Azolla filiculoides (azola) - Invasive Plants in Portugal
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Azolla filiculoides (azola) Pequeno feto anual de água doce, de cor esverdeada, azulada ou avermelhada, que se desenvolve à superfície. Nome científico: Azolla filiculoides Lam. Nome vulgar: azola Família: Azollaceae Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro) Nível de risco: (em desenvolvimento) Sinonímia: Azolla caroliniana Willd., non auct., Azolla rubra R.Br. Data de atualização: 16/10/2014 Como reconhecer Feto anual aquático, flutuante, com 7-10 cm, verde, subglauco ou avermelhado. Caules delgados, ramificados, horizontais e cobertos por folhas. Folhas: com 1-2 mm, imbricadas, dispostas em 2 fiadas, profundamente bilobadas, com lobo superior herbáceo, espesso, aéreo, com 2,5 x 0,91,4 mm, obtuso, com margem hialina larga; e lobo inferior delgado, transparente e submerso. Esporocarpos frequentemente 2, esféricos ou ovais, amarelo-acastanhados; gloquídios não divididos ou com 1-2 tabiques perto do ápice. Esporulação: abril a junho. Página 1/4 Pormenor das folhas avermelhadas. (Foto: Lísia Lopes) www.invasoras.pt Azolla filiculoides (azola) Espécies semelhantes Azolla caroliniana Willd. é semelhante, mas as folhas têm lobo superior subagudo e a margem hialina é muito mais estreita. Características que facilitam a invasão Azolla filiculoides apresenta taxas de crescimento muito elevadas, podendo multiplicar a área invadida entre 7 a 10 dias, quando a temperatura se situe entre 15 e 20°C. O potencial invasor desta espécie é também determinado pela presença de fósforo assimilável na água. Quando em concentrações muito elevadas, pode duplicar ou triplicar a área invadida. Azolla filiculoides reproduz-se vegetativamente através de fragmentos dos caules que enraízam facilmente, enquanto a superfície da água não está totalmente coberta. Quando isto ocorre, a reprodução faz-se por via seminal, através de esporos, os quais são muito resistentes à dissecação. ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO Área de distribuição nativa América Tropical. Distribuição em Portugal Portugal continental (Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira Alta, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo). Outros locais onde a espécie é invasora Vários países da Europa, América do Norte, África do Sul, Ásia tropical, Austrália, Nova Zelândia. Razão da introdução Acidental com a cultura do arroz. Ambientes preferenciais de invasão Águas paradas ou de fraca corrente: lagoachos, valas e arrozais. Ocorre também, embora menos frequentemente, em rios com um pouco mais de corrente, em resultado de contaminação orgânica. IMPACTES Impactes nos ecossistemas Forma tapetes densos (até 30 cm de espessura) muito extensos o que reduz a qualidade da água com consequente eutrofização e diminui a biodiversidade aquática. Impactes económicos Diminui o fluxo de água e interfere na navegação, pesca, sistemas de rega e complexos hidroelétricos. Custos elevados na aplicação de medidas de controlo. Página 2/4 www.invasoras.pt Azolla filiculoides (azola) Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes Águas oligomesotróficas calcárias com vegetação bêntica de Chara spp. (3140); Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrocharition (3150). CONTROLO O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento. As metodologias de controlo usadas em Azolla filiculoides incluem: Controlo físico Remoção manual com recurso a redes finas. Metodologia preferencial em áreas invadidas pouco extensas. Quando aplicado, e partindo do princípio que todos os fragmentos foram removidos, a espécie tem a capacidade de se restabelecer a partir de esporos pelo que é uma metodologia que implica persistência a médio prazo. Controlo químico Aplicação foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato numa formulação adaptada a ambientes aquáticos). Deve ser realizada em populações monoespecíficas. Tem efeitos em espécies não-alvo e a sua eficácia está muito dependente da temperatura, pelo que pode resultar em níveis de sucesso muito baixos. Controlo biológico O gorgulho Stenopelmus rufinasus Gyllenhal (Coleoptera: Erirhinidae) tem sido usado com bons resultados no controlo da espécie na África do Sul e Reino Unido. Este agente, embora existente em Portugal, não foi ainda testado no nosso país, de forma a verificar a sua segurança relativamente às espécies nativas, pelo que a sua utilização ainda não constitui uma alternativa no nosso país. Para mais informações, visite a página www.invasoras.pt e/ou contacte-nos para [email protected]. REFERÊNCIAS Agricultural Research Council – Plant Protection Research Institute – Weeds Research (2014) Management of invasive alien plants: A list of biocontrol agents released against invasive alien plants in South Africa. Disponível: http://www.arc.agric.za/arcppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 16/10/2014]. Carrapiço S (2010) Azolla as a superorganism. Its implication in symbiotic studies. In: Seckback J, Grube M (eds) Symbiosis and stress: Joint ventures in biology, cellular origin, life in extreme habitats and astrobiology. Springer, 17: 225-241. Carrapiço F, Santos R, Serrano A (2011) First occurrence of Stenopelmus rufinasus Gyllenhal, 1835 (Coleoptera: Erirhinidae) in Portugal. The Coleopterists Bulletin 65(4): 436-437. CABI (2012) Azolla control. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.azollacontrol.com/default.aspx [Consultado 12/11/2012]. 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