acesso - Associação Médica Fluminense
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Benito Petraglia Presidente da AMF Capa: Foto Luiz Sérgio Alves Galvão Expediente Associação Médica Fluminense Avenida Roberto Silveira, 123 - Icaraí Niterói - RJ - CEP 24230-150 Tel.: (21) 2710-1549 Diretoria da Associação Médica Fluminense Gestão: 2011-2014 Presidente: Benito Petraglia Vice Presidente: Gilberto Garrido Junior Secretário Geral: Ilza Boeira Fellows Primeiro Secretário: Christina Thereza Machado Bittar Primeiro Tesoureiro: Gustavo Emílio Arcos Campos Segundo Tesoureiro: José Emídio Ribeiro Elias Diretor Científico: Valdenia Pereira de Souza Diretor Sócio Cultural: Zelina Maria da Rocha Caldeira Diretor de Patrimônio: Luiz Armando Rodrigues Velloso Conselho Editorial da Revista da AMF Benito Petraglia Felipe Carino Gustavo Campos Heraldo Victer Conselho Deliberativo Membros Natos Alcir Vicente Visela Chacar Era uma vez um hospital em que os pacientes e seus familiares conheciam seus médicos, enfermeiros e funcionários pelos nomes; havia recursos financeiros suficientes para garantir serviços perfeitos em alimentação, lavanderia, medicamentos e materiais cirúrgicos. A resolutividade e qualidade médica eram reconhecidas e permitia haver um aprendizado científico com um dos melhores serviços de residência em cirurgia geral, com inúmeros trabalhos científicos apresentados em congressos. Muitos cirurgiões formados nesse hospital estão, hoje, espalhados pelo Brasil inteiro. Esse hospital localiza-se no Barreto, bairro limítrofe entre Niterói e São Gonçalo. É o Hos- pital Orêncio de Freitas. Hoje ele está morrendo! A causa, entre outras, é a crônica falta de recursos financeiros que lentamente estão asfixiando o hospital. Hoje observamos que a transferência de sua administração para a esfera municipal foi um erro, e devemos lutar para que isto seja revertido. Por isso solicitamos ao Exmo Sr Ministro da Saúde, Dr. Alexandre Padilha que o Hospital Orêncio de Freitas seja refederalizado. Os governos devem devolver para a sociedade a exorbitante quantidade de impostos arrecadados, em forma de serviços em segurança, educação e, principalmente, saúde. O sonho é possível, depende de nossa mobilização. Alkamir Issa Aloysio Decnop Martins Celso Cerqueira Dias Flávio Abramo Pies Glauco Barbieri Luiz José Carneiro de Souza Lacerda Neto Miguel Angelo D’Elia Waldenir de Bragança Membros Efetivos Amaro Alexandre Neto Antonio Carlos da Silva Navega Antonio Orlando Respeita Ary Cesar Nunes Galvão Carlos Umberto Coelho de Souza Carmine Masullo Eliane Bordalo Cathalá Esberard Flávio Nogueira de Oliveira Graziella Bard de Carvalho Laurinei Muniz da Cunha Maria da Conceição Farias Stern Paulo Roberto Visela Chacar Pedro Ângelo Bittencourt Raquel Elias Cozendey Rodrigo Schwartz Pegado Membros Suplentes Alessandra Sant’Anna de Miranda Ana Cristina Pereira Dantas Anadeje Maria da Silva Abunahman Andre Luiz Carvalho Vicente Carlos Alberto de Oliveira Cordeiro Carlos Roberto Ferreira Jardim Cristina Pereira Veloso Clóvis Abrahim Cavalcanti Emanuel Decnop Martins Junior Frederico de Souza Pena Jose Antonio Bernardino de Oliveira José de Moura Nascimento Paulo Cesar Santos Dias Roberto Wermelinger da Silva Washington Barbosa de Araújo Conselho Fiscal Membros Efetivos Felipe de Souza Carino Fritz Alfredo Sanchez Cardenas Nédio Mocarzel Membros Suplentes Abrahão Malbergier Kathya Elizabeth M. Teixeira Leila Rodrigues Azevedo e Silva Editorial Salvem o Orêncio Ano VIII - nº 50 - Mar/Abr - 2012 Produzida por LL Divulgação Editora Cultural Ltda. Redação e Publicidade Rua Lemos Cunha, 489 - Icaraí - Niterói - RJ Tel/ Fax: 2714-8896 - www.lldivulga.com.br e-mail: [email protected] Diretor Executivo - Luthero de Azevedo Silva Diretor de Marketing - Luiz Sergio Alves Galvão Editor: Verônica Martins Oliveira Reg. Mtb RJ 23534 JPMTE Projeto Gráfico: Luiz Fernando Motta Coordenação: Kátia Regina Silva Monteiro Gráfica: Grupo Smart Printer Fotos: acervo AMF Supervisão de Circulação: LL Divulgação Editora Cultural Ltda Os artigos publicados nesta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando, necessariamente, a opinião da LL Divulgação e da AMF. “País rico é país sem corrupção e impunidade” 3 Sumário Matéria de Capa Mundo Corporativo/ UNIMED Pág. 20 Crônica Entrevista com Dr. Amaro Alexandre Neto Casos e causos Pág. 22 Perfil Herbert Praxedes Pág. 06 Hospital Orêncio de Freitas na luta pela sobrevivência ACAMERJ Meio século Jubileu de Ouro da Turma de 1961 Formação médica: um tema preocupante Pág. 14 Pág. 10 Hinos Viagem Inesquecível Informática A “linha de comando” do Google Search®,2 Curiosidades Pág. 24 Ponto de Encontro Pág. 08 Pág. 23 Santiago de Compostela Pág. 26 Livro em Foco O espetáculo mais triste da Terra Pág. 28 Tribuna Livre Esperando dias melhores Dia a dia da diretoria / Saúde Quem é quem Pág. 11 Pág. 16 Enofilia Geografia do Vinho: França Pág. 30 Medicina na Arte Liga Acadêmica A história das Ligas Acadêmicas Pág. 32 Pág. 12 4 Abaixo a barriga Agenda Cultural Pág. 19 Pág. 36 Matéria de Capa Hospital Orêncio de Freitas na luta pela sobrevivência O Hospital Municipal Orêncio de Freitas tem uma longa trajetória de eficiência no atendimento à população de Niterói. Construída entre 1930 e 1940, no bairro do Barreto, em Niterói, a unidade hospitalar sempre foi referência em cirurgias de maior complexidade, entre elas, a geral, gastroenterológica de parede abdominal, urológica, ginecológica, coloproctológica, vascular, reparadora. Com a municipalização, em 1992, quando o governo federal cedeu o Orêncio de Freitas para a Prefeitura de Niterói, iniciaram-se os problemas do hospital, que, desde então, vem sobrevivendo em uma curva descendente. Desde o ano passado, existe um movimento, apoiado apelas categorias representativas da classe médica, de federalização da unidade, já que a mesma apresenta deficiência de recursos humanos e financeiros. Em entrevista o seu diretor, o médico Amaro Alexandre Neto, alertou para os problemas enfrentados pelo HOF. Revista AMF: Qual a situação atual do Hospital Orêncio de Freitas? Dr. Amaro Neto: O hospital é municipal porque pertence à Prefeitura, mas no que se refere ao atendimento à população este se comporta como regional, pois recebe pessoas vindas 6 de vários municípios da Região Metropolitana, como, Rio Bonito, Maricá, Tanguá e Silva Jardim. Como os moradores dessas regiões não têm um hospital especializado, eles acabam vindo para o Orêncio de Freitas. Então, a Prefeitura de Niterói tem que arcar com todo esse ônus. No momento, nós estamos tentando fazer um consórcio com esses municípios para conseguir manter o hospital, além da tentativa de federalização em função da sua característica principal de atender às cirurgias mais complexas. Trata-se Dr. Amaro Alexandre Neto de um hospital muito caro e as Prefeituras precisam cuidar do atendimento mais básico, através dos postos de saúde. Revista AMF: E como está o processo de federalização? Dr. Amaro Neto: A federalização do hospital já foi tentada. O Orêncio de Freitas era do INAMPS, porém, com a sua extinção passou para o Ministério da Saúde, onde nós estivemos algumas vezes. No entanto, a informação que obtivemos é de que não há interesse do Ministério de Saúde em pegar nenhuma unidade de volta. Além disso, outras alternativas foram estudadas, inclusive, junto à Prefeitura, sem nenhum efeito. Revista AMF: Hoje, qual é a estrutura do hospital? Dr. Amaro Neto: Atualmente, o Orêncio de Freitas conta com 60 leitos, mas, na realidade, apenas 30 são utilizados devido a falta de recursos. Com a aposentadoria de vários funcionários que pertenciam ao governo federal, a Prefeitura foi contratando novos profissionais, porém, trata-se de uma estrutura muito cara. O contingente que se encontra hoje no hospital permite atender apenas 30 leitos de Enfermaria e 10 de Unidade Intermediária, mais quatro de CTI. No passado, nós chegamos a ter até 72 leitos, quando a unidade pertencia ao governo federal. Revista AMF: Qual a principal característica do Orêncio de Freitas? Dr. Amaro Neto: Trata-se de um hospital de urgência referenciada. Você tem, por exemplo, um paciente com uma doença inflamatória do abdô- men, como uma pancreatite, na qual exige uma operação com urgência. O médico deste paciente liga para o