Plano de Controle Ambiental do Depósito Inicial dos Geradores de

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Plano de Controle Ambiental do Depósito Inicial dos Geradores de
NATRONTEC
ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO
I.1 - OBJETIVO
I.2 - PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO
I.3 - APRESENTAÇÃO DO PCA
I.4 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
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II - UNIDADE 1 - TROCA DOS GERADORES DE VAPOR
II.1 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
II.1.1 - PROCEDIMENTO DE DESMONTAGEM
II.1.2 - DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
II.1.3 - JUSTIFICATIVAS E ALTERNATIVAS
II.1.4 - INFRA-ESTRUTURA DE IMPLANTAÇÃO
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III - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
III.1 - MEIO FÍSICO
III.1.1 Geologia
III.1.2 Geomorfologia
III.1.3 Pedologia
III.1.4 Clima e Meteorologia
III.1.5 Recursos Hídricos
III.2 - MEIO BIÓTICO
III.2.1 Ecosistema terrestre
III.2.2 Ecossistemas Aquáticos
III.2.3 Áreas Prioritárias para Conservação
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IV. - AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCO DO PROJETO
IV.1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS
IV.2 - CONSOLIDAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS E MATRIZ DE RISCOS
IV.3 - ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS E ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS
IV.3.1 - ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS
IV.3.2 - ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS
IV.4 - ANÁLISE DE VULNERABILIDADE
IV.5 - AÇÕES E MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA CONDIÇÕES DE ACIDENTES
IV.5.1 - PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
IV.5.2 - PROTEÇÃO FÍSICA
IV.6 - TAXAS DE DOSE EM CONDIÇÕES NORMAIS E CÁLCULO DE DOSES EM
CONDIÇÕES DE ACIDENTES PARA O TRABALHADOR E PÚBLICO EM GERAL
IV.7 - AVALIAÇÃO FINAL DA SEGURANÇA DO EMPREENDIMENTO DIGV
IV.7.1 - RISCOS SOCIAIS
IV.7.2 - RISCOS INDIVIDUAIS
IV.7.3 - COMPARAÇÃO DOS RISCOS INDIVIDUAIS
IV.7.4 - COMPARAÇÃO DOS RISCOS SOCIAIS
IV.7.5 - Conclusões
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V - ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
V.1 - METODOLOGIA
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V.2 - INSTALAÇÃO
V.2.1 - MEIO FÍSICO
V.2.2 - MEIO BIÓTICO
V.2.3 - MEIO ANTRÓPICO
V.3 - OPERAÇÃO
V.4 - CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCOS
V.5 - MATRIZES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
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VI. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS
VI.1 - PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS
VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.1.2 - OBJETIVO
VI.1.3 - PROCEDIMENTO
VI.1.4 - RESPONSABILIDADE
VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
VI.2 - MONITORAMENTO DA ENCOSTA
VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.2.2 - OBJETIVO
VI.2.3 - PROCEDIMENTO
VI.2.4 - RESPONSABILIDADE
VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
VI.3 - MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL
VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.3.2 - OBJETIVO
VI.3.3 - PROCEDIMENTO
VI.3.4 - RESPONSABILIDADE
VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
VI.3.6 - RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND)
VI.4 - CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV
VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.4.2 - OBJETIVO
VI.4.3 - PROCEDIMENTO
VI.4.4 - RESPONSABILIDADE
VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
VI.5 - OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV
VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE
(SSTMA)
VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL
VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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VII. PROJETOS FUTUROS
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VIII. EQUIPE TÉCNICA
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IX. BIBLIOGRAFIA
IX.1 - CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO
IX.2 GEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS
IX.3 GEOMORFOLOGIA E SOLOS
IX.4 MEIO BIÓTICO
IX.5 METEOROLOGIA E QUALIDADE DO AR
IX.6 OCEANOGRAFIA
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FIGURAS
Figura II.1 Gerador de Vapor Modelo D-3 e Detalhes da Placa Suporte e Espelho
Figura II.2 - Principais Mecanismos de Danos em Geradores de Vapor Modelo D-3
Figura II.3 - Diagrama Esquemático de Uma Central Nuclear PWR, como Angra 1
Figura II.4 - Dispositivo de Içamento e Movimentação dos Geradores de Vapor
Figura II.5 - Operação de Remoção dos Geradores de Vapor do Envoltório de Contenção
Figura II.7 - Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte - Etapa de
Aproximação
Figura II.8 - Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte - Etapa de
Assentamento
Figura II.9 - Armazenagem de Um dos Geradores de Vapor no Depósito Inicial do Gerador de
Vapor
Figura II.10 - Instalação dos Novos Geradores de Vapor
Figura II.11 - Recomposição das Tubulações dos Novos Geradores de Vapor
Figura II.12 - Localização do DIGV
Figura II.13 - Cronograma de Construção do DIGV
Figura II.14 - Modelo do Adesivo para Identificação das Embalagens dos Rejeitos Sólidos
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Figura III.1 - Visão geral da encosta onde foi levantado o perfil de solo definido como Ponto 1,
cortada pela BR-101, logo após o trevo de entrada para as instalações da CNAAA.
Figura III.2 - Temperaturas médias e precipitações para o Estado do Rio de Janeiro, para os
anos 2000 e 2001. (Fonte: INMET)
Figura III.3 - Normais de Temperatura Média das regiões litorâneas do Estado do Rio de
Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET).
Figura III.4 - Normais de Precipitação das regiões litorâneas do Estado do Rio de Janeiro do
período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET).
Figura III.5 - Normais climatológicas da Estação de Angra dos Reis para o período 1961-1990
(Fonte: EIA/Angra 2).
Figura III.6 - Vista da região da CNAAA de uma posição a 45 graus acima do horizonte, a
sudoeste (Fonte: EIA/Angra 2).
Figura III.7 - Localização das torres meteorológicas da CNAAA
Figura III.8 - Comparação da variação piezométrica obtida com o Programa BALAN10 e dos
piezômetros instalados no contato entre o colúvio e o solo residual (PD-SL4S) e entre o solo
residual e a rocha alterada (PD-SL19I e PS-I3) na encosta a jusante da BR-101.
Figura III.9- Diagrama de Piper para as amostras de referência Ca2+-Cl-: BR (branco, coletada
em Paty de Alferes); e Na+-Cl-: MAR (água do mar, coletada em Angra dos Reis), L-1 (lago de
Angra 3), CH (chuva, coletada no Horto do complexo de Angra).
Figura III.10 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água
Na+-Cl-(F-2 e ANG-33), passando a Ca2+-Na+-Cl- (F-1, ANG-11, ANG-40) e para a amostra
ANG-51, Ca2+-HCO3-.
Figura III.11 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água
Ca2+-Na+-HCO3--Cl-.
Figura III.12 - Relação entre o pH, CE e Eh para os dois grupos de amostras (Na-Cl e Na-CaHCO3). O * asterisco é uma amostra de referência de água de chuva (De Mello, 2001).
Figura III.13 - Relação entre a concentração de SiO2, pH e o Eh para o conjunto de pontos
amostrados. A seta indica a direção provável da evolução geoquímica das águas Na-Cl para
Na-Ca-HCO3.
Figura III.14 - Diagrama de estabilidade da SiO2 (quartzo) e da SiO2 (amorfa)
Figura III.15 - Variação na concentração de Fe dissolvido em função do pH e Eh.
Figura III.16 - Diagrama de estabilidade Eh-pH a 25oC admitindo as espécies Fe-O2-H2O a
baixas concentrações.
Figura III.17 - Modelo hidrogeológico esquemático, onde (A) representa a localização da seção
geológica mostrada em (B). Fonte: "Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da
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Área de Influência da CNAAA - Vol II (Eixo 2 - Geologia e Recursos Hídricos)", IGEO/UFRJ.
Figura III.18 - Divisão Fisiográfica da Baía da Ilha Grande
Figura III.19 - Evolução da maré em Piraquara de Fora
Figura III.20 - Evolução da maré em Piraquara de Fora para o período de 50 horas
Figura III.21 - Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis
Figura III.22 - Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis para o período de 50 horas
Figura III.23 - Fitoplâncton -Estudos Anteriores - Densidade celular no período 1995-2000
Figura III.24 - Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o
período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Itaorna.
Figura III.25 - Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o
período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Piraquara de Fora.
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Figura IV.1 - Matriz de Risco
Figura IV.2 - Matriz de Riscos dos Cenários Acidentais Identificados na APP
Figura IV.3 - Distribuição Percentual dos Cenários Acidentais Identificados na APP
Figura IV.4 - Árvore de Eventos: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de
ferramentas devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros Efeito: Dano Físico
Figura IV.5 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha
Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a
Serem Substituídos - Conseqüência: Dano Físico
Figura IV.6 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha
Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito: Dano Físico
Figura IV.7 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a
Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV - Efeito: Dano Físico
Figura IV.8 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica
do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV - Efeito: Dano Físico
Figura IV.9 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Materiais Devido a Falha Mecânica de
Equipamentos Utilizados nos Serviços de Construção Civil - Efeito: Dano Físico
Figura IV.10 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha
Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a
Serem Substituídos - Efeito: Contaminação por Radioatividade
Figura IV.11 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos ou Embalados Devido a
Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito:
Contaminação por Radioatividade
Figura IV.12 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a
Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV - Efeito: Contaminação por Radioatividade
Figura IV.13 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica
do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV - Efeito: Contaminação por
Radioatividade
Figura IV.14 - Padrão Feema de Aceitabilidade
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FOTOS
Foto II.1 - Detalhe da Viga de Deslizamento para o Gerador de Vapor, da Usina de Beznau 2
Foto II.2 - Detalhe da Plataforma de Transporte dos Geradores de Vapor e Vista Geral da
Abertura na Contenção Primária de Beznau 2
Foto II.3 - Encosta do DIGV - Vista a Partir da Área do DIGV
Foto II.4 - Encosta do DIGV - Vista a Partir do Topo da Encosta
Foto II.5 - Encosta do DIGV - Detalhes da Sua Seção Média
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Foto III.1 - Escarpa de fundo, fornecedora de blocos de rocha para o tálus do flanco oeste da
Folha 2. Apesar do mascaramento da vegetação são observados e assinalados diversos
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afloramentos no alto da encosta (1991).
Foto III.2 - Afloramento maior assinalado na foto anterior, resultado de um escorregamento
ocorrido em janeiro de 91, em que se observa o migmatito fraturado e a presença de delgada
camada de solo orgânico, apesar da densa vegetação existente (1991).
Foto III.3 - Vista superior da pedreira onde será o empreendimento. Observa-se à direita a
construção o Módulo B da Unidade II. A esquerda está uma porção da área onde será
construída a Unidade III do DIRR. (06/09/2002).
Foto III.4 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de
cimento. (06/09/2002).
Foto III.5 - Muro de gabião instalado na porção superior da encosta. (06/09/2002).
Foto III.6 - Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões.
Foto III.7 - Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões.
Foto III.8 - Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame
de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2. (06/09/2002).
Foto III.9 - Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para
verificação da profundidade e estabilidade dos solos. (06/09/2002).
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TABELAS
Tabela II.1 - Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de
Vapor Trocados
Tabela II.1 - Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de
Vapor Trocados (continuação)
Tabela II.2 - Usinas Que Planejam Efetuar a Troca de Geradores de Vapor, no Período de 2006 a
2009
Tabela II.4 - Quantificação da Mão-de-Obra por Atividade a Ser Desenvolvida durante a
Construção do DIGV
Tabela II.5 - Quantificação da Mão-de-Obra por Categoria Envolvida na Construção do DIGV
Tabela III.1 - Relação de Obras de Estabilização Recomendadas no Relatório do DNIT - 1996
Tabela III.2 - Autorizações e Concessões Minerais (Processos DNPM).
Tabela III.3 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da
evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2).
Tabela III.4 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da
evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2).
Tabela III.5 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das temperaturas e da pressão
atmosférica
Tabela III.6 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas (precipitações, da evaporação,
da umidade relativa, da insolação e nebulosidade)
Tabela III.7 - Estações plúvio e fluviométricas selecionadas para análises detalhadas
Tabela III.8 - Principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati
Tabela III.9 - Resultados das análises de qualidade da água do poço no Bairro Bonfim - Angra
dos Reis
Tabela III.10 - Resultados gerais do balanço hídrico utilizando-se o Balan 10
Tabela III.11 - Resultados do balanço hídrico de Itaorna: resumo das médias mensais*
Tabela III.12 - Variáveis estatísticas calculadas para os parâmetros físico-químicos dos pontos
d'água cadastrados (fontes naturais, poços tubulares domésticos, cacimbas e poços tubulares
profundos)
Tabela III.13 - Relação dos pontos d'água amostrados, por tipo de captação
Tabela III.14 - Relação dos parâmetros e elementos determinados nas análises de laboratório
realizadas pela Innolab e respectivos limites de detecção e métodos de análise
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Tabela III.15 - Análises previstas para a potabilidade da água
Tabela III.16 - Locais de coleta e tipos de análises realizadas nas águas marítimas
Tabela III.17 - Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem - Águas
Marítimas
Tabela III.18 - Evolução da perda de extensão superficial dos remanescentes florestais da Mata
Atlântica e seus ecossistemas associados no estado do Rio de Janeiro.
Tabela III.20 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de
comunicação da CNAAA - Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava Vegetação secundária.
Tabela III.21 - Espécies Representativas da Floresta Ombrófila Mista
Tabela III.22 - Lista de plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da Praia da
Batanguera.
Tabela III.23- Espécies Representativas da vegetação de Restinga.
Tabela III.24 - Listagem de espécies vegetais observadas nos manguezais dos municípios da
região.
Tabela III.25 - Espécies representativas da Floresta Ombrófila Densa.
Tabela III.26 - Espécies Representativas do Manguezal.
Tabela III.27 - Espécies de anfíbios coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto, G=
Girino, V= Vocalização, O= Observado; F - Filhote
Tabela III.28 - Espécies de anfíbios e répteis coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto,
G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F - Filhote.
Tabela III.29 - Listagem das Espécies de Répteis. AM - espécie ameaçada de extinção # espécie observada durante a campanha de campo.
Tabela III.30 - Listagem das Espécies de Anfíbios. AM - espécie ameaçada de extinção EN espécie endêmica.
Tabela III.31 - Espécies de Aves Aquáticas Observadas nos Manguezais de Bracuí (Saco do
Bracuí, Cansado e Ariró).
Tabela III.32 - Espécies ameaçadas de extinção, provavelmente ameaçadas de extinção e as
espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas em literatura na área relativa ao diagnóstico.
Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo.; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA: Quase Ameaçada;
SD: Situação Desconhecida; En : endêmica
A Tabela III.33 apresenta algumas espécies tipicamente serranas encontradas no diagnóstico
ambiental.
Tabela III.33 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição * Informações ausentes; a. R:
Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e dados não publicados; de
E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985).
Tabela III.34 - Listagem das Espécies de Aves. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # espécie observada durante a campanha de campo.
Tabela III.35 - Espécies de mamíferos registradas em localidades continentais da área de
influência de Angra 3. Localidade: a) Angra dos Reis; b) Mambucaba; c) Tarituba.
Tabela III.36 - Espécies de mamíferos registradas no diagnóstico ambiental do EIA de Angra 3
Tabela III.37 - Listagem das Espécies de Mamíferos. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # espécie observada durante a campanha de campo.
Tabela III.38 - Listagem das Espécies de Aracnídeos.
Tabela III.39 - Listagem das Espécies de Insetos, conforme estudos da Natrontec (1998).
Tabela III.40 - Lista dos Ephemeroptera com ocorrência registrada o litoral sul do Estado do Rio
de Janeiro.
Tabela III.41 - Lista dos Odonata registrados para Ilha Grande, Angra dos Reis, segundo
Carvalho & Pujol-Luz (1992).
Tabela III.42 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis.
Tabela III.43 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de
Menezes (1982).
Tabela III.44 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do
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Estado do Rio de Janeiro.
Tabela III.45 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos
Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948).
Tabela III.46 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do
Estado do Rio de Janeiro.
Tabela III.47 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis.
Tabela III.48 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de
Menezes (1982). Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco (*).
Tabela III.49 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do
Estado do Rio de Janeiro.
Tabela III.50 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos
Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948).
Tabela III.51 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do
Estado do Rio de Janeiro.
Tabela III.52 - Inventário Florístico da Região do TEBIG (localizado fora da área de influência
indireta do DIGV) - Dados UERJ (1991).
Tabela III.53 - Fitoplâncton - Campanha de 2002 - Lista de espécies.
Tabela III.54 - Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton identificados.
Tabela III.55 - Lista obtida do zooplâncton levantado conforme estudos do diagnóstico ambiental
para Angra 3.
Tabela III.56 - Táxons do fitobentos e do zoobentos
Tabela III.57 - Zoobentos encontrados no diagnóstico do EIA de Angra 3
Tabela III.58 - Ocorrências de Espécies de Peixes por sub-áreas da Baía da Ilha Grande
Segundo Anjos (1993).
Tabela III.59 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no Saco de Piraquara de Fora, amostradas
nas coletas de arrasto de fundo, realizadas pela Eletronuclear.
Tabela III.60 - Composição do ictioplâncton da área de Itaorna e Piraquara de Fora.
Tabela III.61 - Táxons Fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola.
Tabela III.62 - Espécies de peixes nativas já assinaladas nos rios que fluem para a baía Bacia
Hidrográfica da Ilha Grande.
Tabela III.63 - Espécies estudadas, e seus respectivos períodos de atividade e hábitos
alimentares, segundo VIANNA & CARAMASHI (1990).
Tabela III.64 - Lista de espécies de peixes dulcícolas amostradas na campanha de campo.
Tabela IV.1 - Categorias de Freqüência
Tabela IV.2 - Categorias de Severidade
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1 (continuação)
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1 (continuação)
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1 (continuação)
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1 (continuação)
Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do
Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de
Angra 1 (continuação)
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248
249
250
252
253
255
258
268
272
278
285
297
302
308
312
318
322
322
327
328
330
331
332
333
334
335
Índice
NATRONTEC
Tabela IV.4 - Freqüências dos Eventos Iniciadores
Tabela IV.5 - Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador cuja
Conseqüência Consiste em Dano Físico
Tabela IV.6 - Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador Cuja
Conseqüência Consiste em Exposição à Radiação
Tabela IV.7 - Danos Físicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe II de
Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos
Tabela IV.8 - Danos Radiológicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe
II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos
Tabela IV.9 - Tempos de Exposição Máxima Permitidos para Trabalhadores e Raios das Áreas em
que o Nível de Radiação Atinge 1 mSv/ano (Antes da Descontaminação do Equipamento)
Tabela IV.10 - Valores de Riscos Sociais por Evento Acidental com Freqüência da Ordem de 10-7
Tabela IV.11 - Riscos Voluntários e Involuntários - Quadro Internacional
Tabela IV.12 - Riscos Individuais Médios no Brasil
Tabela IV.13 - Riscos Individuais Médios da Indústria Britânica, Segundo os Padrões do HSE
Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na Ponta Fina
(2001)
Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector Proporcional
(2002)
Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar Coletadas na
Ponta Fina (2001 e 2002)
339
354
355
357
358
363
365
367
368
368
385
385
386
ANEXOS
ANEXO 1 - TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL DO
DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR DA UNIDADE I – CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE
ÁLVARO ALBERTO”, DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA E OFÍCIO NO 366/2005-CGLIC/DILIQ DO MESMO ÓRGÃO,
DATADO DE 27 DE OUTUBRO DE 2005
ANEXO 2 - REGISTRO DA ELETRONUCLEAR NO CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATVIIDADES
POTENCIALMENTE POLUIDORAS E/OU UTILIZADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS
ANEXO 3 - PLANTA GERAL DA CNAAA E LOCALIZAÇÃO DO DIGV
ANEXO 4 - DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR DE ANGRA 1 - LAY OUT DO
DEPÓSITO – PLANTAS E CORTES
ANEXO 5 - DESENHOS RELATIVOS À ADEQUAÇÃO DOS ENROCAMENTOS EXISTENTES
•
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO
ƒ
SEÇÃO A-A
ƒ
SEÇÃO B-B
ƒ
SEÇÃO C-C
ANEXO 6 - DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR ANGRA 1 - FLUXOGRAMA DO
SISTEMA DE VENTILAÇÃO
ANEXO 7 - PLANTA DE SITUAÇÃO DO DIGV
ANEXO 8 - PLANTAS DO PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA DO DIGV
•
PLANTA DE-A1-2481 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – PLANTA
•
DESENHO DE-A1-2482 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - SOLO GRAMPEADO – SEÇÃO
E DETALHES
Plano de Controle Ambiental DIGV
Índice
NATRONTEC
•
PLANTA DE-A1-2483 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - DRENAGEM - PLANTA E SEÇÃO
•
PLANTA DE-A1-2484 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – FORMAS
•
PLANTA DE-A1-3130 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – ARMADURA
ANEXO 9 - INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA - PLANTA E SEÇÃO
ANEXO 10 - ROTA DE TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS PARA O DIGV
ANEXO 11 - MAPAS DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
•
MAPA GEOLÓGICO – AII E AID
•
MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII E AID
•
MAPA DE SOLOS (PEDOLÓGICO) – AII E AID
MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS - AII E AI
Plano de Controle Ambiental DIGV
Índice
NATRONTEC
APRESENTAÇÃO
Este Plano de Controle Ambiental-PCA focaliza as operações de desmonte, remoção,
transporte, construção de depósito específico e armazenamento seguro dos componentes
dos geradores de vapor e da tampa do reator da Usina Nucleoelétrica Angra 1. Contém a
Caracterização do Empreendimento, o Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico, a
Avaliação Ambiental e de Riscos de todas as atividades envolvidas e a proposição de
Medidas de Mitigação e de Compensação pertinentes.
Trata-se de operações que não acarretam impactos ambientais em condições normais de
desempenho, conforme já praticado em várias Usinas existentes.
Assim sendo, o trabalho analisa em maior profundidade os riscos de acidentes, de modo
a avaliar sua aceitabilidade de acordo com as melhores práticas, e fundamentar a
proposição de medidas atenuadoras e de controle. Os valores dos riscos individuais e
ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores envolvidos no empreendimento são
perfeitamente aceitáveis, quando comparados aos riscos individuais típicos no Brasil e no
exterior, bem como aos riscos ocupacionais da indústria britânica.
Quando comparados com o padrão de aceitabilidade da Feema, o empreendimento
também apresenta riscos individuais e sociais plenamente aceitáveis.
O diagnóstico ambiental da área do empreendimento, que está localizada no interior do
sítio da CNAAA, evidencia forte antropização.
A construção do DIGV ocasionará acréscimo insignificante na emissão de efluentes
atmosféricos e no descarte de líquidos (sanitários) do complexo, bem como na geração
de ruídos e de resíduos sólidos. Na sua operação, em condições normais, não haverá
emissões atmosféricas ou descartes de efluentes líquidos e tampouco haverá geração de
ruídos e de resíduos sólidos.
A avaliação de impactos contida no presente PCA mostra que a construção e a operação
do DIGV não ocasionarão impactos ambientais negativos significativos, ao mesmo tempo
em que demonstra significativos impactos positivos, relacionados com os aspectos de
criação de emprego e renda e de aumento da segurança operacional da Usina de Angra
1.
Plano de Controle Ambiental DIGV
Apresentação
NATRONTEC
I – INTRODUÇÃO
I.1 - OBJETIVO
O presente documento apresenta o Plano de Controle Ambiental (PCA) do Depósito
Inicial dos Geradores de Vapor (DIGV) da Usina Nuclear de Angra 1, a ser localizado
no sítio da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, Município de Angra dos
Reis, no Estado do Rio de Janeiro.
Este Plano de Controle Ambiental - PCA do Depósito Inicial do Gerador de Vapor
(DIGV) atende ao Termo de Referência - TR inicialmente elaborado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, dentro do
processo de licenciamento ambiental no 02001.0008194/02-87 e enviado à
Eletronuclear através do Ofício no 286/2004-CGLIC/DILIQ, datado de 15 de abril de
2004, bem como ao Ofício no 366/2005-CGLIC/DILIQ do mesmo órgão, datado de 27
de outubro de 2005, que introduziu a necessidade de um Diagnóstico dos Meios Físico
e Biótico e de Medidas Mitigadoras e Compensatórias (vide Anexo 1 deste PCA, que
contém cópias destes documentos).
Assim, este PCA contém o detalhamento das ações necessárias à implantação do
DIGV e dos procedimentos de segurança para essas atividades, o Diagnóstico dos
Meios Físico e Biótico da área de inserção do DIGV, a análise dos impactos potenciais
e dos riscos do empreendimento, e as Medidas Mitigadoras e Compensatórias
pertinentes, conforme solicitado.
I.2 – PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO
Conforme definido pelo Ibama e MPF, os procedimentos do licenciamento do
empreendimento pelo Ibama obedecerão a legislação em vigor, de acordo com:
A) Art. 10o, § 4o da Lei no 6938/81 e o Decreto 99.274 de 06/06/90 no seu Art. 19o,
§ 5o, considerando o exame técnico procedido pelo órgão de meio ambiente do
Estado do Rio de Janeiro;
B) Resolução no 237/97 do Conama; e
C) Resolução Conama 09/87, no que se refere a audiência pública
I.3 – APRESENTAÇÃO DO PCA
Ainda de acordo com o TR do Ibama, a apresentação do PCA obedece às seguintes
diretrizes:
A) Deverá ser encaminhado ao Ibama um estudo completo, em conformidade com
o TR e com o Ofício 366/2005 supracitado, acompanhado do requerimento da
Licença de Instalação.
Plano de Controle Ambiental DIGV
1
Introdução
NATRONTEC
B) Deverá ser precedido de um sumário que, além de relacionar os itens em geral,
use índices específicos para figuras, tabelas e mapas utilizados no trabalho.
C) Deverão ser utilizados gráficos, figuras, tabelas, croquis e outros recursos que
contribuam para facilitar o entendimento do PCA.
D) Deverá ser apresentado mapa específico, com identificação e localização, da
área de influência das atividades, de todas as áreas legalmente protegidas pela
legislação ambiental.
E) Os mapas e imagens por satélite utilizados deverão vir acompanhados de
legendas, escala, referências, rótulos com título, número do desenho, autor,
proprietário, data e orientação geográfica. Deverão ser colocados em
embalagem plástica transparente e incorporados ao documento principal.
F) Deverão ser encaminhados ao Ibama 10 (dez) exemplares do PCA na forma
impressa e 10 (dez) na forma digital.
I.4 – IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR
a) Razão Social: ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A.
b) CNPJ: 42.540.211/0001-67.
c) Endereço: Rua da Candelária, 65 – Centro – Rio de Janeiro –RJ
CEP: 20091-020
d) Tel.: (21) 2588-7000 / Telefax: (21) 2588-7200.
e) Representantes Legais:
•
Othon Luiz Pinheiro da Silva:
o Função: Diretor Presidente;
o CPF: 135.734.037-00;
o E-mail: [email protected];
•
Luiz Antonio de Amorim Soares:
o Função: Diretor Técnico;
o CPF.: 546.971.157-91;
o E-mail: [email protected];
•
Pedro José Diniz de Figueiredo:
Plano de Controle Ambiental DIGV
2
Introdução
NATRONTEC
o Função: Diretor de Operação e Comercialização;
o CPF.: 020.040.627-20;
o E-mail: [email protected];
•
Luís Hiroshi Sakamoto:
o Função: Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente;
o CPF.: 098.737.591-15;
o E-mail: [email protected];
•
Paulo Sérgio Petis Fernandes:
o Função: Diretor de Administração e Finanças;
o CPF.: 100.379.007-06;
o E-mail: [email protected];
f) Contato Técnico: Iukio Ogawa:
•
Função: Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente
•
CPF: 824.864.338-72;
•
Endereço: Rua da Candelária, 65 – Centro – Rio de Janeiro – RJ;
•
Telefone: 21-2588.7503;
•
Fax: 21-2588.7253;
•
E-mail: [email protected];
g) Número de Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais: 54222 (Ver Anexo 2
deste PCA).
Plano de Controle Ambiental DIGV
3
Introdução
NATRONTEC
II –
UNIDADE 1 – TROCA DOS GERADORES DE VAPOR
II.1 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O DIGV tem por finalidade armazenar dois geradores de vapor existentes, a serem
substituídos em Angra 1 e os embalados de rejeitos radioativos, com níveis baixos ou
médios de contaminação, provenientes da troca destes equipamentos (isolamentos
térmicos e trechos de tubulações). Adicionalmente, o depósito terá capacidade para
armazenar os seguintes equipamentos:
•
Um trocador de calor do sistema de remoção de calor residual.
•
Um evaporador do sistema de processamento de rejeitos líquidos.
• Uma tampa do vaso do reator com os respectivos “Control Rod Drive
Mechanism Housings” (CRDM’s).
O empreendimento inclui a substituição, por equipamentos novos, dos dois geradores
de vapor (GV) tendo em vista o progressivo estado de degradação de seus tubos. A
operação de substituição dos GVs envolve também a troca de trechos de tubulações e
de partes dos isolamentos térmicos.
Angra 1, atualmente, opera com dois geradores de vapor (GV 1 e GV 2) modelo D-3,
cujo projeto foi desenvolvido no início da década de 70 e que foram fornecidos pela
Westinghouse. A Figura II.1 apresenta a representação esquemática e os valores
típicos de temperaturas de operação dos GVs. Cada gerador de vapor possui 4.674
tubos, fabricados com liga I-600 (Inconel), com diâmetro externo de 19,05 mm e
espessura de 1,092 mm. Os tubos têm uma configuração em U e possuem suas
extremidades mandriladas no espelho. A superfície interna dos tubos (lado do circuito
primário) está exposta à água radioativa que é aquecida no reator nuclear. A superfície
externa (lado do circuito secundário) fica em contato com a água de geração do vapor
que aciona a turbina e o gerador elétrico. Placas suportes de aço carbono com
espessura de 19 mm limitam o movimento dos tubos, causado pelo escoamento do
fluido. A altura do equipamento é de 20,6 m, com diâmetros abaixo e acima do cone de
transição iguais a 3,4 m e 4,5 m respectivamente.
II.1.1 – PROCEDIMENTO DE DESMONTAGEM
II.1.1.1. - Histórico da Necessidade da Troca dos Geradores de Vapor
A partir de 1985, foram constatadas indicações de degradação nos tubos dos
geradores de vapor de Angra 1, levando a um contínuo aumento dos custos de
preservação, com conseqüentes impactos de licenciamento e nos custos operacionais
da Usina.
Em escala mundial, todas as usinas com geradores de vapor que possuem feixe
tubular fabricado com a liga Inconel 600 tiveram problemas relacionados com a gradual
Plano de Controle Ambiental DIGV
4
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
degradação dos tubos, já que essa liga mostrou-se suscetível ao processo de corrosão
sob tensão, quando em condições operacionais.
Em virtude dos problemas que os tubos dos geradores de vapor modelo D3 têm
apresentado, em 98 usinas, de um total de 129, já trocaram ou estão ultimando
providências para a troca de seus geradores de vapor.
A Eletronuclear tomou a decisão de substituir os atuais geradores de vapor de Angra 1
devido ao fato de que esses equipamentos vêm apresentando crescente degradação
dos seus feixes tubulares, comprometendo a produção de energia elétrica e
aumentando os custos operacionais. Esta decisão também atende a determinação do
CNPE – Conselho Nacional de Política Energética em suas Resoluções nº 5 e 8, que
referendam a Moção nº 031 do CONAMA, que trata da retomada do projeto de Angra 3
e da expansão da CNAAA e também inclui, entre outros itens, o prévio
equacionamento dos problemas técnicos de Angra 1, especialmente a substituição dos
geradores de vapor.
a) Mecanismos de Degradação dos Geradores de Vapor
O problema do desgaste prematuro nos tubos dos geradores de vapor fornecidos pela
Westinghouse começou a se manifestar há 20 anos. O desempenho do material de
vários geradores de vapor, ainda em serviço no mundo, é afetado por vários modos de
corrosão que podem ser iniciados nos lados interno e externo dos tubos. Os principais
mecanismos de dano presentes nos geradores de vapor de Angra 1 estão indicados na
Figura II.2.
Diferentes razões são apontadas como causadoras de degradação nos tubos dos
geradores de vapor, podendo ser citado, entre elas, o ambiente agressivo de trabalho
em que estes operam. Em geral, o mecanismo de falha dominante, isto é, aquele que
determina a vida do equipamento, é a corrosão sob tensão (SCC – “Stress Corrosion
Craking”), responsável pela iniciação e propagação de trincas presentes na região em
U, nas interfaces dos tubos com as placas suportes e no topo do espelho dos
geradores de vapor. Três condições são necessárias para que a corrosão sob tensão
se manifeste: material sensível, ambiente agressivo e tensões. Quanto mais
desfavorável for essa combinação, piores serão as conseqüências sobre o material.
O mecanismo de degradação denominado PWSCC (“Primary Water Stress Corrosion
Cracking”) é o responsável pela nucleação e crescimento das trincas que ocorrem na
parte interna do tubo. Essas trincas, em geral, estão localizadas nas regiões em U,
próximo ao topo do espelho e nas interfaces com as placas suportes. As tensões
residuais elevadas que resultam do processo de dobramento dos tubos, da sua
instalação (expansão mecânica no espelho) e do estrangulamento (“denting”) nas
interfaces tubos/placas suportes são as causadoras do aparecimento do fenômeno
nessas áreas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
5
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Saída de vapor para o
secundário (279oC)
Cone de transição
Placa suporte
Região em U
Espelho
Placas suportes
Barras anti-vibratórias
Entrada de água do secundário
(221 oC)
Espelho / Entrada
de água do primário
(324 oC)
Saída de água
do primário
(287 oC)
Figura II.1 Gerador de Vapor Modelo D-3 e Detalhes da Placa Suporte e Espelho
Plano de Controle Ambiental DIGV
6
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
PWSCC (Trinca interna)
PWSCC–Primary Water Stress Corrosion Cracking
Denting (Estrangulamento)
ODSCC (Trinca axial externa)
PITTING (Corrosão localizada)
PWSCC (Trinca axial interna)
ODSCC (Trinca circunferencial externa)
ODSCC– Outside Diameter Stresss Corrosion Cracking
Figura II.2 – Principais Mecanismos de Danos em Geradores de Vapor Modelo D-3
Na superfície externa do tubo aparecem as trincas resultantes do mecanismo de
degradação tipo ODSCC (“Outside Diameter Stress Corrosion Cracking”). Esse
fenômeno, fortemente dependente da química do secundário da Usina, ocorre mais
acentuadamente nas interfaces tubos/espelho e tubos/placas suportes.
Os mecanismos de estrangulamento (”denting”) e corrosão localizada (“pitting”)
também estão presentes nos geradores de vapor. O primeiro é provocado pela
degradação das placas suportes, que liberam produtos corrosivos que se acumulam no
espaçamento existente entre essas placas e o tubo. Em conseqüência, ocorre a
deformação do tubo (“estrangulamento”) e o surgimento de tensões que vão provocar
danos por PWSCC e ODSCC nas interseções tubos/placas suportes. A corrosão
localizada (“pitting”) é resultante do depósito de cobre e impurezas (cloretos e sulfatos)
na parede externa do tubo, acarretando corrosão localizada que pode reduzir a sua
espessura. Em geral, esse tipo de dano ocorre no topo do espelho.
Finalmente, como resultado da vibração induzida pelo escoamento do fluido, a região
em U está sujeita ao desgaste causado pelo atrito entre os tubos e as placas
antivibratórias.
Em Angra 1, os tubos são inspecionados pelo teste por correntes parasitas - ECT (sigla
para “Eddy Current Test”), e os tipos de reparos adotados são: tamponamento ou
enluvamento dos tubos. No primeiro caso, o tubo é removido de serviço por meio de
tampões (“plugs”), que são instalados em suas extremidades. Como nessa opção
Plano de Controle Ambiental DIGV
7
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
ocorre redução na superfície de troca de calor, o desempenho do equipamento fica
comprometido ao longo do tempo. Em contraste com esse tipo de reparo, a instalação
de luvas na região afetada permite que o tubo continue em operação e, por
conseguinte, com essa alternativa é possível estender a vida útil do equipamento.
b) Ações Adotadas para Minimizar a Degradação
A estratégia para reduzir a degradação existente nos geradores de vapor de Angra 1 e,
em conseqüência, estender o seu funcionamento até a data das suas trocas, foi
definida a partir da identificação dos mecanismos de dano dominantes e das
respectivas áreas afetadas. As soluções específicas para cada dano/região são
apresentadas a seguir.
Uma das primeiras medidas para evitar problemas de corrosão sob tensão por PWSCC
foi adotada em meados dos anos 80, quando foi empregado o tratamento de “shotpeening” (alívio de tensões por choque térmico mecânico) na região do tubo no topo do
espelho. Além disso, tratamento térmico para alívio das tensões na região em U
também foi adotado. Como o número de tubos reparados por PWSCC nessas regiões
é reduzido, constata-se que a aplicação desses tratamentos foi eficaz.
A resposta para a degradação na forma de corrosão localizada (“pitting”) e
estrangulamento (“denting”) foi eliminar o cobre do circuito secundário, cujo efeito
deletério para os tubos havia sido anteriormente comprovado. Em 1986, foram
substituídos os tubos do condensador, originalmente de latão/alumínio, por outros de
titânio, mais resistente a erosão/corrosão. Em 1988 e 1998 foram trocados,
respectivamente, os separadores de umidade e todos os aquecedores de Angra 1, que
usavam tubos de cobre/níquel, por outros com tubos de aço inox. Essas modificações
nos equipamentos minimizaram as impurezas que poderiam ser enviadas aos
geradores de vapor.
Para combater o dano por ODSCC foi melhorada a química do sistema secundário.
Desse modo, Angra 1 adota, desde 1997, as recomendações do EPRI (“Electric Power
Research Institute”), que estabelecem limites menores que os até então empregados
para a qualidade da água. No entanto, mesmo operando com especificações mais
restritivas, os danos por esse modo de corrosão não são totalmente evitados.
Uma outra medida na área de química foi implementar o uso de ácido bórico no
sistema secundário, para inibir a corrosão das placas suportes e evitar o “denting”.
Como o “denting” está estabilizado, essa medida teve aparente sucesso.
A partir de 1997, a limpeza dos espelhos dos geradores de vapor (“sludge lancing”)
vem sendo executada nas paradas para manutenção da Usina. Nesse método, água a
alta-pressão é injetada nos geradores de vapor para remover a lama depositada no
topo do espelho e seu objetivo é evitar que o acúmulo dos produtos de corrosão
prejudique a troca térmica localizada e acelere o surgimento de trincas circunferenciais
na região.
Plano de Controle Ambiental DIGV
8
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Finalmente, a partir da parada de 2001, o método de reparo por enluvamento foi
adotado como alternativa ao tamponamento dos tubos. Uma luva é um tubo com
diâmetro menor que o do gerador de vapor. Ela é introduzida de tal modo que funcione
como uma ponte sobre a área degradada, e tem suas extremidades fixadas acima e
abaixo do defeito. Essa opção permite que o tubo permaneça em serviço e vem sendo
adotada para a área do topo do espelho, onde a degradação é mais agressiva.
c) Histórico de Tubos Reparados
O número total de tubos tamponados por gerador de vapor no início do atual ciclo de
operação (ciclo 13), que compreende o período de Abril de 2005 a Abril de 2006 é:
•
GV 1: 875 tubos.
•
GV 2: 554 tubos.
Para evitar o tamponamento excessivo de tubos, estão sendo instaladas, desde 2001,
luvas na região do espelho, e atualmente a distribuição é a seguinte:
•
GV 1: 815 luvas.
•
GV 2: 482 luvas.
•
Média (tamponados/enluvados): 15,74%.
II.1.1.2 – Experiência Internacional de Troca de Geradores de Vapor
a) Usinas Que Já Efetuaram a Troca dos Geradores de Vapor
A observação da Tabela II.1 mostra que um total de 82 usinas já realizaram a troca dos
geradores de vapor, com os totais de anos em operação até a troca variando entre 7 e
31. Um total de 235 geradores de vapor já foram substituídos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
9
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de
Geradores de Vapor Trocados
Ano da
Troca
Usina
Número de GVs
Trocados
Anos em Operação
até a Troca
1980
SURRY 2
3
7
1981
SURRY 1
3
8
1982
TURKEY POINT 3
3
10
TURKEY POINT 4
3
10
OBRIGHEIM
2
14
POINT BEACH 1
2
13
ROBINSON
3
13
COOK 2
4
10
INDIAN POINT 3
4
13
RINGHALS 2
3
14
1990
DAMPIERRE 1
3
10
1991
PALISADES
2
19
MILLSTONE 2
2
17
NORTH ANNA 1
3
15
DOEL 3
3
11
BEZNAU 1
2
24
BUGEY 5
3
14
GRAVELINES 1
3
14
MIHAMA 2
2
18
TAKAHAMA 2
3
19
GENKAI 1
2
19
SUMMER
3
11
1983
1984
1989
1993
1994
Plano de Controle Ambiental DIGV
10
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de
Geradores de Vapor Trocados (continuação)
Ano da
Troca
1995
Número de GVs
Trocados
Anos em Operação
até a Troca
OHI 1
4
16
TIHANGE 1
3
20
NORTH ANNA 2
3
15
RINGHALS 3
3
14
ST
LAURENTS
DES EAUX B1
3
15
ASCO 1
3
13
DAMPIERRE 3
3
15
MIHAMA 1
2
25
GINNA
2
25
DOEL 4
3
9
TAKAHAMA 1
3
21
GRAVELINES 2
3
16
ASCO 2
3
10
ALMARAZ 1
3
15
CATAWBA 1
4
11
Usina
1996
Plano de Controle Ambiental DIGV
11
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de
Geradores de Vapor Trocados (continuação)
Ano da
Troca
Número de GVs
Trocados
Anos em Operação
até a Troca
POINT BEACH 2
2
25
MIHAMA 3
3
21
ALMARAZ 2
3
14
MC GUIRE 1
4
17
TRICASTIN 2
3
17
OHI 2
4
18
SALEM 1
4
20
MC GUIRE 2
4
13
ST. LUCIE 1
2
22
BYRON 1
4
13
IKATA 1
2
21
KORI 1
2
21
TIHANGE 3
3
13
BRAIDWOOD 1
4
10
TRICASTIN 1
3
19
BEZNAU 2
2
27
FARLEY 1
3
22
SOUTH TEXAS 1
4
11
KRSKO
2
18
COOK 1
4
22
GRAVELINES 4
3
19
INDIAN POINT 2
4
26
ANO 2
2
20
Usina
1997
1998
1999
2000
Plano de Controle Ambiental DIGV
12
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de
Geradores de Vapor Trocados (continuação)
Ano da
Troca
2001
2002
2003
Número de GVs
Trocados
Anos em Operação
até a Troca
KEWAUNEE
2
25
SHEARON HARRIS
3
13
FARLEY 2
3
19
TIHANGE 2
3
17
TRICASTIN 3
3
19
CALVERT CLIFFS 1
2
26
SOUTH TEXAS 2
4
14
FESSENHEIM 1
3
26
CALVERT CLIFFS 2
2
26
SEQUOYAH 1
4
22
PALO VERDE 2
2
17
3
20
OCONEE 1
2
30
TRICASTIN 4
3
23
OCONEE 2
2
31
OCONEE 3
2
30
DOEL 2
2
29
PRAIRIE ISLAND 1
2
31
PALO VERDE - 1
2
19
CALLAWAY
4
21
ARKANSAS
NUCLEAR ONE - 1
2
31
DAMPIERRE - 2
3
24
Usina
ST. LAURENT
EAUX B2
2004
2005
Plano de Controle Ambiental DIGV
DES
13
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
b) Usinas Que Devem Efetuar a Troca dos Geradores de Vapor
No período de 2006 a 2009, quinze usinas planejam efetivamente proceder aos
serviços de troca de geradores de vapor, conforme mostra a Tabela II.2.
Tabela II.2 – Usinas Que Planejam Efetuar a Troca de Geradores de Vapor, no Período
de 2006 a 2009
Usina
Potência
(mw)
Fornecedor do
Gerador de
Vapor
Serviços de Troca
WATTS BAR 1
1.148
W (DOOSAN)
BECHTEL
FORT CALHOUN
470
MHI/SUMITOMO
BECHTEL
BEAVER VALLEY 1
835
WESTINGHOUSE
NÃO DEFINIDO
PALO VERDE 3
1.270
ANSALDO
BECHTEL
ST. LUCIE 2
882
FRAMATOME
FRAMATOME
COM. PEAK 1
1.084
ENSA
NÃO DEFINIDO
SALEM 2
1.115
FRAMATOME
SGT
ANGRA 1
625
FRAMATOME
NÃO DEFINIDO
SAN ONOFRE 2
1.070
NÃO DEFINIDO
NÃO DEFINIDO
PRAIRIE ISLAND 2
500
NÃO DEFINIDO
NÃO DEFINIDO
DIABLO CANYON 2
1.087
WEST/ENSA
SGT
DIABLO CANYON 1
1.087
WEST/ENSA
SGT
SAN ONOFRE 3
1.080
NÃO DEFINIDO
NÃO DEFINIDO
CRISTAL RIVER 3
890
NÃO DEFINIDO
NÃO DEFINIDO
THREE MILE ISLAND 1
786
FRAMATOME
NÃO DEFINIDO
Ano Previsto
para a Troca
2006
2007
2008
2009
Plano de Controle Ambiental DIGV
14
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
II.1.1.3 – Preparação dos Geradores e dos Demais Equipamentos e Componentes
Auxiliares a Serem Substituídos
As taxas de dose provenientes dos equipamentos e componentes auxiliares a serem
substituídos em Angra 1 (ver Tabela II.3) serão reduzidas para valores aceitáveis
através da limpeza desses equipamentos e componentes, sendo obedecidos os
procedimentos PA-PR 28 (Descontaminação) e PA-PR 26 (Controles sobre os Níveis
de Contaminação Radioativa), integrantes do Manual de Operação da Usina de Angra
1 e que já vêm sendo utilizados de modo rotineiro nesta usina.
O risco de contaminação será evitado através do fechamento de todas as aberturas
existentes nos geradores de vapor e demais equipamentos.
A empresa a ser contratada para a realização dos serviços de substituição dos
geradores de vapor será a responsável pela blindagem necessária, sendo os rejeitos
mantidos em área apropriada dentro da CNAAA. Caberá à empresa contratada o
fornecimento do equipamento especial de descontaminação, sua operação e
manipulação dos materiais necessários para a descontaminação das extremidades das
tubulações principais do primário, para conexão/soldagem dos geradores de vapor.
Caberá também à contratada armazenar as suas ferramentas e equipamentos a serem
descontaminados, devendo também elaborar um plano de descontaminação, que deve
ser aprovado pela Eletronuclear, a quem caberá a responsabilidade pela realização das
atividades normais de descontaminação e processamento dos rejeitos, conforme
normalmente ocorre nas paradas das usinas.
Cada gerador de vapor terá sua superfície externa coberta, antes de sua remoção do
edifício do reator, por uma camada de impermeabilização (pintura). Este procedimento
visa a fixação de eventual contaminação existente nas superfícies dos geradores de
vapor, evitando-se desta forma possíveis espalhamentos de partículas radioativas.
No que concerne aos isolamentos térmicos removidos, estes serão estocados em
caixas metálicas (ver características no Item II.1.2.3 deste PCA) e estocados no
compartimento DGV 0103 do DIGV.
II.1.1.4 – Atividades Preliminares Envolvendo a Substituição dos Geradores de
Vapor
a) Estratégia dos Serviços
A estratégia final para a substituição dependerá da proposta da empresa vencedora da
licitação. Para a elaboração desse estudo, tomou-se como base o “Estudo de
Viabilidade para a Substituição dos Geradores de Vapor da Usina de Angra 1”,
elaborado em 1989 pela Siemens/KWU, por solicitação de FURNAS, e que indica a
necessidade de realizar uma abertura provisória na parede de concreto e na contenção
de aço do prédio do reator, para a remoção/instalação dos geradores de vapor.
A operação de troca dos geradores de vapor exige a realização de planejamento e
projeto de engenharia profundos e detalhados, bem como de um intenso treinamento
Plano de Controle Ambiental DIGV
15
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
do pessoal envolvido com as atividades de substituição dos geradores de vapor,
principalmente dos que trabalharão dentro do edifício do reator (corte das tubulações
do primário e no âmbito da calota inferior - “channel head” - dos geradores de vapor).
Esse treinamento prevê a realização de um “mock-up” (maquete em escala 1:1) do
“channel head”, com a mais fiel reprodução possível das condições em que os
trabalhos serão executados e no qual serão simuladas as condições reais a serem
enfrentadas em atividades como descontaminação, corte, usinagem e solda da
tubulação do primário aos geradores de vapor e atendendo ainda ao conceito “ALARA”
(As Low As Reasonably Achievable) de proteção radiológica, contido no Procedimento
PA-RG-03 da CNAAA.
Como um dos produtos dessas atividades, serão elaborados cronogramas precisos e
detalhados. Essas atividades serão de responsabilidade da empresa a ser contratada,
através de licitação internacional, para os serviços de substituição dos geradores de
vapor, sendo o contrato realizado em regime de empreitada global. A empresa
internacional contratada utilizará empresas nacionais especializadas para apoiá-la nos
serviços, sendo, entretanto, a contratada a única responsável, perante a Eletronuclear,
pelo cumprimento dos serviços contratados.
As principais atividades incluídas no escopo de serviços da Contratada serão:
•
Elaboração do planejamento e engenharia completos e detalhados para a troca.
• Elaboração do projeto, fabricação e montagem de todos os dispositivos e
equipamentos temporários, necessários para a abertura e a reconstituição da
contenção, o transporte e o içamento (rigging) dos geradores de vapor.
• Remoção dos geradores de vapor existentes e instalação dos novos geradores
de vapor, incluindo todas as atividades de corte, descontaminação,
montagem/ajustes (“fit-up”), soldagem e END (Ensaios Não Destrutivos).
• Desmontagem, reinstalação ou substituição, das linhas de tubulação, do
secundário e linhas de I & C, onde necessário.
•
Realização do levantamento/controle óptico/topográfico.
•
Desmontagem e substituição parcial do isolamento térmico existente.
•
Elaboração do projeto, fornecimento e montagem do novo isolamento.
• Atendimento aos requisitos de Garantia da Qualidade, conforme estabelecido
no contrato, nas especificações e demais documentos aplicáveis.
•
Apoio/acompanhamento dos testes de aceitação.
•
Fornecimento da documentação final “as built”.
À Eletronuclear caberá a realização do seguinte conjunto de atividades:
Plano de Controle Ambiental DIGV
16
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
•
Elaboração da Especificação Técnica, preparação do Edital, realização da
licitação e administração do contrato para a substituição dos geradores de vapor
e para o projeto/construção do DIGV.
•
Levantamento de todos os documentos de projeto e informações necessárias à
contratada para o planejamento, elaboração do projeto de engenharia e
execução da troca dos geradores de vapor.
•
Análise e aprovação, quando aplicável, dos documentos de planejamento e
projeto, submetidos pela Contratada responsável pela troca dos geradores de
vapor.
•
Controle da implementação das modificações de projeto, necessárias à troca.
•
Obtenção de todas as licenças junto à CNEN e ao IBAMA, necessárias à
execução dos serviços e retorno da Usina à operação.
•
Realização dos serviços de suporte à troca, inerentes à operação da Usina, tais
como: proteção física, licenças de trabalho, proteções radiológica e química.
•
Fiscalização e controle da qualidade dos serviços para troca dos geradores de
vapor e construção do DIGV.
•
Gerenciamento físico e global do empreendimento.
b) Descrição da Operação de Substituição dos Geradores de Vapor
A seguir, é descrita a seqüência de operações considerada no Estudo de Viabilidade da
Siemens e a ser considerada no processo de troca dos geradores de vapor. A Figura
II.3 apresenta o diagrama esquemático de uma Central Nuclear PWR, como é Angra 1,
enquanto as Figuras II.4 a II.11 ilustram as diversas etapas do processo de troca dos
GVs:
1. Fora da contenção será montada uma estrutura temporária em vigas metálicas,
para a transferência dos GVs. Esta estrutura terá vigas com trilhos de
deslizamento, conectadas à estrutura de deslizamento a ser instalada dentro
da contenção, passando através da abertura provisória. Para atender ao
cronograma da substituição, a montagem destas estruturas será feita, o
máximo possível permitido, antes da parada da Usina (Ver Figura II.4).
2. Remoção do combustível nuclear e drenagem da água de refrigeração antes
de serem iniciadas as atividades principais nos GVs. Parte da contenção onde
será feita a abertura deverá ser monitorada e descontaminada, se necessário,
e serviços preliminares de desmontagem deverão ser iniciados, preparando os
GVs para a substituição. O isolamento térmico dos GVs deverá ser removido.
Os suportes dos GVs deverão ser também removidos e substituídos por
suportes temporários, onde necessário. As tubulações de instrumentação e de
Plano de Controle Ambiental DIGV
17
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
pequenos diâmetros deverão ser removidas. Andaimes, proteções e blindagens
temporárias deverão ser instalados.
3. A abertura provisória na contenção será executada na parede de concreto, com
dimensões (aprox.) de 7 m de altura e 6 m de largura (O item c apresentado
após a Figura II.11 descreve, de modo resumido, o procedimento de abertura
da contenção do prédio do reator, ou seja, a contenção primária). Após a
conclusão das atividades de descarregamento do reator, a abertura provisória
deverá ser concluída, com o corte da parede de aço da contenção. A abertura
na contenção poderá ser feita na parede lateral, na altura de elevação de 21 m
(conforme o estudo da Siemens, de 1989, já previamente citado) do prédio da
contenção primária, ou, então, no seu topo, na elevação de 63 m, ocorrendo a
seleção final da posição quando da contratação da empresa responsável pela
realização dos serviços de substituição dos geradores de vapor. Estas
possibilidades não são restritivas, cabendo à contratada o estudo e a seleção
de sua própria metodologia.
4. Caso a retirada ocorra pela lateral do prédio, o içamento dos geradores de
vapor será feito através de um dispositivo de içamento, montado sobre a ponte
polar, com capacidade apropriada. Um guindaste auxiliar e posicionado
também sobre a ponte poderá ser utilizado para colocar os geradores de vapor
na posição horizontal. Caso a retirada seja feita pelo topo da contenção,
poderá ser utilizado um guindaste tipo “Jib Crane”.
5. Após a montagem da cobertura para proteção da cavidade do reator e a
conclusão da montagem da estrutura de transferência dentro da contenção,
será instalado o dispositivo de içamento temporário, sobre as vigas da ponte
polar. A utilização deste dispositivo reduz consideravelmente os tempos,
esforços e custos envolvidos, permitindo que o içamento dos GVs seja feito
sem a necessidade da demolição parcial das paredes de concreto das
blindagens dos mesmos.
6. Antes da remoção dos GVs, deverão ser cortadas as conexões das tubulações
principais de refrigeração do reator, da saída de vapor principal, da água de
alimentação principal e da água de alimentação auxiliar. Após o corte, os
bocais do primário dos geradores de vapor serão vedados através da soldagem
de tampas de aço, que também agem como blindagem radiológica. As
operações de corte serão realizadas com equipamentos operados
remotamente, o que permite reduzir a quantidade de pessoas presentes dentro
da contenção primária e facilita o atendimento das medidas de proteção
radiológica.
7. Remoção dos GVs, um de cada vez, através de deslizamento sobre os trilhos
de transferência, para a parte externa da contenção. Antes de serem liberados
para a parte externa, os GVs receberão em partes determinadas, uma pintura
de proteção para fixação de partículas contaminadas existentes. A partir deste
ponto, os GVs serão baixados e apoiados, na posição horizontal, sobre a
plataforma multi-eixos, auto-elevada, do veículo transportador e transferidos
Plano de Controle Ambiental DIGV
18
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
para o DIGV, onde ficarão armazenados (Ver Figuras II.5 a II.9). Essa
plataforma deverá atender às seguintes características, ou similares:
•
Tração: dois carros do tipo “White Autocar 450 HP e 250 toneladas de
capacidade por carro.
•
Plataforma: um trailer modular hidráulico com 12 eixos e com 12 pneus por
eixo.
8. Logo após a remoção dos GVs, as extremidades remanescentes das
tubulações de refrigeração do reator (já tamponados) serão descontaminadas
para reduzir a exposição do pessoal que estará preparando os chanfros para
soldagem. As extremidades serão então usinadas, buscando o ajuste mais
adequado com os bocais dos novos GVs. Todo o trabalho de preparação dos
chanfros será feito tendo como base levantamentos ópticos/eletrônicos
precisos das condições locais e dos bocais dos novos GVs.
9. A seguir, os novos GVs serão transferidos para dentro da contenção, um de
cada vez, e posicionados/ajustados às respectivas posições finais, para início
da reconexão com a tubulação de refrigeração do reator (“perna quente” e
“perna de ligação”). A soldagem será feita através de máquinas automáticas,
controladas remotamente e utilizará o sistema “narrow gap” (chanfro reduzido),
que reduz a zona termicamente afetada e o risco de defeitos (Ver Figuras II.10
e II.11).
10. Após a conclusão da soldagem com a tubulação de refrigeração do reator, as
demais tubulações que devem ser conectadas aos GVs, tais como: linha
principal de vapor, água de alimentação, etc, serão remontadas e soldadas. O
mesmo ocorrerá com as linhas de instrumentação e de pequenos diâmetros. O
isolamento térmico será montado nos GVs e serão remontadas todas as partes
anteriormente removidas para permitir o processo de substituição dos GVs. Os
dispositivos temporários serão desmontados, monitorados e removidos para
fora da contenção.
11. O dispositivo de içamento e as estruturas auxiliares de transferência, dentro da
contenção, serão desmontados, monitorados e removidos.
12. A abertura provisória na contenção de aço (contenção primária) e na parede de
concreto (contenção secundária) será fechada, recuperando as condições
originais exigidas pelo licenciamento. Os GVs serão finalmente liberados para
os testes.
13. A estrutura externa de transferência será desmontada e a área externa
retornará às condições originais, normais de operação.
Plano de Controle Ambiental DIGV
19
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.3 - Diagrama Esquemático de Uma Central Nuclear PWR, como Angra 1
Substituição dos Geradores
de Vapor
V
Licenciamento Ambiental
Status: Ago - 2004
Figura II.4 – Dispositivo de Içamento e Movimentação dos Geradores de Vapor
Substituição dos Geradores
de Vapor
Licenciamento Ambiental
Plano de Controle Ambiental DIGV
Status: Ago - 2004
20
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.5 – Operação de Remoção dos Geradores de Vapor do Envoltório de
Contenção
Figura II.6 – Movimentação Externa dos Geradores de Vapor Removidos
Plano de Controle Ambiental DIGV
21
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.7 – Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte – Etapa
de Aproximação
Figura II.8 – Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte – Etapa
de Assentamento
Plano de Controle Ambiental DIGV
22
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.9 – Armazenagem de Um dos Geradores de Vapor no Depósito Inicial do
Gerador de Vapor
Figura II.10 – Instalação dos Novos Geradores de Vapor
Plano de Controle Ambiental DIGV
23
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.11 – Recomposição das Tubulações dos Novos Geradores de Vapor
c) Abertura da Contenção Primária de Aço e do Edifício do Reator
Objetivando exemplificar o processo de abertura no Edifício do Reator (concreto) e na
contenção de aço da Usina de Angra 1, é apresentada a seguir uma descrição
resumida do processo de abertura temporária realizado na parede lateral do prédio do
reator da Usina de Beznau 2 (Suíça), para a substituição dos geradores de vapor,
conforme ilustrado nas Fotos II.1 e II.2.
Plano de Controle Ambiental DIGV
24
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Foto II.1 – Detalhe da Viga de Deslizamento para o Gerador de Vapor, da Usina de
Beznau 2
Foto II.2 – Detalhe da Plataforma de Transporte dos Geradores de Vapor e Vista Geral
da Abertura na Contenção Primária de Beznau 2
Plano de Controle Ambiental DIGV
25
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
•
Características da Contenção de Concreto de Angra 1
Edifício do Reator - edifício de concreto que envolve a contenção metálica e propicia
proteção radiológica tanto para condições normais como também para condições de
acidente postulado. Possui as seguintes características:
o Diâmetro Externo:
36.660 mm.
o Altura da Parte Cilíndrica:
59.300 mm.
o Altura Total:
70.940 mm.
o Espessura da Parede:
750 mm.
o Material:
- Resistência característica do concreto à compressão = 280 kg/cm2 (28
MPa).
- Limite de escoamento característico do aço da armadura = 5.000
kg/cm2 (500 MPa).
•
Características da Contenção Metálica de Angra 1
A contenção metálica cilíndrica de Angra 1 possui cúpula hemisférica e fundo
elipsoidal projetado para suportar cargas operacionais normais, cargas devido a
acidentes internos e externos postulados, como são, respectivamente, os casos
resultantes de perda de refrigerante e de solicitações sísmicas.
As superfícies da contenção metálica estão pintadas com resinas de epóxi e
sustentam o sistema de tubulação, os dutos de ventilação e equipamentos variados.
As dimensões da contenção metálica são as seguintes:
o Diâmetro:
32.042 mm.
o Altura da parte cilíndrica:
42.443 mm.
o Altura total:
68.024 mm.
o Espessura da parte cilíndrica:
•
38,1 mm.
Procedimento de Abertura Lateral da Contenção de Beznau 2
Todo o procedimento iniciou-se com a realização - na parada da usina anterior à
parada de troca dos geradores - das marcações e referências necessárias para o
corte.
A abertura da Parede de Concreto obedece à seguinte seqüência de ações:
Plano de Controle Ambiental DIGV
26
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
o Mobilização das equipes.
o Montagem dos andaimes.
o Monitoramento radiológico do local da abertura e descontaminação, se
necessária.
o Corte da parede de concreto, através da realização de furações em pontos
definidos, para permitir a passagem do “fio” de corte, diamantado. Em
seguida, para efeito de facilitação de manipulação, o bloco a ser removido foi
fatiado em 3 partes.
o Remoção dos blocos de concreto, totalmente isentos de qualquer eventual
contaminação, sendo descartados em área previamente definida (Em Angra
1, esses blocos permanecerão armazenados em área dentro da CNAAA).
o Recuperação das ferragens da abertura que foram escareadas e a elas foi
adicionada e soldada nova armadura.
o Realização de nova concretagem, para fechamento da abertura provisória,
utilizando o sistema de forma deslizante.
A abertura da Parede de Aço obedece à seguinte seqüência de ações:
o Monitoramento radiológico e descontaminação, se necessária.
o Corte da parede utilizando maçarico de alta temperatura, deslizando sobre
guia, de modo a garantir um corte preciso e com reduzida perda de material
base. Isto permite obter uma adequada preparação do chanfro de solda,
quando do fechamento.
o Ajuste do painel de aço, que foi retirado e levado para a área de preparo para
a reutilização (fechamento). Na abertura, após a conclusão dos serviços de
troca, a borda cortada foi adequadamente preparada para garantir o ajuste e
as folgas de projeto, necessárias para o ajuste e soldagem do painel
anteriormente removido.
o Soldagem do painel.
o Inspeção das soldas e realização de Ensaios Não Destrutivos (END).
o Desmobilização das equipes e desmontagem de andaimes.
II.1.1.5 – Dados Técnicos dos Novos Geradores
Os novos geradores de vapor são trocadores de calor verticais, do tipo casco-tubos,
com feixe de tubos de troca térmica em “U”, soldados e expandidos ao espelho.
Cada gerador de vapor é constituído de:
Plano de Controle Ambiental DIGV
27
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
•
•
•
•
•
Casco incluindo os bocais.
Sistema de Alimentação Principal e Auxiliar.
Feixe Tubular composto de aproximadamente 5.400 tubos.
Separadores de Umidade.
Desumidificadores.
Os novos geradores de vapor serão capazes de gerar 2.000 MWt e deverão ser
projetados e fornecidos de tal modo que seja assegurada uma completa integração
funcional e física com os sistemas existentes na Usina de Angra 1. Os geradores terão
as seguintes características:
•
•
•
•
•
Altura: 20,7 m;
Maior diâmetro: 4,5 m;
Peso: 333 t;
Tipo do Gerador de Vapor: “Feedring” (distribuição da água de alimentação
principal na região da câmara de vapor);
Casco forjado.
Os geradores serão construídos em conformidade com os requisitos do Código ASME
seção III e do Carimbo Nuclear – (“N Stamp”). Os lados do primário e do secundário
deverão ser projetados e fabricados como componentes com classe de requisito 1. A
seguir, são apresentados os parâmetros termo-hidráulicos dos geradores:
•
Lado do primário:
o Pressão de projeto: 17,13 N/mm2.
o Temperatura de projeto: 343 oC.
o Pressão de teste: 21,42 N/mm2.
O Volume: 38,2 m3.
•
Lado do Secundário:
o Pressão de projeto: 8,17 N/mm2.
o Temperatura de projeto: 316 oC.
o Vazão de vapor: 547,4 kg/seg.
o Pressão de teste: 21,42 N/mm2.
o Volume: 151,7 m3.
II.1.1.6 – Participação Nacional na Fabricação dos Geradores de Vapor
A Framatome foi contratada para o fornecimento dos novos geradores de vapor e é
uma empresa com experiência e qualificação internacional, tanto na fabricação como
na execução do projeto, compra de matéria-prima e gerenciamento integrado do
Plano de Controle Ambiental DIGV
28
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
fornecimento. Esta empresa será a única responsável perante a Eletronuclear pela
qualidade, desempenho e prazos contratuais.
A Framatome subcontratou a Nuclep Equipamentos Pesados para a fabricação dos
novos GVs por ser esta a única empresa nacional estruturada, no que concerne a
instalações, pessoal e qualificação, para a fabricação de equipamentos pesados para o
sistema primário de usinas nucleares.
Desta forma, faz parte do escopo da Framatome, além do projeto do equipamento, a
prestação de assistência técnica à Nuclep, através da transferência de tecnologia, de
modo a permitir que esta domine a tecnologia de fabricação e que possa garantir não
só o atendimento dos requisitos técnicos estabelecidos nas especificações do
equipamento, mas também o prazo de 40 meses para o fornecimento. Esta tecnologia
está associada à aplicação de novos materiais, novas técnicas de soldagem,
tratamento térmico, testes, automação da fabricação e desenvolvimento de processos,
objetivando fabricar equipamentos cujas características construtivas garantam a
qualidade do produto para 40 anos de vida útil.
Para a produção dos equipamentos, a Nuclep obteve o selo “N Stamp” de acordo com
o código ASME Seção III, pré-requisito para a fabricação do equipamento, por
exigência da Eletronuclear.
II.1.1.7 – Etapas de Fabricação
As principais etapas de fabricação dos novos geradores de vapor estão resumidas
abaixo:
•
•
Pré Condições para Início da Fabricação.
o Treinamento de pessoal.
o Qualificação de processos fabris.
o Construção de dispositivos.
o Construção de sala limpa.
Fabricação
o Revestimento, usinagem e furação do espelho.
o Fabricação do tampo hemisférico.
o Fabricação do costado.
o Montagem do feixe tubular.
o Montagem dos internos na câmara de vapor.
o Fechamento do costado.
o Tratamento térmico.
o Ensaios não destrutivos.
o Teste hidrostático.
o Embalagem.
o Transporte.
Dentre as etapas de fabricação, a mais relevante é a montagem do feixe tubular, cuja
execução é realizada em sala limpa, onde deve existir rigoroso controle das condições
ambientais, tais como, temperatura, pressão e umidade, evitando-se a contaminação
dos tubos por produtos indesejáveis. Nesta sala, são realizados o posicionamento dos
Plano de Controle Ambiental DIGV
29
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
tubos no interior do costado, a expansão e soldagem dos mesmos ao espelho e a
verificação da estanqueidade entre os lados do primário e secundário, através de teste
com gás hélio. Após o término desta etapa, o feixe tubular é devidamente protegido
contra impurezas para que possa prosseguir a montagem dos internos e do costado do
equipamento.
II.1.1.8 – Licenciamento Nuclear junto à CNEN
O DIGV de Angra 1 encontra-se em processo de licenciamento junto à CNEN. Para tal,
deverão ser atendidos os requisitos aplicáveis das normas CNEN-NE-6.02
“Licenciamento de Instalações Radiativas”; CNEN-NE-6.05 “Gerência de Rejeitos
Radioativos em Instalações Radiativas”; CNEN-NE 6.06 “Seleção e Escolha de Locais
para Depósitos de Rejeitos Radioativos”; CNEN-NE 6.09 “Critérios de Aceitação de
Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação”, além da Lei no. 10.308, de
20/11/2001, que dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a
operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as
garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos.
II.1.2 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
II.1.2.1 – Planta de Situação do Depósito Inicial dos Geradores de Vapor
O DIGV será construído dentro da área da CNAAA, no local denominado de Ponta
Fina, conforme mostrado no Anexo 3 deste PCA. O sítio da Central Nuclear está
localizado próximo às coordenadas UTM N 7.454.660 e E 555.500 (Datum horizontal
Córrego Alegre). Em relação ao Oceano Atlântico, fica em Itaorna, dentro da Baía da
Ilha Grande, onde ao sul avista-se o mar aberto a cerca de 37 km de distância, tendose à direita, na direção SW, a cidade de Parati, distante, em linha reta, 36 km do local,
e, a leste, a cidade de Angra dos Reis, a 14 km.
No que concerne a áreas legalmente protegidas pela legislação ambiental, somente
situa-se na área de influência do empreendimento a Estação Ecológica de Tamoios (ver
Anexo 3), que foi criada pelo criada pelo Decreto Federal no 98.864, de 23/01/90 e
encontra-se localizada nos municípios de Angra dos Reis e Paraty no litoral do Rio de
Janeiro. Esta estação é composta por um conjunto marinho formado de 29 ilhotas, ilhas,
lajes e rochedos situados nas baías da Ribeira e da Ilha Grande, juntamente com os
seus respectivos assoalhos marinhos e uma porção continental de 70 ha, área esta
cedida pela Eletronuclear em comodato ao Ibama, para estabelecimento da sede
administrativa.
A Estação Ecológica de Tamoios está incluída na Unidade Planalto da Bocaina, de
domínio de Mata Atlântica, onde na região continental ocorre predominância de área de
Floresta Ombrófila Densa nas terras baixa, submontana e montana, e porção bem
menor de áreas de formação pioneira de influência marinha como a fitofisionomia da
restinga. A vegetação da planície foi fortemente alterada e a da encosta está
preservada. Na região marinha encontramos os diferentes afloramentos de terra e o
assoalho marinho. Neste sentido pode-se dizer que existe uma grande variedade de
ambientes como praias arenosas e rochosas, costões rochosos, afloramentos rochosos,
Plano de Controle Ambiental DIGV
30
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
etc., proporcionando a ocorrência de uma biota rica e diversificada, valendo citar a
presença de aves marinhas que habitam nesta área.
A cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das
dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de
Terras Baixas ricas em palmeiras, Terras Baixas sem predomínio de palmeiras e
vegetação Rupestre.
A Estação Ecológica é uma unidade de conservação, de uso indireto dos recursos
naturais renováveis nela compreendidos, cujo maior objetivo é o de preservar amostras
representativas dos ecossistemas nacionais. Entre suas finalidades estão ainda,
necessariamente: conservar a diversidade ecológica e o equilíbrio natural, preservar o
patrimônio genético; proteger espécies raras, em perigo ou ameaçadas de extinção, e
dar oportunidades para educação, investigação científica, estudos e divulgação sobre os
recursos naturais. Seu manejo deve estar voltado para a preservação da flora, fauna e
belezas naturais, conforme os objetivos aos quais se destina, sem perda da diversidade
biológica e sem finalidade econômica.
Conforme demonstrado no Item IV deste PCA, a Estação Ecológica de Tamoios não
apresenta nenhum risco de ser afetada pela implantação e operação do
empreendimento.
II.1.2.2 – Planta da Unidade
O Anexo 4 apresenta, em escala 1:500, o layout do DIGV. O prédio será construído em
concreto armado, devidamente dimensionado e projetado para garantir a segurança e a
integridade dos rejeitos ali armazenados, até seu transporte para um depósito
definitivo.
A seguir, é apresentada uma descrição detalhada do DIGV.
a) Capacidade Nominal
O DIGV de Angra 1 será composto de 7 compartimentos, a saber:
•
Compartimento DGV 0101 – Compartimento de Acesso
De forma a evitar o acesso direto à área de estocagem, foi projetada uma ante-sala,
onde as duas portas funcionarão como eclusa, minimizado o risco de liberação de ar
eventualmente contaminado ao meio ambiente. Nesta sala serão instalados os painéis
elétricos.
• Compartimento DGV 0102 - Compartimento de Manuseio das Caixas
Metálicas
Compartimento para entrada do caminhão, quando da armazenagem das caixas
metálicas (embalados).
Plano de Controle Ambiental DIGV
31
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
• Compartimento DGV 0103 – Compartimento de Depósito das Caixas
Metálicas
Este compartimento destina-se à guarda de 166 caixas metálicas (embalados)
contendo o material de isolamento térmico que será substituído na troca dos GVs.
A transferência das caixas, do compartimento DGV 0102 para este compartimento,
será feita através de um dispositivo de içamento, conforme indicado no desenho de
“layout” (ver Anexo 4).
O número de embalados foi calculado com base na quantidade de material de
isolamento que será comprado. Desta maneira, procura-se garantir, de forma
conservadora, que os rejeitos gerados na troca dos GV’s possam ser devidamente
armazenados. Sempre que possível, a Eletronuclear fará a descontaminação dos
resíduos produzidos, objetivando minimizar o volume de rejeitos radioativos a estocar.
• Compartimentos DGV 0104 e DGV 0105 – Compartimento dos Geradores de
Vapor (PCSG 01 e 02)
Os dois compartimentos se destinam ao armazenamento dos geradores de vapor de
Angra 1 e trechos de tubulação.
• Compartimento DGV 0106 – Compartimento do Evaporador de Rejeitos e
do Trocador de Calor
Este compartimento está reservado para o futuro armazenamento de 1(um) Trocador
de Calor e de 1 (um) Evaporador de Rejeitos.
•
Compartimento DGV 0107 – Compartimento da Tampa do Vaso do Reator
Este compartimento está reservado para o futuro armazenamento da Tampa do Vaso
do Reator com os respectivos CRDM’S.
b) Edificação
O DIGV de Angra 1 será uma estrutura em concreto armado, possuindo uma área de
903 m2 em planta, com dimensões de 37,30 metros de comprimento por 24,20 metros
de largura, com altura máxima de 11,00 metros. Os geradores serão depositados em 2
selas metálicas, apoiadas em blocos de concreto armado assentes sobre a laje de
fundação.
As paredes laterais externas, com espessuras indicadas no Anexo 4, serão em
concreto armado com adição de microssílica, para melhorar as condições de
estanqueidade da estrutura.
Os embalados (caixas metálicas) serão retirados do caminhão no compartimento DGV
0102 com uso de uma talha e armazenados no compartimento DGV 0103. Após o
término da deposição dos embalados, a parede frontal (externa) do compartimento
DGV 0102 será fechada com placas pré-moldadas de concreto armado, com
Plano de Controle Ambiental DIGV
32
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
espessuras e comprimentos indicados no Anexo 4 e que serão içadas e encaixadas
uma sobre as outras. Suas juntas serão preenchidas com argamassa e após a
colocação das mesmas, serão emboçadas externamente.
O fechamento das paredes frontais dos compartimentos DGV 0104, DGV 0105, DGV
0106 e DGV 0107 também será feito com placas pré-moldadas de concreto armado,
com espessuras e comprimentos indicados no Anexo 4 e que serão içadas e
encaixadas uma sobre as outras, logo após a entrada dos respectivos equipamentos.
Suas juntas serão preenchidas com argamassa e após a colocação das mesmas,
serão emboçadas externamente. As paredes externas, inclusive as pré-moldadas,
serão protegidas com argamassa sintética impermeável tipo Sika Top 107 ou similar.
A fundação do depósito será em fundação direta, através de uma laje de 1,00 metro de
espessura, em concreto armado, também com microssílica, assente parcialmente
sobre solo residual (ou rocha alterada.) e sobre aterro controlado.
c) Critérios e Informações Gerais do Projeto Civil
As paredes externas, com diferentes espessuras mostradas no desenho de “layout” do
depósito (ver Anexo 4), serão em concreto armado com adição de microssílica, para
melhorar as condições de estanqueidade da estrutura.
•
Cálculo estrutural
O prédio será calculado para os seguintes casos de carregamento:
i)
Condição normal de operação (H)
Peso próprio + sobrecargas + equipamento + efeito de vento.
ii)
Condição de acidente (HS)
Peso próprio + sobrecargas + equipamento + terremoto (SSE – “Safe Shutdown
Earthquake”).
•
Dimensionamento
O dimensionamento deverá ser executado de acordo com a norma NBR 6118, com os
conceitos das normas alemães DIN 1045 e KTA 2201.3 para o caso de carregamento
HS.
•
Análise sísmica
Para este tipo de instalação seria suficiente uma análise sísmica simplificada (Quasiestática) como as adotadas em estruturas convencionais, ou seja, uma verificação do
modelo matemático da Unidade para as solicitações horizontais e verticais
(acelerações) aplicadas estaticamente.
Plano de Controle Ambiental DIGV
33
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
No entanto, será realizada uma análise dinâmica utilizando um modelo de elementos
finitos sobre o terreno de fundação para obtenção dos deslocamentos, acelerações e
esforços a serem utilizados na verificação estrutural. Será seguido um procedimento
semelhante ao adotado nas estruturas classe 1 das usinas da CNAAA, para levar em
conta os efeitos de um terremoto máximo no sítio (Safe Shutdown Earthquake - SSE),
adotando-se o mesmo espectro de projeto proposto pela Weston G.R., com 0,1g na
direção horizontal e 0,067g na direção vertical, valores estes considerados para a
rocha aflorante.
•
Estruturação dos compartimentos
A fim de evitar uma exposição desnecessária do pessoal envolvido nas atividades de
inspeção e monitoração radiológica, o projeto prevê um “layout” específico com
compartimentos destinados a cada um dos grandes componentes a serem estocados,
em virtude da diferenciação de taxa de dose entre os diversos componentes
radioativos.
Os seguintes princípios foram considerados na distribuição dos compartimentos
quando da concepção do “layout”:
•
O compartimento DGV 0107 – Compartimento para armazenagem da tampa do
Vaso do Reator, onde é previsto o mais alto nível de radiação, está localizado na
região mais afastada da entrada do prédio. A entrada deste compartimento é
protegida por labirinto contra a fuga de radiação gama.
•
As espessuras das paredes de concreto entre os compartimentos individuais são
dimensionadas de modo a garantir que o nível de radiação dentro do
compartimento seja causado basicamente apenas pela fonte radioativa existente
dentro do mesmo, ou seja: sem a soma da radiação de compartimentos vizinhos.
•
No projeto das áreas internas tomou-se cuidado especial para propiciar boa
acessibilidade para os componentes individuais.
•
Dentro dos compartimentos, os componentes radioativos são dispostos em
conformidade com a sua taxa de dose. Isto significa que se procurará dispor a
parte do componente com mais alta taxa de dose o mais longe possível da
entrada do compartimento.
d) Dispositivo de Içamento
O DIGV possuirá um dispositivo de içamento com capacidade de carga de duas
toneladas, a ser utilizado no transporte e armazenamento das caixas metálicas, sendo
operado manualmente. Será constituído de uma viga com talha manual, suspensa por
troles mecânicos, que correrão em vigas instaladas no teto das áreas de Manuseio e
de Depósito das Caixas Metálicas (Compartimentos DGV 0102 e DGV 0103).
Na Área de Manuseio das Caixas Metálicas (DGV 0102), as mesmas deverão ser
retiradas do caminhão transportador e fixadas manualmente à talha do dispositivo de
Plano de Controle Ambiental DIGV
34
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
içamento, enquanto na Área de Depósito (DGV 0103) as caixas metálicas deverão ser
posicionadas e empilhadas manualmente, liberando a talha para a próxima operação.
Os embalados (caixas metálicas) deverão ser estocadas em pilhas de 3 ( três ) caixas,
diretamente uma sobre as outras.
Como recurso de segurança, serão instalados batentes limitadores de curso nas
extremidades das vigas dos troles e da talha.
e) Proteção contra Incêndios
•
Descrição do Sistema
Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios
serão adotadas as seguintes medidas:
o Não será instalado sistema de detecção de incêndios neste depósito.
o Todos os equipamentos no interior do depósito permanecerão desligados,
somente sendo ligados quando o prédio for ocupado para operação,
eliminando a possibilidade de ocorrência de focos fora dos períodos de
operação.
o Emissão de procedimentos administrativos de prevenção e combate a
incêndios detalhando todas as medidas necessárias.
o A sala onde estão os painéis (DGV 0101) é separada por porta corta-fogo
do resto do depósito.
Para combate a incêndio, serão instalados extintores de incêndio, de tipo, capacidade e
em quantidade adequadas às exigências das normas pertinentes.
•
Bases de Projeto
Os principais materiais combustíveis existentes, de modo permanente, no depósito
consistem de material de isolamento de cabos elétricos e equipamentos de iluminação.
•
Avaliação de Riscos de Incêndio
Os materiais combustíveis existentes, bem como a presença efetiva das fontes de
ignição, só estarão sujeitos a gerar incêndios durante a operação dos equipamentos do
depósito ou durante inspeções.
Preventivamente, serão desligados todos os equipamentos do depósito, quando não
estiver sendo realizada operação de movimentação no interior do mesmo, reduzindo-se
desta maneira a possibilidade de ocorrência de um incêndio durante os períodos em
que o operador encontra-se ausente. Assim, observa-se que as condições de risco,
associadas com materiais e equipamentos elétricos, no caso de movimentação de
cargas, ocorrem quando há presença de operadores na área do depósito. Em contrapartida, estes operadores serão capazes de detectar qualquer ocorrência de fogo /
Plano de Controle Ambiental DIGV
35
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
fumaça em curto espaço de tempo, implementando o procedimento de combate a
incêndio, não permitindo, assim, que possam ocorrer danos aos componentes
armazenados.
Conclusões da avaliação de riscos de incêndio quanto ao aspecto de detecção: O risco
de ocorrência de incêndio(s) no depósito é extremamente baixo. Este risco se restringe
praticamente às situações em que os equipamentos de movimentação estiverem sendo
operados ou durante inspeções. Portanto, não será necessária a instalação de sistema
de detecção de incêndios.
f) Instalação Elétrica / Iluminação
O DIGV de Angra 1 deverá contar com alimentação elétrica trifásica com neutro e terra
em cabo múltiplo nas tensões 220/127 Volts AC, disponível em um Centro de Carga
denominado Quadro Principal de Distribuição, com os dispositivos de proteção
incorporados, o qual deverá ser instalado em local específico para os painéis elétricos
(Compartimento DGV 0101), local este que permita seu desligamento total ou parcial
sem que seja necessário o acesso à área interna do Depósito. O cabo conectado entre
a fonte e este Quadro Elétrico Principal de Distribuição deverá ter seu
encaminhamento quando na área externa, preferencialmente por canaleta e caixas de
passagem em concreto. A partir deste QPD, deverão sair os circuitos alimentadores
das cargas de Iluminação interna/tomadas e iluminação externa, pontes rolantes,
câmeras internas e painel para fornecimento ininterrupto.
A iluminação da área externa deverá ser executada de acordo com as normas
aplicáveis, com alimentação elétrica proveniente de Quadro de Luz (QL), através de
circuitos parciais monofásicos na tensão de 127 V, ou bifásicos na tensão de 220 V,
dependendo do tipo de luminária especificada.
A iluminação da área interna e as tomadas deverão ter alimentação elétrica similar,
proveniente do mesmo quadro de luz, assim como a da sala destinada a abrigar os
painéis elétricos. Em ambos os casos, as luminárias deverão ser à prova de tempo,
gases, umidade e vapores.
As câmeras de vídeo externas referentes à Proteção da Área da Cerca do DIGV, os
dispositivos de controle de abertura de portas, assim como algumas luminárias das
áreas externa e interna e da sala dos painéis elétricos, deverão ter alimentação elétrica
proveniente de equipamento “No-Break”.
A distribuição dos cabos de energia no interior do prédio deverá ser feita com a
utilização de bandejas de cabo ou eletrocalhas, eletrodutos de aço galvanizado e
caixas de passagem/caixas de junção quando necessário. As eletrocalhas e os
eletrodutos deverão ser instalados de forma aparente nas paredes e lajes no interior do
prédio. Cabos de força e cabos de sinal serão separados e distanciados
convenientemente.
Plano de Controle Ambiental DIGV
36
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
g) Sistema de Aterramento Elétrico
Deverá ser constituído de cabos de cobre nu estanhados, instalação aparente,
formando anéis nos compartimentos onde existam consumidores elétricos, sendo estes
anéis interligados entre si e conectados em pontos distintos ao cabo de aterramento
enterrado no contorno externo do prédio. Todos os consumidores elétricos, bandejas
de cabo, eletrodutos e estruturas metálicas deverão ser aterrados e conectados ao anel
de aterramento do respectivo compartimento. Todas as conexões aparentes entre
cabos e entre cabos e conectores deverão ser do tipo compressão e as conexões
enterradas deverão ser do tipo solda exotérmica. Deverá ser prevista a instalação de
um anel em cabo de cobre nu estanhado, com hastes de terra conectadas ao cabo
enterrado em todo o contorno do prédio.
h) Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
Deverá ser dada especial atenção às características meteorológicas da região, sujeitas
a tempestades e raios e ser constituído de captores aparentes na forma de cabos de
cobre nu estanhado esticados sobre a cobertura do prédio. Os condutores de descida
deverão ser também em cabo de cobre nu estanhado aparentes externos ao prédio e
conectados ao cabo de aterramento externo enterrado.
As instalações elétricas obedecerão às normas aplicáveis da ABNT.
i) Sistemas de Drenagem
•
Características Hídricas do Local
No que concerne aos recursos hídricos na região do empreendimento, foram realizados
estudos contemplando as águas superficiais, subterrâneas e marítimas.
As pesquisas sobre as águas superficiais mostraram que a área vizinha ao DIGV é
caracterizada por apresentar um canal de drenagem de águas pluviais oriundas do
Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos e um sistema de drenagem de
águas pluviais da área dos galpões de armazenamento da Ponta Fina, não havendo
cursos d’água naturais. No que concerne às águas pluviais provenientes das encostas
situadas junto à área do depósito, estas deverão ser captadas e direcionadas para o
mar, através do sistema de drenagem pluvial a ser implantado para o empreendimento.
As águas subterrâneas são aquelas que se concentram no subsolo sendo formadas,
principalmente, pelas águas pluviais que se infiltram pelos poros das rochas ou fendas
intercomunicantes das camadas rochosas, podendo ou não ficar armazenadas,
formando os aqüíferos. A ocorrência de aqüíferos, de acordo com estudos realizados
pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), na área do complexo
nuclear, incluindo a área do DIGV, é caracterizada por ‘Aqüíferos Contínuos de
Extensão Variável e Livres’ e consiste numa espécie de bolsão que se concentra na
região entre Mambucaba e Cunhambebe. De acordo com esse estudo, as ocorrências
de águas subterrâneas apresentam baixo potencial hídrico, conforme comprovam
também os resultados das pesquisas realizadas dentro do EIA de Angra 3 e que
Plano de Controle Ambiental DIGV
37
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
permitiram concluir que os poços na área de influência de Angra 3 apresentam
características hidrodinâmicas típicas dos sistemas cristalinos do Estado do Rio de
Janeiro, o que permite classificá-los como pertencentes a um aqüífero pobre, de
poucos recursos e pequenas vazões.
Os estudos regionais sobre as águas marítimas contemplam aspectos gerais do corpo
d’água da baía da Ilha Grande e das enseadas sob a influência do complexo nuclear. A
baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com uma superfície
aproximada de 1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com
características diferentes, que interagem entre si a oeste e a leste da Ilha Grande.
Estas massas se encontram no canal situado entre o continente e a Ilha Grande. A
parte oeste da baía da Ilha Grande sofre influências da plataforma continental,
enquanto a parte leste recebe pouca ou nenhuma influência.
A circulação do sistema estuarino formado pelas baías de ilha Grande e Sepetiba é
resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de densidade. O padrão de
circulação da baía de ilha Grande mostra um fluxo quase estacionário na direção
horária, ao redor da ilha com intensidade em torno de 10 cm/s. Neste fluxo horário, a
água salgada entra na baía de ilha Grande pelo lado oeste, circula e se mistura com a
água doce proveniente da baía de Sepetiba a leste, indo depois para o oceano.
Os estudos hidrológicos para a área da CNAAA, atualizados de acordo com a base de
dados do período de 1974 a 2002, se encontram apresentados no Relatório de Estudos
Hidrológicos para o Período de 1974-2002 – Estudos Hidrológicos para a Região da
CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis – Equação de Chuvas Intensas em Itaorna BP/6431/030014 e que serão utilizados para o projeto de drenagem da área de
implantação do DIGV.
•
Sistema de Drenagem Externa ao DIGV
O sistema de drenagem da área da encosta a montante do DIGV considera uma chuva
de projeto com um tempo de recorrência de 100 anos e um tempo de duração e
concentração da chuva compatíveis com as áreas a serem drenadas.
Para a determinação da precipitação de projeto, foi considerado o estudo hidrológico,
apresentado no Relatório de Estudos Hidrológicos para o Período de 1974-2002 –
Estudos Hidrológicos para a Região da CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis – Equação
de Chuvas Intensas em Itaorna - BP/6431/030014.
O coeficiente de escoamento superficial adotado para o projeto de drenagem das
encostas localizadas no entorno do Depósito foi definido pelo critério de chuva infiltrada
obtida da medição feita em Praia Brava e relatada pelo relatório de NB04-IH8-100,
"Site Study for Unit III of Angra dos Reis Power Station - Hydrological Aspects and
Surface Conditions" - Promon - Abril/79, isto é, 52,84 mm/h de taxa de infiltração.
A área destinada à construção do prédio será protegida por um sistema de drenagem
de modo a impedir a inundação da edificação propriamente dita pelas águas pluviais.
Será considerado um desnível de cerca de 1 m entre a área do pátio de manobras,
Plano de Controle Ambiental DIGV
38
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
onde será localizado o DIGV, e as áreas adjacentes ao depósito, possibilitando, desta
forma, uma proteção adicional contra a inundação do prédio.
Os coeficientes de escoamento superficial das áreas de cobertura, pavimentos,
gramados etc. serão aqueles recomendados pela literatura especializada e definida
pela média ponderada das áreas que compõem cada uma das bacias de drenagem.
A área de implantação do depósito será protegida contra os efeitos de ondas do mar
por meio da adequação do projeto da linha de praia existente ao longo da orla marítima
– linha de praia oeste, locada na região de Ponta Fina.
O enrocamento existente a sudeste (linha de praia leste) do depósito será adequado
com a mesma finalidade da linha de praia oeste, conforme desenhos mostrados no
Anexo 5 deste PCA.
Mesmo considerando a pequena possibilidade de haver o galgamento de ondas sobre
o enrocamento da linha de praia, está prevista a construção de canaletas de drenagem
no pé interno do enrocamento, que deverão ser interligadas à rede de canais de
drenagem da área, evitando, deste modo, que a área do depósito seja atingida por
essas águas.
