Plano de Controle Ambiental do Depósito Inicial dos Geradores de
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Plano de Controle Ambiental do Depósito Inicial dos Geradores de
NATRONTEC ÍNDICE I - INTRODUÇÃO I.1 - OBJETIVO I.2 - PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO I.3 - APRESENTAÇÃO DO PCA I.4 - IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR 1 1 1 1 2 II - UNIDADE 1 - TROCA DOS GERADORES DE VAPOR II.1 - CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO II.1.1 - PROCEDIMENTO DE DESMONTAGEM II.1.2 - DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO II.1.3 - JUSTIFICATIVAS E ALTERNATIVAS II.1.4 - INFRA-ESTRUTURA DE IMPLANTAÇÃO 4 4 4 30 42 44 III - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL III.1 - MEIO FÍSICO III.1.1 Geologia III.1.2 Geomorfologia III.1.3 Pedologia III.1.4 Clima e Meteorologia III.1.5 Recursos Hídricos III.2 - MEIO BIÓTICO III.2.1 Ecosistema terrestre III.2.2 Ecossistemas Aquáticos III.2.3 Áreas Prioritárias para Conservação 66 66 67 101 105 109 124 162 164 254 323 IV. - AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCO DO PROJETO IV.1 - ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS IV.2 - CONSOLIDAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS E MATRIZ DE RISCOS IV.3 - ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS E ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS IV.3.1 - ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS IV.3.2 - ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS IV.4 - ANÁLISE DE VULNERABILIDADE IV.5 - AÇÕES E MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA CONDIÇÕES DE ACIDENTES IV.5.1 - PROTEÇÃO RADIOLÓGICA IV.5.2 - PROTEÇÃO FÍSICA IV.6 - TAXAS DE DOSE EM CONDIÇÕES NORMAIS E CÁLCULO DE DOSES EM CONDIÇÕES DE ACIDENTES PARA O TRABALHADOR E PÚBLICO EM GERAL IV.7 - AVALIAÇÃO FINAL DA SEGURANÇA DO EMPREENDIMENTO DIGV IV.7.1 - RISCOS SOCIAIS IV.7.2 - RISCOS INDIVIDUAIS IV.7.3 - COMPARAÇÃO DOS RISCOS INDIVIDUAIS IV.7.4 - COMPARAÇÃO DOS RISCOS SOCIAIS IV.7.5 - Conclusões 326 326 336 338 338 356 359 359 359 362 363 364 364 366 366 368 369 V - ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS V.1 - METODOLOGIA Plano de Controle Ambiental DIGV 370 370 Índice NATRONTEC V.2 - INSTALAÇÃO V.2.1 - MEIO FÍSICO V.2.2 - MEIO BIÓTICO V.2.3 - MEIO ANTRÓPICO V.3 - OPERAÇÃO V.4 - CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCOS V.5 - MATRIZES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 372 372 376 378 378 379 379 VI. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS VI.1 - PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS VI.1.2 - OBJETIVO VI.1.3 - PROCEDIMENTO VI.1.4 - RESPONSABILIDADE VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO VI.2 - MONITORAMENTO DA ENCOSTA VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS VI.2.2 - OBJETIVO VI.2.3 - PROCEDIMENTO VI.2.4 - RESPONSABILIDADE VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO VI.3 - MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS VI.3.2 - OBJETIVO VI.3.3 - PROCEDIMENTO VI.3.4 - RESPONSABILIDADE VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO VI.3.6 - RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND) VI.4 - CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS VI.4.2 - OBJETIVO VI.4.3 - PROCEDIMENTO VI.4.4 - RESPONSABILIDADE VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO VI.5 - OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE (SSTMA) VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 382 382 382 382 382 382 382 382 382 382 382 383 383 383 383 383 383 384 384 384 386 386 386 386 387 387 387 VII. PROJETOS FUTUROS 389 VIII. EQUIPE TÉCNICA 390 IX. BIBLIOGRAFIA IX.1 - CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO IX.2 GEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS IX.3 GEOMORFOLOGIA E SOLOS IX.4 MEIO BIÓTICO IX.5 METEOROLOGIA E QUALIDADE DO AR IX.6 OCEANOGRAFIA 392 392 393 405 417 419 423 Plano de Controle Ambiental DIGV 387 387 388 Índice NATRONTEC FIGURAS Figura II.1 Gerador de Vapor Modelo D-3 e Detalhes da Placa Suporte e Espelho Figura II.2 - Principais Mecanismos de Danos em Geradores de Vapor Modelo D-3 Figura II.3 - Diagrama Esquemático de Uma Central Nuclear PWR, como Angra 1 Figura II.4 - Dispositivo de Içamento e Movimentação dos Geradores de Vapor Figura II.5 - Operação de Remoção dos Geradores de Vapor do Envoltório de Contenção Figura II.7 - Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte - Etapa de Aproximação Figura II.8 - Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte - Etapa de Assentamento Figura II.9 - Armazenagem de Um dos Geradores de Vapor no Depósito Inicial do Gerador de Vapor Figura II.10 - Instalação dos Novos Geradores de Vapor Figura II.11 - Recomposição das Tubulações dos Novos Geradores de Vapor Figura II.12 - Localização do DIGV Figura II.13 - Cronograma de Construção do DIGV Figura II.14 - Modelo do Adesivo para Identificação das Embalagens dos Rejeitos Sólidos 6 7 20 20 21 22 22 23 23 24 43 59 64 Figura III.1 - Visão geral da encosta onde foi levantado o perfil de solo definido como Ponto 1, cortada pela BR-101, logo após o trevo de entrada para as instalações da CNAAA. Figura III.2 - Temperaturas médias e precipitações para o Estado do Rio de Janeiro, para os anos 2000 e 2001. (Fonte: INMET) Figura III.3 - Normais de Temperatura Média das regiões litorâneas do Estado do Rio de Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET). Figura III.4 - Normais de Precipitação das regiões litorâneas do Estado do Rio de Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET). Figura III.5 - Normais climatológicas da Estação de Angra dos Reis para o período 1961-1990 (Fonte: EIA/Angra 2). Figura III.6 - Vista da região da CNAAA de uma posição a 45 graus acima do horizonte, a sudoeste (Fonte: EIA/Angra 2). Figura III.7 - Localização das torres meteorológicas da CNAAA Figura III.8 - Comparação da variação piezométrica obtida com o Programa BALAN10 e dos piezômetros instalados no contato entre o colúvio e o solo residual (PD-SL4S) e entre o solo residual e a rocha alterada (PD-SL19I e PS-I3) na encosta a jusante da BR-101. Figura III.9- Diagrama de Piper para as amostras de referência Ca2+-Cl-: BR (branco, coletada em Paty de Alferes); e Na+-Cl-: MAR (água do mar, coletada em Angra dos Reis), L-1 (lago de Angra 3), CH (chuva, coletada no Horto do complexo de Angra). Figura III.10 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água Na+-Cl-(F-2 e ANG-33), passando a Ca2+-Na+-Cl- (F-1, ANG-11, ANG-40) e para a amostra ANG-51, Ca2+-HCO3-. Figura III.11 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água Ca2+-Na+-HCO3--Cl-. Figura III.12 - Relação entre o pH, CE e Eh para os dois grupos de amostras (Na-Cl e Na-CaHCO3). O * asterisco é uma amostra de referência de água de chuva (De Mello, 2001). Figura III.13 - Relação entre a concentração de SiO2, pH e o Eh para o conjunto de pontos amostrados. A seta indica a direção provável da evolução geoquímica das águas Na-Cl para Na-Ca-HCO3. Figura III.14 - Diagrama de estabilidade da SiO2 (quartzo) e da SiO2 (amorfa) Figura III.15 - Variação na concentração de Fe dissolvido em função do pH e Eh. Figura III.16 - Diagrama de estabilidade Eh-pH a 25oC admitindo as espécies Fe-O2-H2O a baixas concentrações. Figura III.17 - Modelo hidrogeológico esquemático, onde (A) representa a localização da seção geológica mostrada em (B). Fonte: "Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Plano de Controle Ambiental DIGV Índice 107 110 111 111 113 114 120 134 141 141 142 143 144 145 145 146 148 NATRONTEC Área de Influência da CNAAA - Vol II (Eixo 2 - Geologia e Recursos Hídricos)", IGEO/UFRJ. Figura III.18 - Divisão Fisiográfica da Baía da Ilha Grande Figura III.19 - Evolução da maré em Piraquara de Fora Figura III.20 - Evolução da maré em Piraquara de Fora para o período de 50 horas Figura III.21 - Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis Figura III.22 - Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis para o período de 50 horas Figura III.23 - Fitoplâncton -Estudos Anteriores - Densidade celular no período 1995-2000 Figura III.24 - Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Itaorna. Figura III.25 - Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Piraquara de Fora. 153 155 155 156 156 263 266 267 Figura IV.1 - Matriz de Risco Figura IV.2 - Matriz de Riscos dos Cenários Acidentais Identificados na APP Figura IV.3 - Distribuição Percentual dos Cenários Acidentais Identificados na APP Figura IV.4 - Árvore de Eventos: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros Efeito: Dano Físico Figura IV.5 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos - Conseqüência: Dano Físico Figura IV.6 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito: Dano Físico Figura IV.7 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV - Efeito: Dano Físico Figura IV.8 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV - Efeito: Dano Físico Figura IV.9 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Materiais Devido a Falha Mecânica de Equipamentos Utilizados nos Serviços de Construção Civil - Efeito: Dano Físico Figura IV.10 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos - Efeito: Contaminação por Radioatividade Figura IV.11 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos ou Embalados Devido a Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito: Contaminação por Radioatividade Figura IV.12 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV - Efeito: Contaminação por Radioatividade Figura IV.13 - Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV - Efeito: Contaminação por Radioatividade Figura IV.14 - Padrão Feema de Aceitabilidade 329 336 337 344 345 346 347 348 349 350 351 352 353 369 FOTOS Foto II.1 - Detalhe da Viga de Deslizamento para o Gerador de Vapor, da Usina de Beznau 2 Foto II.2 - Detalhe da Plataforma de Transporte dos Geradores de Vapor e Vista Geral da Abertura na Contenção Primária de Beznau 2 Foto II.3 - Encosta do DIGV - Vista a Partir da Área do DIGV Foto II.4 - Encosta do DIGV - Vista a Partir do Topo da Encosta Foto II.5 - Encosta do DIGV - Detalhes da Sua Seção Média 25 25 48 48 49 Foto III.1 - Escarpa de fundo, fornecedora de blocos de rocha para o tálus do flanco oeste da Folha 2. Apesar do mascaramento da vegetação são observados e assinalados diversos Plano de Controle Ambiental DIGV 84 Índice NATRONTEC afloramentos no alto da encosta (1991). Foto III.2 - Afloramento maior assinalado na foto anterior, resultado de um escorregamento ocorrido em janeiro de 91, em que se observa o migmatito fraturado e a presença de delgada camada de solo orgânico, apesar da densa vegetação existente (1991). Foto III.3 - Vista superior da pedreira onde será o empreendimento. Observa-se à direita a construção o Módulo B da Unidade II. A esquerda está uma porção da área onde será construída a Unidade III do DIRR. (06/09/2002). Foto III.4 - Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento. (06/09/2002). Foto III.5 - Muro de gabião instalado na porção superior da encosta. (06/09/2002). Foto III.6 - Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões. Foto III.7 - Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões. Foto III.8 - Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2. (06/09/2002). Foto III.9 - Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para verificação da profundidade e estabilidade dos solos. (06/09/2002). 85 91 92 92 93 93 94 95 TABELAS Tabela II.1 - Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados Tabela II.1 - Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados (continuação) Tabela II.2 - Usinas Que Planejam Efetuar a Troca de Geradores de Vapor, no Período de 2006 a 2009 Tabela II.4 - Quantificação da Mão-de-Obra por Atividade a Ser Desenvolvida durante a Construção do DIGV Tabela II.5 - Quantificação da Mão-de-Obra por Categoria Envolvida na Construção do DIGV Tabela III.1 - Relação de Obras de Estabilização Recomendadas no Relatório do DNIT - 1996 Tabela III.2 - Autorizações e Concessões Minerais (Processos DNPM). Tabela III.3 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2). Tabela III.4 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2). Tabela III.5 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das temperaturas e da pressão atmosférica Tabela III.6 - Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas (precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade) Tabela III.7 - Estações plúvio e fluviométricas selecionadas para análises detalhadas Tabela III.8 - Principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati Tabela III.9 - Resultados das análises de qualidade da água do poço no Bairro Bonfim - Angra dos Reis Tabela III.10 - Resultados gerais do balanço hídrico utilizando-se o Balan 10 Tabela III.11 - Resultados do balanço hídrico de Itaorna: resumo das médias mensais* Tabela III.12 - Variáveis estatísticas calculadas para os parâmetros físico-químicos dos pontos d'água cadastrados (fontes naturais, poços tubulares domésticos, cacimbas e poços tubulares profundos) Tabela III.13 - Relação dos pontos d'água amostrados, por tipo de captação Tabela III.14 - Relação dos parâmetros e elementos determinados nas análises de laboratório realizadas pela Innolab e respectivos limites de detecção e métodos de análise Plano de Controle Ambiental DIGV Índice 10 11 14 57 58 88 99 116 117 122 123 125 126 131 132 133 136 137 138 NATRONTEC Tabela III.15 - Análises previstas para a potabilidade da água Tabela III.16 - Locais de coleta e tipos de análises realizadas nas águas marítimas Tabela III.17 - Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem - Águas Marítimas Tabela III.18 - Evolução da perda de extensão superficial dos remanescentes florestais da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados no estado do Rio de Janeiro. Tabela III.20 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação da CNAAA - Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava Vegetação secundária. Tabela III.21 - Espécies Representativas da Floresta Ombrófila Mista Tabela III.22 - Lista de plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da Praia da Batanguera. Tabela III.23- Espécies Representativas da vegetação de Restinga. Tabela III.24 - Listagem de espécies vegetais observadas nos manguezais dos municípios da região. Tabela III.25 - Espécies representativas da Floresta Ombrófila Densa. Tabela III.26 - Espécies Representativas do Manguezal. Tabela III.27 - Espécies de anfíbios coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto, G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F - Filhote Tabela III.28 - Espécies de anfíbios e répteis coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto, G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F - Filhote. Tabela III.29 - Listagem das Espécies de Répteis. AM - espécie ameaçada de extinção # espécie observada durante a campanha de campo. Tabela III.30 - Listagem das Espécies de Anfíbios. AM - espécie ameaçada de extinção EN espécie endêmica. Tabela III.31 - Espécies de Aves Aquáticas Observadas nos Manguezais de Bracuí (Saco do Bracuí, Cansado e Ariró). Tabela III.32 - Espécies ameaçadas de extinção, provavelmente ameaçadas de extinção e as espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas em literatura na área relativa ao diagnóstico. Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo.; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA: Quase Ameaçada; SD: Situação Desconhecida; En : endêmica A Tabela III.33 apresenta algumas espécies tipicamente serranas encontradas no diagnóstico ambiental. Tabela III.33 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição * Informações ausentes; a. R: Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e dados não publicados; de E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985). Tabela III.34 - Listagem das Espécies de Aves. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # espécie observada durante a campanha de campo. Tabela III.35 - Espécies de mamíferos registradas em localidades continentais da área de influência de Angra 3. Localidade: a) Angra dos Reis; b) Mambucaba; c) Tarituba. Tabela III.36 - Espécies de mamíferos registradas no diagnóstico ambiental do EIA de Angra 3 Tabela III.37 - Listagem das Espécies de Mamíferos. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # espécie observada durante a campanha de campo. Tabela III.38 - Listagem das Espécies de Aracnídeos. Tabela III.39 - Listagem das Espécies de Insetos, conforme estudos da Natrontec (1998). Tabela III.40 - Lista dos Ephemeroptera com ocorrência registrada o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Tabela III.41 - Lista dos Odonata registrados para Ilha Grande, Angra dos Reis, segundo Carvalho & Pujol-Luz (1992). Tabela III.42 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis. Tabela III.43 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de Menezes (1982). Tabela III.44 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Plano de Controle Ambiental DIGV Índice 150 160 161 163 167 177 179 183 186 188 193 195 196 198 200 203 205 209 209 212 229 233 234 240 240 241 242 243 244 245 NATRONTEC Estado do Rio de Janeiro. Tabela III.45 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948). Tabela III.46 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Tabela III.47 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis. Tabela III.48 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de Menezes (1982). Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco (*). Tabela III.49 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Tabela III.50 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948). Tabela III.51 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Tabela III.52 - Inventário Florístico da Região do TEBIG (localizado fora da área de influência indireta do DIGV) - Dados UERJ (1991). Tabela III.53 - Fitoplâncton - Campanha de 2002 - Lista de espécies. Tabela III.54 - Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton identificados. Tabela III.55 - Lista obtida do zooplâncton levantado conforme estudos do diagnóstico ambiental para Angra 3. Tabela III.56 - Táxons do fitobentos e do zoobentos Tabela III.57 - Zoobentos encontrados no diagnóstico do EIA de Angra 3 Tabela III.58 - Ocorrências de Espécies de Peixes por sub-áreas da Baía da Ilha Grande Segundo Anjos (1993). Tabela III.59 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no Saco de Piraquara de Fora, amostradas nas coletas de arrasto de fundo, realizadas pela Eletronuclear. Tabela III.60 - Composição do ictioplâncton da área de Itaorna e Piraquara de Fora. Tabela III.61 - Táxons Fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola. Tabela III.62 - Espécies de peixes nativas já assinaladas nos rios que fluem para a baía Bacia Hidrográfica da Ilha Grande. Tabela III.63 - Espécies estudadas, e seus respectivos períodos de atividade e hábitos alimentares, segundo VIANNA & CARAMASHI (1990). Tabela III.64 - Lista de espécies de peixes dulcícolas amostradas na campanha de campo. Tabela IV.1 - Categorias de Freqüência Tabela IV.2 - Categorias de Severidade Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Tabela IV.3 - Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Plano de Controle Ambiental DIGV 247 247 248 249 250 252 253 255 258 268 272 278 285 297 302 308 312 318 322 322 327 328 330 331 332 333 334 335 Índice NATRONTEC Tabela IV.4 - Freqüências dos Eventos Iniciadores Tabela IV.5 - Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador cuja Conseqüência Consiste em Dano Físico Tabela IV.6 - Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador Cuja Conseqüência Consiste em Exposição à Radiação Tabela IV.7 - Danos Físicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos Tabela IV.8 - Danos Radiológicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos Tabela IV.9 - Tempos de Exposição Máxima Permitidos para Trabalhadores e Raios das Áreas em que o Nível de Radiação Atinge 1 mSv/ano (Antes da Descontaminação do Equipamento) Tabela IV.10 - Valores de Riscos Sociais por Evento Acidental com Freqüência da Ordem de 10-7 Tabela IV.11 - Riscos Voluntários e Involuntários - Quadro Internacional Tabela IV.12 - Riscos Individuais Médios no Brasil Tabela IV.13 - Riscos Individuais Médios da Indústria Britânica, Segundo os Padrões do HSE Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na Ponta Fina (2001) Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector Proporcional (2002) Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar Coletadas na Ponta Fina (2001 e 2002) 339 354 355 357 358 363 365 367 368 368 385 385 386 ANEXOS ANEXO 1 - TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL DO DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR DA UNIDADE I – CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO”, DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA E OFÍCIO NO 366/2005-CGLIC/DILIQ DO MESMO ÓRGÃO, DATADO DE 27 DE OUTUBRO DE 2005 ANEXO 2 - REGISTRO DA ELETRONUCLEAR NO CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATVIIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS E/OU UTILIZADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS ANEXO 3 - PLANTA GERAL DA CNAAA E LOCALIZAÇÃO DO DIGV ANEXO 4 - DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR DE ANGRA 1 - LAY OUT DO DEPÓSITO – PLANTAS E CORTES ANEXO 5 - DESENHOS RELATIVOS À ADEQUAÇÃO DOS ENROCAMENTOS EXISTENTES • PLANTA DE LOCALIZAÇÃO SEÇÃO A-A SEÇÃO B-B SEÇÃO C-C ANEXO 6 - DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR ANGRA 1 - FLUXOGRAMA DO SISTEMA DE VENTILAÇÃO ANEXO 7 - PLANTA DE SITUAÇÃO DO DIGV ANEXO 8 - PLANTAS DO PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA DO DIGV • PLANTA DE-A1-2481 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – PLANTA • DESENHO DE-A1-2482 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - SOLO GRAMPEADO – SEÇÃO E DETALHES Plano de Controle Ambiental DIGV Índice NATRONTEC • PLANTA DE-A1-2483 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - DRENAGEM - PLANTA E SEÇÃO • PLANTA DE-A1-2484 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – FORMAS • PLANTA DE-A1-3130 - ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – ARMADURA ANEXO 9 - INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA - PLANTA E SEÇÃO ANEXO 10 - ROTA DE TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS PARA O DIGV ANEXO 11 - MAPAS DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL • MAPA GEOLÓGICO – AII E AID • MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII E AID • MAPA DE SOLOS (PEDOLÓGICO) – AII E AID MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS - AII E AI Plano de Controle Ambiental DIGV Índice NATRONTEC APRESENTAÇÃO Este Plano de Controle Ambiental-PCA focaliza as operações de desmonte, remoção, transporte, construção de depósito específico e armazenamento seguro dos componentes dos geradores de vapor e da tampa do reator da Usina Nucleoelétrica Angra 1. Contém a Caracterização do Empreendimento, o Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico, a Avaliação Ambiental e de Riscos de todas as atividades envolvidas e a proposição de Medidas de Mitigação e de Compensação pertinentes. Trata-se de operações que não acarretam impactos ambientais em condições normais de desempenho, conforme já praticado em várias Usinas existentes. Assim sendo, o trabalho analisa em maior profundidade os riscos de acidentes, de modo a avaliar sua aceitabilidade de acordo com as melhores práticas, e fundamentar a proposição de medidas atenuadoras e de controle. Os valores dos riscos individuais e ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores envolvidos no empreendimento são perfeitamente aceitáveis, quando comparados aos riscos individuais típicos no Brasil e no exterior, bem como aos riscos ocupacionais da indústria britânica. Quando comparados com o padrão de aceitabilidade da Feema, o empreendimento também apresenta riscos individuais e sociais plenamente aceitáveis. O diagnóstico ambiental da área do empreendimento, que está localizada no interior do sítio da CNAAA, evidencia forte antropização. A construção do DIGV ocasionará acréscimo insignificante na emissão de efluentes atmosféricos e no descarte de líquidos (sanitários) do complexo, bem como na geração de ruídos e de resíduos sólidos. Na sua operação, em condições normais, não haverá emissões atmosféricas ou descartes de efluentes líquidos e tampouco haverá geração de ruídos e de resíduos sólidos. A avaliação de impactos contida no presente PCA mostra que a construção e a operação do DIGV não ocasionarão impactos ambientais negativos significativos, ao mesmo tempo em que demonstra significativos impactos positivos, relacionados com os aspectos de criação de emprego e renda e de aumento da segurança operacional da Usina de Angra 1. Plano de Controle Ambiental DIGV Apresentação NATRONTEC I – INTRODUÇÃO I.1 - OBJETIVO O presente documento apresenta o Plano de Controle Ambiental (PCA) do Depósito Inicial dos Geradores de Vapor (DIGV) da Usina Nuclear de Angra 1, a ser localizado no sítio da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, Município de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Este Plano de Controle Ambiental - PCA do Depósito Inicial do Gerador de Vapor (DIGV) atende ao Termo de Referência - TR inicialmente elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, dentro do processo de licenciamento ambiental no 02001.0008194/02-87 e enviado à Eletronuclear através do Ofício no 286/2004-CGLIC/DILIQ, datado de 15 de abril de 2004, bem como ao Ofício no 366/2005-CGLIC/DILIQ do mesmo órgão, datado de 27 de outubro de 2005, que introduziu a necessidade de um Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico e de Medidas Mitigadoras e Compensatórias (vide Anexo 1 deste PCA, que contém cópias destes documentos). Assim, este PCA contém o detalhamento das ações necessárias à implantação do DIGV e dos procedimentos de segurança para essas atividades, o Diagnóstico dos Meios Físico e Biótico da área de inserção do DIGV, a análise dos impactos potenciais e dos riscos do empreendimento, e as Medidas Mitigadoras e Compensatórias pertinentes, conforme solicitado. I.2 – PROCEDIMENTOS DO LICENCIAMENTO Conforme definido pelo Ibama e MPF, os procedimentos do licenciamento do empreendimento pelo Ibama obedecerão a legislação em vigor, de acordo com: A) Art. 10o, § 4o da Lei no 6938/81 e o Decreto 99.274 de 06/06/90 no seu Art. 19o, § 5o, considerando o exame técnico procedido pelo órgão de meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro; B) Resolução no 237/97 do Conama; e C) Resolução Conama 09/87, no que se refere a audiência pública I.3 – APRESENTAÇÃO DO PCA Ainda de acordo com o TR do Ibama, a apresentação do PCA obedece às seguintes diretrizes: A) Deverá ser encaminhado ao Ibama um estudo completo, em conformidade com o TR e com o Ofício 366/2005 supracitado, acompanhado do requerimento da Licença de Instalação. Plano de Controle Ambiental DIGV 1 Introdução NATRONTEC B) Deverá ser precedido de um sumário que, além de relacionar os itens em geral, use índices específicos para figuras, tabelas e mapas utilizados no trabalho. C) Deverão ser utilizados gráficos, figuras, tabelas, croquis e outros recursos que contribuam para facilitar o entendimento do PCA. D) Deverá ser apresentado mapa específico, com identificação e localização, da área de influência das atividades, de todas as áreas legalmente protegidas pela legislação ambiental. E) Os mapas e imagens por satélite utilizados deverão vir acompanhados de legendas, escala, referências, rótulos com título, número do desenho, autor, proprietário, data e orientação geográfica. Deverão ser colocados em embalagem plástica transparente e incorporados ao documento principal. F) Deverão ser encaminhados ao Ibama 10 (dez) exemplares do PCA na forma impressa e 10 (dez) na forma digital. I.4 – IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR a) Razão Social: ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A. b) CNPJ: 42.540.211/0001-67. c) Endereço: Rua da Candelária, 65 – Centro – Rio de Janeiro –RJ CEP: 20091-020 d) Tel.: (21) 2588-7000 / Telefax: (21) 2588-7200. e) Representantes Legais: • Othon Luiz Pinheiro da Silva: o Função: Diretor Presidente; o CPF: 135.734.037-00; o E-mail: [email protected]; • Luiz Antonio de Amorim Soares: o Função: Diretor Técnico; o CPF.: 546.971.157-91; o E-mail: [email protected]; • Pedro José Diniz de Figueiredo: Plano de Controle Ambiental DIGV 2 Introdução NATRONTEC o Função: Diretor de Operação e Comercialização; o CPF.: 020.040.627-20; o E-mail: [email protected]; • Luís Hiroshi Sakamoto: o Função: Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente; o CPF.: 098.737.591-15; o E-mail: [email protected]; • Paulo Sérgio Petis Fernandes: o Função: Diretor de Administração e Finanças; o CPF.: 100.379.007-06; o E-mail: [email protected]; f) Contato Técnico: Iukio Ogawa: • Função: Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente • CPF: 824.864.338-72; • Endereço: Rua da Candelária, 65 – Centro – Rio de Janeiro – RJ; • Telefone: 21-2588.7503; • Fax: 21-2588.7253; • E-mail: [email protected]; g) Número de Registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras dos Recursos Ambientais: 54222 (Ver Anexo 2 deste PCA). Plano de Controle Ambiental DIGV 3 Introdução NATRONTEC II – UNIDADE 1 – TROCA DOS GERADORES DE VAPOR II.1 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O DIGV tem por finalidade armazenar dois geradores de vapor existentes, a serem substituídos em Angra 1 e os embalados de rejeitos radioativos, com níveis baixos ou médios de contaminação, provenientes da troca destes equipamentos (isolamentos térmicos e trechos de tubulações). Adicionalmente, o depósito terá capacidade para armazenar os seguintes equipamentos: • Um trocador de calor do sistema de remoção de calor residual. • Um evaporador do sistema de processamento de rejeitos líquidos. • Uma tampa do vaso do reator com os respectivos “Control Rod Drive Mechanism Housings” (CRDM’s). O empreendimento inclui a substituição, por equipamentos novos, dos dois geradores de vapor (GV) tendo em vista o progressivo estado de degradação de seus tubos. A operação de substituição dos GVs envolve também a troca de trechos de tubulações e de partes dos isolamentos térmicos. Angra 1, atualmente, opera com dois geradores de vapor (GV 1 e GV 2) modelo D-3, cujo projeto foi desenvolvido no início da década de 70 e que foram fornecidos pela Westinghouse. A Figura II.1 apresenta a representação esquemática e os valores típicos de temperaturas de operação dos GVs. Cada gerador de vapor possui 4.674 tubos, fabricados com liga I-600 (Inconel), com diâmetro externo de 19,05 mm e espessura de 1,092 mm. Os tubos têm uma configuração em U e possuem suas extremidades mandriladas no espelho. A superfície interna dos tubos (lado do circuito primário) está exposta à água radioativa que é aquecida no reator nuclear. A superfície externa (lado do circuito secundário) fica em contato com a água de geração do vapor que aciona a turbina e o gerador elétrico. Placas suportes de aço carbono com espessura de 19 mm limitam o movimento dos tubos, causado pelo escoamento do fluido. A altura do equipamento é de 20,6 m, com diâmetros abaixo e acima do cone de transição iguais a 3,4 m e 4,5 m respectivamente. II.1.1 – PROCEDIMENTO DE DESMONTAGEM II.1.1.1. - Histórico da Necessidade da Troca dos Geradores de Vapor A partir de 1985, foram constatadas indicações de degradação nos tubos dos geradores de vapor de Angra 1, levando a um contínuo aumento dos custos de preservação, com conseqüentes impactos de licenciamento e nos custos operacionais da Usina. Em escala mundial, todas as usinas com geradores de vapor que possuem feixe tubular fabricado com a liga Inconel 600 tiveram problemas relacionados com a gradual Plano de Controle Ambiental DIGV 4 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC degradação dos tubos, já que essa liga mostrou-se suscetível ao processo de corrosão sob tensão, quando em condições operacionais. Em virtude dos problemas que os tubos dos geradores de vapor modelo D3 têm apresentado, em 98 usinas, de um total de 129, já trocaram ou estão ultimando providências para a troca de seus geradores de vapor. A Eletronuclear tomou a decisão de substituir os atuais geradores de vapor de Angra 1 devido ao fato de que esses equipamentos vêm apresentando crescente degradação dos seus feixes tubulares, comprometendo a produção de energia elétrica e aumentando os custos operacionais. Esta decisão também atende a determinação do CNPE – Conselho Nacional de Política Energética em suas Resoluções nº 5 e 8, que referendam a Moção nº 031 do CONAMA, que trata da retomada do projeto de Angra 3 e da expansão da CNAAA e também inclui, entre outros itens, o prévio equacionamento dos problemas técnicos de Angra 1, especialmente a substituição dos geradores de vapor. a) Mecanismos de Degradação dos Geradores de Vapor O problema do desgaste prematuro nos tubos dos geradores de vapor fornecidos pela Westinghouse começou a se manifestar há 20 anos. O desempenho do material de vários geradores de vapor, ainda em serviço no mundo, é afetado por vários modos de corrosão que podem ser iniciados nos lados interno e externo dos tubos. Os principais mecanismos de dano presentes nos geradores de vapor de Angra 1 estão indicados na Figura II.2. Diferentes razões são apontadas como causadoras de degradação nos tubos dos geradores de vapor, podendo ser citado, entre elas, o ambiente agressivo de trabalho em que estes operam. Em geral, o mecanismo de falha dominante, isto é, aquele que determina a vida do equipamento, é a corrosão sob tensão (SCC – “Stress Corrosion Craking”), responsável pela iniciação e propagação de trincas presentes na região em U, nas interfaces dos tubos com as placas suportes e no topo do espelho dos geradores de vapor. Três condições são necessárias para que a corrosão sob tensão se manifeste: material sensível, ambiente agressivo e tensões. Quanto mais desfavorável for essa combinação, piores serão as conseqüências sobre o material. O mecanismo de degradação denominado PWSCC (“Primary Water Stress Corrosion Cracking”) é o responsável pela nucleação e crescimento das trincas que ocorrem na parte interna do tubo. Essas trincas, em geral, estão localizadas nas regiões em U, próximo ao topo do espelho e nas interfaces com as placas suportes. As tensões residuais elevadas que resultam do processo de dobramento dos tubos, da sua instalação (expansão mecânica no espelho) e do estrangulamento (“denting”) nas interfaces tubos/placas suportes são as causadoras do aparecimento do fenômeno nessas áreas. Plano de Controle Ambiental DIGV 5 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Saída de vapor para o secundário (279oC) Cone de transição Placa suporte Região em U Espelho Placas suportes Barras anti-vibratórias Entrada de água do secundário (221 oC) Espelho / Entrada de água do primário (324 oC) Saída de água do primário (287 oC) Figura II.1 Gerador de Vapor Modelo D-3 e Detalhes da Placa Suporte e Espelho Plano de Controle Ambiental DIGV 6 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC PWSCC (Trinca interna) PWSCC–Primary Water Stress Corrosion Cracking Denting (Estrangulamento) ODSCC (Trinca axial externa) PITTING (Corrosão localizada) PWSCC (Trinca axial interna) ODSCC (Trinca circunferencial externa) ODSCC– Outside Diameter Stresss Corrosion Cracking Figura II.2 – Principais Mecanismos de Danos em Geradores de Vapor Modelo D-3 Na superfície externa do tubo aparecem as trincas resultantes do mecanismo de degradação tipo ODSCC (“Outside Diameter Stress Corrosion Cracking”). Esse fenômeno, fortemente dependente da química do secundário da Usina, ocorre mais acentuadamente nas interfaces tubos/espelho e tubos/placas suportes. Os mecanismos de estrangulamento (”denting”) e corrosão localizada (“pitting”) também estão presentes nos geradores de vapor. O primeiro é provocado pela degradação das placas suportes, que liberam produtos corrosivos que se acumulam no espaçamento existente entre essas placas e o tubo. Em conseqüência, ocorre a deformação do tubo (“estrangulamento”) e o surgimento de tensões que vão provocar danos por PWSCC e ODSCC nas interseções tubos/placas suportes. A corrosão localizada (“pitting”) é resultante do depósito de cobre e impurezas (cloretos e sulfatos) na parede externa do tubo, acarretando corrosão localizada que pode reduzir a sua espessura. Em geral, esse tipo de dano ocorre no topo do espelho. Finalmente, como resultado da vibração induzida pelo escoamento do fluido, a região em U está sujeita ao desgaste causado pelo atrito entre os tubos e as placas antivibratórias. Em Angra 1, os tubos são inspecionados pelo teste por correntes parasitas - ECT (sigla para “Eddy Current Test”), e os tipos de reparos adotados são: tamponamento ou enluvamento dos tubos. No primeiro caso, o tubo é removido de serviço por meio de tampões (“plugs”), que são instalados em suas extremidades. Como nessa opção Plano de Controle Ambiental DIGV 7 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC ocorre redução na superfície de troca de calor, o desempenho do equipamento fica comprometido ao longo do tempo. Em contraste com esse tipo de reparo, a instalação de luvas na região afetada permite que o tubo continue em operação e, por conseguinte, com essa alternativa é possível estender a vida útil do equipamento. b) Ações Adotadas para Minimizar a Degradação A estratégia para reduzir a degradação existente nos geradores de vapor de Angra 1 e, em conseqüência, estender o seu funcionamento até a data das suas trocas, foi definida a partir da identificação dos mecanismos de dano dominantes e das respectivas áreas afetadas. As soluções específicas para cada dano/região são apresentadas a seguir. Uma das primeiras medidas para evitar problemas de corrosão sob tensão por PWSCC foi adotada em meados dos anos 80, quando foi empregado o tratamento de “shotpeening” (alívio de tensões por choque térmico mecânico) na região do tubo no topo do espelho. Além disso, tratamento térmico para alívio das tensões na região em U também foi adotado. Como o número de tubos reparados por PWSCC nessas regiões é reduzido, constata-se que a aplicação desses tratamentos foi eficaz. A resposta para a degradação na forma de corrosão localizada (“pitting”) e estrangulamento (“denting”) foi eliminar o cobre do circuito secundário, cujo efeito deletério para os tubos havia sido anteriormente comprovado. Em 1986, foram substituídos os tubos do condensador, originalmente de latão/alumínio, por outros de titânio, mais resistente a erosão/corrosão. Em 1988 e 1998 foram trocados, respectivamente, os separadores de umidade e todos os aquecedores de Angra 1, que usavam tubos de cobre/níquel, por outros com tubos de aço inox. Essas modificações nos equipamentos minimizaram as impurezas que poderiam ser enviadas aos geradores de vapor. Para combater o dano por ODSCC foi melhorada a química do sistema secundário. Desse modo, Angra 1 adota, desde 1997, as recomendações do EPRI (“Electric Power Research Institute”), que estabelecem limites menores que os até então empregados para a qualidade da água. No entanto, mesmo operando com especificações mais restritivas, os danos por esse modo de corrosão não são totalmente evitados. Uma outra medida na área de química foi implementar o uso de ácido bórico no sistema secundário, para inibir a corrosão das placas suportes e evitar o “denting”. Como o “denting” está estabilizado, essa medida teve aparente sucesso. A partir de 1997, a limpeza dos espelhos dos geradores de vapor (“sludge lancing”) vem sendo executada nas paradas para manutenção da Usina. Nesse método, água a alta-pressão é injetada nos geradores de vapor para remover a lama depositada no topo do espelho e seu objetivo é evitar que o acúmulo dos produtos de corrosão prejudique a troca térmica localizada e acelere o surgimento de trincas circunferenciais na região. Plano de Controle Ambiental DIGV 8 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Finalmente, a partir da parada de 2001, o método de reparo por enluvamento foi adotado como alternativa ao tamponamento dos tubos. Uma luva é um tubo com diâmetro menor que o do gerador de vapor. Ela é introduzida de tal modo que funcione como uma ponte sobre a área degradada, e tem suas extremidades fixadas acima e abaixo do defeito. Essa opção permite que o tubo permaneça em serviço e vem sendo adotada para a área do topo do espelho, onde a degradação é mais agressiva. c) Histórico de Tubos Reparados O número total de tubos tamponados por gerador de vapor no início do atual ciclo de operação (ciclo 13), que compreende o período de Abril de 2005 a Abril de 2006 é: • GV 1: 875 tubos. • GV 2: 554 tubos. Para evitar o tamponamento excessivo de tubos, estão sendo instaladas, desde 2001, luvas na região do espelho, e atualmente a distribuição é a seguinte: • GV 1: 815 luvas. • GV 2: 482 luvas. • Média (tamponados/enluvados): 15,74%. II.1.1.2 – Experiência Internacional de Troca de Geradores de Vapor a) Usinas Que Já Efetuaram a Troca dos Geradores de Vapor A observação da Tabela II.1 mostra que um total de 82 usinas já realizaram a troca dos geradores de vapor, com os totais de anos em operação até a troca variando entre 7 e 31. Um total de 235 geradores de vapor já foram substituídos. Plano de Controle Ambiental DIGV 9 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados Ano da Troca Usina Número de GVs Trocados Anos em Operação até a Troca 1980 SURRY 2 3 7 1981 SURRY 1 3 8 1982 TURKEY POINT 3 3 10 TURKEY POINT 4 3 10 OBRIGHEIM 2 14 POINT BEACH 1 2 13 ROBINSON 3 13 COOK 2 4 10 INDIAN POINT 3 4 13 RINGHALS 2 3 14 1990 DAMPIERRE 1 3 10 1991 PALISADES 2 19 MILLSTONE 2 2 17 NORTH ANNA 1 3 15 DOEL 3 3 11 BEZNAU 1 2 24 BUGEY 5 3 14 GRAVELINES 1 3 14 MIHAMA 2 2 18 TAKAHAMA 2 3 19 GENKAI 1 2 19 SUMMER 3 11 1983 1984 1989 1993 1994 Plano de Controle Ambiental DIGV 10 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados (continuação) Ano da Troca 1995 Número de GVs Trocados Anos em Operação até a Troca OHI 1 4 16 TIHANGE 1 3 20 NORTH ANNA 2 3 15 RINGHALS 3 3 14 ST LAURENTS DES EAUX B1 3 15 ASCO 1 3 13 DAMPIERRE 3 3 15 MIHAMA 1 2 25 GINNA 2 25 DOEL 4 3 9 TAKAHAMA 1 3 21 GRAVELINES 2 3 16 ASCO 2 3 10 ALMARAZ 1 3 15 CATAWBA 1 4 11 Usina 1996 Plano de Controle Ambiental DIGV 11 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados (continuação) Ano da Troca Número de GVs Trocados Anos em Operação até a Troca POINT BEACH 2 2 25 MIHAMA 3 3 21 ALMARAZ 2 3 14 MC GUIRE 1 4 17 TRICASTIN 2 3 17 OHI 2 4 18 SALEM 1 4 20 MC GUIRE 2 4 13 ST. LUCIE 1 2 22 BYRON 1 4 13 IKATA 1 2 21 KORI 1 2 21 TIHANGE 3 3 13 BRAIDWOOD 1 4 10 TRICASTIN 1 3 19 BEZNAU 2 2 27 FARLEY 1 3 22 SOUTH TEXAS 1 4 11 KRSKO 2 18 COOK 1 4 22 GRAVELINES 4 3 19 INDIAN POINT 2 4 26 ANO 2 2 20 Usina 1997 1998 1999 2000 Plano de Controle Ambiental DIGV 12 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Tabela II.1 – Usinas Que Já Efetuaram a Troca de Geradores de Vapor e Totais de Geradores de Vapor Trocados (continuação) Ano da Troca 2001 2002 2003 Número de GVs Trocados Anos em Operação até a Troca KEWAUNEE 2 25 SHEARON HARRIS 3 13 FARLEY 2 3 19 TIHANGE 2 3 17 TRICASTIN 3 3 19 CALVERT CLIFFS 1 2 26 SOUTH TEXAS 2 4 14 FESSENHEIM 1 3 26 CALVERT CLIFFS 2 2 26 SEQUOYAH 1 4 22 PALO VERDE 2 2 17 3 20 OCONEE 1 2 30 TRICASTIN 4 3 23 OCONEE 2 2 31 OCONEE 3 2 30 DOEL 2 2 29 PRAIRIE ISLAND 1 2 31 PALO VERDE - 1 2 19 CALLAWAY 4 21 ARKANSAS NUCLEAR ONE - 1 2 31 DAMPIERRE - 2 3 24 Usina ST. LAURENT EAUX B2 2004 2005 Plano de Controle Ambiental DIGV DES 13 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC b) Usinas Que Devem Efetuar a Troca dos Geradores de Vapor No período de 2006 a 2009, quinze usinas planejam efetivamente proceder aos serviços de troca de geradores de vapor, conforme mostra a Tabela II.2. Tabela II.2 – Usinas Que Planejam Efetuar a Troca de Geradores de Vapor, no Período de 2006 a 2009 Usina Potência (mw) Fornecedor do Gerador de Vapor Serviços de Troca WATTS BAR 1 1.148 W (DOOSAN) BECHTEL FORT CALHOUN 470 MHI/SUMITOMO BECHTEL BEAVER VALLEY 1 835 WESTINGHOUSE NÃO DEFINIDO PALO VERDE 3 1.270 ANSALDO BECHTEL ST. LUCIE 2 882 FRAMATOME FRAMATOME COM. PEAK 1 1.084 ENSA NÃO DEFINIDO SALEM 2 1.115 FRAMATOME SGT ANGRA 1 625 FRAMATOME NÃO DEFINIDO SAN ONOFRE 2 1.070 NÃO DEFINIDO NÃO DEFINIDO PRAIRIE ISLAND 2 500 NÃO DEFINIDO NÃO DEFINIDO DIABLO CANYON 2 1.087 WEST/ENSA SGT DIABLO CANYON 1 1.087 WEST/ENSA SGT SAN ONOFRE 3 1.080 NÃO DEFINIDO NÃO DEFINIDO CRISTAL RIVER 3 890 NÃO DEFINIDO NÃO DEFINIDO THREE MILE ISLAND 1 786 FRAMATOME NÃO DEFINIDO Ano Previsto para a Troca 2006 2007 2008 2009 Plano de Controle Ambiental DIGV 14 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC II.1.1.3 – Preparação dos Geradores e dos Demais Equipamentos e Componentes Auxiliares a Serem Substituídos As taxas de dose provenientes dos equipamentos e componentes auxiliares a serem substituídos em Angra 1 (ver Tabela II.3) serão reduzidas para valores aceitáveis através da limpeza desses equipamentos e componentes, sendo obedecidos os procedimentos PA-PR 28 (Descontaminação) e PA-PR 26 (Controles sobre os Níveis de Contaminação Radioativa), integrantes do Manual de Operação da Usina de Angra 1 e que já vêm sendo utilizados de modo rotineiro nesta usina. O risco de contaminação será evitado através do fechamento de todas as aberturas existentes nos geradores de vapor e demais equipamentos. A empresa a ser contratada para a realização dos serviços de substituição dos geradores de vapor será a responsável pela blindagem necessária, sendo os rejeitos mantidos em área apropriada dentro da CNAAA. Caberá à empresa contratada o fornecimento do equipamento especial de descontaminação, sua operação e manipulação dos materiais necessários para a descontaminação das extremidades das tubulações principais do primário, para conexão/soldagem dos geradores de vapor. Caberá também à contratada armazenar as suas ferramentas e equipamentos a serem descontaminados, devendo também elaborar um plano de descontaminação, que deve ser aprovado pela Eletronuclear, a quem caberá a responsabilidade pela realização das atividades normais de descontaminação e processamento dos rejeitos, conforme normalmente ocorre nas paradas das usinas. Cada gerador de vapor terá sua superfície externa coberta, antes de sua remoção do edifício do reator, por uma camada de impermeabilização (pintura). Este procedimento visa a fixação de eventual contaminação existente nas superfícies dos geradores de vapor, evitando-se desta forma possíveis espalhamentos de partículas radioativas. No que concerne aos isolamentos térmicos removidos, estes serão estocados em caixas metálicas (ver características no Item II.1.2.3 deste PCA) e estocados no compartimento DGV 0103 do DIGV. II.1.1.4 – Atividades Preliminares Envolvendo a Substituição dos Geradores de Vapor a) Estratégia dos Serviços A estratégia final para a substituição dependerá da proposta da empresa vencedora da licitação. Para a elaboração desse estudo, tomou-se como base o “Estudo de Viabilidade para a Substituição dos Geradores de Vapor da Usina de Angra 1”, elaborado em 1989 pela Siemens/KWU, por solicitação de FURNAS, e que indica a necessidade de realizar uma abertura provisória na parede de concreto e na contenção de aço do prédio do reator, para a remoção/instalação dos geradores de vapor. A operação de troca dos geradores de vapor exige a realização de planejamento e projeto de engenharia profundos e detalhados, bem como de um intenso treinamento Plano de Controle Ambiental DIGV 15 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC do pessoal envolvido com as atividades de substituição dos geradores de vapor, principalmente dos que trabalharão dentro do edifício do reator (corte das tubulações do primário e no âmbito da calota inferior - “channel head” - dos geradores de vapor). Esse treinamento prevê a realização de um “mock-up” (maquete em escala 1:1) do “channel head”, com a mais fiel reprodução possível das condições em que os trabalhos serão executados e no qual serão simuladas as condições reais a serem enfrentadas em atividades como descontaminação, corte, usinagem e solda da tubulação do primário aos geradores de vapor e atendendo ainda ao conceito “ALARA” (As Low As Reasonably Achievable) de proteção radiológica, contido no Procedimento PA-RG-03 da CNAAA. Como um dos produtos dessas atividades, serão elaborados cronogramas precisos e detalhados. Essas atividades serão de responsabilidade da empresa a ser contratada, através de licitação internacional, para os serviços de substituição dos geradores de vapor, sendo o contrato realizado em regime de empreitada global. A empresa internacional contratada utilizará empresas nacionais especializadas para apoiá-la nos serviços, sendo, entretanto, a contratada a única responsável, perante a Eletronuclear, pelo cumprimento dos serviços contratados. As principais atividades incluídas no escopo de serviços da Contratada serão: • Elaboração do planejamento e engenharia completos e detalhados para a troca. • Elaboração do projeto, fabricação e montagem de todos os dispositivos e equipamentos temporários, necessários para a abertura e a reconstituição da contenção, o transporte e o içamento (rigging) dos geradores de vapor. • Remoção dos geradores de vapor existentes e instalação dos novos geradores de vapor, incluindo todas as atividades de corte, descontaminação, montagem/ajustes (“fit-up”), soldagem e END (Ensaios Não Destrutivos). • Desmontagem, reinstalação ou substituição, das linhas de tubulação, do secundário e linhas de I & C, onde necessário. • Realização do levantamento/controle óptico/topográfico. • Desmontagem e substituição parcial do isolamento térmico existente. • Elaboração do projeto, fornecimento e montagem do novo isolamento. • Atendimento aos requisitos de Garantia da Qualidade, conforme estabelecido no contrato, nas especificações e demais documentos aplicáveis. • Apoio/acompanhamento dos testes de aceitação. • Fornecimento da documentação final “as built”. À Eletronuclear caberá a realização do seguinte conjunto de atividades: Plano de Controle Ambiental DIGV 16 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Elaboração da Especificação Técnica, preparação do Edital, realização da licitação e administração do contrato para a substituição dos geradores de vapor e para o projeto/construção do DIGV. • Levantamento de todos os documentos de projeto e informações necessárias à contratada para o planejamento, elaboração do projeto de engenharia e execução da troca dos geradores de vapor. • Análise e aprovação, quando aplicável, dos documentos de planejamento e projeto, submetidos pela Contratada responsável pela troca dos geradores de vapor. • Controle da implementação das modificações de projeto, necessárias à troca. • Obtenção de todas as licenças junto à CNEN e ao IBAMA, necessárias à execução dos serviços e retorno da Usina à operação. • Realização dos serviços de suporte à troca, inerentes à operação da Usina, tais como: proteção física, licenças de trabalho, proteções radiológica e química. • Fiscalização e controle da qualidade dos serviços para troca dos geradores de vapor e construção do DIGV. • Gerenciamento físico e global do empreendimento. b) Descrição da Operação de Substituição dos Geradores de Vapor A seguir, é descrita a seqüência de operações considerada no Estudo de Viabilidade da Siemens e a ser considerada no processo de troca dos geradores de vapor. A Figura II.3 apresenta o diagrama esquemático de uma Central Nuclear PWR, como é Angra 1, enquanto as Figuras II.4 a II.11 ilustram as diversas etapas do processo de troca dos GVs: 1. Fora da contenção será montada uma estrutura temporária em vigas metálicas, para a transferência dos GVs. Esta estrutura terá vigas com trilhos de deslizamento, conectadas à estrutura de deslizamento a ser instalada dentro da contenção, passando através da abertura provisória. Para atender ao cronograma da substituição, a montagem destas estruturas será feita, o máximo possível permitido, antes da parada da Usina (Ver Figura II.4). 2. Remoção do combustível nuclear e drenagem da água de refrigeração antes de serem iniciadas as atividades principais nos GVs. Parte da contenção onde será feita a abertura deverá ser monitorada e descontaminada, se necessário, e serviços preliminares de desmontagem deverão ser iniciados, preparando os GVs para a substituição. O isolamento térmico dos GVs deverá ser removido. Os suportes dos GVs deverão ser também removidos e substituídos por suportes temporários, onde necessário. As tubulações de instrumentação e de Plano de Controle Ambiental DIGV 17 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC pequenos diâmetros deverão ser removidas. Andaimes, proteções e blindagens temporárias deverão ser instalados. 3. A abertura provisória na contenção será executada na parede de concreto, com dimensões (aprox.) de 7 m de altura e 6 m de largura (O item c apresentado após a Figura II.11 descreve, de modo resumido, o procedimento de abertura da contenção do prédio do reator, ou seja, a contenção primária). Após a conclusão das atividades de descarregamento do reator, a abertura provisória deverá ser concluída, com o corte da parede de aço da contenção. A abertura na contenção poderá ser feita na parede lateral, na altura de elevação de 21 m (conforme o estudo da Siemens, de 1989, já previamente citado) do prédio da contenção primária, ou, então, no seu topo, na elevação de 63 m, ocorrendo a seleção final da posição quando da contratação da empresa responsável pela realização dos serviços de substituição dos geradores de vapor. Estas possibilidades não são restritivas, cabendo à contratada o estudo e a seleção de sua própria metodologia. 4. Caso a retirada ocorra pela lateral do prédio, o içamento dos geradores de vapor será feito através de um dispositivo de içamento, montado sobre a ponte polar, com capacidade apropriada. Um guindaste auxiliar e posicionado também sobre a ponte poderá ser utilizado para colocar os geradores de vapor na posição horizontal. Caso a retirada seja feita pelo topo da contenção, poderá ser utilizado um guindaste tipo “Jib Crane”. 5. Após a montagem da cobertura para proteção da cavidade do reator e a conclusão da montagem da estrutura de transferência dentro da contenção, será instalado o dispositivo de içamento temporário, sobre as vigas da ponte polar. A utilização deste dispositivo reduz consideravelmente os tempos, esforços e custos envolvidos, permitindo que o içamento dos GVs seja feito sem a necessidade da demolição parcial das paredes de concreto das blindagens dos mesmos. 6. Antes da remoção dos GVs, deverão ser cortadas as conexões das tubulações principais de refrigeração do reator, da saída de vapor principal, da água de alimentação principal e da água de alimentação auxiliar. Após o corte, os bocais do primário dos geradores de vapor serão vedados através da soldagem de tampas de aço, que também agem como blindagem radiológica. As operações de corte serão realizadas com equipamentos operados remotamente, o que permite reduzir a quantidade de pessoas presentes dentro da contenção primária e facilita o atendimento das medidas de proteção radiológica. 7. Remoção dos GVs, um de cada vez, através de deslizamento sobre os trilhos de transferência, para a parte externa da contenção. Antes de serem liberados para a parte externa, os GVs receberão em partes determinadas, uma pintura de proteção para fixação de partículas contaminadas existentes. A partir deste ponto, os GVs serão baixados e apoiados, na posição horizontal, sobre a plataforma multi-eixos, auto-elevada, do veículo transportador e transferidos Plano de Controle Ambiental DIGV 18 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC para o DIGV, onde ficarão armazenados (Ver Figuras II.5 a II.9). Essa plataforma deverá atender às seguintes características, ou similares: • Tração: dois carros do tipo “White Autocar 450 HP e 250 toneladas de capacidade por carro. • Plataforma: um trailer modular hidráulico com 12 eixos e com 12 pneus por eixo. 8. Logo após a remoção dos GVs, as extremidades remanescentes das tubulações de refrigeração do reator (já tamponados) serão descontaminadas para reduzir a exposição do pessoal que estará preparando os chanfros para soldagem. As extremidades serão então usinadas, buscando o ajuste mais adequado com os bocais dos novos GVs. Todo o trabalho de preparação dos chanfros será feito tendo como base levantamentos ópticos/eletrônicos precisos das condições locais e dos bocais dos novos GVs. 9. A seguir, os novos GVs serão transferidos para dentro da contenção, um de cada vez, e posicionados/ajustados às respectivas posições finais, para início da reconexão com a tubulação de refrigeração do reator (“perna quente” e “perna de ligação”). A soldagem será feita através de máquinas automáticas, controladas remotamente e utilizará o sistema “narrow gap” (chanfro reduzido), que reduz a zona termicamente afetada e o risco de defeitos (Ver Figuras II.10 e II.11). 10. Após a conclusão da soldagem com a tubulação de refrigeração do reator, as demais tubulações que devem ser conectadas aos GVs, tais como: linha principal de vapor, água de alimentação, etc, serão remontadas e soldadas. O mesmo ocorrerá com as linhas de instrumentação e de pequenos diâmetros. O isolamento térmico será montado nos GVs e serão remontadas todas as partes anteriormente removidas para permitir o processo de substituição dos GVs. Os dispositivos temporários serão desmontados, monitorados e removidos para fora da contenção. 11. O dispositivo de içamento e as estruturas auxiliares de transferência, dentro da contenção, serão desmontados, monitorados e removidos. 12. A abertura provisória na contenção de aço (contenção primária) e na parede de concreto (contenção secundária) será fechada, recuperando as condições originais exigidas pelo licenciamento. Os GVs serão finalmente liberados para os testes. 13. A estrutura externa de transferência será desmontada e a área externa retornará às condições originais, normais de operação. Plano de Controle Ambiental DIGV 19 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.3 - Diagrama Esquemático de Uma Central Nuclear PWR, como Angra 1 Substituição dos Geradores de Vapor V Licenciamento Ambiental Status: Ago - 2004 Figura II.4 – Dispositivo de Içamento e Movimentação dos Geradores de Vapor Substituição dos Geradores de Vapor Licenciamento Ambiental Plano de Controle Ambiental DIGV Status: Ago - 2004 20 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.5 – Operação de Remoção dos Geradores de Vapor do Envoltório de Contenção Figura II.6 – Movimentação Externa dos Geradores de Vapor Removidos Plano de Controle Ambiental DIGV 21 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.7 – Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte – Etapa de Aproximação Figura II.8 – Posicionamento do Gerador de Vapor no Veículo de Transporte – Etapa de Assentamento Plano de Controle Ambiental DIGV 22 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.9 – Armazenagem de Um dos Geradores de Vapor no Depósito Inicial do Gerador de Vapor Figura II.10 – Instalação dos Novos Geradores de Vapor Plano de Controle Ambiental DIGV 23 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.11 – Recomposição das Tubulações dos Novos Geradores de Vapor c) Abertura da Contenção Primária de Aço e do Edifício do Reator Objetivando exemplificar o processo de abertura no Edifício do Reator (concreto) e na contenção de aço da Usina de Angra 1, é apresentada a seguir uma descrição resumida do processo de abertura temporária realizado na parede lateral do prédio do reator da Usina de Beznau 2 (Suíça), para a substituição dos geradores de vapor, conforme ilustrado nas Fotos II.1 e II.2. Plano de Controle Ambiental DIGV 24 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Foto II.1 – Detalhe da Viga de Deslizamento para o Gerador de Vapor, da Usina de Beznau 2 Foto II.2 – Detalhe da Plataforma de Transporte dos Geradores de Vapor e Vista Geral da Abertura na Contenção Primária de Beznau 2 Plano de Controle Ambiental DIGV 25 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Características da Contenção de Concreto de Angra 1 Edifício do Reator - edifício de concreto que envolve a contenção metálica e propicia proteção radiológica tanto para condições normais como também para condições de acidente postulado. Possui as seguintes características: o Diâmetro Externo: 36.660 mm. o Altura da Parte Cilíndrica: 59.300 mm. o Altura Total: 70.940 mm. o Espessura da Parede: 750 mm. o Material: - Resistência característica do concreto à compressão = 280 kg/cm2 (28 MPa). - Limite de escoamento característico do aço da armadura = 5.000 kg/cm2 (500 MPa). • Características da Contenção Metálica de Angra 1 A contenção metálica cilíndrica de Angra 1 possui cúpula hemisférica e fundo elipsoidal projetado para suportar cargas operacionais normais, cargas devido a acidentes internos e externos postulados, como são, respectivamente, os casos resultantes de perda de refrigerante e de solicitações sísmicas. As superfícies da contenção metálica estão pintadas com resinas de epóxi e sustentam o sistema de tubulação, os dutos de ventilação e equipamentos variados. As dimensões da contenção metálica são as seguintes: o Diâmetro: 32.042 mm. o Altura da parte cilíndrica: 42.443 mm. o Altura total: 68.024 mm. o Espessura da parte cilíndrica: • 38,1 mm. Procedimento de Abertura Lateral da Contenção de Beznau 2 Todo o procedimento iniciou-se com a realização - na parada da usina anterior à parada de troca dos geradores - das marcações e referências necessárias para o corte. A abertura da Parede de Concreto obedece à seguinte seqüência de ações: Plano de Controle Ambiental DIGV 26 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC o Mobilização das equipes. o Montagem dos andaimes. o Monitoramento radiológico do local da abertura e descontaminação, se necessária. o Corte da parede de concreto, através da realização de furações em pontos definidos, para permitir a passagem do “fio” de corte, diamantado. Em seguida, para efeito de facilitação de manipulação, o bloco a ser removido foi fatiado em 3 partes. o Remoção dos blocos de concreto, totalmente isentos de qualquer eventual contaminação, sendo descartados em área previamente definida (Em Angra 1, esses blocos permanecerão armazenados em área dentro da CNAAA). o Recuperação das ferragens da abertura que foram escareadas e a elas foi adicionada e soldada nova armadura. o Realização de nova concretagem, para fechamento da abertura provisória, utilizando o sistema de forma deslizante. A abertura da Parede de Aço obedece à seguinte seqüência de ações: o Monitoramento radiológico e descontaminação, se necessária. o Corte da parede utilizando maçarico de alta temperatura, deslizando sobre guia, de modo a garantir um corte preciso e com reduzida perda de material base. Isto permite obter uma adequada preparação do chanfro de solda, quando do fechamento. o Ajuste do painel de aço, que foi retirado e levado para a área de preparo para a reutilização (fechamento). Na abertura, após a conclusão dos serviços de troca, a borda cortada foi adequadamente preparada para garantir o ajuste e as folgas de projeto, necessárias para o ajuste e soldagem do painel anteriormente removido. o Soldagem do painel. o Inspeção das soldas e realização de Ensaios Não Destrutivos (END). o Desmobilização das equipes e desmontagem de andaimes. II.1.1.5 – Dados Técnicos dos Novos Geradores Os novos geradores de vapor são trocadores de calor verticais, do tipo casco-tubos, com feixe de tubos de troca térmica em “U”, soldados e expandidos ao espelho. Cada gerador de vapor é constituído de: Plano de Controle Ambiental DIGV 27 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • • • • • Casco incluindo os bocais. Sistema de Alimentação Principal e Auxiliar. Feixe Tubular composto de aproximadamente 5.400 tubos. Separadores de Umidade. Desumidificadores. Os novos geradores de vapor serão capazes de gerar 2.000 MWt e deverão ser projetados e fornecidos de tal modo que seja assegurada uma completa integração funcional e física com os sistemas existentes na Usina de Angra 1. Os geradores terão as seguintes características: • • • • • Altura: 20,7 m; Maior diâmetro: 4,5 m; Peso: 333 t; Tipo do Gerador de Vapor: “Feedring” (distribuição da água de alimentação principal na região da câmara de vapor); Casco forjado. Os geradores serão construídos em conformidade com os requisitos do Código ASME seção III e do Carimbo Nuclear – (“N Stamp”). Os lados do primário e do secundário deverão ser projetados e fabricados como componentes com classe de requisito 1. A seguir, são apresentados os parâmetros termo-hidráulicos dos geradores: • Lado do primário: o Pressão de projeto: 17,13 N/mm2. o Temperatura de projeto: 343 oC. o Pressão de teste: 21,42 N/mm2. O Volume: 38,2 m3. • Lado do Secundário: o Pressão de projeto: 8,17 N/mm2. o Temperatura de projeto: 316 oC. o Vazão de vapor: 547,4 kg/seg. o Pressão de teste: 21,42 N/mm2. o Volume: 151,7 m3. II.1.1.6 – Participação Nacional na Fabricação dos Geradores de Vapor A Framatome foi contratada para o fornecimento dos novos geradores de vapor e é uma empresa com experiência e qualificação internacional, tanto na fabricação como na execução do projeto, compra de matéria-prima e gerenciamento integrado do Plano de Controle Ambiental DIGV 28 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC fornecimento. Esta empresa será a única responsável perante a Eletronuclear pela qualidade, desempenho e prazos contratuais. A Framatome subcontratou a Nuclep Equipamentos Pesados para a fabricação dos novos GVs por ser esta a única empresa nacional estruturada, no que concerne a instalações, pessoal e qualificação, para a fabricação de equipamentos pesados para o sistema primário de usinas nucleares. Desta forma, faz parte do escopo da Framatome, além do projeto do equipamento, a prestação de assistência técnica à Nuclep, através da transferência de tecnologia, de modo a permitir que esta domine a tecnologia de fabricação e que possa garantir não só o atendimento dos requisitos técnicos estabelecidos nas especificações do equipamento, mas também o prazo de 40 meses para o fornecimento. Esta tecnologia está associada à aplicação de novos materiais, novas técnicas de soldagem, tratamento térmico, testes, automação da fabricação e desenvolvimento de processos, objetivando fabricar equipamentos cujas características construtivas garantam a qualidade do produto para 40 anos de vida útil. Para a produção dos equipamentos, a Nuclep obteve o selo “N Stamp” de acordo com o código ASME Seção III, pré-requisito para a fabricação do equipamento, por exigência da Eletronuclear. II.1.1.7 – Etapas de Fabricação As principais etapas de fabricação dos novos geradores de vapor estão resumidas abaixo: • • Pré Condições para Início da Fabricação. o Treinamento de pessoal. o Qualificação de processos fabris. o Construção de dispositivos. o Construção de sala limpa. Fabricação o Revestimento, usinagem e furação do espelho. o Fabricação do tampo hemisférico. o Fabricação do costado. o Montagem do feixe tubular. o Montagem dos internos na câmara de vapor. o Fechamento do costado. o Tratamento térmico. o Ensaios não destrutivos. o Teste hidrostático. o Embalagem. o Transporte. Dentre as etapas de fabricação, a mais relevante é a montagem do feixe tubular, cuja execução é realizada em sala limpa, onde deve existir rigoroso controle das condições ambientais, tais como, temperatura, pressão e umidade, evitando-se a contaminação dos tubos por produtos indesejáveis. Nesta sala, são realizados o posicionamento dos Plano de Controle Ambiental DIGV 29 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC tubos no interior do costado, a expansão e soldagem dos mesmos ao espelho e a verificação da estanqueidade entre os lados do primário e secundário, através de teste com gás hélio. Após o término desta etapa, o feixe tubular é devidamente protegido contra impurezas para que possa prosseguir a montagem dos internos e do costado do equipamento. II.1.1.8 – Licenciamento Nuclear junto à CNEN O DIGV de Angra 1 encontra-se em processo de licenciamento junto à CNEN. Para tal, deverão ser atendidos os requisitos aplicáveis das normas CNEN-NE-6.02 “Licenciamento de Instalações Radiativas”; CNEN-NE-6.05 “Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas”; CNEN-NE 6.06 “Seleção e Escolha de Locais para Depósitos de Rejeitos Radioativos”; CNEN-NE 6.09 “Critérios de Aceitação de Rejeitos Radioativos de Baixo e Médio Níveis de Radiação”, além da Lei no. 10.308, de 20/11/2001, que dispõe sobre a seleção de locais, a construção, o licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de rejeitos radioativos. II.1.2 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO II.1.2.1 – Planta de Situação do Depósito Inicial dos Geradores de Vapor O DIGV será construído dentro da área da CNAAA, no local denominado de Ponta Fina, conforme mostrado no Anexo 3 deste PCA. O sítio da Central Nuclear está localizado próximo às coordenadas UTM N 7.454.660 e E 555.500 (Datum horizontal Córrego Alegre). Em relação ao Oceano Atlântico, fica em Itaorna, dentro da Baía da Ilha Grande, onde ao sul avista-se o mar aberto a cerca de 37 km de distância, tendose à direita, na direção SW, a cidade de Parati, distante, em linha reta, 36 km do local, e, a leste, a cidade de Angra dos Reis, a 14 km. No que concerne a áreas legalmente protegidas pela legislação ambiental, somente situa-se na área de influência do empreendimento a Estação Ecológica de Tamoios (ver Anexo 3), que foi criada pelo criada pelo Decreto Federal no 98.864, de 23/01/90 e encontra-se localizada nos municípios de Angra dos Reis e Paraty no litoral do Rio de Janeiro. Esta estação é composta por um conjunto marinho formado de 29 ilhotas, ilhas, lajes e rochedos situados nas baías da Ribeira e da Ilha Grande, juntamente com os seus respectivos assoalhos marinhos e uma porção continental de 70 ha, área esta cedida pela Eletronuclear em comodato ao Ibama, para estabelecimento da sede administrativa. A Estação Ecológica de Tamoios está incluída na Unidade Planalto da Bocaina, de domínio de Mata Atlântica, onde na região continental ocorre predominância de área de Floresta Ombrófila Densa nas terras baixa, submontana e montana, e porção bem menor de áreas de formação pioneira de influência marinha como a fitofisionomia da restinga. A vegetação da planície foi fortemente alterada e a da encosta está preservada. Na região marinha encontramos os diferentes afloramentos de terra e o assoalho marinho. Neste sentido pode-se dizer que existe uma grande variedade de ambientes como praias arenosas e rochosas, costões rochosos, afloramentos rochosos, Plano de Controle Ambiental DIGV 30 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC etc., proporcionando a ocorrência de uma biota rica e diversificada, valendo citar a presença de aves marinhas que habitam nesta área. A cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de Terras Baixas ricas em palmeiras, Terras Baixas sem predomínio de palmeiras e vegetação Rupestre. A Estação Ecológica é uma unidade de conservação, de uso indireto dos recursos naturais renováveis nela compreendidos, cujo maior objetivo é o de preservar amostras representativas dos ecossistemas nacionais. Entre suas finalidades estão ainda, necessariamente: conservar a diversidade ecológica e o equilíbrio natural, preservar o patrimônio genético; proteger espécies raras, em perigo ou ameaçadas de extinção, e dar oportunidades para educação, investigação científica, estudos e divulgação sobre os recursos naturais. Seu manejo deve estar voltado para a preservação da flora, fauna e belezas naturais, conforme os objetivos aos quais se destina, sem perda da diversidade biológica e sem finalidade econômica. Conforme demonstrado no Item IV deste PCA, a Estação Ecológica de Tamoios não apresenta nenhum risco de ser afetada pela implantação e operação do empreendimento. II.1.2.2 – Planta da Unidade O Anexo 4 apresenta, em escala 1:500, o layout do DIGV. O prédio será construído em concreto armado, devidamente dimensionado e projetado para garantir a segurança e a integridade dos rejeitos ali armazenados, até seu transporte para um depósito definitivo. A seguir, é apresentada uma descrição detalhada do DIGV. a) Capacidade Nominal O DIGV de Angra 1 será composto de 7 compartimentos, a saber: • Compartimento DGV 0101 – Compartimento de Acesso De forma a evitar o acesso direto à área de estocagem, foi projetada uma ante-sala, onde as duas portas funcionarão como eclusa, minimizado o risco de liberação de ar eventualmente contaminado ao meio ambiente. Nesta sala serão instalados os painéis elétricos. • Compartimento DGV 0102 - Compartimento de Manuseio das Caixas Metálicas Compartimento para entrada do caminhão, quando da armazenagem das caixas metálicas (embalados). Plano de Controle Ambiental DIGV 31 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Compartimento DGV 0103 – Compartimento de Depósito das Caixas Metálicas Este compartimento destina-se à guarda de 166 caixas metálicas (embalados) contendo o material de isolamento térmico que será substituído na troca dos GVs. A transferência das caixas, do compartimento DGV 0102 para este compartimento, será feita através de um dispositivo de içamento, conforme indicado no desenho de “layout” (ver Anexo 4). O número de embalados foi calculado com base na quantidade de material de isolamento que será comprado. Desta maneira, procura-se garantir, de forma conservadora, que os rejeitos gerados na troca dos GV’s possam ser devidamente armazenados. Sempre que possível, a Eletronuclear fará a descontaminação dos resíduos produzidos, objetivando minimizar o volume de rejeitos radioativos a estocar. • Compartimentos DGV 0104 e DGV 0105 – Compartimento dos Geradores de Vapor (PCSG 01 e 02) Os dois compartimentos se destinam ao armazenamento dos geradores de vapor de Angra 1 e trechos de tubulação. • Compartimento DGV 0106 – Compartimento do Evaporador de Rejeitos e do Trocador de Calor Este compartimento está reservado para o futuro armazenamento de 1(um) Trocador de Calor e de 1 (um) Evaporador de Rejeitos. • Compartimento DGV 0107 – Compartimento da Tampa do Vaso do Reator Este compartimento está reservado para o futuro armazenamento da Tampa do Vaso do Reator com os respectivos CRDM’S. b) Edificação O DIGV de Angra 1 será uma estrutura em concreto armado, possuindo uma área de 903 m2 em planta, com dimensões de 37,30 metros de comprimento por 24,20 metros de largura, com altura máxima de 11,00 metros. Os geradores serão depositados em 2 selas metálicas, apoiadas em blocos de concreto armado assentes sobre a laje de fundação. As paredes laterais externas, com espessuras indicadas no Anexo 4, serão em concreto armado com adição de microssílica, para melhorar as condições de estanqueidade da estrutura. Os embalados (caixas metálicas) serão retirados do caminhão no compartimento DGV 0102 com uso de uma talha e armazenados no compartimento DGV 0103. Após o término da deposição dos embalados, a parede frontal (externa) do compartimento DGV 0102 será fechada com placas pré-moldadas de concreto armado, com Plano de Controle Ambiental DIGV 32 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC espessuras e comprimentos indicados no Anexo 4 e que serão içadas e encaixadas uma sobre as outras. Suas juntas serão preenchidas com argamassa e após a colocação das mesmas, serão emboçadas externamente. O fechamento das paredes frontais dos compartimentos DGV 0104, DGV 0105, DGV 0106 e DGV 0107 também será feito com placas pré-moldadas de concreto armado, com espessuras e comprimentos indicados no Anexo 4 e que serão içadas e encaixadas uma sobre as outras, logo após a entrada dos respectivos equipamentos. Suas juntas serão preenchidas com argamassa e após a colocação das mesmas, serão emboçadas externamente. As paredes externas, inclusive as pré-moldadas, serão protegidas com argamassa sintética impermeável tipo Sika Top 107 ou similar. A fundação do depósito será em fundação direta, através de uma laje de 1,00 metro de espessura, em concreto armado, também com microssílica, assente parcialmente sobre solo residual (ou rocha alterada.) e sobre aterro controlado. c) Critérios e Informações Gerais do Projeto Civil As paredes externas, com diferentes espessuras mostradas no desenho de “layout” do depósito (ver Anexo 4), serão em concreto armado com adição de microssílica, para melhorar as condições de estanqueidade da estrutura. • Cálculo estrutural O prédio será calculado para os seguintes casos de carregamento: i) Condição normal de operação (H) Peso próprio + sobrecargas + equipamento + efeito de vento. ii) Condição de acidente (HS) Peso próprio + sobrecargas + equipamento + terremoto (SSE – “Safe Shutdown Earthquake”). • Dimensionamento O dimensionamento deverá ser executado de acordo com a norma NBR 6118, com os conceitos das normas alemães DIN 1045 e KTA 2201.3 para o caso de carregamento HS. • Análise sísmica Para este tipo de instalação seria suficiente uma análise sísmica simplificada (Quasiestática) como as adotadas em estruturas convencionais, ou seja, uma verificação do modelo matemático da Unidade para as solicitações horizontais e verticais (acelerações) aplicadas estaticamente. Plano de Controle Ambiental DIGV 33 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC No entanto, será realizada uma análise dinâmica utilizando um modelo de elementos finitos sobre o terreno de fundação para obtenção dos deslocamentos, acelerações e esforços a serem utilizados na verificação estrutural. Será seguido um procedimento semelhante ao adotado nas estruturas classe 1 das usinas da CNAAA, para levar em conta os efeitos de um terremoto máximo no sítio (Safe Shutdown Earthquake - SSE), adotando-se o mesmo espectro de projeto proposto pela Weston G.R., com 0,1g na direção horizontal e 0,067g na direção vertical, valores estes considerados para a rocha aflorante. • Estruturação dos compartimentos A fim de evitar uma exposição desnecessária do pessoal envolvido nas atividades de inspeção e monitoração radiológica, o projeto prevê um “layout” específico com compartimentos destinados a cada um dos grandes componentes a serem estocados, em virtude da diferenciação de taxa de dose entre os diversos componentes radioativos. Os seguintes princípios foram considerados na distribuição dos compartimentos quando da concepção do “layout”: • O compartimento DGV 0107 – Compartimento para armazenagem da tampa do Vaso do Reator, onde é previsto o mais alto nível de radiação, está localizado na região mais afastada da entrada do prédio. A entrada deste compartimento é protegida por labirinto contra a fuga de radiação gama. • As espessuras das paredes de concreto entre os compartimentos individuais são dimensionadas de modo a garantir que o nível de radiação dentro do compartimento seja causado basicamente apenas pela fonte radioativa existente dentro do mesmo, ou seja: sem a soma da radiação de compartimentos vizinhos. • No projeto das áreas internas tomou-se cuidado especial para propiciar boa acessibilidade para os componentes individuais. • Dentro dos compartimentos, os componentes radioativos são dispostos em conformidade com a sua taxa de dose. Isto significa que se procurará dispor a parte do componente com mais alta taxa de dose o mais longe possível da entrada do compartimento. d) Dispositivo de Içamento O DIGV possuirá um dispositivo de içamento com capacidade de carga de duas toneladas, a ser utilizado no transporte e armazenamento das caixas metálicas, sendo operado manualmente. Será constituído de uma viga com talha manual, suspensa por troles mecânicos, que correrão em vigas instaladas no teto das áreas de Manuseio e de Depósito das Caixas Metálicas (Compartimentos DGV 0102 e DGV 0103). Na Área de Manuseio das Caixas Metálicas (DGV 0102), as mesmas deverão ser retiradas do caminhão transportador e fixadas manualmente à talha do dispositivo de Plano de Controle Ambiental DIGV 34 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC içamento, enquanto na Área de Depósito (DGV 0103) as caixas metálicas deverão ser posicionadas e empilhadas manualmente, liberando a talha para a próxima operação. Os embalados (caixas metálicas) deverão ser estocadas em pilhas de 3 ( três ) caixas, diretamente uma sobre as outras. Como recurso de segurança, serão instalados batentes limitadores de curso nas extremidades das vigas dos troles e da talha. e) Proteção contra Incêndios • Descrição do Sistema Com base na avaliação de riscos, no tocante à prevenção e detecção de incêndios serão adotadas as seguintes medidas: o Não será instalado sistema de detecção de incêndios neste depósito. o Todos os equipamentos no interior do depósito permanecerão desligados, somente sendo ligados quando o prédio for ocupado para operação, eliminando a possibilidade de ocorrência de focos fora dos períodos de operação. o Emissão de procedimentos administrativos de prevenção e combate a incêndios detalhando todas as medidas necessárias. o A sala onde estão os painéis (DGV 0101) é separada por porta corta-fogo do resto do depósito. Para combate a incêndio, serão instalados extintores de incêndio, de tipo, capacidade e em quantidade adequadas às exigências das normas pertinentes. • Bases de Projeto Os principais materiais combustíveis existentes, de modo permanente, no depósito consistem de material de isolamento de cabos elétricos e equipamentos de iluminação. • Avaliação de Riscos de Incêndio Os materiais combustíveis existentes, bem como a presença efetiva das fontes de ignição, só estarão sujeitos a gerar incêndios durante a operação dos equipamentos do depósito ou durante inspeções. Preventivamente, serão desligados todos os equipamentos do depósito, quando não estiver sendo realizada operação de movimentação no interior do mesmo, reduzindo-se desta maneira a possibilidade de ocorrência de um incêndio durante os períodos em que o operador encontra-se ausente. Assim, observa-se que as condições de risco, associadas com materiais e equipamentos elétricos, no caso de movimentação de cargas, ocorrem quando há presença de operadores na área do depósito. Em contrapartida, estes operadores serão capazes de detectar qualquer ocorrência de fogo / Plano de Controle Ambiental DIGV 35 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC fumaça em curto espaço de tempo, implementando o procedimento de combate a incêndio, não permitindo, assim, que possam ocorrer danos aos componentes armazenados. Conclusões da avaliação de riscos de incêndio quanto ao aspecto de detecção: O risco de ocorrência de incêndio(s) no depósito é extremamente baixo. Este risco se restringe praticamente às situações em que os equipamentos de movimentação estiverem sendo operados ou durante inspeções. Portanto, não será necessária a instalação de sistema de detecção de incêndios. f) Instalação Elétrica / Iluminação O DIGV de Angra 1 deverá contar com alimentação elétrica trifásica com neutro e terra em cabo múltiplo nas tensões 220/127 Volts AC, disponível em um Centro de Carga denominado Quadro Principal de Distribuição, com os dispositivos de proteção incorporados, o qual deverá ser instalado em local específico para os painéis elétricos (Compartimento DGV 0101), local este que permita seu desligamento total ou parcial sem que seja necessário o acesso à área interna do Depósito. O cabo conectado entre a fonte e este Quadro Elétrico Principal de Distribuição deverá ter seu encaminhamento quando na área externa, preferencialmente por canaleta e caixas de passagem em concreto. A partir deste QPD, deverão sair os circuitos alimentadores das cargas de Iluminação interna/tomadas e iluminação externa, pontes rolantes, câmeras internas e painel para fornecimento ininterrupto. A iluminação da área externa deverá ser executada de acordo com as normas aplicáveis, com alimentação elétrica proveniente de Quadro de Luz (QL), através de circuitos parciais monofásicos na tensão de 127 V, ou bifásicos na tensão de 220 V, dependendo do tipo de luminária especificada. A iluminação da área interna e as tomadas deverão ter alimentação elétrica similar, proveniente do mesmo quadro de luz, assim como a da sala destinada a abrigar os painéis elétricos. Em ambos os casos, as luminárias deverão ser à prova de tempo, gases, umidade e vapores. As câmeras de vídeo externas referentes à Proteção da Área da Cerca do DIGV, os dispositivos de controle de abertura de portas, assim como algumas luminárias das áreas externa e interna e da sala dos painéis elétricos, deverão ter alimentação elétrica proveniente de equipamento “No-Break”. A distribuição dos cabos de energia no interior do prédio deverá ser feita com a utilização de bandejas de cabo ou eletrocalhas, eletrodutos de aço galvanizado e caixas de passagem/caixas de junção quando necessário. As eletrocalhas e os eletrodutos deverão ser instalados de forma aparente nas paredes e lajes no interior do prédio. Cabos de força e cabos de sinal serão separados e distanciados convenientemente. Plano de Controle Ambiental DIGV 36 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC g) Sistema de Aterramento Elétrico Deverá ser constituído de cabos de cobre nu estanhados, instalação aparente, formando anéis nos compartimentos onde existam consumidores elétricos, sendo estes anéis interligados entre si e conectados em pontos distintos ao cabo de aterramento enterrado no contorno externo do prédio. Todos os consumidores elétricos, bandejas de cabo, eletrodutos e estruturas metálicas deverão ser aterrados e conectados ao anel de aterramento do respectivo compartimento. Todas as conexões aparentes entre cabos e entre cabos e conectores deverão ser do tipo compressão e as conexões enterradas deverão ser do tipo solda exotérmica. Deverá ser prevista a instalação de um anel em cabo de cobre nu estanhado, com hastes de terra conectadas ao cabo enterrado em todo o contorno do prédio. h) Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas Deverá ser dada especial atenção às características meteorológicas da região, sujeitas a tempestades e raios e ser constituído de captores aparentes na forma de cabos de cobre nu estanhado esticados sobre a cobertura do prédio. Os condutores de descida deverão ser também em cabo de cobre nu estanhado aparentes externos ao prédio e conectados ao cabo de aterramento externo enterrado. As instalações elétricas obedecerão às normas aplicáveis da ABNT. i) Sistemas de Drenagem • Características Hídricas do Local No que concerne aos recursos hídricos na região do empreendimento, foram realizados estudos contemplando as águas superficiais, subterrâneas e marítimas. As pesquisas sobre as águas superficiais mostraram que a área vizinha ao DIGV é caracterizada por apresentar um canal de drenagem de águas pluviais oriundas do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos e um sistema de drenagem de águas pluviais da área dos galpões de armazenamento da Ponta Fina, não havendo cursos d’água naturais. No que concerne às águas pluviais provenientes das encostas situadas junto à área do depósito, estas deverão ser captadas e direcionadas para o mar, através do sistema de drenagem pluvial a ser implantado para o empreendimento. As águas subterrâneas são aquelas que se concentram no subsolo sendo formadas, principalmente, pelas águas pluviais que se infiltram pelos poros das rochas ou fendas intercomunicantes das camadas rochosas, podendo ou não ficar armazenadas, formando os aqüíferos. A ocorrência de aqüíferos, de acordo com estudos realizados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), na área do complexo nuclear, incluindo a área do DIGV, é caracterizada por ‘Aqüíferos Contínuos de Extensão Variável e Livres’ e consiste numa espécie de bolsão que se concentra na região entre Mambucaba e Cunhambebe. De acordo com esse estudo, as ocorrências de águas subterrâneas apresentam baixo potencial hídrico, conforme comprovam também os resultados das pesquisas realizadas dentro do EIA de Angra 3 e que Plano de Controle Ambiental DIGV 37 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC permitiram concluir que os poços na área de influência de Angra 3 apresentam características hidrodinâmicas típicas dos sistemas cristalinos do