Comissão Europeia - What is SINPHONIE?
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Comissão Europeia - What is SINPHONIE?
Comissão Europeia Direção-Geral da Saúde e dos Consumidores Direção-Geral Centro Comum de Investigação - Instituto de Saúde e Protecção dos Consumidores Contatos Morada: Via E. Fermi 2749, TP291, I-21027 Ispra (VA), Italia E-mail: [email protected] Tel.: +39 0332 78 9871 Fax: +39 0332 78 5867 Mais informações sobre a Direção-Geral da Saúde e dos Consumidores disponíveis em: http://ec.europa.eu/dgs/health_consumer/index_en.htm Mais informações sobre a Direção-Geral Centro Comum de Investigação disponíveis em: http:// ec.europa.eu//jrc/ Advertência Jurídica Esta é uma publicação conjunta da Direção-Geral da Saúde e dos Consumidores e da Direção-Geral Centro Comum de Investigação, estrutura interna de serviço científico da Comissão Europeia que tem por objectivo providenciar evidência científica que suporte o processo de Europeu de elaboração das políticas. O conteúdo científico não implica a posição da Comissão Europeia. Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa agindo em nome da Comissão é responsável pelo uso que possa ser feito desta publicação. A responsabilidade pelo conteúdo deste relatório permanece com os seus autores. As opiniões aqui expressas não representam as da União Europeia, nem da Comissão Europeia, nem da Agência Executiva para a Saúde e os Consumidores que não assumem qualquer responsabilidade pela informação contida no presente relatório nem pela sua utilização. JRC7xxxx EUR xxxx EN ISBN 978-xxx-xxx xxx ISSN xxxx-xxxx Doi : xxx/xxx Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2014 © União Europeia, 2014 Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Impresso em Itália Resumo Este documento descreve um conjunto de orientações-guia para o ambiente interior das escolas europeias desenvolvidas no quadro do projeto SINPHONIE (Schools Indoor Pollution and Health – Observatory-Network in Europe ; Poluição no Interior das Escolas e Saúde – Observatório-Rede na Europa). O seu objectivo é fornecer as referências-guia que ligam coerente e compreensivelmente o conhecimento mais actual obtido através do projeto SINPHONIE, o que inclui as linhas-mestras de orientação e estratégias de prevenção, controle, remediação e comunicação para um ambiente saudável nas escolas da Europa. Estas orientações-guia para um ambiente saudável nas escolas europeias são dirigidas em primeiro lugar aos que elaboram as políticas aos níveis europeu e nacional e às autoridades locais para a melhoria do ambiente interior nas escolas nos seus países ao mesmo tempo que respeitem as especificidades (ambiental, social, económica) de cada situação nacional ou local. Um segundo grupo que se espera possa beneficiar directamente destas orientações-guia inclui os projectistas e construtores de escolas e os seus gestores e utilizadores (alunos, pais e professores e outro pessoal de serviço). A prioridade deve, no entanto, ser dada às orientações nacionais, regionais ou locais, sobre esta matéria quando existam e usar estas orientações-guia como 1 informação suplementar. SINPHONIE Poluição Interior nas Escolas e Saúde Schools Indoor Pollution and Health Observatório-rede na Europa Observatory Network in Europe Orientações-guia para um ambiente saudável nas escolas europeias Este relatório foi preparado por: Stylianos Kephalopoulos (European Commission, Joint Research Centre), Éva Csobod (REC, Hungary) , Yuri Bruinen de Bruin (RIVM, The Netherlands), Eduardo de Oliveira Fernandes (IDMEC-FEUP, Portugal) Com contribuições de: Paolo Carrer (UMIL, Italy), Corinne Mandin (CSTB, France), Marianne Stranger (VITO, Belgium), Isabella Annesi-Maesano (UPMC Paris 06, France), Marcia Giacomini (UBA, Germany), Ellen Koudijs (RIVM, The Netherlands), Hans Moshammer (Medical University Wien, Austria), Peter Rudnai (NIEH, Hungary), Joana Madureira (IDMEC-FEUP, Portugal), Dejan Mumovic (UCL, United Kingdom), Edvinas Krugly (KUT, Lithuania), Anne Hyvärinen, Martin Täubel and Kati Järvi (THL, Finland), Zorica Zivkovic (USMS, Serbia), Helena Kazmarová (SZU, Czech Republic), Michal Jajcaj and Henrieta Savinová (UVZSR, Slovakia), Margarita-Niki Assimakopoulos (UOA, Greece), John Bartzis and Krystallia Kalimeri (UOWM, Greece), Eugen S. Gurzau and Iulia Neamtiu (EHC, Romania), Peter van den Hazel (VGGM, The Netherlands), Stephen Montefort (WALDONET, Malta), Adamos Hadjipanayis (Larnaca General Hospital, Cyprus), Eduart Cani (REC, Albania) The Regional Environmental Centre for Central and Eastern Europe 2000 Szentendre Ady Endre ut 9-11, Hungary 2 Agradecimentos Este documento foi produzido no quadro do SINPHONIE (Poluição Interior nas Escolas e Saúde – Observatório-rede na Europa) projecto financiado pelo Parlamento Europeu e levado a cabo sob contrato da Direcção Geral de Saúde e dos Consumidores da Comissão Europeia (DG SANCO) (SANCO/2009/C4/04, contrato SI2.570742). Os co-autores deste relatório desejam expressar a sua gratidão a todos os colaboradores pelo seu contributo extraordinário para a consecução do projecto SINPHONIE e a preparação das orientações-guia para um ambiente saudável nas escolas europeias. Um especial reconhecimento vai para os professores, alunos e pais que participaram no projecto SINPHONIE, pelo seu entusiasmo e cooperação próxima. 3 Orientações-guia para ambientes saudáveis nas escolas europeias Índice 1. ANTECEDENTES E OBJETIVOS DAS ORIENTAÇÕES-GUIA PARA AMBIENTES SAUDÁVEIS NAS ESCOLAS EUROPEIAS ............................................................................................................................... 5 2. VISÃO GERAL E ANÁLISE DAS INICIATIVAS INTERNACIONAIS EXISTENTES PARA UM AMBIENTE INTERIOR SAUDÁVEL NAS ESCOLAS .................................................................................... 8 3. ORIENTAÇÕES-GUIA PARA AMBIENTES SAUDÁVEIS NAS ESCOLAS EUROPEIAS ............ 11 3.1 FATORES-CHAVE PARA UM AMBIENTE INTERIOR SAUDÁVEL NA ESCOLA ............................................................13 3.2 SINTOMAS E PROBLEMAS DE SAÚDE VERSUS POTENCIAIS FATORES DE RISCO ....................................................16 3.2.1 Sintomas de saúde e exposição a parâmetros físicos, químicos e biológicos do ambiente interior ........................................................................................................................................................................... 16 3.2.2 Como reconhecer problemas para a saúde relacionados com a Qualidade do Ambiente Interior nas escolas ................................................................................................................................................... 16 3.3 INDICADORES, INSTRUMENTOS, PROTOCOLOS E VALORES-GUIA PARA A MONITORIZAÇÃO DA QAI E AVALIAÇÃO DA SAÚDE EM AMBIENTE ESCOLAR ..............................................................................................................17 3.4 ORIENTAÇÕES PARA A PREVENÇÃO E CONTROLO, E ESTRATÉGIAS DE REMEDIAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO .... 22 3.4.1 Orientações para a higiene e requisitos específicos para a QAI nas escolas ........................... 22 3.4.2 Orientações para os requisitos das estruturas construtivas das escolas .................................. 24 3.4.3 Orientações para o clima interior, requisitos de ventilação e acústicos para as escolas ... 27 3.4.4 Orientações para a gestão das fontes de poluição do ar interior ................................................ 28 3.4.5 Orientações para estratégias de controlo da exposição ao ar interior ..................................... 28 3.4.6 Orientações para a educação e comunicação ..................................................................................... 29 3.5 CONSELHOS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR SAUDÁVEL POR TIPOLOGIA DE ESPAÇOS ........................................32 4. CRITÉRIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO NA LEGISLAÇÃO NACIONAL DAS ORIENTAÇÕESGUIA PARA AMBIENTES SAUDÁVEIS EM ESCOLAS EUROPEIAS ...................................................... 41 4.1 RELAÇÃO ENTRE O CUSTO DAS MEDIDAS E OS GANHOS NA SAÚDE .......................................................................42 5. DESAFIOS DE IMPLEMENTAÇÃO E RECOMENDAÇÕES .............................................................. 48 6. REFERÊNCIAS........................................................................................................................................... 52 7. ANEXOS ...................................................................................................................................................... 54 ANEXO A. PANORAMA GERAL SOBRE AS INICIATIVAS POLÍTICAS (LEIS, REGULAMENTOS, ORIENTAÇÕES, PROGRAMAS) EM PAÍSES EUROPEUS SOBRE AMBIENTES ESCOLARES SAUDÁVEIS ........................................................ 55 ANEXO B. PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS RELEVANTES PARA O AMBIENTE INTERIOR DA ESCOLA EM RELAÇÃO A FONTES, EFEITOS NA SAÚDE, OPÇÕES DE GESTÃO DE RISCO/MEDIDAS DE CONTROLO, NORMAS/ORIENTAÇÕES/RESULTADOS DO SINPHONIE PARA COMPARAÇÃO ............................................................. 63 ANEXO C. PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS RELACIONADOS COM O AR INTERIOR (FONTES, EFEITOS NA SAÚDE, OPÇÕES DE GESTÃO DE RISCO/MEDIDAS DE CONTROLO, NORMAS/ORIENTAÇÕES/RESULTADOS DO SINPHONIE PARA COMPARAÇÃO).............................................................................................................................................................75 4 1. Antecedentes e objetivos das orientações-guia ambientes saudáveis nas escolas europeias para Um ambiente escolar saudável é um pré-requisito importante para garantir o crescimento, as oportunidades de aprendizagem e o desempenho das crianças assim como o seu desenvolvimento cultural e social. A qualidade do ar na escola assume um papel relevante na saúde uma vez que as crianças, para além da própria casa, passam uma grande parte do dia no interior do edifício escolar. É de notar que as suas características fisiológicas fazem das crianças um grupo da população especialmente vulnerável à poluição do ar. Na Europa, mais de 64 milhões de alunos e cerca de 4,5 milhões de professores estão expostos ao ar interior nas escolas. Tem sido posto em evidência o potencial impacto negativo para a saúde de uma variedade de poluentes do ar que podem existir no ar exterior mas também nos ambientes interiores incluindo nas escolas. A má qualidade do ar afeta o bem-estar e o conforto em geral e tem efeitos na saúde, em particular, ao nível do aparelho respiratório, estando ainda na origem de doenças cardiovasculares e oncológicas devido a poluentes específicos. Estes fatos têm sido amplamente divulgados na literatura científica (orientações-guia para a qualidade do ar (OMS, 2005, 2009, 2010), estratégias de gestão da qualidade do ar interior (QAI) (EnVIE, 2008; SEARCH, 2010; etc.)) e também têm sido objecto de declarações políticas (Declaração Ministerial de Parma da Organização Mundial de Saúde (OMS/Europa, 2010)). Nas últimas décadas tem sido documentado um aumento da prevalência de bronquite asmática no mundo industrializado, incluindo na Europa. Sabe-se que as crianças asmáticas são excepcionalmente sensíveis aos efeitos da má qualidade do ar pelo que as escolas constituem um local especialmente crítico para este grupo populacional já de si susceptível. Um relatório de 2002 elaborado pela EFA (European Federation of Asthma and Allergy Association/Federação Europeia das Associações de Indivíduos com Alergia e com Asma) identificou diversos problemas de QAI em escolas de países Europeus (EFA, 2002). O relatório destacava a falta de estudos sobre as consequências para a saúde da má QAI bem como a ausência de metodologias harmonizadas que permitissem abordar estas questões de uma forma holística assim como avaliar o impacto de diferentes políticas ou medidas locais no que diz respeito ao ambiente interior nas escolas. Em 2010, a Declaração de Parma da Organização Mundial de Saúde (OMS) da Região Europa, aprovada por 53 países, apelava aos Estados Membros da OMS/Europa que implementassem ações significativas de forma a alcançar os objetivos estabelecidos. Destes, o terceiro objetivo prioritário regional da Declaração visava “a prevenção de doenças respiratórias através da melhoria da qualidade do ar interior e exterior”, declarando que os Ministros ambicionavam “proporcionar a cada criança um ambiente interior saudável nos jardins-de-infância, nas escolas e espaços de lazer, implementando os valores-guia da OMS para a QAI e, de acordo com a Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, garantindo que estes ambientes ficarão livres do fumo de tabaco até 2015 ". No seguimento dos objetivos da Declaração de Parma, o projeto