extraído, ou
seja, além de ser afetado negativamente pelas operações de extração também são afetados pelas operações de execução, ou
seja, deveria ser corrigido por vários fatores ou coeficientes.
Com base na bibliografia fartamente disponível sobre tecnologia de
concreto, resume-se que a conversão de “extraído” fc,ext,j a “moldado”
fc,j,eq deveria levar em conta os seguintes fatores ou coeficientes k:
fck,est,eq = k1*k2*k3*k4*k5*k6*k7*k8*fck,ext,j onde:
fck,est,eq = resistência à compressão característica do concreto equivalente à obtida de corpos de prova moldados, a 28dias de idade;
fck,est,eq = resistência à compressão característica do concreto
à compressão obtida diretamente de testemunhos extraídos e
ensaiados a j dias de idade;
k1 = correção devida à geometria do testemunho cilíndrico, ou
seja, devida à relação h/d. Esse coeficiente pode ser obtido da
ABNT NBR 7680, estando apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Coeficientes k1 de correção devida à geometria do testemunho cilíndrico
relação h/d
BS 1881
ASTM C 42
2,00
1,75
1,50
1,25
1,00
1,00
0,98
0,96
0,94
0,92
1,00
0,98
0,96
0,93
0,87
ABNT NBR 7680
coeficiente k1
1,00
0,98
0,96
0,93
0,87
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Artigo Técnico
k2 = coeficiente devido ao efeito deletério de broqueamento. Esse
coeficiente pode ser obtido do ACI 214:2010 (k2 = 1,06) ou da
tese de doutorado de José Orlando Filho (k2 = 1,07). Esse efeito deletério do broqueamento fica ainda mais importante ao se
considerar a possibilidade do uso de equipamentos velhos, mal
conservados, mal fixados no momento da extração e manuseado por operadores mal treinados;
k3 = coeficiente devido a deficiências de cura do concreto na obra.
Esse coeficiente pode ser obtido de vários textos base de livros
de tecnologia de concreto ou até mesmo da norma ACI 214:2010,
ou seja, a cura deficiente de obra, comparativamente àquela padronizada como ideal (corpo de prova moldado), pode reduzir
muito a resistência do concreto na obra, em até mais de 10%,
conforme apresentado na Tabela 2:
Tabela 2. Efeito da natureza do sazonamento (UR e temperatura)
na resistência do concreto
referência
sazonamento
coeficiente k3
ACI Materials Journal. Set-Oct. 2011 N. 108, M.5. Effect of
Initial On -Site Curing on 28-Day Cilinder Strength. J.
Calavera et all. p. 510-515. ISSN 0889-3241/98
> 30ºC
1,10
ACI Materials Journal. Set-Oct. 2011 N. 108, M.5. Effect of
Initial On -Site Curing on 28-Day Cilinder Strength. J.
Calavera et all. p. 510-515. ISSN 0889-3241/98
< 15ºC
1,05
ao ar
1,60
Concrete Society Technical Report N° 11 “Concrete core
testing for strength”. Concrete Society, Maio de 1976.
usual de obra
1,20
Concrete Society Technical Report N° 11 “Concrete core
testing for strength”. Concrete Society, Maio de 1976.
membrana de cura
1,10
BATTAGIN, A.F.; CURTI, R.; SILVA, C.O. & MUNHOZ,
F.C.Influência das Condições de Cura em Algumas
Propriedades dos Concretos. IBRACON. 44º Congresso
Brasileiro do Concreto, 2002.
camara seca
1,15
MEHTA, P.K.; MONTEIRO, P.J. Concreto: Microestrutura,
Propriedades e Materiais. IBRACON. 3ra Edição. p. 62. 2008.
Concrete Manual. 8a ed. U.S. Bureau of Reclamation, 1981
Tabela 4. Coeficientes de correção segundo a direção ortogonal
à de moldagem
referência
Petersons, Nils. Recommendation for Estimation of Quality of
Concrete in Finished Structures. Stockholm. Materiaux et
Constructions, v.4, n. 24, 1977. p 379-97
Delibes, Liniers Adolfo. Análisis de la Influencia de Algunas
Variables em la Extracción y Ensayo a Compressión de
Probetas Testigos de Hormigón. Madrid, Informes de la
Construcción, n. 266, 1974. p. 65-79
Concrete Society. Concrete Core Testing for Strength. London.
Concrete Society Technical Report, .11, 1976.
Revuelta Crespo, David & Gutiérrez Jiménez, José Pedro.
Ensayos de Información Complementária del Hormigón:
Evaluación de la Resistencia a Compresión del Hormigón
Mediante Probetas Testigo. Madrid, Hormigón & Acero, Dec.
