PCA_Angra 1- março de 2009

Transcrição

PCA_Angra 1- março de 2009
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
APRESENTAÇÃO
MRS Estudos Ambientais Ltda.
apresenta
o documento intitulado:
PLANO DE CONTROLE
AMBIENTAL - PCA
PARA A UNIDADE 1
DA CENTRAL NUCLEAR
ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO
Elaborado com base no Termo de Referência
emitido em novembro de 2005 pelo Ibama e
consolidado na sua redação final com as
alterações estabelecidas na Ata de Reunião do
Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, em
06 de março de 2006. O mesmo disponibiliza
informações necessárias para o atendimento ao
Contrato de Prestação de Serviço nº GCC A/CT
361/2007 entre a contratante Eletrobrás
Termonuclear e a contratada MRS Estudos
Ambientais Ltda.
O presente documento está sendo entregue em
dez vias impressas e dez vias digitais.
Março de 2009.
Alexandre Nunes da Rosa
MRS Estudos Ambientais Ltda
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 1
2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................... 2
2.1
HISTÓRICO .................................................................................................................. 2
2.1.1
Escolha da opção energética.................................................................................... 2
2.1.2
Escolha do local para a implantação da Usina ......................................................... 3
2.1.3
Escolha do reator, motivo da escolha e atividades de engenharia envolvida e
licenciamento ........................................................................................................................ 4
2.1.4
Licenciamentos ......................................................................................................... 9
2.1.4.1
Licenciamento Nuclear...................................................................................... 9
2.1.4.2
Licenciamento Ambiental ................................................................................ 12
2.1.5
Incidentes ocorridos após a instalação da Usina.................................................... 13
2.1.5.1
2.2
Quantificação das Freqüências de Danos ao Núcleo..................................... 15
DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO..................................................................... 15
2.2.1
Empreendimentos associados À Angra 1............................................................... 16
2.2.2
Cronograma
das
fases
de
Construção,
Comissionamento,
Operação
e
Descomissionamento.......................................................................................................... 20
2.2.2.1
Fase de Construção ........................................................................................ 20
2.2.2.2
Fase de Comissionamento ............................................................................. 22
2.2.2.3
Fase de Operação........................................................................................... 23
2.2.2.4
Fase de Descomissionamento........................................................................ 24
2.2.3
Recursos Naturais utilizados................................................................................... 26
2.2.3.1
Área de Empréstimo........................................................................................ 28
2.2.3.2
Aplicação do Plano de Recuperação da Área Degradada ............................. 29
2.2.3.3
Identificação das Áreas de Bota-fora .............................................................. 29
2.2.4
Quantificação de água utilizada pela Usina............................................................ 29
2.2.4.1
Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação ............ 29
2.2.4.2
Sistema Sanitário ............................................................................................ 31
2.2.4.2.1 Efluentes Sanitários das Vilas Residenciais ............................................... 33
2.2.5
Inventários
dos
Efluentes
Gasosos,
Líquidos
e
dos
Resíduos
Sólidos
Convencionais..................................................................................................................... 33
2.2.5.1
Emissões Atmosféricas................................................................................... 33
2.2.5.2
Efluentes Líquidos........................................................................................... 35
2.2.5.3
Resíduos Sólidos ............................................................................................ 40
2.2.5.3.1 Equipamentos Contendo PCB’s – Ascarel ................................................. 44
2.2.5.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear..................................................... 45
2.2.5.4
Resíduos Sólidos Não Radioativos Provenientes das Áreas Controlada....... 46
2.2.6
Descrição do Sistema de Dissipação de Calor....................................................... 49
2.2.7
Descrição do Sistema Sanitário .............................................................................. 49
i
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.8
Descrição do Sistema de Água de Serviço............................................................. 54
2.2.9
Características do Sistema de Geração de Energia / Combustivel e Rejeitos....... 55
2.2.9.1
Características e Procedências do Combustível ............................................ 55
2.2.9.1.1 Características ............................................................................................ 55
2.2.9.1.2 Procedência ................................................................................................ 56
2.2.9.2
Locais disponíveis para disposição de resíduos sólidos gerados por Angra 1
durante sua vida útil ........................................................................................................ 60
2.2.10 Características do Sistema de Transmissão da Energia da Usina......................... 62
2.2.10.1 Subestação Álvaro Alberto de 500 kV ............................................................ 64
2.2.10.2 Subestação Álvaro Alberto de 138 kV ............................................................ 64
2.2.10.3 Sistema de Distribuição Elétrica ..................................................................... 64
2.2.10.4 Sistema Elétrico .............................................................................................. 65
2.2.11 Sistemas e Unidades Operacionais da Usina......................................................... 66
2.2.11.1 Circuito Primário.............................................................................................. 67
2.2.11.1.1 Sistemas Auxiliares do Circuito Primário................................................... 69
2.2.11.2 Gerador de Vapor............................................................................................ 71
2.2.11.2.1 Geradores de Vapor Originais ................................................................... 71
2.2.11.2.2 Novos Geradores de Vapor ....................................................................... 72
2.2.11.3 Circuito Secundário ......................................................................................... 73
2.2.11.3.1 Turbogerador e Acessórios – TGD ............................................................ 75
2.2.11.3.2 Sistemas Auxiliares do Circuito Secundário .............................................. 75
2.2.11.4 Sistema de Água de Circulação...................................................................... 78
2.2.11.4.1 Sistema Auxiliar do Sistema de Água de Circulação ................................ 80
2.2.11.5 Outros Sistemas Auxiliares de Angra 1 .......................................................... 81
2.2.11.5.1 Sistema de Abastecimento de Água Doce – AAD..................................... 81
2.2.11.5.2 Sistema de Proteção Contra Incêndio - PCI.............................................. 81
2.2.11.5.3 Sistema de Distribuição Elétrica da Usina – DEL...................................... 81
2.2.11.5.4 Sistema dos Geradores Diesel – GDD ...................................................... 81
2.2.11.5.5 Sistema de Monitoração de Radiação – SMR........................................... 81
2.2.11.5.6 Sistema de Suprimentos de Gases – SSG................................................ 82
2.2.12 Os Sistemas de Segurança de Angra 1.................................................................. 82
2.2.13 Aspectos Relativos a Fatores Humanos................................................................. 84
2.3
EXPERIÊNCIAS OPERACIONAIS ............................................................................. 86
2.4
REFERÊNCIAS DA EXPERIÊNCIA OPERACIONAL EM USINAS SEMELHANTES 88
2.4.1
Fontes Genéricas .................................................................................................... 88
2.4.2
Registros Operacionais de Angra 1 ........................................................................ 88
2.4.3 Comparação entre a Usina de Angra 1 e Usinas Similares ................................... 89
3 PROJETOS CO-LOCALIZADOS.......................................................................................... 89
4 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO .............................................................. 89
4.1
DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA .............................................................. 89
ii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
4.2
INFLUÊNCIA DA OPERAÇÃO DA USINA SOBRE OS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E
SOCIOECONÔMICO .............................................................................................................. 91
4.3
ÁREAS
DE
VALOR
ARQUEOLÓGICO,
ESPELEOLÓGICO,
HISTÓRICO
E
CULTURAL ............................................................................................................................. 95
4.3.1
Histórico das pesquisas .......................................................................................... 95
4.3.2
O patrimônio arqueológico/histórico na região de entorno de Angra 1 .................. 96
4.3.3
O contexto regional de ocupações humanas........................................................ 105
4.4
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA............................................................ 108
4.4.1
Áreas Prioritárias para Conservação .................................................................... 108
4.4.2
Áreas Protegidas................................................................................................... 109
4.4.2.1
Área de Proteção Ambiental de Tamoios ..................................................... 109
4.4.2.2
Parque Nacional da Serra da Bocaina.......................................................... 110
4.4.2.3 Estação Ecológica de Tamoios..................................................................... 110
5 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................. 111
5.1
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................... 111
5.2
NO MEIO FÍSICO...................................................................................................... 111
5.2.1
Oceanografia química ........................................................................................... 111
5.2.1.1
Análise gráfica e estatística dos dados coletados ........................................ 115
5.2.1.2
Resultados observados................................................................................. 124
5.2.1.3
Análise dos resultados – avaliação da sazonalidade ................................... 128
5.2.1.4
Avaliação dos resultados – comparação com os limites legais:................... 137
5.2.1.5
Análise dos resultados – comparação com os dados pretéritos .................. 140
5.2.1.6
Análise dos resultados – comparação com o ponto de controle .................. 142
5.2.1.7
Conclusão ..................................................................................................... 145
5.2.2
Oceanografia física ............................................................................................... 145
5.2.2.1
Circulação ..................................................................................................... 145
5.2.2.1.1 Equações governantes ............................................................................. 147
5.2.2.1.2 Condições de contorno ............................................................................. 149
5.2.2.1.3 Solução do modelo.................................................................................... 149
5.2.2.1.4 Simulações................................................................................................ 152
5.2.2.2
Modelagem de difusão de calor .................................................................... 154
5.2.2.2.1 Descrição do modelo ................................................................................ 154
5.2.2.2.2 Simulações................................................................................................ 158
5.2.2.3
Modelagem hidrodinâmica e de dispersão de poluentes.............................. 165
5.2.2.3.1 Metodologia............................................................................................... 165
5.2.2.3.2 Modelagem hidrodinâmica ........................................................................ 165
5.2.2.3.3 Modelagem da advecção e da dispersão dos poluentes.......................... 165
5.2.2.3.4 Resultados da modelagem ....................................................................... 166
5.2.2.3.5 Conclusão ................................................................................................. 180
5.2.3
Rejeitos radioativos............................................................................................... 180
iii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.3.1
Emissões atmosféricas radioativas – FSAR de Angra 1 .............................. 180
5.2.3.2
Efluentes Líquidos Radioativos (canal de descarga para Piraquara de
Fora).............................................................................................................................. 182
5.2.3.3
5.2.4
Rejeitos Sólidos Radioativos......................................................................... 182
Rejeitos convencionais de Angra 1....................................................................... 183
5.2.4.1
Emissões atmosféricas convencionais ......................................................... 183
5.2.4.1.1 Resíduos Sólidos Convencionais de Angra 1........................................... 184
5.2.4.1.2 Conclusão ................................................................................................. 188
5.2.5
Geologia e Recursos Minerais .............................................................................. 188
5.2.5.1
5.2.6
Sismologia............................................................................................................. 188
5.2.6.1
Fase de Operação......................................................................................... 188
5.2.6.2
Suscetibilidade à Ocorrência de Sismos ...................................................... 189
5.2.7
Geomorfologia/Geotecnia ..................................................................................... 191
5.2.7.1
5.2.8
5.3
Fase de Operação......................................................................................... 192
Síntese da avaliação dos Impactos no Meio Físico.............................................. 197
NO MEIO BIÓTICO................................................................................................... 198
5.3.1
5.4
Fase de Operação......................................................................................... 188
Resultados Obtidos............................................................................................... 199
MEIO SOCIOECONÔMICO...................................................................................... 209
5.4.1
Caracterização Das Áreas De Influência Do Empreendimento............................ 209
5.4.2
Possíveis Impactos Sobre A Qualidade Das Águas ............................................. 210
5.4.3
Dinâmica Temporal da Ocupação da Área de Influência do Empreendimento.... 211
5.4.3.1
Evolução Demográfica .................................................................................. 217
5.4.3.1.1 Área de Influência Indireta – AII 50........................................................... 217
5.4.3.1.2 Área de Influência Direta – AID 15............................................................ 222
5.4.3.1.3 Área de Influência Direta – AID 5.............................................................. 224
5.4.4
Caracterização do Contingente de Funcionários da Unidade 1............ ............... 226
5.4.4.1
Capacitação .................................................................................................. 226
5.4.4.2
Nível de Conhecimento dos Procedimentos de Segurança ......................... 228
5.4.4.3
Informações sobre a Usina e o Plano de Emergência.................................. 229
5.4.4.4
Moradia ......................................................................................................... 231
5.4.4.4.1 Vila Residencial de Praia Brava................................................................ 231
5.4.4.4.2 Vila Residencial de Mambucaba............................................................... 235
5.4.4.5
Transporte ..................................................................................................... 241
5.4.4.6
Saúde ............................................................................................................ 250
5.4.4.7
Educação ...................................................................................................... 257
5.4.4.8
Lazer ............................................................................................................. 261
5.4.5
Avaliar os Impactos Sobre os Riscos a Saúde (Físico e Psicológico) dos
Trabalhadores da Unidade 1 e Comunidades das Áreas de Influência ........................... 267
5.4.6
Avaliar outros Impactos (Radiológicos ou Não) que sejam Constatados no Meio
Socioeconômico, nas Áreas de Influência ........................................................................ 273
iv
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5
Impactos Radiológicos .............................................................................................. 277
5.5.1
Termo Fonte.......................................................................................................... 277
5.5.2
Dispersão Atmosférica .......................................................................................... 279
5.5.3
Caracterização das Emissões Atmosféricas, Modelos de Transporte e Cálculo de
Dose....... ........................................................................................................................... 284
5.5.3.1
Modelo de Transporte ................................................................................... 285
5.5.3.1.1 Transporte Horizontal pelos Ventos.......................................................... 287
5.5.3.1.2 Distribuição das Classes de Estabilidade em Angra dos Reis ................. 287
5.5.3.1.3 Os ventos Alísios....................................................................................... 289
5.5.3.1.4 A estrutura vertical dos ventos sobre Angra dos Reis .............................. 289
5.5.3.1.5 Fatores Locais e Regionais que Afetam o Potencial Dispersivo em Angra
dos Reis.......... .......................................................................................................... 291
5.5.3.1.6 A brisa do mar ........................................................................................... 292
5.5.3.1.7 Transporte atmosférico local, regional e planetário .................................. 294
5.5.3.1.8 Situações perturbadas .............................................................................. 295
5.5.4
Avaliação da Concentração de Atividade de Radionuclídeos .............................. 297
5.5.4.1
Amostras de Origem Marinha ....................................................................... 298
5.5.4.1.1 Peixes........................................................................................................ 298
5.5.4.1.2 Algas ......................................................................................................... 300
5.5.4.1.3 Areia de Praia............................................................................................ 301
5.5.4.1.4 Sedimento Marinho ................................................................................... 301
5.5.4.1.5 Água do Mar.............................................................................................. 307
5.5.4.2
Amostras de Origem Terrestre...................................................................... 308
5.5.4.2.1 Leite........................................................................................................... 308
5.5.4.2.2 Pasto ......................................................................................................... 312
5.5.4.3
Água de Superfície........................................................................................ 312
5.5.4.3.1 Água de Rio............................................................................................... 312
5.5.4.3.2 Água Subterrânea ..................................................................................... 312
5.5.4.3.3 Sedimento de Rio...................................................................................... 312
5.5.4.3.4 Banana ...................................................................................................... 313
5.5.4.3.5 Solo ........................................................................................................... 313
5.5.4.4
Amostras de Origem Aérea........................................................................... 315
5.5.4.4.1 Ar Particulado............................................................................................ 315
5.5.4.4.2 Ar Iodo....................................................................................................... 315
5.5.4.4.3 Precipitação Pluviométrica........................................................................ 315
5.5.5
Identificação e Estimativa de Dose dos Grupos Críticos e dos Caminhos Críticos de
Exposição à Radiação ...................................................................................................... 315
5.5.6
Modelos Utilizados para os Cálculos das Concentrações de Atividade de
Radionuclídeos e de Dose ................................................................................................ 316
5.5.6.1
Liberações para a Atmosfera ........................................................................ 316
5.5.6.1.1 Exposição à Radiação γ e β direta da Nuvem .......................................... 316
5.5.6.1.2 Radiação γ direta da atividade depositada no solo .................................. 317
v
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.6.1.3 Inalação de Ar Contaminado..................................................................... 319
5.5.6.1.4 Ingestão de Alimentos Contaminados ...................................................... 320
5.5.6.2
Liberações para o Mar .................................................................................. 324
5.5.6.2.1 Recreação na Praia................................................................................... 324
5.5.6.2.2 Ingestão de Produtos Marinhos Contaminados........................................ 325
5.5.6.3
Descrição da modelagem ............................................................................. 327
5.5.6.3.1 Decaimento radioativo .............................................................................. 329
5.5.6.3.2 Simulações................................................................................................ 329
5.5.7
Cálculo de Dose .................................................................................................... 329
5.5.8 Conclusão ............................................................................................................. 339
6 MEDIDAS MITIGADORAS.................................................................................................. 340
6.1
Sistemas de Tratamento de Rejeitos não Radioativos ............................................. 340
6.1.1
Emissões Atmosféricas não Radioativas.............................................................. 340
6.1.2
Emissões de Efluentes Líquidos não Radioativos ................................................ 342
6.1.2.1
Descrição dos Subsistemas.......................................................................... 343
6.1.2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto............................................................ 343
6.1.2.1.2 Tanque de Hipoclorito de Sódio................................................................ 344
6.1.2.1.3 Tanques de Neutralização 1 e 2 ............................................................... 344
6.1.2.1.4 Poços de Dreno do Edifício da Turbina Lados Leste e Oeste.................. 344
6.1.2.1.5 Sistema de Separação de Água e Óleo.................................................... 345
6.1.2.1.6 Sistema de Tratamento de Água .............................................................. 346
6.1.3
6.2
Rejeitos Sólidos não Radioativos.......................................................................... 350
6.1.3.1
Equipamentos contendo PCB’s – Ascarel .................................................... 353
6.1.3.2
Central de Compostagem Eletronuclear....................................................... 355
Sistema de Tratamento de Rejeitos Radioativos...................................................... 357
6.2.1
Emissões Atmosféricas Radioativas ..................................................................... 357
6.2.2
Efluentes Líquidos Radioativos............................................................................. 358
6.2.3
Resíduos Sólidos Radioativos .............................................................................. 362
6.3
6.2.3.1
Processamento de rejeitos sólidos compactáveis ........................................ 364
6.2.3.2
Processamento de rejeito sólidos não compactáveis ................................... 364
6.2.3.3
Encapsulamento do filtro de cartucho........................................................... 364
6.2.3.4
Processamento de concentrado do evaporador/ resinas do primário .......... 365
6.2.3.5
Armazenagem ............................................................................................... 366
Estimativa de custos das medidas de responsabilidade dos governos Municipais,
Estudual e Federal ................................................................................................................ 366
6.4
Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica............................................................ 366
6.5
Medidas de Compensação aos danos causados ..................................................... 366
7 PROGRAMAS AMBIENTAIS.............................................................................................. 401
vi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.1
PROGRAMA
DE
CONTROLE
DE
IMPACTOS
GEOLÓGICOS
E
GEOMORFOLÓGICOS ........................................................................................................ 401
7.1.1
Justificativas .......................................................................................................... 401
7.1.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 401
7.1.3
Metodologia........................................................................................................... 401
7.1.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 402
7.1.5
Público-alvo........................................................................................................... 402
7.1.6
Estratégia de execução......................................................................................... 402
7.1.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 402
7.1.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 402
7.1.9
Resultados esperados .......................................................................................... 403
7.2
PROGRAMA DE Meteorologia ................................................................................. 403
7.2.1
Justificativas .......................................................................................................... 403
7.2.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 403
7.2.3
Metodologia........................................................................................................... 404
7.2.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 404
7.2.5
Público-alvo........................................................................................................... 404
7.2.6
Estratégia de execução......................................................................................... 404
7.2.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 405
7.2.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 405
7.2.9
Resultados esperados .......................................................................................... 405
7.3
PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................ 405
7.3.1
Justificativas .......................................................................................................... 405
7.3.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 405
7.3.3
Metodologia........................................................................................................... 406
7.3.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 407
7.3.5
Público-alvo........................................................................................................... 407
7.3.6
Estratégia de execução......................................................................................... 407
7.3.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 407
7.3.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 407
7.3.9
Resultados esperados .......................................................................................... 407
7.4
PROGRAMA
DE
MONITORAMENTO
PARA
OS
EFLUENTES
LÍQUIDOS
INDUSTRIAIS E SANITÁRIOS ............................................................................................. 408
7.4.1
monitoramento para efluentes líquidos sanitários ................................................ 408
7.4.1.1
Justificativas .................................................................................................. 408
7.4.1.2
Objetivos e Metas.......................................................................................... 408
7.4.1.3
Metodologia................................................................................................... 408
7.4.1.4
Indicadores Ambientais................................................................................. 409
7.4.1.5
Público-alvo................................................................................................... 409
7.4.1.6
Estratégia de execução................................................................................. 409
vii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.4.1.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 410
7.4.1.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 410
7.4.1.9
Resultados esperados .................................................................................. 410
7.4.2
7.5
7.4.2.1
Justificativas .................................................................................................. 410
7.4.2.2
Objetivos e Metas.......................................................................................... 410
7.4.2.3
Metodologia................................................................................................... 411
7.4.2.4
Indicadores Ambientais................................................................................. 411
7.4.2.5
Público-alvo................................................................................................... 411
7.4.2.6
Estratégia de execução................................................................................. 412
7.4.2.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 412
7.4.2.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 412
7.4.2.9
Resultados esperados .................................................................................. 412
Programa de Monitoramento para o meio biótico..................................................... 412
7.5.1
Programa de Monitoramento para o Meio Aquático ............................................. 412
7.5.1.1
Justificativas .................................................................................................. 412
7.5.1.2
Objetivos e Metas.......................................................................................... 412
7.5.1.3
Metodologia................................................................................................... 413
7.5.1.4
Indicadores Ambientais................................................................................. 413
7.5.1.5
Público-alvo................................................................................................... 414
7.5.1.6
Estratégia de Execução ................................................................................ 414
7.5.1.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 414
7.5.1.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 414
7.5.1.9
Resultados Esperados .................................................................................. 414
7.5.2
7.6
Monitoramento para Efluentes Líquidos Industriais.............................................. 410
Programa de Monitoramento para o meio Terrestre............................................. 414
Programas de gerenciamento de rejeitos ................................................................. 415
7.6.1
Programa de Gerenciamento de Resíduos industriais não radioativos................ 415
7.6.1.1
Justificativa.................................................................................................... 415
7.6.1.2
Objetivos e Metas.......................................................................................... 415
7.6.1.3
Metodologia................................................................................................... 415
7.6.1.4
Indicadores Ambientais................................................................................. 416
7.6.1.5
Público Alvo................................................................................................... 416
7.6.1.6
Estratégia de Execução ................................................................................ 416
7.6.1.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 416
7.6.2
Programa de Tratamento de Efluentes Líquidos Convencionais ......................... 417
7.6.2.1
Justificativa.................................................................................................... 417
7.6.2.2
Objetivos e Metas.......................................................................................... 417
7.6.2.3
Metodologia................................................................................................... 417
7.6.2.4
Indicadores Ambientais................................................................................. 418
7.6.2.5
Público Alvo................................................................................................... 418
7.6.2.6
Estratégia de Execução ................................................................................ 418
viii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.6.3
7.6.3.1
Justificativa.................................................................................................... 418
7.6.3.2
Objetivos ....................................................................................................... 418
7.6.3.3
Metas............................................................................................................. 419
7.6.3.4
Metodologia e Descrição do Programa......................................................... 419
7.6.3.5
Indicadores Ambientais................................................................................. 419
7.6.3.6
Público Alvo................................................................................................... 419
7.6.3.7
Estratégia de Execução ................................................................................ 420
7.6.3.8
Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 420
7.6.4
7.7
Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional - PMARO........... 418
Programa de Gerenciamento das emissões gasosas .......................................... 420
Programa de Comunicação Social............................................................................ 420
7.7.1
Justificativa............................................................................................................ 420
7.7.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 421
7.7.3
Metodologia........................................................................................................... 422
7.7.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 424
7.7.5
Público-alvo........................................................................................................... 424
7.7.6
Estratégia de Execução ........................................................................................ 424
7.7.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 424
7.7.8
Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 424
7.7.9
Resultados esperados .......................................................................................... 425
7.8
Programa de Educação Ambiental ........................................................................... 425
7.8.1
Justificativa............................................................................................................ 425
7.8.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 425
7.8.3
Metodologia........................................................................................................... 426
7.8.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 427
7.8.5
Público-alvo........................................................................................................... 427
7.8.6
Estratégia de Execução ........................................................................................ 427
7.8.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 428
7.8.8
Recursos requeridos (humanos e materiais) ........................................................ 428
7.8.9
Resultados esperados .......................................................................................... 428
7.9
Programa geral de descomissionamento ................................................................. 428
7.9.1
Justificativa............................................................................................................ 428
7.9.2
Objetivos e Metas ................................................................................................. 429
7.9.3
Metodologia........................................................................................................... 429
7.9.3.1
Processos de Descomissionamento ............................................................. 430
7.9.3.2
Atendimento a Requisitos Legais.................................................................. 431
7.9.4
Indicadores Ambientais......................................................................................... 431
7.9.5
Público Alvo........................................................................................................... 431
7.9.6
Estratégia de Execução ........................................................................................ 431
7.9.7
Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 431
ix
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.9.8 Recursos requeridos (humanos e materiais) ........................................................ 431
8 IMPLANTAÇÃO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE MAMBUCABA E PRAIA BRAVA ...... 432
9 SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE PRAIA BRAVA E
MAMBUCABA .......................................................................................................................... 433
9.1
DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA .............. 447
9.1.1
Sistema de Esgotamento Sanitário de Praia Brava.............................................. 447
9.1.2
Sistema de Esgotamento Sanitário de Mambucaba............................................. 449
9.2
MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL ................................................................. 451
9.3
PLANO DE MONITORAMENTO............................................................................... 452
10
11
12
13
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 453
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 455
GLOSSÁRIO........................................................................................................................ 465
APÊNDICES ........................................................................................................................ 494
13.1
APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ......................................... 495
13.2
APÊNDICE II - MAPA DE ESPECIFICAÇÕES DA ÁREA DO SÍTIO....................... 497
13.3
APÊNDICE III - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO .............. 499
13.4
APÊNDICE IV - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO BIÓTICO ........... 501
13.5
APÊNDICE
V
-
MAPA
DAS
ÁREAS
DE
INFLUÊNCIA
DO
MEIO
SOCIOECONÔMICO. ........................................................................................................... 503
13.6
APÊNDICE VI - MAPA ARQUEOLÓGICO ............................................................... 505
13.7
APÊNDICE VII - MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS – 10 KM ................................ 507
13.8
APÊNDICE VIII - MAPA GEOLÓGICO – AID........................................................... 509
13.9
APÊNDICE IX - MAPA GEOLÓGICO – AII .............................................................. 511
13.10 APÊNDICE X - MAPA SISMOLÓGICO – AID .......................................................... 513
13.11 APÊNDICE XI- MAPA SISMOLÓGICO – AII............................................................ 515
13.12 APÊNDICE XII- MAPA GEOMORFOLÓGICO – AID ............................................... 517
13.13 APÊNDICE XIII - MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII ............................................... 519
13.14 APÊNDICE XIV – MAPA DE ESPECIFICAÇÃO DA ÁREA DE PRAIA BRAVA E
MAMBUCABA ....................................................................................................................... 521
x
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Quantitativo de Reatores em Operação por países. Fonte: IAEA, Dez-2008............. 7
Figura 2 – Gráfico do Quantitativo de Usinas nucleares em operação em 2008. ........................ 8
Figura 3 – Gráfico da capacidade instalada por tipo de Usina em operação em 2008................ 8
Figura 4 – Quantitativo de Usinas nucleares em construção no mundo ...................................... 9
Figura 5 – Gráfico da quantidade de Usina nucleares em construção por países....................... 9
Figura 6 – Empreendimentos associados à Unidade 1 da CNAAA ........................................... 18
Figura 7 – Especificações do empreendimento.......................................................................... 19
Figura 8 – Ordem cronológica das fases de construção, comissionamento, operação e
descomissionamento .................................................................................................................. 20
Figura 9 – Vista da Praia de Itaorna em 1971 ............................................................................ 21
Figura 10 - Vista da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972 .......................................... 21
Figura 11 – Vista da área de Construção dos Edifícios da Unidade 1 da CNAAA e da BR-101
em 1982 ...................................................................................................................................... 22
Figura 12 – Vista das Unidades 1 e 2 da CNAAA ...................................................................... 23
Figura 13 – Vista Aérea de Angra 1 e Angra 2 ........................................................................... 24
Figura 14 – Combinações possíveis das alternativas de Descomissionamento........................ 26
Figura 15 – Vista da escavação para assentamento do prédio Reator de Angra1.................... 27
Figura 16 – Vista superior da escavação da Unidade 1 da CNAAA e do aterro do sítio de
Itaorna ......................................................................................................................................... 27
Figura 17 – Vista da pedreira utilizada como material de construção da Unidade 1 da CNAAA28
Figura 18 – Fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor............................... 30
Figura 19 – Diagrama do fluxo de tomada e descarga de água da Unidade 1 da CNAAA ....... 31
Figura 20 – Fluxograma esquemático do lançamento de efluentes líquidos da Unidade 1 da
CNAAA no Canal 5. .................................................................................................................... 33
Figura 21 – Fluxograma Esquemático do lançamento dos Efluentes Líquidos Convencionais de
Angra 1........................................................................................................................................ 36
Figura 22 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos
de efluentes................................................................................................................................. 39
Figura 23 – Recipientes para segregação de resíduos sólidos na oficina ................................. 41
Figura 24 – Pontos de coleta na Usina Angra 1 dos resíduos sólidos segregados. .................. 41
Figura 25 – Armazenamento temporário de sucata até a sua venda em leilão. ........................ 42
Figura 26 – Local de armazenamento temporário de resinas de troca iônica no....................... 43
Figura 27 – Armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes no galpão C do
almoxarifado – DIMT.O. .............................................................................................................. 43
Figura 28 – Fluxograma do processo de descarte de resíduos sólidos convencionais da
CNAAA. ....................................................................................................................................... 44
Figura 29 – Planta da Unidade 1 da CNAAA, com indicação das redes de drenagem, dos
pontos de coleta, dos sistemas de tratamentos e dos pontos de lançamento, das emissões
atmosféricas, dos pontos de estocagem de produtos químicos e dos resíduos sólidos............ 48
Figura 30 – Corte Longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente Sanitário de Angra 1... 50
xi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 31 – Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Angra 1. Fonte: Eletronuclear,
2008. ........................................................................................................................................... 53
Figura 30 – Esquema de montagem do elemento combustível ................................................. 57
Figura 31 – Elemento combustível composto por varetas de urânio ......................................... 57
Figura 32 – Edifício do Reator de Angra 1.................................................................................. 59
Figura 33 – Armazenamento de Rejeitos Radiológicos no Centro de Gerenciamento de Rejeitos
.................................................................................................................................................... 60
Figura 34 – Centro de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA.................................................. 61
Figura 35 – Sistema Elétrico de Angra 1 .................................................................................... 62
Figura 36 – Vista Superior das Linhas de Transmissão partindo de Angra 1. Fonte: FSAR, 2007
.................................................................................................................................................... 63
Figura 37 – Linhas de transmissão entre a CNAAA e FURNAS ................................................ 66
Figura 38 – Diagrama Esquemático dos Sistemas Operacionais de Angra 1............................ 67
Figura 39 – Fluxograma Esquemático do Circuito Primário de Angra 1 .................................... 68
Figura 40 – Esquema de Gerador de Vapor de Angra 1 ............................................................ 72
Figura 41 – Fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra 1 ................................ 75
Figura 42 – Desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do Sistema de Água de
Circulação de Angra 1................................................................................................................. 79
Figura 43 – Fluxograma esquemático do Sistema de Água de Circulação de Angra 1 ............. 80
Figura 44 – Localização da área de estudo. Detalhe do saco Piraquara de Fora (modificado da
Carta Náutica 1.637 – DHN – 1980) ......................................................................................... 112
Figura 45 – Saída da água de refrigeração no Saco Piraquara de Fora.................................. 112
Figura 46 – Localização dos pontos de coleta de amostras de água ...................................... 113
Figura 47 – Localização os Pontos de Monitoramento para dados pretéritos ......................... 116
Figura 48 – Médias mensais de temperatura por ponto de monitoramento............................. 118
Figura 49 – Médias mensais de salinidade por ponto de monitoramento ................................ 119
Figura 50 – Médias mensais de grau de saturação de oxigênio por ponto de monitoramento 119
Figura 51 – Médias mensais da concentração de nitrito por ponto de monitoramento............ 120
Figura 52 - Médias mensais da concentração de nitrato por ponto de monitoramento. .......... 120
Figura 53 – Médias mensais da concentração de fosfato por ponto de monitoramento.......... 121
Figura 54 – Médias mensais da concentração de sílica por ponto de monitoramento. ........... 121
Figura 55 – Médias mensais da concentração de clorofila A por ponto de monitoramento..... 122
Figura 56 – Diferença de temperatura entre as estações Z4 e Z3 ........................................... 123
Figura 57 – Variação média da diferença de temperatura nas estações Z4 e Z3 ao longo do ano
.................................................................................................................................................. 123
Figura 58 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Temperatura no Saco Piraquara de Fora ................................................................................. 128
Figura 59 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Salinidade no Saco Piraquara de Fora ..................................................................................... 129
Figura 60 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do pH no
Saco Piraquara de Fora ............................................................................................................ 129
xii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 61 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do Grau de
Saturação de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora................................................ 130
Figura 62 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora ......................................... 130
Figura 63 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora ......................................... 131
Figura 64 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Amônia no Saco Piraquara de Fora ............................................................. 131
Figura 65 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Nitrito no Saco Piraquara de Fora................................................................ 132
Figura 66 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Nitrato no Saco Piraquara de Fora............................................................... 132
Figura 67 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Fosfato no Saco Piraquara de Fora ............................................................. 133
Figura 68 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora.............................................................. 133
Figura 69 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora.............................................................. 134
Figura 70 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Clorofila A no Saco Piraquara de Fora......................................................... 134
Figura 71 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Material em Suspensão no Saco Piraquara de Fora ................................... 135
Figura 72 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Boro no Saco Piraquara de Fora.................................................................. 135
Figura 73 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Surfactantes no Saco Piraquara de Fora ..................................................... 136
Figura 74 – Grandezas físicas consideradas............................................................................ 146
Figura 75 – Malha de Elementos Finitos e Contorno de Terra................................................. 151
Figura 76 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 ........................ 153
Figura 77 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 e 2 juntas. ...... 153
Figura 78 – Localização dos pontos ......................................................................................... 154
Figura 79 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 –
inverno....................................................................................................................................... 160
Figura 80 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno ...................... 161
Figura 81 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 –
verão ......................................................................................................................................... 161
Figura 82 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – verão ......................... 162
Figura 83 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2
em conjunto – inverno............................................................................................................... 164
Figura 84 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2
em conjunto – verão.................................................................................................................. 164
Figura 85 – Batimetria do modelo para a modelagem hidrodinâmica – espaçamento ............ 167
xiii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 86 – Localização do ponto de descarga da água de refrigeração e ............................. 168
Figura 87 – Níveis dágua medidos e simulados....................................................................... 169
Figura 88 – Componentes este-oeste (direção x) das velocidades das................................... 169
Figura 89 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente
dois meses). Vazões do escoamento (m3/s) ............................................................................ 170
Figura 90 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente
dois meses). Velocidades do escoamento (m/s) ...................................................................... 171
Figura 91 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 40 m3/s............ 173
Figura 92 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 80 m3/s............ 174
Figura 93 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 120 m3/s.......... 175
Figura 94 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 160 m3/s. ........ 176
Figura 95 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 200 m3/s.......... 177
Figura 96 – Áreas de deposição das partículas de sedimentos com diferentes velocidades de
queda (w), a esquerda w = 0.1 mm/s, e a direita w =1.0 mm/s. ............................................... 178
Figura 97 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 dia. – ............................ 179
Figura 98 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 semana - Cenário
hidrodinâmico: Q = 200 m³/s..................................................................................................... 180
Figura 101 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 185
Figura 102 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 185
Figura 103 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 186
Figura 104 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 186
Figura 105 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 187
Figura 106 – Gráfico da quantidade de resíduos descartados no período de 2003 a 2007.
Fonte: Eletronuclear, 2008........................................................................................................ 187
Figura 108 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de
influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007.............................................................. 221
Figura 109 – Distritos e setores censitários da AID 5 de Angra 1 ............................................ 225
Figura 110 – Visão geral da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ........................................ 232
Figura 111 - Visão aérea da Vila Residencial de Praia Brava, 2008........................................ 232
Figura 112 – Cineteatro da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ......................................... 233
Figura 113 – Mercado na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ............................................ 233
Figura 114 – Hospital de Praia Brava, na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ................... 233
Figura 115 – Capela ecumênica na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ............................ 233
Figura 116 – Visão geral da Vila Residencial de Mambucaba ................................................. 235
Figura 117 – Comércio Local da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ................................ 236
Figura 118 – Escola Estadual Almirante A. Alberto da Vila Residencial de Mambucaba, 2006
.................................................................................................................................................. 236
xiv
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 119 –Clube Campestre da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 .............................. 236
Figura 120 – Campo de Futebol e Vestiário da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ......... 236
Figura 121 – Prédio do Simulador e Anexo da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 .......... 237
Figura 122 –Centro de Treinamento da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ..................... 237
Figura 123 – Visão geral das Vilas Residencial de Mambucaba, com destaque para as Vilas
Consag e Operária.................................................................................................................... 239
Figura 124 – Estacionamento dos veículos da Eletronuclear................................................... 241
Figura 125 – Transporte oferecido pela Eletronuclear ............................................................. 242
Figura 126 – Formação dos funcionários da SU.O de Angra 1................................................ 257
Figura 127 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 257
Figura 128 – Formação dos funcionários da GMU.O de Angra 1 ............................................ 258
Figura 129 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 259
Figura 130 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 259
Figura 131 – Formação dos funcionários da DITU.O de Angra 1 ............................................ 260
Figura 132 - Formação dos funcionários de Angra 1 ............................................................... 260
Figura 133 – Proporção de funcionários por especialidade ..................................................... 261
Figura 134 – Relação entre gênero, estado civil e prática de atividade física de funcionários da
CNAAA ...................................................................................................................................... 262
Figura 135 - Relação entre gênero, paternidade ou maternidade e prática de atividade física de
funcionários da CNAAA ............................................................................................................ 263
Figura 136 – Tipo de atividades físicas realizadas pelos empregados da CNAAA.................. 264
Figura 137 - Tipo de atividade de lazer realizada pelos empregados da CNAAA ................... 264
Figura 138 – Locais onde os funcionários da CNAAA realizam atividades de lazer................ 265
Figura 139 - Sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e tipos de
atividades a serem implementadas nas Vilas Residenciais ..................................................... 266
Figura 140 – Alturas Médias da Camada de Mistura (CM) Turbulenta na Cidade do Rio de
Janeiro (Estação do Galeão). ................................................................................................... 286
Figura 141 – Gráfico das freqüências das classes de estabilidade de Pasquill na Central
Nuclear Almirante Álvaro Alberto.............................................................................................. 288
Figura 142 – Componentes meridionais (N-S) dos ventos sobre o Rio de Janeiro e Angra dos
Reis. .......................................................................................................................................... 290
Figura 143 – Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre
A10, nos anos de 2006 a 2007. ................................................................................................ 291
Figura 144 - Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre
A100, nos anos de 2006 a 2007. .............................................................................................. 292
Figura 145 - Atividade De Radionuclídeo 137Cs - Peixe Sedentário ......................................... 299
Figura 146 – Atividade De Radionuclídeo 137Cs – Peixe De Curso.......................................... 299
Figura 147 - Atividade de Radionuclídeos Algas..................................................................... 300
Figura 148 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2005 ............................. 304
Figura 149 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2006 ............................... 305
Figura 150 - Atividade De Radionuclídeos - Sedimento Marinho Pré/2007 ............................. 307
Figura 151 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Leite Pré/2007 ............................................ 311
xv
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 152 - Atividade De Radionuclídeo
89
Sr /90Sr - Leite Pré/2007..................................... 311
Figura 153 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Solo 2002/2007.......................................... 314
Figura 154 – Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes
líquidos. ..................................................................................................................................... 316
Figura 155 - Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes
gasosos. .................................................................................................................................... 316
Figura 156 – Fluxograma esquemático do Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos..... 343
Figura 157 – Panorama Esquemático das Captações de Água da CNAAA. ........................... 346
Figura 157 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais
da CNAAA, em 2003. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 351
Figura 158 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais
da CNAAA, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 352
Figura 159 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais
da CNAAA, em 2005. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 352
Figura 160 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais
da CNAAA, em 2006. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 353
Figura 161 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais
da CNAAA, em 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 353
Figura 162 – Retirada e preparação de um dos transformadores de Angra 1 para destruição.
.................................................................................................................................................. 354
Figura 163 – Entrada do transformador no forno estático para destruição. ............................. 354
Figura 164 – Retirada do transformador do forno estático, após a queima. ............................ 355
Figura 165 – Fluxograma de Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1. .............................. 361
Figura 166 – Fluxograma do Tratamento de Resíduos Sólidos Radioativos de Angra 1. ....... 363
Figura 167 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Praia Brava........ 436
Figura 168 – Fluxograma da ETE de Praia Brava .................................................................... 437
Figura 169 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Praia Brava ......................... 438
Figura 170 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Praia Brava,
2008 .......................................................................................................................................... 439
Figura 171 – Caixa de Passagem da ETE de Praia Brava, 2008............................................. 439
Figura 172 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Mambucaba....... 440
Figura 173 – Fluxograma da ETE de Mambucaba................................................................... 441
Figura 174 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Mambucaba ........................ 442
Figura 175 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias das Vilas Operária e Consag ............... 443
Figura 176 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Mambucaba,
2008 .......................................................................................................................................... 444
Figura 177 - Tanque de sedimentação ou Decantador da ETE de Mambucaba, 2008 ........... 444
Figura 178 - Chincana da ETE de Mambucaba, 2008 ............................................................. 445
Figura 179 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008........................ 446
Figura 180 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008....................... 446
Figura 181 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008........................ 448
Figura 182 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008....................... 450
xvi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 183 – Dispositivo de Segurança: cerca para impedir o acesso de pessoas não
autorizadas, 2008...................................................................................................................... 451
Figura 184 – Dispositivo de Segurança: guarda-corpos, 2008................................................. 452
xvii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Número de Eventos Reportados em Usinas Nucleares na Alemanha de acordo com
as categorias da Escala INES. ................................................................................................... 14
Tabela 2 – Quantificação das freqüências de dano ao núcleo para inundação interna............. 15
Tabela 3 – Teste de revisão de responsabilidade do comissionamento de Angra 1 ................. 22
Tabela 4 – Efluentes do Sistema de Tratamento de Efluentes Sanitários – Angra 1................. 31
Tabela 5 – Emissões atmosférica convencional da Usina de Angra 1....................................... 34
Tabela 6 – Parâmetros monitorados nos efluentes convencionais de Angra 1 ......................... 36
Tabela 7 – Descrição dos pontos monitorados quanto ao lançamento de efluentes líquidos ... 37
Tabela 8 – Legislação Ambiental adotadas no monitoramento da qualidade da água .............. 38
Tabela 9 – Comparativo das características dos efluentes lançados nos canais de ................. 38
Tabela 10 – Parâmetros monitorados nos pontos de lançamento de efluentes ........................ 40
Tabela 11 – Principais resíduos sólidos convencionais gerados na CNAAA e seu respectivo
local de armazenamento temporário. ......................................................................................... 42
Tabela 12 – Equipamentos contendo PCB`s originalmente em Angra 1. .................................. 45
Tabela 13 – Características do Sistema de Geração de Energia............................................... 55
Tabela 14 – Informações diversas do elemento químico Urânio................................................ 56
Tabela 15 – Comparativo entre os elementos combustíveis produzidos para atender ............. 58
Tabela 16 – Síntese da avaliação das influências devidas à operação de Angra 1 .................. 92
Tabela 17 – Sítios arqueológicos localizados no município de Angra dos Reis ........................ 99
Tabela 18 – Parâmetros determinados para coleta.................................................................. 114
Tabela 19 – Parâmetros determinados em laboratório ............................................................ 115
Tabela 20 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito,
nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio
do ponto Z3 ............................................................................................................................... 117
Tabela 21 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito,
nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio
do ponto Z4 ............................................................................................................................... 117
Tabela 22 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito,
nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio
do ponto 047B........................................................................................................................... 118
Tabela 23 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002 .......... 124
Tabela 24 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de
2002. ......................................................................................................................................... 124
Tabela 25 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002..... 125
Tabela 26 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro
de 2002 ..................................................................................................................................... 125
Tabela 27 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003....... 126
Tabela 28 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro
de 2003. .................................................................................................................................... 126
Tabela 29 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003. ............ 127
xviii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 30 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de
2003. ......................................................................................................................................... 127
Tabela 31 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 01) .......................................................................................................................... 137
Tabela 32 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 02) .......................................................................................................................... 138
Tabela 33 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 03) .......................................................................................................................... 138
Tabela 34 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 04) .......................................................................................................................... 139
Tabela 35 – Comparação dos dados do monitoramento para amostras da superfície e dados
pretéritos nas estações Z3, Z4 e 047B ..................................................................................... 141
Tabela 36 – Quadro comparativo dos parâmetros no ponto de controle (Z3) e no ponto R0
(descarga do efluente) .............................................................................................................. 143
Tabela 37 – Velocidades de correntes (em cm/s) obtidas pela simulação nos pontos
considerados............................................................................................................................. 154
Tabela 38 – Parâmetros utilizados nas simulações ................................................................. 159
Tabela 39 – Cenários de vazões testados................................................................................ 167
Tabela 40 – Liberação de gases de fissão de Angra 1 ............................................................ 181
Tabela 41 – Efluentes Líquidos Radionuclídeos de Angra 1.................................................... 182
Tabela 42 – Rejeitos sólidos radioativos gerados em Angra 1 – Número de embalagens
produzidas os anos de 2005 a 2008......................................................................................... 183
Tabela 43 – Emissões atmosféricas convencionais de Angra 1 .............................................. 183
Tabela 49 – Síntese da Avaliação dos impactos sobre o meio físico – Fase de operação ..... 197
Tabela 50 – Percentual da diferença entre as temperaturas médias máximas para Itaorna e
Piraquara................................................................................................................................... 200
Tabela 51 – Índice de Diversidade de Shannon da série de fitoplâncton (1987 a 2006)......... 200
Tabela 52 – Correlação entre o fitoplâncton e os parâmetros para os pontos monitorados.... 202
Tabela 53 – Correlação entre Parâmetros e IDV ..................................................................... 203
Tabela 54 – Índice de Diversidade de Shannon da série de zooplâncton (1980 a 2006)........ 203
Tabela 55 – Correlação entre o fitoplâncton e o zooplâncton .................................................. 205
Tabela 56 – Dados sobre os grupos de zoobenthos profundo................................................. 206
Tabela 57 – Dados sobre as espécies do zoobenthos profundo para a série amostral .......... 207
Tabela 58 – Correlação entre Temperatura e Zoobenthos Costão .......................................... 207
Tabela 59 – Distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos formadores da área de
influência de Angra 1 ................................................................................................................ 217
Tabela 60 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1,
1950 –1980 ............................................................................................................................... 219
Tabela 61 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1,
1991 –2007 ............................................................................................................................... 219
Tabela 62 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de
influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007.............................................................. 220
xix
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 63 - Evolução da população residente total dos distritos formadores dos municípios de
Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 ...................................................................................... 222
Tabela 64 - Evolução da população residente urbana dos distritos formadores dos municípios
de Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 ................................................................................. 223
Tabela 65 – População residente, segundo distrito e setor censitário - AID 5 - Angra dos Reis Março 2002 ............................................................................................................................... 225
Tabela 66 - Destinos, dias e horários dos transportes disponibilizados pela Eletronuclear .... 243
Tabela 67 - Absenteísmo por acidentes de trabalho de acordo com a CID 10 entre os
funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 .................................................................................... 250
Tabela 68 - Taxa de Freqüência (TF) e Percentual de Tempo Perdido (PTP) nos acidentes de
trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 ........................................................ 251
Tabela 69 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da
CNAAA - 2003........................................................................................................................... 251
Tabela 70 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da
CNAAA – 2004.......................................................................................................................... 252
Tabela 71 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da
CNAAA – 2005.......................................................................................................................... 253
Tabela 72 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da
CNAAA – 2006.......................................................................................................................... 254
Tabela 73 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da
CNAAA – 2007.......................................................................................................................... 255
Tabela 74 - Taxa de Freqüência-TF e Percentual de Tempo Perdido-PTP nos acidentes de
trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 ........................................................ 256
Tabela 75 - instalações produtos e serviços de atendimento prestados pela FEAM............... 268
Tabela 76 - Força de trabalho da FEAM................................................................................... 269
Tabela 77 - Principais clientes, usuários e suas principais necessidades ............................... 269
Tabela 78 – Indicadores Hospitalares da FEAM ...................................................................... 270
Tabela 79 - Perfil Nosológico por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia
Brava por ordem de maior freqüência – 2008 .......................................................................... 272
Tabela 80 - Internação por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava
.................................................................................................................................................. 272
Tabela 81 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações
Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Cabo Frio ............................... 274
Tabela 82 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações
Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Estado do Rio de Janeiro ...... 274
Tabela 83 – Liberação Anual Média de Efluentes Radioativos de Usinas Alemãs com Reatores
a Água Pressurizada (Bq/ano).................................................................................................. 278
Tabela 84 – Liberações de Iodo e Aerossóis para a Atmosfera (Bq/a).................................... 278
Tabela 85 - Liberações para o Mar (Bq/a) ................................................................................ 278
Tabela 86 - Liberações de Gases Nobres para a Atmosfera (Bq/a). ....................................... 279
Tabela 87 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001.
.................................................................................................................................................. 280
xx
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 88 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001.281
Tabela 89 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001.
.................................................................................................................................................. 282
Tabela 90 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001.283
Tabela 91 – Coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina de Angra 1. .......................... 284
Tabela 92 – Atividades no Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos e Liberação para a
Atmosfera .................................................................................................................................. 285
Tabela 93 – Resultados de análises Peixe Sedentário de 2005 à 2007 .................................. 298
Tabela 94 - Resultados de análises Peixe de Curso de 2005 à 2007...................................... 298
Tabela 95 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Alga de 2005 à 2007 ...................... 300
Tabela 96 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Areia de Praia ................................... 302
Tabela 97 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2005................. 303
Tabela 98 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2006 ................ 304
Tabela 99 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2007 ................ 306
Tabela 100 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Água do Mar 2005 à 2007............. 307
Tabela 101 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Leite 2005 à 2007.......................... 309
Tabela 102 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Pasto 2005 ................................... 312
Tabela 103 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Sedimento De Rio 2005 à 2007 ... 313
Tabela 104 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Banana 2005 à 2007.................... 313
Tabela 105 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Solo 2005 à 2007 ........................ 314
Tabela 106 - Fatores de Dose para Gases Nobres.................................................................. 317
Tabela 107 - Fatores de Dose. ................................................................................................. 318
Tabela 108 - Concentrações de Atividade no Solo (Bq/m2)..................................................... 319
Tabela 109 - Fatores de Dose Efetiva para Inalação (Sv/Bq). ................................................. 319
Tabela 110 - Fatores de Dose Efetiva para Ingestão (Sv/Bq). ................................................. 322
Tabela 111 - Fatores de Transferência para Elementos Estáveis............................................ 323
Tabela 112 - Concentrações de Atividade de Aerossóis nos Alimentos (Bq/kg). .................... 324
Tabela 113 - Concentrações de Atividade em Sedimentos Marinhos (Bq/m2)........................ 325
Tabela 114 – Análise da areia de praia .................................................................................... 325
Tabela 115 - Fatores de Bio-acumulação para Peixes de Água Salgada e Invertebrados
(Bq/kg)/(Bq/m3).......................................................................................................................... 326
Tabela 116 - Concentrações de Atividade em Produtos Marinhos (Bq/kg).............................. 326
a)
Tabela 117 – Análise dos peixes ...................................................................................... 327
Tabela 118 - Influência de S na remoção de radionuclídeos em água Fonte: Biotec (1972) .. 328
Tabela 119 - Remoção Máxima de Radionuclídeos pelos Sedimentos ................................... 328
Tabela 120 – Fatores de Uso.................................................................................................... 330
Tabela 121 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 1 ......................................... 331
Tabela 122 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 2 ......................................... 335
Tabela 123 – Resultado das análises de dosimetria termoluminescente (TLD) ...................... 339
Tabela 124 – Emissões Atmosféricas não Radioativas de Angra 1 ......................................... 342
Tabela 125 – Características físico-químicas da água doce após tratamento na ETA............ 347
xxi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 126 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e
o tratamento dos mesmos antes do lançamento em Piraquara de Fora.................................. 348
Tabela 127 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e
o tratamento dos mesmos antes do lançamento no Canal 5 em Itaorna ................................. 349
Tabela 123 – Classificação e destinação/tratamento dos principais resíduos sólidos
convencionais gerados pela CNAAA. ....................................................................................... 351
Tabela 124 – Liberações de Radioisótopos de Gases Nobres da Usina ANGRA 1 ................ 358
Tabela 125 - Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1......................................................... 359
Tabela 126 – Geração de Rejeitos Sólidos Prevista Anualmente ............................................ 366
Tabela 127 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental ...................................... 381
Tabela 128 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – ESEC Tamoios ......... 381
Tabela 129 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – PARNA Serra da Bocaina
.................................................................................................................................................. 382
Tabela 130 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Plano e Cronograma
Geral de Execução.................................................................................................................... 382
Tabela 131 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Especificação de
Equipamentos ........................................................................................................................... 383
Tabela 132 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de
Dispêndios ................................................................................................................................ 383
Tabela 133 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de
Dispêndios ................................................................................................................................ 384
Tabela 134 – Relação de Convênios encerrados..................................................................... 385
Tabela 135 – Relação de Convênios vencidos 2006 e 2007 ................................................... 396
Tabela 136 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos
dos efluentes............................................................................................................................. 409
Tabela 137 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Praia Brava .................. 445
Tabela 138 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Mambucaba ................. 445
xxii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
SIGLAS
AAA
Sistema de Água de Alimentação Auxiliar
AAD
Sistema de Abastecimento de Água Doce
ACAA
Sistema de Condensado e Água de Alimentação
AGR
Advanced Gas-cooled Reactors
AID
Área de Influência Direta
AIEA
Agência Internacional de Energia Atômica
AII
Área de Influência Indireta
ALARA
As Low As Reasonably Achievable (Tão baixo quanto razoavelmente
atingível)
ANA
Agência Nacional de Águas
ANEEL
Agência Nacional de Energia Elétrica
AOI
Autorização para Operação Inicial
AOP
Autorização para Operação Permanente
APA
Área de Proteção Ambiental
APE
Área de Propriedade da Eletronuclear
APO
Sistema de Água Potável
APO
Autorização Provisória para Operação
APS
Análise Probabilística de Segurança
AR
Análise de Risco Convencional
ARN
Análise de Riscos Nucleares
AS
Análise de Segurança
BWR
boiling water reactors
CATRI
Central de Armazenamento Temporário de Resíduos Industriais
CDF
Frequência de dano ao núcleo
CEDAE
Companhia Estadual de Distribuição de Água e Esgoto
CERJ
Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro
CETESB
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental da Secretaria de Meio
Ambiente do Estado de São Paulo
CGR
Central de Rejeitos Radioativos
CIDE
Centro de Informações e Dados do estado do Rio de Janeiro
CITES
Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da
Fauna Selvagens em Perigo de Extinção
CLOs
Condição Limite de Operação
CML
Comando Militar do Leste
CNAAA
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
CNEN
Comissão Nacional de Energia Nuclear
CO
Combustion Engineering
COMAM
Conselho Municipal de Meio Ambiente
COMAR
Comando Aéreo Regional
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
COPPE/UFRJ
Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ
CPRM
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
CPTEC
Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
xxiii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
CSN
Companhia Siderúrgica Nacional
DEL
Sistema de Distribuição Elétrica da Usina
DGDEC
Departamento Geral de Defesa Civil
DHI
Danish Hydraulic Institute
DIGV
Depósito Inicial dos Geradores de Vapor
DNAEE
Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
DNIT
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
DNPM
Departamento Nacional de Produção Mineral
DP
Dias Perdidos
DRM
Departamento de Recursos Minerais da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente do Estado do Rio de Janeiro
EA
Empregado Afastado
EBE
Empresa Brasileira de Engenharia
EIA
Estudo de Impacto Ambiental
ENCE
Escola Nacional de Ciências Estatísticas
EPA
Environmental Protection Agency (US) - Agência de Proteção Ambiental
(Americana)
EPRI
Electric Power Research Institute (Instituto de Pesquisa em Energia
Elétrica)
ESEC
Estação Ecológica
ETA
Estação de Tratamento de Água
ETE
Estação de Tratamento de Esgoto
FAPUR
Fundação de Apoio a Pesquisa Científica e Tecnológica da UFRRJ
FBR
fast-breeder reactors
FEAM
Fundação Eletronuclear de Assistência Médica
FEEMA
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Estado do Rio de
Janeiro
FEEMA
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, atual INEA
FGV
Fundação Getúlio Vargas
FIOCRUZ
Fundação Oswaldo Cruz
FUJB
Fundação Universitária José Bonifácio
FUNAI
Fundação Nacional do Índio
FUNASA
Fundação Nacional de Saúde
GCR
gas-cooled reactors
GDD
Sistema dos Geradores Diesel
GPS
Global Position System (Sistema de Posição Global)
HB
Herbarium Bradeanum
HTGR
high-temperature gas-cooled reactors
IBAMA
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEF/RJ
Fundação Instituto Estadual de Florestas do Estado do Rio de Janeiro
IF
Instituto de Florestas, atual INEA
IGEO
Instituto de Geociências da UFRJ
INCRA
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INEA
Instituto Estadual do Ambiente
xxiv
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
INES
International Nuclear Event Scale (Escala Internacional de Eventos
Nucleares)
INMET
Instituto Nacional de Meteorologia
INPE
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
INPH
Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias
INPO
Institute of Nuclear Power Operation
IPEN
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
IPHAN
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPT
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISA
Instituto Socioambiental
ITERJ
Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro
IUCN
International Union for Conservation of Nature and Natural Resources
(União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos
Naturais)
KWU
Kraftwerk Union A. G.
LD
Letal dose (dose letal)
LT
Linha de Transmissão
LTs
Licenças de Trabalho
LWGR
light-water graphite reactors
LWR
light-water reactors
MOU
Manual de Operação da Usina
MPS
Material Particulado em Suspensão
NCEP
National Center of Environmental Prediction (Centro Nacional de Predição
Ambiental)
NRC
Nuclear Regulatory Commission (US) - Comissão Regulatória Nuclear
(Americana)
ONG
Organização Não-Governamental
PAE
Plano de Ação de Emergência
PCI
Sistema de Proteção Contra Incêndio
PEA
População Economicamente Ativa
PEE
Plano de Emergência Externo
PETROBRAS
Petróleo Brasileiro S.A.
pH
Potencial Hidrogeniônico
PHWR
pressurized heavy-water reactors
PIB
Produto Interno Bruto
PMERJ
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
PNRH
Plano Nacional de Recursos Hídricos
PNSB
Parque Nacional Serra da Bocaina
PRF
Polícia Rodoviária Federal
PROCON
Programa de Autocontrole
PSF
Programa de Saúde Familiar
PSI
Programa de Saúde ao Índio
PTP
Percentual de Tempo Perdido
PWR
Pressurized Water Reactor (Reator de Água Pressurizada)
PWR
pressurized water reactors
xxv
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
RAIS
Relações Anuais de Informações Sociais
RBMA
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
RDO
Registro Diário de Operação
REBIO
Reserva Biológica
RESs
Relatório de Evento Significante
RGC
Sistema de Remoção de Gases do Condensador
RIMA
Relatório de Impacto Ambiental
RIO
Relatórios de Incidentes Operacionais
SCIENCE
Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas
SCQV
Sistema de Controle Químico e Volumétrico
SCT
Sistema de Controle da Turbina
SE
Sub-estação
SEV
Sistema de Extração de Vapor
SiBCS
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
SINDEC
Sistema Nacional de Defesa Civil
SIPRON
Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro
SMDCGTran/PY
Secretaria Municipal de Defesa Civil, Guarda e Trânsito de Parati
SMR
Sistema de Monitoração de Radiação
SNUC
Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SOTs
Solicitação de Trabalho
SPOT
Sistema de Purificação de Óleo da Turbina
SPR
Sistema de Proteção do Reator
SPU
Secretaria do Patrimônio da União
SRCR
Sistema de Remoção de Calor Residual
SREN
Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo
SSG
Sistema de Suprimentos de Gases
STA
Sistema de Tratamento de água
STRR
Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo
SUS
Sistema Único de Saúde
SVA
Sistema de Vapor Auxiliar
SVP
Sistema de Vapor Principal
SVS
Sistema de Vapor de Selagem
TAMAR
Projeto Tartarugas Marinhas
TEBIG
Terminal Marítimo da Baía da Ilha Grande
TF
Taxa de Frequencia
TGD
Turbogerador e Acessórios
TMI-2
Three Mile Island - Unidade 2 (usina nuclear americana)
UERJ
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRRJ
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Saúde
UNIRIO
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UNP
Unidade Nuclear de Potência
UO
Unidade Operacional de Angra 1
xxvi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
WANO
World Association of Nuclear Operations (Associação Mundial de
Operações Nucleares)
ZPE
Zona de Planejamento de Emergência
ZUFRJ
Departamento de Zoologia da UFRJ
xxvii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
Razão Social:
ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A. - Eletronuclear
Registro Legal (CNPJ):
42.540.211/0001-67
Cadastro Técnico (CTF)
54222
Endereço Completo:
Sede: Rua da Candelária, nº 65, Centro CEP: 20.091-906 – Rio de Janeiro –
RJ
CNAAA: Rodovia Rio-Santos (BR-101) km 522 – Itaorna, CEP 23.900-000
Angra dos Reis - RJ
Telefone / FAX:
(24) 3362-9000
(21) 2588-7000 / 2588-7200
Othon Luiz Pinheiro da Silva – Diretor Presidente
CPF: 135.734.037-00
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7018 / 2588-7212
E-mail: [email protected]
Pérsio José Gomes Jordani – Diretor de Planejamento, Gestão e Meio
Ambiente
CPF: 109.681.057-34
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7019 / 2588-7213
E-mail: [email protected]
Representantes Legais:
Pedro José Diniz de Figueiredo – Diretor de Operação e Comercialização
CPF: 020.040.627-20
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7045 / 7214
E-mail: [email protected]
Luiz Soares – Diretor Técnico
CPF: 546.971.157-91
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7050 / 7214
E-mail: [email protected]
Paulo Sérgio Petis Fernandes – Diretor de Administração e Finanças
CPF: 100.379.007-06
Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7040 / 7211
E-mail: [email protected]
Contato:
Eduardo Grand Court – Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente
CPF: 381.311.887-87
Endereço: Rua da Candelária, 65, 9º andar
Telefone / FAX: (21) 2588-7503 / 2588-7253
E-mail: [email protected]
xxviii
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA
Razão Social:
MRS Estudos Ambientais Ltda.
Registro Legal:
CNPJ: 94.526.480/0001-72
Cadastro Técnico (CTF)
196.3572
CREA:
82.171
Matriz: Avenida Praia de Belas nº 2.174 Ed. Centro Profissional Praia de
Belas, sala 403 Bairro Menino Deus Porto Alegre, RS
Endereço Completo:
Filial Distrito Federal: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – – Ed.
Multiempresarial – Brasília, DF – CEP: 70.340-000
Matriz: (51) 3029-0068
Telefone / FAX:
Filial Distrito Federal: (61) 3201-1800
Matriz: [email protected]
E-mail:
Filial Distrito Federal: [email protected]
Sócios:
Contato:
Luciano César Marca - Geólogo
Alexandre Nunes da Rosa – Geólogo
Alexandre Nunes da Rosa – Sócio-Diretor
CPF: 339.761.041-91
Endereço: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – Ed. Multiempresarial – Brasília,
DF – CEP: 70.340-000
Telefone / FAX: (61) 3201-1800
E-mail: [email protected]
xxix
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
EQUIPE TÉCNICA
Nome
Função
Registro
Profissional
CTF/IBAMA
Assinatura
Coordenador Geral
Alexandre Nunes da
Rosa
Geólogo
66.876/D
CREA-RS
225.743
Coordenação Técnica
Yone Melo de
Figueiredo Fonseca
Bióloga
4 08785/90-D
CRBio
1.509.550
Equipe Meio Físico
Adriano Coutinho de
Lima
Engo Civil
15.972/D
CREA-DF
3.168.196
Catarina Mao
Arquiteta
007320-D
CREA/RS
294.809
Eunice Porto Câmara
Engª Civil
7842/D
CREA-AC
309.838
Heider Damas Vieira
Engo
Ambiental
14.132/D
CREA-DF
2.449.176
Juliane Chaves da
Silva
Enga
Ambiental
15.376/D
CREA-DF
1783367
Luciano Cezar Marca
Geólogo
21158/D
CREA-PR
306.766
Michele Mitie Arake
Fragoso
Enga Civil
78673/D
CREA-PR
3236045
Zelaine do Souza
Caixeta
Química
121005/37
CRQ-12
2.468.328
Equipe Meio Biótico
Helena Maia de A.
Figueiredo
Engª
Florestal
15.189/D
CREA-DF
2.235.332
Janderson Brito
Pereira
Biólogo
4 37854/04-D
CRBio
469.096
Lízia do Lago
Murbach
Enga
Agrônoma
3729/D
CREA-RO
2.223.461
Luciana Arutim
Adamo
Bióloga
57278/04-D
CRBio
1.725.328
Samanta Balsini
Peixoto
Bióloga
25.680-3/D
CRBio-3ª
681.570
xxx
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nome
Função
Registro
Profissional
CTF/IBAMA
Yone Melo de
Figueiredo Fonseca
Bióloga
4 08785/90-D
CRBio
1.509.550
Assinatura
Equipe Meio Socioeconômico
Carla Valesca de
Moraes
Socióloga
-
97.418
Erika Marion Robrahn
Gonzalez
Arqueóloga
-
253.918
Luciana Arutim
Adamo
Bióloga
57278/04-D
CRBio
1.725.328
Luciana Gonçalves
Leite Cintra
Enga
Ambiental
12931/D
CREA-DF
705.763
Luis Fernando
Medeiros
Geógrafo
8273/D
CREA-MT
2.318.542
Geoprocessamento e SIG
Juliane Chaves da
Silva
Enga
Ambiental
15.376/D
CREA-DF
1.783.367
Wellington Mesquita
de Carvalho
Engo
Ambiental
15.310/D
CREA-DF
2.207.194
Equipe de Apoio
Daniela Cappellesso
Mangoni
Estagiária
-
2.665.210
Lilian Moreira Oliveira
Estagiária
-
2.864.761
xxxi
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
1
INTRODUÇÃO
A energia elétrica é um bem fundamental para o crescimento de um País, pois
promove o desenvolvimento em várias vertentes, melhorando, dessa maneira, a
qualidade de vida da população.
O Brasil, por possuir uma economia em desenvolvimento, apresenta taxas de
crescimento acelerado no consumo de energia. Por isso não poderia desconsiderar a
alternativa do uso da tecnologia nuclear.
Os cenários da evolução da demanda e da oferta de energia é uma tarefa que vem
desafiando o setor de planejamento das empresas energéticas e dos órgãos
governamentais nas últimas décadas no Brasil e no mundo.
O consumo de energia elétrica no Brasil tem apresentado taxas de crescimento
maiores que as do PIB, o que pode ser associado à modernização dos setores
econômicos, ao crescimento populacional e à expansão do setor informal da
economia.
No mundo, apesar de ser utilizada comercialmente há aproximadamente quatro
décadas, a energia nuclear já corresponde 17% de toda eletricidade produzida,
ficando atrás apenas das que têm origem hídrica e carvão
A Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear é uma sociedade de economia mista,
subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás. Criada para explorar
atividades nucleares para a geração de energia elétrica em nome da União, a empresa
é proprietária da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, onde se
encontram instaladas, e em operação, duas Usinas nucleares: a Unidade 1 (Angra 1) e
a Unidade 2 (Angra 2).
O Plano de Controle Ambiental da Unidade 1 da CNAAA consolida os estudos
ambientais desenvolvidos para fundamentar a solicitação de licenciamento ambiental
da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
O estudo teve como base no Termo de Referência emitido pelo IBAMA para atividades
similares ao longo de regiões próximas, promovendo um diagnóstico ambiental das
áreas potencialmente impactáveis pela implantação e operação do empreendimento e
abordando os potenciais impactos ambientais a serem gerados. Em adição, são
definidas as medidas mitigadoras e compensatórias, bem como planos e programas
de monitoramento e controle dos impactos.
O desenvolvimento dos trabalhos se deu a partir da formação de equipe
interdisciplinar, tendo sido aplicadas metodologias específicas para a elaboração de
cada item enfocado nos estudos. Em um primeiro momento, foi efetuada busca por
dados bibliográficos com vistas a fornecer um conhecimento preliminar da situação
regional. Posteriormente, foram coletados dados de campo para embasar as
1
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
conclusões relacionadas aos impactos a serem gerados pelas fases de instalação e
operação do empreendimento.
2
2.1
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
HISTÓRICO
2.1.1 ESCOLHA DA OPÇÃO ENERGÉTICA
As atividades no setor de energia nuclear no Brasil tiveram inicio após a Segunda
Guerra Mundial, com a realização de pesquisas básicas na área de enriquecimento de
urânio. Após a criação, em 1951, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq),
começou a ser formulada a política nacional de energia nuclear.
Em 1956, a American and Foreign Power Co. (Amforp), que até 1965 controlou
diversas concessionárias de energia no Brasil, divulgou sua intenção, não
concretizada, de instalar uma Usina nuclear de pequeno porte (10 MW) perto da
cidade de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro. Em outubro de mesmo ano o
Governo Federal criou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a partir de
então começou a ser divulgado a idéia de implantar uma Usina nuclear com potência
de 150 a 200 MW, às margens do Rio Mambucaba, no município de Parati, também
no estado do Rio de Janeiro. Em dezembro de 1959, foi criada a Superintendência do
Projeto de Mambucaba e um consórcio de empresas nacionais e estrangeiras foi
encarregado de realizar estudos mais profundos, porém o projeto foi abandonado face
a conjuntura econômica do país na época.
Em agosto de 1962, a lei federal 4.118 delegou à CNEN a competência para projetar,
construir e operar Usinas nucleares no Brasil. Outros estudos foram realizados por
organizações nacionais e de outros países até que, em 1967, o Governo Federal
resolveu dinamizar o programa de energia nuclear por meio de um projeto integrado
ao plano de expansão do parque gerador nacional. A CNEN foi transferida para a
jurisdição do Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual já era subordina da
Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), e em junho de 1967 foi constituído um
grupo de trabalho integrado por representantes dessas três instituições, bem como do
Conselho de Segurança Nacional, para estudar o assunto.
Em abril de 1968, como resultado do trabalho do grupo, a CNEN e a Eletrobrás
assinaram um convênio no qual foram estabelecidos os fundamentos para a
implantação de um programa de geração de energia nuclear no país com finalidades
comerciais e integradas ao sistema elétrico existente e definidas a competência e as
atribuições de cada uma, ficando a Eletrobrás encarregada de projetar, construir e
operar Usinas nucleares no Brasil diretamente ou através de suas subsidiárias.
2
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Com base no Relatório Canambra, resultante de um estudo que envolveu o
levantamento dos recursos energéticos da região centro-sul por consultores
canadenses, americanos e brasileiros, o grupo de trabalho recomendou um aumento
da ordem de 50 MW na energia térmica gerada na região até meados da década de
70 utilizando energia nuclear, com o duplo objetivo de complementar as necessidades
regionais de energia elétrica e de criar no país condições para o desenvolvimento de
técnicas e a aquisição de experiência no campo da geração elétrica nuclear, para
atender futuras necessidades.
Entre abril e junho de 1968, a International Atomic Energy Agency (IAEA), atendendo a
solicitação do Governo Brasileiro, enviou ao Rio de Janeiro um grupo de especialistas
norte-americanos, ingleses, canadenses e suecos que, em conjunto com engenheiros
da CNEN e da Eletrobrás, elaborou o documento Energia Nuclear para a Região
Centro-Sul do Brasil, conhecido como Relatório Lane (sobrenome do líder do grupo,
James A. Lane). Esse documento forneceu as bases para a implantação da primeira
Usina nuclear no país e foi importante na definição dos passos seguintes do programa
nuclear brasileiro.
Para implantar a Usina a Eletrobrás escolheu, em 1969, sua maior subsidiária,
FURNAS Centrais Elétricas S.A, responsável pela geração e a transmissão de energia
elétrica na região Sudeste e em parte da região Centro-Oeste. Nessa escolha foram
considerados os fatos de o sistema elétrico de FURNAS ter dimensões compatíveis
com a potência instalada prevista na Usina – cerca de 600 MW – e a bem sucedida
experiência da empresa na construção e operação de Usinas hidroelétricas e
termelétricas convencionais, além de seu pioneirismo nos sistemas de transmissão
elétrica em alta e extra-alta tensões. A energia elétrica produzida por Angra 1 na
CNAAA incorporou ao Sistema de Transmissão FURNAS – Sudeste através de duas
linhas de 500 kV até a subestação de Cachoeira Paulista e outra até a subestação de
Adrianópolis próximo a São Paulo e Rio de Janeiro. Foi considerado também o fato de
FURNAS operar na região Sudeste, onde se situava a área escolhida para a
implantação da Usina, a enseada da Itaorna, no município de Angra dos Reis, no
estado do Rio de Janeiro.
2.1.2 ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO DA USINA
A escolha do local para a implantação da Usina contou com a assessoria técnica das
firmas norte-americanas Nuclear Utility Services Corp. (NUS) e Weston Geophysical
Research Inc. e do professor George Virsch, do Departamento de Geociência da
Universidade de Cornell, dos EUA, e tomou como base o documento Escolha de
Locais para Instalação de Reatores de Potência, da CNEN (1969).
Desta forma, a escolha do local envolveu uma série de condicionantes, ligadas às
características do sistema de geração nuclear, tais como: abundância de água de
refrigeração e facilidade de transporte e montagem de equipamentos pesados, sendo
3
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
precedida de inúmeros estudos desenvolvidos com o apoio de empresas de
consultoria internacionais, com ampla experiência em seleção de sítios para a
construção de Usinas nucleares. A proximidade dos grandes centros de consumo evita
a construção de dispendiosos sistemas de linhas de transmissão e a conseqüente
elevação do custo da energia produzida.
Cabe ressaltar que a escolha inicial para instalação da Usina de Angra 1 obedeceu à
Resolução CNEN 09/69 “Normas para Escolha de Locais para Instalação de Reatores
de Potência”.
Os critérios aplicados para a seleção do local para a implantação de Angra 1
procuraram considerar os requisitos de relevância:
1- Proximidade aos centros de maior consumo de energia elétrica – localização
na região Sudeste, onde vive quase a metade da população brasileira e são
consumidos perto de 60% da produção de energia elétrica do País,
precisamente no eixo Rio-São Paulo e a distâncias razoáveis destas cidades e
de Belo Horizonte;
2- Disponibilidade de grande quantidade de água, para atendimento aos sistemas
de resfriamento da Usina;
3- Disponibilidade de infra-estrutura local – facilidade de transporte marítimo para
os equipamentos de grande porte;
4- Disponibilidade de transporte rodoviário utilizando a rodovia BR-101 ou a via
Presidente Dutra – BR-116, em conjunto com a estrada Barra Mansa-Lídice –
RJ-155;
5- Facilidade para a instalação de linhas de transmissão;
6- Disponibilidade de recursos hídricos para atendimento da demanda de água
doce;
7- Facilidade de aquisição de insumos e outros componentes para os processos
da Usina; e
8- Facilidade quanto à obtenção de recursos humanos de nível técnico e
universitário e apoio de entidades de pesquisa e formação de pessoal sem,
contudo, arcar com o ônus da grande densidade demográfica e industrial
apesar de estar por essas regiões metropolitanas.
2.1.3 ESCOLHA DO REATOR, MOTIVO DA ESCOLHA E ATIVIDADES DE
ENGENHARIA ENVOLVIDA E LICENCIAMENTO
A classificação dos reatores nucleares depende dos materiais utilizados como
combustível, para refrigeração do combustível, para refrigeração do combustível e
como moderador de nêutrons e são divididos em três grandes linhas conceituais:
4
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
reatores a água leve (light-water reactors – LWR), reatores a água pesada
(pressurized heavy-water reactors – PHWR) e os reatores a gás (gas-cooled reactors GCR, advanced gas-cooled reactors – AGR, high-temperature gas-cooled reactors –
HTGR). Os reatores a água leve dividem-se em reatores a água pressurizada
(pressurized water reactors – PWR), reatores a água fervente (boiling water reactors –
BWR) e reatores a água e grafite (light-water graphite reactors – LWGR). Os reatores
rápidos atualmente em uso são conhecidos como reatores rápidos regenerados (fastbreeder reactors – FBR).
O reator selecionado para Angra 1 foi do tipo a água pressurizada (pressurized water
reactor, PWR), desenvolvido nos Estados Unidos, da empresa norte-americana
Westinghouse Electric Corp., a que foi selecionada após concorrência internacional da
qual participaram outros detentores da tecnologia PWR tais como: Combustion
Engineering Co. e a Kraftwerk Union A. G., KWU, bem como as empresas detentoras
da tecnologia BWR como:as empresas Asea e KWU e da tecnologia SGHWR como a
empresa The Nuclear Power Group Ltd, TNPG.
A Westinghouse foi a empresa selecionada porque previu a maior participação à
indústria nacional no fornecimento de componentes e a Usina. Desta forma a Usina
nuclear de Angra 1 foi construída entre março de 1972 e setembro de 1981, tendo
entrado em operação comercial em janeiro de 1985.
O motivo da escolha do reator é devido ao fato dos reatores do tipo PWR serem
confiáveis. Confiança é proporcionada pelo rigor dos princípios de segurança que são
aplicados ao projeto, à operação e à manutenção das Usinas, e à economicidade,
proporcionada pela economia de escala decorrente da construção de reatores de
grande porte, pela padronização e a conseqüente redução do temo de construção e
licenciamento e por sua estrutura relativamente simples se compacta, de baixo custo
de instalação, graças à utilização de urânio enriquecido como combustível e às
propriedades térmicas e neutrônicas favoráveis da água leve, usada simultaneamente
como refrigerador e moderador.
A empresa America Westinghouse vencedora da concorrência para o fornecimento do
reator (PWR), foi responsável também pelo projeto e fornecimento de equipamentos
em regime de “turn-key”. Para as atividades de engenharia de projeto subcontratados,
nos Estados Unidos, a Gibbs and Hill Inc. e no Brasil a PROMON Engenharia e para
as atividades de montagem associou-se a EBE – Empresa Brasileira de Engenharia.
Para construção da obra de engenharia civil de Angra 1, foi contrata a empresa
Norberto Odebrecht.
Em 1972 foram iniciadas as obras civis, apesar das dificuldades de fornecimento no
suprimento de equipamentos e algumas falhas de fabricação, que resultaram nos
atrasos no cronograma estabelecido. Houve, no entanto, significativa absorção de
know how nas áreas de análise física do reator, de análise de segurança da Usina e
de engenharia de equipamentos.
5
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em março de 1982 o reator se tornou crítico e a Usina começou a fornecer energia ao
Sistema Elétrico de FURNAS, no mês de abril.
Comercialmente a Usina opera desde janeiro de 1985 e a quantidade gerada de
energia, desde de janeiro de 1985 a 30 de março de 1990, foi superior a 9 bilhões de
KWH.
Todas as atividades desenvolvidas nas fases de projeto, construção e operação das
instalações nucleares, no país, são licenciadas e fiscalizadas pela CNEN, órgão
licenciador do governo brasileiro no setor nuclear e o licenciamento final ambiental que
cabe ao IBAMA.
Paralelamente, a Usina de Angra 1, como outras Usinas, é fiscalizada por órgãos
internacionais, tais como: Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, o Institute
of Nuclear Power Operation – INPO.
Das 438 Usinas nucleares em operação no mundo, em 2009, totalizando uma
capacidade instalada de 370.092 MW(e), do total 82% utilizam reatores resfriados e
moderado a água leve comum dos tipos PWR e BWR.
Na Figura 1, apresenta-se a quantidade de Usinas nucleares em operação por países.
6
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 1 – Quantitativo de Reatores em Operação por países. Fonte: IAEA, Dez-2008.
7
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 2 apresenta-se a quantidade e a qualidade dos reatores em operação no
mundo, onde os reatores do tipo PWR apresentam um valor de 61%, seguido do tipo
BWR de 21%.
Figura 2 – Gráfico do Quantitativo de Usinas nucleares em operação em 2008.
Fonte: IAEA, 2009.
Em termos de capacidade instalada líquida os reatores resfriados e moderados a água
leve representam 89% do total em operação em dezembro de 2008, sendo 243.051
MW(e) gerados por Usinas do tipo PWR, conforme pode ser visualizado na Figura 3.
Figura 3 – Gráfico da capacidade instalada por tipo de Usina em operação em 2008
Fonte: IAEA, 2009.
8
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em 2009, das 48 Usinas nucleares em construção, 79% seriam equipadas com
reatores PWR e 9%, com reatores PHWR, conforme apresentado na Figura 4.
Figura 4 – Quantitativo de Usinas nucleares em construção no mundo
Fonte: IAEA, 2009
Na Figura 5, apresenta-se a quantidade de Usinas nucleares em construção por
países, desse quantitativo 31,25 será implantado na China.
Figura 5 – Gráfico da quantidade de Usina nucleares em construção por países
Fonte: IAEA, 2009.
2.1.4 LICENCIAMENTOS
2.1.4.1 Licenciamento Nuclear
Em 1968, após a decisão do Governo Federal de construir a primeira Usina Nuclear no
Brasil, como potência aproximada de 600 Mwe, na responsabilidade de FURNAS
Centrais Elétricas para construir e operar a mesma (Lei Nº 4.118/62), iniciou-se o
processo de Licenciamento Nuclear da Usina.
9
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na época da delegação a FURNAS para construção e operação da primeira Usina
nuclear no Brasil (Unidade 1 da CNAAA), em 1968, não existia nenhuma norma da
CNEN que regulamentasse o processo de licenciamento nuclear. Assim sendo, CNEN
e FURNAS optaram pelo uso de normalização americana, que permeia como primeiro
passo o licenciamento do local. Em 1968 após a decisão do governo federal, de
construir a primeira Usina nuclear no Brasil, com potência aproximada de 600 MWe,
na responsabilidade de FURNAS Centrais Elétricas, a quem coube construir e operar
a mesma, Lei Nº 4.118/1992, iniciou-se o processo de licenciamento nuclear da Usina.
Em 1969 a CNEN, órgão responsável pelo licenciamento não dispunha ainda de
normas aplicáveis ao licenciamento de Usina nucleares. Assim em, comum acordo,
optou-se por adotar normas americanas, sendo o primeiro passo para aprovação local
de acordo com a Resolução CNEN 9/69 – “Escolha dos Locais para Instalação de
Reatores de Potência”.
Em 1970, pela carta CNEN Nº 190 de 24/04/1970 foi aprovado o local. Nesse mesmo
ano o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE autorizou a
instalação da Usina pela Portaria nº 416 em 13/07/1970.
Em 1971 iniciou-se os estudos pré-operacionais dos meios físicos, bióticos e
socioeconômicos e o levantamento radiológico ambiental da Área de Influência Direta.
Estes estudos que duraram ao menos 10 anos, envolveram os levantamentos
meteorológicos (NUS CORPORATION – FURNAS) a geomorfologia (Inst. de Pesquisa
Tecnológica – IPT, meio físico marinho (correntes e marés – FEMAR (Inst. de
Pesquisa Marinha), Sismologia (Weston Geophisical Corporation). O meio biótico
marinho tanto fauna como flora, Biotec; Levantamento de produção e consumo de
alimentos na AID de Angra 1 – Biotec (UFRJ), Final Safety Analys Report, construção
do laboratório de radiologia – Determinação do grupo crítico e do caminho crítico da
cadeia alimentar, Biotec.
Desta forma, em 1972, foi publicada a Resolução CNEN 6/72 – “Normas para
Licenciamento de Reatores de Potência”, com bases nas normais americanas, país
origem do fabricante do reator. Dentro dessas normas, foi submetido à CNEN, RPAS –
Relatório Preliminar de Análise de Segurança, visando a autorização para o início da
construção.
Em 1973, houve alguns aprovações parciais para construção de Angra 1, seguindo a
Resolução 6/72, com a finalidade de atender o cronograma de obra, principalmente
quanto a construção de fundações e do prédio do reator.
Ainda em 1973, a CNEN emitiu a Resolução 06/73 – “Normas Básicas de Proteção
Radiológicas” e junto com FURNAS, decidiram que o licenciamento dos operadores da
Usina deveria seguir as normas ANSI – M 18.1/1971 e o 10 CFR. Em dezembro de
1973 através da carta CNEN – Dext-C-Nº 48/73 foi aprovada a versão 04 do PEL –
Plano de Emergência Local.
10
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em 1974 foi expedida pela CNEN a Licença Final para construção (Relatório Nº 44/74
e DR Nº 51/74, carta CNEN nº 10/81) com uma série de condicionantes a serem
cumpridas antes da operação.
Entre essas condicionantes estava o Relatório Final de Análise de Segurança - FSAR,
requerido para LO – Licença de Operação da CNEN que deveria ser elaborado
conforme US NRC Regulatory Guide 1.70 Revisão 01.
Tanto o FSAR como as licenças específicas – AOI – Autorização para Operação Inicial
e AOP – Autorização para Operação Permanente, essas condicionantes tem como
base a Resolução CNEN 06/1972.
Em 1977 foi concluído do FSAR em 1980 através do Decreto Lei nº 1.809, foi instituído
do SIPRON (Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro) que dispõe sobre
normas e diretrizes aplicáveis à proteção física e ao planejamento de emergência das
Usinas nucleares.
Em 1980, através do ofício CNEN-DEXI-3/80, de 21/01/80 a CNEN aprovou a
localização e o Projeto Básico das Instalações do Depósito Inicial de Rejeitos
Radioativos da CNAAA, hoje CGR.
Em 1981, pela Resolução CNEN 09/81 e 10/81 Relatório DR 103/81, a CNEN emitiu a
APO – Autorização Provisória para Operação, possibilitando o carregamento do
núcleo. Nesse ano ainda, foi aprovado também o Plano de Emergência.
Entre 1981 e 1984 por problemas operacionais, testes de equipamentos e mudança de
projeto, ocorreu um atraso considerável no programa de instalação da Usina.
Finalmente em dezembro de 1984 a CNEN autorizou a operação comercial em 100%
de potência.
Em janeiro de 1985 Angra1 entrou em operação comercial.
Em 1987, a CNEN através da sua portaria CNEN – N° 18/87 de 23/12/87 concedeu à
AOI – Autorização para operação inicial.
Em 1994 após cumprimento das condicionantes da AOI, foi emitida a AOP –
Autorização para Operação Permanente através da Portaria CNEN 344/94 de
07/12/94.
Em 1997, houve a transferência da licença de operação de FURNAS para a Nuclen
concedida pela portaria CNEN 186/47 IC 31/07/97 ( DOU 04/08/97).
Em 1997, ofício 10/97 CODRE apresenta o resultado satisfatório as condições
encontradas pela CNEN no CGR. Em 1997, houve ainda duas inspeções, uma da
CNEN, ofício n° 10/97 CODRE, e outra da Secretaria Federal de Controle do Ministério
da Fazenda e a Secretaria de Controle Interno do MME que constataram o alto nível
de organização e o estado de conservação dos depósitos do CGR.
Em 1998 ocorre a transferência da propriedade de Angra 1 da Nuclen para
Eletronuclear – Portaria n° 127/98 (D.O.U 14/12/98).
11
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em março de 2009 foi protocolado no IBAMA o PCA da Unidade 1 – Angra 1 e as
Unidades 1 e 2-A dos Depósitos de baixa e média atividades do Centro de
Gerenciamento de Rejeitos Radioativos – CGR.
2.1.4.2 Licenciamento Ambiental
Em 1972 iniciou-se a construção de Angra 1 sendo concluída em 1977 tendo sua
criticalidade inicial ocorrida em 1982.
Em 1981 foi emitida pela FEEMA a Licença de Instalação para Angra 1, a LI 037/81.
No mesmo ano foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente por meio da Lei 6.938,
exigindo o licenciamento ambiental em todo território nacional.
Em 1986, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA – lança a Resolução
Conama 01/86 a qual regulamenta o Licenciamento Ambiental para empreendimentos
de grande porte, inclusive nucleares.
Em 1988, a Constituição Federal dedica pela primeira vez, um capítulo ao meio
ambiente.
Em 1989, a Lei Federal 7.804 transfere ao IBAMA a responsabilidade de licenciar
empreendimentos nucleares, antes licenciados pela CNEN,
Em 1994 a CNEN emite a AOP – Autorização de Operação Permanente de Angra 1.
Em 1997, a Resolução Conama 237 complementa a Resolução Conama 01/86 e
confirma a competência do IBAMA para licenciar empreendimentos nucleares.
Em 1998 ocorre a transferência da propriedade de (Angra 1 – CNAAA) da Nuclen para
a Eletronuclear. No mesmo ano, a Lei 9.605 regulamenta os crimes ambientais.
Em 1999 o IBAMA emite o parecer técnico ELPN/IBAMA 078/99 sobre Angra 1 e os
Depósitos Intermediários, hoje o CGR.
Em 1999 e 2000, através das cartas P 248 e P 250, respectivamente, a Eletronuclear
solicita ao IBAMA a regularização da Usina de Angra 1 e a elaboração do Termo de
Referência. Na ocasião foram enviados ao IBAMA todos os documentos do histórico
de Angra 1.
Em 2001, pela P 031, a Eletronuclear reitera esta solicitação e sua disposição para
realizar o TCAC. No mesmo ano foi criado o TCAC para Usina de Angra 2 e na
cláusula de Disposições Gerais, estabeleceu-se a regularização ambiental das Usinas
de Angra 1 e 2 e dos Depósitos Intermediários de Rejeitos Radioativos que será
realizada no âmbito do Compromisso de Ajustamento de Conduta que será firmado
quanto a conclusão do licenciamento.
Em 2003, foi emitida pelo IBAMA uma minuta do Termo de Referência (TR) para o
PCA de Angra 1 e Unidades 1 e 2-A do CGR.
12
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em 2004, a Eletronuclear comunica ao IBAMA da necessidade da troca dos geradores
de vapor desta Usina devido ao desgaste do mesmo ao longo do tempo, afim de
manter a sua integridade física e garantir a sua segurança operacional.
Em 2005 foi emitido um outro TR pelo IBAMA que em março de 2006 teve sua
redação final revisada pelo MPF, em ata de reunião do dia 06 de março de 2006. Essa
revisão, teve o acordo das instituições presentes, tais como: MPF, CNEN,
Eletronuclear, IBAMA, IRD/CNEN, FEEMA e PMAR (Prefeitura Municipal de Angra dos
Reis) .
Em 2005 foi protocolado no IBAMA o PCA do Depósito Inicial dos Geradores de Vapor
de Angra 1 – DIGV.
Em 2006 foi obtida a Licença de Instalação para o Depósito Inicial dos Geradores de
Vapor. Em maio de 2008, foi assinado o contrato de prestação de serviços entre a
MRS-Estudos Ambientais e a Eletronuclear para elaboração do PCA de Angra 1 e das
Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR.
Em feveiro de 2009 foi emitida a licença de operação do DIGV e se iniciaram as
atividades de troca dos geradores atuais de Angra 1.
2.1.5 INCIDENTES OCORRIDOS APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA
As informações específicas da Usina foram coletadas a partir de várias fontes,
incluindo SOTs (Solicitação de Trabalho), LTs (Licença de Trabalho), RDO (Registro
Diário de Operação), RESs (Relatório de Evento Significante), CLOs (Condição Limite
de Operação), relatórios de testes e surveillance, entre outros, de modo a identificar e
examinar falhas de componentes específicos, bem como dados de teste e
manutenção, além de dados relacionados a eventos iniciadores que possam ter levado
ao desligamento do reator.
Foram analisados os Relatórios de Incidentes Operacionais (RIO) e os Relatórios de
Eventos Significantes (RES) dos anos de 1985 até 1998 (mês de maio), buscando-se
os eventos envolvendo vazamentos devido à ruptura de tubulações, juntas, flanges,
tanques e trocadores de calor. Os resultados obtidos foram classificados como:
•
Eventos com vazamento: vazamento significativo;
•
Eventos com acúmulo dágua: acúmulo dágua, porém sem perda de função de
segurança;
•
Eventos com inundação: acúmulo dágua com perda de função de segurança.
Os valores obtidos indicam poucos eventos envolvendo vazamentos ao longo dos
anos e, principalmente, apenas quatro eventos desde 1985 (início da operação
comercial) com acúmulo de água significativo. Destaca-se também que não houve
nenhum evento com inundação propriamente dita, ou seja, perda de equipamentos
ligados à segurança e considerado em APS’s. Assim, fica patente a eficiência na
13
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
detecção, identificação, isolamento e reparo de vazamentos, evitando-se uma
inundação com perda de funções de segurança.
Para eventos ocorridos nas Usinas de Angra 1 e 2 o nível 1 escala INES (anomalia
além do regime de operação autorizado) foi a mais alta classificação atingida.
A Usina de Angra 1 (início de operação comercial em 1985) teve apenas 3 eventos
classificados como nível 1, em 1992, 1999, 2001. Dois se referem ao desligamento
manual da Usina por indisponilibidade dos tanques de ácido bórico e um vazamento
de refrigerante dentro da Contenção durante partida da Usina.
As Usinas de Angra 1 e 2 tem reportado em média de 12 a 17 eventos nível 0, ou seja,
abaixo da escala – nenhuma importância para a segurança, por ano.
Para as Usinas da CNAAA a estatísitica das causas que ocasionaram os eventos tem
sido:
•
60%: fallha de equipamento;
•
35%: falha humana;
•
5% de outros (procedimentos, projeto etc).
Para fins de comparação é apresentada na Tabela 1 com os eventos ocorridos na
Alemanha, país de primeiro mundo, classificados segundo a Escala INES, no período
de 1994 a 2003.
Tabela 1 – Número de Eventos Reportados em Usinas Nucleares na Alemanha de acordo com as
categorias da Escala INES.
INES - Categoria
Ano
Número
0
1
2
1994
161
158
3
0
1995
152
151
1
0
1996
137
131
6
0
1997
117
114
3
0
1998
136
132
3
1
1999
121
120
1
0
2000
94
91
3
0
2001
126
119
5
2
2002
167
154
13
0
2003
137
134
3
0
Fonte: Reporty by the Govemment of the Federal Republic of Germany for the Third Review
Meeting of the Nuclear Safety Convent April 2005.
Conforme pode ser observado os números de eventos são compatíveis com os
reportados em CNAAA, exceto pelo reporte de alguns eventos nível 2, incidente, fato
que não ocorreu nas Usinas da CNAAA.
14
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.1.5.1 Quantificação das Freqüências de Danos ao Núcleo
A obtenção das freqüências de danos ao núcleo (CDF) associadas à inundação foi
realizada a partir dos dados das planilhas e das árvores de eventos correspondentes à
perda dos equipamentos danificados para cada caso. Verificou-se que somente as
zonas 1A, 1C, 3 e 5 apresentam casos para estudo. As freqüências das fontes
primárias para cada zona acima foram somadas, pois representam eventos
excludentes, ou seja, a ocorrência de um significa a não ocorrência dos outros, e a
soma foi utilizada como valor da freqüência do evento de dano ao equipamento
(freqüência do Evento Iniciador Inundação Interna).
O próximo passo foi identificar a árvore de eventos mais adequada a cada caso e usar
a freqüência de dano ao equipamento como a freqüência do Evento Iniciador. Os
equipamentos danificados em cada zona foram supostos indisponíveis e sua
probabilidade de falha suposta unitária (equipamento falhado). O programa SAPHIRE
foi então executado e as freqüências de danos ao núcleo associadas obtidas. Os
dados das zonas (identificação, equipamentos danificados e fontes primárias), árvores
de eventos utilizadas, freqüências de danos aos equipamentos e os valores finais
estão sumarizados na Tabela 2.
Tabela 2 – Quantificação das freqüências de dano ao núcleo para inundação interna
Fontes
Zona de
Equipamentos
Árvore de
Freqüência de dano ao
primárias /
inundação
danificados
eventos
equipamentos
sistemas
CC-3A/3B/3C,
1A
SW
TCC
9,2x10E-6
1,69x10E-7
CC-1A/1B, CCM(elev. -1,40 m)
4B4
(elev. -12,05 m)
<1x10E-7
AFW-4, FPBombas SIS,
1C
T3
1,0x10E-5
AFW e SW(1,29x10E-13)
SRCR e SEC (um
AFW
3
trem)
CW, CW-36,
Bombas FWs e
CW-10, CW-2
3
<1x10E-7
TIA
2,3x10E-5
Ar de
, FP-TB-2, FP(elev. +2,05m)
(5,88x10E-9)
Instrumentos
TB-10 e FPTB-4
5
<1x10E-7
Bombas CWSW
TSW
7,7x10E-7
1A/B
(elev. +5,15m)
(1,60x10E-8)
2.2
DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A Usina Nuclear de Angra 1 é constituída pelos edifícios do Reator, Segurança,
Combustível, Turbogerador, Auxiliares Norte e Sul e da Administração.
No Apêndice I, item 13.1, apresenta-se o Mapa Situação e Localização do
empreendimento, e no Apêndice II, item 13.2, o Mapa de Especificações da Área do
Sítio contemplando informações tais como:
•
curvas de nível e caracterização do relevo;
•
localização dos limites do sítio;
15
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
localização e orientação das principais estruturas;
•
limites da área de exclusão;
•
rodovias, ferrovias, hidrovias e tubulações específicas.
O Edifício do Reator, o principal deles, de forma cilíndrica, pelas características
especiais de sua construção, pois é em seu interior que ocorre a fissão nuclear, está
apoiado diretamente sobre a rocha. Possui 58 m de altura e 36 m de diâmetro. Sua
estrutura de concreto tem 75 cm de espessura. Em seu interior há um envoltório de
contenção em aço, de 30 mm de espessura. Internamente ao envoltório estão
localizados os componentes principais do sistema nuclear, tais como o vaso de
pressão do reator dentro do qual está o núcleo do reator, geradores de vapor, e
pressurizador e a tubulação que integra esses componentes.
No Edifício de Segurança localiza-se a maioria dos componentes dos sistemas
destinados a garantir a segurança da Usina, como o de Injeção de Segurança e o de
Remoção de Calor Residual.
No Edifício do Combustível estão localizadas as áreas de armazenagem dos
elementos combustíveis novos e usados, bem como os equipamentos que possibilitam
a sua movimentação na operação de recarga do reator nuclear, recebimento do
combustível novo e remessa do combustível usado.
O Edifício do Turbogerador abriga o grupo Turbogerador e seus acessórios, os
condensadores e a maioria dos componentes dos sistemas auxiliares convencionais.
A potência elétrica instalada em Angra 1 está concentrada em um único Turbogerador.
Os componentes auxiliares do Sistema Nuclear de Geração de Vapor estão nos
Edifícios Auxiliares Sul e Norte. Também se localizam neles, os painéis auxiliares de
controle, a Sala de Controle de Angra 1, a maioria dos sistemas de ventilação, o ar
condicionado e o grupo gerador diesel de emergência.
Próximo ao Edifício Auxiliar Sul, localiza-se o Edifício da Administração, onde são
realizados serviços de apoio à operação da Usina.
Angra 1 possui ainda uma estrutura independente que abriga o circuito de captação e
de descarga de água do mar. Esta água é utilizada para refrigeração do condensador
de vapor, integrante do Sistema de Água de Circulação.
2.2.1 EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS À ANGRA 1
Associados a Unidade 1 tem-se a Unidade 2 da CNAAA e futuramente a Unidade 3. A
associação entre Unidade 1 e 2 permite que a captação de água pela Estação de
Tratamento de Água da Unidade 2 também seja feita para abastecer a Unidade 1. Da
mesma forma que os efluentes tratados das duas unidades sejam lançados no mesmo
canal de drenagem e posteriormente lançados no Saco Piraquara de Fora.
16
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 6, apresentam-se os empreendimentos associados à Unidade 1 da CNAAA.
Na Figura 7, apresentam-se as especificações do empreendimento.
17
44°28'20"W
44°27'30"W
44°26'40"W
555500
!
44°25'50"W
557000
558500
!
554000
!
44°29'10"W
552500
!
!
44°30'0"W
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
7457000
!
!
!
!
!
!
!!
!!
!
!
!!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
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!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
22°59'10"S
!
!
!
!
7457000
!
!
!
22°59'10"S
!
!
!!
!
!
MORRO DO
FRADE
Saco Piraquara de Dentro
!
Ilha do Pingo D'água
Pra
ia B
ra v a
7455500
BR-101
u
a Angra 1 t
BR-101
Angra 3
Saco Piraquara de Fora
23°0'0"S
t
u
7455500
23°0'0"S
Angra 2
Ponta
Grande
Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR
sP
ed
ra
s
de
a
P
F
do
Ve lh o
Ponta Grossa
Legenda
a
Reator Nuclear de Angra 1
7454000
ia
d
Pr
.d
a
Limite Eletronuclear
Limite Angra 1 e 2
a
Limite Angra 3
Depósitos do CGR
Ilha Tucum
!
!
7454000
23°0'50"S
CONDOMÍNIO
BARLAVENTO
e lh
rm
e
.V
Pr
ia
a
Pr a i
t
u
BR-101
Pra
ou
Grossa
ta
amede
on
do M
a
or
Ponta
Fina
Linha de Transmissão de Energia
Aqueduto
Rodovia Pavimentada
Hidrografia
O
7452500
0,3
a
552500
44°29'10"W
n
554000
44°28'20"W
o
A
t
l
â
n
n
t
o
i
c
o
A
t
l
â
n
t
i
Plano de Controle Ambiental - PCA para a Unidade 1 da Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto
c
Título
Figura 7 - Especificações do Empreendimento
Empreendedor
Eletrobrás Termonuclear S.A - Eletronuclear
Responsável Técnico
Data: Março/2009
Fonte:
IBGE - Carta Internacional ao Milionésimo, 2003
MRS Estudos Ambientais Eletronuclear (IKONOS, 2007)
555500
44°27'30"W
557000
44°26'40"W
558500
44°25'50"W
7452500
c
e
0,6
km
Escala numérica em impressão A3
Escala: 1:20.000
Projeção Universal Transversa de Mercator
Datum: SAD69 / Zona 23 K
44°30'0"W
a
c
0,15
O
0
5
Identificação do Projeto
Ilha Comprida do Boqueirão
o
e
23°0'50"S
Pr a
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.2 CRONOGRAMA DAS FASES DE CONSTRUÇÃO, COMISSIONAMENTO,
OPERAÇÃO E DESCOMISSIONAMENTO.
De forma resumida, as fases de construção, comissionamento, operação e
descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA seguem a cronologia apresentada por
meio da Figura 8 e são detalhadas nos itens seguintes.
Figura 8 – Ordem cronológica das fases de construção, comissionamento, operação e
descomissionamento
2.2.2.1 Fase de Construção
Por ser a primeira Usina nuclear, a fase de construção da Unidade 1 da CNAAA,
inicia-se logo após que o Brasil ingressa no campo da produção da energia
nucleoelétrica em 1968. Em 22 de dezembro de 1972, FURNAS Centrais Elétricas
S.A. requereu a Comissão Nacional de Energia Nuclear, a licença para a construção
da Unidade 1 da CNAAA.
Esse requerimento foi acompanhado do Relatório Preliminar de Análise de Segurança
exigido pela Resolução CNEN-06/1972. A construção de Angra 1 foi iniciada em 1972.
Após um ano e meio depois a CNEN emitiu os Relatórios DR-44 e DR-51 dando
parecer favorável a construção da Unidade 1 e em 2 de maio de 1974 concedeu a
Licença de Construção. O carregamento inicial de combustível no seu núcleo foi
realizado em setembro em 1981 e a primeira criticalidade do reator foi atingida em
março de 1982, seguindo-se o primeiro sincronismo ao sistema elétrico e o início dos
testes de comissionamento em abril de 1982.
Na Figura 9 a Figura 11, apresentam-se as fotografias tiradas antes do início das
obras no ano de 1971 e do início da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972,
respectivamente.
20
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 9 – Vista da Praia de Itaorna em 1971
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008.
Figura 10 - Vista da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008.
21
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 11 – Vista da área de Construção dos Edifícios da Unidade 1 da CNAAA e da BR-101 em
1982
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008.
2.2.2.2 Fase de Comissionamento
O comissionamento da Unidade 1 da CNAAA constitui a etapa final do controle da
qualidade e objetivou assegurar o bom desempenho e a segurança operacional das
instalações. Essa etapa serviu para verificar a conformidade de funcionamento isolado
e integrado dos componentes e sistemas da Usina com os requisitos de projeto e os
critérios e as margens de segurança estabelecidos nos regulamentos e normas
aplicáveis. O comissionamento de Angra 1 foi conduzido por FURNAS e
Westinghouse e contou com a participação da Empresa Brasileira de Engenharia
desde o estabelecimento dos canteiros de obra, conforme descrito na Tabela 3.
Tabela 3 – Teste de revisão de responsabilidade do comissionamento de Angra 1
Elaboração dos
Pre-Operacional – Teste
Atividades
Aceitação dos Testes
Testes
Funcional e Integrado
1- Preparação do
esboço do
procedimento de teste
Westinghouse
construções
Grupo inicial de junção
Grupo inicial de junção
2- Comentários e
revisão dos
procedimentos de
testes.
FURNAS Centrais
Elétricas
Coordenador da Planta de
Angra 1
Grupo inicial de junção
Superintendente da planta
de FURNAS
Grupo inicial de junção
Superintendente da
planta de FURNAS
Comitê de Aceitação de
FURNAS
3- Testes de
Aprovação do Produto
Gerente local da
Westinghouse
Coordenador da Planta de
Angra 1
Coordenador da Planta
de Angra 1
4- Testes da execução
e da supervisão de
Westinghouse
construções
Grupo inicial de junção
Grupo inicial de junção
Superintendente da
22
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Atividades
desempenho
Elaboração dos
Testes
FURNAS Centrais
Elétricas
5- Testes da Revisão
de Desempenho
Westinghouse
construções
FURNAS
Construções
6- Análise e
comentários da revisão
dos resultados de
análise
Westinghouse
construções
FURNAS Centrais
Elétricas
7- Aprovação dos
resultados de análise
Pre-Operacional – Teste
Funcional e Integrado
Aceitação dos Testes
Planta
Grupo inicial de junção
Grupo inicial de junção
Superintendente da
Planta
Grupo inicial de junção
Superintendente da Planta
Grupo inicial de junção
Superintendente da
Planta
Comitê de Aceitação de
FURNAS
Coordenador da
Coordenador da Planta de
Planta de Angra 1
Angra
Fonte: FSAR, 2007.
Coordenador da Planta
de Angra
2.2.2.3 Fase de Operação
Após cumpridas todas as exigências da CNEN, Angra 1 iniciou sua operação
comercial em 01.01.1985. As unidades 1 e 2 da CNAAA em funcionamento são
apresentadas na Figura 12 e na Figura 13.
Figura 12 – Vista das Unidades 1 e 2 da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2008.
23
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 13 – Vista Aérea de Angra 1 e Angra 2
Fonte: Eletronuclear, 2008.
2.2.2.4 Fase de Descomissionamento
Os primeiros trabalhos desenvolvidos com vistas ao tratamento da questão iniciam-se
desde os preparativos para a entrada em operação de Angra 1, oportunidade em que
se obteve do órgão regulador do setor de energia elétrica autorização para arrecadar,
pela via tarifária, uma quota mensal de recursos destinados à formação de um fundo
para suportar o descomissionamento da Usina, depois de encerrada sua operação
comercial.
Conforme descrito no FSAR-2007, a vida útil da Usina de Angra 1 é estimada em 40
anos. Após este período, ela deverá ser desativada, caso não seja considerada a
extensão da sua vida útil em função do resultado das análises do fluxo neutrônico do
reator e dos testes mecânicos e metalográficos realizados periodicamente em
amostras do material do vaso de pressão. Para tanto, deve-se proceder ao seu
descomissionamento em conformidade com os requisitos de segurança e saúde dos
trabalhadores, dos indivíduos do público e do meio ambiente. Além disso, o
descomissionamento de Angra 1 levará em consideração a existência de duas Usinas
Nucleares no mesmo sítio.
24
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Desta forma, o descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA será decidido quando o
limite de sua vida econômica for atingido ou quando, por problema de qualquer ordem,
for determinado pelo órgão licenciador.
O limite econômico pode ser alcançado devido a vários fatores, tais como: baixa
disponibilidade, baixa confiabilidade, alto custo de operação e manutenção,
obsoletismo, quebra de componentes, degradação por envelhecimento, acidente, e
outros.
Sem considerar o caso de descomissionamento provocado por acidentes, quando
condições especiais podem advir, existem vários métodos para efetuar o
descomissionamento. A escolha vai depender principalmente dos custos envolvidos,
do local e dos recursos técnicos disponíveis, bem como das alternativas quanto a
disposição e gerenciamento de rejeitos radioativos.
A CNEN, no item 8.10 de sua Norma NE-1.04 - "Licenciamento de Instalações
Nucleares", estabelece que para o encerramento das atividades de operação de uma
Usina nucleoelétrica, a organização operadora deverá iniciar um procedimento formal
de Cancelamento da Autorização de Operação Permanente.
De acordo com essa Norma, a organização operadora deverá encaminhar à CNEN um
requerimento demonstrando que a desmontagem da instalação e a disposição de suas
partes será realizada de forma segura, de acordo com as normas específicas a serem
estabelecidas pela CNEN e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança da
população do entorno, do trabalhador e do meio ambiente.
Quanto ao método escolhido para realizar o descomissionamento, não há uma
tendência mundial firmada a respeito, no atual momento, já que cada país tem suas
particularidades próprias. Os principais métodos atualmente considerados são:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Confinamento provisório;
Desmantelamento parcial;
Desmantelamento total;
Confinamento provisório seguido de desmantelamento parcial;
Confinamento provisório seguido de desmantelamento total;
Conversão de uma Usina nuclear em um depósito para armazenamento de
rejeitos radioativos.
Dependendo das particularidades associadas à própria Usina, várias soluções
distintas das apresentadas poderão vir a ser utilizadas. Contudo, a que vier a ser
adotada provavelmente será uma combinação das alternativas citadas. Com exceção
das alternativas “c” e “e”, as demais soluções são provisórias. Espera-se, contudo, que
com o decorrer do tempo todas as alternativas levem ao desmantelamento total da
Usina, variando somente a tecnologia aplicável a esse processo de desmantelamento,
conforme ilustrado na Figura 14.
25
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 14 – Combinações possíveis das alternativas de Descomissionamento
2.2.3 RECURSOS NATURAIS UTILIZADOS
A análise das fotografias da época mostra a construção da Unidade 1 da CNAAA, bem
como a fase da implantação (terraplanagem – corte aterro) da rodovia BR-101. Os
recursos naturais empregados para construção de Angra 1 foram os minerais e os
hídricos.
Os recursos minerais utilizados para a construção do aterro industrial de pequena
altura (cota + 5,00 m) sobre a praia existente originavam-se do aproveitamento do
material sedimentar proveniente de grande escavação para a construção da Unidade 1
e de áreas de empréstimos próximos a Itaorna e para expansão da área da Praia de
Itaorna, conforme pode ser visualizado da Figura 15 a Figura 17.
26
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Figura 15 – Vista da escavação para assentamento do prédio Reator de Angra1.
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 1972
Figura 16 – Vista superior da escavação da Unidade 1 da CNAAA e do aterro do sítio de Itaorna
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 1978.
27
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A principal área de empréstimo de material pétreo para construção de Angra 1, foi a
pedreira localizada próximo a Ponta Fina. Os materiais provenientes desta pedreira
foram utilizados principalmente para produção de brita e para utilização no
enrocamento de proteção da linha de praia.
Figura 17 – Vista da pedreira utilizada como material de construção da Unidade 1 da CNAAA
Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008.
Não há registros da quantidade de recursos naturais empregados na construção da
Unidade 1 da CNAAA.
2.2.3.1 Área de Empréstimo
As áreas de empréstimo de material foram exploradas próximo a planta de Angra 1,
principalmente para o fornecimento de areia e cascalho para construção do aterro e
emprego na construção civil, aplicados nas alvenarias dos edifícios.
Os recursos hídricos por sua vez foram empregados na umidificação do aterro,
facilitando sua compactação e também no consumo dos operários. Tais recursos
foram captados dos mananciais próximos ao empreendimento por caminhões pipa.
Os locais escolhidos como áreas de empréstimo para a construção de Angra 1 eram
constituídos de material rochoso.
Não há registros da quantidade de recursos naturais empregados na construção de
Angra 1, mas foram todos utilizados em áreas com pouco vegetação.
28
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.3.2 Aplicação do Plano de Recuperação da Área Degradada
Devido ao fato de Angra 1 ter sido construída antes da exigência de elaboração de
Plano de Recuperação de Área Degradada por órgãos ambientais, não foi elaborado
tal documento específico para as áreas degradadas, mas por exigência da CNEN as
medidas de recuperação e restauração foram aplicadas nas áreas exploradas como
garantia e segurança do empreendimento.
Tais medidas importaram na reconformação do solo, no retaludamento, na
implantação do sistema de drenagem por meio de curva de nível e na revegetação da
área, e suas implantações foram requeridas e supervisionadas pela CNEN.
2.2.3.3 Identificação das Áreas de Bota-fora
Não houve a necessidade de áreas para bota-fora, uma vez que ocorreu o perfeito
dimensionamento da movimentação de terraplanagem na obra, o que constitui um
elemento importante na minimização do impacto ambiental da obra e na redução de
seu custo, na medida em que a mobilização e transporte do material implicam gastos
em equipamentos e máquinas, mão de obra e combustível, alcançando um alto ganho
de produtividade.
2.2.4 QUANTIFICAÇÃO DE ÁGUA UTILIZADA PELA USINA
2.2.4.1 Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação
O Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação utiliza água do
mar para a condensação do vapor de exaustão das turbinas de baixa pressão,
captada na enseada de Itaorna. Ao atravessar os condensadores, a elevação de
temperatura da água de resfriamento é de 8°C com a Usina operando com sua
potência total. As temperaturas, mínima e máxima, são de 17°C e 30 °C na captação e
de 22°C e 38°C na descarga, em Piraquara com vazão de 40 m3/s.
O fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor é apresentado na
Figura 18.
29
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 18 – Fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Após circular pelos trocadores de calor para condensar o vapor exalado pelas
turbinas, a uma vazão de cerca de 40 m3/s, a água de resfriamento de Angra 1 se
junta à água de resfriamento efluente de Angra 2 e, através de um túnel escavado na
rocha. A água do Sistema de Água de Circulação é lançada no Saco Piraquara de
Fora, distante da tomada dágua o suficiente para evitar sua recirculação.
Na Figura 19, apresenta-se o diagrama do fluxo de tomada dágua e descarga da
Unidade 1 da CNAAA.
30
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 19 – Diagrama do fluxo de tomada e descarga de água da Unidade 1 da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2008.
2.2.4.2 Sistema Sanitário
O sistema de tratamento de efluentes sanitários de Angra 1 opera por oxidação
biológica aeróbica e apresenta uma vazão de variável entre 173,4 a 456,9 m3/dia,
conforme apresentado na Tabela 4, assim como a descrição dos principais parâmetros
físico-químicos.
Tabela 4 – Efluentes do Sistema de Tratamento de Efluentes Sanitários – Angra 1
material
Temp
Parâmetros
sedimentável
pH
RNFT
(ºC)
Anos
(mg/l)
*
limite
mín: 5
5-9
máx: 9
40
40
180
ANO
mín
med
máx
méd
máx
med
2006
3,20
6,37
7,80
28,38
35,00
2007
3,10
6,20
8,20
29,00
36,90
2008
3,00
6,40
8,30
180
*
DBO5
(mg/l)
*
1,0
1,0
180
máx
med
máx
med
33,06
168,00
1,09
1,00
70,10
41,20
135,00
0,80
5,00
85,69
27,20
34,10
85,00
27,30
0,50
2,50
63,00
NA: não analisado
* dependente da carga orgânica total lançada
Fonte: Relatório de acompanhamento de efluentes da CNAAA
(Programa de Autocontrole- PROCON)
Nota: O fósforo total, acima do limite da NT-202.R10, passou a ser controlado mais rigorosamente
pela Eletronuclear a partir de 1996/1997.