Após a construção do depósito, a área será urbanizada com a colocação de grama e
plantas em torno do local, de tal maneira que a área não sofra erosão causada pelas
chuvas.
•
Sistema de Drenagem Interna do DIGV
O sistema de drenagem interna do DIGV será composto por canaletas e/ou ralos de
drenagem situados nas áreas de estocagem do DIGV e direcionadas para um poço de
coleta no compartimento DGV 0104. A presença de líquido no poço de coleta será
monitorada por sensor com anunciação de alarme localizado na guarita do Depósito
Intermediário de Rejeitos Radioativos - DIRR.
j) Sistemas de Controle
Devido aos tipos de equipamentos estocados, seus tratamentos, características de
embalagem, e da elevada estanqueidade do perímetro do prédio, não será necessário
manter depressão nos ambientes internos enquanto não houver acesso ao prédio. De
forma a evitar a exfiltração de ar não filtrado para o meio ambiente, durante os serviços
de manutenção e monitoração do DIGV, é necessária a instalação de um sistema de
exaustão destinado a impedir a ocorrência de pressões positivas no interior do
depósito.
O Sistema de Ventilação, ver Anexo 6 deste PCA, se compõe de moto-ventilador
centrífugo, de filtro HEPA com carcaça especial e um “damper” de alta estanqueidade
motorizado na admissão de ar. Esta característica especial da carcaça do filtro HEPA
permite o manuseio de elementos filtrantes, sem o contado direto com material
eventualmente contaminado.
Plano de Controle Ambiental DIGV
39
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Em condições normais, o sistema não estará em operação. A abertura da descarga do
ar de ventilação funcionará como válvula de alívio, com fluxo de ar filtrado nos dois
sentidos.
O Sistema de Ventilação será colocado em funcionamento todas as vezes que as
portas do depósito forem abertas. Seu acionamento será manual e efetuado
diretamente pelos operadores na sala DGV 0101. Com isso, pretende-se criar um fluxo
de ar direcionado de fora para o interior do depósito, passando pelos vãos das portas
no momento em que estas estiverem abertas. Desta maneira é reduzida drasticamente
a probabilidade de liberação para o meio ambiente, de eventuais partículas radioativas
existentes no interior do depósito. Para a tomada de amostra do ar de exaustão será
instalado um filtro de particulado no duto de descarga do sistema. Este filtro coletará o
ar ambiente retendo suas partículas e será retirado sempre que a ventilação for
acionada e analisado em laboratório da CNAAA.
Os detalhes construtivos, que deverão garantir elevada estanqueidade do perímetro do
prédio, minimizam a possibilidade de liberação de particulados radioativos. A
introdução de Sistema de Ventilação para Exaustão complementar garantirá:
a) A não ocorrência de pressões positivas no interior do depósito pelo
funcionamento do sistema inoperante como válvula de alívio, com fluxo de ar
filtrado nos dois sentidos.
b) A minimização de efeitos corrosivos sobre os equipamentos estocados como
decorrência da filtragem do ar infiltrado.
c) A filtragem de alta eficiência dos efluentes gasosos em qualquer situação.
d) A manutenção de fluxo direcionado para o interior do depósito pelo vão das
portas, no momento de sua abertura (portas em sistema de “lock” ).
A vazão de ar infiltrado / exfiltrado prevista é de 1,0 m3/s.
II.1.2.3 – Natureza e Inventário dos Materiais Radioativos a Serem Retirados
durante a Substituição
a) Componentes Substituídos
As fontes de material radioativo consideradas para armazenamento no interior do
prédio do depósito são listadas na Tabela II.3 adiante, que apresenta as principais
características dos componentes substituídos e dados de taxa de dose em suas
superfícies.
b) Embalados (Caixas Metálicas de 1 m3)
Embalado é definido como sendo o conjunto compreendido pelo conteúdo, embalagem
e tampa. A embalagem consiste de uma caixa metálica de 1 m3 utilizada para o
armazenamento de rejeitos não compactáveis, com as seguintes dimensões: 800 mm
de largura, 1.300 mm de comprimento e 1.200 mm de altura, com tampa reforçada com
Plano de Controle Ambiental DIGV
40
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
barra chata em aço carbono (4,75 mm x 50 mm), fixada através de parafusos, tendo
como vedante uma junta de borracha em neoprene (3 mm de espessura x 50 mm de
largura). O corpo da caixa metálica contém quatro alças com resistência de içamento
de até 1.500 kg. O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A283 GR.C, espessura 4,76 mm (3/16"). As partes superior e inferior da caixa, bem
como suas arestas verticais, são reforçadas com cantoneiras em aço carbono
comercial de dimensões 50 mm x 50 mm x 4,76 mm. Possui três vigas de apoio,
soldadas na parte inferior, perfil "U" em aço carbono ASTM.A-36 de dimensões 4,75
mm x 76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído de pintura à base de tinta epoxipoliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar (MUNSELL entre 2.5 YR
6/14 e YR 8/14). O peso total máximo do embalado, já carregado, é de 1.330 kg,
aproximadamente, sendo prevista a estocagem de um total de 166 embalados no
DIGV.
Tabela II.3 – Características e Taxas de Dose dos Equipamentos a Serem Substituídos
em Angra 1
Item
Gerador de Vapor
(2 unidades)
Características
Taxa de Dose (*)
Peso: 308 ton (unit) Comprimento:
20850 mm
Diâmetros: 4.474,0 mm (domo) e 3461
mm (região da câmara do primário)
Peso: 54,98 ton
Diâmetro: 3.995 mm
Tampa do Vaso do
Reator com CRDM’s
Trocador de Calor do
“Residual Heat
Removal”
Evaporador de
Rejeitos
Isolamento Térmico
Altura: 7.703mm com CRDM’s
(Control Rod Drive Mechanism
Housings)
Formato do conjunto: aproximado de um
cilindro
Peso: 5,0 ton (vazio)
Dimensões: diâmetro 965 mm
Comprimento: 8.293,1 mm
Formato: cilíndrico-horizontal
Peso: 5,0 ton (vazio)
Dimensões: diâmetro 1.320 mm
Altura: 1.514 mm
Largura: 4572 mm
Embalados em 166 Caixas Metálicas
100 µSv/h a 5 mSv/h, dependendo
do ponto externo
7000 µSv/h junto a termopares sem
blindagem
2000 µSv/h junto a janelas de visita
500 µSv/h na parte inferior
100 µSv/h a 1 m de distância do
equipamento
500 µSv/h junto à bomba no 1
400 µSv/h junto à bomba no 2
250 µSv/h
5 µSv/h
(*) Os valores de taxa de dose nos equipamentos foram fornecidos pela Divisão de
Proteção Radiológica da Usina Angra 1.
II.1.2.4 – Descrição das Etapas de Supressão da Vegetação Local
A área de construção do DIGV encontra-se antropizada, fazendo parte do sítio de
implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA.
Na área onde será construído o DIGV, na Ponta Fina, a cobertura vegetal se encontra
em fase de capoeira e se caracteriza por possuir não só vegetação com menores
valores de altura e diâmetro, mas também menor riqueza de espécies, quando
Plano de Controle Ambiental DIGV
41
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
comparada com matas que se encontram em estágio mais avançado em outros locais,
como, por exemplo, a localizada na bacia do córrego praia Brava.
Para as obras de construção do DIGV, é prevista somente a remoção, em uma única
etapa, da vegetação da área de cerca de 1.200 m2 onde será implantado o
empreendimento. A vegetação das demais áreas situadas no entorno do
empreendimento será preservada.
II.1.3 – JUSTIFICATIVAS E ALTERNATIVAS
II.1.3.1 – Justificativas para Escolha do Local Selecionado
Optou-se, inicialmente, por localizar o DIGV no interior dos limites da CNAAA, para
evitar o transporte de rejeitos radioativos em vias públicas.
O DIGV de Angra 1 será construído na região denominada de Ponta Fina, a
aproximadamente 800 metros da Usina de Angra 1, dentro da área vigiada da CNAAA.
A Figura II.12 a seguir ilustra a localização do DIGV na área da CNAAA, enquanto os
Anexos 3 e 7 apresentam a localização do DIGV dentro da planta geral da CNAAA.
Para a escolha do local foram levados em consideração os seguintes aspectos:
a) Rampa para o transporte dos geradores de vapor de no máximo 4%, tendo
em vista que o transporte será por meio de carreta especial, com plataforma
hidráulica de 12 eixos em 3 filas, com peso estimado de 350 toneladas.
b) Localização em área vigiada e isolada da CNAAA para minimizar os riscos de
transporte e o tráfego de veículos e pessoas desavisadas nas proximidades do
Depósito.
c) Integração do DIGV ao sistema de proteção física e de monitoração da Usina.
d) Condições geotécnicas adequadas para as fundações da edificação.
II.1.3.2 – Alternativas Tecnológicas
Em razão das peculiaridades do empreendimento, não se encontram disponíveis outras
alternativas tecnológicas para o mesmo, devendo os geradores de vapor
permanecerem estocados em depósito Inicial até que sejam desenvolvidas tecnologias
capazes de garantir, a um custo aceitável, a descontaminação eficiente e segura
desses equipamentos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
42
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.12 – Localização do DIGV
Local do DIGV
Angra 1
Angra 2
Plano de Controle Ambiental DIGV
43
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
II.1.4 – INFRA-ESTRUTURA DE IMPLANTAÇÃO
II.1.4.1 - Projeto Executivo Civil
a) Estudo Geotécnico Local
•
Aspectos Geológicos
A região onde se localiza o DIGV de Angra 1 faz parte da porção sudeste da
Plataforma Brasileira, representada pelo Cinturão Móvel Costeiro ou Faixa Ribeira.
Esse domínio geológico contém terrenos onde predominam rochas de dureza de médio
a alto grau (metamorfitos) — representadas por gnaisses, gnaisses migmatíticos,
granitóides e migmatitos — as quais apresentam injeções por rochas mais duras granitos - e rochas básicas diversas (EIA - Estudo de Impacto Ambiental da Unidade 3
da CNAAA - Volume 2, novembro de 2004).
Ainda de acordo com o EIA de Angra 3, foram registrados, numa região que abrange
algumas centenas de quilômetros em torno de Angra dos Reis, cincos episódios
sísmicos relevantes para a caracterização do risco na área da CNAAA. Tais eventos
foram de pequena magnitude e que não caracterizam um risco maior para instalações
com as especificações construtivas como as do DIGV.
Os estudos mostram um nível de atividade sísmica relativamente baixo para a região
do empreendimento, cuja característica sísmica genérica é a de uma atividade difusa,
sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas, embora
possam ser delineadas algumas prováveis fontes sismogênicas, porém sem condições
de serem caracterizadas como tal, na atualidade.
A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse consiste no
ciclo de atividade sísmica ocorrida, entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989, em
Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis localizado a cerca de 27 km a leste
da CNAAA. Os microtremores, de foco muito superficial, foram de magnitude inferior a
3 e o sismo principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro,
rapidamente decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a
aproximadamente 10 km de Monsuaba (EIA Angra 3). Tais abalos não foram sentidos
no sítio das usinas de Angra 1 e Angra 2.
Deve ser enfatizado, também, que não existem evidências de falhamento quaternário
nas proximidades do local de interesse.
Estudos de recorrência sísmica na área da CNAAA remontam ao final da década de
1970, com a publicação de um estudo sistemático da Universidade de Brasília que
adotava um enfoque determinístico na avaliação de risco, onde se objetivava demarcar
zonas preferenciais de ocorrência de sismos – as zonas sismogênicas – que se
contrapõem a zonas mais estáveis e estudar a série histórico-temporal de eventos
neste contexto.
Plano de Controle Ambiental DIGV
44
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Na mais recente análise de ameaça sísmica na região do empreendimento, realizada
para a usina de Angra 3, foi adotada uma metodologia derivada das normas propostas
pelo órgão regulador norte-americano e que estima a probabilidade no tempo e na
região de ocorrência de movimentações de terreno causadas por fenômenos sísmicos.
Nessa análise, foi definida uma grande província sismotectônica para parte do sudeste
brasileiro e que inclui a margem continental adjacente, onde se insere a área do
empreendimento. A província foi considerada como uma região homogênea em termos
sísmicos e o estudo demonstrou, efetivamente, uma baixa ameaça sísmica para o
empreendimento.
•
Aspectos Geotécnicos
Devido à geologia e à morfologia das encostas situadas ao longo da BR-101,
adjacentes ao sítio da Usina, compostas por granitos, solos residuais e coluviais
respectivamente, a região é bastante acidentada, com índice pluviométrico bastante
alto e os escorregamentos ocorridos na área têm sido corrigidos com os trabalhos de
estabilização realizados pela Eletronuclear, com emprego de sistema de drenagem
superficial e profunda, bem como, com emprego de estruturas de contenção (muros de
gabião, cortinas atirantadas, etc.). A encosta a montante da área do DIGV, localizada
próximo à Ponta Fina, apresenta características geomorfológicas bem diferentes das
encostas situadas nos sopés da Serra do Mar. Esta encosta é pouco acidentada, com
declividade média e pequena altitude, com inexistência de depósitos de tálus e solos
coluviais, não tendo apresentado, até esta data, evidências de deslizamento de massas
de solo e movimentações de terrenos.
A área onde será implantado o DIGV está localizada junto ao morrote de Ponta Fina,
entre o sopé da encosta e a linha da praia. Neste local, onde atualmente existe um
Estande de Tiros, foram executadas em setembro de 2001, quatro sondagens mistas
(SM-ST1 a SM-ST4), e posteriormente, em outubro de 2005, foram executadas mais
nove sondagens mistas (DIGV-01 a DIGV-09).
As sondagens mostraram que o perfil geotécnico original era constituído basicamente
de uma camada de solo residual silte arenoso micáceo compacto a muito compacto de
espessura variável, assente sobre o maciço rochoso.
Sobre o terreno natural (camada de solo residual) foi colocada, anteriormente, uma
camada de aterro, provavelmente proveniente do bota-fora da pedreira, constituído de
areia fina e média com muitos pedregulhos de espessura variável, de forma a nivelar a
área do Estande de Tiros na elevação +6,70 m. (Ver Anexo 8, desenhos DE-A1-3389 a
DE-A1-3391).
Tendo em vista que as sondagens estão próximas do morrote de Ponta Fina, que é
constituído de um maciço rochoso com pequeno capeamento de solo, o topo da rocha
sã na área em estudo, varia da Elevação +3,10 m (SM-ST-03) à Elevação - 20,60 m
(DIGV-03).
Plano de Controle Ambiental DIGV
45
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Para a implantação do DIGV de Angra 1, está prevista uma terraplanagem com
remoção de cerca de 4,0 m do aterro existente da El ≈ +6,90m até a El ≈ +2,80m
(escavação acima do lençol freático).
Tendo em vista que a área de acesso ao depósito ficará em torno da elevação 4,0 m,
haverá a necessidade de execução de um reaterro compactado na frente do depósito,
para regularização do nível. As dimensões da área desse aterro serão definidas em
função do projeto de arruamento, que inclui a área de manobra do veículo de
transporte dos equipamentos para o DIGV e a rampa de acesso e que será
harmonizado com os projetos de estabilização das encostas e das linhas de praia oeste
e leste situadas próximo ao depósito. Para estas condições, a fundação ficará assente
sobre o solo residual ou a rocha alterada. Nos locais, onde localmente for encontrada
camada de aterro de fragmentos de rocha, (sondagem SM-ST-01), esta deverá ser
removida e substituída por aterro compactado.
Apesar de não existirem registros de ocorrências de escorregamentos de terra, nem
indícios de instabilidade na encosta localizada a montante do local, foram feitos
estudos de estabilidade que concluíram que há a necessidade de intervenção na parte
média da encosta para garantir a integridade da estrutura a ser construída.
Para subsidiar os estudos de estabilidade, a Eletronuclear executou sete sondagens
mistas ao longo da encosta (relatório Geosonda, junho 2002). As sondagens (ver
Desenho DE-A1-3062, contido no Anexo 9 deste PCA) mostraram que essa encosta é
formada, predominantemente, por uma areia siltosa com espessura média de 8,00 m
sobrejacente a um solo saprolítico também areno-siltoso com aproximadamente 10,00
m de espessura e, subjacente a ele, rocha sã (granito-gnaisse).
A Eletronuclear executou três seções topográficas longitudinais (seções AA, BB e CC)
ao longo da encosta e contratou uma firma especializada para o estudo da estabilidade
da encosta. O desenho contido no Anexo 9 deste PCA apresenta as investigações
realizadas e o perfil geotécnico da seção mais desfavorável da encosta, enquanto as
Fotos II.3, II.4 e II.5 mostram as vistas superior e inferior da encosta, bem como
detalhes da sua seção média.
A partir desses estudos, a Eletronuclear pode verificar que a parte média da encosta,
na sua situação atual, não atendia os requisitos de estabilidade adequados para o
DIGV (ver Foto II.5) e concluiu que havia a necessidade de realização de obras de
estabilização da encosta, para que esta atingisse níveis adequados de estabilidade.
Para o projeto de estabilização da encosta foram adotados os mesmos critérios
utilizados na Encosta Sudeste e foram feitas análises estática e pseudo-estática para o
caso “Safe Shutdown Earthquake” (aceleração horizontal de 0,1 g e vertical de 0,067g )
mostrados no relatório RL-A1-0369 R0.
As obras de estabilização da encosta propostas para garantir os fatores de segurança
adequados (FS = 1,5 para condição estática e FS = 1,22 para condição pseudoestática) consistirão, basicamente, no seguinte:
Plano de Controle Ambiental DIGV
46
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
• Remoção dos blocos de rocha existentes ao longo da encosta, provenientes da
exploração da pedreira e localizados entre as elevações +44 e 20 m.
• Terraplenagem (suavização do talude) com execução de corte na parte superior
do terreno (silto-arenoso) e aterro no trecho inferior, utilizando-se o material
proveniente do corte na parte superior, com ângulo máximo entre banquetas de 32°,
com as banquetas citadas de 3,00 m de largura a cada 8,00 m de desnível.
•
Solo grampeado na parte sul da encosta, a montante da El. 44,00 m.
• Sistema de drenagem superficial ao longo das bermas da terraplenagem,
direcionadas para uma escada de dissipação localizada no terreno natural.
•
Sistema de proteção superficial com tela vegetal.
O Anexo 8 apresenta as plantas do projeto da estabilização da encosta do DIGV,
listados a seguir:
•
DE-A1-2481 Estabilização da encosta - Planta.
•
DE-A1-2482 Estabilização da encosta - Solo grampeado - Seção e Detalhes.
•
DE-A1-2483 Estabilização da encosta - Drenagem - Planta e seção.
•
DE-A1-2484 Estabilização da Encosta – Drenagem – Formas.
•
DE-A1-3130 Estabilização da Encosta – Drenagem – Armadura.
Antes do início da terraplenagem para estabilização da encosta, deverá ser
providenciado o corte do terreno do estande de tiro, cuja elevação será reduzida de
+6,6 m para +4,0 m, de forma a garantir que o aterro localizado na parte inferior do
talude suavizado seja executado sobre este patamar, compactado e controlado.
A escavação da encosta se fará da elevação +52 m para baixo, sendo aproveitados os
materiais terrosos para a execução do aterro, que deverá ser iniciado na elevação +4,0
m para cima, no patamar do DIGV.
No local próximo à praia, onde será executado o pé do aterro e a camada de blocos de
rocha de proteção, existe um molhe de enrocamento, que deverá ser incorporado ao
talude projetado.
Além da proteção da superfície exposta contra a erosão, provida pelo plantio de
vegetação (lançamento de mantas vegetais), será implantado também um sistema de
drenagem superficial, composto por canaletas nas bermas e por uma descida em
degraus (ver Item II.1.2.2, sub-item (i) deste PCA).
Plano de Controle Ambiental DIGV
47
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Foto II.3 – Encosta do DIGV – Vista a Partir da Área do DIGV
Foto II.4 – Encosta do DIGV – Vista a Partir do Topo da Encosta
Plano de Controle Ambiental DIGV
48
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Foto II.5 – Encosta do DIGV – Detalhes da Sua Seção Média
b) Desmantelamento de Prédios Próximos ao Local
Por estar situada dentro da área da CNAAA, a área do empreendimento não é
ocupada, sendo atualmente utilizada como estande de tiro, conforme já anteriormente
citado neste PCA, não abrigando nenhuma construção, seja habitacional, seja para uso
recreativo ou industrial.
Objetivando facilitar a movimentação do veículo de transporte dos geradores de vapor
até o DIGV, serão derrubados dois galpões situados ao lado da área do
empreendimento e que, atualmente, são utilizados como almoxarifados de materiais da
CNAAA (ver Anexo 10 deste PCA).
c) Entradas de Acesso e de Serviços
As entradas de acesso e de serviços do empreendimento serão efetuadas através da
rua situada entre os prédios de almoxarifado e o enrocamento da linha de praia oeste
situado defronte desses prédios (ver Figura II.12 e Anexo 10). Essa rua consiste de
pista simples, de mão dupla, asfaltada, com largura de cerca de 7 m.
d) Canteiros de Obra
O canteiro de obras da Construtora será instalado próximo ao local da obra, sendo
previsto o uso de contêineres metálicos em número suficiente para atender às
Plano de Controle Ambiental DIGV
49
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
necessidades de escritório de obra, sanitários, vestiário, almoxarifados para guarda de
materiais, etc.
Os esgotos sanitários domésticos gerados serão coletados e transportados por
caminhões limpa-fossa até uma das Estações de Tratamento de Esgoto de propriedade
da Eletronuclear para o devido tratamento.
Serão instalados bebedouros móveis providos de água potável para atendimento aos
trabalhadores.
A coleta de lixo deverá ser seletiva, utilizando-se latões e caçambas distribuídos em
locais pré-determinados, sendo seu recolhimento realizado diariamente.
Todos os resíduos definidos pela NBR 10004/04 como sendo de Classe I (latas de tinta
vazias, solventes e outros) serão descartados conforme determinado pela legislação
pertinente, sendo o recolhimento seletivo e a embalagem responsabilidades da
Construtora. Estes resíduos serão armazenados na área de estocagem de rejeitos
industriais da Eletronuclear, dentro das dependências da CNAAA, para posterior
descarte final.
e) Preparação do Local
Para a execução de aterros, tanto para construção das vias de acesso ao Depósito,
como para aterro no local de implantação da obra, está previsto o uso de material
retirado do próprio local. Os materiais a serem usados na execução de pavimentos e
complementação de material para reaterro controlado (areia), serão comprados de
fornecedores locais devidamente licenciados para a exploração e venda destes
materiais, bem como os agregados para a fabricação do concreto (brita e areia).
O material necessário para a complementação do enrocamento da linha de praia será
proveniente de antigas detonações e retirado do próprio local.
f) Planta Baixa
A planta baixa do DIGV é apresentada no Anexo 4 deste PCA.
g) Operações de Apoio
As atividades de gerenciamento estão definidas e são regulamentadas por
procedimentos específicos, a saber:
•
Procedimento Geral de trabalho, DG-0236-9000-ET-1001 R5, que relaciona o
elenco de serviços da área de construção civil, contemplando principalmente as
tarefas voltadas ao gerenciamento da construção, incluindo as atividades de
acompanhamento,
fiscalização
e
supervisão
técnica,
e
demais
responsabilidades, inclusive quanto ao relacionamento com as Unidades
Organizacionais da própria Eletronuclear e da construtora contratada.
Plano de Controle Ambiental DIGV
50
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
•
Procedimento DG-2-0236-9000-ET-1008, que regulamenta as atividades de
gerenciamento da Área Civil do Escritório de Obras da Eletronuclear, e as ações
e providências visando a elaboração do Relatório Mensal de Acompanhamento
da Obra. Inclui também as rotinas e registros decorrentes das Reuniões
Semanais de Produção, implementadas no decorrer da construção do Depósito
Inicial.
h) Descrição do Tipo de Revestimento Utilizado e da Eficiência do Sistema de
Blindagem Radiológica
•
Generalidades
A seguir, são descritos os processos adotados para a análise das blindagens
radiológicas do depósito. As blindagens externas são constituídas por paredes de
concreto e placas pré-moldadas também de concreto. Seu objetivo é proteger a área
do exterior do prédio em relação à radiação gama proveniente dos componentes e
recipientes radioativos armazenados em seu interior. As blindagens internas, também
construídas em concreto, propiciam uma redução de dose no caso de acesso ao
interior do depósito.
Os dados principais referentes a estes componentes constam da Tabela II.3
anteriormente apresentada.
O “layout” apresentado no Anexo 4 constitui a planta de referência para o
dimensionamento de blindagens.
Toda a área interna do depósito, destinada à estocagem dos componentes e
recipientes radioativos acima discriminados, constitui-se em área classificada como
controlada, segundo a definição desse termo na norma CNEN NN.3.01, Referência
[3.1].
•
Premissas e Bases do Projeto de Blindagem
O projeto de blindagem radiológica para o prédio do DIGV de Angra 1 foi elaborado de
acordo com as seguintes bases e premissas:
o Doses equivalentes na cerca do depósito inferiores a 1 mSv/ano (limite para
um indivíduo do público).
o Doses equivalentes nas superfícies das paredes externas do depósito
inferiores a 20 mSv/ano (limite operacional para um trabalhador ocupacional
no sítio de Angra).
o Os cálculos de blindagem utilizam como base os valores de taxas de dose
medidos na superfície dos componentes radioativos (taxa de dose de
contato).
o Admite-se o posicionamento dos componentes (fontes radioativas) conforme
o “layout” do depósito.
Plano de Controle Ambiental DIGV
51
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
o No cálculo de blindagem contra radiação gama, é utilizada a teoria do núcleo
pontual (“point kernel”) para a representação da fonte radioativa presente no
interior dos componentes armazenados.
o O material utilizado no cálculo das blindagens construtivas é o concreto
armado normal (cuja massa específica de referência no cálculo da blindagem
é 2.400 kg/m3, embora o projeto civil considere a massa específica igual a
2.500 kg/m3).
o Componentes e recipientes radioativos são representados no cálculo de
blindagem como fontes volumétricas absorvedoras.
o A fonte radioativa é considerada confinada no interior do componente ou
recipiente, e distribuída homogeneamente no interior do volume desses.
o Somente para a finalidade de cálculo de blindagem constituída pelas paredes
de concreto, os radioisótopos presentes são representados pelo Co60. A
energia total por desintegração gama é 2,50 MeV, atribuída a dois fótons. A
energia média dos fótons dessa fonte é considerada como 1,25 MeV, que é a
média das duas raias gama (1,17 MeV e 1,33 MeV) do Co60.
São considerados os efeitos de “build-up” de radiação tanto para as blindagens como
para as fontes radioativas.
•
Método Utilizado no Cálculo das Blindagens
Para estimar a taxa de dose exteriormente às paredes de blindagens radiológicas, é
realizado cálculo numérico com o programa computacional QAD-CGGP, proveniente
do Laboratório Nacional de Oak Ridge, ORNL, USA, Referências [3.2, 3.3, 3.4, 3.5,
3.6]. Este programa, desenvolvido por ORNL, Referências [3.5 e 3.6], inclui o recurso
de geometria combinatória para a simulação de problemas envolvendo o cálculo de
blindagens radiológicas. Trata-se de um programa Fortran que utiliza a teoria de núcleo
pontual (”point kernel”) para cálculos de blindagens contra a radiação gama.
As principais vantagens da utilização do programa computacional QAD-CGGP são:
o Seleção automática de fatores de “build up” (arquivo de biblioteca FORT11);
o Seleção automática de coeficientes de atenuação por unidade de massa
(arquivo de biblioteca FORT10);
o Especificação de cálculo restrito unicamente a raios gama, evitando a
necessidade de definir e incluir dados supérfluos;
o Extensão da divisão da fonte para 100 x 100 x 100 ( quando comparado com
QAD P5: 20 x 20 x 20);
o Modificação da descrição da geometria de fonte para o método de geometria
Plano de Controle Ambiental DIGV
52
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
combinatória (CG).
Uma vantagem significativa de QAD-CGGP é a substituição da descrição de zonas e
fronteiras de versões anteriores deste programa (QAD-P5) por uma rotina de geometria
combinatória, método elegante de descrever a geometria de blindagem. Este método
permite descrever acuradamente qualquer configuração de blindagem sem a
necessidade de aproximação.
•
Dados e parâmetros utilizados no cálculo das blindagens
No dimensionamento das blindagens radiológicas utilizaram-se os seguintes dados e
parâmetros:
o Fontes de radiação
As fontes de material radioativo consideradas no dimensionamento das blindagens,
para cada compartimento individual, estão apresentadas na Tabela II.3.
Com base nos dados das fontes radioativas apresentadas considera-se,
conservadoramente, que a maior taxa de dose em contato para o gerador de vapor é
5.000 µSv/h (lado da câmara do primário, embora na região do domo a taxa de dose
seja bem inferior, da ordem de 50 µSv/h).
De acordo com a Divisão de Proteção Radiológica, as caixas metálicas conterão
apenas isolamento térmico e conseqüentemente as taxas de dose nas superfícies
destas caixas não devem ultrapassar o valor de 5 µSv/h.
o Geometria das Fontes e suas Dimensões
As características das fontes e suas dimensões são apresentadas na Tabela II.3
contida no Item II.1.2.3 deste PCA.
o Energia Gama do Radioisótopo
O documento do ICRP, Referência [3.7], apresenta dados referentes à energia e
abundância das raias gama para o radionuclídeo base de cálculo, Co60.
o Fatores de Atenuação por Unidade de Massa para Radiação Gama
Os fatores de atenuação por unidade de massa utilizados por QAD-CGGP estão
embutidos em sua biblioteca interna. Tais fatores estão em boa concordância com
Jaeger, Referência [3.6].
o Fatores de “Build Up”
Considera-se que o “build up” na região da blindagem de concreto é representado pelo
material alumínio, procedimento utilizado normalmente por entidades especializadas
internacionais. Assim, são utilizados, nos dados de entrada do programa de cálculo, os
Plano de Controle Ambiental DIGV
53
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
fatores de “build up” do alumínio, Referência [3.9], já existentes na biblioteca interna do
Programa Computacional QAD-CGGP.
o Fatores de Conversão Dose/Fluência
Os fatores de conversão de fluxo para taxa de dose gama são extraídos do ICRP 51
(Referência 3.8) e da ANS (Referência 3.10).
•
Resultados preliminares dos cálculos de blindagem
Os resultados preliminares dos cálculos indicam diferentes valores de espessuras de
blindagens, os quais constam do desenho de “layout” do depósito. Devido à
necessidade de atender às exigências de blindagem, as espessuras adotadas para as
paredes laterais externas podem ser maiores do que as necessárias para o cálculo
estrutural.
•
Referências
o [3.1] CNEN-NN-3.01 - Diretrizes Básicas de Radioproteção, Comissão
Nacional de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, janeiro de 2005.
o [3.2] Malenfant, R.E./ QAD - A series of Point Kernel General-Purpose
Shielding Programs. LASL-LA-3573. USA. 1967.
o [3.3] Eurípedes, L. - Relatório de Implementação do Código QAD-CGGP
em microcomputador. Nuclen. Relatório TS3/BP/1170/920009. Rio de
Janeiro. 1992.
o [3.4] Terry, I./ QAD-CG. - Description and Use (incl. of auxiliary program
Picture). KWU/Siemens Technical Report R361. Project F+E K 3363-D-0000942 337. Erlangen. RFA.
o [3.5] ORNL. QAD-CGGP. - A Combinatorial Geometry Version of QADP5A.- A Point Kernel Code System for Neutron and Gamma-ray Shielding
Calculations Using the GP Build-up Factor. RSIC Computer Code Collection.
Radiation Information Center. Oak Ridge National Laboratory. USA.
o [3.6] Jaeger, R. G. - Engineering Compendium on Radiation Shielding,
Springer-Verlag, New York, 1968.
o [3.7] ICRP Publication 38. - Radionuclide Transformations. vol. 11-13.
Pergamon Press. Oxford. 1983.
o 3.8] ICRP 51. - Data for Use in Protection Against External Radiation.
Pergamon Press. Oxford. England. 1987.
o [3.9] ANS – 6.4.3-1991. - American National Standard for Gamma Ray
Attenuation Coefficients and Build up factors for Engineering Materials.
American Nuclear Society. Illinois. USA. August. 1991.
Plano de Controle Ambiental DIGV
54
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
o [3.10] ANS - 6.1.1-1991. American National Standard for Neutron and Gamma
Ray Fluence-to-Dose Factors. American Nuclear Society. Illinois. USA. 1991.
•
Proteção Radiológica
o Monitoração Radiológica da Área Interna do Depósito
Toda a área interna ao prédio do DIGV de Angra 1 será tratada como área controlada,
seguindo, portanto, todos os procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose
ocupacional.
A Divisão de Proteção Radiológica irá realizar monitorações periódicas na área interna
do depósito, de acordo com o Programa de Monitoração Radiológica – PA-PR 27, o
qual será revisado para contemplar as instalações do DIGV.
Durante as operações de movimentação de embalados/equipamentos, haverá sempre
a presença de um profissional da Proteção Radiológica, bem como durante o ingresso
de qualquer pessoa nas dependências do depósito.
o Monitoração Radiológica da Área Externa do Depósito
Dois monitores de taxa de dose serão instalados nas proximidades do DIGV, na área
externa ao prédio, e serão integrados ao sistema Eberline em fase de instalação nos
outros Depósitos de Rejeitos, para que as informações das taxas de dose externas às
paredes do depósito sejam enviadas, “on-line”, para a Sala de Proteção Radiológica na
Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeito.
o Amostragem de Ar
O DIGV será equipado com um Sistema de Amostragem do Ar ligado à linha de
exaustão do sistema de ventilação, para coleta de amostras de particulados em
suspensão, em filtro removível, para posterior análise em laboratório.
•
Proteção Física
As seguintes medidas para Proteção Física deverão ser implementadas:
o Elaboração de um Procedimento de Proteção Física Específico,
independente dos existentes na Central Nuclear;
o Instalação de cerca, em todo o perímetro externo do Depósito;
o Instalação de dispositivos de alarme de abertura de portas;
o Instalação de câmeras de vídeo para monitoração da área externa;
o Iluminação externa, principalmente próximo às portas de acesso;
o Instalação de ramais telefônicos comuns.
Plano de Controle Ambiental DIGV
55
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
• Características de Segurança e Sistemas de Contenção Previstos para
Evitar a Liberação de Material Radioativo ou Radiação
Todas as paredes laterais externas serão de concreto armado com diferentes
espessuras conforme indicado no desenho de “layout” do depósito (Anexo 4).
A laje de cobertura será em concreto armado, impermeabilizada com manta asfáltica e
com inclinação para as extremidades.
A existência de um sistema de drenagem interna permitirá a coleta de líquidos
eventualmente liberados dentro do DIGV e que serão acumulados no poço de coleta. A
presença de líquido nesse poço será monitorada por sensor com anunciação de alarme
fora desta instalação, na Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeitos.
Para atender ao confinamento dos embalados/componentes substituídos, o prédio será
totalmente fechado, possuindo somente uma porta de aço que permanecerá fechada.
Esta porta será aberta somente esporadicamente para a realização de inspeções de
rotina. A estrutura do depósito possui uma capacidade de estocagem segura por ser de
concreto armado. Além da estrutura em concreto, completamente fechada, será
construída uma cerca de proteção, com concertina, delimitando a área protegida do
depósito de modo a evitar a intrusão inadvertida de indivíduos e animais. Também
serão instalados os seguintes itens: alarme na abertura da porta de acesso, iluminação
externa e câmeras de TV externas, que monitorarão o acesso ao depósito.
A instalação de todos esses dispositivos e sistemas têm como objetivo impedir a
liberação de material radioativo para o meio ambiente e assegurar a proteção ao
homem, seus bens e o meio ambiente.
Todas as pessoas autorizadas a entrar no depósito somente poderão fazê-lo portando
dosímetros, para controle da dose a que estarão expostos.
II.1.4.2 – Mão-de-Obra Necessária
a) Dados Relativos à Mão-de-Obra
Os quantitativos de mão-de-obra previsto para serem utilizados durante os serviços de
construção do DIGV são apresentados na Tabela II.4, enquanto a Tabela II.5 apresenta
os valores distribuídos pelas diversas categorias profissionais que participarão dos
serviços.
A análise da Tabela II.5 mostra que o uso mais intenso de trabalhadores ocorrerá
durante o sexto e o sétimo meses dos trabalhos, quando é previsto um total de 176
pessoas trabalhando no local.
Preferencialmente, serão contratados trabalhadores que morem na região de Angra
dos Reis, incluindo as localidades do Frade e Perequê e nas cidades de Paraty e Rio
Claro para as categorias de ajudantes, armadores, carpinteiros, montadores,
eletricistas, pedreiros e pintores. Para os serviços de supervisão e administração
poderá ser necessária a contratação de pessoas de outras cidades e países, o que
Plano de Controle Ambiental DIGV
56
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
somente será definido quando da conclusão do processo de contratação das empresas
responsáveis pela realização dos serviços de troca dos geradores e construção do
DIGV.
A CNAAA localiza-se ao sul do Estado do Rio de Janeiro, na Região da Baía de Ilha
Grande que compreende apenas os municípios de Angra dos Reis e Parati. A região
tem pequena participação na economia do Estado do Rio de Janeiro e sua economia
fundamenta-se em atividades primárias (agricultura, pesca e extrativismo vegetal e
mineral), secundárias (indústria, devido à presença do estaleiro Brasfels e forte atuação
da indústria da construção civil) e Terciárias (comércio e serviço, onde se incluem as
atividades ligadas ao turismo e ao transporte de mercadorias, como as portuárias).
A ocupação humana é da ordem de 120 mil habitantes, por ser extremamente limitada
pela estreita faixa terrestre com topografia difícil entre a serra do Mar (com cobertura
vegetal ainda intocada) e a orla da baía de ilha Grande, além de algumas ilhas nas
quais se destacam a que dá o nome à baía e a Ilha da Gipóia. Por outro lado, o litoral
recortado e abrigado favorece enormemente a vocação portuária e o turismo.
Além do objetivo de maximizar o uso de mão-de-obra local para a implantação do
presente empreendimento, o apoio da Eletronuclear ao desenvolvimento social e
econômico da região tem se concretizado através do desenvolvimento de programas
de educação e saúde em parceria com as prefeituras regionais.
Tabela II.4 – Quantificação da Mão-de-Obra por Atividade a Ser Desenvolvida durante
a Construção do DIGV
Atividade / Mês
Total de Homens (por mês)
9
10
11
12
140 140 100
80
50
30
30
24
24
36
48
48
48
48
Ponte Rolante
6
6
6
6
6
6
6
Instalações Elétricas
6
6
6
6
6
6
6
12
12
12
12
12
12
12
12
Infra / Superestrutura
1
2
3
4
5
30
48
90
90
90
24
24
Acabamento / Área
Externa
Montagem
Ventilação
Sistema
Comissionamento
Total (Homens)
30
Plano de Controle Ambiental DIGV
48
90
6
7
8
114 114 176 176 160 152 134 114 114
57
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Tabela II.5 – Quantificação da Mão-de-Obra por Categoria Envolvida na Construção do
DIGV
Total de Homens (por mês)
Categoria / Mês
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Ajudantes
3
5
9
11
11
18
18
16
15
13
11
11
Armadores
6
10
18
19
19
29
29
22
18
12
8
8
Carpinteiros
9
14
27
29
29
44
44
34
29
20
14
14
Montadores/Elet.
0
0
0
1
1
10
10
19
19
26
26
26
Pedreiros
6
10
18
25
25
35
35
31
30
24
20
20
Pintores
0
0
0
5
5
5
5
7
10
11
11
11
Supervisão/Administ.
6
10
18
23
23
35
35
32
30
27
23
23
Total (Homens)
30
48
90
114
114
176
176
160
152
134
114
114
Durante a fase de operação do DIGV somente um técnico estará envolvido, em tempo
parcial, nesta atividade, visto que o DIGV normalmente permanecerá fechado, sendo
aberto, esporadicamente, para a realização de serviços de inspeção e de monitoração.
A atividade a ser realizada por esse técnico consistirá no monitoramento externo do
DIGV, conforme programa constante do Item VI deste PCA (Medidas Mitigadoras e
Programas Ambientais).
b) Dados relativos à Jornada de Trabalho
A jornada de trabalho prevista no decorrer do desenvolvimento dos serviços consiste
de um turno de trabalho, a ser realizado no horário de 07:30 às 17:30, de segunda-feira
a quinta-feira, e de 07:00 às 16:30, na sexta-feira. Não haverá trabalho nos sábados e
domingos. Excepcionalmente e considerando as contingências do empreendimento,
poderão ser estabelecidos horários diferenciados.
O número de funcionários por turno variará de acordo com o quantitativo de mão-deobra apresentado na Tabela II.4.
c) Mecanismos e Sistemas de Segurança e Proteção Física do Trabalhador
•
Construção do DIGV
Procedimentos descrevendo o Programa de Segurança do Trabalho, contendo os
mecanismos e sistemas de segurança e proteção física do trabalhador, deverão ser
desenvolvidos pelas empresas contratadas, antes da implantação das obras de
construção do DIGV. Esses procedimentos deverão ser elaborados obedecendo as
normas vigentes da CNEN, do Ministério do Trabalho e da Eletronuclear e objetivam
embasar as atividades de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente que serão
implantadas e desenvolvidas durante os serviços.
Plano de Controle Ambiental DIGV
58
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Em relação ao plano de Segurança Física, será exigido das firmas contratadas, antes
da implantação das obras, que executem todo o fechamento dos locais com tapumes
ou fitas de interdição, conforme aplicável, de modo a efetivamente realizar a separação
física das obras do restante das áreas operacionais da CNAAA.
Todos os trabalhadores deverão utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e
também deverão obrigatoriamente participar dos cursos de treinamento para acesso às
dependências da CNAAA, a serem ministrados pela Eletronuclear.
•
Operação do DIGV
As condições normais de operação do DIGV prevêem que somente ocorra uma única
fase de movimentação de cargas no seu interior e que ocorrerá quando do
armazenamento das cargas dentro do depósito. Após a colocação dos equipamentos e
embalados no interior da estrutura de concreto do DIGV, não é prevista nenhuma
movimentação desses materiais. São previstas, apenas, inspeções periódicas e
eventuais reparos e manutenção, sendo que as atividades de acompanhamento visam
monitorar o comportamento do depósito ao longo do tempo, permitindo detectar
qualquer anormalidade que possa levar a liberações de radioatividade para a região
externa ao DIGV. Assim, medidas mitigadoras podem ser implementadas rapidamente,
caso sejam necessárias.
d) Cronograma dos Serviços de Construção do DIGV
O cronograma previsto para a construção do DIGV é apresentado na Figura II.13.
Figura II.13 - Cronograma de Construção do DIGV
2006
2007
03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04
29/03
Item Nome da tarefa
1
Contratação dos Serviços
0%
2
Mobilização
3
Fundação
4
Paredes
5
Inicio Fabricação dos Pré-Moldados
6
Laje de Cobertura
7
Acabamentos
0%
8
Montagem Eletromecânica
0%
9
Obras Externas ( Rampa de Acesso / Drenagem e Cercas )
10
Colocação dos Pré-Moldados
11
Comissionamento
12
Liberação do Prédio
Plano de Controle Ambiental DIGV
0%
0%
24/08
0%
0%
0%
0%
59
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
e) Planejamento do Transporte dos Materiais
•
Características dos Materiais a Serem Transportados para o DIGV
As características dos materiais a serem transportados para o DIGV são apresentadas
na Tabela II.3 deste PCA.
•
Procedimentos de Transferência
A transferência dos equipamentos e materiais para o DIGV será realizada por
transporte terrestre e somente ocorrerá quando apresentarem nível de contaminação
externa transferível abaixo do limite, sendo aplicados os critérios contidos nas Normas
CNEN.NN–3.01 – Diretrizes Básicas de Radioproteção e CNEN.NE–5.01 – Transporte
de Materiais Radioativos e no Procedimento Operacional PA-PR 26 (Controle sobre os
Níveis de Contaminação Radioativa).
No início da transferência, os equipamentos e embalados serão içados e posicionados
no veículo de transporte, sendo essa operação realizada por profissionais
especializados da empresa contratada e acompanhada por um técnico em proteção
radiológica e um especialista de segurança da usina. Após o carregamento do veículo,
a Divisão de Proteção Física promove sua escolta até o DIGV. Na cabine viajará
somente o motorista, devidamente monitorado enquanto que em carro seguem a
proteção física e radiológica, ao chegar no depósito, o veículo será estacionado na
área de descarga e os equipamentos e embalados transferidos para o local de
estocagem, através do dispositivo de içamento (embalados) ou pelo próprio sistema de
transferência da carreta transportadora (geradores de vapor e demais equipamentos).
O deslocamento da carreta transportadora dos geradores de vapor será realizado em
baixa velocidade (inferior a 10 km/h) e todo o trajeto estará livre de obstruções e do
trânsito de pessoas.
As transferências dos equipamentos e embalados serão realizadas conforme
atualmente praticado com os demais materiais radioativos gerados nas atividades de
Angra 1, sendo obedecido o procedimento PA-RG 12 “Rejeitos Sólidos Radioativos” e
que é atualmente utilizado para as transferências de rejeitos na CNAAA. Caso haja
necessidade de adequar para o caso específico dos geradores de vapor, serão
efetuadas alterações, temporárias ou permanentes, conforme aplicável no referido
procedimento, de modo a adequá-lo às necessidades do transporte dos resíduos a
serem gerados nas atividades de substituição dos geradores de vapor.
• Demonstração de Atendimento aos Requisitos de Projeto Estabelecidos
para o Embalado a Ser Utilizado
Todos os embalados a serem utilizados para o transporte dos resíduos radioativos
gerados durante as atividades de substituição dos geradores de vapor e demais
equipamentos em Angra 1 deverão ser certificados quanto ao atendimento das suas
características construtivas, que se encontram descritas no Item II.1.2.3 deste PCA.
Plano de Controle Ambiental DIGV
60
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
• Medidas a Serem Implantadas para Avaliação e Controle da Exposição à
Radiação
Durante todas as operações de transporte dos equipamentos e embalados para o
DIGV, o deslocamento do veículo transportador será acompanhado pela Equipe de
Proteção Radiológica da CNAAA, a ser coordenada por um Supervisor de
Radioproteção formalmente qualificado.
Toda a área sujeita à ação da radiação emitida pelos materiais transportados deverá
ser evacuada e mantida isolada, de modo a garantir que qualquer pessoa não
envolvida nos serviços possa ser exposta a riscos. A equipe de proteção física da
CNAAA auxiliará na obediência a esse perímetro de exclusão, desde o momento do
carregamento da carreta, até o seu descarregamento no depósito.
As taxas de dose no veículo e na área externa serão medidas durante o processo de
carregamento, transporte e descarga do veículo transportador e será obrigatório o uso
de Equipamentos de Proteção Individual adequados por parte de todos os
trabalhadores envolvidos nas atividades de transporte.
• Requisitos e Controles Estabelecidos para Equipamentos e Embalados,
Modos e Meios de Transporte
Todo o transporte de equipamentos e embalados será realizado obedecendo aos
requisitos contidos nos seguintes Procedimentos Operacionais da CNAAA: PA-RG 03
“Programa ALARA”, PA-RG 12 “Rejeitos Sólidos Radioativos” e PA-PR 26 “Controle
sobre os Níveis de Contaminação Radioativa”.
Como medidas adicionais de segurança, são apresentadas as seguintes sugestões:
o Assegurar-se de que o dispositivo de içamento dos equipamentos
possua capacidade suficiente para suportar o elevado peso dos geradores
de vapor (308 t), que são os equipamentos de maior peso a serem içados.
o Certificar-se de que todos os equipamentos encontram-se em
adequadas condições de operação, notadamente os sistemas hidráulicos
e os cabos de sustentação.
o Certificar-se de que os operadores do dispositivo de içamento e da
carreta sejam profissionais de larga experiência nesse serviço e que se
encontrem em adequadas condições de saúde para realizá-los.
o O transporte dos equipamentos e embalados deve ser realizado ao
longo do eixo central da rota, de modo a minimizar a possibilidade de
impactos com o meio-fio ou com obstáculos (postes, hidrantes e outros)
eventualmente existentes ao longo da via.
Plano de Controle Ambiental DIGV
61
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
•
Itinerário Proposto
A rota proposta para a transferência dos equipamentos e embalados se encontra
dentro da área vigiada da CNAAA e é apresentada no Anexo 10 deste PCA. A sua
extensão é de cerca de 1,3 km e sua largura mínima é de cerca de 7 m. Possui curvas
com raios que variam na faixa de 20 m a 30 m e que, portanto, permitem o trânsito
normal da carreta transportadora, que exige curvas com raio inferior mínimo de 11,4 m.
Ao longo da rota proposta existe somente uma ponte, que cruza o Canal 5 da CNAAA,
e toda a rota estará livre de obstruções e do trânsito de pessoas.
•
Procedimentos a Serem Adotados em Caso de Incidentes e/ou Acidentes
O Item IV deste PCA apresenta a Avaliação de Segurança e Risco do Projeto, que
descreve as situações acidentais consideradas para as operações de retirada,
transporte e armazenagem dos equipamentos e materiais. Na hipótese de ocorrência
de alguma dessas situações, deverão ser seguidas as ações de emergência descritas
no Item 7.7 do Procedimento Operacional PA-RG 12 (Rejeitos Sólidos Radioativos) e
que são reproduzidos a seguir:
o Ações Imediatas do Técnico em Proteção Radiológica:
ƒ
Remover todo o pessoal presente na área atingida para locais
seguros e isolá-la em função dos níveis de radiação e de
contaminação detectados. Prestar primeiros socorros a
acidentados, caso seja necessário. No evento de princípio de
incêndio no veículo, solicitar ao motorista e ao ajudante a ajuda no
seu combate usando os seus extintores portáteis.
ƒ
Contatar imediatamente o Chefe da Proteção Radiológica ou seu
substituto eventual, bem como o Supervisor de Turno,
descrevendo as características do acidente.
ƒ
Coordenar todas as atividades no local do acidente, até a chegada
do Chefe da Proteção Radiológica ou do seu substituto eventual.
o Ações Imediatas do Chefe da Proteção Radiológica ou do seu Substituto
Eventual:
ƒ
Comunicar o fato às Chefias das Usinas Angra 1 e Angra 2.
ƒ
Solicitar ao responsável pela Proteção Física da Usina
providências no sentido de encaminhar, de imediato, Especialistas
de Segurança Nuclear ao local do acidente, para prestar apoio ao
técnico em proteção radiológica na remoção e controle de acesso
de pessoal à área sinistrada. No caso de principio de incêndio,
solicitar também, se necessário, a participação da Brigada de
Incêndio.
Plano de Controle Ambiental DIGV
62
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
ƒ
Dirigir-se imediatamente ao local do acidente acompanhado,
quando necessário, de membros da Equipe de Monitoração de
Emergência, visando avaliar adequadamente as condições
radiológicas na área afetada e efetuar as devidas recomendações
do Chefe de Angra I, quanto da necessidade de implementação do
Plano de Emergência Local, visando proteger os seus empregados
e as dependências da CNAAA contra a exposição e incorporação
de material radioativo.
ƒ
Providenciar a limpeza e a descontaminação da área afetada,
reencapsulando os conteúdos vazados dos embalados, caso
algum tenha rompido.
Medidas adicionais que poderão ser necessárias em caso de acidentes consistem em:
o Colocar obstáculos de modo a impedir posterior deslocamento do
equipamento acidentado, caso seja necessário.
o Caso algum equipamento de grande porte (gerador de vapor, tampa do
reator, evaporador de rejeitos ou trocador de calor) caia dentro do mar,
deverá ser colocada, no seu entorno e a uma distância de 2,5 metros,
uma rede de proteção (mesh 100 ou maior), de modo a evitar que a fauna
marinha se aproxime do equipamento acidentado e possa ser submetida
a doses mais elevadas de radiação. Essa distância foi selecionada em
razão de ser o raio máximo no qual é atingido o limite de radiação de 1
mSv/ano e que ocorreria caso a tampa do vaso do reator caísse dentro do
mar, conforme mostra a Tabela IV.9, apresentada no Item IV.6 deste
PCA.
• Informações sobre Taxas de Doses, Rotulação e Marcação em Embalados
e Veículos
Os valores de taxas de dose medidos dos equipamentos e embalados são
apresentados na Tabela II.3 deste PCA. Conforme já anteriormente citado, todos os
equipamentos serão descontaminados antes de serem transferidos para o DIGV,
conforme metodologias descritas no Procedimento Operacional PA-PR 28 da CNAAA
(Descontaminação). Os equipamentos e materiais somente poderão ser transferidos
para o DIGV caso atendam aos critérios estabelecidos na Norma CNEN-NE 5.01 e no
Item 4.7 do Procedimento Operacional PA-PR 26 (Controle sobre os Níveis de
Contaminação Radioativa).
Os embalados e equipamentos deverão ser rotulados conforme descrito no Item 7.3.7
da Norma CNEN-NE 5.01, devendo os embalados serem identificados através do
modelo de etiqueta contido no Procedimento Operacional PA-RG 12 e que é
apresentado na Figura II.14 adiante. Os veículos de transporte deverão ser
identificados conforme descrito no Item 7.3.13 da Norma CNEN-NE 5.01.
Plano de Controle Ambiental DIGV
63
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
Figura II.14 – Modelo do Adesivo para Identificação das Embalagens dos Rejeitos
Sólidos
REJEITO NÃO
COMPACTADO
•
Responsabilidades do Expedidor e do Transportador
As responsabilidades do gerador e do transportador de resíduos não radioativos para a
área externa da CNAAA deverão atender as determinações contidas na legislação
vigente para transporte, no que concerne aos seguintes tópicos: documentos de
transporte, sinalização, notificação das autoridades competentes e aprovação do plano
de transporte, quando pertinente.
É de responsabilidade da Eletronuclear o gerenciamento dos materiais não-radioativos
gerados durante a substituição dos equipamentos e construção do DIGV. Esses
materiais deverão atender o estabelecido na Resolução Conama 307/02, que
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos de
construção civil e na Norma NBR 10004/04, que classifica os resíduos sólidos quanto
aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública.
A Eletronuclear adotará os seguintes procedimentos relativos aos resíduos de obra:
o
Os resíduos gerados durante a construção do DIGV serão coletados
seletivamente, sendo procedida a reciclagem dos materiais do tipo
entulho e alvenarias, armazenando-os temporariamente, para futura
utilização como reaterros, da mesma forma que os resíduos das
escavações.
Plano de Controle Ambiental DIGV
64
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
o Os resíduos orgânicos, como madeiras, serão reciclados para uso em
outras atividades de menor importância como, por exemplo: formas para
meio-fio, cunhas para calços, etc.
o Os resíduos metálicos serão coletados seletivamente para venda como
sucata ou para descarte controlado, no caso de contaminação por
produtos químicos (latas de tinta, de solventes, etc.).
o Os materiais provenientes de desmonte de rochas serão estocados em
áreas no canteiro da própria CNAAA, visando a sua futura utilização como
material para reforço da linha de praia e construção de muros de arrimo
em área do Depósito dos Geradores de Vapor e/ou, ainda, na britagem
para a utilização na fabricação de diversos concretos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
65
Caracterização do Empreendimento
NATRONTEC
III - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
III.1 - MEIO FÍSICO
A metodologia para elaboração do diagnóstico ambiental do meio físico consistiu na
compilação de dados secundários e primários. Os estudos Geológicos,
Geomorfológicos e Pedológicos foram elaborados a partir de dados secundários,
oriundos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. As análises foram
efetuadas através de imagens obtidas com sensoriamento remoto, mapas temáticos e
cartas planialtimétricas, dentre outras ferramentas, as quais permitiram a construção do
presente diagnóstico.
Os estudos sobre Recursos Hídricos e ao Clima/Meteorologia também foram
elaborados a partir de dados secundários oriundos da Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (a quem coube
os aspectos de Oceanografia), além de dados primários coletados pelo Laboratório de
Monitoração da Eletronuclear, bem como dados meteorológicos coletados diretamente
das torres meteorológicos instaladas na área da CNAAA e também obtidos no Instituto
Nacional de Meteorologia - INMET.
As áreas de influência foram definidas da seguinte forma, conforme pode ser
observado no anexo 11:
a)
Área de Influência Indireta - AII
É caracterizada pela área da bacia de drenagem da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto – CNAAA, apresentando a seguinte delimitação: a oeste da CNAAA, pelo
divisor de águas do Morro do Urubu, entre a Praia Brava e Itaorna; a leste, pelo morro
da Ponta Grossa, entre a Ponta Grossa ou Praia Mamede e o Saco Piraquara de Fora;
ao norte pelo Morro do Frade e ao sul pela Baía da Ilha Grande.
Para as questões referentes aos Recursos Hídricos, também foi considerada a porção
marítima referente à Baía da Ilha Grande.
b)
Área de Influência Direta - AID
A área de influência direta a ser analisada neste diagnóstico é a área da CNAAA,
incluindo a Ponta Fina, local de implantação do empreendimento. Para as questões
referentes aos Recursos Hídricos, também foi considerada a porção marítima referente
à Baía da Ilha Grande.
O Anexo 11 deste PCA apresenta os mapas relativos ao presente diagnóstico, que
foram obtidos a partir do EIA-RIMA de Angra 3 e apresentam a AII e a AID relativas ao
empreendimento, enfocando os seguintes aspectos:
•
Geologia (escala 1:40.000);
•
Geomorfologia (escala 1:40.000);
•
Solos (escala 1:40.000); e
•
Recursos Hídricos (escala 1:150.000);
Plano de Controle Ambiental DIGV
66
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
III.1.1 GEOLOGIA
a) Contexto Geológico Regional – Unidades Litoestatigráficas
O conjunto geológico regional é representado por rochas metamórficas de médio a alto
grau, gnáissicas, com diversos padrões de dobramento e diferentes níveis de
deformação dúctil/rúptil, refletidos nos gnaisses cataclásticos ou miloníticos, às vezes
migmatizados em vários graus, inclusive evoluindo para anatexitos, além de granitóides
intrusivos com diferentes texturas e estruturas na forma de batólitos, stocks e diques,
diques de diabásios e restritas áreas de sedimentos inconsolidados recentes.
As unidades gnaissico-migmatíticas estão intrinsecamente relacionadas e são de difícil
separação espacial. Desta maneira os contatos nítidos e mapeáveis são de difícil
identificação, pois ocorrem transições graduais entre os diversos termos petrográficos inclusive aqueles consideradas do neoproterozóico, como as suítes granitóides e
outras rochas geradas nesse período. Assim, os contatos litológicos apresentados
marcam os limites parciais ou totais dos corpos graníticos, de alguns migmatitos e dos
sedimentos cenozóicos de idade recente (depósitos aluvionares, flúvio-marinhos e
marinhos).
Alem disso, o estabelecimento de limites precisos entre as litologias é dificultado por
causa da intensa cobertura vegetal da Mata Atlântica, o relevo íngreme, a falta de
acessos, aliada ao intemperismo quase total de litologias importantes, conjugadas com
a complexidade geológica desses terrenos, onde freqüentemente a passagem de um
litotipo para o outro é gradativa.
Como em todos os mapas geológicos existentes dessa região do sudeste, os contatos
geológicos representados marcam bem os limites parciais ou totais dos corpos
graníticos intrusivos, que apresentam bons contrastes com as encaixantes favorecendo
a sua delimitação. Sedimentos recentes, e/ou coberturas inconsolidadas do quaternário
são encontrados principalmente nos depósitos costeiros, flúvio-marinhos e marinhos, e
em depósitos aluvionares no restante da área.
Predominam conjuntos de rochas metamórficas para e ortoderivadas, representadas
por gnaisses aluminosos e graníticos, com amplas variações texturais e
deformacionais, às vezes submetidos a processos de migmatização e anatexia que
obliteraram e mascararam as características originais das rochas, dificultando as suas
correlações.
Unidades Meso a Neoproterozóico
Plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse
Ocorre em quase toda a área, constituindo uma ampla faixa de sudoeste para
nordeste, desde a região de Parati até a região de Angra dos Reis. Os litotipos
gnáissicos são muito semelhantes, com predominância de plagioclásio-microclinabiotita-gnaisse. Entre as estruturas presentes, destacam-se por vezes características
de rochas cataclásticas.
A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com
bandamento marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na
rocha e localmente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Rochas
kinzigíticas com cordierita, sillimanita, granada e grafita, e rochas calcissilicáticas
Plano de Controle Ambiental DIGV
67
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
ocorrem no âmbito desses gnaisses. As calcissilicáticas têm coloração esverdeada e
são constituídas por biotita, microclina, plagioclásio, piroxênio e anfibólio.
Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses
quartzo feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas formando cristas no
relevo devido a sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação
mineralógica destas litologias é representada por uma assembléia de quartzo,
plagioclásio, microclina, biotita, granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais
freqüentes são apatita, titanita e zircão.
Ocorrem ainda porções cataclásticas da associação plagioclásio-microclina-biotitagnaisse (pGnc), geralmente relacionadas com gnaisses milonitizados e blastomilonitos.
Biotita gnaisse cataclástico
Assim como as rochas cataclásticas do grupo anterior, os biotita gnaisses cataclásticos
ocorrem em extensas faixas segundo o trend regional, estendendo-se desde o norte de
Parati - passando pela região do rio Mambucaba - até a região de Cunhambebe. São
constituídas basicamente por biotita gnaisse cataclástico de granulação fina a média,
com laminação fina bem definida pela alternância de fitas milimétricas enriquecidas em
biotita com outras quartzo-feldspáticas granulares. O quartzo predominante ocorre,
muitas vezes, em forma de vênulas e pequenos boudins. Porfiroclastos de feldspato
(plagioclásio e microclina) ocorrem com formas ocelares e dimensões milimétricas.
Níveis milonitizados de textura grano-lepidoblástica a cataclástica são constantes.
Associados a estas ocorrem, esparsamente, pequenos corpos de mármores e de
rochas calcissilicáticas.
Apresentam relevo acidentado com cursos d’água encachoeirados, perpendiculares à
vertente da serra. Afloram geralmente em áreas de difícil acesso - vertente de trechos
da serra do Mar, de maiores altitudes locais, cobertas por mata Atlântica. Na região do
planalto da Bocaina, o relevo mostra-se colinoso com pequenos desníveis entre os
morrotes alongados, mostrando lineamentos concordantes com o trend regional
observado em fotografias aéreas e imagens de satélite.
Biotita gnaisse migmatítico
Compreende uma ampla faixa de direção NE-SW, abrangendo a região de Angra dos
Reis e Ilha da Jipóia. A rocha matriz é representada por biotita gnaisses de coloração
cinza, de granulação média, extremamente ricos em biotita, bem bandados, com
porfiroblastos de feldspato alinhados segundo o bandamento. Os cristais de feldspato
são usualmente tabulares de cor branca e rosa, alcançando até dois centímetros de
dimensão.
Devido a intrusões pegmatíticas e aplíticas, estes gnaisses encontram-se parcialmente
migmatizados. Materiais quartzo-feldspáticos (neossoma) ocorrem intercalados ao
conjunto litológico, revelando aspectos bandeados a estromáticos típicos.
Porções de composição gabróide a diorítica, ricas em biotita e anfibólio, ocorrem
localizadamente e são injetadas por frações félsicas de composição pegmatóide e
granítica. Segundo o DRM, esse termo escuro é o representante regional da rocha
original pré-existente, afetada por processos de migmatização.
Plano de Controle Ambiental DIGV
68
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Análises petrográficas dos litotipos de Angra dos Reis revelaram composição granítica
para fração neossomática e quartzo-diorítica para o biotita gnaisse por ele permeado
(paleossoma). Os minerais mais comuns desse conjunto litológico são microclina,
plagioclásio, quartzo, biotita, clorita, alanita e titanita como principal acessório.
Migmatito estromático
São rochas com bandamento centimétrico regular, marcado pela alternância de bandas
máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas, de composição quartzofesdspática, com granulação média. Essas rochas migmatíticas são constituídas
principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais acessórios
como apatita, zircão, titanita e opacos.
Afloram na região de Angra dos Reis, Cunhambebe e Parati, se estendendo segundo a
direção NE-SW, ao longo de uma faixa de aproximadamente 5 km e na região de
Parati, apresentando contato abrupto com o granitóide Parati-Mirim (gr).
Observa-se na região de Tarituba - São Roque e na região da baia da Ribeira
(Cunhambebe e Angra dos Reis) que parte da faixa migmatítica encontra-se encoberta
por sedimentos flúvio-marinhos ao longo do litoral, sendo esta litologia constituinte da
maioria das ilhas cartografadas.
Apresenta uma freqüência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares
subcentimétricos na região da Praia Brava e ao norte de Itaorna, possuindo um
bandamento mais esparso, mais irregulares e menos consistentes, proporcionados por
material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara.
Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados.
No sul da área, os migmatitos estromáticos são menos típicos devido à influência de
material granítico desenvolvido de forma indiscriminada e penetrativa, superimpondolhes estruturas do tipo agmático e schollen.
Migmatitos oftálmicos
Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas
bem foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas influenciando a forma do
relevo predominante representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a
foliação é menos marcada o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa. O
granitóide sustenta um relevo de morrotes com formas dômicas.
Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas
ocelares dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato,
biotita, anfibólio e magnetita.
Afloram na região de Cunhambebe e Angra dos Reis, com exposições em alguns
trechos da BR-101, entre o Bairro Belém e o Iate Clube Angra dos Reis e na região da
Usina Nuclear de Angra, onde ocorrem afloramentos excelentes nas pedreiras de
Ponta Grande e Ponta Fina. Nesta última apresenta boudins, pegmatitos e estruturas
agmáticas. Essa unidade é interrompida na região da baía da Ribeira, onde os
migmatitos oftálmicos constituem ilhas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
69
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Migmatito Granitóide
Ocorre como um maciço granítico na região de Conceição de Jacareí, com relevo
escarpado, serras acentuadas e colinas corrugadas. As drenagens apresentam um
padrão dentrítico refletindo um condicionamento estrutural das mesmas pelo set de
fraturas, com orientação principal NE-SW. Ocorrem ainda veios pegmatíticos cortando
esses termos petrográficos.
São rochas porfiroblásticas com uma alternância entre porções bandadas e texturas
migmatíticas e porções com texturas características de rochas granitóides onde ocorre
um aumento na quantidade de feldspatos porfiroblásticos. Nos arredores de Monsuaba
ocorre um excesso de porfiroblastos, dando um aspecto de granitóide de textura quase
homogênea. Estes cristais de feldspato (porfiroblastos) são tabulares, brancos a
róseos, com até quatro cm (eixo maior) e orientados.
Sua composição mineralógica é constituída por quartzo, biotita, anfibólio e alguma
titanita disseminada, preenchendo os espaços entre os porfiroblastos de feldspato
(microclina e plagioclásio).
Hiperstênio Granitóide
Apresentam coloração esverdeada, granulação média a grossa, textura granoblástica e
estrutura homogênea, com leves orientações localizadas, dadas pelo arranjo de alguns
fenoblastos centimétricos. A mineralogia é constituída por feldspatos esverdeados (cor
de cana) típicos, quartzo, biotita, piroxênio (hiperstênio), anfibólio e magnetita como
acessório.
Estes granitóides constituem as rochas da suíte charnockítica distribuídas nos terrenos
limitados pela Ilha Grande. Análises petrográficas realizadas (DRM, 1983) revelaram
que as rochas charnockíticas meso-melanocráticas, cinza-esverdeadas, são derivadas
de granulitos retrometamorfisados.
Os charnockitos da Ilha Grande gradam para termos granitóides porfiroblásticos,
resultante de uma intensa feldspatização - provavelmente potássica - em base
charnockítica original.
Granitóide Parati
Apresenta textura grossa e porfiroblástica, com mineralogia a base de quartzo,
feldspato, biotita, anfibólio, magnetita e titanita disseminada, sendo que os
porfiroblastos são de feldspato e estão discretamente orientados. São rochas
isotrópicas com foliação localizada. Os termos petrográficos originais que geraram os
granitóides através de processo de granitização/felspatização eram de composição
gabróide e/ou granítica.
Aflora por uma ampla área, abrangendo a região de Parati e com exposições ao longo
da BR-101. Possui um relevo movimentado representado por serras de cristas
angulosas, e por morrotes arredondados situados nas áreas de planalto e na grande
vertente da serra do Mar. No planalto despontam formas tipo “pão-de-açúcar”
escarpadas e com estrias. Abrange também as áreas de relevos suaves próximas ao
litoral.
Plano de Controle Ambiental DIGV
70
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Unidade do Precambriano Superior / Eocambriano
Rochas Graníticas (Gr)
Os maciços graníticos na região receberam denominações toponímicas locais (DRM,
1983) devido a sua distribuição geografica. O Projeto Carta Geológica do Estado do
Rio de Janeiro (DRM, op.cit.) caracterizou os granitos Carrasquinho, Parati-Mirim,
Angra, Mambucaba e Mangaratiba, além de assinalar a ocorrência generalizada de
corpos graníticos menores, às vezes não mapeáveis na escala 1: 50.000.
São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades
rosadas, estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas
marcadas pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas
ocorrem de forma localizada e esparsa. Apresentam contatos bruscos com as rochas
gnaissico-migmatitícas encaixantes, por vezes irregular e difuso, onde em alguns locais
ocorrem xenólitos de tipos diversos de migmatito e gnaisse no interior das massas
graníticas.
A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita,
anfibólio, titanita e magnetita como acessório freqüente. Cristais esparsos de pirita
ocorrem nas proximidades da região de Itaorna. A pirita ocorre, também, preenchendo
fraturas.
O granito Carrasquinho ocorre com dois amplos corpos distintos situados na divisa
RJ/SP, a noroeste de Parati e na região da localidade Pedra Branca. Esse litotipo
sustenta um relevo ondulado a montanhoso.
O granito Parati-Mirim apresenta-se como uma larga faixa no sentido NE, entre o sul de
Parati as proximidades de Parati-Mirim. Possui faixas alongadas de migmatitos
estromáticos e possui contatos difusos com tipos gnáissicos encaixantes.
O granito Angra está situado a oeste da cidade de Angra dos Reis, na região de
Cunhambebe. Aflora sob a forma de grandes blocos de rocha na superfície das
encostas e em paredões amplos e abaulados.
O granito Mambucaba ocorre como quatro corpos graníticos alongados e
arredondados, na região do rio Mambucaba, ao sul da localidade de Frade e ao norte
de Tarituba. Topograficamente, mostra morros pontiagudos e cônicos e relevo colinoso
com “pães-de açúcar” (próximo a Tarituba), com a drenagem do tipo radial-dentrítica.
O granito Mangaratiba ocorre na porção extrema leste, onde constituem trechos da
linha de costa. Localmente, apresenta relevo realçado, de padrão quase homogêneo,
na forma de domo praticamente desprovido de vegetação.
Unidades do Jurássico/Cretáceo
Diques de basalto e diabásio
Ocorrem na região diques de diabásio, basalto e lamprófiro, estendendo-se
praticamente por toda a área, com maiores concentrações nas regiões da baía da
Ribeira, Itaorna e ao sul de Parati. Esses diques são injetados preferencialmente em
planos de fraturas pré-existentes, onde estão orientados segundo N45E, com mergulho
vertical ou subvertical. Localmente podem ter direção N-S e NW-SE. Apresentam
larguras que variam de menos de metro até dezenas de metros.
Plano de Controle Ambiental DIGV
71
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Apresentam lineamentos marcantes em imagens de satélite e fotografias aéreas, e
contatos nítidos com as encaixantes. Encontram-se fraturados internamente e nos
contatos, com padrões ortogonais.
Em afloramento, os diques mostram textura típica de diabásio, de coloração cinza
escuro esverdeada, com predominância de plagioclásio (em forma de ripas) e
fenocristais ferro-magnesianos (piroxênio) e opacos. O diabásio intemperizado
apresenta-se sob a forma de blocos esfoliados, com cor amarelo-ocre e solos
derivados vermelho alaranjados, imersos em regolito marrom avermelhado.
A gênese destas litologias está relacionada à Reativação Wealdeniana, responsável
pelo fraturamento e rifteamento acompanhado por atividade ígnea básica e alcalina
durante o Jurássico Superior/Cretáceo Superior, com alguma ocorrência até o
Terciário.
Os diques de basalto são petrograficamente similares ao diabásio, embora com
granulação mais fina, textura afanítica e menos abundantes. Segundo relações de
campo, datações e conteúdo potássico, o basalto e o diabásio têm origem comum.
Suas espessuras alcançam até 3 metros.
Em Itaorna aflora um sistema de diques de lamprófiro, perfazendo uma faixa de 100 a
150 metros de largura (1 a 2 metros de largura cada um), onde preenche uma zona de
fraturas orientadas na direção oeste/nordeste (N70/80W). É uma rocha cinza
esverdeada, de granulação fina a média, composta de biotita, carbonatos, olivina e
traços de microclina. São cortados por delgados veios mineralizados de calcita, que
estão deformadas por falhamentos mais recentes, onde estes deslocam a parede nos
contatos dique/rocha encaixante.
Informação de sondagens - mencionadas em estudos da Weston Geophysical, 1981 realizadas no sítio de Itaorna, indicam que a instalação da seqüência de diques
diabásio/basalto é anterior a instalação dos diques de lamprófiro.
Unidades do Quaternário (Holoceno)
Depósitos flúvio-marinhos e marinhos
Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas
de areias grossas, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com
camadas de argila e/ou silte. Nas porções próximas a linha de costa predomina
sedimentos arenosos que vão variando seus percentuais com teores de silte, argila e
matéria orgânica, conforme adentram o continente, sendo estes últimos relacionados a
ambientes flúvio-lagunares.
São depósitos sedimentares característicos de ambientes de transição, com
características de depósitos praiais, lagunares e fluviais sobrepondo-se localmente. Os
sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características
transgressivas ligadas a última oscilação do nível do mar.
Depósitos de mangue
Ocorrem nas regiões litorâneas dos municípios de Parati e Angra dos Reis. Os
depósitos de mangue estão relacionados aos ambientes do trecho inferior dos cursos
dos rios, próximos ao mar. São caracterizados por lamas e lodos síltico-argilosos ricos
Plano de Controle Ambiental DIGV
72
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
em matéria orgânica, com cores escuras a muito escuras e parcialmente cobertas por
vegetação típica.
Os sedimentos que são carreados pelos rios ao mar são retrabalhados, formando
depósitos praiais. Em conjunto, os sedimentos coluviais transportados por movimentos
de massa próximo a linha da costa podem ser retrabalhados pelo mar colaborando com
a formação dos sedimentos praiais.
Segundo Abreu (1947) ocorrem restos localizados de antigos depósitos de sambaqui
na região do forte, nos arredores de Parati. Tratam-se de pequenas manchas com
agregados de conchas calcárias e seixos polidos de diabásio misturados com material
argilo-síltico orgânico de coloração escura.
Depósitos aluvionares
Ocorrem nas redes de drenagens atuais e são constituídas por cascalhos, areias finas
e médias, silte e argila, incluindo os aluviões atuais, os depósitos de terraços e as
várzeas. Ocupam as calhas e planícies dos rios de maior porte da região como os rios
Jurumirim, Floresta, Bracuí, Mambucaba, São Roque, São Gonçalo, Pequeno e
Perequê-Açu, dentre outros. Podem ocorrer níveis conglomeráticos localizados como
nas margens do rio Bracuí.
Depósitos coluvionares
Ocorrem relacionados a encostas e elevações e estão distribuídos de forma
descontínua, por vezes relacionados a material eluvionar, sendo constituídos de uma
mistura de solos residuais lixiviados (ou transportados), geralmente compostos de
areias siltosas, argilas, cascalhos e matacões. São derivados do intemperismo e
erosão dos solos residuais e das rochas localizadas nas partes mais superiores das
elevações, e transportados encosta abaixo por gravidade através de rastejo (creep),
deslizamentos de massa ou desmoronamento de blocos. Em zonas de relevo íngreme,
surgem depósitos de tálus com blocos, matacões e seixos de dimensões variadas.
Geologia Estrutural
O arcabouço geológico da região passou por vários eventos tectono-metamórficos
representados primeiramente pela evolução dos terrenos gnáissicos-migmatíticos
durante todo o pré-cambriano e, posteriormente, afetadas pelo Ciclo Brasiliano durante
o proterozóico superior, onde estas litologias foram intensamente deformadas por
esforços compressivos de direção NW-SE e por movimentos tangenciais resultantes
destes esforços.
Segundo CPRM (2000), durante a orogênese brasiliana um regime de cisalhamento
tangencial associado à colisão continental impôs uma estruturação regional de direção
NE-SW. As principais feições então originadas envolvem a obliteração e
lenticularização de leitos e bandas, truncações tectônicas, dobras intrafoliais, duplexes,
estiramento mineral, foliações miloníticas com subgranulação e recuperação dos
minerais, sigmóides e sombras de pressão. As foliações geradas pela deformação
tangencial exibem dobramentos superpostos, abertos a fechados, de amplitudes
métricas a decaquilométricas e com eixos de direção NE-SW.
O arcabouço estrutural definido durante o Orógeno Brasiliano foi completado com
deformações impressas durante um regime compressivo transcorrente, novamente
Plano de Controle Ambiental DIGV
73
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
simples e dúctil. A mais importante zona de cisalhamento de alto ângulo, com até 10
km de largura de rochas miloníticas, e contínua por mais de 300 km segundo a direção
NE-SW, esta situada mormente no vale do rio Paraíba do Sul e atravessa todo o
estado. A partir dessa zona principal são observadas inúmeras zonas de cisalhamento
secundárias e assintóticas, que demonstram a movimentação dextral dos blocos
crustais e se ramificam em feixes para NNE e SSW. Nessa mesma região, várias
escamas de cavalgamento paralelas ao lineamento principal, são sugestivas de uma
estrutura em flor positiva. As feições estruturais de alto ângulo, em mesoescala e ao
microscópio, são as mesmas referidas para a deformação tangencial (CPRM 2000).
As feições estruturais mais representativas destes eventos tectônicos são as foliações
e os bandamentos presentes nos gnaisses e migmatitos de fácies anfibolito, que
mostram uma foliação conspícua orientada segundo N40-60E proporcionada,
principalmente, pelo alinhamento de biotita e por um bandamento bastante regular
propiciado pela alternância dos minerais máficos (biotita, anfibólio) com níveis quartzofeldspáticos. Variações no trend regional da foliação ocorrem adjacentes aos corpos
graníticos e nos domínios migmatíticos mais complexos. Nestes, essas estruturas
podem estar cortadas por veios quartzo-feldspáticos, às vezes dobrados ou difusos.
Essas faixas intensamente deformadas são caracterizadas por uma foliação vertical a
subvertical e por rochas fortemente dobradas, com laminação notável, lineações de
atrito e dobras isoclinais apertadas mostrando transposição. Essas dobras fechadas
mostram eixos de direção geral tendendo a coincidir com a direção de foliação regional,
em torno de N65E com caimento ora para NE, ora para SW, com baixo ângulo. Em
zonas mais afetadas tectonicamente, tais dobras apresentam apenas suas charneiras
em forma de “meias-luas” devido ao rompimento e/ou adelgaçamento de seus flancos,
proporcionados por deslizamento ruptural ao longo dos próprios flancos.
Ocorrem ainda dobras mais abertas, às vezes paralelas e simétricas, em rochas
quartzíticas (cisalhamentos metamórficos dentro da foliação associados com eixo de
dobras quase verticais ocorrem nos quartzitos e gnaisses), e de características
plásticas e irregulares em migmatitos.
As falhas constituem-se em elementos de grande importância para a estruturação
geológica e geomorfológica regional. A Serra do Mar é considerada como uma escarpa
de falha recuada pela erosão remontante, cuja formação iniciada no final do Cretáceo,
vem se desenvolvendo durante todo o cenozóico.
Os falhamentos estão posicionados segundo a direção regional da foliação, com planos
de mergulho de alto ângulo para NW. A evolução dessas feições estava ligada aos
estágios da estabilização e reativação da Plataforma Brasileira (ALMEIDA, 1969), após
o pré-cambriano e término do Ciclo Brasiliano. A partir do Jurássico-Cretáceo
ocorreram deslocamentos verticais ao longo de falhas transcorrentes pré-existentes
dando origem ao relevo escalonado que caracteriza a Serra do Mar.
Durante a reativação Wealdeniana (ALMEIDA, 1967), no Mesozóico, desenvolveu-se
outro sistema de falhamentos cujos reflexos se fizeram sentir até o Terciário,
originando os sistemas NW e NE além das falhas e fraturas NE-SW coincidentes com
as grandes estruturas. Esse tectonismo contribuiu para o arcabouço de blocos
escalonados, onde grandes blocos foram se abatendo em direção à Bacia de Santos e
basculando para o lado do continente, provocando o desenvolvimento de bacias
Plano de Controle Ambiental DIGV
74
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
tectônicas (Bacia de Santos). Este processo de abertura do oceano Atlântico refletiu
em uma notável atividade magmática, expressa na área por numerosos diques básicos,
intermediários e alcalinos (são reconhecidos diques de diabásio, basalto e lamprófiro
em superfície e sub-superfície).
Segundo ALMEIDA (1983), uma nova fase tectônica associada ao magmatismo
alcalino ocorreu após o vulcanismo basáltico. DAMASCENO (1966) e ALMEIDA (1976)
referem ao emplaçamento desses diques ao soerguimento regional da Plataforma no
período entre Jurássico Superior e Cretáceo Inferior. Durante o Cenozóico prosseguiu
este desequilíbrio, mas com menor intensidade. Evidências de movimentações
tectônicas relativamente recentes como o soerguimento da Serra do Mar, foram
observados por pesquisadores.
Segundo FÚLFARO e PONÇANO (1974), a instabilidade na Serra do Mar está
representada por uma faixa de tensões tectônicas residuais que poderiam ser liberadas
em processos de movimentação contemporânea. Ainda de acordo com esses autores
(1972) a sismicidade do sistema tectônico da Serra do Mar, embora fraca, não é
desprezível (EIA Angra 2, 1997).
HABERLEHNER (1978) relata a ocorrência de movimentos verticais terciários na
região sudeste e continuidade de ajustes crustais até os dias de hoje.
Pesquisas geológicas realizadas a partir de 1976 por ALMEIDA e por estudos mais
recentes (RICCOMINI, 1990), discutem a possibilidade de instalação de um sistema de
Rifts na Serra do Mar. Cabe assinalar que, por definição, o Rift-valley (vale de
afundamento) é uma depressão alongada que se desenvolve nos limites de placas
litosféricas divergentes resultante de distensão crustal, caso este não aplicado à região.
Segundo SAADI (1993), as bacias são do tipo meio graben mergulhando para NW. O
autor propõe uma gênese ligada a um abatimento relacionado ao arqueamento
causado pelo levantamento da Serra do Mar e basculamento da Bacia de Santos.
Discute também, citando autores como MELO et al. (1985), que defendem uma
distensão crustal relacionada com o processo de ruptura continental, e, RICCOMINI
(op. cit.), que utiliza a denominação “O Rift Continental do Sudeste Brasileiro” e
relaciona a origem dessa feição a uma distensão NNW-SSE imposta pelo
basculamento termodinâmico da Bacia de Santos. A partir dos estudos realizados,
SAADI (op. cit.) resume que se trata de um “rift continental gerado a partir do
Oligoceno, por reativação da zona de cisalhamento do Paraíba do Sul (ENE-WSW)
formando uma série de meio grabens isolados por falhas NNE-SSW.
Trabalhos desenvolvidos na região do empreendimento não têm identificado fraturas ou
outras feições estruturais que tenham deslocado sedimentos recentes. Investigações
geológicas regionais realizadas (KIERSCH, 1982), concluíram que feições estruturais
da área de interesse são similares no estilo, escala e trend com aquelas da grande
zona milonítica do Lineamento Taxaquara – Além Paraíba (LTAP), não havendo
evidências de que essa zona seja ativa.
O LTAP apresenta-se como zona de cisalhamento rúptil-dúctil, tendo seu
desenvolvimento ligado a evolução do Escudo Brasileiro e não há conecção genética
nem espacial das estruturas reconhecidas na área em estudo com as bacias de
Taubaté ou de Resende. Não há nenhuma evidência de reativação observada tanto
Plano de Controle Ambiental DIGV
75
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
nas zonas cataclásticas como nas zonas de caráter dúctil (ancestral ductil faults).
Nenhuma feição de rift foi identificada e os lineamentos correspondem a variações na
litologia, foliação, diques, fraturas e zonas de juntas.
O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM (1983) e a
Weston Geophysical Co. (1982) desenvolveram estudos caracterizando estruturas
marcantes na região de interesse.
O bandamento dos litotipos gnáissicos (biotita gnaisses cataclásticos) apresenta
direção N40-60E com mergulhos de médio e alto ângulo para noroeste e estando
localmente milonitizado. Os principais traços de falha se posicionam segundo a direção
geral de foliação.
Em Angra dos Reis ocorrem falhas de direção coincidente com a foliação N40-50E. O
DRM (1983) verificou indícios de reativação ao longo de falhas nessa região,
representada por uma brecha tectônica. Nesse local a rocha gnáissica mostra-se
fragmentada em grãos angulosos milimétricos e centimétricos, bastante decompostos e
caolinizados, cimentados por material sílico-ferroso.
A Weston Geophysical Co (1982) caracterizou diferentes falhas em zonas
intensamente fraturadas, com slickensides e localmente preenchidas por argila
(gouge), com brechas intemperizadas, brechas com grãos rotacionados e quebrados,
por vezes cimentados por material ferruginoso e silicoso, com calcita deformada e uma
expressiva freqüência de juntas e diques básicos associados. As falhas abordadas
nesses estudos são as descritas a seguir.
•
Falha de Jacuecanga
Localiza-se na BR-101 (Rio-Santos), próxima a enseada de Jacuecanga e cerca de 20
km em linha reta da CNAAA. O afloramento, com cerca de 33 metros é caracterizado
pela complexa disposição das fraturas e brechas, sendo estas preenchidas com diques
de basalto e diabásio, e que se encontram bastante intemperizadas. Observações
anteriores indicam que o desenvolvimento da zona de brecha é anterior à instalçao dos
diques, que não estão brechados. É nesta zona também, que ocorre o contato entre
gnaisse laminado e gnaisse granítico.
A zona de brecha tem direção N60E e as fraturas que cruzam-na são de baixo ângulo
(N80W-30SW), sendo que os diques de e diabásio/basalto em torno de N75E
encontram-se intrudidos nessas estruturas.
As fraturas de alto ângulo (N50-60NW) apresentam estrias de deslocamento e, próximo
a elas, os diques apresentam deformações de cisalhamento. Os diques de diabásio
mais afastados não estão deformados.
•
Falha da Pedreira de Jacuencanga
Situada à nordeste de Jacuecanga, a cerca de 1km da falha de Jacuecanga, o
afloramento ocorre em uma grande pedreira de rocha gnaissica (gnaise laminado),
onde a zona fraturada apresenta de 2 a 3 metros de largura com direção N45E e
mergulho 85SE. A zona é caracterizada por estrias de deslocamento (“slikensides”)
com caminho de 20ºE, indicando rejeito lateral dextrógiro. Apresenta-se esbranquiçada
e mineralizada por uma assembléia de calcita-clorita, onde “slikensides” calcita indicam
que a falha é posterior à mineralização.
Plano de Controle Ambiental DIGV
76
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Na zona de falha de Piraquara, a calcita ocorre com deformação semelhante à
observada na falha da pedreira de Jacuecanga, também com direção N45E, cortando
um contato dique de basalto/rocha encaixante. A partir da similaridade observada entre
as duas falhas, infere-se que elas são posteriores ao dique de basalto(Jurássico
Superior).
•
Zona de Falha de Angra dos Reis
Com aproximadamente 14 km de extensão, um traçado um tanto curvo passando pela
ilha da Jipóia, Angra dos Reis até as colinas situadas no Sopé da Serra do Mar, é uma
das mais proeminentes falhas da região e similar à falha de Jacuecanga, embora mais
silicosa e menos intemperizada. Em alguns locais, chega a medir mais de 30 metros de
largura, com afloramentos de blocos de rocha alongados (forma de paralelepípedos), e
oxidados. Em afloramentos não intemperizados, a zona mostra brechas com blocos de
litologias diferentes (polimíticos) e matriz constituída de chert e óxidos de ferro. Em
Angra dos Reis e a sudoeste (direção para a ilha da Jipóia) a zona de falha corta
gnaisses diversos e gnaisses graníticos segundo a direção N45E. Para NE a zona
assume direção N25E cortando gnaisses graníticos.
Próximo e adjacente às falhas, ocorrem diques de diabásio que, segundo
interpretações de pesquisadores, são posteriores à brecha silicificada, enquanto que a
argila de preenchimento (gouge) e as falhas não cimentadas são presumivelmente
mais novas e posteriores ao posicionamento daqueles diques.
•
Falha da Pedreira do Pontal
Próximo à fazenda do Pontal, em uma pedreira abandonada, ocorre uma falha segundo
N70E-70NW. A zona de falha caracteriza-se pela presença de um dique de diabásio
com cerca de 1 a 2 metros de largura, moderadamente alterado, tabular, com um
modelo de fraturamento facoidal. Slinckensides quase horizontais indicam rejeito
horizontal dextrógiro. A ocorrência de fraturamento e cisalhamento no dique e em área
adjacente, indicam que a falha é posterior a sua intrusão.
•
Falha da Pedreira de Lídice
Aflora em uma pequena pedreira, na rodovia Lídice-Angra dos Reis, em uma ampla
faixa quartzítica, onde se apresenta com cerca de 10 metros de comprimento, direção
N20E e mergulho 70E. Ela deforma um dique de basalto brechado de 30 cm de largura
e com a mesma orientação. Essa estrutura localiza-se fora da região.
•
Falha da Praia das Pedras
Na proximidade da praia das Pedras, ao sul da praia Brava, aflora ao longo da BR-101
um dique de basalto com 1,5 metros de espessura, de direção N35E. O mesmo
encontra-se falhado, onde a falha apresenta direção N45E e mergulho subvertical
(85SE). Slinckensides com caimento de 15o SW indicam rejeito horizontal sinistral. A
zona fraturada da falha está cloritizada e possui 1,0 metro de largura, contendo argila
de preenchimento (gouge) e calcita estriada. A falha é posterior ao dique de basalto.
•
Zona de Falha Mambucaba
Na BR-101, a leste da vila de Mambucaba, há um afloramento de gnaisse e granito
onde ocorre uma zona de falha com direção N65E sendo caracterizada por intenso
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77
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
fraturamento e presença de brecha de falha, com cerca de 50 metros de largura. Tratase de uma zona de falhamento complexa alinhada com a falha de Ponta Grande, sendo
que o estilo de ambas é similar. A zona de brecha possui 3 metros de largura, sendo
composta de gnaisses e granitos cisalhados e brechados. Essa falha é algo cloritizada
e similar na aparência à falha de Angra dos Reis.
O rejeito horizontal dextrógiro é predominante, embora tenha sido reconhecido também
um rejeito horizontal sinistral. Ocorrem slinckensides com três direções diferentes de
caimento, 45E, 40W e 15E. Não há relações de idade dessa falha.
•
Falha de Ponta Grande
Esta zona de falha é bem definida e concordante com o plano de foliação
(N65E/subvertical) do migmatito oftálmico (ou “augen gnaisse”) que ocorre na Ponta
Grande, enseada de Itaorna.