2009, n. 935. ISSN 0008-8919 p. 34-46
Tabela 3. Coeficientes de correção segundo teor de ar aprisionado no concreto (adensamento insuficiente) Concrete Society Technical Report N° 11 “Concrete core testing for strength”. Concrete Society, Maio de 1976.
porcentagem de
ar aprisionado em volume
fator de correção
por compactação, k4
1,0
1,08
1,5
2,0
2,5
1,13
1,18
1,23
3,0
3,5
4,0
4,5
1,28
1,33
1,39
1,45
5,0
1,51
fator de correção, k5
1,12
1,05
1,08
Tabela 5. Relação entre a resistência do concreto em testemunhos
extraídos em direção paralela e ortogonal à concretagem. (Dissertação de
Mestrado. De Castro, E. Estudo da Resistência à Compressão do Concreto por Meio de Testemunhos de
Pequeno Diâmetro e Esclerometria. p. 70. Uberlândia. Universidade Federal de Uberlândia, 2009)
Pesquisador
k4 = coeficiente devido a deficiências de adensamento na obra comparativamente ao adensamento enérgico e ideal do corpo de prova. Segundo ACI 214:2010 e livros texto de concreto, deve ser aumentada a resistência do testemunho de 5% a 7% para cada 1%
a mais de porosidade (volume de vazios) do concreto extraído em
relação à porosidade medida no concreto bem adensado do corpo
de prova padrão. Isso pressupõe que a porosidade (ASTM C 642 )
tenha sido medida no corpo de prova moldado e também no testemunho extraído para permitir a comparação e eventual correção,
conforme mostrado na Tabela 3;
22
k5 = coeficiente devido à direção de extração em relação à direção de
lançamento e adensamento do concreto. Segundo os livros texto de
concreto e ACI 214:2010, concreto extraído em direção ortogonal à
de lançamento deve ser corrigido de k5 de 1,05, ou seja, a resistência do concreto extraído ortogonalmente é 5% menor que aquela do
concreto do corpo de prova onde a moldagem e o ensaio estão na
mesma direção, conforme mostrado na Tabela 4 e Tabela 5;
Petersons (1971)
Grahan, apud Neville (1969)
Ortiz & Diaz (1973)
Liniers (1974)
Meininger (1977)
Concrete Society
Kasai & Matui (1979)
Munday & Dhir (1984)
Bloem (1968)
Relação Fc horizontal / Fc vertical
1,12
1,08
1,01 a 1,06
1,05
1,07
1,08
1,04
1,05 a 1,11
1,00
k6 = coeficiente devido às condições de sazonamento do concreto
do testemunho, antes do ensaio de compressão. Segundo ACI
214:2010, se rompido imediatamente e na sequência da extração
k6 = 1,00. Se mantido sob água por 48h e rompido saturado k6 =
1,09 e se rompido seco em estufa ventilada por 7dias, k6 = 0,98;
Observe-se que a prática da engenharia requer bom senso e conceitos firmes, pois não tem sentido corrigir sempre utilizando todos
os coeficientes apresentados. Por exemplo, se não houve variação
significativa de temperatura ou se a estrutura está na Amazônia
onde a UR é equivalente à de uma câmara de cura, o coeficiente de
cura e sazonamento não deverá ser utilizado.
Portanto com o emprego correto desses coeficientes obtem-se
fck,est,j,eq.
Falta agora transportar essa resistência para o referencial de 28 dias.
QUANDO e COMO RETROAGIR a RESISTÊNCIA
a 28 DIAS
O ACI 318:2008 e o ACI 214.4R-10, nestes casos, adotam a resistência
atual, j, como a resistência de projeto. O EUROCODE II e outras normas não são claras nesse critério, mas geralmente nada comentam
sobre a necessidade de retroagir a resistência a 28dias. Fusco no artigo técnico da ABECE informa ano 16, n. 89, 2012, p. 12 recomenda
não corrigir desde que a idade de ensaio do testemunho não supere
91dias. Portanto apesar de, na maioria dos casos ser desnecessária
essa correção, admite-se aqui, para fins de discussão construtiva que
fosse necessário fazer essa correção.
Nessas condições os cálculos para obtenção do fck,est,eq a 28dias, ainda
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deveriam continuar com os seguintes coeficientes k7 e k8, assim obtidos:
k7 = coeficiente devido à idade. Este coeficiente considera que o
concreto esteve, até a idade de ensaio, livre e sem carga, podendo desenvolver todo o crescimento de sua resistência. Também pressupõe que havia em obra condições ideais de cura e
temperatura, similares à de uma câmara úmida, que permitiram o
crescimento da resistência. Como é sempre difícil definir a história
real de carregamento desse concreto e suas condições de cura e
temperatura, pode-se admitir que sempre que estiver pouco carregado, ou seja, com menos de 50% da carga de projeto10, esse
concreto pode desenvolver sua resistência “livremente”. Assim
sendo para retroagir essa resistência a 28dias deve-se utilizar o
modelo clássico de crescimento da resistência com a idade, previsto na ABNT NBR 6118:2007 e fib Model Code 2010, a saber:
fc,j = e s*(1- 28)
j
fc,28
√
no qual s deve ser admitido como s = 0,16 uma vez que corresponde ao modelo de segurança da ABNT NBR 6118:2007 que admite
0,85 (=1,17*0,73) como o produto aos 50 anos do crescimento versus o efeito Rüsch.
