Museus da RPM

Transcrição

Museus da RPM
> Museus em Maio
[ editorial ]
Sendo este Boletim da RPM
subsequente a Maio, mês dos museus, é de
> Panorama Museológico
em Portugal
> Roteiro de Museus
vitalidade e de divulgação que transborda o
presente número, onde se cruzam as notícias
sobre as acções promovidas pelos museus em
16
junho 2005
Boletim trimestral da Rede Portuguesa de Museus
Museus em Maio – Dia
Internacional dos Museus
e Noite dos museus
torno das comemorações do Dia Internacional
> Actividades apoiadas pela
Rede Portuguesa de Museus
dos Museus sob o mote de “Pontes entre
Museus, Pontes entre Culturas foi
culturas”. O tema este ano proposto pelo
o tema proposto pelo ICOM –
> Encontro de Museus RPM
ICOM revelou-se muito adequado às
do Distrito de Setúbal
características das instituições museológicas
e foi bem aproveitado por estas, através de
> Participação em encontros
> Centro de Documentação –
Destaques
por Silvana Bessone
Museus para a 27.ª edição do
uma ampla paleta de iniciativas que incluem
Dia Internacional dos Museus
novas exposições temporárias, edições,
celebrada no dia 18 de Maio.
actividades pedagógicas, lançamento de sites.
Muitos foram os Museus que
Também a “Noite dos Museus” encontrou
> Um Museu Centenário,
Conselho Internacional dos
um eco muito alargado nos museus, que
viram o público corresponder em grande escala
seguiram este repto, reconhecendo a sua vocação de media-
> Exposições em Arqueologia –
a este evento, almejando igualmente uma
dores entre culturas e reafir-
para maior interacção, por José
boa visibilidade nos meios de comunicação
mando-se como espaços de
d’ Encarnação
social. Os próprios artigos desta edição
fruição cultural e de encontro
> Notícias de Museus RPM
espelham eventos associados ao mês dos
museus: o centenário do Museu Nacional dos
> Reflexões a Propósito da Visita
Coches, da autoria da sua directora, Silvana
de Estudo da APOM a Berlim, por
Bessone, e uma reflexão de José d’Encarnação
Madalena Brás Teixeira
> Em Agenda
> Outras Notícias
> Dissertações
> Encontros
social. Muitos destes Museus aderiram também à Noite dos Museus
– Luzes na Noite, iniciativa promovida pela Direcção dos Museus
de França, que decorreu no dia 14 de Maio e que contou com a
sobre o lugar dos textos em duas exposições
participação de mais de 4000 museus europeus.
de arqueologia actualmente patentes ao
O mês de Maio foi, assim, pontuado por acontecimentos nos
público, uma das quais inaugurada no Dia
Museus, cujas programações, muito variadas, sublinharam mais
Internacional dos Museus.
uma vez as suas potencialidades culturais, educativas e lúdicas.
18 de Maio foi o dia escolhido para apresentar
a nova publicação do Instituto Português de
À semelhança de anos anteriores, o Instituto Português de Museus/
Museus e do Observatório de Actividades
Rede Portuguesa de Museus promoveu um conjunto de iniciativas
Culturais, O Panorama Museológico em
para celebrar o dia 18 de Maio, nomeadamente a edição de um
(cont. na página 2)
(cont. na página 3)
(continuação da página anterior)
Portugal (2000-2003), obra que tínhamos anunciado no
orçamento, funcionar de forma permanente ou sazonal
editorial do anterior número do boletim e que nos preza
ao longo do ano, ter actividades orientadas para os
agora ter já disponível ao público. Esta edição prossegue
visitantes) verifica-se que em 1998 eram 152 os museus
o rumo iniciado com o Inquérito aos Museus de Portugal
(num total de 530) que preenchiam este modelo, enquanto
(2000) que preparou o lançamento da Rede Portuguesa
em 2002 o número de museus que acedeu a este conjunto
de Museus, permitindo então obter um retrato da situação
de critérios mais do que duplicou, passando a 330 (num
museológica nacional, as características dos museus,
total de 591 casos analisados). Quanto ao modelo
conhecer os problemas e as necessidades e a partir daí
denominado de “desenvolvimento” em que os museus
delinear uma política de actuação, que se reflectiu nas
preenchem cumulativamente 14 critérios (por exemplo, a
linhas programáticas da RPM.
acrescer aos anteriores, ter sistemas de segurança, serviço
A relevância que a realização de estudos sobre a realidade
de acolhimento ao público, instalações definitivas, fazer
museológica portuguesa desempenha na actuação da RPM
divulgação do acervo, ter folheto/desdobrável, constar da
é, assim, agora continuada com um novo estudo efectuado
informação sobre itinerários culturais e ter serviços
pelo OAC sobre os museus no período entre 2000 e 2003,
educativos), em 1998 foram encontrados 50 casos,
permitindo obter informação sobre a sua evolução e sobre
quantitativo que passou em 2002 para 131 casos. Estes
o cumprimento dos indicadores fundamentais para a sua
resultados permitem afirmar que o panorama museológico
boa actuação como instituições museológicas.
português se qualificou fortemente nos últimos anos, o
Quanto às grandes tendências dos museus portugueses,
que significa que há mais museus e mais qualificados,
o perfil geral mantém-se semelhante ao longo destes
mas também com graus de exigência mais elevados no
anos: quanto à tutela, predominam os museus da
desempenho das funções museológicas.
administração pública (60% do total de museus) e nesta
A par desta linha de trabalho, a de conhecer de forma
avultam os da administração local (40% do total de
aprofundada os museus existentes no território nacional,
museus); quanto ao tipo de colecções salvaguardadas
a avaliação da própria actuação da RPM faz parte
nos museus, predominam os mesmos três tipos: museus
integrante de O Panorama museológico em Portugal,
de etnografia, museus de arte e museus pluridisciplinares;
permitindo-nos salientar que não é habitual em Portugal
quanto à localização geográfica por região, predomina
a prática de análise e de avaliação dos serviços públicos
a localização em Lisboa e Vale do Tejo, seguida do Norte;
e ainda menos a sua divulgação.
finalmente, quanto ao tempo de existência, é muito
No inquérito aos museus da RPM foram avaliados o
expressivo o predomínio dos museus que têm entre 5 a
cumprimento dos objectivos delineados pela RPM, os
25 anos (são 71% do total de museus existentes), ou
produtos e as acções resultantes da aplicação dos três
seja, cuja data de abertura ao público ocorre a partir
eixos programáticos da informação, da formação e da
dos anos oitenta, e em especial nos anos noventa (37%
qualificação, tais como a página da Internet, o boletim
do total), do século XX.
trimestral, as acções de formação, os programas de apoio
Entre os problemas detectados nos museus, saliente-se que,
técnico e financeiro e foram ainda avaliados os impactos
no que respeita à utilização das novas tecnologias, em
da acção da RPM nos museus e as expectativas quanto
2002, 25% das entidades museológicas analisadas (591)
ao futuro. De um modo geral, a avaliação feita por parte
ainda não dispunham de ligação à Internet e 34% não
dos museus da RPM é globalmente satisfatória ou mesmo
dispunham de recursos informáticos. Quanto à existência
muito satisfatória. Importa salientar que os aspectos
de serviço educativo organizado, embora tenha crescido
mais satisfatórios da RPM, de acordo com as respostas
de 44% para 48% a percentagem de museus que o
dos responsáveis dos museus, são os de recomendar e
possuem, é de sublinhar que cerca de metade ainda não
divulgar boas práticas museológicas, de promover a
o têm, apesar de alguns destes museus organizarem visitas
qualificação dos museus e a edição do boletim. Quanto
guiadas e outras actividades para o público escolar.
ao grau de expectativa face ao futuro da RPM a maioria
Como um dos mais interessantes resultados deste estudo,
considera-se optimista (40%) ou muito optimista (39%),
verifica-se que houve um crescimento do número de museus
ao passo que 25% se posiciona como pouco optimista.
que preenchem um conjunto de requisitos e de critérios
As sugestões apresentadas pelos respondentes ao Inquérito
fundamentais, quando comparados com os números do
permitirão também ajudar a perspectivar os próximos
Inquérito aos Museus em Portugal. Assim, no modelo
passos da RPM, tendo aquelas recaído sobretudo na área
denominado de “minimal”, em que os museus devem
da inter-acção entre museus e no reforço da relação com
preencher cumulativamente 7 critérios (por exemplo, possuir
os públicos.
inventário sumário, 1 sala de exposições, salas destinadas
Clara Camacho
a outras funções, 1 conservador ou técnico superior, ter
Coordenadora da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
2 | Boletim Trimestral
Notícias RPM
(continuação da capa)
cartaz comemorativo, a publicação da obra O Panorama
É de salientar a diversidade e a criatividade das
Museológico em Portugal (2000-2003), em colaboração
programações propostas, sublinhando-se também o
com o Observatório das Actividades Culturais, e a
carácter inovador da iniciativa da Noite dos Museus
reedição do Roteiro de Museus (ver caixa em baixo).
sob o tema “Luzes na Noite” que contribuiu para o
Para divulgação das actividades dos museus da RPM,
enriquecimento desses mesmos programas, permitindo
foi disponibilizado desde o dia 9 de Maio no sítio da
ao visitante uma aproximação diferente aos museus. ❚
RPM um “minisite” dedicado ao mês de Maio. Esta
apresentação para além da identificação no mapa do
país de todos os museus com actividades alusivas às
comemorações de Maio, permitindo uma navegação
museu a museu percorrendo o país de norte a sul e
ilhas, facultava também a pesquisa pelo tipo de
actividade, designadamente exposições, visitas e
passeios temáticos, ateliês, jogos, animações, filmes,
edições, espectáculos, encontros e tertúlias.
Panorama Museológico em Portugal (2000-2003)
No passado dia 18 de Maio, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, foi lançada
a obra O Panorama Museológico em Portugal (2000-2003) no Museu Nacional de Arqueologia.
O Panorama Museológico Português (2000-2003), uma co-edição do Observatório das Actividades Culturais
e do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus, corresponde a um retrato actualizado
dos museus portugueses e permite um primeiro balanço das expectativas e dos resultados conseguidos
com a criação da Rede Portuguesa de Museus.
Do Inquérito aos Museus em Portugal, editado pelo IPM em 1999, resultou a estruturação da Rede Portuguesa
de Museus e a colaboração entre o Instituto Português de Museus, o Observatório das Actividades Culturais
e o Instituto Nacional de Estatística. Esta articulação institucional tem permitido obter um conhecimento
constante da evolução dos museus portugueses, algo que é fundamental para a definição das linhas de
trabalho do IPM no âmbito da Rede Portuguesa de Museus. O estudo que agora se publica possibilita
uma análise comparativa do desenvolvimento dos museus portugueses, entre 1999 e 2003, designadamente
quanto à tipologia de colecções, distribuição geográfica, funcionamento, instalações, recursos e actividades
orientadas para os visitantes. Esta publicação inclui ainda uma análise da actividade da RPM, tanto no
que respeita às características dos museus nela integrados, como à avaliação à acção desta rede, mediante
os resultados de um inquérito aplicado aos mesmos museus.
Roteiro de Museus
No dia 18 de Maio, o IPM/RPM apresentou também no Museu Nacional de Arqueologia a reedição do
Roteiro de Museus, publicado pela primeira vez em 2004 e agora actualizado para o corrente ano de 2005.
O Roteiro fornece informação útil sobre a localização, os contactos, as colecções e as actividades dos 120
museus que integram a Rede Portuguesa de Museus. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 3
Actividades apoiadas pela Rede Portuguesa de Museus em Maio,
mês dos museus
Os museus que integram a Rede Portuguesa de Museus promoveram um amplo conjunto de actividades
ao longo do mês de Maio, algumas resultando de apoios prestados pela RPM no âmbito do Programa
de Apoio à Qualificação de Museus. Deste modo, salientamos algumas actividades que decorreram no
mês de Maio e que beneficiaram do apoio da RPM:
O Museu Municipal de Vila Franca de Xira lançou a sua página web, que permitirá uma maior divulgação
deste museu e das suas actividades. O utilizador vai poder aceder a informação sobre exposições e
actividades, destaques e novidades, ao centro de documentação e publicações, a galeria de imagens e
ao serviço educativo. Poderá ainda efectuar pedidos e marcação de actividades educativas e esclarecer
dúvidas relacionadas com o Museu Municipal ou com a História e Património Local.
No plano da acção pedagógica, o Museu da Olaria (Barcelos) lançou a maleta pedagógica Brincadeiras
com Barro, enquanto a Casa-Museu Leal da Câmara e o Museu Anjos Teixeira, ambos de Sintra, apresentaram
à Comunidade Escolar, em sessão ocorrida a 18 de Maio, os novos instrumentos pedagógicos: Manual
Pedagógico da Casa-Museu de Leal da Câmara e Maleta Pedagógica do Museu Anjos Teixeira e respectivas
Fichas de Trabalho.
Na área das edições, o Museu da Villa Romana do Rabaçal apresentou o Catálogo Espaço-museu Villa
Romana do Rabaçal, edição em língua inglesa, ao passo que o Museu Bernardino Machado apresentou o
livro infantil À descoberta de Bernardino. ❚
Encontro de Museus RPM do Distrito
de Setúbal
No passado dia 24 de Maio foi organizado, por iniciativa
A comunicação inicial da Coordenadora da RPM fez
do Ecomuseu Municipal do Seixal em parceria com a
uma síntese comparativa do panorama nacional e
Rede Portuguesa de Museus, um Encontro de Museus
distrital dos Museus da RPM, apresentando dados
da RPM do Distrito de Setúbal com os seguintes
muito recentes resultantes do estudo levado a cabo
objectivos: estimular e reforçar o conhecimento e a
pelo Observatório das Actividades Culturais, publicado
articulação entre tutelas, responsáveis e profissionais;
este ano, e dados decorrentes da relação dos Museus
dar a conhecer a situação actual dos museus, pontos
da RPM do Distrito de Setúbal com a própria RPM,
fracos, pontos fortes e projectos em curso; diagnosticar
designadamente no que respeita ao benefício que
as principais carências de recursos.
retiraram ao longo dos últimos anos das suas principais
O Encontro contou com uma participação muito
linhas de acção – Informação, Formação, Qualificação.
expressiva de técnicos, responsáveis e representantes
O Encontro dividiu-se em duas partes intituladas
das tutelas do Ecomuseu Municipal do Seixal, do Museu
respectivamente 1.ª Conhecermo-nos e 2.ª Dar-
Municipal de Alcochete, do Museu Municipal de
-mo-nos a conhecer, a primeira centrada no trabalho
Santiago do Cacém, do Museu de Setúbal – Convento
mais interno dos museus abrangendo os painéis
de Jesus e do Museu do Trabalho Michel Giacometti,
I Programação e implantação no território e II Os acervos,
ficando apenas ausente, por motivos de força maior,
recursos de desenvolvimento – investigação, conservação
a representação do Museu Municipal Pedro Nunes.