SINPHONIE (Schools Indoor Pollution and Health – Observatory Network in Europe/Poluição Interior nas 5 Escolas e Saúde – Observatório para a Europa), financiado pelo Parlamento Europeu e apoiado pela Comissão Europeia, foi o primeiro projeto-piloto à escala europeia a monitorizar em simultâneo a QAI e a saúde de crianças em 23 países Europeus (SINPHONIE, 2013). Este projeto com duração de dois anos (2010-2012) contou com a participação de uma equipa multidisciplinar de 38 instituições científicas parceiras e uma associada de 25 países europeus. O SINPHONIE constituiu um projeto basilar na promoção de metodologias e ferramentas harmonizadas para a melhor caracterização do ambiente interior das escolas e para a avaliação dos riscos para a saúde dos alunos, professores e pessoal não docente. No âmbito deste projecto foi elaborado um conjunto de orientações-guia e recomendações para ambientes escolares saudáveis cobrindo um vasto leque de situações na Europa. Além disso, o SINPHONIE representou uma oportunidade única e um excelente veículo para a criação de capacidades técnicas para o estudo do da QAI em diversas instituições nos diferentes países participantes, principalmente nos países do Leste e do Sul da Europa. Neste sentido, este projeto constitui um exemplo claro de "transferência de tecnologia" no que diz respeito à QAI e às metodologias de avaliação do impacto na saúde da exposição ao ar interior nas escolas. Para se atingirem os objectivos de ambientes saudáveis nas escolas é necessária uma abordagem integrada e global (holística) de prevenção e controlo e estratégias de remediação e comunicação para abordar as questões da qualidade do ar e do seu impacto na saúde. É necessário ter em conta a cadeia que vai desde a exposição dos indivíduos aos poluentes do ar, à avaliação do risco daqueles para a saúde, às possíveis causas/fontes de poluição e às necessárias estratégias e opções de política para as diferentes medidas a tomar tendo em consideração a localização das escolas, o seu projeto e construção/reabilitação e as suas utilização, gestão e manutenção. Este documento apresenta um conjunto de orientações-guia ou recomendações para um ambiente interior saudável nas escolas da União Europeia (UE) que foram desenvolvidas no âmbito do projeto SINPHONIE como uma referência de suporte ao possível desenvolvimento de um programa coordenado para a promoção de um ambiente interior saudável nas escolas da UE. O seu objetivo é fornecer um guia de referência que inclua e relacione, de uma forma coerente e completa, o conhecimento mais recente baseado nos resultados do projeto SINPHONIE, incluindo fatores-chave na prevenção e controlo e estratégias para a remediação e comunicação para um ambiente escolar saudável na Europa. A finalidade deste documento é aconselhar sobre o que se pode considerar como aplicável de um modo geral à maior parte dos ambientes escolares Europeus. No entanto, como todo o ambiente escolar é único (em termos das condições climáticas e do contexto ambiental específico (localização), do projeto e construção e, ainda, dos modos de utilização e gestão, etc.), o conteúdo deste documento é, assim, adaptado a nível nacional ou local onde apropriado. São também fornecidos critérios para a adoção e implementação destas orientações-guia em medidas e acções políticas nacionais nos países Europeus. Nesta perspectiva, as orientações-guia apresentadas neste relatório não pretendem substituir, mas sim enriquecer e reforçar orientações nacionais e locais existentes, as quais continuarão a ser a primeira referência. 6 Torna-se necessário realçar que estas Orientações-guia têm por objetivo promover uma abordagem preventiva e eficaz em termos de custos - no que se prende com os esforços e custos associados necessários para obter uma boa QAI num dado ambiente escolar por oposição a uma abordagem correctiva e casuística que deixe os problemas para serem resolvidos após o seu aparecimento. Estas orientações-guia são, primeiramente, dirigidas aos decisores políticos tanto a nível Europeu como a nível nacional e às autoridades locais sem desrespeito pelas especificidades (ambientais, sociais e económicas) das respetivas situações nacionais e locais. Um segundo grupo alvo que se espera possa beneficiar diretamente destas orientações-guia inclui os arquitetos e demais projetistas e gestores de escolas (gestores de construção, de renovação e de manutenção das escolas), crianças, pais/encarregados de educação, professores e pessoal não docente. Os utilizadores destas orientações-guia devem, em primeira instância, consultar as orientações nacionais relevantes e usar esta publicação como informação complementar. 7 2. Visão geral e análise de iniciativas internacionais anteriores para um ambiente interior saudável nas escolas A elaboração deste documento no âmbito do SINPHONIE foi baseada na revisão da literatura científica especializada e em informação de iniciativas e medidas nacionais existentes (orientações, programas e regulamentos) com a finalidade de melhorar o ambiente interior nas escolas. A informação recolhida foi posteriormente analisada com o enfoque na situação da Europa tendo-se identificado e reportado as principais semelhanças e diferenças entre os diversos países Europeus. ISIAQ EFA A ISIAQ (International Society of Indoor Air Quality and Climate/Sociedade Internacional de Qualidade do Ar Interior e do Clima) publicou em 2001 o relatório "Criação de um ambiente interior saudável nas escolas" que inclui um conjunto de requisitos para um bom ambiente interior nas escolas, de métodos para investigar edifícios escolares com problemas de conforto e de QAI e, ainda, de requisitos para renovação e gestão dos edifícios escolares e para medidas de remediação. Em 2001, no contexto do projeto financiado pela UE "A poluição do ar interior nas escolas", a EFA (Federação Europeia das Associações de Indivíduos com Alergia e com Asma) preparou recomendações e propostas para um ambiente escolar saudável na Europa que deram origem, nomeadamente, ao folheto "O direito a respirar ar saudável nas escolas". OMS A OMS (Organização Mundial de Saúde) publicou muito recentemente dois documentos que apresentam orientações e valores-guia e recomendações sobre a QAI. Em 2009, foram publicadas orientações e valores-guia sobre “a humidade e os bolores na QAI” (OMS, 2009) seguidas em 2010 pelas orientações e valores-guia sobre nove poluentes específicos do ar interior (OMS, 2010). Apesar de os dois conjuntos de orientações e valores-guia focarem a QAI em habitações, elas também podem, genericamente, ser aplicadas às escolas. As orientações-guia da OMS recomendam metas para a QAI de modo a que os riscos para a saúde, tais como o 8 agravamento da asma, febre dos fenos, a atopia, etc., possam ser reduzidos de forma significativa e fornecem uma base científica para padrões ou valores-guia a implementar juridicamente em todas as regiões do mundo. As orientações-guia destinam-se aos profissionais de saúde envolvidos na prevenção de riscos para a saúde associados à exposição ao ar, assim como aos especialistas e às autoridades envolvidas na planificação e utilização dos edifícios, materiais e produtos usados no interior. EPA-USA Há mais de 10 anos, a EPA (Environmental Protection Agency/Agência de Proteção Ambiental) dos Estados Unidos (EPA-USA) distribui o “kit” de ação "Instrumentos da QAI para Escolas" às escolas públicas, professores e profissionais de saúde bem como aos alunos e pais/encarregados de educação. O “kit” contém recomendações de boas-práticas, orientações e um modelo de plano de gestão da QAI para melhorar o ar escolar a custo reduzido ou a custo zero. Todos os materiais relevantes estão disponíveis em: http://www.epa.gov/iaq/schools/. Países Europeus Uma visão geral da informação obtida sobre os países Europeus é fornecida no Anexo A. Pode-se verificar que as medidas de política diferem de país para país. No caso de países que dispõem de medidas de política em vigor sobre a QAI, apesar dos objetivos serem comuns, o âmbito e o nível de detalhe dessas medidas são diferentes. Vários países adotaram orientações e recomendações para fornecerem informação às escolas sobre como criar um ambiente interior saudável. Algumas das medidas são obrigatórias, enquanto outras são apenas recomendações. O Anexo A mostra que diversos países Europeus têm já implementados requisitos de higiene. Muitos destes requisitos não são estabelecidos em primeira instância para melhorar diretamente a QAI mas sim para manter um nível básico de higiene nas escolas prevenindo assim certas doenças infecciosas. Os requisitos de higiene incluem práticas de limpeza, de segurança alimentar e de condições físicas dos espaços (iluminação e ventilação). O Anexo A mostra também que há países que têm também requisitos técnicos com o objetivo específico de melhorar a QAI nas escolas. Aqueles podem dizer respeito ao projeto das escolas, à obrigação da instalação de ventilação mecânica ou a programas de remediação no seguimento da deteção de problemas. Portugal tomou medidas muito avançadas em favor da auditoria da QAI em 2006 mas regrediu em 2013 (Decreto-Lei 118/2013). A revisão das iniciativas nos Estados Membros da UE, dos países em fase de adesão e dos países candidatos, evidencia que a Alemanha (UBA, 2008) e a França possuem, provavelmente, as mais completas orientações-guias e recomendações sobre os requisitos construtivos do edifício, de 9 higiene e de QAI nas escolas, medidas para controlar especificamente os poluentes do ar interior e o clima interior e procedimentos em casos problemáticos relacionados com o ambiente interior e sua resolução. Em França, e no contexto do programa ambiental Francês “Grenelle Environnement” (França, 2010), foram desenvolvidos requisitos obrigatórios de monitorização e auditoria regular da QAI nas escolas a par de um sistema de rotulagem para materiais de construção e de decoração. 10 3. Orientações-guia para ambientes saudáveis nas escolas europeias A complexidade das fontes de poluição interior entre as quais se conta, desde logo, o próprio ar exterior, e a sua relação com os efeitos na saúde da exposição aos poluentes constituem um enorme desafio no desenvolvimento de abordagens coerentes para o ambiente interior nas escolas. O número e variedade de agentes envolvidos nas escolas com formações muito diversas desde o seu projeto à sua utilização reforçam essa complexidade. No entanto, é claro que para que possam ser eficazes, as medidas para a melhoria da QAI devem fazer parte de uma estratégia de gestão integrada, completa e consistente que envolva governos, instituições, associações profissionais e particulares. As medidas que visam a melhoria da QAI devem envolver ações a nível nacional e local e ser direcionadas tanto aos edifícios novos como aos existentes. Considerações importantes devem incluir: o clima local e a qualidade do ambiente circundante exterior com a identificação das fontes de poluição exterior (indústria, tráfego, agricultura) e interior: dos materiais de construção; associadas aos ocupantes com reflexo nos respectivos padrões de comportamento e a política energética e de sustentabilidade desde o projecto à selecção das soluções tecnológicas e dos materiais. As considerações até aqui mencionadas sublinham a necessidade de avaliar o ambiente escolar de uma forma integrada, holística e coerente. Isto pode ser feito estabelecendo a relação causa-efeito na cadeia de efeitos entre a fonte de poluição, a exposição aos poluentes e os efeitos na saúde relacionados com a qualidade do ar e avaliando as medidas alternativas para eliminar ou minimizar, prioritariamente na fonte, os efeitos indesejados. Em complemento, devem ser tida em consideração a exequibilidade política, legal, tecnológica, económica e social nos países Europeus tendo em conta as idiossincrasias inerentes ao clima e à consequente cultura das comunidades e práticas adequadas de ensino, nomeadamente, em termos de duração das aulas e da densidade de ocupação das salas. O projeto SINPHONIE foi o primeiro projeto-piloto à escala Europeia a monitorizar em simultâneo o ambiente escolar e a saúde das crianças em 23 países Europeus, partindo do conceito holístico desenvolvido pelo projeto EnVIE financiado pela UE (EnVIE, 2008) (Figura 1). O SINPHONIE avaliou a qualidade do ar (interior e exterior) e relacionou estes dados com informação sobre a saúde de crianças em escolas por toda a Europa usando ferramentas e metodologias harmonizadas. Desenvolveu também opções de gestão de risco e orientações-guia para um ar interior saudável nas instalações escolares na Europa. 