Assim sendo, para j > 28dias:
K7 = e
-0,16*(1-
√j
28
)
k8 = coeficiente devido ao efeito de carga de longa duração, também
conhecido no Brasil por efeito Rüsch. Todo concreto sob carga elevada, acima de 50% da carga de projeto, mantida por um período
superior a 20 minutos, fica sujeito a esse fenômeno que é o de
redução significativa de sua resistência podendo chegar a perder
27% de sua resistência sob carga elevada mantida dos 28dias aos
50anos. O modelo clássico, adotado pelo fib Model Code 2010 e
ABNT NBR 6118:2007, que representa esse fenômeno, é:
fc,sus,t = 0,96-0,12 4 1n{72 (t-t )}
* 0
*√
fc,t0
Portanto é possível obter a resistência inicial na idade t0 ou de
28dias, tendo-se medido a resistência do concreto sob carga na idade j ou t, através do uso desse modelo, ou seja;
k8 =[0,96-0,12* 4√1n{72*(t-t0)}] −
1
sempre que t >28dias e to = 28dias.
Com base nessas considerações é possível, finalmente, obter a resistência característica do concreto à compressão equivalente à resistência característica estimada do concreto, como se tivesse sido
moldado e ensaiado aos 28dias em condições ideais de laboratório
e sem carga de nenhuma espécie.
Portanto obtem-se assim um fck,est,eq do concreto desse elemento estrutural. Caso fck,est,eq ≥ fck, especificado no projeto estrutural
a análise encerra-se aqui. Caso seja inferior ao fck de projeto,
há necessidade de verificar a segurança.
VERIFICAÇÂO da SEGURANÇA
Se não atender será necessário verificar a segurança conforme segue:
“os resultados de testemunhos são muito mais representativos
e mais próximos do fck,ef que os corpos de prova moldados.”
Por essa razão, é possível reduzir γc por dispor-se de um resultado
que abarca maior conhecimento dos “desconhecimentos”, ou seja,
uma vez que é melhor conhecido aquilo que foi executado, pois
a amostra extraída vem dele (do executado).
A literature consultada por este autor não faz referência sobre a intensidade do carregamento. Sabe-se dos trabalhos de Rüsch que cargas elevadas, acima de 75% do valor de
ruptura no ensaio instantaneo deflagram o fenômeno de redução da capacidade resistente. O autor sugere 50% por simples intuição e sem base experimental.
10
Na prática significa majorar de algo o resultado do extraído (fck,est,eq).
As normas existentes e consagradas divergem sobre essa “majoração”
conforme apresentado na revisão normativa, com coeficientes variando
de 6% a 22%. A própria ABNT NBR 6118:1978 majorava em 15%.
Para ser conservador e estar conforme com a ABNT NBR 6118 :2007
deve-se majorar os resultados em apenas 10%, o que equivale a reduzir o γc de 10%.
Portanto o novo fck (para fins de revisão da segurança) = 1,1 * fck,est,eq
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluindo, com esses novos e equivalentes fck, proceder à verificação da segurança usual como se fosse estrutura nova, ou seja,
“utilizar os mesmos modelos e programas como se os resultados
fossem obtidos de corpos de prova moldados ensaiados em condições padronizadas a 28dias”:
O
cd=
fc,j * 0.85
γc
onde, no Brasil, em geral, γc = 1,4.
A verificação da segurança da estrutura com base somente na
eventual alteração da resistência do concreto, pode ser considerada simplista e parcial. Poder-se-ia entrar no mérito das diferenças
resultantes dos métodos de análise de 2ª ordem, simplificações
de modelagem e dos valores dos coeficientes de ponderação
das ações adotados. Considere-se ainda que pode haver pilares
onde predomine a carga centrada e outros com expressiva ação
de momentos fletores nos quais as conseqüências de uma resistência do concreto inferior ao fck podem ser bem diferentes11.
Cabe observar que segundo o item 15.8.3 da ABNT NBR 6118:2007,
há 4 métodos, igualmente válidos, para dimensionar um pilar:
¾ o método do pilar-padrão com curvatura aproximada, 1/r
¾ o método do pilar-padrão com rigidez aproximada, k
¾ o método do pilar-padrão acoplado a diagramas M, N, 1/r
¾ o método geral (mais preciso)
No caso hipotético de um pilar com ax = 26cm por ay = 39cm;
submetido a uma força normal de 62tf; sob momentos no topo de
mx = -1,4tf.m e my = 5.7tf.m; sob momentos na base de mx =
2,85tf.m e my = -2,85tf.m e concreto de fck = variável, obter-se-ia
7 respostas possíveis:
método
fck = 35MPa e As variável
As = 8 ø 16 e fck variável
1/r
8 ø 16
35MPa
K
6 ø 16
30MPa
M, N, 1/r
6 ø 12,5
25MPa
método geral
6 ø 10
20MPa
Observe-se que uma verificação da segurança, por exemplo, de
pilares de edifícios, poderia ainda ser muito mais acurada, empregando-se menores γ s, ou refinando o cálculo das cargas permanentes, ou refinando o efeito cumulativo de ações, ou refinando
as características geométricas efetivas do pilar, ou refinando a
taxa de armadura efetiva, etc., de modo a colocar a engenharia ao
lado e a favor do processo construtivo em concreto armado que
é o processo mais interessante, versátil e seguro, descoberto há
cerca de apenas 100anos atrás e líder isolado em todos os países
do mundo atual, comparativamente às demais alternativas.