(e reservas), documentação, a segunda dedicada às
Todos estes museus foram dos primeiros a apresentar
formas de comunicação com os públicos incluindo os
candidaturas à adesão à RPM, tendo sido integrados
painéis III Exposições, edição, sites e centros de
nesta rede logo no ano de 2001.
documentação e informação e IV Interacção com as
4 | Boletim Trimestral
comunidades e relação com os públicos – educação e
e criatividade face aos meios disponíveis. De
acção comunitária.
dependência tutelar semelhante – administração local –,
Ficou patente ao longo do Encontro a diversidade e
os museus referidos apresentaram e debateram
a complementaridade de vocações, de meios e
experiências, concretizações, dificuldades e soluções
recursos, de contextos e realidades sociais a que estes
encontradas, almejando-se promissor e frutífero o
museus respondem numa sociedade em transformação
reforço da sua articulação futura em várias vertentes
e as respectivas estratégias de captação e de fidelização
do trabalho museológico, o grande propósito deste
de públicos, cuja apresentação ressaltou muita agilidade
Encontro. ❚
Participação em Encontros
Ao longo dos últimos meses tiveram lugar alguns encontros culturais que contaram com a participação da
Rede Portuguesa de Museus:
• Conferência no Museu Militar do Porto
• Encontro Autarquias e Cultura
No dia 21 de Março de 2005, no âmbito das
No Ateneu Artístico Vilafranquense teve lugar, no dia
comemorações do 25.º aniversário do Museu Militar
12 de Maio, o Encontro Autarquias e Cultura promovido
do Porto, a Coordenadora da Rede Portuguesa de
pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Este
Museus proferiu uma conferência com o título Ao
Encontro contou com a presença de representantes
encontro dos públicos: novos rumos e novos desafios
do Ministério da Cultura, da Associação Nacional dos
para os museus portugueses. Esta participação decorreu
Municípios Portugueses, de diversas Autarquias e
num momento em que o museu pondera a sua
Universidades. As várias intervenções, salientando
renovação e qualificação, tendo sido precedida de
experiências e concretizações no âmbito das políticas
alguns contactos, por iniciativa da Direcção de
culturais, versaram sobre os seguintes temas: O Livro,
Documentação e História militar, com o IPM/RPM.
as Bibliotecas e os Leitores; O Público e as Políticas
Culturais; Os Museus, o Património e a Memória; As
Autarquias, a Universidade e as Parcerias Culturais. O
painel consagrado aos museus incidiu sobre as questões
de gestão das instituições museológicas autárquicas,
do novo quadro jurídico aberto pela Lei Quadro dos
Museus Portugueses e da relação entre os museus e
os públicos. ❚
PAQM – Programa de Apoio à Qualificação de Museus
O prazo para apresentação de candidaturas ao PAQM 2005 decorre
entre 15 de Junho e 15 de Julho. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 5
Centro de Documentação
A disseminação de boas práticas de conservação é o objectivo comum
manual de fácil acesso. Na segunda obra destacada, o papel da
das obras apresentadas em Destaque neste Boletim. Desde o controlo
conservação preventiva nos museus e a definição de procedimentos
das condições ambiente à adequação dos procedimentos de
são discutidos a partir das experiências e reflexões dos especialistas
transporte, manuseamento, exposição, armazenamento e restauro
espanhóis reunidos no 6.º Colóquio Galego de Museus. Como no
de objectos, a área da Conservação abrange um conjunto de práticas
caso da primeira obra, as duas últimas, provenientes da Irlanda e
conducentes à minimização e ao combate dos processos degenerativos
da Austrália, apresentam um conjunto de princípios e orientações
dos bens culturais. A primeira das obras, editada pelo Instituto
a pôr em prática nas diferentes fases de intervenção, abrangendo
Português de Conservação e Restauro, propõe, exactamente, uma
diversos tipos de material. De cada uma das obras destaca-se a
série de recomendações de conservação preventiva, em forma de
respectiva referência bibliográfica e o resumo sumário.
Destaques
TÍTULO: Conservação preventiva: vade mecum
Resumo: Editada pelo Instituto Português de Conservação e Restauro, a brochura
AUTORES: Anabela Almeida
Luís Elias Casanovas
“Conservação preventiva: vade mecum” recomenda um conjunto de procedimentos
PUBLICAÇÃO: Lisboa: Instituto Português
de Conservação e Restauro, 2004
grupos: Agentes de deterioração, Segurança, Conservação e Manutenção, Exposição
DESC. FÍSICA: 11 pp.
de base da conservação preventiva do património, divididos em cinco grandes
e Embalagem e Transporte. Através da sistematização de técnicas e metodologias,
a publicação deste guia visa contribuir para a consolidação do papel da conservação
preventiva no contexto da preservação do património.
TÍTULO: A conservación preventiva
Resumo: O papel da conservação preventiva nos museus enquanto instrumento fundamental
PUBLICAÇÃO: Coruña: Consello Galego
de Museos, 2000.
de protecção do património, nomeadamente no que concerne a sua implicação sobre o
DESC. FÍSICA: 329 pp.
a necessidade de definição de conceitos, procedimentos e práticas de conservação e com
ISBN: 84-88508-27-1
a formação de pessoal técnico especializado. Para discutir estas questões, e outras relacionadas,
espaço físico do museu e sobre o objecto, levanta uma série de questões relacionadas com
o Consello Gallego de Museos organizou, entre 27 e 29 de Janeiro de 2000, o 6.º Colóquio
Galego de Museus. Estruturado em três secções – Organização da área de conservação e
as suas funções; Conservação preventiva das colecções nas exposições, transporte e
armazenamento; Aplicação das novas tecnologias na conservação preventiva – o encontro
contou com a presença e o contributo de vários profissionais espanhóis, proporcionando
um espaço de debate, formação e contacto entre os especialistas, de forma a conciliar
esforços e a promover a partilha de experiências, problemas e possibilidades de acção.
TÍTULO: Caring for collections:
a manual of preventive conservation
Resumo: Editado pelo Heritage Council, em colaboração com o Institute for
AUTOR: Susan Corr
estabelece os princípios e procedimentos a pôr em prática na construção de
PUBLICAÇÃO: Dublin: The Heritage Council, 2000
um programa de conservação preventiva de colecções. O manual divide-se
DESC. FÍSICA: 73 pp.
em quatro capítulos estruturantes, que abrangem o edifício e as condições
COLECÇÃO: Heritage Council of Ireland Series
ambientais, a colecção, o objecto (registo, manuseamento, armazenamento,
ISBN: 1-901137-244
exposição, empréstimo e transporte) e o papel do profissional de conservação.
the Conservation of Historic and Artistic Works in Ireland, este guia de referência
Expostos de modo sistemático e de fácil acesso, encontram-se presentes
em cada secção tópicos de orientação prática referentes à explicação dos
processos de deterioração e dos meios de os combater ou minimizar. O
manual inclui ainda um glossário, bibliografia e outros recursos de referência.
TÍTULO: A practical guide to the conservation and
care of collections
Resumo: Contando com contribuições de membros do West Australian
AUTORES: ed. David Gilroy, Ian Godfrey
forma detalhada, os passos a serem seguidos no processo de conservação de
PUBLICAÇÃO: Perth: Western Australian
Museum, 1998
objectos de colecção. As orientações abrangem vários tipos de material –
DESC. FÍSICA: 184 pp.
ISBN: 0-7307-1215-X
Museum’s Department of Materials Conservations, este guia prático expõe, de
cabedal, têxteis, marfim e osso, madeira, papel e livro, fotografia, pintura,
cerâmica, vidro, pedra, metal, materiais orgânicos modernos, material
etnográfico e material retirado de meios aquáticos – organizados por capítulos
e com particular atenção para as questões de conservação preventiva face às
intervenções de restauro. Cada capítulo compreende uma introdução histórica
ao material, caracterização, factores de deterioração, modos de conservação
preventiva, exposição e armazenamento e tratamentos de restauro aconselhados,
6 | Boletim Trimestral
com ilustrações. A obra inclui ainda estudos de caso e glossário.
Artigo
Um Museu Centenário
* Directora do Museu Nacional dos Coches
Silvana Bessone*
Numa época em que os efeitos das novas tecnologias
Convencido o rei D. Carlos a autorizar, definitivamente,
da comunicação nos levam, cada vez mais, a viver
a instalação do Museu no antigo e desactivado Picadeiro
apressadamente, quase diríamos, ao segundo, o facto
Real, iniciam-se em 1904 as obras de adaptação do
de se comemorar o Centenário do Museu Nacional
espaço a museu sob a orientação do Arquitecto dos
dos Coches, instituição de referência no panorama
Palácios Reais, Rosendo Carvalheira, com o apoio dos
museológico português e internacional, torna-se um
pintores José Malhoa e Conceição e Silva que se ocupam
evento singular.
do restauro das pinturas do tecto e que também
A criação do Museu parte de uma iniciativa da rainha
terminam as pinturas das galerias, incluindo aí os
D. Amélia de Orleães e Bragança, mulher do rei
retratos de várias figuras ilustres ligadas a este projecto,
D. Carlos I que, ao chegar a Portugal, e escolhendo
de que se destacam naturalmente os de D. Carlos e
para viver, em 1886, o Palácio Real de Belém,
D. Amélia, bem como os seus próprios retratos e das
“descobre”, nas instalações do antigo Picadeiro Real,
respectivas mulheres.
desde há muito transformadas no Depósito I da
Pela mesma altura, Monsenhor Joaquim Maria Pereira
Repartição das Reais Cavalariças, um conjunto de
Bôto, Cónego da Sé de Faro e da Santa Sé Patriarcal
viaturas de gala de grande beleza, apesar do seu estado
de Lisboa, fundador do Museu Arqueológico e Lapidar
de conservação não ser o melhor.
Infante D. Henrique, em Faro, e Capelão dos monarcas,
Num relato curioso, datado de 1844, o escritor inglês
entusiasma-se com o projecto e inicia um estudo da
Guilherme de Thackeray, que de passagem por Lisboa
colecção que resultou no 1.º volume da obra, erudita,
rumo ao Egipto, aproveita para visitar um conjunto
intitulada Promptuario Analytico dos Carros Nobres da
de coches de Estado que, já naquela altura, podiam
Casa Real Portuguêsa e das Carruagens de Gala em que,
ser visitados por touristes acompanhados por um guarda
na apresentação ao leitor, datada de 22 de Agosto de
que orientava a visita, deixa-nos as seguintes impressões:
1905, o autor se propõe fazer uma primeira
«(...) nada se me deparou em toda a minha vida, que possa
sistematização e classificação dos diversos modelos de
comparar-se com este museu de carroças do século passado,
viaturas existentes.
que ali jazem n’uma espécie de limbo, velhas, douradas,
Muitos dos coches, berlindas e carruagens são
enormes, bolorentas e tombadas.» para, mais adiante,
restaurados nesta altura, a fim de poderem ser expostos
nos referir que as acha «(...) consideravelmente deterioradas:
condignamente e, logo no início de Janeiro de 1905,
a acção do tempo lambera o oiro assim das rodas como
é noticiada no “Jornal do Commercio”, a visita informal
dos painéis dos coches e o veludo, já muito safado, era
que os Duques de Connaught, hospedados no Palácio
horripilante».1
Real de Belém, fazem às futuras instalações do Museu,
Podemos imaginar o efeito que este espectáculo,
ainda em fase de acabamentos.
simultaneamente belo e horrível, terá causado a
Só no dia 23 de Maio de 1905, o Museu dos Coches
D. Amélia que, consciente do valor patrimonial deste
Reaes é formalmente inaugurado pela rainha D. Amélia
conjunto, desde logo, se empenha, com o apoio do
passando, a partir de dia 25, a estar aberto ao público.
seu Estribeiro-Menor Alfredo de Albuquerque, em
No jornal “O Século” do dia seguinte podemos ler «(...)
reunir, num mesmo espaço, as viaturas de gala da Casa
Com a assistência de sua magestade a Rainha D. Amélia,
Real dispersas por várias dependências da Repartição
realizou-se ontem, pelas 5 horas da tarde, a inauguração
das Reais Cavalariças e que a chegada dos primeiros
solene do “Museu dos Coches Reaes”. Instalado num dos
automóveis condenava a uma utilização cada vez mais
corpos do Real Palácio de Belém, na parte que foi propriedade
reduzida.
do conde de Aveiras e que completamente transformada
Rainha D. Amélia
1
Alberto Telles, in Ocidente, de 16 de
Junho de 1880
Rede Portuguesa de Museus | 7
por D. João V, era conhecida com a denominação de picadeiro
de directores ilustres que vão deixando o seu cunho
do Paço de Belém ou de D. João V, até ao dia de ontem.(...)»
pessoal na forma e no estilo com que dirigiram a
Foi lavrado um Auto de Inauguração do Museu dos
instituição.
Coches Reaes, assinado pela rainha D. Amélia, pela
Com Luciano Freire é incorporado no acervo inicial
Condessa de Figueiró, e pelos senhores D. João Alarcão
o núcleo de retratos régios da dinastia de Bragança,
Velasques Osório, Ministro das Obras Públicas, Severiano
bem como um conjunto de trajos de corte e é editado,
Augusto da Fonseca Monteiro, Director-Geral do
após levantamento fotográfico das viaturas, o primeiro
Ministério das Obras Públicas e Minas, Rosendo
Catálogo Descritivo e Ilustrado, datado de 1923.
Carvalheira Arquitecto de 1.ª classe do Ministério das
Sucede-se, em 1933, José de Figueiredo, primeiro como
Obras Públicas, José Malhoa pintor que restaurou os
director interino e depois, de 1934 até ao final de 1935,
tectos, Frederico Augusto Ribeiro, construtor civil, entre
com provimento definitivo.
outros, presentes na cerimónia.
De 31 de Dezembro de 1935 a 24 de Novembro de
O Museu fica, então, dependente da Repartição das
1943, o Museu Nacional dos Coches, apesar de
Reais Cavalariças e dispõe logo de início de um Quadro
temporariamente privado da sua autonomia e ligado
de Pessoal, constituído por um Director, o Tenente-
ao Museu Nacional de Arte Antiga, não perde a sua
-Coronel Alfredo de Albuquerque (1905-1910), um
especificidade, ficando, até 1938, sob a direcção desse
secretário-conservador, um fiel, um porteiro e sete
personagem ímpar na museologia portuguesa que foi
guardas, todos recrutados de entre o pessoal mais velho
o Dr. João Couto.
da Casa Real.
Em 1938, o então conservador Luís Keil assume a
Para além das viaturas de gala da Casa Real, que por
responsabilidade pelo Museu e, retomada a autonomia
razões de Protocolo de Estado continuavam a sair,
orgânica em 1943, é nomeado seu director.
sempre que necessário, em cerimónias oficiais ou em
Luís Keil (1938-1947) fica ligado à ampliação do Museu
cortejos fúnebres, voltando ao seu local de exposição
com a construção de uma segunda sala de exposição,
no Museu após serem devidamente limpas e tratadas,
inaugurada em 1944, e à edição, um ano depois, de
entre 1905 e 1908, integraram o núcleo inicial da
um importante catálogo descritivo de toda a colecção
colecção, inúmeros arreios de tiro e cavalaria, acessórios
do Museu, organizado por tipologias de peças.
para torneios e jogos equestres, bem como peças vindas
Augusto Cardoso Pinto (1947-1962) que, entre outros
da Casa de Armas e da Repartição das Reais Equipagens,
aspectos, se destacou pela sua preocupação em divulgar
ambas a funcionar no Palácio das Necessidades e, por
a colecção a nível nacional e internacional, tendo
decisão da Administração Geral da Fazenda, um
acompanhado visitas ao Museu a altas individualidades
conjunto de peças das Reais Propriedades de Queluz,
que, em deslocação oficial, visitavam Lisboa,
bem como alguns bens propriedade particular dos
nomeadamente Isabel II, rainha de Inglaterra, os Reis
Monarcas e colocados, por sua iniciativa, em depósito
do Sião, os Reis do Nepal, o Imperador da Etiópia Haile
no Museu.