11 Figura 1. A abordagem do SINPHONIE segundo o conceito ‘EnVie’ As orientações-guia apresentadas neste relatório foram desenvolvidas tendo em consideração a importância de garantir a qualidade do ar (interior/exterior) nas escolas e o fato mais ingente de existirem escolas muito antigas que precisam de ser reabilitadas para que respeitem os requisitos da estratégia de desempenho energético da UE para 2020, assim como para acomodar novas abordagens educacionais. O projeto SINPHONIE formulou um quadro de orientações-guia para ambientes saudáveis em escolas europeias, focando-se em documentos de referência e recomendações que emergiram: • • da análise anteriores iniciativas internacionais para um ambiente escolar saudável conforme é descrito no Capítulo 2 ; dos resultados específicos do projeto SINPHONIE e de outros projetos sobre a QAI financiados pela UE. As orientações-guia para ambientes saudáveis em escolas europeias descritas neste relatório integram de uma forma completa e coerente (Figura 2): • • • • • fatores-chave para um ambiente interior saudável nas escolas; sintomas e problemas de saúde e os seus potenciais fatores de risco; conselhos para um ambiente escolar saudável em áreas escolares específicas; medidas de prevenção e controlo e estratégias de remediação e de comunicação; critérios de implementação e recomendações para a UE e medidas de política a nível nacional. 12 Fatores-chave para um ambiente interior saudável nas escolas Sintomas e problemas de saúde vs. potenciais fontes de poluição Recomendações para a UE e políticas nacionais Orientações da UE para um ambiente interior saudável nas escolas Indicadores-alvo e auditoria e monitorização da qualidade do ar interior nas escolas Prevenção, controlo, e estratégias de remediação e de comunicação Conselhos para um ambiente interior saudável em áreas escolares específicas Figura 2. Quadro conceptual das orientações-guia para ambientes saudáveis em escolas europeias 3.1 Fatores-chave para um ambiente interior saudável na escola O ambiente interior de um edifício escolar é um sistema complexo de espaços com diversas funções e requisitos que envolve um vasto leque de parâmetros com impacto no conforto e na saúde dos seus ocupantes. Uma escola, como qualquer outro edifício, é uma construção física que tem, entre outras finalidades, regular ou controlar a exposição ao ambiente exterior. Vários espaços podem ser definidos dentro de uma escola com diversas funções (i.e. salas de aula, refeitórios, laboratórios, ginásios, balneários) e com diferentes requisitos de acordo com a densidade de ocupação, tipo de ventilação (por exemplo: ventilação natural, ventilação natural assistida mecanicamente ou ventilação mecânica), aquecimento ambiente e níveis de exposição/concentração de poluentes no ar interior. A carga poluente numa escola depende em larga medida da interação entre o edifício e o seu ambiente exterior assim como da maneira como o edifício é construído, mobilado e usado, o tipo de sistema de ventilação e as atividades dos seus ocupantes, incluindo as de manutenção e gestão. As principais fontes de poluição do ar interior numa escola são: - poluição do ar exterior devido às atividades industriais ou agrícolas e ao tráfego urbano no ambiente circundante e, de fontes próximas, incluindo do subsolo, que penetram no edifício escolar por infiltração (permeabilidade da envolvente do edifício), tais como as fundações, pavimento, paredes, portas e janelas ou através do próprio sistema de ventilação; - materiais de construção da escola e do mobiliário (por exemplo: revestimento de paredes e de pavimento, materiais de isolamento, aglomerados de madeira, tintas e vernizes, colas); 13 - o estado de conservação do edifício escolar (estragos nas paredes e tetos resultantes de humidade por infiltrações ou condensações, deficiente manutenção da estrutura do edifício e do equipamento, etc.); - água e solo (por exemplo: poluentes gerados em torno do abastecimento de água e solos contaminados ou com a emissão de radão); - os processos que ocorrem dentro da escola (por exemplo: processamento de papel para tirar fotocópias ou impressão em computadores, utilização de tintas em artes decorativas, processos de combustão para aquecimento; sistemas de ventilação e de ar condicionado, estes, também); - os próprios ocupantes da escola e as suas atividades (por exemplo: fumar, cozinhar, utilizar produtos de limpeza, presença de plantas e/ou animais de estimação) As fontes típicas dos poluentes no interior dos edifícios são apresentadas na Tabela 1. Para avaliar e manter devidamente um ambiente escolar saudável é importante: a)obter informação sobre as características do edifício escolar e seu modo de utilização e funcionamento (por exemplo: densidade da ocupação em m2 por aluno, atividades dos ocupantes, rotinas de manutenção, etc.); (b) identificar medir e monitorizar a evolução das fontes poluidoras exteriores e interiores do edifício e a sua intensidade; e (c) investigar a relação entre os poluentes (físicos, químicos e biológicos) e os problemas de saúde das crianças e dos funcionários. O que se deixa acima é passível de ter importâncias diferenciadas na Europa conforme o clima e a localização da escola (efeito de ilha de calor no ambiente urbano, proximidade de eixo viário de intenso tráfego). É importante evocar este aspeto já que é muito importante alertar para o impacto das futuras alterações climáticas. O previsível aumento da temperatura ambiente por mudança climática ou por efeito de ilha em zonas urbanas específicas, pode induzir alterações nas condições atmosféricas. Consequentemente, recomenda-se a avaliação do impacto de potenciais futuras alterações climáticas na QAI de um determinado ambiente escolar concomitantemente com a integração da informação recolhida sobre as potenciais causas e fontes que afetam o ar ambiente desta escola, tal como demonstrado pelo projeto SINPHONIE. Além disso, a implementação de requisitos de eficiência energética na UE (Energy Performance of Buildings Directive ou Diretiva relativa ao Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), 2010), visa promover que o património imobiliário na Europa seja mais eficiente em termos energéticos, quer os edifícios novos, quer os já existentes, incluindo as escolas. Ao fazer face aos requisitos de eficiência energética das escolas, recomenda-se que também se preste atenção à preservação de uma boa QAI, para evitar afetar a saúde, o conforto e a produtividade dos ocupantes da escola de uma forma negativa. Neste contexto, geralmente são de recomendar edifícios passivos ou de baixo consumo energético. O desafio é racionalizar e otimizar os consumos de energia ao mesmo tempo que se respeitam os requisitos de saúde e de conforto dos ocupantes da escola. 14 Tabela 1. Fontes típicas de poluentes do ar interior nas escolas Fontes de poluição exterior Edifício, equipamento, componentes e mobiliário Ar exterior (ambiente) • Árvores e plantas (partículas e agentes microbiológicos como poléns, esporos de fungos e bolores) com efeitos eventualmente ambivalentes uma vez que podem atenuar o ruído e o impacto de outras emissões • Emissões de instalações industriais (partículas, gases) • Emissões de atividades agrícolas (fertilizantes, inseticidas) • Emissões de fontes móveis (tráfego) • Reações fotoquímicas Fontes de proximidade • Parques de estacionamento formais ou toma e entrega de alunos • Paragem temporária de veículos e outras emissões perto de entradas dedicadas à exaustão • Odores provenientes de contentores de lixo e atividades agrícolas • Pesticidas, fertilizantes Fontes subterrâneas • Radão • Fugas de tanques de armazenamento subterrâneo Equipamento de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) • Bolores e condensações no exterior de tubagens, ‘coils’ e humidificadores • Ventilação inadequada de produtos de combustão (tabaco, …) • Poeiras ou resíduos nas tubagens desde a fase de transporte e montagem Outro equipamento • Emissões de equipamento de escritório: máquinas de fotocópia, impressoras (compostos orgânicos voláteis, ozono, partículas, partículas ultrafinas) • Emissões dos produtos de limpeza Componentes e mobiliário • Fungos e bolores de equipamentos ou superfícies danificadas por humidade • Materiais usados no acabamento interior, para revestimentos e no mobiliário contendo compostos orgânicos voláteis, compostos inorgânicos ou amianto em estado degradado • Materiais que produzem partículas (poeiras) • Condições estruturais do edifício • Emissões de mobiliário e pavimento novos • Crescimento de bolores no interior de móveis “sujos” ou danificados por água • Ácaros e insectos Outras potenciais fontes de poluição interior • • • • • • • • • • • Armazém de equipamentos e produtos de laboratórios Armazém de equipamentos e materiais de artes vocacionais Áreas de preparação de alimentos Produtos de limpeza/ambientadores e de desinfecção Emissões provenientes de contentores de lixo Odores, partículas e compostos orgânicos voláteis emitidos por tintas, adesivos, vernizes Ocupantes com doenças infeciosas Marcadores de quadro branco e marcadores similares Insetos e outras pragas Pesticidas Produtos de higiene pessoal e hábitos tabágicos Fonte: Adoptado da publicação em inglês “Ferramentas para a qualidade do ar interior para escolas” da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) 15 3.2 Sintomas e problemas de saúde versus potenciais fatores de risco 3.2.1 Sintomas de problemas de saúde e exposição a parâmetros físicos, químicos e biológicos do ambiente interior A exposição a um ou mais dos parâmetros físicos, químicos e biológicos de um vasto leque presente no ambiente interior das escolas pode estar na origem de problemas de saúde a curto e a longo prazo entre alunos e funcionários conforme realçam os resultados do projeto SINPHONIE. Os problemas de saúde que afetam os ocupantes das escolas e que se repercutem em perturbações na assiduidade, no conforto e no desempenho da aprendizagem são, por exemplo: irritação dos olhos, da pele e das vias respiratórias, doenças crónicas (asma e alergias) e sintomas associados com o chamado "síndrome do edifício doente" (fadiga, irritação ocular, dores de cabeça, etc., designação que pretende significar que a causa não é facilmente identificável e se poderá remeter para uma responsabilização genérica de ventilação insuficiente ou deficiente. Os efeitos na saúde dos ocupantes resultantes da má QAI são muitas vezes sintomas pouco específicos e não doenças bem definidas. Estes sintomas podem ser causados pela deterioração da qualidade do ar (interior e exterior), ou então podem estar relacionados com outros fatores também no espaço interior (por exemplo: iluminação deficiente, ruído, etc.). Devido às diversas sensibilidades entre os ocupantes da escola os problemas da QAI podem afetar um grupo ou grupos de indivíduos específicos e podem ainda afetar as pessoas de formas diferentes. Os indivíduos especialmente susceptíveis aos efeitos da poluição atmosférica interior incluem, mas não se limitam a, pessoas com asma, alergias, ou sensibilidades a produtos químicos; com doenças respiratórias; e/ou com sistemas imunológicos debilitados (devido a radiação, quimioterapia ou doença). O projeto SINPHONIE indica que a asma pode afetar 100 000 crianças nas escolas na Europa. Em termos de impacto social, os problemas relacionados com a má QAI no ambiente escolar podem afetar as relações entre a administração da escola, os pais/encarregados de educação e os funcionários, tendo um impacto negativo na confiança da comunidade e, em última instância, até gerar problemas de responsabilidade legal. 3.2.2 Como reconhecer os problemas de saúde relacionados com a QAI nas escolas Fazer o diagnóstico de sintomas de saúde relacionados com a QAI nas escolas pode ser difícil dado que sintomas como dores de cabeça, cansaço, falta de ar, congestionamento nasal, tosse, espirros, tonturas, nauseas e irritações dos olhos, nariz, garganta e pele podem também ser causados por outros fatores (por exemplo: stress, ruído, má iluminação, etc.). Seguem-se algumas indicações que podem sugerir quais os sintomas que estão ligados aos problemas da QAI: - os sintomas verificam-se numa determinada escola ou sala ou para um certo grupo de ocupantes; 16 - os sintomas desaparecem quando os alunos ou os funcionários saem da escola ao fim do dia ou por períodos de tempo mais longos; - o início dos sintomas é repentino após certas mudanças na escola (tais como a instalação de novo mobiliário, trabalhos de pintura ou a aplicação de pesticidas); - as reacções ocorrem apenas no interior e não no exterior; - os sintomas são identificados por um médico como estando relacionados com a QAI. No entanto, deve-se realçar que não é seguro assumir que a falta de sintomas signifique que a QAI na escola é aceitável. Os efeitos na saúde da exposição prolongada (tal como cancro do pulmão devido à exposição ao radão) podem só se tornar visíveis ao fim de muitos anos, muitas vezes sem sequer ser possível estabelecer a relaçaõ causa-efeito. A única forma objetiva de confirmar se os sintomas ou efeitos na saúde estão ligados a um problema relacionado com a QAI é monitorizar os indicadores que possam estar relacionados com os problemas mais comuns de saúde ou com o edifício (ver a secção 3.3 abaixo). Esta monitorização inclui: 1. Visitar e inspecionar de forma detalhada o ambiente exterior do edifício escolar no ambito de uma auditoria da qualidade do ar interior. 