Encontra-se intemperizada até uma profundidade de 24 metros abaixo do nível do mar,
contendo uma abundância de blocos e fragmentos de rocha que se encontram
rotacionados, arrastados, amassados e comprimidos dentro de uma matriz deformada
de material argilo-arenoso que preenche a zona em 1 e 2 metros de largura. Porções
ricas de biotita do gnaisse migmatítico estão alteradas para argila avermelhada com
relictos da estrutura da rocha. Esse material ocorre de forma comprimida entre blocos
da parede de falha menos intemperizados e estão localizados também dentro da zona
de falha.
•
Falha Oeste de Mambucaba
Dois diques de basalto com atitude N35W-85SE ocorrem a aproximadamente 2 km a
oeste de Mambucaba. Cada um possui 1 metro de largura e estão intrudindo um
granito pós-tectônico (Granito Mambucaba). Juntas posicionadas segundo N45E-85SE
ocorrem adjacentes aos diques e cortam os mesmos e o granito. Uma estreita zona de
falha com 20 cm de largura e com argila de preenchimento (gouge) desloca o contato
basalto/granito. Esse falhamento é posterior a intrusão do basalto.
Segundo os estudos da Weston, não há evidências de atividades neotectônicas (falhas
recentes de idade quaternária) na região de interesse. As ocorrências de falhamentos
mais jovens podem ser datadas entre o Terciário Médio a Superior. Nesses estudos
não foi verificada a ocorrência de estruturas do tipo rift.
BERROCAL et al. (1993) associaram uma série de eventos sísmicos ocorridos no
distrito de Monsuaba, município de Angra dos Reis, entre dezembro de 1988 e
fevereiro de 1989 à uma provável falha reversa de dimensões pequenas, com atitude
N25E/35SE, situada a 24 km de Itaorna. Segundo MIOTO (1997), essa estrutura e a
mobilidade associada pode indicar a existência de uma falha ativa, porém sem feições
de ruptura à superfície.
Existem quatro sistemas de juntas subverticais e um de baixa inclinação, atribuído ao
alívio de carga (sheeting). Os sistemas são paralelos, normal, subnormal e dois
oblíquos à foliação. Essas juntas não apresentam o mesmo desenvolvimento, possuem
espaçamento variável e podem estar ausentes em alguns locais. Geralmente, truncam
as rochas gnáissicas e granitóides e as falhas transcorrentes. Para alguns autores
(HASUI et al., 1982) a origem destas juntas é tardia no Ciclo Brasiliano. Outros
Plano de Controle Ambiental DIGV
78
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
pesquisadores (Weston Geophysical Co., 1982) reconhecem juntas posteriores aos
basaltos e diabásio associados à reativação Wealdeniana do Jurássico Superior.
Ainda segundo os estudos da Weston (1982) realizados no sítio de Itaorna, existem
dois sistemas principais de juntas subverticais: N20W-50W e N50-70E.
b) Geologia das Áreas de Influência
As Áreas de Influência são constituídas por gnaisses, migmatitos, granitos, rochas
básicas e depósitos sedimentares.
Os litotipos gnáissicos são muito semelhantes, com predominância de plagioclásiomicroclina-biotita-gnaisse e com inclusões de faixas quartzíticas; biotita gnaisse e
biotita gnaisse migmatítico, preferencialmente estromático, e com intrusões graníticas.
A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com
bandamento marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na
rocha e localmente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Entre as
estruturas presentes, destacam-se por vezes características de rochas cataclásticas.
Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses
quartzo feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas e formando cristas no
relevo devido a sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação
mineralógica destas litologias é representada por uma assembléia de quartzo,
plagioclásio, microclina, biotita, granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais
freqüentes são apatita, titanita e zircão.
Associados ainda aos termos gnáissicos, ocorrem biotita gnaisses cataclásticos de
granulação fina a média, com laminação fina bem definida pela alternância de fitas
milimétricas enriquecidas em biotita com outras quartzo-feldspáticas granulares. O
quartzo predominante ocorre, muitas vezes, em forma de vênulas e pequenos boudins.
Porfiroclastos de feldspato (plagioclásio e microclina) ocorrem com formas ocelares e
dimensões milimétricas.
As rochas migmatíticas são representadas pelos migmatitos estromático e oftálmico. O
primeiro é caracterizado por rochas com bandamento centimétrico regular, marcado
pela alternância de bandas máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas,
de composição quartzo-fesdspática, com granulação média. Essas rochas migmatíticas
são constituídas principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais
acessórios como apatita, zircão, titanita e opacos.
Apresenta uma freqüência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares
subcentimétricos na região da Praia Brava e, ao norte, de Itaorna apresenta um
bandamento mais esparsos, mais, irregulares e menos consistentes, proporcionados
por material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara.
Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados.
Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas
bem foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas influenciando a forma do
relevo predominante representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a
foliação é menos marcada, o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa.
Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas
ocelares dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato,
Plano de Controle Ambiental DIGV
79
Diagnóstico do Meio Físico
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biotita, anfibólio e magnetita. Na área do empreendimento ocorrem afloramentos
excelentes nas pedreiras de Ponta Grande e Ponta Fina. Nesta última, apresenta
boudins, pegmatitos e estruturas magmáticas.
Na região entre a Ponta Grande e a Ponta Fina, incluindo Itaorna e as encostas
adjacentes, afloram gnaisses migmatizados e migmatitos (com estruturas estromáticas
e oftálmicas). Apresentam alternância de bandas máficas e félsicas e intercalações de
xistos e anfibolitos. As bandas máficas são representadas por porfiroblastos de
feldspato ocelares em matriz biotítica enquanto as bandas félsicas são constituídas por
granitóides ou pegmatóides de composição quartzo-feldspática.
Os gnaisses apresentam bandamento composicional com orientação planar (NE-SW)
de minerais e feições de estiramento (boudinage, feldspatos ocelares). Trabalhos
anteriores da Weston e do IPT relatam a presença intrusão diorítica na Ponta Fina.
Mencionam também a existência de ondulações na foliação e o envolvimento dos
diques básicos na deformação afetando os gnaisses.
Estes trabalhos relatam a existência de veios graníticos e pegmatíticos discordantes
com a foliação regional e intrusões graníticas que truncam as litologias acima,
denotando uma evolução geológica bastante complexa no local. Essa evolução envolve
as falhas de Ponta Grande e Piraquara e outras associadas, mais alguns tipos
litológicos diferentes e alterações hidrotermais. A origem da falha de Ponta Grande
deve ser anterior à instalação das rochas graníticas que cortam essa zona de falha.
Diques de rochas básicas foram intrudidos nos estágios iniciais da Reativação
Wealdeniana e são representados por diabásios e basaltos encaixados nas rochas précambrianas, concordantes com o arcabouço estrutural regional (N40-50E), e por vezes
discordantes. Posteriormente a estas intrusões básicas, ocorreu o magmatismo alcalino
representado por um conjunto de diques de lamprófiro (direção N65-70W), detectados
por sondagens realizadas na região de Itaorna.
Segundo Weston (1982), não é conhecida a ocorrência de falhamentos ou outra
atividade tectônica desde o Cretáceo Inferior em Itaorna, sendo que a falha mais antiga
deve ser a de Ponta Grande, seguida de falhas NE, provavelmente ligadas a
Reativação Wealdeniana. As mesmas são cortadas por uma falha de direção N70W
(mais jovem).
O granito Mambucaba ocorre na porção norte e leste da AII. São rochas leucocráticas,
isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades rosadas, estrutura maciça,
granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas marcadas pelo
alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de
forma localizada e esparsa. A assembléia mineralógica é formada por quartzo,
microclina, plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório freqüente.
Ocorrem cristais esparsos de pirita e, também, preenchendo fraturas.
Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas
de areias grossa, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com
camadas de argila e/ou silte. Os sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote
sedimentar, características transgressivas ligadas a última oscilação do nível do mar.
Estes são cobertos na maior parte de Itaorna por aterro utilizado na implantação da
CNAAA.
Plano de Controle Ambiental DIGV
80
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Apresentam uma seqüência estratigráfica representada pela alternância de areias finas
e argilas, onde a parte superior do pacote é composta por areias e a porção central da
praia apresenta mais de 20 metros de espessura. Sondagens realizadas na área
apresentaram três ou mais camadas de argila alternadas com areia.
Segundo Weston (op. cit.), houve seqüências deposicionais transgressivas na área. A
primeira transgressão depositou uma unidade de areia basal diretamente sobre o solo
residual, com espessuras de até 3 metros. Trata-se de um depósito marinho típico de
praia, mais grosseiro na sua porção distal. A areia basal é coberta por uma camada de
argila (2 a 7 metros de espessura). A segunda seqüência transgressiva é constituída
por uma fina camada de areia subjacente a uma camada mais espessa de argila,
representando uma transgressão similar àquela, porém com um nível do mar
relativamente mais alto. A camada de argila superior cobre, localmente, solos coluviais
soterrados indicando movimentos de massa antigos próximo à linha da costa.
A seqüência sedimentar marinha superior na enseada de Itaorna, tanto no continente
quanto na área marinha (offshore), é composta de espessas camadas de areia. Essas
areias crescem em espessura desde 5 metros na área marinha até 10 metros na parte
do continente. A textura desses sedimentos torna-se mais grossa a medida que se
aproxima da base das encostas que cercam a enseada. Esta última unidade,
essencialmente arenosa, representa uma regressão do mar e uma progradação da
linha de praia antes da configuração atual.
Segundo os estudos mencionados, todos os sedimentos parecem estáveis e com a
mesma configuração da época em que foram depositados.
Geotecnia
As áreas de influência do empreendimento apresentam geologia e geomorfologia
características da Serra do Mar, onde predominam gnaisses e granitos recobertos por
manto de solos residuais e coluviais/talus.
Estes mantos de solos apresentam espessuras diferenciadas, variando de centímetros
até a profundidade de 30 metros. O terreno, acidentado e com encostas íngremes, e
grandes alturas (desníveis superando 800 metros). A presença de falhamentos e
fraturamentos também merece atenção, pois pode contribuir para a instabilidade de
taludes e encostas.
Nos sopés das escarpas rochosas, com taludes quase verticais, também se observam
depósitos de tálus/colúvios e solos residuais.
Outro aspecto que deve ser ressaltado é o climatológico, pois a presença de água
potencializa a instabilidade de encostas e taludes: as chuvas na região freqüentemente
superam os 2000 mm anuais, ocorrendo, em sua maioria, nos meses de verão
(novembro-março).
Mecanismos de Escorregamentos
Dois fenômenos são os principais mecanismos que induzem os processos de
escorregamento, o aumento das pressões intersticiais da água e a redução da sucção
matricial. Estes mecanismos podem ser simultâneos, porém, se ocorrerem
isoladamente, também acarretam a instabilidade dos solos e consequentemente geram
os deslizamentos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
81
Diagnóstico do Meio Físico
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O aumento das pressões intersticiais no interior dos solos ou das fraturas rochosas
ocorre devido à infiltração da água durante as chuvas. Este mecanismo é explicado
segundo o critério de ruptura de Mohr-Coulomb, que consta de todos os compêndios
de mecânica dos solos através da equação:
τ = c + (F - u) tan N’,
onde:
τ = resistência ao cisalhamento do material no plano de ruptura, expressa em unidades de
tensão (kPa);
c = coesão, ou seja, uma parcela que é independente da tensão normal, em unidades de
tensão (kPa);
σ = tensão normal atuante no plano de ruptura ou deslizamento, expressa em unidade de
tensão (kPa);
u = poropressão, ou pressão intersticial da água, também expressa em unidade de pressão
(kPa); e
φ = ângulo de atrito interno do material, expresso em graus.
Quando a água das chuvas infiltra no terreno provoca um aumento do nível d’água e
um aumento na pressão da água "u". Se "u" aumenta, o segundo termo da equação de
Mohr-Coulomb sofre uma redução, e a resistência ao cisalhamento resultante diminui.
O mecanismo de redução da sucção matricial é um pouco mais complexo, pois ocorre
acima do nível d’água, em solos denominados não saturados, ou seja, solos em que os
vazios no interior da sua massa não se encontram totalmente preenchidos pela água.
Assim, logo acima do nível d'água ocorrem fenômenos de capilaridade. Desta maneira
a água apresenta-se sob tensão negativa, ou sucção, que atrai os grumos de solos uns
contra os outros, produzindo o que se chama de coesão aparente.
Em solos residuais e coluviais de regiões tropicais o mecanismo de redução da sucção
matricial é muito comum, pois no período de estiagem o nível d’água do terreno é muito
baixo, ou quase inexistente, ficando o terreno desta maneira com uma resistência
grande aos processos de deslizamentos. Durante a época das chuvas, o nível d’água
sobe muito saturando o terreno, onde aí o valor da coesão aparente na equação de
Mohr-Coulomb tenderá a zero, caindo à resistência do solo e levando à ocorrência de
deslizamentos de encostas.
Podemos afirmar então que nas regiões tropicais a chuva é o principal agente causador
de deslizamentos de massa e seus efeitos podem ser controlados ou minimizados
através do controle da drenagem superficial.
Aspectos litológicos e estruturais
As rochas que ocorrem na área são migmatitos, em graus diversos de migmatização,
representantes originais de biotitagnaisses, biotita-anfibólio-gnaisses e anfibolitos
(paleossoma), transformados por aporte generalizado de fração neossomática granítica
a pegmatóide. Desse processo resultou uma tipologia litológica muito variada, desde
gnaisses típicos, extremamente ricos em biotita bem laminados a granitos de textura
variada passando por gnaisses com amplo desenvolvimento de porfiroblastos
feldspáticos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
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Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A estrutura dominante nos migmatitos é a estromática, largamente distribuída na área,
caracterizando-se por um bandeamento centimétrico bastante regular, por vezes
descontínuo, com alternância de minerais máficos, predominantemente biotíticos, e
félsicos, quartzo-feldspáticos, de granulação média, o quem em síntese, confere a
rocha uma sequência de faixas escuras e claras, aproximadamente paralelas e de
regularidade variável.
Foram constatadas algumas intrusões básicas na forma de diques e, em alguns locais,
também vestígios de suas presenças pela ocorrência de blocos nos depósitos, pela
textura do solo resultante e pela ocorrência de escassos afloramentos.
As rochas apresentam xistosidade local e regional e em torno de N 50 a 70 E, com
mergulhos fortes, 60 a 80 NW. O fraturamento mostra uma família dominante de
direção NE e outra de direção NNW. Ambas marcam a morfologia: direção das
escarpas, das ilhas e do recorte do litoral.
Condicionantes Geológicas e Geomorfológicas
O estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – IGEO/UFRJ
constatou o controle da configuração geológico-estrutural e geomorfológica na
distribuição das unidades mapeadas. A associação da xistosidade (N 50 a 70 E) a uma
família de fraturas, aproximadamente paralela, constitui o aspecto estrutural
determinante da direção principal das escarpas rochosas. Este fator é acentuado em
alguns pontos por falhamentos normais.
Este mesmo aspecto é responsável pelo notável domínio da direção NE nas dimensões
longitudinais das ilhas oceânicas e dos alongamentos rochosos continentais que
avançam para o interior marítimo, denotando um padrão de drenagem paralelo.
Um outro quadro estrutural, complementar, é representado por uma família de fraturas
NNW que, associada a anterior, é responsável pelo recorte do litoral e pela existência
de anfiteatros entulhados de blocos e limitados por altos topográficos laterais ("noses"),
e escarpas rochosas ao fundo (Foto III.1).
Os altos topográficos ("noses") laterais aos anfiteatros deram origem a perfis solo
coluvial / solo residual / rocha, consequência da ação do intemperismo, governado
fundamentalmente pela ação difusa das águas. Nas áreas com declividade elevada, , o
solo residual pode estar ausente ou apresentar-se com espessura delgada. Na área
mapeada, de forma localizada, interpretou-se como domínio de depósito coluvial
diretamente sobre rocha na parte central da área.
Os anfiteatros constituem verdadeiras bacias de recepção, onde foram depositados os
solos e blocos de rochas constituintes do tálus. A configuração morfológica favorece a
formação destes depósitos, em face da existência de fontes fornecedoras de blocos de
rocha, representadas pela escarpa rochosa quase vertical e diaclasada, e de solo,
proveniente dos "noses" limítrofes e do retrabalhamento dos solos desenvolvidos na
escarpa de fundo.
Plano de Controle Ambiental DIGV
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Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Foto III.1 – Escarpa de fundo, fornecedora de blocos de rocha para o tálus do flanco oeste da
Folha 2. Apesar do mascaramento da vegetação são observados e assinalados diversos
afloramentos no alto da encosta (1991).
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
A sequência completa nas áreas caracterizadas como anfiteatros é definida
predominantemente por tálus / solo residual / rocha, passando a tálus / rocha e a
simplesmente rocha,. a medida que se avança para as declividades mais fortes (Foto
III.2).
Os depósitos de tálus estão presentes também em calhas de drenagem, sob formas
alongadas.
O Solo Residual só aflora por força de escavações ou escorregamentos, cujo exemplo
significativo foi mapeado no extremo oeste.
Os afloramentos de rocha existentes são, além daqueles acima referidos, em grande
maioria, provenientes de cortes. Ocorrem também de forma restrita nas partes dos
talvegues de perfil longitudinal de forte gradiente e em pequenos altos topográficos na
forma de blocos in situ e ainda em quebras acentuadas de gradientes.
Plano de Controle Ambiental DIGV
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Diagnóstico do Meio Físico
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Foto III.2 – Afloramento maior assinalado na foto anterior, resultado de um escorregamento
ocorrido em janeiro de 91, em que se observa o migmatito fraturado e a presença de delgada
camada de solo orgânico, apesar da densa vegetação existente (1991).
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2
– Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Considerações sobre a estabilidade de taludes
Nas condições atuais de ocupação, os problemas de estabilidade dos taludes da área
mapeada estão ligados, dominantemente, a três fatores: heterogeneidade litológica e
produtos de alteração decorrentes; geomorfologia, fruto de um relevo muito jovem; e
altas precipitações pluviométricas.
Outro controle na espessura dos solos pode dar-se com a geomorfologia, observandose o adelgaçamento nas encostas mais íngremes, até a ausência do Solo Residual,
quando então os depósitos das vertentes assentam-se diretamente sobre o
embasamento rochoso ou este aflora.
Nas áreas abatidas, constituindo formas em anfiteatros, são grandes as espessuras de
Solo Residual (algumas dezenas de metros) em virtude da concentração de água, bem
como de coberturas depositadas. Nesses anfiteatros, as elevações circundantes e, em
particular, os paredões rochosos de fundo, são fontes permanentes de fornecimento de
materiais de granulometria extremamente variada que resulta na existência dos
depósitos de tálus.
Diante desse quadro controlador das espessuras de solo, as instabilidades detectadas
durante os trabalhos de mapeamento podem ser abordadas como de dois tipos:
superficiais e profundas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
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Diagnóstico do Meio Físico
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Os escorregamentos superficiais são freqüentes em toda a área e encontram-se
ligados aos depósitos coluviais ou aos locais de bota-fora da BR-101. O primeiro caso
está dominantemente associado aos cortes das estradas existentes, onde os
escorregamentos são limitados e não possuem grande extensão em área. Restringese, na maioria das vezes, ao Solo Coluvial, embora possam alcançar o embasamento
rochoso alterado e fraturado, quando nesses casos, a espesssura do Solo Residual é
delgada.
No caso dos escorregamentos associados aos locais de bota-fora, situa-se,
naturalmente, a jusante das estradas a que estão associados. São do tipo debris flow,
podem aprofundar-se até 1 ou 2 m no Solo Coluvial sotoposto, mostram cicatrizes
alongadas, vestígios de reativação e tem o efeito de descalçarem inúmeros blocos a
meia encosta. Não constituem risco direto à área da Usina, embora, em alguns casos,
possam interditar a via situada à jusante.
Como instabilidades profundas, pode-se destacar aquelas que atingem as duas
grandes áreas de tálus e o aterro suportado por um conjunto de cortinas, junto à BR101.
Uma série de características conjugadas determina a instabilidade das duas grandes
áreas de tálus, características essas que foram detectadas através dos trabalhos de
mapeamento e das inúmeras sondagens realizadas, em particular na área do trevo de
acesso à CNAAA. São indícios claros de instabilidade os resultados das investigações
por inclinômetros (área do trevo), as inúmeras ruturas existentes nos pavimentos das
diversas vias de acesso e o embarrigamento de cortinas de contenção.
As características acima referidas estão itemizadas como forma de melhor destacá-las,
sem que a ordem indique a importância do fator:
a)
as grandes espessuras das coberturas de tálus, principalmente nas partes
centrais dos anfiteatros;
b)
as grandes espessuras dos solos residuais:
c)
a grande variabilidade nas cotas de contato do depósito de tálus com o
Solo Residual;
d)
a grande variabilidade das cotas do topo rochoso;
e)
as características bastante diferenciadas na composição dos solos
residuais, variando de solos silto-micáceos e friáveis (rocha matriz máfica) a solos
arenosos grosseiros e coesivos (rocha matriz granítica, porfirítica a pegmatóide);
f)
Residual;
a grande quantidade de blocos de rocha sã no interior da massa de Solo
g)
as condições de infiltração das águas, em que se destaca o run off das
encostas rochosas, praticamente impermeáveis, com as águas infiltrando-se somente
no contato com os depósitos de tálus nas vertentes (próximo a essas áreas de contato
é possível ouvir-se claramente o ruído do fluxo da água subterrânea nos vazios entre
os blocos depositados);
h)
durante as sondagens realizadas, foram observados, em diversas
profundidades, um grande número de casos de perda d'àgua total;
Plano de Controle Ambiental DIGV
86
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
i)
as diversas áreas mapeadas como zonas de surgência e encharcamento
permanente, e
j)
a distribuição bastante heterogênea das vazões d'água nos inúmeros
drenos instalados.
Esse conjunto de características, pautado nos tipos de materiais, na geomorfologia que
os comporta, na infiltração e distribuição do fluxo da água subterrânea, conduz à
suposição de que as instabilidades existentes não atingem, para cada uma das
grandes áreas mapeadas, toda massa de solo, num escorregamento único. As
variações laterais e verticais na constituição dos materiais depositados são as causas
das cotas diferentes das passagens para solos residuais e destes para o embasamento
rochoso.
Essas características, associadas aos efeitos da ação do fluxo das águas
subterrâneas, devem conduzir a erosões em subsuperficie e, por consequência, à
criação de vazios interiores que resultam em solapamento e abatimento de massas de
solo, de distribuição aleatória, como a distribuição dos fluxos subterrâneos das águas
que dão origem a esses vazios. Provavelmente, esse deve ser o tipo de instabilidade
dominante, embora sejam perfeitamente admissíveis massas mobilizadas localmente
em processo de creep.
Encostas das Áreas de Influência Indireta
As encostas no sítio das Usinas ocorrem ao longo da rodovia BR-101 no trecho que vai
do km 519,5 ao 522,5, e entorno, caracterizam-se por apresentar movimentação que
podem ser intensificadas nos períodos de precipitação. O problema é agravado em
função da forte precipitação que ocorre na região e da cobertura inconsolidada da área,
a qual é representada por solos residuais, colúvios e talus em encostas íngremes e
pela brusca transição solos-rocha.
A análise das encostas nas áreas de influência baseou-se no relatório do DNIT de
fevereiro de 1996, que contém um diagnóstico bem documentado dos problemas de
taludes ao longo da BR-101, nos estudos realizados pela Natrontec para elaboração do
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, da Unidade 2 da CNAAA (Angra 2) e no Projeto
Básico Ambiental de Angra 2.
Os cortes em tálus no lado Norte e Sul da BR–101 são compostos por solo com textura
silto-arenosa micácea, de coloração amarronzada, com diversos blocos rolados na
matriz do solo e com intensa vegetação. Foi observada em diversos pontos a presença
de cicatrizes de escorregamentos pretéritos.
A ênfase, neste trecho, decorre do grande volume de material, composto por solo,
blocos de rocha e vegetação. O intenso fissuramento da rocha causa o surgimento de
inúmeros “olhos d’água” com bicas d’água construídas ao pé da encosta junto ao leito
da rodovia. Entre as relações das obras de estabilização recomendadas no relatório do
DNIT para a BR 101, destacam-se quatro que ocorrem na AII e estão na Tabela III.1.
Plano de Controle Ambiental DIGV
87
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.1 - Relação de Obras de Estabilização Recomendadas no Relatório do DNIT
– 1996
Km atual
Ocorrência
Solução proposta pelo DNIT
520,00
Ruptura de
cortinas
atirantadas
Reconstrução dos painéis e reforço
das corttinas
520,50
Escorregamentos
translacionais
Terraplenagem e muro em gabiões
521,50
Rompimento de
cortina
Reconstrução de tirantes
522,50
Escoamento
Terraplenagem e muro
Fonte: DNIT
No km 522,50, o local foi estabilizado com a execução, em 1997, de uma
terraplenagem e um muro de gabiões no pé da encosta.
No km 521,50, o DNIT fez o reforço desta cortina.
Em outubro de 2001, o DNIT, através de um convênio com a Eletronuclear, executou o
reforço da cortina atirantada dupla do km 520,00.
No km 520,50, a Eletronuclear executou obras de estabilização com concreto projetado
com grampos (na parte superior da parte escorregada), suavização do talude com
proteção vegetal e muro de gabiões no pé do escorregamento.
Segundo o Estudo de Impacto Ambiental – EIA de Angra 2 (1997), a inspeção às
encostas no sítio da Usina e em seu entorno, e a consulta aos relatórios existentes,
permitiram elaborar as seguintes perspectivas do problema:
•
Os taludes no entorno da CNAAA vêm apresentando problemas graves,
que a Eletronuclear vem solucionando passo a passo.
•
Existem evidências de movimentação contínua, porém lenta, de algumas
áreas das encostas, sempre associadas a níveis elevados de precipitação.
•
Obras de estabilização pelo DNIT, principalmente através de drenagem e
cortinas ancoradas com tirantes, vêm sendo executadas de modo a mitigar os
problemas.
•
Os materiais que compõem essas encostas são constituídos de solos
residuais com cobertura de colúvios e aterros em geral mal compactados.
A Coppetec/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear (contrato 9665 – Dez/91a 94), para
diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas críticas
susceptíveis a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de Angra
2, estas áreas encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste.
Plano de Controle Ambiental DIGV
88
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Encosta do km 519,9 (antigo 129,9)
Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa
em novembro de 1992, provocada pela infiltração d’água da bacia de contribuição da
parte de montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem
sendo estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a
drenagem do talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões neste
local. Após a execução em novembro de 1997 do sistema de drenagem superficial,
captando o escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da cortina do
km 130, não foi registrada qualquer movimentação significativa nesta encosta, que
continua sendo monitorada.
Visto que esta encosta está em processo “creep” (rastejo) comprovado pela
monitoração instalada há quase duas décadas, a Eletronuclear decidiu fazer uma
intervenção nela, para diminuir a sua movimentação e aumentar o fator de segurança
global. Foi feita uma análise da estabilização desta encosta, denominada de ‘Encosta
da Central de Concreto”, e proposta a execução de aterro (berma na El. +17,0m) e
implantação de instrumentação geotécnica para controle de deslocamento e recalque.
Cortinas do DNIT km 520 (antigo 130)
São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da
rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena
toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo
que provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de
montante, que se movimentou. A situação da drenagem da encosta de montante é
adequada e a inspeção local demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem
problemas. A cortina de jusante, que é maior, apresentou problemas de
embarrigamento e deslocamentos, e a Eletronuclear realizou um reforço provisório em
1992 com a instalação de 12 ancoragens de barra de 350 kN de carga de trabalho.
Em outubro de 2001 a Eletronuclear concluiu o reforço desta cortina atirantada que
consistiu basicamente nos seguintes serviços:
•
Testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes;
•
Execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de
carga de trabalho.
Cortina do DNIT km 520,2 (antigo 130,2)
Situada junto à BR-101, logo a montante da Subestação de 138kV de Furnas Centrais
Elétricas S.A., trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por
ocasião da construção da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT,
está com painéis “embarrigados” e trincados. A monitoração desta cortina que é feita
através de um inclinômetro e 3 células de carga de tirantes, indica que a mesma está
em situação precária, tendo sido comunicado ao DNIT a necessidade da execução do
reforço desta estrutura de contenção. O DNIT já está providenciando a execução do
reforço desta cortina.
Plano de Controle Ambiental DIGV
89
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Encosta SE
A encosta SE foi estabilizada por quatro cortinas ancoradas e não apresenta
problemas. A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem
implantada não apresenta qualquer problema.
Cortinas Atirantadas Localizadas junto a Subestação de 138kV de Furnas
Centrais Elétricas S.A.
Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos
antigos, que foram recentemente demolidos (final de 1999), para a construção desta
Subestação de 138kV de Furnas Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas
atirantadas, que são aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto
da plataforma da Subestação na elevação +41,7 metros.
Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros,
quatro células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento,
mostram que a cortina e a encosta, encontram-se em bom estado de conservação.
Encosta EPTA
Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de
estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida
pela Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encostas, sem
indícios de instabilidade recente.
Encosta do estacionamento, km 521 (antigo 131), ou encosta NW
Trata-se uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e 500
m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já
apresentou grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no
passado, com a implantação de uma berma de equilíbrio no pé, através de um grande
enrocamento. Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns sinais de
movimentação em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos tirantes das
cortinas. O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem
superficial de boa qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das
cortinas e o estado das células de carga das ancoragens.
Em função de sua representatividade esta encosta vem sendo bem monitorada com a
utilização de sete inclinômetros, sete células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de
deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não
apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA.
Cortina km 522,1 (antigo 132,1)
Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada
pelo DNIT por ocasião da construção da mesma. As investigações realizadas
demonstram que não há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da
cortina.
Morro dos Urubus
É adjacente à encosta do km 523,2 e também não há evidências de instabilidade
profunda. Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já
desativados, pois a encosta não apresenta problemas graves.
Plano de Controle Ambiental DIGV
90
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Geotecnia das Áreas de Influência
Os aspectos específicos da geotécnica das áreas de influência do empreendimento são
descritos no Item II.1.4.1a do presente PCA. A seguir, e buscando apresentar
informações adicionais relativas aos aspectos geotécnicos das áreas de influência do
DIGV, é apresentada a geotecnia da área do Depósito Intermediário de Rejeitos
Radioativos – DIRR, que está instalado na antiga pedreira da Ponta Fina utilizada na
época de construção da CNAAA, ou seja, situa-se muito próxima ao local de
construção do DIGV (Ponta Fina).
A pedreira apresenta uma altura de aproximadamente 70 metros e 120 metros de
largura e já se encontra ocupada pelas Unidade I e II – Módulo A do DIRR, estando em
fase de construção o Módulo B da Unidade II (Foto III.3).
Foto III.3 – Vista superior da pedreira onde será o empreendimento. Observa-se à direita a
construção o Módulo B da Unidade II. A esquerda está uma porção da área onde será construída a
Unidade III do DIRR. (06/09/2002).
Várias obras de contenção das encostas e de sistemas de drenagem já foram
realizadas na área. Sistemas de drenagens pluviais foram instalados no topo da
encosta e contemplam escavações em rocha e canaletas de concreto (Foto III.4).
Devido a bacia de captação das águas pluviais no topo da encosta ser de pequena
magnitude, os sistemas de drenagens estão com capacidade superior à captação da
bacia drenante.
Plano de Controle Ambiental DIGV
91
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Foto III.4 – Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de
cimento. (06/09/2002).
Um muro de gabiões (Foto III.5) foi instalado na porção superior da encosta para
estabilidade de uma pequena área de solo residual de pequena espessura. Blocos de
rocha existentes no topo da encosta encontram-se escorados por bases de concreto
(Fotos III.5 a III.7) evitando assim qualquer erosão possível.
Foto III.5 - Muro de gabião instalado na porção superior da encosta. (06/09/2002).
Plano de Controle Ambiental DIGV
92
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Foto III.6 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões.
Foto III.7 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar
erosões.
Plano de Controle Ambiental DIGV
93
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
O trabalho realizado pela SEEL – Serviços Especiais de Engenharia Ltda., em 2002
(primeira etapa), consistiu na investigação da porção do paredão situada atrás das
Unidades I e II (entre as seções 51 e 54). Desta investigação através do método de
bate-choco resultou a remoção de blocos de rochas soltos ou sem condições de apoio,
lascas de rochas soltas ou com presença de trincas em evolução e também a remoção
da vegetação com raízes nas fissuras das rochas. Onde não foi realizada a remoção,
por motivos de segurança, foram realizadas, marcações e posteriores ancoragens.
Após estas ações, foi instalada uma tela de proteção constituída por aço galvanizado
de dupla torção (8x10), com arame de 2,4mm e proteção de PVC (Foto III.8). Esta
apresenta 40 metros de largura por 75 metros de altura, estando fixada com
chumbadores de aço em um meio fio de 0,30 x 0,30 metros de concreto instalado na
porção superior da encosta, e fixado também com chumbadores de aço ao longo de
toda a face da encosta.
A Eletronuclear contratou a Coppetec para elaborar o projeto detalhado das obras de
estabilização a serem executadas, no trecho remanescente da pedreira (extremidade
sul) para garantir a integridade da Unidade II B do DIRR (2a etapa).
Investigações realizadas pela Coppetec/UFRJ através de trincheiras (Foto III.9) abertas
perpendiculares à parede da pedreira verificaram a estrutura atual do solo e suas
profundidades, estabelecendo assim uma metodologia para a contenção deste solo.
Esta metodologia consistirá na remoção da porção superior do solo e posterior
contenção do mesmo.
Foto III.8 - Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de
2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2. (06/09/2002).
Plano de Controle Ambiental DIGV
94
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Foto III.9 - Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para
verificação da profundidade e estabilidade dos solos. (06/09/2002).
A Coppetec emitiu, em agosto de 2002, o relatório técnico PEC-3514 (Projeto
Executivo da Proteção e Drenagem da Encosta Situada a Montante da Unidade II B do
DIRR), no qual detalha as obras de estabilização a serem executadas e a implantação
de um sistema de drenagem superficial no topo do paredão rochoso da antiga pedreira.
Os serviços recomendados pela Coppetec consistiram em:
•
Remoção da capa superficial de solo com espessura inferior a 1,50m e
blocos de rocha depositados em trechos inferiores da encosta (próximos à crista do
paredão rochoso).
•
Estabilização do trecho em solo remanescente (não removido)
empregando a técnica de solo grampeado. Esta técnica consiste no reforço do maciço
através da instalação de ancoragens chumbadas (chumbadores de aço CA-50 φ25),
penetrando 1,50m em rocha e dispostas segundo malha de 2,00m x 200m, aliada ao
revestimento de concreto (fck≥18MPa e espessura média de 7,00cm) projetado sobre
tela de aço eletrtosoldada (tipo TELCON Q-47).
•
Taludamento da área do entorno da obra de contenção e cobertura
vegetal através do plantio de leguminosas, para evitar a erosão por escoamento
superficial.
•
Drenagem das águas superficiais através de duas canaletas, sendo uma
de proteção na crista do morro (≈ EI + 129,00m) e outra próxima à crista da pedreira (≈
EI + 108,00m), será prolongada através de uma descida d’água em degraus até
aproximadamente a EI + 60,00m, onde será ligada ao sistema de drenagem da rua
existente.
Plano de Controle Ambiental DIGV
95
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
•
Rede de proteção do paredão rochoso, do tipo Macaferri (8x10, de
2,70mm de diâmetro, de malha hexagonal de dupla torção, tecida com arame
duplamente galvanizado) fixada no topo e ao longo do talude até a base dos galpões,
para prevenir eventual queda de blocos e lascas de rocha sobre o depósito. Os
chumbadores de fixação da rede serão de aço CA-50 φ20 e comprimento de 0,50m
(em rocha) para os chumbadores ao longo do talude.
A Eletronuclear contratou, em março de 2003, a Construtora Norberto Odebrecht
(contrato UMA/SERV//434 Contemat Engenharia e Geotecnia) para execução das
obras de estabilização previstas no projeto detalhado da Coppetec (relatório técnico
PEC-3514), cujos serviços foram em janeiro de 2003 e concluídos em julho de 20003.
Assim sendo, as obras de contenção e proteção do paredão rochoso executadas de
acordo com o projeto da Coppetec, garantem a integridade da Unidade II B do DIRR a
ser construído.
•
Foram executados os seguintes serviços:
•
Remoção de ≈ 1500 m3 de blocos de rocha e solo;
•
Retaludamento de ≈ 1285 m2 e de ≈ 1100 m2 de revegetação;
•
Solo grampeado (≈ 610m2 de concreto projetado com de ≈ 549 m de
grampo CA-50 φ25 mm);
•
Tratamento de ≈ 6112m2 do paredão rochoso com limpeza e remoção de
lascas, blocos soltos e fixação de ≈ 3700 m2 de tela de aço galvanizado de dupla
torção (8x10), com arame de 2,4mm e proteção de PVC, com 75 metros de altura ao
longo de todo paredão, bem como com chumbadores.
Aspectos Finais
A Eletronuclear mantém nas encostas do sítio das usinas (ao longo da rodovia BR-101,
no trecho que vai do km 519,5 ao km 522,5) uma rede de instrumentação instalada,
com um total de 19 tubos de inclinômetros (observados mensalmente através de
inclinômetro tipo Digitilt) e 45 piezômetros Casagrande. Associados a estes, existem
também 25 células de carga instaladas em ancoragens, para acompanhamento da
evolução das cargas de tirantes. Além disso, a Usina conta com um pluviógrafo de alta
qualidade de precisão.
Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, consistindo
em deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais, a
manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas
permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as
ocorrências de possíveis deslizamentos de solo.
Sismologia
A região onde será localizado o DIGV CGR faz parte da porção sudeste da Plataforma
Brasileira, representada pelo Cinturão Móvel Costeiro ou Faixa Ribeira. Esse domínio
geológico contém terrenos onde predominam rochas de dureza de médio a alto grau
(metamorfitos) — representadas por gnaisses, gnaisses migmatíticos, granitóides e
migmatitos — as quais apresentam injeções por rochas mais duras - granitos - e rochas
Plano de Controle Ambiental DIGV
96
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
básicas diversas (EIA - Estudo de Impacto Ambiental da Unidade 3 da CNAAA, Volume
2, novembro de 2004).
Ainda de acordo com o EIA de Angra 3, foram registrados, numa região que abrange
algumas centenas de quilômetros em torno de Angra dos Reis, cincos episódios
sísmicos relevantes para a caracterização do risco na área da CNAAA. Tais eventos
foram de pequena magnitude e que não caracterizam um risco maior para instalações
com as especificações construtivas como as do DIGV.
Os estudos apresentam um nível de atividade sísmica relativamente baixo para a
região. A característica genérica da sismicidade na região é a de uma atividade difusa,
sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas, embora
possam ser delineadas algumas prováveis fontes sismogênicas, porém sem condições
de serem caracterizadas como tal, na atualidade.
A atividade sísmica nas proximidades do local de interesse é praticamente inexistente.
A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse é o ciclo de
atividade sísmica ocorrido em Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis
localizado a cerca de 27 km a leste da CNAAA, entre dezembro de 1988 e fevereiro de
1989. Os microtremores, de foco muito superficial, tiveram magnitude < 3. O sismo
principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro, rapidamente
decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a aproximadamente 10 km de
Monsuaba (EIA Angra 3). Tais abalos não foram sentidos no sítio das usinas.
Por outro lado, não existem evidências de falhamento quaternário nas proximidades do
local de interesse.
Estudos de recorrência sísmica na área da CNAAA remontam ao final da década de
1970, com a publicação de um estudo sistemático da Universidade de Brasília que
adotava um enfoque determinístico na avaliação de risco, onde se objetivava demarcar
zonas preferenciais de ocorrência de sismos – as zonas sismogênicas – que se
contrapõem a zonas mais estáveis e estudar a série histórico-temporal de eventos
neste contexto.
Na mais recente análise de ameaça sísmica para Angra 3, adotou-se uma metodologia
derivada das normas propostas pelo órgão regulador norte-americano, que estima a
probabilidade no tempo e na região de ocorrência de movimentações de terreno
causadas por fenômenos sísmicos.
Definiu-se uma grande província sismotectônica para parte do sudeste brasileiro,
incluindo a margem continental adjacente, onde se inclui a área do empreendimento.
Considera-se a província como uma região homogênea em termos de sismicidade.
Efetivamente, o estudo demonstra uma baixa ameaça sísmica para o empreendimento.
Recursos Minerais
Os recursos minerais existentes e explorados na região de entorno do empreendimento
são representados principalmente por materiais empregados na construção civil. A
exploração destes recursos está representada pela existência de pedreiras paralisadas
ou abandonadas de granito industrial, saibro quatzoso e áreas diversas com dragagem
de areias. A exploração destes recursos minerais foi significativa durante a abertura e
capeamento das rodovias locais (BR-101 e RJ-155).
Plano de Controle Ambiental DIGV
97
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A existência de reservas de água mineral é conhecida, registrando-se requerimentos
de pesquisa mineral, principalmente nas localidades de Vila Velha, Quinta dos Reis e
Sítio da Cambuca, ambas no município de Angra dos Reis.
Alguns trabalhos anteriores relatam a ocorrência nas regiões de Angra dos Reis e
Parati de areias monazíticas, ilmeníticas e zirconíticas, originadas a partir da
concentração de sedimentos marinhos e/ou fluviais da orla marinha. Estas ocorrências
estariam relacionadas a partir da ação erosiva dos terrenos gnaissicos/granitóides
próximos.
Na área de entorno, num raio de até 20 km da CNAAA, existem 20 requerimentos
protocolados junto ao DNPM. Estes processos estão discriminados na Tabela III.2.
Plano de Controle Ambiental DIGV
98
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.2 - Autorizações e Concessões Minerais (Processos DNPM).
Ano Processo
Titular/Requerente
Substância
Local
Município
Área(ha)
Situação Legal
1974
812660
Grama Granitos e Mármores Ltda
gnaisse/granito
Pedreiras
Angra dos
Reis
49
Concessão de Lavra
1975
811121
Márcio Cesar Leal Coqueiro
Areia
Rio Mambucaba
Parati
984
Alvará de Pesquisa
1975
811122
Extração de Areia Santa Mônica
Areia
Rio Mambucaba
Angra dos
Reis
995
Alvará de Pesquisa
1988
890213
Conrado Henrique Niemeyer
Granite
Faz. Jurumirim
Angra dos
Reis
50
Alvará de Pesquisa
1989
890663
Fontex Importadora e
Exportadora Ltda
Tonalito
Faz. Pedra
Branca
A. Reis/ Rio
Claro
1000
Req. de Pesquisa
1991
890258
Quinzinho de Angra Mat.
Construção Ltda
Saibreira
Faz. Ganiboia
Angra dos
Reis
3
Licenciamento
1991
890431
Apparício Alves do Amaral Filho
Argila refratária
Japuiba
Angra dos
Reis
34
Req. de Pesquisa
(incompleto)
1991
890438
Eike Fuhrken Batista
Água mineral
Vila Velha
Angra dos
Reis
37,5
Alvará de Pesquisa
1991
890444
Antonio Tadeu Silva Areias ME
Areia
Faz. do Pontal
Angra dos
Reis
50
Licenciamento
1991
890460
Mat. de Construção e Areal Zé
do Brejo Ltda
Areia
Sítio São
Vicente
Angra dos
Reis
50
Req. de Pesquisa
1992
890172
Carlos de Souza Gomes Borges
Água mineral
Quinta dos Reis
Angra dos
38,68
Alvará de Pesquisa
Plano de Controle Ambiental DIGV
99
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Ano Processo
Titular/Requerente
Substância
Local
Município
Área(ha)
Situação Legal
Reis
1992
890250
Marcos Kaiser Brasil
Migmatito
Faz.Jurumirim
Angra dos
Reis
995
Alvará de Pesquisa
1992
890253
Conrado Henrique Niemeyer
Granite
Faz.Jurumirim
Angra dos
Reis
423,75
Requerimento de Pesquisa
(incompleto)
1992
890274
Ronaldo Rabello Russi
Água mineral
Sítio do
Cambuca
Angra dos
Reis
50
Alvará de Pesquisa
1992
890297
Marcos Kaiser Brasil
Quartzito para
revestimento
Bracui
Angra dos
Reis
47,50
Alvará de Pesquisa
1992
890298
Marcos Kaiser Brasil
Quartzito para
revestimento
Florestão
Angra dos
Reis
244
Alvará de Pesquisa
1994
890095
Marcos Kaiser Brasil
Granite
Faz. Jurumirim
Angra dos
Reis
50
Requerimento de Pesquisa
(incompleto)
1994
890126
Areal Itapicu
Areia
Faz. Conceição
Angra dos
Reis
50
Licenciamento
1994
890805
Extração de Areia Santa Mônica
Ltda
Ilmenita
Rio Mambucaba
Angra dos
Reis
207
Requerimento de Pesquisa
(incompleto)
1995
890027
Grama Granitos e Mármores Ltda
Areia
Rio Jurumirim
Angra dos
Reis
49
Licenciamento
Fonte: PROSIG - Programa Sistemático de Informação Geológica e Overlays de Controle de Áreas do DNPM
Plano de Controle Ambiental DIGV
100
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
III.1.2 GEOMORFOLOGIA
A Geomorfologia das Áreas de Influência Direta e Indireta para o empreendimento está
inserida no contexto da geomorfologia regional da porção oeste do Estado do Rio de
Janeiro. Desta maneira, primeiramente serão apresentadas breves informações
regionais e, posteriormente, o diagnóstico das Áreas de Influência.
A rede de drenagem apresenta um forte controle estrutural com segmentos retilíneos
acompanhando linhas de fraturas, geralmente perpendiculares à direção geral da
escarpa, sendo por vezes muito profunda.
O litoral é extremamente recortado, com intercalações de pontões rochosos e
pequenas planícies que apresentam sedimentos marinhos, fluviais e coluviais. O mar é
pontilhado de ilhas, separadas do continente por uma lâmina d’água pouco profunda e
que possuem sempre grande semelhança litológica e estrutural com os pontões
rochosos.
A região apresenta ocorrências indiscriminadas de movimentos de massa devido às
altas declividades existentes, sendo por vezes superiores a 40%, independentemente
da cobertura florestal ou da ocupação humana. Estes movimentos de massa estão
mais intimamente ligados à declividade e/ou a áreas de concentração de drenagem do
que a litologia.
As chuvas nessa região são acentuadas não apenas pela interação das massas
úmidas marítimas com as escarpas, mas também pela passagem e semiestacionamento das frentes polares que, muitas vezes são em parte retidas nos
pontões e reentrâncias do relevo local. Foi observado que são principalmente as
chuvas de grande intensidade, locais e não regionais (podendo chegar a 300 mm de
chuva em períodos de 24 h), que mais impulsionam os fenômenos de deslizamentos.
Unidades de Relevo
A região é constituída por duas unidades de relevo sendo uma formada por cristas e
escarpas e a outra pelas baixadas. As escarpas apresentam um desnível médio de 700
m e são dissecadas por vales semiparalelos que se alternam com trechos com recortes
menos profundos, intermediários entre os rios que descem a serra. Possuem ainda
vertentes longas, de mais de 2 km de extensão.
Como são constituídas por rochas gnáissicas ou graníticas, de fácil alteração em clima
úmido, liberam grande quantidade de material, que associado à alta declividade
(superior a 40%), é facilmente transportado encosta abaixo. Na parte superior das
escarpas, a rocha é quase aflorante. Na zona intermediária da escarpa, observa-se
uma zona coluvial fina, geralmente inferior a 3 m tornando-se mais espessa em direção
ao sopé.
O horizonte regolítico (horizonte C) conserva a mesma estrutura da rocha original, mas
perde grande parte de sua resistência ao cisalhamento. Abaixo do horizonte C, no caso
de a rocha estar muito fraturada, ocorrem zonas de matacões concordantes com as
fraturas na rocha. Essas fraturas são favoráveis à penetração da água. No caso de a
rocha ser maciça, o que ocorre geralmente nos granitos, a passagem do horizonte C
para a rocha é mais abrupta, formando um plano onde são favorecidos os
escorregamentos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
101
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
O comportamento do lençol freático é função da espessura do manto de alteração,
onde o manto de alteração é espesso, os lençóis freáticos situam-se em seu interior.
Quando o manto de alteração é pouco espesso e a transição para a rocha é abrupta,
os lençóis passam a localizar-se neste contato, constituindo ambientes preferenciais de
escorregamentos.
Os depósitos ocorrentes nos sopés das escarpas estão relacionados às características
morfológicas do trecho da vertente na qual estão situados, podendo ser classificados
como depósitos de talús ou cones de dejeção, mais conhecidos como leques aluviais.
Os primeiros ocorrem nos trechos menos recortados da escarpa e se caracterizam por
apresentarem materiais grosseiros, matacões ou blocos semi-arredondados ou
angulosos, de mais de 1 m de diâmetro envoltos em matriz areno-argilosa. Não
possuem drenagem muito encaixada e a vertente evolui principalmente por
movimentos de massa, que fornecem grande quantidade de material detrítico, que é
transportado pelo escoamento superficial, ou desce pela ação da gravidade, formando
no sopé, extensos depósitos de tálus.
Já nas áreas dissecadas por drenagens aprofundadas, formam-se os cones de
dejeção, também chamados de leques aluviais. Estes apresentam sedimentos
grosseiros e blocos com até mais de 2 m de diâmetro. A declividade, porém, é menos
acentuada nos cones do que nos depósitos de tálus e a matriz que ocorre nos cones
pode ser menos argilosa, por ser mais freqüentemente lavada. Apresentam ainda a
forma tradicional das drenagens torrenciais, em que a bacia de captação tem a forma
de anfiteatro erosivo na borda da escarpa ou penetra pela superfície de topo do
planalto através de um alvéolo que concentra a drenagem de uma bacia de recepção.
O canal de escoamento é geralmente muito encaixado e possui poucos afluentes.
Esses cones de dejeção, com concentração de drenagem e material detrítico pouco
consolidados são áreas de alto potencial de deslizamentos.
Morros isolados com vertentes convexas despontam em algumas baixadas, com
altitudes inferiores a 100 m e por vezes apresentam depósitos coluviais espessos no
contato com a planície. Esses morros representam antigas ilhas incorporadas ao
continente por força do assoreamento flúvio-marinho ocasionados pela progradação da
linha de costa.
Dinâmica do Relevo
A Serra do Mar é constituída principalmente por rochas graníticas e gnaíssicas,
originada por processo de falhamento de caráter regional. Suas atuais formas de relevo
são o produto de um intenso e longo processo de erosão diferencial que acumulou, ao
longo do tempo, grandes volumes de detritos nas encostas e em seu sopé,
evidenciando os efeitos de movimentos de massa de seu espesso manto de alteração.
A interferência antrópica geralmente resulta na diminuição do já precário equilíbrio
existente, fazendo com que as massas de detritos se movimentem à procura de uma
nova condição de equilíbrio.
Na formação e evolução do relevo regional os processos de escorregamento são os
mais significativos, e entre eles destacam-se os rotacionais e os translacionais.
Os principais condicionantes dos escorregamentos e processos correlatos na dinâmica
ambiental brasileira são:
Plano de Controle Ambiental DIGV
102
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
•
Características climáticas, com destaque para o regime pluviométrico;
•
Características e distribuição dos materiais que compõem o substrato das
encostas/taludes, abrangendo solos, rochas, depósitos e estruturas geológicas
(xistosidade, fraturas, etc.);
•
Características geomorfológicas, com destaque para inclinação, amplitude e
forma do perfil das encostas (retilíneo, convexo e côncavo);
•
Regime das águas de superfície e subsuperfície;
•
Características do uso e ocupação, incluindo cobertura vegetal e as diferentes
formas de intervenção antrópica das encostas, como cortes, aterros,
concentração de água pluvial, etc.
Deve-se ter claro que, na maioria dos processos de instabilização de encostas e
taludes, atuam mais de um condicionante, agente, causa ou fator, concomitantemente.
Os escorregamentos rotacionais ocorrem em taludes de maior declividade e
apresentam menores extensões, sendo também mais restritos na região que os
translacionais. Assim com estes, os escorregamentos rotacionais podem ser de solo,
rocha ou ambos, dependendo do volume relativo de material deslocado.
Os escorregamentos translacionais, além das características semelhantes aos
escorregamentos rotacionais, podem ocorrer em encostas menos íngremes e quase
sempre atingem maiores extensões. Os escorregamentos translacionais de rocha
constituem-se em movimentos de massas rochosas ao longo de descontinuidades, ou
planos de fraqueza, existentes na rocha. Possuem escalas diversas, variando de um
simples deslocamento de um matacão até a movimentação de grandes massas.
Na região em estudo, os escorregamentos ocorrem onde existem planos de
descontinuidade, mergulhando via de regra, para fora do talude e onde geralmente a
condição de equilíbrio foi alterada o que normalmente ocorre nos cortes de estrada.
Entre os planos de descontinuidades existentes podemos destacar os bandamentos,
planos de xistosidade e fraturas, considerando-se que o mergulho das camadas é a
inclinação máxima de equilíbrio na qual o talude apresenta estabilidade. No momento
em que esses planos de descontinuidade são cortados por linhas de erosão, ou
escavação, sua estabilidade será mantida apenas pelo atrito ao longo destes. Quando
a água se infiltra nestes planos a mesma atua como um lubrificante, reduzindo o atrito
e facilitando o escorregamento. Esses escorregamentos ocorrem, na maioria das
vezes, dentro do manto de alteração, sendo estes te sua espessura condicionada por
uma combinação de fatores, tais como: litologia, condições climáticas, tipo de
drenagem e inclinação das encostas.
Os escorregamentos translacionais do solo constituem-se em um movimento ao longo
de uma superfície plana sendo que a massa que escorrega, geralmente apresenta
forma tabular. Esses movimentos são rápidos (m/s) e em geral de grande poder de
destruição. Se a quantidade de água na massa for grande, esses escorregamentos
podem assumir o aspecto de corridas, se o movimento diminuir de velocidade, podem
passar a atuar como rastejo.
Plano de Controle Ambiental DIGV
103
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Temos como um exemplo destes escorregamentos na região o ocorrido ao norte da
Usina de Angra, que destruiu um trecho da BR-101 hoje substituído por um viaduto.
Ocorreu naquele local um corte no local onde existia um contato abrupto do horizonte C
com a rocha sã, forma-se uma superfície lisa inclinada que favoreceu o
escorregamento, fazendo rocha aflorar.
A ação da água subterrânea é importantíssima no desenvolvimento desses
movimentos, por isso muitos dos deslizamentos estão ligados às zonas de afloramento
do lençol subterrâneo ou de concentração de drenagem.
Contribui ainda, como mencionado anteriormente, além da ação natural, à ação
antrópica, como nos cortes nas estradas, onde o solapamento de base pode ocasionar
quedas de barreiras. Esses deslizamentos nunca deveriam ser estancados por muros
que impedem o escoamento do lençol subsuperficial.
O processo de queda de blocos também é significante na região e ocorre em
penhascos ou taludes íngremes a muito íngremes, onde os matacões que estavam
originalmente cobertos por uma massa detrítica são descobertos por erosão laminar ou
deslizamentos de solo. Quando isto acontece, os mesmos ficam livres para a
movimentação e podem rolar encosta abaixo, desde que haja declividade suficiente.
Esta situação pode ser observada freqüentemente ao longo da BR-101, onde algumas
encostas apresentam núcleos rochosos em meio ao manto semi-alterado. Além destas,
as quedas podem ocorrer também nos cortes de estrada, especialmente quando esses
cortes são feitos em maciços muito fraturados.
Geomorfologia das Áreas de Influência
As encostas existentes no entorno de Itaorna, entre elas a do empreendimento, são
constituídas predominantemente por rochas gnáissicas recobertas por tálus e colúvio,
nos locais mais íngremes, havendo ainda solo residual em locais de menor declividade.
As encostas voltadas para Itaorna possuem declividades entre 30º e 40º.
Estão presentes nas encostas voltadas para a CNAAA depósitos de solos residuais,
colúvios e tálus O primeiro é originário do intenso intemperismo a que são submetidas
as rochas na área, parte desse solo origina-se da decomposição de depósitos
coluviais. Abaixo desse solo ocorre uma camada de rocha decomposta. A espessura
de ambos, solo e rocha decomposta, variam entre 10 e 20 m (Weston, 6627-I).
O embasamento rochoso de Itaorna é composto por gnaisses, granitos e alguns diques
de rochas básicas. A rocha sã situa-se entre 20 e 30 m abaixo da superfície do terreno,
sendo recoberta por solo residual, entre 10 e 20 m da superfície. Acima, o pacote
sedimentar apresenta areias médias, intercaladas por lentes de areia fina, silte e raras
lentes de argila (Weston 6627-I, Site geological cross sections n. 1-1', 2-2', 3-3', 4-4', 55', 6-6', 7-7', 8-8', 9-9').
Nas encostas da AII são observadas marcas de escorregamentos nos depósitos
coluviais e de tálus que estão depositados diretamente sobre o solo residual. Os
primeiros são constituídos por blocos de tamanhos variados imersos em matriz arenoargilosa enquanto os depósitos de tálus são mal selecionados e formados em
ambientes de maior energia, principalmente na base de paredões rochosos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
104
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Na encosta à NW da CNAAA, dentro da AII, existia sinal de escorregamento inclusive
com rachaduras no leito da BR-101. Essa encosta foi monitorada pela Eletronuclear
onde foram realizados trabalhos de estabilização e contenção com a implantação
através de sistemas de drenagem superficial e profunda e de uma cortina atirantada.
III.1.3 PEDOLOGIA
Descrição Regional (Municípios de Angra dos Reis e Parati)
Na área que corresponde aos municípios de Angra dos Reis e Parati, as classes de
solos identificadas foram mapeadas, individualmente ou em associações, tendo sido
observados solos pertencentes a apenas 5 ordens definidas no Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SiBCS - EMBRAPA, 1999).
Os Cambissolos predominam em larga faixa de terreno nas encostas da Serra do Mar.
Nesta região, nas porções mais afastadas da estrada, aparecem os Neossolos Litólicos
nos locais de maior declividade. Em situações extremas, todo o manto de alteração já
foi removido aparecendo apenas Afloramento Rochoso. A grande maioria dos
processos erosivos associados a estas classes ocorre na forma de deslizamentos
rasos e corridas de massa, devido principalmente às características topográficas. Em
muitos locais esses processos atingem a BR-101.
Os Cambissolos ali presentes se desenvolveram sob condições típicas para esta
classe de solo. Como discutido anteriormente, são solos rasos, raramente atingindo
espessuras maiores que 1,00 m, sendo o mais comum algo em torno de 0,50 m. As
características morfológicas, físicas e químicas destes atestam o seu perfil de solo com
desenvolvimento incipiente. As características deste solo refletem uma evolução
descontínua, associada a fases de instabilidade na topografia, onde a pedogênese é
interrompida por fases de morfogênese, devido à ocorrência de processos erosivos
acelerados tais com voçorocamentos e deslizamentos, não permitindo ao solo um
pleno desenvolvimento.
Em geral, nas encostas com presença de Cambissolos, há uma elevada
susceptibilidade à ocorrência de movimentos de massa, devido às condições de relevo
acidentado e presença de solo disponível para ser transportado (mesmo que em
volume limitado). Quando estes solos encontram-se em locais íngremes e com
topografia côncava (anfiteatros ou hollows) a convergência dos fluxos de água e
conseqüente saturação dos solos aumenta a susceptibilidade a deslizamentos. Os
movimentos de massa gerados nesses locais assumem, com freqüência, a forma de
corridas de massa, as quais possuem um poder de destruição muito grande. No caso
da área de influência direta, os maiores riscos associados às corridas de massa estão
nos efeitos que estas podem trazer à rodovia BR-101, envolvendo bloqueio parcial ou
mesmo sua destruição da mesma. Estas porções do relevo devem ser identificadas e
posteriormente investigadas com detalhe.
Os Neossolos Litólicos se desenvolvem ao longo das encostas de maior declividade
(quando comparadas com aquelas dos Cambissolos), as quais ocorrem, em geral, mais
próximas aos divisores da Serra do Mar. Nessas encostas os solos ali desenvolvidos
são sempre muito rasos, com espessuras inferiores a 0,50 m. Os movimentos de
massa ali gerados, decorrentes da declividade elevada e da baixa capacidade de
Plano de Controle Ambiental DIGV
105
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
armazenamento de água dos solos, removem apenas essa camada, não trazendo
grandes problemas para a manutenção do tráfego de veículos nas estradas.
O Latossolo Vermelho-Amarelo aparece em condições de relevo mais suaves do que
aquelas associadas aos Cambissolos e Neossolos Litólicos. Na região ele é observado
em duas situações topográficas distintas: nos maciços litorâneos e no planalto da Serra
do Mar. Na primeira situação, a presença dessa classe assume importância pela
proximidade da rodovia BR-101. Dentre os processos erosivos observados nos
Latossolos Vermelho-Amarelo destacam-se os ravinamentos, voçorocamentos e
deslizamentos. Na outra situação topográfica, ou seja, no planalto da Serra do Mar, os
Latossolos Vermelho-Amarelo encontram-se associados ao relevo de colinas
arrendondadas, com topos convexos bem suaves. Nestes locais, os processos
erosivos ocorrem na forma de ravinas e voçorocas.
Nas baixadas litorâneas, em geral cortadas pela BR-101, predominam os Neossolos
Flúvicos. Estes solos são espessos, areno-argilosos e hidromórficos. Com freqüência
ocorrem inundações e enchentes nestes locais, com destaque para as baixadas dos
rios Mambucaba e Jurumirim. Nos cordões arenosos das restingas litorâneas
aparecem Espodossolos.
Nos dois municípios em questão os Argissolos aparecem apenas no planalto da Serra
do Mar, em relevo de colinas arredondadas. Há um predomínio de Argissolo VermelhoAmarelo Eutrófico sobre o Distrófico. Em termos de processos erosivos, esta classe se
assemelha muito ao Latossolo Vermelho-Amarelo observado também no planalto,
observando-se predomínio de ravinas e voçorocas.
Pedologia das Áreas de Influência
A metodologia adotada para a elaboração do PCA do DIGV baseou-se no Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) da Unidade 3 da CNAAA (Angra 3), no qual foram realizadas
amostragens de campo para descrição dos perfis de solo existentes na região onde se
localiza a CNAAA.
O ponto 1 daquele estudo, que é o perfil estudado mais próximo do empreendimento,
mostrando um solo do tipo latossolo localizado numa região limítrofe da AII, é descrito
a seguir.
Ponto 1: LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO. ÁLICO, BR-101 km 137.
Classificação – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO. ÁLICO A moderado textura
argilosa fase floresta tropical perenifólia úmida relevo montanhoso.
Localização – Corte situado no lado esquerdo da rodovia Rio-Santos, na altura do km
137, cerca de 1 km após a entrada para a Usina Nuclear (indo em direção à Parati)
(Figura III.1).
Vegetação – Floresta tropical perenifólia úmida.
Relevo – Montanhoso.
Altitude – 70 metros.
Material originário – Desenvolvido a partir de saprolito de gnaisses, afetado por
retrabalhamento por coluviação.
Plano de Controle Ambiental DIGV
106
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Drenagem – Bem drenado.
Uso agrícola – Pássagem de capim-gordura com ocorrência de sape.
Figura III.1 – Visão geral da encosta onde foi levantado o perfil de solo definido como Ponto
1, cortada pela BR-101, logo após o trevo de entrada para as instalações da CNAAA.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol III (Eixo 3
– Geomorfologia e Solos)”, IGEO/UFRJ.
A totalidade da AII e, conseqüentemente a AID, está inserida na unidade fisiográfica
Encosta da Serra do Mar, apresentando predominantemente solos do tipo Cambissolos
, que são solos rasos, pouco evoluídos, com minerais primários de fácil interperização
ainda presentes no horizonte B; caracterizam estágios de evolução ainda incipientes
associados, em geral, as condições de relevo (acidentado) ou clima, resultando em
solos pouco profundos.
Erodibilidade dos Solos
Erosão é o processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou de
fragmentos e partículas de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água,
vento, gelo e organismos (plantas e animais). Distinguem-se duas formas de
abordagem para os processos erosivos, a erosão natural ou geológica e a erosão
acelerada ou antrópica. A primeira desenvolve-se em condições de equilíbrio com a
formação do solo e a segunda, a intensidade é superior a formação do solo, não
permitindo a sua recuperação natural.
O processo erosivo do solo é acionado pelas chuvas e compreende os seguintes
mecanismos: impacto das chuvas provocando a desagregação das partículas, remoção
Plano de Controle Ambiental DIGV
107
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
e transporte pelo escoamento superficial e deposição dos sedimentos produzidos,
formando depósitos de assoreamento. Dependendo das condições do escoamento
superficial, a erosão pode ser laminar ou linear. A primeira é causada pelo escoamento
difuso das águas das chuvas resultando na remoção progressiva e uniforme dos
horizontes superficiais do solo. A erosão linear é causada pela concentração das linhas
de fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em pequenas incisões na
superfície do terreno, na forma de sulcos, que podem evoluir para ravinas.
Podemos destacar os fatores naturais condicionantes que provocam a erosão, sendo
eles:
•
Água da chuva: provoca a erosão pelo impacto das gotas de água sobre a
superfície do solo, caindo com velocidade e energia variáveis. Sua ação erosiva
depende da distribuição pluviométrica do evento chuvoso, ou seja, o acumulo e a
intensidade da chuva. Chuvas torrenciais de grande intensidade, precedidas por
período chuvoso anterior, que provocam a saturação dos solos, determinam eventos
erosivos de grande velocidade de propagação, nos locais onde o regime de
escoamento das águas é concentrado, com altos valores de vazão.
•
Cobertura vegetal: é o fator mais importante de defesa natural do solo
contra a erosão, podendo a mesma ser natural, como a vegetação da Serra do Mar,
quanto artificial ou cultural, como as plantações. Com a vegetação o solo dispõe de
uma certa cobertura que exerce uma ação, maior ou menor, de proteção do solo contra
as intempéries. A maior influência da cobertura vegetal é na distribuição da água da
chuva pelos fenômenos de interceptação, escoamento pelos troncos e retenção na
serrapilheira, a cobertura de restos orgânicos que cobre o solo. A parcela que atinge o
solo é a que se infiltra. A água retida acima do solo, no edifício vegetal e na
serrapilheira sofre evaporação e a parcela restante infiltra no solo, onde parte será
extraída pelas raízes (transpiração) e outra parte poderá atingir o lençol freático.
•
Relevo: a influência do relevo na intensidade erosiva é determinada,
principalmente, pela declividade e comprimento da rampa, da encosta ou da vertente,
que interferem diretamente na velocidade de escoamento superficial das águas
pluviais. Os terrenos com maiores declividades e maiores comprimentos de rampa
apresentam maiores velocidades de escoamento superficial, e consequentemente,
maior capacidade erosiva. Porém, uma encosta com baixa declividade e comprimento
de rampa grande pode ter alta intensidade erosiva, desde que sujeita à grande vazão
do escoamento das águas superficiais.
•
Solos: a textura, estrutura, permeabilidade e espessura são as principais
propriedades dos solos que conferem maior ou menor resistência à ação erosiva das
águas (erodibilidade). A textura influi na capacidade de infiltração e absorção da água
da chuva, interferindo no potencial de enxurradas no solo e no grau de coesão entre as
partículas. A estrutura (o arranjo das partículas do solo) influi na capacidade de
infiltração e absorção da água da chuva, e no arraste de partículas do solo. A
permeabilidade determina a maior ou menor capacidade de infiltração das águas da
chuva, estando diretamente relacionada com a porosidade do solo. A espessura do
solo determina o grau de saturação do mesmo, uma vez que em solos rasos ocorre
uma rápida saturação dos horizontes superficiais, permitindo o desenvolvimento de
enxurradas, e consequentemente, maior incidência de erosões. Já os solos profundos
Plano de Controle Ambiental DIGV
108
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
apresentam maior capacidade de infiltração das águas pluviais minimizando o
desenvolvimento de enxurradas. Porém, no caso de chuvas persistentes e prolongadas
é possível a saturação destes solos.
III.1.4 CLIMA E METEOROLOGIA
Região Sudeste
A Região Sudeste do Brasil é a região do país com maior variedades de tipos de clima.
Ocorrem, desde o clima subtropical, da região sul, até o clima semi-árido, do nordeste.
O tipo de relevo encontrado na região influência muito o clima. O planalto e serras do
Leste-Sudeste, as serras acidentadas e picos acima de 2000 metros do interior se
estendem por grande parte de São Paulo, Minas Gerais e uma faixa no Rio de Janeiro
e Espírito Santo. As temperaturas variam bastante na região, a média fica baixo dos
17°C na serra da Mantiqueira e chega a ficar acima dos 25°C no sertão mineiro. No
verão, as temperaturas atingem os 34°C no litoral dos Estados do Rio de Janeiro e
Espírito Santo, nas partes tropicais de Minas Gerais e também no oeste paulista. Nas
partes mais altas, as temperaturas não chegam a ficar com freqüência acima dos 30°C,
entretanto, nos dias mais quentes podem atingir valores de até 34°C, diferentemente
da serra da Mantiqueira onde raramente chega-se a mais de 27°C. A temperatura pode
chegar a 40°C no sertão de Minas Gerais. Já no inverno, algumas partes não
apresentam diferença de temperatura, como o Espírito Santo e norte de Minas Gerais.
Já nas partes altas as temperaturas mínimas ficam em 10°C, podendo diminuir com
massas de ar polar. Em Campos do Jordão, por exemplo, as temperaturas mínimas
médias em julho são de 4°C e em alguns dias chegam a ficar abaixo de 0°C. Quando
massas de ar polar mais fortes atingem a região, podem ocorrer geadas no oeste e sul
de São Paulo e na serra da Mantiqueira, onde a média é de mais de 15 geadas/ano.
No interior de São Paulo raramente registram-se mais de 5 geadas/ano. O regime de
chuvas da Região Sudeste é regular sem estação seca, com queda no índice no
inverno, exceto no norte mineiro onde as chuvas são escassas. A média na região é de
1600 mm/ano.
O Estado do Rio de Janeiro
O clima predominante do Estado do Rio de Janeiro é caracterizado como Tropical
Atlântico. As temperaturas médias anuais sobre o Estado variam de acordo com suas
regiões de relevo diferenciado, sejam de altitude mais elevada, sejam de baixadas.
Assim, este clima predominante indicado faz-se mais presente na região de baixada,
onde as temperaturas médias anuais são variáveis entre 20° e 24°C, com máximas
bastante superiores no verão, e regime de chuvas representado por índices
pluviométricos superiores a 2000 mm anuais. Já nas regiões serranas, as temperaturas
médias anuais são inferiores, abaixo de 20°C, e os índices pluviométricos variam entre
1500 mm e 2000 mm anuais.
Segundo a classificação de Köeppen, o Estado do Rio de Janeiro registra os tipos
climáticos Aw, Am, Af, Cfa, Cfb, Cwb- e Cwa.
•
Aw – Tropical, com chuvas de verão e invernos secos, ocorre na porção
ocidental da baixada;
Plano de Controle Ambiental DIGV
109
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
•
Am – Tropical Úmido ou Sub-úmido, prevalece nas proximidades dos maciços e
encostas baixas do município da capital, por efeito das chuvas de relevo. A
temperatura média anual registra 24°C e a pluviosidade 1.250 mm anuais;
•
Af - Tropical Úmido ou super Úmido, com chuvas bem distribuídas no decorrer
do ano, ocorre na porção mais rebaixada da escarpa do planalto (Serra do Mar),
onde as chuvas de relevo determinam uma elevação de pluviosidade para 2.500
mm anuais;
•
Cfa – Tropical de Altitude, possui verões quentes e chuvas bem distribuídas,
corresponde a porções elevadas da escarpa, onde a altitude provoca queda das
temperaturas médias anuais para 20°C;
•
Cfb – corresponde a porções mais elevadas onde os verões já se fazem frios e a
temperatura média anual cai para 18°C;
•
Cwb – Subtropical de Altitude, domina as porções mais elevadas do planalto,
situadas junto à serra do Mar, o que determina a ocorrência de verões frios;
•
Cwa – Subtropical, nas partes mais rebaixadas do planalto, vale do rio Paraíba
do Sul, onde os verões se fazem quentes, subindo as médias anuais para 20° C.
A Figura III.2 mostra a temperatura média e a precipitação para o Estado do Rio de
Janeiro nos anos 2000 e 2001, enquanto as Figuras III.3 e III.4 apresentam os dados
de temperatura média e precipitação da região litorânea do Estado no período 19611990.
Precipitação (mm)
no
período
2000
Precipitação (mm)
no
período
2001
Temperatura Média (ºC) no
período
2000
Temperatura Média (ºC) no
período 2001
Figura III.2 – Temperaturas médias e precipitações para o Estado do Rio de Janeiro,
para os anos 2000 e 2001. (Fonte: INMET)
Plano de Controle Ambiental DIGV
110
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.3 – Normais de Temperatura Média das regiões litorâneas do Estado do Rio
de Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET).
Figura III.4 – Normais de Precipitação das regiões litorâneas do Estado do Rio de
Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET).
Áreas de Influência
A localização do empreendimento, próximo ao Trópico de Capricórnio, o coloca
matematicamente dentro da zona tropical do Hemisfério Sul, fazendo com que o clima
local e regional deva ser tropical muito úmido e quente. Entretanto, existem alguns
Plano de Controle Ambiental DIGV
111
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
fatores que diversificam os climas locais e regionais, tais como correntes oceânicas,
altitude e posição em relação às serras que ocorrem ao redor da área de referência.
Segundo informações colhidas através de dados secundários, há climas pertencentes
aos grupos A e C da classificação de Köeppen dentro de um raio de cerca de 80 km da
CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma diferenciação (Am). Este tipo climático
é referência para as florestas tropicais e este ocorre também no sítio da Central
Nuclear e na cidade de Angra dos Reis (ver Tabelas III.3e III.4 e Figura III.5).
No grupo C da classificação climática de Köeppen, encontram-se os tipos f e w, com
diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde
a temperatura média do mês mais frio varia entre 18o C e -3o C, enquanto a
temperatura média do mês mais quente fica acima de 10o C. O tipo f corresponde ao
clima que possui chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca. O mês mais
seco possui pelo menos 30 mm de precipitações. Na área de Angra, esse tipo de clima
surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a demonstra verão quente e a
temperatura média do mês mais quente acima de 22o C. Já a diferenciação b indica um
verão brando e temperatura média mensal mais quente abaixo de 22o C. Os climas do
grupo Cw, encontrados na área de Angra, possuem a estação seca ocorrendo no
inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das latitudes tropicais
e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções. Na região, esse tipo de clima
aparece com as diferenciações a e b, já descritas.
Cabe esclarecer que o clima é o resultado da integração de situações meteorológicas.
O clima de um lugar é determinado por fatores geográficos e dinâmicos. Os fatores
geográficos podem ser compreendidos como a posição (latitude) e a distância do mar.
Plano de Controle Ambiental DIGV
112
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
ESTAÇÃO DA CIDADE DE ANGRA DOS REIS
NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE 1961-1990
290
280
270
260
CHUVAS
250
EVAPORAÇÃO
240
INSOLAÇÃO
230
CHUVA MÁXIMA DE 24 HS
INTENSIDADE DAS CHUVAS
E DA EVAPORAÇÃO (mm)
INSOLAÇÃO EM HORAS
220
210
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
CHUVAS NORMAIS MENSAIS, CHUVA MÁXIMA DE 24 HORAS INSOLAÇÃO
MENSAL E TAXA DE EVAPORAÇÃO.
Figura III.5 – Normais climatológicas da Estação de Angra dos Reis para o período
1961-1990 (Fonte: EIA/Angra 2).
A latitude determina a quantidade de insolação recebida durante o ano e como
conseqüência o maior potencial para evaporação de água. Outro fator climático
importante é o relevo, não só a altitude, mas também a posição relativa aos acidentes
orográficos, já que é notadamente conhecida a interação dos fatores estáticos com os
dinâmicos.
Fatores Geográficos do Clima
A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo (Figura III.6). As
escarpas da Serra do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km, em torno da
Central, são encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs
bastante amplos acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada
Plano de Controle Ambiental DIGV
113
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
atmosférica acima da camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os
montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da
circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa
sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados. A camada de
inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos
poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da atmosfera. A
camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se nas
serras. No planalto, uma outra camada de mistura se forma, assim como uma nova
estratificação das camadas de ar.
Figura III.6 – Vista da região da CNAAA de uma posição a 45 graus acima do
horizonte, a sudoeste (Fonte: EIA/Angra 2).
A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera.
Tal estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica, o ar quente e úmido
gerado pela insolação diária, nas baixadas, não ultrapassa os limites verticais da
camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas
do mar, que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais
aquecido, é barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento
diurno, em poucas horas sobre eles desenvolvem-se células convectivas que aspiram
ar dos vales. A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar
nuvens, dando início à formação de grandes células térmicas que, freqüentemente,
terminam em precipitações e trovoadas.
Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de
precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e
pela formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das
precipitações apresentam grandes contrastes. De um lado de uma montanha podem
ser medidos índices de mais de 3000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o
valor pode ser a metade.
Plano de Controle Ambiental DIGV
114
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Fatores Dinâmicos do Clima
Segundo o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, da usina Angra 3, os fatores
geográficos como maritimidade, continentalidade, relevo, latitude e correntes
oceânicas, agem interativamente com os sistemas de circulação atmosférica global e
regional. Durante todo o ano, nas regiões tropicais do Brasil, os ventos da baixa
Troposfera são de SE a NE. Esses ventos se originam no centro de ação do Anticiclone
do Atlântico Sul. Nas áreas dos anticiclones existe movimento subsidente do ar das
camadas mais altas. Esta é uma característica intrínseca ao seu movimento de
rotação. O ar, ao baixar de nível, fica submetido à maior pressão; em resposta ao
ajuste ao novo estado de equilíbrio termodinâmico, sua temperatura aumenta. Desse
modo, toda a baixa Troposfera apresenta-se estável. O aquecimento da superfície pelo
sol nem sempre é suficiente para gerar células convectivas com força para penetrar
acima do limite da camada de mistura. Imediatamente acima da camada de mistura
turbulenta, se estabelece uma camada de ar muito seca e quente. Abaixo desta
camada o ar é úmido e quente. A massa de ar do anticiclone mostra-se homogênea por
toda sua extensão. Nessa condição de estabilidade atmosférica não há possibilidade
de se formarem nuvens ocorrerem chuvas, dessa maneira, sob os anticiclones, o
tempo é estável e ensolarado.
Quando os ventos alísios a Leste se intensificam e as velocidades aumentam acima de
2,5 m/s, no lado a barlavento das serras pode ocorrer a formação de chuvas leves. No
outono e inverno, ao longo das serras fluminenses, é comum esse tipo de precipitação.
Essa situação de tempo estável só é interrompida pela passagem de uma onda de
baixa pressão ou sistema frontal. Nessas ocasiões, a camada de inversão térmica se
rompe, aumenta a turbulência do ar, os ventos mudam de direção e ficam mais fortes,
formam-se nuvens e quase sempre chove. O ar poluído da camada limite se mistura
nas altas camadas da atmosfera e é transportado para longe.
Plano de Controle Ambiental DIGV
115
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.3 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da
insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2).
Pressão
Temperatura
média
Temperatura máxima
Temperatura mínima
Temperatura máxima absoluta
Temperatura mínima absoluta
(oC)
(oC)
(oC)
(oC)
26,0
29,8
22,6
38,5 — 01/69
15,3 — 17/63
1011,6
26,4
30,4
23,1
39,3 — 11/66
17,1 — 09/63
Mar
1012,6
25,8
29,5
22,5
37,4 — 18/83
16,3 — 18/64
Abr
1014,7
24,0
27,6
20,8
35,3 — 01/87
12,8 — 25/71
Mai
1016,4
22,2
26,2
18,9
35,1 — 02/71
12,8 — 17/63
Jun
1018,3
20,6
25,0
17,1
32,8 — 13/70
9,8 — 18/88
Jul
1019,3
20,2
24,6
16,5
33,8 — 15/77
10,1 — 28/64
Ago
1017,8
20,7
25,0
17,2
36,0 — 31/83
9,4 — 12/88
Set
1017,0
21,3
24,9
18,2
36,4 — 26/74
11,0 — 05/64
Out
1014,6
22,3
25,6
19,3
35,8 —26/74
13,4 — 21/62
Nov
1012,6
23,5
27,0
20,4
37,2 — 26/74
13,7 — 13/64
Dez
1011,2
24,9
28,6
21,7
38,8 — 18/80
14,4 — 29/63
Anual
1014,8
23.2
27,0
19,8
39,3 — 11/02/66
9,4 — 12//08/88
Mês
(hPa)
(oC)
Jan
1011,0
Fev
Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do
barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990.
Plano de Controle Ambiental DIGV
116
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.4 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da
insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2).
Mês
Precipitação total
(mm)
Precipitação máxima em 24
hs
(mm — Data)
Evaporação total
Insolação total
Nebulosidade
(mm)
(Horas)
(0 — 10)
Dias
chuvosos
Umidade
relativa
(%)
Jan
276,4
285,6 — 23/67
59,8
173,5
7,0
17
81,0
Fev
240,2
203,8 — 26/71
57,1
176,1
7,0
14
80,0
Mar
237,1
164,5 — 17/68
54,8
171,6
7,0
14
81,0
Abr
189,5
191,2 — 19/85
46,8
146,5
7,0
13
82,0
Mai
109,0
105,0 — 28/71
45,2
159,5
6,0
11
82,0
Jun
78,3
76,1 — 07/87
42,2
147,3
5,0
9
82,0
Jul
76,2
141,0— 03/86
46,2
159,9
5,0
8
81,0
Ago
78,2
138,9 — 28/71
46,7
149,0
6,0
9
81,0
Set
116,0
73,4 — 25/77
44,3
120,2
7,0
13
82,0
Out
144,1
89,0 — 16/61
46,2
121,1
8,0
16
83,0
Nov
166,6
103,2 — 03/72
49,4
128,2
8,0
16
82,0
Dez
265,0
191,4 — 22/65
56,6
128,8
8,0
18
82,0
Anual
1976,7
285,6 — 23/01/67
595,4
1781,7
7,0
158
82,0
Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do
barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990.
Plano de Controle Ambiental DIGV
117
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Temperatura
As temperaturas máximas em Angra dos Reis ocorrem no mês de fevereiro, portanto no
meio do verão e as mínimas em julho. A temperatura média da Cidade foi de 23,2ºC. A
média das máximas de 27,0ºC e a média das mínimas de 19,8ºC. A temperatura máxima
absoluta da série foi registrada em 11/02/66 e atingiu a marca de 39,3ºC, enquanto, a
mínima absoluta só foi registrada em 12/08/88 e seu valor é 9,4oC.
Pressão Atmosférica
A pressão atmosférica média na estação de Angra foi de 1014,8 hPa, dada a altura da
cuba do barômetro de somente 2,8 m acima do nível médio do mar, deduz-se que esta
pressão reduzida ao nível do mar seria de 1015,1 hPa; pressão característica das áreas
das cristas de altas subtropicais. Nos meses quentes de novembro a março, as pressões
normais de Angra dos Reis e Guaíba ficam abaixo do valor da pressão padrão ao nível do
mar, que é de 1013,25 hPa. Essa pressão mais baixa reflete o recuo do Anticiclone do
Atlântico Sul para o oceano.
Precipitações
Em Angra dos Reis, as médias das chuvas mensais ficam acima de 70 mm. As chuvas de
inverno podem ser atribuídas às entradas das fracas frentes frias de inverno, associadas
aos efeitos orográficos. As grandes chuvas acontecem de outubro a abril.
A taxa anual de precipitação em Angra foi 1976,7 mm e seu mês mais chuvoso é janeiro
com 276,4 mm. A precipitação máxima de 24 horas, em Angra, durante o período das
Normais, foi de 285,6 mm e ocorreu a 23/01/67. A precipitação máxima de 24 horas pode
ser produzida por uma única nuvem de tempestade localizada, conhecida pelos
meteorologistas como cumulus nimbus (CB). Muitas vezes a chuva não dura mais do que
uma hora. Embora localmente seu impacto seja grave, principalmente se atinge uma
grande cidade, não afeta as regiões a jusante e ao redor de forma significativa.
Em Angra dos Reis, ocorrem, em média, 158 dias chuvosos por ano, segundo valores das
Normais. Nas regiões tropicais, devido à natureza dos processos físicos geradores das
chuvas, principalmente de células convectivas, e devido aos efeitos orográficos, as
precipitações apresentam variabilidade espacial de caracter aleatório, embora a topografia
e a proximidade ao mar sejam fatores estáticos que aumentam as probabilidades de
determinados locais receberem maiores taxas de chuvas. As grandes chuvas sistemáticas
são intensificadas pelos fatores locais.
Umidade, Nebulosidade, Insolação e Evaporação
A umidade média do ar em Angra é de cerca de 81% e esse valor não se altera muito
durante o ano.
A nebulosidade varia de 50% no inverno a 80% no verão, sendo a média em torno de
70%, enquano o número de horas normais de insolação por ano em Angra é 1781,7.
Plano de Controle Ambiental DIGV
118
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A taxa de evaporação normal é de 595,4 mm/a, para precipitações normais de 1976,7
mm/a. A taxa de evaporação depende mais da ventilação que da insolação, como pode
ser observado em Angra dos Reis, onde há maior ventilação.
Clima das Áreas de Influência
A área da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, onde será implantado o
empreendimento, possui um microclima típico de região litorânea tropical, influenciada por
fatores como latitude e longitude, proximidade do mar, topografia, natureza da cobertura
vegetal e, sobretudo, as ações das circulações atmosféricas de larga e meso-escalas,
como frentes frias e brisas marítimas/terrestres, respectivamente.
São analisados, a seguir, os parâmetros mais relevantes para a caracterização
climatológica em Angra dos Reis - RJ, por meio dos parâmetros: direção e velocidade do
vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, precipitação
pluviométrica, evaporação, insolação, radiação solar e nebulosidade.
Numa primeira avaliação foram combinadas as diversas informações climatológicas
oriundas do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, da Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, e dos dados do período 1968-98 originados no National Center of
Environmental Prediction – NPCEP dos Estados Unidos da América do Norte, o que
permitiu caracterizar regionalmente os parâmetros meteorológicos mais relevantes da
região onde se localiza o empreendimento e entorno.
Complementarmente, foram usadas as informações locais das quatro torres
meteorológicas instaladas na área, sendo que uma delas (a denominada Torre A)
apresenta três níveis distintos (100 m, 60 m e 10 m), onde em cada um deles existe um
sensor de vento (direção e velocidade) e de temperatura do ar. Nas demais torres
(denominadas Torres B, C e D) apenas são medidas, as direções e velocidades dos
ventos. A distribuição das torres meteorológicas existentes na área da CNAAA pode ser
vista na Figura III.7. Estas se encontram estrategicamente distribuídas no entorno das
Unidades 1 e 2 e, posteriormente 3, permitindo uma gestão ambiental mais eficaz por
parte da Eletronuclear.
Segundo informações colhidas para a confecção do Estudo de Impacto Ambiental da
Usina de Angra 3, há climas pertencentes aos grupos A e C da classificação de Köeppen
dentro de um raio de cerca de 80 km da CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma
diferenciação (Am). Este tipo climático é referência para as florestas tropicais e este ocorre
também no sítio da Central Nuclear e na cidade de Angra dos Reis (ver Tabelas III.5 e
III.6). Esse mesmo tipo de clima é também encontrado na Ilha de Guaíba, já na Baía de
Sepetiba.
No grupo C da classificação climática de Köeppen, encontram-se os tipos f e w, com
diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde a
temperatura média do mês mais frio varia entre 18ºC e -3ºC, enquanto a temperatura
média do mês mais quente fica acima de 10ºC. O tipo f corresponde ao clima que possui
Plano de Controle Ambiental DIGV
119
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca. O mês mais seco possui pelo
menos 30 mm de precipitações.
Figura III.7 – Localização das torres meteorológicas da CNAAA
Fonte: Angra 3 Preliminary Safety Analysis Report (PSAR) – Rev 0 – Abril, 2002
Na área de Angra, esse tipo de clima surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a
demonstra verão quente e a temperatura média do mês mais quente acima de 22º C. Já a
diferenciação b indica um verão brando e temperatura média mensal mais quente abaixo
de 22ºC. Os climas do grupo Cw, encontrados na área de Angra, possuem a estação seca
ocorrendo no inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das
latitudes tropicais e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções. Na região,
esse tipo de clima aparece com as diferenciações a e b, já descritas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
120
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo. As escarpas da Serra
do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km, em torno da CNAAA, são
encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs bastante amplos
acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada atmosférica acima da
camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os montes elevados penetram
várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções
diferentes. A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada
ao nível dos platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os
movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para
as camadas mais elevadas da atmosfera. A camada de ar estável, suspensa acima da
camada de mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, uma outra camada de
mistura se forma, assim como uma nova estratificação das camadas de ar.
A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera. Tal
estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica, o ar quente e úmido
gerado pela insolação diária, nas baixadas, não ultrapassa os limites verticais da camada
de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas do mar,
que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, é
barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno e em
poucas horas, sobre eles, desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales.
A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar nuvens, dando início
à formação de grandes células térmicas que, freqüentemente, terminam em precipitações
e trovoadas.
Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de
precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e pela
formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das precipitações
apresentam grandes contrastes. De um lado de uma serra podem ser medidos índices de
mais de 3.000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o valor pode ser a metade.
Plano de Controle Ambiental DIGV
121
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.5 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das temperaturas e da pressão atmosférica
Pressão
Temperatura
média
Temperatura
máxima
Temperatura
mínima
Temperatura máxima
absoluta
Temperatura mínima
absoluta
(hPa)
(oC)
(oC)
(oC)
(oC)
(oC)
Jan
1011,0
26,0
29,8
22,6
38,5 — 01/69
15,3 — 17/63
Fev
1011,6
26,4
30,4
23,1
39,3 — 11/66
17,1 — 09/63
Mar
1012,6
25,8
29,5
22,5
37,4 — 18/83
16,3 — 18/64
Abr
1014,7
24,0
27,6
20,8
35,3 — 01/87
12,8 — 25/71
Mai
1016,4
22,2
26,2
18,9
35,1 — 02/71
12,8 — 17/63
Jun
1018,3
20,6
25,0
17,1
32,8 — 13/70
9,8 — 18/88
Jul
1019,3
20,2
24,6
16,5
33,8 — 15/77
10,1 — 28/64
Ago
1017,8
20,7
25,0
17,2
36,0 — 31/83
9,4 — 12/88
Set
1017,0
21,3
24,9
18,2
36,4 — 26/74
11,0 — 05/64
Out
1014,6
22,3
25,6
19,3
35,8 —26/74
13,4 — 21/62
Nov
1012,6
23,5
27,0
20,4
37,2 — 26/74
13,7 — 13/64
Dez
1011,2
24,9
28,6
21,7
38,8 — 18/80
14,4 — 29/63
Anual
1014,8
23.2
27,0
19,8
39,3 — 11/02/66
9,4 — 12//08/88
Mês
Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba
do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990; (Fonte: EIA/Angra 2).
