Museus da RPM
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Museus da RPM
> Museus em Maio [ editorial ] Sendo este Boletim da RPM subsequente a Maio, mês dos museus, é de > Panorama Museológico em Portugal > Roteiro de Museus vitalidade e de divulgação que transborda o presente número, onde se cruzam as notícias sobre as acções promovidas pelos museus em 16 junho 2005 Boletim trimestral da Rede Portuguesa de Museus Museus em Maio – Dia Internacional dos Museus e Noite dos museus torno das comemorações do Dia Internacional > Actividades apoiadas pela Rede Portuguesa de Museus dos Museus sob o mote de “Pontes entre Museus, Pontes entre Culturas foi culturas”. O tema este ano proposto pelo o tema proposto pelo ICOM – > Encontro de Museus RPM ICOM revelou-se muito adequado às do Distrito de Setúbal características das instituições museológicas e foi bem aproveitado por estas, através de > Participação em encontros > Centro de Documentação – Destaques por Silvana Bessone Museus para a 27.ª edição do uma ampla paleta de iniciativas que incluem Dia Internacional dos Museus novas exposições temporárias, edições, celebrada no dia 18 de Maio. actividades pedagógicas, lançamento de sites. Muitos foram os Museus que Também a “Noite dos Museus” encontrou > Um Museu Centenário, Conselho Internacional dos um eco muito alargado nos museus, que viram o público corresponder em grande escala seguiram este repto, reconhecendo a sua vocação de media- > Exposições em Arqueologia – a este evento, almejando igualmente uma dores entre culturas e reafir- para maior interacção, por José boa visibilidade nos meios de comunicação mando-se como espaços de d’ Encarnação social. Os próprios artigos desta edição fruição cultural e de encontro > Notícias de Museus RPM espelham eventos associados ao mês dos museus: o centenário do Museu Nacional dos > Reflexões a Propósito da Visita Coches, da autoria da sua directora, Silvana de Estudo da APOM a Berlim, por Bessone, e uma reflexão de José d’Encarnação Madalena Brás Teixeira > Em Agenda > Outras Notícias > Dissertações > Encontros social. Muitos destes Museus aderiram também à Noite dos Museus – Luzes na Noite, iniciativa promovida pela Direcção dos Museus de França, que decorreu no dia 14 de Maio e que contou com a sobre o lugar dos textos em duas exposições participação de mais de 4000 museus europeus. de arqueologia actualmente patentes ao O mês de Maio foi, assim, pontuado por acontecimentos nos público, uma das quais inaugurada no Dia Museus, cujas programações, muito variadas, sublinharam mais Internacional dos Museus. uma vez as suas potencialidades culturais, educativas e lúdicas. 18 de Maio foi o dia escolhido para apresentar a nova publicação do Instituto Português de À semelhança de anos anteriores, o Instituto Português de Museus/ Museus e do Observatório de Actividades Rede Portuguesa de Museus promoveu um conjunto de iniciativas Culturais, O Panorama Museológico em para celebrar o dia 18 de Maio, nomeadamente a edição de um (cont. na página 2) (cont. na página 3) (continuação da página anterior) Portugal (2000-2003), obra que tínhamos anunciado no orçamento, funcionar de forma permanente ou sazonal editorial do anterior número do boletim e que nos preza ao longo do ano, ter actividades orientadas para os agora ter já disponível ao público. Esta edição prossegue visitantes) verifica-se que em 1998 eram 152 os museus o rumo iniciado com o Inquérito aos Museus de Portugal (num total de 530) que preenchiam este modelo, enquanto (2000) que preparou o lançamento da Rede Portuguesa em 2002 o número de museus que acedeu a este conjunto de Museus, permitindo então obter um retrato da situação de critérios mais do que duplicou, passando a 330 (num museológica nacional, as características dos museus, total de 591 casos analisados). Quanto ao modelo conhecer os problemas e as necessidades e a partir daí denominado de “desenvolvimento” em que os museus delinear uma política de actuação, que se reflectiu nas preenchem cumulativamente 14 critérios (por exemplo, a linhas programáticas da RPM. acrescer aos anteriores, ter sistemas de segurança, serviço A relevância que a realização de estudos sobre a realidade de acolhimento ao público, instalações definitivas, fazer museológica portuguesa desempenha na actuação da RPM divulgação do acervo, ter folheto/desdobrável, constar da é, assim, agora continuada com um novo estudo efectuado informação sobre itinerários culturais e ter serviços pelo OAC sobre os museus no período entre 2000 e 2003, educativos), em 1998 foram encontrados 50 casos, permitindo obter informação sobre a sua evolução e sobre quantitativo que passou em 2002 para 131 casos. Estes o cumprimento dos indicadores fundamentais para a sua resultados permitem afirmar que o panorama museológico boa actuação como instituições museológicas. português se qualificou fortemente nos últimos anos, o Quanto às grandes tendências dos museus portugueses, que significa que há mais museus e mais qualificados, o perfil geral mantém-se semelhante ao longo destes mas também com graus de exigência mais elevados no anos: quanto à tutela, predominam os museus da desempenho das funções museológicas. administração pública (60% do total de museus) e nesta A par desta linha de trabalho, a de conhecer de forma avultam os da administração local (40% do total de aprofundada os museus existentes no território nacional, museus); quanto ao tipo de colecções salvaguardadas a avaliação da própria actuação da RPM faz parte nos museus, predominam os mesmos três tipos: museus integrante de O Panorama museológico em Portugal, de etnografia, museus de arte e museus pluridisciplinares; permitindo-nos salientar que não é habitual em Portugal quanto à localização geográfica por região, predomina a prática de análise e de avaliação dos serviços públicos a localização em Lisboa e Vale do Tejo, seguida do Norte; e ainda menos a sua divulgação. finalmente, quanto ao tempo de existência, é muito No inquérito aos museus da RPM foram avaliados o expressivo o predomínio dos museus que têm entre 5 a cumprimento dos objectivos delineados pela RPM, os 25 anos (são 71% do total de museus existentes), ou produtos e as acções resultantes da aplicação dos três seja, cuja data de abertura ao público ocorre a partir eixos programáticos da informação, da formação e da dos anos oitenta, e em especial nos anos noventa (37% qualificação, tais como a página da Internet, o boletim do total), do século XX. trimestral, as acções de formação, os programas de apoio Entre os problemas detectados nos museus, saliente-se que, técnico e financeiro e foram ainda avaliados os impactos no que respeita à utilização das novas tecnologias, em da acção da RPM nos museus e as expectativas quanto 2002, 25% das entidades museológicas analisadas (591) ao futuro. De um modo geral, a avaliação feita por parte ainda não dispunham de ligação à Internet e 34% não dos museus da RPM é globalmente satisfatória ou mesmo dispunham de recursos informáticos. Quanto à existência muito satisfatória. Importa salientar que os aspectos de serviço educativo organizado, embora tenha crescido mais satisfatórios da RPM, de acordo com as respostas de 44% para 48% a percentagem de museus que o dos responsáveis dos museus, são os de recomendar e possuem, é de sublinhar que cerca de metade ainda não divulgar boas práticas museológicas, de promover a o têm, apesar de alguns destes museus organizarem visitas qualificação dos museus e a edição do boletim. Quanto guiadas e outras actividades para o público escolar. ao grau de expectativa face ao futuro da RPM a maioria Como um dos mais interessantes resultados deste estudo, considera-se optimista (40%) ou muito optimista (39%), verifica-se que houve um crescimento do número de museus ao passo que 25% se posiciona como pouco optimista. que preenchem um conjunto de requisitos e de critérios As sugestões apresentadas pelos respondentes ao Inquérito fundamentais, quando comparados com os números do permitirão também ajudar a perspectivar os próximos Inquérito aos Museus em Portugal. Assim, no modelo passos da RPM, tendo aquelas recaído sobretudo na área denominado de “minimal”, em que os museus devem da inter-acção entre museus e no reforço da relação com preencher cumulativamente 7 critérios (por exemplo, possuir os públicos. inventário sumário, 1 sala de exposições, salas destinadas Clara Camacho a outras funções, 1 conservador ou técnico superior, ter Coordenadora da Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus 2 | Boletim Trimestral Notícias RPM (continuação da capa) cartaz comemorativo, a publicação da obra O Panorama É de salientar a diversidade e a criatividade das Museológico em Portugal (2000-2003), em colaboração programações propostas, sublinhando-se também o com o Observatório das Actividades Culturais, e a carácter inovador da iniciativa da Noite dos Museus reedição do Roteiro de Museus (ver caixa em baixo). sob o tema “Luzes na Noite” que contribuiu para o Para divulgação das actividades dos museus da RPM, enriquecimento desses mesmos programas, permitindo foi disponibilizado desde o dia 9 de Maio no sítio da ao visitante uma aproximação diferente aos museus. ❚ RPM um “minisite” dedicado ao mês de Maio. Esta apresentação para além da identificação no mapa do país de todos os museus com actividades alusivas às comemorações de Maio, permitindo uma navegação museu a museu percorrendo o país de norte a sul e ilhas, facultava também a pesquisa pelo tipo de actividade, designadamente exposições, visitas e passeios temáticos, ateliês, jogos, animações, filmes, edições, espectáculos, encontros e tertúlias. Panorama Museológico em Portugal (2000-2003) No passado dia 18 de Maio, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, foi lançada a obra O Panorama Museológico em Portugal (2000-2003) no Museu Nacional de Arqueologia. O Panorama Museológico Português (2000-2003), uma co-edição do Observatório das Actividades Culturais e do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus, corresponde a um retrato actualizado dos museus portugueses e permite um primeiro balanço das expectativas e dos resultados conseguidos com a criação da Rede Portuguesa de Museus. Do Inquérito aos Museus em Portugal, editado pelo IPM em 1999, resultou a estruturação da Rede Portuguesa de Museus e a colaboração entre o Instituto Português de Museus, o Observatório das Actividades Culturais e o Instituto Nacional de Estatística. Esta articulação institucional tem permitido obter um conhecimento constante da evolução dos museus portugueses, algo que é fundamental para a definição das linhas de trabalho do IPM no âmbito da Rede Portuguesa de Museus. O estudo que agora se publica possibilita uma análise comparativa do desenvolvimento dos museus portugueses, entre 1999 e 2003, designadamente quanto à tipologia de colecções, distribuição geográfica, funcionamento, instalações, recursos e actividades orientadas para os visitantes. Esta publicação inclui ainda uma análise da actividade da RPM, tanto no que respeita às características dos museus nela integrados, como à avaliação à acção desta rede, mediante os resultados de um inquérito aplicado aos mesmos museus. Roteiro de Museus No dia 18 de Maio, o IPM/RPM apresentou também no Museu Nacional de Arqueologia a reedição do Roteiro de Museus, publicado pela primeira vez em 2004 e agora actualizado para o corrente ano de 2005. O Roteiro fornece informação útil sobre a localização, os contactos, as colecções e as actividades dos 120 museus que integram a Rede Portuguesa de Museus. ❚ Rede Portuguesa de Museus | 3 Actividades apoiadas pela Rede Portuguesa de Museus em Maio, mês dos museus Os museus que integram a Rede Portuguesa de Museus promoveram um amplo conjunto de actividades ao longo do mês de Maio, algumas resultando de apoios prestados pela RPM no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus. Deste modo, salientamos algumas actividades que decorreram no mês de Maio e que beneficiaram do apoio da RPM: O Museu Municipal de Vila Franca de Xira lançou a sua página web, que permitirá uma maior divulgação deste museu e das suas actividades. O utilizador vai poder aceder a informação sobre exposições e actividades, destaques e novidades, ao centro de documentação e publicações, a galeria de imagens e ao serviço educativo. Poderá ainda efectuar pedidos e marcação de actividades educativas e esclarecer dúvidas relacionadas com o Museu Municipal ou com a História e Património Local. No plano da acção pedagógica, o Museu da Olaria (Barcelos) lançou a maleta pedagógica Brincadeiras com Barro, enquanto a Casa-Museu Leal da Câmara e o Museu Anjos Teixeira, ambos de Sintra, apresentaram à Comunidade Escolar, em sessão ocorrida a 18 de Maio, os novos instrumentos pedagógicos: Manual Pedagógico da Casa-Museu de Leal da Câmara e Maleta Pedagógica do Museu Anjos Teixeira e respectivas Fichas de Trabalho. Na área das edições, o Museu da Villa Romana do Rabaçal apresentou o Catálogo Espaço-museu Villa Romana do Rabaçal, edição em língua inglesa, ao passo que o Museu Bernardino Machado apresentou o livro infantil À descoberta de Bernardino. ❚ Encontro de Museus RPM do Distrito de Setúbal No passado dia 24 de Maio foi organizado, por iniciativa A comunicação inicial da Coordenadora da RPM fez do Ecomuseu Municipal do Seixal em parceria com a uma síntese comparativa do panorama nacional e Rede Portuguesa de Museus, um Encontro de Museus distrital dos Museus da RPM, apresentando dados da RPM do Distrito de Setúbal com os seguintes muito recentes resultantes do estudo levado a cabo objectivos: estimular e reforçar o conhecimento e a pelo Observatório das Actividades Culturais, publicado articulação entre tutelas, responsáveis e profissionais; este ano, e dados decorrentes da relação dos Museus dar a conhecer a situação actual dos museus, pontos da RPM do Distrito de Setúbal com a própria RPM, fracos, pontos fortes e projectos em curso; diagnosticar designadamente no que respeita ao benefício que as principais carências de recursos. retiraram ao longo dos últimos anos das suas principais O Encontro contou com uma participação muito linhas de acção – Informação, Formação, Qualificação. expressiva de técnicos, responsáveis e representantes O Encontro dividiu-se em duas partes intituladas das tutelas do Ecomuseu Municipal do Seixal, do Museu respectivamente 1.