Salassie, ou tendo editado, para os simples turistas que
Após a Implantação da República a 5 de Outubro de
visitavam o Museu, o primeiro “Guia do Visitante”,
1910, o Museu dos Coches Reaes passou, por Decreto
auxiliar de visita de leitura fácil, traduzido em francês
de 1911, a ter a designação de Museu Nacional dos
e inglês.
Coches e, foi nessa altura, nomeado, definitivamente,
Maria José de Mendonça (1962-1969), pela sua sólida
seu director, Luciano Martins Freire (1910-1933),
formação museológica, ficará ligada, sobretudo, à
professor da Escola de Belas Artes de Lisboa que estava,
reestruturação da exposição permanente à luz dos
há um ano, interinamente, a exercer as funções de
novos conceitos da museografia, modernizando a
direcção do museu.
apresentação das colecções e, ainda, à valorização da
Um novo ciclo de vida do Museu Nacional dos Coches
colecção de traje civil, que será, mais tarde, o ponto
inicia-se então, sucedendo-se à sua frente, uma série
de partida para a criação do Museu Nacional do Traje,
8 | Boletim Trimestral
Primeiro Catálogo
e também à criação do Serviço Educativo do Museu,
Museu, totalmente ilustrado, que eu própria
iniciativa de extrema importância na formação de
organizei.
gerações de jovens visitantes.
Prestada, em síntese, esta justa homenagem àqueles
Cabe, por sua vez, a Madalena Cagigal e Silva (1969-
que orientaram superiormente a vida do Museu, fica-
-1983) concluir a obra da sua antecessora com a abertura
-nos, ainda, por referir a importância que tiveram, nestes
de uma nova sala dedicada à rainha D. Amélia e com
seus cem anos de vida, os inúmeros funcionários e
a reabertura das galerias, apresentando, agora, um
amigos que por ele passaram, impossível de mencionar,
conjunto de vitrines organizadas por temas. Ao mesmo
caso a caso, mas que desenvolveram muito trabalho
tempo, organiza uma série de pequenas exposições
em prol da comunidade na área Educativa, com tantas
temáticas que permitem desenvolver linhas de
iniciativas de que se destacam os ateliers infantis que
investigação sobre as colecções do Museu.
desde há cerca de quarenta anos tornaram inesquecível
É ainda sob esta direcção, e com a colaboração do
a visita ao Museu a mais de um milhão de crianças.
então conservador João Castel-Branco Pereira (actual
Na área da Conservação e Restauro destaque-se o
director do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian),
momento da inauguração, a campanha dos anos
criado o Anexo do Museu Nacional dos Coches em
quarenta ou, mais recentemente, o restauro do
Vila Viçosa, através de um protocolo de cedência de
coche dos “Oceanos”, que permitiu a recuperação
espaço estabelecido com a Fundação da Casa de
de tão significativos “tesouros nacionais”.
Bragança que permitiu expor, na Cocheira Real e nas
A área da Investigação e Inventariação, desde início,
três cavalariças do Paço Ducal, um conjunto de viaturas
documentou e registou as diversas colecções que
da colecção do Museu, que estavam há muito em
constituem o acervo do Museu, acompanhando o
reserva e a que se juntaram viaturas do Palácio da
constante progresso da ciência museológica e
Ajuda e da Presidência da República, e se integraram
utilizando as mais modernas tecnologias como é o
duas novas colecções de viaturas dos séculos XIX e
caso do inventário informático Matriz e Matriznet.
XX, adquiridas pelo Estado em 1980 e 1983,
Na área da Divulgação, traduzindo a riqueza cultural
respectivamente ao Visconde da Corte e ao Conde de
do seu património, tanto nas exposições, como
São Martinho.
aquela que, em 1906, por iniciativa do rei D. Carlos,
O Anexo do Museu Nacional dos Coches em Vila
levou a Milão a imagem do Museu dos Coches
Viçosa viria a ser inaugurado, em Maio de 1984, já
Reais, através de um importante conjunto fotografias,
sob a direcção de Natália Correia Guedes (1983-1990)
como nas inúmeras publicações, que desde o
que durante o seu mandato organizou diversas
primeiro catálogo publicado em 1907 em língua
exposições temporárias de relevo, como por exemplo
francesa até aos actuais Catálogo e Guia editados
“A Falcoaria Real”, “D. Catarina de Bragança – princesa
em português, castelhano, francês e inglês ou às
de Portugal, rainha de Inglaterra” realizada em Lisboa e
edições em suporte magnético e digital passando,
em Nova Iorque, ou ainda “Roma Lusitana/Lisboa
claro está, pela presença na Internet com o site
Romana” proporcionando o regresso a Roma de um
www.museudoscoches-ipmuseu.pt.
dos coches da Embaixada ao Papa Clemente XI (o
E ainda, como não poderia deixar de ser, é de
coche dito da “Coroação de Lisboa”), peça emblemática
salientar a Vigilância e Segurança de um património
dessa exposição internacional.
excepcional, que, por iniciativa da rainha D. Amélia,
Neste período publicou-se, em edição trilingue
ficou sob nossa custódia e que, já em 1844, era
(português, francês e inglês), o livro O Museu dos
visitado na companhia de um guarda, e que desde
Coches, de que foi a autora, e o IPPC editou um
a sua inauguração, em 23 de Maio de 1905, até hoje
desdobrável para o anexo de Vila Viçosa da autoria
detém o primeiro lugar dos museus portugueses no
de João Castel-Branco Pereira e um novo Roteiro do
que respeita ao número de visitantes. ❚
Serviço educativo
Guia do Museu Nacional dos Coches –
Anexo de Vila Viçosa
Rede Portuguesa de Museus | 9
Exposições em Arqueologia – para maior
interacção
José d’Encarnação*
* Universidade de Coimbra
Algo que amiúde deixava perplexos os meus estudantes
enormes, pejados de uma terminologia técnica,
era o facto de, na disciplina de Comunicação Social,
sibilina para o comum dos mortais (terra sigillata
lhes acentuar que um texto escrito era para ser lido;
para aqui, ânforas Haltern 70 para acolá…)… Em
uma conversa, para ser ouvida; e uma intervenção
letra miudinha, ainda por cima; a uma distância
na televisão assim como uma exposição eram,
razoável… «Quero eu lá saber de toda esta loiça
fundamentalmente, para serem vistas… Parecia-lhes
escaqueirada e arqueólogo deve ser mesmo coca-
que eu definitivamente endoidara, tão evidente era
-bichinhos sem interesse! Ainda se fosse como a
o que lhes estava a ensinar.
gente vê nos filmes do Indiana Jones!…».
Contudo, pouco a pouco, com o desenrolar das
Pediu-me a Dr.ª Clara Camacho que desse o meu
lições, acabavam por verificar que, afinal, tais
testemunho em relação às duas exposições que
afirmações não eram sandices tão acabadas como,
recentemente comissariara: «A Presença Romana
à primeira vista, poderiam parecer. Apercebiam-se,
em Cascais – Um Território da Lusitânia Ocidental»
paulatinamente, quer ao assistirem a conferências
(Roman Cascais – In the West of Lusitania), inaugurada
ou a reuniões científicas quer mesmo nas aulas, de
em Janeiro e patente até finais de Setembro deste
que – mais frequentemente do que se pensava –
ano na torre oca do Museu Nacional de Arqueologia,
essas regras básicas (aparentemente básicas) não
que tive a honra de preparar com Guilherme
eram tidas em conta. Que, por exemplo, um
Cardoso; e «Caminhos do Algarve Romano» (Paths
comunicante a quem haviam concedido 15 minutos
of Roman Algarve), inaugurada no Museu Municipal
preparara texto para, no mínimo, uma meia hora
de Faro a 18 de Maio.
e, por isso, vá de acelerar por aí adiante, sem se
Respondi afirmativamente com todo o gosto,
importar minimamente se estava ou não a ser
porque, tanto num caso como noutro, tive a sorte
seguido pela assistência: o que lhe importava era…
de
ler tudo o que tinha escrito!
perfeitamente irmanada e bem compenetrada nos
Assim nas exposições e nos museus.
objectivos que se pretendiam alcançar: são
As peças devem ser colocadas para serem vistas,
exposições para ser vistas, apreciadas, saboreadas
apreciadas – e, aqui, todo o problema da ‘envolvência’
até!
trabalhar
com
uma
excelente
equipa,
é fundamental, como se sabe, para evitar distracções,
para que o visitante capte a mensagem, entre em
1. A experiência de Cascais
comunhão com a peça, compreenda o seu significado
Na exposição sobre Cascais a finalidade era bem
profundo.
evidente: na sequência da exposição anterior,
Se, no âmbito da Arte ou das ciências ditas «exactas»,
«Cascais Há 5000 anos», que estivera patente no
essa comunhão facilmente – ou mais facilmente –
mesmo museu e que versara o tema da Pré-História
se poderá conseguir, numa exposição de peças
cascalense, punha-se agora a questão de mostrar o
arqueológicas (cacos desfigurados, vidros partidos,
que aquele território dera a conhecer, nas campanhas
pedaços de capitéis desfigurados, inscrições
arqueológicas aí levadas a cabo há mais de trinta
truncadas…), cativar a atenção do transeunte (e
anos, no que ao domínio romano dizia respeito.
digo bem: transeunte) já se tornará tarefa bem mais
Claro que, antes dos Romanos, houvera uma Idade
complicada de cumprir.
do Ferro; e, depois deles, um período tardo-romano,
E, depois, há todos aqueles painéis com legendas
ambos a considerar em continuidade. Tanto uma
10 | Boletim Trimestral
como outra exposição se antojavam, por outro lado,
Os textos
como embriões de núcleos a integrar no futuro
Para serem lidos, como se requeria, precisavam de
Museu Municipal de Arqueologia, suprema lacuna
estar à altura dos olhos, bem iluminados e… curtos.
que Cascais ainda não lograra colmatar.
Mostrava-se, por exemplo, o hipocausto da villa de
E a torre oca é aquele espaço de altura descomunal.
Miroiços (Malveira da Serra), zona dos banhos
Havia, pois, que prender o visitante aos objectos,
quentes. Que dizer daqueles arranques de arcaria
diminuir luminosidades, fazê-lo como que entrar
em tijolo, cuja finalidade, à primeira vista, mal se
num outro mundo, há 2000 anos atrás (vamos
descortinava? E depois que era isso de termas em
supor), arrancando-o à realidade externa.
casas particulares, como se ali se fosse a banhos
Escolheram-se cores quentes, um circuito intimista,
para cura de maleitas?…
tendo, logo à entrada, depois do protomo que
Optou-se por escrever apenas:
escolhêramos para logotipo – animal fálico a afastar
Local privilegiado na casa eram as termas, sem dúvida.
maus olhados e peça única a nível mundial
Os banhos – quentes e frios – constituíam ritual diário,
(ousamos dizer)… – o mar, a serra e a omnipresença
para os senhores e seus convidados. Prática higiénica
de ambos no viver quotidiano de outrora, como o
sim, mas pretexto também para convívio e oportunidade
é ainda hoje.
de se planearem negócios, estudarem estratégias de
Os objectos mais significativos da Idade do Ferro,
campanhas políticas a cumprir…
com esse mar por fundo. Na sala, do lado esquerdo,
E sobre os utensílios, que se poderia ‘filosofar’, se
como em banda desenhada, apontamentos sobre
tudo era comezinho como hoje?
cada um dos sítios mais representativos – a
Cozinhava-se – e havia panelas e tachos. Comia-se –
documentar as villae e as suas partes, as termas…
a havia talheres e pratos. Cortava-se lenha – e havia
e alguns objectos ligados à decoração das mansões…
podoas e machados. Faziam-se móveis, portas e janelas
Já quase no final, a ponte para a actividade
– e tinham-se pregos, cavilhas… Havia festa? – Alfinetes
económica, de que a singela mas eloquente
para o cabelo, anéis, pulseiras, cosméticos…
minúscula cabeça de negro em terracota, fazia, de
Achámos que, assim, vivia o Homem por detrás de
imediato, suspeitar largos horizontes para lá do
cada
mar… Mas, nessa altura, já teria chamado a atenção
abandonados ali…
a inusitada banda sonora do filme – um achado da
E a propósito dos mortos:
autoria de João Serradas Duarte, o labor de Michel
Na morte se prolongará a vida. Doutra forma será; mas
Giacometti na recolha de sons do dia-a-dia. E, de
também o morto vai carecer de atenções: sit tibi terra
perna traçada ou sentados por ali, quedamo-nos a
levis, «que a terra te seja leve, Amigo!». E colocamos
descobrir uma outra Cascais, agrária, vegetal, na
devotamente as cinzas em urna identificada e objectos
comunhão mar e serra, no resfolegar do cavalo, no
de uso comum: a lucerna para alumiar, a malga a
assobiar do vento, no cantar do galo indiferente à
simbolizar alimento, uma moeda para o que der e vier…
urbanização massificante… Ao fundo, os altares às
Sempre que possível, gravamos imorredoiro epitáfio…
divindades
indígenas,
Aracus
um
daqueles
objectos
aparentemente
Arantoniceus,
Triborunnis, uma anónima deusa a que dois
2. A exposição de Faro
sacerdotes fizeram sua oferenda…
Em Faro, a finalidade era outra: dar sentido ao que
E prosseguimos, após a pausa, a bisbilhotar
fora o acervo de um Museu Lapidar. Pedras com
quotidianos – na navegação e pesca, tecelagem e
letras, fustes de colunas, fragmentos de capitéis…
tinturaria, moedas, cerâmicas, rituais mágicos, a
Peças de uso quotidiano nenhumas ou escassíssimas.
criança recém-nascida ternamente depositada numa
Era, pois, mais um dos núcleos do Museu a
telha… E terminamos com a eloquência do mundo
reorganizar.
tardo-romano, de enorme riqueza também…
E tudo nos falava, pois, de caminhada. Explicar-se-ia
Rede Portuguesa de Museus | 11
porque é que só tínhamos fragmentos – que
Por aqui caminharam como nós, há 2000 anos e mais,
Ossonoba dera lugar a uma cidade, ocupada sempre
gentes antigas.
e de materiais de construção repetidamente
Seduzidas pela amenidade do clima, pela fertilidade do
reaproveitados. Passear-nos-íamos pela cidade.
solo, pelas facilidades do comércio e das fainas ria
Entraríamos no templo ao culto imperial – que
além… Por aqui se fixaram, constituíram família,
cidade portuária em muito dependia dos favores
fecharam negócios, adoraram divindades, honraram os
do imperador reinante. Recolher-nos-íamos num
detentores do poder… Amaram!
oratório privado. E, depois, era para além a idade
E quiseram deixar de si, teoricamente para todo o sempre,
dos mortos» – sempre acompanhados com os sons
a sua imagem – em pedras lavradas, em solenes letreiros,
a condizer, numa luminosidade que só fazia ressaltar
em ternos epitáfios, em monumentos que o tempo e
as peças (que distracções, ali, não poderia haver).
outros homens em vão quiseram fazer esquecer.