2. Medir os parâmetros físicos, químicos e biológicos supeios de estarem a causar o problema de saúde, idem; 3. Associar o resultado das investigações nos passos 1 e 2 à informação relacionada com as características da escola e dos espaços interiores (projeto, elementos da construção, mobiliário, equipamento e clima), o comportamento dos ocupantes e potenciais fontes de poluição interior e exterior. Esta informação pode ser recolhida através de “checklists” das características fisícas, térmicas e higrométricas, questionários específicos, testes clínicos e outras ferramentas. 3.3 Indicadores, instrumentos, protocolos e valores-guia para a monitorização da QAI e avaliação da saúde em ambiente escolar A Comissão Europeia por intermédio de algumas das suas Direcções-Gerais em ligação com a OMS e alguns Estados Membros e em associação com especialistas no domínio, entre os quais, de Portugal, tem ao longo das últimas duas décadas de estudo da QAI produzido indicadores, instrumentos, protocolos e valores-guia para habilitar à avaliação da poluição do ar interior através da monitorização de parâmetros físicos, químicos e biológicos e à avaliação da saúde dos ocupantes nos diversos ambientes interiores. No que se refere à poluição do ar interior devida à poluição química, a OMS publicou em 2010 valores-guia de exposição (concentrações médias por períodos de tempo dados) e recomendações com base em evidências científicas de saúde para os seguintes nove poluentes do ar interior: benzeno, monóxido de carbono, formaldeído, naftaleno, dióxido de azoto, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (especialmente o benzo[α]pireno), radão, tricloroetileno e tetracloroetileno. Estes poluentes que provêm de fontes 17 interiores, e são conhecidos pelos seus efeitos nefastos para a saúde, são muitas vezes encontrados nos ambientes interiores, incluindo escolas, em concentrações que ultrapassam os valores-guia da OMS. Os valores-guia da OMS para os nove poluentes acima referidos baseiam-se na apreciação crítica do quadro ambiental e na implementação dos valores limites de exposição para o ambiente interior sugeridos num estudo para a Comissão Europeia (DG SANCO e DG JRC) designado por projeto EU-INDEX (Kotzias et al. 2005). Outro aspeto chave da poluição do ar interior resulta da presença de agentes biológicos e é causada por centenas de espécies de fungos e bactérias, em especial os fungos filamentosos (bolores) que se desenvolvem em superfícies do ambiente interior quando há humidade devida a infiltrações ou condensações associadas a deficiente isolamento térmico e baixo nível de ventilação. No que diz respeito às endotoxinas, estudos recentes mostraram que os níveis de exposição nas salas de aula são muito mais elevados do que os obtidos no ambiente de casa. Em 2009 a OMS publicou uma revisão abrangente das evidências científicas associadas à humidade dos edifícios e aos agentes biológicos. Este documento concluiu que os efeitos mais importantes incluíam o aumento da prevalência de sintomas respiratórios, alergias e asma, assim como perturbações do sistema imunológico. Os resultados do já mencionado projeto SINPHONIE mostraram associações múltiplas de agentes microbiológicos específicos identificados nas poeiras interiores das salas de aula com sintomas de saúde recentes, com sintomas respiratórios passados e com informação clínica objectiva o que mostra a relevância dos agentes microbiológicos na saúde respiratória de alunos e professores. No seguimento das orientações-guia e recomendações mencionadas anteriormente, o projeto SINPHONIE usou vários indicadores e aplicou instrumentos e protocolos para a monitorização da QAI e para a avaliação do estado de saúde de alunos de um número já significativo de escolas europeias, tal como é apresentado nas Tabelas 2 e 3. O seu uso é recomendado quando se investigam as inter-relações entre a exposição a parâmetros físicos, químicos e biológicos e o potencial impacto na saúde de alunos e funcionários. Nos Anexos B e C são apresentadas informações mais detalhadas sobre os parâmetros físicos, químicos e biológicos de maior relevância para o ambiente interior no que diz respeito às respetivas causas e fontes de poluição, efeitos na saúde, opções de gestão de risco/medidas de controlo, orientações-guia/recomendações; bem como, para efeitos de comparação, são ainda apresentados os resultados do projeto SINPHONIE. Um subconjunto de indicadores e protocolos mencionados anteriormente foi ajustado aos objetivos da OMS para monitorizar poluentes específicos do ar interior em escolas na região da OMS e estabelecido em 2011 pela OMS em estreita colaboração com o projeto PILOT INDOOR AIR MONIT (projeto piloto de monitorização da qualidade do ar interior) (nº SI2.582843 entre DG SANCO e DG JRC) e o projecto SINPHONIE. Os indicadores e protocolos a serem usados com o objectivo de reduzir os efeitos na saúde de perigos ambientais do ar, adotado pelos Estados Membros na 5ª Conferência Ministerial sobre Ambiente e Saúde da OMS realizada em 2010, foram: • • Humidade e bolores (aquela como causa ou fonte e esta como efeito e poluente). Ventilação (calculada a partir das concentrações de CO2). 18 • A exposição a poluentes químicos específicos do ar interior selecionados nas escolas (NO2 e formaldeído como os principais poluentes e o benzeno como poluente opcional). O indicador “humidade e bolores” exige visitas in situ e inspeções ao edifício escolar, enquanto os indicadores que se referem à ventilação e à exposição a químicos, requerem monitorização do ar interior, isto é, medição através da recolha de amostras de ar e posterior análise em laboratório. No relatório da OMS-JRC (2011) são descritos os protocolos para a monitorização da QAI nas escolas. Em 2011-2012 foi efectuado um estudo piloto na Albânia e na Croácia com o objectivo de testar a exequibilidade dos protocolos sugeridos e a sua implementação numa escala maior na região Europa da OMS. De realçar que os desenvolvimentos até aqui mencionados tiraram partido de progressos paralelos no contexto do projeto PILOT INDOOR AIR MONIT (projeto piloto de monitorização da qualidade do ar interior (2010-2012)) da Comissão Europeia. A harmonização do quadro de critérios, protocolos e técnicas foi promovida para a monitorização do ar interior em vários contextos interiores e para diferentes objetivos de monitorização. Os indicadores coerentes e robustos, ferramentas e protocolos para a QAI e a monitorização da saúde no ambiente escolar na Europa e dos países da região da OMS que daí resultaram, basearam-se numa forte fertilização cruzada e sinergias reforçadas entre a Comissão Europeia (DG SANCO e JRC), a OMS, os 25 países Europeus envolvidos no projeto SINPHONIE, e a contínua monitorização de programas da QAI na Europa, tais como o Observatório Francês para a QAI (OQAI, 2001) e a Pesquisa Ambiental Alemã (GerES). Tabela 2. Indicadores utilizados no âmbito do projecto SINPHONIE para a monitorização da QAI em escolas europeias Parâmetros físicos e químicos Parâmetros microbiológicos Benzeno Tricloroetileno Tetracloroetileno Endotoxinas Fungos específicos e grupos de bactérias • Formaldeído • Penicillium/Aspergillus group Naftaleno • Aspergillus versicolor, Benzo(α)pireno • Alternaria alternata α-pineno • Trichoderma viride d-limoneno • PM2.5 • Streptomyces spp. PM10 NO2 Ozono CO Radão Cladosporium herbarum Mycobacterium spp. Alergénios • • Ácaros do pó da casa Alergénios do cavalo, gato, cão 19 Tabela 3. Instrumentos e protocolos usados no projeto SINPHONIE para a monitorização da QAI e avaliação do estado de saúde do ambiente escolar interior na UE Instrumentos e protocolos usados no projeto SINPHONIE para a monitorização da QAI e avaliação do estado de saúde do ambiente escolar interior na UE Tipo Objetivo Ator/entidade em questão/envolvido Descrição Questionários Questionários para avaliar a saúde respiratória dos alunos e de professores; bem como possíveis fatores de enviesamento (bias) relacionados com o ambiente da respetiva residência. Questionário para os alunos Recolher informação sobre sintomas/doenças respiratórias/alérgicas das crianças, e a sua perceção quanto à qualidade do ar interior/exterior da escola, e sobre a influência da má qualidade do ar no seu desempenho escolar. Questionário para os pais Questionário para os professores Questionário para avaliar as características físicas do edifício escolar e das salas Questionário sobre o edifício escolar No caso de infantários e escolas básicas, o questionário deve ser preenchido pelos pais/encarregados de educação das crianças. Recolher informação sobre sintomas/doenças respiratórios/alérgicas e a dieta dos seus educandos, fatores de risco mais comuns em casa (por exemplo: hábitos tabágicos, animais de estimação, presença de bolores/humidade, sistemas de aquecimento, aparelhos a gás, produtos de limpeza, etc.) e história familiar de doenças respiratórias/alérgicas. Este questionário de auto-avaliação foi elaborado para investigar sintomas crónicos e recentes, características da habitação e estilos de vida. Recolher informação sobre as suas doenças/sintomas respiratórios/alérgicos e dieta, a sua perceção da qualidade do ar interior/exterior da escola, e a sua perceção sobre a influência da má qualidade do ar no desempenho escolar, os fatores de risco mais comuns em casa (por exemplo: hábitos tabágicos, animais de estimação, presença de bolores/humidade, sistemas aquecimento, aparelhos a gás, produtos de limpeza, etc.), história familiar de doenças respiratórias/alérgicas, e conhecimento/gestão de questões relacionadas com a qualidade do ar e crianças com asma na escola. A informação sobre as características da construção da escola (por exemplo: sistema de ventilação) deve ser preenchida pelo(a) Diretor/a da escola. 20 de aula. Teste de atenção/concentração Absentismo Protocolos para testes clínicos e medições de biomarcadores não invasivos Questionário sobre a sala de aula Teste para avaliar a capacidade de atenção/concentração dos alunos. Alunos Ferramenta para avaliar as taxas de absentismo dos alunos por motivo de doença. Alunos Testes e medições para avaliar a resposta da mucosa das vias aéreas a diferentes ambientes interiores e avaliar a existência de sensibilidade das crianças a alergénios Alunos Deve ser preenchido um questionário para cada sala de aula monitorizada, se possível com a colaboração de todos os professores que nela trabalhem, no que diz respeito às características físicas da sala de aula, procedimentos de limpeza, mobiliário e perceção da QAI. Este teste inclui uma série de exercícios de matemática e de lógica que devem ser completados durante a primeira aula do dia e repetidos durante a última aula do mesmo dia e dentro de um tempo limite. O absentismo é avaliado pelo preenchimento de um registo de assiduidade a ser feito por um professor (ou outro funcionário com essa indicação) para cada aula, de maneira a registar as faltas por doença das crianças durante um determinado período de tempo. As doenças respiratórias foram definidas de acordo com os questionários de saúde. Os testes clínicos e medição de biomarcadores não invasivos incluem: - avaliação da função pulmonar (espirometria); - níveis de óxido nítrico exalado(eNO); - níveis de óxido de carbono exalado (eCO); - rinometria acústica; - lavado nasal; - condensado do ar exalado; - medição da estabilidade do filme lacrimal; - testes cutâneos. 