Manual para t.cnico da videoconferencia.p65

Transcrição

Manual para t.cnico da videoconferencia.p65
PROJETO ESTRATÉGICO NACIONAL
QUALIDADE NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Manual para Técnico de
Videoconferência
Material elaborado pela equipe do Laboratório de Ensino a Distância
baseado na dissertação de mestrado de Fernando J. Spanhol intitulada
Estruturas tecnológica e ambiental de sistemas de videoconferência na educação a
distância.
UFSC, 1999.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Coordenação Geral
Paulo Henrique Laporte Ambrozewicz
Ricardo Miranda Bárcia
Supervisão
Déborah Timm de Carvalho Pinto
Revisão Técnica
Cláudia Vanessa Schittini
Paulo Henrique Laporte Ambrozewicz
INFOVIA da CNI
Sergio Paulo Olinto da Motta
Edição Gráfica
Núcleo Gráfico LED/UFSC
Revisão Ortográfica
Giovani Secco
Execução
Equipe LED/UFSC
SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................ 7
Parte 1 - O que é Educação a Distância?
1. Introdução ..............................................................................................................
1.1. A nova educação a distância no Brasil ................................................ 11
1.2. UFSC – Pioneirismo em EaD na era da informática ........................... 12
2. Interfaces de Comunicação .............................................................................. 13
3. Características Básicas de um Sistema de Videoconferência ...................... 16
3.1. Características opcionais ....................................................................... 16
4. Tipos de Videoconferência ................................................................................ 16
4.1. Sistemas de mesa ou Desktop .............................................................. 17
4.2. Sistemas de grupo .................................................................................. 17
5. Elementos de um Sistema de Videoconferência ............................................ 18
5.1. Transmissão e recepção (modulação/demolução e multiplexação) .. 18
5.2. CODEC: codificação, decodificação e compressão ............................ 19
5.3. Polycom ViewStation - O Codec da Infovia CNI .................................. 19
5.4. Equipamentos de áudio e vídeo profissional ....................................... 22
5.5. Estações dos apresentadores ............................................................... 22
5.6. Limitação de banda ................................................................................ 23
5.7. Transmissões síncronas e assíncronas ............................................... 23
5.7.1. Síncrona ............................................................................................... 23
5.7.2. Assíncrona .......................................................................................... 24
6. Tipos de Transmissão ........................................................................................ 24
6.1. Simplex .................................................................................................... 24
6.2. Duplex ...................................................................................................... 24
6.3. Full-duplex ............................................................................................... 25
7. Formas de Transmissão .................................................................................... 25
7.1. Transmissão por meio físico .................................................................. 25
7.1.2. Par Trançado (Twister Pair) ................................................................ 25
7.1.3. Cabo coaxial ........................................................................................ 25
7.1.4. Fibra óptica .......................................................................................... 26
7.2. Transmissão por irradiação de ondas no radioespectro ..................... 26
7.2.1. Rádio ...................................................................................................... 26
7.2.2. Microondas ............................................................................................ 26
7.2.3. Satélite ................................................................................................... 27
8. A Transmissão da Videoconferência ................................................................ 27
8.1. Tipos de linhas de transmissão .............................................................. 27
8.1.1. Dedicada ............................................................................................... 27
8.1.2. Discada - PCD ...................................................................................... 28
8.1.3. RDSI (Rede digital de serviços integrados ou ISDN em inglês) ...... 28
8.1.4. Acesso básico (2B+D) .......................................................................... 29
8.1.5. Acesso primário (30B+D) ..................................................................... 29
9. Protocolos da ITU-T para Videoconferência ................................................... 29
10. Topologia de redes de comunicação ....................................................... 31
10.1. LANS (Local área networks ou rede local) .......................................... 31
10.2. MANS (Metropolita area networks ou redes metropolitanas) ........... 31
10.3. WANS (Wide area networks/Redes geograficamente distribuídas) . 31
11. Salas de Videoconferência ............................................................................ 33
11.1. Iluminação .............................................................................................. 33
11.2. Áudio ....................................................................................................... 34
11.3. Microfones .............................................................................................. 34
11.4. Ruído ....................................................................................................... 35
11.5. Microfonia ............................................................................................... 35
11.6. Sistema de backup de audio ................................................................. 36
11.7. Acústico .................................................................................................. 36
11.8. Aquecimento, ventilação e ar-condicionado ....................................... 37
12. Projeto e Configuração da Sala ..................................................................... 37
12.1. Tipos de cadeira e mesa ....................................................................... 37
13. Tipos de Sala ................................................................................................... 40
13.1. Auditório ................................................................................................. 40
13.2. Audio ....................................................................................................... 36
13.1.2. Tamanho e localização ....................................................................... 41
13.1.3. Ambiente ............................................................................................. 41
13.1.4. Projeto e configuração da sala ......................................................... 42
13.1.5. Equipamento ....................................................................................... 43
13.2. Sala de uso geral ................................................................................... 43
13.2.1. Áudio .................................................................................................... 43
13.2.2. Tamanho e localização ....................................................................... 44
13.2.3. Ambiente ............................................................................................. 44
13.2.4. Projeto e configuração da sala ......................................................... 44
13.2.5. Equipamento ....................................................................................... 45
13.3. Sala de reunião ...................................................................................... 46
13.3.1. Áudio .................................................................................................... 46
13.3.2. Tamanho e localização ....................................................................... 46
13.3.3. Ambiente ............................................................................................. 46
13.3.4. Projeto e configuração da sala ......................................................... 47
13.3.5. Equipamento ....................................................................................... 47
14. Como Agendar uma Videoconferência .......................................................... 48
14.1. Disponibilidade da equipe ..................................................................... 49
14.2. Disponibilidade da localidade .............................................................. 49
14.3. Centros de operação da rede ............................................................... 49
15. O Papel do Professor na EaD ........................................................................ 49
15.1. Segmentação e polivalência - um novo jeito de ensinar ................... 49
16. Trabalhando com a Videoconferência ........................................................... 52
16.1. Educação a distância por videoconferência ...................................... 52
16.2. A aula na videoconferência .................................................................. 54
16.3. O roteiro da aula .................................................................................... 55
16.4. A linguagem audiovisual da videoconferência .................................... 56
16.4.1. O som .................................................................................................. 56
16.4.2. A imagem ............................................................................................ 57
16.5. Usando os recursos audiovisuais na videoconferência ..................... 59
17. As Mudanças na Forma de Ensinar ............................................................... 61
17.1 O modo de ensinar ................................................................................. 61
17.2. A comunicação por e-mail .................................................................... 61
17.3. O material didático ................................................................................. 61
17.4. A percepção do tempo .......................................................................... 62
17.5. O planejamento da aula ........................................................................ 62
17.6. Maior preparação ................................................................................... 63
18. Conclusão ......................................................................................................... 65
Glossário ................................................................................................................. 66
ANEXO .................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 82
8 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 9
APRESENTAÇÃO
Bem-vindos ao Projeto Estratégico Nacional “Qualidade na Indústria
da Construção”, uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Laboratório de Ensino a Distância (LED) e da Fundação de Ensino da Engenharia em Santa Catarina (FEESC).
O projeto tem como objetivo atender à necessidade de atualização
dos profissionais do setor, gerada a partir de 1998, com o lançamento, pelo
Governo Federal, do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat (PBQP-H), que visa aumentar a competitividade das empresas da
construção civil. Na prática, este programa busca a adequação às normas
técnicas, uma melhor formação de profissionais, acesso a projetos, materiais
e componentes de melhor qualidade e a conseqüente redução de desperdícios, assim como a otimização de tempo e insumos.
Entre as suas ações, o Projeto prevê a capacitação de 600 consultores,
em todo o Brasil, que, por sua vez, irão implementar o SIQ Construtoras, um
dos projetos setoriais do PBQP-H, nas empresas de construção civil. Dada a
extensão do território brasileiro, só através da tecnologia e da metodologia de
educação a distância (EaD) é possível atingir a todos de maneira uniforme.
A Educação a Distância (EaD) é uma alternativa de incalculável importância para atender às necessidades educacionais de um grande número
de pessoas, das diversas regiões geográficas. O uso das novas tecnologias derruba um paradigma clássico – o da “distância” entendido como separação física
entre o aluno e o professor ou a instituição de ensino – e o substitui pelo
paradigma da interação virtual entre o aluno e o professor ou a instituição de
ensino. A EaD configura-se como uma inovação na área educacional, capaz
de vencer as barreiras do tempo e do espaço.
A escolha dessa metodologia pelo SENAI se insere em uma tendência
mundial de utilização de EaD para fins didáticos corporativos. Com o
surgimento das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (NTCI),
10 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
as empresas, cada vez mais, estão trocando as viagens de seus executivos por
reuniões e cursos feitos com esse poderoso instrumento. Um simples dado
mostra a economia alcançada com estes recursos. Levando-se em conta os gastos com passagens, hospedagem, diárias, alimentação, etc., a empresa gasta 25
vezes mais em uma viagem do que gastaria para se reunir por meio das NTCI.
Para a difusão do conhecimento, diversas são as mídias utilizadas na
educação a distância: livros e apostilas (material impresso), CD-ROM, site na
Internet, tutoria através de telefones 0800, teleconferências, vídeoaulas e
videoconferências. Esta última mídia é o tema principal deste nosso livro.
Da montagem das salas ao referencial técnico básico, vamos estudar
tudo o que é necessário para se trabalhar usando este poderoso recurso que é
a videoconferência (VC). Começaremos contando um pouco da história da
educação a distância e das interfaces de comunicação. Em seguida, mostraremos os aspectos práticos e teóricos da VC, aí incluído o manual de operação
do equipamento da Infovia CNI. Finalmente, vamos ilustrar o seu uso, discutindo e mostrando o trabalho do professor (mediador), dicas de comportamento e formas de potencializar a interação com o equipamento e com os alunos (platéia).
MANUAL
DE
PARTE I
O
QUE É
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
VIDEOCONFERÊNCIA – 11
12 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 13
1. INTRODUÇÃO
Para começar, é preciso definir o que é Educação a Distância.
Um dos conceitos mais amplamente
aceitos diz que a
“Educação a Distância é uma
comunicação em duas vias (nos
dois sentidos), entre professor e
aluno,separadosgeograficamente durante a maior parte do
processo de aprendizagem, que
se utiliza de algum tipo de
tecnologia para facilitar e apoiar o processo educacional, bem
como para permitir a distribuição do conteúdo do curso”.
Educação a distância não é,
exatamente, uma novidade. Quem não
se lembra dos cursos por correspondência que eram anunciados em todos
os gibis? O que realmente mudou
foram as tecnologias de comunicação
disponíveis atualmente, que são cada
vez mais interativas e se constituem em
ferramentas valiosas para alcançar estudantes dispersos por grandes territórios e/ou afastados dos centros educacionais. Essa nova realidade propiciou um grande desenvolvimento, em
todo o mundo, tanto de currículos
como de metodologias de EaD.
1.1. A NOVA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA NO BRASIL
A partir de 1996, quando se
iniciou a regulamentação do ensino
a distância no Brasil, houve um grande crescimento da oferta de cursos
em instituições educacionais de todo
o país. Esse avanço se deu com a
aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB),
que instituiu a educação a distância
como uma forma de ensino equivalente à presencial, em todos os níveis.
Em 1998, foi regulamentado
o art. 80 da LDB nº 939/96, que no
seu artigo 1º diz:
“Educação a distância é uma
forma de ensino que possibilita
a auto-aprendizagem, com a
mediação de recursos didáticos
sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados
isoladamente ou combinados, e
veiculados pelos diversos meios
decomunicação”.
Em seu artigo 2º, o Decreto
prevê que
“... os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de
conclusãodoensinofundamental
para jovens e adultos, do ensino
médio, da educação profissional,
14 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
edegraduaçãoserãooferecidospor
instituiçõespúblicasouprivadas,
especificamentecredenciadaspara
esse fim...”.
1.2. UFSC – PIONEIRISMO EM
EaD NA ERA DA INFORMÁTICA
Podemos dizer que, no Brasil,
a educação a distância por videoconferência começou em 1996, em Santa
Catarina, quando o Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção (PPGEP), da UFSC, passou a ministrar um curso de Especialização
para 20 alunos, engenheiros da
Siemens do Brasil, localizados em
Curitiba. Até meados do ano 2000, o
número de alunos a distância por
videoconferência do PPGEP saltou
para mais de mil, distribuídos por salas
localizadas em quase todos os estados
brasileiros, em cursos realizados em
parceria com importantes instituições
educacionais do país. A maioria desses
estudantes teve pelo menos dois encontros presenciais com seus professores e orientadores. Além das aulas
por videoconferência, o apoio à comunicação entre professores, orientadores e alunos a distância é feito
através do ambiente Web, nas páginas
(sites) dos cursos de aprendizagem, cri-
adas pelo Laboratório de Ensino a
Distância (LED) em 1997.
Outro marco importante foi
a implantação da primeira rede de
videoconferência dedicada a fins
educacionais, a RCCT. O investimento para aquisição de equipamentos,
recursos humanos, implantação e
manutenção da rede praticamente
dobrou com a chegada dos recursos
para videoconferência. Algumas das
instituições de educação conveniadas
passaram a participar em salas remotas especialmente preparadas e equipadas para isso, além do uso da
Internet. Configurou-se, assim, uma
Infovia unindo todas as Instituições
de Educação Superior no Estado de
Santa Catarina.
Não podemos deixar de mencionar, também, o caráter pioneiro
que significou a implantação da
INFOVIA CNI, principalmente no
meio empresarial. A despeito de seu
pouco uso pelos integrantes do
sistema, que ainda não descobriram as
reais possibilidades oferecidas pelos recursos disponíveis, a sua própria existência comprova a busca de uma excelência de meios visando à evolução da empresa nacional e nos colocando em pé
de igualdade com países tecnologicamente mais desenvolvidos.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 15
2. INTERFACES DE COMUNICAÇÃO
Desde os seus primórdios, o
homem utiliza algum tipo de
interface como forma de transmitir
e registrar conhecimento. Da linguagem dos gestos ao uso dos sinais
de fumaça, passando pelo uso da
voz e a criação do alfabeto, temos a
integração de algum tipo de
interface no processo de transmissão de informações.
computacional chamado “compressão algorítmica”, que trata, codifica
e comprime o sinal para um tamanho
“n” vezes menor que o original,
permitindo a transmissão em bandas
estreitas, foi possível integrar o som
do rádio, a imagem da televisão e a
interatividade do telefone por meio
de hardwares (equipamentos) e
softwares (programas) específicos.
As imagens da gruta de
Lascaux (França), pintadas há cerca
de 17 mil anos, são os registros
humanos mais antigos de que se tem
notícia. Os primeiros símbolos que
deram origem à escrita, surgidos 11
mil anos depois, na Mesopotâmia, significaram um grande avanço da espécie humana. A dispersão dos povos
em áreas cada vez maiores trouxe
novas dificuldades para a troca de informações. Para superá-las, o homem
criou os sinais de fumaça e de tambores. Insatisfeito, porém, continuou
inventando novas formas de comunicação, chegando aos nossos dias
com um incrível avanço tecnológico,
como provam a Internet, as transmissões via satélite, o telefone celular e
tantas outras maravilhas.
Todo este aparato funciona
integrado em um único suporte, com
um ou mais equipamentos de
mesmas características e protocolos
mínimos, estabelecidos pelos fabricantes e nas recomendações da
União Internacional de Telecomunicações, setor de normalização das
telecomunicações – ITU-T , para que
possam “se entender” e trocar “bits”,
permitindo, assim, a comunicação
em tempo real entre os usuários do
sistema.
Da integração de todas as
tecnologias de informação e comunicação surgiu a videoconferência.
Através de um procedimento
Em 1960, um clássico de ficção científica, o filme “star treck”,
mostrava o Capitão Kirck conversando com outra espaçonave, através de
uma tela da “interprise”. A ficção
tornou-se realidade. Atualmente,
tem-se a possibilidade de conversar
on-line (em tempo real), com som e
imagem, a qualquer distância. Isso é
a video-conferência, que podemos
definir como um sistema de comu-
16 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
nicação que transporta, em duas vias,
sinais de vídeo e áudio digitalizados,
devidamente tratados por softwares
e algoritmos de compressão, codificados e multiplexados em uma única
informação ou bit.
Definindo de forma mais simples, a videoconferência é um sistema
de comunicação que atua como
interface, permitindo a interação de
várias pessoas em lugares (sites) distintos. A comunicação acontece em
tempo real, com som e imagem transmitidos através de uma linha
telefônica especial, em ambos os sentidos. Interlocutores se visualizam e
conversam como se estivessem todos
na mesma sala. Pode-se dizer que a
videoconferência nos possibilita
“conversar com a televisão”.
A ITU-T (International
Telecomunications Union – Telecomunications Standartization Sector),
órgão da Organização das Nações
Unidas (ONU) responsável pela padronização dos sistemas de comunicação no mundo, através da recomendação ITU-T F.730, de agosto de
1992, define a videoconferência
como
“um serviço audiovisual de conversação interativa que provê
troca bidire-cional, e em tempo
real, de sinais de áudio e vídeo
entre grupos de usuários em dois
ou mais locais distintos”.