11
Observe-se que neste trabalho de discussão técnica não está sendo considerada a
questão comercial, ou seja, é possível em certas circunstâncias aceitar um concreto
com resistência à compressão de 0,9 do fck sem necessidade de reforço. Por outro lado,
comercialmente, o produtor desse concreto pode ser penalizado pois o pedido / contrato
de fornecimento foi de fck e não de 0,9*fck
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ABECE na Brazil Road Expo 2012
A
segunda edição da
Brazil Road Expo, única
feira da América Latina
exclusiva para o setor
de infraestrutura viária e
rodoviária, aconteceu no
Expo Center Norte, em
São Paulo (SP), de 2 a 4
de abril de 2012, reunindo as últimas novidades
do setor, entre elas tecnologias em equipamentos, softwares, pavimentação, sinalização etc.
De acordo com Guilherme Ramos, diretor ABECE marcou presença no evento em stand que contou com a presença de representantes da entidade para expor suas ações aos
executivo da Quartier visitantes da feira
Feiras, organizadora do
evento, o balanço é positivo, principal- Estiveram presentes concessionárias de na execução de obras de pequeno, mémente pela qualidade do público pre- rodovias, fornecedores, órgãos governa- dio e grande porte, além da qualidade
sente nesta edição. Durante os três dias mentais, universidades, prefeituras de e durabilidade das rodovias e principaldo evento 8234 profissionais visitaram todo o País, além de associações liga- mente a segurança de seus usuários.
a feira e participaram dos seminários das ao setor, como a ABECE.
Com a participação de especialistas
do Brazil Road Summit - programa de
conferências do evento e do Coninfra - A exposição reuniu mais de 200 empre- do setor, o Brazil Road Summit, prograCongresso Brasileiro de Infraestrutura sas que atuam nos segmentos de sinali- ma de conferências do evento, apresende Transportes que aconteceu em para- zação viária, máquinas e equipamentos, tou as novas tecnologias do segmento
lelo à BRE 2012. “Conversamos com os segurança, softwares, pavimentação, de infraestrutura de vias e rodovias e
expositores e confirmamos o alto nível drenagem de rodovias, além de produ- promoveu debates sobre a atual situtécnico dos profissionais que visitaram o tos criados com os mais diversos objeti- ação da construção civil do País e do
vos, entre eles o melhor custo-benefício mundo.
evento”, diz.
E
C
om apoio da ABECE, entre outras entidades, o Instituto Aço Brasil promove, de 26 a 28 de junho de 2012, no
Transamérica Expo Center, em São Paulo
(S), o 23º Congresso Brasileiro do Aço.
Inúmeras palestras com especialistas em
temas do setor e uma feira de negócios
com cerca de 3.700 m2 de área construída constituem o evento.
24
Mais informações podem ser obtidas
no endereço www.acobrasil.org.br/congresso2012, telefone (21) 2524-6917 ou
e-mail [email protected]. Inscrições até 7 de maio de 2012 têm desconto de 15%.
ngenheiros, arquitetos,
empreq
sas
s
construtoras
e fabricantes de
e
estruturas
met
tálicas
têm até
o dia 5 de junho
d
de
2012 para
s inscrever no
se
Prêmio ABCEM
2
2012,
promovido
pela ABCEM - Associação Brasileira da
Construção Metálica.
Para concorrer, os interessados têm
que inscrever projetos em que elementos e componentes de aço tenham absoluta predominância, incluindo as estruturas mistas aço-concreto.
A premiação contempla obras em três
categorias: Edificações (estruturas ver-
ticais e ou horizontais que se destinam
à utilização residencial, comercial, escolar, esportivo etc., de médio e grande porte), Obras de Pequeno Porte (estruturas de residências, pequenos edifícios, esculturas, monumentos, novas
ou ampliações/modificações) e Obras
Especiais (estruturas como galpões,
indústrias, hangares, obras de arte, antenas de telecomunicações etc.).
Os resultados serão divulgados no
dia 14 de agosto de 2012, na cerimônia de abertura do Construmetal
2012 - Congresso Latinoamericano
da Construção Metálica, que será realizado em São Paulo, no Frei Caneca
Shopping & Convention Center.
Mais informações estão no endereço
http://www.abcem.org.br/construmetal/
premio-abcem.php.
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Guanabaratejo
Entrevista
ABECE • Qual foi o primeiro projeto realizado
pela Fundação Roberto Marinho e como
surgem as prioridades para a escolha?
Lucia • Na Fundação, os projetos nasceram,
há mais de 30 anos, a partir do desejo
do Dr. Roberto Marinho de inovar no uso
da televisão a serviço da educação e da
cultura, utilizando o potencial da TV Globo
para transmitir mensagens de valorização e
conservação do patrimônio cultural brasileiro.
A partir do projeto de restauro da Igrejinha
de N. S. do Rosário do Serro, em Diamantina
(MG), por exemplo – realizada em parceria
com o Iphan e o Iepho –, foi dado início a
um programa de recuperação do patrimônio
arquitetônico brasileiro que contemplou mais
de 60 monumentos preservados. Ao longo
desse tempo, identificamos a necessidade de
criarmos, desenvolvermos e implementarmos
projetos de revitalização, além da preservação,
dando início a uma nova fase da Fundação,
na qual percebemos que patrimônio não é só
o prédio, mas tudo aquilo que é criado e dá
identidade a um povo – o chamado patrimônio
imaterial. Nossos projetos têm como prioridade
a educação.
ABECE • Qual é o papel da Fundação nos
projetos desenvolvidos?