21 3.4 Orientações-guia para a prevenção e controlo, e estratégias de remediação e de comunicação 3.4.1 Orientações-guia para a higiene e requisitos específicos para a QAI nas escolas Os requisitos de higiene no que se refere ao edifício escolar dizem respeito à sua localização, às condições da área de recreio e aos materiais de construção que devem ser garantidos ao longo da vida do edifício. Além disso, não devem existir pontes térmicas, isto é, deve existir uma total continuidade do isolamento térmico nas paredes – de preferência pelo exterior - e cobertura evitando o aparecimento de zonas de parede, por pequenas que sejam, não recobertas com isolamento térmico. A existência de pontes térmicas, a par de rachas ou fissuras são as grandes causas de bolores e de fungos no interior e representam seguramente, depois do fumo de tabaco, das fontes de poluição interior mais perniciosas. Estes requisitos de higiene também se aplicam a cada uma das salas e áreas da escola nas quais se deve garantir uma limpeza apropriada e regular, meios de ventilação natural ou mecânica ou mista e de aquecimento e a disponibilização e uso de equipamento de baixa emissão de poluentes. Equipamentos como fotocopiadoras e impressoras, que emitem compostos orgânicos voláteis e partículas durante o seu funcionamento, devem estar localizados em espaços fechados separados do resto do edifício escolar com sistemas de ventilação por exaustão autónomos. O trabalho ou ensino em áreas especializadas dentro da escola deve ser feito com todas as medidas de proteção para alunos e funcionários (por exemplo: um número suficiente de “hottes” de exaustão nas oficinas e nos laboratórios a funcionar devidamente e com manutenções regulares; as experiências químicas e o manuseamento de substâncias possivelmente carcinogénicas, mutagénicas ou reprotóxicas só devem ser levadas a cabo exclusivamente por docentes especialistas e bem treinados que usem o equipamentos de proteção individual adequados tais como máscaras faciais, óculos e luvas de proteção, batas de laboratório, etc.). Para exemplos de medidas de proteção em áreas especializadas ver GUV 19.16 Alemã 1. O tipo, os procedimentos e a frequência da limpeza devem ser adaptados à área escolar e ao material que irá ser limpo com o objetivo de reduzir a exposição a contaminantes químicos e microbiológicos e a ocorrência de doenças infeciosas no ambiente interior escolar (por exemplo: limpeza adequada dos sanitários pelo menos uma vez por dia; a zona de entrada deve ser limpa diariamente, mas recomenda-se que outros espaços como corredores e escadas sejam limpos pelo menos dia sim, dia não ; o pavilhão desportivo e áreas similares necessitam de limpeza diária; as salas de aula e os tampos das mesas devem ser limpos diariamente para reduzir a concentração de partículas; e a limpeza com desinfetante deve ser feita diariamente nas áreas sanitárias e de lavagens). 1 As salas de aula devem ser ventiladas adequadamente. A taxa de ventilação é definida com base em critérios de saúde e expressa em litros/segundo por pessoa GUV 19.16 Alemã (http://rzlpws50.hbk-bs.de/~vogt/bilder/guv1916.pdf) 22 (l/s por pessoa) e já não simplesmente em renovações de ar por hora. A equivalência destas últimas em l/s por pessoa requer saber a densidade de ocupação da sala de aula em metros quadrados por aluno (m2/aluno). O conhecimento do pé direito permite calcular o volume e fazer a conversão de renovações de ar por hora em l/s.pessoa. A taxa de ventilação deve basear-se apenas em critérios de saúde; daí a necessidade de remover todas as fontes de poluição desde a fase de construção/reconstrução. A programação dos tempos de aulas conjugados com os intervalos pode assegurar na maioria dos casos condições de ventilação suficientemente adequadas paar manter os níveis de CO2 abaixo dos valores-limite recomendados (1000 a 1500 ppm). Só excecionalmente é que a ventilação mecânica será necessária. Entre a ventilação natural e a ventilação mecânica há ainda uma modalidade intermédia designada de ventilação natural assistida, isto é, auxiliada por ventilação mecânica por exaustão, sempre que adequado, contando com as frinchas e aberturas mais ou menos desejadas ou toleradas face às condições climatéricas do exterior. A ventilação não deve ser usada como meio de suporte ao aquecimento ou arrefecimento salvo nos estritos limites dos caudais necessários por razões de saúde. Claro que, no caso da ventilação natural ou ventilação natural assistida tal não é de todo exequível salvo no ‘refrescamento’ em meia estação. A ventilação natural tem de ser projetada e levada a cabo para ir de encontro ao nível de ventilação pretendido. Isto implica um sistema de ventilação que, por exemplo, no inverno permita que as salas não atinjam níveis de CO2 acima dos 1500 ppm. Alarmes do nível de concentração do CO2 nas salas de aula são usados em alguns países da UE como forma prática de avisar quando o CO2 atinge níveis inadequados numa sala de aula. Daqui, dependendo do clima e da estação do ano, coloca-se a possibilidade de abrir parcialmente algumas janelas ou organizar os tempos de duração das aulas de modo a que, em função da duração da aula se possa garantir que o pico de CO2 não exceda 1500 ppm e se possa ter um valor médio não de valor superior a 1000 ppm. Durante o inverno, recomenda-se que as grelhas do radiador estejam fechadas durante a ventilação para minimizar perdas de energia, preferivelmente por grelhas automáticas com interruptores de contato com as janelas. O método de ventilação nas salas de aula (ventilação natural, ventilação assistida, ventilação mecânica) depende de quão hermético é o edifício, da zona climática, da estação do ano, da qualidade do ar exterior, dos níveis de ruído que rodeiam o edifício escolar, e da capacidade de reserva térmica da inércia das paredes interiores e do sistema de aquecimento para permitir um rápido reaquecimento das salas de aula após a ventilação. Entretanto, a utilização da ventilação mecânica irá justificar-se quando o ar exterior não cumprir os valores-guia da OMS para a qualidade do ar e, portanto, seja necessário filtrá-lo antes de ser distribuído para as várias salas na escola. Onde estiver instalado e em funcionamento um sistema mecânico há que prestar atenção à sua manutenção e inspeção regular para garantir que o ar filtrado é sempre limpo. Neste caso poder-se-á aquecer o ar no inverno. 23 Em Portugal um adequado projeto de escola não deverá carecer de ar condicionado e deverá propiciar a abertura das janelas, o que recomendará, desde logo, um especial cuidado com a escolha da localização da escola, com o ambiente exterior de proximidade incluindo os espaços envolventes da própria escola. 3.4.2 Orientações-guia para os requisitos construtivos das escolas Seleção de produtos e de materiais para a construção/reabilitação de edifícios escolares: Produtos e materiais de construção usados na construção ou renovação das escolas devem estar de acordo com os requisitos do Regulamento para os Produtos da Construção da UE no. 305/2011 (CPR, 2011) e devem ser identificados preferencialmente com rótulos da UE ou rótulos nacionais de que são baixos emissores e, por isso, geralmente designados de limpos. Na Tabela 4 é dada uma visão geral de sistemas de rotulagem privados e voluntários e orientações-guia para as emissões químicas dos materiais e produtos de construção na UE. Devido aos cada vez mais exigentes requisitos para a eficiência energética em edifícios da EU interferirem com os níveis de ventilação tornou-se essencial a utilização de produtos e materiais de construção de baixa emissão. Isto permite reduzir na fonte a poluição do ar interior e mantê-la em níveis que minimizam os riscos para a saúde dos alunos e funcionários ao mesmo tempo que se racionaliza o uso da ventilação para diluir os poluentes do ar interior baixando-a para níveis justificados por critérios de saúde (Projecto HEALTHVENT). Tal é recomendado como parte da abordagem holística no que diz respeito ao projeto, operação e manutenção de escolas sustentáveis na Europa. Atualmente está a ser feito um esforço significativo em desenvolver as mais avançadas inovações para edifícios sustentáveis. Tem-se por objetivo: (a) reduzir o impacto geral do ambiente urbanizado na saúde humana e no ambiente natural ao garantir o uso eficiente da energia, da água e de outros recursos; (b) proteger a saúde dos ocupantes e melhorar a produtividade dos mesmos; e (c) reduzir o desperdício, a poluição e a degradação ambiental. A título de exemplo, algumas das iniciativas sobre sustentabilidade e edifícios ecológicos na Europa são apresentadas na Tabela 5. 24 Tabela 4. Materiais de construção, rótulos de produtos e orientações-guia sobre as emissões químicas na UE Materiais de construção, rótulos de produtos e orientações-guia sobre as emissões químicas na EU* • • • • • • • • • • • • • European Ecolabel (e.g. pavimentos cobertos de matérias têxteis, pavimentos de madeira, colchões, tintas e vernizes para interior e exterior: Europa) 2 EMICODE® (adesivos, selantes, vernizes parquet e outros produtos de construção: Alemanha/Europa) 3 GUT (carpetes: Alemanha/Europa) 4 Blue Angel (Alemanha) 5 Nordic Swan (Scandinavia) 6 Umweltzeichen (Áustria) 7 AgBB (especificações para materiais de construção: Alemanha) 8 M1 (materiais de construção: Finlândia) 9 ANSES (formalmente AFSSET) (materiais de construção: França) 10 CertiPUR (PU espuma para indústria de mobiliário: Europa) 11 Ü mark (especificações em relação à marcação CE: Alemanha) 12 Danish Indoor Climate Label 13 Swedish ‘byggvarudeklaration’ (materiais de construção: Suécia) 14 Natureplus (materiais de construção: Alemanha/Europa) 15 • Em Portugal o LQAI-Laboratório da Qualidade do Ar do INEGI-FEUP vem emitindo certificados de produtos ‘ecológicos’ ou ‘ limpos’ em apoio à indústria exportadora de materiais de revestimento (aglomerados de cortiça e de madeira, tintas, revestimentos sintéticos, etc.) European Ecolabel (http://ec.europa.eu/environment/ecolabel/) EMICODE® (http://www.emicode.com/index.php?id=1&L=1) 4 The GUT label (http://pro-dis.info/86.html?&L=0) 2 3 Blue Angel (http://www.blauer-engel.de/en/index.php) Nordic Swan (http://www.svanen.se/en/Nordic-Ecolabel/) 7 Umweltzeichen (http://www.umweltzeichen.at/cms/home233/content.html) 8 AgBB (http://www.umweltbundesamt.de/themen/gesundheit/kommissionen5 6 arbeitsgruppen/ausschuss-zur-gesundheitlichen-bewertung-von) M1 (http://www.rakennustieto.fi/index/english/emissionclassificationofbuildingmaterials.html) ANSES (http://www.anses.fr/fr/upload/bibliotheque/892980998778406505212938602998/COV_Avis_signe_200 9_10.pdf) 11 CertiPUR (http://www.europur.com/index.php?page=certipur) 12 Ü mark (http://www.dibt.de/index_eng.html) 13 Danish Indoor Climate Label (http://www.teknologisk.dk/ydelser/dansk-indeklima-maerkning/dimomfatter/253,2) 14 Swedish ’byggvarudeklaration’ (http://www.byggvarubedomningen.se/sa/node.asp?node=455) 15 Natureplus (http://www.natureplus.org/) 9 10 25 Tabela 5. Iniciativas sobre sustentabilidade urbana e edifícios ecológicos na UE Iniciativas sobre sustentabilidade urbana e edifícios ecológicos na UE • • • • BREEAM (promoção e certificação de edifícios sustentáveis: Reino Unido) 16 Démarche HQE (promoção e certificação de edifícios sustentáveis: França) 17 DGNB (Deutsche Gesellschaft für Nachhaltiges Bauen, promoção e certificação de edifícios sustentáveis: Alemanha) 18 VALIDEO (sistema voluntário de certificação de construção sustentável: Bélgica) 19 A escolha de pavimentos (madeira/produtos derivados da madeira, pavimentos flexíveis e em cerâmica) irá depender do uso pretendido para uma determinada área e o padrão de qualidade do ar exigido. Por exemplo, materiais em cerâmica devem ser usados em qualquer local onde o pavimento tenha de ser duradouro devido a um uso intenso e constante e a uma limpeza frequente (por exemplo: instalações sanitárias). Em construções novas ou remodelações de edifícios escolares apenas devem ser usados pavimentos que possam ser lavados. Os pavimentos em material têxtil (carpetes) não são recomendados para aplicação em edifícios escolares devido ao seu elevado custo de limpeza (tanto em termos de tempo como de dinheiro), e também devido à sua considerável contribuição para a re-suspensão de partículas no ar interior. Pavimentos adesivos de baixa emissão (sem solventes) são preferíveis para todo o tipo de pavimento (revestimentos flexíveis, parquet). Apenas devem ser usados em edifícios escolares peças de mobiliário com rótulos ecológicos de baixa ou sem emissões de formaldeído. Antes de pintar e envernizar deve-se verificar se o trabalho requer o uso de vernizes ou se, alternativamente, se podem usar tintas de base aquosa. Emulsões e tintas de látex são adequadas para superfícies (paredes e tetos) de base mineral. Vernizes pouco poluentes ou esmaltes para madeira são mais adequados para proteger as superfícies de madeira de revestimento em áreas interiores (salas de aula, gabinetes). Encontram-se também disponíveis no mercado vernizes pouco poluentes para proteger a superfície de componentes de madeira ou objetos expostos às condições meteorológicas externas. Os agentes de tratamento de superfícies com um alto teor de solvente não devem ser usados para envernizar ‘parquet’. Devem ser usados preferencialmente produtos de tratamento de superfícies com humidade, à base de resinas acrílicas e poliuretanos. As tintas de base aquosa são adequadas para cobrir grandes áreas de paredes, tetos e fachadas de edifícios escolares. Apenas tintas de parede de baixa emissão devem ser usadas nas áreas interiores dos edifícios escolares (por exemplo: tintas BREEAM (http://www.breeam.org/) Démarche HQE (http://assohqe.org/hqe/spip.php?rubrique9) 18 DGNB (http://www.dgnb.de/en/) 19 VALIDEO (http://www.valideo.org/Public/valideo_menu.php?ID=8641) 16 17 26 mate de base aquosa, tintas de brilho de seda e de brilho de látex e tintas de emulsão de silicato). Os conservantes incluídos na declaração de conteúdo das latas de tintas de base aquosa devem ser tidos em atenção para proteger aqueles que sofrem de alergias. 