hospital e, caso exista algum leito vago, ele poderá ser operado. Esse tipo de cirurgia eletiva era feita apenas no Orêncio de Freitas, mas em função da incapacidade de atender às necessidades do município, realidade esta de outras unidades, como o Hospital Universitário Antônio Pedro, a situação vem se complicando. Revista AMF: Atualmente, quantas pessoas aguardam por uma cirurgia no Orêncio de Freitas? Dr. Amaro Neto: Cerca de duas mil pessoas aguardam por uma cirurgia, por exemplo, de vesícula, de estômago e de hérnia, esta última realizada sempre com grande sucesso no hospital. Hoje existem outras especialidades na unidade, como a ginecologia, urologia e cirurgia vascular. Todas também com longas filas de espera. Revista AMF: A despeito da crise, quais são as últimas realizações da diretoria à frente do hospital? Dr. Amaro Neto: Foi implantado um serviço de Ouvidoria, seguindo as orientações da Rede Assistencial, assim como um Conselho Gestor, que tem por objetivo buscar a maior integração entre a direção, funcionários e comunidade. Porém, é necessário ressaltar práticas de destaque no Orêncio de Freitas como a de desenvolver a humanização de seus pacientes, que se concretiza através do Núcleo de Ostomizados, grupo informativo feito pelo Serviço Social da unidade. Revista AMF: O que representa o Hospital Orêncio de Freitas para o município de Niterói? Dr. Amaro Neto: Além de ser considerado um hospital de referência no acompanhamento de pacientes com patologias mais complexas, também tem como componentes essenciais, o ensino e a pesquisa, influenciando positivamente a formação acadêmica e social. No passado, sua residência médica era considerada uma grande escola de futuros cirurgiões, que agora encontra-se desativada por força das circunstâncias vividas pelo hospital. 7 Acamerj Meio século- Jubileu de Ouro da Turma de 1961 Alcir Vicente Visela Chácar* C onvidado pelo brilhante colega Luiz Rogério Pires de Mello para que durante a solenidade de homenagem do CREMERJ aos médicos jubilados fosse eu o representante de nossa turma junto aos meios de comunicação, estremeci. Logo eu?! Aquele telefonema que inicialmente me levava à recusa pelas limitações no dom da oratória me jogava no labirinto do túnel do tempo. E instintivamente comecei a escrever: “Quis a gentileza dos meus colegas que fosse eu o intérprete dos seus sentimentos.” Essas palavras rebuscadas de saudosismo foram recitadas por mim ao iniciar o meu primeiro discurso como orador da quarta série ginasial, mas redigido pelo meu tio, o Dr. João da Silva Vizela – o médico dos pobres - assim chamado em Niterói e especialmente no bairro do Barreto. Médico que fazia da medicina um sacerdócio e que queria perpetuar na família um legado e, para tanto fora buscar no seio de minha família de 6 irmãos, numa cidadezinha do interior do estado, um sobrinho de 12 anos de idade que ouvira dizer que desejava ser médico. Médico? Mas como, se nem o grupo escolar o pai podia pagar? Arrancado e trazido para a cidade grande, o Jeca que até hoje ainda guarda os seus hábitos e palavreados 8 interioranos, estava ali, lendo o seu primeiro discurso feito para ele e, ao escrever este intróito de um passado de 60 anos atrás, busco homenagear primeiramente ao meu tio que me fez médico. Gesto este que deu início a um legado de um filho médico e 14 sobrinhos também médicos... Mas hoje preciso falar dos meus colegas da turma de 61 e gostaria de fazê-lo como um recado de esperança e otimismo para os jovens médicos - ou futuro médicos, se preferirem para agirem com integridade, com amor e respeito a seus clientes, como seus semelhantes e, com a certeza de que nesta profissão nem sempre o reconhecimento pelos seus atos de amor e dedicação será recebido de imediato, mas servirão por certo como exemplo para os seus filhos e descendentes, como o fizera o Medico Dr. João da Silva Visela e como o fazem os da turma de l961, hoje homenageados. Desde o nosso trote de calouros, inovando e buscando a integridade e o respeito aos direitos humanos numa revolta realizada no Rio de Janeiro, após atravessar a Baia da Guanabara de barcas para protestar contra os paraquedistas - assim chamados na época os alunos que, para evitar o vestibular, se matriculavam em países vizinhos e depois pediam transferência para faculdades no Brasil; fato que hoje observamos novamente ocorrendo. Vivemos seis anos juntos e as imagens me vêm à mente como num filme do nosso saudoso colega José Cerbino Filho. Tenho certeza de que essa tur- ma de 61 é e sempre será considerada como uma das mais dedicadas ao saber e dos mais altos gabaritos que a medicina criou na hoje reconhecida Universidade Federal Fluminense. E a emoção que trazemos no peito jubiloso devemos também agradecer a estes dirigentes do CREMERJ que, além da luta diária pela causa médica, em um esforço Hercúleo de busca pela medicina-saúde, ainda têm tempo de lembrarem o jubileu de colegas, buscando em todos os fronts a valorização da medicina. Por isso, não sei se hoje homenageados estamos ou devemos homenagear. Já disseram: o reconhecimento é a memória do coração, mas a vida do médico, nem sempre é acompanhada com o reconhecimento. Nem sempre suas vitórias e conquistas serão acompanhadas de triunfo. Na maioria das vezes é comemorada no silêncio das madrugadas à beira dos leitos de um hospital ou mesmo nas salas fechadas dos consultórios. Uma profissão que apesar dos percalços, é divina, bela, nobre, e cheia de emoções e tragédias, e nela vive o médico, intensa e estressantemente. Daí a lembrança da escritora Dinah Silveira de Queiroz: tratando dos outros eles se matam. Aos que se foram, lembranças que ficam. Aos jubilados os nossos cumprimentos, agradecendo antes a Deus pelo caminho percorrido. *Ex-presidente da Associação Médica Fluminense, Presidente da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - ACAMERJ Informática D ando continuidade ao artigo anterior, vamos explorar mais algumas potencialidades da linha de comando do mecanismo de buscas do Google (Google Search®,1), através de exemplos. Ronaldo Curi Gismondi* Obtendo a hora exata em qualquer parte do mundo: Utiliza-se o comando time, seguido do nome de uma cidade, de preferência tudo em inglês, embora se possa inserir o nome da cidade em português. A título de treinamento, o usuário poderá abrir o seu navegador e chamar o endereço www.google.com, inserindo a seguinte expressão na janela de busca: time Amsterdam, quando então aparecerá o resultado, indicando a hora local naquela cidade, conforme a Figura 1. Convertendo moedas: A Figura 2 mostra o resultado do buscador à expressão “1 usd in real” (sem as aspas). Na realidade, deverá funcionar, também, com a expressão 1 usd em reais. A abreviatura usd se refere ao dólar norte-americano. Outras moedas devem ser utilizadas, a título de exercício para o leitor. Obtendo o tempo e temperatura, em qualquer parte do Mundo: Digite a expressão weather in Orlando, e observe o resultado. Fantástico, não? Teste o mecanismo com outras cidades. Observe a Figura 3. Traduzindo palavras, de um idioma para outro: Utilize a seguinte sintaxe: translate <palavra-a-traduzir> <idioma-de-origem-da-palavra> to <idioma-para-tradução>, sendo que os idiomas devem ser escritos em inglês, como no exemplo da Figura 4. Bem, por hoje é só. Boa navegação e até o próximo número. Referência Bibliográfica: 1. GOOGLE SEARCH®. [online] Disponível na Internet via WWW. URL: http://www.google.com, março de 2012. Observação: todas as marcas e produtos eventualmente citados são de propriedade de seus respectivos fabricantes, editores ou detentores. Endereço do Autor: Ronaldo Curi Gismondi – [email protected] *Médico e Membro Titular da Academia Fluminense de Medicina. 10 A “linha de comando” do Google Search®,1 II Figura 1. Hora local em Amsterdam Figura 2. Conversão de 1 dólar em Reais. Figura 3. Tempo e temperatura em Orlando, FL, EUA. Figura 4. Traduzindo o termo medicine, do inglês para o português. Valores Ética Responsabilidade Socioambiental Credibilidade Integração Profissionalismo Felicidade A Nessa oportunidade também foram definidas as metas e plataforma de trabalho até 2014. 1. Revitalização do hall da entrada: pintura da sede 2. Reestruturação da parte elétrica e hidráulica 3. Grade de proteção na frente da sede 4. Atingir 1000 sócios pagantes 5. Melhorias estruturais do salão nobre 6. Troca do revestimento da sala 1 e elevador monta carga para o salão nobre. 