Lucia • Na maior parte das vezes, a Fundação
é responsável pela concepção e realização do
projeto – do desenvolvimento e implementação
até a inauguração –, além da articulação e
viabilização técnica e financeira, por meio de
captação com parceiros públicos e privados.
Mas o papel pode variar dependendo do
desenho da proposta, já que pode surgir
internamente ou partir de algum parceiro.
Lucia Basto
A
rquiteta pela Universidade Santa Úrsula
e pós-graduada no MBA do Coppead Instituto de Graduação em Administração
da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro) com grande experiência na gestão de projetos complexos de restauro,
exposição e museografia e na interlocução com órgãos de cultura e patrimônio
e com especialistas da área, Lucia Coelho
Gomes Fernandes Basto é gerente geral
da Unidade de Patrimônio da Fundação
Roberto Marinho, onde atua desde 1996.
É responsável pela gestão de contratos,
orçamentação e acompanhamento físico/
financeiro de projetos, bem como pela
elaboração e prestação de contas de projetos com incentivos fiscais, junto ao MinC
(lei Rouanet), IPHAN e outros órgãos.
Como a Fundação já tinha o desejo de criar um
museu pioneiro dedicado à língua portuguesa,
foi perfeito. O MLP é a primeira instituição
totalmente dedicada ao idioma natal de um
país. O prédio é muito bonito, histórico, e ainda
tem uma característica que para nós é muito
interessante: a Estação da Luz foi, no passado,
o ponto de encontro entre o português falado
aqui e outros idiomas. Aos imigrantes que
chegavam à estação em trens vindos do Porto
de Santos, a Luz era a primeira visão de São
Paulo. Ainda hoje, a estação de trem continua a
abrigar, diariamente, sotaques vindos de todas
as partes do país. Já no Museu do Futebol, o
projeto nasceu de forma um pouco diferente.
A Fundação já tinha o interesse de criar um
Museu do Futebol no Rio, mais precisamente
no Maracanã. Mas, por várias razões, isso
acabou não acontecendo. Um dia, o (José)
Serra, então governador de São Paulo, visitou
o Museu da Língua Portuguesa e nos procurou
depois, se dizendo encantado. Ele nos disse
que tinha o desejo de criar um museu no
Estádio do Pacaembu e soube que a Fundação
já tinha tentado, mas que não tinha vingado no
Rio. A partir daí começou a negociação para
viabilizar o projeto.
Principalmente nos projetos atuais que
envolvem a construção de novos prédios, o
projetista estrutural assume um papel muito
importante.
ABECE • E os novos projetos no Rio de
Janeiro, como a implantação do Museu da
Imagem e do Som, do Museu do Amanhã
e do MAR - Museu de Arte do Rio? Em que
estágios estão?
Lucia • Os três estão em fase de projeto
executivo de arquitetura, com obras em
andamento. O Museu de Arte do Rio deve
inaugurar seu pavilhão de exposições ainda
este ano, o Museu da Imagem e do Som em
2013 e o Museu do Amanhã, em 2014.
ABECE • Como surgiram os projetos do
Museu da Língua Portuguesa e do Museu do
Futebol, ambos em São Paulo, e como foram
conduzidos?
ABECE • Como se dá a relação com os
profissionais envolvidos e, em particular, com
o projetista estrutural?
Lucia • No caso do Museu da Língua
Portuguesa (MLP), havia um interesse por parte
do Governo do Estado de dar um novo uso ao
prédio da Estação da Luz, obsoleto na época,
instalado em uma região degradada, porém
muito importante, no coração de São Paulo.
Lucia • Por serem bastante complexos, os
projetos acabam nascendo de criações
coletivas, envolvendo equipes de profissionais
competentes, que trabalham em constante
sinergia. E o guia para a tomada de decisões
é sempre o que é melhor para o projeto.
ABECE • Qual a importância do projeto
estrutural na concepção geral do projeto?
Lucia • No MIS, o edifício reflete sua própria
estrutura, que com isso ganha destaque.
No Museu do Amanhã, a cobertura metálica
móvel, com projeto inovador, obriga o
dimensionamento preciso das estruturas
metálica e de concreto para que a cobertura
possa assumir o protagonismo no projeto.
Por último, no MAR, a estrutura assume
papel fundamental no restauro do Palacete,
garantindo o bom andamento do projeto –
e preservando a edificação, mesmo com
todas as demolições e construções internas
necessárias. Há ainda no projeto o grande
desafio da construção da cobertura fluida,
elemento emblemático do projeto.
ABECE • O elemento estrutural de concreto
ou metálico tem sido bastante explorado, e
aparece de forma marcante, em alguns dos
projetos desenvolvidos. Esta valorização faz
parte da proposta da Fundação?
Lucia • Não, surge como a resposta mais
adequada para o projeto, dependendo da
proposta arquitetônica. Também pesquisamos
e fazemos uso da mais alta tecnologia, como
no caso do Paço do Frevo, em Recife. No
prédio histórico e tombado na Praça do
Arsenal, utilizamos fibra de carbono, pois não
havia espaço físico para o uso de estruturas
metálicas e o cronograma precisava seguir de
acordo com o previsto.
ABECE • Quais são os planos futuros da
Fundação?
