Azolla filiculoides_torrinha - Invasive Plants in Portugal

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Azolla filiculoides_torrinha - Invasive Plants in Portugal
Azolla filiculoides (azola)
Pequeno feto anual de água doce, de cor esverdeada, azulada ou avermelhada, que se desenvolve à
super cie.
Nome cien fico: Azolla filiculoides Lam.
Nome vulgar: azola
Família: Azollaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro)
Nível de risco: 26 | Valor ob0do de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk
Assessment (Pheloung et al. 1999), segundo o qual valores acima de 6 significam que a espécie tem risco
de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2015.
Sinonímia: Azolla caroliniana Willd., non auct., Azolla rubra R.Br.
Data de atualização: 05/10/2015
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plataforma de ciência cidadã.
Como reconhecer
Feto anual aquá0co, flutuante, com 7-10 cm,
verde, subglauco ou avermelhado. Caules
delgados, ramificados, horizontais e cobertos por
folhas.
Folhas: com 1-2 mm, imbricadas, dispostas em 2
fiadas, profundamente bilobadas, com lobo
superior herbáceo, espesso, aéreo, com 2,5 x 0,91,4 mm, obtuso, com margem hialina larga; e
lobo inferior delgado, transparente e submerso.
Pormenor das folhas avermelhadas. (Foto: Lísia Lopes)
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Azolla filiculoides (azola)
Esporocarpos frequentemente 2, esféricos ou ovais, amarelo-acastanhados; gloquídios não divididos ou
com 1-2 tabiques perto do ápice.
Esporulação: abril a junho.
Espécies semelhantes
Azolla caroliniana Willd. é semelhante, mas as folhas têm lobo superior subagudo e a margem hialina é
muito mais estreita.
Caracterís cas que facilitam a invasão
Azolla filiculoides apresenta taxas de crescimento muito elevadas, podendo mul0plicar a área invadida
entre 7 a 10 dias, quando a temperatura se situe entre 15 e 20°C.
O potencial invasor desta espécie é também determinado pela presença de fósforo assimilável na água.
Quando em concentrações muito elevadas, pode duplicar ou triplicar a área invadida.
Azolla filiculoides reproduz-se vegeta0vamente através de fragmentos dos caules que enraízam
facilmente, enquanto a superJcie da água não está totalmente coberta. Quando isto ocorre, a reprodução
faz-se por via seminal, através de esporos, os quais são muito resistentes à dissecação.
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO
Área de distribuição na va
América Tropical.
Distribuição em Portugal
Portugal con0nental (Trás-os-Montes, Beira Litoral,
Beira Alta, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo,
Baixo Alentejo).
Para verificar localizações mais detalhadas desta
espécie, verifique o mapa interac0vo online. Este
mapa ainda está incompleto - precisamos da sua
ajuda! Contribua submetendo registos de localização
da espécie onde a conhecer.
Outros locais onde a espécie é invasora
Vários países da Europa, América do Norte, África do Sul, Ásia tropical, Austrália, Nova Zelândia.
Razão da introdução
Acidental com a cultura do arroz.
A mbientes preferenciais de invasão
Águas paradas ou de fraca corrente: lagoachos, valas e arrozais. Ocorre também, embora menos
frequentemente, em rios com um pouco mais de corrente, em resultado de contaminação orgânica.
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Azolla filiculoides (azola)
IMPACTES
Impactes nos ecossistemas
Forma tapetes densos (até 30 cm de espessura) muito extensos o que reduz a qualidade da água com
consequente eutrofização e diminui a biodiversidade aquá0ca.
Impactes económicos
Diminui o fluxo de água e interfere na navegação, pesca, sistemas de rega e complexos hidroelétricos.
Custos elevados na aplicação de medidas de controlo.
Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes
•
Águas oligomesotróficas calcárias com vegetação bên0ca de Chara spp. (3140);
•
Lagos eutróficos naturais com vegetação da Magnopotamion ou da Hydrochari0on (3150).
CONTROLO
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área
invadida, iden0ficação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de
intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será
fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de
forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Azolla filiculoides incluem:
Controlo sico
Remoção manual com recurso a redes finas. Metodologia preferencial em áreas invadidas pouco
extensas. Quando aplicado, e par0ndo do princípio que todos os fragmentos foram removidos, a espécie
tem a capacidade de se restabelecer a par0r de esporos pelo que é uma metodologia que implica
persistência a médio prazo.
Controlo químico
Aplicação foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (princípio a0vo: glifosato numa formulação
adaptada a ambientes aquá0cos). Deve ser realizada em populações monoespecíficas. Tem efeitos em
espécies não-alvo e a sua eficácia está muito dependente da temperatura, pelo que pode resultar em
níveis de sucesso muito baixos.
Controlo biológico
O gorgulho Stenopelmus rufinasus Gyllenhal (Coleoptera: Erirhinidae) tem sido usado com bons resultados
no controlo da espécie na África do Sul e Reino Unido.
Este agente, embora existente em Portugal, não foi ainda testado no nosso país, de forma a verificar a
sua segurança rela0vamente às espécies na0vas, pelo que a sua u0lização ainda não cons0tui uma
alterna0va no nosso país.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta
destas metodologias.
Para mais informações, visite a página www.invasoras.pt e/ou contacte-nos para [email protected].
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Azolla filiculoides (azola)
REFERÊNCIAS
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-ppri/Documents/WebAgentsreleased.pdf [Consultado 16/10/2014].
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stress: Joint ventures in biology, cellular origin, life in extreme habitats and astrobiology. Springer, 17: 225-241.
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Portugal. The Coleopterists Bulle0n 65(4): 436-437.
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www.cabi.org/isc [Consultado 12/11/2012].
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