3.4.3 Orientações-guia para o clima interior, requisitos de ventilação e acústicos para as escolas Tanto quanto possível, devem-se manter temperaturas operativas confortáveis nas salas de aula durante todo o ano, de acordo com a estação e a temperatura do ar exterior entre 20ºC e 26ºC aproximadamente, respetivamente para o inverno e o verão. De sublinhar que as escolas, dependendo da região climática em que se inserem, podem ser elegíveis para a adoção do novo modelo de conforto adaptativo, isto é, sem recurso ao ar condicionado. As paredes, o pavimento e os tetos numa escola devem ser projetados de forma a prevenir fortes assimetrias de radiação térmica entre as diversas superfícies. O risco de sobreaquecimento nas escolas pode ser reduzido se mais massa térmica interna exposta for usada complementada com o arrefecimento noturno/purga de ventilação, que ajuda a absorver o calor que é gerado dentro das salas de aula mesmo quando a temperatura exterior é mais alta do que o limite de conforto térmico. Isolar a estrutura do edifício escolar pelo exterior irá melhorar a resistência térmica da envolvente da escola a evitar ganhos de calor externos e evitar que a massa termal existente use o arrefecimento noturno. A orientação da escola em relação aos ventos dominantes e à incidência do Sol deve ser cuidadosamente estudada em sede de projeto e/ou de reabilitação nomeadamente na localização das salas e janelas e o dimensionamento destas. O vento pode ser fortemente desfavorável ao conforto no inverno e a orientação a Sul é altamente favorável ao aquecimento de Inverno e à instalação, mesmo em fase posterior à construção, de sombreadores eficazes. Desta forma garante-se a redução das necessidades de energia, porque se reduzem as necessidades de aquecimento no inverno e de arrefecimento no verão no que é erroneamente designado de eficiência energética. As escolas com um rácio elevado de área de janela por área de pavimento podem ser valorizadas energeticamente ao instalar sombreadores exteriroes para evitar ganhos solares excessivos no verão. Revestimentos de baixa emissividade nos envidraçados, podem reduzir significativamente a radiação direta e indireta de infravermelhos, especialmente quando é difícil conseguir a colocação de sombreadores. Sombraedores no interior são definitivamente desaconselhados. Deve dar-se prioridade à adoção de estratégias de conforto térmico adaptatativo (conforto adaptativo) em escolas, fazendo com que essa deva ser a regra levando os alunos a adptarem-se com o uso adequado de vestuário e aumentando a 27 circulação do ar interior, quer de forma passiva, ao usar um design de janela apropriado, quer ao usar ventoinhas que ajudem os seus corpos a dissipar o calor rapidamente durante o verão. Recomenda-se um sistema de arrefecimento suplementar de baixo consumo para zonas climáticas quentes quando as medidas passivas só por si se revelarem insuficientes para atingir o conforto térmico. Por exemplo, sistemas passivos diretos/indiretos de arrefecimento evaporativo, tubos de ar enterrados, materiais de mudança de fase dos sistemas de ventilação para armazenamento sem custo do arrefecimento noturno ou simplesmente tecnologias de arrefecimento de baixo custo energético. O projeto acústico de toda a escola, específico por departamento (salas de aula, salas de música, instalações desportivas, áreas sociais, etc.), deve ser adequado de maneira a alcançar condições ótimas de trabalho e aprendizagem. 3.4.4 Orientações-guia para a gestão das fontes de poluição do ar interior As estratégias de gestão das fontes de poluição do ar interior nas escolas europeias incluem: Remoção da fonte: eliminar a fonte poluente ou evitar que o efeito desta se faça sentir na escola. Exemplos: na fase de construção assegurar o uso de materiais limpos, isto é, de baixa emissão de substâncias poluentes e, na fase da operação, evitar o aparecimento no interior de condensações e de bolores e usar produtos de limpeza limpos e, em relação ao exterior, evitar que os autocarros permaneçam em funcionamento em frente às escolas. Substituição da fonte: substituir fontes poluentes selecionando para as escolas materiais e produtos (também e limpeza) de baixa emissão de poluentes. Encapsulação da fonte poluente pela aplicação de uma barreira tão estanque quanto possível em volta da fonte de poluição. Exemplo, garantia da estanquicidade do pavimento da escola impedindo que os gases poluentes, como o radão, possam aceder aos espaços de uso corrente. Controlo da fonte de poluição de origem exterior: controlar a qualidade do ar exterior que entra no ambiente escolar interior ao escolher zonas "sem poluição" para construir as escolas, ou impor medidas mais rigorosas nas condições do tráfego automóvel nas proximidades dos edifícios escolares (por exemplo: num raio de 1 km) ou prover barreiras arbóreas entre a escola e a via de tráfego. Controlo da fonte de poluição de origem interior: evitar o uso excessivo de produtos perfumados tais como produtos de limpeza, ambientadores na escola e velas. 3.4.5 Orientações-guia para estratégias de controlo da exposição ao ar interior Deve-se procurar justar o tempo e a localização da exposição ao poluente. Um exemplo do controlo do tempo é selecionar os períodos de aulas por forma a permitir 28 que com ventilação moderada (ventilação natural) seja possível assegurar um pico de CO2 não superior a 1500 ppm. No caso de pintura das paredes, assegurar que a pintura seja feita com tempo suficiente para permitir um arejamento de alguns dias antes da retoma das aulas. Isto permite que os produtos libertem os compostos/vapores enquanto a escola está desocupada. Utilizar materiais didáctico-pedagógicos e outros produtos/consumíveis etiquetados “limpos” (por exemplo marcadores, colas, guaches, tintas) nas atividades de trabalhos manuais e artísticas a decorrer em sala de aula. Aumentar temporariamente a ventilação em conjunto com o uso adequado do sistema de extracção. Por exemplo, durante trabalhos de pintura ou a aplicação de pesticidas tal pode ser útil para diluir a concentração de poluentes no ar. Recomenda-se que se garanta uma ventilação adequada com base em requisitos de saúde (através de meios naturais ou mecânicos) de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT (Carrer et al., 2013) para reduzir a carga de poluentes de origem interior e os seus riscos para a saúde e para manter boas condições de conforto. No caso de ser necessário instalar ventilação mecânica usar filtros de partículas e contaminantes gasosos. Retirar para o exterior as emissões de fontes localizadas de poluentes de interior (através de “hotes” de exaustão e ventoinhas de extração locais) antes que dispersem os poluentes. Exemplos incluem sistemas de extração nos sanitários e nas cozinhas, laboratórios, arrecadações, reprografias e áreas de trabalhos específicos tais como cabines de soldadura e fornos de cerâmica. 3.4.6 Orientações-guia para a educação e comunicação É essencial sensibilizar, ensinar e formar os utilizadores da escola (alunos, professores e restantes funcionários) para as questões da QAI. Tal irá ajudar a reduzir a sua exposição aos poluentes do ar interior ao fornecer-lhes informação básica e conselhos sobre como prevenir, remover, ou controlar estes poluentes durante a sua atividade diária na escola. De seguida são apresentados alguns exemplos de iniciativas recentes na Europa. Desdobráveis e panfletos do projeto SINPHONIE (em 20 línguas) • http://www.sinphonie.eu/publications • • • "Ar limpo, crianças saudáveis, futuro brilhante" "A caminho do fitness e da saúde em casa e na escola" "Transformar a investigação científica em ação" 29 Portal de informação da quality.jrc.ec.europa.eu/Home) UE sobre a QAI (http://indoor-air- O portal de informação da UE contém conselhos para um ambiente escolar saudável organizado por diferentes departamentos, como descrito no Capitulo 3.5 do presente relatório. Documentos de orientação e ferramentas para as autoridades locais e para gestores escolares (incluindo infantários) em França • Dois guias operacionais sobre a gestão da QAI foram publicados em 2010 pelo Ministério Francês da Saúde e pelo Instituto de Supervisão da Saúde Pública: - Um guia sobre a gestão da QAI em edifícios abertos ao público, destinado aos gestores destes estabelecimentos e que pode ser descarregado a partir do sítio do Ministério da Saúde www.sante.gouv.fr na secção "Les dossiers" (Features) – "La santé de A à Z" (Saúde de A a Z) – letra S – "Santé environnement" (Saúde ambiental): http://www.sante.gouv.fr/guide-de-gestion-de-la-qualite-de-l-air-interieurdans-les-etablissements-recevant-du-public.html - Um guia para diagnosticar e tratar síndromes de incidência coletiva sem explicação, dirigidas aos departamentos governamentais responsáveis por gerir este acontecimento, que pode ser descarregado do sítio do Instituto para a Supervisão da Saúde Pública www.invs.sante.fr na secção “Publications” – “All publications”: 30 • http://www.invs.sante.fr/display/?doc=publications/2010/syndromes_colle ctifs_inexpliques/index.html O ‘pack’ “Ecol’air – Un établissement qui respire, c’est bon pour l’avenir - les outils pour une bonne gestion de la qualité de l’air dans les écoles" (“Um edifício que respira é bom para o futuro – Ferramentas para uma boa gestão da qualidade do ar nas escolas”). O ‘pack’ contém uma série de ferramentas para as autoridades locais e gestores de edifícios escolares (incluindo jardins de infância) sobre como garantir uma melhor qualidade do ar nestes edifícios. Incluem,nomeademente: - Um guia de diagnóstico simplificado dos sistemas de ventilação nas escolas. - Um guia para comprar e usar produtos seguros para a melhor qualidade do ar. - Um conjunto de recomendações em como ter a QAI em consideração na construção da escola e nos projetos de remodelação. - Um poster: Ecol'air - A melhor qualidade do ar afeta toda a gente! - Quatro folhetos de conselhos práticos. Pode ser feito o download dos documentos através do sítio da Agência de Meio Ambiente e Matriz Energética (Agence de l'environnement et de la maîtrise de l'énergie, ADEME): www.ademe.fr, seção “Publications et documents” - “Air intérieur” (ar interior): • http://www2.ademe.fr/servlet/getDoc?cid=96&m=3&id=79962&p1=00&p2=01 &ref=17597 Um guia técnico sobre sistemas de ventilação mecânica nas escolas, publicado pelo CETIAT (Centre Technique des Industries Aérauliques et Thermiques), o centro técnico para o aquecimento, ventilação e ar condicionado "Ventilação eficaz nas escolas - Guia de projeto": conceção, instalação e manutenção. Download através do sítio: http://www.cetiat.fr/. De notar que este tipo de guias técnicos pode estar marcado por uma tradição na construção que não deve ser transposta para Portugal sem a devida ponderação. 31 3.5 Conselhos para um ambiente escolar saudável por tipologia de espaços Sala de aula Ventilação Quadro lousa Paredes • As paredes devem ser isoladas pelo exterior e revestidas com materiais de baixa emissão (pinturas ou outros revestimentos etiquetados “limpos”) e laváveis. Pavimentos • Em sede de projeto as especificações para os pavimentos devem atender ao futuro uso do espaço em questão. • O projetista deve ter ainda em consideração as exigências da limpeza e da manutenção à luz dos requisitos da QAI ao especificar o material e acabamento do pavimento com baixa emissão de poluentes (materiais e produtos etiquetados “limpos”). • Os tapetes (a evitar) devem ser limpos com aspiradores com filtro de ar com alta eficiência na separação de partículas (filtros tipo HEPA). • Na fase da construção e/ou reabilitação e/ou re-afetação dos espaços os aspetos acima devem ser acautelados. Aberturas • As janelas devem te orientação e dimensão criteriosas tendo em conta as necessidades de ventilação natural e o impacto da insolação direta pelo que devem permitir a abertura total e parcial da área envidraçada, de preferência por folhas, e serem protegidas com dispositivos de sombreamento pelo exterior e devem 32 Ventilação A ventilação mecânica não é necessariamente obrigatória. Só se deve pensar em sistema de ventilação mecânica quando outras razões de natureza ambiental (conforto térmico, por exemplo) requeiram condições específicas de tratamento e manipulação do ar. Entretanto, como primeira opção para a renovação do ar, tudo deverá ser feito para usar a ventilação natural, através da abertura de janelas. • As janelas devem ser abertas sistematicamente antes das aulas e durante os intervalos para gerir a concentração do CO2 abaixo dos limites recomendados (1500 ppm) ao longo do período diário de aula. • Em alguns casos, pode ser recomendável o uso de ventilação natural assistida, isto é, com um mecanismo de exaustão silencioso que