ª Conhecermo-nos e 2.ª Dar- Municipal de Alcochete, do Museu Municipal de -mo-nos a conhecer, a primeira centrada no trabalho Santiago do Cacém, do Museu de Setúbal – Convento mais interno dos museus abrangendo os painéis de Jesus e do Museu do Trabalho Michel Giacometti, I Programação e implantação no território e II Os acervos, ficando apenas ausente, por motivos de força maior, recursos de desenvolvimento – investigação, conservação a representação do Museu Municipal Pedro Nunes. (e reservas), documentação, a segunda dedicada às Todos estes museus foram dos primeiros a apresentar formas de comunicação com os públicos incluindo os candidaturas à adesão à RPM, tendo sido integrados painéis III Exposições, edição, sites e centros de nesta rede logo no ano de 2001. documentação e informação e IV Interacção com as 4 | Boletim Trimestral comunidades e relação com os públicos – educação e e criatividade face aos meios disponíveis. De acção comunitária. dependência tutelar semelhante – administração local –, Ficou patente ao longo do Encontro a diversidade e os museus referidos apresentaram e debateram a complementaridade de vocações, de meios e experiências, concretizações, dificuldades e soluções recursos, de contextos e realidades sociais a que estes encontradas, almejando-se promissor e frutífero o museus respondem numa sociedade em transformação reforço da sua articulação futura em várias vertentes e as respectivas estratégias de captação e de fidelização do trabalho museológico, o grande propósito deste de públicos, cuja apresentação ressaltou muita agilidade Encontro. ❚ Participação em Encontros Ao longo dos últimos meses tiveram lugar alguns encontros culturais que contaram com a participação da Rede Portuguesa de Museus: • Conferência no Museu Militar do Porto • Encontro Autarquias e Cultura No dia 21 de Março de 2005, no âmbito das No Ateneu Artístico Vilafranquense teve lugar, no dia comemorações do 25.º aniversário do Museu Militar 12 de Maio, o Encontro Autarquias e Cultura promovido do Porto, a Coordenadora da Rede Portuguesa de pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Este Museus proferiu uma conferência com o título Ao Encontro contou com a presença de representantes encontro dos públicos: novos rumos e novos desafios do Ministério da Cultura, da Associação Nacional dos para os museus portugueses. Esta participação decorreu Municípios Portugueses, de diversas Autarquias e num momento em que o museu pondera a sua Universidades. As várias intervenções, salientando renovação e qualificação, tendo sido precedida de experiências e concretizações no âmbito das políticas alguns contactos, por iniciativa da Direcção de culturais, versaram sobre os seguintes temas: O Livro, Documentação e História militar, com o IPM/RPM. as Bibliotecas e os Leitores; O Público e as Políticas Culturais; Os Museus, o Património e a Memória; As Autarquias, a Universidade e as Parcerias Culturais. O painel consagrado aos museus incidiu sobre as questões de gestão das instituições museológicas autárquicas, do novo quadro jurídico aberto pela Lei Quadro dos Museus Portugueses e da relação entre os museus e os públicos. ❚ PAQM – Programa de Apoio à Qualificação de Museus O prazo para apresentação de candidaturas ao PAQM 2005 decorre entre 15 de Junho e 15 de Julho. ❚ Rede Portuguesa de Museus | 5 Centro de Documentação A disseminação de boas práticas de conservação é o objectivo comum manual de fácil acesso. Na segunda obra destacada, o papel da das obras apresentadas em Destaque neste Boletim. Desde o controlo conservação preventiva nos museus e a definição de procedimentos das condições ambiente à adequação dos procedimentos de são discutidos a partir das experiências e reflexões dos especialistas transporte, manuseamento, exposição, armazenamento e restauro espanhóis reunidos no 6.º Colóquio Galego de Museus. Como no de objectos, a área da Conservação abrange um conjunto de práticas caso da primeira obra, as duas últimas, provenientes da Irlanda e conducentes à minimização e ao combate dos processos degenerativos da Austrália, apresentam um conjunto de princípios e orientações dos bens culturais. A primeira das obras, editada pelo Instituto a pôr em prática nas diferentes fases de intervenção, abrangendo Português de Conservação e Restauro, propõe, exactamente, uma diversos tipos de material. De cada uma das obras destaca-se a série de recomendações de conservação preventiva, em forma de respectiva referência bibliográfica e o resumo sumário. Destaques TÍTULO: Conservação preventiva: vade mecum Resumo: Editada pelo Instituto Português de Conservação e Restauro, a brochura AUTORES: Anabela Almeida Luís Elias Casanovas “Conservação preventiva: vade mecum” recomenda um conjunto de procedimentos PUBLICAÇÃO: Lisboa: Instituto Português de Conservação e Restauro, 2004 grupos: Agentes de deterioração, Segurança, Conservação e Manutenção, Exposição DESC. FÍSICA: 11 pp. de base da conservação preventiva do património, divididos em cinco grandes e Embalagem e Transporte. Através da sistematização de técnicas e metodologias, a publicação deste guia visa contribuir para a consolidação do papel da conservação preventiva no contexto da preservação do património. TÍTULO: A conservación preventiva Resumo: O papel da conservação preventiva nos museus enquanto instrumento fundamental PUBLICAÇÃO: Coruña: Consello Galego de Museos, 2000. de protecção do património, nomeadamente no que concerne a sua implicação sobre o DESC. FÍSICA: 329 pp. a necessidade de definição de conceitos, procedimentos e práticas de conservação e com ISBN: 84-88508-27-1 a formação de pessoal técnico especializado. Para discutir estas questões, e outras relacionadas, espaço físico do museu e sobre o objecto, levanta uma série de questões relacionadas com o Consello Gallego de Museos organizou, entre 27 e 29 de Janeiro de 2000, o 6.º Colóquio Galego de Museus. Estruturado em três secções – Organização da área de conservação e as suas funções; Conservação preventiva das colecções nas exposições, transporte e armazenamento; Aplicação das novas tecnologias na conservação preventiva – o encontro contou com a presença e o contributo de vários profissionais espanhóis, proporcionando um espaço de debate, formação e contacto entre os especialistas, de forma a conciliar esforços e a promover a partilha de experiências, problemas e possibilidades de acção. TÍTULO: Caring for collections: a manual of preventive conservation Resumo: Editado pelo Heritage Council, em colaboração com o Institute for AUTOR: Susan Corr estabelece os princípios e procedimentos a pôr em prática na construção de PUBLICAÇÃO: Dublin: The Heritage Council, 2000 um programa de conservação preventiva de colecções. O manual divide-se DESC. FÍSICA: 73 pp. em quatro capítulos estruturantes, que abrangem o edifício e as condições COLECÇÃO: Heritage Council of Ireland Series ambientais, a colecção, o objecto (registo, manuseamento, armazenamento, ISBN: 1-901137-244 exposição, empréstimo e transporte) e o papel do profissional de conservação. the Conservation of Historic and Artistic Works in Ireland, este guia de referência Expostos de modo sistemático e de fácil acesso, encontram-se presentes em cada secção tópicos de orientação prática referentes à explicação dos processos de deterioração e dos meios de os combater ou minimizar. O manual inclui ainda um glossário, bibliografia e outros recursos de referência. TÍTULO: A practical guide to the conservation and care of collections Resumo: Contando com contribuições de membros do West Australian AUTORES: ed. David Gilroy, Ian Godfrey forma detalhada, os passos a serem seguidos no processo de conservação de PUBLICAÇÃO: Perth: Western Australian Museum, 1998 objectos de colecção. As orientações abrangem vários tipos de material – DESC. FÍSICA: 184 pp. ISBN: 0-7307-1215-X Museum’s Department of Materials Conservations, este guia prático expõe, de cabedal, têxteis, marfim e osso, madeira, papel e livro, fotografia, pintura, cerâmica, vidro, pedra, metal, materiais orgânicos modernos, material etnográfico e material retirado de meios aquáticos – organizados por capítulos e com particular atenção para as questões de conservação preventiva face às intervenções de restauro. Cada capítulo compreende uma introdução histórica ao material, caracterização, factores de deterioração, modos de conservação preventiva, exposição e armazenamento e tratamentos de restauro aconselhados, 6 | Boletim Trimestral com ilustrações. A obra inclui ainda estudos de caso e glossário. Artigo Um Museu Centenário * Directora do Museu Nacional dos Coches Silvana Bessone* Numa época em que os efeitos das novas tecnologias Convencido o rei D. Carlos a autorizar, definitivamente, da comunicação nos levam, cada vez mais, a viver a instalação do Museu no antigo e desactivado Picadeiro apressadamente, quase diríamos, ao segundo, o facto Real, iniciam-se em 1904 as obras de adaptação do de se comemorar o Centenário do Museu Nacional espaço a museu sob a orientação do Arquitecto dos dos Coches, instituição de referência no panorama Palácios Reais, Rosendo Carvalheira, com o apoio dos museológico português e internacional, torna-se um pintores José Malhoa e Conceição e Silva que se ocupam evento singular. do restauro das pinturas do tecto e que também A criação do Museu parte de uma iniciativa da rainha terminam as pinturas das galerias, incluindo aí os D. Amélia de Orleães e Bragança, mulher do rei retratos de várias figuras ilustres ligadas a este projecto, D. Carlos I que, ao chegar a Portugal, e escolhendo de que se destacam naturalmente os de D. Carlos e para viver, em 1886, o Palácio Real de Belém, D. Amélia, bem como os seus próprios retratos e das “descobre”, nas instalações do antigo Picadeiro Real, respectivas mulheres. desde há muito transformadas no Depósito I da Pela mesma altura, Monsenhor Joaquim Maria Pereira Repartição das Reais Cavalariças, um conjunto de Bôto, Cónego da Sé de Faro e da Santa Sé Patriarcal viaturas de gala de grande beleza, apesar do seu estado de Lisboa, fundador do Museu Arqueológico e Lapidar de conservação não ser o melhor. Infante D. Henrique, em Faro, e Capelão dos monarcas, Num relato curioso, datado de 1844, o escritor inglês entusiasma-se com o projecto e inicia um estudo da Guilherme de Thackeray, que de passagem por Lisboa colecção que resultou no 1.º volume da obra, erudita, rumo ao Egipto, aproveita para visitar um conjunto intitulada Promptuario Analytico dos Carros Nobres da de coches de Estado que, já naquela altura, podiam Casa Real Portuguêsa e das Carruagens de Gala em que, ser visitados por touristes acompanhados por um guarda na apresentação ao leitor, datada de 22 de Agosto de que orientava a visita, deixa-nos as seguintes impressões: 1905, o autor se propõe fazer uma primeira «(...) nada se me deparou em toda a minha vida, que possa sistematização e classificação dos diversos modelos de comparar-se com este museu de carroças do século passado, viaturas existentes. que ali jazem n’uma espécie de limbo, velhas, douradas, Muitos dos coches, berlindas e carruagens são enormes, bolorentas e tombadas.» para, mais adiante, restaurados nesta altura, a fim de poderem ser expostos nos referir que as acha «(...) consideravelmente deterioradas: condignamente e, logo no início de Janeiro de 1905, a acção do tempo lambera o oiro assim das rodas como é noticiada no “Jornal do Commercio”, a visita informal dos painéis dos coches e o veludo, já muito safado, era que os Duques de Connaught, hospedados no Palácio horripilante».1 Real de Belém, fazem às futuras instalações do Museu, Podemos imaginar o efeito que este espectáculo, ainda em fase de acabamentos. simultaneamente belo e horrível, terá causado a Só no dia 23 de Maio de 1905, o Museu dos Coches D. Amélia que, consciente do valor patrimonial deste Reaes é formalmente inaugurado pela rainha D. Amélia conjunto, desde logo, se empenha, com o apoio do passando, a partir de dia 25, a estar aberto ao público. seu Estribeiro-Menor Alfredo de Albuquerque, em No jornal “O Século” do dia seguinte podemos ler «(...) reunir, num mesmo espaço, as viaturas de gala da Casa Com a assistência de sua magestade a Rainha D. Amélia, Real dispersas por várias dependências da Repartição realizou-se ontem, pelas 5 horas da tarde, a inauguração das Reais Cavalariças e que a chegada dos primeiros solene do “Museu dos Coches Reaes”. Instalado num dos automóveis condenava a uma utilização cada vez mais corpos do Real Palácio de Belém, na parte que foi propriedade reduzida. do conde de Aveiras e que completamente transformada Rainha D. Amélia 1 Alberto Telles, in Ocidente, de 16 de Junho de 1880 Rede Portuguesa de Museus | 7 por D. João V, era conhecida com a denominação de picadeiro de directores ilustres que vão deixando o seu cunho do Paço de Belém ou de D. João V, até ao dia de ontem.(...)» pessoal na forma e no estilo com que dirigiram a Foi lavrado um Auto de Inauguração do Museu dos instituição. Coches Reaes, assinado pela rainha D. Amélia, pela Com Luciano Freire é incorporado no acervo inicial Condessa de Figueiró, e pelos senhores D. João Alarcão o núcleo de retratos régios da dinastia de Bragança, Velasques Osório, Ministro das Obras Públicas, Severiano bem como um conjunto de trajos de corte e é editado, Augusto da Fonseca Monteiro, Director-Geral do após levantamento fotográfico das viaturas, o primeiro Ministério das Obras Públicas e Minas, Rosendo Catálogo Descritivo e Ilustrado, datado de 1923. Carvalheira Arquitecto de 1.