Estado do Rio de Janeiro, o que permite classificá-los como pertencentes a um aqüífero pobre, de poucos recursos e pequenas vazões. Os estudos regionais sobre as águas marítimas contemplam aspectos gerais do corpo d’água da baía da Ilha Grande e das enseadas sob a influência do complexo nuclear. A baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com uma superfície aproximada de 1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com características diferentes, que interagem entre si a oeste e a leste da Ilha Grande. Estas massas se encontram no canal situado entre o continente e a Ilha Grande. A parte oeste da baía da Ilha Grande sofre influências da plataforma continental, enquanto a parte leste recebe pouca ou nenhuma influência. A circulação do sistema estuarino formado pelas baías de ilha Grande e Sepetiba é resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de densidade. O padrão de circulação da baía de ilha Grande mostra um fluxo quase estacionário na direção horária, ao redor da ilha com intensidade em torno de 10 cm/s. Neste fluxo horário, a água salgada entra na baía de ilha Grande pelo lado oeste, circula e se mistura com a água doce proveniente da baía de Sepetiba a leste, indo depois para o oceano. Os estudos hidrológicos para a área da CNAAA, atualizados de acordo com a base de dados do período de 1974 a 2002, se encontram apresentados no Relatório de Estudos Hidrológicos para o Período de 1974-2002 – Estudos Hidrológicos para a Região da CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis – Equação de Chuvas Intensas em Itaorna BP/6431/030014 e que serão utilizados para o projeto de drenagem da área de implantação do DIGV. • Sistema de Drenagem Externa ao DIGV O sistema de drenagem da área da encosta a montante do DIGV considera uma chuva de projeto com um tempo de recorrência de 100 anos e um tempo de duração e concentração da chuva compatíveis com as áreas a serem drenadas. Para a determinação da precipitação de projeto, foi considerado o estudo hidrológico, apresentado no Relatório de Estudos Hidrológicos para o Período de 1974-2002 – Estudos Hidrológicos para a Região da CNAAA – Itaorna – Angra dos Reis – Equação de Chuvas Intensas em Itaorna - BP/6431/030014. O coeficiente de escoamento superficial adotado para o projeto de drenagem das encostas localizadas no entorno do Depósito foi definido pelo critério de chuva infiltrada obtida da medição feita em Praia Brava e relatada pelo relatório de NB04-IH8-100, "Site Study for Unit III of Angra dos Reis Power Station - Hydrological Aspects and Surface Conditions" - Promon - Abril/79, isto é, 52,84 mm/h de taxa de infiltração. A área destinada à construção do prédio será protegida por um sistema de drenagem de modo a impedir a inundação da edificação propriamente dita pelas águas pluviais. Será considerado um desnível de cerca de 1 m entre a área do pátio de manobras, Plano de Controle Ambiental DIGV 38 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC onde será localizado o DIGV, e as áreas adjacentes ao depósito, possibilitando, desta forma, uma proteção adicional contra a inundação do prédio. Os coeficientes de escoamento superficial das áreas de cobertura, pavimentos, gramados etc. serão aqueles recomendados pela literatura especializada e definida pela média ponderada das áreas que compõem cada uma das bacias de drenagem. A área de implantação do depósito será protegida contra os efeitos de ondas do mar por meio da adequação do projeto da linha de praia existente ao longo da orla marítima – linha de praia oeste, locada na região de Ponta Fina. O enrocamento existente a sudeste (linha de praia leste) do depósito será adequado com a mesma finalidade da linha de praia oeste, conforme desenhos mostrados no Anexo 5 deste PCA. Mesmo considerando a pequena possibilidade de haver o galgamento de ondas sobre o enrocamento da linha de praia, está prevista a construção de canaletas de drenagem no pé interno do enrocamento, que deverão ser interligadas à rede de canais de drenagem da área, evitando, deste modo, que a área do depósito seja atingida por essas águas. Após a construção do depósito, a área será urbanizada com a colocação de grama e plantas em torno do local, de tal maneira que a área não sofra erosão causada pelas chuvas. • Sistema de Drenagem Interna do DIGV O sistema de drenagem interna do DIGV será composto por canaletas e/ou ralos de drenagem situados nas áreas de estocagem do DIGV e direcionadas para um poço de coleta no compartimento DGV 0104. A presença de líquido no poço de coleta será monitorada por sensor com anunciação de alarme localizado na guarita do Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos - DIRR. j) Sistemas de Controle Devido aos tipos de equipamentos estocados, seus tratamentos, características de embalagem, e da elevada estanqueidade do perímetro do prédio, não será necessário manter depressão nos ambientes internos enquanto não houver acesso ao prédio. De forma a evitar a exfiltração de ar não filtrado para o meio ambiente, durante os serviços de manutenção e monitoração do DIGV, é necessária a instalação de um sistema de exaustão destinado a impedir a ocorrência de pressões positivas no interior do depósito. O Sistema de Ventilação, ver Anexo 6 deste PCA, se compõe de moto-ventilador centrífugo, de filtro HEPA com carcaça especial e um “damper” de alta estanqueidade motorizado na admissão de ar. Esta característica especial da carcaça do filtro HEPA permite o manuseio de elementos filtrantes, sem o contado direto com material eventualmente contaminado. Plano de Controle Ambiental DIGV 39 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Em condições normais, o sistema não estará em operação. A abertura da descarga do ar de ventilação funcionará como válvula de alívio, com fluxo de ar filtrado nos dois sentidos. O Sistema de Ventilação será colocado em funcionamento todas as vezes que as portas do depósito forem abertas. Seu acionamento será manual e efetuado diretamente pelos operadores na sala DGV 0101. Com isso, pretende-se criar um fluxo de ar direcionado de fora para o interior do depósito, passando pelos vãos das portas no momento em que estas estiverem abertas. Desta maneira é reduzida drasticamente a probabilidade de liberação para o meio ambiente, de eventuais partículas radioativas existentes no interior do depósito. Para a tomada de amostra do ar de exaustão será instalado um filtro de particulado no duto de descarga do sistema. Este filtro coletará o ar ambiente retendo suas partículas e será retirado sempre que a ventilação for acionada e analisado em laboratório da CNAAA. Os detalhes construtivos, que deverão garantir elevada estanqueidade do perímetro do prédio, minimizam a possibilidade de liberação de particulados radioativos. A introdução de Sistema de Ventilação para Exaustão complementar garantirá: a) A não ocorrência de pressões positivas no interior do depósito pelo funcionamento do sistema inoperante como válvula de alívio, com fluxo de ar filtrado nos dois sentidos. b) A minimização de efeitos corrosivos sobre os equipamentos estocados como decorrência da filtragem do ar infiltrado. c) A filtragem de alta eficiência dos efluentes gasosos em qualquer situação. d) A manutenção de fluxo direcionado para o interior do depósito pelo vão das portas, no momento de sua abertura (portas em sistema de “lock” ). A vazão de ar infiltrado / exfiltrado prevista é de 1,0 m3/s. II.1.2.3 – Natureza e Inventário dos Materiais Radioativos a Serem Retirados durante a Substituição a) Componentes Substituídos As fontes de material radioativo consideradas para armazenamento no interior do prédio do depósito são listadas na Tabela II.3 adiante, que apresenta as principais características dos componentes substituídos e dados de taxa de dose em suas superfícies. b) Embalados (Caixas Metálicas de 1 m3) Embalado é definido como sendo o conjunto compreendido pelo conteúdo, embalagem e tampa. A embalagem consiste de uma caixa metálica de 1 m3 utilizada para o armazenamento de rejeitos não compactáveis, com as seguintes dimensões: 800 mm de largura, 1.300 mm de comprimento e 1.200 mm de altura, com tampa reforçada com Plano de Controle Ambiental DIGV 40 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC barra chata em aço carbono (4,75 mm x 50 mm), fixada através de parafusos, tendo como vedante uma junta de borracha em neoprene (3 mm de espessura x 50 mm de largura). O corpo da caixa metálica contém quatro alças com resistência de içamento de até 1.500 kg. O material do corpo e da tampa é de chapa em aço carbono ASTM.A283 GR.C, espessura 4,76 mm (3/16"). As partes superior e inferior da caixa, bem como suas arestas verticais, são reforçadas com cantoneiras em aço carbono comercial de dimensões 50 mm x 50 mm x 4,76 mm. Possui três vigas de apoio, soldadas na parte inferior, perfil "U" em aço carbono ASTM.A-36 de dimensões 4,75 mm x 76 mm x 150 mm. O acabamento é constituído de pintura à base de tinta epoxipoliamida e poliuretano alifático na cor amarelo caterpillar (MUNSELL entre 2.5 YR 6/14 e YR 8/14). O peso total máximo do embalado, já carregado, é de 1.330 kg, aproximadamente, sendo prevista a estocagem de um total de 166 embalados no DIGV. Tabela II.3 – Características e Taxas de Dose dos Equipamentos a Serem Substituídos em Angra 1 Item Gerador de Vapor (2 unidades) Características Taxa de Dose (*) Peso: 308 ton (unit) Comprimento: 20850 mm Diâmetros: 4.474,0 mm (domo) e 3461 mm (região da câmara do primário) Peso: 54,98 ton Diâmetro: 3.995 mm Tampa do Vaso do Reator com CRDM’s Trocador de Calor do “Residual Heat Removal” Evaporador de Rejeitos Isolamento Térmico Altura: 7.703mm com CRDM’s (Control Rod Drive Mechanism Housings) Formato do conjunto: aproximado de um cilindro Peso: 5,0 ton (vazio) Dimensões: diâmetro 965 mm Comprimento: 8.293,1 mm Formato: cilíndrico-horizontal Peso: 5,0 ton (vazio) Dimensões: diâmetro 1.320 mm Altura: 1.514 mm Largura: 4572 mm Embalados em 166 Caixas Metálicas 100 µSv/h a 5 mSv/h, dependendo do ponto externo 7000 µSv/h junto a termopares sem blindagem 2000 µSv/h junto a janelas de visita 500 µSv/h na parte inferior 100 µSv/h a 1 m de distância do equipamento 500 µSv/h junto à bomba no 1 400 µSv/h junto à bomba no 2 250 µSv/h 5 µSv/h (*) Os valores de taxa de dose nos equipamentos foram fornecidos pela Divisão de Proteção Radiológica da Usina Angra 1. II.1.2.4 – Descrição das Etapas de Supressão da Vegetação Local A área de construção do DIGV encontra-se antropizada, fazendo parte do sítio de implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA. Na área onde será construído o DIGV, na Ponta Fina, a cobertura vegetal se encontra em fase de capoeira e se caracteriza por possuir não só vegetação com menores valores de altura e diâmetro, mas também menor riqueza de espécies, quando Plano de Controle Ambiental DIGV 41 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC comparada com matas que se encontram em estágio mais avançado em outros locais, como, por exemplo, a localizada na bacia do córrego praia Brava. Para as obras de construção do DIGV, é prevista somente a remoção, em uma única etapa, da vegetação da área de cerca de 1.200 m2 onde será implantado o empreendimento. A vegetação das demais áreas situadas no entorno do empreendimento será preservada. II.1.3 – JUSTIFICATIVAS E ALTERNATIVAS II.1.3.1 – Justificativas para Escolha do Local Selecionado Optou-se, inicialmente, por localizar o DIGV no interior dos limites da CNAAA, para evitar o transporte de rejeitos radioativos em vias públicas. O DIGV de Angra 1 será construído na região denominada de Ponta Fina, a aproximadamente 800 metros da Usina de Angra 1, dentro da área vigiada da CNAAA. A Figura II.12 a seguir ilustra a localização do DIGV na área da CNAAA, enquanto os Anexos 3 e 7 apresentam a localização do DIGV dentro da planta geral da CNAAA. Para a escolha do local foram levados em consideração os seguintes aspectos: a) Rampa para o transporte dos geradores de vapor de no máximo 4%, tendo em vista que o transporte será por meio de carreta especial, com plataforma hidráulica de 12 eixos em 3 filas, com peso estimado de 350 toneladas. b) Localização em área vigiada e isolada da CNAAA para minimizar os riscos de transporte e o tráfego de veículos e pessoas desavisadas nas proximidades do Depósito. c) Integração do DIGV ao sistema de proteção física e de monitoração da Usina. d) Condições geotécnicas adequadas para as fundações da edificação. II.1.3.2 – Alternativas Tecnológicas Em razão das peculiaridades do empreendimento, não se encontram disponíveis outras alternativas tecnológicas para o mesmo, devendo os geradores de vapor permanecerem estocados em depósito Inicial até que sejam desenvolvidas tecnologias capazes de garantir, a um custo aceitável, a descontaminação eficiente e segura desses equipamentos. Plano de Controle Ambiental DIGV 42 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.12 – Localização do DIGV Local do DIGV Angra 1 Angra 2 Plano de Controle Ambiental DIGV 43 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC II.1.4 – INFRA-ESTRUTURA DE IMPLANTAÇÃO II.1.4.1 - Projeto Executivo Civil a) Estudo Geotécnico Local • Aspectos Geológicos A região onde se localiza o DIGV de Angra 1 faz parte da porção sudeste da Plataforma Brasileira, representada pelo Cinturão Móvel Costeiro ou Faixa Ribeira. Esse domínio geológico contém terrenos onde predominam rochas de dureza de médio a alto grau (metamorfitos) — representadas por gnaisses, gnaisses migmatíticos, granitóides e migmatitos — as quais apresentam injeções por rochas mais duras granitos - e rochas básicas diversas (EIA - Estudo de Impacto Ambiental da Unidade 3 da CNAAA - Volume 2, novembro de 2004). Ainda de acordo com o EIA de Angra 3, foram registrados, numa região que abrange algumas centenas de quilômetros em torno de Angra dos Reis, cincos episódios sísmicos relevantes para a caracterização do risco na área da CNAAA. Tais eventos foram de pequena magnitude e que não caracterizam um risco maior para instalações com as especificações construtivas como as do DIGV. Os estudos mostram um nível de atividade sísmica relativamente baixo para a região do empreendimento, cuja característica sísmica genérica é a de uma atividade difusa, sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas, embora possam ser delineadas algumas prováveis fontes sismogênicas, porém sem condições de serem caracterizadas como tal, na atualidade. A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse consiste no ciclo de atividade sísmica ocorrida, entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989, em Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis localizado a cerca de 27 km a leste da CNAAA. Os microtremores, de foco muito superficial, foram de magnitude inferior a 3 e o sismo principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro, rapidamente decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a aproximadamente 10 km de Monsuaba (EIA Angra 3). Tais abalos não foram sentidos no sítio das usinas de Angra 1 e Angra 2. Deve ser enfatizado, também, que não existem evidências de falhamento quaternário nas proximidades do local de interesse. Estudos de recorrência sísmica na área da CNAAA remontam ao final da década de 1970, com a publicação de um estudo sistemático da Universidade de Brasília que adotava um enfoque determinístico na avaliação de risco, onde se objetivava demarcar zonas preferenciais de ocorrência de sismos – as zonas sismogênicas – que se contrapõem a zonas mais estáveis e estudar a série histórico-temporal de eventos neste contexto. Plano de Controle Ambiental DIGV 44 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Na mais recente análise de ameaça sísmica na região do empreendimento, realizada para a usina de Angra 3, foi adotada uma metodologia derivada das normas propostas pelo órgão regulador norte-americano e que estima a probabilidade no tempo e na região de ocorrência de movimentações de terreno causadas por fenômenos sísmicos. Nessa análise, foi definida uma grande província sismotectônica para parte do sudeste brasileiro e que inclui a margem continental adjacente, onde se insere a área do empreendimento. A província foi considerada como uma região homogênea em termos sísmicos e o estudo demonstrou, efetivamente, uma baixa ameaça sísmica para o empreendimento. • Aspectos Geotécnicos Devido à geologia e à morfologia das encostas situadas ao longo da BR-101, adjacentes ao sítio da Usina, compostas por granitos, solos residuais e coluviais respectivamente, a região é bastante acidentada, com índice pluviométrico bastante alto e os escorregamentos ocorridos na área têm sido corrigidos com os trabalhos de estabilização realizados pela Eletronuclear, com emprego de sistema de drenagem superficial e profunda, bem como, com emprego de estruturas de contenção (muros de gabião, cortinas atirantadas, etc.). A encosta a montante da área do DIGV, localizada próximo à Ponta Fina, apresenta características geomorfológicas bem diferentes das encostas situadas nos sopés da Serra do Mar. Esta encosta é pouco acidentada, com declividade média e pequena altitude, com inexistência de depósitos de tálus e solos coluviais, não tendo apresentado, até esta data, evidências de deslizamento de massas de solo e movimentações de terrenos. A área onde será implantado o DIGV está localizada junto ao morrote de Ponta Fina, entre o sopé da encosta e a linha da praia. Neste local, onde atualmente existe um Estande de Tiros, foram executadas em setembro de 2001, quatro sondagens mistas (SM-ST1 a SM-ST4), e posteriormente, em outubro de 2005, foram executadas mais nove sondagens mistas (DIGV-01 a DIGV-09). As sondagens mostraram que o perfil geotécnico original era constituído basicamente de uma camada de solo residual silte arenoso micáceo compacto a muito compacto de espessura variável, assente sobre o maciço rochoso. Sobre o terreno natural (camada de solo residual) foi colocada, anteriormente, uma camada de aterro, provavelmente proveniente do bota-fora da pedreira, constituído de areia fina e média com muitos pedregulhos de espessura variável, de forma a nivelar a área do Estande de Tiros na elevação +6,70 m. (Ver Anexo 8, desenhos DE-A1-3389 a DE-A1-3391). Tendo em vista que as sondagens estão próximas do morrote de Ponta Fina, que é constituído de um maciço rochoso com pequeno capeamento de solo, o topo da rocha sã na área em estudo, varia da Elevação +3,10 m (SM-ST-03) à Elevação - 20,60 m (DIGV-03). Plano de Controle Ambiental DIGV 45 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Para a implantação do DIGV de Angra 1, está prevista uma terraplanagem com remoção de cerca de 4,0 m do aterro existente da El ≈ +6,90m até a El ≈ +2,80m (escavação acima do lençol freático). Tendo em vista que a área de acesso ao depósito ficará em torno da elevação 4,0 m, haverá a necessidade de execução de um reaterro compactado na frente do depósito, para regularização do nível. As dimensões da área desse aterro serão definidas em função do projeto de arruamento, que inclui a área de manobra do veículo de transporte dos equipamentos para o DIGV e a rampa de acesso e que será harmonizado com os projetos de estabilização das encostas e das linhas de praia oeste e leste situadas próximo ao depósito. Para estas condições, a fundação ficará assente sobre o solo residual ou a rocha alterada. Nos locais, onde localmente for encontrada camada de aterro de fragmentos de rocha, (sondagem SM-ST-01), esta deverá ser removida e substituída por aterro compactado. Apesar de não existirem registros de ocorrências de escorregamentos de terra, nem indícios de instabilidade na encosta localizada a montante do local, foram feitos estudos de estabilidade que concluíram que há a necessidade de intervenção na parte média da encosta para garantir a integridade da estrutura a ser construída. Para subsidiar os estudos de estabilidade, a Eletronuclear executou sete sondagens mistas ao longo da encosta (relatório Geosonda, junho 2002). As sondagens (ver Desenho DE-A1-3062, contido no Anexo 9 deste PCA) mostraram que essa encosta é formada, predominantemente, por uma areia siltosa com espessura média de 8,00 m sobrejacente a um solo saprolítico também areno-siltoso com aproximadamente 10,00 m de espessura e, subjacente a ele, rocha sã (granito-gnaisse). A Eletronuclear executou três seções topográficas longitudinais (seções AA, BB e CC) ao longo da encosta e contratou uma firma especializada para o estudo da estabilidade da encosta. O desenho contido no Anexo 9 deste PCA apresenta as investigações realizadas e o perfil geotécnico da seção mais desfavorável da encosta, enquanto as Fotos II.3, II.4 e II.5 mostram as vistas superior e inferior da encosta, bem como detalhes da sua seção média. A partir desses estudos, a Eletronuclear pode verificar que a parte média da encosta, na sua situação atual, não atendia os requisitos de estabilidade adequados para o DIGV (ver Foto II.5) e concluiu que havia a necessidade de realização de obras de estabilização da encosta, para que esta atingisse níveis adequados de estabilidade. Para o projeto de estabilização da encosta foram adotados os mesmos critérios utilizados na Encosta Sudeste e foram feitas análises estática e pseudo-estática para o caso “Safe Shutdown Earthquake” (aceleração horizontal de 0,1 g e vertical de 0,067g ) mostrados no relatório RL-A1-0369 R0. As obras de estabilização da encosta propostas para garantir os fatores de segurança adequados (FS = 1,5 para condição estática e FS = 1,22 para condição pseudoestática) consistirão, basicamente, no seguinte: Plano de Controle Ambiental DIGV 46 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Remoção dos blocos de rocha existentes ao longo da encosta, provenientes da exploração da pedreira e localizados entre as elevações +44 e 20 m. • Terraplenagem (suavização do talude) com execução de corte na parte superior do terreno (silto-arenoso) e aterro no trecho inferior, utilizando-se o material proveniente do corte na parte superior, com ângulo máximo entre banquetas de 32°, com as banquetas citadas de 3,00 m de largura a cada 8,00 m de desnível. • Solo grampeado na parte sul da encosta, a montante da El. 44,00 m. • Sistema de drenagem superficial ao longo das bermas da terraplenagem, direcionadas para uma escada de dissipação localizada no terreno natural. • Sistema de proteção superficial com tela vegetal. O Anexo 8 apresenta as plantas do projeto da estabilização da encosta do DIGV, listados a seguir: • DE-A1-2481 Estabilização da encosta - Planta. • DE-A1-2482 Estabilização da encosta - Solo grampeado - Seção e Detalhes. • DE-A1-2483 Estabilização da encosta - Drenagem - Planta e seção. • DE-A1-2484 Estabilização da Encosta – Drenagem – Formas. • DE-A1-3130 Estabilização da Encosta – Drenagem – Armadura. Antes do início da terraplenagem para estabilização da encosta, deverá ser providenciado o corte do terreno do estande de tiro, cuja elevação será reduzida de +6,6 m para +4,0 m, de forma a garantir que o aterro localizado na parte inferior do talude suavizado seja executado sobre este patamar, compactado e controlado. A escavação da encosta se fará da elevação +52 m para baixo, sendo aproveitados os materiais terrosos para a execução do aterro, que deverá ser iniciado na elevação +4,0 m para cima, no patamar do DIGV. No local próximo à praia, onde será executado o pé do aterro e a camada de blocos de rocha de proteção, existe um molhe de enrocamento, que deverá ser incorporado ao talude projetado. Além da proteção da superfície exposta contra a erosão, provida pelo plantio de vegetação (lançamento de mantas vegetais), será implantado também um sistema de drenagem superficial, composto por canaletas nas bermas e por uma descida em degraus (ver Item II.1.2.2, sub-item (i) deste PCA). Plano de Controle Ambiental DIGV 47 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Foto II.3 – Encosta do DIGV – Vista a Partir da Área do DIGV Foto II.4 – Encosta do DIGV – Vista a Partir do Topo da Encosta Plano de Controle Ambiental DIGV 48 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Foto II.5 – Encosta do DIGV – Detalhes da Sua Seção Média b) Desmantelamento de Prédios Próximos ao Local Por estar situada dentro da área da CNAAA, a área do empreendimento não é ocupada, sendo atualmente utilizada como estande de tiro, conforme já anteriormente citado neste PCA, não abrigando nenhuma construção, seja habitacional, seja para uso recreativo ou industrial. Objetivando facilitar a movimentação do veículo de transporte dos geradores de vapor até o DIGV, serão derrubados dois galpões situados ao lado da área do empreendimento e que, atualmente, são utilizados como almoxarifados de materiais da CNAAA (ver Anexo 10 deste PCA). c) Entradas de Acesso e de Serviços As entradas de acesso e de serviços do empreendimento serão efetuadas através da rua situada entre os prédios de almoxarifado e o enrocamento da linha de praia oeste situado defronte desses prédios (ver Figura II.12 e Anexo 10). Essa rua consiste de pista simples, de mão dupla, asfaltada, com largura de cerca de 7 m. d) Canteiros de Obra O canteiro de obras da Construtora será instalado próximo ao local da obra, sendo previsto o uso de contêineres metálicos em número suficiente para atender às Plano de Controle Ambiental DIGV 49 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC necessidades de escritório de obra, sanitários, vestiário, almoxarifados para guarda de materiais, etc. Os esgotos sanitários domésticos gerados serão coletados e transportados por caminhões limpa-fossa até uma das Estações de Tratamento de Esgoto de propriedade da Eletronuclear para o devido tratamento. Serão instalados bebedouros móveis providos de água potável para atendimento aos trabalhadores. A coleta de lixo deverá ser seletiva, utilizando-se latões e caçambas distribuídos em locais pré-determinados, sendo seu recolhimento realizado diariamente. Todos os resíduos definidos pela NBR 10004/04 como sendo de Classe I (latas de tinta vazias, solventes e outros) serão descartados conforme determinado pela legislação pertinente, sendo o recolhimento seletivo e a embalagem responsabilidades da Construtora. Estes resíduos serão armazenados na área de estocagem de rejeitos industriais da Eletronuclear, dentro das dependências da CNAAA, para posterior descarte final. e) Preparação do Local Para a execução de aterros, tanto para construção das vias de acesso ao Depósito, como para aterro no local de implantação da obra, está previsto o uso de material retirado do próprio local. Os materiais a serem usados na execução de pavimentos e complementação de material para reaterro controlado (areia), serão comprados de fornecedores locais devidamente licenciados para a exploração e venda destes materiais, bem como os agregados para a fabricação do concreto (brita e areia). O material necessário para a complementação do enrocamento da linha de praia será proveniente de antigas detonações e retirado do próprio local. f) Planta Baixa A planta baixa do DIGV é apresentada no Anexo 4 deste PCA. g) Operações de Apoio As atividades de gerenciamento estão definidas e são regulamentadas por procedimentos específicos, a saber: • Procedimento Geral de trabalho, DG-0236-9000-ET-1001 R5, que relaciona o elenco de serviços da área de construção civil, contemplando principalmente as tarefas voltadas ao gerenciamento da construção, incluindo as atividades de acompanhamento, fiscalização e supervisão técnica, e demais responsabilidades, inclusive quanto ao relacionamento com as Unidades Organizacionais da própria Eletronuclear e da construtora contratada. Plano de Controle Ambiental DIGV 50 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Procedimento DG-2-0236-9000-ET-1008, que regulamenta as atividades de gerenciamento da Área Civil do Escritório de Obras da Eletronuclear, e as ações e providências visando a elaboração do Relatório Mensal de Acompanhamento da Obra. Inclui também as rotinas e registros decorrentes das Reuniões Semanais de Produção, implementadas no decorrer da construção do Depósito Inicial. h) Descrição do Tipo de Revestimento Utilizado e da Eficiência do Sistema de Blindagem Radiológica • Generalidades A seguir, são descritos os processos adotados para a análise das blindagens radiológicas do depósito. As blindagens externas são constituídas por paredes de concreto e placas pré-moldadas também de concreto. Seu objetivo é proteger a área do exterior do prédio em relação à radiação gama proveniente dos componentes e recipientes radioativos armazenados em seu interior. As blindagens internas, também construídas em concreto, propiciam uma redução de dose no caso de acesso ao interior do depósito. Os dados principais referentes a estes componentes constam da Tabela II.3 anteriormente apresentada. O “layout” apresentado no Anexo 4 constitui a planta de referência para o dimensionamento de blindagens. Toda a área interna do depósito, destinada à estocagem dos componentes e recipientes radioativos acima discriminados, constitui-se em área classificada como controlada, segundo a definição desse termo na norma CNEN NN.3.01, Referência [3.1]. • Premissas e Bases do Projeto de Blindagem O projeto de blindagem radiológica para o prédio do DIGV de Angra 1 foi elaborado de acordo com as seguintes bases e premissas: o Doses equivalentes na cerca do depósito inferiores a 1 mSv/ano (limite para um indivíduo do público). o Doses equivalentes nas superfícies das paredes externas do depósito inferiores a 20 mSv/ano (limite operacional para um trabalhador ocupacional no sítio de Angra). o Os cálculos de blindagem utilizam como base os valores de taxas de dose medidos na superfície dos componentes radioativos (taxa de dose de contato). o Admite-se o posicionamento dos componentes (fontes radioativas) conforme o “layout” do depósito. Plano de Controle Ambiental DIGV 51 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC o No cálculo de blindagem contra radiação gama, é utilizada a teoria do núcleo pontual (“point kernel”) para a representação da fonte radioativa presente no interior dos componentes armazenados. o O material utilizado no cálculo das blindagens construtivas é o concreto armado normal (cuja massa específica de referência no cálculo da blindagem é 2.400 kg/m3, embora o projeto civil considere a massa específica igual a 2.500 kg/m3). o Componentes e recipientes radioativos são representados no cálculo de blindagem como fontes volumétricas absorvedoras. o A fonte radioativa é considerada confinada no interior do componente ou recipiente, e distribuída homogeneamente no interior do volume desses. o Somente para a finalidade de cálculo de blindagem constituída pelas paredes de concreto, os radioisótopos presentes são representados pelo Co60. A energia total por desintegração gama é 2,50 MeV, atribuída a dois fótons. A energia média dos fótons dessa fonte é considerada como 1,25 MeV, que é a média das duas raias gama (1,17 MeV e 1,33 MeV) do Co60. São considerados os efeitos de “build-up” de radiação tanto para as blindagens como para as fontes radioativas. • Método Utilizado no Cálculo das Blindagens Para estimar a taxa de dose exteriormente às paredes de blindagens radiológicas, é realizado cálculo numérico com o programa computacional QAD-CGGP, proveniente do Laboratório Nacional de Oak Ridge, ORNL, USA, Referências [3.2, 3.3, 3.4, 3.5, 3.6]. Este programa, desenvolvido por ORNL, Referências [3.5 e 3.6], inclui o recurso de geometria combinatória para a simulação de problemas envolvendo o cálculo de blindagens radiológicas. Trata-se de um programa Fortran que utiliza a teoria de núcleo pontual (”point kernel”) para cálculos de blindagens contra a radiação gama. As principais vantagens da utilização do programa computacional QAD-CGGP são: o Seleção automática de fatores de “build up” (arquivo de biblioteca FORT11); o Seleção automática de coeficientes de atenuação por unidade de massa (arquivo de biblioteca FORT10); o Especificação de cálculo restrito unicamente a raios gama, evitando a necessidade de definir e incluir dados supérfluos; o Extensão da divisão da fonte para 100 x 100 x 100 ( quando comparado com QAD P5: 20 x 20 x 20); o Modificação da descrição da geometria de fonte para o método de geometria Plano de Controle Ambiental DIGV 52 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC combinatória (CG). Uma vantagem significativa de QAD-CGGP é a substituição da descrição de zonas e fronteiras de versões anteriores deste programa (QAD-P5) por uma rotina de geometria combinatória, método elegante de descrever a geometria de blindagem. Este método permite descrever acuradamente qualquer configuração de blindagem sem a necessidade de aproximação. • Dados e parâmetros utilizados no cálculo das blindagens No dimensionamento das blindagens radiológicas utilizaram-se os seguintes dados e parâmetros: o Fontes de radiação As fontes de material radioativo consideradas no dimensionamento das blindagens, para cada compartimento individual, estão apresentadas na Tabela II.3. Com base nos dados das fontes radioativas apresentadas considera-se, conservadoramente, que a maior taxa de dose em contato para o gerador de vapor é 5.000 µSv/h (lado da câmara do primário, embora na região do domo a taxa de dose seja bem inferior, da ordem de 50 µSv/h). De acordo com a Divisão de Proteção Radiológica, as caixas metálicas conterão apenas isolamento térmico e conseqüentemente as taxas de dose nas superfícies destas caixas não devem ultrapassar o valor de 5 µSv/h. o Geometria das Fontes e suas Dimensões As características das fontes e suas dimensões são apresentadas na Tabela II.3 contida no Item II.1.2.3 deste PCA. o Energia Gama do Radioisótopo O documento do ICRP, Referência [3.7], apresenta dados referentes à energia e abundância das raias gama para o radionuclídeo base de cálculo, Co60. o Fatores de Atenuação por Unidade de Massa para Radiação Gama Os fatores de atenuação por unidade de massa utilizados por QAD-CGGP estão embutidos em sua biblioteca interna. Tais fatores estão em boa concordância com Jaeger, Referência [3.6]. o Fatores de “Build Up” Considera-se que o “build up” na região da blindagem de concreto é representado pelo material alumínio, procedimento utilizado normalmente por entidades especializadas internacionais. Assim, são utilizados, nos dados de entrada do programa de cálculo, os Plano de Controle Ambiental DIGV 53 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC fatores de “build up” do alumínio, Referência [3.9], já existentes na biblioteca interna do Programa Computacional QAD-CGGP. o Fatores de Conversão Dose/Fluência Os fatores de conversão de fluxo para taxa de dose gama são extraídos do ICRP 51 (Referência 3.8) e da ANS (Referência 3.10). • Resultados preliminares dos cálculos de blindagem Os resultados preliminares dos cálculos indicam diferentes valores de espessuras de blindagens, os quais constam do desenho de “layout” do depósito. Devido à necessidade de atender às exigências de blindagem, as espessuras adotadas para as paredes laterais externas podem ser maiores do que as necessárias para o cálculo estrutural. • Referências o [3.1] CNEN-NN-3.01 - Diretrizes Básicas de Radioproteção, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Rio de Janeiro, janeiro de 2005. o [3.2] Malenfant, R.E./ QAD - A series of Point Kernel General-Purpose Shielding Programs. LASL-LA-3573. USA. 1967. o [3.3] Eurípedes, L. - Relatório de Implementação do Código QAD-CGGP em microcomputador. Nuclen. Relatório TS3/BP/1170/920009. Rio de Janeiro. 1992. o [3.4] Terry, I./ QAD-CG. - Description and Use (incl. of auxiliary program Picture). KWU/Siemens Technical Report R361. Project F+E K 3363-D-0000942 337. Erlangen. RFA. o [3.5] ORNL. QAD-CGGP. - A Combinatorial Geometry Version of QADP5A.- A Point Kernel Code System for Neutron and Gamma-ray Shielding Calculations Using the GP Build-up Factor. RSIC Computer Code Collection. Radiation Information Center. Oak Ridge National Laboratory. USA. o [3.6] Jaeger, R. G. - Engineering Compendium on Radiation Shielding, Springer-Verlag, New York, 1968. o [3.7] ICRP Publication 38. - Radionuclide Transformations. vol. 11-13. Pergamon Press. Oxford. 1983. o 3.8] ICRP 51. - Data for Use in Protection Against External Radiation. Pergamon Press. Oxford. England. 1987. o [3.9] ANS – 6.4.3-1991. - American National Standard for Gamma Ray Attenuation Coefficients and Build up factors for Engineering Materials. American Nuclear Society. Illinois. USA. August. 1991. Plano de Controle Ambiental DIGV 54 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC o [3.10] ANS - 6.1.1-1991. American National Standard for Neutron and Gamma Ray Fluence-to-Dose Factors. American Nuclear Society. Illinois. USA. 1991. • Proteção Radiológica o Monitoração Radiológica da Área Interna do Depósito Toda a área interna ao prédio do DIGV de Angra 1 será tratada como área controlada, seguindo, portanto, todos os procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose ocupacional. A Divisão de Proteção Radiológica irá realizar monitorações periódicas na área interna do depósito, de acordo com o Programa de Monitoração Radiológica – PA-PR 27, o qual será revisado para contemplar as instalações do DIGV. Durante as operações de movimentação de embalados/equipamentos, haverá sempre a presença de um profissional da Proteção Radiológica, bem como durante o ingresso de qualquer pessoa nas dependências do depósito. o Monitoração Radiológica da Área Externa do Depósito Dois monitores de taxa de dose serão instalados nas proximidades do DIGV, na área externa ao prédio, e serão integrados ao sistema Eberline em fase de instalação nos outros Depósitos de Rejeitos, para que as informações das taxas de dose externas às paredes do depósito sejam enviadas, “on-line”, para a Sala de Proteção Radiológica na Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeito. o Amostragem de Ar O DIGV será equipado com um Sistema de Amostragem do Ar ligado à linha de exaustão do sistema de ventilação, para coleta de amostras de particulados em suspensão, em filtro removível, para posterior análise em laboratório. • Proteção Física As seguintes medidas para Proteção Física deverão ser implementadas: o Elaboração de um Procedimento de Proteção Física Específico, independente dos existentes na Central Nuclear; o Instalação de cerca, em todo o perímetro externo do Depósito; o Instalação de dispositivos de alarme de abertura de portas; o Instalação de câmeras de vídeo para monitoração da área externa; o Iluminação externa, principalmente próximo às portas de acesso; o Instalação de ramais telefônicos comuns. Plano de Controle Ambiental DIGV 55 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Características de Segurança e Sistemas de Contenção Previstos para Evitar a Liberação de Material Radioativo ou Radiação Todas as paredes laterais externas serão de concreto armado com diferentes espessuras conforme indicado no desenho de “layout” do depósito (Anexo 4). A laje de cobertura será em concreto armado, impermeabilizada com manta asfáltica e com inclinação para as extremidades. A existência de um sistema de drenagem interna permitirá a coleta de líquidos eventualmente liberados dentro do DIGV e que serão acumulados no poço de coleta. A presença de líquido nesse poço será monitorada por sensor com anunciação de alarme fora desta instalação, na Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeitos. Para atender ao confinamento dos embalados/componentes substituídos, o prédio será totalmente fechado, possuindo somente uma porta de aço que permanecerá fechada. Esta porta será aberta somente esporadicamente para a realização de inspeções de rotina. A estrutura do depósito possui uma capacidade de estocagem segura por ser de concreto armado. Além da estrutura em concreto, completamente fechada, será construída uma cerca de proteção, com concertina, delimitando a área protegida do depósito de modo a evitar a intrusão inadvertida de indivíduos e animais. Também serão instalados os seguintes itens: alarme na abertura da porta de acesso, iluminação externa e câmeras de TV externas, que monitorarão o acesso ao depósito. A instalação de todos esses dispositivos e sistemas têm como objetivo impedir a liberação de material radioativo para o meio ambiente e assegurar a proteção ao homem, seus bens e o meio ambiente. Todas as pessoas autorizadas a entrar no depósito somente poderão fazê-lo portando dosímetros, para controle da dose a que estarão expostos. II.1.4.2 – Mão-de-Obra Necessária a) Dados Relativos à Mão-de-Obra Os quantitativos de mão-de-obra previsto para serem utilizados durante os serviços de construção do DIGV são apresentados na Tabela II.4, enquanto a Tabela II.5 apresenta os valores distribuídos pelas diversas categorias profissionais que participarão dos serviços. A análise da Tabela II.5 mostra que o uso mais intenso de trabalhadores ocorrerá durante o sexto e o sétimo meses dos trabalhos, quando é previsto um total de 176 pessoas trabalhando no local. Preferencialmente, serão contratados trabalhadores que morem na região de Angra dos Reis, incluindo as localidades do Frade e Perequê e nas cidades de Paraty e Rio Claro para as categorias de ajudantes, armadores, carpinteiros, montadores, eletricistas, pedreiros e pintores. Para os serviços de supervisão e administração poderá ser necessária a contratação de pessoas de outras cidades e países, o que Plano de Controle Ambiental DIGV 56 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC somente será definido quando da conclusão do processo de contratação das empresas responsáveis pela realização dos serviços de troca dos geradores e construção do DIGV. A CNAAA localiza-se ao sul do Estado do Rio de Janeiro, na Região da Baía de Ilha Grande que compreende apenas os municípios de Angra dos Reis e Parati. A região tem pequena participação na economia do Estado do Rio de Janeiro e sua economia fundamenta-se em atividades primárias (agricultura, pesca e extrativismo vegetal e mineral), secundárias (indústria, devido à presença do estaleiro Brasfels e forte atuação da indústria da construção civil) e Terciárias (comércio e serviço, onde se incluem as atividades ligadas ao turismo e ao transporte de mercadorias, como as portuárias). A ocupação humana é da ordem de 120 mil habitantes, por ser extremamente limitada pela estreita faixa terrestre com topografia difícil entre a serra do Mar (com cobertura vegetal ainda intocada) e a orla da baía de ilha Grande, além de algumas ilhas nas quais se destacam a que dá o nome à baía e a Ilha da Gipóia. Por outro lado, o litoral recortado e abrigado favorece enormemente a vocação portuária e o turismo. Além do objetivo de maximizar o uso de mão-de-obra local para a implantação do presente empreendimento, o apoio da Eletronuclear ao desenvolvimento social e econômico da região tem se concretizado através do desenvolvimento de programas de educação e saúde em parceria com as prefeituras regionais. Tabela II.4 – Quantificação da Mão-de-Obra por Atividade a Ser Desenvolvida durante a Construção do DIGV Atividade / Mês Total de Homens (por mês) 9 10 11 12 140 140 100 80 50 30 30 24 24 36 48 48 48 48 Ponte Rolante 6 6 6 6 6 6 6 Instalações Elétricas 6 6 6 6 6 6 6 12 12 12 12 12 12 12 12 Infra / Superestrutura 1 2 3 4 5 30 48 90 90 90 24 24 Acabamento / Área Externa Montagem Ventilação Sistema Comissionamento Total (Homens) 30 Plano de Controle Ambiental DIGV 48 90 6 7 8 114 114 176 176 160 152 134 114 114 57 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Tabela II.5 – Quantificação da Mão-de-Obra por Categoria Envolvida na Construção do DIGV Total de Homens (por mês) Categoria / Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Ajudantes 3 5 9 11 11 18 18 16 15 13 11 11 Armadores 6 10 18 19 19 29 29 22 18 12 8 8 Carpinteiros 9 14 27 29 29 44 44 34 29 20 14 14 Montadores/Elet. 0 0 0 1 1 10 10 19 19 26 26 26 Pedreiros 6 10 18 25 25 35 35 31 30 24 20 20 Pintores 0 0 0 5 5 5 5 7 10 11 11 11 Supervisão/Administ. 6 10 18 23 23 35 35 32 30 27 23 23 Total (Homens) 30 48 90 114 114 176 176 160 152 134 114 114 Durante a fase de operação do DIGV somente um técnico estará envolvido, em tempo parcial, nesta atividade, visto que o DIGV normalmente permanecerá fechado, sendo aberto, esporadicamente, para a realização de serviços de inspeção e de monitoração. A atividade a ser realizada por esse técnico consistirá no monitoramento externo do DIGV, conforme programa constante do Item VI deste PCA (Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais). b) Dados relativos à Jornada de Trabalho A jornada de trabalho prevista no decorrer do desenvolvimento dos serviços consiste de um turno de trabalho, a ser realizado no horário de 07:30 às 17:30, de segunda-feira a quinta-feira, e de 07:00 às 16:30, na sexta-feira. Não haverá trabalho nos sábados e domingos. Excepcionalmente e considerando as contingências do empreendimento, poderão ser estabelecidos horários diferenciados. O número de funcionários por turno variará de acordo com o quantitativo de mão-deobra apresentado na Tabela II.4. c) Mecanismos e Sistemas de Segurança e Proteção Física do Trabalhador • Construção do DIGV Procedimentos descrevendo o Programa de Segurança do Trabalho, contendo os mecanismos e sistemas de segurança e proteção física do trabalhador, deverão ser desenvolvidos pelas empresas contratadas, antes da implantação das obras de construção do DIGV. Esses procedimentos deverão ser elaborados obedecendo as normas vigentes da CNEN, do Ministério do Trabalho e da Eletronuclear e objetivam embasar as atividades de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente que serão implantadas e desenvolvidas durante os serviços. Plano de Controle Ambiental DIGV 58 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Em relação ao plano de Segurança Física, será exigido das firmas contratadas, antes da implantação das obras, que executem todo o fechamento dos locais com tapumes ou fitas de interdição, conforme aplicável, de modo a efetivamente realizar a separação física das obras do restante das áreas operacionais da CNAAA. Todos os trabalhadores deverão utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e também deverão obrigatoriamente participar dos cursos de treinamento para acesso às dependências da CNAAA, a serem ministrados pela Eletronuclear. • Operação do DIGV As condições normais de operação do DIGV prevêem que somente ocorra uma única fase de movimentação de cargas no seu interior e que ocorrerá quando do armazenamento das cargas dentro do depósito. Após a colocação dos equipamentos e embalados no interior da estrutura de concreto do DIGV, não é prevista nenhuma movimentação desses materiais. São previstas, apenas, inspeções periódicas e eventuais reparos e manutenção, sendo que as atividades de acompanhamento visam monitorar o comportamento do depósito ao longo do tempo, permitindo detectar qualquer anormalidade que possa levar a liberações de radioatividade para a região externa ao DIGV. Assim, medidas mitigadoras podem ser implementadas rapidamente, caso sejam necessárias. d) Cronograma dos Serviços de Construção do DIGV O cronograma previsto para a construção do DIGV é apresentado na Figura II.13. Figura II.13 - Cronograma de Construção do DIGV 2006 2007 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 01 02 03 04 29/03 Item Nome da tarefa 1 Contratação dos Serviços 0% 2 Mobilização 3 Fundação 4 Paredes 5 Inicio Fabricação dos Pré-Moldados 6 Laje de Cobertura 7 Acabamentos 0% 8 Montagem Eletromecânica 0% 9 Obras Externas ( Rampa de Acesso / Drenagem e Cercas ) 10 Colocação dos Pré-Moldados 11 Comissionamento 12 Liberação do Prédio Plano de Controle Ambiental DIGV 0% 0% 24/08 0% 0% 0% 0% 59 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC e) Planejamento do Transporte dos Materiais • Características dos Materiais a Serem Transportados para o DIGV As características dos materiais a serem transportados para o DIGV são apresentadas na Tabela II.3 deste PCA. • Procedimentos de Transferência A transferência dos equipamentos e materiais para o DIGV será realizada por transporte terrestre e somente ocorrerá quando apresentarem nível de contaminação externa transferível abaixo do limite, sendo aplicados os critérios contidos nas Normas CNEN.NN–3.01 – Diretrizes Básicas de Radioproteção e CNEN.NE–5.01 – Transporte de Materiais Radioativos e no Procedimento Operacional PA-PR 26 (Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa). No início da transferência, os equipamentos e embalados serão içados e posicionados no veículo de transporte, sendo essa operação realizada por profissionais especializados da empresa contratada e acompanhada por um técnico em proteção radiológica e um especialista de segurança da usina. Após o carregamento do veículo, a Divisão de Proteção Física promove sua escolta até o DIGV. Na cabine viajará somente o motorista, devidamente monitorado enquanto que em carro seguem a proteção física e radiológica, ao chegar no depósito, o veículo será estacionado na área de descarga e os equipamentos e embalados transferidos para o local de estocagem, através do dispositivo de içamento (embalados) ou pelo próprio sistema de transferência da carreta transportadora (geradores de vapor e demais equipamentos). O deslocamento da carreta transportadora dos geradores de vapor será realizado em baixa velocidade (inferior a 10 km/h) e todo o trajeto estará livre de obstruções e do trânsito de pessoas. As transferências dos equipamentos e embalados serão realizadas conforme atualmente praticado com os demais materiais radioativos gerados nas atividades de Angra 1, sendo obedecido o procedimento PA-RG 12 “Rejeitos Sólidos Radioativos” e que é atualmente utilizado para as transferências de rejeitos na CNAAA. Caso haja necessidade de adequar para o caso específico dos geradores de vapor, serão efetuadas alterações, temporárias ou permanentes, conforme aplicável no referido procedimento, de modo a adequá-lo às necessidades do transporte dos resíduos a serem gerados nas atividades de substituição dos geradores de vapor. • Demonstração de Atendimento aos Requisitos de Projeto Estabelecidos para o Embalado a Ser Utilizado Todos os embalados a serem utilizados para o transporte dos resíduos radioativos gerados durante as atividades de substituição dos geradores de vapor e demais equipamentos em Angra 1 deverão ser certificados quanto ao atendimento das suas características construtivas, que se encontram descritas no Item II.1.2.3 deste PCA. Plano de Controle Ambiental DIGV 60 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Medidas a Serem Implantadas para Avaliação e Controle da Exposição à Radiação Durante todas as operações de transporte dos equipamentos e embalados para o DIGV, o deslocamento do veículo transportador será acompanhado pela Equipe de Proteção Radiológica da CNAAA, a ser coordenada por um Supervisor de Radioproteção formalmente qualificado. Toda a área sujeita à ação da radiação emitida pelos materiais transportados deverá ser evacuada e mantida isolada, de modo a garantir que qualquer pessoa não envolvida nos serviços possa ser exposta a riscos. A equipe de proteção física da CNAAA auxiliará na obediência a esse perímetro de exclusão, desde o momento do carregamento da carreta, até o seu descarregamento no depósito. As taxas de dose no veículo e na área externa serão medidas durante o processo de carregamento, transporte e descarga do veículo transportador e será obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual adequados por parte de todos os trabalhadores envolvidos nas atividades de transporte. • Requisitos e Controles Estabelecidos para Equipamentos e Embalados, Modos e Meios de Transporte Todo o transporte de equipamentos e embalados será realizado obedecendo aos requisitos contidos nos seguintes Procedimentos Operacionais da CNAAA: PA-RG 03 “Programa ALARA”, PA-RG 12 “Rejeitos Sólidos Radioativos” e PA-PR 26 “Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa”. Como medidas adicionais de segurança, são apresentadas as seguintes sugestões: o Assegurar-se de que o dispositivo de içamento dos equipamentos possua capacidade suficiente para suportar o elevado peso dos geradores de vapor (308 t), que são os equipamentos de maior peso a serem içados. o Certificar-se de que todos os equipamentos encontram-se em adequadas condições de operação, notadamente os sistemas hidráulicos e os cabos de sustentação. o Certificar-se de que os operadores do dispositivo de içamento e da carreta sejam profissionais de larga experiência nesse serviço e que se encontrem em adequadas condições de saúde para realizá-los. o O transporte dos equipamentos e embalados deve ser realizado ao longo do eixo central da rota, de modo a minimizar a possibilidade de impactos com o meio-fio ou com obstáculos (postes, hidrantes e outros) eventualmente existentes ao longo da via. Plano de Controle Ambiental DIGV 61 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC • Itinerário Proposto A rota proposta para a transferência dos equipamentos e embalados se encontra dentro da área vigiada da CNAAA e é apresentada no Anexo 10 deste PCA. A sua extensão é de cerca de 1,3 km e sua largura mínima é de cerca de 7 m. Possui curvas com raios que variam na faixa de 20 m a 30 m e que, portanto, permitem o trânsito normal da carreta transportadora, que exige curvas com raio inferior mínimo de 11,4 m. Ao longo da rota proposta existe somente uma ponte, que cruza o Canal 5 da CNAAA, e toda a rota estará livre de obstruções e do trânsito de pessoas. • Procedimentos a Serem Adotados em Caso de Incidentes e/ou Acidentes O Item IV deste PCA apresenta a Avaliação de Segurança e Risco do Projeto, que descreve as situações acidentais consideradas para as operações de retirada, transporte e armazenagem dos equipamentos e materiais. Na hipótese de ocorrência de alguma dessas situações, deverão ser seguidas as ações de emergência descritas no Item 7.7 do Procedimento Operacional PA-RG 12 (Rejeitos Sólidos Radioativos) e que são reproduzidos a seguir: o Ações Imediatas do Técnico em Proteção Radiológica: Remover todo o pessoal presente na área atingida para locais seguros e isolá-la em função dos níveis de radiação e de contaminação detectados. Prestar primeiros socorros a acidentados, caso seja necessário. No evento de princípio de incêndio no veículo, solicitar ao motorista e ao ajudante a ajuda no seu combate usando os seus extintores portáteis. Contatar imediatamente o Chefe da Proteção Radiológica ou seu substituto eventual, bem como o Supervisor de Turno, descrevendo as características do acidente. Coordenar todas as atividades no local do acidente, até a chegada do Chefe da Proteção Radiológica ou do seu substituto eventual. o Ações Imediatas do Chefe da Proteção Radiológica ou do seu Substituto Eventual: Comunicar o fato às Chefias das Usinas Angra 1 e Angra 2. Solicitar ao responsável pela Proteção Física da Usina providências no sentido de encaminhar, de imediato, Especialistas de Segurança Nuclear ao local do acidente, para prestar apoio ao técnico em proteção radiológica na remoção e controle de acesso de pessoal à área sinistrada. No caso de principio de incêndio, solicitar também, se necessário, a participação da Brigada de Incêndio. Plano de Controle Ambiental DIGV 62 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Dirigir-se imediatamente ao local do acidente acompanhado, quando necessário, de membros da Equipe de Monitoração de Emergência, visando avaliar adequadamente as condições radiológicas na área afetada e efetuar as devidas recomendações do Chefe de Angra I, quanto da necessidade de implementação do Plano de Emergência Local, visando proteger os seus empregados e as dependências da CNAAA contra a exposição e incorporação de material radioativo. Providenciar a limpeza e a descontaminação da área afetada, reencapsulando os conteúdos vazados dos embalados, caso algum tenha rompido. Medidas adicionais que poderão ser necessárias em caso de acidentes consistem em: o Colocar obstáculos de modo a impedir posterior deslocamento do equipamento acidentado, caso seja necessário. o Caso algum equipamento de grande porte (gerador de vapor, tampa do reator, evaporador de rejeitos ou trocador de calor) caia dentro do mar, deverá ser colocada, no seu entorno e a uma distância de 2,5 metros, uma rede de proteção (mesh 100 ou maior), de modo a evitar que a fauna marinha se aproxime do equipamento acidentado e possa ser submetida a doses mais elevadas de radiação. Essa distância foi selecionada em razão de ser o raio máximo no qual é atingido o limite de radiação de 1 mSv/ano e que ocorreria caso a tampa do vaso do reator caísse dentro do mar, conforme mostra a Tabela IV.9, apresentada no Item IV.6 deste PCA. • Informações sobre Taxas de Doses, Rotulação e Marcação em Embalados e Veículos Os valores de taxas de dose medidos dos equipamentos e embalados são apresentados na Tabela II.3 deste PCA. Conforme já anteriormente citado, todos os equipamentos serão descontaminados antes de serem transferidos para o DIGV, conforme metodologias descritas no Procedimento Operacional PA-PR 28 da CNAAA (Descontaminação). Os equipamentos e materiais somente poderão ser transferidos para o DIGV caso atendam aos critérios estabelecidos na Norma CNEN-NE 5.01 e no Item 4.7 do Procedimento Operacional PA-PR 26 (Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa). Os embalados e equipamentos deverão ser rotulados conforme descrito no Item 7.3.7 da Norma CNEN-NE 5.01, devendo os embalados serem identificados através do modelo de etiqueta contido no Procedimento Operacional PA-RG 12 e que é apresentado na Figura II.14 adiante. Os veículos de transporte deverão ser identificados conforme descrito no Item 7.3.13 da Norma CNEN-NE 5.01. Plano de Controle Ambiental DIGV 63 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC Figura II.14 – Modelo do Adesivo para Identificação das Embalagens dos Rejeitos Sólidos REJEITO NÃO COMPACTADO • Responsabilidades do Expedidor e do Transportador As responsabilidades do gerador e do transportador de resíduos não radioativos para a área externa da CNAAA deverão atender as determinações contidas na legislação vigente para transporte, no que concerne aos seguintes tópicos: documentos de transporte, sinalização, notificação das autoridades competentes e aprovação do plano de transporte, quando pertinente. É de responsabilidade da Eletronuclear o gerenciamento dos materiais não-radioativos gerados durante a substituição dos equipamentos e construção do DIGV. Esses materiais deverão atender o estabelecido na Resolução Conama 307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos de construção civil e na Norma NBR 10004/04, que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. A Eletronuclear adotará os seguintes procedimentos relativos aos resíduos de obra: o Os resíduos gerados durante a construção do DIGV serão coletados seletivamente, sendo procedida a reciclagem dos materiais do tipo entulho e alvenarias, armazenando-os temporariamente, para futura utilização como reaterros, da mesma forma que os resíduos das escavações. Plano de Controle Ambiental DIGV 64 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC o Os resíduos orgânicos, como madeiras, serão reciclados para uso em outras atividades de menor importância como, por exemplo: formas para meio-fio, cunhas para calços, etc. o Os resíduos metálicos serão coletados seletivamente para venda como sucata ou para descarte controlado, no caso de contaminação por produtos químicos (latas de tinta, de solventes, etc.). o Os materiais provenientes de desmonte de rochas serão estocados em áreas no canteiro da própria CNAAA, visando a sua futura utilização como material para reforço da linha de praia e construção de muros de arrimo em área do Depósito dos Geradores de Vapor e/ou, ainda, na britagem para a utilização na fabricação de diversos concretos. Plano de Controle Ambiental DIGV 65 Caracterização do Empreendimento NATRONTEC III - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL III.1 - MEIO FÍSICO A metodologia para elaboração do diagnóstico ambiental do meio físico consistiu na compilação de dados secundários e primários. Os estudos Geológicos, Geomorfológicos e Pedológicos foram elaborados a partir de dados secundários, oriundos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. As análises foram efetuadas através de imagens obtidas com sensoriamento remoto, mapas temáticos e cartas planialtimétricas, dentre outras ferramentas, as quais permitiram a construção do presente diagnóstico. Os estudos sobre Recursos Hídricos e ao Clima/Meteorologia também foram elaborados a partir de dados secundários oriundos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (a quem coube os aspectos de Oceanografia), além de dados primários coletados pelo Laboratório de Monitoração da Eletronuclear, bem como dados meteorológicos coletados diretamente das torres meteorológicos instaladas na área da CNAAA e também obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. As áreas de influência foram definidas da seguinte forma, conforme pode ser observado no anexo 11: a) Área de Influência Indireta - AII É caracterizada pela área da bacia de drenagem da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, apresentando a seguinte delimitação: a oeste da CNAAA, pelo divisor de águas do Morro do Urubu, entre a Praia Brava e Itaorna; a leste, pelo morro da Ponta Grossa, entre a Ponta Grossa ou Praia Mamede e o Saco Piraquara de Fora; ao norte pelo Morro do Frade e ao sul pela Baía da Ilha Grande. Para as questões referentes aos Recursos Hídricos, também foi considerada a porção marítima referente à Baía da Ilha Grande. b) Área de Influência Direta - AID A área de influência direta a ser analisada neste diagnóstico é a área da CNAAA, incluindo a Ponta Fina, local de implantação do empreendimento. Para as questões referentes aos Recursos Hídricos, também foi considerada a porção marítima referente à Baía da Ilha Grande. O Anexo 11 deste PCA apresenta os mapas relativos ao presente diagnóstico, que foram obtidos a partir do EIA-RIMA de Angra 3 e apresentam a AII e a AID relativas ao empreendimento, enfocando os seguintes aspectos: • Geologia (escala 1:40.000); • Geomorfologia (escala 1:40.000); • Solos (escala 1:40.000); e • Recursos Hídricos (escala 1:150.000); Plano de Controle Ambiental DIGV 66 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC III.1.1 GEOLOGIA a) Contexto Geológico Regional – Unidades Litoestatigráficas O conjunto geológico regional é representado por rochas metamórficas de médio a alto grau, gnáissicas, com diversos padrões de dobramento e diferentes níveis de deformação dúctil/rúptil, refletidos nos gnaisses cataclásticos ou miloníticos, às vezes migmatizados em vários graus, inclusive evoluindo para anatexitos, além de granitóides intrusivos com diferentes texturas e estruturas na forma de batólitos, stocks e diques, diques de diabásios e restritas áreas de sedimentos inconsolidados recentes. As unidades gnaissico-migmatíticas estão intrinsecamente relacionadas e são de difícil separação espacial. Desta maneira os contatos nítidos e mapeáveis são de difícil identificação, pois ocorrem transições graduais entre os diversos termos petrográficos inclusive aqueles consideradas do neoproterozóico, como as suítes granitóides e outras rochas geradas nesse período. Assim, os contatos litológicos apresentados marcam os limites parciais ou totais dos corpos graníticos, de alguns migmatitos e dos sedimentos cenozóicos de idade recente (depósitos aluvionares, flúvio-marinhos e marinhos). Alem disso, o estabelecimento de limites precisos entre as litologias é dificultado por causa da intensa cobertura vegetal da Mata Atlântica, o relevo íngreme, a falta de acessos, aliada ao intemperismo quase total de litologias importantes, conjugadas com a complexidade geológica desses terrenos, onde freqüentemente a passagem de um litotipo para o outro é gradativa. Como em todos os mapas geológicos existentes dessa região do sudeste, os contatos geológicos representados marcam bem os limites parciais ou totais dos corpos graníticos intrusivos, que apresentam bons contrastes com as encaixantes favorecendo a sua delimitação. Sedimentos recentes, e/ou coberturas inconsolidadas do quaternário são encontrados principalmente nos depósitos costeiros, flúvio-marinhos e marinhos, e em depósitos aluvionares no restante da área. Predominam conjuntos de rochas metamórficas para e ortoderivadas, representadas por gnaisses aluminosos e graníticos, com amplas variações texturais e deformacionais, às vezes submetidos a processos de migmatização e anatexia que obliteraram e mascararam as características originais das rochas, dificultando as suas correlações. Unidades Meso a Neoproterozóico Plagioclásio-microclina-biotita-gnaisse Ocorre em quase toda a área, constituindo uma ampla faixa de sudoeste para nordeste, desde a região de Parati até a região de Angra dos Reis. Os litotipos gnáissicos são muito semelhantes, com predominância de plagioclásio-microclinabiotita-gnaisse. Entre as estruturas presentes, destacam-se por vezes características de rochas cataclásticas. A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com bandamento marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na rocha e localmente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Rochas kinzigíticas com cordierita, sillimanita, granada e grafita, e rochas calcissilicáticas Plano de Controle Ambiental DIGV 67 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC ocorrem no âmbito desses gnaisses. As calcissilicáticas têm coloração esverdeada e são constituídas por biotita, microclina, plagioclásio, piroxênio e anfibólio. Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses quartzo feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas formando cristas no relevo devido a sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação mineralógica destas litologias é representada por uma assembléia de quartzo, plagioclásio, microclina, biotita, granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais freqüentes são apatita, titanita e zircão. Ocorrem ainda porções cataclásticas da associação plagioclásio-microclina-biotitagnaisse (pGnc), geralmente relacionadas com gnaisses milonitizados e blastomilonitos. Biotita gnaisse cataclástico Assim como as rochas cataclásticas do grupo anterior, os biotita gnaisses cataclásticos ocorrem em extensas faixas segundo o trend regional, estendendo-se desde o norte de Parati - passando pela região do rio Mambucaba - até a região de Cunhambebe. São constituídas basicamente por biotita gnaisse cataclástico de granulação fina a média, com laminação fina bem definida pela alternância de fitas milimétricas enriquecidas em biotita com outras quartzo-feldspáticas granulares. O quartzo predominante ocorre, muitas vezes, em forma de vênulas e pequenos boudins. Porfiroclastos de feldspato (plagioclásio e microclina) ocorrem com formas ocelares e dimensões milimétricas. Níveis milonitizados de textura grano-lepidoblástica a cataclástica são constantes. Associados a estas ocorrem, esparsamente, pequenos corpos de mármores e de rochas calcissilicáticas. Apresentam relevo acidentado com cursos d’água encachoeirados, perpendiculares à vertente da serra. Afloram geralmente em áreas de difícil acesso - vertente de trechos da serra do Mar, de maiores altitudes locais, cobertas por mata Atlântica. Na região do planalto da Bocaina, o relevo mostra-se colinoso com pequenos desníveis entre os morrotes alongados, mostrando lineamentos concordantes com o trend regional observado em fotografias aéreas e imagens de satélite. Biotita gnaisse migmatítico Compreende uma ampla faixa de direção NE-SW, abrangendo a região de Angra dos Reis e Ilha da Jipóia. A rocha matriz é representada por biotita gnaisses de coloração cinza, de granulação média, extremamente ricos em biotita, bem bandados, com porfiroblastos de feldspato alinhados segundo o bandamento. Os cristais de feldspato são usualmente tabulares de cor branca e rosa, alcançando até dois centímetros de dimensão. Devido a intrusões pegmatíticas e aplíticas, estes gnaisses encontram-se parcialmente migmatizados. Materiais quartzo-feldspáticos (neossoma) ocorrem intercalados ao conjunto litológico, revelando aspectos bandeados a estromáticos típicos. Porções de composição gabróide a diorítica, ricas em biotita e anfibólio, ocorrem localizadamente e são injetadas por frações félsicas de composição pegmatóide e granítica. Segundo o DRM, esse termo escuro é o representante regional da rocha original pré-existente, afetada por processos de migmatização. Plano de Controle Ambiental DIGV 68 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Análises petrográficas dos litotipos de Angra dos Reis revelaram composição granítica para fração neossomática e quartzo-diorítica para o biotita gnaisse por ele permeado (paleossoma). Os minerais mais comuns desse conjunto litológico são microclina, plagioclásio, quartzo, biotita, clorita, alanita e titanita como principal acessório. Migmatito estromático São rochas com bandamento centimétrico regular, marcado pela alternância de bandas máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas, de composição quartzofesdspática, com granulação média. Essas rochas migmatíticas são constituídas principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais acessórios como apatita, zircão, titanita e opacos. Afloram na região de Angra dos Reis, Cunhambebe e Parati, se estendendo segundo a direção NE-SW, ao longo de uma faixa de aproximadamente 5 km e na região de Parati, apresentando contato abrupto com o granitóide Parati-Mirim (gr). Observa-se na região de Tarituba - São Roque e na região da baia da Ribeira (Cunhambebe e Angra dos Reis) que parte da faixa migmatítica encontra-se encoberta por sedimentos flúvio-marinhos ao longo do litoral, sendo esta litologia constituinte da maioria das ilhas cartografadas. Apresenta uma freqüência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares subcentimétricos na região da Praia Brava e ao norte de Itaorna, possuindo um bandamento mais esparso, mais irregulares e menos consistentes, proporcionados por material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara. Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados. No sul da área, os migmatitos estromáticos são menos típicos devido à influência de material granítico desenvolvido de forma indiscriminada e penetrativa, superimpondolhes estruturas do tipo agmático e schollen. Migmatitos oftálmicos Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas bem foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas influenciando a forma do relevo predominante representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a foliação é menos marcada o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa. O granitóide sustenta um relevo de morrotes com formas dômicas. Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas ocelares dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato, biotita, anfibólio e magnetita. Afloram na região de Cunhambebe e Angra dos Reis, com exposições em alguns trechos da BR-101, entre o Bairro Belém e o Iate Clube Angra dos Reis e na região da Usina Nuclear de Angra, onde ocorrem afloramentos excelentes nas pedreiras de Ponta Grande e Ponta Fina. Nesta última apresenta boudins, pegmatitos e estruturas agmáticas. Essa unidade é interrompida na região da baía da Ribeira, onde os migmatitos oftálmicos constituem ilhas. Plano de Controle Ambiental DIGV 69 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Migmatito Granitóide Ocorre como um maciço granítico na região de Conceição de Jacareí, com relevo escarpado, serras acentuadas e colinas corrugadas. As drenagens apresentam um padrão dentrítico refletindo um condicionamento estrutural das mesmas pelo set de fraturas, com orientação principal NE-SW. Ocorrem ainda veios pegmatíticos cortando esses termos petrográficos. São rochas porfiroblásticas com uma alternância entre porções bandadas e texturas migmatíticas e porções com texturas características de rochas granitóides onde ocorre um aumento na quantidade de feldspatos porfiroblásticos. Nos arredores de Monsuaba ocorre um excesso de porfiroblastos, dando um aspecto de granitóide de textura quase homogênea. Estes cristais de feldspato (porfiroblastos) são tabulares, brancos a róseos, com até quatro cm (eixo maior) e orientados. Sua composição mineralógica é constituída por quartzo, biotita, anfibólio e alguma titanita disseminada, preenchendo os espaços entre os porfiroblastos de feldspato (microclina e plagioclásio). Hiperstênio Granitóide Apresentam coloração esverdeada, granulação média a grossa, textura granoblástica e estrutura homogênea, com leves orientações localizadas, dadas pelo arranjo de alguns fenoblastos centimétricos. A mineralogia é constituída por feldspatos esverdeados (cor de cana) típicos, quartzo, biotita, piroxênio (hiperstênio), anfibólio e magnetita como acessório. Estes granitóides constituem as rochas da suíte charnockítica distribuídas nos terrenos limitados pela Ilha Grande. Análises petrográficas realizadas (DRM, 1983) revelaram que as rochas charnockíticas meso-melanocráticas, cinza-esverdeadas, são derivadas de granulitos retrometamorfisados. Os charnockitos da Ilha Grande gradam para termos granitóides porfiroblásticos, resultante de uma intensa feldspatização - provavelmente potássica - em base charnockítica original. Granitóide Parati Apresenta textura grossa e porfiroblástica, com mineralogia a base de quartzo, feldspato, biotita, anfibólio, magnetita e titanita disseminada, sendo que os porfiroblastos são de feldspato e estão discretamente orientados. São rochas isotrópicas com foliação localizada. Os termos petrográficos originais que geraram os granitóides através de processo de granitização/felspatização eram de composição gabróide e/ou granítica. Aflora por uma ampla área, abrangendo a região de Parati e com exposições ao longo da BR-101. Possui um relevo movimentado representado por serras de cristas angulosas, e por morrotes arredondados situados nas áreas de planalto e na grande vertente da serra do Mar. No planalto despontam formas tipo “pão-de-açúcar” escarpadas e com estrias. Abrange também as áreas de relevos suaves próximas ao litoral. Plano de Controle Ambiental DIGV 70 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Unidade do Precambriano Superior / Eocambriano Rochas Graníticas (Gr) Os maciços graníticos na região receberam denominações toponímicas locais (DRM, 1983) devido a sua distribuição geografica. O Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro (DRM, op.cit.) caracterizou os granitos Carrasquinho, Parati-Mirim, Angra, Mambucaba e Mangaratiba, além de assinalar a ocorrência generalizada de corpos graníticos menores, às vezes não mapeáveis na escala 1: 50.000. São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades rosadas, estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas marcadas pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de forma localizada e esparsa. Apresentam contatos bruscos com as rochas gnaissico-migmatitícas encaixantes, por vezes irregular e difuso, onde em alguns locais ocorrem xenólitos de tipos diversos de migmatito e gnaisse no interior das massas graníticas. A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório freqüente. Cristais esparsos de pirita ocorrem nas proximidades da região de Itaorna. A pirita ocorre, também, preenchendo fraturas. O granito Carrasquinho ocorre com dois amplos corpos distintos situados na divisa RJ/SP, a noroeste de Parati e na região da localidade Pedra Branca. Esse litotipo sustenta um relevo ondulado a montanhoso. O granito Parati-Mirim apresenta-se como uma larga faixa no sentido NE, entre o sul de Parati as proximidades de Parati-Mirim. Possui faixas alongadas de migmatitos estromáticos e possui contatos difusos com tipos gnáissicos encaixantes. O granito Angra está situado a oeste da cidade de Angra dos Reis, na região de Cunhambebe. Aflora sob a forma de grandes blocos de rocha na superfície das encostas e em paredões amplos e abaulados. O granito Mambucaba ocorre como quatro corpos graníticos alongados e arredondados, na região do rio Mambucaba, ao sul da localidade de Frade e ao norte de Tarituba. Topograficamente, mostra morros pontiagudos e cônicos e relevo colinoso com “pães-de açúcar” (próximo a Tarituba), com a drenagem do tipo radial-dentrítica. O granito Mangaratiba ocorre na porção extrema leste, onde constituem trechos da linha de costa. Localmente, apresenta relevo realçado, de padrão quase homogêneo, na forma de domo praticamente desprovido de vegetação. Unidades do Jurássico/Cretáceo Diques de basalto e diabásio Ocorrem na região diques de diabásio, basalto e lamprófiro, estendendo-se praticamente por toda a área, com maiores concentrações nas regiões da baía da Ribeira, Itaorna e ao sul de Parati. Esses diques são injetados preferencialmente em planos de fraturas pré-existentes, onde estão orientados segundo N45E, com mergulho vertical ou subvertical. Localmente podem ter direção N-S e NW-SE. Apresentam larguras que variam de menos de metro até dezenas de metros. Plano de Controle Ambiental DIGV 71 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Apresentam lineamentos marcantes em imagens de satélite e fotografias aéreas, e contatos nítidos com as encaixantes. Encontram-se fraturados internamente e nos contatos, com padrões ortogonais. Em afloramento, os diques mostram textura típica de diabásio, de coloração cinza escuro esverdeada, com predominância de plagioclásio (em forma de ripas) e fenocristais ferro-magnesianos (piroxênio) e opacos. O diabásio intemperizado apresenta-se sob a forma de blocos esfoliados, com cor amarelo-ocre e solos derivados vermelho alaranjados, imersos em regolito marrom avermelhado. A gênese destas litologias está relacionada à Reativação Wealdeniana, responsável pelo fraturamento e rifteamento acompanhado por atividade ígnea básica e alcalina durante o Jurássico Superior/Cretáceo Superior, com alguma ocorrência até o Terciário. Os diques de basalto são petrograficamente similares ao diabásio, embora com granulação mais fina, textura afanítica e menos abundantes. Segundo relações de campo, datações e conteúdo potássico, o basalto e o diabásio têm origem comum. Suas espessuras alcançam até 3 metros. Em Itaorna aflora um sistema de diques de lamprófiro, perfazendo uma faixa de 100 a 150 metros de largura (1 a 2 metros de largura cada um), onde preenche uma zona de fraturas orientadas na direção oeste/nordeste (N70/80W). É uma rocha cinza esverdeada, de granulação fina a média, composta de biotita, carbonatos, olivina e traços de microclina. São cortados por delgados veios mineralizados de calcita, que estão deformadas por falhamentos mais recentes, onde estes deslocam a parede nos contatos dique/rocha encaixante. Informação de sondagens - mencionadas em estudos da Weston Geophysical, 1981 realizadas no sítio de Itaorna, indicam que a instalação da seqüência de diques diabásio/basalto é anterior a instalação dos diques de lamprófiro. Unidades do Quaternário (Holoceno) Depósitos flúvio-marinhos e marinhos Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de areias grossas, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas de argila e/ou silte. Nas porções próximas a linha de costa predomina sedimentos arenosos que vão variando seus percentuais com teores de silte, argila e matéria orgânica, conforme adentram o continente, sendo estes últimos relacionados a ambientes flúvio-lagunares. São depósitos sedimentares característicos de ambientes de transição, com características de depósitos praiais, lagunares e fluviais sobrepondo-se localmente. Os sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características transgressivas ligadas a última oscilação do nível do mar. Depósitos de mangue Ocorrem nas regiões litorâneas dos municípios de Parati e Angra dos Reis. Os depósitos de mangue estão relacionados aos ambientes do trecho inferior dos cursos dos rios, próximos ao mar. São caracterizados por lamas e lodos síltico-argilosos ricos Plano de Controle Ambiental DIGV 72 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC em matéria orgânica, com cores escuras a muito escuras e parcialmente cobertas por vegetação típica. Os sedimentos que são carreados pelos rios ao mar são retrabalhados, formando depósitos praiais. Em conjunto, os sedimentos coluviais transportados por movimentos de massa próximo a linha da costa podem ser retrabalhados pelo mar colaborando com a formação dos sedimentos praiais. Segundo Abreu (1947) ocorrem restos localizados de antigos depósitos de sambaqui na região do forte, nos arredores de Parati. Tratam-se de pequenas manchas com agregados de conchas calcárias e seixos polidos de diabásio misturados com material argilo-síltico orgânico de coloração escura. Depósitos aluvionares Ocorrem nas redes de drenagens atuais e são constituídas por cascalhos, areias finas e médias, silte e argila, incluindo os aluviões atuais, os depósitos de terraços e as várzeas. Ocupam as calhas e planícies dos rios de maior porte da região como os rios Jurumirim, Floresta, Bracuí, Mambucaba, São Roque, São Gonçalo, Pequeno e Perequê-Açu, dentre outros. Podem ocorrer níveis conglomeráticos localizados como nas margens do rio Bracuí. Depósitos coluvionares Ocorrem relacionados a encostas e elevações e estão distribuídos de forma descontínua, por vezes relacionados a material eluvionar, sendo constituídos de uma mistura de solos residuais lixiviados (ou transportados), geralmente compostos de areias siltosas, argilas, cascalhos e matacões. São derivados do intemperismo e erosão dos solos residuais e das rochas localizadas nas partes mais superiores das elevações, e transportados encosta abaixo por gravidade através de rastejo (creep), deslizamentos de massa ou desmoronamento de blocos. Em zonas de relevo íngreme, surgem depósitos de tálus com blocos, matacões e seixos de dimensões variadas. Geologia Estrutural O arcabouço geológico da região passou por vários eventos tectono-metamórficos representados primeiramente pela evolução dos terrenos gnáissicos-migmatíticos durante todo o pré-cambriano e, posteriormente, afetadas pelo Ciclo Brasiliano durante o proterozóico superior, onde estas litologias foram intensamente deformadas por esforços compressivos de direção NW-SE e por movimentos tangenciais resultantes destes esforços. Segundo CPRM (2000), durante a orogênese brasiliana um regime de cisalhamento tangencial associado à colisão continental impôs uma estruturação regional de direção NE-SW. As principais feições então originadas envolvem a obliteração e lenticularização de leitos e bandas, truncações tectônicas, dobras intrafoliais, duplexes, estiramento mineral, foliações miloníticas com subgranulação e recuperação dos minerais, sigmóides e sombras de pressão. As foliações geradas pela deformação tangencial exibem dobramentos superpostos, abertos a fechados, de amplitudes métricas a decaquilométricas e com eixos de direção NE-SW. O arcabouço estrutural definido durante o Orógeno Brasiliano foi completado com deformações impressas durante um regime compressivo transcorrente, novamente Plano de Controle Ambiental DIGV 73 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC simples e dúctil. A mais importante zona de cisalhamento de alto ângulo, com até 10 km de largura de rochas miloníticas, e contínua por mais de 300 km segundo a direção NE-SW, esta situada mormente no vale do rio Paraíba do Sul e atravessa todo o estado. A partir dessa zona principal são observadas inúmeras zonas de cisalhamento secundárias e assintóticas, que demonstram a movimentação dextral dos blocos crustais e se ramificam em feixes para NNE e SSW. Nessa mesma região, várias escamas de cavalgamento paralelas ao lineamento principal, são sugestivas de uma estrutura em flor positiva. As feições estruturais de alto ângulo, em mesoescala e ao microscópio, são as mesmas referidas para a deformação tangencial (CPRM 2000). As feições estruturais mais representativas destes eventos tectônicos são as foliações e os bandamentos presentes nos gnaisses e migmatitos de fácies anfibolito, que mostram uma foliação conspícua orientada segundo N40-60E proporcionada, principalmente, pelo alinhamento de biotita e por um bandamento bastante regular propiciado pela alternância dos minerais máficos (biotita, anfibólio) com níveis quartzofeldspáticos. Variações no trend regional da foliação ocorrem adjacentes aos corpos graníticos e nos domínios migmatíticos mais complexos. Nestes, essas estruturas podem estar cortadas por veios quartzo-feldspáticos, às vezes dobrados ou difusos. Essas faixas intensamente deformadas são caracterizadas por uma foliação vertical a subvertical e por rochas fortemente dobradas, com laminação notável, lineações de atrito e dobras isoclinais apertadas mostrando transposição. Essas dobras fechadas mostram eixos de direção geral tendendo a coincidir com a direção de foliação regional, em torno de N65E com caimento ora para NE, ora para SW, com baixo ângulo. Em zonas mais afetadas tectonicamente, tais dobras apresentam apenas suas charneiras em forma de “meias-luas” devido ao rompimento e/ou adelgaçamento de seus flancos, proporcionados por deslizamento ruptural ao longo dos próprios flancos. Ocorrem ainda dobras mais abertas, às vezes paralelas e simétricas, em rochas quartzíticas (cisalhamentos metamórficos dentro da foliação associados com eixo de dobras quase verticais ocorrem nos quartzitos e gnaisses), e de características plásticas e irregulares em migmatitos. As falhas constituem-se em elementos de grande importância para a estruturação geológica e geomorfológica regional. A Serra do Mar é considerada como uma escarpa de falha recuada pela erosão remontante, cuja formação iniciada no final do Cretáceo, vem se desenvolvendo durante todo o cenozóico. Os falhamentos estão posicionados segundo a direção regional da foliação, com planos de mergulho de alto ângulo para NW. A evolução dessas feições estava ligada aos estágios da estabilização e reativação da Plataforma Brasileira (ALMEIDA, 1969), após o pré-cambriano e término do Ciclo Brasiliano. A partir do Jurássico-Cretáceo ocorreram deslocamentos verticais ao longo de falhas transcorrentes pré-existentes dando origem ao relevo escalonado que caracteriza a Serra do Mar. Durante a reativação Wealdeniana (ALMEIDA, 1967), no Mesozóico, desenvolveu-se outro sistema de falhamentos cujos reflexos se fizeram sentir até o Terciário, originando os sistemas NW e NE além das falhas e fraturas NE-SW coincidentes com as grandes estruturas. Esse tectonismo contribuiu para o arcabouço de blocos escalonados, onde grandes blocos foram se abatendo em direção à Bacia de Santos e basculando para o lado do continente, provocando o desenvolvimento de bacias Plano de Controle Ambiental DIGV 74 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC tectônicas (Bacia de Santos). Este processo de abertura do oceano Atlântico refletiu em uma notável atividade magmática, expressa na área por numerosos diques básicos, intermediários e alcalinos (são reconhecidos diques de diabásio, basalto e lamprófiro em superfície e sub-superfície). Segundo ALMEIDA (1983), uma nova fase tectônica associada ao magmatismo alcalino ocorreu após o vulcanismo basáltico. DAMASCENO (1966) e ALMEIDA (1976) referem ao emplaçamento desses diques ao soerguimento regional da Plataforma no período entre Jurássico Superior e Cretáceo Inferior. Durante o Cenozóico prosseguiu este desequilíbrio, mas com menor intensidade. Evidências de movimentações tectônicas relativamente recentes como o soerguimento da Serra do Mar, foram observados por pesquisadores. Segundo FÚLFARO e PONÇANO (1974), a instabilidade na Serra do Mar está representada por uma faixa de tensões tectônicas residuais que poderiam ser liberadas em processos de movimentação contemporânea. Ainda de acordo com esses autores (1972) a sismicidade do sistema tectônico da Serra do Mar, embora fraca, não é desprezível (EIA Angra 2, 1997). HABERLEHNER (1978) relata a ocorrência de movimentos verticais terciários na região sudeste e continuidade de ajustes crustais até os dias de hoje. Pesquisas geológicas realizadas a partir de 1976 por ALMEIDA e por estudos mais recentes (RICCOMINI, 1990), discutem a possibilidade de instalação de um sistema de Rifts na Serra do Mar. Cabe assinalar que, por definição, o Rift-valley (vale de afundamento) é uma depressão alongada que se desenvolve nos limites de placas litosféricas divergentes resultante de distensão crustal, caso este não aplicado à região. Segundo SAADI (1993), as bacias são do tipo meio graben mergulhando para NW. O autor propõe uma gênese ligada a um abatimento relacionado ao arqueamento causado pelo levantamento da Serra do Mar e basculamento da Bacia de Santos. Discute também, citando autores como MELO et al. (1985), que defendem uma distensão crustal relacionada com o processo de ruptura continental, e, RICCOMINI (op. cit.), que utiliza a denominação “O Rift Continental do Sudeste Brasileiro” e relaciona a origem dessa feição a uma distensão NNW-SSE imposta pelo basculamento termodinâmico da Bacia de Santos. A partir dos estudos realizados, SAADI (op. cit.) resume que se trata de um “rift continental gerado a partir do Oligoceno, por reativação da zona de cisalhamento do Paraíba do Sul (ENE-WSW) formando uma série de meio grabens isolados por falhas NNE-SSW. Trabalhos desenvolvidos na região do empreendimento não têm identificado fraturas ou outras feições estruturais que tenham deslocado sedimentos recentes. Investigações geológicas regionais realizadas (KIERSCH, 1982), concluíram que feições estruturais da área de interesse são similares no estilo, escala e trend com aquelas da grande zona milonítica do Lineamento Taxaquara – Além Paraíba (LTAP), não havendo evidências de que essa zona seja ativa. O LTAP apresenta-se como zona de cisalhamento rúptil-dúctil, tendo seu desenvolvimento ligado a evolução do Escudo Brasileiro e não há conecção genética nem espacial das estruturas reconhecidas na área em estudo com as bacias de Taubaté ou de Resende. Não há nenhuma evidência de reativação observada tanto Plano de Controle Ambiental DIGV 75 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC nas zonas cataclásticas como nas zonas de caráter dúctil (ancestral ductil faults). Nenhuma feição de rift foi identificada e os lineamentos correspondem a variações na litologia, foliação, diques, fraturas e zonas de juntas. O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM (1983) e a Weston Geophysical Co. (1982) desenvolveram estudos caracterizando estruturas marcantes na região de interesse. O bandamento dos litotipos gnáissicos (biotita gnaisses cataclásticos) apresenta direção N40-60E com mergulhos de médio e alto ângulo para noroeste e estando localmente milonitizado. Os principais traços de falha se posicionam segundo a direção geral de foliação. Em Angra dos Reis ocorrem falhas de direção coincidente com a foliação N40-50E. O DRM (1983) verificou indícios de reativação ao longo de falhas nessa região, representada por uma brecha tectônica. Nesse local a rocha gnáissica mostra-se fragmentada em grãos angulosos milimétricos e centimétricos, bastante decompostos e caolinizados, cimentados por material sílico-ferroso. A Weston Geophysical Co (1982) caracterizou diferentes falhas em zonas intensamente fraturadas, com slickensides e localmente preenchidas por argila (gouge), com brechas intemperizadas, brechas com grãos rotacionados e quebrados, por vezes cimentados por material ferruginoso e silicoso, com calcita deformada e uma expressiva freqüência de juntas e diques básicos associados. As falhas abordadas nesses estudos são as descritas a seguir. • Falha de Jacuecanga Localiza-se na BR-101 (Rio-Santos), próxima a enseada de Jacuecanga e cerca de 20 km em linha reta da CNAAA. O afloramento, com cerca de 33 metros é caracterizado pela complexa disposição das fraturas e brechas, sendo estas preenchidas com diques de basalto e diabásio, e que se encontram bastante intemperizadas. Observações anteriores indicam que o desenvolvimento da zona de brecha é anterior à instalçao dos diques, que não estão brechados. É nesta zona também, que ocorre o contato entre gnaisse laminado e gnaisse granítico. A zona de brecha tem direção N60E e as fraturas que cruzam-na são de baixo ângulo (N80W-30SW), sendo que os diques de e diabásio/basalto em torno de N75E encontram-se intrudidos nessas estruturas. As fraturas de alto ângulo (N50-60NW) apresentam estrias de deslocamento e, próximo a elas, os diques apresentam deformações de cisalhamento. Os diques de diabásio mais afastados não estão deformados. • Falha da Pedreira de Jacuencanga Situada à nordeste de Jacuecanga, a cerca de 1km da falha de Jacuecanga, o afloramento ocorre em uma grande pedreira de rocha gnaissica (gnaise laminado), onde a zona fraturada apresenta de 2 a 3 metros de largura com direção N45E e mergulho 85SE. A zona é caracterizada por estrias de deslocamento (“slikensides”) com caminho de 20ºE, indicando rejeito lateral dextrógiro. Apresenta-se esbranquiçada e mineralizada por uma assembléia de calcita-clorita, onde “slikensides” calcita indicam que a falha é posterior à mineralização. Plano de Controle Ambiental DIGV 76 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Na zona de falha de Piraquara, a calcita ocorre com deformação semelhante à observada na falha da pedreira de Jacuecanga, também com direção N45E, cortando um contato dique de basalto/rocha encaixante. A partir da similaridade observada entre as duas falhas, infere-se que elas são posteriores ao dique de basalto(Jurássico Superior). • Zona de Falha de Angra dos Reis Com aproximadamente 14 km de extensão, um traçado um tanto curvo passando pela ilha da Jipóia, Angra dos Reis até as colinas situadas no Sopé da Serra do Mar, é uma das mais proeminentes falhas da região e similar à falha de Jacuecanga, embora mais silicosa e menos intemperizada. Em alguns locais, chega a medir mais de 30 metros de largura, com afloramentos de blocos de rocha alongados (forma de paralelepípedos), e oxidados. Em afloramentos não intemperizados, a zona mostra brechas com blocos de litologias diferentes (polimíticos) e matriz constituída de chert e óxidos de ferro. Em Angra dos Reis e a sudoeste (direção para a ilha da Jipóia) a zona de falha corta gnaisses diversos e gnaisses graníticos segundo a direção N45E. Para NE a zona assume direção N25E cortando gnaisses graníticos. Próximo e adjacente às falhas, ocorrem diques de diabásio que, segundo interpretações de pesquisadores, são posteriores à brecha silicificada, enquanto que a argila de preenchimento (gouge) e as falhas não cimentadas são presumivelmente mais novas e posteriores ao posicionamento daqueles diques. • Falha da Pedreira do Pontal Próximo à fazenda do Pontal, em uma pedreira abandonada, ocorre uma falha segundo N70E-70NW. A zona de falha caracteriza-se pela presença de um dique de diabásio com cerca de 1 a 2 metros de largura, moderadamente alterado, tabular, com um modelo de fraturamento facoidal. Slinckensides quase horizontais indicam rejeito horizontal dextrógiro. A ocorrência de fraturamento e cisalhamento no dique e em área adjacente, indicam que a falha é posterior a sua intrusão. • Falha da Pedreira de Lídice Aflora em uma pequena pedreira, na rodovia Lídice-Angra dos Reis, em uma ampla faixa quartzítica, onde se apresenta com cerca de 10 metros de comprimento, direção N20E e mergulho 70E. Ela deforma um dique de basalto brechado de 30 cm de largura e com a mesma orientação. Essa estrutura localiza-se fora da região. • Falha da Praia das Pedras Na proximidade da praia das Pedras, ao sul da praia Brava, aflora ao longo da BR-101 um dique de basalto com 1,5 metros de espessura, de direção N35E. O mesmo encontra-se falhado, onde a falha apresenta direção N45E e mergulho subvertical (85SE). Slinckensides com caimento de 15o SW indicam rejeito horizontal sinistral. A zona fraturada da falha está cloritizada e possui 1,0 metro de largura, contendo argila de preenchimento (gouge) e calcita estriada. A falha é posterior ao dique de basalto. • Zona de Falha Mambucaba Na BR-101, a leste da vila de Mambucaba, há um afloramento de gnaisse e granito onde ocorre uma zona de falha com direção N65E sendo caracterizada por intenso Plano de Controle Ambiental DIGV 77 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC fraturamento e presença de brecha de falha, com cerca de 50 metros de largura. Tratase de uma zona de falhamento complexa alinhada com a falha de Ponta Grande, sendo que o estilo de ambas é similar. A zona de brecha possui 3 metros de largura, sendo composta de gnaisses e granitos cisalhados e brechados. Essa falha é algo cloritizada e similar na aparência à falha de Angra dos Reis. O rejeito horizontal dextrógiro é predominante, embora tenha sido reconhecido também um rejeito horizontal sinistral. Ocorrem slinckensides com três direções diferentes de caimento, 45E, 40W e 15E. Não há relações de idade dessa falha. • Falha de Ponta Grande Esta zona de falha é bem definida e concordante com o plano de foliação (N65E/subvertical) do migmatito oftálmico (ou “augen gnaisse”) que ocorre na Ponta Grande, enseada de Itaorna. Encontra-se intemperizada até uma profundidade de 24 metros abaixo do nível do mar, contendo uma abundância de blocos e fragmentos de rocha que se encontram rotacionados, arrastados, amassados e comprimidos dentro de uma matriz deformada de material argilo-arenoso que preenche a zona em 1 e 2 metros de largura. Porções ricas de biotita do gnaisse migmatítico estão alteradas para argila avermelhada com relictos da estrutura da rocha. Esse material ocorre de forma comprimida entre blocos da parede de falha menos intemperizados e estão localizados também dentro da zona de falha. • Falha Oeste de Mambucaba Dois diques de basalto com atitude N35W-85SE ocorrem a aproximadamente 2 km a oeste de Mambucaba. Cada um possui 1 metro de largura e estão intrudindo um granito pós-tectônico (Granito Mambucaba). Juntas posicionadas segundo N45E-85SE ocorrem adjacentes aos diques e cortam os mesmos e o granito. Uma estreita zona de falha com 20 cm de largura e com argila de preenchimento (gouge) desloca o contato basalto/granito. Esse falhamento é posterior a intrusão do basalto. Segundo os estudos da Weston, não há evidências de atividades neotectônicas (falhas recentes de idade quaternária) na região de interesse. As ocorrências de falhamentos mais jovens podem ser datadas entre o Terciário Médio a Superior. Nesses estudos não foi verificada a ocorrência de estruturas do tipo rift. BERROCAL et al. (1993) associaram uma série de eventos sísmicos ocorridos no distrito de Monsuaba, município de Angra dos Reis, entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989 à uma provável falha reversa de dimensões pequenas, com atitude N25E/35SE, situada a 24 km de Itaorna. Segundo MIOTO (1997), essa estrutura e a mobilidade associada pode indicar a existência de uma falha ativa, porém sem feições de ruptura à superfície. Existem quatro sistemas de juntas subverticais e um de baixa inclinação, atribuído ao alívio de carga (sheeting). Os sistemas são paralelos, normal, subnormal e dois oblíquos à foliação. Essas juntas não apresentam o mesmo desenvolvimento, possuem espaçamento variável e podem estar ausentes em alguns locais. Geralmente, truncam as rochas gnáissicas e granitóides e as falhas transcorrentes. Para alguns autores (HASUI et al., 1982) a origem destas juntas é tardia no Ciclo Brasiliano. Outros Plano de Controle Ambiental DIGV 78 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC pesquisadores (Weston Geophysical Co., 1982) reconhecem juntas posteriores aos basaltos e diabásio associados à reativação Wealdeniana do Jurássico Superior. Ainda segundo os estudos da Weston (1982) realizados no sítio de Itaorna, existem dois sistemas principais de juntas subverticais: N20W-50W e N50-70E. b) Geologia das Áreas de Influência As Áreas de Influência são constituídas por gnaisses, migmatitos, granitos, rochas básicas e depósitos sedimentares. Os litotipos gnáissicos são muito semelhantes, com predominância de plagioclásiomicroclina-biotita-gnaisse e com inclusões de faixas quartzíticas; biotita gnaisse e biotita gnaisse migmatítico, preferencialmente estromático, e com intrusões graníticas. A rocha matriz principal é o biotita-gnaisse de granulação fina a média, com bandamento marcante, porfiroclastos de plagioclásio e microclina disseminados na rocha e localmente concentrados em faixas, com ocorrência de granadas. Entre as estruturas presentes, destacam-se por vezes características de rochas cataclásticas. Rochas quartzíticas ocorrem associadas e intercaladas a biotita xistos e gnaisses quartzo feldspáticos, sendo geralmente bastante cataclasadas e formando cristas no relevo devido a sua resistência maior que as rochas encaixantes. A associação mineralógica destas litologias é representada por uma assembléia de quartzo, plagioclásio, microclina, biotita, granada e anfibólio (hornblenda). Os acessórios mais freqüentes são apatita, titanita e zircão. Associados ainda aos termos gnáissicos, ocorrem biotita gnaisses cataclásticos de granulação fina a média, com laminação fina bem definida pela alternância de fitas milimétricas enriquecidas em biotita com outras quartzo-feldspáticas granulares. O quartzo predominante ocorre, muitas vezes, em forma de vênulas e pequenos boudins. Porfiroclastos de feldspato (plagioclásio e microclina) ocorrem com formas ocelares e dimensões milimétricas. As rochas migmatíticas são representadas pelos migmatitos estromático e oftálmico. O primeiro é caracterizado por rochas com bandamento centimétrico regular, marcado pela alternância de bandas máficas, constituídas principalmente por biotitas, e félsicas, de composição quartzo-fesdspática, com granulação média. Essas rochas migmatíticas são constituídas principalmente por plagioclásio, microclina, quartzo e biotita e minerais acessórios como apatita, zircão, titanita e opacos. Apresenta uma freqüência constante de porfiroblastos de feldspatos ocelares subcentimétricos na região da Praia Brava e, ao norte, de Itaorna apresenta um bandamento mais esparsos, mais, irregulares e menos consistentes, proporcionados por material félsico quartzo-feldspático venular, grosso, pegmatóide e de cor rosa clara. Localmente, observam-se feldspatos ocelares associados. Os migmatitos oftálmicos ocorrem associados com gnaisses graníticos. São rochas bem foliadas, com estruturas homogêneas bem definidas influenciando a forma do relevo predominante representado por colinas alongadas de topos abaulados. Onde a foliação é menos marcada, o migmatito tende a um granitóide de granulação grossa. Sua mineralogia é constituída por feldspatos porfiroblásticos claros com formas ocelares dentro de uma matriz de granulação média composta de quartzo, feldspato, Plano de Controle Ambiental DIGV 79 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC biotita, anfibólio e magnetita. Na área do empreendimento ocorrem afloramentos excelentes nas pedreiras de Ponta Grande e Ponta Fina. Nesta última, apresenta boudins, pegmatitos e estruturas magmáticas. Na região entre a Ponta Grande e a Ponta Fina, incluindo Itaorna e as encostas adjacentes, afloram gnaisses migmatizados e migmatitos (com estruturas estromáticas e oftálmicas). Apresentam alternância de bandas máficas e félsicas e intercalações de xistos e anfibolitos. As bandas máficas são representadas por porfiroblastos de feldspato ocelares em matriz biotítica enquanto as bandas félsicas são constituídas por granitóides ou pegmatóides de composição quartzo-feldspática. Os gnaisses apresentam bandamento composicional com orientação planar (NE-SW) de minerais e feições de estiramento (boudinage, feldspatos ocelares). Trabalhos anteriores da Weston e do IPT relatam a presença intrusão diorítica na Ponta Fina. Mencionam também a existência de ondulações na foliação e o envolvimento dos diques básicos na deformação afetando os gnaisses. Estes trabalhos relatam a existência de veios graníticos e pegmatíticos discordantes com a foliação regional e intrusões graníticas que truncam as litologias acima, denotando uma evolução geológica bastante complexa no local. Essa evolução envolve as falhas de Ponta Grande e Piraquara e outras associadas, mais alguns tipos litológicos diferentes e alterações hidrotermais. A origem da falha de Ponta Grande deve ser anterior à instalação das rochas graníticas que cortam essa zona de falha. Diques de rochas básicas foram intrudidos nos estágios iniciais da Reativação Wealdeniana e são representados por diabásios e basaltos encaixados nas rochas précambrianas, concordantes com o arcabouço estrutural regional (N40-50E), e por vezes discordantes. Posteriormente a estas intrusões básicas, ocorreu o magmatismo alcalino representado por um conjunto de diques de lamprófiro (direção N65-70W), detectados por sondagens realizadas na região de Itaorna. Segundo Weston (1982), não é conhecida a ocorrência de falhamentos ou outra atividade tectônica desde o Cretáceo Inferior em Itaorna, sendo que a falha mais antiga deve ser a de Ponta Grande, seguida de falhas NE, provavelmente ligadas a Reativação Wealdeniana. As mesmas são cortadas por uma falha de direção N70W (mais jovem). O granito Mambucaba ocorre na porção norte e leste da AII. São rochas leucocráticas, isotrópicas, de coloração cinza clara, com tonalidades rosadas, estrutura maciça, granulação variável (de fina a grossa) com porções foliadas marcadas pelo alinhamento de biotitas. Diferenciações pegmatóides rosadas e grossas ocorrem de forma localizada e esparsa. A assembléia mineralógica é formada por quartzo, microclina, plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita e magnetita como acessório freqüente. Ocorrem cristais esparsos de pirita e, também, preenchendo fraturas. Os depósitos sedimentares flúvio-marinhos e marinhos são constituídos por camadas de areias grossa, médias e finas, intercaladas entre si e por vezes alternadas com camadas de argila e/ou silte. Os sedimentos marinhos têm, na parte inferior do pacote sedimentar, características transgressivas ligadas a última oscilação do nível do mar. Estes são cobertos na maior parte de Itaorna por aterro utilizado na implantação da CNAAA. Plano de Controle Ambiental DIGV 80 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Apresentam uma seqüência estratigráfica representada pela alternância de areias finas e argilas, onde a parte superior do pacote é composta por areias e a porção central da praia apresenta mais de 20 metros de espessura. Sondagens realizadas na área apresentaram três ou mais camadas de argila alternadas com areia. Segundo Weston (op. cit.), houve seqüências deposicionais transgressivas na área. A primeira transgressão depositou uma unidade de areia basal diretamente sobre o solo residual, com espessuras de até 3 metros. Trata-se de um depósito marinho típico de praia, mais grosseiro na sua porção distal. A areia basal é coberta por uma camada de argila (2 a 7 metros de espessura). A segunda seqüência transgressiva é constituída por uma fina camada de areia subjacente a uma camada mais espessa de argila, representando uma transgressão similar àquela, porém com um nível do mar relativamente mais alto. A camada de argila superior cobre, localmente, solos coluviais soterrados indicando movimentos de massa antigos próximo à linha da costa. A seqüência sedimentar marinha superior na enseada de Itaorna, tanto no continente quanto na área marinha (offshore), é composta de espessas camadas de areia. Essas areias crescem em espessura desde 5 metros na área marinha até 10 metros na parte do continente. A textura desses sedimentos torna-se mais grossa a medida que se aproxima da base das encostas que cercam a enseada. Esta última unidade, essencialmente arenosa, representa uma regressão do mar e uma progradação da linha de praia antes da configuração atual. Segundo os estudos mencionados, todos os sedimentos parecem estáveis e com a mesma configuração da época em que foram depositados. Geotecnia As áreas de influência do empreendimento apresentam geologia e geomorfologia características da Serra do Mar, onde predominam gnaisses e granitos recobertos por manto de solos residuais e coluviais/talus. Estes mantos de solos apresentam espessuras diferenciadas, variando de centímetros até a profundidade de 30 metros. O terreno, acidentado e com encostas íngremes, e grandes alturas (desníveis superando 800 metros). A presença de falhamentos e fraturamentos também merece atenção, pois pode contribuir para a instabilidade de taludes e encostas. Nos sopés das escarpas rochosas, com taludes quase verticais, também se observam depósitos de tálus/colúvios e solos residuais. Outro aspecto que deve ser ressaltado é o climatológico, pois a presença de água potencializa a instabilidade de encostas e taludes: as chuvas na região freqüentemente superam os 2000 mm anuais, ocorrendo, em sua maioria, nos meses de verão (novembro-março). Mecanismos de Escorregamentos Dois fenômenos são os principais mecanismos que induzem os processos de escorregamento, o aumento das pressões intersticiais da água e a redução da sucção matricial. Estes mecanismos podem ser simultâneos, porém, se ocorrerem isoladamente, também acarretam a instabilidade dos solos e consequentemente geram os deslizamentos. Plano de Controle Ambiental DIGV 81 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC O aumento das pressões intersticiais no interior dos solos ou das fraturas rochosas ocorre devido à infiltração da água durante as chuvas. Este mecanismo é explicado segundo o critério de ruptura de Mohr-Coulomb, que consta de todos os compêndios de mecânica dos solos através da equação: τ = c + (F - u) tan N’, onde: τ = resistência ao cisalhamento do material no plano de ruptura, expressa em unidades de tensão (kPa); c = coesão, ou seja, uma parcela que é independente da tensão normal, em unidades de tensão (kPa); σ = tensão normal atuante no plano de ruptura ou deslizamento, expressa em unidade de tensão (kPa); u = poropressão, ou pressão intersticial da água, também expressa em unidade de pressão (kPa); e φ = ângulo de atrito interno do material, expresso em graus. Quando a água das chuvas infiltra no terreno provoca um aumento do nível d’água e um aumento na pressão da água "u". Se "u" aumenta, o segundo termo da equação de Mohr-Coulomb sofre uma redução, e a resistência ao cisalhamento resultante diminui. O mecanismo de redução da sucção matricial é um pouco mais complexo, pois ocorre acima do nível d’água, em solos denominados não saturados, ou seja, solos em que os vazios no interior da sua massa não se encontram totalmente preenchidos pela água. Assim, logo acima do nível d'água ocorrem fenômenos de capilaridade. Desta maneira a água apresenta-se sob tensão negativa, ou sucção, que atrai os grumos de solos uns contra os outros, produzindo o que se chama de coesão aparente. Em solos residuais e coluviais de regiões tropicais o mecanismo de redução da sucção matricial é muito comum, pois no período de estiagem o nível d’água do terreno é muito baixo, ou quase inexistente, ficando o terreno desta maneira com uma resistência grande aos processos de deslizamentos. Durante a época das chuvas, o nível d’água sobe muito saturando o terreno, onde aí o valor da coesão aparente na equação de Mohr-Coulomb tenderá a zero, caindo à resistência do solo e levando à ocorrência de deslizamentos de encostas. Podemos afirmar então que nas regiões tropicais a chuva é o principal agente causador de deslizamentos de massa e seus efeitos podem ser controlados ou minimizados através do controle da drenagem superficial. Aspectos litológicos e estruturais As rochas que ocorrem na área são migmatitos, em graus diversos de migmatização, representantes originais de biotitagnaisses, biotita-anfibólio-gnaisses e anfibolitos (paleossoma), transformados por aporte generalizado de fração neossomática granítica a pegmatóide. Desse processo resultou uma tipologia litológica muito variada, desde gnaisses típicos, extremamente ricos em biotita bem laminados a granitos de textura variada passando por gnaisses com amplo desenvolvimento de porfiroblastos feldspáticos. Plano de Controle Ambiental DIGV 82 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A estrutura dominante nos migmatitos é a estromática, largamente distribuída na área, caracterizando-se por um bandeamento centimétrico bastante regular, por vezes descontínuo, com alternância de minerais máficos, predominantemente biotíticos, e félsicos, quartzo-feldspáticos, de granulação média, o quem em síntese, confere a rocha uma sequência de faixas escuras e claras, aproximadamente paralelas e de regularidade variável. Foram constatadas algumas intrusões básicas na forma de diques e, em alguns locais, também vestígios de suas presenças pela ocorrência de blocos nos depósitos, pela textura do solo resultante e pela ocorrência de escassos afloramentos. As rochas apresentam xistosidade local e regional e em torno de N 50 a 70 E, com mergulhos fortes, 60 a 80 NW. O fraturamento mostra uma família dominante de direção NE e outra de direção NNW. Ambas marcam a morfologia: direção das escarpas, das ilhas e do recorte do litoral. Condicionantes Geológicas e Geomorfológicas O estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – IGEO/UFRJ constatou o controle da configuração geológico-estrutural e geomorfológica na distribuição das unidades mapeadas. A associação da xistosidade (N 50 a 70 E) a uma família de fraturas, aproximadamente paralela, constitui o aspecto estrutural determinante da direção principal das escarpas rochosas. Este fator é acentuado em alguns pontos por falhamentos normais. Este mesmo aspecto é responsável pelo notável domínio da direção NE nas dimensões longitudinais das ilhas oceânicas e dos alongamentos rochosos continentais que avançam para o interior marítimo, denotando um padrão de drenagem paralelo. Um outro quadro estrutural, complementar, é representado por uma família de fraturas NNW que, associada a anterior, é responsável pelo recorte do litoral e pela existência de anfiteatros entulhados de blocos e limitados por altos topográficos laterais ("noses"), e escarpas rochosas ao fundo (Foto III.1). Os altos topográficos ("noses") laterais aos anfiteatros deram origem a perfis solo coluvial / solo residual / rocha, consequência da ação do intemperismo, governado fundamentalmente pela ação difusa das águas. Nas áreas com declividade elevada, , o solo residual pode estar ausente ou apresentar-se com espessura delgada. Na área mapeada, de forma localizada, interpretou-se como domínio de depósito coluvial diretamente sobre rocha na parte central da área. Os anfiteatros constituem verdadeiras bacias de recepção, onde foram depositados os solos e blocos de rochas constituintes do tálus. A configuração morfológica favorece a formação destes depósitos, em face da existência de fontes fornecedoras de blocos de rocha, representadas pela escarpa rochosa quase vertical e diaclasada, e de solo, proveniente dos "noses" limítrofes e do retrabalhamento dos solos desenvolvidos na escarpa de fundo. Plano de Controle Ambiental DIGV 83 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Foto III.1 – Escarpa de fundo, fornecedora de blocos de rocha para o tálus do flanco oeste da Folha 2. Apesar do mascaramento da vegetação são observados e assinalados diversos afloramentos no alto da encosta (1991). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. A sequência completa nas áreas caracterizadas como anfiteatros é definida predominantemente por tálus / solo residual / rocha, passando a tálus / rocha e a simplesmente rocha,. a medida que se avança para as declividades mais fortes (Foto III.2). Os depósitos de tálus estão presentes também em calhas de drenagem, sob formas alongadas. O Solo Residual só aflora por força de escavações ou escorregamentos, cujo exemplo significativo foi mapeado no extremo oeste. Os afloramentos de rocha existentes são, além daqueles acima referidos, em grande maioria, provenientes de cortes. Ocorrem também de forma restrita nas partes dos talvegues de perfil longitudinal de forte gradiente e em pequenos altos topográficos na forma de blocos in situ e ainda em quebras acentuadas de gradientes. Plano de Controle Ambiental DIGV 84 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Foto III.2 – Afloramento maior assinalado na foto anterior, resultado de um escorregamento ocorrido em janeiro de 91, em que se observa o migmatito fraturado e a presença de delgada camada de solo orgânico, apesar da densa vegetação existente (1991). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Considerações sobre a estabilidade de taludes Nas condições atuais de ocupação, os problemas de estabilidade dos taludes da área mapeada estão ligados, dominantemente, a três fatores: heterogeneidade litológica e produtos de alteração decorrentes; geomorfologia, fruto de um relevo muito jovem; e altas precipitações pluviométricas. Outro controle na espessura dos solos pode dar-se com a geomorfologia, observandose o adelgaçamento nas encostas mais íngremes, até a ausência do Solo Residual, quando então os depósitos das vertentes assentam-se diretamente sobre o embasamento rochoso ou este aflora. Nas áreas abatidas, constituindo formas em anfiteatros, são grandes as espessuras de Solo Residual (algumas dezenas de metros) em virtude da concentração de água, bem como de coberturas depositadas. Nesses anfiteatros, as elevações circundantes e, em particular, os paredões rochosos de fundo, são fontes permanentes de fornecimento de materiais de granulometria extremamente variada que resulta na existência dos depósitos de tálus. Diante desse quadro controlador das espessuras de solo, as instabilidades detectadas durante os trabalhos de mapeamento podem ser abordadas como de dois tipos: superficiais e profundas. Plano de Controle Ambiental DIGV 85 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Os escorregamentos superficiais são freqüentes em toda a área e encontram-se ligados aos depósitos coluviais ou aos locais de bota-fora da BR-101. O primeiro caso está dominantemente associado aos cortes das estradas existentes, onde os escorregamentos são limitados e não possuem grande extensão em área. Restringese, na maioria das vezes, ao Solo Coluvial, embora possam alcançar o embasamento rochoso alterado e fraturado, quando nesses casos, a espesssura do Solo Residual é delgada. No caso dos escorregamentos associados aos locais de bota-fora, situa-se, naturalmente, a jusante das estradas a que estão associados. São do tipo debris flow, podem aprofundar-se até 1 ou 2 m no Solo Coluvial sotoposto, mostram cicatrizes alongadas, vestígios de reativação e tem o efeito de descalçarem inúmeros blocos a meia encosta. Não constituem risco direto à área da Usina, embora, em alguns casos, possam interditar a via situada à jusante. Como instabilidades profundas, pode-se destacar aquelas que atingem as duas grandes áreas de tálus e o aterro suportado por um conjunto de cortinas, junto à BR101. Uma série de características conjugadas determina a instabilidade das duas grandes áreas de tálus, características essas que foram detectadas através dos trabalhos de mapeamento e das inúmeras sondagens realizadas, em particular na área do trevo de acesso à CNAAA. São indícios claros de instabilidade os resultados das investigações por inclinômetros (área do trevo), as inúmeras ruturas existentes nos pavimentos das diversas vias de acesso e o embarrigamento de cortinas de contenção. As características acima referidas estão itemizadas como forma de melhor destacá-las, sem que a ordem indique a importância do fator: a) as grandes espessuras das coberturas de tálus, principalmente nas partes centrais dos anfiteatros; b) as grandes espessuras dos solos residuais: c) a grande variabilidade nas cotas de contato do depósito de tálus com o Solo Residual; d) a grande variabilidade das cotas do topo rochoso; e) as características bastante diferenciadas na composição dos solos residuais, variando de solos silto-micáceos e friáveis (rocha matriz máfica) a solos arenosos grosseiros e coesivos (rocha matriz granítica, porfirítica a pegmatóide); f) Residual; a grande quantidade de blocos de rocha sã no interior da massa de Solo g) as condições de infiltração das águas, em que se destaca o run off das encostas rochosas, praticamente impermeáveis, com as águas infiltrando-se somente no contato com os depósitos de tálus nas vertentes (próximo a essas áreas de contato é possível ouvir-se claramente o ruído do fluxo da água subterrânea nos vazios entre os blocos depositados); h) durante as sondagens realizadas, foram observados, em diversas profundidades, um grande número de casos de perda d'àgua total; Plano de Controle Ambiental DIGV 86 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC i) as diversas áreas mapeadas como zonas de surgência e encharcamento permanente, e j) a distribuição bastante heterogênea das vazões d'água nos inúmeros drenos instalados. Esse conjunto de características, pautado nos tipos de materiais, na geomorfologia que os comporta, na infiltração e distribuição do fluxo da água subterrânea, conduz à suposição de que as instabilidades existentes não atingem, para cada uma das grandes áreas mapeadas, toda massa de solo, num escorregamento único. As variações laterais e verticais na constituição dos materiais depositados são as causas das cotas diferentes das passagens para solos residuais e destes para o embasamento rochoso. Essas características, associadas aos efeitos da ação do fluxo das águas subterrâneas, devem conduzir a erosões em subsuperficie e, por consequência, à criação de vazios interiores que resultam em solapamento e abatimento de massas de solo, de distribuição aleatória, como a distribuição dos fluxos subterrâneos das águas que dão origem a esses vazios. Provavelmente, esse deve ser o tipo de instabilidade dominante, embora sejam perfeitamente admissíveis massas mobilizadas localmente em processo de creep. Encostas das Áreas de Influência Indireta As encostas no sítio das Usinas ocorrem ao longo da rodovia BR-101 no trecho que vai do km 519,5 ao 522,5, e entorno, caracterizam-se por apresentar movimentação que podem ser intensificadas nos períodos de precipitação. O problema é agravado em função da forte precipitação que ocorre na região e da cobertura inconsolidada da área, a qual é representada por solos residuais, colúvios e talus em encostas íngremes e pela brusca transição solos-rocha. A análise das encostas nas áreas de influência baseou-se no relatório do DNIT de fevereiro de 1996, que contém um diagnóstico bem documentado dos problemas de taludes ao longo da BR-101, nos estudos realizados pela Natrontec para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, da Unidade 2 da CNAAA (Angra 2) e no Projeto Básico Ambiental de Angra 2. Os cortes em tálus no lado Norte e Sul da BR–101 são compostos por solo com textura silto-arenosa micácea, de coloração amarronzada, com diversos blocos rolados na matriz do solo e com intensa vegetação. Foi observada em diversos pontos a presença de cicatrizes de escorregamentos pretéritos. A ênfase, neste trecho, decorre do grande volume de material, composto por solo, blocos de rocha e vegetação. O intenso fissuramento da rocha causa o surgimento de inúmeros “olhos d’água” com bicas d’água construídas ao pé da encosta junto ao leito da rodovia. Entre as relações das obras de estabilização recomendadas no relatório do DNIT para a BR 101, destacam-se quatro que ocorrem na AII e estão na Tabela III.1. Plano de Controle Ambiental DIGV 87 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.1 - Relação de Obras de Estabilização Recomendadas no Relatório do DNIT – 1996 Km atual Ocorrência Solução proposta pelo DNIT 520,00 Ruptura de cortinas atirantadas Reconstrução dos painéis e reforço das corttinas 520,50 Escorregamentos translacionais Terraplenagem e muro em gabiões 521,50 Rompimento de cortina Reconstrução de tirantes 522,50 Escoamento Terraplenagem e muro Fonte: DNIT No km 522,50, o local foi estabilizado com a execução, em 1997, de uma terraplenagem e um muro de gabiões no pé da encosta. No km 521,50, o DNIT fez o reforço desta cortina. Em outubro de 2001, o DNIT, através de um convênio com a Eletronuclear, executou o reforço da cortina atirantada dupla do km 520,00. No km 520,50, a Eletronuclear executou obras de estabilização com concreto projetado com grampos (na parte superior da parte escorregada), suavização do talude com proteção vegetal e muro de gabiões no pé do escorregamento. Segundo o Estudo de Impacto Ambiental – EIA de Angra 2 (1997), a inspeção às encostas no sítio da Usina e em seu entorno, e a consulta aos relatórios existentes, permitiram elaborar as seguintes perspectivas do problema: • Os taludes no entorno da CNAAA vêm apresentando problemas graves, que a Eletronuclear vem solucionando passo a passo. • Existem evidências de movimentação contínua, porém lenta, de algumas áreas das encostas, sempre associadas a níveis elevados de precipitação. • Obras de estabilização pelo DNIT, principalmente através de drenagem e cortinas ancoradas com tirantes, vêm sendo executadas de modo a mitigar os problemas. • Os materiais que compõem essas encostas são constituídos de solos residuais com cobertura de colúvios e aterros em geral mal compactados. A Coppetec/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear (contrato 9665 – Dez/91a 94), para diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas críticas susceptíveis a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de Angra 2, estas áreas encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste. Plano de Controle Ambiental DIGV 88 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Encosta do km 519,9 (antigo 129,9) Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa em novembro de 1992, provocada pela infiltração d’água da bacia de contribuição da parte de montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem sendo estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a drenagem do talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões neste local. Após a execução em novembro de 1997 do sistema de drenagem superficial, captando o escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da cortina do km 130, não foi registrada qualquer movimentação significativa nesta encosta, que continua sendo monitorada. Visto que esta encosta está em processo “creep” (rastejo) comprovado pela monitoração instalada há quase duas décadas, a Eletronuclear decidiu fazer uma intervenção nela, para diminuir a sua movimentação e aumentar o fator de segurança global. Foi feita uma análise da estabilização desta encosta, denominada de ‘Encosta da Central de Concreto”, e proposta a execução de aterro (berma na El. +17,0m) e implantação de instrumentação geotécnica para controle de deslocamento e recalque. Cortinas do DNIT km 520 (antigo 130) São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo que provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de montante, que se movimentou. A situação da drenagem da encosta de montante é adequada e a inspeção local demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem problemas. A cortina de jusante, que é maior, apresentou problemas de embarrigamento e deslocamentos, e a Eletronuclear realizou um reforço provisório em 1992 com a instalação de 12 ancoragens de barra de 350 kN de carga de trabalho. Em outubro de 2001 a Eletronuclear concluiu o reforço desta cortina atirantada que consistiu basicamente nos seguintes serviços: • Testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes; • Execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de carga de trabalho. Cortina do DNIT km 520,2 (antigo 130,2) Situada junto à BR-101, logo a montante da Subestação de 138kV de Furnas Centrais Elétricas S.A., trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por ocasião da construção da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT, está com painéis “embarrigados” e trincados. A monitoração desta cortina que é feita através de um inclinômetro e 3 células de carga de tirantes, indica que a mesma está em situação precária, tendo sido comunicado ao DNIT a necessidade da execução do reforço desta estrutura de contenção. O DNIT já está providenciando a execução do reforço desta cortina. Plano de Controle Ambiental DIGV 89 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Encosta SE A encosta SE foi estabilizada por quatro cortinas ancoradas e não apresenta problemas. A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem implantada não apresenta qualquer problema. Cortinas Atirantadas Localizadas junto a Subestação de 138kV de Furnas Centrais Elétricas S.A. Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos antigos, que foram recentemente demolidos (final de 1999), para a construção desta Subestação de 138kV de Furnas Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas atirantadas, que são aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto da plataforma da Subestação na elevação +41,7 metros. Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros, quatro células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento, mostram que a cortina e a encosta, encontram-se em bom estado de conservação. Encosta EPTA Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida pela Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encostas, sem indícios de instabilidade recente. Encosta do estacionamento, km 521 (antigo 131), ou encosta NW Trata-se uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e 500 m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já apresentou grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no passado, com a implantação de uma berma de equilíbrio no pé, através de um grande enrocamento. Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns sinais de movimentação em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos tirantes das cortinas. O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem superficial de boa qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das cortinas e o estado das células de carga das ancoragens. Em função de sua representatividade esta encosta vem sendo bem monitorada com a utilização de sete inclinômetros, sete células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA. Cortina km 522,1 (antigo 132,1) Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada pelo DNIT por ocasião da construção da mesma. As investigações realizadas demonstram que não há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da cortina. Morro dos Urubus É adjacente à encosta do km 523,2 e também não há evidências de instabilidade profunda. Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já desativados, pois a encosta não apresenta problemas graves. Plano de Controle Ambiental DIGV 90 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Geotecnia das Áreas de Influência Os aspectos específicos da geotécnica das áreas de influência do empreendimento são descritos no Item II.1.4.1a do presente PCA. A seguir, e buscando apresentar informações adicionais relativas aos aspectos geotécnicos das áreas de influência do DIGV, é apresentada a geotecnia da área do Depósito Intermediário de Rejeitos Radioativos – DIRR, que está instalado na antiga pedreira da Ponta Fina utilizada na época de construção da CNAAA, ou seja, situa-se muito próxima ao local de construção do DIGV (Ponta Fina). A pedreira apresenta uma altura de aproximadamente 70 metros e 120 metros de largura e já se encontra ocupada pelas Unidade I e II – Módulo A do DIRR, estando em fase de construção o Módulo B da Unidade II (Foto III.3). Foto III.3 – Vista superior da pedreira onde será o empreendimento. Observa-se à direita a construção o Módulo B da Unidade II. A esquerda está uma porção da área onde será construída a Unidade III do DIRR. (06/09/2002). Várias obras de contenção das encostas e de sistemas de drenagem já foram realizadas na área. Sistemas de drenagens pluviais foram instalados no topo da encosta e contemplam escavações em rocha e canaletas de concreto (Foto III.4). Devido a bacia de captação das águas pluviais no topo da encosta ser de pequena magnitude, os sistemas de drenagens estão com capacidade superior à captação da bacia drenante. Plano de Controle Ambiental DIGV 91 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Foto III.4 – Sistema de drenagem construído através de escavações em rocha e canaletas de cimento. (06/09/2002). Um muro de gabiões (Foto III.5) foi instalado na porção superior da encosta para estabilidade de uma pequena área de solo residual de pequena espessura. Blocos de rocha existentes no topo da encosta encontram-se escorados por bases de concreto (Fotos III.5 a III.7) evitando assim qualquer erosão possível. Foto III.5 - Muro de gabião instalado na porção superior da encosta. (06/09/2002). Plano de Controle Ambiental DIGV 92 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Foto III.6 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões. Foto III.7 – Blocos de rocha existentes no topo da encosta com sua base cimentada para evitar erosões. Plano de Controle Ambiental DIGV 93 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC O trabalho realizado pela SEEL – Serviços Especiais de Engenharia Ltda., em 2002 (primeira etapa), consistiu na investigação da porção do paredão situada atrás das Unidades I e II (entre as seções 51 e 54). Desta investigação através do método de bate-choco resultou a remoção de blocos de rochas soltos ou sem condições de apoio, lascas de rochas soltas ou com presença de trincas em evolução e também a remoção da vegetação com raízes nas fissuras das rochas. Onde não foi realizada a remoção, por motivos de segurança, foram realizadas, marcações e posteriores ancoragens. Após estas ações, foi instalada uma tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4mm e proteção de PVC (Foto III.8). Esta apresenta 40 metros de largura por 75 metros de altura, estando fixada com chumbadores de aço em um meio fio de 0,30 x 0,30 metros de concreto instalado na porção superior da encosta, e fixado também com chumbadores de aço ao longo de toda a face da encosta. A Eletronuclear contratou a Coppetec para elaborar o projeto detalhado das obras de estabilização a serem executadas, no trecho remanescente da pedreira (extremidade sul) para garantir a integridade da Unidade II B do DIRR (2a etapa). Investigações realizadas pela Coppetec/UFRJ através de trincheiras (Foto III.9) abertas perpendiculares à parede da pedreira verificaram a estrutura atual do solo e suas profundidades, estabelecendo assim uma metodologia para a contenção deste solo. Esta metodologia consistirá na remoção da porção superior do solo e posterior contenção do mesmo. Foto III.8 - Tela de proteção constituída por aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4 mm e proteção de PVC colocada no paredão atrás das Unidades 1 e 2. (06/09/2002). Plano de Controle Ambiental DIGV 94 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Foto III.9 - Trincheira aberta para investigação, perpendicular à parede da pedreira, para verificação da profundidade e estabilidade dos solos. (06/09/2002). A Coppetec emitiu, em agosto de 2002, o relatório técnico PEC-3514 (Projeto Executivo da Proteção e Drenagem da Encosta Situada a Montante da Unidade II B do DIRR), no qual detalha as obras de estabilização a serem executadas e a implantação de um sistema de drenagem superficial no topo do paredão rochoso da antiga pedreira. Os serviços recomendados pela Coppetec consistiram em: • Remoção da capa superficial de solo com espessura inferior a 1,50m e blocos de rocha depositados em trechos inferiores da encosta (próximos à crista do paredão rochoso). • Estabilização do trecho em solo remanescente (não removido) empregando a técnica de solo grampeado. Esta técnica consiste no reforço do maciço através da instalação de ancoragens chumbadas (chumbadores de aço CA-50 φ25), penetrando 1,50m em rocha e dispostas segundo malha de 2,00m x 200m, aliada ao revestimento de concreto (fck≥18MPa e espessura média de 7,00cm) projetado sobre tela de aço eletrtosoldada (tipo TELCON Q-47). • Taludamento da área do entorno da obra de contenção e cobertura vegetal através do plantio de leguminosas, para evitar a erosão por escoamento superficial. • Drenagem das águas superficiais através de duas canaletas, sendo uma de proteção na crista do morro (≈ EI + 129,00m) e outra próxima à crista da pedreira (≈ EI + 108,00m), será prolongada através de uma descida d’água em degraus até aproximadamente a EI + 60,00m, onde será ligada ao sistema de drenagem da rua existente. Plano de Controle Ambiental DIGV 95 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC • Rede de proteção do paredão rochoso, do tipo Macaferri (8x10, de 2,70mm de diâmetro, de malha hexagonal de dupla torção, tecida com arame duplamente galvanizado) fixada no topo e ao longo do talude até a base dos galpões, para prevenir eventual queda de blocos e lascas de rocha sobre o depósito. Os chumbadores de fixação da rede serão de aço CA-50 φ20 e comprimento de 0,50m (em rocha) para os chumbadores ao longo do talude. A Eletronuclear contratou, em março de 2003, a Construtora Norberto Odebrecht (contrato UMA/SERV//434 Contemat Engenharia e Geotecnia) para execução das obras de estabilização previstas no projeto detalhado da Coppetec (relatório técnico PEC-3514), cujos serviços foram em janeiro de 2003 e concluídos em julho de 20003. Assim sendo, as obras de contenção e proteção do paredão rochoso executadas de acordo com o projeto da Coppetec, garantem a integridade da Unidade II B do DIRR a ser construído. • Foram executados os seguintes serviços: • Remoção de ≈ 1500 m3 de blocos de rocha e solo; • Retaludamento de ≈ 1285 m2 e de ≈ 1100 m2 de revegetação; • Solo grampeado (≈ 610m2 de concreto projetado com de ≈ 549 m de grampo CA-50 φ25 mm); • Tratamento de ≈ 6112m2 do paredão rochoso com limpeza e remoção de lascas, blocos soltos e fixação de ≈ 3700 m2 de tela de aço galvanizado de dupla torção (8x10), com arame de 2,4mm e proteção de PVC, com 75 metros de altura ao longo de todo paredão, bem como com chumbadores. Aspectos Finais A Eletronuclear mantém nas encostas do sítio das usinas (ao longo da rodovia BR-101, no trecho que vai do km 519,5 ao km 522,5) uma rede de instrumentação instalada, com um total de 19 tubos de inclinômetros (observados mensalmente através de inclinômetro tipo Digitilt) e 45 piezômetros Casagrande. Associados a estes, existem também 25 células de carga instaladas em ancoragens, para acompanhamento da evolução das cargas de tirantes. Além disso, a Usina conta com um pluviógrafo de alta qualidade de precisão. Como os problemas das encostas são típicos da região da Serra do Mar, consistindo em deslizamentos provocados por chuvas intensas em solos residuais e coluviais, a manutenção dos sistemas de drenagem associada ao monitoramento das encostas permite um controle adequado das mesmas pela Eletronuclear, minimizando assim as ocorrências de possíveis deslizamentos de solo. Sismologia A região onde será localizado o DIGV CGR faz parte da porção sudeste da Plataforma Brasileira, representada pelo Cinturão Móvel Costeiro ou Faixa Ribeira. Esse domínio geológico contém terrenos onde predominam rochas de dureza de médio a alto grau (metamorfitos) — representadas por gnaisses, gnaisses migmatíticos, granitóides e migmatitos — as quais apresentam injeções por rochas mais duras - granitos - e rochas Plano de Controle Ambiental DIGV 96 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC básicas diversas (EIA - Estudo de Impacto Ambiental da Unidade 3 da CNAAA, Volume 2, novembro de 2004). Ainda de acordo com o EIA de Angra 3, foram registrados, numa região que abrange algumas centenas de quilômetros em torno de Angra dos Reis, cincos episódios sísmicos relevantes para a caracterização do risco na área da CNAAA. Tais eventos foram de pequena magnitude e que não caracterizam um risco maior para instalações com as especificações construtivas como as do DIGV. Os estudos apresentam um nível de atividade sísmica relativamente baixo para a região. A característica genérica da sismicidade na região é a de uma atividade difusa, sem apresentar grandes concentrações em torno de feições tectônicas, embora possam ser delineadas algumas prováveis fontes sismogênicas, porém sem condições de serem caracterizadas como tal, na atualidade. A atividade sísmica nas proximidades do local de interesse é praticamente inexistente. A única referência sobre abalos sísmicos ocorridos na área de interesse é o ciclo de atividade sísmica ocorrido em Monsuaba, distrito do município de Angra dos Reis localizado a cerca de 27 km a leste da CNAAA, entre dezembro de 1988 e fevereiro de 1989. Os microtremores, de foco muito superficial, tiveram magnitude < 3. O sismo principal foi sentido com uma intensidade de V MM junto ao epicentro, rapidamente decaindo para II MM em Angra dos Reis e outras áreas a aproximadamente 10 km de Monsuaba (EIA Angra 3). Tais abalos não foram sentidos no sítio das usinas. Por outro lado, não existem evidências de falhamento quaternário nas proximidades do local de interesse. Estudos de recorrência sísmica na área da CNAAA remontam ao final da década de 1970, com a publicação de um estudo sistemático da Universidade de Brasília que adotava um enfoque determinístico na avaliação de risco, onde se objetivava demarcar zonas preferenciais de ocorrência de sismos – as zonas sismogênicas – que se contrapõem a zonas mais estáveis e estudar a série histórico-temporal de eventos neste contexto. Na mais recente análise de ameaça sísmica para Angra 3, adotou-se uma metodologia derivada das normas propostas pelo órgão regulador norte-americano, que estima a probabilidade no tempo e na região de ocorrência de movimentações de terreno causadas por fenômenos sísmicos. Definiu-se uma grande província sismotectônica para parte do sudeste brasileiro, incluindo a margem continental adjacente, onde se inclui a área do empreendimento. Considera-se a província como uma região homogênea em termos de sismicidade. Efetivamente, o estudo demonstra uma baixa ameaça sísmica para o empreendimento. Recursos Minerais Os recursos minerais existentes e explorados na região de entorno do empreendimento são representados principalmente por materiais empregados na construção civil. A exploração destes recursos está representada pela existência de pedreiras paralisadas ou abandonadas de granito industrial, saibro quatzoso e áreas diversas com dragagem de areias. A exploração destes recursos minerais foi significativa durante a abertura e capeamento das rodovias locais (BR-101 e RJ-155). Plano de Controle Ambiental DIGV 97 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A existência de reservas de água mineral é conhecida, registrando-se requerimentos de pesquisa mineral, principalmente nas localidades de Vila Velha, Quinta dos Reis e Sítio da Cambuca, ambas no município de Angra dos Reis. Alguns trabalhos anteriores relatam a ocorrência nas regiões de Angra dos Reis e Parati de areias monazíticas, ilmeníticas e zirconíticas, originadas a partir da concentração de sedimentos marinhos e/ou fluviais da orla marinha. Estas ocorrências estariam relacionadas a partir da ação erosiva dos terrenos gnaissicos/granitóides próximos. Na área de entorno, num raio de até 20 km da CNAAA, existem 20 requerimentos protocolados junto ao DNPM. Estes processos estão discriminados na Tabela III.2. Plano de Controle Ambiental DIGV 98 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.2 - Autorizações e Concessões Minerais (Processos DNPM). Ano Processo Titular/Requerente Substância Local Município Área(ha) Situação Legal 1974 812660 Grama Granitos e Mármores Ltda gnaisse/granito Pedreiras Angra dos Reis 49 Concessão de Lavra 1975 811121 Márcio Cesar Leal Coqueiro Areia Rio Mambucaba Parati 984 Alvará de Pesquisa 1975 811122 Extração de Areia Santa Mônica Areia Rio Mambucaba Angra dos Reis 995 Alvará de Pesquisa 1988 890213 Conrado Henrique Niemeyer Granite Faz. Jurumirim Angra dos Reis 50 Alvará de Pesquisa 1989 890663 Fontex Importadora e Exportadora Ltda Tonalito Faz. Pedra Branca A. Reis/ Rio Claro 1000 Req. de Pesquisa 1991 890258 Quinzinho de Angra Mat. Construção Ltda Saibreira Faz. Ganiboia Angra dos Reis 3 Licenciamento 1991 890431 Apparício Alves do Amaral Filho Argila refratária Japuiba Angra dos Reis 34 Req. de Pesquisa (incompleto) 1991 890438 Eike Fuhrken Batista Água mineral Vila Velha Angra dos Reis 37,5 Alvará de Pesquisa 1991 890444 Antonio Tadeu Silva Areias ME Areia Faz. do Pontal Angra dos Reis 50 Licenciamento 1991 890460 Mat. de Construção e Areal Zé do Brejo Ltda Areia Sítio São Vicente Angra dos Reis 50 Req. de Pesquisa 1992 890172 Carlos de Souza Gomes Borges Água mineral Quinta dos Reis Angra dos 38,68 Alvará de Pesquisa Plano de Controle Ambiental DIGV 99 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Ano Processo Titular/Requerente Substância Local Município Área(ha) Situação Legal Reis 1992 890250 Marcos Kaiser Brasil Migmatito Faz.Jurumirim Angra dos Reis 995 Alvará de Pesquisa 1992 890253 Conrado Henrique Niemeyer Granite Faz.Jurumirim Angra dos Reis 423,75 Requerimento de Pesquisa (incompleto) 1992 890274 Ronaldo Rabello Russi Água mineral Sítio do Cambuca Angra dos Reis 50 Alvará de Pesquisa 1992 890297 Marcos Kaiser Brasil Quartzito para revestimento Bracui Angra dos Reis 47,50 Alvará de Pesquisa 1992 890298 Marcos Kaiser Brasil Quartzito para revestimento Florestão Angra dos Reis 244 Alvará de Pesquisa 1994 890095 Marcos Kaiser Brasil Granite Faz. Jurumirim Angra dos Reis 50 Requerimento de Pesquisa (incompleto) 1994 890126 Areal Itapicu Areia Faz. Conceição Angra dos Reis 50 Licenciamento 1994 890805 Extração de Areia Santa Mônica Ltda Ilmenita Rio Mambucaba Angra dos Reis 207 Requerimento de Pesquisa (incompleto) 1995 890027 Grama Granitos e Mármores Ltda Areia Rio Jurumirim Angra dos Reis 49 Licenciamento Fonte: PROSIG - Programa Sistemático de Informação Geológica e Overlays de Controle de Áreas do DNPM Plano de Controle Ambiental DIGV 100 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC III.1.2 GEOMORFOLOGIA A Geomorfologia das Áreas de Influência Direta e Indireta para o empreendimento está inserida no contexto da geomorfologia regional da porção oeste do Estado do Rio de Janeiro. Desta maneira, primeiramente serão apresentadas breves informações regionais e, posteriormente, o diagnóstico das Áreas de Influência. A rede de drenagem apresenta um forte controle estrutural com segmentos retilíneos acompanhando linhas de fraturas, geralmente perpendiculares à direção geral da escarpa, sendo por vezes muito profunda. O litoral é extremamente recortado, com intercalações de pontões rochosos e pequenas planícies que apresentam sedimentos marinhos, fluviais e coluviais. O mar é pontilhado de ilhas, separadas do continente por uma lâmina d’água pouco profunda e que possuem sempre grande semelhança litológica e estrutural com os pontões rochosos. A região apresenta ocorrências indiscriminadas de movimentos de massa devido às altas declividades existentes, sendo por vezes superiores a 40%, independentemente da cobertura florestal ou da ocupação humana. Estes movimentos de massa estão mais intimamente ligados à declividade e/ou a áreas de concentração de drenagem do que a litologia. As chuvas nessa região são acentuadas não apenas pela interação das massas úmidas marítimas com as escarpas, mas também pela passagem e semiestacionamento das frentes polares que, muitas vezes são em parte retidas nos pontões e reentrâncias do relevo local. Foi observado que são principalmente as chuvas de grande intensidade, locais e não regionais (podendo chegar a 300 mm de chuva em períodos de 24 h), que mais impulsionam os fenômenos de deslizamentos. Unidades de Relevo A região é constituída por duas unidades de relevo sendo uma formada por cristas e escarpas e a outra pelas baixadas. As escarpas apresentam um desnível médio de 700 m e são dissecadas por vales semiparalelos que se alternam com trechos com recortes menos profundos, intermediários entre os rios que descem a serra. Possuem ainda vertentes longas, de mais de 2 km de extensão. Como são constituídas por rochas gnáissicas ou graníticas, de fácil alteração em clima úmido, liberam grande quantidade de material, que associado à alta declividade (superior a 40%), é facilmente transportado encosta abaixo. Na parte superior das escarpas, a rocha é quase aflorante. Na zona intermediária da escarpa, observa-se uma zona coluvial fina, geralmente inferior a 3 m tornando-se mais espessa em direção ao sopé. O horizonte regolítico (horizonte C) conserva a mesma estrutura da rocha original, mas perde grande parte de sua resistência ao cisalhamento. Abaixo do horizonte C, no caso de a rocha estar muito fraturada, ocorrem zonas de matacões concordantes com as fraturas na rocha. Essas fraturas são favoráveis à penetração da água. No caso de a rocha ser maciça, o que ocorre geralmente nos granitos, a passagem do horizonte C para a rocha é mais abrupta, formando um plano onde são favorecidos os escorregamentos. Plano de Controle Ambiental DIGV 101 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC O comportamento do lençol freático é função da espessura do manto de alteração, onde o manto de alteração é espesso, os lençóis freáticos situam-se em seu interior. Quando o manto de alteração é pouco espesso e a transição para a rocha é abrupta, os lençóis passam a localizar-se neste contato, constituindo ambientes preferenciais de escorregamentos. Os depósitos ocorrentes nos sopés das escarpas estão relacionados às características morfológicas do trecho da vertente na qual estão situados, podendo ser classificados como depósitos de talús ou cones de dejeção, mais conhecidos como leques aluviais. Os primeiros ocorrem nos trechos menos recortados da escarpa e se caracterizam por apresentarem materiais grosseiros, matacões ou blocos semi-arredondados ou angulosos, de mais de 1 m de diâmetro envoltos em matriz areno-argilosa. Não possuem drenagem muito encaixada e a vertente evolui principalmente por movimentos de massa, que fornecem grande quantidade de material detrítico, que é transportado pelo escoamento superficial, ou desce pela ação da gravidade, formando no sopé, extensos depósitos de tálus. Já nas áreas dissecadas por drenagens aprofundadas, formam-se os cones de dejeção, também chamados de leques aluviais. Estes apresentam sedimentos grosseiros e blocos com até mais de 2 m de diâmetro. A declividade, porém, é menos acentuada nos cones do que nos depósitos de tálus e a matriz que ocorre nos cones pode ser menos argilosa, por ser mais freqüentemente lavada. Apresentam ainda a forma tradicional das drenagens torrenciais, em que a bacia de captação tem a forma de anfiteatro erosivo na borda da escarpa ou penetra pela superfície de topo do planalto através de um alvéolo que concentra a drenagem de uma bacia de recepção. O canal de escoamento é geralmente muito encaixado e possui poucos afluentes. Esses cones de dejeção, com concentração de drenagem e material detrítico pouco consolidados são áreas de alto potencial de deslizamentos. Morros isolados com vertentes convexas despontam em algumas baixadas, com altitudes inferiores a 100 m e por vezes apresentam depósitos coluviais espessos no contato com a planície. Esses morros representam antigas ilhas incorporadas ao continente por força do assoreamento flúvio-marinho ocasionados pela progradação da linha de costa. Dinâmica do Relevo A Serra do Mar é constituída principalmente por rochas graníticas e gnaíssicas, originada por processo de falhamento de caráter regional. Suas atuais formas de relevo são o produto de um intenso e longo processo de erosão diferencial que acumulou, ao longo do tempo, grandes volumes de detritos nas encostas e em seu sopé, evidenciando os efeitos de movimentos de massa de seu espesso manto de alteração. A interferência antrópica geralmente resulta na diminuição do já precário equilíbrio existente, fazendo com que as massas de detritos se movimentem à procura de uma nova condição de equilíbrio. Na formação e evolução do relevo regional os processos de escorregamento são os mais significativos, e entre eles destacam-se os rotacionais e os translacionais. Os principais condicionantes dos escorregamentos e processos correlatos na dinâmica ambiental brasileira são: Plano de Controle Ambiental DIGV 102 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC • Características climáticas, com destaque para o regime pluviométrico; • Características e distribuição dos materiais que compõem o substrato das encostas/taludes, abrangendo solos, rochas, depósitos e estruturas geológicas (xistosidade, fraturas, etc.); • Características geomorfológicas, com destaque para inclinação, amplitude e forma do perfil das encostas (retilíneo, convexo e côncavo); • Regime das águas de superfície e subsuperfície; • Características do uso e ocupação, incluindo cobertura vegetal e as diferentes formas de intervenção antrópica das encostas, como cortes, aterros, concentração de água pluvial, etc. Deve-se ter claro que, na maioria dos processos de instabilização de encostas e taludes, atuam mais de um condicionante, agente, causa ou fator, concomitantemente. Os escorregamentos rotacionais ocorrem em taludes de maior declividade e apresentam menores extensões, sendo também mais restritos na região que os translacionais. Assim com estes, os escorregamentos rotacionais podem ser de solo, rocha ou ambos, dependendo do volume relativo de material deslocado. Os escorregamentos translacionais, além das características semelhantes aos escorregamentos rotacionais, podem ocorrer em encostas menos íngremes e quase sempre atingem maiores extensões. Os escorregamentos translacionais de rocha constituem-se em movimentos de massas rochosas ao longo de descontinuidades, ou planos de fraqueza, existentes na rocha. Possuem escalas diversas, variando de um simples deslocamento de um matacão até a movimentação de grandes massas. Na região em estudo, os escorregamentos ocorrem onde existem planos de descontinuidade, mergulhando via de regra, para fora do talude e onde geralmente a condição de equilíbrio foi alterada o que normalmente ocorre nos cortes de estrada. Entre os planos de descontinuidades existentes podemos destacar os bandamentos, planos de xistosidade e fraturas, considerando-se que o mergulho das camadas é a inclinação máxima de equilíbrio na qual o talude apresenta estabilidade. No momento em que esses planos de descontinuidade são cortados por linhas de erosão, ou escavação, sua estabilidade será mantida apenas pelo atrito ao longo destes. Quando a água se infiltra nestes planos a mesma atua como um lubrificante, reduzindo o atrito e facilitando o escorregamento. Esses escorregamentos ocorrem, na maioria das vezes, dentro do manto de alteração, sendo estes te sua espessura condicionada por uma combinação de fatores, tais como: litologia, condições climáticas, tipo de drenagem e inclinação das encostas. Os escorregamentos translacionais do solo constituem-se em um movimento ao longo de uma superfície plana sendo que a massa que escorrega, geralmente apresenta forma tabular. Esses movimentos são rápidos (m/s) e em geral de grande poder de destruição. Se a quantidade de água na massa for grande, esses escorregamentos podem assumir o aspecto de corridas, se o movimento diminuir de velocidade, podem passar a atuar como rastejo. Plano de Controle Ambiental DIGV 103 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Temos como um exemplo destes escorregamentos na região o ocorrido ao norte da Usina de Angra, que destruiu um trecho da BR-101 hoje substituído por um viaduto. Ocorreu naquele local um corte no local onde existia um contato abrupto do horizonte C com a rocha sã, forma-se uma superfície lisa inclinada que favoreceu o escorregamento, fazendo rocha aflorar. A ação da água subterrânea é importantíssima no desenvolvimento desses movimentos, por isso muitos dos deslizamentos estão ligados às zonas de afloramento do lençol subterrâneo ou de concentração de drenagem. Contribui ainda, como mencionado anteriormente, além da ação natural, à ação antrópica, como nos cortes nas estradas, onde o solapamento de base pode ocasionar quedas de barreiras. Esses deslizamentos nunca deveriam ser estancados por muros que impedem o escoamento do lençol subsuperficial. O processo de queda de blocos também é significante na região e ocorre em penhascos ou taludes íngremes a muito íngremes, onde os matacões que estavam originalmente cobertos por uma massa detrítica são descobertos por erosão laminar ou deslizamentos de solo. Quando isto acontece, os mesmos ficam livres para a movimentação e podem rolar encosta abaixo, desde que haja declividade suficiente. Esta situação pode ser observada freqüentemente ao longo da BR-101, onde algumas encostas apresentam núcleos rochosos em meio ao manto semi-alterado. Além destas, as quedas podem ocorrer também nos cortes de estrada, especialmente quando esses cortes são feitos em maciços muito fraturados. Geomorfologia das Áreas de Influência As encostas existentes no entorno de Itaorna, entre elas a do empreendimento, são constituídas predominantemente por rochas gnáissicas recobertas por tálus e colúvio, nos locais mais íngremes, havendo ainda solo residual em locais de menor declividade. As encostas voltadas para Itaorna possuem declividades entre 30º e 40º. Estão presentes nas encostas voltadas para a CNAAA depósitos de solos residuais, colúvios e tálus O primeiro é originário do intenso intemperismo a que são submetidas as rochas na área, parte desse solo origina-se da decomposição de depósitos coluviais. Abaixo desse solo ocorre uma camada de rocha decomposta. A espessura de ambos, solo e rocha decomposta, variam entre 10 e 20 m (Weston, 6627-I). O embasamento rochoso de Itaorna é composto por gnaisses, granitos e alguns diques de rochas básicas. A rocha sã situa-se entre 20 e 30 m abaixo da superfície do terreno, sendo recoberta por solo residual, entre 10 e 20 m da superfície. Acima, o pacote sedimentar apresenta areias médias, intercaladas por lentes de areia fina, silte e raras lentes de argila (Weston 6627-I, Site geological cross sections n. 1-1', 2-2', 3-3', 4-4', 55', 6-6', 7-7', 8-8', 9-9'). Nas encostas da AII são observadas marcas de escorregamentos nos depósitos coluviais e de tálus que estão depositados diretamente sobre o solo residual. Os primeiros são constituídos por blocos de tamanhos variados imersos em matriz arenoargilosa enquanto os depósitos de tálus são mal selecionados e formados em ambientes de maior energia, principalmente na base de paredões rochosos. Plano de Controle Ambiental DIGV 104 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Na encosta à NW da CNAAA, dentro da AII, existia sinal de escorregamento inclusive com rachaduras no leito da BR-101. Essa encosta foi monitorada pela Eletronuclear onde foram realizados trabalhos de estabilização e contenção com a implantação através de sistemas de drenagem superficial e profunda e de uma cortina atirantada. III.1.3 PEDOLOGIA Descrição Regional (Municípios de Angra dos Reis e Parati) Na área que corresponde aos municípios de Angra dos Reis e Parati, as classes de solos identificadas foram mapeadas, individualmente ou em associações, tendo sido observados solos pertencentes a apenas 5 ordens definidas no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS - EMBRAPA, 1999). Os Cambissolos predominam em larga faixa de terreno nas encostas da Serra do Mar. Nesta região, nas porções mais afastadas da estrada, aparecem os Neossolos Litólicos nos locais de maior declividade. Em situações extremas, todo o manto de alteração já foi removido aparecendo apenas Afloramento Rochoso. A grande maioria dos processos erosivos associados a estas classes ocorre na forma de deslizamentos rasos e corridas de massa, devido principalmente às características topográficas. Em muitos locais esses processos atingem a BR-101. Os Cambissolos ali presentes se desenvolveram sob condições típicas para esta classe de solo. Como discutido anteriormente, são solos rasos, raramente atingindo espessuras maiores que 1,00 m, sendo o mais comum algo em torno de 0,50 m. As características morfológicas, físicas e químicas destes atestam o seu perfil de solo com desenvolvimento incipiente. As características deste solo refletem uma evolução descontínua, associada a fases de instabilidade na topografia, onde a pedogênese é interrompida por fases de morfogênese, devido à ocorrência de processos erosivos acelerados tais com voçorocamentos e deslizamentos, não permitindo ao solo um pleno desenvolvimento. Em geral, nas encostas com presença de Cambissolos, há uma elevada susceptibilidade à ocorrência de movimentos de massa, devido às condições de relevo acidentado e presença de solo disponível para ser transportado (mesmo que em volume limitado). Quando estes solos encontram-se em locais íngremes e com topografia côncava (anfiteatros ou hollows) a convergência dos fluxos de água e conseqüente saturação dos solos aumenta a susceptibilidade a deslizamentos. Os movimentos de massa gerados nesses locais assumem, com freqüência, a forma de corridas de massa, as quais possuem um poder de destruição muito grande. No caso da área de influência direta, os maiores riscos associados às corridas de massa estão nos efeitos que estas podem trazer à rodovia BR-101, envolvendo bloqueio parcial ou mesmo sua destruição da mesma. Estas porções do relevo devem ser identificadas e posteriormente investigadas com detalhe. Os Neossolos Litólicos se desenvolvem ao longo das encostas de maior declividade (quando comparadas com aquelas dos Cambissolos), as quais ocorrem, em geral, mais próximas aos divisores da Serra do Mar. Nessas encostas os solos ali desenvolvidos são sempre muito rasos, com espessuras inferiores a 0,50 m. Os movimentos de massa ali gerados, decorrentes da declividade elevada e da baixa capacidade de Plano de Controle Ambiental DIGV 105 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC armazenamento de água dos solos, removem apenas essa camada, não trazendo grandes problemas para a manutenção do tráfego de veículos nas estradas. O Latossolo Vermelho-Amarelo aparece em condições de relevo mais suaves do que aquelas associadas aos Cambissolos e Neossolos Litólicos. Na região ele é observado em duas situações topográficas distintas: nos maciços litorâneos e no planalto da Serra do Mar. Na primeira situação, a presença dessa classe assume importância pela proximidade da rodovia BR-101. Dentre os processos erosivos observados nos Latossolos Vermelho-Amarelo destacam-se os ravinamentos, voçorocamentos e deslizamentos. Na outra situação topográfica, ou seja, no planalto da Serra do Mar, os Latossolos Vermelho-Amarelo encontram-se associados ao relevo de colinas arrendondadas, com topos convexos bem suaves. Nestes locais, os processos erosivos ocorrem na forma de ravinas e voçorocas. Nas baixadas litorâneas, em geral cortadas pela BR-101, predominam os Neossolos Flúvicos. Estes solos são espessos, areno-argilosos e hidromórficos. Com freqüência ocorrem inundações e enchentes nestes locais, com destaque para as baixadas dos rios Mambucaba e Jurumirim. Nos cordões arenosos das restingas litorâneas aparecem Espodossolos. Nos dois municípios em questão os Argissolos aparecem apenas no planalto da Serra do Mar, em relevo de colinas arredondadas. Há um predomínio de Argissolo VermelhoAmarelo Eutrófico sobre o Distrófico. Em termos de processos erosivos, esta classe se assemelha muito ao Latossolo Vermelho-Amarelo observado também no planalto, observando-se predomínio de ravinas e voçorocas. Pedologia das Áreas de Influência A metodologia adotada para a elaboração do PCA do DIGV baseou-se no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Unidade 3 da CNAAA (Angra 3), no qual foram realizadas amostragens de campo para descrição dos perfis de solo existentes na região onde se localiza a CNAAA. O ponto 1 daquele estudo, que é o perfil estudado mais próximo do empreendimento, mostrando um solo do tipo latossolo localizado numa região limítrofe da AII, é descrito a seguir. Ponto 1: LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO. ÁLICO, BR-101 km 137. Classificação – LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO. ÁLICO A moderado textura argilosa fase floresta tropical perenifólia úmida relevo montanhoso. Localização – Corte situado no lado esquerdo da rodovia Rio-Santos, na altura do km 137, cerca de 1 km após a entrada para a Usina Nuclear (indo em direção à Parati) (Figura III.1). Vegetação – Floresta tropical perenifólia úmida. Relevo – Montanhoso. Altitude – 70 metros. Material originário – Desenvolvido a partir de saprolito de gnaisses, afetado por retrabalhamento por coluviação. Plano de Controle Ambiental DIGV 106 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Drenagem – Bem drenado. Uso agrícola – Pássagem de capim-gordura com ocorrência de sape. Figura III.1 – Visão geral da encosta onde foi levantado o perfil de solo definido como Ponto 1, cortada pela BR-101, logo após o trevo de entrada para as instalações da CNAAA. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol III (Eixo 3 – Geomorfologia e Solos)”, IGEO/UFRJ. A totalidade da AII e, conseqüentemente a AID, está inserida na unidade fisiográfica Encosta da Serra do Mar, apresentando predominantemente solos do tipo Cambissolos , que são solos rasos, pouco evoluídos, com minerais primários de fácil interperização ainda presentes no horizonte B; caracterizam estágios de evolução ainda incipientes associados, em geral, as condições de relevo (acidentado) ou clima, resultando em solos pouco profundos. Erodibilidade dos Solos Erosão é o processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rocha, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e organismos (plantas e animais). Distinguem-se duas formas de abordagem para os processos erosivos, a erosão natural ou geológica e a erosão acelerada ou antrópica. A primeira desenvolve-se em condições de equilíbrio com a formação do solo e a segunda, a intensidade é superior a formação do solo, não permitindo a sua recuperação natural. O processo erosivo do solo é acionado pelas chuvas e compreende os seguintes mecanismos: impacto das chuvas provocando a desagregação das partículas, remoção Plano de Controle Ambiental DIGV 107 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC e transporte pelo escoamento superficial e deposição dos sedimentos produzidos, formando depósitos de assoreamento. Dependendo das condições do escoamento superficial, a erosão pode ser laminar ou linear. A primeira é causada pelo escoamento difuso das águas das chuvas resultando na remoção progressiva e uniforme dos horizontes superficiais do solo. A erosão linear é causada pela concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em pequenas incisões na superfície do terreno, na forma de sulcos, que podem evoluir para ravinas. Podemos destacar os fatores naturais condicionantes que provocam a erosão, sendo eles: • Água da chuva: provoca a erosão pelo impacto das gotas de água sobre a superfície do solo, caindo com velocidade e energia variáveis. Sua ação erosiva depende da distribuição pluviométrica do evento chuvoso, ou seja, o acumulo e a intensidade da chuva. Chuvas torrenciais de grande intensidade, precedidas por período chuvoso anterior, que provocam a saturação dos solos, determinam eventos erosivos de grande velocidade de propagação, nos locais onde o regime de escoamento das águas é concentrado, com altos valores de vazão. • Cobertura vegetal: é o fator mais importante de defesa natural do solo contra a erosão, podendo a mesma ser natural, como a vegetação da Serra do Mar, quanto artificial ou cultural, como as plantações. Com a vegetação o solo dispõe de uma certa cobertura que exerce uma ação, maior ou menor, de proteção do solo contra as intempéries. A maior influência da cobertura vegetal é na distribuição da água da chuva pelos fenômenos de interceptação, escoamento pelos troncos e retenção na serrapilheira, a cobertura de restos orgânicos que cobre o solo. A parcela que atinge o solo é a que se infiltra. A água retida acima do solo, no edifício vegetal e na serrapilheira sofre evaporação e a parcela restante infiltra no solo, onde parte será extraída pelas raízes (transpiração) e outra parte poderá atingir o lençol freático. • Relevo: a influência do relevo na intensidade erosiva é determinada, principalmente, pela declividade e comprimento da rampa, da encosta ou da vertente, que interferem diretamente na velocidade de escoamento superficial das águas pluviais. Os terrenos com maiores declividades e maiores comprimentos de rampa apresentam maiores velocidades de escoamento superficial, e consequentemente, maior capacidade erosiva. Porém, uma encosta com baixa declividade e comprimento de rampa grande pode ter alta intensidade erosiva, desde que sujeita à grande vazão do escoamento das águas superficiais. • Solos: a textura, estrutura, permeabilidade e espessura são as principais propriedades dos solos que conferem maior ou menor resistência à ação erosiva das águas (erodibilidade). A textura influi na capacidade de infiltração e absorção da água da chuva, interferindo no potencial de enxurradas no solo e no grau de coesão entre as partículas. A estrutura (o arranjo das partículas do solo) influi na capacidade de infiltração e absorção da água da chuva, e no arraste de partículas do solo. A permeabilidade determina a maior ou menor capacidade de infiltração das águas da chuva, estando diretamente relacionada com a porosidade do solo. A espessura do solo determina o grau de saturação do mesmo, uma vez que em solos rasos ocorre uma rápida saturação dos horizontes superficiais, permitindo o desenvolvimento de enxurradas, e consequentemente, maior incidência de erosões. Já os solos profundos Plano de Controle Ambiental DIGV 108 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC apresentam maior capacidade de infiltração das águas pluviais minimizando o desenvolvimento de enxurradas. Porém, no caso de chuvas persistentes e prolongadas é possível a saturação destes solos. III.1.4 CLIMA E METEOROLOGIA Região Sudeste A Região Sudeste do Brasil é a região do país com maior variedades de tipos de clima. Ocorrem, desde o clima subtropical, da região sul, até o clima semi-árido, do nordeste. O tipo de relevo encontrado na região influência muito o clima. O planalto e serras do Leste-Sudeste, as serras acidentadas e picos acima de 2000 metros do interior se estendem por grande parte de São Paulo, Minas Gerais e uma faixa no Rio de Janeiro e Espírito Santo. As temperaturas variam bastante na região, a média fica baixo dos 17°C na serra da Mantiqueira e chega a ficar acima dos 25°C no sertão mineiro. No verão, as temperaturas atingem os 34°C no litoral dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, nas partes tropicais de Minas Gerais e também no oeste paulista. Nas partes mais altas, as temperaturas não chegam a ficar com freqüência acima dos 30°C, entretanto, nos dias mais quentes podem atingir valores de até 34°C, diferentemente da serra da Mantiqueira onde raramente chega-se a mais de 27°C. A temperatura pode chegar a 40°C no sertão de Minas Gerais. Já no inverno, algumas partes não apresentam diferença de temperatura, como o Espírito Santo e norte de Minas Gerais. Já nas partes altas as temperaturas mínimas ficam em 10°C, podendo diminuir com massas de ar polar. Em Campos do Jordão, por exemplo, as temperaturas mínimas médias em julho são de 4°C e em alguns dias chegam a ficar abaixo de 0°C. Quando massas de ar polar mais fortes atingem a região, podem ocorrer geadas no oeste e sul de São Paulo e na serra da Mantiqueira, onde a média é de mais de 15 geadas/ano. No interior de São Paulo raramente registram-se mais de 5 geadas/ano. O regime de chuvas da Região Sudeste é regular sem estação seca, com queda no índice no inverno, exceto no norte mineiro onde as chuvas são escassas. A média na região é de 1600 mm/ano. O Estado do Rio de Janeiro O clima predominante do Estado do Rio de Janeiro é caracterizado como Tropical Atlântico. As temperaturas médias anuais sobre o Estado variam de acordo com suas regiões de relevo diferenciado, sejam de altitude mais elevada, sejam de baixadas. Assim, este clima predominante indicado faz-se mais presente na região de baixada, onde as temperaturas médias anuais são variáveis entre 20° e 24°C, com máximas bastante superiores no verão, e regime de chuvas representado por índices pluviométricos superiores a 2000 mm anuais. Já nas regiões serranas, as temperaturas médias anuais são inferiores, abaixo de 20°C, e os índices pluviométricos variam entre 1500 mm e 2000 mm anuais. Segundo a classificação de Köeppen, o Estado do Rio de Janeiro registra os tipos climáticos Aw, Am, Af, Cfa, Cfb, Cwb- e Cwa. • Aw – Tropical, com chuvas de verão e invernos secos, ocorre na porção ocidental da baixada; Plano de Controle Ambiental DIGV 109 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC • Am – Tropical Úmido ou Sub-úmido, prevalece nas proximidades dos maciços e encostas baixas do município da capital, por efeito das chuvas de relevo. A temperatura média anual registra 24°C e a pluviosidade 1.250 mm anuais; • Af - Tropical Úmido ou super Úmido, com chuvas bem distribuídas no decorrer do ano, ocorre na porção mais rebaixada da escarpa do planalto (Serra do Mar), onde as chuvas de relevo determinam uma elevação de pluviosidade para 2.500 mm anuais; • Cfa – Tropical de Altitude, possui verões quentes e chuvas bem distribuídas, corresponde a porções elevadas da escarpa, onde a altitude provoca queda das temperaturas médias anuais para 20°C; • Cfb – corresponde a porções mais elevadas onde os verões já se fazem frios e a temperatura média anual cai para 18°C; • Cwb – Subtropical de Altitude, domina as porções mais elevadas do planalto, situadas junto à serra do Mar, o que determina a ocorrência de verões frios; • Cwa – Subtropical, nas partes mais rebaixadas do planalto, vale do rio Paraíba do Sul, onde os verões se fazem quentes, subindo as médias anuais para 20° C. A Figura III.2 mostra a temperatura média e a precipitação para o Estado do Rio de Janeiro nos anos 2000 e 2001, enquanto as Figuras III.3 e III.4 apresentam os dados de temperatura média e precipitação da região litorânea do Estado no período 19611990. Precipitação (mm) no período 2000 Precipitação (mm) no período 2001 Temperatura Média (ºC) no período 2000 Temperatura Média (ºC) no período 2001 Figura III.2 – Temperaturas médias e precipitações para o Estado do Rio de Janeiro, para os anos 2000 e 2001. (Fonte: INMET) Plano de Controle Ambiental DIGV 110 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.3 – Normais de Temperatura Média das regiões litorâneas do Estado do Rio de Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET). Figura III.4 – Normais de Precipitação das regiões litorâneas do Estado do Rio de Janeiro do período 1961-1990 (Fonte: SIMERJ/INMET). Áreas de Influência A localização do empreendimento, próximo ao Trópico de Capricórnio, o coloca matematicamente dentro da zona tropical do Hemisfério Sul, fazendo com que o clima local e regional deva ser tropical muito úmido e quente. Entretanto, existem alguns Plano de Controle Ambiental DIGV 111 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC fatores que diversificam os climas locais e regionais, tais como correntes oceânicas, altitude e posição em relação às serras que ocorrem ao redor da área de referência. Segundo informações colhidas através de dados secundários, há climas pertencentes aos grupos A e C da classificação de Köeppen dentro de um raio de cerca de 80 km da CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma diferenciação (Am). Este tipo climático é referência para as florestas tropicais e este ocorre também no sítio da Central Nuclear e na cidade de Angra dos Reis (ver Tabelas III.3e III.4 e Figura III.5). No grupo C da classificação climática de Köeppen, encontram-se os tipos f e w, com diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde a temperatura média do mês mais frio varia entre 18o C e -3o C, enquanto a temperatura média do mês mais quente fica acima de 10o C. O tipo f corresponde ao clima que possui chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca. O mês mais seco possui pelo menos 30 mm de precipitações. Na área de Angra, esse tipo de clima surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a demonstra verão quente e a temperatura média do mês mais quente acima de 22o C. Já a diferenciação b indica um verão brando e temperatura média mensal mais quente abaixo de 22o C. Os climas do grupo Cw, encontrados na área de Angra, possuem a estação seca ocorrendo no inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das latitudes tropicais e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções. Na região, esse tipo de clima aparece com as diferenciações a e b, já descritas. Cabe esclarecer que o clima é o resultado da integração de situações meteorológicas. O clima de um lugar é determinado por fatores geográficos e dinâmicos. Os fatores geográficos podem ser compreendidos como a posição (latitude) e a distância do mar. Plano de Controle Ambiental DIGV 112 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC ESTAÇÃO DA CIDADE DE ANGRA DOS REIS NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE 1961-1990 290 280 270 260 CHUVAS 250 EVAPORAÇÃO 240 INSOLAÇÃO 230 CHUVA MÁXIMA DE 24 HS INTENSIDADE DAS CHUVAS E DA EVAPORAÇÃO (mm) INSOLAÇÃO EM HORAS 220 210 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez CHUVAS NORMAIS MENSAIS, CHUVA MÁXIMA DE 24 HORAS INSOLAÇÃO MENSAL E TAXA DE EVAPORAÇÃO. Figura III.5 – Normais climatológicas da Estação de Angra dos Reis para o período 1961-1990 (Fonte: EIA/Angra 2). A latitude determina a quantidade de insolação recebida durante o ano e como conseqüência o maior potencial para evaporação de água. Outro fator climático importante é o relevo, não só a altitude, mas também a posição relativa aos acidentes orográficos, já que é notadamente conhecida a interação dos fatores estáticos com os dinâmicos. Fatores Geográficos do Clima A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo (Figura III.6). As escarpas da Serra do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km, em torno da Central, são encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs bastante amplos acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada Plano de Controle Ambiental DIGV 113 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC atmosférica acima da camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da atmosfera. A camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, uma outra camada de mistura se forma, assim como uma nova estratificação das camadas de ar. Figura III.6 – Vista da região da CNAAA de uma posição a 45 graus acima do horizonte, a sudoeste (Fonte: EIA/Angra 2). A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera. Tal estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica, o ar quente e úmido gerado pela insolação diária, nas baixadas, não ultrapassa os limites verticais da camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas do mar, que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, é barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno, em poucas horas sobre eles desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales. A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar nuvens, dando início à formação de grandes células térmicas que, freqüentemente, terminam em precipitações e trovoadas. Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e pela formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das precipitações apresentam grandes contrastes. De um lado de uma montanha podem ser medidos índices de mais de 3000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o valor pode ser a metade. Plano de Controle Ambiental DIGV 114 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Fatores Dinâmicos do Clima Segundo o Estudo de Impacto Ambiental – EIA, da usina Angra 3, os fatores geográficos como maritimidade, continentalidade, relevo, latitude e correntes oceânicas, agem interativamente com os sistemas de circulação atmosférica global e regional. Durante todo o ano, nas regiões tropicais do Brasil, os ventos da baixa Troposfera são de SE a NE. Esses ventos se originam no centro de ação do Anticiclone do Atlântico Sul. Nas áreas dos anticiclones existe movimento subsidente do ar das camadas mais altas. Esta é uma característica intrínseca ao seu movimento de rotação. O ar, ao baixar de nível, fica submetido à maior pressão; em resposta ao ajuste ao novo estado de equilíbrio termodinâmico, sua temperatura aumenta. Desse modo, toda a baixa Troposfera apresenta-se estável. O aquecimento da superfície pelo sol nem sempre é suficiente para gerar células convectivas com força para penetrar acima do limite da camada de mistura. Imediatamente acima da camada de mistura turbulenta, se estabelece uma camada de ar muito seca e quente. Abaixo desta camada o ar é úmido e quente. A massa de ar do anticiclone mostra-se homogênea por toda sua extensão. Nessa condição de estabilidade atmosférica não há possibilidade de se formarem nuvens ocorrerem chuvas, dessa maneira, sob os anticiclones, o tempo é estável e ensolarado. Quando os ventos alísios a Leste se intensificam e as velocidades aumentam acima de 2,5 m/s, no lado a barlavento das serras pode ocorrer a formação de chuvas leves. No outono e inverno, ao longo das serras fluminenses, é comum esse tipo de precipitação. Essa situação de tempo estável só é interrompida pela passagem de uma onda de baixa pressão ou sistema frontal. Nessas ocasiões, a camada de inversão térmica se rompe, aumenta a turbulência do ar, os ventos mudam de direção e ficam mais fortes, formam-se nuvens e quase sempre chove. O ar poluído da camada limite se mistura nas altas camadas da atmosfera e é transportado para longe. Plano de Controle Ambiental DIGV 115 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.3 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2). Pressão Temperatura média Temperatura máxima Temperatura mínima Temperatura máxima absoluta Temperatura mínima absoluta (oC) (oC) (oC) (oC) 26,0 29,8 22,6 38,5 — 01/69 15,3 — 17/63 1011,6 26,4 30,4 23,1 39,3 — 11/66 17,1 — 09/63 Mar 1012,6 25,8 29,5 22,5 37,4 — 18/83 16,3 — 18/64 Abr 1014,7 24,0 27,6 20,8 35,3 — 01/87 12,8 — 25/71 Mai 1016,4 22,2 26,2 18,9 35,1 — 02/71 12,8 — 17/63 Jun 1018,3 20,6 25,0 17,1 32,8 — 13/70 9,8 — 18/88 Jul 1019,3 20,2 24,6 16,5 33,8 — 15/77 10,1 — 28/64 Ago 1017,8 20,7 25,0 17,2 36,0 — 31/83 9,4 — 12/88 Set 1017,0 21,3 24,9 18,2 36,4 — 26/74 11,0 — 05/64 Out 1014,6 22,3 25,6 19,3 35,8 —26/74 13,4 — 21/62 Nov 1012,6 23,5 27,0 20,4 37,2 — 26/74 13,7 — 13/64 Dez 1011,2 24,9 28,6 21,7 38,8 — 18/80 14,4 — 29/63 Anual 1014,8 23.2 27,0 19,8 39,3 — 11/02/66 9,4 — 12//08/88 Mês (hPa) (oC) Jan 1011,0 Fev Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990. Plano de Controle Ambiental DIGV 116 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.4 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade (Fonte: EIA/Angra 2). Mês Precipitação total (mm) Precipitação máxima em 24 hs (mm — Data) Evaporação total Insolação total Nebulosidade (mm) (Horas) (0 — 10) Dias chuvosos Umidade relativa (%) Jan 276,4 285,6 — 23/67 59,8 173,5 7,0 17 81,0 Fev 240,2 203,8 — 26/71 57,1 176,1 7,0 14 80,0 Mar 237,1 164,5 — 17/68 54,8 171,6 7,0 14 81,0 Abr 189,5 191,2 — 19/85 46,8 146,5 7,0 13 82,0 Mai 109,0 105,0 — 28/71 45,2 159,5 6,0 11 82,0 Jun 78,3 76,1 — 07/87 42,2 147,3 5,0 9 82,0 Jul 76,2 141,0— 03/86 46,2 159,9 5,0 8 81,0 Ago 78,2 138,9 — 28/71 46,7 149,0 6,0 9 81,0 Set 116,0 73,4 — 25/77 44,3 120,2 7,0 13 82,0 Out 144,1 89,0 — 16/61 46,2 121,1 8,0 16 83,0 Nov 166,6 103,2 — 03/72 49,4 128,2 8,0 16 82,0 Dez 265,0 191,4 — 22/65 56,6 128,8 8,0 18 82,0 Anual 1976,7 285,6 — 23/01/67 595,4 1781,7 7,0 158 82,0 Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990. Plano de Controle Ambiental DIGV 117 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Temperatura As temperaturas máximas em Angra dos Reis ocorrem no mês de fevereiro, portanto no meio do verão e as mínimas em julho. A temperatura média da Cidade foi de 23,2ºC. A média das máximas de 27,0ºC e a média das mínimas de 19,8ºC. A temperatura máxima absoluta da série foi registrada em 11/02/66 e atingiu a marca de 39,3ºC, enquanto, a mínima absoluta só foi registrada em 12/08/88 e seu valor é 9,4oC. Pressão Atmosférica A pressão atmosférica média na estação de Angra foi de 1014,8 hPa, dada a altura da cuba do barômetro de somente 2,8 m acima do nível médio do mar, deduz-se que esta pressão reduzida ao nível do mar seria de 1015,1 hPa; pressão característica das áreas das cristas de altas subtropicais. Nos meses quentes de novembro a março, as pressões normais de Angra dos Reis e Guaíba ficam abaixo do valor da pressão padrão ao nível do mar, que é de 1013,25 hPa. Essa pressão mais baixa reflete o recuo do Anticiclone do Atlântico Sul para o oceano. Precipitações Em Angra dos Reis, as médias das chuvas mensais ficam acima de 70 mm. As chuvas de inverno podem ser atribuídas às entradas das fracas frentes frias de inverno, associadas aos efeitos orográficos. As grandes chuvas acontecem de outubro a abril. A taxa anual de precipitação em Angra foi 1976,7 mm e seu mês mais chuvoso é janeiro com 276,4 mm. A precipitação máxima de 24 horas, em Angra, durante o período das Normais, foi de 285,6 mm e ocorreu a 23/01/67. A precipitação máxima de 24 horas pode ser produzida por uma única nuvem de tempestade localizada, conhecida pelos meteorologistas como cumulus nimbus (CB). Muitas vezes a chuva não dura mais do que uma hora. Embora localmente seu impacto seja grave, principalmente se atinge uma grande cidade, não afeta as regiões a jusante e ao redor de forma significativa. Em Angra dos Reis, ocorrem, em média, 158 dias chuvosos por ano, segundo valores das Normais. Nas regiões tropicais, devido à natureza dos processos físicos geradores das chuvas, principalmente de células convectivas, e devido aos efeitos orográficos, as precipitações apresentam variabilidade espacial de caracter aleatório, embora a topografia e a proximidade ao mar sejam fatores estáticos que aumentam as probabilidades de determinados locais receberem maiores taxas de chuvas. As grandes chuvas sistemáticas são intensificadas pelos fatores locais. Umidade, Nebulosidade, Insolação e Evaporação A umidade média do ar em Angra é de cerca de 81% e esse valor não se altera muito durante o ano. A nebulosidade varia de 50% no inverno a 80% no verão, sendo a média em torno de 70%, enquano o número de horas normais de insolação por ano em Angra é 1781,7. Plano de Controle Ambiental DIGV 118 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A taxa de evaporação normal é de 595,4 mm/a, para precipitações normais de 1976,7 mm/a. A taxa de evaporação depende mais da ventilação que da insolação, como pode ser observado em Angra dos Reis, onde há maior ventilação. Clima das Áreas de Influência A área da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, onde será implantado o empreendimento, possui um microclima típico de região litorânea tropical, influenciada por fatores como latitude e longitude, proximidade do mar, topografia, natureza da cobertura vegetal e, sobretudo, as ações das circulações atmosféricas de larga e meso-escalas, como frentes frias e brisas marítimas/terrestres, respectivamente. São analisados, a seguir, os parâmetros mais relevantes para a caracterização climatológica em Angra dos Reis - RJ, por meio dos parâmetros: direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, precipitação pluviométrica, evaporação, insolação, radiação solar e nebulosidade. Numa primeira avaliação foram combinadas as diversas informações climatológicas oriundas do Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, e dos dados do período 1968-98 originados no National Center of Environmental Prediction – NPCEP dos Estados Unidos da América do Norte, o que permitiu caracterizar regionalmente os parâmetros meteorológicos mais relevantes da região onde se localiza o empreendimento e entorno. Complementarmente, foram usadas as informações locais das quatro torres meteorológicas instaladas na área, sendo que uma delas (a denominada Torre A) apresenta três níveis distintos (100 m, 60 m e 10 m), onde em cada um deles existe um sensor de vento (direção e velocidade) e de temperatura do ar. Nas demais torres (denominadas Torres B, C e D) apenas são medidas, as direções e velocidades dos ventos. A distribuição das torres meteorológicas existentes na área da CNAAA pode ser vista na Figura III.7. Estas se encontram estrategicamente distribuídas no entorno das Unidades 1 e 2 e, posteriormente 3, permitindo uma gestão ambiental mais eficaz por parte da Eletronuclear. Segundo informações colhidas para a confecção do Estudo de Impacto Ambiental da Usina de Angra 3, há climas pertencentes aos grupos A e C da classificação de Köeppen dentro de um raio de cerca de 80 km da CNAAA. No primeiro grupo há o tipo (Af) e uma diferenciação (Am). Este tipo climático é referência para as florestas tropicais e este ocorre também no sítio da Central Nuclear e na cidade de Angra dos Reis (ver Tabelas III.5 e III.6). Esse mesmo tipo de clima é também encontrado na Ilha de Guaíba, já na Baía de Sepetiba. No grupo C da classificação climática de Köeppen, encontram-se os tipos f e w, com diferenciações a e b. Os climas do grupo C são encontrados nas latitudes médias, onde a temperatura média do mês mais frio varia entre 18ºC e -3ºC, enquanto a temperatura média do mês mais quente fica acima de 10ºC. O tipo f corresponde ao clima que possui Plano de Controle Ambiental DIGV 119 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC chuvas distribuídas durante todo ano, sem estação seca. O mês mais seco possui pelo menos 30 mm de precipitações. Figura III.7 – Localização das torres meteorológicas da CNAAA Fonte: Angra 3 Preliminary Safety Analysis Report (PSAR) – Rev 0 – Abril, 2002 Na área de Angra, esse tipo de clima surge com as diferenciações a e b. A diferenciação a demonstra verão quente e a temperatura média do mês mais quente acima de 22º C. Já a diferenciação b indica um verão brando e temperatura média mensal mais quente abaixo de 22ºC. Os climas do grupo Cw, encontrados na área de Angra, possuem a estação seca ocorrendo no inverno. Este é o tipo de clima achado nas regiões montanhosas das latitudes tropicais e subtropicais, onde predominam as chuvas de monções. Na região, esse tipo de clima aparece com as diferenciações a e b, já descritas. Plano de Controle Ambiental DIGV 120 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A área do empreendimento é caracterizada pelo contraste de relevo. As escarpas da Serra do Mar chegam junto ao litoral. Em um raio de 80 km, em torno da CNAAA, são encontradas montanhas com altitudes superiores a 2500 m e platôs bastante amplos acima de 1300 m. As terras altas da região estariam numa camada atmosférica acima da camada de mistura existente sobre as baixadas litorâneas. Os montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da atmosfera. A camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, uma outra camada de mistura se forma, assim como uma nova estratificação das camadas de ar. A escarpa das serras é uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera. Tal estrutura forma um local de turbulência e instabilidade térmica, o ar quente e úmido gerado pela insolação diária, nas baixadas, não ultrapassa os limites verticais da camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. O movimento das brisas do mar, que tenta empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, é barrado pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno e em poucas horas, sobre eles, desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales. A umidade ascendente pode atingir níveis de condensação e formar nuvens, dando início à formação de grandes células térmicas que, freqüentemente, terminam em precipitações e trovoadas. Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e pela formação de células convectivas locais que a distribuição espacial das precipitações apresentam grandes contrastes. De um lado de uma serra podem ser medidos índices de mais de 3.000 mm/ano de chuva, enquanto do lado oposto, o valor pode ser a metade. Plano de Controle Ambiental DIGV 121 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.5 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas das temperaturas e da pressão atmosférica Pressão Temperatura média Temperatura máxima Temperatura mínima Temperatura máxima absoluta Temperatura mínima absoluta (hPa) (oC) (oC) (oC) (oC) (oC) Jan 1011,0 26,0 29,8 22,6 38,5 — 01/69 15,3 — 17/63 Fev 1011,6 26,4 30,4 23,1 39,3 — 11/66 17,1 — 09/63 Mar 1012,6 25,8 29,5 22,5 37,4 — 18/83 16,3 — 18/64 Abr 1014,7 24,0 27,6 20,8 35,3 — 01/87 12,8 — 25/71 Mai 1016,4 22,2 26,2 18,9 35,1 — 02/71 12,8 — 17/63 Jun 1018,3 20,6 25,0 17,1 32,8 — 13/70 9,8 — 18/88 Jul 1019,3 20,2 24,6 16,5 33,8 — 15/77 10,1 — 28/64 Ago 1017,8 20,7 25,0 17,2 36,0 — 31/83 9,4 — 12/88 Set 1017,0 21,3 24,9 18,2 36,4 — 26/74 11,0 — 05/64 Out 1014,6 22,3 25,6 19,3 35,8 —26/74 13,4 — 21/62 Nov 1012,6 23,5 27,0 20,4 37,2 — 26/74 13,7 — 13/64 Dez 1011,2 24,9 28,6 21,7 38,8 — 18/80 14,4 — 29/63 Anual 1014,8 23.2 27,0 19,8 39,3 — 11/02/66 9,4 — 12//08/88 Mês Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990; (Fonte: EIA/Angra 2). Plano de Controle Ambiental DIGV 122 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.6 – Estação de Angra dos Reis. Normais climatológicas (precipitações, da evaporação, da umidade relativa, da insolação e nebulosidade) Mês Precipitação total (mm) Precipitação máxima em 24 hs Evaporação total (mm — Data) (mm) Insolação total (Horas) Nebulosidad e (0 — 10) Dias chuvosos Umidade relativa (%) Jan 276,4 285,6 — 23/67 59,8 173,5 7,0 17 81,0 Fev 240,2 203,8 — 26/71 57,1 176,1 7,0 14 80,0 Mar 237,1 164,5 — 17/68 54,8 171,6 7,0 14 81,0 Abr 189,5 191,2 — 19/85 46,8 146,5 7,0 13 82,0 Mai 109,0 105,0 — 28/71 45,2 159,5 6,0 11 82,0 Jun 78,3 76,1 — 07/87 42,2 147,3 5,0 9 82,0 Jul 76,2 141,0— 03/86 46,2 159,9 5,0 8 81,0 Ago 78,2 138,9 — 28/71 46,7 149,0 6,0 9 81,0 Set 116,0 73,4 — 25/77 44,3 120,2 7,0 13 82,0 Out 144,1 89,0 — 16/61 46,2 121,1 8,0 16 83,0 Nov 166,6 103,2 — 03/72 49,4 128,2 8,0 16 82,0 Dez 265,0 191,4 — 22/65 56,6 128,8 8,0 18 82,0 Anual 1976,7 285,6 — 23/01/67 595,4 1781,7 7,0 158 82,0 Número da estação: 83788; Localização: Centro da cidade de Angra dos Reis; Coordenadas geográficas: (23,01o S; 44,19o W); Altitude da cuba do barômetro acima do NMM: Hz = 2,80 m; Período coberto pelos dados: 1961 — 1990; (Fonte: EIA/Angra 2). Plano de Controle Ambiental DIGV 123 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC III.1.5 RECURSOS HÍDRICOS Esta parcela do estudo vislumbra caracterizar e diagnosticar os recursos hídricos em seus aspectos de qualidade, quantidade, dos seus múltiplos usos, dinâmica e os fatores ambientais críticos do ponto de vista do empreendimento, o Depósito Inicial dos Geradores de Vapor. Tais interferências ou possibilidades são delimitadas territorialmente pelas áreas de influência direta e indireta, já descritas e justificadas anteriormente. Serão consideradas neste estudo, através de dados secundários disponibilizados principalmente pela Eletronuclear, as águas subterrâneas, superficiais e marítimas da área de influência, além de breve descrição e caracterização dos recursos hídricos da região de entorno. III.1.5.1 Dados plúviométricos e fluviométricos O tratamento aplicado aos dados levantados buscou fundamentar o conhecimento do comportamento dos processos hidrológicos, objetivando, em última instância, fornecer subsídios para o gerenciamento dos recursos hídricos nas áreas de influência do empreendimento. As análises realizadas enfocaram a variabilidade das condições hidrológicas uma vez que as situações de abundância e escassez relativa mostram-se de extrema importância na região considerada, vinculando-se aos processos de enchentes e aos problemas de abastecimento de água potável à população. Os dados de precipitação analisados foram obtidos de duas fontes principais: • Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), compreendendo as normais climatológicas dos períodos de 1931 a 1960 e de 1961 a 1990, oriundos da estação meteorológica gerenciada por esse órgão situada na cidade de Angra dos Reis; • Agência Nacional de Águas (ANA), que forneceu as séries históricas das estações operadas pela Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM) situadas nas AID e AII do empreendimento. As normais climatológicas analisadas corresponderam à precipitação total mensal e anual, cujos dados auxiliaram na caracterização do regime de chuvas na região considerada, assim como as normais de precipitação máxima em 24 horas, dada a sua importância para o dimensionamento das condições que levam a episódios de enchentes. As séries históricas fornecidas pela ANA abrangem dados mensais e diários de precipitação e vazão, o que a princípio permite o detalhamento do comportamento da pluviosidade e/ou do regime de vazões dos cursos d’água nos locais em que se situam. No entanto, essas séries possuem inúmeros problemas tanto no que diz respeito à falta de dados relativos a alguns meses como no tocante ao tratamento de consistência de dados, tendo sido observadas lacunas no preenchimento de valores de vários dias ou mesmo de meses inteiros não só nos dados brutos mas também naqueles classificados como consistidos. Para uma análise mais detalhada do comportamento da precipitação visando à avaliação das condições propícias à ocorrência de enchentes, foram selecionadas três estações pluviométricas situadas mais próximas às três estações fluviométricas existentes na área Plano de Controle Ambiental DIGV 124 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC considerada para estudo (Tabela III.7), e, para essas estações, selecionados alguns anos, dentre aqueles que apresentavam a série completa e consistida, com totais pluviométricos anuais e vazão média anual mais baixos e mais elevados, sendo eles, respectivamente, os anos de 1990 (mais baixos) e 1985, 1986 e 1996 (mais elevados). Tabela III.7 – Estações plúvio e fluviométricas selecionadas para análises detalhadas Nome Tipo de Estação Bacia Hidrográfica Fazendas das Garrafas Plúvio e fluviométrica alto curso do Rio Mambucaba Fazenda Fortaleza Fluviométrica baixo curso do Rio Mambucaba Vila Mambucaba Pluviométrica baixo curso do Rio Mambucaba Parati Fluviométrica Rio Perequê-Açu São Roque Pluviométrica Rio Perequê-Açu Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Os dados dessas estações foram acessados, avaliados e trabalhados mediante a realização de cálculos e gráficos e, ainda, submetidos a análises estatísticas (obtenção de parâmetros como média, desvio-padrão, mediana e moda), executadas para o conjunto das estações pluviométricas e fluviométricas. As análises de freqüência de chuvas para a série histórica das estações foram também efetuadas empregando-se as classes recomendadas pelo INMET: 0-2,5 mm, 2,5-5 mm, 510 mm, 10-15 mm, 15-25 mm, 25-50 mm, 50-100 mm e >100 mm. No caso das estações selecionadas para estudos detalhados (para os anos 1985, 1990 e 1996), as classes de freqüência a partir de 50 mm foram subdivididas em intervalos de 25 mm, constituindo as seguintes classes: 50-75 mm, 75-100 mm, 100-125 mm, 125-150 mm, 150-175 mm, 175200 mm e >200 mm. Para as estações pluviométricas selecionadas, efetuou-se também a análise da ocorrência de dias consecutivos de chuva, que foi avaliada em conjunto com a freqüência de precipitações moderadas e elevadas. Foram realizadas correlações estatísticas entre os dados diários de pluviosidade dessas estações e os dados de vazão, buscando-se avaliar a relação precipitação/vazão nas bacias abrangidas pelas estações selecionadas. Com base nos dados de vazão dos rios Mambucaba e Perequê-Açu, foram confeccionadas curvas de permanência, visando detectar a freqüência dos diferentes valores de vazão observados na série histórica. As curvas de permanência foram construídas com base nos dados diários, de modo a subsidiar tanto a avaliação dos episódios de enchentes como das vazões mínimas, aspecto fundamental para o abastecimento de água na região. Plano de Controle Ambiental DIGV 125 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Procedeu-se, ainda, a um levantamento das ocorrências de enchentes nos livros de registro de atendimento da Defesa Civil Municipal de Angra dos Reis, a fim de estabelecer relações entre os eventos de enchentes e os dados de chuva e vazão documentados nas estações analisadas. A partir desse levantamento, foram confeccionados, para os meses com registro de enchentes, gráficos relacionando os dados diários de vazão e precipitação. III.1.5.2 Recursos Hídricos Superficiais Toda a região dos municípios de Angra dos Reis e Parati apresenta características hidrodinâmicas semelhantes: é formado por inúmeras microbacias que têm suas nascentes na Serra do Mar e contribuem para a Baía da Ilha Grande, com pequenas áreas de contribuição e grandes declividades. Os rios principais destas bacias deságuam diretamente no mar e apresentam pequenas vazões. O verão representa o período de maiores vazões, enquanto o inverno as menores, caracterizando estes cursos de água como rios de regime tropical austral. A região possui planícies costeiras pouco desenvolvidas e, às vezes inexistentes, pois a paisagem é marcada muitas vezes com o encontro direto das encostas da serra com o mar. Os principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati são apresentados na Tabela III.8. Tabela III.8 – Principais rios dos municípios de Angra dos Reis e Parati Rio Extensão (km) Jacuecanga 10,3 Japuíba 12,5 Ariró 17,5 Paca Grande/Bracuí 31,5 Grataú 10,3 Frade 6,0 Mambucaba 58,0 Barra Grande 15,0 Pequeno 15,1 Pequeno Açu 21,0 Mateus Nunes 15,0 Parati Mirim 22,0 Fonte: EIA Angra 3 (ELETRONUCLEAR) Cota das Nascentes (m) 1.400 1.400 1.100 1.500 1.200 600 2.000 1.500 1.500 1.500 1.200 800 Declividade Média (m/km) 136 112 63 48 116 100 34 100 100 71 80 36 A Tabela III.8 mostra que os dois maiores rios da região são o Paca Grande/Bracuí e o Mambucaba. O rio Mambucaba, o de maior vazão, possui nascentes no platô da serra da Bocaina, no estado de São Paulo. Sua bacia hidrográfica possui 757 km2 de área e perímetro de aproximadamente 155 km. A área de influência indireta contém duas microbacias de drenagem que deságuam na área compreendida pela CNAAA (a maior drena para Itaorna e possui 379 ha, enquanto a menor drena para a Ponta Grossa e possui 118 ha). Plano de Controle Ambiental DIGV 126 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Dois canais de drenagem, Canal 2 e Canal 5, estão situados na maior microbacia, que está voltada para Itaorna. O Canal 2 tem uma vazão estimada em cerca de 100 m3/s para um tempo de recorrrência de 1.000 anos, enquanto o Canal 5 tem uma vazão aproximada de 60 m3/s, para o mesmo período de recorrência. Estes canais drenam todas as águas provenientes das encostas, servindo assim como um cinto de drenagem das áreas das usinas, descarregando tais águas superficiais diretamente no mar. No entorno da Unidade II-B e Prédio de Monitoramento do DIRR, já existem dispositivos de drenagem, projetados e dimensionados através de estudos hidrológicos e topográficos. Usos das Águas pela Eletronuclear A Eletronuclear utiliza três mananciais. Dois que atendem as vilas residenciais (ETN 2 e ETN 3) e um que abastece a CNAAA, ETN 1, no Rio do Frade. Estes pontos de captação podem ser visualizados no Anexo 11 deste PCA (Mapa de Recursos Hídricos). Estas águas recebem tratamento (mistura rápida, floculação, decantação, filtração e cloração) antes de chegar ao consumo. Qualidade das Águas A análise da qualidade das águas de superfície, foram executadas com base nos estudos realizados durante a execução do Estudo de Impacto Ambiental – EIA da Unidade 3 da CNAAA – Angra 3, sendo realizadas as seguintes atividades: • Avaliação das características geomorfológicas/geológicas e de uso e cobertura do solo das bacias; • Amostragem das águas de superfície em cursos fluviais selecionados como representativos dos padrões identificados; • Envio para os laboratórios responsáveis pelo processamento de análises químicas, físico-químicas e microbiológicas; • Comparação dos resultados obtidos com a legislação que regulamenta os limites de tolerância dos seres humanos aos contaminantes. No contexto desses estudos, é importante destacar a existência de uma grande variedade de leis e regulamentações no que concerne à exposição máxima tolerável a substâncias químicas na água. Mesmo em países desenvolvidos, existem muitas controvérsias relacionadas à regulamentação desses limites, dada a incerteza, principalmente, devida ao sinergismo entre os contaminantes. No Brasil, as principais regulamentações referentes aos limites de exposição a contaminantes nas águas foram definidas por instituições como o Conama (através da Resolução N° 357/05), o Ministério da Saúde (através da Portaria 518/04 – Procedimentos e Responsabilidades Relativos ao Controle e Vigilância da Qualidade da Água para o Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade), além de órgãos estaduais de meio ambiente, como a Cetesb e a Feema. Os valores fixados por essas instituições como limites de tolerância dos constituintes das águas considerados potencialmente tóxicos são bem próximos aos fixados pelas instituições internacionais. Plano de Controle Ambiental DIGV 127 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Na seleção dos pontos de amostragem, considerou-se, além das características das áreas drenadas pelas redes fluviais de diferentes magnitudes, a existência de pontos de captação para abastecimento da população, tendo-se procurado efetuar coletas em, ao menos, dois pontos ao longo dos cursos fluviais escolhidos como representativos: no baixo curso/desembocadura e no médio curso e/ou próximo às nascentes. As coletas de água superficial foram realizadas em duas campanhas de campo: uma realizada em outubro de 2002; e outra em janeiro de 2003. A programação das campanhas teve por objetivo considerar a variação sazonal no comportamento hidrológico dos cursos fluviais. As amostras coletadas foram encaminhadas ao Laboratório de Análise Ambiental e Mineral (LAM) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ao laboratório Innolabe do Brasil Ltda. Análises realizadas: • dureza; Físico-Químicas: pH, turbidez, oxigênio dissolvido, sólidos em suspensão, • (DQO); Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e Demanda Química de Oxigênio • Determinação de Metais: sódio, potássio, magnésio, cálcio, alumínio, cromo; manganês, ferro, níquel, cobre, zinco, cádmio, chumbo, mercúrio e bário; • Determinação de não-metais: cloreto, sulfato, fluoreto, nitrito, nitrato, arsênio, fósforo total e nitrogênio; • Determinação de tensoativos; • Determinação de Fenóis; • Análise Bacteriológica. Resultados: • Em todos os pontos amostrados, o parâmetro tubidez encontra-se dentro do limite especificado pela legislação (40-100 UNT). • Todas as amostras analisadas apresentaram com o teor de oxigênio dissolvido acima do especificado pela legislação. É importante destacar que a solubilidade do OD nos corpos d´água varia com altitude e temperatura. Ao nível do mar, na temperatura de 20oC, a concentração de saturação é igual a 9,2 mg/L. Valores de OD superiores à saturação são indicativos da presença de algas (fotossíntese). • Foram encontrados valores altos de cloretos nos Rios Mambucaba e São Gonçalo, 1.680 e 15.900 mg/L, respectivamente, creditada à mistura proveniente da penetração da maré na foz dos rios. As outras amostras estão dentro do estabelecido pela legislação (250 mg/L). Plano de Controle Ambiental DIGV 128 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC • Todas as amostras analisadas apresentam DBO acima de 3 mg/L, mas abaixo de 10 mg/L, com exceção da amostra do Rio Bracuí (1 mg/L). Os valores acima de 10 mg/L provavelmente devem estar relacionados ao aporte de matéria orgânica vegetal e/ou animal. • Em todos os pontos amostrados, o ferro e o manganês encontram-se dentro do limite especificado pela legislação. Aplicando-se o Índice de Qualidade das Águas (IQA) para os resultados obtidos nas análises efetuadas, verifica-se que as águas dos rios monitorados podem ser consideradas boas (51< IQA ≤ 79), com exceção de uma amostra “Ambrósio 2”, que pode ser considerada regular (36< IQA ≤ 51). III.1.5.3 Águas subterrâneas – Caracterização regional De acordo com dados do EIA/RIMA da Unidade 3 da CNAAA – Angra 3, há dois aqüíferos livres contínuos na região de Barra Grande (Parati) e outro na região de Cunhambebe (Angra dos Reis), correspondentes a formações de sedimentos não consolidados, possivelmente propícios à exploração de poços rasos (inferiores a 50 m), com importância hidrogeológica razoavelmente grande e boa qualidade química. A produtividade é de média a fraca, o que corresponde a poços com capacidade específica entre 0,13 e 1 m3/h/m e vazão entre 3,25 e 25 m3/h, para um rebaixamento do nível d’água de 25 m. O fluxo de água subterrânea está de acordo com a superfície topográfica, no sentido de Itaorna. O nível freático está em torno de 2 m abaixo da superfície, com gradiente de cerca de 0,5%, seguindo com um aumento da declividade na direção do mar, até alcançar o gradiente de 1%. Dois sistemas de juntas verticais, aproximadamente perpendiculares entre si, ocorrem nas rochas do local (gnaisses, migmatitos, granitos e dioritos) e um sistema de juntas suborizontais, ou de alívio. Apesar de a maioria das juntas estar aberta nas proximidades das superfícies das rochas, estas são fechadas no interior do maciço rochoso. As falhas também ocorrem em dois sistemas verticais perpendiculares entre si. Os planos e falhas são preenchidos com material de falha moído ou material de origem secundária, o que dificulta a percolação da água. Em todas as perfurações na rocha, o nível do lençol estava contido dentro ou pouco acima da superfície da rocha, onde existiam juntas de alívio locais, com juntas mais abertas. Em maiores profundidades, os testes registraram menores perdas d’água, onde as juntas são mais fechadas. As fissuras superficiais do maciço rochoso possuem boa intercomunicação nesta região. Numa perfuração, que interceptou uma junta a 7 m abaixo do contato solo/rocha, verificaram-se características de artesianismo, e uma vazão de 1.000 L/h foi observada nos primeiros momentos do teste de bombeamento aí realizado, decrescendo após algumas horas, até se tornar insignificante em poucos dias. Caracterizou-se assim a Plano de Controle Ambiental DIGV 129 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC pequena capacidade de armazenamento associada às rochas cristalinas, nas quais poços com vazões próximas a 4.000 L/h geralmente não existem, sendo mais comuns aqueles com descarga nula ou de produção insignificante. Indica que, com exceção do centro, os demais bairros já citados seriam os mais propícios à exploração de água subterrânea, por apresentarem estruturas geológicas favoráveis à infiltração e armazenamento de água, além de uma boa cobertura vegetal, o que favoreceria a infiltração das águas de chuva que escoam pelas encostas, mesmo estas sendo íngremes e, conseqüentemente, a recarga dos aqüíferos a serem explorados. Além disso, a baixa densidade demográfica desses locais favoreceria a implantação de poços longe de possíveis contaminações antrópicas, mesmo que os poços se situassem em cotas pouco elevadas. Por outro lado, alertou-se sobre a atitude da foliação da geologia local, que, por ser contrária à declividade da encosta, representaria uma possibilidade real de contaminação pela infiltração oriunda de fossas e sumidouros, através desses planos de descontinuidade. Ao final conclui que a região estudada pode ser considerada de boa capacidade para exploração de águas subterrâneas, restando a determinação do grau de fraturamento dos maciços a serem perfurados, de modo a se obterem volumes compatíveis com a necessidade da comunidade. A única captação de água subterrânea para abastecimento doméstico executada por órgãos oficiais encontra-se no bairro do Bonfim; contudo, esse poço só é operado para complementar o abastecimento do manancial superficial. A existência de outros poços em toda a região em estudo é devida às captações individuais, e não estão mapeadas oficialmente. Apenas um ponto foi avaliado: o poço de 60 m de profundidade no bairro do Bonfim, único que serve de abastecimento urbano. Para sua caracterização, foram empreendidas duas campanhas de coleta de água: uma, de verão (21/3/97), e outra, de inverno (17/8/97). A Tabela III.9 apresenta os resultados das análises. Plano de Controle Ambiental DIGV 130 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.9 - Resultados das análises de qualidade da água do poço no Bairro Bonfim – Angra dos Reis Campanha Parâmetro Coliformes fecais Unidade NMP/100 ml PH Padrão Verão Inverno 1000 > Zero 6,0 a 7,0 8,0 7,0 5 1 19 DBO mg/l Nitrogênio total mg/l 0,47 <0,10 Fosfato total mg/l 0,04 <0,10 Turbidez UNT 0,3 1 Resíduo total mg/l 172 115 Oxigênio dissolvido mg/l 3,6 4,2 Coliformes totais NMP/100 ml >1600 Zero DQO mg/l 10 100 Mercúrio mg/l 0,0004 <0,01 Índice de fenóis mg/l 0,02 0,071 40 5000 0,002 Fonte: EIA de Angra 2, Natrontec, 1997. Balanço Hídrico Este estudo compreende o desenvolvimento de um modelo de balanço hídrico a ser aplicado na AII para analisar as trocas de águas subterrâneas e as disponibilidades hídricas do período analisado, bem como aspectos relacionados com o escoamento superficial. Esta região possui as seguintes características hidrometeorológicas: clima tropical úmido, com pluviometria anual média igual a 1.817 mm, com máximas precipitações ocorrendo principalmente nos meses de outubro a março, e a hidrografia formada por rios perenes de pequeno porte e curso. A temperatura média anual é de 21,4°C, segundo dados do período entre 1982-2001. Os resultados para os componentes do balanço hídrico estão apresentados nas Tabelas III.10 e III.11, com uma síntese de informações da disponibilidade hídrica e escoamento superficial. Plano de Controle Ambiental DIGV 131 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.10 - Resultados gerais do balanço hídrico utilizando-se o Balan 10 Valores médios anuais (mm) Precipitação média anual 1.98427E+03 Chuva útil total 9.05536E+02 Chuva útil (fluxo direto) 2.31246E+02 Evapotranspiração potencial anual 1.00862E+03 Evapotranspiração real anual 4.60190E+02 Escoamento superficial 6.21242E+02 Fluxo hipodérmico 0.00000E+00 Recarga ao aqüífero 9.05536E+02 Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Plano de Controle Ambiental DIGV 132 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.11 - Resultados do balanço hídrico de Itaorna: resumo das médias mensais* Mês Rec.Tot. Rec.Dir. Precip. ETP ETR DOTR. 1 9.56E+01 2.63E+01 2.36E+02 9.92E+01 5.22E+01 0.00E+00 2 9.72E+01 2.87E+01 2.41E+02 9.67E+01 4.80E+01 0.00E+00 3 1.15E+02 3.07E+01 2.90E+02 1.06E+02 6.10E+01 0.00E+00 4 6.06E+01 1.66E+01 1.36E+02 9.38E+01 3.21E+01 0.00E+00 5 4.95E+01 1.26E+01 9.92E+01 8.42E+01 2.95E+01 0.00E+00 6 3.79E+01 1.08E+01 7.97E+01 7.29E+01 2.12E+01 0.00E+00 7 3.83E+01 8.64E+00 7.24E+01 7.17E+01 2.64E+01 0.00E+00 8 3.02E+01 7.23E+00 5.70E+01 6.80E+01 2.11E+01 0.00E+00 9 9.22E+01 1.95E+01 1.74E+02 6.92E+01 3.67E+01 0.00E+00 10 1.01E+02 2.06E+01 1.97E+02 7.48E+01 4.13E+01 0.00E+00 11 1.09E+02 2.89E+01 2.42E+02 7.70E+01 4.37E+01 0.00E+00 12 7.89E+01 2.07E+01 1.60E+02 9.52E+01 4.70E+01 0.00E+00 (*) Rec. Tot. – Recarga total; Rec. Dir. – Recarga direta; ETP – Evapotranspiração potencial; ETR – Evapotranspiração real; DOTR. – Irrigação Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Os resultados do balanço indicaram que, para haver um bom ajuste com os dados de nível do aqüífero superficial obtido pela Eletronuclear nos piezômetros de controle das encostas, trata-se necessariamente de um aqüífero com pequeno armazenamento, rápida resposta à recarga, com trânsito veloz pelas fraturas. Também é notável o alto percentual de chuva útil estimada (cerca de 45% da precipitação total, correspondendo a 906 mm/ano), com elevadas taxas de infiltração profunda, o que não surpreende dadas às características de clima e vegetação locais, praticamente sem déficit hídrico e pluviosidade abundante. Deve-se, entretanto, salientar alguns fatores que diminuem a precisão do estudo: • o valor de recarga resultante é demasiadamente alto quando se levam em conta as estimativas de recarga obtidas em locais semelhantes, mormente em zonas de encostas íngremes como é o caso na área de estudo, o que o modelo utilizado não leva em conta; • os dados utilizados para a calibração (variação de níveis piezométricos obtidos de levantamentos da Eletronuclear) apresentam uma grande variabilidade segundo a profundidade ou local de tomada das medidas. • não foi levada em conta a existência de um fluxo hipodérmico significativo, aquele que pode representar o escoamento no limite físico entre o material friável, inconsolidado e a rocha e que, nas condições geoambientais locais pode representar um grande percentual da recarga que não atinge o aqüífero profundo, fraturado. Plano de Controle Ambiental DIGV 133 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Com relação à variação de nível dos piezômetros, tais dados aportam interessantes informações sobre a recarga aos aqüíferos: • os piezômetros que registram a variação de nível piezométrico na interface colúvio-solo residual em geral têm variações menores, da ordem de 2 a 2,5 m (Figura III.8). Foram esses valores que se utilizaram para a calibração do modelo de simulação da recarga (BALAN 10), pois retratam a recarga do aqüífero mais raso, que é a simulada pelo referido modelo (embora, como já dito, se possa ter em conta um possível fluxo hipodérmico, não se chegou a utilizar essa opção); • os piezômetros que registram a variação de níveis no horizonte entre o solo residual e rocha alterada têm o comportamento mais errático, os níveis em geral são mais profundos, mas em vários casos chegam inclusive a aflorar à superfície, o que pode refletir a grande gama de situações hidráulicas no aqüífero fraturado (Figura III.8). Além disso, a variação tem uma amplitude muito maior. Esse fato também reflete a ocorrência do fluxo em fraturas (dupla porosidade, com pequena porosidade total, e um pequeno armazenamento). O estudo das curvas de esgotamento dos piezômetros permitiu também obter parâmetros para o modelo, tornando-o uma representação mais próxima da realidade. ResultadosBalan10 PS-I3 PD-SL4S PD-SL19I Variação NA em relação NT (m) -2 0 2 2,27m 4 6 8 5,45m 10 12 14 16 Out/94 Jun/95 Fev/96 Out/96 Jun/97 Fev/98 Out/98 Jun/99 Mês / Ano Figura III.8 – Comparação da variação piezométrica obtida com o Programa BALAN10 e dos piezômetros instalados no contato entre o colúvio e o solo residual (PD-SL4S) e entre o solo residual e a rocha alterada (PD-SL19I e PS-I3) na encosta a jusante da BR-101. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Plano de Controle Ambiental DIGV 134 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Como conseqüência do exposto, reforça-se a hipótese de que existem dois subsistemas aqüíferos, um mais raso, com maior armazenamento (meio poroso), que responde diretamente às variações meteorológicas, compreendendo a fração de solo vegetal/húmico mais o solo residual subjacente, e outro mais profundo, com as fraturas interconectadas hidraulicamente interagindo a partir da interface solo residual-rocha alterada para baixo. O sistema inferior apresenta um caráter bastante errático, quanto às variações piezométricas e ao tipo de resposta aos pulsos de recarga, típico desse tipo de aqüífero. Ainda como resultado desta avaliação, obteve-se uma estimativa da recarga ao aqüífero mais raso que deve ser contrastada com outras técnicas para comprovação do ajustamento da simulação. Caracterização hidrogeoquímica A caracterização hidrogeoquímica da AII e adjacências foi realizada, inicialmente, com base no cadastro geral de poços e utilizando dados físico-químicos obtidos por ocasião da visita aos pontos d´água. Esta campanha, realizada nos dias 17 e 18 de outubro de 2002, procurou cumprir o planejamento inicial dos 11 poços selecionados previamente (ANG-11, ANG-24, ANG-32, ANG-33, ANG-35, ANG-41, ANG-42, ANG-43, ANG-51, F-1, F-2). Apenas o poço F-1 encontra-se na área de influência direta do DIGV. Posteriormente, foram empreendidas campanhas de amostragem, em poços selecionados, a partir do cadastro principal, de modo a permitir uma avaliação das características e comportamento hidrogeoquímico das águas subterrâneas na área de estudo. Foram coletadas também amostras de referência, como: água de chuva; água do mar; água da lagoa onde será implantada a usina Angra 3; e uma amostra fora da área de estudo, mas com características litológicas semelhantes. Características físico-químicas dos pontos d’água cadastrados a) Distribuição estatística e espacial Baseou-se nas informações de distribuição espacial dos pontos d’água e respectivos parâmetros físico-químicos (pH e CE), determinados por ocasião do cadastramento. A Tabela III.12 apresenta os valores estatísticos para as principais características físicoquímicas dos pontos d’água cadastrados nos sistemas aqüíferos locais (sedimentos, fraturas superficiais, fraturas profundas). Considerando-se o pequeno número de pontos d’água cadastrados, do ponto de vista estatístico, não foi possível separar por tipos de pontos de água. Plano de Controle Ambiental DIGV 135 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Tabela III.12 - Variáveis estatísticas calculadas para os parâmetros físico-químicos dos pontos d’água cadastrados (fontes naturais, poços tubulares domésticos, cacimbas e poços tubulares profundos) Parâmetro Unidade Número de determinações Média Profundidade m 44 66.3 6.9 Vazão m3/h 27 4.5 pH PH 19 CE µS/cm Eh corr MV Temp o C Faixa Desviopadrão 235.0 228.2 46.7 0.5 15.0 14.5 5.0 6.5 5.4 8.8 3.4 .9 16 149.4 20.3 406.0 385.7 112.9 9 395.6 315.0 440.0 125.0 48.4 15 24.5 21.8 26.0 4.2 1.1 Mínima Máxima Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. b) Potencial de hidrogênio – pH Segundo Langmuir (1997), o pH das águas subterrâneas naturais está entre 4 e 9 — o que reflete a dinâmica natural entre os ácidos e as bases, sendo que os valores extremos ocorrem quando um dos dois é dominante. O pH observado nos pontos d’água cadastrados variou entre 5.4 e 8.8, apresentando valor médio de 6.5 e moda de 6.0. Portanto, pode-se estimar que as águas subterrâneas na AID são neutras a levemente ácidas. Os menores valores de pH (entre 5.5 e 6.0) foram encontrados nas fontes naturais e em alguns poços tubulares profundos com até 70.0 m de profundidade. O maior valor de pH, 8.8, foi verificado num poço tubular doméstico com cerca de 9.0 m de profundidade, instalado num sedimento próximo à praia — resultado, provavelmente do tamponamento por algum mineral carbonático. c) Condutividade elétrica – CE A condutividade elétrica (CE) é uma medida indireta do total de sólidos dissolvidos (TDS) de uma amostra de água. Alguns autores sugerem que: TDS (mg/L) = 0.5 a 0.8 x CE (µS/cm) Portanto, conhecendo essa relação para uma determinada região, é possível, a partir da CE, estimar o TDS e avaliar um dos parâmetros de potabilidade da água, definido como 500 mg/L pelo Ministério da Saúde (Funasa, 2000). A CE observada no conjunto de poços cadastrados variou entre 20 e 406 µS/cm, apresentando uma média de 150 µS/cm. O conjunto de dados, ilustrado no histograma em anexo, apresentou dois valores máximos: um, entre 50 e 100 µS/cm, e outro, entre 150 e 200 µS/cm. Os menores valores de CE observados foram relativos às fontes naturais (20 Plano de Controle Ambiental DIGV 136 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC a 55µS/cm); entretanto, cabe destacar que um poço tubular profundo com 68 m de profundidade e próximo à praia apresentou CE de 29 µS/cm. d) Seleção dos poços para amostragem Em função da localização espacial, proximidade com o complexo das usinas de Angra, utilização das águas para consumo doméstico e valores de pH e CE obtidos por ocasião do cadastramento dos poços, selecionaram-se os pontos para amostragem (Tabela III.13). Foram amostradas duas fontes naturais, uma cacimba, dois poços tubulares domésticos e 6 poços tubulares profundos. A grande maioria dos poços amostrados está localizada a leste do empreendimento. Isso se justifica, já que a direção preferencial dos ventos que poderiam transportar e depositar radionuclídeos atua nessa direção e porque a maior concentração populacional também é encontrada nesta área. Tabela III.13 - Relação dos pontos d’água amostrados, por tipo de captação No. de ID UTM N UTM E Prof. m NE m Vazão (m3/h) Tipo de captação pH C.E. Temp. Eh mV o uS/cm C ANG-11 7454837 547869 60 12 Tub. Prof. 6.7 ANG-24 7454235 568183 110 15 Tub. Prof. 6.51 176.9 393 24.8 ANG-32 7454800 568599 94 7 Tub. Prof. 6.8 406 316 24.3 ANG-33 7461120 568720 68 1.14 Tub. Prof. 5.44 29.1 431 25.4 ANG-35 7460595 557049 20 3.35 Cacimba 5.4 65.6 433 24.8 ANG-41 7461600 560174 15 Tub. Dom 7.1 52.1 ANG-42 7456176 566206 100 Tub. Prof. 6.21 107.1 399 23.8 ANG-43 7453935 567265 150 Tub. Prof. 6.39 134.3 402 24 ANG-51 7463852 562883 9 14.6 3.75 7.71 Tub. Dom 8.8 191.3 24.3 382 F-1 7456038 555237 Fonte 5.68 54.9 431 21.8 F-2 7458299 557514 Fonte 5.54 20.3 440 23.3 Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Características físico-químicas e químicas dos pontos d’água amostrados a) Análises químicas As análises químicas de laboratório foram realizadas pela Innolab, um laboratório credenciado pela Feema no Estado do Rio de Janeiro, dispondo ainda de certificado ISO 9002 e ISO 17025. A Tabela III.14 mostra os parâmetros determinados nas análises de laboratório e respectivos limites de detecção e métodos de análise. Tabela III.14 - Relação dos parâmetros e elementos determinados nas análises de laboratório realizadas pela Innolab e respectivos limites de detecção e métodos de análise Plano de Controle Ambiental DIGV 137 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Parâmetro/elemento Limite de detecção Método de análise utilizado pH PH Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. CE S/cm Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. 2+ 0,1 mg/L EN ISO 14911 E34 + 0,1 mg/L EN ISO 14911 E34 + 0,1 mg/L EN ISO 14911 E34 0,1 mg/L EN ISO 14911 E34 1 mg/L Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. Cl 0,1mg/L Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. SO42- 1 mg/L Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. NO3 0,01 mg/L Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. Fe total 0,01mg/L Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water - 20th ed. Mn total 0,005 mg/L EN ISO 11885 E22 Al total 0,03 mg/L EN ISO 11885 F 0,1 mg/L EN ISO 10304-1 D19 Si 0,05 mg/L EN ISO 11885 Sr 0,05 mg/L EN ISO 11885 As 0,0001mg/L EN ISO 11969 Cd 0,0001 mg/L EN ISO 5961 E19 Cr 0,001 mg/L DIN EN 1233 E10 Pb 0,003 mg/L DIN 38406 E6 Zn 0,005 mg/L EN ISO 11885 E22 Ca Mg Na + K HCO3 - - - Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Observa-se que os cátions apresentam limite de detecção da ordem de 0,1 mg/L e os ânions apresentam limites entre 0,1 e 1,0 mg/L, para o SO42- e HCO3- respectivamente. Esse tipo de diferença pode ocasionar problemas no balanço iônico em amostras muito diluídas, como algumas das encaminhadas ao laboratório (ANG-33 e F-2) que apresentaram CE entre 20 e 30 µs/cm. Os outros limites de detecção, metais e elementos traços, estão na ordem de 0,1 a 0,0001 mg/L para o flúor e cádmio, respectivamente. b) Qualidade da amostragem Chegou-se à avaliação da qualidade da amostragem, partindo-se da comparação dos valores de pH de campo e dos valores de pH obtidos no laboratório. Caso a amostragem Plano de Controle Ambiental DIGV 138 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC tenha sido mal realizada ou tenha havido problemas durante o transporte e preservação das amostras, seriam observadas diferenças significativas entre os respectivos valores. Os valores de pH medidos no campo e os medidos no laboratório da Innolab foram comparados e observou-se que os valores de pH de laboratório são cerca de 0,2 unidades de pH maiores que os valores de campo. Como essa diferença apresentou uma variação aproximadamente constante para todo o conjunto de amostras, atribui-se a uma diferença de equipamentos, eletrodos e soluções-padrão utilizadas do que à amostragem propriamente dita — pois se sabe que o desprendimento de CO2 ocorre de maneira diferenciada para diversos tipos de amostra, isto é, em função da pressão parcial PCO2. Portanto, pode-se considerar que, tanto a amostragem, quanto a preservação das amostras, foram de alta qualidade. A mesma comparação foi realizada com os valores de CE. Observou-se uma excelente concordância entre os dois conjuntos de valores, confirmando, mais uma vez, a qualidade da amostragem e preservação. c) Distribuição dos parâmetros físico-químicos de campo Durante a amostragem, foram determinados os valores de pH, CE, Temp e Eh de todas as amostras. Apresenta-se aqui uma avaliação estatística desses parâmetros do conjunto de amostras analisadas. Os valores de pH dos pontos amostrados variaram entre 5.4 e 8.8, mostrando valor médio de 6.5, de modo que esse subconjunto amostrado, em termos de pH, é representativo do conjunto maior de poços cadastrados. Os valores de CE variaram de 20 a 406 µS/cm, registrando valor médio de 120 µS/cm, isto é, valores bem próximos aos do conjunto maior de poços cadastrados, do mesmo modo que no pH. Essas observações permitem considerar que as amostras selecionadas são representativas para a área de estudo, cobrindo todo o espectro de pH e CE do conjunto. Quanto ao parâmetro temperatura, observou-se que a água subterrânea variou de 21.8 a 25.4 oC, apresentando valor médio de 24.3oC. Em geral, a temperatura das águas subterrâneas reflete a temperatura média anual ou a temperatura da formação, no caso de uma circulação mais profunda. Uma variação significativa da temperatura ao longo do ano pode representar uma água jovem, com pequeno tempo de residência e provavelmente mais vulnerável a contaminação. Uma temperatura mais constante ao longo do ano representa uma água com circulação mais lenta e mais profunda. Verificou-se que o potencial redox apresenta uma variação muito pequena: entre 315 e 440 mV, com valor médio de 402 mV. Esses valores são representativos de águas subterrâneas oxidadas. Valores elevados de Eh, baixos valores de CE em geral e da temperatura, em alguns casos, levam a crer que as águas subterrâneas da região estudada apresentam rápida circulação e, portanto, extremamente vulneráveis a contaminação. d) Avaliação da qualidade das análises químicas Uma das melhores maneiras de avaliar a qualidade das análises químicas é através do cálculo do balanço iônico, isto é, o somatório de cátions e ânions em equivalentes deve ser igual para uma amostra de água. Plano de Controle Ambiental DIGV 139 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC O balanço iônico realizado para o conjunto de amostras analisadas na Innolab demonstrou que, de modo geral, as análises apresentaram uma boa qualidade com erro iônico menor que 10%. Em geral, as amostras apresentam uma maior concentração de ânions do que de cátions. Somente duas amostras apresentaram erros maiores que 10%: amostra F-1, com erro de 37%, e F-2, com erro de –16%. No caso de uma amostra apresentar erros iônicos muito maiores que 10%, é possível saber se o erro foi na determinação dos cátions ou nos ânions. Appelo e Postma (1999) recomendam utilizar a CE de campo versus o somatório de cátions e ânions para identificar o erro analítico. A amostra F-1 apresentou um erro de 37% de cátions a mais que ânions, indicando a ocorrência de problemas analíticos na determinação dos ânions. É possível explicar que, provavelmente, o erro foi na determinação do íon SO4-2, pois o relatório apresentou-o como não-detectável. A amostra F-2 apresentou um erro de –16 %. Nesse caso, provavelmente, os cátions foram subestimados, uma vez que a amostra, apresentou concentrações de cátions, principalmente Ca2+ e Mg+, bem próximas ao limite de detecção do método utilizado. Com os argumentos acima, foi possível corrigir as concentrações desses íons nas amostras F-1 e F-2, de modo a minimizar o erro do balanço iônico. Para a amostra F-1, uma concentração de 11.5 mg/L (0.12 mmol/L) de SO4-2 é suficiente para minimizar o erro no balanço iônico. Para a amostra F-2, uma concentração de 1.0 mg/L (0.025 mmol/L) de Ca2+ e de 0.35mg/L (0.014 mmol/L) de Mg+ foi suficiente para minimizar o erro do balanço iônico dessa amostra. e) Classificação das águas Os diagramas de Piper, apresentados nas Figuras III.9, III.10 e III.11, apresentam a classificação das águas a partir dos elementos maiores: Ca2+, Mg2+, Na+, K+, Cl-, HCO3-, SO42-. Observa-se que existem três grupos distintos de águas. O primeiro grupo é formado pelas águas com características Na-Cl (cloretadas sódicas), assemelhando-se às características das águas de chuva. Existe um outro subgrupo de amostras, bem próximo ao primeiro, entretanto, com concentrações relativas de cálcio um pouco maiores, formando as águas Ca2+-Na+-Cl-., provavelmente, resultantes de alguma interação de troca de elementos, ou alteração da matriz sólida. O segundo grupo de amostras, que pode ser facilmente identificado, são as amostras dos poços tubulares profundos (ANG24, ANG-32, ANG-33, ANG-42, ANG-43), com características Ca2+-Na+—HCO3--Cl(bicarbonatadas, cloretadas, cálcico-sódicas), resultantes de uma interação mais efetiva das águas com a zona não saturada e a matriz sólida. Um terceiro grupo, formado por uma única amostra, apresentou características bem diferentes das anteriores, amostra ANG-51, Ca—HCO3 (bicarbonatada-cálcica), sugerindo uma evolução mais acentuada, com substituição do sódio pelo cálcio nas argilas e, provavelmente, dissolução de calcita, de modo que os íons predominantes foram o cálcio e bicarbonato. Plano de Controle Ambiental DIGV 140 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.9- Diagrama de Piper para as amostras de referência Ca2+-Cl-: BR (branco, coletada em Paty de Alferes); e Na+-Cl-: MAR (água do mar, coletada em Angra dos Reis), L-1 (lago de Angra 3), CH (chuva, coletada no Horto do complexo de Angra). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Figura III.10 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água Na+—Cl-(F-2 e ANG-33), passando a Ca2+-Na+—Cl- (F-1, ANG-11, ANG-40) e para a amostra ANG-51, Ca2+—HCO3-. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Plano de Controle Ambiental DIGV 141 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.11 - Diagrama de Piper para as amostras dos poços tubulares profundos, com água Ca2+-Na+—HCO3--Cl-. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. De modo geral, observa-se que as águas mais leves apresentam características bem semelhantes às da água de chuva, ao passo que as águas mais concentradas vão apresentando maiores concentrações de cálcio e bicarbonato. É importante observar que os dois grupos de amostras (Na-Cl e Na-Ca-HCO3) apresentam faixas de valores de pH e CE específicas também, isto é, as amostras Na-Cl, com hidroquímica semelhante à das águas de chuva, apresentam pH mais baixos, menores que 6.0 e CE menores que 100 µS/cm (Figura III.12). Por outro lado, as amostras Na-CaHCO3 registram valores de pH maiores que 6.0 e CE maiores que 100 µS/cm. Esse comportamento do diagrama pH x CE também sugere diversas fases da evolução das águas subterrâneas. Plano de Controle Ambiental DIGV 142 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.12 - Relação entre o pH, CE e Eh para os dois grupos de amostras (Na-Cl e NaCa-HCO3). O * asterisco é uma amostra de referência de água de chuva (De Mello, 2001). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. O diagrama pH x Eh também permite diferenciar as amostras; em geral, as amostras NaCl são mais oxidadas e apresentam valores de Eh maiores que 400 mV. Nesse caso, observa-se que as amostras apresentam um caminho de evolução das águas, acompanhando uma linha de estabilidade intermediária para a seguinte reação: H2O2 = O2 + 2H+ + 2e; (6.2) 6 admitindo que q = pO2/(H2O2) = 1 a 10 – para as duas linhas superiores. A linha inferior é relativa ao diagrama de estabilidade da seguinte reação: H2 = 2H+ + 2e; (6.3) a seta indica a direção da evolução das águas, passando de Na-Cl a Na-Ca-HCO3. f) Metais e elementos-traço Geoquímica da sílica Observa-se na Figura III.13 que a concentração de SiO2 nas amostras Na-Cl são menores que 10mg/L, ao passo que, nas amostras Na-Ca-HCO3, as concentrações são maiores que 10 mg/L. É possível observar uma relação direta entre os valores de pH e concentrações crescentes de SiO2, enquanto que, para o Eh, observam-se concentrações decrescentes para maiores valores de Eh. Plano de Controle Ambiental DIGV 143 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.13 - Relação entre a concentração de SiO2, pH e o Eh para o conjunto de pontos amostrados. A seta indica a direção provável da evolução geoquímica das águas Na-Cl para Na-Ca-HCO3. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Entende-se essa relação crescente entre o pH e a concentração de SiO2, uma vez que os valores mais elevados de pH são das amostras com maiores valores de TDS, e portanto, tiveram maior tempo de contato com a fase sólida, permitindo a dissolução da sílica amorfa. Os valores de Eh não são diretamente correlacionáveis às concentrações de SiO2, pois não interferem no seu equilíbrio geoquímico. Mas, como o Eh está fortemente correlacionado ao pH, e este está controlando a concentração de SiO2, pode-se entender a correlação indireta entre o Eh e as concentrações de SiO2. O diagrama de estabilidade da SiO2 (quartzo e amorfa) da Figura III.14 permite visualizar que as concentrações de sílica observadas nas amostras de água subterrânea indicam que não há equilíbrio com nenhuma das duas fases; pode-se dizer, porém, que as concentrações estão mais próximas da SiO2 (quartzo) do que da SiO2 (amorfa). Outra observação importante é que, como as concentrações de Al em todas as amostras foram muito baixas (menores que o limite de detecção), pode-se considerar que a sílica contida nas águas subterrâneas é proveniente do quartzo presente nas rochas encaixantes, e não da alteração dos alumino-silicatos, como feldspatos e micas. Plano de Controle Ambiental DIGV 144 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC 1000 SiO2 mg/L 100 10 log SiO2_Qrtz log SiO2_am ANGRA-III 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 pH Figura III.14 - Diagrama de estabilidade da SiO2 (quartzo) e da SiO2 (amorfa). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Geoquímica do Fe Tendo em vista os estados de oxidação do Fe2+ e Fe3+, é de esperar que o comportamento geoquímico do ferro nas águas subterrâneas seja função tanto das condições redox quanto do pH. De modo geral, as concentrações de ferro são muito baixas, não sendo possível observar uma relação muito forte entre o pH ou o Eh e o ferro total dissolvido. As setas da Figura III.15 representam apenas uma tendência geral de evolução do Fe, a partir das águas mais dissolvidas do tipo Na-Cl. Figura III.15 - Variação na concentração de Fe dissolvido em função do pH e Eh. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Plano de Controle Ambiental DIGV 145 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Figura III.16 - Diagrama de estabilidade Eh-pH a 25oC admitindo as espécies Fe-O2-H2O a baixas concentrações. Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. A linha traçada na Figura III.16 representa a reação: Fe(OH)2+ + 2H+ + e- = Fe2+ + 2H2O, (6.4) que, resolvida para a condição Eh, pH e respectivas constantes termodinâmicas, pode ser reescrita como: Eh = 1.105 – 118 pH (6.5) Os pontos que caírem acima da reta apresentam as espécies principais na forma de Fe(OH)2+ e os pontos abaixo da reta apresentam as espécies principais na forma de Fe2+. É interessante notar que as amostras Na-Cl, com menores valores de pH e de TDS e as Na-Ca-HCO3, também, apresentam características semelhantes com relação às espécies do ferro dissolvido. Caracterização hidrodinâmica Para avaliação das características hidrodinâmicas dos aqüíferos, foram utilizados, inicialmente, dados preexistentes, como cadastros de poços e relatórios técnicos. Posteriormente, realizaram-se três ensaios de bombeamento. Foram avaliados os dois sistemas principais: aqüíferos sedimentares arenosos; e aqüíferos fissurais. Aqüíferos sedimentares porosos: segundo os dados do relatório de investigações geológico-geotécnicas na Praia de Itaorninha, existem duas camadas de areia distintas. A areia da camada superior, aqui denominada de areia I, possui peso específico saturado de 18,5 kN/m3. A areia da camada inferior, aqui denominada de areia II, possui peso específico saturado de 19,0 kN/m3. A partir desses valores, admitindo uma densidade dos grãos de 2,64 e grau de saturação de 100%, pode-se calcular a porosidade ou armazenamento específico das duas camadas de areia. Plano de Controle Ambiental DIGV 146 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A areia I possui uma porosidade média de 45% e a areia II, uma porosidade média de 48%. Isso significa que 1,0 m3 de areia é capaz de armazenar entre 450 e 480 litros de água. Para um aqüífero livre, o armazenamento pode ser avaliado a partir da porosidade do aqüífero. A permeabilidade da areia pode ser avaliada a partir dos ensaios de bombeamento e rebaixamento realizados por ocasião das escavações da fundação de Angra 1, tendo sido obtidos valores de permeabilidade da ordem 8.10-3 cm/s (Velloso, 1988). Aqüíferos fraturados: a avaliação dos parâmetros hidrodinâmicos dos maciços fraturados de fundação das usinas foi efetuada partindo dos ensaios de perda d’água realizados na área da fundação de Angra 3 e com base em resultados de testes de bombeamento em poços profundos construídos nas adjacências da AII. Os ensaios de perda d’água na área das fundações da usina Angra 3 (CNAAA) foram relatados em relatório da Promon. As perdas d’água observadas foram muito pequenas, isto é, menores que 0,1 Lugeon, ou menores que 1,0 (L/min)/(m.kgf/cm2). Nesses casos, podem-se atribuir as perdas d’água verificadas ao vazamento no obturador e não às fraturas. Pode-se dizer que as perdas d’água registradas foram bastante compatíveis com o grau de fraturamento encontrado nos trechos ensaiados. Favorabilidade hidrogeológica As Áreas de Influência do empreendimento são compostas por terrenos cristalinos de origem metamórfica e ígnea, cuja principal característica do ponto de vista hidrogeológico é a de constituírem aqüíferos fraturados. Esse tipo de aqüífero se caracteriza por possuir porosidade secundária, armazenando água em fraturas e falhas existentes na rocha, sendo esse armazenamento dependente da intensidade e da interconectividade dos sistemas de fraturamento presentes. São, portanto, aqüíferos limitados do ponto de vista do potencial de exploração, mas, em alguns casos, podem assumir um papel relevante na falta de outros recursos. São sistemas livres, hidraulicamente conectados com as coberturas superficiais que capeiam as rochas cristalinas. As coberturas exercem um papel preponderante, uma vez que são os meios de captação e acumulação das águas meteóricas, fazendo com que essas águas sejam transferidas às fraturas subjacentes. As áreas também se caracterizam por terrenos de alta declividade, onde o sistema formado pelas coberturas e pelas rochas cristalinas descarrega suas águas nos vales dos rios e drenagens locais, sendo de extrema importância para o seu regime de base. As altas declividades condicionam o desenvolvimento de solos pouco espessos e a ocorrência de fluxo nas superfícies de contato de solo/rocha. Modelo Hidrogeológico Regional e Local A abordagem das características hidrogeológicas da área de estudo tomou como base a hierarquia que se estabeleceu segundo a escala de trabalho, ou seja, a subdivisão em Área de Influência Direta (AID) e a Área de Influência Indireta (CNAAA), conforme descrito Plano de Controle Ambiental DIGV 147 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC anteriormente. Para as duas áreas observa-se o modelo descrito a seguir e mostrado esquematicamente na Figura III.17. A SL 19 120 100 SL 4 80 RIO 60 I1 SANTOS CORTINAS ATIRANTADAS 40 Estacionamento 20 I3 PIEZOMETRO Escala B 0 50 100 m (A) Sedimentos Costeiros Fraturas Colúvio areno-argiloso /talus com blocos Nível Piezométrico ? aquífero profundo Embasamento - gnaisses 150 A ELEVAÇÃO (m) ? ? ? 100 Nível Piezométrico aquífero raso Embasamento - granitos Sl19 ? ? Sl4 BR-101 ? I1 ? ? I3 50 ? SOLO Sl1 ? B RESIDUAL 0 -5 0 100 200 400 300 DISTÂNCIA (m) 500 (B) Figura III.17 - Modelo hidrogeológico esquemático, onde (A) representa a localização da seção geológica mostrada em (B). Fonte: “Levantamento e Diagnóstico Ambiental (Meio Físico) da Área de Influência da CNAAA – Vol II (Eixo 2 – Geologia e Recursos Hídricos)”, IGEO/UFRJ. Zona não-saturada Plano de Controle Ambiental DIGV 148 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC As encostas consistem basicamente de solos transportados (coluviões e depósitos de tálus) com espessura variável, entremeados a zonas com exposições de rocha. Devido aos elevados índices pluviométricos locais, a espessura da zona não-saturada varia bastante, havendo abundantes fontes em todas as encostas. Nas áreas de baixada (enseadas, praias, pequenas planícies costeiras), o nível freático apresenta-se em geral muito raso, com tipicamente não mais que 1 a 2 m de profundidade. Geralmente, são materiais de relativamente alta permeabilidade vertical, por serem granulares de alta porosidade (areias de baixada) ou por consistirem no litter, com restos de vegetais, troncos apodrecidos, tocas de animais etc. que facilitam muito a infiltração (encostas). Aqüífero superior (livre) Consiste, nas encostas, em materiais geralmente inconsolidados, como a porção saturada dos solos residuais ou sedimentos superficiais (depósitos de tálus e colúvios) mais a alteração de materiais rochosos (saprolito, solo residual jovem). Nas baixadas, são compostos pelos mesmos sedimentos fluviomarinhos citados anteriormente. Este aqüífero tem boa permeabilidade e apresenta rápida recarga e circulação de água. Em conexão com as descontinuidades da porção mais superficial do maciço rochoso — geralmente mais abertas e interconectadas que em maiores profundidades — este aqüífero provê a água que flui pelas fontes e pequenos riachos que são abundantes em todas as encostas da região. Não obstante, apresenta em geral baixa capacidade de armazenamento, pois a espessura é pequena e a descarga, muito rápida — razão do rápido esgotamento das fontes e mananciais que minam de fraturas na rocha e da interface solo/rocha ao cabo de períodos de chuva. Aqüífero profundo (semiconfinado) Este aqüífero, em verdade, é constituído pela trama de fraturas com maior abertura e persistência do maciço, por onde flui alguma água subterrânea. A característica marcante é um tempo mais longo de trânsito, levando a uma maior mineralização. Os gradientes e a carga hidráulica são elevados, pois a recarga se dá freqüentemente na parte alta da encosta, e esta água encontra-se hidraulicamente equilibrada com a porção alta da encosta. Um certo grau de confinamento deste aqüífero, provocado pela cobertura de colúvio/tálus, de natureza em geral pelítica, leva a ocorrência de um caráter semiconfinado a este aqüífero. Apesar de ser um aqüífero fraturado (“fissural”, segundo alguns autores), este corpo hídrico é o que tem melhores possibilidades de explotação de grandes vazões na região. O esgotamento da reserva por sobrebombeamento é, contudo, sempre uma ameaça ao executarem-se poços neste aqüífero, sendo necessário realizar testes de bombeamento apropriados para uma gestão adequada. Em resumo, trata-se de um sistema hídrico de circulação rápida, forte escoamento superficial pelos canais naturais formados nos talvegues da encosta, em função muito mais da alta declividade que das características do solo. Plano de Controle Ambiental DIGV 149 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC O fraturamento exerce um papel muito importante na transmissão de água subterrânea e superficial nas encostas, mas de um modo que ainda não se conhece satisfatoriamente. O regime de inúmeras fontes e cursos de água superficial, perenes ou não são controlados pelo sistema de fraturas. A conexão com o aqüífero sedimentar costeiro é evidente e, acredita-se, predominantemente subterrânea. As características químicas do lago das fundações de Angra 3, surpreendentemente pouco mineralizadas, são uma comprovação disso. O aqüífero profundo, semiconfinado pode por vezes ter seu nível piezométrico aflorante ou acima da superfície do terreno, mas essa característica é muito variável. A extrema variabilidade de algumas propriedades e parâmetros-chave do ponto de vista hidrogeológico ressalta o caráter típico de maciços fraturados, onde sobressaem a heterogeneidade e a anisotropia. É bastante difícil fazer previsões viáveis quanto ao potencial hídrico e mesmo quanto ao comportamento de eventuais contaminantes nessas condições. Qualidade das Águas Subterrâneas A Eletronuclear realiza coleta da água para análise, junto ao dreno da cortina atirantada (contenção de encosta), no sentido da descida de acesso à Itaorna. O objetivo é monitorar a qualidade dessa água através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que serão analisados com base na Portaria nº 518/04, do Ministério da Saúde. Devido à característica da água do local em questão, são realizadas todas as análises previstas para a potabilidade da água referenciadas na Tabela III.15, trimestralmente. Tabela III.15 – Análises previstas para a potabilidade da água Parâmetros Unidades Valor Máximo Permitido ESD RD Número Mínimo de Amostras Frequência de Amostragem pH — 6,0 – 9,5 diária mensal 1 cor aparente UH 15 diária mensal 1 Odor — Não Objetável diária mensal 1 Turbidez uT Máx. 1,0 (ESD)/ Máx. 5.0 (RD) diária mensal 1 Cloro Residual mg/L Entre 0,2 e 2,0 — diária 1 Dureza Total mg/L CaCo3 Máx. 500 Semestral — 1 Cloretos mg/L Cl- Máx. 250 Semestral — 1 Sulfatos mg/L SO4-2 Máx. 250 Semestral — 1 Sólidos Totais Dissolvidos mg/L Máx. 1000 Semestral — 1 Ferro Total mg/L Máx. 0,3 mensal semestral 1 Alumínio mg/L Máx. 0,2 mensal semestral 1 Cobre mg/L Máx. 2,0 semestral — 1 Plano de Controle Ambiental DIGV 150 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Parâmetros Unidades Valor Máximo Permitido ESD RD Número Mínimo de Amostras Frequência de Amostragem Arsênio mg/L Máx. 0,01 semestral — 1 Cromo Total mg/L Máx. 0,05 semestral semestral 1 Chumbo mg/L Máx. 0,01 semestral semestral 1 Manganês mg/L Máx. 0,1 semestral — 1 Selênio mg/L Máx. 0,01 semestral — 1 Mercúrio mg/L Máx. 0,001 semestral — 1 Bário mg/L Máx. 0,7 semestral — 1 Cádmio mg/L Máx. 0,005 semestral semestral 1 Prata mg/L Máx. 0,005 semestral — 1 Zinco mg/L Máx. 5,0 semestral — 1 Nitrito (como N) mg/L Máx. 1,0 semestral - 1 Nitrato (como N) mg/L Máx. 10 semestral - 1 Bactérias heterotróficas VMP/ml Máx. 500 UFC/ml mensal mensal 1 VMP/100mL Ausentes semanal Semanal 5 Mensais Cianobactérias Cél./ml 10.000 mensal - 1 Microcistinas µg/ml Máx. 1,0 semesral - 1 Coliformes Totais E. coli Fonte: ELETRONUCLEAR III.1.5.4 Oceanografia A baía da Ilha Grande é um ecossistema costeiro/marinho, com superfície aproximada de 1.400 km2, e composta por dois principais sistemas de água com características diferentes que interagem entre si a oeste e a leste da Ilha Grande. Estas massas de água se encontram no canal situado entre o continente e a ilha. A parte oeste da baía de Ilha Grande sofre influências da plataforma continental, enquanto a parte leste pouca ou nenhuma influência. O fluxo de água dentro da baía ocorre como um sistema horário, ao redor da ilha, onde a água salgada entra na baía da Ilha Grande pelo oeste, circula e se mistura com a água doce proveniente da baía de Sepetiba, a leste, indo depois para o Oceano. A baía de Sepetiba é o responsável pelo aporte de água doce na região leste da Ilha Grande. Na área emersa o litoral se apresenta de maneira bastante entrecortada, constituído por costões rochosos e numerosas ilhas (com afloramentos rochosos). Observa-se ainda a Plano de Controle Ambiental DIGV 151 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC presença de manguezais desenvolvendo-se ao fundo de enseadas e áreas abrigadas sem a influência de ondas, onde há predominância de uma camada superficial areno-lodosa plana na faixa intermaré. MAHIQUES (1987), definiu as características fisiográficas da porção submersa em três unidades: porção oeste, porção leste e canal central. Em termos gerais, os sedimentos encontrados em quase todas as porções oeste, leste e na plataforma continental adjacente, são predominantemente arenosos. Porção Oeste - As profundidades não se apresentam homogeneamente distribuídas, sendo que nesta porção encontram-se profundidades entre 20 e 30 metros. Os terrenos arenosos são dominantes nesta área, onde as areias muito finas predominam em quase toda a porção oeste, estendendo-se para a plataforma continental. A passagem para substratos com sedimentos mais finos (siltes grossos e siltes finos) ocorre em regiões mais ocidentais da baía. No centro da porção oeste, pequenas áreas de sedimentos mais grosseiros se destacam (areias finas e médias). Os substratos com mais predominância de pelito, a saber, siltes, siltes argilosos e siltes arenosos, localizam-se apenas no extremo ocidental da porção oeste da baia. O fundo da baía da Ribeira, das enseadas do Bracuí, Ariró e Japuíba e do trecho entre a Ilha da Gipóia e a ponta do Cantador é coberta de lodo, só ocorrendo sedimentos arenosos nas vizinhanças da costa e das ilhas. Nos sacos da Piraquara de Fora e de Dentro o sedimento é predominantemente arenoso, o mesmo ocorrendo nos trechos de maior circulação, entre a Ilha Comprida de Fora e a costa sul da Ilha da Gipóia e o largo de Mambucaba, Itaorna e Gipóia. Neste último trecho mais afetado por ondas e exposto ao vento sudoeste ocorre também cascalho e conchas. O lodo por depósitos atuais é formado por argilas e silte de escoamento terrigeno carreado pelas águas das chuvas e rios e submetidos aos processos químicos e biológicos do ambiente marinho local. Em relação ao grau de seleção, a baía da Ilha Grande apresenta baixo selecionamento dos sedimentos. Os sedimentos da porção oeste apresentam padrão complexo. Canal Central - Apresenta-se como a porção mais profunda da baía, chegando na ordem de 20 a 55 metros. Os substratos pelíticos que se localizam essencialmente nesta porção (predominando os siltes fino e muito finos), cobrem quase toda a área e se estendem margeando a Ilha Grande e gradando para substratos mais arenosos. Para leste os pelíticos do canal central avançam até as proximidades da Enseada do Abraão, onde cede lugar bruscamente para as areias da porção leste. Porção Leste – Essa porção é caracterizada pela ocorrência das menores profundidades da região, cujo valor situa-se entre 10 e 20 metros. Nesta porção encontra-se o canal de acesso ao Porto de Sepetiba (NW - SE). Plano de Controle Ambiental DIGV 152 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A porção leste da baía da Ilha Grande é quase toda coberta por areias médias e grossas, que constituem os sedimentos mais grosseiros da baía. Estes sedimentos estendem-se para a plataforma continental até a isóbata de 50 metros. A Figura III.18 mostra a divisão fisiográfica da baía da Ilha Grande. Figura III.18 – Divisão Fisiográfica da Baía da Ilha Grande Ondas As ondas que ocorrem na baía podem ser geradas por ventos locais ou oriundas do mar aberto. No caso das ondas geradas por ventos, deve-se verificar a extensão da superfície d’água sobre a qual o vento pode atuar, além da própria intensidade do vento e sua duração. No interior da baía as maiores superfícies se dispõem aproximadamente na direção leste-oeste, mostrando um indício da direção das maiores ondas geradas localmente. As maiores ondas que ocorrem na baía são aquelas geradas a milhares quilômetros da costa, em mar aberto. Parte dessas ondas é barrada pela entrada oeste da baía da Ilha Grande (ponta de Juatinga e a Ilha Grande), desta forma, as ondas vindas de leste e oeste são totalmente barradas. As ondas de sudoeste são parcialmente barradas, enquanto que as ondas de sul-sudeste têm sua entrada facilitada. Um trabalho de medição de ondas efetuado pela empresa ENCAL no ano de 1981 em Itaorna, no período de 1976 a 1980, mostrou que as ondas mais comuns possuem alturas entre 0 e 0,95 m provenientes da direção S - SE, sendo registradas no outono ondas de altura significativas máximas de 3 m. Segundo um levantamento efetuado pela empresa GGG (apud FERREIRA DA SILVA et al, 1996) na parte interna da baía, as ondas provenientes das direções E - SE e S possuem altura entre 0,3 e 1,0 m, enquanto as de SW apresentam alturas maiores, da ordem de 1,0 e 1,5 m. Plano de Controle Ambiental DIGV 153 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Marés As marés são oscilações verticais periódicas das massas líquidas da superfície terrestre e se caracterizam como um movimento harmônico composto, podendo assim ser decomposto em diversos movimentos harmônicos simples. O fenômeno da maré é uma conseqüência da Lei de Gravitação Universal, da mecânica newtoniana. As marés podem ser divididas em astronômicas e meteorológicas, diferentes entre si principalmente devido à forma de geração e ao período de duração. As primeiras são geradas pelas forças gravitacionais que o Sol e a Lua exercem sobre a Terra, sendo traduzidas em elevações do nível do mar com períodos de oscilação de cerca de 12,42 horas (correspondentes às marés semi-diurnas) ou 24 horas, (correspondentes as marés diurnas). Quando sol, lua e terra estão alinhados - situações correspondentes às fases de lua nova e lua cheia - as atrações que estes corpos celestes exercem sobre a massa líquida presente na superfície da Terra são somadas, gerando preamares mais altas e baixa-mares mais baixas. Essas são as chamadas marés de sizígia. Nas situações de lua crescente e lua minguante, a conjunção Sol, Terra e Lua forma um triângulo no qual a Terra posiciona-se no ângulo reto. Nessa situação, as forças de atração estão defasadas, o que gera preamares e baixa-mares de menor amplitudes, também conhecidas como marés de quadratura. A maré meteorológica representa os efeitos causados por variações na pressão atmosférica, ocasionada principalmente devido a aproximação de sistemas frontais, que causam o empilhamento ou afastamento de massa d’água junto à costa em decorrência dos ventos, e de acumulação de água por ação das ondas. A maré meteorológica pode ter a duração da ordem de dias. Diferentemente do que ocorre com a maré astronômica, que é previsível, a maré meteorológica tem caráter aleatório. Dessa maneira, sempre que se fizer referência à maré, esta deve ser considerada como a astronômica. O Estudo de Impacto Ambiental da Usina de Angra 2 realizou uma análise harmônica dos registros de maré de 1979 medidos em Piraquara de Fora, durante o período de um ano; e dos registros de setembro a dezembro de 1989 medidos em Angra dos Reis. Dessa análise, foram produzidas as Figuras III.19 a III.22, que caracterizam a evolução da maré em Piraquara de Fora e Angra dos Reis. Plano de Controle Ambiental DIGV 154 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC EVOLUÇÃO DA MARÉ - PIRAQUARA DE FORA elevação em relação ao nível médio (cm) 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 0 100 200 300 400 500 600 700 t (horas) Figura III.19 - Evolução da maré em Piraquara de Fora Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR) elevação em relação ao nível médio (m) EVOLUÇÃO DA MARÉ EM 50 HORAS 100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 320 324 328 332 336 340 344 348 352 356 360 364 368 372 t (horas) Figura III.20 - Evolução da maré em Piraquara de Fora para o período de 50 horas Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR) Plano de Controle Ambiental DIGV 155 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC EVOLUÇÃO DA MARÉ - PORTO DE ANGRA DOS REIS elevação em relação ao nível médio (cm) 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 0 100 200 300 400 500 600 700 t (horas) Figura III.21 – Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR) EVOLUÇÃO DA MARÉ EM 50 HORAS elevação em relação ao nível médio (m) 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 320 324 328 332 336 340 344 348 352 356 360 364 368 372 t (horas) Figura III.22 – Evolução da maré para o porto de Angra dos Reis para o período de 50 horas Fonte: EIA Angra 2 (ELETRONUCLEAR) Plano de Controle Ambiental DIGV 156 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC A evolução da maré em Piraquara e em Angra dos Reis indica a ocorrência de 4 ciclos de maré em aproximadamente 50 horas, o que corresponde a um período de maré pouco superior a 12 horas. Dessa maneira, a maré na região é semi-diurna, com desigualdades diurnas. Isto porque ocorrem normalmente duas preamares e duas baixa-mares por dia, havendo por vezes a não ocorrência da repetição de uma destas fases. Massas de Água As massas de água da parte oceânica da baía da Ilha Grande foram classificadas segundo EMÍLSON (apud FERREIRA DA SILVA et al, 1996) como: (AT) Água Tropical por onde flui a corrente do Brasil ( T>20 0C e S>36 g/l ); (ACAS) Água Central do Atlântico Sul (6 0C< T < 18 0C e 35<S <36 g/l ), normalmente encontrada a 200 m de profundidade na borda da plataforma continental, situada abaixo da (AP) Água de Plataforma (T> 20 0C e 35<S<36 g/l ); e a (AC) Água Costeira(T>15 0C e S<36 g/l ) junto ao litoral. A baía da Ilha Grande caracteriza-se por apresentar uma camada de mistura superficial de 0 a 15m de profundidade e uma camada haloclina e picnoclina a 15 m de profundidade. A picnoclina sazonal começa a desenvolver nos primeiros 15 m de profundidade na primavera indo até o verão. Abaixo desta profundidade as águas são praticamente isopicnais, apresentando sigma-t de 26 (densidade), oriundas em parte, da mistura originada pela entrada da ACAS (CEPUERJ, 1992). Na Porção Leste, onde a baía da Ilha Grande conecta-se ao oceano e à baía de Sepetiba, ocorrem processos de diluição da salinidade das águas, formando um ambiente bastante complexo, onde os principais fatores de influência são os efeitos de maré, ventos e diferença de densidade, que misturam as águas menos salinas da baía de Sepetiba com as mais salinas, provenientes do oceano e da baía da Ilha Grande, esta porção foi classificada primeiramente por SIGNORINI (1980) como um sistema estuarino. Salinidade e Temperatura O estudo da variação espaço-temporal de salinidade e temperatura pode estabelecer um modelo de circulação local e de renovação das águas. Na região de estudo existem diversos trabalhos que tratam dos aspectos físicos e biológicos associados à distribuição destes parâmetros. Variação horizontal Através de registros contínuos de temperatura e salinidade, MIRANDA et al (1977) constataram a existência de uma frente salina na entrada a Leste da Ilha Grande, a SE da Ponta de Castelhanos, com salinidade de 35,14. Após essa frente, a estrutura da salinidade apresentou um decréscimo de 1,9, registrando 33,24 de salinidade em uma escala espacial de 2,5 km, onde não foi observada mudança significativa na temperatura (20,6 0C a 20,9 0C). Foi constatada ainda outra frente salina a 9,4 km a SE da Ponta Grossa da Marambaia. Neste trecho, a média de salinidade situou-se em torno de 33,00. Na frente, a salinidade atingiu o valor de 35,36 em uma escala espacial de 1,6 km. A temperatura neste intervalo diminuiu de 20,80C para 20,40C. Saindo da frente salina e contornando a Ilha Grande até a Plano de Controle Ambiental DIGV 157 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC ilha das Palmas, a salinidade variou de 35,52 para 32,79, em uma escala espacial de 2,4 km, enquanto que a temperatura aumentou de 0,40C (20,20C para 20,60C). Da baía de Sepetiba atravessando para a baía da Ilha Grande, a salinidade da água superficial no estreito variou de 33,8 a 35,7, e a temperatura sofreu um leve aumento de 21,20C para 21,70C, sendo o aporte de água doce oriundo da baía de Sepetiba o principal responsável por essas diferenças. No interior da baía da Ilha Grande, a temperatura apresentou maiores variações (21,20 a 22,00C) quando comparada aos vários valores obtidos ao Sul da entrada da baía (20,80 a 21,30C), a salinidade situou-se em torno de 35,00 ao norte e de 35,5 na porção mais ao Sul. Variação vertical A estratificação da coluna d’água foi estudada por IKEDA e STEVENSON (1982), baseada em amostragens em três pontos em torno da Ilha Grande (dados coletados em junho de 1976 e somente um ponto em fevereiro). Foi verificado um aumento do valor de sigma-t da superfície para o fundo, a leste da Ilha Grande. O menor valor encontrado (22,2) correspondeu a temperatura de 26,3 0C e salinidade de 34,00 na superfície, e o maior (24,0) correspondeu à temperatura de 20 0C e salinidade de 35,00 no fundo, para o mês de fevereiro. No mês de junho, no mesmo ponto, a densidade aumentou para o fundo, apresentando valor de sigma-t de 23,7, com temperatura de 22,7oC e salinidade de 34,5 em superfície. No fundo obteve-se o valor de 24,0 de sigma-t para temperatura de 22,0 0C e salinidade de 34,7. Variações Sazonais Segundo o estudo de IKEDA e STEVENSON (apud CEPUERJ, 1992), a baía da Ilha Grande apresenta importantes variações sazonais dos parâmetros fundamentais da água do mar, salinidade e temperatura. A comparação entre dados de correntes e hidrográficos sugere a passagem de frentes, separando a água oceânica da costeira. Reversões rápidas nas correntes estão associadas com a passagem de interfaces frontais. O exame da estabilidade estática (frequência de Brünt-Väisälä) mostra que a coluna d’água em fevereiro é muito mais estável que em junho. Inversões de densidade com a profundidade geralmente ocorrem no inverno, indicando uma tendência pronunciada de giro na coluna d’água. Desta forma, no verão ocorre uma corrente de máxima de entrada de água oceânica mais fria e mais salina pelo fundo (entre 12 e 20m), com velocidade de 42 cm/s. Tanto em fevereiro quanto em junho, a leste da Ilha Grande, um fluxo subsuperficial precede uma passagem subsuperficial frontal que em fevereiro estende-se até 10 metros de profundidade, com fluxo mais fraco, e em junho estende-se até 20 m. A oeste, no inverno, somente a temperatura varia. No estreito, também no inverno, a salinidade variou pouco. A passagem da frente é mais complexa e suas águas são mais quentes que as adjacentes. As diferenças entre as duas estações do ano, verão (fevereiro) e inverno Plano de Controle Ambiental DIGV 158 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC (junho) foram de 4,0oC e 0,9 de salinidade, que corresponde a uma variação de 1,8 no valor de sigma-t. Como esperado, as maiores temperaturas, menores salinidades e menores valores de sigma-t (densidade) são observados no verão. Circulação Na região de estudo, EMILSON (apud CEPUERJ, 1992) afirma que a corrente do Brasil flui regularmente no litoral e ao largo, sendo mais estável no verão. Segundo SCHUMACHER, 1943, esta corrente tem sentido SE em janeiro, março, setembro, outubro e dezembro; e sentido NE em fevereiro, abril, junho, julho, agosto e novembro. No inverno esta corrente flui irregularmente formando vórtices e meandros que avançam em direção à costa. Segundo SIGNORINI (1980), a circulação do sistema estuarino formado pelas baías de Ilha Grande e Sepetiba é resultante de efeitos de marés, ventos e diferenças de densidade. No aspecto geral, a situação gerada pelo contato entre a água do rio e a água do oceano, bem como a mistura por águas de maré gera um movimento quase permanente em torno da Ilha Grande, com velocidade de 10 cm/s, atribuído à diferenças de densidade. Neste fluxo horário a água entra na baía da Ilha Grande pelo lado oeste, circula e se mistura com as águas menos salinas provenientes da baía de Sepetiba a leste, sendo desviada para o oceano. Assim, o padrão de circulação na baía da Ilha Grande é principalmente criado pelo gradiente de pressão gerado pela estratificação de densidade, favorecendo o fluxo horário e sendo a força motora para o fluxo sem marés. A corrente de maré na baía da Ilha Grande é fraca, de poucos cm/s. Uma partícula em experimento lagrangeano levaria sete dias ou 14 ciclos de maré para ir da entrada oeste à leste em situação favorável (CEPUERJ, 1992). A deriva por ventos é característica da baía da Ilha Grande. Essa deriva corresponde a 3% da intensidade do vento. As correntes superficiais são maiores que as de profundidade em geral. Entre a Ilha Grande e o continente, dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação-DHN e o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias-INPH, demonstram alta frequência de correntes e oscilações de pequena amplitude superpondo-se a uma frequência baixa e mais intensa com períodos maiores que 1 dia. As correntes de maré adentram na baía da Ilha Grande tanto pelo lado oeste quanto pelo lado leste, antes da preamar. Durante a entrada de maré, o fluxo a oeste sofre um alinhamento e segue para o estreito. Depois da preamar a corrente do lado oeste passa pelo estreito em direção leste, enquanto outra corrente sai da baía de Sepetiba em direção ao oceano. Durante a maré baixa, a situação ainda se mantém, como um giro horário na baía da Ilha Grande, saindo pelo lado oeste da baía de Sepetiba e o fluxo passa lateralmente pela Ilha Grande até a abertura a leste do canal. Batimetria A baía da Ilha Grande de um modo geral não apresenta suas profundidades homogeneamente distribuídas (CEPUERJ, 1992). A batimetria das porções leste e oeste Plano de Controle Ambiental DIGV 159 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC são controladas por canais que provavelmente são remanescentes do período interglacial, quando o nível do mar se encontrava muito distante da costa atual, estando o atual fundo marinho da baía emerso (MUEHE, 1996). A porção oeste da baía possui suas menores profundidades (menores que 10 m) em regiões próximas à costa (enseada de Parati e baía da Ribeira), apresentando como média das profundidades valores situados entre as isóbatas de 20 e 30 metros. Sua batimetria aumenta gradativamente no sentido em que se caminha para o oceano, com 32 m de profundidade na entrada da baía, que possui 17,6 km de extensão. A parte central da baía, caracterizada por uma área de estreitamento entre o continente a Ilha Grande, apresenta-se como sua porção mais profunda, onde a isóbata de 20 m se alarga, definindo os contornos norte e sul do canal. A porção leste apresenta batimetria menos irregular e menos profunda, com valores situando-se entre 10 e 20 m. Nesta porção, a feição de destaque é o canal, orientado na direção NE-SW, com profundidade de até 26m. Nas proximidades do empreendimento encontram-se as enseadas de Itaorna, onde ocorre a captação de água para refrigeração, e a praia do Mamede, além do Saco Piraquara de Fora, local de lançamento dos efluentes líquidos das Usinas, e as profundidades máximas são da ordem de 10 metros. Qualidade das Águas A Eletronuclear monitora alguns parâmetros físico-químicos para conhecimento da qualidade das águas marítimas, não só em Itaorna. Os locais de coleta e o tipo de análise estão demonstrados na Tabela III.16. Tabela III.16 – Locais de coleta e tipos de análises realizadas nas águas marítimas Área de Amostragem Ponto de Coleta Latitude Longitude Tipo de Análise AM – 1 23°01’34,9" S 044°31’44,2" W BAC AM – 2 23°02’01,9" S 044°32’49,7" W BAC AM – 3 23°00’19,9" S 044°28’41,7" W BAC AM – 4 23°00’27,6" S 044°29’00,8" W BAC AM – 5 23°00’30,4" S 044°27’42,0" W BAC AM – 6 23°00’42,0" S 044°27’28,4" W FQ AM – 7 23°00’41,4" S 044°26’44,1" W FQ AM – 8 23°00’44,1" S 044°26’21,5" W FQ AM – 9 23°01'11,2" S 044°26'26,2'' W BAC MAMBUCABA PRAIA BRAVA ITAORNA SACO PIRAQUARA DE FORA Fonte: ELETRONUCLEAR Legenda:BAC: análise bacteriológica FQ: análise físico-química Para os pontos de amostragem AM-5, AM-6, AM-7 e AM-8, são seguidas a Norma Técnica FEEMA NT 319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para Preservação de Fauna e Flora Marinhas – Naturais ou a Resolução CONAMA nº 357, de 17/03/05. Plano de Controle Ambiental DIGV 160 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC Para os pontos de amostragem AM-1, AM-2, AM-3, AM-4 e AM-9, são monitorados os parâmetros estabelecidos na Resolução CONAMA nº 274, de 29/11/00 ou a Norma Técnica FEEMA NT-311, que estabelece Critérios de Qualidade de Água de Recreação em Água Salgada – Contato Primário. Os parâmetros analisados, assim como, os valores máximos permissíveis, freqüência de amostragem, e pontos de amostragem são apresentados na Tabela 3.17. Tabela III.17 – Parâmetros analisados, limites permitidos e pontos de amostragem – Águas Marítimas Valor Máximo Permitido Virtualmente ausentes Virtualmente ausentes Frequência de Amostragem Número de Amostras mensal 3 mensal 3 800 mensal 6 mg/L Máx. 5,0 mensal 3 OD mg/L Min. 6,0 mensal 3 pH — 7,9 – 8,3 quinzenal 6 Alumínio mg/L 1,5 quinzenal 3 Amônia mg/L 0,4 quinzenal 3 Boro Total mg/L 5,0 mensal 3 Cloro Residual Total mg/L 0,01 semanal 2 Cromo total mg/L 0,05 mensal 3 Zinco mg/L 0,09 quinzenal 3 Hidrazina mg/L (ausente) mensal 3 Nitrito mg/L 0,07 mensal 3 Nitrogênio Amoniacal Total mg/L Máx. 0,4 quinzenal 3 Parâmetros Unidade Materiais Flutuantes — Óleos e Graxas mL/L E. coli VMP/100ml DBO5 Locais Amostrados AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-1/AM2/AM-3/AM4/AM-5/AM-9 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-1/AM2/AM-3/AM4/AM-5/AM6/AM-7/AM8/AM-9 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-5/AM-9 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 AM-6/AM7/AM-8 Fonte: ELETRONUCLEAR Os parâmetros fiísico-químicos das águas marítimas da área da Ponta Fina, encontram-se no item VI.3.6 adiante, Radiações e Concentrações de Fundo (background). O Programa de Monitoração Radiológica da CNAAA - PMARO, por sua vez, atesta a ausência de radiação ionizante nas águas marítimas analisadas nas proximidades da Ponta Fina. Plano de Controle Ambiental DIGV 161 Diagnóstico do Meio Físico NATRONTEC III.2 - MEIO BIÓTICO O empreendimento encontra-se na microregião de Ilha Grande. Por possuir o litoral bastante recortado, abrange diversos ecossistemas em sua extensão: florestas, manguezais, restingas e costões rochosos. O clima da região é quente e úmido. A temperatura média anual é de 22,5ºC, sendo a máxima média 25,7ºC em fevereiro e a mínima média 19,6ºC em julho (Bittencourt, 1997). A região apresenta uma nebulosidade elevada (setembro a março); a pluviosidade anual é de aproximadamente 2.240 mm, com maior concentração no verão (Domingues et al.,1976). Os ventos predominantes, durante todo o ano são os do quadrante leste, com maior incidência do sudoeste durante os meses mais frios, de junho a setembro (GEA – Feema). As florestas tropicais detêm sem dúvida a maior diversidade específica tanto animal como vegetal, sem considerar ainda a contínua descoberta de espécies novas nos mais diversos grupos de seres vivos (Lino, 1992; Mittermeier et al. 1999; Wilson, 1997). No Brasil, os dois principais biomas de floresta tropical são a Floresta Amazônica e a Floresta Atlântica (Ferri,1980; Rizzini, 1997). O primeiro ocupa a região norte do país, enquanto que o segundo percorre ao longo a costa do Oceano Atlântico, originalmente do Estado do Rio Grande do Sul até o Estado do Rio Grande do Norte. A Mata Atlântica já representou cerca de 15% de sua cobertura original, sendo que atualmente encontra-se em sua maior parte substituída por sistemas agropastoris ou florestas secundárias degradadas (Jesus, 1987; SOS Mata Atlântica et al., 1998), sendo que nos últimos cinco anos segundo ISA (2002), chegou-se a uma cifra de destruição de 11% da Mata Atlântica, provocando uma queda de 8,3% para 7,3% dos remanescentes em todos os estágios de Mata Atlântica. Nas Tabelas III.18 e III.19, a seguir, apresenta-se a evolução da redução da cobertura vegetal dos remanescentes florestais e dos mais representativos ecossistemas associados (restinga e mangue) pertencentes ao domínio Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro. O diagnóstico de Meio Biótico procurou identificar o ecossistema de inserção do DIGV e caracterizar sua biota conforme dados secundários, para as áreas de influência direta e indireta. Para tanto, essa análise foi dividida em ecossistema terrestre, onde foram caracterizadas a fauna e flora, e ecossistema aquático, onde há descrição da biota marinha e aquático-dulcícola. Plano de Controle Ambiental DIGV 162 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.18 – Evolução da perda de extensão superficial dos remanescentes florestais da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados no estado do Rio de Janeiro. Cartas 1985 1990 1995 Desmatamento Topográficas (ha) (ha) (ha) 85-90 90-95 Cachoeiro do Itapemirim 9.766 9.332 5.968 434 3.364 Campos 90.066 83.530 65.018 6.536 21.036 Ilha Grande 96.879 96.690 95.338 189 1.428 Juiz de Fora 35.154 32.436 20.801 2.718 11.685 Macaé 33.552 29.782 26.334 3.770 4.401 809 797 797 12 0 Rio de Janeiro 690.956 574.033 488.772 116.923 85.261 Volta Redonda 239.152 234.584 225.830 4.568 13.197 Campos 8.779 8.498 8.113 281 444 Ilha Grande 2.325 2.325 2.304 0 21 Macaé 15.574 14.877 14.688 697 189 Rio de Janeiro 8.797 8.280 8.195 517 85 450 349 349 101 0 2.110 1.870 1.870 240 0 347 187 187 160 0 7.755 7.755 7.610 0 145 Remanescentes Florestais Ponte Nova Restinga Mangue Campos Ilha Grande Macaé Rio de Janeiro Obs.: Período de 1985-90 e 1990-95 – Valores parciais por carta na escala de 1:250.000 (SOS Mata Atlântica, 1998). Plano de Controle Ambiental DIGV 163 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.19 – Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro no Período 1995-2000. 