Plano de Controle Ambiental DIGV
122
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.6 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas (precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da
insolação e nebulosidade)
Mês
Precipitação total
(mm)
Precipitação máxima em
24 hs
Evaporação
total
(mm — Data)
(mm)
Insolação total
(Horas)
Nebulosidad
e
(0 — 10)
Dias
chuvosos
Umidade
relativa
(%)
Jan
276,4
285,6 — 23/67
59,8
173,5
7,0
17
81,0
Fev
240,2
203,8 — 26/71
57,1
176,1
7,0
14
80,0
Mar
237,1
164,5 — 17/68
54,8
171,6
7,0
14
81,0
Abr
189,5
191,2 — 19/85
46,8
146,5
7,0
13
82,0
Mai
109,0
105,0 — 28/71
45,2
159,5
6,0
11
82,0
Jun
78,3
76,1 — 07/87
42,2
147,3
5,0
9
82,0
Jul
76,2
141,0— 03/86
46,2
159,9
5,0
8
81,0
Ago
78,2
138,9 — 28/71
46,7
149,0
6,0
9
81,0
Set
116,0
73,4 — 25/77
44,3
120,2
7,0
13
82,0
Out
144,1
89,0 — 16/61
46,2
121,1
8,0
16
83,0
Nov
166,6
103,2 — 03/72
49,4
128,2
8,0
16
82,0
Dez
265,0
191,4 — 22/65
56,6
128,8
8,0
18
82,0
Anual
1976,7
285,6 — 23/01/67
595,4
1781,7
7,0
158
82,0
Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba
do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990; (Fonte: EIA/Angra 2).
Plano de Controle Ambiental DIGV
123
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III.1.5 RECURSOS HÍDRICOS
Esta parcela do estudo vislumbra caracterizar e diagnosticar os recursos hídricos em seus
aspectos de qualidade, quantidade, dos seus múltiplos usos, dinâmica e os fatores
ambientais críticos do ponto de vista do empreendimento, o Depósito Inicial dos
Geradores de Vapor. Tais interferências ou possibilidades são delimitadas territorialmente
pelas áreas de influência direta e indireta, já descritas e justificadas anteriormente.
Serão consideradas neste estudo, através de dados secundários disponibilizados
principalmente pela Eletronuclear, as águas subterrâneas, superficiais e marítimas da área
de influência, além de breve descrição e caracterização dos recursos hídricos da região de
entorno.
III.1.5.1 Dados plúviométricos e fluviométricos
O tratamento aplicado aos dados levantados buscou fundamentar o conhecimento do
comportamento dos processos hidrológicos, objetivando, em última instância, fornecer
subsídios para o gerenciamento dos recursos hídricos nas áreas de influência do
empreendimento. As análises realizadas enfocaram a variabilidade das condições
hidrológicas uma vez que as situações de abundância e escassez relativa mostram-se de
extrema importância na região considerada, vinculando-se aos processos de enchentes e
aos problemas de abastecimento de água potável à população.
Os dados de precipitação analisados foram obtidos de duas fontes principais:
•
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), compreendendo as normais
climatológicas dos períodos de 1931 a 1960 e de 1961 a 1990, oriundos da estação
meteorológica gerenciada por esse órgão situada na cidade de Angra dos Reis;
•
Agência Nacional de Águas (ANA), que forneceu as séries históricas das
estações operadas pela Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM) situadas
nas AID e AII do empreendimento.
As normais climatológicas analisadas corresponderam à precipitação total mensal e anual,
cujos dados auxiliaram na caracterização do regime de chuvas na região considerada,
assim como as normais de precipitação máxima em 24 horas, dada a sua importância
para o dimensionamento das condições que levam a episódios de enchentes.
As séries históricas fornecidas pela ANA abrangem dados mensais e diários de
precipitação e vazão, o que a princípio permite o detalhamento do comportamento da
pluviosidade e/ou do regime de vazões dos cursos d’água nos locais em que se situam.
No entanto, essas séries possuem inúmeros problemas tanto no que diz respeito à falta de
dados relativos a alguns meses como no tocante ao tratamento de consistência de dados,
tendo sido observadas lacunas no preenchimento de valores de vários dias ou mesmo de
meses inteiros não só nos dados brutos mas também naqueles classificados como
consistidos.
Para uma análise mais detalhada do comportamento da precipitação visando à avaliação
das condições propícias à ocorrência de enchentes, foram selecionadas três estações
pluviométricas situadas mais próximas às três estações fluviométricas existentes na área
Plano de Controle Ambiental DIGV
124
Diagnóstico do Meio Físico
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considerada para estudo (Tabela III.7), e, para essas estações, selecionados alguns anos,
dentre aqueles que apresentavam a série completa e consistida, com totais pluviométricos
anuais e vazão média anual mais baixos e mais elevados, sendo eles, respectivamente,
os anos de 1990 (mais baixos) e 1985, 1986 e 1996 (mais elevados).
Tabela III.7 – Estações plúvio e fluviométricas selecionadas para análises detalhadas
Nome
Tipo de Estação
Bacia Hidrográfica
Fazendas das Garrafas
Plúvio e fluviométrica
alto curso do Rio Mambucaba
Fazenda Fortaleza
Fluviométrica
baixo curso do Rio
Mambucaba
Vila Mambucaba
Pluviométrica
baixo curso do Rio
Mambucaba
Parati
Fluviométrica
Rio Perequê-Açu
São Roque
Pluviométrica
Rio Perequê-Açu
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Os dados dessas estações foram acessados, avaliados e trabalhados mediante a
realização de cálculos e gráficos e, ainda, submetidos a análises estatísticas (obtenção de
parâmetros como média, desvio-padrão, mediana e moda), executadas para o conjunto
das estações pluviométricas e fluviométricas.
As análises de freqüência de chuvas para a série histórica das estações foram também
efetuadas empregando-se as classes recomendadas pelo INMET: 0-2,5 mm, 2,5-5 mm, 510 mm, 10-15 mm, 15-25 mm, 25-50 mm, 50-100 mm e >100 mm. No caso das estações
selecionadas para estudos detalhados (para os anos 1985, 1990 e 1996), as classes de
freqüência a partir de 50 mm foram subdivididas em intervalos de 25 mm, constituindo as
seguintes classes: 50-75 mm, 75-100 mm, 100-125 mm, 125-150 mm, 150-175 mm, 175200 mm e >200 mm.
Para as estações pluviométricas selecionadas, efetuou-se também a análise da ocorrência
de dias consecutivos de chuva, que foi avaliada em conjunto com a freqüência de
precipitações moderadas e elevadas. Foram realizadas correlações estatísticas entre os
dados diários de pluviosidade dessas estações e os dados de vazão, buscando-se avaliar
a relação precipitação/vazão nas bacias abrangidas pelas estações selecionadas.
Com base nos dados de vazão dos rios Mambucaba e Perequê-Açu, foram
confeccionadas curvas de permanência, visando detectar a freqüência dos diferentes
valores de vazão observados na série histórica. As curvas de permanência foram
construídas com base nos dados diários, de modo a subsidiar tanto a avaliação dos
episódios de enchentes como das vazões mínimas, aspecto fundamental para o
abastecimento de água na região.
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125
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Procedeu-se, ainda, a um levantamento das ocorrências de enchentes nos livros de
registro de atendimento da Defesa Civil Municipal de Angra dos Reis, a fim de estabelecer
relações entre os eventos de enchentes e os dados de chuva e vazão documentados nas
estações analisadas. A partir desse levantamento, foram confeccionados, para os meses
com registro de enchentes, gráficos relacionando os dados diários de vazão e
precipitação.
III.1.5.2 Recursos Hídricos Superficiais
Toda a região dos municípios de Angra dos Reis e Parati apresenta características
hidrodinâmicas semelhantes: é formado por inúmeras microbacias que têm suas
nascentes na Serra do Mar e contribuem para a Baía da Ilha Grande, com pequenas áreas
de contribuição e grandes declividades. Os rios principais destas bacias deságuam
diretamente no mar e apresentam pequenas vazões. O verão representa o período de
maiores vazões, enquanto o inverno as menores, caracterizando estes cursos de água
como rios de regime tropical austral.
A região possui planícies costeiras pouco desenvolvidas e, às vezes inexistentes, pois a
paisagem é marcada muitas vezes com o encontro direto das encostas da serra com o
mar. Os principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati são apresentados na
Tabela III.8.
Tabela III.8 – Principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati
Rio
Extensão (km)
Jacuecanga
10,3
Japuíba
12,5
Ariró
17,5
Paca Grande/Bracuí
31,5
Grataú
10,3
Frade
6,0
Mambucaba
58,0
Barra Grande
15,0
Pequeno
15,1
Pequeno Açu
21,0
Mateus Nunes
15,0
Parati Mirim
22,0
Fonte: EIA Angra 3 (ELETRONUCLEAR)
Cota das
Nascentes (m)
1.400
1.400
1.100
1.500
1.200
600
2.000
1.500
1.500
1.500
1.200
800
Declividade
Média (m/km)
136
112
63
48
116
100
34
100
100
71
80
36
A Tabela III.8 mostra que os dois maiores rios da região são o Paca Grande/Bracuí e o
Mambucaba. O rio Mambucaba, o de maior vazão, possui nascentes no platô da serra da
Bocaina, no estado de São Paulo. Sua bacia hidrográfica possui 757 km2 de área e
perímetro de aproximadamente 155 km.
A área de influência indireta contém duas microbacias de drenagem que deságuam na
área compreendida pela CNAAA (a maior drena para Itaorna e possui 379 ha, enquanto a
menor drena para a Ponta Grossa e possui 118 ha).
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Dois canais de drenagem, Canal 2 e Canal 5, estão situados na maior microbacia, que
está voltada para Itaorna. O Canal 2 tem uma vazão estimada em cerca de 100 m3/s para
um tempo de recorrrência de 1.000 anos, enquanto o Canal 5 tem uma vazão aproximada
de 60 m3/s, para o mesmo período de recorrência.
Estes canais drenam todas as águas provenientes das encostas, servindo assim como um
cinto de drenagem das áreas das usinas, descarregando tais águas superficiais
diretamente no mar.
No entorno da Unidade II-B e Prédio de Monitoramento do DIRR, já existem dispositivos
de drenagem, projetados e dimensionados através de estudos hidrológicos e topográficos.
Usos das Águas pela Eletronuclear
A Eletronuclear utiliza três mananciais. Dois que atendem as vilas residenciais (ETN 2 e
ETN 3) e um que abastece a CNAAA, ETN 1, no Rio do Frade. Estes pontos de captação
podem ser visualizados no Anexo 11 deste PCA (Mapa de Recursos Hídricos).
Estas águas recebem tratamento (mistura rápida, floculação, decantação, filtração e
cloração) antes de chegar ao consumo.
Qualidade das Águas
A análise da qualidade das águas de superfície, foram executadas com base nos estudos
realizados durante a execução do Estudo de Impacto Ambiental – EIA da Unidade 3 da
CNAAA – Angra 3, sendo realizadas as seguintes atividades:
•
Avaliação das características geomorfológicas/geológicas e de uso e
cobertura do solo das bacias;
•
Amostragem das águas de superfície em cursos fluviais selecionados como
representativos dos padrões identificados;
•
Envio para os laboratórios responsáveis pelo processamento de análises
químicas, físico-químicas e microbiológicas;
•
Comparação dos resultados obtidos com a legislação que regulamenta os
limites de tolerância dos seres humanos aos contaminantes.
No contexto desses estudos, é importante destacar a existência de uma grande variedade
de leis e regulamentações no que concerne à exposição máxima tolerável a substâncias
químicas na água. Mesmo em países desenvolvidos, existem muitas controvérsias
relacionadas à regulamentação desses limites, dada a incerteza, principalmente, devida
ao sinergismo entre os contaminantes. No Brasil, as principais regulamentações referentes
aos limites de exposição a contaminantes nas águas foram definidas por instituições como
o Conama (através da Resolução N° 357/05), o Ministério da Saúde (através da Portaria
518/04 – Procedimentos e Responsabilidades Relativos ao Controle e Vigilância da
Qualidade da Água para o Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade), além de
órgãos estaduais de meio ambiente, como a Cetesb e a Feema. Os valores fixados por
essas instituições como limites de tolerância dos constituintes das águas considerados
potencialmente tóxicos são bem próximos aos fixados pelas instituições internacionais.
Plano de Controle Ambiental DIGV
127
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NATRONTEC
Na seleção dos pontos de amostragem, considerou-se, além das características das áreas
drenadas pelas redes fluviais de diferentes magnitudes, a existência de pontos de
captação para abastecimento da população, tendo-se procurado efetuar coletas em, ao
menos, dois pontos ao longo dos cursos fluviais escolhidos como representativos: no
baixo curso/desembocadura e no médio curso e/ou próximo às nascentes.
As coletas de água superficial foram realizadas em duas campanhas de campo: uma
realizada em outubro de 2002; e outra em janeiro de 2003. A programação das
campanhas teve por objetivo considerar a variação sazonal no comportamento hidrológico
dos cursos fluviais.
As amostras coletadas foram encaminhadas ao Laboratório de Análise Ambiental e
Mineral (LAM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ao laboratório
Innolabe do Brasil Ltda.
Análises realizadas:
•
dureza;
Físico-Químicas: pH, turbidez, oxigênio dissolvido, sólidos em suspensão,
•
(DQO);
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio
•
Determinação de Metais: sódio, potássio, magnésio, cálcio, alumínio, cromo;
manganês, ferro, níquel, cobre, zinco, cádmio, chumbo, mercúrio e bário;
•
Determinação de não-metais: cloreto, sulfato, fluoreto, nitrito, nitrato, arsênio,
fósforo total e nitrogênio;
•
Determinação de tensoativos;
•
Determinação de Fenóis;
•
Análise Bacteriológica.
Resultados:
•
Em todos os pontos amostrados, o parâmetro tubidez encontra-se dentro do
limite especificado pela legislação (40-100 UNT).
•
Todas as amostras analisadas apresentaram com o teor de oxigênio
dissolvido acima do especificado pela legislação. É importante destacar que a solubilidade
do OD nos corpos d´água varia com altitude e temperatura. Ao nível do mar, na
temperatura de 20oC, a concentração de saturação é igual a 9,2 mg/L. Valores de OD
superiores à saturação são indicativos da presença de algas (fotossíntese).
•
Foram encontrados valores altos de cloretos nos Rios Mambucaba e São
Gonçalo, 1.680 e 15.900 mg/L, respectivamente, creditada à mistura proveniente da
penetração da maré na foz dos rios. As outras amostras estão dentro do estabelecido pela
legislação (250 mg/L).
Plano de Controle Ambiental DIGV
128
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
•
Todas as amostras analisadas apresentam DBO acima de 3 mg/L, mas
abaixo de 10 mg/L, com exceção da amostra do Rio Bracuí (1 mg/L). Os valores acima de
10 mg/L provavelmente devem estar relacionados ao aporte de matéria orgânica vegetal
e/ou animal.
•
Em todos os pontos amostrados, o ferro e o manganês encontram-se dentro
do limite especificado pela legislação.
Aplicando-se o Índice de Qualidade das Águas (IQA) para os resultados obtidos nas
análises efetuadas, verifica-se que as águas dos rios monitorados podem ser
consideradas boas (51< IQA ≤ 79), com exceção de uma amostra “Ambrósio 2”, que pode
ser considerada regular (36< IQA ≤ 51).
III.1.5.3 Águas subterrâneas – Caracterização regional
De acordo com dados do EIA/RIMA da Unidade 3 da CNAAA – Angra 3, há dois aqüíferos
livres contínuos na região de Barra Grande (Parati) e outro na região de Cunhambebe
(Angra dos Reis), correspondentes a formações de sedimentos não consolidados,
possivelmente propícios à exploração de poços rasos (inferiores a 50 m), com importância
hidrogeológica razoavelmente grande e boa qualidade química.
A produtividade é de média a fraca, o que corresponde a poços com capacidade
específica entre 0,13 e 1 m3/h/m e vazão entre 3,25 e 25 m3/h, para um rebaixamento do
nível d’água de 25 m.
O fluxo de água subterrânea está de acordo com a superfície topográfica, no sentido de
Itaorna. O nível freático está em torno de 2 m abaixo da superfície, com gradiente de cerca
de 0,5%, seguindo com um aumento da declividade na direção do mar, até alcançar o
gradiente de 1%.
Dois sistemas de juntas verticais, aproximadamente perpendiculares entre si, ocorrem nas
rochas do local (gnaisses, migmatitos, granitos e dioritos) e um sistema de juntas
suborizontais, ou de alívio. Apesar de a maioria das juntas estar aberta nas proximidades
das superfícies das rochas, estas são fechadas no interior do maciço rochoso.
As falhas também ocorrem em dois sistemas verticais perpendiculares entre si. Os planos
e falhas são preenchidos com material de falha moído ou material de origem secundária, o
que dificulta a percolação da água.
Em todas as perfurações na rocha, o nível do lençol estava contido dentro ou pouco acima
da superfície da rocha, onde existiam juntas de alívio locais, com juntas mais abertas. Em
maiores profundidades, os testes registraram menores perdas d’água, onde as juntas são
mais fechadas. As fissuras superficiais do maciço rochoso possuem boa intercomunicação
nesta região.
Numa perfuração, que interceptou uma junta a 7 m abaixo do contato solo/rocha,
verificaram-se características de artesianismo, e uma vazão de 1.000 L/h foi observada
nos primeiros momentos do teste de bombeamento aí realizado, decrescendo após
algumas horas, até se tornar insignificante em poucos dias. Caracterizou-se assim a
Plano de Controle Ambiental DIGV
129
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pequena capacidade de armazenamento associada às rochas cristalinas, nas quais poços
com vazões próximas a 4.000 L/h geralmente não existem, sendo mais comuns aqueles
com descarga nula ou de produção insignificante.
Indica que, com exceção do centro, os demais bairros já citados seriam os mais propícios
à exploração de água subterrânea, por apresentarem estruturas geológicas favoráveis à
infiltração e armazenamento de água, além de uma boa cobertura vegetal, o que
favoreceria a infiltração das águas de chuva que escoam pelas encostas, mesmo estas
sendo íngremes e, conseqüentemente, a recarga dos aqüíferos a serem explorados.
Além disso, a baixa densidade demográfica desses locais favoreceria a implantação de
poços longe de possíveis contaminações antrópicas, mesmo que os poços se situassem
em cotas pouco elevadas. Por outro lado, alertou-se sobre a atitude da foliação da
geologia local, que, por ser contrária à declividade da encosta, representaria uma
possibilidade real de contaminação pela infiltração oriunda de fossas e sumidouros,
através desses planos de descontinuidade.
Ao final conclui que a região estudada pode ser considerada de boa capacidade para
exploração de águas subterrâneas, restando a determinação do grau de fraturamento dos
maciços a serem perfurados, de modo a se obterem volumes compatíveis com a
necessidade da comunidade.
A única captação de água subterrânea para abastecimento doméstico executada por
órgãos oficiais encontra-se no bairro do Bonfim; contudo, esse poço só é operado para
complementar o abastecimento do manancial superficial. A existência de outros poços em
toda a região em estudo é devida às captações individuais, e não estão mapeadas
oficialmente.
Apenas um ponto foi avaliado: o poço de 60 m de profundidade no bairro do Bonfim, único
que serve de abastecimento urbano. Para sua caracterização, foram empreendidas duas
campanhas de coleta de água: uma, de verão (21/3/97), e outra, de inverno (17/8/97). A
Tabela III.9 apresenta os resultados das análises.
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130
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Tabela III.9 - Resultados das análises de qualidade da água do poço no Bairro Bonfim –
Angra dos Reis
Campanha
Parâmetro
Coliformes fecais
Unidade
NMP/100 ml
PH
Padrão
Verão
Inverno
1000
>
Zero
6,0 a 7,0
8,0
7,0
5
1
19
DBO
mg/l
Nitrogênio total
mg/l
0,47
<0,10
Fosfato total
mg/l
0,04
<0,10
Turbidez
UNT
0,3
1
Resíduo total
mg/l
172
115
Oxigênio dissolvido
mg/l
3,6
4,2
Coliformes totais
NMP/100 ml
>1600
Zero
DQO
mg/l
10
100
Mercúrio
mg/l
0,0004
<0,01
Índice de fenóis
mg/l
0,02
0,071
40
5000
0,002
Fonte: EIA de Angra 2, Natrontec, 1997.
Balanço Hídrico
Este estudo compreende o desenvolvimento de um modelo de balanço hídrico a ser
aplicado na AII para analisar as trocas de águas subterrâneas e as disponibilidades
hídricas do período analisado, bem como aspectos relacionados com o escoamento
superficial.
Esta região possui as seguintes características hidrometeorológicas: clima tropical úmido,
com pluviometria anual média igual a 1.817 mm, com máximas precipitações ocorrendo
principalmente nos meses de outubro a março, e a hidrografia formada por rios perenes de
pequeno porte e curso. A temperatura média anual é de 21,4°C, segundo dados do
período entre 1982-2001.
Os resultados para os componentes do balanço hídrico estão apresentados nas Tabelas
III.10 e III.11, com uma síntese de informações da disponibilidade hídrica e escoamento
superficial.
Plano de Controle Ambiental DIGV
131
Diagnóstico do Meio Físico
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Tabela III.10 - Resultados gerais do balanço hídrico utilizando-se o Balan 10
Valores médios anuais (mm)
Precipitação média anual
1.98427E+03
Chuva útil total
9.05536E+02
Chuva útil (fluxo direto)
2.31246E+02
Evapotranspiração potencial anual
1.00862E+03
Evapotranspiração real anual
4.60190E+02
Escoamento superficial
6.21242E+02
Fluxo hipodérmico
0.00000E+00
Recarga ao aqüífero
9.05536E+02
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
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132
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Tabela III.11 - Resultados do balanço hídrico de Itaorna: resumo das médias mensais*
Mês
Rec.Tot.
Rec.Dir.
Precip.
ETP
ETR
DOTR.
1
9.56E+01
2.63E+01
2.36E+02
9.92E+01
5.22E+01
0.00E+00
2
9.72E+01
2.87E+01
2.41E+02
9.67E+01
4.80E+01
0.00E+00
3
1.15E+02
3.07E+01
2.90E+02
1.06E+02
6.10E+01
0.00E+00
4
6.06E+01
1.66E+01
1.36E+02
9.38E+01
3.21E+01
0.00E+00
5
4.95E+01
1.26E+01
9.92E+01
8.42E+01
2.95E+01
0.00E+00
6
3.79E+01
1.08E+01
7.97E+01
7.29E+01
2.12E+01
0.00E+00
7
3.83E+01
8.64E+00
7.24E+01
7.17E+01
2.64E+01
0.00E+00
8
3.02E+01
7.23E+00
5.70E+01
6.80E+01
2.11E+01
0.00E+00
9
9.22E+01
1.95E+01
1.74E+02
6.92E+01
3.67E+01
0.00E+00
10
1.01E+02
2.06E+01
1.97E+02
7.48E+01
4.13E+01
0.00E+00
11
1.09E+02
2.89E+01
2.42E+02
7.70E+01
4.37E+01
0.00E+00
12
7.89E+01
2.07E+01
1.60E+02
9.52E+01
4.70E+01
0.00E+00
(*) Rec. Tot. – Recarga total; Rec. Dir. – Recarga direta; ETP – Evapotranspiração potencial; ETR – Evapotranspiração
real; DOTR. – Irrigação
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Os resultados do balanço indicaram que, para haver um bom ajuste com os dados de nível
do aqüífero superficial obtido pela Eletronuclear nos piezômetros de controle das
encostas, trata-se necessariamente de um aqüífero com pequeno armazenamento, rápida
resposta à recarga, com trânsito veloz pelas fraturas. Também é notável o alto percentual
de chuva útil estimada (cerca de 45% da precipitação total, correspondendo a 906
mm/ano), com elevadas taxas de infiltração profunda, o que não surpreende dadas às
características de clima e vegetação locais, praticamente sem déficit hídrico e pluviosidade
abundante. Deve-se, entretanto, salientar alguns fatores que diminuem a precisão do
estudo:
•
o valor de recarga resultante é demasiadamente alto quando se levam em
conta as estimativas de recarga obtidas em locais semelhantes, mormente em zonas de
encostas íngremes como é o caso na área de estudo, o que o modelo utilizado não leva
em conta;
•
os dados utilizados para a calibração (variação de níveis piezométricos
obtidos de levantamentos da Eletronuclear) apresentam uma grande variabilidade
segundo a profundidade ou local de tomada das medidas.
•
não foi levada em conta a existência de um fluxo hipodérmico significativo,
aquele que pode representar o escoamento no limite físico entre o material friável,
inconsolidado e a rocha e que, nas condições geoambientais locais pode representar um
grande percentual da recarga que não atinge o aqüífero profundo, fraturado.
Plano de Controle Ambiental DIGV
133
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Com relação à variação de nível dos piezômetros, tais dados aportam interessantes
informações sobre a recarga aos aqüíferos:
•
os piezômetros que registram a variação de nível piezométrico na interface
colúvio-solo residual em geral têm variações menores, da ordem de 2 a 2,5 m (Figura
III.8). Foram esses valores que se utilizaram para a calibração do modelo de simulação da
recarga (BALAN 10), pois retratam a recarga do aqüífero mais raso, que é a simulada pelo
referido modelo (embora, como já dito, se possa ter em conta um possível fluxo
hipodérmico, não se chegou a utilizar essa opção);
•
os piezômetros que registram a variação de níveis no horizonte entre o solo
residual e rocha alterada têm o comportamento mais errático, os níveis em geral são mais
profundos, mas em vários casos chegam inclusive a aflorar à superfície, o que pode refletir
a grande gama de situações hidráulicas no aqüífero fraturado (Figura III.8). Além disso, a
variação tem uma amplitude muito maior. Esse fato também reflete a ocorrência do fluxo
em fraturas (dupla porosidade, com pequena porosidade total, e um pequeno
armazenamento). O estudo das curvas de esgotamento dos piezômetros permitiu também
obter parâmetros para o modelo, tornando-o uma representação mais próxima da
realidade.
ResultadosBalan10
PS-I3
PD-SL4S
PD-SL19I
Variação NA em relação NT (m)
-2
0
2
2,27m
4
6
8
5,45m
10
12
14
16
Out/94
Jun/95
Fev/96
Out/96
Jun/97
Fev/98
Out/98
Jun/99
Mês / Ano
Figura III.8 – Comparação da variação piezométrica obtida com o Programa
BALAN10 e dos piezômetros instalados no contato entre o colúvio e o solo
residual (PD-SL4S) e entre o solo residual e a rocha alterada (PD-SL19I e PS-I3)
na encosta a jusante da BR-101.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2
– Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Plano de Controle Ambiental DIGV
134
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Como conseqüência do exposto, reforça-se a hipótese de que existem dois subsistemas
aqüíferos, um mais raso, com maior armazenamento (meio poroso), que responde
diretamente às variações meteorológicas, compreendendo a fração de solo
vegetal/húmico mais o solo residual subjacente, e outro mais profundo, com as fraturas
interconectadas hidraulicamente interagindo a partir da interface solo residual-rocha
alterada para baixo. O sistema inferior apresenta um caráter bastante errático, quanto às
variações piezométricas e ao tipo de resposta aos pulsos de recarga, típico desse tipo de
aqüífero.
Ainda como resultado desta avaliação, obteve-se uma estimativa da recarga ao aqüífero
mais raso que deve ser contrastada com outras técnicas para comprovação do
ajustamento da simulação.
Caracterização hidrogeoquímica
A caracterização hidrogeoquímica da AII e adjacências foi realizada, inicialmente, com
base no cadastro geral de poços e utilizando dados físico-químicos obtidos por ocasião da
visita aos pontos d´água. Esta campanha, realizada nos dias 17 e 18 de outubro de 2002,
procurou cumprir o planejamento inicial dos 11 poços selecionados previamente (ANG-11,
ANG-24, ANG-32, ANG-33, ANG-35, ANG-41, ANG-42, ANG-43, ANG-51, F-1, F-2).
Apenas o poço F-1 encontra-se na área de influência direta do DIGV.
Posteriormente, foram empreendidas campanhas de amostragem, em poços
selecionados, a partir do cadastro principal, de modo a permitir uma avaliação das
características e comportamento hidrogeoquímico das águas subterrâneas na área de
estudo. Foram coletadas também amostras de referência, como: água de chuva; água do
mar; água da lagoa onde será implantada a usina Angra 3; e uma amostra fora da área de
estudo, mas com características litológicas semelhantes.
Características físico-químicas dos pontos d’água cadastrados
a)
Distribuição estatística e espacial
Baseou-se nas informações de distribuição espacial dos pontos d’água e respectivos
parâmetros físico-químicos (pH e CE), determinados por ocasião do cadastramento.
A Tabela III.12 apresenta os valores estatísticos para as principais características físicoquímicas dos pontos d’água cadastrados nos sistemas aqüíferos locais (sedimentos,
fraturas superficiais, fraturas profundas). Considerando-se o pequeno número de pontos
d’água cadastrados, do ponto de vista estatístico, não foi possível separar por tipos de
pontos de água.
Plano de Controle Ambiental DIGV
135
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Tabela III.12 - Variáveis estatísticas calculadas para os parâmetros físico-químicos dos
pontos d’água cadastrados (fontes naturais, poços tubulares domésticos, cacimbas e
poços tubulares profundos)
Parâmetro
Unidade
Número de
determinações
Média
Profundidade
m
44
66.3
6.9
Vazão
m3/h
27
4.5
pH
PH
19
CE
µS/cm
Eh corr
MV
Temp
o
C
Faixa
Desviopadrão
235.0
228.2
46.7
0.5
15.0
14.5
5.0
6.5
5.4
8.8
3.4
.9
16
149.4
20.3
406.0
385.7
112.9
9
395.6
315.0
440.0
125.0
48.4
15
24.5
21.8
26.0
4.2
1.1
Mínima Máxima
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
b)
Potencial de hidrogênio – pH
Segundo Langmuir (1997), o pH das águas subterrâneas naturais está entre 4 e 9 — o
que reflete a dinâmica natural entre os ácidos e as bases, sendo que os valores extremos
ocorrem quando um dos dois é dominante.
O pH observado nos pontos d’água cadastrados variou entre 5.4 e 8.8, apresentando valor
médio de 6.5 e moda de 6.0. Portanto, pode-se estimar que as águas subterrâneas na AID
são neutras a levemente ácidas. Os menores valores de pH (entre 5.5 e 6.0) foram
encontrados nas fontes naturais e em alguns poços tubulares profundos com até 70.0 m
de profundidade. O maior valor de pH, 8.8, foi verificado num poço tubular doméstico com
cerca de 9.0 m de profundidade, instalado num sedimento próximo à praia — resultado,
provavelmente do tamponamento por algum mineral carbonático.
c)
Condutividade elétrica – CE
A condutividade elétrica (CE) é uma medida indireta do total de sólidos dissolvidos (TDS)
de uma amostra de água. Alguns autores sugerem que:
TDS (mg/L) = 0.5 a 0.8 x CE (µS/cm)
Portanto, conhecendo essa relação para uma determinada região, é possível, a partir da
CE, estimar o TDS e avaliar um dos parâmetros de potabilidade da água, definido como
500 mg/L pelo Ministério da Saúde (Funasa, 2000).
A CE observada no conjunto de poços cadastrados variou entre 20 e 406 µS/cm,
apresentando uma média de 150 µS/cm. O conjunto de dados, ilustrado no histograma em
anexo, apresentou dois valores máximos: um, entre 50 e 100 µS/cm, e outro, entre 150 e
200 µS/cm. Os menores valores de CE observados foram relativos às fontes naturais (20
Plano de Controle Ambiental DIGV
136
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
a 55µS/cm); entretanto, cabe destacar que um poço tubular profundo com 68 m de
profundidade e próximo à praia apresentou CE de 29 µS/cm.
d)
Seleção dos poços para amostragem
Em função da localização espacial, proximidade com o complexo das usinas de Angra,
utilização das águas para consumo doméstico e valores de pH e CE obtidos por ocasião
do cadastramento dos poços, selecionaram-se os pontos para amostragem (Tabela III.13).
Foram amostradas duas fontes naturais, uma cacimba, dois poços tubulares domésticos e
6 poços tubulares profundos.
A grande maioria dos poços amostrados está localizada a leste do empreendimento. Isso
se justifica, já que a direção preferencial dos ventos que poderiam transportar e depositar
radionuclídeos atua nessa direção e porque a maior concentração populacional também é
encontrada nesta área.
Tabela III.13 - Relação dos pontos d’água amostrados, por tipo de captação
No. de ID UTM N
UTM E Prof. m NE m
Vazão
(m3/h)
Tipo de
captação
pH
C.E.
Temp.
Eh mV
o
uS/cm
C
ANG-11 7454837 547869
60
12
Tub. Prof. 6.7
ANG-24 7454235 568183
110
15
Tub. Prof. 6.51 176.9
393
24.8
ANG-32 7454800 568599
94
7
Tub. Prof. 6.8
406
316
24.3
ANG-33 7461120 568720
68
1.14
Tub. Prof. 5.44
29.1
431
25.4
ANG-35 7460595 557049
20
3.35
Cacimba
5.4
65.6
433
24.8
ANG-41 7461600 560174
15
Tub. Dom 7.1
52.1
ANG-42 7456176 566206
100
Tub. Prof. 6.21 107.1
399
23.8
ANG-43 7453935 567265
150
Tub. Prof. 6.39 134.3
402
24
ANG-51 7463852 562883
9
14.6
3.75
7.71
Tub. Dom 8.8
191.3
24.3
382
F-1
7456038 555237
Fonte
5.68
54.9
431
21.8
F-2
7458299 557514
Fonte
5.54
20.3
440
23.3
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Características físico-químicas e químicas dos pontos d’água amostrados
a)
Análises químicas
As análises químicas de laboratório foram realizadas pela Innolab, um laboratório
credenciado pela Feema no Estado do Rio de Janeiro, dispondo ainda de certificado ISO
9002 e ISO 17025. A Tabela III.14 mostra os parâmetros determinados nas análises de
laboratório e respectivos limites de detecção e métodos de análise.
Tabela III.14 - Relação dos parâmetros e elementos determinados nas análises de
laboratório realizadas pela Innolab e respectivos limites de detecção e métodos de análise
Plano de Controle Ambiental DIGV
137
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Parâmetro/elemento
Limite de
detecção
Método de análise utilizado
pH
PH
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
CE
S/cm
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
2+
0,1 mg/L
EN ISO 14911 E34
+
0,1 mg/L
EN ISO 14911 E34
+
0,1 mg/L
EN ISO 14911 E34
0,1 mg/L
EN ISO 14911 E34
1 mg/L
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
Cl
0,1mg/L
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
SO42-
1 mg/L
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
NO3
0,01 mg/L
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
Fe total
0,01mg/L
Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed.
Mn total
0,005 mg/L
EN ISO 11885 E22
Al total
0,03 mg/L
EN ISO 11885
F
0,1 mg/L
EN ISO 10304-1 D19
Si
0,05 mg/L
EN ISO 11885
Sr
0,05 mg/L
EN ISO 11885
As
0,0001mg/L
EN ISO 11969
Cd
0,0001 mg/L
EN ISO 5961 E19
Cr
0,001 mg/L
DIN EN 1233 E10
Pb
0,003 mg/L
DIN 38406 E6
Zn
0,005 mg/L
EN ISO 11885 E22
Ca
Mg
Na
+
K
HCO3
-
-
-
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Observa-se que os cátions apresentam limite de detecção da ordem de 0,1 mg/L e os
ânions apresentam limites entre 0,1 e 1,0 mg/L, para o SO42- e HCO3- respectivamente.
Esse tipo de diferença pode ocasionar problemas no balanço iônico em amostras muito
diluídas, como algumas das encaminhadas ao laboratório (ANG-33 e F-2) que
apresentaram CE entre 20 e 30 µs/cm. Os outros limites de detecção, metais e elementos
traços, estão na ordem de 0,1 a 0,0001 mg/L para o flúor e cádmio, respectivamente.
b)
Qualidade da amostragem
Chegou-se à avaliação da qualidade da amostragem, partindo-se da comparação dos
valores de pH de campo e dos valores de pH obtidos no laboratório. Caso a amostragem
Plano de Controle Ambiental DIGV
138
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
tenha sido mal realizada ou tenha havido problemas durante o transporte e preservação
das amostras, seriam observadas diferenças significativas entre os respectivos valores.
Os valores de pH medidos no campo e os medidos no laboratório da Innolab foram
comparados e observou-se que os valores de pH de laboratório são cerca de 0,2 unidades
de pH maiores que os valores de campo. Como essa diferença apresentou uma variação
aproximadamente constante para todo o conjunto de amostras, atribui-se a uma diferença
de equipamentos, eletrodos e soluções-padrão utilizadas do que à amostragem
propriamente dita — pois se sabe que o desprendimento de CO2 ocorre de maneira
diferenciada para diversos tipos de amostra, isto é, em função da pressão parcial PCO2.
Portanto, pode-se considerar que, tanto a amostragem, quanto a preservação das
amostras, foram de alta qualidade.
A mesma comparação foi realizada com os valores de CE. Observou-se uma excelente
concordância entre os dois conjuntos de valores, confirmando, mais uma vez, a qualidade
da amostragem e preservação.
c)
Distribuição dos parâmetros físico-químicos de campo
Durante a amostragem, foram determinados os valores de pH, CE, Temp e Eh de todas as
amostras. Apresenta-se aqui uma avaliação estatística desses parâmetros do conjunto de
amostras analisadas. Os valores de pH dos pontos amostrados variaram entre 5.4 e 8.8,
mostrando valor médio de 6.5, de modo que esse subconjunto amostrado, em termos de
pH, é representativo do conjunto maior de poços cadastrados. Os valores de CE variaram
de 20 a 406 µS/cm, registrando valor médio de 120 µS/cm, isto é, valores bem próximos
aos do conjunto maior de poços cadastrados, do mesmo modo que no pH. Essas
observações permitem considerar que as amostras selecionadas são representativas para
a área de estudo, cobrindo todo o espectro de pH e CE do conjunto.
Quanto ao parâmetro temperatura, observou-se que a água subterrânea variou de 21.8 a
25.4 oC, apresentando valor médio de 24.3oC. Em geral, a temperatura das águas
subterrâneas reflete a temperatura média anual ou a temperatura da formação, no caso de
uma circulação mais profunda. Uma variação significativa da temperatura ao longo do ano
pode representar uma água jovem, com pequeno tempo de residência e provavelmente
mais vulnerável a contaminação. Uma temperatura mais constante ao longo do ano
representa uma água com circulação mais lenta e mais profunda.
Verificou-se que o potencial redox apresenta uma variação muito pequena: entre 315 e
440 mV, com valor médio de 402 mV. Esses valores são representativos de águas
subterrâneas oxidadas. Valores elevados de Eh, baixos valores de CE em geral e da
temperatura, em alguns casos, levam a crer que as águas subterrâneas da região
estudada apresentam rápida circulação e, portanto, extremamente vulneráveis a
contaminação.
d)
Avaliação da qualidade das análises químicas
Uma das melhores maneiras de avaliar a qualidade das análises químicas é através do
cálculo do balanço iônico, isto é, o somatório de cátions e ânions em equivalentes deve
ser igual para uma amostra de água.
Plano de Controle Ambiental DIGV
139
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
O balanço iônico realizado para o conjunto de amostras analisadas na Innolab demonstrou
que, de modo geral, as análises apresentaram uma boa qualidade com erro iônico menor
que 10%. Em geral, as amostras apresentam uma maior concentração de ânions do que
de cátions. Somente duas amostras apresentaram erros maiores que 10%: amostra F-1,
com erro de 37%, e F-2, com erro de –16%. No caso de uma amostra apresentar erros
iônicos muito maiores que 10%, é possível saber se o erro foi na determinação dos cátions
ou nos ânions. Appelo e Postma (1999) recomendam utilizar a CE de campo versus o
somatório de cátions e ânions para identificar o erro analítico.
A amostra F-1 apresentou um erro de 37% de cátions a mais que ânions, indicando a
ocorrência de problemas analíticos na determinação dos ânions. É possível explicar que,
provavelmente, o erro foi na determinação do íon SO4-2, pois o relatório apresentou-o
como não-detectável. A amostra F-2 apresentou um erro de –16 %. Nesse caso,
provavelmente, os cátions foram subestimados, uma vez que a amostra, apresentou
concentrações de cátions, principalmente Ca2+ e Mg+, bem próximas ao limite de detecção
do método utilizado.
Com os argumentos acima, foi possível corrigir as concentrações desses íons nas
amostras F-1 e F-2, de modo a minimizar o erro do balanço iônico. Para a amostra F-1,
uma concentração de 11.5 mg/L (0.12 mmol/L) de SO4-2 é suficiente para minimizar o erro
no balanço iônico. Para a amostra F-2, uma concentração de 1.0 mg/L (0.025 mmol/L) de
Ca2+ e de 0.35mg/L (0.014 mmol/L) de Mg+ foi suficiente para minimizar o erro do balanço
iônico dessa amostra.
e)
Classificação das águas
Os diagramas de Piper, apresentados nas Figuras III.9, III.10 e III.11, apresentam a
classificação das águas a partir dos elementos maiores: Ca2+, Mg2+, Na+, K+, Cl-, HCO3-,
SO42-. Observa-se que existem três grupos distintos de águas. O primeiro grupo é formado
pelas águas com características Na-Cl (cloretadas sódicas), assemelhando-se às
características das águas de chuva. Existe um outro subgrupo de amostras, bem próximo
ao primeiro, entretanto, com concentrações relativas de cálcio um pouco maiores,
formando as águas Ca2+-Na+-Cl-., provavelmente, resultantes de alguma interação de
troca de elementos, ou alteração da matriz sólida. O segundo grupo de amostras, que
pode ser facilmente identificado, são as amostras dos poços tubulares profundos (ANG24, ANG-32, ANG-33, ANG-42, ANG-43), com características Ca2+-Na+—HCO3--Cl(bicarbonatadas, cloretadas, cálcico-sódicas), resultantes de uma interação mais efetiva
das águas com a zona não saturada e a matriz sólida. Um terceiro grupo, formado por
uma única amostra, apresentou características bem diferentes das anteriores, amostra
ANG-51, Ca—HCO3 (bicarbonatada-cálcica), sugerindo uma evolução mais acentuada,
com substituição do sódio pelo cálcio nas argilas e, provavelmente, dissolução de calcita,
de modo que os íons predominantes foram o cálcio e bicarbonato.
Plano de Controle Ambiental DIGV
140
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.9- Diagrama de Piper para as amostras de referência Ca2+-Cl-: BR (branco, coletada
em Paty de Alferes); e Na+-Cl-: MAR (água do mar, coletada em Angra dos Reis), L-1 (lago de
Angra 3), CH (chuva, coletada no Horto do complexo de Angra).
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Figura III.10 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água Na+—Cl-(F-2
e ANG-33), passando a Ca2+-Na+—Cl- (F-1, ANG-11, ANG-40) e para a amostra ANG-51, Ca2+—HCO3-.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Plano de Controle Ambiental DIGV
141
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.11 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares
profundos, com água Ca2+-Na+—HCO3--Cl-.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
De modo geral, observa-se que as águas mais leves apresentam características bem
semelhantes às da água de chuva, ao passo que as águas mais concentradas vão
apresentando maiores concentrações de cálcio e bicarbonato.
É importante observar que os dois grupos de amostras (Na-Cl e Na-Ca-HCO3) apresentam
faixas de valores de pH e CE específicas também, isto é, as amostras Na-Cl, com
hidroquímica semelhante à das águas de chuva, apresentam pH mais baixos, menores
que 6.0 e CE menores que 100 µS/cm (Figura III.12). Por outro lado, as amostras Na-CaHCO3 registram valores de pH maiores que 6.0 e CE maiores que 100 µS/cm. Esse
comportamento do diagrama pH x CE também sugere diversas fases da evolução das
águas subterrâneas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
142
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.12 - Relação entre o pH, CE e Eh para os dois grupos de amostras (Na-Cl e NaCa-HCO3). O * asterisco é uma amostra de referência de água de chuva (De Mello, 2001).
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia
e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
O diagrama pH x Eh também permite diferenciar as amostras; em geral, as amostras NaCl são mais oxidadas e apresentam valores de Eh maiores que 400 mV. Nesse caso,
observa-se que as amostras apresentam um caminho de evolução das águas,
acompanhando uma linha de estabilidade intermediária para a seguinte reação:
H2O2 = O2 + 2H+ + 2e;
(6.2)
6
admitindo que q = pO2/(H2O2) = 1 a 10 – para as duas linhas superiores. A linha inferior é
relativa ao diagrama de estabilidade da seguinte reação:
H2 = 2H+ + 2e;
(6.3)
a seta indica a direção da evolução das águas, passando de Na-Cl a Na-Ca-HCO3.
f) Metais e elementos-traço
Geoquímica da sílica
Observa-se na Figura III.13 que a concentração de SiO2 nas amostras Na-Cl são menores
que 10mg/L, ao passo que, nas amostras Na-Ca-HCO3, as concentrações são maiores
que 10 mg/L. É possível observar uma relação direta entre os valores de pH e
concentrações crescentes de SiO2, enquanto que, para o Eh, observam-se concentrações
decrescentes para maiores valores de Eh.
Plano de Controle Ambiental DIGV
143
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.13 - Relação entre a concentração de SiO2, pH e o Eh para o conjunto
de pontos amostrados. A seta indica a direção provável da evolução geoquímica
das águas Na-Cl para Na-Ca-HCO3.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Entende-se essa relação crescente entre o pH e a concentração de SiO2, uma vez que os
valores mais elevados de pH são das amostras com maiores valores de TDS, e portanto,
tiveram maior tempo de contato com a fase sólida, permitindo a dissolução da sílica
amorfa. Os valores de Eh não são diretamente correlacionáveis às concentrações de SiO2,
pois não interferem no seu equilíbrio geoquímico. Mas, como o Eh está fortemente
correlacionado ao pH, e este está controlando a concentração de SiO2, pode-se entender
a correlação indireta entre o Eh e as concentrações de SiO2. O diagrama de estabilidade
da SiO2 (quartzo e amorfa) da Figura III.14 permite visualizar que as concentrações de
sílica observadas nas amostras de água subterrânea indicam que não há equilíbrio com
nenhuma das duas fases; pode-se dizer, porém, que as concentrações estão mais
próximas da SiO2 (quartzo) do que da SiO2 (amorfa).
Outra observação importante é que, como as concentrações de Al em todas as amostras
foram muito baixas (menores que o limite de detecção), pode-se considerar que a sílica
contida nas águas subterrâneas é proveniente do quartzo presente nas rochas
encaixantes, e não da alteração dos alumino-silicatos, como feldspatos e micas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
144
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
1000
SiO2 mg/L
100
10
log SiO2_Qrtz
log SiO2_am
ANGRA-III
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
pH
Figura III.14 - Diagrama de estabilidade da SiO2 (quartzo) e da SiO2 (amorfa).
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo
2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Geoquímica do Fe
Tendo em vista os estados de oxidação do Fe2+ e Fe3+, é de esperar que o
comportamento geoquímico do ferro nas águas subterrâneas seja função tanto das
condições redox quanto do pH. De modo geral, as concentrações de ferro são muito
baixas, não sendo possível observar uma relação muito forte entre o pH ou o Eh e o ferro
total dissolvido. As setas da Figura III.15 representam apenas uma tendência geral de
evolução do Fe, a partir das águas mais dissolvidas do tipo Na-Cl.
Figura III.15 - Variação na concentração de Fe dissolvido em função do pH e
Eh.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA –
Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Plano de Controle Ambiental DIGV
145
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Figura III.16 - Diagrama de estabilidade Eh-pH a 25oC admitindo as espécies
Fe-O2-H2O a baixas concentrações.
Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA –
Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
A linha traçada na Figura III.16 representa a reação:
Fe(OH)2+ + 2H+ + e- = Fe2+ + 2H2O,
(6.4)
que, resolvida para a condição Eh, pH e respectivas constantes termodinâmicas, pode ser
reescrita como:
Eh = 1.105 – 118 pH
(6.5)
Os pontos que caírem acima da reta apresentam as espécies principais na forma de
Fe(OH)2+ e os pontos abaixo da reta apresentam as espécies principais na forma de Fe2+.
É interessante notar que as amostras Na-Cl, com menores valores de pH e de TDS e as
Na-Ca-HCO3, também, apresentam características semelhantes com relação às espécies
do ferro dissolvido.
Caracterização hidrodinâmica
Para avaliação das características hidrodinâmicas dos aqüíferos, foram utilizados,
inicialmente, dados preexistentes, como cadastros de poços e relatórios técnicos.
Posteriormente, realizaram-se três ensaios de bombeamento.
Foram avaliados os dois sistemas principais: aqüíferos sedimentares arenosos; e
aqüíferos fissurais.
Aqüíferos sedimentares porosos: segundo os dados do relatório de investigações
geológico-geotécnicas na Praia de Itaorninha, existem duas camadas de areia distintas. A
areia da camada superior, aqui denominada de areia I, possui peso específico saturado de
18,5 kN/m3. A areia da camada inferior, aqui denominada de areia II, possui peso
específico saturado de 19,0 kN/m3. A partir desses valores, admitindo uma densidade dos
grãos de 2,64 e grau de saturação de 100%, pode-se calcular a porosidade ou
armazenamento específico das duas camadas de areia.
Plano de Controle Ambiental DIGV
146
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A areia I possui uma porosidade média de 45% e a areia II, uma porosidade média de
48%. Isso significa que 1,0 m3 de areia é capaz de armazenar entre 450 e 480 litros de
água. Para um aqüífero livre, o armazenamento pode ser avaliado a partir da porosidade
do aqüífero.
A permeabilidade da areia pode ser avaliada a partir dos ensaios de bombeamento e
rebaixamento realizados por ocasião das escavações da fundação de Angra 1, tendo sido
obtidos valores de permeabilidade da ordem 8.10-3 cm/s (Velloso, 1988).
Aqüíferos fraturados: a avaliação dos parâmetros hidrodinâmicos dos maciços
fraturados de fundação das usinas foi efetuada partindo dos ensaios de perda d’água
realizados na área da fundação de Angra 3 e com base em resultados de testes de
bombeamento em poços profundos construídos nas adjacências da AII.
Os ensaios de perda d’água na área das fundações da usina Angra 3 (CNAAA) foram
relatados em relatório da Promon. As perdas d’água observadas foram muito pequenas,
isto é, menores que 0,1 Lugeon, ou menores que 1,0 (L/min)/(m.kgf/cm2). Nesses casos,
podem-se atribuir as perdas d’água verificadas ao vazamento no obturador e não às
fraturas. Pode-se dizer que as perdas d’água registradas foram bastante compatíveis com
o grau de fraturamento encontrado nos trechos ensaiados.
Favorabilidade hidrogeológica
As Áreas de Influência do empreendimento são compostas por terrenos cristalinos de
origem metamórfica e ígnea, cuja principal característica do ponto de vista hidrogeológico
é a de constituírem aqüíferos fraturados. Esse tipo de aqüífero se caracteriza por possuir
porosidade secundária, armazenando água em fraturas e falhas existentes na rocha,
sendo esse armazenamento dependente da intensidade e da interconectividade dos
sistemas de fraturamento presentes. São, portanto, aqüíferos limitados do ponto de vista
do potencial de exploração, mas, em alguns casos, podem assumir um papel relevante na
falta de outros recursos.
São sistemas livres, hidraulicamente conectados com as coberturas superficiais que
capeiam as rochas cristalinas. As coberturas exercem um papel preponderante, uma vez
que são os meios de captação e acumulação das águas meteóricas, fazendo com que
essas águas sejam transferidas às fraturas subjacentes.
As áreas também se caracterizam por terrenos de alta declividade, onde o sistema
formado pelas coberturas e pelas rochas cristalinas descarrega suas águas nos vales dos
rios e drenagens locais, sendo de extrema importância para o seu regime de base. As
altas declividades condicionam o desenvolvimento de solos pouco espessos e a
ocorrência de fluxo nas superfícies de contato de solo/rocha.
Modelo Hidrogeológico Regional e Local
A abordagem das características hidrogeológicas da área de estudo tomou como base a
hierarquia que se estabeleceu segundo a escala de trabalho, ou seja, a subdivisão em
Área de Influência Direta (AID) e a Área de Influência Indireta (CNAAA), conforme descrito
Plano de Controle Ambiental DIGV
147
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
anteriormente. Para as duas áreas observa-se o modelo descrito a seguir e mostrado
esquematicamente na Figura III.17.
A
SL 19
120
100
SL 4
80
RIO
60
I1
SANTOS
CORTINAS
ATIRANTADAS
40
Estacionamento
20
I3
PIEZOMETRO
Escala
B
0
50
100 m
(A)
Sedimentos Costeiros
Fraturas
Colúvio areno-argiloso
/talus com blocos
Nível Piezométrico
? aquífero profundo
Embasamento - gnaisses
150
A
ELEVAÇÃO (m)
?
?
?
100
Nível Piezométrico
aquífero raso
Embasamento - granitos
Sl19
?
?
Sl4
BR-101
?
I1
?
? I3
50
?
SOLO
Sl1
?
B
RESIDUAL
0
-5 0
100
200
400
300
DISTÂNCIA (m)
500
(B)
Figura III.17 - Modelo hidrogeológico esquemático, onde (A) representa a
localização da seção geológica mostrada em (B). Fonte: “Levantamento e
Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II
(Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ.
Zona não-saturada
Plano de Controle Ambiental DIGV
148
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
As encostas consistem basicamente de solos transportados (coluviões e depósitos de
tálus) com espessura variável, entremeados a zonas com exposições de rocha. Devido
aos elevados índices pluviométricos locais, a espessura da zona não-saturada varia
bastante, havendo abundantes fontes em todas as encostas. Nas áreas de baixada
(enseadas, praias, pequenas planícies costeiras), o nível freático apresenta-se em geral
muito raso, com tipicamente não mais que 1 a 2 m de profundidade. Geralmente, são
materiais de relativamente alta permeabilidade vertical, por serem granulares de alta
porosidade (areias de baixada) ou por consistirem no litter, com restos de vegetais,
troncos apodrecidos, tocas de animais etc. que facilitam muito a infiltração (encostas).
Aqüífero superior (livre)
Consiste, nas encostas, em materiais geralmente inconsolidados, como a porção saturada
dos solos residuais ou sedimentos superficiais (depósitos de tálus e colúvios) mais a
alteração de materiais rochosos (saprolito, solo residual jovem). Nas baixadas, são
compostos pelos mesmos sedimentos fluviomarinhos citados anteriormente. Este aqüífero
tem boa permeabilidade e apresenta rápida recarga e circulação de água.
Em conexão com as descontinuidades da porção mais superficial do maciço rochoso —
geralmente mais abertas e interconectadas que em maiores profundidades — este
aqüífero provê a água que flui pelas fontes e pequenos riachos que são abundantes em
todas as encostas da região. Não obstante, apresenta em geral baixa capacidade de
armazenamento, pois a espessura é pequena e a descarga, muito rápida — razão do
rápido esgotamento das fontes e mananciais que minam de fraturas na rocha e da
interface solo/rocha ao cabo de períodos de chuva.
Aqüífero profundo (semiconfinado)
Este aqüífero, em verdade, é constituído pela trama de fraturas com maior abertura e
persistência do maciço, por onde flui alguma água subterrânea. A característica marcante
é um tempo mais longo de trânsito, levando a uma maior mineralização.
Os gradientes e a carga hidráulica são elevados, pois a recarga se dá freqüentemente na
parte alta da encosta, e esta água encontra-se hidraulicamente equilibrada com a porção
alta da encosta. Um certo grau de confinamento deste aqüífero, provocado pela cobertura
de colúvio/tálus, de natureza em geral pelítica, leva a ocorrência de um caráter
semiconfinado a este aqüífero.
Apesar de ser um aqüífero fraturado (“fissural”, segundo alguns autores), este corpo
hídrico é o que tem melhores possibilidades de explotação de grandes vazões na região.
O esgotamento da reserva por sobrebombeamento é, contudo, sempre uma ameaça ao
executarem-se poços neste aqüífero, sendo necessário realizar testes de bombeamento
apropriados para uma gestão adequada.
Em resumo, trata-se de um sistema hídrico de circulação rápida, forte escoamento
superficial pelos canais naturais formados nos talvegues da encosta, em função muito
mais da alta declividade que das características do solo.
Plano de Controle Ambiental DIGV
149
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
O fraturamento exerce um papel muito importante na transmissão de água subterrânea e
superficial nas encostas, mas de um modo que ainda não se conhece satisfatoriamente. O
regime de inúmeras fontes e cursos de água superficial, perenes ou não são controlados
pelo sistema de fraturas. A conexão com o aqüífero sedimentar costeiro é evidente e,
acredita-se, predominantemente subterrânea. As características químicas do lago das
fundações de Angra 3, surpreendentemente pouco mineralizadas, são uma comprovação
disso. O aqüífero profundo, semiconfinado pode por vezes ter seu nível piezométrico
aflorante ou acima da superfície do terreno, mas essa característica é muito variável. A
extrema variabilidade de algumas propriedades e parâmetros-chave do ponto de vista
hidrogeológico ressalta o caráter típico de maciços fraturados, onde sobressaem a
heterogeneidade e a anisotropia. É bastante difícil fazer previsões viáveis quanto ao
potencial hídrico e mesmo quanto ao comportamento de eventuais contaminantes nessas
condições.
Qualidade das Águas Subterrâneas
A Eletronuclear realiza coleta da água para análise, junto ao dreno da cortina atirantada
(contenção de encosta), no sentido da descida de acesso à Itaorna. O objetivo é monitorar
a qualidade dessa água através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que
serão analisados com base na Portaria nº 518/04, do Ministério da Saúde.
Devido à característica da água do local em questão, são realizadas todas as análises
previstas para a potabilidade da água referenciadas na Tabela III.15, trimestralmente.
Tabela III.15 – Análises previstas para a potabilidade da água
Parâmetros
Unidades
Valor Máximo
Permitido
ESD
RD
Número
Mínimo de
Amostras
Frequência de Amostragem
pH
—
6,0 – 9,5
diária
mensal
1
cor aparente
UH
15
diária
mensal
1
Odor
—
Não Objetável
diária
mensal
1
Turbidez
uT
Máx. 1,0 (ESD)/ Máx.
5.0 (RD)
diária
mensal
1
Cloro Residual
mg/L
Entre 0,2 e 2,0
—
diária
1
Dureza Total
mg/L CaCo3
Máx. 500
Semestral
—
1
Cloretos
mg/L Cl-
Máx. 250
Semestral
—
1
Sulfatos
mg/L SO4-2
Máx. 250
Semestral
—
1
Sólidos Totais
Dissolvidos
mg/L
Máx. 1000
Semestral
—
1
Ferro Total
mg/L
Máx. 0,3
mensal
semestral
1
Alumínio
mg/L
Máx. 0,2
mensal
semestral
1
Cobre
mg/L
Máx. 2,0
semestral
—
1
Plano de Controle Ambiental DIGV
150
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Parâmetros
Unidades
Valor Máximo
Permitido
ESD
RD
Número
Mínimo de
Amostras
Frequência de Amostragem
Arsênio
mg/L
Máx. 0,01
semestral
—
1
Cromo Total
mg/L
Máx. 0,05
semestral
semestral
1
Chumbo
mg/L
Máx. 0,01
semestral
semestral
1
Manganês
mg/L
Máx. 0,1
semestral
—
1
Selênio
mg/L
Máx. 0,01
semestral
—
1
Mercúrio
mg/L
Máx. 0,001
semestral
—
1
Bário
mg/L
Máx. 0,7
semestral
—
1
Cádmio
mg/L
Máx. 0,005
semestral
semestral
1
Prata
mg/L
Máx. 0,005
semestral
—
1
Zinco
mg/L
Máx. 5,0
semestral
—
1
Nitrito (como N)
mg/L
Máx. 1,0
semestral
-
1
Nitrato (como N)
mg/L
Máx. 10
semestral
-
1
Bactérias
heterotróficas
VMP/ml
Máx. 500 UFC/ml
mensal
mensal
1
VMP/100mL
Ausentes
semanal
Semanal
5 Mensais
Cianobactérias
Cél./ml
10.000
mensal
-
1
Microcistinas
µg/ml
Máx. 1,0
semesral
-
1
Coliformes Totais
E. coli
Fonte: ELETRONUCLEAR
III.1.5.4 Oceanografia
A baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com superfície aproximada de
1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com características diferentes
que interagem entre si a oeste e a leste da Ilha Grande. Estas massas de água se
encontram no canal situado entre o continente e a ilha. A parte oeste da baía de Ilha
Grande sofre influências da plataforma continental, enquanto a parte leste pouca ou
nenhuma influência.
O fluxo de água dentro da baía ocorre como um sistema horário, ao redor da ilha, onde a
água salgada entra na baía da Ilha Grande pelo oeste, circula e se mistura com a água
doce proveniente da baía de Sepetiba, a leste, indo depois para o Oceano. A baía de
Sepetiba é o responsável pelo aporte de água doce na região leste da Ilha Grande.
Na área emersa o litoral se apresenta de maneira bastante entrecortada, constituído por
costões rochosos e numerosas ilhas (com afloramentos rochosos). Observa-se ainda a
Plano de Controle Ambiental DIGV
151
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
presença de manguezais desenvolvendo-se ao fundo de enseadas e áreas abrigadas sem
a influência de ondas, onde há predominância de uma camada superficial areno-lodosa
plana na faixa intermaré.
MAHIQUES (1987), definiu as características fisiográficas da porção submersa em três
unidades: porção oeste, porção leste e canal central. Em termos gerais, os sedimentos
encontrados em quase todas as porções oeste, leste e na plataforma continental
adjacente, são predominantemente arenosos.
Porção Oeste - As profundidades não se apresentam homogeneamente distribuídas,
sendo que nesta porção encontram-se profundidades entre 20 e 30 metros.
Os terrenos arenosos são dominantes nesta área, onde as areias muito finas predominam
em quase toda a porção oeste, estendendo-se para a plataforma continental.
A passagem para substratos com sedimentos mais finos (siltes grossos e siltes finos)
ocorre em regiões mais ocidentais da baía. No centro da porção oeste, pequenas áreas de
sedimentos mais grosseiros se destacam (areias finas e médias).
Os substratos com mais predominância de pelito, a saber, siltes, siltes argilosos e siltes
arenosos, localizam-se apenas no extremo ocidental da porção oeste da baia.
O fundo da baía da Ribeira, das enseadas do Bracuí, Ariró e Japuíba e do trecho entre a
Ilha da Gipóia e a ponta do Cantador é coberta de lodo, só ocorrendo sedimentos
arenosos nas vizinhanças da costa e das ilhas.
Nos sacos da Piraquara de Fora e de Dentro o sedimento é predominantemente arenoso,
o mesmo ocorrendo nos trechos de maior circulação, entre a Ilha Comprida de Fora e a
costa sul da Ilha da Gipóia e o largo de Mambucaba, Itaorna e Gipóia. Neste último trecho
mais afetado por ondas e exposto ao vento sudoeste ocorre também cascalho e conchas.
O lodo por depósitos atuais é formado por argilas e silte de escoamento terrigeno carreado
pelas águas das chuvas e rios e submetidos aos processos químicos e biológicos do
ambiente marinho local.
Em relação ao grau de seleção, a baía da Ilha Grande apresenta baixo selecionamento
dos sedimentos. Os sedimentos da porção oeste apresentam padrão complexo.
Canal Central - Apresenta-se como a porção mais profunda da baía, chegando na ordem
de 20 a 55 metros. Os substratos pelíticos que se localizam essencialmente nesta porção
(predominando os siltes fino e muito finos), cobrem quase toda a área e se estendem
margeando a Ilha Grande e gradando para substratos mais arenosos. Para leste os
pelíticos do canal central avançam até as proximidades da Enseada do Abraão, onde cede
lugar bruscamente para as areias da porção leste.
Porção Leste – Essa porção é caracterizada pela ocorrência das menores profundidades
da região, cujo valor situa-se entre 10 e 20 metros. Nesta porção encontra-se o canal de
acesso ao Porto de Sepetiba (NW - SE).
Plano de Controle Ambiental DIGV
152
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A porção leste da baía da Ilha Grande é quase toda coberta por areias médias e grossas,
que constituem os sedimentos mais grosseiros da baía. Estes sedimentos estendem-se
para a plataforma continental até a isóbata de 50 metros.
A Figura III.18 mostra a divisão fisiográfica da baía da Ilha Grande.
Figura III.18 – Divisão Fisiográfica da Baía da Ilha Grande
Ondas
As ondas que ocorrem na baía podem ser geradas por ventos locais ou oriundas do mar
aberto. No caso das ondas geradas por ventos, deve-se verificar a extensão da superfície
d’água sobre a qual o vento pode atuar, além da própria intensidade do vento e sua
duração. No interior da baía as maiores superfícies se dispõem aproximadamente na
direção leste-oeste, mostrando um indício da direção das maiores ondas geradas
localmente. As maiores ondas que ocorrem na baía são aquelas geradas a milhares
quilômetros da costa, em mar aberto. Parte dessas ondas é barrada pela entrada oeste da
baía da Ilha Grande (ponta de Juatinga e a Ilha Grande), desta forma, as ondas vindas de
leste e oeste são totalmente barradas. As ondas de sudoeste são parcialmente barradas,
enquanto que as ondas de sul-sudeste têm sua entrada facilitada.
Um trabalho de medição de ondas efetuado pela empresa ENCAL no ano de 1981 em
Itaorna, no período de 1976 a 1980, mostrou que as ondas mais comuns possuem alturas
entre 0 e 0,95 m provenientes da direção S - SE, sendo registradas no outono ondas de
altura significativas máximas de 3 m. Segundo um levantamento efetuado pela empresa
GGG (apud FERREIRA DA SILVA et al, 1996) na parte interna da baía, as ondas
provenientes das direções E - SE e S possuem altura entre 0,3 e 1,0 m, enquanto as de
SW apresentam alturas maiores, da ordem de 1,0 e 1,5 m.
Plano de Controle Ambiental DIGV
153
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Marés
As marés são oscilações verticais periódicas das massas líquidas da superfície terrestre e
se caracterizam como um movimento harmônico composto, podendo assim ser
decomposto em diversos movimentos harmônicos simples. O fenômeno da maré é uma
conseqüência da Lei de Gravitação Universal, da mecânica newtoniana.
As marés podem ser divididas em astronômicas e meteorológicas, diferentes entre si
principalmente devido à forma de geração e ao período de duração. As primeiras são
geradas pelas forças gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra, sendo
traduzidas em elevações do nível do mar com períodos de oscilação de cerca de 12,42
horas (correspondentes às marés semi-diurnas) ou 24 horas, (correspondentes as marés
diurnas). Quando sol, lua e terra estão alinhados - situações correspondentes às fases de
lua nova e lua cheia - as atrações que estes corpos celestes exercem sobre a massa
líquida presente na superfície da Terra são somadas, gerando preamares mais altas e
baixa-mares mais baixas. Essas são as chamadas marés de sizígia. Nas situações de lua
crescente e lua minguante, a conjunção Sol, Terra e Lua forma um triângulo no qual a
Terra posiciona-se no ângulo reto. Nessa situação, as forças de atração estão defasadas,
o que gera preamares e baixa-mares de menor amplitudes, também conhecidas como
marés de quadratura.
A maré meteorológica representa os efeitos causados por variações na pressão
atmosférica, ocasionada principalmente devido a aproximação de sistemas frontais, que
causam o empilhamento ou afastamento de massa d’água junto à costa em decorrência
dos ventos, e de acumulação de água por ação das ondas. A maré meteorológica pode ter
a duração da ordem de dias. Diferentemente do que ocorre com a maré astronômica, que
é previsível, a maré meteorológica tem caráter aleatório. Dessa maneira, sempre que se
fizer referência à maré, esta deve ser considerada como a astronômica.
O Estudo de Impacto Ambiental da Usina de Angra 2 realizou uma análise harmônica dos
registros de maré de 1979 medidos em Piraquara de Fora, durante o período de um ano; e
dos registros de setembro a dezembro de 1989 medidos em Angra dos Reis.
Dessa análise, foram produzidas as Figuras III.19 a III.22, que caracterizam a evolução da
maré em Piraquara de Fora e Angra dos Reis.
Plano de Controle Ambiental DIGV
154
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
EVOLUÇÃO DA MARÉ - PIRAQUARA DE FORA
elevação em relação ao nível
médio (cm)
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
t (horas)
Figura III.19 - Evolução da maré em Piraquara de Fora
Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR)
elevação em relação ao
nível médio (m)
EVOLUÇÃO DA MARÉ EM 50 HORAS
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
320
324
328
332
336
340
344
348
352
356
360
364
368
372
t (horas)
Figura III.20 - Evolução da maré em Piraquara de Fora para o período de 50
horas
Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR)
Plano de Controle Ambiental DIGV
155
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
EVOLUÇÃO DA MARÉ - PORTO DE ANGRA DOS REIS
elevação em relação ao
nível médio (cm)
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
0
100
200
300
400
500
600
700
t (horas)
Figura III.21 – Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis
Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR)
EVOLUÇÃO DA MARÉ EM 50 HORAS
elevação em relação ao
nível médio (m)
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
320
324
328
332
336
340
344
348
352
356
360
364
368
372
t (horas)
Figura III.22 – Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis para o período
de 50 horas
Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR)
Plano de Controle Ambiental DIGV
156
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
A evolução da maré em Piraquara e em Angra dos Reis indica a ocorrência de 4 ciclos de
maré em aproximadamente 50 horas, o que corresponde a um período de maré pouco
superior a 12 horas. Dessa maneira, a maré na região é semi-diurna, com desigualdades
diurnas. Isto porque ocorrem normalmente duas preamares e duas baixa-mares por dia,
havendo por vezes a não ocorrência da repetição de uma destas fases.
Massas de Água
As massas de água da parte oceânica da baía da Ilha Grande foram classificadas
segundo EMÍLSON (apud FERREIRA DA SILVA et al, 1996) como: (AT) Água Tropical por
onde flui a corrente do Brasil ( T>20 0C e S>36 g/l ); (ACAS) Água Central do Atlântico Sul
(6 0C< T < 18 0C e 35<S <36 g/l ), normalmente encontrada a 200 m de profundidade na
borda da plataforma continental, situada abaixo da (AP) Água de Plataforma (T> 20 0C e
35<S<36 g/l ); e a (AC) Água Costeira(T>15 0C e S<36 g/l ) junto ao litoral.
A baía da Ilha Grande caracteriza-se por apresentar uma camada de mistura superficial de
0 a 15m de profundidade e uma camada haloclina e picnoclina a 15 m de profundidade. A
picnoclina sazonal começa a desenvolver nos primeiros 15 m de profundidade na
primavera indo até o verão. Abaixo desta profundidade as águas são praticamente
isopicnais, apresentando sigma-t de 26 (densidade), oriundas em parte, da mistura
originada pela entrada da ACAS (CEPUERJ, 1992). Na Porção Leste, onde a baía da Ilha
Grande conecta-se ao oceano e à baía de Sepetiba, ocorrem processos de diluição da
salinidade das águas, formando um ambiente bastante complexo, onde os principais
fatores de influência são os efeitos de maré, ventos e diferença de densidade, que
misturam as águas menos salinas da baía de Sepetiba com as mais salinas, provenientes
do oceano e da baía da Ilha Grande, esta porção foi classificada primeiramente por
SIGNORINI (1980) como um sistema estuarino.
Salinidade e Temperatura
O estudo da variação espaço-temporal de salinidade e temperatura pode estabelecer um
modelo de circulação local e de renovação das águas. Na região de estudo existem
diversos trabalhos que tratam dos aspectos físicos e biológicos associados à distribuição
destes parâmetros.
Variação horizontal
Através de registros contínuos de temperatura e salinidade, MIRANDA et al (1977)
constataram a existência de uma frente salina na entrada a Leste da Ilha Grande, a SE da
Ponta de Castelhanos, com salinidade de 35,14. Após essa frente, a estrutura da
salinidade apresentou um decréscimo de 1,9, registrando 33,24 de salinidade em uma
escala espacial de 2,5 km, onde não foi observada mudança significativa na temperatura
(20,6 0C a 20,9 0C).
Foi constatada ainda outra frente salina a 9,4 km a SE da Ponta Grossa da Marambaia.
Neste trecho, a média de salinidade situou-se em torno de 33,00. Na frente, a salinidade
atingiu o valor de 35,36 em uma escala espacial de 1,6 km. A temperatura neste intervalo
diminuiu de 20,80C para 20,40C. Saindo da frente salina e contornando a Ilha Grande até a
Plano de Controle Ambiental DIGV
157
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
ilha das Palmas, a salinidade variou de 35,52 para 32,79, em uma escala espacial de 2,4
km, enquanto que a temperatura aumentou de 0,40C (20,20C para 20,60C).
Da baía de Sepetiba atravessando para a baía da Ilha Grande, a salinidade da água
superficial no estreito variou de 33,8 a 35,7, e a temperatura sofreu um leve aumento de
21,20C para 21,70C, sendo o aporte de água doce oriundo da baía de Sepetiba o principal
responsável por essas diferenças.
No interior da baía da Ilha Grande, a temperatura apresentou maiores variações (21,20 a
22,00C) quando comparada aos vários valores obtidos ao Sul da entrada da baía (20,80 a
21,30C), a salinidade situou-se em torno de 35,00 ao norte e de 35,5 na porção mais ao
Sul.
Variação vertical
A estratificação da coluna d’água foi estudada por IKEDA e STEVENSON (1982), baseada
em amostragens em três pontos em torno da Ilha Grande (dados coletados em junho de
1976 e somente um ponto em fevereiro). Foi verificado um aumento do valor de sigma-t da
superfície para o fundo, a leste da Ilha Grande. O menor valor encontrado (22,2)
correspondeu a temperatura de 26,3 0C e salinidade de 34,00 na superfície, e o maior
(24,0) correspondeu à temperatura de 20 0C e salinidade de 35,00 no fundo, para o mês
de fevereiro.
No mês de junho, no mesmo ponto, a densidade aumentou para o fundo, apresentando
valor de sigma-t de 23,7, com temperatura de 22,7oC e salinidade de 34,5 em superfície.
No fundo obteve-se o valor de 24,0 de sigma-t para temperatura de 22,0 0C e salinidade
de 34,7.
Variações Sazonais
Segundo o estudo de IKEDA e STEVENSON (apud CEPUERJ, 1992), a baía da Ilha
Grande apresenta importantes variações sazonais dos parâmetros fundamentais da água
do mar, salinidade e temperatura. A comparação entre dados de correntes e hidrográficos
sugere a passagem de frentes, separando a água oceânica da costeira. Reversões
rápidas nas correntes estão associadas com a passagem de interfaces frontais.
O exame da estabilidade estática (frequência de Brünt-Väisälä) mostra que a coluna
d’água em fevereiro é muito mais estável que em junho. Inversões de densidade com a
profundidade geralmente ocorrem no inverno, indicando uma tendência pronunciada de
giro na coluna d’água. Desta forma, no verão ocorre uma corrente de máxima de entrada
de água oceânica mais fria e mais salina pelo fundo (entre 12 e 20m), com velocidade de
42 cm/s.
Tanto em fevereiro quanto em junho, a leste da Ilha Grande, um fluxo subsuperficial
precede uma passagem subsuperficial frontal que em fevereiro estende-se até 10 metros
de profundidade, com fluxo mais fraco, e em junho estende-se até 20 m. A oeste, no
inverno, somente a temperatura varia. No estreito, também no inverno, a salinidade variou
pouco. A passagem da frente é mais complexa e suas águas são mais quentes que as
adjacentes. As diferenças entre as duas estações do ano, verão (fevereiro) e inverno
Plano de Controle Ambiental DIGV
158
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
(junho) foram de 4,0oC e 0,9 de salinidade, que corresponde a uma variação de 1,8 no
valor de sigma-t. Como esperado, as maiores temperaturas, menores salinidades e
menores valores de sigma-t (densidade) são observados no verão.
Circulação
Na região de estudo, EMILSON (apud CEPUERJ, 1992) afirma que a corrente do Brasil
flui regularmente no litoral e ao largo, sendo mais estável no verão. Segundo
SCHUMACHER, 1943, esta corrente tem sentido SE em janeiro, março, setembro, outubro
e dezembro; e sentido NE em fevereiro, abril, junho, julho, agosto e novembro. No inverno
esta corrente flui irregularmente formando vórtices e meandros que avançam em direção à
costa. Segundo SIGNORINI (1980), a circulação do sistema estuarino formado pelas baías
de Ilha Grande e Sepetiba é resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de
densidade. No aspecto geral, a situação gerada pelo contato entre a água do rio e a água
do oceano, bem como a mistura por águas de maré gera um movimento quase
permanente em torno da Ilha Grande, com velocidade de 10 cm/s, atribuído à diferenças
de densidade. Neste fluxo horário a água entra na baía da Ilha Grande pelo lado oeste,
circula e se mistura com as águas menos salinas provenientes da baía de Sepetiba a
leste, sendo desviada para o oceano.
Assim, o padrão de circulação na baía da Ilha Grande é principalmente criado pelo
gradiente de pressão gerado pela estratificação de densidade, favorecendo o fluxo horário
e sendo a força motora para o fluxo sem marés. A corrente de maré na baía da Ilha
Grande é fraca, de poucos cm/s. Uma partícula em experimento lagrangeano levaria sete
dias ou 14 ciclos de maré para ir da entrada oeste à leste em situação favorável
(CEPUERJ, 1992).
A deriva por ventos é característica da baía da Ilha Grande. Essa deriva corresponde a 3%
da intensidade do vento. As correntes superficiais são maiores que as de profundidade em
geral.
Entre a Ilha Grande e o continente, dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação-DHN e
o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias-INPH, demonstram alta frequência de
correntes e oscilações de pequena amplitude superpondo-se a uma frequência baixa e
mais intensa com períodos maiores que 1 dia. As correntes de maré adentram na baía da
Ilha Grande tanto pelo lado oeste quanto pelo lado leste, antes da preamar. Durante a
entrada de maré, o fluxo a oeste sofre um alinhamento e segue para o estreito. Depois da
preamar a corrente do lado oeste passa pelo estreito em direção leste, enquanto outra
corrente sai da baía de Sepetiba em direção ao oceano. Durante a maré baixa, a situação
ainda se mantém, como um giro horário na baía da Ilha Grande, saindo pelo lado oeste da
baía de Sepetiba e o fluxo passa lateralmente pela Ilha Grande até a abertura a leste do
canal.
Batimetria
A baía da Ilha Grande de um modo geral não apresenta suas profundidades
homogeneamente distribuídas (CEPUERJ, 1992). A batimetria das porções leste e oeste
Plano de Controle Ambiental DIGV
159
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
são controladas por canais que provavelmente são remanescentes do período interglacial,
quando o nível do mar se encontrava muito distante da costa atual, estando o atual fundo
marinho da baía emerso (MUEHE, 1996).
A porção oeste da baía possui suas menores profundidades (menores que 10 m) em
regiões próximas à costa (enseada de Parati e baía da Ribeira), apresentando como
média das profundidades valores situados entre as isóbatas de 20 e 30 metros. Sua
batimetria aumenta gradativamente no sentido em que se caminha para o oceano, com 32
m de profundidade na entrada da baía, que possui 17,6 km de extensão.
A parte central da baía, caracterizada por uma área de estreitamento entre o continente a
Ilha Grande, apresenta-se como sua porção mais profunda, onde a isóbata de 20 m se
alarga, definindo os contornos norte e sul do canal. A porção leste apresenta batimetria
menos irregular e menos profunda, com valores situando-se entre 10 e 20 m. Nesta
porção, a feição de destaque é o canal, orientado na direção NE-SW, com profundidade
de até 26m. Nas proximidades do empreendimento encontram-se as enseadas de Itaorna,
onde ocorre a captação de água para refrigeração, e a praia do Mamede, além do Saco
Piraquara de Fora, local de lançamento dos efluentes líquidos das Usinas, e as
profundidades máximas são da ordem de 10 metros.
Qualidade das Águas
A Eletronuclear monitora alguns parâmetros físico-químicos para conhecimento da
qualidade das águas marítimas, não só em Itaorna. Os locais de coleta e o tipo de análise
estão demonstrados na Tabela III.16.
Tabela III.16 – Locais de coleta e tipos de análises realizadas nas águas marítimas
Área de Amostragem
Ponto de Coleta
Latitude
Longitude
Tipo de Análise
AM – 1
23°01’34,9" S
044°31’44,2" W
BAC
AM – 2
23°02’01,9" S
044°32’49,7" W
BAC
AM – 3
23°00’19,9" S
044°28’41,7" W
BAC
AM – 4
23°00’27,6" S
044°29’00,8" W
BAC
AM – 5
23°00’30,4" S
044°27’42,0" W
BAC
AM – 6
23°00’42,0" S
044°27’28,4" W
FQ
AM – 7
23°00’41,4" S
044°26’44,1" W
FQ
AM – 8
23°00’44,1" S
044°26’21,5" W
FQ
AM – 9
23°01'11,2" S
044°26'26,2'' W
BAC
MAMBUCABA
PRAIA BRAVA
ITAORNA
SACO PIRAQUARA DE
FORA
Fonte: ELETRONUCLEAR
Legenda:BAC: análise bacteriológica
FQ: análise físico-química
Para os pontos de amostragem AM-5, AM-6, AM-7 e AM-8, são seguidas a Norma Técnica
FEEMA NT 319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para Preservação de
Fauna e Flora Marinhas – Naturais ou a Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/05.
Plano de Controle Ambiental DIGV
160
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
Para os pontos de amostragem AM-1, AM-2, AM-3, AM-4 e AM-9, são monitorados os
parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 274, de 29/11/00 ou a Norma
Técnica FEEMA NT-311, que estabelece Critérios de Qualidade de Água de Recreação
em Água Salgada – Contato Primário. Os parâmetros analisados, assim como, os valores
máximos permissíveis, freqüência de amostragem, e pontos de amostragem são
apresentados na Tabela 3.17.
Tabela III.17 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem –
Águas Marítimas
Valor
Máximo
Permitido
Virtualmente
ausentes
Virtualmente
ausentes
Frequência de
Amostragem
Número de
Amostras
mensal
3
mensal
3
800
mensal
6
mg/L
Máx. 5,0
mensal
3
OD
mg/L
Min. 6,0
mensal
3
pH
—
7,9 – 8,3
quinzenal
6
Alumínio
mg/L
1,5
quinzenal
3
Amônia
mg/L
0,4
quinzenal
3
Boro Total
mg/L
5,0
mensal
3
Cloro Residual Total
mg/L
0,01
semanal
2
Cromo total
mg/L
0,05
mensal
3
Zinco
mg/L
0,09
quinzenal
3
Hidrazina
mg/L
(ausente)
mensal
3
Nitrito
mg/L
0,07
mensal
3
Nitrogênio Amoniacal
Total
mg/L
Máx. 0,4
quinzenal
3
Parâmetros
Unidade
Materiais Flutuantes
—
Óleos e Graxas
mL/L
E. coli
VMP/100ml
DBO5
Locais
Amostrados
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-1/AM2/AM-3/AM4/AM-5/AM-9
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-1/AM2/AM-3/AM4/AM-5/AM6/AM-7/AM8/AM-9
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-5/AM-9
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
AM-6/AM7/AM-8
Fonte: ELETRONUCLEAR
Os parâmetros fiísico-químicos das águas marítimas da área da Ponta Fina, encontram-se
no item VI.3.6 adiante, Radiações e Concentrações de Fundo (background). O Programa
de Monitoração Radiológica da CNAAA - PMARO, por sua vez, atesta a ausência de
radiação ionizante nas águas marítimas analisadas nas proximidades da Ponta Fina.
Plano de Controle Ambiental DIGV
161
Diagnóstico do Meio Físico
NATRONTEC
III.2 - MEIO BIÓTICO
O empreendimento encontra-se na microregião de Ilha Grande. Por possuir o litoral
bastante recortado, abrange diversos ecossistemas em sua extensão: florestas,
manguezais, restingas e costões rochosos.
O clima da região é quente e úmido. A temperatura média anual é de 22,5ºC, sendo a
máxima média 25,7ºC em fevereiro e a mínima média 19,6ºC em julho (Bittencourt, 1997).
A região apresenta uma nebulosidade elevada (setembro a março); a pluviosidade anual é
de aproximadamente 2.240 mm, com maior concentração no verão (Domingues et
al.,1976). Os ventos predominantes, durante todo o ano são os do quadrante leste, com
maior incidência do sudoeste durante os meses mais frios, de junho a setembro (GEA –
Feema).
As florestas tropicais detêm sem dúvida a maior diversidade específica tanto animal como
vegetal, sem considerar ainda a contínua descoberta de espécies novas nos mais diversos
grupos de seres vivos (Lino, 1992; Mittermeier et al. 1999; Wilson, 1997). No Brasil, os
dois principais biomas de floresta tropical são a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica
(Ferri,1980; Rizzini, 1997). O primeiro ocupa a região norte do país, enquanto que o
segundo percorre ao longo a costa do Oceano Atlântico, originalmente do Estado do Rio
Grande do Sul até o Estado do Rio Grande do Norte.
A Mata Atlântica já representou cerca de 15% de sua cobertura original, sendo que
atualmente encontra-se em sua maior parte substituída por sistemas agropastoris ou
florestas secundárias degradadas (Jesus, 1987; SOS Mata Atlântica et al., 1998), sendo
que nos últimos cinco anos segundo ISA (2002), chegou-se a uma cifra de destruição de
11% da Mata Atlântica, provocando uma queda de 8,3% para 7,3% dos remanescentes
em todos os estágios de Mata Atlântica.
Nas Tabelas III.18 e III.19, a seguir, apresenta-se a evolução da redução da cobertura
vegetal dos remanescentes florestais e dos mais representativos ecossistemas associados
(restinga e mangue) pertencentes ao domínio Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro.
O diagnóstico de Meio Biótico procurou identificar o ecossistema de inserção do DIGV e
caracterizar sua biota conforme dados secundários, para as áreas de influência direta e
indireta. Para tanto, essa análise foi dividida em ecossistema terrestre, onde foram
caracterizadas a fauna e flora, e ecossistema aquático, onde há descrição da biota
marinha e aquático-dulcícola.
Plano de Controle Ambiental DIGV
162
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.18 – Evolução da perda de extensão superficial dos remanescentes florestais da
Mata Atlântica e seus ecossistemas associados no estado do Rio de Janeiro.
Cartas
1985
1990
1995
Desmatamento
Topográficas
(ha)
(ha)
(ha)
85-90
90-95
Cachoeiro do Itapemirim
9.766
9.332
5.968
434
3.364
Campos
90.066
83.530
65.018
6.536
21.036
Ilha Grande
96.879
96.690
95.338
189
1.428
Juiz de Fora
35.154
32.436
20.801
2.718
11.685
Macaé
33.552
29.782
26.334
3.770
4.401
809
797
797
12
0
Rio de Janeiro
690.956
574.033
488.772
116.923
85.261
Volta Redonda
239.152
234.584
225.830
4.568
13.197
Campos
8.779
8.498
8.113
281
444
Ilha Grande
2.325
2.325
2.304
0
21
Macaé
15.574
14.877
14.688
697
189
Rio de Janeiro
8.797
8.280
8.195
517
85
450
349
349
101
0
2.110
1.870
1.870
240
0
347
187
187
160
0
7.755
7.755
7.610
0
145
Remanescentes Florestais
Ponte Nova
Restinga
Mangue
Campos
Ilha Grande
Macaé
Rio de Janeiro
Obs.: Período de 1985-90 e 1990-95 – Valores parciais por carta na escala de 1:250.000 (SOS Mata Atlântica, 1998).
Plano de Controle Ambiental DIGV
163
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.19 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da
Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro no Período 1995-2000.
19951
20002
Desmatamento3
Classes de mapeamento
hectares
%*
hectares
%*
hectares
%**
Remanescentes florestais
738.402
16,82
734.629
16,73
3.773
0,51
Restinga
40.766
0,93
40.272
0,92
494
1,2
Mangue
9.865
0,23
9.610
0,22
255
2,6
* em relação à área avaliada do Estado equivalente a 100% / ** em relação aos remanescentes florestais de 1995 (SOS Mata
Atlântica, 2001).
III.2.1 ECOSISTEMA TERRESTRE
O Bioma Mata Atlântica apresenta grande biodiversidade e alta taxa de endemismos.
Paralelamente, também se encontra em situação crítica devido à alteração dos seus
ecossistemas naturais.
Para a realização deste diagnóstico, foi utilizado o sentido lato sensu do conceito de Mata
Atlântica, que divide esse bioma em diversas fisionomias, que estão associadas. Para
efeitos da legislação, considera-se como sendo Mata Atlântica, as formações florestais e
ecossistemas associados inseridos nesse domínio, composto pelas seguintes fisionomias:
Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta
Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Manguezais, Restingas, Campos
de altitude, Brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste.
Em relação à sua florística, todo o bioma possui cerca de 10.000 espécies de plantas,
onde 50% são endêmicas. O nível de endemismo cresce significativamente quando
separamos as espécies da flora em grupos, atingindo 53,5% para espécies arbóreas, 64%
para as palmeiras e 74,4% para as bromélias. A Mata Atlântica preserva também
importante conjunto de plantas medicinais, muitas das quais ainda não devidamente
estudadas.
A fauna da Mata Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu com o impacto da
colonização humana na América do Sul. A fauna terrestre inclui uma alta taxa de
endemismos, especialmente para aves e primatas, onde se encontram táxons entre os
mais ameaçados de extinção, especialmente em função do desmatamento e perda de
habitats. Isto se deve à grande diversidade de habitats formados no interior da Mata
Atlântica e nos demais ecossistemas, uma vez que estão distribuídos ao longo do
continente, na faixa litorânea.
Em decorrência das características climáticas, geológicas, e geográficas presentes na
região, os ecossistemas terrestres das áreas de influência direta e indireta são: os
Manguezais que se desenvolveram sobre as planícies de marés e margens de rios, as
Restingas sobre os cordões arenosos, e a Floresta Ombrófila Densa, que se subdivide em
Plano de Controle Ambiental DIGV
164
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
diversas outras formações, sobre as planícies, os vales dos rios e das encostas da Serra
do Mar.
Flora
Área de Influência Indireta
A cobertura vegetal da região determinada como Área de Influência Indireta é
caracterizada pela presença da Floresta Ombrófila Densa, da Restinga e do Manguezal. A
situação desses ambientes será observada separadamente a seguir, buscando um
detalhamento das diferentes formações.
Os ambientes da orla litorânea da região sofrem grande alteração antrópica (Ex.
desmtamento, erosão e impermeabilização dos solos). Existem dados, em vários relatórios
técnicos que evidneciam que as formações vegetais entre 1966 e 1987, obteve um
aumento da área relativa de gramíneas, associado muitas vezes, ao desmatamento no
platô da Bocaina, sobre as planícies e porções inferiores das encostas (MRS Estudos
Ambientais, 2005ª).
Registram também um aumento expressivo das áreas urbanas, sobretudo pela expansão
da cidade de Angra dos Reis ao longo da BR-101 (Rio-Santos). Ocorrendo o surgimento
de concentrações na planície no baixo Rio Bracuí, baixo Rio Manbucaba (Perequê) e
enseada do Frade. A rodovia Rio-Santos criou a especulação imobiliária ao longo da
estrada, com a construção de complexos hoteleiros, condomínios e marinas (MRS
Estudos Ambientais, 2005ª).