Lucia • Prioritariamente, entregar os museus
dentro do prazo estabelecido. Depois de
concebermos dois museus em São Paulo,
atualmente a equipe está inteiramente focada
na entrega dos três novos equipamentos
culturais no Rio – Museu do Amanhã, Museu
da Imagem e do Som e MAR e ainda outro em
Recife – o Paço do Frevo.
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Em Tempo
O Seminário Durabilidade e Vida Útil:
responsabilidades e impactos sobre projeto, construção e manutenção de edifícios,
que aconteceu em 2 de março de 2012,
no auditório do Secovi, em São Paulo (SP),
foi acompanhado pela vice-presidente de
Relacionamento da ABECE eng. Suely B.
Bueno, pelo vice-presidente de Tecnologia
e Qualidade eng. Augusto G. Pedreira de
Freitas e pelo diretor Enio C. Barbosa.
Agenda
subsídios que irão contribuir com o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público do
Estado de São Paulo.
De 18 a 22 de março, o delegado regional de São Paulo, eng. Julio Timerman, e a
vice-presidente de Relacionamento, eng.
Suely. B. Bueno, estiveram em Dallas, Texas
(USA), para participar do ACI Spring 2012
Convention Update.
O diretor Roberto Dias Leme marcou
presença, em 6 de março, no Seminário
Concreto Estruturas e Fechamentos para
Edificações, promovido pela Editora Pini
com apoio da ABECE, no Milenium Centro
de Convenções, em São Paulo (SP).
No dia 8 de março, o vice-presidente de
Tecnologia e Qualidade eng. Augusto G.
Pedreira de Freitas e o diretor Guilherme
Covas participaram da reunião do Comitê
Técnico da Concrete Show South America
2012, que aconteceu na sede da ABCP
(Associação Brasileira de Cimento Portland),
em São Paulo (SP). Na ocasião, foram definidos os macro-temas que serão abordados
nesta edição do evento.
O presidente Eduardo B. Millen, a vicepresidente de Relacionamento Suely B.
Bueno e o diretor Enio C. Barbosa participaram de almoço, em 9 de março, no SecoviSP (Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis
Residenciais e Comerciais do Estado de
São Paulo), com Carlos Alberto de Moraes
Borges e Marcos Velletri, vice-presidente
de Tecnologia e diretor do Secovi-SP, respectivamente. Em pauta, ações conjuntas
para criar uma lei de inspeção periódica de
edificações por solicitação da Promotoria
de Justiça de Habitação e Urbanismo da
Capital, visando aprimorar a segurança em
edifícios no caso de reformas, construção,
manutenção e fiscalização. O eng. Enio C.
Barbosa, indicado como representante oficial da ABECE, está participando dos encontros promovidos para elaboração dos
Da esq. p/dir. Suely B. Bueno, Júlio Timerman, Kenneth
C. Hover (então presidente do ACI), Prof. Dr. Haroldo de
Mayo Bernardes e Túlio N. Bittencourt
Membros do Comitê Técnico de Construção
Metálica, coordenado pelo eng. Flávio C.
D´Alambert, ser reuniram na sede da ABECE,
em S.Paulo (SP), em 3 de abril para dar continuidade às ações.
No dia 10 de abril, foi a vez dos membros
do Comitê Técnico de Concreto Reforçado
com Fibras, coordenado pelo eng. Marco
Carnio, se reunirem na sede da ABECE para
discutir as atividades em andamento.
Para tratar das ações conjuntas entre
ABECE e ABCP em 2012, o presidente
Eduardo B. Millen e a vice-presidente de
Relacionamento Suely B. Bueno estiveram
reunidos, em 10 de abril, na sede da ABCP,
em São Paulo (SP), com Renato Giusti, presidente da entidade, e Hugo Rodrigues, gerente de comunicação.
Membros do grupo ABECE Inovação se
reuniram, em 11 de abril, na sede da ABECE,
em São Paulo (SP), com o vice-presidente
de Tecnologia e Qualidade eng. Augusto G.
Pedreira de Freitas para avaliação e planejamento de ações em 2012.
Publicações
• Já está disponível a primeira edição de 2012
26
da Revista Ibracon de Estruturas e Materiais
- RIEM. Trata-se do quinto volume da publicação, que é dirigida a todos
os profissionais da construção com o objetivo de divulgar as pesquisas sobre
a tecnologia do concreto e
seus sistemas construtivos,
notas técnicas e discussões geradas com a publicação dos artigos.
• O IBTS (Instituto Brasileiro de Telas Sol-
dadas) acaba de lançar, com apoio da
ABECE, a versão 5.0 do software Tela
Laje IBTS, desenvolvido para auxiliar engenheiros e arquitetos no projeto de detalhamento de lajes e de paredes de
concreto armadas com telas soldadas.
O software está disponível gratuitamente
para download no site do IBTS (www.ibts.
org.br/publicacoes), com manual ilustrado para orientar o usuário no aprendizado e na correta utilização do programa.