Ao fundo do caminho lajeado – qual via romana…
Por aqui caminharam.
– o grande painel simularia, tendo por perto a campa
Como nós.
aberta de alguém, um horizonte sem fim, nuvens
E estes rastos nos deixaram – em jeito de
cinzentas a que um laivo de alaranjada claridade
testemunho.
traria consolo na dor…
Estilizadas sugestões metálicas dividiriam os espaços,
E se nos interrogássemos do interesse destes capitéis
assinalariam presenças, dariam o toque de uma
floridos, destes fustes deslavados?
reconstituição serena, mais imaginada que real…
Quantos segredos, senhores!… De quantos negócios e
beijos roubados e brigas valentes (porque não?) não
Os textos
foram silenciosas testemunhas discretas estes capitéis
Também aqui os textos iriam desempenhar um
trabalhados, estas colunas de que nos restam
importante papel. Os do catálogo, obviamente, de
fragmentos!… Públicos ou privados, os edifícios
cariz científico, para quem melhor quisesse saber
obedeceram a planos, a gostos – no conforto a conseguir,
o significado maior das investigações efectuadas.
na mensagem a passar, no simbolismo a reflectir…
Os das folhas de sala, para acompanhar o visitante
Como este capitel, que, pelo jeito de um cajado nele gravado,
que se interrogasse sobre aquelas frases latinas e o
escolhemos para guia nesta caminhada de antanho…
que é que queriam dizer, a completar a etiqueta
...
reduzida ao essencial para uma identificação, local
Pareceu-nos, pois, que deveríamos partir para maior
de proveniência, datação… E, sobretudo, os ‘painéis’
interacção entre todos os elementos componentes
que não quisemos pôr e que, sem mais destrinças,
de uma exposição, quer ela seja temporária ou
inventámos nas paredes, simplesmente envoltos
teoricamente definitiva. É para se ver, para
num halo mais forte.
facilmente se compreender e para, afinal, transmitir
Explica-se, à entrada, aquilo que se vai ver, passada que
ao visitante esta capacidade de descobrir o Homem
é a porta pequena (precisam os mais altos de se curvar,
que ‘está por detrás’ do objecto, a vivência que
que, a partir de agora, é outro o mundo a palmilhar!…):
connosco deseja partilhar… ❚
12 | Boletim Trimestral
Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
pelos Museus integrados na RPM
IPM
– P r o t o c o l o c o m a E s c o l a S u p e r i o r d e Te a t r o e C i n e m a
No dia 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, foi
e Museu Nacional do Teatro, com o qual a ESTC já
celebrado um protocolo entre o IPM (Instituto
colabora.
Português de Museus) e a ESTC (Escola Superior Teatro
O protocolo enquadra-se na estratégia que tem vindo
e Cinema). De acordo com esse protocolo, serão
a ser prosseguida pelo IPM com o objectivo de divulgar
incluídos trabalhos nos curricula escolares dos alunos
as colecções dos museus tutelados e de captar novos
de Teatro e Cinema da ESTC a partir das colecções
públicos. Este conjunto de acções potenciará a con-
dos museus do IPM. Esses trabalhos constarão da
cretização de projectos de dramatização e de criação
encenação e apresentação de pequenas peças teatrais
nos museus do IPM, acentuando a transversalidade
e também de filmagens de pequenos filmes
das diversas formas de criação artística e usando como
promocionais, que se enquadrem no interesse das
fonte de inspiração o património cultural à guarda
duas instituições.
dos museus do IPM. Será assim proporcionado aos
Numa primeira fase, o ano lectivo de 2005/2006,
visitantes um melhor conhecimento das colecções
serão envolvidos os seguintes museus: Museu Nacional
dos museus, a par da fruição cultural decorrente da
de Arte Antiga, Museu Nacional de Arqueologia, Museu
abertura do espaço do museu a outras manifestações
Nacional de Etnologia, Museu Nacional dos Coches
artísticas. ❚
Ecomuseu Municipal do Seixal
– Requalificação do Núcleo Naval
Território, Estuário do Tejo; Trabalhar no Tejo; Entre
Pontes; e Além-terra. A sonorização da exposição,
incluindo as componentes audiovisual e multimedia,
é de Miguel Azguime.
O Núcleo Naval do EMS (em Arrentela) tem como
principais objectivos transmitir a memória do lugar
de um antigo estaleiro naval do Rio Judeu, exibir e
Abriu ao público no passado dia 16 de Abril, no Núcleo
interpretar o património flúvio-marítimo do Estuário
Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal, em Arrentela,
do Tejo, aplicar e comunicar as técnicas artesanais de
a exposição intitulada Barcos, memórias do Tejo,
construção de modelos de barcos com vista a valorizar
dedicada a aspectos da cultura flúvio-marítima do
o património náutico da região e do país. Os objectivos
estuário do Tejo. Do programa desta exposição de
e actividades deste núcleo museológico, de que faz
longa duração, assente num trabalho de investigação
parte uma oficina artesanal, articulam-se com os das
levado a cabo por uma equipa do Ecomuseu, fazem
embarcações tradicionais, património flutuante que
parte os seguintes temas: Estaleiro, memória do lugar;
integra também o acervo do EMS.
Rede Portuguesa de Museus | 13
– “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu”:
parceria internacional no âmbito do Programa Cultura 2000
Até Outubro de 2005, encontra-se em desenvolvimento
(Reino Unido), do Centro de Arqueologia Marítima
o projecto “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu:
da Universidade do Ulster (Irlanda do Norte, Reino
valorização do património natural e cultural enquanto
Unido) e do Município de Kruibeke (Flandres, Bélgica).
recurso de desenvolvimento”, apresentado pela Câmara
No âmbito deste projecto, realizou-se em Janeiro, no
Municipal do Seixal, através do Ecomuseu Municipal,
Seixal, o Encontro Internacional “Moinhos de Maré
ao Programa Cultura 2000 da Comissão Europeia. Este
do Ocidente Europeu”, o qual contribuiu para a
projecto visa estimular a partilha de informações e
apresentação de linhas de investigação actualmente
experiências, a promoção de boas práticas de
em desenvolvimento nas diversas instituições públicas
conservação e restauro, a definição de estratégias de
e privadas que tutelam antigos edifícios moageiros
divulgação que permitam melhorar o acesso do público
localizados em diferentes pontos do litoral atlântico
a estes elementos patrimoniais, contribuindo para o
europeu. O projecto constituiu ainda o ponto de
fortalecimento das relações culturais entre diferentes
partida para a concretização de um conjunto de
regiões europeias e criando sinergias que possibilitem
actividades, que incluem a edição de postais,
a continuidade dos contactos entre as diversas
apresentados no passado dia 18 de Maio no Moinho
instituições envolvidas.
de Maré de Corroios, a que se seguirá a publicação
Além da Câmara Municipal do Seixal, o projecto conta
de um folheto, de um guia de actividades pedagógicas
Torre da Marinha – Praceta Francisco
com a participação da Association Estuarium (França),
e de um CD-Rom sobre os moinhos de maré na Europa
Adolfo Coelho
do Município de Arnuero (Cantábria, Espanha), da
ocidental. Desta parceria deverá ainda resultar a
Mancomunidad de Islantilla (Andaluzia, Espanha), do
preparação de uma exposição itinerante subordinada
Município de Muros (Galiza, Espanha), do River Lea
ao mesmo tema, cuja apresentação está agendada
[email protected]
Tidal Mill Trust (Reino Unido), do Eling Tide Mill Trust
para o próximo mês de Outubro, em França. ❚
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
Informações e contactos
Ecomuseu Municipal do Seixal
2840-490 Seixal
Tel.: 21 227 62 90
Museu de Alberto Sampaio
– D o a ç ã o d a B i b l i o t e c a d o D r. A l b e r t o S a m p a i o
No dia 25 de Maio foi assinado, entre o IPM e a família
Guimarães, ciosa dos seus ilustres vultos, achou que dar
de Alberto Sampaio, o contrato de doação da biblioteca
o nome deste insigne vimaranense a um museu era uma
deste ilustre vimaranense ao Museu de Alberto Sampaio.
forma simpática de o homenagear.
Trata-se de um importante e valioso espólio bibliográfico,
Até há bem pouco tempo não havia nas colecções do
o qual muito vai dignificar e enriquecer a biblioteca do
Museu uma única peça que pudesse ligar o patrono com
Museu de Alberto Sampaio.
o Museu. De facto, de Alberto Sampaio o Museu apenas
O Museu, criado pelo Estado em 1928 e aberto ao público
tinha o nome. Ciente disto, a família de Alberto Sampaio,
em 1931, desde logo ganhou o nome de Museu de
que nutre por este museu um carinho muito especial,
Alberto Sampaio. Não deve ter sido uma escolha difícil.
decidiu aqui depositar, no ano de 2004, o vestido de
Alberto Sampaio, nascido e baptizado bem perto do
baptizado usado por Alberto Sampaio e seu irmão José.
edifício do Museu, havia sido um ilustre vimaranense,
Podemos dizer que foi pelo baptismo que se iniciaram
cultor das letras e autor de várias obras de consulta ainda
os laços entre o Museu e o seu patrono! Entendeu a
hoje obrigatória. É certo que a temática do Museu – arte
família que mais laços se poderiam e deveriam estabelecer
sacra – nada tem a ver com a investigação a que desde
entre Alberto Sampaio e o Museu, tendo, por isso, decidido
cedo se dedicou Alberto Sampaio, mas a cidade de
oferecer ao Museu a biblioteca de Alberto Sampaio.
14 | Boletim Trimestral
Fax: 21 227 63 40
Informações e contactos
Rua Alfredo Guimarães
A biblioteca de Alberto Sampaio é constituída por 500
biblioteca, no original. Tal como os 4 volumes dos
títulos (excluindo a herança de muitos livros de feição
Portugaliae Monumenta Historica, de onde extraiu mais
eclesiástica e jurídica dos quais se alheou quase totalmente).
de 500 referências, quase sempre em latim antigo, para
Se a este espólio retirarmos cerca de 45 Relatórios e
as suas principais obras históricas. São no entanto de
Estatutos de várias Instituições a que esteve ligado, restam-
língua francesa a maioria dos livros que compõem este
-nos 455 referências, compreendendo cerca de 70 obras
importante acervo, onde soam nomes como Coulanges,
que lhe são oferecidas, com dedicatória, por autores
Litrée, Jubainville, Michelet, Proudhon, Thiers, Paquis,
amigos e admiradores, como Antero Quental, Jaime de
Rousseau. O lugar privilegiado que as actividades agrícolas
Magalhães Lima, Bernardino Machado, Oliveira Martins,
ocuparam no seu espírito, praticamente durante toda a
Martins Sarmento e José Leite de Vasconcelos. O domínio
sua vida activa, são eloquentemente testemunhadas pelos
das línguas e a preocupação que lhe merecia o seu
mais de 70 títulos que é possível encontrar neste espólio,
aperfeiçoamento está patente em cerca de 50 títulos
referentes a essa e outras áreas afins.
4810-251 Guimarães
Tel.: 253 423 910
relativos a dicionários e obras de linguística. De resto,
Fax: 253 423 919
alguns pesos-pesados da historiografia alemã da época,
Isabel Maria Fernandes
E-mail: [email protected]
tais como Korting, Mommsen e Rudorff, fazem parte da
Directora do Museu de Alberto Sampaio ❚
Museu Arqueológico de São Miguel de
Odrinhas
– 4 . ª E d i ç ã o d o F e s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e Te a t r o C l á s s i c o
Nos passados dias 3 e 5 de Maio, decorreu no Museu
da Universidade de Coimbra. O primeiro levou à cena
Arqueológico de São Miguel de Odrinhas a 4.ª Edição
“As Troianas”, de Eurípedes, e “A Comédia do
do Festival Internacional de Teatro Clássico. Esta
Fantasma”, de Plauto, enquanto que o segundo
iniciativa, organizada em parceria pela FESTEA –
apresentou a “Electra”, de Sófocles, e dramatizações
Associação Promotora e pelo Museu de Odrinhas
de Teócrito e Virgílio, respectivamente “As Siracusanas”
procura promover a divulgação dos textos clássicos
e a “Bucólica V”. O público que acorreu a São Miguel
através da encenação dos mesmos para um público
de Odrinhas constatou, assim, que o conteúdo das
essencialmente escolar.
obras clássicas, passados mais de dois milénios,
Antecipando o Dia da Latinidade que se comemora a
permanece afinal bastante actualizado.
18 de Maio, há já quatro anos que o Museu se associa
A crescente aceitação desta importante iniciativa por
a este evento, acolhendo no espaço “Ágora” – local
parte do público traduziu-se pela presença de um total
de eleição do mundo Antigo – a realização das diferentes
de 1070 espectadores, 70 % dos quais constituídos
apresentações de textos da comédia e da tragédia
por estudantes e professores do ensino secundário de
gregas. Neste ambiente intimamente ligado ao espírito
Sintra, Mafra, Lisboa, Almada, Montijo e Setúbal.
clássico, apresentam-se textos que influenciaram as
A realização do Festival Internacional de Teatro Clássico
Museu Arqueológico de São Miguel
várias literaturas modernas e contemporâneas. A
no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas
de Odrinhas
presente edição contou com a participação de duas
é uma iniciativa que o público escolar habitual do
companhias de teatro amador, de origens bem diversas:
Museu já não dispensa, estando os objectivos antes
o Grupo Balbo – do Instituto de Ensino Secundário de
delineados plenamente superados, assistindo-se agora
Tel.: 21 961 35 74/7
Puerto de Santa Maria, Cádis –, e o grupo Thíasos –
à procura deste evento por novos visitantes a título
Fax: 21 961 35 78
do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras
claramente particular. ❚
Informações e contactos
Av. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida,
Odrinhas
2705-739 São João das Lampas
Rede Portuguesa de Museus | 15
Museu de Arte Sacra e Etnologia
– No Museu “Noite e Dia”...
O Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima, promoveu
de visitar um Museu à luz da lanterna dos Escuteiros de
diversas actividades no âmbito da “Noite dos Museus”
Fátima!
e do “Dia Internacional dos Museus”. Para o efeito, foi
Após a “Noite” veio o “Dia” no Museu. Nas comemorações
feito um esforço conjunto entre a equipa deste espaço
do 18 de Maio, o Museu apresentou a peça de teatro
museológico e instituições externas que quiseram
«Vamos saber como funciona um Museu!», interpretada
colaborar. É caso para dizer que se trabalhou noite e dia
por alunos do Curso de Animadores Socioculturais da
no Museu!
