conteúdo de compostos fenólicos, carotenoides, fibras e atividade

Transcrição

conteúdo de compostos fenólicos, carotenoides, fibras e atividade
ÁREA:
CV ( X )
CHSA ( )
ECET ( )
CONTEÚDO DE COMPOSTOS FENÓLICOS, CAROTENOIDES, FIBRAS E
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM POLPA, CASCA E SEMENTE NAS VARIEDADES
DE POLPA BRANCA E VERMELHA DA GOIABA (PSIDIUM GUAJAVA)
Lays Arnaud Rosal Lopes (ICV- UFPI), Prof. Dra. Regilda Saraiva dos Reis Moreira Araújo
(Orientadora Dep. Nutrição UFPI)
INTRODUÇÃO
A goiaba é um dos frutos de maior importância nas regiões tropicais e subtropicais, não só
devido ao seu elevado valor nutritivo, mas também pela grande aplicação industrial (MAIA;et
al.,2002). O processamento da goiaba, implica na geração residual de sementes, cascas e parte da
polpa. Apesar de a goiaba ser considerada uma boa fonte de antioxidantes pouco se sabe ainda
sobre o valor e/ou potencial de aplicação de seus resíduos (CORREIA; et al., 2004). Diversas
patologias estão sendo associadas ao estresse redox: diabetes mellitus, hipertensão arterial, câncer,
entre outras. A ação dos compostos antioxidantes está relacionada à atenuação de eventos
oxidativos que podem contribuir para a patofisiologia dessas doenças (PIETTA, 2000).
Considerando-se a produção de resíduos geradas a partir do processamento da goiaba,
a importância de compostos antioxidantes e fibras presentes nestes resíduos para saúde da
população e a necessidade de investigação científica para que estes subprodutos sejam aproveitados
da melhor forma pelas indústrias, foi realizado o presente estudo visando a caracterização das
variedades de polpa branca e vermelha da goiaba (psidium guajava) com relação ao conteúdo de
compostos fenólicos, carotenoides, fibras e atividade antioxidante na polpa, casca e semente da
goiaba de polpa vermelha e branca.
METODOLOGIA
A determinação da umidade foi realizada utilizando-se o método secagem em estufas
com temperatura de 105ºC por 24 horas. As cinzas foram determinadas através da técnica de
incineração em mufla à temperatura de 550ºC por 24 horas. A quantificação dos valores foi realizada
por diferenciação de peso das amostras antes e depois da secagem e das amostras antes e depois
da incineração.Os lipídios foram analisados por extração a quente em extrator intermitente de Soxhlet
e as proteínas pelo método de Kjeldahl (macro), sendo todas as determinações realizadas em
triplicata. O teor de Carboidratos foi obtido por diferença.
O
conteúdo
de
compostos
fenólicos
totais
foi
determinado
por
método
espectrofotométrico com leitura a 765nm, utilizando reagente de Folin Ciocalteau, e o solvente
Metanol/Acetona/Água (2:2:1). A determinação do teor de Flavonóides Totais foi realizada por método
espectofométrico com leitura a 425nm utilizando o solvente Metanol/Acetona/Agua (2:2:1) e os
reagentes: NaOH25% m/v. e AlCl310% m/v. O conteúdo de Carotenóides (Licopeno e Β-caroteno) foi
determinado por método espectrofotométrico com leitura nos comprimentos de onda: 453nm, 505nm,
645nm e 663nm e utilizando as fórmulas: Licopeno (Mg/100mL) = -0,0458x A663 + 0,204 x A645 +
0,372x A505 – 0,0806 x A453 x 1000; Β-caroteno (Mg/100mL) = 0,216x A663 – 1,22x A645 – 0,304x