19951 20002 Desmatamento3 Classes de mapeamento hectares %* hectares %* hectares %** Remanescentes florestais 738.402 16,82 734.629 16,73 3.773 0,51 Restinga 40.766 0,93 40.272 0,92 494 1,2 Mangue 9.865 0,23 9.610 0,22 255 2,6 * em relação à área avaliada do Estado equivalente a 100% / ** em relação aos remanescentes florestais de 1995 (SOS Mata Atlântica, 2001). III.2.1 ECOSISTEMA TERRESTRE O Bioma Mata Atlântica apresenta grande biodiversidade e alta taxa de endemismos. Paralelamente, também se encontra em situação crítica devido à alteração dos seus ecossistemas naturais. Para a realização deste diagnóstico, foi utilizado o sentido lato sensu do conceito de Mata Atlântica, que divide esse bioma em diversas fisionomias, que estão associadas. Para efeitos da legislação, considera-se como sendo Mata Atlântica, as formações florestais e ecossistemas associados inseridos nesse domínio, composto pelas seguintes fisionomias: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, Manguezais, Restingas, Campos de altitude, Brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste. Em relação à sua florística, todo o bioma possui cerca de 10.000 espécies de plantas, onde 50% são endêmicas. O nível de endemismo cresce significativamente quando separamos as espécies da flora em grupos, atingindo 53,5% para espécies arbóreas, 64% para as palmeiras e 74,4% para as bromélias. A Mata Atlântica preserva também importante conjunto de plantas medicinais, muitas das quais ainda não devidamente estudadas. A fauna da Mata Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu com o impacto da colonização humana na América do Sul. A fauna terrestre inclui uma alta taxa de endemismos, especialmente para aves e primatas, onde se encontram táxons entre os mais ameaçados de extinção, especialmente em função do desmatamento e perda de habitats. Isto se deve à grande diversidade de habitats formados no interior da Mata Atlântica e nos demais ecossistemas, uma vez que estão distribuídos ao longo do continente, na faixa litorânea. Em decorrência das características climáticas, geológicas, e geográficas presentes na região, os ecossistemas terrestres das áreas de influência direta e indireta são: os Manguezais que se desenvolveram sobre as planícies de marés e margens de rios, as Restingas sobre os cordões arenosos, e a Floresta Ombrófila Densa, que se subdivide em Plano de Controle Ambiental DIGV 164 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC diversas outras formações, sobre as planícies, os vales dos rios e das encostas da Serra do Mar. Flora Área de Influência Indireta A cobertura vegetal da região determinada como Área de Influência Indireta é caracterizada pela presença da Floresta Ombrófila Densa, da Restinga e do Manguezal. A situação desses ambientes será observada separadamente a seguir, buscando um detalhamento das diferentes formações. Os ambientes da orla litorânea da região sofrem grande alteração antrópica (Ex. desmtamento, erosão e impermeabilização dos solos). Existem dados, em vários relatórios técnicos que evidneciam que as formações vegetais entre 1966 e 1987, obteve um aumento da área relativa de gramíneas, associado muitas vezes, ao desmatamento no platô da Bocaina, sobre as planícies e porções inferiores das encostas (MRS Estudos Ambientais, 2005ª). Registram também um aumento expressivo das áreas urbanas, sobretudo pela expansão da cidade de Angra dos Reis ao longo da BR-101 (Rio-Santos). Ocorrendo o surgimento de concentrações na planície no baixo Rio Bracuí, baixo Rio Manbucaba (Perequê) e enseada do Frade. A rodovia Rio-Santos criou a especulação imobiliária ao longo da estrada, com a construção de complexos hoteleiros, condomínios e marinas (MRS Estudos Ambientais, 2005ª). Conforme relatório técnico sobre a vegetação da Bacia do Rio Paca-Grande (Farag et al., 1997), no platô da Serra da Bocaina, é uma região mais florestada que a bacia do Rio Bananal, com 83,3% de cobertura de formações florestais de pioneiras até tardias (clímax). Segundo os autores, as formasções pioneiras e secundárias são resultado do abandono de áreas de pastagem e de exploração de carvão. As formações tardias ocupam áreas de difícil acesso ou impróprias para o uso. Floresta Ombrófila Densa Este bioma ocupa a área tropical, dominada por temperaturas elvadas (médias de 25°C), valores de precipitação elevados, com período seco anual variando de 0 a 60 dias. Os ambientes ocupados pela Floresta Ombrófila Densa, apresentam chuvas bem distribuídas, com médias anuais em torno e acima de 1500mm, havendo estações sem seca ou mesmo com grande disponibilidade de umidade. Caracteriza-se pela presença de fanerófitas (plantas lenhosas com as gemas e brotos de crescimento protegidos) além de lianas lenhosas e epífitas em abundância que o diferenciam de outras classes de formações (MRS Estudos Ambientais, 2005a). A subdivisão da Floresta mbrófila Densa realizada pelo RADAMBRASIL (1983), que se baseou principalmente na distribuição por altitude, é encontrada nessa área formações de Terras Baixas, Submontana, Montana e Alto Montana. A comundade vegetal loclizada nas planícies e nos primeiros 50 metros das encostas apresent apenas duas tipologias significativas, uma localizada em terrenos drenados e outra em encharcados. Plano de Controle Ambiental DIGV 165 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Florestas das Terras Baixas Abrange os ambientes situados entre cerca de 5 m acima do nível do mar e altitude de 50 m. A Florestas das Terras Baixas caracteriza-se pela sucessão desde a fase pioneira dos locais salobros com vegetação hidrófila de Eleocharis, Typha, Cyperus até a fase fanerófita de Fícus, Tabebuia Arecastrum, ainda em áreas úmidas, mas com água doce, com uma fase intermediária de Callophillum, Tapirira e Geonoma (RADAMBRASIL, 1983). Abrangeria, portanto nesta fase pioneira o que é denominado, Floresta de pântano ou Mata alagadiça, que apresenta rpresentantes preservados na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, na Ilha Grand (Maciel et al., 1984). Os grupamentos mais estáveis, da Floresta de Terras Baixas, ocorrem em áreas bem drenadas, que além de conservarem alguns componentes das fases anteriores, apresentam um estrato dominante de cerca de 25 m de altura, com tanheiro (Alchornea triplinervia), sangue-de-drago (Croton sp.), figueira do brejo (Ficus organensis), ipê-.dobrejo (Tabebuia sp.); um estrato dominado de cerca de 20 m de altura com bicuiba (Virola sp.), pindaíba (Xilopia sp.), freijó (Cordia sp.), pau jacaré (Piptadenia gonoacantha), angico-branco (Parapiptadenia sp.); um estrato intermediário de aproximadamente 10 m de altura com ingá (Inga sp.), Posoqueria sp., candiúba (Trema micrantha) e um estrato inferior onde predomina a bananeira-do-mato (Heliconia sp.), em meio à ocorrência generalizada de indivíduos das famílias botânicas Palmae, Bromeliaceae, Orquidaceae e Pteridophytae. A estrutura fanerófita da formação apresenta ainda Iianas e epífitas em abundância (Radambrasil, 1983). Floresta Submontana Remanescentes desta formação florestal são encontrados no Estado do Rio nas encostas da Serra da Bocaina. Ocorre na faixa de altitude entre 50 e 500 m, em áreas dissecadas da Serra do Mar, das serras litorâneas e dos maciços isolados, sobre rochas do embasamento cristalino e rochas alcalinas (MRS Estudos Ambientais, 2005a). A vegetação remanescente da Formação Submontana da Floresta Ombrófila Densa, está hoje abrigada em áreas de preservação permanente, ou fazem parte de parques ou reservas equivalentes, pois se situam em encostas com declive acentuado e estão associadas a nascentes de mananciais(MRS Estudos Ambientais, 2005a). Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é extremamente vulnerável, apresentando grandes extensões cobertas por campos herbáceos, principalmente nas porções das encostas mais próximas da BR-101. Nos locais onde a floresta secundária está estruturada, evidenciada pela observação de Cecropia pachystachya, existe a presença marcante do gênero Tibouchina (quaresmeiras) observado e identificado pela sua floração característica composta pelas flores de cor roxa. Floresta Montana A Floresta Montana ocupa locais de relevo fortemente dissecado, íngreme e de acesso difícil, permitindo que seja parcialmente poupada. No estado do Rio de Janeiro, os Plano de Controle Ambiental DIGV 166 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC remanescentes desta formação florestal podem ser encontrados principalmente no Parque Nacional da Serra da Bocaina e na Serra dos Órgãos. Os ambientes da Formação Montana da Floresta Ombrófila Densa, na latitude da Baía da Ilha Grande, ocupa faixa de altitudes entre 500 a 1500 m, sobre rochas do embasamento cristalino e rochas alcalinas. O sub-bosque é denso e diverso, seus componentes apresentam caules de pequeno calibre, muitos deles ramificando a menos de 1 m do solo, quase sempre recobertos pelas inúmeras briófitas que ai ocorrem. Floresta Alto Montana Ambientes da Formação Florestal Alto Montana, na latitude da baía da Ilha Grande, ocupam faixa de altitude acima do nível de 1500 m, sobre rochas do embasamento cristalino. Por estarem localizadas nas partes mais elevadas são freqüentemente envoltas por densas nuvens durante dias seguidos. Embora composta por espécies endêmicas, revelando um antigo isolamento, a composição florística desta formação é representada por famílias de dispersão universal (RADAMBRASIL 1983). Por se situar em área de relevo acidentado e de difícil acesso, este tipo florestal foi bastante poupado, não estando, no entanto, imune à ação antrópica. A seguir, na Tabela III.20, estão listadas as espécies da flora, na Floresta Densa Submontana e na vegetação secundária, que foram encontradas nas áreas de influência do empreendimento, conforme levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência da CNAAA. Tabela III.20 - Lista de espécies encontradas nas parcelas. Área A: área das torres de comunicação da CNAAA – Floresta densa submontana; Área B: bacia do córrego Praia Brava – Vegetação secundária. Família Espécie Área A Área B VERBENACEAE Aegiphila integrifolia x LAURACEAE Aiouea cf. impressa x EUPHORBIACEAE Alchornea triplinervia x SAPINDACEAE Allophylus sp. 1 x RUBIACEAE Alseis floribunda x RUBIACEAE Amaioua intermedia var brasiliana x LEGUMINOSAE Andira sp. 1 x ANNONACEAE Annonaceae sp. 3 x Plano de Controle Ambiental DIGV 167 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B ANNONACEAE Annonaceae sp. 4 x ARECACEAE Astrocaryum aculeatissimum x ARECACEAE Atalea sp. x RUBIACEAE Bathysa australis x RUBIACEAE Bathysa stipulata x LAURACEAE Beilschmiedia cf. stricta x LAURACEAE Beilschmiedia emarginata x MORACEAE Brosimum guianense x MELIACEAE Cabralea canjerana ssp. canjerana MYRTACEAE Campomanesia xanthocarpa x LECYTHIDACEAE Cariniana estrellensis x EUPHORBIACEAE Caryodendron grandifolium x FLACOURTIACEAE Casearia sp. 1 CECROPIACEAE Cecropia glazioui CECROPIACEAE Cecropia lyratiloba x ULMACEAE Celtis sp. 1 x RUBIACEAE Chomelia brasiliana x CHRYSOBALANACEAE Chrysobalanaceae sp. 1 x SAPOTACEAE Chrysophyllum flexuosum x RUTACEAE Citrus medica var. limon x CLUSIACEAE Clusia lanceolada x BORAGINACEAE Cordia sp. 1 Plano de Controle Ambiental DIGV 168 x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B BORAGINACEAE Cordia sp. 2 x RUBIACEAE Coussarea meridionalis var. porophylla x RUBIACEAE Coussarea nodosa x LAURACEAE Cryptocarya micrantha x LAURACEAE Cryptocarya saligna x SAPINDACEAE Cupania oblongifolia x SAPINDACEAE Cupania sp. 1 x CYATHEACEAE Cyatheaceae sp. 1 x ARALIACEAE Didymopanax anomalus x ARALIACEAE Didymopanax sp. 1 x EBENACEAE Diospyros ebenaster SAPOTACEAE Ecclinusa ramiflora x BOMBACACEAE Eriotheca pentaphylla x ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum pulchrum x MYRTACEAE Eugenia sp. 1 x MYRTACEAE Eugenia sp. 2 x MYRTACEAE Eugenia sp. 3 x MYRTACEAE Eugenia sp. 4 x EUPHORBIACEAE Euphorbiaceae sp. 1 ARECACEAE Euterpe edulis x RUBIACEAE Faramea sp. 1 x MORACEAE Ficus citrifolia Plano de Controle Ambiental DIGV 169 x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B MORACEAE Ficus insipida MORACEAE Ficus pulchella PHYTOLACCACEAE Gallesia integrifolia CLUSIACEAE Garcinia brasiliensis x APOCYNACEAE Geissospermum laevis x MYRTACEAE Gomidesia spectabilis x NYCTAGINACEAE Guapira opposita x x MELIACEAE Guarea macrophylla ssp. tuberculata x x ANNONACEAE Guatteria nigrescens Mart. x MORACEAE Helicostylis tomentosa x CHRYSOBALANACEAE Hirtella hebeclada x EUPHORBIACEAE Hyeronima alchorneoides AQUIFOLIACEAE Ilex integerrima x INDET. Indet. sp. 03 x INDET. Indet. sp. 06 x INDET. Indet. sp. 07 x INDET. Indet. sp. 12 x INDET. Indet. sp. 13 x INDET. Indet. sp. 14 x LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE Inga sp. 1 x LEGUMINOSAE MIMOSOIDEAE Inga sp. 2 x BIGNONIACEAE Jacaranda micrantha Plano de Controle Ambiental DIGV 170 x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B CARICACEAE Jacaratia heptaphylla x CLUSIACEAE Kielmeyera membranacea x CLUSIACEAE Kielmeyera rizziniana x LACISTEMACEAE Lacistema pubescens x LAURACEAE Lauraceae sp. 01 X LAURACEAE Lauraceae sp. 03 x LAURACEAE Lauraceae sp. 05 X LAURACEAE Lauraceae sp. 11 X LAURACEAE Lauraceae sp. 15 x LAURACEAE Lauraceae sp. 04 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 01 LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 02 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 03 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 04 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 05 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 06 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 07 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 08 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 09 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 10 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 11 LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 12 Plano de Controle Ambiental DIGV 171 x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 13 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 14 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 15 x LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 16 LEGUMINOSAE Leguminosae sp. 17 x LAURACEAE Licaria bahiana x EUPHORBIACEAE Mabea brasiliensis x MYRTACEAE Marlierea sp. 1 x MYRTACEAE Marlierea sp. 2 x MYRTACEAE Marlierea subacuminata x CELASTRACEAE Maytenus aff. ilicifolia CELASTRACEAE Maytenus ardisiaefolia x CELASTRACEAE Maytenus salicifolia x CELASTRACEAE Maytenus sp.1 x MELASTOMATACEAE Melastomataceae sp. 1 x MELIACEAE Meliaceae sp. 2 x MELIACEAE Meliaceae sp. 3 x x MELASTOMATACEAE Miconia calvescens x x MELASTOMATACEAE Miconia cf. holosericea x MELASTOMATACEAE Miconia cinnamomifolia x MELASTOMATACEAE Miconia dodecandra x MELASTOMATACEAE Miconia prasina x Plano de Controle Ambiental DIGV 172 x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B MELASTOMATACEAE Miconia sp. 3 x MELASTOMATACEAE Miconia sp. 4 x SAPOTACEAE Micropholis crassipedicelata x MONIMIACEAE Mollinedia sp. 1 x MONIMIACEAE Mollinedia sp. 2 x MYRTACEAE Myrcia grandiglandulosa x MYRTACEAE Myrcia rostrata MYRSINACEAE Myrsine coriacea x MYRSINACEAE Myrsine guianensis x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 02 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 04 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 05 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 07 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 10 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 12 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 14 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 17 x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 19 x MORACEAE Naucleopsis oblongifolia x LAURACEAE Nectandra leucantha x LAURACEAE Nectandra membranacea x LAURACEAE Nectandra oppositifolia x Plano de Controle Ambiental DIGV 173 x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B LAURACEAE Ocotea puberula LAURACEAE Ocotea sp. 1 x LAURACEAE Ocotea sp. 2 x LAURACEAE Ocotea tabacifolia x EUPHORBIACEAE Pausandra morisiana x MYRTACEAE Myrtaceae sp. 07 x SIMAROUBACEAE Picramnia glazioviana ssp. glazioviana x PIPERACEAE Piper sp. 1 PIPERACEAE Piper sp. 2 PIPERACEAE Piper sp. 3 MYRTACEAE Plinia edulis x MYRTACEAE Plinia rivularis x CECROPIACEAE Pourouma guianensis x SAPOTACEAE Pouteria sp. 1 SAPOTACEAE Pouteria venosa x RUBIACEAE Psychotria velloziana x BOMBACACEAE Quararibea turbinata ANNONACEAE Rollinia dolabripetala (Mart.) R.E.Fries x PROTEACEAE Roupala montana x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 03 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 04 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 07 x Plano de Controle Ambiental DIGV 174 x x x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B RUBIACEAE Rubiaceae sp. 10 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 11 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 12 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 13 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 15 x RUBIACEAE Rubiaceae sp. 06 HIPPOCRATEACEAE Salacia grandifolia x SAPINDACEAE Sapindaceae sp. 1 x SAPINDACEAE Sapindaceae sp. 2 x SAPOTACEAE Sapotaceae sp. 4 x SAPOTACEAE Sapotaceae sp. 5 x SAPOTACEAE Sapotaceae sp. 6 x SAPOTACEAE Sapotaceae sp. 8 x SAPOTACEAE Sapotaceae sp. 9 x LEGUMINOSAE CAESALPINIOIDEAE Senna multijuga lindleyana RUBIACEAE Simira sampaioana RUBIACEAE Simira viridiflora MONIMIACEAE Siparuna sp. 1 x MONIMIACEAE Siparuna sp. 2 x ELAEOCARPACEAE Sloanea garckeana x ELAEOCARPACEAE Sloanea sp. 2 x Plano de Controle Ambiental DIGV 175 x ssp. lindleyana var. x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Área A Área B SOLANACEAE Solanaceae sp. 1 x MORACEAE Sorocea guilleminiana x MORACEAE Sorocea hilarii x MORACEAE Sorocea sp.1 x BIGNONIACEAE Tabebuia cassinoides x COMBRETACEAE Terminalia januariensis x MELASTOMATACEAE Tibouchina scrobiculata x MELIACEAE Trichilia sp. 1 MELIACEAE Trichilia sp. 2 x MELIACEAE Trichilia sp. 3 x URTICACEAE Urticaceae sp. 1 ASTERACEAE Vernonia discolor x MYRISTICACEAE Virola gardneri x MYRISTICACEAE Virola oleifera ANNONACEAE Xylopia brasiliensis x RUTACEAE Zanthoxylum rhoifolium x LEGUMINOSAE FABOIDEAE Zollernia glabra x 199 espécies x x x 34 x 183 Fonte: Diagnóstico do EIA de Angra 3 Floresta Ombrófila Mista A formação de Floresta Ombrófila Mista é encontrada somente na área do Parque Nacional da Serra da Bocaina e representa uma tipologia remanescente de grande importância biogeográfica. As principais espécies presentes são a Araucaria angustifolia (pinheiro do paraná), Drymis brasiliensis (casca d’anta), Mimosa scabrella (bracatinga) e Podocarpus lambertii (pinheiro bravo). Plano de Controle Ambiental DIGV 176 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Em função de sua localização dentro da supracitada Unidade de Conservação, sua situação ambiental se encontra favorável, com a formação íntegra e preservada. Na Tabela III.21 a seguir, são apresentados uma listagem das espécies da flora da Floresta Ombrófila Mista, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico. Tabela III.21 - Espécies Representativas da Floresta Ombrófila Mista Nome Científico Nome Popular Família Araucariaceae Observações forros; molduras; ripas; cabos de vassoura; caixotaria; brinquedos; palitos de fósforos; lápis; carretéis; utensílios domésticos; ornamental; Araucaria angustifolia Pinheiro brasileiro Drymis brasiliensis Casca d’anta; Pau Winteraceae para tudo obras internas; carpintaria; caixotaria; lenha e carvão; casca aromática e medicinal; ornamental; Mimosa scabrella Bracatinga Leg. Mimosoideae construção civil; caixotaria; flores melíferas; ornamental; Nectandra sp. Canela Lauraceae exploração madeireira; Ocotea sp. Canela Lauraceae exploração madeireira; Podocarpus lambertii Pinheiro bravo Podocarpaceae carpintaria comum; palitos de fósforo; brinquedos; forros; reflorestamento; Restinga As restingas são depósitos arenosos paralelos à linha de costa, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha. Na costa brasileira elas ocupam cerca de 79% de sua extensão total (Lacerda et al.,1993) sendo encontradas principalmente no litoral oriental e meridional. Atualmente, a vegetação litorânea de Angra dos Reis está bastante alterada, em função do desmatamento, pela abertura de estradas com lançamento de aterro nas praias, por empreendimentos imobiliários e instalações industriais, além da crescente exploração turística. Por serem estas restingas pouco conhecidas, é necessário levantamentos de dados históricos e atuais, para fornecer subsídios para futuros projetos de preservação e recuperação, principalmente visando o potencial turístico local. Foram consideradas as áreas da praia do Hotel do Bosque e da praia da Batanguera como de relevante interesse em relação ao ecossistema de restinga. A restinga da praia da Batanguera estende-se entre duas formações rochosas por 1.100 m. A outra área de restinga, considerando–se o final da área urbanizada da Vila Residencial de Mambucaba, próximo ao quiosque do Hotel do Bosque como o seu inicio, compreende 480 m até a foz Plano de Controle Ambiental DIGV 177 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC do rio Mambucaba. Na orla da praia de ambas as áreas amostradas existem amendoeiras, (Terminalia cattapa), um espécie exótica comum em diversas regiões, que apresenta rápido crescimento e dispersão. As comunidades vegetais existentes nestes trechos de Restingas são aquelas onde existem uma primeira parcela herbácea, uma segunda arbustiva, e uma terceira arbórea, que formavam uma cobertura vegetal contínua até encontrar a Floresta Ombrófila Densa. Algumas das espécies mais comuns, ainda encontradas são: Cecropia sp. (embaúba), Dalbergia ecastophylla, Hibiscus pernambucensis (arruda), Ipomoea sp. (salsa da praia), Phyloxerus portulacoides (capotiraguá), Psidium cattleianum (araçá), Sporobolus virginicus (grama da praia) e Schinus terebinthifolius (aroeira). Na restinga do rio Mambucaba, após a faixa arbustiva, encontramos uma mata de restinga, com cerca de 50 m de largura. Caracteriza-se como um mata de restinga aberta, degradada, porém em um grau menor que na restinga anterior. A espécie Myrsine coriacea destaca-se nesta área ocorrendo em agrupamentos, além de Schinus terebinthifolius, Erythroxylum aff. decidum e Cecropia pachystachya, esta última a embaúba, uma planta pioneira freqüente nas planícies litorâneas, inclusive muito utilizada na medicina popular. A primeira comunidade vegetal (psamófila-reptante), em ambas as áreas, compreende a região próxima ao mar, coberta por espécies estoloníferas, rizomatosas e reptantes. As espécies representativas desta comunidade são comuns na faixa de todo o litoral do Rio de Janeiro, tais como Alternanthera littorales, Hydrocotyle bonariens, Ipomoea pes-capre, Marisicus pedunculatus, Panicum racemosum, Paspalum maritimum, Sporobolus virginicus. A largura da comunidade variou de 6 a 10 m, na restinga da praia da Batanguera e cerca de 2m na do rio Mambucaba. Estando esta região ainda sobre influência dos efeitos das marés, as espécies ocorrentes são importantes na fixação da areia. A espécie que apresentou maior cobertura (75%) foi Ipomoea pes-capre. O sucesso desta espécie parece estar relacionado com sua forma de vida, uma herbácea que se desenvolve por crescimento clonal, bem adaptada a um substrato instável (Menezes, 1996). Na praia da Batanguera, a partir de uns 51 m da praia em direção à estrada, gramíneas daninhas (Brachiaria sp. Imperata brasiliensis, Panicum maximum) passam a infestar a área, tornando-a quase impenetrável por alcançarem até 1,5 m de altura. Atualmente, em especial na praia da Batanguera, a visitação descontrolada está rapidamente degradando o ecossistema. Os incêndios, devido à proximidade da rodovia e descaso dos visitantes, também têm impedido a recuperação da restinga. Além da falta de controle da entrada de visitantes através da rodovia representar um risco mesmo à segurança das residências da Vila Residencial adjacente. Na Tabela III.22 estão listadas as plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da Praia da Batanguera, na área de influência do empreendimento, conforme estudo do diagnóstico do EIA de Angra 3. Plano de Controle Ambiental DIGV 178 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.22 - Lista de plantas vasculares das restingas de Mambucaba e da Praia da Batanguera. Família Espécie AMARANTHACEAE Alternanthera littorales (Mart.) A.St-Hil. ANACARDIACEAE Schinus terenthifolius Radii ANACARDIACEAE Tapirira guianensis Aubl. APOCYNACEAE Tabernaemontana laeta Mart. ARACEAE Philodendron crassinervium Lindl. ARISTOLOCHIACEAE Aristolochia macroura Gomez ASCLEPIADACEAE Oxypetalum banksii Schult. BIGNONIACEAE Cybistax antisyphiiltica (Mart.) Mart. BROMELIACEAE Neoregelia johannis (Carrière) L.B.Sm BROMELIACEAE Tillandsia stricta Sol. BROMELIACEAE Vriesea sp. CACTACEAE Cereus fernambucensis Lem. CACTACEAE Opuntia brasiliensis (Willd.) Haw. CACTACEAE Pilosocerus arrabidae (Lem.) Byles & G.D.Rowley CACTACEAE Rhipsales oblonga Lofgrn CECROPIACEAE Cecropia pachystachya Trécul COMBRETACEAE Terminalia cattapa L. COMPOSITAE Baccharis dracunculifolia DC. COMPOSITAE Conyza sumatrensis (Retz) E.H.Walker COMPOSITAE Mikania argyreae DC. COMPOSITAE Mikania cordifolia (L.f.) Willd. COMPOSITAE Mikania triangularis Baker COMPOSITAE Trixis antimenorrahoa (Schank) Kuntz Plano de Controle Ambiental DIGV 179 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie COMPOSITAE Vernonia beyrichii Less. COMPOSITAE Vernonia polyanthus Less. COMPOSITAE Vernonia scorpioides (Lam.)Pers CONVOLVULACEAE Ipomoea pes-caprae (L.) Sweet CONVOLVULACEAE Merrenia dissecta (Jacq.) Hall. CONVOLVULACEAE Merrenia macrocalyx (Ruiz et Pav.) CURCUBITACEAE Cayaponia martiana (Cogn.) Cogn. CURCUBITACEAE Cucumis anguria L. CURCUBITACEAE Mormodica charantia L. CYPERACEAE Mariscus pedunculatus (R. Br.)T.Koyma DILLENIACEAE Davilla rugosa Poir. EUPHORBIACEAE Corton glandulous L. EUPHORBIACEAE Pera sp. EUPHORBIACEAE Ricinus communis L. EUPHORBIACEAE Sebastiana corniculata (Vahl) Mull.Arg. ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum aff.deciduuum A St.Hil. ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum pulchurum St.Hil. FLACOURTIACEAE Casearia sylvestre Sw. FLACOURTIACEAE Casearia sp. GESNERIACEAE Paliava racemosa (Vell.) Fitsch. GRAMINEAE Brachiaria sp. GRAMINEAE Imperata brasiliensis Trin. GRAMINEAE Panicum racemosum (P.Beauv.) Speng. GRAMINEAE Paspalum maritimum L. Plano de Controle Ambiental DIGV 180 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie GRAMINEAE Panicum maximum Jacq. GRAMINEAE Sporobolus virginicus(L.)Kunth HIPPOCRATEACEAE Salacia sp. LEGUMINOSAE Andira legalis (Vell.) Toledo LEGUMINOSAE Canavalia rosea (Sw.) DC. LEGUMINOSAE Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip LEGUMINOSAE Crotalaria pallida Ait. LEGUMINOSAE Dalbergia ecastophylla (L.) Taub. LEGUMINOSAE Dioclea violaceae Mart. ex Benth. LEGUMINOSAE Erythrina fusca Lour. LEGUMINOSAE Indigofera hirsuta L. LEGUMINOSAE Indigofera suffruticosa Mill. LEGUMINOSAE Macroptilium antropureus Urb. LEGUMINOSAE Senna pendula (Willd.)Irwin & Barneby MALPHIGHIACEAE Heteropterys chrysophylla (Lam.)Kunth MALPHIGHIACEAE Heteropterys sp. MALPHIGHIACEAE Peixotoa hispidula A.Juss. MALPHIGHIACEAE Stigmaphyllon ciliatum A.Juss. MALVACEAE Urena lobata L. MELASTOMATACEAE Clidemia hirta (L.) D. Don MELASTOMATACEAE Miconia albicans (Sw.) Triana MELASTOMATACEAE Miconia cinnamomofolia (DC) Naudin MELASTOMATACEAE Miconia prasina (Sw.) DC. MELASTOMATACEAE Tibouchina aff.grandiflia Plano de Controle Ambiental DIGV 181 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie MELIACEAE Guarea macrophylla Vahl. MORACEAE Castilla ulei Warb. MORACEAE Ficus clusiaefolia Schott MORACEAE Ficus organensis Miq. MORACEAE Ficus sp. MYRSINACEAE Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem & Schult MYRSINACEAE Myrsine guianensis (Aubl.) O. Kuntze MYRTACEAE Eugenia uniflora L. MYRTACEAE Eugenia sp. 1 MYRTACEAE Eugenia sp. 2 MYRTACEAE Psidium catteyanum Sabine NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) Reitz OCHNACEAE Ouratea cuspidata (A.St.-Hil) Engl. POLYGALACEAE Polygala leptocaulis Torr. & A Gray ORCHIDACEAE Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex. F.Barros ORCHIDACEAE Habenaria leptoceras Hook. PALMAE Attalea humilis Mart. ex Spreng. PALMAE Attalea dubia (Mart.) Burr. PALMAE Desmoncus sp. PALMAE Euterpe edulis Mart. RHAMANACEAE Scutia sp. PASSIFLORACEAE Passiflora sp. RUBIACEAE Spermacoce latifolia Aubl. SAPOTACEAE Manilkara sp. Plano de Controle Ambiental DIGV 182 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie SAPINDACEAE Cupania oblongifolia Mart. SMILACACEAE Smilax quinquenervia Vell. SOLANACEAE Solanum argenteum Dun. ex Poir, RUBIACEAE Borreria capitata (Ruiz. & Pav.) DC. RUBIACEAE Psychotria nuda (Cham. & Shlecht.) Wawra TILIACEAE Luhea sp. UMBELLIFERAE Hydrocotyle bonariens Lam. VERBENACEAE Aegiphila sellowiana Cham. VERBENACEAE Lantana camara L. VERBENACEAE Lantana canescens Kunth. Fonte: MRS Estudos Ambientais, 2005. A seguir, é apresentada uma listagem das espécies representatnes da flora da restinga, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico (ver Tabela III.23). Tabela III.23- Espécies Representativas da vegetação de Restinga. Nome Científico Nome Popular Família Observações Anacardium occidentale Cajueiro Anacardiaceae frutos comestíveis; chá contra diarréia, ornamental, Aspidosperma parvifolium Pequiá da restinga Apocynaceae construção civil, taco, ripa, ferramenta agrícola, caibro, dormentes, moirões, e etc.; Bactris setosa Tucum Palmae artesanato Bromelia antiacantha Gravatá bromélia Bromeliaceae fruto é comestível Chrysobalanus icaco Aperta guela ou Chrysobalanaceae fruto comestível Erythroxylum ovalifolium Erythroxylaceae artesanato Erythroxylum pulchrum Erythroxylaceae artesanato Plano de Controle Ambiental DIGV 183 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Nome Científico Nome Popular Grumixama Eugenia brasiliensis Eugenia umbelliflora Pitangueira Eugenia uniflora Família Myrtaceae arborização de áreas urbanas e/ou naturais, obras de torno; marcenaria; carpintaria; frutos comestíveis; Myrtaceae fruto comestível Myrtaceae fruto comestível Moraceae madeira utilizada para miolo de portas e painéis, caixotaria e confecção de chapas de partículas; Ficus insipida Figueira brava Hibiscus pernambucensis Algodoeiro da praia Malvaceae Polygala cyparissias Observações fabricação artefatos, caixotaria; de pequenos brinquedos e Polygalaceae chá para asma e bronquite Psidium cf. cattleianum Araçá Myrtaceae madeira para obras, confecção de peças, como lenha e carvão, fruto comestível; Psidium guajava Goiabeira Myrtaceae fruto comestível, madeira para obras, lenha e carvão; Schinus terebinthifolius Aroeira Anacardiaceae moirões, esteios, lenha, carvão, extração de tanino, arborização; Tapirira guianensis Tapiriri Anacardiaceae brinquedos, compensados, caixotaria, móveis, lambris, embalagens, saltos e cabos; Trema micrantha Grandiúva Ulmaceae tabuado em geral, lenha carvão, fabricar pólvora; Orquídea Orchidaceae ornamental, baunilha; Vanilla chamissonis brevifolia var. extração e da Manguezal Os manguezais situados no trecho entre Angra dos Reis e Tarituba representam 8,12% da área total do litoral sul do estado do Rio de Janeiro (Natrontec, op. cit.), e de um modo geral encontram-se antropizados, estando, portanto, descaracterizados quanto ao seu estado nativo. A fitofisionomia de manguezal foi observada na região do empreendimento, citando-se áreas como a do rio Mambucaba, Praia do Recife, Ilha do Jorge, rio Ariró, rio Bracuhy. A classificação destas paisagens no tocante a sua fisiografia é a do tipo de franja Plano de Controle Ambiental DIGV 184 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC da Praia do Recife e da Ilha do Jorge, tipo ribeirinho para os dos rios Ariró, Bracuhy e Mambucaba. O manguezal do Bracuí distribui-se ao longo de toda a praia de Bracuí acompanhando a influência das águas do Rio Bracuí. Este manguezal sofreu um acelerado processo de degradação, causado pela construção de condomínios, de marinas, de residências e de corte de madeira. Observa-se que a área de manguezal estabelece em diversos trechos contato com a areia com ocorrência de espécies invasoras e típicas de restinga. A exceção é o trecho onde desemboca rio localizado aproximadamente na parte central da praia. No lado esquerdo da praia, o manguezal do Bracuí, se encontra com o manguezal da Enseada dos Girassóis. Este último foi completamente degradado no final da década de 80 pelo empreendimento chamado Porto Abrigo dos Reis, que previa a construção de um condomínio e uma marina. Esta área foi dragada em alguns trechos e aterrada em outros. Boa parte da vegetação que secou foi vítima de incêndio e corte de madeira. Apesar do embargo da obra nenhuma medida de recuperação foi implementada nos manguezais da Enseada dos Girassóis que ao longo dos anos se recuperaram naturalmente (MRS Estudos Ambientais, 2005). O manguezal da Praia do Recife apresenta-se distribuído sobre um sedimento arenoso. Ao longo da Praia é possível observar diversos trechos onde este ambiente se desenvolveu com a presença de exemplares de até 5 m de altura, compostos por Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa. Apesar da exuberância do manguezal pode-se observar em diversos trechos o corte de madeira de mangue. O manguezal da Ilha do Jorge localiza-se numa área contígua ao manguezal da praia do Recife (MRS Estudos Ambientais, 2005). Em uma área aparentemente isolada em virtude da presença do Hotel Pousada do Bosque encontramos ao lado o manguezal da Pousada do Bosque, na área de influência da drenagem do rio Perequê. Apesar de não ser um manguezal muito extenso este ambiente é bastante representativo na região (MRS Estudos Ambientais, 2005). Os Manguezais se encontram em condições ambientais vulneráveis, visto que existe uma forte pressão antropogênica de edificações em áreas adjacentes a esse ecossistema, além da existência de diversas parcelas dessa formação já descaracterizadas. Esse panorama de degradação se iniciou a partir da construção da BR-101. As espécies vegetais encontradas nos manguezais da região, conforme diagnóstico do EIA de Angra 3, estão listadas na Tabela III.24. Plano de Controle Ambiental DIGV 185 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.24 - Listagem de espécies vegetais observadas nos manguezais dos municípios da região. Família Espécie Nome Popular POLYPODIACEAE Acrosticum aureum Samambaia do brejo POLYPODIACEAE Acrosticum danaeifolium Samambaia do brejo BROMELIACEAE Aechmea nudicaulis var. nudicaulis Gravatá ou bromélia ARACEAE Anthurium scandens - ANNONACEAE Annona sp. Araticum AVICENNIACEAE Avicennia schaueriana Mangue preto ORCHIDACEAE Catasetum sp. Orquídea ORCHIDACEAE Cattleya sp. Orquídea CYPERACEAE Cladium jamaicense - CYPERACEAE Eleocharis sp. Junco CYPERACEAE Fimbristylis spadicea - MALVACEAE Hibiscus pernambucensis Algodoeiro da praia MALVACEAE Hibiscus tiliaceus Algodoeiro da índia COMBRETACEAE Laguncularia racemosa Mangue branco LEG. PAPILIONOIDEAE Machaerium sp. - MELASTOMATACEAE Miconia cf. hymenonervia - MYRTACEAE Myrcia multiflora var. glaucens - ORCHIDACEAE Oncidium spp. Orquídea ORCHIDACEAE Pleurothallis spp. Orquídea POLYGALACEAE Polygala paniculata - ORCHIDACEAE Polystachya sp. Orquídea ANACARDIACEAE Schinus terebinthifolius Aroeira CACTACEAE Rhipsalis grandiflora Cactos macarrão RHIZOPHORACEAE Rhizophora mangle Mangue vermelho ou Sapateiro BROMELIACEAE Tillandsia stricta Gravatá ou Bromélia BROMELIACEAE Tillandsia usneoides Barba de velho SHEUCHZERIACEAE Triglochin sp. - BROMELIACEAE Vriesea sp. Gravatá ou Bromélia Fonte: NATRONTEC (1998) e EIA Angra 3. Plano de Controle Ambiental DIGV 186 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Área de Influência Direta A cobertura vegetal da região determinada como Área de Influência Direta, é caracterizada pela presença e domínio da maior parte da área pela Floresta Ombrófila Densa, que juntamente às formações da Restinga e do Manguezal, expressa a diversidade de ambientes deste trecho, e ocorrem nos dois municípios. Floresta Ombrófila Densa Foram detectadas as formações das Terras Baixas, Submontana, Montana e AltoMontana. A comunidade vegetal da primeira fisionomia apresenta sua distribuição na planície e na encosta, representada por pequenas manchas isoladas em diferentes graus de conservação e formações continuadas com a mata Submontana. Nos ambientes de planície estas matas sofreram diversas intervenções humanas, como desmatamentos para retirada de madeira, implantação de fazendas e condomínios de alto nível, entre outros. As espécies vegetais mais comuns nessa paisagem são a Cecropia sp. (embaúba) e a Tibouchina sp (quaresmeira), podendo encontrar outros taxa como: Bactris aff. escragnollei (coco natal), Bactris setosa (tucum), Eugenia uniflora (pitangueira), Ficus sp. (figueira), Myrciaria trunciflora (jabuticabeira), Psidium cattleianum (araçá), Psidium guajava (goiabeira), e Schinus terebinthifolius (aroeira). Nas formações da Floresta Submontana a situação da cobertura vegetal é frágil, apresentando vários trechos desmatados cobertos por campos herbáceos, principalmente nas porções das encostas mais próximas da BR-101, pela presença de torres de transmissão de energia, que formam faixas de vegetação rasteira abaixo da fiação ou pelo cultivo da banana. No entanto, ainda existem algumas áreas onde esta tipologia está mantendo sua estrutura. Nestes locais a floresta encontra-se composta por árvores altas com sub-bosque, ocorrendo um grande número de espécies epífitas. Pode-se observar diversas parcelas de desmatamentos na formação Submontana, seguidos pela introdução de espécies exóticas em reflorestamento de antigas áreas da floresta nativa. Neste caso, pode ser detectado o plantio de Pinus sp. (pinheiro) no município de Angra dos Reis, na região do Saco dos Negros. Nas formações de altitudes mais elevadas, onde se encontra um relevo mais acidentado, com locais íngremes e de difícil acesso, como as Florestas Ombrófilas Densas da tipologia Montana e Alto-Montana, o grau de integridade é maior. A ação humana nessas florestas foi reduzida em função do acesso a essas áreas e também da possibilidade reduzida da prática agrícola e pecuária. Na Tabela III.25 a seguir, são apresentados uma listagem das espécies da flora da Floresta Ombrófila Densa, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de estinção, protegidas e com valor econômico. Plano de Controle Ambiental DIGV 187 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.25 – Espécies representativas da Floresta Ombrófila Densa. Nome Científico Nome Popular Família Observações Acacia polyphylla Marica marcenaria; obras internas; casca Leg. Mimosoideae adstringente para os curtumes; ornamental, reflorestamento; Alchornea glandulosa Caixeta Euphorbiaceae caixotaria; lenha; plantios mistos; Alchornea triplinervia Tanheiro Euphorbiaceae caixotaria leve; miolo de portas; cepas de tamancos, muletas; reflorestamento; alimento para aves; Annona cacans Araticum Annonaceae forro, caixotaria; confecção de brinquedos; frutos comestíveis; arborização urbana; reflorestamento; Aspidosperma parvifolium Guatambu Apocynaceae construção civil; cabos de ferramentas; dormentes; moirões; ornamental; Astrocaryum aculeatissimum Brejaúba, Brejaúva, Airi, Palmae madeira usada para ripas; frutos com fins medicinais; Attalea dubia Indaiá Palmae folhas para cobertura de casas; amêndoas comestíveis; ornamental; Bactris aff. Escragnollei Coco de natal Palmae frutos comestíveis; ornamental; Pata de vaca Leg. Caesalpinoideae madeira para caixotaria e obras leves; ramos e tronco para carvão e lenha; ornamental; paisagismo; plantio misto; folhas com fins medicinais; Bauhinia forficata paisagismo rural; Cabralea canjerana Canjarana Meliaceae madeira para estrutura de móveis; obras de escultura; construção civil; moirões; frutos comestíveis pela avifauna; paisagismo; Caesalpinia echinata *2 Pau Brasil Leg. Caesalpinoideae madeira para paisagismo. Campomanesia guazumaefolia Araçá do mato Myrtaceae carpintaria; obras internas; lenha; carvão; frutos comestíveis pela fauna em geral; reflorestamento; Myrtaceae madeira para taboado, instrumentos musicais; cabos de ferramentas; lenha e carvão; paisagismo; frutos comestíveis; produção de licores; Lecythidaceae madeira para estrutura de móveis; peças torneadas; saltos de sapatos; compensados; construção civil; cabos de ferramentas; caixotaria; sementes consumidas por macacos; Campomanesia xanthocarpa Cariniana estrellensis Guabiroba Jequitibá branco Plano de Controle Ambiental DIGV 188 arcos de violino; Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Nome Científico Nome Popular Família Observações Cariniana legalis Jequitibá rosa Lecythidaceae construção civil; caixotaria; marcenaria; casca como adstringente nas diarréias e anginas. Cassia multijuga Canafístula Leg. Caesalpinoideae caixotaria leve; confecção de brinquedos; lenha e carvão; ornamental; reflorestamento; Cecropia hololeuca Embaúba branca Cecropiaceae madeira para objetos leves; fósforos; lápis; caixotaria; tamancos; aeromodelismo; frutos comestíveis pela fauna; Cecropia pachystachya Embaúba Cecropiaceae madeira utilizada para fabricação de brinquedos, caixotaria, salto de calçados, lápis, compensados e poupa de celulose; Cedrela sp. Cedro Meliaceae compensados; esculturas; obras de escultura; móveis em geral; construção civil; paisagismo; reflorestamento; Copaifera sp. Pau-d’óleo Leg. Caesalpinoideae construção civil; confecção de móveis e peças torneadas; ornamental; Cybistax antisyphillitica Caroba Bignoniaceae construção civil; obras internas; produção de pasta celulósica; reflorestamento; ornamental; Dalbergia nigra Jacarandá, Caviúna Leg. Papilionoideae mobiliário de luxo; acabamentos internos em construção civil: lambris, molduras, portas, rodapés; instrumentos musicais; ornamental; Dendropanax sp. Maria mole Araliaceae obras internas; ornamental; flores melíferas; frutos comestíveis pela avifauna; Dichisonia sellowiana *2 Samambaiaçu Dicksoniaceae ornamental; produção de xaxins; Dorstenia arifolia *1 Moraceae Erythrina crista-galli Mulungu Leg. Papilionoideae confecção de bóias, canoas, gamelas, calçados, esculturas, molduras, etc.; Eugenia brasiliensis Grumixama Myrtaceae marcenaria; paisagismo; carpintaria; obras de torno; frutos comestíveis pela fauna; Eugenia uniflora Pitangueira Myrtaceae fruto comestível, ferramentas; Euterpe edulis Palmito juçara Palmae usada na alimentação; construções; paisagística; Ficus guaranitica Figueira branca Moraceae madeira utilizada para miolo de portas e painéis, caixotaria e confecção de chapas de partículas; 189 Diagnóstico do Meio Biótico Plano de Controle Ambiental DIGV tronco para NATRONTEC Nome Científico Nome Popular Família Observações Ficus insipida Figueira; Mata Moraceae pau caixotaria; miolo de portas; frutos comestíveis por morcegos; paisagismo; Gallesia integrifolia Pau d’alho medicinal; taboado em geral; arborização rural; reflorestamento heterogêneo;; Heliconia sp. *1 Phytolaccaceae Musaceae Inga edulis Ingá Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis; Inga edulis var. edulis Ingá Leg. Mimosoideae obras, caixotaria, brinquedos, lápis; Laelia sp. *2 Orchidaceae Lecythis pisonis Sapucaia Lecythidaceae postes; dormentes; moirões; estacas; esteios; mastros; ripas; tacos; tábuas; carrocerias; cabos de ferramentas; sementes comestíveis pela fauna; Machaerium spp. Jacarandá Leg. Papilionoideae construção civil; ornamental; reflorestamento de áreas degradadas; Myrtaceae fruto comestível; Marlieria tomentosa Melanoxylon brauna Braúna Leg. Caesalpinoideae obras hidráulicas; moirões; dormentes; pontes; construção civil; ornamental; reflorestamento de áreas degradadas; Mollinedia triflora Aperta-guela Monimiaceae fruto comestível; Myrtaceae fruto comestível; Myrcia racemosa var. gaudichaudiana Myrcia sp. Araçarana Myrtaceae fruto comestível; Myrciaria trunciflora Jabuticabeira Myrtaceae fruto comestível, tabuado em geral, construção civil, lenha, confecções de móveis; Piptadenia gonoacantha Pau Jacaré Leg. Mimosoideae madeira clara e mole empregada para lenha e carvão; Flores melíferas jacaré, Plathymenia foliolosa Vinhático confecção de mobiliário de luxo; painéis para construção civil; rodapés; molduras; Leg. Mimosoideae tacos; forros; persianas; venezianas; tábuas para tonéis de vinho; ornamental; Psidium cattleianum Araçá Myrtaceae fruto comestível, lenha, ferramentas, carvão; Psidium guajava Goiabeira Myrtaceae fruto comestível, madeira utilizada em obras, cangalhas, lenha e carvão; Pterocarpus violaceus Pau sangue Leg. Papilionoideae acabamentos internos como rodapés, guarnições, molduras, embalagens, peças torneadas, portas, painéis, etc. Rapanea ferruginea Capororoca Myrsinaceae obras internas, lenha e carvão; Plano de Controle Ambiental DIGV 190 construção, Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Nome Científico Nome Popular Família Observações Rheedia brasiliensis Bacupari Guttiferae construção civil, cabo de ferramentas, moirões; Schinus terebinthifolius Aroeira Anacardiaceae moirões, esteios, lenha, carvão, extração de tanino, arborização; Schizolobium parahyba Guapuruvu Leg. Caesalpinoideae fabricação de canoas; taboado de forros; fósforos e papel; casca adstringente para curtumes; Sparattosperma leucanthum Ipê branco Bignoniaceae construção naval, canoas, bordas de escalares, construção civil, carpintaria, caixotaria, reflorestamento; Swartzia langsdorfii Pacova macaco de Leg. Caesalpinoideae construção civil; marcenaria; carpintaria; ornamental; frutos comestíveis pela fauna; Syagrus romanzoffiana Jerivá Palmae paisagismo; frutos comestíveis pela fauna Tabebuia cassinoides Caixeta Bignoniaceae confecção de brinquedos; caixas finas; tamancos; palitos de fósforos; lápis; violões; bóias; ornamental; Tabebuia chrysotricha Ipê amarelo Bignoniaceae postes; peças para pontes; tábuas para cercas; currais, aras; tacos; tábuas; ornamental; Tapirira guianensis Tapiriri Anacardiaceae confecção de brinquedos; caixotaria leve; embalagens; móveis; cabos de vassouras; frutos comestíveis; Tibouchina sp. Quaresmeira Melastomataceae confecção de brinquedos; ornamental; paisagismo; Tillandsia stricta Gravatá Bromélia Bromeliaceae ornamental, monitoramento ambiental; Tillandsia usneoides Barba de velho Bromeliaceae monitoramento ambiental; Trema micrantha Cambará; Gurindiba Ulmaceae taboado em geral; lenha e carvão; fabricação de pólvora; flor melífera; Typha domingensis Taboa Typhaceae fibra para artesanato de tapetes, cestos, sandálias, etc. Virola sp. Bicuíba Miristicaceae construção civil; esteios; miolo de portas; marcenaria; confecção de canoas; carpintaria; reflorestamentos; Vochysia tucanorum Pau de tucano Vochysiaceae caixotaria; confecção de ornamental; paisagismo; Xylopia brasiliensis Pindaíba Annonaceae tabuados; caibros; vigas; mastros; caixotaria, fruto comestível pela aves; reflorestamentos; ornamental; Plano de Controle Ambiental DIGV ou 191 caixotaria; brinquedos; Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Legenda: *1 - espécie incluída na listagem de: vulnerável à extinção; *2 - espécie incluída na listagem de: em perigo de extinção. Obs: O gênero Heliconia (Família Musaceae) apresenta as espécies H. augusta, H. citrina, H. farinosa, H. fluminensis, H. lacletteana, H. sampaioana na categoria vulnerável de extinção; e o gênero Laelia (Família Orchidaceae) apresenta as espécies L. ovata, L. perrinii, L. virens na categoria em perigo de extinção. Manguezais Na Área de Influência Direta existe uma grande representatividade dos manguezais de sua área total no litoral sul do estado do Rio de Janeiro (LACERDA, 1987). Os manguezais constituem um dos ecossistemas mais modificados na região. As principais alterações que atingiram os manguezais surgiram com a construção da BR-101, na década de 70. Essas modificações tinham intensidades variáveis de acordo com a proximidade dos núcleos urbanos e do potencial turístico que o local propiciasse. Em função da ocorrência de cais e estaleiros no local, cabe destacar a perturbação provocada por derrame ou vazamento de óleo e alterações em conseqüência ao grande tráfego de embarcações marítimas. É um ecossistema típico de áreas estuarinas tropicais e subtropicais, sendo regido por um sistema de variação de marés que o inunda duas vezes ao dia, onde a mistura das águas marinhas com as doces provenientes do continente profere um caráter salobro a estas águas. Composto basicamente por uma vegetação de habitus arbustivo e/ou arbóreo, no Brasil, os manguezais estão representados por três gêneros ocorrentes em toda a sua costa onde o ecossistema se faz presente: Avicennia (mangue preto), Laguncularia (mangue branco) e Rhizophora (mangue vermelho), presentes em áreas onde o substrato é lamacento. A fitofisionomia de manguezal pode ser detectada no município de Angra dos Reis, citando-se áreas como a do Rio Mambucaba, Praia do Recife, Ilha do Jorge, Rio Ariró, Rio Bracuhy e Caiera. A classificação destas paisagens no tocante a sua fisiografia é a do tipo de franja para os da Caiera, Cidade de Angra, Enseada de Porto Marisco e Praia do Recife, tipo ribeirinho para os dos rios Ariró, Bracuhy e Mambucaba, e de bacia para o manguezal da Cidade de Japuíba. Na Tabela III.26 a seguir, são apresentados uma listagem das espécies da flora do Manguezal, enfatizando as espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, protegidas e com valor econômico. Plano de Controle Ambiental DIGV 192 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.26 – Espécies Representativas do Manguezal. Nome Científico Nome Popular Família Observações Annona sp. Araticum Annonaceae fruto comestível; Avicennia schaueriana Mangue preto Avicenniaceae madeira para ferramenta, casa; lenha; Hibiscus pernambucensis Arruda Malvaceae fibra para amarrar o caranguejo; Laguncularia racemosa Mangue branco Combretaceae madeira para cerca e casa, lenha; Schinus terebinthifolius Aroeira Anacardiaceae moirões, arborização, retirada de tanino da casca para tingir, lenha e carvão; Rhizophora mangle Mangue vermelho Rhizophoraceae madeira para construção de casas e cercadas de peixe, casca para extração do tanino, uso medicinal das folhas e casca, Tillandsia stricta Gravatá Bromélia Bromeliaceae ornamental, ambiental; Tillandsia usneoides Barba de velho Bromeliaceae monitoramento ambiental; ou monitoramento Fauna A Mata Atlântica é um dos cinco maiores hotspots do mundo (Mittermeier et al., 1997; Myers, et al., 2000). Os registros de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica, somam 1807 espécies, isso corresponde a 7% de todas as espécies desses grupos do planeta (MMA, 2002). Pertencente ao domínio zoogeográfico Tupi, segundo FITTKAU (1969), a fauna da Mata Atlântica faz parte do grupo que mais sofreu com o impacto da colonização humana na América do Sul. Sua fauna terrestre inclui uma alta taxa de endemismos, especialmente para aves e primatas, onde se encontram táxons entre os mais ameaçados de extinção do planeta, especialmente em função do desmatamento e perda de habitats. Isto se deve à grande diversidade de habitats formados no interior da Mata Atlântica e nos demais ecossistemas, uma vez que estão distribuídos ao longo do continente, na faixa litorânea. Descrever a fauna separadamente em áreas de influência direta e indireta é bastante complexo, pois para a descrição dos grupos faunisticos se leva em consideração a localização em que o indivíduo foi observado, porém a habilidade de se deslocar pode prejudicar a identificação precisa de sua posição quanto a área de influencia que este ocupa. Muitas vezes de forma errônea foi considerada a presença de uma determinada espécie em uma certa área sendo exclusiva daquele deteriminado local, não considerando a capacidade de deslocamento da mesma, sendo que esta poderá ocupar outros locais, podendo o animal estar ou não utilazando recursos (abrigo, alimento) que se encontram Plano de Controle Ambiental DIGV 193 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC presentes em áreas que não foram observados. Assim através de dados secundários foi feita uma breve descrição de cada grupo e quando possível foi identificado a área de influência em que o animal se encontrava. Herpetofauna A Mata Atlântica é o bioma com maior riqueza e endemismo de espécies de anuros do mundo Duellman (1999). Concentra cerca de 340 espécies de anfíbios, o que corresponde a 65% das espécies brasileiras conhecidas, sendo 250 endêmicas (MMA, 2002). A dependência de ambientes úmidos juntamente com os brejos e alagados e a baixa capacidade de deslocamento podem explicar a ocorrência do grande número de espécies endêmicas. Muitos dos quais, pertencentes às famílias Hylidae, Leptodactylidae, Bufonidae e Brachycephalidae. Apesar disso, é escassa a bibliografia disponível para a região. Um grupo de destaque entre os anfíbios anuros da Mata Atlântica é a família Brachycephalidae, que possui uma família de distribuição exclusiva nesse bioma. Segundo a Fundação Biodiversitas (2003) 15 espécies de anfíbios estão presentes na lista oficial de espécies ameçadas de extinção. Sabe-se que grande parte da fauna de répteis da Mata Altântica é de ampla distribuição geográfica o bioma abriga 197 espécies de répteis, o que equivale a aproximadamente 42% das espécies conhecidas para o Brasil. Grande parte da fauna de répteis é de ampla distribuição geográfica, ocorrendo em outras formações, como na Amazônia, Cerrado e Caatinga. No entanto, são listadas 60 espécies e subespécies endêmicas de répteis da Mata Atlântica, como Hydromedusa maximiliani (cágado), Liolaemus lutzae (lagartixa-daareia) e Lachesis muta rhombeata (surucucu). Quanto aos ofídios, ocorrem Bothrops spp. (jararacas); Boa constrictor e Epicrates cenchria (jibóias) encontradas em todos os tipos de ambientes do Brasil, com atividade diurna ou noturna; diversas cobras corais, Micrurus spp. que são subterrâneas, mas aparecem freqüentemente na superfície (RIZZINI et alli op. cit.; VANZOLINI et alli op. cit.). A listagem das espécies de répteis e anfíbios encontradas nas regiões de influência direta e indireta são apresentadas nas Tabelas III.27 e III.28. Área de Influência Indireta Durante o levantamento e diagnóstico ambiental foram estabelecidos os seguintes pontos na Área de Influência Indireta – (AII) (ver Tabela III.27): • Ponto 1. Bracuí, brejo em mata de restinga, próximo as ruínas. • Ponto 2. Mata do rio Bracuí, parte alta (acima da BR-110), área com muitos sítios e algumas residências. Plano de Controle Ambiental DIGV 194 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.27 - Espécies de anfíbios coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto, G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F – Filhote Espécie P1 P2 Bufo crucifer A A Eleutherodactylus binotattus A Osteocephalus langsdorfii O ANFÍBIOS Área de Influência Direta Segundo Lynch (1979) 92% das 183 espécies de anfíbios que ocorrem na Mata Atlântica são endêmicas, tendo inclusive uma família (Brachycephalidae) e uma sub-familia (Elosiinae) da família Leptodactylidae, endêmicas. Na região da CNAAA a família Brachycephalidae está representada por quatro espécies dos dois únicos gêneros, sendo duas destas restritas para esta região: Brachycephalus vertebralis e Psyllophryne hermogenesi. A sub-familia Elosiinae, na região em estudo está representado por 4 espécies de dois gêneros: Megaelosia goeldii, Megaelosia bocainesis, Hylodes phyllodes e Hylodes asper. Em visita à área do empreendimento, pôde ser ouvidos a vocalização de indivíduos do gênero Eleutherodactylus, o gênero mais diverso em espécies e morfologia dentre os anuros, e pertencente à família Leptodactylidae. Atualmente, segundo Frost (2002), para a Mata Atlântica o número total de espécies de anfíbios é de 495, registrando um aumento de 270% de espécies em 23 anos. Na região de estudo, por exemplo, encontrou-se uma espécie nova de cor verde do gênero Hyla do grupo Albofrenata pertencente a família Hylidae, que está sendo descrita. Assim como esta, outras espécies inéditas devem estar presentes na região, que ainda não foi suficientemente estudada. A região onde está localizada a CNAAA representa uma área de concentração e reprodução de muitas espécies de anfíbios e répteis. Constatou-se a presença de uma mata recuperada em seu entorno, com boa vegetação e diversos micro-ambientes propícios para a herpetofauna. Do total de anfíbios obtidos na área de estudo, 72 espécies acredita-se que somente cerca de 16%, restritas das partes altas da Serra da Bocaina, não devam sofrer influência da Usina. Apesar destas dificuldades, o prognóstico é muito favorável em relação à riqueza da herpetofauna, e assim, por exemplo, de acordo com os relatos obtidos, na área próxima à Usina Angra 1 devem ocorrer Chironius spp e Philodryas olfersii, bem como a coral-verdadeira Micrurus corallinus) e falsa (provavelmente Erytrolamprus aesculapii e Oxyrhopus spp). Nas áreas de folhiço, há boa probabilidade do encontro de lagartos das famílias Scincidae (Mabuya spp) e Gymnophtalmidae (“microteídeos”), que eventualmente podem estar representadas por espécies raras. Isto significa, por um lado, que a presença de espécies mais comuns não Plano de Controle Ambiental DIGV 195 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC está afetada, e por outro que existe ainda a possibilidade do encontro de espécies pouco observadas ou coletadas (MRS Estudos Ambientais, 2005). Durante o levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência da CNAAA foram estabelecidos os seguintes pontos que se encontravam na área de influência direta – (AID) que estão representados na Tabela III.28: • Ponto 1. Mata da Usina, riacho acima de Piraquara de Fora. • Ponto 2. Mata da Marina, riacho ao nível do mar, próximo a Ponta da Pitanga. • Ponto 3. Lago em Piraquara de Fora, formado pelo riacho, com vegetação rasteira a arbustiva. • Ponto 4. Ilha de Pingo d’Água, pequena ilha desabitada com vegetação arbustiva, bromélias, paredões rochosos e camada densa de folhiço. A Ilha que melhor pôde ser observada foi a do Pingo d’Água, por sua pequena dimensão e proximidade do litoral. Ali foram observados um Gekkonidae (“lagartixa”; provavelmente Hemidactylus mabouia) e um Tropiduridae (“calango”, Tropidurus cf. torquatus). Tabela III.28 - Espécies de anfíbios e répteis coletadas na excursão de maio de 2002. A= Adulto, G= Girino, V= Vocalização, O= Observado; F – Filhote. Espécie P1 P2 P3 P4 ANFÍBIOS A Adenomera marmorata G Bufo crucifer Cycloramphus boraceiensis Eleutherodactylus binotattus Eleutherodactylus bolbodactylus bolbodactylus bolbodactylus Hyla albomarginata Hyla circumdata Hyla giesleri Hyla minuta AGV Hyla sp.aff albofrenata Hyalinobatrachium uranoscopum Hylodes phyllodes Plano de Controle Ambiental DIGV 196 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécie P1 P2 P3 P4 Osteocephalus langsdorfii AV Scinax angrensis Scinax humilis A Scinax hayii V V Scinax perpusillus AGF Thoropa miliaris RÉPTEIS Bothrops jararacussu Hemidactylus mabouia O Tropidurus cf. torquatus O O número de espécies encontradas para os anfíbios é muito superior ao registrado no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Tamoios (Fase 1), três gêneros sem identificação. Este fato se deve porque muitos dados importantes sobre a composição de fauna brasileira não têm sido publicados, principalmente por falta de incentivo, estando as informações limitadas a monografias, dissertações, teses e relatórios, que muitas vezes são de difícil acesso. Os estudos de composição faunística são fundamentais para a compreensão da biodiversidade e consequentemente para o planejamento de tomada de decisões sobre estratégias de conservação (Haddad, 1998). Mesmo com a grande riqueza e endemismo, aspectos básicos dessa fauna são ainda desconhecidos, visto que grande parte da Mata Atlântica encontra-se devastada (Marques & Sazima, 2004) e algumas espécies da fana se encontram ameaçadas de extinção (ver Tabelas III.29 e III.30). Plano de Controle Ambiental DIGV 197 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.29 - Listagem das Espécies de Répteis. AM - espécie ameaçada de extinção # espécie observada durante a campanha de campo. RÉPTEIS TAXON NOME POPULAR Ameiva ameiva Calango Boa constrictor Jibóia Bohtrops sp. Urutu-cruzeiro Bothrops jararaca Jararaca Bothrops jararacussu Jararacuçu Chironius bicarinatus Cobra-cipó Chironius fuscus Cobra-cipó Coralus hortulanus Cobra-de-veado Dipsas albifrons Dorminhoca Escleopus gaudichaudii Lagarto Enyalius brasiliensis Lagarto Epicrates cenchria Jibóia Erythrolamprus aesculapii Coral-falsa Geochelone carbonaria Jabuti Gymnodactyus sp. Lagarto Hemidactylus mabouia Lagartixa Leposternon sp. Cobra de duas cabeças Leimadophis poecilogyrus Cobra-verde Liophis miliaris Cabra-d’água Mastigodrias bifossatus Jararacuçu-do-brejo Micrurus corallinus Coral-verdadeira Oxyrhopus clathratus Coral-falsa Plano de Controle Ambiental DIGV 198 CÓDIGO AM AM # # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC RÉPTEIS TAXON NOME POPULAR Philodryas olfersii Boiubu Philodryas serra Cobra cipó Pseudoboa cloelia Limpa-campo Sibynomorphus turgidus Dormideira Spilotes pullatus anomalepsis Caninana Siphlophis pulcher Cobra Thamnodynastes pallidus nattereri Corre-campo Thamnodynastes strigilis Falsa jararaquinha Tropidurus torquatus Lagarto Tupinambis merianae Teiú Tupinambis teguixim Teiú Xenodon neuwiedii Cobra CÓDIGO # Fonte: EIA de Angra 2, NATRONTEC (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005). Plano de Controle Ambiental DIGV 199 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.30 - Listagem das Espécies de Anfíbios. AM - espécie ameaçada de extinção EN - espécie endêmica. Anfíbios Taxon Nome Popular Dendrophryniscus brevipollicatus Sapo Brachycephalus vertebralis Sapo Brachycephalus ephippium Sapo Psyllophryne didactyla Rã Psyllophryne hermogenesii Rã Hyla arildae Perereca Hyla callypigia Perereca Hyla clepsydra Perereca Scinax angrensis Perereca Scinax ariadne Perereca Scinax argyreornatus Perereca Scinax atratus Perereca Scinax humilis Perereca Scinax perpusillus Perereca Scinax trapicheiroi Perereca Sphaenorhynchus orophilus Rã Cyclorhamphus boraceiensis Rã Cyclorhamphus eleutherodactylus Rã Cyclorhamphus granulosus Rã Hylodes phyllodes Rã Megaelosia bocainensis Rã Paratelmatobius gaigeae Rã Plano de Controle Ambiental DIGV Código EN AM 200 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Anfíbios Paratelmatobius pictiventris Rã Physalaemus barrioi Rã Proceratophrys appendiculata Rã Eleutherodactylus bolbodactylus Perereca Eleutherodactylus parvus Perereca Eleutherodactylus pusillus Perereca Thoropa miliaris Perereca Zachaenus parvulus Perereca Fonte: NATRONTEC (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005). Avifauna O bioma da Mata Atlântica abriga 688 espécies de aves sendo que destas aproximadamente 200 são endêmicas. Das espécies endêmicas apenas 17 se utilizam de habitats perturbados e 419 espécies ocorrem quase exclusivamente em habitats pouco alterados. Cerca de 68% das espécies de aves da Mata Altântica são consideradas raras (Goerck 1997). O efeito negativo da degradação e fragmentação de habitats florestais é um dos maiores problemas na conservação das espécies de aves neotropicais (Marini 1996, Anjos 2001). A alteração dos ambientes de florestas neotropicais, como, corte ou exploração de espécies arbóreas, estradas de acesso e redução de áreas, atinge de forma negativa as comunidades de aves (Galetti & Aleixo 1998, Aleixo 1999, Anciães & Marini 2000, Develey & Stouffer 2001), inclusive através de extinções locais de espécies (Aleixo 2001, Ribon et. al.2003). Aproximadamente 94 espécies se encontram na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção para a Mata Atlântica (Fundação Biodiversitas, 2003). Sabe-se que na Mata Atlântica existe uma das mais elevadas riquezas de aves do planeta, assim como um elevado número de endemismo de aves, como cinco espécies de tinamídeos, sendo Crypturellus obsoletus (inhambu-açu) o mais encontrado, Cotinga maculata (crejoá), espécie rara, ameaçada de extinção pela destruição ambiental e pela caça, Pyrrhura cruentata (fura-mato) que vive no interior da mata alta, escondido entre as copas, e Touit melanota (papagainho) que habita a mata alta da serra do Mar (SICK, 1977). SICK (op. cit.) cita ainda como espécies endêmicas ou quase endêmicas: Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande), Triclaria malachitacea (sabiá-cica), Amazona rhodocoritha (chauá), Pionopsitta pileata (cuiú-cuiú), Phaethornis eurynome (rabo-branco-de-garganta-rajada), Mackenziaena severa (borralhara), Cichlocolaptes leucophrus (trepador-sobrancelha), Orthogonis chloricterus (catirumbava), Procnias Plano de Controle Ambiental DIGV 201 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC nudcollis (araponga) dentre outras. Rica em aves notáveis como Tinamus solitarius (macuco) e Crypturellus n. notivagus (jaó), cujas populações hoje, já estão quase exterminadas, talvez mais pela destruição de seus habitats do que pela perseguição implacável como caças (RIZZINI et alli op. cit.; SICK op. cit.; MAIA et alli op. cit.). Ocorrem espécies de gaviões de vasta distribuição geográfica como Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Spizaetus ornatus (gavião-de-penacho), Spizaetus tyrannus (gavião-pegamacaco) e outros como Leucopternis polionota (gavião-pombo-grande) e Leucopternis lacernulata (gavião-pomba) que apesar da devastação, são fiéis ao ecossistema (RIZZINI et alli op. cit.; SICK op. cit.; MAIA et alli op. cit.). Aves marinhas Foram consideradas as espécies aquáticas marinhas identificadas no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Tamoios – Fase 1. O estudo envolveu 29 ilhas, ilhotes e rochedos que compõem a Unidade de Conservação e outras 37 ilhas e lajes, algumas das quais propícias à nidificação das aves marinhas. Além destas áreas, foram feitas algumas observações de trechos de manguezais em Bracuí (Saco do Bracuí e Cansado) onde foram registradas diversas espécies de aves aquáticas, que buscam neste ecossistema alimento, abrigo e locais para reprodução. No Projeto Básico Ambiental de Angra 2 (Natrontec, 1999b) são citadas ocorrências de aves, dentre elas algumas de hábitos aquáticos. Estas listas foram baseadas em observações em campo, em pesquisas a coleções do Museu Nacional e em entrevistas com mateiros da região. As aves marinhas registradas nas ilhas da baía, segundo Eletronuclear (op. cit.), foram Larus dominicanus (Gaivotão), Sterna eurygnatha (Trintaréis-de-bico-amarelo), sendo a espécie costeira mais ameaçada de extinção no Brasil, Sterna maxima (Trinta-réis-real), Haematopus palliatus (Ostreiro), Sula leucogaster (Atobá-marrom) e Fregata magnificens (Fragata). As aves aquáticas foram: Casmerodius albus (Garça-branca-grande), Nyctanassa violacea (Savacu-de-coroa), Nycticorax nycticorax (Savacu), Ardea cocoi (Socó-grande), Ceryle torquata (Martim-pescadorgrande), Actitis macularia (Maçarico-pintado) e Arenaria interpres (Vira-pedras). Os trabalhos descritos para as ilhas da Estação Ecológica de Tamoios, em outras 37 ilhas e lajes da região e nos manguezais do Saco do Bracuí, Cansado e Ariró listaram espécies (Tabela III.31), incluindo três novas ocorrências para a região: Pluvialis squatarola, Charadrius collaris e Chloroceryle aenea. Área de Influência Indireta Na campanha de campo desse mesmo estudo, foram observadas nas planícies e alagadiços ao longo da BR-101, no município de Parati, as aves Casmerodius albus (garça-branca-grande), Crotophaga ani (anu-preto), Leistes superciliares (flamenguinho), Pitangus sulphuratus (bentevi) e Sporophila collaris (coleiro-do-brejo), conforme mostra a Tabela III.31. Tabela III.31 - Espécies de Aves Aquáticas Observadas nos Manguezais de Bracuí (Saco do Bracuí, Cansado e Ariró). Plano de Controle Ambiental DIGV 202 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies de Aves Ariró Cansado x Sula leucogaster Saco do Bracuí x x Phalacrocorax brasilianus x Fregata magnificens x x x Ardea cocoi Casmerodius albus x x x Egretta thula x x x Egretta caerulea x x x x Nycticorax nycticorax x Nyctanassa violacea x x x Aramides cajanea x Jacana jacana Arenaria interpres x x Actitis macularia x x x x x Larus dominicanus Sterna hirundinacea x Sterna eurygnatha x Sterna maxima x Ceryle torquata x x* x x x Chloroceryle aenea * mais de 100 indivíduos. No diagnóstico ambiental da área de influência, os manguezais do Saco do Bracuí e Cansado apresentaram maior número de espécies registradas. Algumas utilizam este ecossistema como área de nidificação, repouso e alimentação. Para outras, como as aves migratórias, os manguezais funcionam como uma importante área, rica em alimento e onde também encontram abrigo. Foram registradas 19 espécies de aves aquáticas para os manguezais estudados, sendo que seis possuem hábitos marinhos. Sula leucogaster e F. magnificens, não utilizavam propriamente os manguezais mas sobrevoavam as regiões; os trinta-réis (Sterna spp) aproveitavam as águas rasas para pescar. A Ordem dos Plano de Controle Ambiental DIGV 203 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Ciconiiformes (garças e socós) esteve representada por seis espécies, muito comuns em áreas de manguezais, particularmente Egretta caerulae e N. violacea, esta última restrita ao litoral onde nidifica sobre árvores de mangue. Apenas duas espécies de maçaricos migratórios foram registradas (A. macularia e A. interpres) o que certamente não reflete a realidade, pois estas aves são bastante comuns nestes ambientes no período de agosto/setembro a março/abril. Três espécies observadas (Pluvialis squatarola, Charadrius collaris e Chloroceryle aenea) constituem-se em novas ocorrências para a região. Pilherodius pileatus (garça-real), Platalea ajaja (colhereiro) e Rynchops niger (talha-mar) são espécies provavelmente ameaçadas de extinção no Estado do Rio de Janeiro; Aramides mangle (saracura-do-mangue), endemismo brasileiro, Chloroceryle inda (martim-pescador-da-mata) e Chloroceryle aenea (martim-pescadoranão) são espécies cujo status populacional encontra-se indefinido por falta de informações. Área de Influência Direta Apesar da região sul-fluminense dispor de considerável material bibliográfico sobre suas aves terrestres, muitas informações referem-se a localidades distantes da área de influência do empreendimento ou não especificam precisamente o local onde os registros foram obtidos. Os resultados encontrados são fruto da compilação de dados de bibliografia e de informações não publicadas (listas de aves não-publicadas e comunicação pessoal) bem como de dados obtidos no diagnóstico ambinetal do EIA de Angra 3 e do DIRR IIB. Ao todo, foram registradas 331 espécies nas baixadas e matas sub-montanas. Dentre estas, 16 espécies são consideradas ameaçadas de extinção globalmente e 26 espécies quase ameaçadas (Tabela III.32). Moradores locais durante o levantamento e diagnóstico ambiental da área de influência fizeram relatos da ocorrência de Chirophixia caudata (tangará) que habita as matas densas do sul da Bahia e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul; Pipile jacutinga (jacutinga), espécie ameaçada de extinção; Speotyto cunicularia (coruja-buraqueira); muitos Pitangus sulphuratus (bentevis); Tinamus solitarius (macuco), espécie ameaçada de extinção; Leptotila verreauxi (juriti); Columba speciosa (pomba-trocal); Mimus saturninus (sabiá-do-campo); Thraupis sayaca (sanhaço), que vive nas árvores tanto em campos ou áreas de cultivo como cidades; Turdus spp. (sábias); Sicalis flaveola (canárioda-terra) que ocorre do sul do Maranhão até o Rio Grande do Sul, a oeste até o Mato Grosso e também nas ilhas do litoral de São Paulo e Rio de Janeiro; Rupornis magmirostris (gavião-carijó); Tangara spp. (saíras); Oryzoborus angolensis (curió); Ramphastos sp. (tucanos); Penelope obscura (jacuaçu) e P. superciliaris (jacupemba); e Saltator maxillosus (trinca-ferro). Tabela III.32 – Espécies ameaçadas de extinção, provavelmente ameaçadas de extinção e as espécies endêmicas da Mata Atlântica registradas em literatura na área relativa ao diagnóstico. Provavelmente Extinta; EP: Em Perigo.; Am: Ameaçada; Vu: Vulnerável; QA: Quase Ameaçada; SD: Situação Desconhecida; En : endêmica Plano de Controle Ambiental DIGV 204 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Status Espécie Tinamus solitarius Endêmicas Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Bergallo et al., 2000 QA QA EP Pilherodius pileatus QA Cairina moschata Vu Leucopternis lacernulata Am Vu Vu Leucopternis polionota QA QA QA Spizaetus ornatus PEx Spizaetus tyrannus QA Pipile jacutinga Am Vu EN PEx Odontophorus capueira QA Aramides mangle SD Rynchops niger QA EN Brotogeris tirica Pionopsitta pileata QA Touit surda Am Am Vu Amazona rhodocorytha Am Am Vu QA EN Vu Amazona farinosa Triclaria malachitacea Sick, 1997 Am Vu Vu SD Nyctibius aethereus Macropsalis creagra QA Ramphodon naevius QA QA QA EN Phaetornis squalidus EN Lophornis magnifica EN SD Lophornis chalybea Aphantochroa cirrhochloris EN Clytolaema rubricauda EN Heliothryx aurita QA Heliomaster squamosus SD Plano de Controle Ambiental DIGV 205 EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Status Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Endêmicas Bergallo et al., 2000 Chloroceryle inda SD Notharchus macrorhynchus QA Sick, 1997 EN Malacoptila striata Baillonius bailloni QA QA Piculus aurulentus QA QA QA Campephilus robustus Psilorhamphus guttatus QA QA Merulaxis ater QA QA Dysithamnus stictothorax QA QA EN Dysithamnus xanthopterus EN Myrmotherula gularis EN Myrmotherula minor QA Vu Myrmotherula unicolor QA Vu Formicivora erythronotos Am Am Vu EN Vu EN EN Drymophila ferruginea Drymophila genei QA QA EN Drymophila ochropyga QA QA EN Drymophila squamata EN Myrmeciza loricata EN Chamaeza meruloides EN Conopophaga melanops EN Furnarius figulus EN Cranioleuca pallida EN Phacellodomus erythrophthalmus EN Anabazenops fuscus EN Plano de Controle Ambiental DIGV 206 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Status Espécie Collar et al., 1992 Anabacerthia amaurotis Birdlife, 2000 Endêmicas Bergallo et al., 2000 QA EN Cichlocolaptes leucophrus Vu Sclerurus mexicanus Phyllomyias griseocapilla QA Phylloscartes sylviollus QA EN Phylloscartes oustaleti QA QA Phylloscartes difficilis QA QA Phylloscartes paulistus Am Vu SD Hemitriccus furcatus Am Am QA Vu QA Hemitriccus orbitatus EN EN EN Todirostrum poliocephalum Am QA Vu EN Knipolegus nigerrimus Muscipipra vetula EN EN Hemitriccus nidipendulus Platyrinchus leucoryphus Sick, 1997 QA EN Attila rufus Philohydor lictor QA Tityra inquisitor QA Ilicura militaris EN Neopelma chrysolophum EN Laniisoma elegans Am Vu QA Phibalura flavirostris QA QA QA Tijuca atra QA QA Iodopleura pipra Am Am Carpornis cucullatus QA QA Lipaugus lanioides Am Vu QA EN Vu EN Vu Pyroderus scutatus Plano de Controle Ambiental DIGV EN 207 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Status Espécie Procnias nudicollis Endêmicas Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Bergallo et al., 2000 QA QA QA EN Thryothorus longirostris Ramphocaenus melanurus Vu Phaeothlypis rivularis QA Orchesticus abeillei Sick, 1997 QA QA EN Schistochlamys ruficapillus EN