Conforme relatório técnico sobre a vegetação da Bacia do Rio Paca-Grande (Farag et al.,
1997), no platô da Serra da Bocaina, é uma região mais florestada que a bacia do Rio
Bananal, com 83,3% de cobertura de formações florestais de pioneiras até tardias
(clímax). Segundo os autores, as formasções pioneiras e secundárias são resultado do
abandono de áreas de pastagem e de exploração de carvão. As formações tardias
ocupam áreas de difícil acesso ou impróprias para o uso.
Floresta Ombrófila Densa
Este bioma ocupa a área tropical, dominada por temperaturas elvadas (médias de 25°C),
valores de precipitação elevados, com período seco anual variando de 0 a 60 dias. Os
ambientes ocupados pela Floresta Ombrófila Densa, apresentam chuvas bem distribuídas,
com médias anuais em torno e acima de 1500mm, havendo estações sem seca ou mesmo
com grande disponibilidade de umidade. Caracteriza-se pela presença de fanerófitas
(plantas lenhosas com as gemas e brotos de crescimento protegidos) além de lianas
lenhosas e epífitas em abundância que o diferenciam de outras classes de formações
(MRS Estudos Ambientais, 2005a).
A subdivisão da Floresta mbrófila Densa realizada pelo RADAMBRASIL (1983), que se
baseou principalmente na distribuição por altitude, é encontrada nessa área formações de
Terras Baixas, Submontana, Montana e Alto Montana. A comundade vegetal loclizada nas
planícies e nos primeiros 50 metros das encostas apresent apenas duas tipologias
significativas, uma localizada em terrenos drenados e outra em encharcados.
Plano de Controle Ambiental DIGV
165
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Florestas das Terras Baixas
Abrange os ambientes situados entre cerca de 5 m acima do nível do mar e altitude de 50
m. A Florestas das Terras Baixas caracteriza-se pela sucessão desde a fase pioneira dos
locais salobros com vegetação hidrófila de Eleocharis, Typha, Cyperus até a fase
fanerófita de Fícus, Tabebuia Arecastrum, ainda em áreas úmidas, mas com água doce,
com uma fase intermediária de Callophillum, Tapirira e Geonoma (RADAMBRASIL, 1983).
Abrangeria, portanto nesta fase pioneira o que é denominado, Floresta de pântano ou
Mata alagadiça, que apresenta rpresentantes preservados na Reserva Biológica Estadual
da Praia do Sul, na Ilha Grand (Maciel et al., 1984).
Os grupamentos mais estáveis, da Floresta de Terras Baixas, ocorrem em áreas bem
drenadas, que além de conservarem alguns componentes das fases anteriores,
apresentam um estrato dominante de cerca de 25 m de altura, com tanheiro (Alchornea
triplinervia), sangue-de-drago (Croton sp.), figueira do brejo (Ficus organensis), ipê-.dobrejo (Tabebuia sp.); um estrato dominado de cerca de 20 m de altura com bicuiba (Virola
sp.), pindaíba (Xilopia sp.), freijó (Cordia sp.), pau jacaré (Piptadenia gonoacantha),
angico-branco (Parapiptadenia sp.); um estrato intermediário de aproximadamente 10 m
de altura com ingá (Inga sp.), Posoqueria sp., candiúba (Trema micrantha) e um estrato
inferior onde predomina a bananeira-do-mato (Heliconia sp.), em meio à ocorrência
generalizada de indivíduos das famílias botânicas Palmae, Bromeliaceae, Orquidaceae e
Pteridophytae. A estrutura fanerófita da formação apresenta ainda Iianas e epífitas em
abundância (Radambrasil, 1983).
Floresta Submontana
Remanescentes desta formação florestal são encontrados no Estado do Rio nas encostas
da Serra da Bocaina. Ocorre na faixa de altitude entre 50 e 500 m, em áreas dissecadas
da Serra do Mar, das serras litorâneas e dos maciços isolados, sobre rochas do
embasamento cristalino e rochas alcalinas (MRS Estudos Ambientais, 2005a).
A vegetação remanescente da Formação Submontana da Floresta Ombrófila Densa, está
hoje abrigada em áreas de preservação permanente, ou fazem parte de parques ou
reservas equivalentes, pois se situam em encostas com declive acentuado e estão
associadas a nascentes de mananciais(MRS Estudos Ambientais, 2005a).
Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é extremamente
vulnerável, apresentando grandes extensões cobertas por campos herbáceos,
principalmente nas porções das encostas mais próximas da BR-101. Nos locais onde a
floresta secundária está estruturada, evidenciada pela observação de Cecropia
pachystachya, existe a presença marcante do gênero Tibouchina (quaresmeiras)
observado e identificado pela sua floração característica composta pelas flores de cor
roxa.
Floresta Montana
A Floresta Montana ocupa locais de relevo fortemente dissecado, íngreme e de acesso
difícil, permitindo que seja parcialmente poupada. No estado do Rio de Janeiro, os
Plano de Controle Ambiental DIGV
166
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
remanescentes desta formação florestal podem ser encontrados principalmente no Parque
Nacional da Serra da Bocaina e na Serra dos Órgãos. Os ambientes da Formação
Montana da Floresta Ombrófila Densa, na latitude da Baía da Ilha Grande, ocupa faixa de
altitudes entre 500 a 1500 m, sobre rochas do embasamento cristalino e rochas alcalinas.
O sub-bosque é denso e diverso, seus componentes apresentam caules de pequeno
calibre, muitos deles ramificando a menos de 1 m do solo, quase sempre recobertos pelas
inúmeras briófitas que ai ocorrem.
Floresta Alto Montana
Ambientes da Formação Florestal Alto Montana, na latitude da baía da Ilha Grande,
ocupam faixa de altitude acima do nível de 1500 m, sobre rochas do embasamento
cristalino. Por estarem localizadas nas partes mais elevadas são freqüentemente envoltas
por densas nuvens durante dias seguidos. Embora composta por espécies endêmicas,
revelando um antigo isolamento, a composição florística desta formação é representada
por famílias de dispersão universal (RADAMBRASIL 1983).
Por se situar em área de relevo acidentado e de difícil acesso, este tipo florestal foi
bastante poupado, não estando, no entanto, imune à ação antrópica.
A seguir, na Tabela III.20, estão listadas as espécies da flora, na Floresta Densa
Submontana e na vegetação secundária, que foram encontradas nas áreas de influência
do empreendimento, conforme levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência
da CNAAA.
Tabela III.20 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de
comunicação da CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia
Brava – Vegetação secundária.
Família
Espécie
Área A Área B
VERBENACEAE
Aegiphila integrifolia
x
LAURACEAE
Aiouea cf. impressa
x
EUPHORBIACEAE
Alchornea triplinervia
x
SAPINDACEAE
Allophylus sp. 1
x
RUBIACEAE
Alseis floribunda
x
RUBIACEAE
Amaioua intermedia var brasiliana
x
LEGUMINOSAE
Andira sp. 1
x
ANNONACEAE
Annonaceae sp. 3
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
167
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
ANNONACEAE
Annonaceae sp. 4
x
ARECACEAE
Astrocaryum aculeatissimum
x
ARECACEAE
Atalea sp.
x
RUBIACEAE
Bathysa australis
x
RUBIACEAE
Bathysa stipulata
x
LAURACEAE
Beilschmiedia cf. stricta
x
LAURACEAE
Beilschmiedia emarginata
x
MORACEAE
Brosimum guianense
x
MELIACEAE
Cabralea canjerana ssp. canjerana
MYRTACEAE
Campomanesia xanthocarpa
x
LECYTHIDACEAE
Cariniana estrellensis
x
EUPHORBIACEAE
Caryodendron grandifolium
x
FLACOURTIACEAE
Casearia sp. 1
CECROPIACEAE
Cecropia glazioui
CECROPIACEAE
Cecropia lyratiloba
x
ULMACEAE
Celtis sp. 1
x
RUBIACEAE
Chomelia brasiliana
x
CHRYSOBALANACEAE
Chrysobalanaceae sp. 1
x
SAPOTACEAE
Chrysophyllum flexuosum
x
RUTACEAE
Citrus medica var. limon
x
CLUSIACEAE
Clusia lanceolada
x
BORAGINACEAE
Cordia sp. 1
Plano de Controle Ambiental DIGV
168
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
BORAGINACEAE
Cordia sp. 2
x
RUBIACEAE
Coussarea meridionalis var. porophylla
x
RUBIACEAE
Coussarea nodosa
x
LAURACEAE
Cryptocarya micrantha
x
LAURACEAE
Cryptocarya saligna
x
SAPINDACEAE
Cupania oblongifolia
x
SAPINDACEAE
Cupania sp. 1
x
CYATHEACEAE
Cyatheaceae sp. 1
x
ARALIACEAE
Didymopanax anomalus
x
ARALIACEAE
Didymopanax sp. 1
x
EBENACEAE
Diospyros ebenaster
SAPOTACEAE
Ecclinusa ramiflora
x
BOMBACACEAE
Eriotheca pentaphylla
x
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum pulchrum
x
MYRTACEAE
Eugenia sp. 1
x
MYRTACEAE
Eugenia sp. 2
x
MYRTACEAE
Eugenia sp. 3
x
MYRTACEAE
Eugenia sp. 4
x
EUPHORBIACEAE
Euphorbiaceae sp. 1
ARECACEAE
Euterpe edulis
x
RUBIACEAE
Faramea sp. 1
x
MORACEAE
Ficus citrifolia
Plano de Controle Ambiental DIGV
169
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
MORACEAE
Ficus insipida
MORACEAE
Ficus pulchella
PHYTOLACCACEAE
Gallesia integrifolia
CLUSIACEAE
Garcinia brasiliensis
x
APOCYNACEAE
Geissospermum laevis
x
MYRTACEAE
Gomidesia spectabilis
x
NYCTAGINACEAE
Guapira opposita
x
x
MELIACEAE
Guarea macrophylla ssp. tuberculata
x
x
ANNONACEAE
Guatteria nigrescens Mart.
x
MORACEAE
Helicostylis tomentosa
x
CHRYSOBALANACEAE
Hirtella hebeclada
x
EUPHORBIACEAE
Hyeronima alchorneoides
AQUIFOLIACEAE
Ilex integerrima
x
INDET.
Indet. sp. 03
x
INDET.
Indet. sp. 06
x
INDET.
Indet. sp. 07
x
INDET.
Indet. sp. 12
x
INDET.
Indet. sp. 13
x
INDET.
Indet. sp. 14
x
LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE
Inga sp. 1
x
LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE
Inga sp. 2
x
BIGNONIACEAE
Jacaranda micrantha
Plano de Controle Ambiental DIGV
170
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
CARICACEAE
Jacaratia heptaphylla
x
CLUSIACEAE
Kielmeyera membranacea
x
CLUSIACEAE
Kielmeyera rizziniana
x
LACISTEMACEAE
Lacistema pubescens
x
LAURACEAE
Lauraceae sp. 01
X
LAURACEAE
Lauraceae sp. 03
x
LAURACEAE
Lauraceae sp. 05
X
LAURACEAE
Lauraceae sp. 11
X
LAURACEAE
Lauraceae sp. 15
x
LAURACEAE
Lauraceae sp. 04
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 01
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 02
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 03
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 04
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 05
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 06
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 07
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 08
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 09
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 10
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 11
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 12
Plano de Controle Ambiental DIGV
171
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 13
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 14
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 15
x
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 16
LEGUMINOSAE
Leguminosae sp. 17
x
LAURACEAE
Licaria bahiana
x
EUPHORBIACEAE
Mabea brasiliensis
x
MYRTACEAE
Marlierea sp. 1
x
MYRTACEAE
Marlierea sp. 2
x
MYRTACEAE
Marlierea subacuminata
x
CELASTRACEAE
Maytenus aff. ilicifolia
CELASTRACEAE
Maytenus ardisiaefolia
x
CELASTRACEAE
Maytenus salicifolia
x
CELASTRACEAE
Maytenus sp.1
x
MELASTOMATACEAE
Melastomataceae sp. 1
x
MELIACEAE
Meliaceae sp. 2
x
MELIACEAE
Meliaceae sp. 3
x
x
MELASTOMATACEAE
Miconia calvescens
x
x
MELASTOMATACEAE
Miconia cf. holosericea
x
MELASTOMATACEAE
Miconia cinnamomifolia
x
MELASTOMATACEAE
Miconia dodecandra
x
MELASTOMATACEAE
Miconia prasina
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
172
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
MELASTOMATACEAE
Miconia sp. 3
x
MELASTOMATACEAE
Miconia sp. 4
x
SAPOTACEAE
Micropholis crassipedicelata
x
MONIMIACEAE
Mollinedia sp. 1
x
MONIMIACEAE
Mollinedia sp. 2
x
MYRTACEAE
Myrcia grandiglandulosa
x
MYRTACEAE
Myrcia rostrata
MYRSINACEAE
Myrsine coriacea
x
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 02
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 04
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 05
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 07
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 10
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 12
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 14
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 17
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 19
x
MORACEAE
Naucleopsis oblongifolia
x
LAURACEAE
Nectandra leucantha
x
LAURACEAE
Nectandra membranacea
x
LAURACEAE
Nectandra oppositifolia
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
173
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
LAURACEAE
Ocotea puberula
LAURACEAE
Ocotea sp. 1
x
LAURACEAE
Ocotea sp. 2
x
LAURACEAE
Ocotea tabacifolia
x
EUPHORBIACEAE
Pausandra morisiana
x
MYRTACEAE
Myrtaceae sp. 07
x
SIMAROUBACEAE
Picramnia glazioviana ssp. glazioviana
x
PIPERACEAE
Piper sp. 1
PIPERACEAE
Piper sp. 2
PIPERACEAE
Piper sp. 3
MYRTACEAE
Plinia edulis
x
MYRTACEAE
Plinia rivularis
x
CECROPIACEAE
Pourouma guianensis
x
SAPOTACEAE
Pouteria sp. 1
SAPOTACEAE
Pouteria venosa
x
RUBIACEAE
Psychotria velloziana
x
BOMBACACEAE
Quararibea turbinata
ANNONACEAE
Rollinia dolabripetala (Mart.) R.E.Fries
x
PROTEACEAE
Roupala montana
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 03
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 04
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 07
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
174
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 10
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 11
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 12
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 13
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 15
x
RUBIACEAE
Rubiaceae sp. 06
HIPPOCRATEACEAE
Salacia grandifolia
x
SAPINDACEAE
Sapindaceae sp. 1
x
SAPINDACEAE
Sapindaceae sp. 2
x
SAPOTACEAE
Sapotaceae sp. 4
x
SAPOTACEAE
Sapotaceae sp. 5
x
SAPOTACEAE
Sapotaceae sp. 6
x
SAPOTACEAE
Sapotaceae sp. 8
x
SAPOTACEAE
Sapotaceae sp. 9
x
LEGUMINOSAE CAESALPINIOIDEAE
Senna multijuga
lindleyana
RUBIACEAE
Simira sampaioana
RUBIACEAE
Simira viridiflora
MONIMIACEAE
Siparuna sp. 1
x
MONIMIACEAE
Siparuna sp. 2
x
ELAEOCARPACEAE
Sloanea garckeana
x
ELAEOCARPACEAE
Sloanea sp. 2
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
175
x
ssp.
lindleyana
var.
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Área A Área B
SOLANACEAE
Solanaceae sp. 1
x
MORACEAE
Sorocea guilleminiana
x
MORACEAE
Sorocea hilarii
x
MORACEAE
Sorocea sp.1
x
BIGNONIACEAE
Tabebuia cassinoides
x
COMBRETACEAE
Terminalia januariensis
x
MELASTOMATACEAE
Tibouchina scrobiculata
x
MELIACEAE
Trichilia sp. 1
MELIACEAE
Trichilia sp. 2
x
MELIACEAE
Trichilia sp. 3
x
URTICACEAE
Urticaceae sp. 1
ASTERACEAE
Vernonia discolor
x
MYRISTICACEAE
Virola gardneri
x
MYRISTICACEAE
Virola oleifera
ANNONACEAE
Xylopia brasiliensis
x
RUTACEAE
Zanthoxylum rhoifolium
x
LEGUMINOSAE FABOIDEAE
Zollernia glabra
x
199 espécies
x
x
x
34
x
183
Fonte: Diagnóstico do EIA de Angra 3
Floresta Ombrófila Mista
A formação de Floresta Ombrófila Mista é encontrada somente na área do Parque
Nacional da Serra da Bocaina e representa uma tipologia remanescente de grande
importância biogeográfica. As principais espécies presentes são a Araucaria angustifolia
(pinheiro do paraná), Drymis brasiliensis (casca d’anta), Mimosa scabrella (bracatinga) e
Podocarpus lambertii (pinheiro bravo).
Plano de Controle Ambiental DIGV
176
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Em função de sua localização dentro da supracitada Unidade de Conservação, sua
situação ambiental se encontra favorável, com a formação íntegra e preservada. Na
Tabela III.21 a seguir, são apresentados uma listagem das espécies da flora da Floresta
Ombrófila Mista, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção,
protegidas e com valor econômico.
Tabela III.21 - Espécies Representativas da Floresta Ombrófila Mista
Nome Científico
Nome Popular
Família
Araucariaceae
Observações
forros; molduras; ripas; cabos de
vassoura; caixotaria; brinquedos;
palitos de fósforos; lápis; carretéis;
utensílios domésticos; ornamental;
Araucaria angustifolia
Pinheiro brasileiro
Drymis brasiliensis
Casca d’anta; Pau
Winteraceae
para tudo
obras
internas;
carpintaria;
caixotaria; lenha e carvão; casca
aromática e medicinal; ornamental;
Mimosa scabrella
Bracatinga
Leg. Mimosoideae
construção civil; caixotaria; flores
melíferas; ornamental;
Nectandra sp.
Canela
Lauraceae
exploração madeireira;
Ocotea sp.
Canela
Lauraceae
exploração madeireira;
Podocarpus lambertii
Pinheiro bravo
Podocarpaceae
carpintaria comum; palitos de
fósforo;
brinquedos;
forros;
reflorestamento;
Restinga
As restingas são depósitos arenosos paralelos à linha de costa, onde se encontram
diferentes comunidades que recebem influência marinha. Na costa brasileira elas ocupam
cerca de 79% de sua extensão total (Lacerda et al.,1993) sendo encontradas
principalmente no litoral oriental e meridional.
Atualmente, a vegetação litorânea de Angra dos Reis está bastante alterada, em função
do desmatamento, pela abertura de estradas com lançamento de aterro nas praias, por
empreendimentos imobiliários e instalações industriais, além da crescente exploração
turística. Por serem estas restingas pouco conhecidas, é necessário levantamentos de
dados históricos e atuais, para fornecer subsídios para futuros projetos de preservação e
recuperação, principalmente visando o potencial turístico local.
Foram consideradas as áreas da praia do Hotel do Bosque e da praia da Batanguera
como de relevante interesse em relação ao ecossistema de restinga. A restinga da praia
da Batanguera estende-se entre duas formações rochosas por 1.100 m. A outra área de
restinga, considerando–se o final da área urbanizada da Vila Residencial de Mambucaba,
próximo ao quiosque do Hotel do Bosque como o seu inicio, compreende 480 m até a foz
Plano de Controle Ambiental DIGV
177
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
do rio Mambucaba. Na orla da praia de ambas as áreas amostradas existem amendoeiras,
(Terminalia cattapa), um espécie exótica comum em diversas regiões, que apresenta
rápido crescimento e dispersão.
As comunidades vegetais existentes nestes trechos de Restingas são aquelas onde
existem uma primeira parcela herbácea, uma segunda arbustiva, e uma terceira arbórea,
que formavam uma cobertura vegetal contínua até encontrar a Floresta Ombrófila Densa.
Algumas das espécies mais comuns, ainda encontradas são: Cecropia sp. (embaúba),
Dalbergia ecastophylla, Hibiscus pernambucensis (arruda), Ipomoea sp. (salsa da praia),
Phyloxerus portulacoides (capotiraguá), Psidium cattleianum (araçá), Sporobolus virginicus
(grama da praia) e Schinus terebinthifolius (aroeira).
Na restinga do rio Mambucaba, após a faixa arbustiva, encontramos uma mata de
restinga, com cerca de 50 m de largura. Caracteriza-se como um mata de restinga aberta,
degradada, porém em um grau menor que na restinga anterior. A espécie Myrsine
coriacea destaca-se nesta área ocorrendo em agrupamentos, além de Schinus
terebinthifolius, Erythroxylum aff. decidum e Cecropia pachystachya, esta última a
embaúba, uma planta pioneira freqüente nas planícies litorâneas, inclusive muito utilizada
na medicina popular.
A primeira comunidade vegetal (psamófila-reptante), em ambas as áreas, compreende a
região próxima ao mar, coberta por espécies estoloníferas, rizomatosas e reptantes. As
espécies representativas desta comunidade são comuns na faixa de todo o litoral do Rio
de Janeiro, tais como Alternanthera littorales, Hydrocotyle bonariens, Ipomoea pes-capre,
Marisicus pedunculatus, Panicum racemosum, Paspalum maritimum, Sporobolus
virginicus. A largura da comunidade variou de 6 a 10 m, na restinga da praia da
Batanguera e cerca de 2m na do rio Mambucaba. Estando esta região ainda sobre
influência dos efeitos das marés, as espécies ocorrentes são importantes na fixação da
areia. A espécie que apresentou maior cobertura (75%) foi Ipomoea pes-capre. O sucesso
desta espécie parece estar relacionado com sua forma de vida, uma herbácea que se
desenvolve por crescimento clonal, bem adaptada a um substrato instável (Menezes,
1996).
Na praia da Batanguera, a partir de uns 51 m da praia em direção à estrada, gramíneas
daninhas (Brachiaria sp. Imperata brasiliensis, Panicum maximum) passam a infestar a
área, tornando-a quase impenetrável por alcançarem até 1,5 m de altura.
Atualmente, em especial na praia da Batanguera, a visitação descontrolada está
rapidamente degradando o ecossistema. Os incêndios, devido à proximidade da rodovia e
descaso dos visitantes, também têm impedido a recuperação da restinga. Além da falta de
controle da entrada de visitantes através da rodovia representar um risco mesmo à
segurança das residências da Vila Residencial adjacente.
Na Tabela III.22 estão listadas as plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da
Praia da Batanguera, na área de influência do empreendimento, conforme estudo do
diagnóstico do EIA de Angra 3.
Plano de Controle Ambiental DIGV
178
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.22 - Lista de plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da Praia da
Batanguera.
Família
Espécie
AMARANTHACEAE
Alternanthera littorales (Mart.) A.St-Hil.
ANACARDIACEAE
Schinus terenthifolius Radii
ANACARDIACEAE
Tapirira guianensis Aubl.
APOCYNACEAE
Tabernaemontana laeta Mart.
ARACEAE
Philodendron crassinervium Lindl.
ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia macroura Gomez
ASCLEPIADACEAE
Oxypetalum banksii Schult.
BIGNONIACEAE
Cybistax antisyphiiltica (Mart.) Mart.
BROMELIACEAE
Neoregelia johannis (Carrière) L.B.Sm
BROMELIACEAE
Tillandsia stricta Sol.
BROMELIACEAE
Vriesea sp.
CACTACEAE
Cereus fernambucensis Lem.
CACTACEAE
Opuntia brasiliensis (Willd.) Haw.
CACTACEAE
Pilosocerus arrabidae (Lem.) Byles & G.D.Rowley
CACTACEAE
Rhipsales oblonga Lofgrn
CECROPIACEAE
Cecropia pachystachya Trécul
COMBRETACEAE
Terminalia cattapa L.
COMPOSITAE
Baccharis dracunculifolia DC.
COMPOSITAE
Conyza sumatrensis (Retz) E.H.Walker
COMPOSITAE
Mikania argyreae DC.
COMPOSITAE
Mikania cordifolia (L.f.) Willd.
COMPOSITAE
Mikania triangularis Baker
COMPOSITAE
Trixis antimenorrahoa (Schank) Kuntz
Plano de Controle Ambiental DIGV
179
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
COMPOSITAE
Vernonia beyrichii Less.
COMPOSITAE
Vernonia polyanthus Less.
COMPOSITAE
Vernonia scorpioides (Lam.)Pers
CONVOLVULACEAE
Ipomoea pes-caprae (L.) Sweet
CONVOLVULACEAE
Merrenia dissecta (Jacq.) Hall.
CONVOLVULACEAE
Merrenia macrocalyx (Ruiz et Pav.)
CURCUBITACEAE
Cayaponia martiana (Cogn.) Cogn.
CURCUBITACEAE
Cucumis anguria L.
CURCUBITACEAE
Mormodica charantia L.
CYPERACEAE
Mariscus pedunculatus (R. Br.)T.Koyma
DILLENIACEAE
Davilla rugosa Poir.
EUPHORBIACEAE
Corton glandulous L.
EUPHORBIACEAE
Pera sp.
EUPHORBIACEAE
Ricinus communis L.
EUPHORBIACEAE
Sebastiana corniculata (Vahl) Mull.Arg.
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum aff.deciduuum A St.Hil.
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum pulchurum St.Hil.
FLACOURTIACEAE
Casearia sylvestre Sw.
FLACOURTIACEAE
Casearia sp.
GESNERIACEAE
Paliava racemosa (Vell.) Fitsch.
GRAMINEAE
Brachiaria sp.
GRAMINEAE
Imperata brasiliensis Trin.
GRAMINEAE
Panicum racemosum (P.Beauv.) Speng.
GRAMINEAE
Paspalum maritimum L.
Plano de Controle Ambiental DIGV
180
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
GRAMINEAE
Panicum maximum Jacq.
GRAMINEAE
Sporobolus virginicus(L.)Kunth
HIPPOCRATEACEAE
Salacia sp.
LEGUMINOSAE
Andira legalis (Vell.) Toledo
LEGUMINOSAE
Canavalia rosea (Sw.) DC.
LEGUMINOSAE
Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip
LEGUMINOSAE
Crotalaria pallida Ait.
LEGUMINOSAE
Dalbergia ecastophylla (L.) Taub.
LEGUMINOSAE
Dioclea violaceae Mart. ex Benth.
LEGUMINOSAE
Erythrina fusca Lour.
LEGUMINOSAE
Indigofera hirsuta L.
LEGUMINOSAE
Indigofera suffruticosa Mill.
LEGUMINOSAE
Macroptilium antropureus Urb.
LEGUMINOSAE
Senna pendula (Willd.)Irwin & Barneby
MALPHIGHIACEAE
Heteropterys chrysophylla (Lam.)Kunth
MALPHIGHIACEAE
Heteropterys sp.
MALPHIGHIACEAE
Peixotoa hispidula A.Juss.
MALPHIGHIACEAE
Stigmaphyllon ciliatum A.Juss.
MALVACEAE
Urena lobata L.
MELASTOMATACEAE
Clidemia hirta (L.) D. Don
MELASTOMATACEAE
Miconia albicans (Sw.) Triana
MELASTOMATACEAE
Miconia cinnamomofolia (DC) Naudin
MELASTOMATACEAE
Miconia prasina (Sw.) DC.
MELASTOMATACEAE
Tibouchina aff.grandiflia
Plano de Controle Ambiental DIGV
181
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
MELIACEAE
Guarea macrophylla Vahl.
MORACEAE
Castilla ulei Warb.
MORACEAE
Ficus clusiaefolia Schott
MORACEAE
Ficus organensis Miq.
MORACEAE
Ficus sp.
MYRSINACEAE
Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem & Schult
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze
MYRTACEAE
Eugenia uniflora L.
MYRTACEAE
Eugenia sp. 1
MYRTACEAE
Eugenia sp. 2
MYRTACEAE
Psidium catteyanum Sabine
NYCTAGINACEAE
Guapira opposita (Vell.) Reitz
OCHNACEAE
Ouratea cuspidata (A.St.-Hil) Engl.
POLYGALACEAE
Polygala leptocaulis Torr. & A Gray
ORCHIDACEAE
Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex. F.Barros
ORCHIDACEAE
Habenaria leptoceras Hook.
PALMAE
Attalea humilis Mart. ex Spreng.
PALMAE
Attalea dubia (Mart.) Burr.
PALMAE
Desmoncus sp.
PALMAE
Euterpe edulis Mart.
RHAMANACEAE
Scutia sp.
PASSIFLORACEAE
Passiflora sp.
RUBIACEAE
Spermacoce latifolia Aubl.
SAPOTACEAE
Manilkara sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
182
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
SAPINDACEAE
Cupania oblongifolia Mart.
SMILACACEAE
Smilax quinquenervia Vell.
SOLANACEAE
Solanum argenteum Dun. ex Poir,
RUBIACEAE
Borreria capitata (Ruiz. & Pav.) DC.
RUBIACEAE
Psychotria nuda (Cham. & Shlecht.) Wawra
TILIACEAE
Luhea sp.
UMBELLIFERAE
Hydrocotyle bonariens Lam.
VERBENACEAE
Aegiphila sellowiana Cham.
VERBENACEAE
Lantana camara L.
VERBENACEAE
Lantana canescens Kunth.
Fonte: MRS Estudos Ambientais, 2005.
A seguir, é apresentada uma listagem das espécies representatnes da flora da restinga,
enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, protegidas e com
valor econômico (ver Tabela III.23).
Tabela III.23- Espécies Representativas da vegetação de Restinga.
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Anacardium occidentale
Cajueiro
Anacardiaceae
frutos comestíveis; chá contra
diarréia, ornamental,
Aspidosperma parvifolium
Pequiá da restinga
Apocynaceae
construção civil, taco, ripa,
ferramenta agrícola, caibro,
dormentes, moirões, e etc.;
Bactris setosa
Tucum
Palmae
artesanato
Bromelia antiacantha
Gravatá
bromélia
Bromeliaceae
fruto é comestível
Chrysobalanus icaco
Aperta guela
ou
Chrysobalanaceae fruto comestível
Erythroxylum ovalifolium
Erythroxylaceae
artesanato
Erythroxylum pulchrum
Erythroxylaceae
artesanato
Plano de Controle Ambiental DIGV
183
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Nome Científico
Nome Popular
Grumixama
Eugenia brasiliensis
Eugenia umbelliflora
Pitangueira
Eugenia uniflora
Família
Myrtaceae
arborização de áreas urbanas
e/ou naturais, obras de torno;
marcenaria; carpintaria; frutos
comestíveis;
Myrtaceae
fruto comestível
Myrtaceae
fruto comestível
Moraceae
madeira utilizada para miolo de
portas e painéis, caixotaria e
confecção
de
chapas
de
partículas;
Ficus insipida
Figueira brava
Hibiscus pernambucensis
Algodoeiro da praia Malvaceae
Polygala cyparissias
Observações
fabricação
artefatos,
caixotaria;
de
pequenos
brinquedos
e
Polygalaceae
chá para asma e bronquite
Psidium cf. cattleianum
Araçá
Myrtaceae
madeira para obras, confecção
de peças, como lenha e carvão,
fruto comestível;
Psidium guajava
Goiabeira
Myrtaceae
fruto comestível, madeira para
obras, lenha e carvão;
Schinus terebinthifolius
Aroeira
Anacardiaceae
moirões, esteios, lenha, carvão,
extração de tanino, arborização;
Tapirira guianensis
Tapiriri
Anacardiaceae
brinquedos,
compensados,
caixotaria,
móveis,
lambris,
embalagens, saltos e cabos;
Trema micrantha
Grandiúva
Ulmaceae
tabuado em geral, lenha
carvão, fabricar pólvora;
Orquídea
Orchidaceae
ornamental,
baunilha;
Vanilla chamissonis
brevifolia
var.
extração
e
da
Manguezal
Os manguezais situados no trecho entre Angra dos Reis e Tarituba representam 8,12% da
área total do litoral sul do estado do Rio de Janeiro (Natrontec, op. cit.), e de um modo
geral encontram-se antropizados, estando, portanto, descaracterizados quanto ao seu
estado nativo. A fitofisionomia de manguezal foi observada na região do empreendimento,
citando-se áreas como a do rio Mambucaba, Praia do Recife, Ilha do Jorge, rio Ariró, rio
Bracuhy. A classificação destas paisagens no tocante a sua fisiografia é a do tipo de franja
Plano de Controle Ambiental DIGV
184
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
da Praia do Recife e da Ilha do Jorge, tipo ribeirinho para os dos rios Ariró, Bracuhy e
Mambucaba.
O manguezal do Bracuí distribui-se ao longo de toda a praia de Bracuí acompanhando a
influência das águas do Rio Bracuí. Este manguezal sofreu um acelerado processo de
degradação, causado pela construção de condomínios, de marinas, de residências e de
corte de madeira. Observa-se que a área de manguezal estabelece em diversos trechos
contato com a areia com ocorrência de espécies invasoras e típicas de restinga. A
exceção é o trecho onde desemboca rio localizado aproximadamente na parte central da
praia. No lado esquerdo da praia, o manguezal do Bracuí, se encontra com o manguezal
da Enseada dos Girassóis. Este último foi completamente degradado no final da década
de 80 pelo empreendimento chamado Porto Abrigo dos Reis, que previa a construção de
um condomínio e uma marina. Esta área foi dragada em alguns trechos e aterrada em
outros. Boa parte da vegetação que secou foi vítima de incêndio e corte de madeira.
Apesar do embargo da obra nenhuma medida de recuperação foi implementada nos
manguezais da Enseada dos Girassóis que ao longo dos anos se recuperaram
naturalmente (MRS Estudos Ambientais, 2005).
O manguezal da Praia do Recife apresenta-se distribuído sobre um sedimento arenoso.
Ao longo da Praia é possível observar diversos trechos onde este ambiente se
desenvolveu com a presença de exemplares de até 5 m de altura, compostos por
Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa. Apesar da exuberância do manguezal
pode-se observar em diversos trechos o corte de madeira de mangue. O manguezal da
Ilha do Jorge localiza-se numa área contígua ao manguezal da praia do Recife (MRS
Estudos Ambientais, 2005).
Em uma área aparentemente isolada em virtude da presença do Hotel Pousada do
Bosque encontramos ao lado o manguezal da Pousada do Bosque, na área de influência
da drenagem do rio Perequê. Apesar de não ser um manguezal muito extenso este
ambiente é bastante representativo na região (MRS Estudos Ambientais, 2005).
Os Manguezais se encontram em condições ambientais vulneráveis, visto que existe uma
forte pressão antropogênica de edificações em áreas adjacentes a esse ecossistema,
além da existência de diversas parcelas dessa formação já descaracterizadas. Esse
panorama de degradação se iniciou a partir da construção da BR-101. As espécies
vegetais encontradas nos manguezais da região, conforme diagnóstico do EIA de Angra 3,
estão listadas na Tabela III.24.
Plano de Controle Ambiental DIGV
185
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.24 - Listagem de espécies vegetais observadas nos manguezais dos municípios
da região.
Família
Espécie
Nome Popular
POLYPODIACEAE
Acrosticum aureum
Samambaia do brejo
POLYPODIACEAE
Acrosticum danaeifolium
Samambaia do brejo
BROMELIACEAE
Aechmea nudicaulis var. nudicaulis
Gravatá ou bromélia
ARACEAE
Anthurium scandens
-
ANNONACEAE
Annona sp.
Araticum
AVICENNIACEAE
Avicennia schaueriana
Mangue preto
ORCHIDACEAE
Catasetum sp.
Orquídea
ORCHIDACEAE
Cattleya sp.
Orquídea
CYPERACEAE
Cladium jamaicense
-
CYPERACEAE
Eleocharis sp.
Junco
CYPERACEAE
Fimbristylis spadicea
-
MALVACEAE
Hibiscus pernambucensis
Algodoeiro da praia
MALVACEAE
Hibiscus tiliaceus
Algodoeiro da índia
COMBRETACEAE
Laguncularia racemosa
Mangue branco
LEG. PAPILIONOIDEAE
Machaerium sp.
-
MELASTOMATACEAE
Miconia cf. hymenonervia
-
MYRTACEAE
Myrcia multiflora var. glaucens
-
ORCHIDACEAE
Oncidium spp.
Orquídea
ORCHIDACEAE
Pleurothallis spp.
Orquídea
POLYGALACEAE
Polygala paniculata
-
ORCHIDACEAE
Polystachya sp.
Orquídea
ANACARDIACEAE
Schinus terebinthifolius
Aroeira
CACTACEAE
Rhipsalis grandiflora
Cactos macarrão
RHIZOPHORACEAE
Rhizophora mangle
Mangue vermelho ou Sapateiro
BROMELIACEAE
Tillandsia stricta
Gravatá ou Bromélia
BROMELIACEAE
Tillandsia usneoides
Barba de velho
SHEUCHZERIACEAE
Triglochin sp.
-
BROMELIACEAE
Vriesea sp.
Gravatá ou Bromélia
Fonte: NATRONTEC (1998) e EIA Angra 3.
Plano de Controle Ambiental DIGV
186
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Área de Influência Direta
A cobertura vegetal da região determinada como Área de Influência Direta, é caracterizada
pela presença e domínio da maior parte da área pela Floresta Ombrófila Densa, que
juntamente às formações da Restinga e do Manguezal, expressa a diversidade de
ambientes deste trecho, e ocorrem nos dois municípios.
Floresta Ombrófila Densa
Foram detectadas as formações das Terras Baixas, Submontana, Montana e AltoMontana. A comunidade vegetal da primeira fisionomia apresenta sua distribuição na
planície e na encosta, representada por pequenas manchas isoladas em diferentes graus
de conservação e formações continuadas com a mata Submontana. Nos ambientes de
planície estas matas sofreram diversas intervenções humanas, como desmatamentos para
retirada de madeira, implantação de fazendas e condomínios de alto nível, entre outros.
As espécies vegetais mais comuns nessa paisagem são a Cecropia sp. (embaúba) e a
Tibouchina sp (quaresmeira), podendo encontrar outros taxa como: Bactris aff.
escragnollei (coco natal), Bactris setosa (tucum), Eugenia uniflora (pitangueira), Ficus sp.
(figueira), Myrciaria trunciflora (jabuticabeira), Psidium cattleianum (araçá), Psidium
guajava (goiabeira), e Schinus terebinthifolius (aroeira).
Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é frágil,
apresentando vários trechos desmatados cobertos por campos herbáceos, principalmente
nas porções das encostas mais próximas da BR-101, pela presença de torres de
transmissão de energia, que formam faixas de vegetação rasteira abaixo da fiação ou pelo
cultivo da banana. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está
mantendo sua estrutura. Nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores altas
com sub-bosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas. Pode-se observar
diversas parcelas de desmatamentos na formação Submontana, seguidos pela introdução
de espécies exóticas em reflorestamento de antigas áreas da floresta nativa. Neste caso,
pode ser detectado o plantio de Pinus sp. (pinheiro) no município de Angra dos Reis, na
região do Saco dos Negros.
Nas formações de altitudes mais elevadas, onde se encontra um relevo mais acidentado,
com locais íngremes e de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia
Montana e Alto-Montana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas
foi reduzida em função do acesso a essas áreas e também da possibilidade reduzida da
prática agrícola e pecuária. Na Tabela III.25 a seguir, são apresentados uma listagem das
espécies da flora da Floresta Ombrófila Densa, enfatizando as espécies endêmicas, raras,
ameaçadas de estinção, protegidas e com valor econômico.
Plano de Controle Ambiental DIGV
187
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.25 – Espécies representativas da Floresta Ombrófila Densa.
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Acacia polyphylla
Marica
marcenaria; obras internas; casca
Leg. Mimosoideae adstringente
para
os
curtumes;
ornamental, reflorestamento;
Alchornea glandulosa
Caixeta
Euphorbiaceae
caixotaria; lenha;
plantios mistos;
Alchornea triplinervia
Tanheiro
Euphorbiaceae
caixotaria leve; miolo de portas; cepas de
tamancos,
muletas;
reflorestamento;
alimento para aves;
Annona cacans
Araticum
Annonaceae
forro,
caixotaria;
confecção
de
brinquedos;
frutos
comestíveis;
arborização urbana; reflorestamento;
Aspidosperma
parvifolium
Guatambu
Apocynaceae
construção civil; cabos de ferramentas;
dormentes; moirões; ornamental;
Astrocaryum
aculeatissimum
Brejaúba,
Brejaúva, Airi,
Palmae
madeira usada para ripas; frutos com fins
medicinais;
Attalea dubia
Indaiá
Palmae
folhas para cobertura de casas;
amêndoas comestíveis; ornamental;
Bactris aff. Escragnollei
Coco de natal
Palmae
frutos comestíveis; ornamental;
Pata de vaca
Leg.
Caesalpinoideae
madeira para caixotaria e obras leves;
ramos e tronco para carvão e lenha;
ornamental; paisagismo; plantio misto;
folhas com fins medicinais;
Bauhinia forficata
paisagismo
rural;
Cabralea canjerana
Canjarana
Meliaceae
madeira para estrutura de móveis; obras
de escultura; construção civil; moirões;
frutos
comestíveis
pela
avifauna;
paisagismo;
Caesalpinia echinata *2
Pau Brasil
Leg.
Caesalpinoideae
madeira
para
paisagismo.
Campomanesia
guazumaefolia
Araçá do mato
Myrtaceae
carpintaria; obras internas; lenha; carvão;
frutos comestíveis pela fauna em geral;
reflorestamento;
Myrtaceae
madeira para taboado, instrumentos
musicais; cabos de ferramentas; lenha e
carvão; paisagismo; frutos comestíveis;
produção de licores;
Lecythidaceae
madeira para estrutura de móveis; peças
torneadas;
saltos
de
sapatos;
compensados; construção civil; cabos de
ferramentas;
caixotaria;
sementes
consumidas por macacos;
Campomanesia
xanthocarpa
Cariniana estrellensis
Guabiroba
Jequitibá
branco
Plano de Controle Ambiental DIGV
188
arcos
de
violino;
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Cariniana legalis
Jequitibá rosa
Lecythidaceae
construção civil; caixotaria; marcenaria;
casca como adstringente nas diarréias e
anginas.
Cassia multijuga
Canafístula
Leg.
Caesalpinoideae
caixotaria leve; confecção de brinquedos;
lenha
e
carvão;
ornamental;
reflorestamento;
Cecropia hololeuca
Embaúba
branca
Cecropiaceae
madeira para objetos leves; fósforos;
lápis;
caixotaria;
tamancos;
aeromodelismo; frutos comestíveis pela
fauna;
Cecropia pachystachya
Embaúba
Cecropiaceae
madeira utilizada para fabricação de
brinquedos, caixotaria, salto de calçados,
lápis, compensados e poupa de celulose;
Cedrela sp.
Cedro
Meliaceae
compensados; esculturas; obras de
escultura; móveis em geral; construção
civil; paisagismo; reflorestamento;
Copaifera sp.
Pau-d’óleo
Leg.
Caesalpinoideae
construção civil; confecção de móveis e
peças torneadas; ornamental;
Cybistax antisyphillitica
Caroba
Bignoniaceae
construção civil; obras internas; produção
de pasta celulósica; reflorestamento;
ornamental;
Dalbergia nigra
Jacarandá,
Caviúna
Leg.
Papilionoideae
mobiliário de luxo; acabamentos internos
em construção civil: lambris, molduras,
portas, rodapés; instrumentos musicais;
ornamental;
Dendropanax sp.
Maria mole
Araliaceae
obras
internas;
ornamental;
flores
melíferas;
frutos
comestíveis
pela
avifauna;
Dichisonia sellowiana *2
Samambaiaçu
Dicksoniaceae
ornamental; produção de xaxins;
Dorstenia arifolia *1
Moraceae
Erythrina crista-galli
Mulungu
Leg.
Papilionoideae
confecção de bóias, canoas, gamelas,
calçados, esculturas, molduras, etc.;
Eugenia brasiliensis
Grumixama
Myrtaceae
marcenaria;
paisagismo;
carpintaria;
obras de torno; frutos comestíveis pela
fauna;
Eugenia uniflora
Pitangueira
Myrtaceae
fruto comestível, ferramentas;
Euterpe edulis
Palmito juçara
Palmae
usada na alimentação;
construções; paisagística;
Ficus guaranitica
Figueira branca Moraceae
madeira utilizada para miolo de portas e
painéis, caixotaria e confecção de chapas
de partículas;
189
Diagnóstico do Meio Biótico
Plano de Controle Ambiental DIGV
tronco
para
NATRONTEC
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Ficus insipida
Figueira; Mata
Moraceae
pau
caixotaria; miolo de portas; frutos
comestíveis por morcegos; paisagismo;
Gallesia integrifolia
Pau d’alho
medicinal; taboado em geral; arborização
rural; reflorestamento heterogêneo;;
Heliconia sp. *1
Phytolaccaceae
Musaceae
Inga edulis
Ingá
Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis;
Inga edulis var. edulis
Ingá
Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis;
Laelia sp. *2
Orchidaceae
Lecythis pisonis
Sapucaia
Lecythidaceae
postes; dormentes; moirões; estacas;
esteios; mastros; ripas; tacos; tábuas;
carrocerias; cabos de ferramentas;
sementes comestíveis pela fauna;
Machaerium spp.
Jacarandá
Leg.
Papilionoideae
construção
civil;
ornamental;
reflorestamento de áreas degradadas;
Myrtaceae
fruto comestível;
Marlieria tomentosa
Melanoxylon brauna
Braúna
Leg.
Caesalpinoideae
obras hidráulicas; moirões; dormentes;
pontes; construção civil; ornamental;
reflorestamento de áreas degradadas;
Mollinedia triflora
Aperta-guela
Monimiaceae
fruto comestível;
Myrtaceae
fruto comestível;
Myrcia racemosa var.
gaudichaudiana
Myrcia sp.
Araçarana
Myrtaceae
fruto comestível;
Myrciaria trunciflora
Jabuticabeira
Myrtaceae
fruto comestível, tabuado em geral,
construção civil, lenha, confecções de
móveis;
Piptadenia gonoacantha
Pau
Jacaré
Leg. Mimosoideae
madeira clara e mole empregada para
lenha e carvão; Flores melíferas
jacaré,
Plathymenia foliolosa
Vinhático
confecção de mobiliário de luxo; painéis
para construção civil; rodapés; molduras;
Leg. Mimosoideae
tacos; forros; persianas; venezianas;
tábuas para tonéis de vinho; ornamental;
Psidium cattleianum
Araçá
Myrtaceae
fruto comestível, lenha,
ferramentas, carvão;
Psidium guajava
Goiabeira
Myrtaceae
fruto comestível, madeira utilizada em
obras, cangalhas, lenha e carvão;
Pterocarpus violaceus
Pau sangue
Leg.
Papilionoideae
acabamentos internos como rodapés,
guarnições,
molduras,
embalagens,
peças torneadas, portas, painéis, etc.
Rapanea ferruginea
Capororoca
Myrsinaceae
obras internas, lenha e carvão;
Plano de Controle Ambiental DIGV
190
construção,
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Rheedia brasiliensis
Bacupari
Guttiferae
construção civil, cabo de ferramentas,
moirões;
Schinus terebinthifolius
Aroeira
Anacardiaceae
moirões, esteios, lenha, carvão, extração
de tanino, arborização;
Schizolobium parahyba
Guapuruvu
Leg.
Caesalpinoideae
fabricação de canoas; taboado de forros;
fósforos e papel; casca adstringente para
curtumes;
Sparattosperma
leucanthum
Ipê branco
Bignoniaceae
construção naval, canoas, bordas de
escalares, construção civil, carpintaria,
caixotaria, reflorestamento;
Swartzia langsdorfii
Pacova
macaco
de Leg.
Caesalpinoideae
construção civil; marcenaria; carpintaria;
ornamental; frutos comestíveis pela
fauna;
Syagrus romanzoffiana
Jerivá
Palmae
paisagismo; frutos comestíveis pela fauna
Tabebuia cassinoides
Caixeta
Bignoniaceae
confecção de brinquedos; caixas finas;
tamancos; palitos de fósforos; lápis;
violões; bóias; ornamental;
Tabebuia chrysotricha
Ipê amarelo
Bignoniaceae
postes; peças para pontes; tábuas para
cercas; currais, aras; tacos; tábuas;
ornamental;
Tapirira guianensis
Tapiriri
Anacardiaceae
confecção de brinquedos; caixotaria leve;
embalagens;
móveis;
cabos
de
vassouras; frutos comestíveis;
Tibouchina sp.
Quaresmeira
Melastomataceae
confecção de brinquedos;
ornamental; paisagismo;
Tillandsia stricta
Gravatá
Bromélia
Bromeliaceae
ornamental, monitoramento ambiental;
Tillandsia usneoides
Barba de velho
Bromeliaceae
monitoramento ambiental;
Trema micrantha
Cambará;
Gurindiba
Ulmaceae
taboado em geral; lenha e carvão;
fabricação de pólvora; flor melífera;
Typha domingensis
Taboa
Typhaceae
fibra para artesanato de tapetes, cestos,
sandálias, etc.
Virola sp.
Bicuíba
Miristicaceae
construção civil; esteios; miolo de portas;
marcenaria; confecção de canoas;
carpintaria; reflorestamentos;
Vochysia tucanorum
Pau de tucano
Vochysiaceae
caixotaria; confecção de
ornamental; paisagismo;
Xylopia brasiliensis
Pindaíba
Annonaceae
tabuados; caibros; vigas; mastros;
caixotaria, fruto comestível pela aves;
reflorestamentos; ornamental;
Plano de Controle Ambiental DIGV
ou
191
caixotaria;
brinquedos;
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Legenda: *1 - espécie incluída na listagem de: vulnerável à extinção; *2 - espécie incluída na listagem de: em perigo de extinção. Obs:
O gênero Heliconia (Família Musaceae) apresenta as espécies H. augusta, H. citrina, H. farinosa, H. fluminensis, H. lacletteana, H.
sampaioana na categoria vulnerável de extinção; e o gênero Laelia (Família Orchidaceae) apresenta as espécies L. ovata, L. perrinii, L.
virens na categoria em perigo de extinção.
Manguezais
Na Área de Influência Direta existe uma grande representatividade dos manguezais de
sua área total no litoral sul do estado do Rio de Janeiro (LACERDA, 1987). Os
manguezais constituem um dos ecossistemas mais modificados na região. As principais
alterações que atingiram os manguezais surgiram com a construção da BR-101, na
década de 70. Essas modificações tinham intensidades variáveis de acordo com a
proximidade dos núcleos urbanos e do potencial turístico que o local propiciasse. Em
função da ocorrência de cais e estaleiros no local, cabe destacar a perturbação provocada
por derrame ou vazamento de óleo e alterações em conseqüência ao grande tráfego de
embarcações marítimas.
É um ecossistema típico de áreas estuarinas tropicais e subtropicais, sendo regido por um
sistema de variação de marés que o inunda duas vezes ao dia, onde a mistura das águas
marinhas com as doces provenientes do continente profere um caráter salobro a estas
águas. Composto basicamente por uma vegetação de habitus arbustivo e/ou arbóreo, no
Brasil, os manguezais estão representados por três gêneros ocorrentes em toda a sua
costa onde o ecossistema se faz presente: Avicennia (mangue preto), Laguncularia
(mangue branco) e Rhizophora (mangue vermelho), presentes em áreas onde o substrato
é lamacento.
A fitofisionomia de manguezal pode ser detectada no município de Angra dos Reis,
citando-se áreas como a do Rio Mambucaba, Praia do Recife, Ilha do Jorge, Rio Ariró, Rio
Bracuhy e Caiera. A classificação destas paisagens no tocante a sua fisiografia é a do tipo
de franja para os da Caiera, Cidade de Angra, Enseada de Porto Marisco e Praia do
Recife, tipo ribeirinho para os dos rios Ariró, Bracuhy e Mambucaba, e de bacia para o
manguezal da Cidade de Japuíba. Na Tabela III.26 a seguir, são apresentados uma
listagem das espécies da flora do Manguezal, enfatizando as espécies endêmicas, raras,
ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico.
Plano de Controle Ambiental DIGV
192
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.26 – Espécies Representativas do Manguezal.
Nome Científico
Nome Popular
Família
Observações
Annona sp.
Araticum
Annonaceae
fruto comestível;
Avicennia schaueriana
Mangue preto
Avicenniaceae
madeira para ferramenta, casa;
lenha;
Hibiscus pernambucensis
Arruda
Malvaceae
fibra para amarrar o caranguejo;
Laguncularia racemosa
Mangue branco
Combretaceae
madeira para cerca e casa, lenha;
Schinus terebinthifolius
Aroeira
Anacardiaceae
moirões, arborização, retirada de
tanino da casca para tingir, lenha
e carvão;
Rhizophora mangle
Mangue
vermelho
Rhizophoraceae
madeira para construção de casas
e cercadas de peixe, casca para
extração do tanino, uso medicinal
das folhas e casca,
Tillandsia stricta
Gravatá
Bromélia
Bromeliaceae
ornamental,
ambiental;
Tillandsia usneoides
Barba de velho
Bromeliaceae
monitoramento ambiental;
ou
monitoramento
Fauna
A Mata Atlântica é um dos cinco maiores hotspots do mundo (Mittermeier et al., 1997;
Myers, et al., 2000). Os registros de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ocorrem na
Mata Atlântica, somam 1807 espécies, isso corresponde a 7% de todas as espécies
desses grupos do planeta (MMA, 2002).
Pertencente ao domínio zoogeográfico Tupi, segundo FITTKAU (1969), a fauna da Mata
Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu com o impacto da colonização humana na
América do Sul. Sua fauna terrestre inclui uma alta taxa de endemismos, especialmente
para aves e primatas, onde se encontram táxons entre os mais ameaçados de extinção do
planeta, especialmente em função do desmatamento e perda de habitats. Isto se deve à
grande diversidade de habitats formados no interior da Mata Atlântica e nos demais
ecossistemas, uma vez que estão distribuídos ao longo do continente, na faixa litorânea.
Descrever a fauna separadamente em áreas de influência direta e indireta é bastante
complexo, pois para a descrição dos grupos faunisticos se leva em consideração a
localização em que o indivíduo foi observado, porém a habilidade de se deslocar pode
prejudicar a identificação precisa de sua posição quanto a área de influencia que este
ocupa. Muitas vezes de forma errônea foi considerada a presença de uma determinada
espécie em uma certa área sendo exclusiva daquele deteriminado local, não considerando
a capacidade de deslocamento da mesma, sendo que esta poderá ocupar outros locais,
podendo o animal estar ou não utilazando recursos (abrigo, alimento) que se encontram
Plano de Controle Ambiental DIGV
193
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
presentes em áreas que não foram observados. Assim através de dados secundários foi
feita uma breve descrição de cada grupo e quando possível foi identificado a área de
influência em que o animal se encontrava.
Herpetofauna
A Mata Atlântica é o bioma com maior riqueza e endemismo de espécies de anuros do
mundo Duellman (1999). Concentra cerca de 340 espécies de anfíbios, o que corresponde
a 65% das espécies brasileiras conhecidas, sendo 250 endêmicas (MMA, 2002). A
dependência de ambientes úmidos juntamente com os brejos e alagados e a baixa
capacidade de deslocamento podem explicar a ocorrência do grande número de espécies
endêmicas. Muitos dos quais, pertencentes às famílias Hylidae, Leptodactylidae,
Bufonidae e Brachycephalidae. Apesar disso, é escassa a bibliografia disponível para a
região. Um grupo de destaque entre os anfíbios anuros da Mata Atlântica é a família
Brachycephalidae, que possui uma família de distribuição exclusiva nesse bioma.
Segundo a Fundação Biodiversitas (2003) 15 espécies de anfíbios estão presentes na lista
oficial de espécies ameçadas de extinção.
Sabe-se que grande parte da fauna de répteis da Mata Altântica é de ampla distribuição
geográfica o bioma abriga 197 espécies de répteis, o que equivale a aproximadamente
42% das espécies conhecidas para o Brasil. Grande parte da fauna de répteis é de ampla
distribuição geográfica, ocorrendo em outras formações, como na Amazônia, Cerrado e
Caatinga. No entanto, são listadas 60 espécies e subespécies endêmicas de répteis da
Mata Atlântica, como Hydromedusa maximiliani (cágado), Liolaemus lutzae (lagartixa-daareia) e Lachesis muta rhombeata (surucucu). Quanto aos ofídios, ocorrem Bothrops spp.
(jararacas); Boa constrictor e Epicrates cenchria (jibóias) encontradas em todos os tipos
de ambientes do Brasil, com atividade diurna ou noturna; diversas cobras corais, Micrurus
spp. que são subterrâneas, mas aparecem freqüentemente na superfície (RIZZINI et alli
op. cit.; VANZOLINI et alli op. cit.). A listagem das espécies de répteis e anfíbios
encontradas nas regiões de influência direta e indireta são apresentadas nas Tabelas
III.27 e III.28.
Área de Influência Indireta
Durante o levantamento e diagnóstico ambiental foram estabelecidos os seguintes pontos
na Área de Influência Indireta – (AII) (ver Tabela III.27):
•
Ponto 1. Bracuí, brejo em mata de restinga, próximo as ruínas.
•
Ponto 2. Mata do rio Bracuí, parte alta (acima da BR-110), área com muitos sítios e
algumas residências.
Plano de Controle Ambiental DIGV
194
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.27 - Espécies de anfíbios coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto,
G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F – Filhote
Espécie
P1
P2
Bufo crucifer
A
A
Eleutherodactylus binotattus
A
Osteocephalus langsdorfii
O
ANFÍBIOS
Área de Influência Direta
Segundo Lynch (1979) 92% das 183 espécies de anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica
são endêmicas, tendo inclusive uma família (Brachycephalidae) e uma sub-familia
(Elosiinae) da família Leptodactylidae, endêmicas. Na região da CNAAA a família
Brachycephalidae está representada por quatro espécies dos dois únicos gêneros, sendo
duas destas restritas para esta região: Brachycephalus vertebralis e Psyllophryne
hermogenesi. A sub-familia Elosiinae, na região em estudo está representado por 4
espécies de dois gêneros: Megaelosia goeldii, Megaelosia bocainesis, Hylodes phyllodes e
Hylodes asper.
Em visita à área do empreendimento, pôde ser ouvidos a vocalização de indivíduos do
gênero Eleutherodactylus, o gênero mais diverso em espécies e morfologia dentre os
anuros, e pertencente à família Leptodactylidae. Atualmente, segundo Frost (2002), para a
Mata Atlântica o número total de espécies de anfíbios é de 495, registrando um aumento
de 270% de espécies em 23 anos. Na região de estudo, por exemplo, encontrou-se uma
espécie nova de cor verde do gênero Hyla do grupo Albofrenata pertencente a família
Hylidae, que está sendo descrita. Assim como esta, outras espécies inéditas devem estar
presentes na região, que ainda não foi suficientemente estudada.
A região onde está localizada a CNAAA representa uma área de concentração e
reprodução de muitas espécies de anfíbios e répteis. Constatou-se a presença de uma
mata recuperada em seu entorno, com boa vegetação e diversos micro-ambientes
propícios para a herpetofauna. Do total de anfíbios obtidos na área de estudo, 72 espécies
acredita-se que somente cerca de 16%, restritas das partes altas da Serra da Bocaina,
não devam sofrer influência da Usina. Apesar destas dificuldades, o prognóstico é muito
favorável em relação à riqueza da herpetofauna, e assim, por exemplo, de acordo com os
relatos obtidos, na área próxima à Usina Angra 1 devem ocorrer Chironius spp e
Philodryas olfersii, bem como a coral-verdadeira Micrurus corallinus) e falsa
(provavelmente Erytrolamprus aesculapii e Oxyrhopus spp). Nas áreas de folhiço, há boa
probabilidade do encontro de lagartos das famílias Scincidae (Mabuya spp) e
Gymnophtalmidae (“microteídeos”), que eventualmente podem estar representadas por
espécies raras. Isto significa, por um lado, que a presença de espécies mais comuns não
Plano de Controle Ambiental DIGV
195
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
está afetada, e por outro que existe ainda a possibilidade do encontro de espécies pouco
observadas ou coletadas (MRS Estudos Ambientais, 2005).
Durante o levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência da CNAAA foram
estabelecidos os seguintes pontos que se encontravam na área de influência direta –
(AID) que estão representados na Tabela III.28:
•
Ponto 1. Mata da Usina, riacho acima de Piraquara de Fora.
•
Ponto 2. Mata da Marina, riacho ao nível do mar, próximo a Ponta da Pitanga.
•
Ponto 3. Lago em Piraquara de Fora, formado pelo riacho, com vegetação rasteira
a arbustiva.
•
Ponto 4. Ilha de Pingo d’Água, pequena ilha desabitada com vegetação arbustiva,
bromélias, paredões rochosos e camada densa de folhiço.
A Ilha que melhor pôde ser observada foi a do Pingo d’Água, por sua pequena dimensão e
proximidade do litoral. Ali foram observados um Gekkonidae (“lagartixa”; provavelmente
Hemidactylus mabouia) e um Tropiduridae (“calango”, Tropidurus cf. torquatus).
Tabela III.28 - Espécies de anfíbios e répteis coletadas na excursão de maio de 2002. A=
Adulto, G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F – Filhote.
Espécie
P1
P2
P3
P4
ANFÍBIOS
A
Adenomera marmorata
G
Bufo crucifer
Cycloramphus boraceiensis
Eleutherodactylus binotattus
Eleutherodactylus bolbodactylus bolbodactylus bolbodactylus
Hyla albomarginata
Hyla circumdata
Hyla giesleri
Hyla minuta
AGV
Hyla sp.aff albofrenata
Hyalinobatrachium uranoscopum
Hylodes phyllodes
Plano de Controle Ambiental DIGV
196
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécie
P1
P2
P3
P4
Osteocephalus langsdorfii
AV
Scinax angrensis
Scinax humilis
A
Scinax hayii
V
V
Scinax perpusillus
AGF
Thoropa miliaris
RÉPTEIS
Bothrops jararacussu
Hemidactylus mabouia
O
Tropidurus cf. torquatus
O
O número de espécies encontradas para os anfíbios é muito superior ao registrado no
Plano de Manejo da Estação Ecológica de Tamoios (Fase 1), três gêneros sem
identificação. Este fato se deve porque muitos dados importantes sobre a composição de
fauna brasileira não têm sido publicados, principalmente por falta de incentivo, estando as
informações limitadas a monografias, dissertações, teses e relatórios, que muitas vezes
são de difícil acesso. Os estudos de composição faunística são fundamentais para a
compreensão da biodiversidade e consequentemente para o planejamento de tomada de
decisões sobre estratégias de conservação (Haddad, 1998). Mesmo com a grande riqueza
e endemismo, aspectos básicos dessa fauna são ainda desconhecidos, visto que grande
parte da Mata Atlântica encontra-se devastada (Marques & Sazima, 2004) e algumas
espécies da fana se encontram ameaçadas de extinção (ver Tabelas III.29 e III.30).
Plano de Controle Ambiental DIGV
197
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.29 - Listagem das Espécies de Répteis. AM - espécie ameaçada de extinção # espécie observada durante a campanha de campo.
RÉPTEIS
TAXON
NOME POPULAR
Ameiva ameiva
Calango
Boa constrictor
Jibóia
Bohtrops sp.
Urutu-cruzeiro
Bothrops jararaca
Jararaca
Bothrops jararacussu
Jararacuçu
Chironius bicarinatus
Cobra-cipó
Chironius fuscus
Cobra-cipó
Coralus hortulanus
Cobra-de-veado
Dipsas albifrons
Dorminhoca
Escleopus gaudichaudii
Lagarto
Enyalius brasiliensis
Lagarto
Epicrates cenchria
Jibóia
Erythrolamprus aesculapii
Coral-falsa
Geochelone carbonaria
Jabuti
Gymnodactyus sp.
Lagarto
Hemidactylus mabouia
Lagartixa
Leposternon sp.
Cobra de duas cabeças
Leimadophis poecilogyrus
Cobra-verde
Liophis miliaris
Cabra-d’água
Mastigodrias bifossatus
Jararacuçu-do-brejo
Micrurus corallinus
Coral-verdadeira
Oxyrhopus clathratus
Coral-falsa
Plano de Controle Ambiental DIGV
198
CÓDIGO
AM
AM
#
#
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
RÉPTEIS
TAXON
NOME POPULAR
Philodryas olfersii
Boiubu
Philodryas serra
Cobra cipó
Pseudoboa cloelia
Limpa-campo
Sibynomorphus turgidus
Dormideira
Spilotes pullatus anomalepsis
Caninana
Siphlophis pulcher
Cobra
Thamnodynastes pallidus nattereri
Corre-campo
Thamnodynastes strigilis
Falsa jararaquinha
Tropidurus torquatus
Lagarto
Tupinambis merianae
Teiú
Tupinambis teguixim
Teiú
Xenodon neuwiedii
Cobra
CÓDIGO
#
Fonte: EIA de Angra 2, NATRONTEC (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005).
Plano de Controle Ambiental DIGV
199
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.30 - Listagem das Espécies de Anfíbios. AM - espécie ameaçada de extinção
EN - espécie endêmica.
Anfíbios
Taxon
Nome Popular
Dendrophryniscus brevipollicatus
Sapo
Brachycephalus vertebralis
Sapo
Brachycephalus ephippium
Sapo
Psyllophryne didactyla
Rã
Psyllophryne hermogenesii
Rã
Hyla arildae
Perereca
Hyla callypigia
Perereca
Hyla clepsydra
Perereca
Scinax angrensis
Perereca
Scinax ariadne
Perereca
Scinax argyreornatus
Perereca
Scinax atratus
Perereca
Scinax humilis
Perereca
Scinax perpusillus
Perereca
Scinax trapicheiroi
Perereca
Sphaenorhynchus orophilus
Rã
Cyclorhamphus boraceiensis
Rã
Cyclorhamphus eleutherodactylus
Rã
Cyclorhamphus granulosus
Rã
Hylodes phyllodes
Rã
Megaelosia bocainensis
Rã
Paratelmatobius gaigeae
Rã
Plano de Controle Ambiental DIGV
Código
EN
AM
200
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Anfíbios
Paratelmatobius pictiventris
Rã
Physalaemus barrioi
Rã
Proceratophrys appendiculata
Rã
Eleutherodactylus bolbodactylus
Perereca
Eleutherodactylus parvus
Perereca
Eleutherodactylus pusillus
Perereca
Thoropa miliaris
Perereca
Zachaenus parvulus
Perereca
Fonte: NATRONTEC (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005).
Avifauna
O bioma da Mata Atlântica abriga 688 espécies de aves sendo que destas
aproximadamente 200 são endêmicas. Das espécies endêmicas apenas 17 se utilizam de
habitats perturbados e 419 espécies ocorrem quase exclusivamente em habitats pouco
alterados. Cerca de 68% das espécies de aves da Mata Altântica são consideradas raras
(Goerck 1997).
O efeito negativo da degradação e fragmentação de habitats florestais é um dos maiores
problemas na conservação das espécies de aves neotropicais (Marini 1996, Anjos 2001).
A alteração dos ambientes de florestas neotropicais, como, corte ou exploração de
espécies arbóreas, estradas de acesso e redução de áreas, atinge de forma negativa as
comunidades de aves (Galetti & Aleixo 1998, Aleixo 1999, Anciães & Marini 2000, Develey
& Stouffer 2001), inclusive através de extinções locais de espécies (Aleixo 2001, Ribon et.
al.2003). Aproximadamente 94 espécies se encontram na lista oficial de espécies
ameaçadas de extinção para a Mata Atlântica (Fundação Biodiversitas, 2003).
Sabe-se que na Mata Atlântica existe uma das mais elevadas riquezas de aves do
planeta, assim como um elevado número de endemismo de aves, como cinco espécies de
tinamídeos, sendo Crypturellus obsoletus (inhambu-açu) o mais encontrado, Cotinga
maculata (crejoá), espécie rara, ameaçada de extinção pela destruição ambiental e pela
caça, Pyrrhura cruentata (fura-mato) que vive no interior da mata alta, escondido entre as
copas, e Touit melanota (papagainho) que habita a mata alta da serra do Mar (SICK,
1977). SICK (op. cit.) cita ainda como espécies endêmicas ou quase endêmicas:
Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande), Triclaria malachitacea (sabiá-cica),
Amazona rhodocoritha (chauá), Pionopsitta pileata (cuiú-cuiú), Phaethornis eurynome
(rabo-branco-de-garganta-rajada), Mackenziaena severa (borralhara), Cichlocolaptes
leucophrus (trepador-sobrancelha), Orthogonis chloricterus (catirumbava), Procnias
Plano de Controle Ambiental DIGV
201
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
nudcollis (araponga) dentre outras. Rica em aves notáveis como Tinamus solitarius
(macuco) e Crypturellus n. notivagus (jaó), cujas populações hoje, já estão quase
exterminadas, talvez mais pela destruição de seus habitats do que pela perseguição
implacável como caças (RIZZINI et alli op. cit.; SICK op. cit.; MAIA et alli op. cit.).
Ocorrem espécies de gaviões de vasta distribuição geográfica como Rupornis magnirostris
(gavião-carijó), Spizaetus ornatus (gavião-de-penacho), Spizaetus tyrannus (gavião-pegamacaco) e outros como Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande) e Leucopternis
lacernulata (gavião-pomba) que apesar da devastação, são fiéis ao ecossistema (RIZZINI
et alli op. cit.; SICK op. cit.; MAIA et alli op. cit.).
Aves marinhas
Foram consideradas as espécies aquáticas marinhas identificadas no Plano de Manejo da
Estação Ecológica de Tamoios – Fase 1. O estudo envolveu 29 ilhas, ilhotes e rochedos
que compõem a Unidade de Conservação e outras 37 ilhas e lajes, algumas das quais
propícias à nidificação das aves marinhas. Além destas áreas, foram feitas algumas
observações de trechos de manguezais em Bracuí (Saco do Bracuí e Cansado) onde
foram registradas diversas espécies de aves aquáticas, que buscam neste ecossistema
alimento, abrigo e locais para reprodução.
No Projeto Básico Ambiental de Angra 2 (Natrontec, 1999b) são citadas ocorrências de
aves, dentre elas algumas de hábitos aquáticos. Estas listas foram baseadas em
observações em campo, em pesquisas a coleções do Museu Nacional e em entrevistas
com mateiros da região. As aves marinhas registradas nas ilhas da baía, segundo
Eletronuclear (op. cit.), foram Larus dominicanus (Gaivotão), Sterna eurygnatha (Trintaréis-de-bico-amarelo), sendo a espécie costeira mais ameaçada de extinção no Brasil,
Sterna maxima (Trinta-réis-real), Haematopus palliatus (Ostreiro), Sula leucogaster
(Atobá-marrom) e Fregata magnificens (Fragata). As aves aquáticas foram: Casmerodius
albus (Garça-branca-grande), Nyctanassa violacea (Savacu-de-coroa), Nycticorax
nycticorax (Savacu), Ardea cocoi (Socó-grande), Ceryle torquata (Martim-pescadorgrande), Actitis macularia (Maçarico-pintado) e Arenaria interpres (Vira-pedras).
Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, em outras 37 ilhas
e lajes da região e nos manguezais do Saco do Bracuí, Cansado e Ariró listaram espécies
(Tabela III.31), incluindo três novas ocorrências para a região: Pluvialis squatarola,
Charadrius collaris e Chloroceryle aenea.
Área de Influência Indireta
Na campanha de campo desse mesmo estudo, foram observadas nas planícies e
alagadiços ao longo da BR-101, no município de Parati, as aves Casmerodius albus
(garça-branca-grande), Crotophaga ani (anu-preto), Leistes superciliares (flamenguinho),
Pitangus sulphuratus (bentevi) e Sporophila collaris (coleiro-do-brejo), conforme mostra a
Tabela III.31.
Tabela III.31 - Espécies de Aves Aquáticas Observadas nos Manguezais de Bracuí (Saco
do Bracuí, Cansado e Ariró).
Plano de Controle Ambiental DIGV
202
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies de Aves
Ariró
Cansado
x
Sula leucogaster
Saco do Bracuí
x
x
Phalacrocorax brasilianus
x
Fregata magnificens
x
x
x
Ardea cocoi
Casmerodius albus
x
x
x
Egretta thula
x
x
x
Egretta caerulea
x
x
x
x
Nycticorax nycticorax
x
Nyctanassa violacea
x
x
x
Aramides cajanea
x
Jacana jacana
Arenaria interpres
x
x
Actitis macularia
x
x
x
x
x
Larus dominicanus
Sterna hirundinacea
x
Sterna eurygnatha
x
Sterna maxima
x
Ceryle torquata
x
x*
x
x
x
Chloroceryle aenea
* mais de 100 indivíduos.
No diagnóstico ambiental da área de influência, os manguezais do Saco do Bracuí e
Cansado apresentaram maior número de espécies registradas. Algumas utilizam este
ecossistema como área de nidificação, repouso e alimentação. Para outras, como as aves
migratórias, os manguezais funcionam como uma importante área, rica em alimento e
onde também encontram abrigo. Foram registradas 19 espécies de aves aquáticas para
os manguezais estudados, sendo que seis possuem hábitos marinhos. Sula leucogaster e
F. magnificens, não utilizavam propriamente os manguezais mas sobrevoavam as regiões;
os trinta-réis (Sterna spp) aproveitavam as águas rasas para pescar. A Ordem dos
Plano de Controle Ambiental DIGV
203
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Ciconiiformes (garças e socós) esteve representada por seis espécies, muito comuns em
áreas de manguezais, particularmente Egretta caerulae e N. violacea, esta última restrita
ao litoral onde nidifica sobre árvores de mangue.
Apenas duas espécies de maçaricos migratórios foram registradas (A. macularia e A.
interpres) o que certamente não reflete a realidade, pois estas aves são bastante comuns
nestes ambientes no período de agosto/setembro a março/abril. Três espécies observadas
(Pluvialis squatarola, Charadrius collaris e Chloroceryle aenea) constituem-se em novas
ocorrências para a região. Pilherodius pileatus (garça-real), Platalea ajaja (colhereiro) e
Rynchops niger (talha-mar) são espécies provavelmente ameaçadas de extinção no
Estado do Rio de Janeiro; Aramides mangle (saracura-do-mangue), endemismo brasileiro,
Chloroceryle inda (martim-pescador-da-mata) e Chloroceryle aenea (martim-pescadoranão) são espécies cujo status populacional encontra-se indefinido por falta de
informações.
Área de Influência Direta
Apesar da região sul-fluminense dispor de considerável material bibliográfico sobre suas
aves terrestres, muitas informações referem-se a localidades distantes da área de
influência do empreendimento ou não especificam precisamente o local onde os registros
foram obtidos. Os resultados encontrados são fruto da compilação de dados de bibliografia
e de informações não publicadas (listas de aves não-publicadas e comunicação pessoal)
bem como de dados obtidos no diagnóstico ambinetal do EIA de Angra 3 e do DIRR IIB.
Ao todo, foram registradas 331 espécies nas baixadas e matas sub-montanas. Dentre
estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção globalmente e 26 espécies
quase ameaçadas (Tabela III.32).
Moradores locais durante o levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência
fizeram relatos da ocorrência de Chirophixia caudata (tangará) que habita as matas
densas do sul da Bahia e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul; Pipile jacutinga
(jacutinga), espécie ameaçada de extinção; Speotyto cunicularia (coruja-buraqueira);
muitos Pitangus sulphuratus (bentevis); Tinamus solitarius (macuco), espécie ameaçada
de extinção; Leptotila verreauxi (juriti); Columba speciosa (pomba-trocal); Mimus
saturninus (sabiá-do-campo); Thraupis sayaca (sanhaço), que vive nas árvores tanto em
campos ou áreas de cultivo como cidades; Turdus spp. (sábias); Sicalis flaveola (canárioda-terra) que ocorre do sul do Maranhão até o Rio Grande do Sul, a oeste até o Mato
Grosso e também nas ilhas do litoral de São Paulo e Rio de Janeiro; Rupornis
magmirostris (gavião-carijó); Tangara spp. (saíras); Oryzoborus angolensis (curió);
Ramphastos sp. (tucanos); Penelope obscura (jacuaçu) e P. superciliaris (jacupemba); e
Saltator maxillosus (trinca-ferro).
Tabela III.32 – Espécies ameaçadas de extinção, provavelmente ameaçadas de extinção e
as espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas em literatura na área relativa ao
diagnóstico. Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo.; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA:
Quase Ameaçada; SD: Situação Desconhecida; En : endêmica
Plano de Controle Ambiental DIGV
204
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Status
Espécie
Tinamus solitarius
Endêmicas
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Bergallo et al.,
2000
QA
QA
EP
Pilherodius pileatus
QA
Cairina moschata
Vu
Leucopternis lacernulata
Am
Vu
Vu
Leucopternis polionota
QA
QA
QA
Spizaetus ornatus
PEx
Spizaetus tyrannus
QA
Pipile jacutinga
Am
Vu
EN
PEx
Odontophorus capueira
QA
Aramides mangle
SD
Rynchops niger
QA
EN
Brotogeris tirica
Pionopsitta pileata
QA
Touit surda
Am
Am
Vu
Amazona rhodocorytha
Am
Am
Vu
QA
EN
Vu
Amazona farinosa
Triclaria malachitacea
Sick, 1997
Am
Vu
Vu
SD
Nyctibius aethereus
Macropsalis creagra
QA
Ramphodon naevius
QA
QA
QA
EN
Phaetornis squalidus
EN
Lophornis magnifica
EN
SD
Lophornis chalybea
Aphantochroa cirrhochloris
EN
Clytolaema rubricauda
EN
Heliothryx aurita
QA
Heliomaster squamosus
SD
Plano de Controle Ambiental DIGV
205
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
Chloroceryle inda
SD
Notharchus macrorhynchus
QA
Sick, 1997
EN
Malacoptila striata
Baillonius bailloni
QA
QA
Piculus aurulentus
QA
QA
QA
Campephilus robustus
Psilorhamphus guttatus
QA
QA
Merulaxis ater
QA
QA
Dysithamnus stictothorax
QA
QA
EN
Dysithamnus xanthopterus
EN
Myrmotherula gularis
EN
Myrmotherula minor
QA
Vu
Myrmotherula unicolor
QA
Vu
Formicivora erythronotos
Am
Am
Vu
EN
Vu
EN
EN
Drymophila ferruginea
Drymophila genei
QA
QA
EN
Drymophila ochropyga
QA
QA
EN
Drymophila squamata
EN
Myrmeciza loricata
EN
Chamaeza meruloides
EN
Conopophaga melanops
EN
Furnarius figulus
EN
Cranioleuca pallida
EN
Phacellodomus erythrophthalmus
EN
Anabazenops fuscus
EN
Plano de Controle Ambiental DIGV
206
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Anabacerthia amaurotis
Birdlife, 2000
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
QA
EN
Cichlocolaptes leucophrus
Vu
Sclerurus mexicanus
Phyllomyias griseocapilla
QA
Phylloscartes sylviollus
QA
EN
Phylloscartes oustaleti
QA
QA
Phylloscartes difficilis
QA
QA
Phylloscartes paulistus
Am
Vu
SD
Hemitriccus furcatus
Am
Am
QA
Vu
QA
Hemitriccus orbitatus
EN
EN
EN
Todirostrum poliocephalum
Am
QA
Vu
EN
Knipolegus nigerrimus
Muscipipra vetula
EN
EN
Hemitriccus nidipendulus
Platyrinchus leucoryphus
Sick, 1997
QA
EN
Attila rufus
Philohydor lictor
QA
Tityra inquisitor
QA
Ilicura militaris
EN
Neopelma chrysolophum
EN
Laniisoma elegans
Am
Vu
QA
Phibalura flavirostris
QA
QA
QA
Tijuca atra
QA
QA
Iodopleura pipra
Am
Am
Carpornis cucullatus
QA
QA
Lipaugus lanioides
Am
Vu
QA
EN
Vu
EN
Vu
Pyroderus scutatus
Plano de Controle Ambiental DIGV
EN
207
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Status
Espécie
Procnias nudicollis
Endêmicas
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Bergallo et al.,
2000
QA
QA
QA
EN
Thryothorus longirostris
Ramphocaenus melanurus
Vu
Phaeothlypis rivularis
QA
Orchesticus abeillei
Sick, 1997
QA
QA
EN
Schistochlamys ruficapillus
EN
Hemithraupis ruficapilla
EN
Orthogonys chloricterus
EN
Ramphocelus bresilius
EN
Thraupis cyanoptera
QA
QA
EN
EN
Thraupis ornata
QA
Euphonia cyanocephala
EN
Tangara desmaresti
Tangara peruviana
Am
Vu
QA
EN
Dacnis nigripes
Am
Vu
QA
EN
Chlorophanes spiza
Vu
Oryzoborus angolensis
Vu
Saltator maxillosus
QA
Passerina brissoni
Vu
Scaphidura oryzivora
QA
Euphonia cyanocephala
QA
EN
Tangara desmaresti
Tangara peruviana
Am
Vu
QA
EN
Dacnis nigripes
Am
Vu
QA
EN
Vu
Chlorophanes spiza
Plano de Controle Ambiental DIGV
208
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Status
Espécie
Collar et al.,
1992
Birdlife, 2000
Oryzoborus angolensis
Saltator maxillosus
Endêmicas
Bergallo et al.,
2000
Sick, 1997
Vu
QA
Passerina brissoni
Vu
Scaphidura oryzivora
QA
A Tabela III.33 apresenta algumas espécies tipicamente serranas encontradas no
diagnóstico ambiental.
Tabela III.33 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição * Informações ausentes;
a
. R: Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e dados não
publicados; de E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985).
Nome popular
Nome científico
Statusa
Altitude (m)b
R
600-1250
Inhambu-guaçu
Crypturellus obsoletus
Gavião-pombo-grande
Leucopternis polionota
600-1500
Jacuaçu
Penelope obscura
950-1950
Pomba-amargosa
Columba plumbea
R
600-2000
Cuiú-cuiú
Pionopsitta pileata
R
950-1250
Rabo-branco-de-garganta-rajada
Phaetornis eurynome
800-2000
Beija-flor-rubi
Clytolaema rubricauda
750-2000
Araçari-banana
Baillonius bailloni
Tucano-de-bico-verde
Ramphastos dicolorus
Pica-pau-dourado
Piculus aurulentus
Tapaculo-pintado
Psilorhamphus guttatus
R
*
Entufado
Merulaxis ater
R
*
Chocão-carijó
Hypoedaleus guttatus
500-800
Matracão
Batara cinerea
650-1350
Borralhara
Mackenziaena severa
Plano de Controle Ambiental DIGV
209
R
450-1200
400
400-2000
R
800-1250
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Statusa
Altitude (m)b
Thamnophilus ruficapillus
R
1050-2150
Choquinha-de-peito-pintado
Dysithamnus stictothorax
R
550-1000
Choquinha-de-dorso-vermelho
Drymophila ochropyga
Papa-formigas-de-grota
Myrmeciza loricata
Tovaca-campainha
Chamaeza campanisona
Chupa-dente
Conopophaga lineata
R
800-2150
Pichororé
Synallaxis ruficapilla
R
600-1400
João-botina
Phacellodomus erythrophthalmus
R
700-800
Trepador-coleira
Anabazenops fuscus
350-1150
Limpa-folha-ocrácea
Philydor lichtensteini
600-800
Vira-folhas
Sclerurus scansor
650-1250
Piolhinho
Phyllomyias fasciatus
Poaieiro-do-sul
Phyllomyias burmeisteri
1000-1350
Poaieiro-serrano
Phyllomyias griseocapilla
950-1150
Papa-moscas-de-olheira
Phylloscartes oustaleti
500-850
Tuque
Elaenia mesoleuca
350-1800
Ferreirinho-de-cara-canela
Todirostrum plumbeiceps
R
1050-1250
Maria-preta-da-garganta-vermelha
Knipolegus nigerrimus
VI
950-2100
Tesoura-cinzenta
Muscipipra vetula
VI
1050-1450
Tangarazinho
Ilicura militaris
R
650-1250
Flautim
Schiffornis virescens
R
650-1220
Tesourinha-da-mata
Phibalura flavirostris
VI
50-1600
Chibante
Laniisoma elegans
Corocochó
Carpornis cucullatus
Nome popular
Nome científico
Choca-de-chapéu-vermelho
Plano de Controle Ambiental DIGV
210
650-1300
R
700-1300
350-1200
R
1130-1800
680
850-1450
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Nome popular
Nome científico
Statusa
Altitude (m)b
Araponga-do-horto
Oxyruncus cristatus
430-1540
Pitiguari
Cyclarhis gujanensis
0-2050
Pula-pula-assobiador
Basileuterus leucoblepharus
Sanhaço-pardo
Orchesticus abeillei
830-1200
Bico-de-veludo
Schistochlamys ruficapillus
700-1100
Catirumbava
Orthogonys chloricterus
360-1300
Sanhaço-de-encontro-azul
Thraupis cyanoptera
700-1620
Viúva
Pipraeidea melanonota
970-1970
Saíra-lagarta
Tangara desmaresti
VI
630-1840
Tico-tico-do-mato-de-bico-preto
Arremon semitorquatus
R
*
Trinca-ferro-verdadeiro
Saltator similis
VI
1000-1960
630-1960
Um caso particular relacionado à conservação da avifauna na área de estudo diz respeito
ao papa-formigas-de-cabeça-negra Formicivora erythronotos. Esta espécie permaneceu
por mais de um século conhecida unicamente por algumas peles coletadas no século
passado e depositadas em museus americanos e europeus (Pacheco, 1988). Após a sua
redescoberta, a espécie permaneceu com registros esparsos de alguns poucos casais ao
longo da Baía da Ribeira (Collar et. al.,1992; Tobias & Williams, 1996; Fernando Carvalho
com. pess. 1999), o que levou a espécie a ser tratada como em situação crítica por Collar
et al. (1992). Em 1997, pesquisadores do Laboratório de Ornitologia da UFRJ iniciaram
uma procura sistemática do papa-formigas em todas as baixadas da região da Costa
Verde, mapeando a população até então conhecida. Durante o estudo, constatou-se que o
vale do Mambucaba e a baixada do Ariró, localidades inseridas na área de influência do
diagnóstico ambiental do EIA de Angra 3, abrigam mais de 90% da população total da
espécie (Mendonça & Gonzaga, 1999). A Tabela III.34 apresena a listagem das espécies
de aves observads no diagnóstico ambiental.
Plano de Controle Ambiental DIGV
211
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.34 - Listagem das Espécies de Aves. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie
cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo.
Aves
Taxon
Nome Popular
Actitis macularia
Maçarico-pintado
Código
MG; #
Amaurolimnas concolor
Saracurinha-da-mata
Amazilia fimbriata
Beija-flor-de-garganta-verde
Amazilia versicolor
Beija-flor-de-banda-branca
Amazona rhodocorytha
Chauá
Amazona spp.
Papagaios
Amazonetta brasiliensis
Ananaí
Anabazenops fuscus
Trepador-coleira
Anthracothorax nigricollis
Beija-flor-preto
Anthus lutescens
Caminheiro-zumbidor
Aphantochroa cirrhochloris
Beija-flor-cinza
EN
Saracura-três-potes
#
Aramides cajanea
Aramides saracura
Saracura-do-mato
Aramus guarauna
Carão
Aratinga leucophthalmus
Periquitão-maracanã
AM; EN
EN
Ardea cocoi
Maguari
#
Arenaria interpres
Vira-pedras
MG; #
Arremon semitorquatus
Tico-tico-do-mato-de-bico-preto
Arundinicola leucocephala
Lavadeira-de-cabeça-branca
Asio stygius
Mocho-diabo
Attila phoenicurus
Plano de Controle Ambiental DIGV
SN
Capitão-castanho
212
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Attila rufus
Tinguaçu
EN
Automolus leucophthalmus
Barranqueiro-de-olho-branco
Baillonius bailloni
Araçari-banana
Baryphthengus ruficapillus
Juruva
Basileuterus culicivorus
Pula-pula
Basileuterus leucoblepharus
Pula-pula-assobiador
Batara cinerea
Matracão
Brotogeris tirica
Periquito-rico
Bubulcus ibis
Garça-vaqueira
Buteo albicaudatus
Gavião-de-rabo-branco
Buteo brachyurus
Gavião-de-cauda-curta
Buteogallus meridionalis
Gavião-cabloco
Buteogallus urubitinga
Gavião-preto
Butorides striatus
Socozinho
Cacicus haemorrhous
Guaxe
Cairina moschata
Código
EN
MG
Pato-do-mato
Calidris alba
Maçarico
MG
Calidris minutilla
Maçariquinho
MG
Calliphlox amethystina
Estrelinha
Campephilus robustus
Pica-pau-rei
Camptostoma obsoletum
Risadinha
Campylorhamphus cf. falcularius
Arapaçu-de-bico-torto
Capsiempis flaveola
Marianinha-amarela
Plano de Controle Ambiental DIGV
213
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Caracara plancus
Gavião-carcará
Carduelis magellanicus
Pintassilgo
Carpornis cucullatus
Corócocho
#
Casmerodius albus
Garça-branca-grande
Cathartes aura
Urubu-de-cabeça-vermelha
Cathartes burrovianus
Urubu-de-cabeça-amarela
MG; #
Celeus flavescens
Pica-pau-de-cabeça-amarela
Certhiaxis cinnamomea
Curutié
Ceryle torquata
Martim-pescador-grande
Chaetura Andrei
Andorinhão
#
Chaetura cinereiventris
Andorinhão-de-sobre-cinzento
Chamaeza campanisona
Tovaca-campainha
Chiroxiphia caudata
Tangará
Chiroxiphia pareola
Tangará-falso
Chloroceryle amazona
Martim-pescador-verde
Chloroceryle americana
Martim-pescador-pequeno
Chlorophanes spiza
Saí-verde
Chlorophonia cyanea
Bonito-do-campo
Chordeiles acutipennis
Bacurau-de-asa-fina
Ciccaba virgata
Coruja-do-mato
Cichlocolaptes leucophrys
Trepador-sobrancelha
Cissopis leveriana
Tietinga
Claravis pretiosa
Pomba-de-espelho
Plano de Controle Ambiental DIGV
Código
214
#
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Clytolaema rubricauda
Beija-flor-rubi
Cnemotriccus fuscatus
Guaracavuçu
Coccyzus euleri
Papa-lagarta-de-Euler
Coccyzus melacoryphus
Papa-lagarta
Coereba flaveola
EN
Sebinho
Colaptes campestris
Pica-pau-do-campo
Colaptes melanochloros
Pica-pau-verde-barrado
Código
SN
Colonia colonus
Viuvinha
#
Columba cayennensis
Pomba-galega
CG
Columba livia domestica
Pombo-comum
SN
Columba picazuro
Pombão; Asa-branca
MG
Columba plumbea
Aomba-amargosa
CG
Columba speciosa
Pomba-trocal
CG
Columbina talpacoti
Rolinha
SN;#
Conirostrum bicolor
Sanhaço-do-mangue
Conirostrum speciosum
Figuinha-de-rabo-castanho
Conopophaga lineata
Chupa-dente
Conopophaga melanops
Cuspido-de-máscara-preta
Contopus cinereus
Papa-moscas-cinzento
EN
Coragyps atratus
Urubu-comum
SN: #
Cotinga maculata
Crejoá
AM; EN
Crotophaga ani
Anu-preto
SN; #
Crypturellus n. noctivagus
Jaó
AM; EN; CG
Plano de Controle Ambiental DIGV
215
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Crypturellus obsoletus
Inhambu-açu
EN
Crypturellus tataupa
Inhambu-chintã
Cyclarhis gujanensis
Pitiguari
Cypseloides fumigatus
Andorinhão-preto-de-cascata
Cypseloides senex
Andorinhão-velho-da-cascata
Dacnis cayana
Código
Saí-azul
Dacnis nigripes
Saí-de-pernas-pretas
Dendrocincla turdina
Arapaçu-liso
Dendrocolaptes platyrostris
Arapaçu-grande
Dendrocygna viduata
EN
Marreca-irerê
Donacobius atricapillus
Japacanim
Drymophila ferruginea
Trovoada
EN
Drymophila ochropyga
Choquinha-de-dorso-vermelho
EN
Drymophila squamata
Pintadinho
EN
Dryocopus lineatus
Pica-pau-de-banda-branca
Dysithamnus mentalis
Choquinha-lisa
Dysithamnus stictothorax
Choquinha-de-peito-pintado
Egretta caerulea
Garça-azul
Egretta thula
Garça-branca-pequena
Elaenia flavogaster
Topetuda
Elaenia spp.