31
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Por meio da referida tabela, verifica-se que os valores máximos, médios e mínimos do
pH detectado no período estão dentro dos limites de 5 a 9 e a temperatura não
apresenta variação. As concentrações médias de óleo lançadas no período estão
abaixo do limite de 30 mg/l, atendendo ao estabelecido pela NT-202-R.10 para óleos
vegetais e gorduras animais.
A análise da carga orgânica baseia-se na diretriz da FEEMA DZ-205.R-5, de 1991,
que controle de carga orgânica em efluentes líquidos de origem industrial. A DBO5
medida em Angra 1 é inferior ao valor limite estabelecido por esta diretriz, a saber: as
atividades poluidoras industriais com carga de DBO igual ou superior a 100 kg/dia
deverão atingir remoção de DBO de no mínimo 90%. Para as atividades será exigida a
remoção de sólidos grosseiros, sedimentáveis, materiais flutuantes e DBO,
correspondendo ao nível básico de tecnologia de controle de carga orgânica
biodegradável, ou seja, um mínimo de 70% de remoção de DBO, ausência de sólidos
grosseiros e materiais flutuantes, e sólidos sedimentáveis inferiores a 0,5 mg/l.
A carga orgânica diária de Angra 1 foi obtida pela multiplicação da concentração de
DBO5 pela vazão dos efluentes. Assim o valor médio do período 2006-2008 obtido
para o ano de 2008 onde se verificou concentração média de DBO5 é de 1,065 kg/dia.
Carga = Vazão x DBO5
Carga = 1.064.778 mg/l DBO5/dia.
Carga = 1,065 kg DBO5/dia.
Onde:
DBO5 média: 72,93 mg/l
Vazão Média: 14.600 l/dia
Na Figura 20, apresenta-se o fluxograma esquemático do Sistema de Efluentes de
Angra 1.
32
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 20 – Fluxograma esquemático do lançamento de efluentes líquidos da Unidade 1 da CNAAA
no Canal 5.
Os efluentes sanitários de Angra 1 são lançados no canal de drenagem, Canal 5, e
posteriormente em Itaorna.
Melhor descrição do Sistema Sanitário de Angra 1 encontra-se no Item 2.2.7.
2.2.4.2.1 Efluentes Sanitários das Vilas Residenciais
A caracterização do Sistema de Esgotamento Sanitário das Vilas Residenciais de
Praia Brava e Mambucaba, incluindo dados referentes tanto às estações de
tratamento, quanto aos efluentes sanitários gerados e tratados, está detalhada no item
9.
2.2.5 INVENTÁRIOS DOS EFLUENTES GASOSOS, LÍQUIDOS E DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS CONVENCIONAIS
2.2.5.1 Emissões Atmosféricas
As emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais de Angra 1 se restringem
praticamente àquelas provenientes da combustão do óleo Diesel utilizado na Caldeira
Auxiliar, bem como dos motores dos grupos geradores Diesel do Sistema de
Emergência 1 e 2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do
sistema de água de alimentação de emergência.
33
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Cabe ressaltar que a Caldeira Auxiliar, assim como os motores Diesel citados, não são
operados continuamente. A Caldeira Auxiliar é praticamente operada quando a Usina
nuclear está fora de operação normal, enquanto os motores Diesel são por ocasião da
realização de testes rotineiros, ou durante situações em que tenham que ser operados
para cumprir funções de emergência.
Além das emissões associadas à combustão de óleo Diesel mencionadas no
parágrafo anterior, outro rejeito gasoso deve ser citado, o gás hidrogênio que se forma
como sub-produto no processo de produção de hipoclorito de sódio (utilizado no
tratamento da água do mar usada no resfriamento do vapor de exaustão das turbinas
de baixa-pressão) a partir da eletrólise da água do mar. O hidrogênio gasoso gerado
nesse processo é, no entanto, lançado na atmosfera sem nenhum tratamento, por ser
desnecessário. Em Angra 1, as emissões atmosféricas são provenientes dos
exaustores de caldeira auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os
gases de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes, não sendo por isso
considerado. O consumo nominal de óleo diesel é de 78,78 kg/h na caldeira auxiliar e
de 5,11 kg/h nos grupos diesel-geradores (dois grupos com potencia de 5.400 kW
cada e dois de 2.850 kW cada).
As emissões atmosféricas estão abaixo dos valores máximos fixados pela Resolução
Nº 8/90 do Conama, no que diz respeito a dióxido de enxofre. Ressalte-se que essa
Resolução restringe-se apenas às emissões resultantes da combustão de óleo
combustível (não incluindo aí, especificamente, o óleo Diesel) e de carvão mineral.
A Tabela 5 apresenta as emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais de
Angra 1.
Origem
Tabela 5 – Emissões atmosférica convencional da Usina de Angra 1
Quantidade/gás
Freqüência
Altura de liberação
1,50 kg/h SO2
0,24kg/h SO3
Caldeira auxiliar
0,76 Kg/h NO
0,13 kg/h NO2
Intermitente
(partículas paradas e
emergências)
15 metros
Quando em
suprimentos de
emergência e
1h/mês/gerador para
teste
15 a 22 metros
1,38 kg/h CO
251,13 kg/h CO2
0,097 kg/h SO2
6,4 X 10-3 kg/h SO3
Grupos dieselgeradores de
emergência
4,93 X 10 -2 kg/h NO
8,4 X 10 -3 kg/h NO2
0,089 kg/h CO
16,24 kg/h CO2
Fonte: Eletronuclear, 2005
34
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.5.2 Efluentes Líquidos
A Usina de Angra 1 requer grandes quantidades de água para o funcionamento de
seus sistemas, há sistemas que utilizam água desmineralizada (circuitos fechados) e
que utilizam água do mar (circuito aberto) para fins de resfriamento, assim como água
pré-tratada e desmineralizada em outros sistemas, como insumos de processo.
Essas águas, para que possam ser utilizadas, sofrem processos de tratamento e/ou de
condicionamento químico, em função de suas origens e finalidades. Esses processos
são praticados com auxílio de produtos químicos, gerando rejeitos convencionais na
forma de efluentes líquidos. Os efluentes líquidos gerados são não somente derivados
desses processos de tratamento, mas também dos usos que são feitos dessas águas
como insumo de processos.
O processo de desmineralização de aproximadamente 500 m3/dia da água consumida
nas Usinas de Angra 1 e 2 em seus circuitos primários e secundários ocorre em Angra
2, no Sistema GC, sem a geração de efluentes de regeneração.
Os efluentes líquidos convencionais gerados na área da CNAAA provêm de:
•
sistema de resfriamento dos condensadores principais;
•
tanques de neutralização;
•
poços e drenos dos edifícios da turbina;
•
tanque de separação de água e óleo dos transformadores principais, auxiliares
e de reserva;
•
sistema de tratamento sanitário.
Os efluentes provenientes do sistema de resfriamento dos condensadores principais
tem o Saco Piraquara de Fora como destino final e os provenientes das demais
unidades são descarregados nos canais de drenagem, que desembocam em Itaorna,
conforme apresentado na Figura 21.
35
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 21 – Fluxograma Esquemático do lançamento dos Efluentes Líquidos Convencionais de
Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009.
Os efluentes líquidos são tratados e liberados para o meio ambiente de acordo com os
limites estabelecidos pelas normas ambientais. Quando determinado parâmetro
encontra-se acima dos padrões estabelecidos, é anotada a justificativa técnica,
seguida de ações corretivas para o retorno aos limites legislados.
Na Tabela 6 são apresentados os valores das médias anuais dos parâmetros medidos
nos efluentes líquidos provenientes de Angra 1. Tais valores foram obtidos por meio
dos relatórios de acompanhamento de efluentes integrantes do Programa de
Autocontrole PROCON FEEMA – de Angra 1.
Os valores descritos na Tabela 6 calculados através das médias aritméticas dos
valores mensais medidos ao longo dos anos 2006, 2007 e 2008.
Os dados diários dos Relatórios de Acompanhamento de Efluentes, referentes ao
meses de janeiro a dezembro dos anos de 2006 a 2008 são apresentados no Volume
3 - Anexo, com seus respectivos valores médios mensais. Foram tomados como base,
os dados mais atualizados para descrição dos valores médios mensais.
Tabela 6 – Parâmetros monitorados nos efluentes convencionais de Angra 1
Origem
Parâmetro
Limite Legal (*1)
Valor
2006
2007
Tanques de
neutralização
2008
Temperatura (ºC)
< 40
Médio
25,44
25,27
25,38
N2H4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
0,09
0,10
0,23
N-NH4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
3,39
3,24
3,29
Médio
7,46
7,28
7,34
< 40
Médio
28,27
27,02
25,99
Máximo 5
Médio
0,12
0,31
0,12
Poço de dreno do Temperatura (ºC)
edifício da
N2H4 (mg/L)
36
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Origem
turbina, lado leste
Poço de dreno do
edifício da
turbina, lado
oeste
Geradores de
Vapor
Parâmetro
Limite Legal (*1)
Valor
2006
2007
2008
N-NH4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
0,90
1,45
0,63
Médio
7,10
6,85
7,15
Óleos e graxas
(mg/L)
Máximo 20
Médio
Presente
<20
< 10
Temperatura (ºC)
< 40
Média
33,93
31,27
30,97
N2H4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
0,16
0,25
0,35
N-NH4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
2,01
2,06
1,63
Médio
7,28
7,44
7,60
Óleos e graxas
(mg/L)
Máximo 20
Médio
< 10
< 10
< 10
Temperatura (ºC)
< 40
Médio
34,82
31,24
31,55
Médio
6,22
6,61
6,49
N2H4 (mg/L)
Máximo 5
Médio
0,16
15,50
<0,01
Médio
0,91
21,66
<0,01
Médio
6,08
6,05
5,77
N-NH4 (mg/L)
Máximo 5
Temperatura (ºC)
< 40
Médio
30,96
30,80
30,64
Cr Total
Máximo 0,5
Médio
<0,08
<0,08
<0,08
Boro
Máximo 5
Médio
5,36
6,35
7,07
Médio
8,2
8,2
8,2
Temperatura (ºC)
< 40
Médio
25,50
25,90
25,10
Cr Total
Máximo 0,5
Médio
<0,08
<0,08
<0,08
Boro
Máximo 5
Médio
<0,02
<0,02
<0,02
Médio
6,37
6,18
6,36
Temperatura (ºC)
< 40
Médio
28,38
28,99
27,19
Mat Sed
Máximo 1,0
Médio
1,09
0,76
0,46
RNFT
Máximo 100
Médio
33,06
41,24
27,28
DBO(a)
-
Médio
253,79
290,23
306,62
Máximo 100
Médio
Fonte: Eletronuclear, 2008.
70,87
78,26
65,55
DBO(b)
Como os canais de drenagem de águas pluvias de Angra 1 desembocam em Itaorna e
a água de resfriamento dos condensadores é lançada no Saco Piraquara de Fora, o
monitoramento da qualidade da água nos locais de lançamento é realizado em cinco
pontos, caracterizados na Tabela 7, compreendendo análises físico-químicas e
bacteriológicas.
Tabela 7 – Descrição dos pontos monitorados quanto ao lançamento de efluentes líquidos
Ponto de
Local de coleta
Localização
Análise
amostragem
Itaorna
Saco Piraquara
de Fora
AM 5
Cais, próximo à Unidade 2
Bacteriológica
AM 6
Cais de descarga de equipamentos
Fisico-química
AM 7
A 50 metros do local de descarga
Fisico-química
AM 8
A 750 metros do local de descarga
Fisico-química
AM 9
Praia do Velho – Marina Piraquara
Bacteriologica
37
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 22, apresenta-se a localização dos pontos de monitoração da qualidade da
água do mar.
As estações de efluentes são monitoradas quanto à qualidade do efluente tratado
mediante medições diárias de vazão e pH, na saída dos sistemas de tratamento e, a
realização de análises de laboratório com amostras coletadas no mesmo local para
avaliação de resíduos sedimentáveis e sólidos em suspensão, com freqüência
semanal, e DBO5,20, com freqüência quinzenal. Os procedimentos adotados atendem
as normas descritas naTabela 8.
Tabela 8 – Legislação Ambiental adotadas no monitoramento da qualidade da água
Norma
Função
NT-202, R-10*
Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos
DZ-942, R-7*
Diretrizes de implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes líquidos
DZ-215, R-1*
Diretrizes de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes líquidos
de origem não industrial
Resolução Conama
357/2005
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o
seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências
* Norma e diretrizes determinadas pela FEEMA.
Os resultados comparativos do monitoramento de efluentes entre Angra 1 e 2,
realizado em 2008, são apresentados na Tabela 9. Esses resultados foram obtidos por
meio da média anual dos lançamentos realizados pelas duas Usinas em Itaorna,
ressalta-se que os efluentes lançados diretamente no Saco Piraquara de Fora não
foram considerados.
Tabela 9 – Comparativo das características dos efluentes lançados nos canais de
drenagem de Angra 1 e 2 no ano de 2008
Usina
Parâmetro
Unidade
Limite
Média
Mínimo
Máximo
Angra 1
Angra 2
Vazão
m3/h
-
116,72
pH
-
5a9
7,34
5
9
40
25
22
30
20
<10
<10
<10
590,28
357,50
1.270,00
Temperatura
81
120
OGme
mg/L
Vazão
3
m /h
pH
-
5a9
7,5
5
9
Temperatura
C
< 40
26,11
17,70
29
OGme
mg/L
20
2,50
2,50
2,50
Fonte: PROCOM-FEEMA, 2008.
38
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 22 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos de efluentes
39
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os canais de drenagem da CNAAA desembocam em Itaorna e a água de resfriamento
dos condensadores ou água de circulação das Usinas é lançada no Saco Piraquara de
Fora. Desta forma, a CNAAA monitora a qualidade da água nos locais de lançamento
de efluente em cinco pontos os quais estão descritos na Tabela 7. Os parâmetros
monitorados encontram-se relacionados na Tabela 10.
Tabela 10 – Parâmetros monitorados nos pontos de lançamento de efluentes
Freqüência de Número de
Parâmetro
Unidade
Valor permitido
Local
amostragem
amostras
Materiais flutuantes
-
Virtualmente
ausente
Mensal
3
AM 6/7/8
Óleos e graxas
mg/L
Virtualmente
ausente
Mensal
3
AM 6/7/8
OD
mg/L
> 6,0
Mensal
3
AM 6/7/8
Alumínio
mg/L
< 1,5
Quinzenal
3
AM 6/7/8
Nitrogênio
Amoniacal total
mg/L N
< 0,4
Quinzenal
3
AM 6/7/8
Boro
mg/L
< 5,0
Mensal
3
AM 6/7/8
Cromo total
mg/L
< 0,05
Mensal
3
AM 6/7/8
Zinco total
mg/L
< 0,09
Quinzenal
3
AM 6/7/8
Hidrazina
mg/L
< 0,1
Mensal
3
AM 6/7/8
Nitrito
mg/L
< 1,0
Mensal
3
AM 6/7/8
mg/L
7,9 a 8,3
Quinzenal
9
AM
1/2/3/4/5/6/7/8/9
mg/L
6,5 a 8,3
Quinzenal
3
AM 5/9
VMP/100
800
Mensal
3
AM 1/2/3/4/5/9
pH
Escherichia Coli
Cloro residual
mg/L
< 0,01
MensalSemanal
3
AM 5/9
Fonte: Eletronuclear (Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas - PA - MA 09 e
2 PA - MA 09), 2008.
2.2.5.3 Resíduos Sólidos
A Eletronuclear contribui para a sustentabilidade ambiental através do gerenciamento
responsável dos resíduos produzidos nas atividades da CNAAA.
Os resíduos ao serem gerados são segregados ainda na fonte geradora, tanto nas
áreas internas das usinas de Angra 1 e Angra 2, quanto na área externa e
acondicionados em embalagens apropriadas conforme às características dos mesmos.
Os líquidos e pastosos são acondicionados em tambores ou bombonas, os sólidos,
são acondicionados em caixas ou sacos plásticos específicos para acondicionamento
de resíduos. Todas as embalagens devem estar em boas condições, estanques e
devidamente identificadas.
Na Figura 23, apresentam-se os recipientes utilizados para segregação de resíduos
sólidos na oficina de mecânica de Angra 2, e na Figura 24 os pontos de coleta de
resíduos sólidos em Angra 1.
40
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 23 – Recipientes para segregação de resíduos sólidos na oficina
mecânica na Usina Angra 2.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 24 – Pontos de coleta na Usina Angra 1 dos resíduos sólidos segregados.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Alguns resíduos, tais como sucatas metálicas e plásticas, não necessitam de
embalagens e são dispostos a granel em local apropriado, conforme ilustrado na
Figura 25.
41
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 25 – Armazenamento temporário de sucata até a sua venda em leilão.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Os resíduos depois de acondicionados são encaminhados para o armazenamento
temporário. Parte deles são encaminhados para a Central de Armazenamento
Temporário de Resíduos Industriais – CATRI, de responsabilidade da Divisão de Meio
Ambiente e Segurança do Trabalho e outra parte para o Galpão C do Almoxarifado, de
responsabilidade da Divisão de Materiais e Testes, onde ficam armazenados até sua
disposição final ou tratamento.
Na Tabela 11, apresentam-se os principais resíduos sólidos convencionais gerados
pela CNAAA e o local de armazenamento temporário dos mesmos.
Tabela 11 – Principais resíduos sólidos convencionais gerados na CNAAA e seu respectivo local
de armazenamento temporário.
Catri
Almoxarifado
Sucatas Metálicas
Óleos Usados
Pláticos
Resinas De Troca Iônica
Borras Oleosas
Lâmpadas Fluorescentes
Trapos Impregnados
Reagentes Químicos Vencidos Ou Fora De Especificação
Isolamento Térmico
Graxa
Pneus
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Na Figura 26 e Figura 27, apresentam-se alguns locais destinados para
armazenamento temporário de resíduos sólidos da CNAAA.
42
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 26 – Local de armazenamento temporário de resinas de troca iônica no
galpão C do almoxarifado
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 27 – Armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes no galpão C do almoxarifado
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Para a liberação dos resíduos para o transporte da CNAAA até o destino final é
necessário que toda a documentação esteja completa, ou seja: Manifesto de resíduos
devidamente preenchido e assinado pela Divisão de Meio Ambiente e Segurança do
Trabalho e pelo motorista, nota fiscal, formulário de saída de material assinado por
pessoa autorizada e no caso de resíduos perigosos as fichas de emergência dos
resíduos devem ser incluídas.
O Manifesto de Resíduos é composto de quatro vias e tem por objetivo subsidiar o
controle dos resíduos, desde sua origem até sua destinação final, envolvendo gerador,
transportador e o receptor de resíduos.
43
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Para cada resíduo deve ser usado um manifesto independente, mesmo que vários
resíduos sejam recolhidos por um mesmo transportador.
Para cada descarte deve ser usado um manifesto independente, mesmo que se trate
de um mesmo tipo de resíduo. Todos os manifestos emitidos são arquivados na
Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e estão disponíveis para
eventuais consultas.
Na Figura 28, apresenta-se o fluxograma esquemático da metodologia utilizada na
CNAAA para o descarte dos resíduos sólidos convencionais.
Figura 28 – Fluxograma do processo de descarte de resíduos sólidos convencionais da CNAAA.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
O resíduo classificado como lixo comum é enviado para o aterro municipal de Angra
dos Reis, localizado no Ariró.
2.2.5.3.1 Equipamentos Contendo PCB’s – Ascarel
Além dos resíduos gerados resíduos nas atividades de suas unidades operacionais e
de construção, especial atenção é dada aos equipamentos que contém PCB’s
(ascarel).
Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel)
como óleo isolante.
A Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes equipamentos.
Na Tabela 12, apresenta-se a lista dos equipamentos contendo PCB`s originalmente
em Angra 1.
44
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 12 – Equipamentos contendo PCB`s originalmente em Angra 1.
Tag
Volume de óleo (l)
Massa total do
equipamento (kg)
Localização
T1B1A
704
3.107
ETG
T1B2A
704
3.107
ETG
TF-GND
88
330
ETG
T1-EAD
1.090
2.710
EAD
T2-EAD
1.090
2.710
EAD
T1B3A
704
3.107
EAS
T1B3B
704
3.107
EAS
T1B3C
647
2.768
EAS
T1B3D
435
1.613
ETA
T1B4A
704
3.107
EAS
T1B4B
704
3.107
EAS
T1B4C
647
2.768
EAS
T1B4D
435
1.613
ETA
ETG – Edifício turbo gerador
EAD – Edifício de administração
EAS – Edifício auxiliar sul
ETA – Edifício da tomada d´água
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Os transformadores T1B1A, T1B2A e TF-GND foram encaminhados para descarte em
novembro de 2007 . Os T1-EAD e T2-EAD foram substituídos em janeiro de 2008. A
destruição destes equipamentos foi concluída em fevereiro 2008 na empresa TRIBEL
– Tratamento de Resíduos de Belford Roxo Ltda.
A continuação da substituição dos equipamentos está na dependência da aquisição de
novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento.
O processo de tratamento dos transformadores com ascarel encontra-se descrito no
Item 6.1.3.
2.2.5.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear
A CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente da
manutenção de áreas verdes.
A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que
exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores.Os
resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de
Angra dos Reis. Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiuse pela adoção do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e
Segurança do Trabalho.O responsável pela implantação deste projeto de modo que o
material orgânico pudesse ser reaproveitado.
45
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O adubo resultante da compostagem seria aplicado nas áreas verdes da CNAAA e
vilas residenciais, bem como em projetos de educação ambiental e recuperação de
áreas degradadas. Assim, o projeto não só viabiliza a disposição de restos de podas e
grama como também valoriza a busca pelo desenvolvimento ambientalmente
sustentável, incentivando o reaproveitamento de materiais inicialmente inservíveis,
cultivando a conscientização ambiental dos funcionários da Eletronuclear e moradores
das comunidades vizinhas.
Para a implantação da Central de Compostagem, que entrou em operação em
setembro de 2005, foi escolhido um local na Vila Residencial de Mambucaba. A área
utilizada compreende um galpão onde foi instalado o triturador, uma área para a
disposição do material e composição das leiras e um viveiro para produção de mudas,
totalizando uma área de 7.275 m2.
O sistema utiliza um equipamento para triturar os galhos e então o material resultante
é misturado à grama e eventualmente serragem limpa proveniente da carpintaria e
disposto em leiras até a degradação do produto, no ponto de maturação de húmus, o
qual então, após ser peneirado, pode ser utilizado como adubo orgânico. O composto
(húmus) obtido é então distribuído aos moradores das vilas residências, utilizado nas
áreas verdes da Central Nuclear, utilizado em programas de educação ambiental e
recuperação de áreas degradadas, e doado às comunidades da região.
2.2.5.4 Resíduos Sólidos Não Radioativos Provenientes das Áreas Controlada
Todos os resíduos sólidos não radioativos gerados nas Áreas Restritas da CNAAA são
segregados e monitorados quanto à contaminação radioativa que possam conter.
Evidentemente, quando os níveis de contaminação radioativa encontram-se abaixo
dos limites permitidos para liberação no meio ambiente, os resíduos sólidos são
liberados para as Áreas Livres. Caso contrário, o resíduo sólido é considerado como
"contaminado" e segue, então, os procedimentos apropriados.
Materiais particulados, granulados, areias, óleos e materiais recolhidos de reparos de
pisos e paredes, entre outros, deverão ser homogeneizados de modo que possibilite
uma amostragem representativa de seu conteúdo e a verificação da compatibilidade
com os limites de isenção, conforme estabelecido na Norma CNEN-NE 6.05, CNENNE-3.01.
No caso específico de resinas trocadoras de íons já exauridas, utilizadas em sistemas
auxiliares das Usinas (unidades de desmineralização de água, por exemplo), a
liberação desse material é condicionada às normas de manuseio de resíduos
industriais, visto que se trata de materiais utilizados em sistemas "não nucleares" das
Usinas, portanto intrinsecamente não associados a riscos de contaminação radioativa.
Os procedimentos da freqüência de descarga, indicação do encaminhamento dado
aos efluentes líquidos e gasosos e dos resíduos sólidos estão no Volume 3 - Anexos.
46
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 29 apresenta-se a planta da Usina de Angra 1 no contexto da CNAAA, onde
estão indicadas as redes de drenagem, os pontos de coleta, os sistemas de
tratamentos, os pontos de lançamentos, as emissões atmosféricas, os pontos de
estocagem de produtos químicos e os pontos de estocagem de resíduos sólidos.
47
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.6 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DISSIPAÇÃO DE CALOR
Devido a melhor abordagem do assunto, a descrição do Sistema de Dissipação de
Calor está detalhada no item 2.2.11.4 que trata do Sistema de Água de Circulação,
deste documento.
2.2.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA SANITÁRIO
O tratamento do esgoto sanitário, gerado por Angra 1, é do tipo oxidação biológica
anaeróbica e, após o tratamento, os efluentes são lançados subseqüentemente em
canais de drenagem e descartados no meio ambiente aquático na enseada de Itaorna,
dentro dos padrões e limites legais de lançamento em conforme Resolução Conama
Nº 357/2005 e NT-202.R.10 da FEEMA.
A ETE de Angra 1 foi projetada para tratar uma vazão nominal de 60 m3/dia, sua vazão
nominal é de 48 m3/dia consumindo 145 m3/h de ar.
O sistema de tratamento está localizado ao ar livre, na área externa da Usina, numa
base de concreto elevada, e consiste de:
•
01 poço de sucção;
•
02 bombas de recalque;
•
01 triturador;
•
01 tanque de aeração;
•
01 tanque de decantação
•
02 ejetores de ar;
•
01 tanque de acumulação de lodo;
•
03 borrifadores de água;
•
02 compressores de ar;
•
14 difusores de ar.
Todo o esgoto de Angra 1 flui por gravidade para o poço de sucção, localizado ao lado
da estação de tratamento, em nível inferior à mesma e com seis metros de
profundidade, sendo transferido para a estação pelas bombas de recalque.
Na Figura 30, apresenta-se o corte longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente
de Angra 1.
49
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 30 – Corte Longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente Sanitário de Angra 1.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
A descarga das bombas de recalque entra na estação através do triturador, que reduz
o esgoto bruto a um tamanho adequado para facilitar o seu metabolismo.
Caso o triturador esteja inoperante ou haja um fluxo excessivo, uma grade permite
descarregar o esgoto diretamente no tanque de aeração.
Após passar pelo triturador o esgoto é descarregado no tanque de aeração onde fica
retido por cerca de 24 horas, de acordo com vazão nominal do sistema.
O ar para este tanque é suprido por doze difusores nos quais existem válvulas de
retenção para evitar possíveis entradas de esgoto para a linha de ar, quando houver
interrupção no suprimento de ar.
Cada difusor é conectado a um distribuidor de ar por uma tubulação e uma válvula de
bloqueio, de forma a permitir que os mesmos sejam içados acima da superfície dágua
quando necessário, sem alterar o fluxo total de ar e a operação de outros suprimentos.
Os difusores são projetados de modo a assegurar uma distribuição uniforme de bolha,
em todo compartimento de aeração, e suficiente suprimento de oxigênio, para
conseguir o tratamento adequado dos efluentes, com a carga de projeto.
A circulação do líquido devido a ação de aeração é também adequada para prevenir
pontos estagnados onde partículas sólidas poderiam se acumular prejudicando o
tratamento.
No tanque de aeração encontramos também o circuito de dispersão de espuma, que
consiste de 3 bocais borrifadores, uma bomba de borrifo e tubulações associadas.
50
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Montada no tanque de decantação, a bomba, que é operada manualmente, succiona
deste tanque e o borrifo é feito na parte superior do tanque de Aeração, reduzindo
assim a espuma na superfície da água, para facilitar o processo de metabolismo,
através do contato direto com o ar ambiente.
Do tanque de aeração o esgoto flui por janelas de passagem, localizadas na parte
superior da parede divisória entre esse tanque de decantação.
Após passar pelas janelas, o fluxo é forçado a descer devido a uma chicana vertical,
caindo no tanque de decantação.
No tanque de decantação o esgoto fica retido por um período aproximado de cinco
horas a fim de que a parte sólida decante para o fundo.
Esse tanque é dividido em duas cavidades, na região próxima à meia-altura, tendo
cada uma delas um declive de 60%, para permitir que o lodo se concentre no centro
do fundo de cada cavidade, onde está instalado um ejetor a ar, que aspira o lodo e o
descarrega para tratamento, em uma canaleta de retorno de lodo de volta para o lado
de entrada do tanque de aeração.
O fluxo de retorno é contínuo e é ajustado manualmente por válvulas agulhas
localizadas nas linhas de suprimento de ar para cada ejetor.
Quando o lodo não mais metaboliza, ele fica circulando entre o tanque de aeração e o
tanque de decantação, de forma que a quantidade de lodo acumulada no tanque de
decantação tende a aumentar.
Para descarregar esse excesso de lodo, há uma comporta na canaleta de retorno, que
direciona o lodo para o tanque de acumulação de lodo.
Este tanque retém o lodo por decantação e a água retorna para o lado de entrada do
tanque de aeração.
O tanque também é arejado com ar comprimido, da mesma forma que o tanque de
aeração, de modo a impedir que o lodo torne-se infectado, e deve ser drenado quando
o nível de lodo atingir 75% do total, sendo o mesmo colocado em tambores e levado
por caminhão para fora da Usina.
O efluente do tanque de decantação flui por baixo de uma chicana vertical, em seguida
passa sobre um vertedouro, caindo então no tanque de cloração. Este vertedouro
possui a borda recortada em “V”, formada um serrado para impedir a saída de sólidos
em suspensão.
Tanto a chicana como o vertedouro se entendem ao longo de toda a borda de saída
do tanque de decantação.
O esgoto passa pelo tanque de cloração, onde se houver necessidade, ele é clorado
através de duas bombas dosadoras de hipoclorito, acionadas por água do sistema de
água potável e ajustadas manualmente.
51
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Existe no meio do tanque uma chicana vertical, cuja função é melhorar a mistura da
solução de hipoclorito com o efluente, antes de deixar a unidade.
A solução de hipoclorito é armazenada em um tambor localizado próximo à estação.
Atualmente a injeção de hipoclorito está fora de operação por determinação da
FEEMA.
Após passar pelo tanque de cloração, o efluente é descarregado por gravidade para o
canal sul da Usina.
Dois compressores (um é reserva) suprem ar para os difusores dos tanques de
aeração e de Acumulação de lodo e para os ejetores de recirculação de lodo.
O fluxo de ar é variável, sendo o ajuste feito por polias ajustáveis, e em cada
compressor existe um filtro silencioso na sucção.
Os compressores e acessórios estão montados no interior de um prédio localizado ao
lado da estação de tratamento.
Na Figura 31, apresenta-se o fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de
Angra 1.
A ETE de Angra 1 é monitorada quanto à qualidade dos efluentes tratados, por meio
de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento, bem
como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos
locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não
filtráveis totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal.
Os procedimentos adotados para monitoração atendem as seguintes normatizações:
•
NT-202.R-10 (Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos);
•
Diretriz DZ-942.R-7 (Diretriz de Implantação do Programa de Autocontrole de
Efluentes Líquidos, Procon Água);
•
Diretriz DZ-215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em
Efluentes Líquidos de Origem Não-industrial), da FEEMA;
•
Resolução Conama 357/2005.
52
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 31 – Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008.
53
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.8 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA DE SERVIÇO
O suprimento de água de Serviço é vital para todas as fases de operação da Usina,
inclusive durante condições de acidente, para possibilitar o desligamento controlado
da unidade.
A função principal do Sistema de Água de Serviço (SAS) é fornecer água de
resfriamento para:
•
Trocadores de calor do sistema de refrigeração dos componentes;
•
Trocadores de calor de água das camisas dos geradores diesel 3 e 4;
•
Trocadores de calor dos geradores diesel 1A e 1B (Ar da Combustão, Óleo
Lubrificante e Água das Camisas).
Como função secundária o sistema pode alimentar, em caso de emergência, a sucção
das bombas auxiliares de água de alimentação dos geradores de vapor.
Os equipamentos do SAS estão localizados fora do prédio do sistema, no Edifício
Auxiliar Norte e nos Edifícios dos Geradores Diesel de Emergência, ficam em uma
elevação superior ao máximo nível de água que poderia ocorrer se houvesse um
acidente de inundação devido a falhas de equipamentos localizados no interior desses
edifícios.
O sistema é constituído de 3 bombas acionadas eletricamente, que succionam água
da enseada de Itaorna, comum ao sistema de água de circulação, sendo que a
estrutura onde estão localizadas as bombas e telas rotativas do SAS é independente
fisicamente do Sistema de Água de Circulação.
A água antes de entrar no poço comum de sucção das bombas, passa através de
duas grades fixas e duas telas rotativas, nas quais são retirados os detritos sólidos.
As telas rotativas estão instaladas em poços individuais com acionamento através de
motores elétricos conectados a um sistema de correntes e rodas dentadas.
Todas as bombas de água de serviço podem descarregar tanto no trem A como no
trem B dependendo do arranjo das válvulas do coletor de descarga das bombas.
Normalmente é alinhada uma bomba para cada trem, ficando a bomba reserva (SW1C) alinhada para o trem oposto àquele suprido pela bomba C do sistema de água de
refrigeração dos componentes (SRC).
Os dois circuitos devem estar em operação sempre que houver combustível irradiado
na piscina de combustível usado ou no reator.
Para funcionar sob condições de acidente, este sistema é projetado com os seguintes
critérios:
- categoria sísmica I:
54
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
o sistema opera seguramente, mesmo durante a ocorrência de um terremoto de maior
intensidade, provável de ocorrer na região;
- classe de segurança 3:
o sistema faz parte da cadeia de resfriamento de emergência do núcleo e garante o
resfriamento do mesmo;
- segue o critério de falha única:
O sistema possui dois circuitos independentes, física e eletricamente, cada um com
100% de capacidade e os seus equipamentos são alimentados eletricamente pelos
barramentos de segurança de segurança da Usina, sendo garantida, desta forma, sua
operação, mesmo em caso de perda de energia externa, em virtude de estes
barramentos serem alimentados pelos Geradores Diesel de Emergência.
2.2.9 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
COMBUSTIVEL E REJEITOS
DE
GERAÇÃO
DE
ENERGIA
/
Os principais dados caracterizadores do Sistema de Geração de Energia da Usina de
Angra 1 são apresentados na Tabela 13.
Tipo de Reator:
Tabela 13 – Características do Sistema de Geração de Energia
PWR - Pressurized Water Reactor
Fabricante / fornecedor:
Westinghouse
Características do Combustível:
Urânio enriquecido
Procedência:
Norte Americana
Potência Térmica do Reator:
1.876 MWt
Potência Elétrica da Usina:
650 MWe
Vida Útil da Usina:
40 anos, prorrogáveis para mais 10 anos
Fonte: Eletronuclear, 2008.
2.2.9.1 Características e Procedências do Combustível
2.2.9.1.1 Características
O elemento combustível necessário para transformação de energia térmica em elétrica
é composto do elemento químico denominado Urânio.
O urânio é um elemento químico de símbolo U e de massa atômica igual a 238 u,
apresenta número atômico 92 (92 prótons e 146 nêutrons). É o último elemento
químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe
naturalmente na Terra.
Na Tabela 14, apresentam-se as características gerais do elemento urânio.
55
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 14 – Informações diversas do elemento químico Urânio
Características Gerais
Nome
Urânio
Símbolo
U
Número atômico
92
Classe
Actínideo
Série química
Transição interna
Grupo na tabela periódica
3
Período
7
Bloco
F
Massa atômica
238,03 u
Densidade
19.050 kg/m3
Raio Covalente
175 pm
Raio de Van der Waals
186 pm
Elétrons por nível de energia
2,8,18,32,21,8,2
3
Configurações eletrônicas
[Ar]3d 4s
2
Estado de oxidação
3+,4+,5+,6+(base)
Estrutura cristalina
Orotorrômbico
Estado físico da matéria
Sólido
Ponto de fusão
1.405,3 K
Ponto de ebulição
4.404 K
Volume molar
12,49 x 10 -6 m3/mol
Entalpia de vaporização
- kj/mol
Calor de fusão
9,14 kj/mol
Velocidade do som
(20° C) 3.155 m/s
Eletronegatividade
1,38 (escala Pauling)
Capacidade calorífica
300 j/(kg.K)
Condutividade térmica
27,5 W/(m.K)
Condutividade elétrica
(0º C) 0,280 µΩ.
m
Cor e aparência
Cinza prateado
metálico
Além do urânio-235, existem na natureza, em maior quantidade, o urânio-238,
elemento enriquecido, que só tem possibilidade de sofrer fissão por nêutrons de
elevada energia cinética (os nêutrons rápidos). Já o urânio-235 pode ser fissionado
por nêutrons de qualquer energia cinética, preferencialmente os de baixa energia,
denominados nêutrons térmicos (lentos).
2.2.9.1.2 Procedência
Na Unidade de Concentrado de Urânio em Caetité, no estado da Bahia, são
conduzidas atividades de pesquisa mineral, lavra e processamento metalúrgico de
minério de urânio, para produção de concentrado de urânio na forma de diuranato de
amônio (DUA).
Em Resende, na Fábrica de Combustível Nuclear, é produzido o Elemento
Combustível, obedecendo a severos padrões de qualidade e precisão mecânica. O
Elemento Combustível é composto pelas pastilhas de dióxido de urânio montadas em
tubos de uma liga metálica especial - o zircaloy - formando um conjunto de varetas,
cuja estrutura é mantida rígida, por reticulados chamados grades espaçadoras como
pode ser visto por meio da Figura 32. Os vários elementos combustíveis, inseridos no
núcleo do reator, produzem calor que será transformado em energia. Cada elemento
combustível supre de energia elétrica 42.000 residências de porte médio, durante um
mês.
56
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 32 – Esquema de montagem do elemento combustível
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Na Figura 33, demonstra-se um elemento combustível composto com as varetas, e na
Figura 34 o Edifício do Reator onde fica o núcleo do reator nuclear.
Figura 33 – Elemento combustível composto por varetas de urânio
Fonte: INB (2008).
A produção de Elemento Combustível difere para cada Usina nuclear do Brasil. No
caso de Angra 1 a quantidade de urânio gasta para cada Elemento Combustível é
menor do que o gasto para Angra 2. Na Tabela 15, apresenta-se um comparativo
57
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
entre a formação dos elementos combustíveis formados para atender Angra 1 e Angra
2.
Tabela 15 – Comparativo entre os elementos combustíveis produzidos para atender
Angra 1 e Angra 2
Elemento Combustível
Angra 1
Angra 2
Concentraçao média de U-235
2,55 % em peso
2,6 % em peso
Carga do Combustível
51 t de U
103,5 t de U
Peso
210 t
530 t
Varetas
235 de 3,65 m em 121 elementos 236 de 3,90 m em 193 elementos
Peso por elemento combustível
445 kg de UO2
607 kg de UO2
Barras de controle
37 com 20 varetas
Fonte: INB, 2008.
61 com 20 varetas
58
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 34 – Edifício do Reator de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
59
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.9.2 Locais disponíveis para disposição de resíduos sólidos gerados por
Angra 1 durante sua vida útil
Todos os rejeitos sólidos radiológicos produzidos por Angra 1 estão sendo
armazenados inicialmente nos Depósitos Iniciais de Rejeitos Radiológicos do Centro
de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA, conforme apresentado na Figura 35.
Figura 35 – Armazenamento de Rejeitos Radiológicos no Centro de Gerenciamento de Rejeitos
Nesses depósitos, os embalados contendo os resíduos sólidos radiológicos são
empilhados e permanecem sob constante monitoração radiológica.
A área é protegida e seu acesso é restrito aos funcionários do setor. Somente com
autorização da Proteção Radiológica pode-se adentrar e/ou permanecer no local.
Na Figura 36, é apresentado o local do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR,
onde são estocados os resíduos sólidos radiológicos produzidos pelas Usinas
nucleares da CNAAA.
60
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 36 – Centro de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA
61
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os resíduos sólidos convencionais gerados pela Unidade 1 sofrem diferentes
destinações finais, sendo temporariamente estocados conforme apresentado na
Figura 29.
2.2.10 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DA ENERGIA DA
USINA
O Sistema Elétrico de Angra 1 e subdividido em três sistemas, que são:
•
Subestação Álvaro Alberto de 500 kV;
•
Subestação Álvaro Alberto de 138 kV;
•
Sistema de Distribuição Elétrica AC e DC.
Na Figura 37 apresenta-se esquematicamente o Sistema de Transmissão de Energia
de Angra 1.
Figura 37 – Sistema Elétrico de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Na Figura 38 apresenta-se a vista superior da linha de transmissão partindo de Angra
1.
62
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 38 – Vista Superior das Linhas de Transmissão partindo de Angra 1. Fonte: FSAR, 2007
63
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.10.1 Subestação Álvaro Alberto de 500 kV
O arranjo da Subestação Elétrica (SE) de 500 kV e em anel e esta ligada a Cachoeira
Paulista através da LT 9410 e a SE de Adrianópolis através de LT 9510. A SE de
Cachoeira Paulista também esta ligada diretamente a SE de Adrianópolis através da
LT 9420, todas na classe de tensão de 500 kV. O arranjo permite a Angra 1 alimentar
ou ser alimentada pela SE de Cachoeira Paulista ou SE de Adrianópolis (ou ambas) e
caso Angra 1 necessite ser isolada do sistema, a interligação entre Cachoeira Paulista
e Adrianópolis em operação.
E importante notar que a SE de 500 kV não só e um meio de transporte da energia
gerada em Angra 1, como também e uma fonte dos Auxiliares da Usina, pois a mesma
poderá alimentar o T1A1 quando o gerador estiver desconectado do sistema, com a
chave de abertura em carga aberta.
O gerador elétrico Westinghouse é do tipo de refrigeração interna a hidrogênio e
produz 654 MVA de potência elétrica com fator de potência de 0,90, fornecendo 19 kV
em 3 fases, com ciclo de 60 Hz, para o transformador principal T1. O rotor gira através
de 4 pólos a 1800 rpm. O transformador principal eleva a voltagem de 19 kV para 500
kV, para transmissão por FURNAS Centrais Elétricas. O gerador também alimenta o
transformador de serviço auxiliar T1A1, onde a voltagem é rebaixada de 19 kV para
4.16 kV, a fim de alimentar as barras de distribuição elétrica de serviço 1A1 e 1A2.
2.2.10.2 Subestação Álvaro Alberto de 138 kV
A subestação de 138 kV é a principal fonte de alimentação elétrica para as cargas de
segurança da Usina de Angra 1.
A SE 138 kV alimenta diversas cargas o T1A2 através de um cabo subterrâneo em
138 kV. O T1A2 e a principal fonte dos Barramentos de Segurança da Usina,
barramentos estes que alimentam todas as cargas dos Sistemas de Segurança, que
garantem um resfriamento seguro do reator durante uma condição de acidente.
O sistema consiste de duas linhas de 138 kV, através de 3 linhas de 138 kV, sendo
uma de circuito duplo e outra simples, que interligam a Usina de Angra 1 à
termoelétrica de Santa Cruz (a 70 km). Esta subestação alimenta o transformador de
serviço T1A2, onde ocorre o rebaixamento da voltagem de 138 kV para 4.16 kV, a fim
de alimentar as barras de segurança 1A3 e 1A4. Em caso de perda da linha de 138 kV
essas barras de segurança podem ser alimentadas pelo transformador T1A1, por
transferência automática, rápida ou lenta, ou mesmo manual, ou ainda pelos
geradores diesel de emergência.
2.2.10.3 Sistema de Distribuição Elétrica
O Sistema de Distribuição Elétrica AC e DC e compreendido como a geração e
transmissão de potencia do Gerador Principal (G1) aos Transformadores Principais
64
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
(T1) e Transformador Auxiliar da Unidade (T1A1), Transformador de Serviço da Usina
(T1A2), Gerador Diesel de Emergência (GD1 e GD2), Auxiliares de 4160 V, 480 V, 125
V e 120 VDC.
2.2.10.4 Sistema Elétrico
O gerador elétrico Westinghouse é do tipo de refrigeração interna a hidrogênio e
produz 654 MVA de potência elétrica com fator de potência de 0,90, fornecendo 19 kV
em 3 fases, com ciclo de 60 Hz, para o transformador principal T1. O rotor gira através
de 4 pólos a 1800 rpm. O transformador principal eleva a voltagem de 19 kV para 500
kV, para transmissão por FURNAS Centrais Elétricas. O gerador também alimenta o
transformador de serviço auxiliar T1A1, onde a voltagem é rebaixada de 19 kV para
4.16 kV, a fim de alimentar as barras de distribuição elétrica de serviço 1A1 e 1A2.
Além do sistema de 500 kV existe ainda a subestação de 138 kV que é a principal
fonte de alimentação elétrica para as cargas de segurança da Usina de Angra 1. O
sistema consiste de duas linhas de 138 kV, uma de circuito duplo e outra simples, que
interligam a Usina de Angra 1 à termoelétrica de Santa Cruz (a 70 km). Esta
subestação alimenta o transformador de serviço T1A2, onde ocorre o rebaixamento da
voltagem de 138 kV para 4.16 kV, a fim de alimentar as barras de segurança 1A3 e
1A4. Em caso de perda da linha de 138 kV essas barras de segurança podem ser
alimentadas pelo transformador T1A1, por transferência automática, rápida ou lenta,
ou mesmo manual, ou ainda pelos geradores diesel de emergência.
Existem quatro geradores elétricos diesel, dois para cada trem (DG3 e DG-1A, DG-4 e
DG-1B). Os geradores diesel alinhados são o DG-3 (trem A) e DG-4 (trem B). Cada
gerador diesel é capaz de partir seqüencialmente e suprir as necessidades de
alimentação elétrica de todos os equipamentos dos sistemas de segurança da Usina.
Na Figura 39, apresentam-se as linhas de transmissão de energia elétrica da CNAAA
a FURNAS.
65
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 39 – Linhas de transmissão entre a CNAAA e FURNAS
Fonte: Eletronuclear, 2005.
2.2.11 SISTEMAS E UNIDADES OPERACIONAIS DA USINA
Os sistemas e unidades operacionais de Angra 1 abrangem: o circuito primário, o
circuito secundário e o sistema de água de circulação, representados de forma
esquemática na Figura 40, a seguir.
66
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 40 – Diagrama Esquemático dos Sistemas Operacionais de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
2.2.11.1 Circuito Primário
É no Circuito Primário que se inicia todo processo de produção de energia elétrica de
Angra 1. Nele ocorre a primeira conversão de energias, onde a energia atômica
liberada pelos átomos de urânio aquece a água a uma temperatura de 320 graus
Celsius ao passar pelo reator. Esse aquecimento ocorre em função da liberação do
forte calor decorrente da fissão dos átomos de urânio contidos nos elementos
combustíveis. A água aquecida é mantida a uma pressão de 157 atm através de um
pressurizador.
O Circuito Primário conta com dois circuitos de transferências de calor conectados em
paralelo ao vaso do reator. Cada circuito possui uma bomba de refrigeração do reator
e um gerador de vapor, conforme apresentado esquematicamente na Figura 41.
67
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 41 – Fluxograma Esquemático do Circuito Primário de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Além desse equipamento, o sistema inclui um tanque de alívio do pressurizador,
tubulação e instrumentação necessária ao controle operacional do sistema. Todos os
equipamentos do sistema estão localizados dentro do envoltório de contenção.
Durante a operação do sistema, as bombas de refrigerante do reator fazem circular
água pressurizada através do vaso do reator e 2 (dois) circuitos de refrigeração do
reator. A água que serve como refrigerante do reator, moderador de nêutrons e
solvente do ácido bórico (usado para o controle de reatividade), é aquecida à medida
que passa através do reator. A água então flui até os geradores de vapor, onde o calor
é transferido ao Sistema de Vapor e retorna as bombas de refrigerante do reator para
repetir o ciclo.
O Sistema de Refrigeração do Reator (SRR) apresenta como função principal o
transporte de energia gerada no reator até os dois geradores de vapor, onde esta
energia é transferida ao Circuito Secundário.
A água de refrigeração do núcleo circula com uma vazão de 8.896,4 Kg/s.
As duas bombas de refrigeração são do tipo centrífuga, eixo vertical, velocidade
constante, movida por motor de indução trifásico (gaiola de esquilo), refrigerado a ar
(7,5 MW operando a temperatura ambiente e 5,6 MW operando com a água na
temperatura nominal de funcionamento). Os dois geradores de vapor propiciam a
transferência de energia térmica em direção às turbinas e ao gerador elétrico acionado
pelas mesmas.
A água de refrigeração entra pela parte inferior do núcleo do reator à temperatura de
287 °C e sai pela parte superior a 324 °C, com o reator a plena potência, sendo
mantida na condição de líquido sub-resfriado a uma pressão constante de 157 atm por
meio do pressurizador localizado em um dos circuitos de refrigeração do reator (Figura
68
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
41). No pressurizador está localizada a única região do circuito primário que contém
vapor e líquido saturado. Por meio da vaporização desse líquido, com aquecedores
elétricos, e da condensação do vapor se mantém automaticamente constante a
pressão do sistema de refrigeração do reator. Este sistema absorve os eventuais
surtos (contração e expansão da água de refrigeração provocadas por desequilíbrios
entre a potência do reator e a carga do grupo turbogerador).
Os geradores de vapor são instalados em uma cota superior à do reator, para
promover o resfriamento natural do núcleo no caso extremo de perda das duas
bombas, conforme ilustrado na Figura 34. O sistema de refrigeração é fechado e
separado dos circuitos de água e vapor do circuito secundário, constituindo, assim,
uma das barreiras contra a liberação de radioisótopos para o meio ambiente, o que
torna desnecessária a blindagem radiológica da turbina. O sistema permite otimizar as
condições químicas da água e dos materiais empregados nos sistemas dos circuitos
primário e secundário, minimizando a corrosão dos componentes e a contaminação
radioativa dos sistemas do circuito primário.
Ao SRR são associados diversos sistemas auxiliares:
a)
b)
c)
d)
e)
Sistema de Controle Químico e Volumétrico - SCQV;
Sistema de Proteção do Reator – SPR;
Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo - SREN;
Sistema de Remoção de Calor Residual - SRCR;
Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo - STRR.
Estes sistemas auxiliares são interligados a tubulação do Sistema de Refrigeração do
Reator.
2.2.11.1.1 Sistemas Auxiliares do Circuito Primário
Como funções secundárias do Circuito Primário, citam-se:
•
a remoção da energia gerada no combustível devido ao decaimento dos
produtos de fissão após o desligamento do reator;
•
o funcionamento como meio de transporte para o veneno solúvel;
•
o funcionamento como barreira de contenção dos produtos de fissão;
•
a melhoria da economia de nêutrons no reator atuando como refletor;
•
o funcionamento como moderador de nêutrons.
Para o desempenho destas funções o Circuito Primário conta com os sistemas
auxiliares descritos a seguir.
2.2.11.1.1.1
Sistema de Controle Químico e Volumétrico - SCQV
O sistema de Controle Químico e Volumétrico é projetado para fornecer os seguintes
serviços ao Sistema de Refrigeração do Reator:
69
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Manter o nível programado para o Pressurizador;
•
Manter fluxo de água de selagem para as BRRs;
•
Regular, no SRR:
o As características químicas (LiOH, Hidrazina, H2, N2, Zinco, cloretos, fluoretos,
oxigênio e outros);
o O nível de radioatividade (produtos de fissão e corrosão);
o A concentração de Boro (absorvedor solúvel de nêutrons);
o A reposição de água.
•
Enchimento, drenagem e testes de pressão do SRR.
2.2.11.1.1.2
Sistema de Proteção do Reator - SPR
O Sistema de Proteção do Reator tem como função principal proteger a integridade do
sistema primário e seus componentes, incluindo o elemento combustível, desligando o
reator e/ou promovendo a atuação dos dispositivos de segurança sempre que os
parâmetros monitorados atinjam os limites estabelecidos, evitando assim riscos
indevidos à saúde e segurança do público.
Especificamente, o Sistema de Proteção do Reator executa as seguintes funções:
•
interrupção da geração de potência nuclear através do desarme do reator;
•
estabilização da temperatura do refrigerante do reator, pressão e inventário,
através do desarme da turbina, isolação da água de alimentação principal e
isolação da linha de vapor principal, conforme apropriado;
•
disponibilidade da fonte fria do secundário através da partida automática das
bombas de água de alimentação auxiliar e operabilidade do sistema de desvio
de vapor para o condensador.
2.2.11.1.1.3
Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo – SREN
O Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo proporciona o resfriamento de
emergência do núcleo e aumenta sua margem de desligamento nos casos de
acidentes com perda de refrigerante do reator ou quebra da linha de vapor principal.
2.2.11.1.1.4
Sistema de Remoção de Calor Residual – SRCR
A função principal do Sistema de Remoção de Calor Residual é remover o calor
gerado no núcleo do reator, durante o resfriamento da unidade e a operação de
recarregamento do núcleo.
Além disto, o sistema perfaz as seguintes funções secundárias:
•
Circulação do refrigerante do reator, quando as BRRs estão desligadas;
70
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Controle da taxa de aquecimento do SRR, quando as BRRs são ligadas para
aquecer esse sistema, até que isto possa ser feito pelos geradores de vapor;
•
Operar durante uma injeção de segurança, injetando água do tanque de água
de recarregamento (TARE) no SRR, à baixa pressão, durante a fase de
injeção, e também nas fases de recirculação da perna fria e da perna quente;
•
Transferir água do TARE para a cavidade de recarregamento e vice-versa,
durante as operações de recarregamento.
2.2.11.1.1.5
Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo - STRR.
A função principal deste sistema é receber todo o rejeito radioativo (à exceção do
gasoso) gerado na operação da Usina, quer seja na forma líquida, sólida compressível
ou não, resinas ou outro material sem classificação que surja na manutenção da
unidade.
Após o recebimento do material radioativo, outra função do sistema é embalar esse
rejeito conforme sua natureza.
Para cada tipo de rejeito radioativo (à exceção do gasoso) há um tipo de embalagem
própria especialmente manufaturada e montada de modo a funcionar como blindagem
radiológica e resistir a impacto e outros fatores agressivos.
2.2.11.2 Gerador de Vapor
2.2.11.2.1 Geradores de Vapor Originais
Os geradores de vapor são trocadores de calor verticais, do tipo casco-tubos, com
feixe de tubos de troca térmica em “U”, soldados e expandidos ao espelho, equipado
com um separador integral de umidade. O refrigerante do reator entra por um bocal
situado na base hemisférica do gerador de vapor, flui através dos tubos em U
invertidos e sai em um segundo bocal também situado na base hemisférica.
A base hemisférica é dividida em câmara de entrada e câmara de saída, por meio de
uma placa de separação vertical que vai desde a tampa da base hemisférica até a
base de espelho. O vapor é gerado do lado da carcaça e flui para cima através dos
separadores de umidade ate o bocal de saída de vapor, no topo do vaso do gerador
de vapor. Os geradores de vapor são instalados acima dos vãos do reator. Este
arranjo assegura circulação natural para a remoção de calor residual. A estrutura dos
geradores de vapor e feita de aço carbono.
Angra 1, atualmente, opera com 2 (dois) geradores de vapor modelo D-3, fornecidos
pela Westinghouse e identificados como GV 1 e GV 2, com representação
esquemática e valores típicos de temperaturas ilustrados na Figura 42. Cada gerador
de vapor possui 4.674 tubos, fabricados com liga I-600 (Inconel), com diâmetro
externo de 19,05 mm e espessura de 1,092 mm. A superfície interna dos tubos (lado
do circuito primário) está exposta à água radioativa que é aquecida no reator nuclear.
71
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A superfície externa (lado do circuito secundário) fica em contato com a água que é
aquecida para produzir o vapor que vai movimentar a turbina e o gerador elétrico.
Placas suportes de aço carbono com espessura de 19 mm limitam o movimento dos
tubos, causado pelo escoamento do fluido. A altura do equipamento é de 20,6 m, com
diâmetros abaixo e acima do cone de transição, iguais a 3,4 m e 4,5 m
respectivamente.
Figura 42 – Esquema de Gerador de Vapor de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2005.
2.2.11.2.2 Novos Geradores de Vapor
Como descrito no Item 2.1.4.2, os geradores de vapor atuais, por necessidades
técnicas, estão sendo substituídos por dois novos geradores de características
similares aos anteriores.
72
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os novos geradores de vapor, fabricados pela empresa francesa Areva, em parceria
com a Nuclep, possuem tecnologia avançada. Aparentemente os equipamentos são
iguais aos originais, mas possuem capacidade 6,3% maior de transferência de calor.
A troca dos geradores de vapor, que envolve abertura da contenção, cortes de
tubulações, transporte interno e externo dos mesmos, além de todos os procedimentos
eletromecânicos e de descontaminação a serem adotados, se dará durante a parada
1P16 para troca de combustível e reparos gerais da Usina.
A descrição dos novos geradores de vapor, bem como do procedimento de troca dos
originais e a disposição destes no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor está
disponível em detalhes do processo n. 02001.008194/02 do Ibama, que trata do
licenciamento ambiental do referido Depósito.
2.2.11.3 Circuito Secundário
Durante a partida da Unidade, o Sistema de Condensado é um dos primeiros sistemas
a ser colocado em operação. Isto é feito com o objetivo de colocar o sistema
secundário dentro dos limites de controle, antes de se iniciar o aquecimento.
O sistema é, então, utilizado para estabelecimento de níveis e normalização das
condições químicas.
A função do sistema de condensado é transferir a água, proveniente da condensação
do vapor da exaustão das turbinas de baixa pressão e drenos diversos, para a sucção
das bombas principais de alimentação.
Antes de atingir o coletor de sucção das bombas de alimentação, o fluxo de
condensado passa por uma série de aquecedores, fazendo, assim, um aproveitamento
de calor de modo a melhorar o rendimento do ciclo.
Além da função principal, o sistema supre água para os seguintes pontos:
•
Spray da exaustão da turbina de baixa pressão;
•
Água de injeção para as sucções das bombas do tanque de drenos dos
aquecedores;
•
Água de selagem para as bombas de alimentação, bombas do tanque de
drenos dos aquecedores e para as próprias bombas de condensado;
•
Sistema de injeção de produtos químicos;
•
Amostragem do secundário (para ser analisada);
•
Sistema de processamento de purga dos geradores de vapor.
O sistema recebe fluidos dos seguintes pontos:
•
Sistema de injeção de produtos químicos;
73
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Água desmineralizada do tanque de água de alimentação auxiliar (entra no
condensador);
•
Descarga das bombas do tanque de drenos dos aquecedores (entra na
descarga das bombas de condensado, após o aquecedor 2).
O condensador da Unidade 1 é do tipo geminado (dois condensadores) conectados
individualmente a respectiva turbina de baixa pressão. Eles são interligados na parte
superior por uma abertura que permite o equilíbrio de pressões.
A água resultante da condensação do vapor cai nos poços quentes 1A e 1B. Os poços
são interligados por dois tubos de 61 cm de diâmetro e, desta forma, e feito o equilíbrio
de níveis entre os poços 1A e 1B.
O sistema de condensado possui três bombas, todas com as sucções conectadas ao
poço quente 1A, tendo ainda os suspiros para o condensador 1A de modo a evitar
entrada de ar nas bombas.
As bombas de condensado suprem diretamente a sucção das bombas de alimentação.
O sistema de condensado é considerado como a parte de baixa pressão do sistema
de alimentação. Como o sistema de condensado depende diretamente do sistema de
alimentação, qualquer variação de fluxo no segundo, variará também o do
condensado.
O nível no poço quente e controlado por três controladores de nível, um para o poço
quente 1A (LC 1427) outro para o poço quente 1B (LC 1430) e um terceiro que cobre
os dois poços (LS 1428 A e B).
O fluxo de condensado, conforme mostrado na Figura 43, passa inicialmente pelo
condensador de vapor de selagem, após o que passa por uma série de 5 aquecedores
de baixa pressão.
Na saída do aquecedor 2, o fluxo de condensado recebe a descarga das bombas do
tanque de drenos dos aquecedores e o fluxo combinado vai para o coletor de sucção
das bombas de alimentação.
Na Figura 43 apresenta-se o fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra
1.
74
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
221 oC
Figura 43 – Fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2008.
2.2.11.3.1 Turbogerador e Acessórios – TGD
A função da turbina é converter a energia térmica do vapor produzido pelos Geradores
de Vapor em energia mecânica no seu eixo e, por estar o gerador elétrico acoplado ao
eixo da turbina, transformar a energia mecânica em energia elétrica.
2.2.11.3.2 Sistemas Auxiliares do Circuito Secundário
Abaixo são descritos resumidamente os sistemas auxiliares do Circuito Secundário.
2.2.11.3.2.1
Sistema de Água de Alimentação Auxiliar – AAA
O sistema de Água de Alimentação Auxiliar tem como função principal suprir água aos
geradores de vapor para possibilitar a remoção de calor de decaimento do núcleo,
quando o Sistema de Condensado e Água de Alimentação não estiver disponível.
O sistema também supre água de alimentação para os GVs, durante a operação de
aquecimento e resfriamento da unidade, durante partida do reator, ou ainda quando a
Usina estiver sendo mantida na condição de parada quente. Nessas fases, dado ao
pequeno fluxo de água de alimentação requerido, é mais conveniente usar as bombas
de alimentação auxiliar do que as bombas principais.
75
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.2.11.3.2.2
Sistema de Vapor Principal - SVP
A função principal do Sistema de Vapor Principal é conduzir o vapor saturado, desde
os Geradores de Vapor, até a turbina. O sistema também supre vapor para os
seguintes pontos:
•
acionamento da Turbo-Bomba de água de alimentação auxiliar;
•
reaquecedores separadores de umidades;
•
selagem das turbinas de alta e baixa pressão.
O Sistema de Vapor Principal também proporciona um meio de remoção do calor
gerado no reator e fornece uma blindagem entre o líquido contaminado do primário e o
líquido não contaminado do secundário.
2.2.11.3.2.3
Sistema de Vapor Auxiliar - SVA
O sistema tem como função principal suprir vapor para aquecimento de diversos
pontos localizados na área controlada.
Como função secundária, supre vapor para o sistema de selagem da turbina durante a
partida ou parada da unidade.
2.2.11.3.2.4
Sistema de Condensado e Água de Alimentação – ACAA
Este sistema tem como função principal receber no poço quente, o condensado
proveniente do vapor de exaustão das turbinas de baixa pressão e de drenagens
diversas, transferindo-o para os geradores de vapor em duas etapas distintas.
A primeira etapa é feita pelas bombas de condensado, que succionam do poço quente
e descarregam na sucção das bombas de água de alimentação. A partir deste ponto
inicia-se a segunda etapa, feita por estas bombas, que descarregam nos geradores de
vapor.
Como funções secundárias, o sistema recebe o fluxo de descarga das bombas de
drenos dos aquecedores, que corresponde a 30% do fluxo de água de alimentação a
plena carga, e supre os seguintes pontos:
•
borrifo na exaustão das turbinas de baixa pressão;
•
selagem das bombas de água de alimentação;
•
resfriamento da selagem das bombas de drenos dos aquecedores;
•
sistema de solução de produtos químicos;
•
sistema de pressurização dos espelhos do condensador;
•
resfriadores do sistema de purga dos geradores de vapor;
•
selagem das bombas de condensado;
76
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
sistema de amostragem do secundário.
O Sistema de Controle de Nível dos Geradores de Vapor, tem como principal função,
manter um inventário de água em seu interior, baseado em um programa de nível que
ao longo da faixa operacional de 0 % a 100 % de potência, garantirá que a massa de
água total em seu interior não se altere significativamente.
2.2.11.3.2.5
Sistema de Controle da Turbina – SCT
O Sistema de Controle da Turbina é composto de duas partes principais. Uma parte
totalmente digital comandada por um computador Mód. III Level 1 baseado no controle
de Arquitetura distribuída WDPF (Westinghouse Distributed Process Family) e uma
segunda parte Eletro-hidráulica.
O conjunto recebe o nome de DEHC e tem como função principal controlar a
velocidade e a carga da turbina.
Estas operações são executadas pelo posicionamento adequado das válvulas de
vapor para as turbinas. As válvulas de reaquecido (interceptadoras e de bloqueio das
turbinas de baixa) e as de bloqueio da turbina de alta ficam normalmente abertas,
enquanto que as de controle (turbina de alta) são moduladas pelo DEHC.
2.2.11.3.2.6
Sistema de Extração de Vapor – SEV
O sistema tem as seguintes funções:
1. Aumentar a eficiência do ciclo secundário através do preaquecimento da água de
alimentação nos aquecedores de baixa e de alta pressão, pelo processo regenerativo,
bem como pelo superaquecimento do vapor que é enviado para as turbinas de baixa
pressão via reaquecedores/separadores de umidade (RSUs), para que o restante do
vapor continue a realizar trabalho nas demais rodas de palhetas, minimizando
esforços axiais e os processos de corrosão-erosão e erosão.
2. Reduzir a umidade do vapor após a sua expansão durante o trabalho em rodas de
palhetas das turbinas. Essa redução de umidade combinada com o processo de
superaquecimento através dos RSUs, também aumenta a eficiência do ciclo uma vez
que as gotículas de água causam frenagem na turbina ao se chocarem com a parte
traseira das palhetas.
2.2.11.3.2.7
Sistema de Purificação de Óleo da Turbina – SPOT
O Sistema de Purificação de Óleo da Turbina tem as seguintes funções:
•
Remover do óleo lubrificante água e partículas contaminantes, mantendo-o
limpo e preservando suas propriedades de lubrificação e selagem;
•
Acondicionar o óleo da turbina em tanques específicos;
•
Restabelecer o nível do reservatório de óleo da turbina, quando necessário.
77
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Reciclar o óleo coletado nos extratores do tanque de selagem do OSG (loop
seal) e do reservatório de óleo da turbina (ROT).
2.2.11.3.2.8
Sistema de Remoção de Gases do Condensador – RGC
Formação do vácuo inicial na caixa de vapor do condensador, durante a fase de
partida, assim como a remoção de ar e gases não condensáveis durante a operação
normal da Usina.
O sistema permite também a remoção de ar dos geradores de vapor, através de uma
interligação com o Sistema de Vapor Principal.
2.2.11.3.2.9
Sistema de Vapor de Selagem – SVS
Este sistema tem como função impedir a entrada de ar no interior das carcaças das
turbinas (evitando contaminação do condensado com O2 e perda de vácuo), bem
como evitar o escape de vapor para atmosfera ao longo das extremidades do rotor,
devendo cumprir essa função sem causar gradientes de temperatura na região dos
selos e da fixação dos mesmos.
Hoje o SVS também tem a função de fazer a selagem das válvulas de alívio dos
reaquecedores/separadores de umidade, com a unidade em baixa carga, até cerca de
10 % da potência nominal, enquanto a pressão da exaustão da turbina de alta estiver
negativa.
2.2.11.4 Sistema de Água de Circulação
O Sistema de Água de Circulação é constituído de dois subsistemas redundantes e
independentes com 100% de capacidade de refrigeração, cada um com uma bomba
centrífuga horizontal e um trocador de calor, havendo ainda uma bomba swing que
pode ser alinhada a qualquer um dos subsistemas.
Em operação normal, é necessário que apenas uma das bombas e um trocador de
calor estejam em serviço, com a bomba swing de reserva (back-up) alinhada para o
trem em operação.
Desta forma, o sistema consiste na tomada da água do mar na enseada de Itaorna,
após circular pelo trocador de calor para condensação do vapor exaurido na turbina, a
uma vazão de 40 m3/s, atravessa um túnel escavado na rocha com 1 km de extensão,
para descarga no Saco Piraquara de Fora, distante da tomada dágua o suficiente para
evitar a sua recirculação.
Na Figura 44, apresenta-se o desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do
Sistema de Dissipação de Calor da Unidade 1 da CNAAA.
78
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 44 – Desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do Sistema de Água de Circulação de Angra 1.
Fonte: FSAR, 2007.
79
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 45 apresenta-se o fluxograma esquemático do Sistema de Água de
Circulação de Angra 1.
Figura 45 – Fluxograma esquemático do Sistema de Água de Circulação de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2005.
A elevação de temperatura de projeto da água de circulação, ao atravessar o
condensador, é de 8 °C com a Usina à plena potência − temperaturas mínima de 17 °C
e máxima de 30 °C na tomada, e mínima de 22 °C e máxima de 38 °C na descarga.
Uma das grandes vantagens desse tipo de Usina é o fato do circuito primário, que
contém material radioativo, ser isolado do Sistema de Água de Circulação, que capta
água do mar, por duas barreiras, que são os feixes de tubos dos geradores de vapor e
dos condensadores. A água do mar circula no condensador sem contato com a água
do circuito secundário que, por sua vez, não entra em contato com refrigerante no
circuito primário. Isso impede a contaminação direta da água do mar pela água do
circuito primário, no caso de eventuais vazamentos nos tubos dos geradores de vapor.
2.2.11.4.1 Sistema Auxiliar do Sistema de Água de Circulação
2.2.11.4.1.1
Unidade de Cloração com Gerador de Hipoclorito – SEACLOR
®
- SCL
O sistema Seaclor® é um sistema de eletrocloração que permite a geração de
Hipoclorito de Sódio a partir de água do mar (captada em Itaorna) ou solução de
salmoura, no próprio local de uso.
A geração de solução de Hipoclorito de Sódio no local de utilização tem como principal
objetivo tornar mais seguro e econômico a utilização deste poderoso biocida e
desinfetante que é o Cloro.
Quando injetado nos circuitos de água (como no caso da Usina de Angra 1), a solução
de Hipoclorito permite uma eficiente proteção para os equipamentos e tubulações
contra o crescimento de incrustações marinhas.
80
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Contrariamente aos outros produtos clorados existentes no mercado, o Hipoclorito
gerado pelo equipamento Seaclor® não exige cuidados especiais com segurança no
transporte, manuseio e estocagem já que a concentração do produto e o próprio
sistema de dosagem não apresentam riscos aos operadores.
O processo baseia-se na eletrólise de cloreto de sódio (água do mar ou solução de
salmoura) que circula entre os eletrodos anódicos e catódicos do eletrolisador,
energizados por corrente contínua e nas reações químicas que ocorrem durante e
após a eletrólise.
2.2.11.5 Outros Sistemas Auxiliares de Angra 1
Dentre os demais sistemas auxiliares de Angra 1, destacam-se os seguintes:
2.2.11.5.1 Sistema de Abastecimento de Água Doce – AAD
O sistema tem a função de coletar a água bruta da natureza e processar a clarificação
da mesma, isto é, remover a matéria finamente dividida e em suspensão para fornecêla aos seguintes pontos:
•
Sistema de Água Potável (APO);
•
Sistema de Proteção Contra Incêndio (PCI);
•
Sistema de Tratamento de água (STA).
2.2.11.5.2 Sistema de Proteção Contra Incêndio - PCI
A função do sistema é desenvolver ações rápidas de detecção, alarme e extinção de
indesejáveis princípios de fogo que possam ocorrer em qualquer ponto da Usina,
visando com isso, evitar a propagação do incêndio e suas conseqüências danosas.
2.2.11.5.3 Sistema de Distribuição Elétrica da Usina – DEL
O Sistema de Distribuição Elétrica da Usina tem como função principal suprir energia
para os Sistemas Auxiliares da Usina, de modo a garantir a operabilidade dos
equipamentos, principalmente os de segurança, mantendo desta forma o alto grau de
confiabilidade e segurança exigidos em uma Usina Nucleoelétrica.
2.2.11.5.4 Sistema dos Geradores Diesel – GDD
A função dos GDDs é fornecer energia elétrica interna confiável aos barramentos
segurança (barras 1A3 e 1A4) para a operação dos dispositivos de segurança,
modo que seja possível levar e manter a unidade em uma condição segura
desligamento em consequência de um acidente básico de projeto, injeção
segurança e/ou perda de energia elétrica (Black-out).
de
de
de
de
2.2.11.5.5 Sistema de Monitoração de Radiação – SMR
O SMR é projetado para desenvolver as seguintes funções:
81
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
alertar quanto a um princípio de mau funcionamento na unidade que pode
redundar em conseqüências danosas para a Usina;
•
iniciar ação automática corretiva em caso de crescimento do nível de radiação
em pontos pré-estabelecidos, visando minimizar ou, até eliminar, as
consequências daquele crescimento anormal.
2.2.11.5.6 Sistema de Suprimentos de Gases – SSG
Suprir com os gases Nitrogênio, Hidrogênio e Oxigênio os diversos pontos de
consumo na Usina de Angra 1.
2.2.12 OS SISTEMAS DE SEGURANÇA DE ANGRA 1
Os Sistemas de Segurança de Angra 1 atuam em caso de acidentes e transitórios e
são apresentados no Capítulo XV do FSAR, versão 2007.
Os Sistemas Ativos são:
a) Sistema dos Geradores Diesel;
b) Sistema de Água de Alimentação Auxiliar;
c) Sistema de Remoção do Calor Residual;
d) Sistema de Proteção do Reator;
e) Sistema de Recirculação do Ar da Contenção.
f) Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo;
g) Sistema de Spray da Contenção;
a) Sistema dos Geradores Diesel
Os geradores diesel são usados exclusivamente para suprimento de potência em
emergência. Cada gerador diesel é capaz de partir automaticamente e
seqüencialmente alimentar as cargas de segurança, associados a cada barramento.
b) Sistema de Água de Alimentação Auxiliar
O Sistema de Água de Alimentação Auxiliar é projetado para prover um suprimento de
água de alimentação dos Geradores de Vapor possibilitando a remoção do calor de
decaimento do reator no caso de não se ter disponível o Sistema de Água de
Alimentação Principal. O sistema possibilita a parada completa da unidade sob a
condição de perda do Sistema de Água de Alimentação Principal pela manutenção de
inventário suficiente de água nos geradores de vapor até que se tenha o Sistema de
Refrigeração do Reator despressurizado a ponto de se poder utilizar o Sistema de
Remoção de Calor Residual.
82
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
c) Sistema de Remoção do Calor Residual
A função principal do Sistema de Remoção do Calor Residual é remover o calor
gerado pelo núcleo do reator e pelas bombas de refrigeração do reator, durante o
resfriamento da unidade e a operação de recarregamento do núcleo.
d) Sistema de Proteção do Reator;
O Sistema de Proteção do Reator monitora parâmetros selecionados da Usina de
Angra 1, determina se os limites de segurança pré-determinados estão ou não sendo
excedidos e, se estiverem, transforma os sinais em matrizes lógicas sensíveis às
combinações indicativas de ruptura das fronteiras do sistema primário ou secundário
(falhas Classe III ou IV). Uma vez completa a combinação lógica requerida, o sistema
envia sinais de atuação aos componentes de segurança que agrega as funções que
melhor atendem às exigências do acidente.
e) Sistema de Recirculação do Ar da Contenção
O Sistema de Recirculação do Ar da Contenção mantém a atmosfera de contenção
abaixo da pressão e temperatura de projeto transferindo o calor presente na
contenção para o Sistema de Refrigeração de Componentes. É projetado para reduzir
a fuga da atividade aerotransportada da contenção após um acidente de perda do
refrigerante e quebra da linha principal de vapor.
f) Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo
O sistema de refrigeração de emergência do núcleo proporciona o resfriamento de
emergência do núcleo e aumenta sua margem de desligamento nos casos de
acidentes com perda de refrigerante do reator ou quebra linha de principal de vapor.
g) Sistema de Spray da Contenção;
O sistema de spray da contenção tem como função principal limitar a pressão no
interior da contenção, no caso de um acidente de perda de refrigerante, queda de linha
de água de alimentação principal. Isto é conseguido através do borrifamento de água
no interior da contenção acarretando o resfriamento da atmosfera ambiente e a
conseqüente redução de pressão.
Somente os acumuladores que fazem parte do Sistema de Refrigeração de
Emergência do Núcleo são componentes passivos.
Os acumuladores são vasos de pressão cheios com água borada e pressurizados com
gás nitrogênio. Durante a operação normal da Usina cada acumulador é isolado do
Sistema de Resfriamento do Reator por duas válvulas de retenção dispostas em série.
No caso da pressão do Sistema de Resfriamento do Reator cair abaixo da pressão do
acumulador, as válvulas de retenção abrem a água borada é injetada no Sistema de
Resfriamento do Reator. A operação mecânica das válvulas de retenção é a única
ação requerida para abrir o sistema de injeção dos acumuladores para o núcleo via
“perna-fria”.
83
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os acumuladores são dispositivos de segurança passivos porque gás força a injeção;
nenhuma fonte externa de energia ou transmissão de sinal é necessária para se obter,
de forma rápida, uma grande vazão em caso de necessidade. Os acumuladores são
ligados a cada uma das pernas-frias do Sistema de Resfriamento do Reator.
2.2.13 ASPECTOS RELATIVOS A FATORES HUMANOS
As interações humanas provocam mais ou menos erros, conforme o tipo de sistema
operado, que podem conduzir a variados tipos de acidentes. Estatísticas das mais
diversas indicam que, na aviação, em 60 a 87% dos casos as quedas de aparelhos
são causadas por erro humano; na indústria química entre 80 e 90% dos incidentes
envolvem o elemento humano e na indústria nuclear a contribuição do erro humano
para a falha de sistemas durante a seqüência do acidente é de 50 a 85%, de acordo
com o WASH-1400 (NUREG-75/014, OCT/75).
Além de todos os princípios de segurança aplicados às Usinas nucleares, citados no
item 2.2.12 as mesmas são projetadas e construídas levando-se em conta os aspectos
da interface homem-máquina, para minimizar a ocorrência de incidentes ou acidentes
provocados por erros humanos.
O FSAR de Angra 1 dedica um capítulo inteiro para fatores humanos. Este capítulo,
que leva o número 13, descreve e demonstra que a Sala de Controle Principal, a Sala
de Controle de Emergência e diversos outros painéis locais atendem aos princípios de
habitabilidade, condições ambientais adequadas, ergonomia e segurança operacional,
com vistas à minimização de erros humanos e redução de ações equivocadas por
parte dos operadores da Usina.
A operação de Angra 1 é conduzida por uma equipe técnica diversificada, constando
de: supervisor e encarregado de turno licenciados como operador sênior de reator
(OSR); operadores de painel licenciados como operador de reator (OR); operadores
de campo; supervisores de proteção radiológica licenciados; técnicos de proteção
radiológica; químicos e radioquímicos; encarregados da manutenção mecânica,
elétrica, e de instrumentação e controle; mecânicos, eletricistas e instrumentistas;
além da equipe de suporte técnico e administrativa. (comprovar no documento da
proteção radiológica).
Como condição fundamental para garantir a segurança operacional e um elevado fator
de disponibilidade da Usina, todos esses técnicos são submetidos a prolongados
cursos gerais e específicos, administrados e conduzidos por especialistas nas
instalações do Centro de Treinamento Avançado com Simulador (CTAS), situado na
Vila Residencial de Mambucaba, durando em média de dois a três anos.
Adicionalmente, os gerentes e operadores de Angra 1 a serem licenciados como
operador sênior de reator e operador de reator, as equipes de comissionamento e
suporte técnico da Usina, bem como diversos especialistas da CNEN e de outras
84
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
entidades nacionais que desenvolvem atividades em diversas áreas relacionadas com
instalações nucleares, vão passar por treinamento altamente qualificado − ministrado
no idioma nacional e com inteira flexibilidade de cronogramas e condições técnicas −
em um simulador integral específico desta Usina (full-scope simulator, em inglês),
instalado no CTAS desde maio de 1985. Esse simulador, que é uma réplica da sala de
controle de Angra 1, contém praticamente toda a instrumentação da Usina, podendo
reproduzir o mesmo comportamento dinâmico observado na operação normal,
anormal e emergencial da mesma.
O treinamento do pessoal técnico licenciável, operadores sênior de reator, operadores
de reator e supervisores de proteção radiológica, inclui também o denominado
treinamento-em-serviço (on-the-job-training) em Usinas semelhantes de outros países,
caso dos gerentes e operadores, e em Angra 1, caso dos supervisores de proteção
radiológica.
O treinamento em simulador está consagrado como a ferramenta mais eficaz e
econômica para o desenvolvimento e manutenção da competência da equipe da Usina
a ser licenciada como OSR e OR. Isso porque fatores econômicos e de segurança
tornam impraticável a realização de manobras freqüentes em uma Usina nuclear, tais
como partida, parada e variações de carga, como também o treinamento em
condições de mau-funcionamento, anormais e de acidente. O instrutor do simulador
conta com a facilidade de poder simular, além da operação de partida e parada
normal, uma série de condições de mau-funcionamento anormais e de emergência da
Usina, e até condições de acidentes severos. O treinamento é ministrado para grupos
de quatro pessoas em regime de turno rotativo, de forma a simular a atuação da
equipe da sala de controle − supervisor e encarregado de turno e dois operadores de
painel − visando a sua familiarização com o comportamento da Usina nas diversas
situações operacionais. As condições que simulam os mais variados tipos de eventos
são introduzidas durante o funcionamento da Usina, sem que o operador tome
conhecimento prévio das mesmas.
O simulador em questão tem sido ainda usado para treinamento de pessoal de
operação e gerência de Usinas da Alemanha, Suíça, Espanha e Argentina com o
mesmo tipo de reator, sob a orientação e controle dos próprios instrutores da
Eletronuclear, que vêm acompanhando a vida do mesmo desde a sua fase de projeto
e fabricação, na França. Portanto esses instrutores brasileiros, ministrando cursos de
treinamento para pessoal licenciável e de suporte técnico de outros países,
desenvolveram maior nível de competência e alto grau de especialização,
beneficiando-se da experiência internacional desses treinandos. Essa considerável
experiência adquirida será extremamente benéfica para o treinamento dos gerenteschave, operadores e especialistas de Angra 1.
A operação das Usinas nucleares obedece a rígidos procedimentos escritos, revisados
e aprovados periodicamente, no sentido de minimizar as falhas humanas. São
procedimentos administrativos, de operação normal, de operação anormal, de
85
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
emergência, de testes, de manutenção, de proteção radiológica, de controle e garantia
da qualidade, de proteção física, e outros.
Assim, é importante salientar que, sendo um simulador específico para Angra 1, todos
os procedimentos operacionais da Usina poderão ser testados e validados na
seqüência correta, através do mesmo, o que contribuirá para reduzir possíveis erros
humanos operacionais por deficiências dos próprios procedimentos.
O simulador é, também, um excelente instrumento para a análise e avaliação das
árvores de eventos utilizadas para estudos de avaliação probabilística de segurança. A
presença do simulador próximo ao local onde se encontra a Usina facilita
enormemente no caso de análise de eventos operacionais, contribuindo para a
experiência operacional de Angra 1 e para a minimização da ocorrência de acidentes
provocados por erros humanos.
Dentre as equipes técnicas a serem submetidas a cursos de treinamento, somente os
operadores sênior de reator, os operadores de reator e os supervisores de proteção
radiológica serão licenciados pela CNEN. Estes deverão satisfazer os requisitos das
normas CNEN-NE 1.01 - “Licenciamento de Operadores de Reatores Nucleares”,
CNEN-NE 1.06 - “Requisitos de Saúde para Operadores de Reatores Nucleares” e
CNEN-NE 3.03 - “Certificação da Qualificação de Supervisores de Radioproteção”.
Os exames escritos e prático-orais, conduzidos pela CNEN, são realizados nas
instalações do CTAS e na própria Usina. Uma vez aprovado, o pessoal licenciável
receberá a licença de Operador de Reator e licença de Operador Sênior de Reator,
com validade de dois anos.
Os operadores sênior de reator e operadores de reator são retreinados
obrigatoriamente a cada período de dois anos, sendo que o retreinamento no
simulador será anual, ocasião em que são simuladas as condições de operação
anormais, incidentais e acidentais, de modo a mantê-los ativos no conhecimento e na
resposta a essas circunstâncias e capazes de gerenciar bem as situações de
emergência da Usina.
2.3
EXPERIÊNCIAS OPERACIONAIS
A comunidade internacional, desde o inicio do desenvolvimento da tecnologia de
Usinas nucleares, estabeleceu principio e compromissos em relação à indústria
nuclear, quanto aos aspectos da segurança nuclear, através de organismos
internacionais ou de associações privadas de empresas operadoras de Usinas
nucleares.
A Usina de Angra 1 já foi objeto de missões do Operational Safety Advisory Review
Team (OSART). O grupo composto de vários técnicos de diferentes países, que
trabalharam aproximadamente durante três semanas com o objetivo de avaliar as
pratica de operação da Usina. No final da missão, é apresentado um relatório
86
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
contendo conclusões e recomendações, que visam melhorar a segurança operacional
da instalação. Esse tipo de missão é realizado a pedido do país que possui e se
interessa pela segurança de suas Usinas nucleares.
Como a equipe compõe-se de técnicos de diversos países que possuem Usinas
nucleares, o trabalho dessa missão representa, portanto, uma contribuição da
experiência internacional aplicada na avaliação e análise da instalação visitada. Em
geral, a IAEA executa anualmente, em média, entre cinco a seis missões deste tipo
em diferentes países que operam Usinas nucleares.
No âmbito das organizações privadas, Angra 1 recebeu missões da World Association
of Nuclear Operators (WANO) e do Institute of Nuclear Power Operations (INPO), dos
quais era associada, a filiação a esses organizações foi transferida para Eletronuclear.
Estas organizações desenvolvem programas para melhorar o nível de segurança
operacional de Usinas nucleares e prestam assistência técnica, quando solicitadas.
Alem dessas cooperações, o Brasil é signatário de outras convenções da IAEA sobre
energia nuclear. Todos esses tratados visam assegurar compromissos internacionais
da comunidade nuclear sobre a disseminação de informações de interesse comum,
com o objeto de que seja alcançado um elevado nível de segurança das Usinas
nucleares, de forma a preservar os seres humanos e o meio ambiente das
conseqüências de acidentes nucleares, se estes vierem a ocorrer.
Quanto ao aspecto universal dos dispositivos de cultura de segurança, preconiza-se
que em todos os tipos de atividade, tanto para organizações como para indivíduos, em
todos os níveis, a atenção para a segurança envolve muitos elementos, tais como:
consciência individual de segurança, conhecimento e competência, motivação,
supervisão, responsabilidade, etc. A cultura de segurança apresenta dois
componentes gerais, quais sejam, uma estrutura bem organizada, que é
responsabilidade da hierarquia gerencial, e a atitude da equipe para responder a
estrutura e se beneficiar da mesma.
São três os objetivos principais de segurança aplicáveis a uma Usina nuclear. O
primeiro de caráter genérico e os outros dois complementares na interpretação
daquele de natureza genérica, que tratam respectivamente da proteção contra os
efeitos da radiação e os aspectos de segurança:
9 Objetivo Geral de Segurança Nuclear: proteger pessoas, sociedade e meio
ambiente pela implantação e manutenção na Usina nuclear de mecanismos de
defesa contra riscos de acidente radiológicos.
9 Objetivo da Proteção Radiológica: assegurar que as doses dos trabalhadores e
indivíduos do publico estarão dentro dos limites estabelecidos e serão tão
baixas quanto razoavelmente exeqüível, levando-se em consideração os
fatores sociais e econômicos.
87
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
9 Objetivo Técnico da Segurança
o Prevenir, com alto grau de confiabilidade, a ocorrência de acidentes na Usina
nuclear; assegurar que todos os acidentes considerados no projeto da Usina,
mesmo aqueles com baixa probabilidade de ocorrência mas com
conseqüências radiológicas, caos existam, serão minimizados; e assegurar
que os acidentes severos, com sérias conseqüências radiológicas, terão
possibilidades extremamente baixas de ocorrência; e
o A prevenção de acidentes deve ser a preocupação maior de projetistas e
operadores da Usina nuclear. Ela é conseguida pela utilização de estruturas,
componentes, sistemas e procedimentos confiáveis na Usina, opera por
pessoal que tenha desenvolvido uma forte cultura de segurança.
Após o acidente de Chernobyl, Angra 1 adotou a cultura de segurança no mesmo ano.
2.4
REFERÊNCIAS
SEMELHANTES
DA
EXPERIÊNCIA
OPERACIONAL
EM
USINAS
2.4.1 FONTES GENÉRICAS
Primeiramente foi realizada uma pesquisa em vários estudos de APS, principalmente
os de Usinas do tipo PWR. O documento NUREG/CR-3862 /08/ foi utilizado para se
pesquisar a experiência operacional de Usinas PWR. Este documento contém a
avaliação de eventos ocorridos em 50 Usinas PWR durante 417,8 Usina-ano, no
período de 1964 a 1983. A pesquisa sobre a experiência operacional foi suplementada
com a inclusão de resultados verificados em diversos estudos de APS para PWRs,
publicados e analisados no estudo de APS da Usina de referência /09/.
2.4.2 REGISTROS OPERACIONAIS DE ANGRA 1
Os dados do histórico operacional levados em consideração neste estudo se referem a
todo o período de operação de Angra 1, desde que foi liberada para operação
comercial (01 de janeiro de 1985), até dezembro de 1999, perfazendo 15 anos de
operação comercial.
Foi realizada a revisão do histórico operacional de todos os desarmes de reator, após
a concessão da licença para operação comercial (01.01.85), com a Usina crítica ou em
potência, foram analisados. Para a classificação em cada uma das categorias do
NUREG/CR-3862/08/, foram considerados apenas os eventos ocorridos com a Usina
em potência.
88
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2.4.3 COMPARAÇÃO ENTRE A USINA DE ANGRA 1 E USINAS SIMILARES
Os registros de operação de outras plantas similares foram revistos e categorizados
em adição àqueles de Angra 1. Isto foi feito para aumentar os dados de amostragem e
para verificar o desempenho de Angra 1 em comparação ao de outras Usinas
similares, a fim de realçar os eventos iniciadores que são únicos para Angra 1, ou
auxiliar na análise de eventos iniciadores importantes não identificados, que poderiam
ocorrer em Angra 1. As Usinas selecionadas como referência são todas do tipo PWR
de 2 loops.
A extensão da vida útil das Usinas da CNAAA é estratégica, uma vez que com o
amadurecimento da indústria nuclear, vem ocorrendo uma progressiva melhoria de
índices de desempenho e segurança do parque nuclear em operação, fazendo com
que estas se tornem vantajosamente competitivas, em relação às outras alternativas
de geração de energia.
O parque nuclear americano, por exemplo, com mais de 100 Usinas, que na década
de 70 apresentava um fator de capacidade médio ao redor de 70%, vem melhorando
progressivamente, apresentando um fator de capacidade médio acima de 90% em
2000 e 2001. Na CNAAA, a Usina de Angra 1 apresenta fatores de capacidade em
torno de 80% desde 1996, com Angra 2 operando com 91% de capacidade no seu
primeiro ano de operação.
3
PROJETOS CO-LOCALIZADOS
Os projetos co-localizados junto a Usina de Angra 1 são aqueles existentes no sítio da
CNAAA, ou seja, a Usina de Angra 2, já implantada, os Depósitos 1, 2 e 3 do Centro
de Gerenciamento de Rejeitos e o Depósito Inicial dos Geradores de Vapor de Angra
1, assim como a Usina de Angra 3 atualmente em fase de licenciamento ambiental.
Há ainda um estudo para eventual localização do Depósito Definitivo para rejeitos de
baixa e média atividades, também no sítio da CNAAA.
4
4.1
ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA
A definição da abrangência das áreas de influência direta e indireta do
empreendimento, já instalado e em operação, baseou-se nos dois EIAs/RIMAs
desenvolvidos para a CNAAA: os de Angra 2 e Angra 3, nos quais foram elaborados
amplos diagnósticos, a partir de dados primários e secundários, e do histórico de
ocupação das áreas adjacentes à CNAAA.
89
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os mapas com a localização das Áreas de Influência Direta e Indireta dos meios
biótico, físico e socioeconômico estão apresentados nos Apêndices III, IV e V, nos
itens 13.3 a 13.5, respectivamente.
As análises desenvolvidas nestes estudos de impacto mostram-se coerentes com o
alcance dos impactos diretos e indiretos relevantes da operação de Angra 1.
As Áreas de Influências do Meio Biótico foram delimitadas conforme as
especificidades dos ambientes terrestre e aquático.
Para os organismos aquáticos, os estudos realizados até o momento evidenciam o
Saco Piraquara de Fora como o principal sistema submetido ao impacto do
lançamento da água de refrigeração, através do efeito do fluxo do descarte, do
gradiente de temperatura e da presença de cloro. Desta forma, considera-se como
AID, para o meio biótico aquático, o Saco Piraquara de Fora, incluindo os
compartimentos pelágicos (hidrologia e plâncton) e bentônicos (sedimento e bentos).
Para os organismos terrestres, o estudo considera as áreas próximas a CNAAA,
inclusive a área de segurança adjacente a Usina, até uma distância de 5 km do
entorno da Unidade 1.
A delimitação da Área de Influência Indireta, para o meio biótico terrestre considera um
raio de 15 km a partir do centro de Angra 1, região a ser potencialmente afetada pela
alteração de comportamento e distribuição das comunidades naturais, decorrentes das
atividades do empreendimento no mar e na terra. Para o ambiente aquático foi
considerada a enseada de Itaorna, não só como referência das condições ambientais
sem o efeito do descarte, mas também pela proximidade e troca potencial com a AID.
Para o ambiente terrestre, foram considerados os ecossistemas representativos da
área além dos 5 km do entorno da CNAAA tais como: ilhas da baía de Ilha Grande,
manguezal, restinga, rios e matas, naturalmente ocupados pela fauna e flora locais.
Para o Meio Físico, a Área de Influência Direta abrange um raio de 15 km a partir do
centro do reator de Angra 1 e a Área de Influência Indireta, 50 km. Cumpre destacar
que os estudos do meio físico estenderam-se ate as cabeceiras das bacias
hidrográficas, cortadas pelo raio imaginário de 15 km. Os estudos de oceanografia se
restringiram ao Saco Piraquara de Fora, local de lançamento de água de refrigeração
da CNAAA, em Itaorna.
A Área de Influência Direta para o meio socioeconômico foi definida com raios de 5 km
e 15 km. Sendo que o raio de 5 km, a partir do reator de Angra 1, abrange a localidade
do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área do entorno da
CNAAA, no distrito de Cunhambebe. A Vila Residencial de Praia Brava (vila dos
funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas e
distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis. Para o raio de 15 km abrange os
distritos de: Cunhambebe, Mambucaba e o Distrito Sede de Angra dos Reis, no
município de Angra dos Reis; Tarituba, no município de Parati.
90
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A Área de Influência Indireta, 50 km, abrange parcialmente ou totalmente uma área de
14 municípios: Ubatuba, Cunha, Lorena, Silveiras, Areias, São José do Barreiro,
Arapeí e Bananal, integrantes da mesorregião Vale do Paraíba Paulista, no estado de
São Paulo.No estado do Rio de Janeiro compreendeu os municípios de Parati, Angra
dos Reis, Rio Claro, Barra Mansa e Resende, pertencentes a mesorregião Sul
Fluminense. Alem do município de Mangaratiba, na região metropolitana do Rio de
Janeiro.
4.2
INFLUÊNCIA DA OPERAÇÃO DA USINA SOBRE OS MEIOS FÍSICO,
BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO
Durante a operação de Angra 1 algumas informações relevantes relacionadas aos
meios físico, biótico e socioeconômico sofrem influências. Essas influências podem ser
positivas ou negativas, para isso, são definidos critérios de avaliação com a finalidade
de minimizar ou mitigar. A Tabela 16 apresenta uma síntese dessas influências
identificadas durante a operação de Angra 1.
91
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 16 – Síntese da avaliação das influências devidas à operação de Angra 1
MEIO FÍSICO
SISTEMAS E AÇÕES
ESTRUTURA/
PROCESSO
AFETADO
INFLUÊNCIA
INDICADORES
CARACTERIZAÇÃO
Ecossistema Aquático
de Piraquara
Mudança dos padrões
de circulação e
aumento da
temperatura no Saco
Piraquara, alterações
nas concentrações de
amônia, hipoclorito de
sódio, hidrazina, ácido
sulfúrico, e sulfato
ferroso
Alteração na circulação e
temperatura do Saco
Piraquara de Fora
Permanente, reversível,
intensidade média e local.
Ecossistema Aquático
de Itaorna
Alterações nas
concentrações de
hidrazina, nalco, zinco
e fosfato na enseada
de Itaorna, lançamento
de esgoto sanitário e
água triciada
Alteração dos parâmetros
físico-químicos, alteração
da qualidade da água
Permanente, reversível,
intensidade baixa e local
(considerando concentrações
dentro dos limites legais).
Lançamento de
efluentes líquidos com
radionuclídeos
Ecossistema Aquático
de Piraquara
Alteração na
concentração
radiológica do meio
(Co60, Cs134, Cs137, I131
e Sr90 e o H3)
consequência de dose
pelas vias de
exposição
Alteração na
concentração radiológica
do meio
Intensidade baixa (considerando
emissão dentro dos limites legais),
local
Deposição seca e
úmida na água
Ecossistema Aquático
de Piraquara
Emissão de
radionuclídeos
Qualidade do ar
Alteração na
concentração
radiológica do meio,
consequência de dose
pelas vias de
exposição
Alteração na
concentração radiológica
do meio
EVENTO CAUSADOR
DA INFLUÊNCIA
Lançamento de
efluentes líquidos
convencionais
Sistema de
refrigeração
Emissões
Atmosféricas com
Radionuclídeos
Intensidade baixa (considerando
emissão dentro dos limites legais),
local
92
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
MEIO FÍSICO
SISTEMAS E AÇÕES
EVENTO CAUSADOR
DA INFLUÊNCIA
Emissões
Atmosféricas
Convencionais
Emissão de gases e
particulados de
combustão
ESTRUTURA/
PROCESSO
AFETADO
INFLUÊNCIA
INDICADORES
CARACTERIZAÇÃO
Qualidade do Ar
Aumento na
concentração de
carbono e enxofre no
ar
Alteração da qualidade
físico-química do ar
Permanente, reversível, Itensidade
baixa (considerando emissão
dentro dos limites legais), local
INDICADORES
CARACTERIZAÇÃO
Alterações na
temperatura e nos
parâmetros físicoquímicos
Negativo, Direto, Local,
Intensidade Mínima, Permanente
MEIO BIÓTICO
SISTEMAS E AÇÕES
EVENTO CAUSADOR
DA INFLUÊNCIA
ESTRUTURA/
PROCESSO
IMPACTADO
INFLUÊNCIA
Lançamento de
Efluentes Líquidos
Convencionais
Refrigeração e
Sistemas Auxiliares
Piraquara: Hipoclorito
de sódio, sulfato de
sódio, cloreto de
sódio, hidrazina,
amônia, sulfato
ferroso, óleos, boro
Ecossistema Aquático
de Piraquara e Itaorna
Aumento da
temperatura da água
Itaorna: Hidrazina,
Nalco, Zinco, fosfato,
boro, efluentes de
tratamento de esgotos
sanitários
Lançamento de
Efluentes Líquidos
contendo
Radionuclídeos
Emissões
Atmosféricas com
Deposição seca e
úmida no solo
Ecossistema Terrestre
Alterações na
concentração
Alterações nas
comunidades
planctônicas e bentônicas
Negativo, Direto, Local,
Intensidade Baixa, Permanente
Radiometria da Biota
Negativo, Direto, Local,
Intensidade Baixa, Permanente
93
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
MEIO FÍSICO
SISTEMAS E AÇÕES
Radionuclídeos
EVENTO CAUSADOR
DA INFLUÊNCIA
Deposição seca e
úmida do
radionuclídeo no solo
e arraste para corpos
aquáticos
ESTRUTURA/
PROCESSO
AFETADO
INFLUÊNCIA
INDICADORES
CARACTERIZAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO
radiológica do meio
Ecossistemas
Aquáticos
MEIO SOCIOECONÔMICO
SISTEMAS E AÇÕES
ESTRUTURA/
PROCESSO
IMPACTADO
INFLUÊNCIA
INDICADORES
Atividades
Econômicas
Efeitos Diretos,
Indiretos e
Induzidos
Nível geral de
emprego, local e
regional,
Positivo, Direto, Regional e
Local, Permanente, Intensidade
Alta
Desenvolvimento
Tecnológico
Consolidação e
Aperfeiçoamento da
Capacidade
Tecnológica
Fixação e
Desenvolvimento de
Quadros Profissionais
de Alta Qualificação
Positivo, Direto, Regional e
Local, Permanente, Intensidade
Alta
Setor Público
Aumento da
Arrecadação
Tributária
Arrecadação fiscal
Positivo, Direto, Regional e
Local, Permanente, Intensidade
Alta
Sistemas de
Contenção e
Proteção
Percepção do Risco
à Saúde Humana
Qualidade de Vida
Regional
Opinião Pública sobre
Risco Presuntivo
Negativo, Direto, Regional,
Permanente, Intensidade Baixa
Liberação de
Efluentes
Radiológicos
Alteração da
concentração
radiológica do meio
ambiente
Qualidade de Vida
Local
Alteração da
concentração
radiológica do meio
ambiente
Direto, Local, Intensidade Baixa
(liberações dentro dos limites
legais)
EVENTO CAUSADOR
DA INFLUÊNCIA
Geração de Energia
Nucleo-Elétrica
Operação da Usina
94
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
4.3
ÁREAS DE VALOR ARQUEOLÓGICO, ESPELEOLÓGICO, HISTÓRICO E
CULTURAL
A construção de Angra 1 foi realizada na década de 1970, não tendo contado com os
estudos ambientais posteriormente definidos pela Resolução CONAMA 01/1986. Por
esta mesma razão, também não contou com os estudos ligados ao Patrimônio
Arqueológico, Histórico e Cultural, embora suas leis de proteção remontem à década
de 19301.
Dentro deste contexto, apresenta-se aqui uma análise da documentação disponível
(relatórios arqueológicos, bibliografia científica, material em multimídia, cartografia,
internet) a partir do que foram realizadas análises do patrimônio envolvido.
4.3.1 HISTÓRICO DAS PESQUISAS
As primeiras pesquisas arqueológicas na região do litoral sul fluminense (que integra
Angra dos Reis, onde Angra 1 foi implantada) ocorreram ainda no final da década de
1920, quando naturalistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro registraram em Parati
o sítio Sambaqui do Forte (Oliveira, 2006). Todavia, foi no final da década de 1960 que
as pesquisas na região foram intensificadas e desenvolvidas de forma sistemática,
resultando no registro de novos sítios para a região (Beltrão & Kneip, 1969; Mendonça
de Souza, 1977; 1981).
A partir de então os estudos começam a se intensificar, incluindo escavações de sítios
e/ou levantamentos mais detalhados de algumas áreas (Lima, 1987, 1991, 1995;
Kneip & Oliveira, 2005), além de estudos arqueológicos na Ilha Grande (Tenório, 1992,
1995, 2003).
O conjunto de trabalhos acima citado é resultado de programas acadêmicos de
pesquisa. A eles se somam, a partir da década de 1990, estudos desenvolvidos dentro
do âmbito do licenciamento ambiental das Unidades 2 e 3 da CNAAA, que desde
então produziram (e ainda produzem) uma vasta bibliografia científica (Oliveira &
Ayrosa, 1991; Oliveira & Funari, 2005; Funari & Oliveira, 2005; Oliveira, Funari &
Medeiros Maria, 2008). Destacam-se aqui, inclusive, a produção de teses de
doutoramento e dissertações de mestrado (Oliveira, 2002; Carvalho, 2009; Lima,
2008).
Estas pesquisas resultaram em dezenas de sítios arqueológicos e históricos
cadastrados e pesquisados no litoral sul fluminense e, em particular, nos municípios
de Angra dos Reis e Parati. Assim, embora a área específica de implantação de Angra
1
Lei Decreto-Lei n. 25, de 30/11/1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. E Lei n.
3.924, de 26/07/1961, que proíbe a destruição ou mutilação, para qualquer fim, da totalidade ou parte das jazidas
arqueológicas, o que é considerado crime contra o patrimônio nacional.
95
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
1 (objeto de análise deste PCA) não tenha sido contemplada por pesquisas
arqueológicas preventivas anteriores às obras, os dados disponíveis na bibliografia
fornecem um cenário consistente para as análises patrimoniais que concluem o
presente texto, em especial, certamente, as pesquisas realizadas para os estudos de
licencimento ambiental das Usinas de Angra 2 e Angra 3, uma vez que constituem
áreas imediatamente contíguas a Angra 1.
4.3.2 O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO/HISTÓRICO NA REGIÃO DE ENTORNO
DE ANGRA 1
Pesquisas arqueológicas desenvolvidas por conta do licenciamento ambiental da
Usina de Angra 2 indicaram a presença positiva de 20 sítios arqueológicos na região,
tanto relacionados ao período pré-colonial quanto ao período histórico. Estes sítios se
localizam no Saco Piraquara de Fora, que corresponde à praia contígua a leste
daquela onde foram implantadas as Usinas Angra 1 e 2, compreendendo:
•
4 sítios pré-coloniais: sambaqui do Velho, Polidor Amolador A, Polidor
Amolador B e Polidor Amolador C;
•
16 sítios/estruturas históricas, compreendendo: ruínas relacionadas a uma
edificação do século XVIII, provavelmente da fortificação de Piraquara;
edificação do século XIX; e 14 estruturas de pedra (Oliveira & Funari, 2005).
O estudo destes sítios vem sendo desenvolvido desde 2004 até os dias atuais, sob
coordenação da arqueóloga Dra. Nanci de Oliveira, da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro - UERJ.
O sambaqui do Velho, apresentava-se bastante impactado, e as pesquisas
arqueológicas realizadas tiveram como objetivo a prospecção e salvamento do sítio, e
posteriormente, a Eletronuclear constituiu um sítio-Museu, cujo projeto arquitetônico foi
aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.
O sítio mostrou-se raso, alcançando 90 cm de profundidade, contendo uma matriz de
conchas fragmentadas e inteiras entremeada por fauna malacológica, ossos de
vertebrados incluindo mamíferos, aves e peixes, uma indústria lítica pouco
diversificada (lascas de quartzo e diabásio, bem como seixos inteiros), uma indústria
óssea formada por pontas, furadores, agulhas e adereços, bem como um
sepultamento humano. Raros fragmentos cerâmicos foram coletados na camada
superficial (Oliveira & Funari, 2005).
Os sítios denominados respectivamente por Polidor Amolador A, Polidor Amolador B e
Polidor Amolador C, constituem blocos rochosos fixos de dimensões variáveis, sobre
os quais ocorrem sulcos como resultado do uso da pedra para polimento de artefatos.
Conforme será analisado adiante, ocorrem destes sítios no município de Angra dos
Reis, em especial na Ilha Grande (Tenório, 2003). A literatura denomina estes
vestígios também como “oficinas líticas”.
96
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na parte continental ocorrem outros destes sítios cadastrados (Gaspar & Tenório,
2000), apontando uma intensa produção e uso de artefatos polidos pelos grupos
indígenas locais. Considerando que artefatos polidos podem ter sido utilizados por
diferentes ocupações indígenas que se desenvolveram na região, ao longo do tempo
(incluindo os grupos sambaquieiros e os ceramistas), não é possível associar com
segurança estes polidores a algum contexto específico de ocupação; até porque,
podem ter sido utilizados por mais de uma ocupação humana, enquanto locais
reaproveitados para elaboração e amolação de instrumentos polidos.
Em período histórico, a estrutura mais antiga identificada na área abrange ruínas do
possível forte de Piraquara, datado do século XVIII e localizado nas imediações do
sambaqui do Velho. Documentos históricos (Carta de Sesmaria do padre Francisco da
Nóbrega) indicam a construção de uma capela nesta enseada, anos antes. Estes
edifícios compunham um conjunto de iniciativas governamentais de impedir a ação da
pirataria.
Outras estruturas históricas foram cadastradas no Saco Piraquara de Fora,
compreendendo muros de pedra seca, alicerces, áreas de descarte, entre outros. As
estruturas de pedra são relacionadas a vigias e a “faxinas”, estas últimas
compreendendo estruturas defensivas que visavam dificultar o desembarque de
embarcações clandestinas. As estruturas teriam sido revitalizadas e reaproveitadas no
século XIX, depois de um período de abandono (Oliveira & Funari, 2005).
Recentemente conta-se ainda com o trabalho de Lima (2008) referente às fortificações
históricas na Ponta Leste, trazendo uma sistematização abrangente do assunto.
Foram também realizadas pesquisas arqueológicas para o licenciamento ambiental de
Angra 3, localizada na área da Ponta Grande. As pesquisas abrangeram a área de
influência direta, com raio de 5 km, e a área de influência indireta, com raio de 15 km,
localizadas na enseada de Itaorna – e, portanto, englobando a área de construção de
Angra 1 (Oliveira, 2006; Oliveira & Funari, 2007). Foram realizadas análises
sistemáticas de fotografias aéreas, buscando porções de terreno não alteradas pelas
construções das Usinas de Angra 1 e 2, seguidas por prospecções de varredura em
campo (para uma descrição dos levantamentos, vide Oliveira (2006) e seguintes,
incluindo análises comparativas das alterações paisagísticas que a baía de Angra
sofreu desde a década de 1960).
Como resultado das prospecções, foram cadastrados 9 sítios arqueológicos,
compreendendo (Oliveira, 2005): o sambaqui da Ponta Fina, em área onde foi
construída uma estação metereológica; o sambaqui de Mambucaba, já completamente
destruído; o sambaqui da Ponta Grossa de Parati; a fortificação da Ponta Grossa de
Parati, compreendendo 3 canhões da primeira metade do século XVIII; Ilha dos
Mantimentos, contendo alinhamentos de pedras e muros; Ponta da Tapera, composto
por fortificação e canhões; oficinas líticas formadas por blocos rochosos contendo
sulcos de polimento (sítios Ilha de Sandri e Polidor/amolador do Sr. Moacir);
edificações do século XIX, compostas por escada de pedras; estruturas históricas na
97
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
praia do Mamede, ligadas ao sistema defensivo da baía implantado nos séculos XVIII
e XIX.
Neste contexto está ainda a vila histórica de Mambucaba, situada à cerca de 15 km da
Usina, com a construção da primeira capela em meados do século XVIII. O conjunto
arquitetônico de Mambucaba foi tombado enquanto patrimônio nacional pelo IPHAN
em 1969. Ali está também localizado o sítio arqueológico Toca da Picota (Dias Jr
1969).
Em síntese, os levantamentos arqueológicos realizados para os licenciamentos de
Angra 2 e Angra 3 indicaram a presença de um patrimônio arqueológico positivo,
formado por vestígios que se estendem desde as primeiras ocupações humanas do
litoral fluminense, representados pelos sítios sambaqui, até diversas edificações e
cultura material do período histórico. Trata-se, de um importante e rico patrimônio
arqueológico, histórico e cultural que diz respeito não somente à história local da baía
de Angra do Reis e Parati, mas remete a contextos regionais e macro-regionais
importantes para a referência cultural da história do país.
Além dos sítios cadastrados nas imediações das Unidades Nucleares, as pesquisas
arqueológicas desenvolvidas desde a década de 1920 na região do litoral sul
fluminense resultaram em outras dezenas de sítios estudados. A Tabela 17 fornece
uma listagem completa dos sítios localizados no município de Angra dos Reis,
contendo seus principais dados de identificação.
No Apêndice VI - Mapa Arqueológico, ite13.6m 13.6, estão apresentados os sítios
localizados na área de influência direta do empreendimento (AID 5 e 15)
98
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Algodão
Tabela 17 – Sítios arqueológicos localizados no município de Angra dos Reis
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
Pesquisador/ Instituição
Baía da Ribeira, Ilha do
Algodão
Amoladores de Lopes
Mendes
Sambaqui
Restos alimentares,
indústria óssea e
conchífera, sepultamentos.
Datação 3.500 +- 80 BP
Coordenadas
Andrade Lima 1991
Multicomponencial
CNSA/IPHAN
Rosana Najjar
1997
Oficina lítica
Tenório, 2003
589536 / 7438905
CNSA/IPHAN
M.D. Gaspar, M.C. Tenório,
2000
582669 / 7435450
Amoladores do Sr.
Jurandir
Ilha Grande
Barra do rio das
Andorinhas
Ilha Grande – Dois Rios
California
Oceano Atlântico
Subaquático
Embarcação naufragada
de cabotagem de 1866
CNSA/IPHAN; Rambelli,
Camargo & Calippo 2004
Praia da Camiranga
Ilha Grande, enseada da
Estrela
Oficina lítica
9 suportes com 38 marcas
Tenório 2003
581924 / 7442909
Praia da Fazenda
Ilha Grande, Praia da
Fazenda
Oficina lítica
2 suportes com 18 marcas
Tenório 2003
581491 / 7443546
Praia da Freguesia de
Santana
Ilha Grande, Praia da Freg.
De Santana
Oficina lítica
1 suporte com 5 marcas
Tenório 2003
578385 / 7446810
Praia da Julia
Ilha Grande, Praia da Julia
Oficina lítica
1 suporte com 8 marcas
Tenório 2003
585843 / 7440495
Praia de Fora
Ilha Grande, Praia de Fora
Oficina lítica
13 suportes com 60
marcas
Tenório 2003
581336 / 7443859
Praia do Sul
Ilha Grande, Praia do Sul
Oficina lítica
2 suportes com 10 marcas
Tenório 2003
572928 / 7436694
Praia Preta
Ilha Grande, Praia Preta
Oficina lítica
7 suportes com 76 marcas
Tenório 2003
585170 / 7442289
Oliveira & Funari 2004,
2005
557326 / 7454131
Oficina lítica
Edificação do século XVIII
Baía da Ribeira, Piraquara
Histórico
Ruínas prováveis da
fortificação da Piraquara
Fortificação de Piraquara
Baía da Ribeira, Piraquara
Histórico
18 estruturas dispersas
Oliveira & Funari 2004,
2005
Longa
Ilha Grande – Praia do Longa
Oficina lítica sobre
duna
Indústria lítica lascada e
polida
CNSA/IPHAN
Tenório 2003
570573 / 7441018
99
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
Pesquisador/ Instituição
Coordenadas
Longa I
Ilha Grande – Praia do Longa
Oficina lítica
Suportes com 62 marcas
CNSA/IPHAN
Tenório 2003
570658 / 7441036
Longa II
Ilha Grande – Praia do Longa
Oficina lítica
CNSA/IPHAN
Tenório 2003
570760 / 7440936
Oficinas líticas do Ilhote
do Leste 1
Ilha Grande, Praia do Leste
Oficina lítica
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
573043 / 7436689
27 suportes com 95
marcas
Pimenta
CNSA/IPHAN
Pinguino
Polidor / Amolador fixo de
Piraquara I, II e III
CNSA/IPHAN
Baía da Ribeira, Saco
Piraquara de Fora
Oficina lítica
Conjunto de marcas de
polimento e amolação
Oliveira & Ayrosa 1992;
Oliveira & Funari 2005
Polidores Fixos n. 1 da
Ilha Grande
Oficina lítica
Suportes com sulcos de
polimento
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
Polidores Fixos n. 2 da
Ilha Grande
Oficina lítica
Suportes com sulcos de
polimento
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
Polidores Fixos n. 3 da
Ilha Grande
Oficina lítica
Suportes com sulcos de
polimento
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
557292 / 7455168
Itaoca
Ilha Grande, Praia da Aroeira
Oficina lítica
2 suportes com 52 marcas
Tenório 2003
587997 / 7438672
Prainha
Ilha Grande, Praia do
Aventureiro
Oficina lítica
5 suportes com 26 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
569839 / 7435265
Ruínas da Praia da
Pedreira
Ilha Grande
Histórico
Muralha, pilares e outros
vestígios possivelmente
relacionados a um
engenho
CNSA/IPHAN
Sambaqui da Caieira II
Saco do Ariró, Baía da
Ribeira, Ilha da Caieira
Sambaqui
Indústria lítica e óssea,
restos faunísticos,
cerâmica de contato
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Lima 1991.
Sambaqui da Ponta Fina
enseada de Itaorna
Sambaqui
Indústria em ossos e
conchas, lítica
Oliveira, 2006
Sambaqui do Peri
Baía da Ribeira, Ilha
Comprida
Sambaqui
Restos alimentares,
artefatos conchíferos e
ósseos, indústria lítica.