Em 1964, a AT&T mostrou
ao público o primeiro protótipo de
videotelefone. Este porém, exigia linhas de comunicação muito caras,
cerca de mil dólares por minuto,
devido à quantidade de informações
necessárias para transmissão, e o
sinal de vídeo requeria freqüências
muito altas, que as linhas telefônicas
não alcançavam, o que só era
possível via satélite.
A primeira transmissão de
áudio e vídeo interativo ocorreu em
1967, entre Nova York e Los Angeles.
Porém, devido à necessidade de bandas de transmissão muito largas (cerca de 90 Megabits por segundo), a
experiência ficou muito cara.
Na década de 70, a indústria
da microeletrônica entra em ebulição e, em 1971, é desenvolvido o
primeiro microprocessador, uma
placa de silício com 3 por 4 milímetros com 2250 transistores. Com o
surgimento do chip (pastilha de silício), a indústria de computadores
avançou rapidamente, aumentando a
velocidade de processamento e desenvolvendo métodos de conversão
de sinal analógico em bits digitais.
No final dos anos 70 e início
dos anos 80, o armazenamento e a
transmissão de sinais digitais ainda
eram críticos. Os métodos de vídeo
digital exigiam uma velocidade de
transferência de 90 Megabits por se-
MANUAL
gundo. O sinal standard de vídeo era
digitalizado empregando o método
PCM (Modulação por Codificação de
Pulsos) de 8 bits, com 780 pixels1 por
linha, 480 linhas ativas por quadro, das
525 da NTSC (National Television
System Comitee, o sistema americano
de TV), com 30 quadros por segundo.
Nessa fase, foram descobertos
novos métodos de compressão,
ocasionando uma melhora de 50%,
numa razão de compressão de 2:1,
com uma banda de 45 Mbps. As linhas telefônicas, com uma velocidade inicial de 56 Kbps, foram agregadas para formar uma banda de 1,5
Mbps (chamado canal T1) e vários canais T1 agregados, para formar um canal de 45 Mbps (chamado canal T3).
Somente na metade dos anos
80, foi possível fazer transmissões a
um custo aceitável, quando alguns fabricantes colocaram no mercado
modelos da nova geração de
CODECs – COdificador/
DECodificador, utilizando uma
tecnologia chamada Codificação
Transformada Discreta do Coseno (sigla DCT em inglês). Essa tecnologia
permite analisar e encontrar as redundâncias espacial (área da imagem que
é semelhante e pode ser representada
na mesma seqüência) e temporal (área
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 17
da imagem que não muda de um quadro para outro).
A comparação com o cinema
ajudou significativamente, pois ele produz movimento com 24 quadros por segundo. Ao mesmo tempo, os estudos na
área da oftalmologia já haviam descoberto que o movimento para o olho humano é obtido entre 15 a 20 quadros
por segundo. Combinando toda esta
evolução, chegamos a uma razão de
compressão de 60:1, usando assim um
canal T1 para conectar dois pontos.
O primeiro Codec a entrar no
mercado era produzido pela
Compression Labs Inc. (CLI ), conhecido como VTS 1.5 (Video Teleconference System , que transmitia a 1,5
Mbps ou T1). O aperfeiçoamento do
VTS permitiu chegar a uma razão de
compressão de 117:1, transmitindo a
768 Kilobits por segundo. Estes equipamentos continuavam caros, aproximadamente de 180 mil dólares. E o
custo de utilização de um canal T1 era
de cerca de mil dólares por hora de
transmissão.
Em 1984, três engenheiros do
Massachusetts Institute of Technology
(MIT) fundam a Picture Tel (originalmente Pic Tel Communications) e desenvolvem um novo método de compressão de sinais, denominado
Pixel é a menor parte da imagem. Os pixels são pontos que se somam para formar a imagem na tela
do televisor.
1
18 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
Quantificação Hierárquica de Vetores
(abreviado em inglês como HVQ), que
alcança a melhor relação de compressão até então, 1600:1 (a 56 Kbps). Este
é o padrão que ainda utilizamos, tendo
sofrido, apenas, pequenas melhorias técnicas até hoje em dia.
3. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE UM SISTEMA
DE VIDEOCONFERÊNCIA
Um sistema de videoconferência (VC) pode prover a transmissão das mídias de áudio e vídeo em dois
tipos de qualidade, a básica e a alta.
A primeira utiliza transmissão comprimida de áudio e vídeo, ocasionando uma queda na qualidade de vídeo.
A segunda utiliza transmissão via satélite. Os sinais não são comprimidos, e a qualidade, dependendo da
velocidade de transmissão, é semelhante à da TV comum (30 quadros
por segundo).
3.1. CARACTERÍSTICAS
OPCIONAIS
visualização de exames, RX, topografias, etc., para diagnóstico a distância na telemedicina.
Encriptação dos sinais: mecanismos de segurança para que só as
pessoas autorizadas possam participar e escutar a VC.
Transmissão de dados, para poder
trabalhar de forma colaborativa a
distância.
Utilização de câmeras auxiliares.
Função Chairman, coordenador da
VC.
Floor Control: o sistema implementa
um algoritmo para que apenas um
site “fale”.
Transmissão de imagens estáticas
de alta resolução: utilizada na
4. TIPOS DE VIDEOCONFERÊNCIA
Os sistemas de videoconferência,
hoje, podem ser divididos em duas
áreas relativas à sua utilização. Porém,
nota-se uma convergência para os
sistemas compactos integrando os
dois tipos. A principal diferença en-
tre os sistemas, além da capacidade
de processamento, está no tipo de
uso deles, ou seja, para uso individual e para uso de um grupo em sala
de aula.
MANUAL
A denominação dos sistemas
varia conforme o autor.
4.1. SISTEMAS DE MESA OU
DESKTOP
Criados para utilização individual, geralmente são compostos de
kits (placas, softwares, microfone e
câmera) para serem acoplados em
PCs (computadores pessoais). A qualidade de som e imagem é duvidosa,
devido à pequena capacidade de
processamento do microcomputador e das placas. Porém, graças
ao grande desenvolvimento tecnológico da atualidade, existe a previsão de mudança nesse cenário para
breve.
A imagem é captada por uma
câmera pequena, com CCD (Charge
Couplled Device ou Dispositivo de
Carga Combinada) de baixa definição e lente fixa, não dispondo de
zoom (lente móvel que aproxima a
imagem). Na tela do microcomputador, a imagem gerada tem
tamanho pequeno, cerca de ¼ de
tela. O restante desta é compartilhado com os comandos da videoconferência e do PC.
A transmissão é feita em bandas estreitas, Internet, ou associada
a RDSI (Rede Digital de Serviços Integrados – ISDN em inglês), operando em velocidades de 14.400 Kbps
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 19
até 128 Kilobits por segundo. No
entanto, já existem no mercado equipamentos disponíveis para trafegar
em redes locais denominadas LANs
(Local Area Network), com boa qualidade de vídeo e um custo médio.
4.2. SISTEMAS DE GRUPO
Desenvolvidos para utilização por grupos de pessoas, são sistemas dedicados com grande poder
de processamento. Permitem uma
ótima qualidade de som e imagem e
a integração de inúmeros periféricos,
como micro-computador, videocassete, câmera de documentos e
câmera auxiliar. A montagem de salas adequadas com sistema de som,
televisores de 37” (medida diagonal do
cinescópio) e mobiliário adequado
contribuem para a boa interação entre
indivíduo e máquina.
A velocidade de transmissão
vai de 64 Kbps (Kilobits por segundo, padrão E0) até 2.048 Mbps
(Megabits por segundo, padrão E1).
Dependendo do fabricante, da
interface de transmissão e do
algoritmo utilizado para a compressão e tratamento do sinal, pode-se
integrar um gerenciador de multiponto para uma videoconferência
com vários grupos interagindo ao mesmo tempo. A limitação está no número de portas disponíveis na MCU, que
20 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
indicará as quantidades de sites que poderão participar.
temas de videoconferência, PC vs.
Rollabout,.
Podemos ver, no quadro a seguir, uma comparação entre os dois sis-
Comparação entre PC e ROLLABOUT
Comunicação Ponto a Ponto
Canais RDSI (SDN)
Normas de Compatibilidade
Qualidade de Câmera
Qualidade de Imagem
Entradas Adicionais do Áudio e Vídeo
Controle de Câmera
Câmera de Documentos
Gravação de Conferência
Captura para Impressão
Preço (aproximado em dólares)
PC
ROLLABOUT
sim
02
proprietário
pobre
pobre
não
sim
não
não
sim
3.000
sim
02 a 06
H 320, H 321 (TUT)
ótima
ótima
sim
sim, mais flexível
sim
sim
sim
40.000
5. ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE
VIDEOCONFERÊNCIA
5.1. TRANSMISSÃO E
RECEPÇÃO (MODULAÇÃO/
DEMODULAÇÃO E
MULTIPLEXAÇÃO)
Para realizar qualquer tipo de
comunicação, é necessário contar
com um meio de transporte para
que a informação “viaje” do emissor para o receptor e vice-versa. Na
videoconferência, essa comunicação
é feita através de um modem
(MOdulador/DEModulador), que
modula o sinal originário do equipamento ligado ao modem até uma
onda de determinada freqüência,
para ser transmitindo a uma linha
externa e ser recebida na outra ponta, sendo demodulado ao sinal original e compreendido pelo equipamento conectado no modem.
MANUAL
5.2. CODEC: CODIFICAÇÃO,
DECODIFICAÇÃO E
COMPRESSÃO
O Codec (COdificador/
DECodificador), que podemos chamar de “o coração do sistema”, realiza as três tarefas principais:
codificação, decodificação e compressão. O equipamento recebe os sinais analógicos da câmera e do microfone, digitaliza, codifica (cria um
código em cada bit) e, através da
compressão algorítmica, comprime
o sinal para um tamanho “n” vezes
menor, possibilitando, assim, a transmissão em bandas (linhas) mais estreitas ou de menor velocidade de
bits por segundo.
Todos os sistemas de
videoconferência operam sobre os
mesmos princípios: a transmissão
digital e o processamento do sinal,
seguindo as recomendações da ITUT para padronização e interconexão
entre equipamentos de diferentes fabricantes. A diferença está nos
modos de compressão algorítmica
que cada fabricante criou. O método chamado Compressão Hierárquica de Vetores (HQV) chega a um
fator de compressão de 1.600:1.
Codificado e comprimido, o
sinal será multiplexado (vários canais
agrupados em um) para ser transmitido. Ao mesmo tempo, o sinal
originário do ponto remoto é rece-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 21
bido e decodificado. Identificado o
sinal, este vai ser descomprimido e
organizado na forma original e, em
seguida, convertido de digital para
analógico e entregue para o televisor que mostrará as imagens e o som.
O Codec também integra as
funções de gerenciamento da
videoconferência e periféricos
(videocassete, câmera de documentos, CD-ROM, editor de textos, editor de gráficos), controle remoto de
câmera (zoom e movimentação), volume de áudio da sala local e da sala
a distância e o controle do
chaveamento da imagem de outras
salas a distância (quando for
multiponto). A conexão com a rede
é feita através de interfaces definidas conforme a preferência do usuário e a disponibilidade da concessionária de telecomunicação. As
interfaces mais comuns são: V35,
RDSI, X21, RS366; com conectores:
M34, RJ45, DB37 ou DC37, podendo-se, ainda, encontrar algum
conector proprietário, por teimosia
do fabricante.
5.3. POLYCOM VIEWSTATION
– O CODEC DA INFOVIA CNI
O equipamento de videoconferência adotado para uso na
Infovia CNI é o Polycom modelo
ViewStation V.35, que tem as seguintes características:
22 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
a interface de acesso comutado é do tipo V.35
(H.320);
Equipamento principal de
videoconferência (Polycom Viewstation V.35)
é capaz de efetuar conexões
de 128 Kbps até 768 Kbps
(H.320) ponto a ponto,
com facilidade de
Broadcast (Teleconferência
ou TV Corporativa), por
meio do protocolo H.331;
H.331 é uma padronização do
ITU-T para Broadcast, permitindo que uma videoconferência
seja recebida em diversos pontos
sem que haja comunicação
bidirecional de áudio e vídeo.
Neste caso, denomina-se de
teleconferênciaacomunicaçãoque
se dá com os pontos que recebem
comunicação de áudio e vídeo
unidirecional.
possui três entradas: uma
para a câmera auxiliar, uma
para áudio mono e uma do
tipo RCA, para dispositivos
auxiliares;
possui três saídas: uma para
o monitor principal, uma
para o monitor de retorno
e uma RCA para equipamento auxiliar;
H.320 especifica os Codecs de
áudio e vídeo, sinalização e
mensagens de controle para
videoconferênciasobcomutação
de circuitos. Aqui se enquadram circuitos de comunicação
de dados como ISDN,
Switched 64 e outros. Este padrão é bastante utilizado pela
própria popularidade destes serviços no que diz respeito a preço, instalação e funcionamento.
voice tracking camera: capacidade de a câmera focalizar automaticamente a
pessoa que está falando no
momento;
Algoritmos suportados:
H.261 e H.263 (vídeo),
G.728 e G.711 (áudio);
H.261 é um padrão de compressão de vídeo designado para
larguras de banda entre 64
Kbps e 2 Mbps, medidas em
intervalos de 64 Kbps. Esta
técnica é também referenciada
como px64, onde “p” varia de
1 a 30. Dois formatos de figura são definidos: CIF
(Common Intermediate
Format) e QCIF (Quarter
CIF). A operação QCIF é
mandatária, já a operação CIF
é opcional. Na CIF a resolução de vídeo é de 352 pixels
MANUAL
horizontais e 288 pixels verticais. Ele é mais adequado para
taxas maiores que 256 Kbps.
No caso do QCIF, a resolução
de vídeo é de ¼ do CIF – 176
pixels horizontais e 144 pixels
verticais. Deve ser usado para
baixas taxas de transmissão,
ou seja, abaixo de 256 Kbps.
H.263 especifica uma representação codificada que pode ser
usada para compressão de componentes de imagens em movimento para serviços audiovisuais a baixas taxas de transmissão. A qualidade de vídeo
do H.261 é mais adequada
para taxas superiores a 256
Kbps. Abaixo desta taxa, o
H.263 é mais eficiente.
G.711 é um padrão que codifica sinais de áudio na faixa de
300 Hz a 3,4 kHz, à taxa
de 64 Kbps.
G.728 é um padrão que codifica sinais de áudio na faixa de
300 Hz a 3,4 kHz, a taxas
de 16 Kbps.
câmera NTSC com zoom
12X;
ethernet, internet conec-tivity:
placa de rede 10/100 Base
T, conector RJ-45;
servidor WEB integrado.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 23
5.4. EQUIPAMENTOS DE
ÁUDIO E VÍDEO PROFISSIONAL
A fim de aumentar as possibilidades
de uma videoconferência, podemos
acrescentar diversos outros equipamentos ao Codec.
No caso de auditórios com
número elevado de pessoas, é necessário o uso de caixas de som, amplificadores e outros microfones, ligados a uma mesa de áudio profissional. Esta, por sua vez, será plugada
diretamente na entrada de som do
equipamento.
Dependendo do tipo de ambiente de videoconferência, é desejável o uso de câmera(s) de vídeo
auxiliar(es). Nesse caso, não é aconselhável utilizar a câmera do Codec
e a entrada auxiliar, comutando-se de
uma imagem para outra, pois o sistema de mudança (corte de imagem)
no Codec não é tão simples se comparado às possibilidades de um
misturador de vídeo (mesa de edição de vídeo), podendo prejudicar o
evento.
Se desejarmos apresentar as
duas imagens de alguma forma misturadas ou com efeitos de transição,
deveremos utilizar uma mesa de edição de vídeo. Por exemplo, numa sala
de aula ou auditório, poderíamos ter
duas câmeras auxiliares, uma
24 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
focando no instrutor/apresentador
e uma outra focando a platéia.
Um segundo monitor ou
monitor auxiliar de retorno torna
mais confortável a videoconferência,
pois faz que as pessoas vejam como
estão aparecendo na outra ponta do
evento. Ou seja, colocar um monitor
de retorno na sala ajuda as pessoas a
se posicionarem melhor diante da
câmera.
Uma câmera de documentos
atua como câmera auxiliar durante a
videoconferência. Ela é usada para
digitalizar objetos, formas tridimensionais, documentos impressos e material gráfico de qualquer natureza,
sejam transparências, fotografias,
slides, etc. O seu uso deve obedecer
a algumas recomendações:
• os gráficos e textos devem
estar homogenea-mente
distribuídos dentro da área
útil que a câmera de documento dispõe, visando à
possibilidade de uso do recurso de zoom; e
• os textos preparados devem ser escritos em 15 ou
20 linhas, com letras de altura mínima de 7 mm.
Usamos os quadros digitais
para apresentar material escrito ou
desenhado no momento da videoconferência. Ao escrevermos, a outra
ponta vai recebendo como se esti-
vesse vendo um quadro branco sendo preenchido ali na sala naquele
momento.
5.5. ESTAÇÕES DOS
APRESENTADORES
É necessário que exista um
computador de apoio equipado com
um módulo conversor de SVGA para
S-VHS ou Vídeo Composto, para
uma apresentação direta na
videoconferência ou para utilização
do recurso no Codec Polycom
Viewstation V.35 como servidor
DHCP para estações com apresentações (exclusivamente em
Powerpoint – mais detalhes com a
equipe da Infovia CNI).