Tuque
Elanoides forficatus
Gavião-tesoura
Elanus leucurus
Peneira
Plano de Controle Ambiental DIGV
216
#
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Embernagra platensis
Sabiá-do-banhado
Empidonomus varius
Peitica
Estrilda astrild
Bico-de-lacre
SN; #
Eupetomena macroura
Beija-flor-tesoura
#
Euphonia chlorotica
Vivi
Euphonia pectoralis
Ferro-velho
Euphonia violacea
Gaturamo-verdadeiro
Falco femoralis
Falcão-de-coleira
Falco sparverius
Quiriri
Fluvicola nengeta
Lavadeira-mascarada
Formicarius colma
Galinha-do-mato
Formicivora erythonotos
Papa-formiga de cabeça negra
EN
Forpus xanthopterygius
Tuim
Fregata magnificens
Fragata; João-bobo
#
Furnarius figulus
Casaca-de-couro-da-lama
EN
Furnarius leucopus
Casaca-de-couro-amarelo
Furnarius rufus
João-de-barro
Galbula ruficauda
Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho
Gallinago paraguaiae
Narceja
Gallinula chloropus
Frango-d'água-comum
Geothlypis aequinoctialis
Pia-cobra
Geotrigon montana
Pariri
Glaucidium minutissimum
Caburé-miudinho
Plano de Controle Ambiental DIGV
217
SN; #
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Glaucis hirsuta
Balança-rabo-de-bico-torto
Grallaria varia
Tovacuçu
Guira guira
Anu-branco
Habia rubica
Tié-do-mato-grosso
Haematopus palliatus
Ostreiro
Harpagus cf. diodon
Código
#
Gavião-bombachinha
Hemithraupis ruficapilla
Saíra-da-mata
EN; #
Hemitriccus furcatus
Papa-moscas-estrela
EN
Hemitriccus nidipendulus
Tachuri-campainha
EN
Hemitriccus orbitatus
Tiririzinho-do-mato
EN
Herpetotheres cachinnans
Acauã
Herpsilochmus rufimarginatus
Chorozinho-de-asa-vermelha
Hirundinea ferruginea
Gibão-de-couro
Hydropsalis brasiliana
Bacurau-tesoura
Hylocharis cyanus
Beija-flor-roxo
Hylophilus thoracicus
Vite-vite
Hypoedaleus guttatus
Chocão-carijó
Ilicura militaris
Tangarazinho
EN
Iodopleura pipra
Anambezinho
EN
Jacana jacana
Jaçanã
Knipolegus nigerrimus
Maria-preta-da-garganta-vermelha
Laniisoma elegans
Chibante
Larus dominicanus
Gaivotão
Plano de Controle Ambiental DIGV
218
EN
#
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Laterallus exilis
Pinto-d'água
Laterallus melanophaius
Pinto-d'água-comum
Lathrotriccus euleri
Enferrujado
Legatus leucophaius
Bentevi-pirata
Leistes superciliaris
Flamengo
Lepidocolaptes fuscus
Arapaçu-rajado
Leptodon cayanensis
Gavião-da-cabeça-cinza
Leptopogon amaurocephalus
Cabeçudo
Leptotila rufaxilla
Juriti-gemedeira
Leptotila verreauxi
Juriti
Leucochloris albicollis
Papo-branco
Leucopternis lacernulata
Gavião-pomba
Leucopternis polionota
Gavião-pombo-grande
Lipaugus lanioides
Tropeiro-da-serra
EN
Lophornis magnifica
Topetinho-vermelho
EN
Lurocalis semitorquatus
Tuju
Machetornis rixosus
Bentevi-do-gado
Mackenziaena severa
Borralhara
Malacoptila striata
João-barbudo
Manacus manacus
Rendeira
Megarynchus pitangua
Bentevi-de-bico-chato
Melanerpes flavifrons
Benedito-de-testa-amarela
Melanotrochilus fuscus
Beija-flor-preto-e-branco
Plano de Controle Ambiental DIGV
219
MG; #
CG
AM; EN
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Merulaxis ater
Entufado
Micrastur ruficollis
Gavião-caburé
Milvago chimachima
Gavião-carrapateiro
#
Mimus gilvus
Sabiá-da-praia
#
Mimus saturninus
Sabiá-do-campo
MG
Mionectes rufiventris
Abre-asa-de-cabeça-cinza
Molothrus bonariensis
Chopim
Muscipipra vetula
Tesoura-cinzenta
Myarchus tyrannulus
Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado
Myiarchus ferox
Maria-cavaleira
Myiobius barbatus
Assanhadinho
Myiodynastes maculatus
Bentevi-rajado
Myiophobus fasciatus
Filipe
Myiozetetes similis
Bentevizinho
Myornis auricularis
Miudinho
Myrmeciza sp.
Papa-formigas
Myrmotherula gularis
Choquinha-da-garganta-pintada
Myrmotherula minor
Choquinha-pequena
Myrmotherula unicolor
Choquinha-cinzenta
Nemosia pileata
Saíra-de-chapéu-preto
Neochelidon tibialis
Calcinha-branca
Notharchus macrorhynchus
Capitão-do-mato
Notiochelidon cyanoleuca
Andorinha
Plano de Controle Ambiental DIGV
220
EN
#
MG
EN
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Nyctanassa violacea
Savacu-de-coroa
Nyctibius griseus
Urutau
Nycticorax nycticorax
Savacu
Nyctidromus albicolis
Bacurau
Nystalus chacuru
João-bobo
Odontophorus capueira
Uru
Orchesticus abeillei
Sanhaço-pardo
EN
Orthogonys chloricterus
Catirumbava
EN
Oryzoborus angolensis
Curió
Oxyruncus cristatus
Araponga-do-horto
Pachyramphus cf. marginatus
Caneleiro-bordado
Pachyramphus castaneus
Caneleiro
Pachyramphus polychopterus
Caneleiro-preto
Pachyramphus validus
Caneleiro-de-chapéu-preto
Pachyramphus viridis
Caneleiro-verde
Pandion haliaetus
Águia-pescadora
Panyptilla cayennensis
Andorinhão-estofador
Parula pitiayumi
Mariquita
Passer domesticus
Pardal
Passerina brissonii
Azulão
Penelope obscura
Jacuaçu
CG
Penelope superciliaris
Jacupemba
CG
Phacellodomus erythrophthalmus
João-botina
EN
Plano de Controle Ambiental DIGV
221
#
#
MG
SN; #
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Phaeothlypis rivularis
Pula-pula-ribeirinho
Phaeprogne tapera
Andorinha-do-campo
Phaethornis eurynome
Rabo-branco-de-garganta-rajada
Phaethornis ruber
Besourinho-da-mata
Phaetornis eurynome
Rabo-branco-de-garganta-rajada
Phaetornis ruber
Besourinho-da-mata
Phaetornis squalidus
Rabo-branco-miúdo
Phalacrocorax brasilianus
Biguá
Phibalura flavirostris
Tesourinha-da-mata
Philydor atricapillus
Limpa-folha-coroado
Philydor lichtensteini
Limpa-folha-ocrácea
Philydor rufus
Limpa-folha-testa-baia
Phyllomyias burmeisteri
Poaieiro-do-sul
Phyllomyias fasciatus
Piolhinho
Phyllomyias griseocapilla
Poaieiro-serrano
Phylloscartes paulistus
Não-pode-parar
Phylloscartes oustaleti
Papa-moscas-de-olheira
Piaya cayana
Alma-de-gato
Piculus aurulentus
Pica-pau-dourado
Piculus flavigula
Pica-pau-bufador
Picumnus cirratus
Pica-pau-anão-barrado
Pilherodius pileatus
Garça-real
Pionopsitta pileata
Cuiú-cuiú
Plano de Controle Ambiental DIGV
222
Código
EN
EN
EN
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Pionus maximiliani
Maitaca
Pipile jacutinga
Jacutinga
Pipraeidea melanonota
Viúva
Pitangus sulphuratus
Bentevi
Pitylus fuliginosus
Pimentão
Platycichla flavipes
Sabiá-una
Platyrinchus mystaceus
Patinho
Poospiza thoracica
Peito-pinhão
Procnias nudicollis
Araponga
Progne chalybea
Andorinha-doméstica-grande
Progne sp.
Andorinha
Psarocolius decumanus
Japu
Psilorhamphus guttatus
Tapaculo-pintado
Pulsatrix koeniswaldiana
Murucututu-de-barriga-amarela
Pyriglena leucoptera
Papa-formiga
Pyrocephalus rubinus
Verão
MG
Pyroderus scutatus
Pavó
AM; CG
Pyrrhura cruentata
Fura-mato
AM; EN
Pyrrhura frontalis
Tiriba-de-testa-vermelha
Rallus longirostris
Saracura-do-mangue
Rallus nigricans
Saracura-sanã
Ramphastos dicolorus
Tucano-de-bico-verde
Ramphastos sp.
Tucano
Plano de Controle Ambiental DIGV
223
AM; CG
SN; #
EN
CG
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Ramphastos vittelinus
Tucano-de-bico-preto
Ramphocaenus melanurus
Bico-assovelado
Ramphocelus bresilius
Tiê-sangue
EN; SN; #
Ramphodon naevius
Beija-flor-grande-do-mato
EN
Ramphotrigon megacephala
Maria-cabeçuda
Rhytipterna simplex
Vissiá
Ruornis magnirostris
Gavião-carijó
Rupornis magnirostris
Gavião-carijó
Rynchops niger
Talha-mar
Saltator maxillosus
Trinca-ferro
Saltator maximus
Tempera-viola
Saltator similis
Trinca-ferro
Satrapa icterophrys
Suiriri-pequeno
Scaphidura oryzivora
Iraúna-grande
Schiffornis virescens
Flautim
Schistochlamys cf.ruficapillus
Bico-de-veludo
Sclerurus scansor
Vira-folhas
Selenidera maculirostris
Araçari-poca
Sicalis flaveola
Canário-da-terra
Sirystes sibilator
Gritador
Sittasomus griseicapillus
Arapaçu-verde
Speotyto cunicularia
Coruja-buraqueira
#
Spizaetus ornatus
Gavião-de-penacho
AM
Plano de Controle Ambiental DIGV
224
EN
SN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Spizaetus tyrannus
Gavião-pega-macaco
Spizastur melanoleucus
Gavião-pato
Sporophila bouvreuil
Caboclinho
Sporophila caerulescens
Coleirinho
SN; #
Sporophila collaris
Coleiro-do-brejo
#
Sporophila leucoptera
Chorão
Sporophila lineola
Bigodinho
Stelgidopteryx ruficollis
Andorinha-serrador
Sterna eurygnatha
Trinta-réis-de-bico-amarelo
#
Sterna maxima
Trinta-réis-real
#
Streptoprocne zonaris
Andorinhão-de-coleira
Sula leucogaster
Atobá-marrom
Synallaxis ruficapilla
Pichororé
Synallaxis spixi
João-tenenem
Syrigma sibilatrix
Maria-faceira
Tachybaptus dominicus
Mergulhão-pequeno
Tachyphonus coronatus
Tiê-preto
Tachyphonus cristatus
Tiê-galo
Tangara cayana
Saíra-amarelo
Tangara cyanocephala
Saíra-militar
#
Tangara desmaresti
Saíra-lagarta
EN
Tangara peruviana
Saíra-sapucaia
EN
Tangara seledon
Saíra-de-sete-cores
Plano de Controle Ambiental DIGV
225
#
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Tangara spp.
Saíras
Tapera naevia
Saci
Terenura maculata
Zidedê
Streptoprocne zonaris
Andorinhão-de-coleira
Tersina viridis
Saí-andorinha
Thalurania glaucopsis
Beija-flor-tesourinha-verde
Thamnophilus palliatus
Choca-listrada
Thamnophilus ruficapillus
Choca-de-chapéu-vermelho
Thamnophilus sp.
Choca
Thlypopsis sordida
Canário-sapé
Thraupis cyanoptera
Sanhaço-de-encontro-azul
EN
Thraupis ornata
Sanhaço-de-encontro-amarelo
EN
Thraupis palmarum
Sanhaço-de-coqueiro
Thraupis sayaca
Sanhaço-cinzento
SN; #
Thryothorus longisrostris
Framato
EN
Tiaris fuliginosa
Cigarra-do-coqueiro
Tigrisoma lineatum
Socó-boi
Tinamus solitarius
Macuco
Tityra cayana
Anambé-branco-de-rabo-peto
Tityra inquisitor
Anambé-branco-de-bochecha-parda
Todirostrum cinereum
Ferreirinho
Todirostrum plumbeiceps
Ferreirinho-de-cara-canela
Todirostrum poliocephalum
Teque-teque
Plano de Controle Ambiental DIGV
226
AM; CG
EN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Código
Tolmomyias sulphurescens
Bico-chato-de-orelha-preta
Touit melanonota
Papagainho
AM; EN
Triclaria malachitacea
Sabiá-cica
EN
Tricothraupis melanops
Tiê-de-topete
Tringa flavipes
Batuíra
Tringa solitaria
Maçarico-solitário
Troglodytes aedon
Cambaxirra
Trogon rufus
Surucuá-de-barriga-amarela
Trogon surrucura
Surucuá-de-peito-azul
Trogon viridis
Surucuá-grande-de-barriga-amarela
Turdus albicollis
Sabiá-coleira
Turdus amaurochalinus
Sabiá-poca
Turdus leucomelas
Sabiá-barranco
Turdus rufiventris
Sabiá-laranjeira
SN; #
Tyrannus melancholicus
Suiriri
SN; #
Tyrannus savana
Tesoura
Tyto alba
Suindara
Vanellus chilensis
Quero-quero
Veniliornis maculifrons
Pica-pauzinho-testa-pintada
Veniliornis spilogaster
Pica-pauzinho-verde-carijó
Vireo olivaceus
Juruviara
Volatinia jacarina
Tiziu
Xenops minutus
Bico-virado-miúdo
Plano de Controle Ambiental DIGV
227
MG
SN
#
SN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Aves
Taxon
Nome Popular
Xenops rutilans
Bico-virado-carijó
Xiphocolaptes albicollis
Arapaçu-de-garganta-branca
Xolmis velata
Noivinha-branca
Zonotrichia capensis
Tico-tico
Código
SN; #
Fonte: Natrontec (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005).
Mastofauna
Em função da diversidade de mamíferos terrestres, conclui-se que cerca de 50% das
espécies brasileiras de mamíferos têm ocorrência no bioma Mata Atlântica, que possui
aproximadamente 250 espécies de mamíferos, das quais cerca de 55 são endêmicas
deste bioma. Na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção encontram-se 39
espécies onde 21 de ocorrência no Estado do Rio de Janeiro (Fundação Biodiversitas,
2003).
Segundo RIZZINI et all (1988), os principais mamíferos encontrados na Mata Atlântica
estão marsupiais como Monodelphis sp., Didelphis sp. (gambás), Marmosa sp. (marmosa)
e Philander sp. (cuícas); quirópteros do gênero Desmodus, Diaemus e Diphylla; símios
como Callithris sp. (sagüis), Callicebus sp. (sauás), Leontopithecus sp. (micos) e
Brachyteles arachnoides (muriqui), espécie endêmica. Das espécies de carnívoros, se
destacam o Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Procyon cancrivorus (guaxinim), Nasua
nasua (quati), Galictis cuja (furão), Eira barbara (irara) e Felis sp. (gatos-do-mato). Podem
ser também observados o Sylvilagus brasiliensis (tapiti) e roedores como Sciurus ingrami
(caxinguelê), Dasyprocta agouti (cutia), representantes da família Cricetidae (ratos-domato) e Coendou villosus (ouriço-cacheiro). Dentre os edentados estão presentes
Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Dasypus sp. (tatu), e Bradypus sp. (preguiça),
destacando-se Bradypus torquatus (preguiça-de-coleira), espécie ameaçada de extinção e
endêmica da Mata Atlântica (RIZZINI et alli op. cit.; COSTA et alli, 1994; MAIA et alli,
1976). Da ordem Artiodactyla ocorrem cervídeos do gênero Mazana e duas espécies de
porcos-do-mato, Tayassu tajacu (caitetu) e Tayassu pecari (queixada) que formam bandos
e possuem alimentação mista (RIZZINI et alli op. cit.; SILVA, 1984).
A mastofauna visitante dos mangues à procura de alimento é representada por Lutra
longicaudis enudris e Lutra longicaudis platensis (lontras), e Procyon cancrivorus
(guaxinim), espécie onívora que freqüenta o manguezal ao anoitecer para capturar
artrópodes (RIZZINI et alli op. cit.; LACERDA op. cit.; SILVA op. cit.).
Área de Influência Indireta
Plano de Controle Ambiental DIGV
228
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Segundo levantamentos realizados pela Eletronuclear (EIA Angra 2, 1997), em entrevista
com moradores próximo ao rio Taquari, foram apontados como ocorrendo na região
Bradypus sp. (preguiça), encontrada nas regiões mais altas; Dasyprocta agouti (cutia),
animal terrestre, herbívoro, encontrado nas capoeiras; Hydrochaeris hydrochaeris
(capivara), roedor semi-aquático que alimenta-se de plantas aquáticas de diversas
espécies; Agouti paca (paca), roedor que mora em tocas em áreas cobertas com
vegetação alta, como matas, capoeirões, sempre às margens de mananciais hídricos e
alimenta-se de vegetais diversos; e, principalmente, Didelphis sp. (gambá), espécie
sinantrópica de regime alimentar onívoro, vivendo em capoeiras, matas primárias e
secundárias, banhados, capões e áreas de lavouras onde existem árvores (SILVA, op.
cit.). Dada a impossibilidade de se efetuar coletas na ampla região ao longo de toda a área
sob influência do projeto, optou-se por apresentar aqui um inventário baseado nos
trabalhos que vêm sendo realizados nesta região e no material já depositado em coleções,
para que as atividades de campo propriamente pudessem se concentrar em uma área
mais restrita em torno do ponto de instalação da usina. A coleção do Museu Nacional foi
estudada com o intuito de se identificar os mamíferos da região da Baía da Ilha Grande e
localidades adjacentes. Segue na Tabela III.35.
Tabela III.35 - Espécies de mamíferos registradas em localidades continentais da área de
influência de Angra 3. Localidade: a) Angra dos Reis; b) Mambucaba; c) Tarituba.
Localidade
Ordens e Espécies
a
b
c
Artiodactyla
Pecari tajacu
Carnivora
x
Cerdocyon thous
x
Eira bárbara
x
Gallictis cuja
x
Leopardus tigrinus
Leopardus wiedii
Nasua nasua
Cetacea
Delphinus capensis
Sotalia guianensis
Plano de Controle Ambiental DIGV
229
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Localidade
Ordens e Espécies
a
b
c
Stenella frontalis
Steno bredanensis
Tursiops truncatus
Chiroptera
Artibeus lituratus
Artibeus sp.
Carollia sp.
Carollia perspicillata
Glossophaga sp.
Glossophaga soricina
Molossus ater
x
Molossus molossus
x
Sturnira lilium
Tonatia sp.
Didelphimorphia
Caluromys philander
x
Chironectes minimus
x
Didelphis aurita
x
Marmosops incanus
x
Metachirus nudicaudatus
x
Micoureus demerarae
x
Micoureus limae
x
Monodelphis americana
Plano de Controle Ambiental DIGV
230
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Localidade
Ordens e Espécies
a
b
c
Monodelphis scallops
Monodelphis sp.
x
Gracilinanus microtarsus
Philander frenata
Lagomorpha
Sylvilagus sp.
Primates
x
Alouatta fusca
Brachyteles arachnoides
x
Cebus nigritus
x
x
Akodon cursor
x
x
Akodon serrensis
x
Callithrix aurita
Callithrix jacchus
Rodentia
x
x
Cavia aperea
Cuniculus paca
Dasyprocta leporina
Delomys dorsalis
Euryzygomatomys spinosus
Hydrochaeris hydrochaeris
Kannabateomys amblyonyx
x
Nectomys squamipes
Plano de Controle Ambiental DIGV
231
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Localidade
Ordens e Espécies
a
b
c
Oecomys sp.
Oligoryzomys sp.
x
Oligoryzomys nigripes
x
Oryzomys intermedius
x
Oryzomys ratticeps
x
Oryzomys russatus
x
Oxymycterus dasytrichus
x
x
Phyllomys sp.
Rhipidomys sp.
x
Sciurus aestuans
Sphiggurus insidiosus
Thaptomys nigrita
x
Trinomys dimidiatus
x
x
x
Trinomys iheringi
Xenarthra
Bradypus variegatus
Dasypus novemcinctus
Euphractus sexcinctus
Área de Influência Direta
A destruição dos habitats, com desmatamentos e queimadas nas encostas, e aterros e
drenagens nas planícies, junto com a caça descontrolada e ilegal, concorrem fortemente
para a redução da diversidade e riqueza da fauna local. Entretanto, cabe ressaltar que,
segundo informações secundárias, ainda podem ser encontradas diversas espécies que já
se tornaram raras em outros trechos do litoral fluminense como, por exemplo, Lutra
longicaudis (lontra), Priodontes maximus (tatu-canastra) e Alouatta fusca (bugio)
(PINHEIRO op. cit.). Além do bugio, outros primatas de ocorrência na Mata Atlântica,
região do litoral sul, são Callithrix aurita (sagüí-estrela-preto), espécie ameaçada de
Plano de Controle Ambiental DIGV
232
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
extinção, de hábitos insetívoros-gumívoros e a qual tem preferência por vegetação
secundária ou perturbada (AURICCHIO, 1995); Cebus apella (macaco-prego), observado
enjaulado numa das casas localizadas no início da trilha Ariró-Bananal.
Segundo relatos encontrados em Eletronuclear (op. cit.), os carnívoros de ocorrência nas
matas são Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Speothos venaticus (cachorro-vinagre),
Procyon cancrivorus (guaxinim), Felis pardalis (jaguatirica) e Felis concolor (sussuarana)
nas regiões mais altas, dentre outras espécies (COSTA et al.). Na Tabela III.36 a seguir,
apresenta-se lista preliminar das espécies de mamíferos coletadas (C) fotografadas (F)
observadas (O), ou ainda registradas indiretamente por indícios da presença (I).
Tabela III.36 - Espécies de mamíferos registradas no diagnóstico ambiental do EIA de
Angra 3
Espécies /Registro
C
I
F
O
Didelphimorphia
Didelphis aurita
x
x
Artibeus lituratus
x
x
Artibeus fimbriatus
x
Plathyrrhinus lineatus
x
x
Anoura caudifera
x
x
Lonchophila mordax
x
Sturnira lilium
x
Carollia perspicillata
x
Chiroptera
Desmodus rotundus
x
x
Myotis nigricans
x
Molossus sp.
Rodentia
Juliomys pictipes
x
Oligoryzomys nigripes
x
x
Oryzomys sp.
x
x
Oxymycterus dasytrichus
x
x
Delomys sublineatus
x
Akodon cursor
x
Oryzomys nitidus
Plano de Controle Ambiental DIGV
233
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies /Registro
C
Coendou preensilis
I
F
O
x
Sciurus ingrami
x
A Tabela III.37 apresenta a listagem das espécies de mamíferos encontradas no
diagnóstico ambiental de Angra 3.
Tabela III.37 - Listagem das Espécies de Mamíferos. AM - espécie ameaçada de extinção;
EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie
cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo.
Mamíferos
Taxon
Nome Popular
Código
Agouti paca
Paca
Akodon cursor
Rato
Akodon serrensis
Rato
Alouatta fusca
Barbado; bugio
Artibeus lituratus
Morcego
Artibeus sp.
Morcego
Brachyteles arachnoides
Muriqui; Mono-carvoeiro
EN
Bradypus torquatus
Preguiça-de-coleira
AM; EN
Bradypus tridactyla
Preguiça
CG
Bradypus variegatus
Preguiça
Cabassous sp.
Tatu
CG
Callithrix aurita
Sagüi-estrela-preto
AM
Callithrix jacchus
Sagüí
CG
Caluromys philander
Cuíca
Carollia sp.
Morcego
Carollia perspicillata
Morcego
Plano de Controle Ambiental DIGV
234
CG
AM; CG
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mamíferos
Taxon
Nome Popular
Código
Cavia aperea
Preá
CG
Cavia fulgida
Preá
CG
Cebus apella
Macaco-prego
CG; #
Cebus nigritus
Macaco-prego
Cerdocyon thous
Cachorro-do-mato
Chironectes minimus
Cuíca d água
Choloepus didactylus
Preguiça-real
Coendou insidiosus
Ouriço
Coendou villosus
Ouriço-cacheiro
Dasyprocta agouti
Cutia
Dasyprocta leporina
Cutia
Dasypus novemcinctus
Tatu
Desmodus sp.
Morcego
Diaemus sp.
Morcego
Delphinus capensis
Golfinho-comum-de-bico-longo
Delomys dorsalis
Rato-do-campo
Didelphis aurita
Gambá
CG
Didelphis sp.
Gambá
CG
Diphylla sp.
Morcego
Dusicyon thous
Cachorro-do-mato
Eira barbara
Irara
Euphractus sexcinctus
Tatu
Euryzygomatomys spinosus
Rato
Plano de Controle Ambiental DIGV
235
CG
CG
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mamíferos
Taxon
Nome Popular
Código
Felis concolor
Onça-parda; sussuarana
AM
Felis pardalis
Jaguatirica
AM
Felis spp.
Gatos-do-mato
Galictis cuja
Furão
Glossophaga sp.
Morcego
Glossophaga soricina
Morcego beija-flor
Gracilinanus microtarsus
Rato
Hydrochaeris hydrochaeris
Capivara
Kannabateomys amblyonyx
Rato do taquara
Leopardus tigrinus
Gato selvagem
Leopardus wiedii
Gato-maracajá
Leontopitecus sp.
Mico
Leontopithecus caissara
Mico-da-cara-preta
Lonchophylla mordax
Morcego
Lutra longicaudis enudris
Lontra
Lutra longicaudis platensis
Lontra
Marmosa incana
Guaiquica
Marmosops incanus
Catita
Mazama sp.
Veado
Metachirus nudicaudatus
Jupati
Micoureus demerarae
Cuíca
Mollossus m. classicaudatus
Morcego
Molossus a. ater
Morcego
Plano de Controle Ambiental DIGV
236
CG
AM
AM
AM
CG
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mamíferos
Taxon
Nome Popular
Código
Molossus molossus
Morcego
Monodelphis americana
Catita
Monodelphis scalops
Catita
Monodelphis sp.
Catita
Mus musculus brevirostris
Rato-de-casa
Myotis n. nigricans
Morcego
Myrmecophaga tridactyla
Tamanduá-bandeira
AM; CG
Nasua nasua
Quati
CG
Nectomys squamipes olivaceus
Rato-de-várzea
Oecomys sp.
Rato
Oligoryzomys sp.
Rato
Oligoryzomys nigripes
Rato
Oryzomys intermedius
Rato
Oryzomys nigripes
Rato
Oryzomys ratticeps
Rato
Oryzomys russatus
Rato
Oryzomys eliurus
Rato-do-capim
Oryzomys lamia
Rato-vermelho
Oryzomys spp.
Rato-do-mato
Oxymycterus quaestur
Rato-porco
Philander frenata
Cuíca
Phyllomys af. braziliensis
Rato
Procyon cancrivorus
Guaxinim; Mão-pelada
Plano de Controle Ambiental DIGV
237
SN
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mamíferos
Taxon
Nome Popular
Código
Proechimys dimidiatus
Rato-pinho
Rattus n. norvegicus
Rato-goitica
Rhipidomi mastacalis
Rato-vermelho
Sotalia guianensis
Boto cinza
Stenella frontalis
Golfinho-pintado-do-Atlântico
Steno bredanensis
Golfinho-de-dentes-rugosos
Sturnira l. lilium
Morcego
Sciurus aestuans
Caxinguelê
Sciurus ingrami
Caxinguelê
Sphiggurus insidiosus
Ouriço cacheiro, porco espinho
Speothos venaticus
Cachorro-vinagre
Sturnira lilium
Morcego
Sylvilagus brasiliensis
Tapiti
CG
Tamandua tetradactyla
Tamanduá-mirim
CG
Tayassu pecari
Queixada
CG
Tayassu tajacu
Caititu
CG
Thaptomis nigrita
Rato
Trinomys dimidiatus
Rato
Trinomys iheringi
Rato
Tonatia sp.
Morcego
Tursiops truncatus
Golfinho nariz de garrafa
Vampyrops lineatus
Morcego
#
AM
Fonte:EIA de Angra 2, Natrontec (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005).
Plano de Controle Ambiental DIGV
238
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Macroinvertebrados Terrestres
Apesar de um conhecimento escasso da entomofauna da Mata Atlântica, RIZZINI et alli
(op. cit.) apontou que na região, a fauna entomológica tem, nas borboletas azuis do
gênero Morpho, uma notável manifestação. Segundo os estudos de “Ações Prioritárias
para a conservação da Mata Atlântica e Campos Sulinos” foi indicado pelo grupo de
invertebrados, que a área de Angra dos Reis, Piraí e Ilha Grande são de extrema
importância biológica para este grupo.
Além de muitas aranhas em suas teias na base da torre, Megalobulinus sp., grande
caramujo terrestre representante da classe Gastropoda, insetos da ordem Odonata e
Lepidóptera.
Há o relato de ocorrência por GONÇALVES & NUNES (1984) das seguintes espécies de
formigas em praias ou Restingas da região: ninho de Odontomachus hastatus em
Bromeliaceae; Lapidus praedator cujos soldados são pretos e brilhantes e invadem
residências; Acromyrmex disciger cujas operárias são de cor castanha-avermelhada;
Ephebomyrmex naegeli que faz formigueiros subterrâneos com uma saída rodeada de
pequena cratera; Solenopsis saevissima (formiga-de-fogo) que constrói formigueiros de
terra fofa, em forma de monte, cheios de galerias irregulares. Segundo (RIZZINI et alli op.
cit.), há na Restinga, Mecistomela sp. (besouro) que ataca o coqueiro da Restinga,
Tropidachris sp. (gafanhoto grande), grandes vespas do gênero Pepsis, predadoras de
aranhas, até mesmo as do gênero Phoneutria (armadeiras).
Foram listadas, nas tabelas a seguir (Tabela III.38 a Tabela III.51), as espécies de todos
os grupos da fauna terrestre, que segundo os dados secundários retirados de
Eletronuclear (op. cit.) e complementadas com informações do diagnóstico do EIA de
Angra 3, possuem ocorrência tanto na área de influência direta quanto indireta do
empreendimento.
Tabela III.38 - Listagem das Espécies de Aracnídeos.
Arachnida
Taxon
Nome Popular
Corinna sp.
Aranha
Grammostola sp.
Caranguejeira
Plano de Controle Ambiental DIGV
239
Código
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Lasiodora klugii
Caranguejeira verdadeira
Lasiodora sp.
Caranguejeira verdadeira
Pamphobeteus platyoma
Caranguejeira verdadeira
Pamphobeteus sp.
Caranguejeira verdadeira
Phoneutria nigriventer
Armadeira
Phoneutria sp.
Armadeira
Tabela III.39 - Listagem das Espécies de Insetos, conforme estudos da Natrontec (1998).
Insecta
Taxon
Nome Popular
Código
Acromyrmex disciger
Formiga
Chrysops pikei
Mutuca
Chrysops wiedemanii
Mutuca
Culicoides furens
Mosquito-pólvora
Ephebomyrmex naegeli
Formiga
Hamadryas feronia
Borboleta-de-estalo
Heliconius spp.
-
Lapidus praedator
Formiga
Mecistomela sp.
Besouro
Morpho achilles achillaena
Capitão-do-mato
Odontomachus haematodus
Formiga
Odontomachus hastatus
Formiga
Pantala flavescens
Lavadeira
Pepsis sp.
Vespas; Marimbondos-caçadores
Pieris sp.
Borboletas amarelas
Polybia sp.
Marimbondos-caboclos
Solenopsis saevissima
Formiga de fogo
Tabanus atratus
Mutuca
Tabanus lineola
Mutuca
Plano de Controle Ambiental DIGV
240
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Insecta
Taxon
Nome Popular
Tabanus quinquevittatus
Mutuca
Tabanus suleifrons
Mutuca
Tramea cophysa
Lavadeira
Tropidachris sp.
Gafanhoto grande
Código
Tabela III.40 - Lista dos Ephemeroptera com ocorrência registrada o litoral sul do Estado
do Rio de Janeiro.
Família
Euthyplociidae
Espécie
Campylocia bocainensis (Pereira & Da-Silva, 1990)
Askola froehlichi (Peters, 1969)
Farrodes carioca (Domínguez, Molineri & Peters, 1996)
Leptophlebiidae
Massartella brieni (Lestage, 1924)
Miroculis froehlichi (Savage & Peters, 1983)
Thraulodes itatiajanus (Traver & Edmunds Jr, 1967)
Plano de Controle Ambiental DIGV
241
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.41 - Lista dos Odonata registrados para Ilha Grande, Angra dos Reis, segundo
Carvalho & Pujol-Luz (1992).
Família
Espécie
Aeshna cornigera planáltica
Anax amazili
Aeshnidae
Castoraeschna castor
Limnetron debile
Calopterygidae
Hetaerina hebe
Acanthagrion gracile
Argia modesta
A. sórdida
Argia sp.
Coenagrionidae
Ischnura fluviatilis
Leptagrion andromache
L. elongatum
L. perlongum
Metaleptobasis macilenta
Epigomphus paludosus
Progomphus complicatus
Gomphidae
Progomphus sp.
Zonophora campanulata
Libellulidae
Brechmorhoga nubecula
Dasythemis venosa
Dythemis multipunctata
Erythrodiplax basalis
E. castanea
Plano de Controle Ambiental DIGV
242
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
E. fusca
E. Juliana
E. umbrata
Libellula herculea
Macrothemis hemichlora
M. musiva
Micrathyria hypodidyma
Orthemis discolor
Pantala flavescens
Perithemis waltheri
Megapodagrionodae
Perilestidae
Heteragrion consors
Perilestes fragilis
Mecistogaster asticta
Pseudostigimatidae
Mecistogaster sp.
Tabela III.42 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis.
Família
Espécie
Aradidae
Asterocoris australis (Drake e Harris)
Miridae
Crassicornus pulchrus (Carvalho, 1945)
Derophthalma fluminensis (Carvalho, 1944)
Euchilocoris hahni (Stal, 1860)
Guanabarea angrensis (Carvalho 1948)
Hyaliodes wygodzinskyi (Carvalho, 1945)
Parachius rufovittatus (Carvalho, 1944)
Plano de Controle Ambiental DIGV
243
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Paramixia carmelitana (Carvalho, 1948)
Phytocoris citrinoides (Carvalho & Fontes, 1970)
P. subvittatus (Stal, 1860)
Polymerus testaceipes (Stal, 1860)
Halticus bractatus (Say, 1832)
Neela lutescens (Stal, 1860)
Prepos zetterstedti var. pyrrhomelaemus (Stal, 1860)
Pycnoderes leucopus (Stal, 1860 )
Limnocoris brasiliensis
Naucoridae
L. nigropunctatus (Montandon, 1909)
Nepidae
Ranatra costalimai
Ochteridae
Ochterus perbosci
Tabela III.43 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol &
de Menezes (1982).
Subfamília
Espécie
Agallia cobera (Kramer, 1964)*
Agalliinae
A. cucata (Kramer, 1964)*
Agalliopsis zenestra (Kramer, 1964)
Cicadellinae
Platygonia angrana (Young, 1977)*
Sanctanus lepidellus (Stål, 1862)
Deltocephalinae
S. vulpinus Kramer, 1963*
Hecalapona (Carapona) ferosa (DeLong & Freytag, 1975)*
Gyponinae
Polana (Parvulana) bidens (DeLong & Freytag, 1972)*
Iassinae
Plano de Controle Ambiental DIGV
Pachyopsis similis (Kramer, 1963)*
244
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Subfamília
Espécie
Krocobella colotes (Kramer, 1964)*
Nirvaninae
Neonirvana hyalina (Oman, 1936)
Nota: Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco (*).
Tabela III.44 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral
sul do Estado do Rio de Janeiro.
Família
Dytiscidae
Espécie
Bidessonotus sp.
Celina sp.
Copelatus sp.
Derovatelus lentus
Hydaticus sp.
Hydaticus palliatus
Hydrovatus sp.
Laccodytes sp.
Laccophilus spp. (4 espécies)
Laccophilus ovatus
Megadytes sp.
Megadytes fallax
M. marginithorax
Pachydrus sp.
Rhantus calidus
Thermonectus sp.
Thermonectus succinictus
T. marginegutttatus
Plano de Controle Ambiental DIGV
245
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
T. circunscriptus
Cerambycidae
Desmiphora travassosi (D. Mendes)
Austrolimnus spp. (2 espécies)
Cylloepus sp.
Elmidae
Hexanchorus gracilipes
Macrelmis sp.
Gyretes sp.
Gyrinidae
Gyrinus sp.
Berosus sp.
Dactylosternum sp.
Derallus sp.
Enochrus sp.
Hydrophilidae
Helocharis sp.
Hydrophilus sp.
Paracymus sp.
Phaenonotum sp.
Tropisternus sp.
Hydroscaphidae
Meloidae
Scaphydra angra (Reichardt, 1971)
Pyrota diadema Klug
Hydrocanthus paraguaiensis
Pronoterus sp.
Noteridae
Suphis cimicoides
Suphisellus sp.
Scarabaeidae
Dichotomius (D.) anaglypticus (Mannerheim, 1829)
Plano de Controle Ambiental DIGV
246
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Dichotomius (Luederwaldtinia) nisus (Olivier, 1789)
Dichotomius (Luederwaldtinia) semisquamosus (Curtis, 1845)
Phanaeus splendidulus Fabricius
Tabela III.45 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra
dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948).
Ordem
Família
Cynipidae
Espécie
Epicoela angrensis Borgmeier
Tropideucoila angrensis Borgmeier
Hymenoptera
Formicidae
Basiceros squamifer Borgmeier
Eciton (Neivamyrmex) porrectognathum Borgmeier
Mecoptera
Bittacidae
Bittacus angrensis Lopes & Mangabeira
Tabela III.46 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral
sul do Estado do Rio de Janeiro.
Família
Gênero/Espécie
Calamoceratidae
Phylloicus sp.
Glossosomatidae
Mortoniella sp.
Helicopsychidae
Helicopsyche sp.
Hydrobiosidae
Atopsyche sp.
Blepharopus sp.
Leptonema sp
Leptonema pallidum
Hydropsychidae
Macronema sp.
Macronema fulvum
Macrostemum sp.
Smicridea sp.
Hydroptilidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
Ochrotrichia sp.
247
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Gênero/Espécie
Scactobiella sp.
Atanatolica sp.
Grumichella sp.
Nectopsyche sp.
Leptoceridae
Notalina sp.
Oecetis sp.
Triplectides sp.
Barypenthus sp.
Odontoceridae
Marilia sp.
Chimarra beckeri
Philopotamidae
Chimarra camura
Wormaldia sp.
Polycentropodidae
Polycentropus sp.
Sericostomatidae
Grumicha sp.
Tabela III.47 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro,
especialmente na região de Angra dos Reis.
Família
Espécie
Aradidae
Asterocoris australis (Drake e Harris)
Miridae
Crassicornus pulchrus (Carvalho, 1945)
Derophthalma fluminensis (Carvalho, 1944)
Euchilocoris hahni (Stal, 1860)
Guanabarea angrensis (Carvalho 1948)
Hyaliodes wygodzinskyi (Carvalho, 1945)
Parachius rufovittatus (Carvalho, 1944)
Paramixia carmelitana (Carvalho, 1948)
Phytocoris citrinoides Carvalho & Fontes, 1970
P. subvittatus (Stal, 1860)
Plano de Controle Ambiental DIGV
248
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Polymerus testaceipes (Stal, 1860)
Halticus bractatus (Say, 1832)
Neela lutescens (Stal, 1860)
Prepos zetterstedti var. pyrrhomelaemus (Stal, 1860)
Pycnoderes leucopus (Stal, 1860 )
Limnocoris brasiliensis
Naucoridae
L. nigropunctatus (Montandon, 1909)
Nepidae
Ranatra costalimai
Ochteridae
Ochterus perbosci
Tabela III.48 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol &
de Menezes (1982). Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco
(*).
Subfamília
Espécie
Agallia cobera (Kramer, 1964)*
Agalliinae
A. cucata (Kramer, 1964)*
Agalliopsis zenestra (Kramer, 1964)
Cicadellinae
Platygonia angrana (Young, 1977)*
Sanctanus lepidellus (Stål, 1862)
Deltocephalinae
S. vulpinus Kramer, 1963*
Hecalapona (Carapona) ferosa (DeLong & Freytag, 1975)*
Gyponinae
Polana (Parvulana) bidens (DeLong & Freytag, 1972)*
Iassinae
Pachyopsis similis (Kramer, 1963)*
Krocobella colotes (Kramer, 1964)*
Nirvaninae
Neonirvana hyalina (Oman, 1936)
Plano de Controle Ambiental DIGV
249
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.49 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral
sul do Estado do Rio de Janeiro.
Família
Espécie
Bidessonotus sp.
Celina sp.
Copelatus sp.
Derovatelus lentus
Hydaticus sp.
Hydaticus palliatus
Hydrovatus sp.
Laccodytes sp.
Laccophilus spp. (4 espécies)
Dytiscidae
Laccophilus ovatus
Megadytes sp.
Megadytes fallax
M. marginithorax
Pachydrus sp.
Rhantus calidus
Thermonectus sp.
Thermonectus succinictus
T. marginegutttatus
T. circunscriptus
Cerambycidae
Elmidae
Desmiphora travassosi
Austrolimnus spp. (2 espécies)
Cylloepus sp.
Hexanchorus gracilipes
Plano de Controle Ambiental DIGV
250
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família
Espécie
Macrelmis sp.
Gyretes sp.
Gyrinidae
Gyrinus sp.
Berosus sp.
Dactylosternum sp.
Derallus sp.
Enochrus sp.
Hydrophilidae
Helocharis sp.
Hydrophilus sp.
Paracymus sp.
Phaenonotum sp.
Tropisternus sp.
Hydroscaphidae
Meloidae
Scaphydra angra (Reichardt, 1971)
Pyrota diadema (Klug)
Hydrocanthus paraguaiensis
Pronoterus sp.
Noteridae
Suphis cimicoides
Suphisellus sp.
Dichotomius (D.) anaglypticus (Mannerheim, 1829)
Dichotomius (Luederwaldtinia) nisus (Olivier, 1789)
Scarabaeidae
Dichotomius (Luederwaldtinia) semisquamosus (Curtis, 1845)
Phanaeus splendidulus Fabricius
Tabela III.50 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra
dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948).
Plano de Controle Ambiental DIGV
251
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Ordem
Família
Cynipidae
Espécie
Epicoela angrensis (Borgmeier)
Tropideucoila angrensis (Borgmeier)
Hymenoptera
Formicidae
Basiceros squamifer (Borgmeier)
Eciton (Neivamyrmex) porrectognathum (Borgmeier)
Mecoptera
Bittacidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
Bittacus angrensis (Lopes & Mangabeira)
252
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.51 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral
sul do Estado do Rio de Janeiro.
Família
Gênero/Espécie
Calamoceratidae
Phylloicus sp.
Glossosomatidae
Mortoniella sp.
Helicopsychidae
Helicopsyche sp.
Hydrobiosidae
Atopsyche sp.
Blepharopus sp.
Leptonema sp
Leptonema pallidum
Hydropsychidae
Macronema sp.
Macronema fulvum
Macrostemum sp.
Smicridea sp.
Ochrotrichia sp.
Hydroptilidae
Scactobiella sp.
Atanatolica sp.
Grumichella sp.
Nectopsyche sp.
Leptoceridae
Notalina sp.
Oecetis sp.
Triplectides sp.
Barypenthus sp.
Odontoceridae
Marilia sp.
Chimarra beckeri
Philopotamidae
Chimarra camura
Wormaldia sp.
Polycentropodidae
Sericostomatidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
Polycentropus sp.
Grumicha sp.
253
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
III.2.2 ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Ecossistema Marinho
Fitoplâncton
O fitoplâncton é o principal produtor primário do meio aquático, sendo receptor do fluxo
energético na cadeia alimentar através da fotossíntese. Em função das características
fisiológicas do fitoplâncton, estes são utilizados como eficientes indicadores
oceanográficos, pois são capazes de caracterizar um corpo d’água ou limites de uma
massa d’água ou corrente em decorrência de sua distribuição e abundância nos corpos
d’água.
O monitoramento do fitopâncton foi iniciado em outubro/87, a partir da implantação da
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), e seus resultados constam de 13
relatórios técnicos anuais contendo os dados obtidos até dezembro/01 (Tenenbaum &
Villac, 1990, Tenenbaum et al., 1991, Tenenbaum et al., 1992, Tenenbaum & Nascimento,
1993, Tenenbaum et al., 1994, Tenenbaum & Dias, 1995, Tenenbaum & Villac, 1996,
Tenenbaum et al., 1997, Tenenbaum et al., 1998, Tenenbaum & Villac, 1999, Tenenbaum
et al., 2000, Tenenbaum et al., 2001, Tenenbaum et al., 2002). Desde o início do
monitoramento vêm sendo empregadas as mesmas metodologias de amostragem e de
análise.
Quanto aos aspectos qualitativos, esses estudos registraram 373 táxons, distribuídos em
diatomáceas (238), dinoflagelados (118), cocolitoforídeos (5), silicoflagelados (3),
cianofíceas (3), euglenofíceas (2), ebriideas (2), clorofíceas (1) e prasinofíceas (1).
Constatou-se a predominância de espécies do microfitoplâncton (organismos superiores a
20 µm).
No entanto, apesar da grande riqueza de espécies observada freqüentemente na
primavera, a interrupção na seqüência da sucessão pode ocorrer devido à dominância de
diatomáceas de pequeno porte, como Cylindrotheca closterium, Dactyliosolen
fragilissimus, Leptocylindrus minimus, Pseudo-nitzschia delicatissima. Essas espécies
podem ser consideradas oportunistas, associadas aos primeiros estágios de sucessão
fitoplanctônica (sensu Margalef, 1958), que respondem rapidamente a algum tipo de
interferência ambiental.
No primeiro estudo sobre o fitoplâncton da região foi o de OLIVEIRA (1946) observou, em
águas próximas à Ilha Grande, o predomínio de um fitoplâncton nerítico, constituído
principalmente pelos gêneros Ceratium e Chaetoceros. Os resultados de outro estudo
realizado na região pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, em 1991 e
sobre o fitoplâncton marinho fora da área de influência do empreendimento, na área do
Terminal Marítimo da Baía de Ilha Grande - TEBIG (UERJ, 1991) (Tabela III.52),
mostraram que havia uma maior proporção do nanoplâncton sobre o mircroplâncton.
Também predominaram, em densidade, algas fitoflageladas seguidas de diatomáceas,
cocolitoforídeos e dinoflagelados.
Tabela III.52 - Inventário Florístico da Região do TEBIG (localizado fora da área de
influência indireta do DIGV) - Dados UERJ (1991).
Plano de Controle Ambiental DIGV
254
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Bacillariophyta
Achnanthes sp.
L. borealis
Asterionella japonica
Leptocylindrus danicus
A. notata
L. mediterraneus
Bacillaria paradoxa
L. minimus
Bacteriastrum delicatum
Melosira moniliformis
B. elongatum
M. nummuloides
B. hyalinum
Navicula sp
Cerataulina pelagica
Nitzchia closterium
Chatocerus affinis
Nitzchia delicatissima
Ch. Anastomosans
N. longissima
Ch. Atlanticus
N. pungens var. atlantica
Ch. Coarctatus
N. seriata
Ch. Compressus
O. mobiliensis
Ch. Constrictus
Pleurosisgma sp.
Ch. Curvsetus
Rhabdonema adriaticum
Ch. Danicus
Rhizosolenia acuminata
Ch. Decipiens
R. alata
Ch. Laciniosus
R. alata f. gracilima
Ch. Lorenzianus
R. alata f. indica
Ch. Pelagicus
R. calcar-avis
Ch. Pendulus
R. castracanei
Ch. Peruvianus
R. crassispina
Ch. Pseudocurvisetus
R. delicatula
Climacodium frauenfeldianum
R. fragilissima
Plano de Controle Ambiental DIGV
255
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Corethron criophilum
R. hebetata
Coscinodiscus sp.
R. robusta
Delphineis surirella (=Raphoneis surirella)
R. setigera
Detonula pumilla (=Schroderella delicatula)
R. shrubsolei
Diploneis sp
R. stolterfothi
Ditylum brightwelli
R. styliformis
Eucampia cornuta
Secção PSEUDONITZCHIA
Guinardia flácida
Skeletonema costatum
Haslea wawrikae (=Navicula wawrikae)
S. turris
Hemiaulus hauckii
Thalassionema nitzchioides
H. membranaceus
Thalassiosira aestivalis
H. sinensis
Th. Subtilis
Lauderia annulata
Thalassiotrix frauenfeldii
T. mediterranea
Dinophyta
Ceratium sp.
Ebria tripartita
C. azoricum
Phaeocystis pouchtii
C. breve
Podolampas bipes
C. furca
P. compressum
C. furca var. hircus
P. gracile
C. fusus
P. micans
C. hexacanthum
Protoperidinium conicum
C. horridum
Pr. Depressum
C. macrocerus
Pr. Oblongum
C. massiliense
Pr. Oceanicum
Plano de Controle Ambiental DIGV
256
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
C. trichocerus
Pr. Pentagonum
C. tripos
Pr. Steinii
Dinophysis acuminata
Pr. Tuba
D. caudata
Scripsiella sp.
D. tripos
Dictyophyta
Dictyocha fibula
Cyanophyta
Oscillatoria sp.
Euglenophyta
Euglenophyta sp.
Haptophyta
Cocolito sp1.
Cocolito sp2.
Fonte: Eletronuclear (EIA Angra 2, 1997).
A região vem sendo considerada espacialmente homogênea desde o período de préfuncionamento das usinas, sem diferenças marcantes na composição e na abundância do
fitoplâncton entre Itaorna e Piraquara de Fora (Petretsky, 1987; Tenenbaum & Villac,
1996). Observa-se, entretanto, uma variação sazonal nítida, tanto em termos de riqueza
específica (número de espécies) quanto em relação à abundância dos organismos.
O inventário de Angra 3 registrou 96 táxons (Tabela III.53), distribuídos em diatomáceas
(55), dinoflagelados (35), silicoflagelados (2), ebriideas (2), cianofíceas (1) e
cocolitoforídeos (1). Foram encontradas também euglenofíceas, não identificadas em nível
específico.
Plano de Controle Ambiental DIGV
257
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.53 – Fitoplâncton – Campanha de 2002 – Lista de espécies.
Itaorna
Piraquara
Táxon
0m
5m
0m
5m
x
x
Bacillariophyceae (diatomáceas)
Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round
Asteromphalus sarcophagus Wallich
x
Bacteriastrum sp. Shadbolt
x
x
x
x
x
Bleakeleya notata (Grunow) Round
x
Cerataulina pelagica (Cleve) Hendey
x
Chaetoceros affinis Lauder
x
Chaetoceros atlanticus Cleve
x
x
Chaetoceros compressum Lauder
x
x
x
x
x
Chaetoceros convolutus Castracane
x
Chaetoceros danicus Cleve
x
Chaetoceros decipiens Cleve
x
Chaetoceros didymus var. anglica Grunow (Gran)
x
Chaetoceros didymus var. protuberans (Lauder) Gran & Yendo
Chaetoceros peruvianus Brightwell
x
x
x
x
x
x
Chaetoceros tetrasticon Cleve
x
x
x
Climacodium frauenfeldianum Grunow
x
cf. Cocconeis sp. Ehreberg
x
Corethron criophilum Castracane
x
x
Coscinodiscus cf. concinnus Smith
Coscinodiscus cf. granii Gough
x
x
x
x
x
Coscinodiscus wailesii G. Angst
x
Cylindrotheca”closterium” E. L. Reimann (a)
x
x
x
x
Cylindrotheca closterium E. L. Reimann
x
x
x
x
x
x
Dactyliosolen fragilissimus (Bergon) Hasle
Dactyliosolen phuketensis S. Hasle
x
Diploneis sp. Cleve
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
258
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Itaorna
Piraquara
Táxon
0m
5m
Eucampia cornuta (Cleve) Grunow
x
x
Fragilariineae
x
x
0m
5m
x
x
Guinardia striata (Stolterfoth) Hasle
x
Guinardia delicatula (Cleve) Hasle
x
cf. Haslea trompii (Cleve) Simonsen
x
Haslea wawrikae (Hustedt) Simonsen
x
x
x
Hemiaulus hauckii Grunow
x
x
x
Hemiaulus membranaceus Cleve
x
Hemidiscus cuneiformis Wallich
x
Isthmia sp. Agardh
x
x
Leptocylindrus danicus Cleve
x
x
Leptocylindrus mediterraneus (H. Peragallo) Hasle
x
Leptocylindrus minimus Gran
x
x
Licmophora sp. Agardh
x
x
Meuniera membranacea (Cleve)
x
x
x
Nitzschia cf. longissima var. reversa Grunow
x
Nitzschia cf. lorenziana var. subtilis Grunow
x
Nitzschia sp. Hassall
Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow
x
x
x
x
x
Palmeria hardmaniana Greville
x
Paralia sulcata E. Cleve (Ehrenberg)
x
Pleurosigma spp. W. Smith/Gyrosigma spp. Hassall
x
x
x
Proboscia alata B. Sundström
x
Pseudo-nitzschia “delicatissima” (Cleve) Heiden (b)
x
x
x
x
Pseudo-nitzschia “seriata” (Cleve) H. Peragallo (c)
x
x
x
x
Rhizosolenia acuminata H. P. Gran
x
Rhizosolenia pungens Cleve-Euler
x
x
x
x
Rhizosolenia robusta Norman
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
259
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Itaorna
Piraquara
Táxon
0m
5m
0m
5m
Rhizosolenia styliformis Brightwell
x
x
x
Stephanopyxis sp. (Ehrenberg) Ehrenberg
x
x
x
Rhizosolenia setigera Brightwell
x
Thalassionema cf. nitzschioides (Grunow) Mereschkowsky
x
x
Thalassionema cf. frauenfeldii (Grunow) Hallegraeff
Thalassiothrix cf. gibberula Hasle
x
x
x
x
x
Dinophyceae (dinoflagelados)
cf. Amphidinium sp. Claparède & Lachmann
x
Ceratium breve (Ostenfeld & Schmidt) Schröder
x
Ceratium cf. falcatum K. Jörgensen
x
x
x
Ceratium furca (Ehrenberg) Claparède & Lachmann
x
x
x
Ceratium furca var. eugrammum (Ehr.) Claparède & Lachmann
Ceratium hircus Schröder
x
x
x
Ceratium horridum C. Gran
x
x
x
Ceratium cf. inflatum (Kofoid) Jörgensen
x
Ceratium trichoceros (Ehrenberg) Kofoid
x
Ceratium tripos (O.F.Müller) Nitzsch
x
Cladopyxis sp. Stein
x
Cochlodinium sp. Schütt
x
x
Dinophysis cf. acuminata C. Lachman
x
Dinophysis cf. ovum Schütt
x
Dinophysis tripos Gourret
Gymnodiniales Lemmermann
x
Gyrodinium sp. Kofoid & Swezy
x
x
x
x
x
x
x
Oxytoxum sp. Stein
x
Paleophalacroma verrucosum Schiller
x
Podolampas bipes Stein
x
x
Podolampas palmipes Stein
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
x
260
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Itaorna
Piraquara
Táxon
0m
5m
Podolampas spinifera Okamura
0m
5m
x
Pronoctiluca sp. Fabre-Domergue
x
Prorocentrum cf. compressum (Bailey) Abé ex Dodge
x
x
Prorocentrum gracile Schütt
x
x
x
Prorocentrum cf. lima (Ehrenberg) Dodge
x
Prorocentrum micans Ehrenberg
x
x
x
Prorocentrum rostratum Stein
x
x
x
Prorocentrum spp. Ehrenberg
x
x
x
Prorocentrum triestinum Schiller
x
x
x
Protoperidinium cf. oblongum (Aurivillius) Parke & Dodge
x
x
x
Protoperidinium cf. pedunculatum (Schütt) Balech
x
Protoperidinium cf. pellucidum Bergh
x
Protoperidinium cf. steinii (Jörgensen) Balech
x
Protoperidinium spp. Bergh
x
x
x
x
Pseliodinium vaubanii Sournia
x
Scrippsiella sp. Balech ex Loeblich III
x
x
Warnowia fusus (Schüt) Lindemann
x
x
x
x
x
x
x
Euglenophyceae (euglenofíceas)
Euglenofíceas não identificadas
x
Chrysophyceae (silicoflagelados)
Dictyocha fibula Ehrenberg
cf. Distephanus sp. Haeckel
x
x
Ebriidea
Ebria tripartita (Schum) Lemmermann
x
x
x
x
Hermesinum adriaticum Zacharias
x
x
x
x
x
x
x
x
Cyanophyceae (cianofíceas)
Johannesbaptistia pellucida Drouet & Dailey
Oscilatoriaceae
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
261
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Itaorna
Piraquara
Táxon
Phormidiaceae
Pseudoanabaenaceae
0m
5m
0m
5m
x
x
x
x
x
x
Prymnesiophyceae (cocolitoforídeos)
Anoplosolenia brasiliensis (Lohmann) Deflandre
x
x
(a)Inclui as espécies C. closterium e N. Longissima.
(b)Inclui as espécies que possuem largura inferior a 3µm.
(c)Inclui as espécies que possuem largura superior a 3µm.
As novas ocorrências observadas foram a diatomácea Coscinodiscus cf. granii e os
dinoflagelados Ceratium furca var. eugrammum, Cladopyxis sp. (gênero ainda não
encontrado na região), Paleophalacroma verrucosum e cf. Warnowia fusus. Deve ser dada
atenção especial às espécies do gênero Pseudo-nitzschia (constante e dominante), visto
que das 23 espécies descritas até o presente nove são potencialmente tóxicas (Bates,
1998; Fryxel & Villac, 1999; Sarno, 2000).
O mecanismo antrópico, associado ao funcionamento da CNAAA, estaria relacionado ao
aumento da temperatura da água e ao turbilhonamento em Piraquara de Fora, assim
como a dragagens realizadas em Itaorna, com efeitos mais agudos após a ativação da
unidade 2. De fato, desde 2000, vem sendo observada uma diminuição marcante na
densidade celular e na riqueza específica, associada à presença de detritos inorgânicos
nas amostras e à diminuição da transparência da água. A Figura III.23 apresenta a série
histórica (1995-2000) dos valores mínimos, máximos e médios de densidade celular total
dos três pontos de coleta do monitoramento, verificando-se que, em 2000, a densidade
celular média foi de uma ordem de grandeza inferior à dos anos anteriores, coincidindo
com os valores mínimos observados.
Plano de Controle Ambiental DIGV
262
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
valor máximo
média
valor mínimo
7
10
106
105
células por Litro
104
1995
1996
1997
1998
1999
2000
anos
Figura III.23 – Fitoplâncton –Estudos Anteriores – Densidade celular no período
1995-2000
As flutuações da estrutura da comunidade fitoplanctônica da região foram atribuídas à
sazonalidade climática, determinada principalmente pela precipitação. Assim, a
comunidade fitoplanctônica da região é influenciada principalmente pelas oscilações dos
fatores meteorológicos e hidrográficos.
As zonas costeira e marinha da Baía da Ilha Grande são apontadas pelos estudos de
biodiversidade como áreas de extrema importância biológica, onde são recomendados o
manejo, inventário e a criação de unidades de conservação para a zona costeira, e o
manejo para a zona marinha.
Há recomendação de criar, nessa região, Unidades de Conservação de uso direto, na
categoria de Área de Proteção Ambiental no Vale do rio Mambucaba, em Angra dos Reis
e Parati. Entre as propostas e recomendações gerais, há uma preocupação em intensificar
os estudos e inventários da região costeira e, especialmente, marinha, promover a
educação ambiental, não só voltada para a proteção de representantes isolados da fauna,
mas também para o ecossistema litorâneo.
O conhecimento acerca dos costões rochosos, que são a principal formação da costa da
região de Angra dos Reis e Parati, é considerado insuficiente e carente de inventários,
especialmente após a intensa pressão antrópica que tem sofrido na região. Em função do
desmatamento das encostas e construção de empreendimentos nesses locais, esse
ecossistema se encontra muito ameaçado. Nos estudos de avaliação de biodiversidade
Plano de Controle Ambiental DIGV
263
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
dessas áreas, a região dos costões da baía da Ilha Grande foi considerada de extrema
importância biológica.
•
Zooplâncton
O zooplâncton é representado por uma comunidade constituída por diversos táxons
animais de porte pequeno e pouca mobilidade. Na cadeia trófica são os primeiros níveis
de consumidores, captando energia dos produtores e promovendo sua transferência aos
consumidores subseqüentes da cadeia trófica (Bonecker e Nogueira, 1997). O
zooplâncton pode ser dividido em holoplâncton e meroplâncton. Os táxons que passam
todo o seu ciclo de vida no plâncton compõem o holoplâncton. O meroplâncton engloba
aqueles grupos que passam apenas uma ou algumas fases de sua vida no plâncton
partindo então para outras comunidades.
Assim como o fitoplâncton, o zooplâncton tem uma importância fundamental no
ecossistema aquático, e sua análise pode indicar uma série de parâmetros da dinâmica e
da qualidade do ecossistema.
Durante o ano de 1980, a baía da Ribeira foi objeto de estudo detalhado com o
levantamento taxonônico de sua fauna e flora marinhas, visando a obtenção de dados
ambientais, em condições pré-operacionais, na região da Unidade 1 da Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto (FUJB, 1981). A partir destes dados, Nogueira et al. (1987, 1991)
realizaram um levantamento preliminar das comunidades zooplanctônicas existentes,
correlacionando-as com diversas variáveis ambientais.
Tendo em vista que as usinas termelétricas podem afetar os ecossistemas de várias
maneiras, sendo que a principal forma seria devido ao aumento da temperatura da água,
em estuários ou baías onde estariam situados os pontos de descarga dos seus efluentes
(Barnete, 1972), a partir de 1986 foi iniciado um programa de monitoramento com coletas
trimestrais do zooplâncton na baía da Ribeira.
Na Área de Influência do empreendimento, no que tange a baía de Ilha Grande, já foram
realizados diversos inventários sobre sua composição planctônica (OLIVEIRA, 1946;
Bonecker e Nogueira, 1997; Abreu e Nogueira, 1989; Fernandes, 1985 e Bonecker et alli,
1990). Mais recentemente, foi realizado um estudo sobre a composição e abundância do
zooplâncton e ictioplâncton próximo às instalações do Terminal da Baía de Ilha Grande
(TEBIG) da Petrobrás (BONECKER et al., 1995 e FERNANDES e BONECKER, 1996).
Mesmo fora da área de influência os dados são importanets pois mostraram que a
densidade do zooplâncton variou entre 400 e 14.600 org/m3 na região. As densidades
mais elevadas foram obtidas nas amostras de fundo, porém as amostras de superfície
apresentaram maiores concentrações de volume, em função da dominância de salpas
(UERJ, 1991). Os grupos zooplanctônicos mais abundantes foram Copepoda, Cladocera,
Appendicularia e Salpa. Além destes, Hydromedusae e larvas de Polychaeta, Crustacea e
Mollusca também foram coletados, porém ocorrendo em menor abundância.
Concluiu-se também que as amostras de superfície foram dominadas pelas salpas,
enquanto as de fundo, apresentaram uma alternância entre copépodos e cladóceros com
as salpas. No total, foram identificados 56 táxons, que são comuns em sistemas costeiros
Plano de Controle Ambiental DIGV
264
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
do litoral do Rio de Janeiro. Entretanto, o estudo realizado para o EIA de Angra 3 indicou a
presença de um número maior de táxons, distribuídos por 27 grupos zooplanctônicos e
que se encontram em maior densidade que dos estudos anteriores.
Foram estabelecidos três pontos fixos localizado em Itaorna, na região de captação de
água usada para refrigeração do circuito secundário de Angra 1 e outros dois pontos na
região de lançamento do efluente das Usinas Angra 1 e Angra 2, em Piraquara de Fora.
Comparando-se os valores atuais registrados para a densidade e a diversidade do
zooplâncton com os do período pré-operacional, observou-se que houve um incremento
dos mesmos, nas duas estações de amostragem, sendo estes valores compatíveis com os
estudos realizados durante os últimos anos. A densidade tem apresentado, em termos
gerais, um padrão de sazonalidade, a saber: maiores valores no período primavera-verão
e menores no outono-inverno, acompanhando a variação dos parâmetros físicos e
químicos. Na Figura III.24 e na Figura III.25, apresentam-se as variações da densidade do
zooplâncton e diversidade específica, expressas através da padronização dos valores
(valor-média/desvio padrão) com relação a um a valor médio, para todo o período de
monitoramento (1980, 1986 a 2001), nas áreas de Itaorna e Piraquara de Fora.
Os copépodes foram os organismos mais abundantes, seguidos dos cladóceros
(principalmente Penilia avirostris), das larvas de moluscos, das apendiculárias e das larvas
de poliquetos. As espécies de Copepoda Paracalanus quasimodo, Parvocalanus
crassirostris, Temora stylifera, Oithona hebes (espécies costeiras e estuarinas), Oncaea
minuta e Oncaea curta (espécies com preferência por águas mais salinas) e de Cladocera
Penilia avirostris (espécie costeira), são as mais abundantes e freqüentes.
Plano de Controle Ambiental DIGV
265
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
4 ,0 0
Z 3 - D e n s id a d e d o Z o o p lâ n c to n
2 ,0 0
1 ,0 0
2001
2000
1999
1999
1998
1997
1996
1996
1995
1994
1993
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1987
-1 ,0 0
1986
0 ,0 0
1980
ind.desvio padrão
3 ,0 0
-2 ,0 0
2,00
Z 3 - D iversid ad e esp ecífica
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1986
0,00
1980
ind.desvio padrão
1,00
-1,00
-2,00
-3,00
Figura III.24 – Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica,
para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Itaorna.
Plano de Controle Ambiental DIGV
266
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
2 ,0 0
Z 4 - D ive r s id a d e E s p e c ífic a
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1986
0 ,0 0
1980
ind.desvio padrão
1 ,0 0
-1 ,0 0
-2 ,0 0
-3 ,0 0
4,00
Z4 - Densidade do Zooplâncton
2,00
1,00
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1989
1988
1987
-1,00
1986
0,00
1980
ind.desvio padrão
3,00
-2,00
Figura III.25 – Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica,
para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Piraquara
de Fora.
Os resultados demonstram as influências sofridas pelo sistema por parte da presença de
águas costeiras e estuarinas, principalmente, e oceânicas. Como a influência de águas
mais salinas às vezes só pode ser observada pela presença de espécies, tais como
Oncaea venusta, Oncaea minuta, Oncaea curta, Acrocalanus longicornis, Oithona
plumifera, Macrosetella gracilis (copépodes), Krohnitta pacifica e Caecosagitta
macrocephala (quetognatos), reforça a importância dos parâmetros físico-químicos serem
amostrados juntamente com a coleta de dados biológicos.
Foram encontrados 27 grupos zooplanctônicos, os quais são apresentados na Tabela
III.54, onde os grupos e espécies que estão representadas com (*) ocorreram pela
primeira vez na área de estudo. Este número foi superior aos que foram observados
durante o estudo pré-operacional e ao longo do monitoramento a presença de 96 táxons,
destes, 51 foram registrados no período pré-operacional. (1986 a 2002). Apesar desta
diferença, a comunidade zooplanctônica não sofreu modificações e mostrou-se
semelhante à encontrada no período pré-operacional. Esta diferença deveu-se à
ocorrência dos grupos Foraminifera, Radiolaria, Turbelaria, Cumacea e Salpidae, não
Plano de Controle Ambiental DIGV
267
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
assinalados anteriormente, a identificação das larvas de decápodes e ao aumento do
esforço amostral.
Tabela III.54 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton identificados.
Reino Animalia
Filo Sarcomastigophora
Família Acartiidae
Subfilo Sarcodina
Acartia lilljeborgi (Giesbrecht, 1892)
Superclasse Rhizopoda
Acartia sp.
Classe Granuloreticulosea
Família Paracalanidae
Ordem Foraminífera*
Paracalanus crassirostris (Dahl, 1894)
Superclasse Actinopodea
Parvocalanus quasimodo (Bowman, 1971)
Classe Radiolaria*
Paracalanus aculeatus (Giesbrecht, 1888)
Filo Cnidaria
Paracalanus parvus (Claus, 1863)
SubFilo Medusozoa
Paracalanus indicus (Wolfenden, 1905)
Superclasse Hydrozoa
Acrocalanus longicornis (Giesbrecht, 1888)
Classe Siphonophora
Calocalanus pavoninus (Farran, 1936)
Classe Hydroidomedusae
Calocalanus contractus (Farran, 1926)*
Filo Ctenophorae
Calocalanus sp.
Filo Nematoda
Família Mecynoceridae
Filo Annelida
Mecynocera clausi (Thompson, 1888)
Classe Polychaeta (larvas)
Família Clausocalanidae
Filo Platyhelminthes
Clausocalanus furcatus (Brady, 1883)
Subfilo Turbellaria*
Ctenocalanus citer (Heron & Bowman, 1971)
Filo Mollusca
Família Eucalanidae
Classe Gastropoda (larvas)
Subeucalanus pileatus (Giesbrecht,1888)
Subclasse Prosobranchia
Subeucalanus sp.
Ordem Mesogastropoda
Família Temoridae
Superfamília Heteropoda
Temora stylifera (Dana, 1849)
Subclasse Opistobranchia
Família Centropagidae
Ordem Thecosomata (pteropodas)
Centropages furcatus (Dana, 1849)
Classe Bivalvia (larvas)
Família Pseudodiaptomidadae
Filo Arthropoda
Plano de Controle Ambiental DIGV
Pseudodiaptomus acutus (Dahl, 1894)
268
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Reino Animalia
SubFilo Crustácea
Família Candacidae
Classe Ostracoda
Candacia curta (Dana, 1849)*
Classe Branchiopoda
Família Pontellidae
Ordem Ctenopoda
Calanopia americana (Dahl, 1894)
Família Sididae
Pontellopsis brevis (Giesbrecht, 1889)
Penilia avirostris (Dana, 1849)
Ordem Cyclopoida
Ordem Onychopoda
Família Oithonidae
Família Podonidae
Oithona hebes (Giesbrecht, 1891)
Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862)
Oithona similis Claus, 1863
Evadne spinifera (Muller, 1868)
Oithona oculata (Farran, 1913)
Evadne nordmani (Loven, 1835)
Oithona nana (Giesbrecht, 1892)
Evadne sp.
Oithona plumifera (Baird, 1843)
Podon intermedius (Lilljeborgi, 1853)*
Oithona sp.
Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859)
Ordem Poecilostomatoida
Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)*
Família Corycaeidae
Pleopis sp.
Corycaeus giesbrechti (Dawl, 1894)
Classe Copepoda
Corycaeus speciosus (Dana, 1849)*
Ordem Calanoida
Farranula gracilis (Dana, 1853)
Família Calanidae
Família Leucosiidae*
Undinula vulgaris (Dana, 1849)*
Família Majidae*
Família Oncaeidae
Família Pinnotheridae*
Oncaea venusta (Philippi, 1843)
Família Portunidae*
Oncaea media (Giesbrecht, 1891)
Hexapanopeus schmitti (Rathbun, 1898)*
Oncaea curta (Sars, 1916)
Mennipe nodifrons (Stimpson, 1859)*
Oncaea minuta (Giesbrecht, 1892)
Classe Cirripedia (náuplios e cypris)
Família Sapphrinidae
Filo Chaetognatha
Copila mirabilis (Dana, 1849)
Classe Sagittoidea
Sapphirina nigromaculata (Claus, 1863)*
Ordem Aphragmophora
Família Clausidiidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
Subordem Ctenodontina
269
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Reino Animalia
Hemyciclops thalassius (Vervoort & Ramirez, 1966)
Ordem Harpacticoida
Família Sagittidae
Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881)
Família Miracidae
Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836)
Macrosetella gracilis (Dana, 1848)
Mesosagitta minima (Grassi, 1881)
Família Ectinosomatidae (Sars, 1903)
Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911)
Microsetella rosea (Dana, 1847)
Caecosagitta macrocephala Fowler, 1904
Macrosetella norvergica (Boeck, 1864)
Ferosagitta hispida (Conant, 1895)*
Família Clytemnestridae (Scott, 1909)
Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853)
Clytemnestra scutellata (Dana, 1848)
Parasagitta tenuis (Conant, 1896)
Família Euterpinidae (Brian, 1921)
Sagitta bipunctata (Quoy & Gaimard, 1827)*
Euterpina acutifrons (Dana, 1852)
Sagitta sp.
Classe Malacostraca
Família Pterosagittidae
Subclasse Eumalacostraca
Pterosagitta draco (Krohn, 1853)
Superordem Peracarida
Subordem Flabellodontina
Ordem Cumacea*
Família Krohnittidae
Ordem Amphipoda
Krohnitta pacifica (Aida, 1897)
Ordem Isopoda
Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)*
Ordem Mysidacea
Filo Echinodermata (larvas)
Superordem Eucarida
Filo Chordata
Ordem Decapoda (larvas)
SubFilo Urochordata
Infraordem Penaeoidea
Classe Ascidiacea
Família Penaeidae
Classe Appendicularia
Subordem Dendrobranchiata
Família Oikopleuridae
Família Luciferidae
Subfamília Oikopleurinae
Lucifer faxoni (Borradaile, 1915)*
Oikopleura dioica (Fol,1872)
Família Sergestidae
Oikopleura rufescens (Fol, 1872)
Infraordem Thalassinidae
Oikopleura longicauda (Vogt, 1854)
Família Callianassidae*
Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855)
Família Upogebidae*
Oikopleura fusiformis (Fol, 1872)*
Plano de Controle Ambiental DIGV
270
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Reino Animalia
Infraordem Caridea
Oikopleura sp.
Família Alpheidae*
Família Fritillaridae
Família Oplophoridae*
Subfamília Fritillarinae
Família Hippolytidae*
Fritillaria sp.
Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)*
Classe Thaliacea
Infraordem Anomura
Ordem Salpida
Família Albuneidae*
Família Salpidae
Família Paguridae*
Thalia democrática (Forskal, 1775)*
Família Porcellanidae*
Família Doliolidae
Infraordem Brachyura*
Doliolum nationalis (Borgert, 1893)
Subfilo Vertebrata
Dolioletta gegenbauri (Uljanin, 1884)
Classe Osteichthyes (ovos e larvas)
Subfilo Cephalochordata
* nova ocorrência para a área de influência da CNAAA
Os grupos zooplanctônicos Ctenophorae e Heteropoda (Mollusca), coletados durante o
estudo Pré-Operacional e ao longo do monitoramento (1986 a 2002), não foram
registrados na presente amostragem. A dominância dos grupos foi semelhante para as
duas áreas. Os copépodes foram os mais abundantes, com 75% do total do zooplâncton
em Itaorna e 80% em Piraquara de Fora. Os cladóceros foram o segundo grupo mais
abundante com percentuais de 20% e 18% em Itaorna e Piraquara de Fora,
respectivamente. A dominância de Copepoda em número de espécies (composição) e
densidade (abundância) em todas as estações de coleta é um fato comum no zooplâncton
marinho.
Quanto à distribuição espacial do zooplâncton, esta foi influenciada, principalmente, pelo
fluxo da Água Tropical (AT) e da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na plataforma
interna e pela topografia da baía. Foram detectadas altas densidades da salpa Thalia
democratica influenciando a distribuição do zooplâncton, o que deve ter sido a
responsável pela baixa densidade de larvas de peixe.
Com relação à existência da Usina, não foi verificada a existência de impacto sobre a
população zooplanctônica em função dos efluentes líquidos gerados. Após a análise das
amostras coletadas ao longo de um ano, pode-se concluir que o corpo d´água presente na
baía da Ribeira apresentou variações temporais de temperatura e salinidade semelhantes
a outros sistemas costeiros. Os valores de densidade zooplanctônica apresentaram um
padrão de sazonalidade e, comparando estes valores atuais com a campanha préoperacional, observou-se que houve um incremento dos mesmos. As mudanças sazonais
na densidade do zooplâncton já foram relatadas para outros sistemas costeiros, onde os
maiores valores estão associados ao final da primavera e no verão (NOGUEIRA et al.,
Plano de Controle Ambiental DIGV
271
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
1987 e DIAS, 1994). Os estudos realizados para o EIA de Angra 3 mostram uma
consonância com os dados dos estudos anteriores. Entretanto, de acordo com esse
estudo, podem ser feitas algumas observações:
As estações mais distantes dos pontos de captação e saída do efluente foram as que
apresentaram maiores densidades. Ao longo dos ciclos de marés, as densidades totais de
zooplanctôn foram superiores em Itaorna, mas com um menor número de espécies.
Apesar de não ter sido observado diferença na composição do zooplâncton ao longo do
ciclo de maré foi observado diferença na densidade entre Itaorna e Piraquara de Fora.
Segue abaixo na Tabela III.55 as espécies do zooplâncton levantados conforme estudos
do diagnóstico ambiental para Angra 3.
Tabela III.55 - Lista obtida do zooplâncton levantado conforme estudos do diagnóstico
ambiental para Angra 3.
Zooplâncton
Filo Mollusca
Filo Sarcomastigophora
Classe Gastropoda (larvas)
Subfilo Sarcodina
Subclasse Prosobranchia
Superclasse Rhizopoda
Ordem Mesogastropoda
Classe Granuloreticulosea
Superfamília Heteropoda
Ordem Foraminífera*
Subclasse Opistobranchia
Superclasse Actinopodea
Ordem Thecosomata (pteropodas)
Classe Radiolaria*
Classe Bivalvia (larvas)
Filo Cnidaria
SubFilo Medusozoa
Filo Platyhelminthes
Superclasse Hydrozoa
Subfilo Turbellaria*
Classe Siphonophora
Classe Hydroidomedusae
Filo Ctenophorae
Filo Nematoda
Filo Annelida
Classe Polychaeta (larvas)
Filo Arthropoda
Filo Chaetognatha
SubFilo Crustacea
Classe Sagittoidea
Classe Ostracoda
Ordem Aphragmophora
Classe Branchiopoda
Subordem Ctenodontina
Família Sagittidae
Ordem Ctenopoda
Plano de Controle Ambiental DIGV
272
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Zooplâncton
Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881)
Família Sididae
Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836)
Penilia avirostris (Dana, 1849)
Mesosagitta minima (Grassi, 1881)
Ordem Onychopoda
Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911)
Família Podonidae
Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862)
Caecosagitta macrocephala (Fowler, 1904)
Evadne spinifera (Müller, 1868)
Ferosagitta hispida (Conant, 1895)*
Evadne nordmani (Loven, 1835)
Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853)
Evadne sp.
Parasagitta tenuis (Conant, 1896)
Podon intermedius Lilljeborgi, 1853*
Sagitta
1827)*
Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859)
bipunctata
(Quoy
&
Gaimard,
Sagitta sp.
Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)*
Família Pterosagittidae
Pleopis sp.
Pterosagitta draco (Krohn, 1853)
Classe Copepoda
Subordem Flabellodontina
Ordem Calanoida
Família Krohnittidae
Família Calanidae
Krohnitta pacifica (Aida, 1897)
Undinula vulgaris (Dana, 1849)*
Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)*
Família Acartiidae
Filo Echinodermata (larvas)
Acartia lilljeborgi (Giesbrecht, 1892)
Acartia sp.
Família Paracalanidae
Paracalanus crassirostris (Dahl, 1894)
Parvocalanus quasimodo (Bowman, 1971)
Paracalanus aculeatus (Giesbrecht, 1888)
Paracalanus parvus (Claus, 1863)
Paracalanus indicus (Wolfenden, 1905)
Acrocalanus longicornis (Giesbrecht, 1888)
Calocalanus pavoninus (Farran, 1936)
Calocalanus contractus (Farran, 1926)*
Calocalanus sp.
Família Mecynoceridae
Mecynocera clausi (Thompson, 1888)
Família Clausocalanidae
Clausocalanus furcatus (Brady, 1883)
Plano de Controle Ambiental DIGV
273
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Zooplâncton
Ctenocalanus citer Heron & Bowman, 1971
Família Eucalanidae
Subeucalanus pileatus (Giesbrecht, 1888)
Subeucalanus sp.
Família Temoridae
Temora stylifera (Dana, 1849)
Família Centropagidae
Centropages furcatus (Dana, 1849)
Família Pseudodiaptomidadae
Pseudodiaptomus acutus (Dahl, 1894)
Família Candacidae
Candacia curta (Dana, 1849)*
Família Pontellidae
Calanopia americana (Dahl, 1894)
Pontellopsis brevis (Giesbrecht, 1889)
Ordem Cyclopoida
Família Oithonidae
Oithona hebes (Giesbrecht, 1891)
Oithona similis (Claus, 1863)
Oithona oculata (Farran, 1913)
Oithona nana (Giesbrecht, 1892)
Oithona plumifera (Baird, 1843)
Oithona sp.
Ordem Poecilostomatoida
Família Corycaeidae
Corycaeus giesbrechti (Dawl, 1894)
Corycaeus speciosus (Dana, 1849)*
Farranula gracilis (Dana, 1853)
Família Oncaeidae
Oncaea venusta (Philippi, 1843)
Oncaea media (Giesbrecht, 1891)
Oncaea curta (Sars, 1916)
Oncaea minuta (Giesbrecht, 1892)
Plano de Controle Ambiental DIGV
274
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Zooplâncton
Família Sapphrinidae
Copila mirabilis (Dana, 1849)
Sapphirina nigromaculata (Claus, 1863)*
Família Clausidiidae
Hemyciclops thalassius (Vervoort & Ramirez, 1966)
Ordem Harpacticoida
Família Miracidae
Macrosetella gracilis (Dana, 1848)
Família Ectinosomatidae (Sars, 1903)
Microsetella rosea (Dana, 1847)
Macrosetella norvergica (Boeck, 1864)
Família Clytemnestridae (Scott, 1909)
Clytemnestra scutellata (Dana, 1848)
Família Euterpinidae (Brian, 1921)
Euterpina acutifrons (Dana, 1852)
Classe Malacostraca
Subclasse Eumalacostraca
Superordem Peracarida
Ordem Cumacea*
Ordem Amphipoda
Ordem Isopoda
Ordem Mysidacea
Superordem Eucarida
Ordem Decapoda (larvas)
Infraordem Penaeoidea
Família Penaeidae
Subordem Dendrobranchiata
Família Luciferidae
Lucifer faxoni (Borradaile, 1915)*
Família Sergestidae
Infraordem Thalassinidae
Família Callianassidae*
Família Upogebidae*
Plano de Controle Ambiental DIGV
275
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Zooplâncton
Infraordem Caridea
Família Alpheidae*
Família Oplophoridae*
Família Hippolytidae*
Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)*
Infraordem Anomura
Família Albuneidae*
Família Paguridae*
Família Porcellanidae*
Infraordem Brachyura*
Família Leucosiidae*
Família Majidae*
Família Pinnotheridae*
Família Portunidae*
Hexapanopeus schmitti (Rathbun, 1898)*
Mennipe nodifrons (Stimpson, 1859)*
Classe Cirripedia (náuplios e cypris)
Filo Chordata
SubFilo Urochordata
Classe Ascidiacea
Classe Appendicularia
Família Oikopleuridae
Subfamília Oikopleurinae
Oikopleura dioica (Fol,1872)
Oikopleura rufescens (Fol, 1872)
Oikopleura longicauda (Vogt, 1854)
Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855)
Oikopleura fusiformis (Fol, 1872)*
Oikopleura sp.
Família Fritillaridae
Subfamília Fritillarinae
Fritillaria sp.
Classe Thaliacea
Plano de Controle Ambiental DIGV
276
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Zooplâncton
Ordem Salpida
Família Salpidae
Thalia democrática (Forskal, 1775)*
Família Doliolidae
Doliolum nationalis (Borgert, 1893)
Dolioletta gegenbauri (Uljanin, 1884)
Subfilo Cephalochordata
Subfilo Vertebrata
Classe Osteichthyes (ovos e larvas)
* nova ocorrência para a área einfluência da CNAAA
•
Comunidades Bênticas
Ao conjunto de organismos que habitam o fundo oceânico é dado o nome de Bentos
marinho. Podem ser encontrados desde a preamar até o fundo das fossas abissais.
Podem ser divididos em duas categorias: Fitobentos e Zoobentos. Ambos vivem em
diferentes substratos denominado duro ou consolidado (costões rochosos, parcéis, lajes e
etc.) e; substrato móvel ou incosolidado (praias arenosas, lodosas e etc.), possuindo como
representantes, tanto as formas sésseis quanto sedentárias.
Os estudos que tratam de algas marinhas bentônicas das proximidades da CNAAA
(Unidade 3), foram classificados, em função de sua abordagem, em: florística (15
referências), taxonomia (1 referência), ecologia (7 referências), toxicologia (1 referência),
bioacumulação (5 referências) e química (4 referências). Seus principais resultados foram
salientados e comentados. Algumas críticas acompanham a apresentação desses
estudos. Ênfase especial foi dada ao estudo de monitoramento ambiental, realizado pela
Eletronuclear, por ser o de mais longa duração na área.
A partir dos dados obtidos no diagnóstico do EIA de Angra 3, as listagens, conforme
estudos do diagnóstico ambiental, foram organizadas separadamente para os táxons do
fitobentos e do zoobentos, conforme mostrado na Tabela III.56.
Plano de Controle Ambiental DIGV
277
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.56 – Táxons do fitobentos e do zoobentos
Fitobentos
RHODOPHYTA
Rhodophyceae
Bangiophycidae
Porphyridiales
Porphyridiaceae
Stylonema alsidii (Zanardini) K.M. Drew
Erythropeltidales
Erythrotrichiaceae
Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh
Florideophycidae
Acrochaetiales
Acrochaetiaceae*
Acrochaetium daviesii (Dillwyn) Nägeli*
Acrochaetium flexuosum Vickers*
Acrochaetium hallandicum (Kylin) Hamel*
Acrochaetium hypneae Börgesen
Acrochaetium microscopicum (Nägeli ex Kütz.) Nägeli
Acrochaetium sp.
Corallinales
Corallinaceae
Mastophoroideae
Pneophyllum fragile Kütz.
Corallinoideae
Jania adhaerens J.V. Lamour. *
Jania pumila J.V. Lamour.*
Jania ungulata (Yendo) Yendo
Amphiroideae
Amphiroa beauvoisii J.V. Lamour.
Plano de Controle Ambiental DIGV
278
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Amphiroa brasiliana Decne
Amphiroa fragilissima (L.) J.V. Lamour.
Gelidiales
Gelidiaceae
Gelidium crinale (Turner) Gaillon
Gelidium floridanum W.R. Taylor
Gelidium pusillum (Stackh.) Le Jolis
Pterocladia bartlettii W. R. Taylor
Gelidiellaceae
Gelidiella trinitatensis W.R. Taylor
Hildenbrandiales
Hildenbrandiaceae
Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh.
Nemaliales
Galaxauraceae
Galaxaura marginata (J. Ellis & Sol.) J.V. Lamour.
Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns.
Bonnemaisoniales
Bonnemaisoniaceae
Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis.
Gigartinales
Gigartinaceae
Chondracanthus acicularis (Roth) Fredericq
Hypneaceae
Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V. Lamour.
Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz.
Peyssonneliaceae
Peyssonnelia spp.
Phyllophoraceae
Gymnogongrus griffithsiae (Turner) Mart.
Halymeniales
Plano de Controle Ambiental DIGV
279
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Halymeniaceae
Grateloupia cuneifolia J. Agardh *
Halymenia bermudensis Collins & M. Howe
Rhodymeniales
Champiaceae
Champia parvula (C. Agardh) Harv.
Champia vieillardii Kütz.
Lomentariaceae
Lomentaria corallicola Börgesen.
Rhodymeniaceae
Gelidiopsis planicaulis (W.R. Taylor) W.R. Taylor
Gelidiopsis variabilis (Grev. ex J. Agardh) F. Schmitz
Ceramiales
Ceramiaceae
Aglaothamnion cordatum (Börgesen) Feldm.-Maz.
Aglaothamnion felliponei (M. Howe) Aponte, D.L. Ballant. & J.N. Norris*
Aglaothamnion cf. tenuissimum (Bonnemais.) Feldm.-Mas.
Aglaothamnion sp.
Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli*
Antithamnion lherminieri (P. Crouan & H. Crouan) Bornet ex Nasr
Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve
Ceramium brasiliense A.B. Joly
Ceramium brevizonatum H.E. Petersen.
Ceramium comptum Börgesen.
Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss.
Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt
Ceramium tenerrinum (G. Martens) Okamura.
Spermothamnion nonatoi A.B. Joly
Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook
Wrangelia argus (Mont.) Mont.
Dasyaceae
Plano de Controle Ambiental DIGV
280
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Dasya spp.
Heterosiphonia crispella (C. Agardh) M.J. Wynne
Delesseriaceae*
Taenioma nanum (Kütz.) Papenf.
Rhodomelaceae
Acanthophora spicifera (Vahl) Börgesen
Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz.
Chondria atropurpurea Harv.
Chondria platyramea A.B. Joly & Ugadim in Joly et al.
Chondria polyrhiza Collins & Herv.
Chondria sp.
Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn
Laurencia filiformis (C. Agardh) Mont. *
Laurencia majuscula (Harv.) Lucas
Laurencia papillosa (C. Agardh) Grev.
Laurencia scoparia J. Agardh
Lophocladia trichoclados (C. Agardh) F. Schmitz
Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. ex Harv. in Hook.
Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh
Polysiphonia scopulorum Harv.
Polysiphonia subtilissima Mont. *
Polysiphonia tepida Hollenb.
PHAEOPHYTA
Phaeophyceae
Ectocarpales
Ectocarpaceae
Asteronema rhodochortonoides (Börgesen) D.G. Müller & Parodi
Bachelotia antillarum (Grunow) Gerloff
Feldmannia indica (Sond.) Womersley & A. Bailey
Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel
Plano de Controle Ambiental DIGV
281
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Chordariales
Ralfsiaceae
Ralfsia expansa (J. Agardh) J. Agardh
Scytosiphonales
Scytosiphonaceae
Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier in Castagne
Rosenvingea intricata (J.Agardh) Börgesen
Sphacelariales
Sphacelariaceae
Sphacelaria brachygonia Mont.