CNSA/IPHAN; Andrade
Lima 1987, 1991, 1995
Praia da Tapera
Ilha Grande, Praia da Tapera
Oficina lítica
555429 / 7454513
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
100
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
Pesquisador/ Instituição
Oficina lítica
1 suporte com sulcos de
polimento
CNSA/IPHAN; Gaspar &
Tenório 2000
Baía da Ribeira, Ilha São
Jorge
Sambaqui
Sepultamentos, ossos de
fauna, cerâmica indígena
CNSA/IPHAN; Beltrão &
Kneip 1969; Beltrão 1978;
Mendonça 1981.
Baía da Ribeira, Ilha Pequena
Acampamento
Tupiguarani (?)
Sepultamentos, ossos de
fauna, cerâmica indígena
CNSA/IPHAN; Beltrão &
Kneip 1969; Dias Jr 1973;
Beltrão 1978; Mendonça
1981
Praia do Leste
Lito-cerâmico
Indústria lítica e cerâmica
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
Ilhota do Leste
Sambaqui
Datações de 1640 +- 110,
2830 +- 50 e 3060 +- 40
BP
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
Sambaqui
Sepultamentos, indústria
óssea e conchífera,
cerâmica de contato.
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981; Lima
1987, 1991, 1995
Sambaqui
Restos alimentares,
indústria conchífera e
óssea, indústria lítica,
sepultamentos
Oliveira Ayrosa 1992;
Oliveira & Funari 2005
557314 / 7454134
Oliveira & Funari 2005
557308 / 7454179
Oliveira & Funari 2005
557308 / 7454196
Oliveira & Funari 2005
557351 / 7454167
Araçatiba
Ilha de São Jorge
Ilha Pequena
Coordenadas
573043 / 7436689
Cunhambebe ou Caieira
1
Baía da Ribeira, Ilha da
Caieira
Sambaqui do Velho
Baía da Ribeira, Piraquara de
Fora
Polidor/ Amolador A
Baía da Ribeira, Piraquara de
Fora
Oficina lítica
Polidor/ Amolador B
Baía da Ribeira, Piraquara de
Fora
Oficina lítica
Polidor/ Amolador C
Baía da Ribeira, Piraquara de
Fora
Oficina lítica
Barra do Purungo
Ilha Grande, Praia do
Aventureiro
Oficina lítica
Barra do Purungo I
Ilha Grande, Praia do
Aventureiro
Oficina lítica
1 suporte com 9 marcas
Tenório 2003
569712 / 7435634
Barra do Purungo II
Ilha Grande, Praia do
Aventureiro
Oficina lítica
1 suporte com 24 marcas
Tenório 2003
569712 / 7435634
Oficina lítica
Suporte com marcas de
CNSA/IPHAN; Gaspar &
Barra Luis Tenório
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
101
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
polimento
Pesquisador/ Instituição
Tenório 2000
Coordenadas
Ponta do Leste
Ilha Grande, Praia do Leste
Lítico sobre duna
Fauna, indústria lítica
lascada, fogueira. Datação
2880 +- 40 BP
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
574835 / 7436258
Ponta do Leste 1
Ilha Grande, Praia do Leste
Oficina lítica
8 suportes com 83 marcas
Tenório 2003
Praia Grande
CNSA/IPHAN
Praia Vermelha
Ilha Grande, Praia de Itaoca
Oficina lítica
1 suporte com 3 marcas
Tenório 2003
566552 / 7438454
Praia Vermelha 1
Ilha Grande, Praia de Itaoca
Oficina lítica
1 suporte com 13 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
566569 / 7438435
Praia Vermelha 2
Ilha Grande, Praia de Itaoca
Oficina lítica
2 suportes com 38 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
566569 / 7438435
Oficina lítica
1 suporte com 30 marcas
CNSA/IPHAN; Gaspar e
Tenório 2000
Sambaqui
Indústria lítica e óssea,
conchas, cerâmica de
contato
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981
Praia Vermelha 3
Alexandre
Baía da Ribeira, Ilha do
Alexandre
Arande
Multicomponencial
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
Tenório 2003
Sítio da Estrada
Ilha Grande, Praia do Leste
Lítico sobre duna
Ilha do Bigode I
Baía da Ribeira, Ilha do
Bigode
Sambaqui
Indústria lítica, óssea,
conchas e ossos, cerâmica
de contato.
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981; Lima
1987, 1991, 1995
Ilha do Bigode II
Baía da Ribeira, Ilha do
Bigode
Sambaqui
Indústria lítica, óssea,
conchas e ossos, cerâmica
de contato.
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981; Lima
1987, 1991, 1995
Praia da Aroeira
Ilha Grande, Praia da Aroeira
Oficina lítica
4 suportes com 27 marcas
Tenório 2003
Feiticeira
Angra dos Reis
Oficina lítica
Cachadaço
Oficina lítica
Joaquim
Multicomponencial
Major
Baia da Ribeira, Ilha do Major
Sambaqui
573290 / 7436651
Tenório 2003
Sulcos de polimento
CNSA/IPHAN; Gaspar &
Tenório 2000
CNSA/IPHAN; Rosana
Najjar 1997
Restos alimentares,
artefatos conchíferos e
ósseos, indústria lítica
CNSA/IPHAN; Lima 1987,
1991, 1995
102
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
Pesquisador/ Instituição
Coordenadas
Mero
Ilha Grande, Praia do Mero
Lítico sobre duna
Indústria lítica lascada e
polida
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
567598 / 7432120
Mero 1
Ilha Grande, Praia do Mero
Oficina lítica
6 suportes com 46 marcas
Mero 2
Ilha Grande, Praia do Mero
Oficina lítica
4 suportes com 13 marcas
CNSA/IPHAN
Ubá
Baía da Ribeira
Sítio de contato
Sepultamentos, fogueiras,
indústria óssea e lítica,
cerâmica de contato
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981; Lima
1987, 1991, 1995
Ilha da Fitinha
Gamboa, Baía da Ribeira, em
ilha
Sítio de contato
Indústria lítica, conchas,
cerâmica de contato
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973;
Mendonça 1981; Lima
1987, 1991, 1995
Ilha dos Porcos
Cunhambebe, Ilha dos
Porcos
Sambaqui
Lopes Mendes 1
Ilha Grande, Praia Lopes
Mendes
Oficina lítica
13 suportes com 80
marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
589986 / 7437076
Lopes Mendes 2
Ilha Grande, Praia Lopes
Mendes
Oficina lítica
8 suportes com 82 marcas
CNSA/IPHAN
590036 / 7436965
Parnaioca
Ilha Grande, Praia da
Parnaioca
Oficina lítica
2 suportes com 17 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
576631 / 7434364
Parnaioca 2
Ilha Grande, Praia da
Parnaioca
Oficina lítica
1 suporte com 27 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
576431 / 7435343
Praia de Ubatuba
Ilha Grande, Praia de
Ubatuba
Oficina lítica
Praia de Ubatuba – Conj.
II
Ilha Grande, Praia de
Ubatuba
Oficina lítica
1 suporte com 5 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
Praia do Bananal
Pequeno
Praia do Bananal pequeno
Oficina lítica
1 suporte com marcas
CNSA/IPHAN; Gaspar &
Tenório 2000
Provetá
Ilha Grande, Praia do Provetá
Lítico sobre duna
Restos faunísticos e
indústria lascada
Tenório 2003
Provetá 1
Ilha Grande, Praia do Provetá
Oficina lítica
11 suportes com 37
marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
567565 / 7436124
Sítio Andorinhas
Ilha Grande, Dois Rios
Oficina lítica
7 suportes com 51 marcas
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
583060 / 7436206
Sítio Andorinha 1
Ilha Grande, Dois Rios
Oficina lítica
9 suportes com 26 marcas
Tenório 2003
583028 / 7436152
567563 / 7432065
567632 / 7432249
CNSA/IPHAN; Mendonça
1981.
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
572026 / 7441510
103
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sítio
Localização
Tipo
Vestígios arqueológicos
Pesquisador/ Instituição
Coordenadas
Sítio Andorinha 2
Ilha Grande, Dois Rios
Oficina lítica
1 suporte com 6 marcas
Tenório 2003
582637 / 7435496
Recife
Ilha Grande
Oficina lítica
Tenório 2003
Saco do Céu
Ilha Grande, Saco do Céu
Oficina lítica
Tenório 2003
Sobre Duna Praia da
Longa
Ilha Grande, Praia da Longa
Lítico sobre duna
Praia do Morcego
Angra dos Reis
Oficina lítica
Sobre Duna Lopes
Mendes
Ilha Grande, Praia Lopes
Mendes
Lítico sobre duna
Indústria lítica
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
589733 / 7437575
Toca da Picota
Mambucaba
Colonial
Indústria cerâmica
CNSA/IPHAN; Dias Jr 1969
549110 / 7453603
Toca do Indio
Ilha Grande, Praia do Leste
Abrigo sob rocha
Indústria lítica, restos
malacológicos
Tenório 2003
572063 / 7437964
Sambaqui de
Mambucaba
Margem esquerda do rio
Mambucaba
Sambaqui
Indústria lítica, restos de
peixe, fogueiras
CNSA/IPHAN;Mendonça
1977, 1981
548813 / 7453738
Ilha de Sandri
Ilha de Sandri
Oficina lítica
Bloco rochoso com marcas
de polimento
Oliveira 2006; Oliveira &
Ayrosa 1991
Edificação do século XIX
Ilha Comprida do Boqueirão
Histórico
Escada de pedra
Oliveira 2006
551768 / 7451317
Polidor/ amolador do Sr.
Moacir
Ilha Comprida do Boqueirão
Oficina lítica
1 bloco rochoso com 16
sulcos de polimento
Oliveira 2006
551805 / 7451199
Sambaqui da Ponta
Grossa de Parati
Ponta Grossa do Parati
Sambaqui
Indústria lítica
Oliveira 2006
536470 / 7435925
Fortificação da Ponta
Grossa do Parati
Ponta Grossa do Parati
Histórico
3 canhões com inscrições
do século XVIII
Oliveira 2006
536487 / 7435900
Ilha dos Mantimentos
Ilha dos Mantimentos
Histórico
Alinhamento de pedras e
vestígios de muros
Oliveira 2006
534929 / 7436310
Ponta da Tapera
Ponta da Tapera
Histórico
Canhões e suportes
Oliveira 2006
533141 / 7433014
Bateria do Marégrafo
Baía da Ribeira, Piraquara de
Fora
Histórico
Oliveira 2006
556937 / 7455851
Toca da Picota
Margem esquerda do rio
Mambucaba
Sítio Colonial
Oliveira 2006
549092 / 7454624
Indústria lítica lascada e
polida
CNSA/IPHAN; Tenório 2003
570573 / 7441018
Tenório 2003
104
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
4.3.3 O CONTEXTO REGIONAL DE OCUPAÇÕES HUMANAS
O texto que se segue traz uma síntese da vasta e extensa história da ocupação
humana na Baía de Angra, do período pré-colonial ao período histórico, buscando
fornecer um contexto de referência aos sítios identificados na área próxima à Angra 1.
A ocupação humana mais antiga que se conhece atualmente para Angra dos Reis
está relacionada a grupos construtores de sítios arqueológicos do tipo sambaqui, cujas
datas abrangem de 3.500 a 1.640 anos BP. Sítios sambaqui estão presentes em
diversos outros pontos do Estado do Rio de Janeiro e São Paulo, especialmente em
áreas de baías e manguezais, integrando uma extensa ocupação da costa litorânea
brasileira que se estende do Rio Grande do Sul até o Pará, alcançando datações de
mais de 6.000 anos. Os sambaquis são sítios formados pelo acúmulo de conchas
resultando em camadas estratigráficas alternadas, em meio às quais ocorrem
vestígios de ocupação habitacional e/ou o uso enquanto cemitérios.
Os sítios pré-ceramistas do litoral sul fluminense, tanto sambaquis como abrigos
rochosos, foram relacionados à tradição Macaé (Mendonça de Souza 1981).
Apresentam variações estratigráficas na forma de alternância das camadas, com
menor ou maior consumo de moluscos e peixes, fato que os arqueólogos sugerem
relacionar-se a variações na densidade demográfica de seus ocupantes (Mendonça de
Souza 1977, 1981; Lima 1991, 1995; Tenório 1992, 2003).
Outra categoria de sítios arqueológicos presente na área apresenta uma indústria
cerâmica simples, complementada com artefatos líticos morfologicamente pouco
trabalhada (lascas e seixos), além de artefatos em ossos (incluindo adereços).
Sugere-se uma associação destes sítios à tradição Una, que reúne sítios distribuídos
por grande parte do Estado do Rio de Janeiro e compreende os primeiros grupos
indígenas que teriam desenvolvido a técnica de fabricação de artefatos em argila.
Sugere-se, também, uma associação dos sítios aos grupos indígenas etnográficos
Guaianá ou Guarumimins, descritos pelo colonizador português a partir do século XVI
(Oliveira & Funari 2005:5; Oliveira 2006: 10).
Tanto estes sítios cerâmicos como sítios líticos em duna, também presentes na região,
podem estar, ao menos em parte, relacionados a incursões sazonais realizadas pelos
índios Tupinambá do planalto ao litoral de Angra, conforme relatos históricos,
resultando em sítios acampamento (Eletrobrás- Termonuclear 2000).
A região é ainda muito rica em sítios do tipo oficina lítica, tendo-se cadastrado
dezenas deles na região, em especial na Ilha Grande. Conforme mencionado
anteriormente, estes sítios atestam uma intensa produção e manutenção de artefatos
polidos (podendo incluir lâminas de machados, mãos de pilão, cunhas, socadores,
entre outros). Todavia, a associação destes sítios a algum contexto específico de
ocupação indígena da área é delicada, uma vez que eles podem ter sido, inclusive,
reocupados e reaproveitados por diversos grupos humanos ao longo do tempo.
105
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Posteriormente aos povos ceramistas associados à tradição Una, tem-se o
estabelecimento na região de uma nova frente de ocupação de grupos ceramistas,
agora associados à tradição Tupiguarani. São representados por baixa quantidade de
sítios, embora existam descrições de sua presença na área por relatos de cronistas
quinhentistas como José de Anchieta, Paul Knivet e Lery. Grupos Tupi (Tamoios)
foram também descritos por Hans Staden durante seu período prisioneiro em
Mambucaba (Oliveira 2006).
No início da ocupação colonial portuguesa, o atual estado do Rio de Janeiro
correspondia à antiga Capitania de São Thomé e grande parte da Capitania de São
Vicente, sendo que esta última englobava a baía de Angra dos Reis. Vale ressaltar
que a presença indígena constituiu fator importante na região, tendo-se referência a
várias aldeias e aldeamentos durante o século XVI e XVII que contribuíam na defesa
da área contra invasores estrangeiros, dando segurança à navegação portuguesa.
Eram ainda responsáveis pelo transporte e guarda dos caminhos do ouro, conserto de
estradas, manutenção de estruturas defensivas, entre outros. Até o século XVII os
indígenas constituíam, aliás, a única mão de obra disponível ao colonizador, pois as
atividades até então desenvolvidas na área não justificavam a importação de escravos
africanos. Porém, no litoral sul fluminense os indígenas eram, em sua maioria, aliados
dos franceses, e são várias as referências a constantes conflitos entre portugueses e
grupos indígenas (para uma análise deste tema vide Oliveira & Funari 2007; e
Eletrobrás- Termonuclear 2000).
Parati teve sua origem ligada ao caminho indígena dos Guaianazes, reativado no
século XVII enquanto via de ligação entre o litoral e o planalto. Saindo de São Paulo,
passava por Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, atravessava a serra do Mar
passando por Cunha e alcançava Angra dos Reis. Parati surgiu em 1660 em função
desta trilha e do escoamento das mercadorias via marítima até o Rio de Janeiro.
Foi justamente o escoamento do ouro vindo das Minas Gerais até Parati, onde era
embarcado para o Rio de Janeiro, a partir da segunda metade do século XVII, que
motivou maior interesse pela Baía de Ilha Grande, onde uma grande quantidade de
escravos ilegais eram desembarcados para trabalho nas minas. Certamente contribuiu
também a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763,
resultando no destaque do litoral sul fluminense para o cenário econômico brasileiro.
Visando intensificar a defesa da área e o escoamento ilegal de mercadorias, foram ali
implantados fortes e pontos de observação. A importância da região para o comércio e
escoamento do ouro colonial é ainda atestada pela construção de uma Casa de
Fundição em Parati, onde se procedia à dedução do quinto da Coroa. Já Angra dos
Reis passa por importante momento de expansão na segunda metade do século XVIII,
mas como resultado do contrabando do ouro em rotas alternativas.
Entre as medidas de proteção somam-se ainda os empreendimentos baleeiros, ou
armações de baleias, implantadas em entradas de baías e enseadas de fácil acesso,
106
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
associadas a fortificações e defesa do litoral (Ellis 1968. Para uma análise destas
estruturas na praia de Marambaia, Angra dos Reis, vide Oliveira & Funari 2007).
Depois do ciclo minerador, foi a vez do café ser também escoado pelo litoral de Angra
dos Reis e Parati, e novamente o porto serviu de entrada para escravos voltados à
mão de obra nos latifúndios do vale do Paraíba do Sul. Vale ressaltar que esta intensa
atividade náutica resultou em diversos navios naufragados e que se encontram
submersos na Baía de Angra, destacando-se, dentre eles, o navio negreiro norte
americano “Camargo”, naufragado em Porto Bracuí, no ano de 1852, e as
embarcações Pinguino e Parnaioca (Revista Náutica nº 86, 1996).
Todavia, a vulnerabilidade desta área exigiu constantes esforços das autoridades do
Rio de Janeiro, buscando frear as transações ilegais que ali proliferavam. Vários
documentos apontam a presença de navios piratas franceses, já desde o século XVI,
tendo-se registrado ao menos duas invasões e dominações da região no início do
século XVIII. Indígenas escoavam grande quantidade de ouro por caminhos
alternativos e de forma clandestina. Por conta disto, foram implantadas peças de
artilharia de pequeno calibre e construídas fortificações e vigias em vários pontos do
litoral fluminense, inclusive na Ilha Grande (Oliveira 2006).
A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis data de
aproximadamente 1593, sendo elevada à categoria de vila em 1624. Este primeiro
local, abandonado, foi substituído em 1624 por aquele que permanece até os dias
atuais.
No século XVIIII a região conta com vários pequenos engenhos, e a produção de
aguardente se torna a principal atividade econômica, utilizada principalmente no
comércio de escravos negros. A presença de escravos na região e de seus
descendentes constitui elemento marcante na definição da dinâmica social regional,
embora ainda pouco documentada e estudada (como exceção cita-se a tese de
doutoramento de Vasconcellos, 2006). Também no final do século XVIII a região
experimenta um curto desenvolvimento ligado à exploração do anil, valorizado no
mercado internacional como corante.
Já no século XIX a região passa por grande desenvolvimento econômico por conta do
ciclo cafeeiro, sendo que por Angra e Parati escoava a produção de cidades serra
acima, como Areal e Bananal, que desciam sua produção através do antigo caminho
do ouro que, de Cunha, descia o vale do rio Mambucaba. Grande quantidade de
navios negreiros aporta na região, abastecendo os mercados do Vale do Paraíba.
Nesta época, Angra dos Reis era o segundo maior porto do Brasil Meridional.
Todavia, já a partir de 1858 a região entra em declínio, com abandono de várias
fazendas e êxodo da população escrava e agregados, agravada pela crise do café na
década de 1870, bem como pela abolição da escravatura (Oliveira 2006). Também a
construção da estrada de ferro no vale do Paraíba, nesta segunda metade do século
XIX, tira estas cidades litorâneas do principal percurso de produtos.
107
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Por conta disto, especialmente Parati conserva grande parte de seu rico patrimônio
histórico e cultural, largamente explorado para o turismo a partir do século XX. O
mesmo não ocorre com Angra dos Reis, em parte por conta de sua maior proximidade
com a cidade do Rio de Janeiro, trazendo-lhe uma integração no desenvolvimento
econômico regional que implicou em alterações na paisagem e, consequentemente,
em seu patrimônio cultural.
Ressalte-se ainda a presença, tanto em Angra dos Reis como em Parati, de uma
grande quantidade de bens históricos e paisagísticos tombados (federal, estadual e/ou
municipal). Ocorrem ainda na região 3 terras indígenas (Araponga, Bracui e Parati
Mirim), além do Quilombo do Campinho da Independência, em Parati.
Finalmente, devem ser aqui citadas iniciativas novas de análise deste rico e complexo
patrimônio histórico e cultural presente na região de Angra dos Reis e Parati, como o
trabalho de Aline Vieira de Carvalho (tese de doutoramento, 2009), que analisa a
construção da memória oficial das cidades compondo seu passado e presente através
da composição de um discurso oficial. E também como o trabalho de Deusdedith de
Souza Alves Filho (dissertação de Mestrado, 2004), que analisa os potenciais e os
conflitos na preservação do patrimônio histórico e cultural da região para a vida
cotidiana atual de seus moradores.
4.4
DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
4.4.1 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO
Em 2006 o Ministério do Meio Ambiente assinou as Portarias nº 349, 350 e 351,
reconhecendo três novos Mosaicos de Unidades de Conservação da Mata Atlântica na
região das Serras do Mar e da Mantiqueira. Dentre estes está o Mosaico Bocaina, na
região de Parati (RJ) e Ubatuba (SP), dentro do raio de 10 km a partir da Usina de
Angra 1. O mapa das áreas protegidas e prioritárias para a conservação, está no
Apêndice VII, item 13.713.7.
A criação dos Mosaicos tem como objetivo principal estimular a gestão integrada entre
as diversas unidades de conservação, contribuindo para a conservação dos recursos
naturais, bem como para o desenvolvimento sustentável do território onde se situam.
A sua implementação requer o planejamento e a execução de ações de forma
integrada, objetivando o desenvolvimento sustentável da região, priorizando a
preservação da paisagem, da biodiversidade, e o desenvolvimento de atividades
produtivas ligadas à cultura local, à mata e aos ambientes marinhos.
O Mosaico de Unidades de Conservação da região da Serra da Bocaina abrange uma
área de 221.754 hectares, 9 municípios, e 10 unidades de conservação e suas zonas
de amortecimento, localizadas no Vale do Paraíba do Sul, litoral sul do estado do Rio
de Janeiro e litoral norte do estado de São Paulo, a saber:
108
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
I - No Estado de Rio de Janeiro:
a) sob a gestão do ICMBIO - Instituto Chico Mendes
1. Parque Nacional da Serra da Bocaina;
2. Estação Ecológica de Tamoios;
3. Área de Proteção Ambiental de Cairuçu;
b) sob a gestão da FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente da
Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Estado do Rio
de Janeiro - SEMADUR:
1. Área de Proteção Ambiental de Tamoios;
2. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul;
3. Parque Estadual Marinho do Aventureiro;
c) sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pesca e Agricultura de
Parati/ Prefeitura Municipal de Parati:
1. Área de Proteção Ambiental Baia de Parati, Parati-Mirim e Saco do Mamanguá;
II – no Estado de São Paulo:
a) sob a gestão do Instituto Florestal de São Paulo/ Secretaria de Estado do Meio
Ambiente – IF/SMA:
1. Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleos – Picinguaba, Cunha e Santa Virgínia);
2. Parque Estadual Ilha Anchieta;
3. Estação Ecológica de Bananal
4.4.2 ÁREAS PROTEGIDAS
A seguir estão descritas as unidades de conservação existentes dentro do raio de 10
km a partir da Usina de Angra 1. O mapa das Áreas Protegidas está apresentado no
item 13.7.
4.4.2.1 Área de Proteção Ambiental de Tamoios
Criada pelo Decreto no 9.452 de 05/12/86, abrange toda a região continental do
município de Angra dos Reis, assim como todas as terras emersas presentes nas
baías de Ilha Grande, da Ribeira e de Jacuecanga. Desta forma, esta Unidade de
Conservação sobrepõe-se ao Parque Estadual da Ilha Grande, Decreto no 15.273/71;
Área Non Aedificandi entre as cotas 60 a 200 metros, Decreto Estadual no 2.062 e Lei
Municipal no 146; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, Decreto no 4.972/81;
Reserva Biológica da Ilha Grande, Decreto no 9.728/87; Área Tombada pelo INEPAC,
109
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Lei Municipal no 146; Estação Ecológica de Tamoios, Decreto no 98.864/90; e Parque
Nacional da Serra da Bocaina, Decreto no 68.172/71.
A vegetação predominante é a floresta ombrófila densa de terras baixas, submontana
e montana. Podem ser encontrados, dentro da APA Tamoios, trechos de vegetação de
Restinga e de Manguezal como as presentes na Ilha Grande e preservadas pela
Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Os problemas ambientais estão
relacionados com a ocupação humana, pois é uma área de alto interesse turístico.
4.4.2.2 Parque Nacional da Serra da Bocaina
Criado pelo Decreto Federal no 68.172 - 04/02/71 - 70.694 - 08/06/72. Municípios de
Angra dos Reis, Parati, Cunha, Picinguaba e Ubatuba. Localizado sobre a Serra de
mesmo nome, predominando dentro de seus limites a Floresta Ombrófila Densa e
seus subtipos, com algumas espécies endêmicas.
Dentre as espécies típicas deste ambiente tem-se: Cariniana estrellensis (jequitibábranco), Cariniana legalis (jequitibá-rosa), Euterpe edulis (palmito), Cassia multijuga
(canafístula), Tibouchina spp. (quaresmeira). No interior da mata pode ser encontrada
comumente a Heliconia sp. (bananeira-do-mato), sem falar do grande número de
indivíduos das Famílias Araceae (antúrios), Palmae (palmeiras), Bromeliaceae
(gravatás ou bromélias) e Orchidaceae (orquídeas), além de várias da Divisão
Pteridophyta (samambaias), como espécies terrícolas, lianas e epífitas.
Destaca-se nesta Unidade a presença trechos de Floresta Ombrófila Mista nas áreas
mais elevadas, representando o limite máximo da distribuição de Araucaria angustifolia
e Podocarpus lambertii na serra do Mar. Significa um importante trecho florestal que
abriga espécies da fauna ameaçada de extinção, como é o caso do maior macaco das
Américas o Brachyteles arachnoides (muriqui). Os problemas ambientais estão ligados
principalmente a ocupação humana e ao extrativismo vegetal.
4.4.2.3 Estação Ecológica de Tamoios
Criada pelo Decreto no 98.864 de 23/01/90, esta unidade é composta por um conjunto
marinho formado de 29 ilhotes, ilhas, lajes e rochedos situados na baía da Ribeira e
Ilha Grande, juntamente com os seus respectivos assoalhos marinhos e uma porção
continental de 70 ha, área esta cedida por FURNAS Centrais Elétricas em comodato
ao atual Instituto Chico Mendes, para estabelecimento da sede administrativa.
Na região marinha encontramos os diferentes afloramentos de terra e o assoalho
marinho. Neste sentido pode-se dizer que existe uma grande variedade de ambientes
como praias arenosas e rochosas, costões rochosos, afloramentos rochosos, etc.,
proporcionando a ocorrência de uma biota rica e diversificada, valendo citar a
presença de aves marinhas que habitam nesta área.
110
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das
dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de
Terras Baixas rica em palmeiras; Terras Baixas sem predomínio de palmeiras e
vegetação Rupestre.
Segundo o Decreto n0 98.864 de 1990 de criação da unidade de conservação Estação
Ecológica de Tamoios, em seu artigo 2º estabelece que o entorno marinho e parcéis
de cada ilha, ilhote, lajes e rochedos, compreendidos dentro de um raio de 1 km de
extensão a partir da arrebentação das ondas nas praias, encostas de rochedos e lajes,
discriminados no artigo 1º deste Decreto integrarão a referida estação ecológica.
5
5.1
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
A avaliação de impactos descrita para os três meios a seguir contempla as Usinas de
Angra 1 e Angra 2 e seus efeitos cumulativos.
5.2
NO MEIO FÍSICO
5.2.1 OCEANOGRAFIA QUÍMICA
O Saco Piraquara de Fora foi o local escolhido, à época de projeto da CNAAA, para o
lançamento da água do mar, captada em Itaorna, do sistema aberto de resfriamento
das Usinas. Os estudos realizados abrangeram não só a enseada em si, como
também a área adjacente, até as ilhas do Brandão e de Paquetá (Figura 46), de forma
a caracterizar as condições ambientais oceanográficas desta região sob influência das
atividades do empreendimento.
A vazão máxima de captação e lançamento de Angra 1 é de 40 m3/s e a de Angra 2,
80 m3/s.
111
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 46 – Localização da área de estudo. Detalhe do saco Piraquara de Fora (modificado da Carta
Náutica 1.637 – DHN – 1980)
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 47 – Saída da água de refrigeração no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
112
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Com o objetivo de avaliar o comportamento da qualidade da água no Saco Piraquara
de Fora e adjacências, estabeleceu-se que, a partir de uma malha de amostragem de
raios com origem no ponto de lançamento das águas de refrigeração e dispostos de
forma a cobrir toda a área em estudo (Figura 48), com estações espaçadas de 400 m
no setor A e 800 m no setor B, seria monitorada a qualidade da água em três
profundidades (0,5 m, 2 m e a 1 m do fundo), trimestralmente (quatro vezes ao ano),
por meio da análise dos seguintes parâmetros: salinidade; oxigênio dissolvido; pH;
clorofila; material em suspensão; fosfato dissolvido; silicato; nitrato; nitrito; amônia;
boro; e surfactantes.
As amostragens obedeceram a uma periodicidade trimestral, sendo adotada a
estratégia de coleta das radiais 1, 3 e 5 alternadamente em relação às radiais 2, 4 e 6,
sendo respectivamente coletadas em horário de maré vazante e enchente, ou viceversa, cobrindo, dessa forma, a influência da maré enchente e da vazante, de acordo
com o objetivo estabelecido.
Figura 48 – Localização dos pontos de coleta de amostras de água
Fonte: Eletronuclear, 2005.
A primeira campanha de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 20 e
23 de agosto de 2002, quando ocorreu uma lua cheia (entre os dias 21 e 22), o que
corresponde a uma maré de sizígia. Nesse período registraram-se as maiores
amplitudes de maré na região para o mês de agosto (dados verificados no Extrato da
Tábua de Marés, publicada pela DHN para o Porto de Angra dos Reis).
113
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As radiais 2, 4 e 6 da área B foram amostradas no dia 20, durante a maré vazante; as
radiais 1, 3 e 5 da área A foram amostradas no dia 21, durante a maré enchente; as
radiais 3 e 5 da área B foram amostradas no dia 22, durante a maré enchente e as
radiais 2, 4 e 6 da área A, durante a maré vazante, ressaltando que, nesta campanha,
foi inserida uma estação de coleta a 200 m da origem em cada radial.
A segunda campanha de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 17 e
20 de novembro de 2002, quando ocorreu uma lua cheia (entre os dias 18 e 19), o que
corresponde a uma maré de sizígia, ou seja, nesse período registraram-se as maiores
amplitudes de maré na região para o mês de novembro (dados verificados no Extrato
da Tábua de Marés, publicada pela DHN para o Porto de Angra dos Reis).
As radiais 2, 4 e 6 na área A foram amostradas no dia 17, enquanto a área B foi
amostrada no dia 18, ambas durante a maré vazante; as radiais 1, 3 e 5 na área A
foram amostradas no dia 19, enquanto a área B foi amostrada no dia 20, ambas
durante a maré enchente.
A terceira campanha foi realizada entre os dias 15 e 18 de fevereiro de 2003, dentre
os quais ocorreu a lua cheia entre os dias 15 e 16. E finalmente, a quarta campanha
de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 14 e 17 de maio de 2003,
dentre os quais ocorreu uma lua cheia entre os dias 15 e 16. A ocorrência de período
de lua cheia provoca a ocorrência de uma maré de sizígia, ou seja, neste período
ocorreram as maiores amplitudes de maré na região, evidenciando assim as maiores
movimentações de água dentro da área estudada.
As coletas foram realizadas com garrafas de Niskin, e após a medição de parâmetros
como temperatura e pH, e retiradas alíquotas para oxigênio dissolvido, amônia e
salinidade, foram armazenados 5 litros de amostra, em garrafas de polietileno, para
posterior filtração em terra (material em suspensão e clorofila). Desses 5 litros de
água, 1 litro foi armazenado e congelado para posterior análise nos Laboratórios da
OCN/UERJ.
Tabela 18 – Parâmetros determinados para coleta
Equipamento/Método
Resultados
GPS Eagle Explorer
Posição dos pontos de
amostragem
Sonda Eagle SupraPro I.D.
Profundidade das amostras a 1 m
do fundo
Condutivímetro WTW LF92
Temperatura das amostras
pHmetro Orion 210A com eletrodo Orion combinado Ag/AgCl 910600
pH
Método titulométrico de Winkler (1888), segundo Grasshoff (1983)
Oxigênio dissolvido
Método colorimétrico do azul de indofenol FAO (1975), tendo sido as
alíquotas lidas em espectrofotômetro Perkim Elmer – Lambda 12
Amônia
Sistema elétrico portátil de vácuo com membranas HA em ester de
celulose, 0,45µm de poro, 47 mm Ø, Millipore HAWP04700
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Filtração
114
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em laboratório, foram determinados os seguintes parâmetros:
Equipamento
Tabela 19 – Parâmetros determinados em laboratório
Método
Nitrito (NO2-)
Método colorimétrico de diazotação de Grasshoff (1983)
Nitrato (NO3-)
Método colorimétrico de diazotação de Grasshoff (1983), após redução em coluna de
cádmio recoberto por cobre
Fosfato (PO43-)
Método colorimétrico do azul de fosfomolibdato de Grasshoff (1983)
Silicato (SiO3)
Método colorimétrico de azul silicomolibdato de Strickland e Parsons (1972)
Clorofila A
Método colorimétrico Scor/Unesco segundo Strickland e Parsons (1972)
Boro (B)
Método colorimétrico do Carmim segundo Apha/Awwa/Wef (1992)
Surfactantes
Surfactantes aniônicos como substâncias ativas ao azul de metileno (método
colorimétrico) segundo Apha/Awwa/Wpcf (1965) modificado por Kantin (1980)
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Todas as análises colorimétricas executadas no Laboratório de Oceanografia Química
do Departamento de Oceanografia e Hidrologia da UERJ utilizaram espectrofotômetro
uv/visível Micronal B382 ou Camspec M330 com caminho ótico de 5 cm ou maior.
Todas as metodologias utilizadas para a determinação dos parâmetros desejados
estão de acordo com as normas internacionais para análise de água do mar. São as
técnicas comumente utilizadas para este tipo de análise e mundialmente reconhecidas
e testadas, devendo ainda, utilizarem-se padrões internacionais para controle de
qualidade das análises realizadas, caso estejam disponíveis.
5.2.1.1 Análise gráfica e estatística dos dados coletados
A Eletronuclear mantém um monitoramento dos parâmetros físico-químicos de águas
salinas em 3 pontos desde outubro de 1987. Dois dos pontos estão localizados na
enseada de Piraquara de Fora e o outro ponto na região em frente das instalações do
complexo nuclear em Itaorna, pontos estes respectivamente denominados Z4 e 047B
e o Z3 (Figura 49). As coletas são realizadas sem nenhuma preocupação de se
manter um padrão amostral quanto a horário de coleta, condição climática ou posição
relativa ao ciclo da maré, sendo coletada somente água de superfície. Assim sendo
toda a análise dos resultados levantados será feita tendo por base uma coleta de
forma aleatória.
115
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 49 – Localização os Pontos de Monitoramento para dados pretéritos
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Os dados obtidos sofreram uma avaliação quanto a sua qualidade, buscando-se os
relatórios específicos que deram origem aos dados do banco de dados da
Eletronuclear e que foi fornecido como base para este levantamento. Assim foram
obtidos os dados de temperatura de superfície (tomadas a 0,5 m de profundidade),
salinidade, nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido e teores de clorofila A, B
e C, com uma periodicidade mensal desde outubro de 1987 até março de 2002.
Após a tabulação dos dados estes foram conferidos a partir dos relatórios fornecidos
pela Eletronuclear para o levantamento do fitoplâncton na região estudada, e feitas às
correções necessárias. Posteriores a este controle de qualidade foram calculados os
valores de grau de saturação de oxigênio, para que os valores pudessem ser
comparados diretamente, e efetuadas as médias mensais (Tabela 20 a Tabela 22)
durante o período do levantamento para cada ponto de coleta, ou seja, de outubro de
1987 a março de 2002.
116
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 20 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato,
fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto
Z3
T 0,5
S
NO2
NO3
PO4
Si
O2
O2
Clorofila (mg.m-3)
Mês
µmol.l µmol.l µmol.l µmol.l
ºC
mg.l-1
% sat
A
B
C
1
1
1
1
Jan
26,4
35,3
0,03
3,25
0,29
3,14
5,36
74,8
1,22
0,07
1,75
Fev
27,2
35,1
0,06
2,39
0,23
2,49
6,71
96,2
0,95
0,09
0,41
Mar
26,9
35,2
0,02
1,40
0,25
3,61
6,89
100,6
1,39
0,07
0,43
Abr
25,7
35,9
0,02
2,14
0,33
4,13
6,34
90,9
0,97
0,30
0,87
Mai
24,1
35,6
0,05
5,41
0,26
5,61
6,48
87,9
0,86
0,09
0,12
Jun
23,0
35,7
0,06
2,04
0,39
6,42
6,43
88,6
0,87
0,13
0,62
Jul
21,9
35,9
0,06
1,42
0,27
6,38
6,87
96,7
0,93
0,52
0,49
Ago
21,9
35,5
0,07
2,77
0,33
6,57
6,53
91,2
0,77
0,09
0,13
Set
22,2
35,3
0,08
3,20
0,43
5,36
6,37
76,7
0,63
0,20
0,38
Out
23,0
35,6
0,01
1,35
0,37
3,47
6,33
90,6
1,03
0,09
0,71
Nov
23,5
35,3
0,03
3,01
0,26
2,97
6,09
76,1
1,29
0,67
1,06
Dez
23,9
35,9
0,03
5,02
0,26
2,84
6,18
84,4
1,01
0,06
0,46
Média
24,1
35,5
0,05
2,78
0,31
4,41
6,38
87,9
0,99
0,20
0,62
Desvio
Padrã
o
1,9
0,3
0,02
1,32
0,06
1,55
0,41
8,4
0,22
0,20
0,45
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Tabela 21 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato,
fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto
Z4
T 0,5
Mês
S
ºC
NO2
NO3
PO4
Si
µmol.l-
µmol.l-
µmol.l-
µmol.l-
1
1
1
Clorofila (mg.m-3)
O2
O2
1
mg.l-1
% sat
A
ºC
Jan
25,9
35,4
0,05
1,56
0,25
3,63
5,45
72,9
1,18
0,08
0,92
Fev
28,2
35,0
0,07
2,20
0,26
3,15
6,77
98,3
1,23
0,12
0,60
Mar
27,4
35,3
0,03
4,27
0,31
4,97
6,88
102,5
1,66
0,05
0,61
Abr
26,0
35,9
0,05
1,70
0,38
5,81
6,24
90,1
1,05
0,15
0,66
Mai
24,4
35,5
0,10
5,61
0,28
7,01
6,14
78,1
1,08
0,10
0,17
Jun
23,3
36,2
0,07
2,98
0,42
7,11
6,24
84,6
0,94
0,31
1,33
Jul
22,5
35,9
0,07
3,27
0,35
7,49
6,31
89,8
0,88
0,66
0,25
Ago
22,3
35,5
0,10
2,73
0,35
5,80
6,64
94,0
0,63
0,07
0,20
Set
22,3
35,0
0,09
2,58
0,42
5,58
6,19
80,5
0,92
0,12
0,67
Out
23,4
35,2
0,01
1,50
0,39
3,27
6,30
90,8
0,90
0,11
0,54
Nov
24,0
35,5
0,08
1,92
0,24
3,07
6,04
81,5
0,80
0,16
0,32
Dez
24,8
35,9
0,02
1,88
0,31
3,35
6,09
84,2
1,27
0,06
0,62
Média
24,5
35,5
0,06
2,68
0,33
5,02
6,27
87,3
1,04
0,17
0,57
Desvio
padrão
2,0
0,4
0,03
1,23
0,07
1,68
0,37
8,6
0,27
0,17
0,33
Fonte: Eletronuclear, 2005.
117
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 22 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato,
fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto
047B
T 0,5
S
NO2
NO3
PO4
Si
O2
O2
Clorofila (mg.m-3)
Mês
µmol.l µmol.l µmol.l µmol.l
ºC
mg.l-1
% sat
A
ºC
1
1
1
1
Jan
26,4
35,0
0,01
1,71
0,23
2,91
5,93
79,9
1,09
0,05
0,83
Fev
28,0
35,5
0,06
1,57
0,25
2,90
6,67
96,8
0,84
0,15
0,49
Mar
27,3
35,4
0,02
1,57
0,26
4,08
6,84
101,6
1,64
0,11
0,84
Abr
26,0
35,6
0,02
2,24
0,35
4,54
6,44
92,4
0,84
0,10
0,70
Mai
24,5
35,7
0,07
4,95
0,28
5,98
6,23
79,5
0,74
0,07
0,22
Jun
23,1
36,2
0,04
2,40
0,38
7,40
6,31
85,2
0,82
0,13
0,34
Jul
22,6
35,7
0,08
2,33
0,36
6,74
6,72
95,9
0,85
0,53
0,31
Ago
22,3
35,5
0,07
1,63
0,33
5,55
6,54
92,3
0,46
0,04
0,19
Set
22,4
35,1
0,08
2,71
0,38
5,25
6,31
76,3
0,71
0,20
0,58
Out
23,4
35,3
0,02
1,34
0,36
3,14
6,41
92,5
0,72
0,11
0,58
Nov
23,9
35,8
0,03
1,31
0,26
3,46
6,01
75,9
0,65
0,16
0,37
Dez
24,4
35,9
0,02
4,57
0,29
3,52
6,24
85,9
0,86
0,06
0,42
Média
24,51
35,5
0,04
2,36
0,31
4,62
6,39
87,8%
0,85
0,14
0,49
Desvio
padrão
1,96
0,3
0,03
1,21
0,06
1,54
0,27
8,6%
0,29
0,13
0,22
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Para uma melhor visualização dos valores médios de cada mês, em cada estação de
monitoramento, foram elaborados gráficos a seguir para cada parâmetro observado e
que apresentam o valor mediano e o percentil de 25% e 75% dos dados.
34
ESTAÇÃO: Z3
30
26
18
34
ESTAÇÃO: Z4
30
26
22
18
34
30
ESTAÇÃO: 047B
TEMPERATURA (ºC)
22
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
26
22
18
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 50 – Médias mensais de temperatura por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
118
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ESTAÇÃO: Z3
41
37
33
ESTAÇÃO: Z4
SALINIDADE
29
41
37
33
ESTAÇÃO: 047B
29
41
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
37
33
29
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 51 – Médias mensais de salinidade por ponto de monitoramento
Fonte: Eletronuclear, 2005.
220%
ESTAÇÃO: Z3
140%
100%
60%
20%
220%
ESTAÇÃO: Z4
180%
140%
100%
60%
20%
220%
180%
ESTAÇÃO: 047B
GRAU DE SATURAÇÂO DE OXIGÊNIO (%)
180%
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
140%
100%
60%
20%
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 52 – Médias mensais de grau de saturação de oxigênio por ponto de monitoramento
Fonte: Eletronuclear, 2005.
119
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ESTAÇÃO: Z3
0,24
0,12
-1
NITRITO (µmol.l )
0,00
ESTAÇÃO: Z4
0,24
0,12
0,00
ESTAÇÃO: 047B
0,24
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
0,12
0,00
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 53 – Médias mensais da concentração de nitrito por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
ESTAÇÃO: Z3
6
4
2
-1
NITRATO (µmol.l )
0
ESTAÇÃO: Z4
6
4
2
0
ESTAÇÃO: 047B
6
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
4
2
0
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 54 - Médias mensais da concentração de nitrato por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear,2005.
120
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ESTAÇÃO: Z3
1,2
0,8
0,4
-1
FOSFATO (µmol.l )
0,0
ESTAÇÃO: Z4
1,2
0,8
0,4
0,0
ESTAÇÃO: 047B
1,2
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
0,8
0,4
0,0
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 55 – Médias mensais da concentração de fosfato por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
ESTAÇÃO: Z3
12
8
4
-1
SILICATO (µmol.l )
0
ESTAÇÃO: Z4
12
8
4
0
ESTAÇÃO: 047B
12
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
8
4
0
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 56 – Médias mensais da concentração de sílica por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
121
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
3,5
ESTAÇÃO: Z3
2,5
1,5
-0,5
3,5
-3
CLOROFILA A (mg.m )
0,5
ESTAÇÃO: Z4
2,5
1,5
0,5
-0,5
3,5
ESTAÇÃO: 047B
2,5
Non-Outlier Max
Non-Outlier Min
75%
25%
Median
1,5
0,5
-0,5
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Figura 57 – Médias mensais da concentração de clorofila A por ponto de monitoramento.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Através de análise dos gráficos (Figura 50 a Figura 57), confirmados por análises
estatísticas de comparação de amostras, pode-se concluir que pouca variação
significativa dos parâmetros ocorre entre as estações ao longo do ano, podendo ser
afirmado que as concentrações são homogêneas ao longo do ano. Exceção a este
comportamento é a temperatura e as concentrações de silicatos e clorofila A, que
apresentam notadamente uma variação sazonal acentuada e em menor escala a
variação do grau de saturação de oxigênio. Nota-se uma forte alteração dos valores de
temperatura e concentrações de sílica associadas aos períodos de inverno e verão,
apresentando comportamentos inversos, mas que de forma alguma estão associados
entre si e sim correlacionados a situação climática.
Outra análise que pode ser feita é a comparação direta entre as temperaturas da
estação Z3 e Z4, uma vez que sendo a água utilizada para arrefecimento do sistema
de refrigeração das Usinas, pode-se verificar qual a variação média histórica entre a
água captada em Itaorna e a água lançada na enseada de Piraquara de Fora. Esta
análise pode ser facilmente observada no gráfico que retrata a diferença de
temperatura entre as duas estações ao longo do período de coleta de dados (Figura
58). As variações encontradas podem estar relacionadas às questões já levantadas de
amostragem. Pois como o monitoramento de parâmetros físicos bem mostrou, existe
uma alteração dos padrões de correntes na região interna da enseada de Piraquara de
Fora, que se alterna com entrada de águas vindas da parte mais de fora da baía e
águas vindas da Baía da Ribeira, variando de acordo com a maré e as condições
climáticas. Assim o ponto de amostragem na enseada de Piraquara de Fora (Z4), pode
ter suas condições físico-químicas, em dado instante, alterada por influência de águas
mais quentes ou mais frias dependendo da situação reinante no momento da coleta, e
que não são possíveis de serem inferidas na presente análise.
122
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 58 – Diferença de temperatura entre as estações Z4 e Z3
ao longo do período coleta de dados
Fonte: Eletronuclear, 2005.
A partir dos dados foi feita uma análise da média histórica mensal, ou seja, a média
dos meses durante todo o período amostral, o que resultou na Figura 59. Verifica-se
que a média, ao longo de todo o tempo do monitoramento, da temperatura da água
descarregada em Piraquara de Fora se mantém próximo da temperatura da água de
Itaorna, sendo a diferença média menor que 0,5 ºC.
Variação Média do Delta de Temperatura entre as estações Z4 e Z3
5
variação de temperatura (T Z4 - TZ3)
4
3
2
1
0
-1
-2
-3
-4
-5
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Max
Min
75%
25%
Median
MÊS
Figura 59 – Variação média da diferença de temperatura nas estações Z4 e Z3 ao longo do ano
Fonte: Eletronuclear, 2005.
123
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.1.2 Resultados observados
A partir dos dados básicos obtidos nas análises, efetuou-se um tratamento estatístico
onde a estatística descritiva de cada campanha é apresentada da Tabela 23 a Tabela
30, a seguir.
Tabela 23 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002
Parâmetro
N
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Amplitude
Temperatura (ºC)
139
25.16
24.60
22.60
32.10
9.50
Salinidade
139
34.17
34.18
34.03
34.33
0.30
PH
139
8.07
8.06
7.84
8.31
0.47
O2 (ml/L)
139
4.93
4.91
3.63
5.96
2.34
O2 (mg/L)
139
7.04
7.02
5.18
8.52
3.34
O2 (% saturação)
139
103.96
102.84
75.25
134.57
59.33
NO2 (µmol/L)
138
0.63
0.61
0.32
0.99
0.67
NO3 (µmol/L)
32
0.38
0.30
0.01
1.06
1.05
NH3 (µmol/L)
41
0.09
0.07
0.01
0.29
0.28
PO4 (µmol/L)
136
0.33
0.31
0.04
0.86
0.82
Si (µmol/L)
138
0.29
0.28
0.09
0.65
0.56
Si (µg at/L)
138
8.23
7.79
2.62
18.31
15.68
Clorof. A (mg/M3)
125
0.20
0.14
0.02
0.96
0.94
Mat. Susp. (mg/L)
138
5.36
4.53
2.87
17.09
14.22
Boro (mg/L)
139
5.67
5.52
3.67
8.03
4.37
Surfact. (mg LSS/L)
133
0.04
0.04
0.01
Fonte: Eletronuclear, 2005.
0.08
0.07
Tabela 24 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de
2002.
Int. conf. Int.conf.
Desvio
Erro
Parâmetro
Variância
L. D.
95%
+95%
padrão
padrão
Temperatura (ºC)
24.820
25.491
3.997
1.999
0.170
-
Salinidade
34.155
34.176
0.004
0.062
0.005
-
pH
8.052
8.094
0.016
0.126
0.011
-
O2 (ml/L)
4.874
4.987
0.114
0.337
0.029
-
O2 (mg/L)
6.962
7.124
0.232
0.482
0.041
-
O2 (% saturação)
102.332
105.578
93.672
9.678
0.821
-
NO2 (µmol/L)
0.602
0.661
0.030
0.173
0.015
0.006
NO3 (µmol/L)
0.277
0.476
0.076
0.276
0.049
0.319
NH3 (µmol/L)
0.066
0.110
0.005
0.069
0.011
0.047
PO4 (µmol/L)
0.306
0.348
0.016
0.125
0.011
0.016
4.219
2.054
0.175
0.003
Si (µmol/L)
Si (µg at/L)
3
3.941
4.286
0.005
0.073
0.006
0.083
Clorof. A (mg/M )
0.169
0.225
0.025
0.158
0.014
-
Mat. Susp. (mg/L)
4.950
5.776
6.009
2.451
0.209
-
Boro (mg/L)
5.513
5.820
0.839
0.916
0.078
66.583
Surfact. (mg LSS/L)
0.034
0.014
0.001
0.002
0.039
0.000
Fonte: Eletronuclear, 2005.
124
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 25 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002
Parâmetro
N
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Amplitude
Temperatura (ºC)
138
27.32
28.20
20.40
33.10
12.70
Salinidade
138
33.08
32.89
31.17
35.15
3.98
pH
138
8.11
8.10
8.00
8.24
0.24
O2 (ml/L)
138
4.93
4.97
3.81
6.18
2.37
O2 (mg/L)
138
7.05
7.10
5.44
8.83
3.39
O2 (% saturação)
138
107.34
108.52
74.81
142.18
67.38
NO2 (µmol/L)
137
0.49
0.40
0.20
1.33
1.14
NO3 (µmol/L)
127
0.60
0.37
0.01
4.08
4.07
NH3 (µmol/L)
137
1.31
1.24
0.71
2.23
1.52
PO4 (µmol/L)
104
0.37
0.28
0.10
1.01
0.91
Si (µmol/L)
137
0.19
0.18
0.10
0.35
0.25
Si (µg at/L)
137
5.24
5.06
2.77
9.79
7.02
Clorof. A (mg/M3)
133
0.26
0.16
0.02
1.80
1.78
Mat. Susp. (mg/L)
136
6.26
4.82
2.75
33.50
30.75
Boro (mg/L)
138
2.60
2.58
1.23
4.15
2.92
Surfact. (mg LSS/L)
135
0.06
0.05
0.01
Fonte: Eletronuclear, 2005.
0.60
0.59
Tabela 26 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de
2002
Int. conf. Int.conf.
Desvio
Erro
Parâmetro
Variância
L. D.
95%
+95%
padrão
padrão
Temperatura (ºC)
26.824
27.810
8.572
2.928
0.249
-
Salinidade
32.911
33.241
0.961
0.980
0.083
-
pH
8.102
8.121
0.003
0.058
0.005
-
O2 (ml/L)
4.876
4.993
0.120
0.347
0.029
-
O2 (mg/L)
6.966
7.133
0.245
0.495
0.042
-
O2 (% saturação.)
105.404
109.277
132.394
11.506
0.979
-
NO2 (µmol/L)
0.449
0.539
0.070
0.265
0.023
0.027
NO3 (µmol/L)
0.480
0.716
0.451
0.672
0.060
NH3 (µmol/L)
1.255
1.371
0.117
0.341
0.029
0.225
PO4 (µmol/L)
0.324
0.413
0.054
0.231
0.023
0.078
Si (µmol/L)
0.178
0.195
0.002
0.049
0.004
0.046
5.003
5.467
1.884
1.373
0.117
0.002
Si (µg at/L)
3
Clorof. A (mg/M )
0.206
0.318
0.107
0.328
0.028
-
Mat. Susp. (mg/L)
5.610
6.916
14.832
3.851
0.330
-
Boro (mg/L)
2.520
2.679
0.223
0.472
0.040
57.446
Surfact. (mg LSS/L)
0.052
0.057
0.005
0.002
0.071
0.003
Fonte: Eletronuclear, 2005.
125
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 27 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003.
Parâmetro
N
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Amplitude
Temperatura (ºC)
141
29.26
30.00
19.80
35.60
15.80
Salinidade
141
33.50
33.39
31.29
35.36
4.07
pH
141
8.18
8.20
7.77
8.42
0.65
O2 (ml/L)
141
4.66
4.82
1.90
5.67
3.76
O2 (mg/L)
141
6.66
6.88
2.72
8.10
5.38
O2 (% saturação)
141
105.34
109.50
36.89
133.22
96.33
NO2 (µmol/L)
140
0.45
0.40
0.23
1.95
1.72
NO3 (µmol/L)
118
0.60
0.49
0.04
2.40
2.35
NH3 (µmol/L)
138
0.49
0.40
0.23
1.69
1.46
PO4 (µmol/L)
140
0.44
0.30
0.12
2.69
2.57
Si (µmol/L)
141
0.21
0.17
0.00
0.80
0.80
Si (µg at/L)
141
5.79
4.77
0.00
22.37
22.37
Clorof. A (mg/M3)
140
0.42
0.31
0.04
1.91
1.87
Mat. Susp. (mg/L)
141
8.64
6.85
4.40
26.50
22.10
Boro (mg/L)
135
5.34
5.42
1.06
7.92
6.86
Surfact. (mg LSS/L)
122
0.07
0.05
0.00
Fonte: Eletronuclear, 2005.
0.29
0.29
Tabela 28 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de
2003.
Int. conf. Int.conf.
Desvio
Erro
Parâmetro
Variância
L. D.
95%
+95%
padrão
padrão
Temperatura (ºC)
28.713
29.806
10.773
3.282
0.276
-
Salinidade
33.353
33.639
0.739
0.860
0.072
-
pH
8.161
8.208
0.020
0.142
0.012
-
O2 (ml/L)
4.541
4.777
0.500
0.707
0.060
-
O2 (mg/L)
6.488
6.824
1.020
1.010
0.085
-
O2 (% saturação.)
102.159
108.519
364.796
19.100
1.608
-
NO2 (µmol/L)
0.421
0.486
0.038
0.196
0.017
0.0
NO3 (µmol/L)
0.513
0.686
0.226
0.476
0.044
0.046
NH3 (µmol/L)
0.442
0.530
0.069
0.262
0.022
0.225
PO4 (µmol/L)
0.362
0.516
0.214
0.463
0.039
0.025
Si (µmol/L)
0.185
0.227
0.016
0.126
0.011
0.046
5.199
6.376
12.487
3.534
0.298
0.002
Si (µg at/L)
3
Clorof. A (mg/M )
0.363
0.480
0.122
0.349
0.029
-
Mat. Susp. (mg/L)
7.914
9.371
19.154
4.376
0.369
-
Boro (mg/L)
5.129
5.557
1.584
1.259
0.108
57.446
Surfact. (mg LSS/L)
0.058
0.043
0.004
0.023
0.073
0.002
Fonte: Eletronuclear, 2005.
126
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 29 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003.
Parâmetro
N
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Amplitude
Temperatura (ºC)
144
26.88
26.30
25.10
33.10
8.00
Salinidade
144
34.53
34.54
33.35
34.84
1.49
pH
144
8.12
8.10
8.00
8.28
0.28
O2 (ml/L)
143
4.36
4.32
3.79
5.00
1.21
O2 (mg/L)
143
6.23
6.18
5.41
7.14
1.73
O2 (% saturação)
143
94.87
93.15
80.22
119.85
39.62
NO2 (µmol/L)
141
0.47
0.41
0.11
1.19
1.08
NO3 (µmol/L)
140
0.32
0.31
0.16
0.84
0.68
NH3 (µmol/L)
143
0.84
0.79
0.48
2.09
1.60
PO4 (µmol/L)
144
0.44
0.39
0.10
1.15
1.04
Si (µmol/L)
144
0.01
0.01
0.00
0.03
0.03
Si (µg at/L)
144
0.37
0.38
0.02
0.76
0.75
Clorof. A (mg/M )
130
0.07
0.03
0.00
0.90
0.91
Mat. Susp. (mg/L)
143
6.98
6.11
4.00
22.77
18.77
Boro (mg/L)
144
5.13
5.13
2.90
6.85
3.95
Surfact. (mg LSS/L)
143
0.06
0.05
0.03
Fonte: Eletronuclear, 2005.
0.15
0.12
3
Tabela 30 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003.
Int. conf. Int.conf.
Desvio
Erro
Parâmetro
Variância
L. D.
95%
+95%
padrão
padrão
Temperatura (ºC)
26.588
27.178
3.215
1.793
0.149
-
Salinidade
34.499
34.564
0.039
0.197
0.016
-
pH
8.111
8.132
0.004
0.064
0.005
-
O2 (ml/L)
4.329
4.396
0.041
0.202
0.017
-
O2 (mg/L)
6.185
6.280
0.083
0.288
0.024
-
O2 (% saturação.)
93.725
96.009
47.738
6.909
0.578
-
NO2 (µmol/L)
0.437
0.496
0.032
0.179
0.015
0.001
NO3 (µmol/L)
0.308
0.340
0.009
0.096
0.008
0.046
NH3 (µmol/L)
0.797
0.874
0.055
0.235
0.020
0.225
PO4 (µmol/L)
0.403
0.468
0.039
0.196
0.016
0.025
Si (µmol/L)
0.012
0.014
0.000
0.005
0.000
0.005
Si (µg at/L)
0.345
0.395
0.022
0.150
0.012
0.002
Clorof. A (mg/M )
0.046
0.094
0.019
0.137
0.012
-
Mat. Susp. (mg/L)
6.515
7.443
7.873
2.806
0.235
-
Boro (mg/L)
5.015
5.239
0.464
0.681
0.057
57.446
Surfact. (mg LSS/L)
0.057
0.021
0.002
0.023
3
0.064
0.000
Fonte: Eletronuclear, 2005.
127
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.1.3 Análise dos resultados – avaliação da sazonalidade
Por meio do tratamento estatístico, efetuou-se a análise dos resultados em uma forma
gráfica, onde o principal objetivo é a visualização do comportamento dos parâmetros
analisados. Para tanto, construiu-se gráficos de caixas (Box-Whiskers) que
representassem os valores medianos, os percentis 25% e 75% e os valores mínimos e
máximos de cada parâmetro, agrupados por profundidade de amostragem, por
período de maré em cada uma das campanhas realizadas. Esses gráficos são
apresentados nas figuras que se seguem, correspondentes a cada parâmetro
determinado durante este monitoramento.
Neste tipo de gráfico observa-se que os valores têm uma distribuição não normal e
assim o motivo da anormalidade deve ser buscado em um estudo estatístico mais
aprofundado, o que no momento não se faz necessário tendo em vista ser uma
avaliação menos detalhada que objetiva visualizar a variação sazonal e não as
variações internas entre as amostras. Pela variação da caixa de percentis chega-se
com muita definição na distribuição dos valores agrupados, propiciando a
caracterização do grau de dispersão dos valores dentro do grupo amostral
estabelecido na faixa dos valores máximos e mínimos que também são representados
no gráfico apresentado.
Figura 60 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Temperatura no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
128
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 61 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Salinidade
no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 62 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do pH no Saco
Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
129
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 63 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do Grau de
Saturação de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 64 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
130
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 65 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 66 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Amônia no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
131
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 67 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Nitrito no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 68 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Nitrato no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
132
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 69 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Fosfato no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 70 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
133
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 71 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 72 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Clorofila A no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
134
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 73 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Material em Suspensão no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 74 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Boro no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
135
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Distribuição Sazonal da Concetração de Surfactantes no Saco de Piraquara de Fora
0,32
Maré Enchente
0,20
0,14
0,08
0,02
-0,04
0,32
0,26
Maré Vazante
-1
Surfactante ( mg LSS.L )
0,26
0,20
0,14
0,08
0,02
-0,04
ago/02 nov/02 fev/03 mai/03 ago/02 nov/02 fev/03 mai/03 ago/02 nov/02 fev/03 mai/03
Superfície
0,2 m
Max
Min
75%
25%
Mediana
Fundo
Campanha de Amostragem
Figura 75 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da
Concentração de Surfactantes no Saco Piraquara de Fora
Fonte: Eletronuclear, 2005.
136
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A simples análises dos dados é muito difícil, pois o agrupamento abrange uma área
muito grande com influências diversas, ou seja, com contribuições de águas da Baia
da Ribeira e da Baia da Ilha Grande, que se dá até mesmo entre a camada superficial
e a camada profunda, e este fato pode ser confirmado pela grande dispersão dos
valores em alguns grupamentos. Assim, de uma forma geral o comportamento dos
resultados ficou dentro de uma normalidade de ocorrência para o ambiente
considerado, ou seja, de águas costeiras.
5.2.1.4 Avaliação dos resultados – comparação com os limites legais:
De forma a facilitar as comparações entre os valores determinados e a tabulação dos
valores estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357 de 18 de junho de 2005, que
estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional,
seus usos e características aceitáveis, os critérios e padrões para lançamento de
efluentes líquidos estabelecido pela norma NT-202.R-10 de 07 de outubro de 1986 e
os critérios de qualidade de água para preservação de fauna e flora marinhas naturais
estabelecidos na norma NT-319 do ano de 1979, os valores das respectivas normas e
dados de média, mediana, mínimo e máximo obtidos durante o monitoramento são
mostrados na Tabela 31 a Tabela 34, a seguir.
A comparação com os dados pretéritos ficou prejudicada aqui, pois se considerarmos
os dados pretéritos como valores históricos e sendo a média dos dados pretéritos nas
estações Z4 e 047B para cada mês amostrado no levantamento histórico entre 1987 e
2002, esses valores somente apresentam dados de águas de superfície não podendo
então ser comparados com os valores obtidos durante o monitoramento face estes
conterem valores de superfície, 2 metros e fundo (a um metro do fundo).
Tabela 31 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 01)
Limite
Limite
Limite
Legal
Legal
Legal
Campanha 01
Conama
FEEMA
N
Média
Mediana
Mín.
Máx.
FEEMA
357
AGOSTO/02
NT-319
Classe 5 NT-202.R10/1986
1979
2005
Temperatura (ºC)
139
25.16
24.60
22.60
32.10
-
< 40.0
-
Salinidade
139
34.17
34.18
34.03
34.33
-
-
-
pH
139
8.07
8.06
7.84
8.31
6.5 a 8.5
5.0 a 9.0
6.5 a 8.5
O2 (ml/L)
139
4.93
4.91
3.63
5.96
> 4.20
-
O2 (mg/L)
139
7.04
7.02
5.18
8.52
> 6.00
-
≥4
NO2 (µmol/L)
138
0.63
0.61
0.32
0.99
< 71.4
-
≤ 0,02
NO3 (µmol/L)
32
0.38
0.30
0.01
1.06
< 714
-
≤ 0,16
NH3 (µmol/L)
41
0.09
0.07
0.01
0.29
< 23.5
< 357
≤ 0,02
PO4 (µmol/L)
136
0.33
0.31
0.04
0.86
-
-
-
Si (µmol/L)
138
0.29
0.28
0.09
0.65
-
-
-
Clorof. A (mg/m3)
125
0.20
0.14
0.02
0.96
-
-
-
Mat. Susp. (mg/L)
138
5.36
4.53
2.87
17.09
-
-
137
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Campanha 01
AGOSTO/02
N
Média
Mediana
Mín.
Máx.
Limite
Legal
Conama
357
Classe 5
2005
Boro (mg/L)
139
5.67
5.52
3.67
8.03
< 5.0
< 5.0
≤ 0,05
Surfact. (mg LSS/L) 133
0.04
0.04
0.01
0.08
< 0.5
Fonte: Fonte: Eletronuclear, 2005.
< 2.0
≤ 0,05
Limite
Legal
FEEMA
NT-202.R10/1986
Limite
Legal
FEEMA
NT-319
1979
Tabela 32 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 02)
Limite
Limite Legal Limite
Legal
Legal
Campanha 02
Conama 375
FEEMA
FEEMA
N
Média Mediana
Mín.
Máx.
Classe 5
NOVEMBRO/02
NT-202.R- NT-319
2005
10/1986
1979
Temperatura (ºC)
138
27.32
28.20
20.40
33.10
-
< 40.0
-
Salinidade
138
33.08
32.89
31.17
35.15
-
-
-
PH
138
8.11
8.10
8.00
8.24
6.5 a 8.5
5.0 a 9.0
6.5 a 8.5
O2 (ml/L)
138
4.93
4.97
3.81
6.18
> 4.20
-
-
O2 (mg/L)
138
7.05
7.10
5.44
8.83
> 6.00
-
≥4
NO2 (µmol/L)
137
0.49
0.40
0.20
1.33
< 71.4
-
≤ 0,02
NO3 (µmol/L)
127
0.60
0.37
0.01
4.08
< 714
-
≤ 0,16
NH3 (µmol/L)
137
1.31
1.24
0.71
2.23
< 23.5
< 357
≤ 0,02
PO4 (µmol/L)
104
0.37
0.28
0.10
1.01
-
-
-
Si (µmol/L)
137
0.19
0.18
0.10
0.35
-
-
-
Clorof. A (mg/M3)
133
0.26
0.16
0.02
1.80
-
-
-
Mat. Susp. (mg/L)
136
6.26
4.82
2.75
33.50
-
-
-
Boro (mg/L)
138
2.60
2.58
1.23
4.15
< 5.0
< 5.0
≤ 0,05
Surfact. (mg LSS/L) 135
0.06
0.05
0.01
0.60
Fonte: Eletronuclear, 2005.
< 0.5
< 2.0
≤ 0,05
Tabela 33 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 03)
Limite
Limite Legal Limite
Legal
Legal
Campanha 03
Conama 357
FEEMA
FEEMA
N
Média Mediana
Mín.
Máx.
Classe 5
FEVEREIRO/03
NT-202.R- NT-319
2005
10/1986
1979
Temperatura (ºC)
141
29.26
30.00
19.80
35.60
-
< 40.0
-
Salinidade
141
33.50
33.39
31.29
35.36
-
-
-
pH
141
8.18
8.20
7.77
8.42
6.5 a 8.5
5.0 a 9.0
6.5 a 8.5
O2 (ml/L)
141
4.66
4.82
1.90
5.67
> 4.20
-
-
O2 (mg/L)
141
6.66
6.88
2.72
8.10
> 6.00
-
≥4
NO2 (µmol/L)
140
0.45
0.40
0.23
1.95
< 71.4
-
≤ 0,02
NO3 (µmol/L)
118
0.60
0.49
0.04
2.40
< 714
-
≤ 0,16
NH3 (µmol/L)
138
0.49
0.40
0.23
1.69
< 23.5
< 357
≤ 0,02
138
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Limite Legal Limite
Legal
Conama 357
FEEMA
Classe 5
NT-202.R2005
10/1986
Limite
Legal
FEEMA
NT-319
1979
Campanha 03
FEVEREIRO/03
N
Média
Mediana
Mín.
Máx.
PO4 (µmol/L)
140
0.44
0.30
0.12
2.69
-
-
-
Si (µmol/L)
141
0.21
0.17
0.00
0.80
-
-
-
Clorof. A (mg/M )
140
0.42
0.31
0.04
1.91
-
-
-
Mat. Susp. (mg/L)
141
8.64
6.85
4.40
26.50
-
-
-
Boro (mg/L)
135
5.34
5.42
1.06
7.92
< 5.0
< 5.0
≤ 0,05
Surfact. (mg LSS/L) 122
0.07
0.05
0.00
0.29
Fonte: Eletronuclear, 2005.
< 0.5
< 2.0
≤ 0,05
3
Tabela 34 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais
(campanha 04)
Limite
Limite Legal Limite
Legal
Legal
Conama 357
Campanha 04
FEEMA
FEEMA
N
Média Mediana
Mín.
Máx.
MAIO/03
Classe 5
NT-202.R- NT-319
2005
10/1986
1979
Temperatura (ºC)
144
26.88
26.30
25.10
33.10
-
< 40.0
-
Salinidade
144
34.53
34.54
33.35
34.84
-
-
-
pH
144
8.12
8.10
8.00
8.28
6.5 a 8.5
5.0 a 9.0
6.5 a 8.5
O2 (ml/L)
143
4.36
4.32
3.79
5.00
> 4.20
-
O2 (mg/L)
143
6.23
6.18
5.41
7.14
> 6.00
-
≥4
NO2 (µmol/L)
141
0.47
0.41
0.11
1.19
< 71.4
-
≤ 0,02
NO3 (µmol/L)
140
0.32
0.31
0.16
0.84
< 714
-
≤ 0,16
NH3 (µmol/L)
143
0.84
0.79
0.48
2.09
< 23.5
< 357
≤ 0,02
PO4 (µmol/L)
144
0.44
0.39
0.10
1.15
-
-
-
144
0.01
0.01
0.00
0.03
-
-
-
Si (µmol/L)
3
Clorof. A (mg/M )
130
0.07
0.03
0.00
0.90
-
-
-
Mat. Susp. (mg/L)
143
6.98
6.11
4.00
22.77
-
-
-
Boro (mg/L)
144
5.13
5.13
2.90
6.85
< 5.0
< 5.0
≤ 0,05
Surfact.
(mg LSS/L)
143
0.06
0.05
0.03
0.15
< 0.5
< 2.0
≤ 0,05
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Os valores estabelecidos pela NT-319 são bem mais rígidos, especialmente no que diz
respeito aos valores limites para nitrito, nitrato e amônia no meio, provocando um não
enquadramento de todas as amostras em todas as campanhas. No mesmo caso se
enquadra o limite da concentração do Boro e para algumas amostras a concentração
máxima permitida para os teores de Surfactantes foi ultrapassada devendo assim ser
estudado com maior cuidado a utilização desta norma como base para o controle
ambiental na região, uma vez que historicamente os valores também estariam fora
desses limites para esses parâmetros. Assim questiona-se a sua aplicação, pois não
tem nenhuma relação a existência de valores acima do limite com as atividades e
efluentes da CNAAA.
139
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.1.5 Análise dos resultados – comparação com os dados pretéritos
Para executar essa comparação foi necessário considerar somente os dados da
superfície coletados durante o monitoramento, e os seus valores médios foram
comparados com os valores médios dos dados pretéritos para as estações Z4 e 047B
(Tabela 35), pois esses pontos estão localizados dentro do Saco Piraquara onde foram
realizadas as coletas do monitoramento. È importante destacar aqui que os pontos do
monitoramento abrangem uma área bem maior, incluindo toda a parte adjacente a
entrada do Saco Piraquara de Fora, assim sendo uma diferença resultante da
influência dos dados da região B do monitoramento pode dificultar a comparação
direta dos dados.
Pela análise dos dados contidos na Tabela 35 outro aspecto importante a ser
considerado é o completo desconhecimento da metodologia aplicada para os
levantamentos de campo e de laboratório utilizados na obtenção dos dados pretéritos,
e este pode ser o motivo para as diferenças encontradas. A comparação dos valores
mostra claramente que as concentrações de nitrito e oxigênio dissolvido estão sempre
maiores no monitoramento realizado quando comparado com os valores dos dados
pretéritos. Da mesma forma que os valores das concentrações de nitrato, silicato e
clorofila A estão sistematicamente mais baixos que os dados pretéritos.
Assim, considerando os resultados obtidos não se pode afirmar categoricamente que
os valores estão ou não diferentes, pois podem estar sob a influência de erros
sistemáticos e aleatórios, especialmente no que diz respeito aos valores obtidos
historicamente no monitoramento mantido pela Eletronuclear desde 1987.
140
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Estação
Tabela 35 – Comparação dos dados do monitoramento para amostras da superfície e dados pretéritos nas estações Z3, Z4 e 047B
T (ºC)
NITRITO
NITRATO
FOSFATO
SILICATO
OXIGÊNIO
OXIGÊNIO
CLOROFILA (mg.m-3)
MÊS
S
0,5M
µmol.l-1
µmol.l-1
µmol.l-1
µmol.l-1
mg.l-1
% sat
A
B
C
Z3
Fev
27,23
35,11
0,06
2,39
0,23
2,49
6,71
96,2%
0,95
0,09
0,41
Z4
28,16
34,97
0,07
2,20
0,26
3,15
6,77
98,3%
1,23
0,12
0,60
047B
27,98
35,46
0,06
1,57
0,25
2,90
6,67
96,8%
0,84
0,15
0,49
Monitoramento
26,23
34,15
0,63
0,36
0,29
0,30
7,16
107,6%
0,29
-
-
24,09
35,62
0,05
5,41
0,26
5,61
6,48
87,9%
0,86
0,09
0,12
Z3
Mai
Z4
24,37
35,45
0,10
5,61
0,28
7,01
6,14
78,1%
1,08
0,10
0,17
047B
24,46
35,65
0,07
4,95
0,28
5,98
6,23
79,5%
0,74
0,07
0,22
Monitoramento
29,35
32,48
0,52
0,72
0,36
0,19
7,27
113,9%
0,20
-
-
Z3
21,85
35,50
0,07
2,77
0,33
6,57
6,53
91,2%
0,77
0,09
0,13
Z4
22,33
35,53
0,10
2,73
0,35
5,80
6,64
94,0%
0,63
0,07
0,20
047B
22,28
35,46
0,07
1,63
0,33
5,55
6,54
92,3%
0,46
0,04
0,19
Monitoramento
31,05
32,93
0,47
0,62
0,31
5,95
7,08
114,3%
0,27
-
-
Z3
Ago
23,47
35,33
0,03
3,01
0,26
2,97
6,09
76,1%
1,29
0,67
1,06
Z4
Nov
23,96
35,48
0,08
1,92
0,24
3,07
6,04
81,5%
0,80
0,16
0,32
047B
23,89
35,81
0,03
1,31
0,26
3,46
6,01
75,9%
0,65
0,16
0,37
Monitoramento
27,88
34,41
0,47
0,35
0,45
0,01
Fonte: Eletronuclear, 2005.
6,35
98,2%
0,05
-
-
141
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.1.6 Análise dos resultados – comparação com o ponto de controle
Durante a segunda campanha, realizada em novembro de 2002, observou-se que
ocorreu um aumento significativo das concentrações de amônia no efluente
descarregado em Piraquara (Figura 66). Para avaliar se esta alteração era proveniente
de alteração das condições físico-químicas das águas de Itaorna, onde é feita a
captação, passou-se a monitorar o ponto Z3 obedecendo ao mesmo procedimento do
monitoramento da enseada Piraquara de Fora a se ter como ponto de controle para os
parâmetros sob investigação.
Assim sendo na Tabela 36 é apresentada a comparação entre os dados obtidos para o
ponto de controle (Z3) e o ponto mais próximo da descarga dos efluentes em
Piraquara de Fora, ou seja, o ponto R0.
Para o cálculo das médias optou-se em não considerar profundidades maiores que 6
metros no ponto de controle pois a captação de águas se dá até esta profundidade,
assim os dados se tornam mais confiáveis para efeito de comparação.
Assim aplicada a comparação entre as médias do ponto de controle e o ponto R0
observa-se que ocorre um claro aumento da temperatura, o que é bastante óbvio
devido a utilização que se dá a esta água, na terceira campanha a variação foi de
3,9ºC e na quarta campanha foi de 6,7ºC e 6,5ºC nas marés enchente e vazante
respectivamente. Como o sistema de refrigeração é feito através de bombeamento e
descarga por canais, o nível de oxigênio na descarga é sempre mais elevado. O
incremento do percentual de saturação do oxigênio foi de cerca de 21% na terceira
campanha, na quarta campanha na maré enchente e de 7,3% na maré vazante da
quarta campanha.
Já para os nutrientes as concentrações são sistematicamente menores na descarga
do que na área de captação na maioria das vezes. Exceção feita na campanha de
maré vazante de maio de 2003.
Assim sendo conclui-se que as variações encontradas nos resultados em Piraquara de
Fora são coincidentes com as variações das condições em Itaorna, não sendo
determinado nenhuma interferência nos parâmetros analisados pela CNAAA.
142
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 36 – Quadro comparativo dos parâmetros no ponto de controle (Z3) e no ponto R0 (descarga do efluente)
Ponto Campanha
Data
Hora
Maré
Prof. Temp
Salinidade
(m) (ºC)
pH
Nitrito Nitrato Amônio Fosfato Silicato Clorofila
Boro
O.D. O.D. O.D.
M.S.
A
(µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L
(mg
(ml/l) (mg/l) (%)
(mg/L)
)
)
)
)
)
(mg/m³)
B/L)
Surf.
(mg
LSS/L)
Z3
3
18/02/03 11:17
E
0,5
29,4
31,29
8,10 4,93 7,04 109,6
0,54
0,36
0,37
0,39
0,49
0,36
4,40
4,64
0,03
Z3
3
18/02/03 11:20
E
2,0
28,7
33,09
8,14 4,84 6,91 107,4
0,50
1,35
0,40
0,27
0,24
0,35
12,13
4,44
0,03
Z3
3
18/02/03 11:22
E
5,0
28,6
33,69
8,18 4,79 6,85 106,6
0,55
0,22
1,47
0,21
0,20
0,33
4,90
-
-
Z3
3
18/02/03 11:26
E
13,0
23,5
35,13
8,06 4,02 5,74
82,7
0,74
0,37
0,56
0,77
0,21
1,22
12,30
-
-
28,9
32,69
8,14 4,85 6,93 107,9
0,53
0,64
0,75
0,29
0,31
0,34
7,14
4,54
0,03
media até a profundidade de 5m
R0-E
3
18/02/03 14:51
E
0,5
32,6
33,24
8,18 5,38 7,68 127,1
0,53
0,33
0,32
0,17
0,17
0,16
5,87
5,87
0,04
R0-E
3
18/02/03 14:53
E
2,0
32,9
33,24
8,18 5,56 7,94 132,0
0,54
0,14
0,36
0,20
0,18
0,18
7,80
5,53
0,04
R0-E
3
18/02/03 14:55
E
6,0
33,0
33,17
8,22 5,47 7,81 130,0
0,58
0,92
0,37
0,22
0,26
0,19
6,67
1,30
0,04
32,8
33,22
8,19 5,47 7,81 129,7
0,55
0,46
0,35
0,20
0,21
0,18
6,78
4,23
0,04
media das profundidades
Z3
4
17/05/03 14:47
E
0,5
26,6
33,94
8,04 4,46 6,37
96,1
0,84
0,40
0,70
0,59
0,02
0,03
6,41
5,70
0,06
Z3
4
17/05/03 14:50
E
2,0
26,0
34,09
8,06 4,57 6,53
97,6
0,87
0,35
0,74
0,17
0,01
0,40
7,07
5,75
0,05
4
17/05/03 14:54
E
14,0
25,3
34,84
8,05 3,79 5,41
80,2
1,19
0,49
0,79
0,35
0,01
0,90
10,27
5,58
0,04
26,3
34,02
8,05 4,51 6,45
96,8
0,86
0,37
0,72
0,38
0,02
0,22
6,74
5,73
0,06
Z3
médias das profundidadesaté 2m
Z3
4
14/05/03 14:08
V
0,5
25,9
33,35
8,14 4,37 6,24
92,7
0,43
0,48
1,92
0,67
0,03
0,27
5,90
5,73
0,06
Z3
4
14/05/03 14:10
V
2,0
25,4
34,09
8,14 4,73 6,75
99,9
0,43
0,24
1,31
0,62
0,03
0,23
5,45
5,12
0,05
Z3
4
14/05/03 14:15
V
13,0
25,3
34,69
8,18 4,19 5,98
88,7
0,38
0,42
1,50
0,76
0,02
0,03
8,53
5,37
0,06
25,7
33,72
8,14 4,55 6,50
96,3
0,43
0,36
1,62
0,64
0,03
0,25
5,68
5,43
0,06
médias das profundidades até 2 m
R0-E
4
16/05/03 15:01
E
0,5
32,7
34,62
8,14 4,88 6,98 116,5
0,67
0,40
0,64
0,39
0,01
0,52
7,45
5,17
0,05
R0-E
4
16/05/03 15:04
E
2,0
33,1
34,54
8,10 5,00 7,14 119,8
0,00
0,00
0,61
0,38
0,01
-0,34
7,40
4,77
0,05
R0-E
4
16/05/03 15:10
E
5,0
33,1
34,54
8,16 4,88 6,98 117,2
0,68
0,43
0,53
0,39
0,01
-0,47
7,53
4,80
0,05
33,0
34,57
8,13 4,92 7,03 117,8
0,45
0,28
0,59
0,39
0,01
-0,09
7,46
4,91
0,05
32,3
34,32
8,16 4,77 6,82 112,9
0,50
0,40
1,25
0,66
0,02
0,02
5,89
5,28
0,06
médias das profundidades
R0-V
4
14/05/03 14:54
V
0,5
143
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Ponto Campanha
Data
Hora
Maré
Prof. Temp
Salinidade
(m) (ºC)
pH
Nitrito Nitrato Amônio Fosfato Silicato Clorofila
Boro
O.D. O.D. O.D.
M.S.
A
(µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L
(mg
(ml/l) (mg/l) (%)
(mg/L)
)
)
)
)
)
(mg/m³)
B/L)
Surf.
(mg
LSS/L)
R0-V
4
14/05/03 14:56
V
2,0
32,6
34,39
8,17 4,88 6,98 116,2
0,38
0,49
1,25
0,71
0,02
0,00
5,80
5,20
0,06
R0-V
4
14/05/03 14:59
V
4,0
32,7
34,47
8,17 4,68 6,69 111,6
0,37
0,29
2,09
0,64
0,02
0,11
6,90
5,35
0,14
32,5
34,39
8,17 4,78 6,83 113,6 0,42
Fonte: Eletronuclear, 2005.
0,39
1,53
0,67
0,02
0,04
6,20
5,28
0,09
médias das profundidades
144
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.1.7 Conclusão
A análise dos dados mostrou um comportamento dos parâmetros físico-químicos na
área amostrada bastante complexo.
Ficam evidenciadas nas comparações realizadas diferenças entre a região interna e
externa da enseada de Piraquara, diferenças entre a camada de água da superfície e
do fundo que apresentam características diferentes em algumas épocas do ano, a
forte influência dos regimes de maré, ora trazendo a influência das águas da Baia da
Ilha Grande, ora os efeitos das águas da Baía da Ribeira, sem considerar os efeitos
climatológicos que não foram avaliados nesta análise.
De uma forma geral o comportamento das condições químicas das águas em
Piraquara de Fora retratam o comportamento de um corpo costeiro enclausurado
dentro de baías, com flutuações sazonais na maioria de seus parâmetros devido a
influência de corpos de água adjacentes. Pelas comparações realizadas não foi
evidenciado nenhuma alteração negativa nas características químicas das águas de
Piraquara de Fora, a exceção do aumento da temperatura, o que já era conhecido e
esperado e no aumento dos teores de oxigênio nas águas de descarte.
Os parâmetros físico-quimicos são monitorados em periodicidade quinzenal e mensal
através do Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-AG 06),
nos pontos de captação e descarga da água de circulação da Usina Angra 1 – Itaorna
e Piraquara de Fora, ao longo das quatro estações. Os resultados obtidos ao londo
dos anos de monitoramento indicam que os efluentes químicos liberados apresentamse conformes com a legislação vigente: Resolução Conama 357-2005 e NT 202R10.
Desta forma conclui-se que a utilização de águas oceânicas pela CNAAA para seu
sistema de refrigeração não tem provocado nenhuma alteração significativa nas
condições químicas dessas águas. A descrição detalhada dos efluentes líquidos está
descrita no Item 2.2.5.2.
5.2.2 OCEANOGRAFIA FÍSICA
5.2.2.1 Circulação
Para obtenção do padrão de circulação no Saco Piraquara de Fora utilizou-se um
modelo hidrodinâmico bidimensional na horizontal (ROSMAN, 1987) também chamado
modelo 2DH. Este modelo determina em cada ponto x, y do corpo d`água os valores
médios na vertical das componentes nas direções x e y, da velocidade de corrente,
u(x, y, t) e v(x, y, t), e a elevação do nível d`água, ou posição da superfície livre, z =
η(x,y,t).
O modelo matemático empregado tem como equações governantes a equação da
continuidade e as equações da conservação da quantidade de movimento nas
145
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
direções x e y. A rigor, o campo de velocidades é governado pelas equações de
Navier-Stokes para escoamentos turbulentos (também conhecidas como equações de
Reynolds) em três dimensões (3D). Do ponto de vista prático, estas equações são
promediadas na vertical, resultando em um sistema de equações bidimensionais em
planta, conhecidas como equações de águas rasas. Estes escoamentos ocorrem
normalmente em baías, estuários, lagos e águas costeiras (chamados corpos de
águas rasos). O modelo resultante, bidimensional na horizontal (2DH), é aplicável em
casos em que as escalas verticais de movimento são sensivelmente inferiores às
escalas horizontais.
Os valores médios na vertical da velocidade da corrente são definidos por:
η
1
U ( x, y, t ) = ∫ u (x, y, z, t )dz
d −h
e
V ( x, y , t ) =
η
1
v( x, y, z , t )dz
d −∫h
onde:
u = componente da velocidade na direção x;
v = componente da velocidade na direção y;
h = contorno do fundo;
η = superfície livre.
Na Figura 76, apresentam-se as grandezas consideradas e os perfis de velocidade
real e promediada na vertical.
Figura 76 – Grandezas físicas consideradas
Fonte: Eletronuclear, 1998.
146
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.2.1.1 Equações governantes
Considerando as hipóteses de incompressibilidade da água, aproximação de
Boussinesq, aproximação hidrostática e introduzindo o conceito de "velocidade média
ao longo da profundidade" apresentado, é possível derivar o seguinte sistema de
equações:
•
equação da massa, ou continuidade
∂η ∂Ud ∂Vd
+
+
= 0;
∂t
∂x
∂y
•
equação de momentum, ou conservação de quantidade de movimento, na
direção xi
⎡
⎤
∂U i d
∂
(dU iU j ) = − gd ∂η + 1 ⎢ ∂ (dτ ij ) + τ iS − τ iF ⎥ + f i (1 − δ ij )U j d .
+
∂t
∂x j
∂xi ρ ⎢⎣ ∂x j
⎦⎥
Nessas equações, η é a elevação do nível da água, h é a profundidade média e d é a
profundidade total (d = η + h).
O termo f é o coeficiente de Coriolis, dado por
f = 2Ωsenθ
,
sendo Ω a velocidade de rotação da Terra e θ a latitude do local considerado (positivo
no hemisfério norte e negativo no sul).
Os termos τ iS e τ iF são os termos de atrito na superfície e no fundo, respectivamente,
sendo parametrizados da forma:
τ iS = ρ ar C DU 102 cos α i
τ iF = ρC f (u 2 + v 2 ) u i
1/ 2
Onde ρar é a densidade do ar, U10, a velocidade do vento a dez metros da superfície
da Água, CD, o coeficiente de arraste do vento na superfície livre (W.U.J., 1982), αi, o
ângulo que o vento faz com a direção i, e Cf, o coeficiente de atrito no fundo. Cf pode
ser obtido via coeficiente de Chezy (C), como segue:
Cf =
g
C2
,
Considerando:
⎛ 6H ⎞
C = 18 log⎜
⎟
⎝ ε ⎠
sendo ε a amplitude da rugosidade equivalente do fundo (Abbot e Basco, 1989).
147
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As tensões turbulentas laterais médias na vertical, τij, são fundamentais para a
obtenção de modelos com boa capacidade previsiva. No caso presente, são
modeladas do seguinte modo:
τ ij = (K Hf
⎛ ∂u ∂u j
+ K V )⎜ i +
⎜ ∂x
⎝ j ∂xi
⎞ Λ2k ⎛ ∂u i ∂u j ∂u i ∂u j ⎞
⎟+
⎜
⎟
+
⎟
⎟ 24 ⎜ ∂x ∂x
∂
∂
x
x
k
k
k ⎠
⎝ k
⎠
KHf é o coeficiente horizontal de difusão turbulenta de momentum, KV é um coeficiente
de dispersão de momentum que aparece devido à promediação na dimensão vertical e
Λ é um parâmetro relativo à largura do filtro utilizado na filtragem (promediação) da
turbulência (Rosman e Gobbir, 1990);
•
equação de estado. A equação de estado traduz as variações da massa
específica e deve ser usada quando os gradientes de densidade forem
significativos. Segundo Boussinesq, a densidade real pode ser estimada por:
ρ = ρ0 + ρ'
Onde:
ρ0 = densidade de referência, constante;
ρ = variação da densidade, definida por:
ρ '= ρ ' (T , ρB ) ,
Com:
ρB = massa específica do escalar considerado;
•
equação de trnasporte
Quando os gradientes de densidade interferem no movimento das águas, é necessário
incorporar ao modelo hidrodinâmico a equação de transporte do escalar considerado.
Sua representação é dada por:
⎞
∂ρ B
∂ρ
∂ρ
∂ ⎛⎜
+ ui B =
DBA B δ ij ⎟ + RB
⎟
∂t
∂xi
∂xi ⎜⎝
∂x j
⎠
onde:
A = fluido carreante;
B = substância de interesse da mistura;
ρB = massa específica de B;
DBA = coeficiente de difusão turbulenta da substância B em um meio A;
RB = perdas ou acréscimos da substância B, em função de reações químicas.
148
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Se o processo de difusão for isotrópico e homogêneo, DBA é constante e será
representado por D. Substituindo ρ por C, que representa a concentração do escalar
de interesse, a equação fica:
∂ 2C
∂C
∂C
δ ij + R .
=D
+ ui
∂xi ∂x j
∂xi
∂t
Na presente aplicação, o gradiente temporal e espacial de densidade não é
significativo, isto é, considera-se o corpo d`água bem misturado e, portanto, é
dispensada a inclusão das equações de estado e transporte de sal na formulação
geral do problema de determinação da circulação hidrodinâmica. Além disso, pela
observação da área em estudo, nota-se que os rios que aportam no Saco Piraquara
de Fora apresentam áreas de drenagem relativamente pequenas. Por isso a
contribuição de suas vazões, frente ao prisma de maré e às vazões de descarga do
túnel, não deverá alterar o padrão de circulação da baía.
5.2.2.1.2 Condições de contorno
Existem dois tipos de condições de contorno: os contornos de terra e os contornos
abertos. Os contornos de terra são as margens do corpo d’água e os possíveis
afluentes. Nos trechos de contornos de terra de margens, basta impor que o valor da
componente da velocidade normal à linha de contorno seja zero (considera-se a
margem como impermeável). Nos trechos de contorno de terra representando afluxo
de rios ou canais (fluxo para o interior do domínio), além da imposição de uma
velocidade normal ao trecho de contorno em questão, impõem-se também a
componente tangencial, usualmente zero.
Já os contornos abertos caracterizam normalmente o encontro de massas d’água,
representando um limite do modelo, mas não um limite real do corpo d’água. Nos
contornos abertos em situações de efluxo (fluxo para o exterior do domínio modelado)
prescreve-se uma condição de contorno, que é a variação do nível da água (maré).
Entretanto, nas situações de afluxo há necessidade de outra condição além da
anterior, sendo freqüente impor-se como nula a componente da velocidade tangencial
ao contorno.
5.2.2.1.3 Solução do modelo
O sistema de equações que compõe o modelo de circulação em águas rasas é
formado pelas equações conhecidas como: Equação da Conservação da Massa e
Equação Conservação de Quantidade de Movimento; e resolvido com o auxílio de
técnicas numéricas, uma que vez que não possui solução analítica conhecida. A
discretização temporal das equações diferenciais foi realizada via esquemas implícitos
de diferenças finitas de ordem (Δt)² e a discretização espacial, via elementos finitos
subparamétricos, com interpolação quadrática para as variáveis do escoamento e
interpolação linear para a geometria. Tal esquema é potencialmente de ordem (Δx)4
(Rosman, 1987).
149
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A malha de elementos finitos utilizada para discretização do modelo numérico possui
88 elementos e 398 nós, utilizando elementos quadriláteros e triangulares, conforme
pode ser visto na Figura 77. A batimetria está baseada na carta náutica DHN-1637
“Baía da Ribeira”.
150
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.14B
Figura 77 – Malha de Elementos Finitos e Contorno de Terra
Fonte: Eletronuclear, 1998.
151
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.2.1.4 Simulações
Para se determinar os impactos na circulação de água no Saco Piraquara de Fora
foram simuladas duas situações de vazão: a primeira considerando-se somente Angra
1 (40 m3/s), e a segunda com as duas Usinas operando simultaneamente (120 m3/s).
O padrão natural de circulação das águas devido à maré no Saco Piraquara de Fora é
de baixa intensidade, com velocidades praticamente nulas, o que foi verificado através
de medições locais. Fundamentado neste fato, não será considerada a influência da
onda de maré na simulação das descargas d’água.
Na Figura 78 e na Figura 79 apresentam-se, respectivamente, os resultados para as
simulações de Angra 1 e Angra 1 e 2 juntas.
A partir da análise dessas figuras conclui-se que em ambos os casos simulados o
padrão de circulação não é alterado em termos qualitativos, observando-se a
formação de um grande vórtice no Saco Piraquara de Fora. Observa-se sempre na
porção central do saco um fluxo direcionado para leste, enquanto que na porção norte
existe um fluxo em sentido contrário, que vai mudando de direção, seguindo o
contorno da linha de costa, quanto mais se aproxima da boca do túnel de descarga.
Finalmente, a partir deste ponto, as águas oriundas da porção norte se unem ao fluxo
de saída da Usina passando a ter novamente o alinhamento de oeste para leste. Outro
aspecto que é sempre verificado é a reduzida, ou praticamente inexistente, circulação
no extremo sul do saco, onde se localiza a marina.
Em termos quantitativos, na Tabela 37 apresentam-se os valores das velocidades de
correntes, obtidos via simulação, em determinados pontos do Saco Piraquara de Fora,
localizados conforme exibido na Figura 80. Nos dados da Tabela 37 é mostrada a
diminuição dos valores das correntes conforme aumenta a distância da descarga ao
ponto, em todas as situações simuladas. Para o caso das duas Usinas funcionando
juntas, por exemplo, as velocidades são de 33,1 cm/s no túnel (ponto A); 21,4 cm/s na
passagem do túnel para o saco (ponto B); 4,2 cm/s no ponto C e 1,7 cm/s no ponto D,
este localizado cerca de 2.000 m a leste da boca do túnel de descarga. Nesta situação
é verificado o valor máximo de corrente no extremo sul do saco (ponto E), de 0,3 cm/s,
o que é ainda um valor muito baixo. Como o esperado, verifica-se também o aumento
dos valores de velocidade com o aumento da vazão simulada. No ponto C por
exemplo, foram obtidas as velocidades de 1,2 cm/s e 4,2 cm/s, referentes,
respectivamente, aos funcionamentos de Angra 1 isoladamente e Angra 1 e 2 em
conjunto.
As variações no padrão de circulação apresentadas para o funcionamento das duas
Usinas funcionando juntas indicam a possibilidade de alteração dos processos de
transporte de sedimentos. Nota-se, contudo (Figura 78 e Figura 79), que no saco
como um todo os valores de correntes são inferiores a 5 cm/s, mesmo para o
funcionamento da Angra 1 e 2 juntas. Espera-se, portanto, uma alteração mais
significativa na batimetria para os locais mais próximos à descarga do túnel, onde as
152
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
correntes superam os 20 cm/s, e alterações em menor grau ao longo do eixo de
descarga, enquanto que as porções ao norte e principalmente ao sul devem sofrer
efeitos insignificantes.
Figura 78 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 79 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 e 2 juntas.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
153
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 80 – Localização dos pontos
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Tabela 37 – Velocidades de correntes (em cm/s) obtidas pela simulação nos pontos considerados
Ponto
Angra 1
Angra 1 e 2
A
10,3
33,1
B
8,5
21,4
C
1,2
4,2
D
0,5
1,7
E
0,1
0,3
F
0,2
0,6
5.2.2.2 Modelagem de difusão de calor
5.2.2.2.1 Descrição do modelo
O princípio fundamental em que se baseiam os modelos de transporte de poluentes é
a lei de conservação da massa. Uma formulação matemática deste princípio é dada
pela equação de transporte. Uma vez integrada na dimensão vertical, esta equação
pode ser escrita como:
∂C ⎞ ∂ ⎛
∂C ⎞
∂C
∂C
∂C ∂ (Cu ) ∂ (Cv ) ∂ ⎛
⎟⎟ + ⎜⎜ D yx
⎟+s
+ D xy
+ D yy
= ⎜⎜ D xx
+
+
∂y ⎠ ∂y ⎝
∂y ⎟⎠
∂x ⎝
∂x
∂x
∂y
∂x
∂t
154
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
onde C é a concentração em massa do poluente, u e v são as velocidades da corrente
ambiente nas direções x e y, respectivamente, Dnm o coeficiente de difusão, e s é um
termo de fonte ou sumidouro. No caso em que o poluente é jato de água quente, s
pode representar a perda de calorias para a atmosfera.
Na modelação de temperatura, C é a concentração de calor e pode ser relacionada
com a temperatura por meio da relação:
C = ρc(T − T0 )
Onde:
ρ = massa específica da água;
c = calor específico da água;
T = temperatura da água;
T0 = temperatura arbitrária de referência.
Em geral, os poluentes são transportados pelo fluido ambiente num processo
chamado de advecção, sendo também dispersos pela turbulência presente nesse
mesmo processo. A turbulência é considerada na equação de transporte pelos termos
onde aparece o coeficiente de difusão. Neste trabalho a advecção é obtida do modelo
de circulação hidrodinâmico, enquanto que a difusão é obtida a partir de um modelo de
dispersão aleatória de partículas. Vários são os métodos numéricos disponíveis na
literatura para a solução da equação de transporte.
Os mais difundidos são os chamados métodos Eulerianos que utilizam uma malha
fixa, seja de elementos finitos ou de diferenças finitas. Estes métodos precisam de
esquemas especiais para poder tratar fluxos onde a advecção é dominante. Métodos
alternativos, chamados de Eulerianos-Lagrangeanos, tentam resolver a advecção
separadamente da difusão, minimizando as oscilações numéricas que aparecem
normalmente na solução por métodos Eulerianos. Finalmente, métodos totalmente
Lagrangeanos, ou seja, não sujeitos a uma malha fixa, apresentam-se como uma
opção atraente para obter soluções livres de oscilações numéricas.
O método utilizado no modelo aplicado neste trabalho inclui-se nesta última categoria,
o chamado método Lagrangeano de dispersão de partículas discretas. Uma breve
descrição deste método é apresentada a seguir. No método de dispersão de partículas
discretas o poluente é dividido em um grande número de partículas discretas de igual
massa. Cada uma dessas partículas possui sua respectiva coordenada sendo
transportada pelo fluido ambiente e dispersa como resultado de um processo aleatório.
Cada partícula é movimentada de acordo à velocidade V = V a + V d , onde V a e V d
são as velocidades advectiva e difusiva, respectivamente.
A advecção da partícula é considerada idêntica à velocidade da corrente no ponto
onde esta se encontra. A velocidade advectiva na coordenada onde a partícula se
155
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
encontra é obtida por interpolação quadrática das velocidades nos nós dos elementos
finitos.
Considere-se que haja M partículas do poluente e que a coordenada da i-ésima
partícula no intervalo de tempo n-ésimo é X in , Yi n . Depois de um intervalo de tempo
Δt, o deslocamento da partícula devido à advecção será:
X in +1 = X in + u a Δt
Yi n +1 = Yi n + v a Δt
sendo u a e v a as componentes da velocidade do escoamento nas direções x e y,
respectivamente.
A componente difusiva da velocidade é calculada segundo o algoritmo do caminho
aleatório, ou seja, como o produto da distância média percorrida no intervalo de tempo
por um número aleatório r, de média zero e desvio padrão 1. Utilizando-se uma análise
estatística, pode-se mostrar que a distância média percorrida por uma partícula num
espaço bi-dimensional em um intervalo de tempo Δt para difusividade homogênea Dn é
calculada como:
d = 4 Dn Δt .
Assim, a velocidade difusiva pode ser dada por:
Vd =r
4 Dn
d
=r
Δt
Δt
.
Para a geração de números aleatórios utiliza-se um gerador de números entre 0 e 1,
com distribuição uniforme. O desvio padrão dessa distribuição é 1 / 3 , de modo que
para se obter uma distribuição com desvio padrão 1, o número aleatório assim gerado
deverá ser multiplicado por 3. Com essas considerações, a nova posição da partícula
no final do intervalo de tempo é descrita por:
X in +1 = X in + u a Δt + r01 12 Dn Δt cos θ
Yi n +1 = Yi n + v a Δt + r01 12 Dn Δt senθ
Sendo o ângulo θ uma variável aleatória, no caso distribuída uniformemente no
intervalo 0 a 2π.
As condições de contorno consideradas são de contornos abertos, paredes
impermeáveis e despejo do poluente. A fonte é modelada lançando-se um número
finito de partículas, cuja massa é proporcional à quantidade total de calorias que está
sendo despejada. Nos contornos abertos, as partículas que deixam o domínio são
perdidas, visto que não se tem informação do campo de velocidades fora do domínio.
Nas fronteiras impermeáveis o transporte na direção perpendicular à fronteira é zero.
Isto é representado no modelo de partículas discretas por reflexão da posição da
partícula na superfície.
156
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Uma vez obtido o campo de partículas no tempo t desejado, com a posição, Xi, Yi, e
massa de cada partícula mi, o campo de concentrações do poluente é calculado, numa
malha retangular de elementos igualmente espaçados, como o somatório da massa de
todas as partículas que se encontram em cada elemento dividido pelo seu volume, ou
seja, pelo produto da área do elemento e a profundidade d’água naquele ponto.
Para se considerar o decaimento da concentração do poluente, no caso devido à
perda de calor para a atmosfera, a massa de cada partícula é diminuída de acordo
com o fluxo de calor através da interface ar-água. Os dois principais processos de
transferência de calor são a evaporação e a condução. Assim, a expressão do fluxo de
calor para a atmosfera é dada por:
Hn = He ± Hc
As formulações de transferência de calor utilizadas neste modelo são as mesmas
utilizadas no modelo comercial de qualidade de água conhecido como QUAL2 (Brown
e Barnwell, 1987), e são detalhadas a seguir.
5.2.2.2.1.1 Perda por evaporação
A água do corpo aquático ao se evaporar leva consigo seu calor latente de
vaporização, consumindo calorias deste corpo dágua, ou seja, resfriando-o. Esta
significante forma de perda de calor pode ser expressa por:
H e = γH 1 E
onde γ é o peso específico da água a ser evaporada (lb/pé3), H1 é o calor latente de
vaporização e E, a taxa de evaporação.
O calor latente de vaporização, em BTU/lb, é dado por:
H 1 = 1084 − 0,5TS
sendo TS a temperatura da água de superfície (°F).
A taxa de evaporação, em pé/h, pode ser expressa por:
E = (a + bW )(es − ea )
Onde:
a e b = constantes;
W = velocidade do vento, em mph, a 6 pés da superfície da água;
es = pressão de vapor do ar saturado, em polegadas de Hg; na temperatura da água
de superfície;
ea = pressão de vapor da água, em polegadas de Hg, a 6 pés da superfície da água.
157
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.2.2.1.2 Perda por condução
O calor transferido entre a água e a atmosfera devido à diferença de temperatura entre
os dois meios é chamado de condução. Utilizando-se do fato de que a transferência
por condução é função das mesmas variáveis da evaporação, é possível estabelecer
uma proporcionalidade entre a condução de calor e a perda por evaporação. Esta
proporcionalidade é conhecida como relação de Bowen (Brown e Barnwell, 1987), e é
expressa por:
⎛ T − Ta ⎞ Pa
Hc
⎟⎟
= C B ⎜⎜ s
He
e
e
−
a ⎠ 29,92
⎝ s
onde CB é um coeficiente ( ≅ 0,01), Ta é a temperatura do ar (°F) e Pa é a pressão
atmosférica (polegada de Hg).
5.2.2.2.1.3 Coeficientes de difusividade
Os coeficientes de difusividade utilizados neste trabalho foram baseados nos
coeficientes determinados in situ no próprio Saco Piraquara de Fora (Roldão, 1987).
Os experimentos foram feitos com traçador radioativo (rodamina B). A mancha inicial
foi formada por um lançamento instantâneo na saída da descarga, tendo suas
dimensões medidas ao longo do tempo, determinando-se assim os coeficientes de
difusividade. Após a aplicação das equações de regressão nos dados medidos,
obteve-se para variância da distribuição de concentração as seguintes equações:
σ 12 = 2,2 ⋅ 10 −2 t
σ t2 = 3,0 ⋅ 10 −5 t
2,5
2,9
.
Como por definição os coeficientes de difusividade são:
Di =
1 ∂σ i2
2 ∂t
,
obtém-se as seguintes equações para os coeficientes de difusividade longitudinal D1 e
transversal Dt:
Dt = 2,75 ⋅ 10 −2 t
Dt = 4,35 ⋅ 10 −5 t
1, 5
1, 9
.
5.2.2.2.2 Simulações
Foram simuladas as situações de inverno e verão, para o funcionamento de Angra 1
isoladamente, Angra 2 isoladamente e Angra 1 e 2 funcionando juntas. Utilizou-se os
resultados do modelo hidrodinâmico (campo de velocidades) como dados de entrada
na modelagem do comportamento do efluente térmico no Saco Piraquara de Fora. Na
158
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 38 apresentam-se os parâmetros utilizados nas simulações das condições de
inverno e verão.
Parâmetro
Tabela 38 – Parâmetros utilizados nas simulações
Inverno
Verão
Temperatura do mar (°C)
24,0
29,5
Temperatura do efluente (°C)
30,0
35,5
Temperatura do ar seco (°C)
20,0
27,0
Temperatura do ar (°C)
17,0
24,6
Velocidade do vento (m/s)
4,0
Fonte: Eletronuclear, 1998.
3,0
5.2.2.2.2.1 Simulações de Angra 1
Tendo em vista a disponibilidade de dados do mapeamento térmico realizado por
FURNAS no Saco Piraquara de Fora, foi simulado o funcionamento de Angra 1 para
efeito de comparação. Os resultados das simulações são apresentados na Figura 81 e
na Figura 83 e os mapeamentos térmicos na Figura 82 e na Figura 84.
Para a situação de inverno, evidencia-se na Figura 81 e na Figura 82 boa semelhança
entre as simulações e as medições de temperatura para isotermas localizadas mais
próximas à saída do túnel de descarga, que são: 26 °C, 27 °C e 28 °C. Na simulação,
a isoterma de 25 °C apresenta-se mais estreita e alongada que a observada pelas
medições, que se espalha no saco. Existe ainda, nas medições, um “apêndice”
definido pela isoterma de 26 °C, não detectado pela simulação. Pela simulação, as
temperaturas previstas não ultrapassam 30 °C, o que também corresponde ao medido
no local.
Para a situação de verão, apresentada na Figura 83 e na Figura 84, observa-se uma
boa representação da isoterma de 30 °C no tocante ao espalhamento lateral
(orientação vertical). No entanto esta mesma isoterma apresenta-se mais prolongada
na simulação. A isoterma de 31 °C, por sua vez, apresenta-se com espalhamentos
longitudinais similares na simulação e na medição. Porém, na simulação, o
espalhamento lateral é menos evidente. Quanto à isoterma de 32 °C, esta possui uma
área de influência na medição que corresponde à obtida via simulação, apresentando,
contudo, diferente orientação. Assim como no inverno, as temperaturas máximas
obtidas pela simulação de verão correspondem aos valores máximos observados em
campo, neste caso entre 33 °C e 34 °C.
Pelo exposto, conclui-se que o modelo aplicado refletiu de maneira bastante
satisfatória os resultados verificados em campo, apresentando valores de temperatura
e áreas de abrangência similares aos observados, principalmente nas proximidades do
túnel de descarga. As temperaturas mais elevadas para as diferentes situações de
inverno e verão também foram detectadas.
Para a situação de inverno, contudo, as medições de campo demonstraram maiores
espalhamentos laterais, ocorrendo somente nas regiões mais afastadas do túnel, o
159
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
que pode ser atribuído à batimetria utilizada para as simulações hidrodinâmicas e de
qualidade de água, datada de 1987 e que provavelmente está desatualizada,
principalmente ao longo de seu eixo de descarga. Desconfia-se da existência de uma
região mais profunda, moldada pelo fluxo de descarga, que se amplia em largura até
determinada distância da boca de descarga. Esta feição poderia disciplinar o
escoamento, promovendo um maior espalhamento lateral de poluentes lançados e,
por outro lado, menor alcance longitudinal. Ratifica-se, portanto, conforme
recomendação anterior, a atualização batimétrica do Saco Piraquara de Fora.
Figura 81 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 –
inverno
Fonte: Eletronuclear, 2005
160
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 82 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 83 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 –verão
Fonte: Eletronuclear, 2005.
161
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 84 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – verão
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.2.2.2 Simulações de Angra 1 e 2 em conjunto
Os resultados destas simulações são apresentados na Figura 85 e na Figura 86,
obedecendo aos parâmetros de simulação da Tabela 37 e utilizando o resultado da
simulação do modelo hidrodinâmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em
conjunto.
Assim como descrito no tópico anterior, as simulações indicam, tanto para o inverno
quanto para o verão, um aumento de temperatura na região sob influência direta do
fluxo de descarga das Usinas, e uma manutenção dos valores normais de temperatura
para as zonas mais afastadas dessa região, que permanecem em 24 °C durante o
inverno e em 29,5 °C durante o verão.
Dentro da zona de maior influência do túnel de descarga, para um ponto localizado no
extremo leste do saco (mais distante do túnel de descarga), prevê-se, durante o
inverno, um aumento de temperatura de 3 °C; quando se compara o funcionamento de
Angra 1 e 2 em conjunto (Figura 85) com o funcionamento de Angra 1 isoladamente
(Figura 81). O mesmo acréscimo de temperatura é previsto durante o verão (Figura 83
e Figura 86). Lembra-se, porém, que as distâncias alcançadas pelas isotermas em
regiões mais afastadas do túnel estão estimados de modo conservador, conforme já
discutido nas simulações para Angra 1.
Para o funcionamento de Angra 1, a máxima temperatura obtida para o inverno varia
entre 29°C e 30 °C, estando reduzida a praticamente um ponto, conforme exibido na
162
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 81. Para o funcionamento das duas Usinas, a temperatura máxima também se
encontra entre 29 °C e 30 °C (Figura 85). A diferença existente está na área coberta
por esta temperatura, que é maior para o funcionamento de Angra 1 e 2 juntas. No
verão a máxima temperatura simulada para Angra 1 varia entre 33 °C a 34 °C (Figura
83), estando restrita a uma área tão pequena quanto um ponto; já para Angra 1 e 2 a
máxima varia entre 34 °C e 35 °C e abrange uma porção relevante da zona de mistura
(Figura 86).
A monitoração da temperatura da água do mar é realizada no ponto de captação em
Itaorna, ao longo de um eixo de 1100m. Em Piraquara de Fora, a monitoração é feita a
partir da descarga d’água de circulação, até a distância de 1200m. As medidas estão
consideradas no Programa de Monitoramento e Controle da Temperatura (PA-MA 08)
e conlui-se que a liberação da água de circulação não ultrapassa o valor de 40 graus
Celsius estabelecido na legislação (Resolução Conama 357/2005 e NT202R10),
corroborando com o modelo proposto. A homogeneização da temperatura ocorre na
área da zona de mistura, não ocorrendo impactos físicos decorrentes da temperatura e
nem da vazão, embora sejam observados impactos referentes ao meio biótico,
conforme descrito na Tabela 16.
Com relação ao padrão de circulação marinha no Saco Piraquara da Fora, este não é
alterado em termos qualitativos, conforme item 5.2.2.1.4.
A diferença de temperatura entre a captação da água de circulação em Itaorna e o
lançamento em Piraquara de Fora para a Usina Angra 1, nas paradas da Usina é de 3
graus Celsius, aproximadamente. Tanto a diminuição da temperatura na fase de
desligamento da Usina, como o aumento da temperatura na volta a operação, são
eventos graduais, que não provocam um choque térmico no corpo receptor.
Desta forma, conclui-se que a utilização de águas oceânicas pela CNAAA para seu
sistema de refrigeração não tem provocado nenhuma alteração significativa nas
condições físicas dessas águas.
163
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 85 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em
conjunto – inverno
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 86 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em
conjunto – verão
Fonte: Eletronuclear, 2005.
164
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.2.3 Modelagem hidrodinâmica e de dispersão de poluentes
A seguir estão descritos os estudos de modelagem matemática realizados. A
modelagem matemática foi realizada pelo INPH/DHI nos escritórios do INPH no Rio de
Janeiro, durante o período de outubro a novembro de 2002.
Este estudo tem por objetivo aumentar o conhecimento sobre os padrões de
circulação dágua em macroescala no Saco Piraquara de Fora. Na presente análise, a
atenção principal direcionou-se para a troca de águas das zonas costeiras próximas
do ponto de lançamento da água de refrigeração da CNAAA e as águas oceânicas.
5.2.2.3.1 Metodologia
As atividades de modelagem matemática incluíram a determinação dos níveis dágua,
das velocidades e direções das correntes e a dispersão da água de refrigeração
contendo substâncias químicas dissolvidas.
Toda a modelagem foi realizada usando o sistema de modelagem matemática Mike
21, desenvolvido pelo DHI. O Mike 21 tem sido aplicado em inúmeros estudos em todo
o mundo e é reconhecido como o estado da arte no campo da modelagem em áreas
costeiras e estuarinas. Os módulos específicos do Mike 21 que foram aplicados neste
estudo estão citados a seguir.
5.2.2.3.2 Modelagem hidrodinâmica
Os fatores dominantes para as condições do escoamento na área do projeto são
determinados pelas marés e pelos ventos. Os padrões do escoamento são complexos,
em virtude da complexidade da batimetria existente na área.
A modelagem hidrodinâmica apresentada neste estudo contém os efeitos combinados
dos ventos e das marés. As simulações hidrodinâmicas foram usadas como dados de
entrada para o estudo de advecção-dispersão da água de refrigeração e dos poluentes
nela dissolvidos.
As simulações hidrodinâmicas foram realizadas numa escala espacial grande o
suficiente para resolver os mecanismos de circulação que são importantes para o
presente estudo. As resoluções espacial e temporal foram finas o bastante para
resolver as condições do escoamento num nível de detalhamento que é relevante para
os propósitos atuais.
5.2.2.3.3 Modelagem da advecção e da dispersão dos poluentes
O objetivo da análise foi o de estimar as variações espaciais e temporais dos
poluentes dissolvidos na água de refrigeração. Uma vez que tenha sido lançada ao
meio aquático, a área de refrigeração começa a se misturar com a água do mar
circundante.
165
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As correntes costeiras, geradas principalmente pelos ventos e pelas marés, vão
transportar a água de refrigeração e diluí-la mais além, junto com a água do mar à sua
volta.
A advecção e a dispersão da água de refrigeração são importantes na avaliação da
configuração da estrutura de descarga da água de refrigeração, principalmente no que
diz respeito à poluição causada pelos produtos químicos dissolvidos.