ª classe do Ministério das Sucede-se, em 1933, José de Figueiredo, primeiro como Obras Públicas, José Malhoa pintor que restaurou os director interino e depois, de 1934 até ao final de 1935, tectos, Frederico Augusto Ribeiro, construtor civil, entre com provimento definitivo. outros, presentes na cerimónia. De 31 de Dezembro de 1935 a 24 de Novembro de O Museu fica, então, dependente da Repartição das 1943, o Museu Nacional dos Coches, apesar de Reais Cavalariças e dispõe logo de início de um Quadro temporariamente privado da sua autonomia e ligado de Pessoal, constituído por um Director, o Tenente- ao Museu Nacional de Arte Antiga, não perde a sua -Coronel Alfredo de Albuquerque (1905-1910), um especificidade, ficando, até 1938, sob a direcção desse secretário-conservador, um fiel, um porteiro e sete personagem ímpar na museologia portuguesa que foi guardas, todos recrutados de entre o pessoal mais velho o Dr. João Couto. da Casa Real. Em 1938, o então conservador Luís Keil assume a Para além das viaturas de gala da Casa Real, que por responsabilidade pelo Museu e, retomada a autonomia razões de Protocolo de Estado continuavam a sair, orgânica em 1943, é nomeado seu director. sempre que necessário, em cerimónias oficiais ou em Luís Keil (1938-1947) fica ligado à ampliação do Museu cortejos fúnebres, voltando ao seu local de exposição com a construção de uma segunda sala de exposição, no Museu após serem devidamente limpas e tratadas, inaugurada em 1944, e à edição, um ano depois, de entre 1905 e 1908, integraram o núcleo inicial da um importante catálogo descritivo de toda a colecção colecção, inúmeros arreios de tiro e cavalaria, acessórios do Museu, organizado por tipologias de peças. para torneios e jogos equestres, bem como peças vindas Augusto Cardoso Pinto (1947-1962) que, entre outros da Casa de Armas e da Repartição das Reais Equipagens, aspectos, se destacou pela sua preocupação em divulgar ambas a funcionar no Palácio das Necessidades e, por a colecção a nível nacional e internacional, tendo decisão da Administração Geral da Fazenda, um acompanhado visitas ao Museu a altas individualidades conjunto de peças das Reais Propriedades de Queluz, que, em deslocação oficial, visitavam Lisboa, bem como alguns bens propriedade particular dos nomeadamente Isabel II, rainha de Inglaterra, os Reis Monarcas e colocados, por sua iniciativa, em depósito do Sião, os Reis do Nepal, o Imperador da Etiópia Haile no Museu. Salassie, ou tendo editado, para os simples turistas que Após a Implantação da República a 5 de Outubro de visitavam o Museu, o primeiro “Guia do Visitante”, 1910, o Museu dos Coches Reaes passou, por Decreto auxiliar de visita de leitura fácil, traduzido em francês de 1911, a ter a designação de Museu Nacional dos e inglês. Coches e, foi nessa altura, nomeado, definitivamente, Maria José de Mendonça (1962-1969), pela sua sólida seu director, Luciano Martins Freire (1910-1933), formação museológica, ficará ligada, sobretudo, à professor da Escola de Belas Artes de Lisboa que estava, reestruturação da exposição permanente à luz dos há um ano, interinamente, a exercer as funções de novos conceitos da museografia, modernizando a direcção do museu. apresentação das colecções e, ainda, à valorização da Um novo ciclo de vida do Museu Nacional dos Coches colecção de traje civil, que será, mais tarde, o ponto inicia-se então, sucedendo-se à sua frente, uma série de partida para a criação do Museu Nacional do Traje, 8 | Boletim Trimestral Primeiro Catálogo e também à criação do Serviço Educativo do Museu, Museu, totalmente ilustrado, que eu própria iniciativa de extrema importância na formação de organizei. gerações de jovens visitantes. Prestada, em síntese, esta justa homenagem àqueles Cabe, por sua vez, a Madalena Cagigal e Silva (1969- que orientaram superiormente a vida do Museu, fica- -1983) concluir a obra da sua antecessora com a abertura -nos, ainda, por referir a importância que tiveram, nestes de uma nova sala dedicada à rainha D. Amélia e com seus cem anos de vida, os inúmeros funcionários e a reabertura das galerias, apresentando, agora, um amigos que por ele passaram, impossível de mencionar, conjunto de vitrines organizadas por temas. Ao mesmo caso a caso, mas que desenvolveram muito trabalho tempo, organiza uma série de pequenas exposições em prol da comunidade na área Educativa, com tantas temáticas que permitem desenvolver linhas de iniciativas de que se destacam os ateliers infantis que investigação sobre as colecções do Museu. desde há cerca de quarenta anos tornaram inesquecível É ainda sob esta direcção, e com a colaboração do a visita ao Museu a mais de um milhão de crianças. então conservador João Castel-Branco Pereira (actual Na área da Conservação e Restauro destaque-se o director do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian), momento da inauguração, a campanha dos anos criado o Anexo do Museu Nacional dos Coches em quarenta ou, mais recentemente, o restauro do Vila Viçosa, através de um protocolo de cedência de coche dos “Oceanos”, que permitiu a recuperação espaço estabelecido com a Fundação da Casa de de tão significativos “tesouros nacionais”. Bragança que permitiu expor, na Cocheira Real e nas A área da Investigação e Inventariação, desde início, três cavalariças do Paço Ducal, um conjunto de viaturas documentou e registou as diversas colecções que da colecção do Museu, que estavam há muito em constituem o acervo do Museu, acompanhando o reserva e a que se juntaram viaturas do Palácio da constante progresso da ciência museológica e Ajuda e da Presidência da República, e se integraram utilizando as mais modernas tecnologias como é o duas novas colecções de viaturas dos séculos XIX e caso do inventário informático Matriz e Matriznet. XX, adquiridas pelo Estado em 1980 e 1983, Na área da Divulgação, traduzindo a riqueza cultural respectivamente ao Visconde da Corte e ao Conde de do seu património, tanto nas exposições, como São Martinho. aquela que, em 1906, por iniciativa do rei D. Carlos, O Anexo do Museu Nacional dos Coches em Vila levou a Milão a imagem do Museu dos Coches Viçosa viria a ser inaugurado, em Maio de 1984, já Reais, através de um importante conjunto fotografias, sob a direcção de Natália Correia Guedes (1983-1990) como nas inúmeras publicações, que desde o que durante o seu mandato organizou diversas primeiro catálogo publicado em 1907 em língua exposições temporárias de relevo, como por exemplo francesa até aos actuais Catálogo e Guia editados “A Falcoaria Real”, “D. Catarina de Bragança – princesa em português, castelhano, francês e inglês ou às de Portugal, rainha de Inglaterra” realizada em Lisboa e edições em suporte magnético e digital passando, em Nova Iorque, ou ainda “Roma Lusitana/Lisboa claro está, pela presença na Internet com o site Romana” proporcionando o regresso a Roma de um www.museudoscoches-ipmuseu.pt. dos coches da Embaixada ao Papa Clemente XI (o E ainda, como não poderia deixar de ser, é de coche dito da “Coroação de Lisboa”), peça emblemática salientar a Vigilância e Segurança de um património dessa exposição internacional. excepcional, que, por iniciativa da rainha D. Amélia, Neste período publicou-se, em edição trilingue ficou sob nossa custódia e que, já em 1844, era (português, francês e inglês), o livro O Museu dos visitado na companhia de um guarda, e que desde Coches, de que foi a autora, e o IPPC editou um a sua inauguração, em 23 de Maio de 1905, até hoje desdobrável para o anexo de Vila Viçosa da autoria detém o primeiro lugar dos museus portugueses no de João Castel-Branco Pereira e um novo Roteiro do que respeita ao número de visitantes. ❚ Serviço educativo Guia do Museu Nacional dos Coches – Anexo de Vila Viçosa Rede Portuguesa de Museus | 9 Exposições em Arqueologia – para maior interacção José d’Encarnação* * Universidade de Coimbra Algo que amiúde deixava perplexos os meus estudantes enormes, pejados de uma terminologia técnica, era o facto de, na disciplina de Comunicação Social, sibilina para o comum dos mortais (terra sigillata lhes acentuar que um texto escrito era para ser lido; para aqui, ânforas Haltern 70 para acolá…)… Em uma conversa, para ser ouvida; e uma intervenção letra miudinha, ainda por cima; a uma distância na televisão assim como uma exposição eram, razoável… «Quero eu lá saber de toda esta loiça fundamentalmente, para serem vistas… Parecia-lhes escaqueirada e arqueólogo deve ser mesmo coca- que eu definitivamente endoidara, tão evidente era -bichinhos sem interesse! Ainda se fosse como a o que lhes estava a ensinar. gente vê nos filmes do Indiana Jones!…». Contudo, pouco a pouco, com o desenrolar das Pediu-me a Dr.ª Clara Camacho que desse o meu lições, acabavam por verificar que, afinal, tais testemunho em relação às duas exposições que afirmações não eram sandices tão acabadas como, recentemente comissariara: «A Presença Romana à primeira vista, poderiam parecer. Apercebiam-se, em Cascais – Um Território da Lusitânia Ocidental» paulatinamente, quer ao assistirem a conferências (Roman Cascais – In the West of Lusitania), inaugurada ou a reuniões científicas quer mesmo nas aulas, de em Janeiro e patente até finais de Setembro deste que – mais frequentemente do que se pensava – ano na torre oca do Museu Nacional de Arqueologia, essas regras básicas (aparentemente básicas) não que tive a honra de preparar com Guilherme eram tidas em conta. Que, por exemplo, um Cardoso; e «Caminhos do Algarve Romano» (Paths comunicante a quem haviam concedido 15 minutos of Roman Algarve), inaugurada no Museu Municipal preparara texto para, no mínimo, uma meia hora de Faro a 18 de Maio. e, por isso, vá de acelerar por aí adiante, sem se Respondi afirmativamente com todo o gosto, importar minimamente se estava ou não a ser porque, tanto num caso como noutro, tive a sorte seguido pela assistência: o que lhe importava era… de ler tudo o que tinha escrito! perfeitamente irmanada e bem compenetrada nos Assim nas exposições e nos museus. objectivos que se pretendiam alcançar: são As peças devem ser colocadas para serem vistas, exposições para ser vistas, apreciadas, saboreadas apreciadas – e, aqui, todo o problema da ‘envolvência’ até! trabalhar com uma excelente equipa, é fundamental, como se sabe, para evitar distracções, para que o visitante capte a mensagem, entre em 1. A experiência de Cascais comunhão com a peça, compreenda o seu significado Na exposição sobre Cascais a finalidade era bem profundo. evidente: na sequência da exposição anterior, Se, no âmbito da Arte ou das ciências ditas «exactas», «Cascais Há 5000 anos», que estivera patente no essa comunhão facilmente – ou mais facilmente – mesmo museu e que versara o tema da Pré-História se poderá conseguir, numa exposição de peças cascalense, punha-se agora a questão de mostrar o arqueológicas (cacos desfigurados, vidros partidos, que aquele território dera a conhecer, nas campanhas pedaços de capitéis desfigurados, inscrições arqueológicas aí levadas a cabo há mais de trinta truncadas…), cativar a atenção do transeunte (e anos, no que ao domínio romano dizia respeito. digo bem: transeunte) já se tornará tarefa bem mais Claro que, antes dos Romanos, houvera uma Idade complicada de cumprir. do Ferro; e, depois deles, um período tardo-romano, E, depois, há todos aqueles painéis com legendas ambos a considerar em continuidade. Tanto uma 10 | Boletim Trimestral como outra exposição se antojavam, por outro lado, Os textos como embriões de núcleos a integrar no futuro Para serem lidos, como se requeria, precisavam de Museu Municipal de Arqueologia, suprema lacuna estar à altura dos olhos, bem iluminados e… curtos. que Cascais ainda não lograra colmatar. Mostrava-se, por exemplo, o hipocausto da villa de E a torre oca é aquele espaço de altura descomunal. Miroiços (Malveira da Serra), zona dos banhos Havia, pois, que prender o visitante aos objectos, quentes. Que dizer daqueles arranques de arcaria diminuir luminosidades, fazê-lo como que entrar em tijolo, cuja finalidade, à primeira vista, mal se num outro mundo, há 2000 anos atrás (vamos descortinava? E depois que era isso de termas em supor), arrancando-o à realidade externa. casas particulares, como se ali se fosse a banhos Escolheram-se cores quentes, um circuito intimista, para cura de maleitas?… tendo, logo à entrada, depois do protomo que Optou-se por escrever apenas: escolhêramos para logotipo – animal fálico a afastar Local privilegiado na casa eram as termas, sem dúvida. maus olhados e peça única a nível mundial Os banhos – quentes e frios – constituíam ritual diário, (ousamos dizer)… – o mar, a serra e a omnipresença para os senhores e seus convidados. Prática higiénica de ambos no viver quotidiano de outrora, como o sim, mas pretexto também para convívio e oportunidade é ainda hoje. de se planearem negócios, estudarem estratégias de Os objectos mais significativos da Idade do Ferro, campanhas políticas a cumprir… com esse mar por fundo. Na sala, do lado esquerdo, E sobre os utensílios, que se poderia ‘filosofar’, se como em banda desenhada, apontamentos sobre tudo era comezinho como hoje? cada um dos sítios mais representativos – a Cozinhava-se – e havia panelas e tachos. Comia-se – documentar as villae e as suas partes, as termas… a havia talheres e pratos. Cortava-se lenha – e havia e alguns objectos ligados à decoração das mansões… podoas e machados. Faziam-se móveis, portas e janelas Já quase no final, a ponte para a actividade – e tinham-se pregos, cavilhas… Havia festa? – Alfinetes económica, de que a singela mas eloquente para o cabelo, anéis, pulseiras, cosméticos… minúscula cabeça de negro em terracota, fazia, de Achámos que, assim, vivia o Homem por detrás de imediato, suspeitar largos horizontes para lá do cada mar… Mas, nessa altura, já teria chamado a atenção abandonados ali… a inusitada banda sonora do filme – um achado da E a propósito dos mortos: autoria de João Serradas Duarte, o labor de Michel Na morte se prolongará a vida. Doutra forma será; mas Giacometti na recolha de sons do dia-a-dia. E, de também o morto vai carecer de atenções: sit tibi terra perna traçada ou sentados por ali, quedamo-nos a levis, «que a terra te seja leve, Amigo!». E colocamos descobrir uma outra Cascais, agrária, vegetal, na devotamente as cinzas em urna identificada e objectos comunhão mar e serra, no resfolegar do cavalo, no de uso comum: a lucerna para alumiar, a malga a assobiar do vento, no cantar do galo indiferente à simbolizar alimento, uma moeda para o que der e vier… urbanização massificante… Ao fundo, os altares às Sempre que possível, gravamos imorredoiro epitáfio… divindades indígenas, Aracus um daqueles objectos aparentemente Arantoniceus, Triborunnis, uma anónima deusa a que dois 2. A exposição de Faro sacerdotes fizeram sua oferenda… Em Faro, a finalidade era outra: dar sentido ao que E prosseguimos, após a pausa, a bisbilhotar fora o acervo de um Museu Lapidar. Pedras com quotidianos – na navegação e pesca, tecelagem e letras, fustes de colunas, fragmentos de capitéis… tinturaria, moedas, cerâmicas, rituais mágicos, a Peças de uso quotidiano nenhumas ou escassíssimas. criança recém-nascida ternamente depositada numa Era, pois, mais um dos núcleos do Museu a telha… E terminamos com a eloquência do mundo reorganizar. tardo-romano, de enorme riqueza também… E tudo nos falava, pois, de caminhada. Explicar-se-ia Rede Portuguesa de Museus | 11 porque é que só tínhamos fragmentos – que Por aqui caminharam como nós, há 2000 anos e mais, Ossonoba dera lugar a uma cidade, ocupada sempre gentes antigas. e de materiais de construção repetidamente Seduzidas pela amenidade do clima, pela fertilidade do reaproveitados. Passear-nos-íamos pela cidade. solo, pelas facilidades do comércio e das fainas ria Entraríamos no templo ao culto imperial – que além… Por aqui se fixaram, constituíram família, cidade portuária em muito dependia dos favores fecharam negócios, adoraram divindades, honraram os do imperador reinante. Recolher-nos-íamos num detentores do poder… Amaram! oratório privado. E, depois, era para além a idade E quiseram deixar de si, teoricamente para todo o sempre, dos mortos» – sempre acompanhados com os sons a sua imagem – em pedras lavradas, em solenes letreiros, a condizer, numa luminosidade que só fazia ressaltar em ternos epitáfios, em monumentos que o tempo e as peças (que distracções, ali, não poderia haver). outros homens em vão quiseram fazer esquecer. Ao fundo do caminho lajeado – qual via romana… Por aqui caminharam. – o grande painel simularia, tendo por perto a campa Como nós. aberta de alguém, um horizonte sem fim, nuvens E estes rastos nos deixaram – em jeito de cinzentas a que um laivo de alaranjada claridade testemunho. traria consolo na dor… Estilizadas sugestões metálicas dividiriam os espaços, E se nos interrogássemos do interesse destes capitéis assinalariam presenças, dariam o toque de uma floridos, destes fustes deslavados? reconstituição serena, mais imaginada que real… Quantos segredos, senhores!