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Edição suplementar, n.2 2014 Presidente da Comissão Científica Italla Maria Pinheiro Bezerra Conselho Editorial Milana Drumond Ramos Santana Ângela Patrícia Linard Carneiro Érico Luiz Damasceno Barros Italla Maria Pinheiro Bezerra Paloma de Sousa Rocha Wilma José Santana Comissão Científica Milana Drumond Ramos Santana Rosângela Rodrigues dos Santos Dayse Christina Rodrigues Pereira Luz Teresa Maria Siqueira Nascimento Arrais Grayce Alencar Albuquerque Ângela Patrícia Linard Carneiro Érico Luiz Damasceno Barros Italla Maria Pinheiro Bezerra Paloma de Sousa Rocha Wilma José Santana Publicação e Marketing Allen Gomes Vidal José Lucas Souza Ramos Sammya Swyanne de Sousa Ferreira Edição suplementar de número 2 do ano de 2014, referente aos melhores resumos expandidos apresentados na VI Semana de Iniciação Científica da Faculdade de Juazeiro do Norte. www.fjn.edu.br/revista s EDIÇÃO SUPLEMENTAR DOS MELHORES RESUMOS EXPANDIDOS APRESENTADOS NA VI SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA FACULDADE DE JUZEIRO DO NORTE. Revista e-ciência Número 2 Edição Suplementar, N.2, DEZ. 2014 ISSN: 2318-492 RESUMOS EXPANDIDOS Página 1 de 93 A ATUAÇÃO DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE EMPREENDIMENTOS POPULARES E SOLIDÁRIOS NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO DO CARIRI Josefa Cicera Martins ALVES1; Cicera Keliciane de BARROS1; Maria do Socorro dos SANTOS1; Maria Raíssa Fernandes GONÇALVES1; Augusto de Oliveira TAVARES1. Palavras-chave: Sustentável. Incubadora. Economia Solidária. Desenvolvimento INTRODUÇÃO A desigualdade social é um problema de nível global, porem aparece de forma mais intensa nas regiões menos desenvolvidas. A economia solidária tem sido uma das alternativas trabalhadas no intuído de amenizar os problemas oriundos dessa desigualdade. O termo economia solidária como ressalta França Filho “pretende refletir a realidade de uma outra economia, que se gesta em diferentes partes do mundo a partir de iniciativas de natureza cooperativista e associativista oriundas da sociedade civil e dos meios populares” (FRANÇA FILHO, 2014, p.54). A mesma busca redefinir as relações econômicas por meio da desconstrução da visão tradicional do econômico que tradicionalmente se remeta a noção de troca mercantil e busca a reconstrução de uma visão ampliada do econômico pautada numa perspectiva histórico antropológica (ibidem, 2014). Nestes termos podemos compreender que a economia solidária valoriza a dimensão cooperativa no processo de geração de emprego e renda enquanto base estratégica para o fortalecimento de uma sociedade voltada ao desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva a mesma demanda ações estratégicas, autônomas, criativas e inovadoras, direcionadas ao atendimento das necessidades sociais de uma forma ampla e abrangente não se restringindo unicamente ao fator da lucratividade. 1 Universidade Federal do Ceará, UFC – Campus Cariri. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 2 de 93 As incubadoras de empreendimentos solidários desenvolvem trabalhos com o objetivo de amenizar as desigualdades através do empoderamento dos atores sociais. Dado a relevância do tema, nos cabe fazer uma análise sobre a atuação da ITEPS enquanto entidade de apoio e fomento as iniciativas em economia solidária, que vem sendo desenvolvidas no âmbito comunitário. Para tanto, iremos discorrer o percurso da Incubadora, suas metodologias adotadas, os projetos que foram ou que estão sendo incubados e a perspectiva de desenvolvimento que é adotado. MÉTODO Essa pesquisa se classifica segundo os métodos empregados como pesquisa bibliográfica. Gil (2010) define esse tipo de pesquisa como sendo aquela elaborada com base em informações já publicadas. Nesse sentido, pretende-se discorrer sobre a importância da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares e Solidários – ITEPS, para os empreendimentos incubado, visando o desenvolvimento sustentável da região. O estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica e análise documental das publicações realizadas sobre os empreendimentos incubados e sobre a incubadora. Também contamos com a experiências de bolsistas que desenvolveram trabalhos dentro da ITEPS. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares e Solidários foi criada no ano de 2009 na Universidade Federal do Ceará – Campos Cariri, (atual Universidade Federal do Cariri após a sanção da lei nº 12.826, de 5 de junho de 2013). A economia solidária é um dos conceitos norteadores das ações da ITEPS, fazendo assim parte da metodologia. Para França Filho (2007), a economia solidária enquanto metodologia de intervenção pode ser conceituada como uma tecnologia social, uma ferramenta para a geração de trabalho e renda, na perspectiva do desenvolvimento de territórios em situação de vulnerabilidade social. Assim, a ITEPS desenvolve seus trabalhos com base em uma atuação promotora do empoderamento social, em que as comunidades percebem em si a capacidade de mudança através dos potenciais intrínsecos à comunidade. A abordagem sobre economia solidária nos remete discorrer sobre a gestão social enquanto forma de gestão a ser desenvolvida nos espaços incubados, bem como a importância da mesma. Considerando que esta proporcionar uma gestão verticalizada, descentralizada e coletiva esta traz e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 3 de 93 para estes espaços tal como ressalta Araújo (2014, p. 86) a “prevalecia da logica humanitária, do interesse público e do social em detrimento dos interesses privados, individuais e monetário”. No que compete à metodologia de atuação da ITEPS/UFCA, a sua prática se estrutura por meio da execução de um processo de três fases - Préincubação, incubação e desincubação – as atividades ocorrem segunda quatro eixos de atuação: diagnóstico, planejamento, formação e acompanhamento. A pré incubação como ressalta Cunha (2014) trata-se de um momento de aproximação entre a incubadora e o empreendimento a ser incubado. A incubação propriamente dita é considerada a fase principal, pois nela ocorrem as ações de formação e acompanhamento do grupo. A desincubação corresponde ao período onde a incubadora finaliza as suas ações de acessória e o grupo incubado passa a se articular de forma autônoma. Sobre os eixo de atuação o diagnostico consiste no processo de conhecimento, ocorre o levantamento de informações acerca do grupo/ e ou território a ser incubado, bem como as suas demandas. O planejamento consiste na estruturação das ações a serem desenvolvidas coletivamente, portanto, é importante que seja elaborado de forma coletiva. A formação consiste no processo de capacitação do grupo a ser incubado acerca de elementos técnicos e político pertinentes no processo. O acompanhamento pode ser compreendido enquanto o processo de assessoramento realizado no dia a dia dos empreendimentos, nesse momento é colocado em pratica os elementos definido no eixo do planejado. Desde sua criação a ITEPS acompanha vários grupos, destes alguns ainda continuam sendo acompanhados, outros já foram plenamente desincubados. Nesse sentido, abaixo está descrito alguns empreendimentos que fizeram parte dessa construção conjunta de melhoria da qualidade de vida de suas comunidades. 1 – Fomento a Economia Solidária e ao Artesanato O Fomento à Arte e à Economia Solidária na Região do Cariri”, iniciou suas atividades em 2009, sendo seu objetivo principal o de promover o desenvolvimento socioeconômico dos artesãos da região do Cariri Cearense por meio do fomento à comercialização coletiva e cooperada do artesanato (produzido pelas artesãos em questão) em uma feira ou loja específica. A ideia do projeto gira em torno dos princípios da Economia Solidária, com a autogestão, a cooperação e a auto sustentabilidade fomentando um tipo de comércio mais justo e fortalecendo as relações sociais. 2 – Fomento de uma rede de Economia Solidária a partir do Centro de Desenvolvimento Comunitário das Timbaúdas e do Banco Comunitário de Desenvolvimento O Centro de Desenvolvimento Comunitário das Timbaúbas – CDCT, teve sua origem a partir de uma Associação de Micro e Pequenos Empreendedores e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 4 de 93 do Salesiano – ASMIPESAL. O CDCT foi criado com a finalidade de trazer o desenvolvimento comunitário para o bairro das Timbaúbas, tal associação era composta, na ocasião de sua criação, por onze integrantes, entre artesão, prestadores de serviços e pequenos comerciantes todos em busca de melhorias para sua comunidade. A ITEPS iniciou sua parceria com o CDCT em 2010, tendo como objetivo fomentar o desenvolvimento local e sustentável do bairro das Timbaúbas como um todo. Nesse processo ocorreu como primeira etapa uma estruturação e capacitação dos associados juntamente com a mobilização da comunidade seguido da implantação de um Banco Comunitário e tendo como última etapa a estruturação de uma rede de Economia Solidária. 3 - Apoio aos Catadores de Resíduos Sólidos O projeto de apoio aos catadores surgiu a partir da ITEPS, em 2011, com o objetivo de promover a inclusão socioeconômica dos trabalhadores da cadeia produtiva da reciclagem da região do Cariri. Inicialmente as propostas giraram em torno de uma investigação da situação socioeconômica dos catadores; da ideia de tirar os atravessadores, aumentando assim a lucratividade do catador; e da possibilidade de capacitar e assessorar tecnicamente as Associações de Catadores, para que eles pudessem exercer o ideário da Economia Solidária em suas práticas de trabalho. Atualmente esse projeto continua sendo acompanhado pela ITEPS, numa perspectiva mais ampla, através do fomento de uma cooperativa de catadores em nível regional. 4 - Fomento ao Comércio Justo e Solidário Em 2012 foi implementado o projeto de apoio aos produtores de orgânicos da região do cariri, através da articulação entre os atores que fazem parte do movimento de Economia Solidária, o Poder Público e os produtores de orgânicos. Para tanto, em sua fase inicial, foi feito o mapeamento desses produtores, considerando suas peculiaridades de produção e o levantamento de consumidores para compor um coletivo de compras. CONCLUSÃO A Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Populares e Solidários ITEPS durante sua trajetória de construção conjunta e dialógica junto as comunidade da região sul carirense, instigou através da práxis e da reflexão sobre a ação uma nova forma de promoção do desenvolvimento endógeno e sustentável. É notório que os grupos uma vez incubados passam a construir uma autoimagem diferenciada sobre sua realidade. Ainda assim, entendemos que é e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 5 de 93 importante a busca pelo constante aprimoramento das metodologias e das formas de abordagens empregados pela ITEPS em seu dia a dia. Vale ressaltar que além das iniciativas aqui explanadas, ainda existem outros empreendimentos que se encontram em fase inicial e que, portanto, não foram mencionados neste artigo. A partir das premissas que norteiam as ações realizadas através da ITEPS por meio de uma metodologia que contribui para o processo de fortalecimento da autonomia dos sujeitos, bem como para o desenvolvimento individual e coletivo dos grupos e/ou territórios incubados, podemos perceber a contribuição da mesma para o processo de construção de uma sociedade mais justa e solidária. REFERÊNCIAS ARAUJO, Edigilson Tavares de. Gestão social. In: Boullosa, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, 2014. P. 85-90. CUNHA, Eduardo Vivian da. Incubação. In: Boullosa, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, 2014. P. 95-97. FRANÇA FILHO, Genauto Carvalho de. Economia Solidária. In: Boullosa, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, 2014. P. 54-56. FRANÇA FILHO, Genauto Carvalho de. Teoria e prática em economia solidária: problemática, desafios e vocação. Civita - Revista de Ciências Sociais. Porto Alegre, V. 7, n.1, p. 155-174, jan/jun. 2007. FRANÇA-FILHO, Genauto Carvalho de. Economia Solidária. In: Boullosa, Rosana de Freitas (org.). Dicionário para a formação em gestão social. Salvador: CIAGS/UFBA, 2014. P. 54-56. GIL, A. C.; Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 6 de 93 ANÁLISE FISCAL DO DESEMPENHO ECONÔMICO DAS PREFEITURAS CEARENSES SEGUNDO INDICADORES SELECIONADOS José Jonas Alves Correia1; Dayane Batista da Silva1; Cristiane Sales de Souza1; Arthur Lima Silva1; Jucilene da Silva1; Paloma Sousa Rocha2. Palavras-chave: Análise. Prefeituras. Municípios. Indicadores. Econometria. INTRODUÇÃO O vigoroso crescimento do mercado tem um novo sentido de balizar a capacidade do Governo em gerir os gastos públicos. As funções públicas ao longo do século XX, continuamente ganharam peso e diversificação, resultado desta evolução que, presentemente, cabem as entidades vinculadas ao Estado e suas funções básicas no plano econômico, bem como papel dominante nas atividades de cunho social. A Lei de Responsabilidade Fiscal veio para estabelecer os princípios e normas, separando o público do privado, com mecanismo de controle e de transparência fiscal, além de fundir conceitos como gestão fiscal e responsabilidade social, como uma nova formatação para apresentar a função dos gastos públicos. Há apenas décadas, costumava-se constatar o Estado e a economia privada apontando o papel que caberia a ambos na vida em sociedade. Assim, o governo deveria, fundamentalmente, velar pela segurança e defesa dos cidadãos e de seus direitos de propriedade, garantindo condições para que as atividades propriamente ditas econômicas se organizassem ao sabor dos interesses privados. Em suma, o Estado forneceria o arcabouço jurídicoinstitucional e os indivíduos e grupos particulares proveriam a substância econômica do sistema. (CASTRO, 2011). Outros estudos denotaram a respeito da política fiscal e crescimento econômico para a economia brasileira, porém o foco é para elencar o impacto dos gastos agregados sobre o crescimento ou no impacto somente dos 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte, FJN 2 Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte, FJN e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 7 de 93 investimentos em infraestrutura e não nos efeitos diferenciados da composição dos gastos sobre o crescimento. Na concepção de Mazoni (2005), a separação dos gastos em consumo e investimento, observando que os impactos dos gastos públicos podem ocorrer de duas formas, diretamente sobre o produto da economia e indiretamente através do impacto nos investimentos privados. Diante deste contexto, a questão problema apresentada: Qual o resultado fiscal apresentado pelos municípios cearenses no período de 2006 a 2010? Nesse contexto, os estudos urbanos no aspecto geográfico e econômico tiveram um significativo avanço na pesquisa, em decorrência das transformações espaciais e alteração na morfologia urbana nas últimas décadas. Entretanto, outro fator é o limite inerente aos gastos que devem ser controlados pelos gestores públicos, mediante a imposição da Lei de Responsabilidade Fiscal, que influenciaram neste avassalador crescimento estruturais. Em virtude de obter maiores informações, o objetivo geral da pesquisa é apresentar o resultado fiscal e desempenho econômico das prefeituras cearenses, por meio de indicadores selecionados. MÉTODO No intuito de contribuir para análise do perfil socioeconômico dos municípios cearenses, optou-se por construir e realizar uma análise comparativa dos indicadores financeiros dos municípios cearenses. A metodologia que será abordada contempla uma parte descritiva e outra de caráter econométrico com uso de dados em painel, desenvolvidos para mensurar o impacto dos gastos públicos municipais, bem como para expurgar o efeito fixo de cada município inserido no painel. A fonte dos dados é proveniente da Secretaria do Tesouro Nacional. Para a análise descritiva foi utilizado informações para os 25% mais pobres e os 25% mais ricos. Depois foram calculadas as médias para cada indicador e foi plotado no gráfico para período selecionado. A base de dados contém informações para 171 municípios cearenses no ano de 2006 a 2010. As variáveis utilizadas neste trabalho são: Receitas Correntes, Receitas Tributárias, Receitas de Transferências Correntes, Despesas Correntes, Despesas com Saúde, Despesas com Educação e Despesas em Infraestrutura. Utilizou-se a metodologia de dados em painel para a estimação do modelo, pois, a análise trata de uma situação em que há dados temporais e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS (time-series) e dados (WOOLDRIDGE, 2008). Página 8 de 93 cruzados (cross-section) no mesmo modelo RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a análise dos dados foram construídos quatro indicadores, de autonomia financeira, de dependência, de gastos sociais e de infraestrutura para os grupos de municípios que fazem parte dos 25% mais pobres e dos 25% mais ricos, a fim de avaliar a gestão das prefeituras no período selecionado. A composição dos indicadores é dada da seguinte maneira: i) Autonomia Financeira é a relação entre receitas tributárias e despesas correntes; ii) Dependência é a relação entre transferências correntes e despesas correntes; iii) Gastos sociais composto da relação entre despesas em educação e saúde sobre receitas correntes e iv) Infraestrutura construído a partir da relação ente despesas em infraestrutura sobre receitas correntes. O indicador autonomia financeira se mostrou superior, em todo o período, para os municípios que fazem parte dos 25% mais ricos. Isto significa que os municípios mais ricos possuem uma maior capacidade de geração de receitas próprias e de deliberar os critérios de alocação de seus gastos do que os 25% mais pobres. O indicador autonomia financeira também está atrelado ao indicador de dependência. Como se pode verificar para os anos compreendidos entre 2006 e 2010, os municípios mais ricos, que possuem uma maior autonomia financeira são exatamente os que possuem uma menor dependência, ou seja, relação entre transferências correntes sobre despesas correntes. Os municípios mais ricos dependem menos das transferências correntes para fazerem face aos seus gastos correntes. Quanto ao indicador gastos sociais observou-se que houve uma trajetória de crescimento muito próximo entre os dois grupos no período de 2006 e 2008. Em 2009 houve um aumento considerável dos gastos em educação e saúde realizados pelos municípios mais pobres daquele ano. Em média 2009, os gastos sociais para os municípios 25% mais pobres foram, de R$ 12.435.313,57 contra R$ 11.270.724,09 dos 25% mais ricos. O indicador de infraestrutura apresentou um comportamento oscilatório entre os grupos, entre o período de 2006 a 2008, os municípios considerados mais ricos do Estado tiveram uma média de investimento em infraestrutura superior à média de investimento dos considerados mais pobres. A partir de e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 9 de 93 2008, observou-se um processo inverso, os municípios mais pobres passaram a investir mais em infraestrutura do que os mais ricos. CONCLUSÃO O presente trabalho teve como objetivo avaliar a gestão dos prefeitos cearenses a partir de seus investimentos em áreas sociais e de infraestrutura, bem como o processo de autonomia e dependência financeira municipal considerando os balanços das prefeituras entre 2006 e 2010. Os resultados apontaram que o superávit fiscal, produzido pela relação entre receitas correntes e despesas correntes, afeta de forma positiva o cômputo do indicador de autonomia financeira e negativamente o indicador de dependência financeira. Quanto ao indicador de gastos sociais os estimadores não se apresentaram significativos, no entanto, obtém-se um efeito indireto sobre os indicadores que podem ser positivos ou negativos dependendo do processo de tomada de decisão pelos gestores municipais, quanto à obtenção de superávits ou déficits, se superávit através da redução das despesas correntes, que provocam uma redução dos gastos em educação e saúde ou por meio de déficit por conta do aumento das despesas correntes, proporcionando um aumento das despesas correntes e um impacto positivo sobre os gastos sociais correntes e um efeito negativo sobre os gastos sociais subsequentes. Portanto, há para os gestores municipais um trade-off clássico quanto a melhor forma de obter receitas e de como deve ser a aplicação mais eficiente destes recursos, uma vez que essa decisão poderá interferir no desempenho dos principais indicadores municipais. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Complementar nº. 101, de 4 maio 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 05 mai. 2000. CASTRO, Antonio de Barros de. Introdução à economia: uma abordagem estruturalista. 38º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011. MAZONI, M.G. Gastos públicos e crescimento econômico no Brasil: análise dos impactos dos gastos com custeio e investimento. São Paulo: Dissertação (Mestrado)- FEA/USP, 2005. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 10 de 93 WOOLDRIDGE, Jeffery M. Introdução à econometria: uma abordagem moderna. 4. Ed.São Paulo: Cengage Learning, 2010. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 11 de 93 COMO A GESTÃO DO CONHECIMENTO GERA VALOR PARA AS ORGANIZAÇÕES Enemir Moreira Duarte Sobrinho1, Giovanni Sobreira Ferreira1, Lucas Vieira dos Santos1, Tiago Xavier do Nascimento1, Ângela Patrícia Linard Carneiro2. Palavras-chave: Organizações. Gestão. Conhecimento. Valor. Competitividade. INTRODUÇAO Conhecer para viver. Esse aforismo vale para quaisquer âmbitos da atividade humana, uma vez que toda iniciativa necessita do conhecimento tanto para ser alicerçada como para ser desenvolvida e reproduzida com eficácia. Tal conhecimento caracteriza-se pela dinamicidade e continuidade, diferenciando-se dos demais recursos, assim como afirmam Probst, Raub e Romhardt (2002), ao passo que aumenta à medida que é usado. Em meio a estacontinuidade, é preciso, no entanto, geri-lo adequadamente a fim de fazêlo gerar valor, ao invés de simplesmente desperdiçá-lo. Dessa forma, mediante o cenário de mudanças contínuas e multidimensionais, que caracteriza o âmbito organizacional, as atividades gerenciais devem voltar-se, segundo Takeuchi e Nonaka (2008), para gestão do conhecimento. Nesse contexto, a gestão empresarial tem como desafio agregar valor, fazendo-se necessário para tal, convergir o conhecimento para a organização, conforme afirma Angeloni (2008). Com o intuito de gerar valor a partirdesse bem intangível, cabe às organizações, portanto, implementar a gestão do conhecimento, buscando aproveitá-lo, disseminá-lo e combiná-lo da melhor maneira, propiciando ainda condiçõespara sua criação, as quais referem-se à intenção,autonomia, flutuação e caos criativo, redundância, e variedade de requisitos,assim como discorrem Takeuchi e Nonaka (2008), de modo a prover uma maior efetividade e eficiência aos processos organizacionais. Sendo assim, cabe questionar: Como a Gestão do Conhecimento agrega valor para as organizações? 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte, FJN 2 Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte, FJN e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 12 de 93 Destarte, em virtude do que foi mencionado, este estudo visa evidenciar a importância do conhecimento bem gerido para o desenvolvimento das organizações, demonstrando como se pode usufruí-lo dentro destas, e clarificando que a gestão da produtividade deve coadunar-se à gestão do conhecimento, de modo a despertar nos interessados o desiderato de geri-lo como fonte de lucro. MÉTODO Esta pesquisa, de caráter qualitativo, foi desenvolvida a partir da busca de explicação fundamentada na observação de algumas das principais contribuições teóricas existentes sobre o tema em evidência (Gestão do Conhecimento), relacionando dados e conceitos oriundos dessas fontes secundárias, para obtenção das devidas conclusões. Dessa forma, o respectivo estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica, visto que segundo Marconi e Lakatos (2005) esta objetiva, sobretudo, propiciar o exame acerca de um determinado tema mediante uma nova abordagem, a fim de obter conclusões inovadoras. Mediante tal contexto, para a efetivação desta pesquisa, foi considerado ainda o método dedutivo enquanto método de abordagem, uma vez que conforme afirmam Marconi e Lakatos (2005), tal método tem como propósito explicar o conteúdo das premissas, de modo a se fazer inferências decorrentes de conhecimentos pré-existentes. Por fim, no que concerne aos procedimentos adotados para a realização deste estudo, levouse em consideração o método comparativo, ao passo que se fez uma análise decorrente de similaridades e divergências identificadas em meio aos dados e conceitos auferidos de fontes diversas acerca da respectiva problemática. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados foram obtidos mediante investigação bibliográfica, desenvolvida a partir da análise de dados e conceitos apresentados por diferentes autores, com o intuito de comparar e, posteriormente, estabelecer uma compreensão singular em meio aessas diferentes percepções existentes acerca do mesmo tema: Gestão do Conhecimento e o valor que esta agrega para as organizações. Por meio do estudo analíticoefetuado acerca da respectiva problemática, verificou-se uma concordância parcial por parte dos diferentes contribuintes e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 13 de 93 teóricos considerados para tal, ao passo que ambos afirmamque o conhecimento, em progressão contínua, representa para as organizações a possibilidade de estabilidade no mercado competitivo, assim como discorre Angeloni (2008), por exemplo, ao afirmar que o acúmulo de equipamentos e espaços físicos da organização são inferiores ao conhecimento gerado por esta. Probst, Raub e Romhardt (2002), concordam com tal assertiva ao afirmarem que o investimento de uma determinada quantia em ativos de conhecimento é muito mais lucrativo do que a aplicação de quantia equivalente em bens tangíveis. Terra (2000), por sua vez, também prioriza o conhecimento em meio à necessidade permanente de reinvenção, vinculando e condicionando a estabilidade no mercado competitivo à capacidade da empresa em transformálo em algo relevante, visto que segundo o autor, o conhecimento prepara a organização para a imprevisibilidade, podendo gerar retornos exponenciais, se devidamente gerido. Mediante a pesquisa realizada, pôde-se aferir ainda, em meio às diferentes fontes consultadas, que a Gestão do Conhecimento, enquanto fonte de valor, está vinculada ao desenvolvimento da capacidade inovadora, que, por sua vez, representa uma garantia de vantagem competitiva. Nesse contexto, Angeloni (2008) ratifica que a vantagem competitiva pode ser entendida como o resultado da implementação de uma estratégia de criação de valor, fazendo-se necessário para tanto,prover uma inovação constante no que concerne aos conhecimentos, tecnologias e produtos.Percebe-se também uma consonância de ideias entreTerra (2000) e Takeuchi e Nonaka (2008), ao definirem o conhecimento como fonte de vantagem competitiva, enfatizando a importância da inovação em meio a esse processo de agregação de valor por intermédio da Gestão do Conhecimento. Quando Takeuchi e Nonaka (2008) afirmam que as inovações do conceito do produto estão se tornando cada vez mais importantes, pode-se entender, portanto, que a tarefa de garantir a subsistência daquele no mercado tem se tornado cada vez mais desafiadora, visto que a complexidade de fazê-la aumenta no mesmo sentido. Ao citar o processo de inovação, os autores apontam uma vertente de mercado competitivo para a qual a gestão do conhecimento é fundamental, bem como enfatizam a sua importância mediante o processo de formação de valor para a empresa. Em meio a esse contexto, Probst, Raub e Romhardt (2002), por sua vez, definem a capacidade de absorver informações, produzir conhecimento a partir destas e agregá-lo aos produtos que comercializam, como sendo uma característica das empresas inovadoras. Ainda segundo os autores, esse processo aumenta o valor do produto e só é possível através de uma gestão adequada do conhecimento. Takeuchi e Nonaka (2008), por outro lado, ao discorrerem sobre inovação e valor, segmentam o conhecimento em três e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 14 de 93 dimensões, destacando-se a know-what, dimensão na qual se concentra o conhecimento sobre o valor dos produtos. Tais conceitos, embora apresentados sob perspectivas diferentes, apresentam similaridade, visto que a definição categórica feita por Takeuchi e Nonaka (2008), resume-se em abstrair as devidas informações para se ter o entendimento acerca do valor do produto para o cliente, de modo a potencializá-lo por meio de uma gestão adequada do conhecimento, bem como discorrem Probst, Raub e Romhardt (2002), ao caracterizarem as empresas inovadoras. Em face aos dados apresentados pôde-se observar, portanto, que apesar de ser analisada e descrita mediante diferentes aspectosconcorda-se, de forma geral, que a Gestão do Conhecimento, devidamente implementada, fomenta a capacidade de inovação, traduzindo-a em geração de valor para as organizações. CONCLUSÃO Diante do que foi observado, pode-se evidenciar que, a fim de agregar valor aos produtos e serviços, e consequentemente garantir uma estabilidade no mercado competitivo, as organizações devem investir cada vez mais na gestão do conhecimento, convergindo-a para a gestão da produtividade, de modo a desenvolver a capacidade de inovação, mediante as possibilidades decorrentes da devida utilização e combinação das diversas fontes de conhecimento. Todavia, ao contextualizar os conceitos analisados com o cenário competitivo vigente, inferese que, embora seja legitimada a importância do conhecimento, devidamente gerido, para o desenvolvimento das organizações, muitas destas ainda relutam em investir no conhecimento como fonte de lucro. Portanto, mediante a relevância da gestão do conhecimento em meio ao processo evolutivo e inovador das empresas, conclui-se que as organizações que priorizam o conhecimento perante essa necessidade permanente de reinvenção se sobressaem às demais, ao passo que desenvolvem características substanciais – as quais permitem sua alavancagem no cenário competitivo. REFERÊNCIAS ANGELONI, Maria Terezinha. Gestão do Conhecimento no Brasil: casos, experiências e práticas de empresas públicas. 21º Ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 15 de 93 MARCONI, Maria; LAKATOS, Eva. Fundamentos de Metodologia Científica. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2005. PROBST, Gilbert; RAUB, Steffen; ROMHARDT, Kai. Gestão do Conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. 1ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. TAKEUCHI, Hirotaka; NONAKA, Ikujiro. Gestão do Conhecimento. 1ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão do Conhecimento: o grande desafio empresarial. São Paulo: Negócio Editora, 2000. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 16 de 93 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTE PRÉESCOLAR COM DIABETES MELITO TIPO I: RELATO DE EXPERIÊNCIA Raquel Duarte Pereira1; Samyra Paula Lustoza1; Joseph Dimas de Oliveira1; Italla Maria Pinheiro Bezerra2. Palavras-chave: Enfermagem. Diagnósticos. Diabetes melito. INTRODUÇÃO O processo de enfermagem encontra-se dividido em cinco etapas, são elas: Histórico, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação (SMELTZER, BARE, 2006). A utilização do processo de enfermagem possibilita uma maior interação profissional – criança permitindo que o mesmo demonstre seus medos e que o profissional interfira sobre os mesmos de maneira eficaz, observando e cuidando da criança de acordo com o ambiente em que esta inserida. Em relação ao diabetes melito, o processo de enfermagem traz maior segurança ao profissional, uma vez que a assistência está embasada por conhecimento técnico - cientifico. Ademais propicia à criança e seus familiares, uma assistência humanizada (LEITE; SHIMO, 2008). O Diabetes Melito (DM) está divido em quatro classes clinicas: DM tipo I, DM tipo II, outros tipos específicos de DM e DM gestacional (SOCIEDADE BRAS. DE DIABETES, 2009). O Diabetes Melito tipo I caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas. Acredita-se que fatores genéticos, imunológicos e possivelmente ambientais combinados contribuam para a destruição das células beta (SMELTZER, BARE,2006). O diagnóstico de DM na infância segue os mesmos critérios utilizados para outras faixas etárias. De forma geral, quase todos os pacientes são diagnosticados com sintomas sugestivos associados à glicemia ao acaso maior que 200 mg/dL (11,1 mmol/L) e, em alguns casos, o diagnóstico pode ser realizado a partir de glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL (7 mmol/L) (CALLIARI, MONTE, 2008). A incidência de DM tipo I vem aumentando mundialmente, afetando crianças em idades cada vez mais precoces. 1 Universidade Regional do Cariri, URCA 2 Docente da Universidade Regional do Cariri, URCA e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 17 de 93 Estudos demonstram que o tratamento intensivo do DM tipo I inquestionavelmente leva à redução das complicações microvasculares do diabetes, mas que esta intensificação do tratamento necessita efetivo auto manejo, que requer processo educativo frequente, com adequado suporte continuado (TSCHIEDEL, 2008). Considerando a complexidade do quadro clínico dos portadores de diabetes tipo I, o cuidado integral ao paciente e sua família é um desafio para a equipe de saúde, que deve ter como objetivo ajudar o paciente a gerenciar sua vida com diabetes em um processo que vise autonomia e qualidade de vida (LEAL et al. 2009). Portanto o estudo se justifica pela relevância epidemiológica do diabetes melito e pelo impacto que ele pode representar para a criança e seus familiares destacando queo processo de enfermagem promove um cuidado individualizado e de qualidade. Objetiva-se neste estudo implementar o Processo de enfermagem a um pré-escolar diagnosticado com diabetes melito tipo I. MÉTODO Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência.Segundo Gil (2010), as pesquisas descritivas objetivam descrever as características de determinada população, podendo também ter por finalidade a identificação de possíveis relações entre variáveis. O estudo foi realizado no período de junho de 2012 por acadêmicas do V período de Graduação em enfermagem na Universidade Regional do Cariri - URCA , durante estágio curricular da disciplina de enfermagem no processo de saúde da criança em hospital referência na cidade de Barbalha – Ceara. Durante o estagio teve-se contato com pré-escolar do sexo masculino com 3 anos de idade, portador de Diabetes melito tipo II. Para coleta dos dados utilizou-se formulário pré-estabelecido pelos docentes da disciplina. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em área hospitalar durante o estagio teve-se contato com pré-escolar, em 7° dia de internação hospitalar; sexo masculino; 3 anos; caucasiano. Antes da internação apresentava afta, glande do pênis com sinais flogísticos, pápulas purulentas, fimose e tosse além de sede excessiva, polifagia, polaciúria, nictúria e disúria. Os exames de rotina como glicemia e o de urina tiveram valores dentro dos parâmetros normais. Como a criança queixava-se de disúria e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 18 de 93 e a região do pênis encontrava-se hiperemiada ate a região escrotal, a cuidadora (mãe) procurou atendimento médico, desta vez o exame de glicemia mostrou valores alterados, (520 mg/dl), o mesmo foi então encaminhado para UTI hospitalar da instituição de estágio. Permaneceu na UTI e foi encaminhado para enfermaria no dia seguinte . Mora com mais sete pessoas, possui sistema de água, esgoto e eletricidade. Mãe é funcionária pública, ensino médio incompleto; o pai é fumante, ensino médio incompleto. Pais em união estável. Não há relato de uso de drogas na família, historia familiar pregressa com avô e bisavô paternos diabéticos. 4 gestações sendo este o terceiro filho. Gravidez não planejada. Refere ter realizado acompanhamento pré-natal, bem como todos os exames solicitados. Gestação de 39 semanas. Nascido com 4.810 Kg; 52 cm; parto cesariano; não refere complicações pré ou pós parto. História pregressa de internações, uma por resfriado e outra por ingestão voluntaria da criança de medicação (dexametasona), não apresentou complicações. Frequenta jardim II e não apresenta dificuldades de aprendizagem e comunicação. No exame físico verificou-se avaliação do crânio, cabeça e couro cabeludo, apresentando normocefaleia, ausência de abaulamentos e proeminências. Quantidade e distribuição de cabelos normais. Ausência de lesões e seborreia. Dentição de transição completa. Boa acuidade auditiva. Na verificação pulmonar, sons inalterados, frêmito tátil inalterado e eupnéia (20 mrm). Avaliação cardiovascular com ausência de dor cianose e edema, sons normofonéticos. Avaliação abdominal com ausência de cicatrizes e manchas, borborigmos presentes, ausência de dor apalpação. Avaliação genital com pênis apresentando hiperemia, ausência de edema e petequias. Não há relato de disúria. De acordo com o histórico e exame podem-se verificar os seguintes Diagnósticos de Enfermagem: Risco glicemia instável relacionado a controle de medicamentos; Medo relacionado a hospitalização e à falta de familiaridade com procedimentos hospitalares, como, injeções evidenciado por episódios de choro, apreensão e estado de alerta aumentado; Integridade da pele prejudicada relacionada a estado metabólico prejudicado evidenciado por rompimento da superfície da pele; Risco de infecção relacionado a defesas primarias inadequadas. Assim foi possível observar que, os Diagnósticos de Enfermagem identificados refletem as complicações trazidas pelo DM. A criança sente-se insegura por estar em um ambiente desconhecido e não sabe o que vai acontecer mais adiante além de ter tido mudanças na sua rotina. O plano de cuidado voltou-se para ações que se adéquem ao estado em que se apresenta. Paganin et al. 2010 enfatizam a importância da identificação dos diagnósticos de enfermagem mais prevalentes em determinadas populações para então poder instituir, com qualidade, as etapas do processo de enfermagem. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 19 de 93 Ademais é possível que a família participe do planejamento dos cuidados com o pré-escolar quando estes diagnósticos estão bem estabelecidos. Leal et al. 2009 em seu estudo afirmam que, quando bem esclarecidos sobre a doença, crianças, adolescentes e seus familiares acabam criando mecanismos de adaptação ao diabetes. Frente a essa situação destaca-se a teoria de adaptação de Callista Roy que enfatiza que a pessoa sofre uma adaptação para que dessa forma responda adequadamente às mudanças do meio, e esta adaptação depende da função dos estímulos aos quais está exposta e do seu nível de adaptação. Roy em sua teoria conta com quatro elementos: a pessoa o ambiente, a saúde e a enfermagem, onde a pessoa pode ser entendida como um ser biopsicossocial em constante exposição a estímulos, os quais desencadeiam mecanismos de enfrentamento inatos ou adquiridos, conferindo-lhe habilidades para adaptarse às possíveis mudanças (ROY, ANDREWS, 1999). Neste caso a enfermagem, atua promovendo respostas adaptativas e minimizando as respostas ineficazes. Interferindo no ambiente, ou seja, nas circunstâncias, situações e influências que circundam e afetam o desenvolvimento de comportamento da criança bem como na sua saúde (um processo e um estado de ser e tornar-se uma pessoa integrada ao meio e adaptada em relação ao alcance de metas) (ROY, ANDREWS, 1999). Assim de acordo com a teoria é necessário que o enfermeiro crie estratégias de adaptação no atendimento à crianças com diabetes melito atuando nos estímulos focais e contextuais, proporcionando o fortalecimento de mecanismos de enfrentamento e de respostas adaptativas (MOURA et al., 2013). Quando entendem a realidade que estão inseridos e têm uma melhor compreensão da doença, os indivíduos passam a enfrentá-la de forma diferenciada tendo uma vida normal e até aderindo a hábitos de vida saudável com alimentação adequada e prática de exercícios físicos. CONCLUSÃO O processo de enfermagem possibilitou uma maior interação com a criança tornando-a mais ativa no seu processo de cuidar. Assim os Diagnósticos de Enfermagem permitiram uma assistência direcionada às queixas. O uso de teorias na enfermagem é importante uma vez que permite um maior embasamento para o cuidado junto a implementação do processo de enfermagem que, propicia à criança o contato com estímulos benéficos que desencadearam mecanismos de enfrentamento como a verbalização de suas queixas e medos. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 20 de 93 O conhecimento sobre os hábitos de vida, rotina e relacionamentos familiares da criança além do vinculo, empatia e comunicação foram ferramentas indispensáveis durante todo o processo, facilitando a implementação da assistência. Ademais o uso do processo de enfermagem propicia um elo com a família fazendo com que esta compreenda o processo do adoecimento tornando-a uma aliada na implementação da assistência. O ensino superior em enfermagem no Brasil tem demonstrado fortes vínculos com as transformações políticas e técnicas da área da educação e da saúde. Neste sentido, repensar a formação nesta área passou a ser uma exigência tendo em vista os desafios contemporâneos que estão inseridos no contexto das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais (RENOVATO et al. 2009). REFERÊNCIAS CAVALCANTE, T. F. Diagnósticos de enfermagem em pacientes internados por acidente vascular encefálico. 2008, Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Ceará- Curso de Pós Graduação em Enfermagem, Fortaleza, 2008. CALIARE, L. E. P.; MONTE, O. Abordagem do diabetes mellitus na primeira infância. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia & Metabologia, 2008. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2009/ Sociedade brasileira de diabetes. – [ 3.ed.]. Itapevi, SP: A. Araujo Silva Farmacêutica, 2009. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LEAL, D. T.; FIALHO, F. A.; DIAS, L. M. A. V.; NASCIMENTO, L; ARRUDA, W. C. Diabetes na infância e adolescência: o enfrentamento da doença no cotidiano da família. 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Hortaliças INTRODUÇÃO Hábitos alimentares saudáveis são imprescindíveis à manutenção da saúde, crescimento e desenvolvimento adequados do indivíduo, bem como para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e obesidade, agravos à saúde que vêm crescendo também entre a população mais jovem (NEUTZILING et al., 2010). A adolescência é o período da vida que compreende indivíduos dos 10 aos 19 anos, considerados vulneráveis do ponto de vista nutricional, não só pelas escolhas alimentares, mas, também, pelo aumento das necessidades calóricas, estilo de vida e comportamento de risco (WHO, 2006). A puberdade é a fase inicial da adolescência, sendo caracterizada por um período anabólico intenso, com aumento da estatura e do peso, alterações na composição corporal resultantes do aumento da massa magra corporal e na quantidade e distribuição da gordura e aumento de muitos sistemas de órgãos (SHILS et al., 2003). Estudos sugerem que escolhas alimentares inadequadas, com elevado consumo de açúcares simples e gorduras trans, elevada densidade energética e ingestão insuficiente de fibras alimentares estejam relacionadas, diretamente, com as DCNT (FERREIRA, CHIARA, KUSCHNIR, 2007). Frutas e hortaliças se encontram entre os alimentos fibrosos cujo consumo está aquém do recomendado. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008 - 2009 (IBGE, 2010), para a maior parte da população estudada, a ingestão diária de frutas e hortaliças corresponde a 2,8% das calorias totais, abaixo da recomendação do Ministério da Saúde. As hortaliças compreendem as verduras e os legumes. A denominação “verduras” é utilizada quando as partes comestíveis do vegetal são as folhas, flores, botões e hastes. Em 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte, FJN 2 Nutricionista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 23 de 93 relação à denominação “legumes”, esta se refere aos frutos, sementes ou partes que se desenvolvem na terra. Tanto as frutas quanto as verduras e os legumes são alimentos fonte de vitaminas, minerais e fibras, devendo ser ingeridos diariamente (PHILIPPI, JAIME, FERREIRA, 2008). O Ministério da Saúde recomenda a ingestão de frutas, verduras e legumes como um dos dez passos para a alimentação saudável do adolescente (BRASIL, 2008b), contudo, boa parte dos adolescentes não consegue associar os hábitos alimentares atuais com o desenvolvimento futuro de problemas de saúde (STANG, LARSON, 2013). Considerando o que foi exposto acima, foi objetivo desta pesquisa verificar o consumo alimentar praticado por adolescentes, estudantes de ensino médio na rede pública e privada do município de Juazeiro do Norte-CE, no tocante à ingestão semanal de frutas e hortaliças. MÉTODO A pesquisa foi realizada com 36 adolescentes, sendo 17 estudantes de ensino médio de período integral de uma instituição da rede pública e 19, de ensino médio no turno matutino de uma instituição da rede privada de ensino, ambas na cidade de Juazeiro do Norte-CE, durante o mês de setembro de 2013. Inicialmente, foram estabelecidos contatos primários com os dirigentes das instituições de ensino, expostos os objetivos, e explicada a importância da pesquisa. Para a coleta dos dados foi utilizado o formulário de marcadores do consumo alimentar do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) para indivíduos com 5 anos de idade ou mais. As respostas possibilitaram a obtenção de informações sobre o consumo alimentar dos adolescentes entrevistados durante o período de uma semana, sendo objeto deste estudo as respostas fornecidas aos itens 1, 2 e 3 do referido formulário, sobre o consumo alimentar semanal de salada crua, legumes e verduras cozidos e frutas frescas ou salada de frutas, respectivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 36 adolescentes, sendo 56% do sexo feminino e 44%, masculino, com idades entre 14 e 18 anos. Do total entrevistado, 17 (47,2%) eram estudantes do ensino médio em período integral de uma escola da rede pública e 19 (52,8%), estudantes do ensino médio, turno matutino, de uma escola da rede privada, ambas na cidade de Juazeiro do Norte – CE. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 24 de 93 Em relação ao consumo semanal de saladas cruas, apenas 17% dos estudantes da escola pública referiram tê-las consumido diariamente nos últimos 7 dias; os alunos da escola privada negaram o consumo diário. Em oposição, 44% dos estudantes da escola pública e 67% dos alunos da escola privada afirmaram não ter consumido a salada nos 7 dias anteriores à coleta dos dados. O consumo diário de legumes e verduras cozidas foi referido por 6% dos estudantes da rede pública, enquanto nenhum aluno da escola particular afirmou ter realizado essa ingestão diária nos últimos 7 dias. Quanto aos que afirmaram não ter ingerido esses alimentos nos 7 dias anteriores à pesquisa, 50% eram do ensino público e 56% do particular. A ingestão de frutas frescas ou salada de frutas diariamente nos últimos 7 dias foi referida por 37% dos alunos da rede pública e 40% dos estudantes da escola particular. O não consumo foi confirmado por 21% dos alunos entrevistados na escola pública e 10% dos estudantes da rede privada de ensino. Os dados analisados são semelhantes aos encontrados por Muniz et al. (2013), ao pesquisar o consumo de frutas, legumes e verduras entre adolescentes de escolas públicas no município de Caruaru-PE. Nesta pesquisa, aproximadamente 10% dos adolescentes informaram nunca consumir frutas e cerca de 30% referiram nunca consumir verduras e legumes. Nos dois estudos há evidências de um baixo consumo de frutas, verduras e legumes por parte de adolescentes, fato já reportado por Gambardella, Frutuoso e Franch (1999), há mais de uma década, ao estudarem a prática alimentar de adolescentes. Os dados preocupam à medida que o comportamento alimentar existente na adolescência tende a se perpetuar na idade adulta (OLIVEIRA, COSTA, LAUS, 2012). Nessa fase da vida, a nutrição adequada exerce um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento adequados do organismo. Estudos sugerem que o consumo prolongado de frutas e hortaliças abaixo das recomendações pode interferir negativamente no desenvolvimento de adolescentes, com redução na capacidade de aprendizagem e na resistência imunológica devido ao esgotamento das reservas orgânicas de vários micronutrientes (FERREIRA, CHIARA, KUSCHNIR, 2007). O Guia Alimentar para a população brasileira recomenda o consumo diário de frutas, verduras e legumes no intuito de proteger a saúde e reduzir o risco de ocorrência de várias doenças (BRASIL, 2008a). e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 25 de 93 CONCLUSÃO A análise dos dados mostrou um consumo inadequado de frutas, legumes e verduras, abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde. A escola é um espaço privilegiado para a construção de conhecimentos, autonomia, capacidade decisória, bem como para ampliar o acesso à informação sobre saúde e nutrição. Nesse sentido, a proposta de conhecer com que frequência os jovens estudantes de ensino médio das referidas instituições de ensino consomem frutas e hortaliças no decorrer de sete dias possibilitou o reconhecimento da importância de abordar assuntos relacionados à nutrição entre os estudantes. Apesar de todas as possíveis causas para o consumo inadequado de frutas e hortaliças pelos adolescentes estudados, é papel do profissional de saúde procurar conhecer essa realidade e buscar mudá-la. Dessa forma, ressalta-se a importância do Nutricionista como membro da equipe multidisciplinar para ações de políticas governamentais, bem como, no trabalho direto com estudantes nas redes públicas e particulares de ensino. Ações de educação nutricional e a formação de hábitos saudáveis devem ser promovidas para esta faixa etária vulnerável dos pontos de vista psicossocial e nutricional. Recomenda-se o desenvolvimento de novas pesquisas relacionadas ao consumo alimentar de adolescentes como forma de auxiliar na prevenção de problemas de saúde relacionados à alimentação. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008ª BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008b BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – aquisição alimentar domiciliar per capita – Brasil e e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 26 de 93 grandes regiões. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?i d_pesquisa=25. Acesso em: 20/02/2013. 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INTRODUÇÃO A utilização de plantas medicinais é uma das mais antigas práticas, sendo utilizada pelo homem desde os tempos mais remotos, nos primórdios das civilizações. Desde cedo, o homem ao longo de sua história foi descobrindo que determinadas plantas exerciam efeitos sobre o organismo, que quando utilizadas sobre determinadas enfermidades revelavam seu poder curativo, sendo durante muito tempo principal meio terapêutico para tratamento de saúde de muitas pessoas (BADKE et al, 2011). O uso de plantas medicinais em comunidades rurais ainda é bastante comum, mesmo com os avanços tecnológicos ocorridos, como o incentivo por medicamentos industrializados. Grande parcela da população rural ainda recorre a essas ervas como medicina alternativa e seu uso está associado aos baixos custos, a fácil obtenção ou até mesmo por ser o único recurso disponível, onde muitos não detêm de um poder de aquisição alto para suprir suas necessidades com a indústria farmacêutica (SOUZA; PASA, 2013). O uso de plantas medicinais apesar de vasto e de grande importância para as populações rurais ou urbanas ainda merece ser valorizada e difundida pelas novas gerações. Diante de tal percepção essa pesquisa fundamenta-se no resgate do conhecimento tradicional, bem como no saber botânico da população, servindo de contribuição para o conhecimento científico a fim de comprovar sua validade e garantir a segurança para os usuários, já que é preciso um conhecimento prévio em relação aos seus riscos. Este trabalho teve como objetivo geral conhecer os motivos que levam a população ao uso de plantas medicinais na prevenção e no combate de doenças nos municípios de Crato e Nova Olinda- CE. Nos objetivos específicos buscou-se traçar o perfil da população que faz uso de plantas medicinais, bem 1 Universidade Regional do Cariri, URCA e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 29 de 93 como listar as principais plantas utilizadas na medicina popular e compreender os resultados esperados pelas pessoas que fazem uso destas. MÉTODO A abordagem metodológica adotada foi qualitativa e descritiva. O presente trabalho envolveu informantes de dois municípios do estado do Ceará: Crato e Nova Olinda, mais precisamente de dois sítios localizados na zona rural destes, o sitio Baixio das Palmeiras e o sitio Pedra Branca, respectivamente. A pesquisa foi realizada no mês de Março de 2014. A primeira etapa nesse campo de estudo para realização da pesquisa foi um estudo prévio acerca das duas localidades citadas, com o objetivo de promover uma sondagem cultural sobre a questão do conhecimento dos moradores a respeito das ervas medicinais. O critério de seleção dos informantes foi baseado após a familiarização com as duas localidades a ser estudada, onde foram aplicados pré-testes para ver a questão do conhecimento dos mesmos sobre as ervas. As informações sobre o conhecimento dos entrevistados foram concedidas após a leitura, permissão e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. No presente estudo houve a realização de entrevistas semiestruturadas com a população. As entrevistas foram direcionadas de forma bem clara e objetiva, abrangendo os seguintes itens: identificação do entrevistado, plantas medicinais utilizadas e suas aplicações, forma de utilização, parte da planta utilizada e os motivos que levam ao uso. Fez-se uso de anotações para as respostas fornecidas. Foram entrevistados 30 moradores referentes aos dois municípios, em dia, local e horário previamente acordados com o entrevistado. Foram direcionadas perguntas abertas a partir de um roteiro preliminar para a entrevista, a fim que o entrevistado discorresse sobre o tema. O tempo de duração das entrevistas variou de 15 a 30 minutos. Os dados dessa pesquisa foram qualitativos e primários. Foram submetidos a uma análise de conteúdo, no qual foram analisados e confrontados com os autores referentes à temática em questão. Os dados foram divididos em categorias e subcategorias. A análise de dados se procedeu em duas etapas. Uma que objetivou situar, entender e compreender sobre o uso de plantas medicinais, através das respostas dos informantes que fazem uso destas. Essa etapa envolveu uma exploração do material. Na segunda etapa, os dados foram organizados e tabulados com as seguintes informações obtidas: nome da planta medicinal mais citada pelos informantes, uso popular, formas de utilização, parte do vegetal utilizada e os motivos que levam ao uso. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 30 de 93 Na apresentação dos dados de pesquisa, os sujeitos serão representados da seguinte maneira: E-1: Entrevistado 1 E-2: Entrevistado 2 e assim sucessivamente. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 30 moradores, 15 usuários de cada localidade, sendo em um total de 80% do sexo feminino e 20% do sexo masculino, não havendo similaridade entre os gêneros usuários de plantas medicinais. Pfeiffer & Butz (2005) apud Lopes & Lobão (2013) afirmam que a variação do conhecimento sobre as plantas entre os gêneros está baseada no componente cultural de cada comunidade, por isso essa divergência. No que se refere a faixa etária dos entrevistados a idade variou de 20 a 84 anos, assim distribuídas, 56,66% com menos de 60 anos e 43,33% com idade maior ou igual a 60 anos. De acordo com as informações obtidas, 56,66% dos entrevistados possuem estado civil casado (a), sendo a 20% solteiro (a) e 23,33% viúvo (a). O grau de instrução varia entre analfabetos (20%), Ensino Fundamental Incompleto (43,33%), Ensino Médio Completo (23,33%), e Ensino Médio Incompleto (10%), havendo apenas (3,33%) registro de curso superior em andamento. A baixa escolaridade dos informantes pode ser atribuída pelas dificuldades financeiras vivenciadas por estes (LOPES & LOBÃO, 2013). Quanto à profissão dos usuários variou entre aposentados (3,33%), agricultores (80%), domésticos (10%) e pedreiros (6,667%). De acordo com o tempo de vivencia no local, 73,33% dos entrevistados residem na localidade desde que nasceu, enquanto 26,67% da população residem na localidade há mais de nove anos. O fato dos usuários se valerem das ervas para cura ou combate de suas doenças está nessa forte ligação que eles têm com essas plantas, pelo conhecimento adquirido, seja com os pais ou avós, até porque é importante compreender que desde a antiguidade o homem sempre buscou na natureza a cura para seus males, conhecendo os benefícios dessas ervas e descobrindo suas utilidades, suas aplicações e até mesmo seus efeitos tóxicos, sendo essa cultura repassada de geração a geração. Como afirma Santos (2013) a utilização dessas ervas sempre existiu na história da humanidade, sendo um hábito bastante comum. Um fato também bastante notório em ambas as comunidades estudadas, é a confiança e a segurança no que diz respeito ao uso destas ervas, onde 100% dos usuários asseguram que não existem efeitos colaterais, por se tratar de um meio natural. Para Oliveira et al (2012) o desconhecimento da e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 31 de 93 população sobre a toxicidades dessas plantas podem trazer consequências sérias a saúde desses usuários, já que existe número cada vez maior de estudos científicos que comprovam as toxicidades presentes em diversas plantas de uso medicinal, deixando bastante claro a relevância dos estudos farmacológicos para a medicina popular. Outro motivo aliado a este está nos baixos custos, já que os usuários suprem suas necessidades recorrendo a essas ervas. Souza e Pasa (2013) afirmam que uma grande parcela da população de comunidades rurais por se não disporem de condições financeiras para tratamento de saúde, recorrem a essas plantas como um principal meio de tratamento de eventuais doenças. Os usuários revelam também a expressiva utilidade dessas plantas, já que por tê-las cultivadas em sua própria residência há uma maior acessibilidade e deste modo sua utilização se torna maior em virtude dessa fácil obtenção, o que garante para eles, segurança por ser um uso natural, preventivo e curativo de doenças. Oliveira et al (2011, p. 66) “o quintal, além de ser um espaço que colabora para a subsistência da família, é utilizado para o cultivo das espécies medicinais [...]”. Observou-se que a utilização de plantas com finalidades terapêuticas é diversa, as plantas mais citadas foram: Erva Cidreira, Capim-santo, Hortelã, Malva do Reino, Aroeira e Malva Corama. Sendo a Malva do Reino e a Erva Cidreira as mais utilizadas sobre a forma de chá. Borba & Macedo (2006) apud Oliveira (2011) também relatam o uso preferencial das espécies na forma de chá. Para Matos (2002) apud Oliveira (2012) a Erva Cidreira tem ações comprovadas como calmante e antiespasmódica suave, apresentando também atividade analgésica. Com relação às partes da planta utilizadas, as folhas foram as mais citadas, em um total de (73,34%), assim como observado em demais estudos realizados em comunidades rurais (MACÍA et al., 2005; TOGOLA et al., 2005; BORBA & MACEDO, 2006; LIMA & SANTOS, 2006 apud OLIVEIRA, 2011). Ficou bastante claro que os problemas de saúde enfrentados por estes e tratados com as respectivas plantas medicinais já citadas anteriormente são: gripe, inflamação na garganta, febre, pressão, inflamações em geral, além de ansiedade. CONCLUSÃO As plantas medicinais são de extrema importância para ambas comunidades, por ser um conhecimento adquirido e repassado de geração a geração, pela fácil obtenção, pelos baixos custos, segurança e confiança nos remédios caseiros, onde apesar do desconhecimento de seus efeitos tóxicos, garante a preferência por essas ervas muito mais que por medicamentos e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 32 de 93 sintéticos. As plantas utilizadas pelos entrevistados são diversas e a maioria delas serve para o tratamento de mais de uma doença, sendo uma prática comum entre o gênero feminino. Ficou bastante claro também que o conhecimento popular adquirido vem desde seus antepassados, sendo este saber repassado para as gerações futuras, o que é de extrema necessidade para que valorizem e preservem esta cultura que é tão valiosa, para que essa prática possa se manter viva. No estudo, a população rural de ambas as comunidades ressaltam a inexistência de efeitos colaterais dessas ervas, mas é preciso compreender que assim como determinadas plantas podem promover o alívio ou cura de enfermidades, há aquelas que merecem um cuidado especial por apresentarem efeitos adversos à saúde humana. Portanto, é preciso um conhecimento prévio a respeito de seus riscos e benefícios. REFERÊNCIAS BADKE, M. R. Et al. Plantas Medicinais: O Saber Sustentado na Prática do Cotidiano Popular. Esc Anna Nery (impr.)2011 jan-mar; 15 (1):132-139. LOPES, L. C. M.; LOBÃO, A. Q. Etnobotânica em uma Comunidade de Pescadores Artesanais no Litoral Norte do Espirito Santo, Brasil. Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 32:29-52. Setembro de 2013. OLIVEIRA, L. S. de. Et al. Plantas Medicinais como Recurso Terapêutico em Comunidade do Entorno da Reserva Biológica do Tinguá, Rj, Brasil- Metabólicos Secundários e Aspectos Farmacológicos. Revista Científica Internacional Indexada ISSN 1679-9844. Ano 4- Nº 17 Abril/ Junho- 2011. OLIVEIRA, E. P. de. Et al. Determinação do Efeito Aleopático, índice mitótico e utilização do Boldo, Capim- Cidreira e Hortelã no Bairro Boa Vista em Mandaguari (PR). Diálogos & Saberes, Mandaguari, V.8, N.1, 2012. SOUZA, M. D. de.; PASA, M. G. Levantamento Etnobotânico de Plantas Medicinais em uma Área Rural na Região de Rondonópolis, Mato Grosso. Biodiversidade - V.12, N1, 2013. SANTOS, R. A. O. dos. Utilização de plantas medicinais como estratégias de enfrentamento das doenças mais comuns no Sul do Estado de Roraima. Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Vol 8, No. 2, Porto Alegre/RS. Nov 2013. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 33 de 93 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE MÉIS DE ABELHAS COM INDICATIVOS DE PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS Maria Suiane de Moraes; Mhabell Lima Costa; Ana Caroline Fernandes Sampaio; Dannaya Julliethy Gomes Quirino; Analha Dyalla Feitosa Lins; Janeanne Nascimento Silva. Palavras-chave: Mel. Caracterização. Propriedades. Fisico-quimica. INTRODUÇÃO O Brasil tem um grande potencial apícola, devido à sua flora ser bastante diversificada, por sua extensão territorial e pela variabilidade climática, possibilitando assim produzir mel o ano todo, se diferenciando dos demais países que, normalmente, colhem mel uma vez por ano (PEREIRA, 2010). O mel é uma substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudatos sacarínicos que as abelhas mellíferas produzem. Além de sua qualidade como alimento, esse produto único é dotado de inúmeras propriedades terapêuticas, sendo utilizado pela medicina popular sob diversas formas e associações como fototerápicos. A composição média do mel, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açucares, água e diversos (PEREIRA et al., 2002). As características dos méis dependem de sua origem, sendo influenciadas pelas condições climáticas e pela matéria-prima utilizada pelas abelhas. Essa dependência se reflete na cor, no sabor, no odor, na viscosidade e nas características físico-químicas dos méis, cuja diversidade é tão ampla quanto às condições em que o mesmo é elaborado (SILVA et al., 2009). Diante uma flora tão diversificada destaca-se a aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva), amplamente encontrada no cerrado e caatinga brasileira. Segundo Andrade et al. (2000) é popularmente conhecida por suas propriedades medicinais como atividade anti inflamatória, cicatrizante e uso em infecções urinárias e respiratórias. O mel de Aroeira atua no combate à azia e gastrite, auxilia no tratamento de feridas, queimaduras, abscessos e edemas. A importância do mel foi mencionada na Bíblia no antigo testamento, devido a sua excelência medicinal e a qualidade. Ressalta-se que no Brasil o seu consumo ainda é bastante baixo quando comprado com países desenvolvidos. Dessa forma, é necessário um maior incentivo a população no consumo desse alimento com tantas propriedades nutricionais as quais e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 34 de 93 auxiliam no funcionamento do corpo humano. Em pesquisa Cheung e Gerber (2009), verificaram que os consumidores do mel de abelhas associam o bom funcionamento do corpo com as propriedades do alimento/medicamento. Entre as indicações para seu consumo, os participantes da pesquisa mencionaram o uso do mel para prevenir gripes, para doenças pulmonares, enfim, como fortificante, para prolongar a vida, associado à riqueza de nutrientes, principalmente, ao seu poder curativo e estético. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo apresentar as características físico-químicas de méis com predominância da florada Aroeira, avaliando a sua qualidade e enfatizando a importância do mesmo na alimentação. MÉTODO A pesquisa foi realizada no Laboratório de Análises Físico-químicas da Faculdade de Tecnologia CENTEC FATEC Cariri, no Município de Juazeiro do Norte – CE, em setembro de 2012. Foram coletadas três amostras de méis com predominância da florada de Aroeira da Região de Parambu-Ce com três repetições, nas quais foram identificadas como A, B e C e determinadas as características físico-químicas de cor, umidade e HMF (Hidroximetilfurfural), seguindo o método proposto pela Association official Analytical Chemists (AOAC, 1990). Os resultados foram comparados com os limites exigidos pela legislação vigente. A leitura da cor foi obtida em aparelho digital (Ranna). A umidade foi determinada com um refratômetro com correção automática de temperatura. O princípio deste método consiste na determinação do índice de refração do mel a 20°C que é convertido para o conteúdo de umidade através de uma tabela de referência, a qual fornece a concentração de umidade. O Hidroximetilfurfural (HMF) foi realizado pelo método quantitativo, o qual consiste na verificação do HMF, utilizando-se método espectrofotométrico a 284 e 336 nm. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os requisitos de qualidade físico-química do mel foram estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000, a qual constitui o Regulamento de Identidade e Qualidade do Mel (BRASIL, 2000). Os resultados de cada indicador de qualidade dos méis foram comparados com os limites exigidos pela legislação vigente. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 35 de 93 O mel assim como outros produtos alimentícios, possui uma grande diversidade na sua composição, assim estudos voltados para a sua caracterização são de extrema importância para a criação de padrões de qualidade subsidiando a sua melhoria da qualidade, dando garantias do produto ao consumidor e controlando possíveis fraudes. A cor do mel está associada à sua origem floral, porém as substâncias responsáveis pela cor são ainda desconheci¬das. Acredita-se que minerais estejam entre os fatores responsáveis; entretanto, o armazenamento prolongado, a luz, as possíveis reações enzimáticas, aquecimento e o processo de colheita podem escurecer o mel (ALVES et al., 2005). Para o mel estudado obtivemos valores entre 130 e 150 mm o que significa que as cores destes são classificadas como âmbar escuro. Em um estudo feito por González (2002) apud Silva (2006), afirma que o mel escuro possui maior acidez, conteúdo mineral e são mais ricas em dextrinas enquanto que o de cor clara contém mais glicose e frutose. O teor de umidade é uma característica importante para determinara qualidade do mel. A umidade presente no mel tem influência no sabor, densidade, cristalização, solubilidade e conservação (OPUCHKEVICH et al., 2008). As amostras analisadas apresentaram teores médios de 15.43%, para um intervalo de variação de 14.3 a 16.4%. Esses valores encontram-se dentro do limite máximo permitido pela legislação vigente, de 20%, estabelecido pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento (BRASIL, 2000). Em estudos realizados por Araújo; Silva e Sousa (2006), com méis da cidade do Crato-CE, verificaram que cerca de 30% apresentaram umidade acima do permitido pela legislação. .Destaca-se ainda dado obtido por Alves et al. (2011), onde analisando amostra de mel de aroeira obteve umidade 17% conferindo assim semelhanças com os obtidos no presente trabalho. O mel de abelha possui pequena quantidade de HMF, mas com o armazenamento prolongado à temperatura ambiente elevada, esse teor pode se elevar, alterando o valor nutricional do produto, por isso, o HMF passou a ser usado como indicador de aquecimento, envelhecimento, processamento inadequado ou mesmo adulteração com xaropes. A legislação estabelece um valor máximo de 60mg de hidroximetilfurfural por 1Kg de mel, para méis de flores. Comparando com os resultados encontrados nesse trabalho, 3,19, 2,98 e 5,68mg/Kg para as amostras A, B e C, respectivamente, observa-se que todas encontram-se dentro dos padrões. Em estudos feitos com méis comercializados no município de Aracati-CE, Santos, Oliveira e Martins (2011) encontraram índice de reprovação de 42,86% referente a 03 amostras, as quais estavam com valores acima do permitido. Levando em conta a avaliação da qualidade através dos parâmetros físico-químicos, ressalta-se a importância e inclusão do mesmo na e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 36 de 93 alimentação. Segundo Silva (2006), as propriedades do mel de abelha têm proporcionado à incorporação do mesmo em vários produtos alimentícios, assim como vem sendo ofertado e consumido por diferentes grupos populacionais tendo em vista, a sua importância terapêutica e fonte natural adoçante. Uma estratégia que se mostra viável em médio prazo é estimular o aumento do consumo por meio de campanhas para introdução do mel nas refeições diárias da população. Onde podemos destacar a iniciativa de algumas prefeituras na introdução de saches de mel na merenda escolar dos municípios. Um grande entrave para o incremento do consumo é o fato de o brasileiro, de forma geral, considerar o mel apenas um medicamento natural útil para as vias respiratórias (CUNHA, 2006). No entanto, é um alimento rico em nutrientes. Apresenta grandes quantidades de açúcares e menores de minerais, ácidos orgânicos, proteínas e vitaminas (EBELING, 2002). CONCLUSÃO Conclui-se que as amostras analisadas encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente evidenciando serem adequadas para o consumo humano. Entre o principal destaque das características analisadas, está o baixo teor de umidade encontrado em todas as amostras, fator esse que potencializa a promoção de uma maior vida de prateleira do produto, uma vez que propicia condição desfavorável ao crescimento microbiano. Outro resultado que convém destacar é o baixo teor de HMF das amostras, indicando que o transporte e o armazenamento do produto estão sendo conduzidos de forma adequada. Quanto a importância da utilização do mel na alimentação é um fator que merece maiores incentivos os quais irá estimular o aumento do consumo per capita em médio prazo e criando a cultura de consumo nas refeições diárias das famílias. Desta maneira a aceitabilidade por partes das pessoas será uma consequência. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. W. et al. Micro-propagação da aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr. All).Ciência Agrotécnica, v.24, n.1, p.174-180, Jan./Mar. 2000. ARAÚJO, D. R. de.; SILVA, R. H. D. da.; SOUSA, J.dos S. Avaliação da qualidade físicoquímica do mel comercializado na Cidade de Crato, CE. Revista de Biologia e Ciências da terra. vol. 6- n° 1. 2006. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 37 de 93 ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis. 15 th.Supl 2.Ed. 1990. BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 23 out. 2000. Seção 1, p. 16-17. CUNHA, J. G. C. A apicultura no Brasil. Porto Alegre, UFRGS, 9 jun. 2006. Palestra ministrada no Seminário de Agronegócios em Apicultura do PPG-Agronegócios do Cepan/UFRGS. 2006. CHEUNG, T. L.; GERBER, R. M. Consumo de mel de abelhas: análise dos comportamentos de comensais do Estado de Santa Catarina. Informações Econômicas, v. 39, n. 10, p. 22-31, 2009. EBELING, E. Exploração apícola. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 14., 2002 Campo Grande, MS. Anais... Campo Grande: CBA: UFMS: FAAMS, 2002. p.166. OPUCHKEVICH, M. H. et al. Verificação da qualidade do mel no município de Prudentópolis através das análises físico-químicas. Estabelecendo diálogos, construindo perspectiva. 2008. PEREIRA, F. M. et al. Produção de mel: mel. Teresina:Embrapa MeioNorte, 2002. SANTOS, D. da C.; OLIVEIRA, E. N. A. de.; MARTINS, J. N. Caracterização físicoquímica de méis comercializados no município de Aracati-Ce. Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.2, p.158-162, 2011. SILVA, E. V. C. da. Caracterização e pasteurização de méis de abelhas Melípona fasciculata (uruçu cinzenta) e Apis mellifera (africanizadas). Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Pará. Belém, 2006. SILVA. R. A et al. Composição e Propriedades Terapêuticas do mel de abelha. Ver. Alim. Nutr. Araraquara, v.17, n.1, p.113-120, jan./mar. 2006. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 38 de 93 SILVA, K. de F. N. L. et al. Características físico-químicas de mel produzido em Limoeiro do Norte durante o armazenamento. Revista Caatinga, Mossoró, v.22, n.4, p.246-254, out.-dez, 2009. PEREIRA, M. A. Perfil cromatográfico das substâncias fenólicas presentes em extratos de mel de assa peixe e avaliação de seu poder antioxidante. 2010. 67f. Monografia (Obtenção de grau em Licenciado em Química). Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 2010. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 39 de 93 ADOÇÃO DA FAMÍLIA: ACOMPANHAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) Francisco Leonardo Barros de Lima1; Daiane Virgínia de Melo1; Liane Evangelista de Alencar1; Yarla Duarte Caetano1; Lídia Samantha Alves de Brito1; Juliana Alexandra Parente Sa Barreto1. Palavras-chave: Assistência de Enfermagem. Saúde Comunitária. INTRODUÇÃO O Programa Saúde da Família (PSF), atualmente denominado Estratégia Saúde da Família (ESF), incorpora e reafirma os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalização, descentralização, integralidade e participação social (PINTO, 2007). Ao fazer parte da equipe, o enfermeiro deve preparar-se para atuar, prestando uma assistência preventiva, em detrimento da curativa, e coletiva em detrimento da individual (MACHADO, 2007). A ESF dispõe da utilização da assistência domiciliar à saúde, em especial, a visita domiciliar, como forma de instrumentalizar os profissionais para inserção destes na comunidade e conhecimento da realidade de vida, bem como estabelecer vínculos com a mesma, visando compreender as diferentes necessidades de saúde das pessoas, preocupando-se com a infraestrutura existente nas comunidades e o atendimento à saúde das famílias (GIACOMOZZI; LACERDA, 2006). É preciso então pensar na formação de enfermeiros questionadores e participativos, que saibam utilizar os conhecimentos apreendidos na universidade em prol do bem estar da população. Profissionais com qualidade formal e política são capazes de estabelecer diálogo entre a diversidade de saberes com os quais se depara no cotidiano, efetuando um cuidado emancipatório (MACHADO, 2007). O processo de enfermagem é um método sistematizado para avaliar o estado de saúde do cliente, diagnosticar as necessidades de cuidados, formular um plano de cuidados, implementá-lo e avaliá-lo quanto à sua efetividade (NANDA, 2010). 1 Universidade Regional do Cariri (URCA) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 40 de 93 Os autores supracitados acima corroboram que a centralidade na família é pautada no seu reconhecimento como um lócus privilegiado de proteção, atenção e cuidado, nos quais seus integrantes necessitam de programas sócioassistencias que diminuam os riscos de morbimortalidade e de situações de vulnerabilidades sociais. Sendo assim, faz-se necessário criar estratégia de mapeamento e acompanhamento das famílias cadastradas nas unidades básicas de saúde, levando em consideração a lógica dos ciclos de vida, os estudos epidemiológicos, as principais medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos. A família deve ser percebida a partir do seu ambiente físico e sociocultural, o que proporciona aos profissionais de saúde um lócus ampliado para a compreensão do processo saúde-doença, que vai além das práticas curativas habituais, sendo permeado por valores culturais e subjetivos. Então, diante do exposto, este estudo objetivou implementar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) à uma família de forma individual e coletiva através da visita domiciliar. MÉTODO O estudo é de caráter descritivo, exploratório com abordagem qualitativa, pressupondo ainda, uma metodologia participativa que envolva a família, pactuando responsabilidades e compromissos, metas e objetivos. O mesmo foi realizado no período de 25 de Abril a 27 de Junho de 2014, totalizando 10 visitas domiciliares. A pesquisa teve como cenário a residência de uma família, localizada na cidade de Iguatu - CE. Importante destacar que o registro do acompanhamento familiar foi feito de forma sistemática em um formulário reunindo informações de todos os membros da família, composto de um conjunto de fichas de registro, as quais englobaram informações geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a família, vivenciados durante as visitas. A partir da utilização desse método, foram articuladas e elaboradas intervenções, traçados diagnósticos, analisando a necessidade de atendimento, encaminhamento e acompanhamento da família e indivíduos. Posteriormente foram desenvolvidas atividades sócioeducativas, especificamente voltadas para a saúde da família, além de proporcionar a interação, apoio, acolhida, reflexão e participação que visaram o fortalecimento familiar, convivência comunitária e consequentemente uma melhor qualidade de vida. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 41 de 93 Além disso, foram produzidos relatórios ao final de cada visita domiciliar, sendo esses importantes instrumentos para o monitoramento e avaliação da SAE, de modo que ofertam orientações para as práticas educativas em saúde. O acompanhamento da família foi constituído através de etapas e para isso utilizou-se um fluxograma, para melhor organizar e executar ações que fossem significantes para melhoria da vida de todos os membros da família. Para elaboração do fluxograma foi pensado em seis instrumentos com finalidades específicas, que na medida de sua aplicação iam fornecendo paulatinamente um retrato da situação familiar. Foram estes: Ficha de Identificação da Primeira Visita (Acolhida); Identificação e Caracterização socioeconômica da família; Diagnóstico Familiar; Avaliação da Família na Concepção dos Acadêmicos; Plano de Metas; Formulário de Acompanhamento da Família. Utilizou-se como recurso material: estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro balança e glicosímetro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Histórico de enfermagem da família A família é composta por duas mulheres adultas residentes na cidade de Iguatu – CE, que não possuem grau de parentesco, sendo apenas amigas. O domicílio é de alvenaria, alugado, com seis cômodos, ótimas condições de higiene, possui pavimentação, fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), coleta de lixo e ausência de saneamento básico. Segundo os relatos dos membros da família, estes possuem um bom relacionamento de afetividade, amor, união e respeito entre si. As decisões familiares sempre são compactuadas e definidas em comum acordo. No que diz respeito à situação de escolaridade da família, M.H.S.L. possui o ensino fundamental incompleto e S.V.S. o ensino médio também incompleto, sendo esta circunstância geradora da instabilidade financeira da família. No momento M.H.S.L. trabalha como merendeira numa escola de ensino básico da rede municipal. A mesma possui uma remuneração mensal de um salário mínimo. Já S.V.S. enfrenta dificuldades financeiras, pois devido ao curso gestacional gemelar e que apresenta riscos, a mesma não possui condições físicas para trabalhar. Anteriormente ela era cuidadora de sua mãe, e tal função deixou de ser exercida com o falecimento desta. As atividades de lazer da família são bastante escassas e muitas vezes os membros não compartilham de um lazer coletivo. A partir da peculiaridade da família, o estudo proporcionou aos acadêmicos a descentralização em pacientes com alguma patologia, visto que e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 42 de 93 a família adotada não possuía nenhum problema de saúde preocupante, sendo assim se deu um enfoque maior às relações familiares e sociais, bem como na execução de intervenções simples e resolutivas que melhorassem a vida da família. Histórico de enfermagem de S.V.S. S.V.S, 39 anos, sexo feminino, solteira, negra. Faz uso de ácido fólico 5mg e sulfato ferroso 20 mg. Primípara de gêmeas univitelinas e sem história anterior de aborto. Relata que a Data da Última Menstruação (DUM) foi 10/12/2013, com a Data Provável do Parto (DPP) 17/09/2014. Realizando acompanhamento pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) de seu bairro e também no Centro Microrregional de Atenção à saúde Reprodutiva e Sexual (CEMEAR) a partir do 1° trimestre da gestação, por esta ser de alto risco. Referiu fazer dieta com base em uma alimentação saudável e balanceada. Relatou a presença de falta de conforto devido ao aumento do diâmetro abdominal e dificuldade para realizar a higienização pelo mesmo motivo explanado. Citou que o sono e repouso se encontram alterados, e ainda, que as eliminações intestinais encontram-se irregulares com constipação e urinárias se apresentam dentro do padrão de normalidade. Exame Físico de S.V.S. Cliente com EGB, consciente, orientada, colaborativa, normocorada, hidratada e com ansiedade. Crânio de aspecto normal e sem deformidades. Couro cabeludo higienizado. Olhos simétricos e bilaterais com mucosas úmidas e coradas. Nariz sem alterações. Lábios hidratados e sem anormalidades. Orelhas simétricas e bilaterais com integridade e sonoridade preservadas. Rede ganglionar normopalpável e sem alterações. AR: tórax com ausência de alterações patológicas. Respiração pulmonar: auscultados murmúrios vesiculares sem ruídos adventícios. AC: ritmo cardíaco regular em 2T, bulhas normofonéticas sem sopros. Abdômen gravídico e indolor à palpação. Movimentos peristálticos presentes com sons hidroaéreos audíveis. Membros superiores e inferiores simétricos e sem sinais de edema. SSVV: Peso: 81.800g, P.A: 110 x 90 mmHg, HGT: 86mg/dL, FC: 90bpm , FR:22 ipm, T: 36,6°C. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Ansiedade relacionada a mudanças no estado de saúde, mudança de ambiente e a conflitos relacionados à vida familiar e social. Meta: Encorajar a e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 43 de 93 gestante a enfrentar as situações de ansiedade. Intervenções: Encorajar a gestante por meio do diálogo e procurando ouvi-la, a verbalizar seus sentimentos e preocupações, no momento da interação, até que eles sejam superados; Levar a gestante a identificar as respostas de como lidar com a ansiedade e executá-las como desejar; Fornecer orientações sobre o parto e a cirurgia, no dialogo com a gestante, no momento das visitas; Incentivar a gestante a permanecer em repouso; Enfatizar a importância do bom relacionamento com a família, amigos e vizinhos. Resultados obtidos: A gestante verbaliza menor ansiedade em relação ao curso gestacional, a cirurgia e ao ambiente. Manutenção da saúde alterada relacionado ao fator gestacional, e com isso a necessidade de um cuidado especial. Meta: Manter padrões de saúde adequado ao momento vivenciado. Intervenções: Observar possíveis alterações de saúde; Orientar acerca da importância da adesão ao pré-natal; Estar atento aos fatores de risco e sinais de complicação na gestação; Resultados obtidos: A gestante relata participar mensalmente das consultas de pré-natal e de todas as educações em saúdes realizadas nestas, e ainda relata uma maior preocupação para com sua saúde e seu bem estar. Conforto alterado relacionado ao estágio avançado da gravidez. Meta: Manter o conforto necessário nessa fase da gestação. Intervenções: Oferecer apoio e suporte sempre que possível; Promover técnicas que possibilitem maior conforto durante alguma atividade e repouso; Identificar padrões de desconforto; Enfatizar a manter a boa postura e descansar ou repousar quando necessário. Resultados obtidos: A gestante relata um melhor conforto, e ainda que não realiza atividades e/ou exercícios físicos que comprometam sua saúde. Processo familiar alterado relacionado à situação de transição durante a fase da gestação. Meta: Levar a gestante a enfrentar as situações de mudanças no estilo de vida e nas relações familiares e sociais. Intervenções: Encorajar a gestante a verbalizar seus sentimentos, dificuldades e considerações sobre as mudanças no estilo de vida e nas relações familiares e sociais até que eles sejam superados; Orientar a gestante quanto à importância de sua autoestima e da boa convivência com a família e com os vizinhos. Resultados obtidos: A gestante verbaliza harmonia no para com seus familiares e vizinhos. Déficit do autocuidado para banho e higiene relacionado com prejuízo músculo-esquelético evidenciado por incapacidade de lavar parte inferior do corpo. Meta: Enfatizar a importância da higiene corporal e íntima na prevenção de infecções. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 44 de 93 Intervenções: Encorajara gestante a fazer sua higiene corporal e íntima diariamente, de forma satisfatória a suas necessidades. Resultados obtidos: A gestante relata realizar diariamente a higiene corporal e íntima de forma adequada. Constipação relacionada com motilidade diminuída do trato gastrintestinal secundária a gravidez, bem como ao uso de sulfato ferroso e ainda a atividade física insuficiente evidenciado por verbalização de mudanças no padrão intestinal, dor na passagem das fezes e frequência diminuída. Meta: Obtenção de eliminações intestinais eficazes. Intervenções: Orientar a gestante quanto à alimentação equilibrada rica em fibras, e uma maior ingestão hídrica; estimular a deambulação; observar as características das eliminações intestinais. Resultados obtidos: A gestante relata uma melhor condição das suas eliminações intestinais. Conhecimento deficiente relacionado à gestação de alto risco, devido à falta de acesso a conhecimentos adequados evidenciado por verbalização de dúvidas e falta de conhecimento sobre assuntos diversos. Meta: Verbalizar conhecimento sobre o processo gestacional de alto risco e suas complicações Intervenções: Promover acolhimento humanizado com a gestante, escutando suas dúvidas; Orientar sobre a fisiologia da gestação de maneira simplificada; Orientar sobre os cuidados que a gestação requer; Orientar quanto o reconhecimento sintomatológico de complicações; enfatizar sobre a importância do acompanhamento em uma unidade de referencia em pré-natal de alto risco. Resultados obtidos: A gestante caracterizou a gestação de alto risco e seus principais cuidados. Integridade da pele prejudicada relacionada com estado metabólico alterado (gravidez). Meta: A gestante relatará uma melhor hidratação da pela. Intervenções: Incentivar o autocuidado com a pele (aplicação de óleo de amêndoas, uso de filtro solar, hidratantes na tentativa de prevenir o melasma facial e as manchas hipercrômicas nos antebraços e braços. Resultados obtidos: A gestante apresenta uma maior hidratação da pele evidenciada pela diminuição do ressecamento desta. Comportamento de busca de saúde percebido: (na gravidez) evidenciado por desejo expresso e observado de maior controle sobre as práticas de saúde e de buscar um nível mais elevado de saúde. Meta: A gestante demonstrará um maior interesse em cuidar de sua saúde. Intervenções: Orientar sobre a importância de fazer o controle do peso; Orientar a fazer uso de roupas largas e leves. Roupa íntima limpa e adequada, inclusive o sutiã. Resultados: A gestante mostra uma maior preocupação com sua saúde. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 45 de 93 CONCLUSÃO A perspectiva da adoção da família com enfoque na qualidade da assistência aos pacientes de forma individual e coletiva proporcionou a atenção e o cuidado ao ser humano, em todas as suas dimensões. O enfermeiro da equipe da saúde da família deve-se inserir na comunidade e fazer uma análise das famílias pertencentes à UBS e do território onde se inserem para compreensão da rede de relações sociais e comunitárias e busca de problemas existentes na sua área, procurando soluções para a superação das fragilidades e desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos através da promoção da saúde. Com embasamento teórico e prático, o enfermeiro possui plena qualificação para utilizar a SAE, que propiciará uma maior valorização, reconhecimento e otimização da assistência de enfermagem, bem como, um cuidado peculiar e um melhor relacionamento entre profissionais e assistência holística e humanizada. Por fim, concluímos que a adoção da família foi bastante significativa por fomentar o crescimento profissional e humano, e proporcionar a vivência com a comunidade. REFERÊNCIAS Fontinele Júnior K. Programa de Saúde da Família (PSF) comentado. Goiânia: AB; 2003. GIACOMOZZI, C. M.; LACERDA, M. R.Prática da assistência domiciliar dos profissionais da estratégia de saúde da família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis; 15(4): 645-53, OutDez, 2006. Machado ALG, Silva MR. Educação em saúde: instru¬mento de ação para o enfermeiro no Programa Saúde da Família. RevNursing. 2007; 14(9):45-50. MOYET, L. J. C. Manual de Diagnósticos de Enfermagem. Ed. Artmed. Porto Alegre, 13 ed. 2011. 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Rio de Janeiro: Guanabara, 2004. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 47 de 93 CONTROLE DE QUALIDADE DE DIETAS ENTERAIS MANIPULADAS EM UMA UNIDADE HOSPITALAR Amanda Sobreira de Matos Silva1; Inácia dos Santos Moreira1; Lúcia Emanuele Barros Teixeira1; Jocy Emanuela Ferreira dos Santos1; Alexsandra Pereira de Figueiredo Pessoa1; Edna Mori2. Palavras-chave: Boas práticas. Contaminação. Manipulação. Microbiologia. INTRODUÇÃO A Nutrição Enteral (NE) é uma técnica terapêutica amplamente utilizada para dar suporte nutricional por via oral e constitui uma boa alternativa para a nutrição parenteral, desde que os pacientes estejam com o funcionamento digestivo íntegro (KHER et al., 2004). Tem sido utilizada para a alimentação de pacientes com câncer com o objetivo de prevenir e tratar a desnutrição, intensificar o efeito do tratamento antitumoral; reduzir os efeitos adversos da terapia antitumoral; e melhorar a qualidade de vida (ARENDS et al., 2006). As dietas enterais podem ser industrializadas (em pó ou líquidas) ou artesanais. Quanto a higienização e/ou qualidade microbiológica e a composição nutricional, a dieta industrializada apresenta vantagens sobre a artesanal. A dieta enteral sofre, durante a sua preparação, uma exposição à várias situações que podem comprometer sua qualidade sanitária. Uma vez estabelecido o processo de contaminação microbiana, pode ocorrer o desenvolvimento de quadros patológicos decorrentes da ingestão de microorganismos potencialmente patogênicos e/ou de suas toxinas (SANTOS, 2004; GUERRA; ROSA & FUJII 2012). A contaminação das dietas enterais por bactérias, além de causar diarréias, pode constituir uma fonte de infecções principalmente em pacientes idosos e desnutridos. As dietas podem ser contaminadas no preparo e até mesmo durante sua administração. Portanto, quanto menor a manipulação dos ingredientes, menor será o risco de contaminação das formulações. Por isso, as formulações das dietas enterais industrializadas reduzem os riscos de contaminação bacteriana, enquanto as formulações das dietas enterais 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) 2 Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 48 de 93 artesanais, aumentam a chance de contaminação, pois a manipulação dos ingredientes utilizados é maior. São várias as fontes de contaminação da dieta enteral, entre elas estão o manipulador, o ambiente de preparo e até mesmo a água, a qual pode veicular microrganismos como Pseudomonas sp., Enterobacter sp. e coliformes fecais, onde neste grupo de microrganismo é mais frequente a Escherichia coli. Nos últimos séculos a dieta enteral tem se tornado um tratamento valioso tanto em ambientes hospitalar como domiciliar. As dietas altamente contaminadas com bactérias podem causar infecções graves, contudo há uma grande necessidade de avaliar microbiologicamente as dietas enterais para verificar seus pontos de contaminação e “impedir” sua contaminação principalmente no ambiente hospitalar. Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da alimentação enteral industrializada em pó produzida e administrada em uma Unidade Hospitalar. MÉTODO Foram coletadas três amostras de dietas enterais industrializadas em pó (Nutrison Soya Multi Fiber, Supra Soy e Nutri Hydrate) – nutricionalmente completas. Em uma unidade hospitalar da cidade de Barbalha – Ce. As amostras foram mantidas em recipientes isotérmicos e transportadas para o Laboratório de Microbiologia de Alimentos da Faculdade de Tecnologia CENTEC – Cariri. As análises microbiológicas realizadas foram: coliformes a 35ºC, aeróbios mesófilos, Staphylococcus coagulase positiva e Salmonella. Para a determinação do NMP/mL de coliformes a 35ºC, utilizou-se, a técnica de fermentação em tubos múltiplos, usando-se na fase presuntiva o caldo Lauryl Sulfato Triptose, onde uma alíquota de 1,0 mL, das diluições 10-1, 10-2 e 10-3, foram inoculadas com incubação a 35ºC/48 h. A contagem padrão em placas de bactérias aeróbias mesófilas foi realizada a partir das diluições decimais obtidas, onde 1,0 mL foi inoculado em placas de Petri, em duplicata, sobre a qual se verteu 10-15 mL de Plate Count Ágar (PCA) previamente fundido e resfriado a ± 45ºC. As placas foram homogeneizadas com movimentos circulares, deixadas em repouso até a completa solidificação do meio e em seguida incubadas em sentido invertido, a 37ºC/48 h. Para a contagem de Staphylococcus coagulase positiva, alíquotas de 0,1mL das diluições decimais foram inoculadas na superfície do Agar BairdParker com incubação a 37ºC/24h. As colônias típicas foram submetidas aos testes de coagulase, catalase e coloração de Gram. Para a determinação de Salmonella, as amostras foram e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 49 de 93 pesadas e colocadas em água peptonada, incuba-se a 35-37ºC durante 24 horas. Transcorrido o tempo de incubação a amostra é colocada em tubos que contenham o caldo tetrationato, caldo selenito-cistina e caldo RappaportVassiliadis e incubadas a 42-43°C/24 h. Após o período de incubação, realiza-se o plaqueamento diferencial fazendo estrias com alça de níquel nos meios seletivos: Brilliant Green Agar, XiloseLisina, Hektoen Enteric Agar e Salmonella-Shigella Agar, incuba a 3537°C por 24 horas. Transcorrido o período de incubação do plaqueamento diferencial, faz-se a prova bioquímica, transferindo as colônias com o auxílio de agulha de platina e inoculação por picada e estrias nos tubos inclinados com os seguintes meios: Agar Lisina Ferro e Agar Tríplice Açúcar Ferro. Incubar a 35-37ºC por 24 horas e observar se há a ocorrência de reação típica de Salmonella. Segundo as normas da Amercan Public Health Association – APHA (2001). Os resultados das análises microbiológicas foram comparadas com os valores estabelecidos pela Legislação brasileira, regida pela RDC N° 12, 02 de janeiro de 2001 da ANVISA. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os resultados obtidos para bactérias aeróbias mesófilas verificasse resultados dentro padrões exigidos pela ANVISA. Lima et al. (2005), estudando estas bactérias em dietas enterais, encontrou em um total de 20 amostras analisadas, 4 (20%) estavam contaminadas por estas bactérias. Maurício; Genta e Matioli (2005) relataram contaminação por este microrganismo com valores entre 1,7x10² e 3,9x10². Na análise microbiológica para contagem de coliformes a 35ºC os resultados obtidos foram satisfatórios, já que a legislação vigente requer um padrão de até 3NMP/g, o que evidencia uma higienização adequada dos manipuladores durante o preparo das dietas enterais (Tabela 1). LIMA et al. (2005), em seu estudo sobre avaliação da qualidade microbiológica de dietas enterais, produzidas em sistema aberto, manipuladas em um hospital de oncologia na cidade de Natal – RN, encontrou em um total de 20 amostras analisadas, 5 (25%) contaminadas por coliformes a 35ºC . Furlaneto-Maia e Pangoni (2009) também relataram contaminação por este microrganismo encontrando valores entre 110 a > 240 NMP/mL em amostras de dietas enterais artesanais. Os resultados para as análises de Staphylococcus aureus também não diferenciaram das demais, as amostras analisadas encontram-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação que é de 5x10 UFC/ml, sendo e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 50 de 93 classificadas como “alimento próprio para o consumo”. Resultados semelhantes foram relatados por Guerra; Rosa e Fujii (2012). É importante lembrar que Staphylococcus aureus é um microrganismo frequentemente responsável por surtos de intoxicações alimentares, estando presente na cavidade nasal e nas mãos dos seres humano. A partir desse foco, com a higienização inadequada dos manipuladores e falta na higiene pessoal, o Staphylococcus pode atingir qualquer superfície, equipamento ou utensílio que entre em contato de forma direta ou indireta com o homem, o que evidencia o importante papel do manipulador durante as diferentes etapas de processamento dos alimentos. A contagem para Salmonella spp evidenciou que as amostras analisadas não continham presença dessa bactéria, onde a legislação em vigor estabelece um padrão de ausência em 25g, sendo classificadas como “produtos aceitáveis para consumo quanto à análise microbiológica”. Resultados semelhantes foram relatados por Guerra; Rosa e Fujii (2012). Essa pesquisa corrobora os estudos realizados por Maurício; Genta e Matioli (2005) os quais verificaram as boas práticas de preparação e análise microbiológica de dieta enteral em serviço de nutrição e dietética de hospital privado. Vale ressaltar que este microrganismo é um forte potencial de risco para a saúde do consumidor, uma vez que todas as cepas de Salmonella são consideradas patogênicas ao homem. CONCLUSÃO Os resultados obtidos, mostram que as dietas enterais encontram-se em condições higiênicas sanitárias satisfatórias estando dentro dos padrões sanitários exigidos pela legislação brasileira para o consumo humano. Contudo, é de suma importância que o controle microbiológico das dietas e as boas práticas de fabricação continuem sendo seguidos corretamente a fim de evitar que o quadro clínico do paciente piore. REFERÊNCIAS AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4.ed. Washington, DC, 1992. methods. ARENDS, J. et al. Espen guidelines on enteral nutrition: Non-surgical oncology. Clinical nutrition, v.25, p.245–259, 2006. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 51 de 93 BRASIL. Regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos RDC N° 12, 02 de janeiro de 2001. ANVISA, 2001. FURLANETO-MAIAA, L.; PANGONI, G. Avaliação microbiológica de preparações artesanais de dietas enteral em uma unidade de alimentação e nutrição. Revista Unopar Científica Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v.11, n.1, p.27-30, 2009. GUERRA, L. D. S.; ROSA, O. O.; FUJII, I. A. Avaliação da qualidade microbiológica de dietas enterais, fórmulas lácteas e da água de preparo. Alimentos e Nutrição Araraquara, v. 23, n. 2, p. 205-210, 2012. KHER, S. J. et al. Calidad microbiológica de una fórmula enteral lista para usar. Revista chilena de infectología, Santiago, v. 21, n. 4, p. 312-316, 2004. LIMA , A. R. C. et al. 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INTRODUÇÃO Por sua composição, o leite é considerado um dos alimentos mais completos (PIETROWSKI, et al, 2008) em termos nutricionais e fundamentais para dieta humana, mas pela mesma razão, constitui num excelente substrato para o desenvolvimento de uma grande diversidade de microrganismos, inclusive os patogênicos (KORIM e CARMO, 2008). Daí a qualidade do leite ser uma constante preocupação para técnicos e autoridades ligadas à área de saúde, principalmente pelo risco de veiculação de microrganismos relacionados com surtos de doenças de origem alimentar (SILVA, 2008). A qualidade do leite nos últimos anos vem sendo assunto de grande importância para todos que compõem a cadeia produtiva do leite, no sentido de buscar alternativas que contribuam para melhorias em termos de produtividade e qualidade deste produto, uma vez que o mercado consumidor encontra-se cada dia mais exigente (ARAÚJO et al, 2012 ). Podendo através de exames físico-químicos realizados nos laticínios serem identificadas diversas fraudes (FERNANDES e MARICATO, 2010). Entende-se por falsificação a adição ou a subtração parcial ou total de qualquer substância na composição de um produto, visando tirar lucro ilícito dele, isto é, lesar, enganar, seja por adição de uma matéria qualquer, que não exista no produto,seja pela subtração de um dos seus elementos, em condições tais que o mesmo não corresponda ao produto normal (GRADELLA, 2008). Considera-se fraudado, adulterado ou falsificado o leite que: 1) for adicionado de água; 2) tiver sofrido subtração de qualquer dos seus componentes, exceto a gordura nos tipos “C” e “magro”; 3) for adicionado de 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) 2 Docentes da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 53 de 93 substâncias conservadoras ou quaisquer elementos estranhos à sua composição; 4) for de um tipo e se apresentar rotulado como de outro de categoria superior; 5) estiver cru e for vendido como pasteurizado; 6) for exposto ao consumo sem as devidas garantias de inviolabilidade (BRASIL, 1997). Portanto, o objetivo do trabalho foi analisar a qualidade do leite informal comercializado no município de Barbalha, CE. MÉTODO Para realização da pesquisa foram coletadas pela manhã quatro amostras de leite cru em diferentes pontos comerciais no Município de Barbalha, CE. As amostras identificadas como A, B, C e D foram coletadas durante duas semanas no mês de janeiro de 2011 de acordo com a disponibilidade do produto. Durante a obtenção da amostra foram observadas as condições de transporte, armazenamento e comercialização (embalagens) do produto. Após a aquisição, as amostras foram acondicionadas em caixas de material isotérmico e encaminhadas para a realização das análises no Laboratório de Análises físico-químicas de Alimentos da Faculdade de Tecnologia CENTEC FATEC Cariri. Todas as amostras foram avaliadas quanto aos parâmetros de gordura, extrato seco desengordurado, proteína, pH, densidade, adição de amido, presença de cloretos e alcalinos seguindo as técnicas preconizadas e descritas nos Métodos Analíticos Oficiais para o Controle de Leite e Produtos Lácteos. Apesar de o leite analisado ser caracterizado como informal, adotou-se como referencial para análise e interpretação dos resultados os padrões físicoquímicos estabelecidos no Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Leite Cru Refrigerado (BRASIL, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO Do total de amostras analisadas, mais de 50% foram reprovadas em no mínimo um dos parâmetros analisados. Em relação a gordura, pode se observar que na primeira semana de coleta todas as amostras apresentaram resultados abaixo do estabelecido pela legislação que é de 3%. Isso levaria a suspeitar da adição de água, caso todos os valores da densidade nas amostras de leite estivessem abaixo de 1,028, o que não foi observado. Porém, na segunda semana observou-se um aumento e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 54 de 93 no teor de gordura. É importante ressaltar que as amostras foram coletadas no mesmo ponto comercial. Segundo Santos e Fonseca (2007), se na alimentação não houver entre as quantidades de concentrado e volumoso, a composição do leite é diretamente afetada. Avaliando os valores do ESD nas quatro amostras durante as duas semanas de coleta, observou-se que todas estavam fora dos padrões (mínimo 8,4%). Mendes et al. (2010) pesquisando o leite comercializado informalmente no município de Mossoró, RN, encontrou 40,6% de amostra fora dos padrões e Sousa et al. (2003) analisando o leite de in natura da cidade de Patos, PB, observou que 46,6% estavam fora do padrão para ESD. Para a proteína, o valor médio encontrado na primeira semana foi de 1,81% e na segunda semana 2,35%, valores esses inferiores ao preconizado pelo Regulamento Técnico, cujo teor mínimo estabelecido é de 2,9%. Observou-se que a média da densidade variou de 1,028 a 1,031 a 15°C, estando dentro dos limites estabelecidos pela legislação (BRASIL, 2002). Esse resultado é semelhante ao encontrado por Mendes et al. (2010), que pesquisando o leite comercializado informalmente no município de Mossoró, RN, verificaram que todas as médias da densidade estavam de acordo com as normas da legislação. Há causas de variações normais da densidade que não afetam a qualidade, como a composição do leite em relação ao teor de gordura, o valor protéico e a sua temperatura no momento da determinação. Dentre as causas anormais de variação da densidade, pode-se destacar a adição de água, que leva a uma diminuição na densidade do leite. Já o desnate e a adição de amido fazem a densidade aumentar (AGNESE et al., 2002). A única suspeita de fraude neste trabalho refere-se a adição de água, devido aos baixos valores de gordura e proteína, não sendo confirmado pelo parâmetro densidade. As demais fraudes pesquisadas não foram observadas. Ferreira et al. (2003) em sua pesquisa na cidade de Sobral, CE, testaram o produto quanto a presença de sangue, formol, pus, hipoclorito, amido e cloro, relataram que todas as amostras apresentaram resultados negativos. CONCLUSÃO A pesquisa de fraude do leite comercializado informalmente no município de Barbalha, CE, permitiu constatar que a maioria do leite pesquisado, apresentou irregularidades, uma vez que, não são seguidas as normas estabelecidas pela legislação, esse resultado pode estar relacionado ao manejo alimentar e sanitário. Medidas, como incentivo aos pequenos produtores, para e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 55 de 93 a formação de associações e criações de miniusinas para o beneficiamento do leite devem ser colocadas em prática, permitindo, assim, a comercialização do leite para os laticínios existentes em suas cidades. REFERÊNCIAS AGNESE, A. P.; NASCIMENTO, A. M. D. do.; VEIGA, F. H. A.; PEREIRA, B. M.; OLIVEIRA, V. M. 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Revista Higiene Alimentar, v. 17, n. 104-105, p. 204, 2003. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 57 de 93 DISTURBIOS ALIMENTARES E SEUS EFEITOS SOBRE A SAÚDE BUCAL Patricia Alencar Pereira1; Helder Cardoso Tavares1; Jaqueline de Sousa Lima1; Maria Socorro Oliveira Cavalachy1; Milana Drumond Ramos Santana1. Palavras-chave: Distúrbios alimentares. Doenças dentárias. Nutrição. INTRODUÇÃO Atualmente, no que se refere às mudanças quanto à dieta e ao estilo de vida contemporâneo, configura-se nas sociedades uma constante preocupação, em especial por parte das mulheres, com o peso corporal, o que apresenta diferentes segmentos sociais (DO VALE et al., 2011). A supervalorização da magreza como padrão de beleza é normalmente associada ao sucesso profissional e afetivo, e vem contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios alimentares que têm acometido, sobretudo, adolescentes e adultos jovens (HERPERTZ-DAHLMANN, 2009; DO VALE et al., 2011). Os distúrbios alimentares dividem-se em dois tipos principais: anorexia nervosa e bulimia nervosa. A anorexia nervosa é caracterizada por baixo peso corporal, restrição alimentar e uma autoimagem corporal comprometida. Na bulimia nervosa ocorre à ingestão de grandes quantidades de alimentos, principalmente aqueles ricos em carboidratos, em um curto espaço de tempo, seguida por métodos compensatórios, tais como vômitos auto induzidos e o uso de laxantes ou diuréticos, em um fenômeno conhecido como episódio bulímico, sendo que diferentemente da anorexia, o paciente pode não apresentar perda de peso nos estágios inicias do distúrbio (APA, 2000). Os transtornos alimentares podem apresentar além de várias alterações sistêmicas relacionadas ao comprometimento do estado nutricional, alterações na cavidade bucal. A ocorrência e severidade dependem do tipo e tempo de duração do transtorno apresentado pelo paciente (AMORAS et al., 2010) . São inúmeras alterações e complicações bucais ocasionadas pelos distúrbios alimentares, portanto o cirurgião-dentista torna-se um dos primeiros profissionais capazes de diagnosticar a anorexia e a bulimia. É necessário que ele esteja apto a diferenciar os distúrbios alimentares para um diagnóstico exato e, também, para transmitir confiança ao paciente, a fim de que se potencialize o atendimento clínico (ANTUNES et al., 2007). Entre os inúmeros 1 Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 58 de 93 danos causados, destacam-se as manifestações bucais caracterizadas pela perimólise, aumento nos índices de cáries, intumescimento das glândulas salivares, sobretudo a das parótidas, alterações na quantidade e qualidade da saliva, queilite/mucosite (CALDEIRA et al., 2000). Essas manifestações bucais são causadas por deficiência de higiene oral, deficiências de vitaminas, pela ingestão crônica de carboidratos, pela compulsão alimentar, pouca salivação (xerostomia) e, também, pela acidificação da saliva causada pelos vômitos, devido ao pH ácido do suco gástrico desses pacientes que regurgitam pelo menos duas vezes por semana por três meses (SEABRA et al., 2004). Desta forma, constitui-se objetivo do presente estudo relacionar os distúrbios alimentares e a saúde bucal, bem como, a contribuição do cirurgião-dentista para o diagnóstico precoce destes distúrbios. MÉTODO Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica construído mediante publicações de artigos em periódicos nacionais e internacionais referentes à temática saúde bucal e transtornos alimentares. A estratégia de pesquisa bibliográfica foi desenvolvida através da consulta em artigos publicados nas revistas indexadas nas seguintes bases de dados Lilacs e SCIELO, publicados até 2014. Tomando por base os títulos, foram excluídos os manuscritos não claramente relacionados com o tema da revisão. Em seguida, todos os títulos selecionados foram submetidos a uma avaliação final, que considerou os critérios de inclusão. De forma combinada foram utilizados como critérios de inclusão estudos sobre os distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia, doenças dentárias e nutrição. RESULTADOS E DISCUSSÃO A anorexia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado pela recusa do indivíduo em manter um peso adequado a sua estatura, medo intenso de ganhar peso e uma distorção da imagem corporal, além da negação da própria condição patológica. Muitos bulímicos apresentam ansiedade, dependência química e alterações de personalidade. Os episódios bulímicos provocam fortes sentimentos de vergonha, tristeza e condenação (TEIXEIRA, 2003). No caso da anorexia nervosa, a doença inicia-se a partir de uma dieta restritiva e persistente, evitando-se alimentos que levam ao aumento de peso, como os carboidratos. Fatores estressantes para o paciente e/ou sua família, entre os quais, perdas, separações, podem servir como desencadeantes da e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 59 de 93 doença. O indivíduo passa a viver em função da dieta, do peso e da forma corporal. O curso da doença caracteriza-se por contínua e importante redução de peso. A distorção da imagem corporal existe com frequência, mas não em todos os casos. Quando acontece tal distorção, a pessoa percebe-se gorda, mesmo apresentando estágios avançados de desnutrição. A ausência de inquietude com a doença é característica da anorexia nervosa, pois os pacientes recusam-se a reconhecerem-se como doentes. Considerando-se estes sintomas, pode-se avaliar a sua influência na saúde e no estado nutricional dos pacientes anoréxicos (CASTRO, 1995). Os hábitos alimentares tornam-se secretos, bizarros e ritualizados. Há episódios de ingestão exagerada de alimentos antes considerados proibidos. Segue-se a indução do vômito, uso de laxantes e diuréticos ou a prática excessiva de exercícios com a finalidade de neutralizar tal ingestão, sempre com o objetivo de alcançar a magreza pretendida. Tais atitudes resultam em isolamento social progressivo (GIDWANI, 1997). No que se referem à bulimia nervosa, os critérios de diagnóstico mais amplamente aceitos incluem episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo, os chamados episódios bulímicos que se caracterizam pelo ato de comer repetidas vezes em pequenos intervalos. Há sensação de perda de controle sobre a própria alimentação, comportamentos recorrentes e inapropriados de compensação para prevenir o ganho de peso, como vômito auto induzido, abuso de laxantes e diuréticos, jejum ou dieta restrita e exercícios vigorosos. Os episódios bulímicos ocorrem em média duas vezes por semana durante pelo menos três meses e ocorre uma auto avaliação influenciada pela forma e pesos corporais. A primeira característica clínica é dada pela descrição de que o paciente ingere compulsivamente, com perda de controle, grande quantidade de alimento em um curto espaço de tempo, ou às vezes em um longo ritual de várias horas ou uma noite inteira (WALSH, 1998). Como meio de combater a autocondenação e mesmo do ostracismo social, muitos pacientes são dependentes químicos de drogas (álcool, fumo, antidepressivos, ansiolíticos) que favorecem o processo de erosão dental, xerostomia e aumento de susceptibilidade à cárie (MOHAN, 2002). As manifestações clínicas bucais acarretadas pela disfunção salivar, presentes nos pacientes bulímicos, caracterizam-se pelo aumento da incidência de cáries, aumento dos níveis de desmineralização, queilite angular e mucosa desprovida da sua proteção contra traumas e desidratação (COELHO, 2002). Como o cirurgião-dentista pode ser o primeiro profissional da saúde a suspeitar da anorexia e bulimia nervosas (BURKE et al., 1996), devido aos sinais e sintomas de erosão dental resultantes de um ambiente bucal cronicamente ácido (WISEMAN et al., 1998), há a necessidade de que esteja preparado para um manejo adequado do paciente. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 60 de 93 O objetivo inicial é a obtenção de sua confiança, gerando consequentemente um melhor resultado no tratamento odontológico e possibilitando sua referência para serviços com abordagem multidisciplinar incluindo profissionais psicoterapeutas, médicos e nutricionistas, além do próprio cirurgião-dentista (HAZELTON, 1996). Na anamnese, é importante que o cirurgião-dentista tenha a habilidade de abordar o assunto de forma que se obtenha a confiança do paciente, inquirindo sobre os hábitos alimentares a possibilidade de existência de problemas gastrointestinais, ao invés de dirigir perguntas diretas acerca da anorexia e bulimia nervosas. Deve-se considerar que esta postura pode de certa forma, levar a resultados positivos do ponto de vista do tratamento do transtorno alimentar, pois possibilita a melhora de sua autoestima por meio do tratamento odontológico do paciente ao longo do tempo, evitando a deterioração dos dentes (SCHMIDT, 1997). Em razão do uso de antidepressivos, os pacientes bulímicos estão sujeitos aos efeitos colaterais decorrentes, e apesar de sua grande utilização, os antidepressivos apresentam efeitos colaterais importantes, como a xerostomia. A sensação da boca seca pode ser explicada pela diminuição da produção salivar decorrente da ação anticolinérgica observada nestes grupos farmacológicos (CABRERA, 2007). A saliva contém diversas substâncias orgânicas e inorgânicas que contribuem para a proteção contra as agressões físicas e químicas e para a manutenção da integridade da mucosa, não somente da cavidade oral como também do tubo digestivo. Está ainda associada a múltiplas funções em relação ao processo de digestão, como paladar, mastigação, formação do bolo alimentar, deglutição e ainda é essencial para a preservação da saúde bucal e orofaríngea (CABRERA, 2007). É possível observar que os alimentos escolhidos pelos bulímicos são muitas vezes ricos em carboidratos que associados ao quadro de xerostomia, favorece ainda mais a presença significativa de cárie. Hazelton & Faine (1996) relatam que a atividade de cárie parece ser similar em toda a população. Entretanto, em pacientes com lesões de cárie ativas, a velocidade na qual as novas lesões se desenvolvem dificulta demasiadamente o tratamento. A prática da regurgitação é mantida em segredo, sendo o diagnóstico feito anos após o início da doença, muitas vezes, apenas diante de um quadro de hospitalização (CALDEIRA, 2000). A irritação constante advinda do vômito ácido causa aumento das papilas linguais, aumento assintomático das parótidas, xerostomia, irritação da mucosa oral e queilite (PEGORARO, 2001). Segundo Baratieriet al (2001), o ato de regurgitar provoca problemas dentais como a erosão intrínseca que é resultado da ação do ácido gástrico que entra em contato com os dentes causando a desmineralização e dissolução do esmalte. Rytoma et al, (1998) relatam que nem todos os bulímicos apresentam erosão dental, e que os fatores associados com a ocorrência e a e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 61 de 93 severidade da condição são o tempo de duração da doença e a frequência dos episódios de vômito e a quantidade de saliva. CONCLUSÃO Os distúrbios alimentares de ordem comportamental têm efeitos sobre a saúde bucal e ocorrem principalmente na população feminina que demonstram uma constante preocupação com o peso corporal e buscam um ideal de beleza imposto muitas vezes por a sociedade. As alterações bucais de maior frequência entre a população com distúrbios alimentares são erosão dental quase sempre relacionada a episódios de regurgitação, alterações na quantidade e qualidade da saliva (xerostomia) Faz-se necessário, portanto, uma abordagem multiprofissional voltada para o tratamento e prevenção no que se refere a tais transtornos, bem como a necessidade de o profissional estar familiarizado com os sinais e sintomas das doenças e apto a orientar esses pacientes por caminhos que contribua para o tratamento dos distúrbios alimentares. REFERÊNCIAS AMORAS, D. R., MESSIAS, D. C. F., RIBEIRO, R. P. P. et al. Caracterização dos transtornos alimentares e suas implicações na cavidade bucal. Rev. odontol. UNESP (online),n. 39, 2010. AMERICAN PSYCHIATRICASSOCIATION: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. FourthEdition. Washington D C:American Psychiatric Association, p.1140, 2000. ANTUNES, K. T., AMARAL, C. F., BALBINOT, C. E. A. 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Para Santos e Galvão (2009), diversos agentes, como bactérias, vírus, microorganismos atípicos e fungos, podem causar pneumonia, porém os agentes encontrados são diferentes para cada faixa etária, com isso há necessidade de identificá-los o mais rápido possível para que se possa orientar o tratamento específico. Vários são os fatores de risco que contribuem para o aumento da incidência e/ou da gravidade das pneumonias em crianças como, prematuridade, desnutrição, baixo nível socioeconômico, tabagismo passivo e frequência a creches (SILVA et al., 2004). Estudos mostram ainda que, crianças com episódios anteriores de doença respiratória apresentam chance maior de contrair pneumonia. A hospitalização prévia por pneumonia pode aumentar em três vezes o risco de um episódio subsequente, assim como um episódio anterior aumentar em até três vezes o risco de internação por pneumonia (FERRARI; GOYA, 2005). Ressalta-se que o tema proposto é bastante relevante, visto que trata-se de uma patologia grave, que propõe uma discussão abrangente, principalmente no que diz respeito à assistência que esses pacientes recebem pelo enfermeiro e sua equipe. Sendo assim, objetivou-se aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a um lactente diagnosticado com pneumonia. 1 Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 65 de 93 MÉTODO Trata-se de um estudo de caso realizado por acadêmicas do sétimo semestre de enfermagem de uma instituição privada. Tendo como sujeito um lactente com hipótese diagnóstica (HD) de pneumonia atendido em um hospital de referência da região do Cariri. O estudo de caso é encarado como o delineamento mais adequado para investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos, sendo realizadas análises empíricas e teóricas (LAKATOS, 2010). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi realizado exame físico e, a anamnese com a genitora, com intuito de obter o maior número de informações possíveis sobre o paciente e família para consequentemente intervir de forma satisfatória. Trata-se de um lactente do sexo masculino, nasceu dia 08 de Fevereiro de 2013, pré-termo (28 semanas e 03 dias), pesando 1625 kg, por parto vaginal cefálico com intercorrências, permaneceu em fototerapia por 6 semanas. Deu entrada no serviço de internamento no dia 02/12/2013, com HD de Pneumonia e Displasia broncopulmonar. Previamente, recorreu ao serviço de urgência, na companhia da mãe, com história de febre e falta de ar e apresentando ainda tosse produtiva. Genitora referiu que o lactente tem uma alimentação com leite ninho e farinhaços, evacuações (2X ao dia) de cor marrom, sono e repouso prejudicado. Quanto ao seu crescimento físico: peso atual de 6.100 kg, calendário vacinal cumprido, de acordo com o Plano Nacional de Vacinação. Ao exame físico apresenta-se consciente, orientado, acianótico, anictérico, hipocorado, eupneico (FR: 29 irpm), afebril (Tax: 36,9ºC). Diante dos dados compilados, processou-se a análise dos mesmos, para elaboração dos Diagnóstico de Enfermagem utilizou-se da taxonomia NANDA, para seleção das intervenções de enfermagem pertinentes foi utilizada a taxonomia NIC e, posteriormente, para elaboração dos respectivos resultados esperados utilizou-se a taxonomia NOC. Diante desse contexto, os principais diagnósticos de enfermagem foram: Padrão respiratório ineficaz evidenciado por alterações na profundidade respiratória relacionado à síndrome da hipoventilação; Risco de infecção evidenciado por conhecimento insuficiente para evitar exposição a patógenos relacionado à exposição ambiental aumentada a patógenos; Hipertermia evidenciada por aumento na temperatura corporal acima dos parâmetros normais relacionada a doença; Dor aguda evidenciada por mudanças na e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 66 de 93 frequência respiratórias relacionado a agentes lesivos (biológicos); Troca de gases prejudicada evidenciada por dispneia relacionada a desequilíbrio na ventilação-perfusão; Débito cardíaco diminuído evidenciada a tosse relacionada a contratilidade alterada; Amamentação interrompida evidenciada por separação entre mãe e filho relacionada a doença da criança; Ventilação espontânea prejudicada evidenciada pelo uso aumentado da musculatura acessória relacionada à fadiga da musculatura respiratória; Desobstrução ineficaz das vias aéreas evidenciada por ruídos adventícios respiratórios relacionado a muco excessivo. Desse modo, para melhoria das condições de vida desse lactente, o plano de cuidado voltou-se para ações como: Monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforço nas respirações; Registrar movimentos torácicos, observando a existência de simetria e uso de músculos acessórios; Auscultar os sons pulmonares após os tratamentos para registrar os resultados; Lavar as mãos antes e após cada atividade do cuidado ao paciente; Ensinar ao paciente e familiar como evitar infecções; Usar técnica asséptica, conforme apropriado; Iniciar técnicas de relaxamento, conforme apropriado; Posicionar o paciente para aliviar a dispneia; Realizar fisioterapia do tórax, conforme apropriado. CONCLUSÃO Diante de uma patologia tão comum e tão grave, torna-se necessário que o enfermeiro preste uma atenção de qualidade, visando reduzir riscos e, principalmente o surgimento de casos novos, já que o foco da enfermagem é trabalhar na prevenção, com ações que englobem não só o paciente em si, mas a família de uma forma geral. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO NORTE AMERICANA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA). North American Nursing Diagnosis Association - NANDA: definições e classificação 2009-2011 / NANDA International, Porto Alegre: Artmed, 2010. Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Tradução- Regina Machado Garcez ET at.,- Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. FERRARI, G.F; GOYA, A. Fatores de risco para morbimortalidade por pneumonia em crianças. Rev Paul Pediatria, v.23, n.2, p.99-105, 2005. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 67 de 93 LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo, SP: Atlas, 2010. MCCLOSKEY, J.C; BULECHEK, G.M. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. SANTOS, M.A.R; GALVÃO, M.G.A. Pneumonia na infância. Pulmão RJ, supl.1, p.545-549, 2009. SILVA, P.C.A; et al. Pneumonias comunitárias na infância: etiologia, diagnóstico e tratamento. Rev Med Minas Gerais, v.14, supl.1, p.19-25, 2004. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 68 de 93 A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA PESSOA IDOSA NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA Cícera Luciana da Silva Sobreira1, Rachel de Sá Barreto Luna Callou Cruz1. Palavras-chave: Idoso. Qualidade de vida. INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é hoje algo em bastante evidência no mundo, fazendo parte da realidade da maioria das sociedades. Observa-se que mundialmente está ocorrendo um crescimento superior da população idosa quando comparada aos demais grupos etários. Estima-se que em 2050 exista no mundo cerca de 02 bilhões de pessoas com mais de 65 anos no mundo, a maioria em países desenvolvidos. (RODRIGUES; LARA, 2011; BRASIL, 2006). Na América Latina entre os anos 1980 e 2000 houve um acréscimo de 120% da população que se encontrava na faixa etária dos 20 anos, enquanto que a população idosa apresentou um aumento de 236% (RODRIGUES; LARA, 2011). “Em 1900, menos de 1% da população do mundo tinha mais de 65 anos de idade, enquanto hoje, esse grupo já atinge 6,2%, acreditando-se que no ano de 2050 os idosos representarão um quinto da população mundial” (RODRIGUES; LARA, 2011, p. 396). Para Barbosa et al (2013) são consideradas idosas as pessoas que possuem mais de 65 anos, sento que esta faixa etária é valida apenas para pessoas que habitam países desenvolvidos, já em países que se encontram em desenvolvimento como é o caso do Brasil considera-se idosa a pessoa que possui 60 anos. Essa alteração do processo demográfico mundial pode ser explicada pela ocorrência de algumas mudanças, entre elas podemos citar a diminuição da natalidade, o aumento da expectativa de vida, os avanços que ocorreram no campo das pesquisas científicas, o maior acesso aos serviços de saúde e o controle de algumas doenças (IZAIAS et al, 2014). Neste sentido, torna-se necessário que os profissionais de saúde possam promover a pessoa idosa uma maior assistência à saúde capaz de proporcionar a esta população uma maior qualidade de vida, na medida em que suas necessidades são mensuradas e levadas em consideração. 