5.2.2.3.4 Resultados da modelagem
5.2.2.3.4.1 Modelagem hidrodinâmica
Nesta seção é apresentada a modelagem da hidrodinâmica costeira. O modelo
hidrodinâmico foi usado para simular as condições do escoamento não permanente
nas proximidades do ponto de descarga da água de refrigeração. Os resultados do
modelo hidrodinâmico foram usados como dados de entrada para a modelagem do
transporte dos poluentes.
As condições do escoamento na área do projeto são determinadas principalmente por
uma ação combinada de ventos e de marés. A variação máxima da maré é da ordem
de 1.50 m. A velocidade média do vento é da ordem de 5 m/s de SSE. Os padrões do
escoamento são complexos devido à complexidade da batimetria na área, a qual inclui
numerosas ilhas de vários tamanhos.
Acredita-se que o efeito das correntes geradas pelas ondas seja muito pequeno,
porque a linha da costa é constituída por rochas. Uma grande parcela da energia
disponível da onda será refletida para longe das rochas, ao invés de ser dissipada e
gerar correntes produzidas pelas ondas.
A resistência do escoamento perto da linha dágua deve ser grande, o que resulta em
velocidades desprezíveis do escoamento produzido pelas ondas. Além disso, a área é
amplamente abrigada da ação das ondas pela presença da Ilha Grande. As correntes
litorâneas induzidas pelas ondas não foram incluídas na análise aqui apresentada, o
que corresponde a uma aproximação conservativa, em relação ao espalhamento dos
poluentes.
5.2.2.3.4.2 Montagem do modelo
A modelagem da hidrodinâmica costeira foi realizada numa malha computacional que
cobriu uma área de aproximadamente 5 km por 6 km. A batimetria do modelo
encontra-se na Figura 87. A resolução espacial adotada nas simulações
hidrodinâmicas foi de 50 m em ambas as direções horizontais. A batimetria do modelo
foi estendida lateralmente, para reduzir os efeitos de fronteira.
166
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 87 – Batimetria do modelo para a modelagem hidrodinâmica – espaçamento
da malha 50 m x 50 m
Fonte: Eletronuclear, 2005.
O ponto de lançamento da água de refrigeração foi incluído no modelo como um termo
associado a uma fonte. A água de refrigeração foi distribuída através de um canal,
localizado na linha da costa. Foram testadas seis diferentes vazões da água de
refrigeração, conforme apresentado na Tabela 39. A localização do ponto de descarga
está indicada na Figura 88.
Teste
Tabela 39 – Cenários de vazões testados
Descarga (m³/s)
A
40
B
80
C
120
D
160
E
200
Fonte: Eletronuclear, 2005.
167
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 88 – Localização do ponto de descarga da água de refrigeração e
da estação de campo do INPH
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.3.4.3 Calibração do modelo
O INPH coletou dados hidrodinâmicos num local perto da costa durante os meses de
agosto a novembro/2002. Os dados de campo incluíram níveis dágua e velocidades
das correntes em duas direções horizontais, a uma distância de 3 m acima do fundo
do mar. A localização da estação de medições do INPH está demarcado na Figura 88.
Para poder rodar o modelo hidrodinâmico, fez-se necessário especificar níveis dágua
contínuos nas fronteiras do modelo. Contudo, o local onde os níveis dágua foram
coletados está situado bem dentro da área do modelo. Diversos mecanismos físicos
de transformação se tornam ativos quando uma onda de maré se propaga em áreas
rasas costeiras. Assim sendo, os dados de níveis dágua medidos perto da costa não
podem ser usados como dados para as fronteiras ao largo.
Para se obterem variações reais dos níveis dágua ao longo das fronteiras, os níveis
dágua medidos na estação de campo do INPH foram ajustados, filtrando-se fora as
oscilações de maiores freqüências. Os níveis dágua filtrados foram usados como
condições de fronteira para as simulações e os níveis dágua simulados foram
comparados com os níveis dágua medidos. Dessa forma, foi obtida por iteração a
freqüência de corte para a filtragem. Os níveis dágua e as velocidades do escoamento
medidos e simulados são mostrados da Figura 89 a Figura 90.
168
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 89 – Níveis dágua medidos e simulados.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Figura 90 – Componentes este-oeste (direção x) das velocidades das
correntes medidas e simuladas.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Dados sobre os ventos estavam disponíveis numa estação localizada na área do
projeto. Esses dados foram incluídos nas simulações, mas se chegou à conclusão de
que eles não eram muito significativos.
Pode-se ver que é boa a concordância entre os níveis dágua medidos e os simulados.
Apesar de ocorrer um considerável espalhamento nos dados de velocidades, pela falta
de dados precisos na fronteira, obteve-se uma concordância global satisfatória entre
as velocidades do escoamento simuladas e as medições realizadas pelo INPH, em
termos de valores médios no tempo, tais como média e desvio-padrão.
5.2.2.3.4.4 Padrão do escoamento residual
As velocidades do escoamento são em geral muito baixas. Em frente ao ponto de
descarga, a velocidade do escoamento raramente excede 0.25 m/s.
169
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O padrão do escoamento residual é importante para a determinação da acumulação
de poluentes, numa escala de tempo de longo prazo. Nas Figura 91 e Figura 92,
mostra-se o padrão das vazões, integradas no tempo, para o período simulado
(aproximadamente dois meses).
Observa-se que uma circulação anti-horária ocorre em frente ao ponto de descarga, e
a vazão média do escoamento é pequena, da ordem de 0.10 m³/s. Pode-se ver,
também, que a resultante da troca de águas, entre a enseada e o oceano, é muito
pequena. Isso significa que existe um risco de os poluentes ficarem presos dentro da
enseada, o que pode levar a uma acumulação de poluentes, que se juntam às
partículas de sedimentos e se depositam no fundo do mar.
Figura 91 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois
meses). Vazões do escoamento (m3/s)
Fonte: Eletronuclear, 2005.
170
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 92 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois
meses). Velocidades do escoamento (m/s)
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.3.4.5 Dispersão da água de refrigeração
As simulações hidrodinâmicas, descritas na seção anterior, formaram a base para o
estudo de advecção-dispersão. As simulações de advecção-dispersão foram
executadas utilizando-se a mesma malha das simulações hidrodinâmicas e cobriram o
mesmo período de tempo.
Neste estudo foi escolhida uma aproximação integrada na vertical, o que significa que
não são resolvidas as variações verticais hidrodinâmicas e de temperaturas.
É claro que perto do ponto de descarga ocorre uma estratificação térmica que
localmente irá afetar o transporte de poluentes. No entanto, numa escala espacial
maior, essa estratificação é de menor importância. Na presente análise, a atenção
direcionou-se para os padrões de larga escala da circulação hidrodinâmica e do
transporte e deposição de poluentes.
As simulações foram realizadas para os cenários A, B, C, D e E, listados na Tabela 39.
5.2.2.3.4.6 Montagem do modelo
5.2.2.3.4.6.1 Cenário 1 – material conservativo
Assumiu-se, durante toda a simulação, um fluxo constante de um certo poluente. A
concentração inicial do poluente foi tomada igual a 100, enquanto a concentração
inicial no meio aquático foi tomada como sendo zero. O poluente foi assumido como
171
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
neutro e como não estando sujeito a qualquer decaimento, químico ou biológico. A
evaporação não foi incluída.
5.2.2.3.4.6.2 Cenário 2 – deposição de poluentes
Nesta análise assumiu-se que os poluentes têm uma densidade maior do que a da
água circundante. Para poder estudar o padrão de deposição, foram realizadas
algumas simulações, onde um determinado número de partículas foi rastreado, com
base nas simulações hidrodinâmicas. Como nenhuma informação sobre a velocidade
de queda do poluente estava disponível, foram escolhidas algumas velocidades de
queda para serem examinadas.
5.2.2.3.4.6.3 Cenário 3 – Material não-conservativo
Certos poluentes podem estar sujeitos a alguma forma de decaimento. Para se poder
estudar as concentrações decorrentes do lançamento de um material não
conservativo, foram feitas algumas simulações usando-se diferentes valores de T50,
que, por definição, é o tempo necessário para que o material seja reduzido em 50%.
As simulações para os cenários 1 e 3 foram realizadas com o modelo do DHI Mike 21
AD (Advecção/Dispersão). O cenário 2 foi simulado usando-se o modelo do DHI de
rastreamento de partículas Mike 21 PA (Advecção de Partículas).
Esses modelos foram acoplados ao modelo HD, conforme descrito na seção anterior.
A calibração dos módulos Mike 21 AD e PA são usualmente feitas utilizando-se dados
medidos. Para este estudo, no entanto, não existiam dados de campo disponíveis que
permitissem tal procedimento de calibração. Assim sendo, o coeficiente de dispersão,
usado no módulo AD, foi escolhido com base na experiência do DHI em outros
projetos similares.
Em todas as simulações, foi usado um valor constante para o coeficiente de dispersão,
igual a 0.5 m²/s. Uma rápida análise mostrou que os resultados do modelo não são
muito sensíveis às variações (de até uma ordem de magnitude) desse valor.
5.2.2.3.4.6.4 Advecção/dispersão de poluente conservativo
Cinco diferentes séries de simulações foram executadas, usando-se vazões da água
de refrigeração iguais a 40 m³/s, 80 m³/s, 120 m³/s, 160 m³/s e 200 m³/s, como é
indicado na Tabela 39. As simulações cobriram o período de tempo de 14/8/2002 a
14/9/2002.
Nas figuras a seguir (Figura 93 a Figura 97), vêem-se, para quatro intervalos de tempo
durante as simulações, as concentrações percentuais que foram simuladas em função
da concentração do lançamento.
172
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 93 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
3
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 40 m /s
Fonte: Eletronuclear, 2005.
173
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 94 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 80 m3/s
Fonte: Eletronuclear, 2005.
174
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 95 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
3
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 120 m /s
Fonte: Eletronuclear, 2005.
175
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 96 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 160 m3/s.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
176
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 97 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro
intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 200 m3/s.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.3.4.6.5 Deposição de poluentes
Alguns tipos de poluentes podem aderir às partículas de sedimentos que estão em
suspensão na coluna de água. Dessa forma, o poluente irá gradualmente depositar no
fundo do mar.
Para poder analisar o tamanho e a localização da área de deposição, foram feitas
algumas simulações, utilizando-se o modelo do DHI de advecção de partículas Mike
177
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
21 PA. Esse modelo baseia-se no modelo hidrodinâmico e ele simula a trajetória de
partículas que são liberadas no ponto de descarga. A essas partículas é dada uma
velocidade de queda predefinida, a qual é dependente das características do
sedimento.
Com a falta de dados acerca das velocidades de queda, foram executadas duas
simulações, utilizando-se velocidades de queda dos sedimentos iguais a 0.1 mm/s e a
1 mm/s. Tais velocidades de queda das partículas correspondem a velocidades de
queda de sedimentos coesivos, conforme observado na natureza. O estudo
hidrodinâmico para esta simulação, considerou a vazão do efluente como 200 m³/s,
cenário mais crítico.
Na Figura 98, apresentam-se as áreas de deposição que foram simuladas para as
duas diferentes velocidades de queda. Verifica-se que a área de deposição está
virtualmente não afetada pelas velocidades de queda. Isso indica que as componentes
horizontais da velocidade do escoamento são muito pequenas, ou seja, a água está
quase estagnada, exceto pela pluma da água de refrigeração.
Figura 98 – Áreas de deposição das partículas de sedimentos com diferentes velocidades de
queda (w), a esquerda w = 0.1 mm/s, e a direita w =1.0 mm/s.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.3.4.6.6 Decaimento linear
Duas simulações foram realizadas, assumindo-se que o poluente estava sujeito a um
certo decaimento linear. O parâmetro de decaimento foi escolhido de tal forma que os
valores de T50, ou seja, o tempo requerido para reduzir a matéria em 50%, fosse de
um dia e de uma semana, respectivamente. O cenário hidrodinâmico adotado para
esta simulação corresponde foi o mais crítico: vazão do efluente 200 m³/s.
Na Figura 99 mostram-se os campos de concentração para poluentes com T50 = 1
dia. Para permitir uma comparação direta, foram escolhidos os mesmos intervalos de
tempo daqueles mostrados na ilustração 218, em que se assumiu não haver
178
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
decaimento do poluente. Pode-se observar que as concentrações se estabilizaram e
que a pluma dos poluentes ficou limitada à área próxima do ponto de lançamento.
Da mesma maneira, na Figura 100 são mostrados os campos de concentração para
poluentes com o valor de T50 igual a uma semana. Pode-se ver, a partir dessa figura,
que as concentrações não se estabilizaram completamente e que a extensão da
pluma de poluentes é maior do que aquela para o valor de T50 igual a um dia.
Contudo, as concentrações são consideravelmente menores do que aquelas para um
poluente conservativo.
Figura 99 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 dia. –
Cenário hidrodinâmico: Q = 200 m³/s.
Fonte: Eletronuclear, 2005.
179
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 100 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 semana - Cenário
hidrodinâmico: Q = 200 m³/s
Fonte: Eletronuclear, 2005.
5.2.2.3.5 Conclusão
As simulações com o modelo hidrodinâmico mostraram que a troca de água, entre a
enseada e o oceano, é muito pequena. Assim sendo, cuidados extremos devem ser
tomados no lançamento de poluentes conservativos, já que a acumulação desses
poluentes pode dar, a longo prazo, origem a níveis de concentração críticos.
As simulações das trajetórias das partículas indicaram que uma possível deposição de
poluentes, aderidos às partículas de sedimentos, ocorrerá dentro de um raio de
aproximadamente 1 km do ponto de descarga.
As simulações com material não conservativo indicaram que os poluentes com valores
de T50 iguais ou menores do que aproximadamente 1 semana irão conduzir a um
aumento local das concentrações nas vizinhanças do ponto de descarga.
5.2.3 REJEITOS RADIOATIVOS
5.2.3.1 Emissões atmosféricas radioativas – FSAR de Angra 1
O projeto de Angra 1 prevê a remoção e conseqüente transferência contínua de gases
radioativos do sistema primário para tanques de decaimento, onde ficarão
armazenados durante toda a vida operacional da Usina. Porém, em decorrência de
pequenas liberações apresentadas por alguns componentes deste sistema e, assim
como, quando de suas despressurizações para efeitos de carregamento e/ou de
180
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
manutenção, pequenas quantidades de gases de fissão são liberadas para a
atmosfera interna do Envoltório de Contenção.
No primeiro caso, a eliminação é feita em bateladas para o meio ambiente quando a
pressão interna do referido envoltório atingir o limite estabelecido pelas especificações
técnicas para realização da purga, isto é, para sua despressurização. No segundo
caso, a liberação é também processada em bateladas para permitir a entrada dos
trabalhadores sem a necessidade de utilização de máscaras e da quebra de
integridade do referido edifício com abertura de suas portas de acesso.
Nessas condições, os aerossóis são contabilizados esporadicamente junto com os
demais radionuclídeos detectados nas amostras de ar do envoltório de contenção,
cujos valores são determinados mediante análises espectrométricas.
As liberações de gases de fissão encontram-se discriminadas na Tabela 40.
Radionuclídeo
Tabela 40 – Liberação de gases de fissão de Angra 1
Atividade (Bq/ano)1
Atividade (Bq/ano)2
Ar-41
4,87E+8
1,6E+11
Kr-85m
1,29E+6
2,4E+12
Kr-85
3,00E+3
9,0E+10
Kr-87
4,93E+3
2,7E+11
Kr-88
5,44E+3
1,4E+11
Xe-133m
2,84E+4
7,4E+12
Xe-133
3,16E+8
4,5E+11
Xe-135
1,41E+4
2,7E+10
Xe-135m
1,37E+7
5,3E+10
Xe-138
8,15E+3
1,1E+10
Total
9,38E+3
1,6E+11
Fonte: 1 Relatório Semestral de Rejeitos e de Liberação de Efluentes Radioativos, 2006 a 2008.
2
FSAR de Angra 1, Tabela 11.3-40.
A contabilização das atividades liberadas devido aos efluentes gasosos, entre 2006 a
2008, foi efetuada levando-se em consideração as atividades reportadas nas Licenças
de Liberação de Efluentes Gasosos, no modo batelada e as atividades reportadas pelo
Sistema de Monitoração Isotópica da Chaminé, as atividades liberadas através da
purga do envoltório de contenção e as atividades liberadas através da descarga da
bomba de vácuo dos condensadores, no modo contínuo.
De acordo com os dados apresentados no FSAR de Angra 1, os descartes feitos em
bateladas eventuais no período descrito, apresentou valores com limites máximos
admissíveis para liberação no meio ambiente, tais como definidas e autorizadas pelo
Órgão Regulador (CNEN).
Durante o período de 2006 a 2008, a Dose Equivalente Efetiva no Grupo Crítico
permaneceu abaixo do limite estabelecido no Manual de Controle Radiológico do Meio
Ambiente.
181
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.3.2 Efluentes Líquidos Radioativos (canal de descarga para Piraquara de
Fora)
As fontes de efluentes líquidos radioativos são o sistema de processamento de rejeitos
líquidos, o sistema de purga dos geradores de vapor e os drenos do Edifício da
Turbina.
A vazão total é de até 33 m3/s, incluindo o descarte de cerca de 6 l/s do sistema de
tratamento de efluentes líquidos radioativos propriamente dito.
A liberação de efluentes líquidos em termos de atividade, prevista pelo FSAR de Angra
1, está apresentada na Tabela 41.
Tabela 41 – Efluentes Líquidos Radionuclídeos de Angra 1
Radionuclídeo
(%)
Liberação (Bq/ano)
Ba-140
10,69
4,18E+3
Ce-139
2,54
1,00E+3
Ce-141
6,26
2,45E+3
Ce-144
9,75
3,82E+3
I-133
11,97
4,68E+3
I-135
10,71
4,19E+3
Mo-99
2,57
1,01E+3
Na-24
3,01
1,18E+3
Ru-103
2,87
1,12E+3
Ru-106
28,83
1,13E+4
Tc-99m
2,91
1,14E+3
Zn-65
7,88
3,08E+3
Fonte: Relatório Semestral de Rejeitos e de Liberação de Efluentes Radioativos, 2006 a 2008.
De acordo com o Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional PMARO, realizado pela Eletronuclear, nos três últimos anos não foram detectados
presença de trítio ou qualquer radionuclídeos artificial nas amostras da água do mar.
5.2.3.3 Rejeitos Sólidos Radioativos
Todos os rejeitos sólidos compactáveis são encapsulados em tambores-padrão de 200
litros, as resinas e concentrados do evaporador são encapsulados em liners de 1 m3 e
foram encapsulados em tambores ate 1998. Os rejeitos não-compactáveis são
colocados em caixas metálicas 1 m3 e também imobilizados em matriz de cimento.
Os rejeitos sólidos produzidos de 1982 até 30 de dezembro de 2008 estão
armazenados nos Depósitos Iniciais de Rejeitos do CGR, construídos no sítio, até a
decisão sobre a sua disposição final.
Por meio do processo de supercompactação, ocorrido entre janeiro a maio de 2006,
que disponibilizou 52 células do Lado de Baixa Atividade do Depósito 1 do CGR,
equivalente a 832 tambores, cerca de 2027 tambores foram compactados e geradas
182
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
128 caixas metálicas B-25. Estima-se que esse espaço corresponda a 5 anos de
Operação de Angra 1.
As quantidades de embalagens produzidas em 2005, 2006, 2007 e 2008 e sua
classificação são apresentadas a seguir.
Tabela 42 – Rejeitos sólidos radioativos gerados em Angra 1 – Número de embalagens produzidas
os anos de 2005 a 2008
Tipo
2005 2006 2007 2008 Total
Filtro
38
16
33
21
408
Concentrado de Evaporador
36
37
27
34
134
Rejeito Não Compactável
15
13
16
13
57
Resina do Sistema Primário
15
20
14
0
49
Resina do Sistema Secundário
3
36
72
68
179
Rejeito Compactável
9
23
79
43
154
Inativos
1
0
0
0
1
241
179
982
Total
155
273
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Cabe ressaltar que, os procedimentos tomados em relação aos rejeitos sólidos
radioativos produzidos na CNAAA seguem o Manual de Operação da Usina – MOU –
de Angra 1, no caso de Angra 1, bem como seus procedimentos administrativos. Tais
documentos estabelecem a sistemática de controle dos rejeitos radioativos gerados
durante a operação da Usina.
Estes procedimentos tem por finalidade, dentre outras, evitar efeitos significativos ao
meio ambiente.
5.2.4 REJEITOS CONVENCIONAIS DE ANGRA 1
5.2.4.1 Emissões atmosféricas convencionais
As emissões atmosféricas de Angra 1 são provenientes dos exaustores da caldeira
auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os
eventuais vazamentos são insignificantes e, portanto, não são considerados.
O consumo nominal de óleo diesel na caldeira auxiliar é de 57.553,08 L/mês (78,78
kg/h), enquanto que o consumo nominal dos grupos Diesel-geradores – dois de 5.400
kW de potência e dois de 2850 kW de potência – é de 3.733,33 L/mês (5,11 kg/h).
Na Tabela 43, apresentam-se as emissões atmosféricas convencionais de Angra 1.
Tipo
Tabela 43 – Emissões atmosféricas convencionais de Angra 1
Quantidade
Frequência
Altura da liberação
Gases de combustão da
caldeira auxiliar
1,50 kg/h SO2
0,24 kg/h SO3
0,76 kg/h NO
0,13 kg/h NO2
1,38 kg/h CO
251,13 kg/h CO2
Intermitentes (partidas,
paradas e emergência)
15
183
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tipo
Gases de combustão
dos grupos diesel de
emergência
Quantidade
Frequência
0,097 kg/h SO2
Contínua quando em
6,40 × 10-3 kg/h SO3
suprimento de
4,93 × 10-2 kg/h NO
emergência (ou quando
testados individualmente
8,4 × 10-3 kg/h NO2
mensalmente durante
0,089 kg/h CO
uma hora)
16,24 kg/h CO2
Fonte: Eletronuclear, 2005.
Altura da liberação
22 e 15
5.2.4.1.1 Resíduos Sólidos Convencionais de Angra 1
Os principais resíduos sólidos convencionais gerados pela Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto são:
•
Sucatas metálicas;
•
Plásticos;
•
Borras oleosas;
•
Trapos impregnados;
•
Isolamento térmico;
•
Pneus;
•
Óleos usados;
•
Graxa;
•
Resinas de troca iônica;
•
Lâmpadas fluorescentes;
•
Reagentes químicos vencidos ou fora de especificação.
Além dos resíduos sólidos convencionais gerados nas atividades de suas unidades
operacionais e de construção, especial atenção é dada aos equipamentos que contém
PCB’s (ascarel).
Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel)
como óleo isolante.
A Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes transformadores.
A continuação da substituição dos transformadores está na dependência da aquisição
de novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento.
Os gráficos a seguir apresentam os resíduos industriais gerados na CNAAA e o
quantitativo descartado no período de 2003 a 2007.
184
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 101 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados
pela CNAAA, em 2003.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 102 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados
pela CNAAA, em 2004.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
185
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 103 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados
pela CNAAA, em 2005.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 104 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados
pela CNAAA, em 2006.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
186
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 105 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados
pela CNAAA, em 2007.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 106 – Gráfico da quantidade de resíduos descartados no período de 2003 a 2007. Fonte:
Eletronuclear, 2008.
A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que
exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores.
Desta forma, a CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente
da manutenção de áreas verdes.
Os resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de
Angra dos Reis.
Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiu-se pela adoção
do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do
187
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Trabalho responsável pela implantação deste projeto de modo que o material orgânico
pudesse ser reaproveitado.
5.2.4.1.2 Conclusão
Por meio dos procedimentos adotados para classificar, segregar, acondicionar,
transportar e destinar corretamente os resíduos sólidos convencionais da CNAAA,
observa-se que os impactos relacionados à geração de resíduos sólidos são mínimos
uma vez que todo o resíduo sólido é controlando na fonte geradora, dando prioridade
ao reuso e reciclagem, além da compostagem.
5.2.5 GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
5.2.5.1 Fase de Operação
Durante a fase de operação, não ocorrerem impactos do empreendimento sobre os
componentes Geologia e Recursos Minerais do meio ambiente. A visualização das
principais ocorrências geológicas pode ser feita por meio dos Apêndice VIII E IX, itens
13.8 e 13.9, respectivamente, nos quais são apresentados os mapas geológicos das
Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, respectivamente.
No entanto, a possibilidade de eventos sísmicos na região impactarem o
empreendimento merece análise específica. Esta possibilidade, associada à
suscetibilidade de ocorrência de sismos na região, está tratada no item referente à
Sismologia, a seguir.
5.2.6 SISMOLOGIA
5.2.6.1 Fase de Operação
Também durante esta fase, nenhum evento sísmico ocorrerá em decorrência da
operação da Usina, ou seja não existirão impactos sismológicos em função da
operação de Angra 1.
Por outro lado,a possibilidade de a Usina vir a sofrer impactos a partir da ocorrência de
sismos naturais, é bastante remota, já que foi localizada e projetada a partir de uma
extensa base de conhecimento do histórico sísmico regional, tendo sido adotados
níveis de segurança consagrados internacionalmente.
Embora remota, a possibilidade de interferência de eventos sísmicos com a Usina, e
respectivas medidas preventivas cabíveis, está descrita a seguir.
188
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.6.2 Suscetibilidade à Ocorrência de Sismos
O arcabouço estrutural da área de influência indireta do empreendimento é bastante
complexo e contém indicação da associação entre geologia e processos
sismotectônicos.
As rochas gnáissico-migmatíticas dominantes foram afetadas por diferentes ciclos de
deformação e processos tectônicos em diversos graus durante sua história précambriana.
Posteriormente, a porção da Plataforma Brasileira onde está inserida a área em
apreço, foi intensamente fraturada, quando ocorreram deslocamentos verticais (falhas
gravitacionais) ao longo de falhas transcorrentes pré-existentes (gerando zonas
elevadas e blocos abatidos), influenciando a formação do relevo escalonado
característico da região e o desnível atual de massas emersa (Serras da Mantiqueira e
do Mar) e submersa (profunda Bacia de Santos). Essa fase de reativação de antigas
falhas, associada à instalação de diques básicos e alcalinos, ocorreu até mais ou
menos 15 milhões de anos passados, desde o Jurássico até o Terciário, tendo seu
apogeu no Cretáceo, com a separação dos continentes (América do Sul - África).
Desde então, essa parte do território brasileiro não sofreu perturbações tectônicas
significativas, a exemplo de zonas situadas no interior de grandes placas crustrais
(zona interplaca).
Segundo estudos anteriores (WESTON, 1982), não há indícios de falhamentos mais
recentes, de idade quaternária na área, indicando também um período de relativa
calma tectônica. No entanto, alguns levantamentos (FÚLFARO, 1977; MELO et al.,
1985; RICCOMINI, 1989; SALVADOR e RICCOMINI, 1995) indicam a ocorrência de
movimentos ascensionais recentes na Serra do Mar e relatam a existência de falhas
cortando sedimentos pleistocênicos na região do vale do rio Tietê, bacia de Taubaté e
Resende. Feições rupturais desse tipo, todavia, não foram constatadas na área de
estudo.
Considerando-se a distribuição geográfica e as características dos abalos sísmicos na
região, nota-se uma razoável concentração de sismos na área litorânea e região da
Bacia de Santos, com magnitudes 2,6 a 3,5.
Tal concentração de sismos pode ser explicada pelo modelo de ajuste isostático
idealizado por ALMEIDA (1976) e preconizado por HASUI et al. (1982): soerguimento
da Mantiqueira / Serra do Mar e abatimento da Bacia de Santos. O movimento
subsidente está associado a uma expressiva flexura marginal que mantém o equilíbrio
das massas emersas e submersas até os dias de hoje, em um ambiente tectônico de
condições residuais, com discreta acomodação dos blocos intensamente
movimentados no Terciário.
Para o estudo da história sísmica da área de interesse, foi adotada uma região
compreendida entre as coordenadas 22°-24°30′S e 42°-45°30′W, onde foram
189
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
verificados 57 sismos relatados ou registrados. A maioria dos sismos apresenta
intensidades da ordem de IV MM, sendo as máximas alcançadas pelos sismos de V
MM, V-VI MM e VI-VII MM (evento de Cunha). As magnitudes máximas alcançadas
pelos sismos foram de 4,4 (sismo de Lorena), 4,3 (sismo de S. Pedro e S. Paulo) e 4,1
(sismo de Cunha).
Dentre todos os sismos, o sismo de Cunha, ocorrido em 23.03.1967, é o mais notável,
com intensidade epicentral de VI na escala Mercalli Modificada, e magnitude 4,1.
Alguns estudos mostram uma intensidade de VII, e devido a atenuação do terremoto
para o sítio esta intensidade foi definida como VI na escala Mercalli Modificada.
Os efeitos das vibrações do evento de Cunha foram, entretanto, atenuados com a
distância, fazendo-se sentir na região de Angra dos Reis, Tarituba e Parati, com
intensidades em torno de IV-V MM. Estudos sobre a atenuação de ondas sísmicas
realizados pela WESTON (1979) indicaram, todavia, intensidade próxima a VI MM no
sítio da praia de Itaorna. Várias casas em Angra dos Reis e Parati apresentaram
rachaduras no reboco das paredes − eventuais danos em construções comuns − o que
qualifica intensidade V MM para aqueles locais. Segundo MIOTO (1984) a intensidade
V MM caracteriza o domínio no qual se insere a Praia de Itaorna (Apêndice X, item
13.10 e Apêndice XI, item 13.11).
O sismo de Cunha foi assim escolhido como Terremoto Potencial Máximo (MPE), ou
Safe Shutdown Earthquake (SSE), para a Central Nuclear. O seu nível de aceleração
sísmica local corresponde a VI MM, o que significaria 0,07 g ou 70 cm/s2 em topo
rochoso. Este valor de aceleração está bem abaixo do nível adotado para o projeto
das Unidade 2 da CNAAA, fixado em 0,10 g conforme padrão sugerido pela USNRC
(Agência Reguladora do Setor Nuclear dos EUA), associado a intensidades sísmicas
locais de VI–VII, segundo TRIFUNAE e BRADY e até pouco maiores que VII MM,
segundo GUTENBERG e RICHTER.
O nível de aceleração relacionado à intensidade mais confiável atribuída ao sismo de
Cunha (VI MM, epicentral) não alcança, nas relações de GUTENBERG e RICHTER
(1942), o valor adotado para o projeto. Considerando-se a atenuação na propagação
das ondas sísmicas do evento de Cunha até o sítio das centrais nucleares de Angra
dos Reis, a intensidade local máxima seria de V MM, Isto significa acelerações da
ordem de 0,03 g, ou seja, menos de um terço do valor adotado, de 0,10 g, abaixo
daquele definido pela Weston Geophisical Corporation em seus estudos de atenuação
de ondas (VI MM).
No entanto, os estudos de recorrência de intensidades na Região Sudeste, qualificam
o sítio da CNAAA como domínio das intensidades V MM, confirmando uma faixa de
aceleração entre 0,015 e 0,03 g, bem abaixo do mínimo exigido nos procedimentos da
USNRC e adotado no projeto da CNAAA, isto é, 0,10 g em topo de rocha,
correspondente, nas relações de GUTENBERG e RICHTER (1942), a um sismo com
intensidade epicentral em torno de 7,5 MM.
190
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Isto significa que os procedimentos adotados garantem uma segurança adicional ao
nível de sismicidade regional e de atenuações até o sítio das centrais nucleares,
independentemente do uso das várias abordagens de atenuação a partir do epicentro
do sismo de Cunha.
Entre o final de 1988 e início de 1989 ocorreram diversos sismos em Monsuaba. A
magnitude máxima alcançada foi estimada em 3,0 para o evento de 23.12.1988. A
área afetada pelas ondas sísmicas foi em torno de 15 km2. Segundo BERROCAL
(1989), o maior sismo registrado (magnitude 3,0 e intensidade V MM) não apresentou
perigo para a segurança física da CNAAA (Unidade 1).
Deve-se salientar a conclusão da análise de BERROCAL (op. cit.): “uma reativação
em Monsuaba, com a ocorrência eventual do maior sismo esperado na região
(intensidade VI - VII), poderia atingir a Usina com intensidade V devido à atenuação
das ondas sísmicas com a distância. Essa intensidade não comprometeria a estrutura
dos prédios da Central, que estão preparados para suportar acelerações horizontais
de 0,1 g no topo da rocha, correspondentes a intensidades entre VI e VII MM, no
próprio local da Usina”.
As ocorrências de Monsuaba têm profundidades focais rasas, provavelmente
relacionadas a ajuste localizado da crosta superficial, sem conexão com o sistema da
(antiga) falha de Mambucaba.
Angra 1 conta com um sistema de instrumentação sísmica instalado (3 Triaxial Peak
Accelerographs, 4 Triaxial Response Spectrum, 2 Triaxial Time History Accelerograph
e 1 Triaxial Seismic Switch), em funcionamento desde 1979 sem registro de qualquer
movimentação relevante no terreno. Está prevista para a Unidade 2 a instalação de
outro sistema de instrumentação sísmica, similar ao existente em Angra 1, porém de
acordo com o Safety Standards KTA 2201.5. As instrumentações sísmicas das
Unidades 1 e 2 terão como finalidades:
•
registrar a atividade sísmica com o tempo; e
•
alarmar na sala de controle se o sistema de instrumentação sísmica é ativado
ou se a aceleração do Safe Shutdown Earthquake é excedido.
5.2.7 GEOMORFOLOGIA/GEOTECNIA
Os impactos ambientais do ponto de vista geomorfológico e geotécnico só podem ser
vistos como sendo provocados pelo meio sobre o empreendimento, não se
considerando a hipótese de que a operação da Usina possa interferir na evolução
geomorfológica, local ou regional.
Deve-se salientar mais uma vez que o presente estudo objetiva a obtenção da Licença
de Operação - LO, da Usina Nuclear de Angra 1, hoje em pleno funcionamento. A
maior parte dos impactos típicos da fase de implantação de grandes projetos - corte,
191
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
aterro, mineração de pedra, barro e areia, etc - já se fizeram sentir e encontram-se
mitigados, uma vez que Angra 1 utiliza a infra-estrutura da CNAAA.
A visualização das principais ocorrências geomorfológicas pode ser feita por meio dos
Apêndices XII e XIII, itens 13.12 e 13.13, respectivamente, nos quais são
apresentados os mapas geomorfológicos das Áreas de Influência Direta e Indireta do
empreendimento, respectivamente.
5.2.7.1 Fase de Operação
Nesta fase inexiste a possibilidade de interferências da Usina nos processos
geomorfológicos. No entanto, o deslizamento de encostas pode afetar a integridade do
empreendimento e da única via de acesso ao sítio - BR-101.
Levando-se em conta a eventual necessidade de retirada da população do entorno da
Usina, a BR-101 deve oferecer boas condições de circulação, com pistas
desimpedidas, sinalização de segurança e boa visibilidade. Infelizmente tais condições
não ocorrem, em todo o trecho, são apresentados alguns problemas, que se repetem
várias vezes ao longo do trecho de interesse.
A inspeção às encostas no sítio da Usina foram estabilizados por obras de engenharia,
e são constantemente monitorados pela Eletronuclear Os taludes no entorno da Usina
de Angra vêm apresentando problemas graves, que a Eletronuclear vem solucionando
passo a passo.
Existem evidências de movimentação contínua, porém lenta, de algumas áreas de
encostas em todo o trecho de interesse, sempre associados a níveis elevados de
precipitação.
Obras de estabilização, principalmente através de drenagem e cortinas ancoradas
com tirantes, ao longo da BR-101 vem sendo executadas pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transporte – DNIT, órgão responsável pela manutenção e
recuperação dessa rodovia, de modo a mitigar os problemas.
Os materiais que compõem essas encostas são constituídos de solos residuais com
cobertura de colúvio/solo residual e aterros em geral mal compactados.
Dois aspectos importantes da atuação da Eletronuclear mereceram destaque especial.
Primeiro, com respeito aos cuidados com a drenagem e a sua manutenção. Os
trabalhos que vem sendo executados nos taludes do entorno da Usina são de primeira
qualidade: o sistema de drenagem está limpo e livre de obstruções, as canaletas,
escadas para descida da água e drenos estão em bom estado de conservação. Isso é
surpreendente num país em que a maioria das obras de estabilização não tem
qualquer tipo de manutenção. O segundo aspecto importante é a instrumentação
instalada, que foi definida em função do trabalho executado pela COPPETEC/UFRJ
descrito abaixo.
192
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Há um total de 19 tubos de inclinômetros do tipo Digitilt e 45 piezômetros Casagrande,
que são observados mensalmente. Existem também 25 células de carga instaladas
em ancoragens para acompanhamento da evolução das cargas de tirantes. Além
disso a Usina conta com um pluviógrafo de alta qualidade de precisão. Desta forma, o
comportamento das encostas prioritárias para a segurança do empreendimento vem
sendo muito bem acompanhado, há anos, com registros da evolução dos problemas.
A COPPETEC/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear, pelo contrato 9.665 (Dez/91 a
94) para diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas
críticas suscetíveis a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de
Angra 2, essas áreas encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste:
a) Encosta do km 519,9 (antigo km 129,9)
Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa
em novembro de 1992, provocada pela infiltração dágua da bacia de contribuição da
parte de montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem
sendo estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a
drenagem do talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões
neste local. Após a execução, em novembro de 1997, do sistema de drenagem
superficial, captando o escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da
cortina do km 520, não foi registrada qualquer movimentação significativa nesta
encosta, que continua sendo monitorada.
b) Cortinas do DNIT, km 520 (antigo km 130)
São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da
rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena
toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo
que provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de
montante, que se movimentou. A situação da drenagem da encosta de montante é
adequada e a inspeção local demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem
problemas. A cortina de jusante, que é maior, apresentou problemas de
embarrigamento e deslocamentos, e a Eletronuclear realizou um reforço provisório em
1992 com a instalação de 12 ancoragens de barras de 350 kN de carga de trabalho.
Em outubro de 2001 o Eletronuclear / DNIT executou o reforço desta cortina atirantada
que consistiu basicamente nos seguintes serviços:
o testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes;
o execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de carga de
trabalho.
c) Cortina do DNIT, km 520,2 (antigo km 130,2)
Situada logo a montante da subestação de 138 kV de FURNAS Centrais Elétricas
S.A., trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por ocasião da
construção da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT, está com
193
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
painéis “embarrigados” e trincados. A monitoração desta cortina, que era feita por
meio de um inclinômetro e de 3 células de carga de tirantes, indicou que a situação
estava precária. O DNIT foi comunicado e executou o reforço desta estrutura de
contenção.
d) Encosta SE
A encosta SE foi estabilizada em por quatro cortinas ancoradas e não apresenta
problemas. A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem
implantada não apresenta qualquer problema.
e) Cortinas atirantadas localizadas junto à subestação de 138 kV de FURNAS
Centrais Elétricas S.A.
Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos
antigos, que foram demolidos no final de 1999 para a construção desta Subestação de
138 kV de FURNAS Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas atirantadas, que
são aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto da plataforma
da subestação na elevação +41,7 m.
Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros,
4 células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento, mostram
que a cortina e a encosta encontram-se em bom estado de conservação. Esta cortina
foi reforçada recentemente por FURNAS Centrais Elétricas S.A..
f) Encosta EPTA
Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de
estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida
pela Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encosta, sem
indícios de instabilidade recente.
g) Encosta do estacionamento, km 521 (antigo km 131), ou encosta NW
Trata-se de uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e
500 m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já
apresentou grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no
passado, com a implantação de uma berma de equilíbrio no pé, por meio de um
grande enrocamento. Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns
sinais de movimentação em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos
tirantes das cortinas.
O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem superficial de
boa qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das cortinas e o
estado das células de carga das ancoragens. Esta é uma das encostas de maior risco
para o funcionamento da Usina, pois se deslizar poderá obstruir um de seus principais
194
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
acessos. Foi objeto de vários estudos, inclusive ocupando grande parte dos estudos
realizados pela UFRJ.
Em função de sua representatividade esta, encosta vem sendo bem monitorada, com
a utilização de 7 inclinômetros, 7 células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de
deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não
apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA.
h) Cortina km 522,1 (antigo km 132,1)
Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada
pelo DNIT por ocasião da sua construção. As investigações realizadas demonstram
que não há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da cortina.
i)
Morro dos Urubus
É adjacente à encosta do km 523,2. Não há evidências de instabilidade profunda.
Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já desativados,
pois a encosta não apresenta problemas graves.
Adicionalmente várias encostas foram e vêm sendo estabilizadas pelo DNIT ao longo
da BR-101 na área de influência da CNAAA, pela solução tradicional de cortinas
ancoradas, mas com o uso de tirante de fios.
j)
Outras Considerações
Os principais problemas, detectados pelo DNIT e confirmados pela equipe da
Consultora, ao longo da rodovia BR-101 referem-se à queda de material, solo e/ou
rocha, sobre as pistas de rolamento, havendo também exemplos de desabamento do
próprio leito da rodovia, alguns já ocorridos outros com possibilidades reais de
ocorrência no caso de chuvas intensas.
Ficou claro durante os trabalhos de campo que, embora já equacionadas pelo próprio
DNIT, as soluções específicas para cada uma das encostas constantes das citadas
tabelas, os serviços de manutenção que vem sendo executados na rodovia são, em
geral, reconstrutivos e não preventivos, ou seja, somente após a interrupção do
tráfego é que são tomadas medidas corretivas.
Entendemos assim, como necessário, o seguinte conjunto de ações preventivas e
remediais, visando à garantia da operação segura da rodovia, prioritariamente do
ponto de vista do planejamento emergencial no sub-trecho entre Mambucaba e
Japuíba:
•
Acabamento satisfatório dos taludes de cortes, incluindo execução de obras de
contenção, como muros, cortinas atirantadas e tirantes isolados;
•
Execução de manutenção de obras de drenagem, cobrindo pelo menos o
trecho prioritário, podendo-se considerar que sistemas de drenagem
ineficientes são os maiores causadores de problemas na conservação de
rodovias, principalmente nessa região com chuvas de alta concentração.
195
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Execução de obras de contenção superficial também no trecho prioritário,
incluindo impermeabilização asfáltica, proteção com solo cimento e tela com
gunita (tela metálica presa à superfície do talude onde é colocada uma massa
de cimento e areia), dentre outros.
•
Ainda com relação à segurança da BR-101, embora não diretamente
relacionado aos aspectos geomorfológicos, registra-se que a vegetação,
necessária do ponto de vista do controle erosivo encontra-se por vezes com
porte e localização inadequados (ex. gramíneas de 2 m de altura às margens
da estrada) diminuindo a visibilidade, encobrindo placas de sinalização,
crescendo dentro das sarjetas e oferecendo material de fácil combustão além
de prejudicar ainda mais a visibilidade. O controle desta vegetação deve
integrar o programa de manutenção de responsabilidade do DNIT.
O DNIT tem realizado periodicamente obras de manutenção e recuperação da BR
101.
196
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.2.8 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO FÍSICO
A síntese de avaliação dos impactos no meio físico na operação de Angra 1 é apresentada na Tabela 44.
Tabela 44 – Síntese da Avaliação dos impactos sobre o meio físico – Fase de operação
Sistemas e
Ações
Sistema de
Refrigeração
Emissões
Atmosféricas
com
radionuclideos
Emissões
Atmosféricas
convencionais
Estrutura/Processo
Impacto
Impactos
Indicadores de
Impactos
Caracterização do
Impacto
Monitoração,
Mitigação e
Compensação
Ecossistema Aquático
Mudança dos padrões de circulação
e aumento da temperatura no Saco
Piraquara, alterações nas
concentrações de amônia, hipoclorito
de sódio, hidrazina, ácido sulfúrico e
sulfato ferroso.
Alteração na
circulação e
temperatura do
Saco Piraquara
de Fora.
Permanente,
reversível, intensidade
média-alta e local
Monitoramento físicoquímico e biológico
da qualidade da água
Ecossistema Aquático
Alterações nas concentrações de
hidrazina, nalco, zinco e fosfato na
enseada de Itaorna, lançamento de
esgoto sanitário e água triciada
Alteração dos
parâmetros físicoquímicos,
alteração na
qualidade da
água
Permanente,
reversível, intensidade
baixa e local,
(considerando
concentrações dentro
dos limites do local)
Monitoramento físicoquímico e biológico
da qualidade da água
Lançamento de
efluentes líquidos
com radionuclídeos
Ecossistema Aquático
Alteração na concentração
radiológica do meio (Co, Cs, Cs, I e
Sr e o H) conseqüência de dose
pelas vias de exposição.
Alteração na
concentração
radiológica do
meio
Intensidade baixa,
(considerando
concentrações dentro
dos limites do local)
PMARO
Deposição seca e
úmida na água
Ecossistema Aquático
Alteração na concentração
radiológica do meio conseqüência de
dose pelas vias de exposição.
Intensidade baixa,
(considerando
concentrações dentro
dos limites do local)
PMARO
Qualidade do Ar
Alteração na concentração
radiológica do meio conseqüência de
dose pelas vias de exposição.
Alteração na
concentração
radiológica do
meio
Qualidade do Ar
Aumento na concentração de
carbono e enxofre no ar
Alteração na
qualidade físicoquímica do ar
Permanente,
reversível, intensidade
baixa (considerando
concentrações dentro
dos limites do local)
Não relevantes
Evento Causador
do Impacto
Lançamento de
efluentes líquidos
convencionais
Emissão de
radionuclideos
Emissão de gases
e particulados de
combustão
197
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.3
NO MEIO BIÓTICO
Nos anos de 1980 a 1983 foram realizados estudos ambientais que deram origem aos
programas ambientais chamados de pré-operacionais. Foram esses estudos realizados
antes do funcionamento da CNAAA, que serviram de base para os seguintes programas
de monitoramento ambiental:
•
Programa de Monitoração da Fauna e Flora Marinha na Fase Operacional;
•
Programa de Medida de Temperatura no Saco Piraquara de Fora e Itaorna;
•
Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas;
•
Programa de Medida de Cloro Residual no Saco Piraquara de Fora;
Desde 1985 a Usina vem operando comercialmente e realizando o monitoramento os
quais acompanham possíveis alterações nas comunidades marinhas:
Desde a operação da Usina de Angra 1, os monitoramentos permaneceram com as
mesmas freqüências de analise e seus resultados vêm compondo um consistente banco
de dados no Laboratório de Monitoração da CNAAA.
Para avaliação de todos os resultados deste banco de dados, a Eletronuclear contratou,
em 2008, consultoria para analisar estatisticamente a qualidade das águas (Eletronuclear,
2008). Este intenso trabalho culminou no produto Análise dos Programas de Monitoração
da CNAAA, finalizado em novembro de 2008.
A seguir é apresentada uma síntese deste trabalho, visando mostrar as conclusões sobre
os impactos do empreendimento no meio biótico. Foram realizados testes estatísticos que
contemplaram o seguinte:
a. Fitoplâncton, zooplâncton e nécton: foi utilizada a série do índice de diversidade
para desenvolvimento das análises estatísticas. Para tanto, foi verificado o
comportamento dos mesmos, individualmente, ao longo da série, bem como a
sua correlação com a temperatura e cloro residual e parâmetros físico-químicos
existentes. Os resultados obtidos com essa análise deram suporte para o
entendimento do comportamento dos organismos ao longo da série coletada;
b. zoobenthos profundo: a análise estatística foi desenvolvida para os grandes
grupos monitorados ao longo da série e entre o zoobenthos e a temperatura e
cloro residual;
c. zoobenthos costão: foram analisados os organismos indicadores monitorados,
ou seja, 4 espécies, por meio da análise do comportamento da série, bem como
da correlação entre estes organismos e a temperatura e cloro residual;
198
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
d. fitobenthos: neste caso, foi analisado o percentual de cobertura da área do
quadrate pelos organismos monitorados. esta análise foi realizada objetivandose a verificação do comportamento mensal e intra-anual dos organismos. Os
mesmos foram correlacionados com a temperatura e cloro residual;
e. Temperatura da água do mar: foi analisada, estatisticamente, a evolução da
série, bem como a interferência da mesma, nos demais programas;
f.
Medidas das concentrações de cloro residual na área de lançamento do efluente
do sistema de água de circulação (Saco Piraquara de Fora): devido ao
lançamento de cloro, fez-se necessário avaliar o impacto desse produto no
desenvolvimento dos organismos monitorados. Foi analisado o comportamento
do mesmo ao longo da série, bem como se o mesmo possui alguma interferência
nos organismos monitorados;
g. Dados Meteorológicos: o programa de aquisição de dados meteorológicos serviu
de suporte para as alterações ocorridas na atmosfera, que influenciam o
comportamento marinho (tais como: precipitação e temperatura). Foram
utilizados os valores médios mensais dos mesmos.
Ressalta-se que as análises foram comparadas com os dados disponíveis da fase préoperacional permitindo a verificação da existência de impacto, ou não, na área da Usina.
Para cada Programa foram verificadas as características de cada amostra – entenda-se
amostra, neste caso, como sendo o conjunto de indivíduos retirados de uma população a
fim de que o estudo estatístico pudesse fornecer informações sobre a população. A partir
da seleção da população e amostra foram obtidas informações para cada amostra
individualmente, tais como: Média, Freqüência, Desvio Padrão ou Dispersão e
Distribuição de Probabilidade.
5.3.1 RESULTADOS OBTIDOS
A temperatura foi analisada individualmente para os pontos localizados em Itaorna
(Itaorna 0,5 m; Itaorna 2,0 m e Itaorna 4,0 m) e Piraquara de Fora, também considerando
as mesmas profundidades.
Pôde-se observar que, para Itaorna, as temperaturas médias mínimas apresentaram
valores aproximados. Para as temperaturas máximas em Piraquara – área de impacto, as
mesmas não apresentaram grandes aumentos entre a temperatura de superfície (0,5 m) e
as demais profundidades (2,0 e 4,0 m).
As maiores diferenças entre as temperaturas máximas para Itaorna e Piraquara ocorrem
na superfície, ou seja, a 0,5 m de profundidade, o que é natural devido à descarga da
199
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
água das Usinas em Piraquara. Entretanto, essa diferença não apresenta grandes
significâncias, considerando que não ultrapassam, para toda a série, 16% (Tabela 45).
Tabela 45 – Percentual da diferença entre as temperaturas médias máximas para Itaorna e Piraquara
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Mai.
Jun.
Jul. Ago.
Set.
Out.
Nov. Dez.
0,5m
10%
10%
12%
11%
9%
16%
15%
15%
15%
12%
2,0 m
6%
5%
5%
2%
1%
9%
6%
7%
5%
5%
9%
8% 10%
7%
4,0 m
1%
0%
1%
1%
1%
2%
1%
Fonte: Eletronuclear, 2006.
3%
1%
3%
3%
1%
Pôde-se observar, também, que tanto para Itaorna como para o Eixo Piraquara o
comportamento da temperatura apresenta-se semelhante, ou seja, ao longo da série os
aumentos e diminuições das temperaturas obedecem ao mesmo padrão.
Neste caso, por tratar-se da temperatura uma preocupação no monitoramento devido ao
aumento da temperatura pelo lançamento da água da Usina pôde-se concluir,
estatisticamente, que a mesma não apresenta riscos de proporções significativas para o
ambiente marinho ali localizado.
No que concerne às análises fitoplanctônicas, na Tabela 46, que apresenta os valores do
Índice de Diversidade de Shannon, verifica-se que o comportamento do ponto Z3, o qual
se trata de um ponto de controle localizado em Itaorna, não difere muito, ao longo da
série, quando comparado com os pontos Z4 e 47B localizados na Piraquara, área de
impacto.
Tabela 46 – Índice de Diversidade de Shannon da série de fitoplâncton (1987 a 2006)
ÍNDICE DE DIVERSIDADE
ANO PONTO
1987
1988
1989
1990
1991
1992
Jan
Fev
Março Abril Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Z3
-
-
-
-
Z4
-
-
-
-
47B
-
-
-
-
Z3
2,99
0,88
3,43
1,31
0,11
2,00
2,43
Z4
2,78
1,99
0,81
1,86
0,58
1,36
47B
2,59
2,04
1,64
1,30
0,50
1,20
Z3
2,59
2,32
2,73
1,43
2,83
Z4
1,53
1,30
2,13
2,46
47B
1,90
1,90
2,82
2,32
Z3
-
-
1,29
3,15
-
Z4
-
-
0,60
2,15
47B
-
-
0,83
2,54
Z3
1,91
2,78
2,17
2,27
Z4
2,21
2,35
2,52
47B
1,91
2,35
1,66
Z3
2,45
1,82
Z4
1,85
3,42
Out
Nov
Dez
-
-
-
-
-
2,79
3,59
3,16
-
-
-
-
-
3,06
2,96
3,02
-
-
-
-
-
3,55
2,45
1,99
1,62
3,68
4,65
3,49
3,14
3,45
2,16
4,01
4,14
2,60
3,17
3,89
2,33
2,95
4,32
3,07
2,93
2,99
3,04
0,11
-
-
0,63
0,16
2,96
2,03
2,00
0,14
-
-
2,50
2,81
2,97
2,99
2,72
0,27
2,45
1,34
1,09
2,23
3,31
3,08
-
3,60
-
-
-
3,83
3,19
2,70
-
4,39
-
-
-
4,14
3,17
3,52
-
3,98
-
-
2,78
2,97
2,82
3,94
2,46
2,67
2,62
1,92
1,41
1,82
3,08
2,85
3,43
2,49
3,43
3,83
2,49
2,08
1,27
2,94
2,75
3,32
1,44
2,91
3,71
1,75
2,05
0,93
2,70
2,17
1,76
1,90
1,50
3,36
0,56
3,36
2,04
1,77
2,27
2,02
1,62
1,28
1,90
2,96
0,59
2,04
200
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ÍNDICE DE DIVERSIDADE
ANO PONTO
Jan
1993
1,60
0,41
3,48
1,13
2,83
Z3
2,50
2,31
1,93
1,38
2,62
2,46
1,56
1,45
1,97
0,56
-
2,44
1,76
1,98
1,46
2,65
2,69
2,01
2,31
1,64
2,72
1,12
-
2,06
2,55
1,71
2,05
2,62
2,46
1,99
2,10
1,13
1,91
1,34
-
2,72
1,54
1,90
1,27
1,24
1,34
0,76
2,39
2,13
2,98
0,86
2,07
2,13
2,07
1,83
1,22
1,24
1,28
1,52
2,09
2,17
1,49
2,25
1,44
1,70
1,55
1,85
0,75
1,51
0,89
2,05
1,77
1,90
1,84
2,48
1,48
1,53
Z3
2,92
2,95
2,02
0,62
1,15
2,15
2,03
1,86
2,08
2,13
2,03
1,54
Z4
2,58
2,00
1,23
1,66
2,57
2,01
1,80
1,34
3,21
1,93
2,46
2,18
47B
2,67
2,49
1,33
3,88
1,01
1,66
1,39
0,48
2,46
1,39
2,24
1,66
1,25
2,78
2,12
3,50
1,48
2,12
3,35
3,43
1,59
3,55
0,04
1,98
1,32
2,12
1,44
3,79
2,34
2,69
3,58
3,17
3,17
3,36
0,11
0,46
0,81
1,50
1,57
2,77
2,73
1,64
2,49
2,65
1,29
3,37
0,15
1,11
1,94
1,07
3,13
3,63
2,33
2,79
2,48
2,03
3,24
2,24
1,70
2,78
1,79
0,88
3,10
2,99
2,69
2,36
2,50
1,38
3,64
1,92
1,87
2,32
1,92
0,83
2,63
2,40
3,73
4,32
1,57
2,90
3,41
2,18
1,81
2,27
1,94
1,07
3,13
3,63
2,33
2,79
2,48
2,03
3,24
2,24
1,70
2,78
1,79
0,88
3,10
2,99
2,69
2,36
2,50
1,38
3,64
1,92
1,87
2,32
1,92
0,82
2,63
2,40
3,73
4,32
1,57
2,90
3,41
2,18
1,81
2,27
Z3
4,11
3,30
2,86
0,69
3,05
2,75
3,80
2,92
2,72
2,25
3,29
0,26
Z4
3,66
3,06
2,15
0,56
2,46
1,57
2,46
2,48
2,41
1,73
3,50
0,21
47B
3,37
2,72
-
1,11
2,90
2,33
3,48
2,37
1,95
1,48
2,82
0,22
Z3
2,96
0,93
3,00
2,92
3,98
3,28
3,51
2,19
1,68
1,48
3,46
1,49
Z4
0,04
2,70
3,02
3,06
3,27
3,88
3,21
3,16
3,71
0,31
2,99
0,27
47B
0,99
0,71
3,62
3,20
3,40
3,36
3,37
3,71
0,17
3,61
0,68
Z3
1,95
3,40
1,60
2,34
-
-
3,08
1,84
3,41
3,40
1,94
2,82
Z4
2,90
3,35
0,72
1,64
-
3,13
3,30
1,54
2,90
3,94
2,73
3,46
47B
2,84
4,01
1,48
1,81
2,72
2,76
3,18
1,99
2,65
3,86
2,73
3,83
Z3
0,64
1,19
0,68
1,95
1,95
3,50
3,70
2,47
3,52
3,43
3,06
1,75
Z4
0,26
1,41
1,11
2,05
2,69
3,59
3,54
3,22
3,53
3,25
1,10
3,34
47B
0,47
1,12
0,69
2,07
3,38
3,14
2,85
2,54
3,04
2,42
1,42
2,73
Z3
4,12
1,37
1,83
4,11
0,99
0,89
1,65
0,87
3,70
3,70
1,83
1,33
Z4
4,18
2,15
1,61
3,36
0,19
0,97
1,46
3,35
3,57
3,57
3,33
2,20
47B
3,67
1,76
2,24
2,53
0,30
1,40
1,47
3,31
3,42
3,46
3,37
1,95
Z3
0,39
0,62
0,37
0,52
0,57
0,75
0,58
0,47
0,41
0,53
0,58
0,57
Z4
Z4
Z4
Z4
Z4
47B
2001
2002
2002
Dez
0,80
Z3
2000
Nov
1,85
47B
1999
Out
2,17
Z3
1998
Set
1,61
47B
1997
Ago
1,26
Z3
1997
Jul
3,60
47B
1996
Jun
1,39
Z3
1995
Março Abril Maio
47B
47B
1994
Fev
2,08
201
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ÍNDICE DE DIVERSIDADE
ANO PONTO
Jan
2004
2005
2006
Fev
Março Abril Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Z4
0,45
0,36
0,56
0,45
0,48
0,78
0,57
0,55
0,65
0,64
0,55
0,43
47B
0,44
0,53
0,48
0,41
0,51
0,77
0,67
0,62
0,63
0,61
0,58
0,49
Z3
2,59
2,69
3,46
2,98
3,85
3,47
2,78
3,60
4,17
3,61
2,98
3,51
Z4
2,24
3,45
3,22
3,27
3,64
3,04
3,00
3,19
3,12
3,28
2,95
3,24
47B
2,84
3,6
3,31
2,90
3,53
2,21
2,50
2,51
2,89
3,18
3,55
3,72
Z3
2,90
1,00
3,40
-
3,40
4,00
3,70
3,10
3,60
3,60
3,60
3,30
Z4
2,30
2,60
3,20
-
3,30
4,10
3,70
2,70
2,90
4,00
2,30
3,50
47B
2,70
1,90
3,20
-
3,80
3,70
3,90
2,50
2,80
3,70
3,30
3,30
Z3
3,37
0,54
0,34
0,85
0,77
0,26
0,67
0,75
0,64
0,75
0,74
0,45
Z4
2,05
0,86
0,72
0,87
0,78
0,76
0,86
0,78
0,78
0,48
0,78
0,84
47B
1,86
0,64
0,58
0,66
0,62
0,61
0,90
0,77
0,78
0,54
0,76
0,84
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Com relação à temperatura a 5 m, a correlação entre esta e o índice de diversidade do
fitoplâncton obtido para a série do monitoramento permitiu concluir que as interferências
da temperatura no índice de diversidade ocorrem de forma indireta e não são
significativas, dadas as baixas correlações obtidas.
No que concerne às correlações entre o índice de diversidade do fitoplâncton e os
resultados dos parâmetros amostrados simultaneamente a este, quais sejam:
pluviosidade, salinidade, OD, secchi, clorofila, nitrito, nitrato, fosfato e silicato, os
resultados obtidos mostraram que as maiores correlações ocorreram, para os três pontos
monitorados, entre fitoplâncton e oxigênio dissolvido (Tabela 47).
Tabela 47 – Correlação entre o fitoplâncton e os parâmetros para os pontos monitorados
Parâmetros
Pontos Monitorados
Z3
Z4
47B
PLUVIOSIDADE
0,04
0,02
0,06
SALINIDADE
0,02
0,09
0,06
OXIGÊNIO
0,14
0,16
0,19
SECCHI
0,04
0,07
0,05
CLOROFILA a
0,07
0,10
0,09
NITRITO
0,06
0,09
0,00
NITRATO
0,08
0,01
0,02
FOSFATO
0,07
0,11
0,03
SILICATO 0,01
0,03
Fonte: Eletronuclear, 2006.
0,04
202
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
IDV Zooplâncton
Na Tabela 48 é apresentada, da mesma forma como para o fitoplâncton, a correlação
entre os parâmetros amostrados simultaneamente ao zooplâncton e os resultados do
índice de diversidade deste.
Tabela 48 – Correlação entre Parâmetros e IDV
Temperatura Temperatura Salinidade Salinidade
na Superfície
a 5m
Superfície
a 5m
Pluviosidade
Z3
Z3
Z4
Z3
0,54
Z4
0,20
Z4
0,05
0,26
Z4
Z3
Z3
Z4
Z3
0,12
OD
Z4
Z3
0,05
0,01
0,17
0,19
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Secchi
Z4
Z3
0,07
0,22
Z4
0,16
0,03
0,21
Pôde-se verificar que o Índice de Diversidade para o zooplâncton apresenta maior
correlação com a pluviosidade, tanto para o ponto Z3 como para o ponto Z4.
Ainda com relação ao zooplâncton, a Tabela 49 apresenta os valores do Índice de
Diversidade de Shannon, onde verifica-se que o comportamento do ponto Z3, o qual se
trata de um ponto de controle localizado em Itaorna, não difere muito, ao longo da série,
quando comparado com os pontos Z4 e 47B localizados na Piraquara, área de impacto.
Quando comparados os valores pré (1980 e 81) e pós-operacional (1986 em diante),
pode-se dizer que há números bem maiores no pós-operacional, indicando que não houve
impacto de Angra 1 sobre estes organismos.
Tabela 49 – Índice de Diversidade de Shannon da série de zooplâncton (1980 a 2006)
ANO
1980
Z3
Z4
1981
Z3
Z4
1986
Z3
Z4
1987
Z3
Z4
1988
ÍNDICE DE DIVERSIDADE
PONTO
Jan
Fev
Março
Abril
Maio
Jun
Jul
Ago
Set
-
1,88
1,03
1,81
2,08
1,28
2,45
2,55
2,34
2,39
2,54
1,28
-
1,67
1,02
1,23
0,88
2,13
2,42
1,46
2,23
2,13
1,88
1,69
1,85
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1,17
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1,04
1,06
0,80
0,78
1,02
1,01
0,88
-
-
-
-
-
0,82
0,96
1,83
0,83
0,86
0,67
0,62
-
-
-
1,81
2,18
2,08
3,22
2,41
2,01
-
2,05
2,07
1,98
-
-
1,82
2,01
1,74
2,21
1,01
2,26
-
1,79
1,25
1,68
-
-
1,36
-
-
1,86
-
2,34
-
-
-
2,14
-
-
1,64
-
-
1,80
-
1,98
-
-
-
1,81
-
-
2,05
-
-
2,32
-
1,81
-
-
-
1,92
-
-
1,77
-
-
1,61
-
1,96
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1,76
-
-
1,97
-
-
-
-
-
-
-
-
2,13
-
-
1,52
-
2,31
-
3,90
-
-
3,29
Z3
Z3
Z4
1991
Z3
Dez
1,76
Z4
1990
Nov
-
Z3
Z4
1989
Out
-
-
-
-
2,11
-
203
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ANO
ÍNDICE DE DIVERSIDADE
PONTO
Jan
Maio
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
1,84
-
3,15
-
-
2,45
-
-
2,99
-
2,05
-
-
-
-
-
-
2,71
-
-
2,19
-
2,32
-
-
-
-
-
-
2,34
-
-
2,35
-
-
2,43
-
-
3,15
-
-
2,86
-
-
-
0,81
-
2,71
-
-
2,26
-
-
2,97
-
-
-
1,28
-
3,07
-
-
3,80
-
-
3,40
-
-
3,25
-
-
2,41
-
-
3,03
-
-
3,19
-
-
3,16
-
Z3
-
2,39
-
-
3,32
-
-
2,79
-
-
2,84
-
Z4
-
2,18
-
-
2,83
-
-
2,49
-
-
2,17
-
-
2,89
-
-
3,53
-
-
2,51
-
-
3,43
-
-
1,41
-
-
3,23
-
-
2,37
-
-
2,98
-
-
2,59
-
-
3,49
-
-
2,60
-
-
2,36
-
-
1,64
-
-
3,00
-
-
2,25
-
-
2,78
-
Z3
-
2,97
-
-
2,39
-
-
3,27
-
-
3,31
-
Z4
-
2,72
-
-
3,26
-
-
2,61
-
-
3,27
-
Z3
-
2,27
-
-
3,03
-
-
2,62
-
-
2,64
-
Z4
-
2,43
-
-
2,51
-
-
3,23
-
-
3,44
-
Z3
-
2,79
-
-
2,76
-
2,04
-
-
2,70
-
Z4
-
2,21
-
-
3,17
-
-
2,68
-
-
2,66
-
Z3
-
1,27
-
-
2,90
-
-
3,27
-
-
2,27
-
Z4
-
0,92
-
-
2,17
-
-
3,21
-
-
2,84
-
Z3
-
2,45
-
-
3,37
-
-
2,57
-
-
2,74
-
Z4
-
3,07
-
-
3,17
-
-
2,97
-
-
1,88
-
Z3
-
2,22
-
-
1,68
-
-
2,17
-
-
3,13
-
Z4
-
3,20
-
-
2,38
-
-
1,54
-
-
2,73
-
Z3
-
1,39
-
-
3,07
-
-
1,57
-
-
2,46
-
Z4
-
2,11
-
-
2,18
-
-
2,24
-
-
2,61
-
Z3
-
2,93
-
-
2,70
-
-
2,03
-
-
2,34
-
Z4
-
2,98
-
-
2,62
-
-
2,70
-
-
2,57
-
Z3
-
1,64
-
-
3,21
-
-
3,09
-
-
1,76
-
Z4
-
2,74
-
-
3,54
-
-
2,31
-
-
2,43
-
Z3
Z3
Z4
1994
Abril
-
Z4
1993
Março
-
Z4
1992
Fev
Z3
Z4
1995
1996
Z3
Z4
1997
Z3
Z4
1998
1999
-
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Ainda para o plâncton foram desenvolvidas correlações entre os resultados dos índices de
diversidade do zooplâncton e do fitoplâncton, ao longo das séries amostrais. Esta
204
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
correlação foi desenvolvida para o ponto Z3 do fitoplâncton com o ponto Z3 do
zooplâncton e para o ponto Z4 do fitoplâncton com o ponto Z4 do zooplâncton.
Observam-se as informações contidas na Tabela 50, a seguir.
Tabela 50 – Correlação entre o fitoplâncton e o zooplâncton
Fitoplâncton
Zooplâncton
Z3
Z3
Fitoplâncton
Z4
0,07
0,10
0,98
0,14
0,87
0,30
0,64
0,95
0,13
0,31
0,92
0,22
0,64
0,79
0,55
0,44
0,26
0,60
0,15
0,71
0,55
0,85
0,65
0,74
Z4
0,69
0,02
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Os resultados obtidos na Tabela 50 permitem concluir a significativa correlação entre
organismos em ambos os pontos amostrados.
Com relação ao nécton, foi analisado o comportamento da temperatura obtida no fundo,
por ocasião dos arrastos, e o índice de diversidade ao longo dos anos de monitoramento.
O comportamento do Índice de Diversidade - IDV (média anual) para o nécton ao longo da
série amostral apresentou valores maiores a partir do ano de 1991. Isso quer dizer que, a
partir desse ano, na área de monitoramento, estatisticamente, houve uma maior variação
das espécies.
Ao realizar a análise desta freqüência verificou-se que os períodos que apresentaram,
tendencialmente, maiores dispersões foram: de fevereiro / abril, de junho /agosto e de
outubro / dezembro. Significa que nesses meses houve um aumento do índice de
diversidade, ou seja, aumento do numero de espécies coletadas.
Nas coletas realizadas em dezembro e fevereiro houve tendência a apresentar variações
pequenas entre as amostras, não apresentando grandes mudanças no comportamento do
IDV para o nécton. Tal comportamento pode ocorrer devido à condição da sazonalidade,
ou seja, a ocorrência de diversidade de peixes é muito maior no verão que no inverno.
205
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Com relação a freqüência de coleta das amostras, verificou-se que alguns meses
apresentaram uma dispersão alta, ou seja, o valor do mês de 1 encontra-se distante do
valor amostral obtido para o mês 2, significando que houve mudanças significativas do
nécton neste dado intervalo, evidenciando a necessidade da continuidade da
periodicidade das amostragens.
Para o nécton também foram correlacionados os parâmetros que são amostrados
rotineiramente. Verificou-se que a correlação entre a temperatura e o IDV e variável ao
longa da serie, o mesmo ocorrendo com a salinidade.
Conforme o trabalho, pelo índice de diversidade, conclui-se que a comunidade de peixes
vem apresentando aumentado de indivíduos.
A partir da série de dados de zoobenthos profundo, de 1982 a 2006, foram obtidas
informações sobre os organismos monitorados, como a variação dos níveis populacionais
ao longo dos anos e sua correlação com a temperatura média da Piraquara de Fora. A
partir da análise dos dados, pode-se verificar que a correlação com a temperatura é
pequena para todos os grupos de organismos (Tabela 51) e espécies monitoradas
(Tabela 52).
Com relação aos comportamentos dos valores totais das espécies para a série histórica
(1982 a 2006) no Quadrante I, no ponto Z4 e ponto Z3 (ponto de controle),
respectivamente, de maneira geral, pôde-se observar uma tendência de aumento do
número de organismos ao longo dos anos para as áreas monitoradas, inclusive no ponto
controle.
Tabela 51 – Dados sobre os grupos de zoobenthos profundo
Temperatura
Média_
Mollusca Polychaeta Cnidaria Crustacea Echinodermata Chordata
Piraquara
Maior Valor
36,38
318,00
361,00
30,00
12,00
61,00
2,00
Mínimo
Valor
19,03
16,70
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Média
28,44
82,41
12,64
1,94
1,52
4,93
0,06
Desvio
Padrão
3,45
52,31
49,76
5,71
1,85
9,84
0,28
Correlação
1,00
0,03
0,13
0,02
0,17
0,10
0,14
Fonte: Eletronuclear, 2006.
206
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 52 – Dados sobre as espécies do zoobenthos profundo para a série amostral
Codakia Tellina Dentalium Corbula Dentalium Nucula
Pitar Chione Outros
Edwardsia
Total
sp
sp
costata Sandix
caribea Gauldii semionata sp Paphia Mollusca
Quadrante I
Máximo
189,70
48,30
4,90
27,30
5,00
5,20
2,30 2,30 159,00 401,70
20,30 Mínimo
1,30
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00 0,00 0,00 4,90 0,00 Média
49,49
3,47
1,36
2,88
0,86
0,55
0,18 0,09 19,44 79,55 2,21 Desv.
Padrão
35,06
4,82
0,98
3,18
0,86
0,69
0,35 0,25 22,67 53,91 2,92 0,05
0,07
0,13
0,01
0,08
0,01
0,01 0,08 0,04 0,02 0,00 144,00
33,00
9,70
17,00
12,00
13,70
2,00
1,00
110,20
191,60
42,00
Mínimo
1,70
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Média
36,70
3,06
1,78
1,73
0,97
0,92
0,10
0,03
15,13
60,92
2,89
Desv.
Padrão
27,97
4,90
1,77
2,48
1,74
1,88
0,29
0,11
16,79
41,29
7,79
Correlação
com Malha
amostral
de
Piraquara
a4m
0,02
0,06
0,08
0,04
0,01
0,06
0,02
0,05
0,09
0,05
0,14
Máximo
35,70
44,00
3,60
21,00
3,60
3,30
1,70
2,00
56,30
128,70
71,00
Mínimo
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Média
9,41
2,85
0,15
2,48
0,22
0,26
0,20
0,07
7,76
25,34
3,00
Desv.
Padrão
7,37
4,78
0,45
3,12
0,46
0,57
0,36
0,26
8,76
19,59
7,16
Correlação
com Ponto
de Coleta
(4 m) em
Itaorna
0,02
0,29
0,05
0,21
0,13
0,01
0,0045
0,20
0,10
0,22
0,11
Correlação
com Malha
amostral
de
Piraquara
a4m
Z4
Máximo
Z3
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Na Tabela 53 está expressa a correlação entre os zoobenthos de costão e a temperatura
média da água do mar em Piraquara de Fora a uma profundidade de 0,5 m.
Tabela 53 – Correlação entre Temperatura e Zoobenthos Costão
Correlação com Temperatura em Piraquara
M. nodulosa
P. auritula
H. momus
G. gibberosa
0,22
0,12
0,03
Total
0,17
0,22
Fonte: Eletronuclear, 2006.
207
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Pelos resultados de correlação obtidos, pode inferir que a temperatura nesta área exerce
alguma influência sobre os organismos monitorados. Entretanto, a influência exercida pela
temperatura nos organismos não compromete a existência dos mesmos.
Pode-se observar também que há uma maior predominância de M.nodulosa na fase de
operação da Usina. O número total de organismos aumentou ao longo do tempo.
Com relação aos organismos fitobentônicos, na análise mensal realizada para estes
organismos comparou-se as porcentagens ocorrentes de cada grupo, entre um ano préoperacional (1982) e um ano operacional (1994). O ano de 1994 foi selecionado devido ao
fato de que este ano apresentou menos falhas de amostragens, ou seja, foi o melhor ano
sistematicamente amostrado.
As diferenças notadas para as cianofíceas referem-se à diminuição de valores no ponto
01 A2 na faixa entre 25 e 50%, compensado pelo aumento nas faixas 0% e > 50%. O
ponto 01 A2 é influenciado pelo aporte de água doce. No ponto 23 B2 pode ser reparado
o aumento na faixa < 25% no período operacional.
Nos três pontos é notório o aumento da quantidade do organismo Littorina no período
operacional estudado. Os Chtamalus apresentaram aumento relevante na fase de
operação estudada no ponto 23 B2, na faixa > 50%.
Quanto à Tetraclita pode-se notar um pequeno aumento no período operacional no ponto
50 B1, na faixa < 25%. Dentro da faixa entre 25% e 50%, o ponto 23 B2 apresentou uma
pequena diminuição em 1994.
Quanto aos Brachydontes foi notado o aumento destes organismos no ano operacional
estudado, nos pontos 01 A2 e 23 B2. Os Sabellidae reduziram suas porcentagens na
faixa entre 25 e 50%, mas este comportamento foi compensando pelo aumento nas faixas
> 25% e > 50% no ponto 01 A2. No ponto 50 B1 houve aumento na faixa > 25% e
redução na faixa entre 25 e 50%. Com relação ao ponto 23 B2 a presença de organismo
na faixa > 50% compensou a diminuição dos mesmos nas demais faixas percentuais.
Os Ectocarpales reduziram sua presença na faixa > 50% nos três pontos amostrados no
período operacional estudado. Esses organismos são mais sensíveis, estão submersos e
sofrem influencia direta da insolação e temperatura.
Com relação à Acantophora spicifera, os três pontos de amostragem apresentaram
aumento no período operacional, em comparação ao período pré-operacional, nas três
faixas de percentuais. Os Dictyota não apresentaram diferenças relevantes entre os
períodos, pré-operacional e operacional.
Quanto ao Sargassum, o ponto 50 B1 mostrou um aumento considerável no período
operacional estudado, nas faixas < 25% e entre 25 e 50%. Os organismos Padina sp.
208
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
também expressaram acréscimos no ponto 50 B1 no período operacional nas faixas de
percentagem > 25% e entre 25 e 50%. Os sargassum e os padina competem por luz.
Pode ser verificado, estatisticamente, que o comportamento do ponto 50B1 difere do
comportamento do ponto 23B2, inclusive no comportamento da correlação entre os
meses. Este resultado pode ser explicado devido às diferenças de hidrodinamismo entre
os dois pontos.
5.4
MEIO SOCIOECONÔMICO
Este estudo teve por base o Termo de Referência, elaborado pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para o processo de
Licenciamento Ambiental da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto –
CNAAA, Angra 1.
Sob essas considerações, o principal objetivo do diagnóstico socioeconômico foi o
conhecer as questões sociais e econômicas pertinentes às áreas de influência direta e
indireta da CNAAA, apresentadas e analisadas de forma a subsidiar o presente Plano.
5.4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
As áreas de influência direta e indireta para o meio socioeconômico foram definidas como
raios de 5, 15 e 50 km, a partir do reator de Angra 1.
Ou seja, a Área de Influência Indireta do empreendimento, AII 50, abrange parcial ou
totalmente uma área de 14 municípios: Ubatuba, Cunha, Lorena, Silveiras, Areias, São
José do Barreiro, Arapeí e Bananal, integrantes da mesorregião Vale do Paraíba Paulista,
no estado de São Paulo. No estado do Rio de Janeiro, compreendeu os municípios de
Parati, Angra dos Reis, Rio Claro, Barra Mansa e Resende, pertencentes à mesorregião
Sul Fluminense. Além do município de Mangaratiba, na mesorregião metropolitana do Rio
de Janeiro.
Para o raio de 15 km, a AID 15 abrange os distritos de: Cunhambebe, Mambucaba e o
Distrito Sede de Angra dos Reis, ambos no município de Angra dos Reis, e Tarituba, no
município de Parati. A AID 5, com um raio de 5 km a partir do reator de Angra 1, abrange
as localidades do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área em
torno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a Vila Residencial de Praia Brava (vila dos
funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas, no
distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis (Apêndice IV, item 13.5).
209
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.4.2 POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS
A seguir, serão descritos e analisados os possíveis impactos sobre a qualidade das águas
utilizadas para recreação, consumo humano, produção agropecuária, irrigação e
produção pesqueira, por meio dos resultados obtidos no Programa de Monitoração e
Controle da Qualidade das Águas (PA-AG 06), Programa de Autocontrole (PROCON) e
Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional (PMARO), realizados pela
Eletronuclear.
O Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas - PA-AG 06 tem, entre
outros, como pontos de monitoramento: dois pontos na Vila Residencial de Mambucaba
(AM-1 e AM-2), dois pontos na Vila Residencial de Praia Brava (AM 3 e AM-4), um ponto
em Itaorna (AM-5) e um ponto no Saco Piraquara de Fora (AM-9).
Essas avaliações são consolidadas e encaminhadas ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Renováveis – IBAMA como relatórios semestrais.
A avaliação de balneabilidade de águas salinas é realizada mensalmente pela
Eletronuclear por meio do PA-AG 06, baseada na Resolução Conama 274/2000, que
define as condições de balneabilidade em águas, doces, salobras e salinas, por meio dos
valores de Escherichia coli.
É possível concluir a partir da análise histórica dos relatórios da operação de Angra 1 e
das vilas residenciais, que os índices encontrados não comprometem a balneabilidade na
região compreendida pelos citados pontos.
A potabilidade, também avaliada mensalmente no PA-AG 06, pela Eletronuclear, o qual
tem como referência normativa a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, envolve
análise do dreno da cortina atirantada, localizada em Itaorna, que consiste de um
afloramento de água subterrânea; não há consumo humano para essa água.
Os resultados das análises indicam que eventualmente há presença de coliformes totais e
E. coli. A avaliação é que há previsibilidade de eventuais inconformidades por se tratar de
um sistema natural onde não há qualquer tipo de tratamento.
Para o consumo humano, é realizado o monitoramento na rede de distribuição da água
potável da CNAAA, cuja periodicidade de análise é semanal. Ao longo dos anos de
operação não foi registrada contaminação bacteriológica que comprometesse o consumo
humano.
Os efluentes líquidos provenientes da operação de Angra 1 são monitorados
mensalmente, de acordo com a legislação vigente, seja por meio do Programa de
Autocontrole (PROCON) seja pelo PA-AG 06, que tem como um dos itens normativos a
210
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
NT-319 “Critérios de Qualidade de Água para Preservação de Fauna e Flora Marinhas
Naturais” – Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA).
A avaliação dos resultados indicam que os padrões de lançamento de efluentes estão
adequados, e dessa forma não ocasionam possíveis impactos na produção pesqueira,
tampouco na qualidade das águas utilizadas para agropecuária e irrigação, uma vez que
os efluentes líquidos tem como destino final a baía da Ilha Grande.
Com relação a uma eventual contaminação por radionuclídeos, os mesmos são
monitorados no Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional - PMARO,
concluindo-se que não existe impacto.
5.4.3 DINÂMICA TEMPORAL DA OCUPAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO
EMPREENDIMENTO
A área de influência da CNAAA, para o meio socioeconômico, esta distribuída por duas
unidades da federação: São Paulo e Rio de Janeiro.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentam um quadro físico diversificado o
qual se constitui em importante substrato para a evolução do processo histórico de
ocupação assim como para a organização econômica, espacial e social desses estados.
Em um primeiro momento, remetendo ao passado colonial, quando o meio físico exerceu
forte influência no processo de organização espacial, acarretando intensa ocupação da
faixa litorânea, pois as escarpas íngremes, as florestas e os pântanos constituíram
obstáculos à expansão da população e das atividades econômicas em direção ao Vale do
Paraíba, originando os atuais padrões de organização espacial dos referidos estados.
Os estados estão subdivididos em mesorregiões e microrregiões, as quais apresentam
municípios distribuídos por três províncias topográficas básicas: a Planície Costeira, a
Serra do Mar e o Vale do Paraíba do Sul. Cada uma delas apresenta características
distintas que ora favorecem, ora dificultam a ocupação humana.
A Planície Costeira é uma faixa descontínua de terras planas ou levemente onduladas
entre o litoral Atlântico e o pé oriental da Serra do Mar, formada por depósitos fluviais e
oceânicos relativamente recentes, pertencentes ao período Quaternário. No litoral sul,
esta planície é muito estreita e, com certa freqüência desaparece quando as escarpas da
Serra do Mar mergulham diretamente nas águas da Baía da Ilha Grande construindo uma
paisagem, no trecho litorâneo compreendido entre os municípios de Mangaratiba (RJ) e
Ubatuba (SP), formada por praias relativamente curtas e com estreitas faixas de areia.
A Serra do Mar se caracteriza por apresentar morros arredondados muito próximo uns
dos outros, formando uma paisagem bastante acidentada, com poucas áreas planas que
na terminologia topográfica brasileira recebe o nome de “mar de morros”. No estado do
211
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Rio de Janeiro, forma um imponente paredão rochoso, paralelo à costa e visível da
Planície Costeira. Sua vertente oriental, voltada à Baía da Ilha Grande, é quase sempre
abrupta e, em muitos trechos, chega a ser quase vertical.
O Vale do Paraíba do Sul é uma estreita cadeia de montanhas e vales espremida entre a
vertente ocidental da Serra do Mar e a oriental da Serra da Mantiqueira. Apesar do
gradiente da vertente ocidental da Serra do Mar ser mais suave do que da vertente
ocidental, também aí presenciamos a paisagem formada por “mares de morros”, com
elevações arredondadas.
Foi nessa área, composta por esses três ambientes que os portugueses se instalaram. No
primeiro momento, em uma enseada descoberta no ano de 1502 e denominada como
Angra dos Reis, devido ao fato da descoberta ter ocorrido no dia seis de janeiro,
consagrado aos Santos Reis. Em 1593, face ao seu notável crescimento populacional, foi
reconhecida como distrito e, posteriormente elevada à categoria de vila: a Vila dos Reis
Magos da Ilha Grande. O processo de ocupação continua a evoluir neste espaço até 1617
quando, aos poucos, a população se muda para as proximidades do Convento do Carmo,
hoje, o distrito sede do município.
O grande valor comercial do açúcar na Europa levou os europeus a tentarem o plantio da
cana de açúcar, pois antes de 1500 foram bem sucedidos com plantações de cana em
Portugal e em ilhas do Oceano Atlântico por isso sabiam encontrar terras propícias a tal
lavoura. Os terrenos planos ou levemente ondulados da Planície Costeira, as chuvas
orográficas provocadas pela intercepção das massas de ar úmidas pelas escarpas
propiciaram um ambiente ideal a expansão da lavoura ao longo do século XVII. Tal fato
gerou uma maior ocupação da Planície Costeira. Em contrapartida, a Serra do Mar
permaneceria por mais, aproximadamente duzentos anos, como uma fronteira íngreme e
abrupta, cortada apenas por algumas trilhas acidentadas.
Esse cenário foi alterado apenas quando do declínio dessa lavoura e a busca do ouro e
outros metais preciosos permitiram que o caminho do povoamento adotasse as trilhas
indígenas, principalmente aquelas que partiam de onde hoje é o município de Parati. Esta
circunstância posicionou a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Parati como
intermediária no escoamento de parte considerável da produção de metais preciosos,
oriundos do planalto paulista e da região mineira.
A política portuguesa de não permitir a abertura de novos caminhos visando facilitar a
fiscalização da circulação do ouro, fortaleceu ainda mais a posição privilegiada de Parati,
visto que, durante algum tempo, constituía a única via de acesso aos planaltos mineiro e
paulista, estabelecendo-se intenso comércio com a crescente demanda, em especial de
gêneros alimentícios.
212
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O terreno muito acidentado da Serra do Mar, a Planície Costeira e o Vale do Paraíba do
Sul foram afetados pelos padrões de ocupação humana gerados pela mineração,
atravessados por trilhas permanentes e agora intensamente transitadas que ligavam o
litoral à região mineira. O único meio de transporte era as chamadas tropas de burros. O
nome designava uma caravana de dezenas de animais de carga, com tratadores e
passageiros. Em função desse intenso fluxo, de pessoas, mercadorias ou minerais, e da
própria extensão das trilhas, alguns pontos de parada e descanso se transformaram em
pequenos casarios ou vilas os quais propiciavam apoio logístico para os animais, seus
tratadores, numa região esparsamente conhecida e ocupada pelos europeus. As tropas
de burros criavam também mercado para ferreiros, pequenos empórios para suprimentos,
abrigos etc. Algumas das mais importantes cidades do interior fluminense como Resende,
por exemplo, nasceram de pontos de parada de tropas de burros nos tempos da
mineração.
A mineração atingia o seu ápice entre 1741 e 1761, mas a partir de 1770, a produção
conjunta das minas começou a cair. Com o declínio da produção de ouro e pedras
preciosas alguns mineradores transferiram seus capitais para uma outra atividade
econômica, que era o cultivo do café.
As condições climáticas do vale eram ideais para a cafeicultura. Considere-se, também, o
fato da existência de alguns pequenos pontos de parada que serviram de apoio logístico
às novas fazendas.
Nesse sentido, pode-se dizer que o Vale do Paraíba do Sul foi ocupado por forças sociais
e econômicas geradas pela desestruturação da atividade mineira, e reorientadas para a
produção do café.
A lavoura cafeeira é marcada por características como: grandes fazendas,
desbravamento da mata, fertilidade natural dos solos, disponibilidade de capitais de
origem comercial e trabalho escravo. A partir desta base gerou-se um circuito de
atividades que afetou a estruturação espacial das mesorregiões Sul fluminense e Vale do
Paraíba Paulista: latifúndios de café e de gado, bem como os traçados de caminhos para
viabilizar os fluxos de pessoas e de mercadorias. Neste contexto, o porto de Angra
passou a ter importância fundamental, tanto como receptor de mão de obra escrava e
escoadouro do café, como na modelagem do que viria a se transformar na área urbana do
município. O cenário descortinado é o seguinte: povoados do vale do Paraíba, tanto
paulista quanto fluminense, sendo criados em função do café mantendo ligação estreita
com a Planície Costeira através dos portos de Mangaratiba e Angra dos Reis.
O porto de Angra, em função da sua posição geográfica, era o porto mais acessível para
os grandes volumes de café produzidos em torno dos municípios de Resende, São João
Marcos (município extinto), Barra Mansa, Cunha, Bananal, São José do Barreiro dentre
213
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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outras localidades do Vale do Paraíba do Sul. Trata-se, de fato, de um movimento que
representa um espaço regional cujo quadro natural apresenta-se como condicionante, o
processo social como determinante e rede de comunicação e de lugares como elementos
da articulação espacial.
Os municípios da Planície Litorânea e os do Vale do Paraíba do Sul após o apogeu
proporcionado pelo café, vivenciam um processo de decadência resultante da queda da
produção de café, ocasionada principalmente pelo esgotamento dos solos, pela crescente
dificuldade em obter mão de obra escrava e, ainda, face às limitações imposta pelo
quadro físico, à incorporação de novas áreas para o plantio.
A última década do século XIX é responsável pelo desencadeamento do processo de
reestruturação espacial das mesorregiões Sul Fluminense e Vale do Paraíba Paulista.
Alguns fatos permitem comprovar a afirmativa. Um deles diz respeito à desestruturação
das fazendas em que os escravos libertos, sem os respectivos meios de subsistência,
praticavam uma agricultura rudimentar. O acesso à liberdade gerou as condições para a
formação de uma estrutura camponesa com bases precárias.
Com a decadência da cafeicultura assistiu-se ao desencadeamento de um grande êxodo
rural em direção aos grandes centros urbanos ou para áreas empobrecidas nas quais a
população vislumbrava a possibilidade de um revigoramento da economia. Neste
contexto, os municípios da região do Vale do Paraíba, que não conseguiram reestruturar
a economia mantêm na paisagem elementos que testemunham o áureo período
cafeicultor. Pode-se mencionar os seguintes municípios paulistas: Bananal, Areias,
Silveiras, São José do Barreiro e Cunha, que ostentam seus antigos casarões que
assistem, ao longo do tempo, a decadência e estagnação da economia.
Outros municípios foram revigorados através do processo de industrialização com
redirecionamento do capital da lavoura do café. É o caso de Lorena, Resende e Angra
dos Reis.
No que diz respeito ao município de Angra dos Reis, o despontar do século XX apresenta
uma possível esperança para a retomada do crescimento populacional e econômico. Em
1906, cogitou-se a fundação do Arsenal de Marinha em Jacuecanga (atualmente, terceiro
distrito do município de Angra dos Reis), empreitada que não logrou êxito. Em 1914, foi
inaugurada a Escola Naval, na enseada da Tapera, no distrito sede do município,
transferida para o Rio de Janeiro em 1950. Em 1951, tal forma espacial passa a abrigar o
Colégio Naval, a presença deste fixo social gerou uma movimentação urbana visto que o
fluxo de alunos demandou a necessidade de novos serviços, embora não tenha
representado uma mudança significativa na organização espacial do município.
A decadência da cidade, nas primeiras décadas do século XX, será marcada pelo
fechamento do seu porto e pela agropecuária de subsistência. Ainda na primeira metade
214
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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do século XX, este cenário começa a se modificar e novos agentes surgem para a
remodelação do espaço. Um deles é a cultura de bananas, nas décadas de vinte e trinta,
ocupando as terras e a mão-de-obra utilizadas pelo café, e que passa a ser o produto da
lavoura orientado para a comercialização. Outro elemento a considerar foi o
reaparelhamento do porto inaugurado em 1930 que conjugado com a inauguração, em
1928, de uma ferrovia da Rede Mineira de Viação, conectando Angra dos Reis aos
estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, descortinou novos horizontes para o
desenvolvimento social, industrial, comercial e agrícola do município.
À ampliação desses espaços de fluxos, soma-se a construção da rodovia que liga Angra
dos Reis à Barra Mansa e, ainda, a instalação dos serviços de telefonia, o que possibilitou
maior contato do município com o país, rompendo um isolamento adquirido com o declínio
cafeeiro. Tais empreendimentos permitiram o início de um processo de revitalização em
Angra dos Reis.
Entretanto, esses fatos não foram suficientes para reverter à letargia da área e nos anos
50 a população era de 20.929 habitantes, não muito distante da população de 1872,
estando 66,3% concentrada na área rural.
Esse é o cenário da obsolescência, de um espaço em que na metade do século XX as
lavouras de subsistência ocupam a maior parte da população, e só a produção de
bananas é comercializada. As relações de propriedade e os sistemas de exploração são
os mesmos do princípio do século.
Se por um lado à produção local pouco se modificou, por outro a construção do espaço de
fluxos citado anteriormente rompe com o isolamento imposto após a desestruturação da
economia cafeeira. O novo traçado da circulação mostra um espaço em conexão com os
demais estados da região sudeste, a qual está vinculado e, ainda, com outros estados
brasileiros. O porto representa um ponto de convergência e Angra dos Reis vai se
definindo como espaço articulador de fluxos e interesses que transcendem a escala local.
Nos anos cinqüenta e sessenta, o país preparava-se para ser inserido em um programa
de modernidade que se caracterizou, também, pela presença marcante do Estado. Neste
contexto, as referidas décadas são marcadas pelo predomínio de concepções
desenvolvimentistas, cujo vetor principal é o da industrialização em um modelo onde o
espaço urbano é privilegiado.
Em 1959, a indústria naval chega ao município de Angra dos Reis com a instalação, no
distrito de Jacuecanga, dos Estaleiros da Verolme, gerando transformações no uso da
planície bem como na economia local, pois para seu funcionamento precisava de mão-deobra especializada, fato que desencadeou intenso fluxo migratório para Angra dos Reis.
Além do aumento da população, a estrutura do mercado de trabalho também sofre
215
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
alterações, visto que as atividades até então compreendidas pelo setor secundário eram
de pequena relevância.
Dois fatores principais seriam motivadores para a localização do empreendimento, um
refere-se à proximidade da Companhia Siderúrgica de Volta Redonda, responsável pelo
fornecimento do aço (matéria-prima importantíssima para a indústria naval), o outro é
representado pelas conexões rodoviárias e ferroviárias entre Angra dos Reis e Barra
Mansa.
Essa indústria implicou em mudanças na área urbana local, as atividades comerciais e
prestação de serviços expandem-se seguindo o aumento da população e da atividade
industrial, os aglomerados urbanos expandem-se exigindo a criação de novas infraestruturas, dentre os quais destacam-se: Camorim e Monsuaba, localizados no distrito de
Jacuecanga.
Ao longo da década de sessenta, em especial a partir dos governos militares,
representando um novo contexto político e institucional para o país, a corrida
desenvolvimentista é acelerada tendo como propulsor, de natureza econômica, um
modelo de base urbana e industrial e como ideologia a busca da integração e garantia da
segurança nacional. É neste contexto que, em 1969, foi implementada uma medida que
influenciou o município alterando sua situação institucional: Angra dos Reis é declarada
área de segurança nacional.
A década de setenta foi caracterizada por profundas transformações, promovidas pela
chegada de novos empreendimentos ao Município de Angra dos Reis. Estes
empreendimentos, que se desenvolveram no local, transcendem a esta escala sendo,
portanto, necessário uma análise de âmbito nacional. Um destes empreendimentos foi a
construção da rodovia Rio - Santos (BR – 101), contornando o litoral e unindo os portos
de Santos e Rio de Janeiro, facilitando a integração do local à rede nacional, permitindo
assim, uma ligação mais direta, em especial, com a metrópole do Rio de Janeiro.
Indiscutivelmente, a maior conseqüência da abertura desta rodovia foi a expansão da
indústria do turismo, que ganha maior projeção com a criação da EMBRATUR. A partir daí
os investimentos destinados às atividades de lazer e turismo multiplicam-se na área,
estimulando a construção civil no lançamento de condomínios, marinas, hotéis e resorts.
Reordenando, assim, as formas da organização espacial resultante de práticas que
motivam a segregação espacial, ao priorizar formas e funções orientadas para segmentos
sociais de poder aquisitivo mais elevado do que o das comunidades locais.
Outro empreendimento também relevante para a modelagem do espaço angrense, foi a
construção do Terminal Marítimo da Ilha Grande – TEBIG, em 1977, localizado na rodovia
BR – 101, próximo às instalações do VEROLME (atualmente, Estaleiro Brasfels) e a 12
km do distrito sede de Angra dos Reis. A construção do terminal implicou na
216
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
transformação de um outro aglomerado urbano que é a Prainha, localizado em
Jacuecanga, visto que foi construída no local uma área residencial para os funcionários
da empresa. Os dutos que ligam o TEBIG com as refinarias da empresa integram o local
em um espaço de fluxos de escala nacional, além de ratificar o caráter estratégico da
Baía da Ilha Grande, adquirido ao longo da década de setenta, com todos os
empreendimentos nela localizados.
Neste contexto, as Usinas nucleares, também instaladas em Angra dos Reis, constituem
mais um vetor das transformações espaciais. Os fluxos migratórios aumentaram face à
necessidade de contratação de mão-de-obra, com a construção de vilas operárias.
Adicionalmente, em Praia Brava, aglomerado urbano do distrito de Mambucaba, foi
construído um bairro residencial para os técnicos especializados.
Ao longo das décadas de oitenta e noventa, a população local começou a viver os
problemas decorrentes da intensa mobilização de trabalhadores que os empreendimentos
propiciavam. Esta população passou a ter problemas de moradia, seja porque
abandonavam suas atividades tradicionais, seja porque foram expulsas de suas terras
pela valorização turística. Na cidade de Angra dos Reis e na sua periferia, principalmente
Japuíba, nas vilas da Mambucaba, Frade e Jacuecanga, como em vários pontos ao longo
da rodovia BR-101, foram surgindo aglomerados e bairros carentes, desprovidos de infraestrutura e equipamentos urbanos.
5.4.3.1 Evolução Demográfica
5.4.3.1.1 Área de Influência Indireta – AII 50
A área de influência indireta de Angra 1 abrange 14 municípios: 06 no estado do Rio de
Janeiro e 08 no estado de São Paulo, na Tabela 54 e no Apêndice V, item 13.5, estão
apresentadas a distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos.
Tabela 54 – Distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos formadores da área de
influência de Angra 1
MUNICÍPIO
DISTRITO
Abraão
Angra dos Reis
Angra dos Reis
Cunhambebe
Jacuecanga
Mambucaba
Praia de Araçatiba
Antônio Rocha
Barra Mansa
Barra Mansa
Floriano
Nossa Senhora do Amparo
Rialto
217
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Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
MUNICÍPIO
DISTRITO
Conceição de Jacareí
Itacurussá
Mangaratiba
Mangaratiba
Vila Muriqui
Parati
Parati
Parati Mirim
Tarituba
Agulhas Negras
Engenheiro Passos
Resende
Fumaça
Pedra Selada
Resende
Getulândia
Lídice
Rio Claro
Passa Três
Rio Claro
São João Marcos
Arapeí
Arapeí
Areias
Areias
Bananal
Bananal
Cunha
Campos de Cunha
Cunha
Lorena
Lorena
S. José do Barreiro
S. José do Barreiro
Silveiras
Silveiras
Picinguaba
Ubatuba
Ubatuba
Fonte: Science, 2002.
Para a análise da componente demográfica foi adotado como cortes temporais os anos
censitários a partir de 1950, com a consolidação do modelo urbano industrial, até o ano
2000, incluindo-se a contagem de população dos anos de 1996 e 2007. Os dados
apresentados na Tabela 55 e na Tabela 56, descrevem a evolução da população total,
urbana e rural, para todos os municípios incluídos na área de influência indireta de Angra
1.
218
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 55 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1950 –
1980
1950
1970
1980
Municípios
Total Urbana Rural
Total
Urbana Rural
Total
Urbana Rural
Angra dos Reis
20929
7052
13877
40276
19134
21142
57658
28725
28933
Barra Mansa
70880
56221
14659
101660
80181
21479
154853
136046
18807
Mangaratiba
10767
3 642
7 125
12 338
6 161
6 177
13 829
8 094
5 735
Parati
9 360
1 856
7 504
15 934
4 174
11 760
20 622
8 934
11 688
Resende
34752
15687
19065
66 907
49366
17 541
87 372
68 072
19 300
Rio Claro
14298
2 865
11 33
14 251
3349
10 902
12 937
6 459
6 478
Arapeí
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Areias
3 558
820
2 738
4107
1108
2999
3 697
1470
2227
Bananal
15018
2 705
12313
12889
3185
9704
10962
5814
5148
Cunha
20784
1 698
19086
21952
4266
17686
20866
6442
14424
Lorena
24569
16 033
8 536
46463
40972
5491
57373
52870
4503
São José do Barreiro
6 537
870
5 667
5438
1221
4217
4039
1547
2492
Silveiras
6 004
767
5 237
5442
1150
4292
3905
1117
2788
Ubatuba
7941
1755
6186
15203
9083
Fonte: Science, 2002.
6120
27161
24689
2472
Tabela 56 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1991 –
2007
2007*
1991
1996
2000
Municípios
Total
Total
Urbana Rural
Total
Urbana Rural
Total
Urbana Rural
Angra dos
Reis
84810
78105
6 705
92532
85 074
7 458
119247
14300
4 947
148.476
Barra
Mansa
171629
166107
5 522
166745
162495
4 250
170753
165134
5 619
175.315
Mangaratiba
17 560
13 065
4 495
19 896
14 606
5 290
24 901
19 860
5 041
29.253
Parati
23 637
11 314
12323
27 127
12 978
14149
29 544
14 066
15478
32.838
Resende
91 628
75 580
16048
102625
84 394
18231
104549
95 963
8 586
118.547
Rio Claro
13 648
8 627
5 021
14 449
9 874
4 575
16 228
11 616
4 612
17.216
2.527
Arapeí
-
-
-
2 338
1615
723
2618
1899
719
Areias
3285
1748
1537
3466
2369
1097
3600
2452
1148
3.571
Bananal
11357
7584
3773
9001
6589
2412
9713
7187
2526
10.233
Cunha
23421
8950
14471
21641
10114
11527
23090
11134
11956
22.951
Lorena
73167
69690
3477
76344
72789
3555
77990
75097
2893
79.317
São José do
Barreiro
3933
2100
1833
4101
2103
1998
4143
2471
1672
4.278
Silveiras
3285
1748
1537
3466
2369
1097
3600
2452
1148
5.562
Ubatuba
11357
7584
3773
9001
6589
2412
9713
7187
2526
Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009.
*Para o ano de 2007, os dados disponíveis são apenas para a população total.
75.008
Da análise dos dados, pode-se depreender que os principais incrementos ocorreram no
segmento urbano da AII 50, como conseqüência do intenso processo de urbanização
219
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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característico do país. Este movimento se dá de forma uniforme quando se compara o
segmento fluminense com o paulista.
A política que impulsiona a urbanização no Brasil ocorre no bojo do processo de
industrialização, em detrimento das atividades agrícolas, este fato tem seu rebatimento na
área em estudo quando se observa uma nítida tendência de redução do crescimento da
população rural, como pode ser observado na Tabela 56 e na Figura 107.
Tabela 57 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência
indireta de Angra 1, no período 1950-2007
Municípios
1950/1960 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/1996 1996/2000 2000/2007
Angra dos
Reis
10,9
40,0
43,2
47,1
9,1
28,9
19.7
Barra Mansa
-65,7
93,9
52,3
10,8
-2,8
2,4
2,6
Mangaratiba
1,8
-2,5
12,1
27,0
13,3
25,2
14,9
Parati
-22,6
31,8
29,4
14,6
14,8
8,9
10,0
Resende
0,3
37,1
30,6
4,9
12,0
1,9
11,8
Rio Claro
1,5
-6,5
-9,2
5,5
5,9
12,3
5,7
Arapeí (*)
-
-
-
-
-
12,0
-3,6
Areias
4,2
5,9
-10,0
-11,1
5,5
3,9
-0,8
Bananal
-20,8
0,6
-15,0
3,6
-20,7
7,9
5,1
Cunha
-1,0
0,5
-4,9
12,2
-7,6
6,7
-0,6
Lorena
-15,8
39,7
23,5
27,5
4,3
2,2
1,7
São José do
Barreiro
-16,8
-5,5
-25,7
-2,6
4,3
1,0
3,2
Silveiras
-21,5
6,1
-28,2
25,7
6,7
2,6
35,3
Ubatuba
1,1
47,7
78,7
74,3
16,3
21,5
87,1
AID 50
-11,6
38,0
31,0
20,0
5,3
Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009.
9,7
13,3
220
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 107 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência
indireta de Angra 1, no período 1950-2007
Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009.
No período 50-60 o município de Angra dos Reis apresentou crescimento urbano da
ordem de 90%, ressalta-se que neste período se dá a instalação do estaleiro Verolme
(atual Brasfels) atraindo forte contingente populacional e dinamizando a economia
municipal. Embora a população urbana mantenha-se ascendente, observa-se no período
60-70 uma desaceleração na taxa de crescimento, 43,0%, note-se que neste período a
população rural retoma o crescimento (11,0% no período 50-60 contra 37,0% no período
60-70). O comportamento observado pode ser justificado pelo possível retorno da
população local às suas atividades tradicionais, ao término das obras de instalação do
estaleiro.
A década de 70, retratada nas taxas de crescimento observada no período 70-80, indica
uma retomada do processo de aceleração no crescimento urbano do município de Angra
dos Reis, saindo de 43,0% para 50,1% e mantendo os níveis de crescimento na área
rural. Este período marca o início da reestruturação da economia local, tendo como ponto
de partida a construção da BR-101, ligando os estados de São Paulo e Rio de Janeiro
pelo litoral, cuja construção ocorre ao longo dos anos de 1970. É marcada também pelos
primeiros movimentos para o início das obras de Angra 1.
221
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A desativação do estaleiro Verolme e o final das obras de Angra 1, nos anos 80, provocou
sérias conseqüências tanto para Angra dos Reis, quanto para Rio Claro, municípios onde
residiam parcelas significativas de seus empregados.
A partir do final de 90 e início de 2000 o estaleiro retoma suas atividades, recrutando
antigos empregados, em especial aqueles que residem em Lídice e nos quais a empresa
havia investido na qualificação profissional.
O empreendimento Angra 2, iniciado em 1976, desacelerado em 1985, e reiniciado em
1993, convive com o forte desemprego e com a desaceleração da economia nacional. É
neste cenário que ocorre o principal incremento da população urbana de Angra dos Reis
que cresce de cerca de 172,0% no período 80-91, enquanto que a população da área
rural decresce em mais de 70,0%. Cabe ressaltar que neste mesmo período,
considerando-se o segmento fluminense formador da área de influência da CNAAA, os
incrementos populacionais são de 37,7% e 44,9% nas áreas urbana e rural,
respectivamente.
A partir da década de 80 tem-se um crescimento da indústria de turismo local mantendo
taxas expressivas de crescimento urbano, mas distante do boom observado no período
anterior. No intervalo entre 91-96 a taxa de crescimento é de 8,9% na área urbana e de
11,2% na rural, acentuando-se no período 1996-2000, quando a população urbana cresce
de 34,4% quase na mesma proporção de decréscimo da rural que é de –33,7%.
No período de 2000-2007, a taxa de crescimento total da população apresentou-se mais
tímida que no período anterior (19,7%), demonstrando uma possível estabilização no
crescimento populacional do município.
5.4.3.1.2 Área de Influência Direta – AID 15
A unidade territorial de referência para a análise da AID 15 é o distrito. Integram esta
unidade territorial, os distritos de Cunhambebe e Mambucaba, no município de Angra dos
Reis e Tarituba, no município de Parati.
Uma primeira avaliação desta dinâmica pode ser observada a partir da análise da Tabela
58 e da Tabela 59 a seguir, apresentadas, que permitem obter algumas conclusões sobre
a resultante intramunicipal do processo de organização do espaço regional.
Tabela 58 - Evolução da população residente total dos distritos formadores dos municípios de Angra
dos Reis e Parati, 1970 – 2000
Município
Distritos
População total
Crescimento
1970
1980
1991
2000
70-80
80-91
91-00
40276
57869
85571
119247
43,68
47,89
39,40
Angra dos
Reis
18620
27099
31953
33270
45,54
17,91
4,12
Abraão
2963
2540
2203
2072
- 14,28
- 13,27
- 5,90
Angra dos Reis
222
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Município
Distritos
População total
Crescimento
1970
1980
1991
2000
70-80
80-91
91-00
Cunhambebe
6725
12179
25519
46654
81,10
109,53
82,82
Jacuecanga
6571
9182
15990
20450
39,73
74,14
27,90
Mambucaba
885
3403
7699
14177
284,5
126,24
84,14
Praia de
Araçatiba
4512
3458
2207
2624
- 23,36
- 36,18
18,89
15934
20599
23928
29544
29,28
16,16
23,47
Parati
10392
12924
15831
21227
21227
24,36
22,49
34,40
Parati Mirim
3879
3434
3975
4844
- 11,47
15,75
21,86
Tarituba
1663
4241
4122
3423
155,00
-2,80
- 16,96
Parati
Fonte: Science, 2002.
Nota-se que, a partir da década de 70, o principal incremento da população total não se
dá no distrito sede, e sim nos distritos de Mambucaba (284,5%) e Cunhambebe (81,10
%), contra 45,54% do distrito de Angra dos Reis, sede municipal.
Ressalte-se que foi em Mambucaba que a Usina Nuclear de Angra 1 instalou a Vila
Residencial de Praia Brava, no início do empreendimento, passando o distrito de 885
moradores para 3 403. Em 2000, Cunhambebe, a região do Frade, superou em população
total o distrito sede, 46 654 contra 33 270, respectivamente, provavelmente pela
concentração das prestadoras de serviço nesta área.
O quadro urbano, conforme indicado na Tabela 59 revela um incremento urbano mais
intenso nos distritos diretamente afetados pela instalação da CNAAA.
Tabela 59 - Evolução da população residente urbana dos distritos formadores dos municípios de
Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000
Município
Distritos
Angra dos Reis
População total
Crescimento (%)
1970
1980
1991
2000
70-80
80-91
91-00
19200
28993
78445
114300
51,00
170,56
45,71
Angra dos Reis
16415
25150
28574
33270
53,21
13,61
12,85
Abraão
929
1090
1626
1957
17,33
49,17
20,36
Cunhambebe
567
1242
23826
42897
119,05
1800,00
80,00
Jacuecanga
686
981
15394
19559
43,00
1469.00
27,06
Mambucaba
245
388
6850
13993
58,37
1665,00
104,00
Praia de Araçatiba
358
142
2175
2624
- 60,33
1532,00
20,64
4169
8904
11465
14066
113,58
28,76
22,69
Parati
4052
8654
11278
13803
113,57
30,32
22,24
Parati Mirim
4
11
22
66
175,00
100,00
200,00
Tarituba
113
239
165
197
111,50
- 30,96
19,39
Parati
Fonte: Science, 2002.
223
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Avaliando os contingentes populacionais, tem-se que a AID 15 contava em março de
2002 com um total de 115.202 habitantes, revelando uma densidade de ocupação
domiciliar de 3,6 habitantes por domicílio particular permanente. Quando amplia-se o foco
para a análise intra-área de influência, observa-se que no distrito de Cunhambebe
contabilizou 54.674 habitantes, o que significa um incremento da ordem de 27,5% quando
comparado com 2000, significando uma retração no ritmo de crescimento.
Análise semelhante pode ser realizada para o distrito de Mambucaba, que apresentou em
março de 2002, uma população de 18.724 pessoas, 33,8% de incremento no período
entre 2000 e 2002. No distrito de Tarituba, o incremento no mesmo período foi de cerca
de 14%, embora este seja o menor distrito da AID 15, quanto ao tamanho da população,
que em 2002 foi estimada pela pesquisa em 3.904.
No caso deste distrito, os valores correspondentes aos resultados
compreendem a população urbana e rural, enquanto nos demais distrito
apenas as áreas urbanas. Este procedimento adotado para o distrito de
explicação na ocorrência de ocupações caracteristicamente urbanas em
neste caso específico pela existência de vilas residenciais da Eletronuclear.
da pesquisa
pesquisou-se
Tarituba tem
áreas rurais,
5.4.3.1.3 Área de Influência Direta – AID 5
A unidade territorial de referência para a análise da AID 5 é o setor censitário, unidade de
coleta utilizada pelo IBGE para seus levantamentos estatísticos.
Dos seis distritos formadores do município de Angra dos Reis, apenas dois pertencem a
AID 5, parte de Cunhambebe, onde está localizada a Central Nuclear, correspondendo
praticamente à localidade do Frade e parte de Mambucaba, incluindo a Vila Histórica e o
condomínio da Praia Brava, onde se encontra a Vila Residencial de funcionários, como
pode ser visualizado na Figura 108.
O distrito de Cunhambebe participa da AID 5 com 12 de um total de 56 setores
censitários, segundo divisão estabelecida pelo IBGE, para o censo demográfico de 2000,
enquanto que Mambucaba participa da AID 5 com 06 setores, de um total de 21.
O setor 1 do distrito de Mambucaba corresponde à Vila Histórica, que é a sede do distrito;
o setor 2 corresponde ao condomínio de Goiabas; o setor 3, aos condomínios de
Barlavento e da Praia Vermelha; os setores 4 e 5 correspondem Vila Residencial de Praia
Brava; e o setor 21, que corresponde a uma ilha na baia da Ilha Grande, para o qual não
se tem dados.
Dentre os setores de Cunhambebe, destacam-se: os setores 3 e 4 onde se localiza o
condomínio do Frade; o setor 5, onde se localiza a Central Nuclear; os setores 6, 7, 8, 9 e
10, formadores da área conhecida como Sertãozinho do Frade. Os setores 1, 2, 11 e 12
correspondem à praia do Frade.
224
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 108 – Distritos e setores censitários da AID 5 de Angra 1
Fonte: Science, 2002.
Na Tabela 60 é apresentado o total da população do segmento do distrito de
Cunhambebe pertencente a AID 5. Nos setores censitários 6, 7, 8 e 10, concentram-se
55,3% das pessoas, na área denominada Sertãozinho do Frade. Os setores 1, 2, 11 e 12
concentram 19% das pessoas, na área denominada praia do Frade. E, na área do
condomínio do Frade, concentram-se 1,1% da população estudada.
Em Mambucaba, no setor 1, corresponde à Vila Histórica, concentram-se 24% da
população estudada. No setor 2, condomínio das Goiabas, estão 0,4%. Nos condomínios
de Barlavento e da Praia Vermelha, setor 3, estão 9,6%. Nos setores 4 e 5 é encontrada a
maior concentração populacional dentre os setores estudados por abranger a Vila
Residencial de Praia Brava, apresentando 65,8% da população estudada.
Tabela 60 – População residente, segundo distrito e setor censitário - AID 5 - Angra dos Reis - Março
2002
Distrito e Setor Censitário
Total
AID 5
12.224
Distrito de Cunhambebe
Total
9987
1
716
2
517
3
43
4
91
225
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Distrito e Setor Censitário
Total
5
128
6
2179
7
1479
8
1655
9
653
10
1447
11
732
12
347
Distrito de Mambucaba
Total
2237
1
535
2
9
3
215
4
669
5
804
21
5
Fonte: Science, 2002.
5.4.4 CARACTERIZAÇÃO DO CONTINGENTE DE FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE 1
Atualmente, para atender a demanda operacional de Angra 1 são disponibilizados um
total de 391 funcionários, distribuídos da seguinte forma:
•
SU.O - Superintendência de Angra 1: 6 funcionários;
•
GDU.O – Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1: 46
funcionários;
•
GMU.O – Gerência de Manutenção de Angra 1: 169 funcionários;
•
GOU.O – Gerência de Operação de Angra 1: 121 funcionários;
o
•
DQAU.O - Divisão de Química de Angra 1: 18 funcionários;
DITU.O - Divisão de Controle deTrabalho de Angra 1: 31 funcionários.
Existem ainda os contratados, que totalizam 32 funcionários para Angra 1. Estes, em sua
maioria realizam serviços, como: técnicos em segurança do trabalho, auxiliares de
limpeza técnica, auxiliares de serviços gerais, jardineiro, entre outros.
5.4.4.1 Capacitação
Serão a seguir descritos, no âmbito de toda CNAAA, as atividades correspondentes a
capacitação e treinamento oferecidos para seus funcionários.
226
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Dentre os cargos existentes nas Usinas, praticamente todos requerem treinamentos e
retreinamentos específicos, principalmente nas áreas de operação e manutenção, além
daqueles diretamente relacionados à segurança das Usinas.