Ao elaborar o texto gráfico
no seu computador, é aconselhável
que se mantenha a informação
afastada 1 cm das bordas (horizontal e vertical) da tela, buscando garantir sua inteira visibilidade no
monitor do sistema de videoconferência.
É possível gravar uma videoconferência para posterior apresentação. Basta utilizar um videocassete
com entrada S-VHS ou Vídeo Composto. Para isso, temos que plugar
a saída do equipamento de
videocon-ferência à entrada do gravador e iniciar a gravação assim que
desejarmos.
MANUAL
Qualquer outro aparelho que
disponibilize sinais de áudio e vídeo
pode ser, complementarmente,
acoplado ao equipamento terminal
ou Codec, como, por exemplo,
DVDs, CD players, tape decks, projetores, tela para projeção, etc.
5.6. LIMITAÇÃO DE BANDA
Existem alguns aspectos críticos na
comunicação multimídia. Entre eles,
destacam-se: largura de banda, atraso,
variação de atraso, isocronismo e taxa
de erro. No caso específico da Infovia
CNI, os aspectos atraso, variação de atraso, isocronismo e taxa de erro já estão
previamente modelados e controlados
pelos centros de operação da rede.
Existe um outro aspecto
que precisa ser previamente acordado com o centro de operação de
rede: é o número máximo de locais multiponto e o número de locais que estão recebendo em
broadcast; tudo isto em função do
espaço contratado em satélite e dos
pontos disponíveis nas bridges de
multiconferência.
O número máximo de locais
participantes de videoconferências
multiponto, na atual configuração da
rede, é de 6 localidades a 384 Kbps
ou 18 localidades a 128 Kbps. Normalmente, para melhor resultado do
evento, o centro de operação de rede
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 25
fará conexão entre os locais a 384
Kbps.
Não há limitação de localidades para recebimento do sinal em
broadcast.
5.7. TRANSMISSÕES
SÍNCRONAS E ASSÍNCRONAS
Podemos dividir as transmissões
de dados em dois tipos, de acordo
com o tempo de transmissão entre um caractere e o seguinte. Vejamos a seguir.
5.7.1. Síncrona
Neste tipo, existe um tempo
fixo de transmissão entre um
caractere e outro, procurando-se garantir uma única referência de tempo
para o transmissor e o receptor. A
transmissão é sincronizada e os
caracteres são agrupados em blocos.
Mesmo não havendo dados a serem
transmitidos, o transmissor envia
caracteres especiais para manter o
sincronismo.
Existem vários modos de executar essa tarefa; o modo mais simples consiste em “amarrar” o
sincronismo dos dados, por um canal
separado ligado no relógio (clok) de
sincronismo do transmissor, de forma que os dados transmitidos tenham
os mesmos retardos. Assim, o recep-
26 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
tor poderá utilizar este mesmo relógio como base para uma amostragem
correta.
Os outros modos são técnicas de codificação, entre as quais
podemos citar duas: Manchester e
Manchester diferencial. Elas baseiam-se no fato de garantir a existência de transições em qualquer que
seja o padrão dos bits transmitidos
e o envio de informação de
sincronismo antes do início da transmissão.
A transmissão síncrona é utilizada para comunicações que exigem tempo real, como a
videoconferência. E o maior problema na implantação de sistemas de
videoconferência é, justamente,
conseguir o sincronismo entre
transmissão e recepção.
5.7.2.Assíncrona
Neste tipo de transmissão, o
tempo de transmissão entre um
caractere e outro não é fixo, ou seja,
não tem sincronismo. Admite-se que
a referência de tempo entre o transmissor e o receptor não é única, apenas próxima, e os equipamentos envolvidos tentam acomodar essas diferenças através de codificação dos
dados. Esse tipo de transmissão é
muito utilizado para transporte de
dados que não exigem tempo real na
comunicação, permitindo a
retransmissão dos pacotes perdidos.
6. TIPOS DE TRANSMISSÃO
6.1. SIMPLEX
A transmissão é unidirecional, utilizando apenas um dos sentidos da transmissão. Exemplo: sinal de TV ou Rádio.
6.2. DUPLEX
A transmissão é bidirecional,
porém, não simultânea. Isto é, ocorre nos dois sentidos, um de cada vez
– alguns autores utilizam a denominação half-duplex.
6.3. FULL-DUPLEX
O enlace é utilizado nos dois
sentidos da transmissão, simultaneamente. Os modems full-duplex utilizam uma freqüência para transmissão e outra para recepção, no mesmo canal físico. A transmissão fullduplex síncrona é necessária para a
transmissão da videoconferência em
tempo real.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 27
7. FORMAS DE TRANSMISSÃO
A transmissão ou interligação dos
modems pode ser efetuada utilizando-se dois meios: físico ou irradiação de ondas.
7.1. TRANSMISSÃO POR
MEIO FÍSICO
Utiliza cabos sólidos para
transmissão de impulsos elétricos
aproveitando as propriedades de
indução do cobre, material com que
são feitos os dois cabos mais utilizados ou fibra óptica.
7.1.2. Par Trançado (Twisted
Pair)
É composto de dois fios de
cobre encapados e trançados para diminuir o ruído e manter constantes
as propriedades físicas. Um dos fios
é utilizado para transmissão (Tx) e o
outro para recepção (Rx).
Os problemas mais comuns
nesse tipo de cabo é a oxidação das
emendas e das enrolagens nos blocos de linhas das centrais e caixas de
trânsito, além da indução magnética
a que estão mais sujeitos. Pela grande evolução apresentada, criou-se
uma classificação para esses cabos,
chamada UTP (Unshielded Twisted
Pairs), que estabelece cinco categorias conforme a largura da taxa de
transmissão suportada (de 10 até 100
Mbps).
7.1.3. Cabo Coaxial
É constituído de um condutor rígido dentro de um isolante
dielétrico, circundado por uma malha externa, que serve para proteger
de induções magnéticas, e uma
camada final isolante. Existe uma
grande variedade de cabos coaxiais
com características específicas variando conforme a necessidade de utilização (tipo de interface, impedância
necessária e atenuação de ruído).
O cabo coaxial, ao contrário
do par trançado, mantém uma
capacitância constante e baixa, teoricamente independente do comprimento. Essa característica, alcançada
devido à sua estrutura, permite suportar velocidades de transmissão de
dezenas de Megabits por segundo
sem distorção, ecos ou necessidade
de regeneração do sinal.
7.1.4. Fibra Óptica
A transmissão em fibra
óptica, diferentemente da dos metais,
28 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
é realizada através de sinais de luz,
codificados no domínio de freqüência do infravermelho. Os cabos são
constituídos de um filamento de
sílica, quartzo, vidro ou plástico, e
são revestidos por um material com
menor índice de refração2 de sinal,
para fazer os raios de luz refletirem
internamente, o que minimiza as
perdas na transmissão.
A tecnologia empregada na
produção das fibras e a capacidade de
refração acabaram por criar três tipos:
multimodo degrau, multimodo gradual e monomodo. Apesar do seu custo
elevado em relação a outros meios, a
grande vantagem da fibra óptica está
na confiabilidade de transmissão e nas
altas taxas conseguidas, na ordem dos
Gigabits por segundo.
7.2. TRANSMISSÃO POR
IRRADIAÇÃO DE ONDAS NO
RADIOESPECTRO
Na categoria de transmissão
por irradiação de ondas eletromagnéticas no ar, com antenas de recepção
2
e transmissão, podemos citar três tipos: rádio, microondas e satélite.
7.2.1. Rádio
Utiliza, basicamente, duas
freqüências como portadoras: AM
(Amplitude Modulada) e FM (Freqüência Modulada). As informações são
transformadas de pulsos elétricos
para ondas eletromagnéticas, que são
irradiadas através de uma antena e
captadas e decodificadas por um
modem de rádio para sua forma
original. Dentro dessa faixa, ainda
enquadramos as transmissões em
wirelless (para celular), com suas bandas A e B (12,5 Mhz cada).
7.2.2. Microondas
São sinais transmitidos através de uma portadora com freqüência na faixa de 18 Gigahertz. Os dados podem atingir velocidades acima de 10 Mbps e suporta distâncias
de até 20 quilômetros, porém somente com visada direta entre os dois
pontos.
Refração: razão entre a velocidade da luz no vácuo e no material que foi construída a fibra.
MANUAL
7.2.3. Satélite
A utilização de satélite é feita para grandes distâncias ou onde
a malha da rede terrestre não consegue ou tem dificuldade de chegar.
O custo é relativamente alto, e os
canais são locados pela operadora
local, no caso do Brasil a Embratel.
Alguns satélites ficam em órbita
geoestacionária (posicionamento fixo
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 29
em relação à Terra, acompanhando
sua rotação) de 36.000 km, como o
Brasilsat 1 e o 2, utilizados no Brasil.
Outros, de baixa órbita não
geoestacionária, ficam circulando em
volta do globo terrestre.
A capacidade de transmissão
varia conforme a tecnologia utilizada pelo fabricante.
8. A TRANSMISSÃO DA VIDEOCONFERÊNCIA
Os sistemas de videoconferência requerem conexão digital
bidirecional full duplex de alta velocidade para o transporte do sinal. As
linhas de alta velocidade começam
em 64 Kilobits por segundo no Brasil, em países da América do Sul,
parte dos Estados Unidos e Europa, e em 56 Kbps nos EUA e em
alguns outros países.
Os canais são somadas para
aumentar a velocidade através de um
multiplexador, e 56 ou 64 Kbps é taxa
mínima de transmissão de uma
videoconferência, conforme a recomendação H.2614 da ITU-T, de 1990.
Abaixo disso, a imagem fica de péssima qualidade, com características
estroboscópicas e muito retardo do
sinal de vídeo em relação ao áudio.
A velocidade de 128 Kbps é
usada para a maioria das transmissões
empresariais, devido à ótima relação
entre custo e beneficio. Para utilização educacional, sugerimos uma banda de 384 Kbps (6 X 64 Kbps), pois
a imagem fica com a qualidade muito
próxima daquela da televisão comercial (26 a 28 quadros por segundo dependendo do equipamento).
8.1. TIPOS DE LINHAS DE
TRANSMISSÃO
8.1.1. Dedicada
Linha de velocidade definida
pelo contratante, que interliga somente
os pontos solicitados, ficando à disposição do usuário pelo tempo solicitado, geralmente com um custo mensal independente do tráfego a ser gerado na linha.
A linha dedicada não passa por nenhuma central telefônica e é, teoricamente,
30 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
muito segura, tanto na qualidade do sinal como na estabilidade.
8.1.2. Discada – LPCD
(Linha Privativa Comutada
Discada)
É uma linha comutada, que
passa por uma central telefônica e
recebe o endereçamento da chamada, permitindo ao usuário conectividade com qualquer parte do mundo que tenha acesso telefônico adequado para uma transmissão estável
e equipamento de videoconferência.
No caso de Santa Catarina, a
operadora de telecomunicações local
oferece esse serviço com o nome de
datafone (telefone para comunicação
de dados), em linhas de 64 Kbps com
um modem bicanal (2 X 64 Kbps).
O usuário paga aluguel dos modems
e tráfego de uso da linha baseado nos
custos de tarifação por degrau (distâncias) de uma linha normal.
8.1.3. RDSI (Rede Digital de
Serviços Integrados ou ISDN
em Inglês)
É uma rede digital comutada
“ponto a ponto” (end to end), com
os protocolos limitados e bem
definidos, permitindo a integração
de vários serviços em uma linha. O
acesso básico RDSI é feito por dois
canais B, de 64 Kbps por canal, e um
canal de sinalização D, de 16 Kbps
(nos EUA 2 X 56 Kbps).
Em 1972, o ITU-T editou a
recomendação G.702 definindo a
RDSI como:
“Uma rededigital integrada,na
qual os mesmos comutadores e
caminhos digitais são usados
para os diferentes serviços, por
exemplo, a telefonia de dados”.
Em 1984, as recomendações da
Série I do Livro Vermelho diziam:
“A RDSI é uma rede, em geral
evoluída da rede digital integrada de telefonia, que proporciona
conectividade digital ponto a
ponto, para suportar uma
variedadedeserviçosvocaisenão
vocais, aos quais os usuários têm
acesso através de um conjunto
limitado de interfaces padronizadas”.
Esse tipo tecnologia de
transmissão ainda está em implantação no Brasil. Porém, há um bom
tempo já é utilizada nos EUA, Europa e Japão. Ela representa o futuro, pois significa a evolução de todas as interfaces para um número
limitado padrão e a digitalização de
todos os serviços e conexões.
A concessionária catarinense
oferece o serviço de RDSI em duas
categorias determinadas, descritas a
seguir.
MANUAL
8.1.4 Acesso Básico (2B+D)
Conforme a recomendação
ITU-T RDSI de Banda Estreita, a
Telesc oferece comunicação na faixa de 128 Kbps, através de dois canais de comunicação independentes,
na velocidade de 64 Kbps, para
transportar dados, voz ou imagem,
permitindo integrar até oito serviços
por linha telefônica na casa do usuário. Ou seja, é possível fazer o uso
concomitante de fax, telefone, computador, etc.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 31
8.1.5. Acesso Primário
(30B+D)
A RDSI de Banda Larga, oferece 30 canais de 64 Kbps, completamente independentes. Esse serviço é voltado a grandes consumidores (empresas ou organizações), pois
permite a conexão da central telefônica diretamente à central pública de
trânsito da concessionária, agilizando
os serviços telefônicos e podendo
implementar ATM como protocolo
de transmissão.
9. PROTOCOLOS DA ITU-T PARA
VIDEOCONFERÊNCIA
No início da corrida para o
desenvolvimento tecnológico, cada
fabricante desenvolveu sua
tecnologia proprietária, limitando a
comunicação às características técnicas comuns. No caso do aparelho
de fax, atrasou a sua proliferação,
pois quem adquiriu uma determinada marca somente poderia mandar
um fax para um aparelho similar ou
ao fabricante reclamando das limitações do aparelho.
A criação de órgãos internacionais como a CCITT/ITU, surgida
em 1965, e a International Standards
Organization (ISO), criada em 1947
(os dois mais importantes, embora
existam outros ligados a fabricantes,
organizações de classe e a países),
mudou bastante essa situação. A função desses organismos é editar as
normas de recomendação buscando
interoperabilidade entre os equipamentos através de protocolos de comunicação ou comandos de programas codificados em sinais elétricos.
O protocolo pode ser definido como:
“um programa de computador
que, através de um conjunto de
regraspré-programadas,permite
a transferência de dados entre
dois pontos, com controles,
checagem de erros, confirmações
de recebimento, controle do fluxo de dados, endereços dos blocos de informação , etc.”
32 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
Para videoconferência a norma-tização é feita através da ITU-T.
As recomendações são publicadas ao
final de cada grupo de trabalho. Em
1984, foi publicado o Livro Vermelho
contendo, entre outras, as recomendações H.120 e H.130, que estabelece as
primeiras recomendações para Codecs
de videoconferência, especificamente
para a Europa. Seguindo as pesquisas,
começou-se a implementar novos testes de comunicação de longas distâncias entre os diversos fabricantes.
Em dezembro de 1990, a
CCITT publica em seu livro azul a
mais importante recomendação, a
H.261, desenvolvida para normalizar
as comunicações entre diversos
fabricantes e definir um protocolo
comum para interoperabilidade. A
partir desse momento, o mercado de
videoconferência começa a ter uma
nova perspectiva, pois, além da normalização, a recomendação preten-
de resolver parte dos problemas de
transmissão, através da utilização de
linhas ISDN.
A recomendação H.261 (Line
Transmission of non-Telephone
Signals – Video Codec for Audivisual
Services at px64 Kbit/s), conhecida
como PX64, é um método de
codificação de sinal de vídeo desenvolvido para aplicações em tempo
real. Ela define dois formatos de
imagem: o CIF (Common Intermediate Format), com uma resolução
de 352 pixels por linha e 288 linhas
por imagem, e o QCIF (Quarter
Common Intermediate Format),
com 176 pixels por linha e 144 linhas
por imagem, ambos codificados com
um componente de luminância (brilho) e dois de crominância, e a razão
de apresentação da imagem é de
3X4, proporcional ao tamanho da
tela de uma televisão.
10. TOPOLOGIA DE REDES DE COMUNICAÇÃO
Uma rede é formada por um
conjunto de módulos processadores
(MPs)5, capazes de trocar informações
e compartilhar recursos, interligados
por um sistema de comunicação. Esse
sistema vai constituir um arranjo
topológico, interligando os vários MPs
através de enlaces físicos (meios de
transmissão) e de um conjunto de regras (protocolos), com o objetivo de
organizar a transmissão. Os tipos de
redes são determinados pelas distâncias geográficas, e as comunicações,
pelos tipos e quantidade de conexões,
conforme a descrição a seguir.