… De quantos negócios e beijos roubados e brigas valentes (porque não?) não Os textos foram silenciosas testemunhas discretas estes capitéis Também aqui os textos iriam desempenhar um trabalhados, estas colunas de que nos restam importante papel. Os do catálogo, obviamente, de fragmentos!… Públicos ou privados, os edifícios cariz científico, para quem melhor quisesse saber obedeceram a planos, a gostos – no conforto a conseguir, o significado maior das investigações efectuadas. na mensagem a passar, no simbolismo a reflectir… Os das folhas de sala, para acompanhar o visitante Como este capitel, que, pelo jeito de um cajado nele gravado, que se interrogasse sobre aquelas frases latinas e o escolhemos para guia nesta caminhada de antanho… que é que queriam dizer, a completar a etiqueta ... reduzida ao essencial para uma identificação, local Pareceu-nos, pois, que deveríamos partir para maior de proveniência, datação… E, sobretudo, os ‘painéis’ interacção entre todos os elementos componentes que não quisemos pôr e que, sem mais destrinças, de uma exposição, quer ela seja temporária ou inventámos nas paredes, simplesmente envoltos teoricamente definitiva. É para se ver, para num halo mais forte. facilmente se compreender e para, afinal, transmitir Explica-se, à entrada, aquilo que se vai ver, passada que ao visitante esta capacidade de descobrir o Homem é a porta pequena (precisam os mais altos de se curvar, que ‘está por detrás’ do objecto, a vivência que que, a partir de agora, é outro o mundo a palmilhar!…): connosco deseja partilhar… ❚ 12 | Boletim Trimestral Notícias Museus RPM* * Notícias exclusivamente baseadas em informações enviadas pelos Museus integrados na RPM IPM – P r o t o c o l o c o m a E s c o l a S u p e r i o r d e Te a t r o e C i n e m a No dia 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, foi e Museu Nacional do Teatro, com o qual a ESTC já celebrado um protocolo entre o IPM (Instituto colabora. Português de Museus) e a ESTC (Escola Superior Teatro O protocolo enquadra-se na estratégia que tem vindo e Cinema). De acordo com esse protocolo, serão a ser prosseguida pelo IPM com o objectivo de divulgar incluídos trabalhos nos curricula escolares dos alunos as colecções dos museus tutelados e de captar novos de Teatro e Cinema da ESTC a partir das colecções públicos. Este conjunto de acções potenciará a con- dos museus do IPM. Esses trabalhos constarão da cretização de projectos de dramatização e de criação encenação e apresentação de pequenas peças teatrais nos museus do IPM, acentuando a transversalidade e também de filmagens de pequenos filmes das diversas formas de criação artística e usando como promocionais, que se enquadrem no interesse das fonte de inspiração o património cultural à guarda duas instituições. dos museus do IPM. Será assim proporcionado aos Numa primeira fase, o ano lectivo de 2005/2006, visitantes um melhor conhecimento das colecções serão envolvidos os seguintes museus: Museu Nacional dos museus, a par da fruição cultural decorrente da de Arte Antiga, Museu Nacional de Arqueologia, Museu abertura do espaço do museu a outras manifestações Nacional de Etnologia, Museu Nacional dos Coches artísticas. ❚ Ecomuseu Municipal do Seixal – Requalificação do Núcleo Naval Território, Estuário do Tejo; Trabalhar no Tejo; Entre Pontes; e Além-terra. A sonorização da exposição, incluindo as componentes audiovisual e multimedia, é de Miguel Azguime. O Núcleo Naval do EMS (em Arrentela) tem como principais objectivos transmitir a memória do lugar de um antigo estaleiro naval do Rio Judeu, exibir e Abriu ao público no passado dia 16 de Abril, no Núcleo interpretar o património flúvio-marítimo do Estuário Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal, em Arrentela, do Tejo, aplicar e comunicar as técnicas artesanais de a exposição intitulada Barcos, memórias do Tejo, construção de modelos de barcos com vista a valorizar dedicada a aspectos da cultura flúvio-marítima do o património náutico da região e do país. Os objectivos estuário do Tejo. Do programa desta exposição de e actividades deste núcleo museológico, de que faz longa duração, assente num trabalho de investigação parte uma oficina artesanal, articulam-se com os das levado a cabo por uma equipa do Ecomuseu, fazem embarcações tradicionais, património flutuante que parte os seguintes temas: Estaleiro, memória do lugar; integra também o acervo do EMS. Rede Portuguesa de Museus | 13 – “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu”: parceria internacional no âmbito do Programa Cultura 2000 Até Outubro de 2005, encontra-se em desenvolvimento (Reino Unido), do Centro de Arqueologia Marítima o projecto “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu: da Universidade do Ulster (Irlanda do Norte, Reino valorização do património natural e cultural enquanto Unido) e do Município de Kruibeke (Flandres, Bélgica). recurso de desenvolvimento”, apresentado pela Câmara No âmbito deste projecto, realizou-se em Janeiro, no Municipal do Seixal, através do Ecomuseu Municipal, Seixal, o Encontro Internacional “Moinhos de Maré ao Programa Cultura 2000 da Comissão Europeia. Este do Ocidente Europeu”, o qual contribuiu para a projecto visa estimular a partilha de informações e apresentação de linhas de investigação actualmente experiências, a promoção de boas práticas de em desenvolvimento nas diversas instituições públicas conservação e restauro, a definição de estratégias de e privadas que tutelam antigos edifícios moageiros divulgação que permitam melhorar o acesso do público localizados em diferentes pontos do litoral atlântico a estes elementos patrimoniais, contribuindo para o europeu. O projecto constituiu ainda o ponto de fortalecimento das relações culturais entre diferentes partida para a concretização de um conjunto de regiões europeias e criando sinergias que possibilitem actividades, que incluem a edição de postais, a continuidade dos contactos entre as diversas apresentados no passado dia 18 de Maio no Moinho instituições envolvidas. de Maré de Corroios, a que se seguirá a publicação Além da Câmara Municipal do Seixal, o projecto conta de um folheto, de um guia de actividades pedagógicas Torre da Marinha – Praceta Francisco com a participação da Association Estuarium (França), e de um CD-Rom sobre os moinhos de maré na Europa Adolfo Coelho do Município de Arnuero (Cantábria, Espanha), da ocidental. Desta parceria deverá ainda resultar a Mancomunidad de Islantilla (Andaluzia, Espanha), do preparação de uma exposição itinerante subordinada Município de Muros (Galiza, Espanha), do River Lea ao mesmo tema, cuja apresentação está agendada [email protected] Tidal Mill Trust (Reino Unido), do Eling Tide Mill Trust para o próximo mês de Outubro, em França. ❚ www.cm-seixal.pt/ecomuseu Informações e contactos Ecomuseu Municipal do Seixal 2840-490 Seixal Tel.: 21 227 62 90 Museu de Alberto Sampaio – D o a ç ã o d a B i b l i o t e c a d o D r. A l b e r t o S a m p a i o No dia 25 de Maio foi assinado, entre o IPM e a família Guimarães, ciosa dos seus ilustres vultos, achou que dar de Alberto Sampaio, o contrato de doação da biblioteca o nome deste insigne vimaranense a um museu era uma deste ilustre vimaranense ao Museu de Alberto Sampaio. forma simpática de o homenagear. Trata-se de um importante e valioso espólio bibliográfico, Até há bem pouco tempo não havia nas colecções do o qual muito vai dignificar e enriquecer a biblioteca do Museu uma única peça que pudesse ligar o patrono com Museu de Alberto Sampaio. o Museu. De facto, de Alberto Sampaio o Museu apenas O Museu, criado pelo Estado em 1928 e aberto ao público tinha o nome. Ciente disto, a família de Alberto Sampaio, em 1931, desde logo ganhou o nome de Museu de que nutre por este museu um carinho muito especial, Alberto Sampaio. Não deve ter sido uma escolha difícil. decidiu aqui depositar, no ano de 2004, o vestido de Alberto Sampaio, nascido e baptizado bem perto do baptizado usado por Alberto Sampaio e seu irmão José. edifício do Museu, havia sido um ilustre vimaranense, Podemos dizer que foi pelo baptismo que se iniciaram cultor das letras e autor de várias obras de consulta ainda os laços entre o Museu e o seu patrono! Entendeu a hoje obrigatória. É certo que a temática do Museu – arte família que mais laços se poderiam e deveriam estabelecer sacra – nada tem a ver com a investigação a que desde entre Alberto Sampaio e o Museu, tendo, por isso, decidido cedo se dedicou Alberto Sampaio, mas a cidade de oferecer ao Museu a biblioteca de Alberto Sampaio. 14 | Boletim Trimestral Fax: 21 227 63 40 Informações e contactos Rua Alfredo Guimarães A biblioteca de Alberto Sampaio é constituída por 500 biblioteca, no original. Tal como os 4 volumes dos títulos (excluindo a herança de muitos livros de feição Portugaliae Monumenta Historica, de onde extraiu mais eclesiástica e jurídica dos quais se alheou quase totalmente). de 500 referências, quase sempre em latim antigo, para Se a este espólio retirarmos cerca de 45 Relatórios e as suas principais obras históricas. São no entanto de Estatutos de várias Instituições a que esteve ligado, restam- língua francesa a maioria dos livros que compõem este -nos 455 referências, compreendendo cerca de 70 obras importante acervo, onde soam nomes como Coulanges, que lhe são oferecidas, com dedicatória, por autores Litrée, Jubainville, Michelet, Proudhon, Thiers, Paquis, amigos e admiradores, como Antero Quental, Jaime de Rousseau. O lugar privilegiado que as actividades agrícolas Magalhães Lima, Bernardino Machado, Oliveira Martins, ocuparam no seu espírito, praticamente durante toda a Martins Sarmento e José Leite de Vasconcelos. O domínio sua vida activa, são eloquentemente testemunhadas pelos das línguas e a preocupação que lhe merecia o seu mais de 70 títulos que é possível encontrar neste espólio, aperfeiçoamento está patente em cerca de 50 títulos referentes a essa e outras áreas afins. 4810-251 Guimarães Tel.: 253 423 910 relativos a dicionários e obras de linguística. De resto, Fax: 253 423 919 alguns pesos-pesados da historiografia alemã da época, Isabel Maria Fernandes E-mail: [email protected] tais como Korting, Mommsen e Rudorff, fazem parte da Directora do Museu de Alberto Sampaio ❚ Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas – 4 . ª E d i ç ã o d o F e s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e Te a t r o C l á s s i c o Nos passados dias 3 e 5 de Maio, decorreu no Museu da Universidade de Coimbra. O primeiro levou à cena Arqueológico de São Miguel de Odrinhas a 4.ª Edição “As Troianas”, de Eurípedes, e “A Comédia do do Festival Internacional de Teatro Clássico. Esta Fantasma”, de Plauto, enquanto que o segundo iniciativa, organizada em parceria pela FESTEA – apresentou a “Electra”, de Sófocles, e dramatizações Associação Promotora e pelo Museu de Odrinhas de Teócrito e Virgílio, respectivamente “As Siracusanas” procura promover a divulgação dos textos clássicos e a “Bucólica V”. O público que acorreu a São Miguel através da encenação dos mesmos para um público de Odrinhas constatou, assim, que o conteúdo das essencialmente escolar. obras clássicas, passados mais de dois milénios, Antecipando o Dia da Latinidade que se comemora a permanece afinal bastante actualizado. 