Escola Profissional de Ourém. A peça teatral pretendeu dar
Aceitando o desafio dos Museus Franceses, o Museu de
a conhecer ao visitante um dos trabalhos diários de um
Arte Sacra e Etnologia juntou-se aos museus da Europa
Museu. Teatralizou-se a doação de uma peça que um
num dia muito complicado em Fátima, logo após o dia
missionário enviara de África e todas as operações
13 de Maio, dia da peregrinação mariana, onde milhares
museológicas que a envolveram até à sua incorporação
de peregrinos afluíram a Fátima, causando grande
no acervo. O teatro desenrolou-se nos espaços do Museu
movimentação no museu e aumentando o esforço dos
onde normalmente decorrem estes procedimentos
funcionários. No entanto, face à natureza do projecto,
museológicos. Os visitantes tiveram ainda a oportunidade
a equipa aceitou o desafio.
de visitar a Reserva onde puderam observar a diversidade
Abrindo as suas portas às 10h00 de sábado 14, o Museu
de peças oriundas de várias partes do mundo, muitas
encerrou ao público às 0h00, sem qualquer interrupção.
delas trazidas pelos Missionários da Consolata ao longo
Pelas 21h00 o Museu levou a cabo uma visita/conferência
dos tempos. À espera do público mais novo prepararam-
à Exposição temporária «Máscaras Tradicionais Africanas
-se várias actividades lúdicas no Pátio do Museu. Um dia
Museu de Arte Sacra e Etnologia
– Colecção de José Santos Silva» sendo orientada pelo
em cheio com várias dezenas de visitantes a percepcionarem
Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5
próprio coleccionador. Na capela do Museu seguiu-se
que, dada a tipologia do acervo do Museu de Arte Sacra
depois um Recital de Música com um “Quarteto de
e Etnologia, existem ali diversas “pontes entre culturas”…
Clarinetes” do Orfeão de Leiria. Às 23h00 chegou o
Gonçalo Cardoso
momento mais aguardado para o público pela curiosidade
Museu de Arte Sacra e Etnologia ❚
Informações e contactos
2496-908 Fátima
Tel.: 249 539 470
M u s e u d e Av e i r o
– Projecto Aveiro Digital
São inegáveis as vantagens de os Museus desenvolverem
projecto na área das novas tecnologias tendo como
projectos em parceria com outras instituições ou
fim último a divulgação do seu edifício e das suas
parceiros sociais. Além de enriquecedora e gratificante
colecções ao maior número de pessoas possível,
pela troca de experiências e de knowhow, esta abertura
apostando sobretudo na formação dos mais jovens.
ao exterior possibilita a concretização de projectos
Era nossa intenção trabalhar alguns temas directamente
mais ambiciosos e de âmbito mais alargado.
relacionados com a história do antigo Convento de
A gestão de programas comunitários, para além de
Jesus (actual Museu de Aveiro) e com os espaços
permitir a implementação de projectos financeiramente
circundantes com ele relacionados e transpor esses
exigentes, constitui um treino para um rigoroso
temas para suporte digital. Surge assim a possibilidade
planeamento e calendarização, contrário ao facilitismo
de trabalhar conjuntamente com três instituições
muitas vezes instituído na nossa rotina de trabalho.
camarárias
Neste contexto, o Museu de Aveiro concebeu um
seleccionados.
16 | Boletim Trimestral
das
quais
dependem
os
espaços
Fax: 249 539 479
E.mail: [email protected]
www.consolata.pt
Desta forma nasceu um projecto conjunto que apresenta
Sociedade de Informação). O MUSEAVE, nome por
como objectivo a realização de três jogos multimédia
que foi denominado o projecto, tem como gestor o
baseados em narrativas históricas e uma visita virtual
Museu de Aveiro, fazendo ainda parte de consórcio
associando os vários espaços, material este a ser
a Câmara Municipal de Aveiro, a Câmara Municipal
disponibilizado pela Net. Estes jogos, destinados a
de Vagos e a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro.
diferentes idades, abordarão temas como as lendas e
Inserido na 8.ª área de intervenção do Aveiro Digital
tradições locais, o desenvolvimento da cidade de Aveiro
(informação, cultura e lazer), o projecto no valor de
e a sua relação com os arrabaldes ou o funcionamento
60.007 €, é comparticipado em 43.205 € pelo FEDER,
e vivência do Convento e a sua relação com o meio,
FSE e pelo Orçamento do Estado, sendo os restantes
Museu de Aveiro
ligando espaços como o Museu de Aveiro, a Quinta
28% assegurados pelo Consórcio.
Avenida de Santa Joana a Princesa
de Ouca, o Museu da Palhaça e as salinas.
Mais informações sobre este projecto estão disponíveis
Para concretizar este projecto foi feita uma candidatura
no site www.Aveiro-digital.pt
Informações e contactos
3810-329 Aveiro
Tel.: 234 423 297
Fax: 234 421 749
ao Programa Aveiro Digital, programa este inserido no
[email protected]
eixo prioritário do Portugal Digital/Cidades Digitais
Maria João Mota
www.ipmuseus.pt
contemplado no POSI (Programa Operacional da
Conservadora ❚
Museu Municipal de Cor uche
– Centro de Documentação Margarida Ribeiro
O Museu Municipal de Coruche inaugurou, no passado
constituição de dossiers pedagógicos com o objectivo
dia 21 de Maio, no âmbito das comemorações do Dia
de tornar mais acessível a investigação por parte de
Internacional dos Museus, o Centro de Documentação
estudantes e curiosos, bem como a constituição de
Margarida Ribeiro, cujo objectivo principal é a recolha
uma base de dados de revistas de especialidade e
Informações e contactos
e preservação de documentação (fotografias, jornais,
instituições receptivas à permuta de publicações.
Museu Municipal de Coruche
ensaios, teses, obras de literatura, etc.) sobre o concelho
O Centro de Documentação prevê, ainda, a criação,
Rua Júlio Maria de Sousa
de Coruche e nas áreas da História, Arqueologia,
com carácter bianual, do “Prémio Margarida Ribeiro
Antropologia, Etnografia e Museologia, funcionando
– Prémio de incentivo à investigação sobre o concelho
em articulação com os restantes sectores do museu.
de Coruche” nas áreas de História, Arqueologia e
[email protected]
O público-alvo é constituído por investigadores, alunos
Antropologia.
www.museu-coruche.org
de Mestrado e Doutoramento que direccionem o seu
A par da inauguração do Centro de Documentação,
trabalho para o concelho de Coruche, por alunos e
foi organizada uma exposição alusiva à vida e obra
professores do concelho que orientem o seu trabalho
de Margarida Ribeiro, professora e investigadora, que
para a realidade local e ainda pelo público em geral.
viveu e desenvolveu a sua actividade em Coruche nas
Ao Centro de Documentação caberá também a
décadas de 40 e 50. ❚
2100 Coruche
Tel.: 243 610 820
Fax: 243 610 821
Museu Nacional de Arqueologia
– Feira de Réplicas e Material Didáctico de Arqueologia
Promovida conjuntamente pelo Museu Nacional de
que contou com a presença de 20 museus, associações
Arqueologia, a Associação de Arqueologia da Amadora
culturais e empresas prestadoras de serviços nas áreas
e a Rede Portuguesa de Museus, realizou-se nos
abrangidas pelo certame.
passados dias 18 e 19 de Junho, naquele Museu, uma
Durante os dois dias da Feira, as entidades participantes
Feira de Réplicas e Material Didáctico de Arqueologia
puderam dar a conhecer e comercializar os seus
Rede Portuguesa de Museus | 17
produtos, assim como realizar apresentações práticas
das actividades que promovem, divulgando-as junto
de outras instituições e dos numerosos visitantes que
acorreram ao local.
O programa de animação complementar da feira
contemplou ainda a organização de duas mesas-redondas:
“A Prática Arqueológica em Contexto Municipal”,
Informações e contactos
coordenada pela Dr.ª Maria Miguel Lucas do Sector de
Edifício dos Jerónimos
Património da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira;
Praça do Império 1400-206 Lisboa
e “Réplicas e Material Didáctico”, coordenada pelo Prof.
4750-306 Barcelos
Tel.: 21 362 00 00
Miguel Ramalho, do Museu Geológico; e a projecção
Fax: 21 362 00 16
de diversos documentários alusivos às temáticas do
E-mail: [email protected]
evento. ❚
www.mnarqueologia-ipmuseus.pt
Museu Nogueira da Silva
– Serviço Educativo – Palavras Ilustradas
O Museu Nogueira da Silva inclui desde 2003/2004,
No fim, os alunos (1.º, 2.º e 3.º Ciclos) exprimem as
na programação do Serviço Educativo a actividade
suas emoções e opiniões através da escrita e do
Palavras Ilustradas onde acontece o encontro das
desenho, podendo também consultar o site do
linguagens escrita, plástica e musical. Promovida pelo
Netescrit@ com mais informações sobre o autor que
Projecto Netescrit@ e da autoria de Emília Miranda,
acabaram de ouvir.
esta actividade pretende despertar o gosto pela leitura,
Em 2003/2004 vieram ao Museu contar as suas histórias:
aliando-a à ilustração e à dinâmica musical.
Vergílio Alberto Vieira, Luísa Ducla Soares, António
Provocando a reflexão sobre o conteúdo das obras, as
Mota, Álvaro Magalhães, José Vaz e Ana Maria
Museu Nogueira da Silva
histórias são contadas pelos próprios autores tornando-
Magalhães. Em 2005 já tivemos a visita de Alice Vieira
Av. Central, 61
-se quase reais nas explicações e respostas às perguntas
e João Pedro Mésseder e estão previstas muitas mais.
4710-228 Braga
dos alunos que as ouvem. Simultaneamente, os cenários
Outros artistas têm colaborado na animação musical
e as personagens aparecem por trás do vidro fosco
como: José Miguel Ferreira, nas teclas, Miguel Miranda,
desenhados por José Miranda e a música do violoncelo
na viola baixo e Luís Leite no violoncelo. ❚
Informações e contactos
Tel.: 253 601 275
Fax: 253 264 036
de Matilde Rocha reforça a narrativa.
Museu do Papel
– O Despertar do Museu a Novos Públicos
O Museu do Papel tem assumido, desde a sua abertura
-culturais, dentro e fora do seu espaço museológico.
ao público em Outubro de 2001, que a sua atitude
Dando continuidade a esta linha de actuação, o Museu
cultural não permaneça fechada no passado histórico,
do Papel entendeu ter chegado o momento de
mas que se revitalize em diferentes contextos sócio-
consolidar novas práticas educativas despertando para
18 | Boletim Trimestral
[email protected]
www.mns.uminho.pt
novos públicos e, neste sentido, candidatou o projecto
implementar a partir do próximo mês de Outubro, e
educativo “O despertar do museu a novos públicos”,
tendo como público-alvo alunos e professores dos níveis
à medida 1.2 – Modernização e Dinamização dos
de ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos.
Museus Nacionais, projecto aprovado pelo Programa
Com Um dia diferente: maleta pedagógica, o Museu do
Operacional da Cultura em Dezembro de 2004 e
Papel tem como objectivo promover a produção manual
apresentado ao público no passado dia 18 de Maio.
de papel com fins terapêuticos, em hospitais, IPSS e
Partindo do papel, o Museu do Papel Terras de Santa
misericórdias, segmentos de público com limitações de
Maria reinventa-se numa dinâmica educativa com
deslocação ao museu.
diferentes espaços de aprendizagem, alargando, deste
O conjunto de acções que integram este projecto será
modo, a sua intervenção sócio-educativa, com um
desenvolvido até final do primeiro trimestre de 2006.
conjunto de acções destinadas a públicos específicos,
No entanto, todo o investimento material e humano
nomeadamente invisuais (O sentido do sentir: sonoridades
não se esgotará neste período, na medida em que os
e texturas do papel), deficientes auditivos (O sentido do
públicos-alvo continuarão a ser uma realidade
sentir: a importância de um gesto) e ex-combatentes da
permanente, fazendo da cultura um instrumento de
guerra colonial (O papel dos aerogramas).
autonomia e contribuindo para que o Museu do Papel,
A educação para a preservação do ambiente não foi
mais do que um espaço de preservação de memórias,
esquecida neste projecto, com uma acção denominada
constitua um espaço vivo de criação de novas memórias
E do velho se fez novo: a reciclagem do papel, a
que valorizem o presente e projectem o futuro.
– O Tu r n o d a N o i t e
Num passado em que não existia ainda energia
desconforto dum turno da noite, que hoje tem um
eléctrica, o trabalho dos operários era feito à luz de
encanto mágico, mas que no passado constituíu um
candeias, num ambiente pouco iluminado e soturno,
trabalho sofrido.
ritmado pelo som da roda hidráulica e do rio, sons
Em simultâneo, a envolvência da música do Quarteto
que no silêncio da noite se impunham como uma
de Jazz e dos Dj’s convidados deram ao espaço exterior
presença. Assim nasceu a ideia de recriar um “Turno
do museu um ambiente de convívio e lazer.
da Noite”, integrado no evento La Nuit des Musées –
O público-alvo deste evento foi o público da noite.
«Lumière(s) dans la nuit».
Neste sentido, a divulgação deste evento foi feita em
Nessa noite, os visitantes foram convidados a integrar
locais como bares e discotecas da região, estratégia
turnos da noite participando no processo de fabrico
que resultou de um modo surpreendente com a adesão
proto industrial, fazendo papel à mão, ou ajudando
de 650 visitantes. Deste modo, cativou-se uma faixa
à produção industrial de papel, na máquina contínua.
de público que vive a noite em busca de luzes e que,
O público de 14 de Maio, mesmo aquele que já
nessa noite, viveu momentos diferentes em que o ócio
conhecia o museu, teve ocasião de interiorizar o
foi também de cultura e reflexão. ❚
Informações e contactos
Museu do Papel
Rua de Riomaior, 338
4535-301 Paços de Brandão
Tel.: 22 744 29 47
Fax: 22 745 99 32
www.museudopapel.org
[email protected]
Rede Portuguesa de Museus | 19
Museu do Papel Moeda
– Encontro “O Impacto das novas tecnologias nas práticas dos Museus”
No âmbito do Dia Internacional dos Museus, o Museu
móvel” e o Eng. Rui Falcão que falou sobre “Museus:
do Papel Moeda da Fundação Dr. António Cupertino
Novos sítios de aprendizagem”. Da parte da tarde, a
de Miranda organizou, no passado dia 16 de Maio,
Dra. Fátima Alves apresentou o GAM (Grupo para a
um encontro entre museus e empresas que trabalham
Acessibilidade nos Museus) e falou de “A construção
em novas tecnologias, no sentido de abordar as
de sites acessíveis”. Para finalizar, o Eng. Alexandre
necessidades dos museus na utilização das TIC´s e
de Sousa abordou a importância de “Os Museus e o
explorar a relação entre as novas tecnologias e a
Porto Digital”.
maneira como os museus gerem a informação e
Dada a pertinência do tema, a assistência foi numerosa
constroem o conhecimento.
e repartiu-se entre profissionais dos museus e
No painel de abertura intervieram o Vereador da
professores.