MANUAL
10.1. LANs (LOCAL AREA
NETWORKS OU REDE LOCAL)
Surgida a partir das universidades e ambientes de pesquisa, esta
rede pode ser caracterizada como um
ambiente que permite a interconexão
de equipamentos de comunicação de
dados numa pequena região geograficamente delimitada, que vai de 100
metros até 25 quilômetros, com uma
velocidade de até 100 Megabits por
segundo. O limitante da velocidade
é o estágio de desenvolvimento
tecnológico, que, certamente, logo
será superado.
10.2. MANS (METROPOLITAM
AREA NETWORKS OU REDES
METROPOLITANAS)
Pode ser considerada uma
evolução das LANs, uma vez que
possui características semelhantes.
As diferenças estão na delimitação
das distâncias geográficas, acima de
25 quilômetros, e na velocidades de
operação, superior a 100 Megabits
por segundo.
10.3.WANs (WIDE AREA
NETWORKS/REDES
GEOGRAFICAMENTE
DISTRIBUÍDAS)
Neste tipo de rede, temos diversos equipamentos interligados
entre si, integrando plataformas di-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 33
ferentes através de conversores de
protocolos, numa abrangência geográfica grande e dispersa. Estas redes de grande porte, que, geralmente, são públicas e locadas para os clientes, têm uma rota preferencial e,
por questão de segurança, possuem,
também rotas alternativas que poderão ser utilizadas caso a rota principal apresente problemas.
10.4. PONTO A PONTO
É a forma mais comum de
transmissão. Caracteriza-se pela
interligação de dois pontos (transmissor e receptor), não havendo o
compartilhamento do meio com outros usuários ou nós de rede. As pessoas de cada sala vêem as da outra e
a comunicação ocorre e diretamente, após a conexão ter sido realizada. A comunicação é bastante facilitada, já que todos podem ver/ser vistos e ouvir/ser ouvidos por todos os
participantes. Em poucos minutos de
transmissão, os interlocutores podem relaxar e, na maioria das vezes,
esquecer que existe uma interface
eletrônica propiciando o encontro.
10.5.MULTIPONTO
Nesta arquitetura, um ponto
central pode enviar informações para
três ou mais pontos, utilizando o mesmo meio. A videoconferência
multiponto permite realizar uma reu-
34 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
nião com um grande número de salas
interligadas. Para isso, é necessário um
comando multiplexador que reúne os
vários sinais de cada sala em uma úni-
ca conexão. Por exemplo um
mainframe no ponto central distribui
as informações para as máquinas remotas.
Esquema de um ponto via Satélite
Esquema de uma conexão ponto-a-ponto
10.6. ESTRELA
10.7.ANEL
Nesse tipo de topologia,
cada nó é interligado a um nó central (mestre), através do qual todas
as mensagens devem passar. Tal nó
age, assim, como centro de controle da rede, interligando os demais
nós (escravos).
Os dados circulam num
barramento, através dos nós da rede,
até encontrar um nó de destino. O
anel não interliga as estações diretamente e sim a uma série de
repetidores ligados ao meio físico.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 35
11. SALAS DE VIDEOCONFERÊNCIA
Para alcançar o rendimento esperado, as videoconferências devem
ser realizadas em salas apropriadas para
este tipo de evento. Iluminação e temperatura adequadas, boa visibilidade,
acústica perfeita e mobiliário
ergonômico, além de uma decoração
sóbria e agradável, são os principais
elementos que devem ser projetados
de forma a se atingirem as exigências
técnicas do equipamento, tanto quanto o conforto físico e psicológico do
pessoal envolvido.
Nem sempre é possível construir uma sala especificamente para a
videoconferência. É muito mais comum a adaptação de espaços já existentes. De uma forma ou de outra, seguindo-se as recomendações que daremos a seguir, certamente pode-se obter um ambiente propício para o bom
andamento dos trabalhos, independentemente do tamanho do local utilizado.
Primeiro, vamos abordar, genericamente, os itens acima descritos para, depois, descrever a montagem de cada um dos três principais
tipos de salas de videoconferência.
11.1.ILUMINAÇÃO
A qualidade da imagem obtida numa sala de videoconferência
está diretamente relacionada à ilu-
minação ambiente. Nos últimos
anos, o avanço
tecnológico das
câmeras de vídeo
e dos equipamentos de iluminação
proporcionaram
Fotômetro utilizado para
medir a intensidade da luz
facilidades na obno ambiente.
tenção de uma
boa qualidade de imagem, porém,
para garantir um padrão aceitável,
destacamos algumas recomendações que devem ser observadas:
evitar, sempre que possível, salas com janelas, de
modo que se neutralizem
fontes externas de iluminação; não sendo possível,
devem-se utilizar cortinas
do tipo black-out;
a sala deve ser iluminada
por meio de fontes de luz
homogêneas, utilizandose, preferencialmente, lâmpadas fluorescentes do
tipo “luz do dia”;
não utilizar misturas de
fontes de iluminação,
como lâmpadas incandescentes a iluminação
fluorescente; esta combinação pode provocar na
câmera uma confusão de
36 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
cores e produzir resultados indesejáveis;
a intensidade luminosa em
uma sala de videoconferência deve estar situada
na faixa de 700 a 1.100 lux,
ou seja, um pouco acima
do estabelecido pela norma da ABNT para iluminação de escritórios;
a sala deve ser uniformemente iluminada, não devendo haver áreas de sombra em parte alguma. Para
isso, as luminárias devem
possuir aletas difusoras e
refletores de alumínio
anodizado de alta pureza;
devem-se utilizar reatores
do tipo eletrônico de alta
performance, visando evitar a ocorrência de ruídos
indesejáveis;
utilizar mobiliário de cores claras para evitar
sombras no rosto dos
participantes;
as paredes devem ser lisas, de cores uniformes e
sem superfícies muito refletoras. As cores recomendadas são: cinza, azul
e verde, claras, creme ou
branco-gelo.
11.2. ÁUDIO
Neste item, veremos quais são
as condições ideais para que ocorra uma
videoconferência com boa qualidade de
áudio.
11.3. MICROFONES
A escolha e a localização dos
microfones são decisivas e deve haver
bastante cuidado quanto à sua utilização. Existem dois tipos básicos de microfone: os unidirecionais e os
multidirecionais. Devemos sempre verificar qual dos dois vale a pena utilizar, dependendo do tipo do ambiente
e do evento.
A existência de poucos microfones pode ocasionar uma queda
na intensidade do sinal de áudio recebido pelo ponto remoto. Deve-se
dimensionar uma quantidade limitada de pessoas para cada microfone.
O ideal é que haja um microfones
na mesa para cada participante da
videoconferência ou microfone que
possam ser compartilhados sem dificuldades.
Microfone Multidirecional
MANUAL
Independentemente do tipo
ou da quantidade de microfones, é
importante orientar as pessoas no
sentido de evitar conversas paralelas
em ambientes de videoconferência.
11.4. RUÍDO
As pessoas e os equipamentos (ar-condicionado, computadores,
projetores, componentes de iluminação) são as principais fontes geradoras de ruídos internos.
Os ruídos tornam-se ainda
mais difíceis de ser gerenciados se
houver mais de um microfone aberto, ao mesmo tempo, no ambiente.
Este tipo de ruído pode limitar a qualidade do áudio da comunicação e
perturbar os participantes, além de
causar uma variedade de problemas
técnicos nas videoconferências
multiponto, como ecos indesejáveis.
Caso haja mais de um microfone na
sala, somente deverá estar ligado
aquele do interlocutor ativo.
Para evitar a realimentação do
sinal de áudio do ponto remoto, que
gera ecos indesejáveis, e para conduzir de forma ordenada o evento, é
imprescindível a existência de um
mediador e um diretor do evento,
que ficarão responsáveis por conceder a palavra aos participantes e orientar quanto ao uso dos microfones.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 37
11.5. Microfonia
A microfonia é o fenômeno
causado pela realimentação do sinal
de áudio quando se aproxima o microfone de um alto-falante emissor
de áudio remoto. Para evitar a ocorrência de microfonia na videoconferência, devemos manter o microfone ativo afastado das fontes emissoras de áudio.
11.6. SISTEMA DE BACKUP
DE ÁUDIO
Não importa qual seja a qualidade do seu sistema, mas fatores diversos, como o enlace de rede (link de
comunicação), poderão acarretar problemas, entre eles a perda de áudio.
Sendo assim, para garantir a continuidade do evento, deve estar prevista
alguma solução de contingência, como
telefones, e-mail, chat, fax, entre outras.
11.7. ACÚSTICA
A qualidade do áudio é de extrema importância para uma
videoconferência. Por isso, devemos
observar o tratamento acústico do ambiente objetivando minimizar os ruídos indesejáveis, tanto externos quanto internos.
Recomenda-se que o nível de ruído máximo admissível em uma sala de
38 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
videoconferência não ultrapasse 50 dB
– SPL (decibel – Sound Pressure Level).
Essa medida deve ser tomada com o ambiente vazio, todos os equipamentos ligados e com o medidor (decibelímetro)
no centro da sala.
Caso não seja possível atingir valores abaixo do citado, é necessário tratar o ambiente acusticamente, considerando-se os seguintes aspectos: absorção
e refletividade, níveis de ruído do ambiente, efeito de reverberação (eco), tamanho da sala e sua geometria.
Na escolha do local, devem-se
evitar grandes salas com paredes paralelas, pois isso acarretará a reflexão do som.
Ambientes que possuam superfícies refletoras, como mesas de vidro, teto de
gesso, paredes de madeira e piso de cerâmica, também não são recomendáveis.
A redução das reflexões sonoras a níveis aceitáveis no interior de uma
sala exige a utilização de técnicas de
neutralização com emprego de materiais acusticamente absorventes. Considere a possibilidade de aplicação de carpete
no piso e o uso de placas absorventes
nas paredes e no teto.
Caso haja excesso de ruído externo prejudicando a qualidade da
videoconferência, será necessária a aplicação de paredes apropriadas para o isolamento acústico. Com isso, é possível
reduzir a influência de fontes externas
no interior da sala e garantir o sigilo da
informação, dificultando a escuta.
11.8. AQUECIMENTO,
VENTILAÇÃO E ARCONDICIONADO
A temperatura ambiente é particularmente importante para o conforto
das pessoas e para o bom funcionamento dos equipamentos. Um local bem
climatizado torna-se saudável para as pessoas e prolonga a vida útil dos equipamentos.
A temperatura do ambiente deve
ser mantida entre 20 e 24 ° C, e a umidade relativa do ar entre 40% e 70%, com
ar em constante renovação para evitar
ácaros, mofo e poeira.
O ar-condicionado utilizado deve
ser do tipo Split System, visando controlar a temperatura interna e minimizar a
quantidade de ruído emitido.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 39
12. PROJETO E CONFIGURAÇÃO DA SALA
O projeto e a configuração
de uma sala de videoconferência
devem proporcionar conforto e comodidade aos participantes. Para
tanto, há a necessidade de se observarem alguns itens.
12.1. TIPOS DE CADEIRA
E MESA
Cada participante da
videoconferência deve dispor de uma
área de 1 m2 para sentar-se confortavelmente. As cadeiras devem seguir a
mesma tonalidade
da cor das paredes,
com rodízios, altura ajustável, em es- Cadeira típica para a
trutura metálica, mesa do conferencista
com assento, encosto e apoio para
braços revestidos com material acolchoado.
A mesa deve ser do mesmo
tipo utilizado para conferências, com
estrutura em madeira e metal, tampo
em madeira de lei clara, sem vidro.
Não podemos
esquecer de prever um
corredor de circulação
logo atrás da mesa dos
participantes princiCadeiras típicas
para platéia
pais, correspondente ao mesmo
espaço ocupado
pelas cadeiras.
No caso
Cadeiras para platéia em
auditório
de auditório, utilizamos outro tipo
de equipamento para a platéia. De
preferência, poltronas fixas em estrutura metálica, com assento, encosto e
apoio para braços revestidos com material acolchoado em cor clara fosca.
É preciso, ainda, que essas cadeiras
possuam tampo retrátil para escrita,
fixado no apoio do braço direito; ou
esquerdo, para os canhotos.
Destaque para cadeira
com apoio
12.2. CONFIGURAÇÃO DOS
MÓVEIS E EQUIPAMENTOS –
LAYOUT
Neste item vamos descrever
a posição dos equipamentos, cadeiras e mesas em salas e auditórios de
videoconferência. Por definição, o
layout refere-se à ocupação do espa-
40 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
ço no interior de um ambiente qualquer. O layout de uma sala de
videoconferência deve atender aos
critérios de posicionamento e circulação dos participantes naquilo que
diz respeito aos equipamentos que
serão utilizados. O layout define:
a posição de cada câmera
(quando existirem câmeras auxiliares, a câmera do
Codec fica desativada), microfones e participantes,
visando à correta tomada
de áudio e imagem do ambiente;
as áreas de circulação de
pessoas sem o risco de
obstrução do campo visual da câmera;
A sala deverá ser livre de colunas em seu interior, com as paredes livres de irregularidades, sem
reentrâncias ou saliências e
revestidas com material acústico,
conforme vimos anteriormente.
O layout da sala deve pressupor a movimentação de pessoas no
decorrer de uma videoconferência,
pois os atrasados, assim como os que
necessitarem sair, não devem passar
na frente da câmera. Portanto, devemos estudar bem a posição da porta
de entrada em relação aos equipamentos.
o posicionamento das mesas e das cadeiras para que
os participantes tenham
uma visão livre e confortável dos monitores de
vídeo;
o posicionamento dos
equipamentos em relação
aos participantes, obedecendo a uma distância mínima para tomada de cenas, de áudio e para a captação das imagens; e
a dimensão das salas segundo a finalidade a que se
destina.
Exemplo de mesa e layout de distribuição de
cadeiras para salas de videoconferência e
teleconferência
MANUAL
12.3. VISIBILIDADE
Para que todas as pessoas
possam ver as imagens sem obstrução, devemos colocar os monitores
principal e de retorno em um móvel
suficientemente alto, assim como
posicionar as poltronas sobre um tablado ascendente, do início para o
final da platéia.
A câmera deve ser posicionada acima do monitor principal,
para que seu ângulo de visão possa focalizar, na sua totalidade, tanto os participantes quanto a platéia.
12.4. LOCALIZAÇÃO E
TAMANHO DOS MONITORES
Os monitores deverão estar
posicionados de forma (altura e posição) a evitar que o videoconferencista apareça olhando em direção diferente daquela em que está a
câmera.
O tamanho correto da tela do
monitor é determinado pela distância entre ele e os principais participantes da videoconferência. A regra
geral é que a altura do monitor, ou
melhor, a altura do tubo de raios
catódicos seja 1/8 da distância entre
a tela e os espectadores.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 41
Um conjunto de dois
monitores entre 29 e 34 polegadas
deverá ser utilizado para vídeo e gráficos. Para salas maiores, pode ser necessário usar monitores adicionais ou
projetores para facilitar a visão de
participantes localizados ao fundo.
Para a apresentação de imagens de computador ou documentos, o aparelho de TV não é a melhor opção; nesses casos, é aconselhável o uso de monitores de computador ou projetores.
12.5. SALA DEDICADA OU
MULTIPROPÓSITO
As principais vantagens de se
ter uma sala dedicada, ou seja, um
ambiente fixo ou dedicado, são a
confiabilidade, a segurança e a facilidade de operação. Os ambientes de
multipropósito fornecem flexibilidade e, em alguns casos, mobilidade. Porém, geralmente, apresentam
problemas técnicos e logísticos
quando se trata da montagem e configuração do sistema.
A configuração ideal deve
acomodar ambos os cenários,
posicionando os equipamentos e as
pessoas de forma que um não atrapalhe o outro.
42 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
13. TIPOS DE SALA
Há três tipos distintos de salas de videoconferência: sala do tipo
auditório (para aproximadamente 60
pessoas), sala de uso geral (para 20–
35 pessoas) e sala de reunião (para
até 9 pessoas). Neste item, faremos
uma descrição de cada um deles, detalhando as suas características necessárias.
13.1. AUDITÓRIO
O auditório é uma sala
multipropósito, que serve tanto para videoconferências
como para teleconferências e
seminários presenciais.
13.1.1. Áudio
A sala deve possuir um microfone unidirecional para cada
apresentador da mesa e do púlpito,
além de dois microfones
multidirecionais estrategicamente localizados no início das filas de cadeiras (platéia) e ao fundo do auditório. Opcio-nalmente, podemos ter
alguns microfones sem fio disponíveis na platéia. Esses microfones deverão estar ligados a uma mesa de
som amplificada, e sua saída, na entrada do Codec Polycom.
Esquema de um auditório
multipropósito
O áudio do ambiente deve ser
provido por caixas de som embutidas no forro ou fixadas por suportes apropriados, ligadas à mesa de
som e dispostas uniformemente, de
modo que ofereça aos palestrantes e
à platéia uma boa qualidade de som,
sem realimentações que provoquem
microfonias.
MANUAL
O auditório deve ser ainda
equipado com uma linha telefônica
como forma de backup de áudio para
alguma eventualidade e interação em
teleconferências.
13.1.2. Tamanho e
Localização
Este auditório pode ser uma
sala multipropósito com área de 120
m2, servindo tanto para videoconferências e teleconferências, com a participação de até 60 pessoas, quanto para
palestras, aulas e seminários presenciais.