18 de Maio, há já quatro anos que o Museu se associa A crescente aceitação desta importante iniciativa por a este evento, acolhendo no espaço “Ágora” – local parte do público traduziu-se pela presença de um total de eleição do mundo Antigo – a realização das diferentes de 1070 espectadores, 70 % dos quais constituídos apresentações de textos da comédia e da tragédia por estudantes e professores do ensino secundário de gregas. Neste ambiente intimamente ligado ao espírito Sintra, Mafra, Lisboa, Almada, Montijo e Setúbal. clássico, apresentam-se textos que influenciaram as A realização do Festival Internacional de Teatro Clássico Museu Arqueológico de São Miguel várias literaturas modernas e contemporâneas. A no Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas de Odrinhas presente edição contou com a participação de duas é uma iniciativa que o público escolar habitual do companhias de teatro amador, de origens bem diversas: Museu já não dispensa, estando os objectivos antes o Grupo Balbo – do Instituto de Ensino Secundário de delineados plenamente superados, assistindo-se agora Tel.: 21 961 35 74/7 Puerto de Santa Maria, Cádis –, e o grupo Thíasos – à procura deste evento por novos visitantes a título Fax: 21 961 35 78 do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras claramente particular. ❚ Informações e contactos Av. Prof. Dr. D. Fernando de Almeida, Odrinhas 2705-739 São João das Lampas Rede Portuguesa de Museus | 15 Museu de Arte Sacra e Etnologia – No Museu “Noite e Dia”... O Museu de Arte Sacra e Etnologia, em Fátima, promoveu de visitar um Museu à luz da lanterna dos Escuteiros de diversas actividades no âmbito da “Noite dos Museus” Fátima! e do “Dia Internacional dos Museus”. Para o efeito, foi Após a “Noite” veio o “Dia” no Museu. Nas comemorações feito um esforço conjunto entre a equipa deste espaço do 18 de Maio, o Museu apresentou a peça de teatro museológico e instituições externas que quiseram «Vamos saber como funciona um Museu!», interpretada colaborar. É caso para dizer que se trabalhou noite e dia por alunos do Curso de Animadores Socioculturais da no Museu! Escola Profissional de Ourém. A peça teatral pretendeu dar Aceitando o desafio dos Museus Franceses, o Museu de a conhecer ao visitante um dos trabalhos diários de um Arte Sacra e Etnologia juntou-se aos museus da Europa Museu. Teatralizou-se a doação de uma peça que um num dia muito complicado em Fátima, logo após o dia missionário enviara de África e todas as operações 13 de Maio, dia da peregrinação mariana, onde milhares museológicas que a envolveram até à sua incorporação de peregrinos afluíram a Fátima, causando grande no acervo. O teatro desenrolou-se nos espaços do Museu movimentação no museu e aumentando o esforço dos onde normalmente decorrem estes procedimentos funcionários. No entanto, face à natureza do projecto, museológicos. Os visitantes tiveram ainda a oportunidade a equipa aceitou o desafio. de visitar a Reserva onde puderam observar a diversidade Abrindo as suas portas às 10h00 de sábado 14, o Museu de peças oriundas de várias partes do mundo, muitas encerrou ao público às 0h00, sem qualquer interrupção. delas trazidas pelos Missionários da Consolata ao longo Pelas 21h00 o Museu levou a cabo uma visita/conferência dos tempos. À espera do público mais novo prepararam- à Exposição temporária «Máscaras Tradicionais Africanas -se várias actividades lúdicas no Pátio do Museu. Um dia Museu de Arte Sacra e Etnologia – Colecção de José Santos Silva» sendo orientada pelo em cheio com várias dezenas de visitantes a percepcionarem Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5 próprio coleccionador. Na capela do Museu seguiu-se que, dada a tipologia do acervo do Museu de Arte Sacra depois um Recital de Música com um “Quarteto de e Etnologia, existem ali diversas “pontes entre culturas”… Clarinetes” do Orfeão de Leiria. Às 23h00 chegou o Gonçalo Cardoso momento mais aguardado para o público pela curiosidade Museu de Arte Sacra e Etnologia ❚ Informações e contactos 2496-908 Fátima Tel.: 249 539 470 M u s e u d e Av e i r o – Projecto Aveiro Digital São inegáveis as vantagens de os Museus desenvolverem projecto na área das novas tecnologias tendo como projectos em parceria com outras instituições ou fim último a divulgação do seu edifício e das suas parceiros sociais. Além de enriquecedora e gratificante colecções ao maior número de pessoas possível, pela troca de experiências e de knowhow, esta abertura apostando sobretudo na formação dos mais jovens. ao exterior possibilita a concretização de projectos Era nossa intenção trabalhar alguns temas directamente mais ambiciosos e de âmbito mais alargado. relacionados com a história do antigo Convento de A gestão de programas comunitários, para além de Jesus (actual Museu de Aveiro) e com os espaços permitir a implementação de projectos financeiramente circundantes com ele relacionados e transpor esses exigentes, constitui um treino para um rigoroso temas para suporte digital. Surge assim a possibilidade planeamento e calendarização, contrário ao facilitismo de trabalhar conjuntamente com três instituições muitas vezes instituído na nossa rotina de trabalho. camarárias Neste contexto, o Museu de Aveiro concebeu um seleccionados. 16 | Boletim Trimestral das quais dependem os espaços Fax: 249 539 479 E.mail: [email protected] www.consolata.pt Desta forma nasceu um projecto conjunto que apresenta Sociedade de Informação). O MUSEAVE, nome por como objectivo a realização de três jogos multimédia que foi denominado o projecto, tem como gestor o baseados em narrativas históricas e uma visita virtual Museu de Aveiro, fazendo ainda parte de consórcio associando os vários espaços, material este a ser a Câmara Municipal de Aveiro, a Câmara Municipal disponibilizado pela Net. Estes jogos, destinados a de Vagos e a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro. diferentes idades, abordarão temas como as lendas e Inserido na 8.ª área de intervenção do Aveiro Digital tradições locais, o desenvolvimento da cidade de Aveiro (informação, cultura e lazer), o projecto no valor de e a sua relação com os arrabaldes ou o funcionamento 60.007 €, é comparticipado em 43.205 € pelo FEDER, e vivência do Convento e a sua relação com o meio, FSE e pelo Orçamento do Estado, sendo os restantes Museu de Aveiro ligando espaços como o Museu de Aveiro, a Quinta 28% assegurados pelo Consórcio. Avenida de Santa Joana a Princesa de Ouca, o Museu da Palhaça e as salinas. Mais informações sobre este projecto estão disponíveis Para concretizar este projecto foi feita uma candidatura no site www.Aveiro-digital.pt Informações e contactos 3810-329 Aveiro Tel.: 234 423 297 Fax: 234 421 749 ao Programa Aveiro Digital, programa este inserido no [email protected] eixo prioritário do Portugal Digital/Cidades Digitais Maria João Mota www.ipmuseus.pt contemplado no POSI (Programa Operacional da Conservadora ❚ Museu Municipal de Cor uche – Centro de Documentação Margarida Ribeiro O Museu Municipal de Coruche inaugurou, no passado constituição de dossiers pedagógicos com o objectivo dia 21 de Maio, no âmbito das comemorações do Dia de tornar mais acessível a investigação por parte de Internacional dos Museus, o Centro de Documentação estudantes e curiosos, bem como a constituição de Margarida Ribeiro, cujo objectivo principal é a recolha uma base de dados de revistas de especialidade e Informações e contactos e preservação de documentação (fotografias, jornais, instituições receptivas à permuta de publicações. Museu Municipal de Coruche ensaios, teses, obras de literatura, etc.) sobre o concelho O Centro de Documentação prevê, ainda, a criação, Rua Júlio Maria de Sousa de Coruche e nas áreas da História, Arqueologia, com carácter bianual, do “Prémio Margarida Ribeiro Antropologia, Etnografia e Museologia, funcionando – Prémio de incentivo à investigação sobre o concelho em articulação com os restantes sectores do museu. de Coruche” nas áreas de História, Arqueologia e [email protected] O público-alvo é constituído por investigadores, alunos Antropologia. www.museu-coruche.org de Mestrado e Doutoramento que direccionem o seu A par da inauguração do Centro de Documentação, trabalho para o concelho de Coruche, por alunos e foi organizada uma exposição alusiva à vida e obra professores do concelho que orientem o seu trabalho de Margarida Ribeiro, professora e investigadora, que para a realidade local e ainda pelo público em geral. viveu e desenvolveu a sua actividade em Coruche nas Ao Centro de Documentação caberá também a décadas de 40 e 50. ❚ 2100 Coruche Tel.: 243 610 820 Fax: 243 610 821 Museu Nacional de Arqueologia – Feira de Réplicas e Material Didáctico de Arqueologia Promovida conjuntamente pelo Museu Nacional de que contou com a presença de 20 museus, associações Arqueologia, a Associação de Arqueologia da Amadora culturais e empresas prestadoras de serviços nas áreas e a Rede Portuguesa de Museus, realizou-se nos abrangidas pelo certame. passados dias 18 e 19 de Junho, naquele Museu, uma Durante os dois dias da Feira, as entidades participantes Feira de Réplicas e Material Didáctico de Arqueologia puderam dar a conhecer e comercializar os seus Rede Portuguesa de Museus | 17 produtos, assim como realizar apresentações práticas das actividades que promovem, divulgando-as junto de outras instituições e dos numerosos visitantes que acorreram ao local. O programa de animação complementar da feira contemplou ainda a organização de duas mesas-redondas: “A Prática Arqueológica em Contexto Municipal”, Informações e contactos coordenada pela Dr.ª Maria Miguel Lucas do Sector de Edifício dos Jerónimos Património da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira; Praça do Império 1400-206 Lisboa e “Réplicas e Material Didáctico”, coordenada pelo Prof. 4750-306 Barcelos Tel.: 21 362 00 00 Miguel Ramalho, do Museu Geológico; e a projecção Fax: 21 362 00 16 de diversos documentários alusivos às temáticas do E-mail: [email protected] evento. ❚ www.mnarqueologia-ipmuseus.pt Museu Nogueira da Silva – Serviço Educativo – Palavras Ilustradas O Museu Nogueira da Silva inclui desde 2003/2004, No fim, os alunos (1.º, 2.º e 3.º Ciclos) exprimem as na programação do Serviço Educativo a actividade suas emoções e opiniões através da escrita e do Palavras Ilustradas onde acontece o encontro das desenho, podendo também consultar o site do linguagens escrita, plástica e musical. Promovida pelo Netescrit@ com mais informações sobre o autor que Projecto Netescrit@ e da autoria de Emília Miranda, acabaram de ouvir. esta actividade pretende despertar o gosto pela leitura, Em 2003/2004 vieram ao Museu contar as suas histórias: aliando-a à ilustração e à dinâmica musical. Vergílio Alberto Vieira, Luísa Ducla Soares, António Provocando a reflexão sobre o conteúdo das obras, as Mota, Álvaro Magalhães, José Vaz e Ana Maria Museu Nogueira da Silva histórias são contadas pelos próprios autores tornando- Magalhães. Em 2005 já tivemos a visita de Alice Vieira Av. Central, 61 -se quase reais nas explicações e respostas às perguntas e João Pedro Mésseder e estão previstas muitas mais. 4710-228 Braga dos alunos que as ouvem. Simultaneamente, os cenários Outros artistas têm colaborado na animação musical e as personagens aparecem por trás do vidro fosco como: José Miguel Ferreira, nas teclas, Miguel Miranda, desenhados por José Miranda e a música do violoncelo na viola baixo e Luís Leite no violoncelo. ❚ Informações e contactos Tel.: 253 601 275 Fax: 253 264 036 de Matilde Rocha reforça a narrativa. Museu do Papel – O Despertar do Museu a Novos Públicos O Museu do Papel tem assumido, desde a sua abertura -culturais, dentro e fora do seu espaço museológico. ao público em Outubro de 2001, que a sua atitude Dando continuidade a esta linha de actuação, o Museu cultural não permaneça fechada no passado histórico, do Papel entendeu ter chegado o momento de mas que se revitalize em diferentes contextos sócio- consolidar novas práticas educativas despertando para 18 | Boletim Trimestral [email protected] www.mns.uminho.pt novos públicos e, neste sentido, candidatou o projecto implementar a partir do próximo mês de Outubro, e educativo “O despertar do museu a novos públicos”, tendo como público-alvo alunos e professores dos níveis à medida 1.2 – Modernização e Dinamização dos de ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos. Museus Nacionais, projecto aprovado pelo Programa Com Um dia diferente: maleta pedagógica, o Museu do Operacional da Cultura em Dezembro de 2004 e Papel tem como objectivo promover a produção manual apresentado ao público no passado dia 18 de Maio. de papel com fins terapêuticos, em hospitais, IPSS e Partindo do papel, o Museu do Papel Terras de Santa misericórdias, segmentos de público com limitações de Maria reinventa-se numa dinâmica educativa com deslocação ao museu. diferentes espaços de aprendizagem, alargando, deste O conjunto de acções que integram este projecto será modo, a sua intervenção sócio-educativa, com um desenvolvido até final do primeiro trimestre de 2006. conjunto de acções destinadas a públicos específicos, No entanto, todo o investimento material e humano nomeadamente invisuais (O sentido do sentir: sonoridades não se esgotará neste período, na medida em que os e texturas do papel), deficientes auditivos (O sentido do públicos-alvo continuarão a ser uma realidade sentir: a importância de um gesto) e ex-combatentes da permanente, fazendo da cultura um instrumento de guerra colonial (O papel dos aerogramas). autonomia e contribuindo para que o Museu do Papel, A educação para a preservação do ambiente não foi mais do que um espaço de preservação de memórias, esquecida neste projecto, com uma acção denominada constitua um espaço vivo de criação de novas memórias E do velho se fez novo: a reciclagem do papel, a que valorizem o presente e projectem o futuro. – O Tu r n o d a N o i t e Num passado em que não existia ainda energia desconforto dum turno da noite, que hoje tem um eléctrica, o trabalho dos operários era feito à luz de encanto mágico, mas que no passado constituíu um candeias, num ambiente pouco iluminado e soturno, trabalho sofrido. ritmado pelo som da roda hidráulica e do rio, sons Em simultâneo, a envolvência da música do Quarteto que no silêncio da noite se impunham como uma de Jazz e dos Dj’s convidados deram ao espaço exterior presença. Assim nasceu a ideia de recriar um “Turno do museu um ambiente de convívio e lazer. da Noite”, integrado no evento La Nuit des Musées – O público-alvo deste evento foi o público da noite. «Lumière(s) dans la nuit». Neste sentido, a divulgação deste evento foi feita em Nessa noite, os visitantes foram convidados a integrar locais como bares e discotecas da região, estratégia turnos da noite participando no processo de fabrico que resultou de um modo surpreendente com a adesão proto industrial, fazendo papel à mão, ou ajudando de 650 visitantes. Deste modo, cativou-se uma faixa à produção industrial de papel, na máquina contínua. de público que vive a noite em busca de luzes e que, O público de 14 de Maio, mesmo aquele que já nessa noite, viveu momentos diferentes em que o ócio conhecia o museu, teve ocasião de interiorizar o foi também de cultura e reflexão. ❚ Informações e contactos Museu do Papel Rua de Riomaior, 338 4535-301 Paços de Brandão Tel.: 22 744 29 47 Fax: 22 745 99 32 www.museudopapel.org [email protected] Rede Portuguesa de Museus | 19 Museu do Papel Moeda – Encontro “O Impacto das novas tecnologias nas práticas dos Museus” No âmbito do Dia Internacional dos Museus, o Museu móvel” e o Eng. Rui Falcão que falou sobre “Museus: do Papel Moeda da Fundação Dr. António Cupertino Novos sítios de aprendizagem”. Da parte da tarde, a de Miranda organizou, no passado dia 16 de Maio, Dra. Fátima Alves apresentou o GAM (Grupo para a um encontro entre museus e empresas que trabalham Acessibilidade nos Museus) e falou de “A construção em novas tecnologias, no sentido de abordar as de sites acessíveis”. Para finalizar, o Eng. Alexandre necessidades dos museus na utilização das TIC´s e de Sousa abordou a importância de “Os Museus e o explorar a relação entre as novas tecnologias e a Porto Digital”. maneira como os museus gerem a informação e Dada a pertinência do tema, a assistência foi numerosa constroem o conhecimento. e repartiu-se entre profissionais dos museus e No painel de abertura intervieram o Vereador da professores. Educação da Câmara Municipal do Porto (Dr. Paulo Paralelamente a este encontro, decorreu no foyer da Cutileiro), o Vereador da Cultura da Câmara Municipal Fundação uma mostra tecnológica onde participaram do Porto (Dr. António de Sousa Lemos) e a Presidente 12 empresas especializadas em produtos digitais da Fundação Dr. António Cupertino de Miranda (Dra. específicos para museus. Maria Amélia Cupertino de Miranda). O objectivo de promover, junto dos museus, a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda Foram oradores, da parte da manhã, a Coordenadora consciência da necessidade de práticas de utilização Avenida da Boavista, 4245 da Rede Portuguesa de Museus, o Dr. Paulo Costa de novas tecnologias, bem como o de abrir para as (Director dos Serviços de Inventário do Instituto empresas digitais um leque de conhecimento de Português de Museus) que abordou o tema “O impacto potenciais clientes na área da cultura e da educação, [email protected] dos meios digitais no inventário e gestão do património foram plenamente atingidos. ❚ www.facm.pt Informações e contactos Museu do Papel Moeda 4100-140 Porto Tel.: 22 610 11 89 Museu da Pedra – V Simpósio Internacional de Escultura Cidade de Cantanhede Entre os dias 2 e 20 de Maio decorreu, na Quinta de integrava o pintor Manuel da Costa Cabral e a Prof.ª S. Mateus, o V Simpósio Internacional de Escultura Doutora Raquel Henriques da Silva. Cidade de Cantanhede. O evento foi promovido pela Esta manifestação pública de produção artística tem Câmara Municipal e contou com a presença de sete permitido acompanhar o desenvolvimento do processo artistas plásticos nacionais e estrangeiros, que criativo de proeminentes escultores nacionais e executaram, individualmente e ao vivo, esculturas de estrangeiros na elaboração de obras simbolicamente grandes dimensões, a partir de um ou mais blocos de associadas à designada “Pedra de Ançã”, que ainda pedra fornecidos pela organização. hoje é extraída das pedreiras localizadas numa vasta Participaram na edição deste ano os portugueses Rui zona a Sul do Município, nomeadamente nas freguesias Horta, Filomena Almeida e Viviane Soares, o francês de Ançã, Portunhos e Outil. Yehuda Neiman, o alemão Volker Schunttgen, o Outro dos desígnios que presidiram à organização do japonês Shintaro Nakaoka e o moçambicano Ídasse. Simpósio Internacional de Escultura Cidade de Estes escultores foram seleccionados de um conjunto Cantanhede, é a evocação dos ofícios e misteres de 48 candidatos de diversas nacionalidades, por um tradicionais relacionados com o trabalho da pedra, júri presidido pelo escultor Alberto Carneiro e que como forma de homenagem a todos quantos tiveram 20 | Boletim Trimestral Fax: 22 610 34 12 ou ainda têm um papel activo na preservação de uma orientações estéticas da escultura contemporânea. actividade com raízes seculares no Concelho. A este nível, deve ser sublinhada a importância das Informações e contactos Partindo deste enquadramento, o evento está hoje actividades pedagógicas que, à semelhança de edições Largo Cândido dos Reis, n.º 4 intimamente ligado à intervenção cultural que tem anteriores, foram promovidas pelo Museu da Pedra, vindo a ser desenvolvida no Museu da Pedra, nomeadamente a participação de largas centenas de constituindo uma das suas acções mais relevantes, crianças e jovens dos estabelecimentos de ensino em [email protected] ao despertar a população em geral e a comunidade ateliês de artes plásticas criados para o efeito no local www.cantanhedeonline.pt escolar em particular para a descoberta de diferentes onde decorreu o simpósio. ❚ 3060-174 Cantanhede Tel.: 231 423 730 Fax: 231 423 732 Museus da RPM – Edições lançadas em Maio Ecomuseu Municipal do Seixal – Cortiça: da produção à aplicação, da autoria de Luis Gil Esta edição assinala, no mês dos Museus e do 23.º aniversário do EMS, o centenário da instalação da antiga firma corticeira Mundet no concelho do Seixal (1905) – Colecção de postais e folheto no âmbito do projecto Moinhos de Maré do Ocidente Europeu: valorização do património natural e cultural enquanto recurso de desenvolvimento apoiado pelo Programa Cultura 2000 da Comissão Europeia Museu de Alberto Sampaio – Caderno de exploração intitulado D. João I e Guimarães: aprender, brincando, composto por um conjunto de textos e por variadas fichas de exploração didáctica Museu Bernardino Machado – Livro infantil À descoberta de Bernardino Esta edição, apoiada pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, inclui informações sobre o Palacete do Barão de Trovisqueira, o Museu e as suas actividades, uma biografia do Benardino Machado e passatempos Museu do Chiado – Catálogo da exposição Intrusão: the Red Square, de João Maria Gusmão e Pedro Paiva Exposição exibida no Museu do Chiado entre 11 de Março e 22 de Maio. O Catálogo inclui a reprodução de todas as obras incluídas na exposição, de uma série de trabalhos anteriores e um ensaio de Pedro Lapa, comissário da exposição Museu de Ciência da Universidade de Lisboa – Percurso através de objectos evocativos da história deste local Esta publicação sugere um percurso temático através de objectos representativos da história do local onde o Museu de Ciência está implantado e da história do conhecimento científico e experimental – Boletim Ciência Viva n.º 14 Neste número, destacam-se as comemorações dos 20 anos do Museu, o Dia Internacional dos Museus, o Ano Internacional da Física e uma nova rubrica de apresentação de peças: “Um objecto do acervo” Rede Portuguesa de Museus | 21 Museu Municipal de Vila Franca de Xira – Boletim Cultural Cira 9 – Museus, Mediadores e Educação de Adultos Esta publicação, apoiada pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus, apresenta o resultado parcelar do seminário “Museus, Mediadores e Educação de Adultos,” realizado em 7 e 8 de Abril de 2000, no Palácio do Sobralinho e integrado no Programa Sócrates Museu Municipal de Faro – Actas do Colóquio Adaptação de Edifícios Históricos a Museus Esta edição apresenta as Actas do Colóquio organizado no dia 6 de Outubro de 2003 no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Arquitectura Museu da Quinta das Cruzes – Boletim Museu da Quinta das Cruzes n.º 2 Este Boletim anual fornece informações sobre as colecções do Museu, os serviços e as actividades dirigidas aos públicos Museu Nacional de Arte Antiga – Boletim do MNAA Após um longo interregno e inserido num contexto de renovação e modernidade, foi apresentada, no dia 18 de Mais, a nova série do Boletim do Museu, uma publicação de referência no panorama museológico nacional e internacional Museus de Sintra – Manual Pedagógico da Casa-Museu de Leal da Câmara – Maleta Pedagógica do Museu Anjos Teixeira e respectivas Fichas de Trabalho Instrumentos pedagógicos que ajudam a explorar as colecções dos museus. Estas edições foram apoiadas pelo Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus Museu Nacional de Machado de Castro – Museu Nacional de Machado de Castro. Roteiro Museu Nacional do Traje – Museu Nacional do Traje. Roteiro Museu da Villa Romana do Rabaçal – Catalogue Museum Roman Villa of Rabaçal Versão em língua inglesa do Catálogo do Espaço-museu Villa Romana do Rabaçal. Edição apoiada no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus do Instituto Português de Museus/Rede Portuguesa de Museus Museu Etnográfico da Madeira – Receitas para Sempre Esta edição resultou de um convite feito pelo museu aos alunos das escolas básicas e secundárias do Concelho da Ribeira Brava, no sentido de efectuarem uma recolha de receitas tradicionais, com o apoio dos professores, auxiliares e familiares, projecto que se iniciou no Dia Internacional dos Museus de 2001 22 | Boletim Trimestral Em Agenda Espelhos do Paraíso. Tapetes do Mundo Islâmico, séc. XV-XX Museu Calouste Gulbenkian O Museu Calouste Gulbenkian é, por excelência, uma entidade mediadora entre Culturas, o que é proporcionado pela diversidade e eclectismo da colecção. Com efeito, o facto do Coleccionador se ter interessado por objectos artísticos de diferentes culturas permite-lhe, desde logo através das peças que expõe em permanência, mas também por actividades que desenvolve, como exposições temporárias, pôr em diálogo, problematizar e dar a ver um alargado leque de produções, de variados tempos históricos e múltiplas geografias culturais que a própria colecção sugere. A exposição Espelhos do Paraíso – Tapetes do Mundo Islâmico, Séc. XV-XX, aproxima-nos desta civilização por via de uma das suas mais requintadas expressões artísticas. A iniciativa, que tem lugar 50 anos passados sobre a morte do Coleccionador que demonstrou ao logo da sua vida continuado interesse pelos tapetes orientais, tendo reunido um conjunto excepcional pela qualidade, é homenagem enquanto lembrança de uma das facetas do seu gosto e também oportunidade para dar a conhecer melhor uma arte pouco divulgada entre nós. A exposição, patente até 31 de Julho, inclui 56 peças produzidas num vasto espaço entre o Magrebe e a Ásia central e documenta com rigor as suas características decorativas. Os tapetes pertencem a algumas das mais prestigiadas colecções públicas mundiais como o Museu de Arte Islâmica de Berlim, o Metropolitan Museum de Nova Iorque, o Victoria and Albert Museum de Londres, o Museu de Artes Decorativas de Paris, o Museu dos Tecidos de Lyon entre outros que, juntamente com exemplares da Colecção Gulbenkian e apontamentos de pintura portuguesa do Museu Nacional de Arte Antiga, demonstram a riqueza decorativa e simbólica dos tapetes do mundo islâmico. Núcleo Naval Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves Barcos, memórias do Tejo Museu de Angra do Heroísmo Desde 16 de Abril Exposição Exposição Convento de S. Francisco João Vaz (1859-1931). Um Pintor do Naturalismo Sala Dacosta Até 30 Novembro Figurações da Ilha, Pintura de António Dacosta Até 2 de Outubro Avenida 5 de Outubro, 6-8 – 1050-055 Lisboa Tel.: 21 354 08 23/21 354 09 23 Ladeira São Francisco Fax: 21 354 87 54 9701-875 Angra do Heroísmo [email protected] Tel.: 295 213 147/295 213 148 www.cmag-ipmuseus.pt Fax: 295 213 137 [email protected] Ecomuseu Municipal do Seixal Serviço Educativo Exposições temporárias Público escolar/ATL’s Núcleo da Mundet Julho e Setembro Edifício das Caldeiras Babcock Descobertas matemáticas no bote de fragata Circuito Museológico Industrial – Entre documentar Nós e o Rio (Ateliês no Bote de fragata Baía do Seixal) Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real o passado e projectar o futuro Investigações arqueológicas na Quinta de S. Pedro (visita Exposições Até 31 de Julho temática na Extensão na Quinta de S. Pedro) Bibliografia vila-realense www.museuangraheroismo.org Até 31 de Dezembro de 2005 Público juvenil e adulto, em especial famílias Passeios temáticos no bote de fragata Baía do Seixal Ciclo “História ao Café” – Tertúlias Visitas temáticas ao Núcleo Naval e à extensão na Quinta A Procissão do Senhor Jesus do Calvário, por Elísio de S. Pedro Amaral Neves Apresentação do Multimédia produzido no âmbito 12 de Julho, 21h00 do Projecto Moinhos de Maré do Ocidente Europeu O culto de São Frutuoso na Igreja de Santa Maria da Feira de Constantim, por Frederico Amaral Neves Torre da Marinha 26 de Julho, 21h00 Praceta Francisco Adolfo Coelho, 2840-490 Seixal Pró-Arte, evocação 50 anos depois, por Elísio Amaral Edifício das Caldeiras de Cozer Tel.: 21 227 62 90 Fax: 21 227 63 40 Neves Produzir Pólvora em Vale de Milhaços [email protected] 23 de Agosto Até 31 de Julho www.cm-seixal.pt/ecomuseu Rede Portuguesa de Museus | 23 Edição de fac-símiles Tema(s) a divulgar oportunamente 13 de Setembro História do Mateus Rose, por Gaspar Martins Pereira 27 de Setembro Museu-Biblioteca da Casa de Bragança – Paço Ducal de Vila Viçosa Museu Carlos Machado Temporada de Concertos 2005 Até 15 de Julho Exposição Endémicas Recital de Canto e Órgão – Ana Leonor Pereira e Rua do Rossio António Esteireiro 5000-657 Vila Real 29 de Julho Tel.: 259 325 730/1/2 Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn Fax: 259 308 161 Quarteto Odeon – Adrian Florescu, Laurentiu Ivan-Coca, [email protected] Ceciliu Isfan, Vasile Stanescu 26 de Agosto Museu de Arte Sacra e Etnologia Exposição Recital de Canto, Oboé e Órgão – Ana Leonor Pereira, António Esteireiro e Pedro Castro 30 de Setembro Livres como o vento – pintura e desenho de Eduardo Langrouva Terreiro do Paço Evocação dos Índios da América Latina 7160-251 Vila Viçosa Exposição que assinala o Dia Mundial do Ambiente Até 31de Agosto Tel.: 268 980 659 – 5 de Junho Fax: 268 989 808 Organização: Museu Carlos Machado e Ecotecas de [email protected] Ponta Delgada e da Ribeira Grande www.fcbraganca.pt Convento de Sto. André – Rua João da Moreira 9500-075 Ponta Delgada Museu dos Biscaínhos Tel.: 296 283 814/285 532 Fax: 296 629 504 Exposição [email protected] Oriente/Ocidente – Os leques da colecção do Museu www.azoresnet.com/museus/mcm dos Biscainhos Até Maio de 2006 Museu do Chiado Serviço Educativo Público-alvo: avós e netos Rua dos Biscaínhos Exposições O Dia dos Avós – 5.