Educação da Câmara Municipal do Porto (Dr. Paulo
Paralelamente a este encontro, decorreu no foyer da
Cutileiro), o Vereador da Cultura da Câmara Municipal
Fundação uma mostra tecnológica onde participaram
do Porto (Dr. António de Sousa Lemos) e a Presidente
12 empresas especializadas em produtos digitais
da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda (Dra.
específicos para museus.
Maria Amélia Cupertino de Miranda).
O objectivo de promover, junto dos museus, a
Fundação Dr. António Cupertino de Miranda
Foram oradores, da parte da manhã, a Coordenadora
consciência da necessidade de práticas de utilização
Avenida da Boavista, 4245
da Rede Portuguesa de Museus, o Dr. Paulo Costa
de novas tecnologias, bem como o de abrir para as
(Director dos Serviços de Inventário do Instituto
empresas digitais um leque de conhecimento de
Português de Museus) que abordou o tema “O impacto
potenciais clientes na área da cultura e da educação,
[email protected]
dos meios digitais no inventário e gestão do património
foram plenamente atingidos. ❚
www.facm.pt
Informações e contactos
Museu do Papel Moeda
4100-140 Porto
Tel.: 22 610 11 89
Museu da Pedra
– V Simpósio Internacional de Escultura Cidade de Cantanhede
Entre os dias 2 e 20 de Maio decorreu, na Quinta de
integrava o pintor Manuel da Costa Cabral e a Prof.ª
S. Mateus, o V Simpósio Internacional de Escultura
Doutora Raquel Henriques da Silva.
Cidade de Cantanhede. O evento foi promovido pela
Esta manifestação pública de produção artística tem
Câmara Municipal e contou com a presença de sete
permitido acompanhar o desenvolvimento do processo
artistas plásticos nacionais e estrangeiros, que
criativo de proeminentes escultores nacionais e
executaram, individualmente e ao vivo, esculturas de
estrangeiros na elaboração de obras simbolicamente
grandes dimensões, a partir de um ou mais blocos de
associadas à designada “Pedra de Ançã”, que ainda
pedra fornecidos pela organização.
hoje é extraída das pedreiras localizadas numa vasta
Participaram na edição deste ano os portugueses Rui
zona a Sul do Município, nomeadamente nas freguesias
Horta, Filomena Almeida e Viviane Soares, o francês
de Ançã, Portunhos e Outil.
Yehuda Neiman, o alemão Volker Schunttgen, o
Outro dos desígnios que presidiram à organização do
japonês Shintaro Nakaoka e o moçambicano Ídasse.
Simpósio Internacional de Escultura Cidade de
Estes escultores foram seleccionados de um conjunto
Cantanhede, é a evocação dos ofícios e misteres
de 48 candidatos de diversas nacionalidades, por um
tradicionais relacionados com o trabalho da pedra,
júri presidido pelo escultor Alberto Carneiro e que
como forma de homenagem a todos quantos tiveram
20 | Boletim Trimestral
Fax: 22 610 34 12
ou ainda têm um papel activo na preservação de uma
orientações estéticas da escultura contemporânea.
actividade com raízes seculares no Concelho.
A este nível, deve ser sublinhada a importância das
Informações e contactos
Partindo deste enquadramento, o evento está hoje
actividades pedagógicas que, à semelhança de edições
Largo Cândido dos Reis, n.º 4
intimamente ligado à intervenção cultural que tem
anteriores, foram promovidas pelo Museu da Pedra,
vindo a ser desenvolvida no Museu da Pedra,
nomeadamente a participação de largas centenas de
constituindo uma das suas acções mais relevantes,
crianças e jovens dos estabelecimentos de ensino em
[email protected]
ao despertar a população em geral e a comunidade
ateliês de artes plásticas criados para o efeito no local
www.cantanhedeonline.pt
escolar em particular para a descoberta de diferentes
onde decorreu o simpósio. ❚
3060-174 Cantanhede
Tel.: 231 423 730
Fax: 231 423 732
Museus da RPM
– Edições lançadas em Maio
Ecomuseu Municipal do Seixal
– Cortiça: da produção à aplicação, da autoria de Luis Gil
Esta edição assinala, no mês dos Museus e do 23.º aniversário do EMS, o centenário da instalação da
antiga firma corticeira Mundet no concelho do Seixal (1905)
– Colecção de postais e folheto no âmbito do projecto Moinhos de Maré do Ocidente Europeu: valorização
do património natural e cultural enquanto recurso de desenvolvimento apoiado pelo Programa Cultura 2000
da Comissão Europeia
Museu de Alberto Sampaio
– Caderno de exploração intitulado D. João I e Guimarães: aprender, brincando, composto por um conjunto
de textos e por variadas fichas de exploração didáctica
Museu Bernardino Machado
– Livro infantil À descoberta de Bernardino
Esta edição, apoiada pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/
Rede Portuguesa de Museus, inclui informações sobre o Palacete do Barão de Trovisqueira, o Museu e as
suas actividades, uma biografia do Benardino Machado e passatempos
Museu do Chiado
– Catálogo da exposição Intrusão: the Red Square, de João Maria Gusmão e Pedro Paiva
Exposição exibida no Museu do Chiado entre 11 de Março e 22 de Maio. O Catálogo inclui a reprodução
de todas as obras incluídas na exposição, de uma série de trabalhos anteriores e um ensaio de Pedro
Lapa, comissário da exposição
Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
– Percurso através de objectos evocativos da história deste local
Esta publicação sugere um percurso temático através de objectos representativos da história do local onde
o Museu de Ciência está implantado e da história do conhecimento científico e experimental
– Boletim Ciência Viva n.º 14
Neste número, destacam-se as comemorações dos 20 anos do Museu, o Dia Internacional dos Museus,
o Ano Internacional da Física e uma nova rubrica de apresentação de peças: “Um objecto do acervo”
Rede Portuguesa de Museus | 21
Museu Municipal de Vila Franca de Xira
– Boletim Cultural Cira 9 – Museus, Mediadores e Educação de Adultos
Esta publicação, apoiada pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede
Portuguesa de Museus, apresenta o resultado parcelar do seminário “Museus, Mediadores e Educação de
Adultos,” realizado em 7 e 8 de Abril de 2000, no Palácio do Sobralinho e integrado no Programa Sócrates
Museu Municipal de Faro
– Actas do Colóquio Adaptação de Edifícios Históricos a Museus
Esta edição apresenta as Actas do Colóquio organizado no dia 6 de Outubro de 2003 no âmbito das
comemorações do Dia Nacional da Arquitectura
Museu da Quinta das Cruzes
– Boletim Museu da Quinta das Cruzes n.º 2
Este Boletim anual fornece informações sobre as colecções do Museu, os serviços e as actividades dirigidas
aos públicos
Museu Nacional de Arte Antiga
– Boletim do MNAA
Após um longo interregno e inserido num contexto de renovação e modernidade, foi apresentada, no
dia 18 de Mais, a nova série do Boletim do Museu, uma publicação de referência no panorama museológico
nacional e internacional
Museus de Sintra
– Manual Pedagógico da Casa-Museu de Leal da Câmara
– Maleta Pedagógica do Museu Anjos Teixeira e respectivas Fichas de Trabalho
Instrumentos pedagógicos que ajudam a explorar as colecções dos museus. Estas edições foram apoiadas pelo
Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus
Museu Nacional de Machado de Castro
– Museu Nacional de Machado de Castro. Roteiro
Museu Nacional do Traje
– Museu Nacional do Traje. Roteiro
Museu da Villa Romana do Rabaçal
– Catalogue Museum Roman Villa of Rabaçal
Versão em língua inglesa do Catálogo do Espaço-museu Villa Romana do Rabaçal. Edição apoiada no âmbito
do Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus
Museu Etnográfico da Madeira
– Receitas para Sempre
Esta edição resultou de um convite feito pelo museu aos alunos das escolas básicas e secundárias do
Concelho da Ribeira Brava, no sentido de efectuarem uma recolha de receitas tradicionais, com o apoio
dos professores, auxiliares e familiares, projecto que se iniciou no Dia Internacional dos Museus de 2001
22 | Boletim Trimestral
Em Agenda
Espelhos do Paraíso. Tapetes do Mundo Islâmico, séc. XV-XX
Museu Calouste Gulbenkian
O Museu Calouste Gulbenkian é, por excelência, uma entidade mediadora entre Culturas, o que é
proporcionado pela diversidade e eclectismo da colecção. Com efeito, o facto do Coleccionador se
ter interessado por objectos artísticos de diferentes culturas permite-lhe, desde logo através das peças
que expõe em permanência, mas também por actividades que desenvolve, como exposições temporárias,
pôr em diálogo, problematizar e dar a ver um alargado leque de produções, de variados tempos
históricos e múltiplas geografias culturais que a própria colecção sugere.
A exposição Espelhos do Paraíso – Tapetes do Mundo Islâmico, Séc. XV-XX, aproxima-nos desta civilização
por via de uma das suas mais requintadas expressões artísticas. A iniciativa, que tem lugar 50 anos
passados sobre a morte do Coleccionador que demonstrou ao logo da sua vida continuado interesse
pelos tapetes orientais, tendo reunido um conjunto excepcional pela qualidade, é homenagem enquanto lembrança de uma das facetas do seu
gosto e também oportunidade para dar a conhecer melhor uma arte pouco divulgada entre nós.
A exposição, patente até 31 de Julho, inclui 56 peças produzidas num vasto espaço entre o Magrebe e a Ásia central e documenta com rigor as
suas características decorativas. Os tapetes pertencem a algumas das mais prestigiadas colecções públicas mundiais como o Museu de Arte Islâmica
de Berlim, o Metropolitan Museum de Nova Iorque, o Victoria and Albert Museum de Londres, o Museu de Artes Decorativas de Paris, o Museu
dos Tecidos de Lyon entre outros que, juntamente com exemplares da Colecção Gulbenkian e apontamentos de pintura portuguesa do Museu
Nacional de Arte Antiga, demonstram a riqueza decorativa e simbólica dos tapetes do mundo islâmico.
Núcleo Naval
Casa-Museu
Dr. Anastácio Gonçalves
Barcos, memórias do Tejo
Museu de Angra do Heroísmo
Desde 16 de Abril
Exposição
Exposição
Convento de S. Francisco
João Vaz (1859-1931). Um Pintor do Naturalismo
Sala Dacosta
Até 30 Novembro
Figurações da Ilha, Pintura de António Dacosta
Até 2 de Outubro
Avenida 5 de Outubro, 6-8 – 1050-055 Lisboa
Tel.: 21 354 08 23/21 354 09 23
Ladeira São Francisco
Fax: 21 354 87 54
9701-875 Angra do Heroísmo
[email protected]
Tel.: 295 213 147/295 213 148
www.cmag-ipmuseus.pt
Fax: 295 213 137
[email protected]
Ecomuseu Municipal do Seixal
Serviço Educativo
Exposições temporárias
Público escolar/ATL’s
Núcleo da Mundet
Julho e Setembro
Edifício das Caldeiras Babcock
Descobertas matemáticas no bote de fragata
Circuito Museológico Industrial – Entre documentar
Nós e o Rio (Ateliês no Bote de fragata Baía do Seixal)
Museu de Arqueologia
e Numismática de Vila Real
o passado e projectar o futuro
Investigações arqueológicas na Quinta de S. Pedro (visita
Exposições
Até 31 de Julho
temática na Extensão na Quinta de S. Pedro)
Bibliografia vila-realense
www.museuangraheroismo.org
Até 31 de Dezembro de 2005
Público juvenil e adulto, em especial famílias
Passeios temáticos no bote de fragata Baía do Seixal
Ciclo “História ao Café” – Tertúlias
Visitas temáticas ao Núcleo Naval e à extensão na Quinta
A Procissão do Senhor Jesus do Calvário, por Elísio
de S. Pedro
Amaral Neves
Apresentação do Multimédia produzido no âmbito
12 de Julho, 21h00
do Projecto Moinhos de Maré do Ocidente Europeu
O culto de São Frutuoso na Igreja de Santa Maria da
Feira de Constantim, por Frederico Amaral Neves
Torre da Marinha
26 de Julho, 21h00
Praceta Francisco Adolfo Coelho, 2840-490 Seixal
Pró-Arte, evocação 50 anos depois, por Elísio Amaral
Edifício das Caldeiras de Cozer
Tel.: 21 227 62 90 Fax: 21 227 63 40
Neves
Produzir Pólvora em Vale de Milhaços
[email protected]
23 de Agosto
Até 31 de Julho
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
Rede Portuguesa de Museus | 23
Edição de fac-símiles
Tema(s) a divulgar oportunamente
13 de Setembro
História do Mateus Rose, por Gaspar Martins Pereira
27 de Setembro
Museu-Biblioteca da Casa
de Bragança – Paço Ducal
de Vila Viçosa
Museu Carlos Machado
Temporada de Concertos 2005
Até 15 de Julho
Exposição
Endémicas
Recital de Canto e Órgão – Ana Leonor Pereira e
Rua do Rossio
António Esteireiro
5000-657 Vila Real
29 de Julho
Tel.: 259 325 730/1/2
Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn
Fax: 259 308 161
Quarteto Odeon – Adrian Florescu, Laurentiu Ivan-Coca,
[email protected]
Ceciliu Isfan, Vasile Stanescu
26 de Agosto
Museu de Arte Sacra e Etnologia
Exposição
Recital de Canto, Oboé e Órgão – Ana Leonor Pereira,
António Esteireiro e Pedro Castro
30 de Setembro
Livres como o vento – pintura e desenho de Eduardo
Langrouva
Terreiro do Paço
Evocação dos Índios da América Latina
7160-251 Vila Viçosa
Exposição que assinala o Dia Mundial do Ambiente
Até 31de Agosto
Tel.: 268 980 659
– 5 de Junho
Fax: 268 989 808
Organização: Museu Carlos Machado e Ecotecas de
[email protected]
Ponta Delgada e da Ribeira Grande
www.fcbraganca.pt
Convento de Sto. André – Rua João da Moreira
9500-075 Ponta Delgada
Museu dos Biscaínhos
Tel.: 296 283 814/285 532 Fax: 296 629 504
Exposição
[email protected]
Oriente/Ocidente – Os leques da colecção do Museu
www.azoresnet.com/museus/mcm
dos Biscainhos
Até Maio de 2006
Museu do Chiado
Serviço Educativo
Público-alvo: avós e netos
Rua dos Biscaínhos
Exposições
O Dia dos Avós – 5.ª Edição
4700-415 Braga
Primeiros Modernismos em Portugal na Colecção do
26 de Julho
Tel.: 253 204 650
Museu do Chiado – MNAC
Fax: 253 214 658
Até 18 de Setembro
Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5
[email protected]
2496-908 Fátima
www.ipmuseus.pt/museus
Tel.: 249 539 470
Fax 249 539 479
[email protected]
Museu Calouste Gulbenkian
www.consolata.pt
Exposição
Sala de Exposições Temporárias da Fundação
Museu Bernardino Machado
Espelhos do Paraíso. Tapetes do Mundo Islâmico,
séc. XV-XX
LisboaPhoto – Erwin Wurm
Exposição
Até 31 de Julho
Até 18 de Setembro
Bernardino Machado: afectos e cumplicidades
Organização: Instituto do Mundo Árabe de Paris e
Até 31 de Julho
Fundação Calouste Gulbenkian
Rua Serpa Pinto, 4
Comissariado Científico: Roland Gilles e Joëlle Lemaistre
1200-444 Lisboa
[email protected]
Visitas orientadas
www.museudochiado-ipmuseus.pt
Exposição Espelhos do Paraíso – Tapetes do Mundo
Islâmico, séc. XV-XX
Terças e quintas-feiras, às 15h00, Domingos (19 de Junho e
Museu da Cidade
17 de Julho), às 11h00
Exposição Permanente
Marcação prévia (tel. 21 782 34 55/6, [email protected],
Gabinete de Numismática
[email protected], [email protected])
A Moeda e a História no território Nacional
Av. de Berna 45 A
Casa Tait – Rua de Entrequintas, 219
1067-001 Lisboa Codex
4050-240 Porto
Rua Adriano Pinto Basto, n.º 79
Tel.: 21 782 30 00
Tel.: 22 605 70 33/22 605 70 00
4760-114 Vila Nova de Famalicão
Fax: 21 782 30 32
Fax: 22 605 70 01
Tel.: 252 377 733
www.museu.gulbenkian.pt
www.cm-porto.pt
[email protected].