7. Criação do museu de Medicina, Calçada do Médico e Espaço Memória AMF. 8. Melhora dos atuais contratos com inquilinos 9. Criação de clube de benefícios 10. Reforma de estatuto e criação do sócio jurídico 11. Criação de comitês de especialidades e cursos de pós-graduação latu sensu 12. Assistência jurídica subsidiada 13. Criação da Revista Fluminense de Medicina e incremento das atividades científicas 14. Maior participação em atividades na comunidade 15. Realização de Congresso Médico 16. Término da dívida financeira junto a Unicred Necessidade de colocação de grade nova diretoria está trabalhando a todo vapor, procurando imprimir uma nova dinâmica à rotina da AMF. No dia 19 de janeiro deste ano foi realizado planejamento estratégico para o próximo triênio, constituída da seguinte identidade constitucional: Missão Congregar e agregar profissionais médicos nas atividades científicas, culturais, sociais e educativas, visando contribuir para a evolução da sociedade. Dia a dia da Diretoria Visão Ser uma instituição de referência no Estado do Rio de Janeiro, respeitada pelos profissionais de saúde, entidades médicas e poder público. Quem é quem? AMIB Atual Diretora Científica da regional Leste-Fluminense da SOCERJ Gerente Médica da Unidade Cárdio Intensiva (UCI) do Hospital de Clínicas de Niterói Atuação em consultório e hospital com áreas e interesse em: Cardiointensivismo + melhores Práticas Baseadas em Evidências. Dra. Valdênia Pereira de Souza Diretora Científica da Associação Médica Fluminense Médica Cardiologista Mestrado em Cardiologia pela UFF Especialista em Terapia Intensiva pela Dra. Zelina Maria da Rocha Caldeira Diretora Sócio-Cultural da Associação Médica Fluminense Pneumopediatra/Auditora Membro do Conselho Fiscal da Unicred – gestão 2010-1012 MBA em Gestão de Riscos em Servi- ços de Saúde – Fundação Unimed MBA em Auditoria – Universidade São Camilo Especialização em Saúde Pública – Universidade de Ribeirão Preto Mestre em Pneumologia – UFF Especialização em Pediatria – UFF Especialização em Pneumopediatria – UFRJ Médica do Ministério do Trabalho. 11 Liga Acadêmica H istoricamente, o surgimento das Ligas Acadêmicas no Brasil se deu com a Universidade de São Paulo (USP), sendo a primeira denominada "Liga de Combate à Sífilis", no ano de 1920, com uma verdadeira parceria entre corpo discente e corpo docente. Mas foi durante o período de Ditadura Militar no Brasil que diversos movimentos estudantis marcaram a época, por questionar diretrizes educacionais no ensino universitário e a aplicabilidade técnico-científica em um mundo que caminhava para o avanço da longevidade, com o surgimento de novas técnicas capazes de auxiliar o médico em sua clínica. É neste período que há a expansão das chamadas Ligas Acadêmicas, como verdadeiros celeiros científicos dotados de material humano em busca do conhecimento. Objetivos da Liga Acadêmica de Morfologia Médica (LAMM) A LAMM tem por finalidade a promoção das seguintes atividades: a) Desenvolver a Iniciação Científica; b) Promover e participar de trabalhos científicos pertinentes à linha de pesquisa da disciplina; c) Propiciar maior progresso e difusão de conhecimentos médicos, através da promoção de congressos, jornadas, cursos, reuniões científicas, leitura de artigos de revistas, conferências e outras modalidades afins com o corpo docente, discente, e outros profissionais convidados; d) Se integrar com as diversas Instituições relacionadas à área Médica, visando o desenvolvimento conjunto nos aspectos técnico e científico; e) Efetuar revisão bibliográfica de artigos e publicações científicas; f) Proporcionar aos integrantes da LAMM a oportunidade de desenvolverem trabalhos científicos relacionados à Medicina, os quais contarão com orientação desde a sua elaboração até a publicação. g) Desenvolver esforços visando apresentar os trabalhos de que participa ou é autora em congressos científicos e viabilizar sua publicação; h) Manter um site na internet para divulgação de eventos, informações e materiais, além de um meio de comu- 12 A história das Ligas Acadêmicas Liga de GIN/OBS da UNIRIO nicação com o público em geral; i) Promover a catalogação de peças anatômicas e do laminário. Integrantes da LAMM da UNIGRANRIO Hildo da Silva Neto João Pedro Magalhães Angelim Felipe Morato Gonçalves Ana de Los Angeles Espinosa Rodrigues Thayná da Silva Tavares Gabriel Chehab de Carvalho Melo Rodrigo Jorge Pereira Gonçalves Bruno Barros Petraglia Liga de GIN/OBS da UNIRIO A liga de ginecologia e obstetrícia da Unirio existe há 6 meses e já possui uma intensa programação científica , que inclui resolução de casos clínicos e reuniões de telemedicina sobre endometriose ( toda primeira quarta-feira do mês). Além disso utilizam o facebook para trocarem informações e dúvidas sobre a especialidade. Está programado um simpósio sobre farmacologia da gestação e um curso sobre anticoncepção, no Hospital Gafree-Guinle nos dias 3 e 4 de maio próximo. Os coordenadores da liga são os professores, Regina Rocco e Ieda Lucia Bravo.Os componentes da liga são os alunos: Gustavo Alves Machado (presidente); Natália Araújo Costa (vice); Juliana Toledo da Silva (tesoureira); Mariana Mendes (secretária); Talita Picciani; Caroline M. Muniz e Paula Moretzson. Ponto de Encontro Formação médica: um tema preocupante U m tema preocupante que vem sendo debatido nas várias esferas da sociedade diz respeito à formação médica. Ao ano, as universidades brasileiras desembocam no mercado cerca de 300 mil médicos. No entanto, ainda existem vários problemas de graduação que necessitariam de um plano estratégico como forma de saná-los e, a posteriori, impedir a sua continuidade. Para falar sobre este assunto, o Conselho Editorial da Revista da AMF – Associação Médica Fluminense convidou o Dr. Guilherme Eurico Bastos Cunha, um dos mais destacados representantes da classe médica. Professor Titular de Cirurgia da UFF, Conselheiro do CREMERJ, ex-presidente da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, ex-presidente do Colégio Brasileiro dos Cirurgiões, este médico, além de possuir uma vasta experiência profissional, também é considerado um homem de cultura geral humanística. Atualmente, o curso médico é o mais disputado entre os demais da vida universitária, com maior grau de dificuldade no seu ingresso, possuindo uma longa duração no período de graduação, e tem a inevitável “obrigatoriedade” de fazer a Residência Médica e/ou a Pós Graduação (Especialização). Além disso, durante a graduação, há necessidade de um empenho absoluto, em tempo integral com dedicação exclusiva. Desta forma, um trabalho externo é incompatível, podendo existir um ganho financeiro sem prejuízo dos estudos, quando ocorrerem os estágios médicos remunerados. Durante a entrevista, foram vários os questionamentos quanto à graduação. O médico está se formando melhor? Houve melhoria no ensino? A mudança no currículo trouxe benefícios? Qual o atual estado das Faculdades? Os médicos recém-formados estão aptos para assumir a assistência médica (pública e privada)? O resultado deste trabalho, caro leitor, você poderá conferir a seguir. Revista AMF: Doutor Guilherme, qual sua visão geral sobre o ensino da Medicina nas universidades? Guilherme Eurico: Inicialmente, vamos definir como é feito o ensino médico. Como sabemos, ele é constituído dos três elementos básicos: aluno, professor e faculdade. É óbvio. A interação desses elementos vai influenciar diretamente na qualidade do formando, na razão direta do peso da participação destas parcelas. Ou seja: aluno interessado, professor competente e faculdade preparada. Desde 1968 houve uma reformulação no ensino médico, a ponto de se planejar uma expansão no número de faculdades para fazer frente à demanda que se avistava diante do extraordinário crescimento econômico do Brasil. Essa 14 expansão continuou nos anos seguintes, permanecendo até hoje. Contudo, esta expansão de faculdades excedeu ao planejado e muitas delas foram criadas sem as devidas condições técnicas. Entretanto, isto não implica dizer que somente as boas escolas médicas podem formar médicos competentes; aquelas que possuem uma sólida estrutura hospitalar