É importante observar que a
regra de um 1 m2 por pessoa está
sendo respeitada na área restrita às
cadeiras da platéia, entretanto, ao
considerarmos o espaço de circulação, a média é de aproximadamente
2 m2 por pessoa.
Caso esteja próxima de um
corredor, área de circulação ou área
de acesso de muitas pessoas, pode
haver a necessidade da implantação
de paredes dotadas de materiais isoladores acústicos, com o objetivo de
minimizar a influência de ruídos externos no interior do ambiente.
Pode-se, por exemplo, adotar
carpete para o piso, materiais isolantes para as paredes (lã de rocha, lã
de vidro), materiais anti-reverberação (placas de espuma) e cortinas de
tecido denso nas janelas.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 43
13.1.3. AMBIENTE
A refrigeração da sala pode ser
feita por três aparelhos de ar-condicionado com potência de 24.000
BTUs cada um, com controle de
umidade e constante renovação do ar.
Deverão estar distribuídos em
toda a extensão da sala 12 tomadas
tripolares e 26 pontos de rede, dispostos em caixas para eletrocalha, de
acordo com a localização dos equipamentos. Esse auditório deve possuir cabeamento estruturado, homologado para categoria 6, permitindo
acesso aos diversos serviços de rede.
A intensidade luminosa total
do ambiente deve ser de aproximadamente 1.000 lux. As luminárias deverão ser do tipo de embutir em forro modular feito de placas de fibra
mineral com propriedades térmicas
e acústicas.
13.1.4. Projeto e
configuração da sala
A mesa dos palestrantes deve
ser feita de madeira de cor clara e as
cadeiras devem possuir encosto de
braço e costas acolchoados e regulagem de altura. As cadeiras da platéia também devem ter encosto de
braço e ser equipadas com tampo retrátil para escrita fixado no apoio de
braço direito, sendo dispostas em filas sobre um tablado. Cada fileira de
44 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
cadeiras deve estar situada sobre um
nível do tablado, o que possibilita
perfeita visibilidade.
Deve haver, ainda, uma mesa
de madeira, de 1,50 m X 0,70 m, próxima à mesa dos participantes, para
o microcomputador de apoio e a
câmera de documentos. Ao lado, ficará uma mesa para equipamentos de
som e vídeo.
Logo em frente, é preciso que
haja um projetor multimídia fixado
a um suporte de teto. Sua localização deve ser tal que o raio luminoso
seja adequado ao espaço da tela elétrica de projeção, que tem de estar
situada bem à frente do auditório, de
forma que permita a toda a platéia um
bom ângulo de visão. A tela elétrica
de projeção deve ser acionada por
meio de controle remoto.
Por tratar-se de um ambiente
multipropósito, a sala também deverá possuir um quadro branco para
anotações.
Os monitores utilizados pela
platéia durante a videoconferência, no
caso da não-disponibilidade de projetor, devem estar localizados no teto,
na parte da frente do auditório, e os
utilizados pelos participantes da mesa
ficam ao fundo da sala, também fixados por suportes no teto.
Monitores principal e de retorno estarão dispostos lado a lado, e o aparelho de videoconferência principal fi-
cará acima do monitor situado à esquerda, ao fundo da sala.
Um equipamento de videoconferência secundário ou câmera(s)
auxiliar(es) pode(m) estar localizado(s)
sobre os monitores na parte frontal do
auditório.
13.1.5. Equipamentos
Os monitores situados à frente da sala devem ser de 38 polegadas e
dotados de entradas auxiliares S-VHS
e Vídeo Composto. Os monitores localizados ao fundo da sala também devem ser de 38 polegadas.
Um videocassete estará ligado
na saída auxiliar do equipamento de
videoconferência para possibilitar a
gravação em fita VHS ou S-VHS.
O equipamento principal de
videoconferência, adotado como padrão na INFOVIA CNI, é o Polycom
Viewstation V.35, com capacidade
para efetuar conexões H.320 a uma
MANUAL
taxa de até 768 Kbps, com suporte
ao modo de broadcast em H.331.
O equipamento secundário
pode ser outro Polycom ViewStation
V.35 ou uma câmera digital.
Uma câmera de documentos
pode estar disponível para digitalizar
imagens em 2D ou 3D.
O projetor multimídia deve ter
resolução mínima de 800X600 pixels,
16,7 milhões de cores, brilho de 1.000
ANSI lumens e formato 4:3.
O ideal é que a tela de projeção tenha acionamento elétrico e que
seja apropriada para projeção
multimídia.
Um microcomputador com
acesso à Internet deve estar disponível, bem como um telefone com fax.
13.2. SALA DE USO GERAL
A sala de uso geral pode ter
um formato semelhante ao de uma
sala de aula tradicional ou ser
construída como um espaço destinado apenas à transmissão da
videoconferência. Ela deve comportar as 30 pessoas que irão participar efetivamente do evento a distância.
13.2.1.Áudio
Para esta sala de recepção, temos dois microfones multidirecionais
do próprio equipamento de videocon-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 45
ferência, sendo um localizado na primeira fila e o outro na penúltima.
Com esses dois microfones, podemos
captar o som de toda a sala sem haver a necessidade de utilizar microfones unidirecionais.
O som da videoconferência
não necessita de amplificação adicional, pois, usando os alto-falantes da
própria TV, conseguimos abranger
toda a sala.
Para assegurar a interatividade,
deve-se disponibilizar uma linha telefônica direta instalada nesta sala,
com equipamento de fax e e-mail.
13.2.2. Tamanho e
Localização da Sala
Nesta sala, podemos observar
um ambiente de uso geral flexível, disponível tanto para uma platéia grande como para pequenos públicos, podendo, ainda, atender à necessidade
de realização de reuniões com a projeção de slides, por meio do computador de apoio, ou mesmo, com a
transmissão de qualquer documento
pela câmera de documentos.
A sala de uso geral deve ter
uma área de 54 m2 e respeitar os critérios de acesso e proximidade; deverá, ainda, estar afastada de áreas
de grande movimentação.
É importante mencionar que
a regra de 1 m2 por pessoa é respei-
46 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
tada na área restrita às cadeiras, mas,
se considerarmos o espaço total, teremos uma média de aproximadamente 2 m2.
Flexibilizando o layout e
objetivando maior conectividade
com os serviços de acesso existentes, a sala deve possuir cabeamento
estruturado categoria 6.
13.2.3. AMBIENTE
Com relação à parte elétrica,
sugerimos a instalação de 14 tomadas tripolares, atendendo às normas,
e de 28 pontos de rede dispostos em
caixas para eletrocalha.
As luminárias devem ser embutidas em forro modular com propriedades acústicas e térmicas, abrigando quatro lâmpadas. A intensidade luminosa indicada para o ambiente é de 1.100 lux.
A refrigeração da sala deve
ser feita por dois aparelhos de arcondicionado com potência de
18.000 BTUs. Os aparelhos devem
ser do tipo Split System para maior
controle de temperatura, umidade e
ruído, com renovação do ar.
Nas paredes que possuem janelas, deveremos ter cortinas forradas, feitas com tecido pesado, visando tanto à obstrução da luz quanto
ao tratamento acústico.
O piso será carpetado, contribuindo para o controle de reverberação.
13.2.4. Projeto e
Configuração da Sala
As cadeiras devem possuir
apoio para escrita, encosto de braço e
costas acolchoados e o assento na cor
azul-clara.
O tablado deve ser feito de madeira, com revestimento na cor cinza, e
possuir 10 cm de altura, 5 m de comprimento e 1,2 m de largura.
A área da platéia deve ter piso
elevado, com 10 cm a mais em cada
degrau, buscando-se atender aos requisitos de visibilidade. Na cor cinza progressivo, para caracterizar a
profundidade do ambiente, este piso
terá o comprimento da sala (6 m).
MANUAL
A câmera de documentos e o
computador de apoio (PC) devem estar localizados no lado esquerdo da sala,
em uma mesa de madeira de
1,40 m X 0,70 m, com armação de
metal e teclado retrátil.
O projetor multimídia deve
ser preso em suporte de metal no
teto, e o seu raio luminoso, direcionado de forma que possa abranger
as extremidades da tela de projeção.
A tela de projeção deve possuir base que a fixe no teto, bem
como ao motor de tração. Será localizada de forma que facilite a projeção e a visibilidade dos participantes locais, sendo acionada por controle remoto sem fio.
A TV deve estar disposta no
lado esquerdo da sala, sendo utilizada como monitor principal e de retorno (picture in picture), onde também
deve estar situado o equipamento de
videoconferência
(Codec).
Opcionalmente, pode-se utilizar a
mesma solução do auditório, ou seja,
o monitor principal e outro de retorno presos ao teto.
O quadro branco deve ser
preso na parede e estar posicionado
ao lado da TV.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 47
Com relação à porta de entrada da sala, deve-se cuidar para que
ela não seja focada pela câmera do
equipamento de videoconferência
(Codec), evitando-se, assim, que interfira na imagem que o local remoto recebe.
13.2.5. Equipamentos
O aparelho de TV deve ser de
54 polegadas, ter tela plana e entradas auxiliares S-VHS.
O equipamento de video-conferência padrão é um Polycom
Viewstation V.35, que faz conexões em
H.320, à velocidade de até 768 Kbps.
Um videocassete deve estar
ligado na saída auxiliar do equipamento de videoconferência para possibilitar a gravação em fita VHS.
A câmera de documentos
serve para digitalizar documentos e
objetos que podem ser compartilhados durante uma videoconferência.
O projetor multimídia deve
possuir resolução básica de 800X600
pixels, 16,7 milhões de cores, brilho
de 1.000 ANSI lumens e formato 4:3.
Um microcomputador com
acesso à Internet e um telefone
com fax também deverão estar
disponíveis.
48 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
13.3. SALA DE REUNIÃO
A sala de reunião, que é mais
usada pelo meio empresarial, utiliza
uma mesa de forma oval ou
trapezoidal, ocupando a parte central da sala, e permite a interação entre pessoas de uma mesma sala com
as de uma sala remota.
Na sala de reunião, é possível
a realização de videoconferências
com até nove pessoas.
13.3.2. Tamanho e
Localização da Sala
Neste tipo de sala, podemos
observar o ambiente completo para
reuniões a distância ou reuniões apenas com apresentação de slides, numa
área de aproximadamente 27,5 m2.
A sala não deve estar próxima de nenhum corredor ou elevador,
e o acesso deve ser restrito às pessoas autorizadas.
13.3.3. Ambiente
A refrigeração da sala deve
ser feita por um aparelho de ar-condicionado com potência de 18.000
BTUs, controle de umidade e constante renovação do ar.
Esquema de uma sala de reunião e seus
equipamentos
13.3.1. Áudio
A sala deve possuir apenas um
microfone multidirecional do equipamento de videoconferência
(Codec) localizado no centro da
mesa. O som da videoconferência é
emitido pelos alto-falantes da TV.
O sistema de backup de áudio
deve ser feito por uma linha telefônica
direta existente na sala.
Dez tomadas tripolares e 20
pontos de rede deverão estar dispostos em caixas para eletrocalha.
As luminárias são do tipo de
sobrepor. A intensidade luminosa total do ambiente deve ser de 1.100 lux.
As paredes não terão janelas
e serão revestidas com papel de parede aveludado, e o piso será carpetado,
contribuindo para o controle de reverberação. A sala deve possuir
cabeamento estruturado categoria 6,
o que permitirá várias configurações
e a conectividade com diversos serviços de acesso existentes.
MANUAL
13.3.4. Projeto e
Configuração da Sala
O tampo da mesa deve ser
feito de mogno, na cor natural, e
montado em armação de metal. As
cadeiras possuirão encosto de braço
e costas acolchoados, regulagem de
altura, móveis com assento na cor
azul.
O tablado será de madeira,
também na cor azul, e possuirá 0,2
m de altura por 4 m de comprimento e 0,9 m de largura.
A câmera de documentos e o
computador de apoio (PC) devem
estar localizados próximos à mesa de
reunião, sobre uma mesa de madeira
de 1,40 m X 0,70 m com armação de
metal e teclado retrátil.
O projetor multimídia estará
preso em suporte de metal, no teto, e
o seu raio luminoso será direcionado
de forma que atinja as extremidades da
tela de projeção, preenchendo-a totalmente. Esta, por sua vez, deve ter sua
base fixada no teto, bem como o motor de tração. Será disposta
diagonalmente, facilitando a projeção
e a visibilidade tanto dos participantes
locais quanto dos da videoconferência. O acionamento será feito por
controle remoto sem fio.
As TVs devem estar dispostas lado a lado, centralizadas relativamente à mesa de reuniões.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 49
O equipamento de videoconferência (Codec) ficará sobre a TV,
um pouco mais à esquerda,
posicionado no centro do monitor.
O quadro digital deve ser preso no teto ou na parede, ao lado da
TV principal.
Repare-se que a porta de entrada da sala está situada atrás da
câmera, ou seja, se alguém interromper a reunião, não será focalizado
imediatamente, só depois que se
mover em direção à mesa.
Este layout servirá tanto para
reuniões a distância quanto locais.
13.3.5. Equipamentos
Os dois aparelhos de TV devem ser de 29 polegadas, tela plana,
com pelo menos uma entrada auxiliar
S-VHS em cada.
Um videocassete será ligado na
saída auxiliar do equipamento de
videoconferência para possibilitar a
gravação em fita VHS.
O equipamento de videoconferência padrão é um Polycom
Viewstation V.35, que faz conexões em
H.320, à velocidade de até 768 Kbps,
e recebe sinal de teleconferência por
meio do protocolo H.331 (Broadcast via
Satélite).
50 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
A câmera de documentos serve para digitalizar documentos e mostrar objetos durante uma videoconferência.
O projetor multimídia deve
possuir resolução básica de 800X600
pixels, 16,7 milhões de cores, brilho de
1.300 ANSI lumens e formato 4:3.
O quadro digital é um quadro
branco eletrônico, que transcreve o seu
conteúdo, em tempo real, para as pessoas do outro lado da videoconferência.
A sala deve possuir um
microcomputador com acesso à
Internet e um telefone com fax.
A tela de projeção, como já foi
dito, deve ser de acionamento elétrico
e própria para projeção multimídia.
14. COMO AGENDAR UMA VIDEOCONFERÊNCIA
É importante que o usuário tenha
conhecimento de algumas condições
para a realização de um evento de
videoconferência na INFOVIA CNI:
Disponibilidade de banda
(número máximo de participantes em ponto a ponto/
multiponto): existe uma disponibilidade de banda fixa
que permite, atualmente, o
agendamento simultâneo de
6 canais de videoconferência
à taxa de 384 Kbps, em que
cada canal representa um
ponto da INFOVIA CNI
(ex.: DF04, RJ01, RJ02, ...).
Contudo, não existe limitação para o número de participantes em broadcast
(teleconferência).
Para orientação do usuário, seguem abaixo algumas regras técnicas
da Infovia para alocação de quantidade e tamanho de banda de acordo com
o formato do evento escolhido:
Teleconferência (TC):
aloca 1 canal de 384 Kbps
(localidade geradora do
evento);
Videoconferência Ponto a
Ponto (PP): aloca dois canais de 384 Kbps ou dois
canais de 128 Kbps;
Videoconferência Multiponto (MP): aloca, no máximo, 6 canais de 384
Kbps ou 9 canais de 128
Kbps para a mesma
videoconferência;
MANUAL
Videoconferência Multiponto e Teleconferência
(MP + TC). Neste caso,
existem duas opções:
- 1 canal de 384 Kbps para
teleconferência e 5 canais a
384 Kbps em multi-ponto;
- 1 canal de 384 Kbps para
teleconferência e 9 canais a
128 Kbps em multi-ponto.
14.1. DISPONIBILIDADE
DA EQUIPE
Existe um limite para os horários das equipes de operação, as
quais estão atualmente disponíveis das
8 às 20h, de segunda a sexta-feira.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 51
14.2. DISPONIBILIDADE DA
LOCALIDADE
Não é possível realizar mais
de um evento em cada localidade simultaneamente (possuímos apenas
um Codec por localidade e um canal
de, no máximo, 384 Kbps por ponto da Infovia CNI).
14.3. CENTROS DE OPERAÇÃO
DA REDE
Nas cidades de Brasília
(DF04), Rio de Janeiro (RJ02) e São
Paulo (SP02), estão situados os três
centros de operação da Infovia CNI,
onde poderão ser agendados os eventos de videoconferência conjugados à
teleconferência. O centro de controle
principal é o de Brasília; os outros funcionam como contingência.
15. O PAPEL DO PROFESSOR NA EaD
Com o surgimento das atividades de
aprendizagem centradas no estudante, facilitadas pelas novas tecnologias
de ensino introduzidas nos anos 80,
começou uma dramática evolução
no papel dos professores, colocando questões fundamentais sobre
como irá se dar o processo do ensino e aprendizagem.
A educação a distância é um
sistema totalmente centrado no aluno, e a atividade do professor é
focada na facilitação do aprendizado. Com isso, mais que transmitir a
informação pessoalmente, muitos
docentes têm que fazer ajustes para
monitorar e avaliar o trabalho dos
seus alunos geograficamente distan-
52 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
tes. Tais professores, acostumados
aos métodos mais convencionais, terão que adquirir não só novas habilidades para ensinar a distância, como
organizar recursos instrucionais, em
conteúdo e formato, para o estudo
independente. Isso representa uma
mudança do modelo do professor
como sendo a origem exclusiva da
informação, para ser uma das várias
fontes disponíveis para os alunos,
que, assim, se tornarão participantes
mais ativos do processo.