Hemithraupis ruficapilla EN Orthogonys chloricterus EN Ramphocelus bresilius EN Thraupis cyanoptera QA QA EN EN Thraupis ornata QA Euphonia cyanocephala EN Tangara desmaresti Tangara peruviana Am Vu QA EN Dacnis nigripes Am Vu QA EN Chlorophanes spiza Vu Oryzoborus angolensis Vu Saltator maxillosus QA Passerina brissoni Vu Scaphidura oryzivora QA Euphonia cyanocephala QA EN Tangara desmaresti Tangara peruviana Am Vu QA EN Dacnis nigripes Am Vu QA EN Vu Chlorophanes spiza Plano de Controle Ambiental DIGV 208 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Status Espécie Collar et al., 1992 Birdlife, 2000 Oryzoborus angolensis Saltator maxillosus Endêmicas Bergallo et al., 2000 Sick, 1997 Vu QA Passerina brissoni Vu Scaphidura oryzivora QA A Tabela III.33 apresenta algumas espécies tipicamente serranas encontradas no diagnóstico ambiental. Tabela III.33 - Espécies tipicamente serranas em sua distribuição * Informações ausentes; a . R: Residente; VI: Visitante de inverno. Segundo bibliografia consultada e dados não publicados; de E. Mendonça (1997-2000); b. Segundo Scott e Brooke (1985). Nome popular Nome científico Statusa Altitude (m)b R 600-1250 Inhambu-guaçu Crypturellus obsoletus Gavião-pombo-grande Leucopternis polionota 600-1500 Jacuaçu Penelope obscura 950-1950 Pomba-amargosa Columba plumbea R 600-2000 Cuiú-cuiú Pionopsitta pileata R 950-1250 Rabo-branco-de-garganta-rajada Phaetornis eurynome 800-2000 Beija-flor-rubi Clytolaema rubricauda 750-2000 Araçari-banana Baillonius bailloni Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus Pica-pau-dourado Piculus aurulentus Tapaculo-pintado Psilorhamphus guttatus R * Entufado Merulaxis ater R * Chocão-carijó Hypoedaleus guttatus 500-800 Matracão Batara cinerea 650-1350 Borralhara Mackenziaena severa Plano de Controle Ambiental DIGV 209 R 450-1200 400 400-2000 R 800-1250 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Statusa Altitude (m)b Thamnophilus ruficapillus R 1050-2150 Choquinha-de-peito-pintado Dysithamnus stictothorax R 550-1000 Choquinha-de-dorso-vermelho Drymophila ochropyga Papa-formigas-de-grota Myrmeciza loricata Tovaca-campainha Chamaeza campanisona Chupa-dente Conopophaga lineata R 800-2150 Pichororé Synallaxis ruficapilla R 600-1400 João-botina Phacellodomus erythrophthalmus R 700-800 Trepador-coleira Anabazenops fuscus 350-1150 Limpa-folha-ocrácea Philydor lichtensteini 600-800 Vira-folhas Sclerurus scansor 650-1250 Piolhinho Phyllomyias fasciatus Poaieiro-do-sul Phyllomyias burmeisteri 1000-1350 Poaieiro-serrano Phyllomyias griseocapilla 950-1150 Papa-moscas-de-olheira Phylloscartes oustaleti 500-850 Tuque Elaenia mesoleuca 350-1800 Ferreirinho-de-cara-canela Todirostrum plumbeiceps R 1050-1250 Maria-preta-da-garganta-vermelha Knipolegus nigerrimus VI 950-2100 Tesoura-cinzenta Muscipipra vetula VI 1050-1450 Tangarazinho Ilicura militaris R 650-1250 Flautim Schiffornis virescens R 650-1220 Tesourinha-da-mata Phibalura flavirostris VI 50-1600 Chibante Laniisoma elegans Corocochó Carpornis cucullatus Nome popular Nome científico Choca-de-chapéu-vermelho Plano de Controle Ambiental DIGV 210 650-1300 R 700-1300 350-1200 R 1130-1800 680 850-1450 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Nome popular Nome científico Statusa Altitude (m)b Araponga-do-horto Oxyruncus cristatus 430-1540 Pitiguari Cyclarhis gujanensis 0-2050 Pula-pula-assobiador Basileuterus leucoblepharus Sanhaço-pardo Orchesticus abeillei 830-1200 Bico-de-veludo Schistochlamys ruficapillus 700-1100 Catirumbava Orthogonys chloricterus 360-1300 Sanhaço-de-encontro-azul Thraupis cyanoptera 700-1620 Viúva Pipraeidea melanonota 970-1970 Saíra-lagarta Tangara desmaresti VI 630-1840 Tico-tico-do-mato-de-bico-preto Arremon semitorquatus R * Trinca-ferro-verdadeiro Saltator similis VI 1000-1960 630-1960 Um caso particular relacionado à conservação da avifauna na área de estudo diz respeito ao papa-formigas-de-cabeça-negra Formicivora erythronotos. Esta espécie permaneceu por mais de um século conhecida unicamente por algumas peles coletadas no século passado e depositadas em museus americanos e europeus (Pacheco, 1988). Após a sua redescoberta, a espécie permaneceu com registros esparsos de alguns poucos casais ao longo da Baía da Ribeira (Collar et. al.,1992; Tobias & Williams, 1996; Fernando Carvalho com. pess. 1999), o que levou a espécie a ser tratada como em situação crítica por Collar et al. (1992). Em 1997, pesquisadores do Laboratório de Ornitologia da UFRJ iniciaram uma procura sistemática do papa-formigas em todas as baixadas da região da Costa Verde, mapeando a população até então conhecida. Durante o estudo, constatou-se que o vale do Mambucaba e a baixada do Ariró, localidades inseridas na área de influência do diagnóstico ambiental do EIA de Angra 3, abrigam mais de 90% da população total da espécie (Mendonça & Gonzaga, 1999). A Tabela III.34 apresena a listagem das espécies de aves observads no diagnóstico ambiental. Plano de Controle Ambiental DIGV 211 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.34 - Listagem das Espécies de Aves. AM - espécie ameaçada de extinção; EN espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo. Aves Taxon Nome Popular Actitis macularia Maçarico-pintado Código MG; # Amaurolimnas concolor Saracurinha-da-mata Amazilia fimbriata Beija-flor-de-garganta-verde Amazilia versicolor Beija-flor-de-banda-branca Amazona rhodocorytha Chauá Amazona spp. Papagaios Amazonetta brasiliensis Ananaí Anabazenops fuscus Trepador-coleira Anthracothorax nigricollis Beija-flor-preto Anthus lutescens Caminheiro-zumbidor Aphantochroa cirrhochloris Beija-flor-cinza EN Saracura-três-potes # Aramides cajanea Aramides saracura Saracura-do-mato Aramus guarauna Carão Aratinga leucophthalmus Periquitão-maracanã AM; EN EN Ardea cocoi Maguari # Arenaria interpres Vira-pedras MG; # Arremon semitorquatus Tico-tico-do-mato-de-bico-preto Arundinicola leucocephala Lavadeira-de-cabeça-branca Asio stygius Mocho-diabo Attila phoenicurus Plano de Controle Ambiental DIGV SN Capitão-castanho 212 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Attila rufus Tinguaçu EN Automolus leucophthalmus Barranqueiro-de-olho-branco Baillonius bailloni Araçari-banana Baryphthengus ruficapillus Juruva Basileuterus culicivorus Pula-pula Basileuterus leucoblepharus Pula-pula-assobiador Batara cinerea Matracão Brotogeris tirica Periquito-rico Bubulcus ibis Garça-vaqueira Buteo albicaudatus Gavião-de-rabo-branco Buteo brachyurus Gavião-de-cauda-curta Buteogallus meridionalis Gavião-cabloco Buteogallus urubitinga Gavião-preto Butorides striatus Socozinho Cacicus haemorrhous Guaxe Cairina moschata Código EN MG Pato-do-mato Calidris alba Maçarico MG Calidris minutilla Maçariquinho MG Calliphlox amethystina Estrelinha Campephilus robustus Pica-pau-rei Camptostoma obsoletum Risadinha Campylorhamphus cf. falcularius Arapaçu-de-bico-torto Capsiempis flaveola Marianinha-amarela Plano de Controle Ambiental DIGV 213 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Caracara plancus Gavião-carcará Carduelis magellanicus Pintassilgo Carpornis cucullatus Corócocho # Casmerodius albus Garça-branca-grande Cathartes aura Urubu-de-cabeça-vermelha Cathartes burrovianus Urubu-de-cabeça-amarela MG; # Celeus flavescens Pica-pau-de-cabeça-amarela Certhiaxis cinnamomea Curutié Ceryle torquata Martim-pescador-grande Chaetura Andrei Andorinhão # Chaetura cinereiventris Andorinhão-de-sobre-cinzento Chamaeza campanisona Tovaca-campainha Chiroxiphia caudata Tangará Chiroxiphia pareola Tangará-falso Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde Chloroceryle americana Martim-pescador-pequeno Chlorophanes spiza Saí-verde Chlorophonia cyanea Bonito-do-campo Chordeiles acutipennis Bacurau-de-asa-fina Ciccaba virgata Coruja-do-mato Cichlocolaptes leucophrys Trepador-sobrancelha Cissopis leveriana Tietinga Claravis pretiosa Pomba-de-espelho Plano de Controle Ambiental DIGV Código 214 # EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Clytolaema rubricauda Beija-flor-rubi Cnemotriccus fuscatus Guaracavuçu Coccyzus euleri Papa-lagarta-de-Euler Coccyzus melacoryphus Papa-lagarta Coereba flaveola EN Sebinho Colaptes campestris Pica-pau-do-campo Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado Código SN Colonia colonus Viuvinha # Columba cayennensis Pomba-galega CG Columba livia domestica Pombo-comum SN Columba picazuro Pombão; Asa-branca MG Columba plumbea Aomba-amargosa CG Columba speciosa Pomba-trocal CG Columbina talpacoti Rolinha SN;# Conirostrum bicolor Sanhaço-do-mangue Conirostrum speciosum Figuinha-de-rabo-castanho Conopophaga lineata Chupa-dente Conopophaga melanops Cuspido-de-máscara-preta Contopus cinereus Papa-moscas-cinzento EN Coragyps atratus Urubu-comum SN: # Cotinga maculata Crejoá AM; EN Crotophaga ani Anu-preto SN; # Crypturellus n. noctivagus Jaó AM; EN; CG Plano de Controle Ambiental DIGV 215 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Crypturellus obsoletus Inhambu-açu EN Crypturellus tataupa Inhambu-chintã Cyclarhis gujanensis Pitiguari Cypseloides fumigatus Andorinhão-preto-de-cascata Cypseloides senex Andorinhão-velho-da-cascata Dacnis cayana Código Saí-azul Dacnis nigripes Saí-de-pernas-pretas Dendrocincla turdina Arapaçu-liso Dendrocolaptes platyrostris Arapaçu-grande Dendrocygna viduata EN Marreca-irerê Donacobius atricapillus Japacanim Drymophila ferruginea Trovoada EN Drymophila ochropyga Choquinha-de-dorso-vermelho EN Drymophila squamata Pintadinho EN Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca Dysithamnus mentalis Choquinha-lisa Dysithamnus stictothorax Choquinha-de-peito-pintado Egretta caerulea Garça-azul Egretta thula Garça-branca-pequena Elaenia flavogaster Topetuda Elaenia spp. Tuque Elanoides forficatus Gavião-tesoura Elanus leucurus Peneira Plano de Controle Ambiental DIGV 216 # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Embernagra platensis Sabiá-do-banhado Empidonomus varius Peitica Estrilda astrild Bico-de-lacre SN; # Eupetomena macroura Beija-flor-tesoura # Euphonia chlorotica Vivi Euphonia pectoralis Ferro-velho Euphonia violacea Gaturamo-verdadeiro Falco femoralis Falcão-de-coleira Falco sparverius Quiriri Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada Formicarius colma Galinha-do-mato Formicivora erythonotos Papa-formiga de cabeça negra EN Forpus xanthopterygius Tuim Fregata magnificens Fragata; João-bobo # Furnarius figulus Casaca-de-couro-da-lama EN Furnarius leucopus Casaca-de-couro-amarelo Furnarius rufus João-de-barro Galbula ruficauda Bico-de-agulha-de-rabo-vermelho Gallinago paraguaiae Narceja Gallinula chloropus Frango-d'água-comum Geothlypis aequinoctialis Pia-cobra Geotrigon montana Pariri Glaucidium minutissimum Caburé-miudinho Plano de Controle Ambiental DIGV 217 SN; # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Glaucis hirsuta Balança-rabo-de-bico-torto Grallaria varia Tovacuçu Guira guira Anu-branco Habia rubica Tié-do-mato-grosso Haematopus palliatus Ostreiro Harpagus cf. diodon Código # Gavião-bombachinha Hemithraupis ruficapilla Saíra-da-mata EN; # Hemitriccus furcatus Papa-moscas-estrela EN Hemitriccus nidipendulus Tachuri-campainha EN Hemitriccus orbitatus Tiririzinho-do-mato EN Herpetotheres cachinnans Acauã Herpsilochmus rufimarginatus Chorozinho-de-asa-vermelha Hirundinea ferruginea Gibão-de-couro Hydropsalis brasiliana Bacurau-tesoura Hylocharis cyanus Beija-flor-roxo Hylophilus thoracicus Vite-vite Hypoedaleus guttatus Chocão-carijó Ilicura militaris Tangarazinho EN Iodopleura pipra Anambezinho EN Jacana jacana Jaçanã Knipolegus nigerrimus Maria-preta-da-garganta-vermelha Laniisoma elegans Chibante Larus dominicanus Gaivotão Plano de Controle Ambiental DIGV 218 EN # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Laterallus exilis Pinto-d'água Laterallus melanophaius Pinto-d'água-comum Lathrotriccus euleri Enferrujado Legatus leucophaius Bentevi-pirata Leistes superciliaris Flamengo Lepidocolaptes fuscus Arapaçu-rajado Leptodon cayanensis Gavião-da-cabeça-cinza Leptopogon amaurocephalus Cabeçudo Leptotila rufaxilla Juriti-gemedeira Leptotila verreauxi Juriti Leucochloris albicollis Papo-branco Leucopternis lacernulata Gavião-pomba Leucopternis polionota Gavião-pombo-grande Lipaugus lanioides Tropeiro-da-serra EN Lophornis magnifica Topetinho-vermelho EN Lurocalis semitorquatus Tuju Machetornis rixosus Bentevi-do-gado Mackenziaena severa Borralhara Malacoptila striata João-barbudo Manacus manacus Rendeira Megarynchus pitangua Bentevi-de-bico-chato Melanerpes flavifrons Benedito-de-testa-amarela Melanotrochilus fuscus Beija-flor-preto-e-branco Plano de Controle Ambiental DIGV 219 MG; # CG AM; EN EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Merulaxis ater Entufado Micrastur ruficollis Gavião-caburé Milvago chimachima Gavião-carrapateiro # Mimus gilvus Sabiá-da-praia # Mimus saturninus Sabiá-do-campo MG Mionectes rufiventris Abre-asa-de-cabeça-cinza Molothrus bonariensis Chopim Muscipipra vetula Tesoura-cinzenta Myarchus tyrannulus Maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado Myiarchus ferox Maria-cavaleira Myiobius barbatus Assanhadinho Myiodynastes maculatus Bentevi-rajado Myiophobus fasciatus Filipe Myiozetetes similis Bentevizinho Myornis auricularis Miudinho Myrmeciza sp. Papa-formigas Myrmotherula gularis Choquinha-da-garganta-pintada Myrmotherula minor Choquinha-pequena Myrmotherula unicolor Choquinha-cinzenta Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto Neochelidon tibialis Calcinha-branca Notharchus macrorhynchus Capitão-do-mato Notiochelidon cyanoleuca Andorinha Plano de Controle Ambiental DIGV 220 EN # MG EN EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Nyctanassa violacea Savacu-de-coroa Nyctibius griseus Urutau Nycticorax nycticorax Savacu Nyctidromus albicolis Bacurau Nystalus chacuru João-bobo Odontophorus capueira Uru Orchesticus abeillei Sanhaço-pardo EN Orthogonys chloricterus Catirumbava EN Oryzoborus angolensis Curió Oxyruncus cristatus Araponga-do-horto Pachyramphus cf. marginatus Caneleiro-bordado Pachyramphus castaneus Caneleiro Pachyramphus polychopterus Caneleiro-preto Pachyramphus validus Caneleiro-de-chapéu-preto Pachyramphus viridis Caneleiro-verde Pandion haliaetus Águia-pescadora Panyptilla cayennensis Andorinhão-estofador Parula pitiayumi Mariquita Passer domesticus Pardal Passerina brissonii Azulão Penelope obscura Jacuaçu CG Penelope superciliaris Jacupemba CG Phacellodomus erythrophthalmus João-botina EN Plano de Controle Ambiental DIGV 221 # # MG SN; # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Phaeothlypis rivularis Pula-pula-ribeirinho Phaeprogne tapera Andorinha-do-campo Phaethornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada Phaethornis ruber Besourinho-da-mata Phaetornis eurynome Rabo-branco-de-garganta-rajada Phaetornis ruber Besourinho-da-mata Phaetornis squalidus Rabo-branco-miúdo Phalacrocorax brasilianus Biguá Phibalura flavirostris Tesourinha-da-mata Philydor atricapillus Limpa-folha-coroado Philydor lichtensteini Limpa-folha-ocrácea Philydor rufus Limpa-folha-testa-baia Phyllomyias burmeisteri Poaieiro-do-sul Phyllomyias fasciatus Piolhinho Phyllomyias griseocapilla Poaieiro-serrano Phylloscartes paulistus Não-pode-parar Phylloscartes oustaleti Papa-moscas-de-olheira Piaya cayana Alma-de-gato Piculus aurulentus Pica-pau-dourado Piculus flavigula Pica-pau-bufador Picumnus cirratus Pica-pau-anão-barrado Pilherodius pileatus Garça-real Pionopsitta pileata Cuiú-cuiú Plano de Controle Ambiental DIGV 222 Código EN EN EN EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Pionus maximiliani Maitaca Pipile jacutinga Jacutinga Pipraeidea melanonota Viúva Pitangus sulphuratus Bentevi Pitylus fuliginosus Pimentão Platycichla flavipes Sabiá-una Platyrinchus mystaceus Patinho Poospiza thoracica Peito-pinhão Procnias nudicollis Araponga Progne chalybea Andorinha-doméstica-grande Progne sp. Andorinha Psarocolius decumanus Japu Psilorhamphus guttatus Tapaculo-pintado Pulsatrix koeniswaldiana Murucututu-de-barriga-amarela Pyriglena leucoptera Papa-formiga Pyrocephalus rubinus Verão MG Pyroderus scutatus Pavó AM; CG Pyrrhura cruentata Fura-mato AM; EN Pyrrhura frontalis Tiriba-de-testa-vermelha Rallus longirostris Saracura-do-mangue Rallus nigricans Saracura-sanã Ramphastos dicolorus Tucano-de-bico-verde Ramphastos sp. Tucano Plano de Controle Ambiental DIGV 223 AM; CG SN; # EN CG Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Ramphastos vittelinus Tucano-de-bico-preto Ramphocaenus melanurus Bico-assovelado Ramphocelus bresilius Tiê-sangue EN; SN; # Ramphodon naevius Beija-flor-grande-do-mato EN Ramphotrigon megacephala Maria-cabeçuda Rhytipterna simplex Vissiá Ruornis magnirostris Gavião-carijó Rupornis magnirostris Gavião-carijó Rynchops niger Talha-mar Saltator maxillosus Trinca-ferro Saltator maximus Tempera-viola Saltator similis Trinca-ferro Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno Scaphidura oryzivora Iraúna-grande Schiffornis virescens Flautim Schistochlamys cf.ruficapillus Bico-de-veludo Sclerurus scansor Vira-folhas Selenidera maculirostris Araçari-poca Sicalis flaveola Canário-da-terra Sirystes sibilator Gritador Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde Speotyto cunicularia Coruja-buraqueira # Spizaetus ornatus Gavião-de-penacho AM Plano de Controle Ambiental DIGV 224 EN SN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Spizaetus tyrannus Gavião-pega-macaco Spizastur melanoleucus Gavião-pato Sporophila bouvreuil Caboclinho Sporophila caerulescens Coleirinho SN; # Sporophila collaris Coleiro-do-brejo # Sporophila leucoptera Chorão Sporophila lineola Bigodinho Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serrador Sterna eurygnatha Trinta-réis-de-bico-amarelo # Sterna maxima Trinta-réis-real # Streptoprocne zonaris Andorinhão-de-coleira Sula leucogaster Atobá-marrom Synallaxis ruficapilla Pichororé Synallaxis spixi João-tenenem Syrigma sibilatrix Maria-faceira Tachybaptus dominicus Mergulhão-pequeno Tachyphonus coronatus Tiê-preto Tachyphonus cristatus Tiê-galo Tangara cayana Saíra-amarelo Tangara cyanocephala Saíra-militar # Tangara desmaresti Saíra-lagarta EN Tangara peruviana Saíra-sapucaia EN Tangara seledon Saíra-de-sete-cores Plano de Controle Ambiental DIGV 225 # Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Tangara spp. Saíras Tapera naevia Saci Terenura maculata Zidedê Streptoprocne zonaris Andorinhão-de-coleira Tersina viridis Saí-andorinha Thalurania glaucopsis Beija-flor-tesourinha-verde Thamnophilus palliatus Choca-listrada Thamnophilus ruficapillus Choca-de-chapéu-vermelho Thamnophilus sp. Choca Thlypopsis sordida Canário-sapé Thraupis cyanoptera Sanhaço-de-encontro-azul EN Thraupis ornata Sanhaço-de-encontro-amarelo EN Thraupis palmarum Sanhaço-de-coqueiro Thraupis sayaca Sanhaço-cinzento SN; # Thryothorus longisrostris Framato EN Tiaris fuliginosa Cigarra-do-coqueiro Tigrisoma lineatum Socó-boi Tinamus solitarius Macuco Tityra cayana Anambé-branco-de-rabo-peto Tityra inquisitor Anambé-branco-de-bochecha-parda Todirostrum cinereum Ferreirinho Todirostrum plumbeiceps Ferreirinho-de-cara-canela Todirostrum poliocephalum Teque-teque Plano de Controle Ambiental DIGV 226 AM; CG EN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Código Tolmomyias sulphurescens Bico-chato-de-orelha-preta Touit melanonota Papagainho AM; EN Triclaria malachitacea Sabiá-cica EN Tricothraupis melanops Tiê-de-topete Tringa flavipes Batuíra Tringa solitaria Maçarico-solitário Troglodytes aedon Cambaxirra Trogon rufus Surucuá-de-barriga-amarela Trogon surrucura Surucuá-de-peito-azul Trogon viridis Surucuá-grande-de-barriga-amarela Turdus albicollis Sabiá-coleira Turdus amaurochalinus Sabiá-poca Turdus leucomelas Sabiá-barranco Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira SN; # Tyrannus melancholicus Suiriri SN; # Tyrannus savana Tesoura Tyto alba Suindara Vanellus chilensis Quero-quero Veniliornis maculifrons Pica-pauzinho-testa-pintada Veniliornis spilogaster Pica-pauzinho-verde-carijó Vireo olivaceus Juruviara Volatinia jacarina Tiziu Xenops minutus Bico-virado-miúdo Plano de Controle Ambiental DIGV 227 MG SN # SN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Aves Taxon Nome Popular Xenops rutilans Bico-virado-carijó Xiphocolaptes albicollis Arapaçu-de-garganta-branca Xolmis velata Noivinha-branca Zonotrichia capensis Tico-tico Código SN; # Fonte: Natrontec (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005). Mastofauna Em função da diversidade de mamíferos terrestres, conclui-se que cerca de 50% das espécies brasileiras de mamíferos têm ocorrência no bioma Mata Atlântica, que possui aproximadamente 250 espécies de mamíferos, das quais cerca de 55 são endêmicas deste bioma. Na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção encontram-se 39 espécies onde 21 de ocorrência no Estado do Rio de Janeiro (Fundação Biodiversitas, 2003). Segundo RIZZINI et all (1988), os principais mamíferos encontrados na Mata Atlântica estão marsupiais como Monodelphis sp., Didelphis sp. (gambás), Marmosa sp. (marmosa) e Philander sp. (cuícas); quirópteros do gênero Desmodus, Diaemus e Diphylla; símios como Callithris sp. (sagüis), Callicebus sp. (sauás), Leontopithecus sp. (micos) e Brachyteles arachnoides (muriqui), espécie endêmica. Das espécies de carnívoros, se destacam o Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Procyon cancrivorus (guaxinim), Nasua nasua (quati), Galictis cuja (furão), Eira barbara (irara) e Felis sp. (gatos-do-mato). Podem ser também observados o Sylvilagus brasiliensis (tapiti) e roedores como Sciurus ingrami (caxinguelê), Dasyprocta agouti (cutia), representantes da família Cricetidae (ratos-domato) e Coendou villosus (ouriço-cacheiro). Dentre os edentados estão presentes Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Dasypus sp. (tatu), e Bradypus sp. (preguiça), destacando-se Bradypus torquatus (preguiça-de-coleira), espécie ameaçada de extinção e endêmica da Mata Atlântica (RIZZINI et alli op. cit.; COSTA et alli, 1994; MAIA et alli, 1976). Da ordem Artiodactyla ocorrem cervídeos do gênero Mazana e duas espécies de porcos-do-mato, Tayassu tajacu (caitetu) e Tayassu pecari (queixada) que formam bandos e possuem alimentação mista (RIZZINI et alli op. cit.; SILVA, 1984). A mastofauna visitante dos mangues à procura de alimento é representada por Lutra longicaudis enudris e Lutra longicaudis platensis (lontras), e Procyon cancrivorus (guaxinim), espécie onívora que freqüenta o manguezal ao anoitecer para capturar artrópodes (RIZZINI et alli op. cit.; LACERDA op. cit.; SILVA op. cit.). Área de Influência Indireta Plano de Controle Ambiental DIGV 228 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Segundo levantamentos realizados pela Eletronuclear (EIA Angra 2, 1997), em entrevista com moradores próximo ao rio Taquari, foram apontados como ocorrendo na região Bradypus sp. (preguiça), encontrada nas regiões mais altas; Dasyprocta agouti (cutia), animal terrestre, herbívoro, encontrado nas capoeiras; Hydrochaeris hydrochaeris (capivara), roedor semi-aquático que alimenta-se de plantas aquáticas de diversas espécies; Agouti paca (paca), roedor que mora em tocas em áreas cobertas com vegetação alta, como matas, capoeirões, sempre às margens de mananciais hídricos e alimenta-se de vegetais diversos; e, principalmente, Didelphis sp. (gambá), espécie sinantrópica de regime alimentar onívoro, vivendo em capoeiras, matas primárias e secundárias, banhados, capões e áreas de lavouras onde existem árvores (SILVA, op. cit.). Dada a impossibilidade de se efetuar coletas na ampla região ao longo de toda a área sob influência do projeto, optou-se por apresentar aqui um inventário baseado nos trabalhos que vêm sendo realizados nesta região e no material já depositado em coleções, para que as atividades de campo propriamente pudessem se concentrar em uma área mais restrita em torno do ponto de instalação da usina. A coleção do Museu Nacional foi estudada com o intuito de se identificar os mamíferos da região da Baía da Ilha Grande e localidades adjacentes. Segue na Tabela III.35. Tabela III.35 - Espécies de mamíferos registradas em localidades continentais da área de influência de Angra 3. Localidade: a) Angra dos Reis; b) Mambucaba; c) Tarituba. Localidade Ordens e Espécies a b c Artiodactyla Pecari tajacu Carnivora x Cerdocyon thous x Eira bárbara x Gallictis cuja x Leopardus tigrinus Leopardus wiedii Nasua nasua Cetacea Delphinus capensis Sotalia guianensis Plano de Controle Ambiental DIGV 229 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Localidade Ordens e Espécies a b c Stenella frontalis Steno bredanensis Tursiops truncatus Chiroptera Artibeus lituratus Artibeus sp. Carollia sp. Carollia perspicillata Glossophaga sp. Glossophaga soricina Molossus ater x Molossus molossus x Sturnira lilium Tonatia sp. Didelphimorphia Caluromys philander x Chironectes minimus x Didelphis aurita x Marmosops incanus x Metachirus nudicaudatus x Micoureus demerarae x Micoureus limae x Monodelphis americana Plano de Controle Ambiental DIGV 230 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Localidade Ordens e Espécies a b c Monodelphis scallops Monodelphis sp. x Gracilinanus microtarsus Philander frenata Lagomorpha Sylvilagus sp. Primates x Alouatta fusca Brachyteles arachnoides x Cebus nigritus x x Akodon cursor x x Akodon serrensis x Callithrix aurita Callithrix jacchus Rodentia x x Cavia aperea Cuniculus paca Dasyprocta leporina Delomys dorsalis Euryzygomatomys spinosus Hydrochaeris hydrochaeris Kannabateomys amblyonyx x Nectomys squamipes Plano de Controle Ambiental DIGV 231 x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Localidade Ordens e Espécies a b c Oecomys sp. Oligoryzomys sp. x Oligoryzomys nigripes x Oryzomys intermedius x Oryzomys ratticeps x Oryzomys russatus x Oxymycterus dasytrichus x x Phyllomys sp. Rhipidomys sp. x Sciurus aestuans Sphiggurus insidiosus Thaptomys nigrita x Trinomys dimidiatus x x x Trinomys iheringi Xenarthra Bradypus variegatus Dasypus novemcinctus Euphractus sexcinctus Área de Influência Direta A destruição dos habitats, com desmatamentos e queimadas nas encostas, e aterros e drenagens nas planícies, junto com a caça descontrolada e ilegal, concorrem fortemente para a redução da diversidade e riqueza da fauna local. Entretanto, cabe ressaltar que, segundo informações secundárias, ainda podem ser encontradas diversas espécies que já se tornaram raras em outros trechos do litoral fluminense como, por exemplo, Lutra longicaudis (lontra), Priodontes maximus (tatu-canastra) e Alouatta fusca (bugio) (PINHEIRO op. cit.). Além do bugio, outros primatas de ocorrência na Mata Atlântica, região do litoral sul, são Callithrix aurita (sagüí-estrela-preto), espécie ameaçada de Plano de Controle Ambiental DIGV 232 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC extinção, de hábitos insetívoros-gumívoros e a qual tem preferência por vegetação secundária ou perturbada (AURICCHIO, 1995); Cebus apella (macaco-prego), observado enjaulado numa das casas localizadas no início da trilha Ariró-Bananal. Segundo relatos encontrados em Eletronuclear (op. cit.), os carnívoros de ocorrência nas matas são Cerdocyon sp. (cachorro-do-mato), Speothos venaticus (cachorro-vinagre), Procyon cancrivorus (guaxinim), Felis pardalis (jaguatirica) e Felis concolor (sussuarana) nas regiões mais altas, dentre outras espécies (COSTA et al.). Na Tabela III.36 a seguir, apresenta-se lista preliminar das espécies de mamíferos coletadas (C) fotografadas (F) observadas (O), ou ainda registradas indiretamente por indícios da presença (I). Tabela III.36 - Espécies de mamíferos registradas no diagnóstico ambiental do EIA de Angra 3 Espécies /Registro C I F O Didelphimorphia Didelphis aurita x x Artibeus lituratus x x Artibeus fimbriatus x Plathyrrhinus lineatus x x Anoura caudifera x x Lonchophila mordax x Sturnira lilium x Carollia perspicillata x Chiroptera Desmodus rotundus x x Myotis nigricans x Molossus sp. Rodentia Juliomys pictipes x Oligoryzomys nigripes x x Oryzomys sp. x x Oxymycterus dasytrichus x x Delomys sublineatus x Akodon cursor x Oryzomys nitidus Plano de Controle Ambiental DIGV 233 x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies /Registro C Coendou preensilis I F O x Sciurus ingrami x A Tabela III.37 apresenta a listagem das espécies de mamíferos encontradas no diagnóstico ambiental de Angra 3. Tabela III.37 - Listagem das Espécies de Mamíferos. AM - espécie ameaçada de extinção; EN - espécie endêmica; MG - espécie migratória; SN - espécie sinântropa; CG - espécie cinegética; # - espécie observada durante a campanha de campo. Mamíferos Taxon Nome Popular Código Agouti paca Paca Akodon cursor Rato Akodon serrensis Rato Alouatta fusca Barbado; bugio Artibeus lituratus Morcego Artibeus sp. Morcego Brachyteles arachnoides Muriqui; Mono-carvoeiro EN Bradypus torquatus Preguiça-de-coleira AM; EN Bradypus tridactyla Preguiça CG Bradypus variegatus Preguiça Cabassous sp. Tatu CG Callithrix aurita Sagüi-estrela-preto AM Callithrix jacchus Sagüí CG Caluromys philander Cuíca Carollia sp. Morcego Carollia perspicillata Morcego Plano de Controle Ambiental DIGV 234 CG AM; CG Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mamíferos Taxon Nome Popular Código Cavia aperea Preá CG Cavia fulgida Preá CG Cebus apella Macaco-prego CG; # Cebus nigritus Macaco-prego Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Chironectes minimus Cuíca d água Choloepus didactylus Preguiça-real Coendou insidiosus Ouriço Coendou villosus Ouriço-cacheiro Dasyprocta agouti Cutia Dasyprocta leporina Cutia Dasypus novemcinctus Tatu Desmodus sp. Morcego Diaemus sp. Morcego Delphinus capensis Golfinho-comum-de-bico-longo Delomys dorsalis Rato-do-campo Didelphis aurita Gambá CG Didelphis sp. Gambá CG Diphylla sp. Morcego Dusicyon thous Cachorro-do-mato Eira barbara Irara Euphractus sexcinctus Tatu Euryzygomatomys spinosus Rato Plano de Controle Ambiental DIGV 235 CG CG Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mamíferos Taxon Nome Popular Código Felis concolor Onça-parda; sussuarana AM Felis pardalis Jaguatirica AM Felis spp. Gatos-do-mato Galictis cuja Furão Glossophaga sp. Morcego Glossophaga soricina Morcego beija-flor Gracilinanus microtarsus Rato Hydrochaeris hydrochaeris Capivara Kannabateomys amblyonyx Rato do taquara Leopardus tigrinus Gato selvagem Leopardus wiedii Gato-maracajá Leontopitecus sp. Mico Leontopithecus caissara Mico-da-cara-preta Lonchophylla mordax Morcego Lutra longicaudis enudris Lontra Lutra longicaudis platensis Lontra Marmosa incana Guaiquica Marmosops incanus Catita Mazama sp. Veado Metachirus nudicaudatus Jupati Micoureus demerarae Cuíca Mollossus m. classicaudatus Morcego Molossus a. ater Morcego Plano de Controle Ambiental DIGV 236 CG AM AM AM CG Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mamíferos Taxon Nome Popular Código Molossus molossus Morcego Monodelphis americana Catita Monodelphis scalops Catita Monodelphis sp. Catita Mus musculus brevirostris Rato-de-casa Myotis n. nigricans Morcego Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira AM; CG Nasua nasua Quati CG Nectomys squamipes olivaceus Rato-de-várzea Oecomys sp. Rato Oligoryzomys sp. Rato Oligoryzomys nigripes Rato Oryzomys intermedius Rato Oryzomys nigripes Rato Oryzomys ratticeps Rato Oryzomys russatus Rato Oryzomys eliurus Rato-do-capim Oryzomys lamia Rato-vermelho Oryzomys spp. Rato-do-mato Oxymycterus quaestur Rato-porco Philander frenata Cuíca Phyllomys af. braziliensis Rato Procyon cancrivorus Guaxinim; Mão-pelada Plano de Controle Ambiental DIGV 237 SN Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mamíferos Taxon Nome Popular Código Proechimys dimidiatus Rato-pinho Rattus n. norvegicus Rato-goitica Rhipidomi mastacalis Rato-vermelho Sotalia guianensis Boto cinza Stenella frontalis Golfinho-pintado-do-Atlântico Steno bredanensis Golfinho-de-dentes-rugosos Sturnira l. lilium Morcego Sciurus aestuans Caxinguelê Sciurus ingrami Caxinguelê Sphiggurus insidiosus Ouriço cacheiro, porco espinho Speothos venaticus Cachorro-vinagre Sturnira lilium Morcego Sylvilagus brasiliensis Tapiti CG Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim CG Tayassu pecari Queixada CG Tayassu tajacu Caititu CG Thaptomis nigrita Rato Trinomys dimidiatus Rato Trinomys iheringi Rato Tonatia sp. Morcego Tursiops truncatus Golfinho nariz de garrafa Vampyrops lineatus Morcego # AM Fonte:EIA de Angra 2, Natrontec (1998) e MRS Estudos Ambientais (2005). Plano de Controle Ambiental DIGV 238 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Macroinvertebrados Terrestres Apesar de um conhecimento escasso da entomofauna da Mata Atlântica, RIZZINI et alli (op. cit.) apontou que na região, a fauna entomológica tem, nas borboletas azuis do gênero Morpho, uma notável manifestação. Segundo os estudos de “Ações Prioritárias para a conservação da Mata Atlântica e Campos Sulinos” foi indicado pelo grupo de invertebrados, que a área de Angra dos Reis, Piraí e Ilha Grande são de extrema importância biológica para este grupo. Além de muitas aranhas em suas teias na base da torre, Megalobulinus sp., grande caramujo terrestre representante da classe Gastropoda, insetos da ordem Odonata e Lepidóptera. Há o relato de ocorrência por GONÇALVES & NUNES (1984) das seguintes espécies de formigas em praias ou Restingas da região: ninho de Odontomachus hastatus em Bromeliaceae; Lapidus praedator cujos soldados são pretos e brilhantes e invadem residências; Acromyrmex disciger cujas operárias são de cor castanha-avermelhada; Ephebomyrmex naegeli que faz formigueiros subterrâneos com uma saída rodeada de pequena cratera; Solenopsis saevissima (formiga-de-fogo) que constrói formigueiros de terra fofa, em forma de monte, cheios de galerias irregulares. Segundo (RIZZINI et alli op. cit.), há na Restinga, Mecistomela sp. (besouro) que ataca o coqueiro da Restinga, Tropidachris sp. (gafanhoto grande), grandes vespas do gênero Pepsis, predadoras de aranhas, até mesmo as do gênero Phoneutria (armadeiras). Foram listadas, nas tabelas a seguir (Tabela III.38 a Tabela III.51), as espécies de todos os grupos da fauna terrestre, que segundo os dados secundários retirados de Eletronuclear (op. cit.) e complementadas com informações do diagnóstico do EIA de Angra 3, possuem ocorrência tanto na área de influência direta quanto indireta do empreendimento. Tabela III.38 - Listagem das Espécies de Aracnídeos. Arachnida Taxon Nome Popular Corinna sp. Aranha Grammostola sp. Caranguejeira Plano de Controle Ambiental DIGV 239 Código Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Lasiodora klugii Caranguejeira verdadeira Lasiodora sp. Caranguejeira verdadeira Pamphobeteus platyoma Caranguejeira verdadeira Pamphobeteus sp. Caranguejeira verdadeira Phoneutria nigriventer Armadeira Phoneutria sp. Armadeira Tabela III.39 - Listagem das Espécies de Insetos, conforme estudos da Natrontec (1998). Insecta Taxon Nome Popular Código Acromyrmex disciger Formiga Chrysops pikei Mutuca Chrysops wiedemanii Mutuca Culicoides furens Mosquito-pólvora Ephebomyrmex naegeli Formiga Hamadryas feronia Borboleta-de-estalo Heliconius spp. - Lapidus praedator Formiga Mecistomela sp. Besouro Morpho achilles achillaena Capitão-do-mato Odontomachus haematodus Formiga Odontomachus hastatus Formiga Pantala flavescens Lavadeira Pepsis sp. Vespas; Marimbondos-caçadores Pieris sp. Borboletas amarelas Polybia sp. Marimbondos-caboclos Solenopsis saevissima Formiga de fogo Tabanus atratus Mutuca Tabanus lineola Mutuca Plano de Controle Ambiental DIGV 240 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Insecta Taxon Nome Popular Tabanus quinquevittatus Mutuca Tabanus suleifrons Mutuca Tramea cophysa Lavadeira Tropidachris sp. Gafanhoto grande Código Tabela III.40 - Lista dos Ephemeroptera com ocorrência registrada o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Família Euthyplociidae Espécie Campylocia bocainensis (Pereira & Da-Silva, 1990) Askola froehlichi (Peters, 1969) Farrodes carioca (Domínguez, Molineri & Peters, 1996) Leptophlebiidae Massartella brieni (Lestage, 1924) Miroculis froehlichi (Savage & Peters, 1983) Thraulodes itatiajanus (Traver & Edmunds Jr, 1967) Plano de Controle Ambiental DIGV 241 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.41 - Lista dos Odonata registrados para Ilha Grande, Angra dos Reis, segundo Carvalho & Pujol-Luz (1992). Família Espécie Aeshna cornigera planáltica Anax amazili Aeshnidae Castoraeschna castor Limnetron debile Calopterygidae Hetaerina hebe Acanthagrion gracile Argia modesta A. sórdida Argia sp. Coenagrionidae Ischnura fluviatilis Leptagrion andromache L. elongatum L. perlongum Metaleptobasis macilenta Epigomphus paludosus Progomphus complicatus Gomphidae Progomphus sp. Zonophora campanulata Libellulidae Brechmorhoga nubecula Dasythemis venosa Dythemis multipunctata Erythrodiplax basalis E. castanea Plano de Controle Ambiental DIGV 242 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie E. fusca E. Juliana E. umbrata Libellula herculea Macrothemis hemichlora M. musiva Micrathyria hypodidyma Orthemis discolor Pantala flavescens Perithemis waltheri Megapodagrionodae Perilestidae Heteragrion consors Perilestes fragilis Mecistogaster asticta Pseudostigimatidae Mecistogaster sp. Tabela III.42 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis. Família Espécie Aradidae Asterocoris australis (Drake e Harris) Miridae Crassicornus pulchrus (Carvalho, 1945) Derophthalma fluminensis (Carvalho, 1944) Euchilocoris hahni (Stal, 1860) Guanabarea angrensis (Carvalho 1948) Hyaliodes wygodzinskyi (Carvalho, 1945) Parachius rufovittatus (Carvalho, 1944) Plano de Controle Ambiental DIGV 243 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Paramixia carmelitana (Carvalho, 1948) Phytocoris citrinoides (Carvalho & Fontes, 1970) P. subvittatus (Stal, 1860) Polymerus testaceipes (Stal, 1860) Halticus bractatus (Say, 1832) Neela lutescens (Stal, 1860) Prepos zetterstedti var. pyrrhomelaemus (Stal, 1860) Pycnoderes leucopus (Stal, 1860 ) Limnocoris brasiliensis Naucoridae L. nigropunctatus (Montandon, 1909) Nepidae Ranatra costalimai Ochteridae Ochterus perbosci Tabela III.43 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de Menezes (1982). Subfamília Espécie Agallia cobera (Kramer, 1964)* Agalliinae A. cucata (Kramer, 1964)* Agalliopsis zenestra (Kramer, 1964) Cicadellinae Platygonia angrana (Young, 1977)* Sanctanus lepidellus (Stål, 1862) Deltocephalinae S. vulpinus Kramer, 1963* Hecalapona (Carapona) ferosa (DeLong & Freytag, 1975)* Gyponinae Polana (Parvulana) bidens (DeLong & Freytag, 1972)* Iassinae Plano de Controle Ambiental DIGV Pachyopsis similis (Kramer, 1963)* 244 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Subfamília Espécie Krocobella colotes (Kramer, 1964)* Nirvaninae Neonirvana hyalina (Oman, 1936) Nota: Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco (*). Tabela III.44 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Família Dytiscidae Espécie Bidessonotus sp. Celina sp. Copelatus sp. Derovatelus lentus Hydaticus sp. Hydaticus palliatus Hydrovatus sp. Laccodytes sp. Laccophilus spp. (4 espécies) Laccophilus ovatus Megadytes sp. Megadytes fallax M. marginithorax Pachydrus sp. Rhantus calidus Thermonectus sp. Thermonectus succinictus T. marginegutttatus Plano de Controle Ambiental DIGV 245 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie T. circunscriptus Cerambycidae Desmiphora travassosi (D. Mendes) Austrolimnus spp. (2 espécies) Cylloepus sp. Elmidae Hexanchorus gracilipes Macrelmis sp. Gyretes sp. Gyrinidae Gyrinus sp. Berosus sp. Dactylosternum sp. Derallus sp. Enochrus sp. Hydrophilidae Helocharis sp. Hydrophilus sp. Paracymus sp. Phaenonotum sp. Tropisternus sp. Hydroscaphidae Meloidae Scaphydra angra (Reichardt, 1971) Pyrota diadema Klug Hydrocanthus paraguaiensis Pronoterus sp. Noteridae Suphis cimicoides Suphisellus sp. Scarabaeidae Dichotomius (D.) anaglypticus (Mannerheim, 1829) Plano de Controle Ambiental DIGV 246 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Dichotomius (Luederwaldtinia) nisus (Olivier, 1789) Dichotomius (Luederwaldtinia) semisquamosus (Curtis, 1845) Phanaeus splendidulus Fabricius Tabela III.45 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948). Ordem Família Cynipidae Espécie Epicoela angrensis Borgmeier Tropideucoila angrensis Borgmeier Hymenoptera Formicidae Basiceros squamifer Borgmeier Eciton (Neivamyrmex) porrectognathum Borgmeier Mecoptera Bittacidae Bittacus angrensis Lopes & Mangabeira Tabela III.46 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Família Gênero/Espécie Calamoceratidae Phylloicus sp. Glossosomatidae Mortoniella sp. Helicopsychidae Helicopsyche sp. Hydrobiosidae Atopsyche sp. Blepharopus sp. Leptonema sp Leptonema pallidum Hydropsychidae Macronema sp. Macronema fulvum Macrostemum sp. Smicridea sp. Hydroptilidae Plano de Controle Ambiental DIGV Ochrotrichia sp. 247 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Gênero/Espécie Scactobiella sp. Atanatolica sp. Grumichella sp. Nectopsyche sp. Leptoceridae Notalina sp. Oecetis sp. Triplectides sp. Barypenthus sp. Odontoceridae Marilia sp. Chimarra beckeri Philopotamidae Chimarra camura Wormaldia sp. Polycentropodidae Polycentropus sp. Sericostomatidae Grumicha sp. Tabela III.47 - Lista dos Hemiptera registrados no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, especialmente na região de Angra dos Reis. Família Espécie Aradidae Asterocoris australis (Drake e Harris) Miridae Crassicornus pulchrus (Carvalho, 1945) Derophthalma fluminensis (Carvalho, 1944) Euchilocoris hahni (Stal, 1860) Guanabarea angrensis (Carvalho 1948) Hyaliodes wygodzinskyi (Carvalho, 1945) Parachius rufovittatus (Carvalho, 1944) Paramixia carmelitana (Carvalho, 1948) Phytocoris citrinoides Carvalho & Fontes, 1970 P. subvittatus (Stal, 1860) Plano de Controle Ambiental DIGV 248 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Polymerus testaceipes (Stal, 1860) Halticus bractatus (Say, 1832) Neela lutescens (Stal, 1860) Prepos zetterstedti var. pyrrhomelaemus (Stal, 1860) Pycnoderes leucopus (Stal, 1860 ) Limnocoris brasiliensis Naucoridae L. nigropunctatus (Montandon, 1909) Nepidae Ranatra costalimai Ochteridae Ochterus perbosci Tabela III.48 - Lista dos cicadelídeos ocorrentes em Angra dos Reis-RJ, segundo Zanol & de Menezes (1982). Espécies endêmicas dessa região estão assinaladas por um asterisco (*). Subfamília Espécie Agallia cobera (Kramer, 1964)* Agalliinae A. cucata (Kramer, 1964)* Agalliopsis zenestra (Kramer, 1964) Cicadellinae Platygonia angrana (Young, 1977)* Sanctanus lepidellus (Stål, 1862) Deltocephalinae S. vulpinus Kramer, 1963* Hecalapona (Carapona) ferosa (DeLong & Freytag, 1975)* Gyponinae Polana (Parvulana) bidens (DeLong & Freytag, 1972)* Iassinae Pachyopsis similis (Kramer, 1963)* Krocobella colotes (Kramer, 1964)* Nirvaninae Neonirvana hyalina (Oman, 1936) Plano de Controle Ambiental DIGV 249 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.49 - Espécies e gêneros de Coleoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Família Espécie Bidessonotus sp. Celina sp. Copelatus sp. Derovatelus lentus Hydaticus sp. Hydaticus palliatus Hydrovatus sp. Laccodytes sp. Laccophilus spp. (4 espécies) Dytiscidae Laccophilus ovatus Megadytes sp. Megadytes fallax M. marginithorax Pachydrus sp. Rhantus calidus Thermonectus sp. Thermonectus succinictus T. marginegutttatus T. circunscriptus Cerambycidae Elmidae Desmiphora travassosi Austrolimnus spp. (2 espécies) Cylloepus sp. Hexanchorus gracilipes Plano de Controle Ambiental DIGV 250 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Espécie Macrelmis sp. Gyretes sp. Gyrinidae Gyrinus sp. Berosus sp. Dactylosternum sp. Derallus sp. Enochrus sp. Hydrophilidae Helocharis sp. Hydrophilus sp. Paracymus sp. Phaenonotum sp. Tropisternus sp. Hydroscaphidae Meloidae Scaphydra angra (Reichardt, 1971) Pyrota diadema (Klug) Hydrocanthus paraguaiensis Pronoterus sp. Noteridae Suphis cimicoides Suphisellus sp. Dichotomius (D.) anaglypticus (Mannerheim, 1829) Dichotomius (Luederwaldtinia) nisus (Olivier, 1789) Scarabaeidae Dichotomius (Luederwaldtinia) semisquamosus (Curtis, 1845) Phanaeus splendidulus Fabricius Tabela III.50 - Tipos de Insecta das ordens Mecoptera e Hymenoptera coligidos em Angra dos Reis (Zikán & Wygodzinsky, 1948). Plano de Controle Ambiental DIGV 251 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Ordem Família Cynipidae Espécie Epicoela angrensis (Borgmeier) Tropideucoila angrensis (Borgmeier) Hymenoptera Formicidae Basiceros squamifer (Borgmeier) Eciton (Neivamyrmex) porrectognathum (Borgmeier) Mecoptera Bittacidae Plano de Controle Ambiental DIGV Bittacus angrensis (Lopes & Mangabeira) 252 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.51 - Espécies e gêneros de Trichoptera com ocorrência registrada para o litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Família Gênero/Espécie Calamoceratidae Phylloicus sp. Glossosomatidae Mortoniella sp. Helicopsychidae Helicopsyche sp. Hydrobiosidae Atopsyche sp. Blepharopus sp. Leptonema sp Leptonema pallidum Hydropsychidae Macronema sp. Macronema fulvum Macrostemum sp. Smicridea sp. Ochrotrichia sp. Hydroptilidae Scactobiella sp. Atanatolica sp. Grumichella sp. Nectopsyche sp. Leptoceridae Notalina sp. Oecetis sp. Triplectides sp. Barypenthus sp. Odontoceridae Marilia sp. Chimarra beckeri Philopotamidae Chimarra camura Wormaldia sp. Polycentropodidae Sericostomatidae Plano de Controle Ambiental DIGV Polycentropus sp. Grumicha sp. 253 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC III.2.2 ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Ecossistema Marinho Fitoplâncton O fitoplâncton é o principal produtor primário do meio aquático, sendo receptor do fluxo energético na cadeia alimentar através da fotossíntese. Em função das características fisiológicas do fitoplâncton, estes são utilizados como eficientes indicadores oceanográficos, pois são capazes de caracterizar um corpo d’água ou limites de uma massa d’água ou corrente em decorrência de sua distribuição e abundância nos corpos d’água. O monitoramento do fitopâncton foi iniciado em outubro/87, a partir da implantação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), e seus resultados constam de 13 relatórios técnicos anuais contendo os dados obtidos até dezembro/01 (Tenenbaum & Villac, 1990, Tenenbaum et al., 1991, Tenenbaum et al., 1992, Tenenbaum & Nascimento, 1993, Tenenbaum et al., 1994, Tenenbaum & Dias, 1995, Tenenbaum & Villac, 1996, Tenenbaum et al., 1997, Tenenbaum et al., 1998, Tenenbaum & Villac, 1999, Tenenbaum et al., 2000, Tenenbaum et al., 2001, Tenenbaum et al., 2002). Desde o início do monitoramento vêm sendo empregadas as mesmas metodologias de amostragem e de análise. Quanto aos aspectos qualitativos, esses estudos registraram 373 táxons, distribuídos em diatomáceas (238), dinoflagelados (118), cocolitoforídeos (5), silicoflagelados (3), cianofíceas (3), euglenofíceas (2), ebriideas (2), clorofíceas (1) e prasinofíceas (1). Constatou-se a predominância de espécies do microfitoplâncton (organismos superiores a 20 µm). No entanto, apesar da grande riqueza de espécies observada freqüentemente na primavera, a interrupção na seqüência da sucessão pode ocorrer devido à dominância de diatomáceas de pequeno porte, como Cylindrotheca closterium, Dactyliosolen fragilissimus, Leptocylindrus minimus, Pseudo-nitzschia delicatissima. Essas espécies podem ser consideradas oportunistas, associadas aos primeiros estágios de sucessão fitoplanctônica (sensu Margalef, 1958), que respondem rapidamente a algum tipo de interferência ambiental. No primeiro estudo sobre o fitoplâncton da região foi o de OLIVEIRA (1946) observou, em águas próximas à Ilha Grande, o predomínio de um fitoplâncton nerítico, constituído principalmente pelos gêneros Ceratium e Chaetoceros. Os resultados de outro estudo realizado na região pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, em 1991 e sobre o fitoplâncton marinho fora da área de influência do empreendimento, na área do Terminal Marítimo da Baía de Ilha Grande - TEBIG (UERJ, 1991) (Tabela III.52), mostraram que havia uma maior proporção do nanoplâncton sobre o mircroplâncton. Também predominaram, em densidade, algas fitoflageladas seguidas de diatomáceas, cocolitoforídeos e dinoflagelados. Tabela III.52 - Inventário Florístico da Região do TEBIG (localizado fora da área de influência indireta do DIGV) - Dados UERJ (1991). Plano de Controle Ambiental DIGV 254 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Bacillariophyta Achnanthes sp. L. borealis Asterionella japonica Leptocylindrus danicus A. notata L. mediterraneus Bacillaria paradoxa L. minimus Bacteriastrum delicatum Melosira moniliformis B. elongatum M. nummuloides B. hyalinum Navicula sp Cerataulina pelagica Nitzchia closterium Chatocerus affinis Nitzchia delicatissima Ch. Anastomosans N. longissima Ch. Atlanticus N. pungens var. atlantica Ch. Coarctatus N. seriata Ch. Compressus O. mobiliensis Ch. Constrictus Pleurosisgma sp. Ch. Curvsetus Rhabdonema adriaticum Ch. Danicus Rhizosolenia acuminata Ch. Decipiens R. alata Ch. Laciniosus R. alata f. gracilima Ch. Lorenzianus R. alata f. indica Ch. Pelagicus R. calcar-avis Ch. Pendulus R. castracanei Ch. Peruvianus R. crassispina Ch. Pseudocurvisetus R. delicatula Climacodium frauenfeldianum R. fragilissima Plano de Controle Ambiental DIGV 255 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Corethron criophilum R. hebetata Coscinodiscus sp. R. robusta Delphineis surirella (=Raphoneis surirella) R. setigera Detonula pumilla (=Schroderella delicatula) R. shrubsolei Diploneis sp R. stolterfothi Ditylum brightwelli R. styliformis Eucampia cornuta Secção PSEUDONITZCHIA Guinardia flácida Skeletonema costatum Haslea wawrikae (=Navicula wawrikae) S. turris Hemiaulus hauckii Thalassionema nitzchioides H. membranaceus Thalassiosira aestivalis H. sinensis Th. Subtilis Lauderia annulata Thalassiotrix frauenfeldii T. mediterranea Dinophyta Ceratium sp. Ebria tripartita C. azoricum Phaeocystis pouchtii C. breve Podolampas bipes C. furca P. compressum C. furca var. hircus P. gracile C. fusus P. micans C. hexacanthum Protoperidinium conicum C. horridum Pr. Depressum C. macrocerus Pr. Oblongum C. massiliense Pr. Oceanicum Plano de Controle Ambiental DIGV 256 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC C. trichocerus Pr. Pentagonum C. tripos Pr. Steinii Dinophysis acuminata Pr. Tuba D. caudata Scripsiella sp. D. tripos Dictyophyta Dictyocha fibula Cyanophyta Oscillatoria sp. Euglenophyta Euglenophyta sp. Haptophyta Cocolito sp1. Cocolito sp2. Fonte: Eletronuclear (EIA Angra 2, 1997). A região vem sendo considerada espacialmente homogênea desde o período de préfuncionamento das usinas, sem diferenças marcantes na composição e na abundância do fitoplâncton entre Itaorna e Piraquara de Fora (Petretsky, 1987; Tenenbaum & Villac, 1996). Observa-se, entretanto, uma variação sazonal nítida, tanto em termos de riqueza específica (número de espécies) quanto em relação à abundância dos organismos. O inventário de Angra 3 registrou 96 táxons (Tabela III.53), distribuídos em diatomáceas (55), dinoflagelados (35), silicoflagelados (2), ebriideas (2), cianofíceas (1) e cocolitoforídeos (1). Foram encontradas também euglenofíceas, não identificadas em nível específico. Plano de Controle Ambiental DIGV 257 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.53 – Fitoplâncton – Campanha de 2002 – Lista de espécies. Itaorna Piraquara Táxon 0m 5m 0m 5m x x Bacillariophyceae (diatomáceas) Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round Asteromphalus sarcophagus Wallich x Bacteriastrum sp. Shadbolt x x x x x Bleakeleya notata (Grunow) Round x Cerataulina pelagica (Cleve) Hendey x Chaetoceros affinis Lauder x Chaetoceros atlanticus Cleve x x Chaetoceros compressum Lauder x x x x x Chaetoceros convolutus Castracane x Chaetoceros danicus Cleve x Chaetoceros decipiens Cleve x Chaetoceros didymus var. anglica Grunow (Gran) x Chaetoceros didymus var. protuberans (Lauder) Gran & Yendo Chaetoceros peruvianus Brightwell x x x x x x Chaetoceros tetrasticon Cleve x x x Climacodium frauenfeldianum Grunow x cf. Cocconeis sp. Ehreberg x Corethron criophilum Castracane x x Coscinodiscus cf. concinnus Smith Coscinodiscus cf. granii Gough x x x x x Coscinodiscus wailesii G. Angst x Cylindrotheca”closterium” E. L. Reimann (a) x x x x Cylindrotheca closterium E. L. Reimann x x x x x x Dactyliosolen fragilissimus (Bergon) Hasle Dactyliosolen phuketensis S. Hasle x Diploneis sp. Cleve Plano de Controle Ambiental DIGV x 258 x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Itaorna Piraquara Táxon 0m 5m Eucampia cornuta (Cleve) Grunow x x Fragilariineae x x 0m 5m x x Guinardia striata (Stolterfoth) Hasle x Guinardia delicatula (Cleve) Hasle x cf. Haslea trompii (Cleve) Simonsen x Haslea wawrikae (Hustedt) Simonsen x x x Hemiaulus hauckii Grunow x x x Hemiaulus membranaceus Cleve x Hemidiscus cuneiformis Wallich x Isthmia sp. Agardh x x Leptocylindrus danicus Cleve x x Leptocylindrus mediterraneus (H. Peragallo) Hasle x Leptocylindrus minimus Gran x x Licmophora sp. Agardh x x Meuniera membranacea (Cleve) x x x Nitzschia cf. longissima var. reversa Grunow x Nitzschia cf. lorenziana var. subtilis Grunow x Nitzschia sp. Hassall Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow x x x x x Palmeria hardmaniana Greville x Paralia sulcata E. Cleve (Ehrenberg) x Pleurosigma spp. W. Smith/Gyrosigma spp. Hassall x x x Proboscia alata B. Sundström x Pseudo-nitzschia “delicatissima” (Cleve) Heiden (b) x x x x Pseudo-nitzschia “seriata” (Cleve) H. Peragallo (c) x x x x Rhizosolenia acuminata H. P. Gran x Rhizosolenia pungens Cleve-Euler x x x x Rhizosolenia robusta Norman Plano de Controle Ambiental DIGV x 259 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Itaorna Piraquara Táxon 0m 5m 0m 5m Rhizosolenia styliformis Brightwell x x x Stephanopyxis sp. (Ehrenberg) Ehrenberg x x x Rhizosolenia setigera Brightwell x Thalassionema cf. nitzschioides (Grunow) Mereschkowsky x x Thalassionema cf. frauenfeldii (Grunow) Hallegraeff Thalassiothrix cf. gibberula Hasle x x x x x Dinophyceae (dinoflagelados) cf. Amphidinium sp. Claparède & Lachmann x Ceratium breve (Ostenfeld & Schmidt) Schröder x Ceratium cf. falcatum K. Jörgensen x x x Ceratium furca (Ehrenberg) Claparède & Lachmann x x x Ceratium furca var. eugrammum (Ehr.) Claparède & Lachmann Ceratium hircus Schröder x x x Ceratium horridum C. Gran x x x Ceratium cf. inflatum (Kofoid) Jörgensen x Ceratium trichoceros (Ehrenberg) Kofoid x Ceratium tripos (O.F.Müller) Nitzsch x Cladopyxis sp. Stein x Cochlodinium sp. Schütt x x Dinophysis cf. acuminata C. Lachman x Dinophysis cf. ovum Schütt x Dinophysis tripos Gourret Gymnodiniales Lemmermann x Gyrodinium sp. Kofoid & Swezy x x x x x x x Oxytoxum sp. Stein x Paleophalacroma verrucosum Schiller x Podolampas bipes Stein x x Podolampas palmipes Stein Plano de Controle Ambiental DIGV x x 260 x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Itaorna Piraquara Táxon 0m 5m Podolampas spinifera Okamura 0m 5m x Pronoctiluca sp. Fabre-Domergue x Prorocentrum cf. compressum (Bailey) Abé ex Dodge x x Prorocentrum gracile Schütt x x x Prorocentrum cf. lima (Ehrenberg) Dodge x Prorocentrum micans Ehrenberg x x x Prorocentrum rostratum Stein x x x Prorocentrum spp. Ehrenberg x x x Prorocentrum triestinum Schiller x x x Protoperidinium cf. oblongum (Aurivillius) Parke & Dodge x x x Protoperidinium cf. pedunculatum (Schütt) Balech x Protoperidinium cf. pellucidum Bergh x Protoperidinium cf. steinii (Jörgensen) Balech x Protoperidinium spp. Bergh x x x x Pseliodinium vaubanii Sournia x Scrippsiella sp. Balech ex Loeblich III x x Warnowia fusus (Schüt) Lindemann x x x x x x x Euglenophyceae (euglenofíceas) Euglenofíceas não identificadas x Chrysophyceae (silicoflagelados) Dictyocha fibula Ehrenberg cf. Distephanus sp. Haeckel x x Ebriidea Ebria tripartita (Schum) Lemmermann x x x x Hermesinum adriaticum Zacharias x x x x x x x x Cyanophyceae (cianofíceas) Johannesbaptistia pellucida Drouet & Dailey Oscilatoriaceae Plano de Controle Ambiental DIGV x 261 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Itaorna Piraquara Táxon Phormidiaceae Pseudoanabaenaceae 0m 5m 0m 5m x x x x x x Prymnesiophyceae (cocolitoforídeos) Anoplosolenia brasiliensis (Lohmann) Deflandre x x (a)Inclui as espécies C. closterium e N. Longissima. (b)Inclui as espécies que possuem largura inferior a 3µm. (c)Inclui as espécies que possuem largura superior a 3µm. As novas ocorrências observadas foram a diatomácea Coscinodiscus cf. granii e os dinoflagelados Ceratium furca var. eugrammum, Cladopyxis sp. (gênero ainda não encontrado na região), Paleophalacroma verrucosum e cf. Warnowia fusus. Deve ser dada atenção especial às espécies do gênero Pseudo-nitzschia (constante e dominante), visto que das 23 espécies descritas até o presente nove são potencialmente tóxicas (Bates, 1998; Fryxel & Villac, 1999; Sarno, 2000). O mecanismo antrópico, associado ao funcionamento da CNAAA, estaria relacionado ao aumento da temperatura da água e ao turbilhonamento em Piraquara de Fora, assim como a dragagens realizadas em Itaorna, com efeitos mais agudos após a ativação da unidade 2. De fato, desde 2000, vem sendo observada uma diminuição marcante na densidade celular e na riqueza específica, associada à presença de detritos inorgânicos nas amostras e à diminuição da transparência da água. A Figura III.23 apresenta a série histórica (1995-2000) dos valores mínimos, máximos e médios de densidade celular total dos três pontos de coleta do monitoramento, verificando-se que, em 2000, a densidade celular média foi de uma ordem de grandeza inferior à dos anos anteriores, coincidindo com os valores mínimos observados. Plano de Controle Ambiental DIGV 262 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC valor máximo média valor mínimo 7 10 106 105 células por Litro 104 1995 1996 1997 1998 1999 2000 anos Figura III.23 – Fitoplâncton –Estudos Anteriores – Densidade celular no período 1995-2000 As flutuações da estrutura da comunidade fitoplanctônica da região foram atribuídas à sazonalidade climática, determinada principalmente pela precipitação. Assim, a comunidade fitoplanctônica da região é influenciada principalmente pelas oscilações dos fatores meteorológicos e hidrográficos. As zonas costeira e marinha da Baía da Ilha Grande são apontadas pelos estudos de biodiversidade como áreas de extrema importância biológica, onde são recomendados o manejo, inventário e a criação de unidades de conservação para a zona costeira, e o manejo para a zona marinha. Há recomendação de criar, nessa região, Unidades de Conservação de uso direto, na categoria de Área de Proteção Ambiental no Vale do rio Mambucaba, em Angra dos Reis e Parati. Entre as propostas e recomendações gerais, há uma preocupação em intensificar os estudos e inventários da região costeira e, especialmente, marinha, promover a educação ambiental, não só voltada para a proteção de representantes isolados da fauna, mas também para o ecossistema litorâneo. O conhecimento acerca dos costões rochosos, que são a principal formação da costa da região de Angra dos Reis e Parati, é considerado insuficiente e carente de inventários, especialmente após a intensa pressão antrópica que tem sofrido na região. Em função do desmatamento das encostas e construção de empreendimentos nesses locais, esse ecossistema se encontra muito ameaçado. Nos estudos de avaliação de biodiversidade Plano de Controle Ambiental DIGV 263 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC dessas áreas, a região dos costões da baía da Ilha Grande foi considerada de extrema importância biológica. • Zooplâncton O zooplâncton é representado por uma comunidade constituída por diversos táxons animais de porte pequeno e pouca mobilidade. Na cadeia trófica são os primeiros níveis de consumidores, captando energia dos produtores e promovendo sua transferência aos consumidores subseqüentes da cadeia trófica (Bonecker e Nogueira, 1997). O zooplâncton pode ser dividido em holoplâncton e meroplâncton. Os táxons que passam todo o seu ciclo de vida no plâncton compõem o holoplâncton. O meroplâncton engloba aqueles grupos que passam apenas uma ou algumas fases de sua vida no plâncton partindo então para outras comunidades. Assim como o fitoplâncton, o zooplâncton tem uma importância fundamental no ecossistema aquático, e sua análise pode indicar uma série de parâmetros da dinâmica e da qualidade do ecossistema. Durante o ano de 1980, a baía da Ribeira foi objeto de estudo detalhado com o levantamento taxonônico de sua fauna e flora marinhas, visando a obtenção de dados ambientais, em condições pré-operacionais, na região da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (FUJB, 1981). A partir destes dados, Nogueira et al. (1987, 1991) realizaram um levantamento preliminar das comunidades zooplanctônicas existentes, correlacionando-as com diversas variáveis ambientais. Tendo em vista que as usinas termelétricas podem afetar os ecossistemas de várias maneiras, sendo que a principal forma seria devido ao aumento da temperatura da água, em estuários ou baías onde estariam situados os pontos de descarga dos seus efluentes (Barnete, 1972), a partir de 1986 foi iniciado um programa de monitoramento com coletas trimestrais do zooplâncton na baía da Ribeira. Na Área de Influência do empreendimento, no que tange a baía de Ilha Grande, já foram realizados diversos inventários sobre sua composição planctônica (OLIVEIRA, 1946; Bonecker e Nogueira, 1997; Abreu e Nogueira, 1989; Fernandes, 1985 e Bonecker et alli, 1990). Mais recentemente, foi realizado um estudo sobre a composição e abundância do zooplâncton e ictioplâncton próximo às instalações do Terminal da Baía de Ilha Grande (TEBIG) da Petrobrás (BONECKER et al., 1995 e FERNANDES e BONECKER, 1996). Mesmo fora da área de influência os dados são importanets pois mostraram que a densidade do zooplâncton variou entre 400 e 14.600 org/m3 na região. As densidades mais elevadas foram obtidas nas amostras de fundo, porém as amostras de superfície apresentaram maiores concentrações de volume, em função da dominância de salpas (UERJ, 1991). Os grupos zooplanctônicos mais abundantes foram Copepoda, Cladocera, Appendicularia e Salpa. Além destes, Hydromedusae e larvas de Polychaeta, Crustacea e Mollusca também foram coletados, porém ocorrendo em menor abundância. Concluiu-se também que as amostras de superfície foram dominadas pelas salpas, enquanto as de fundo, apresentaram uma alternância entre copépodos e cladóceros com as salpas. No total, foram identificados 56 táxons, que são comuns em sistemas costeiros Plano de Controle Ambiental DIGV 264 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC do litoral do Rio de Janeiro. Entretanto, o estudo realizado para o EIA de Angra 3 indicou a presença de um número maior de táxons, distribuídos por 27 grupos zooplanctônicos e que se encontram em maior densidade que dos estudos anteriores. Foram estabelecidos três pontos fixos localizado em Itaorna, na região de captação de água usada para refrigeração do circuito secundário de Angra 1 e outros dois pontos na região de lançamento do efluente das Usinas Angra 1 e Angra 2, em Piraquara de Fora. Comparando-se os valores atuais registrados para a densidade e a diversidade do zooplâncton com os do período pré-operacional, observou-se que houve um incremento dos mesmos, nas duas estações de amostragem, sendo estes valores compatíveis com os estudos realizados durante os últimos anos. A densidade tem apresentado, em termos gerais, um padrão de sazonalidade, a saber: maiores valores no período primavera-verão e menores no outono-inverno, acompanhando a variação dos parâmetros físicos e químicos. Na Figura III.24 e na Figura III.25, apresentam-se as variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, expressas através da padronização dos valores (valor-média/desvio padrão) com relação a um a valor médio, para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001), nas áreas de Itaorna e Piraquara de Fora. Os copépodes foram os organismos mais abundantes, seguidos dos cladóceros (principalmente Penilia avirostris), das larvas de moluscos, das apendiculárias e das larvas de poliquetos. As espécies de Copepoda Paracalanus quasimodo, Parvocalanus crassirostris, Temora stylifera, Oithona hebes (espécies costeiras e estuarinas), Oncaea minuta e Oncaea curta (espécies com preferência por águas mais salinas) e de Cladocera Penilia avirostris (espécie costeira), são as mais abundantes e freqüentes. Plano de Controle Ambiental DIGV 265 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC 4 ,0 0 Z 3 - D e n s id a d e d o Z o o p lâ n c to n 2 ,0 0 1 ,0 0 2001 2000 1999 1999 1998 1997 1996 1996 1995 1994 1993 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1987 -1 ,0 0 1986 0 ,0 0 1980 ind.desvio padrão 3 ,0 0 -2 ,0 0 2,00 Z 3 - D iversid ad e esp ecífica 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1986 0,00 1980 ind.desvio padrão 1,00 -1,00 -2,00 -3,00 Figura III.24 – Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Itaorna. Plano de Controle Ambiental DIGV 266 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC 2 ,0 0 Z 4 - D ive r s id a d e E s p e c ífic a 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1986 0 ,0 0 1980 ind.desvio padrão 1 ,0 0 -1 ,0 0 -2 ,0 0 -3 ,0 0 4,00 Z4 - Densidade do Zooplâncton 2,00 1,00 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1989 1988 1987 -1,00 1986 0,00 1980 ind.desvio padrão 3,00 -2,00 Figura III.25 – Variações da densidade do zooplâncton e diversidade específica, para todo o período de monitoramento (1980, 1986 a 2001) na área de Piraquara de Fora. Os resultados demonstram as influências sofridas pelo sistema por parte da presença de águas costeiras e estuarinas, principalmente, e oceânicas. Como a influência de águas mais salinas às vezes só pode ser observada pela presença de espécies, tais como Oncaea venusta, Oncaea minuta, Oncaea curta, Acrocalanus longicornis, Oithona plumifera, Macrosetella gracilis (copépodes), Krohnitta pacifica e Caecosagitta macrocephala (quetognatos), reforça a importância dos parâmetros físico-químicos serem amostrados juntamente com a coleta de dados biológicos. Foram encontrados 27 grupos zooplanctônicos, os quais são apresentados na Tabela III.54, onde os grupos e espécies que estão representadas com (*) ocorreram pela primeira vez na área de estudo. Este número foi superior aos que foram observados durante o estudo pré-operacional e ao longo do monitoramento a presença de 96 táxons, destes, 51 foram registrados no período pré-operacional. (1986 a 2002). Apesar desta diferença, a comunidade zooplanctônica não sofreu modificações e mostrou-se semelhante à encontrada no período pré-operacional. Esta diferença deveu-se à ocorrência dos grupos Foraminifera, Radiolaria, Turbelaria, Cumacea e Salpidae, não Plano de Controle Ambiental DIGV 267 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC assinalados anteriormente, a identificação das larvas de decápodes e ao aumento do esforço amostral. Tabela III.54 – Relação dos grupos taxonômicos do zooplâncton identificados. Reino Animalia Filo Sarcomastigophora Família Acartiidae Subfilo Sarcodina Acartia lilljeborgi (Giesbrecht, 1892) Superclasse Rhizopoda Acartia sp. Classe Granuloreticulosea Família Paracalanidae Ordem Foraminífera* Paracalanus crassirostris (Dahl, 1894) Superclasse Actinopodea Parvocalanus quasimodo (Bowman, 1971) Classe Radiolaria* Paracalanus aculeatus (Giesbrecht, 1888) Filo Cnidaria Paracalanus parvus (Claus, 1863) SubFilo Medusozoa Paracalanus indicus (Wolfenden, 1905) Superclasse Hydrozoa Acrocalanus longicornis (Giesbrecht, 1888) Classe Siphonophora Calocalanus pavoninus (Farran, 1936) Classe Hydroidomedusae Calocalanus contractus (Farran, 1926)* Filo Ctenophorae Calocalanus sp. Filo Nematoda Família Mecynoceridae Filo Annelida Mecynocera clausi (Thompson, 1888) Classe Polychaeta (larvas) Família Clausocalanidae Filo Platyhelminthes Clausocalanus furcatus (Brady, 1883) Subfilo Turbellaria* Ctenocalanus citer (Heron & Bowman, 1971) Filo Mollusca Família Eucalanidae Classe Gastropoda (larvas) Subeucalanus pileatus (Giesbrecht,1888) Subclasse Prosobranchia Subeucalanus sp. Ordem Mesogastropoda Família Temoridae Superfamília Heteropoda Temora stylifera (Dana, 1849) Subclasse Opistobranchia Família Centropagidae Ordem Thecosomata (pteropodas) Centropages furcatus (Dana, 1849) Classe Bivalvia (larvas) Família Pseudodiaptomidadae Filo Arthropoda Plano de Controle Ambiental DIGV Pseudodiaptomus acutus (Dahl, 1894) 268 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Reino Animalia SubFilo Crustácea Família Candacidae Classe Ostracoda Candacia curta (Dana, 1849)* Classe Branchiopoda Família Pontellidae Ordem Ctenopoda Calanopia americana (Dahl, 1894) Família Sididae Pontellopsis brevis (Giesbrecht, 1889) Penilia avirostris (Dana, 1849) Ordem Cyclopoida Ordem Onychopoda Família Oithonidae Família Podonidae Oithona hebes (Giesbrecht, 1891) Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862) Oithona similis Claus, 1863 Evadne spinifera (Muller, 1868) Oithona oculata (Farran, 1913) Evadne nordmani (Loven, 1835) Oithona nana (Giesbrecht, 1892) Evadne sp. Oithona plumifera (Baird, 1843) Podon intermedius (Lilljeborgi, 1853)* Oithona sp. Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859) Ordem Poecilostomatoida Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)* Família Corycaeidae Pleopis sp. Corycaeus giesbrechti (Dawl, 1894) Classe Copepoda Corycaeus speciosus (Dana, 1849)* Ordem Calanoida Farranula gracilis (Dana, 1853) Família Calanidae Família Leucosiidae* Undinula vulgaris (Dana, 1849)* Família Majidae* Família Oncaeidae Família Pinnotheridae* Oncaea venusta (Philippi, 1843) Família Portunidae* Oncaea media (Giesbrecht, 1891) Hexapanopeus schmitti (Rathbun, 1898)* Oncaea curta (Sars, 1916) Mennipe nodifrons (Stimpson, 1859)* Oncaea minuta (Giesbrecht, 1892) Classe Cirripedia (náuplios e cypris) Família Sapphrinidae Filo Chaetognatha Copila mirabilis (Dana, 1849) Classe Sagittoidea Sapphirina nigromaculata (Claus, 1863)* Ordem Aphragmophora Família Clausidiidae Plano de Controle Ambiental DIGV Subordem Ctenodontina 269 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Reino Animalia Hemyciclops thalassius (Vervoort & Ramirez, 1966) Ordem Harpacticoida Família Sagittidae Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881) Família Miracidae Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836) Macrosetella gracilis (Dana, 1848) Mesosagitta minima (Grassi, 1881) Família Ectinosomatidae (Sars, 1903) Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911) Microsetella rosea (Dana, 1847) Caecosagitta macrocephala Fowler, 1904 Macrosetella norvergica (Boeck, 1864) Ferosagitta hispida (Conant, 1895)* Família Clytemnestridae (Scott, 1909) Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853) Clytemnestra scutellata (Dana, 1848) Parasagitta tenuis (Conant, 1896) Família Euterpinidae (Brian, 1921) Sagitta bipunctata (Quoy & Gaimard, 1827)* Euterpina acutifrons (Dana, 1852) Sagitta sp. Classe Malacostraca Família Pterosagittidae Subclasse Eumalacostraca Pterosagitta draco (Krohn, 1853) Superordem Peracarida Subordem Flabellodontina Ordem Cumacea* Família Krohnittidae Ordem Amphipoda Krohnitta pacifica (Aida, 1897) Ordem Isopoda Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)* Ordem Mysidacea Filo Echinodermata (larvas) Superordem Eucarida Filo Chordata Ordem Decapoda (larvas) SubFilo Urochordata Infraordem Penaeoidea Classe Ascidiacea Família Penaeidae Classe Appendicularia Subordem Dendrobranchiata Família Oikopleuridae Família Luciferidae Subfamília Oikopleurinae Lucifer faxoni (Borradaile, 1915)* Oikopleura dioica (Fol,1872) Família Sergestidae Oikopleura rufescens (Fol, 1872) Infraordem Thalassinidae Oikopleura longicauda (Vogt, 1854) Família Callianassidae* Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855) Família Upogebidae* Oikopleura fusiformis (Fol, 1872)* Plano de Controle Ambiental DIGV 270 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Reino Animalia Infraordem Caridea Oikopleura sp. Família Alpheidae* Família Fritillaridae Família Oplophoridae* Subfamília Fritillarinae Família Hippolytidae* Fritillaria sp. Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)* Classe Thaliacea Infraordem Anomura Ordem Salpida Família Albuneidae* Família Salpidae Família Paguridae* Thalia democrática (Forskal, 1775)* Família Porcellanidae* Família Doliolidae Infraordem Brachyura* Doliolum nationalis (Borgert, 1893) Subfilo Vertebrata Dolioletta gegenbauri (Uljanin, 1884) Classe Osteichthyes (ovos e larvas) Subfilo Cephalochordata * nova ocorrência para a área de influência da CNAAA Os grupos zooplanctônicos Ctenophorae e Heteropoda (Mollusca), coletados durante o estudo Pré-Operacional e ao longo do monitoramento (1986 a 2002), não foram registrados na presente amostragem. A dominância dos grupos foi semelhante para as duas áreas. Os copépodes foram os mais abundantes, com 75% do total do zooplâncton em Itaorna e 80% em Piraquara de Fora. Os cladóceros foram o segundo grupo mais abundante com percentuais de 20% e 18% em Itaorna e Piraquara de Fora, respectivamente. A dominância de Copepoda em número de espécies (composição) e densidade (abundância) em todas as estações de coleta é um fato comum no zooplâncton marinho. Quanto à distribuição espacial do zooplâncton, esta foi influenciada, principalmente, pelo fluxo da Água Tropical (AT) e da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) na plataforma interna e pela topografia da baía. Foram detectadas altas densidades da salpa Thalia democratica influenciando a distribuição do zooplâncton, o que deve ter sido a responsável pela baixa densidade de larvas de peixe. Com relação à existência da Usina, não foi verificada a existência de impacto sobre a população zooplanctônica em função dos efluentes líquidos gerados. Após a análise das amostras coletadas ao longo de um ano, pode-se concluir que o corpo d´água presente na baía da Ribeira apresentou variações temporais de temperatura e salinidade semelhantes a outros sistemas costeiros. Os valores de densidade zooplanctônica apresentaram um padrão de sazonalidade e, comparando estes valores atuais com a campanha préoperacional, observou-se que houve um incremento dos mesmos. As mudanças sazonais na densidade do zooplâncton já foram relatadas para outros sistemas costeiros, onde os maiores valores estão associados ao final da primavera e no verão (NOGUEIRA et al., Plano de Controle Ambiental DIGV 271 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC 1987 e DIAS, 1994). Os estudos realizados para o EIA de Angra 3 mostram uma consonância com os dados dos estudos anteriores. Entretanto, de acordo com esse estudo, podem ser feitas algumas observações: As estações mais distantes dos pontos de captação e saída do efluente foram as que apresentaram maiores densidades. Ao longo dos ciclos de marés, as densidades totais de zooplanctôn foram superiores em Itaorna, mas com um menor número de espécies. Apesar de não ter sido observado diferença na composição do zooplâncton ao longo do ciclo de maré foi observado diferença na densidade entre Itaorna e Piraquara de Fora. Segue abaixo na Tabela III.55 as espécies do zooplâncton levantados conforme estudos do diagnóstico ambiental para Angra 3. Tabela III.55 - Lista obtida do zooplâncton levantado conforme estudos do diagnóstico ambiental para Angra 3. Zooplâncton Filo Mollusca Filo Sarcomastigophora Classe Gastropoda (larvas) Subfilo Sarcodina Subclasse Prosobranchia Superclasse Rhizopoda Ordem Mesogastropoda Classe Granuloreticulosea Superfamília Heteropoda Ordem Foraminífera* Subclasse Opistobranchia Superclasse Actinopodea Ordem Thecosomata (pteropodas) Classe Radiolaria* Classe Bivalvia (larvas) Filo Cnidaria SubFilo Medusozoa Filo Platyhelminthes Superclasse Hydrozoa Subfilo Turbellaria* Classe Siphonophora Classe Hydroidomedusae Filo Ctenophorae Filo Nematoda Filo Annelida Classe Polychaeta (larvas) Filo Arthropoda Filo Chaetognatha SubFilo Crustacea Classe Sagittoidea Classe Ostracoda Ordem Aphragmophora Classe Branchiopoda Subordem Ctenodontina Família Sagittidae Ordem Ctenopoda Plano de Controle Ambiental DIGV 272 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Zooplâncton Flaccisagitta enflata (Grassi, 1881) Família Sididae Flaccisagitta hexaptera (D´Orbigny, 1836) Penilia avirostris (Dana, 1849) Mesosagitta minima (Grassi, 1881) Ordem Onychopoda Parasagitta friderici (Ritter-Záhony, 1911) Família Podonidae Pseudoevadne tergestina (Claus, 1862) Caecosagitta macrocephala (Fowler, 1904) Evadne spinifera (Müller, 1868) Ferosagitta hispida (Conant, 1895)* Evadne nordmani (Loven, 1835) Serratosagitta serratodentata (Krohn, 1853) Evadne sp. Parasagitta tenuis (Conant, 1896) Podon intermedius Lilljeborgi, 1853* Sagitta 1827)* Pleopis polyphemoides (Leuckart, 1859) bipunctata (Quoy & Gaimard, Sagitta sp. Pleopis schmackeri (Poppe, 1889)* Família Pterosagittidae Pleopis sp. Pterosagitta draco (Krohn, 1853) Classe Copepoda Subordem Flabellodontina Ordem Calanoida Família Krohnittidae Família Calanidae Krohnitta pacifica (Aida, 1897) Undinula vulgaris (Dana, 1849)* Krohnitta subtilis (Grassi, 1881)* Família Acartiidae Filo Echinodermata (larvas) Acartia lilljeborgi (Giesbrecht, 1892) Acartia sp. Família Paracalanidae Paracalanus crassirostris (Dahl, 1894) Parvocalanus quasimodo (Bowman, 1971) Paracalanus aculeatus (Giesbrecht, 1888) Paracalanus parvus (Claus, 1863) Paracalanus indicus (Wolfenden, 1905) Acrocalanus longicornis (Giesbrecht, 1888) Calocalanus pavoninus (Farran, 1936) Calocalanus contractus (Farran, 1926)* Calocalanus sp. Família Mecynoceridae Mecynocera clausi (Thompson, 1888) Família Clausocalanidae Clausocalanus furcatus (Brady, 1883) Plano de Controle Ambiental DIGV 273 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Zooplâncton Ctenocalanus citer Heron & Bowman, 1971 Família Eucalanidae Subeucalanus pileatus (Giesbrecht, 1888) Subeucalanus sp. Família Temoridae Temora stylifera (Dana, 1849) Família Centropagidae Centropages furcatus (Dana, 1849) Família Pseudodiaptomidadae Pseudodiaptomus acutus (Dahl, 1894) Família Candacidae Candacia curta (Dana, 1849)* Família Pontellidae Calanopia americana (Dahl, 1894) Pontellopsis brevis (Giesbrecht, 1889) Ordem Cyclopoida Família Oithonidae Oithona hebes (Giesbrecht, 1891) Oithona similis (Claus, 1863) Oithona oculata (Farran, 1913) Oithona nana (Giesbrecht, 1892) Oithona plumifera (Baird, 1843) Oithona sp. Ordem Poecilostomatoida Família Corycaeidae Corycaeus giesbrechti (Dawl, 1894) Corycaeus speciosus (Dana, 1849)* Farranula gracilis (Dana, 1853) Família Oncaeidae Oncaea venusta (Philippi, 1843) Oncaea media (Giesbrecht, 1891) Oncaea curta (Sars, 1916) Oncaea minuta (Giesbrecht, 1892) Plano de Controle Ambiental DIGV 274 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Zooplâncton Família Sapphrinidae Copila mirabilis (Dana, 1849) Sapphirina nigromaculata (Claus, 1863)* Família Clausidiidae Hemyciclops thalassius (Vervoort & Ramirez, 1966) Ordem Harpacticoida Família Miracidae Macrosetella gracilis (Dana, 1848) Família Ectinosomatidae (Sars, 1903) Microsetella rosea (Dana, 1847) Macrosetella norvergica (Boeck, 1864) Família Clytemnestridae (Scott, 1909) Clytemnestra scutellata (Dana, 1848) Família Euterpinidae (Brian, 1921) Euterpina acutifrons (Dana, 1852) Classe Malacostraca Subclasse Eumalacostraca Superordem Peracarida Ordem Cumacea* Ordem Amphipoda Ordem Isopoda Ordem Mysidacea Superordem Eucarida Ordem Decapoda (larvas) Infraordem Penaeoidea Família Penaeidae Subordem Dendrobranchiata Família Luciferidae Lucifer faxoni (Borradaile, 1915)* Família Sergestidae Infraordem Thalassinidae Família Callianassidae* Família Upogebidae* Plano de Controle Ambiental DIGV 275 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Zooplâncton Infraordem Caridea Família Alpheidae* Família Oplophoridae* Família Hippolytidae* Lysmata wurdemanni (Gibbes, 1850)* Infraordem Anomura Família Albuneidae* Família Paguridae* Família Porcellanidae* Infraordem Brachyura* Família Leucosiidae* Família Majidae* Família Pinnotheridae* Família Portunidae* Hexapanopeus schmitti (Rathbun, 1898)* Mennipe nodifrons (Stimpson, 1859)* Classe Cirripedia (náuplios e cypris) Filo Chordata SubFilo Urochordata Classe Ascidiacea Classe Appendicularia Família Oikopleuridae Subfamília Oikopleurinae Oikopleura dioica (Fol,1872) Oikopleura rufescens (Fol, 1872) Oikopleura longicauda (Vogt, 1854) Oikopleura cophocerca (Gegenbaur, 1855) Oikopleura fusiformis (Fol, 1872)* Oikopleura sp. Família Fritillaridae Subfamília Fritillarinae Fritillaria sp. Classe Thaliacea Plano de Controle Ambiental DIGV 276 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Zooplâncton Ordem Salpida Família Salpidae Thalia democrática (Forskal, 1775)* Família Doliolidae Doliolum nationalis (Borgert, 1893) Dolioletta gegenbauri (Uljanin, 1884) Subfilo Cephalochordata Subfilo Vertebrata Classe Osteichthyes (ovos e larvas) * nova ocorrência para a área einfluência da CNAAA • Comunidades Bênticas Ao conjunto de organismos que habitam o fundo oceânico é dado o nome de Bentos marinho. Podem ser encontrados desde a preamar até o fundo das fossas abissais. Podem ser divididos em duas categorias: Fitobentos e Zoobentos. Ambos vivem em diferentes substratos denominado duro ou consolidado (costões rochosos, parcéis, lajes e etc.) e; substrato móvel ou incosolidado (praias arenosas, lodosas e etc.), possuindo como representantes, tanto as formas sésseis quanto sedentárias. Os estudos que tratam de algas marinhas bentônicas das proximidades da CNAAA (Unidade 3), foram classificados, em função de sua abordagem, em: florística (15 referências), taxonomia (1 referência), ecologia (7 referências), toxicologia (1 referência), bioacumulação (5 referências) e química (4 referências). Seus principais resultados foram salientados e comentados. Algumas críticas acompanham a apresentação desses estudos. Ênfase especial foi dada ao estudo de monitoramento ambiental, realizado pela Eletronuclear, por ser o de mais longa duração na área. A partir dos dados obtidos no diagnóstico do EIA de Angra 3, as listagens, conforme estudos do diagnóstico ambiental, foram organizadas separadamente para os táxons do fitobentos e do zoobentos, conforme mostrado na Tabela III.56. Plano de Controle Ambiental DIGV 277 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.56 – Táxons do fitobentos e do zoobentos Fitobentos RHODOPHYTA Rhodophyceae Bangiophycidae Porphyridiales Porphyridiaceae Stylonema alsidii (Zanardini) K.M. Drew Erythropeltidales Erythrotrichiaceae Erythrotrichia carnea (Dillwyn) J. Agardh Florideophycidae Acrochaetiales Acrochaetiaceae* Acrochaetium daviesii (Dillwyn) Nägeli* Acrochaetium flexuosum Vickers* Acrochaetium hallandicum (Kylin) Hamel* Acrochaetium hypneae Börgesen Acrochaetium microscopicum (Nägeli ex Kütz.) Nägeli Acrochaetium sp. Corallinales Corallinaceae Mastophoroideae Pneophyllum fragile Kütz. Corallinoideae Jania adhaerens J.V. Lamour. * Jania pumila J.V. Lamour.* Jania ungulata (Yendo) Yendo Amphiroideae Amphiroa beauvoisii J.V. Lamour. Plano de Controle Ambiental DIGV 278 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Amphiroa brasiliana Decne Amphiroa fragilissima (L.) J.V. Lamour. Gelidiales Gelidiaceae Gelidium crinale (Turner) Gaillon Gelidium floridanum W.R. Taylor Gelidium pusillum (Stackh.) Le Jolis Pterocladia bartlettii W. R. Taylor Gelidiellaceae Gelidiella trinitatensis W.R. Taylor Hildenbrandiales Hildenbrandiaceae Hildenbrandia rubra (Sommerf.) Menegh. Nemaliales Galaxauraceae Galaxaura marginata (J. Ellis & Sol.) J.V. Lamour. Tricleocarpa fragilis (L.) Huisman & R.A. Towns. Bonnemaisoniales Bonnemaisoniaceae Asparagopsis taxiformis (Delile) Trevis. Gigartinales Gigartinaceae Chondracanthus acicularis (Roth) Fredericq Hypneaceae Hypnea musciformis (Wulfen in Jacqu.) J.V. Lamour. Hypnea spinella (C. Agardh) Kütz. Peyssonneliaceae Peyssonnelia spp. Phyllophoraceae Gymnogongrus griffithsiae (Turner) Mart. Halymeniales Plano de Controle Ambiental DIGV 279 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Halymeniaceae Grateloupia cuneifolia J. Agardh * Halymenia bermudensis Collins & M. Howe Rhodymeniales Champiaceae Champia parvula (C. Agardh) Harv. Champia vieillardii Kütz. Lomentariaceae Lomentaria corallicola Börgesen. Rhodymeniaceae Gelidiopsis planicaulis (W.R. Taylor) W.R. Taylor Gelidiopsis variabilis (Grev. ex J. Agardh) F. Schmitz Ceramiales Ceramiaceae Aglaothamnion cordatum (Börgesen) Feldm.-Maz. Aglaothamnion felliponei (M. Howe) Aponte, D.L. Ballant. & J.N. Norris* Aglaothamnion cf. tenuissimum (Bonnemais.) Feldm.-Mas. Aglaothamnion sp. Anotrichium tenue (C. Agardh) Nägeli* Antithamnion lherminieri (P. Crouan & H. Crouan) Bornet ex Nasr Centroceras clavulatum (C. Agardh in Kunth) Mont. in Durieu de Maisonneuve Ceramium brasiliense A.B. Joly Ceramium brevizonatum H.E. Petersen. Ceramium comptum Börgesen. Ceramium flaccidum (Kütz.) Ardiss. Ceramium luetzelburgii O.C. Schmidt Ceramium tenerrinum (G. Martens) Okamura. Spermothamnion nonatoi A.B. Joly Spyridia filamentosa (Wulfen) Harv. in Hook Wrangelia argus (Mont.) Mont. Dasyaceae Plano de Controle Ambiental DIGV 280 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Dasya spp. Heterosiphonia crispella (C. Agardh) M.J. Wynne Delesseriaceae* Taenioma nanum (Kütz.) Papenf. Rhodomelaceae Acanthophora spicifera (Vahl) Börgesen Bryothamnion seaforthii (Turner) Kutz. Chondria atropurpurea Harv. Chondria platyramea A.B. Joly & Ugadim in Joly et al. Chondria polyrhiza Collins & Herv. Chondria sp. Herposiphonia secunda (C. Agardh) Ambronn Laurencia filiformis (C. Agardh) Mont. * Laurencia majuscula (Harv.) Lucas Laurencia papillosa (C. Agardh) Grev. Laurencia scoparia J. Agardh Lophocladia trichoclados (C. Agardh) F. Schmitz Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. ex Harv. in Hook. Polysiphonia ferulacea Suhr ex J. Agardh Polysiphonia scopulorum Harv. Polysiphonia subtilissima Mont. * Polysiphonia tepida Hollenb. PHAEOPHYTA Phaeophyceae Ectocarpales Ectocarpaceae Asteronema rhodochortonoides (Börgesen) D.G. Müller & Parodi Bachelotia antillarum (Grunow) Gerloff Feldmannia indica (Sond.) Womersley & A. Bailey Feldmannia irregularis (Kütz.) Hamel Plano de Controle Ambiental DIGV 281 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Chordariales Ralfsiaceae Ralfsia expansa (J. Agardh) J. Agardh Scytosiphonales Scytosiphonaceae Colpomenia sinuosa (Roth) Derbès & Solier in Castagne Rosenvingea intricata (J.Agardh) Börgesen Sphacelariales Sphacelariaceae Sphacelaria brachygonia Mont. Sphacelaria rigidula Kütz. Sphacelaria tribuloides Menegh. Dictyotales Dictyotaceae Dictyopteris delicatula J.V. Lamour. Dictyopteris plagiogramma (Mont.) Vickers Dictyota bartayresiana J.V. Lamour. Dictyota cervicornis Kütz. Dictyota ciliolata Sond. ex Kütz. * Dictyota crenulata J. Agardh Dictyota crispata J.V. Lamour. Lobophora variegata (J.V. Lamour.) Womersley ex E.C. Oliveira Padina antillarum (Kütz.) Picc. Padina gymnospora (Kütz.) Sond. Spatoglossum schroederi (C. Agardh) Kütz Fucales Sargassaceae Sargassum filipendula C. Agardh Sargassum vulgare C. Agardh CHLOROPHYTA Plano de Controle Ambiental DIGV 282 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Ulvophyceae Ulvales Ulvaceae* Enteromorpha clathrata (Roth) Grev. Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Flexuosa * Enteromorpha flexuosa (Wulfen) J. Agardh subsp. Paradoxa (C. Agardh) Blinding Ulva lactuca L. Ulvellaceae* Entocladia viridis Reinke Cladophorales Cladophoraceae Chaetomorpha aerea (Dillwyn) Kütz. Chaetomorpha brachygona Harv. Chaetomorpha gracilis Kütz. Chaetomorpha nodosa Kütz.. * Cladophora brasiliana G. Martens* Cladophora coelothrix Kütz. Cladophora corallicola Börgesen.* Cladophora dalmatica Kütz. Cladophora montagneana Kütz. Cladophora prolifera (Roth) Kütz. Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. ex Harv. Siphonocladaceae Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Börgesen Bryopsidales Bryopsidaceae Bryopsis hypnoides J.V. Lamour. Bryopsis pennata J.V. Lamour. Bryopsis plumosa (Huds.) C. Agardh Plano de Controle Ambiental DIGV 283 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Derbesia tenuissima (Moris & De Not.) P. Crouan & H. Crouan* Pseudoderbesia arbuscula E. Calderon & Schnetter ? Codiaceae Codium decorticatum (Woodw.) M. Howe Codium intertextum Collins & Herv. Codium taylorii P.C. Silva Caulerpaceae Caulerpa fastigiata Mont. Caulerpa racemosa (Forsskäl) J.Agardh Caulerpella ambigua (Okamura) Prud'homme & Lokhorst Dasycladales Polyphysaceae Acicularia schenckii (K. Möbius) Solms * nova ocorrência para a área de influência da CNAAA. Para fitobentos foram identificadas, 124 espécies de macroalgas, com as maiores riquezas provenientes das ordens Ceramiales (36 espécies), Dictyotales (11 espécies) e Cladophorales (12 espécies). Segundo o estudo do diagnóstico do EIA de Angra 3, o fitobentos pode ser considerado como muito rico, com uma diversidade bastante alta, com marcante variação no número de espécies entre os pontos de amostragem, e aumentando do raso para o fundo do costão. A Tabela III.57 lista os zoobentos encontrados, segundo estudos do diagnóstico do EIA de Angra 3. Plano de Controle Ambiental DIGV 284 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.57 – Zoobentos encontrados no diagnóstico do EIA de Angra 3 Zoobentos Filo Cnidaria Classe Anthozoa Ordem Actiniaria Anemonia sargassensis Bunodosoma caissarum Ordem Scleractinia Scleractinia morfotipo 1 Scleractinia morfotipo 2 Filo Platyhelminthes Classe Turbellaria Filo Nemertinea Filo Nematoda Filo Annelida Classe Polychaeta Família Amphinomidae Eurythoe sp. Família Capitellidae Capitella sp. Capitellidae sp. 1 Família Cirratulidae Cirratulus sp. Tharyx sp. Cirratulidae sp.1 Família Chrysopetalidae Chrysopetalum sp. Família Dorvilleidae Plano de Controle Ambiental DIGV 285 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Dorvillea sp. Família Eunicidae Eunice sp Família Hesionidae Podarke sp. Família Lumbrineridae Lumbrineris sp. Família Lysaretidae Oenone sp. Família Nereididae Neanthes sp. Nereis sp. Família Phyllodocidae Phyllodocinae sp.1 Família Polynoidae Chaetacanthus sp. Lepidonotus sp. Família Sabellidae Branchiomma sp. Hypsicomus sp. Megalomma sp. Sabellinae sp.1 Família Serpulidae Serpulinae sp.1 Família Sigalionidae Sigalion sp. Família Spionidae Polydora sp. Família Syllidae Exogone sp Syllis (Syllis) sp. Plano de Controle Ambiental DIGV 286 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Syllis sp. Trypanosyllis sp. Syllinae sp.1 Família Terebellidae Nicolea sp. Thelepus sp. Filo Sipuncula Filo Echiura Filo Mollusca Classe Polyplacophora Família Ischnochitonidae Ischinochiton striolatus Classe Gastropoda Família Aplysiidae Aplysia sp. Família Buccinidae Pisania auritula Família Bullidae Bulla striata Bulla sp. Família Caecidae Caecum brasilicum Caecum rysotitum Família Cerithiidae Bittium varium Cerithium atratum Família Cerithipsidae Cerithiopsis emersoni Cerithiopsis sp. Plano de Controle Ambiental DIGV 287 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Certhiopsidae Seila adamsi Família Collumbellidae Anachis fennelli Anachis sertulariarum Anachis sparsa Mitrella dichroa Mitrella lunata Família Diastomatidae Finella dubia Família Epitoniidae Epitonium sp. Família Fasciolariidae Leucozonia nassa Família Fossaridae Fossarus sp. Família Haliotidae Fissurella sp. Família Modulidae Modulus modulus Morula nodulosa Família Muricidae Favartia cellulosa Família Nassariidae Nassarius albus Família Pyramidellidae Chrysalida jadisi Miralda sp. Odostomia sp. Peristichia agria Turbonilla sp. Plano de Controle Ambiental DIGV 288 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Rissoidae Alvania auberiana Rissoina catesbyana Família Scissurellidae Scissurella sp. Família Thaididae Stramonita haemastoma Família Tricoliidae Tricolia affinis Família Triphoridae Triphora sp. Família Trochidae Tegula viridula Família Turbinidae Astraea tecta Astraea latispina Família Turridae Mangelia rugirima Pyrgocytara guarani Família Vermetidae Petaloconchus sp. Ordem Nudibranchia Classe Bivalvia Família Arcidae Anadara notabilis Arca imbricata Barbatia dominguensis Família Chamidae Chama sp. Pseudochama radians Família Crassatellidae Plano de Controle Ambiental DIGV 289 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Crassinella lunulata Família Gastrochaenidae Gastrochaena hians Família Hiatellidae Hyatela sp. Família Isognomonidae Isognomon sp. Família Lasaeidae Lasea adamsoni Família Mytilidae Brachidontes exustus Gregariella coralliophila Lithophaga sp. Modiolus carvalhoi Musculus viator Família Ostreidae Ostrea sp. Família Petricolidae Petricola typica Família Pteriidae Pinctada imbricata Família Veneridae Gouldia cerina Filo Arthropoda Sub-filo Chelicerata Classe Pycnogonida Sub-filo Crustacea Classe Maxillopoda Sub-classe Ostracoda Sub-classe Cirripedia Plano de Controle Ambiental DIGV 290 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Família Balanidae Balanus trigonus Megabalanus tintinnabulum Família Tetraclitidae Tetraclita stalactifera Classe Malacostraca Sub-classe Eumalacostraca Superordem Eucarida Ordem Decapoda Subordem Dendrobranchiata Subordem Pleocyemata Família Palaemonidae Periclimenes americanus Periclimenes longicaudatus Periclimenes sp. Família Alpheidae Alpheus sp. Synalpheus fritzmuelleri Família Hippolytidae Hippolyte curacaoensis Hippolyte pleuracanthus Hippolyte zostericola Hippolyte sp. Família Paguridae Pagurus brevidactylus Pagurus critinicornis Pagurus provenzanoi Família Diogenidae Calcinus tibicens Clibanarius antillensis Clibanarius sclopetarius Plano de Controle Ambiental DIGV 291 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Paguristes tortugae Paguristes calliopsis Família Majidae Acanthonyx petiverii Apromithrax violaceus Epialtus bituberculatus Microphrys bicornutus Microphrys sp. Mithraculus forceps Mithrax sp. Podochela gracilipes Família Porcellanidae Pachycheles monilifer Família Xanthidae Eriphia gonagra Panopeus americanus Panopeus bermudensis Panopeus sp Pilumnus dasypodus Pilumnus sp. Micropanope sp. Micropanope nuttingi Família Portunidae Charybdis hellery Superordem Peracarida Ordem Tanaidacea Ordem Isopoda Subordem Anthuridea Família Anthuridae Paranthura urochroma Família Sphaeromatidae Plano de Controle Ambiental DIGV 292 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Sphaeroma terebrans Subordem Flabellifera Família Cirolanidae Eurydice emarginata Subordem Gnathiidea Família Gnathiidae Gnathia ubatuba Subordem Asellota Família Janiridae Janaira sp. Ordem Amphipoda Subordem Caprellidea Família Caprellidae Caprella scaura Subordem Gammaridea Família Amphitoidae Ampithoe ramoundi Cymadusa filosa Família Melitidae Dulichella appendiculata Elasmopus rapax Família Leucothoidae Leucothoe spinicarpa Família Hyalidae Hyale media Família Corophiidae Corophium quadriceps Família Ischyroceridae Ericthonuis brasiliensis Cerapus tubularis Família Liljeborgidae Plano de Controle Ambiental DIGV 293 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Liljeborgia dubia Família Lysianassidae Lysianassa Brasiliensis Família Bateidae Batea catharinense Família Colomastigidae Colomastix sp. Classe Insecta Filo Echinodermata Classe Asteroidea Asteroidea (morfotipo I) Família Oreasteridae Oreaster reticulatus Família Echinasteridae Echinaster brasiliensis Família Linckiidae Linckia guildingii Classe Echinoidea Família Arbaciidae Arbacia sp. Família Echinometridae Echinometra lucunter Família Taxopneustidae Lytechinus variegatus Lytechinus sp. Família Echinidae Paracentrotus gaimardi Classe Holothuroidea Filo Hemichordata Plano de Controle Ambiental DIGV 294 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Sub-filo Urochordata Classe Ascidiacea (formas solitárias) Phallusia nigra Para zoobentos foram coletados 28.578 indivíduos, sendo identificados um total de 214 táxons, representando 14 grandes grupos zoológicos, sendo o filo Mollusca o mais abundane, seguido de Polychaeta e Crustacea. As espécies de gastrópodes Bittium varium e Caecum brasilicum foram os mais representativos, seguidos por algumas espécies de poliquetos e um bivalve exótico (Isognomum sp), provavelmente introduzido na costa brasileira por água de lastros de navios e plataformas de petróleo, já tendo sido assinalado em Arraial do Cabo, Rio das Ostras e Macaé (Almeida, observação de campo), onde parece competir por espaço com o mexilhão Perna-perna. Segundo o diagnóstico do EIA de Angra 3, as praias de Fora do Mamede e Brava (Ponta Grande) que se encontram na Área de Influência do empreendimento apresentaram condições compatíveis com o esperado para praias oceânicas na riqueza de espécies. Para o zoobentos do sedimento, foram coletados 3.872 indivíduos na área estudada, que, de acordo com a área do amostrados, correspondem a uma densidade de 2.151 organismos/m2, distribuídos em 144 táxons, que representam 12 grandes grupos zoológicos, dos quais o filo Mollusca foi o mais abundantes em todas as estações de coleta. Nove espécies de Mollusca foram as mais abundantes e responsáveis por 60% da fauna total: Semeli mucoloides, Codakia costata, Finella dúbia, Acteocina bidentata, Nucula semiomata, Acteocina bullata, Transenella sttimpsoni, Antalis sp e Caecum brasilicum. O segundo grupo em importância foi Annelida e as espécies mais abundantes foram Polygordius sp., Hemipodius sp, Prionospio sp. 1, Maelona sp., Haploscoloplos sp. E Magelona cincta. O terceiro grupo mais abundante foi Crustácea, com as espécies de anfípodos Ampelisciphotis podophtalma, Tiborunella viscana e Ampelisca crustata sendo as mais importantes deste grupo. O quarto grupo foi Cnidária com uma única espécie importante: Edwardsia sp. Espécies de Valor Comercial Considerando que nos municípios pertencentes à baía de Ilha Grande, a atividade pesqueira ocupa posição de destaque no contexto sócio-econômico da região, se faz importante fazer uma caracterização das principais espécies bentônicas da pesca. Sabese que as espécies mais capturadas pertecem ao grupo Crustacea, representadas pelos camarões marinhos. Plano de Controle Ambiental DIGV 295 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Os camarões da familia Peneidae constituem outro importante recurso pesqueiro, não somente na área de influência, como em nível nacional e internacional. Dos crustáceos de valor comercial na área de influência, encontra-se o camarão rosa e o branco. Os camarões da familia Peneidae da área de influência, pertencem a diferentes espécies, apresentando características ecológicas e biológicas distintas, porém, com ciclos de desenvovimento muito semelhantes. Genericamente, pode-se considerar que as fêmeas maduras desovam em mar aberto, os ovos dão origem às larvas, que desenvovem-se e passam por vários estágios larvares até converter-se em pós - larvas. A partir deste estágio, o camarão passa a fazer parte integrante dos bentos, migrando em direção à costa, penetrando em estuários, lagoas costeiras e baías, iniciando na fase pré-adulta, o retorno para mar aberto, atingindo a fase adulta onde reproduzem-se e completam seu ciclo biológico. Os impactos gerados pela ocupação humana na costa são na maioria impactos ambientais negativos e que constituem interferências significativas à manutenção da qualidade de água como os aterros a mangues, a pesca predatória. A pesca vem decrescendo consideravelmente em relação os anos anteriores. A produção de sardinha caiu do patamar de 60.000 toneladas em 1980 para aproximadamente 6.000 toneladas em 1990. Desta forma, observa-se à diminuição dos estoques e da produção pesqueira, apesar das frotas terem seu esforço de pesca aumentado. O declínio da pesca do camarão e da fauna acompanhante gerou um sério problema social, aonde os pescadores gradativamente vem abandonando a pesca e buscando outras atividades para garantir sua sobrevivência. Neste contexto, a maricultura emergiu como uma atividade alternativa e paralela à pesca, de baixo custo, que poderá em curto prazo minimizar os problemas do pesqueiro. • Ictiofauna ANJOS (1993) estudou a composição, distribuição e abundância da Ictiofauna da Baía de Ilha Grande, distinguindo diferentes sub-áreas segundo as suas comunidades ícticas. Estes dados estão descritos na Tabela III.58. Plano de Controle Ambiental DIGV 296 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.58 - Ocorrências de Espécies de Peixes por sub-áreas da Baía da Ilha Grande Segundo Anjos (1993). Espécies Nome Popular Sub-área 2 5 6 Carcharinus limbatus Cação x x Rhyzoprionodon lalandei Cação-frango x x Squatina argentina Cação-anjo x x Rhinobatus percellens Cação-viola x x x Zapterix brevirostris Raia x x x Narcine brasiliensis Raia-treme-treme x x Dasyatis sayi Raia-mijona x Dasyatis guttata Raia-lixa x Aetobatis narinari Raia-pintada x Myliobatis freminvillei Raia-sapo x Rhinoptera bonasus Raia-ticonha x Gymnothorax ocellatus Moreia-pintada x Gymnothorax moringa Moreia x Opisthonema oglinum Sardinha-bandeira x x Harengula clupeola Sardinha-cascuda x x Sardinella brasiliensis Sardinha-verdadeira x Pellona harroweri Sardinha x Chirocentrodon bleekerianus Sardinha x Cetengraulis edentulus Sardinha-boca-torta x Anchoa tricolor Manjuba x Bagre marinus Bagre-bandeira x Genidens genidens Bagre-urutu x Sciadeichthys luniscutis Bagre-guri x x Notarius grandicassis Bagre-papai x x Arius spixii Bagre-amarelo x x Netuma barba Bagre-branco x x Synodus foetens Peixe-lagarto x Plano de Controle Ambiental DIGV 297 7 9 x 10 11 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies Nome Popular Sub-área 2 5 6 7 9 Lophius gastrophysus Peixe-sapo Ogcocephalus vespertilio Peixe-morcego x Xenomelaniris brasiliensis Peixe-rei x Hippocampus reidi Cavalo-marinho Scorpaena isthmensis Mangangá Prionotus punctatus Cabrinha x x x Dactylopterus volitans Coió x x x Diplectrum radiale Michole-da-areia x x x Diplectrum formosun Michole-da-areia x x x Mycteroperca bonaci Badejo-quadrado x x Mycteroperca rubra Badejo-mira x Mycteroperca microlepis Badejo-da-areia x x Epinephelus morio Garoupa-de-são-tomé x x Epinephelus guaza Garoupa-verdadeira x Epinephelus niveatus Cherne x Alphestes afer Badejo Rypticus randalli Badejo-sabão x Priacanthus arenatus Olho-de-cão x Priacanthus cruentatus Olho-de-cão x Chloroscombrus chrysurus Palombeta x Oligoplites saliens Guaivira x Selene setapinnis Peixe-galo x Selene vomer Peixe-galo x Decapterus punctatus Xixarro x Trachurus lathami Xixarro x Trachinotus goodei Pampo Centropomus undecimalis Robalo Lutjanus sinagris Vermelho-henrique Plano de Controle Ambiental DIGV 10 11 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 298 x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies Nome Popular Sub-área 2 5 6 7 9 10 11 x x Lutjanus annalis Caranha-vermelha Eucinostomus argenteus Carapicu x x x x x Eucinostomus gula Carapicu x x x x x Eugerres brasilianus Carapicu x Diapterus olisthostomus Carapeba x Diapterus rhombeus Carapeba x Boridia grossidens Cocoroca Haemulon aurolineatum Cocoroca x Haemulon steindachneri Cocoroca-preta x Pomadasys corvinaeformis Corriquincho x Orthopristis ruber Cocoroca-branca x Conodon nobilis Roncador x x Archosargus rhomboidalis Sargo-de-dente x x Diplodus argenteus Marimbá x Calamus penna Peixe-pena x Pagrus pagrus Pargo Menticirrhus americanus Papa-terra x Umbrina coroides Castanha x Ctenosciaena gracilicirrhus Cangauá x Paralonchurus brasiliensis Maria-luiza x Micropogonias furnieri Corvina x Larimus breviceps Oveva x Pareques acuminatus Equetos x Isopisthus parvipinnis Pescadinha x Odontoscion dentex Pescada Cynoscion leiarchus Pescada-branca x Cynoscion jamaicensis Goete x Steliffer rastrifer Corvina Plano de Controle Ambiental DIGV x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 299 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies Nome Popular Sub-área 2 5 6 Pseudopenneus maculatus Salmonete x Upenneus parvus Trilha x Kyphosus incisor Piranjica Chaetodipterus faber Peixe-enxada x Chaetodon striatus Peixe-borboleta x Pomacanthus paru Peixe-frade Mugil liza Tainha Bodianus rufus Budião Halichoeres poeyi Budião Trichiurus lepturus Peixe-espada Opistognathus cuvieri Budião Scomberomorus caballa Cavala Peprilus paru Gordinho x Citharichthys spilopterus Linguado x Bothus robinsi Linguado x Syacium papilosum Linguado Syacium micrurum 7 9 10 11 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Linguado x x x Paralichtys brasiliensis Linguado x x x Achirus lineatus Tapa x Trinectes paulistanus Tapa x x x Symphurus plaguzia Lingua-de-mulata x x x Balistes capriscus Peixe-porco x Monacanthus ciliatus Peixe-porco Stephanolepis hispidus Peixe-porco x Lagocephalus laevigatus Baiacu-arara x Sphoeroides testudineus Baiacu Sphoeroides splengeri Baiacu x Sphoeroides nephelus Baiacu-panela x Plano de Controle Ambiental DIGV x x x x x 300 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies Nome Popular TOTAIS POR ÁREAS Sub-área 2 5 6 7 9 10 11 99 23 58 18 70 30 30 2 - Sabacu (Baía da Ribeira e adjacências), 5 - Laje dos Coronéis e adjacências, 6 - Ilhas dos Porcos e adjacências, 7 - Ponta do Acaiá e adjacências, 9 - Enseada do Abraão e adjacências, 10 - Ponta do Drago e adjacências e 11 - Ilha de Jorge Grego e adjacências. O autor do trabalho acima mencionado afirma existirem 25 grupos de peixes explotados economicamente na Baía da Ilha Grande, dentre os quais destacam-se arraias, goete, linguado, pescada e corvina que na ocasião do seu estudo perfizeram 86,9% do total das capturas realizadas. Em outros trabalhos foram registrados deslocamentos sazonais evidentes da ictiofauna, em busca de áreas de reprodução ou de expansão das áreas de alimentação, para a garoupa e o badejo (ANDRADE, 1995). Sendo que para o batata e o namorado os deslocamentos só foram sugeridos. Ainda afirmou ser a ressurgência observada no litoral de Cabo Frio, um divisor da fauna de peixes, ocasionando composições distintas na ictiofauna localizada ao norte e ao sul de Cabo Frio. ANJOS (1993) sugere ser o linguado o peixe demersal a apresentar maiores deslocamentos sazonais na região, apresentandose mais abundante no interior da baía nos meses de primavera e verão, devendo-se estes deslocamentos a migrações reprodutivas. Com relação à área de influência direta da CNAAA, Moraes et alii (1991) estudaram a ictiofauna do Saco Piraquara de Dentro e do Saco Piraquara de Fora, observando índices de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas, além de registrarem diferenças acentuadas na composição das comunidades ícticas das áreas. Almeida (1994) analisou o comportamento reprodutivo de Haemulon steindachneri, coletado no Saco Piraquara de Fora, fazendo um paralelo entre o Programa PréOperacional e o Programa de Monitoração da Fauna e Flora Marinha das Unidades 1 e 2 da CNAAA. A espécie foi escolhida como indicador biológico para a área de necton, por ser uma das espécies de maior ocorrência e utilizada pela comunidade local na alimentação. O autor conclui que a comunidade de H. steindachneri, a nível reprodutivo, tem-se mantida equilibrada na área de influência direta da CNAAA. Este mesmo autor (1995) estudou a comunidade íctica do Saco Piraquara de Fora (ver Tabela III.59), comparando novamente a fase Pré-Operacional com os anos subseqüentes em que a Usina Nuclear Angra 1 esteve funcionando. As espécies Diapterus rhombeus, Haemulon steindachneri, Eucinostomus argenteus, Prionotus punctatus e Ctenosciaena gracilichirrhus mantiveram freqüência de 100% e foram as únicas que ocorreram nos seis períodos analisados. O estudo da diversidade específica sugeriu uma normalidade da comunidade íctica. Tabela III.59 - Lista de espécies de peixes ocorrentes no Saco de Piraquara de Fora, amostradas nas coletas de arrasto de fundo, realizadas pela Eletronuclear. Táxon Plano de Controle Ambiental DIGV Nome Popular 301 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular PREDADORES DE SUBSTRATOS LODOSOS-ARENOSOS Raja agassazi Raia – santa Rhinobatus percelens Raia – viola Rhinoptera horkelli Raia – viola Raja platana Raia Zapterix brevirostris Raia Narcine brasiliensis Raia - treme - treme Dasyatis say Raia – mijona Dasyatis guttata Raia – lixa Dasyatis centroura Raia – manteiga Gimnura altavela Raia – manteiga Gimnura micrura Raia – borboleta Miliobatis freminvillei Raia – sapo Rhinoptera bonasus Raia – ticonha Gymnothorax ocellatus Moreia – pintada Paralichityes spp. Linguado Paralichityes orbygniana Linguado Cynoscion sp. Pescada Cynoscion microlepidotus Pescada - dentão Cynoscion jamaicensis Goete Cynoscion leiarchus Pescada - branca Larimus breviceps Oveva Isopisthus parvipinnis Pescadinha Citharichtys spilopterus Linguado Plano de Controle Ambiental DIGV 302 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular Citharichtys arenaceus Linguado Citharichtys macrops Linguado Citharichtys spp. Linguado Etropus longimanus Linguado Etropus intermedius Linguado Etropus crossotus Linguado Syacium papilosum Linguado Syacium micrurum Linguado Bothus ocellatus Linguado Bothus spp. Linguado Achirus achirus Tapa Achirus lineatus Tapa Achirus declives Tapa Symphurus plagusia Língua - de - mulata Symphurus spp. Língua - de - mulata PLANCTÓFAGOS PELÁGICAS Harengula clupeola Sardinha - cascuda Opisthonema oglinum Sardinha - bandeira Chirocentrodon bleeckerianus Sardinha Cetengraulis edentulus Sardinha-boca-torta Anchoa tricolor Manjuba Anchoa lyoleps Manjuba Anchoa filifera Manjuba Anchoa januaria Manjuba Plano de Controle Ambiental DIGV 303 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular OMNÍVOROS DE SUBSTRATO INDEFINIDO Archosargus rhomboidalis Sargo-de-dente Calamus penna Peixe – pena Haemulon steindachneri Cocoroca - preta Pomadacys corvinaeformis Corriquincho Orthopristes ruber Cocoroca - branca OMNÍVOROS DE SUBSTRATO LODOSO-ARENOSO Genidens genidens Bagre – urutu Netuma barba Bagre – branco Menticirrhus americanus Papa – terra Ctenosciaena gracilicirrhus Cangauá Umbrina coroides Castanha Paralonchuros brasiliensis Maria – Luiza Micropogonias furnieri Corvina Upenaeus parvus Trilha PREDADORES DE SUBSTRATO INDEFINIDO Synodus foetens Peixe – lagarto Trachinocephalus myops Peixe – lagarto Porichthys porossisimus Mangangá – liso Phrynelox scaber Peixe – pedra Ponthopristys rathbuni Mangangá Scorpaena brasiliensis Mangangá Scorpaena isthimensis Mangangá Diplectrum formosum Michole - da - areia Plano de Controle Ambiental DIGV 304 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular Diplectrum radiale Michole - da - areia Centropomus undecimalis Robalo Centropomus parallelus Robalo Prionotus punctatus Cabrinha Dactylopterus volitans Coió Ogcocephalus vespertilio Peixe – morcego PREDADORES DE SUBSTRATO ROCHOSO Epinephelus morio Garoupa-de-São-Tomé Epinephelus niveatus Cherne Dules auriga Mariquita Lutjanus synagris Vermelho – Henrique Lutjanus analis Caranho – vermelho Rypticus randalli Badejo – sabão Priacanthus arenatus Olho - de – cão PREDADORES PELÁGICOS Pomatomus saltator Enchova Selene setapinnis Peixe – galo Selene vomer Peixe-galo-de-penacho Oligoplites saurus Guaivira Oligoplites saliens Guaivira Caranx latus Xerelete Chloroscombrus chrysurus Palombeta Hemicaranx amblyrhynchus Vento – leste Sphiraena borealis Bicuda Plano de Controle Ambiental DIGV 305 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular Sphiraena guachancho Bicuda Sphiraena tome Bicuda Trichiurus lepturus Peixe – espada INVERTÍVOROS DE SUBST. LODOSO-ARENOSO Eucinostomus gula Carapicu Eucinostomus argenteus Carapicu Eugerres brasilianus Carapicu Eucinostomus melanopterus Carapicu Peprilus paru Gordinho Diapterus rhombeus Carapeba Diapterus olisthotomus Carapeba OMNÍVOROS DE SUBSTRATO ROCHOSO Chaetodipterus faber Peixe – enxada Balistes capriscus Peixe – porco Monacanthus spp. Peixe – porco Stephanolepis hispidus Peixe – porco Lagocephalus laevigatus Baiacu – arara Sphoeroides testudineus Baiacu Sphoeroides nephelus Baiacu – panela Chilomycterus sp. Baiacu – espinho Chilomycterus antenatus Baiacu – espinho Haemulon aurolineatum Cocoroca -boca-de-fogo Anisotremus virginicus Salema Anisotremus surinamensis Sargo-de-beiço Plano de Controle Ambiental DIGV 306 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Táxon Nome Popular Diplodus argenteus Marimba Pseudoupenneus maculatus Salmonete Os estudos de ROCHA (1990) no litoral sudeste brasileiro apontam a existência de comunidades ícticas de diferentes afinidades ao que se refere ao tipo de substrato e a temperatura da água. Assim sugere-se que as espécies pertencentes aos dois grupos acima discriminados pertençam a comunidades distintas, o que explicaria a estabilidade do primeiro e o decréscimo do segundo. Estudos de MORAES et alii (1991) indicaram índices de diversidade mais altos nos meses de primavera e verão, confirmando o que era esperado dentro de uma variação das populações de peixes destas áreas. O conjunto das áreas pesquisadas, através das metodologias integradas de arrasto e mergulho, demonstraram maior diversidade de amostragens e observações, possibilitando o melhor monitoramento da ictiofauna da região. A amostragem sobre a ictiofauna de Itaorna, que é um ambiente marinho mais aberto do que as outras áreas, representa de forma mais significativa a ictiofauna da região. • Ictioplâncton O ictioplâncton constitui um componente de grande importância dentro da comunidade planctônica, especialmente as meroplanctônicas (Ciechomski, 1981). Isto deve-se ao fato dos ovos plantônicos pertencerem à grande maioria dos peixes teleósteos possuem ovos planctônicos, e que estas espécies se caracterizam por uma fecundidade muito elevada. Além disso, as larvas e pós-larvas das espécies que possuem ovos demersais, presos ao substrato, levam uma vida pelágica, integrando-se a comunidade planctônica (Ciechomski, op. cit.). Os estuários, baías, lagoas e águas costeiras desempenham um papel importante no ciclo vital de algumas espécies de peixes, funcionando como áreas de desova e recrutamento de suas larvas (Weiss & Muelbert, 1980; Schawamborn & Bonecker, 1996, entre outros). Com a construção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) na baía de Ilha Grande foi realizado um levantamento da fauna e flora em três áreas da baía da Ribeira, no período de fevereiro de 1980 a janeiro de 1981, obtendo-se ao todo 144 amostras de plâncton. O ictioplâncton foi pouco representado nas amostras coletadas durante o ano, apresentando uma abundância relativa menor que 0,2% do total de organismos zooplanctônicos coletados. Foram encontradas duas ordens (Perciformes e Pleuronectiformes) e cinco famílias (Engraulidae, Clupeidae, Gobiidae, Sparidae e Serranidae). Os engraulídeos foram os mais freqüentes, ocorrendo ao longo de todo o ano, seguidos dos gobídeos. As sardinhas (Clupeidae) ocorreram de fevereiro a maio e de outubro a janeiro (FUJB, 1981). Após esse levantamento preliminar, somente em 1986 foram retomadas as coletas de zooplâncton, incluindo a abundância relativa dos ovos e larvas de peixes. Os ovos e larvas de peixes continuaram sendo subamostrados e foram classificados apenas como ovos e Plano de Controle Ambiental DIGV 307 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC larvas, não sendo identificados adequadamente (FURNAS, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001). Dias et al. (1999) realizaram um estudo sobre a variação na estrutura da comunidade zooplanctônica próxima a CNAAA em dois ciclos anuais (1980/1981 e 1991/1993), com dez anos de diferença. O ictioplâncton foi melhor representado no segundo período de estudo. Apesar da alta frequência, os ovos e larvas de peixes apresentaram baixa abundância relativa. Este fato está associado ao tipo de arrasto realizado. Os arrastos verticais não são apropriados para o estudo do ictioplâncton. A abundância dos ovos e larvas de peixes encontrados, até o último relatório do monitoramento da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), não chegam a representar 1% do total da comunidade zooplanctônica. Dos ovos e larvas de peixes coletados em Itaorna e Piraquara de Fora foram identificados um total de 19 famílias e 20 espécies (Tabela III.60). Os táxons assinalados com (*) já haviam sido citados para a regiâo da baía de Ilha Grande nos trabalhos de dados anteriores. A maioria dos ovos (94%) não foi identificada por não apresentar características possíveis de diagnóstico, sendo identificado somente os ovos da família Engraulidae. Tabela III.60 – Composição do ictioplâncton da área de Itaorna e Piraquara de Fora. Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora Subfilo Vertebrata Superclasse Gnathostomata Classe Actinopterygii Subclasse Neopterygii Ordem Clupeiformes Subordem Clupeoidei Família Engraulidae* Espécie Engraulis anchoita* (Hubbs & Marini, 1935) – Anchoita Família Clupeidae Espécie Sardinella brasiliensis* (Steindachner, 1789) - Sardinha verdadeira Espécie Harengula jaguana*( Poey, 1863) - Sardinha cascuda Ordem Scorpaeniformes Subordem Scorpaenoidei Família Triglidae Espécie Prionotus punctatus (Bloch, 1797) – Cabrinha Plano de Controle Ambiental DIGV 308 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora Ordem Perciformes Subordem Percoidei Família Serranidae* Espécie Diplectrum sp. – Michole Família Carangidae Espécie Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) - Palombeta Família Gerreidae Espécie Eucinostomus sp. – Carapicu Família Haemulidae (Pomadasyidae) Família Sparidae* Espécie Archosargus rhomboidalis (Linnaeus, 1758) - Caicanha Família Sciaenidae Espécie Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) – Corvina Espécie Umbrina coroides (Cuvier, 1830) – Castanha Espécie Menticirrhus americanus (Linnaeus, 1758) -Papa-terra Família Pomacentridae Espécie Abudefduf saxatilis (Linnaeus, 1758) – Sargento Subordem Blennioidei Família Dactyloscopidae Espécie Dactyloscopus sp. Família Blenniidae Espécie Parablennius pilicornis* (Cuvier, 1829) Espécie Parablennius sp. Subordem Gobiesocoidei (Xenopterygii) Família Gobiesocidae Espécie Gobiesox strumosus (Cope, 1870) - Peixe-ventosa Subordem Gobioidei Família Gobiidae* Ordem Pleuronectiformes* Plano de Controle Ambiental DIGV 309 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Ictioplâncton na área de Itaorna e Piraquara de Fora Família Paralichthyidae Espécie Etropus crossotus (Jordan & Gilbert, 1881) – Linguado Espécie Citharichthys sp. Família Achiridae Espécie Achirus lineatus (Linnaeus, 1758) – Tapa Espécie A. declivis (Chabanaud, 1940) – Tapa Família Cynoglossidae Espécie Symphurus plagusia (Bloch & Schneider, 1801) - Língua-de-mulata Espécie S. kyaropterygium (Menezes & Benvegnú, 1976) - Língua-de-vaca Ordem Tetraodontiformes Família Monacanthidae Espécie Stephanolepis hispidus (Linnaeus, 1758) - Peixe-porco Família Tetraodontidae * espécies já citadas em trabalhos anteriores para a CNAAA A família Serranidae (Diplectrum sp.) ocorreu somente nas amostras coletadas com o objetivo de verificar a distribuição espacial e as famílias Sparidae (Archosargus rhomboidalis), Dactyloscopidae (Dactyloscopus sp.) e Tetraodontidae ocorreram somente nas amostras de microvariação. As famílias de peixes encontradas no presente estudo são todas costeiras e comuns em baías e estuários brasileiros. A grande variedade de larvas de peixes coletadas numa área restrita da baía de Ilha Grande (Praia de Itaorna e Saco Piraquara de Fora), em uma única campanha, indica a importância da área como local de desova e recrutamento para algumas espécies e reflete a grande diversidade ambiental que caracteriza este ecossistema. Comparando-se a composição ictioplanctônica entre as áreas de Itaorna e Saco Piraquara de Fora, observou-se uma alternância de dominância para os ovos e as larvas de peixes. Em Itaorna foram observadas as maiores densidades de ovos, tanto no estudo das radiais quanto da microvariação. Para as larvas de peixes, no estudo das radiais, as maiores densidades ocorreram em Itaorna e no estudo da microvariação as maiores densidades foram observadas em Piraquara de Fora. Sabe-se que alguns peixes desovam durante todo o ano, mas a maioria desova preferencialmente em uma época do ano. A região de estudo está numa área tropical, caracterizada por dois períodos sazonais distintos, um chuvoso e outro seco. Nestas regiões, o período reprodutivo estende-se de outubro a maio e predominam aquelas espécies com desova parcelada (Vazzoler, 1992). Desta forma, é de se esperar que Plano de Controle Ambiental DIGV 310 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC outras épocas do ano favoreçam a reprodução de espécies de peixes que contribuem para o recrutamento local. No levantamento de dados pretéritos foram encontradas três espécies, seis famílias e duas ordens. Nesta campanha foram coletadas 19 famílias e 20 espécies. As famílias Engraulidae, Clupeidae, Carangidae, Gerreidae, Haemulidae, Sparidae, Sciaenidae e Paralichthyidae têm valor comercial. Em virtude de sua importância social e paisagística, sugere-se a elaboração de um programa de estudos específicos sobre o ictioplâncton. O estudo de ovos e larvas de peixes possibilita o conhecimento das áreas de desova e recrutamento de larvas de peixes que são explorados comercialmente, particularmente em relação a pesca comercial e esportiva, prática muito comum neste importante sistema do sul fluminense. Ecossistema Dulcícola O ecossistema de rios e corpos d’água da região de estudo está inserido na ecorregião dulcícola dos rios litorâneos do Rio de Janeiro, que forma uma espécie de bacia hidrográfica independente, composta por rios que nascem na Serra da Bocaina e deságuam na região da baía de Ilha Grande. Estes estão situados em uma área de condições climáticas que apresentam uma alta pluviosidade durante todo o ano, mantendo desta forma os rios com bom volume de água. A região superior dos corpos d’água locais se caracteriza por uma alta energia, onde o seu leito é composto principalmente por rochas e seixos rolados. A situação ambiental desta parcela geralmente apresenta-se preservada. Ao longo dos rios, no médio curso, pode-se observar uma maior quantidade de areia e seixos rolados, e aí também, se verifica uma maior atividade antrópica, com ocupação por moradias, desmatamento e agricultura. Os substratos dos trechos inferiores dos rios já tendem a ser arenoso. Aumentam também, a incidência de atividades antrópicas. Além do impacto antrópico por ocupação das margens e modificação dos leitos dos rios, a água dos rios são utilizadas pela própria população, que freqüenta suas praias e rios e alimentam-se dos diversos pescados da região. Os estudos de avaliação da biodiversidade do ecossistema apontam o sistema dulcícola da região de estudo correspondente a uma área onde está diagnosticada a mais elevada taxa de endemismo de ictiofauna do bioma Atlântico, possuindo inclusive a maior riqueza de espécies desse grupo e importantes representantes com risco de extinção. Fitoplâncton Dulcícola Na área de influência do empreendimento não existem corpos d’água dulcícolas de grandes dimensões. Apenas alguns rios que apesar de seu pequeno volume assumem importância do ponto de vista econômico e ambiental por serem a única fonte de abastecimento hídrico para a região. Poucos inventários foram realizados nesses ecossistemas. Foi ressaltado nos estudos de biodiversidade, que diversas áreas dos ecossistemas dulcícolas do bioma Atlântico são insuficientemente conhecidas, apesar de apresentarem uma provável importância biológica. Plano de Controle Ambiental DIGV 311 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC No estudo de impacto ambiental da Usina de Angra 2, foi realizado um inventário da ficoflórula de cinco rios que compõem o ecossistema dulcícola da região: Mambucaba, Perequê, Bracuí, Frade e Grataú. Na Tabela III.61, encontram-se listados os táxons registrados nos pontos de coleta dos rios Mambucaba, Perequê, Bracuí, Grataú e rio do Frade. Tabela III.61 - Táxons Fitoplanctônicos do ecossistema dulcícola. Mambucaba Táxon Perequê Bracuí Grataú Frade Classe Cyanophyceae Anabaena sp x x x Anabaena sp1 x Anabaena sp2 x x Chroococcus minutus Lyngbya sp. Lyngbya hieronymusii x x x (cf.) x (cf.) Lyngbya limnetica x Merismopedia glauca x x x x x Microcystis aeruginosa f. protocystis x Microcystis pulverea x Nostoc sp. x Oscillatoria cf. boryana x x x Oscillatoria cf. subtilissima x x x x x x Oscillatoria proteus x Oscillatoria sp. x Oscillatoria limnetica x x x Classe Chlorophyceae Actinastrum aciculare x Ankistrodesmus fusiformis x Characium sp. x Chlamydomonas sp. x x Coelastrum microporum x x Coelastrum reticulatum Plano de Controle Ambiental DIGV x 312 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mambucaba Táxon Perequê Bracuí Grataú Frade Elakatothrix sp. x Monoraphidium contortum x x x Monoraphidium longiusculum Oocystis sp. x Pandorina sp. x x Pediastrum tetras x Scenedesmus javanensis x x Scenedesmus quadricauda x x Scenedesmus spinosus Scenedesmus sp. x x Schroederia cf. robusta x Schroederia setigera x Schoederia sp. x Sphaerocystis sp. x Treubaria sp. x x x x x x Classe Zygnemaphyceae Actinotaenium sp. Actinotaenium cf. cucurbitinum x Cosmarium botrytis x Cosmarium cf. galeritum x Closterium sp1 x x Closterium sp2 x x Closterium cf. kuetzinguianum x Cosmarium botrytis var. mediolaeve x Cosmarium cf. galeritum var. subtumidum x x x x x x x Hyalotheca granulosa Mougeotia sp. x Netrium sp. Spirogyra sp. Plano de Controle Ambiental DIGV x x 313 x x x x x x x x x x x Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mambucaba Táxon Staurastrum sp1. Perequê Bracuí Grataú Frade x x x Staurastrum sp2. x Staurodesmus dejectus x Xanthidium sp. x Zygnema sp. x x x x x Classe Oedogoniophyceae Oedogonium sp1. x Oedogonium sp2. x x x Classe Ulvaceae x Schizomeris leibleinii Classe Ulothricophyceae Trentepholia sp. x Ulothrix sp. x x x x Euglena sp. x x x Phacus sp. x Trachelomonas armata x Trachelomonas hispida x Trachelomonas sp. x Trachelomonas volvocina x Classe Euglenophyceae x Classe Bacillariophyceae Amphora sp. x Achnanthes sp. x Anomoeneis cf.vitrae x Aulacoseira distans x Aulacoseira granulata x Aulacoseira cf. undulata x x Aulacoseira granulata var. angustissima x x Chaetoceros cf. muellerii Plano de Controle Ambiental DIGV x x x x x 314 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mambucaba Táxon Perequê Bracuí Grataú Frade Chaetoceros sp. x Cocconeis cf. placentula x Cymbella sp. x x x Entomoneis sp. x x x Eunotia sp. x x Gomphonema sp. x Hydrosera sp. x x x x x x x Navicula sp. x x x Nitzschia closterium Nitzschia sp. x Nitzschia cf. reversa x x Pinnularia sp. Pleurosigma sp. x x x x x x x x Stauroneis sp. x Surirella sp1 x x x x x Surirella sp2 x x x x Synedra sp. x Synedra ulna x x x x Tabellaria sp. x x x x x Cryptomonas marssonii x x Cryptomonas sp. x Classe Cryptophyceae Cryptomonas cf. pyrenoidifera x x Classe Crysophyceae x Dinobrom sertularia Mallomonas sp. x Synura sp. x x Classe Dinophyceae Peridinium sp. Plano de Controle Ambiental DIGV x 315 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Mambucaba Táxon Perequê Bracuí Grataú Frade x Peridinium umbonatum x x x (cf.) Classe Xanthophyceae x Istmochlorum gracile Nos levantamentos realizados para o EIA de Angra 3, foi evidenciado para o ecossistema dulcícola, assim como no ecossistema marinho, o predomínio do grupo das diatomáceas nos rios estudados, com exceção do rio do Frade. Segundo os dados obtidos no rio Mambucaba, do total de 44 táxons registrados, 45% são diatomáceas e 23% de cianofíceas, principalmente espécies filamentosas. No rio Perequê, a maior contribuição de outros grupos que não diatomáceas pode ser atribuída a um dos pontos de amostragem que se localiza bem próximo a uma área com bastante influência antrópica, com lançamento de matéria orgânica direto nos rios. Este fato pode ser corroborado pelo aumento da contribuição de espécies de euglenofíceas características de ambientes com grande quantidade de matéria orgânica (MARGALEF, 1983). No rio Bracuí, do total de 48 táxons registrados 29% são diatomáceas e 19% de clorofíceas, seguidos de desmídeas e cianofíceas com 17% cada. No rio Grataú o predomínio das diatomáceas foi influenciado, sobretudo pelas características do corpo d’água e pela influência do fitoplâncton marinho, predominantemente constituído por diatomáceas. No rio do Frade houve um predomínio florístico das clorofíceas e desmídeas. A influência antrópica e as características hidrológicas do rio possibilitam um maior desenvolvimento do fitoplâncton, sobretudo de espécies mais adaptadas a ambientes com características lênticas. Deste modo, foi observado o predomínio de algas planctônicas características de sistemas lótico. Comunidades Bentônicas Estuarinas Em função de uma conjunção de fatores espaciais e da hidrodinâmica dos estuários, são criadas condições favoráveis para o estabelecimento de complexa rede alimentar, englobando tanto elementos da biota aquática como taxa terrestres. Consequentemente, as áreas de manguezal passam a representar verdadeiros bolsões faunísticos, cujas biocenoses reúnem tanto taxa residentes como formas de freqüência acessória. Os principais organismos bentônicos que predominam nas áreas de manguezal foram representados pelos moluscos e crustáceos. Nos moluscos, destacam-se as seguintes espécies: Donax hanleyanus (sernambis), Crassostrea rizophorae (ostra de mangue), Teredo sp. (teredo), Anomalocardia brasiliana (samanguaiá), Iphigenia brasiliensis e Tagelus plebeius (unha-de-velho). Dentre os crustáceos encontram-se comumente os Balanidae (cracas miúdas) Lepas anatifera (conchas - marrecas), Cardisoma guanhumi (guaiamum). Goniopsis cruentata (aratu-vermelho-e-preto), Aratus pisonii (marinheiro), Uca spp. (chama-maré), Ucides cordatus (caranguejo-uçá), Callinectes sapidus (siri azul), Callinectes danae (siri azul) e Pennaeus spp (camarões). Segundo informações dos mesmos levantamentos, verifica-se o domímnio das macroalgas na área de estudo, distribuídas entre Chlorophyceae (algas verdes) e Rhodophyceae (algas vermelhas), com presença de uma Angiosperma marinha do gênero Plano de Controle Ambiental DIGV 316 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Halodule. Entre as algas verdes destacam-se Ulvaria oxysperma, Enteromorpha spp., Rhizoclonium spp. e Cladophoropsis membranaceae. Nas algas vermelhas observaram-se Bosthichya scorpioides e Bosthichya radicans foram as mais representativas. As comunidades bentônicas de maior expressão foram representadas pelos decápodas existentes nos sistemas fluviais da área, que se demonstraram igualmente pouco diversificadas, sendo composta por apenas pitus (Macrobrachium sp.). Ictiofauna A baía da Ilha Grande é um corpo de água salgada semi-confinada, com cerca de 800 km² de superfície. A semelhança das bacias contribuintes das baías de Guanabara e de Sepetiba, a bacia hidrográfica da baía da Ilha Grande, também, pode ser classificada como uma região hidrográfica. Essa bacia abrange cerca de 1.740 km² em território fluminense, compreendendo as superfícies continentais e insulares dos municípios de Angra dos Reis e Paraty, e ainda uma pequena parcela do estado de São Paulo, correspondendo ao alto curso dos rios Mambucaba, Bracuí e Ariró, este afluente do rio Jurumirim, onde estão os municípios de Bananal, Arapeí, São José dos Barreiros e Cunha (Bizerril & Primo, 2001). A região contribuinte à baía da Ilha Grande, situada a sudoeste do estado do Rio de Janeiro, apresenta relevo acidentado e linha de litoral bastante recortada. A área da região é relativamente pequena quando comparada com a extensa linha de costa. Tal fato é explicado pela proximidade da Serra do Mar com o litoral (Cunha, 1998). Na Tabela III.62 é apresentada uma listagem de espécies da ictiofauna dulcícola local, com base nos poucos estudos desenvolvidos na área (Maciel, 1984; São-Thiago et alii., 1988; São-Thiago, 1990; Vianna & Caramaschi, 1990; Vianna & Caramaschi, 1991; Caramaschi et alii., 1991; São-Thiago & Caramaschi, 1992; Coutinho, 1997; Natrontec, 1999; Bizerril & Primo, 2001). Vianna & Caramaschi (1991), analisaram a alimentação de Deuterodon sp. no rio Mambucaba (área de influência direta), utilizando-se de redes de espera. Concluíram ser a alimentação deste peixe baseada em vegetais superiores e insetos, nesta ordem de abundância, observando a presença de areia nos conteúdos estomacais, o que sugere que o peixe busque alimento em substratos arenosos. Os autores ainda sugerem a existência de picos alimentares ao amanhecer e ao crepúsculo. Tabela III.62 - Espécies de peixes nativas já assinaladas nos rios que fluem para a baía Bacia Hidrográfica da Ilha Grande. Taxon Nome Vulgar ANGUILIFORMES Ophichthydae Myrophis punctatus (Lutken, 1851) Moréia CHARACIFORMES Reythrinidae Plano de Controle Ambiental DIGV 317 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Taxon Nome Vulgar Traíra Hoplias malabaricus Crenuchidae Characidium sp. Canivete C. japuhybensis Canivete C. interruptum Canivete Characidae Glandulocaudinae Tetra-azul Mimagoniates microlepis Tetragonopterinae Oligosarcus hepsetus Bocarra Astyanax janeiroensis Lambari A. taeniatus Lambari Bryconamericus microcephalus Lambari Hyphessobrycon bifasciatus Lambari H. reticulatus Lambari Hollandichthys multifasciatus Lambari Cheirodontinae Lambari Spintherobolus broccae SILURIFORMES Ariidae Bagre-urutu Genidens genidens Pimelodidae Pseudopimelodinae Microglanis parahybae Heptapterinae Acentronichthys leptos Imparfinis minutus Pimelodella lateristriga Mandi Rhamdioglanis frenatus Mineiro branco Jundiá Rhamdia quelen Trichomycteridae Trichogeninae Trichogenes longipinnis Plano de Controle Ambiental DIGV 318 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Taxon Nome Vulgar Trichomycterinae Cambeva, moréia Trichomycterus zonatus Callichthyidae Callichthyinae Tamboatá Callichthys callichthys Corydoradinae Limpa-fundo Corydoras barbatus Loricariidae Neoplecostominae Cascudo Neoplecostomus microps Loricarinae Rineloricaria sp. 1 Caximbau Rineloricaria sp. 2 Caximbau Hypoptopomatinae Parotocinclus maculicauda Cascudinho Pseudotothris janeirensis Cascudinho Schizolecis guntheri Cascudinho Hypostominae Cascudo Hypostomus punctatus Kronichthys heylandi Ancistrinae Cascudo Ancistrus multispinis GYMNOTIFORMES Gymnotidae Gymnotus carapo Sarapó G. pantherinus Sarapó CYPRINODONTIFORMES Rivulidae Barrigudinho Rivulus janeiroensis Poeciliidae Poecilinae Barrigudinho Poecilia vivipara Cnesterodontidae Plano de Controle Ambiental DIGV 319 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Taxon Nome Vulgar Phallopthychus januarius Barrigudinho Phalloceros caudimaculatus Barrigudinho Anablepidae Barrigudinho Jenynsia multidentata SYNGNATHIFORMES Syngnathidae Cachimbo Oostethus lineatus GASTEROSTEIFORMES Synbranchidae Mussum Synbranchus marmoratus PERCIFORMES Centropomidae Centropomus parallelus Robalo C. undecimalis Robalo Gerreidae Diapterus rhombeus Carapeba Eucinostomus argenteus Carapicu Mugilidae Mugil curema Parati M. liza Tainha Cichlidae Acará-ferreirinha Cichlassoma facetum Jacundá Crenicichla lacustris Acará Geophagus brasiliensis Eleotrididae Dormitator maculatus Moréia, emborê Eleotris pisonis Moréia, emborê Gobiidae Peixe-flor Awaous tajasica Gobionellus boleosoma G. oceanicus G. schufeldti G. stomatus Plano de Controle Ambiental DIGV 320 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Taxon Nome Vulgar PLEURONECTIFORMES Achiridae Linguado Achirus lineatus Outras pesquisas indicaram que 71% das espécies autócnes dulcícolas ocorrentes na região, endêmicas de rios costeiros do Sudeste brasileiro, seriam a razão da diversidade da comunidade ictiofaunistica, além de sugerir que estes ambientes sejam instáveis devido às “fortes chuvas não previsíveis”, o que acarretaria períodos reprodutivos longos, como estratégia reprodutiva das espécies presentes. Em complementação ao conhecimento acerca da ictiofauna, pode-se citar o trabalho dos pesquisadores VIANNA & CARAMASHI (1990), que realizaram coletas entre setembro de 1988 e abril de 1989, pelo método de rede de espera, efetuando amostragens a intervalos de quatro em quatro horas, durante períodos de 24 horas, no trecho inferior do rio Mambucaba (área de influência direta), objetivavam analisar a partilha de recursos pelos integrantes da comunidade ictica. Seus resultados estão resumidos na Tabela III.63. Plano de Controle Ambiental DIGV 321 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Tabela III.63 - Espécies estudadas, e seus respectivos períodos de atividade e hábitos alimentares, segundo VIANNA & CARAMASHI (1990). Espécies Nomes Populares Período de Atividade Hábito Alimentar Geophagus brasiliensis Acará Diurno omnívoro Mugil curema Parati Diurno Deuterodon sp. Piaba Diurno omnívoro Centropomus parallelus Robalo Crepuscular carnívoro Oligosarcus hepsetus Peixe-cachorro Crepuscular carnívoro Rhamdia sp. Jundiá Noturno carnívoro Pimelodella sp. Mandi Noturno - Rineloricaria sp. Viola Noturno - - Também foi realizado um levantamento da ictiofauna de cinco rios da área de influência direta da CNAAA para o Dianóstico Ambiental do EIA de Angra 3: Mambucaba, Perequê, Grataú, Frade e Bracuí. Utilizaram-se metodologias especificas as características físicas dos trechos de rio amostrados. A Tabela III.64 traz a lista das espécies observadas. Tabela III.64 - Lista de espécies de peixes dulcícolas amostradas na campanha de campo. Espécies Nomes Populares Oligosarcus hepsetus Peixe-cachorro Geophagus brasiliensis Acara Poecilia sp. Guaru Centropomus sp. Robalo Mugil sp. Parati Pimelodella lateristriga Mandi-chorão Amphytonictis leptos Mandi-amarelo Pimelodus maculatus Mandi Rhamdia sp. Jundiá Awaous tajasica Emboré 1 Eleotris pisonis Emboré 2 Bathigobius soporator Emboré 3 Hypostomus sp1 Cascudo 1 Hypostomus sp2 Cascudo 2 Corydoras caudimaculatus Sarro ou São Pedro Plano de Controle Ambiental DIGV 322 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Espécies Nomes Populares Rineloricaria sp. Viola Strongylura sp. Agulha Oosthetus lineatus Peixe-cachimbo Achirus declives Tapa Gerres aprion Carapicu Characidium sp. Canivete Genidens genidens Bagre Xenomelaniris brasiliensis. Peixe-rei Sphoeroides sp. Baiacu De acordo com o estudo supracitado, não se registrou a presença de espécies exóticas, embora CARVALHAES (1994) relate a fuga de carpas cultivadas em tanques de substrato de terra, construidos pela Secretária de Agricultura e Pesca de Angra dos Reis, na reserva indígena do Bracuí, em decorrência de fortes chuvas ocorridas em fevereiro de 1994. III.2.3 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO As Unidades de Conservação (UC) são áreas criadas por instrumentos legais, onde há uma delimitação de uma área que será considerada protegida, por possuírem uma diversidade de espécies animais e vegetais ou alguma riqueza biológica evidenciada. São adquiridas através de ações governamentais ou através de aquisição de terras por pessoas físicas, jurídicas ou organizações conservacionistas (RPPNs). As Unidades de Conservação (UCs) podem pertencer a dois grupos distintos: de (1) Proteção Integral, cujo objetivo é de preservar a natureza, permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, e de (2) Uso Sustentável, cujo objetivo é de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Dentro desses dois grupos, as UCs podem, ainda, ser subdivididas em 12 categorias, tais como: Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Áreas de Proteção Ambiental, Reservas Extrativistas, Florestas Nacionais, entre outros. No Brasil, o total de áreas protegidas, chega a aproximadamente 8,13% do território nacional, já no domínio da Mata Atlântica existem 300 unidades de conservação, sendo estas federais e estaduais, totalizando menos de 2% desta. Dentro dos limites das Áreas de Influência Direta e Indireta encontram-se as seguintes UCs: Plano de Controle Ambiental DIGV 323 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Área de Influência Indireta Área de Proteção Ambiental de Tamoios – Criada pelo Decreto no 9.452 de 05/12/86, abrange toda a região continental do município de Angra dos Reis, assim como todas as terras emersas presentes nas baías de Ilha Grande, da Ribeira e de Jacuecanga. Desta forma, esta Unidade de Conservação sobrepõe-se ao Parque Estadual da Ilha Grande, Decreto no 15.273; Área “Non Aedificandi” entre as cotas 60 a 200 metros, Decreto Estadual no 2.062 e Lei Municipal no 146; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, Decreto no 4.972; Reserva Biológica da Ilha Grande, Decreto no 9.728; Área Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), Lei Municipal no 146; Estação Ecológica de Tamoios, Decreto no 98.864; e Parque Nacional da Serra da Bocaina, Decreto no 68.172. A vegetação predominante é a Floresta Ombrófila Densa de terras baixas, submontana e montana. Podem ser encontrados trechos de vegetação de Restinga e de Manguezal como as presentes na Ilha Grande e preservadas pela Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Os problemas ambientais estão relacionados com a ocupação humana, pois, é uma área de alto interesse turístico. O clima tem influência marinha, com precipitação anual de 2.242mm. A temperatura média anual é de 23ºC. Parque Nacional da Serra da Bocaina - Considerado uma área de extrema importância biológica, principalmente para a conservação de Aves, Répteis e Anfíbios, o Parque Nacional da Serra da Bocaina foi criado pelo Decreto Federal no 68.172 - 04/02/71 70.694 - 08/06/72. Municípios de Angra dos Reis e Parati. Localizado no extremo sul sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, rigorosamente é um parque biestadual, pois sua superfície também compreende terras do Estado de São Paulo. Os limites do PNSB afetam os municípios fluminenses de Angra dos Reis e de Parati, e os municípios paulistas de Ubatuba, Cunha, Areias, São José do Barreiro e Arapeí. Sobre a Serra de mesmo nome, predominando dentro de seus limites a Floresta Ombrófila Densa e seus subtipos, com algumas espécies endêmicas. Dentre as espécies típicas desse ambiente temos: Cariniana estrellensis (jequitibá branco), Cariniana legalis (jequitibá rosa), Euterpe edulis (palmito), Cassia multijuga (canafístula), Tibouchina spp. (quaresmeira). No interior da mata pode ser encontrada comumente a Heliconia sp. (bananeira do mato), sem falar do grande número de indivíduos das Famílias Araceae (antúrios), Palmae (palmeiras), Bromeliaceae (gravatás ou bromélias) e Orchidaceae (orquídeas), além de várias da Divisão Pteridophyta (samambaias), como espécies terrícolas, lianas e epífitas. Destacase nessa Unidade a presença trechos de Floresta Ombrófila Mista nas áreas mais elevadas, representando o limite máximo da distribuição de Araucaria angustifolia e Podocarpus lambertii na serra do Mar. A fauna é bem diversificada, destacando entre os mamíferos a anta (Tapirus terrestris), o macaco prego(Cebus apella), a onça pintada(Panthera onca) e a onça parda(Felix concolor), é uma área que abriga inúmeras espécies da fauna ameaçada de extinção, como é o caso do Brachyteles arachnoides (muriqui). Dentre as aves ameaçadas de extinção destaca-se a harpia (Harpya harpyja), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e gavião de penacho (Spizaetus ornatus). Os problemas ambientais estão ligados, especialmente à ação antrópica. Plano de Controle Ambiental DIGV 324 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC Estação Ecológica de Tamoios - Criada pelo Decreto no 98.864 de 23/01/90, é composta por um conjunto marinho formado de 29 ilhotes, ilhas, lajes e rochedos situado na baía da Ribeira e Ilha Grande, juntamente com os seus respectivos assoalhos marinhos e uma porção continental de 70 ha. Na região continental encontra-se a Floresta Ombrófila Densa nas tipologias de Terras Baixas e Submontana, assim como a fitofisionomia da Restinga, situada entre a praia e a BR-101. A vegetação da planície foi fortemente alterada e a da encosta está preservada. Segundo comunicação pessoal de Carlos Elysio Alhanati, funcionário da Eletronuclear, ocorre a soltura de animais que são recolhidos e tratados pelo Laboratório de Monitoração Ambiental. Na região marinha encontra-se diferentes afloramentos de terra e o assoalho marinho. A cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de Terras Baixas rica em palmeiras; Terras Baixas sem predomínio de palmeiras, e vegetação Rupestre. Segundo o decreto de criação da Unidade, em seu artigo 20, ficou estabelecido que o entorno marinho e parcéis de cada ilha, ilhote, lajes e rochedos, compreendidos dentro de um raio de 1 km de extensão a partir da arrebentação das ondas nas praias, encostas de rochedos e lajes, integrarão a Estação Ecológica. A partir disto, foi demarcado em mapa anexo (Unidades de Conservação – M-14) os limites dessa Unidade de Conservação. Área de Influência Direta A Área de Influência Direta é parcialmente abrangida pelas Unidades de Conservação acima relacionadas. Plano de Controle Ambiental DIGV 325 Diagnóstico do Meio Biótico NATRONTEC IV. - AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCO DO PROJETO Foram considerados, na Avaliação de Segurança e Risco do Projeto, os acidentes relativos às operações de troca dos equipamentos, à construção do DIGV, ao transporte dos equipamentos (ver rota contida no Anexo 10 deste PCA) e à armazenagem dos equipamentos dentro do DIGV. Foi previsto que podem ocorrer acidentes físicos (danos a estruturas, a trabalhadores e em equipamentos e embalados) e também ocasionados por contaminação e radiação nuclear, tendo em vista que os equipamentos a serem transferidos ou instalados se localizam dentro da contenção primária da Usina de Angra 1. IV.1 – ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS A Análise Preliminar de Perigos (APP) objetiva avaliar, qualitativamente, as situações perigosas a partir da identificação dos eventos iniciadores dos possíveis acidentes, bem como suas causas básicas, métodos de detecção e controle, freqüências de ocorrência, e conseqüências. Esta avaliação leva em conta, no caso do presente projeto (substituição, transporte, armazenagem e instalação de geradores de vapor e outros equipamentos), o conhecimento de que os principais cenários acidentais relevantes correspondem à possibilidade de contaminação radioativa do meio ambiente e de pessoas. Adicionalmente, também é analisada a possibilidade de ocorrência de danos físicos a equipamentos, instalações e pessoas. A realização da análise propriamente dita é feita através do preenchimento de uma planilha de APP para cada módulo em análise na instalação. A planilha utilizada nesta APP contém sete colunas, como o exemplo abaixo, que são preenchidas conforme descrito adiante. PERIGO CAUSA 1a 2a MODO DE DETECÇÃO EFEITOS 3a 4a CAT. FREQÜÊNCIA CAT. CAT. SEVERIDADE RISCOS 5a 6a 7a OBS. NO EVENTO 8a 9a 1a Coluna: Perigo Esta coluna deve conter os perigos identificados para o módulo de análise em estudo. De uma forma geral, os perigos são eventos acidentais que têm potencial para causar danos às instalações, aos operadores, ao público ou ao meio ambiente. Os perigos referem-se a eventos tais como: liberação de material tóxico, de material inflamável e de material radioativo, reação descontrolada e sobrepressão. 2a Coluna: Causa As causas básicas de cada perigo devem ser discriminadas nesta coluna. Estas causas podem envolver tanto falhas intrínsecas de equipamentos (rupturas, falhas de instrumentação, etc), como erros humanos de operação e manutenção. 3a Coluna: Modo de detecção Esta coluna deve conter Plano de Controle Ambiental DIGV as possibilidades 326 de identificação do evento. Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC 4a Coluna: Efeitos Os possíveis efeitos danosos de cada perigo identificado devem ser listados nesta coluna Os principais efeitos dos acidentes envolvendo substâncias radioativas, tóxicas e inflamáveis incluem entre outros: • Radiação excessiva (nuclear). • Formação de nuvem tóxica. • Incêndio. • Explosão. • Incêndio ou explosão em nuvem de vapor de produto inflamável. 5a Coluna: Categoria de Freqüência No âmbito desta APP, um cenário de acidente é definido como o conjunto formado pelo perigo identificado, suas causas e cada um dos seus efeitos. Os cenários de acidente devem ser classificados em categorias de freqüência, as quais fornecem uma indicação qualitativa da freqüência esperada de ocorrência para os cenários identificados. As classes de freqüência e severidade utilizadas no presente trabalho estão apresentadas na Tabela IV.1 abaixo, e tiveram como base o DOE-STD-3011-94, “Guidance for Preparation of Technical Safety Requirements (TSR), Nuclear Safety Analysis Reports (SARs) and Implementation Plans (IPs)”. Tabela IV.1 – Categorias de Freqüência Definição (falhas/ano) Categoria Denominação A Provável > 10 B Razoavelmente provável 10 a 10 C Pouco provável 10 a 10 Descrição esperado ocorrer mais do que 1 vez durante a vida útil da planta -2 -2 -3 esperado ocorrer até 1 vez durante a vida útil da planta -3 -4 não esperado ocorrer durante a vida útil da planta -4 -6 não esperado ocorrer durante a vida útil da planta D Raro 10 a 10 E Extremamente raro < 10 -6 não esperado ocorrer durante a vida útil da planta 6a Coluna: Categoria de Severidade Também de acordo com a metodologia de APP adotada neste trabalho, os cenários de acidentes foram classificados em categorias de severidade, as quais fornecem uma indicação qualitativa do grau de severidade das conseqüências dos cenários identificados, conforme mostrado na Tabela IV.2. Plano de Controle Ambiental DIGV 327 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.2 – Categorias de Severidade Categoria Denominação Definição I Catastrófica possibilidade de fatalidade de público externo/ severa degradação ambiental II Crítica possibilidade de fatalidade de público interno/ possibilidade de ferimentos no público externo/ danos ao meio ambiente necessitando de medidas emergenciais III Marginal IV Insignificante possibilidade de ferimentos no público interno/ danos materiais danos ao meio ambiente passíveis de controle - nenhum dano pessoal/ não comprometimento do meio ambiente Fonte: ALLUM, S. and WELLS, G.L. (1993). “Short-cut risk assessment”. Process safety envir., 71B, 161 7a Coluna: Categoria de Riscos Esta coluna contém a categoria de riscos que resulta do cruzamento de severidade e de freqüência, conforme a Matriz de Riscos contida na Figura IV.1. Plano de Controle Ambiental DIGV 328 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.1 – Matriz de Risco SEVERIDADE IV III II I A F R E Q Ü Ê N C I A B C D E TOTAL RISCO 1 INSIGNIFICANTE 2 MARGINAL 3 MODERADO 4 CRÍTICO 5 CATASTRÓFICO 8a Coluna: Observações Esta coluna contém as observações feitas às ações, tanto no sentido preventivo, quanto corretivo. 9a Coluna: Número do Evento Esta coluna apresenta o número seqüencial de cada evento, para referência no texto do relatório. A Tabela IV.3 apresenta os perigos identificados na presente Análise Preliminar de Riscos, excluídos os eventos acidentais considerados como de menor gravidade. Plano de Controle Ambiental DIGV 329 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 Atividades: Abertura e Fechamento das Paredes de Concreto e de Aço das Contenções Primária e Secundária, Corte de Tubulações, Instalação dos Novos Equipamentos Perigo Causas Modos de Efeitos Detecção 1) Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando pequenos danos físicos em equipamentos ou em pessoas 2) Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas - Erro humano no manuseio de ferramentas ou equipamentos Falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros - Inspeção visual - Dano físico leve em equipamentos e/ou pessoas - Erro humano no manuseio de ferramentas e equipamentos Falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros Plano de Controle Ambiental DIGV - Inspeção visual - Dano físico grave em equipamentos e/ou pessoas 330 Cat. Cat. Cat. Obs Freq. Sev. Risco B IV 2 C III 2 C III 2 C II 3 o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 1 2 3 4 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Atividade: Descontaminação, Retirada e Colocação dos Equipamentos sobre o Veículo de Transporte para o DIGV Perigo Causas Modos de Detecção - Erro humano no manuseio de 3) Queda ou choque ferramentas ou equipamentos de equipamentos causando pequenos - Falha mecânica dos dispositivos - Inspeção visual danos físicos em de içamento dos geradores de equipamentos ou em vapor e demais equipamentos a pessoas serem substituídos - Erro humano no manuseio de 4) Queda ou choque ferramentas ou equipamentos de equipamentos causando grandes - Falha mecânica dos dispositivos - Inspeção visual danos físicos em de içamento dos geradores de equipamentos ou em vapor e demais equipamentos a pessoas serem substituídos Plano de Controle Ambiental DIGV Efeitos - Dano físico leve em equipamentos e/ou pessoas - Dano físico grave em equipamentos e/ou pessoas Contaminação do meio ambiente e/ou de pessoas por radioatividade 331 Cat. Cat. Cat. Obs Freq. Sev. Risco C IV 1 C III 2 D III 1 D II 2 o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas -Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 5 6 7 8 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Atividade: Transporte dos Equipamentos e Embalados para o DIGV Perigo Causas Modos de Detecção - Erro humano no manuseio de 5) Queda ou choque de ferramentas ou da carreta de equipamentos ou transporte dos equipamentos embalados causando ou embalados - Inspeção visual pequenos danos físicos em equipamentos ou em - Falha mecânica da carreta de pessoas transporte dos equipamentos ou embalados - Erro humano no manuseio de 6) Queda ou choque de ferramentas ou da carreta de equipamentos ou transporte dos equipamentos embalados causando ou embalados - Inspeção visual grandes danos físicos em equipamentos ou em - Falha mecânica da carreta de pessoas transporte dos equipamentos ou embalados Plano de Controle Ambiental DIGV Efeitos - Dano físico leve em equipamentos ou embalados e/ou pessoas - Dano físico grave em equipamentos ou embalados e/ou pessoas - Contaminação do meio ambiente e/ou de pessoas por radioatividade 332 Cat. Cat. Cat. Freq. Sev. Risco C IV 1 D III 1 D III 1 D II 2 Obs o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 9 10 11 12 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Atividade: Armazenamento dos Equipamentos no DIGV Perigo Causas Modos de Cat. Cat. Freq. Sev. Risco C IV 1 D IV 1 - Dano físico grave em equipamentos e/ou pessoas D III 1 - Contaminação de pessoas com radioatividade D III 1 das - Dano físico grave em equipamentos de e/ou pessoas de - Contaminação do meio ambiente e/ou de pessoas por radioatividade D II 2 Detecção - Erro humano no manuseio de 7) Queda ou choque de ferramentas ou do dispositivo de equipamentos causando assentamento dos equipamentos - Inspeção visual pequenos danos físicos em equipamentos ou em - Falha mecânica do dispositivo de assentamento dos equipamentos pessoas - Erro humano na operação do dispositivo de assentamento dos equipamentos - Inspeção visual 8) Queda ou choque de - Falha mecânica do dispositivo de equipamentos e assentamento dos equipamentos materiais causando grandes danos físicos Controle em equipamentos ou em Choque de corpo externo contra encostas pessoas o prédio do DIGV (deslizamento Restrição de encosta, inundação ou choque operação de corpo pesado) equipamentos pesados Plano de Controle Ambiental DIGV Cat. Efeitos - Dano físico leve em equipamentos e/ou pessoas 333 Obs o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - 13 14 15 16 17 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Atividade: Armazenamento de Embalados no DIGV Perigo Causas Modos de - Erro humano no manuseio de 9) Queda ou choque de equipamentos embalado(s) causando - Inspeção visual pequenos danos físicos no(s) embalado(s) ou em - Falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do pessoas DIGV - Erro humano na operação do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV - Inspeção visual Controle encostas - Choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento Restrição de encosta, inundação ou choque operação equipamentos de corpo pesado) pesados Plano de Controle Ambiental DIGV - Dano físico leve em embalados, sem perda da sua integridade - Dano físico grave em embalados (com perda da sua integridade) e/ou em pessoas - Contaminação do meio ambiente e/ou de pessoas por radioatividade - Falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV 10) Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas Efeitos Detecção - Dano físico grave em embalados (com das perda da sua integridade) e/ou de em pessoas de Contaminação do meio ambiente e/ou pessoa por radioatividade 334 Cat. Cat. Cat. Obs Freq. Sev. Risco C IV 1 D III 1 D III 1 D II 2 D III 1 o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 18 19 20 21 22 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.3 – Eventos Acidentais ou Perigos Identificados na Análise Preliminar de Perigos do Projeto de Substituição e Armazenagem dos Geradores de Vapor e outros Equipamentos de Angra 1 (continuação) Atividades: Construção do DIGV Perigo Causas Modos de Efeitos Detecção - Erro humano no manuseio de 11) Queda ou choque de ferramentas ou equipamentos equipamentos causando pequenos danos físicos - Inspeção visual Falha mecânica de em equipamentos ou em equipamentos utilizados nos pessoas serviços de construção civil - Dano físico leve em equipamentos e/ou pessoas - Erro humano no manuseio de ferramentas e equipamentos 12) Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos - Inspeção visual Falha mecânica de em equipamentos ou em equipamentos utilizados nos pessoas serviços de construção civil Plano de Controle Ambiental DIGV - Dano físico grave em equipamentos e/ou pessoas 335 Cat. Cat. Cat. Obs Freq. Sev. Risco B IV 2 C III 2 C III 2 C II 3 o N Evento - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) - Manutenção adequada e realização de testes prévios dos equipamentos e ferramentas - Utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 23 24 25 26 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC IV.2 – CONSOLIDAÇÃO DOS CENÁRIOS ACIDENTAIS E MATRIZ DE RISCOS A Análise Preliminar de Perigos, apresentada na Tabela IV.3, identificou 26 cenários de acidentes, sendo quatro nos serviços de abertura e fechamento das contenções primária e secundária, corte de tubulações e instalação dos novos equipamentos, quatro nas operações de descontaminação, retirada e colocação dos equipamentos no veículo transportador, quatro durante o transporte dos equipamentos e embalados para o DIGV, cinco durante o armazenamento dos equipamentos no DIGV, cinco no armazenamento dos embalados no DIGV e quatro nos serviços de construção do DIGV. Esses acidentes foram classificados com o uso da Matriz de Riscos apresentada (ver Figuras IV.2 e IV.3) da seguinte forma: 13 cenários de risco insignificante (50%), 11 cenários de risco marginal (42%) e 2 cenários de risco moderado (8%). Não foram identificados quaisquer cenários de risco crítico ou catastrófico. Figura IV.2 – Matriz de Riscos dos Cenários Acidentais Identificados na APP SEVERIDADE IV III II I A F R E Q Ü Ê N C I A - B 2 2 C 4 5 2 11 D 1 8 4 13 TOTAL 7 13 6 1 13 INSIGNIFICANTE 2 11 MARGINAL 3 2 MODERADO 4 0 CRÍTICO 5 0 CATASTRÓFICO E RISCO Plano de Controle Ambiental DIGV 336 0 26 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.3 – Distribuição Percentual dos Cenários Acidentais Identificados na APP SEVERIDADE IV III II I A F R E Q Ü Ê N C I A - B 8% C 15% 19% 8% 42% D 4% 31% 15% 50% 27% 50% 23% 8% E TOTAL RISCO 1 50 % INSIGNIFICANTE 2 42 % MARGINAL 3 8% MODERADO 4 0% CRÍTICO 5 0% CATASTRÓFICO 0 100,0% De acordo com a metodologia definida pela Natrontec, dentre todos os cenários classificados na Análise Preliminar de Perigos (APP), os cenários com potencial de severidade crítica (seis cenários), independente da freqüência em que possam ocorrer, são estudados na análise de vulnerabilidade adiante. Deste modo, foram considerados para a análise de conseqüência os seguintes eventos acidentais: • Evento Acidental 4: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros. • Evento acidental 8: Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos. Plano de Controle Ambiental DIGV 337 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC • Evento acidental 12: Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados. • Evento acidental 17: Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado). • Evento acidental 21: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV. • Evento acidental 26: Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de construção civil. IV.3 – ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS E ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS IV.3.1 – ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIAS IV.3.1.1 - Eventos Iniciadores A avaliação das freqüências dos eventos iniciadores de acidentes utilizou dados diretamente associados às principais causas básicas estabelecidas pela Análise Preliminar de Perigos. A Tabela IV.4 a seguir apresenta as freqüências estimadas pela Natrontec - com base em dados estatísticos coletados nos “sites” do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério do Trabalho e Emprego, ou disponibilizados, através de contacto telefônico, pela Defesa Civil do Município de Angra dos Reis - para os eventos iniciadores dos acidentes considerados como de severidade crítica. Na determinação das estimativas de freqüências, também foram utilizadas informações do banco de dados da Natrontec. Plano de Controle Ambiental DIGV 338 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.4 - Freqüências dos Eventos Iniciadores Freqüência Evento Iniciador (ocorrência / ano) 4 - Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros 8 – Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos 12 – Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados 17 – Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) 21 – Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV Plano de Controle Ambiental DIGV 2,43E-3 Freqüência determinada a partir de dados da Pesquisa da Indústria da Construção de 2000, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do levantamento anual de acidentes do trabalho realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (ano de 2000) e de informações do Banco de Dados da Natrontec. 9,21E-5 Freqüência determinada a partir de dados da Pesquisa Industrial de 2002, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e de informações do Banco de Dados da Natrontec. 5,74E-5 Freqüência determinada a partir de dados fornecidos pela Defesa Civil de Angra dos Reis e de informações do Banco de Dados da Natrontec. 9,21E-5 26 – Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de construção civil 2,43E-3 339 Referência Freqüência determinada a partir de dados da Pesquisa Industrial de 2002, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e de informações do Banco de Dados da Natrontec. Freqüência determinada a partir de dados da Pesquisa da Indústria da Construção de 2000, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do levantamento anual de acidentes do trabalho realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (ano de 2000) e de informações do Banco de Dados da Natrontec. Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC As estimativas de freqüência apresentadas na Tabela IV.4 também foram determinadas considerando as características do local onde se situará o DIGV, no que concerne aos seguintes aspectos: o Condições atmosféricas. o Topografia. o Avaliação de controle e estabilidade das encostas. As características da área do DIGV, no que concerne a estes itens, são descritas a seguir: • Condições Atmosféricas A CNAAA possui um sistema de aquisição automático de dados meteorológicos composto de uma torre principal denominada “A” com 100 m de altura e que se localiza a cerca de 325 m ao norte do prédio do reator de Angra 2, na cota de 40 m. A Torre B está na cota de 12 m e afastada 1.200 m ao sul, próxima da arrebentação do mar, sobre o promontório rochoso conhecido como Ponta Fina e, portanto, próximo ao local onde se situará o DIGV. A Torre C fica na direção noroeste, a uma distância de 1.400 m, na cota de 166 m, enquanto a Torre D, a nordeste, dista 1.000 m e está na cota de 290 m. As Torres B, C e D possuem apenas um anemômetro ao nível de 15 m acima do solo, para medir a direção e velocidade dos ventos, enquanto a Torre A dispõe de anemômetros a 10 m, 60 m e 100 m de altura e próximo à sua base existe um pluviômetro instalado em um cercado. Além disso, ao nível de 10 m são medidas as temperaturas de referência do ar. Nesta torre são medidas as diferenças verticais de temperatura nos seguintes intervalos de altura de [10 - 60] m e [10-100] m, sendo em ambas as medidas a temperatura do nível de 10 m utilizada como referência. As informações coletadas nas diversas torres são enviadas por rádio para uma unidade central de aquisição (microcomputador industrial) localizado na sala de controle de Angra 1. Posteriormente, essas informações são transmitidas para a sala de controle de Angra 2 . A CNAAA está localizada a menos de meio grau ao norte do Trópico de Capricórnio, portanto, matematicamente dentro da zona tropical do Hemisfério Sul. O clima local e regional esperado deve ser tropical muito úmido e quente. O relevo da região é um importante fator climático e meteorológico. Devido à posição e orientação da Serra do Mar ao longo da costa da Região Sudeste, uma grande diversidade climática e vegetal é encontrada. Existem vários fatores que diversificam os climas locais e regionais, tais como correntes oceânicas, altitude e posição relativa às serras. O clima modernamente é entendido como o resultado da integração de sucessões de situações meteorológicas. O clima de um lugar é determinado por fatores estáticos (ou geográficos) e dinâmicos. Entre os fatores estáticos ou geográficos encontra-se a posição relativa, tal como a latitude e proximidade ao mar. A posição latitudinal determina a quantidade de insolação recebida durante o ano e como conseqüência o maior potencial para evaporação de água. Por outro lado, a vizinhança em relação às Plano de Controle Ambiental DIGV 340 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC grandes massas líquidas pode significar maior disponibilidade de vapor, maior teor de umidade no ar, nuvens e precipitações. Um outro fator climático importantíssimo é o relevo de região. Não só a altitude do lugar é relevante, mas também a posição relativa aos acidentes orográficos, dado que existe interação dos fatores estáticos com os dinâmicos. Os montes elevados penetram várias camadas de ar, onde os ventos do sistema da circulação geral possuem direções diferentes. A camada de inversão térmica suspensa sobre o mar e o litoral é encontrada ao nível dos platôs mais elevados. A camada de inversão suspensa suprime os movimentos convectivos, impedindo a ascensão dos poluentes e da umidade do mar para as camadas mais elevadas da atmosfera. Isto mostra que a Serra do Mar não cria somente uma descontinuidade da superfície da terra, mas também uma descontinuidade nas estratificações das camadas atmosféricas. A camada de ar estável, suspensa acima da camada de mistura litorânea, encosta-se nas serras. No planalto, uma outra camada de mistura se forma, assim como uma nova estratificação das camadas de ar. A escarpa das serras é, portanto, uma região de descontinuidade da estratificação da atmosfera, sendo um local de turbulência e instabilidade térmica. O ar quente e úmido gerado pela insolação diária, nas baixadas, fica impedido de ultrapassar os limites verticais da camada de mistura, coberta pela camada de inversão térmica. As brisas do mar tentam empurrar esse ar quente e úmido para o interior do continente mais aquecido, porém, são barradas pelas escarpas. No verão, os montes sofrem rápido aquecimento diurno, em poucas horas sobre eles desenvolvem-se células convectivas que aspiram ar dos vales. Na passagem das frentes frias, o lado a barlavento das serras recebe maior taxa de precipitações devido ao efeito do levantamento das massas de ar úmido. É por isso e também pela formação de células convectivas locais, que a distribuição espacial das precipitações apresenta grandes contrastes. A localização da Torre B na Ponta Fina é muito próxima ao mar e está mais distante das montanhas altas, e os seus dados revelam um regime de ventos noturnos catabáticos de N (12%) e ventos de brisa do mar de S (8%). Por estar mais exposta ao mar, recebe os ventos diretamente, antes que esses desviem-se ao longo das encostas. O padrão dos ventos noturnos na Torre B mantém semelhança com aquele da Torre A, existindo diferença quanto às brisas do mar que chegam de S e dos setores laterais. Na distribuição de freqüência horária dos ventos, pode-se observar os dois regimes de ventos diurnos e noturnos com os horários de transição de regime no início e no fim do dia. Na Torre B, a transição de regime não é tão clara e brusca como na Torre A. A dificuldade de circulação dos ventos na região onde se situará o DIGV reduz as possibilidades de dispersão de partículas radioativas eventualmente liberadas durante a ocorrência de algum evento acidental relacionado com a substituição dos geradores de vapor e outros equipamentos ou com a operação do DIGV e que se encontram listados na Tabela IV.3. Plano de Controle Ambiental DIGV 341 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC • Topografia Conforme descrito no Item II.1.4.1.a deste PCA, as características técnicas do local selecionado para o DIGV tornam necessária a realização de serviços de remoção de cerca de 4,0 m do aterro existente e de execução de um reaterro compactado no entorno do depósito, de modo a regularizar o nível. Assim, o DIGV será construído sobre uma área plana, situada na elevação + 4 m CNG. A drenagem da área do DIGV e adjacências prevê o direcionamento das águas pluviais locais para o mar, através de canaletas, canais e tubulações do sistema de drenagem pluvial a ser implantado para o empreendimento. • Avaliação de Controle e Estabilidade da Encosta A região onde se situará o DIGV possui uma encosta que necessita de obras de contenção destinadas a reduzir a probabilidade de ocorrência de deslizamentos que possam afetar a estrutura física do depósito. O projeto de estabilização da encosta é descrito no item II.1.4.1 deste PCA e a sua implementação permitirá, ao adotar coeficientes de segurança consagrados pela literatura, satisfazer os critérios de segurança adequados, protegendo o DIGV de eventuais deslizamentos de encostas. IV.3.1.2 - Árvore de Eventos A árvore de eventos é uma ferramenta de análise probabilística, representando os possíveis desdobramentos de um cenário acidental em diversas tipologias acidentais de acordo com o sucesso ou insucesso dos seus condicionantes. As Árvores de Eventos partem de um evento iniciador (Evento Topo de árvores de falhas, onde os cenários iniciais de acidentes com conseqüências potenciais significativas dependem da combinação ou sucessão de falhas mecânicas ou humanas, e de eventos externos), evoluindo até os diversos cenários acidentais, fornecendo as condições e probabilidades de ocorrência do evento final. Para que um evento iniciador evolua até um determinado cenário acidental é necessário que uma seqüência de diversas condições seja satisfeita. Uma vez definida a estrutura da árvore, são atribuídos valores para a probabilidade de cada um dos condicionantes e calcula-se a freqüência resultante de cada uma das seqüências de eventos da árvore. Os passos para a elaboração de uma análise em Árvore de Eventos são: 1. Identificação do evento inicial: evento de topo. 2. Identificação das condições para propagação. 3. Construção da Árvore de Eventos. 4. Cálculo de freqüência das seqüências de eventos, com base nas probabilidades admitidas para as condicionantes. 