e um corpo docente competente têm todas as possibilidades de formar pessoal qualificado para exercer a profissão. Quando se refere à faculdade de medicina, se refere ao Hospital. Uma faculdade sem hospital, não é faculdade de medicina. O hospital tem de possuir um nível mínimo de assistência médica eficiente para permitir ensino adequado. Ao contrário, os principais procedimentos clíni- cos e cirúrgicos deverão ser buscados em serviços privados, ou outros, que não diretamente ligados ao hospital/ escola. Outra situação fundamental na prática médica é a existência dos Serviços Médicos, com seus responsáveis e toda filosofia de trabalho, produzindo cientificamente e formando profissionais. São estes “Serviços” as células produtoras e mantenedoras do aprendizado médico. É neste patamar que estão os verdadeiros professores, que ensinam, promovem os trabalhos científicos e transmitem as técnicas de realização dos procedimentos, tanto de diagnóstico quanto de tratamento. O melhor ensinamento é através do trabalho, que é o exemplo maior de aula prática. Os “Serviços Médicos” reúnem pessoal com o mesmo pensamento, cujas lições são passadas a cada geração, formando uma verdadeira escola de ensino médico. Naturalmente todo conhecimento gerado e fundamentado nos “Serviços” produz os trabalhos científicos, estes são os geradores de mestrados e doutorados. Os “Serviços” são estruturados em três grandes pilares: assistência médica, ensino e pesquisa. Observamos que nas últimas décadas houve uma substancial redução no número de “Serviços”, dificultando a formação dos médicos, e na pós-graduação (especialização). Quem não se lembra daquele serviço que pertencia ao Professor Fulano de tal ? Revista AMF: Então, o Acadêmico de Medicina está sem orientação em suas escolhas? Quem é ele ? G.E.: O alunato tem de possuir mais responsabilidade e compromisso com as suas escolhas. Tem de existir um real interesse na escolha de sua profissão. Um desejo real de ser médico. Um objetivo. Mas, vem se observando uma acomodação ao longo do curso médico. O aluno gosta de receber tudo pronto. A tutelagem é agradável, confortável. A decisão é desgastante. Muitos jovens acadêmicos vêm de lares aconchegantes, por vezes, superprotegidos. Ao ingressarem na vida universitária são obrigados a buscar a independência e, no final, serem vencedores. É difícil. A primeira ferramenta do aprendizado é a curiosidade cientifica, e a “fome do saber” é o estímulo para adquirir o conhecimento. Por isto, logo no início do curso médico, um programa para ensinar o alunato a estudar deveria ser prioritário. Por último, a absoluta necessidade de se criar a prova de suficiência após a graduação na obtenção da carteira do CRM, necessária ao exercício da Medicina. Nos moldes existentes da OAB para os Advogados. Revista AMF: Em resumo, o que tem de ser feito para reverter essa situação? G.E.: Deter o aumento do número de Faculdades, proporcionar às já existentes a devida assistência para a construção de hospitais escolas, ou pelo menos, credenciar Serviços que permitam estágios aos acadêmicos. Esclarecer que a função do “professor de medicina” vai muito além de um emprego assalariado e sim, uma devoção ou vocação que o obriga a ter uma postura pedagógica integral. Afinal, o Professor deverá sempre se manter competente, realizando ações para atualização e reciclagem dos seus conhecimentos. Os alunos terão que ser cobrados com mais firmeza, com um curso de graduação mais vigiado, finalizando com prova de suficiência, após o término da graduação. Por último, mobilizar as entidades médicas, em todos os setores e níveis, promovendo campanhas para que todas tenham um pensamento único de melhor formação médica, valorizando a profissão 15 Tribuna Livre * Pediatra 16 Esperando dias melhores Pedro Ângelo* “ “ O governo Dilma completou um ano e a sensação que fica é de uma grande frustação. Aquela imagem de gestora implacável com os resultados e a qualidade vem se esvaziando a cada dia. “Nunca antes neste país” tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Seis ministros já caíram por conta disso e outros estão na corda bamba, além do fantasma do mensalão que ronda o Planalto. A educação pública continua de péssima qualidade. O MEC está cada vez mais aparelhado e o ministro Haddad derrapa a cada ENEM. O lixo jogado nas ruas pela população neste carnaval é o retrato da falha crônica na educação do povo. Na saúde pública, os investimentos estão abaixo até da iniciativa privada, e eles mesmos os governantes, quando precisam, internamse em hospitais particulares. O país vive um verdadeiro manicômio tributário, com o impostômetro batendo recordes a cada ano, sem contrapartidas (exceto as populistas) para a sociedade. E ainda quase ressuscitaram o CPMF, fruto da fome insaciável do governo. Apesar dos juros mais altos do planeta, uma inflação sorrateira corrói aos poucos a economia. Nossas leis trabalhistas são ultrapassadas, distribuindo cortesia com o chapéu dos outros. O imposto sindical (um dia de trabalho ao ano) alimenta as máfias sindicais sem transparência. Nada de reformas, nem tributária, nem política, nem no judiciário. O resultado é a perda de credibilidade. De concreto mesmo são os cortes nos investimentos e atrasos em importantes obras públicas. Vamos torcer por dias melhores. Na Saúde Pública os investimentos estão abaixo da iniciativa privada. P ara o médico a fita métrica tornou-se tão importante quanto um estetoscópio, pois uma atenção à circunferência abdominal pode prevenir várias doenças, entre elas, a síndrome metabólica (SM). A síndrome metabólica é um distúrbio caracterizado por uma série de alterações no metabolismo, estando diretamente relacionada ao aumento do risco cardiovascular. Pelo menos três dos seguintes sintomas associados podem caracterizar a SM: sobrepeso ou obesidade mórbida; hipertensão arterial; diabete ou intolerância à glicose; ácido úrico elevado, e perfil lipídico alterado. Fatores ligados à resistência à insulina podem culminar em quadros muito mais graves, que incluem doenças cardiovasculares. A medida da circunferência abdominal é um importante marcador desse risco cardio- Saúde Abaixo a Barriga! vascular, pois a gordura intra-abdominal ou gordura visceral pode produzir hormônios que, além de aumentarem as complicações cardiovasculares, também facilitam processos inflamatórios. Além desses fatores, a esteatose hepática, a síndrome do ovário policístico e problemas respiratórios durante o sono (apnéia do sono) podem estar envolvidos com a síndrome metabólica. O tratamento da doença está centrado na mudança do estilo de vida, que passa desde a quantidade e qualidade da alimentação até inclusão de atividades físicas e, se necessário, prescrição de medicamentos. A avaliação do paciente pode ser feita pela análise do índice de massa corporal (IMC) e pela bioimpedância que permite, mediante uma baixa corrente elétrica, a avaliação de gorduras e água corporal. 19 Mundo Corporativo As cinco lições de Churchill E Winston Churchill le foi a figura política de maior destaque no século XX. Liderança inquestionável, Churchill foi o maior responsável individual pela derrota nacional-socialista da 2ª Guerra Mundial. Não é pouca coisa. De sua longa vida podemos tirar lições importantes. Superação é a primeira. Não era de desistir 20 e usava cada tropeço para se reerguer com mais determinação. Para ele, sucesso era a habilidade de sair de um fracasso para o outro, sem a perda do entusiasmo. Churchill também era realista e pragmático. Analisava os fatos com a maior frieza. Percebia que as guerras aconteciam e por mais terríveis que elas fossem, ele preferia vencê-las a perdê-las. Também era defensor do livre mercado e da democracia, que considerava o pior regime político, excetuando os outros. Abominava os monstros disfarçados: o comunismo, o nazismo e o fascismo. Considerava a tirania bolchevique a pior de todas e afirmava que o vício intrínseco do capitalismo é a partilha desigual do sucesso, enquanto o vício intrínseco do socialismo é a partilha equitativa do fracasso. Mas seu pragmatismo permitiu costurar pactos até mesmo com Stalin para derrotar Hitler e dizia que se Hitler invadisse o inferno até mesmo o diabo merecia uma ajuda. Era a personificação do entusiasmo e sua confiança era