intensifique/organize a circulação natural. • Se não for possível ou permitido abrir as janelas devido às condições climatéricas, ou devido a níveis exteriores de poluição atmosférica ou de ruído ou por razões de segurança, então deve-se considerar a ventilação mecânica (com um fornecimento de ar controlado). As taxas de ventilação devem ser calculadas de acordo com a ocupação das salas de aula, isto é, a densidade de ocupação expressa em m2/aluno (valores recomendados: 2 a 3 m2/aluno). • É aconselhável que as salas de aula possam estar equipadas com alarmes de monitorização de CO2 que assinalam quando os níveis de CO2 ficam demasiado elevados (por exemplo acima de 1500 ppm) e que portanto se torna necessário necessário ventilar adicionalmente (por abertura de janelas, ou acionamento do apoio de ventilação mecânica). Mas só nesses casos, desde que os períodos letivos sejam definidos também tendo em conta este parâmetro. • Sempre que existentes, devem-se verificar/cumprir os padrões Europeus ou os códigos nacionais para garantir que o sistema de ventilação está adaptado à situação específica da sala de aula. • Para evitar a infiltração de radão é importante garantir que os edifícios mantenham uma rigorosa estanqueidade ao nível do pavimento o que, desde logo, deverá condicionar a selecção do pavimento. • É necessário continuar a desenvolver tecnologias de controlo de ventilação, algoritmos de otimização e práticas que se adaptem às alterações de temperatura, humidade e níveis de poluição. • Os sistemas de ventilação mecânica devem ser inspecionados regularmente e deve ser estabelecido um plano de manutenção que envolva colaboradores técnicos certificados. • Os filtros devem ser mudados regularmente assim como se deve garantir que estão a filtrar de forma eficaz. • Professores e alunos devem ser esclarecidos e informados que, uma vez assegurado o controle da poluição nas diversas fontes de que uma ventilação apropriada é essencial, podendo considerar a ventilação natural nas condições acima ou, quando tal se justifique, recorrer à ventilação mecânica. Neste caso, não deverá 33 ser desligada e as unidades terminais de ventilação (grelhas) devem estar desimpedidas de livros, papéis e outros itens (ver seção 3.4.5). Mobiliário • O mobiliário deve ser de materiais de baixa emissão poluente (etiquetados “limpos”). • Apenas se devem usar produtos/materiais completamente secos, selados e sem cheiro e sempre que possível com emissões certificadas (etiquetados “limpos”). • As peças novas de mobiliário devem ser recebidas na escola após, no mínimo, uma semana de exposição ao ar no fornecedor para que a libertação de compostos orgânicos voláteis tenha sido estabilizada. • A colocação de mobiliário e acessórios novos deve ser agendada para períodos de não ocupação ou de férias escolares. • As salas de aula devem ser limpas diariamente no final das aulas através de um aspirador equipado com filtros de alta eficácia ou então limpas a vapor ou com um pano húmido. • Os quadros de lousa só devem ser limpos com uma esponja molhada. • Os trabalhos de limpeza e manutenção devem ser efetuados de preferência depois das aulas e acompanhados de ventilação abundante durante e após a limpeza; os produtos de limpeza usados devem ser rotulados de “limpos”, isto é, de baixa emissão, apropriados à tarefa e usados de acordo com as instruções, com frequência e em quantidades/diluição adequadas. • Tanto quanto possível, deve-se evitar que as crianças corram ou façam desporto nas salas de aula. Laboratórios Ventilação Material científico 34 Utensílios • Devem-se instalar mecanismos de segurança em cada laboratório com manutenções regulares. • Equipamento científico perigoso não deve ser deixado por guardar ou sem vigilância. • As regras para os alunos devem ser elaboradas tendo em consideração o respeito pelo uso e pela manutenção de equipamento científico. • Os alunos devem ser supervisionados de perto enquanto levam a cabo as experiências laboratoriais. Ventilação • Deve ser justificada a instalação de um sistema de ventilação apropriado ao tipo de utilização do espaço, à sua área e à sua densidade de ocupação. • Em caso de ventilação mecânica a rede de condutas deve garantir que o ar é extraído diretamente para o exterior e que não é recirculado. • Quando houver sistema de ventilação este deve ser inspeccionado, mantido limpo e deve-se proceder à sua manutenção regularmente. • Os alunos deverão usar máscaras e outro equipamento de proteção individual no decorrer das experiências. • Os fogões não devem ser deixados ligados quando não estão a ser usados. • Devem ser usados detetores de CO2 nas salas de aula e a ventilação intensificada temporariamente quando os alarmes dispararem. Ginásio Ventilação Material de desporto Material de desporto 35 • O material de desporto deve ser limpo regularmente antes ou após as aulas. • O uso de desinfetantes na limpeza só deve ter lugar em casos excecionais, como em caso da ocorrência de doenças infeciosas em utentes da escola. • Não se devem usar produtos de limpeza imediatamente antes das aulas de desporto. No caso de serem excepcionalmente usados deverão ser diluídos. • Os alunos devem ter instruções para lavar/desinfetar as mãos após as aulas de desporto. • Antes do início de um novo período, o ginásio deve ser limpo minuciosamente e desinfetado e qualquer foco de bolores deve ser lavado e limpo. Isto deve ser feito com a devida antecedência para permitir que qualquer emissão de poluentes dos produtos de limpeza seja removida do ar. Produtos de limpeza • A limpeza e manutenção devem ser explicitamente tidas em consideração ao especificar os tipos e acabamento do pavimento recorrendo a materiais etiquetados “limpos”. • Aspirar e/ou lavar com água pode não ser suficiente em todas as situações, tais como após exercício intenso. • É preferível usar produtos de limpeza de baixa emissão poluente (produtos etiquetados “limpos”). • Os produtos de limpeza devem ser escolhidos em função das superfícies específicas a ser limpas para evitar misturas desapropriadas. Devem ser usados de acordo com as instruções do rótulo. • Os ambientadores devem ser evitados. • Quando necessário, podem ser usados produtos de limpeza mais fortes, mas apenas após as aulas e com a garantia de uma maior ventilação ou um tempo de exposição sem ocupação (fim de semana, férias, …). Ventilação • Se o projeto da escola o permitir, o ginásio deve estar localizado perto do recreio ou num espaço verde. A ventilação natural (janelas abertas) deve ser usada tanto quanto possível, especialmente durante as aulas de desporto. • A ventilação natural pode ser menos aconselhável se as janelas abrirem para a rua e não houver garantia de que o ar ambiente exterior satisfaz, em média, os valores-guia da OMS. • Se a ventilação natural não puder ser usada, o projeto do sistema de ventilação, em termos de escolhas tecnológicas e de taxas de ventilação, irá depender da qualidade do ar exterior, do tamanho e da densidade de ocupação do ginásio, as condições sazonais e o horário das aulas de desporto. • O uso de sistema de aquecimento, ventilação e/ou ar condicionado nas diferentes funções deve ser equacionado dadas as exigências de custos de investimento, de sustentação e de manutenção. Tendo em conta que estará sujeito a 36 tempos de paragem de durações variadas, é necessário que seja regularmente verificado, limpo, e mantido. Cantina Ventilação Área preparação de alimentos Produtos de limpeza Área de preparação de alimentos • Deve ser usado pavimento resistente a derramamentos de comida e outros líquidos. • Devem ser instalados exaustores localizados (equipados com filtros) para evitar a dispersão dos poluentes e odores nos espaços. • A exaustão dos fumos e odores da área de preparação de alimentos não deve ser encaminhada para o sistema de ventilação principal da escola. • As “hottes” de exaustão devem ser instaladas e limpas regularmente. • A área de preparação de alimentos deve estar isolada do refeitório. • A comida exposta deve ser protegida. Produtos de limpeza • Em áreas de grande dimensão, devem-se usar produtos de limpeza de baixa emissão (etiquetados “limpos”), seguindo as instruções dos rótulos e as quantidades apropriadas. As divisões devem ser bem ventiladas durante a limpeza. Quando necessário, produtos de limpeza mais fortes podem ser usados após as aulas e com ventilação adequada. Ventilação 37 • A ventilação deve ser adequada valorizando-se a extracção mecânica pelas “hottes” da cozinha para impedir a disseminação de fumos, vapores e odores pelo restante espaço. • No caso, a ponderar, de ser necessário alguma climatização para além do aquecimento estático, é de fazer o balanço correto dos fluxos de ar pelas razões já referidas. • A existir, o sistema de ventilação mecânica no refeitório deve ser independente do eventualmente usado nas salas de aula. • Os estragos devidos à humidade devem ser identificados na sua causa e extensão e uns e outras devem ser reparadas assim que detetados. Na eventualidade de uma demora na resolução do problema, é ainda assim prudente remover os bolores. Vestiários e Sanitários Armários Chuveiros/WCs • Deve ser instalado um sistema de ventilação de exaustão que seja apropriado ao sanitário e este deve ser inspecionado regularmente bem como ter manutenções regulares. • As crianças devem ter indicações para fechar as portas ou deve-se instalar um sistema de fecho de portas automático sem impedir a entrada de ar para compensação da ventilação por extracção. • O vestiário deve ser limpo e aspirado depois do final das aulas e, se possível, as portas dos cacifos devem ser deixadas abertas durante a noite para arejar. • Se surgirem bolores, estes devem ser removidos de imediato. • Se se usarem desinfetantes ou biocidas para remover os bolores, tal deve ser sempre feito só depois do final das aulas. Soluções de lixívia à base de cloro nunca 38 devem ser misturadas com outras soluções de limpeza ou detergentes que contenham amónia, uma vez que isto pode resultar na produção de vapores tóxicos. Chuveiros/WCs • A limpeza e manutenção devem ser explicitamente tidas em consideração ao especificar os acabamentos do pavimento para a área de chuveiros e WCs. • As regras de higiene devem ser ensinadas às crianças: lavar as mãos com sabão/desinfetante; não devem beber das torneiras (devem ser instalados bebedouros separados), etc. • Os chuveiros e os WCs devem ser limpos minuciosamente no final de cada dia de aulas. • É preferível usar sempre produtos de limpeza de baixa emissão (produtos etiquetados “limpos”). • Os produtos de limpeza devem ser escolhidos em função das superfícies específicas que precisam de ser limpas para evitar misturas desapropriadas. Devem ser usados de acordo com as instruções do rótulo. • Se necessário, podem ser usados produtos de limpeza mais fortes, mas apenas depois das aulas e com uma maior ventilação. • As instalações de água quente devem ser programadas para uma temperatura superior a 50ºC (que elimina a possibilidade de crescimento da Legionela). Devem ser instaladas misturadoras ou aparelhos de controlo de temperatura para que as crianças não se queimem. • As canalizações devem ser inspecionadas, limpas e deve-se proceder à sua manutenção regularmente. • As torneiras devem ser descalcificadas e desinfetadas a cada seis meses. Ambiente exterior 39 Sala de aula Cafetaria Ginásio Armazém Laboratório Ambiente exterior • Se possível, as escolas devem estar localizadas longe de ruas muito movimentadas e de tráfego intenso. • Deve-se desencorajar a permanência de veículos perto dos edifícios escolares, especialmente perto das tomadas de ar exterior para o sistema de ventilação mecânico. • A ventilação natural (i.e. a abertura de janelas), ainda que seja a mais recomendada (especialmente em salas com maior densidade de ocupação), deve ser usada com precaução e tendo em consideração: a) o local e a altura do dia (por exemplo: proximidade de rua com trânsito intenso ou quando os pais/encarregados de educação vão deixar as crianças à escola ou as vão buscar, deixando os carros a funcionar); b) as condições atmosféricas (por exemplo: smog, pólenes, humidade); e c) os requisitos de eficiência energética sazonais (aquecimento ou arrefecimento). • Se possível, a ventilação não deve ser feita pelas janelas voltadas para a rua por razões de ruído e de poluição. • É aconselhada a plantação de barreiras arbóreas para proteger dos ventos frios de inverno (folha permanente) e das poeiras e dos raios solares (folha caduca) no verão. • Se possível, a zona de entrega das crianças não deve ser localizada perto das portas ou janelas da escola por causa dos gases de exaustão dos automóveis. • A ventilação mecânica, quando escolhida após cuidada ponderação, não deve ser limitada à extracção dos poluentes do ar interior, substituindo este por ar exterior, mas deve também filtrar e diluir o ar contaminado. 