5. Totalização das freqüências por tipologia acidental. Plano de Controle Ambiental DIGV 342 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC As probabilidades utilizadas para cada uma das condições de propagação foram definidas com base na experiência dos consultores da Natrontec e no seu banco de dados. As Árvores de Eventos apresentadas nas Figuras IV.4 a IV.9 referem-se aos eventos iniciadores listados na Tabela IV.4, cujos efeitos consistem em dano físico grave em equipamentos ou pessoas. As Figuras IV.10 a IV.13 apresentam as árvores de eventos cujos efeitos são a contaminação do meio ambiente e de pessoas por radioatividade. Plano de Controle Ambiental DIGV 343 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.4 – Árvore de Eventos: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros – Efeito: Dano Físico Evento Iniciador: Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros (Acidente 4) IMPACTO DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE Não (Probab. = 0,9) CONSEQÜÊNCIA Dano físico no equipamento Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Morte Sim (Probab. = 0,1) Plano de Controle Ambiental DIGV 344 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.5 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos – Conseqüência: Dano Físico Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos (Acidente 8) IMPACTO QUEDA DE EQUIPAMENTO OU DESPRENDIMENTO DE COMPONENTE PROJEÇÃO DE COMPONENTE OU DE PEDAÇO DO EQUIPAMENTO DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE Não (Probab. = 0,995) Não (Probab. = 0,99) Sim (Probab. = 0,005) Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,01) CONSEQÜÊNCIA Dano físico equipamento, quebra da integridade no sem sua Dano físico equipamento, quebra da integridade no com sua Dano físico equipamento, quebra da integridade no com sua Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Morte Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 345 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.6 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados – Efeito: Dano Físico Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12) IMPACTO ROMPIMENTO / QUEBRA DE COMPONENTE DO EQUIPAMENTO OU EMB ALADOS PROJEÇÃO DE COMPONENTE OU DE PEDAÇO DO EQUIPAMENTO / ROLAMENTO DO EQUIPAMENTO OU EMBALADOS DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE CONSEQÜÊNCIA Dano físico no equipamento ou embalados , sem quebra da sua integridade Não (Probab. = 0,99) Dano físico no equipamento ou embalados , com quebra da sua integridade Não (Probab. = 0,99) Sim (Probab. = 0,01) Dano físico no equipamento ou embalados , com quebra da sua integridade Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,01) Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Morte Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 346 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.7 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV – Efeito: Dano Físico Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17) IMPACTO QUEDA DE BLOCOS DE CONCRETO / QUEDA DO EQUIPAMENTO OU DE ALGUM COMPONENTE DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE CONSEQÜÊNCIA Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade Não (Probab. = 0,99) Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,01) Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 347 Morte Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.8 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV – Efeito: Dano Físico Evento Iniciador: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21) IMPACTO DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE Não (Probab. = 0,999) CONSEQÜÊNCIA Dano físico no embalado Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Morte Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 348 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.9 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Materiais Devido a Falha Mecânica de Equipamentos Utilizados nos Serviços de Construção Civil – Efeito: Dano Físico Evento Iniciador: Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de construção civil (Acidente 26) IMPACTO DANO FÍSICO EM PESSOA OCORRÊNCIA DE FATALIDADE Não (Probab. = 0,9) CONSEQÜÊNCIA Dano físico no equipamento Não (Probab. = 0,999) Ferimento Sim (Probab. = 0,001) Morte Sim (Probab. = 0,1) Plano de Controle Ambiental DIGV 349 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.10 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos Devido a Falha Mecânica dos Dispositivos de Içamento dos Geradores de Vapor e Demais Equipamentos a Serem Substituídos – Efeito: Contaminação por Radioatividade Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos (Acidente 8) IMPACTO ROMPIMENTO DA PAREDE DO EQUIPAMENTO OU DESPRENDIMENTO DE COMPONENTE CONTAMINAÇÃO DE PESSOAS E/OU DO MEIO AMBIENTE EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO CONSEQÜÊNCIA Não ocorrência radioatividade Não (Probab. = 0,995) liberaç ão de Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,005) de Não (Probab. = 0,999) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose inferior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose superior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 350 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.11 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos ou Embalados Devido a Falha Mecânica da Carreta de Transporte dos Equipamentos ou Embalados - Efeito: Contaminação por Radioatividade Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12) IMPACTO ROMPIMENTO / QUEBRA DE COMPONENTE DO EQUIPAMENTO OU EMBALADOS CONTAMINAÇÃO DE PESSOA E/OU DO MEIO AMBIENTE EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO CONSEQÜÊNCIA Não ocorrência radioatividade Não (Probab. = 0,99) liberação de Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,01) de Não (Probab. = 0,999) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose inferior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose superior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 351 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.12 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Equipamentos e Materiais Devido a Choque de Corpo Externo contra o Prédio do DIGV – Efeito: Contaminação por Radioatividade Evento Iniciador: Queda ou choque de equipamento e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17) IMPACTO QUEDA DE BLOCOS DE CON CRETO / QUEDA DO EQUIPAMENTO OU DE ALGUM COMPONENTE CONTAMINAÇÃO DE PESSOA E/OU DO MEIO AMBIENTE EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO CONSEQÜÊNCIA Não ocorrência radioatividade Não (Probab. = 0,99) liberação de Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação Não (Probab. = 0,99) Sim (Probab. = 0,01) de Não (Probab. = 0,999) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose inferior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose superior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,01) Plano de Controle Ambiental DIGV 352 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Figura IV.13 – Árvore de Eventos: Queda ou Choque de Embalado(s) Devido a Falha Mecânica do Dispositivo de Içamento de Embalados dentro do DIGV – Efeito: Contaminação por Radioatividade Evento Iniciador: Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21) IMPACTO ROMPIMENTO DO EMBALADO CONTAMINAÇÃO DE PESSOA E/OU DO MEIO AMBIENTE EXPOSIÇÃO DE PESSOAS A NÍVEIS DE RADIAÇÃO ACIMA DO PERMITIDO CONSEQÜÊNCIA Não ocorrência de liberação de radioatividade Não (Probab. = 0,99) Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação Não (Probab. = 0,999) Sim (Probab. = 0,01) Não (Probab. = 0,999) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose inferior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação em dose superior ao limite aceitável Sim (Probab. = 0,001) Plano de Controle Ambiental DIGV 353 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC • Quantificação das Árvores de Evento A Tabela IV.5 a seguir apresenta os maiores valores de freqüência (ocorrência / ano) determinados para as seqüências associadas a cada evento iniciador, relativo a dano físico e por conseqüência, enquanto a Tabela IV.6 apresenta os maiores valores de freqüência relativos a contaminação por radioatividade. Tabela IV.5 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador cuja Conseqüência Consiste em Dano Físico Evento Iniciador Freqüência (ocorrência/ ano) Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas (Acidente 4) 2,43E-03 · Dano físico no equipamento 2,19E-03 · Ferimento 2,43E-04 · Morte 2,43E-07 Queda ou choque de equipamento causando grandes danos físicos em equipamentos ou pessoas, devido a falha dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos (Acidente 8) 9,21E-05 · Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade 9,16E-05 · Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade 4,56E-07 · Ferimento 4,60E-12 · Morte 4,61E-15 Queda ou choque de equipamento causando grandes danos físicos em equipamentos ou pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte de equipamentos (Acidente 12) 9,21E-05 · Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade 9,12E-05 · Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade 9,12E-07 · Ferimento 9,20E-12 · Morte 9,21E-15 Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17) 5,74E-05 · Dano físico no equipamento, sem quebra da sua integridade 5,68E-05 · Dano físico no equipamento, com quebra da sua integridade 5,73E-07 · Ferimento 5,73E-10 · Morte 5,74E-13 Plano de Controle Ambiental DIGV 354 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.5 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador cuja Conseqüência Consiste em Dano Físico (continuação) Evento Iniciador Freqüência (ocorrência/ ano) Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21) 9,21E-05 · Dano físico no embalado 9,20E-05 · Ferimento 9,20E-08 · Morte 9,21E-11 Queda ou choque de materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de construção civil (Acidente 26) 2,43E-03 · Dano físico no equipamento 2,19E-03 · Ferimento 2,43E-04 · Morte 2,43E-07 Tabela IV.6 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador Cuja Conseqüência Consiste em Exposição à Radiação Evento Iniciador Freqüência (ocorrência/ ano) Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos (Acidente 8) 9,21E-05 Não ocorrência de liberação de radioatividade 9,16E-05 Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação 4,60E-07 Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável 4,60E-10 Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável 4,61E-13 Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados (Acidente 12) 9,21E-05 Não ocorrência de liberação de radioatividade 9,12E-05 Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação 9,20E-07 Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável 9,20E-10 Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável 9,21E-13 Plano de Controle Ambiental DIGV 355 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.6 – Maiores Valores de Freqüências de Acidentes para cada Evento Iniciador Cuja Conseqüência Consiste em Contaminação por Radioatividade (continuação) Evento Iniciador Freqüência (ocorrência/ ano) Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) (Acidente 17) 5,74E-05 Não ocorrência de liberação de radioatividade 5,68E-05 Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação 5,68E-07 Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável 5,73E-09 Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável 5,74E-12 Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV (Acidente 21) 9,21E-05 Não ocorrência de liberação de radioatividade 9,12E-05 Liberação de radiação para o meio ambiente e não exposição de pessoas à radiação 9,20E-07 Exposição de pessoas à radiação, em dose inferior ao limite aceitável 9,20E-10 Exposição de pessoas à radiação, em dose superior ao limite aceitável 9,21E-13 IV.3.2 – ANÁLISE DE CONSEQUÊNCIAS A determinação da magnitude das conseqüências dos cenários acidentais identificados como de Categoria de Severidade II (Crítica) foi realizada considerando as seguintes conseqüências: • Dano físico grave em equipamentos, embalados ou pessoas (Eventos acidentais 4, 8, 12, 17, 21 e 26). • Liberação de radiação para o meio ambiente e exposição de pessoas à radiação (Eventos acidentais 8, 12, 17 e 21). IV.3.2.1 – Conseqüência: Danos Físicos em Equipamentos, Embalados ou Pessoas As possíveis conseqüências resultantes de danos físicos em equipamentos, embalados ou pessoas são as seguintes: • Conseqüências de danos físicos em equipamentos e embalados: o Formação de mossa. o Fissura em parede. o Ruptura de parede. • Conseqüências de danos físicos em pessoas: Plano de Controle Ambiental DIGV 356 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC o Ferimento leve. o Ferimento grave. o Morte. A análise das características dos cenários acidentais selecionados permite concluir que as suas conseqüências ficarão restritas às imediações dos seus locais de ocorrência, não sendo prevista a propagação dos seus efeitos para áreas mais distantes do local do evento. A Tabela IV.7 apresenta as áreas de conseqüência para cada um dos eventos acidentais de Classe II de severidade (crítica) identificados na Análise Preliminar de Perigos e cuja conseqüência consiste em dano físico. Tabela IV.7 – Danos Físicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos Acidente Área de Conseqüência 4 - Queda de materiais ou choque com obstáculos e queda de ferramentas, causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos de corte, tracionamento e outros Interior do prédio da contenção primária ou área externa imediatamente próxima ao prédio 8 – Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos da contenção secundária físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de içamento dos geradores de vapor e demais equipamentos a serem substituídos Rota de transporte dos 12 – Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, equipamentos e embalados e faixa devido a falha mecânica da carreta de transporte dos de mar próxima à rota de equipamentos ou embalados transporte 17 – Queda ou choque de equipamentos e materiais causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a choque de corpo externo contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) Área do DIGV 21 – Queda ou choque de embalado(s) causando grandes danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV Área do DIGV 26 – Queda ou choque de materiais causando grandes danos Áreas interna e externa físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha imediatamente próximas ao prédio mecânica de equipamentos utilizados nos serviços de do DIGV construção civil IV.3.2.2 – Conseqüência: Liberação de Radiação para o Meio Ambiente e Exposição de Pessoas à Radiação As áreas de conseqüências radiológicas dos eventos acidentais postulados abrangem as áreas apresentadas na Tabela IV.8. Plano de Controle Ambiental DIGV 357 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.8 – Danos Radiológicos e Áreas de Conseqüências Previstas para os Eventos de Classe II de Severidade (Crítica) Identificados na Análise Preliminar de Perigos Acidente Área de Conseqüência 8 – Queda ou choque de equipamentos causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica dos dispositivos de Área com raio máximo de 0,55 m no içamento dos geradores de vapor e demais entorno do equipamento, a partir do qual equipamentos a serem substituídos a taxa de dose de radiação é inferior ao limite para trabalhador de 20 mSv/ano, aplicado pela CNAAA e constante da Norma CNEN-NN-3.01 (hipótese de acidente com a tampa do reator e considerando o nível de radiação de 17 – Queda ou choque de equipamentos e materiais 7.000 µSv/h, ou seja, antes da sua causando grandes danos físicos em equipamentos descontaminação). ou em pessoas, devido a choque de corpo externo 12 – Queda ou choque de equipamentos ou embalados causando grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica da carreta de transporte dos equipamentos ou embalados contra o prédio do DIGV (deslizamento de encosta, inundação ou choque de corpo pesado) Área com raio máximo de 0,01 m no entorno do embalado, a partir do qual a taxa de dose de radiação é inferior ao limite para trabalhador de 20 mSv/ano (Área afetada pela radiação resultante da liberação de todo o conteúdo de um embalado e que permanece depositado na área do DIGV). Caso seja considerada a hipótese, extremamente remota, de rompimento dos 166 embalados previstos 21 – Queda ou choque de embalado(s) causando grandes para serem armazenados no DIGV, o raio danos físicos em embalado(s) ou em pessoas, máximo passaria a ser de 2,46 m. devido a falha mecânica do dispositivo de içamento de embalados dentro do DIGV Na hipótese de ocorrência de acidente com rompimento de embalado e liberação do conteúdo de todos os embalados a serem estocados no DIGV (166), a dose equivalente efetiva devido à inalação de ar contaminado seria de 0,01 mSv/ano para um indivíduo do público, que é 100 vezes inferior ao limite de 1 mSv/ano definido pela norma CNEN-NN-3.01 e adotado pela CNAAA. O valor de 0,01 mSv/a listado na Tabela IV.8, relativo ao acidente de rompimento e liberação do conteúdo de todos os embalados a serem armazenados no DIGV, foi determinado admitindo-se que 1% do conteúdo dos embalados seria composto por partículas com diâmetro inferior a 10 µ e, portanto, transportáveis por correntes de ar (HÜBSCHER, 1979 e WALLACE & KELLEY, 1975). De modo conservador, foram usados como coeficientes de doses equivalentes efetivas para a inalação de ar os valores, exp ressos em Sv/Bq, correspondentes a criança na faixa etária de 1 a 2 anos Plano de Controle Ambiental DIGV 358 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC (IAEA – Safety Series No 19, 2001). Como taxa de inalação foi utilizado o valor de 2,5368 x 10-4 m3/s, aplicável para o caso de uma pessoa adulta (DIAS, 2002). IV.4 – ANÁLISE DE VULNERABILIDADE A Análise de Vulnerabilidade tem por objetivo avaliar a extensão dos danos decorrentes de cenários acidentais, estimando o número de fatalidades e de pessoas feridas entre trabalhadores e comunidades vizinhas à instalação. Os danos acarretados por um acidente estão diretamente relacionados às suas conseqüências, ou seja, a área atingida e a intensidade da variável de exposição, que, para o DIGV, consistem em danos físicos em equipamentos e pessoas e contaminação de pessoas e do meio ambiente por radioatividade. Os resultados apresentados nas Tabelas IV.5 e IV.6 permitem constatar que a ocorrência de fatalidades, mesmo no pior caso (Acidentes 4 e 26, danos físicos), situase na região de cenários não críveis (10-7). Todos os demais cenários de acidentes, incluindo os de exposição à radiação, apresentam probabilidades ainda mais remotas e, portanto, desprezíveis. Desse modo, considerou-se como não pertinente a realização da análise de vulnerabilidade. IV.5 – AÇÕES E MEDIDAS DE RADIOPROTEÇÃO PARA CONDIÇÕES DE ACIDENTES As medidas de proteção adotadas para minimizar as conseqüências de acidentes nas atividades de substituição, transporte e armazenagem dos geradores de vapor e outros equipamentos no DIGV contemplaram os aspectos de proteção radiológica e física, conforme listado a seguir: • Proteção Radiológica: o Proteção radiológica estrutural do DIGV. o Blindagem radiológica das atividades de substituição e transporte dos equipamentos e materiais e do DIGV. o Proteção radiológica dos trabalhadores e do público em geral. • Proteção Física do DIGV: o Medidas Permanentes. o Medidas Temporárias. IV.5.1 – PROTEÇÃO RADIOLÓGIC A IV.5.1.1 – Proteção Radiológica Estrutural do DIGV O DIGV foi projetado de modo a que as áreas de estocagem dos equipamentos e embalados (caixas metálicas) fiquem separadas do Compartimento de Acesso (área DGV 0101) e do Compartimento de Manuseio das Caixas Metálicas (área DGV 0102), sendo o acesso à área de estocagem efetuado somente através de entradas tipo labirinto, conforme mostrado no Anexo 4 deste PCA. A necessidade de estruturar o DIGV em compartimentos isolados deveu-se ao fato de que a atenuação da radiação oriunda dos equipamentos de grande porte (geradores de Plano de Controle Ambiental DIGV 359 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC vapor, trocador de calor e outros) é relativamente pequena em relação ao aumento da distância de afastamento desses equipamentos. Assim, os seguintes princípios foram considerados para a distribuição dos compartimentos do DIGV: • O compartimento DGV 0107, onde é previsto o mais alto nível de radiação por ser destinado à estocagem da tampa do reator, está localizado na região mais afastada e de mais difícil acesso dentro do prédio e o seu acesso é feito através de entrada tipo de labirinto, de modo a oferecer proteção contra radiação gama. • As paredes de concreto de separação dos compartimentos individuais foram projetadas de modo a conter toda a radiação no interior do próprio compartimento, impedindo que atinja outro compartimento. • Dentro dos compartimentos, os equipamentos serão dispostos de acordo com a sua taxa de dose, sendo a parte do equipamento com mais alta taxa de dose posicionada no fundo do compartimento, ou seja, o mais longe possível da sua entrada. Os equipamentos serão armazenados no DIGV sempre em posição elevada em relação ao piso do compartimento, de modo a minimizar a possibilidade de que sejam atingidos por eventuais, muito embora improváveis, inundações que ocorram dentro do DIGV. Outra característica do procedimento de estocagem no DIGV consiste na colocação dos embalados com maiores níveis de radioatividade na parte central do compartimento DGV 0103 e, à sua volta, os embalados com menor nível de radioatividade, que atuarão, assim, como um cinturão de blindagem. Na hipótese de ocorrência de acidente envolvendo a entrada de líquido no interior do DIGV e sua conseqüente contaminação por radioatividade, este líquido deverá ser direcionado para o poço do sistema de drenagem interna, onde deverá ficar contido e posteriormente retirado de modo seguro. A presença de líquido no interior do poço de contenção fará soar o alarme a ser instalado no Prédio da Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeitos. O DIGV será designado como área controlada, conforme a Norma CNEN NN.3.01. IV.5.1.2 – Blindagem Radiológica A empresa a ser contratada para a realização dos serviços de substituição e transporte dos equipamentos e materiais será a responsável pelo projeto, planejamento e instalação de toda a blindagem necessária para a realização dos serviços de corte da contenção, retirada e transporte para o DIGV dos geradores de vapor velhos, colocação dos novos geradores de vapor e fechamento das contenções primária e secundária. O projeto de blindagem deverá atender às exigências da Eletronuclear, a quem caberá a responsabilidade final e a supervisão das atividades de substituição e transferência dos equipamentos e materiais radioativos para o DIGV. A Eletronuclear deverá solicitar à empresa contratada que a Taxa Coletiva nos trabalhos de substituição e transporte dos geradores de vapor se situe na faixa de 0,6 a 1,5 H.Sv (homem.sievert). Plano de Controle Ambiental DIGV 360 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Conforme descrito no Item II.1.4.1.h, o projeto de blindagem do DIGV foi concebido de modo a assegurar que as doses anuais nas superfícies externas às paredes do prédio sejam inferiores a 20 mSv (limite operacional para um trabalhador ocupacional no sítio de Angra) e as doses anuais na cerca do depósito sejam inferiores a 1 mSv (limite para um indivíduo do público). IV.5.1.3 – Proteção Radiológica dos Trabalhadores e do Público em Geral Para a proteção radiológica dos trabalhadores e do público em geral, serão aplicados os procedimentos administrativos da Proteção Radiológica da Eletronuclear e que também poderão ser utilizados em conjunto com os procedimentos do Plano de Emergência Local, caso haja necessidade de iniciá-lo. Vale assinalar que não haverá o transporte de nenhum equipamento ou material radioativo para locais fora da área da CNAAA, eliminando, conseqüentemente, a possibilidade de exposição à radiação de pessoas que estejam localizadas fora dos limites da CNAAA. Todos os trabalhadores envolvidos nas atividades de substituição, transporte e estocagem dos geradores de vapor deverão obedecer a norma CNEN-NN 3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção” e que define como sendo de 20 mSv/ano o limite máximo de taxa de dose a que um trabalhador pode ser exposto. Para indivíduos do público, esse limite é de 1 mSv/ano. Esse controle será efetuado através do uso de medidas administrativas (Autorizações de Serviço) e do uso de dosímetros e monitores portáteis, que informarão os níveis de radiação existentes nas áreas de trabalho e os níveis a que ficarão expostos os trabalhadores. A empresa contratada para os serviços de substituição e transporte dos equipamentos, e suas subcontratadas, serão responsáveis pelo gerenciamento de seu pessoal. Quando um trabalhador não for mais aceito na área controlada (dose demasiado elevada, falta de crédito de dose), essas empresas terão que substituir este trabalhador de imediato, incluindo o pessoal altamente qualificado, cuja substituição apresenta maior grau de dificuldade. É responsabilidade da contratada requerer aumento do limite de dose de uma pessoa, caso isto venha a se tornar necessário. Deve ser assinalado que Eventos Causadores de Contaminação de Pessoal podem automaticamente levar à recusa de acesso à Área Controlada em termos de radiação até que a pessoa em questão venha a ser liberada. O Plano de Proteção Radiológica da contratada deverá seguir os procedimentos PAGE 08 (Plano de Proteção Radiológica), PA-PR 25 (Controle de Exposição à Radiação), PA-PR 26 (Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa) e PA-PR 29 (Controle de Partículas Radioativas), integrantes do Manual de Operações da Usina (MOU), além de obedecer também à norma CNEN-NN 3.01 e todas as outras normas e recomendações internacionais aplicáveis, tais como as publicações de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA – Safety Series). Plano de Controle Ambiental DIGV 361 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC IV.5.2 – PROTEÇÃO FÍSICA IV.5.2.1 – Medidas Permanentes Um sistema de barreiras, especialmente projetado e construído, será instalado com o objetivo de evitar o contato de pessoa intrusa (ou animal) com os componentes radioativos ou recipientes radioativos armazenados no interior do DIGV. Estas barreiras são: • Material do próprio componente armazenado, no caso aço do equipamento ou material do enchimento do próprio recipiente de rejeito proveniente diretamente da substituição do componente. • Paredes internas e externas do DIGV, a serem construídas em concreto. • Cerca de segurança em torno do depósito. Esta cerca especial de segurança evitará o contato direto entre pessoas/animais de porte e os equipamentos e materiais radioativos. Ela será construída ao longo do perímetro do depósito, de modo a manter uma distância segura da parede externa da construção. A cerca será permanentemente monitorada por sistema de câmeras de vídeo (Sistema CFTV) e pelo serviço de segurança física de Angra 1, visando preservar a sua integridade. Durante o fechamento dos compartimentos contendo os equipamentos armazenados, somente serão permitidos permanecer dentro da área de construção os materiais, equipamentos e instalações imprescindíveis à execução das etapas pendentes. Outros itens que integram o projeto de proteção física do DIGV são os seguintes: • Sistema de alarme, a ser acionado quando da abertura de portas. • Sistema de iluminação externa. • Sistema de comunicação com outras áreas da CNAAA, composto por ramais telefônicos comuns. • Projeto de contenção da encosta existente na área do DIGV (ver Item II.1.4.1 deste PCA). • Projeto de ampliação do molhe de enrocamento, localizado entre o DIGV e a orla marítima (ver Item II.1.4.1 deste PCA). As imagens das câmeras externas, bem como os sinais de monitoração de abertura das portas, deverão ser reportados à Sala de Proteção Radiológica, situada na Guarita da área do Centro de Gerenciamento de Rejeitos. Serão utilizadas as Centrais de Circuito Fechado de Televisão e Alarmes de aberturas de portas pertencentes aos Depósitos (1, 2 A, 2 B e 3) e Prédio de Monitoração, instaladas na Guarita. Haverá, ainda, rondas diárias nas áreas externas à cerca, a serem realizadas pela equipe de patrulhamento da empresa de vigilância. IV.5.2.2 – Medidas Temporárias Objetivando aumentar o nível de segurança das operações de transporte dos equipamentos, é sugerido que seja prevista a possibilidade de uso do guindaste Plano de Controle Ambiental DIGV 362 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Manitowoc 4600-S4 (capacidade máxima de carga de 544 t, com lança de 140 pés), já disponível na CNAAA e que será acionado para a remoção de equipamentos de grande porte que venham a cair na via de transporte ou no leito marinho, como conseqüência de um acidente durante o transporte para o DIGV. Vale enfatizar, que a possibilidade de ocorrência desse tipo de acidente é desprezível, conforme comprovado nos estudos de Avaliação da Segurança e Risco do Projeto, realizados dentro deste PCA. IV.6 – TAXAS DE DOSE EM CONDIÇÕES NORMAIS E CÁLCULO DE DOSES EM CONDIÇÕES DE ACIDENTES PARA O TRABALHADOR E PÚBLICO EM GERAL Os valores de taxas de dose em condições normais são apresentados na Tabela II.3, contida no Item II.1.2.3 deste PCA e vale ressaltar, novamente, que os va lores listados na Tabela II.3 referem-se às taxas de dose antes da descontaminação dos equipamentos e serão significativamente reduzidos após a descontaminação, a ser realizada como descrito no Item II.1.1.3 deste PCA. Para as situações de acidentes de severidade crítica consideradas no presente documento, foram calculados os tempos máximos de exposição a que os trabalhadores podem ficar expostos à radiação, em condições normais e de acidentes, até atingirem o valor limite de 20 mSv/ano. Esses valores são apresentados na Tabela IV.9, que também lista os raios atingidos pelas curvas de 1 mSv/ano relativa à exposição de indivíduos do público em geral e à queda de algum equipamento no mar. Tabela IV.9 – Tempos de Exposição Máxima Permitidos para Trabalhadores e Raios das Áreas em que o Nível de Radiação Atinge 1 mSv/ano (Antes da Descontaminação do Equipamento) Equipamento Tempo de Exposição Máximo, em Horas, para Que o Trabalhador Fique Exposto à Taxa de Dose de 20 mSv/ano Raios da Área de 1 mSv/ano para Acidente de Queda de Equipamento no Mar (metro) (condições normais e de acidentes) 1) Gerador de Vapor 4,0 2,09 3) Tampa do vaso do reator 2,9 2,48 4) Trocador de Calor 40,0 0,66 5) Evaporador de rejeitos 80,0 0,47 4.000,0 0,07 6) Isolamento Térmico A análise da Tabela IV.9 mostra que o menor tempo de exposição máxima admitido para os trabalhadores é de 2,9 h e é relativo ao manuseio da tampa do reator, tanto em condições normais, quanto em condições de acidentes. A tabela mostra ainda que o maior raio para a curva de 1mSv/ano também está associado à tampa do reator, cuja curva atingiria um raio de 2,48 m. Vale enfatizar que os valores constantes da Tabela Plano de Controle Ambiental DIGV 363 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC IV.9 foram calculados com base nas taxas de dose medidas antes da descontaminação dos equipamentos. O valor de 2,48 m pode ser considerado como pequeno e em toda a área próxima à rota de transporte ao DIGV não será permitida a presença de pessoas do público em geral, durante as operações de transporte. Deve ser assinalado que a possibilidade de rolamento para o mar de algum equipamento, na hipótese de um acidente na carreta durante o transporte para o DIGV, é remota, visto que a distância mínima do eixo da rota de transporte em relação ao mar é de cerca de nove metros e existe entre esta via interna da CNAAA e o mar uma barreira física constituída pelo molhe de enrocamento. IV.7 – AVALIAÇÃO FINAL DA SEGURANÇA DO EMPREENDIMENTO DIGV Este item trata da avaliação dos riscos (sociais, individuais e ocupacionais) a que estarão expostos os trabalhadores envolvidos nas atividades de substituição e estocagem dos geradores de vapor e outros equipamentos de Angra 1. IV.7.1 – RISCOS SOCIAIS O Risco Social de um dado evento é expresso quantitativamente como o produto da freqüência de ocorrência do evento pelas suas conseqüências, ou seja: Risco (fatalidades/ano) = Freqüência (eventos/ano) x Conseqüências (fatalidades/evento), A freqüência refere-se a um certo intervalo de tempo, o qual é normalmente tomado como um ano, de modo que o risco é obtido em uma base anual. Em se tratando de risco de acidentes, a conseqüência mais importante é a fatalidade de seres humanos, embora ocorram outros tipos de conseqüências (ferimentos, destruição de residências, etc.). Para uma instalação industrial qualquer, onde possam ocorrer N eventos acidentais, cada um dando origem a M seqüências de acidentes independentes, podemos generalizar a equação acima, escrevendo: R = ∑n ∑ m FnmCnm onde R é o risco social médio da unidade (tradicionalmente, expressa em mortes por ano) e Fnm e Cnm representam, respectivamente, a freqüência anual e o número de mortes da m-ésima seqüência de acidente do n-ésimo evento iniciador. A partir das freqüências calculadas no item de análise de freqüência anterior, juntamente com a análise de vulnerabilidade, obtêm-se os valores de risco para cada tipologia e o seu somatório é o risco social médio R. Os riscos sociais por evento acidental, com freqüência de ocorrência da ordem de 10E-07, são apresentados na Tabela IV.10. Plano de Controle Ambiental DIGV 364 Avaliação de Segurança e Risco do Projeto NATRONTEC Tabela IV.10 – Valores de Riscos Sociais por Evento Acidental com Freqüência da Ordem de 10-7 Cenário Evento Freqüência (eventos/ ano) Pessoas Expostas Risco Fatalidades / Evento Feridos / Evento Fatalidade / Ano 4 - Queda de materiais ou choque Dano físico no equipamento com obstáculos e queda de ferramentas, causando Ferimento grandes danos físicos em equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos Morte de corte, tracionamento e outros 2,19E-03 1 0 0 0 2,43E-04 1 0 1 0 2,43E-07 1 1 0 2,43E-07 26 2,19E-03 1 0 0 0 2,43E-04 1 0 1 0 2,43E-07 1 1 0 2,43E-07 – Queda ou choque de Dano físico no equipamento materiais causando grandes danos físicos em Ferimento equipamentos ou em pessoas, devido a falha mecânica de equipamentos Morte utilizados nos serviços de construção civil Plano Básico Ambiental DIGV 365 Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC IV.7.2 – RISCOS INDIVIDUAIS O Risco Individual Médio pode ser quantificado como a razão entre a magnitude do risco social anterior e o número de pessoas expostas. Para uma instalação industrial qualquer, onde possam ocorrer diversas hipóteses acidentais, podemos generalizar escrevendo a seguinte equação para o risco individual médio: r= 1 N ∑x i fi onde r é o risco individual da instalação (tradicionalmente, expressa em mortes por ano), fi e xi representam, respectivamente, a freqüência anual de um dado acidente e o número de mortes resultantes do mesmo; N é o número de pessoas expostas aos riscos, calculado com base na maior área atingida por um acidente. O somatório é feito sobre o número de hipóteses acidentais num dado local, chegando-se a um risco individual médio para uma dada instalação. A partir das freqüências determinadas para cada cenário acidental calculadas no item de análise de freqüência anterior, juntamente com a análise de vulnerabilidade, obtêmse os valores de risco individuais para seres humanos, por tipologia acidental. Considerando-se os valores da Tabela IV.10 e também que o número máximo estimado de pessoas envolvidas, em qualquer época, nas atividades relacionadas com a construção do DIGV e com a substituição, transporte e estocagem dos equipamentos será de 213, tem-se que o risco individual médio para o empreendimento será de 2,43E-7/213, resultando em um risco individual médio de 1,14E-9 fatalidades/ano. O risco individual também pode ser definido como o risco de fatalidade de uma pessoa hipotética localizada em qualquer ponto x,y de um espaço bi-dimensional de análise de vulnerabilidade. Trata-se do somatório dos riscos de todos os acidentes que podem causar fatalidades em cada ponto x,y. IV.7.3 – COMPARAÇÃO DOS RISCOS INDIVIDUAIS Para permitir a melhor compreensão do valor de risco obtido para uma instalação industrial é comum a sua comparação com outros valores de riscos conhecidos. Para se colocar em perspectiva os resultados quantitativos obtidos neste capítulo são apresentados alguns valores de riscos individuais voluntários e involuntários no Brasil e no exterior, relativos a várias atividades, industriais ou não. A apresentação destes dados se faz necessária para o perfeito entendimento dos riscos aos quais os trabalhadores envolvidos no empreendimento estarão expostos em decorrência do empreendimento. Os valores de riscos tabelados podem ser divididos de acordo com o seu caráter voluntário ou involuntário, sofrendo ainda influência das características locais. Porém, para efeito comparativo, são apresentados na Tabela IV.11 os riscos individuais para vários eventos acidentais. Plano Básico Ambiental DIGV 366 Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC Tabela IV.11 - Riscos Voluntários e Involuntários – Quadro Internacional Voluntários Involuntários Risco (fatalidades/ano) Atividade Pilotar motocicleta 2.000E -5 Risco (fatalidades/ano) Atividade Atropelamento (EUA) 500E -7 600E -7 Fumar 20 cigarros/dia 500E -5 Atropelamento Unido) Praticar corrida de carro 120E -5 Enchentes (EUA) 22E-7 17E-5 Terremotos (Califórnia) 17E-7 7,5E-5 Tornados (EUA) 22E-7 Dirigir carro Beber 1 vinho/dia garrafa de (Reino Praticar alpinismo 4E-5 Tempestades (EUA) 8E-7 Praticar futebol 4E-5 Relâmpagos Unido) 1E-7 2E-5 Queda de aviões (EUA) Tomar anticoncepcionais pílulas (Reino 1E-7 Queda de aviões (Reino Unido) 0,2E-7 Explosão em vaso de pressão (EUA) 0,5E-7 Vazamento numa usina de energia atômica (EUA) 1E-7 Enchente (Holanda) 1E-7 nos Mordida de venenosos diques animais 2E-7 Transporte de petróleo e produtos químicos (EUA) 0,5E-7 Transporte de petróleo e produtos químicos (Reino Unido) 0,2E-7 Leucemia 800E -7 Influenza 2.000E -7 Fonte: LEES, F. P. Loss prevention in the process industries. 1996. O risco médio individual do empreendimento, de 1,14E-9 fatalidades/ano, é menor do que qualquer um dos riscos internacionais, voluntários e involuntários, listados na Tabela IV.11. Para o Brasil, conforme mostra a Tabela IV.12, os riscos individuais médios oscilam entre 5,2E-4 e 2,8E-6, que também são bem maiores do que o determinado para o presente empreendimento. Plano Básico Ambiental DIGV 367 Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC Tabela IV.12 - Riscos Individuais Médios no Brasil Causas Risco Individual (fatalidades/ano) Dirigir carro 5,2 E-4 Atropelamento 7,3 E-5 Afogamento 5,0 E-5 Leucemia 2,3 E-5 Eletrocussão 7,2 E-6 Descarga atmosférica 4,5 E-6 Incêndio 2,8 E-6 Fonte: IBGE, Banco de Dados Natrontec A Tabela IV.13 apresenta os riscos individuais médios da Indústria Britânica e a sua observação possibilita verificar que o valor do risco individual médio do empreendimento, calculado como sendo de 1,14E-9 fatalidades/ano, é cerca de 10.000 vezes inferior ao risco de indústria de vestuários e calçados, que apresenta o menor risco ocupacional no Reino Unido. Tabela IV.13 – Riscos Individuais Médios da Indústria Britânica, Segundo os Padrões do HSE Unidade Riscos Individuais Médios Vestuário e calçados 1,31E-5 Veículos a motor 1,14E-4 Indústria química 3,07E-4 Indústria do aço 7,00E-4 Trabalho agrícola 8,76E-4 Mineração do carvão 3,50E-3 Construção 5,87E-3 Tripulação de aviões 2,19E-2 IV.7.4 – COMPARAÇÃO DOS RISCOS SOCIAIS Os Riscos Sociais estão diretamente relacionados ao número de pessoas expostas às conseqüências de uma ocorrência acidental. Normalmente o Risco Social é representado através de curvas F-N, onde as conseqüências, medidas em termos de número de fatalidades (N), são registradas em função da freqüência acumulada de acidentes (F). Em razão do empreendimento se situar no Estado do Rio de Janeiro, no presente estudo foi utilizado o padrão de aceitabilidade de riscos sociais utilizado pela Feema, que é o órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Segundo esses critérios de Plano Básico Ambiental DIGV 368 Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC aceitabilidade (ver Figura IV.14), o empreendimento apresenta riscos sociais toleráveis, visto que o seu Risco Social calculado é de cerca de 2,43E-7, para uma fatalidade. Esse valor também atende ao padrão da Cetesb, órgão ambiental do Estado de São Paulo e que adota o padrão mais restritivo de aceitabilidade de risco no Brasil, admitindo uma fatalidade para a freqüê ncia de 1 x 10-5, conforme consta no seu “Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Risco”, de maio de 2003. Figura IV.14 - Padrão Feema de Aceitabilidade INTOLERÁVEL (FEEMA) FREQÜÊNCIA ACUMULADA (OCOR./ANO) TOLERÁVEL (FEEMA) 1,00E-01 1,00E-02 1,00E-03 1,00E-04 1,00E-05 1,00E-06 1,00E-07 1,00E-08 1,00E-09 1,00E-10 1,00E-11 1,00E-12 1 10 100 1000 10000 FATALIDADES IV.7.5 - CONCLUSÕES IV.7.5.1 - Riscos Individuais e Ocupacionais Os valores dos riscos individuais e ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores envolvidos no empreendimento são perfeitamente aceitáveis, quando comparados aos riscos individuais típicos no Brasil e no exterior, bem como aos riscos ocupacionais da indústria britânica. IV.7.5.2 - Risco Social Quando comparados com o padrão de aceitabilidade da Feema, o empreendimento apresenta riscos sociais aceitáveis. Plano Básico Ambiental DIGV 369 Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto NATRONTEC V – ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A partir da caracterização do empreendimento apresentada na seção II deste PCA, do diagnóstico da situação ambiental das áreas de influência direta e indireta, e da avaliação de segurança e riscos do projeto como um todo, conforme a seção IV, desenvolve-se a identificação dos impactos ambientais decorrentes de todas as atividades ligadas à instalação e operação do DIGV. Os impactos ambientais são definidos pela Resolução Conama 001/86 como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da população; às atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. Como tais alterações também podem ser resultantes de situações operacionais atípicas, incorpora-se na presente análise a conclusão da seção anterior, que investiga os riscos do empreendimento em todos os seus aspectos. V.1 - METODOLOGIA Os impactos foram categorizados e avaliados de acordo com as diretrizes da Resolução Conama nº 001/86, conforme o modelo conceitual apresentado a seguir. • MAGNITUDE Segundo BISSET (1987), a magnitude de um impacto “é definida como a medida de gravidade da alteração de parâmetro ambiental (consideram-se questões como a extensão do impacto, sua periodicidade e seu grau de modificação). A magnitude é, e também definida pela extensão do efeito daquele tipo de ação sobre a característica ambiental, em escala espacial e temporal. É classificada como alta, média ou baixa”. • SIGNIFICÂNCIA Indica a importância do impacto no contexto da análise. É classificada como alta, média ou baixa. • NATUREZA Indica se o impacto ambiental é positivo ou negativo, da seguinte forma: • O impacto positivo (ou benéfico) - quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro ambiental; • O impacto negativo (ou adverso) - quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental. • FORMA Indica se o impacto ambiental é direto ou indireto, da seguinte maneira: • O impacto direto - resultante de uma simples relação de causa e efeito; Plano de Controle Ambiental DIGV 370 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC • O impacto indireto - resultante de uma reação secundária em relação ao impacto direto primário, ou quando é parte de uma cadeia de reações. • PRAZO DE OCORRÊNCIA Indica se o impacto ambiental ocorre de forma imediata, de médio ou longo prazo, da seguinte forma: • impacto imediato – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre no mesmo momento em que se dá a atividade transformadora (causa); • impacto de médio prazo – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre em médio prazo, a partir do momento em que se dá a atividade transformadora (causa); • impacto de longo prazo – quando o impacto ambiental (efeito) ocorre em longo prazo, a partir do momento em que se dá a atividade transformadora (causa). • CONSTÂNCIA E DURAÇÃO Indica se o impacto ambiental em questão é temporário, permanente ou cíclico, da seguinte forma: • impacto temporário - quando o efeito (impacto ambiental) tem duração determinada; • impacto permanente - quando, uma vez executada a atividade transformadora, o efeito não cessa de se manifestar num horizonte temporal conhecido; • impacto cíclico – quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo determinados. • ABRANGÊNCIA Este parâmetro indica se o impacto ambiental é local, regional ou estratégico, segundo as seguintes definições: • impacto local - quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações; • impacto regional - quando o impacto se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação; • impacto estratégico - quando o componente ambiental afetado tem relevante interesse coletivo ou nacional. • REVERSIBILIDADE Indica se o impacto ambiental em questão é reversível ou irreversível, seguindo as seguintes definições: • impacto reversível - quando o fator ou parâmetro ambiental afetado, cessada a ação, retorna às suas condições originais; • impacto irreversível - quando, uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais em um prazo previsível. Plano de Controle Ambiental DIGV 371 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC • CUMULATIVIDADE E SINERGIA Se houver efeitos cumulativos e/ou sinérgicos, estes serão destacados na descrição do impacto ambiental, indicando sua magnitude e relações. Seguem as respectivas definições: • Cumulatividade: um impacto ambiental cumulativo é derivado da soma de outros impactos ou de cadeias de impacto que se somam, gerados por um ou mais de um empreendimento isolado, porém contíguo, num mesmo sistema ambiental. Impacto no meio ambiente resultante do impacto adicional da ação quando acrescentada a outras ações passadas, presentes e futuras, razoavelmente previsíveis (MAGRINI, 1990). • Sinergia: é o efeito, força ou ação, resultante da conjunção simultânea de dois ou mais fatores, inclusive de outros empreendimentos (caso das usinas de Angra 1 e 2, situadas no mesmo sítio: a CNAAA), de forma que o resultado é superior à ação dos fatores individualmente, sob as mesmas condições. Em outros termos, a associação de tais fatores não somente potencializa a sua ação como, ainda, pode produzir um efeito distinto (MAGRINI, 1990). Inicialmente são descritos os impactos decorrentes da implantação e operação do empreendimento e medidas mitigadoras e/ou compensatórias correspondentes. Em seqüência apresenta-se uma Matriz de Impacto Quanti-Qualitativa, segundo adaptação do método Fischer e Davies, desenvolvido em 1972, visando dar uma visão sinóptica geral dos impactos e medidas pertinentes. As operações de retirada dos equipamentos a serem substituídos do envoltório de Angra 1, de sua transferência ao DIGV, de instalação de novos equipamentos, e de operação do DIGV, conforme descrito na seção II deste PCA, não acarretam danos ambientais em condições normais, merecendo análise apenas do ponto de vista de sua segurança e dos riscos envolvidos, resumidamente incorporados a presente avaliação. Já o DIGV, embora seja uma obra de engenharia civil de pequeno porte, a ser localizada em área industrial do sítio da CNAAA, pode gerar impactos de baixa magnitude, conforme demonstrado adiante. V.2 - INSTALAÇÃO V.2.1 - MEIO FÍSICO • Supressão de vegetação secundária Devido às características antrópicas da área de intervenção, coberta por vegetação do tipo capoeira e situada no interior do sítio da CNAAA, este impacto terá baixa magnitude, não requerendo mitigação ou compensação. • Erosão e assoreamento O DIGV encontra-se inserido na base da encosta de uma antiga pedreira, no morro da Ponta Fina, na porção leste do sítio da CNAAA. Plano de Controle Ambiental DIGV 372 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC As obras de infra-estrutura prevêem a construção de sistemas de drenagem, tanto para as encostas adjacentes ao depósito, quanto para a área do próprio depósito. Esses sistemas buscam minimizar o risco ocorrência de processos erosivos e de assoreamento. Destarte, pode-se afirmar que este impacto potencial é de baixa magnitude e se encontra mitigado pelas características intrínsecas do projeto. • Produção de efluentes sanitários A permanência dos operários, na fase de construção, será apenas durante o turno de trabalho. Esta população de operários para a implantação do empreendimento, resulta na situação mais crítica, no que diz respeito à produção de efluentes sanitários, pois durante a fase de operação, haverá apenas inspeção periódica de acordo com o Programa de Monitoração Radiológico PA-PR 27. A estimativa do número de operários no pico da obra é de 176 trabalhadores. O refeitório utilizado pelos operários da construção do depósito em questão será o mesmo dos funcionários na CNAAA, onde já existe uma estação de tratamento de efluentes sanitários. Os operários utilizados na obra também serão preferencialmente moradores da região, não exercendo pressão significativa sobre o sistema de tratamento de efluentes sanitários no Município. Medidas Mitigadoras A implantação de um sistema de tratamento de efluentes sanitários não será necessária, porque a quantidade produzida, nas fases de implantação e operação do DIGV, será absorvida pelo sistema de tratamento existente. Os contêineres-sanitários serão diretamente conectados ao tanque séptico existente (cilíndrico, de câmara única, sem sumidouro, diâmetro 1,60 m, altura 2,60 m), periodicamente drenado por caminhão-fossa e encaminhado à Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Mambucaba. A Eletronuclear possui um programa de acompanhamento do monitoramento da qualidade (resultados laboratoriais) dos efluentes finais da ETE Mambucaba. A periodicidade dos relatórios é quinzenal. • Retirada da camada superficial do solo O processo de terraplenagem apresenta-se como impacto direto e de pequena magnitude, uma vez que a área de implantação do DIGV já sofreu intervenção antrópica anterior, com a execução de aterros. Medidas Mitigadoras As porções de solo e rocha que serão removidas devem ser armazenadas em um local do canteiro de obras para a reutilização das mesmas durante a construção ou em outras obras da CNAAA. Esta deposição provisória deve possuir proteção para evitar a erosão e carreamento do material. Caso o aproveitamento deste material não seja possível, deve ser disposto em área onde não haja possibilidades de erosão e conseqüente assoreamento em corpos hídricos ou áreas adjacentes. Se forem necessárias, devem ser utilizadas técnicas de construção e manejo para evitar a degradação dessas áreas. Plano de Controle Ambiental DIGV 373 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC • Contaminação do solo por combustíveis, óleos, graxas e produtos químicos em geral. Na fase de implantação do DIGV a contaminação por produtos químicos em geral é um impacto potencial. A contaminação pode ocorrer nas ações de pintura, limpeza e atividades de caráter geral, onde estes produtos são utilizados. A contaminação por combustíveis, lubrificantes e solventes (hidrocarbonetos derivados do petróleo) poderão ocorrer no abastecimento e manutenção de equipamentos e na limpeza de estruturas e ferramentas. Os solos podem se contaminar ainda por: va zamentos em equipamentos; derramamento ou transbordamento durante operações de carga e descarga de produtos; gotejamento de tubulações, reservatórios, veículos e equipamentos; lançamento indireto por escoamento superficial, precipitação ou pela rede de drenagem do empreendimento e/ou por lançamento direto ao solo. Medidas mitigadoras Caso ocorram acidentes que levem a derramamentos de produtos químicos, deverão ser implantadas as normas de isolamento da área, seguindo o manual da Associação Brasileira de Indústria Química - ABIQUIM. Após uma avaliação do risco e necessidade de remoção, a disposição do solo contaminado deverá ocorrer em locais que atendam as exigências para a classe do material. • Geração de Resíduos A geração de resíduos é inerente a qualquer tipo de obra ou empreendimento. A mesma é representada por resíduos oriundos da sobra ou da inutilização dos materiais de construção e também pela geração de resíduos “domésticos” gerados pelos trabalhadores. Medidas Mitigadoras Este empreendimento, inclusive durante a fase de construção, está sujeito aos procedimentos da Eletronuclear no que diz respeito aos resíduos. A CNAAA utiliza o Sistema de Manifesto de Resíduos, que subsidia o controle dos resíduos gerados no Estado do Rio de Janeiro, desde sua origem até a destinação final, evitando seu encaminhamento para locais não licenciados. Os resíduos gerados na Central Nuclear são separados, classificados e, grande parte, reutilizados. • Ruídos A construção do DIGV implica a utilização de máquinas e equipamentos geradores de ruído, particularmente na movimentação de terra (escavadeiras, pá carregadeiras, serra elétrica, caminhões e outros), fundações (marteletes pneumáticos, compactadores e outros) e obras civis (betoneiras, vibradores). A geração de ruído por parte de tais equipamentos é variável de acordo com a fase evolutiva da obra. A população atingida Plano de Controle Ambiental DIGV 374 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC engloba aquela atuante na CNAAA, sobretudo a ligada diretamente ao empreendimento, além dos trabalhadores da própria CNAAA e prestadores de serviço (empreiteiros). Conforme o nível e tempo de exposição, a população atingida poderá sofrer uma alteração transitória da audição, ou seja, alterações temporárias de limiar. Trata -se de um efeito em curto prazo representado pela redução da sensibilidade auditiva que retorna gradualmente ao normal depois de cessada a exposição, também dependente da sensibilidade individual. No caso de atingidos ou extrapolados os limites de tolerância legais a exposição ao ruído gera aceleração da pulsação, aumento da pressão sangüínea e estreitamento dos vasos sangüíneos. Pode implicar em mudanças do comportamento tais como nervosismo, fadiga mental, frustração e prejuízo no desempenho no trabalho. Medidas Mitigadoras Manutenção de Máquinas e Utilização de Equipamentos As medidas mitigadoras ao impacto de ruído gerado na implantação do empreendimento podem ser divididas entre a fonte geradora e o trajeto do ruído. Para ambas se utilizam atenuadores, defletores e silenciadores de ruídos junto às fontes geradoras e também a manutenção preventiva de máquinas e equipamentos geradores de ruído. Equipamentos de Proteção Pessoal Utilização de equipamentos de proteção pelos operários da obra e trabalhadores da própria CNAAA no DIGV, previstos na legislação de Higiene e Segurança do Trabalho (Portaria 3.214/78 da CLT), particularmente Normas Regulamentadoras Nº 7, 9 e 15. • Qualidade do ar A determinação do impacto sobre a qualidade do ar é medida pela concentração de cada poluente na atmosfera, e reflete o resultado final dos processos de lançamento de cada poluente e de suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (transporte e dispersão) e químico (reações químicas). Empreendimentos como o DIGV podem ser geradores de impactos na qualidade do ar apenas durante a fase de implantação, que deverão consistir especialmente de material particulado, proveniente das operações de movimentação de terra, e tráfego de veículos. A construção de prédios gera pó de cimento e de madeira, além de fumos e poeiras metálicas. Gases como SO2, NO2 e CO, decorrentes da movimentação de veículos e máquinas ligados às obras, também serão gerados temporariamente, em menor proporção. As emissões de material particulado variam conforme as operações e ritmo desenvolvidos na implantação do empreendimento, bem como das condições meteorológicas. Medidas mitigadoras Umidificação e Proteção do Solo Esta medida deve ser implantada durante as obras de terraplenagem, sendo de responsabilidade da empresa contratada para construção do empreendimento, bem como Plano de Controle Ambiental DIGV 375 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC do empreendedor. Sua adoção permite minorar a emissão fugitiva de poeira (material particulado), decorrente das operações com terra, durante a construção e montagem do empreendimento. Cobertura dos caminhões É prudente a atitude de cobrir os caminhões que transportam terras, rochas e todo material pulverulento, do canteiro de obras e até seus destinos finais, durante a construção do DIGV. Este procedimento minimiza a dispersão de material particulado durante a movimentação dos veículos. Manutenção preventiva de equipamentos Com o intuito de minimizar as emissões atmosféricas provenientes de máquinas e equipamentos, se faz necessária a manutenção preventiva durante o período de implantação. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor. V.2.2 - MEIO BIÓTICO Os impactos gerados pelo DIGV nas fases de Construção e Operação, sobre o ar, água e solo, repercutem de maneira direta ou indireta, variando em magnitude e intensidade, sobre a vegetação e a fauna. Ar: com base na análise preliminar de dispersão atmosférica, constatou-se que a emissão de poluentes na fase de construção do empreendimento irá consistir basicamente em material particulado (MP), SO2, NOx, CO2 e HC não queimados e emitidos, principalmente, pelos veículos. O ruído produzido pelas máquinas durante as obras também representa um impacto sobre o meio biótico. Água: as drenagens que correm próximas ao DIGV serão alvo de impacto, ao longo da fase de implantação do DIGV, que se tornarão receptores do escoamento superficial, na área diretamente afetada do empreendimento. Solo: as atividades de reaterro, lançamento e espalhamento de materiais a serem realizadas na área da planta do DIGV, sejam para quais forem as finalidades, terão como conseqüência imediata o deslocamento de terra. Os impactos sobre o meio biótico durante a fase de implantação serão decorrentes especialmente do ruído e emissão de material particulado, sendo que estes também atingem, de maneira indireta, a vegetação e os recursos hídricos. Por outro lado, a área destinada ao DIGV apresenta essencialmente vegetação herbácea e arbustiva. Conseqüentemente, não ocorrerá perda de habitat para a fauna. O ruído gerado pelo trânsito incremental de caminhões utilizados para o transporte de material e demais atividades afugentará as espécies mais vulneráveis que habitam as proximidades, levando-as a refugiar-se em localidades adjacentes. Entretanto, este impacto é local e reversível, restringindo-se ao período de implantação. A atividade na área acarretará alterações sobre a qualidade do ar, uma vez que haverá aumento de particulados em suspensão provenientes do trânsito de veículos, assim como Plano de Controle Ambiental DIGV 376 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC das emissões dos gases de combustão dos mesmos. Da mesma maneira que o ruído, este aspecto refletir-se-á negativamente sobre os representantes da fauna, especialmente sobre os mais suscetíveis a alterações atmosféricas. Os impactos negativos durante esta fase normalmente cessarão juntamente com a construção da obra e são representados pelas emissões atmosféricas como citados no meio físico, sendo eles: •? material particulado, proveniente das operações de movimentação de terra; •? gases como SO2, NO2 e CO, decorrentes da movimentação de veículos e máquinas ligados às obras; •? aumento do nível de ruído provocado por máquinas e equipamentos; As emissões de material particulado variam conforme as operações e ritmo desenvolvidos na implantação do empreendimento, bem como com as condições meteorológicas. Medidas Mitigadoras As medidas mitigadoras são, em parte, as mesmas utilizadas para o meio físico, sendo elas: Umidificação e Proteção do Solo Esta medida deve ser implantada durante as obras de terraplenagem, sendo de responsabilidade da empresa contratada para todo o empreendimento, bem como do empreendedor. Sua adoção permite minorar a emissão fugitiva de poeira (material particulado), decorrente das operações com terra, durante a construção e montagem do empreendimento. Cobertura dos caminhões Soma-se à medida mitigadora acima, a prudente atitude de cobrir os caminhões que transportam terras, rochas e todo material pulverulento, do canteiro de obras e até seus destinos finais, durante a construção do DIGV, ajudando a tornar eficaz a medida de umidificação do solo. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor. Manutenção preventiva de equipamentos Com o intuito de minimizar as emissões atmosféricas provenientes de máquinas e equipamentos é necessária a manutenção preventiva dos mesmos durante o período de implantação. Sua responsabilidade é da empresa construtora e do empreendedor. Manutenção de Máquinas e Equipamentos A medida mitigadora ao impacto de ruído gerados na implantação do empreendimento é a manutenção preventiva de máquinas e equipamentos geradores de ruído. Plano de Controle Ambiental DIGV 377 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC V.2.3 - MEIO ANTRÓPICO Os impactos negativos sobre o meio antrópico na fase de implantação do DIGV são semelhantes aos já descritos para os meios físico e biótico, caracterizando-se por sua abrangência local. São eles: •? Geração de ruído; •? Emissões (particulados, poeira, entre outros) •? Geração de resíduos; •? Incremento do tráfego (movimentação de máquinas e transporte de trabalhadores). Medidas Mitigadoras Além das medidas mitigadoras apresentadas para os meios físico e biótico podem-se destacar algumas que estão relacionadas diretamente com o meio antrópico, sendo elas: •? Coordenar e gerenciar as atividades de recrutamento e treinamento de pessoal capacitado para a utilização de mão de obra proveniente das localidades próximas à CNAAA; •? Implantação de ações do setor de serviço social da Eletronuclear voltadas ao acompanhamento e orientação dos empregados e terceirizados, complementadas por programas e palestras sobre prevenção de acidentes e saúde do trabalho; •? Utilização, pelos trabalhadores, de equipamentos de proteção contra ruídos e demais equipamentos de segurança do trabalho; •? Evitar a presença de pessoas que não estejam envolvidas na construção do empreendimento ou na sua operação; •? Regulagem e observação quanto ao tempo de uso dos equipamentos, para que não prejudiquem o ambiente e a população trabalhadora do local; e Os impactos positivos do empreendimento em suas áreas de influência direta e indireta, traduzem-se pela geração de empregos e pela garantia de continuidade operacional segura de Angra 1. V.3 - OPERAÇÃO É importante salientar que os efeitos causados em longo prazo, ou seja, na fase de operação, dependem em grande parte do padrão de operação do DIGV. Em condições normais de operação não há impactos adversos significativos. O único impacto relevante na fase de operação é justamente a garantia de operação segura de Angra 1, o que permitirá a continuidade do aporte de seus 640 MWe ao sistema interligado. Os impactos negativos na fase de operação, em condições normais, não apresentam significância. Plano de Controle Ambiental DIGV 378 Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC V.4 – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E RISCOS Foram considerados, na Avaliação de Segurança e Riscos do Projeto, os acidentes relativos às operações de troca dos equipamentos, à construção do DIGV, ao transporte dos equipamentos (ver rota contida no Anexo 10 deste PCA) e à armazenagem dos equipamentos dentro do DIGV. Foi previsto que podem ocorrer acidentes físicos (danos a estruturas, a trabalhadores e em equipamentos e embalados) e também ocasionados por contaminação à radiação, tendo em vista que os equipamentos a serem desmontados e transferidos funcionam dentro da contenção primária da Usina de Angra 1. Foram realizadas análises qualitativas (Análise Preliminar de Perigos para 26 cenários de acidentes) e quantitativas (Análise dos Riscos Individuais e Sociais de seis cenários com potencial de severidade crítica). Os danos acarretados por um acidente estão diretamente relacionados às suas conseqüências, ou seja, a área atingida e a intensidade da variável de exposição, que, no caso das operações analisadas para o DIGV, consistem em danos físicos em equipamentos ou em pessoas. Os resultados apresentados nas Tabelas IV.5 e IV.6 da Seção IV anterior permitem constatar que a ocorrência de fatalidades, mesmo no pior caso (Acidentes 4 e 26, danos físicos), situa-se na região de cenários não críveis (1,0E-7 ou 10-7). Todos os demais cenários de acidentes, incluindo os de possível exposição à radiação além dos limites aceitáveis, apresentam probabilidades ainda mais remotas e, portanto, desprezíveis, tanto do ponto de vista da saúde da população exposta como do ponto de vista da biota como um todo. Desse modo, considerou-se não pertinente a realização das análises adicionais de vulnerabilidade e risco para esses cenários. O risco individual médio foi calculado em 1,14E-9 fatalidades/ano. Este risco individual médio é menor do que qualquer um dos riscos típicos de uma sociedade urbana e industrial, voluntários e involuntários, conforme os bancos de dados internacionais, listados na Tabela IV.11 da seção IV anterior. Para o Brasil, conforme mostra a Tabela IV.12 na mesma seção, os riscos individuais médios a que está sujeita a população em geral oscilam entre 5,2E-4 e 2,8E-6, que também são bem maiores do que o determinado para o presente empreendimento. Em razão do empreendimento se situar no Estado do Rio de Janeiro, foi utilizado o padrão de aceitabilidade de riscos sociais utilizado pela Feema, órgão ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Segundo esses critérios de aceitabilidade, o empreendimento apresenta riscos sociais toleráveis, visto que o seu Risco Social calculado é de cerca 2,43E-7 para uma fatalidade. Esse valor também atende ao padrão da Cetesb, órgão ambiental do Estado de São Paulo, que adota o padrão mais restritivo de aceitabilidade de riscos sociais no Brasil. V.5 – MATRIZES DA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS São apresentadas a seguir as matrizes que resumem a análise de impactos do empreendimento DIGV. Plano de Controle Ambiental DIGV 379 Análise dos Impactos Ambientais causa temporário, permanente ou cíclico REVERSIBILIDADE imediato, de médio ou longo prazo ABRANGÊNCIA CONSTÂNCIA (DURAÇÃO) alta, direto ou média ou indireto baixa PRAZO DE OCORRÊNCIA alta, média ou baixa FORMA positivo ou negativo SIGNIFICÂNCIA MAGNITUDE IMPACTOS AMBIENTAIS NATUREZA NATRONTEC local, reversível regional ou ou estratégico irreversível MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS descrição grau de resolução (alto, médio ou baixo) FASE DE INSTALAÇÃO indireto Execução de cortes e aterros no terreno do depósito imediato temporário local reversível baixa indireto Presença de operários na obra imediato temporário local reversível baixa direto Geração de poeiras, material particulado, gases e fumaça imediato temporário local reversível imediato temporário regional reversível Assoreamento e Processos Erosivos negativo baixa baixa Produção sanitários negativo baixa negativo baixa de efluentes Alteração da qualidade do ar negativo baixa baixa direto Utilização de máquinas e equipamentos geradores de ruídos Contaminação do solo/água por produtos químicos, combustíveis, óleos e graxas negativo baixa baixa direto Acidentes com combustíveis e produtos químicos imediato temporário local reversível Geração de emprego e renda positivo média alta Direto e indireto Contratação de mãode-obra imediato temporário local e regional reversível Ruídos Plano de Controle Ambiental DIGV 380 a) Sistema de drenagem b) Dispositivo de proteção contra erosão e carreamento de materiais a) Utilização do sistema de tratamento já existente b) Monitoramento de qualidade dos efluentes a) Umidificação e proteção do solo; b) Cobertura dos caminhões; c) Manutenção preventiv a dos equipamentos; d) Utilização de EPI pelos trabalhadores. a) Utilização de atenuadores, e silenciadores b) Utilização de equipamento de proteção individual – EPI a) Manutenção de equipamentos; b) Treinamento e capacitação de pessoal. Não pertinente. Cabe acompanhar a contratação preferencial de mão-de-obra local a) alto b) alto a) alto b) alto a) alto b) médio c) médio d) alto a) alto b) alto a) alto b) alto - Análise dos Impactos Ambientais causa temporária, permanente ou cíclico REVERSIBILIDADE imediato, de médio ou longo prazo ABRANGÊNCIA CONSTÂNCIA (DURAÇÃO) alta, direta ou média ou indireta baixa PRAZO DE OCORRÊNCIA alta, média ou baixa FORMA MAGNITUDE positivo ou negativo IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICÂNCIA NATUREZA NATRONTEC local, reversível regional ou ou estratégico irreversível MEDIDAS MITIGADORAS E/OU COMPENSATÓRIAS descrição grau de resolução (alto, médio ou baixo) FASE DE OPERAÇÃO Aumento da operacional de Angra I segurança positivo Plano de Controle Ambiental DIGV alta alta indireta Substituição de equipamento crítico em fim de vida útil 381 imediato permanente para o novo ciclo de vida estratégico irreversível Não pertinente útil de Angra 1 - Análise dos Impactos Ambientais NATRONTEC VI. MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS A seguir, são apresentados os Programas de Controle e Monitoramento previstos para o empreendimento, considerando as suas etapas de implantação e de operação. VI.1 – PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS Estudos de estabilidade da encosta localizada a montante do local do DIGV, realizados por iniciativa da Eletronuclear, indicaram a necessidade de realização de serviços destinados a estabilizar a parte média dessa encosta, de modo a garantir a manutenção da integridade do DIGV. VI.1.2 – OBJETIVO Execução do projeto de estabilização da encosta apresentado no Item II.1.4.1 deste PCA. VI.1.3 – PROCEDIMENTO O projeto de contenção da encosta deverá ser implantado conforme projetado pela Eletronuclear e obedecendo às boas normas de engenharia, devendo ser realizado por empresa capacitada para a realização desse tipo de serviço e que possua experiência comprovada. Toda as etapas de realização do serviço deverão ser fiscalizadas pela Eletronuclear, seja através da utilização de técnicos próprios, seja através da contratação de empresa especializada. VI.1.4 – RESPONSABILIDADE Eletronuclear (Gerência de Engenharia Civil / Escritório de Obras) VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Início: Segundo semestre de 2006 Conclusão: Ao término do período de operação do DIGV VI.2 – MONITORAMENTO DA ENCOSTA VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS Tendo em vista os serviços de contenção que serão realizados na encosta situada a montante do DIGV, conforme descrito nos Itens II.1.4.1, torna-se necessário definir um programa de monitoramento dessa encosta. VI.2.2 – OBJETIVO Monitorar a encosta a montante do DIGV e garantir que seja mantida em adequadas condições de preservação. VI.2.3 – PROCEDIMENTO O programa de monitoramento será desenvolvido através da realização de inspeções visuais locais, com freqüência trimestral, nas quais serão realizadas limpezas das canaletas de drenagem pluvial e, também, observados, no mínimo, os seguintes itens: Plano de Controle Ambiental DIGV 382 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC • Estado de conservação das canaletas e da escada de dissipação. • Estado de conservação da vegetação de proteção das encostas. • Estado de conservação do concreto projetado. VI.2.4 – RESPONSABILIDADE Eletronuclear (Gerência de Engenharia Civil). VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Inspeções trimestrais, durante todo o período de operação do DIGV. VI.3 – MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS Tendo em vista o fato de que o DIGV destina-se ao armazenamento de equipamentos e materiais que contêm radioatividade, torna-se necessária a realização de um Programa de Monitoramento Radiológico, de modo a garantir que não ocorra a exposição de pessoas à radiação em níveis superiores aos permitidos e, também, identificar eventuais problemas existentes quanto à contenção da radioatividade no interior do DIGV. VI.3.2 – OBJETIVO Monitoramento radiológico periódico dos seguintes itens: • Interior do DIGV. • Área externa do DIGV. VI.3.3 – PROCEDIMENTO a) Monitoramento do Interior do DIGV Uma vez completada a colocação dos equipamentos e embalados no interior do DIGV, não é prevista nenhuma movimentação futura desses itens, a menos que razões de segurança tornem necessário reposicionar alguns itens, de modo a corrigir eventuais problemas físicos ou de nível de contaminação na área do DIGV. Caso seja necessário realizar alguma operação de movimentação de embalados/equipamentos, haverá sempre a presença de um profissional da Proteção Radiológica, bem como durante o ingresso de qualquer pessoa nas dependências do depósito. Visando manter um nível adequado de segurança no DIGV, todas as operações de transferência de embalados serão realizadas por intermédio do Dispositivo de Içamento do DIGV. Toda a área interna ao prédio do DIGV será tratada como área controlada, seguindo, portanto, todos os procedimentos aplicáveis de controle de acesso e de dose ocupacional. O monitoramento na área interna do depósito será realizado por um técnico de proteção radiológica e de acordo com o Programa de Monitoração Radiológica - PA-PR 27, que será revisado de modo a contemplar as instalações do DIGV. Nesse monitoramento serão verificados os seguintes itens: • Nível de contaminação superficial. Plano de Controle Ambiental DIGV 383 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC • Taxa de dose e nível de contaminação do ar ambiente interno do DIGV. b) Monitoramento da Área externa do DIGV O monitoramento da área externa do DIGV será realizado por meio de dois monitores de taxa de dose, que serão instalados na área externa ao prédio e serão integrados ao sistema Eberline em fase de instalação nos outros Depósitos de Rejeitos, para que as informações das taxas de dose externas às paredes do DIGV sejam enviadas, “online”, para a Sala de Proteção Radiológica, localizada na Guarita do Centro de Gerenciamento de Rejeito. c) Monitoramento do Ar Ambiente do DIGV O DIGV será equipado com um sistema de amostragem do ar, ligado à linha de exaustão do sistema de ventilação, para coleta de amostras de particulados em suspensão, em filtro removível, para posterior análise em laboratório. VI.3.4 – RESPONSABILIDADE Eletronuclear (Gerência de Monitoração). VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Monitoramento Radiológico do Interior do DIGV, incluindo monitoração do ar ambiente, e da Área Externa: a cada três meses, durante todo o período de operação do DIGV. VI.3.6 – RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND) Em função da seleção da Ponta Fina como o local para a construção do DIGV, foi implementado o Programa Pré-operacional para as áreas da Ponta Fina e Itaorna, com o objetivo de se obter o levantamento radiológico e químico do local, bem como uma análise radiológica em amostras oriundas das sondagens geotécnicas do local onde será construído o DIGV de Angra 1. Em todas as amostras examinadas não foram detectados radionuclídeos artificiais e, portanto, o local está livre de contaminação radioativa, conforme descrito no relatório DIPR 001/2002 (Programa Pré-operacional - Controle de Resíduos de Construção do DIRR e Ponta Fina). Estando o DIGV no mesmo sítio da CNAAA, os dados relativos aos componentes do meio ambiente são os mesmos levantados rotineiramente pelo Laboratório de Monitoração Ambiental. As Tabelas VI.1 e VI.2 apresentam um resumo desses resultados. Plano de Controle Ambiental DIGV 384 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na Ponta Fina (2001) Local Taxa de Dose Média anual (em mSv/30 dias) Ponta Fina (a01) Ponta Fina (A33) 0,119 0,090 Nota: - Ponto A01 – localizado próximo ao depósito de sucata da Usina; - Ponto A33 – localizado próximo à Estação Meteorológica Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector Proporcional (2002) Pontos (1) Taxa de Dose (em µSv/30 dias) 01 0,199 02 0,221 03 0,172 04 0,188 05 0,216 06 0,212 MÉDIA LOCAL 0,201 Nota (1): Todos os pontos situavam-se na área do DIGV A Tabela VI.3 apresenta os resultados médios das análises de parâmetros físicoquímicos realizadas em amostras de mar coletadas na Ponta Fina, nos anos de 2001 e 2002, mostrando a situação do ambiente marinho antes da construção e operação do DIGV. Plano de Controle Ambiental DIGV 385 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar Coletadas na Ponta Fina (2001 e 2002) Parâmetros 2001 (Média) -1 0,05 Nitrito (em µgatN.l ) -1 0,20 Nitrato (em µgatN.l ) -1 < 0,01 Fosfato (em µgatP.l ) -1 3,90 Silicato (em µgatSi.l ) Salinidade (em %) 35,0 -1 Oxigênio dissolvido (em ml.l ) 7,49 -3 Clorofila “a” (em mg.m ) 1,11322 -3 Clorofila “b” (em mg.m ) 0,23815 -3 Clorofila “c” (em mg.m ) 5,13828 pH 8,3 -1 Óleos e graxas (em ml.l ) Virtualmente ausente -1 Amônia (em mg.l ) < 0,1 -1 Boro (em mg.l ) 4,23 -1 Zinco (em mg.l ) 0,013 -1 Hidrazina (em mg.l ) < 0,05 Nota: (1): análise não realizada devido à manutenção do equipamento. 2002 (Média) 0,06 0,08 < 0,01 4,88 35,0 (1) 1,37093 0,04186 0,70043 8,1 Virtualmente ausente < 0,1 4,55 0,008 < 0,025 VI.4 – CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS O presente programa justifica-se pela necessidade de realização de um estrito controle operacional do DIGV, de modo a evitar a que pessoas e o meio ambiente possam ser negativamente afetados em razão da sua operação. VI.4.2 – OBJETIVO O presente programa apresenta os controles operacionais que deverão ser utilizados durante a operação do DIGV. VI.4.3 – PROCEDIMENTO Conforme já descrito no presente PCA, no DIGV não serão realizadas operações rotineiras de carga, que somente ocorrerão quando da transferência dos geradores de vapor e outros equipamentos e embalados para o DIGV. Cada compartimento, após receber o respectivo equipamento, terá a sua parede externa erguida, de modo a promover a completa vedação do local de estocagem e impossibilitando a movimentação futura dos equipamentos estocados, a menos que sejam derrubadas as paredes externas dos compartimentos de armazenagem. A única possibilidade de acesso por pessoas aos equipamentos estocados consistirá na entrada principal do prédio, conforme mostrado no Anexo 4 deste PCA. No que concerne aos embalados, a sua estocagem também deverá ser realizada em caráter definitivo, não sendo prevista qualquer movimentação futura dos embalados no interior do DIGV. Qualquer mudança de posição de embalado somente deverá ocorrer caso se torne necessário solucionar alguma dificuldade física ou relacionada com o nível de radiação na área do DIGV. Plano de Controle Ambiental DIGV 386 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC Assim, o DIGV deverá, em condições normais de funcionamento, permanecer completamente fechado e sem nenhuma movimentação de pessoas ou cargas no seu interior. Ele somente será aberto quando da realização das inspeções trimestrais previstas no Programa de Monitoramento Radiológico, quando um técnico de proteção radiológica da CNAAA, deverá entrar no prédio e realizar o levantamento dos níveis de radiação do DIGV. Conforme descrito no PCA, o DIGV disporá dos seguintes equipamentos e sistemas destinados a garantir suas condições operacionais e de segurança: • Dispositivo de içamento. • Sistema de proteção contra incêndios. • Sistema de iluminação interna e externa. • Sistema de aterramento elétrico. • Sistema de proteção contra descargas elétricas. • Sistema de drenagem. • Sistema de ventilação destinado a impedir a ocorrência de pressões positivas no interior do prédio e dotado de filtro de alta eficiência (HEPA). • Dispositivos de alarme de abertura de portas. • Câmeras de vídeo para monitoração da área externa. • Ramais telefônicos comuns. VI.4.4 – RESPONSABILIDADE Eletronuclear (Gerência de Monitoração) VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Ver Item II.1.4.2 deste PCA. VI.5 – OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE (SSTMA) Tem como objetivo embasar as atividades de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente Para que ocorra a implementação do programa de SSTMA com sucesso e eficácia, é de extrema importância à conscientização e o envolvimento de todos os trabalhadores participantes da construção do DIGV. Além disso, cada funcionário deverá ser estimulado, treinado, motivado e conscientizado a agir sempre com segurança e todos os equipamentos, ferramentas, materiais, instalações, deverão ser mantidas em condições perfeitas de operação e uso adequado. VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL O Programa de Monitoramento Sismológico é implementado pela Eletronuclear em parceria com o Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da Universidade de São Paulo Plano de Controle Ambiental DIGV 387 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC (USP). O Monitoramento Sismológico do sítio (Local), com a implantação de uma Estação Sismográfica de Angra dos Reis (ESAR), está inserido num Monitoramento Regional reali zado através de uma Rede Sismográfica Regional, administrada pelo IAG/USP. A ESAR está situada na Praia do Velho, adjacente a Piraquara, e conta com modernos equipamentos, possibilitando um monitoramento mais apurado do sítio. Já está em funcionamento e possui registros desde janeiro de 2002. VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Este programa de educação ambiental deve ser entendido como um processo que conduz a condições de produção e aquisição de conhecimento e habilidades, desenvolvimento e assimilação de atitudes, hábitos e valores. Com a formação educacional, pode-se, por conseqüência, viabilizar a participação da comunidade na gestão do aproveitamento e uso dos recursos naturais e nas ações que afetam a qualidade dos meios natural e antrópico. Plano de Controle Ambiental DIGV 388 Medidas Mitigadoras e Programas Ambientais NATRONTEC VII. PROJETOS FUTUROS Para o DIGV, a Eletronuclear não possui nenhum projeto, a priori, para ampliação, implantação de instalações associadas ou quaisquer outras intervenções. Plano de Controle Ambiental DIGV 389 Projetos Futuros NATRONTEC VIII. EQUIPE TÉCNICA A equipe técnica multidisciplinar da NATRONTEC, responsável pela elaboração deste PCA, é apresentada no quadro a seguir: Função Área Profissional Cadastro Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental Coordenador Engenheiro Civil 289.839 Vice-coordenador, Disposições Gerais, Unidade I – Troca do Gerador de Vapor, Programas de Controle e Monitoramento, Projetos Futuros Engenheiro Químico 290.072 Mari Mizutani Avaliação de Segurança e Risco Engenheira Química do Projeto – Aspectos Físicos 207.551 Carlos Veloso Avaliação de Segurança e Risco do Projeto – Aspectos Radiológicos 660.194 Nome José Alberto Gemal Carlos Coelho Carvalho Neto de Físico Cadastro Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental da Natrontec Estudos e Engenharia de Processos Ltda: 289869 Plano de Controle Ambiental DIGV 390 Equipe Técnica NATRONTEC EQUIPE ELETRONUCLEAR A equipe técnica multidisciplinar da Eletronuclear responsável pelo fornecimento de informações relativas ao empreendimento e pela análise do PCA é apresentada no quadro a seguir: • Iukio Ogawa – engenheiro; • Raimundo Moreira Lima Filho – engenheiro; • Paulo Roberto Borba – físico nuclear; • Luiz Alberto Malheiros - engenheiro; • Giovani Bloise – biólogo; • Alexandre Kubota – biólogo; • Kátia de Souza Ramos – geógrafa; • Rita de Cássia Figueiredo – engenheira; • Antônio Sérgio Alves – engenheiro; • Erivaldo Passos – engenheiro; • Cícero Pacifici dos Santos – engenheiro; • Jose Evaldo Siqueira Soares– engenheiro; • João Carlos Alves Nunes– engenheiro; • Carlos Leopoldo Prates – engenheiro; • Carlos A.R. Ferreira – engenheiro; • Carlos Guilherme Genuncio – engenheiro; • Nélio Viana Mariano – físico; • José Costa Mattos – engenheiro; • Marcos Amaral – engenheiro; • Heitor Hitoshi – engenheiro; • John Wagner Amarante – engenheiro; • Carlos E. Alhanatti – biólogo. Plano de Controle Ambiental DIGV 391 Equipe Técnica NATRONTEC IX. BIBLIOGRAFIA IX.1 – CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO 1. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – CNEN – Norma CNEN-NE5.01 “Transporte de Materiais Radioativos”, julho de 1988. 2. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – CNEN – Norma CNEN-NN3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção”, janeiro de 2005 3. CRANE ACCIDENTS.COM – Official Site “craneaccidents.ne t/stats.htm – março de 2005. 4. DEPARTMENT OF ENERGY OF THE UNITED STATES OF AMERICA - STD3011-94, “Guidance for Preparation of Technical Safety Requirements (TSR), Nuclear Safety Analysis Reports (SARs) and Implementation Plans (IPs)”. 5. DIAS, W. 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ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento PARG 03 – Programa ALARA, 2003. 11. ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento 2PA-MA 10 – Programa de Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional, 2004. 12. ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento 2PA-MA 11 – Programa de Monitoramento Ambiental Radiológico Operacional do Depósito Provisório de Rejeitos Sólidos de Baixa e Média Atividades da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto , 2004. 13. ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento PARG 12 – Rejeitos Sólidos Radioativos, 2005. 14. ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento PAPR 26 – Controle sobre os Níveis de Contaminação Radioativa, 2003. Plano de Controle Am biental DIGV 392 Bibliografia NATRONTEC 15. ELETRONUCLEAR – ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A – Procedimento PAPR 28 – Descontaminação, 2003. 16. 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MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS 382 VI.1 – PROGRAMA DE CONTROLE DA ESTABILIDADE DAS ENCOSTAS VI.1.1 - JUSTIFICATVIAS VI.1.2 – OBJETIVO VI.1.3 – PROCEDIMENTO VI.1.4 – RESPONSABILIDADE VI.1.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 382 382 382 382 382 382 VI.2 – MONITORAMENTO DA ENCOSTA VI.2.1 - JUSTIFICATVIAS VI.2.2 – OBJETIVO VI.2.3 – PROCEDIMENTO VI.2.4 – RESPONSABILIDADE VI.2.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 382 382 382 382 383 383 VI.3 – MONITORAMENTO RADIOLÓGICO LOCAL VI.3.1 - JUSTIFICATVIAS VI.3.2 – OBJETIVO VI.3.3 – PROCEDIMENTO VI.3.4 – RESPONSABILIDADE VI.3.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO VI.3.6 – RADIAÇÕES E CONCENTRAÇÕES DE FUNDO (BACKGROUND) 383 383 383 383 384 384 384 VI.4 – CONTROLE OPERACIONAL DO DIGV VI.4.1 - JUSTIFICATVIAS VI.4.2 – OBJETIVO VI.4.3 – PROCEDIMENTO VI.4.4 – RESPONSABILIDADE VI.4.5 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 386 386 386 386 387 387 VI.5 – OUTROS PROGRAMAS DA CNAAA PERTINENTES AO DIGV VI.5.1 - PROGRAMA DE SEGURANÇA, SAÚDE NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE (SSTMA) VI.5.2 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO REGIONAL VI.5.3 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 387 387 387 388 VII. PROJETOS FUTUROS 389 VIII. EQUIPE TÉCNICA 390 IX. BIBLIOGRAFIA 392 IX.1 – CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA E ANÁLISE DE RISCO 392 IX.2 GEOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS 393 IX.3 GEOMORFOLOGIA E SOLOS 405 IX.4 MEIO BIÓTICO IX.5 METEOROLOGIA E QUALIDADE DO AR IX.6 OCEANOGRAFIA 417 419 423 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC Tabela VI.1 - Resultados das Medidas Diretas com TLD nos Pontos Localizados na Ponta Fina (2001) 385 Tabela VI.2 - Resultados das Medidas da Taxa de Dose Obtidas com Detector Proporcional (2002) 385 Tabela VI.3 - Parâmetros Físico-Químicos Obtidos em Amostras de Água de Mar Coletadas na Ponta Fina (2001 e 2002) 386 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 1 TERMO DE REFERÊNCIA PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL DO DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR DA UNIDADE I – CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO”, DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA e OFÍCIO NO 366/2005-CGLIC/DILIQ DO MESMO ÓRGÃO, DATADO DE 27 DE OUTUBRO DE 2005 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 2 REGISTRO DA ELETRONUCLEAR NO CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DE ATVIIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS E/OU UTILIZADORAS DOS RECURSOS AMBIENTAIS Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 3 PLANTA GERAL DA CNAAA E LOCALIZAÇÃO DO DIGV Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 4 DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR DE ANGRA 1 – LAY OUT DO DEPÓSITO – PLANTAS E CORTES Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 5 DESENHOS RELATIVOS À ADEQUAÇÃO DOS ENROCAMENTOS EXISTENTES • Plano de Controle Ambiental DIGV Planta de Localização • Seção A-A • Seção B-B • Seção C-C Anexos NATRONTEC Seção A-A LINHA DE PRAIA OESTE EDIFÍCIO DO DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR PREVISÃO DE ALTEAMENTO DA LINHA DE PRAIA EXISTENTE PARA EVITAR O GALGAMENTO CANAL DE DRENAGEM EXISTENTE ~ 5,0 CARAPAÇA A SER CONSTRUIDA A SER VERIFICADO 3,0 4,0 NA = 0,0 LINHA DE PRAIA EXISTENTE SEÇÃO A - A ESC. 1/500 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC Seção B-B LINHA DE PRAIA OESTE PREVISÃO DE ALTEAMENTO DA LINHA DEPRAIAEXISTENTEPARA EVITAROGALGAMENTO CARAPAÇA A SER CONSTRUIDA ~5,0 TN NA = 0,0 CANAL DE DRENAGEM EXISTENTE A SER VERIFICADO LINHADEPRAIAEXISTENTE SEÇÃO B - B ESC. 1/500 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC Seção C-C LINHA DE PRAIA LESTE EDIFÍCIO DO DEPÓSITO INICIAL DO GERADOR DE VAPOR LINHA DE PRAIA PREVISTA PARA A PROTEÇÃO DA ÁREA DO DEPÓSITO INTERMEDIÁRIO DO GERADOR DE VAPOR NA=0,0 SEÇÃO C - C ESC. 1/500 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 6 DEPÓSITO INICIAL DOS GERADORES DE VAPOR ANGRA 1 FLUXOGRAMA DO SISTEMA DE VENTILAÇÃO Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 7 PLANTA DE SITUAÇÃO DO DIGV Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 8 PLANTAS DO PROJETO DE ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA DO DIGV Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-2481 ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – PLANTA Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-2482 ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - SOLO GRAMPEADO – SEÇÃO E DETALHES Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-2483 ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA - DRENAGEM - PLANTA E SEÇÃO Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-2484 ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – FORMAS Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-3130 ESTABILIZAÇÃO DA ENCOSTA – DRENAGEM – ARMADURA Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 9 INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA PLANTA E SEÇÃO Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-3062 INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS DA PONTA FINA – PLANTA E SEÇÃO Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-3389 PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E PERFIS 1-1,2-2 E 7-7 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1 3390 PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E PERFIS 3-3 E 4-4 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC PLANTA DE-A1-3391 PERFIS GEOTÉCNICOS NA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉDIO – PLANTA E PERFIS 5-5 E 6-6 Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 10 ROTA DE TRANSPORTE DOS EQUIPAMENTOS PARA O DIGV Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC ANEXO 11 MAPAS DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos NATRONTEC MAPA GEOLÓGICO – AII e AID Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos Área de Influência Indireta (AII) Área de influência direta (AID) AII AID PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DIGV MAPA GEOLÓGICO AII E AID FEV/2006 NATRONTEC MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII e AID Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Área de Influência Indireta (AII) Área de influência direta (AID) AII AID PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DO DIGV MAPA GEOMORFOLÓGICO AII E AID FEV/2006 NATRONTEC MAPA DE SOLOS (PEDOLÓGICO) – AII e AID Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos Área de influência indireta (AII) Área de influência direta (AID) AII AID PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DIGV MAPA DE SOLOS AII E AID FEV/2006 NATRONTEC MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS - AII e AID Plano de Controle Ambiental DIGV Anexos DIAGNOSTICO AMBIENTAL Área de influência indireta (AII) Área de influência direta (AID) AID AII PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DO DIGV MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS AII E AID FEV/2006