[email protected]
[email protected]
24 | Boletim Trimestral
Museu Ferreira de Castro
Museu Municipal de Coruche
Museu Nacional de Arte Antiga
Exposição
Exposição
Exposição
A Selva – 75 Anos
Coruche na Obra do Arq. Ribeiro Telles
LisboaPhoto – Vítor Pomar
Até 31 de Dezembro
Inauguração em Julho
Até 3 de Julho
O Homem e o Trabalho – A Magia da Mão
LisboaPhoto – Aaron Siskind e José Luís Neto
Exposição de longa duração
Até 31 de Julho
Rua Consiglieri Pedroso, 34, Vila Velha
Organização: Museu Nacional de Arte Antiga em
2710-550 Sintra
Tel./Fax: 21 923 88 28
Rua Júlio Maria de Sousa, 2100 Coruche,
museu.fcastro@cm-sintra
Tel.: 243 610 820
Museu de Francisco Tavares
Proença Júnior
parceria com a Câmara Municipal de Lisboa
Fax: 243 610 821
Rua das Janelas Verdes
[email protected]
1249-017 Lisboa
www.museu-coruche.org
Tel.: 21 391 28 00
Fax: 21 397 37 03
Exposição
[email protected]
do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
Museu Municipal de Etnografia
e História da Póvoa de Varzim
Até 30 Agosto
Exposição
Comissariado: João Pinharanda.
Escola Secundária Eça de Queiroz
Museu Nacional dos Coches
Organização: Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
(Re)Ver 100 Anos
Exposições
e Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares
Até 8 de Julho
Lisboa há cem anos atrás
Proença Júnior
Organização: Museu
Una Rainha, um Museu
Municipal de Etnografia
Até 31 de Dezembro
Largo da Misericórdia
e História da Póvoa
Exposição comemorativa
6000-462 Castelo Branco
de Varzim
do Centenário do Museu
Colecção Incompleta – Pintura contemporânea
www.mnarteantiga-ipmuseus.pt
Nacional dos Coches
Tel.: 272 344 277
Fax: 272 347 880
Rua do Visconde de Azevedo, 17
[email protected]
4490-589 Póvoa de Varzim
Praça Afonso Albuquerque
www.ipmuseus.pt
Tel./Fax: 252 616 200
1300-004 Lisboa
[email protected]
Tel.: 21 361 08 50
Fax: 21 363 72 46
Museu da Guarda
[email protected]
Exposição
Museu Municipal de Faro
Confrontos; Dessacralização e Vanguarda
Exposição Permanente (desde 18 de maio)
Até 30 de Agosto
Caminhos do Algarve
Romano
www.museudoscoches-ipmuseus.pt
Museu Nacional de Etnologia
Exposição
Rua General Alves Roçadas, 30
6300-663 Guarda
Largo D. Afonso III,14
Leveza: reanimar a filigrana
Tel.: 271 213 460
8000-167 Faro
Até 18 de Setembro
Fax: 271 223 221
Tel.: 289 897 401
www.ipmuseus.pt
Fax: 289 897 419
[email protected]
[email protected]
www.cm-faro.pt
Museu Monográfico
de Conímbriga
43.º Aniversário (10 de Junho)
Museu Municipal
de Vila Franca de Xira
Exposição
Exposição
50 Anos de Arqueologia da Lusitânia
Arte e Devoção – Formas e Olhares
Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra (1955-2005)
Núcleo Museológico da Igreja do Mártir Santo S. Sebastião
Até Dezembro
Rua Dr. Miguel Bombarda
Organização
2600 Vila Franca de Xira
Organização: ESAD (Escola Superior de Artes e Design,
Museu Monográfico de Conimbriga e Museu Didáctico
Tel.: 263 288 337
Matosinhos, Portugal), Museu do Ouro de Travassos,
do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da
Núcleo Sede
Museu Nacional de Etnologia.
Universidade de Coimbra
Rua Serpa Pinto, n.º 65
2600-263 Vila Franca de Xira
Av. Ilha da Madeira
Conímbriga
Tel.: 263 280 350
1400-203 Lisboa
3150-220 Condeixa-a-Velha
Fax: 263 280 358
Tel.: 21 304 11 60 Fax: 21 301 39 94
Tel.: 239 941 177 Fax: 239 941 474
[email protected]
[email protected]
www.mnetnologia-ipmuseus.pt
www.conimbriga.pt
Rede Portuguesa de Museus | 25
Museu do Papel Moeda
Fundação Dr. António Cupertino
de Miranda
Museu dos Transportes
e Comunicações
Museu da Villa Romana
do Rabaçal
Exposição
Exposição
Serviço de Educação
Miniaturas Rolls-Royce
Estações do Ano nos Mosaicos Romanos de Portugal
Conta-me uma história...
Até Agosto
– Marcadores de Tempo na Perenidade da Pedra e do
Vidro
Programa «Famílias nos Museus»
Registo de um olhar e descobrir o Museu e o Porto
Rua Nova da Alfândega
25 de Junho, 23 de Julho, 24 de Setembro, 11h00-13h00
Edifício da Alfândega
Até Novembro
4050-430 Porto
Fundação Dr. António Cupertino de Miranda
Tel.: 22 340 30 00
Avenida da Boavista, 4245
Fax: 22 340 30 98
4100-140 Porto
www.amtc.pt
Tel.: 22 610 11 89
[email protected]
Fax: 22 610 34 12
[email protected]
[email protected]
[email protected]
www.facm.pt
Museu da Pólvora Negra
Museu do Trabalho
Michel Giacometti
Ao Domingo no Museu com toda a família!
Exposição
3.º Domingo de cada mês
Hans Christian Andersen – Exposição
Rua da Igreja
Visita dialogada Público-alvo: Pais e filhos
Até 2 de Julho
3230-544 Rabaçal – Penela
10h30
Tel.: 239 561 856
À Conversa com… (em torno de uma peça em destaque
Fax: 239 561 857
no Museu) Público-alvo: Pais, avós, tios…
[email protected]
11h00-12h00
Ateliers Público-alvo: Crianças até aos 15 anos
11h00-12h00
Museu de Setúbal/Convento
de Jesus
Fábrica da Pólvora de Barcarena
Exposição
Estrada das Fontaínhas
Edifício do Antigo Banco de Portugal
2745-615 Barcarena
Av. Luísa Todi, n.º 119, Setúbal
Tel.: 21 438 14 00
Bocage, Textos e Contextos
Fax: 21 437 11 65
Até 31 de Outubro de 2005
[email protected]
Organização: Museu de Setúbal/Convento de Jesus
Informações e contactos
Museu da Quinta das Cruzes
Rua do Balneário Paula Borba
Exposição
2900-261 Setúbal
A Porcelana Chinesa nas Colecções do Museu da
Tel.: 265 537 890
Quinta das Cruzes
Fax: 265 537 893
Até Setembro
Calçada do Pico, 1
Largo Defensores da República
9000-206 Funchal
2910-470 Setúbal
Tel.: 291 740 670
Tel.: 265 537 880
Fax: 291 741 384
Fax: 265 537 889
[email protected]
[email protected]
26 | Boletim Trimestral
Actual
Reflexões a Propósito da Visita de Estudo
da APOM a Berlim
1. A recente visita de estudo organizada pela APOM
estão dispostas as diversas e imprevistas instalações,
(21 a 25 de Abril) com o intuito de se conhecerem
bem como uma interessante colecção de arte moderna.
os museus de Berlim numa ocasião histórica única, e
Não deve deixar de ser mencionada a reformulação
que é posterior à queda do Muro da Vergonha, ocorrida
da catedral como a edificação de um novo espaço
em 1989, e à unificação das duas Alemanhas, adveio
religioso por Mies Van der Rohe, bem como o conjunto
um momento de enriquecimento e de actualização
monumental que integra a Potsdamer Platz, o novo
das práticas museológicas muito relevante. Com efeito,
Casino e a Praça Sony ou ainda o maior Centro Comercial
as consequências sociais e culturais destes aconte-
da Europa.
cimentos políticos e sociais atrás mencionados foram
3. Deste modo, Berlim constitui de facto um lugar a
de uma excepcional envergadura, na medida em que
visitar para conhecer, não só as obras de vanguarda
tiveram repercussões em cadeia a nível europeu e
da nova arquitectura como da nova decoração de
internacional, comparáveis à Revolução Francesa que
interiores de que é exemplo o Hotel Adlon que se
teve lugar em 1789, coincidindo no tempo com a
encontra junto às Portas de Brandenburgo. Com efeito,
inquietante precisão de exactos 200 anos de diferença.
este exemplar, repetidamente citado em romances
A necessidade de edificar no centro de Berlim com o
passados desde 1900 aos anos 30 e que foi palco de
objectivo de cobrir e dar utilidade sócio-cultural à
grandes bailes e encontros históricos, foi reconstruído
larga faixa de território que era terra de ninguém e
e reconstituído de modo a realçar a estética glamourosa
que se situava entre o Muro de Berlim propriamente
de Berlim, numa época anterior à tomada do poder
dito e o outro muro interior de segurança, construído
por Hitler onde um largo escol de intelectuais, cientistas
na Alemanha de Leste, e que constituía uma vasta
e escritores vivia. Não se pode ainda esquecer que a
faixa de terreno que adveio propriedade do município,
Bauhaus tem ali a sua terceira e final sede que está
deu azo à edificação de inúmeros conjuntos
transformada em Arquivo-Museu que também foi
arquitectónicos assinados pelos mais conhecidos e
visitado. O hotel constitui hoje um emblema da cidade,
interessantes projectistas de renome internacional.
tendo ditado moda em termos de arquitectura de
2. Este pretexto, a urgente necessidade de reformular
interior e de artes decorativas. Não existe hoje
alguns monumentos da Alemanha Oriental que se
nenhuma Visita de Estado, filme, conto ou evento
encontravam em avançado estado de degradação e
social que não passe por este local onde os vidros e
o desejo de criar uma imagem movida de Berlim
os próprios arranjos florais se compõem no espírito
conduziram à criação de peças patrimoniais de elevada
revivalista que o hotel segue.
qualidade que transformaram esta cidade no paraíso
4. Não é despiciendo referir também o igualmente
dos arquitectos e num destino obrigatório em termos
centenário Museu de Historia Natural, dependente da
de turismo cultural. O monumental conjunto que
famosa Universidade Humbold de Berlim, onde foram
alberga a Casa da Philarmonia e o Museu da Música,
professores os mais destacados cientistas alemães de
a par com a revolução de espaços que Forster criou
que é expoente máximo Albert Einstein, em nome de
no parlamento alemão e a revisitação que Pei riscou
quem se está este ano a comemorar o Ano Mundial
no
Museum
da Física. Este museu integra as colecções históricas
constituem realidades patrimoniais do maior relevo,
de várias gerações de exploradores científicos dentro
não se podendo ainda esquecer o emblemático e
e fora da Alemanha, apresentando ricas e variadas
significante Museu Judaico, o Museu da Ciência e da
colecções de geologia, mineralogia, zoologia e
Técnica ou o Hamburger Bahnhof que está instalado
botânica, sendo de salientar pelo exotismo da sua
num Wagon-Corredor de 300 m de comprimento onde
origem a colecção de meteoritos, a imensa colecção
centenário
Deutsches
Historisches
Rede Portuguesa de Museus | 27
de gemologia e a interessante e inesperada apresentação
vista da museografia o Museu Etnológico (Ethnologisches
dos famosos fósseis de plantas que tanto vieram a
Museum) em Dahlem, que alberga colecções de
inspirar e de uma forma directa as dinâmicas
diferentes países provenientes dos 5 continentes. As
sinuosidades do Movimento Jungstill do princípio do
espaçosas salas de exposição conseguem apresentar
século XX que caracterizaram a Arte Nova alemã.
harmoniosamente e, com tanta qualidade científica
5. Se, do ponto de vista das colecções, a visita ao
como pedagógica, a cultura material dos mais
Museu Pergamon na centenária Ilha de Museus constitui
longínquos lugares do mundo, como a Melanésia. A
o expoente museológico máximo da cidade onde se
museografia é diferenciada, sendo de destacar a
encontra a celebérrima entrada da Babilónia, a Porta
gastronomia do respectivo restaurante que serve pratos
de Istar, o celebrado Altar de Pergamon da não menos
das diferentes regiões e que também expõe alguns
conhecida cidade do pergaminho e a grandiosa Galeria
dos alimentos confeccionados e a confeccionar, como
romana de Mileto, a par como as mais famosas
era na ocasião o caso do arroz, a par com a existência
esculturas da antiguidade acrescidas das inúmeras
de uma tenda turca onde se serve o café.
peças do Museu de Arte Islâmica, não pode deixar de
8. A excepcional qualidade visual das exposições de
ser referida neste breve sumário museológico de Berlim,
Artes Orientais constituiu para quase todos os
a Gemaldegalerie que detém uma pinacoteca exemplar
participantes desta visita da APOM um dos momentos
com obras-primas de primeiríssima água desde o final
mais frutíferos em termos museológicos na medida
da Idade Média ao século XVIII onde de espanto em
em que a concepção destes núcleos foi realizada com
espanto, se deu de caras com as pinturas que ilustram
o maior rigor e com o maior respeito pelos valores
todos os manuais de história de arte. Neste conjunto
da civilização gerada pela história milenar da China
museológico de que também faz parte o Museu de
e do Japão. Pareceu todavia à signatária que esta
Artes e Ofícios da Alemanha, estava patente numa
exposição só foi suplantada pela exímia museografia
museografia de gabarito, integrada numa exposição
da apresentação da Arte da Índia.
de grande novidade, o Busto de Nefertiti (corrigido
8.1. A Cor e o Ambiente
agora para Nofretiti) que vale sem margem de dúvida
Esta última exposição foi concebida com uma cor
a Missa de Paris de Henrique IV.
tonal única que deriva da utilização dos metais
6. Uma das grandes consequências museológicas da
cromados que fazem parte do respectivo equipamento
unificação das Alemanhas teve lugar na redistribuição
e mobiliário museológico. Deste modo, a amplidão
das colecções pelos distintos museus que deixaram
das salas é apercebida através de um cinza claro, leve
de ser repetitivos em termos espaciais e que vieram
e discretamente irisado que cintila mas não brilha,
enriquecer o acervo patrimonial de cada um dos
que reverbera a luz mas não incomoda, criando uma
museus. A política das incorporações de todos e de
serenidade ambiental que é delicada e simultaneamente
cada um dos museus foi feita com algumas turbulências
requintada, onde tudo está disposto repousando em
de ordem relacional, tendo dado azo a conflitos entre
clima de espiritualidade que, se poderia classificar
os profissionais, alguns dos quais, especialmente os
como yoggi.
de Leste, aderiram mal a esta reorganização que ainda
Todos os materiais utilizados repetem a tonalidade
não está completa, decorrendo ainda obras em muitos
escolhida, tanto os projectores como os spots e os fios
dos 147 museus de Berlim, entre os quais são de
de luz, bem como as madeiras, quer dos socos, quer
destacar pela envergadura das mesmas a modernização
dos plintos, mas também os cartões-passepartout, as
e reformulação da Ilha de Museus e dos seus futuros
letras das legendas e das sinalizações e ainda os
acessos subterrâneos, de molde a facilitar o turismo
próprios vidros e acrílicos dos suportes que, sendo
cultural.
transparentes contêm nas suas diferentes espessuras
7. Deve ser destacado neste contexto e do ponto de
um eco visual da cor tonal escolhida.