De modo geral, o papel do
professor no ensino a distância depende da geração tecnológica utilizada e
do modelo da instituição a qual pertence e que definirá a infra-estrutura
com a qual irá contar, bem como da
tarefa que lhe estará destinada dentro
do processo de produção.
Para que se adapte a essa diversidade de tarefas, o professor precisa reconhecer o papel da tecnologia
como um recurso de aprendizagem,
tornando-se cada vez mais um intermediário entre os estudantes e os recursos disponíveis. As tecnologias
podem assumir muitas das funções
do corpo docente, liberando-o para
novos modos de assistência aos alunos. No entanto, os professores precisam de ajuda para entender esses
novos papéis. Se eles resistirem, a
tecnologia não será bem usada e os
objetivos de aprendizagem serão
comprometidos.
15.1. SEGMENTAÇÃO E
POLIVALÊNCIA – UM NOVO
JEITO DE ENSINAR
A Universidade foi criada
com o objetivo de formar profissionais para exercer determinada profissão e serem competentes em uma
determinada área ou especialidade.
No Brasil, o corpo docente passou a
ser recrutado entre profissionais
renomados e de sucesso, que eram
convidados para ensinar aos seus
alunos a serem tão bons quanto eles.
De modo geral, se consideram habilitados a seguir a carreira docente os
profissionais que possuam um diploma de título superior, baseando-se
no entendimento de que basta dominar a profissão para se transformar num professor. A ausência de
uma preparação didática leva os
professores a buscarem modelos
dentro de sua experiência prática que
lhes permita guiar suas ações no cotidiano. Eles buscam reproduzir
modelos de repasse de conhecimentos aprovados em contatos anteriores ou, em última instância, tentam
lecionar por “intuição”. Dessa maneira, os “profissionais-professores”
MANUAL
acabam aprendendo a ser docentes
– quando isso acontece de fato – pela
própria experiência, o que, em geral, se dá como um esforço solitário,
sem os benefícios de uma sistematização racional de procedimentos.
Para ensinar a distância, no
entanto, os professores precisam
exercer uma variedade de talentos e
habilidades. Alguns podem atuar
como planejadores de curso, desenhistas instrucionais, especialistas,
técnicos, escritores ou editores. Apesar de não fazerem parte do ato de
ensinar no sentido tradicional da palavra, todas essas habilidades são necessárias para a educação a distância, e o grau de especialidade com
que cada um é dotado terá um efeito direto nos estudantes.
As tarefas do docente na educação a distância vão se tornando
tanto menos exclusivas do professor
quanto maior for o número de alunos envolvidos e maior a divisão de
tarefas dentro da instituição responsável pelos cursos. Existe uma
tipologia baseada em quatro funções
docentes:
especialistas nos conteúdos
das disciplinas do curso;
especialistas na produção
dos materiais didáticos:
tecnólogos educacionais,
editores, desenhistas gráfi-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 53
cos, especialistas em comunicação e meios técnicos, etc.;
responsáveis por guiar a
aprendizagem, que planificam e coordenam as
ações docentes, integram
os materiais e planejam o
nível de exigência e as atividades de aprendizagem
para alcançar os objetivos
esperados; e
tutores, assessores, conselheiros e animadores, que
motivam e resolvem dúvidas e problemas surgidos
na aprendizagem e são encarregados também de
avaliar os alunos.
É normal que em muitas instituições possa haver um acúmulo
das três primeiras funções por uma
mesma pessoa, o que acarretaria um
risco de perda de qualidade pedagógica. No entanto, as funções um e
três podem ser realizadas pelo mesmo docente com o objetivo positivo
de possibilitar um maior grau de coordenação do curso. Com isso, o
docente seria, ao mesmo tempo, o
autor da produção científica, o
planejador do processo de aprendizagem e da utilização dos pacotes
instrucionais, o responsável pela avaliação da aprendizagem e, finalmen-
54 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
te, o coordenador dos tutores de sua
matéria ou curso.
Ao passar a se relacionar com
os alunos através das mediações humanas, como conteúdo e forma (especialistas das várias áreas), como relacionamento (tutores, monitores), e através
das mediações técnicas (meios de comunicação), os professores que ensinam a distância começam a vivenciar
uma nova rotina de trabalho que tem
muito pouco a ver com sua experiência
presencial. No caso das tecnologias
interativas e sincrônicas (que ocorrem
ao mesmo tempo – com sincronismo),
como é o caso da videoconferência, os
professores retomam as funções
globalizantes do ensino presencial,
acrescentando, no entanto, as mediações técnicas, o que torna seu trabalho
muito mais complexo e sofisticado,
além de totalmente inovador.
16. TRABALHANDO COM A VIDEOCONFERÊNCIA
Tecnologia, metodologia e
didática, saiba como equilibrar esses
ingredientes no seu trabalho e aprenda a tirar o máximo proveito das
videoconferências.
16.1. EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA POR
VIDEOCONFERÊNCIA
A educação a distância por
videoconferência pode ser considerada uma alternativa de formação
profissional tanto para empresas que
querem treinar seus empregados,
como para instituições educacionais
que querem capacitar seus professores. Em termos de vantagens econômicas, a videoconferência permite
dispensar treinamento diretamente
no local de trabalho ou nas instituições educacionais que possuam o
equipamento necessário. O uso da
videoconferência reduz os custos de
transporte e de alojamento, além de
evitar os deslocamentos tanto de alunos como de professores e a necessária substituição dos que saem para
estudar. Segundo uma reportagem da
revista Veja, edição de 16/06/99, no
caso do Brasil, com a verba necessária
para mandar um profissional-aluno estudar fora é possível qualificar até 25
funcionários dentro do próprio local de
trabalho.
Um estudo realizado em 1998
lista algumas vantagens e desvantagens do uso da videocon-ferência na
educação, de acordo com o
parâmetro tecnológico da época.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 55
Vantagens
Permite uma transição mais gradual dos métodos presenciais;
permite espaço colaborativo para socialização e aprendizado colaborativo em
grupo;
possibilita escolher e planejar cursos mais interativos para classes pequenas ou
menos interativo para grandes audiências; e
pode-se escolher os meios de transmissão conforme a possibilidade, a disponibilidade e a demanda.
Desvantagens
A baixa qualidade de som e imagem;
a dificuldade de se adaptar a sala de videoconferência para a situação didática;
os altos custos de implementação, instalação e manutenção comparados com um
baixo uso na fase inicial;
altos custos de transmissão das linhas telefônicas; e
por desconhecimento, não utilizar todo o potencial didático do meio, reduzindoo a mera reprodução de palestras, com pouca interação entre os participantes.
A despeito das desvantagens
mencionadas, as experiências de ensino a distância mostram que o uso
da videoconferência motiva positivamente tanto alunos como professores. A expectativa de utilizar
tecnologia de ponta na sala de aula
traz, ao mesmo tempo, curiosidade
e apreensão pela possibilidade de
experimentar um jeito novo de ensinar e aprender. Representa, principalmente, um desafio para o professor, que precisa adaptar sua maneira
de ensinar à nova dinâmica da aula.
16.2. A AULA NA
VIDEOCONFERÊNCIA
O fato de estar, durante a
maior parte do curso, tendo contato
com os alunos apenas através da
mediação técnica audiovisual, tem
características especiais que modificam o trabalho dos professores e que
não existem na sala presencial.
A grande pergunta que se
coloca para quem vai ensinar por
videoconferência é: como preparar
essa nova aula?
56 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
Ela terá que ser muito diferente da aula comum, presencial, em
que todos os alunos estão na mesma
sala, sem a necessidade da interface
representada pela tela da TV? Que
novas competências precisam ser
adquiridas?
Vamos relacionar aqui algumas das competências que o professor precisa desenvolver para ensinar
por meio da videoconferência:
planejamento e organização dos cursos;
habilidades de apresentação verbais e não verbais;
conhecimento sobre como
incentivar trabalho
colaborativo em grupo;
dominar estratégias de
questionamento;
possuir profundo conhecimento sobre o conteúdo
da disciplina;
saber como envolver estudantes e coordenar suas
atividades a distância nos
diferentes locais;
possuir o conhecimento básico sobre teorias de aprendizagem;
dominar o conhecimento
sobre o campo do ensino a
distância;
ser capaz de desenvolver
guias de estudo relaciona-
dos ao que vai na tela da
televisão; e
desenvolver raciocínio gráfico e pensar visualmente.
A preparação dos professores
é fator primordial para o sucesso e a
continuidade de qualquer programa
de educação a distância. Isso porque,
ao contrário do ensino face-a-face, os
desafios para quem vai ensinar a distância são enormes. É preciso recriar
o curso de uma nova maneira: deixar
o papel de provedor ou de facilitador
de conteúdos, adquirir segurança e
eficiência ao usar a tecnologia como
a principal ligação com os alunos,
aprender a ensinar efetivamente sem
o controle visual proporcionado pelo
contato “olho-no-olho” direto, desenvolver um entendimento e uma apreciação pelo estilo de vida dos estudantes a distância.
16.3.O ROTEIRO DA AULA
A educação por videoconferência se diferencia da presencial
por utilizar uma tecnologia audiovisual, o que equivale a dizer que as aulas podem ser identificadas com um
programa de televisão feito ao vivo,
com a participação da platéia presente no mesmo espaço ou em outros
locais. Por essa razão, o planejamento da aula como um roteiro
MANUAL
audiovisual é uma tarefa fundamental para o professor que vai trabalhar
com a videoconferência. E como a
“platéia” é a razão principal para que
esse programa exista, é preciso planejar com muito cuidado a participação dos alunos, ou seja, incluí-los também como protagonistas no “roteiro” da aula.
Para isso, pensar na aula com
começo, meio e fim pode ser útil na
hora de planejar o que vai ser o curso como um todo, principalmente
porque muita coisa precisa ser feita
com antecedência e demanda tempo
de pesquisa e/ou execução. O roteiro
de cada encontro pode ser pensado
de modo a criar momentos de atividade para os alunos, lembrando sempre que a aula pela televisão é mais
cansativa e menos variada em termos
de estímulos sensoriais para os alunos. É preciso encontrar modos de
recriar à distância o clima afetivo que
existe em uma aula presencial, contando apenas com a tela da televisão
e o som dos alto-falantes!
É claro que, dada a variedade
de conteúdos e métodos didáticos,
cada professor vai buscar seu próprio jeito de trabalhar, de acordo
com sua experiência e necessidade.
Para aulas expositivas, por exemplo,
uma sugestão é dividir o tempo em
módulos de conteúdo com duração
média de dez minutos, abrindo es-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 57
paços para perguntas em momentos
determinados e utilizando, sempre
que possível, imagens para ilustrar os
conceitos. Dinâmicas que envolvam
participação ativa dos alunos, tais
como seminários, debates, jogos, estudos de caso, demonstração, discussão, trabalho em grupo, palestrantes
convidados e exercícios práticos, podem ser utilizadas de modo a tornar
a aula mais interativa, produtiva e
agradável para todos.
É preciso levar em conta que
o material didático a ser utilizado
precisa estar à disposição dos alunos
com antecedência, para que eles se
preparem adequadamente. O envio
desse material tanto pode ser feito
pelo correio, como pode ser colocado à disposição dos alunos através
de um site ou página, criada especialmente para isso na Internet. Nessa
página podem constar links ou endereços úteis que enriqueçam o conteúdo da disciplina, ou abram perspectivas de pesquisa. Uma outra sugestão é a de abrir espaços na página para que os alunos publiquem
seus trabalhos, tenham como se comunicar com o professor e outros
colegas via e-mail ou, ainda, que possam participar de fóruns de discussão ou chats.
Tanto essas atividades extras,
realizadas fora da sala de aula, como
o formato do material didático, dis-
58 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
tribuição do conteúdo e dinâmicas
internas de cada aula devem ser planejados cuidadosamente, levando
em conta duas situações específicas
da educação a distância interativa: o
tempo e a dedicação para a preparação, acompanhamento e correção de
trabalhos dos alunos são muito maiores; e a linguagem audiovisual, característica dos cursos por videoconferência, determina o que é possível
ser feito durante a aula.
16.4. A LINGUAGEM
AUDIOVISUAL DA
VIDEOCONFERÊNCIA
Em uma videoconferência, o
professor tem a possibilidade de incluir a sua própria imagem e voz ao
vivo. Pode também falar em off (sem
a sua imagem) sobre imagens fixas
(fotos, gráficos, desenhos), imagens
em movimento (em vídeo ou
multimídia) e imagens dos alunos nas
salas remotas. As fontes de áudio e
vídeo que podem ser utilizadas na
videoconferência compõem uma
narrativa que precisa ter um planejamento para ser mais eficiente. Isso
não quer dizer que o professor tenha que se tornar um roteirista de
TV, mas, sim, que ele pode usar sua
experiência como telespectador para
imaginar os modos audiovisuais mais
agradáveis de passar o conteúdo da
sua disciplina. Isso significa come-
çar a pensar não mais apenas em texto, mas também em sons e imagens.
16.4.1. O Som
Nas aulas por videoconferência, o som merece atenção especial. Por isso, é sempre bom testar
a qualidade do áudio em todas as
aulas, perguntando se os alunos estão escutando bem o que o professor está falando. Um jeito de saber
se o som está funcionando na sala
remota é fazendo a tradicional chamada. Ao ouvir os alunos falando,
um por um, o professor pode perceber possíveis problemas e corrigi-los
já no início da aula. A qualidade da
voz está relacionada à sua proximidade do microfone, ou seja, quanto
mais perto, melhor é a qualidade da
transmissão. Para que isso ocorra, é
importante que haja microfones suficientes para facilitar a participação
dos alunos. É sempre bom lembrar
que falar ao microfone representa
uma situação embaraçosa para a
maioria das pessoas. Por isso, o professor deve incentivar, do modo mais
agradável possível, que os alunos,
principalmente os mais tímidos, que
se sentam mais ao fundo, participem
e exponham suas idéias.
É necessário determinar, desde o início, algumas regras de som e
silêncio, para que os alunos saibam
MANUAL
como participar da aula. Isso vai depender do professor: se vai abrir espaço para perguntas a cada intervalo de tempo ou se prefere ser interrompido a qualquer momento em
que surjam dúvidas. Também podem-se definir os procedimentos
durante apresentações ou participações mais estruturadas dos alunos.
De qualquer modo, como regra básica, o microfone deve estar sempre
desligado quando não estiver sendo
usado, para evitar um desagradável
efeito de eco, principalmente em aulas multiponto. Assim, quando o professor fala, os alunos permanecem
mudos, e vice-versa.
Um axioma fundamental da
linguagem audiovisual é que um bom
som sempre melhora a imagem. Em
outras palavras, a nossa percepção
visual é influenciada pelo que se ouve.
É por isso que “vemos” melhor as
imagens na TV quando elas vêm
acompanhadas de uma narrativa em
off descrevendo a cena. O professor
deve utilizar ao máximo esse recurso
narrativo na videoconferência para ir
dando sentido ao que os alunos vêem
na tela. Além disso, a fala do professor é um dos pontos fortes da aula.
Assim, é preciso dedicar atenção especial para a dicção e para o alcance
do microfone. O mesmo vale para os
alunos. O professor deve incentivar
que os alunos aprendam como usar
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 59
corretamente o microfone para que
sejam entendidos por todos.
16.4.2. A Imagem
O professor precisa ter um
cuidado especial com a aparência em
uma videoconferência. Roupas totalmente pretas, brancas, com listras
finas, de cores berrantes ou com estampas contrastantes devem ser evitadas. Além disso, o professor precisa se posicionar “para” a câmera,
buscando estar sempre bem iluminado, bem enquadrado, nunca “saindo”
da tela, nem cortando partes do seu
corpo. Exatamente como na televisão. Afinal, ele é o apresentador de
um programa educativo ao qual os
alunos estão assistindo em uma tela
de TV nas salas remotas.
O professor, também, pode
usar as características da linguagem
audiovisual, já conhecida dos alunos,
para fazer uma aula mais agradável.
Um bom recurso é programar
posições de câmera diferentes para
o ambiente onde está dando aula,
para dar mais dinamismo à transmissão. Se há alunos presenciais, deve
escolher ângulos que contemplem
não só o professor, mas também os
estudantes da sala. Se está sozinho
numa sala de geração, deve programar pelo menos três posições básicas: um plano aberto ou geral, para
60 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
momentos neutros, por exemplo, enquanto espera que os alunos resolvam um exercício ou enquanto estão apresentando um seminário; um
plano mais fechado, da cintura para
cima, para quando estiver dissertando, debatendo ou conversando com
os alunos; um plano bem fechado,
enquadrando a parte superior do peito e o rosto, para quando quiser ter
um pouco mais de intimidade ou
proximidade com os alunos. Lembrese que os meios audiovisuais exploram nossas emoções e nossos sentidos, facilitando um aprendizado diferenciado. Use esses recursos como
ferramenta cognitiva para enriquecer
seu relacionamento com os alunos.