Seminário Desafios Ambientais e
Sustentabilidade na Construção Civil
Data: 8 de maio de 2012
Local: Milenium Centro de Convenções
(São Paulo - SP)
www.pinieventos.com.br/seminarios/
desafios-ambientais/o-evento-249997-1.asp
Fórum de Concessões, PPPs e
Licitações em Obras
Data: 15 de maio de 2012
Local: Hotel Trip Paulista (São Paulo - SP)
www.vxa.com.br/eventos/103-concessoesppps-e-licitacoes-em-obrasSeminário Engenharia de Custos na
Construção Civil - Diferenciais de
orçamentos, tomadas de preços
e estudos de viabilidade
Data: 23 de maio de 2012
Local: Hotel Gran Marquise (Fortaleza - CE)
www.pinieventos.com.br/seminarios/engfortaleza/o-evento-253167-1.asp
M&T Expo 2012 - 8ª Feira Internacional
de Equipamentos para Construção
e 6º Feira Internacional de
Equipamentos de Mineração
Data: 29 de maio a 2 de junho de 2012
Local: Centro de Exposições Imigrantes
(São Paulo - SP)
www.mtexpo.com.br
15th International Brick and
Block Masony Conference
Data: 3 a 6 de junho de 2012
Local: Costão Santinho Resort
(Florianópolis - SC)
www.15ibmac.com/home/
V Congresso Brasileiro de
Pontes e Estruturas
Data: 6 a 8 de junho de 2012
Local: Hotel Pestana (Rio de Janeiro - RJ)
www.abpe.org.br/cbpe2012/
SEFE7 - 7º Seminário de Engenharia de
Fundações Especiais e Geotecnia
Data: 17 a 20 de junho de 2012
Local: Pavilhão E do Transamérica
Expo Center (São Paulo - SP)
www.acquacon.com.br/sefe7/
TeCobi Expo 2012 - Evento
Internacional de Telhados,
Coberturas e Impermeabilização
Data: 18 a 20 de junho de 2012
Local: Expo Center Norte (São Paulo - SP)
www.tecobiexpo.com.br
Congresso Brasileiro do Aço /
23ª Edição & ExpoAço 2012
Data: 26 a 28 de junho de 2012
Local: Transamérica Expo Center
(São Paulo - SP)
www.acobrasil.org.br/congresso2012/
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Espaço do Patrocinador
Aços patináveis
Fabio Domingos Pannoni, Ph.D.
Marcelo Scandaroli
Aços patináveis são aços de alta resis-
tência mecânica que, em condições de
exposição favoráveis, desenvolvem uma
ferrugem aderente e protetora – a pátina
– que impede a continuidade da corrosão. Isso possibilita seu uso aparente,
sem qualquer tipo de revestimento.
Estes aços são enquadrados em diversas normas brasileiras, como as ABNT
NBR 5008, 5920, 5921, para produtos
planos, e a ABNT NBR 7007, para produtos longos. As normas internacionais
mais comuns para estes produtos são a
ASTM A588 e BS EN 10025-5.
Como a pátina é formada?
Todos os aços estruturais corroem na
presença de ar e umidade. A velocidade do ataque depende do acesso
do oxigênio, umidade e contaminantes atmosféricos à superfície metálica.
A continuidade do processo leva ao
desenvolvimento de uma camada de
ferrugem que limita o ingresso do oxigênio, água e contaminantes, levando à
diminuição da velocidade de corrosão.
A ferrugem assim formada destaca-se,
de tempos em tempos, da superfície
metálica, e o ciclo de corrosão começa
novamente.
O inicio do processo de corrosão sobre os
aços patináveis se dá do mesmo modo,
mas, devido à composição química peculiar destes aços, a camada de ferrugem
adere firmemente sobre o substrato, e é
muito menos porosa.
Vantagens da utilização
As principais vantagens dos aços patináveis são:
• Pequena manutenção: A inspeção periódica é a única manutenção requerida
para garantir o desempenho da estrutura.
Aços patináveis são especialmente úteis
em locais onde o acesso é difícil ou perigoso;
• Menor custo inicial: O ganho na eliminação da pintura supera em muito o pequeno custo adicional destes aços;
• Menor custo, ao longo da vida útil: A pequena manutenção futura reduz em muito
os custos diretos e indiretos de manutenção;
• Velocidade de construção: O cronograma da obra é reduzido, pois as operações
de limpeza de superfície e pintura, efetuadas no fabricante e após a montagem,
são eliminadas;
• Aparência atraente: a pátina possui uma
coloração e textura agradáveis, que melhoram com o tempo;
• Benefícios ambientais: não exigindo
pintura, não há liberação na atmosfera de
solventes orgânicos danosos ao ser humano e meio ambiente;
• Segurança ocupacional: problemas
relativos à saúde dos trabalhadores que
aplicam a pintura inicial e as subsequentes, ao longo da vida útil da edificação,
são evitados.
Limitações de uso
Aços patináveis são, de modo geral adequados ao uso sem revestimento, na
maior parte dos locais. Existem, entretanto, exceções:
• A exposição a altas concentrações de
íons cloreto, originados da névoa salina
oceânica, dificulta a formação da pátina
protetora. A natureza higroscópica destes sais mantém a superfície do aço continuamente umedecida. De modo geral,
aços patináveis não devem ser utilizados
em estruturas situadas a distância inferior a 3 km da região de arrebentação
costeira, a menos que se garanta que a
deposição de cloretos seja sabidamente
inferior a 300 mg/m2/dia;
• Ciclos de umedecimento/secagem
são essenciais para a formação da pátina protetora. Onde, por alguma razão,
isto não ocorre, a velocidade de corrosão destes aços passa a ser semelhante
àquela observada nos aços estruturais
ao carbono. Exemplos incluem componentes de aço patinável permanentemente imersos em água ou cobertos por
vegetação;
• Aços patináveis não devem ser utilizados sem proteção em atmosferas industriais altamente poluídas com dióxido de
enxofre. O limite de concentração de SO2
atmosférico, para a utilização destes aços,
é de 250 μg/m3 de ar. Deve ser ressaltado
que esta é uma concentração muito elevada de SO2, raramente encontrada.