A505 + 0,452x A453 x 1000. A Atividade Antioxidante Total foi verificada por dois métodos: método
espectofotométrico com leitura a 515nm utilizando o solvente Metanol/Acetona/Agua (2:2:1) e o
radical DPPH e pelo método espectofotométrico com leitura a 734nm utilizando o solvente
Metanol/Acetona/Agua (2:2:1) e o radical ABTS. O conteúdo de fibras foi verificado por estimativa
ÁREA:
CV ( X )
CHSA ( )
ECET ( )
utilizando as tabelas de composição de alimentos: TACO, Tabela de composição de alimentos da
USP, Tabela de Composição Química de alimentos da UNIFESP, média e desvio padrão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 01 abaixo, pode-se observar a composição química da goiaba vermelha e da
goiaba branca. A goiaba branca e goiaba vermelha são semelhantes no que diz respeito a
composição de proteínas, lipídeos, carboidrato, teor de umidade, cinzas e fibras. No que se refere
aos seus constituintes nota-se que, em Casca e Polpa destaca-se o seu elevado teor de umidade, as
sementes possuem um menor teor de umidade, no entanto possuem um elevado teor de lipídeos e
também de carboidratos, o que está relacionado a presença de fibras
Tabela 01 - Composição Química da Casca, Polpa e Semente da Goiaba Vermelha e da Goiaba
Branca
GOIABA VERMELHA
CT
NT
Casca
Polpa
Semente
Proteínas
Lipídeos
Umidade
Cinzas
Carboidratos
Fibras
11,26±0,12
10,55±0,11
14,05±0,32
0,59±0,03
0,64±0,02
3,34±0,25
86,77±2,11
89,57±3,45
58,36±2,17
0,62±0,01
0,62±0,01
0,49±0,01
1,45±0,07
2,04±0,3
23,40±0,28
5,40 ± 0,32
-
GOIABA BRANCA
CT
Proteínas
Lipídeos
Umidade
Cinzas
Carboidratos
Casca
Polpa
10,11± 0,26
12,22± 0,25
0,52±0,08
0,66±0,22
89,34± 0,14
91,30± 0,03
0,67± 0,03
0,68± 0,03
1,02 ± 0,05
0,92 ± 0,04
5,97 ± 0,47
Semente
13,70± 0,22
4,12± ,28
41,67± 2,96
0,61± 0,01
25,52 ±1,02
-
NT
Fibras
Fonte: Dados da Pesquisa, 2013
Legenda: CT: Constituinte ; NT: Nutriente
Os resultados obtidos na análise de Compostos Fenólicos Totais (CFT) expressos em mg de
Equivalente
de
Ácido
Gálico
(EAG)
por
100g
de
amostra
-1
foram:
Goiaba
Vermelha:
-1
Casca:349,73±2,36mg EAG.100g ; Polpa:174,10±2,36mg EAG.100g ; e Semente:29,91±2,39mg
-1
-1
-1
EAG.100g ; Goiaba Branca: Casca:209,15±2,39mg EAG. 100g ; Polpa:160,05±7,13mg EAG. 100g ;
-1
Semente:39,63±4,78mg EAG.100g . Tanto na goiaba vermelha quanto na goiaba branca o teor de
CFT de casca foi superior ao teor verificado nos demais constituintes da fruta, seguido por polpa e
semente. Comparando-se as variedades entre si, destacou-se a goiaba vermelha
Muitos estudos relacionam a capacidade antioxidante com o teor de fenólicos totais. Os
+
resultados obtidos na análise de antioxidante utilizando o radical ABTS expressos em TEAC
(Capacidade Antioxidante Total Equivalente ao Trolox) em mMol 100g
-1
-1
Foram: Goiaba vermelha:
-1
Casca:0,324±0,005 mMolg TEAC, Polpa:0,253±0,008 mMolg TEAC e Semente 0,0639±0.073 mMol
-1
-1
-1
g TEAC; Goiaba Branca: Casca:0,297±0,027 mMol g TEAC, Polpa:0,110±0,05 mMol g TEAC e
-1
Semente:0,0534±0 mMol g
TEAC. Na comparação entre as duas variedades, identifica-se uma
superioridade da vermelha em atividade antioxidante, A quantificação dos constituintes de ambas as
variedades separadamente demonstrou que o valor obtido para casca foi superior aos obtidos em
relação á polpa e ao de sementes.