O departamento responsável pelos treinamentos oferecidos pela Eletronuclear é a Divisão
de Treinamento, localizado na Vila Residencial de Mambucaba, que oferece cursos para
todas as áreas de operação, manutenção, proteção radiológica, física de reatores, entre
outros, a fim de garantir que todas as atividades relacionadas a segurança sejam
conduzidas de forma integrada.
Os treinamentos e retreinamentos obedecem normas internas, externas e internacionais.
O Final Safety Analysis Report – FSAR, relatório que contém todas as informações
exigidas e fornecidas pelo órgão regulador, a CNEN, como parte do processo de
licenciamento para a operação segura da Usina, nos capítulos 13.1 Organization
Structure of Applicant e 13.2 Training, define os requisitos de qualificação e treinamento
necessários para os funcionários da Usina.
Para atender os requisitos de qualificação definidos pelos FSAR, foi criado o
procedimentos PA-GE 15 – Programa de Treinamento e Qualificação Profissional –
Critérios Gerais, constante no Manual de Operação da Usina (MOU) de Angra 1. Os
treinamentos devem ser realizados pelos operadores, nas seguintes situações:
•
No processo de Admissão – Os candidatos são submetidos ao Curso de
Formação de Operadores Licenciados e só recebem aprovação após serem
submetidos às provas da Eletronuclear e da CNEN. Este curso leva em média 03
anos de formação teórico-prática;
•
Em caso de remanejamento interno do pessoal - Os operadores ao mudarem de
área de trabalho deverão receber o treinamento teórico, prático e tático conforme
previsto para a admissão;
•
Em caso de terceirização de tarefas - Os contratados para as áreas de
manutenção deverão ser treinados nos procedimentos de emergência;
•
Alteração no projeto original dos equipamentos - As informações sobre as
alterações deverão ser organizadas sob forma de conteúdo programático de um
treinamento, com os mesmos níveis praticados quando da admissão de pessoal;
•
Alteração nos sistema de controle e instrumentação - Idem ao item anterior.
Os treinamentos são ministrados por pessoal qualificado da própria Eletronuclear, por
instrutores externos e também estrangeiros. Cada curso tem sua periodicidade específica,
de acordo com a importância da manutenção da capacitação técnica do profissional, em
cada área de atuação, assim como a carga horária de cada treinamento, que está
diretamente relacionada com a sua necessidade específica.
227
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A realização dos cursos acontece, geralmente, na CNAAA, exceto os cursos que a
Eletronuclear não tem condições de aplicar internamente, tais como: Treinamento em
Simulador para pessoal de sala de controle de Angra 1, o qual é ministrado pela
Tecnatom, na Espanha; o Curso de Treinamento de Operador de Reator de Pesquisa, o
qual é ministrado pelo Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN, da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, no município do Rio de Janeiro; cursos
da área de manutenção, os quais são ministrados pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial – SENAI, também no Rio de Janeiro, entre outros.
Todos os treinamentos pelos quais passam os empregados das Usinas nucleares
brasileiras são auditados internamente pela própria Eletronuclear, externamente, pela
CNEN e internacionalmente, por entidades estrangeiras, como: a Agência Internacional
de Energia Atômica – AIEA, a World Association of Nuclear Operators – WANO e o
Institute of Nuclear Power Operator – INPO.
5.4.4.2 Nível de Conhecimento dos Procedimentos de Segurança
O nível de conhecimento dos procedimentos de segurança da CNAAA é mensurado por
meio de avaliações específicas durante a realização dos cursos e treinamentos de
capacitação dos funcionários da CNAAA.
Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão manter registros do treinamento
de cada empregado, contendo identidade do empregado, as datas do treinamento e os
meios utilizados para verificar que o empregado entendeu e teve bom aproveitamento no
treinamento.
Nos treinamentos aplicados e/ou coordenados pela Área de Treinamento da
Eletronuclear, o treinando será considerado aprovado ser tiver alcançado a frequência
mínima de 90% e o conceito mínimo de 70% nas avaliações efetuadas.
Na fase final dos treinamentos visando ao licenciamento de pessoal para a operação das
Usinas será efetuada uma avaliação nos moldes da realizada pela CNEN.
Nos treinamentos efetuados no simulador, o treinando será considerado aprovado se tiver
alcançado frequência mínima de 90% e o conceito mínimo de 60% nas avaliações
escritas e 70% na média final entre avaliações escritas e práticas.
No caso de Treinamento em Serviço, o treinando será considerado aprovado em cada
item que obtiver o conceito “satisfatório” e não aprovado quando o conceito for
insatisfatório. No segundo caso, deverá ser programada uma nova avaliação para o
mesmo.
Caso o treinando não tenha conseguido a freqüência mínima exigida, porém tenha
alcançado a média final para a aprovação em um treinamento, caberá ao Chefe da Área
228
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
de Treinamento considerá-lo aprovado ou não, fazendo constar este fato no relatório final
do curso, que é enviado para os Chefes de Área das Usinas.
Caso um empregado não tenha sido aprovado em treinamento/retreinamento exigido por
norma da CNEN, ele deverá ser submetido a uma nova avaliação após participar de um
programa de aulas teóricas e/ou práticas e/ou autoestudo. A necessidade de aplicação de
uma nova avaliação e/ou treinamentos para empregados não aprovados em outros tipos
de treinamento, será decidida pelos Chefes da Área de Treinamento e da Área Técnica
envolvida.
5.4.4.3 Informações sobre a Usina e o Plano de Emergência
Em 1978 foi elaborada a primeira versão do Plano de Emergência Externo de estado do
Rio de Janeiro (PEE/RJ). A partir de sua elaboração, o PEE sofreu quatro
complementações e atualizações, sendo a última realizada em 2008.
Os treinamentos a serem realizados por instrutores qualificados sobre o PEE/RJ são
determinados pelo o capítulo 13.3 Emergency Planning do FSAR, que define também a
estrutura e responsabilidades dos órgãos que fazem parte desse plano.
Os principais treinamentos realizados são:
Treinamento Inicial - TI: trata-se de treinamento inicial aplicável a todo novo empregado
de empresa contratada designado para prestar serviço nas áreas Protegida, Vital Não
Controlada Radiologicamente e Vital Controlada Radiologicamente das Usinas da
CNAAA. Este treinamento é aplicado em um dia e meio, com início sempre às 7h30min do
primeiro dia, sendo válido até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização.
Treinamento de Empregados em Geral - TEG: Trata-se de treinamento inicial aplicável a
todo novo empregado da Eletronuclear designado para prestar serviço nas áreas
Protegida, Vital Não Controlada Radiologicamente e Vital Controlada Radiologicamente
da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA. Este treinamento é aplicado em 5
dias consecutivos, sendo válido até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização.
Ambos informam aos funcionários como proceder em caso de emergência nas Usinas
que obriguem a evacuação da área, auxiliam no reconhecimento dos alarmes que podem
ser acionados e determinam a localização dos Pontos de Reunião para onde o pessoal
das Usinas e Vilas Residenciais devem se dirigir. Tais informações são repassadas
anualmente a todos os empregados durante aplicações do Retreinamento de
Empregados Geral (REG).
Doutrinação: Trata-se de treinamento aplicável, em caráter eventual, a todo empregado
da Eletronuclear e de empresas contratadas designado para exercer atividade técnica ou
229
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
administrativa nas CNAAA. Este treinamento é aplicado em apenas 4 horas, sendo válido
até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização.
O programa de treinamento conta com as seguintes matérias:
•
Plano de Emergência Local;
•
Cultura de Segurança;
•
Proteção Radiológica;
•
Segurança Industrial;
•
Prevenção Contra Incêndio;
•
Atendimento de Emergência Pré-Hospitalar;
•
Exclusão de Materiais Estranhos; e
•
Proteção Física.
A inscrição de cada participante nos cursos Treinamento Inicial e REG deve ser feita pelo
supervisor, encarregado imediato, chefe de divisão, gerente ou por alguém formalmente
designado pelo órgão.
A aprovação em cada treinamento está condicionada à nota mínima de 70% de acertos
das questões e à freqüência mínima de 90% do total das aulas ministradas. Qualquer
valor inferior aos indicados implicará automaticamente a reprovação do participante.
Além dos treinamentos acima mencionados, são realizadas simulações periódicas dos
eventos decorridos de um acidente nuclear, nas unidades da CNAAA, para verificar o
nível de resposta das agências envolvidas na aplicação das atividades do Plano de
Emergência Local (PEL), do Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro
(PEE/RJ) e dos planos de emergência complementares (PEC) e dos órgãos de apoio do
Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON).
São também realizados, nos anos pares, os Exercícios de Emergência Parcial, quando
são averiguadas as cadeias de comunicações e a ativação dos Centros de Emergência,
entre outros. Nos anos ímpares, são realizados os Exercícios de Emergência Geral,
quando são colocadas em prática e testadas todas as ações revistas no PEE/RJ. Nesse
último exercício, embora a possibilidade de remoção da população seja uma hipótese
remota, há simulação de retirada de moradores e ativação de abrigos.
Os exercícios são procedidos por campanhas de divulgação para a população, nas quais
são informados seus objetivos, bem como as medidas de proteção à população e ao meio
ambiente. Também é enfatizada a necessidade de colaboração por parte da população,
para garantir o realismo e verificar efetivamente a exeqüibilidade dos planos.
230
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As finalidades dos exercícios são: verificar o desencadeamento das ações planejadas,
simular a execução destas ações, familiarizar as comunidades locais com os planos de
emergência e com as ações previstas por eles e verificar possíveis correções e
aperfeiçoamentos a serem introduzidos.
5.4.4.4 Moradia
A Eletronuclear construiu na década de 1970 duas vilas residenciais para instalação de
seus empregados, nos municípios de Angra dos Reis e Parati.
Estes núcleos surgem da necessidade de alojamento de uma nova população a ser
instalada nos municípios, para prover de mão de obra uma indústria básica de grandes
proporções, ligadas ao esforço de desenvolvimento energético nacional.
Não se trata de um centro de serviços para o atendimento de uma população ocupada em
atividades primárias dispersas e rarefeitas. A atividade industrial básica, gerando
atividades terciárias de serviços e comércio de forma mais ou menos concentrada, implica
na necessidade de desenvolver um novo ritmo de vida essencialmente urbano, em seus
aspectos socioeconômicos.
A distância das vilas residenciais às cidades de Angra dos Reis e Parati leva a entendêlas não como um complemento da rede urbana regional, mas como núcleos de
características próprias que lhe garantem relativa autonomia no que se refere à
disponibilidade de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Ao mesmo tempo, a
proximidade destas mesmas cidades, em termos de relacionamento de ordem econômica
e social, determina seu grau de independência e define seus limites de suficiência.
Assim, a seguir serão descritas a infra-estrutura e equipamentos urbanos existentes para
o atendimento dos moradores.
5.4.4.4.1 Vila Residencial de Praia Brava
A Vila Residencial de Praia Brava foi projetada e construída para possibilitar a fixação de
técnicos qualificados, nacionais e estrangeiros, responsáveis pela instalação das Usinas.
Trata-se de um espaço urbano de propriedade da Eletronuclear, onde se localizam
habitações e equipamentos urbanos, como pode ser observado na Figura 109.
231
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 109 – Visão geral da Vila Residencial de Praia Brava, 2008
Figura 110 - Visão aérea da Vila Residencial de Praia Brava, 2008
A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento
de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede
telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos.
232
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O principal equipamento social-urbano é o Hospital da Praia Brava, que atende
emergências, consultas ambulatoriais e internações. Parte das vagas são destinadas ao
atendimento da população de entorno, por meio do Serviço Único de Saúde - SUS.
Outros equipamentos urbanos relevantes são o Colégio Estadual Roberto Montenegro, a
creche, a capela ecumênica, o cineteatro, o clube náutico e o clube recreativo, o
supermercado, o posto telefônico, a agência de correios, a posto bancário e um pequeno
centro comercial de serviços variados para atendimento de necessidades diárias de
abastecimento em pequenos serviços, conforme demonstrado da Figura 111 a Figura
114.
Figura 111 – Cineteatro da Vila Residencial de
Praia Brava, 2008
Figura 112 – Mercado na Vila Residencial de Praia
Brava, 2008
Figura 113 – Hospital de Praia Brava, na Vila
Residencial de Praia Brava, 2008
Figura 114 – Capela ecumênica na Vila
Residencial de Praia Brava, 2008
Os habitantes da Vila Residencial de Praia Brava distribuem-se em 540 casas,
eqüitativamente divididas entre 2 e 3 quartos, todas de alvenaria, segundo uma tipologia
que atende 6 níveis diferentes. Dessas casas, 462 são ocupadas por funcionários da
233
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
empresa responsável pelas centrais nucleares, 65 por pessoas vinculadas às suas
contratadas, instituições conveniadas e profissionais liberais que ali atuam, entre os quais
estão dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, com seus respectivos
consultórios, e 13 estão em reforma.
Juntas, as Hospedagem 1 e 2 comportam aproximadamente 123 pessoas. Atualmente,
mais de 80% dessas vagas são ocupadas por funcionários da Eletronuclear.
A seguir, serão descritos os equipamentos urbanos da Vila Residencial de Praia Brava:
→ 540 Residências;
→ 2 Hotéis:
- Hospedagem I – 06 suítes e 48 apartamentos;
- Hospedagem II – 21 apartamento, 31 quartos e 17 vagas em república;
Demonstrativo das residências por tipo - Praia Brava:
o Tipo de residência D-2:
Alvenaria com dois quartos e dois pavimentos
Nível funcional / ocupação – Níveis T03 e acima;
Quantidade: 160
o Tipo de residência D-3:
Alvenaria com três quartos e dois pavimentos;
Nível funcional. / ocupação – Níveis E013 e acima;
Quantidade: 192
o Tipo de residência B-2:
Alvenaria com dois quartos, quarto de empregada, dois pavimentos com garagem;
Nível funcional. / ocupação: Níveis P031 e acima;
Quantidade: 108
o Tipo de residência B-3:
Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, dois pavimentos e com garagem;
Nível funcional. / ocupação – Níveis P046 e acima;
Quantidade: 72
o Tipo de residência A-3:
234
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea, localizada na orla com
garagem;
Nível funcional. / ocupação – Níveis P046 e acima;
Quantidade: 8
5.4.4.4.2 Vila Residencial de Mambucaba
No município de Parati, está localizada a Vila Residencial de Mambucaba, onde reside
outra parte da população diretamente ligada ao empreendimento, e as Vilas Operária e
Consag, a montante da BR 101. A última reteve este nome por ser administrada pela
Construtora Andrade Gutierrez. Todas sob a responsabilidade da Eletronuclear.
A Vila Residencial de Mambucaba tem 481 residências, sendo 376 de alvenaria e 105 de
madeira, todas com 3 quartos, distribuídas por 4 tipos diferentes de construção. Dessas
residências, 385 são ocupadas por funcionárias da Eletronuclear, 85 por pessoas
vinculadas às suas contratadas, instituições conveniadas e profissionais liberais que ali
atuam, entre os quais estão dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, com
seus respectivos consultórios, e 11 estão em reforma, conforme pode ser observado na
Figura 115.
Figura 115 – Visão geral da Vila Residencial de Mambucaba
Fonte: Eletronuclear, 2007.
235
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Alguns dos equipamentos urbanos encontrados são o Colégio Estadual Almirante Álvaro
Alberto e o Centro de Ensino Integrado, creches, posto bancário, clube Campestre e um
pequeno centro comercial.
Figura 116 – Comércio Local da Vila Residencial
de Mambucaba, 2006
Figura 118 –Clube Campestre da Vila Residencial
de Mambucaba, 2006
Figura 117 – Escola Estadual Almirante A. Alberto
da Vila Residencial de Mambucaba, 2006
Figura 119 – Campo de Futebol e Vestiário da Vila
Residencial de Mambucaba, 2006
236
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 120 – Prédio do Simulador e Anexo da Vila
Residencial de Mambucaba, 2006
Figura 121 –Centro de Treinamento da Vila
Residencial de Mambucaba, 2006
Além dos citados equipamentos, estão localizados nessa vila outros que também
oferecem suporte ao processo de geração de energia, tais como o Laboratório de
Monitoramento Ambiental, que faz o monitoramento biológico e radiológico na região, e o
Centro de Treinamento.
Demonstrativo das Residências por Tipo - Mambucaba:
o Tipo de residência D-2-A:
Alvenaria com dois quartos, térrea;
Nível funcional./ ocupação – Níveis T03 e acima;
Quantidade: 32
o Tipo de residência C-M:
Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem;
Nível funcional / ocupação – Níveis E013 e acima;
Quantidade: 65
o Tipo de residência C-A:
Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem;
Nível de funcional. / ocupação – Níveis E013 e acima;
Quantidade: 179
o Tipo de residência FLATS:
Pavimento térreo e superior, cozinha, quarto e banheiro.
Nível funcional. / ocupação – Nível 25 e acima;
237
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Quantidade: 72
o Tipo de residência B-M:
Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem;
Nível funcional / ocupação – Níveis P031 e acima;
Quantidade: 35
o Tipo de residência B-A:
Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem;
Nível funcional / ocupação – Níveis P046 e acima;
Quantidade: 147
o Tipo de residência A-M:
Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea, localizada na orla, com garagem;
Nível funcional / ocupação – Níveis P046 e acima
Quantidade: 5
o Tipo de residência A-A:
Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, localizada na orla, térrea com
garagem;
Nível funcional / ocupação: Níveis P046 e acima;
Quantidade: 18
A Vila Operária, ilustrada na Figura 122, por sua vez, tem 201 casas de madeira, sendo
81 com 3 quartos e 120 com 2 quartos, todas do mesmo nível. Dessas casas, 159 são
ocupadas pela responsável pela central termonuclear e 43 por pessoas vinculadas às
suas contratadas e instituições conveniadas, e 7 estão em reforma.
238
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 122 – Visão geral das Vilas Residencial de Mambucaba, com destaque para as Vilas Consag e
Operária
Fonte: Eletronuclear, 2007.
A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento
de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede
telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos.
Demonstrativo das residências por tipo Operária:
o Tipo de residência A-3:
Madeira com dois quartos, térrea;
Nível func. / ocupação – Níveis T01 e acima
Quantidade: 120
o Tipo de residência E-3:
Madeira com três quartos, térrea;
Nível func. / ocupação – Níveis T01 e acima;
Quantidade: 80
A Vila Consag, ilustrada também na Figura 122, tem 114 casas, todas de 3 quartos,
sendo que 35 são administradas diretamente pela Construtora Andrade Gutierrez. Do
total, 91 são utilizadas pela empresa que opera o complexo nuclear, 16 pelas suas
contratadas e 7 estão em reforma.
239
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento
de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede
telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos.
Demonstrativo das residências por tipo Consag:
o Tipo de residência D:
Fibrocimento com três quartos, térrea e com garagem;
Nível func. / ocupação – Níveis T03 e acima;
Quantidade: 74
o Tipo de residência C:
Fibrocimento com três quartos, quarto de empregada, térrea e com garagem;
Nível func. / ocupação – Níveis T03 e acima
Quantidade: 76
Apesar do demonstrado acima, a quantidade de residências disponíveis é inferior ao
número de empregados lotados em Angra dos Reis, a disponibilidade de casas gira em
torno de 70% do efetivo considerando-se os solteiros e os que não se interessam em
morar nas vilas. No entanto, para abrigar todo o seu efetivo, a Eletronuclear também
utiliza as hospedagens, os alojamentos, entre outros.
No entanto, a Eletronuclear tem buscado as melhores alternativas para o equacionamento
do problema de moradia dos empregados lotados em Angra dos Reis.
O Plano Diretor de Angra dos Reis, de dezembro de 1991, classifica em seu artigo 73 o
distrito de Mambucaba, onde está a Vila Residencial de Praia Brava, como Zona de
Desenvolvimento Urbano – ZDU, destinada às atividades eminentemente urbanas do
Município, tais como: residências, comércio, serviços, turismo e indústrias. Enfatizando
ainda que “na ZDU será intensificado o uso o e ocupação do solo, observada a
capacidade do solo e as possibilidades de instalação de infra-estrutura básica e as
condições de salubridade do ambiente urbano e construído”.
Contudo, existe um processo de revisão do citado plano cuja lei já foi aprovada pelo
legislativo, aguardando sanção do executivo. A área onde está Vila Residencial de Praia
Brava continua com a mesma especificidade, tendo apenas mudado a nomenclatura para
Zona Residencial –ZR.
No Plano Diretor de Parati, Lei no 1.352/2002, o Art. 194 classifica o distrito de Tarituba e,
especificamente, a Vila Residencial de Mambucaba como área urbana efetivamente
ocupada, fazendo parte da Zona Residencial, onde prevalece o uso para moradias e as
atividades de apoio e complementaridade a este uso, compatíveis entre si.
240
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.4.4.5 Transporte
A infra-estrutura viária da região é caracterizada principalmente pela rodovia federal a BR
101, trecho Rio de Janeiro-Santos, e a RJ-155, rodovia estadual fluminense que liga as
cidades de Barra Mansa e Angra dos Reis.
Segundo o Setor de Transportes – SETRA (Gerência de Apoio Regional - GAR.A, Divisão
de Administração e Serviços Gerais - DASG.A), a Eletronuclear disponibiliza
gratuitamente para seus funcionários transporte por meio de ônibus, de frota própria e
alugada, entre as vilas residenciais, a CNAAA, localidades próximas, município de Angra
dos Reis e até a cidade do Rio de Janeiro.
Diariamente, são disponibilizados transporte entre as vilas residenciais, os bairros de
Perequê, Frade, Bracuí e distrito sede de Angra dos Reis, Usinas, retorno para as
localidades. De segunda a sexta-feira, da Eletronuclear localizada na cidade do Rio de
Janeiro para a Usinas, retorno para as localidades. Às segundas, quartas e sextas-feiras,
das vilas residenciais para sede, e, no último dia trabalhado da semana, para as cidades
do Rio de Janeiro e Volta Redonda, com retorno no domingo à noite.
Na Tabela 61 estão apresentados os destinos, dias e horários dos transportes
disponibilizados pela Eletronuclear.
Figura 123 – Estacionamento dos veículos da Eletronuclear
241
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 124 – Transporte oferecido pela Eletronuclear
242
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 61 - Destinos, dias e horários dos transportes disponibilizados pela Eletronuclear
Hora
Itinerário
S T Q Q S S D
05:20
Madezatti / Vila Operária / Vila AG / Rod. P. Brava / Rod. Itaorna / Portaria 3
x
05:40
2º. Trevo de Angra / Balneário / Centro / Morro da Cruz / Ariro / Frade / Angra 1
x
x
x
x
x
05:40
Balneário / Centro / Japuiba / Ariro / Rod. Itaorna / Vila Residencial
x
x
x
x
x
05:40
GDV - Verolme / Vilage / Balneário / Hotel Palace / Centro / Hotel Acropolis / Angra 2 / Angra 1
05:45
GDV-Verolme / Rio-Santos / Rod. Itaorna / Portaria 3
x
x
x
x
x
05:50
Posto BR - Coronel Carvalho / Hotel Palace / Correio / Hotel Acropolis / Portaria 3 / Angra 2
x
x
x
x
x
06:00
GDV / Balneário / Hotel Palace / Centro / Hotel Acropolis / Portaria 3 / Angra 1 / Angra 2
x
x
x
x
x
06:10
Hospedagem III / Rod. Itaorna
x
x
x
x
x
06:15
Madezatti / Vila AG – Turno
x
x
x
x
x
06:15
Pousada Bezerra / Campo da Gringa / Rua 38 / Madezatti / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra 2 / Angra 1
06:20
Madezatti / Boa Vista / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
06:20
Madezatti / Mercado Povão / Boa Vista / Vila Histórica / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra I
x
x
x
x
x
06:20
Portaria-Mbc. / Rua E.S / Adm. / S.P. / Mato Grosso / Alagoas / Ceará / Belém / Pará / Rod. P. Brava
x
x
x
x
x
06:20
Pousada Bezerra - Pereque / Campo da Gringa / Portaria 3 / Angra II
x
x
x
x
x
06:20
Rua 42 / Alojamento da MARTE / Pereque - Pousada Familiar / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
06:20
Rua Para via Lado Direito / Rod. Praia Brava
06:20
Rua Para / Amazonas / E.S. / Adm - Mbc. / Rod. Praia Brava - Turno
x
x
x
x
x
06:25
Frade / Angra I / Angra II
x
x
x
x
x
06:25
Rua Maranhão, Amazonas Espírito Santo / Hospedagem IV / Adm. Vila / Rua RJ / Portaria 3 / Angra II
x
x
x
x
x
06:25
Vila AG / Boa Vista / Vila Hist.- Pista / Rod. P. Brava / Portaria 3 / Angra I
06:25
Vila AG / Vila Operária / Hospedagem III
x
x
x
x
x
06:25
Vila AG / Vila Operaria / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I - Turno
x
x
x
x
x
06:30
Frade / Posto Repsol / Escolinha / Portaria 3 / Rod. Itaorna
x
x
x
x
x
06:30
Hospedagem I / Rod. P. B. / Vila His. Pista / Pereque / CTAS / 2º Comercio / Rua Belém
x
x
x
x
x
06:30
Madezatti / Merc.Verde Mar / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
06:30
Pad. Da Lila / P.Familiar / B.Vista / Port. 3 / Ita. / Angra II
x
x
x
x
x
06:30
Padaria Da Lila - Pereque / Angra I / Angra II
x
x
x
x
x
06:40
Hospedagem I / Av. C,/ Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
243
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
S T Q Q S S D
06:40
Rod. Praia Brava / Angra II / Angra I / Almox.
06:40
Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I – Turno
x
x
x
x
x
06:45
Pousada Bezerra / Rua 7 de Abril / Rua 34 / Madezatti
x
x
x
x
x
06:45
Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
06:50
Rua 36 / Madezatti.
x
x
x
x
x
06:50
Pousada Bracuhy / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
06:55
Hospedagem I / Rod. Praia Brava
x
x
x
x
x
06:55
Madezatti / Pereque / B. Vista / V. Hist.-Pista / Portaria 3 / Angra I / Angra II
x
x
x
x
x
06:55
Madezatti / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox.
06:55
Rua Para / Hospedagem IV / Rua RJ / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox
07:00
Hospedagem III / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
07:00
Hospedagem IV / Rua Rio de Janeiro / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
07:00
Rod. P. Brava / MBC Hist. - PISTA / Pereque / Rua Belém / LMA
x
x
x
x
x
07:00
Rua Pará / Manaus / Maranhão / Amazonas / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
07:00
Rua Rio Grande do Norte / Alagoas / Mato Grosso / Portaria 3 / Angra II
x
x
x
x
x
07:00
Rua Rio Grande Norte / Alagoas / M. Grosso / Angra I
x
x
x
x
x
07:00
Transporte ETN / Almox. / Angra I / Rod. Itaorna / Portaria 3 / Rod. Praia Brava / CTAS
x
x
x
x
x
07:00
Vila AG / Hospedagem III / Rod. Itaorna / Angra II
x
x
x
x
x
07:00
Vila AG / Vila Histórica - Pista / P.Vermelha / Barlavento / Portaria 3 / Angra II
x
x
x
x
x
07:00
Vila AG / Vila Operária / Hospedagem III / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
07:00
Vila Mbc. - Ruas Maranhão / Salvador / Mato Grosso / São Paulo / Niterói / RJ / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
07:05
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Vila AG / Madezatti
07:10
Hospedagem I / Avenida - C / Rod. Praia Brava / Angra I
x
x
x
x
x
07:10
Hospedagem I / Avenida C / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II
x
x
x
x
x
07:10
Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
07:10
Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
07:25
Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Boa Vista / Escadinha - Pereque / CTAS / LMA
x
x
x
x
x
07:40
Angra I / Angra II / Rod. Praia Brava / Vila Residencial 2 lados - Turno
x
x
x
x
07:40
Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti / Rua 36-Turno
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
244
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
08:30
Madezatti / Vila AG / Trevo PM / Hospedagem I / Rod. Itaorna
08:50
Madezatti / Vila AG / Trevo PM / Hospedagem I / Rod. Itaorna
11:00
Vila Operária / Hospedagem III / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Portaria 3
S T Q Q S S D
x
x
x
x
x
x
x
11:45
Portaria 3 / Hospedagem IV
x
x
x
x
x
11:45
Portaria 3 / Madezatti / Rua 42
x
x
x
x
x
11:45
Portaria 3 / P. Vermelha / V. Histórica - Pista / Boa Vista / Vila AG
x
x
x
x
x
11:45
Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
x
x
x
x
11:45
Portaria 3 / Vila Residencial - Ruas Amazonas / Maranhão / Belém / Rio G. do Norte
x
x
x
x
x
11:50
Almox. / Angra I
x
x
x
x
x
11:50
CTAS - Mbc. / CT / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
x
x
x
x
11:50
LMA / CT / Rua Belém / Vila Hist. - Pista / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna
x
x
x
x
x
11:55
Portaria 3 / Rod. Itaorna
x
x
12:00
Almox./ Angra I
x
x
12:00
Angra I / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
x
x
x
x
12:00
Angra I / Rua B.H. / M. Grosso / Alagoas / Rio Grande do Norte
x
x
x
x
x
12:00
Angra I / Rua E.S / Adm. Mbc. / Rua S P./ Amazonas / Maranhão / 2o. Comercio
x
x
x
x
x
12:00
Angra II / Hospedagem I
x
x
x
x
x
12:00
Angra II / Vila Mbc. - Rua Amazonas / Maranhão / Fortaleza / Rio G. Norte / Pará
x
x
x
x
x
12:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Madezatti / Rua 36
x
x
12:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
x
12:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Vila Hist. - Pista / Boa Vista / Vila AG
x
x
x
x
12:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Vila Residencial os 02 Lados
12:05
Angra I / Madezatti - Rua 5 / Rua 34 / Campo da Gringa - Rua 7 / Padaria do Ari
x
x
x
x
x
12:05
Angra I / Vila Residencial - Rua Pará
x
x
x
x
x
12:55
Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Histórica - Pista / Rua Belém / CT / LMA
x
x
x
x
x
13:00
Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Rod. Itaorna
x
x
x
x
x
13:00
Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
13:00
Pousada Bezerra / Campo da Gringa / Rua 34 / Madezatti / Portaria 3 / Angra I / Angra II
x
x
x
x
x
13:00
Rua 42 / Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
245
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
13:05
Rua 36 / Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox.
S T Q Q S S D
13:10
Hospedagem I / Avenida - C / CT / CTAS - Mbc.
13:10
Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I
x
x
x
x
13:10
Hospedagem IV / Rua Rio de Janeiro / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Portaria 3
x
x
x
x
x
13:10
Rua Maranhão / Amazonas / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
13:10
Rua Para - via Lado Direito / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
x
x
x
x
13:10
Rua Pará / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
13:10
Rua R. G. Norte / Alagoas / M. Grosso / B.H. / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
13:10
Vila AG / Boa Vista / Vila Histórica - Pista / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox.
13:15
Hospedagem I / Av. C. / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
13:15
Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I
x
x
x
x
x
13:20
Vila Resid-2º.Com. / Rua Maranhão / Belém / Rio G.Norte / Alagoas / M. Grosso / Portaria 3
x
x
x
x
x
13:25
Vila AG / Rod. Itaorna / Portaria 3
x
x
x
x
14:20
Madezatti / Vila AG – Turno
x
x
x
x
x
x
x
14:20
Rua Pará / Maranhão / Amazonas / E.S. / Adm. Mbc. / Rod. Praia Brava
x
x
x
x
x
x
x
14:30
Vila AG / Portaria 3 / Angra II / Angra I - Turno
x
x
x
x
x
x
x
14:40
Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
x
x
15:40
Angra I / Angra II / Rod. P. Brava / Vila Residencial - Mbc. / Madezatti
x
x
x
x
x
x
x
15:40
Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti – Turno
x
x
x
x
x
x
x
16:00
Transporte / Angra II / Almox. / Angra I / Rod. Itaorna / Port. 3 / Rod. Praia Brava / CTAS / LMA
x
x
x
x
x
16:32
Transporte / Rod. Itaorna / Morro da Cruz / Correio / Balneário / Verolme-GDV
x
16:35
Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
16:35
Portaria 3 / Hospedagem IV / Vila Resid. - Ruas Mato Grosso / Alagoas / Rio G. Norte.
x
16:35
Portaria 3 / Madezatti / Campo da Gringa.
x
16:35
Portaria 3 / Vila Hist. - Pista / Boa Vista / Madezatti / Rua 40
x
16:35
Portaria 3 / Vila Operária / Vila AG.
x
16:40
Rua Belém / CTAS / CT. / Rod. Praia Brava / Angra I
x
17:00
Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário
x
17:00
Transporte / Angra II
x
246
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
S T Q Q S S D
17:05
Almox / Angra I / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
17:05
Almox. / Angra I / Angra II / Rod.Itaorna / Vila Histórica - Pista / Boa Vista / Vila AG
x
x
17:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Balneário / Hotel Palace / Verolme - GDV
x
x
17:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Madezatti / Campo da Gringa / Aloj.Marte
x
x
17:05
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Residencial 2 lados
x
x
17:05
Angra II / Rod. Itaorna / Frade.
x
17:05
Angra II / Rod. Itaorna / Vila Operária / Vila AG
x
17:05
LMA / CTAS / Adm. / Rua Belém / Rod. Praia Brava / Hospedagem I / Angra I
x
17:05
Portaria 3 / Rod. Itaorna / Almox.
x
x
17:05
Transporte / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário / Verolme-GDV
x
17:10
Angra I / Angra II / Hotel Palace / Correio / Balneário / Verolme - GDV
x
17:10
Angra I / Angra II / Madezatti / Aloj. Marte
x
17:10
Angra I / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário
x
17:10
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Rua 18 / Campo da Gringa
x
17:10
Angra I / Angra II / Rua Rio de Janeiro / Hospedagem IV
x
17:10
Angra I / Rua 18 / Campo da Gringa
x
17:10
Angra I / Rua Amazonas / Maranhão / Rua Pará
x
17:10
Angra I / Rua Mato Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte
x
17:10
Angra I / Vila AG
x
17:10
Angra II / Madezatti / Rua 42 – Parador
x
17:10
Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
17:10
Rod. Itaorna / Hospedagem I / Rod. Praia Brava / P. Vermelha / Vila Hist. - Pista / Vila Residencial 2 Lados
17:20
Almox. / Angra I / Vila Operaria / Vila AG / Vila Residencial
x
x
x
x
17:20
Angra I / Madezatti / Rua – 36
x
x
x
x
17:20
LMA / CT / Rua Belém / Hospedagem I / Angra I
x
x
x
x
17:25
Angra I / Angra II / Hotel Palace / Correio / Balneário / Verolme - GDV
x
x
x
x
17:25
Angra I / Angra II / M. Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte
x
x
x
x
17:25
Angra I / Angra II / Madezatti / Rua 36
x
x
x
x
17:25
Angra I / Angra II / Rua Amazonas / Maranhão / Pará
x
x
x
x
x
x
247
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
S T Q Q S S D
17:25
Angra I / Angra II / Rua Rio de Janeiro / Hospedagem IV
x
x
x
x
17:25
Angra I / Hospedagem I
x
x
x
x
17:25
Angra II / Rod. Itaorna - Plat. 2 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I
x
x
x
x
17:25
Angra II / Rod. Itaorna / Hospedagem III / Vila AG.
x
x
x
x
17:25
Rod. Itaorna / Hospedagem I / Rod. Praia Brava / P. Vermelha / Vila Hist. - Pista / Vila Residencial 2 Lados
x
x
x
x
17:30
Vila AG / Rod. Itaorna / Angra I
17:55
Almox. / Angra I / Angra II / Rod. Praia Brava / Madezatti / Campo da Gringa
x
x
x
x
17:55
Angra I / Angra II / Frade
x
x
x
x
17:55
Angra I / Angra II / Morro da Cruz / Praça do Correio / Balneário
x
x
x
x
17:55
Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Pereque / Alojamento da MARTE
x
x
x
x
17:55
Angra I / Angra II / Vila AG / Vila Residencial 2 lados
x
x
x
x
17:55
Angra I / Madezatti / Rua 18 / Campo da Gringa
x
x
x
x
17:55
Angra II / Madezatti / Rua 42
x
x
x
x
17:55
Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Operaria / Vila AG / Hospedagem IV / Madezatti
x
x
x
x
17:55
Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Correio / Balneário
x
x
x
x
17:55
Portaria 3 / Hospedagem I
x
x
x
x
17:55
Portaria 3 / Hospedagem IV / Ruas Mato Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte
x
x
x
x
17:55
Portaria 3 / Madezatti / Campo da Gringa
x
x
x
x
17:55
Portaria 3 / Madezatti / Rua 42
x
x
x
x
17:55
Portaria 3 / Vila Operaria / Vila AG
x
x
x
x
17:55
Transporte / Angra II / Rod. Itaorna / Frade / Pousada Bracuhy
x
x
x
x
17:55
Transporte / Angra II / Rod. Itaorna / Morro da Cruz / Hotel Palace / Correio / Balneário
x
x
x
x
17:55
Transporte / Rod. Itaorna / Rio-Santos / Verolme-GDV
x
x
x
x
18:05
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36
x
x
x
x
x
18:10
Madezatti / Rua Pará
x
x
x
x
x
18:20
Rua Para via lado direito / Vila AG / Rod. Praia Brava / Angra II / Almox
x
x
x
x
x
19:05
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36
x
x
x
x
x
20:05
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36
x
x
x
x
x
20:15
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36
x
x
x
x
x
x
x
x
248
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Hora
Itinerário
S T Q Q S S D
20:30
Hospedagem I / Vila AG / Madezatti
21:00
Niterói / Guadalupe / S. Cruz / Hosp. II - P.B / Hosp. III / Hospedagem IV
x
21:00
Rod. Novo Rio / Hospedagem II - P.B / Hospedagem III - Mbc.
x
21:05
Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36
22:00
Volta Redonda / Barra Mansa / Hospedagem II - P. B / Hospedagem III - Mbc.
22:20
Madezatti / Vila AG – Turno
x
x
x
x
x
x
x
22:20
Rua Pará / Maranhão / Amazonas / E.S. / Adm. Mbc. / Rod. Praia Brava
x
x
x
x
x
x
x
22:30
Vila AG / Hospedagem III / Portaria 3 / Angra II / Angra I - Parador
x
x
x
x
x
x
x
22:40
Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I
x
x
x
x
x
x
x
23:40
Angra I / Angra II / Rod.Praia Brava / Vila Residencial 2 lados / Madezatti
x
x
x
x
x
x
x
23:40
Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti – Turno
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Fonte: Eletronuclear - Gerência de Apoio Regional - GAR.A, Divisão de Administração e Serviços Gerais - DASG.A, Setor de Transportes –
SETRA, atualizado em 07/2008.
249
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.4.4.6 Saúde
Esse item aborda informações sobre saúde dos funcionários da CNAAA. Convém
salientar que os dados referem-se ao contingente total de funcionários da CNAAA, não
havendo desagregação por unidades (Unidade 1, Unidade 2, Centro de
Gerenciamento de Rejeitos, entre outros).
Os aspectos relacionados à saúde dos funcionários da CNAAA serão aqui
apresentados por meio das informações sobre acidentes de trabalho e seus
indicadores, bem como das morbidades que resultaram em licenças médicas de até
15 dias. As morbidades são classificadas pela Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10 (Faculdade de Saúde
Pública Universidade de São Paulo, 2006).
Na Tabela 62 são apresentados os números de acidentes de trabalho de 2004 a 2007,
envolvendo todos os profissionais da CNAAA, que resultaram em absenteísmo.
Tabela 62 - Absenteísmo por acidentes de trabalho de acordo com a CID 10 entre os funcionários
da CNAAA – 2004 a 2007
2004
2005
2006
2007
Capítulo
CID 10
Descrição
EA*
DP**
EA*
DP**
EA*
DP**
EA*
DP**
VI
Doenças do Sistema
Nervoso
0
0
0
0
1
6
0
0
XIII
Doenças do Sistema
Osteomuscular e do
Tecido Conjuntivo
0
0
1
23
4
87
0
0
XIX
Lesões,
Envenenamentos e
Algumas Outras
Conseqüências
5
78
5
78
5
78
14
203
XX
Causas Externas de
Morbidade e de
Mortalidade
12
304
12
304
12
304
1
5
XXI
Fatores que
Influenciam o Estado
de Saúde e o Contato
com os Serviços de
Saúde
2
43
0
0
0
0
0
0
19
425
18
405
22
475
15
208
Total
Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos.
Entre 2004 e 2007, de acordo com informações da Eletronuclear, houve 74
afastamentos de funcionários por motivos de saúde, resultando em uma média de 378
dias de trabalho perdidos anuais. Metade dos afastamentos teve como motivo causas
externas de morbidade, com percentuais de 63%, 66%, 54% e 2,4% entre os anos de
2004 e 2007, respectivamente.
Há também dois indicadores importantes a serem considerados em relação ao
acidentes de trabalho: a Taxa de Freqüência – TF e o Percentual de Tempo Perdido PTP por motivos de saúde. Ambos são indicadores que revelam o nível de segurança
e saúde dos trabalhadores.
250
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A TF é calculada da seguinte forma: Taxa de Freqüência = Empregados Afastados x
100/Total de funcionários no ano. Já o PTP pode ser obtido por meio do cálculo:
Percentual de Tempo Perdido = Dias Perdidos x 100/Total de funcionários no ano x
número de dias no ano. Os indicadores supramencionados são apresentados na
Tabela 63.
Tabela 63 - Taxa de Freqüência (TF) e Percentual de Tempo Perdido (PTP) nos acidentes de
trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007
Ano
Taxa de Freqüência - TF
Percentual de Tempo Perdido - PTP
2004
0,115172
0,007039
2005
0,109111
0,006708
2006
0,133358
0,007867
2007
0,090052
0,003739
Fonte: Eletronuclear, 2008d.
Observa-se a diminuição significativa de ambos os indicadores de saúde e segurança
do trabalhador entre 2004 e 2007, denotando melhorias nas ações específicas no
campo da gestão da Segurança do Trabalho. Na Tabela 64 são apresentadas
informações sobre morbidade, expressa pela CID 10, com absenteísmo de até 15
dias.
Tabela 64 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA 2003
Capítulo CID 10
Descrição
EA*
DP**
I
Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias
29
91
II
Neoplasias (tumores)
9
42
III
Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e
Alguns transtornos Imunitários
2
15
IV
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
14
41
V
Transtornos Mentais e Comportamentais
68
186
VI
Doenças do Sistema Nervoso
34
95
VII
Doenças do Olho e Anexos
82
286
VIII
Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
5
8
IX
Doenças do Aparelho Circulatório
101
306
X
Doenças do Aparelho Respiratório
416
939
XI
Doenças do Aparelho Digestivo
259
482
XII
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo
73
228
XIII
Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo
286
1071
XIV
Doenças do Aparelho Genitourinário
85
272
XV
Gravidez, Parto e Puerpério
14
91
XVI
Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal
0
0
XVII
Malformações Congênitas, Deformidades e
Anomalias Cromossômicas
0
0
XVIII
Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos
e de Laboratório não Classificada em Outra Parte
74
170
XIX
Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências
89
406
XX
Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade
20
102
251
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Capítulo CID 10
Descrição
EA*
DP**
XXI
Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato
com os Serviços de Saúde
1.311
2.153
-
Outros
163
372
3.134
7.356
TOTAL
Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos.
De acordo com as informações da CNAAA, 41,8% das ocorrências de morbidade entre
os funcionários, em 2003, estavam associadas ao capítulo XXI da CID. Isso
correspondeu a 1.311 afastamentos, e um total de 2.153 dias de trabalho perdidos. De
acordo com o DATASUS, estas ocorrências estão associadas a:
(a) quando uma pessoa que não está doente e consulta os serviços de saúde para
algum propósito específico;
(b) quando alguma circunstância ou problema está presente e que influencia o estado
de saúde da pessoa, mas que não é em si uma doença ou traumatismo atual.
Além da morbidade classificada no capítulo XXI da CID, o grupo de morbidades
mais ocorreu foi o de doenças do aparelho respiratório, com 13,3%, ou seja,
empregados afastados, totalizando 939 dias de trabalho perdidos. O grupo
representa doenças do sistema osteomolecular e tecidos conjuntivo e o grupo
doenças do sistema digestivo corresponderam, respectivamente, a 9,1 e 8,3%.
que
416
que
das
Em comparação com a proporção de causas de morbidade verificada por Science
(2002), a proporção de casos de doenças respiratórias na área de influência direta
(15,49%) é próximo ao encontrado entre os funcionários (13,3%). As doenças do
sistema osteomuscular e tecidos conjuntivos configuram proporção representativa
entre os funcionários, mas não entre os demais moradores da área de influência
direta. Já as doenças digestivas, que são 8,3% das causas de afastamento na
CNAAA, representam 4,56% na área de influência direta.
Entre 2003 e 2004, o número de afastamentos por problemas de saúde foi reduzido
em aproximadamente 18% e o número de dias de trabalho perdidos foi reduzido em
16,7%. Os mesmos grupos de morbidade mantiveram-se como os mais
representativos nos afastamentos de funcionários. Dos 2.638 afastamentos (que
totalizaram 6.133 dias de trabalho perdidos), 1.018 tiveram como causa o capítulo XXI
da CID, 38,6%. Doenças do aparelho respiratório corresponderam a 401 afastamentos
(15,2%) e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, 265 (10%).
Tabela 65 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA –
2004
Capítulo CID
10
Descrição
EA *
DP
**
I
Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias
37
68
II
Neoplasias (tumores)
4
8
III
Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e
Alguns transtornos Imunitários
5
13
252
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Capítulo CID
10
Descrição
EA *
DP
**
IV
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
18
34
V
Transtornos Mentais e Comportamentais
61
219
VI
Doenças do Sistema Nervoso
25
55
VII
Doenças do Olho e Anexos
77
286
VIII
Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
19
57
IX
Doenças do Aparelho Circulatório
95
287
X
Doenças do Aparelho Respiratório
401
875
XI
Doenças do Aparelho Digestivo
187
389
XII
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo
76
163
XIII
Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo
265
850
XIV
Doenças do Aparelho Geniturinário
53
148
XV
Gravidez, Parto e Puerpério
14
80
XVI
Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal
4
5
XVII
Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias
Cromossômicas
0
0
XVIII
Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos
e de Laboratório não Classificada em Outra Parte
30
48
XIX
Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências
88
416
XX
Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade
19
95
XXI
Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato
com os Serviços de Saúde
1018
1554
-
Outros
TOTAL
142
483
2638
6133
Fonte: Eletronuclear, 2008d. EA - Empregados Afastados; DP - Dias Perdidos.
Em 2005 o número de afastamentos praticamente não variou: 2.628. O número de
dias de trabalho perdidos, entretanto, aumentou 9,3% (6.702 dias perdidos).
Novamente foram representativos os grupos X, XIII e XXI como principais causas de
morbidade.
Tabela 66 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA –
2005
Capítulo CID 10
Descrição
EA*
DP **
I
Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias
58
119
II
Neoplasias (tumores)
1
15
III
Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e
Alguns transtornos Imunitários
3
17
IV
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
14
42
V
Transtornos Mentais e Comportamentais
51
279
VI
Doenças do Sistema Nervoso
15
47
VII
Doenças do Olho e Anexos
59
219
VIII
Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
14
70
IX
Doenças do Aparelho Circulatório
75
232
X
Doenças do Aparelho Respiratório
351
879
XI
Doenças do Aparelho Digestivo
130
302
253
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Capítulo CID 10
Descrição
EA*
DP **
XII
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo
98
186
XIII
Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo
288
964
XIV
Doenças do Aparelho Geniturinário
50
188
XV
Gravidez, Parto e Puerpério
8
42
XVI
Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal
0
0
XVII
Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas
0
0
XVIII
Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos
e de Laboratório não Classificada em Outra Parte
52
138
XIX
Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências
116
572
XX
Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade
13
54
XXI
Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato
com os Serviços de Saúde
1089
1837
-
Outros
143
500
2628
6702
TOTAL
Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos.
Entre 2005 e 2006, o número de afastamentos por problemas de saúde cresceu
31,5%, enquanto o número de os dias de trabalho perdidos aumentou 23,6%.
Novamente observou-se que as principais causas da morbidade foram o grupo XXI da
CID, além de doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, e doenças do
aparelho respiratório.
Tabela 67 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA –
2006
Capítulo CID 10
Descrição
EA *
DP **
I
Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias
109
300
II
Neoplasias (tumores)
0
0
III
Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e
Alguns transtornos Imunitários
10
38
IV
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
18
76
V
Transtornos Mentais e Comportamentais
36
133
VI
Doenças do Sistema Nervoso
19
88
VII
Doenças do Olho e Anexos
73
229
VIII
Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
20
50
IX
Doenças do Aparelho Circulatório
121
456
X
Doenças do Aparelho Respiratório
365
804
XI
Doenças do Aparelho Digestivo
186
445
XII
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo
76
188
XIII
Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo
371
1263
XIV
Doenças do Aparelho Geniturinário
66
198
XV
Gravidez, Parto e Puerpério
6
52
XVI
Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal
0
0
XVII
Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas
1
1
XVIII
Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos
e de Laboratório não Classificada em Outra Parte
69
127
XIX
Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências
163
786
254
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Capítulo CID 10
Descrição
EA *
DP **
XX
Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade
3
16
XXI
Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato
com os Serviços de Saúde
1209
1904
-
Outros
534
1128
3455
8282
TOTAL
Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos.
Em 2007, o número de afastamentos foi reduzido em quase 14% e foram
aproximadamente 9% menos dias de trabalho perdidos. Assim como nos anos
anteriores, mantiveram-se os mesmos capítulos da CID como causas dos
afastamentos.
Tabela 68 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA –
2007
Capítulo
Descrição
EA*
DP**
I
Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias
89
232
II
Neoplasias (tumores)
11
57
III
Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e
Alguns transtornos Imunitários
7
11
IV
Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas
13
59
V
Transtornos Mentais e Comportamentais
74
374
VI
Doenças do Sistema Nervoso
18
84
VII
Doenças do Olho e Anexos
48
215
VIII
Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide
24
73
IX
Doenças do Aparelho Circulatório
112
392
X
Doenças do Aparelho Respiratório
311
669
XI
Doenças do Aparelho Digestivo
142
373
XII
Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo
72
215
XIII
Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo
266
817
XIV
Doenças do Aparelho Geniturinário
45
152
XV
Gravidez, Parto e Puerpério
7
39
XVI
Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal
0
0
XVII
Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas
1
1
XVIII
Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos
e de Laboratório não Classificada em Outra Parte
59
114
XIX
Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências
130
704
XX
Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade
2
2
XXI
Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato
com os Serviços de Saúde
1123
1828
423
1200
2977
7611
-
Outros
TOTAL
Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos.
Em todos os anos analisados, os Fatores que Influenciam o Estado de saúde e o
Contato com os Serviços de Saúde (capítulo XXI da CID) são a maior causa de
morbidade com licença médica de até 15 dias. Num perfil da morbidade em um
município, por exemplo, o elevado percentual de morbidades associadas a esse
capítulo da CID 10 poderia ser preocupante, denotando predomínio nas doenças onde
255
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
não há um diagnóstico definido. Entretanto, numa empresa, tal dado é compreensível,
pois reflete os absenteísmos momentâneos, resultantes do contato com serviços de
saúde. Estes podem ser resultantes, na maior parte dos casos, de uma visita ao
médico ou aos centros ambulatoriais disponíveis aos funcionários.
À exceção dos fatores que influenciam o estado de saúde e Contato com os Serviços
de Saúde, outras causas mais freqüentes de morbidade são as doenças do aparelho
respiratório. A segunda causa que leva ao afastamento de até 15 dias são as
morbidades relacionadas ao aparelho respiratório, para todos os anos considerados.
A Taxa de Frequência -TF e o Percentual de Tempo Perdido - PTP são apresentados
na Tabela 69. Convém relembrar que a TF é calculada da seguinte forma: Taxa de
Freqüência = Empregados Afastados x 100/Total de funcionários no ano. Já o PTP
pode ser obtido através do cálculo: Percentual de Tempo Perdido = Dias Perdidos x
100/Total de funcionários no ano x número de dias no ano. Ambos são indicadores
que expressam a saúde dos trabalhadores da CNAAA.
Tabela 69 - Taxa de Freqüência-TF e Percentual de Tempo Perdido-PTP nos acidentes de trabalho
entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007
Ano
2003
TF
PTP
15,3
0,10
2004
16
0,10
2005
15,9
0,11
2006
20,3
0,13
2007
17,9
0,12
Fonte: Eletronuclear, 2008d.
No período considerado, 2006 foi o ano que apresentou a maior Taxa de Frequência e
o maior percentual de tempo perdido, sendo que 2007 apresenta indicadores mais
próximos à média observada na CNAAA.
Os acidentes industriais em Angra 1 são divididos em ocorrências com e sem perda de
tempo. A meta para elas, em dezembro de 2006 era de 1 e 9 acidentes,
respectivamente, registrados em um período de 12 meses. Os acidentes sem perda de
tempo permaneceram abaixo da meta estabelecida em todos os meses de 2006. Os
acidentes com perda (acumulados nos últimos 12 meses) extrapolaram a meta em
janeiro e fevereiro.
Em 2007, o número acumulado de acidentes sem perda de tempo também
permaneceu abaixo da meta (igual ou inferior a 9 no período). Os acidentes com perda
de tempo também ficaram dentro da meta.
Em relação à questão “doenças de origem radiológica”, não houve registro - nos
controles de acidentes do trabalho / doenças ocupacionais - da CID 10 “W 88.6” ou
correlatos, os quais indiquem o diagnóstico desta doença e de outros problemas
relacionados à radiação ionizante nos empregados da CNAAA.
256
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.4.4.7 Educação
A seguir, será descrita a formação dos funcionários por Unidade Operacional - UO de
Angra 1 da CNAAA, a partir de informações cedidas pela Eletronuclear.
A Superintendência de Angra 1 – SU.O, como mencionado, conta com 6 funcionários,
com as seguintes formações: um dos funcionários, o que corresponde a 16,7%, possui
apenas o ensino fundamental completo; os demais funcionários possuem ensino
superior completo (83,3%). Destes, 80% possuem curso de pós graduação latu sensu
nas áreas de Gestão de Negócios (50%) e Gestão Empresarial (50%).
Figura 125 – Formação dos funcionários da SU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
Na Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1 - GDU.O trabalham
46 funcionários, com as seguintes formações: um dos funcionários, o que corresponde
a 2%, possui apenas o ensino fundamental completo; 21,3% possuem o ensino médio
completo e destes, 60% possuem curso técnico nas áreas de Contabilidade,
Processamento de Dados, Mecânica e Enfermagem. Os demais funcionários possuem
ensino superior completo (76,6%). Destes, 22% possuem curso de pós graduação latu
sensu nas áreas de Gestão de Negócios, Análise de Sistemas, Telecomunicações,
Ciências Ambientais, Engenharia Econômica e Matemática. Além dos profissionais
com pós graduação stricto senso nas áreas de Energia Nuclear e Ciências e Técnicas
Nucleares.
Figura 126 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
257
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Gerência de Manutenção de Angra 1 – GMU.O trabalham 169 funcionários. Para
um deles não foi identificada formação. Os demais estão divididos da seguinte forma:
13 possuem apenas o ensino fundamental; 136 possuem o ensino médio completo e
destes, 86% possuem cursos técnicos principalmente nas áreas de Eletrônica (30%),
Mecânica (29%) e Eletrotécnica (24%).
Os demais, 19 funcionários possuem ensino superior completo, destes, 26,3%
possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios (60%),
Engenharia de Manutenção (60%) e Tecnologia da Soldagem (20%). Ressalta-se que
o mesmo funcionário pode ter realizado mais de um curso de pós graduação, com
temas distintos.
Figura 127 – Formação dos funcionários da GMU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
Na Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1 - GDU.O trabalham
121 funcionários, com as seguintes formações: 11 possuem apenas o ensino
fundamental; 91 possuem o ensino médio, destes, 95,6% possuem cursos técnicos
principalmente nas áreas de Mecânica (38%), Eletrotécnica (25,3%) e Eletrônica
(10%).
Os demais funcionários possuem ensino superior completo (15,7%). Destes, 58%
possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios,
Análise de Sistemas, Ciências Ambientais, Engenharia Econômica e Engenharia de
Segurança do Trabalho. Além dos profissionais com pós graduação senso stricto nas
áreas de Energia Nuclear e Elétrica.
258
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 128 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
A Divisão de Química de Angra 1 - DQAU.O, integrante da GDU.O, é formada por 18
funcionários, com as seguintes formações: 1 possuem apenas o ensino fundamental;
11 possuem o ensino médio e curso técnico nas áreas de Química (91%) e
Administração (9%).
Os últimos 6 funcionários possuem ensino superior completo. Destes, um (16,7%)
possui curso de pós graduação latu sensu na área de Gestão de Negócios e um
(16,7%) com pós graduação senso stricto na área de Ciências.
Figura 129 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
Na Divisão de Controle deTrabalho de Angra 1 – DITU.O trabalham 31 funcionários,
com as seguintes formações: 21 possuem o ensino médio, destes, 90,5% possuem
cursos técnicos principalmente nas áreas de Mecânica (28,6%), Eletrotécnica (19%) e
Eletrônica (19%).
Os 10 outros funcionários possuem ensino superior. Destes, 67% possuem curso de
pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios, Ciências Ambientais e
Engenharia Econômica.
259
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 130 – Formação dos funcionários da DITU.O de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
De forma geral, grande parte dos funcionários de Angra 1 tem ensino médio completo,
sendo que cerca de 90% destes realizaram cursos técnicos, principalmente em
Mecânica, Eletrotécnica e Eletrônica.
Figura 131 - Formação dos funcionários de Angra 1
Fonte: Eletronuclear, 2009
Quanto aos funcionários de Angra 1 com ensino superior, tem-se as seguintes
especialidades: Administração de Empresas, Análise de Sistemas, Arquivologia,
Ciências Biológicas, Ciências Náuticas, Comunicação Social, Direito, Economia,
Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia
Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica,
Engenharia Operacional, Engenharia Química, Física, Letras, Matemática e Química.
Os profissionais mais abundantes são os engenheiros, principalmente os mecânicos
(34%) e eletricistas (25,8%), conforme a Figura 132.
260
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 132 – Proporção de funcionários por especialidade
Fonte: Eletronuclear, 2009.
Por meio de uma análise no histórico curricular dos funcionários dos departamentos
acima analisados, pode-se inferir que de alguma forma a Eletronuclear estimula a
permanente reciclagem educacional dos funcionários, pois cerca de 25% desses
funcionários se graduaram após a entrada na empresa.
5.4.4.8 Lazer
Este item tem por objetivo apontar atividades de lazer realizadas pelos funcionários da
CNAAA. Em 2006, visando investir na busca da melhoria da qualidade de vida para os
moradores das Vilas Residenciais, foi feita uma pesquisa para avaliação do estilo de
vida desses empregados e suas sugestões para projetos na área social a serem
desenvolvidos nas Vilas Residenciais da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Faz-se necessário conhecer e compreender os mecanismos sociais envolvidos no
processo para a constituição de empregados e dependentes mais satisfeitos,
saudáveis e com maior desejo de fixação na localidade e, também, para a promoção
de uma melhor relação e vínculo destes com a Empresa.
É importante avaliar as relações da vida humana que se manifestam nas Vilas
Residenciais e considerar as adaptações necessárias ao estilo de vida desses
moradores em razão dos seguintes aspectos:
•
“isolamento” geográfico destas localidades;
•
distância dos grandes centros;
•
heterogeneidade cultural desta população constituída e que reside muito
proximamente;
261
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
questões de integração social;
•
“normas comportamentais” da Empresa “aplicadas” às suas Vilas, entre
outros.
A organização da vida pessoal de cada morador passa por um processo adaptativo às
novas condições e, para muitos, são transformações significativas no que se refere
aos laços sociais, redefinindo funções sociais e individuais em diferentes níveis
econômico, cultural, psicológico e familiar, como conseqüência da mudança de
moradia para as Vilas Residenciais.
Para o levantamento das informações necessárias à pesquisa, foi utilizado um
questionário estruturado para identificação do empregado e sua família, caracterização
do estilo de vida dos mesmos e as suas sugestões para atividades que poderiam ser
implementadas.
Quanto à prática de atividades físicas, tem-se que o total de empregados que não
praticam qualquer atividade física é representando por 51,9%. As mulheres solteiras
são as que mais exercem atividades físicas, 52,9%, seguidas das divorciadas e
casadas, correspondendo a 50% e 35,7%, respectivamente, conforme demonstrado
na Figura 133.
Com relação aos homens, tem-se que 48% dos casados exercem atividade física;
45,2% dos solteiros; 67% dos divorciados e 100% dos que se encontram na categoria
“Outros” (Separados e/ou Viúvos), conforme a Figura 133.
Figura 133 – Relação entre gênero, estado civil e prática de atividade física de funcionários da
CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2006.
O resultado obtido nesta amostra conduz, portanto, à conclusão de que enquanto a
atividade física para os homens é mais freqüente entre os casados ou divorciados,
para as mulheres é mais freqüente entre as solteiras, o que pode estar associado à
jornada dupla de trabalho daquelas que são casadas.
Com relação à paternidade, 52,2% dos que não têm filhos praticam alguma atividade
física, enquanto que 49,2%, daqueles com filhos, praticam. Com relação a
262
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
maternidade, 50% das que não tem filhos praticam atividade física enquanto que
38,2% daquelas com filhos praticam. Por meio da Figura 134 percebe-se a diferença
percentual entre a prática de atividade física para o gênero masculino, com ou sem
filhos, é de 3,0% e para o gênero feminino de 11,8%.
Figura 134 - Relação entre gênero, paternidade ou maternidade e prática de atividade física de
funcionários da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Portanto, para o gênero masculino, a prática de atividade física varia pouco com
relação ao estado civil e a paternidade. Já com relação ao gênero feminino, nota-se
que tanto o estado civil quanto a maternidade representam um diferencial à atividade
física.
Dentre os familiares dos entrevistados, 56,5% não praticam atividades física. Dos 42%
que praticam, 64,8% são os filhos e 48,4% são os cônjuges.
Quanto ao tipo de atividade física realizada pelos empregados, com a possibilidade da
mesma pessoa praticar mais de uma modalidade de atividade física, tem-se que a
modalidade que aparece mais freqüentemente é a aeróbica (bicicleta, corrida,
caminhada etc.), citada por 57,7% dos empregados; seguida por esporte praticado em
quadra (futebol, voleibol, tênis etc.) citada por 39,4% dos empregados; academia
(ginástica, musculação etc.) com 28,8% das citações; atividades no mar (surf, vela e
canoagem) com 15,4%; atividades realizadas em piscina (natação e hidroginástica)
com 14,4%; artes marciais com 3,8%; e outros (atividades não identificadas) com
2,9%, conforme a Figura 135.
263
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 135 – Tipo de atividades físicas realizadas pelos empregados da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Grande parte das modalidades de atividades física praticadas, tais como esporte em
quadras, atividades na piscina e em academias de ginástica, são realizadas nos
clubes das Vilas Residenciais.
Quanto às atividades de lazer, individual ou com a família, realizadas nos fins de
semana, tem-se que todos citaram como forma de lazer algum tipo de atividade em
casa (internet, leitura, culinária, ouvir música, assistir televisão etc.). Além de
atividades caseiras, costumam realizar também viagens e excursões, 56,9%; seguido
de visitas a amigos e parentes, 38,0%; cinema, com 32,9%; atividades marítimas
(pesca, vela, entre outros), 8,3%; atividades ao ar livre (passeios, jardinagem etc.) com
2,8%; atividades em clubes (baile, show etc.) com 2,3%; e “outros” (não identificadas)
com 27,3%.
Figura 136 - Tipo de atividade de lazer realizada pelos empregados da CNAAA
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Quanto ao local onde as atividades são realizadas observa-se que a maioria dos
empregados, 57,9%, realiza suas atividades de lazer no bairro onde residem e 53,7%
em outras cidades
264
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 137 – Locais onde os funcionários da CNAAA realizam atividades de lazer
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Pode-se inferir que as práticas de lazer, tais como atividades ao ar livre, praia, clube,
jardinagem, internet, leitura, entre outras, são realizadas nas Vilas Residenciais da
CNAAA. Apenas eventos culturais, restaurantes e outras opções de lazer são
buscados em bairros distantes ou outras cidades.
Quanto à relação entre local de residência do empregado e associação a clubes, temse que 56,5% não é associado a um clube. A Vila de Mambucaba possui 20,8% dos
associados a clubes, a Vila de Praia Brava 14,8%, a Vila Operária 2,3%, o Perequê
1,4%, e a Vila Consag, Frade e Angra não possuem nenhum empregado associado a
clubes.
Os dados mostram que os residentes na Vila de Mambucaba, na sua maioria, são
associados a Clube, o que não ocorre nos demais locais citados na pesquisa.
Dos moradores da Vila de Mambucaba, 45,6% são sócios do Clube Campestre, 3,3%
de outros clubes e 1,1% do Náutico. Dos moradores da Vila de Praia Brava, 32,2%
são sócios do Náutico, 2,2% de outros clubes e 1,1% do Campestre; dos moradores
da Vila Operária, 5,6% são sócios do Campestre; dos moradores do Perequê, 1,1% é
sócio do Campestre, 1,1% do Náutico e 1,1% de outros clubes.
Quanto a sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e
tipos de atividades a ser implementada para melhorar a qualidade de vida nas Vilas
Residenciais, a grande demanda, 97,7%, sugeriu ações administrativas nas Vilas
Residenciais, como:
o Investimento para melhorias estruturais nos clubes (especialmente o Clube
Náutico);
o Reforma (elétrica e alvenaria) e construção de quadras cimentadas, inclusive
coberta e quadras nas praias (voleibol e futebol);
o Subsídio financeiro da Empresa as atividades esportivas e de lazer realizadas
nos clubes e Vilas;
265
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
o Reforma do parque infantil (Vila de Praia Brava e Vila Operária) e construção
nas Vilas de Mambucaba e Vila Consag;
o Modernização do cinema de Praia Brava (som e tela);
o Modernização da biblioteca na Vila Operária.
Também é significativa, 81,9%, a demanda por atividades físicas e esportivas nas
Vilas Residenciais. Aparece também a solicitação de atividades esportivas
direcionadas aos empregados no ambiente da empresa, laboral ou não.
Representa 49,5% a demanda por viagens e excursões direcionadas para os
empregados e seus familiares. Cursos relacionados à arte (teatro, canto, música,
artesanato, etc.) despertaram interesse em 43,1% dos respondentes. A busca por
atividades festivas (bailes, gincanas, jantares, shows etc.) nos clubes foi citada por
25,5% dos empregados. Foi de 19,9% a indicação na pesquisa de cursos de formação
profissional (técnico e universitário). O percentual de procura por atividades culturais
(desfile de moda, exposição, peças de teatro, festivais de música, etc.) é de 16,2%,
conforme a Figura 138.
Figura 138 - Sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e tipos de
atividades a serem implementadas nas Vilas Residenciais
Fonte: Eletronuclear, 2006.
Dessa forma, devido à preocupação da Eletronuclear com a qualidade de vida de seus
funcionários e estagiários, está em fase de elaboração o intitulado Programa
Qualidade de Vida – “Bem Viver Eletronuclear” com o objetivo de implementar ações
de promoção e educação em saúde física, emocional e social, além do
desenvolvimento pessoal e profissional do empregado, com ênfase na autoestima e
autoconhecimento.
266
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.4.5 AVALIAR OS IMPACTOS SOBRE OS RISCOS A SAÚDE (FÍSICO E
PSICOLÓGICO) DOS TRABALHADORES DA UNIDADE 1 E COMUNIDADES
DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA
Neste item serão avaliados possíveis impactos sobre os riscos a saúde dos
trabalhadores de Angra 1 e comunidades das áreas de influência. Para tanto, serão
abordados os dados referentes a Fundação Eletronuclear de Assistência Médica –
FEAM, que é a principal instituição que fornece serviços de saúde nas áreas de
influência direta (AID 15 e 5) de Angra 1.
A FEAM é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, tendo sido constituída
com o objetivo de dar execução às ações de responsabilidade social da empresa,
Eletronuclear S.A., na sua área de atuação direta, sem deixar de atender a saúde do
trabalhador e assegurar as condições para a execução do Planejamento de
Emergência, onde a existência do Centro de Medicina em Radiações Ionizantes
cumpre papel fundamental.
Em 1997 após a criação da Eletrobrás Termonuclear S.A. – Eletronuclear, iniciaram-se
os estudos para a transformação das unidades de saúde de FURNAS em Angra dos
Reis, em uma Fundação de Assistência Médica, culminando com a aprovação do
Estatuto pela Curadoria das Fundações, do Ministério Público Estadual, em 1999 e
instituída em Escritura Pública de Consolidação de Instituição, Dotação e Estatuto
lavrada no 17º Ofício de Notas da Capital em 28/10/1999, e registrado no 2º Ofício de
Justiça de Angra dos Reis em 12/04/2000 quando os integrantes do Conselho de
Curadores, do Conselho de Diretores e do Conselho Fiscal, tomaram posse. Tendo a
Eletrobrás Termonuclear S/A como sua mantenedora.
A FEAM entende a Saúde do Trabalhador, em seu sentido mais amplo, como ações
preventivas e curativas, particularmente em função da localização das instalações da
operadora fora da área urbana do município de Angra dos Reis. Outro componente
fundamental desta ação é o aspecto referente ao atendimento às conseqüências de
“acidentes” com radiações ionizantes, sejam eles acidentes de trabalho ou de maior
monta, e que são desenvolvidos pelo Ambulatório de Itaorna e pelo Centro de
Medicina das Radiações Ionizantes e pelo Hospital de Praia Brava, articuladamente.
Assim a atuação da FEAM, deve ser compreendida em duas vertentes: o da garantia
de suporte às ações da Operadora/Mantenedora, diretamente, através do atendimento
aos seus funcionários e do suporte às suas ações de Planejamento de Emergência –
com as inter-relações dela decorrentes; e também como um instrumento de inserção
regional, permitindo a ampliação da aceitação das ações da Operadora junto à
comunidade local, regional e nacional, bem como de visualização de seu
comprometimento efetivo com a sociedade como um todo, realizando através de um
único instrumento ações que são também definidas como de “responsabilidade social”,
aspecto de valoração dos setores industriais, nos seus diversos ramos a nível nacional
e internacional.
267
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Através de sua unidade hospitalar atua também atendendo a demanda de clientes do
Convênio SUS, cerca de 135.775 procedimentos em 2006. A FEAM, com um número
total de procedimentos, considerando saúde ocupacional, saúde convencional e
exames complementares, de aproximadamente 263.699, utiliza-se de instalações,
localizadas nas cidades em Angra dos Reis e Parati. Na Tabela 70, estão
discriminadas, respectivamente, suas instalações produtos e serviços de atendimento
prestados.
Tabela 70 - instalações produtos e serviços de atendimento prestados pela FEAM
INSTALAÇÕES
PRODUTOS E SERVIÇOS DE ATENDIMENTO
Hospital de Praia Brava – Rua Oito s/nº
- Vila de Praia Brava – Angra dos Reis
1. Atendimento médico de urgência e emergência em diversas
especialidades;
2. Consultas eletivas; 3. Internações clínicas; 4. Internações
cirúrgicas;
5. Unidade de Diagnóstico por Imagem; 6. Laboratório;7.
Serviços Técnicos de Apoio
8. Parte integrante da resposta da área de saúde a acidentes
por radiação ionizante
Centro Médico de Mambucaba –
Mambucaba – Parati
1. Consultas clínicas; 2. Serviços Técnicos de Apoio
Ambulatório Médico de Itaorna
(CNAAA) – Itaorna – Angra dos Reis
1. Medicina Ocupacional; 2. Pronto-Socorro; 3. Odontologia do
Trabalho e perícias
4. Serviços Técnicos de Apoio; 6 . Exames Complementares; 7.
Participação em e Exercícios Simulados no CNAAA.
Centro de Medicina em Radiações
Ionizantes - Vila Operária – Tarituba –
Parati
Unidade responsável pela elaboração, avaliação e
desenvolvimento das atividades da área de saúde relacionadas
à radioacidentados especiais incluindo capacitação de pessoal
Fundação Eletronuclear de
Assistência Médica
Rua Oito s/nº - Vila de Praia Brava –
Angra dos Reis
1.Centro de Treinamento Prof Nelson Valverde , 2. Centro de
Estudos Dr. Carmelo Stanzziola , 3.Relações Institucionais,
4.Informática, 5.Telefonia, 6.Patrimônio, 7. Custos e
Orçamento, 8.Suprimentos , 9. Compras e Contratos, 10.
Contabilidade, 11.Tesouraria, 12. Recursos Humanos, 13.
Serviço de Saúde , Medicina e Segurança do Trabalho,
14.Faturamento,15. Higienização,16. Manutenção, 17
Transporte.
Fonte: FEAM, 2007.
O quadro de colaboradores da FEAM é regido pela CLT. Existem funcionários cedidos
pela Mantenedora e pequena parcela com vínculos de prestação de serviços em
especialidades médicas e exames complementares.
Na Tabela 71 apresenta-se um resumo da força de trabalho da FEAM, todos
assistidos pela área de segurança e higiene do trabalho e devidamente treinados ou
formados para o desempenho de suas funções, com as devidas comissões instituídas.
Aproximadamente 68,0% é residente no município de Angra dos Reis, 14,0% no
município do Rio de Janeiro, 12,0% em Parati, Rio Claro e Volta Redonda e 6,0 % em
outros municípios do estado do Rio de Janeiro.
268
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 71 - Força de trabalho da FEAM
FORÇA DE TRABALHO DA FEAM
QUANTITATIVO
ESCOLARIDADE
424
FEAM
ETN
CONTRATADOS FUNDAMENTAL
MÉDIO
90,8
6,6%
2,6%
12,7%
52,1%
DISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA
CATEGORIA
QUANTIDADE
Assistente Social
02
Auxiliar de Laboratório
02
Biólogo
01
Dentista
03
Enfermeiro
13
Farmacêuticos
06
Fisioterapeuta
01
Médicos
79
Nutricionistas
02
TÉCNICOS (Radiologia, Laboratório,
136
Imobilização e Enfermagem)
Administrativos e Diretoria
179
SUPERIOR
35,2%
Fonte: FEAM, 2007.
A área de atuação abrange a população estimada dos municípios de Angra dos Reis,
com 148.476 habitantes; Parati, com 32.838 e Rio Claro com 17.216 habitantes (IBGE,
2007). Na Tabela 72, estão segmentados os principais clientes, usuários e suas
principais necessidades.
Tabela 72 - Principais clientes, usuários e suas principais necessidades
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
1. Qualidade 2.Comprometimento 3. Responsabilidade 4.
Eficácia 5. Confiabilidade 6. Humanização 7. Equidade
PRINCIPAIS
NECESSIDADES
SERVIÇOS
Eletronuclear S.A
(1) (2) (3) (4) (5)
Atendimento a radioacidentados, Centro de Medicina das
Radiações Ionizantes, parte do Plano de Emergência Local;
Atendimento ao trabalhador, perícias médicas e exames
admissionais, periódicos e demissionais.
Trabalhadores da
CNAAA e seus
dependentes
(1) (2) (3) (4) (5)
(6) (7)
Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava, Unidade
Médica de Mambucaba e Ambulatório Médico de Itaorna;
Ações de Responsabilidade Social da FEAM
População das Vilas
Residenciais (fixa,
em trânsito)
(1) (2) (3) (4) (5)
(6) (7)
Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade
Médica de Mambucaba; Ações de Responsabilidade Social da
FEAM
População da Área
de Influência
Direta e Indireta da
CNAAA
(1) (2) (3) (4) (5)
(6) (7)
População da Área de Influência; Serviços oferecidos pelo
HPB; Ações de Responsabilidade Social da FEAM
Clientes de
Convênios (HPB)
(1) (2) (3) (4) (5)
(6)
Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade
médica de Mambucaba.
Clientes particulares
(1) (2) (3) (4) (5)
(6)
Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade
médica de Mambucaba.
Prefeitura de Angra
dos Reis
(1) (2) (3) (4) (5)
(6) (7)
População referenciada pelos Postos de Saúde da Área de
Influência Direta Frade – Perequê – Bracuí – atendimentos de
especialidades. Atendimentos de Emergência. Internações
CLIENTES
269
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
1. Qualidade 2.Comprometimento 3. Responsabilidade 4.
Eficácia 5. Confiabilidade 6. Humanização 7. Equidade
PRINCIPAIS
NECESSIDADES
CLIENTES
SERVIÇOS
eletivas e de Urgência
Prefeitura de Parati
(1) (2) (3) (4) (5)
(6) (7)
População referenciada pelos Postos de Saúde da Área de
Influência Direta Tarituba - atendimentos de especialidades.
Atendimentos de Emergência. Internações eletivas e de
Urgência.
Governo Estadual
do Rio de Janeiro
(1) (2) (3) (4) (5)
Plano de Emergência Externo; - Parceria no atendimento
hospitalar em acidentes ocorridos na BR 101, no Hospital de
Praia Brava
Governo Federal
(1) (2) (3) (4) (5)
Plano de Emergência Local e Plano de Emergência Externo.
Fonte: FEAM, 2007.
A partir de 2004, visando à melhoria da participação em projetos de cunho sociais a Fundação
inscreveu-se em comitês de entidades governamentais (Fome Zero) e em 2006 em comitês civis.
Os projetos assistidos pela Fundação são avaliados quanto as seus resultados desde 2003.
A seguir, estão descritos na os indicadores hospitalares, entre cirurgias, atendimentos
de emergência, taxa de mortalidade, entre outros, que descrevem parte dos
atendimentos realizados pela FEAM em 2007 e 2008.
Tabela 73 – Indicadores Hospitalares da FEAM
Indicadores Hospitalares
2007
2008
Cirurgias
Nº
%
%
Nº
%
%
Total
1.806
100,0
-
1.623
100,0
-
S.U.S
1.260
72,5
-
1.064
65,6
-
Part/Convênios
546
27,5
-
559
34,4
-
Partos Cesariana
234
52,2
-
247
61,3
-
S.U.S
169
77,4
-
183
74,1
-
Particular
19
9,8
-
7
2,8
-
Convênios
46
12,8
-
57
23,1
-
Partos Normais
184
47,8
-
156
38,7
-
S.U.S
178
96,0
-
147
94,8
-
Particular
0
0,0
-
1
0,6
-
Convênios
6
4,0
-
8
5,2
-
Nº Internações
S.U.S
1.764
71,6
-
1.442
64,9
-
Particular
81
3,1
-
72
3,2
-
Convênios
720
25,3
-
709
31,9
-
Total
2.565
100,0
-
2.223
100,0
-
Taxa de Ocupação
S.U.S
62,7
63,5
Part/Convênios
38,4
53,8
Total
56,2
66,32
Tempo Médio Permanência
3,6
3,9
Nº de Remoção
55
72
270
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Indicadores Hospitalares
2007
2008
Tx.de Mortalidade Hospitalar
1,8
1,9
Laboratório
Exames S.U.S
62.191
54,8
-
63.905
56,5
-
Exames Part/Conv
51.332
45,2
-
49.210
43,5
-
Exames Total
113.523
100,0
-
113.115
100,0
-
Radiologia
Exames S.U.S
18.577
68,8
-
17.317
69,4
-
Exames Part/Conv
8.433
31,2
-
7.632
30,6
-
Exames Total
27.010
100,0
-
24.949
100,0
-
Ecocardiograma
Nº
%
%
Nº
%
%
Exames S.U.S
102
11,2
-
170
12,5
-
Exames Part/Conv
812
88,8
-
1.195
87,5
-
Exames Total
914
100,0
-
1.365
100,0
-
Exames S.U.S
1.352
40,3
-
1.419
41,1
-
Exames Part/Conv
2.005
59,7
-
2.033
58,9
-
Exames Total
3.357
100,0
-
3.452
100,0
-
Ultrassonografia
Endoscopia
Exames S.U.S
12
7,0
-
19
9,79
-
Exames Part/Conv
171
93,0
-
175
90,2
-
Exames Total
183
100,0
-
194
100,0
-
Exames S.U.S
3
10,0
-
8
17,8
-
Exames Part/Conv
27
90,0
-
37
82,2
-
Exames Total
30
100,0
-
45
100,0
-
Colonoscopia
Nº Acidentes do Trabalho
15
10
Ambulatório-HPB
S.U.S
7.242
39,9
-
6.871
33,9
-
Particular
1.080
6,0
-
1.337
6,6
-
Convênios
9.811
54,1
-
12.073
59,5
-
Total
18.133
100,0
-
20.281
100,0
-
S.U.S
49.614
88,9
-
46.030
91,5
-
Particular
120
0,2
-
52
0,1
-
Convênios
6.047
10,8
-
4.245
8,4
-
Emergência-HPB
271
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Indicadores Hospitalares
2007
Total 1
55.781
Base de Cálculo
15.277
2008
100,0
-
50.327
100,0
13.835
59.865
-
Serviço Pronto Atendimento
Total 2
9110
-
9.538
-
Total 1 + Total 2
64.891
76,5
59.865
76,5
23,5
23,5
C.M.Mambucaba
S.U.S
18
0,7
-
251
9,9
-
Particular
51
2,0
-
55
2,2
-
Convênios
2.495
97,3
-
2.235
88,0
-
Total
2.564
100,0
-
2.541
100,0
-
Fonte: FEAM, 2008.
A seguir, na Tabela 74 e na Tabela 75 foi descrito o Perfil Nosológico do Hospital de
Praia Brava pelas seguintes áreas de atendimento a pacientes: Emergência,
Ambulatório e Internação.
Emergência: Número de Acidentes Automobilísticos e Atropelamentos na área de
abrangência do Hospital de Praia Brava (do distrito de Ariró, no município de Angra
dos Reis, ao distrito de Tarituba, município de Parati) de Janeiro a Novembro de 2008:
304. Perfil Nosológico - 2008: Quadro Infeccioso a Esclarecer; Hipertensão Arterial
Sistêmica; Quadros Álgicos; e Asma Brônquica.
Tabela 74 - Perfil Nosológico por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia
Brava por ordem de maior freqüência – 2008
Especialidade
Perfil Nosológico
1º Ortopedia
Fraturas, Lombalgia, Artrose
2º Ginecologia/Obstetrícia
Pré-Natal, Coleta de Preventivo, Miomatose
3º Cardiologia
Hipertensão Arterial, Arritmias, Precordialgia
4º Angiologia
Escleroterapia, Varizes, Trombose
5º Pediatria
Puericultura, Infecção de Vias Aéreas superiores,
Dislipidemia
6º Clínica Médica
Hipertensão Arterial, Viroses, Infecção trato
Urinário
7º Cirurgia Geral
Hérnia umbilical, Hérnia Inguinal, Fimose
8º Otorrinolaringologia
Obstrução por Cerume, Rinite, Desvio de Septo
9º Urologia
Hiperplasia Prostática, Disúria, Cálculo Renal
10º Dermatologia
Onicomicose, Psoríase, Acne
Fonte: FEAM, 2008.
Tabela 75 - Internação por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava
por ordem de maior freqüência – 2008
Especialidade
Motivo da Internação
1º Patologias Obstétricas e Ginecológicas
Parto Normal, Parto Cesáreo, Pré – eclampsia,
Aborto
2º Doença do Aparelho Cardiovascular
Hipertensão Arterial, Angina, Infarto, Insuficiência
Cardíaca Congestiva
272
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Especialidade
Motivo da Internação
3º Doença do Aparelho Digestivo
Calculose Vesicular, Hérnia Inguinal, Hérnia,
Umbilical, Apendicite
4º Doença Infecciosa
Dengue. Doença diarréica, Erisipela
5º Doença do Aparelho Respiratório
Pneumonia, Bronquite, Bronquiolite
6º Doença do Aparelho Locomotor
Fratura de membros superiores,
Fratura de membros inferiores
Fonte: FEAM, 2008.
A FEAM concentra trinta e seis especialidades desenvolvidas nas áreas de
Ambulatório Médico e Ocupacional, Internações Clínicas e Internações Cirúrgicas,
com trinta e quatro planos de Assistência Médica e convênio com a FUSAR para
atendimento ao SUS.
A Instituição tem como finalidade direcionar o foco dos seus recursos, da sua
tecnologia e de seu capital intelectual para as áreas de Medicina Ocupacional,
Emergência Radiológica, atendimento aos funcionários da Eletronuclear e seus
familiares, melhoria das condições de saúde da população circunvizinha a Central
Nuclear Almirante Álvaro Alberto e execução do Planejamento de Emergência.
5.4.6 AVALIAR OUTROS IMPACTOS (RADIOLÓGICOS OU NÃO) QUE SEJAM
CONSTATADOS NO MEIO SOCIOECONÔMICO, NAS ÁREAS DE
INFLUÊNCIA
Neste item serão avaliados possíveis impactos radiológicos no meio socioeconômico
nas áreas de influência do empreendimento. Para tanto, serão abordados aspectos de
saúde e programas de monitoramento ambiental.
Por meio da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Escola Nacional de Saúde Pública
e Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana – CESTEH,
obteve-se o Estudo Comparativo da Mortalidade por Câncer e Má Formação
Congênita dos municípios de Angra dos Reis e Cabo Frio, de 2001 a 2005.
A percepção pública sobre o emprego da tecnologia nuclear gera na população
residente nos arredores de uma instalação nuclear um sentimento de ameaça ao risco
da exposição à radiação ionizante. Medidas de cunho preventivo podem proporcionar
mais segurança tanto para a população trabalhadora como para os que residem nas
imediações das Usinas. Além destas medidas, outra forma de se garantir esse
preceito, é o acompanhamento de indicadores das populações das áreas de influência
de instalações nucleares.
Os objetivos desse estudo foram estimar o risco de adoecer e morrer por doenças
potencialmente relacionadas à exposição à radiação ionizante no município de Angra
dos Reis no período de 2001 a 2005 e atualizar e aperfeiçoar os recortes de análise
para os dados obtidos no estudo de Schubert (2004).
273
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Estudo ecológico das populações dos municípios de Angra dos Reis e Cabo Frio, com
o propósito de estabelecer comparações entre essas populações, a área de influência
(Angra, Parati e Rio Claro), e a do estado do Rio de Janeiro (atualizando os dados de
Schubert para o período de 2001 a 2005).
A análise dos dados foi subdividida em dois principais grupos de tabelas:
1. Angra dos Reis x Cabo Frio (Tabela 76);
2. Angra dos Reis x estado do Rio de Janeiro (Tabela 77).
Em cada caso, as estimativas pontuais de taxa de incidência (TI) por 100.000
habitantes permitiram a geração de estimativas intervalares (máx. e mín.) do risco
relativo (RR) para o período de 2001-2005 em cada grupo de causas de morte
selecionado.
Tabela 76 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000
Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Cabo Frio
Causas
Angra
Cabo Frio
Risco Relativo
Óbitos
TI
Óbitos
TI
Mín.
RR
Máx.
Neoplasias
99
76,4
99
69,2
0,83
1,10
1,45
Má Formação Congênita
9
6,9
8
5,6
0,47
1,24
3,21
Fonte: FIOCRUZ, 2008
Tabela 77 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000
Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Estado do Rio de Janeiro
Estado do Rio de
Janeiro
Angra
Causas
Risco Relativo
Óbitos
TI
Óbitos
TI
Mín.
RR
Máx.
Neoplasias
99
76,4
16104
108,2
0,57
0,70
0,85
Má Formação Congênita
9
6,9
817
5,5
0,65
1,26
2,43
Fonte: FIOCRUZ, 2008
A avaliação dos resultados apontam no sentido de que não há alterações de risco
relativo comparando a população de Angra dos Reis e a população da sua área de
influência em relação ao município de Cabo Frio e ao estado do Rio de Janeiro.
A Eletronuclear elabora anualmente o relatório da monitoração ambiental nas áreas de
influência da CNAAA denominado PMARO (Programa de Monitoração Ambiental
Radiológico Operacional). O objetivo deste programa é medir os níveis de radiação
natural e artificial em amostras de origem diversa, permitindo com isso que sejam
traçadas tendências da atividade de radionuclídeos no ambiente adjacente à CNAAA.
As amostras coletadas e analisadas nos PMARO são de origem marinha (peixes,
algas, areia de praia, sedimento marinho e água do mar), terrestre (leite, pasto, água
de superfície, água de rio, água subterrânea, sedimento de rio, banana e solo) e aérea
(ar – particulado e iodo e precipitação pluviométrica). Os pontos de coletas são
específicos, conforme o tipo das amostras, sendo realizados tanto nas áreas de
influência de Angra 1, onde localizam-se as chamadas áreas de impacto, como em
áreas de controle, para que seja possível identificar a influência das operações da
274
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
CNAAA contra um grupo de elementos semelhantes oriundos de áreas não
influenciadas. A seguir são apresentados os resultados do PMARO para os anos de
2005 a 2007.
As análises de níveis de radiação natural e artificial das amostras de origem marinha,
como água do mar, sedimento marinho, areia de praia, algas e peixes, evidenciam a
existência de possíveis impactos na qualidade das águas utilizadas para recreação e
produção pesqueira.
Peixes: as amostras coletadas nesta categoria são peixes de curso (garoupa) e
sedentários (carapeba). O número de análises realizadas foi de 6 em 2005
(Eletronuclear, 2005a) e 2007 (Eletronuclear, 2007) e 4 em 2006 (Eletronuclear, 2006).
Os pontos de coleta, nos três anos, foram Piraquara de Fora (área de impacto, AID 15)
– onde a coleta é trimestral, e Tarituba (área de controle, AID 15) – onde a coleta é
semestral. Em nenhum dos últimos 3 anos foi detectada presença de radionuclídeos
artificiais nas amostras de peixes, seja na área de impacto ou na de controle. Os
níveis de radionuclídeos naturais (potássio) permaneceram dentro dos níveis normais.
Algas: as amostras da alga do gênero Sargassum são coletadas em quatro pontos de
Piraquara (área de impacto) e em Tarituba (área de controle). A coleta nessas áreas é
trimestral e semestral, respectivamente. Nos últimos três anos, não foi possível a
análise na área de impacto, pois a alga Sargassum não foi encontrada. Na área de
controle foram realizadas 2 análises por ano. As análises das amostras não
detectaram a presença de radionuclídeos artificiais, e os níveis de radionuclídeos
naturais permaneceram dentro dos níveis normais.
Areia de praia: as amostras são coletadas em dois pontos de Piraquara, um na Praia
Brava, um na Praia do Frade e um em Mambucaba (todos na área de impacto) e
também em Tarituba (área de controle). A frequência programada para as análises é
semestral. Nos últimos três anos, não foram detectados radionuclídeos artificiais nas
amostras de areia de praia coletadas, seja na área de impacto ou na área de controle.
Os radionuclídeos naturais mantiveram-se nos níveis normais.
Sedimento marinho: as amostras da área de impacto são coletadas nos seguintes
pontos: Piraquara, ITA, Ilha Brandão, Praia do Frade e Ilha Paquetá. Na área de
controle, as amostras são coletadas em Tarituba. As análises são trimestrais nos
pontos em Piraquara e semestrais nos demais, e totalizam 24 por ano. Em 2005 foi
detectado manganês em 5 amostras, cobalto em 6 amostras e césio em uma amostra,
todas na área de impacto (Piraquara), todas em níveis inferiores aos estabelecidos
como seguros pela norma Regulatory Guide 4.8.
Em 2006 foi detectado cobalto em 7 das amostras coletadas em Piraquara, novamente
em níveis inferiores aos recomendados pela norma. Em 2007, foi detectado manganês
em 2 amostras e cobalto em 8, todas coletadas em Piraquara. Assim como nos anos
anteriores, os níveis detectados eram mais baixos do que os determinados como
seguros pela norma Regulatory Guide 4.8. De acordo com a CNAAA, o material
275
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
radioativo detectado no sedimento marinho não acarreta problemas de saúde de
banhistas e nem para o ambiente natural e são resíduos do problema operacional da
Usina Angra 1, ocorrido em 1987.
Água do mar: as amostras são coletadas em Piraquara e Itaorna (área de impacto) e
na Ilha Brandão e Tarituba (área de controle). As análises são mensais e trimestrais
na área de impacto, e trimestrais e semestrais na área de controle. Anualmente, são
realizadas 62 análises de água do mar. Nos últimos três anos, não foram detectados
radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras coletadas. Os radionuclídeos
naturais mantiveram-se dentro dos níveis normais, tanto na área de impacto como na
área de controle.
As análises de níveis de radiação natural e artificial das amostras de origem terrestre,
como água de superfície, água de rio, água subterrânea, sedimento de rio, leite, pasto,
banana e solo evidenciam a existência de possíveis impactos na qualidade das águas
utilizadas para recreação, consumo humano, produção agropecuária, irrigação e
produção pesqueira.
Água de superfície: na área de impacto, as amostras são coletadas na Praia Brava e
na Vila do Frade, e na área de controle, no Colégio Naval e em Parati. São realizadas
32 análises anualmente, com freqüência trimestral para ambas as áreas. Nos últimos
três anos, as análises não identificaram presença de radionuclídeos artificiais em
nenhuma das amostras coletadas. Os radionuclídeos naturais permaneceram dentro
dos níveis normais.
Água de rio: são coletadas amostras do Rio do Frade e do Rio Mambucaba, na área
de impacto da Usina. A freqüência da análise é anual, e nos últimos três anos não
foram detectados radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras. Os
radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos limites normais.
Água subterrânea: as amostras são coletadas em Itaorna, dentro da área de impacto,
e a análise realizada anualmente. Não foram detectados, nos últimos três anos,
quaisquer materiais radioativos artificiais nas amostras. A presença de radionuclídeos
naturais foi determinada como estando dentro dos níveis normais.
Sedimento de rio: são coletadas amostras do Rio do Frade e do Rio Mambucaba,
dentro da área de impacto da Usina. As análises possuem periodicidade anual, e, nos
últimos três anos, não identificaram a presença de radionuclídeos artificiais em
nenhuma das amostras. Os radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos níveis
naturais.
Em resumo, os três últimos relatórios do PMARO (2005, 2006 e 2007) apresentam
níveis de radionuclídeos artificiais e naturais condizentes com as médias históricas
registradas pela Eletronuclear inclusive, na maior parte dos casos, sem alterações em
relação ao período anterior ao funcionamento das Usinas. Portanto, não foram
identificados impactos radiológicos anormais nos recursos hídricos.
276
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Dessa forma, pode-se concluir que a operação da Unidade 1 da CNAAA não causa
impactos radiológicos sobre a qualidade das águas utilizadas para recreação,
consumo humano, produção agropecuária, produção pesqueira e irrigação, não
prejudicando então atividades sociais ou econômicas como a produção agropecuária
ou pesqueira – pouco comum na região - e recreação dos moradores locais.
5.5
IMPACTOS RADIOLÓGICOS
O impacto radiológico decorrente da operação de uma Usina nuclear se traduz na
dose de radiação causada, no ser humano, pela emissão de efluentes radioativos para
o meio ambiente. Esta dose é estimada com base em modelos conservativos de
cálculo que utilizam dados, em sua maioria, obtidos através de medições e pesquisas
na área de interesse (i.e., atividade liberada, dados meteorológicos, hábitos
alimentares, etc.).
O impacto radiológico é monitorado, na prática, através do Programa de Monitoração
Ambiental Radiológico Operacional. Com base na análise das amostras que compõem
o programa, pode-se afirmar que os resultados obtidos em 2007 estão compatíveis
com os do período pré-operacional, podendo-se concluir que não houve impacto
radiológico no meio ambiente provocado pela operação da Usina Angra 1. Todos os
resultados obtidos estão compatíveis com os valores históricos, obtidos desde o
período pré-operacional.
O impacto radiológico, de forma geral, depende essencialmente dos três fatores
principais listados abaixo, os quais serão discutidos em seguida.
•
Quantidade e tipo de material emitido (Termo Fonte);
•
Transporte e difusão do material no meio ambiente (Dispersão Atmosférica);
•
Modo de exposição ao material liberado (Vias de Exposição).
5.5.1 TERMO FONTE
A maneira mais eficiente e confiável de se minimizar os impactos radiológicos é o
controle sobre a fonte. Este controle é exercido em vários níveis com a finalidade de
impedir a liberação do material radioativo para o meio ambiente.
No nível administrativo, um sistema de garantia da qualidade é estabelecido, para
assegurar a qualidade global do empreendimento, abrangendo as fases de
planejamento, projeto, construção, fabricação de componentes, montagem, testes e
operação. Este sistema é concebido de tal forma a permitir a detecção de quaisquer
desvios de especificações ou procedimentos, possibilitando, assim, que ações
corretivas sejam tomadas durante qualquer uma das fases acima mencionadas.
277
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A liberação de efluentes radioativos de uma Usina nuclear durante sua operação
normal é muito pequena. Apesar disto, as quantidades liberadas são rigorosamente
medidas e devidamente documentadas. Um levantamento realizado em Usinas
alemãs com reatores a água pressurizada, abrangendo 77 reatores por ano de
operação (SKAFI, 1984), resultou nos valores médios de liberação mostrados na
Tabela 78.
Os impactos radiológicos da Usina são estimados a partir de valores propostos de
liberação que, por um lado, sejam bastante conservativos, mas que também resultem
em doses que se situem abaixo dos limites estabelecidos pelas autoridades
competentes. Os valores anuais de liberação, mostrados na Tabela 78 a Tabela 81
foram obtidas dos Relatórios de Análise de Segurança da Usina Angra 1 e serão
utilizados mais adiante neste estudo para estimar os impactos resultantes de sua
operação.
Tabela 78 – Liberação Anual Média de Efluentes Radioativos de Usinas Alemãs com Reatores a
Água Pressurizada (Bq/ano).
Liberação
Substâncias
Atividade
Atmosfera
Meio Aquático
Gases Nobres
7,5E+12
Aerossóis
1,9E+8
Iodo 131
2,6E+7
Trício
1,2E+13
Outros
2,2E+9
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 79 – Liberações de Iodo e Aerossóis para a Atmosfera (Bq/a).
Isótopo
Angra 1
I131
7,00E+08
I132
2,00E+08
I133
1,10E+09
I134
1,26E+08
I135
5,85E+08
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 80 - Liberações para o Mar (Bq/a)
Isótopo
Angra 1
CO58
1,03E+08
CO60
2,83E+07
MO99
7,66E+07
I131
8,10E+07
I133
1,09E+08
Cs134
1,46E+08
Cs137
5,07E+08
278
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Isótopo
Angra 1
Ce 144
1,18E+07
H3
4,03E+12
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 81 - Liberações de Gases Nobres para a Atmosfera (Bq/a).
Isótopo
Angra 1
KR85M
1.59E+11
KR85
2,41E+12
KR87
9,03E+10
KR88
2,72E+1 1
XE133M
1,39E+11
XE133
7,37E+12
XE135M
2,74E+10
XE135
4,49E+11
XE138
5,29E+10
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.2
DISPERSÃO ATMOSFÉRICA
O outro fator determinante do impacto radiológico, resultante da liberação de material
radioativo de uma Usina nuclear, é a maneira como este material é transportado e
dispersado no meio ambiente. De fundamental importância, neste caso, é a
determinação das concentrações que resultam nos locais onde os seres humanos
possam ser, direta ou indiretamente, afetados.
No caso de liberações para a atmosfera, as concentrações, resultantes ao nível do
solo, dependem essencialmente da altura de lançamento, da topografia local, da
velocidade e da direção do vento, assim como da classe de estabilidade atmosférica, a
qual determina seu grau de turbulência. Em Angra, o primeiro sistema de aquisição de
dados meteorológicos foi posto em operação em dezembro de 1971. Ele consistia,
inicialmente, de uma torre central de 50 metros de altura com dois níveis de medição
de vento (velocidade e direção) e temperatura, e de 3 torres periféricas de 15 metros
de altura com medições de velocidade e direção de vento. Este sistema vem operando
desde então e tem sido aperfeiçoado ao longo destes anos.
Os dados, obtidos nas torres de medição, são processados (reduzidos) em
computador fornecendo como resultado a distribuição associada de freqüências de
velocidade e direção de vento em função da classe de estabilidade atmosférica. Esta
distribuição associada é utilizada em modelos de dispersão na determinação dos
fatores de difusão (concentrações relativas) e de deposição, os quais, aliados ao
279
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
termo fonte, permitem a obtenção das concentrações desejadas nos locais de
interesse.
O modelo aqui utilizado na determinação dos fatores de dispersão é o modelo
gaussiano de difusão com velocidade média de vento constante. Este modelo é um
dos mais freqüentemente usados para esta finalidade. Os fatores de deposição
relativa foram obtidos de curvas baseadas em medições de velocidades de deposição
em função da velocidade do vento e de um modelo de difusão/deposição. Maiores
detalhes sobre estes modelos podem ser obtidos da United States Nuclear Regulatory
Commission (1977b).
Os fatores de dispersão e deposição relativa obtidos pelo modelo acima referido para
a Usina Angra 1 e Angra 2 são mostrados da Tabela 82 a Tabela 85.
Eles foram calculados a partir de dados médios horários colhidos na Torre
Meteorológica A entre 01/01/2000 e 31/12/2001. Os dados de direção e velocidade de
vento foram obtidos no nível 10 metros para Angra 1 e no nível de 100 de metros para
Angra 2. As classes de estabilidade foram determinadas através do gradiente de
temperatura entre os níveis 10 e 100 desta mesma torre.
Tabela 82 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001.
Distância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
SSE
1,50E+03
3,46E-07 6,42E-07 1,37E-06 1,97E-07 1,05E-09 1,16E-05 2,40E-05 1,04E-07
2,50E+03
2,47E-07 3,95E-07 2,57E-06 3,28E-06 1,33E-06 1,49E-06 1,69E-06 6,81E-06
3,50E+03
1,59E-07 2,35E-07 1,34E-06 1,40E-06 5,02E-07 6,46E-07 8,95E-07 4,13E-06
4,50E+03
1,12E-07 1,60E-07 8,45E-07 3,20E-07 2,83E-07 2,84E-07 5,69E-07 2,82E-06
5,50E+03
8,45E-08 1,16E-07 4,93E-07 2,17E-07 1,88E-07 1,92E-07 2,31E-07 2,07E-06
6,50E+03
8,01E-08 3,96E-07 3,72E-07 1,60E-07 1,37E-07 1,43E-07 1,74E-07 2,71E-07
7,50E+03
6,52E-08 3,17E-07 2,94E-07 1,24E-07 1,06E-07 1,11E-07 1,38E-07 2,19E-07
8,50E+03
5,46E-08 2,62E-07 2,40E-07 1,01E-07 8,52E-08 8,98E-08 1,13E-07 1,81E-07
9,50E+03
4,66E-08 2,21E-07 2,01E-07 8,39E-08 7,06E-08 7,49E-08 9,49E-08 1,54E-07
1,05E+04
4,02E-08 1,89E-07 1,72E-07 7,15E-08 5,99E-08 6,37E-08 8,14E-08 1,32E-07
1,15E+04
3,53E-08 1,65E-07 1,50E-07 6,23E-08 5,20E-08 5,48E-08 7,05E-08 1,16E-07
1,25E+04
3,13E-08 1,46E-07 1,33E-07 5,47E-08 4,57E-08 4,88E-08 6,29E-08 1,03E-07
1,35E+04
2,84E-08 1,30E-07 1,19E-07 4,85E-08 4,06E-08 4,33E-08 5,61E-08 9,19E-08
1,45E+04
2,56E-08 1,17E-07 1,07E-07 4,35E-08 3,64E-08 3,88E-08 5,04E-08 8,29E-08
1,55E+04
2,33E-08 1,06E-07 9,67E-08 3,93E-08 3,29E-08 3,51E-08 4,56E-08 7,53E-08
2,25E+04
1,37E-08 6,17E-08 5,58E-08 2,29E-08 1,88E-08 2,02E-08 2,66E-08 4,45E-08
2,75E+04
1,04E-08 4,62E-08 4,17E-08 1,71E-08 1,40E-08 1,51E-08 2,00E-08 3,36E-08
3,25E+04
8,22E-09 3,64E-08 3,27E-08 1,34E-08 1,10E-08 1,19E-08 1,58E-08 2,68E-08
3,75E+04
6,74E-09 2,97E-08 2,67E-08 1,09E-08 8,94E-09 9,74E-09 1,30E-08 2,20E-08
4,25E+04
5,67E-09 2,49E-08 2,23E-08 9,18E-09 7,48E-09 8,18E-09 1,09E-08 1,85E-08
4,75E+04
4,86E-09 2,13E-08 1,91E-08 7,86E-09 6,40E-09 7,00E-09 9,38E-09 1,59E-08
Distância
S
SSW
SW
WSW
W
WNW
NW
NNW
1,50E+03
3,34E-08 3,82E-08 2,42E-08 2,48E-08 2,51E-07 1,92E-07 2,10E-07 2,68E-07
2,50E+03
2,13E-07 5,01E-08 1,72E-07 1,59E-07 1,57E-07 1,22E-07 1,30E-07 1,58E-07
3,50E+03
2,27E-07 6,16E-08 1,19E-07 1,12E-07 1,11E-07 8,67E-08 9,29E-08 1,06E-07
4,50E+03
2,17E-07 1,48E-07 1,52E-07 8,43E-08 8,35E-08 6,51E-08 7,02E-08 7,75E-08
5,50E+03
2,01E-07 1,94E-07 1,42E-07 6,66E-08 6,61E-08 5,12E-08 5,47E-08 7,51E-08
6,50E+03
1,45E-06 1,77E-07 1,15E-07 5,44E-08 5,41E-08 4,17E-08 4,43E-08 6,02E-08
7,50E+03
1,19E-06 1,62E-07 9,65E-08 4,57E-08 4,55E-08 3,50E-08 3,69E-08 4,97E-08
8,50E+03
1,00E-06 1,48E-07 8,25E-08 3,91E-08 3,89E-08 2,98E-08 3,13E-08 4,19E-08
9,50E+03
8,56E-07 1,35E-07 7,19E-08 3,39E-08 3,37E-08 2,58E-08 2,71E-08 3,62E-08
1,05E+04
7,44E-07 1,24E-07 6,33E-08 2,99E-08 2,98E-08 2,26E-08 2,38E-08 3,16E-08
1,15E+04
6,56E-07 1,15E-07 5,63E-08 2,67E-08 2,65E-08 2,01E-08 2,11E-08 2,78E-08
280
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Distância
N
NNE
1,25E+04
5,85E-07 1,07E-07
1,35E+04
5,26E-07 1,00E-07
1,45E+04
4,77E-07 9,39E-08
1,55E+04
4,35E-07 8,79E-08
2,25E+04
2,64E-07 6,02E-08
2,75E+04
2,01E-07 4,86E-08
3,25E+04
1,61E-07 4,05E-08
3,75E+04
1,33E-07 3,45E-08
4,25E+04
1,13E-07 3,00E-08
4,75E+04
9,70E-08 2,64E-08
Valor Máximo 2,40E-05
Setor
SE
Distância
1500 m
NE
5,05E-08
4,56E-08
4,16E-08
3,81E-08
2,33E-08
1,79E-08
1,44E-08
1,19E-08
1,01E-08
8,73E-09
ENE
2,40E-08
2,17E-08
1,98E-08
1,82E-08
1,12E-08
8,60E-09
6,91E-09
5,72E-09
4,86E-09
4,20E-09
E
2,39E-08
2,16E-08
1,97E-08
1,81E-08
1,12E-08
8,61E-09
6,92E-09
5,73E-09
4,87E-09
4,21E-09
ESE
1,80E-08
1,63E-08
1,48E-08
1,36E-08
8,27E-09
6,32E-09
5,05E-09
4,16E-09
3,51E-09
3,03E-09
SE
1,88E-08
1,70E-08
1,54E-08
1,41E-08
8,50E-09
6,47E-09
5,16E-09
4,24E-09
3,58E-09
3,08E-09
SSE
2,48E-08
2,23E-08
2,02E-08
1,84E-08
1,10E-08
8,34E-09
6,62E-09
5,44E-09
4,58E-09
3,94E-09
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 83 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001.
Distância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
SSE
1,50E+03
6,01E-10 1,02E-09 2,45E-09 3,90E-09 9,33E-11 1,43E-08 4,30E-08 5,17E-10
2,50E+03
3,68E-10 6,72E-10 7,24E-09 9,30E-09 2,34E-09 2,24E-09 2,20E-09 1,18E-08
3,50E+03
2,24E-10 3,79E-10 3,58E-09 3,81E-09 8,57E-10 9,33E-10 1,10E-09 6,69E-09
4,50E+03
1,49E-10 2,42E-10 2,12E-09 5,96E-10 4,52E-10 4,64E-10 6,57E-10 4,26E-09
5,50E+03
1,07E-10 1,67E-10 1,16E-09 3,79E-10 2,82E-10 2,96E-10 2,86E-10 2,95E-09
6,50E+03
1,07E-10 8,75E-10 8,31E-10 2,64E-10 1,94E-10 2,06E-10 2,04E-10 2,71E-10
7,50E+03
8,30E-11 6,69E-10 6,23E-10 1,94E-10 1,43E-10 1,52E-10 1,53E-10 2,08E-10
8,50E+03
6,67E-11 5,30E-10 4,86E-10 1,50E-10 1,09E-10 1,17E-10 1,20E-10 1,65E-10
9,50E+03
5,47E-11 4,30E-10 3,90E-10 1,19E-10 8,64E-11 9,33E-11 9,62E-11 1,33E-10
1,05E+04
4,59E-11 3,56E-10 3,21E-10 9,72E-11 7,02E-11 7,59E-11 7,89E-11 1,11E-10
1,15E+04
3,95E-11 3,05E-10 2,72E-10 8,18E-11 5,88E-11 6,30E-11 6,63E-11 9,50E-11
1,25E+04
3,44E-11 2,64E-10 2,34E-10 7,02E-11 5,04E-11 5,49E-11 5,80E-11 8,24E-11
1,35E+04
3,07E-11 2,32E-10 2,04E-10 6,10E-11 4,38E-11 4,77E-11 5,06E-11 7,22E-11
1,45E+04
2,73E-11 2,05E-10 1,80E-10 5,36E-11 3,84E-11 4,20E-11 4,47E-11 6,39E-11
1,55E+04
2,44E-11 1,83E-10 1,60E-10 4,75E-11 3,40E-11 3,72E-11 3,97E-11 5,71E-11
2,25E+04
1,31E-11 9,75E-11 8,36E-11 2,46E-11 1,75E-11 1,91E-11 2,07E-11 3,07E-11
2,75E+04
9,26E-12 6,85E-11 5,84E-11 1,71E-11 1,22E-11 1,33E-11 1,45E-11 2,16E-11
3,25E+04
6,92E-12 5,09E-11 4,33E-11 1,26E-11 8,99E-12 9,83E-12 1,08E-11 1,62E-11
3,75E+04
5,35E-12 3,93E-11 3,33E-11 9,69E-12 6,89E-12 7,56E-12 8,27E-12 1,25E-11
4,25E+04
4,27E-12 3,13E-11 2,64E-11 7,70E-12 5,47E-12 6,01E-12 6,58E-12 9,96E-12
4,75E+04
3,48E-12 2,54E-11 2,15E-11 6,24E-12 4,43E-12 4,88E-12 5,35E-12 8,09E-12
Distância
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
S
1,42E-10
2,76E-10
2,01E-10
1,51E-10
1,16E-10
1,88E-09
1,47E-09
1,18E-09
9,71E-10
8,16E-10
7,03E-10
6,14E-10
5,41E-10
4,81E-10
4,31E-10
2,33E-10
1,65E-10
1,23E-10
9,57E-11
SSW
1,11E-10
6,86E-11
4,75E-11
6,40E-11
1,03E-10
8,21E-11
6,64E-11
5,45E-11
4,63E-11
3,99E-11
3,53E-11
3,12E-11
2,77E-11
2,49E-11
2,25E-11
1,27E-11
9,39E-12
7,46E-12
6,21E-12
SW
6,25E-11
3,23E-10
2,10E-10
1,09E-10
2,03E-10
1,58E-10
1,26E-10
1,03E-10
8,72E-11
7,49E-11
6,52E-11
5,73E-11
5,09E-11
4,56E-11
4,10E-11
2,25E-11
1,62E-11
1,22E-11
9,53E-12
WSW
5,83E-11
2,95E-10
1,94E-10
1,38E-10
1,04E-10
8,06E-11
6,47E-11
5,31E-11
4,47E-11
3,86E-11
3,37E-11
2,97E-11
2,65E-11
2,37E-11
2,14E-11
1,19E-11
8,54E-12
6,43E-12
5,03E-12
W
4,07E-10
2,39E-10
1,57E-10
1,12E-10
8,43E-11
6,59E-11
5,30E-11
4,36E-11
3,67E-11
3,18E-11
2,78E-11
2,45E-11
2,19E-11
1,96E-11
1,77E-11
9,87E-12
7,12E-12
5,36E-12
4,19E-12
WNW
3,28E-10
1,92E-10
1,27E-10
9,02E-11
6,76E-11
5,26E-11
4,23E-11
3,47E-11
2,92E-11
2,52E-11
2,20E-11
1,94E-11
1,73E-11
1,55E-11
1,40E-11
7,75E-12
5,56E-12
4,18E-12
3,27E-12
NW
3,64E-10
2,10E-10
1,38E-10
9,93E-11
7,39E-11
5,72E-11
4,57E-11
3,73E-11
3,14E-11
2,70E-11
2,34E-11
2,06E-11
1,83E-11
1,64E-11
1,47E-11
8,10E-12
5,81E-12
4,36E-12
3,40E-12
NNW
4,56E-10
2,55E-10
1,63E-10
1,12E-10
9,29E-11
7,11E-11
5,62E-11
4,55E-11
3,80E-11
3,24E-11
2,81E-11
2,46E-11
2,18E-11
1,94E-11
1,75E-11
9,50E-12
6,76E-12
5,06E-12
3,93E-12
281
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Distância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
SSE
4,25E+04
7,65E-11 5,45E-12 7,65E-12 4,04E-12 3,36E-12 2,62E-12 2,72E-12 3,15E-12
4,75E+04
6,25E-11 4,94E-12 6,28E-12 3,31E-12 2,76E-12 2,15E-12 2,23E-12 2,57E-12
Valor Máximo 4,30E-08
Setor
SE
Distância
1500 m
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 84 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001.