A tela da televisão tem um
formato 3x4, ou “paisagem”. Isso
significa que a velha transparência
em formato vertical tem de ser aposentada para dar lugar ao formato
“slide” do computador. O planejamento do material gráfico, também,
deve levar em conta a definição da
tela, a composição das cores e a harmonia dos elementos utilizados. Unir
imagem e texto enriquece a apresentação dos conteúdos, mas demanda
tempo de preparação e pesquisa. Por
outro lado, tem a vantagem de se
poder reutilizar o material também
nos cursos presenciais.
Um dos grandes riscos da utilização de slides e gráficos na
videoconferência é o do professor se
tornar presa de sua própria arte, ou
seja, produzir uma quantidade imensa
a ser mostrada e não valorizar ou abrir
espaços para a interação e participação dos alunos durante a aula. Pense
nisso: não existe nada mais entediante
que uma aula expositiva por
videoconferência. É preciso, portanto, ao planejar o material audiovisual,
criar dinâmicas que incluam os alunos
não como telespectadores passivos,
mas sim integrantes ativos do processo educativo. O professor também
deve instruir os alunos sobre a qualidade do material gráfico que eles irão
utilizar em suas apresentações. Discuta critérios, levante com eles os principais aspectos que são mais adequados
para o formato da videocon-ferência.
Incentive as produções multimídia,
que utilizam variados recursos de imagem, som e movimento. Eles vão adorar produzir de forma mais criativa!
16.5. USANDO OS RECURSOS
AUDIOVISUAIS NA
VIDEOCONFERÊNCIA
Os periféricos ou equipamentos audiovisuais mais freqüentemente utilizados durante a aula por
videoconferência são o computador
(Internet e programas de apresentação), o videocassete e a câmera de
documentos.
Vamos ver com eles funcionam.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 61
1. INTERNET
Muitas salas de videoconferência possuem ligação com a rede Internet.
Essa facilidade permite que o professor possa incluir durante a aula a apresentação de páginas da rede, softwares, jogos, demonstrações, arquivos, etc.
É preciso, no entanto, testar antes a visibilidade para as salas remotas do
material que se pretende utilizar, já que a definição da tela da televisão em
geral não é a mesma do computador.
Se o curso possuir uma página na Internet, é uma boa alternativa colocar à disposição na rede material para ser acessado pelos alunos, também
durante a aula, para que possam “baixar” arquivos.
2. VIDEOCASSETE
Aparelhos de videocassete podem ser utilizados para a exibição de
material complementar, ou para gravar as aulas. Cheque apenas a limitação
técnica da velocidade da transmissão que está sendo utilizada em seu curso,
para saber se programas em vídeo poderão ser mostrados com qualidade para
seus alunos.
3. CÂMERA DE DOCUMENTOS
A câmera de documentos permite a apresentação de objetos
tridimensionais, em tamanho natural, com o recurso do “zoom in” (aproximação) ou “zoom out” (distanciamento). Fotografias, gráficos e páginas impressas, por exemplo, podem ser apresentados com grande detalhamento e a
cores. Da mesma maneira, é possível mostrar slides ou impressões em papel
de programas, como o PowerPoint em cópias feitas no modo Apresentação.
A câmera de documentos também pode ser utilizada como quadro-negro
(com o uso de folhas de papel em branco), onde o professor pode fazer anotações com canetas de cor escura, de preferência de ponta porosa.
Na transmissão por videoconferência, a imagem parada tem mais nitidez e qualidade, já que o equipamento “guarda na memória” o que já foi
transmitido e apenas retransmite o que se move. Por essa razão, a imagem em
movimento tende a “borrar” na tela quando a velocidade de transmissão é
baixa. Não é aconselhável, portanto, ficar movendo uma imagem transmitida
pela câmera de documentos. Os alunos, na certa, não conseguirão ler!
62 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
4. APRESENTAÇÕES NO COMPUTADOR
A utilização de programas de software gráfico como recurso didático
é muito eficaz na videoconferência. Por isso, é importante o professor estar
preparado para utilizá-los na preparação e apresentação de slides ou telas
para enriquecimento das aulas. Slides, preparados em programas como o
PowerPoint ou CorelDraw, podem ser apresentados a partir de um computador ligado diretamente no sistema de videoconferência, sem necessidade de
imprimir ou copiar em papel. Porém, é sempre bom prever a possibilidade de
acontecer algum problema com o computador e imprimir em papel o material que se pretende utilizar. Pode-se também imprimir os slides como Apresentação, com até cinco telas por página, e distribuí-los para os alunos com
antecedência, ou, se for o caso, publicar na página da Internet ou enviar por
correio eletrônico. Assim eles podem se preparar para a aula tomando notas,
levantando questões e destacando pontos importantes do texto.
17. AS MUDANÇAS NA FORMA DE ENSINAR
Em uma pesquisa realizada
com professores atuantes em EaD,
constatou-se que estes perceberam
uma série de mudanças no seu modo
de ensinar nas aulas ministradas através da videoconferência.
Confira quais foram as principais mudanças constatadas e alguns depoimentos da vivência dos professores.
17.1. O MODO DE ENSINAR
O item mais comentado foi o
fato de que eles têm que se expor
muito mais do que quando estão
numa aula presencial.
“Se você está presente, está
mais próximo das pessoas e a
interação fica mais fácil; se
uma pessoa não consegue desenvolver a idéia, você rapidamente passa para outra. A discussão é mais ágil, mais ‘just
in time’ que aqui. Por exemplo, se o aluno está falando e
eu quero interromper, é meio
complicado. Às vezes, ele não
me ouve direito, a gente perde
tempo com isso... Por isso, hoje
estou interferindo mais, falando mais, o que não era minha
linha, em termos pedagógicos,
nas aulas presenciais.”
MANUAL
17.2 A COMUNICAÇÃO POR EMAIL
Uma outra alteração percebida pelos professores na interação
com o aluno é a que ocorre com a
perda da conversa no intervalo da
aula, que o e-mail não substitui.
“É expressão escrita, é filtro.
A pessoa só fala o que quer,
dá para apagar, refazer. A
não ser que seja autêntica e
não pense no que escreve e
manda. É uma forma filtrada da forma verbal. Se estou
falando, digo coisas sem pensar bem. Com e-mail, iria organizar melhor as idéias, iria
filtrar, enfatizar. Com o email, a gente perde a espontaneidade. Estão aí as trocas
que permitem pinçar coisas e
começar a montar uma representação mais completa.”
17.3. O MATERIAL DIDÁTICO
Outra das grandes mudanças
citadas por todos os professores que
começaram a ensinar por
videoconferência foi a reformatação
do material didático.
“Para incluir-me no programa, tive que reciclar todo o
material didático utilizadonas
aulastradicionais,transformando algumas transparências que
já eram verdadeiros papiros em
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 63
imagens com movimentação
através de PowerPoint. A intensificação do uso de imagens e
a utilização comedida do tempo
são outros dois aspectos de mudança também importantes.”
17.4. A PERCEPÇÃO DO
TEMPO
A mudança na percepção da
passagem do tempo e do ritmo da
aula pela videoconferência foi lembrada pela grande maioria dos depoimentos. Essa sensação talvez esteja ligada ao fato de os professores estarem
(e se sentirem) conectados numa
transmissão telefônica, com começo
e fim definidos rigorosamente. A sensação de pressão causada por esse
timming, necessário na videoconferência, influenciou as mudanças no
modo de conduzir a aula:
“... o tempo passa mais rápido.
Eu vou direto ao ponto, ansiosa por não poder passar do horário. No presencial, eu domino, não tem risco de cair a linha, posso passar da hora.”
A passagem do tempo era
uma preocupação que acabava definindo o andamento da própria aula:
“Agora, a dinâmica da aula é
diferente. Eu não deixo passar
20 minutos sem pergunta. No
vigésimo primeiro minuto eu
64 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
lanço uma questão. Se eles não
perguntarem, pergunto eu. E eu
tenho um monte de testes, brincadeiras didáticas, jogos e tal.
Fica muito fácil fazer no computador, com a câmera de documentos, com imagem, com isso,
com aquilo...”
Alguns professores planejavam a inserção de momentos para
diminuir esse estresse causado pelo
ambiente tecnológico:
“... passamos a incluir como conteúdo, numa parte da aula, um
momento de relaxamento.
‘Vocês estão cansados, é hora de
parar, relaxar’. Aí tocamos
uma música no CD. Essa dinâmica dura 10, 15 minutos.”
17.5. O PLANEJAMENTO DA
AULA
Uma outra mudança importante para os professores foi a necessidade de planejamento gerada por
causa das condições de trabalho a
distância, diminuindo, por exemplo,
as possibilidades de improviso de última hora:
“Diminuiaflexibilidadenamudança de estratégias de ensino...
Naaulapresencialvocêpode,em
função da resposta do grupo de
alunosaotemaabordado,mudar
aformadeapresentaçãodomate-
rialdidático,complementandoa
informaçãocomoutromaterial
que não estava inicialmente planejado ou optando pela simples
mudança do foco do ensino (do
professorparaoalunoouvice-versa). Na aula a distância, se quiser que o aluno faça seminários,
há necessidade, no início das aulas, de ter previamente previsto o
materialqueserádisponibilizado
aosalunosparaapresentaçãonos
seminários...”
A preparação do material de
apoio e a logística de distribuição deste material passaram a ser um motivo
de preocupação para o professor:
“Nas aulas presenciais você
pode disponibilizar, a qualquer instante, material de
apoio, livros, artigos, etc., para
fotocopiar, por exemplo. Na
modalidade a distância, o material não eletrônico deve ser
previamente disponibilizado,
já que a própria distância é
uma limitação para acesso
imediato aos alunos.”
Planejar para o ambiente
audiovisual significava, inclusive, um
parâmetro de crítica em relação a
outros colegas que não traziam nada
preparado para a aula e que não usavam todo o potencial audiovisual
dessa mídia:
MANUAL
“Todo dia a gente entra com
planejamento. Na noite anterior eu preparo a minha aula, a
gente revê. Agora, tem professores que não fazem isso e são
os papas. Eu queria ser assim.
Eventualmente, essas pessoas
até se dão bem porque fazem
um montão de “risqueira”, mas
têm o dom da palavra, são
carismáticos. Mas eu acho que
na videoconferência é meio que
arriscado usar só a palavra,
porque aí você está usando um
único estímulo. Na medidaem
quevocêentracomoutrosestímulos, a fixação é maior.”
17.6. MAIOR PREPARAÇÃO
De modo geral, os professores relataram que preparavam melhor
as aulas para videoconferência do
que as presenciais. Entre as razões,
podemos dizer que havia por trás
dessa preocupação a percepção de
que por causa da videoconferência
o curso era mais estruturado, ou seja,
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 65
a seqüência das matérias era definida no tempo, o que não deixava muita possibilidade de jogar com datas
e alterações, como costuma acontecer no presencial.
Essa necessidade de se organizar melhor para ensinar pela
videoconferência implica uma tentativa de se sentir seguro abrindo pouco espaço para erro:
“Na videoconferência há uma
necessidade de formalizar mais
as coisas, estruturar melhor. Às
vezes você precisa de uma transparência de apoio, enquanto no
presencial, às vezes, você faz um
desenho. Há também o receio de
chegar lá e não dar conta por
não ter o material de suporte.”
Com a prática, no entanto,
muitos professores passaram a entender que podiam relaxar o planejamento e se deixar levar pela dinâmica da aula, que podia ser tão ou
mais rica que uma aula muito
estruturada.
66 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
18. CONCLUSÃO
Ao começar a utilizar a videoconferência, o professor talvez experimente uma certa insegurança quanto ao manejo do equipamento. Mas,
com a prática, a tendência é que essas tarefas se tornem de tal forma
automatizadas que vão permitir ao
professor conjugar conteúdo e forma num ritmo agradável. As experiências com a interatividade através
da videoconferência mostram que,
após um momento inicial de
estranhamento, a tela da televisão
como que “desaparece” e os participantes nem percebem mais que estão se comunicando por uma interface tecnológica.
É importante se preparar ao
máximo para se sentir seguro e se
familiarizar com o equipamento e
com o novo ambiente didático, participando das oficinas oferecidas
por sua instituição. Teste seus materiais gráficos antes de começar as
aulas. Uma boa dica é assistir às aulas de outros professores que já
estão ensinando por videoconferência. E depois, conforme o
curso vai seguindo, grave e assista
a suas aulas para perceber como
melhorar a performance. Aproveite a experiência de seus colegas,
troque informações com eles, tente
ler sobre o assunto. Mas, principalmente, ouça seus alunos. Converse com eles, tente resolver os problemas que vão surgindo, buscando criar mecanismos de avaliação
para que os estudantes se expressem e critiquem o processo que estão vivendo.
O mais importante: tente
aprender com o que não dá certo.
Não é preciso ter vergonha de errar,
pelo contrário, é fundamental utilizar os erros como fonte de humor e
relaxamento. Faça experiências, mas,
sobretudo, lembre-se: na educação a
distância por videoconferência, todos estão aprendendo. E juntos, alunos e professores vão criar uma nova
maneira de ensinar e aprender. Por
essa razão, o professor pode ficar
tranqüilo e deixar que a aula flua o
mais naturalmente possível, escolhendo a maneira mais adequada para
o seu estilo pessoal e próprio de ensinar.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 67
GLOSSÁRIO
(A)
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Órgão responsável pela
normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Atraso (delay) – O tempo que o sinal
gasta para se propagar da origem até o
destino.
(B)
Backbone – “Espinha dorsal” de uma
rede de comunicação.
Bits – Menor unidade digital de informação. Um conjunto de oito bits (b)
formam um byte (B), que representa
um caracter.
Bit rate (taxa de bits) – Número de bits
com informações transmitidos sobre
um canal em um dado segundo, tipicamente descrito em bps.
Bridges – Veja MCU.
Broadcast – Comunicação unidirecional
de áudio e/ou vídeo usualmente feita de
uma única fonte de transmissão para diversos pontos de recepção.
(C)
Codec (Codificador/Decodificador) –
Dispositivo de hardware ou software
capaz de codificar um sinal analógico
num sinal digital, além de efetuar sua
compressão. Este dispositivo pode também receber um sinal digital, efetuar sua
descompressão e recompor o sinal
analógico.
Compressão – Processo de redução
da quantidade de informação visando
a otimizar o uso de banda.
Circuito comutado – Tipo de rede na
qual um caminho físico é estabelecido
e dedicado para uma conexão entre dois
pontos durante todo o tempo da transmissão, seja ela de áudio, vídeo ou dados.
(D)
Datafone 64 – Serviço de comunicação de dados que utiliza a rede telefônica pública comutada, que normalmente permite a disponibilização de
dois canais de 64 Kbps.
dB (decibel) – Unidade de medida que
expressa a relação entre intensidades
sonoras.
DVD – Tecnologia de disco óptico que
possui uma alta capacidade de
armazenamento e permite a reprodução de vídeos em MPEG-2.
68 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
(F)
FPS (Frames per second) – Freqüência com que os quadros de vídeo aparecem no monitor. Uma
videoconferência de boa qualidade
é realizada a uma taxa entre 15 a 30
fps.
Frame Relay – Modo de transmissão digital de dados projetada para
encaminhar o tráfego entre redes locais e de longa distânica.
(I)
Interface – Meio pelo qual se
conectam dois sistemas ou equipamentos.
IP (Internet Protocol) – Uma coleção de protocolos utilizados pela
Internet e redes assemelhadas.
ISDN (Integrated Service Digital
Network) ou RDSI (Rede Digital de
Serviços Integrados) – Serviço que
provê conexão digital simultânea
para transmissão de voz e dados sobre canais de comunicação
multiplexados, ou seja, agrupam-se
vários canais para formar um único
maior. Na recepção, esses canais devem ser demultiplexados, num processo inverso ao da multiplexação.
Isocronismo – Termo usado para
indicar canais que transmitem infor-
mações de temporização junto com
os dados propriamente ditos, os
quais podem ser utilizados para manter a sincronização entre sinais da
origem e destino.
ITU (International Telecomunication Union) – Agência das Nações Unidas responsável pelas padronizações na área de telecomunicações.
(K)
Kbps (Kilobits por segundo) – Unidade de transferência de dados que
equivale a mil bits por segundo.
(L)
LAN (Local Area Network) – Conhecida, no Brasil, como rede local
de computadores. É uma rede de
dados geograficamente próxima, que
permite a conexão e o compartilhamento de informações entre diversos equipamentos.
Largura de Banda (bandwidth) –
Tamanho do canal para transmissão
de dados.
Lúmen – Unidade de fluxo luminoso
no sistema internacional.
Lux – Unidade de iluminação no sistema internacional. Um lux equivale a um
lúmen por metro quadrado.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 69
(M)
(R)
MCU (Multipoint Control Unit) –
Dispositivo que permite a realização
de videoconferências entre dois ou
mais pontos. Comercialmente, é também chamado de Switch digital ou
Bridge.
RCA – Padrão de conector para sinais de áudio e vídeo.
MPEG-2 (Moving Picture Expert
Group 2) – Técnica sofisticada de
compressão de vídeo utilizada na
tecnologia DVD.
(N)
NTSC (National Television Systems
Comitee) – Padrão norte-americano
para formato de vídeo analógico.