Estruturas fabricadas em aços patináveis deverão utilizar parafusos ASTM
A325 tipo 3, isto é, parafusos patináveis.
Estes parafusos já são produzidos no
Brasil. O uso de parafusos ASTM A325
tipo 1, galvanizados a quente ou não,
poderão ser utilizados em ambientes
da baixa agressividade, devendo seu
uso ser evitado em ambientes de média
ou alta agressividade, pois, neste caso,
haverá o desenvolvimento de uma pilha
galvânica entre os componentes estruturais.
Referências:
• PANNONI, F.D., Projeto e Durabilidade, 1ª ed.,
Centro Brasileiro da Construção em Aço/Instituto
Aço Brasil, Rio de Janeiro, 2009.
CBCA - Centro Brasileiro da Construção em Aço
www.cbca-acobrasil.org.br
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Compartilhando Experiências
Grandes mudanças na construção civil
A construção civil enfrenta significativas
transformações que têm impactado diretamente a cultura das empresas em
executar as obras. Nos últimos anos,
como as fronteiras tecnológicas se tornaram virtuais, o Brasil passou a absorver as melhores influências do Primeiro
Mundo, dentre elas, uma fundamental
para o seu desenvolvimento: o planejamento, em suas variadas vertentes.
Na engenharia civil, não poderia ser
diferente. A efervescência do setor da
construção e a necessidade de se executar obras em curto espaço de tempo,
com maior qualidade ainda, produtividade e racionalização, têm levado as
construtoras a investir corretamente em
planejamento e projeto.
A obra passa a ser uma “simples montagem”, dentro do curto prazo que se
dispõe. Antes de iniciá-la, é preciso um
período de planejamento e maturação
do projeto, em que devem ser feitos estudos diversos, como os de layout, compatibilização de projetos, elaboração de
um cronograma físico detalhado, interligando as diversas etapas da construção, entre outros. Com isso, elimina-se
totalmente a necessidade de “adequações” no canteiro de obras.
Alguns fatores podem explicar a falta de
planejamento na construção civil. Um
deles é o clima mais estável e ameno durante longos períodos do ano em determinados regiões do País, que possibilita
o trabalho a céu aberto. Nos países desenvolvidos, quase todos no Hemisfério
Norte, as empresas têm menos de seis
meses para executar as obras, o que as
obriga a uma maior produção in door.
No Brasil, as empresas despendem no
projeto curto espaço de tempo para
construir as obras em três anos. No
Primeiro Mundo, é quase o inverso: muito
28
tempo no projeto e pouco na execução.
Outro fator importante é a cultura do
imediatismo nos segmentos público e
privado. Assistimos a governos que não
dão sequência às ações dos governos
anteriores, e que acabam gerindo as cidades, as capitais e o Estado sem um
planejamento estruturado, ainda que
mínimo. Até pouco tempo não existiam
nem mesmo planos diretores das cidades. A maneira de o Estado licitar e contratar obras segue não exigindo projetos
completos e detalhados, deixando um
distanciamento entre o que é licitado e
a realidade das obras.
A mudança começa a ocorrer e será radical. Um passo importante nesse sentido é a proativa atitude do Sindicato
Nacional das Empresas de Arquitetura
e Engenharia Consultiva, Sinaenco, tanto no nível estadual – e neste caso de
Pernambuco – como no nível federal,
em desenvolver um excelente, amplo e
vigoroso trabalho de divulgação e conscientização da necessidade de um bom
planejamento e projeto.
A evolução da informática também tem
colaborado para esse processo de
transformação, à medida que oferece
ao mercado softwares modernos para
compatibilização de projetos de variadas especialidades. Já existem, hoje,
várias empresas trabalhando dentro de
um processo integrado, chamando à
responsabilidade os autores dos projetos de cálculo, estrutura, instalações em
geral, entre outros.
Nesse período, também surgiram em-
presas terceirizadas em segmentos específicos, como de revestimentos. Em
um passado muito recente, só havia três
tipos de projeto (arquitetura com detalhamentos, estrutural e de instalações).
Hoje, no entanto, há vários outros, como
de revestimentos de fachada, alvenaria
de vedação e estrutural, de impermeabilização, entre outros.
Há depoimentos de construtoras que
revelam as vantagens do planejamento
e da compatibilização de projetos. São
atitudes que tornam as construções
mais racionais, reduzem a quase zero os
resíduos e não geram retrabalho durante a execução das obras, aspecto que
resulta em custo elevado nas obras. Um
empreendimento poder ter seus custos
reduzidos entre 4% e 8% com um trabalho de articulação das equipes.
Eduardo Moraes
Gerente do Escritório Regional N/NE
da ABCP (Associação Brasileira
de Cimento Portland)
Este espaço é aberto à divulgação de artigos sobre temas gerenciais ou técnicos.
Os associados que desejarem compartilhar suas experiências e opiniões devem
enviar artigo para o e-mail [email protected].
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