1 Faculdade Leão Sampaio (FALS) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 69 de 93 O objetivo deste trabalho é realizar um levantamento teórico acerca da importância da assistência à saúde focada nas necessidades, como forma de melhorar a qualidade de vida do idoso. MÉTODO Trata-se de uma revisão da literatura nacional, de caráter descritivo e natureza qualitativa, onde foram analisados artigos científicos disponíveis em bases de dados confiáveis como SCIELO, LILACS e na Bibioteca Virtual da Saúde (BVS), e que tinham como tema central a saúde da população idosa. Assim, a análise foi subdividida em tópicos, como: atenção a saúde do idoso, qualidade de vida e enfermagem. Para Cervo e Bervian (2002) pesquisa descritiva é aquela em que o pesquisador apenas descreve seu objeto de estudo, sem interferir no mesmo. Já para Lakatos e Marconi (2010) a pesquisa qualitativa é aquela que passa a aferir informações acerca das características mais intimas do comportamento humano e delas extrai suas interpretações. RESULTADOS E DISCUSSÃO Vive-se atualmente numa sociedade que supervaloriza a vitalidade, a beleza e a juventude, padrões estes impostos pela sociedade, sendo assim a velhice se constitui numa fase que gera bastante temor no ser humano, tendo em vista que esta é associada a perda da capacidade vital. Além disso, esta fase da vida acaba por gerar diversos medos entre eles, o de se torna dependente e incapaz, em decorrência dos problemas relacionados ao surgimento de doenças, principalmente as crônico-degenerativas e do medo da morte (SOUZA; ZAGONEL; MAFTUM, 2007). Entretanto deve-se compreender que o envelhecimento é um processo natural em que ocorre de forma progressiva uma redução da capacidade funcional dos indivíduos (senescência) e que em condições normais não costuma provocar nenhum problema. No entanto, em condições de sobrecarga como é o caso de doenças, acidentes e estresse emocional o envelhecimento pode provocar o surgimento de alguma patologia que necessite de assistência (senilidade) (BRASIL, 2006). A maior dificuldade em atender a pessoa idosa é conseguir fazer com que essa população entenda que apesar das limitações que possam ocorrer, eles são capazes de viver sua própria vida com muita qualidade. Essa dificuldade de inserir essa visão de idoso ativo é influenciada pela sociedade, na medida em que essas pessoas não são reconhecidas e valorizadas no contexto familiar e e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 70 de 93 social em que estão inseridas. Assim compreende-se que parte das dificuldades encontradas pelos idosos é resultante da disseminação de uma cultura que o desvaloriza e o limita (BRASIL, 2006). Para Mota, Aguiar e Caldas (2011) outra questão abordada é quanto a necessidade de quem e como cuidar dos idosos brasileiros, tendo em vista que a participação de disciplinas voltadas a essa população nos cursos de graduação do país é pequena. O escasso valor que a sociedade atribui ao idoso parece influenciar na escolha dos estudantes por se especializar na área, tendo em vista, que esses estudantes priorizam o status profissional e acreditam que esta especialização não proporciona isso. Entretanto é importante salientar que a responsabilidade pelo cuidar do idoso não se restringe somente a geriatras e gerontólogos, mas que esta deve ser realizada por uma equipe multidisciplinar, com profissionais dos mais diversos níveis de atenção. Araújo et al (2014) enfatiza ainda que as consequências do envelhecimento para os serviços de saúde são altíssimos na medida em que resultam em um maior custo para estes estabelecimentos, tendo em vista que essa população tem um maior tempo de hospitalização, elevada frequência de reinternações e uma recuperação mais lenta e com maiores chances de invalidez quando comparada as demais faixas etárias, independentemente do nível de assistência, o que torna imprescindível a realização de medidas capazes de prevenir a internação do idoso. Veras (2012) corrobora com esse pensamento, no entanto afirma que o atual modelo de atenção a saúde se mostra ineficiente e de alto custo, necessitando, portanto de estruturas criativas e inovadoras. Neste sentido incentiva a promoção de uma maior capacidade funcional na população idosa, por acreditar que esta medida é a mais adequada para operacionalizar uma politica de saúde, assim esta deve ter como objetivo a manutenção de uma maior capacidade funcional no individuo pelo maior tempo possível. Araújo et al (2014) também se mostra favorável a implementação de políticas públicas que busquem medidas alternativas capazes de promover o envelhecimento ativo e saudável, a manutenção da autonomia e da capacidade funcional e salienta ainda a valorização do idoso nas redes que promovem suporte social. A politica de envelhecimento ativo da Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatiza que envelhecer bem é responsabilidade não somente do individuo, mas de todo um processo, que deve ser garantido através da incorporação de politicas públicas e pela sociedade ao longo da vida dos indivíduos (DAWALIBI; GOULART; PREARO, 2014). A literatura psicologia e sociológica estabelece que níveis de satisfação com a vida mais elevados, estão diretamente relacionados com boas condições de saúde física e mental e com boas relações sociais e que, estas são um e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 71 de 93 importante indicador de bem estar e qualidade de vida na população idosa e adulta (TOMOMITSU; PERRACINI; NERI, 2014). Prevenindo quedas em idosos Cair para o jovem pode não ser considerado um grande problema, entretanto para um idoso pode ser motivo de redução ou até mesmo perda da qualidade de vida. Desta forma as quedas em idosos podem tornar-se um problema de saúde pública na medida em que envolvem familiares e profissionais da saúde. O envelhecimento torna o individuo mais susceptível a quedas, em virtude de alterações funcionais e estruturais, neste sentido deve-se redobrar a atenção a fim de se evitar a ocorrência de quedas nessa população (QUEIROZ; LIRA; SASAKI, 2009; PAULA, 2009). Segundo Queiroz, Lira, Sasaki (2009) cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez no ano no Brasil, sendo que esta tem uma importância maior nessa população na medida em que 12% dos idosos que caem evoluem para óbito. Além disso, a ocorrência de quedas está relacionada com lesões físicas como fraturas, maior tempo de hospitalização, declínio da capacidade de funcional, sofrimentos psíquicos como o medo de cair novamente e restrição das atividades, bem como ao maior custo dos serviços de saúde e ocorrência de prejuízos sociais, principalmente a família (LIMA et al, 2013). A ocorrência desses eventos decorre da existência de alguns riscos nessa população, entre eles a polifarmácia, o uso de auxiliar de marcha, a existência de histórico de quedas, o fato de residir sozinho, o próprio medo de cair e a ocorrência de alterações da marcha e do equilíbrio, sendo que quanto maior a coexistência desses fatores maior o risco para o idoso (QUEIROZ, LIRA, SASAKI, 2009). A identificação precoce e correta dos principais fatores de risco para quedas possibilita a prevenção desse agravo. Desse modo torna-se imprescindível a adoção de cuidados direcionados para os idosos, identificando precocemente suas necessidades para que seja possível manter sua funcionalidade e prevenir a ocorrência de quedas nessa população (COSTA et al, 2013; LIMA et al, 2013). CONCLUSÃO Conclui-se que a população idosa no Brasil e no mundo cresceu consideravelmente nos últimos anos. Desta forma faz-se necessário que os profissionais de saúde tenham uma maior atenção para com a população dessa faixa etária, tendo em vista que esta na maioria das vezes é afastada pela sociedade. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 72 de 93 Neste sentido evidencia-se a importância que a incorporação de políticas públicas exerce na inserção dos idosos na sociedade, bem como nota-se a necessidade de promover a ideia de envelhecimento ativo, onde busca-se garantir a manutenção da capacidade funcional desses indivíduos. Outra medida importante diz respeito à prevenção de quedas em virtude desse ser um dos principais responsáveis pela ocorrência de óbitos e pela dependência do idoso, que passará a necessitar de um cuidador, o que influenciará na dinâmica familiar. Além disso, a ocorrência de quedas aumenta o tempo de hospitalização o que consequentemente produz mais custos com cuidados hospitalares. Portanto a implementação de uma assistência a saúde do idoso capaz de incorporar as principais necessidade do mesmo é de fundamental importância no rastreamento precoce de fatores que possam desencadear algum problema a saúde, o que permitirá aos profissionais de saúde a adoção de medidas que evitem a ocorrência desses agravos. REFERÊNCIAS ARAÚJO, LUA et al. Avaliação da qualidade da atenção primária à saúde sob a perspectiva do idoso. Ciência & Saúde Coletiva. 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n8/1413-8123-csc-19-08-03521.pdf >. Acesso em: 25 de Ago. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. CERVO, A.L; BERVIAN, P.A. Metodologia Científica. 5° ed. Ed. Pearson. São Paulo. 2002. COSTA et al. Fatores de risco para quedas em idosos*. Rev Rene. 2013. 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Sua etiologia depende de fatores extrínsecos, como pressão, força de tração, força de fricção, maceração/umidade excessiva, e de fatores intrínsecos, como imobilidade, alterações da sensibilidade, incontinências urinária ou fecal, alterações do estado de consciência, idade, má perfusão/oxigenação, e, ainda, do estado nutricional (TEIXEIRA, 2011). Dentre tais fatores, o estado nutricional e a capacidade funcional merecem destaque entre as principais causas (PERRONE etat, 2011). A prevalência de úlcera por pressão entre pacientes adultos hospitalizados pode variar de 3 a 14% em pacientes de todas as idades (GOMES, 2010) e de 20-41% em casas de repouso e hospitais para idosos (PERRONE et al, 2011). Esta enfermidade é caracterizada por quadro doloroso, associado a outras complicações, tendo custo emocional e financeiro muito alto. São fatores de risco para a ocorrência de UP: desnutrição, presença de doenças crônicas, imobilidade no leito e uso de algumas drogas, como corticoides, entre outros. Neste sentido, o cuidado nutricional tanto na prevenção como no tratamento das UP é relevante e tem também impacto no controle das demais comorbidades (PASSOS, 2011). O tratamento consiste, basicamente, em cuidados nos curativos, terapia nutricional e, em casos extremos, cirurgia para remoção do tecido morto (TEIXEIRA, 2011). Do ponto de vista nutricional, os seguintes fatores devem ser avaliados como risco para desenvolvimento de UP: anorexia (IMC < 18,5 1 Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 76 de 93 kg/m2), presença de hipoalbuminemia e anemia, alterações imunológicas, associação com doença gastrointestinal e câncer (PASSOS, 2011). Pacientes desnutridos são mais vulneráveis ao desenvolvimento de complicações pósoperatórias, com risco de morte, sepse, infecções e aumento do período de internação hospitalar, fatores esses que denunciam a maior gravidade do paciente e, portanto, o maior risco para o desenvolvimento de úlcera por pressão (ABUCHAIM et al, 2010). Segundo Teixeira (2011), vários estudos sugerem a importância de um aporte nutricional adequado no tratamento e prevenção de UP. Uma dieta rica em proteínas, antioxidantes (vitaminas A, C e E) e minerais, como cobre, zinco e ferro, parecem funcionar no combate e cura das úlceras. Portanto, essa revisão busca ressaltar a importância da nutrição para a prevenção e melhora na cicatrização de úlceras por pressão, diminuindo assim o sofrimento dos pacientes e tempo de permanência hospitalar. MÉTODO Trata-se de uma revisão de literatura realizada por meio de levantamento de dados a partir de livros técnicos e artigos científicos obtidos nas seguintes bases de dados: PubMed, Coleção ScientificElectronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Foram priorizados artigos publicados nos últimos cinco anos. O levantamento bibliográfico foi realizado entre os meses de agosto e setembro de 2014. RESULTADOS E DISCUSSÃO As úlceras de pressão são lesões decorrentes da isquemia gerada pela compressão extrínseca e prolongada da pele, tecidos adjacentes e ossos, constituindo um problema relevante no cenário de atenção à saúde. As proeminências ósseas são os locais mais acometidos, e pacientes idosos e criticamente enfermos são mais afetados (LUZ et al, 2010). Existe um consenso de que quatro estágios da úlcera são úteis para a notificação de prevalência e de orientação terapêutica. Essa classificação descreve o progresso da úlcera: estágio 1 onde apenas uma área avermelhada aparece na pele até o estágio 4 onde a necrose penetra na pele, gordura, fáscia, tecidos subcutâneos, músculo e osso. Essa classificação é baseada na profundidade anatômica ou perda de tecido (SANTOS JUNIOR et al, 2011). Em sua revisão de literatura, Luz (2010) coloca que um dos aspectos do tratamento da UP é a nutrição do paciente, sendo que a avaliação do estado e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 77 de 93 nutricional do paciente é de fundamental importância. Pacientes com úlceras de pressão se encontram em estado catabólico, motivo pelo qual a avaliação e a melhoria do estado nutricional são fundamentais, tanto no tratamento como na prevenção das lesões. Todo paciente com UP deve ser submetido à avaliação nutricional no início do tratamento e reavaliado quando não se observar melhora na lesão ou quando o fechamento da úlcera não for obtido. A avaliação global subjetiva é, em geral, a técnica mais indicada por avaliar alterações da composição corporal e da ingestão alimentar, além de alterações funcionais do paciente. É um processo simples, de baixo custo e não invasivo, que pode ser realizado à beira do leito por diferentes membros da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, desde que treinados para esse fim. (PASSOS, 2011). Um estudo realizado em um centro de reabilitação com pacientes de terapia intensiva que apresentavam úlceras por pressão indicou que o tratamento nutricional possibilitou melhora ou cura dessas úlceras em todos os casos. A mesma pesquisa concluiu também que os fatores associados à úlcera por pressão é a variável do IMC, onde pessoas com baixo peso corporal e proeminências ósseas salientes apresentam risco elevado. Entretanto, as pessoas que apresentam excesso de gordura corporal também estão mais propensas a essas úlceras, devido ao fato de que o tecido adiposo é pouco vascularizado e não é elástico como outros tecidos, tornando-se mais vulnerável à pressão e propenso a romper-se. (TEIXEIRA, 2011). Serpa et al (2008) também relata em sua revisão que o peso corpóreo tem sido apontado como um fator relacionado ao desenvolvimento e gravidade das UP, sendo que o emagrecimento reduz a camada de gordura espessa e, consequentemente, reduz a proteção contra a pressão. A reparação tecidual é diretamente influenciada pelo estado nutricional, e a deficiência de um único nutriente pode prejudicar todo o processo de cicatrização da pele. Portanto, indivíduos com UP necessitam de mais calorias, onde as dietas hiperproteicas podem melhorar a cicatrização em pacientes desnutridos. O consumo aumentado de vitamina A e E, carotenos e zinco podem interferir positivamente no processo de cicatrização (ABUCHAIM et al, 2010). O estado nutricional tem sido citado como influente na incidência, progressão e gravidade da UP e um dos mais importantes fatores de contribuição para a reparação tecidual e o seu bom estado. Muitos estudos relatam ser a hipoalbuminemia, a anemia, a linfopenia, a redução do zinco sérico e do peso corporal, coadjuvantes nos indivíduos com UP. Vários estudos sugerem que a ingestão de nutrientes, especialmente de proteínas, é importante na cicatrização de UP. A hipoalbuminemia tem sido descrita como fator de risco para UP (SAKASHITA e NASCIMENTO, 2011). Um trabalho realizado com 267 adultos e idosos de ambos os sexos mostrou que os e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 78 de 93 indivíduos com UP apresentavam significativamente menores níveis de albumina sérica, contagem de linfócitos, hematócrito, hemoglobina e saturação de oxigênio (ABUCHAIM et al, 2010). As restrições alimentares impostas pelo tratamento de comorbidades e as dificuldades do próprio paciente em aproveitar os nutrientes ingeridos são fatores de risco para estado nutricional. Especial atenção deve ser dirigida a enfermos acamados, idosos, doentes com enfermidades gastrointestinais (especialmente com diarreia) e com câncer.(PASSOS, 2011) A desnutrição proteico-calórica grave altera a regeneração tissular, a reação inflamatória e a função imune, tornando os indivíduos mais vulneráveis ao desenvolvimento de úlceras por pressão (SAKASHITA E NASCIMENTO, 2011). A terapia nutricional deverá garantir o adequado aporte nutricional para pacientes com UP. Recomenda-se 30 a 35 kcal/kg/dia, 1,2 a 1,5 g de proteínas, além de vitaminas e minerais segundo a IDR. Estudo de metaanálise demonstrou que a adição de 250-500 kcal/dia em fórmula hiperproteica reduziu significativamente em 25% a probabilidade de desenvolver novas úlceras em pacientes hospitalizados por longo tempo. (PASSOS, 2011). Os carboidratos são fontes de energia para leucócitos, proliferação celular, atividade fagocitária e função fibroblástica. O fornecimento inadequado desse nutriente leva à degradação muscular, à diminuição do tecido adiposo e à falha na cicatrização. Um macronutriente de grande importância são os lipídeos componentes das membranas celulares; além de fontes de energia celular, são necessários para a síntese de prostaglandinas que regulam o metabolismo celular, processo inflamatório e vascular. A deficiência de ácidos graxos essenciais prejudica a cicatrização. (SAKASHITA e NASCIMENTO, 2011). Pacientes que receberam maior aporte protéico e energético assim como nutrientes específicos tenderam a desenvolver menos UP e a apresentar melhor cicatrização (SERPA et al, 2008). A depleção proteica, por sua vez, inibe a proliferação fibroblástica e prolonga o tempo da fase inflamatória, diminui a síntese de colágeno, reduz a força tênsil da ferida, limita a capacidade fagocitária dos leucócitos e aumenta a taxa de infecção da ferida. Sendo as proteínas nutrientes relacionados com o sistema imunológico e integrantes dos tecidos corporais, a presença de desnutrição proteica por deficiência nutricional acarreta lesão de pele e músculo, além de dificultar o processo de reparação de tecidos lesados (SAKASHITA e NASCIMENTO, 2011). Em seu estudo, Serpa et al (2008) verificou que os pacientes que receberam suplemento dietético enriquecido com proteína, arginina, zinco e antioxidantes apresentaram menor índice de UP em estágio II, comparativamente ao grupo controle. Mostrou também que a suplementação e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 79 de 93 nutricional oral específica resultou em diminuição significativa na área da ferida e em melhoria das condições das UP em estágios III e IV. Em pacientes sob estresse, a retenção de nitrogênio e a oferta de micronutrientes são prioritárias para a cicatrização de UP. A anemia pode contribuir para a formação de UP ao diminuir a quantidade de oxigênio para osfibroblastos e, com isso, reduzir a formação de colágeno e aumentar a susceptibilidade do tecido ao desenvolvimento desse e de outros tipos de lesões. (SERPA et al, 2008). A utilização de fórmula especializada suplementada com nutrientes imunomoduladores como ácido eicosapentaenóico (EPA), ácido gamalonolênico (GLA), vitaminas antioxidantes e maior quantidade de proteínas foi testada em um estudo com 100 pacientes internados em terapia intensiva com lesão pulmonar e mostrou significativa pela menor ocorrência de novas úlceras (PASSOS, 2011). A terapia nutricional só deverá ser interrompida se os pacientes em risco para UP ou já portadores destas estiverem ingerindo todas as necessidades nutricionais pela via oral, rotineiramente (PASSOS, 2011). CONCLUSÃO As úlceras por pressão são de ocorrência relativamente comum, e, a presença dessas lesões repercute diretamente na qualidade de vida do paciente. Dentre os fatores de risco, incluem-se os parâmetros nutricionais como um importante marcador para a prevenção e/ou tratamento dessas escaras. Nesse sentido, é preciso assegurar a ingestão de uma dieta equilibrada, com um adequado aporte de carboidratos, lipídeos e principalmente de proteínas, sendo este, um nutriente essencial no processo de cicatrização dos tecidos corporais. É imprescindível também oferecer os micronutrientes como vitaminas antioxidantes e minerais que também fazem parte do processo de cicatrização além de melhorar o sistema imunológico e consequentemente a resposta inflamatória. O acompanhamento nutricional é fundamental também pela possibilidade de ser realizado o rastreamento e a avaliação do estado nutricional por meio de instrumentos válidos e fidedignos, bem como a realização de avaliação clínica para a identificação dos pacientes em risco de desnutrição. O tratamento da UP é multiprofissional e interdisciplinar, sendo fundamental o acompanhamento nutricional. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 80 de 93 REFERÊNCIAS ABUCHAIM, S. EIDT, L.M; VIEGAS, K. 