Sphacelaria rigidula Kütz.
Sphacelaria tribuloides Menegh.
Dictyotales
Dictyotaceae
Dictyopteris delicatula J.V. Lamour.
Dictyopteris plagiogramma (Mont.) Vickers
Dictyota bartayresiana J.V. Lamour.
Dictyota cervicornis Kütz.
Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz. *
Dictyota crenulata J. Agardh
Dictyota crispata J.V. Lamour.
Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira
Padina antillarum (Kütz.) Picc.
Padina gymnospora (Kütz.) Sond.
Spatoglossum schroederi (C. Agardh) Kütz
Fucales
Sargassaceae
Sargassum filipendula C. Agardh
Sargassum vulgare C. Agardh
CHLOROPHYTA
Plano de Controle Ambiental DIGV
282
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Ulvophyceae
Ulvales
Ulvaceae*
Enteromorpha clathrata (Roth) Grev.
Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Flexuosa *
Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Paradoxa (C. Agardh) Blinding
Ulva lactuca L.
Ulvellaceae*
Entocladia viridis Reinke
Cladophorales
Cladophoraceae
Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz.
Chaetomorpha brachygona Harv.
Chaetomorpha gracilis Kütz.
Chaetomorpha nodosa Kütz.. *
Cladophora brasiliana G. Martens*
Cladophora coelothrix Kütz.
Cladophora corallicola Börgesen.*
Cladophora dalmatica Kütz.
Cladophora montagneana Kütz.
Cladophora prolifera (Roth) Kütz.
Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek
Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv.
Siphonocladaceae
Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Börgesen
Bryopsidales
Bryopsidaceae
Bryopsis hypnoides J.V. Lamour.
Bryopsis pennata J.V. Lamour.
Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh
Plano de Controle Ambiental DIGV
283
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Derbesia tenuissima (Moris & De Not.) P. Crouan & H. Crouan*
Pseudoderbesia arbuscula E. Calderon & Schnetter ?
Codiaceae
Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe
Codium intertextum Collins & Herv.
Codium taylorii P.C. Silva
Caulerpaceae
Caulerpa fastigiata Mont.
Caulerpa racemosa (Forsskäl) J.Agardh
Caulerpella ambigua (Okamura) Prud'homme & Lokhorst
Dasycladales
Polyphysaceae
Acicularia schenckii (K. Möbius) Solms
* nova ocorrência para a área de influência da CNAAA.
Para fitobentos foram identificadas, 124 espécies de macroalgas, com as maiores riquezas
provenientes das ordens Ceramiales (36 espécies), Dictyotales (11 espécies) e
Cladophorales (12 espécies). Segundo o estudo do diagnóstico do EIA de Angra 3, o
fitobentos pode ser considerado como muito rico, com uma diversidade bastante alta, com
marcante variação no número de espécies entre os pontos de amostragem, e aumentando
do raso para o fundo do costão.
A Tabela III.57 lista os zoobentos encontrados, segundo estudos do diagnóstico do EIA de
Angra 3.
Plano de Controle Ambiental DIGV
284
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.57 – Zoobentos encontrados no diagnóstico do EIA de Angra 3
Zoobentos
Filo Cnidaria
Classe Anthozoa
Ordem Actiniaria
Anemonia sargassensis
Bunodosoma caissarum
Ordem Scleractinia
Scleractinia morfotipo 1
Scleractinia morfotipo 2
Filo Platyhelminthes
Classe Turbellaria
Filo Nemertinea
Filo Nematoda
Filo Annelida
Classe Polychaeta
Família Amphinomidae
Eurythoe sp.
Família Capitellidae
Capitella sp.
Capitellidae sp. 1
Família Cirratulidae
Cirratulus sp.
Tharyx sp.
Cirratulidae sp.1
Família Chrysopetalidae
Chrysopetalum sp.
Família Dorvilleidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
285
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Dorvillea sp.
Família Eunicidae
Eunice sp
Família Hesionidae
Podarke sp.
Família Lumbrineridae
Lumbrineris sp.
Família Lysaretidae
Oenone sp.
Família Nereididae
Neanthes sp.
Nereis sp.
Família Phyllodocidae
Phyllodocinae sp.1
Família Polynoidae
Chaetacanthus sp.
Lepidonotus sp.
Família Sabellidae
Branchiomma sp.
Hypsicomus sp.
Megalomma sp.
Sabellinae sp.1
Família Serpulidae
Serpulinae sp.1
Família Sigalionidae
Sigalion sp.
Família Spionidae
Polydora sp.
Família Syllidae
Exogone sp
Syllis (Syllis) sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
286
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Syllis sp.
Trypanosyllis sp.
Syllinae sp.1
Família Terebellidae
Nicolea sp.
Thelepus sp.
Filo Sipuncula
Filo Echiura
Filo Mollusca
Classe Polyplacophora
Família Ischnochitonidae
Ischinochiton striolatus
Classe Gastropoda
Família Aplysiidae
Aplysia sp.
Família Buccinidae
Pisania auritula
Família Bullidae
Bulla striata
Bulla sp.
Família Caecidae
Caecum brasilicum
Caecum rysotitum
Família Cerithiidae
Bittium varium
Cerithium atratum
Família Cerithipsidae
Cerithiopsis emersoni
Cerithiopsis sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
287
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família Certhiopsidae
Seila adamsi
Família Collumbellidae
Anachis fennelli
Anachis sertulariarum
Anachis sparsa
Mitrella dichroa
Mitrella lunata
Família Diastomatidae
Finella dubia
Família Epitoniidae
Epitonium sp.
Família Fasciolariidae
Leucozonia nassa
Família Fossaridae
Fossarus sp.
Família Haliotidae
Fissurella sp.
Família Modulidae
Modulus modulus
Morula nodulosa
Família Muricidae
Favartia cellulosa
Família Nassariidae
Nassarius albus
Família Pyramidellidae
Chrysalida jadisi
Miralda sp.
Odostomia sp.
Peristichia agria
Turbonilla sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
288
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família Rissoidae
Alvania auberiana
Rissoina catesbyana
Família Scissurellidae
Scissurella sp.
Família Thaididae
Stramonita haemastoma
Família Tricoliidae
Tricolia affinis
Família Triphoridae
Triphora sp.
Família Trochidae
Tegula viridula
Família Turbinidae
Astraea tecta
Astraea latispina
Família Turridae
Mangelia rugirima
Pyrgocytara guarani
Família Vermetidae
Petaloconchus sp.
Ordem Nudibranchia
Classe Bivalvia
Família Arcidae
Anadara notabilis
Arca imbricata
Barbatia dominguensis
Família Chamidae
Chama sp.
Pseudochama radians
Família Crassatellidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
289
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Crassinella lunulata
Família Gastrochaenidae
Gastrochaena hians
Família Hiatellidae
Hyatela sp.
Família Isognomonidae
Isognomon sp.
Família Lasaeidae
Lasea adamsoni
Família Mytilidae
Brachidontes exustus
Gregariella coralliophila
Lithophaga sp.
Modiolus carvalhoi
Musculus viator
Família Ostreidae
Ostrea sp.
Família Petricolidae
Petricola typica
Família Pteriidae
Pinctada imbricata
Família Veneridae
Gouldia cerina
Filo Arthropoda
Sub-filo Chelicerata
Classe Pycnogonida
Sub-filo Crustacea
Classe Maxillopoda
Sub-classe Ostracoda
Sub-classe Cirripedia
Plano de Controle Ambiental DIGV
290
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Família Balanidae
Balanus trigonus
Megabalanus tintinnabulum
Família Tetraclitidae
Tetraclita stalactifera
Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca
Superordem Eucarida
Ordem Decapoda
Subordem Dendrobranchiata
Subordem Pleocyemata
Família Palaemonidae
Periclimenes americanus
Periclimenes longicaudatus
Periclimenes sp.
Família Alpheidae
Alpheus sp.
Synalpheus fritzmuelleri
Família Hippolytidae
Hippolyte curacaoensis
Hippolyte pleuracanthus
Hippolyte zostericola
Hippolyte sp.
Família Paguridae
Pagurus brevidactylus
Pagurus critinicornis
Pagurus provenzanoi
Família Diogenidae
Calcinus tibicens
Clibanarius antillensis
Clibanarius sclopetarius
Plano de Controle Ambiental DIGV
291
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Paguristes tortugae
Paguristes calliopsis
Família Majidae
Acanthonyx petiverii
Apromithrax violaceus
Epialtus bituberculatus
Microphrys bicornutus
Microphrys sp.
Mithraculus forceps
Mithrax sp.
Podochela gracilipes
Família Porcellanidae
Pachycheles monilifer
Família Xanthidae
Eriphia gonagra
Panopeus americanus
Panopeus bermudensis
Panopeus sp
Pilumnus dasypodus
Pilumnus sp.
Micropanope sp.
Micropanope nuttingi
Família Portunidae
Charybdis hellery
Superordem Peracarida
Ordem Tanaidacea
Ordem Isopoda
Subordem Anthuridea
Família Anthuridae
Paranthura urochroma
Família Sphaeromatidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
292
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Sphaeroma terebrans
Subordem Flabellifera
Família Cirolanidae
Eurydice emarginata
Subordem Gnathiidea
Família Gnathiidae
Gnathia ubatuba
Subordem Asellota
Família Janiridae
Janaira sp.
Ordem Amphipoda
Subordem Caprellidea
Família Caprellidae
Caprella scaura
Subordem Gammaridea
Família Amphitoidae
Ampithoe ramoundi
Cymadusa filosa
Família Melitidae
Dulichella appendiculata
Elasmopus rapax
Família Leucothoidae
Leucothoe spinicarpa
Família Hyalidae
Hyale media
Família Corophiidae
Corophium quadriceps
Família Ischyroceridae
Ericthonuis brasiliensis
Cerapus tubularis
Família Liljeborgidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
293
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Liljeborgia dubia
Família Lysianassidae
Lysianassa Brasiliensis
Família Bateidae
Batea catharinense
Família Colomastigidae
Colomastix sp.
Classe Insecta
Filo Echinodermata
Classe Asteroidea
Asteroidea (morfotipo I)
Família Oreasteridae
Oreaster reticulatus
Família Echinasteridae
Echinaster brasiliensis
Família Linckiidae
Linckia guildingii
Classe Echinoidea
Família Arbaciidae
Arbacia sp.
Família Echinometridae
Echinometra lucunter
Família Taxopneustidae
Lytechinus variegatus
Lytechinus sp.
Família Echinidae
Paracentrotus gaimardi
Classe Holothuroidea
Filo Hemichordata
Plano de Controle Ambiental DIGV
294
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Sub-filo Urochordata
Classe Ascidiacea (formas solitárias)
Phallusia nigra
Para zoobentos foram coletados 28.578 indivíduos, sendo identificados um total de 214
táxons, representando 14 grandes grupos zoológicos, sendo o filo Mollusca o mais
abundane, seguido de Polychaeta e Crustacea.
As espécies de gastrópodes Bittium varium e Caecum brasilicum foram os mais
representativos, seguidos por algumas espécies de poliquetos e um bivalve exótico
(Isognomum sp), provavelmente introduzido na costa brasileira por água de lastros de
navios e plataformas de petróleo, já tendo sido assinalado em Arraial do Cabo, Rio das
Ostras e Macaé (Almeida, observação de campo), onde parece competir por espaço com
o mexilhão Perna-perna.
Segundo o diagnóstico do EIA de Angra 3, as praias de Fora do Mamede e Brava (Ponta
Grande) que se encontram na Área de Influência do empreendimento apresentaram
condições compatíveis com o esperado para praias oceânicas na riqueza de espécies.
Para o zoobentos do sedimento, foram coletados 3.872 indivíduos na área estudada, que,
de acordo com a área do amostrados, correspondem a uma densidade de 2.151
organismos/m2, distribuídos em 144 táxons, que representam 12 grandes grupos
zoológicos, dos quais o filo Mollusca foi o mais abundantes em todas as estações de
coleta.
Nove espécies de Mollusca foram as mais abundantes e responsáveis por 60% da fauna
total: Semeli mucoloides, Codakia costata, Finella dúbia, Acteocina bidentata, Nucula
semiomata, Acteocina bullata, Transenella sttimpsoni, Antalis sp e Caecum brasilicum.
O segundo grupo em importância foi Annelida e as espécies mais abundantes foram
Polygordius sp., Hemipodius sp, Prionospio sp. 1, Maelona sp., Haploscoloplos sp. E
Magelona cincta. O terceiro grupo mais abundante foi Crustácea, com as espécies de
anfípodos Ampelisciphotis podophtalma, Tiborunella viscana e Ampelisca crustata sendo
as mais importantes deste grupo. O quarto grupo foi Cnidária com uma única espécie
importante: Edwardsia sp.
Espécies de Valor Comercial
Considerando que nos municípios pertencentes à baía de Ilha Grande, a atividade
pesqueira ocupa posição de destaque no contexto sócio-econômico da região, se faz
importante fazer uma caracterização das principais espécies bentônicas da pesca. Sabese que as espécies mais capturadas pertecem ao grupo Crustacea, representadas pelos
camarões marinhos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
295
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Os camarões da familia Peneidae constituem outro importante recurso pesqueiro, não
somente na área de influência, como em nível nacional e internacional. Dos crustáceos de
valor comercial na área de influência, encontra-se o camarão rosa e o branco.
Os camarões da familia Peneidae da área de influência, pertencem a diferentes espécies,
apresentando características ecológicas e biológicas distintas, porém, com ciclos de
desenvovimento muito semelhantes. Genericamente, pode-se considerar que as fêmeas
maduras desovam em mar aberto, os ovos dão origem às larvas, que desenvovem-se e
passam por vários estágios larvares até converter-se em pós - larvas. A partir deste
estágio, o camarão passa a fazer parte integrante dos bentos, migrando em direção à
costa, penetrando em estuários, lagoas costeiras e baías, iniciando na fase pré-adulta, o
retorno para mar aberto, atingindo a fase adulta onde reproduzem-se e completam seu
ciclo biológico.
Os impactos gerados pela ocupação humana na costa são na maioria impactos
ambientais negativos e que constituem interferências significativas à manutenção da
qualidade de água como os aterros a mangues, a pesca predatória.
A pesca vem decrescendo consideravelmente em relação os anos anteriores. A produção
de sardinha caiu do patamar de 60.000 toneladas em 1980 para aproximadamente 6.000
toneladas em 1990. Desta forma, observa-se à diminuição dos estoques e da produção
pesqueira, apesar das frotas terem seu esforço de pesca aumentado.
O declínio da pesca do camarão e da fauna acompanhante gerou um sério problema
social, aonde os pescadores gradativamente vem abandonando a pesca e buscando
outras atividades para garantir sua sobrevivência. Neste contexto, a maricultura emergiu
como uma atividade alternativa e paralela à pesca, de baixo custo, que poderá em curto
prazo minimizar os problemas do pesqueiro.
•
Ictiofauna
ANJOS (1993) estudou a composição, distribuição e abundância da Ictiofauna da Baía de
Ilha Grande, distinguindo diferentes sub-áreas segundo as suas comunidades ícticas.
Estes dados estão descritos na Tabela III.58.
Plano de Controle Ambiental DIGV
296
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.58 - Ocorrências de Espécies de Peixes por sub-áreas da Baía da Ilha Grande
Segundo Anjos (1993).
Espécies
Nome Popular
Sub-área
2
5
6
Carcharinus limbatus
Cação
x
x
Rhyzoprionodon lalandei
Cação-frango
x
x
Squatina argentina
Cação-anjo
x
x
Rhinobatus percellens
Cação-viola
x
x
x
Zapterix brevirostris
Raia
x
x
x
Narcine brasiliensis
Raia-treme-treme
x
x
Dasyatis sayi
Raia-mijona
x
Dasyatis guttata
Raia-lixa
x
Aetobatis narinari
Raia-pintada
x
Myliobatis freminvillei
Raia-sapo
x
Rhinoptera bonasus
Raia-ticonha
x
Gymnothorax ocellatus
Moreia-pintada
x
Gymnothorax moringa
Moreia
x
Opisthonema oglinum
Sardinha-bandeira
x
x
Harengula clupeola
Sardinha-cascuda
x
x
Sardinella brasiliensis
Sardinha-verdadeira
x
Pellona harroweri
Sardinha
x
Chirocentrodon bleekerianus
Sardinha
x
Cetengraulis edentulus
Sardinha-boca-torta
x
Anchoa tricolor
Manjuba
x
Bagre marinus
Bagre-bandeira
x
Genidens genidens
Bagre-urutu
x
Sciadeichthys luniscutis
Bagre-guri
x
x
Notarius grandicassis
Bagre-papai
x
x
Arius spixii
Bagre-amarelo
x
x
Netuma barba
Bagre-branco
x
x
Synodus foetens
Peixe-lagarto
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
297
7
9
x
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies
Nome Popular
Sub-área
2
5
6
7
9
Lophius gastrophysus
Peixe-sapo
Ogcocephalus vespertilio
Peixe-morcego
x
Xenomelaniris brasiliensis
Peixe-rei
x
Hippocampus reidi
Cavalo-marinho
Scorpaena isthmensis
Mangangá
Prionotus punctatus
Cabrinha
x
x
x
Dactylopterus volitans
Coió
x
x
x
Diplectrum radiale
Michole-da-areia
x
x
x
Diplectrum formosun
Michole-da-areia
x
x
x
Mycteroperca bonaci
Badejo-quadrado
x
x
Mycteroperca rubra
Badejo-mira
x
Mycteroperca microlepis
Badejo-da-areia
x
x
Epinephelus morio
Garoupa-de-são-tomé
x
x
Epinephelus guaza
Garoupa-verdadeira
x
Epinephelus niveatus
Cherne
x
Alphestes afer
Badejo
Rypticus randalli
Badejo-sabão
x
Priacanthus arenatus
Olho-de-cão
x
Priacanthus cruentatus
Olho-de-cão
x
Chloroscombrus chrysurus
Palombeta
x
Oligoplites saliens
Guaivira
x
Selene setapinnis
Peixe-galo
x
Selene vomer
Peixe-galo
x
Decapterus punctatus
Xixarro
x
Trachurus lathami
Xixarro
x
Trachinotus goodei
Pampo
Centropomus undecimalis
Robalo
Lutjanus sinagris
Vermelho-henrique
Plano de Controle Ambiental DIGV
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
298
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies
Nome Popular
Sub-área
2
5
6
7
9
10
11
x
x
Lutjanus annalis
Caranha-vermelha
Eucinostomus argenteus
Carapicu
x
x
x
x
x
Eucinostomus gula
Carapicu
x
x
x
x
x
Eugerres brasilianus
Carapicu
x
Diapterus olisthostomus
Carapeba
x
Diapterus rhombeus
Carapeba
x
Boridia grossidens
Cocoroca
Haemulon aurolineatum
Cocoroca
x
Haemulon steindachneri
Cocoroca-preta
x
Pomadasys corvinaeformis
Corriquincho
x
Orthopristis ruber
Cocoroca-branca
x
Conodon nobilis
Roncador
x
x
Archosargus rhomboidalis
Sargo-de-dente
x
x
Diplodus argenteus
Marimbá
x
Calamus penna
Peixe-pena
x
Pagrus pagrus
Pargo
Menticirrhus americanus
Papa-terra
x
Umbrina coroides
Castanha
x
Ctenosciaena gracilicirrhus
Cangauá
x
Paralonchurus brasiliensis
Maria-luiza
x
Micropogonias furnieri
Corvina
x
Larimus breviceps
Oveva
x
Pareques acuminatus
Equetos
x
Isopisthus parvipinnis
Pescadinha
x
Odontoscion dentex
Pescada
Cynoscion leiarchus
Pescada-branca
x
Cynoscion jamaicensis
Goete
x
Steliffer rastrifer
Corvina
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
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x
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x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
299
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies
Nome Popular
Sub-área
2
5
6
Pseudopenneus maculatus
Salmonete
x
Upenneus parvus
Trilha
x
Kyphosus incisor
Piranjica
Chaetodipterus faber
Peixe-enxada
x
Chaetodon striatus
Peixe-borboleta
x
Pomacanthus paru
Peixe-frade
Mugil liza
Tainha
Bodianus rufus
Budião
Halichoeres poeyi
Budião
Trichiurus lepturus
Peixe-espada
Opistognathus cuvieri
Budião
Scomberomorus caballa
Cavala
Peprilus paru
Gordinho
x
Citharichthys spilopterus
Linguado
x
Bothus robinsi
Linguado
x
Syacium papilosum
Linguado
Syacium micrurum
7
9
10
11
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Linguado
x
x
x
Paralichtys brasiliensis
Linguado
x
x
x
Achirus lineatus
Tapa
x
Trinectes paulistanus
Tapa
x
x
x
Symphurus plaguzia
Lingua-de-mulata
x
x
x
Balistes capriscus
Peixe-porco
x
Monacanthus ciliatus
Peixe-porco
Stephanolepis hispidus
Peixe-porco
x
Lagocephalus laevigatus
Baiacu-arara
x
Sphoeroides testudineus
Baiacu
Sphoeroides splengeri
Baiacu
x
Sphoeroides nephelus
Baiacu-panela
x
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
x
x
x
x
300
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies
Nome Popular
TOTAIS POR ÁREAS
Sub-área
2
5
6
7
9
10
11
99
23
58
18
70
30
30
2 - Sabacu (Baía da Ribeira e adjacências), 5 - Laje dos Coronéis e adjacências, 6 - Ilhas dos Porcos e adjacências, 7 - Ponta do Acaiá
e adjacências, 9 - Enseada do Abraão e adjacências, 10 - Ponta do Drago e adjacências e 11 - Ilha de Jorge Grego e adjacências.
O autor do trabalho acima mencionado afirma existirem 25 grupos de peixes explotados
economicamente na Baía da Ilha Grande, dentre os quais destacam-se arraias, goete,
linguado, pescada e corvina que na ocasião do seu estudo perfizeram 86,9% do total das
capturas realizadas.
Em outros trabalhos foram registrados deslocamentos sazonais evidentes da ictiofauna,
em busca de áreas de reprodução ou de expansão das áreas de alimentação, para a
garoupa e o badejo (ANDRADE, 1995). Sendo que para o batata e o namorado os
deslocamentos só foram sugeridos. Ainda afirmou ser a ressurgência observada no litoral
de Cabo Frio, um divisor da fauna de peixes, ocasionando composições distintas na
ictiofauna localizada ao norte e ao sul de Cabo Frio. ANJOS (1993) sugere ser o linguado
o peixe demersal a apresentar maiores deslocamentos sazonais na região, apresentandose mais abundante no interior da baía nos meses de primavera e verão, devendo-se estes
deslocamentos a migrações reprodutivas.
Com relação à área de influência direta da CNAAA, Moraes et alii (1991) estudaram a
ictiofauna do Saco Piraquara de Dentro e do Saco Piraquara de Fora, observando índices
de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era
esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas, além de
registrarem diferenças acentuadas na composição das comunidades ícticas das áreas.
Almeida (1994) analisou o comportamento reprodutivo de Haemulon steindachneri,
coletado no Saco Piraquara de Fora, fazendo um paralelo entre o Programa PréOperacional e o Programa de Monitoração da Fauna e Flora Marinha das Unidades 1 e 2
da CNAAA. A espécie foi escolhida como indicador biológico para a área de necton, por
ser uma das espécies de maior ocorrência e utilizada pela comunidade local na
alimentação. O autor conclui que a comunidade de H. steindachneri, a nível reprodutivo,
tem-se mantida equilibrada na área de influência direta da CNAAA.
Este mesmo autor (1995) estudou a comunidade íctica do Saco Piraquara de Fora (ver
Tabela III.59), comparando novamente a fase Pré-Operacional com os anos subseqüentes
em que a Usina Nuclear Angra 1 esteve funcionando. As espécies Diapterus rhombeus,
Haemulon steindachneri, Eucinostomus argenteus, Prionotus punctatus e Ctenosciaena
gracilichirrhus mantiveram freqüência de 100% e foram as únicas que ocorreram nos seis
períodos analisados. O estudo da diversidade específica sugeriu uma normalidade da
comunidade íctica.
Tabela III.59 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no Saco de Piraquara de Fora,
amostradas nas coletas de arrasto de fundo, realizadas pela Eletronuclear.
Táxon
Plano de Controle Ambiental DIGV
Nome Popular
301
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
PREDADORES DE SUBSTRATOS LODOSOS-ARENOSOS
Raja agassazi
Raia – santa
Rhinobatus percelens
Raia – viola
Rhinoptera horkelli
Raia – viola
Raja platana
Raia
Zapterix brevirostris
Raia
Narcine brasiliensis
Raia - treme - treme
Dasyatis say
Raia – mijona
Dasyatis guttata
Raia – lixa
Dasyatis centroura
Raia – manteiga
Gimnura altavela
Raia – manteiga
Gimnura micrura
Raia – borboleta
Miliobatis freminvillei
Raia – sapo
Rhinoptera bonasus
Raia – ticonha
Gymnothorax ocellatus
Moreia – pintada
Paralichityes spp.
Linguado
Paralichityes orbygniana
Linguado
Cynoscion sp.
Pescada
Cynoscion microlepidotus
Pescada - dentão
Cynoscion jamaicensis
Goete
Cynoscion leiarchus
Pescada - branca
Larimus breviceps
Oveva
Isopisthus parvipinnis
Pescadinha
Citharichtys spilopterus
Linguado
Plano de Controle Ambiental DIGV
302
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
Citharichtys arenaceus
Linguado
Citharichtys macrops
Linguado
Citharichtys spp.
Linguado
Etropus longimanus
Linguado
Etropus intermedius
Linguado
Etropus crossotus
Linguado
Syacium papilosum
Linguado
Syacium micrurum
Linguado
Bothus ocellatus
Linguado
Bothus spp.
Linguado
Achirus achirus
Tapa
Achirus lineatus
Tapa
Achirus declives
Tapa
Symphurus plagusia
Língua - de - mulata
Symphurus spp.
Língua - de - mulata
PLANCTÓFAGOS PELÁGICAS
Harengula clupeola
Sardinha - cascuda
Opisthonema oglinum
Sardinha - bandeira
Chirocentrodon bleeckerianus
Sardinha
Cetengraulis edentulus
Sardinha-boca-torta
Anchoa tricolor
Manjuba
Anchoa lyoleps
Manjuba
Anchoa filifera
Manjuba
Anchoa januaria
Manjuba
Plano de Controle Ambiental DIGV
303
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO INDEFINIDO
Archosargus rhomboidalis
Sargo-de-dente
Calamus penna
Peixe – pena
Haemulon steindachneri
Cocoroca - preta
Pomadacys corvinaeformis
Corriquincho
Orthopristes ruber
Cocoroca - branca
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO LODOSO-ARENOSO
Genidens genidens
Bagre – urutu
Netuma barba
Bagre – branco
Menticirrhus americanus
Papa – terra
Ctenosciaena gracilicirrhus
Cangauá
Umbrina coroides
Castanha
Paralonchuros brasiliensis
Maria – Luiza
Micropogonias furnieri
Corvina
Upenaeus parvus
Trilha
PREDADORES DE SUBSTRATO INDEFINIDO
Synodus foetens
Peixe – lagarto
Trachinocephalus myops
Peixe – lagarto
Porichthys porossisimus
Mangangá – liso
Phrynelox scaber
Peixe – pedra
Ponthopristys rathbuni
Mangangá
Scorpaena brasiliensis
Mangangá
Scorpaena isthimensis
Mangangá
Diplectrum formosum
Michole - da - areia
Plano de Controle Ambiental DIGV
304
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
Diplectrum radiale
Michole - da - areia
Centropomus undecimalis
Robalo
Centropomus parallelus
Robalo
Prionotus punctatus
Cabrinha
Dactylopterus volitans
Coió
Ogcocephalus vespertilio
Peixe – morcego
PREDADORES DE SUBSTRATO ROCHOSO
Epinephelus morio
Garoupa-de-São-Tomé
Epinephelus niveatus
Cherne
Dules auriga
Mariquita
Lutjanus synagris
Vermelho – Henrique
Lutjanus analis
Caranho – vermelho
Rypticus randalli
Badejo – sabão
Priacanthus arenatus
Olho - de – cão
PREDADORES PELÁGICOS
Pomatomus saltator
Enchova
Selene setapinnis
Peixe – galo
Selene vomer
Peixe-galo-de-penacho
Oligoplites saurus
Guaivira
Oligoplites saliens
Guaivira
Caranx latus
Xerelete
Chloroscombrus chrysurus
Palombeta
Hemicaranx amblyrhynchus
Vento – leste
Sphiraena borealis
Bicuda
Plano de Controle Ambiental DIGV
305
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
Sphiraena guachancho
Bicuda
Sphiraena tome
Bicuda
Trichiurus lepturus
Peixe – espada
INVERTÍVOROS DE SUBST. LODOSO-ARENOSO
Eucinostomus gula
Carapicu
Eucinostomus argenteus
Carapicu
Eugerres brasilianus
Carapicu
Eucinostomus melanopterus
Carapicu
Peprilus paru
Gordinho
Diapterus rhombeus
Carapeba
Diapterus olisthotomus
Carapeba
OMNÍVOROS DE SUBSTRATO ROCHOSO
Chaetodipterus faber
Peixe – enxada
Balistes capriscus
Peixe – porco
Monacanthus spp.
Peixe – porco
Stephanolepis hispidus
Peixe – porco
Lagocephalus laevigatus
Baiacu – arara
Sphoeroides testudineus
Baiacu
Sphoeroides nephelus
Baiacu – panela
Chilomycterus sp.
Baiacu – espinho
Chilomycterus antenatus
Baiacu – espinho
Haemulon aurolineatum
Cocoroca -boca-de-fogo
Anisotremus virginicus
Salema
Anisotremus surinamensis
Sargo-de-beiço
Plano de Controle Ambiental DIGV
306
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Táxon
Nome Popular
Diplodus argenteus
Marimba
Pseudoupenneus maculatus
Salmonete
Os estudos de ROCHA (1990) no litoral sudeste brasileiro apontam a existência de
comunidades ícticas de diferentes afinidades ao que se refere ao tipo de substrato e a
temperatura da água. Assim sugere-se que as espécies pertencentes aos dois grupos
acima discriminados pertençam a comunidades distintas, o que explicaria a estabilidade
do primeiro e o decréscimo do segundo. Estudos de MORAES et alii (1991) indicaram
índices de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era
esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas.
O conjunto das áreas pesquisadas, através das metodologias integradas de arrasto e
mergulho, demonstraram maior diversidade de amostragens e observações, possibilitando
o melhor monitoramento da ictiofauna da região.
A amostragem sobre a ictiofauna de Itaorna, que é um ambiente marinho mais aberto do
que as outras áreas, representa de forma mais significativa a ictiofauna da região.
•
Ictioplâncton
O ictioplâncton constitui um componente de grande importância dentro da comunidade
planctônica, especialmente as meroplanctônicas (Ciechomski, 1981). Isto deve-se ao fato
dos ovos plantônicos pertencerem à grande maioria dos peixes teleósteos possuem ovos
planctônicos, e que estas espécies se caracterizam por uma fecundidade muito elevada.
Além disso, as larvas e pós-larvas das espécies que possuem ovos demersais, presos ao
substrato, levam uma vida pelágica, integrando-se a comunidade planctônica (Ciechomski,
op. cit.).
Os estuários, baías, lagoas e águas costeiras desempenham um papel importante no ciclo
vital de algumas espécies de peixes, funcionando como áreas de desova e recrutamento
de suas larvas (Weiss & Muelbert, 1980; Schawamborn & Bonecker, 1996, entre outros).
Com a construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) na baía de Ilha
Grande foi realizado um levantamento da fauna e flora em três áreas da baía da Ribeira,
no período de fevereiro de 1980 a janeiro de 1981, obtendo-se ao todo 144 amostras de
plâncton. O ictioplâncton foi pouco representado nas amostras coletadas durante o ano,
apresentando uma abundância relativa menor que 0,2% do total de organismos
zooplanctônicos coletados. Foram encontradas duas ordens (Perciformes e
Pleuronectiformes) e cinco famílias (Engraulidae, Clupeidae, Gobiidae, Sparidae e
Serranidae). Os engraulídeos foram os mais freqüentes, ocorrendo ao longo de todo o
ano, seguidos dos gobídeos. As sardinhas (Clupeidae) ocorreram de fevereiro a maio e de
outubro a janeiro (FUJB, 1981).
Após esse levantamento preliminar, somente em 1986 foram retomadas as coletas de
zooplâncton, incluindo a abundância relativa dos ovos e larvas de peixes. Os ovos e larvas
de peixes continuaram sendo subamostrados e foram classificados apenas como ovos e
Plano de Controle Ambiental DIGV
307
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
larvas, não sendo identificados adequadamente (FURNAS, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991,
1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001).
Dias et al. (1999) realizaram um estudo sobre a variação na estrutura da comunidade
zooplanctônica próxima a CNAAA em dois ciclos anuais (1980/1981 e 1991/1993), com
dez anos de diferença. O ictioplâncton foi melhor representado no segundo período de
estudo. Apesar da alta frequência, os ovos e larvas de peixes apresentaram baixa
abundância relativa. Este fato está associado ao tipo de arrasto realizado. Os arrastos
verticais não são apropriados para o estudo do ictioplâncton.
A abundância dos ovos e larvas de peixes encontrados, até o último relatório do
monitoramento da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), não chegam a
representar 1% do total da comunidade zooplanctônica.
Dos ovos e larvas de peixes coletados em Itaorna e Piraquara de Fora foram identificados
um total de 19 famílias e 20 espécies (Tabela III.60). Os táxons assinalados com (*) já
haviam sido citados para a regiâo da baía de Ilha Grande nos trabalhos de dados
anteriores. A maioria dos ovos (94%) não foi identificada por não apresentar
características possíveis de diagnóstico, sendo identificado somente os ovos da família
Engraulidae.
Tabela III.60 – Composição do ictioplâncton da área de Itaorna e Piraquara de Fora.
Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora
Subfilo Vertebrata
Superclasse Gnathostomata
Classe Actinopterygii
Subclasse Neopterygii
Ordem Clupeiformes
Subordem Clupeoidei
Família Engraulidae*
Espécie Engraulis anchoita* (Hubbs & Marini, 1935) – Anchoita
Família Clupeidae
Espécie Sardinella brasiliensis* (Steindachner, 1789) - Sardinha verdadeira
Espécie Harengula jaguana*( Poey, 1863) - Sardinha cascuda
Ordem Scorpaeniformes
Subordem Scorpaenoidei
Família Triglidae
Espécie Prionotus punctatus (Bloch, 1797) – Cabrinha
Plano de Controle Ambiental DIGV
308
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora
Ordem Perciformes
Subordem Percoidei
Família Serranidae*
Espécie Diplectrum sp. – Michole
Família Carangidae
Espécie Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) - Palombeta
Família Gerreidae
Espécie Eucinostomus sp. – Carapicu
Família Haemulidae (Pomadasyidae)
Família Sparidae*
Espécie Archosargus rhomboidalis (Linnaeus, 1758) - Caicanha
Família Sciaenidae
Espécie Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) – Corvina
Espécie Umbrina coroides (Cuvier, 1830) – Castanha
Espécie Menticirrhus americanus (Linnaeus, 1758) -Papa-terra
Família Pomacentridae
Espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) – Sargento
Subordem Blennioidei
Família Dactyloscopidae
Espécie Dactyloscopus sp.
Família Blenniidae
Espécie Parablennius pilicornis* (Cuvier, 1829)
Espécie Parablennius sp.
Subordem Gobiesocoidei (Xenopterygii)
Família Gobiesocidae
Espécie Gobiesox strumosus (Cope, 1870) - Peixe-ventosa
Subordem Gobioidei
Família Gobiidae*
Ordem Pleuronectiformes*
Plano de Controle Ambiental DIGV
309
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora
Família Paralichthyidae
Espécie Etropus crossotus (Jordan & Gilbert, 1881) – Linguado
Espécie Citharichthys sp.
Família Achiridae
Espécie Achirus lineatus (Linnaeus, 1758) – Tapa
Espécie A. declivis (Chabanaud, 1940) – Tapa
Família Cynoglossidae
Espécie Symphurus plagusia (Bloch & Schneider, 1801) - Língua-de-mulata
Espécie S. kyaropterygium (Menezes & Benvegnú, 1976) - Língua-de-vaca
Ordem Tetraodontiformes
Família Monacanthidae
Espécie Stephanolepis hispidus (Linnaeus, 1758) - Peixe-porco
Família Tetraodontidae
* espécies já citadas em trabalhos anteriores para a CNAAA
A família Serranidae (Diplectrum sp.) ocorreu somente nas amostras coletadas com o
objetivo de verificar a distribuição espacial e as famílias Sparidae (Archosargus
rhomboidalis), Dactyloscopidae (Dactyloscopus sp.) e Tetraodontidae ocorreram somente
nas amostras de microvariação. As famílias de peixes encontradas no presente estudo
são todas costeiras e comuns em baías e estuários brasileiros.
A grande variedade de larvas de peixes coletadas numa área restrita da baía de Ilha
Grande (Praia de Itaorna e Saco Piraquara de Fora), em uma única campanha, indica a
importância da área como local de desova e recrutamento para algumas espécies e reflete
a grande diversidade ambiental que caracteriza este ecossistema.
Comparando-se a composição ictioplanctônica entre as áreas de Itaorna e Saco Piraquara
de Fora, observou-se uma alternância de dominância para os ovos e as larvas de peixes.
Em Itaorna foram observadas as maiores densidades de ovos, tanto no estudo das radiais
quanto da microvariação. Para as larvas de peixes, no estudo das radiais, as maiores
densidades ocorreram em Itaorna e no estudo da microvariação as maiores densidades
foram observadas em Piraquara de Fora.
Sabe-se que alguns peixes desovam durante todo o ano, mas a maioria desova
preferencialmente em uma época do ano. A região de estudo está numa área tropical,
caracterizada por dois períodos sazonais distintos, um chuvoso e outro seco. Nestas
regiões, o período reprodutivo estende-se de outubro a maio e predominam aquelas
espécies com desova parcelada (Vazzoler, 1992). Desta forma, é de se esperar que
Plano de Controle Ambiental DIGV
310
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
outras épocas do ano favoreçam a reprodução de espécies de peixes que contribuem para
o recrutamento local.
No levantamento de dados pretéritos foram encontradas três espécies, seis famílias e
duas ordens. Nesta campanha foram coletadas 19 famílias e 20 espécies.
As famílias Engraulidae, Clupeidae, Carangidae, Gerreidae, Haemulidae, Sparidae,
Sciaenidae e Paralichthyidae têm valor comercial.
Em virtude de sua importância social e paisagística, sugere-se a elaboração de um
programa de estudos específicos sobre o ictioplâncton. O estudo de ovos e larvas de
peixes possibilita o conhecimento das áreas de desova e recrutamento de larvas de peixes
que são explorados comercialmente, particularmente em relação a pesca comercial e
esportiva, prática muito comum neste importante sistema do sul fluminense.
Ecossistema Dulcícola
O ecossistema de rios e corpos d’água da região de estudo está inserido na ecorregião
dulcícola dos rios litorâneos do Rio de Janeiro, que forma uma espécie de bacia
hidrográfica independente, composta por rios que nascem na Serra da Bocaina e
deságuam na região da baía de Ilha Grande. Estes estão situados em uma área de
condições climáticas que apresentam uma alta pluviosidade durante todo o ano, mantendo
desta forma os rios com bom volume de água.
A região superior dos corpos d’água locais se caracteriza por uma alta energia, onde o seu
leito é composto principalmente por rochas e seixos rolados. A situação ambiental desta
parcela geralmente apresenta-se preservada. Ao longo dos rios, no médio curso, pode-se
observar uma maior quantidade de areia e seixos rolados, e aí também, se verifica uma
maior atividade antrópica, com ocupação por moradias, desmatamento e agricultura. Os
substratos dos trechos inferiores dos rios já tendem a ser arenoso. Aumentam também, a
incidência de atividades antrópicas.
Além do impacto antrópico por ocupação das margens e modificação dos leitos dos rios, a
água dos rios são utilizadas pela própria população, que freqüenta suas praias e rios e
alimentam-se dos diversos pescados da região.
Os estudos de avaliação da biodiversidade do ecossistema apontam o sistema dulcícola
da região de estudo correspondente a uma área onde está diagnosticada a mais elevada
taxa de endemismo de ictiofauna do bioma Atlântico, possuindo inclusive a maior riqueza
de espécies desse grupo e importantes representantes com risco de extinção.
Fitoplâncton Dulcícola
Na área de influência do empreendimento não existem corpos d’água dulcícolas de
grandes dimensões. Apenas alguns rios que apesar de seu pequeno volume assumem
importância do ponto de vista econômico e ambiental por serem a única fonte de
abastecimento hídrico para a região. Poucos inventários foram realizados nesses
ecossistemas. Foi ressaltado nos estudos de biodiversidade, que diversas áreas dos
ecossistemas dulcícolas do bioma Atlântico são insuficientemente conhecidas, apesar de
apresentarem uma provável importância biológica.
Plano de Controle Ambiental DIGV
311
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
No estudo de impacto ambiental da Usina de Angra 2, foi realizado um inventário da
ficoflórula de cinco rios que compõem o ecossistema dulcícola da região: Mambucaba,
Perequê, Bracuí, Frade e Grataú.
Na Tabela III.61, encontram-se listados os táxons registrados nos pontos de coleta dos
rios Mambucaba, Perequê, Bracuí, Grataú e rio do Frade.
Tabela III.61 - Táxons Fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola.
Mambucaba
Táxon
Perequê Bracuí Grataú Frade
Classe Cyanophyceae
Anabaena sp
x
x
x
Anabaena sp1
x
Anabaena sp2
x
x
Chroococcus minutus
Lyngbya sp.
Lyngbya hieronymusii
x
x
x (cf.)
x (cf.)
Lyngbya limnetica
x
Merismopedia glauca
x
x
x
x
x
Microcystis aeruginosa f. protocystis
x
Microcystis pulverea
x
Nostoc sp.
x
Oscillatoria cf. boryana
x
x
x
Oscillatoria cf. subtilissima
x
x
x
x
x
x
Oscillatoria proteus
x
Oscillatoria sp.
x
Oscillatoria limnetica
x
x
x
Classe Chlorophyceae
Actinastrum aciculare
x
Ankistrodesmus fusiformis
x
Characium sp.
x
Chlamydomonas sp.
x
x
Coelastrum microporum
x
x
Coelastrum reticulatum
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
312
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mambucaba
Táxon
Perequê Bracuí Grataú Frade
Elakatothrix sp.
x
Monoraphidium contortum
x
x
x
Monoraphidium longiusculum
Oocystis sp.
x
Pandorina sp.
x
x
Pediastrum tetras
x
Scenedesmus javanensis
x
x
Scenedesmus quadricauda
x
x
Scenedesmus spinosus
Scenedesmus sp.
x
x
Schroederia cf. robusta
x
Schroederia setigera
x
Schoederia sp.
x
Sphaerocystis sp.
x
Treubaria sp.
x
x
x
x
x
x
Classe Zygnemaphyceae
Actinotaenium sp.
Actinotaenium cf. cucurbitinum
x
Cosmarium botrytis
x
Cosmarium cf. galeritum
x
Closterium sp1
x
x
Closterium sp2
x
x
Closterium cf. kuetzinguianum
x
Cosmarium botrytis var. mediolaeve
x
Cosmarium cf. galeritum var. subtumidum
x
x
x
x
x
x
x
Hyalotheca granulosa
Mougeotia sp.
x
Netrium sp.
Spirogyra sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
x
313
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mambucaba
Táxon
Staurastrum sp1.
Perequê Bracuí Grataú Frade
x
x
x
Staurastrum sp2.
x
Staurodesmus dejectus
x
Xanthidium sp.
x
Zygnema sp.
x
x
x
x
x
Classe Oedogoniophyceae
Oedogonium sp1.
x
Oedogonium sp2.
x
x
x
Classe Ulvaceae
x
Schizomeris leibleinii
Classe Ulothricophyceae
Trentepholia sp.
x
Ulothrix sp.
x
x
x
x
Euglena sp.
x
x
x
Phacus sp.
x
Trachelomonas armata
x
Trachelomonas hispida
x
Trachelomonas sp.
x
Trachelomonas volvocina
x
Classe Euglenophyceae
x
Classe Bacillariophyceae
Amphora sp.
x
Achnanthes sp.
x
Anomoeneis cf.vitrae
x
Aulacoseira distans
x
Aulacoseira granulata
x
Aulacoseira cf. undulata
x
x
Aulacoseira granulata var. angustissima
x
x
Chaetoceros cf. muellerii
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
x
x
x
x
314
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mambucaba
Táxon
Perequê Bracuí Grataú Frade
Chaetoceros sp.
x
Cocconeis cf. placentula
x
Cymbella sp.
x
x
x
Entomoneis sp.
x
x
x
Eunotia sp.
x
x
Gomphonema sp.
x
Hydrosera sp.
x
x
x
x
x
x
x
Navicula sp.
x
x
x
Nitzschia closterium
Nitzschia sp.
x
Nitzschia cf. reversa
x
x
Pinnularia sp.
Pleurosigma sp.
x
x
x
x
x
x
x
x
Stauroneis sp.
x
Surirella sp1
x
x
x
x
x
Surirella sp2
x
x
x
x
Synedra sp.
x
Synedra ulna
x
x
x
x
Tabellaria sp.
x
x
x
x
x
Cryptomonas marssonii
x
x
Cryptomonas sp.
x
Classe Cryptophyceae
Cryptomonas cf. pyrenoidifera
x
x
Classe Crysophyceae
x
Dinobrom sertularia
Mallomonas sp.
x
Synura sp.
x
x
Classe Dinophyceae
Peridinium sp.
Plano de Controle Ambiental DIGV
x
315
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Mambucaba
Táxon
Perequê Bracuí Grataú Frade
x
Peridinium umbonatum
x
x
x (cf.)
Classe Xanthophyceae
x
Istmochlorum gracile
Nos levantamentos realizados para o EIA de Angra 3, foi evidenciado para o ecossistema
dulcícola, assim como no ecossistema marinho, o predomínio do grupo das diatomáceas
nos rios estudados, com exceção do rio do Frade. Segundo os dados obtidos no rio
Mambucaba, do total de 44 táxons registrados, 45% são diatomáceas e 23% de
cianofíceas, principalmente espécies filamentosas. No rio Perequê, a maior contribuição
de outros grupos que não diatomáceas pode ser atribuída a um dos pontos de
amostragem que se localiza bem próximo a uma área com bastante influência antrópica,
com lançamento de matéria orgânica direto nos rios. Este fato pode ser corroborado pelo
aumento da contribuição de espécies de euglenofíceas características de ambientes com
grande quantidade de matéria orgânica (MARGALEF, 1983). No rio Bracuí, do total de 48
táxons registrados 29% são diatomáceas e 19% de clorofíceas, seguidos de desmídeas e
cianofíceas com 17% cada. No rio Grataú o predomínio das diatomáceas foi influenciado,
sobretudo pelas características do corpo d’água e pela influência do fitoplâncton marinho,
predominantemente constituído por diatomáceas. No rio do Frade houve um predomínio
florístico das clorofíceas e desmídeas. A influência antrópica e as características
hidrológicas do rio possibilitam um maior desenvolvimento do fitoplâncton, sobretudo de
espécies mais adaptadas a ambientes com características lênticas. Deste modo, foi
observado o predomínio de algas planctônicas características de sistemas lótico.
Comunidades Bentônicas Estuarinas
Em função de uma conjunção de fatores espaciais e da hidrodinâmica dos estuários, são
criadas condições favoráveis para o estabelecimento de complexa rede alimentar,
englobando tanto elementos da biota aquática como taxa terrestres. Consequentemente,
as áreas de manguezal passam a representar verdadeiros bolsões faunísticos, cujas
biocenoses reúnem tanto taxa residentes como formas de freqüência acessória.
Os principais organismos bentônicos que predominam nas áreas de manguezal foram
representados pelos moluscos e crustáceos. Nos moluscos, destacam-se as seguintes
espécies: Donax hanleyanus (sernambis), Crassostrea rizophorae (ostra de mangue),
Teredo sp. (teredo), Anomalocardia brasiliana (samanguaiá), Iphigenia brasiliensis e
Tagelus plebeius (unha-de-velho). Dentre os crustáceos encontram-se comumente os
Balanidae (cracas miúdas) Lepas anatifera (conchas - marrecas), Cardisoma guanhumi
(guaiamum). Goniopsis cruentata (aratu-vermelho-e-preto), Aratus pisonii (marinheiro),
Uca spp. (chama-maré), Ucides cordatus (caranguejo-uçá), Callinectes sapidus (siri azul),
Callinectes danae (siri azul) e Pennaeus spp (camarões).
Segundo informações dos mesmos levantamentos, verifica-se o domímnio das
macroalgas na área de estudo, distribuídas entre Chlorophyceae (algas verdes) e
Rhodophyceae (algas vermelhas), com presença de uma Angiosperma marinha do gênero
Plano de Controle Ambiental DIGV
316
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Halodule. Entre as algas verdes destacam-se Ulvaria oxysperma, Enteromorpha spp.,
Rhizoclonium spp. e Cladophoropsis membranaceae. Nas algas vermelhas observaram-se
Bosthichya scorpioides e Bosthichya radicans foram as mais representativas.
As comunidades bentônicas de maior expressão foram representadas pelos decápodas
existentes nos sistemas fluviais da área, que se demonstraram igualmente pouco
diversificadas, sendo composta por apenas pitus (Macrobrachium sp.).
Ictiofauna
A baía da Ilha Grande é um corpo de água salgada semi-confinada, com cerca de 800 km²
de superfície. A semelhança das bacias contribuintes das baías de Guanabara e de
Sepetiba, a bacia hidrográfica da baía da Ilha Grande, também, pode ser classificada
como uma região hidrográfica. Essa bacia abrange cerca de 1.740 km² em território
fluminense, compreendendo as superfícies continentais e insulares dos municípios de
Angra dos Reis e Paraty, e ainda uma pequena parcela do estado de São Paulo,
correspondendo ao alto curso dos rios Mambucaba, Bracuí e Ariró, este afluente do rio
Jurumirim, onde estão os municípios de Bananal, Arapeí, São José dos Barreiros e Cunha
(Bizerril & Primo, 2001).
A região contribuinte à baía da Ilha Grande, situada a sudoeste do estado do Rio de
Janeiro, apresenta relevo acidentado e linha de litoral bastante recortada. A área da região
é relativamente pequena quando comparada com a extensa linha de costa. Tal fato é
explicado pela proximidade da Serra do Mar com o litoral (Cunha, 1998).
Na Tabela III.62 é apresentada uma listagem de espécies da ictiofauna dulcícola local,
com base nos poucos estudos desenvolvidos na área (Maciel, 1984; São-Thiago et alii.,
1988; São-Thiago, 1990; Vianna & Caramaschi, 1990; Vianna & Caramaschi, 1991;
Caramaschi et alii., 1991; São-Thiago & Caramaschi, 1992; Coutinho, 1997; Natrontec,
1999; Bizerril & Primo, 2001).
Vianna & Caramaschi (1991), analisaram a alimentação de Deuterodon sp. no rio
Mambucaba (área de influência direta), utilizando-se de redes de espera. Concluíram ser a
alimentação deste peixe baseada em vegetais superiores e insetos, nesta ordem de
abundância, observando a presença de areia nos conteúdos estomacais, o que sugere
que o peixe busque alimento em substratos arenosos. Os autores ainda sugerem a
existência de picos alimentares ao amanhecer e ao crepúsculo.
Tabela III.62 - Espécies de peixes nativas já assinaladas nos rios que fluem para a baía
Bacia Hidrográfica da Ilha Grande.
Taxon
Nome Vulgar
ANGUILIFORMES
Ophichthydae
Myrophis punctatus (Lutken, 1851)
Moréia
CHARACIFORMES
Reythrinidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
317
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Taxon
Nome Vulgar
Traíra
Hoplias malabaricus
Crenuchidae
Characidium sp.
Canivete
C. japuhybensis
Canivete
C. interruptum
Canivete
Characidae
Glandulocaudinae
Tetra-azul
Mimagoniates microlepis
Tetragonopterinae
Oligosarcus hepsetus
Bocarra
Astyanax janeiroensis
Lambari
A. taeniatus
Lambari
Bryconamericus microcephalus
Lambari
Hyphessobrycon bifasciatus
Lambari
H. reticulatus
Lambari
Hollandichthys multifasciatus
Lambari
Cheirodontinae
Lambari
Spintherobolus broccae
SILURIFORMES
Ariidae
Bagre-urutu
Genidens genidens
Pimelodidae
Pseudopimelodinae
Microglanis parahybae
Heptapterinae
Acentronichthys leptos
Imparfinis minutus
Pimelodella lateristriga
Mandi
Rhamdioglanis frenatus
Mineiro branco
Jundiá
Rhamdia quelen
Trichomycteridae
Trichogeninae
Trichogenes longipinnis
Plano de Controle Ambiental DIGV
318
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Taxon
Nome Vulgar
Trichomycterinae
Cambeva, moréia
Trichomycterus zonatus
Callichthyidae
Callichthyinae
Tamboatá
Callichthys callichthys
Corydoradinae
Limpa-fundo
Corydoras barbatus
Loricariidae
Neoplecostominae
Cascudo
Neoplecostomus microps
Loricarinae
Rineloricaria sp. 1
Caximbau
Rineloricaria sp. 2
Caximbau
Hypoptopomatinae
Parotocinclus maculicauda
Cascudinho
Pseudotothris janeirensis
Cascudinho
Schizolecis guntheri
Cascudinho
Hypostominae
Cascudo
Hypostomus punctatus
Kronichthys heylandi
Ancistrinae
Cascudo
Ancistrus multispinis
GYMNOTIFORMES
Gymnotidae
Gymnotus carapo
Sarapó
G. pantherinus
Sarapó
CYPRINODONTIFORMES
Rivulidae
Barrigudinho
Rivulus janeiroensis
Poeciliidae
Poecilinae
Barrigudinho
Poecilia vivipara
Cnesterodontidae
Plano de Controle Ambiental DIGV
319
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Taxon
Nome Vulgar
Phallopthychus januarius
Barrigudinho
Phalloceros caudimaculatus
Barrigudinho
Anablepidae
Barrigudinho
Jenynsia multidentata
SYNGNATHIFORMES
Syngnathidae
Cachimbo
Oostethus lineatus
GASTEROSTEIFORMES
Synbranchidae
Mussum
Synbranchus marmoratus
PERCIFORMES
Centropomidae
Centropomus parallelus
Robalo
C. undecimalis
Robalo
Gerreidae
Diapterus rhombeus
Carapeba
Eucinostomus argenteus
Carapicu
Mugilidae
Mugil curema
Parati
M. liza
Tainha
Cichlidae
Acará-ferreirinha
Cichlassoma facetum
Jacundá
Crenicichla lacustris
Acará
Geophagus brasiliensis
Eleotrididae
Dormitator maculatus
Moréia, emborê
Eleotris pisonis
Moréia, emborê
Gobiidae
Peixe-flor
Awaous tajasica
Gobionellus boleosoma
G. oceanicus
G. schufeldti
G. stomatus
Plano de Controle Ambiental DIGV
320
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Taxon
Nome Vulgar
PLEURONECTIFORMES
Achiridae
Linguado
Achirus lineatus
Outras pesquisas indicaram que 71% das espécies autócnes dulcícolas ocorrentes na
região, endêmicas de rios costeiros do Sudeste brasileiro, seriam a razão da diversidade
da comunidade ictiofaunistica, além de sugerir que estes ambientes sejam instáveis
devido às “fortes chuvas não previsíveis”, o que acarretaria períodos reprodutivos longos,
como estratégia reprodutiva das espécies presentes.
Em complementação ao conhecimento acerca da ictiofauna, pode-se citar o trabalho dos
pesquisadores VIANNA & CARAMASHI (1990), que realizaram coletas entre setembro de
1988 e abril de 1989, pelo método de rede de espera, efetuando amostragens a intervalos
de quatro em quatro horas, durante períodos de 24 horas, no trecho inferior do rio
Mambucaba (área de influência direta), objetivavam analisar a partilha de recursos pelos
integrantes da comunidade ictica. Seus resultados estão resumidos na Tabela III.63.
Plano de Controle Ambiental DIGV
321
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Tabela III.63 - Espécies estudadas, e seus respectivos períodos de atividade e hábitos
alimentares, segundo VIANNA & CARAMASHI (1990).
Espécies
Nomes Populares
Período de Atividade
Hábito Alimentar
Geophagus brasiliensis
Acará
Diurno
omnívoro
Mugil curema
Parati
Diurno
Deuterodon sp.
Piaba
Diurno
omnívoro
Centropomus parallelus
Robalo
Crepuscular
carnívoro
Oligosarcus hepsetus
Peixe-cachorro
Crepuscular
carnívoro
Rhamdia sp.
Jundiá
Noturno
carnívoro
Pimelodella sp.
Mandi
Noturno
-
Rineloricaria sp.
Viola
Noturno
-
-
Também foi realizado um levantamento da ictiofauna de cinco rios da área de influência
direta da CNAAA para o Dianóstico Ambiental do EIA de Angra 3: Mambucaba, Perequê,
Grataú, Frade e Bracuí. Utilizaram-se metodologias especificas as características físicas
dos trechos de rio amostrados. A Tabela III.64 traz a lista das espécies observadas.
Tabela III.64 - Lista de espécies de peixes dulcícolas amostradas na campanha de campo.
Espécies
Nomes Populares
Oligosarcus hepsetus
Peixe-cachorro
Geophagus brasiliensis
Acara
Poecilia sp.
Guaru
Centropomus sp.
Robalo
Mugil sp.
Parati
Pimelodella lateristriga
Mandi-chorão
Amphytonictis leptos
Mandi-amarelo
Pimelodus maculatus
Mandi
Rhamdia sp.
Jundiá
Awaous tajasica
Emboré 1
Eleotris pisonis
Emboré 2
Bathigobius soporator
Emboré 3
Hypostomus sp1
Cascudo 1
Hypostomus sp2
Cascudo 2
Corydoras caudimaculatus
Sarro ou São Pedro
Plano de Controle Ambiental DIGV
322
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Espécies
Nomes Populares
Rineloricaria sp.
Viola
Strongylura sp.
Agulha
Oosthetus lineatus
Peixe-cachimbo
Achirus declives
Tapa
Gerres aprion
Carapicu
Characidium sp.
Canivete
Genidens genidens
Bagre
Xenomelaniris brasiliensis.
Peixe-rei
Sphoeroides sp.
Baiacu
De acordo com o estudo supracitado, não se registrou a presença de espécies exóticas,
embora CARVALHAES (1994) relate a fuga de carpas cultivadas em tanques de substrato
de terra, construidos pela Secretária de Agricultura e Pesca de Angra dos Reis, na reserva
indígena do Bracuí, em decorrência de fortes chuvas ocorridas em fevereiro de 1994.
III.2.3 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO
As Unidades de Conservação (UC) são áreas criadas por instrumentos legais, onde há
uma delimitação de uma área que será considerada protegida, por possuírem uma
diversidade de espécies animais e vegetais ou alguma riqueza biológica evidenciada. São
adquiridas através de ações governamentais ou através de aquisição de terras por
pessoas físicas, jurídicas ou organizações conservacionistas (RPPNs).
As Unidades de Conservação (UCs) podem pertencer a dois grupos distintos: de (1)
Proteção Integral, cujo objetivo é de preservar a natureza, permitindo apenas o uso
indireto dos seus recursos naturais, e de (2) Uso Sustentável, cujo objetivo é de
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais.
Dentro desses dois grupos, as UCs podem, ainda, ser subdivididas em 12 categorias, tais
como: Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Áreas de Proteção
Ambiental, Reservas Extrativistas, Florestas Nacionais, entre outros.
No Brasil, o total de áreas protegidas, chega a aproximadamente 8,13% do território
nacional, já no domínio da Mata Atlântica existem 300 unidades de conservação, sendo
estas federais e estaduais, totalizando menos de 2% desta.
Dentro dos limites das Áreas de Influência Direta e Indireta encontram-se as seguintes
UCs:
Plano de Controle Ambiental DIGV
323
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Área de Influência Indireta
Área de Proteção Ambiental de Tamoios – Criada pelo Decreto no 9.452 de 05/12/86,
abrange toda a região continental do município de Angra dos Reis, assim como todas as
terras emersas presentes nas baías de Ilha Grande, da Ribeira e de Jacuecanga. Desta
forma, esta Unidade de Conservação sobrepõe-se ao Parque Estadual da Ilha Grande,
Decreto no 15.273; Área “Non Aedificandi” entre as cotas 60 a 200 metros, Decreto
Estadual no 2.062 e Lei Municipal no 146; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul,
Decreto no 4.972; Reserva Biológica da Ilha Grande, Decreto no 9.728; Área Tombada
pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), Lei Municipal no 146; Estação
Ecológica de Tamoios, Decreto no 98.864; e Parque Nacional da Serra da Bocaina,
Decreto no 68.172. A vegetação predominante é a Floresta Ombrófila Densa de terras
baixas, submontana e montana. Podem ser encontrados trechos de vegetação de
Restinga e de Manguezal como as presentes na Ilha Grande e preservadas pela Reserva
Biológica Estadual da Praia do Sul. Os problemas ambientais estão relacionados com a
ocupação humana, pois, é uma área de alto interesse turístico. O clima tem influência
marinha, com precipitação anual de 2.242mm. A temperatura média anual é de 23ºC.
Parque Nacional da Serra da Bocaina - Considerado uma área de extrema importância
biológica, principalmente para a conservação de Aves, Répteis e Anfíbios, o Parque
Nacional da Serra da Bocaina foi criado pelo Decreto Federal no 68.172 - 04/02/71 70.694 - 08/06/72. Municípios de Angra dos Reis e Parati. Localizado no extremo sul sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, rigorosamente é um parque biestadual, pois sua
superfície também compreende terras do Estado de São Paulo. Os limites do PNSB
afetam os municípios fluminenses de Angra dos Reis e de Parati, e os municípios
paulistas de Ubatuba, Cunha, Areias, São José do Barreiro e Arapeí. Sobre a Serra de
mesmo nome, predominando dentro de seus limites a Floresta Ombrófila Densa e seus
subtipos, com algumas espécies endêmicas. Dentre as espécies típicas desse ambiente
temos: Cariniana estrellensis (jequitibá branco), Cariniana legalis (jequitibá rosa), Euterpe
edulis (palmito), Cassia multijuga (canafístula), Tibouchina spp. (quaresmeira). No interior
da mata pode ser encontrada comumente a Heliconia sp. (bananeira do mato), sem falar
do grande número de indivíduos das Famílias Araceae (antúrios), Palmae (palmeiras),
Bromeliaceae (gravatás ou bromélias) e Orchidaceae (orquídeas), além de várias da
Divisão Pteridophyta (samambaias), como espécies terrícolas, lianas e epífitas. Destacase nessa Unidade a presença trechos de Floresta Ombrófila Mista nas áreas mais
elevadas, representando o limite máximo da distribuição de Araucaria angustifolia e
Podocarpus lambertii na serra do Mar. A fauna é bem diversificada, destacando entre os
mamíferos a anta (Tapirus terrestris), o macaco prego(Cebus apella), a onça
pintada(Panthera onca) e a onça parda(Felix concolor), é uma área que abriga inúmeras
espécies da fauna ameaçada de extinção, como é o caso do Brachyteles arachnoides
(muriqui). Dentre as aves ameaçadas de extinção destaca-se a harpia (Harpya harpyja),
gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e gavião de penacho (Spizaetus ornatus). Os
problemas ambientais estão ligados, especialmente à ação antrópica.
Plano de Controle Ambiental DIGV
324
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
Estação Ecológica de Tamoios - Criada pelo Decreto no 98.864 de 23/01/90, é composta
por um conjunto marinho formado de 29 ilhotes, ilhas, lajes e rochedos situado na baía da
Ribeira e Ilha Grande, juntamente com os seus respectivos assoalhos marinhos e uma
porção continental de 70 ha. Na região continental encontra-se a Floresta Ombrófila
Densa nas tipologias de Terras Baixas e Submontana, assim como a fitofisionomia da
Restinga, situada entre a praia e a BR-101. A vegetação da planície foi fortemente
alterada e a da encosta está preservada. Segundo comunicação pessoal de Carlos Elysio
Alhanati, funcionário da Eletronuclear, ocorre a soltura de animais que são recolhidos e
tratados pelo Laboratório de Monitoração Ambiental.
Na região marinha encontra-se diferentes afloramentos de terra e o assoalho marinho. A
cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das
dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de
Terras Baixas rica em palmeiras; Terras Baixas sem predomínio de palmeiras, e
vegetação Rupestre.
Segundo o decreto de criação da Unidade, em seu artigo 20, ficou estabelecido que o
entorno marinho e parcéis de cada ilha, ilhote, lajes e rochedos, compreendidos dentro de
um raio de 1 km de extensão a partir da arrebentação das ondas nas praias, encostas de
rochedos e lajes, integrarão a Estação Ecológica. A partir disto, foi demarcado em mapa
anexo (Unidades de Conservação – M-14) os limites dessa Unidade de Conservação.
Área de Influência Direta
A Área de Influência Direta é parcialmente abrangida pelas Unidades de Conservação
acima relacionadas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
325
Diagnóstico do Meio Biótico
NATRONTEC
IV. - AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCO DO PROJETO
Foram considerados, na Avaliação de Segurança e Risco do Projeto, os acidentes
relativos às operações de troca dos equipamentos, à construção do DIGV, ao
transporte dos equipamentos (ver rota contida no Anexo 10 deste PCA) e à
armazenagem dos equipamentos dentro do DIGV. Foi previsto que podem ocorrer
acidentes físicos (danos a estruturas, a trabalhadores e em equipamentos e
embalados) e também ocasionados por contaminação e radiação nuclear, tendo em
vista que os equipamentos a serem transferidos ou instalados se localizam dentro da
contenção primária da Usina de Angra 1.
IV.1 – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS
A Análise Preliminar de Perigos (APP) objetiva avaliar, qualitativamente, as situações
perigosas a partir da identificação dos eventos iniciadores dos possíveis acidentes,
bem como suas causas básicas, métodos de detecção e controle, freqüências de
ocorrência, e conseqüências. Esta avaliação leva em conta, no caso do presente
projeto (substituição, transporte, armazenagem e instalação de geradores de vapor e
outros equipamentos), o conhecimento de que os principais cenários acidentais
relevantes correspondem à possibilidade de contaminação radioativa do meio ambiente
e de pessoas. Adicionalmente, também é analisada a possibilidade de ocorrência de
danos físicos a equipamentos, instalações e pessoas.
A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma
planilha de APP para cada módulo em análise na instalação. A planilha utilizada nesta
APP contém sete colunas, como o exemplo abaixo, que são preenchidas conforme
descrito adiante.
PERIGO
CAUSA
1a
2a
MODO DE
DETECÇÃO
EFEITOS
3a
4a
CAT.
FREQÜÊNCIA
CAT.
CAT.
SEVERIDADE
RISCOS
5a
6a
7a
OBS.
NO EVENTO
8a
9a
1a Coluna: Perigo
Esta coluna deve conter os perigos identificados para o módulo de análise em estudo.
De uma forma geral, os perigos são eventos acidentais que têm potencial para causar
danos às instalações, aos operadores, ao público ou ao meio ambiente. Os perigos
referem-se a eventos tais como: liberação de material tóxico, de material inflamável e
de material radioativo, reação descontrolada e sobrepressão.
2a Coluna: Causa
As causas básicas de cada perigo devem ser discriminadas nesta coluna. Estas causas
podem envolver tanto falhas intrínsecas de equipamentos (rupturas, falhas de
instrumentação, etc), como erros humanos de operação e manutenção.
3a Coluna: Modo de detecção
Esta
coluna
deve
conter
Plano de Controle Ambiental DIGV
as
possibilidades
326
de
identificação
do
evento.
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
4a Coluna: Efeitos
Os possíveis efeitos danosos de cada perigo identificado devem ser listados nesta
coluna
Os principais efeitos dos acidentes envolvendo substâncias radioativas, tóxicas e
inflamáveis incluem entre outros:
•
Radiação excessiva (nuclear).
•
Formação de nuvem tóxica.
•
Incêndio.
•
Explosão.
•
Incêndio ou explosão em nuvem de vapor de produto inflamável.
5a Coluna: Categoria de Freqüência
No âmbito desta APP, um cenário de acidente é definido como o conjunto formado pelo
perigo identificado, suas causas e cada um dos seus efeitos. Os cenários de acidente
devem ser classificados em categorias de freqüência, as quais fornecem uma indicação
qualitativa da freqüência esperada de ocorrência para os cenários identificados. As
classes de freqüência e severidade utilizadas no presente trabalho estão apresentadas
na Tabela IV.1 abaixo, e tiveram como base o DOE-STD-3011-94, “Guidance for
Preparation of Technical Safety Requirements (TSR), Nuclear Safety Analysis Reports
(SARs) and Implementation Plans (IPs)”.
Tabela IV.1 – Categorias de Freqüência
Definição
(falhas/ano)
Categoria
Denominação
A
Provável
> 10
B
Razoavelmente
provável
10 a 10
C
Pouco provável
10 a 10
Descrição
esperado ocorrer mais do que 1 vez durante a vida útil da
planta
-2
-2
-3
esperado ocorrer até 1 vez durante a vida útil da planta
-3
-4
não esperado ocorrer durante a vida útil da planta
-4
-6
não esperado ocorrer durante a vida útil da planta
D
Raro
10 a 10
E
Extremamente
raro
< 10
-6
não esperado ocorrer durante a vida útil da planta
6a Coluna: Categoria de Severidade
Também de acordo com a metodologia de APP adotada neste trabalho, os cenários de
acidentes foram classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma
indicação qualitativa do grau de severidade das conseqüências dos cenários
identificados, conforme mostrado na Tabela IV.2.
Plano de Controle Ambiental DIGV
327
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.2 – Categorias de Severidade
Categoria
Denominação
Definição
I
Catastrófica
possibilidade de fatalidade de público externo/ severa degradação
ambiental
II
Crítica
possibilidade de fatalidade de público interno/
possibilidade de ferimentos no público externo/
danos ao meio ambiente necessitando de medidas emergenciais
III
Marginal
IV
Insignificante
possibilidade de ferimentos no público interno/
danos materiais
danos ao meio ambiente passíveis de controle
-
nenhum dano pessoal/
não comprometimento do meio ambiente
Fonte: ALLUM, S. and WELLS, G.L. (1993). “Short-cut risk assessment”. Process safety envir., 71B, 161
7a Coluna: Categoria de Riscos
Esta coluna contém a categoria de riscos que resulta do cruzamento de severidade e
de freqüência, conforme a Matriz de Riscos contida na Figura IV.1.
Plano de Controle Ambiental DIGV
328
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.1 – Matriz de Risco
SEVERIDADE
IV
III
II
I
A
F
R
E
Q
Ü
Ê
N
C
I
A
B
C
D
E
TOTAL
RISCO
1
INSIGNIFICANTE
2
MARGINAL
3
MODERADO
4
CRÍTICO
5
CATASTRÓFICO
8a Coluna: Observações
Esta coluna contém as observações feitas às ações, tanto no sentido preventivo,
quanto corretivo.
9a Coluna: Número do Evento
Esta coluna apresenta o número seqüencial de cada evento, para referência no texto
do relatório.
A Tabela IV.3 apresenta os perigos identificados na presente Análise Preliminar de
Riscos, excluídos os eventos acidentais considerados como de menor gravidade.
Plano de Controle Ambiental DIGV
329
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1
Atividades: Abertura e Fechamento das Paredes de Concreto e de Aço das Contenções Primária e Secundária, Corte de
Tubulações, Instalação dos Novos Equipamentos
Perigo
Causas
Modos de
Efeitos
Detecção
1) Queda de materiais ou
choque com obstáculos
e queda de ferramentas,
causando
pequenos
danos
físicos
em
equipamentos ou em
pessoas
2) Queda de materiais ou
choque com obstáculos
e queda de ferramentas,
causando grandes danos
físicos em equipamentos
ou em pessoas
- Erro humano no manuseio de
ferramentas ou equipamentos
Falha
mecânica
de
equipamentos
de
corte,
tracionamento e outros
- Inspeção visual
- Dano físico
leve
em
equipamentos
e/ou pessoas
- Erro humano no manuseio de
ferramentas e equipamentos
Falha
mecânica
de
equipamentos
de
corte,
tracionamento e outros
Plano de Controle Ambiental DIGV
- Inspeção visual
- Dano físico
grave
em
equipamentos
e/ou pessoas
330
Cat.
Cat.
Cat.
Obs
Freq.
Sev.
Risco
B
IV
2
C
III
2
C
III
2
C
II
3
o
N
Evento
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
1
2
3
4
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação)
Atividade: Descontaminação, Retirada e Colocação dos Equipamentos sobre o Veículo de Transporte para o DIGV
Perigo
Causas
Modos de
Detecção
- Erro humano no manuseio de
3) Queda ou choque ferramentas ou equipamentos
de
equipamentos
causando pequenos - Falha mecânica dos dispositivos
- Inspeção visual
danos
físicos
em de içamento dos geradores de
equipamentos ou em vapor e demais equipamentos a
pessoas
serem substituídos
- Erro humano no manuseio de
4) Queda ou choque ferramentas ou equipamentos
de
equipamentos
causando
grandes - Falha mecânica dos dispositivos
- Inspeção visual
danos
físicos
em de içamento dos geradores de
equipamentos ou em vapor e demais equipamentos a
pessoas
serem substituídos
Plano de Controle Ambiental DIGV
Efeitos
- Dano físico leve
em equipamentos
e/ou pessoas
- Dano físico grave
em equipamentos
e/ou pessoas
Contaminação do
meio ambiente
e/ou de pessoas
por radioatividade
331
Cat.
Cat.
Cat.
Obs
Freq.
Sev.
Risco
C
IV
1
C
III
2
D
III
1
D
II
2
o
N
Evento
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
-Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
- Manutenção adequada
e realização de testes
prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
5
6
7
8
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação)
Atividade: Transporte dos Equipamentos e Embalados para o DIGV
Perigo
Causas
Modos de
Detecção
- Erro humano no manuseio de
5) Queda ou choque de ferramentas ou da carreta de
equipamentos
ou transporte dos equipamentos
embalados
causando ou embalados
- Inspeção visual
pequenos danos físicos
em equipamentos ou em - Falha mecânica da carreta de
pessoas
transporte dos equipamentos
ou embalados
- Erro humano no manuseio de
6) Queda ou choque de ferramentas ou da carreta de
equipamentos
ou transporte dos equipamentos
embalados
causando ou embalados
- Inspeção visual
grandes danos físicos
em equipamentos ou em - Falha mecânica da carreta de
pessoas
transporte dos equipamentos
ou embalados
Plano de Controle Ambiental DIGV
Efeitos
- Dano físico leve
em equipamentos
ou embalados e/ou
pessoas
- Dano físico grave
em equipamentos
ou embalados e/ou
pessoas
- Contaminação do
meio
ambiente
e/ou de pessoas
por radioatividade
332
Cat.
Cat.
Cat.
Freq.
Sev.
Risco
C
IV
1
D
III
1
D
III
1
D
II
2
Obs
o
N
Evento
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
9
10
11
12
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação)
Atividade: Armazenamento dos Equipamentos no DIGV
Perigo
Causas
Modos de
Cat.
Cat.
Freq.
Sev.
Risco
C
IV
1
D
IV
1
- Dano físico grave
em equipamentos
e/ou pessoas
D
III
1
- Contaminação de
pessoas
com
radioatividade
D
III
1
das - Dano físico grave
em equipamentos
de e/ou pessoas
de - Contaminação do
meio
ambiente
e/ou de pessoas
por radioatividade
D
II
2
Detecção
- Erro humano no manuseio de
7) Queda ou choque de ferramentas ou do dispositivo de
equipamentos causando assentamento dos equipamentos
- Inspeção visual
pequenos danos físicos
em equipamentos ou em - Falha mecânica do dispositivo de
assentamento dos equipamentos
pessoas
- Erro humano na operação do
dispositivo de assentamento dos
equipamentos
- Inspeção visual
8) Queda ou choque de - Falha mecânica do dispositivo de
equipamentos
e assentamento dos equipamentos
materiais
causando
grandes danos físicos
Controle
em equipamentos ou em
Choque
de
corpo
externo
contra
encostas
pessoas
o prédio do DIGV (deslizamento Restrição
de encosta, inundação ou choque operação
de corpo pesado)
equipamentos
pesados
Plano de Controle Ambiental DIGV
Cat.
Efeitos
- Dano físico leve
em equipamentos
e/ou pessoas
333
Obs
o
N
Evento
- Manutenção adequada
e realização de testes
prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI)
- Manutenção adequada
e realização de testes
prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI)
-
13
14
15
16
17
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação)
Atividade: Armazenamento de Embalados no DIGV
Perigo
Causas
Modos de
- Erro humano no manuseio de
9) Queda ou choque de equipamentos
embalado(s)
causando
- Inspeção visual
pequenos danos físicos
no(s) embalado(s) ou em - Falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do
pessoas
DIGV
- Erro humano na operação do
dispositivo de içamento de
embalados dentro do DIGV
- Inspeção visual
Controle
encostas
- Choque de corpo externo contra
o prédio do DIGV (deslizamento Restrição
de encosta, inundação ou choque operação
equipamentos
de corpo pesado)
pesados
Plano de Controle Ambiental DIGV
- Dano físico leve
em
embalados,
sem perda da sua
integridade
- Dano físico grave
em
embalados
(com perda da sua
integridade) e/ou
em pessoas
- Contaminação do
meio
ambiente
e/ou de pessoas
por radioatividade
- Falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do
DIGV
10) Queda ou choque de
embalado(s)
causando
grandes danos físicos em
embalado(s)
ou
em
pessoas
Efeitos
Detecção
- Dano
físico grave em
embalados (com
das perda da sua
integridade) e/ou
de em pessoas
de
Contaminação do
meio ambiente
e/ou pessoa por
radioatividade
334
Cat.
Cat.
Cat.
Obs
Freq.
Sev.
Risco
C
IV
1
D
III
1
D
III
1
D
II
2
D
III
1
o
N
Evento
- Manutenção adequada
e realização de testes
prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI)
- Manutenção adequada
e realização de testes
prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual (EPI)
18
19
20
21
22
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e
Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação)
Atividades: Construção do DIGV
Perigo
Causas
Modos de
Efeitos
Detecção
- Erro humano no manuseio de
11) Queda ou choque de ferramentas ou equipamentos
equipamentos causando
pequenos danos físicos
- Inspeção visual
Falha
mecânica
de
em equipamentos ou em equipamentos utilizados nos
pessoas
serviços de construção civil
- Dano físico
leve
em
equipamentos
e/ou pessoas
- Erro humano no manuseio de
ferramentas e equipamentos
12) Queda ou choque de
materiais
causando
grandes danos físicos
- Inspeção visual
Falha
mecânica
de
em equipamentos ou em
equipamentos utilizados nos
pessoas
serviços de construção civil
Plano de Controle Ambiental DIGV
- Dano físico
grave
em
equipamentos
e/ou pessoas
335
Cat.
Cat.
Cat.
Obs
Freq.
Sev.
Risco
B
IV
2
C
III
2
C
III
2
C
II
3
o
N
Evento
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
- Manutenção
adequada e realização
de testes prévios dos
equipamentos e
ferramentas
- Utilização adequada
dos Equipamentos de
Proteção Individual
(EPI)
23
24
25
26
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
IV.2 – CONSOLIDAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS E MATRIZ DE RISCOS
A Análise Preliminar de Perigos, apresentada na Tabela IV.3, identificou 26 cenários de
acidentes, sendo quatro nos serviços de abertura e fechamento das contenções
primária e secundária, corte de tubulações e instalação dos novos equipamentos,
quatro nas operações de descontaminação, retirada e colocação dos equipamentos no
veículo transportador, quatro durante o transporte dos equipamentos e embalados para
o DIGV, cinco durante o armazenamento dos equipamentos no DIGV, cinco no
armazenamento dos embalados no DIGV e quatro nos serviços de construção do
DIGV. Esses acidentes foram classificados com o uso da Matriz de Riscos apresentada
(ver Figuras IV.2 e IV.3) da seguinte forma: 13 cenários de risco insignificante (50%),
11 cenários de risco marginal (42%) e 2 cenários de risco moderado (8%). Não foram
identificados quaisquer cenários de risco crítico ou catastrófico.
Figura IV.2 – Matriz de Riscos dos Cenários Acidentais Identificados na APP
SEVERIDADE
IV
III
II
I
A
F
R
E
Q
Ü
Ê
N
C
I
A
-
B
2
2
C
4
5
2
11
D
1
8
4
13
TOTAL
7
13
6
1
13
INSIGNIFICANTE
2
11
MARGINAL
3
2
MODERADO
4
0
CRÍTICO
5
0
CATASTRÓFICO
E
RISCO
Plano de Controle Ambiental DIGV
336
0
26
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.3 – Distribuição Percentual dos Cenários Acidentais Identificados na APP
SEVERIDADE
IV
III
II
I
A
F
R
E
Q
Ü
Ê
N
C
I
A
-
B
8%
C
15%
19%
8%
42%
D
4%
31%
15%
50%
27%
50%
23%
8%
E
TOTAL
RISCO
1
50 % INSIGNIFICANTE
2
42 % MARGINAL
3
8%
MODERADO
4
0%
CRÍTICO
5
0%
CATASTRÓFICO
0
100,0%
De acordo com a metodologia definida pela Natrontec, dentre todos os cenários
classificados na Análise Preliminar de Perigos (APP), os cenários com potencial de
severidade crítica (seis cenários), independente da freqüência em que possam ocorrer,
são estudados na análise de vulnerabilidade adiante. Deste modo, foram considerados
para a análise de conseqüência os seguintes eventos acidentais:
• Evento Acidental 4: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de
ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas,
devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros.
• Evento acidental 8: Queda ou choque de equipamentos causando grandes
danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos
dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem
substituídos.
Plano de Controle Ambiental DIGV
337
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
• Evento acidental 12: Queda ou choque de equipamentos ou embalados
causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha
mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados.
• Evento acidental 17: Queda ou choque de equipamentos e materiais causando
grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo
externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque
de corpo pesado).
• Evento acidental 21: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes
danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do
dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV.
• Evento acidental 26: Queda ou choque de materiais causando grandes danos
físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos
utilizados nos serviços de construção civil.
IV.3 – ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS E ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS
IV.3.1 – ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS
IV.3.1.1 - Eventos Iniciadores
A avaliação das freqüências dos eventos iniciadores de acidentes utilizou dados
diretamente associados às principais causas básicas estabelecidas pela Análise
Preliminar de Perigos. A Tabela IV.4 a seguir apresenta as freqüências estimadas pela
Natrontec - com base em dados estatísticos coletados nos “sites” do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego, ou
disponibilizados, através de contacto telefônico, pela Defesa Civil do Município de
Angra dos Reis - para os eventos iniciadores dos acidentes considerados como de
severidade crítica. Na determinação das estimativas de freqüências, também foram
utilizadas informações do banco de dados da Natrontec.
Plano de Controle Ambiental DIGV
338
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.4 - Freqüências dos Eventos Iniciadores
Freqüência
Evento Iniciador
(ocorrência / ano)
4 - Queda de materiais ou choque com
obstáculos e queda de ferramentas,
causando grandes danos físicos em
equipamentos ou em pessoas,
devido a falha mecânica de
equipamentos
de
corte,
tracionamento e outros
8 – Queda ou choque de equipamentos
causando grandes danos físicos em
equipamentos ou em pessoas,
devido a falha mecânica dos
dispositivos
de
içamento
dos
geradores de vapor e demais
equipamentos a serem substituídos
12 – Queda ou choque de equipamentos
ou embalados causando grandes
danos físicos em equipamentos ou
em pessoas, devido a falha
mecânica da carreta de transporte
dos equipamentos ou embalados
17 – Queda ou choque de equipamentos
e materiais causando grandes
danos físicos em equipamentos ou
em pessoas, devido a choque de
corpo externo contra o prédio do
DIGV (deslizamento de encosta,
inundação ou choque de corpo
pesado)
21 – Queda ou choque de embalado(s)
causando grandes danos físicos
em embalado(s) ou em pessoas,
devido a falha mecânica do
dispositivo
de
içamento
de
embalados dentro do DIGV
Plano de Controle Ambiental DIGV
2,43E-3
Freqüência determinada a partir
de dados da Pesquisa da
Indústria da Construção de 2000,
publicada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, do
levantamento anual de acidentes
do trabalho realizado pelo
Ministério do Trabalho e
Emprego (ano de 2000) e de
informações do Banco de Dados
da Natrontec.
9,21E-5
Freqüência determinada a partir
de dados da Pesquisa Industrial
de 2002, publicada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística e de informações do
Banco de Dados da Natrontec.
5,74E-5
Freqüência determinada a partir
de dados fornecidos pela Defesa
Civil de Angra dos Reis e de
informações do Banco de Dados
da Natrontec.
9,21E-5
26 – Queda ou choque de materiais
causando grandes danos físicos
em equipamentos ou em pessoas,
devido a falha mecânica de
equipamentos
utilizados
nos
serviços de construção civil
2,43E-3
339
Referência
Freqüência determinada a partir
de dados da Pesquisa Industrial
de 2002, publicada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística e de informações do
Banco de Dados da Natrontec.
Freqüência determinada a partir
de dados da Pesquisa da
Indústria da Construção de 2000,
publicada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística, do
levantamento anual de acidentes
do trabalho realizado pelo
Ministério do Trabalho e
Emprego (ano de 2000) e de
informações do Banco de Dados
da Natrontec.
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
As estimativas de freqüência apresentadas na Tabela IV.4 também foram determinadas
considerando as características do local onde se situará o DIGV, no que concerne aos
seguintes aspectos:
o Condições atmosféricas.
o Topografia.
o Avaliação de controle e estabilidade das encostas.
As características da área do DIGV, no que concerne a estes itens, são descritas a
seguir:
•
Condições Atmosféricas
A CNAAA possui um sistema de aquisição automático de dados meteorológicos
composto de uma torre principal denominada “A” com 100 m de altura e que se localiza
a cerca de 325 m ao norte do prédio do reator de Angra 2, na cota de 40 m. A Torre B
está na cota de 12 m e afastada 1.200 m ao sul, próxima da arrebentação do mar,
sobre o promontório rochoso conhecido como Ponta Fina e, portanto, próximo ao local
onde se situará o DIGV. A Torre C fica na direção noroeste, a uma distância de 1.400
m, na cota de 166 m, enquanto a Torre D, a nordeste, dista 1.000 m e está na cota de
290 m.
As Torres B, C e D possuem apenas um anemômetro ao nível de 15 m acima do solo,
para medir a direção e velocidade dos ventos, enquanto a Torre A dispõe de
anemômetros a 10 m, 60 m e 100 m de altura e próximo à sua base existe um
pluviômetro instalado em um cercado. Além disso, ao nível de 10 m são medidas as
temperaturas de referência do ar. Nesta torre são medidas as diferenças verticais de
temperatura nos seguintes intervalos de altura de [10 - 60] m e [10-100] m, sendo em
ambas as medidas a temperatura do nível de 10 m utilizada como referência.
As informações coletadas nas diversas torres são enviadas por rádio para uma unidade
central de aquisição (microcomputador industrial) localizado na sala de controle de
Angra 1. Posteriormente, essas informações são transmitidas para a sala de controle
de Angra 2 .
A CNAAA está localizada a menos de meio grau ao norte do Trópico de Capricórnio,
portanto, matematicamente dentro da zona tropical do Hemisfério Sul. O clima local e
regional esperado deve ser tropical muito úmido e quente.
O relevo da região é um importante fator climático e meteorológico. Devido à posição e
orientação da Serra do Mar ao longo da costa da Região Sudeste, uma grande
diversidade climática e vegetal é encontrada.
Existem vários fatores que diversificam os climas locais e regionais, tais como
correntes oceânicas, altitude e posição relativa às serras.
O clima modernamente é entendido como o resultado da integração de sucessões de
situações meteorológicas. O clima de um lugar é determinado por fatores estáticos (ou
geográficos) e dinâmicos. Entre os fatores estáticos ou geográficos encontra-se a
posição relativa, tal como a latitude e proximidade ao mar. A posição latitudinal
determina a quantidade de insolação recebida durante o ano e como conseqüência o
maior potencial para evaporação de água. Por outro lado, a vizinhança em relação às
Plano de Controle Ambiental DIGV
340
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
grandes massas líquidas pode significar maior disponibilidade de vapor, maior teor de
umidade no ar, nuvens e precipitações. Um outro fator climático importantíssimo é o
relevo de região. Não só a altitude do lugar é relevante, mas também a posição relativa
aos acidentes orográficos, dado que existe interação dos fatores estáticos com os
dinâmicos.
Os montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da
circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa
sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados.
A camada de inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a
ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da
atmosfera. Isto mostra que a Serra do Mar não cria somente uma descontinuidade da
superfície da terra, mas também uma descontinuidade nas estratificações das camadas
atmosféricas.
A camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se
nas serras. No planalto, uma outra camada de mistura se forma, assim como uma nova
estratificação das camadas de ar.
A escarpa das serras é, portanto, uma região de descontinuidade da estratificação da
atmosfera, sendo um local de turbulência e instabilidade térmica. O ar quente e úmido
gerado pela insolação diária, nas baixadas, fica impedido de ultrapassar os limites
verticais da camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica.
As brisas do mar tentam empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente
mais aquecido, porém, são barradas pelas escarpas. No verão, os montes sofrem
rápido aquecimento diurno, em poucas horas sobre eles desenvolvem-se células
convectivas que aspiram ar dos vales.
Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de
precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e
também pela formação de células convectivas locais, que a distribuição espacial das
precipitações apresenta grandes contrastes.
A localização da Torre B na Ponta Fina é muito próxima ao mar e está mais distante
das montanhas altas, e os seus dados revelam um regime de ventos noturnos
catabáticos de N (12%) e ventos de brisa do mar de S (8%).
Por estar mais exposta ao mar, recebe os ventos diretamente, antes que esses
desviem-se ao longo das encostas. O padrão dos ventos noturnos na Torre B mantém
semelhança com aquele da Torre A, existindo diferença quanto às brisas do mar que
chegam de S e dos setores laterais.
Na distribuição de freqüência horária dos ventos, pode-se observar os dois regimes de
ventos diurnos e noturnos com os horários de transição de regime no início e no fim do
dia. Na Torre B, a transição de regime não é tão clara e brusca como na Torre A.
A dificuldade de circulação dos ventos na região onde se situará o DIGV reduz as
possibilidades de dispersão de partículas radioativas eventualmente liberadas durante
a ocorrência de algum evento acidental relacionado com a substituição dos geradores
de vapor e outros equipamentos ou com a operação do DIGV e que se encontram
listados na Tabela IV.3.
Plano de Controle Ambiental DIGV
341
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
•
Topografia
Conforme descrito no Item II.1.4.1.a deste PCA, as características técnicas do local
selecionado para o DIGV tornam necessária a realização de serviços de remoção de
cerca de 4,0 m do aterro existente e de execução de um reaterro compactado no
entorno do depósito, de modo a regularizar o nível. Assim, o DIGV será construído
sobre uma área plana, situada na elevação + 4 m CNG.