ª Edição 4700-415 Braga Primeiros Modernismos em Portugal na Colecção do 26 de Julho Tel.: 253 204 650 Museu do Chiado – MNAC Fax: 253 214 658 Até 18 de Setembro Rua Francisco Marto, 52 Apt. 5 [email protected] 2496-908 Fátima www.ipmuseus.pt/museus Tel.: 249 539 470 Fax 249 539 479 [email protected] Museu Calouste Gulbenkian www.consolata.pt Exposição Sala de Exposições Temporárias da Fundação Museu Bernardino Machado Espelhos do Paraíso. Tapetes do Mundo Islâmico, séc. XV-XX LisboaPhoto – Erwin Wurm Exposição Até 31 de Julho Até 18 de Setembro Bernardino Machado: afectos e cumplicidades Organização: Instituto do Mundo Árabe de Paris e Até 31 de Julho Fundação Calouste Gulbenkian Rua Serpa Pinto, 4 Comissariado Científico: Roland Gilles e Joëlle Lemaistre 1200-444 Lisboa [email protected] Visitas orientadas www.museudochiado-ipmuseus.pt Exposição Espelhos do Paraíso – Tapetes do Mundo Islâmico, séc. XV-XX Terças e quintas-feiras, às 15h00, Domingos (19 de Junho e Museu da Cidade 17 de Julho), às 11h00 Exposição Permanente Marcação prévia (tel. 21 782 34 55/6, [email protected], Gabinete de Numismática [email protected], [email protected]) A Moeda e a História no território Nacional Av. de Berna 45 A Casa Tait – Rua de Entrequintas, 219 1067-001 Lisboa Codex 4050-240 Porto Rua Adriano Pinto Basto, n.º 79 Tel.: 21 782 30 00 Tel.: 22 605 70 33/22 605 70 00 4760-114 Vila Nova de Famalicão Fax: 21 782 30 32 Fax: 22 605 70 01 Tel.: 252 377 733 www.museu.gulbenkian.pt www.cm-porto.pt [email protected]. [email protected] [email protected] 24 | Boletim Trimestral Museu Ferreira de Castro Museu Municipal de Coruche Museu Nacional de Arte Antiga Exposição Exposição Exposição A Selva – 75 Anos Coruche na Obra do Arq. Ribeiro Telles LisboaPhoto – Vítor Pomar Até 31 de Dezembro Inauguração em Julho Até 3 de Julho O Homem e o Trabalho – A Magia da Mão LisboaPhoto – Aaron Siskind e José Luís Neto Exposição de longa duração Até 31 de Julho Rua Consiglieri Pedroso, 34, Vila Velha Organização: Museu Nacional de Arte Antiga em 2710-550 Sintra Tel./Fax: 21 923 88 28 Rua Júlio Maria de Sousa, 2100 Coruche, museu.fcastro@cm-sintra Tel.: 243 610 820 Museu de Francisco Tavares Proença Júnior parceria com a Câmara Municipal de Lisboa Fax: 243 610 821 Rua das Janelas Verdes [email protected] 1249-017 Lisboa www.museu-coruche.org Tel.: 21 391 28 00 Fax: 21 397 37 03 Exposição [email protected] do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim Até 30 Agosto Exposição Comissariado: João Pinharanda. Escola Secundária Eça de Queiroz Museu Nacional dos Coches Organização: Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (Re)Ver 100 Anos Exposições e Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Até 8 de Julho Lisboa há cem anos atrás Proença Júnior Organização: Museu Una Rainha, um Museu Municipal de Etnografia Até 31 de Dezembro Largo da Misericórdia e História da Póvoa Exposição comemorativa 6000-462 Castelo Branco de Varzim do Centenário do Museu Colecção Incompleta – Pintura contemporânea www.mnarteantiga-ipmuseus.pt Nacional dos Coches Tel.: 272 344 277 Fax: 272 347 880 Rua do Visconde de Azevedo, 17 [email protected] 4490-589 Póvoa de Varzim Praça Afonso Albuquerque www.ipmuseus.pt Tel./Fax: 252 616 200 1300-004 Lisboa [email protected] Tel.: 21 361 08 50 Fax: 21 363 72 46 Museu da Guarda [email protected] Exposição Museu Municipal de Faro Confrontos; Dessacralização e Vanguarda Exposição Permanente (desde 18 de maio) Até 30 de Agosto Caminhos do Algarve Romano www.museudoscoches-ipmuseus.pt Museu Nacional de Etnologia Exposição Rua General Alves Roçadas, 30 6300-663 Guarda Largo D. Afonso III,14 Leveza: reanimar a filigrana Tel.: 271 213 460 8000-167 Faro Até 18 de Setembro Fax: 271 223 221 Tel.: 289 897 401 www.ipmuseus.pt Fax: 289 897 419 [email protected] [email protected] www.cm-faro.pt Museu Monográfico de Conímbriga 43.º Aniversário (10 de Junho) Museu Municipal de Vila Franca de Xira Exposição Exposição 50 Anos de Arqueologia da Lusitânia Arte e Devoção – Formas e Olhares Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1955-2005) Núcleo Museológico da Igreja do Mártir Santo S. Sebastião Até Dezembro Rua Dr. Miguel Bombarda Organização 2600 Vila Franca de Xira Organização: ESAD (Escola Superior de Artes e Design, Museu Monográfico de Conimbriga e Museu Didáctico Tel.: 263 288 337 Matosinhos, Portugal), Museu do Ouro de Travassos, do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Núcleo Sede Museu Nacional de Etnologia. Universidade de Coimbra Rua Serpa Pinto, n.º 65 2600-263 Vila Franca de Xira Av. Ilha da Madeira Conímbriga Tel.: 263 280 350 1400-203 Lisboa 3150-220 Condeixa-a-Velha Fax: 263 280 358 Tel.: 21 304 11 60 Fax: 21 301 39 94 Tel.: 239 941 177 Fax: 239 941 474 [email protected] [email protected] www.mnetnologia-ipmuseus.pt www.conimbriga.pt Rede Portuguesa de Museus | 25 Museu do Papel Moeda Fundação Dr. António Cupertino de Miranda Museu dos Transportes e Comunicações Museu da Villa Romana do Rabaçal Exposição Exposição Serviço de Educação Miniaturas Rolls-Royce Estações do Ano nos Mosaicos Romanos de Portugal Conta-me uma história... Até Agosto – Marcadores de Tempo na Perenidade da Pedra e do Vidro Programa «Famílias nos Museus» Registo de um olhar e descobrir o Museu e o Porto Rua Nova da Alfândega 25 de Junho, 23 de Julho, 24 de Setembro, 11h00-13h00 Edifício da Alfândega Até Novembro 4050-430 Porto Fundação Dr. António Cupertino de Miranda Tel.: 22 340 30 00 Avenida da Boavista, 4245 Fax: 22 340 30 98 4100-140 Porto www.amtc.pt Tel.: 22 610 11 89 [email protected] Fax: 22 610 34 12 [email protected] [email protected] [email protected] www.facm.pt Museu da Pólvora Negra Museu do Trabalho Michel Giacometti Ao Domingo no Museu com toda a família! Exposição 3.º Domingo de cada mês Hans Christian Andersen – Exposição Rua da Igreja Visita dialogada Público-alvo: Pais e filhos Até 2 de Julho 3230-544 Rabaçal – Penela 10h30 Tel.: 239 561 856 À Conversa com… (em torno de uma peça em destaque Fax: 239 561 857 no Museu) Público-alvo: Pais, avós, tios… [email protected] 11h00-12h00 Ateliers Público-alvo: Crianças até aos 15 anos 11h00-12h00 Museu de Setúbal/Convento de Jesus Fábrica da Pólvora de Barcarena Exposição Estrada das Fontaínhas Edifício do Antigo Banco de Portugal 2745-615 Barcarena Av. Luísa Todi, n.º 119, Setúbal Tel.: 21 438 14 00 Bocage, Textos e Contextos Fax: 21 437 11 65 Até 31 de Outubro de 2005 [email protected] Organização: Museu de Setúbal/Convento de Jesus Informações e contactos Museu da Quinta das Cruzes Rua do Balneário Paula Borba Exposição 2900-261 Setúbal A Porcelana Chinesa nas Colecções do Museu da Tel.: 265 537 890 Quinta das Cruzes Fax: 265 537 893 Até Setembro Calçada do Pico, 1 Largo Defensores da República 9000-206 Funchal 2910-470 Setúbal Tel.: 291 740 670 Tel.: 265 537 880 Fax: 291 741 384 Fax: 265 537 889 [email protected] [email protected] 26 | Boletim Trimestral Actual Reflexões a Propósito da Visita de Estudo da APOM a Berlim 1. A recente visita de estudo organizada pela APOM estão dispostas as diversas e imprevistas instalações, (21 a 25 de Abril) com o intuito de se conhecerem bem como uma interessante colecção de arte moderna. os museus de Berlim numa ocasião histórica única, e Não deve deixar de ser mencionada a reformulação que é posterior à queda do Muro da Vergonha, ocorrida da catedral como a edificação de um novo espaço em 1989, e à unificação das duas Alemanhas, adveio religioso por Mies Van der Rohe, bem como o conjunto um momento de enriquecimento e de actualização monumental que integra a Potsdamer Platz, o novo das práticas museológicas muito relevante. Com efeito, Casino e a Praça Sony ou ainda o maior Centro Comercial as consequências sociais e culturais destes aconte- da Europa. cimentos políticos e sociais atrás mencionados foram 3. Deste modo, Berlim constitui de facto um lugar a de uma excepcional envergadura, na medida em que visitar para conhecer, não só as obras de vanguarda tiveram repercussões em cadeia a nível europeu e da nova arquitectura como da nova decoração de internacional, comparáveis à Revolução Francesa que interiores de que é exemplo o Hotel Adlon que se teve lugar em 1789, coincidindo no tempo com a encontra junto às Portas de Brandenburgo. Com efeito, inquietante precisão de exactos 200 anos de diferença. este exemplar, repetidamente citado em romances A necessidade de edificar no centro de Berlim com o passados desde 1900 aos anos 30 e que foi palco de objectivo de cobrir e dar utilidade sócio-cultural à grandes bailes e encontros históricos, foi reconstruído larga faixa de território que era terra de ninguém e e reconstituído de modo a realçar a estética glamourosa que se situava entre o Muro de Berlim propriamente de Berlim, numa época anterior à tomada do poder dito e o outro muro interior de segurança, construído por Hitler onde um largo escol de intelectuais, cientistas na Alemanha de Leste, e que constituía uma vasta e escritores vivia. Não se pode ainda esquecer que a faixa de terreno que adveio propriedade do município, Bauhaus tem ali a sua terceira e final sede que está deu azo à edificação de inúmeros conjuntos transformada em Arquivo-Museu que também foi arquitectónicos assinados pelos mais conhecidos e visitado. O hotel constitui hoje um emblema da cidade, interessantes projectistas de renome internacional. tendo ditado moda em termos de arquitectura de 2. Este pretexto, a urgente necessidade de reformular interior e de artes decorativas. Não existe hoje alguns monumentos da Alemanha Oriental que se nenhuma Visita de Estado, filme, conto ou evento encontravam em avançado estado de degradação e social que não passe por este local onde os vidros e o desejo de criar uma imagem movida de Berlim os próprios arranjos florais se compõem no espírito conduziram à criação de peças patrimoniais de elevada revivalista que o hotel segue. qualidade que transformaram esta cidade no paraíso 4. Não é despiciendo referir também o igualmente dos arquitectos e num destino obrigatório em termos centenário Museu de Historia Natural, dependente da de turismo cultural. O monumental conjunto que famosa Universidade Humbold de Berlim, onde foram alberga a Casa da Philarmonia e o Museu da Música, professores os mais destacados cientistas alemães de a par com a revolução de espaços que Forster criou que é expoente máximo Albert Einstein, em nome de no parlamento alemão e a revisitação que Pei riscou quem se está este ano a comemorar o Ano Mundial no Museum da Física. Este museu integra as colecções históricas constituem realidades patrimoniais do maior relevo, de várias gerações de exploradores científicos dentro não se podendo ainda esquecer o emblemático e e fora da Alemanha, apresentando ricas e variadas significante Museu Judaico, o Museu da Ciência e da colecções de geologia, mineralogia, zoologia e Técnica ou o Hamburger Bahnhof que está instalado botânica, sendo de salientar pelo exotismo da sua num Wagon-Corredor de 300 m de comprimento onde origem a colecção de meteoritos, a imensa colecção centenário Deutsches Historisches Rede Portuguesa de Museus | 27 de gemologia e a interessante e inesperada apresentação vista da museografia o Museu Etnológico (Ethnologisches dos famosos fósseis de plantas que tanto vieram a Museum) em Dahlem, que alberga colecções de inspirar e de uma forma directa as dinâmicas diferentes países provenientes dos 5 continentes. As sinuosidades do Movimento Jungstill do princípio do espaçosas salas de exposição conseguem apresentar século XX que caracterizaram a Arte Nova alemã. harmoniosamente e, com tanta qualidade científica 5. Se, do ponto de vista das colecções, a visita ao como pedagógica, a cultura material dos mais Museu Pergamon na centenária Ilha de Museus constitui longínquos lugares do mundo, como a Melanésia. A o expoente museológico máximo da cidade onde se museografia é diferenciada, sendo de destacar a encontra a celebérrima entrada da Babilónia, a Porta gastronomia do respectivo restaurante que serve pratos de Istar, o celebrado Altar de Pergamon da não menos das diferentes regiões e que também expõe alguns conhecida cidade do pergaminho e a grandiosa Galeria dos alimentos confeccionados e a confeccionar, como romana de Mileto, a par como as mais famosas era na ocasião o caso do arroz, a par com a existência esculturas da antiguidade acrescidas das inúmeras de uma tenda turca onde se serve o café. peças do Museu de Arte Islâmica, não pode deixar de 8. A excepcional qualidade visual das exposições de ser referida neste breve sumário museológico de Berlim, Artes Orientais constituiu para quase todos os a Gemaldegalerie que detém uma pinacoteca exemplar participantes desta visita da APOM um dos momentos com obras-primas de primeiríssima água desde o final mais frutíferos em termos museológicos na medida da Idade Média ao século XVIII onde de espanto em em que a concepção destes núcleos foi realizada com espanto, se deu de caras com as pinturas que ilustram o maior rigor e com o maior respeito pelos valores todos os manuais de história de arte. Neste conjunto da civilização gerada pela história milenar da China museológico de que também faz parte o Museu de e do Japão. Pareceu todavia à signatária que esta Artes e Ofícios da Alemanha, estava patente numa exposição só foi suplantada pela exímia museografia museografia de gabarito, integrada numa exposição da apresentação da Arte da Índia. de grande novidade, o Busto de Nefertiti (corrigido 8.1. A Cor e o Ambiente agora para Nofretiti) que vale sem margem de dúvida Esta última exposição foi concebida com uma cor a Missa de Paris de Henrique IV. tonal única que deriva da utilização dos metais 6. Uma das grandes consequências museológicas da cromados que fazem parte do respectivo equipamento unificação das Alemanhas teve lugar na redistribuição e mobiliário museológico. Deste modo, a amplidão das colecções pelos distintos museus que deixaram das salas é apercebida através de um cinza claro, leve de ser repetitivos em termos espaciais e que vieram e discretamente irisado que cintila mas não brilha, enriquecer o acervo patrimonial de cada um dos que reverbera a luz mas não incomoda, criando uma museus. A política das incorporações de todos e de serenidade ambiental que é delicada e simultaneamente cada um dos museus foi feita com algumas turbulências requintada, onde tudo está disposto repousando em de ordem relacional, tendo dado azo a conflitos entre clima de espiritualidade que, se poderia classificar os profissionais, alguns dos quais, especialmente os como yoggi. de Leste, aderiram mal a esta reorganização que ainda Todos os materiais utilizados repetem a tonalidade não está completa, decorrendo ainda obras em muitos escolhida, tanto os projectores como os spots e os fios dos 147 museus de Berlim, entre os quais são de de luz, bem como as madeiras, quer dos socos, quer destacar pela envergadura das mesmas a modernização dos plintos, mas também os cartões-passepartout, as e reformulação da Ilha de Museus e dos seus futuros letras das legendas e das sinalizações e ainda os acessos subterrâneos, de molde a facilitar o turismo próprios vidros e acrílicos dos suportes que, sendo cultural. transparentes contêm nas suas diferentes espessuras 7. Deve ser destacado neste contexto e do ponto de um eco visual da cor tonal escolhida. 