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Palavras-chave: Bacteriana. Avaliação. Contaminação. Academias. Equipamentos. INTRODUÇÃO As infecções microbianas constituem um problema de saúde pública mundial, gerando aumento na morbidade, na mortalidade e nos custos assistenciais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998). Vários microrganismos são responsáveis por tal infecção: bactérias, fungos e vírus, merecendo destaque as bactérias, tendo em vista que o corpo humano constitui-se de uma ampla microbiota, facilitando a disseminação das mesmas pelo ambiente e, dessa forma, oportunizando infecções em pessoas, principalmente aquelas com estado imunológico deprimido (ROCHA et al., 2010). As academias de musculação compreendem um potencial risco de transmissão microbiana ao ser humano, se não for aplicado cuidados básico de assepsia dos equipamentos e de higienização das mãos dos usuários. (PORTAL SAÚDE, 2014). Estas infecções em ambientes com ampla circulação de pessoas podem ser evitadas com a aplicação de medidas de prevenção. Ações simples, como a higienização das mãos e o controle de fontes ambientais, apresentam baixo custo e grande sucesso na prevenção da transmissão de infecções e na interrupção de surtos em estabelecimentos (SANTOS, 2002). Diante da problemática criada, o presente estudo visa constatar a presença de microrganismos mesófilos em equipamentos de academias de musculação, e, contribuir à população, donos das academias e instrutores de Ed. Física com orientações pertinente à importância da prática de medidas 1 Discentes da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) 2 Docente da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN) e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 82 de 93 assépticas como principal ferramenta para o controle de infecções microbianas, durante o desenvolvimento de suas atividades, garantindo assim, um menor risco de infecções bacterianas cruzadas. MÉTODO O presente estudo é de caráter quali-quantitativo, experimental e de Campo (MARCONI e LAKATOS, 2005). O estudo foi realizado em duas academias de musculação, denominadas genericamente de X e Y, localizadas na cidade de Juazeiro do Norte, Ce. A coleta foi realizada em oito equipamentos diferentes: Banco Scott, Caneleira, Colchonete, Supino reto, Esteira, Bicicleta, Mesa flexora e Leg 45 os mais usados pelos atletas e que, mantém maior contato com a superfície corporal dos mesmos totalizando 16 amostras. Para coleta das amostras, que ocorreu no período vespertino, utilizou-se swabs estéreis, sendo um swab por equipamento, onde, após colheita dos microrganismos, os swabs foram armazenados em tubos de ensaio rosqueados, previamente esterilizados, transportados em uma caixa isotérmica e conduzidos ao Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Juazeiro do Norte – FJN, para o repique. A análise foi realizada no laboratório supracitado, onde as amostras foram semeadas em placas de Petri contendo meio de cultura PCA, posteriormente foram incubadas a 37ºC por 24 - 48 horas em estufa bacteriológica. Após 24 horas realizou-se leitura das placas para contagem de unidades formadoras de colônias bacterianas. E, após 48 horas coletou-se amostras das bactérias para elaboração de esfregaços em lâmina de microscopia, seguindo o método de coloração de Gram, no qual os esfregaços foram levados à leitura microscópica, usando aumento de 100 vezes, para determinação dos gêneros bacterianos presentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após as análises realizadas foi possível contatar que, em ambas as academias ocorreram contaminação considerável por bactérias mesófilas, constatando-se em 94% a contaminação. A academia X apresentou uma contaminação maior em relação a Y, onde: em 87% dos maquinários ocorreu um elevado crescimento bacteriano após 24 horas, impossibilitando a contagem de unidades formadoras de colônias. Somente em 13% (maquinário e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 83 de 93 supino reto) ocorreram 11 unidades formadoras de colônias. A academia Y mostrou um menor potencial de contaminação bacteriano. Dos maquinários analisados, 50% um número de unidades formadoras de colônias incontáveis. Contudo, em 38% das amostras apresentaram entre 3 a 12 unidades formadoras de colônias. E, em 13% da amostra, não se constatou a presença de bactérias mesófilas. Por meio dos dados obtidos, observa-se que as academias não investem em um processo de correta higienização, o que pode trazer sérias complicações à saúde de seus frequentadores, com a presença de microrganismos, possibilitando a possibilidade de desenvolverem infecções cruzadas. Conforme Torres et al. (2007) a transmissão bacteriana ocorre por contato interpessoal direto e por contato com objetos contaminados, como toalhas compartilhadas após o banho, equipamentos atléticos compartilhados na academia, entre outros. São patógenos transportados através da pele ou do nariz de portadores assintomáticos. A higiene é uma prática prioritária a todos os programas de prevenção e controle de infecções, com princípios e regras que evitam as doenças e conservam a saúde. São cuidados como asseio corporal, o ambiente e o modo de viver. Bons hábitos de higiene, além de promoverem a saúde, ajudam na prevenção de muitas doenças infecto-contagiosas, que geralmente adquiridas em locais inadequados provenientes de baixos padrões de higiene, uma simples lavagem das mãos após o uso do banheiro ou ter uma boa higiene pessoal, são algumas das medidas fundamentais para a diminuição de infecções causadas por microrganismos patogênicos (FREITAS et al., 2013). Em relação ao gênero bacteriano detectado após análise dos esfregaços, constatou-se na academia X a maior frequência de estreptococos Gram positivos e Gram negativos, cocos Gram positivos e Gram negativos, estafilococos Gram positivos e Gram negativos, diplobacilos Gram positivos, e uma menor incidência de estreptobacilos, dos tipos Gram positivas e Gram negativas. Na academia Y, a prevalência foi principalmente de diplobacilos Gram positivas e Gram negativas, seguidos por estreptobacilos Gram positivas; estreptococos Gram negativas; estafilococos Gram positivas. Os gêneros menos incidentes foram: estreptobacilos e estafilococos Gram negativas; diplococos e estreptococos Gram positivas; vibriões e diplococos Gram positivos. Vale ressaltar que, em um maquinário ocorreu à presença de bactérias esporuladas. Com todos estes gêneros encontrados nos equipamentos destacamos entre as espécies S. aureus, pois é a mais frequentemente associado a casos e surtos de intoxicação alimentar, devido à habilidade de muitas de suas cepas produzirem vários tipos de enterotoxinas (BORGES et al., 2008). e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 84 de 93 É quase impossível se defender dos estafilococos, eles estão por toda parte e pela extensão do nosso corpo principalmente. Com isso, a transmissão pessoa-pessoa é inevitável, mas a higiene é necessária para tentar conter uma eventual proliferação agressiva e anormal dos estafilococos. A intoxicação alimentar é um problema sério, especialmente a causada pela endotoxina estafilocócica termoestável. A manipulação sem a higiene adequada das mãos é substancialmente um fator determinante para a dissipação dos estafilococos. Equipamento e utensílios com higienização deficiente têm sido responsáveis, isoladamente ou associados a outros fatores, por surtos de doenças de origem alimentar ou por alterações de alimentos processados. Há relatos de que utensílios e equipamentos contaminados participem do aparecimento de aproximadamente 16% dos surtos (ANDRADE, et al.2003). Para controle/desinfecção dos maquinários é recomendado à utilização de antissépticos eficazes. Nesse estudo, foi observado que as duas academias (X e Y), não desenvolvem uma conduta eficaz para o controle ou diminuição da carga bacteriana presente nos equipamentos. A desinfecção é o processo de destruição de microrganismos, patogênicos ou não, na forma vegetativa, presentes em objetos inanimados. O álcool está entre os antissépticos mais seguros, não só por possuir baixíssima toxicidade, mas também pelo seu efeito microbicida rápido e de fácil aplicação O álcool é classificado como desinfetante de nível intermediário. Devido à praticidade de uso é encorajada a sua aplicação na desinfecção de superfícies, mobiliários, equipamentos e termômetros (SANTOS et al., 2002). Além do álcool etílico, existe também o isopropílico, excelente antisséptico e desinfetante, devido ao seu custo reduzido, baixa toxicidade e facilidade de aquisição e aplicação. Em geral, o álcool isopropílico é considerado mais eficaz contra bactérias, a concentração recomenda para atingir a maior rapidez microbicida com o álcool isopropilico é entre 60 e 95%. Os principais fatores que comprometem a qualidade de desinfetantes e antissépticos são: matéria prima com concentrações diferentes das indicadas, o uso de água não purificada para diluição, estocagem em locais de umidade e temperaturas elevadas, embalagens que não protegem de extravasamentos, contaminações químicas ou biológicas por contato com o ambiente ou com as mãos, e rotinas que não cumprem as técnicas de boas praticas na manipulação destes produtos. O álcool por possuir características microbicidas direcionadas aos microrganismos mais frequente neste meio, possui fácil aplicabilidade, baixo custo e reduzida toxicidade (SANTOS et al., 2002). e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 85 de 93 CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos, tem-se como fator preponderante que as academias X e Y não estão totalmente adequadas no quesito higienização, o que é bastante preocupante; haja vista grande parte de o maquinário apresentar alto índice de bactérias Gram-positivas e negativas, além de esporos bacterianos, o que vem a reforça que não se tem a utilização de antissépticos adequados e nem tão pouco uma consciência por parte dos responsáveis para modificar esta conduta. Além disso, é de fundamental importância conhecer e aplicar a utilização correta do álcool, para diminuir estas contaminações. Assim, tendo uma visão mais critica é de fundamental relevância para os frequentadores, donos de academias e pessoas do meio, uma correta capacitação sobre o tema, a fim de sanar com possíveis duvidas e deixar evidente a relevância da problemática desenvolvida por estas bactérias. REFERÊNCIAS ANDRADE, Nélio José; SILVA, Rosália Maria Moreira; BRABES, Kelly Cristina Silva; Avaliação das condições microbiológicas em unidades de alimentação e nutrição. Ciênc. Agrotec., Lavras. V.27, n.3, p.590-596, maio/jun., 2003. APARECIDA, Adélia Marçal dos Santos; PASTORELLO, Mariana Verotti; AFONSO, Javier Sanmartin; BORBA, Eni Rosa Aires Mesiano. Importância do Álcool no Controle de infecções em serviços de saúde. 2002. ARAUJO, Marilia; acessado em 29 de Setembro de 2014 as 23:26. Disponível em: http://www.infoescola.com/reino-monera/staphylococcus/ BORGES, Maria de Fatima; NASSU, Renata Tieko; PEREIRA, José Luiz; ANDRADE, Ana Paula Colares; KUAYE, Arnaldo Yoshiteru; Perfil de contaminação por staphylococcus e suas enterotoxinas e monitorização das condições de higiene em uma linha de produção de queijo de coalho. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.5, p. 1438-1438, ago, 2008. FREITAS, Leonardo Luiz; SILVA, Kelly Cristina; SOUZA, Thais Maciel; DEMARQUE, Irene Laysa Demilinari; AGOSTINHO, Luciana; FERNANDES, Fernanda. Quantificação microbiológica de bebedouros de escolas públicas em Muriaé (MG). –Minas Gerais, 2013 e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 86 de 93 LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2003. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm acessada em 20/12/2012. ROCHA; Lorena Ferreira, LEME Natália Alves; BRASILEIRO; Marislei Espíndula: A Atuação da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde na Unidade de Terapia Intensiva: O que fazer? Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição. [Serial online] 2010 Jan-Jul 1 (1) 1-16. Available from:http://www.ceen.com.br/revistaeletrônica. SANTOS, AAM. Higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde, Revista de administração em saúde, Redprint editora, vol 4, abrjun 2002; 15:10-14. TORRES, Ana Maria; RITTER, Alessandra Mileni Versuti; VOLPE, Adriana Teixeira Valente; TOGNIM, Maria Cristina Bronharo. Contaminação por Staphylococcus aureus resistentes a oxacilia (Orsa) nos equipamentos atléticos das academias. VEPCC CESUMAR Centro Universitário de Maringá – Paraná, 2007. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 87 de 93 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE PARA A CLÍNICA INFANTIL Yrismara Pereira da Cruz1; Ana Raquel Holanda Barros1; Raul Max Lucas da Costa1. Palavras-chave: Infância; Psicanálise; Clínica INTRODUÇÃO A análise da produção existente sobre a história da infância permite afirmar que a preocupação com a criança encontra-se presente somente a partir do século XIX, tanto no Brasil como em outros lugares do mundo. No entanto, mesmo a infância constituindo-se em um problema social desde o século XIX, ainda não foi suficiente para torná-la um problema de investigação científica (Ariès, 1973). Durante a Idade Média, antes da escolarização das crianças, estas e os adultos compartilhavam os mesmos lugares e situações, fossem eles domésticos, de trabalho ou de festa. Na sociedade medieval não havia a divisão territorial e de atividades em função da idade dos indivíduos, não havia o sentimento de infância ou uma representação elaborada dessa fase da vida. Com isso, a criança relacionava-se muito mais com a comunidade do que com os próprios pais, a aprendizagem e a socialização não eram realizadas pela família ou escola e sim pela comunidade (Costa, 2007). No século XVII surge nas classes dominantes, a primeira concepção real de infância, a partir da observação dos movimentos de dependência das crianças muito pequenas. O adulto passou, então, pouco a pouco a preocuparse com a criança, enquanto ser dependente e fraco. Fato este, que ligou este etapa da vida a ideia de proteção (Levin, 1997). Neste contexto da construção da infância a psicanálise dá a sua contribuição onde Freud em 1909 com o caso do pequeno Hans demonstra a possibilidade de realização da psicanálise com crianças. A discussão desse caso contribuiu para a inserção da psicanálise com crianças. A primeira problematizarão nesse contexto acontece com as divergências teóricas entre Anna Freud e Melanie Klein que mantém divergências entre as questões técnicas, na questão do que define as condições para a análise com crianças, o que é análise, qual o lugar do analista, o fim da análise, como a transferência 1 Faculdade Leão Sampaio, FALS e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 88 de 93 se apresenta nesse contexto especifico, qual o lugar e a importância dos pais e diferem fundamentalmente quanto a possível aproximação entre as relações analítica e educativa nessa pratica clinica (Petri, 2008). Mediante as discussões feitas no contexto da infância o presente artigo objetiva apresentar a contribuição da psicanálise dentro do contexto da clinica infantil a qual será discutido a luz dos seus principais representantes: Anna Freud, Melanie Klein e Françoise Dolto e consequentemente ira esboçar como a psicanálise ver a infância. MÉTODO O presente artigo sucede-se a partir de um projeto desenvolvido para ser aplicado no estágio obrigatório em ênfase do curso de psicologia. Trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa, os dados foram obtidos a partir da literatura de psicanálise com crianças, e de obras de autores como Teresinha e Renata Petri que escreve em cima da concepção lacaniana. No levantamento dos artigos das fonte de dados BVS-PS I e SCIELO notou-se um vasta produção em cima do tema infância e da psicanálise com crianças a qual alguns autores podem ser citados como Barbosa C.M, Levin, Ariés, entre outros. A partir das pesquisas realizadas, observou-se consonância entre outras áreas do saber como a pedagogia, sociologia e antropologia que trazem pesquisas em cima do tema infância. A busca foi realizada por meio da combinação das seguintes palavras-chave: Infância, Psicanálise, Criança e Brincar, sendo todos os termos digitados no idioma português. Adicionalmente, a busca realizou-se nos meses de agosto a setembro de 2014, investigando publicações do período 2004-2013. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi através de Rousseau, considerado um dos primeiros pedagogos da História, que a criança começou a ser vista de maneira diferenciada do que até então existia. Rousseau propôs uma educação infantil sem juízes, sem prisões e sem exércitos. Com isso, a partir da Revolução Francesa, em 1789, modificou-se a função do Estado e, com isso, a responsabilidade para com a criança e o interesse por ela. Segundo Levin (1997), “os governos começaram a se preocupar com o bem-estar e com a educação das crianças”. Dentro desse processo histórico a qual a infância está inserida vale ressaltar a inserção da clínica infantil na psicanálise, visto que antes a clinica e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 89 de 93 estava pautada no adulto e nos seus problemas decorrentes da infância. No entanto, existe diversos desacordos entre seus representantes no que se refere as técnicas utilizadas e a visão de sujeito. Uma das primeiras representantes dessa clinica foi Anna Freud que na sua visão de psicanálise com crianças propôs uma conjunção entre educação e psicanálise como condição para tal trabalho, não acreditando ser possível nem desejável o estabelecimento de uma relação puramente analítica com uma criança. Partindo da diferença em relação aos adultos, chega á conclusão de que é parte integrante da análise com crianças o exercício de uma função educativa. Vale ressaltar, que Anna Freud dá importância central á colaboração dos pais na análise, responsabilizando-os muitas vezes pela possibilidade ou impedimento do tratamento (Petri, 2008). Em contrapartida a Anna Freud, Melanie Klein apresenta uma elaboração teórica radicalmente oposta, onde ressalta que a análise com crianças em nada difere da realizada com adultos, observando que não apenas as crianças podem ser equiparadas aos adultos no que se refere á instancia do inconsciente, como estão ainda mais susceptíveis á mesma, o que permitiria a instalação imediata da situação analítica, sem a necessidade de um tratamento de ensaio. Pressuposto básico que a levou a procurar em toda expressão da criança um conteúdo simbólico que, através da interpretação, daria acesso direto ao inconsciente, acreditando ainda que tais expressões na cena analítica já revelavam em sim mesmas uma estrutura associativa, o que culminou na chamada terapia do brinquedo (Petri,2008). Dentro desse contexto foi Melanie Klein a primeira a abordar de forma sistêmica a condição particular da criança no que se refere ao processo analítico; com um detalhe importante: ao invés do que fez Freud, que partiu da psicanálise de adultos para definir a "psicologia da infância", Klein procurou conferir suas teorias com crianças reais. Mais do que isso, foi dos primeiros estudiosos a verem a criança como capaz do processo da análise (Barbosa, 2003). Desta forma, muito daquilo que se sabe e se estuda sobre a criança e o infantil nos dias de hoje dentro da psicanálise é devido a contribuição de Klein que faz a diferença fundamental entre a clinica da criança e do adulto, com isso dando espaço para a infância em si. Com as formulações teóricas de Lacan um novo campo de intervenção com crianças surgir. Neste contexto destaca-se Françoise Dolto que insere a criança na estrutura desejate da família, como efeito dessa estrutura Dolto registra o fato de haver pouca psicanalistas de crianças, visto que a maioria de psicoterapeutas fazem "psicoterapias de apoio", com isso Dolto reconhecer que para psicanálise e da maior importância o entendimento da diferença que há entre a "clinica de crianças" e a " clinica de adultos" (Barbosa, 2003). e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 90 de 93 Desta forma, segundo Volnovich, (1991, p.24) apud Petri (2008, p.29) a criança não seria a criança annafreudiana, aquela que escolhe ou não se tratar, produto das vicissitudes de seu Ego e de seu desenvolvimento libidinal. Também, não seria a criança Kleniaana, determinada pela quantidade de instinto de morte que se faz presente no ciúme e na inveja. A criança na visão lacaniana é essencialmente inserida na estrutura, efeito da família. Dentro da clinica lacaniana a infância é dividida em etapas de acordo com castração, visto que esta é o núcleo organizador de toda a experiência subjetiva, caracterizando um tempo de fundamental importância, tanto pelas significações que, partindo dessas bases, serão realizadas, quanto pelo estabelecimento de uma determinada relação com objetos, de um modo particular de gozar, que definirão a oposição do sujeito no mundo. Neste sentido propõem-se a existência de três tempos referenciados pela castração: um tempo preparatório, anterior ao Édipo; o atravessamento edípico propriamente dito, implicando a operação de castração; e um pós-edípico, tomado pela tentativa do sujeito de compreender o que se passou (Petri, 2008). Neste sentido segundo Petri (2008, p. 65), enquanto analisaste tem-se (i) a "criança pequena", caracterizada pelo jogo do engodo e das frustrações que vive com a mãe como Outro primordial; (ii) a "criança edípica", já inserida na dialética da castração como encruzilhada estrutural do sujeito; e (iii) a " criança na latência", ocupada em compreender e assimilar a castração á qual foi submetida. Desta forma todos os autores citados contribui de forma significante para a construção da psicanálise com crianças, visto que seus estudos norteiam as intervenções realizadas na clinica infantil até hoje a qual as técnicas utilizada por essas autoras se diferenciam e podem ser resumidas da seguinte forma: Anna Freud utiliza a técnica do desenho, Melanie Klein a técnica do brinquedo e Françoise Dolto a técnica do desenho, fala e modelagem. Com isso, é indiscutível a relevância que a psicanálise trouxe para o campo da infância a qual deu espaço para o sujeito como criança adaptando, criando técnicas para dá acesso ao inconsciente da criança. CONCLUSÃO Enfim, as contribuições trazidas por a psicanálise dentro do contexto infantil são norteadoras até hoje quando o tema é infância visto que ela foi uma das primeiras a da espaço a essa clinica. De acordo com os levantamentos bibliográficos ficou claro como as técnicas trazidas por as diversas correntes freudianas, klenianas e lacanianas ainda são utilizadas e e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014 RESUMOS EXPANDIDOS Página 91 de 93 como estas são fundamentais para a clinica infantil. Foi observado também que a psicanálise com crianças surge praticamente no mesmo contexto de quando as crianças passam a ser vistas de outra forma por a sociedade com isso notando a relevância que os estudos psicanalíticos tem quando o assunto é infância. Desta forma, o presente artigo cumpri seu objetivo de esboçar a contribuição da psicanálise dentro do contexto da infância e consequentemente trás o norte de suas principais teorias e praticas. REFERÊNCIAS ARIÉS, Philippe. História social da criança e da família. 2ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara: 1973. BARBOSA, C.M.T.M. O conceito de infantil na psicanálise e sua relação com a clínica de Lacan. Dissertação de Mestrado, 2003. COSTA, Teresinha. Psicanálise com crianças. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. LEVIN, Esteban. A infância em cena – Constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Petrópolis, Rio de janeiro: Vozes, 1997. PETRI, Renata. Psicanálise e infância: clínica com crianças. São Paulo, FAPESP, 2008. e-ciência, Edição Suplementar n.2, dez. 2014