contagiante: “nós nunca nos renderemos”, dizia, e assim salvou a Inglaterra e o Ocidente. Além das medalhas militares, publicou inúmeros livros; pintou mais de 500 telas; construiu pessoalmente sua propriedade particular: foi membro da Royal Society; ganhou o Prêmio Nobel de Literatura; foi exímio caçador e jogador de pólo; criou cavalos vencedores; consumiu espantosa quantidade de champanha em companhia de seus charutos. A vida de Chuchill nos passa, ao menos cinco lições importantes: pense sempre grande; nada substitui o trabalho árduo; nunca deixe que os erros e desastres o abatam; não desperdice energia com coisas pequenas e por fim, não deixe que o ódio o domine, anulando o espaço para a alegria na vida. O Ano Internacional do Cooperativismo Carlos Jardim* Em segundo lugar, precisa ser viável economicamente: cooperativa é uma empresa, com a diferença de que o lucro não é o fim em si; ela é o instrumento da doutrina cooperativista que objetiva “corrigir o social através do econômico”. E, por fim, é preciso que haja espírito associativo, com liderança capaz de conduzir o processo. É bom lembrar que existem cooperativas em todos os países, e o numero total de seus associados é próximo a bilhão de pessoas. Se cada qual tiver três agregados, são 4 bilhões de terráqueos ligados direta ou indiretamente ao cooperativismo, constituindo o mais gigantesco contingente humano em defesa da democracia e da paz universal. Não é por outra razão que a ONU declarou 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo. E pela Unimed O Cooperativismo brasileiro vem crescendo bastante. Os números são notáveis, e mostram como o movimento se expandiu na área urbana. Há dez anos, o Brasil tinha 5.903 cooperativas, das quais 1.411 eram rurais, com 831.654 associados. Cerca de 2.067 eram urbanas, com 2.493.197 associados. No último levantamento da OCB, de dezembro de 2010, as cooperativas urbanas já eram 2.953, com 3.816.025 associados, e as agrícolas eram 1.548, com 943.054 associados. Uma cooperativa precisa de três condições básicas para se desenvolver de maneira positiva: em primeiro lugar, precisa ser necessária. Não adianta querer criar uma cooperativa de qualquer tipo se ela não for sentida, pelos futuros cooperados, como uma necessidade, capaz de responder às pressões econômicas a que estão submetidos. O Cooperativismo é um movimento de base, tem que crescer de baixo para cima, não pode ser imposto. mesma razão esse extraordinário movimento bem que merece o Prêmio Nobel da Paz. *Presidente da Unimed 21 Crônicas Casos e causos médicos ao acaso Urinando igual a um cavalo L á pelos idos de 1978, a residência médica em cirurgia geral do Hospital Orêncio de Freitas era uma das melhores do Brasil. Os Drs Guilherme Eurico, Célia Maria Gouvea de Freitas, Santini, Oriane, Lutegarde, Flávio Nogueira, Ivan Saldanha, Miguel de Freitas, Lauir Domenico Acetta, entre tantos, impunham um alto padrão de qualidade. A terceira turma de residentes marcou época pelo alto padrão técnico e também porque só tinha figuraça: Henrique era o presidente de EFUSA (Empresa Faça Uma Senhora Alegre); Humberto era o pato veloz em sua moto; Canavezi, o paulista de Quiririm; o Jaiminho, o japa rei do curativo, e o Elias Brum, vindo de Bom Jesus de Itabapoana, um verdadeiro caipira. Todos ávidos em aprender a operar. Elias tinha um lema: “Laparotomia branca não mata”. E o chefe de plantão, Dr. Flavio Molecão, outro lema: “se me chamarem em campo, perde a cirurgia”. Esse plantão de 5ª feira era “sopa no mel”, na dúvida pró réu, ou seja, “bota na mesa”. Certa feita um adolescente com leve dor na fossa ilíaca direita apareceu no plantão da quinta-feira. Nem se pensou duas vezes: Laparotomia! O apêndice lá estava bonitinho, vermelho de vergonha, sem alteração nenhuma. Após extirpá-lo, o Elias foi conversar com os familiares, fazendo o maior drama: “Olha só pessoal... fizemos a cirurgia... uff!!... correu tudo bem e... graças a Deus não encontramos nada de anormal; seu filho tá salvo!” Os familiares derramaram-se em agradecimentos. Mas nem sempre os fatos corriam tranquilos. Certa feita, à noite, houve uma indicação precisa de cirurgia de hérnia inguinal, no detetive Palheta, muito conhecido na cidade. Após a cirurgia os familiares telefonaram para saber o resultado e se o detetive estava urinando bem. O Elias, atendendo ao telefone, explicou todo satisfeito que a cirurgia fora um sucesso e que o detetive estava urinando igual a um cavalo. No dia seguinte toda a família e outros detetives exigiram satisfações na recepção do hospital, pois haviam chamado o detetive de animal. Coube ao Prof. Guilherme Eurico explicar o sentido da frase usada “urinar igual a um cavalo”, ou seja, urinar bem e muito. Hoje o Elias virou cirurgião plástico, sempre com uma máquina fotográfica a tira colo, para garimpar cirurgias, segundo ele. 22 O Placentoscópio T odos sabem a brincadeira sobre a classificação dos acadêmicos de Medicina de acordo com o período na faculdade: Acads Faecalis (até o 4º período – não sabem nada); Acads Vulgaris (do 4º ao 10º período – são os mais comuns, têm alguma noção) e o Acads Terrificus (do 10º período até a formatura, um verdadeiro perigo, pois se acham sabedores de tudo, com diagnósticos mirabolantes). Bem alguns Acads Faecalis, ávidos por conhecimentos, já querem inclusive dar plantão em hospitais. Um dia, lá na maternidade escola do Hospital Gaffrée Guinle, na UNIRIO, chegou um acadêmico do 4º período desejando ver parto por cesariana, pois tinha terminado a disciplina de anatomia e desejava ver ao vivo as estruturas anatômicas. O chefe de plantão permitiu, informando que logo iria ocorrer uma cesariana e para ele se dirigir ao centro obstétrico e trocar de roupa. O acads sentiu-se todo importante naquela vestimenta, observando e anotando tudo, começou a perguntar sobre escovação, luva, foco, pinças, etc.., já enchendo “o saco” da equipe, inclusive com perguntas tipo: quando se faz a assepsia no ato cirúrgico? O obstetra, um tremendo gozador, ao perceber que o nosso acadêmico ia ficando pálido aos primeiros cortes e sangramentos, fez um drama e com ar de preocupação pediu que o acadêmico fosse rápido buscar na enfermaria o placentoscópio, pois o feto devia estar correndo risco. Nosso acadêmico imediatamente retirou-se e foi buscar o aparelho, retornando a seguir, dizendo que não encontrara e que ninguém sabia onde estava. O obstetra então quase gritando pediu para que ele retornasse e procurasse nos andares, que era uma urgência. Imediatamente o acads obedeceu e saiu a procurar, retornando pouco depois, também sem sucesso, mas já com ar de desespero e preocupação. Embora já tivesse ocorrido o nascimento, o cirurgião teatralizando um risco de vida, pede ao acadêmico que retornasse a procurar na urologia ou na ginecologia, pois certamente lá estaria, mas que não perdesse mais tempo. Após uns 15 minutos, já terminada a cirurgia, nosso acadêmico chega todo esbaforido carregando uma enorme caixa cheia de fios elétricos e botões, dizendo que encontrou tal aparelho na urologia e se era esse o placentoscópio tão procurado! Hoje ele é um excelente ortopedista e diverte-se ao relembrar fatos de uma época romântica da faculdade que não volta mais. Perfil Herbert Praxedes O médico hematologista, Dr. Herbert Praxedes, reservou alguns minutos de sua agenda para participar como entrevistado desta coluna. Professor emérito e coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), ele se revela uma pessoa de hábitos simples e com uma grande religiosidade. Tempo de formado: 56 anos Especialidade: Hematologia Clínica Formação secundária: Colégios S. Vicente de Paula, em Petrópolis, e Salesianos Santa Rosa, em Niterói Se não fosse médico: Seria frustrado Fato mais contundente na profissão O incêndio do Circo Como vê a Medicina de hoje Grande avanço científico, mas pouco sob o aspecto ético O que representa a AMF: uma associação de Profissionais da Medicina Mensagem ao jovem médico: "Até a morte combate pela Verdade e o Senhor Deus combaterá por ti" - Maxance van der Merch Hobby: Radioamadorismo Prato preferido: Frango com quiabo e angu (sem sal) Lugar mais bonito: Não sei dizer entre tantos Livro preferido: A Bíblia Pensamento que segue: O de um cristão católico Religião: Católico O que mais aprecia nas pessoas: O caráter O que decepciona ver nelas: A falta dele O que faz nas férias: Descanso Música preferida: “Clair de lune”, de Debussy Melhor gastronomia: Não sei Filme preferido: Casablanca Maior obra de arte: O Cristo Redentor Família: Casado há 55 anos com Mariinha. 