A drenagem da área do DIGV e adjacências prevê o direcionamento das águas pluviais
locais para o mar, através de canaletas, canais e tubulações do sistema de drenagem
pluvial a ser implantado para o empreendimento.
•
Avaliação de Controle e Estabilidade da Encosta
A região onde se situará o DIGV possui uma encosta que necessita de obras de
contenção destinadas a reduzir a probabilidade de ocorrência de deslizamentos que
possam afetar a estrutura física do depósito. O projeto de estabilização da encosta é
descrito no item II.1.4.1 deste PCA e a sua implementação permitirá, ao adotar
coeficientes de segurança consagrados pela literatura, satisfazer os critérios de
segurança adequados, protegendo o DIGV de eventuais deslizamentos de encostas.
IV.3.1.2 - Árvore de Eventos
A árvore de eventos é uma ferramenta de análise probabilística, representando os
possíveis desdobramentos de um cenário acidental em diversas tipologias acidentais
de acordo com o sucesso ou insucesso dos seus condicionantes. As Árvores de
Eventos partem de um evento iniciador (Evento Topo de árvores de falhas, onde os
cenários iniciais de acidentes com conseqüências potenciais significativas dependem
da combinação ou sucessão de falhas mecânicas ou humanas, e de eventos externos),
evoluindo até os diversos cenários acidentais, fornecendo as condições e
probabilidades de ocorrência do evento final. Para que um evento iniciador evolua até
um determinado cenário acidental é necessário que uma seqüência de diversas
condições seja satisfeita.
Uma vez definida a estrutura da árvore, são atribuídos valores para a probabilidade de
cada um dos condicionantes e calcula-se a freqüência resultante de cada uma das
seqüências de eventos da árvore.
Os passos para a elaboração de uma análise em Árvore de Eventos são:
1. Identificação do evento inicial: evento de topo.
2. Identificação das condições para propagação.
3. Construção da Árvore de Eventos.
4. Cálculo de freqüência das seqüências de eventos, com base nas probabilidades
admitidas para as condicionantes.
5. Totalização das freqüências por tipologia acidental.
Plano de Controle Ambiental DIGV
342
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
As probabilidades utilizadas para cada uma das condições de propagação foram
definidas com base na experiência dos consultores da Natrontec e no seu banco de
dados.
As Árvores de Eventos apresentadas nas Figuras IV.4 a IV.9 referem-se aos eventos
iniciadores listados na Tabela IV.4, cujos efeitos consistem em dano físico grave em
equipamentos ou pessoas. As Figuras IV.10 a IV.13 apresentam as árvores de eventos
cujos efeitos são a contaminação do meio ambiente e de pessoas por radioatividade.
Plano de Controle Ambiental DIGV
343
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.4 – Árvore de Eventos: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas devido a falha mecânica
de equipamentos de corte, tracionamento e outros – Efeito: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas causando grandes danos físicos em equipamentos ou
em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros (Acidente 4)
IMPACTO
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE FATALIDADE
Não (Probab. = 0,9)
CONSEQÜÊNCIA
Dano físico no equipamento
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Morte
Sim (Probab. = 0,1)
Plano de Controle Ambiental DIGV
344
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.5 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos
Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos – Conseqüência: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos
dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos (Acidente 8)
IMPACTO
QUEDA DE
EQUIPAMENTO OU
DESPRENDIMENTO DE
COMPONENTE
PROJEÇÃO DE COMPONENTE
OU DE PEDAÇO DO
EQUIPAMENTO
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE
FATALIDADE
Não (Probab. = 0,995)
Não (Probab. = 0,99)
Sim (Probab. = 0,005)
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,01)
CONSEQÜÊNCIA
Dano
físico
equipamento,
quebra
da
integridade
no
sem
sua
Dano
físico
equipamento,
quebra
da
integridade
no
com
sua
Dano
físico
equipamento,
quebra
da
integridade
no
com
sua
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Morte
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
345
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.6 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos
Equipamentos ou Embalados – Efeito: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da
carreta de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12)
IMPACTO
ROMPIMENTO / QUEBRA
DE COMPONENTE DO
EQUIPAMENTO OU
EMB ALADOS
PROJEÇÃO DE COMPONENTE
OU DE PEDAÇO DO
EQUIPAMENTO / ROLAMENTO
DO EQUIPAMENTO OU
EMBALADOS
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE
FATALIDADE
CONSEQÜÊNCIA
Dano físico no equipamento
ou embalados , sem quebra da
sua integridade
Não (Probab. = 0,99)
Dano físico no equipamento
ou embalados , com quebra da
sua integridade
Não (Probab. = 0,99)
Sim (Probab. = 0,01)
Dano físico no equipamento
ou embalados , com quebra da
sua integridade
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,01)
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Morte
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
346
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.7 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o
Prédio do DIGV – Efeito: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo
externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17)
IMPACTO
QUEDA DE BLOCOS DE
CONCRETO / QUEDA DO
EQUIPAMENTO OU DE
ALGUM COMPONENTE
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE
FATALIDADE
CONSEQÜÊNCIA
Dano físico no equipamento,
sem
quebra
da
sua
integridade
Não (Probab. = 0,99)
Dano físico no equipamento,
com
quebra
da
sua
integridade
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,01)
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
347
Morte
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.8 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de
Embalados dentro do DIGV – Efeito: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21)
IMPACTO
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE FATALIDADE
Não (Probab. = 0,999)
CONSEQÜÊNCIA
Dano físico no embalado
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Morte
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
348
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Figura IV.9 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Materiais Devido a Falha Mecânica de Equipamentos Utilizados nos
Serviços de Construção Civil – Efeito: Dano Físico
Evento Iniciador: Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos
utilizados nos serviços de construção civil (Acidente 26)
IMPACTO
DANO FÍSICO EM PESSOA
OCORRÊNCIA DE FATALIDADE
Não (Probab. = 0,9)
CONSEQÜÊNCIA
Dano físico no equipamento
Não (Probab. = 0,999)
Ferimento
Sim (Probab. = 0,001)
Morte
Sim (Probab. = 0,1)
Plano de Controle Ambiental DIGV
349
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NATRONTEC
Figura IV.10 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos
Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos – Efeito: Contaminação por Radioatividade
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos
dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos (Acidente 8)
IMPACTO
ROMPIMENTO DA PAREDE DO
EQUIPAMENTO OU
DESPRENDIMENTO DE COMPONENTE
CONTAMINAÇÃO DE PESSOAS E/OU
DO MEIO AMBIENTE
EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS
DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO
CONSEQÜÊNCIA
Não
ocorrência
radioatividade
Não (Probab. = 0,995)
liberaç ão
de
Liberação de radiação para o meio
ambiente e não exposição de pessoas à
radiação
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,005)
de
Não (Probab. = 0,999)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose inferior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose superior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
350
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.11 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos ou Embalados Devido a Falha Mecânica da Carreta de
Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito: Contaminação por Radioatividade
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica
da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12)
IMPACTO
ROMPIMENTO / QUEBRA DE
COMPONENTE DO EQUIPAMENTO OU
EMBALADOS
CONTAMINAÇÃO DE PESSOA E/OU
DO MEIO AMBIENTE
EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS
DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO
CONSEQÜÊNCIA
Não
ocorrência
radioatividade
Não (Probab. = 0,99)
liberação
de
Liberação de radiação para o meio
ambiente e não exposição de pessoas à
radiação
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,01)
de
Não (Probab. = 0,999)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose inferior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose superior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
351
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.12 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o
Prédio do DIGV – Efeito: Contaminação por Radioatividade
Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamento e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo
externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17)
IMPACTO
QUEDA DE BLOCOS DE CON CRETO /
QUEDA DO EQUIPAMENTO OU DE
ALGUM COMPONENTE
CONTAMINAÇÃO DE PESSOA E/OU
DO MEIO AMBIENTE
EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS
DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO
CONSEQÜÊNCIA
Não
ocorrência
radioatividade
Não (Probab. = 0,99)
liberação
de
Liberação de radiação para o meio
ambiente e não exposição de pessoas à
radiação
Não (Probab. = 0,99)
Sim (Probab. = 0,01)
de
Não (Probab. = 0,999)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose inferior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose superior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,01)
Plano de Controle Ambiental DIGV
352
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Figura IV.13 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de
Embalados dentro do DIGV – Efeito: Contaminação por Radioatividade
Evento Iniciador: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21)
IMPACTO
ROMPIMENTO DO EMBALADO
CONTAMINAÇÃO DE PESSOA
E/OU DO MEIO AMBIENTE
EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A
NÍVEIS DE RADIAÇÃO ACIMA DO
PERMITIDO
CONSEQÜÊNCIA
Não ocorrência de liberação de
radioatividade
Não (Probab. = 0,99)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e não exposição de pessoas à
radiação
Não (Probab. = 0,999)
Sim (Probab. = 0,01)
Não (Probab. = 0,999)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose inferior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Liberação de radiação para o meio
ambiente e exposição de pessoas à
radiação em dose superior ao limite
aceitável
Sim (Probab. = 0,001)
Plano de Controle Ambiental DIGV
353
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
•
Quantificação das Árvores de Evento
A Tabela IV.5 a seguir apresenta os maiores valores de freqüência (ocorrência / ano)
determinados para as seqüências associadas a cada evento iniciador, relativo a dano
físico e por conseqüência, enquanto a Tabela IV.6 apresenta os maiores valores de
freqüência relativos a contaminação por radioatividade.
Tabela IV.5 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador cuja
Conseqüência Consiste em Dano Físico
Evento Iniciador
Freqüência
(ocorrência/ ano)
Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de
ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em
pessoas (Acidente 4)
2,43E-03
· Dano físico no equipamento
2,19E-03
· Ferimento
2,43E-04
· Morte
2,43E-07
Queda ou choque de equipamento causando grandes danos físicos em
equipamentos ou pessoas, devido a falha dos dispositivos de
içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos (Acidente 8)
9,21E-05
· Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade
9,16E-05
· Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade
4,56E-07
· Ferimento
4,60E-12
· Morte
4,61E-15
Queda ou choque de equipamento causando grandes danos físicos em
equipamentos ou pessoas, devido a falha mecânica da carreta de
transporte de equipamentos (Acidente 12)
9,21E-05
· Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade
9,12E-05
· Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade
9,12E-07
· Ferimento
9,20E-12
· Morte
9,21E-15
Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes
danos físicos em equipamentos ou pessoas, devido a choque de corpo
externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação
ou choque de corpo pesado) (Acidente 17)
5,74E-05
· Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade
5,68E-05
· Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade
5,73E-07
· Ferimento
5,73E-10
· Morte
5,74E-13
Plano de Controle Ambiental DIGV
354
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.5 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador
cuja Conseqüência Consiste em Dano Físico (continuação)
Evento Iniciador
Freqüência
(ocorrência/ ano)
Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em
embalado(s) ou pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21)
9,21E-05
· Dano físico no embalado
9,20E-05
· Ferimento
9,20E-08
· Morte
9,21E-11
Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em
equipamentos ou pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos
utilizados nos serviços de construção civil (Acidente 26)
2,43E-03
· Dano físico no equipamento
2,19E-03
· Ferimento
2,43E-04
· Morte
2,43E-07
Tabela IV.6 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador
Cuja Conseqüência Consiste em Exposição à Radiação
Evento Iniciador
Freqüência
(ocorrência/ ano)
Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos
em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos
dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais
equipamentos a serem substituídos (Acidente 8)
9,21E-05
Não ocorrência de liberação de radioatividade
9,16E-05
Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação
4,60E-07
Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável
4,60E-10
Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável
4,61E-13
Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos
em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta
de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12)
9,21E-05
Não ocorrência de liberação de radioatividade
9,12E-05
Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação
9,20E-07
Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável
9,20E-10
Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável
9,21E-13
Plano de Controle Ambiental DIGV
355
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.6 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador
Cuja Conseqüência Consiste em Contaminação por Radioatividade (continuação)
Evento Iniciador
Freqüência
(ocorrência/ ano)
Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes
danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque
externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação
ou choque de corpo pesado) (Acidente 17)
5,74E-05
Não ocorrência de liberação de radioatividade
5,68E-05
Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação
5,68E-07
Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável
5,73E-09
Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável
5,74E-12
Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em
embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de
içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21)
9,21E-05
Não ocorrência de liberação de radioatividade
9,12E-05
Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação
9,20E-07
Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável
9,20E-10
Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável
9,21E-13
IV.3.2 – ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS
A determinação da magnitude das conseqüências dos cenários acidentais identificados
como de Categoria de Severidade II (Crítica) foi realizada considerando as seguintes
conseqüências:
• Dano físico grave em equipamentos, embalados ou pessoas (Eventos acidentais
4, 8, 12, 17, 21 e 26).
• Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação
(Eventos acidentais 8, 12, 17 e 21).
IV.3.2.1 – Conseqüência: Danos Físicos em Equipamentos, Embalados ou
Pessoas
As possíveis conseqüências resultantes de danos físicos em equipamentos, embalados
ou pessoas são as seguintes:
•
Conseqüências de danos físicos em equipamentos e embalados:
o Formação de mossa.
o Fissura em parede.
o Ruptura de parede.
•
Conseqüências de danos físicos em pessoas:
Plano de Controle Ambiental DIGV
356
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
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o Ferimento leve.
o Ferimento grave.
o Morte.
A análise das características dos cenários acidentais selecionados permite concluir que
as suas conseqüências ficarão restritas às imediações dos seus locais de ocorrência,
não sendo prevista a propagação dos seus efeitos para áreas mais distantes do local
do evento. A Tabela IV.7 apresenta as áreas de conseqüência para cada um dos
eventos acidentais de Classe II de severidade (crítica) identificados na Análise
Preliminar de Perigos e cuja conseqüência consiste em dano físico.
Tabela IV.7 – Danos Físicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de
Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos
Acidente
Área de Conseqüência
4 - Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de
ferramentas, causando grandes danos físicos em
equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de
equipamentos de corte, tracionamento e outros
Interior do prédio da contenção
primária ou área externa
imediatamente
próxima ao prédio
8 – Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos
da
contenção
secundária
físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha
mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de
vapor e demais equipamentos a serem substituídos
Rota de transporte dos
12 – Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando
grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, equipamentos e embalados e faixa
devido a falha mecânica da carreta de transporte dos
de mar próxima à rota de
equipamentos ou embalados
transporte
17 – Queda ou choque de equipamentos e materiais causando
grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas,
devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV
(deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo
pesado)
Área do DIGV
21 – Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos
físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha
mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro
do DIGV
Área do DIGV
26 – Queda ou choque de materiais causando grandes danos
Áreas interna e externa
físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha
imediatamente próximas ao prédio
mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de
do DIGV
construção civil
IV.3.2.2 – Conseqüência: Liberação de Radiação para o Meio Ambiente e
Exposição de Pessoas à Radiação
As áreas de conseqüências radiológicas dos eventos acidentais postulados abrangem
as áreas apresentadas na Tabela IV.8.
Plano de Controle Ambiental DIGV
357
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.8 – Danos Radiológicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os
Eventos de Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de
Perigos
Acidente
Área de Conseqüência
8 – Queda ou choque de equipamentos causando
grandes danos físicos em equipamentos ou em
pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de
Área com raio máximo de 0,55 m no
içamento dos geradores de vapor e demais entorno do equipamento, a partir do qual
equipamentos a serem substituídos
a taxa de dose de radiação é inferior ao
limite para trabalhador de 20 mSv/ano,
aplicado pela CNAAA e constante da
Norma CNEN-NN-3.01 (hipótese de
acidente com a tampa do reator e
considerando
o nível de radiação de
17 – Queda ou choque de equipamentos e materiais
7.000 µSv/h, ou seja, antes da sua
causando grandes danos físicos em equipamentos
descontaminação).
ou em pessoas, devido a choque de corpo externo
12 – Queda ou choque de equipamentos ou embalados
causando grandes danos físicos em equipamentos
ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta
de transporte dos equipamentos ou embalados
contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta,
inundação ou choque de corpo pesado)
Área com raio máximo de 0,01 m no
entorno do embalado, a partir do qual a
taxa de dose de radiação é inferior ao
limite para trabalhador de 20 mSv/ano
(Área afetada pela radiação resultante da
liberação de todo o conteúdo de um
embalado e que permanece depositado
na área do DIGV). Caso seja considerada
a hipótese, extremamente remota, de
rompimento
dos 166 embalados previstos
21 – Queda ou choque de embalado(s) causando grandes
para
serem
armazenados
no DIGV, o raio
danos físicos em embalado(s) ou em pessoas,
máximo
passaria
a
ser
de 2,46 m.
devido a falha mecânica do dispositivo de içamento
de embalados dentro do DIGV
Na hipótese de ocorrência de acidente
com rompimento de embalado e liberação
do conteúdo de todos os embalados a
serem estocados no DIGV (166), a dose
equivalente efetiva devido à inalação de
ar contaminado seria de 0,01 mSv/ano
para um indivíduo do público, que é 100
vezes inferior ao limite de 1 mSv/ano
definido pela norma CNEN-NN-3.01 e
adotado pela CNAAA.
O valor de 0,01 mSv/a listado na Tabela IV.8, relativo ao acidente de rompimento e
liberação do conteúdo de todos os embalados a serem armazenados no DIGV, foi
determinado admitindo-se que 1% do conteúdo dos embalados seria composto por
partículas com diâmetro inferior a 10 µ e, portanto, transportáveis por correntes de ar
(HÜBSCHER, 1979 e WALLACE & KELLEY, 1975). De modo conservador, foram
usados como coeficientes de doses equivalentes efetivas para a inalação de ar os
valores, exp ressos em Sv/Bq, correspondentes a criança na faixa etária de 1 a 2 anos
Plano de Controle Ambiental DIGV
358
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
(IAEA – Safety Series No 19, 2001). Como taxa de inalação foi utilizado o valor de
2,5368 x 10-4 m3/s, aplicável para o caso de uma pessoa adulta (DIAS, 2002).
IV.4 – ANÁLISE DE VULNERABILIDADE
A Análise de Vulnerabilidade tem por objetivo avaliar a extensão dos danos
decorrentes de cenários acidentais, estimando o número de fatalidades e de pessoas
feridas entre trabalhadores e comunidades vizinhas à instalação.
Os danos acarretados por um acidente estão diretamente relacionados às suas
conseqüências, ou seja, a área atingida e a intensidade da variável de exposição, que,
para o DIGV, consistem em danos físicos em equipamentos e pessoas e contaminação
de pessoas e do meio ambiente por radioatividade.
Os resultados apresentados nas Tabelas IV.5 e IV.6 permitem constatar que a
ocorrência de fatalidades, mesmo no pior caso (Acidentes 4 e 26, danos físicos), situase na região de cenários não críveis (10-7). Todos os demais cenários de acidentes,
incluindo os de exposição à radiação, apresentam probabilidades ainda mais remotas
e, portanto, desprezíveis. Desse modo, considerou-se como não pertinente a
realização da análise de vulnerabilidade.
IV.5 – AÇÕES E MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA CONDIÇÕES DE
ACIDENTES
As medidas de proteção adotadas para minimizar as conseqüências de acidentes nas
atividades de substituição, transporte e armazenagem dos geradores de vapor e outros
equipamentos no DIGV contemplaram os aspectos de proteção radiológica e física,
conforme listado a seguir:
•
Proteção Radiológica:
o Proteção radiológica estrutural do DIGV.
o Blindagem radiológica das atividades de substituição e transporte dos
equipamentos e materiais e do DIGV.
o Proteção radiológica dos trabalhadores e do público em geral.
•
Proteção Física do DIGV:
o Medidas Permanentes.
o Medidas Temporárias.
IV.5.1 – PROTEÇÃO RADIOLÓGIC A
IV.5.1.1 – Proteção Radiológica Estrutural do DIGV
O DIGV foi projetado de modo a que as áreas de estocagem dos equipamentos e
embalados (caixas metálicas) fiquem separadas do Compartimento de Acesso (área
DGV 0101) e do Compartimento de Manuseio das Caixas Metálicas (área DGV 0102),
sendo o acesso à área de estocagem efetuado somente através de entradas tipo
labirinto, conforme mostrado no Anexo 4 deste PCA.
A necessidade de estruturar o DIGV em compartimentos isolados deveu-se ao fato de
que a atenuação da radiação oriunda dos equipamentos de grande porte (geradores de
Plano de Controle Ambiental DIGV
359
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
vapor, trocador de calor e outros) é relativamente pequena em relação ao aumento da
distância de afastamento desses equipamentos. Assim, os seguintes princípios foram
considerados para a distribuição dos compartimentos do DIGV:
• O compartimento DGV 0107, onde é previsto o mais alto nível de radiação por
ser destinado à estocagem da tampa do reator, está localizado na região mais
afastada e de mais difícil acesso dentro do prédio e o seu acesso é feito através de
entrada tipo de labirinto, de modo a oferecer proteção contra radiação gama.
• As paredes de concreto de separação dos compartimentos individuais foram
projetadas de modo a conter toda a radiação no interior do próprio compartimento,
impedindo que atinja outro compartimento.
• Dentro dos compartimentos, os equipamentos serão dispostos de acordo com a
sua taxa de dose, sendo a parte do equipamento com mais alta taxa de dose
posicionada no fundo do compartimento, ou seja, o mais longe possível da sua
entrada.
Os equipamentos serão armazenados no DIGV sempre em posição elevada em
relação ao piso do compartimento, de modo a minimizar a possibilidade de que sejam
atingidos por eventuais, muito embora improváveis, inundações que ocorram dentro do
DIGV.
Outra característica do procedimento de estocagem no DIGV consiste na colocação
dos embalados com maiores níveis de radioatividade na parte central do
compartimento DGV 0103 e, à sua volta, os embalados com menor nível de
radioatividade, que atuarão, assim, como um cinturão de blindagem.
Na hipótese de ocorrência de acidente envolvendo a entrada de líquido no interior do
DIGV e sua conseqüente contaminação por radioatividade, este líquido deverá ser
direcionado para o poço do sistema de drenagem interna, onde deverá ficar contido e
posteriormente retirado de modo seguro. A presença de líquido no interior do poço de
contenção fará soar o alarme a ser instalado no Prédio da Guarita do Centro de
Gerenciamento de Rejeitos.
O DIGV será designado como área controlada, conforme a Norma CNEN NN.3.01.
IV.5.1.2 – Blindagem Radiológica
A empresa a ser contratada para a realização dos serviços de substituição e transporte
dos equipamentos e materiais será a responsável pelo projeto, planejamento e
instalação de toda a blindagem necessária para a realização dos serviços de corte da
contenção, retirada e transporte para o DIGV dos geradores de vapor velhos,
colocação dos novos geradores de vapor e fechamento das contenções primária e
secundária. O projeto de blindagem deverá atender às exigências da Eletronuclear, a
quem caberá a responsabilidade final e a supervisão das atividades de substituição e
transferência dos equipamentos e materiais radioativos para o DIGV.
A Eletronuclear deverá solicitar à empresa contratada que a Taxa Coletiva nos
trabalhos de substituição e transporte dos geradores de vapor se situe na faixa de 0,6
a 1,5 H.Sv (homem.sievert).
Plano de Controle Ambiental DIGV
360
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Conforme descrito no Item II.1.4.1.h, o projeto de blindagem do DIGV foi concebido de
modo a assegurar que as doses anuais nas superfícies externas às paredes do prédio
sejam inferiores a 20 mSv (limite operacional para um trabalhador ocupacional no sítio
de Angra) e as doses anuais na cerca do depósito sejam inferiores a 1 mSv (limite para
um indivíduo do público).
IV.5.1.3 – Proteção Radiológica dos Trabalhadores e do Público em Geral
Para a proteção radiológica dos trabalhadores e do público em geral, serão aplicados
os procedimentos administrativos da Proteção Radiológica da Eletronuclear e que
também poderão ser utilizados em conjunto com os procedimentos do Plano de
Emergência Local, caso haja necessidade de iniciá-lo.
Vale assinalar que não haverá o transporte de nenhum equipamento ou material
radioativo para locais fora da área da CNAAA, eliminando, conseqüentemente, a
possibilidade de exposição à radiação de pessoas que estejam localizadas fora dos
limites da CNAAA.
Todos os trabalhadores envolvidos nas atividades de substituição, transporte e
estocagem dos geradores de vapor deverão obedecer a norma CNEN-NN 3.01
“Diretrizes Básicas de Radioproteção” e que define como sendo de 20 mSv/ano o limite
máximo de taxa de dose a que um trabalhador pode ser exposto. Para indivíduos do
público, esse limite é de 1 mSv/ano.
Esse controle será efetuado através do uso de medidas administrativas (Autorizações
de Serviço) e do uso de dosímetros e monitores portáteis, que informarão os níveis de
radiação existentes nas áreas de trabalho e os níveis a que ficarão expostos os
trabalhadores.
A empresa contratada para os serviços de substituição e transporte dos equipamentos,
e suas subcontratadas, serão responsáveis pelo gerenciamento de seu pessoal.
Quando um trabalhador não for mais aceito na área controlada (dose demasiado
elevada, falta de crédito de dose), essas empresas terão que substituir este
trabalhador de imediato, incluindo o pessoal altamente qualificado, cuja substituição
apresenta maior grau de dificuldade. É responsabilidade da contratada requerer
aumento do limite de dose de uma pessoa, caso isto venha a se tornar necessário.
Deve ser assinalado que Eventos Causadores de Contaminação de Pessoal podem
automaticamente levar à recusa de acesso à Área Controlada em termos de radiação
até que a pessoa em questão venha a ser liberada.
O Plano de Proteção Radiológica da contratada deverá seguir os procedimentos PAGE 08 (Plano de Proteção Radiológica), PA-PR 25 (Controle de Exposição à
Radiação), PA-PR 26 (Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa) e PA-PR
29 (Controle de Partículas Radioativas), integrantes do Manual de Operações da Usina
(MOU), além de obedecer também à norma CNEN-NN 3.01 e todas as outras normas
e recomendações internacionais aplicáveis, tais como as publicações de segurança da
Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA – Safety Series).
Plano de Controle Ambiental DIGV
361
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
IV.5.2 – PROTEÇÃO FÍSICA
IV.5.2.1 – Medidas Permanentes
Um sistema de barreiras, especialmente projetado e construído, será instalado com o
objetivo de evitar o contato de pessoa intrusa (ou animal) com os componentes
radioativos ou recipientes radioativos armazenados no interior do DIGV. Estas barreiras
são:
• Material do próprio componente armazenado, no caso aço do equipamento
ou material do enchimento do próprio recipiente de rejeito proveniente
diretamente da substituição do componente.
•
Paredes internas e externas do DIGV, a serem construídas em concreto.
•
Cerca de segurança em torno do depósito.
Esta cerca especial de segurança evitará o contato direto entre pessoas/animais de
porte e os equipamentos e materiais radioativos. Ela será construída ao longo do
perímetro do depósito, de modo a manter uma distância segura da parede externa da
construção. A cerca será permanentemente monitorada por sistema de câmeras de
vídeo (Sistema CFTV) e pelo serviço de segurança física de Angra 1, visando preservar
a sua integridade.
Durante o fechamento dos compartimentos contendo os equipamentos armazenados,
somente serão permitidos permanecer dentro da área de construção os materiais,
equipamentos e instalações imprescindíveis à execução das etapas pendentes.
Outros itens que integram o projeto de proteção física do DIGV são os seguintes:
•
Sistema de alarme, a ser acionado quando da abertura de portas.
•
Sistema de iluminação externa.
• Sistema de comunicação com outras áreas da CNAAA, composto por ramais
telefônicos comuns.
• Projeto de contenção da encosta existente na área do DIGV (ver Item II.1.4.1
deste PCA).
• Projeto de ampliação do molhe de enrocamento, localizado entre o DIGV e a orla
marítima (ver Item II.1.4.1 deste PCA).
As imagens das câmeras externas, bem como os sinais de monitoração de abertura
das portas, deverão ser reportados à Sala de Proteção Radiológica, situada na Guarita
da área do Centro de Gerenciamento de Rejeitos. Serão utilizadas as Centrais de
Circuito Fechado de Televisão e Alarmes de aberturas de portas pertencentes aos
Depósitos (1, 2 A, 2 B e 3) e Prédio de Monitoração, instaladas na Guarita. Haverá,
ainda, rondas diárias nas áreas externas à cerca, a serem realizadas pela equipe de
patrulhamento da empresa de vigilância.
IV.5.2.2 – Medidas Temporárias
Objetivando aumentar o nível de segurança das operações de transporte dos
equipamentos, é sugerido que seja prevista a possibilidade de uso do guindaste
Plano de Controle Ambiental DIGV
362
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Manitowoc 4600-S4 (capacidade máxima de carga de 544 t, com lança de 140 pés), já
disponível na CNAAA e que será acionado para a remoção de equipamentos de
grande porte que venham a cair na via de transporte ou no leito marinho, como
conseqüência de um acidente durante o transporte para o DIGV. Vale enfatizar, que a
possibilidade de ocorrência desse tipo de acidente é desprezível, conforme
comprovado nos estudos de Avaliação da Segurança e Risco do Projeto, realizados
dentro deste PCA.
IV.6 – TAXAS DE DOSE EM CONDIÇÕES NORMAIS E CÁLCULO DE DOSES EM
CONDIÇÕES DE ACIDENTES PARA O TRABALHADOR E PÚBLICO EM GERAL
Os valores de taxas de dose em condições normais são apresentados na Tabela II.3,
contida no Item II.1.2.3 deste PCA e vale ressaltar, novamente, que os va lores listados
na Tabela II.3 referem-se às taxas de dose antes da descontaminação dos
equipamentos e serão significativamente reduzidos após a descontaminação, a ser
realizada como descrito no Item II.1.1.3 deste PCA.
Para as situações de acidentes de severidade crítica consideradas no presente
documento, foram calculados os tempos máximos de exposição a que os
trabalhadores podem ficar expostos à radiação, em condições normais e de acidentes,
até atingirem o valor limite de 20 mSv/ano. Esses valores são apresentados na Tabela
IV.9, que também lista os raios atingidos pelas curvas de 1 mSv/ano relativa à
exposição de indivíduos do público em geral e à queda de algum equipamento no mar.
Tabela IV.9 – Tempos de Exposição Máxima Permitidos para Trabalhadores e Raios
das Áreas em que o Nível de Radiação Atinge 1 mSv/ano (Antes da Descontaminação
do Equipamento)
Equipamento
Tempo de Exposição
Máximo, em Horas, para
Que o Trabalhador Fique
Exposto à Taxa de Dose de
20 mSv/ano
Raios da Área de 1 mSv/ano
para Acidente de Queda de
Equipamento no Mar (metro)
(condições normais e de
acidentes)
1) Gerador de Vapor
4,0
2,09
3) Tampa do vaso do reator
2,9
2,48
4) Trocador de Calor
40,0
0,66
5) Evaporador de rejeitos
80,0
0,47
4.000,0
0,07
6) Isolamento Térmico
A análise da Tabela IV.9 mostra que o menor tempo de exposição máxima admitido
para os trabalhadores é de 2,9 h e é relativo ao manuseio da tampa do reator, tanto em
condições normais, quanto em condições de acidentes. A tabela mostra ainda que o
maior raio para a curva de 1mSv/ano também está associado à tampa do reator, cuja
curva atingiria um raio de 2,48 m. Vale enfatizar que os valores constantes da Tabela
Plano de Controle Ambiental DIGV
363
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
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IV.9 foram calculados com base nas taxas de dose medidas antes da
descontaminação dos equipamentos. O valor de 2,48 m pode ser considerado como
pequeno e em toda a área próxima à rota de transporte ao DIGV não será permitida a
presença de pessoas do público em geral, durante as operações de transporte.
Deve ser assinalado que a possibilidade de rolamento para o mar de algum
equipamento, na hipótese de um acidente na carreta durante o transporte para o DIGV,
é remota, visto que a distância mínima do eixo da rota de transporte em relação ao mar
é de cerca de nove metros e existe entre esta via interna da CNAAA e o mar uma
barreira física constituída pelo molhe de enrocamento.
IV.7 – AVALIAÇÃO FINAL DA SEGURANÇA DO EMPREENDIMENTO DIGV
Este item trata da avaliação dos riscos (sociais, individuais e ocupacionais) a que
estarão expostos os trabalhadores envolvidos nas atividades de substituição e
estocagem dos geradores de vapor e outros equipamentos de Angra 1.
IV.7.1 – RISCOS SOCIAIS
O Risco Social de um dado evento é expresso quantitativamente como o produto da
freqüência de ocorrência do evento pelas suas conseqüências, ou seja:
Risco (fatalidades/ano) = Freqüência (eventos/ano) x Conseqüências
(fatalidades/evento),
A freqüência refere-se a um certo intervalo de tempo, o qual é normalmente tomado
como um ano, de modo que o risco é obtido em uma base anual. Em se tratando de
risco de acidentes, a conseqüência mais importante é a fatalidade de seres humanos,
embora ocorram outros tipos de conseqüências (ferimentos, destruição de residências,
etc.).
Para uma instalação industrial qualquer, onde possam ocorrer N eventos acidentais,
cada um dando origem a M seqüências de acidentes independentes, podemos
generalizar a equação acima, escrevendo:
R = ∑n
∑
m
FnmCnm
onde R é o risco social médio da unidade (tradicionalmente, expressa em mortes por
ano) e Fnm e Cnm representam, respectivamente, a freqüência anual e o número de
mortes da m-ésima seqüência de acidente do n-ésimo evento iniciador.
A partir das freqüências calculadas no item de análise de freqüência anterior,
juntamente com a análise de vulnerabilidade, obtêm-se os valores de risco para cada
tipologia e o seu somatório é o risco social médio R. Os riscos sociais por evento
acidental, com freqüência de ocorrência da ordem de 10E-07, são apresentados na
Tabela IV.10.
Plano de Controle Ambiental DIGV
364
Avaliação de Segurança e Risco do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.10 – Valores de Riscos Sociais por Evento Acidental com Freqüência da Ordem de 10-7
Cenário
Evento
Freqüência
(eventos/ ano)
Pessoas
Expostas
Risco
Fatalidades /
Evento
Feridos /
Evento
Fatalidade /
Ano
4 - Queda de materiais ou choque Dano físico no equipamento
com obstáculos e queda de
ferramentas,
causando Ferimento
grandes danos físicos em
equipamentos
ou
em
pessoas, devido a falha
mecânica de equipamentos Morte
de corte, tracionamento e
outros
2,19E-03
1
0
0
0
2,43E-04
1
0
1
0
2,43E-07
1
1
0
2,43E-07
26
2,19E-03
1
0
0
0
2,43E-04
1
0
1
0
2,43E-07
1
1
0
2,43E-07
–
Queda ou choque de Dano físico no equipamento
materiais causando grandes
danos
físicos
em Ferimento
equipamentos
ou
em
pessoas, devido a falha
mecânica de equipamentos Morte
utilizados nos serviços de
construção civil
Plano Básico Ambiental DIGV
365
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
IV.7.2 – RISCOS INDIVIDUAIS
O Risco Individual Médio pode ser quantificado como a razão entre a magnitude do
risco social anterior e o número de pessoas expostas. Para uma instalação industrial
qualquer, onde possam ocorrer diversas hipóteses acidentais, podemos generalizar
escrevendo a seguinte equação para o risco individual médio:
r=
1
N
∑x
i
fi
onde r é o risco individual da instalação (tradicionalmente, expressa em mortes por
ano), fi e xi representam, respectivamente, a freqüência anual de um dado acidente e o
número de mortes resultantes do mesmo; N é o número de pessoas expostas aos
riscos, calculado com base na maior área atingida por um acidente. O somatório é feito
sobre o número de hipóteses acidentais num dado local, chegando-se a um risco
individual médio para uma dada instalação.
A partir das freqüências determinadas para cada cenário acidental calculadas no item
de análise de freqüência anterior, juntamente com a análise de vulnerabilidade, obtêmse os valores de risco individuais para seres humanos, por tipologia acidental.
Considerando-se os valores da Tabela IV.10 e também que o número máximo
estimado de pessoas envolvidas, em qualquer época, nas atividades relacionadas com
a construção do DIGV e com a substituição, transporte e estocagem dos equipamentos
será de 213, tem-se que o risco individual médio para o empreendimento será de
2,43E-7/213, resultando em um risco individual médio de 1,14E-9 fatalidades/ano.
O risco individual também pode ser definido como o risco de fatalidade de uma pessoa
hipotética localizada em qualquer ponto x,y de um espaço bi-dimensional de análise de
vulnerabilidade. Trata-se do somatório dos riscos de todos os acidentes que podem
causar fatalidades em cada ponto x,y.
IV.7.3 – COMPARAÇÃO DOS RISCOS INDIVIDUAIS
Para permitir a melhor compreensão do valor de risco obtido para uma instalação
industrial é comum a sua comparação com outros valores de riscos conhecidos.
Para se colocar em perspectiva os resultados quantitativos obtidos neste capítulo são
apresentados alguns valores de riscos individuais voluntários e involuntários no Brasil e
no exterior, relativos a várias atividades, industriais ou não. A apresentação destes
dados se faz necessária para o perfeito entendimento dos riscos aos quais os
trabalhadores envolvidos no empreendimento estarão expostos em decorrência do
empreendimento.
Os valores de riscos tabelados podem ser divididos de acordo com o seu caráter
voluntário ou involuntário, sofrendo ainda influência das características locais. Porém,
para efeito comparativo, são apresentados na Tabela IV.11 os riscos individuais para
vários eventos acidentais.
Plano Básico Ambiental DIGV
366
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.11 - Riscos Voluntários e Involuntários – Quadro Internacional
Voluntários
Involuntários
Risco
(fatalidades/ano)
Atividade
Pilotar motocicleta
2.000E -5
Risco
(fatalidades/ano)
Atividade
Atropelamento (EUA)
500E -7
600E -7
Fumar 20 cigarros/dia
500E -5
Atropelamento
Unido)
Praticar corrida de carro
120E -5
Enchentes (EUA)
22E-7
17E-5
Terremotos (Califórnia)
17E-7
7,5E-5
Tornados (EUA)
22E-7
Dirigir carro
Beber
1
vinho/dia
garrafa
de
(Reino
Praticar alpinismo
4E-5
Tempestades (EUA)
8E-7
Praticar futebol
4E-5
Relâmpagos
Unido)
1E-7
2E-5
Queda de aviões (EUA)
Tomar
anticoncepcionais
pílulas
(Reino
1E-7
Queda de aviões (Reino
Unido)
0,2E-7
Explosão em vaso de
pressão (EUA)
0,5E-7
Vazamento numa usina
de
energia
atômica
(EUA)
1E-7
Enchente
(Holanda)
1E-7
nos
Mordida
de
venenosos
diques
animais
2E-7
Transporte de petróleo e
produtos químicos (EUA)
0,5E-7
Transporte de petróleo e
produtos químicos (Reino
Unido)
0,2E-7
Leucemia
800E -7
Influenza
2.000E -7
Fonte: LEES, F. P. Loss prevention in the process industries. 1996.
O risco médio individual do empreendimento, de 1,14E-9 fatalidades/ano, é menor do
que qualquer um dos riscos internacionais, voluntários e involuntários, listados na
Tabela IV.11.
Para o Brasil, conforme mostra a Tabela IV.12, os riscos individuais médios oscilam
entre 5,2E-4 e 2,8E-6, que também são bem maiores do que o determinado para o
presente empreendimento.
Plano Básico Ambiental DIGV
367
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
Tabela IV.12 - Riscos Individuais Médios no Brasil
Causas
Risco Individual
(fatalidades/ano)
Dirigir carro
5,2 E-4
Atropelamento
7,3 E-5
Afogamento
5,0 E-5
Leucemia
2,3 E-5
Eletrocussão
7,2 E-6
Descarga atmosférica
4,5 E-6
Incêndio
2,8 E-6
Fonte: IBGE, Banco de Dados Natrontec
A Tabela IV.13 apresenta os riscos individuais médios da Indústria Britânica e a sua
observação possibilita verificar que o valor do risco individual médio do
empreendimento, calculado como sendo de 1,14E-9 fatalidades/ano, é cerca de 10.000
vezes inferior ao risco de indústria de vestuários e calçados, que apresenta o menor
risco ocupacional no Reino Unido.
Tabela IV.13 – Riscos Individuais Médios da Indústria Britânica, Segundo os Padrões
do HSE
Unidade
Riscos Individuais Médios
Vestuário e calçados
1,31E-5
Veículos a motor
1,14E-4
Indústria química
3,07E-4
Indústria do aço
7,00E-4
Trabalho agrícola
8,76E-4
Mineração do carvão
3,50E-3
Construção
5,87E-3
Tripulação de aviões
2,19E-2
IV.7.4 – COMPARAÇÃO DOS RISCOS SOCIAIS
Os Riscos Sociais estão diretamente relacionados ao número de pessoas expostas às
conseqüências de uma ocorrência acidental. Normalmente o Risco Social é
representado através de curvas F-N, onde as conseqüências, medidas em termos de
número de fatalidades (N), são registradas em função da freqüência acumulada de
acidentes (F).
Em razão do empreendimento se situar no Estado do Rio de Janeiro, no presente
estudo foi utilizado o padrão de aceitabilidade de riscos sociais utilizado pela Feema,
que é o órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Segundo esses critérios de
Plano Básico Ambiental DIGV
368
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
aceitabilidade (ver Figura IV.14), o empreendimento apresenta riscos sociais toleráveis,
visto que o seu Risco Social calculado é de cerca de 2,43E-7, para uma fatalidade.
Esse valor também atende ao padrão da Cetesb, órgão ambiental do Estado de São
Paulo e que adota o padrão mais restritivo de aceitabilidade de risco no Brasil,
admitindo uma fatalidade para a freqüê ncia de 1 x 10-5, conforme consta no seu
“Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Risco”, de maio de
2003.
Figura IV.14 - Padrão Feema de Aceitabilidade
INTOLERÁVEL (FEEMA)
FREQÜÊNCIA ACUMULADA
(OCOR./ANO)
TOLERÁVEL (FEEMA)
1,00E-01
1,00E-02
1,00E-03
1,00E-04
1,00E-05
1,00E-06
1,00E-07
1,00E-08
1,00E-09
1,00E-10
1,00E-11
1,00E-12
1
10
100
1000
10000
FATALIDADES
IV.7.5 - CONCLUSÕES
IV.7.5.1 - Riscos Individuais e Ocupacionais
Os valores dos riscos individuais e ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores
envolvidos no empreendimento são perfeitamente aceitáveis, quando comparados aos
riscos individuais típicos no Brasil e no exterior, bem como aos riscos ocupacionais da
indústria britânica.
IV.7.5.2 - Risco Social
Quando comparados com o padrão de aceitabilidade da Feema, o empreendimento
apresenta riscos sociais aceitáveis.
Plano Básico Ambiental DIGV
369
Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto
NATRONTEC
V – ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
A partir da caracterização do empreendimento apresentada na seção II deste PCA, do
diagnóstico da situação ambiental das áreas de influência direta e indireta, e da avaliação
de segurança e riscos do projeto como um todo, conforme a seção IV, desenvolve-se a
identificação dos impactos ambientais decorrentes de todas as atividades ligadas à
instalação e operação do DIGV.
Os impactos ambientais são definidos pela Resolução Conama 001/86 como “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da população; às atividades
sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais”.
Como tais alterações também podem ser resultantes de situações operacionais atípicas,
incorpora-se na presente análise a conclusão da seção anterior, que investiga os riscos do
empreendimento em todos os seus aspectos.
V.1 - METODOLOGIA
Os impactos foram categorizados e avaliados de acordo com as diretrizes da Resolução
Conama nº 001/86, conforme o modelo conceitual apresentado a seguir.
•
MAGNITUDE
Segundo BISSET (1987), a magnitude de um impacto “é definida como a medida de
gravidade da alteração de parâmetro ambiental (consideram-se questões como a
extensão do impacto, sua periodicidade e seu grau de modificação). A magnitude é, e
também definida pela extensão do efeito daquele tipo de ação sobre a característica
ambiental, em escala espacial e temporal. É classificada como alta, média ou baixa”.
•
SIGNIFICÂNCIA
Indica a importância do impacto no contexto da análise. É classificada como alta, média ou
baixa.
•
NATUREZA
Indica se o impacto ambiental é positivo ou negativo, da seguinte forma:
•
O impacto positivo (ou benéfico) - quando a ação resulta na melhoria da qualidade
de um fator ou parâmetro ambiental;
•
O impacto negativo (ou adverso) - quando a ação resulta em um dano à qualidade
de um fator ou parâmetro ambiental.
•
FORMA
Indica se o impacto ambiental é direto ou indireto, da seguinte maneira:
•
O impacto direto - resultante de uma simples relação de causa e efeito;
Plano de Controle Ambiental DIGV
370
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
•
O impacto indireto - resultante de uma reação secundária em relação ao impacto
direto primário, ou quando é parte de uma cadeia de reações.
•
PRAZO DE OCORRÊNCIA
Indica se o impacto ambiental ocorre de forma imediata, de médio ou longo prazo, da
seguinte forma:
•
impacto imediato – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre no mesmo momento
em que se dá a atividade transformadora (causa);
•
impacto de médio prazo – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre em médio
prazo, a partir do momento em que se dá a atividade transformadora (causa);
•
impacto de longo prazo – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre em longo
prazo, a partir do momento em que se dá a atividade transformadora (causa).
•
CONSTÂNCIA E DURAÇÃO
Indica se o impacto ambiental em questão é temporário, permanente ou cíclico, da
seguinte forma:
•
impacto temporário - quando o efeito (impacto ambiental) tem duração determinada;
•
impacto permanente - quando, uma vez executada a atividade transformadora, o
efeito não cessa de se manifestar num horizonte temporal conhecido;
•
impacto cíclico – quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo
determinados.
•
ABRANGÊNCIA
Este parâmetro indica se o impacto ambiental é local, regional ou estratégico, segundo as
seguintes definições:
•
impacto local - quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações;
•
impacto regional - quando o impacto se faz sentir além das imediações do sítio
onde se dá a ação;
•
impacto estratégico - quando o componente ambiental afetado tem relevante
interesse coletivo ou nacional.
•
REVERSIBILIDADE
Indica se o impacto ambiental em questão é reversível ou irreversível, seguindo as
seguintes definições:
•
impacto reversível - quando o fator ou parâmetro ambiental afetado, cessada a
ação, retorna às suas condições originais;
•
impacto irreversível - quando, uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro
ambiental afetado não retorna às suas condições originais em um prazo previsível.
Plano de Controle Ambiental DIGV
371
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
•
CUMULATIVIDADE E SINERGIA
Se houver efeitos cumulativos e/ou sinérgicos, estes serão destacados na descrição do
impacto ambiental, indicando sua magnitude e relações. Seguem as respectivas
definições:
•
Cumulatividade: um impacto ambiental cumulativo é derivado da soma de outros
impactos ou de cadeias de impacto que se somam, gerados por um ou mais de um
empreendimento isolado, porém contíguo, num mesmo sistema ambiental. Impacto
no meio ambiente resultante do impacto adicional da ação quando acrescentada a
outras ações passadas, presentes e futuras, razoavelmente previsíveis (MAGRINI,
1990).
•
Sinergia: é o efeito, força ou ação, resultante da conjunção simultânea de dois ou
mais fatores, inclusive de outros empreendimentos (caso das usinas de Angra 1 e
2, situadas no mesmo sítio: a CNAAA), de forma que o resultado é superior à ação
dos fatores individualmente, sob as mesmas condições. Em outros termos, a
associação de tais fatores não somente potencializa a sua ação como, ainda, pode
produzir um efeito distinto (MAGRINI, 1990).
Inicialmente são descritos os impactos decorrentes da implantação e operação do
empreendimento e medidas mitigadoras e/ou compensatórias correspondentes. Em
seqüência apresenta-se uma Matriz de Impacto Quanti-Qualitativa, segundo adaptação do
método Fischer e Davies, desenvolvido em 1972, visando dar uma visão sinóptica geral
dos impactos e medidas pertinentes.
As operações de retirada dos equipamentos a serem substituídos do envoltório de Angra
1, de sua transferência ao DIGV, de instalação de novos equipamentos, e de operação do
DIGV, conforme descrito na seção II deste PCA, não acarretam danos ambientais em
condições normais, merecendo análise apenas do ponto de vista de sua segurança e dos
riscos envolvidos, resumidamente incorporados a presente avaliação.
Já o DIGV, embora seja uma obra de engenharia civil de pequeno porte, a ser localizada
em área industrial do sítio da CNAAA, pode gerar impactos de baixa magnitude, conforme
demonstrado adiante.
V.2 - INSTALAÇÃO
V.2.1 - MEIO FÍSICO
•
Supressão de vegetação secundária
Devido às características antrópicas da área de intervenção, coberta por vegetação do tipo
capoeira e situada no interior do sítio da CNAAA, este impacto terá baixa magnitude, não
requerendo mitigação ou compensação.
•
Erosão e assoreamento
O DIGV encontra-se inserido na base da encosta de uma antiga pedreira, no morro da
Ponta Fina, na porção leste do sítio da CNAAA.
Plano de Controle Ambiental DIGV
372
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
As obras de infra-estrutura prevêem a construção de sistemas de drenagem, tanto para as
encostas adjacentes ao depósito, quanto para a área do próprio depósito. Esses sistemas
buscam minimizar o risco ocorrência de processos erosivos e de assoreamento. Destarte,
pode-se afirmar que este impacto potencial é de baixa magnitude e se encontra mitigado
pelas características intrínsecas do projeto.
•
Produção de efluentes sanitários
A permanência dos operários, na fase de construção, será apenas durante o turno de
trabalho. Esta população de operários para a implantação do empreendimento, resulta na
situação mais crítica, no que diz respeito à produção de efluentes sanitários, pois durante
a fase de operação, haverá apenas inspeção periódica de acordo com o Programa de
Monitoração Radiológico PA-PR 27. A estimativa do número de operários no pico da obra
é de 176 trabalhadores.
O refeitório utilizado pelos operários da construção do depósito em questão será o mesmo
dos funcionários na CNAAA, onde já existe uma estação de tratamento de efluentes
sanitários. Os operários utilizados na obra também serão preferencialmente moradores da
região, não exercendo pressão significativa sobre o sistema de tratamento de efluentes
sanitários no Município.
Medidas Mitigadoras
A implantação de um sistema de tratamento de efluentes sanitários não será necessária,
porque a quantidade produzida, nas fases de implantação e operação do DIGV, será
absorvida pelo sistema de tratamento existente. Os contêineres-sanitários serão
diretamente conectados ao tanque séptico existente (cilíndrico, de câmara única, sem
sumidouro, diâmetro 1,60 m, altura 2,60 m), periodicamente drenado por caminhão-fossa
e encaminhado à Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Mambucaba.
A Eletronuclear possui um programa de acompanhamento do monitoramento da qualidade
(resultados laboratoriais) dos efluentes finais da ETE Mambucaba. A periodicidade dos
relatórios é quinzenal.
•
Retirada da camada superficial do solo
O processo de terraplenagem apresenta-se como impacto direto e de pequena magnitude,
uma vez que a área de implantação do DIGV já sofreu intervenção antrópica anterior, com
a execução de aterros.
Medidas Mitigadoras
As porções de solo e rocha que serão removidas devem ser armazenadas em um local do
canteiro de obras para a reutilização das mesmas durante a construção ou em outras
obras da CNAAA. Esta deposição provisória deve possuir proteção para evitar a erosão e
carreamento do material. Caso o aproveitamento deste material não seja possível, deve
ser disposto em área onde não haja possibilidades de erosão e conseqüente
assoreamento em corpos hídricos ou áreas adjacentes. Se forem necessárias, devem ser
utilizadas técnicas de construção e manejo para evitar a degradação dessas áreas.
Plano de Controle Ambiental DIGV
373
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
•
Contaminação do solo por combustíveis, óleos, graxas e produtos químicos em
geral.
Na fase de implantação do DIGV a contaminação por produtos químicos em geral é um
impacto potencial. A contaminação pode ocorrer nas ações de pintura, limpeza e
atividades de caráter geral, onde estes produtos são utilizados.
A contaminação por combustíveis, lubrificantes e solventes (hidrocarbonetos derivados do
petróleo) poderão ocorrer no abastecimento e manutenção de equipamentos e na limpeza
de estruturas e ferramentas.
Os solos podem se contaminar ainda por: va zamentos em equipamentos; derramamento
ou transbordamento durante operações de carga e descarga de produtos; gotejamento de
tubulações, reservatórios, veículos e equipamentos; lançamento indireto por escoamento
superficial, precipitação ou pela rede de drenagem do empreendimento e/ou por
lançamento direto ao solo.
Medidas mitigadoras
Caso ocorram acidentes que levem a derramamentos de produtos químicos, deverão ser
implantadas as normas de isolamento da área, seguindo o manual da Associação
Brasileira de Indústria Química - ABIQUIM. Após uma avaliação do risco e necessidade de
remoção, a disposição do solo contaminado deverá ocorrer em locais que atendam as
exigências para a classe do material.
•
Geração de Resíduos
A geração de resíduos é inerente a qualquer tipo de obra ou empreendimento. A mesma é
representada por resíduos oriundos da sobra ou da inutilização dos materiais de
construção e também pela geração de resíduos “domésticos” gerados pelos
trabalhadores.
Medidas Mitigadoras
Este empreendimento, inclusive durante a fase de construção, está sujeito aos
procedimentos da Eletronuclear no que diz respeito aos resíduos.
A CNAAA utiliza o Sistema de Manifesto de Resíduos, que subsidia o controle dos
resíduos gerados no Estado do Rio de Janeiro, desde sua origem até a destinação final,
evitando seu encaminhamento para locais não licenciados. Os resíduos gerados na
Central Nuclear são separados, classificados e, grande parte, reutilizados.
•
Ruídos
A construção do DIGV implica a utilização de máquinas e equipamentos geradores de
ruído, particularmente na movimentação de terra (escavadeiras, pá carregadeiras, serra
elétrica, caminhões e outros), fundações (marteletes pneumáticos, compactadores e
outros) e obras civis (betoneiras, vibradores). A geração de ruído por parte de tais
equipamentos é variável de acordo com a fase evolutiva da obra. A população atingida
Plano de Controle Ambiental DIGV
374
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
engloba aquela atuante na CNAAA, sobretudo a ligada diretamente ao empreendimento,
além dos trabalhadores da própria CNAAA e prestadores de serviço (empreiteiros).
Conforme o nível e tempo de exposição, a população atingida poderá sofrer uma alteração
transitória da audição, ou seja, alterações temporárias de limiar. Trata -se de um efeito em
curto prazo representado pela redução da sensibilidade auditiva que retorna gradualmente
ao normal depois de cessada a exposição, também dependente da sensibilidade
individual. No caso de atingidos ou extrapolados os limites de tolerância legais a
exposição ao ruído gera aceleração da pulsação, aumento da pressão sangüínea e
estreitamento dos vasos sangüíneos. Pode implicar em mudanças do comportamento tais
como nervosismo, fadiga mental, frustração e prejuízo no desempenho no trabalho.
Medidas Mitigadoras
Manutenção de Máquinas e Utilização de Equipamentos
As medidas mitigadoras ao impacto de ruído gerado na implantação do empreendimento
podem ser divididas entre a fonte geradora e o trajeto do ruído. Para ambas se utilizam
atenuadores, defletores e silenciadores de ruídos junto às fontes geradoras e também a
manutenção preventiva de máquinas e equipamentos geradores de ruído.
Equipamentos de Proteção Pessoal
Utilização de equipamentos de proteção pelos operários da obra e trabalhadores da
própria CNAAA no DIGV, previstos na legislação de Higiene e Segurança do Trabalho
(Portaria 3.214/78 da CLT), particularmente Normas Regulamentadoras Nº 7, 9 e 15.
•
Qualidade do ar
A determinação do impacto sobre a qualidade do ar é medida pela concentração de cada
poluente na atmosfera, e reflete o resultado final dos processos de lançamento de cada
poluente e de suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (transporte e
dispersão) e químico (reações químicas).
Empreendimentos como o DIGV podem ser geradores de impactos na qualidade do ar
apenas durante a fase de implantação, que deverão consistir especialmente de material
particulado, proveniente das operações de movimentação de terra, e tráfego de veículos.
A construção de prédios gera pó de cimento e de madeira, além de fumos e poeiras
metálicas. Gases como SO2, NO2 e CO, decorrentes da movimentação de veículos e
máquinas ligados às obras, também serão gerados temporariamente, em menor
proporção. As emissões de material particulado variam conforme as operações e ritmo
desenvolvidos na implantação do empreendimento, bem como das condições
meteorológicas.
Medidas mitigadoras
Umidificação e Proteção do Solo
Esta medida deve ser implantada durante as obras de terraplenagem, sendo de
responsabilidade da empresa contratada para construção do empreendimento, bem como
Plano de Controle Ambiental DIGV
375
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
do empreendedor. Sua adoção permite minorar a emissão fugitiva de poeira (material
particulado), decorrente das operações com terra, durante a construção e montagem do
empreendimento.
Cobertura dos caminhões
É prudente a atitude de cobrir os caminhões que transportam terras, rochas e todo
material pulverulento, do canteiro de obras e até seus destinos finais, durante a
construção do DIGV. Este procedimento minimiza a dispersão de material particulado
durante a movimentação dos veículos.
Manutenção preventiva de equipamentos
Com o intuito de minimizar as emissões atmosféricas provenientes de máquinas e
equipamentos, se faz necessária a manutenção preventiva durante o período de
implantação. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor.
V.2.2 - MEIO BIÓTICO
Os impactos gerados pelo DIGV nas fases de Construção e Operação, sobre o ar, água e
solo, repercutem de maneira direta ou indireta, variando em magnitude e intensidade,
sobre a vegetação e a fauna.
Ar: com base na análise preliminar de dispersão atmosférica, constatou-se que a emissão
de poluentes na fase de construção do empreendimento irá consistir basicamente em
material particulado (MP), SO2, NOx, CO2 e HC não queimados e emitidos,
principalmente, pelos veículos. O ruído produzido pelas máquinas durante as obras
também representa um impacto sobre o meio biótico.
Água: as drenagens que correm próximas ao DIGV serão alvo de impacto, ao longo da
fase de implantação do DIGV, que se tornarão receptores do escoamento superficial, na
área diretamente afetada do empreendimento.
Solo: as atividades de reaterro, lançamento e espalhamento de materiais a serem
realizadas na área da planta do DIGV, sejam para quais forem as finalidades, terão como
conseqüência imediata o deslocamento de terra.
Os impactos sobre o meio biótico durante a fase de implantação serão decorrentes
especialmente do ruído e emissão de material particulado, sendo que estes também
atingem, de maneira indireta, a vegetação e os recursos hídricos. Por outro lado, a área
destinada ao DIGV apresenta essencialmente vegetação herbácea e arbustiva.
Conseqüentemente, não ocorrerá perda de habitat para a fauna.
O ruído gerado pelo trânsito incremental de caminhões utilizados para o transporte de
material e demais atividades afugentará as espécies mais vulneráveis que habitam as
proximidades, levando-as a refugiar-se em localidades adjacentes. Entretanto, este
impacto é local e reversível, restringindo-se ao período de implantação.
A atividade na área acarretará alterações sobre a qualidade do ar, uma vez que haverá
aumento de particulados em suspensão provenientes do trânsito de veículos, assim como
Plano de Controle Ambiental DIGV
376
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
das emissões dos gases de combustão dos mesmos. Da mesma maneira que o ruído,
este aspecto refletir-se-á negativamente sobre os representantes da fauna, especialmente
sobre os mais suscetíveis a alterações atmosféricas.
Os impactos negativos durante esta fase normalmente cessarão juntamente com a
construção da obra e são representados pelas emissões atmosféricas como citados no
meio físico, sendo eles:
•?
material particulado, proveniente das operações de movimentação de terra;
•?
gases como SO2, NO2 e CO, decorrentes da movimentação de veículos e máquinas
ligados às obras;
•?
aumento do nível de ruído provocado por máquinas e equipamentos;
As emissões de material particulado variam conforme as operações e ritmo desenvolvidos
na implantação do empreendimento, bem como com as condições meteorológicas.
Medidas Mitigadoras
As medidas mitigadoras são, em parte, as mesmas utilizadas para o meio físico, sendo
elas:
Umidificação e Proteção do Solo
Esta medida deve ser implantada durante as obras de terraplenagem, sendo de
responsabilidade da empresa contratada para todo o empreendimento, bem como do
empreendedor. Sua adoção permite minorar a emissão fugitiva de poeira (material
particulado), decorrente das operações com terra, durante a construção e montagem do
empreendimento.
Cobertura dos caminhões
Soma-se à medida mitigadora acima, a prudente atitude de cobrir os caminhões que
transportam terras, rochas e todo material pulverulento, do canteiro de obras e até seus
destinos finais, durante a construção do DIGV, ajudando a tornar eficaz a medida de
umidificação do solo. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor.
Manutenção preventiva de equipamentos
Com o intuito de minimizar as emissões atmosféricas provenientes de máquinas e
equipamentos é necessária a manutenção preventiva dos mesmos durante o período de
implantação. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor.
Manutenção de Máquinas e Equipamentos
A medida mitigadora ao impacto de ruído gerados na implantação do empreendimento é a
manutenção preventiva de máquinas e equipamentos geradores de ruído.
Plano de Controle Ambiental DIGV
377
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
V.2.3 - MEIO ANTRÓPICO
Os impactos negativos sobre o meio antrópico na fase de implantação do DIGV são
semelhantes aos já descritos para os meios físico e biótico, caracterizando-se por sua
abrangência local. São eles:
•?
Geração de ruído;
•?
Emissões (particulados, poeira, entre outros)
•?
Geração de resíduos;
•?
Incremento do tráfego (movimentação de máquinas e transporte de trabalhadores).
Medidas Mitigadoras
Além das medidas mitigadoras apresentadas para os meios físico e biótico podem-se
destacar algumas que estão relacionadas diretamente com o meio antrópico, sendo elas:
•?
Coordenar e gerenciar as atividades de recrutamento e treinamento de pessoal
capacitado para a utilização de mão de obra proveniente das localidades próximas à
CNAAA;
•?
Implantação de ações do setor de serviço social da Eletronuclear voltadas ao
acompanhamento e orientação dos empregados e terceirizados, complementadas por
programas e palestras sobre prevenção de acidentes e saúde do trabalho;
•?
Utilização, pelos trabalhadores, de equipamentos de proteção contra ruídos e demais
equipamentos de segurança do trabalho;
•?
Evitar a presença de pessoas que não estejam envolvidas na construção do
empreendimento ou na sua operação;
•?
Regulagem e observação quanto ao tempo de uso dos equipamentos, para que não
prejudiquem o ambiente e a população trabalhadora do local; e
Os impactos positivos do empreendimento em suas áreas de influência direta e indireta,
traduzem-se pela geração de empregos e pela garantia de continuidade operacional
segura de Angra 1.
V.3 - OPERAÇÃO
É importante salientar que os efeitos causados em longo prazo, ou seja, na fase de
operação, dependem em grande parte do padrão de operação do DIGV. Em condições
normais de operação não há impactos adversos significativos.
O único impacto relevante na fase de operação é justamente a garantia de operação
segura de Angra 1, o que permitirá a continuidade do aporte de seus 640 MWe ao sistema
interligado. Os impactos negativos na fase de operação, em condições normais, não
apresentam significância.
Plano de Controle Ambiental DIGV
378
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
V.4 – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCOS
Foram considerados, na Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto, os acidentes
relativos às operações de troca dos equipamentos, à construção do DIGV, ao transporte
dos equipamentos (ver rota contida no Anexo 10 deste PCA) e à armazenagem dos
equipamentos dentro do DIGV. Foi previsto que podem ocorrer acidentes físicos (danos a
estruturas, a trabalhadores e em equipamentos e embalados) e também ocasionados por
contaminação à radiação, tendo em vista que os equipamentos a serem desmontados e
transferidos funcionam dentro da contenção primária da Usina de Angra 1.
Foram realizadas análises qualitativas (Análise Preliminar de Perigos para 26 cenários de
acidentes) e quantitativas (Análise dos Riscos Individuais e Sociais de seis cenários com
potencial de severidade crítica).
Os danos acarretados por um acidente estão diretamente relacionados às suas
conseqüências, ou seja, a área atingida e a intensidade da variável de exposição, que, no
caso das operações analisadas para o DIGV, consistem em danos físicos em
equipamentos ou em pessoas.
Os resultados apresentados nas Tabelas IV.5 e IV.6 da Seção IV anterior permitem
constatar que a ocorrência de fatalidades, mesmo no pior caso (Acidentes 4 e 26, danos
físicos), situa-se na região de cenários não críveis (1,0E-7 ou 10-7). Todos os demais
cenários de acidentes, incluindo os de possível exposição à radiação além dos limites
aceitáveis, apresentam probabilidades ainda mais remotas e, portanto, desprezíveis, tanto
do ponto de vista da saúde da população exposta como do ponto de vista da biota como
um todo. Desse modo, considerou-se não pertinente a realização das análises adicionais
de vulnerabilidade e risco para esses cenários.
O risco individual médio foi calculado em 1,14E-9 fatalidades/ano. Este risco individual
médio é menor do que qualquer um dos riscos típicos de uma sociedade urbana e
industrial, voluntários e involuntários, conforme os bancos de dados internacionais,
listados na Tabela IV.11 da seção IV anterior. Para o Brasil, conforme mostra a Tabela
IV.12 na mesma seção, os riscos individuais médios a que está sujeita a população em
geral oscilam entre 5,2E-4 e 2,8E-6, que também são bem maiores do que o determinado
para o presente empreendimento.
Em razão do empreendimento se situar no Estado do Rio de Janeiro, foi utilizado o padrão
de aceitabilidade de riscos sociais utilizado pela Feema, órgão ambiental do Estado do Rio
de Janeiro. Segundo esses critérios de aceitabilidade, o empreendimento apresenta riscos
sociais toleráveis, visto que o seu Risco Social calculado é de cerca 2,43E-7 para uma
fatalidade. Esse valor também atende ao padrão da Cetesb, órgão ambiental do Estado de
São Paulo, que adota o padrão mais restritivo de aceitabilidade de riscos sociais no Brasil.
V.5 – MATRIZES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
São apresentadas a seguir as matrizes que resumem a análise de impactos do
empreendimento DIGV.
Plano de Controle Ambiental DIGV
379
Análise dos Impactos Ambientais
causa
temporário,
permanente
ou cíclico
REVERSIBILIDADE
imediato,
de médio
ou longo
prazo
ABRANGÊNCIA
CONSTÂNCIA
(DURAÇÃO)
alta,
direto ou
média ou
indireto
baixa
PRAZO DE
OCORRÊNCIA
alta,
média ou
baixa
FORMA
positivo ou
negativo
SIGNIFICÂNCIA
MAGNITUDE
IMPACTOS
AMBIENTAIS
NATUREZA
NATRONTEC
local,
reversível
regional ou
ou
estratégico irreversível
MEDIDAS MITIGADORAS E/OU
COMPENSATÓRIAS
descrição
grau de
resolução
(alto, médio
ou baixo)
FASE DE INSTALAÇÃO
indireto
Execução de cortes
e aterros no terreno
do depósito
imediato
temporário
local
reversível
baixa
indireto
Presença de
operários na obra
imediato
temporário
local
reversível
baixa
direto
Geração de poeiras,
material particulado,
gases e fumaça
imediato
temporário
local
reversível
imediato
temporário
regional
reversível
Assoreamento e Processos
Erosivos
negativo
baixa
baixa
Produção
sanitários
negativo
baixa
negativo
baixa
de
efluentes
Alteração da qualidade do
ar
negativo
baixa
baixa
direto
Utilização de
máquinas e
equipamentos
geradores de ruídos
Contaminação do solo/água
por
produtos
químicos,
combustíveis, óleos e graxas
negativo
baixa
baixa
direto
Acidentes com
combustíveis e
produtos químicos
imediato
temporário
local
reversível
Geração de emprego e
renda
positivo
média
alta
Direto e
indireto
Contratação de mãode-obra
imediato
temporário
local e
regional
reversível
Ruídos
Plano de Controle Ambiental DIGV
380
a) Sistema de drenagem
b)
Dispositivo
de
proteção contra erosão e
carreamento
de
materiais
a) Utilização do sistema
de
tratamento
já
existente
b) Monitoramento de
qualidade dos efluentes
a)
Umidificação
e
proteção do solo;
b)
Cobertura
dos
caminhões;
c)
Manutenção
preventiv a
dos
equipamentos;
d) Utilização de EPI
pelos trabalhadores.
a)
Utilização
de
atenuadores,
e
silenciadores
b)
Utilização
de
equipamento
de
proteção individual – EPI
a)
Manutenção
de
equipamentos;
b)
Treinamento
e
capacitação de pessoal.
Não pertinente.
Cabe acompanhar a
contratação preferencial
de mão-de-obra local
a) alto
b) alto
a) alto
b) alto
a) alto
b) médio
c) médio
d) alto
a) alto
b) alto
a) alto
b) alto
-
Análise dos Impactos Ambientais
causa
temporária,
permanente
ou cíclico
REVERSIBILIDADE
imediato,
de médio
ou longo
prazo
ABRANGÊNCIA
CONSTÂNCIA
(DURAÇÃO)
alta,
direta ou
média ou
indireta
baixa
PRAZO DE
OCORRÊNCIA
alta,
média ou
baixa
FORMA
MAGNITUDE
positivo
ou
negativo
IMPACTOS AMBIENTAIS
SIGNIFICÂNCIA
NATUREZA
NATRONTEC
local,
reversível
regional ou
ou
estratégico irreversível
MEDIDAS MITIGADORAS E/OU
COMPENSATÓRIAS
descrição
grau de
resolução
(alto, médio
ou baixo)
FASE DE OPERAÇÃO
Aumento
da
operacional de Angra I
segurança
positivo
Plano de Controle Ambiental DIGV
alta
alta
indireta
Substituição de
equipamento crítico
em fim de vida útil
381
imediato
permanente
para o novo
ciclo de vida estratégico irreversível Não pertinente
útil de
Angra 1
-
Análise dos Impactos Ambientais
NATRONTEC
VI. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS
A seguir, são apresentados os Programas de Controle e Monitoramento previstos para
o empreendimento, considerando as suas etapas de implantação e de operação.
VI.1 – PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS
VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS
Estudos de estabilidade da encosta localizada a montante do local do DIGV, realizados
por iniciativa da Eletronuclear, indicaram a necessidade de realização de serviços
destinados a estabilizar a parte média dessa encosta, de modo a garantir a
manutenção da integridade do DIGV.
VI.1.2 – OBJETIVO
Execução do projeto de estabilização da encosta apresentado no Item II.1.4.1 deste
PCA.
VI.1.3 – PROCEDIMENTO
O projeto de contenção da encosta deverá ser implantado conforme projetado pela
Eletronuclear e obedecendo às boas normas de engenharia, devendo ser realizado por
empresa capacitada para a realização desse tipo de serviço e que possua experiência
comprovada.
Toda as etapas de realização do serviço deverão ser fiscalizadas pela Eletronuclear,
seja através da utilização de técnicos próprios, seja através da contratação de empresa
especializada.
VI.1.4 – RESPONSABILIDADE
Eletronuclear (Gerência de Engenharia Civil / Escritório de Obras)
VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Início: Segundo semestre de 2006
Conclusão: Ao término do período de operação do DIGV
VI.2 – MONITORAMENTO DA ENCOSTA
VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS
Tendo em vista os serviços de contenção que serão realizados na encosta situada a
montante do DIGV, conforme descrito nos Itens II.1.4.1, torna-se necessário definir um
programa de monitoramento dessa encosta.
VI.2.2 – OBJETIVO
Monitorar a encosta a montante do DIGV e garantir que seja mantida em adequadas
condições de preservação.
VI.2.3 – PROCEDIMENTO
O programa de monitoramento será desenvolvido através da realização de inspeções
visuais locais, com freqüência trimestral, nas quais serão realizadas limpezas das
canaletas de drenagem pluvial e, também, observados, no mínimo, os seguintes itens:
Plano de Controle Ambiental DIGV
382
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
•
Estado de conservação das canaletas e da escada de dissipação.
•
Estado de conservação da vegetação de proteção das encostas.
•
Estado de conservação do concreto projetado.
VI.2.4 – RESPONSABILIDADE
Eletronuclear (Gerência de Engenharia Civil).
VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Inspeções trimestrais, durante todo o período de operação do DIGV.
VI.3 – MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL
VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS
Tendo em vista o fato de que o DIGV destina-se ao armazenamento de equipamentos
e materiais que contêm radioatividade, torna-se necessária a realização de um
Programa de Monitoramento Radiológico, de modo a garantir que não ocorra a
exposição de pessoas à radiação em níveis superiores aos permitidos e, também,
identificar eventuais problemas existentes quanto à contenção da radioatividade no
interior do DIGV.
VI.3.2 – OBJETIVO
Monitoramento radiológico periódico dos seguintes itens:
•
Interior do DIGV.
•
Área externa do DIGV.
VI.3.3 – PROCEDIMENTO
a) Monitoramento do Interior do DIGV
Uma vez completada a colocação dos equipamentos e embalados no interior do DIGV,
não é prevista nenhuma movimentação futura desses itens, a menos que razões de
segurança tornem necessário reposicionar alguns itens, de modo a corrigir eventuais
problemas físicos ou de nível de contaminação na área do DIGV. Caso seja necessário
realizar alguma operação de movimentação de embalados/equipamentos, haverá
sempre a presença de um profissional da Proteção Radiológica, bem como durante o
ingresso de qualquer pessoa nas dependências do depósito. Visando manter um nível
adequado de segurança no DIGV, todas as operações de transferência de embalados
serão realizadas por intermédio do Dispositivo de Içamento do DIGV.
Toda a área interna ao prédio do DIGV será tratada como área controlada, seguindo,
portanto, todos os procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose
ocupacional.
O monitoramento na área interna do depósito será realizado por um técnico de
proteção radiológica e de acordo com o Programa de Monitoração Radiológica - PA-PR
27, que será revisado de modo a contemplar as instalações do DIGV. Nesse
monitoramento serão verificados os seguintes itens:
•
Nível de contaminação superficial.
Plano de Controle Ambiental DIGV
383
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
•
Taxa de dose e nível de contaminação do ar ambiente interno do DIGV.
b) Monitoramento da Área externa do DIGV
O monitoramento da área externa do DIGV será realizado por meio de dois monitores
de taxa de dose, que serão instalados na área externa ao prédio e serão integrados ao
sistema Eberline em fase de instalação nos outros Depósitos de Rejeitos, para que as
informações das taxas de dose externas às paredes do DIGV sejam enviadas, “online”, para a Sala de Proteção Radiológica, localizada na Guarita do Centro de
Gerenciamento de Rejeito.
c) Monitoramento do Ar Ambiente do DIGV
O DIGV será equipado com um sistema de amostragem do ar, ligado à linha de
exaustão do sistema de ventilação, para coleta de amostras de particulados em
suspensão, em filtro removível, para posterior análise em laboratório.
VI.3.4 – RESPONSABILIDADE
Eletronuclear (Gerência de Monitoração).
VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Monitoramento Radiológico do Interior do DIGV, incluindo monitoração do ar ambiente,
e da Área Externa: a cada três meses, durante todo o período de operação do DIGV.
VI.3.6 – RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND)
Em função da seleção da Ponta Fina como o local para a construção do DIGV, foi
implementado o Programa Pré-operacional para as áreas da Ponta Fina e Itaorna, com
o objetivo de se obter o levantamento radiológico e químico do local, bem como uma
análise radiológica em amostras oriundas das sondagens geotécnicas do local onde
será construído o DIGV de Angra 1.
Em todas as amostras examinadas não foram detectados radionuclídeos artificiais e,
portanto, o local está livre de contaminação radioativa, conforme descrito no relatório
DIPR 001/2002 (Programa Pré-operacional - Controle de Resíduos de Construção do
DIRR e Ponta Fina).
Estando o DIGV no mesmo sítio da CNAAA, os dados relativos aos componentes do
meio ambiente são os mesmos levantados rotineiramente pelo Laboratório de
Monitoração Ambiental. As Tabelas VI.1 e VI.2 apresentam um resumo desses
resultados.
Plano de Controle Ambiental DIGV
384
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na
Ponta Fina (2001)
Local
Taxa de Dose
Média anual (em mSv/30 dias)
Ponta Fina (a01)
Ponta Fina (A33)
0,119
0,090
Nota: - Ponto A01 – localizado próximo ao depósito de sucata da Usina; - Ponto A33 – localizado próximo
à Estação Meteorológica
Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector
Proporcional (2002)
Pontos (1)
Taxa de Dose
(em µSv/30 dias)
01
0,199
02
0,221
03
0,172
04
0,188
05
0,216
06
0,212
MÉDIA LOCAL
0,201
Nota (1): Todos os pontos situavam-se na área do DIGV
A Tabela VI.3 apresenta os resultados médios das análises de parâmetros físicoquímicos realizadas em amostras de mar coletadas na Ponta Fina, nos anos de 2001 e
2002, mostrando a situação do ambiente marinho antes da construção e operação do
DIGV.
Plano de Controle Ambiental DIGV
385
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar
Coletadas na Ponta Fina (2001 e 2002)
Parâmetros
2001 (Média)
-1
0,05
Nitrito (em µgatN.l )
-1
0,20
Nitrato (em µgatN.l )
-1
<
0,01
Fosfato (em µgatP.l )
-1
3,90
Silicato (em µgatSi.l )
Salinidade (em %)
35,0
-1
Oxigênio dissolvido (em ml.l )
7,49
-3
Clorofila “a” (em mg.m )
1,11322
-3
Clorofila “b” (em mg.m )
0,23815
-3
Clorofila “c” (em mg.m )
5,13828
pH
8,3
-1
Óleos e graxas (em ml.l )
Virtualmente ausente
-1
Amônia (em mg.l )
< 0,1
-1
Boro (em mg.l )
4,23
-1
Zinco (em mg.l )
0,013
-1
Hidrazina (em mg.l )
< 0,05
Nota: (1): análise não realizada devido à manutenção do equipamento.
2002 (Média)
0,06
0,08
< 0,01
4,88
35,0
(1)
1,37093
0,04186
0,70043
8,1
Virtualmente ausente
< 0,1
4,55
0,008
< 0,025
VI.4 – CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV
VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS
O presente programa justifica-se pela necessidade de realização de um estrito controle
operacional do DIGV, de modo a evitar a que pessoas e o meio ambiente possam ser
negativamente afetados em razão da sua operação.
VI.4.2 – OBJETIVO
O presente programa apresenta os controles operacionais que deverão ser utilizados
durante a operação do DIGV.
VI.4.3 – PROCEDIMENTO
Conforme já descrito no presente PCA, no DIGV não serão realizadas operações
rotineiras de carga, que somente ocorrerão quando da transferência dos geradores de
vapor e outros equipamentos e embalados para o DIGV.
Cada compartimento, após receber o respectivo equipamento, terá a sua parede
externa erguida, de modo a promover a completa vedação do local de estocagem e
impossibilitando a movimentação futura dos equipamentos estocados, a menos que
sejam derrubadas as paredes externas dos compartimentos de armazenagem. A única
possibilidade de acesso por pessoas aos equipamentos estocados consistirá na
entrada principal do prédio, conforme mostrado no Anexo 4 deste PCA.
No que concerne aos embalados, a sua estocagem também deverá ser realizada em
caráter definitivo, não sendo prevista qualquer movimentação futura dos embalados no
interior do DIGV. Qualquer mudança de posição de embalado somente deverá ocorrer
caso se torne necessário solucionar alguma dificuldade física ou relacionada com o
nível de radiação na área do DIGV.
Plano de Controle Ambiental DIGV
386
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
Assim, o DIGV deverá, em condições normais de funcionamento, permanecer
completamente fechado e sem nenhuma movimentação de pessoas ou cargas no seu
interior. Ele somente será aberto quando da realização das inspeções trimestrais
previstas no Programa de Monitoramento Radiológico, quando um técnico de proteção
radiológica da CNAAA, deverá entrar no prédio e realizar o levantamento dos níveis de
radiação do DIGV.
Conforme descrito no PCA, o DIGV disporá dos seguintes equipamentos e sistemas
destinados a garantir suas condições operacionais e de segurança:
•
Dispositivo de içamento.
•
Sistema de proteção contra incêndios.
•
Sistema de iluminação interna e externa.
•
Sistema de aterramento elétrico.
•
Sistema de proteção contra descargas elétricas.
•
Sistema de drenagem.
• Sistema de ventilação destinado a impedir a ocorrência de pressões positivas no
interior do prédio e dotado de filtro de alta eficiência (HEPA).
•
Dispositivos de alarme de abertura de portas.
•
Câmeras de vídeo para monitoração da área externa.
•
Ramais telefônicos comuns.
VI.4.4 – RESPONSABILIDADE
Eletronuclear (Gerência de Monitoração)
VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Ver Item II.1.4.2 deste PCA.
VI.5 – OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV
VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE
(SSTMA)
Tem como objetivo embasar as atividades de segurança, saúde no trabalho e meio
ambiente Para que ocorra a implementação do programa de SSTMA com sucesso e
eficácia, é de extrema importância à conscientização e o envolvimento de todos os
trabalhadores participantes da construção do DIGV.
Além disso, cada funcionário deverá ser estimulado, treinado, motivado e
conscientizado a agir sempre com segurança e todos os equipamentos, ferramentas,
materiais, instalações, deverão ser mantidas em condições perfeitas de operação e uso
adequado.
VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL
O Programa de Monitoramento Sismológico é implementado pela Eletronuclear em
parceria com o Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da Universidade de São Paulo
Plano de Controle Ambiental DIGV
387
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
(USP). O Monitoramento Sismológico do sítio (Local), com a implantação de uma
Estação Sismográfica de Angra dos Reis (ESAR), está inserido num Monitoramento
Regional reali zado através de uma Rede Sismográfica Regional, administrada pelo
IAG/USP.
A ESAR está situada na Praia do Velho, adjacente a Piraquara, e conta com modernos
equipamentos, possibilitando um monitoramento mais apurado do sítio. Já está em
funcionamento e possui registros desde janeiro de 2002.
VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Este programa de educação ambiental deve ser entendido como um processo que
conduz a condições de produção e aquisição de conhecimento e habilidades,
desenvolvimento e assimilação de atitudes, hábitos e valores. Com a formação
educacional, pode-se, por conseqüência, viabilizar a participação da comunidade na
gestão do aproveitamento e uso dos recursos naturais e nas ações que afetam a
qualidade dos meios natural e antrópico.
Plano de Controle Ambiental DIGV
388
Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais
NATRONTEC
VII. PROJETOS FUTUROS
Para o DIGV, a Eletronuclear não possui nenhum projeto, a priori, para ampliação,
implantação de instalações associadas ou quaisquer outras intervenções.
Plano de Controle Ambiental DIGV
389
Projetos Futuros
NATRONTEC
VIII. EQUIPE TÉCNICA
A equipe técnica multidisciplinar da NATRONTEC, responsável pela elaboração deste
PCA, é apresentada no quadro a seguir:
Função
Área Profissional
Cadastro Federal de
Atividades e
Instrumento de Defesa
Ambiental
Coordenador
Engenheiro Civil
289.839
Vice-coordenador,
Disposições
Gerais, Unidade I
– Troca do
Gerador de Vapor,
Programas de
Controle e
Monitoramento,
Projetos Futuros
Engenheiro Químico
290.072
Mari Mizutani
Avaliação de
Segurança e Risco
Engenheira Química
do Projeto –
Aspectos Físicos
207.551
Carlos Veloso
Avaliação de
Segurança e Risco
do Projeto –
Aspectos
Radiológicos
660.194
Nome
José Alberto Gemal
Carlos Coelho
Carvalho Neto
de
Físico
Cadastro Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental da Natrontec
Estudos e Engenharia de Processos Ltda: 289869
Plano de Controle Ambiental DIGV
390
Equipe Técnica
NATRONTEC
EQUIPE ELETRONUCLEAR
A equipe técnica multidisciplinar da Eletronuclear responsável pelo fornecimento de
informações relativas ao empreendimento e pela análise do PCA é apresentada no
quadro a seguir:
•
Iukio Ogawa – engenheiro;
•
Raimundo Moreira Lima Filho – engenheiro;
•
Paulo Roberto Borba – físico nuclear;
•
Luiz Alberto Malheiros - engenheiro;
•
Giovani Bloise – biólogo;
•
Alexandre Kubota – biólogo;
•
Kátia de Souza Ramos – geógrafa;
•
Rita de Cássia Figueiredo – engenheira;
•
Antônio Sérgio Alves – engenheiro;
•
Erivaldo Passos – engenheiro;
•
Cícero Pacifici dos Santos – engenheiro;
•
Jose Evaldo Siqueira Soares– engenheiro;
•
João Carlos Alves Nunes– engenheiro;
•
Carlos Leopoldo Prates – engenheiro;
•
Carlos A.R. Ferreira – engenheiro;
•
Carlos Guilherme Genuncio – engenheiro;
•
Nélio Viana Mariano – físico;
•
José Costa Mattos – engenheiro;
•
Marcos Amaral – engenheiro;
•
Heitor Hitoshi – engenheiro;
•
John Wagner Amarante – engenheiro;
•
Carlos E. Alhanatti – biólogo.
Plano de Controle Ambiental DIGV
391
Equipe Técnica
NATRONTEC
IX. BIBLIOGRAFIA
IX.1 – CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO
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Bibliografia
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ANEXOS
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
VI. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS
382
VI.1 – PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS
VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.1.2 – OBJETIVO
VI.1.3 – PROCEDIMENTO
VI.1.4 – RESPONSABILIDADE
VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
382
382
382
382
382
382
VI.2 – MONITORAMENTO DA ENCOSTA
VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.2.2 – OBJETIVO
VI.2.3 – PROCEDIMENTO
VI.2.4 – RESPONSABILIDADE
VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
382
382
382
382
383
383
VI.3 – MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL
VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.3.2 – OBJETIVO
VI.3.3 – PROCEDIMENTO
VI.3.4 – RESPONSABILIDADE
VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
VI.3.6 – RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND)
383
383
383
383
384
384
384
VI.4 – CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV
VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS
VI.4.2 – OBJETIVO
VI.4.3 – PROCEDIMENTO
VI.4.4 – RESPONSABILIDADE
VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
386
386
386
386
387
387
VI.5 – OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV
VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE (SSTMA)
VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL
VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
387
387
387
388
VII. PROJETOS FUTUROS
389
VIII. EQUIPE TÉCNICA
390
IX. BIBLIOGRAFIA
392
IX.1 – CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO
392
IX.2 GEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS
393
IX.3 GEOMORFOLOGIA E SOLOS
405
IX.4 MEIO BIÓTICO
IX.5 METEOROLOGIA E QUALIDADE DO AR
IX.6 OCEANOGRAFIA
417
419
423
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na Ponta Fina (2001)
385
Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector Proporcional (2002) 385
Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar Coletadas na Ponta
Fina (2001 e 2002)
386
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 1
TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO BÁSICO
AMBIENTAL DO DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR DA UNIDADE I –
CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO”, DO INSTITUTO
BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS –
IBAMA e OFÍCIO NO 366/2005-CGLIC/DILIQ DO MESMO ÓRGÃO, DATADO DE 27
DE OUTUBRO DE 2005
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 2
REGISTRO DA ELETRONUCLEAR NO CADASTRO TÉCNICO FEDERAL
DE ATVIIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS E/OU
UTILIZADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 3
PLANTA GERAL DA CNAAA E LOCALIZAÇÃO DO DIGV
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 4
DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR DE ANGRA 1
– LAY OUT DO DEPÓSITO – PLANTAS E CORTES
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 5
DESENHOS RELATIVOS À ADEQUAÇÃO
DOS ENROCAMENTOS EXISTENTES
•
Plano de Controle Ambiental DIGV
Planta de Localização
•
Seção A-A
•
Seção B-B
•
Seção C-C
Anexos
NATRONTEC
Seção A-A
LINHA DE PRAIA OESTE
EDIFÍCIO DO DEPÓSITO INICIAL
DO GERADOR DE VAPOR
PREVISÃO DE ALTEAMENTO DA LINHA
DE PRAIA EXISTENTE PARA
EVITAR O GALGAMENTO
CANAL DE DRENAGEM EXISTENTE
~ 5,0
CARAPAÇA A SER CONSTRUIDA
A SER VERIFICADO
3,0
4,0
NA = 0,0
LINHA DE PRAIA EXISTENTE
SEÇÃO A - A
ESC. 1/500
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
Seção B-B
LINHA DE PRAIA OESTE
PREVISÃO DE ALTEAMENTO DA LINHA
DEPRAIAEXISTENTEPARA
EVITAROGALGAMENTO
CARAPAÇA A SER CONSTRUIDA
~5,0
TN
NA = 0,0
CANAL DE DRENAGEM EXISTENTE
A SER VERIFICADO
LINHADEPRAIAEXISTENTE
SEÇÃO B - B
ESC. 1/500
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
Seção C-C
LINHA DE PRAIA LESTE
EDIFÍCIO DO DEPÓSITO INICIAL
DO GERADOR DE VAPOR
LINHA DE PRAIA PREVISTA PARA A PROTEÇÃO
DA ÁREA DO DEPÓSITO INTERMEDIÁRIO
DO GERADOR DE VAPOR
NA=0,0
SEÇÃO C - C
ESC. 1/500
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 6
DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR ANGRA 1
FLUXOGRAMA DO SISTEMA DE VENTILAÇÃO
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 7
PLANTA DE SITUAÇÃO DO DIGV
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 8
PLANTAS DO PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA DO DIGV
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-2481
ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – PLANTA
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-2482
ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - SOLO GRAMPEADO – SEÇÃO E DETALHES
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-2483
ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - DRENAGEM - PLANTA E SEÇÃO
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-2484
ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – FORMAS
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-3130
ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – ARMADURA
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 9
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA
PLANTA E SEÇÃO
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-3062
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA
– PLANTA E SEÇÃO
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-3389
PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E
PERFIS 1-1,2-2 E 7-7
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1 3390
PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E
PERFIS 3-3 E 4-4
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
PLANTA DE-A1-3391
PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E
PERFIS 5-5 E 6-6
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 10
ROTA DE TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS PARA O DIGV
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
ANEXO 11
MAPAS DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
NATRONTEC
MAPA GEOLÓGICO – AII e AID
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
Área de Influência Indireta (AII)
Área de influência direta (AID)
AII
AID
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DIGV
MAPA GEOLÓGICO AII E AID
FEV/2006
NATRONTEC
MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII e AID
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Área de Influência Indireta (AII)
Área de influência direta (AID)
AII
AID
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DO DIGV
MAPA GEOMORFOLÓGICO AII E AID
FEV/2006
NATRONTEC
MAPA DE SOLOS (PEDOLÓGICO) – AII e AID
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
Área de influência indireta (AII)
Área de influência direta (AID)
AII
AID
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DIGV
MAPA DE SOLOS AII E AID
FEV/2006
NATRONTEC
MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS - AII e AID
Plano de Controle Ambiental DIGV
Anexos
DIAGNOSTICO AMBIENTAL
Área de influência indireta (AII)
Área de influência direta (AID)
AID
AII
PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DO DIGV
MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS AII E AID
FEV/2006

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