28 | Boletim Trimestral 8.2. A Luz o open space é suficientemente amplo para permitir A utilização de projectores encrostados no tecto a subdivisão do espaço por ditames da diferenciação propicia a que não se vejam calhas nem outro tipo das peças, a opção reside na criação de subliminares de dispositivos que perturbam o gozo do espaço em módulos do tipo biombos altos em que a presença toda a superfície e volumetria de cada uma das salas. do vidro também é dominante. São ainda usados projectores de fibra óptica e leds A noção alargada de limite do espaço e de transparência (low energy disposal) que constituem verdadeiros contra- do mesmo constituem as principais e mais interessantes luz que eliminam e apagam as sombras causadas pela experiências desta exposição que rima aliás com a projecção da luz proveniente da fibra óptica. Deste moda das transparências patente nas passerelles de modo, não existem quaisquer sombras no espaço todos os estilistas e criadores nacionais e internacionais expositivo nem dentro das próprias vitrinas, o que desde os fins dos Anos 90. Existe consequentemente permite a cada peça estar isolada das restantes e um deslizar do olhar sala a sala que é paralelo ao sentar-se no seu próprio território. A capacidade de desvendar do traje dos mais famosos e menos famosos ocultar suportes e reduzi-los à expressão mais ínfima, costureiros de todo o mundo, entre os quais se integram aliada a esta sublimação dos contentores, gera a os já bem conhecidos estilistas portugueses. ausência de ruídos visuais, em que especialmente as 9. À guisa de conclusão poderá dizer-se que o obras escultóricas aparecem como que suspensas. Por encantamento do sublime, erótico e fascinante busto sua vez, as obras gráficas, nomeadamente as pequenas cerâmico de Nofretiti e o inesperado encontro com pinturas e as gravuras coloridas foram como que Carlos, o Temerário, na Gemaldegalerie (neto de João engradadas em grandes rectângulos de vidro com I), bem como a alegria do reconhecimento dos bronzes cerca de 1,80m de altura e 2cm de espessura sem afro-portugueses do Benim no Museu Etnológico, que se apercebam colas ou outros materiais de adesão. acompanhado da força emotiva e afectuosa do escritor 8.3. O Espaço moçambicano Pepetela que ali estava a falar sobre a Quiçá o mais elaborado elemento da exposição consiste sua obra no grande auditório, acrescido da inesquecível no tratamento do espaço que é modulado através da subida ao coração da Alemanha unificada, simbolica- presença do vidro que elimina quase totalmente a mente reconstruído no Reichstag, ainda teve mais um noção da sala de quatro paredes como quatro cantos, eco na magia desta última exposição indiana, em que na medida em que, pelo menos dois ou três dos quatro se assistiu à clara e óbvia substituição da utilização cantos, quando não a totalidade deles, são substituídos do aglomerado pintado que vem sendo o material por vidro de modo a que o visitante não tenha a mais comum usado na esmagadora maioria das percepção de um espaço fechado nem dos limites experiências museográficas, pela solução do vidro, quadrangulares do mesmo, mas, pelo contrário, se parecendo constituir uma alternativa de enquadramento possa aperceber que, para além do que está no seu da Nova Exposição, mantendo-se a respiração das horizonte visual, existem outros espaços contíguos e peças no espaço e perdendo-se a noção do seu visitáveis. Esta concepção do espaço permite que o aprisionamento em caixas ou aquários. espectador adivinhe e apreenda, desde logo e sensorialmente, a continuidade da exposição. As barras Madalena Brás Teixeira de vidro têm entre 70 a 90 cm de largura. Quando Presidente da Assembleia-geral da APOM ❚ Rede Portuguesa de Museus | 29 Outras Notícias Roteiro de Museus e Centros de Ciência de Portugal Foi editado o Roteiro Museus e Centros de Ciência de museológicas do âmbito da MC2P. Dividido por 7 áreas Portugal pela Associação MC2P – Museus e Centros de geográficas – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Ciência de Portugal, entidade criada em Junho de 2004 Alentejo, Algarve, Açores e Madeira –, o Roteiro com os objectivos de incentivar a cooperação entre disponibiliza informações úteis sobre as instituições museus e centros de ciência de reforçar o seu papel e aderentes, a sua apresentação e a descrição das de promover a literacia científica e técnica através da actividades oferecidas ao público, das escolas e em geral. organização e dinamização de actividades várias. O O guia inclui ainda uma nota histórica sobre o surgimento Roteiro é uma das primeiras iniciativas da Associação e dos museus científicos em Portugal, da autoria de constitui um guia de referência das instituições Fernando Bragança Gil e de Luís Tirapicos. ❚ Museus da Universidade do Porto Entre 21 e 24 de Abril de 2005 esteve patente no Pavilhão como forma de divulgação dos núcleos museológicos, Rosa Mota, no Porto, a 3.ª Mostra Ciência, Ensino e Inovação, doze ao todo, inseridos nas diferentes Faculdades. A organizada pelo Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns acompanhar a exposição, foi editada uma publicação que da Universidade do Porto. No âmbito da Mostra, foi criado compreende informações úteis e um texto informativo um espaço museológico onde estiveram expostas peças sobre a história e a colecção de cada núcleo, bem como emblemáticas de cada Museu da Universidade do Porto, a imagem e a descrição de cada peça exposta. ❚ Viajar com... O Projecto Viajar com... Os caminhos da Literatura é uma de Castro, Guerra Junqueiro, João de Araújo Correia, José iniciativa da Delegação Regional de Cultura do Norte, Régio, Miguel Torga, Teixeira de Pascoaes e Trindade com a participação de um conjunto de entidades, nas Coelho. Os roteiros em formato de papel encontram-se quais se incluem a Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro divididos em 4 capítulos – O homem, o escritor; Espaços e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, a Casa-Museu de de inspiração; Topografia literária; Nas entrelinhas – que Camilo e a Casa de José Régio, cujos Museus integram a percorrem e ilustram a vida e a obra dos autores, na sua RPM. Aproveitando as possibilidades oferecidas pelas novas conjugação com os locais, a paisagem, as pessoas, as tecnologias, o Projecto assenta numa lógica de cooperação festas, a gastronomia, os costumes e as tradições que os e de funcionamento em rede, divulgando a literatura e o inspiraram. ❚ património em meios de suporte tradicional e tecnológico, estando destinado tanto a comunidades educativas, como ao público em geral. Viajar com... integra 4 acções: Constituição e funcionamento da rede; Base de dados Património; Divulgação de autores; Promoção da rede. No âmbito da Acção 3 – Divulgação de autores, têm sido editados roteiros turísticos em suporte de papel e electrónico (acessíveis através do site http://www.viajarcom.org/), com base no património literário de escritores como Aquilino Ribeiro, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós, Ferreira 30 | Boletim Trimestral MUSAS – Revista Brasileira de Museus e Museologia O Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto caso, o Museu Histórico Abílio Barreto) e na secção Muselânea do Património Histórico e Artístico Nacional (Brasil) publica são compiladas informações, notícias e experiências em anualmente uma revista especializada em museologia, a curso, no domínio dos museus, no Brasil. ❚ MUSAS, da qual saiu no final de 2004 o primeiro número. Criada com o objectivo de fornecer um espaço de informação especializado e de diálogo entre profissionais, estudantes e investigadores, a revista encontra-se dividida em 4 secções – Dossiê, Artigos, Museu Visitado e Muselânea. Neste primeiro número, o Dossiê reúne um conjunto de documentos e textos produzidos pelos membros brasileiros do Comité Internacional para Acção Educativa e Cultural (CECA) do ICOM e os Artigos abordam temáticas várias da museologia e da política de museus. A rubrica Museu Visitado faz a apresentação de um museu brasileiro (no Os Museus e a Qualidade O estudo exploratório que apresentámos no âmbito de das evidências e comparar, com base em critérios, os uma dissertação de mestrado em Museologia foi suscitado resultados obtidos com os de outras organizações, pela experiência de coordenação da candidatura que recorrendo a uma linguagem comum contribuirá, integrou a avaliação dos serviços educativos dos museus estamos em crer, para o auto-conhecimento dos museus municipais de Setúbal, com base na CAF – Common enquanto organizações e o crescente reconhecimento Assessment Framework (Estrutura Comum de Avaliação), do seu papel nas sociedades contemporâneas. A no âmbito do IV prémio da qualidade de serviço público, possibilidade de discernir, em conjunto, sobre noções promovido pela Associação de Municípios do Distrito de qualidade em museus e de implicar as organizações de Setúbal, em 2003. Este exercício, experiência piloto museológicas na melhoria contínua dos serviços em em museus, revelou-nos as potencialidades auto- ordem à real satisfação das necessidades, explícitas ou -avaliativas da ferramenta utilizada (CAF) e sobretudo implícitas, dos cidadãos-clientes, incluindo nestes inquietou-nos relativamente à forma, por vezes distorcida processos as próprias pessoas dessas organizações (os e/ou desfocada, como avaliamos e como projectamos funcionários, colaboradores e parceiros dos museus), é subjectivamente nas missões, por falta de instrumentos uma perspectiva inovadora que poderá, a nosso ver, rigorosos e adequados, aquilo que julgamos corresponder ajudar a distinguir entre museus com “qualidades” e o à satisfação das pessoas dentro e fora da organização sentido global da qualidade em museus, recorrendo a museu. Pensar e avaliar os museus na óptica dos formas alternativas de avaliação e auto-avaliação. processos, medir objectivamente o impacto destes na sociedade com base na recolha partilhada e intencional Isabel Victor ❚ Dissertações • Na Universidade Lusófona Nova de Lisboa, em 29 de Abril de 2005, Isabel Victor obteve o grau de Mestre em Museologia mediante a apresentação da dissertação A Qualidade em Museus. ❚ Rede Portuguesa de Museus | 31 Estrutura de Projecto Rede Portuguesa de Museus Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa Tel: 351. 21 361 74 90 Fax: 351. 21 361 74 99 Email: [email protected] Web Site: www.rpmuseus-pt.org DESIGN Artlandia IMPRESSÃO Facsimile 3000 Exemplares DEPÓSITO LEGAL ISSN 1645-2186 Encontros no Ecomuseu Municipal do Seixal”, por Graça Filipe Tema Guardadores de memória: a conservação e Ana Luísa Duarte, Ecomuseu Municipal do Seixal de edifícios e das suas colecções Encontro Anual do CECA – Comité Informações e contactos Informações e contactos para a Educação e a Acção Cultural Rede Portuguesa de Museus Maria de Jesus Monge 17 a 23 de Setembro de 2005 Calçada da Memória, n.º 14 [email protected] Eslováquia 1300-396 Lisboa Hugh Maguire Organização Tel.: 213 617 490 [email protected] CECA – Comité para a Educação e a Acção Cultural Fax: 213 617 499 Tema Educação em Museus – Parcerias [email protected] Conferência Anual do ICME 2005 Informações e contactos www.rpmuseus-pt.org 18 a 21 de Outubro Marian Ciz Nafplion, Grécia Fórum The Best in Heritage Organização 22 a 24 de Setembro Comité Nacional Grego do ICOM Encontro Práticas de Conservação Dubrovnik, Croácia Fundação de Folclore de Peloponeso Preventiva em Museus da RPM Organização ICOM/ICME – Comité Internacional para Museus 23 de Setembro de 2005 ICOM, ICOMOS, UNESCO, EUROPA NOSTRA e Colecções de Etnografia Museu Municipal de Faro, Faro Tema Tema Organização Apresentação dos 20 projectos mundiais mais A História Oral poderá fazer os objectos falar? Museu Municipal de Faro/Rede Portuguesa de inovadores em termos de salvaguarda da Sub-temas Museus herança cultural, designadamente nas áreas Integrar a História Oral nas exposições – Do Temas dos museus, galerias de arte, interpretação conceito à implementação “Experiências de apoio técnico a museus da RPM paisagística, edifícios históricos, comunicação Pesquisa de públicos em História Oral – Como na área da conservação preventiva”, por Luis Elias e publicação. avaliar o impacto do museu junto do visitante? Casanovas e Nuno Moreira, consultores da RPM Apresentação de edição multimédia DVD The Museus, História Oral e Comunidades de origem “A área da conservação preventiva no Museu Best in Heritage 2004 – Desenvolvimento de paradigmas de diálogo Municipal de Faro”, por Susana Paté, Museu Informações e contactos Educação e História Oral – Como beneficiar de Municipal de Faro Prof. Dr. Tomislav Sola programas de interacção dos museus, de Visita às reservas e ao laboratório de conservação www.TheBestInHeritage.com actividades educacionais, multimedia e Internet? e restauro do Museu Municipal de Faro [email protected] Colaboração entre Museus, Bibliotecas e Arquivos [email protected] “As reservas do Museu Nacional de Arqueologia”, no âmbito da História Oral por Ana Isabel Palma Santos, Museu Nacional de 6º Encontro do Comité dos Aspectos Éticos das Tradições Orais – As instituições Arqueologia Museus Casas Históricas do ICOM de propriedade intelectual e herança cultural “Experiências e projectos de conservação – DEMHIST Informações e contactos preventiva no Museu Municipal de Portimão”, 12 a 14 de Outubro http://icme.icom.museum por José Gameiro, Museu Municipal de Portimão Museu Nacional de Etnologia, Lisboa “Acções integradas de conservação preventiva Organização ICOM – DEMHIST