4 filhos e 11 netos Frase para a posteridade: repetindo a frase da mensagem acima "Até a morte combate pela verdade e o Senhor Deus combaterá por ti" de Maxance van der Merch 23 Curiosidades 24 A s nações têm como símbolos principais as bandeiras e os hinos. Estes geralmente musicados, foram se incorporando às manifestações patrióticas, a grupos religiosos, clubes etc... Em relação aos clubes de futebol, vale lembrar que todos os hinos dos principais times do Rio de Janeiro foram compostos por Lamartine Babo, porém o do América é um plágio de música norte americana. O hino do Grêmio foi composto por Lupicínio Rodrigues (...“nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver”). A origem dos hinos remonta à Grécia antiga, entoados em honra aos deuses. Entre as nações, o mais reverenciado tem sido La Marseillaise: “Allons enfants de la Patrie, Le jour de gloire est arrivé!”, letra e música compostos na noite de 25/4/1792 pelo capitão Claude de Lisle. A Rússia adotou o Patrioticheskaya Pesnya (canção patriótica) como seu hino, sem letra, porém o governo solicitou a quem escrevera o antigo hino da URSS que colocasse a letra. O pedido partiu dos jogadores de futebol que alegavam desvantagem nos confrontos internacionais, pois os adversários cantavam exaltando suas pátrias. Alguns hinos foram criados por compositores clássicos. O da Áustria é de Wolfgang Amadeus Mozart. A melodia do hino alemão, o extraordinário “Deustschland Über Alles” foi composta pelo austríaco Haydn em 1797, em honra ao imperador Francisco II. O poeta Rabindranat Tagore, primeiro asiático a ganhar o Nobel de Literatura, compôs os hinos de Bangladesh e da Índia. Quarenta países têm seus hinos escritos por estrangeiros como por ex.: Vaticano; Alemanha; Argentina (Blas Perera, espanhol); Colômbia (Oreste Santici, italiano); Equador (Neumane, alemão); Bolívia (Leopoldo Benedetto, italiano); Honduras (Hartling, alemão); Chile (Ramón Carnicer, espanhol); Síria (Mohamed Flaytel, libanês); e o Húngaro Debali compôs os hinos do Uruguai e Paraguai. O hino do Canadá, para a única melodia tem duas letras, uma em Hinos francês e outra em inglês. Grécia e Chipre compartilham o mesmo hino, que de todos seria o mais longo com 158 estrofes. A “Marcha Granadera” é o hino da Espanha, que oficialmente não possui letra. O hino suíço é cantado em quatro línguas: alemão, francês, italiano e romanche. O hino do Reino Unido, “God save the King (ou Queen)” é de 1745 e é considerado o mais antigo, sendo anônima a autoria da melodia. Também é desconhecida a autoria do hino dos Estados Unidos, embora seja baseada numa canção do séc. XVIII, “To Anacreon in Heaven”. Para o hino mexicano houve concurso em 1853. O poeta Gonzáles Bocanegra não queria participar, porém sua noiva Guadalupe Pino, trancou-o num quarto e após uma noite de intenso amor, conseguiu compor dez estrofes que ganharam o concurso. A música do hino da República Tcheca é de Jan Skroup, composta em homenagem à sua falecida esposa. O Afeganistão trocou seu hino cinco vezes e no período do Talibã não teve hino, pois era proibido manifestação musical. O hino brasileiro foi composto por Francisco Manoel da Silva em plena euforia da Independência (1822). A música ficou guardada até 13/4/1831, quando foi executada na despedida de D. Pedro I. A letra, poema de Joaquim Osório Duque Estrada, lhe foi acrescentada em 1909 e modificada 11 vezes, sendo oficializado pelo presidente Epitácio Pessoa, em 1922. A letra é um belo poema, mas um tanto pomposa e obscura para grande parte do povo brasileiro, pelo estilo da construção e palavras em desuso, além de ser longo e de difícil memorização. Mesmo assim é uma bela melodia, sem canhões, sem sangue, sem horrores e o conjunto nos faz orgulhosos da brasilidade. Raras pessoas, mesmo entre músicos e estudiosos, conhecem a letra da introdução, cuja terceira frase é enigmática e ameaçadora; Espera o Brasil, que todos cumprais o vosso dever. Eia! Avante! Brasileiros, sempre avante. Gravai o buril nos pátrios anais do vosso poder! Eia! Avante! Brasileiros, sempre avante! Eia sus, oh, sus! Como o caro leitor pode perceber, o SUS está no nosso hino. O poeta Joaquim Osório Duque Estrada foi profético, só não contava com governos e políticos insensíveis. Viagem Inesquecível Santiago de Compostela Um caminho histórico e, para muitos, transformador “O Heraldo Victer* Caminho de Santiago de Compostela é uma das maiores realizações das últimas décadas.” “Trata-se de algo verdadeiramente sedutor, envolvente, de grande sentimento espiritual, com forte significado.” Estes são alguns dos comentários daqueles que se aventuram a percorrer essa ancestral rota de peregrinação, que se estende por toda a Península Ibérica indo terminar na cidade de Santiago de Compostela, onde se acredita estar o túmulo do apóstolo homônimo. Homens e mulheres se lançam nessa experiência, imitando os passos Inicio de uma caminhada diária, bem cedo, pelas trilhas no interior da Espanha, primavera. Todos de mochila, chapéu, bastão, bota apropriada para chuva, lama, terra, pedra, etc. Descanso do peregrino medievais que percorreram, sobretudo, nos séculos XII e XIII, este antigo traçado. Os motivos variam desde o espírito religioso-cristão, passando por misticismo ou busca interior, ou apenas como uma grande aventura. Independente do que tenha motivado a pessoa a seguir nesse caminho, o adjetivo é único para o seu resultado: transformador. Uma tradição muito antiga retrata que, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago foi fazer a sua pregação em regiões longínquas, chegando à Galiza, extremo oeste da Espanha. Ao retornar à Palestina foi preso Primeiro dia de caminhada 26 Sinalização: Placas indicativas Catedral de Santiago e decapitado. Dois de seus discípulos, Teodoro e Atanásio, recolheram os restos do corpo do apóstolo e os sepultaram secretamente em um bosque na antiga cidade de Iria Flávia. Oito séculos depois, o local começou a registrar uma verdadeira chuva de estrelas. O bispo da cidade determinou que fossem realizadas escavações no local onde estava ocorrendo o fenômeno e assim achou uma arca com os ossos do santo. A notícia se espalhou e gerou uma peregrinação das pessoas ao sepulcro, originando o Caminho de Santiago de Compostela. Àqueles que ficaram interessados em vivenciar essa experiência, são muitos os caminhos que levam à Santiago. As rotas, delineadas desde a Idade Média, recebem nomes como Caminho Francês (o peregrino entra na Espanha por Roncesvalles, no sopé dos Pirineus), Caminho Inglês (que parte de Ferrol ou da Corunha) e o Caminho Português (onde existem várias alternativas), além de outros que não levam diretamente à Santiago de Compostela. Seja qual for, o importante é se lançar neste desafio, independente do motivo que o move. Igreja Medieval 27 Livro em foco O espetáculo mais triste da Terra Wellington Bruno* Livro: “O espetáculo mais triste da Terra- o incêndio do Gran Circo Norte-Americano” Autor: Mauro Ventura Editora: Companhia das Letras Q uando vi este livro entre muitos outros sobre a bancada de uma livraria no Rio de Janeiro, eu nem me interessei por causa do título: “ O espetáculo mais triste...”