Distância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
SSE
1,50E+03
3,23E-06 4,23E-06 4,48E-06 6,64E-08 5,83E-09 3,41E-07 2,48E-09 2,26E-09
2,50E+03
1,41E-06 2,37E-06 5,58E-06 2,00E-05 1,10E-05 1,24E-06 2,98E-07 2,10E-09
3,50E+03
8,71E-07 1,32E-06 2,75E-06 8,50E-06 4,80E-06 6,18E-07 2,19E-07 3,11E-09
4,50E+03
6,02E-07 8,74E-07 2,88E-06 5,04E-06 2,84E-06 1,17E-06 1,66E-07 4,49E-09
5,50E+03
4,47E-07 1,09E-06 2,01E-06 3,44E-06 1,95E-06 8,20E-07 2,43E-07 5,65E-09
6,50E+03
4,40E-07 8,30E-07 1,51E-06 2,55E-06 1,45E-06 6,21E-07 1,87E-07 9,84E-08
7,50E+03
3,57E-07 6,66E-07 1,20E-06 1,99E-06 1,14E-06 4,93E-07 1,51E-07 8,32E-08
8,50E+03
2,98E-07 5,50E-07 9,75E-07 1,62E-06 9,27E-07 4,04E-07 1,25E-07 7,16E-08
9,50E+03
2,54E-07 4,66E-07 8,18E-07 1,36E-06 7,74E-07 3,40E-07 1,06E-07 6,26E-08
1,05E+04
2,21E-07 4,03E-07 7,01E-07 1,16E-06 6,62E-07 2,92E-07 9,08E-08 5,51E-08
1,15E+04
1,94E-07 3,53E-07 6,13E-07 1,01E-06 5,79E-07 2,56E-07 7,91E-08 4,92E-08
1,25E+04
1,73E-07 3,12E-07 5,46E-07 8,91E-07 5,12E-07 2,26E-07 7,09E-08 4,44E-08
1,35E+04
1,55E-07 2,78E-07 4,91E-07 7,93E-07 4,58E-07 2,02E-07 6,34E-08 4,03E-08
1,45E+04
1,40E-07 2,50E-07 4,46E-07 7,12E-07 4,13E-07 1,82E-07 5,71E-08 3,69E-08
1,55E+04
1,27E-07 2,27E-07 4,07E-07 6,44E-07 3,75E-07 1,65E-07 5,19E-08 3,40E-08
2,25E+04
7,60E-08 1,33E-07 2,37E-07 3,84E-07 2,21E-07 9,75E-08 3,07E-08 2,14E-08
2,75E+04
5,77E-08 1,01E-07 1,78E-07 2,88E-07 1,66E-07 7,38E-08 2,33E-08 1,66E-08
3,25E+04
4,60E-08 7,99E-08 1,41E-07 2,28E-07 1,32E-07 5,87E-08 1,85E-08 1,34E-08
3,75E+04
3,80E-08 6,56E-08 1,15E-07 1,86E-07 1,08E-07 4,84E-08 1,53E-08 1,11E-08
4,25E+04
3,21E-08 5,53E-08 9,67E-08 1,57E-07 9,05E-08 4,09E-08 1,29E-08 9,52E-09
4,75E+04
2,77E-08 4,75E-08 8,28E-08 1,35E-07 7,78E-08 3,52E-08 1,11E-08 8,28E-09
Distância
S
SSW
1,50E+03
2,08E-09 3,45E-09
2,50E+03
1,76E-09 3,24E-09
3,50E+03
1,79E-09 3,92E-09
4,50E+03
8,35E-09 1,91E-08
5,50E+03
6,09E-09 5,24E-08
6,50E+03
6,85E-09 4,94E-08
7,50E+03
7,35E-09 4,63E-08
8,50E+03
7,63E-09 4,32E-08
9,50E+03
7,77E-09 4,03E-08
1,05E+04
7,71E-09 3,75E-08
1,15E+04
7,62E-09 3,51E-08
1,25E+04
7,54E-09 3,30E-08
1,35E+04
7,46E-09 3,12E-08
1,45E+04
7,39E-09 2,95E-08
1,55E+04
7,23E-09 2,79E-08
2,25E+04
6,11E-09 2,01E-08
2,75E+04
5,45E-09 1,66E-08
3,25E+04
4,90E-09 1,41E-08
3,75E+04
4,43E-09 1,21E-08
4,25E+04
4,04E-09 1,06E-08
4,75E+04
3,70E-09 9,45E-09
Valor Máximo 2,00E-05
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
1,34E-08
3,35E-09
4,17E-09
5,98E-08
1,93E-07
2,49E-07
2,23E-07
2,01E-07
1,83E-07
1,66E-07
1,53E-07
1,41E-07
1,31E-07
1,22E-07
1,15E-07
7,77E-08
6,25E-08
5,20E-08
4,42E-08
3,84E-08
3,38E-08
WSW
3,44E-08
2,23E-06
1,56E-06
1,17E-06
9,23E-07
7,57E-07
6,36E-07
5,46E-07
4,75E-07
4,20E-07
3,75E-07
3,38E-07
3,07E-07
2,80E-07
2,57E-07
1,59E-07
1,23E-07
9,89E-08
8,22E-08
6,99E-08
6,05E-08
W
2,45E-06
1,85E-06
1,32E-06
9,92E-07
7,85E-07
6,41E-07
5,38E-07
4,61E-07
3,99E-07
3,53E-07
3,14E-07
2,83E-07
2,56E-07
2,34E-07
2,15E-07
1,33E-07
1,03E-07
8,29E-08
6,89E-08
5,86E-08
5,08E-08
WNW
2,49E-06
1,37E-06
9,61E-07
7,18E-07
5,63E-07
4,59E-07
3,84E-07
3,28E-07
2,86E-07
2,52E-07
2,24E-07
2,01E-07
1,82E-07
1,66E-07
1,52E-07
9,41E-08
7,26E-08
5,85E-08
4,87E-08
4,14E-08
3,58E-08
NW
2,49E-06
1,50E-06
1,04E-06
5,88E-07
4,55E-07
3,68E-07
3,06E-07
2,60E-07
2,26E-07
1,98E-07
1,75E-07
1,57E-07
1,42E-07
1,29E-07
1,18E-07
7,22E-08
5,54E-08
4,44E-08
3,68E-08
3,12E-08
2,70E-08
NNW
2,36E-06
1,37E-06
9,11E-07
6,53E-07
4,00E-07
3,20E-07
2,62E-07
2,22E-07
1,90E-07
1,67E-07
1,47E-07
1,31E-07
1,18E-07
1,07E-07
9,77E-08
5,88E-08
4,48E-08
3,58E-08
2,96E-08
2,50E-08
2,16E-08
Fonte: PMARO, 2007.
282
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 85 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001.
Distância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
SSE
1,50E+03
1,69E-09 2,38E-09 5,19E-09 3,10E-09 4,28E-10 2,51E-10 9,68E-11 1,17E-10
2,50E+03
7,50E-10 1,57E-09 5,78E-09 1,45E-08 8,42E-09 9,35E-10 7,80E-11 4,43E-11
3,50E+03
4,32E-10 8,22E-10 2,67E-09 5,90E-09 3,48E-09 4,36E-10 4,66E-11 3,05E-11
4,50E+03
2,80E-10 5,07E-10 2,90E-09 3,27E-09 1,93E-09 6,27E-10 3,25E-11 2,21E-11
5,50E+03
1,96E-10 8,88E-10 1,90E-09 2,09E-09 1,23E-09 4,12E-10 1,47E-10 1,67E-11
6,50E+03
2,20E-10 6,41E-10 1,35E-09 1,46E-09 8,61E-10 2,93E-10 1,07E-10 2,14E-11
7,50E+03
1,70E-10 4,88E-10 1,01E-09 1,08E-09 6,40E-10 2,20E-10 8,16E-11 2,02E-11
8,50E+03
1,35E-10 3,84E-10 7,82E-10 8,34E-10 4,94E-10 1,71E-10 6,42E-11 1,96E-11
9,50E+03
1,10E-10 3,10E-10 6,27E-10 6,64E-10 3,94E-10 1,37E-10 5,21E-11 1,90E-11
1,05E+04
9,24E-11 2,58E-10 5,14E-10 5,42E-10 3,22E-10 1,13E-10 4,31E-11 1,78E-11
1,15E+04
7,92E-11 2,20E-10 4,34E-10 4,56E-10 2,72E-10 9,56E-11 3,66E-11 1,68E-11
1,25E+04
6,89E-11 1,91E-10 3,74E-10 3,92E-10 2,34E-10 8,27E-11 3,21E-11 1,59E-11
1,35E+04
6,05E-11 1,67E-10 3,27E-10 3,41E-10 2,04E-10 7,24E-11 2,81E-11 1,51E-11
1,45E+04
5,37E-11 1,47E-10 2,89E-10 3,00E-10 1,79E-10 6,40E-11 2,48E-11 1,44E-11
1,55E+04
4,80E-11 1,31E-10 2,57E-10 2,66E-10 1,59E-10 5,71E-11 2,21E-11 1,37E-11
2,25E+04
2,55E-11 6,89E-11 1,36E-10 1,38E-10 8,37E-11 2,98E-11 1,17E-11 9,24E-12
2,75E+04
1,80E-11 4,84E-11 9,48E-11 9,63E-11 5,83E-11 2,08E-11 8,26E-12 7,03E-12
3,25E+04
1,34E-11 3,59E-11 7,03E-11 7,14E-11 4,31E-11 1,54E-11 6,17E-12 5,44E-12
3,75E+04
1,04E-11 2,77E-11 5,40E-11 5,49E-11 3,31E-11 1,19E-11 4,79E-12 4,22E-12
4,25E+04
8,28E-12 2,20E-11 4,29E-11 4,36E-11 2,63E-11 9,50E-12 3,83E-12 3,36E-12
4,75E+04
6,74E-12 1,79E-11 3,48E-11 3,53E-11 2,13E-11 7,72E-12 3,14E-12 2,72E-12
Distância
S
SSW
1,50E+03
9,35E-11 1,29E-10
2,50E+03
5,92E-11 8,66E-11
3,50E+03
4,17E-11 6,26E-11
4,50E+03
3,09E-11 2,82E-11
5,50E+03
1,50E-11 2,23E-11
6,50E+03
1,19E-11 1,76E-11
7,50E+03
9,54E-12 1,43E-11
8,50E+03
7,81E-12 1,18E-11
9,50E+03
6,64E-12 1,01E-11
1,05E+04
5,72E-12 8,68E-12
1,15E+04
4,99E-12 7,58E-12
1,25E+04
4,40E-12 6,68E-12
1,35E+04
3,91E-12 5,95E-12
1,45E+04
3,51E-12 5,34E-12
1,55E+04
3,17E-12 4,83E-12
2,25E+04
1,80E-12 2,80E-12
2,75E+04
1,33E-12 2,08E-12
3,25E+04
1,04E-12 1,66E-12
3,75E+04
8,44E-13 1,39E-12
4,25E+04
7,04E-13 1,22E-12
4,75E+04
6,00E-13 1,10E-12
Valor Máximo 1,45E-08
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
1,60E-10
8,00E-11
5,82E-11
4,53E-11
4,92E-11
6,08E-11
6,09E-11
6,01E-11
5,74E-11
5,45E-11
5,19E-11
4,97E-11
4,77E-11
4,55E-11
4,30E-11
2,93E-11
2,27E-11
1,75E-11
1,37E-11
1,11E-11
9,09E-12
WSW
2,08E-10
1,44E-09
9,39E-10
6,62E-10
4,94E-10
3,83E-10
3,06E-10
2,51E-10
2,11E-10
1,82E-10
1,59E-10
1,40E-10
1,24E-10
1,11E-10
1,01E-10
5,55E-11
3,98E-11
3,00E-11
2,34E-11
1,88E-11
1,55E-11
W
1,19E-09
9,46E-10
6,21E-10
4,37E-10
3,26E-10
2,53E-10
2,02E-10
1,66E-10
1,39E-10
1,20E-10
1,05E-10
9,29E-11
8,28E-11
7,42E-11
6,69E-11
3,69E-11
2,65E-11
1,99E-11
1,56E-11
1,25E-11
1,02E-11
WNW
1,19E-09
6,48E-10
4,22E-10
2,96E-10
2,19E-10
1,69E-10
1,35E-10
1,10E-10
9,25E-11
7,95E-11
6,92E-11
6,08E-11
5,40E-11
4,83E-11
4,35E-11
2,39E-11
1,71E-11
1,29E-11
1,00E-11
8,04E-12
6,58E-12
NW
1,30E-09
7,27E-10
4,64E-10
2,41E-10
1,76E-10
1,35E-10
1,07E-10
8,69E-11
7,25E-11
6,20E-11
5,38E-11
4,72E-11
4,18E-11
3,73E-11
3,35E-11
1,82E-11
1,30E-11
9,74E-12
7,59E-12
6,07E-12
4,97E-12
NNW
1,22E-09
6,53E-10
4,08E-10
2,74E-10
1,71E-10
1,30E-10
1,01E-10
8,16E-11
6,70E-11
5,72E-11
4,94E-11
4,32E-11
3,81E-11
3,39E-11
3,04E-11
1,63E-11
1,16E-11
8,66E-12
6,72E-12
5,37E-12
4,38E-12
Fonte: PMARO, 2007.
283
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Para o caso dos efluentes líquidos radioativos, para as estimativas de dose no grupo
crítico, a diluição no corpo aquático não foi considerada, isto é, admitiu-se que a
concentração de substâncias radioativas no túnel de descarga em Piraquara de Fora
se mantém a mesma em todo e qualquer local na região considerada.
Os dados estão referenciados a uma rosa dos ventos composta de 16 setores de 22,5
graus centrada no prédio do reator de Angra 3 cujas coordenadas UTM (Zona 23 –
Elipsóide Internacional 1910) são:
x
y
554 365,75E
7 455 388,25N
As coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina são mostradas na Tabela 86.
Tabela 86 – Coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina de Angra 1.
Angra 1
x
555 625E
y
7 455 397N
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS, MODELOS DE
TRANSPORTE E CÁLCULO DE DOSE
Os rejeitos gasosos potencialmente radioativos de uma Usina PWR do tipo de Angra 1
podem ser classificados em três categorias principais quanto à sua origem:
9 Os gases provenientes diretamente do ciclo primário, que incluem: gases de
fissão radioativos; o oxigênio e o hidrogênio, resultantes da decomposição da
água pelo fluxo neutrônico - radiólise; e nitrogênio - gás carreador de purga;
esses gases são tratados e processados pelo sistema de processamento de
rejeitos gasosos antes de sua emissão;
9 Os gases e aerossóis potencialmente radioativos e eventuais gases de
ativação arrastados pelo sistema de ventilação da área de acesso controlado
da Usina; potenciais gases e aerossóis radioativos succionados pelo sistema
de ventilação do Edifício Auxiliar do Reator e do annulus, e que são tratados
pelo sistema de ventilação antes de sua descarga;
9 Os gases não condensáveis provenientes diretamente do ciclo secundário, que
são monitorados quanto à sua radioatividade e liberados para a atmosfera.
O Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos consiste essencialmente de um
circuito fechado compreendendo dois compressores, dois recombinadores catalíticos
de hidrogênio e seis tanques para acumular os gases nobres de fissão. A entrada de
atividade neste sistema se dá, majoritariamente, através do espaço gasoso do tanque
de controle volumétrico.
A Tabela 87 apresenta as atividades acumuladas em um tanque do Sistema de
Processamento de Rejeitos Gasosos de Angra 1 no final de 40 anos de operação
284
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
contínua a uma potência de 1961 MWt e com uma taxa de falha de 1% do
combustível.
Tabela 87 – Atividades no Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos e Liberação para a
Atmosfera
ISÓTOPO
ATIVIDADE EM UM TANQUE APÓS 40 ANOS (Bq)
LIBERAÇÃO
Decaimento 0
Decaimento 50 dias
(Bq/ano)
Kr 85 m
1,92E+12
0,00E+00
1,48E+10
Kr 85
1,25E+15
1,24E+15
2,41E+12
Kr 87
2,18E+11
0,00E+00
1,67E+09
Kr 88
1,98E+12
0,00E+00
1,52E+10
Xe 131 m
1,98E+13
1,11E+12
0,00E+00
Xe 133
1,49E+15
2,07E+12
3,44E+12
Xe 133 m
1,58E+13
0,00E+00
4,44E+10
Xe 135 m
3,70E+09
0,00E+00
0,00E+00
Xe 135
1,06E+13
0,00E+00
8,14E+10
Xe 138
1,11E+10
0,00E+00
m: metaestável. Fonte: RFAS, Cap. 11, Rev.35
0,00E+00
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.3.1 Modelo de Transporte
Para avaliar-se o potencial dispersivo de um local específico ou de uma região, é
necessário medir os fatores que restringem a dispersão turbulenta na camada limite da
atmosfera próximo à superfície da Terra. A noção de camada limite da atmosfera
usada pelos meteorologistas ambientais compreende a camada de ar entre a
superfície e uma altura variável diária e sazonalmente. Em média, a camada limite de
um lugar alcança 1000 m de altura. Este seria o primeiro limite prático para a difusão
vertical dos poluentes industriais; como abaixo de 1 km de altura há cerca de 10% da
massa atmosférica, em termos práticos, todos os rejeitos lançados no ar ficariam
contidos nessa parte da atmosfera. As alturas médias mensais da camada de mistura
(CM) no Rio de Janeiro são mostradas na Figura 139. Em Angra dos Reis, na bacia de
ar da Baía da Ilha Grande deve ser esperado comportamento equivalente.
Observa-se que a altura máxima da CM atinge valor médio anual de 1017 m na
Estação do Galeão. A orografia em torno da Central Nuclear mostra alturas de mais de
1000 m. Isto faz com que a massa de ar sobre a Baía fique estanque; fechada pelas
serras nas laterais e limitada pela camada de inversão acima da CM.
285
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ALTURAS MÉDIAS DA CAMADA DE
MISTURA NO RIO DE JANEIRO
Média das máximas à tarde
Alturas médias às 09 horas
1200
1100
ALTURAS DA CAMADA DE MISTURA (m)
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
Figura 139 – Alturas Médias da Camada de Mistura (CM) Turbulenta na Cidade do Rio de Janeiro
(Estação do Galeão).
Fonte: PMARO, 2007.
Durante o verão, quando as brisas de mar são mais intensas, a altura máxima da CM
alcança valores menores. No inverno, a altura da camada de mistura pela manhã é
menor devido às inversões de temperatura noturnas. A presença de águas mornas da
Baía da Guanabara impedem que as inversões noturnas sejam muito intensas. Na
bacia atmosférica da Baía da Ilha Grande, deve-se esperar comportamento similar da
CM.
No estudo de poluição do ar, a camada limite da atmosfera, é tratada como camada de
mistura turbulenta. A característica principal da camada de mistura turbulenta é a não
estratificação de suas propriedades, tais como temperatura, umidade e composição de
contaminantes e aerossóis. Esse fenômeno deve-se à grande turbulência diária
provocada pela insolação sobre a superfície. O ar é aquecido pelo contato com o solo,
formando vórtices ou parcelas mais quentes que sobem turbulentamente até uma
altura de equilíbrio térmico produzido pela expansão adiabática.
Esse processo convectivo causa a mistura vertical dos contaminantes e a
homogeneização das propriedades da camada de mistura. Muitas vezes, acima da
camada de mistura pode ser encontrada uma camada de inversão térmica suspensa,
na qual a temperatura potencial é maior do que a temperatura do ar na camada de
286
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
mistura. Ocasionalmente, a camada de inversão pode ser tão intensa a ponto de
apresentar temperaturas do ar (temperaturas medidas) maiores do que nas camadas
inferiores, principalmente à noite. A camada de inversão suspensa possui turbulência
reduzidíssima, ventos fracos com movimentos subsidentes.
5.5.3.1.1 Transporte Horizontal pelos Ventos
O espalhamento horizontal dos poluentes na camada de mistura é limitado pela
velocidade dos ventos em conexão com a estabilidade atmosférica (gradiente vertical
de temperatura). A estabilidade atmosférica indica o potencial de deslocamento
vertical das emissões gasosas. Ao subir para níveis mais altos, o poluente encontra
correntes de ar mais fortes e maior volume atmosférico para se misturar. Quando a
CM atinge pleno desenvolvimento, não há estratificação das subcamadas de ar.
Portanto, o gradiente vertical de temperatura potencial é constante (-9,8o/km para
atmosfera seca e -6,5o/km para atmosfera úmida), nesse caso a condição de
estabilidade atmosférica é classificada pelo esquema de Pasquill como neutra ou
indiferente (classe D).
Nesse estado, uma parcela de ar e suas propriedades não mostram tendência para
subir ou descer. No fim do dia, o sol se põe e imediatamente o solo começa a perder
mais calor por irradiação infravermelha do que recebe da luz atmosférica ou da
radiação infravermelha do ar quente. Nessa situação principia o resfriamento da
camada de ar diretamente em contato com o solo. O solo que durante o dia foi uma
fonte térmica para a CM, à noite passa a funcionar como um sumidouro de calor
retirado do ar. Durante a noite, o processo continua e se intensifica dando origem a
uma camada de ar mais fria em baixo perto do chão.
A esse fenômeno denomina-se inversão térmica noturna. Se os ventos forem muito
fracos, há pouca turbulência mecânica, essa camada fria de ar pode atingir alturas de
100 m a 300 m no final da madrugada. Em havendo umidade suficiente no ar, formamse os nevoeiros, característicos dos vales e planícies nos meses de inverno.
5.5.3.1.2 Distribuição das Classes de Estabilidade em Angra dos Reis
Dentro da camada estável ou de inversão, o gradiente vertical de temperatura
potencial tende para zero ou pode até vir a ser positivo. Na classificação de Pasquill, a
estabilidade pode ser enquadrada nas categorias E (ligeiramente estável) e F
(estável). Nessas condições, os poluentes, ainda quando liberados muito quentes,
sobem pouco, e se difundem lentamente na horizontal por falta de turbulência no ar.
Pela manha, ao nascer do Sol, se inicia um novo ciclo diário de evolução da camada
de mistura. A radiação solar que aquece o solo, logo na primeira hora do dia, gera o
calor necessário para principiar a erosão da camada de inversão térmica de radiação
noturna.
Todos as emissões contaminantes do período noturno imediatamente vão sendo
misturadas no ar mais quente. Nas horas matinais, quando se estabelece forte
287
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
gradiente de temperatura próximo à superfície, têm-se classes de estabilidade de
Pasquill instáveis (A, B, C). Essas classes instáveis são muito favoráveis à dispersão
dos poluentes, entretanto, não permanecem por muito tempo, visto que a turbulência
convectiva leva a camada de mistura para a condição neutra (D). Geralmente a CM
atinge desenvolvimento máximo na parte da tarde, em torno do horário da ocorrência
das temperaturas máximas.
Na Figura 140, apresentam-se as freqüências das ocorrências das classes de
estabilidade na Central Nuclear. As classes instáveis acontecem durante tempo muito
curto, dado que, ao se aquecer o solo pela manhã, o ar mais frio e denso do mar logo
avança para a praia. Dessa forma, a brisa fria leva as condições de estabilidade para
as classes D ou E, imediatamente. Portanto, a presença do mar impede o
estabelecimento de condições instáveis na Central Nuclear. Por outro lado, não deixa
formarem-se as inversões muito intensas noturnas das classes G e F, visto que o mar
é um reservatório de calor. Assim, tem-se, durante o dia ou à noite o predomínio de
classes de estabilidade D e E em Angra dos Reis. Vale ressaltar que essas classes de
estabilidade são determinadas pelo gradiente vertical de temperatura entre o nível de
10 m e 100 m da Torre A, com base nos dados dos anos de 2006 e 2007. As classes
D (neutra) e E (ligeiramente estável) predominam.
Figura 140 – Gráfico das freqüências das classes de estabilidade de Pasquill na Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto.
Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA.
288
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.3.1.3 Os ventos Alísios
A região tropical e subtropical é caracterizada pelos ventos alísios em direção ao
Equador. O excesso de calor da região equatorial é transportado para os pólos por
três células de Hadley em cada hemisfério. Na região equatorial, o ar é aquecido e
convectivamente sobe até o topo da troposfera. Nas camadas mais altas, esse ar
dirige-se na direção polar. Durante o deslocamento para os pólos, o ar vai perdendo
calor por emissão infravermelha para o espaço. Ao chegar próximo à latitude de 30
graus, está mais denso e frio e começa a afundar (movimento subsidente). Esse
movimento subsidente cria duas zonas de altas pressões subtropicais em torno do
Globo, chamadas cristas das altas subtropicais. A partir dessas áreas de alta pressão,
ocorre advecção de ar em direção ao Equador pela camada da superfície, dando
origem aos ventos alísios, que possuem a característica de serem constantes (não
necessariamente persistentes) em direção, sobre os oceanos, de velocidades médias
entre 2 m/s e 3 m/s, com direção predominante de SE a E, no Hemisfério Sul.
5.5.3.1.4 A estrutura vertical dos ventos sobre Angra dos Reis
A crista de alta pressão não forma uma cinta contínua em torno do Globo. Está
dividida em células de circulação entre os continentes do Hemisfério Sul. No Atlântico
Sul tem-se o anticiclone do Atlântico Sul, também chamado de centro de ação do
Atlântico Sul ou anticiclone do Atlântico Sul. No Pacífico Sul, na costa chilena fica o
anticiclone do Pacífico, que também influencia o clima do Sul do Brasil. A área de um
anticiclone caracteriza-se por ter tempo estável, ventos fracos e movimentos
subsidentes do ar nas camadas abaixo de 5 km de altura. Geralmente o gradiente
vertical de temperatura é de condição de atmosfera neutra (D) ou ligeiramente estável
(E). As áreas centrais dos anticiclones apresentam pressão atmosférica elevada,
acima de 1020 hPa.
No inverno, o centro do anticiclone do Atlântico Sul se localiza na latitude na cidade de
Vitória (20 graus Sul) no estado do Espírito Santo, no verão oscila para sul, podendo
ter seu centro variando entre 25 e 30 graus de latitude Sul. O eixo central da célula
anticiclônica inclina-se para o lado do Equador. Sua base está sempre situada nas
áreas de águas frias do oceano, nas camadas mais altas, no inverno, podem ser
localizado sobre o Planalto Brasileiro. No verão devido ao forte aquecimento tropical e
aos fortes ventos contra-alísios de N a NW — nas camadas acima da camada de
mistura —, o anticiclone se afasta da costa do Rio de Janeiro e desaparece da região
continental. Na superfície, os ventos na costa fluminense raramente sopram de SE.
Dada a posição relativa da região ao centro do anticiclone, observam-se ventos alísios
de E a NE. Esses ventos estão relacionados à Corrente Oceânica do Brasil e ao
próprio relevo das Serras do Mar e da Mantiqueira. Essas mudanças de posição do
anticiclone causam as grandes variações de pressão e direções dos ventos entre o
inverno e o verão.
289
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 141, apresentam-se as componentes meridionais dos ventos superiores no
Rio de Janeiro. Vê-se claramente que existe durante todos os meses do ano uma
componente de N abaixo dos 500 hPa ou abaixo de 5 km de altura. No gráfico, o nome
dos setores predominantes dos ventos aparece ao longo das linhas correspondentes
aos níveis. No nível de 850 hPa, a componente de norte é máxima e decresce com a
altura, sendo que aos 500 hPa já aparece uma fraca componente de sul de março a
outubro. Forma-se, desse modo uma espiral de ventos sobre a região.
Nos dias de forte aquecimento nas serras em Angra, formam-se células convectivas
térmicas. Muitas delas resultam na condensação e aparecimento de nuvens. Essas
células térmicas estabelecem um mecanismo comum de troca de massa de ar na
direção vertical. Os poluentes levados para os níveis altos são transportados para o
mar pelos ventos contra-alísios de N a NW.
3.5
N
NW
COMPONENTE MERIDIONAL DOS VENTOS
Valores positivos para o sentido N-S
3.0
Galeão de 1970 a 1979: 850 hPa
NNW
Galeão de 1970 a 1979: 700 hPa
Galeão de 1970 a 1979: 500 hPa
2.5
VELOCIDADES MERIDIONAIS (m/s)
NW
N
N
2.0
NNW
NNW
NNW
NW
NW
WNW
N
1.5
NW
NW
NW
WNW
WNW
NW
1.0
NW
WNW
W
W
0.5
W
W
W
W
W
W
W
0.0
W
W
W
-0.5
W
W
-1.0
W
-1.5
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Figura 141 – Componentes meridionais (N-S) dos ventos sobre o Rio de Janeiro e Angra dos Reis.
Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA.
Os símbolos ao longo das curvas indicam os setores de direção predominante durante
os meses do ano. As direções dos ventos nas camadas de 850 hPa (ca. de 1500 m de
altura), 700 hPa (ca. de 3000 m) e 500 hPa (ca. de 4800 m) mostram que os ventos
contra-alísios são de N a NW, no primeiro nível, no nível de 3 km os ventos passam a
ser mais freqüentes de NW a W e no terceiro nível de 500 hPa de W, exceto no verão,
290
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
quando mantêm uma componente significativa de N. De março a outubro, no nível de
500 hPa aparece uma componente fraca de S.
5.5.3.1.5 Fatores Locais e Regionais que Afetam o Potencial Dispersivo em Angra
dos Reis
A Serra do Mar e da Mantiqueira formam uma barragem às correntes de ar geradas
pelo centro de ação do Atlântico Sul. Os ventos alísios levam ar mais seco e frio em
direção ao Equador segundo o modelo da célula de Hadley. A Serra do Mar impõe-se
como um obstáculo de altitudes superiores a 1000 m. Isto força os ventos alísios a
fazerem rotas tortuosas por vales ou a contornarem as barreiras naturais. Para a
massa de ar das camadas baixas vencer as montanhas, necessitaria de muito energia.
Dessa forma os ventos em Angra dos Reis apresentam características locais, que
muito pouco se correlacionam com os ventos da circulação geral na camada limite.
Na Figura 142, apresenta-se a rosa dos ventos diurnos e noturnos em Itaorna, ao nível
de 10 m de altura da Torre A. Os ventos noturnos mais freqüentes são de N e NNE.
Esses ventos pertencem ao regime local dos ventos catabáticos. Durante o dia o
regime de ventos de brisas do mar predominam das direções de SSW e SW. Essas
direções das brisas locais são determinadas em conformidade com o relevo. Somente
quando há forte e rápido aquecimento, com instabilidade atmosférica, o ar marítimo se
aquece o suficiente para as brisas atingirem os níveis mais altos da serra.
Figura 142 – Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A10,
nos anos de 2006 a 2007.
Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA.
291
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Aparecem claramente os regimes de ventos noturnos (ventos catabáticos) de N e NNE
e os ventos do regime das brisas de mar de SSW e SW. O período diurno foi
compreendido das 07 horas às 17 horas inclusive. Verifica-se que há dois regimes de
ventos predominantes em cada um dos períodos. Nas horas de transição de um
regime para outro, ocorre superposição de domínios, em certos dias e época do ano, o
regime noturno pode prolongar-se depois das 06 horas e, no final do dia, o regime
noturno pode se antecipar, principalmente no inverno.
Em parte do tempo, existem ventos de NE a NW soprando sobre as serras, em sentido
oposto à rota mais favorável para as brisas de SW chegarem ao Vale do Paraíba pela
brecha da serra que leva ao município de Rio Claro. De qualquer forma, durante o dia,
a bacia de ar da Baía da Ilha Grande fica pressionada contra as serras. Uma
conseqüência dessa situação é a existência de alto índice de calmarias ou de ventos
muito fracos.
5.5.3.1.6 A brisa do mar
O mar é outro fator que afeta a dispersão e a direção dos ventos. Durante o dia, a
insolação sobre as serras cria forte contraste de temperatura horizontal. Dado um nível
nas serras, onde a temperatura do ar pode subir mais de 10 ºC, nas primeiras horas do
dia, e um ponto na mesma altitude sobre o mar, cria-se forte gradiente de densidade
do ar, que dá origem às brisas do mar. Os ventos das brisas sopram inicialmente
através das primeiras dezenas de metros da camada de mistura.
Figura 143 - Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A100,
nos anos de 2006 a 2007.
Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA.
292
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O período diurno foi compreendido das 07 horas às 17 horas inclusive, é o regime das
brisas de mar de SW e dos setores laterais SSW e WSW. À noite, quando as brisas
cessam, com certa freqüência aparecem os ventos da circulação geral de NE, ENE e
E. Nas horas de transição de um regime para outro, ocorre superposição de domínios,
em certos dias e época do ano, o regime noturno pode prolongar-se depois das 06
horas e, no final do dia, o regime noturno pode se antecipar, principalmente no
inverno.
Entretanto, à medida que o aquecimento sobre as serras aumenta, a camada de ar
marítimo aprofunda-se sobre o continente. Esse regime de vento regional, por ser, em
média, mais forte que os ventos da circulação geral (alísios), impõe sua predominância
e suas características. Uma das características do ar oceânico é sua temperatura
muito próxima da temperatura média da água do mar na região. Na área de Angra dos
Reis, a temperatura média do ar no mar é de 24 graus. Outra característica do ar
sobre o mar tropical é sua estabilidade atmosférica, dado que se está sob uma área de
alta pressão.
A massa de ar estável, que as brisas trazem para o continente, forma uma camada
limite interna estável, desfavorável à dispersão em Angra. Esse ar estável e denso não
sobe as serras com facilidade. Há necessidade de muita energia solar para aquecer
esse ar e permitir as brisas subirem para o Vale do Paraíba. Somente no verão e nos
dias de muita insolação as brisas conseguem vencer as serras. A conseqüência disso
é uma alta freqüência de períodos de ventos muito fracos ou de estagnação
atmosférica e um baixo potencial de dispersão atmosférica.
Ao nível de 100 m na Torre A, durante o dia as brisas de SW e dos setores laterais
predominam. À noite, os ventos de E a NE sopram com certa freqüência. Esses ventos
pertencem ao regime da circulação geral. Durante o dia não aparecem devido ao
predomínio das brisas oceânicas.
No verão, o aquecimento das serras produz grandes células convectivas ou térmicas.
Esse é um mecanismo de transferência de ar da camada de mistura para as camadas
superiores, onde as correntes de vento são de N a NW.
À noite, conforme apresentado por meio da Figura 143, as montanhas convertem-se
em sumidouros de calor pela emissão térmica noturna. O ar em contato com o solo frio
perde calor, fica mais denso e começa a ser drenado gravitacionalmente para os vales
e para o mar. Aparecem, assim os chamados ventos catabáticos.
Esse ar frio intensifica a inversão térmica durante a noite. Os ventos catabáticos só
afetam uma camada de poucas dezenas de metros de espessura. As emissões de
poluentes ao serem levadas de encontro às serras, podem ser apanhadas nessas
correntes e recircularem de volta para o local de origem. Na Central Nuclear, ao nível
de 10 m de altura na Torre A, esses ventos são de norte e de alta freqüência noturna.
Acima do nível de 60 m da Torre A, esse vento raramente aparece.
293
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.3.1.7 Transporte atmosférico local, regional e planetário
Até aqui foram discutidos os regimes de vento da circulação geral na região de Angra
dos Reis, os regimes regionais (brisas do mar) e os regimes locais (ventos
catabáticos). Os ventos alísios da circulação geral somente mostram sua fraca
presença à noite, na Torre A100 e no alto das montanhas, como na Torre D (300 m de
altura). As brisas de mar sopram durante o dia. No verão, quando estão bem
desenvolvidas podem gerar ventos de até 4 m/s, durante períodos curtos. Os regimes
locais dos ventos catabáticos, distribuem-se por inúmeros vales e seguem as calhas
de drenagens formadas entre morros, seguindo o mesmo padrão de drenagem das
águas. Formam correntes de ar frio de pouca espessura (10 a 50 m).
Essas correntes têm importância local para a dispersão, visto que os poluentes
liberados por chaminés altas podem ser transportados de encontro aos montes, onde
podem ser apanhadas pelos fluxos catabáticos e retornarem ao local de partida ou
serem arrastados ao fundo dos vales e para o mar, ao nível da superfície. As brisas
possuem características de circulação de mesoescala. Só muito raramente podem
levar poluentes da bacia de ar da Baía da Ilha Grande para o Vale do Paraíba.
Embora, no verão, as brisas de mar possam ser medidas no Vale do Paraíba, já a
partir das 13 horas, não significa que a massa de ar que passa pelos sensores tenha
deixado o litoral naquele mesmo dia.
O transporte atmosférico da Central Nuclear até o Vale do Paraíba pode demorar mais
de 10 horas, em dias de fortes brisas. Esse transporte se dá na direção NE, pela
brecha da Serra do Mar, passando pelo Município de Rio Claro. Dessa maneira,
somente no início da noite e raramente os ventos marinhos chegariam à região do
Vale do Paraíba. Durante o período noturno, os ventos de E a NE predominam sobre
as serras e no Vale do Paraíba. Esse movimento contrário, faria a massa marítima
deslocada para as serras, retornar em parte à bacia da Ilha Grande.
Nem todo o ar soprado pelas brisas teria como destino o Vale do Paraíba. Quando há
um fluxo de massa em um dado sentido, é necessário um sumidouro para essa
massa. Como na região, os ventos predominantes acima das serras são de E a NE,
podendo ser de NE a NW no verão, as brisas encontram oposição ao próprio
escoamento para NE. Assim acabam encontrando, na base das células convectivas
(das nuvens) da encosta das serras, um sumidouro natural. Por meio das grandes
térmicas esse ar pode ser lançado na circulação geral dos contra-alísios de NW ou N.
Uma grande parte desse ar das brisas, depois de atingir alturas entre 500 e 1500
metros, sobre a serra, é soprado de volta ao mar, fechando um anel de circulação
característico das brisas oceânicas.
Para que as brisas cheguem ao Vale do Paraíba, seria necessário haver a conjugação
de certas condições de estabilidade atmosférica com a presença de forte camada de
inversão térmica suspensa acima da camada de mistura. Primeiro deve haver grande
aquecimento das encostas para fornecer calor suficiente para gerar convecção
294
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
generalizada numa camada de mistura baixa, encimada por forte camada de inversão.
A camada de inversão impede a formação das convectivas grandes que penetram as
correntes dos contra-alísios. Essa condição existe quando os ventos N e de NW são
muito intensos, especialmente no verão.
Desse modo são encontrados dois fluxos de ar de sentidos opostos, separados por
uma camada de calmarias e forte inversão térmica logo acima da camada de mistura.
Essa situação, geralmente acontece quando se aproxima uma perturbação frontal no
Sul do Brasil. Sendo o deslocamento do sistema lento, a situação pode permanecer de
3 a 5 dias.
5.5.3.1.8 Situações perturbadas
Linhas de instabilidade
Há dois tipos de perturbações principais que afetam a região do Rio de Janeiro. As
linhas de instabilidade são perturbações de mesoescala que geralmente se formam no
Planalto Central e deslocam-se em direção ao Oceano. Esse tipo de perturbação é
caracterizado por um cavado de baixa pressão e ocorre principalmente no verão e
primavera. Seu deslocamento é muito rápido. Sua passagem por um lugar não dura
mais do que 4 a 6 horas. Vem acompanhado de ventos fortes, trovoadas e fortes
precipitações. Algumas vezes interrompe o fornecimento de energia elétrica, traz
precipitação de granizo e enchentes localizadas.
As pesquisas mostraram que as linhas de instabilidade estão associadas ao avanço
de frentes frias que chegam ao Sul do Brasil. Durante a passagem de uma linha de
instabilidade os regimes de vento local, regional e da circulação geral se transtornam e
desaparecem, cedendo lugar a ventos de rajada de direções indefinidas. Ao longo de
uma linha de instabilidade formam-se inúmeras células convectivas e muitas nuvens
do tipo cumulusnimbus e cumulus. Essas nuvens se desenvolvem verticalmente e
penetram várias camadas da atmosfera, sendo que os cumulusnimbus podem chegar
a penetrar na baixa estratosfera. Essas nuvens criam fortes correntes verticais,
ascendentes no centro e descendentes nas bordas.
Nessas situações de tempo, a camada de mistura perde suas características e
desaparece em meio à turbulência generalizada de todas as camadas da atmosfera.
Depois da passagem da linha de instabilidade, o tempo volta à calma, o céu clareia, o
ar fica mais limpo e os regimes de vento retomam seu ritmo normal.
Frentes
As frentes que atingem o Rio de Janeiro podem ser do tipo frio ou quente. As frentes
frias começam a se formar quando uma massa fria do continente Antártico se
desprende do anticiclone polar, atravessa as latitudes dos ventos de oeste (Westerlies,
em inglês) no Sul da América do Sul. Esse anticiclone frio pode se aproximar da
latitude dos 30 graus vindo pelo Pacífico ou pela Patagônia. Em seu avanço encontra
295
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
o ar tropical e subtropical mais quente e úmido. Por ter pressão mais alta, promove o
recuo do anticiclone do Atlântico Sul na direção NE.
Entre as duas massas anticiclônicas forma-se uma zona de convergência de ar frio
com ar quente e úmido dos trópicos. A interface do encontro das massas é chamada
de frente fria. A faixa atmosférica da frente pode ter extensão dos Andes ao meio do
Atlântico. Essa é uma zona tempestuosa em que o ar mais frio do sul penetra por
baixo da massa tropical. Ao subir para níveis mais altos, a umidade se condensa e
forma nuvens e tempestades. O avanço das frentes do Sul do Brasil até o Rio de
Janeiro pode ser rápido — menos de 30 horas — ou lento — , pode demorar de 2 a 3
dias. Em muitas ocasiões, as frentes podem ficar bloqueadas pelo anticiclone do
Atlântico Sul. Quando isto acontece, as frentes podem se dissipar sem chegar ao Rio.
Noutras situações, as frentes avançam e recuam durante dias seguidos. Quando essa
situação de bloqueio se dá sobre a Região Sudeste, as chuvas podem durar uma
semana, todavia com pouca intensidade.
Outro tipo de frente é a frente quente. A frente quente pode ser o resultado do recuo
de uma frente fria. Isto acontece quando uma massa mais fria de pressão alta se
estabelece sobre o Sul do País. O anticiclone do Atlântico Sul intensifica-se e sopra ar
úmido sobre a massa fria do Sul. O ar mais quente e úmido dos trópicos (da Região
Amazônica) por ser mais leve sobre a rampa formada pelo ar frio do anticiclone do sul.
Nesse processo, o ar úmido se condensa e aos poucos vai formando nebulosidade
generalizada. Quando isto acorre sobre o Rio de Janeiro, o tempo fica muito quente e
úmido.
Dado que nessa situação os ventos à superfície passam a soprar de N a NW, contrário
à direção das brisas do mar, se estabelece uma calmaria muito grande. Surge uma
situação similar ao xaroco da Península Ibérica. É um tempo de inversão térmica
suspensa muito baixa e camada de mistura pouco espessa. O ar fica fosco com muita
névoa seca. Em geral, dentro de 2 ou 3 dias começa a chover uma precipitação fina e
quente. A frente quente tanto pode se dissipar sem muitas chuvas, como pode
transformar-se numa frente fria com o reforço do anticiclone transitório que se
encontrava ao sul.
Na situação perturbada, os regimes normais de vento num lugar desaparecem. As
frentes, bem antes de chegarem ao Rio, provocam mudanças radicais nos regimes de
vento. Inicialmente os ventos giram para NE e N — nos lugares onde sopram de SE e
de E. Na fase em que a frente já se encontra sobre o Paraná e S. Paulo, os ventos
viram para NW. Esses ventos do setor norte, ao descerem as serras sofrem
aquecimento adiabático e as temperaturas máximas batem recordes no Rio.
Finalmente, quando a massa fria vai chegando, os ventos turbulentos passam a soprar
de W. Rapidamente giram e sucessivamente sopram de SW, S e SE.
Nessa fase, o ar ficou mais frio, mais limpo e seco. O céu fica claro, volta o bom tempo
e menos de um dia depois os ventos assumem seus regimes normais. As situações de
296
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
tempo perturbado ocupam menos de 10 % do tempo durante o ano. As perturbações
inicialmente agravam as condições de dispersão, em vista das alterações de
condições de estabilidade da camada lime e de mudanças de direção dos ventos. No
desfecho do processo, provocam turbulência de escala planetária, favorecendo a
dispersão dos poluentes da camada de mistura.
5.5.4 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ATIVIDADE DE RADIONUCLÍDEOS
O Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional (PMARO) tem por
objetivo medir os níveis de radioatividade natural e artificial, de forma a possibilitar
uma avaliação das doses de radiação e determinar as tendências de taxas e
atividades de radionuclídeos no meio ambiente permitindo, assim, um controle de
exposição à radiação da população na área circunvizinha à Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto (CNAAA).
Os resultados do PMARO, realizado pelo Laboratório de Monitoração Ambiental da
Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, durante os anos de 2005 à 2007
são apresentados a seguir. Este programa atende às exigências de licenciamento das
Unidades I e II da CNAAA.
Amostras de vários tipos foram selecionadas para servir de indicadores do ambiente,
baseadas em caminhos críticos de transferência de radionuclídeos ao homem e a
experiência adquirida durante o programa pré-operacional. Os locais de coleta de
amostras foram determinados à partir dos dados de meteorologia local, geografia, uso
da terra, hábitos da população e foram divididos em duas áreas: impacto e controle. A
área de impacto é aquela na qual é esperada a manifestação de algum efeito devido à
liberação de efluentes líquidos ou gasosos da CNAAA, enquanto que na área de
controle tais efeitos não são esperados.
As coletas, preparos e análises das amostras realizadas na execução do programa
foram feitas de acordo com procedimentos executivos constantes do Manual de
Operação da Usina (MOU) de Angra 1.
Foram executadas medidas diretas de radiação usando-se dosímetros
termoluminescentes em conjunto com o Instituto de Pesquisas Energéticas e
Nucleares (IPEN), conforme contrato estabelecido com a Eletronuclear.
O programa de intercomparação com o Instituto de Radioproteção e Dosimetria
(IRD/CNEN) foi executado e constou de análises de amostras de água.
Os dados obtidos foram tratados estatisticamente e as médias, comparadas com as do
período pré-operacional e com as dos anos de 1982 a 2006.
São apresentadas, a seguir, as avaliações dos resultados obtidos para as diversas
amostras coletadas e analisadas em 2005, 2006 e 2007.
297
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.4.1 Amostras de Origem Marinha
5.5.4.1.1 Peixes
Não foi detectada, nem na matriz de peixe sedentário (Garoupa), nem na matriz de
peixe de curso (Carapeba), atividade relativa aos radionuclídeos artificiais. De 2005 à
2007, os valores obtidos para os radionuclídeos naturais (40K), tanto nas amostras
coletadas na área de impacto, quanto nas coletadas na área de controle, mantiveramse nos níveis normais.
A seguir são apresentados os valores de radionuclídeos artificiais (137Cs) já
encontrados na matriz de peixe sedentário e na matriz de peixe de curso, desde 2005.
Tabela 88 – Resultados de análises Peixe Sedentário de 2005 à 2007
40
Área
K (Bq/Kg tecido mole)E00
Média
Pontos
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
65,74+-7,6
IMPACTO
PIRAQUARA DE FORA
(4/4)
58,07
73,72
76,07+-7,99
CONTROLE
TARITUBA
(2/2)
70,42
81,72
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 89 - Resultados de análises Peixe de Curso de 2005 à 2007
40
Área
K (Bq/Kg tecido mole)E00
Média
Pontos
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
71,82+-16,50
IMPACTO
PIRAQUARA DE FORA
(2/2)
60,16
83,49
Fonte: PMARO, 2007.
298
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 144 - Atividade De Radionuclídeo 137Cs - Peixe Sedentário
AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,8 Eletronuclear (LMA) = 0,05.
Fonte: PMARO, 2007.
Figura 145 – Atividade De Radionuclídeo 137Cs – Peixe De Curso
AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,8 Eletronuclear (LMA) = 0,05.
Fonte: PMARO, 2007.
299
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.4.1.2 Algas
Nos anos de 2005 à 2007 não foram realizadas coletas na área de impacto devido à
ausência de algas do gênero Sargassum. Na área de controle, os valores encontrados
para os radionuclídeos naturais (40K) estão nos níveis normais e não foram detectados
radionuclídeos artificiais.
Na Tabela 90 são apresentados os valores de radionuclídeos artificiais já encontrados
para a área de impacto, desde 2005.
Tabela 90 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Alga de 2005 à 2007
40
Área
K (Bq/Kg úmido)E00
Média
Pontos
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
IMPACTO
PIRAQUARA (todos)
CONTROLE
TARITUBA
VALOR MÁXIMO
*
194,75+-2,58
(2/2)
192,93
Observação: (*) Amostras não encontradas no local.
Fonte: PMARO, 2007.
196,58
Figura 146 - Atividade de Radionuclídeos Algas
AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,81 Eletronuclear (LMA) = 0,41.
Fonte: PMARO, 2007.
300
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.4.1.3 Areia de Praia
Não foram detectados radionuclídeos artificiais em nenhuma amostra de areia de praia
de 2005 à 2007. Os valores encontrados, em todos os pontos, para os radionuclídeos
naturais (40K), mantiveram-se nos níveis normais.
5.5.4.1.4 Sedimento Marinho
Nas análises realizadas de 2005 na matriz de sedimento marinho, foram detectadas as
presenças dos produtos de corrosão ativados 54Mn em 5 amostras e 60Co em 6
amostras e do produto de fissão 137Cs em 1 amostra, todas coletadas na área de
impacto - PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47), conforme mostra a
Tabela 92. Nas análises realizadas em 2006 na matriz de sedimento marinho, foi
detectada a presença do produto de corrosão ativado 60Co em 7 amostras, todas
coletadas na área de impacto - PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47),
conforme mostra a Tabela 93. E nas análises realizadas em 2007 na matriz de
sedimento marinho, foi detectada a presença dos produtos de corrosão ativados 54Mn
em 2 amostras e 60Co em 8 amostras, todas coletadas na área de impacto PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47), conforme mostra a Tabela 94.
Estas atividades, no entanto, encontram-se abaixo dos valores estabelecidos na
norma Regulatory Guide 4.8.
Para a atividade dos radionuclídeos naturais (40K), os valores encontrados, para todas
as amostras, tanto para as coletadas na área de impacto quanto para as coletadas na
área de controle, mantiveram-se nos níveis normais.
301
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 91 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Areia de Praia
Área
Impacto
Controle
Pontos
40
K (Bq/Kg seco)E00
Média
PRQ.ENE
PRQ.ESE
PRAIA BRAVA
PRAIA DO FRADE
MAMBUCABA
TARIBUNA
589,35+-132,29
277,07+-26,16
532,36+-7,75
413,12+-121,06
432,19+-56,79
922,81+-66,18
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
2005
495,81
682,9
258,57
295,57
526,88
537,84
327,52
498,73
392,04
472,35
876,02
969,61
449,82+-153,81
357,61+-19,56
920,67+-109,04
740+-19,11
527,88+-18,49
605,65+-73,28
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
2006
374,06
558,58
343,78
371,45
843,57
997,78
727,41
754,44
514,11
540,26
553,84
657,47
595,85+-69,09
405,63+-57,09
716,39+-42,27
567,12+-65,30
594,76+-127,65
214,31+-13,56
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
(2/2)
2007
547
644,71
367,38
443,88
686,5
746,28
520,95
613,3
504,5
685,03
204,72
223,9
Fonte: PMARO, 2007.
302
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 92 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2005
40
54
K
58
Mn
Co
60
134
Co
Cs
137
Cs
( em Bq/Kg úmido)E00
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
247,00+-17,85
PRQ.ESE (Pto. 26)
PRQ.ESE (Pto. 29)
(4/4)
(3/4)
489,17
0,24
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
1,23
(1/4)
0,5
0,15+-0,06
(4/4)
(2/4)
0,11
<AMD
1,14
<AMD
250,83
293,14
(4/4)
0,77
0,35+-0,13
228,31
<AMD
272,44
433,21+-44,96
380,71
PRQ.ENE (Pto. 47)
<AMD
(4/4)
232,98
0,95+-0,21
0,42
<AMD
(1/4)
0,2
384,09+-2,69
ITAORNA-1
(2/2)
382,19
Impacto
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
386
270,82+-3,23
ITAORNA-2
(2/2)
273,11
268,54
361,53+-19,23
ILHA DO BRANDÃO
(2/2)
347,93
375,13
192,35+-0,70
ILHA DE PAQUETÁ
(2/2)
191,86
192,85
858,07+-10,34
VILA DO FRADE
(2/2)
850,76
865,39
231,81+-12,09
Controle
TARITUBA
(2/2)
223,26 240,36
OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável
Fonte: PMARO, 2007.
303
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 147 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2005
AMD (media) Bq/Kg
R. guide=6,70
Eletronuclear=0,43
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 93 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2006
40
54
58
60
134
K
Mn
Co
Co
Cs
137
Cs
(Bq/Kg úmido)E00
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
Impacto
PRQ.ESE (Pto. 26)
261,57+-40,65
(4/4)
224,82
PRQ.ESE (Pto. 29)
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
1,29
0,48+-0,34
<AMD
<AMD
(2/4)
0,24
277,94+-30,01
243,08
(3/4)
1,12
514,44
(4/4)
0,72
0,36+-,023
<AMD
<AMD
310,13
(2/4)
0,2
0,53
393,26+-10,52
(2/2)
385,82
ITAORNA-2
<AMD
471,10+-41,13
416,18
ITAORNA-1
1,20+-0,08
318,38
(4/4)
PRQ.ENE (Pto. 47)
VALOR MÁXIMO
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
400,7
292,84+-13,29
(2/2)
304
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
40
54
K
Mn
58
Co
60
Co
134
Cs
137
Cs
(Bq/Kg úmido)E00
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
283,44
ILHA DO BRANDÃO
302,24
130,46+-22,05
(2/2)
114,87
LHA DE PAQUETÁ
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
119,59
191,78+-0,89
(2/2)
191,15
Controle
NA
101,83+-25,11
84,08
TARITUBA
NA
146,05
(2/2)
VILA DO FRADE
VALOR MÁXIMO
192,41
160,43+-26,90
(2/2)
141,41 179,46
OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável
Fonte: PMARO, 2007.
Figura 148 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2006
AMD (média) Bq/Kg
R. guide=6,70
Eletronuclear=0,43
305
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 94 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2007
40
54
K
Mn
58
60
Co
134
Co
Cs
137
Cs
(Bq/Kg úmido)E00
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
PRQ.ESE (Pto. 26)
220,00+-98,92
(4/4)
140
PRQ.ESE (Pto. 29)
390,16+-73,11
314,19
106,62
(3/4)
0,25
<AMD
<AMD
0,52
0,36+-0,03
<AMD
<AMD
(2/4)
0,34
0,38
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
<AMD
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
NA
138,31
82,08+-29,94
60,91
103,26
215,41+-7,81
(2/2)
209,89
<AMD
294,78
(2/2)
Controle
<AMD
0,39+-0,13
122,46+-22,41
(2/2)
TARITUBA
<AMD
2,24
226,58+-96,44
158,39
VILA DO FRADE
(1/4)
<AMD
367,3
(2/2)
LHA DE PAQUETÁ
0,13
<AMD
365,23+-2,92
363,17
ILHA DO BRANDÃO
(3/4)
0,44
278,89
(2/2)
ITAORNA-2
<AMD
225,66+-43,87
184,35
Impacto
(1/4)
1,14+-0,97
455,8
(4/4)
ITAORNA-1
0,15
354,26
(4/4)
PRQ.ENE (Pto. 47)
VALOR MÁXIMO
220,94
149,05+-39,85
(2/2)
120,87 177,23
OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável
Fonte: PMARO, 2007.
306
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 149 - Atividade De Radionuclídeos - Sedimento Marinho Pré/2007
AMD (media) Bq/K R. guide=6,70
Eletronuclear=0,43
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.4.1.5 Água do Mar
Nos anos de 2005 à 2007, não foi detectada a presença de trítio ou qualquer outro
radionuclídeo artificial nas amostras de água do mar. Os valores encontrados para o
único radionuclídeo natural detectado nesta matriz (40K), mostraram que estão
compatíveis com os níveis históricos (Tabela 95).
Tabela 95 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Água do Mar 2005 à 2007
2005
2006
2007
40
Área
K (Bq/L)E00
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
Impacto
PIRAQUARA - ENE
13,28+-1,60
11,49+-2,10
11,49+-1,48
(12/12)
(12/12)
(12/12)
10,77
PIRAQUARA - ESE
15,88
8,23
14,68
9,6
13,53
12,76+-1,32
11,63+-2,03
10,82+-1,05
(12/12)
(12/12)
(12/12)
10,66
ITAORNA
VALOR MÁXIMO
14,81
8,63
15,28
9,31
12,76
12,00+-1,37
11,36+-1,69
10,44+-2,28
(12/12)
(12/12)
(12/12)
307
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
2005
2006
40
Área
2007
K (Bq/L)E00
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
10,01
14,05
7,81
13,15
7,57
14,91
12,46+-1,60
10,77+-1,71
10,87+-1,53
(12/12)
(12/12)
(12/12)
ILHA DO BRANDÃO
9,98
Controle
VALOR MÁXIMO
14,04
8,47
13,3
8,77
13,85
10,45+-1,13
10,25+-1,01
10,06+-1,86
(2/2)
(2/2)
(2/2)
TARITUBA
9,65
11,25
9,52
10,96
8,75
11,38
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.4.2 Amostras de Origem Terrestre
5.5.4.2.1 Leite
De 2005 à 2007, as médias obtidas para 40K encontram-se nos níveis normais, tanto
para as amostras coletadas na área de impacto quanto para as coletadas na área de
controle. Para os radionuclídeos artificiais (137Cs, 89Sr e 90Sr), as médias obtidas para
todos os pontos estão compatíveis com as dos anos anteriores, inclusive na Fazenda
Portão Vermelho (área de controle), sugerindo que os mesmos sejam provenientes de
fall-out.
As atividades de 137Cs e 89Sr / 90Sr nas amostras de leite desde o período préoperacional são apresentadas respectivamente na Tabela 96.
A coleta e análise de leite no ponto Sítio do Quincas foi interrompida entre junho e
outubro de 2005 por falta de amostra (o rebanho foi vendido).
308
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 96 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Leite 2005 à 2007
40
89
K
90
Sr
131
Sr
137
I
Cs
(Bq/L)E00
Ano
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
47,56+-4,07
SÍTIO DO QUINCAS
2005
SÍTIO DO ALCEO
<ADM
(7/12)
43,99
Impacto
0,17+-0,04
0,21+-0,15
0,10+-0,01
(12/12)
(2/4)
(2/4)
59,82
0,1
45,44+-4,00
(2/2)
42,61
(12/12)
33,63
SÍTIO DO ALCEO
0,32
(1/2)
(1/2)
0,05
0,05
(1/4)
(1/4)
(3/4)
64,3
0,03
0,26
<ADM
0,15+-0,04
<ADM
(2/12)
0,18
<ADM
(3/12)
0,12
0,26
0,05
(1/2)
<ADM
<ADM
48,28
(12/12)
41,92
SÍTIO DO ALCEO
<ADM
0,08
<ADM
(2/2)
46,34+-3,39
SÍTIO DO QUINCAS
0,12
0,14+-0,06
<ADM
45,40+-0,15
Impacto
(6/12)
0,12
(12/12)
44,52
2007
<ADM
53,19
0,06+-0,03
42,61
0,21+-0,05
0,11
0,06
54,86+-5,34
Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO
0,09
0,07
0,2
48,28
45,62+-5,6
2006
(2/12)
0,14
52,97+-3,90
Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO
Impacto
<ADM
52,97
47,51
SÍTIO DO QUINCAS
<ADM
0,12
0,04
(1/4)
(1/4)
0,16+-0,03
<ADM
52,49
45,88+-5,56
(2/12)
0,14
0,06+-0,06
0,02
<ADM
0,19
0,23+-0,08
309
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
40
89
K
90
Sr
Sr
131
137
I
Cs
(Bq/L)E00
Ano
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
(12/12)
42,22
(2/4)
52,35
39,35+-0,35
Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO
(2/2)
39,1
0,02
VALOR MÁXIMO
(2/12)
(1/4)
0,11
0,18
0,29
0,09
(1/2)
<ADM
<ADM
<ADM
39,6
Fonte: PMARO, 2007.
310
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 150 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Leite Pré/2007
AMD (Bq/L) Reg. Guide = 0,67 Eletronuclear (LMA) = 0,17
Fonte: PMARO, 2007.
Figura 151 - Atividade De Radionuclídeo 89Sr /90Sr - Leite Pré/2007
89
90
AMD (Bq/L) Reg. Guide = 0,37 Eletronuclear (LMA) = 0,06 ( Sr) 0,04 ( Sr)
Fonte: PMARO, 2007.
311
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.4.2.2 Pasto
De 2005 à 2007, não foram detectados radionuclídeos artificiais nas amostras de
pasto. Os valores encontrados para atividade dos radionuclídeos naturais (40K), em
todos os pontos, tanto da área de impacto, quanto da área de controle, apresentaramse compatíveis com os níveis normais (Tabela 97). A coleta e análise da amostra no
ponto SÍTIO DO QUINCAS não foi realizada em agosto de 2005 por dificuldade de
acesso (porteira trancada).
Tabela 97 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Pasto 2005
2005
2006
40
Área
2007
K(Bq/Kg úmido)E00
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
SÍTIO DO QUINCAS
197,23+-24,83
234,97+-26,40
201,27+-38,71
(3/4)
(4/4)
(4/4)
176,43
Impacto
SÍTIO DO ALCEO
FAZENDA PORTÃO VERMELHO
224,72
214,16
273,13
163,11
239,42
185,59+-16,43
165,82+-20,96
146,25+-10,60
(4/4)
(4/4)
(4/4)
163,41
Controle
VALOR MÁXIMO
202,47
134,43
175,9
139,63
158,47
212,14+-60,73
195,50+-24,19
181,92+-14,01
(2/2)
(2/2)
(2/2)
169,2
255,08
178,4
212,61
172,01
191,83
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.4.3 Água de Superfície
De 2005 à 2007, não foi detectado nem trítio nem qualquer outro radionuclídeo, natural
ou artificial, nestas amostras de água.
5.5.4.3.1 Água de Rio
Os resultados obtidos nos anos de 2005 à 2007 não apresentaram quaisquer
atividades de radionuclídeos naturais e artificiais.
5.5.4.3.2 Água Subterrânea
Os resultados obtidos nos anos de 2005 à 2007 não apresentaram quaisquer
atividades de radionuclídeos naturais e artificiais.
5.5.4.3.3 Sedimento de Rio
De 2005 à 2007, os resultados obtidos para os radionuclídeos naturais (40K) estão
dentro dos valores esperados e não foram detectados radionuclídeos artificiais (Tabela
98).
312
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 98 – Resultados de Análises Meio Monitorado – Sedimento de Rio 2005 à 2007
2005
2006
40
Área
Pontos
2007
K (Bq/Kg seco)E00
Média
(amostras analisadas)
643,15
RIO DO FRADE
368,87
303,34
521,4
335,08
(1/1)
IMPACTO
538,88
RIO MAMBUCABA
(1/1) Fonte: PMARO, 2007.
5.5.4.3.4 Banana
De 2005 à 2007, as análises desta matriz não detectaram a presença de qualquer
radionuclídeo artificial. Apenas radionuclídeos naturais (40K) foram encontrados e os
valores obtidos estão nos níveis normais (Tabela 99).
Tabela 99 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Banana 2005 à 2007
2005
2006
40
Área
2007
K(Bq/Kg úmido)E00
Pontos
Média
(amostras analisadas)
VALOR MÍNIMO
IMPACTO
123+-9,87
140,86+-18,23
110,17+-23,07
(6/6)
(6/6)
(6/6)
ITAORNA
110,5
137,3
129,55+-3,79
CONTROLE
VALOR MÁXIMO
PARATI
(2/2)
126,87
122,64
141,06
143,91+-15,86
72,34
107,39+-17,66
(2/2)
132,23
132,69
155,12
131,23
(2/2)
94,9
119,88
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.4.3.5 Solo
Em 2005 e 2007, as análises desta matriz detectaram a presença de 137Cs, tanto nas
amostras coletadas na área de impacto (2 amostras) quanto nas coletadas na área de
controle (2 amostras), indicando que o mesmo é proveniente de fall-out. Em 2006, as
análises desta matriz detectaram a presença de 137Cs, tanto nas amostras coletadas
na área de impacto (2 amostras) quanto nas coletadas na área de controle (1
amostra).Os valores obtidos estão abaixo dos níveis definidos no Reg. Guide 4.8 e no
NUREG 1301. A evolução da atividade de 137Cs em solo é apresentada na Tabela 100.
313
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 100 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Solo 2005 à 2007
40K
137Cs
(Bq/Kg seco)E00
Ano
Área
Pontos
Média
(amostras analisadas)
IMPACTO
VALOR MÍNIMO
VALOR MÁXIMO
549,78+-107,54
0,56+-0,30
(6/6)
(2/6)
ITAORNA
418,32
2005
CONTROLE
666,4
1,65+-0,21
(2/2)
(2/2)
PARATI
282,63
1,5
1,8
411,75+-105,00
0,54+-0,15
(6/6)
(2/6)
ITAORNA
309,76
2006
0,78
259,94+-32,09
237,25
IMPACTO
0,35
506,34
0,44
0,65
304,99+-44,15
CONTROLE
PARATI
273,77
IMPACTO
336,21
201,82+-66,61
1,31+-0,59
(6/6)
(2/6)
ITAORNA
126,69
2007
CONTROLE
<AMD
(2/2)
284,08
0,89
1,73
205,33+-71,63
2,04+-0,44
(2/2)
(2/2)
PARATI
154,68
255,98
1,73
2,35
Fonte: PMARO, 2007.
Figura 152 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Solo 2002/2007
AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 5,55 Eletronuclear (LMA) = 0,60
314
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.4.4 Amostras de Origem Aérea
Á partir de abril de 2006 o ponto de coleta do Hotel do Frade, tanto para ar-particulado
quanto para ar-iodo e precipitação foi definitivamente transferido para a CASA DE
BOMBAS. Entretanto, continuará a ser referenciado como Frade.
5.5.4.4.1 Ar Particulado
De 2005 à 2007, as médias encontradas para as amostras de ar coletadas, tanto na
área de impacto como na área de controle, apresentaram valores para beta total
compatíveis com os anteriormente obtidos.
Não foram detectados radionuclídeos naturais e artificiais.
5.5.4.4.2 Ar Iodo
Durante os anos de 2005 à 2007, não foi detectada, nas amostras de filtro de carvão
ativado, atividade de iodo radioativo.
5.5.4.4.3 Precipitação Pluviométrica
Nas amostras de precipitação pluviométrica (água de chuva), de 2005 a 2007, não foi
detectada a presença de trítio, bem como de qualquer outro radionuclídeo artificial ou
natural.
5.5.5 IDENTIFICAÇÃO E ESTIMATIVA DE DOSE DOS GRUPOS CRÍTICOS E DOS
CAMINHOS CRÍTICOS DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO
Amostras de vários tipos são selecionadas para servirem de indicadores do ambiente,
baseados em caminhos críticos de transferência de radionuclídeos do meio ambiente
para o homem.
As amostras de origem marinha incluem areia de praia, sedimentos, água do mar, alga
e peixes. Amostras de origem terrestre incluem leite, pasto e água de superfície.
Amostras de origem atmosférica consistem de precipitação (água de chuva),
particulados (aerossóis) e filtros de carbono para pesquisa do I-131.
As análises das amostras são feitas por espectrometria de raios gama, contagem β
total e por contagem β por cintilação líquida. As freqüências de coleta e análise das
amostras são variáveis.
Os principais radionuclídeos com probabilidade de serem emitidos como efluentes
líquidos e gasosos de reatores tipo PWR, apresentam os seguintes caminhos:
9 Dois importantes caminhos para a exposição humana foram identificados para
os efluentes líquidos: água do mar → peixe → cadeia alimentar humana e
exposição direta de radionuclídeos depositados na areia da praia. No primeiro
315
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
caminho, os “nuclídeos críticos” são césio 134 e césio 137, enquanto no
segundo, esses nuclídeos são cobalto 58 e cobalto 60.
9
Peixe
Água do Mar
Cadeia alimentar humana
Figura 153 – Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes
líquidos.
9 Para os efluentes gasosos, tem-se também dois caminhos para exposição
humana, sendo o primeiro conhecido como caminho do iodo 131, apresentado
na Figura 154 e o caminho de exposição direta à radiação para a liberação de
gases nobres.
Ar
Pasto
Vaca
Leite
Homem
Figura 154 - Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes
gasosos.
5.5.6 MODELOS UTILIZADOS PARA OS CÁLCULOS DAS CONCENTRAÇÕES DE
ATIVIDADE DE RADIONUCLÍDEOS E DE DOSE
As vias de exposição mais relevantes, no que concerne a exposição humana à
radiação como resultado da operação de Angra 1 são listadas abaixo. Os valores dos
parâmetros utilizados no cálculo da dose são referenciados à medida que aparecem
no texto.
Liberações para a atmosfera
•
Exposição a radiações γ e β diretas da nuvem;
•
Radiação γ direta da atividade depositada no solo;
•
Inalação de ar contaminado;
•
Ingestão de alimentos contaminados.
Liberações para o mar
•
Recreação na praia;
•
Ingestão de produtos marinhos contaminado.
As suposições básicas e os modelos utilizados para calcular as doses
correspondentes a cada uma das vias de exposição acima e estimar a dose
equivalente efetiva são apresentadas abaixo.
5.5.6.1 Liberações para a Atmosfera
5.5.6.1.1 Exposição à Radiação γ e β direta da Nuvem
316
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A dose devida à exposição gama direta é dada por:
Dγ = SF.AL.(χ/Q).DFγ
Dβ = SF.AL.(χ/Q).DFβ
Sendo:
Dγ
Dose Efetiva devida a radiação gama direta emitida por um nuclídeo na nuvem (Sv/a)
Dβ
Dose Equivalente na pele ou no cristalino devida a radiação beta direta emitida por um nuclídeo na
nuvem (Sv/a)
SF
Fator de atenuação pelo efeito de blindagem das edificações SF=1
AL
Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a)
DF
γ
Fator de dose efetiva para submersão gama (Sv.m3/Bq.s).
(χ/Q)
Fatores de dispersão atmosférica, em s/m3, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100
entre 01/01/2000 e 31/12/2001.
DFβ
Fator de dose equivalente, na pele ou cristalino, devida a radiação beta direta emitida por um
nuclídeo na nuvem (Sv.m3/Bq.s)
Isótopo
Tabela 101 - Fatores de Dose para Gases Nobres.
Submersão Gama
Beta no Cristalino
Beta na Pele (Equivalente)
(Efetiva)
(Equivalente)
3
(Sv/s)/(Bq/m
)
(Sv/s)/(Bq/m3)
(Sv/s)/(Bq/m3)
AR41
2,83E-14
2,70E-14
2,10E-16
KR85
3,27E-17
1,30E-14
0,00E+00
KR85M
1,74E-15
1,30E-14
0,00E+00
KR87
1,79E-14
8,40E-14
2,40E-14
KR88
4,83E-14
2,80E-14
6,40E-15
KR89
1,59E-13
0,00E+00
0,00E+00
XE131M
1,14E-15
3,80E-15
0,00E+00
XE133
4,34E-16
2,70E-15
0,00E+00
XE133M
2,05E-15
8,10E-15
0,00E+00
XE135
2,86E-15
1,70E-14
0,00E+00
XE135M
7,75E-15
5,70E-15
0,00E+00
XE137
2,10E-15
0,00E+00
0,00E+00
XE138
2,48E-14
4,00E-14
5,60E-15
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.6.1.2 Radiação γ direta da atividade depositada no solo
A dose devida à radiação gama emitida por nuclídeos depositados no solo é dada por:
Sendo:
DγG
Dose devida à exposição ao solo contaminado (Sv/a)
(D/Q)
Fatores de deposição relativa, em 1/m2 calculados com base nos dados obtidos da Torre A100
entre 01/01/2000 e 31/12/2001.
SF
Fator de atenuação SF = 1
γ
2
DF G Fator de dose efetiva para exposição ao solo contaminado (Sv.m /Bq.s).
317
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
λ
Constante de decaimento do nuclídeo (h-1)
tb
Tempo de acumulação da atividade depositada (h) tb = 15a
Tabela 102 - Fatores de Dose.
Exposição ao Solo
Beta na Pele
(Efetiva)
(Equivalente)
(Sv/s)/(Bq/m2)
(Sv/s)/(Bq/m3)
Isótopo
Submersão Gama
(Efetiva)
(Sv/s)/(Bq/m3)
Beta no Cristalino
(Equivalente)
(Sv/s)/(Bq/m3)
H3
0,00E+00
0,00E+00
0,00E+00
0,00E+00
C14
0,00E+00
0,00E+00
2,30E-16
0,00E+00
CR51
3,74E-16
3,10E-17
2,80E-Í8
0,00E+00
MN54
1.54E-14
8,00E-16
1,30E-17
0,00E+00
FE59
2.52E-14.
1,10E-15
3,80E-15
2,50E-18
C057
9,87E-16
1.10E-16
8,90E-17
0,00E+00
CO58
1,72E-14
9,30E-16
1,30E-15
0,00E+00
C060
5,45E-14
2,30E-15
2,40E-15
3,20E-18
ZN65
1,20E-14
5,40E-16
7,40E-17
0,00E+00
SR89
1,74E-18
0,00E+00
3,50E-14
9,40E-16
SR90
0,00E+00
0,00E+00
8,90E-15
2,40E-18
ZR95
1,29E-14
1.40E-15
3,70E-15
0,00E+00
NB95
1,36E-14
7,30E-16
2,50E-16
0,00E+00
RU 103
6,89E-15
4,60E-16
1,60E-15
0,00E+00
RU 106
3,24E-15
1,90E-16
8,10E-14
2,20E-14
AG110M
5,20E-14
2,60E-15
3,30E-15
2,00E-16
SB 122
6,97E-15
4,30E-16
3,40E-14
1,40E-15
SB 124
3,76E-14
1,70E-15
2,20E-14
1,70E-15
SB 125
6,54E-15
4,20E-16
2,80E-15
0,00E+00
TE123M
1,91E-15
1,40E-16
6,50E-16
0,00E+00
1131
5,08E-15
3,70E-16
8,30E-15
0,00E+00
1132
4,06E-14
2,10E-15
2,90E-14
1,20E-15
1133
9,69E-15
6,30E-16
2,30E-14
1,20E-16
1134
4,94E-14
2,40E-15
3,70E-14
2,10E-15
1135
3,40E-14
1,70E-15
2,00E-14
2,20E-16
CS134
2,68E-14
1,50E-15
7,40E-15
0,00E+00
CS137
1,09E-14
5,50E-16
9,70E-15
5,90E-18
BA140
2,66E-15
2,30E-15
1,50E-14
6,80E-18
LA 140
5,05E-14
2,10E-15
3,20E-14
8,00E-16
CE141
7,57E-16
7,30E-17
5,90E-15
0,00E+00
CE 144
1.99E-16
5,90E-17
1,80E-15
1,10E-15
NP239
2,06E-15
1,60E-16
6,50E-15
0,00E+00
PU238
3,96E-17
9,20E-19
0,00E+00
0,00E+00
PU239
1,92E-17
3,90E-19
0,00E+00
0,00E+00
PU240
4,29E-17
8,80E-19
0,00E+00
0,00E+00
AM241
3,35E-16
2,60E-17
0,00E+00
0,00E+00
CM242
3,55E-17
1,30E-18
0,00E+00
0,00E+00
CM244
3,01E-17
9,50E-19
0,00E+00
0,00E+00
Fonte: PMARO, 2007.
318
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As concentrações de atividade no solo, estimadas mediante a utilização dos modelos
de cálculo conservativos apresentados, são mostradas na Tabela 103.
Tabela 103 - Concentrações de Atividade no Solo (Bq/m2).
Sedimentos
Nuclídeo
Co58
1,27E+01
Co60
4,15E+02
Cs134
5,34E+01
Cs137
5,73E+02
Ce144
8,09E+00
Sr90
2,28E+01
Pu239
2,71E-01
Pu240
2,71E-01
I131
2,87E+00
I132
3,10E-01
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.6.1.3 Inalação de Ar Contaminado
A dose devida à inalação do ar contaminado é dada por:
Sendo:
DINH
Dose por inalação para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/a)
RA
Taxa de inalação (m3/s).
χ/G
Fatores de dispersão atmosférica, em s/m3, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100
entre 01/01/2000 e 31/12/2001.
DFINH Fator de dose efetiva por inalação para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/Bq).
AL
Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a)
Isótopo
Tabela 104 - Fatores de Dose Efetiva para Inalação (Sv/Bq).
Faixa Etária
1a Infância
Criança
Adolescente
Adulto
H3
4,60E-11
1,70E-11
1,40E-11
1,60E-11
C14
4,70E-11
1,40E-11
8,10E-12
6,40E-12
CR51
9,30E-10
1,70E-10
1,20E-10
9,00E-11
MN54
1,30E-08
4,00E-09
2,20E-09
1,80E-09
FE59
3,90E-08
1,40E-08
6,10E-09
4,00E-09
C057
2,70E-08
5,90E-09
3,50E-09
2,50E-09
CO58
1,50E-08
5,20E-09
3,90E-09
2,90E-09
CO60
6,60E-08
1.00E-07
7,60E-08
5,90E-08
ZN65
6,50E-08
1,70E-08
7,70E-09
5,50E-09
SR89
8,00E-08
2,50E-08
1,70E-08
1,10E-08
SR90
3,50E-07
6,70E-07
1,00E-06
1 ,90E-06
ZR95
4,60E-08
1,50E-08
8,80E-09
6,50E-09
319
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Isótopo
Faixa Etária
a
1 Infância
Criança
Adolescente
Adulto
NB95
6,80E-08
2,90E-09
2,10E-09
1 ,60E-09
RU 103
1,20E-08
2,80E-09
1,20E-09
8,20E-10
RU 106
9,00E-07
2,80E-07
2,00E-07
1,30E-07
AG110M
2,10E-07
5,10E-08
2,90E-08
2,20E-08
SB 122
1,00E-08
3,10E-09
2,00E-09
1,40E-09
SB 124
5,30E-08
1,50E-08
9,90E-09
6,80E-09
SB 125
2,70E-08
7,50E-09
4,80E-09
3,30E-09
TE123M
2,20E-08
6,30E-09
3,90E-09
2,90E-09
1131
6,60E-08
1,70E-08
1,10E-08
8,10E-09
1132
7,80E-10
2,10E-10
1,40E-10
9.70E-11
1133
1,40E-08
3,10E-09
2,00E-09
1,50E-09
1134
2,80E-10
7.70E-11
4.90E-11
3,50E-11
1135
2.70E-09
6,20E-10
4,30E-10
3,10E-10
CS134
7,30E-09
7,80E-09
1,10E-08
1,30E-08
CS 137
6,40E-09
6,10E-09
8,60E-09
8,60E-09
BA 140
8,20E-09
2,40E-09
1,30E-09
1,00E-09
LA 140
8,69E-09
2,80E-09
1,80E-09
1,30E-09
CE141
1,70E-08
5,30E-09
3,60E-09
2,40E-09
CE144
7,00E-07
2,20E-07
1.50E-07
1,00E-07
NP239
4,70E-09
1,50E-09
9,10E-10
6,60E-10
PU238
3,70E-04
1,80E-04
1.40E-04
1,30E-04
PU239
4,00E-04
2,00E-04
1,60E-04
1,40E-04
PU240
4,00E-04
2,00E-04
1,60E-04
1,40E-04
AM241
4,10E-04
2,10E-04
1,60E-04
1.40E-04
CM242
3,40E-05
1,20E-05
6,60E-06
4,80E-06
CM244
2,80E-04
1,20E-04
8,50E-05
7,60E-05
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.6.1.4 Ingestão de Alimentos Contaminados
A dose devida à ingestão de alimentos contaminados é dada por:
DING = DFING(ULfLCL + UGfGCG + UFCF + UMCM)
Sendo:
DING
Dose por ingestão para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/a)
DFING
Fator de dose efetiva por ingestão para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/Bq).
UL, UG, UF,
Consumo anual de verduras, legumes, carne e leite, respectivamente (kg/a).
UM
CL, CG, CF, Concentração de Atividade de um nuclídeo em verduras, legumes, carne e leite,
CM
respectivamente (Bq/kg)
fL
Fração da quantidade total de verduras consumida que é produzida no local de interesse
fL = 1
fG
Fração da quantidade total de legumes frutas e grãos consumida que é produzida no local
de interesse fG = 1
A concentração de um nuclídeo na vegetação em um dado local é dada por:
320
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
AL
Sendo:
Atividade total de um nuclídeo liberada. (Bq/a)
CV
Concentração do nuclídeo na vegetação (Bq/kg)
Fatores de deposição relativa, 1/m2, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100 entre
(D/Q)
01/01/2000 e 31/12/2001. Conforme este modelo, para os isótopos de iodo, somente a fração
elementar de 50% é depositada.
r
Fração da atividade depositada que é retida na vegetação. r=1 para iodo e 0.2 para o restante dos
elementos
λE
Constante efetiva de remoção de atividade da superfície de vegetais em (h-1) λE = λ+λw
λ
Constante de decaimento do nuclídeo em questão (h-1)
λW
Constante efetiva de remoção de atividade da superfície de vegetais por ação do clima
λW = 2.06E-03 h-1 (14 dias de meia vida).
tE
Tempo de Exposição da vegetação durante o crescimento (h)
tE = 30 dias para a via de exposição vaca-leite-homem
tE = 60 dias para a via de exposição vegetação
YV
Produtividade agrícola por unidade de área (peso úmido)
YV = 0.7 kg/m2para a via grama-vaca-leite-homem
YV = 2.0 kg/m2paravegetais
BV
Coeficiente de transferência vegetação/solo para um dado elemento.
tb
Período de acumulação de atividade no sedimento ou solo (h) tb=15a
P
Densidade superficial efetiva do solo relativa a uma camada de arado de 15 cm (peso seco)
240 kg/m2
th
Tempo decorrido entre a colheita e a ingestão (h)
ração animal. Zero para capim de pasto
90 dias para ração armazenada
vegetais/homem 1 dia para verduras e indivíduo crítico
60 dias para outros vegetais e indivíduo crítico
14 dias para a população em geral
P=
No caso do trício,
Sendo:
Razão entre a concentração de H3 no conteúdo aquoso do vegetal e sua concentração na
umidade do ar. (fH3=0,5)
fH3
fH2O
Razão entre a massa de água no vegetal e sua massa total (fH2O=0,75)
7
3,15x10 Número de segundos num ano (s/a)
UA
Umidade absoluta do ar no local de interesse (kg/m3)
(UA=0,0163 kg/m3)
Obtido a partir dos valores médios de temperatura (22,2 0C) e umidade relativa (82,9) do local,
constantes das Tabelas 2.3-12 e 2.3-14, respectivamente, do RFAS de Angra 2.
No caso do C14,
321
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sendo:
fC14
Razão entre a massa de carbono natural no vegetal e sua massa total (fC14=0,11)
p
Razão fracional de equilíbrio (p=1)
CC
Concentração de carbono natural na atmosfera (kg/m3) (CC=1,6 x 10-4 kg/m3)
A concentração de um radionuclídeo no leite é dada por:
Sendo:
CM
Concentração de um dado nuclídeo no leite (Bq/litro)
CV
Concentração de um dado nuclídeo na ração animal (Bq/kg)
FM
Fração média da quantidade ingerida de um dado nuclídeo na ração animal que aparece em cada
Litro de leite (dias/litro)
QF
Consumo de alimento pelo animal (kg/dia).
tF
Tempo médio de transporte da atividade: ração - leite - consumidor (h) tF = 2 dias
λ
Constante de decaimento do nuclídeo em questão (h-1)
QF = 50 kg/dia
A concentração de um radionuclídeo no alimento animal é dada por:
Sendo:
CP
Concentração de um dado nuclídeo no capim do pasto (Bq/kg)
CS
Concentração de um dado nuclídeo na ração armazenada (Bq/kg)
fP
Fração do ano durante a qual o animal pasta( fP = 1)
fS
Fração do consumo diário do animal que é capim de pasto (fS = 1)
A concentração de um radionuclídeo na carne é dada por:
Sendo:
CF Concentração de um dado nuclídeo na carne (Bq/kg)
FF
Fração média da quantidade ingerida de um dado nuclídeo na ração animal que aparece em cada
quilo de carne (dias/kg).
tS Tempo médio entre o abate e o consumo (h)
Isótopo
tS = 20dias
Tabela 105 - Fatores de Dose Efetiva para Ingestão (Sv/Bq).
Faixa Etária
1a Infância
Criança
Adolescente
Adulto
H3
5,20E-11
2,10E-11
1,70E-11
1,60E-11
C14
4,20E-09
1,20E-09
7,20E-10
5,70E-10
CR51
1,20E-09
7.50E-11
5,10E-11
3,90E-11
MN54
4,70E-09
1,40E-09
7,70E-10
7,50E-10
FE59
1,30E-08
4,50E-09
2,20E-09
1,80E-09
CO57
2,50E-09
8,00E-10
4,30E-10
3,20E-10
CO58
9,90E-09
2,60E-09
1,30E-09
9,70E-10
CO60
8,40E-08
2,40E-08
9,80E-09
7,30E-09
ZN65
4,00E-08
1,60E-08
5,90E-09
3,90E-09
SR89
2,50E-08
6,80E-09
4,30E-09
2,50E-09
322
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Isótopo
Faixa Etária
a
1 Infância
Criança
Adolescente
Adulto
SR90
3,50E-08
4,00E-08
4,30E-08
1,10E-07
ZR95
5,80E-09
1,90E-09
1,30E-09
1,00E-09
NB95
1,40E-08
1,30E-09
7,70E-10
6,90E-10
RU103
3,50E-09
1,70E-09
9,30E-10
8,20E-10
RU106
5,80E-08
1,70E-08
9,60E-09
7,40E-09
AG110M
1,20E-08
4,50E-09
3,60E-09
2,90E-09
SB122
1,50E-08
4,40E-09
2,60E-09
2,00E-09
SB 124
1,70E-08
5,20E-09
3,50E-09
2,70E-09
SB125
4,70E-09
1,500E-09
9,60E-10
7,60E-10
TE123M
1,20E-08
3,30E-09
1,90E-09
1,50E-09
1131
1,10E-07
2,80E-08
1,70E-08
1,30E-08
1132
1,40E-09
3,60E-10
2,30E-10
1,70E-10
1133
2,30E-08
5,80E-09
3,60E-09
2,60E-09
1134
4,60E-10
1,30E-10
8,80E-11
6,50E-11
1135
5,00E-09
1,20E-09
7,40E-10
5,60E-10
CS134
1,20E-08
1,20E-08
1,80E-08
2,00E-08
CS137
9,30E-09
9,30E-09
1,30E-08
1,40E-08
BA 140
1,90E-08
5,70E-09
3,20E-09
2,50E-09
LA 140
1,50E-08
5,00E-09
3,00E-09
2,30E-09
CE141
6,20E-09
1,80E-09
1,00E-09
7,80E-10
CE 144
4,50E-08
1,30E-08
7,40E-09
5,90E-09
NP239
6,70E-09
1,90E-09
1,10E-09
8,80E-10
PU238
3,40E-07
1,60E-07
1,20E-07
1,10E-07
PU239
3,60E-07
1,70E-07
1,30E-07
1,20E-07
PU240
3,60E-07
1,70E-07
1,30E-07
1,20E-07
AM241
1,70E-06
8,60E-07
6,60E-07
5,90E-07
CM242
1,40E-07
4,80E-08
2,40E-08
1,90E-08
CM244
1,20E-06
4,90E-07
3,40E-07
3,10E-07
Fonte: PMARO, 2007.
Elemento
Tabela 106 - Fatores de Transferência para Elementos Estáveis.
Bv
FM
FF
Vegetal/Solo
Leite (d/1)
Carne (d/kg)
H
4,8E+00
1,0E-02
1,2E-02
C
5,5E+00
1,2E-02
3,1E-02
Cr
2,5E-04
2,2E-03
2,4E-03
Mn
2,9E-02
2,5E-04
8,0E-04
Fe
6,6E-04
1,2E-03
4,0E-02
Co
9,4E-03
1,0E-03
1,3E-02
Rb
1,3E-01
3,0E-02
3,1E-02
Sr
1,7E-02
8,0E-04
6,0E-04
Zr
1,7E-04
5,0E-06
3,4E-02
Nb
9,4E-03
2,5E-03
2,8E-01
323
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Bv
FM
FF
Vegetal/Solo
Leite (d/1)
Carne (d/kg)
Sb*
1,1E-02
1,5E-03
4,0E-03
I
2,0E-02
6,0E-03
2,9E-03
Cs
1,0E-02
1,2E-02
4,0E-03
Ce
2,5E-03
1,0E-04
1,2E-03
Np
2,5E-03
5,0E-06
2,0E-04
Pu*
2,5E-04
2,0E-06
1,4E-05
Elemento
Cm*
2,5E-03
5,0E-06
2,0E-04
*Valores correspondentes obtidos do Bundesministerium des Innern (1979).
Fonte: PMARO, 2007.
As concentrações de atividade de aerossóis em alimentos, estimadas mediante a
utilização dos modelos de cálculo conservativos apresentados, são mostradas na
Tabela 107.
Tabela 107 - Concentrações de Atividade de Aerossóis nos Alimentos (Bq/kg).
Nuclídeo
Verduras
Legumes
Carne
Leite
Co58
1,99E-01
1,12E-01
2,63E-01
2,41E-02
Co60
3,42E-01
3,34E-01
5,03E-01
3,90E-02
Cs134
9,42E-02
8,92E-02
4,30E-02
1,31E-01
Cs137
2,58E-01
2,57E-01
1,14E-01
3,43E-01
Ce144
3,59E-02
3,11E-02
4,87E-03
4,24E-04
Sr90
1,09E-02
1,09E-02
7,03E-04
9,39E-04
Pu239
9,38E-05
9,38E-05
1,53E-07
2,19E-08
Pu240
9,38E-05
9,38E-05
1,53E-07
2,19E-08
I131
8,32E-01
5,16E-03
6,59E-02
6,43E-01
I133
6,55E-02
2,18E-22
6,90E-09
2,53E-02
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.6.2 Liberações para o Mar
5.5.6.2.1 Recreação na Praia
A dose em um indivíduo exposto à radiação de sedimentos na praia é dada por,
Sendo:
DR
Dose devida à exposição a sedimentos contaminados (Sv/a)
UP
Tempo de exposição (h/a)
KC
Constante de transferência água/sedimento
KC = 7,2 x 10-5 m3/kg.h
KS
Densidade superficial dos 2.5 cm superiores de sedimentos KS = 40kg/m2
AL
Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a)
MP
Fator de mistura MP=1
W
Fator geométrico de largura de praia W = 0,5
DFR Fator de dose efetiva para exposição ao solo contaminado (Sv.m2/Bq.s).
324
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
tP
Tempo de trânsito entre o ponto de liberação e o de exposição (h)
tB
Tempo de exposição do sedimento à água contaminada (h)
tP = 0
tb = 15a
-1
λ
Constante de decaimento do nuclídeo (h )
F
Vazão anual ponderada de descarga de água de refrigeração principal para um dado nuclídeo
(m3/ano)
Tabela 108 - Concentrações de Atividade em Sedimentos Marinhos (Bq/m2).
Sedimentos
Nuclídeo
Co58
1,98E+02
Co60
4,89E+03
Sr90
4,71E+02
1131
1,19E+01
Csl34
2,21E+03
Csl37
1,42E+04
H3
6,06E+06
Fonte: PMARO, 2007.
Tabela 109 – Análise da areia de praia
Área
Impacto
Pontos
Controle
PRQ. ENE
PRQ. ESE
Praia Brava
Praia do
Frade
Mambucada
Tarituba
595,85±69,09
(2/2)
405,63±54,09
(2/2)
716,39±42,27
(2/2)
567,12±65,30
(2/2)
594,76±127,65
(2/2)
214,31±13,56
(2/2)
547,00
367,38
686,50
520,95
504,50
204,72
644,71
443,88
746,28
613,30
685,03
223,90
40
K(Bq/Kg
tecido
mole)E00
Média
(amostras
analisadas)
Valor
Mínimo
Valor
Máximo.
5.5.6.2.2 Ingestão de Produtos Marinhos Contaminados
A dose resultante do consumo de produtos marinhos é dada por:
Sendo:
DF
Dose devida a ingestão de alimento marinho contaminado (Sv/a)
UP
Taxa de consumo de alimento marinho (kg/a)
MP
Fator de mistura
AL
Atividade total do nuclídeo liberada para o mar (Bq/a)
BP
Fator de Bio-acumulação (Bq/kg)/(Bq/m3)
λ
Constante de decaimento do nuclídeo (h-1)
DFING
Fator de dose efetiva para ingestão (Sv/Bq)
tP
Tempo de trânsito entre a liberação e o consumo (h)
MP=1
tP = 0
325
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A vazão anual ponderada de descarga de água de refrigeração para um dado isótopo
é obtida da média ponderada dos dados mensais de vazão e de atividade liberadas
como mostrado abaixo:
Sendo:
Fi
Quantidade de água de refrigeração principal liberada no mês i (m3)
AiL
Quantidade de atividade de um nuclídeo liberada no mês i (Bq)
12
Número de meses por ano (ano-1)
Tabela 110 - Fatores de Bio-acumulação para Peixes de Água Salgada e Invertebrados
3
(Bq/kg)/(Bq/m ).
Elemento
Peixe
Invertebrado
H
0,0009
0,00093
C
1,8
1,4
Cr
0,4
2
Mn
0,55
0,4
Fe
3
20
Co
0,1
1
Sr
0,002
0,02
Zr
0,2
0,08
Nb
30
0,1
Sb*
0,1
0,05
I
0,01
0,05
Cs
0,04
0,025
Ce
0,01
0,6
Np
0,01
0,01
Pu*
0,005
-
Cm*
*Valores correspondentes obtidos do Bundesministerium des Innern (1979). Fonte: PMARO, 2007.
Da mesma forma, a Tabela 111 mostra as concentrações de atividade em alimentos
marinhos, estimadas através da aplicação de modelos de cálculo, considerando um
fator de diluição da água de descarga igual a um.
Nuclídeo
Tabela 111 - Concentrações de Atividade em Produtos Marinhos (Bq/kg).
Peixes
Invertebrados
Co58
2,81E+00
2,81E+01
Co60
2,96E+00
2,96E+01
Sr90
2,96E-03
2,96E-02
1131
1,48E-01
7,40E-01
Csl34
1,18E+00
7,40E-01
Csl37
1,78E+00
1,11E+00
H3
2,13E+01
2,20E+01
Fonte: PMARO, 2007.
326
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
a)
Tabela 112 – Análise dos peixes
e)
b)
j)
c)
d)
Pontos
l)
Impacto
Piraquara de
Fora
q)
Peixe de curso
Controle
K (Bq/Kg tecido mole) E00
f) MÉDIA
g) (amostras analisadas)
h) VALOR
VALOR
i) MÍNIMO
MÁXIMO
m) 65,74 ± 7,60
n) (4/4)
o) 58,07
73,72
Peixe
Sedentário
k)
p)
Área
40
71,82 ± 16,509
r) (2/2)
s) 70,42
81,72
76,07 ± 7,99
(2/2)
Tarituba
60,16
83,49
Fonte: PMARO, 2007.
5.5.6.3 Descrição da modelagem
A determinação da concentração dos radionuclídeos em corpos dágua é função da
movimentação das massas dágua, da presença de sedimentos e da atividade
biológica, uma vez que ao chegar ao meio aquático o material radioativo se distribui
em três fases: suspenso na própria massa dágua, adsorvido pelos sólidos em
suspensão e nos sedimentos do fundo, e acumulado pelos organismos presentes
neste meio.
Assim como na análise do impacto devido ao lançamento de efluente térmico, a
determinação do comportamento dos radionuclídeos em Piraquara de Fora se apoiará
na utilização dos modelos de circulação e de qualidade de água, já descritos nas
seções anteriores. A grande diferença entre as modelagens de efluentes térmicos e
radioativos está no termo s da equação de transporte de poluente que, para o primeiro
caso, indica as perdas de calorias para a atmosfera e, para o estudo de
radionuclídeos, representa a redução de concentração por incorporação nos
sedimentos e por decaimento radioativo.
Os modelos utilizados na análise da absorção e incorporação em sedimentos devem
abranger a remoção dos radionuclídeos dispersos em meio aquático, por intermédio
dos mecanismos de remoção nos sedimentos de fundo e em suspensão.
A presença de sedimentos num corpo dágua receptor de efluentes radioativos é
importante, pois estes têm a propriedade de adsorver os radionuclídeos presentes na
coluna dágua, funcionando como mecanismo de limpeza caso as condições de
deposição sejam favoráveis. Os sedimentos mais finos têm maior capacidade de
adsorção que os mais grosseiros, tanto por possuírem maior superfície de contato
327
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
quanto por se manterem mais tempo em suspensão, aumentando o seu contato com
os radionuclídeos em solução. Desta forma, maior é a adsorção promovida pela argila
do que pelo silte, que por sua vez adsorve mais que a areia.
Uma formulação que determina a remoção dos radionuclídeos é apresentada pela
seguinte expressão (IAEA, 1982):
F=
1
1+ Kd S
onde F é o fator de redução dos radionuclídeos na água, S a
concentração de sedimentos em suspensão e Kd é a relação
entre as concentrações do radionuclídeo no sedimento e na
água numa situação de equilíbrio, ou seja, quando a
velocidade de adsorção se iguala a de dessorção (passagem
do radionuclídeo do sedimento para a água), que é
específica de cada radionuclídeo.
Pela expressão acima, verifica-se que quanto maiores os coeficientes Kd e S, menor
será o fator F e portanto maior será a parcela de radionuclídeos presentes nos
sedimentos. A influência de S é ilustrada pela Tabela 113.
Tabela 113 - Influência de S na remoção de radionuclídeos em água Fonte: Biotec (1972)
Radionuclídeo
60
Co
137
Cs
131
I
S (mg/l)
% removida da água por
tratamento
21 a 128
6 a 49
18 a 45
0,7 a 1,5
18 a 45
1,4 a 2,9
Fonte: PMARO, 2007.
A enseada Piraquara de Fora, receptora dos efluentes da Usina possui águas bastante
límpidas. Assim, espera-se que a remoção de radionuclídeos pelos sedimentos seja
bastante reduzida. FERNANDES (1996) utilizou o valor de 5,2 mg/l para a
concentração média de sedimentos em suspensão em toda baía da Ilha Grande,
incluindo suas enseadas, para simular a dispersão acidental de 1012 Bq de 137Cs e 3H,
oriundos da Usina de Angra 1. O pesquisador verificou em Piraquara de Fora uma
retenção nos sedimentos de 3,08 x 1010 Bq de 137Cs, ou seja, 0,03% do total,
estabilizada 30 dias após o lançamento.
Supondo a deposição total dos sedimentos suspensos (5,2 mg/l) em Piraquara de
Fora, o fator F pode então indicar uma remoção máxima de radionuclídeos da água.
Os valores calculados para F, exibidos pela Tabela 114 demonstram que é realmente
baixa a parcela máxima retida nos sedimentos, o que justifica negligenciá-la na
determinação da dispersão dos radionuclídeos em Piraquara de Fora.
Tabela 114 - Remoção Máxima de Radionuclídeos pelos Sedimentos
Radionuclídeo
Kd
% remanescente na água
(F)
% removida pelos
sedimentos
Co
10.000
95,06
4,94
Cs
500
99,74
0,26
328
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Radionuclídeo
Kd
% remanescente na água
(F)
% removida pelos
sedimentos
I
100
99,95
0,05
Sr
500
99,74
Valores de Kd válidos para água do mar (IAEA, 1982)
Fonte: PMARO, 2007.
0,26
5.5.6.3.1 Decaimento radioativo
Um outro fator que influencia a determinação da concentração dos radionuclídeos
lançados em Piraquara é o decaimento radioativo. Este, contudo, pode também ser
negligenciando uma vez que a meia-vida da maioria dos radionuclídeos lançados é
alta, da ordem de anos, o que torna o decaimento mais lento com o passar do tempo.
Além disso, as vazões de despejo são também bastante elevadas com valores que
variam aproximadamente de 80 a cerca de 120 m3/s, para a Usina Angra 2 e para as
Usinas Angra 1 e 2 funcionando em conjunto, respectivamente. Assim, o tempo de
permanência dos radionuclídeos na enseada, torna-se superior ao tempo necessário
para que ocorra uma redução significativa da atividade dos radionuclídeos lançados.
Ressalte-se, ainda, que negligência o decaimento radioativo tornará os cálculos
conservadores.
5.5.6.3.2 Simulações
Não foi considerada a ocorrência de correntes de maré na enseada de Piraquara de
Fora, pois estas são praticamente desprezíveis. Assim, a parcela advectiva do
transporte dos radionuclídeos deve-se exclusivamente à descarga do túnel em
Piraquara de Fora.
5.5.7 CÁLCULO DE DOSE
A análise do estudo realizado pela SCIENCE (2003), não permitiu a identificação de
um grupo de pessoas, membros da população, cuja exposição fosse razoavelmente
homogênea e típica dos indivíduos que recebem as maiores doses. Assim sendo, foi
considerado como grupo crítico, aquelas pessoas cujas taxas de consumo de gêneros
alimentícios e tempo de recreação se situam na faixa de 95 percentil da distribuição de
valores obtidos para a região pesquisada. De acordo com a Agência Internacional de
Energia Atômica - IAEA (2003), este tipo de abordagem pode ser considerada
cuidadosa e razoável.
Os valores em questão, mostrados na Tabela 115, foram obtidos de uma ponderação
das taxas de consumo com os fatores de procedência SCIENCE (2003).
329
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Via de Exposição
Tabela 115 – Fatores de Uso
Faixa Etária
Primeira Infância
Criança
Adolescente Adulto
Vegetais (kg/a)
1,93E+01
2,18E+01
2,52E+01
3,03E+01
Verduras (kg/ano)
8,20E-01
8,30E-01
9,30E-01
1,30E+00
Carnes (kg/ano)
2,67E+00
2,94E+00
3,16E+00
3,58E+00
Leite (litros/ano)
6,66E+00
6,66E+00
5,74E+00
4,99E+00
Inalação (m3/ano)
1,40E+03
3,70E+03
8,00E+03
8,00E+03
Peixe (kg/ano)
1,14E+01
8,91E+00
1,30E+01
2,05E+01
Outros frutos do mar (kg/ano)
1,02E+00
1,82E+00
1,86E+00
3,24E+00
Indivíduo do Grupo Crítico
Recreação na Praia (horas/ano)
2,41E+02
1,99E+02
4,83E+02
2,41E+02
Nota: Os valores das taxas de inalação foram obtidos da USNRC (1977a) e os demais foram
obtidos da SCIENCE (2003).
As doses efetivas no grupo crítico resultantes da liberação da Usina Angra 1 e Angra 2
individualmente são mostradas na Tabela 116 e Tabela 117.
Em termos de dose efetiva no grupo crítico, a dose mais alta ocorrida foi de 0,1 mSv
causada por Angra 2. Este valor é inferior ao limite estabelecido pela CNEN para cada
Usina que é de 0,25 mSv/a. Dessa forma, pode ser observado que as doses
resultantes se situam bem abaixo dos limites estabelecidos pelas autoridades
competentes.
330
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 116 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 1
Primeira Infância
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
1,49E-07
1,47E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
NNE
1,54E-07
1,50E-07
1,47E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,49E-07
1,48E-07
1,47E-07
1,46E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
NE
1,68E-07
1,90E-07
1,67E-07
1,57E-07
1,51E-07
1,49E-07
1,47E-07
1,46E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
ENE
1,48E-07
2,04E-07
1,68E-07
1,48E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
E
1,43E-07
1,67E-07
1,51E-07
1,47E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
ESE
3,44E-07
1,67E-07
1,53E-07
1,47E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
SE
5,78E-07
1,70E-07
1,57E-07
1,51E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
SSE
1,45E-07
2,61E-07
2,12E-07
1,89E-07
1,76E-07
1,47E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
Distancia
S
SSW
1,50E+03
1,43E-07 1,43E-07
2,50E+03
1,47E-07 1,44E-07
3,50E+03
1,47E-07 1,44E-07
4,50E+03
1,47E-07 1,45E-07
5,50E+03
1,46E-07 1,46E-07
6,50E+03
1,65E-07 1,46E-07
7,50E+03
1,61E-07 1,46E-07
8,50E+03
1,58E-07 1,45E-07
9,50E+03
1,55E-07 1,45E-07
1,05E+04
1,53E-07 1,45E-07
1,15E+04
1,52E-07 1,45E-07
1,25E+04
1,51E-07 1,45E-07
1,35E+04
1,50E-07 1,44E-07
1,45E+04
1,49E-07 1,44E-07
1,55E+04
1,49E-07 1,44E-07
2,25E+04
1,46E-07 1,44E-07
2,75E+04
1,45E-07 1,43E-07
3,25E+04
1,45E-07 1,43E-07
3,75E+04
1,44E-07 1,43E-07
4,25E+04
1,44E-07 1,43E-07
4,75E+04
1,44E-07 1,43E-07
Valor Máximo 5,78E-07
Setor
SE
Distância
1500 m
SW
1,43E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
WSW
1,43E-07
1,46E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
W
1,47E-07
1,45E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
WNW
1,46E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
NW
1,46E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
NNW
1,47E-07
1,45E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,44E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
1,43E-07
Fonte: PMARO, 2007.
331
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Crianças
Distancia
N
NNE
1,50E+03
7,11E-08 7,61E-08
2,50E+03
6,93E-08 7,18E-08
3,50E+03
6,78E-08 6,91E-08
4,50E+03
6,71E-08 6,78E-08
5,50E+03
6,66E-08 6,71E-08
6,50E+03
6,65E-08 7,14E-08
7,50E+03
6,63E-08 7,01E-08
8,50E+03
6,61E-08 6,92E-08
9,50E+03
6,60E-08 6,85E-08
1,05E+04
6,59E-08 6,80E-08
1,15E+04
6,58E-08 6,76E-08
1,25E+04
6,58E-08 6,73E-08
1,35E+04
6,57E-08 6,71E-08
1,45E+04
6,57E-08 6,69E-08
1,55E+04
6,56E-08 6,68E-08
2,25E+04
6,55E-08 6,61E-08
2,75E+04
6,55E-08 6,59E-08
3,25E+04
6,54E-08 6,58E-08
3,75E+04
6,54E-08 6,57E-08
4,25E+04
6,54E-08 6,56E-08
4,75E+04
6,54E-08 6,56E-08
Distancia
S
SSW
1,50E+03
6,59E-08 6,60E-08
2,50E+03
6,90E-08 6,62E-08
3,50E+03
6,92E-08 6,64E-08
4,50E+03
6,90E-08 6,79E-08
5,50E+03
6,87E-08 6,86E-08
6,50E+03
8,62E-08 6,83E-08
7,50E+03
8,21E-08 6,81E-08
8,50E+03
7,92E-08 6,78E-08
9,50E+03
7,71E-08 6,76E-08
1,05E+04
7,54E-08 6,74E-08
1,15E+04
7,41E-08 6,73E-08
1,25E+04
7,31E-08 6,71E-08
1,35E+04
7,22E-08 6,70E-08
1,45E+04
7,15E-08 6,69E-08
1,55E+04
7,09E-08 6,68E-08
2,25E+04
6,85E-08 6,63E-08
2,75E+04
6,77E-08 6,61E-08
3,25E+04
6,71E-08 6,60E-08
3,75E+04
6,68E-08 6,59E-08
4,25E+04
6,65E-08 6,58E-08
4,75E+04
6,63E-08 6,58E-08
Valor Máximo 4,68E-07
Setor
SE
Distância
1500 m
NE
8,86E-08
1,09E-07
8,75E-08
7,89E-08
7,29E-08
7,09E-08
6,97E-08
6,88E-08
6,82E-08
6,78E-08
6,74E-08
6,72E-08
6,69E-08
6,68E-08
6,66E-08
6,60E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
SW
6,58E-08
6,83E-08
6,73E-08
6,79E-08
6,77E-08
6,73E-08
6,69E-08
6,67E-08
6,65E-08
6,63E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
ENE
6,99E-08
1,21E-07
8,84E-08
7,03E-08
6,86E-08
6,77E-08
6,72E-08
6,68E-08
6,65E-08
6,63E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
WSW
6,58E-08
6,81E-08
6,72E-08
6,67E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,59E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
E
6,54E-08
8,76E-08
7,34E-08
6,97E-08
6,82E-08
6,74E-08
6,69E-08
6,65E-08
6,63E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
W
6,95E-08
6,79E-08
6,71E-08
6,66E-08
6,63E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
ESE
2,52E-07
8,84E-08
7,49E-08
6,95E-08
6,80E-08
6,73E-08
6,68E-08
6,65E-08
6,63E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
WNW
6,85E-08
6,73E-08
6,67E-08
6,63E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
SE
4,68E-07
9,07E-08
7,84E-08
7,34E-08
6,85E-08
6,77E-08
6,72E-08
6,68E-08
6,66E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,59E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
NW
6,88E-08
6,74E-08
6,68E-08
6,64E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
SSE
6,72E-08
1,74E-07
1,30E-07
1,08E-07
9,62E-08
6,90E-08
6,82E-08
6,77E-08
6,73E-08
6,70E-08
6,68E-08
6,66E-08
6,64E-08
6,63E-08
6,62E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
NNW
6,97E-08
6,79E-08
6,70E-08
6,65E-08
6,65E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
Fonte: PMARO, 2007.
332
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
NNE
1,22E-07
1,18E-07
1,15E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,17E-07
1,16E-07
1,15E-07
1,14E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
NE
1,35E-07
1,56E-07
1,34E-07
1,25E-07
1,19E-07
1,17E-07
1,15E-07
1,14E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
Adolescente
ENE
1,16E-07
1,69E-07
1,35E-07
1,16E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
E
1,11E-07
1,34E-07
1,19E-07
1,15E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
ESE
3,06E-07
1,35E-07
1,21E-07
1,15E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
SE
5,29E-07
1,37E-07
1,24E-07
1,19E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
SSE
1,13E-07
2,24E-07
1,78E-07
1,55E-07
1,43E-07
1,15E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
Distancia
S
SSW
1,50E+03
1,11E-07 1,12E-07
2,50E+03
1,15E-07 1,12E-07
3,50E+03
1,15E-07 1,12E-07
4,50E+03
1,15E-07 1,13E-07
5,50E+03
1,14E-07 1,14E-07
6,50E+03
1,33E-07 1,14E-07
7,50E+03
1,28E-07 1,14E-07
8,50E+03
1,25E-07 1,13E-07
9,50E+03
1,23E-07 1,13E-07
1,05E+04
1,21E-07 1,13E-07
1,15E+04
1,20E-07 1,13E-07
1,25E+04
1,19E-07 1,13E-07
1,35E+04
1,18E-07 1,13E-07
1,45E+04
1,17E-07 1,13E-07
1,55E+04
1,17E-07 1,12E-07
2,25E+04
1,14E-07 1,12E-07
2,75E+04
1,13E-07 1,12E-07
3,25E+04
1,13E-07 1,12E-07
3,75E+04
1,12E-07 1,11E-07
4,25E+04
1,12E-07 1,11E-07
4,75E+04
1,12E-07 1,11E-07
Valor Máximo 5,29E-07
Setor
SE
Distância
1500 m
SW
1,11E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
WSW
1,11E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
W
1,15E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
WNW
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
NW
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
NNW
1,15E-07
1,14E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
1,17E-07
1,15E-07
1,13E-07
1,13E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,12E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
1,11E-07
Fonte: PMARO, 2007.
333
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
NNE
7,60E-08
7,17E-08
6,90E-08
6,77E-08
6,70E-08
7,12E-08
6,99E-08
6,91E-08
6,84E-08
6,79E-08
6,75E-08
6,72E-08
6,70E-08
6,68E-08
6,66E-08
6,60E-08
6,58E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
NE
8,85E-08
1,09E-07
8,74E-08
7,88E-08
7,28E-08
7,08E-08
6,96E-08
6,87E-08
6,81E-08
6,76E-08
6,73E-08
6,70E-08
6,68E-08
6,67E-08
6,65E-08
6,59E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
Adulto
ENE
6,97E-08
1,21E-07
8,83E-08
7,02E-08
6,85E-08
6,76E-08
6,70E-08
6,67E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
E
6,53E-08
8,75E-08
7,33E-08
6,96E-08
6,81E-08
6,72E-08
6,68E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
ESE
2,53E-07
8,83E-08
7,48E-08
6,93E-08
6,79E-08
6,72E-08
6,67E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
SE
4,68E-07
9,06E-08
7,83E-08
7,33E-08
6,84E-08
6,76E-08
6,71E-08
6,67E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,58E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
SSE
6,71E-08
1,74E-07
1,30E-07
1,08E-07
9,61E-08
6,88E-08
6,81E-08
6,76E-08
6,72E-08
6,69E-08
6,67E-08
6,65E-08
6,63E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
Distancia
S
SSW
1,50E+03
6,58E-08 6,59E-08
2,50E+03
6,89E-08 6,61E-08
3,50E+03
6,91E-08 6,63E-08
4,50E+03
6,89E-08 6,77E-08
5,50E+03
6,86E-08 6,85E-08
6,50E+03
8,61E-08 6,82E-08
7,50E+03
8,21E-08 6,79E-08
8,50E+03
7,92E-08 6,77E-08
9,50E+03
7,70E-08 6,75E-08
1,05E+04
7,53E-08 6,73E-08
1,15E+04
7,40E-08 6,72E-08
1,25E+04
7,30E-08 6,70E-08
1,35E+04
7,21E-08 6,69E-08
1,45E+04
7,14E-08 6,68E-08
1,55E+04
7,08E-08 6,67E-08
2,25E+04
6,84E-08 6,62E-08
2,75E+04
6,76E-08 6,60E-08
3,25E+04
6,70E-08 6,59E-08
3,75E+04
6,67E-08 6,58E-08
4,25E+04
6,64E-08 6,57E-08
4,75E+04
6,62E-08 6,57E-08
Valor Máximo 4,68E-07
Setor
SE
Distância
1500 m
SW
6,56E-08
6,82E-08
6,72E-08
6,78E-08
6,76E-08
6,72E-08
6,68E-08
6,66E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,61E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
WSW
6,56E-08
6,80E-08
6,71E-08
6,66E-08
6,63E-08
6,61E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
W
6,94E-08
6,78E-08
6,70E-08
6,65E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
WNW
6,84E-08
6,72E-08
6,66E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
NW
6,87E-08
6,73E-08
6,67E-08
6,63E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
NNW
6,96E-08
6,78E-08
6,69E-08
6,64E-08
6,63E-08
6,61E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
7,10E-08
6,92E-08
6,77E-08
6,69E-08
6,65E-08
6,64E-08
6,62E-08
6,60E-08
6,59E-08
6,58E-08
6,57E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,56E-08
6,55E-08
6,54E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
6,53E-08
Fonte: PMARO, 2007.
334
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
Tabela 117 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 2
Primeira Infância
N
NNE
NE
ENE
E
ESE
SE
2,72E-05 3,10E-05 4,04E-05 2,69E-05 1,84E-05 1,84E-05 1,74E-05
2,15E-05 2,55E-05 4,37E-05 9,31E-05 6,03E-05 2,19E-05 1,78E-05
1,96E-05 2,15E-05 2,95E-05 4,81E-05 3,50E-05 1,93E-05 1,75E-05
1,88E-05 1,99E-05 3,03E-05 3,46E-05 2,72E-05 2,07E-05 1,74E-05
1,83E-05 2,13E-05 2,58E-05 2,84E-05 2,36E-05 1,95E-05 1,78E-05
1,83E-05 2,02E-05 2,34E-05 2,51E-05 2,17E-05 1,88E-05 1,76E-05
1,81E-05 1,95E-05 2,18E-05 2,31E-05 2,06E-05 1,84E-05 1,75E-05
1,79E-05 1,90E-05 2,08E-05 2,18E-05 1,98E-05 1,81E-05 1,74E-05
1,77E-05 1,86E-05 2,01E-05 2,09E-05 1,93E-05 1,79E-05 1,73E-05
1,76E-05 1,84E-05 1,96E-05 2,02E-05 1,89E-05 1,78E-05 1,73E-05
1,75E-05 1,82E-05 1,92E-05 1,98E-05 1,86E-05 1,77E-05 1,73E-05
1,75E-05 1,80E-05 1,89E-05 1,94E-05 1,84E-05 1,76E-05 1,72E-05
1,74E-05 1,79E-05 1,87E-05 1,91E-05 1,83E-05 1,75E-05 1,72E-05
1,74E-05 1,78E-05 1,85E-05 1,89E-05 1,81E-05 1,75E-05 1,72E-05
1,74E-05 1,77E-05 1,84E-05 1,87E-05 1,80E-05 1,74E-05 1,72E-05
1,72E-05 1,74E-05 1,77E-05 1,79E-05 1,76E-05 1,73E-05 1,71E-05
1,72E-05 1,73E-05 1,75E-05 1,77E-05 1,74E-05 1,72E-05 1,71E-05
1,71E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,75E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05
1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,71E-05 1,71E-05
1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05
1,71E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05
Distancia
S
SSW
1,50E+03
1,73E-05 1,75E-05
2,50E+03
1,72E-05 1,73E-05
3,50E+03
1,72E-05 1,72E-05
4,50E+03
1,72E-05 1,72E-05
5,50E+03
1,71E-05 1,72E-05
6,50E+03
1,71E-05 1,72E-05
7,50E+03
1,71E-05 1,72E-05
8,50E+03
1,71E-05 1,72E-05
9,50E+03
1,71E-05 1,71E-05
1,05E+04
1,71E-05 1,71E-05
1,15E+04
1,71E-05 1,71E-05
1,25E+04
1,71E-05 1,71E-05
1,35E+04
1,71E-05 1,71E-05
1,45E+04
1,71E-05 1,71E-05
1,55E+04
1,71E-05 1,71E-05
2,25E+04
1,71E-05 1,71E-05
2,75E+04
1,71E-05 1,71E-05
3,25E+04
1,71E-05 1,71E-05
3,75E+04
1,71E-05 1,71E-05
4,25E+04
1,71E-05 1,71E-05
4,75E+04
1,71E-05 1,71E-05
Valor Máximo 9,31E-05
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
1,76E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,73E-05
1,75E-05
1,76E-05
1,76E-05
1,75E-05
1,75E-05
1,75E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
WSW
1,78E-05
2,50E-05
2,24E-05
2,09E-05
2,00E-05
1,93E-05
1,89E-05
1,86E-05
1,84E-05
1,82E-05
1,81E-05
1,79E-05
1,78E-05
1,78E-05
1,77E-05
1,74E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
W
2,46E-05
2,28E-05
2,10E-05
1,99E-05
1,92E-05
1,87E-05
1,84E-05
1,82E-05
1,80E-05
1,79E-05
1,78E-05
1,77E-05
1,76E-05
1,76E-05
1,75E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
WNW
2,47E-05
2,11E-05
1,97E-05
1,90E-05
1,85E-05
1,82E-05
1,80E-05
1,78E-05
1,77E-05
1,76E-05
1,75E-05
1,75E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
NW
2,49E-05
2,15E-05
2,00E-05
1,86E-05
1,82E-05
1,80E-05
1,78E-05
1,77E-05
1,76E-05
1,75E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
SSE
1,74E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
NNW
2,44E-05
2,11E-05
1,96E-05
1,88E-05
1,81E-05
1,79E-05
1,77E-05
1,76E-05
1,75E-05
1,74E-05
1,74E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,73E-05
1,72E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
1,71E-05
Fonte: PMARO, 2007.