28 | Boletim Trimestral
8.2. A Luz
o open space é suficientemente amplo para permitir
A utilização de projectores encrostados no tecto
a subdivisão do espaço por ditames da diferenciação
propicia a que não se vejam calhas nem outro tipo
das peças, a opção reside na criação de subliminares
de dispositivos que perturbam o gozo do espaço em
módulos do tipo biombos altos em que a presença
toda a superfície e volumetria de cada uma das salas.
do vidro também é dominante.
São ainda usados projectores de fibra óptica e leds
A noção alargada de limite do espaço e de transparência
(low energy disposal) que constituem verdadeiros contra-
do mesmo constituem as principais e mais interessantes
luz que eliminam e apagam as sombras causadas pela
experiências desta exposição que rima aliás com a
projecção da luz proveniente da fibra óptica. Deste
moda das transparências patente nas passerelles de
modo, não existem quaisquer sombras no espaço
todos os estilistas e criadores nacionais e internacionais
expositivo nem dentro das próprias vitrinas, o que
desde os fins dos Anos 90. Existe consequentemente
permite a cada peça estar isolada das restantes e
um deslizar do olhar sala a sala que é paralelo ao
sentar-se no seu próprio território. A capacidade de
desvendar do traje dos mais famosos e menos famosos
ocultar suportes e reduzi-los à expressão mais ínfima,
costureiros de todo o mundo, entre os quais se integram
aliada a esta sublimação dos contentores, gera a
os já bem conhecidos estilistas portugueses.
ausência de ruídos visuais, em que especialmente as
9. À guisa de conclusão poderá dizer-se que o
obras escultóricas aparecem como que suspensas. Por
encantamento do sublime, erótico e fascinante busto
sua vez, as obras gráficas, nomeadamente as pequenas
cerâmico de Nofretiti e o inesperado encontro com
pinturas e as gravuras coloridas foram como que
Carlos, o Temerário, na Gemaldegalerie (neto de João
engradadas em grandes rectângulos de vidro com
I), bem como a alegria do reconhecimento dos bronzes
cerca de 1,80m de altura e 2cm de espessura sem
afro-portugueses do Benim no Museu Etnológico,
que se apercebam colas ou outros materiais de adesão.
acompanhado da força emotiva e afectuosa do escritor
8.3. O Espaço
moçambicano Pepetela que ali estava a falar sobre a
Quiçá o mais elaborado elemento da exposição consiste
sua obra no grande auditório, acrescido da inesquecível
no tratamento do espaço que é modulado através da
subida ao coração da Alemanha unificada, simbolica-
presença do vidro que elimina quase totalmente a
mente reconstruído no Reichstag, ainda teve mais um
noção da sala de quatro paredes como quatro cantos,
eco na magia desta última exposição indiana, em que
na medida em que, pelo menos dois ou três dos quatro
se assistiu à clara e óbvia substituição da utilização
cantos, quando não a totalidade deles, são substituídos
do aglomerado pintado que vem sendo o material
por vidro de modo a que o visitante não tenha a
mais comum usado na esmagadora maioria das
percepção de um espaço fechado nem dos limites
experiências museográficas, pela solução do vidro,
quadrangulares do mesmo, mas, pelo contrário, se
parecendo constituir uma alternativa de enquadramento
possa aperceber que, para além do que está no seu
da Nova Exposição, mantendo-se a respiração das
horizonte visual, existem outros espaços contíguos e
peças no espaço e perdendo-se a noção do seu
visitáveis. Esta concepção do espaço permite que o
aprisionamento em caixas ou aquários.
espectador adivinhe e apreenda, desde logo e
sensorialmente, a continuidade da exposição. As barras
Madalena Brás Teixeira
de vidro têm entre 70 a 90 cm de largura. Quando
Presidente da Assembleia-geral da APOM ❚
Rede Portuguesa de Museus | 29
Outras Notícias
Roteiro de Museus e Centros de Ciência
de Portugal
Foi editado o Roteiro Museus e Centros de Ciência de
museológicas do âmbito da MC2P. Dividido por 7 áreas
Portugal pela Associação MC2P – Museus e Centros de
geográficas – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo,
Ciência de Portugal, entidade criada em Junho de 2004
Alentejo, Algarve, Açores e Madeira –, o Roteiro
com os objectivos de incentivar a cooperação entre
disponibiliza informações úteis sobre as instituições
museus e centros de ciência de reforçar o seu papel e
aderentes, a sua apresentação e a descrição das
de promover a literacia científica e técnica através da
actividades oferecidas ao público, das escolas e em geral.
organização e dinamização de actividades várias. O
O guia inclui ainda uma nota histórica sobre o surgimento
Roteiro é uma das primeiras iniciativas da Associação e
dos museus científicos em Portugal, da autoria de
constitui um guia de referência das instituições
Fernando Bragança Gil e de Luís Tirapicos. ❚
Museus da Universidade do Porto
Entre 21 e 24 de Abril de 2005 esteve patente no Pavilhão
como forma de divulgação dos núcleos museológicos,
Rosa Mota, no Porto, a 3.ª Mostra Ciência, Ensino e Inovação,
doze ao todo, inseridos nas diferentes Faculdades. A
organizada pelo Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns
acompanhar a exposição, foi editada uma publicação que
da Universidade do Porto. No âmbito da Mostra, foi criado
compreende informações úteis e um texto informativo
um espaço museológico onde estiveram expostas peças
sobre a história e a colecção de cada núcleo, bem como
emblemáticas de cada Museu da Universidade do Porto,
a imagem e a descrição de cada peça exposta. ❚
Viajar com...
O Projecto Viajar com... Os caminhos da Literatura é uma
de Castro, Guerra Junqueiro, João de Araújo Correia, José
iniciativa da Delegação Regional de Cultura do Norte,
Régio, Miguel Torga, Teixeira de Pascoaes e Trindade
com a participação de um conjunto de entidades, nas
Coelho. Os roteiros em formato de papel encontram-se
quais se incluem a Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro
divididos em 4 capítulos – O homem, o escritor; Espaços
e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, a Casa-Museu de
de inspiração; Topografia literária; Nas entrelinhas – que
Camilo e a Casa de José Régio, cujos Museus integram a
percorrem e ilustram a vida e a obra dos autores, na sua
RPM. Aproveitando as possibilidades oferecidas pelas novas
conjugação com os locais, a paisagem, as pessoas, as
tecnologias, o Projecto assenta numa lógica de cooperação
festas, a gastronomia, os costumes e as tradições que os
e de funcionamento em rede, divulgando a literatura e o
inspiraram. ❚
património em meios de suporte tradicional e tecnológico,
estando destinado tanto a comunidades educativas, como
ao público em geral. Viajar com... integra 4 acções:
Constituição e funcionamento da rede; Base de dados
Património; Divulgação de autores; Promoção da rede.
No âmbito da Acção 3 – Divulgação de autores, têm sido
editados roteiros turísticos em suporte de papel e electrónico
(acessíveis através do site http://www.viajarcom.org/), com
base no património literário de escritores como Aquilino
Ribeiro, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Ferreira
30 | Boletim Trimestral
MUSAS – Revista Brasileira de Museus
e Museologia
O Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto
caso, o Museu Histórico Abílio Barreto) e na secção Muselânea
do Património Histórico e Artístico Nacional (Brasil) publica
são compiladas informações, notícias e experiências em
anualmente uma revista especializada em museologia, a
curso, no domínio dos museus, no Brasil. ❚
MUSAS, da qual saiu no final de 2004 o primeiro número.
Criada com o objectivo de fornecer um espaço de
informação especializado e de diálogo entre profissionais,
estudantes e investigadores, a revista encontra-se dividida
em 4 secções – Dossiê, Artigos, Museu Visitado e Muselânea.
Neste primeiro número, o Dossiê reúne um conjunto de
documentos e textos produzidos pelos membros brasileiros
do Comité Internacional para Acção Educativa e Cultural
(CECA) do ICOM e os Artigos abordam temáticas várias
da museologia e da política de museus. A rubrica Museu
Visitado faz a apresentação de um museu brasileiro (no
Os Museus e a Qualidade
O estudo exploratório que apresentámos no âmbito de
das evidências e comparar, com base em critérios, os
uma dissertação de mestrado em Museologia foi suscitado
resultados obtidos com os de outras organizações,
pela experiência de coordenação da candidatura que
recorrendo a uma linguagem comum contribuirá,
integrou a avaliação dos serviços educativos dos museus
estamos em crer, para o auto-conhecimento dos museus
municipais de Setúbal, com base na CAF – Common
enquanto organizações e o crescente reconhecimento
Assessment Framework (Estrutura Comum de Avaliação),
do seu papel nas sociedades contemporâneas. A
no âmbito do IV prémio da qualidade de serviço público,
possibilidade de discernir, em conjunto, sobre noções
promovido pela Associação de Municípios do Distrito
de qualidade em museus e de implicar as organizações
de Setúbal, em 2003. Este exercício, experiência piloto
museológicas na melhoria contínua dos serviços em
em museus, revelou-nos as potencialidades auto-
ordem à real satisfação das necessidades, explícitas ou
-avaliativas da ferramenta utilizada (CAF) e sobretudo
implícitas, dos cidadãos-clientes, incluindo nestes
inquietou-nos relativamente à forma, por vezes distorcida
processos as próprias pessoas dessas organizações (os
e/ou desfocada, como avaliamos e como projectamos
funcionários, colaboradores e parceiros dos museus), é
subjectivamente nas missões, por falta de instrumentos
uma perspectiva inovadora que poderá, a nosso ver,
rigorosos e adequados, aquilo que julgamos corresponder
ajudar a distinguir entre museus com “qualidades” e o
à satisfação das pessoas dentro e fora da organização
sentido global da qualidade em museus, recorrendo a
museu. Pensar e avaliar os museus na óptica dos
formas alternativas de avaliação e auto-avaliação.
processos, medir objectivamente o impacto destes na
sociedade com base na recolha partilhada e intencional
Isabel Victor
❚
Dissertações
• Na Universidade Lusófona Nova de Lisboa, em 29 de Abril de 2005, Isabel Victor obteve o grau de Mestre
em Museologia mediante a apresentação da dissertação A Qualidade em Museus. ❚
Rede Portuguesa de Museus | 31
Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
Email: [email protected]
Web Site: www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
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3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
ISSN 1645-2186
Encontros
no Ecomuseu Municipal do Seixal”, por Graça Filipe
Tema Guardadores de memória: a conservação
e Ana Luísa Duarte, Ecomuseu Municipal do Seixal
de edifícios e das suas colecções
Encontro Anual do CECA – Comité
Informações e contactos
Informações e contactos
para a Educação e a Acção Cultural
Rede Portuguesa de Museus
Maria de Jesus Monge
17 a 23 de Setembro de 2005
Calçada da Memória, n.º 14
[email protected]
Eslováquia
1300-396 Lisboa
Hugh Maguire
Organização
Tel.: 213 617 490
[email protected]
CECA – Comité para a Educação e a Acção Cultural
Fax: 213 617 499
Tema Educação em Museus – Parcerias
[email protected]
Conferência Anual do ICME 2005
Informações e contactos
www.rpmuseus-pt.org
18 a 21 de Outubro
Marian Ciz
Nafplion, Grécia
Fórum The Best in Heritage
Organização
22 a 24 de Setembro
Comité Nacional Grego do ICOM
Encontro Práticas de Conservação
Dubrovnik, Croácia
Fundação de Folclore de Peloponeso
Preventiva em Museus da RPM
Organização
ICOM/ICME – Comité Internacional para Museus
23 de Setembro de 2005
ICOM, ICOMOS, UNESCO, EUROPA NOSTRA
e Colecções de Etnografia
Museu Municipal de Faro, Faro
Tema
Tema
Organização
Apresentação dos 20 projectos mundiais mais
A História Oral poderá fazer os objectos falar?
Museu Municipal de Faro/Rede Portuguesa de
inovadores em termos de salvaguarda da
Sub-temas
Museus
herança cultural, designadamente nas áreas
Integrar a História Oral nas exposições – Do
Temas
dos museus, galerias de arte, interpretação
conceito à implementação
“Experiências de apoio técnico a museus da RPM
paisagística, edifícios históricos, comunicação
Pesquisa de públicos em História Oral – Como
na área da conservação preventiva”, por Luis Elias
e publicação.
avaliar o impacto do museu junto do visitante?
Casanovas e Nuno Moreira, consultores da RPM
Apresentação de edição multimédia DVD The
Museus, História Oral e Comunidades de origem
“A área da conservação preventiva no Museu
Best in Heritage 2004
– Desenvolvimento de paradigmas de diálogo
Municipal de Faro”, por Susana Paté, Museu
Informações e contactos
Educação e História Oral – Como beneficiar de
Municipal de Faro
Prof. Dr. Tomislav Sola
programas de interacção dos museus, de
Visita às reservas e ao laboratório de conservação
www.TheBestInHeritage.com
actividades educacionais, multimedia e Internet?
e restauro do Museu Municipal de Faro
[email protected]
Colaboração entre Museus, Bibliotecas e Arquivos
[email protected]
“As reservas do Museu Nacional de Arqueologia”,
no âmbito da História Oral
por Ana Isabel Palma Santos, Museu Nacional de
6º Encontro do Comité dos
Aspectos Éticos das Tradições Orais – As instituições
Arqueologia
Museus Casas Históricas do ICOM
de propriedade intelectual e herança cultural
“Experiências e projectos de conservação
– DEMHIST
Informações e contactos
preventiva no Museu Municipal de Portimão”,
12 a 14 de Outubro
http://icme.icom.museum
por José Gameiro, Museu Municipal de Portimão
Museu Nacional de Etnologia, Lisboa
“Acções integradas de conservação preventiva
Organização ICOM – DEMHIST

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