. Havia tantos outros mais interessantes. Poucos dias depois, dirigindo meu carro no engarrafamento entre o Hospital Antonio Pedro e o Hospital Pedro Ernesto, liguei o rádio e peguei quase o final de uma entrevista de Lucia Hipólito com o autor do mesmo livro, jornalista Mauro Ventura, dizendo que a obra tratava do terrível incêndio do circo em Niterói no ano de 1961. Disse a mim mesmo: “ Puxa! Era aquele livro que vi na livraria e nem me aproximei dele por causa do título.” Logo eu que tinha curiosidade de saber mais acerca do que ocorreu naquela época. Quando já atendia em consultório no final dos anos 80 e início dos 90, atendi pelo menos dois pacientes com algumas seqüelas de queimadu- 28 ras, com intervalo de tempo de alguns meses ou anos. Eles me disseram que estavam no circo que pegara fogo em Niterói. Eles me perguntaram se eu sabia a respeito. Eu nasci em 1963, tinha ouvido falar muito por alto, mesmo tendo estudado no Hospital Universitário Antonio Pedro, o qual fazia parte dessa história. Eu também não era morador da cidade à época, pois vim para Niterói somente para cursar medicina, após o vestibular em 1982. Em outro dia perguntei a minha mãe o que ela sabia a respeito desse incêndio. Ela me disse apenas que foi um grande incêndio e que muita gente tinha morrido. Disse que o Pitanguy operou muitas vítimas do incêndio e que surgiu até um louco chamado “Profeta Gentileza” que andava pelas ruas, inclusive em Nova Iguaçu, onde morávamos, porque perdera toda a família no incêndio do circo. Na verdade, ela tinha essa informação vaga e, em parte, errada, como o restante da população, conforme vim descobrir através da leitura dessa reportagem investigativa de Mauro Ventura. O tempo passou, não vi mais os pacientes e nem outros com a mesma história. Como médico que assume várias atividades ao mesmo tempo, acabei não me aprofundando no assunto embora persistisse uma curiosidade latente. Então apareceu este livro para finalmente reabrir o assunto trazendo à luz o que se sabe dos fatos que levaram àquela tragédia e como médicos, profissionais de saúde, escoteiros mirins, bombeiros militares, autoridades e muitos, muitos voluntários se mobilizaram para salvar, amenizar o sofrimento e, tristemente, enterrar 503 vítimas fatais (número oficial) em Niterói e São Gonçalo, quando não havia nem urnas nem cemitérios suficientes. O livro foi distribuído para todo o Brasil, mas ele é particularmente interessante para nós que vivemos na região Leste Fluminense, e mais ainda, para nós médicos da região. Você inicia a leitura e a todo instante depara com pessoas que conviveram ou convivem conosco nos nossos dias. Muitos guardaram para si o que vivenciaram porque foi um tempo de muita dor e sofrimento ou talvez porque seja melhor falar de coisas boas e esquecer determinados assuntos em respeito ao sofrimento alheio extremo. Mas ao jornalista Mauro Ventura, eles abriram o coração e a memória dos fatos, o que traz uma inestimável colaboração para as novas gerações. Esse fato torna o livro muito importante para quem é ou deseja ser médico um dia e também para quem venha a ter a responsabilidade de ser autoridade governamental, seja lá em que nível. Eu sabia da importância que tiveram os médicos, mas não sabia da importância dos escoteiros mirins no episódio. E ainda somos apresentados a uma personagem especial, voluntária, de nome Maria Pérola Sodré, que nos arranca lágrimas com sua entrega ao próximo. Como disse anteriormente, em várias páginas você se depara com pessoas conhecidas. E ainda recebe grandes lições como uma antiga do Prof. Edgard Venâncio: “Na medicina, você tem que estar muito compromissado emocionalmente. Mas a emoção não pode interferir no lado técnico.”E ainda me surpreendi com referências a livros conhecidos por nós, como “Em cantos guardados”, organizado por Luiz Augusto de Freitas Pinheiro, já comentado por nós em edição prévia da revista da AMF e “A planície e o horizonte”, de Celso Peçanha, que carinhosamente recebi, em 2006, autografado pelo autor e sua esposa Hilka, ambos já falecidos. “O espetáculo mais triste ...” também é ricamente ilustrado com fotos, mas não vou entrar em outros detalhes do livro para não prejudicar sua leitura. Contudo, eu lhes digo, fosse eu diretor de faculdade de medicina tornaria este livro uma leitura obrigatória no primeiro ano da faculdade. Até a próxima (leitura)! *Cardiologista Enofilia Geografia do Vinho França Dra. Valéria Patrocínio N ão é um exagero classificar a França como o melhor país vinícola do mundo. Nenhum país possui tantos vinhos de excepcional qualidade. Ela possui cerca de uma dezena de grandes regiões vinícolas demarcadas de maior destaque, algumas delas subdivididas em até mais de vinte regiões menores. Bordeaux é, sem dúvida, a região vinícola francesa que mais se destaca por possuir o maior número de vinhos excepcionais (os famosos Grand Cru, Premier Cru, Deuxième Cru, etc.) muitos deles atingindo preços estratosféricos. Suas sub-regiões mais importantes são Médoc, Graves, Pomerol e Saint Emilion para os tintos, e Sauternes-Barsac, para os brancos. Bourgogne é a segunda região mais importante e possui sub-regiões, das quais as mais famosas são: Côtes de Beaunne, Côte de Nuits, Côte Chalonnaise, Mâconnais e Beaujolais. Outras regiões de destaque são: Champagne, berço dos maravilhosos espumantes; Alsace, conhecida pelos seus brancos semelhantes aos alemães; Val de Loire, famosa pelos seus rosés e brancos; Côtes du Rhône, com as suas subregiões Hermitage, Crozes-Hermitage e Châteauneuf-du-Pape com excelentes tintos. Provence, Languedoc, Roussillon e outras regiões completam a incrível legião de vinhos franceses de qualidade. 30 Além dos vinhos dessas regiões demarcadas, existe ainda uma enorme quantidade de vinhos regionais menores (os vins de pays) e os vinhos de mesa de qualidade inferior (os vins de table). Perdidos nesse mar de vinhos, para conhecermos verdadeiramente os vinhos da França não nos resta alternativa senão provar alguns representantes de cada uma das suas regiões. Só assim é possível compreender a diversidade e a complexidade dos vinhos franceses. Fonte: www.academiadovinho.com.br Matéria científica Vinho, cérebro e memória O vinho é uma bebida de muitos paradoxos. Um deles é sua ação sobre o cérebro e a memória. A explicação mais provável para isso, conforme o Prof. Manuel Paula-Barbosa, da Universidade do Porto, em Portugal, é que os polifenóis do vinho, por sua potente ação anti-oxidante, protegem os neurônios. Fonte: http://www.vinhosnet.com.br Dica de leitura Champanhe: Como o mais sofisticado dos vinhos venceu a guerra e os tempos dificeis Autor: Don Kladstrup, Petie Kladstrup Sinopse Em 'Champanhe', Don e Petie Kladstrup envolvem o leitor na surpreendente saga do champanhe, o vinho mais sofisticado do mundo. Associado ao glamour, à amizade e a grandes celebrações, ele oculta uma história de sofrimento e coragem. No livro, o leitor descobre que, por trás das finas taças de cristal e do líquido claro e borbulhante, escondem-se exemplos de coragem e auto-superação na luta contra pragas, catástrofes climáticas, guerras e invasões. Vinho sugerido Brut Royal A alma do estilo Pommery – Uma mistura harmoniosa de vinhos Chandonnay (aproximadamente 1/3), Pinot Noir e Meunier, o Brut Royal reúne quase 40 champanhes diferentes e 3 anos de envelhecimento na adega revelam todas as suas qualidades. Características - Refrescante e ativo, é complacente e prolonga-se no paladar, anunciando um equilíbrio frutuoso. Degustação - Qualquer hora e lugar é tempo certo ... 31 Medicina na Arte Depressão na obra de Pablo Picasso Heraldo Victer* O tema abordado desta edição é a depressão, com dois quadros expressivos de Picasso. Ambos um belo exemplo do cubismo. Nas duas obras é possível analisar o sofrimento da mulher acometida de depressão, bem evidenciada no segundo quadro. Para complementar a análise, as considerações médicas cientificas sobre a depressão, realizadas pelo psicanalista Dr. Ronaldo Victer, Membro da Sociedade de Psicanálise do Rio de Janeiro, Membro Titular da Academia de Medicina “Retrato de Dora Maar” (1937), Óleo sobre tela, 61 x 81 cm, Museu Picasso (Paris) do Estado do Rio de Janeiro e professor de Psiquiatria da UFF. “... toda mulher tem dois braços, dois olhos, dois seios, que são sempre assimétricos. O pintor pode e deve ressaltar as diferenças e não as semelhanças”. Pablo Picasso A obra de Picasso foi profundamente influenciada por seus diversos relacionamentos amorosos, e muitas destas mulheres foram retratadas. Em 1936, ele conheceu a fotógrafa e artista Dora Maar, tendo sido pintada por Picasso como mulher sofisticada, intelectual e dominadora. Com o passar do tempo, Dora se mostrou temperamental e depressiva, tornando-se a musa da aflição e do sofrimento de Picasso, sendo retratada com grandes distorções. Novamente Picasso a pintou mas, dessa vez, totalmente diferente, conforme pode ser conferido no quadro : “Mulher Chorando” em 1937. “Mulher Chorando” (1937); Óleo sobre tela, 60 x 40 cm, Tate Gallery (Londres) 32 * Cardiologista Informe GRUPO ASSE (21) 2216-9900 / (21) 2216-9916 fax (21) 8766-7574 / (21) 8866-2610 www.asse.com.br / [email protected] Rua Teófilo Otoni, 15 - 12° andar Centro - Rio de Janeiro Contabilidade - Livros Caixa Departamento Pessoal Legalização de Clínicas e Consultórios Departamento Jurídico Assessoria Tributária News Março de 2012 Não caia na malha fina Criada especialmente para atender empresas e profissionais da área de saúde Malha Fina é um termo utilizado pela Receita Federal para denominar uma série de verificações eletrônicas que seus computadores fazem nas declarações do imposto de renda, com o objetivo de detectar divergências entre as informações prestadas pelos declarantes e as informações que a Receita Federal tem em seus arquivos, coletadas de outros informantes. Estas verificações são feitas pela fixação de diversos parâmetros que se combinam entre si e pode provocar a retenção da sua declaração de IMPOSTO DE RENDA com o consequente bloqueio da restituição e o encaminhamento da declaração para a devida fiscalização. Quando a declaração é retida na malha fina e tem imposto a restituir, o declarante rapidamente saberá de sua situação porque estará acompanhando o seu processamento, ansioso pela restituição. Entretanto, quando o declarante tem imposto a pagar, é comum o não acompanhamento do processamento pelo simples fato da falta de expectativa de qualquer ato da Receita Federal. Mas as declarações com imposto 34 a pagar também podem ser retidas em malha ainda que o imposto apurado, quando de sua entrega, tenha sido pago. A indicação de que a declaração não ficou retida em malha é o recebimento de uma cartinha da Receita informando que a declaração foi processada e indicando os valores do imposto a pagar ou a restituir - que muita gente confunde com a cobrança do imposto apurado e fica preocupada, achando que a Receita está cobrando um imposto que, na maioria das vezes, já foi pago. Os principais parâmetros que devem ser observados para não cair na malha fina. I - Valor do Imposto de Renda Retido na Fonte: os computadores da Receita realizam um cotejamento para verificar se há informação sobre a retenção declarada, ou seja, verifica se o imposto foi mesmo retido e se os valores são iguais; II - Ausência de Fontes Pagadoras: a malha verifica se todas as empresas que declararam pagamentos estão constando na declaração. As empresas informam à Receita Federal todos os pagamentos feitos por trabalho assalariado e todos os demais pagamentos no ano com retenção ou não de IRRF; III - Recebimentos de Resgate de Pre- vidência Privada: todos os resgates são informados pelas empresas de previdência privada; IV - Despesas Médicas: valores de pagamentos incompatíveis com a renda bruta declarada. Apesar da permissão de dedução integral das despesas médicas, o normal é que estas despesas guardem uma certa relação com a renda bruta. Valores desproporcionais chamam a atenção e podem provocar a retenção na malha. Normalmente quem tem um plano de saúde não efetua pagamentos com valores elevados por atendimentos fora do plano. Quando isto ocorre, o contribuinte terá que deduzir do valor do recibo médico, não credenciado ao plano de saúde a parte reembolsada pelo convênio. Assim, deverá declarar somente o valor líquido pago. V - Variação Patrimonial incompatível com os rendimentos declarados: a variação entre o patrimônio declarado no início e no final do ano deve ser compatível com os rendimentos declarados (rendimentos tributáveis, rendimentos isentos ou não tributáveis, e rendimentos tributados exclusivamente na fonte). Havendo distorções na evolução patrimonial do contribuinte, será motivo para cair na malha fina. Embora estes sejam os principais motivos de retenção de declarações na malha, existem outros que podem não reter na malha, mas que levam a declaração para a fila das que serão fiscalizadas. Veja alguns exemplos: VI - Falta de declaração de aquisição de veículos novos: as concessionárias de veículos informam à Receita Federal os dados dos adquirentes de veículos. Assim, a falta de declaração desta aquisição, fica sujeito a cair na malha fina. VII - Falta de informação na aquisição de imóveis: da mesma forma que as concessionárias, as vendas de imóveis por pessoas físicas ou jurídicas, estão obrigados a informar à Receita todos os dados de seus adquirentes, inclusive os valores pagos no ano; VIII - Falta de informação de alugueis recebidos: as imobiliárias também estão obrigadas a informar os valores pagos aos locadores, através da DIMOB. Quando o locador alugar seu imóvel para pessoa física, e o rendimento do aluguel ultrapassar a tabela progressiva do imposto de renda, deverá ser recolhido o carnê leão, com o código 0190. IX - Falta de declaração de imóveis adquiridos: também os cartórios estão obrigados a informar sobre as escrituras lavradas e documentos registrados, indicando vendedores e compradores com os respectivos valores das transações; X - Despesas com cartões de crédito: as administradoras de cartões de crédito estão obrigadas a informar todos os cartões cujos gastos forem maiores do que R$ 5.000,00 mensais. Neste caso a renda consumida deve ser suficiente para suportar tais gastos; XI - Movimentação bancária elevada: Com o fim da CPMF, o Governo publicou a IN RFB 878 de 15/10/2008, que obriga aos bancos e demais instituições financeiras a informar a Receita Federal toda a movimentação financeira mensal por CPF, a partir de janeiro de 2009. Isso significa que a Receita ficará sabendo, mesmo sem ter que “quebrar” o seu sigilo, o total de débitos e créditos mensais, possibilitando a comparação com seus rendimentos mensais, aqueles que você informará na declaração de 2012, referente a 2011. As instituições em geral, ficam obrigadas a apresentar semestralmente a Dimof à Secretaria da Receita Federal. Assim, o Leão terá acesso direto e permanente ao sigilo bancário do contribuinte. Desta forma, o Grupo Asse possui uma equipe altamente capacitada para lhe orientar e elaborar a sua declaração IRPF. São centenas de clientes, que há 36 anos confiam em nossos serviços, e por isto somos responsáveis por sua declaração e daremos toda a assessoria até que se finde o prazo prescricional exigido por lei. 35 Agenda Cultural Programação - Abril 2012 Mais que Dilmais Dia: de 5 a 26 Quinta Feira às 21h Ingresso: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia entrada) Um show completo. Sem exageros, é assim que pode ser definido o espetáculo “Mais que Dilmais”, do comediante mineiro Gustavo Mendes. Uma das maiores e mais recentes revelações do humor nacional, ele reúne no palco uma compilação dos seus melhores textos de stand up comedy, piadas, performances musicais e imitações. A principal delas, que lhe rendeu, além de fama e elogios pelo País, mais de 10 milhões de visualizações no Youtube, a da presidenta Dilma Rousseff. Com Gustavo Mendes Pinocchio O Musical Dia: de 07 a 29 Sábados e domingos às 17h 36 Parem de Falar Mal da Rotina Dias: 6 a 29 Sextas e Sábados às 21h e domingo às 20h Ingresso: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia entrada) Parem de Falar Mal da Rotina não é um espetáculo convencional onde uma história é contada. Este espetáculo é um modo de vida, é uma Ingresso: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia entrada) A famosa fábula do boneco de madeira que virou menino de verdade, ganha versão musical e mistura ritmos brasileiros com referencias à Itália do século XVIII. A divertida adaptação investe em uma linguagem abrangente, a fim de trazer para os dias de hoje as mensagens propostas no texto de Collodi. Pinocchio ganha vida através da Fada Azul, e inicia sua trajetória que vai desde a sua origem de boneco de madeira, passando por diversos aprendizados. Com Fernanda Alencar, Rafael de Castro, Higor Tadeu, Rodrigo Rosado, Ana Luísa Leite, Tauã Delmiro. visão de existência. É a maneira com que Elisa Lucinda, a atriz, roteirista e diretora da peça consegue expressar sua urgência e inquietude na busca interminável da liberdade de se poder viver plenamente, sem os famosos cárceres que nós mesmos nos impomos. Com Elisa Lucinda Avenida Roberto Silveira 123 – Icaraí - Lotação: 330 lugares Bilheteria e informações de quarta a domingo das 15h às 21h Tel.: (21) 2710-1348 - Site.: http:// www.amf.org.br/ Venda de ingressos antecipados pelo site www.ingresso.com
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