335
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Criança
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
2,11E-05
1,53E-05
1,34E-05
1,26E-05
1,21E-05
1,21E-05
1,18E-05
1,16E-05
1,15E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
NNE
2,50E-05
1,94E-05
1,54E-05
1,37E-05
1,51E-05
1,40E-05
1,33E-05
1,28E-05
1,24E-05
1,22E-05
1,20E-05
1,18E-05
1,17E-05
1,16E-05
1,15E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
NE
3,43E-05
3,76E-05
2,34E-05
2,42E-05
1,97E-05
1,72E-05
1,56E-05
1,46E-05
1,39E-05
1,34E-05
1,30E-05
1,27E-05
1,25E-05
1,23E-05
1,21E-05
1,15E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
ENE
2,05E-05
8,78E-05
4,23E-05
2,86E-05
2,24E-05
1,90E-05
1,70E-05
1,57E-05
1,47E-05
1,41E-05
1,36E-05
1,32E-05
1,29E-05
1,27E-05
1,25E-05
1,17E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,11E-05
E
1,21E-05
5,46E-05
2,90E-05
2,11E-05
1,75E-05
1,56E-05
1,44E-05
1,36E-05
1,31E-05
1,27E-05
1,24E-05
1,22E-05
1,20E-05
1,19E-05
1,18E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
ESE
1,22E-05
1,57E-05
1,31E-05
1,45E-05
1,33E-05
1,26E-05
1,22E-05
1,19E-05
1,17E-05
1,16E-05
1,14E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
SE
1,11E-05
1,15E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,16E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,08E-05
1,08E-05
1,08E-05
1,08E-05
SSE
1,12E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,08E-05
1,08E-05
1,08E-05
1,08E-05
Distancia
S
SSW
1,50E+03
1,11E-05 1,12E-05
2,50E+03
1,10E-05 1,11E-05
3,50E+03
1,09E-05 1,10E-05
4,50E+03
1,09E-05 1,09E-05
5,50E+03
1,09E-05 1,10E-05
6,50E+03
1,09E-05 1,09E-05
7,50E+03
1,09E-05 1,09E-05
8,50E+03
1,08E-05 1,09E-05
9,50E+03
1,08E-05 1,09E-05
1,05E+04
1,08E-05 1,09E-05
1,15E+04
1,08E-05 1,09E-05
1,25E+04
1,08E-05 1,09E-05
1,35E+04
1,08E-05 1,09E-05
1,45E+04
1,08E-05 1,09E-05
1,55E+04
1,08E-05 1,09E-05
2,25E+04
1,08E-05 1,09E-05
2,75E+04
1,08E-05 1,08E-05
3,25E+04
1,08E-05 1,08E-05
3,75E+04
1,08E-05 1,08E-05
4,25E+04
1,08E-05 1,08E-05
4,75E+04
1,08E-05 1,08E-05
Valor Máximo 8,78E-05
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
1,13E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,13E-05
1,14E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,13E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
WSW
1,15E-05
1,89E-05
1,62E-05
1,47E-05
1,38E-05
1,31E-05
1,27E-05
1,24E-05
1,22E-05
1,20E-05
1,18E-05
1,17E-05
1,16E-05
1,15E-05
1,15E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
W
1,85E-05
1,67E-05
1,48E-05
1,37E-05
1,30E-05
1,25E-05
1,22E-05
1,20E-05
1,18E-05
1,17E-05
1,16E-05
1,15E-05
1,14E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
WNW
1,86E-05
1,49E-05
1,36E-05
1,28E-05
1,23E-05
1,20E-05
1,18E-05
1,16E-05
1,15E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
NW
1,88E-05
1,54E-05
1,38E-05
1,24E-05
1,20E-05
1,17E-05
1,16E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,11E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
NNW
1,83E-05
1,49E-05
1,34E-05
1,26E-05
1,19E-05
1,17E-05
1,15E-05
1,14E-05
1,13E-05
1,12E-05
1,12E-05
1,11E-05
1,11E-05
1,10E-05
1,10E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,09E-05
1,08E-05
Fonte: PMARO, 2007.
336
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
NNE
3,64E-05
3,05E-05
2,63E-05
2,45E-05
2,60E-05
2,48E-05
2,40E-05
2,35E-05
2,31E-05
2,29E-05
2,27E-05
2,25E-05
2,24E-05
2,23E-05
2,22E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
NE
4,57E-05
4,92E-05
3,45E-05
3,53E-05
3,06E-05
2,81E-05
2,65E-05
2,54E-05
2,47E-05
2,41E-05
2,37E-05
2,34E-05
2,32E-05
2,30E-05
2,29E-05
2,22E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
Adolescente
ENE
3,12E-05
1,02E-04
5,43E-05
4,00E-05
3,36E-05
3,01E-05
2,80E-05
2,66E-05
2,56E-05
2,49E-05
2,44E-05
2,40E-05
2,37E-05
2,34E-05
2,32E-05
2,24E-05
2,22E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
E
2,28E-05
6,71E-05
4,05E-05
3,22E-05
2,85E-05
2,65E-05
2,53E-05
2,44E-05
2,39E-05
2,35E-05
2,32E-05
2,30E-05
2,28E-05
2,26E-05
2,25E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
ESE
2,29E-05
2,66E-05
2,39E-05
2,54E-05
2,41E-05
2,34E-05
2,29E-05
2,26E-05
2,24E-05
2,23E-05
2,22E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
SE
2,18E-05
2,23E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,23E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
SSE
2,19E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
Distancia
S
SSW
1,50E+03
2,18E-05 2,19E-05
2,50E+03
2,17E-05 2,18E-05
3,50E+03
2,16E-05 2,17E-05
4,50E+03
2,16E-05 2,16E-05
5,50E+03
2,15E-05 2,16E-05
6,50E+03
2,15E-05 2,16E-05
7,50E+03
2,15E-05 2,16E-05
8,50E+03
2,15E-05 2,16E-05
9,50E+03
2,15E-05 2,16E-05
1,05E+04
2,15E-05 2,16E-05
1,15E+04
2,15E-05 2,16E-05
1,25E+04
2,15E-05 2,16E-05
1,35E+04
2,15E-05 2,16E-05
1,45E+04
2,15E-05 2,16E-05
1,55E+04
2,15E-05 2,15E-05
2,25E+04
2,15E-05 2,15E-05
2,75E+04
2,15E-05 2,15E-05
3,25E+04
2,15E-05 2,15E-05
3,75E+04
2,15E-05 2,15E-05
4,25E+04
2,15E-05 2,15E-05
4,75E+04
2,15E-05 2,15E-05
Valor Máximo 1,02E-04
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
2,20E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,20E-05
2,21E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,20E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
WSW
2,22E-05
3,00E-05
2,72E-05
2,56E-05
2,46E-05
2,39E-05
2,35E-05
2,32E-05
2,29E-05
2,27E-05
2,26E-05
2,24E-05
2,23E-05
2,23E-05
2,22E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
W
2,96E-05
2,77E-05
2,57E-05
2,45E-05
2,38E-05
2,33E-05
2,30E-05
2,27E-05
2,25E-05
2,24E-05
2,23E-05
2,22E-05
2,21E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
WNW
2,97E-05
2,58E-05
2,44E-05
2,36E-05
2,31E-05
2,27E-05
2,25E-05
2,23E-05
2,22E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
NW
2,99E-05
2,63E-05
2,47E-05
2,32E-05
2,27E-05
2,25E-05
2,23E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,15E-05
NNW
2,93E-05
2,58E-05
2,42E-05
2,34E-05
2,26E-05
2,24E-05
2,22E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,15E-05
2,15E-05
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
3,23E-05
2,62E-05
2,43E-05
2,33E-05
2,28E-05
2,29E-05
2,26E-05
2,24E-05
2,22E-05
2,21E-05
2,20E-05
2,19E-05
2,19E-05
2,18E-05
2,18E-05
2,17E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,16E-05
2,15E-05
2,15E-05
Fonte: PMARO, 2007.
337
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
NNE
2,72E-05
2,13E-05
1,71E-05
1,54E-05
1,69E-05
1,57E-05
1,49E-05
1,44E-05
1,40E-05
1,38E-05
1,36E-05
1,34E-05
1,33E-05
1,32E-05
1,31E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
NE
3,66E-05
4,00E-05
2,53E-05
2,61E-05
2,15E-05
1,90E-05
1,74E-05
1,63E-05
1,56E-05
1,50E-05
1,46E-05
1,43E-05
1,41E-05
1,39E-05
1,38E-05
1,31E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
Adulto
ENE
2,21E-05
9,24E-05
4,51E-05
3,09E-05
2,44E-05
2,09E-05
1,88E-05
1,74E-05
1,65E-05
1,58E-05
1,53E-05
1,49E-05
1,46E-05
1,43E-05
1,41E-05
1,33E-05
1,31E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,27E-05
E
1,37E-05
5,78E-05
3,13E-05
2,30E-05
1,93E-05
1,74E-05
1,61E-05
1,53E-05
1,48E-05
1,44E-05
1,41E-05
1,39E-05
1,37E-05
1,35E-05
1,34E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
ESE
1,38E-05
1,74E-05
1,48E-05
1,62E-05
1,50E-05
1,43E-05
1,38E-05
1,35E-05
1,33E-05
1,32E-05
1,31E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
SE
1,27E-05
1,32E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,32E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
SSE
1,28E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
Distancia
S
SSW
1,50E+03
1,27E-05 1,28E-05
2,50E+03
1,26E-05 1,27E-05
3,50E+03
1,25E-05 1,26E-05
4,50E+03
1,25E-05 1,25E-05
5,50E+03
1,24E-05 1,26E-05
6,50E+03
1,24E-05 1,25E-05
7,50E+03
1,24E-05 1,25E-05
8,50E+03
1,24E-05 1,25E-05
9,50E+03
1,24E-05 1,25E-05
1,05E+04
1,24E-05 1,25E-05
1,15E+04
1,24E-05 1,25E-05
1,25E+04
1,24E-05 1,25E-05
1,35E+04
1,24E-05 1,25E-05
1,45E+04
1,24E-05 1,25E-05
1,55E+04
1,24E-05 1,25E-05
2,25E+04
1,24E-05 1,24E-05
2,75E+04
1,24E-05 1,24E-05
3,25E+04
1,24E-05 1,24E-05
3,75E+04
1,24E-05 1,24E-05
4,25E+04
1,24E-05 1,24E-05
4,75E+04
1,24E-05 1,24E-05
Valor Máximo 9,24E-05
Setor
ENE
Distância
2500 m
SW
1,29E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,29E-05
1,30E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,29E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
WSW
1,31E-05
2,08E-05
1,80E-05
1,64E-05
1,55E-05
1,48E-05
1,44E-05
1,40E-05
1,38E-05
1,36E-05
1,35E-05
1,33E-05
1,32E-05
1,32E-05
1,31E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
W
2,04E-05
1,85E-05
1,66E-05
1,54E-05
1,47E-05
1,42E-05
1,39E-05
1,36E-05
1,34E-05
1,33E-05
1,32E-05
1,31E-05
1,30E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
WNW
2,05E-05
1,67E-05
1,53E-05
1,45E-05
1,40E-05
1,36E-05
1,34E-05
1,32E-05
1,31E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
NW
2,08E-05
1,72E-05
1,55E-05
1,41E-05
1,36E-05
1,34E-05
1,32E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,27E-05
1,27E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
1,24E-05
NNW
2,02E-05
1,67E-05
1,51E-05
1,43E-05
1,35E-05
1,33E-05
1,31E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
1,24E-05
1,24E-05
Distancia
1,50E+03
2,50E+03
3,50E+03
4,50E+03
5,50E+03
6,50E+03
7,50E+03
8,50E+03
9,50E+03
1,05E+04
1,15E+04
1,25E+04
1,35E+04
1,45E+04
1,55E+04
2,25E+04
2,75E+04
3,25E+04
3,75E+04
4,25E+04
4,75E+04
N
2,32E-05
1,71E-05
1,51E-05
1,42E-05
1,37E-05
1,38E-05
1,35E-05
1,33E-05
1,31E-05
1,30E-05
1,29E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,28E-05
1,27E-05
1,26E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,25E-05
1,24E-05
Fonte: PMARO, 2007.
338
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
5.5.8 CONCLUSÃO
Nas amostras que compõe o PMARO, os resultados obtidos no período de 2005 a
2007 estão compatíveis com os do período pré-operacional, tanto para as coletadas
na área de impacto quanto para as coletadas na área de controle.
Para as amostras de origem marinha, não foram observadas alterações de destaque
nas atividades dos radionuclídeos artificiais e os valores encontrados estão
compatíveis com os históricos, e muito abaixo da AMD estabelecida nos Regulatory
Guide 4.8 e NUREG 1301.
Com relação às amostras de origem terrestre, os resultados também estão
compatíveis com os valores históricos. A incidência de 89Sr/ 90Sr e de 137Cs em leite,
tanto nas amostras coletadas na área de impacto quanto nas da área de controle, tem
sido registrada desde o período pré-operacional e nos permite dizer que é proveniente
de fall-out. O mesmo também se pode dizer com relação ao 137Cs encontrado nas
amostras de solo. Os valores, tanto para 89Sr/ 90Sr quanto para 137Cs, estão muito
abaixo das AMDs apresentadas pelo Regulatory Guide 4.8 e pelo NUREG 1301.
Para as amostras de origem aérea, os resultados obtidos em 2007 demonstraram que
não houve influência da operação de Angra 1 no meio ambiente monitorado.
Nas medidas diretas das taxas de dose com dosímetros termoluminescentes (TLD),
apresentadas na Tabela 118, pode-se observar que os resultados obtidos pelo
Laboratório de Monitoração Radiológica em 2007, apresentaram valores semelhantes
aos dos anos anteriores, inclusive nos pontos de controle. Este fato é reforçado pela
constatação de que não houve nenhuma alteração nas atividades dos radionuclídeos
detectados durante este mesmo período.
Tabela 118 – Resultado das análises de dosimetria termoluminescente (TLD)
Área
Dose (em mSv/30 dias) E-12
Impacto
7,0 ± 0,32
Controle
5,75 ± 0,22
Fonte: PMARO, 2007.
Pode-se concluir que, durante o ano de 2007, não houve impacto radiológico ao meio
ambiente provocado pela operação de Angra 1. Todos os resultados obtidos estão
compatíveis com os valores históricos, obtidos desde o período pré-operacional.
339
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6
6.1
MEDIDAS MITIGADORAS
SISTEMAS DE TRATAMENTO DE REJEITOS NÃO RADIOATIVOS
Os rejeitos não radioativos são gerados pelos vários sistemas não-nucleares, que
utilizam substâncias químicas com diversos fins. Tal como no caso de rejeitos
radioativos, os rejeitos não radioativos podem ser gasosos, líquidos e
sólidos/pastosos. Do mesmo modo eles são naturalmente tratados ou processados
antes de serem liberados para o meio ambiente, em função e de acordo com os limites
estabelecidos pelas autoridades competentes.
As emissões atmosféricas podem ser provenientes da combustão do óleo Diesel
usado na Caldeira Auxiliar, nos motores dos Grupos Geradores Diesel do Sistema de
Emergência 1 e nos motores dos Grupos Geradores Diesel do Sistema de Emergência
2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do sistema de
água de alimentação de emergência. Além dos gases de combustão, há emissão de
H2, proveniente do sistema de produção de biocida, descrito no Item 6.1.2.
A operação da Usina necessita de grande quantidade de água de resfriamento do ciclo
termodinâmico, por meio de diversos sistemas que utilizam água desmineralizada, em
curcuitos fechados, e água do mar, em cicuito aberto. A água de resfriamento, tanto
dos sistemas fechado como do aberto, sofre tratamento específico, de acordo com sua
origem e finalidade. Estes tratamentos utilizam substâncias químicas, gerando
efluentes líquidos que serão descarregados no meio ambiente.
Os rejeitos sólidos são constituídos de resíduos orgânicos e sucata gerados durante a
operação da Usina. O tratamento dos esgotos sanitários também dá origem a
efluentes que são descartados para o meio ambiente aquático de Itaorna, dentro dos
padrões legais em vigor (Resolução Conama nº 357/2005 e NT-202.R.10 da FEEMA).
6.1.1 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS NÃO RADIOATIVAS
As emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais se restringem
praticamente àquelas provenientes da combustão do óleo Diesel utilizado na Caldeira
Auxiliar, bem como dos motores dos grupos geradores Diesel do Sistema de
Emergência 1 e 2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do
sistema de água de alimentação de emergência. A Caldeira Auxiliar, assim como os
motores Diesel citados, não são operados continuamente. A Caldeira Auxiliar é
praticamente operada quando a Usina nuclear está fora de operação normal, enquanto
os motores Diesel o são por ocasião da realização de testes rotineiros, ou durante
situações em que tenham que ser operados para cumprir funções de emergência.
Além das emissões associadas à combustão de óleo Diesel mencionadas no
parágrafo anterior, um outro rejeito gasoso deve ser citado, qual seja o gás hidrogênio
340
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
que se forma como sub-produto no processo de produção de hipoclorito de sódio
(utilizado no tratamento da água do mar usada no resfriamento do vapor de exaustão
das turbinas de baixa-pressão) a partir da eletrólise da água do mar. O hidrogênio
gasoso gerado nesse processo é, no entanto, lançado na atmosfera sem nenhum
tratamento, por desnecessário. A produção de hipoclorito é mantida em níveis
praticamente constantes durante a operação normal da Usina, sendo reduzida a
valores inferiores, circunstancialmente, durante as paradas da mesma, quando as
necessidades de hipoclorito de sódio são reduzidas.
O consumo de óleo nas caldeiras é de 1.400 kg/h e o consumo dos grupos geradores
– quatro de 5.400 kW de potência e quatro de 900 kW de potência – é de 30,13 kg/h.
Considerou-se a seguinte repartição para os gases de combustão do óleo Diesel: 95%
de SO2 e 5% de SO3, para os óxidos de enxofre emitidos, 90% de NO e 10% de NO2,
para os óxidos de nitrogênio emitidos, e 1,0% de CO e 99% de CO2 para os óxidos de
carbono liberados para a atmosfera.
Os seguintes parâmetros foram usados para calcular a quantidade de gases gerados
na combustão do óleo Diesel:
Poder calorífico - 10.270 kcal/kg
Peso específico - 986 kg/m3
Teores : Carbono - 87,25%
Enxofre - 1,0%
Hidrogênio - 11,25%
Nitrogênio - 0,50%
Cinza (máx.) - 0,02% em peso
Resíduo de carbono - 0,25% em peso
O tanque de óleo Diesel para uso diário tem um volume de 100 m3, enquanto que o
tanque de reserva tem 150 m3. Os tanques dispõem de bacia de contenção, e o óleo
que eventualmente vazar é reaproveitado.
A chaminé da caldeira auxiliar tem sua boca de descarga a uma altura em relação ao
solo de 45 metros, enquanto os grupos geradores Diesel de emergência possuem
tubos de descarga com a boca situada a 18,75 metros de altura, para o grupo do
sistema de emergência 1, e 11,10 metros de altura em relação ao solo, para o grupo
do sistema de emergência 2.
As emissões estão abaixo dos valores fixados pela Resolução CONAMA no 08 de 06
de dezembro de 1990 no que diz respeito às emissões atmosféricas de dióxido de
enxofre, embora esta Resolução se restrinja apenas às emissões resultantes da
combustão de óleo combustível e de carvão mineral.
341
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As emissões atmosféricas podem ser provenientes dos exaustores da caldeira auxiliar
e dos grupos Diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os eventuais
vazamentos são insignificantes e, portanto, não são considerados.
O consumo nominal de óleo Diesel na caldeira auxiliar é de 57.553,08 litros/mês
(78,78 kg/h), enquanto que o consumo nominal dos grupos Diesel- geradores - dois de
5.400 kW de potência e dois de 2850 kW de potência - é de 3.733,33 litros/mês (5,11
kg/h). Os parâmetros e teores usados para o cálculo das emissões gasosas da
combustão do óleo Diesel são os mesmos que foram utilizados para o cálculo das
emissões de Angra 2.
As emissões, na atmosfera, de rejeitos gasosos não radioativos atualmente derivadas
da operação da Usina Angra 1, estão indicadas na Tabela 119.
Tabela 119 – Emissões Atmosféricas não Radioativas de Angra 1
TIPO
QUANTIDADE
FREQUENCIA
ALTURA DA
LIBERAÇÃO (m)
Gases de combustão
da caldeira auxiliar
1,50 kg/h SO2
0,24 kg/h SO3
0,76 kg/h NO
0,13 kg/h NO2
1,38 kg/h CO
251,13 kg/h CO2
Intermitentes (partidas, paradas
e emergência)
15
Gases de combustão
dos grupos Diesel de
emergência
0,097 kg/h SO2
6,40 ×10-3 kg/hSO3
4,93 ×10-2 kg/h NO,
8,4 ×10-3 kg/h NO2
0,089 kg/h CO
16,24 kg/h CO2
Contínua quando em suprimento
de emergência (ou quando
testados individualmente
mensalmente durante uma hora)
22 e 15
Fonte: Eletronuclear, 2008.
6.1.2 EMISSÕES DE EFLUENTES LÍQUIDOS NÃO RADIOATIVOS
O sistema de tratamento de efluentes líquidos não radioativos instalado na Usina de
Angra 1 tem capacidade para processar cerca de 100 m3/dia, durante os períodos de
operação normal da Usina e nas paradas da mesma.
As fontes de geração e/ou tratamento de efluentes líquidos convencionais da Usina de
Angra 1 são:
•
Estação de Tratamento de Esgoto;
•
Tanque de Separação de Água e Óleo;
•
Tanque de Monitoração de Rejeito;
•
Poço Leste e Oeste;
•
Tanque de Neutralização 1 e 2 e
•
Sistema de Água de Circulação
342
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Na Figura 155, apresenta-se o fluxograma do Sistema de Tratamento de Efluentes
Líquidos de Angra 1.
Figura 155 – Fluxograma esquemático do Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos
de Angra 1.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
A caracterização qualitativa e quantitativa dos efluentes líquidos não-radioativos de
Angra 1, pós-tratamento, assim como os padrões aplicáveis ao tratamento estão
descritos no Item 2.2.5.2.
O Sistema de Tratamento de Água, apesar de ter objetivo de condicionar a água doce
para uso na CNAAA, produz uma pequena quantidade de efluente e, devido a esse
fato, será abordado no presente tópico.
6.1.2.1 Descrição dos Subsistemas
6.1.2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto
A ETE de Angra 1 é monitorada quanto à qualidade dos efluentes tratados, por meio
de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento, bem
como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos
locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não
filtráveis totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal. Sua
caracterização encontra-se descrita no Item 2.2.5.2. O sistema de tratamento de
343
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
efluentes líquidos convencionais tem capacidade para processar até 100 m3/dia,
durante os períodos de operação normal da Usina e nas paradas da mesma.
Os procedimentos operacionais adotados atendem às seguintes normatizações:
•
NT-202.R-10 (Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos);
•
Diretriz DZ-942.R-7 (Diretriz de Implantação do Programa de Autocontrole de
Efluentes Líquidos, Procon Água)
•
Diretriz DZ-215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em
Efluentes Líquidos de Origem Não-industrial), da Feema;
•
Resolução Conama 357/2005.
6.1.2.1.2 Tanque de Hipoclorito de Sódio
Após a saída do eletrolisador, a água do mar clorada é armazenada no Tanque de
Hipoclorito onde também ocorre a separação do hidrogênio da água. Esse tanque é
aerado com o objetivo de manter a concentração de H2 abaixo de 1% em volume.
Essa aeração é realizada mediante uma corrente contínua de ar, à vazão adequada,
de modo a manter o teor de hidrogênio dentro do tanque e do tubo de ventilação, em
quaisquer circunstâncias, bem abaixo do nível perigoso.
O tanque de hipoclorito é dotado de 2 ventiladores de ar para diluição, sendo que um
sempre em funcionamento e outro em reserva.
As bombas centrífugas são responsáveis pela dosagem contínua da solução de
hipoclorito de sódio em dois pontos no Sistema de Água de Circulação (SAC) e no
Sistema de Água de Serviço (SAS).
6.1.2.1.3 Tanques de Neutralização 1 e 2
O Tanque de Neutralização 1 recebe os efluentes do Dreno de Sistema de Adição de
Produto Químico no Secundário (PQS) e Laboratório Químico Frio. O efluente deste
tanque não é liberado diretamente para o meio ambiente, sendo direcionado para o
Tanque de Neutralização 2.
O Tanque de Neutralização 2, por sua vez, recebe o efluente do Sistema de
Tratamento de Água, além do efluente do Tanque de Neutralização 1. Neste tanque o
efluente é tratado de modo a atender os critérios das Normas de Liberação de
Efluentes Líquidos (Feema) e em seguida é descartado para o Canal 5.
6.1.2.1.4 Poços de Dreno do Edifício da Turbina Lados Leste e Oeste
Estes poços recebem os efluentes provenientes da drenagem de água de todos os
equipamentos e pisos localizados no interior do Edifício do Turbogerador – ETG, que
não sejam químicos (drenos do laboratório frio e sistema de injeção de produtos
químicos).
344
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Essas drenagens são coletadas e fluem por gravidade para os poços leste e oeste
dependendo da localização do equipamento ou piso.
Os poços possuem duas bombas cada um, que são ligadas/desligadas manualmente
ou automaticamente por chaves de nível, que bombeiam a água dos dois poços para o
Canal 5, passando por poços separadores de água e óleo.
6.1.2.1.5 Sistema de Separação de Água e Óleo
As drenagens dos prédios onde haja a presença de óleo nos efluentes líquidos são
encaminhadas para unidades de separação de água e óleo antes da descarga desses
efluentes.
Há duas unidades de separação água e óleo, em frente ao edifício da administração
de Angra 1, onde é tratada a água passível de contaminação da região dos
transformadores. As outras áreas passíveis de contaminação são atendidas por caixas
separadoras de água e óleo distribuídas pela Usina.
Os efluentes enviados para tratamento na unidade de separação de água e óleo são
distribuídos em dois canais para separar água e óleo e para a deposição dos sólidos,
normalmente contidos neste tipo de efluentes. O óleo é removido por um mecanismo
do tipo escumador que atua na superfície do efluente. Os sólidos decantados e
recolhidos são enviados ao tanque de acúmulo de lama e posteriormente recolhidos
para deposição em local apropriado, enquanto que o óleo sobrenadante, recolhido por
tubo escumador de superfície, é enviado ao tanque de acúmulo de óleo.
O efluente do separador será conduzido a um conjunto de placas coalescentes para
remoção adicional do óleo nele contido. O óleo recolhido será enviado ao tanque de
acúmulo de óleo, enquanto o efluente tratado poderá ser enviado para o Canal 5.
O Sistema Separação de Água e Óleo prevê a recuperação do óleo contido no tanque
de acúmulo, que periodicamente é recolhido e enviado para o descarte pelos setores
responsáveis da empresa. A lama depositada no fundo do canal separador será
removida conforme a programação estabelecida e enviada para disposição em local
apropriado.
Os efluentes das caixas de separação passarão apenas por um sistema de placas
coalescentes, sendo a sua limpeza efetuada trimestralmente, para remoção de óleo, e
seus efluentes enviados para o Canal 5.
Conforme descrito, o processo de separação água-óleo não envolve adição de
nenhum produto químico, pois se trata apenas de separação física. A fase aquosa, já
descontaminada de óleos, escoa através de vertedouros, de onde segue para o Canal
5 e posteriormente até o mar. O Sistema de Separação de Água e Óleo de Angra 1
pode tratar os efluentes contendo óleos com impurezas. Os teores de óleos dos
efluentes líquidos, após tratamento, apresentam resultados sempre inferiores a 20
ppm.
345
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.1.2.1.6 Sistema de Tratamento de Água
A água doce captada no Rio do Frade é encaminhada para tratamento, que consiste
em pré-cloração, clarificação, filtração e pós-cloração, antes de ser utilizada pela
CNAAA.
Na Figura 156, apresenta-se um panorama esquemático das fontes de água captadas
para a CNAAA.
Figura 156 – Panorama Esquemático das Captações de Água da CNAAA.
Fonte: Pithon, 2006.
O tratamento da água bruta utiliza hipoclorito de sódio, hidróxido de cálcio e sulfato de
alumínio. As quantidades dosadas variam com a qualidade da água bruta e são
ajustadas em função de teste de jarro efetuado em laboratório. O hipoclorito é gerado
a partir de sal grosso, o hidróxido de cálcio utilizado apresenta em solução, 1% e o
sulfato de alumínio, 2,5%.
Essa água tratada é destinada para uso em três sistemas de Angra 1, quais sejam:
Sistema de Água Potável, Sistema de Proteção Contra Incêndio e Sistema de
Desmineralização.
A água doce destinada ao Sistema de Água Potável da Usina sofre cloração adicional
na EPTA e apresenta 1 ppm de cloro residual, na saída. A capacidade atual do
sistema é de 33,3 L/s e futuramente será ampliada para 100 L/s para atender
adicionalmente Angra 2 e Angra 3.
A lama dos decantadores – Al(OH)3 – é lançado no canal de drenagem, Canal 5.
346
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Em caso de necessidade de se esvaziar os tanques de hidróxido de cálcio e sulfato de
alumínio, estes também serão drenados para o Canal 5.
A água potável, após tratamento, apresenta as características descritas na Tabela
120.
Tabela 120 – Características físico-químicas da água doce após tratamento na ETA.
Parâmetros
Resultado
Parâmetros
Resultado
Alcalinidade total
5,5 ppm
Mg
Ca
8,3 ppm
pH
8
Cl
13,8 ppm
Na
6,0 ppm
Cloro ativo residual
0,4 ppm
SO4
19,7 ppm
Condutividade
específica
102 mS/cm
SiO2
6,8 ppm
Fe
Turbidez
< 0,1 ppm
Fonte: Eletronuclear, 2008.
0,4 0 ppm
0,4 eq. ppm de Si O2
O Sistema de Água de Desmineralização trata a água para que ela apresente alta
pureza química, cuja característica é essencial para vários sistemas internos de Angra
1, uma vez que é necessária a ausência absoluta de qualquer impureza para evitar a
corrosão nos sistemas auxiliares da Usina e no circuito água/vapor.
Durante o processo de desmineralização, a água pré-tratada passa sucessivamente
por filtros de carvão ativado, filtros catiônicos e aniônicos e filtros de leito misto. O
sistema de regeneração dos filtros catiônicos e aniônicos usa ácido sulfúrico e soda
cáustica, gerando rejeitos que são conduzidos ao poço de neutralização.
Da mesma forma, a água de lavagem dos filtros de carvão ativado também é levada
ao poço de neutralização, para o devido tratamento antes da liberação para o meio
ambiente.
No caso de perda de capacidade de regeneração, o Sistema de Água de
Desmineralização, além dos efluentes líquidos, produz como rejeitos sólidos as
resinas exauridas usadas nos filtros.
Os sistemas de produção de biocida, assim como o Sistema de Água de
Desmineralização têm seus rejeitos encaminhados para poços de neutralização onde
eles recebem tratamento e são homogeneizados por meio de uma bomba antes de
serem liberados.
A neutralização do efluente é realizada da seguinte forma:
•
Caso o pH apresente valor menor que 6,5, adiciona-se soda cáustica ao tanque
de neutralização em intervalos de 10 seg, 1 min ou 3 min, variável conforme o
valor do pH medido.
•
Caso pH apresente valor maior que 8,5, adiciona-se ácido sulfúrico ao tanque
de neutralização nos mesmos intervalos acima, variável conforme o valor do
pH medido.
347
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Se o pH apresenta valor entre 6,5 e 8,5, o conteúdo do poço é descarregado
no Canal 5.
Além do mais, existe a aplicação de substâncias químicas como antiincrustantes e
anticorrosivos com o objetivo de proteger as tubulações dos vários sistemas da Usina.
A hidrazina está armazenada em dois tanques de 2 m3 de volume em solução de 15%.
A atmosfera desses tanques é conectada a um filtro de carvão para evitar escape de
vapores de hidrazina para o meio ambiente. Vazamentos eventuais dos tanques são
aparados em um poço que é preenchido com água desmineralizada e encaminhados
para o Tanque de Neutralização.
O sulfato ferroso está armazenado em tanque com volume de 60 m3. No início de
operação da Usina, quando o sulfato ferroso é dosado pela primeira vez, a dosagem
de 1 ppm de Fe 2+ é contínua durante as primeiras 24 horas, seguidas de 6 semanas
com 1 ppm de Fe 2+ duas vezes ao dia, durante uma hora. A dosagem de manutenção
é de 1 ppm de Fe 2+ durante uma hora, uma vez ao dia.
Outras substâncias químicas como zinco, fosfato, nitrito e borato são armazenadas em
recipientes com capacidade de 30 L e usadas quando necessário, nas proporções
específicas.
O Sistema de Água de Circulação encontra-se descrito no Item 2.2.11.4.
Com objetivo de monitorar os efluentes líquidos lançados pela Usina de Angra 1, a
Eletronuclear vêm realizando periodicamente a medição de diversos parâmetros
presentes nos efluentes líquidos, provenientes das diversas fontes.
De forma resumida, as Tabela 121 e Tabela 122 apresentam a origem, a característica
dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e as medidas
mitigadoras ou tratamento dos mesmos antes do lançamento no Saco Piraquara de
Fora, no Canal 5 e na estrutura de deságüe de efluentes do tratamento de esgotos.
Tabela 121 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o
tratamento dos mesmos antes do lançamento em Piraquara de Fora
Origem
Tratamento com
biocida da água do
mar de
resfriamento dos
sistemas água de
serviço e água de
circulação
Substâncias
Concentração/
Quantidade
Hipoclorito de
sódio (NaClO)
0,3 ppm de cloro ativo
/ 0,024 kg de cloro
ativo por seg. contidos
em 76,8 m3 por seg.
Freqüência de
Descarte
Tratamento
Contínua
Sem tratamento.
Concentração-limite
de cloro livre inferior
a 5mg/l, de acordo
com a NT.202.R-10
da FEEMA (1)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
348
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 122 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o
tratamento dos mesmos antes do lançamento no Canal 5 em Itaorna
Concentração/
Freqüência de
Origem
Substâncias
Tratamento
Descarte
Quantidade
Hidrazina (N2H4)
Anticorrosivo
utilizado no ciclo
secundário de
água-vapor
Proteção contra
corrosão dos tubos
dos trocadores de
calor dos sistemas
de refrigeração dos
Geradores diesel 3
e 4.
Limpeza de
eletrodos das
células de
produção de
hipoclorito de sódio
Sistema de
drenagem de
vazamentos dos
edifícios sem
radiação
Anticorrosivo do
sistema fechado de
Refrigeração de
componentes SRC
Limpeza de
eletrodos das
células de
produção de
hipoclorito de sódio
Regeneração das
resinas do sistema
de
desmineralização
0,12 ppm / 2m3 por
hora
representando
0,00025 kg por
hora de N2H4
Amoníaco (NH3)
(proveniente da
decomposição da
hidrazina)
5 a 10 ppm/ 2 m3
por hora ,
representando de
0,01 a 0,02 kg por
hora de NH3
Sulfato ferroso
(FeSO4)
1 ppm Fe/ 5,7 m3
por segundo,
representando
0,0057 kg Fe por
segundo
Ácido clorídrico
(HCl)
Óleos
Cromato de
potássio
Ácido clorídrico
(HCl)
Ácido Clorídrico
(HCl)
Hidróxido de Sódio
(NaOH)
3% HCl / 5 m3 por
mês
Liberação para o
tanque de
neutralização.
Perdas contínuas
no ciclo secundário
de água -vapor
1 hora por dia
Sem tratamento.
Concentração de
Fe solúvel limitada
a 15 mg/ litro de
acordo com
NT.202.R-10 da
FEEMA
Esporádica
Neutralização até
pH 6,5 a 8,5,
de acordo com
limites entre 5 e 9
da NT.202.R-10
da FEEMA (2)
0 a 20 litros por
segundo
Esporádica
175 - 225 ppm /
0,08Kg por mês
Em caso de
manutenção
apenas, pois o
sistema é fechado.
3% HCl / 5 m3 por
mês
Separador
óleo/água com
fase aquosa
contendo até 20
ppm de óleo após
tratamento.
Sem tratamento,
liberação
controlada pelo
Tanque de
neutralização.
Esporádica
Neutralização até
pH 6,5 a 8,5,
de acordo com
limites entre 5 e 9
da NT.202.R-10
da FEEMA (2)
Esporádica
Neutralização até
pH 6,5 a 8,5, de
acordo com limites
entre 5 e 9 da
NT.202.R-10 da
FEEMA (2)
Variáveis / 2,47 m³
de HCl por mês
Variáveis / 1,89 m³
kg de NaOH por
mês
Concentração limite para NH3 de
5 ppm pela
NT.202.R-10 da
FEEMA
349
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Origem
Anticorrosivos do
sistema de
refrigeração do
sistema de água
gelada e Gerador
diesel.
Antiincrustrante e
anticorrosivo do
sistema de
refrigeração do
edifício da Turbina
Sistema de
Tratamento de
Esgotos Sanitários
Concentração/
Quantidade
Substâncias
67-200 ppm / até
40l por mês, i.e.,
0,003 a 0,008 kg
de nitrito por mês
-
Nitrito (NO2 )
Borato (BO33-)
45-136 ppm de B /
até 40l por mês,
i.e., 0,002 a 0,006
kg de boro por mês
2,5 a 3,5 ppm /
0,005 a 0,007kg
por dia
Zinco (Zn2+)
Fosfato (PO43-)
8 a 11 ppm / 0,016
a 0,022 kg por dia
Freqüência de
Descarte
Tratamento
Em caso de
manutenção
apenas, pois o
sistema é fechado
Neutralização até
pH 6,5 a 8,5, de
acordo com limites
entre 5 e 9 da
NT.202.R-10 da
FEEMA (2)
2 horas por dia
com 1 m3 por hora
Neutralização até
pH 6,5 a 8,5, de
acordo com limites
entre 5 e 9 da
NT.202.R-10 da
FEEMA (2)
máx. 38 kg / 151
3
m por dia
min. 11 kg/ 43 m 3
por dia
DBO5 (carga
orgânica)
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Efluentes da
Estação de
Tratamento de
Esgotos Sanitários
Diária
Aeração
prolongada, com
redução de 90%
da carga orgânica
6.1.3 REJEITOS SÓLIDOS NÃO RADIOATIVOS
A Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho como responsável pela
destinação dos resíduos industriais gerados na CNAAA busca sempre que possível o
reuso, o reprocessamento ou a reciclagem dos mesmos.
A escolha para a destinação final dos resíduos é feita de acordo com as
características dos mesmos. No caso da possibilidade de comercialização, com o
objetivo de reaproveitar o resíduo, o mesmo é disponibilizado em leilões através da
Gerência de Suprimentos que providencia a inclusão do material em lotes nos leilões.
A empresa compradora deve estar licenciada junto ao órgão ambiental competente
para executar a atividade proposta (reciclagem, reprocessamento etc.) e em dia com o
Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras do IBAMA. Dentre
os resíduos vendidos para o reprocessamento/reciclagem estão as sucatas metálicas
ferrosas e não ferrosas, incluindo cabos e fios e os óleos usados.
Outra opção para destinação de resíduos é a destruição térmica que pode ser por
meio das técnicas de co-processamento ou incineração. Neste caso, a Eletronuclear
contrata empresas especializadas e licenciadas junto ao órgão ambiental competente
e em dia com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras do
IBAMA, para a execução do serviço.
Os resíduos somente são dispostos em aterros industriais, caso seja inviável a sua
reprocessamento/reciclagem ou destruição.
350
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Alguns resíduos exigem tratamento específico, como no caso de lâmpadas
fluorescentes, que são enviadas para empresas especializadas em descontaminação
e tratamento deste resíduo. O processo é realizado inteiramente por via seca, não
gerando assim, efluentes líquidos. Os componentes das lâmpadas, tratadas pelo
processo de descontaminação, podem ser reaproveitados como materiais recicláveis.
Na Tabela 123, apresenta-se os principais resíduos gerados pela CNAAA, sua
classificação e destinação/tratamento aplicado a cada um.
Tabela 123 – Classificação e destinação/tratamento dos principais resíduos sólidos convencionais
gerados pela CNAAA.
Resíduos
Classificação
Destino/Tratamento
Sucatas metálicas
Não perigosos
Reprocessamento
Plásticos
Não perigosos
Reprocessamento
Borras Oleosas
Perigosos
Reprocessamento
Trapos Impregnados
Perigosos
Co-processamento
Isolamento Térmico
Não perigosos
Co-processamento
Pneus
Não perigosos
Reciclagem
Óleos Usados
Perigosos
Reprocessamento / Rerrefino
Resinas de Troca Iônica
Não perigosos
Co-processamento
Lâmpadas fluorescentes
Perigosos
Descontaminação
Reagentes químicos
Perigosos
Incineração
Graxas
Perigosos
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Co-processamento
Nas Figura 157 a Figura 161, apresentam-se os gráficos com os percentuais das
destinações/tratamentos aplicados aos resíduos sólidos convencionais da CNAAA no
período de 2003 a 2007.
Figura 157 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da
CNAAA, em 2003. Fonte: Eletronuclear, 2008.
Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e
descontaminação de lâmpadas fluorescentes.
351
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 158 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da
CNAAA, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008.
Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e
descontaminação de lâmpadas fluorescentes.
Figura 159 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da
CNAAA, em 2005. Fonte: Eletronuclear, 2008.
Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e
descontaminação de lâmpadas fluorescentes.
352
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 160 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da
CNAAA, em 2006. Fonte: Eletronuclear, 2008.
Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e
descontaminação de lâmpadas fluorescentes.
Figura 161 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da
CNAAA, em 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008.
Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e
descontaminação de lâmpadas fluorescentes.
6.1.3.1 Equipamentos contendo PCB’s – Ascarel
Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel)
como óleo isolante.
353
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Sendo assim, a Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes
equipamentos.
Do total de treze equipamentos instalados em Angra 1, três transformadores foram
encaminhados para descarte em novembro de 2007 e dois foram substituídos em
janeiro de 2008. A destruição destes equipamentos foi concluída em fevereiro de 2008
na empresa TRIBEL – Tratamento de Resíduos de Belfordroxo Ltda.
Na Figura 162 a Figura 164, apresenta-se o processo de destruição de um dos
transformadores retirados de Angra 1.
Figura 162 – Retirada e preparação de um dos transformadores de Angra 1 para destruição.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 163 – Entrada do transformador no forno estático para destruição.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
354
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 164 – Retirada do transformador do forno estático, após a queima.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
A continuação da substituição dos transformadores está na dependência da aquisição
de novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento.
6.1.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear
A CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente da
manutenção de áreas verdes.
A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que
exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores. Os
resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de
Angra dos Reis. Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiuse pela adoção do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e
Segurança do Trabalho responsável pela implantação deste projeto de modo que o
material orgânico pudesse ser reaproveitado.
Dentre os principais benefícios obtidos com a implantação da Central de
Compostagem estão:
a) Eliminação total da utilização de aterro municipal para disposição de resíduos
proveniente da manutenção das áreas verdes nas áreas de propriedade da
Eletronuclear.
Durante o ano de 2006 a Central de Compostagem recebeu mensalmente, em média,
100 caminhões de matéria orgânica – grama e podas de árvores e em 2007 esta
média foi de 90 caminhões por mês. Assim, deixaram de ser depositados
mensalmente no aterro municipal de Angra dos Reis em torno de 800 m3 em 2006 e
700 m3 em 2007 de matéria orgânica empolada (sem triturar), totalizando 17.800 m3
nestes dois anos.
355
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
b) Redução da queima de combustível fóssil (diesel) no deslocamento de caminhão
até o aterro municipal.
Com a eliminação da deposição deste material no aterro sanitário municipal, deixaram
de ser percorridos em média 40 km por viagem, totalizando 96.000 km em 2006 e
85.600 km. Isto significa uma redução de 36.000 litros de diesel queimados nestes
dois anos.
c) Economia no emprego de fertilizantes químicos nas áreas verdes de propriedade
da Eletronuclear.
Além da redução da utilização de combustível, também deixaram de ser aplicadas nas
áreas verdes da Eletronuclear 9 toneladas de fertilizantes químicos por anos, o que
traz não só uma economia, como também é ambientalmente melhor.
d) Aproveitamento do material obtido (adubo) em projetos de educação ambiental e
recuperação de áreas degradadas desenvolvidos durante a semana do meio
ambiente em 2006.
Nas Semanas do Meio Ambiente, do ano de 2006 e 2007, foram realizadas atividades
de plantio, distribuição de mudas e composto para alunos e funcionários das escolas
da região, além de cursos de Agroecologia e Agricultura Orgânica, voltados para a
biologia do solo e o desenvolvimento de técnicas de cultivo orgânico. Estes cursos
foram aplicados em turmas compostas por funcionários da Eletronuclear e seus
dependentes, funcionários de empresas contratadas e alunos das escolas da região.
Os cursos de Agroecologia e Agricultura orgânica foram realizados em parceria com o
CEFET de Rio Pomba, em Minas Gerais, e ministrados pelo Coordenador do curso de
Tecnólogo e Agroecologia desta instituição.
No trabalho de hortas escolares todas as mudas de hortaliças utilizadas foram
produzidas na Central de Compostagem, aplicando-se os conhecimentos da
agricultura orgânica
Durante a SEMA 2006 também foram realizadas atividades de recuperação ambiental,
utilizando as técnicas de fertilização orgânica.
Foram plantadas mudas de diversas espécies no trecho da BR-101 entre o rio
Mambucaba e a praia do Coqueiro, num total de 1 km, em frente à Vila Residencial de
Mambucaba.
Além destas atividades desenvolvidas nas SEMAs, 2006 e 2007, a equipe da Central
de Compostagem iniciou a recuperação da mata ciliar na margem do rio Mambucaba
próxima a Central de Compostagem.
A Central de Compostagem também dá apoio ao projeto de recuperação ambiental da
Restinga de Mambucaba, na foz do rio Mambucaba, para o qual foi contratada a
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
356
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.2
SISTEMA DE TRATAMENTO DE REJEITOS RADIOATIVOS
6.2.1 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS RADIOATIVAS
Na Usina ANGRA 1 é feita a remoção contínua dos gases radioativos do circuito
primário para tanques de decaimento, onde, por projeto, permanecem armazenados
durante toda a vida operacional dessa Usina. Esses tanques são em número de 6,
com cerca de 17.000 litros cada um, construídos em aço-carbono e dispostos em
paralelo.
As quantidades de gases nobres radioativos produzidas anualmente, em termos
mássicos, são na prática verdadeiramente diminutas, muito inferiores a 1 grama/ano
em seu total.
Dos tanques de armazenagem citados, mínimas quantidades de gases radioativos
poderão ser eventualmente lançadas na atmosfera, mas apenas durante operações
controladas de manutenção desse sistema de tanques e em absoluta consonância
com os limites estabelecidos pelo Órgão Licenciador (CNEN) a esse título. Além do
mais, é possível, operacionalmente, transferir-se conteúdos de gases de um tanque a
outro, se necessário, seja para fins de manutenção, seja para fins de equalização de
conteúdos dos gases neles armazenados, o que significa dizer que, realmente, os
gases radioativos armazenados possam ser mantidos nesses tanques durante toda a
vida operacional da Usina.
Por outro lado, através do sistema próprio de ventilação da área controlada da Usina
são eliminadas, pela chaminé, mínimas quantidades de gases radioativos que possam
emanar de algum componente instalado fora do Envoltório da Contenção da Usina.
Aerossóis que possam formar-se nessas circunstâncias, são também retidos em filtros
absolutos “HEPA” e de carvão ativado, especificamente destinados a essa finalidade.
Essas mínimas emissões são, no entanto, comprovadas, monitoradas e contabilizadas
continuamente através de sistema próprio de monitoração isotópica da chaminé, em
absoluto respeito aos limites de emissões de gases radioativos no meio-ambiente, tais
como definidos pelo Órgão Licenciador (CNEN).
Nas situações em que o circuito primário deva ser despressurizado, seja para fins de
recarregamento de combustível nuclear, seja para fins de manutenção, a
desgaseificação prévia do líquido refrigerante do circuito primário precisa ser feita e
tem como objetivo a extração dos radioisótopos de gases nobres nele dissolvidos,
assim como também do hidrogênio gasoso de processo que nele está presente, de
modo que o vaso de pressão do reator possa ser então aberto, sem riscos para os
operadores, bem como as eclusas de acesso ao prédio do reator possam ser também
abertas, igualmente sem riscos de contaminações dos ambientes interno e externos à
Usina.
357
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
As liberações de radioisótopos de gases nobres previstas no Relatório Final de Análise
de Segurança FSAR estão discriminadas na Tabela 124, mostradas a seguir:
Tabela 124 – Liberações de Radioisótopos de Gases Nobres da Usina ANGRA 1
Radioisótopo
Percentagem (%)
Radioatividade (Bq/ano)
85m
Kr
1,4
1,6 x 1011
85
Kr
21,9
2,4 x 1012
87
Kr
0,8
9,0 x 1010
88
Kr
2,5
2,7 x 1011
Xe
1,3
1,4 x 1011
133
Xe
67,0
7,4 x 1012
135
Xe
4,1
4,5 x 1011
0,2
2,7 x 1010
133m
135m
Xe
138
Xe
0,5
5,3 x 1010
Fonte: Relatório Final de Análise de Segurança (FSAR) de ANGRA 1, Tabela 11.3-40.
6.2.2 EFLUENTES LÍQUIDOS RADIOATIVOS
As fontes de efluentes líquidos radioativos são: os efluentes do Sistema de Tratamento
de Rejeitos Líquidos Radioativos, do Sistema de Reciclagem de Boro e
potencialmente do Sistema da Purga dos Geradores de Vapor e Drenos do Edifício da
Turbina.
O Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos Radioativos e Sistema de Reciclagem
de Boro têm a função de armazenar e processar os diferentes rejeitos líquidos gerados
durante a operação, durante os períodos de recarregamento do combustível ou em
manutenção de equipamentos, de forma liberar para o meio ambiente de forma
controlada, efluente líquido dentro dos padrões exigidos pelos Órgãos Ambientais e
Nuclear, neste em consonância com a Norma 10CFR50 Apêndice I e 10CFR20
Apêndice B.
O rejeito líquido é gerado na área controlada da Unidade oriundo do Prédio do Reator
(ERE), Edifício de Combustível (ECB) e dos Edifícios Auxiliares Norte (EAN), Sul
(EAS) e de Segurança (ESE).
Os rejeitos líquidos descarregados diretamente dos sistemas, quando triciados,
desaerados e borados (trem A) (recicláveis) são processados no Sistema de
Reciclagem de Boro. Estes rejeitos são armazenados em cada um dos 2 Tanques de
Espera de Reciclagem de Boro (TERB), processados no Evaporador de Reciclagem e
leito desmineralizador. O concentrado do Evaporador de Reciclagem e o destilado são
reaproveitados, armazenados no Tanque de Ácido Bórico (TAB) e no Tanque de Água
de Reposição (TARR). Quando não reaproveitado, o destilado é conduzido
preferencialmente para o Tanque de Monitoração 2 (TMR2) para descarga autorizada
e controlada, após análise química e radioquímica.
358
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os rejeitos líquidos aerados, não recicláveis (trem B), processados no Sistema de
Tratamento de Rejeitos Líquidos, são descarregados via poços de coletas ou
diretamente de sistemas para coleta nos Tanques de Espera de Rejeitos Líquidos
(TERJ) (rejeito líquido triciado), Tanque de Drenos de Piso (TDP) (rejeito líquido não
triciado), para posterior processamento no Evaporador de Rejeitos e leito
desmineralizador. O concentrado do Evaporador de Rejeitos segue para
acondicionamento no Sistema de Tratamento de Rejeitos Sólidos e o destilado é
conduzido preferencialmente para o Tanque de Monitoração 2 (TMR2), para descarga
autorizada e controlada, após análise química e radioquímica.
O rejeito líquido gerado nos trabalhos da Lavanderia são armazenados no Tanque de
Lavanderia e Chuveiros Quentes (TLCQ). Após análise química e radioquímica, estes
rejeitos normalmente são conduzidos preferencialmente para Tanque de Monitoração
1 (TMR1), para descarga autorizada e controlada, após análise química e
radioquímica.
Os componentes de capacidades necessárias para armazenagem e processamento
dos rejeitos líquidos gerados na Unidade.
O TERJ, TDP e o TLCQ têm a capacidade de 37.800 litros, enquanto os 2 TERB´s têm
capacidade de 118.000 litros cada.
Os TMR´s 1 e 2 têm capacidade cada de 18.900 litros.
Os Evaporadores de Reciclagem de Boro e Rejeito têm capacidade individual de
processar 3.400 L/h, fator de descontaminação de 1000 e concentração a 21.000 ppm
de Boro (20% em peso em H3BO3), para o Evaporador de Rejeitos e 7.000 ppm de
Boro (4% em peso em H3BO3) para o Evaporador de Reciclagem.
Os leitos desmineralizadores têm fator de descontaminação de 10.
Os efluentes radioativos oriundos do Sistema da Purga dos Geradores de Vapor e dos
Drenos do Edifício da Turbina só são previstos na eventualidade acidental de
contaminação do circuito secundário. Os rejeitos são redirecionados para o Edifício
Auxiliar Sul (EAS) para processamento no Sistema de Tratamento de Rejeitos
Líquidos Radioativos.
A vazão de descarga prevista total de efluente líquido da Unidade é de 33 m3/s desta,
6 l/s é proveniente da descarga por batelada dos efluentes líquidos radioativos.
Anualmente é previsto a descarga do Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos
Radioativos de 6,7 E+08 Bq/a e 3,7 E+12 Bq/a considerando trítio.
Tabela 125 - Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1
Radionuclídeo*
Ci
Bq
%
Co-58
2,60E-03 9,6E+07
14,4%
Co-60
7,60E-04 2,8E+07
4,2%
Sr-90
1,40E-08 5,2E+02 0,0001%
I-131
8,40E-05 3,1E+06
0,5%
359
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Radionuclídeo*
Ci
Bq
%
Cs-134
3,20E-03 1,2E+08
17,7%
Cs-137
1,00E-02 3,7E+08
55,2%
Total
1,81E-02 6,7E+08
100,0%
Trício
9,63E+01 3,6E+12
Fonte: FSAR, 2007.
* Considerados os radionuclídeos mais significativos.
Na Figura 165 é apresentado o fluxograma de efluentes líquidos radioativos de Angra
1.
360
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 165 – Fluxograma de Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
361
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS RADIOATIVOS
O sistema de tratamento de rejeito sólido destina-se ao processamento e posterior
acondicionamento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de atividade gerados
durante a operação e manutenção da Usina de Angra 1.
Os seguintes tipos de rejeito são processados em Angra 1:
•
Rejeitos sólidos compactáveis (plásticos, luvas de borracha, papel, etc) sem
umidade;
•
Rejeitos sólidos não compactáveis (madeira, peças metálicas, ferramentas,
etc);
•
Filtros de cartucho usados nos sistemas (SCQV, SRR, PCU, STRL);
•
Concentrado do evaporador e resinas exauridas do tanque de armazenamento
de resinas (TARE).
Para cada tipo de rejeito radioativo há um tipo de embalagem própria especialmente
manufaturada. O concentrado do evaporador e as resinas são incorporados em matriz
sólida de cimento em Liners de 1m3, os rejeitos compactáveis são compactados dentro
dos próprios tambores de 200 L, os filtros são imobilizados também em tambores de
200 L e os rejeitos não compactáveis são imobilizados em cimento, em caixas
metálicas.
O sistema de tratamento de rejeito sólido está instalado no Edifício Auxiliar Norte
(EAN), elevação +5,15 m, sala 523 e processa os seguintes rejeitos radioativos.
Na Figura 166, apresenta-se o fluxograma esquemático do processo de tratamento de
resíduos sólidos radioativo.
362
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
TAM
LINER VENT FILTER
LINER VENT BLOWER
BLOWER
FCV106 AERATON
FCV116
BACK FLUSH
BATCH
CHAMBER
FCV108B
WASTE INLET VALVE
OPEN/ CLOSED
FCV110 BATCH TO LINER VALVE
DEWATER
FCV114
FLOW FLUSH
FCV104
PURGE
FCV118
FLUSH
FCV105
PURGE
B
A
CHEM PUMP"A"
CHEM PUMP"B"
FCV102
START/ STOP
REV FWD
SLOW MIXER
SPEED
REV FWD
FCV 111
FCV 112
DEWATER PUMP
HYDRAULIC SKID
LINER
FCV 109
BUBBLER
FCV115
CAMERA
SPRAY
FCV117
SKIRT
WASHDOWN
FCV107
CAMERAPURGE
FCV113
REMOTE SAMPLER
CONTROL PANEL
Figura 166 – Fluxograma do Tratamento de Resíduos Sólidos Radioativos de Angra 1.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
363
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.2.3.1 Processamento de rejeitos sólidos compactáveis
Os rejeitos sólidos compressíveis (RC) são inicialmente processados (picotados) no
moinho granulador, com a finalidade de aproveitar o máximo do espaço útil do tambor,
evitando-se assim que o material se expanda quando posteriormente processado na
prensa hidráulica. A prensa tem capacidade de compactar até 200 Kg de rejeito
compressível.
A prensa, localizada na estação de encapsulamento, está montada entre paredes de
alvenaria e possui uma porta protetora não permitindo o escape e espalhamento de
material radioativo durante a compactação. A parte superior do cubículo está
conectada ao duto de exaustão da sala, e com isso previne a contaminação do ar
ambiente.
Após o rejeito sem umidade ser comprimido no interior, o tambor é vedado com a
tampa e cintas próprias e transferido para a área de estocagem ainda no interior da
estação, onde permanece à disposição da Proteção Radiológica para determinação do
nível de radiação e futura remoção para o depósito inicial. O tambor também é pesado
nesta etapa.
6.2.3.2 Processamento de rejeito sólidos não compactáveis
Rejeitos sólidos radioativos não compressíveis, que não podem ser processados na
prensa hidráulica, são distribuídos em caixas metálicas de 1,0 m3 de volume.
Este tipo de rejeito apresenta, quase sempre baixos níveis de atividade e, então
dispensa a parede de blindagem interna na caixa. Quando cheias o rejeito é
imobilizado com argamassa de cimento, as caixas são vedadas e colocadas à
disposição da Proteção Radiológica para a determinação do nível de atividade e
remoção para o Depósito Inicial.
6.2.3.3 Encapsulamento do filtro de cartucho
Os filtros de cartucho são encapsulados em embalagens especialmente montadas
para este tipo de rejeito.
Um tambor de aço, esmaltado, de 200 L com um cone metálico centralizado no
interior, fixado por uma parede de cimento por todo o espaço restante do tambor, é
instalado no ponto adequado da Estação de encapsulamento, exatamente sob a janela
de passagem da região dos filtros na elevação +14,85 m do Edifício Auxiliar Norte
(EAN) para a Estação de Encapsulamento.
O filtro é removido, transferido e instalado no interior do tambor com ferramentas com
extensor e operadas remotamente de modo a evitar o contato manual do encarregado
do serviço com o material contaminado radiologicamente.
364
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Após a transferência, o tambor contendo o filtro é transferido por meio da ponte rolante
para a área de estocagem da Estação, onde recebe uma camada de argamassa, é
fechado e colocado para curar. Este tambor após a cura é posto à disposição da
Proteção Radiológica para a determinação do nível de radiação e remoção para o
Depósito inicial.
6.2.3.4 Processamento de concentrado do evaporador/ resinas do primário
O processamento do concentrado do evaporador, bem como das resinas exauridas do
primário é feito pelo Sistema de Solidificação de Rejeitos (SSR) ou Nova Unidade de
Solidificação de Rejeitos Radioativos (NUSRR).
O sistema é um pacote de processamento que utiliza um recipiente metálico com
blindagem em concreto, o Liner, para a mistura, solidificação e estocagem.
O rejeito é transferido do Tanque de Armazenamento de Resinas Exauridas, no caso
das resinas e do Fundo do Evaporador de Rejeitos, no caso do concentrado, através
do módulo de conexão com a planta para o interior do liner. Se necessário, amostras
de rejeito podem ser obtidas durante a transferência. No caso das resinas, a água
transferida em excesso é removida por uma bomba de deságüe, instalada no módulo
de conexão e devolvido para a planta.
O nível de rejeito no liner é monitorado através do painel de controle durante a
transferência e verificado por fitas marcadoras/ indicadoras junto ao eixo do
misturador. A rotação do misturador do recipiente é realizada por um motor através do
módulo hidráulico. Os aditivos químicos secos (cimento, hidróxido de cálcio, argila,
sílica e fluidificante) são adicionados ao recipiente através de um transportador aeromecânico (TAM) diretamente para a câmara de mistura do sistema de solidificação. Os
aditivos químicos líquidos, quando necessários, são injetados diretamente no liner por
uma bomba de adição química conectada ao dispositivo de enchimento. A ordem de
adição dos produtos químicos é determinada pelo Programa de Controle de Processo
- PCP.
Durante a cura da mistura, a temperatura é cuidadosamente monitorada para
confirmar que a hidratação do cimento com o rejeito está ocorrendo. Esta monitoração
é importante para determinar o exato momento em que a cura está suficientemente
completa para permitir o transporte do recipiente. Esta cura se dá em até 72 horas.
Antes de realizar realmente a solidificação no recipiente, uma série de testes com
amostras em laboratório podem ser realizadas para garantir que a formulação e os
requisitos para a cimentação adequadas tenham sido estabelecidos. O resultado do
teste é então levado à escala real para o volume do recipiente a ser utilizado. Os
volumes de rejeito, aditivos químicos e cimento são estabelecidos antes do início da
solidificação em três formulações. Isto é feito para assegurar que a solidificação tanto
das resinas como dos concentrados reflitam os resultados obtidos em menor escala
em laboratório de modo a otimizar a quantidade de rejeito colocado no LINER.
365
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
6.2.3.5 Armazenagem
A Área de Armazenagem da Estação de Tambor do Sistema de Tratamento de Rejeito
Sólido tem espaço suficiente para 20 tambores de 200 L ou 4 líneas de 1m3. O tempo
de permanência de armazenamento nesta área é variável e dependerá da
disponibilidade de transporte para o depósito inicial da Central.
Tabela 126 – Geração de Rejeitos Sólidos Prevista Anualmente
Volume anual (m3)
Resina do circuito primário
6,96
Concentrado do evaporador
63,5
Efluentes de drenos químicos
3,8
Resina exaurida da purga do Gerador de Vapor
6,37
Rejeito compatível e não compatível
Fonte: FSAR, Capítulo 11, 2007.
70,7
6.3
ESTIMATIVA DE CUSTOS DAS MEDIDAS DE RESPONSABILIDADE DOS
GOVERNOS MUNICIPAIS, ESTUDUAL E FEDERAL
Todos os custos dos Programas de Monitoramento nos quais estão incluídas as
medidas mitigadoras são de responsabilidade da Eletronuclear.
6.4
ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA
A Eletronuclear entende que este Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica de
execução de mapeamento de sensibilidade dos processos erosivos atuais e potenciais
das encostas, ao longo da BR-101 nas rotas de fuga é de responsabilidade do
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte - DNIT.
6.5
MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO AOS DANOS CAUSADOS
A seguir será apresentado um histórico da aplicação pela Eletronuclear dos recursos
provenientes da compensação ambiental do processo de licenciamento ambiental de
Angra 1 e 2, e dos recursos aplicados em projetos socioambientais, principalmente
nos municípios de Angra dos Reis e Parati, nos últimos anos.
Quanto à compensação ambiental, em 1982, foi o ano em que se firmou o Termo de
Acordo 6488, de dezembro de 1982, entre as então Secretaria Especial do Meio
Ambiente – SEMA, atual Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e
FURNAS Centrais Elétricas S/A, atual Eletronuclear, onde foram estabelecidas as
medidas compensatórias referentes à Estação Ecológica de Tamoios (segue ofício
comprobatório).
Ainda com relação à Estação Ecológica de Tamoios e também contemplando o
Parque Nacional da Serra da Bocaina, foi firmado em 2002 o primeiro Termo de
366
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Compromisso (Processo No 02001.000778/93-99), com revisão em 2006 (segue ofício
comprobatório), cujas ações foram realizadas a fim de cumprir com a aplicação de
recursos provenientes da compensação ambiental referente ao licenciamento
ambiental de Angra 2, ações estas apresentadas na Tabela 127 a Tabela 133.
Somados às compensações para as unidades de conservação, a Eletronuclear firma
anualmente convênios com Prefeituras, órgãos do estado e outras entidades, a fim de
cumprir seu compromisso de responsabilidade socioambiental. Na Tabela 134 e na
Tabela 135 estão apresentados os convênios firmados desde o ano de 1999 até 2008.
367
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 127 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental
Tabela 128 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – ESEC Tamoios
381
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 129 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – PARNA Serra da Bocaina
Tabela 130 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Plano e Cronograma Geral de
Execução
382
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 131 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Especificação de
Equipamentos
Tabela 132 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios
383
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Tabela 133 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios
384
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
Tabela 134 – Relação de Convênios encerrados
Valor do
CIDADE
Convenente
Vigência
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-007/2005
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
16/09/2005 a
15/09/2007
87.700,50
0,00
GAR.A/CT-005/2005
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
01/06/2005 a
31/05/2006
143.741,94
0,00
GAR.A/CT-003/2005
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
06/04/2005 a
05/06/2005
190.000,00
0,00
GAR.A/CT-002/2005 +
Aditamento 1
28.176.998/0004-41
Rio de
Janeiro
Estado do Rio de
Janeiro (Através da
Secretaria de Estado
da Defesa Civil)
12/04/2005 a
11/04/2008
1.800.000,00
0,00
GAR.A/CT-001/2005 +
Aditamento 1
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis através da
Secretaria Municipal
de Defesa Civil
12/04/2005 a
11/04/2008
1.800.000,00
0,00
Objeto
Convênio visando manutenção do
Programa Sertão Vivo/Ilha Viva
como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina de Angra 2
Convênio de mútua cooperação
visando à reforma no Hospital
Municipal São Pedro de Alcântara
– Parati.
Convênio visando à participação
da Eletronuclear nas obras de
infra-estrutura municipal para a
construção de passarela metálica.
Convênio de mútua cooperação
entre a Eletronuclear e o Estado
do Rio de Janeiro, através da
Secretaria de Estado Civil para
atividades de Pronta-Resposta do
CBMERJ ao Plano de
Emergência Externo à CNAAA
Convênio visando á participação
financeira da ETN, na execução,
pelo Município, de obras,
reformas e ampliação de
instalações, aquisição de
mobiliário, de equipamentos e
capacitação e treinamento para a
Secretaria de Defesa Civil do
Município de Angra dos Reis- RJ
385
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-014/2004
28.176.998/998/000441
Rio de
Janeiro
Estado do Rio de
Janeiro
(através da secretaria
de Estado de Defesa
Civil)
GAR.A/CT-007/2004 +
Aditamento 1 +
Aditamento 2
29.051.216/0001-68
Rio Claro
Prefeitura Municipal
de Rio Claro
30/06/2004 a
29/06/2005
350.000,00
0,00
GAR.A/CT-005/2004
29.172.495/0001-47
Parati
Prefeitura Municipal
de Parati
30/06/2004 a
29/06/2005
1.280.357,40
0,00
GCC.A/CT-071/2003
29.527.413/0001-00
Rio de
Janeiro
Fundação Roberto
Marinho
31/07/2003 a
30/06/2005
690.000,00
0,00
GAR.A/CT-028/2003
29.527.413/0001-00
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
16/12/2003 a
15/02/2006
789.896,57
0,00
24/11/2004 a
23/11/2005
120.000,00
0,00
Objeto
Convênio de mútua cooperação
entre a Eletronuclear e o
Estado/SEDEC, visando á
continuidade do quartel de
bombeiros de Parati e o
aparelhamento dos
Destacamentos do Corpo de
Bombeiros de Angra dos Reis e
de Mambucaba.
Participação em obra de infraestrutura viária e apoio a casa de
cultura no Município de Rio Claro
Aparelhamento da Defesa Civil
Municipal; Reforma da Igreja da
Matriz; Pavimentação de rampas
na estrada do Corisco;
Implantação do Projeto Silo
Cultural José Kleber.
Apoio ao Projeto de criação de
um centro da memória da história
de Parati e do patrimônio imaterial
da região, através da restauração
da casa de cultura de Parati.
Convênio visando à conclusão da
implantação do programa de
apoio à Educação Municipal em
Angra dos Reis como parte das
medidas de mitigação, de
compensação e de inserção
regional estabelecidas no
EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA,a serem implementadas
na área de influência da Usina.
386
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
29.527.413/0001-00
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
16/12/2003 a
15/06/2004
576.779,10
128.342,80
GAR.A/CT-020/2003
28.176.998/0004-41
Rio de
Janeiro
Estado do Rio de
Janeiro (Através da
Secretaria de Estado
da Defesa Civil)
26/09/2003 a
25/09/2004
100.000,00
0,00
GAR.A/CT-018/2003
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
12/08/2003 a
11/03/2004
99.000,00
0,00
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
12/08/2003 a
11/09/2003
17.000,00
0,00
GAR.A/CT-027/2003
29.172.467/0007-09
GAR.A/CT-017/2003
Objeto
Convênio visando à
complementação da implantação
do Projeto de Geração de
Emprego e Renda em Angra dos
Reis, como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA,a serem implementadas
na área de influência da Usina.
Convênio de mútua cooperação
entre a Eletronuclear e o Estado
do Rio de Janeiro, através da
secretaria de estado da defesa
civil.
Convênio visando à contratação
de pessoal e aquisição de
equipamentos para continuidade
do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde e o
Programa de Saúde da Família,
como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementadas
na área de influência da Usina.
Convênio visando á conclusão da
implantação do Projeto Cinturão
Verde, no município de Angra dos
Reis como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementados
na área de influência da Usina
387
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-016/2003
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
12/08/2003 a
11/12/2003
80.000,00
0,00
GAR.A/CT-015/2003
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
12/08/2003 a
11/10/2003
133.000,00
0,00
GAR.A/CT-014/2003
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
12/08/2003 a
11/03/2003
75.000,00
0,00
Sem Numero
29.172.475/0001-47
Parati
Prefeitura de Parati
03/07/2002 a
02/07/2003
1.000.000,00
0,00
Objeto
Convênio visando á conclusão da
implantação do Projeto Cinturão
Verde, no município de Angra dos
Reis como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementados
na área de influência da Usina
Convênio visando á conclusão da
construção de uma creche
comunitária na Comunidade do
Frade de Angra dos Reis, como
parte das medidas de mitigação,
de compensação e de inserção
regional estabelecidas no
EIA/RIMA da Unidade da CNAAA
a serem implementadas na área
de influência da Usina.
Convênio visando á aquisição de
equipamentos hospitalares
faltantes, para atendimento ás
populações de Angra dos Reis e
Parati, como parte das medidas
de mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina.
Convênio de participação na
manutenção e recuperação de
estradas vicinais no Município de
Parati - RJ
388
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
TC/GCC.T – 079/2002
33.641.663/0001-44
Rio de
Janeiro
Fundação Getulio
Vargas
15/05/2002 a
14/05/2004
1.000.000,00
0,00
GAR.A/CT-033/2002
40.254.401/0001-92
Angra
dos Reis
IED-BIG
27/03/2003 a
26/03/2006
450.000,00
0,00
GAR.A/CT-028/2002
0005931/0001-26
Brasília
Fundação Nacional
do Índio - FUNAI
21/03/2003 a
20/03/2005
130.000,00
0,00
GAR.A/CT-023/2002
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
28º Grupo Escoteiro
do Mar de
Mambucaba
21/10/2002 a
20/02/2006
Não informa
43.330,00
42.498.725/0004-44
Angra
dos Reis
Secretaria de Estado
de Defesa Civil
(Décimo Grupamento
de Bombeiros Militar –
Angra dos Reis)
06/12/2002 a
05/06/2003
50.000,00
0,00
GAR.A/CT-021/2002
Objeto
Termo de cooperação que entre si
fazem a Eletronuclear e a
Fundação Getulio Vargas – FGV,
visando estabelecer um programa
de cooperação e intercambio
técnico e científico.
Continuidade do programa de
cooperação mútua entre o IEDBIG e a ETN, compreendendo
ações técnicas, educativas e de
divulgação, que visam o
conhecimento, a preservação e a
valorização dos ecossistemas da
região da Baia da Ilha Grande,
nas regiões de Mangaratiba,
Angra dos Reis e Parati, do
Estado do Rio de Janeiro, bem
como a melhoria da qualidade de
vida das comunidades instaladas
naquelas áreas de influência.
Implementação de ações
objetivando a melhoria da
qualidade de vida das
comunidades indígenas na área
de influencia da Usina Nuclear 2,
da CNAAA.
Colaboração mútua para
realização de atividades conjuntas
na Trilha Ecológica Porã, de
propriedade da Eletronuclear .
Serviços de salvamento marítimo
nas vilas residenciais de
Mambucaba e Praia Brava.
389
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GCC.T/TC-019/2002
28.019.214/0001-29
Rio de
Janeiro
PUC – Rio
18/06/2002 a
17/06/2007
600.000,00
0,00
GAR.A/CT-016/2002
02.395.530/0001-01
Angra
dos Reis
AMIGOS
24/05/2002 A
23/06/2004
2.681.355,77
0,00
GAR.A/CT-009/2002
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
01/04/2003 a
31/03/2004
70.000,00
0,00
GAR.A/CT-006/2002
29.172.475/0001-47
Parati
Município Parati
27/03/2002 a
26/08/2002
99.416,54
0,00
GAR.A/CT-063/2001
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
23/07/2001 a
22/12/2001
498.000,00
0,00
GAR.A/CT-059/2001
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
10/08/2001 a
09/03/2002
918.604,00
0,00
GAR.A/CT-058/2001
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
10/08/2001 a
09/08/2002
2.310.000,00
Objeto
Termo de cooperação que entre si
fazem a Eletronuclear e as
Faculdades Católicas, sociedade
civil mantenedora da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de
Janeiro, tendo como interveniente
e gestora a Fundação Padre
Leonel França, visando
estabelecer um programa de
cooperação e intercambio
cientifico e tecnológico.
Cooperação mútua de natureza
operacional para o
desenvolvimento de atividades
educacionais nas regiões
circunvizinhas a CNAAA.
Convênio visando a implantação
dos Projetos Ilha Viva e Sertão
Vivo como parte das medidas da
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da CNAAA a serem
implementados na área de
influencia da Usina.
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Município de Parati - RJ
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Município de Parati - RJ
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Município de Angra dos Reis - RJ
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Município de Angra dos Reis – RJ
(Angra 2)
390
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
GAR.A/CT-057/2001
GAR.A/CT-008/2001
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
10/08/2001 a
09/08/2002
1.500.000,00
0,00
42.498.725/0004-44
Rio de
Janeiro
Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do
Rio de Janeiro –
CBMERJ
04/06/2001 a
03/03/2002
50.000,00
0,00
05/04/2001 a
04/06/2002
432.176,23
0,00
09/10/2000 a
08/10/2003
1.200.000,00
0,00
GAR.A/CT-007/2001
72.060.999/0001-75
Rio de
Janeiro
Fundação
Coordenação de
Projetos, Pesquisas e
Estudos Tecnológicos
- COPPETEC
GAR.A/CT-026/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
Objeto
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Município de Angra dos Reis – RJ
(Angra 1)
Mutua cooperação entre a
Eletronuclear e o CBMERJ,
visando o aparelhamento do
destacamento 4/10 –
Mambucaba, do CBMERJ, e a
execução das atividades de
guarda e salvamento marítimo em
áreas das vilas residenciais da
CNAAA.
Prestação de serviços de
desenvolvimento de estudos
visando melhorias no Plano de
Emergência Externo das
Unidades 1 e 2, da CNAAA, como
parte das medidas estabelecidas
no termo de compromisso de
ajustamento de conduta referente
ao licenciamento ambiental de
Angra 2.
Convênio visando atender ao
Programa de apoio à Educação
Pública/apoio à Educação
Municipal em Angra dos Reis
como parte das medidas da
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementados
na área de influência da Usina.
391
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-021/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
17/10/2000 a
16/11/2003
270.000,00
0,00
GAR.A/CT-017/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
08/06/2000 a
07/06/2003
490.000,00
0,00
GAR.A/CT-018/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
08/06/2000 a
07/06/2003
620.000,00
0,00
GAR.A/CT-016/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
08/06/2000 a
07/06/2003
550.000,00
0,00
Objeto
Convênio visando a implantação
do Projeto de geração de
Emprego e Renda em Angra dos
Reis como parte das medidas da
mitigação, compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementados
na área de influência da Usina.
Convênio visando a construção
de uma creche comunitária na
Comunidade do Frade de Angra
dos Reis como parte das medidas
da mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementados na área de
influência da Usina.
Convênio visando à implantação
de um Centro de Estudos
Ambientais no Município de Angra
dos Reis como parte das medidas
de mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina.
Convênio visando a aquisição de
equipamentos para o Hospital e
Maternidade Codrato de Vilhena,
como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementadas
na área de influência da Usina.
392
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-055/2000 +
Aditamento 1
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
19/10/2000 a
18/10/2003
690.000,00
0,00
GAR.A/CT-054/2000 +
Aditamento 1
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
19/10/2000 a
18/10/2003
300.000,00
0,00
GAR.A/CT-020/2000
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
08/06/2000 a
07/06/2003
300.000,00
0,00
GAR.A/CT-0066/2000
+ Aditamento 1
29.172.467/0001-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
20/12/2000 a
19/12/2001
3.000.000,00
0,00
Objeto
Convênio visando a reforma,
ampliação reestruturação
aquisição de Equipamentos e
Insumos para revitalização do
Hospital Municipal São Pedro de
Alcântara – Parati como parte das
medidas da mitigação, de
compensação e inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementados na área de
influência da Usina.
Convênio visando a reforma,
ampliação, reestruturação,
aquisição de Equipamentos e
Insumos para a rede de educação
pública do Município de Parati
como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementados
na área de influência da Usina.
Convênio visando a aquisição de
equipamentos para o Programa
de Agentes Comunitários de
Saúde e o Programa de Saúde da
Família, como parte das medidas
de mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina.
Convênio de participação em obra
de infra-estrutura social no
Municipal de Angra dos Reis –
RJ, referente a operação da Usina
Nuclear de Angra 2.
393
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
GAR.A/CT-0045/2000
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
17/10/2000 a
16/10/2002
28.800,00
0,00
GAR.A/CT-0019/2000
29.172.467/0007-09
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
08/06/2000 a
07/06/2003
200.000,00
0,00
GAR.A/CT-0027/2000
29.172.475/0001-47
Parati
Município de Parati
09/10/2000 a
08/10/2002
60.000,00
0,00
Objeto
Convênio visando à cooperação
financeira para a implantação de
um projeto de Educação
Ambiental junto às comunidades
de pescadores nas regiões do
Saco de Mamanguá, Tarituba e
Ilha do Araújo, todas no Município
de Parati, como atividade de
suporte a implantação do Projeto
Berçários Marinhos nas mesmas
regiões, como parte das medidas
de mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina.
Convênio visando a implantação
do Projeto Cinturão Verde, no
Município de Angra dos Reis
como parte das medidas de
mitigação, de compensação e de
inserção regional estabelecidas
no EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementadas
na área de influência da Usina.
Convênio visando a cooperação
financeira para a implantação do
Projeto Berçários Marinhos nas
regiões de Saco de Mamanguá,
Tarituba e Ilha Araujo, todas no
Município de Parati, como parte
das medidas de mitigação, de
compensação e de inserção
regional estabelecidas no
EIA/RIMA da Unidade 2 da
CNAAA a serem implementadas
na área de influência da Usina.
394
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
GAR.A/CT-0015/2000
GAR.A/CT-0011/2000
GAR.A/CT-0093/1999
CNPJ
29.172.467/0001-09
02.395.530/0001-01
40.254.401/0001-92
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do Convênio
Objeto
Angra
dos Reis
Município de Angra
dos Reis
`08/06/2000 a
07/06/2003
700.000,00
0,00
Convênio visando a aquisição de
medicamentos para a população
de Angra dos Reis e
equipamentos para atendimento a
população de Angra dos Reis e
Parati, como parte das medidas
de mitigação, de compensação e
de inserção regional
estabelecidas no EIA/RIMA da
Unidade 2 da CNAAA a serem
implementadas na área de
influência da Usina.
Angra
dos Reis
Associação de Pais e
Amigos das Escolas
Estaduais das Vilas
da Central Nuclear de
Angra dos Reis
22/03/2000 a
21/03/2002
1.774.748,52
0,00
Cooperação de natureza
operacional para desenvolvimento
de atividades educacionais.
0,00
Continuidade de programa de
cooperação mútua entre o IEDBIG e a Eletronuclear ,
compreendendo ações técnicas,
educativas e de divulgação, que
visam o conhecimento, a
preservação e a valorização dos
ecossistemas da região da Baía
da Ilha Grande, nas regiões de
Mangaratiba, Angra dos Reis e
Parati, do Estado do Rio de
Janeiro, bem como a melhoria da
qualidade de vida nas
comunidades instaladas naquelas
áreas de influência.
Angra
dos Reis
e Parati
IED-BIG
30/11/1999 a
29/11/2003
450.000,00
Fonte: Eletronuclear, 2008.
395
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Tabela 135 – Relação de Convênios vencidos 2006 e 2007
Contrapartida
Valor do
Convenente Vigência
do
Repasse
Conveniado
Objeto
ARS.P/CT001/06
05.941.028/000167
Rio de
Janeiro
COEP
29/12/06
a
28/12/07
75.000,00
0,00
Contrato de Patrocínio entre Eletronuclear e a
Associação Nacional de Mobilização Social – Rede
Mobiliza, com interveniência do comitê de entidades no
combate à fome e pela vida – COEP, para atualização
tecnológica, desenvolvimento e manutenção do sítio
(página) “Mobilizadores COEP”
ARS.P-001/06
30.324.800/000129
29.172.475/000147
Parati
ITAE e
Município de
Parati
17/11/06
a
16/11/07
290.000,00
0,00
Execução de obras de reforma e ampliação da sede do
ITAE, localizada no município de Parati.
ARS.P-002/06
03638124/000195
Rio de
Janeiro
SEMEAR
15/10/06
a
14/06/07
179.992,00
18.500,00
28/02/07
a
27/02/08
263.000,00
0,00
ARS.P-004/06
29.172.467/000109
Angra
Município de
dos Reis Angra dos Reis
ARS.P-005/06
29.172.475/000147
Parati
Município de
Parati
01/11/06
a
31/05/07
205.200,00
0,00
ARS.P-006/06
29.172.475/000147
Parati
Município de
Parati
01/11/06
a
31/11/07
418.692,60
507.508,53
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o
Centro Ativo de Programas Sociais – SEMEAR para
execução do Projeto Male de Alfabetização de Adultos
com Qualificação em Confecção de Artesanato e Costura.
Convênio de cooperação mútua para execução de obras
para a conclusão das reformas e/ou ampliações das
Escolas Publicas Municipais Frei Bernardo – Perequê e
Inácio During.
Convênio de mútua cooperação para aparelhamento da
Defesa Civil municipal de Parati, elaboração do projeto
básico da nova sede, confecção do “Manual da Defesa
Civil”, curso de capacitação aplicados junto às
associações de moradores e promoção da campanha
“Defesa Civil vai à Escola”.
Convênio de mútua cooperação para implantação do
projeto de pavimentação e drenagem da estrada do São
Roque – Av. Pau-Brasil, que tem como objetivo melhorias
na infra-estrutura local da população do bairro São
Roque, em Parati.
396
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Convenente
Vigência
Valor do
Repasse
Contrapartida
do
Conveniado
IED-BIG
09/04/07
a
08/04/09
450.000,00
0,00
Parati
Município de
Parati
01/09/07
a
31/07/08
56.725,00
0,00
13/03/07
a
12/10/07
51.000,00
0,00
ARS.P-009/06
40.254.401/0001Angra
92
dos Reis
ARS.P-001/07
29.172.475/000147
ARS.P-004/07
63.025.530/000104
São
Paulo
Instituto de
Física São
Carlos por
intermédio da
Universidade
de São Paulo
ARS.P-006/07
03.383.822/000197
Rio de
Janeiro
Associação
Junior
Achievement
Rio de Janeiro
05/10/07
a
04/10/09
36.000,00
0,00
ARS.P-007/07 +
Aditamento 01
59.832.683/000196
Rio
Claro
Confederação
das Mulheres
do Brasil –
CMB
18/09/07
a
31/12/08
99.890,00
0,00
Objeto
Implantação de um programa de mútua cooperação entre
o IED-BIG e a Eletronuclear, compreendendo ações
técnicas, educativas e de divulgação no âmbito do Projeto
Pomar, de repovoamento marinho da Baia da Ilha
Grande, que visam ao conhecimento, à preservação e à
valorização dos ecossistemas da região da Baia da Ilha
Grande, nas regiões de Angra dos Reis e Parati, Estado
do Rio de Janeiro, bem como a melhoria da qualidade de
vida das comunidades instaladas nessas regiões.
Convênio de cooperação mútua entre a Eletronuclear e o
Município de Parati para a execução da 4ª Etapa do
Projeto “Cantinho da Costura”, do Programa de
Atendimento Integral à Família – PAIF da Secretaria de
Estado de Ação e Cidadania.
Convênio de cooperação técnico-científica que, entre si,
celebram a Eletronuclear e o Instituto de Física São
Carlos, por intermédio da Universidade de São Paulo,
para capacitação técnica, domínio de tecnologia e
elaboração de relatórios, no que diz respeito aos
repositórios de rejeitos radioativos de alta intensidade e
longa vida media.
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a
Associação Junior Achievement Rio de Janeiro para
implementação do Projeto “Desenvolvendo o Espírito
Empreendedor em Angra dos Reis e Seu Entorno”,
colaborando para o desenvolvimento social, econômico e
cultural da região de Angra dos reis e seu entrono.
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a
Confederação das Mulheres do Brasil – CMB para
execução do Projeto Mulher Educar para Participar –
Alfabetizar para uma Vida Melhor, de alfabetização de
jovens e adultos, colaborando para o desenvolvimento
social, econômico e cultural, bem como, a promoção de
ações de cidadania e de estimulo ao desenvolvimento
comunitário da região do município de Rio Claro e seu
entorno.
397
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
ARS.P-008/07
ARS.P-009/07
CNPJ
CIDADE
02.993.386/0001Angra
60
dos Reis
29.172.475
/0001-09
Convenente
Vigência
Fundação
Eletronuclear
de Assistência
Medica FEAM
05/06/08
a
04/12/08
Valor do
Repasse
123.500,00
Contrapartida
do
Conveniado
Objeto
0,00
Implantação e manutenção de centro de informação sobre
câncer e anomalias congênitas na área de influência da
CNAAA, na região do município de Angra dos Reis e seu
entorno.
Parati
Município de
Parati
20/12/07
a
19/06/08
146.298,83
0,00
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a
Prefeitura Municipal de Parati para execução de reforma e
obras de ampliação de 112,44m2 do Posto de Saúde de
Tarituba, criando melhores condições de atendimento
medico para a população do município de Parati e seu
entorno.
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a
Prefeitura Municipal de Parati para compra de
equipamentos e materiais a fim de implantar uma UTI
Neonatal no hospital Municipal São Pedro de Alcântara,
proporcionando melhores condições de atendimento
hospitalar para mães e bebês do município de Parati e
seu entorno.
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o
Centro Ativo de Programas Sociais – SEMEAR para
execução do Projeto Male de Alfabetização de Adultos
com Qualificação em Confecção de Artesanato e Costura.
ARS.P-010/07
29.172.475/000147
Parati
Município de
Parati
20/12/07
a
19/06/08
96.618,00
0,00
ARS.P-011/07
03.638.124/000195
Rio de
Janeiro
SEMEAR
19/10/07
a
18/08/08
202.498,00
16.500,00
28/07/08
a
27/07/09
140.000,00
0,00
Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o
Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de
Estado de Saúde e Defesa Civil, visando à melhoria
operacional das unidades do Corpo de Bombeiros Militar,
responsáveis pelo atendimento às localidades
circunvizinhas à CNAAA.
18/03/08
a
17/03/09
290.000,00
0,00
Execução de obras de reforma e ampliação da sede do
ITAE, localizada no município de Parati.
ARS.P-012/07
28.176.998/000441
Rio de
Janeiro
Estado do Rio
de Janeiro
através da
Secretaria de
Estado de
Saúde e
Defesa Civil
ARS.P-014/07
30.324.800/000129
29.172.475/000147
Parati
ITAE e
Município de
Parati
398
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
ARS.P-015/07
ARS.P-020/07
GAR.A/CT001/06
CNPJ
GAR.A/CT007/06 +
Aditamento 1
GAR.A/CT009/06
Convenente
Vigência
Contrapartida
do
Conveniado
Objeto
5.458.000,00
O presente convênio tem por objetivo proporcionar ações
de apoio à implantação de Unidade de Ensino
Descentralizada (Uned da Costa Verde) do CEFET/RJ, no
âmbito do Plano de Expansão da Rede Federal de
Educação Tecnológica – Fase II, na Região da Costa
Verde, no Município de Angra dos Reis.
0,00
Cooperação de natureza operacional para
desenvolvimento de atividades educacionais.
120.000,00
0,00
Convênio de mútua cooperação que, entre si, celebrem a
Eletronuclear e o Estado do Rio de Janeiro, visando à
melhoria operacional das unidades do Corpo de
Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro responsáveis
pelo atendimento às localidades circunvizinhas a CNAAA.
350.000,00
30.000.00
Convênio de participação em obra de infra-estrutura viária
e apoio à cultura no Município de Rio Claro – RJ.
146.000,00
34.000,00
148.524,00
14.852,40
700.708.07
0,00
Valor do
Repasse
42.441.758/000105
CEFET e
06/11/07
Angra
29.172.467/00011.460.000,00
Município de
a
dos Reis
09
Angra dos Reis 05/11/09
Associação de
Amigos da
Angra
Cultura e do
02.395.530/0001dos Reis
esporte da
01
e Parati
Costa Verde
Angra dos Reis
e Parati
Estado do Rio
de Janeiro por
28.176.998/0004- Rio de
intermédio da
41
Janeiro
Secretaria de
Estado de
Defesa Civil
GAR.A/CT29.051.216/0001002/06
68
+ Aditamento 01
GAR.A/CT006/06
CIDADE
24/11/07
5.709.969,48
a
23/11/09
22/09/06
a
21/09/07
06/04/06
a
05/04/08
06/06/06
29.172.467/0001Angra
Município de
a
09
dos Reis Angra dos Reis
05/06/07
06/06/06
29.172.467/0001Angra
Município de
a
09
dos Reis Angra dos Reis
05/06/07
Rio
Claro
Município de
Rio Claro
29.172.467/0001Angra
Município de
09
dos Reis Angra dos Reis
27/07/06
a
26/07/07
Convênio de cooperação para execução de reforma e
adequação de prédio para instalação de delegacia da
Policia Federal no Município de Angra dos Reis - RJ
Convênio de participação na implantação de Centros de
Formação e Inclusão Digital no Município de Angra dos
Reis.
Convênio de cooperação mútua para execução de obras
e reformas na Escola Municipal Joaquina Rosa dos
Santos, na Escola Municipal Nova Perequê e na Escola
Municipal Professora Tânia Rita de Oliveira, nos termos
do plano de ação para aperfeiçoamento do Plano de
Emergência Externo – PEE, conforme a Cláusula 2ª do
Termo de Ajustamento de Conduta referente ao
licenciamento de Angra 2.
399
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Nº Convênio
CNPJ
CIDADE
Valor do
Repasse
Contrapartida
do
Conveniado
Convenente
Vigência
82.954,00
33.050,00
32.328,28
5.500,00
GAR.A-011/06
07.367.088/000123
Parati
Instituto Silo
Cultural
10/07/06
a
09/01/07
GAR.A/CT001/07
07.367.088/000123
Parati
Instituto Silo
Cultural
17/09/07
a
16/03/08
Objeto
Implementação de ações que envolvam os valores
culturais das comunidades rurais, caiçaras e quilombolas,
das regiões circunvizinhas à Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto – CNAAA, beneficiadas pelo Programa Luz
para Todos
Convênio visando a progredir nas ações que envolvam os
valores culturais das comunidades rurais, caiçaras e
quilombolas, das regiões circunvizinhas à Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, beneficiadas pelo
Programa Luz para Todos.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
400
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7
7.1
PROGRAMAS AMBIENTAIS
PROGRAMA
DE
CONTROLE
GEOMORFOLÓGICOS
DE
IMPACTOS
GEOLÓGICOS
E
7.1.1 JUSTIFICATIVAS
Devido à ocorrência de deslizamentos nas regiões próximas à CNAAA, a Eletronuclear
contratou, em 1991, a COPPETEC/UFRJ para elaborar um estudo geotécnico para a
identificação das áreas críticas nas encostas de Itaorna, trecho compreendido entre
Piraquara e Ponta Grande, que norteou os serviços de monitoração das Encostas de
Itaorna. A partir daí foi estabelecido o programa para a prevenção de problemas futuros.
7.1.2 OBJETIVOS E METAS
A meta do Programa como um todo é a redução de acidentes geotécnicos na área da
CNAAA de forma a assegurar a integridade das Usinas e garantir o Plano de Emergência
local.
O Programa visa monitorar os potenciais impactos geológicos e geomorfológicos nas
áreas de encostas em Itaorna.
Monitorar as encostas e cortinas atirantadas que apresentem indícios de movimentação e
possam vir a oferecer algum risco para a CNAAA através de leituras de campo dos
instrumentos instalados;
Analisar os dados obtidos e emitir relatórios técnicos incluindo recomendações técnicas e
eventuais indicações de medidas corretivas.
7.1.3 METODOLOGIA
O serviço de monitoração das encostas de Itaorna, no trecho compreendido entre
Piraquara e Ponta Grande, compreende a execução das leituras de campo dos
instrumentos instalados, a análise dos dados obtidos e a emissão dos relatórios técnicos
para cada área crítica monitorada.
401
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.1.4 INDICADORES AMBIENTAIS
A estabilização das encostas de Itaorna no trecho de estudo. A análise dos dados obtidos
obedecendo às recomendações técnicas.
7.1.5 PÚBLICO-ALVO
Este Programa não se aplica a um público-alvo.
7.1.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
Este programa é rotineiro da Eletronuclear . As leituras da instrumentação de campo são
realizadas mensalmente, sendo que as leituras dos piezômetros passam a ser quinzenal
nos períodos de chuvas (novembro a março).
Os serviços de escritório, desenvolvidos pela Eletronuclear , consistem nas análises
mensais e interpretações de todas as instrumentações de campo com a emissão de
relatórios anuais, incluindo recomendações técnicas e eventuais indicações das medidas
corretivas.
7.1.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Observação das Condições
Climáticas e Programa de Educação Ambiental.
7.1.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Os serviços de campo são efetuados por técnicos especializados da Eletronuclear , com
orientação de engenheiro geotécnico, e utilizam os seguintes instrumentos da medição:
Inclinômetro DIGITILT-SINCO modelo 50309-M, com sensor com modelo 50325-M com
medidas métricas e precisão menor que ± 3 mm para 30 m de profundidade;
Indicador portátil de deformação modelo ILT – 300 da TRANSTEC – Transdutor
Tecnologia Ltda, nº série: 3.355, para medição de deformações nas células de carga
elétricas em tirantes, com precisão de 0,1% do valor da medida;
Dispositivo elétrico de medição (manual) do nível dágua com sensibilidade de 1
centímetro;
Paquímetro de 30 cm, com precisão de 0,01 mm;
402
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Pluviômetro MET ONE INSTRUMENTS, MODEL 370C TIPPING BUCKET 8” RAIN
GAUGE, com resolução de 0,25 mm.
7.1.9 RESULTADOS ESPERADOS
A prevenção da ocorrência de acidentes geotécnicos, com a redução máxima de
incidentes.
7.2
PROGRAMA DE METEOROLOGIA
7.2.1 JUSTIFICATIVAS
O programa de Meteorologia é uma exigência da Comissão Nacional de Energia Nuclear
que estabeleceu através da Norma CNEN – NE 1.22. Este programa também está
descrito no Regulatory Guide 1.23 elaborado pela U.S. Nuclear Regulatory Commission.
Para atender a essa exigência, o Programa é realizado pela Eletronuclear por meio de
seu Sistema de Aquisição Automática dos Dados Meteorológicos, instalado na CNAAA
desde 1972.
A qualidade e a confiabilidade dos dados meteorológicos são propósitos que devem ser
perseguidos pelo sistema de coleta de dados na obtenção dos dados meteorológicos
confiáveis para a avaliação de possíveis conseqüências radiológicas e ambientais em
condição de acidente e planejar medidas protetoras aos trabalhadores, população e meio
ambiente.
7.2.2 OBJETIVOS E METAS
A meta deste programa é obter uma taxa de coleta de dados superior a 90% de forma a
atender a Norma CNEN 1.22.
Obtenção de dados meteorológicos em tempo real e estabelecimento de histórico
climático para a região do empreendimento para a obtenção de indicadores, os quais são
utilizados no programa.
•
Coletar os seguintes dados meteorológicos: vento (direção e velocidade),
temperatura do ar, umidade relativa e precipitação;
•
Gerar uma base de dados confiáveis para avaliação das conseqüências
radiológicas e ambientais em situações de operação normal e de emergência;
403
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
•
Estabelecer uma série histórica dos dados para a obtenção de indicadores e
dados meteorológicos em tempo real.
7.2.3 METODOLOGIA
O Programa de aquisição de dados de meteorologia consiste de instrumentação instalada
no local da Usina e uma estação central de aquisição automática que recebe, estoca e
processa os dados coletados.
A instrumentação instalada mede vento, temperatura, umidade relativa do ar e
precipitação pluviométrica. A torre principal está localizada a norte-nordeste do sítio e
possui três níveis de medição.
7.2.4 INDICADORES AMBIENTAIS
A continuidade da observação das condições climáticas, observando os períodos em que
ocorrer eventuais mudanças.
7.2.5 PÚBLICO-ALVO
Este Programa não se aplica à um público-alvo.
7.2.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
Os dattaloggers estocam dados em sua memória e realizam as seguintes funções:
1.
Coletar dados dos sensores;
2.
Converter dados em unidades de engenharia;
3.
Estocar dados em sua memória interna;
4.
5.
Calcular a cada 15 minutos a média e o desvio padrão (direção do vento) de
cada variável;
Transmitir por rádio os dados para a estação central usando os modens.
A estação central realiza as seguintes funções:
1.
2.
Enviar os dados de cada torre a cada 90 segundos para uma amostragem em
tempo real;
Enviar dados de cada torre a cada 15 minutos para gravar as médias;
404
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
3.
Estocar todos os dados de 15 minutos e grava os arquivos em seu disco rígido;
4.
Enviar os dados ao SICA para permitir ao operador verificar os dados em tempo
real para ser processado pelo SICA;
5.
Gerar o histórico e a rosa dos ventos;
6.
Imprimir relatórios.
7.2.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental.
7.2.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear
em seus procedimentos já
estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais.
7.2.9 RESULTADOS ESPERADOS
Controle dos dados meteorológicos da região da CNAAA, a fim de prever potenciais
problemas climáticos que poderiam afetar as Usinas.
7.3
PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA
7.3.1 JUSTIFICATIVAS
A execução deste programa visa manter a qualidade das águas utilizadas na CNAAA e
lançadas ao meio ambiente, em atendimento às normas vigentes, com seus respectivos
limites, bem como as ações a serem executadas na ocorrência de não-conformidades.
7.3.2 OBJETIVOS E METAS
A meta deste programa é manter a qualidade das águas utilizadas na CNAAA dentro dos
limites estabelecidos pelas normas vigentes.
O objetivo deste programa é monitorar a qualidade das águas: potáveis, servidas, salinas
e industriais, das áreas de propriedade da Eletronuclear ou daquelas que possam ser
afetadas pela operação da CNAAA.
Este programa estabelece:
405
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
• os pontos de monitoração;
• a freqüência das coletas;
• as análises que deverão ser realizadas com seus respectivos limites; definidos
pelas normas específicas e vigentes, e
•
as ações a serem tomadas em caso de ocorrência de resultados que não
atendam às mesmas.
7.3.3 METODOLOGIA
Monitoração da Qualidade da Água para fins Potáveis
Para a análise da qualidade das águas para fins de potabilidade, é seguida a Portaria nº
518 do Ministério da Saúde, de 25/03/2004, que estabelece a Norma de Controle e
Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano.
Monitoração da Qualidade das Águas Salinas
Para os pontos de amostragem das águas salinas, são seguidas a Norma Técnica da
FEEMA NT-319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para Preservação de
Fauna e Flora Marinhas – Naturais e os métodos “SCHIEDER, MARCHL. Photometric
determination of hydrazine Analysis Instructions nº 1-003” e “ROLF K. FREIER;
Wasseranalyse: (Water Analysis): [Análises de Água] (em alemão), página 67; Water de
Gruyter, Berlin-New York, 1974, Segunda Edição”, referenciados no Procedimento de
Química (2PQL-02.1.39), do Manual de Operação da Usina, para o parâmetro “hidrazina”.
Monitoração da Qualidade das Águas dos Efluentes das Estações de Tratamento de
Esgoto da CNAAA
São seguidas: a Norma Técnica FEEMA NT 2002.R-10, que estabelece Critérios e
Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos; a DZ 942.R-7, que estabelece a Diretriz
do Programa de Autocontrole de Efluentes líquidos – Procon Água; a DZ 215.R-03,
Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem
não Industrial e a Resolução Conama nº 357 de 17 de março de 2005 – artigo 34.
Monitoração da Qualidade das Águas do Dreno da Cortina Atirantada no Sítio da Usina
O dreno da cortina atirantada, no sítio da Usina, geralmente segue a mesma conformação
da superfície topográfica. No sentido do mar de Itaorna, o dreno se encontra em torno de
dois metros abaixo do nível do terreno, com inclinação de 0,5% até uma distância de
cerca de 200 metros do mar que, a partir deste ponto, torna-se um pouco mais íngreme
(1%), até alcançar o mar. O objetivo deste programa é monitorar a qualidade dessa água
através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que serão analisados com base
406
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
na Portaria nº 518, do Ministério da Saúde, de 25/03/2004, que estabelece o Controle e
Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (água sem tratamento). A coleta
de água para análise será realizada, na contenção da encosta, no sentido da descida de
acesso à Itaorna (S 23° 0011.6” WO 44° 2734.2”).
7.3.4 INDICADORES AMBIENTAIS
Os indicadores ambientais deste Programa são os parâmetros utilizados para a realização
das análises da qualidade da água na área de estudo, comparando os dados obtidos de
acordo com a legislação vigente para cada finalidade do uso da água.
7.3.5 PÚBLICO-ALVO
Este Programa não se aplica a nenhum público-alvo.
7.3.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para cada
uso da água.
7.3.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental.
7.3.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear
em seus procedimentos já
estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais.
7.3.9 RESULTADOS ESPERADOS
O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém
todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação
pertinente.
407
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.4
PROGRAMA DE MONITORAMENTO
INDUSTRIAIS E SANITÁRIOS
PARA
OS
EFLUENTES
LÍQUIDOS
7.4.1 MONITORAMENTO PARA EFLUENTES LÍQUIDOS SANITÁRIOS
7.4.1.1 Justificativas
Atualmente há três estações de tratamento de esgotos sanitários na CNAAA, uma para
cada Unidade em operação (Angra 1 e 2) e a terceira que atende aos prédios de apoio da
CNAAA. São projetadas para o atendimento nas condições normais de operação das
Usinas, como também nas paradas das mesmas, para troca de elementos combustíveis
ou manutenções. Para isso é necessário um monitoramento dos efluentes para evitar
transtornos no decorrer de paralisação de uma das estações.
7.4.1.2 Objetivos e Metas
O Programa tem como objetivo a monitoração da qualidade das águas sanitários, das
áreas de propriedade da Eletronuclear ou daquelas que possam ser afetadas pela
operação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).
7.4.1.3 Metodologia
O tratamento dos efluentes sanitários, gerados na fase de operação de Angra 1, também
dá origem à efluentes que são descartados no meio ambiente aquático de Itaorna, dentro
dos padrões e limites de lançamento legais em vigor (Resolução Conama Nº 357/2005 e
NT-202.R.10 da FEEMA).
O tratamento utilizado é do tipo processo biológico de lodo ativado e aeração prolongada,
sendo os efluentes lançados subseqüentemente em canais de drenagem que
desembocam na enseada de Itaorna.
Atualmente há três estações de tratamento de esgotos sanitários na CNAAA, uma para
cada Unidade em operação (Angra 1 e 2) e a terceira que atende aos prédios de apoio da
CNAAA. São projetadas para o atendimento nas condições normais de operação das
Usinas, como também nas paradas das mesmas, para troca de elementos combustíveis
ou manutenções.
As estações de tratamento são monitoradas quanto à qualidade dos efluentes tratados,
por meio de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento,
bem como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos
locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não filtráveis
totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal.
408
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os procedimentos adotados atendem a norma técnica NT-202.R-10 (Critérios e Padrões
para Lançamento de Efluentes Líquidos) e as diretrizes DZ-942.R-7 (Diretriz de
Implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos, Procon Água) e DZ215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de
Origem Não-industrial), da FEEMA, bem como a Resolução Conama nº 357/2005 (dispõe
sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes).
Os pontos de coleta, periodicidade e monitoramento são mantidos, de forma a possibilitar
o acompanhamento e controle de utilização das águas, conforme Tabela 136.
Tabela 136 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos dos
efluentes
PONTO DE
LOCAL DE COLETA
LOCALIZAÇÃO
ANÁLISE
AMOSTRAGEM
AM 5
Cais, próximo à Unidade Bacteriológico
2
Itaorna
AM 6
Cais de descarga de Físico-químico
equipamentos
AM 7
A 50 m do local de Físico-químico
descarga
AM 8
A 750 m do local de Físico-químico
Saco Piraquara de Fora
descarga
AM 9
Praia do Velho
Bacteriológico
Fonte: Eletronuclear (Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas – PA-MA 09 e
2PA-MA 09
7.4.1.4 Indicadores Ambientais
Os indicadores utilizados neste programa são basicamente os rejeitos líquidos
convencionais analisados em função de seus níveis bioquímico.
7.4.1.5 Público-alvo
Este Programa não se aplica à um público-alvo.
7.4.1.6 Estratégia de execução
A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para
efluente líquido sanitário.
409
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.4.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas
Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental e com o
Programa de Monitoramento para os Efluentes Líquidos Industriais.
7.4.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)
Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear
em seus procedimentos já
estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais.
7.4.1.9 Resultados esperados
O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém
todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação
pertinente.
7.4.2 MONITORAMENTO PARA EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS
7.4.2.1 Justificativas
A operação da Usina Angra 1 requer grandes quantidades de água para vários de seus
sistemas que utilizam água desmineralizada (circuitos fechados) e água do mar (circuito
aberto) para fins de resfriamento, assim como águas pré-tratada e desmineralizada, em
vários sistemas, como insumos de processo.
Essas águas, para que possam ser utilizadas, sofrem processos de tratamento e/ou de
condicionamento químico em função de suas origens e finalidades. Processos de
tratamento, ou de condicionamento de águas, são praticados com auxílio de produtos
químicos e geram rejeitos convencionais, na forma de efluentes líquidos derivados desses
processos ou dos usos que são feitos dessas águas como insumos de processo.
7.4.2.2 Objetivos e Metas
•
Realizar a liberação, cumprindo as condições limitantes e as solicitações definidas
pela Química e Proteção Radiológica, constantes nas Licenças de Liberação dos
efluentes líquidos industriais.
•
Contabilizar o volume de água de refrigeração principal (volume de diluição) e
fornecê-lo mensalmente à Proteção Radiológica, para efeito de contabilização e
cálculo de doses no grupo crítico.
410
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.4.2.3 Metodologia
Os efluentes líquidos gerados na área restrita, após processamento, são enviados aos
Tanques de Monitoração TMR 1 e TMR 2. Após análises, são liberados para o meio
ambiente.
Para liberação de efluentes líquidos em batelada, a Operação deverá emitir uma LLEL
(Licença de Liberação de Efluentes Líquidos), identificando o tanque/sistema, o volume de
efluente a ser liberado, o motivo da liberação, as bombas de água de refrigeração
principal e de serviço disponíveis para diluição, o monitor de processo aplicável à via de
liberação e sua taxa de contagem e o tempo de recirculação do volume a ser liberado.
A proteção radiológica determinará as análises radiológicas aplicáveis e enviará as duas
vias da LLEL para a Química.
A Química determinará as análises de química convencional, amostrará e analisará o
volume de efluentes a ser liberado.
A liberação do efluente somente poderá ser executada pela Operação após o
recebimento da primeira via da LLEL aprovada pela Química e Proteção Radiológica.
Será executada de acordo com as condições operacionais limitantes definidas pela
Química e pela Proteção Radiológica e na LLEL.
Toda operação de eliminação de efluentes deverá ser monitorada e registrada pela
Operação através do monitor de atividade relacionado. O registro das taxas de contagem
do monitor de atividade deve ser anexado à LLEL quando solicitado pela Proteção
Radiológica.
Após a liberação, a Operação deverá preencher a LLEL com os dados operacionais de
execução da liberação. Deverão ser registrados os dados de data e hora inicial e final, a
vazão de eliminação, o volume liberado, a taxa de contagem máxima do monitor de
atividade relacionado e o fluxo de diluição.
7.4.2.4 Indicadores Ambientais
Os indicadores utilizados neste programa são basicamente os rejeitos líquidos radioativos
analisados em função de seus níveis de radioatividade e origem.
7.4.2.5 Público-alvo
Este Programa não se aplica à um público-alvo.
411
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.4.2.6 Estratégia de execução
A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para
efluente líquido industrial.
7.4.2.7 Inter-relação com outros Planos e Programas
Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental e com o
Programa de Monitoramento para os Efluentes Líquidos Sanitários.
7.4.2.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)
Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear
em seus procedimentos já
estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais.
7.4.2.9 Resultados esperados
O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém
todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação
pertinente.
7.5
PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO BIÓTICO
7.5.1 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO AQUÁTICO
7.5.1.1 Justificativas
Este programa ocorre em função da preocupação da empresa com o ambiente marinho e
em atendimento à legislação ambiental vigente, em especial à NT 319 da FEEMA, que
trata dos critérios de qualidade de água para preservação de fauna e flora marinha, e a
DZ 302 – Padrões de Qualidade dos Corpos Dágua segundo os Usos Benéficos.
7.5.1.2 Objetivos e Metas
A meta deste programa visa manutenção da flora, fauna e da qualidade das águas
marinhas dentro dos limites estabelecidos pelas normas vigentes, na área de lançamento
dos efluentes líquidos da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA.
Este tem como objetivo Monitorar a Fauna e Flora Marinha (PMFFM) para o
acompanhamento do ecossistema marinho em função da operação da CNAAA, nas áreas
de Plâncton, Benthos, Nécton e Parâmetros Físico-Químicos da Água do Mar.
412
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Monitorar a área de impacto (área do lançamento de efluentes), comparando-a com as
áreas de controle, para verificar potenciais modificações na biota aquática e,
consequentemente no equilíbrio do ecossistema marinho;
Monitorar quantitativa e qualitativamente fitoplâncton, zooplâncton, fitobentons,
zoobentons e peixes;
Monitorar os níveis de temperatura, sais nutrientes (silicatos, nitratos e fosfatos),
pigmentos fotossintéticos (clorofila a, b e c); oxigênio dissolvido e salinidade.
7.5.1.3 Metodologia
As metodologias, freqüências de coleta e pontos de amostragem utilizados neste
programa, bem como as espécies acompanhadas, foram determinadas com base nos
estudos realizados pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
na fase pré-operacional da Usina de Angra 1.
Para este programa foram estabelecidos os locais para coletas de amostras: Saco
Piraquara de Fora (Área B-Impacto), Saco Piraquara de Dentro (Área A-Controle) e
Itaorna (Área C-Controle). As áreas de controle são locais isentos de influências dos
efluentes da CNAAA, portanto destinadas às investigações no caso de alterações na biota
marinha na área de lançamento.
Por ocasião da amostragem da fauna e flora marinha, serão mantidas as medidas de
temperatura e cloro. Desta forma, será possível avaliar a influência produzida pela
descarga térmica e química advinda da operação da CNAAA, capacitando a
Eletronuclear a atender as exigências da Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (FEEMA).
Caso ocorram alterações ambientais que provoquem mudanças populacionais nos
organismos indicadores, serão implementadas medidas para investigação do ocorrido,
bem como investigação em outras áreas não influenciadas pelo lançamento, para
confirmação do possível impacto.
As informações são tratadas estatisticamente e apresentadas nos relatórios anuais, que
são comparados com os dados levantados em anos anteriores e na fase pré-operacional.
7.5.1.4 Indicadores Ambientais
Os indicadores ambientais deste Programa são os parâmetros utilizados para a realização
da monitoração na área de Plâncton,Benthos, e Nécton das análises da água na área de
estudo, comparando os dados obtidos de acordo com a legislação vigente.
413
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.5.1.5 Público-alvo
O público alvo do presente programa é composto por toda a população residente na área
de influência direta da CNAAA, bem como a população residente nas regiões afetadas
pela operação do empreendimento.
7.5.1.6 Estratégia de Execução
Este é um programa permanente, com freqüências de coletas variando entre mensais
bimestrais e sazonais, pois cada organismo tem sua estratégia de monitoramento e
periodicidade. São emitidos relatórios mensais e/ou anuais de cada organismo/parâmetro
monitorado, o Relatório Anual de Monitoramento.
A supervisão deste programa é da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, e
a sua execução está sob a responsabilidade do Laboratório de Monitoração Ambiental
(LMA) da CNAAA. Este programa é periodicamente avaliado pela própria Eletronuclear .
7.5.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas
Este programa está relacionado com o Programa de Medida de Temperatura no Saco
Piraquara de Fora e Itaorna, com o Programa de Monitoração e Controle da Qualidade
das Águas e com o Programa de Medida de Cloro Residual no Saco Piraquara de Fora.
7.5.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)
Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear
em seus procedimentos já
estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais.
7.5.1.9 Resultados Esperados
A partir dos diagnósticos apresentados por meio desses parâmetros analisados, esperase que haja uma manutenção efetiva do equilíbrio do ecossistema nos locais sob possível
influencia dos lançamentos provenientes da Usina Angra 1 da CNAAA.
7.5.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO TERRESTRE
Tendo em vista que o meio aquático é a base da cadeia alimentar e que seus possíveis
impactos, decorrentes da operação da Usina Angra 1, acarretariam em impactos para o
meio terrestre, seu diagnóstico é prioritário.
414
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Devido ausência de impactos relatados quanto ao meio biótico aquático, não há
necessidade de se estabelecer um programa ambiental para o meio biótico terrestre, o
qual, segundo estudos, não é afetado pela operação da Usina Angra 1 da CNAAA.