Netiqueta – Significa como se
“comportar na rede”. Comportamento dos participantes durante a
videoconferência.
(P)
Pixel – Palavra derivada de picture
element, é a unidade básica de uma
cor programável em um monitor de
computador ou em uma imagem
mostrada neste monitor.
(S)
SPL (Sound Pressure Level) – Medida de nível de pressão sonora.
(T)
Taxa de erro – Quantidade de bits
perdidos em um determinado tempo.
(V)
Variação de atraso (Jitter) – Medida da variação do tempo que o sinal
gasta para se propagar da origem
até o destino.
A seguir, vamos ver os procedimentos básicos para a utilização do
Polycom ViewStation, o Codec das
salas de videoconferência da
INFOVIA CNI que estão sendo
disponibilizadas para o Projeto “Qualidade na Indústria da Construção”.
ANEXO
Guia para utilização do
Polycom ViewStation
72 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 73
1. CUIDADOS IMPORTANTES
Leia com atenção as instruções a seguir antes de utilizar o sistema.
Utilize apenas fios de extensão elétrica com uma
potência de corrente, pelo
menos, igual à do sistema.
Ao limpar os equipamentos, não borrife líquidos diretamente no sistema.
Sempre, aplique o líquido
primeiro em um pano sem
energia estática.
Não mergulhe o sistema
em nenhum líquido ou coloque líquidos sobre ele.
Não desmonte este sistema (exceto conforme as
instruções do fabricante).
Para reduzir o risco de
choque e preservar a garantia no sistema, um técnico qualificado deverá
executar todo e qualquer
serviço ou reparo.
Conecte este aparelho a
uma tomada aterrada.
Mantenha as aberturas de
ventilação desobstruídas.
GUARDE ESTAS INSTRUÇÕES.
2. TELA PRINCIPAL
A tela inicial é o ponto de partida para todos os processos no
ViewStation.
Cada vez que o ViewStation
for inicializado, aparecerá um ícone
amarelo numerado para cada linha de
rede abaixo do ícone Vídeo Call (Chamada de Vídeo) na tela principal.
Este ícone amarelo indica que
o ViewStation está verificando se as
linhas de rede estão conectadas. Se
o ícone mudar para uma seta verde
para cima, o ViewStation localizou
a linha de rede. Se o ícone mudar
para uma seta vermelha para baixo,
o ViewStation não foi capaz de localizar a linha da rede. Neste caso,
reinicie o equipamento. Se isso não
solucionar o problema, verifique o
meio de conexão.
74 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
3. CÂMERAS
3.1. AJUSTANDO A CÂMERA
DE VÍDEO LOCAL
3.2. AJUSTANDO A CÂMERA
DE VÍDEO REMOTA
Para ajustar a câmera do
ViewStation, pressione o botão NEAR
no controle remoto.
A câmera remota do
ViewStation poderá ser ajustada durante a conexão se esta estação estiver
com a opção Far Control of Near
Camera (Controle Remoto de Câmera
Próxima) selecionada.
Pressione o botão FAR (Remoto) no controle remoto.
A vista da sua tela aparecerá
em tela cheia no monitor de televisão. Um ícone de câmera será exibido no canto superior direito apontando na sua direção. Use os botões de
seta no controle remoto para inclinar
a câmera para cima ou para baixo e
para obter uma panorâmica de um
lado para outro.
Utilize os botões de ZOOM
(+ / –) para aproximar e afastar.
A vista da câmera no ponto remoto aparecerá em tela cheia no
monitor da televisão. Um ícone de
câmera aparecerá no canto superior direito apontando na direção oposta à
sua. Use os botões de seta no controle
remoto para mover a câmera para cima
e para baixo e de um lado para outro.
Utilize os botões de ZOOM (+ / –)
para aproximar e afastar a imagem.
MANUAL
3.3. INTERCALANDO ENTRE A
IMAGEM DA CÂMERA DE
VÍDEO, DA CÂMERA DE
DOCUMENTOS E DO
VIDEOCASSETE LOCAIS
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 75
3.3. INTERCALANDO ENTRE A
IMAGEM DA CÂMERA DE
VÍDEO, DA CÂMERA DE
DOCUMENTOS E DO
VIDEOCASSETE REMOTOS
1. Com o monitor em tela
cheia, pressione o botão
NEAR.
1. Com o monitor em tela
cheia, pressione o botão
FAR.
2. Através das setas selecione um dos três ícones que
apareceram no monitor do
televisor.
2. Através das setas selecione um dos três ícones que
apareceram no monitor do
televisor.
4. AJUSTANDO O SOM
O volume da chamada no
ViewStation está relacionado ao volume no monitor da televisão. Para
obter melhores resultados, especifique o volume no monitor da televisão para metade do seu volume máximo e defina o volume do
ViewStation em um nível confortável. Para ajustar o volume no
ViewStation, pressione os botões de
volume no controle remoto.
4.1. MICROFONE
Para deixar o microfone mudo,
pressione o botão MUTE no controle
remoto.
Ou o botão localizado no centro do microfone multidirecional, no
qual acenderá uma luz vermelha.
Para liberar o microfone, pressione o botão MUTE no controle remoto ou o botão situado no centro do
microfone multidirecional, no qual uma
luz vermelha se apagará.
76 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
5. REALIZANDO UMA CHAMADA DE VÍDEO
MANUALMENTE
1. Na tela principal, destaque
o icone Vídeo Call (Chamada de Vídeo) e pressione o botão situado entre
as setas.
2. Utilize o teclado numérico no controle remoto
para inserir o número que
se deseja discar.
3. Utilize os botões de seta
no controle remoto para
destacar o ícone Speed
(Velocidade) na tela. Pressione o botão situado entre as setas e selecione a velocidade da sua chamada
na lista exibida.
4. Pressione o botão CALL
• HANG-UP (Ligar • Desligar chamada) para fazer
sua chamada.
O número e a velocidade que
você está discando aparecem no
topo da tela.
Os indicadores de progresso
da chamada no canto inferior esquerdo da tela indicam que a chamada
está sendo completada. Eles serão alterados progressivamente para azul,
amarelo, laranja e verde à medida que
a chamada é completada.
5. Quando a chamada for
completada, a imagem do
ponto remoto para o qual
foi efetuada a discagem
aparecerá na tela. Se o sistema local possuir dois
monitores, a imagem remota aparecerá no
monitor principal, e a local, no monitor secundário.
Se a chamada não for completada, será emitida uma mensagem
de erro. Se receber esta mensagem,
pressione o botão INFO no controle remoto para obter uma explicação.
REALIZANDO UMA CHAMADA DE AGENDA
1. Destaque o ícone Address
Book (Agenda) na tela
principal e pressione o botão situado entre as setas.
A tela Speed Dial (Discagem Rápida) é exibida.
2. Destaque o ícone Address
Book (Agenda) novamen-
MANUAL
te e pressione o botão situado entre as setas. A tela
Address Book é exibida.
Para cada entrada, são exibidos o número e os
ícones mostrando a discagem rápida e informando
se é uma chamada H.320
ou H.323.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 77
Pressione o botão situado
entre as setas quando localizar a entrada desejada. O
ViewStation começa automaticamente a discar o número de vídeo.
3. Use os botões de seta no
controle remoto para percorrer a lista de nomes.
6. REALIZANDO UMA CHAMADA DE
DISCAGEM RÁPIDA
1. Destaque o ícone da agenda de endereços na tela
principal e pressione o botão situado entre as setas. A
tela Speed Dial (Discagem
Rápida) é exibida.
2. Destaque o número de discagem rápida que você deseja discar e pressione o botão situado entre as setas.
O ViewStation automaticamente começa a discar o número do vídeo.
Também é possível selecionar a
entrada que você deseja utilizando o teclado numérico no controle remoto.
Você pode fixar uma entrada
de discagem rápida para que ela seja
sempre exibida na tela Speed Dial. Isso
é útil para números que você disca com
freqüência. Para fixar um número, destaque a entrada na tela Speed Dial e
pressione o botão situado entre as setas no controle remoto. Um ícone de
cadeado aparecerá ao lado das entradas na discagem rápida que estão fixas. Para cancelar um número fixo, destaque a entrada e pressione o botão no
controle remoto.
78 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
8. DESLIGAR UMA CHAMADA DE VÍDEO
1. Para desligar uma chamada de vídeo, pressione o
botão CALL•HANG-UP
(Ligar•Desligar Chamada)
no controle remoto.
2.Destaque o ícone
Disconnect Video Call
(Desconectar Chamada de
Vídeo) e pressione o botão situado entre as setas.
Se a chamada tiver sido
feita com um número que
não consta na sua agenda,
uma caixa de diálogo lhe
permite adicionar o número. Se selecionar Yes (Sim),
o sistema o levará para a
agenda onde poderão ser
inseridas informações. Se
selecionar No (Não), a tela
principal será exibida no
monitor.
3. Para continuar na chamada, em vez de selecionar
Disconnect Video Call, selecione o ícone Stay in Call
(Continuar na chamada) e
pressione o botão situado
entre as setas.
NOTA: Se você permanecer
nesta tela por 60 segundos sem pressionar o botão situado entre as setas, a chamada será automaticamente desconectada.
9. RESPONDER A UMA CHAMADA DE VÍDEO
É possível habilitar o
ViewStation para responder a chamadas de vídeo automaticamente da
seguinte forma:
1. na tela principal, selecione
Info do Sistema> Config.
Admin> Configuração;
2. ative a opção Auto
Answer Video Call (Atender Chamada de Vídeo
Automaticamente). e
3 . pr e s s i o n e o b o t ã o
MENU até voltar à tela
principal.
MANUAL
Se desativar a opção Auto
Answer Video Call, o atendimento
das chamadas de vídeo terá que ser
efetuado manualmente. Quando alguém estiver realizando uma chamada de vídeo para o seu equipamen-
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 79
to, uma caixa de diálogo será exibida na tela perguntando se deseja
atender a chamada. Destaque Yes
(Sim) ou No (Não) e pressione o botão situado entre as setas.
10. CAPTURAS DE IMAGEM
Pode-se enviar uma imagem
capturada de qualquer câmera local
para os participantes de uma
videoconferência usando o recurso
SNAPSHOT (Capturas de imagem)
no ViewStation.
A captura de imagem pode
ser enviada para os participantes remotos da seguinte forma:
1. pressione o botão
SNAPSHOT no controle
remoto;
2. selecione a imagem que deseja ser capturada, pressionando 1 (câmera de vídeo),
2 (câmera de documentos)
ou 3 (videocassete);
3. Posicione a câmera conforme a necessidade.
4. pressione o botão
SNAPSHOT novamente
no controle remoto. A
imagem é enviada por todos os pontos remotos em
uma chamada;
5. para ver suas capturas de
tela antes de enviá-las,
pressione o botão
SNAPSHOT uma vez e
pressione 1, 2 ou 3 para a
câmera de origem desejada. O operador local terá
uma imagem ao vivo da
câmera selecionada, enquanto o ponto remoto
permanece vendo a imagem local; e
6. para enviar a imagem,
pressione o botão SNAPSHOT novamente.
80 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
10.1. ADICIONAR UMA
NÚMERO À AGENDA
Para acessar a agenda de endereços, selecione o ícone da agenda
na tela principal. A tela Speed Dial é
exibida.
Destaque o ícone agenda novamente e pressione o botão situado
entre as setas. A tela principal da
agenda aparece.
Para adicionar um número à
agenda:
1. Destaque o ícone New
(Novo), primeiro ícone à
esquerda do monitor, e
pressione o botão situado
entre as setas do controle
remoto.
2. Destaque o ícone New,
primeiro ícone à esquerda
do monitor, e pressione o
botão situado entre as setas do controle remoto. A
tela Add/Change Entry
(Adicionar/Modificar Entrada) é exibida.
3. Utilize o teclado na tela e o
controle remoto para inserir
as informações necessárias
nesta tela. Para inserir um
ponto, pressione o botão de
seta para a direita.
4. Destaque o ícone Save
(Salvar) e pressione o botão situado entre as setas
do controle remoto. A
imagem retornará para tela
principal da agenda.
11. EXCLUIR NÚMEROS DA AGENDA
Na tela da agenda:
1. destaque o número que
deseja excluir;
2. utilize o botão de seta para
a esquerda para destacar o
ícone Delete (Excluir), ter-
ceiro ícone à esquerda do
monitor; e
3. pressione o botão situado
entre as setas no controle
remoto. O número selecionado foi excluído da
agenda.
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 81
12. SOLUÇÃO DE PROBLEMAS BÁSICOS
I - CONTROLE REMOTO NÃO
ESTÁ FUNCIONANDO
Verifique se as pilhas estão
instaladas.
Certifique-se de que o controle remoto está sendo
apontado na direção do
ViewStation.
Se a pilha estiver fraca, um
ícone de pilha aparecerá na
tela principal.
II - ÁUDIO
A chamada não tem som.
Verifique se o ViewStation
não está conectado a uma
entrada de áudio errada no
monitor.
Verifique se os cabos do
monitor estão conectados
conforme indicado nos diagramas de cabos coloridos do ViewStation FX.
O ponto remoto está sem som.
Se o ponto remoto estiver
sem som, um ícone de
ponto remoto sem som
aparecerá no canto inferior esquerdo do monitor.
Peça ao operador do pon-
to remoto para pressionar
o botão MUTE para verificar se ele estava acionado.
Certifique-se que os cabos
estão
devidamente
conectados.
Você ouve um eco quando fala.
Os ecos são sempre provocados pelo ponto remoto de uma chamada. Peça
que o ponto remoto diminua o seu volume.
Verifique se seus microfones estão posicionados
longe do ViewStation e
dos alto-falantes do
monitor.
O volume da chamada é muito
baixo.
Verifique se o volume está
definido muito baixo no
ViewStation ou no monitor da televisão. Para obter
melhores resultados, defina o volume no monitor
da televisão para a metade
do seu volume máximo e
defina o volume no
ViewStation para um nível
confortável.
82 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
III – VÍDEO
Nenhuma imagem é exibida
no monitor principal.
O sistema entra no
modo de espera após 3
minutos de inatividade.
No modo de espera, o
sistema parece estar
desligado. Para reativar
o sistema, pegue o controle remoto ou pressione o botão na parte
frontal do ViewStation.
Mesma imagem nos dois
monitores.
Verifique se a entrada de
vídeo foi selecionada corretamente. Escolha a câmera
conectada correta, e o vídeo
será exibido.
Se uma segunda câmera
estiver definida como padrão, verifique se esta câmera
está ligada.
Obs.: sempre que desejar
retornar à tela principal, basta pressionar o botão verde CALL•HANG-UP
no controle remoto.
13. LIMITAÇÕES DO SERVIÇO DE
VIDEOCONFERÊNCIA
Devido à compressão e
descompressão do sinal de áudio e
vídeo, surgem algumas limitações no
serviço de videoconferência que devem ser consideradas.
I - FANTASMA DO VÍDEO
Nos Codec’s (codificadores/
decodificadores de sinal de áudio e
vídeo), elementos principais do conjunto de equipamentos de videoconferência, para compensar a rápida
mudança de informação – correspondente às mudanças de imagens e sons
–, existe um recuso que reduz a taxa
de atualização das informações (frame
rate – número de imagens por segundo), provocando alguns efeitos conhecidos como fantasmas. Para
minimizar esse efeito, devemos evitar tanto movimentos bruscos quanto passar diante da câmera durante a
realização de uma videoconferência.
MANUAL
II - ATRASOS NO SOM
Ocorrem atrasos de aproximadamente 1 segundo em cada informação de áudio enviada pela
videoconferência, devido à compressão, descompressão e envio do sinal
através do satélite; porém, nada que
afete o bom funcionamento da
videoconferência.
III - CORTES NO SOM E ECO
Estes efeitos não são freqüentes, mas, se ocorrerem durante a realização de uma videoconferência, algumas medidas podem ser tomadas
para minimizá-los: reduzir o ruído de
fundo e volume dos alto-falantes e
evitar falar ao mesmo tempo que outro participante.
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 83
84 – QUALIDADE
NA
INDÚSTRIA
DA
CONSTRUÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SPANHOL, Fernando J. Estruturas tecnológica e ambiental de sistemas de
videoconferência na educação a distância: estudo de caso do Laboratório de
Ensino a Distância. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) –
PPGEP/UFSC,1999.
LINKS
http://penta.ufrgs.Br/~cristina/mbone/ti/ticap1.htm
http://geocities.yahoo.com.br/tv_e_video/sistema.htm
http://www.universia.pt/conteudos/cultura/cultura_video.jsp
http://www.geocities.com/CapeCanaveral/3241/historis.htm (História do satélites)
http://sunsite.utk.edu/video_cookbook/ (Videoconferência)
http://www.lews.uhi.ac.uk/vcman/fcontents.htm (Videoconferência)
http://www.savie.com/ (Videoconferência)
http://www.edutecnet.com.br (Tecnologia e educação)
http://www.socinfo.org.br/artigos/sciam/index.htm (A Internet via cabo, Conexões
residenciais de alta velocidade, DSL: banda larga pela linha telefônica, LMDS:
acesso sem fio à banda larga,Satélites: a órbita estratégica)
MANUAL
DE
VIDEOCONFERÊNCIA – 85

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