Os resultados obtidos na análise de antioxidante utilizando o radical DPPH, expressos em
-1
-1
TEAC em mMol 100g foram: Goiaba Vermelha: Casca:0,187±0,29 mMolg TEAC; Polpa:0,133±0,14
-1
-1
mMolg TEAC e Semente 0,024±0,047 mMolg TEAC; Goiaba Branca: Casca:0,163±0,14 mMolg
-1
-1
-1
TEAC, Polpa: 0,095±0,025 mMolg TEAC e Semente:0,023±0,049 mMolg TEAC. Observa-se neste
método, valores de atividade antioxidante mais elevada para goiaba vermelha em relação a todos os
ÁREA:
CV ( X )
CHSA ( )
ECET ( )
constituintes quando comparadas ambas as goiabas e uma superioridade da casca em relação aos
demais constituintes da fruta quando comparados entre si. Entretanto, houve uma superioridade nos
+
valores verificados na determinação utilizando o radical ABTS , este método foi, portanto, mais
eficiente na avaliação da atividade neste estudo.
Além dos compostos fenólicos, muitos outros compostos, contribuem com a atividade
antioxidante das frutas, como: carotenoides (Licopeno e β-caroteno) e flavonoides.
Tabela 02 – Licopeno e β-Caroteno na Casca, Polpa e Semente da Goiaba Vermelha e Goiaba
-1
Branca em µ100g
Licopeno
β-Caroteno
Constituinte
Goiaba Vermelha
Goiaba Branca
Goiaba Vermelha
Goiaba Branca
Casca
269,3 ± 6,7
72 ± 0,7
161,2 ± 8,5
57,2 ± 3,4
Polpa
123,92 ± 2,8
2,32 ± 0
97,16 ± 8,06
2,84 ± 0
Semente
10 ± 1,46
2,86 ± 0,54
25,48 ± 3,12
1,48 ± 0
Fonte: Dados da Pesquisa, 2013
Observa-se na Tabela 02, que goiaba vermelha apresentou teores de Licopeno e βCaroteno mais elevados que goiaba branca em todos os seus constituintes. A casca de ambas foi o
constituinte que apresentou teores de Licopeno e β-caroteno mais elevados em relação aos demais
constituintes, seguida por polpa e semente
Os resultados obtidos na análise de Flavonóides em Mg de Equivalente de Quecertina
-1
(EQ) foram: Goiaba vermelha: Casca:184,64±0,06 mgEQ.100g ; Polpa:77,37±0,01 mgEQ.100g
Semente:83,79±0,01
-1
mgEQ.100g ;
Polpa:80,73±0,01 mgEQ.100g
-1
Goiaba
Branca:
Casca:50,58±0,01
-1
e
-1
mgEQ.100g ;
-1
e Semente:60,33±0,01 mgEQ.100g . Comparando-se goiaba de
polpa vermelha e goiaba de polpa branca o Teor de Flavonoides Totais foi superior na variedade de
polpa vermelha para todos os constituintes investigados, quando os mesmos são comparados entre
si, observa-se a superioridade em ambas as variedades, do teor de flavonoides de casca e sementes
em relação ao conteúdo identificado em polpa
CONCLUSÃO
A goiaba, variedades vermelha e branca, apresentou elevados teores de Compostos
Fenólicos Totais, Flavonoides, Licopeno e β-Caroteno, bem como elevada atividade antioxidante
destacando-se a goiaba vermelha. Quando comparados os constituintes separadamente, cascas
destacou-se tanto em relação ao teor dos compostos verificados, quanto em relação a valores de
atividade antioxidante. Cascas e sementes, comumente descartadas no resíduo industrial de goiaba
são uma boa fonte de compostos bioativos e apresentam elevada atividade antioxidante, seu
aproveitamento deve ser estimulado.
APOIO
Projeto Financiado via Edital Universal CNPq, Processo 482292/2011-31
REFERÊNCIAS
CORREIA, R. T. P. et al. Phenolic antioxidant enrichment of soy flour-supplemented guava waste by
Rhizopusoligosporus– mediated solid-state bioprocessing. Journal of Biochemistry, Tokyo, v.28, p
404-418, 2004.
MAIA G.A.;et al. Técnica aumenta tempo de conservação da goiaba.Revista de Ciência e
Tecnologia da FUNCAP, Fortaleza, n1, v.4, p 11-12, 2002.
PIETTA, P. G. Flavonoids as antioxidants. Journal of Natural Products v.63, p. 1035-1042, 2000.
PALAVRAS-CHAVE: Compostos bioativos; Frutos tropicais; Atividade antioxidante.

Documentos relacionados