7.6
PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO DE REJEITOS
7.6.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO
RADIOATIVOS
7.6.1.1 Justificativa
Garantir o tratamento e disposição dos resíduos gerados na CNAAA de forma a atender
os padrões estabelecidos pela legislação vigente.
7.6.1.2 Objetivos e Metas
A meta deste programa visa garantir a segregação, acondicionamento, identificação,
armazenamento temporário, transporte e disposição final de todos os resíduos industriais
gerados na CNAAA de acordo com o estabelecido pela legislação vigente.
O objetivo deste programa é estabelecer a metodologia de destinação de resíduos
sólidos, semi-sólidos e líquidos não passíveis de tratamento convencional, provenientes
de quaisquer fontes poluidoras, buscando minimizar a sua geração e priorizando a sua
recuperação e reciclagem.
7.6.1.3 Metodologia
Na ocorrência de geração de qualquer resíduo nas áreas da CNAAA a unidade
organizacional geradora deverá acondicionar os resíduos de forma adequada,
identificando-os de forma legível conforme procedimentos utilizados pela Eletronuclear .
Em casos específicos a Divisão de Proteção Radiológica deverá avaliar e atestar a
ocorrência ou não de riscos radiológicos do resíduo.
No caso da possibilidade de comercialização o resíduo deverá ser disponibilizado em
leilões através da Gerência de Suprimentos, que providenciará a inclusão do material nos
lotes dos leilões. Assim como nos casos de leilão, as empresas receptoras para
tratamento/destinação final deverão obrigatoriamente estar licenciadas para atividade
proposta e estar em dia com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras.
415
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Os produtos contemplados na lista D2 da Resolução ANVS/RDC nº 228, de 11 de
dezembro de 2001, sujeitos ao controle da Polícia Federal deverão ser acompanhados de
documentação específica conforme exigido na legislação.
Os produtos controlados pelo Ministério do Exército, de acordo com Decreto 3.665, não
poderão ser disponibilizados em leilão, nem descartados via contrato de serviço pela
Eletronuclear . Quando existir a necessidade de descartar qualquer destes materiais, o
Ministério do Exército deverá ser previamente contatado para dar as orientações
necessárias.
Na saída do resíduo a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho preencherá o
manifesto de resíduos, arquivando a primeira via, entregando as demais para o
transportador, todas datadas e assinadas. No caso de se tratar de produtos perigosos
deverá ser entregue também ao transportador o Plano de Emergência de Transporte.
De dois em dois anos a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho emitirá o
Inventário de Resíduos para atualização das informações contidas neste e este deverá
ser enviado a FEEMA.
7.6.1.4 Indicadores Ambientais
Dados sobre a geração dos resíduos e sua destinação final.
7.6.1.5 Público Alvo
Todos os funcionários da CNAAA, que direta ou indiretamente produzem resíduos durante
a operação da Unidade 1 e demais edificações existentes.
7.6.1.6 Estratégia de Execução
O programa ocorre de forma permanente, nas atividades descritas acima na unidade
organizacional 1 da CNAAA.
A responsabilidade pela execução do programa é da Eletronuclear , por meio da Divisão
de Meio Ambiente e Segurança no Trabalho e está relacionado a todas as unidades
geradoras e demais gerências.
7.6.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas
O programa está relacionado com os Programas de Educação Ambiental e Comunicação
Social.
416
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.6.2 PROGRAMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS CONVENCIONAIS
7.6.2.1 Justificativa
Necessidade do atendimento absoluto aos limites estipulados nas normas e padrões
vigentes para lançamento de efluentes líquidos convencionais (rejeitos de processos) no
meio ambiente.
7.6.2.2 Objetivos e Metas
A meta deste programa visa efetuar o tratamento em todos os efluentes gerados no
empreendimento, de forma a atender as condições de lançamento estabelecidas pelas
normas ambientais e satisfação da sociedade quanto ao controle exercido pela empresa
sobre seus efluentes.
O objetivo principal é aplicar os tratamentos adequados aos efluentes líquidos
convencionais gerados no empreendimento, de forma a garantir o lançamento destes no
meio ambiente dentro dos padrões estabelecidos nas normas e padrões vigentes.
7.6.2.3 Metodologia
Serão implantadas bacias de tratamento com capacidades individuais da ordem de 600
metros cúbicos capazes de permitir aplicações de métodos específicos de tratamento, em
operações alternadas e seqüenciais, para tratamento das várias correntes de efluentes
líquidos convencionais gerados no empreendimento.
As especificidades das várias correntes de efluentes líquidos convencionais (rejeitos de
processos), as quais normalmente demandam opções isoladas ou combinadas de
métodos de tratamento com vistas ao atendimento dos objetivos propostos de redução
dos níveis de potenciais contaminantes a valores inferiores aos limites máximos definidos
nas normas e padrões vigentes, serão tecnicamente avaliadas, para isso levando-se em
conta as experiências acumuladas e as tecnologias disponíveis, traduzidas em métodos
de tratamento de eficiência suficientemente comprovada.
Basicamente, serão utilizados métodos de tratamento baseados em aerações e reações
de oxi-redução, combinados de tal forma que ajustes adicionais das condições do meio de
processo a valores e/ou faixas de potencial hidrogeniônico (pH) tecnicamente adequadas
e indispensáveis, tenham êxito.
As cargas individuais de efluentes líquidos convencionais antes, durante e após a
aplicação dos métodos de tratamento adequados em cada caso, serão monitoradas
quanto aos valores de concentrações de contaminantes que contenham e aos níveis de
pH, não apenas como condição indispensável para o controle dos próprios métodos de
417
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
tratamento aplicados, como também, e muito especialmente, para a garantia dos objetivos
maiores no estrito cumprimento às normas e padrões vigentes acima citados.
Para o devido controle do inventário dos efluentes líquidos convencionais lançados no
meio ambiente, após a conclusão da bem sucedida aplicação dos métodos de tratamento
aplicáveis em cada caso, cada carga individual de efluentes líquidos convencionais, no
momento do seu lançamento no meio ambiente e após a liberação formal obtida para este
fim, será devidamente totalizada para a contabilização geral das quantidades dos
efluentes líquidos convencionais e dos respectivos conteúdos liberados.
7.6.2.4 Indicadores Ambientais
Dados sobre a geração dos resíduos e sua destinação final.
7.6.2.5 Público Alvo
O público em geral, inclusive funcionários e contratados da própria empresa, que possam
ser afetados pelas condições específicas e características gerais do empreendimento.
7.6.2.6 Estratégia de Execução
O programa será levado a efeito de maneira contínua e permanente, adaptável as
condições de operação e demais circunstâncias típicas da Unidade 1 da CNAAA.
A responsabilidade pela elaboração e implantação, bem como pela efetiva implementação
do programa é da Eletronuclear .
7.6.3 PROGRAMA DE MONITORAÇÃO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL PMARO
7.6.3.1 Justificativa
Este programa ocorre em função da preocupação da empresa com o meio ambiente e em
atendimento à legislação ambiental e radiológica vigentes.
7.6.3.2 Objetivos
Acompanhamento dos níveis de radiação ambiental em várias matrizes e meios durante
todo o período de operação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA.
418
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.6.3.3 Metas
Monitoramento dos níveis de radiação, verificando se os valores obtidos se encontram
dentro das normas vigentes.
7.6.3.4 Metodologia e Descrição do Programa
A metodologia, freqüências de coleta e pontos de amostragem utilizados no programa
obedecem às normas ambientais e radiológicas vigentes.
O programa realiza as seguintes amostragens:
•
•
•
•
•
análise de amostras marinhas - peixes, algas, areia de praia, sedimentos marinhos
e água do mar;
análise de amostras terrestres - leite de vaca, pastagens, água doce de superfície
e de rio, águas subterrâneas, sedimentos de rio, produto agrícola (banana) e solos
adjacentes à cultura;
análise de amostras de ar - material particulado, iodo e precipitação;
análise de amostras diversas para verificação de nível de trítio;
análises diretas com dosímetros termoluminescentes.
As amostragens ocorrem em diferentes períodos conforme a análise requerida, variando
os períodos entre semanal, mensal e trimestral. Assim, é possível controlar toda a área
sob influência da operação da CNAAA.
As análises são realizadas no Laboratório de Monitoração Ambiental e os resultados
encontrados tem como parâmetros de referência os valores de notificação dos
radionuclídeos com as respectivas matrizes (como sedimentos, leite, água e etc)
estabelecidas no NUREG 1301 (Offsite dose Calculation Manual Guidance: Standard
Radiological Effluent Controls for Pressurized Water Reactors - 1991) e em valores
estabelecidos pela CNEN.
7.6.3.5 Indicadores Ambientais
Dados sobre ocorrência incidentes radiológicos.
7.6.3.6 Público Alvo
O público alvo do presente programa é composto por toda a população residente na área
da Eletronuclear , principalmente os funcionários que trabalham diretamente nas áreas de
operação.
419
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.6.3.7 Estratégia de Execução
Este é um programa permanente, com freqüências de coleta variando entre semanais,
mensais e trimestrais, e emissão de relatório anual de monitoramento.
A supervisão deste programa é da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e
sua execução está sob a responsabilidade do Laboratório de Monitoração Ambiental LMA da CNAAA.
7.6.3.8 Inter-relação com outros Planos e Programas
Este programa está relacionado com todos os demais programas de monitoramento da
CNAAA.
7.6.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES GASOSAS
Devido à tecnologia utilizada em Angra 1, reatores a água pressurizada (Pressurized
Water Reactors – PWR), as emissões atmosféricas são provenientes apenas dos
exaustores de caldeira auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os gases
de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes, não sendo por isso
considerado. Sendo assim, não há necessidade da elaboração de programas de
gerenciamento das emissões gasosas.
7.7
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
7.7.1 JUSTIFICATIVA
Como empresa estatal, a Eletronuclear atende às políticas e diretrizes da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República, SECOM. Conseqüentemente, um
Plano Anual de Comunicação (PAC) e um Planejamento Estratégico da Comunicação
(PEC) são desenvolvidos e submetidos à aprovação da SECOM.
A Eletronuclear , na busca do atendimento às suas políticas e diretrizes do seu
planejamento estratégico, implementa um Programa de Comunicação Social único para
toda a empresa. Isto implica em que, além de Angra 1 e Angra 2, a retomada da
construção de Angra 3 esteja nele contemplada.
O Programa de Comunicação Social tem como pressuposto básico que a comunicação é
fundamental para o esclarecimento e sensibilização da população quanto à importância
dos empreendimentos e das alterações que acarretam em seus padrões de vida.
420
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.7.2 OBJETIVOS E METAS
As principais metas do Plano de Comunicação Social, em fase de elaboração, são:
Divulgar a importância da participação da geração nucleoelétrica na matriz energética
nacional e a forma com que a Eletronuclear lida com a tecnologia nuclear para assegurar
que a operação das suas Usinas não ofereça nenhum risco para o trabalhador, a
população e o meio ambiente.
Fazer da publicidade uma oportunidade de informação sobre os aspectos sócioambientais da tecnologia nuclear.
Divulgar informações relativas aos resultados operacionais de Angra 1 e 2 e à construção
de Angra 3.
Viabilizar a implantação de espaços culturais na vila de Praia Brava e em Parati, expandir
o existente em Angra dos Reis e melhorar as instalações em Rio Claro.
Dar continuidade ao patrocínio de eventos e atividades em sintonia com os critérios
estabelecidos no Plano Estratégico de Comunicação da empresa.
Desenvolver ações de comunicação relativas a aspectos de saúde pública, segurança no
trânsito rodoviário e conservação e preservação ambiental.
Dar continuidade à divulgação, juntamente com a Defesa Civil e outras organizações
envolvidas, das informações referentes ao Plano de Emergência da CNAAA, promovendo
Campanha de Esclarecimento sobre o Plano e sobre o Exercício Bi-anual de Emergência,
a ser realizado em 2009.
Dinamizar a comunicação interna da empresa através da realização de uma pesquisa de
opinião e revitalização da Intranet.
Realizar pesquisa de opinião externa sobre a percepção pública dos valores e ações da
empresa.
Através da Assessoria de Imprensa, dar continuidade a uma estreita relação como meios
de comunicação e profissionais do setor de imprensa.
O objetivo do Programa de Comunicação Social da Eletronuclear é definir e assegurar
que sejam implementadas as ações de comunicação apropriadas para que a empresa
seja reconhecida pelo seu comprometimento com a melhoria da qualidade de vida da
população e a preservação do meio ambiente e pela excelência de seu desempenho na
geração de uma energia limpa e segura.
Entre outros, o Programa inclui os seguintes objetivos:
o
Estabelecer canais de comunicação entre a empresa e a sociedade;
421
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
o
Definir as metas de comunicação e o público alvo;
o
Identificar os meios de comunicação mais adequados e efetivos;
o
Atuar junto aos segmentos formadores de opinião;
o
Participar dos eventos sobre temas de interesse da empresa e divulgá-los;
o
Patrocinar atividades que valorizem a cultura e a cidadania; e
o
Realizar pesquisas de opinião que sirvam de base para melhorar a comunicação.
O Programa de Comunicação Social também inclui as ações necessárias para
atendimento às exigências dos órgãos licenciadores e autoridades constituídas. Os
compromissos de comunicação social com a retomada de Angra 3 estão sendo
desenvolvidos e incorporados ao Programa, em suas versões 2008 e 2009.
7.7.3 METODOLOGIA
Para alcançar os seus objetivos de comunicação, a Eletronuclear desenvolve suas ações
em áreas que incluem publicidade, patrocínios e participação em eventos.
Com seu Programa de Comunicação Social estabelecido, a Eletronuclear , junto à
agência de publicidade contratada, determina estratégias de comunicação na mídia, que
permitem flexibilidade para iniciativas de comunicação não previstas e oportunidades de
inserção pontuais. Assim é possível estabelecer uma coerência entre o discurso
publicitário e o planejamento estratégico da Eletronuclear , mantendo o foco na
segurança, na tecnologia, e nas ações socioambientais, tornando mais eficiente a
utilização do orçamento da área de comunicação.
As ações de comunicação da Eletronuclear são desenvolvidas com o foco no público
interno, nos moradores da região circunvizinha às suas instalações: Angra dos Reis,
Parati e Rio Claro, podendo atingir o estado do Rio de Janeiro e a nação.
As ações de comunicação incluem os seguintes tópicos:
Imagem Institucional: publicidade institucional em mídia impressa de massa e
segmentada (revistas das áreas de meio ambiente e tecnologia); em canais de TV, rádios,
e mídia exterior; manutenção do site na Internet; ações de no-mídia como patrocínios
culturais ou apoio a projetos cujo escopo privilegie o resgate de valores históricos e sócioculturais, principalmente na região de influência da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto (CNAAA); uma maior participação da empresa em eventos, feiras e exposições
nas áreas técnicas, de meio ambiente e responsabilidade social; acompanhamento de
imagem através de pesquisas de opinião pública e avaliação de imagem na mídia.
422
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Comunicação externa: produção de novos vídeos institucionais, atualização da folheteria
institucional, folhetos destinados às escolas com enfoque em educação socioambiental,
apoio à divulgação do Plano de Emergência da CNAAA, edição de newsletter dirigida à
classe política, autoridades, empresários, entre outros. Através do Centro de Informações
de Itaorna e dos Espaços Culturais de Angra dos Reis e Rio Claro, recepção de visitantes
espontâneos e organização de visitas específicas para estudantes e outros grupos, para
divulgação de informações sobre os empreendimentos e sobre energia nuclear em geral.
Divulgação de informações na página na Internet.
Comunicação interna: publicação do jornal interno "Átomo", disponibilização de clipping
da mídia impressa e noticiários de rádio e TV relacionados ao setor elétrico em geral e à
Eletronuclear em especial, revitalização da Intranet e suporte às demais unidades
organizacionais da Eletronuclear quanto às ações de comunicação (seminários,
congressos, reuniões técnicas, eventos comemorativos), aos convênios de inserção
regional mantidos pela Empresa e outras mais que se façam necessárias.
Campanhas de educação ambiental: apoio, do ponto de vista da comunicação, às
atividades dos Programas de Educação Ambiental. Divulgação da Semana do Meio
Ambiente, que inclui cursos e palestras com grande participação das comunidades
vizinhas, e outras.
Confecção de material de cunho publicitário, educativo e de utilidade pública: apoiando as
ações de cunho socioambiental da empresa, como por exemplo, assistência médica
através da Fundação Eletronuclear de Assistência Médica - FEAM, distribuição de
material escolar para instituições de ensino das comunidades carentes e apoio a eventos
nas áreas de meio ambiente e turismo, para a campanha de dengue, de economia de
água e energia, e de direção defensiva.
Comunicação do Plano de Emergência: - As campanhas de esclarecimento do Plano de
Emergência da Central Nuclear de Angra são regidas pela legislação do Sipron - DecretoLei nº. 1.809, de 07.10.80, Decreto 2.210, de 22.04.97 e Portaria SAE/PR nº. 150, de
11.12.97 (NG-05). A Eletronuclear apóia a Defesa Civil através da confecção e
distribuição de calendário anual com as instruções a serem seguidas em caso de
emergência, com tiragem acima de 50.000 exemplares e contatos para maiores
informações, quando uma pesquisa é feita por ocasião da distribuição, Realização de
esclarecimentos prévios sobre empreendimento a ser implantado (ex.: Angra 3),
precedendo as respectivas Audiências Públicas previstas no processo de licenciamento
ambiental. A cada 2 anos é feita a simulação de uma emergência para testar o Plano,
quando ocorre uma grande divulgação por rádio, TV e mídia externa, além de folhetos
específicos distribuídas para residentes das áreas envolvidas e transeuntes.
423
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.7.4 INDICADORES AMBIENTAIS
Não há indicadores ambientais para este programa.
7.7.5 PÚBLICO-ALVO
O programa tem como principal público, a população das áreas de influência da Usina
Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA.
7.7.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
A implementação do Programa de Comunicação Social da empresa é feita de acordo com
as estratégias e metodologias descritas acima. E com as seguintes atividades:
Divulgação de informações sobre a energia nuclear e empreendimentos da Eletronuclear
Ações de comunicação sobre temas de interesse público (reciclagem de lixo, uso de água e
energia, saúde)
Dia Mundial da Água (19 de abril) e Semana do Meio Ambiente
Distribuição de Calendário e Campanha de Esclarecimento sobre Plano e Exercício de Emergência
Pesquisa de opinião interna e Revitalização da Intranet
Pesquisa de opinião externa
Patrocínio de eventos (conforme avaliação do interesse dos projetos apresentados)
Expansão dos Espaços Culturais
Relacionamento com profissionais e meios de comunicação
7.7.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
O Programa de Comunicação Social se relaciona com o Programa de Educação
Ambiental, e, futuramente com o Programa de Descomissionamento.
7.7.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Cada projeto inclui nas suas respectivas etapas de execução os correspondentes
recursos humanos e financeiros requeridos.
Uma das prioridades de aplicação de recursos é no atendimento às exigências dos
órgãos licenciadores e autoridades constituídas, que inclui os novos compromissos de
comunicação referentes ao funcionamento de Angra 1.
424
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
7.7.9 RESULTADOS ESPERADOS
Pretende-se que a população tenha conhecimento e entendimento dos empreendimentos
da Eletronuclear em suas diversas etapas – construção (em especial, Angra 3),
comissionamento e operação de Angra 1 e 2, e seus aspectos socioambientais.
Busca-se também a ampliação da confiança quanto ao Plano de Emergência e ao
processo de guarda dos rejeitos radioativos.
As pesquisas de opinião externas, que passam a ser bi-anuais, são realizadas com o
objetivo de medir os resultados alcançados e o grau de sucesso obtido no processo de
comunicação da Eletronuclear , bem como nortear o aperfeiçoamento deste processo.
7.8
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
7.8.1 JUSTIFICATIVA
A Eletronuclear contratou uma instituição com notória experiência na implementação de
programas participativos, promovendo a integração de diferentes atores sociais presentes
nos municípios de Angra dos Reis, Parati e Rio Claro. Neste sentido, a Eletronuclear está
viabilizando a contratação do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM).
Dentre as atribuições deste Instituto está prevista a proposição de diretrizes para a
integração das ações de caráter ambiental, visando à configuração de uma Política
Ambiental da empresa.
7.8.2 OBJETIVOS E METAS
A meta do Programa é implementar o programa utilizando linha metodológica com caráter
processual, crítico, participativo e dialógico.
Os objetivos se baseiam em consolidar um Programa de Educação Ambiental aliado a
uma estratégia de desenvolvimento sustentável capaz de, simultaneamente:
o
Garantir a continuidade e a permanência do tema no processo educativo;
o
Fortalecer a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
preservação do equilíbrio do meio ambiente;
o
Garantir a democratização das informações ambientais;
o
Fomentar a integração das Políticas Públicas e ações ambientais e;
425
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
o
Promover o fortalecimento institucional da gestão ambiental local articulando as
diferentes esferas do Poder Público e da sociedade civil;
o
Sensibilizar e mobilizar diferentes atores locais para a abrangência do Programa
de Educação Ambiental;
o
Realizar um diagnóstico participativo com os atores definidos;
o
Reunir subsídios que possam orientar a implementação do Programa de Educação
Ambiental;
o
Definir linhas de atuação da empresa, contribuindo para um Programa integrado
de desenvolvimento sustentável;
o
Avaliar papéis e impactos, sobretudo junto aos atores públicos e sociedade civil,
referente à temática de Meio Ambiente.
7.8.3 METODOLOGIA
O desenvolvimento metodológico desdobra-se na proposição de diretrizes para a
integração de ações de cunho ambiental já presentes na Eletronuclear, tais como:
a) Projeto Ilha Viva – Sertão Vivo, realizado em parceria com a Secretaria de
Educação de Angra dos Reis;
b) Projeto POMAR;
c) Trilha Porã;
d) Semana do Meio Ambiente;
e) Projeto Jovens Talentos;
f) Programa de Recuperação da Restinga de Mambucaba;
g) Sítio Museu de Piraquara de Fora.
A metodologia de elaboração do Programa de Educação Ambiental será baseada na
realização de um diagnóstico participativo, cumprindo algumas etapas de pesquisa que
têm como finalidade viabilizar a construção das bases do Programa e o desenho de suas
ações prioritárias.
O trabalho de pesquisa é um fator fundamental para subsidiar tomadas de decisão acerca
das ações a serem implementadas na elaboração de um programa. Nesse contexto, a
realização de um diagnóstico, para a identificação e compreensão da situação que será
objeto das intervenções, é fundamental para se traçar uma estratégia adequada – trata-se
da oportunidade de se aprofundar a articulação com a comunidade já envolvida e
conhecer melhor a situação na qual serão implementadas as futuras ações.
426
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Para um programa ambiental realmente participativo, é preciso integrar os atores
envolvidos com a temática dentro do próprio processo. Além de prever a criação de
mecanismos de acompanhamento e controle social das ações de Educação Ambiental
apoiadas pela Eletronuclear , pretende-se também inserir esses atores no processo de
definição dos princípios e prioridades do Programa, por meio de oficinas de discussão que
pautarão essas definições, com a mediação do conhecimento técnico de profissional
especializado em Educação Ambiental.
7.8.4 INDICADORES AMBIENTAIS
Não se aplica a este Programa.
7.8.5 PÚBLICO-ALVO
O programa tem como principal público, a população das áreas de influência da Usina
Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA.
7.8.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
De acordo com o projeto elaborado pelo IBAM, o processo de construção das bases de
construção do Programa de Educação Ambiental é de 8 meses apresentando as
seguintes etapas:
ETAPA I – Retomada dos contatos/Levantamento das informações
Levantamentos preliminares sobre existência dos Fóruns
Levantamento da disponibilidade dos diferentes atores e instituições para a construção de uma instância
representativa
Processo de identificação, ajuste, sensibilização e mobilização dos atores
Construção da metodologia das oficinas da etapa II
Etapa II – Oficinas de discussão em Campo / pesquisas complementares
Agendamento de contatos em campo
Organização das oficinas in loco
Realização das 08 Oficinas
Contato com gestores dos projetos específicos
Construção da metodologia das oficinas da etapa III
Etapa III – Consolidação do Programa de Educação Ambiental
Sistematização dos dados do diagnóstico
Eleição dos principais temas e ações para o Programa
427
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Elaboração do documento-base do Programa
Oficinas de validação do documento
Consolidação do PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
7.8.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
Este programa se relaciona com os demais programas apresentados neste PCA.
7.8.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Um dos objetivos do Programa de Educação Ambiental é sistematizar as ações dessa
natureza que a empresa desenvolve. As referidas ações apresentam requerem recursos
financeiros, humanos e materiais. Estes recursos são de responsabilidade da
Eletronuclear com parcerias com outras instituições
7.8.9 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que o Programa de Educação Ambiental construído através de uma
metodologia com caráter processual, crítico, participativo e dialógico possa proporcionar a
todas as pessoas envolvidas a possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos
valores, atitudes, interesse ativo, aptidões e habilidades necessárias à compreensão dos
programas de segurança, do gerenciamento de rejeitos, do monitoramento ambiental e do
plano de emergência referentes às Usinas nucleares.
7.9
PROGRAMA GERAL DE DESCOMISSIONAMENTO
7.9.1 JUSTIFICATIVA
O descomissionamento das Usinas nucleares ao final de sua vida econômica tem sido
uma questão permanente para as empresas proprietárias dessas Usinas.
No caso das Usinas nucleares brasileiras, desde a entrada em operação de Angra 1
(01/01/1985), a questão tem sido tratada com o cuidado necessário, acompanhando o
desenvolvimento do assunto ao redor do mundo.
Os primeiros trabalhos desenvolvidos com vistas ao tratamento da questão remontam à
época dos preparativos para a entrada em operação de Angra 1, oportunidade em que se
obteve do órgão regulador do setor de energia elétrica autorização para arrecadar, pela
428
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
via tarifária, uma quota mensal de recursos destinados à formação de um fundo para
suportar o descomissionamento da Usina, depois de encerrada sua operação comercial.
Nestes quase 23 anos desde os primeiros estudos, seguiram-se outros trabalhos e
reavaliações periódicas.
7.9.2 OBJETIVOS E METAS
As metas a serem atingidas após a decisão efetiva de descomissionar a Usina são:
•
•
•
•
•
•
obter licenciamento específico para o descomissionamento nos órgãos
licenciadores competentes;
realizar o inventário de todos os equipamentos contaminados, com determinação
dos níveis de radiação e tomadas de medidas nas tubulações e blindagens;
determinar as seqüências e métodos que facilitem o processo de
descomissionamento, conforme as normas a serem estabelecidas pela CNEN;
preparar um informe sobre o impacto no meio ambiente e os benefícios resultantes
do fechamento da instalação;
analisar a segurança do processo, com a sua descrição e especificações técnicas,
de modo a não acarretar nenhum prejuízo à saúde e à segurança da população e
dos trabalhadores envolvidos;
determinar as modificações a serem feitas nos edifícios, bem como acréscimos
provisórios, conforme a alternativa de descomissionamento adotada.
O objetivo é garantir a proteção da população residente na microrregião da Baía da Ilha
Grande e do seu meio ambiente, com relação à radioatividade residual, bem como os
recursos adequados para que o descomissionamento ocorra de forma a atender as
necessidades ambientais e legais.
7.9.3 METODOLOGIA
Dentre as condicionantes apresentadas na Moção nº 031 do Conama, referenciada no
Parágrafo II do Artigo 1º da resolução nº 05 do CNPE, incluem-se aquelas relacionadas
com preocupação de assegurar condições técnicas e financeiras para o futuro
descomissionamento da unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
O processo de descomissionamento da Usina nucleoelétrica é regulado no âmbito do
licenciamento nuclear.
A CNEN, no item 8.10 de sua norma NE-1.04 - "Licenciamento de Instalações Nucleares",
estabelece que, para o encerramento das atividades de operação de uma Usina
429
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
nucleoelétrica, a organização operadora deverá iniciar um procedimento formal de
Cancelamento da Autorização de Operação Permanente.
De acordo com a norma, a organização operadora deverá encaminhar à CNEN um
requerimento demonstrando que a desmontagem da instalação e a disposição de suas
partes será realizada de forma segura, de acordo com as normas específicas a serem
estabelecidas pela CNEN e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança da
população como um todo, do trabalhador e do meio ambiente.
No caso de Angra 1, esta exigência é referenciada como uma das condicionantes da
Autorização para Operação Permanente.
Como preparação para a definição de um Plano Técnico para o descomissionamento a se
realizar em um prazo não inferior a 30 anos a partir do início da operação dessa Usina, as
atividades da Eletronuclear , de agora até cerca de 10 anos antes da data de término da
operação, se limitarão, no campo técnico, ao acompanhamento da evolução tecnológica e
dos custos para execução do descomissionamento.
No período de 10 anos que antecede o desligamento definitivo da unidade, a
Eletronuclear deverá elaborar um Plano de Descomissionamento, que contemplará:
o Tecnologia de descomissionamento a ser adotada;
o Estudos para desmantelamento e armazenamento seguro dos componentes da
Usina;
o Estudos de local e de condições de armazenagem;
o Desenvolvimento dos processos de licenciamento ambiental e nuclear;
o Contratação da execução dos serviços.
7.9.3.1 Processos de Descomissionamento
O processo de descomissionamento é essencialmente baseado nas metodologias
americanas, que consistem de três alternativas de descomissionamento: DECON,
SAFSTOR e ENTOMB, ou a de três estágios, da AIEA.
DECON - consiste no desmantelamento total da Usina logo após sua retirada de
operação;
SAFSTOR - o desmantelamento é precedido de confinamento por um período de 10 a 30
anos;
ENTOMB - significa enclausurar definitivamente as partes contaminadas da Usina.
(alternativa muito pouco utilizada, que não tem aceitação ampla).
430
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
No caso da Usina nuclear da CNAAA, a alternativa considerada para a efetivação do
descomissionamento é o SAFSTOR.
7.9.3.2 Atendimento a Requisitos Legais
Segundo Projeto de Lei nº 1.087/2007 da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde
dispõe sobre as regras para o descomissionamento de atividades poluidoras entre outras,
em seu art. 2º §1º e inciso II, são consideradas atividades poluidoras devendo submeterse ao processo de descomissionamento os depósitos de materiais radioativos ou os
equipamentos que os utilizem.
7.9.4 INDICADORES AMBIENTAIS
Não se aplica ao Programa.
7.9.5 PÚBLICO ALVO
Público interno da CNAAA, população residente na região de Angra dos Reis e Parati.
7.9.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO
Este programa entrará em execução no período não inferior a dez anos para o
descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA.
7.9.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS
Este programa está relacionado com o Programa de Comunicação Social e com os
demais programas desenvolvidos pela Eletronuclear , de forma que todas as ações
realizadas sejam fonte de informação para o programa em questão.
7.9.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS)
Os recursos necessários para o descomissionamento da Unidade Operacional da CNAAA
(Angra 1) foram calculados com base em estudos específicos desenvolvidos para o
descomissionamento de Usinas norte americanas, européias, canadenses e japonesas,
atualmente em diferentes estágios do processo de descomissionamento.
431
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
O custo de descomissionamento previsto para a Usina Angra 1 é de US$ 198 milhões. Os
recursos para o descomissionamento são oriundos da tarifa de venda de energia gerada
pela unidade.
8
IMPLANTAÇÃO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE MAMBUCABA E PRAIA
BRAVA
A implantação das vilas residenciais de Mambucaba e Praia Brava, ocorrida na década de
70, teve como objetivo abrigar o pessoal de construção (em um primeiro momento) e de
operação das Usinas. Cumpre destacar que atualmente somente o pessoal de operação
reside nas vilas.
Esta área tem uma paisagem peculiar em seus vários compartimentos ambientais. De
acordo com sua posição latitudinal, esta região caracteriza-se por ser uma zona de
transição entre os climas tropicais quentes e os climas do tipo temperado das latitudes
médias.
A interferência da topografia acidentada e compartimentada nesta região é marcante. As
escarpas falhadas separam superfícies montanhosas, que mergulham para o interior, de
áreas planas a suavemente onduladas, constituindo as baixadas litorâneas. A evolução
lito-estrutural da região comporta uma série de episódios geodinâmicos que envolvem a
formação e a destruição de rochas com grande amplitude de idades, num intervalo de
tempo superior a 1 bilhão de anos. Nessa geo-história, passaram-se períodos e inúmeros
processos metamórficos, que caracterizam o substrato rochoso dessa região do sudeste
brasileiro.
Esta região apresenta geologia e geomorfologia características da Serra do Mar. Neste
sentido, os aspectos climatológicos se destacam, pois a presença de água potencializa a
instabilidade de encostas e taludes. A Serra do Mar constitui uma barreira orográfica de
extrema importância para a elevação da precipitação nesta região do Brasil,
principalmente na área de Angra dos Reis. Devido à topografia, que permite um
escoamento rápido das águas para o oceano, os rios da região são de pequeno curso. Na
faixa litorânea da região, predominam os solos hidromórficos.
Esta paisagem geográfica favoreceu ao domínio do bioma Mata Atlântica. A ocorrência
deste tipo de vegetação relaciona-se a fatores climáticos e a pluviosidade bem distribuída
durante o ano, sem um período biologicamente seco.
Esta área tem sua estruturação socioespacial explicada por uma conjugação de fatores,
históricos e geográficos. A área em foco consolida a sua organização espacial em
paralelo ao processo de organização do território nacional. Pelos caminhos do ouro, a
região conheceu o apogeu, com uma economia rica, dinâmica e escravocrata. Com o
432
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
declínio dessas atividades e o fim do trabalho escravo, a pecuária, o turismo e a indústria
passaram a caracterizar os movimentos de estruturação da área.
A própria morfologia da área condicionou as formas de uso social predominantes
atualmente: infra-estrutura do turismo e de lazer, a unidade para a geração termonuclear
da energia elétrica, terminais portuários e o uso agrícola e florestal. Tais usos compõem
as relações sociais de cunho econômico entre o comércio, a indústria e os serviços. Nesta
região, a ocupação humana modificou parte da paisagem.
O fator urbano na região é marcado pelas vilas residenciais da Eletronuclear - mais
conjuntos habitacionais que vilas, de Praia Brava e de Mambucaba, a Vila Histórica de
Mambucaba, e parte expressiva da vila do distrito de Cunhambebe, conhecida como
localidade do Frade.
O projeto da construção das vilas residenciais procurou compatibilizar o arranjo geral da
área com os aspectos ambientais e as características do sítio. Na elaboração do referido
projeto, procurou-se obedecer às normas estabelecidas quanto ao uso e ocupação do
solo dos municípios de Angra dos Reis e Parati, levando em conta tratar-se de
condomínios pertencentes a um único proprietário e responsável.
Em termos de ocupação, a área foi dividida em quadras destinadas à implantação das
residências, sendo reservadas em toda extensão da praia, uma faixa não edificável, com
aproveitamento permitido apenas à atividades voltadas ao lazer. Foram escolhidos três
tipos de residências padrão, de alvenaria e madeira, que são descritas no item 5.4.4.4
Moradia.
9
SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE PRAIA
BRAVA E MAMBUCABA
Para atender a demanda das vilas residenciais de propriedade da CNAAA, foram
instaladas, desde 1983, duas Estações de Tratamento de Esgoto – ETE. A ETE de Praia
Brava atende a vila residencial de mesmo nome e a ETE de Mambucaba atende as vilas
residenciais de Mambucaba, Operária e Consag.
Os objetivos ambientais e sociais do projeto estão diretamente relacionados com a
manutenção de um meio ambiente equilibrado, em especial no que se relaciona em
manter a qualidade das águas dos corpos receptores dos efluentes, zelando pela saúde
da população e contribuindo, dessa forma, com o princípio básico da medicina preventiva.
Quanto à adequação da instalação desses sistemas perante os planos diretores dos
municípios de Angra dos Reis (1991) e de Parati (2002) em vigor, estes classificam o
distrito de Mambucaba e o distrito de Tarituba, respectivamente, como zonas urbanas
433
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
residenciais onde prevalece o uso para moradias e as atividades de apoio e
complementaridade a este uso, compatíveis entre si.
No Apêndice XIV, item 13.14, é apresentado o mapa com a localização das vilas
residenciais, das estações de tratamento e a caracterização do entorno quanto ao uso
atual do solo, bairros próximos, sub-bacias abrangidas, equipamentos urbanos e de lazer
e as vias de acesso.
Conforme mencionado, os sistemas sanitários das estações estão em funcionamento
desde 1983, abrangendo todas as residências, escolas, comércios, hospital, clubes e
demais instalações prediais das referidas vilas, ou seja, tratando todo o esgoto sanitário
de origem doméstica.
A ETE de Praia Brava atende uma área de aproximadamente 350.000 m2 e a ETE de
Mambucaba, aproximadamente 1.300.000 m2, totalizando mais de 7.500 usuários, entre
moradores e população flutuante.
Os sistemas são compostos de ramais e troncos coletores de efluente que encaminham
os mesmos para a respectiva estação de tratamento. Em ambas as ETEs, a tecnologia
adotada foi o Sistema Anaeróbico de Lodo Ativado.
O Sistema Anaeróbico de Lodo Ativado consiste na aeração prolongada ou oxidação total
feita no tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos, com a finalidade de
incorporar o oxigênio do ar atmosférico ao esgoto bruto, resultando na floculação da
matéria suspensa, que sofre a ação das bactérias e microorganismos em processo de
digestão.
No tanque de sedimentação (decantador), os flocos se sedimentam, formando o lodo
ativado. Com a recirculação desse lodo ao tanque de aeração, a formação de novos
flocos é acelerada. Quando o índice volumétrico de lodo – IVL atinge 100%, é
encaminhado ao leito de secagem para remoção do produto sólido, e a parte líquida é
lançada ao corpo receptor.
As estações de tratamento contam ainda com estações elevatórias para a condução do
esgoto. O sistema de coleta de esgoto sanitário baseia-se na formação de bacias
sucessivas, devido à topografia da região. A contribuição de uma bacia é encaminhada a
uma elevatória que recalca para um coletor principal de bacia seguinte; e assim
sucessivamente até atingir a última elevatória, de onde o afluente será recalcado para a
respectiva ETE.
O sistema de Praia Brava conta com duas estações elevatórias na vila residencial, a
Elevatória 1 faz a captação desde a rua 4 até a hospedagem I, e a Elevatória 2, da rua 6
até a hospedagem II, cada uma com três bombas.
434
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Para a ETE de Mambucaba, são cinco estações elevatórias, três delas na vila residencial
de mesmo nome, Elevatórias A, B e C, abrangendo o centro comercial e as quadras “A” a
“R”. As outras duas são responsáveis pelo bombeamento das redes das Vilas Operária e
Consag.
Os sistemas de tratamento de esgoto de Praia Brava e de Mambucaba estão descritos e
ilustrados a seguir, tanto por meio de fluxogramas, quanto por meio de imagens.
A Estação de Tratamento de Esgoto de Praia Brava, apresentada na Figura 167 e na
Figura 168 é composta por:
•
Estações Elevatórias 1 e 2 (Figura 169);
•
Caixa de Areia (Figura 168);
•
Caixa de Vazão (Figura 168);
•
Tanque de Aeração com 2 aeradores mecânicos (Figura 168 e Figura 170);
•
Decantador (Figura 168);
•
6 Leitos de Secagem (Figura 168);
•
Chincana (Figura 168 e Figura 171);
•
Caixa de Passagem (Figura 168).
A Estação de Tratamento de Esgoto de Mambucaba, apresentada na Figura 172 e na
Figura 173 é composta por:
•
Estações Elevatórias A, B, C, 1 e 2 (Figura 174 e Figura 175);
•
Caixa de Areia (Figura 173);
•
Medidor de Vazão (Figura 173);
•
Sanitários (Figura 173);
•
Tanque de Aeração com 2 aeradores mecânicos (Figura 173 e Figura 176);
•
Decantador (Figura 173 e Figura 177);
•
8 Leitos de Secagem (Figura 173);
•
Chincana (Figura 173 e Figura 178);
•
Caixa de Passagem.
435
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 167 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Praia Brava
Fonte: Eletronuclear, 2008.
436
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 168 – Fluxograma da ETE de Praia Brava
Fonte: Eletronuclear, 2008.
437
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 169 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Praia Brava
Fonte: Eletronuclear, 2008.
438
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 170 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Praia Brava, 2008
Figura 171 – Caixa de Passagem da ETE de Praia Brava, 2008
439
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 172 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Mambucaba
440
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 173 – Fluxograma da ETE de Mambucaba
Fonte: Eletronuclear, 2008.
441
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 174 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Mambucaba
Fonte: Eletronuclear, 2008.
442
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 175 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias das Vilas Operária e Consag
Fonte: Eletronuclear, 2008.
443
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 176 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Mambucaba, 2008
Figura 177 - Tanque de sedimentação ou Decantador da ETE de Mambucaba, 2008
444
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 178 - Chincana da ETE de Mambucaba, 2008
A eficiência da remoção de DBO5 do esgoto afluente é superior a 80%, índice
calculado a partir da análise comparativa entre o afluente (esgoto coletado) e efluente,
pós tratamento. Na Tabela 137 e na Tabela 138 são demonstrados os valores que
indicam a qualidade em que o efluente líquido tratado é lançado nos corpos dágua,
nas ETEs de Praia Brava e Mambucaba, respectivamente.
Tabela 137 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Praia Brava
Parâmetro
Unidade
Valor Permitido
Resultado
Afluente
DBO5
mg/L
220,0
Efluente
pH
Entre 5,0 – 9,0
5,76
RNFT*
mg/L
Máx. 100,0
8,0
Resíduos sedimentáveis
mL/L
Máx. 1,0
< 0,1
DBO5
mg/L
Máx. 100,0
Fonte: Eletronuclear, 2008.
*RNFT – Resíduos não filtráveis total.
5,0
Tabela 138 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Mambucaba
Parâmetro
Unidade
Valor Permitido
Resultado
Afluente
DBO5
mg/L
110,0
Efluente
pH
Entre 5,0 – 9,0
5,85
RNFT*
mg/L
Máx. 100,0
16,0
Resíduos sedimentáveis
mL/L
Máx. 1,0
< 0,1
DBO5
mg/L
Máx. 100,0
Fonte: Eletronuclear, 2008.
*RNFT – Resíduos não filtráveis total.
5,0
445
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
A quantidade de lodo gerado pelas Estações de Tratamento de Efluentes das Vilas
Residenciais de Praia Brava e Mambucaba apresenta, respectivamente, valores de
11,66 kg/dia e 13,12 kg/dia, sendo armazenado em leitos de secagem nas referidas
estações.
A ETE de Praia Brava lança diariamente cerca de 1.200 m3 de efluente tratado no
canal 7, próximo ao mar, conforme a Figura 179. A ETE de Mambucaba lança cerca
de 1.000 m3 ao rio Mambucaba, conforme a Figura 180.
Figura 179 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008
Fonte: Eletronuclear, 2008.
Figura 180 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008.
Fonte: Eletronuclear, 2008.
446
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
9.1
DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
9.1.1 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE PRAIA BRAVA
A área de influência abrangida pela ETE de Praia Brava restringe-se à vila residencial
de mesmo nome e à sub-bacia hidrográfica drenada pelo canal 7. No Apêndice XIV,
item 13.14, supra mencionado, é apresentado o mapa com a localização das estações
de tratamento e suas áreas de influência, além da caracterização do entorno quanto
ao uso atual do solo.
A ETE de Praia Brava lança diariamente cerca de 1.200 m3 de efluente tratado ao
canal 7, próximo ao mar, conforme a Figura 181. Esse canal é formado pela
confluência dos córregos 4, 5 6 e 7, o que condiciona o comportamento hidráulico do
corpo receptor, auxiliando na sua capacidade de auto-depuração.
A possibilidade de uso das águas do corpo receptor à jusante do ponto de lançamento
de efluentes é muito restrita, pois no caso da ETE de Praia Brava, além desse corpo
receptor ser canalizado, a distância entre o ponto de lançamento de efluente e a foz do
corpo dágua na baia da Ilha Grande é de aproximadamente 200 m.
447
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 181 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008
448
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
9.1.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE MAMBUCABA
A ETE de Mambucaba faz o lançamento do seu efluente tratado no rio Mambucaba.
Este faz parte da bacia hidrográfica de mesmo nome que, com cerca de 730 km2 de
área drenada é a maior bacia hidrográfica dos municípios de Angra dos Reis e Parati.
No entanto, apesar da grande área abrangida pela bacia hidrográfica do rio
Mambucaba, para a delimitação da área de influência da ETE de Mambucaba, foram
adotadas parte das microbacias hidrográficas localizadas a montante e a jusante do
ponto de lançamento de efluente tratado. Foram incluídas também como áreas de
influência as Vilas Residenciais de Mambucaba, Operária e Consag, como vizualizado
no Apêndice XIV, item 13.14. O córrego do Alemão deságua no rio Mambucaba a
aproximadamente 600 m a montante do ponto de lançamento de efluente tratado da
referida ETE.
A ETE de Mambucaba contribui com cerca de 1.000 m3 de efluente tratado lançado ao
rio Mambucaba. Seguindo cerca 2 km, o principal afluente do rio Mambucaba, o rio
Perequê, deságua em seu curso, incrementando ainda mais o volume do curso
principal, aumentando, dessa forma, sua capacidade de auto-depuração durante cerca
de mais 1,5 km, até sua foz na baia da Ilha Grande, como apresentado na Figura 182.
A fim de caracterizar os principais usos das águas do rio Mambucaba dentro dos
limites da área de influência delimitada, principalmente a jusante do ponto de
lançamento, pode-se identificar em sua margem esquerda uma intensa ocupação
antrópica, identificada como a localidade do Perequê.
Nota-se também, mais a jusante do rio Mambucaba, na margem oposta do rio
Perequê, o Hotel do Bosque, onde existe o uso das águas do rio Mambucaba para
atividades de lazer. Ainda, próximo a sua foz, pode ser identificada parte da Vila
Histórica de Mambucaba, como pode ser vizualizadas na Figura 182. Devido a essa
intensa ocupação na área de influência juntamente com o grande porte do rio
Mambucaba, o uso de suas águas é mais intenso
O Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto - SAAE de Angra dos Reis atende as
localidades do Perequê, da Vila Histórica de Mambucaba, Hotel do Bosque e Praia
Vermelha com rede de distribução de água tratada para cerca de 90% das
residências, as demais abastencem-se por meio de poços. Essa captação é realizada
fora da área de influência da ETE de Mambucaba.
O sistema de coleta de esgoto do Prequê atende parcialmente as residências, cerca
de 30%, encaminhando-o para a três estações de tratamento localizadas no mesmo
bairro. Tanto as demais residências do Perequê, quanto as localizadas na Vila
Histórica e na Praia Vermelha, são equipadas por fossas, para as quais são oferecidos
serviços de limpeza pela SAAE, por meio de caminhões coletores. O esgoto coletado
também é encaminhado para as estações de tratamento do Perequê. Pós tratamento,
os efluentes são lançados no rio Mambucaba.
449
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 182 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008.
450
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
9.2
MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL
Em todo o sistema, não são utilizados dispositivos de controle de odores, pois o
procedimento de aeração utilizado nas ETEs proporciona um mecanismo aeróbio de
decomposição de matéria orgânica pelas bactérias, impedindo a emissão de odores.
Já para as estações elevatórias, a pressão utilizada no bombeamento do efluente gera
uma circulação de gases, o que também impede a emissão de odores.
É realizada semanalmente uma manutenção preventiva em todo o sistema de
tratamento de ambas as estações, por meio de procedimentos padrões com atividades
como: checagem de dispositivos, limpeza e lubrificação de equipamentos, sendo em
seguida, quando necessária, realizada a manutenção corretiva do equipamento
específico.
Como dispositivos de segurança, são utilizadas cercas para impedir o acesso de
pessoas não autorizadas, e guarda-corpos ao redor dos tanques de aeração,
decantação e da chincana, conforme a Figura 183 e a Figura 184.
Figura 183 – Dispositivo de Segurança: cerca para impedir o acesso de pessoas não autorizadas,
2008
451
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Figura 184 – Dispositivo de Segurança: guarda-corpos, 2008
9.3
PLANO DE MONITORAMENTO
Em cumprimento ao Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas
(PA-AG 06) são realizadas análises mensais relativas à balneabilidade em dois pontos
na Vila Residencial de Mambucaba (AM-1 e AM-2) e em dois pontos na Vila
Residencial de Praia Brava (AM 3 e AM-4).
Além deste procedimento, a Eletronuclear vem realizando a análises periódicas nos
afluentes e efluentes das estações de tratamento do esgoto sanitário das Vilas
Residenciais. Este procedimento será adequado a um Programa de Autocontrole
(PROCON/FEEMA).
Por meio da avaliação dessas análises, tem-se que os valores estão em
conformidade, segundo a Resolução CONAMA 274/2000, que define as condições de
balneabilidade em águas doces, salobras e salinas.
Dessa forma, é possível concluir, a partir da análise histórica dos relatórios da
operação de Angra 1 e das Vilas Residenciais, que estes não comprometem a
qualidade da água do mar para este fim na região compreendida pelos citados pontos.
Quanto aos corpos receptores onde são lançados diretamente os efluentes tratados
provenientes das estações das Vilas Residenciais, serão amostrados pontos a
montante e a jusante desses lançamentos, em cumprimento ao Programa PA-AG 06
(Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas), a fim de caracterizar
a qualidade da água do corpo receptor por meio de parâmetros como: vazão, pH,
temperatura, turbidez, OD, DBO, óleos e graxas, sólidos em suspensão e coliformes
fecais, a fim de garantir que os padrões exigidos na Resolução CONAMA 357/2005
sejam mantidos.
452
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
10 CONCLUSÃO
A experiência acumulada pela Eletronuclear em todos os anos de operação comercial
de Angra 1, apresenta, além de bons indicadores de eficiência, um excelente
gerenciamento da questão ambiental em todos os aspectos.
Através dos resultados dos diversos monitoramentos realizados durante toda a
existência da Usina, verifica-se que o empreendimento não apresenta impactos
negativos significativos, tendo em vista que:
Os impactos no solo se restringiram à fase de instalação do empreendimento, e
mesmo assim foram poucos, e todos foram mitigados.
A utilização total de água do mar para resfriamento é de cerca de 40 m3/s, enquanto
que as necessidades de água doce são satisfeitas mediante captações próprias de
superfície, não implicando qualquer conflito com usos potenciais ou impactos
negativos relevantes.
Todas as descargas no Saco Piraquara de Fora são rapidamente assimiladas. Não há,
portanto, impacto térmico, mecânico ou radiológico adverso significativo ao ambiente
físico e à biota aquática. Os padrões de qualidade de água são atendidos, como
demonstrado pelas análises realizadas.
Conforme analisado, não é apresentado impacto adicional referente às emissões
atmosféricas, ruídos ou efluentes líquidos convencionais em Itaorna.
A operação de Angra 1 não apresentou efeito adverso em nenhuma espécie rara,
ameaçada ou em processo de extinção, e não resultou em nenhum impacto
significativo em pontos históricos ou sítios arqueológicos em sua área de influência.
Os impactos socioeconômicos diretos e indiretos da operação da planta foram e são
significativos e favoráveis em termos fiscais e de geração de emprego e renda.
Somam-se a isto as inúmeras compensações que a Eletronuclear dispõe aos
municípios.
Nenhum impacto ambiental significativo ocorreu nas descargas operacionais normais
de materiais radioativos. A dose individual máxima estimada para um indivíduo do
público em geral, sujeito à exposição máxima possível, é muito pequena se
comparada à radiação de fundo (background) da região. Desta forma, não há impacto
radiológico mensurável em funcionários e contratados que participam da rotina
operacional da Usina.
Ainda sim, os impactos da operação da Usina na população da área de influência,
provenientes dos gases radioativos e descargas líquidas, incluindo radônio, são
negligenciáveis quando comparados aos níveis de radiação de fundo.
Isto posto, conclui-se que a operação de Angra 1 está dentro dos padrões ambientais
de funcionamento, devendo ser mantidos os programas socioambientais implantados,
453
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
convenientemente gerenciados para que os resultados alcançados permaneçam
dentro dos parâmetros recomendados.
454
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
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464
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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12 GLOSSÁRIO
A
Absorção de nêutrons: Interação nuclear na qual o nêutron incidente desaparece
como partícula livre, mesmo quando um ou mais nêutrons são subseqüentemente
emitidos, acompanhados de outras partículas, como por exemplo, na fissão.
Absorção: (a) de energia: fenômeno no qual a radiação, ao atravessar a matéria,
transfere parte ou a totalidade de sua energia a esta matéria; (b) de partículas:
interação atômica ou nuclear na qual a partícula incidente desaparece como partícula
livre, mesmo quando uma ou mais partículas, diferentes ou do mesmo tipo, são
subseqüentemente emitidas. Nota: É considerado como absorção de energia o
espalhamento acompanhado de perda de energia, como no efeito Compton e na
moderação de nêutrons.
Abundância isotópica: Número relativo de átomos de um determinado isótopo, em
uma mistura de isótopos de um elemento, expresso como fração do número total de
átomos deste elemento.
Acidente base de projeto (DBA): Em projeto de instalação nuclear, acidentes
considerados suficientemente representativos, do ponto de vista das conseqüências
radiológicas, para trabalhadores e indivíduos do público.
Acidente com perda de refrigerante: Acidente no qual o refrigerante primário de um
reator nuclear é perdido.
Acidente nuclear: Qualquer ocorrência ou qualquer sucessão de ocorrência, de
caráter súbito ou fortuito, originada pelo desenvolvimento não controlado de uma
reação em cadeia, ou pelo escapamento não controlado de material radioativo.
Acidente radiológico: Acidente que libere radioatividade em concentrações ou
quantidade relevante, i.e., acima dos limites máximos permitidos pela legislação da
CNEN.
Acidente severo: Acidente que excede as bases de projeto e que acarreta falhas em
estruturas, sistemas ou componentes, impedindo dessa forma a refrigeração do núcleo
do reator, conforme projetada, levando a uma degradação significativa do mesmo.
Agropecuário: Setor da economia que compreende as atividades da agricultura, da
pecuária e do extrativismo.
Água pesada: Água cujas moléculas são compostas por deutério e oxigênio.
Água potável: Águas cujos parâmetros atendam aos parâmetros estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, que aprova normas e padrões de potabilidade da água destinada
ao consumo humano.
465
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
ALARA: Acrônimo para As Low As Reasonably Achievable ("tão baixo quanto
razoavelmente atingível"). Princípio de segurança da área nuclear, que aplicado às
Usinas nucleares significa que os níveis de radioatividade fora do reator devem ser
mantidos tão baixos quanto razoavelmente atingíveis. Em outras palavras, fazer todo o
esforço razoável para manter a exposição à radiação ionizante tão abaixo dos limites
quanto exeqüível, consistente com o propósito da atividade licenciada, levando em
conta o estado da tecnologia, a economia das melhorias em relação ao estado da
tecnologia, a economia das melhorias em relação aos benefícios para a saúde e
segurança pública, e outras considerações sociais e socioeconômicas, e em relação à
utilização da energia nuclear e os materiais licenciados no interesse público.
Altitude: Altura na vertical de um lugar acima do nível do mar. Distância vertical de um
ponto da superfície da Terra, em relação ao nível zero ou nível dos oceanos.
Altocumulus: Composta de massas globulares baixas, grossas e cinzentas, esta
nuvem de altura média é basicamente feita de gotículas de água. Nas latitudes
médias, é geralmente encontrada entre 2.300 e 5.000 metros de altitude. A
característica que a define é uma camada inchada e ondulada na nuvem que pode ser
vista com freqüência. A isto é dado o apelido de "ovelhas" ou "flocos de algodão".
Muitas vezes confundida com nuvens do tipo cirruscumulus, seus elementos (nuvens
individuais) têm uma massa maior e projetam uma sombra em outros elementos. Pode
formar vários sub-tipos, como altocumulus castellanus, ou altocumulus lenticularis.
Virga também provém destas nuvens.
Amostragem: Técnica de pesquisa na qual um sistema preestabelecido de amostras
é considerado idôneo para representar o universo pesquisado, com margem de erro
aceitável.
Análise de risco: Compõem-se de um conjunto de procedimentos qualitativos,
quantitativos e modelos de cálculo, cuja aplicação sistemática resulta na identificação
dos perigos potenciais decorrentes da operação de uma instalação industrial e na
avaliação/quantificação dos efeitos físicos e riscos devido a eventos acidentais, como
liberação de substâncias tóxicas e/ou presença de inflamáveis. Procedimento técnico
para determinar quantitativamente as situações de risco decorrentes da implantação
de um projeto ou da operação de empreendimentos existentes.
Análise de vulnerabilidade: Determinação das áreas atingidas pelo alcance de
efeitos físicos e radiológicos dos possíveis acidentes identificados.
Anatexia: Processo de fusão ou de refusão de rochas pré-existentes ao atingirem
condições de alta temperatura ou ultrametamorfismo na crosta.
Anomalia: Em prospecção geológica, diferença significativa entre o valor de uma
determinada característica do terreno em um ponto e o valor médio desta
característica na região circundante. Esta anomalia indica uma possível singularidade
geológica no ponto em que aparece.
466
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Antrópico: Resultado das atividades humanas no meio ambiente.
Área controlada: Área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a
finalidade de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de
contaminação radioativa e prevenir ou limitar a amplitude das exposições potenciais.
Área de exclusão: Área que circunda diretamente uma instalação nuclear pertencente
obrigatoriamente ao proprietário da instalação o qual tem, nesta área, autoridade para
determinar todas atividades julgadas necessárias para fins de segurança, inclusive
remoção de pessoal.
Área de Influência: Área afetada pelos impactos de um empreendimento,
considerando-se, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. A área
de influência pode ser classificada em Área de Influência Direta, quando o
empreendimento causa impactos diretos a região, ou Área de Influência Indireta,
quando os impactos são indiretos.
Área de Proteção Ambiental (APA): Categoria de unidade de conservação cujo
objetivo é conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de processos naturais e
do patrimônio natural, visando a melhoria da qualidade de vida, através da
manutenção das atividades socioeconômicas da região. Esta proposta deve envolver,
necessariamente, um trabalho de gestão integrada com participação do Poder Público
e dos diversos setores da comunidade. Pública ou privada, é determinada por
instrumentos legais, para que nela seja discriminado o uso do solo e evitada a
degradação dos ecossistemas sob interferência humana.
Área livre: Qualquer área que não seja classificada como área controlada ou área
supervisionada.
Área protegida: Área de segurança mantida sob constante proteção, cercada por
uma barreira física, com números de acessos controlados, e que envolve uma ou mais
áreas vitais da mesma instalação nuclear.
Área restrita: Área sujeita a regras especiais de segurança, na qual as condições de
exposição podem ocasionar doses equivalentes efetivas anuais superiores à 2/100
(dois centésimos) do limite primário para trabalhadores.
Associativismo: Tendência ou movimento dos trabalhadores de se congregarem em
associações representativas (órgãos de classe, sindicatos etc.), para a defesa de seus
interesses
Assoreamento: Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados
pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou
por outros processos.
Atenuação: Redução verificada em uma quantidade de radiação, após sua passagem
através da matéria, resultantes de todo tipo de interações. Nota: A atenuação não
compreende, geralmente, a atenuação geométrica.
467
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Aterro Sanitário: Método de engenharia e administrativo para disposição de resíduos
sólidos no solo, de modo a proteger o meio ambiente; os resíduos são espalhados em
camadas finas, compactados até o volume mínimo possível e cobertos com terra ao
final de cada jornada para não resultar em nenhum risco ou dano ao ambiente (The
World Bank, 1978). O aterro sanitário possui drenagens pluviais no seu contorno e é
impermeabilizado na área operacional. Todas as possíveis fugas são controladas.
Ativação: Produção de atividade induzida por meio de reações nucleares.
Atividade de saturação: Para um nucleotídeo, a máxima atividade possível através
de uma ativação de uma determinada amostra em uma determinada densidade de
fluxo de partículas.
Atividade específica: Atividade de um dado material por unidade de massa.
Atividade: Para um dado radionuclídeo, em um determinado estado de energia e
instante de tempo, a grandeza deve ser expressa por: A= dN/dt Onde: NdN = valor
médio esperado do número de transições nucleares espontâneas daquele estado de
energia, no intervalo de tempo dt. Notas: (a) A atividade é expressa em bequerel
(anteriormente em Curie); (b) Algumas vezes é usado para designar uma quantidade
de radionuclídeo. Também é denominado taxa de desintegração.
Atmosfera: Camada fina de gases, inodora, sem cor, insípida, e presa à Terra pela
força da gravidade.
Átomo: Unidade de matéria consistindo em um núcleo e um envoltório constituído por
um número de elétrons igual ao número de prótons do núcleo.
Austral: Localizado no sul.
Avifauna: Conjunto das espécies de aves que vivem numa determinada região.
B
Bacia hidrográfica: Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes.
A noção de bacias hidrográfica inclui naturalmente a existência de cabeceiras ou
nascentes, divisores dágua, cursos dágua principais, afluentes, subafluentes, etc. Em
todas as bacias hidrográficas deve existir uma hierarquização na rede hídrica e a água
se escoa normalmente dos pontos mais altos para os mais baixos. O conceito de bacia
hidrográfica deve incluir também noção de dinamismo, por causa das modificações
que ocorrem nas linhas divisórias de água sob o efeito dos agentes erosivos,
alargando ou diminuindo a área da bacia.
Background: Radiação natural ou "de fundo". É aquela com a qual o planeta convive.
Barra de controle: Componente móvel de controle da fissão dentro de um reator,
contendo material absorvedor de nêutrons, que influencia diretamente a reatividade e
serve para controle da criticalidade no reator.
468
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Barreiras múltiplas: Conceito derivado de outro, o de defesa em profundidade,
baseado na admissão de que uma determinada barreira de segurança existente pode
falhar, e portanto há necessidade de que haja pelo menos mais uma - e normalmente
mais duas - barreiras, de modo que a radioatividade não encontre seu caminho até o
ambiente mesmo com a ocorrência simultânea de um evento acidental e falha simples
da primeira ou primeiras barreiras de segurança.
Batelada: Porção de material nuclear manuseado com unidade para fins de
contabilidade, num ponto de medida, e para qual a composição e quantidade são
definidas por um único grupo de especificações ou medidas.
Bens Duráveis: os que permanecem úteis por muito tempo, abrangendo, portanto, os
bens de consumo e os de capital.
Biodiversidade: (a) Referente à variedade de vida existente no planeta, seja terra ou
água; (b) Variedade de espécies de um ecossistema; (c) É o conjunto de todas as
espécies de plantas e animais e de seus ambientes naturais, existentes em uma
determinada área; (d) Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies,
populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma
determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis. genes, espécies, níveis
taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas,
e em diferentes escalas temporais e espaciais.
Bioma: Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos
fisionômicos semelhantes de vegetação, com diferentes tipos climáticos. É o conjunto
de condições ecológicas de ordem climática e características de vegetação: o grande
ecossistema com fauna, flora e clima próprios. Os principais biomas mundiais são:
tundra, taiga, floresta temperada caducifólia, floresta tropical chuvosa, savana, oceano
e água doce.
Biomassa: Quantidade de matéria orgânica presente num dado momento numa
determinada área, e que pode ser expressa em peso, volume, área ou número.
Biosfera: Sistema único formado pela atmosfera (troposfera), crosta terrestre
(litosfera), água (hidrosfera) e mais todas as formas de vida. É o conjunto de todos os
ecossistemas do planeta.
Biota: Conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico, em
estreita correspondência com as características físicas, químicas e biológicas deste
ambiente.
Biótico: (a) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e
vegetais de uma região; (b) Referente a organismos vivos ou produzidos por eles. Por
exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou microrganismos.
Biótipo: Grupo de indivíduos geneticamente iguais.
469
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Blindagem: Material cuja finalidade é evitar que a radiação produzida em um
determinado compartimento ou local chegue ao meio externo ou a um local indevido
fora dos padrões permitidos por normas.
C
Cadeia alimentar: É a transferência da energia alimentar que existe no ambiente
natural, numa seqüência na qual alguns organismos consomem e outros são
consumidores. Essas cadeias são responsáveis pelo equilíbrio natural das
comunidades e o seu rompimento pode trazer o desequilíbrio natural das comunidades
e o seu rompimento ter conseqüências drásticas, como é o caso quando da eliminação
de predadores de insetos. Estes podem proliferar rapidamente e transformar-se em
pragas nocivas à economia humana. A cadeia alimentar é formada por diferentes
níveis tróficos (trophe = nutrição). A energia necessária ao funcionamento dos
ecossistemas é proveniente do sol e é captada pelos organismos clorofilados
(autótrofos), que por produzirem alimento são chamados produtores (1º nível trófico).
Estes servem de alimento aos consumidores primários (2º nível trófico ou herbívoros),
que servem de alimento aos consumidores secundários (3º nível trófico) que servem
de alimento aos consumidores terciários (4º nível trófico) e assim sucessivamente
Todos os organismos ao morrerem, sofrem a ação dos saprófagos (sapros = morto,
em decomposição; phagos = devorador), que constituem o nível trófico dos
decompositores.
Calor residual: (a)para um reator desligado: o calor resultante de radioatividade e
fissão residuais; (b)para combustíveis ou componentes do reator, após terem sido
removidos do reator: o calor resultante de radioatividade residual.
Canal de descarga: Em uma Usina nuclear, refrigerante em circuito aberto, duto
através do qual se elimina a água de refrigeração do condensador.
Censo demográfico: Conjunto dos dados característicos dos habitantes de uma
localidade ou país, para fins estatísticos; recenseamento.
Central nuclear: Complexo industrial fixo destinado à produção de energia elétrica
e/ou térmica, por meio de uma ou mais Usinas nucleares.
Cetáceos: Ordem (Cetacea) de mamíferos completamente aquáticos, na maioria
eutérios marinhos, que consiste nas baleias, golfinhos, toninhas e formas
relacionadas, todos com cabeça muito grande, corpo afilado como o de um peixe e
quase desprovido de pêlos, membros anteriores semelhantes à pá de um remo, sem
membros posteriores, cauda terminando em nadadeira larga, horizontal, encéfalo
grande, estômago complexo com quatro ou mais câmaras e duas mamas em posição
posterior.
Cinturão móvel: Região linear ou arqueada sujeita a dobramento ou outra
deformação durante um ou mais ciclos orogenéticos. Constituem-se em cinturões
470
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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móveis à época de sua formação, assumindo o caráter geomórfico montanhoso em
decorrência, também, de processos pós-orogenéticos (por exemplo: isostasia).
Circuito primário de refrigeração: Sistema destinado à circulação do refrigerante
primário.
Circuito secundário de refrigeração: Sistema destinado à circulação do refrigerante
secundário.
Cirrus: Nuvens de aspecto essencialmente filamentoso, conferindo-as um aspecto de
plumas ou cabelos esvoaçantes. Apresentam uma transparência característica, o que
faz com que não se obscureçam ou obscureçam pouco quando vistas contra a
luminosidade solar.
Clímax: Complexo de formações vegetais mais ou menos estáveis durante longo
tempo, em condições de evolução natural. Diz-se que está em equilíbrio quando as
alterações que apresenta não implicam em rupturas importantes no esquema de
distribuição de energia e materiais entre seus componentes vivos. Pode ser também a
última comunidade biológica em que termina a sucessão ecológica, isto é, a
comunidade estável, que não sofre mais mudanças direcionais.
Coelho: Pequeno recipiente impulsionado pneumático ou hidraulicamente, através de
um tubo, desde um laboratório até um local em um reator nuclear, ou até outra
instalação onde uma amostra possa ser irradiada durante pequenos períodos de
tempo e, em particular, pequeno tempo de trânsito para o laboratório.
Combustível irradiado: Combustível nuclear removido de um reator após irradiação e
não mais utilizável
Combustível nuclear: Material físsil que, quando utilizado em um reator nuclear,
possibilita uma reação nuclear em cadeia.
Comissionamento: Processo durante o qual componentes e sistemas de uma Usina
nuclear são colocados em operação, procedendo-se desta forma a constatação da sua
conformidade com as características de projeto e critérios de desempenho. Inclui tanto
os ensaios nucleares como os não-nucleares.
Composição florística: Inventário das espécies que compõem a vegetação de uma
determinada região, além das informações relativas ao habitat, época de floração,
número de espécimes etc.
Composição granulométrica: Exprime em porcentagem do peso total, a proporção
das partículas de diversas dimensões de um solo ou de uma rocha.
Comunidade planctônica: Conjunto de seres vivos que habitam na superfície de
corpos d água com muito pouca ou nenhuma capacidade de locomoção, sendo
transportados pelas correntezas.
Comunidades (Biol.): Conjunto de todos os indivíduos de todas as espécies da fauna
e flora de uma região.
471
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama): Criado pela Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31.08.81), teve sua composição,
organização, competência e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo pelo
Decreto nº 88.351 de 01.06.83 e modificados pelo Decreto nº 91.305, de 03.06.85. O
Conama é o órgão consultivo e deliberativo pertencente ao Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama). Após a vigência do Decreto nº 99.274/90, o plenário do Conama
é composto por: o Ministro de Estado do Meio Ambiente da Amazônia Legal e dos
Recursos Hídricos, que o preside, o Secretário de Meio Ambiente, o Presidente do
Ibama; representantes de cada ministério, dos governos dos Estados, Territórios e
Distrito Federal, designados pelos respectivos governadores, das Confederações
Nacionais dos Trabalhadores no Comércio, na Indústria e na Agricultura, das
Confederações Nacionais do Comércio, da Indústria e da Agricultura, da Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e da Fundação Brasileira para a
Conservação da Natureza (FBCN), de duas associações civis de defesa do meio
ambiente, de cinco entidades da sociedade civil ligadas à preservação da qualidade
ambiental, sendo uma de cada região geográfica do País. O Conama constitui-se do
Plenário, de Câmaras Técnicas, formadas por membros conselheiros, com poder
deliberativo, e da Secretaria Executiva. A competência do Conama inclui o
estabelecimento de todas as normas técnicas e administrativas para a regulamentação
e a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente e a decisão, em grau de
recurso, das ações de controle ambiental do Ibama.
Conservação da natureza: Uso racional dos recursos naturais, com o fim de
assegurar uma produção contínua dos recursos renováveis e impedir o esbanjamento
dos recursos não renováveis, para manter o volume e a qualidade em níveis
adequados, de modo a atender às necessidades de toda a população e das gerações
futuras.
Contador: Designação genérica aplicada aos instrumentos detectores de radiações
ou medidores radiométricos que detectam e medem radiações em termo de ionização
individual, indicando ou o total acumulado ou a taxa de ocorrência.
Contaminação radioativa: Presença indesejável de materiais radioativos em
pessoas, materiais, meios e locais.
Contaminação: A ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado,
muitas vezes, como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado, em
português, em relação direta a efeitos sobre a saúde do homem.
Contêiner: Recipiente com blindagem adequada, usado para armazenar ou
transportar material radioativo.
Contenção: Estrutura de aço existente em volta do núcleo de um reator nuclear de
potência que impede, em caso de falhas dos sistemas de segurança da Usina, a
evasão da radioatividade para o meio ambiente.
472
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Controle de qualidade: Ações de garantia da qualidade que proporcionam meios de
controlar e avaliar as características de um item,serviço processo ou instalação, em
relação aos requisitos estabelecidos.
Costa Verde: Região do litoral do estado do Rio de Janeiro que se estende da Ilha de
Itacuruça até a região de Parati, ao sudoeste, e caracteriza-se pelo encontro da Serra
do Mar com o oceano.
Cráton: Porções relativamente estáveis de continentes compostos por áreas escudo e
sedimentos de plataformas; tipicamente, crátons estão rodeados por regiões
tectonicamente ativas caracterizadas por atividade vulcânica, aparecimento de falhas
e movimentos ascencionais.
Crítico: Qualificação que se aplica a um meio onde ocorre reação nuclear em cadeia,
com fator de multiplicação efetivo igual à unidade.
D
Daninhas: Erva que nasce e se propaga no meio de certas culturas sem ter sido
semeada.
Decaimento radioativo: Decréscimo com o tempo, por transformação espontânea
nuclear, da atividade de uma substância radioativa ou uma mistura destas
substâncias.
Decompositores: Organismos que transformam a matéria orgânica morta em matéria
inorgânica simples, passível de ser reutilizada pelo mundo vivo. Compreendem a
maioria dos fungos e das bactérias. O mesmo que saprófitas.
Defesa em profundidade: Filosofia de projeto e operação das instalações nucleares
que preconiza múltiplas camadas de proteção para prevenir e mitigar acidentes. Inclui
o uso de controles, múltiplas barreiras físicas para impedir a liberação da radiação,
funções críticas de segurança redundantes e diversas.
Degradação ambiental: A alteração adversa das características do meio ambiente.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): É a determinação da quantidade de
oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microorganismos na oxidação bioquímica
da matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir a poluição,
normalmente utilizando-se a demanda bioquímica de cinco dias a uma temperatura de
20ºC (DB05). A determinação de DBO é importante para verificar-se a quantidade de
oxigênio necessária para decompor a matéria orgânica.
Demanda Química de Oxigênio (DQO): Medida da capacidade de consumo de
oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como
a quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não
diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente
correlacionada com a demanda bioquímica de oxigênio
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Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
Desenvolvimento sustentado: Modelo de desenvolvimento que leva em
consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico,
assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os
inconvenientes, em curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação. Tese
defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela qual não pode haver
desenvolvimento que não seja harmônico com o meio ambiente. Assim, o
desenvolvimento sustentado é um tipo de desenvolvimento que satisfaz as
necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade de utilização
do meio ambiente pelas gerações futuras.
Deutério: Isótopo natural do hidrogênio, cujo o número de massa é igual a dois. É
representado pelo símbolo D.
Diatomáceas: Alga unicelular microscópica que vive no meio aquático naturalmente
iluminado, constituindo parte do plâncton ou presa a algum tipo de substrato. Têm
carapaça silicosa (opala) denominada de frústula. Representa um importante
componente do plâncton, ao lado dos copépodes. Muitas espécies apresentam
preferências em termos de profundidade e salinidade.
Dinoflagelados: Seres unicelulares, microscópicos (10 a 100 µm), móveis pelo menos
numa fase do ciclo de vida. São um dos membros mais importantes do fitoplâncton em
ecossistemas marinhos e de água doce; representam o maior constituinte do ciclo
alimentar. O nome (Dinoflagellata) deriva da palavra grega dinos (rotação em espiral)
e do latim flagellum (flagelo).
Dispersão de poluentes: Movimento de uma parcela de ar poluído inteira, quer
vertical como horizontalmente para fora de uma área. Os processos de diluição e de
dispersão são simultâneos e, quase sempre, o termo dispersão é usado para designar
tanto a mistura quanto o transporte (da parcela de ar poluído).
Distribuição espacial (Biol.): Distribuição das espécies da fauna e flora em uma
determinada região.
Distritos: São as unidades administrativas dos municípios. Têm sua criação
norteadas pelas Leis Orgânicas dos Municípios.
Diversidade de espécies: Índice que qualifica uma comunidade associando a
quantidade de espécies e de indivíduos de uma região.
Drenagem: Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma
determinada área.
E
Ecologia: Ciência que estuda a relação dos seres vivos entre si e com o ambiente
físico. Palavra originado do grego: oikos = casa, moradia + logos = estudo.
474
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Ecossistemas insulares: Ecossistemas que se encontram isolados fisicamente de
outros ecossistemas maiores, chamados de continente.
Ecossistemas: Conjunto integrado de fatores físicos, químicos e bióticos, que
caracterizam um determinado lugar, estendendo-se por um determinado espaço de
dimensões variáveis.
Ecótono: Região de transição entre dois ecossistemas diferentes ou entre duas
comunidades.
Educação ambiental: Conjunto de ações educativas voltadas para a compreensão da
dinâmica dos ecossistemas, considerando os efeitos da relação do homem com o
meio ambiente, a determinação social e a variação/evolução histórica dessa relação.
Visa preparar o indivíduo para integrar-se criticamente ao meio ambiente,
questionando a sociedade junto à sua tecnologia, seus valores e até o seu cotidiano
de consumo, de maneira a ampliar a sua visão de mundo numa perspectiva de
integração do homem com a natureza.
Efluente: Qualquer tipo de água, ou outro fluido de um sistema de coleta, de
transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de
tratamento ou disposição final, como estações de tratamento e corpos dágua.
Emissão: Lançamento de um efluente (líquido ou gasoso) no ar ambiente ou em um
corpo de água.
Empreendimento: (a) Organização formada para explorar um negócio. (b) Projeto.
Endêmica: (a) Espécie nativa, restrita a uma determinada área geográfica. (b)
Característica da espécie que tem sua ocorrência limitada a um único local ou região.
Energia nuclear: Energia liberada em transição ou em reações nucleares.
Enriquecimento: Qualquer processo no qual é aumentada a concentração de um
determinado isótopo presente em uma mistura de isótopos de um mesmo elemento.
Nota: Também designa o teor isotópico de um determinado isótopo acima do teor
natural.
Epicentro: Ponto da superfície terrestre que se encontra situado exatamente sobre o
local de origem do terremoto no interior da crosta.
Erosão: É o desgaste do solo que pode ocorrer em função das chuvas, do vento, dos
rios, das ondas do mar, etc.
Escoamento Superficial: Quantidade de líquido, geralmente proveniente de
precipitação (chuva), que se escoa para um curso dágua pela superfície do solo.
Esfregaço: Em radioproteção, operação que permite estimar a contaminação
radioativa de uma superfície, consistindo em esfregar essa superfície com um material
apropriado, medindo em seguida, a atividade resultante neste material.
Espécie exótica: Ser vivo introduzido em uma área onde não existia originalmente.
475
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Espécie pioneira: Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desabitadas de
plantas em razão da ação do homem ou de forças naturais.
Espécies migrantes: Espécies cujos indivíduos se deslocam coletivamente de um
local para outro, às vezes incluindo deslocamentos continentais como no caso de
certas espécies da avifauna. Em geral, as espécies buscam condições ambientais
mais favoráveis, pois a migração se dá para locais com climas mais amenos e com
maior fartura de alimentos, coincidindo muitas vezes com o período do acasalamento.
As migrações costumam ser periódicas e reversíveis.
Estação de Tratamento: Conjunto de instalações, dispositivos e equipamentos
destinados ao tratamento. Quando dedicada a tratar água bruta para uso público ou
industrial, chama-se Estação de Tratamento de Água (ETA) e; para o tratamento de
esgotos domésticos, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE).
Estação Ecológica (ESEC): Unidade de conservação que se destina à preservação
integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites e à realização
de pesquisas científicas. Não é permitida a visitação pública, admitindo-se, no entanto,
de acordo com regulamento específico, a sua realização com objetivo educacional.
Estágios sucessionais: Etapas de substituição seqüencial de espécies vegetais e
animais em uma comunidade biótica.
Estolões: Caule aéreo ou subaéreo, geralmente delgado e longo, capaz de enraizar
nos nós e dar origem a outra planta, por separação da planta-mãe.
Estratos (vegetação): Determinada camada de vegetação em uma comunidade
vegetal. Cada estrato é composto por plantas que tem alturas semelhantes. Sob o
ponto de vista ecológico divide-se em estratos arbóreo, arbustivo, subarbustivo e
rasteiro ou herbáceo.
Estudo de Impacto Ambiental (EIA): Um dos documentos do processo de avaliação
de impacto ambiental. Trata-se da execução por equipe multidisciplinar, de uma
análise sistemática das conseqüências da implantação de um projeto no meio
ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas de previsão de impacto. O estudo é
realizado sob a orientação da autoridade ambiental responsável pelo licenciamento do
projeto em questão, que, por meio de termos de referência específicos, indica a
abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados detalhadamente.
O Estudo de Impacto Ambiental compreende, no mínimo: (a) a descrição das ações do
projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, no
caso de projetos de curta duração, desativação; (b) a delimitação e o diagnóstico
ambiental da área de influência; (c) a identificação, a medição e a valoração dos
impactos; (d) a comparação das alternativas e a previsão da situação ambiental futura
da área de influência, nos casos de adoção de cada uma das alternativas, inclusive no
caso de o projeto não se executar; (e) a identificação das medidas mitigadoras; (f) o
programa de gestão ambiental do empreendimento, que inclui a monitoração dos
impactos; e (g) a preparação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).
476
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Eutrofização: Fenômeno pelo qual a água é acrescida, principalmente, por compostos
nitrogenados e fosforados. Ocorre pelo depósito de fertilizantes utilizados na
agricultura ou de lixo e esgotos domésticos, além de resíduos industriais como o
vinhoto, oriundo da indústria açucareira, na água. Isso promove o desenvolvimento de
uma superpopulação de microorganismos decompositores, que consomem o oxigênio,
acarretando a morte das espécies aeróbicas, por asfixia. A água passa a ter presença
predominante de seres anaeróbicos que produzem o gás ácido sulfídrico (H2S), com
odor parecido ao de ovos podres.
Evaporação: Processo pelo qual as moléculas de água na superfície líquida ou na
unidade de solo, adquirem suficiente energia, através da radiação solar e passam do
estado líquido para o de vapor.
Exposição: Ato ou condição de estar submetido à radiação ionizante.
Extinção de espécies: Desaparecimento definitivo de uma espécie de ser vivo.
Extração Seletiva: Extração de espécies ou de produtos de origem vegetal
previamente determinados.
Extrativismo: Atividade econômica que tem por objetivo coletar elementos da
natureza.
F
Falha simples: Ocorrência (randômica) que resulta na perda da capacidade de um
componente do sistema em desempenhar as funções de segurança para as quais foi
projetado. A falha simples inclui as falhas conseqüentes por ela causada.
Fauna: Conjunto de animais que habitam determinada região.
Fisiografias: Estudo científico, com base experimental, das funções orgânicas e dos
processos vitais dos seres vivos.
Fisionomias: Feições características no aspecto de uma comunidade vegetal.
Fissão nuclear: Divisão de um núcleo pesado em dois (ou, raramente, mais) outros
núcleos de massas intermediarias, chamados fragmentos de fissão. Este fenômeno é
comumente acompanhado pela emissão de neutros, raios gama e, ocasionalmente,
pequenos fragmentos nucleares carregados. Neste processo, a energia liberada é da
ordem de 200 MeV. Constar tabela de Unidades
Fitoplâncton: Denominação utilizada para indicar organismos fotossintetizantes, de
vida livre, em geral microscópicos, que flutuam no corpo de águas marinhas ou doces.
Fitoplanctônica: Que se refere a fitoplâncton.
Fitossociologia: Ciência voltada ao estudo das comunidades vegetais, envolvendo o
estudo de todos os fenômenos relacionados com a vida das plantas dentro das
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unidades sociais. Retrata o complexo vegetação, solo, clima. É a parte da ecologia
que estuda as associações e inter-relações entre as populações vegetais.
Fitossociológicos: Que se refere a fitossociologia.
Flora: Totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma
determinada região, sem qualquer expressão de importância individual.
Floresta Atlântica (Mata Atlântica): Atualmente o conceito é abrangente e leva em
consideração não só a floresta propriamente estabelecida, mas uma série de
"ecossistemas associados". A definição consensual mais recente foi publicada pelo
Decreto Federal nº 750 de 1993, que define, em seu art. 3º: "considera-se Mata
Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos no domínio
Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de
Vegetação do Brasil, IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta
Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta
Estacional Decidual, manguezais restingas campos de altitude, brejos interioranos e
encraves florestais do Nordeste".
Fotossíntese: Processo bioquímico que permite aos vegetais sintetizar substâncias
orgânicas complexas e de alto conteúdo energético, a partir de substâncias minerais
simples e de baixo conteúdo energético. Para isso, se utilizam energia solar que
captam nas moléculas de clorofila. Neste processo, a planta consome gás carbônico
(CO2) e água, liberando oxigênio (O2) para a atmosfera. É o processo pelo qual as
plantas utilizam a luz solar como fonte de energia para formar substâncias nutritivas.
Fragmentação: Processo de perturbação ambiental que transforma um habitat antes
contínuo em fragmentos isolados. Os fragmentos geralmente estão circundados por
ambiente antrópico, isto é, ocupado ou modificado pelo homem.
G
Gabião: Acondicionamento de pedras em gaiolas metálicas. Os gabiões são
usualmente utilizados para composição de muros de arrimo para estabilização de
taludes e aterros.
Galeria: Em mineração, abertura, acesso ou passagem horizontal, artificial, feita em
sub-superfície, para fins de pesquisa e lavra de minério.
Garantia da qualidade: Ações planejadas e sistemáticas necessárias para promover
adequada confiança, em que um do item ou serviço atenderá satisfatoriamente aos
seus objetivos.
Gerador de vapor: Trocador de calor que produz vapor d água utilizando o calor
retirado do refrigerante primário.
Gestão Ambiental: Condução, direção, proteção da biodiversidade, e controle do uso
de recursos naturais através de determinados instrumentos, que incluem regulamentos
478
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto
e normatização, investimentos públicos e financiamentos, requisitos inter-institucionais
e jurídicos. Este conceito tem evoluído para uma perspectiva de gestão compartilhada
pelos diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, a partir
da perspectiva de que a responsabilidade pela conservação ambiental é de toda a
sociedade e não apenas do governo, e baseada na busca de uma postura pró-ativa de
todos os atores envolvidos.
Gramíneas: Família de plantas que caracterizam-se em geral como ervas
monocotiledôneas de pequeno porte, com caule em geral oco e articulado por nós
sólidos, raramente ramificado e mais ou menos lenhoso, folhas lineares, sésseis, com
lígula e bainha enrolada em redor do caule, raízes geralmente fasciculares e flores na
maioria das espécies, cachos e partículas simples ou compostas por espiguetas.
Granívoras: Espécies animais que se alimentam de sementes.
H
Habitat: Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o
desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução de determinados organismos. Os
ecossistemas, ou parte deles, nos quais vive um determinado organismo, são seu
habitat. O habitat constitui a totalidade do ambiente do organismo. Cada espécie
necessita de determinado tipo de habitat porque tem um determinado nicho ecológico.
Herbáceas: Plantas com características de erva. Designativo das plantas cujos ramos
e hastes não são lenhosas e perecem depois da frutificação.
Herpetofauna: Conjunto de todas as espécies de anfíbios e répteis de uma região.
Hidrocarbonetos: Substâncias minerais de origem orgânica em cuja composição
dominam amplamente o hidrogênio e o carbono. Geralmente apresentam-se em forma
de misturas de numerosos hidrocarbonetos que, se são líquidas, costumam se
denominar petróleo ou petróleo cru: se são gasosas, são denominadas como gás
natural; e, se são sólidas, são denominadas como xisto, asfalto ou betume (Diccionario
de la Naturaleza, 1987).
Hidrografia: Conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região, é a descrição
das condições físicas dos corpos d água superficiais.
I
IBAMA: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
é a instituição governamental encarregada de executar as políticas de meio ambiente
no âmbito do Governo Federal. Tem entre suas atribuições a função de coordenar e
fomentar a conservação de ambientes naturais representativos dos ecossistemas
brasileiros. Estas áreas protegidas somam aproximadamente 4% do território
brasileiro, distribuídas em diferentes biomas.
479
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Íctica: Referente a peixe.
Ictiofauna: Conjunto de todas as espécies de peixes de uma região.
Ictioplâncton: larvas de peixes que fazem parte do plâncton.
Impacto ambiental: Qualquer alteração das propriedades físico-químicas e biológicas
do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o
bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente, enfim, a qualidade dos recursos ambientais.
Incorporação (I): Admissão de material radioativo no corpo humano, por ingestão,
inalação ou penetração através da pele ou de ferimentos.
Insetívoros: Espécies animais que se alimentam de insetos.
Insolação: Radiação solar direta incidente por unidade de área em um dado local.
Instalação nuclear: Instalação na qual material nuclear é produzido, processado
utilizado, manuseado ou estocado em quantidades relevantes, a juízo da CNEN. Estão
desde logo, compreendidos nesta definição: (a) reator nuclear; (b) Usina que utiliza
combustível nuclear para produção de energia térmica ou elétrica, para fins industriais;
(c) fábrica ou Usina, para a produção ou tratamento de materiais nucleares,
integrantes de ciclo de combustível nuclear; (d) Usina de reprocessamento de
combustível nuclear irradiado; (e) depósito de matérias nucleares, não incluindo local
de armazenamento temporário usado durante o transporte.
Íon: Átomo, molécula ou fragmento de uma molécula, que adquiriu uma carga elétrica
pela perda ou captura de um ou mais elétrons.
Ionização: Qualquer processo pela qual um átomo, molécula ou íon ganha ou perde
elétrons.
Irradiação: Exposição à radiação ionizante.
Isótopos: Nuclídeo com o mesmo número atômico e o número de massa diferente.
J
Jusante: Denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a
corrente fluvial pela qual é banhada. Costuma-se também empregar a expressão
relevo de jusante ao se descrever uma região que está numa posição mais baixa em
relação ao ponto considerado. O oposto de jusante é montante (Guerra, 1978).
L
Latitude: Distância linear ou angular medida ao norte ou ao sul do equador, em uma
esfera ou esferóide.
480
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Lençol freático: Lençol dágua subterrâneo limitado superiormente por uma superfície
livre (a pressão atmosférica normal) (DNAEE, 1978).
Liberação de efluentes radioativos: Processo pelo qual líquidos, gases ou
aerossóis, provenientes de uma instalação nuclear ou de uma instalação radioativa,
são descarregados para o meio ambiente, desde que suas atividades estejam abaixo
dos níveis permitidos pelas normas vigentes.
Licenciamento Ambiental: Instrumento de política ambiental instituído em âmbito
nacional pela Lei nº 6.938, de 31.08.81, e regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de
1.06.83, que consiste em um processo destinado a condicionar a construção, a
instalação, o funcionamento e a ampliação de estabelecimento de atividades
poluidoras ou que utilizem recursos ambientais ao prévio licenciamento, por autoridade
ambiental competente. A legislação prevê a expedição de três licenças ambientais,
todas obrigatórias, independentes de outras licenças e autorizações exigíveis pelo
Poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação
(LO) (art. 20 do referido decreto).
Licenciamento: Processo pelo qual está sujeita uma instalação nuclear ou uma
instalação radioativa, desde a aprovação do local até o descomissionamento ou a
retirada total de operação.
Linhas de instabilidade: Linha de nuvens de chuva, moderada a forte, com
trovoadas, que às vezes é acompanhada por rajadas de vento intensas e até granizo.
Lixiviação: Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pela água das
chuvas. Nas regiões intertropicais, de clima úmido, os solos tornam-se estéreis com
poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação.
Lodo: Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de água ou água residuária
durante um processo de tratamento ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos
dágua (ACIESP, 1980).
Logradouro: Lugar, como praças, jardins, hortos, passeios etc.
Longitude: Ângulo entre o plano que contém o eixo da Terra, e que define o
meridiano de origem das longitudes (meridiano de Greenwich), e o plano que contém o
eixo da Terra e o meridiano do lugar do observador, contado de 0 a 180 graus, para
oeste e para leste.
M
Maciço: Bloco compacto de rocha num cinturão orogênico, geralmente mais rígido do
que as rochas vizinhas e formado quase sempre de uma base cristalina; conjunto de
montanhas que formam um bloco contínuo.
Macrófita aquática: Planta aquática visível a olho nu.
481
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Magma: Massa mineral pastosa, em estado de fusão, situada a grande profundidade
da superfície terrestre, cujos movimentos determinam os fenômenos vulcânicos e que,
ao resfriar, cristaliza-se, dando origem às rochas ígneas.
Magmatismo: Formação, desenvolvimento e movimentação do magma.
Manancial: Qualquer corpo dágua, superficial ou subterrâneo, utilizado para
abastecimento humano, industrial ou animal, ou irrigação.
Manejo de Unidades de Conservação: É o conjunto de ações e atividades
necessárias ao alcance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo
as atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos
recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo
gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo da
mesma.
Manejo: Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou
artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo a manter, de melhor forma
possível, nas comunidades, fontes úteis de produtos biológicos para o homem, e
também como fonte de conhecimento científico e de lazer.
Manguezal: Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos sujeitos à ação da
maré e localizados em áreas relativamente abrigadas, tais como baías, estuários e
lagunas.
Mata ciliar (Mata de galeria): Mata estreita existente na beira dos rios.
Material Particulado em Suspensão: Material carreado pelo ar, composto de
partículas sólidas e líquidas de diâmetros que variam desde 20 micra até menos de
0,05 mícron. Podem ser identificados mais de vinte elementos metálicos na fração
inorgânica de poluentes particulados. A fração orgânica é mais complexa contendo um
grande número de hidrocarbonetos, ácidos, bases, fenóis e outros componentes.
Material radioativo: Material que contem substancia emissoras de radiação ionizante.
Medidas Compensatórias: Mecanismos financeiros de compensação pelos efeitos de
impactos não mitigáveis ocorridos quando da implantação de empreendimentos,
identificados no processo de licenciamento ambiental. Estes recursos são destinados
às Unidades de Conservação.
Medidas Mitigadoras: São aquelas destinadas a prevenir impactos ambientais ou
reduzir a sua magnitude.
Meia-vida efetiva: Tempo necessário para que a atividade de um determinado
radionuclídeo presente num sistema seja reduzida à metade de seu valor, em
conseqüência tanto do decaimento radioativo quanto de outros processos, como
eliminação biológica ou queima de combustível, quando a taxa de eliminação for
aproximadamente exponencial.
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Meia-vida: Para um processo único de decaimento radioativo, tempo necessário para
que a atividade de um radionuclídeo diminua à metade de seu valor.
Meio Ambiente: Conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos,
biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto,
imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel &
Wasserman, 1977).
Mesorregião: Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta
formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o
processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede
de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial.
Metais pesados: Metais como o cobre, zinco, cádmio, níquel e chumbo, presentes em
determinados processos industriais, tendem a se acumular nos organismos devido à
baixa taxa de eliminação. Podem também se associar a processos bioquímicos,
alterando a fisiologia normal, provocando, desta maneira, doenças relacionadas à sua
exposição.
Metamorfismo: Processo pelo qual uma rocha para equilibrar-se internamente, e com
o meio em que se encontra, ajusta-se, estruturalmente e/ou mineralogicamente, a
condições de pressão e temperatura diferentes daquelas em que foi formada, sem o
desenvolvimento de uma fase de silicatos em fusão.
Microclima: Condição climática de uma pequena área resultante da modificação das
condições climáticas gerais, por diferenças locais em elevação ou exposição.
Microrregião: Parte das mesorregiões que apresenta especificidades, quanto à
organização do espaço. [...] Essas especificidades referem-se à estrutura de
produção, agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca.[...] A estrutura da
produção para identificação das microrregiões é considerada em sentido totalizante,
constituindo-se pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo,
incluindo atividades urbanas e rurais.
Mesorregião: "Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta
formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o
processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede
de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial."
Microssismos: Abalo sísmico de pequenas proporções.
Migração: Deslocamento de indivíduos ou grupo de indivíduos de uma região para
outra. Pode ser regular ou periódica, podendo ainda coincidir com mudanças de
estação.
Moderador: Sustância apropriada para moderação de nêutrons.
483
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Monitor de radiação: Equipamento utilizado para medir grandezas relacionadas com
a radiação ionizante, provido de sistema de alarme para indicar quando os níveis
preestabelecidos forem ultrapassados.
Monitoração: avaliação rotineira de informações necessárias para determinar a
adequação de medidas de radioproteção e para indicar alterações potenciais
significativas nas condições e/ou desempenho de dispositivos de produção;
determinação continua ou periódica da quantidade de radiação presente numa
determinada área.
Monitoramento ambiental: É o acompanhamento periódico, por observações
sistemáticas de um atributo ambiental, de um problema ou situação, pela quantificação
das variáveis que o caracterizam. O monitoramento determina os desvios entre
normas preestabelecidas (referenciais) e as variáveis medidas.
Montante: Diz-se do lugar situado acima de outro, tomando-se em consideração a
corrente fluvial que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele
que está mais próximo das cabeceiras de um curso dágua, enquanto o de jusante está
mais próximo da foz (Guerra, 1978).
Morfoespécie: Conjunto de indivíduos com características morfológicas semelhantes,
podendo ser ou não da mesma espécie. Este tipo de classificação é comumente
utilizada para grupo de seres vivos de difícil taxonomia.
Morfoestrutural: relativo a estrutura morfológica de uma unidade geológica.
Mutações: Variações descontínuas que modificam o patrimônio genético e se
exteriorizam através de alterações permanentes e hereditárias. Se constituem em
fatores de relevante importância no sentido da adaptação do ser vivo ao meio
ambiente.
N
Nebulosidade: Proporção do céu coberto por qualquer tipo de nuvens, sendo
expressa em décimos de céu coberto. Cobertura de nuvens.
Nêutrons rápidos: Nêutrons com energia cinética superior a um determinado valor
especificado. Este valor pode variar amplamente e dependerá do campo de interesse,
como, por exemplo, física de reatores, blindagem ou dosimetria. Em física de reatores,
o valor é freqüentemente fixado em 0,1 MeV.
Nêutrons térmicos: Nêutrons em equilíbrios térmico com meio no qual se encontram.
Nicho ecológico: Espaço ocupado por um organismo no ecossistema, incluindo
também o seu papel na comunidade e a sua posição em gradientes ambientais de
temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existência.
Nitrato: Sal ou éster do ácido nítrico (HNO3) ou ânion dele derivado.
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Nitrito: Sal ou éster do ácido nitroso (HNO2) ou ânion dele derivado.
Nível trófico ou nível alimentar: É a posição ocupada por um organismo na cadeia
alimentar. Os produtores, o segundo nível, os secundários, o terceiro nível e assim por
diante. Os decompositores podem atuar em qualquer nível trófico.
Núcleo de um reator: Região de um reator contendo combustível nuclear e onde
pode ocorrer uma reação nuclear em cadeia.
Nuclídeo: Átomo caracterizado por seu numero de massa, numero atômico e estado
nuclear energético, desde que a vida media neste estado seja suficientemente longa
para ser observada.
O
Óleos e Graxas: São substâncias compostas, primordialmente, de substâncias
gordurosas originárias dos despejos das cozinhas, de indústrias como matadouros e
frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã, processamento do óleo,
comestíveis e hidrocarbonetos de indústria de petróleo (Braile, 1983).
Oligotrófico: Aquele que é pobre em nutrientes minerais.
Oxigênio dissolvido: Conjunto de moléculas do gás oxigênio (O2) presentes em meio
a um fluído.
P
Padrão primário: Padrão que possui as mais altas qualidades metrológicas num
arranjo especifico.
Padrão secundário: Padrão cujo valor é determinado por comparação com um
padrão primário.
Paleozóico: Era geológica cujo início ocorreu há 545 milhões de anos. Marca o
começo da expansão da vida.
Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais: São superfícies consideráveis que
contêm características naturais únicas ou de relevante paisagem cênica, de
importância nacional, estadual ou municipal. Tem como objetivo básico a preservação
de ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo
ecológico.
Partícula alfa: Partícula estável tendo a mesma configuração, de dois (2) prótons e
dois (2) nêutrons, como um núcleo de hélio-4, e emitida durante uma desintegração
nuclear. Por extensão, qualquer núcleo de hélio-4.
485
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Partícula beta: Elétron de carga positiva ou negativa, que tenha sido emitido por um
núcleo atômico durante uma transformação nuclear, ou que resultou da desintegração
de um nêutron ou de uma partícula instável.
Percolação: Movimento de penetração da água, no solo e subsolo. Este movimento
geralmente é lento e vai dar origem ao lençol freático.
pH: Sigla para Potencial Hidrogeniônico. Este indicador revela o grau de acidez de um
líquido. O pH varia de 1 a 14, sendo de 1 a 6 índices de pH ácido; 7 de pH neutro e 8 a
14 de pH básico.
Pioneira: Espécie que surge primeiro, colonizadora.
Piscívoros: Espécies animais que se alimentam de peixes.
Planícies costeiras: Regiões ao longo do litoral onde a deposição de sedimentos é
maior do que a decomposição.
Plano de Gestão: Conjunto de ações pactuadas entre os atores sociais interessados
na conservação e/ou preservação ambiental de uma determinada área, constituindo
projetos setoriais e integrados contendo as medidas necessárias à gestão do território.
Plano de Manejo: Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos
gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a
implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade, segundo o
Roteiro Metodológico.
Plano Diretor: É o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão
urbana, sujeito à aprovação por lei.
Plantas lenhosas: Plantas que possuem caule de natureza, aspecto e consistência
de lenho ou madeira.
Poluente: Qualquer agente que possa gerar degradação da qualidade ambiental
resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a
segurança e o bem-estar da população, criem condições adversas às atividades
sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condições
estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem materiais ou energia em
desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Poluição: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o
bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições
estéticas e sanitária do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
Potência nominal: Potência térmica ou elétrica desenvolvida pelo reator, operando
em condições de 100% de sua capacidade de projeto.
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Potência térmica: Em um reator nuclear, potência gerada pelas fissões que nele
ocorrem e liberada, diretamente ou indiretamente, sob forma de calor.
Pré-Cambriano: Denominação utilizada para o tempo geológico que se estendeu
desde a origem da Terra, 4560 milhões de anos a 545 milhões de anos. Destaca-se
nesta fase, principalmente, o resfriamento da Terra e o crescimento dos continentes.
Precipitação: Termo utilizado para indicar qualquer deposição em forma líqüida ou
sólida, derivada da atmosfera.
Precursor: Radionuclídeo que, através de decaimento radioativo ou desintegração,
origina um nuclídeo específico (o filho), seja diretamente, seja como membro final de
uma série radioativa.
Pressão atmosférica: Pressão exercida pelo peso da camada de ar que se encontra
sobre um ponto qualquer da superfície terrestre.
Produtos de fissão: Nuclídeos produzidos diretamente de processos de fissão, ou
por subseqüentes decaimentos dos radionuclídeos então formados.
Próton: Partícula elementar estável, spin ½, com carga elétrica positiva de 1,6021892
x 10E-19C e massa de repouso de 1,67226485 x 10E-27 Kg.
Q
Qualidade Ambiental: O termo pode ser conceituado como juízo de valor atribuído ao
quadro atual ou às condições do meio ambiente. A qualidade do ambiente refere-se ao
resultado dos processos dinâmicos e interativos dos componentes do sistema
ambiental, e define-se como o estado do meio ambiente numa determinada área ou
região, como é percebido objetivamente em função da medição de qualidade de
alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente em relação a determinados
atributos, como a beleza da paisagem, o conforto, o bem-estar.
Qualidade: Grau de adequação de um item ou serviço à finalidade a que se destina.
Quelônios: Ordem de répteis anapsidas, conhecidos como tartarugas, cágados ou
jabutis, com cerca de 250 espécies., aquáticas ou terrestres, encontradas em quase
todo o mundo, com exceção da Nova Zelândia e do Oeste da América do Sul.
R
Radiação: Emissão e propagação de energia através do espaço ou de um meio
material, na forma de ondas ou na forma de energia cinética de partículas.
Radiação ionizante: Toda radiação composta por uma partícula direta ou
indiretamente ionizante ou por uma mistura de ambas.
487
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Radioatividade: Propriedades de certos nuclídeos emitirem, espontaneamente,
partículas ou radiação gama, ou de emitirem radiação X, após captura de elétrons
orbital, ou de sofrerem uma fissão espontânea.
Radioisótopo: Isótopo radioativo de um dado elemento.
Radionuclídeo: Nuclídeo radioativo.
Radioproteção: Conjunto de medidas associadas à limitação dos efeitos nocivos da
radiação ionizante sobre as pessoas, como a limitação da exposição externa a estas
radiações, a limitação da incorporação de radionuclídeos.
Reatividade: Expressão do afastamento do estado de um reator nuclear em relação à
criticalidade. Uma reatividade positiva indica um movimento em direção à
supercriticalidade; uma reatividade negativa indica um movimento em direção à
subcriticalidade.
Reator nuclear: Dispositivo que contém combustível nuclear, no qual uma reação de
fissão nuclear em cadeia, auto-sustentada, pode ser mantida e controlada. Às vezes o
termo é aplicado a um dispositivo no qual pode ser produzida e controlada uma reação
de fissão nuclear.
Recarga: Operação por meio da qual o combustível irradiado é substituído no núcleo
de um reator.
Reflorestamento: Processo que consiste no replantio de árvores em áreas que
anteriormente eram ocupadas por florestas.
Refrigerante primário: Fluido de refrigeração utilizado para remover o calor de uma
fonte primária, como, por exemplo, um núcleo de reator.
Refrigerante secundário: Fluído de refrigerante utilizado para remover calor do
circuito primário de refrigeração.
Rejeito de alta atividade: Materiais radioativos que ao fim de sua vida útil devem ser
adequadamente dispostos, incluindo: [a] o material altamente radioativo resultante do
reprocessamento de combustível queimado, incluindo os rejeitos líquidos diretamente
reprocessados e qualquer sólido derivado desse rejeito líquido que contenha produtos
de fissão em concentrações; [b] combustível do reator irradiado; [c] Outros materiais
altamente radioativos que a CNEN, consistente com a legislação vigente, determine
necessitar de isolamento permanente.
Rejeito de baixa atividade: Uma expressão geral para uma grande gama de rejeitos
contendo baixos níveis de radioatividade. As indústrias, os hospitais, as clínicas, as
escolas, as instituições de pesquisa, os laboratórios do governo ou privados; e
instalações do ciclo do combustível (e.g., reatores nucleares de potência e fábricas de
combustível) que usem materiais radioativos geram rejeitos radioativos de baixa
atividade como parte de suas operações normais. Estes rejeitos são gerados de
muitas formas físicas e químicas e níveis de contaminação.
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Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da
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Rejeito radioativo: Material radioativo indesejável, resultante do processo ou do
manuseio de materiais radioativos.
Relevo: É um conjunto de formas salientes e reentrantes da superfície terrestre.
Algumas formas são mais antigas e outras mais recentes.
Remanescentes Florestais: (a) Manchas de vegetação nativa primária ou secundária
do domínio da Mata Atlântica (Resolução Conama 012/94). (b) São fragmentos
florestais, floresta, em qualquer estágio de vegetação, que restou após severo
desmatamento ocorrido na região circunvizinha.
Reserva biológica: Categoria de unidade de conservação visando a proteção dos
recursos naturais para fins científicos e educacionais. Possui ecossistemas ou
espécies da flora e fauna de importância científica. Em geral não comportam acesso
ao público, não possuindo normalmente belezas cênicas significativas ou valores
recreativos. Seu tamanho é determinado pela área requerida para os objetivos
científicos a que se propõe, garantindo sua proteção.
Reserva da biosfera: O programa do Homem e Biosfera, das Nações Unidas, iniciou
um projeto de estabelecimento de reservas da biosfera em 1970. Estas reservas
devem incluir: amostras de biomas naturais; comunidades únicas ou áreas naturais de
excepcional interesse; exemplos de uso harmonioso da terra; exemplos de
ecossistemas modificados ou degradados, onde seja possível uma restauração a
condições mais naturais. Uma reserva da biosfera pode incluir unidades de
conservação como parques nacionais ou reservas biológicas.
Reserva ecológica: Categoria de unidade de conservação que tem por finalidade a
preservação de ecossistemas naturais de importância fundamental para o equilíbrio
ecológico.
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): Área de domínio privado onde,
em caráter de perpetuidade, são identificadas condições naturais primitivas, semiprimitivas, recuperadas ou cujo valor justifique ações de recuperação destinadas à
manutenção, parcial ou integral, da paisagem, do ciclo biológico de espécies da fauna
e da flora nativas ou migratórias e dos recursos naturais físicos, devidamente
registrada. Áreas consideradas de notável valor paisagístico, cênico e ecológico que
merecem ser preservadas e conservadas às gerações futuras, abrigadas da ganância
e da sanha predadora incontrolável dos destruidores do meio ambiente. Esta categoria
de unidade de conservação foi criada pelo Decreto nº. 98.914, de 31 de janeiro de
1990. Compete, contudo, ao IBAMA, reconhecer e registrar a reserva particular do
patrimônio natural, após análise do requerimento e dos documentos apresentados
pelo interessado. O proprietário titular gozará de benefícios, tais como isenção do
Imposto Territorial Rural sobre a área preservada, além do apoio e orientação do
IBAMA e de outras entidades governamentais ou privadas para o exercício da
fiscalização e monitoramento das atividades desenvolvidas na reserva.
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Resíduos: Materiais ou restos de materiais cujo proprietário ou produtor não mais
considera com valor suficiente para conservá-los. Alguns tipos de resíduos são
considerados altamente perigosos e requerem cuidados especiais quanto à coleta,
transporte e destinação final, pois apresentam substancial periculosidade, ou
potencial, à saúde humana e aos organismos vivos.
Restinga: São acumulações arenosas litorâneas, de forma geralmente alongada e
paralelas à linha da costa, produzidas pelo empilhamento de sedimentos
transportados pelo mar. Ocasionalmente, por acumulação eólica (sedimentos trazidos
pelos ventos), podem ter maior altura.
Revestimento: Camada externa de material, que envolve diretamente um combustível
nuclear ou outro material, de maneira a assegurar proteção contra um meio
quimicamente reativo e reter os produtos radioativos produzidos durante a irradiação.
O revestimento pode também proporcionar suporte estrutural.
Rhodophyta: Grupo de algas com pigmentos que as deixam com um tom de cor
róseo. Por isso são conhecidas como "algas vermelhas".
Rias: Tipo de costa que apresenta vales largos com a foz em forma de trombeta, e
cujos rios possuem a foz afogada em virtude de transgressões marinhas.
RIMA: Sigla para Relatório de Impacto Ambiental. Esse documento apresenta os
resultados dos estudos técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental.
Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve
esclarecer todos os elementos do projeto em estudo, de modo compreensível aos
leigos, para que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais
interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão.
Riqueza de espécies: Número total de espécies de uma determinada região.
Risco: Medida da perda econômica ou lesão ao ser humano expressa através da
combinação da probabilidade de ocorrência do incidente (freqüência) e a magnitude
da perda ou lesão (conseqüência).
Rizomas: Caule subterrâneo, geralmente engrossado, provido de escamas, que emite
brotos a determinados intervalos.
S
Salobro: Que tem em dissolução alguns sais ou substâncias que a tornam
desagradável ao paladar (diz-se de água).
Sazonais: Eventos que variam de acordo com as estações do ano.
Sazonalidade: Relativo a estação do ano; próprio de uma estação; estacional.
Sedimentologia: Estudo científico das rochas sedimentares e dos processos pelos
quais são formadas.
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Setor Censitário: unidade de controle cadastral formada por área contínua, situada
em um único quadro urbano ou rural, com dimensão e número de domicílios que
permitam o levantamento das informações por um único recenseador, segundo
cronograma estabelecido.
Silicato: Sal ou éster do ácido silícico ou ânion dele derivado.
Simulador de um reator: Equipamento constituído basicamente por computador, em
geral do tipo analógico, utilizado para simular o comportamento temporal de um
sistema de reator.
Sinantrópicos: Espécies animais e/ou vegetais que conseguem utilizar condições
ecológicas favoráveis criadas pelo homem.
Sinergia: (a) ampliação do efeito ou potencialização da ação de uma ou mais
substâncias químicas ou farmacológicas pela associação de diferentes princípios
ativos. (b) coesão dos membros de um grupo ou coletividade em prol de um objetivo
comum.
Sismologia: Ciência que estuda os terremotos e os abalos sísmicos.
Sistemas Estuarinos: Sistemas naturais (de fauna e flora) localizados em regiões de
embocadura de rios, sensíveis aos efeitos das marés.
Solidificação: Método para incorporar rejeitos radioativos em sólidos compactos,
utilizando-se por exemplo, cimento ou betume.
Sondagem: Ato ou processo de se obter um furo circular sobre o terreno, como uma
sonda ou outras ferramentas cortantes, com objetivo como exploração, prospecção,
avaliação de minérios, ou obtenção de água, petróleo e outros.
Status: Situação, estado, qualidade ou circunstância de uma pessoa ou coisa em
determinado momento; condição.
T
Taludes: Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno.
Táxons: Conjunto de organismos que apresenta uma ou mais características comuns
e, portanto, unificadoras, cujas características os distinguem de outros grupos
relacionados, e que se repetem entre as populações, ao longo de sua distribuição.
Tectônica: Ramo da geologia que se dedica à investigação da morfologia e da
associação das estruturas de tipos similares, classificando-as ou agrupando-as em
zonas e regiões, procurando obter uma visão integrada das estruturas maiores e das
suas relações espaciais entre si; geologia mecânica, geotectônica, tectônica.
Tolerância: Capacidade de suportar variações ambientais em maior ou menor grau.
Para identificar os níveis de tolerância de um organismo são utilizados os prefixos euri,
que significa amplo, ou esteno, que significa limitado. Assim, um animal que suporta
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uma ampla variação de temperatura ambiental é denominado euritermo, enquanto um
organismo que possui pequena capacidade de tolerância a este mesmo fator é
chamado estenotermo.
Topografia: Descrição ou delineação exata e minuciosa de uma localidade; topologia.
Trombas d água: Fenômeno semelhante ao tornado que ocorre no mar.
U
Umidade Relativa: Razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e
a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma
temperatura e pressão quando saturado. Geralmente é expressa na forma de
porcentagem.
Unidade Litológica: Conjunto de rochas que possuem características semelhantes,
tais como a cor, composição mineralógica e tamanho de grão.
Unidades de Conservação: Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo
as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Usina nuclear: Instalação fixa dotada de um único reato nuclear, para produção de
energia. Nesta classe incluem-se as Usinas nucleoéletricas e as nucleotérmicas.
Usina nucleoelétrica: Instalação fixa dotada de um único reator nuclear, para
produção de energia elétrica.
Uso e Ocupação do Solo: Refere-se não só ao modo de usar a terra, em termos de
tecnologia aplicada, como também a forma como é feita a ocupação espacial da
propriedade, em função de fatores socioeconômicos, topográficos, pedológicos,
ambientais, ou de preservação dos recursos naturais de água, flora e fauna.
V
Vareta de combustível: Componente do elemento combustível, construtivamente
independente, sob a forma de vareta, contendo combustível nuclear.
Variação sazonal: Variação que ocorre de acordo com as condições climáticas ao
longo de um ano, ano após ano.
Vaso de contenção do reator: Recipiente à prova de pressão, que envolve a
instalação do reator, cuja finalidade é evitar a liberação de material radioativo ao meio
ambiente, principalmente em caso de acidentes. Nota: Também chamado de edifício
de contenção.
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Vazão: Volume fluído que passa, na unidade de tempo, através de uma superfície
(como exemplo, a seção transversal de um curso dágua).
Vegetação secundária: Vegetação em processo de regeneração natural após ter
sofrido derrubada ou alteração pela ação do homem ou de fatores naturais, tais como
ciclones, incêndios, erupções vulcânicas.
Voçoroca: Último estágio da erosão. Termo regional de origem tupi-guarani, para
denominar sulco grande, especialmente os de grandes dimensões e rápida evolução.
Seu mecanismo é complexo e inclui normalmente a água subterrânea como agente
erosivo, além da ação das águas de escoamento superficial.
Z
Zooplâncton: É o conjunto de animais suspensos ou que nadam na coluna de água,
incapazes de sobrepujar o transporte pelas correntes, devido ao seu pequeno
tamanho ou à sua pequena capacidade de locomoção. Fazem parte do conjunto maior
de plâncton.
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13 APÊNDICES
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13.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO
495
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496
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13.2 APÊNDICE II - MAPA DE ESPECIFICAÇÕES DA ÁREA DO SÍTIO
497
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498
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13.3 APÊNDICE III - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO
499
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500
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13.4 APÊNDICE IV - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO BIÓTICO
501
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13.5 APÊNDICE V - MAPA
SOCIOECONÔMICO
DAS
ÁREAS
DE
INFLUÊNCIA
DO
MEIO
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13.6 APÊNDICE VI - MAPA ARQUEOLÓGICO
505
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13.7 APÊNDICE VII - MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS – 10 KM
507
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13.8 APÊNDICE VIII - MAPA GEOLÓGICO – AID
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13.9 APÊNDICE IX - MAPA GEOLÓGICO – AII
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13.10 APÊNDICE X - MAPA SISMOLÓGICO – AID
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13.11 APÊNDICE XI- MAPA SISMOLÓGICO – AII
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13.12 APÊNDICE XII- MAPA GEOMORFOLÓGICO – AID
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13.13 APÊNDICE XIII - MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII
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13.14 APÊNDICE XIV – MAPA DE ESPECIFICAÇÃO DA ÁREA DE PRAIA BRAVA E
MAMBUCABA
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