Fergus e o Druida - Templo de Avalon

Transcrição

Fergus e o Druida - Templo de Avalon
Templo de Avalon - Caer Siddi
Fergus e o Druida
Templo de Avalon - Caer Siddi : Registros de Belloṷesus
Publicada por Rowena em 14/1/2013
William Butler Yeats (1865-1939 / County Dublin / Ireland).
Fergus: Este dia inteiro tenho te perseguido nos rochedos
E mudaste e escorreste de uma forma a outra,
Primeiro como um corvo em cujas asas antigas
Quase nenhuma pena restou; aparentaste ser então
Uma doninha movendo-se de uma para outra pedra
E agora, por fim, assumes uma forma humana,
Um descarnado homem cinzento meio perdido na noite que cai.
Druida: Quê farias, rei dos orgulhosos reis do Ramo Vermelho?
Fergus: Isto eu diria, ó mais sábia das almas viventes:
Conchubar jovem e arguto sentou-se perto de mim
Enquanto eu dava julgamento e suas palavras foram doutas
E o que para mim era opressão infinita
Fácil lhe parecia, então a coroa coloquei
Em sua cabeça para afastar minha tristeza.
Druida: Quê desejas, rei dos orgulhosos reis do Ramo Vermelho?
Fergus: Um rei e orgulhoso! E essa é minha aflição.
Celebro em meio ao meu povo na colina
E cruzo as matas e conduzo as rodas de minha carruagem
Pelas margens alvas do mar que murmura.
E sinto ainda assim o peso da coroa em minha cabeça!
Druida: Quê desejas, Fergus?
Fergus: Não mais ser rei,
Porém aprender a sabedoria visionária que é a tua.
Druida: Vê meu ralo cabelo grisalho e faces escavadas
E estas mãos que não podem erguer a espada,
Este corpo que estremece como caniço soprado pelo vento.
Mulher alguma me amou, homem nenhum buscou minha ajuda.
Fergus: Um rei não é senão um obreiro insensato
Que malbarata seu sangue para ser o sonho alheio.
Druida: Pega, se o desejares, este saquinho de sonhos;
http://www.templodeavalon.com
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Solta a corda e eles enrolar-se-ão ao teu redor.
Fergus: Vejo minha vida ir descambando como um rio,
De transformação em transformação; muitas coisas fui:
Uma gota verde na onda, uma cintilação de luz
Numa espada, um pinheiro numa colina,
Um velho escravo triturando num moinho pesado,
Um rei sentado numa cadeira de ouro E foram grandes e miraculosas todas essas coisas!
Mas agora, sabendo tudo, em nada mudei.
Ah druida, druida, como são grandes as malhas de pesar
que jazem ocultas nesta coisinha de cor triste!
Tradução: Bellovesos /|
Belloṷesus Īsarnos
Assim, considera-te recepcionado, com meus votos de encontrares aqui algo que desperte teu
interesse ou, na pior das hipóteses, não te entedie.
Bellodūnon:
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Senobrixtā:
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