40 4 Critérios para a implementação na legislação nacional de orientações-guia para ambientes saudáveis em escolas europeias São propostos quatro critérios para ajudar as autoridades nacionais e locais a decidir quais as medidas mais apropriadas no que diz respeito à implementação de orientaçõesguia para ambientes saudáveis em escolas europeias. Os critérios são eficácia, proporcionalidade, praticabilidade e monitorização. 1) Eficácia A eficácia refere-se à expetativa do resultado de uma medida ou ação política implementada em termos da redução de riscos ou impactos. Por outras palavras, deve ser possível avaliar a eficácia esperada de uma medida política em termos da sua capacidade na redução do risco/impacto. No caso de um ambiente escolar é importante fazer a distinção entre o impacto na população em geral e numa subpopulação, tal como num grupo vulnerável (por exemplo asmáticos). Apesar desta especificação não ser rigorosamente possível, é importante saber se uma medida tem por finalidade melhorar a saúde de uma criança, o seu desempenho na escola, ou ambos, uma vez que uma criança saudável provavelmente terá um melhor desempenho escolar. 2) Proporcionalidade Proporcionalidade significa ter uma perspetiva de custos versus benefícios em termos de ganhos na saúde. A perceção dos custos e dos benefícios irá ajudar as autoridades nacionais e locais a avaliar as medidas e a melhor decidir a sua exequibilidade económica. Um maior conhecimento dos custos pode ser obtido através de métodos baseados em análises de custo-benefício, como as descritas por Fisk et al. (2011). Para este propósito recorre-se, normalmente, a informação relativa a faltas por doença do pessoal docente e dos alunos. A exequibilidade técnica tem também o seu papel apesar deste critério ser específico de cada escola e não de cada país. Um exemplo seriam os sistemas de ventilação usados para melhorar a QAI nas escolas. No entanto, algumas opções como uma exaustão controlada ou “assistida” podem ser tecnicamente mais exequíveis e consequentemente mais viáveis financeiramente. A avaliação económica, porém, deverá ser sempre feita com prudência. 3) Praticabilidade A praticabilidade refere-se à avaliação da implementação, exequibilidade e gestão das orientações e recomendações. Por exemplo, a monitorização obrigatória de ambientes escolares interiores pode ser incluída nas políticas nacionais, mas na ausência de estratégias de execução apropriadas e de instruções para a eventualidade de certas regulamentações/normas serem violadas, poderá não ser muito prática ou eficiente. Em todo o caso a experiência de recentes auditorias sistemáticas em grupos de escolas do Município Porto e em municípios da Área Metropolitana do Porto, a Norte do Douro põem em evidência alguns problemas sérios mesmo quando a maioria das escolas apresenta condições de ambiente interior muito satisfatórias. 41 4) Monitorização A monitorização refere-se à avaliação dos impactos diretos (por exemplo níveis de exposição, normas de higiene) e indiretos (por exemplo sintomatologia como pingo no nariz, tosse ou taxas de prevalência de asma) das medidas de intervenção que são adotadas, e da criação de uma visão geral dos custos da monitorização dos resultados. Trata-se aqui de todo um programa de qualidade do ambiente saudável, nomeadamente do ar interior, a marcar o futuro da gestão das escolas que não tem nada que ver com mediadas como as da Parque Escolar (2008-…) eivadas de novo-riquismo e desconformidade tecnológica por cópia contranatura de soluções doutras latitudes, com a agravante de se pretender responsabilizar uma legislação séria, no seu primeiro período de vigência e que, como tal, seria suscetível de ser revista e reajustada em sede de preparação de tão avultados investimentos. E com isso ter contribuído para a derrota da legislação…entretanto substituída. 4.1 Relação entre o custo das medidas e os ganhos na saúde Como foi mencionado especificamente para o critério da proporcionalidade, cada medida adotada envolve custos. Torna-se, portanto, aconselhável avaliar previamente quais as medidas que se espera que resultem num determinado ganho na saúde. É importante ter em consideração que um ganho na saúde nem sempre acompanha os custos. Por vezes, as soluções mais baratas podem resultar em maiores ganhos na saúde. E, vice-versa, como resulta de muitas escolas da Parque Escolar em que os avultados investimentos em equipamentos de ar condicionado porque acompanhados de janelas sem poderem abrir leva a que as salas de aula nos últimos anos sejam dadas com níveis altíssimos de CO2 por não ser possível manter os sofisticados sistemas de ar condicionada em funcionamento devido à insuficiência de dotações orçamentais para tais luxos. O conceito da proporcionalidade encontra-se ilustrado na Figura 3. Custos expectáveis Elevado Melhorias na saúde expectáveis Medida n Baixo Medida 3 Medida 2 Baixo Medida 1 Elevado 42 Figura 3. Relação entre os custos previstos de medidas pró ambiente e o correspondente ganho de saúde Com referência ao conceito apresentado na Figura 3, a teoria subjacente é que a medida 1 é aquela que se julga envolver uma solução de baixo custo, mas que levará a um ganho na saúde considerável. Se, no entanto, o ganho na saúde não alcançar o nível pretendido, devem ser previstas e adotadas medidas adicionais que irão continuar a melhorar a saúde mas provavelmente a um custo mais elevado. Esta figura é uma ilustração teórica, simplista, da relação entre os custos esperados e os correspondentes ganhos na saúde. Na realidade esta relação é muito mais complexa porque a forma como os ganhos na saúde e os custos são avaliados, influencia em grande medida a sua relação. No entanto, a finalidade desta figura é ilustrar a relação entre medidas, custos e ganhos na saúde 20. É também importante ter em consideração quem irá pagar/partilhar os custos, tais como autoridades locais ou nacionais, escolas, pais, etc. A relação entre os ganhos na saúde e os custos associados pode ser quantificada usando indicadores apropriados, tais como os apresentados na Tabela 6 para os Estados Unidos. Tabela 6. Indicadores para a relação entre os ganhos na saúde e custos associados Tipo de indicador Exemplo Saúde - Redução do número de visitas de enfermagem à escola por ano (em %) - Redução de incidentes de asma por ano (em %) - Redução do absentismo (em %) - Redução do número de casos de outras doenças respiratórias (em %) Custo - Redução do pedido de indemnizações por questões relacionadas com a QAI, por parte dos funcionários - Redução dos custos energéticos em edifícios escolares e equipamentos corretamente conservados Social - Pareceres positivos dos sindicatos e associações de pais - Cobertura dos meios de comunicação social positiva - Aumento da confiança demonstrada pela comunidade Fonte: Orientações voluntárias propostas pela EPA dos USA para o desenvolvimento e implementação estatal de um programa de saúde ambiental nas escolas. Com base na revisão de orientações e recomendações nacionais existentes para o ambiente nas escolas, as medidas que podem ser tomadas são categorizadas nos seis grupos apresentados de seguida. Grupo 1: Requisitos de higiene para procedimentos e frequência de limpeza. É esperado que a limpeza “básica” - com um uso razoável de produtos de limpeza adequadamente diluídos - irá contribuir largamente na prevenção de doenças infeciosas. De notar que, muitos produtos de limpeza no mercado emitem substâncias poluentes não anódinas e que como tal devem ser substituídos ou, no limite, serem usados com alguma diluição e ao fim do dia/semana para se dispor de algum tempo de decaimento das emissões (concentrações antes da ocupação pelos alunos). 20 Mais informação sobre métodos e artigos sobre a relação custo-eficácia relacionada com a proteção da saúde está disponível em http://kosteneffectiviteit-preventie.rivm.nl/algemene-hta-literatuur/richtlijnkea-onderzoek/. 43 Grupo 2: Consciencialização. A higiene interior pode ser melhorada através da sensibilização “estrutural” dos utentes tal como a informação/formação dos (novos) funcionários, funcionários de limpeza, pais e alunos. Neste contexto, por “estrutural” entende-se que a consciencialização não é apenas um acontecimento esporádico, mas sim um mecanismo rotineiramente repetido ao longo de um determinado período de tempo. Formação sobre a limpeza, o evitar fumar, o uso de boas práticas de higiene, as características de certos produtos da construção e de materiais dos trabalhos manuais, etc., podem influenciar positivamente os comportamentos e levar à melhoria da saúde. Os exemplos incluem a ficha técnica holandesa "Clima interior em escolas básicas" (http://www.ggdkennisnet.nl/groep/7/documenten/1189) e o material educacional belga disponível para escolas do ensino básico (http://www.lekkerfris.be) e escolas secundárias (http://www.airatschool.be). Da experiência belga, a monitorização mostrou melhorias da QAI no seguimento da utilização dos materiais didácticos mais limpos. Grupo 3: Boas práticas de ventilação. As boas práticas de ventilação nas salas de aula diminuem as concentrações de CO2 no ar, reduzindo a concentração de poluentes gerados no interior e influenciando positivamente as capacidades de aprendizagem das crianças. Há valores limite de CO2 que não devem ser excedidos (1500 ppm). Mas isso não significa nem que esse valor deva ser mantido constante nem que o atingir desse valor seja particularmente nefasto para a saúde. O que conta é a exposição média. Daí que este tema deva ser gerido usando a gestão da duração do tempo de aula e da abertura das janelas nos intervalos. Experiências piloto feitas numa escola rural de Vila Nova de Gaia mostraram que esta solução é viável. Em Itália, algumas salas têm um medidor dos níveis de CO2 com alarme na secretária do professor que quando toca a assinalar o limite admissível pré-fixado, desencadeia um movimento de alunos préescalonados para a abertura temporária de janelas. Grupo 4: Utilização de produtos/materiais. Esta medida está fortemente relacionada com a medida 2. Conhecendo os materiais usados no edifício, o mobiliário (baseado na sua composição) e produtos como colas, tintas, etc. que contêm e podem emitir poluentes para o ar, podem tomar-se decisões informadas para evitar o uso de determinados produtos e substituí-los por outros que não contribuam para uma má QAI e consequentemente reduzir os riscos associados à saúde. O uso de materiais de construção e outros produtos de baixa emissão ditos “limpos”, isto é, submetidos à rotulagem/etiquetagem das emissões, e as regulações sobre as emissões dos produtos seriam uma mais-valia para se atingir este objectivo 21. 21 É cada vez mais corrente a exigência de certificado/declaração (ainda não há certificação) de materiais “limpos” (tintas, vernizes, materiais de revestimento de cortiça, madeira, linóleo, etc. de baixa emissão). Há sistemas em alguns países de qualificação de materiais. Tem-se vindo a procurar uma harmonização desses sistemas no seio da EU. Em Portugal são já muitas indústrias produtoras e projetistas/construtores que trabalham com materiais certificados. Também há laboratórios que executam aquela declaração, reconhecida internacionalmente. 44 Em Portugal, tal foi iniciado com a legislação de 2006 (DL 78/2006 e associados DL 79/2006 e DL 80/2006). Uma gestão infeliz da implementação destes diplomas levou à revogação com o DL 118/2013 de toda essa abordagem que, como se ilustra neste documento, é de desejar e esperar seja recuperada no seu essencial num tempo futuro. Grupo 5: Intervenções técnicas. Como projetar (novos) ou renovar (partes) edifícios escolares, dando especial atenção à higiene interior? Geralmente será de esperar que as medidas técnicas de correção venham a envolver custos elevados cujos ganhos na saúde poderão ser difíceis de quantificar. No entanto, é possível que os custos de tais medidas técnicas sejam ainda relativamente baixos comparativamente com o custo total da renovação. Assim, no caso de reabilitações já planeadas, a implementação de medidas técnicas pode ainda ser financeiramente viável. Grupo 6: Monitorização da QAI. Pode escolher-se uma listagem de indicadores para monitorizar regularmente a QAI num número limitado de salas selecionadas aleatoriamente ou representativas do edifício. Estes indicadores devem ser definidos com base nas orientações de QAI disponíveis (OMS), na exequibilidade da avaliação e em custos razoáveis. Na Tabela 7 é possível encontrar-se exemplos de possíveis medidas cujo objetivo é melhorar a QAI nas escolas baseados nos critérios descritos no Capítulo 4, e na relação entre os custos e os ganhos na saúde descritos na Seção 4.1.1. Convém deixar aqui claro, como aliás se refere no texto, que hoje em dia já há um conjunto de procedimentos mais ou menos convencionados – o projeto SINPHONIE contribuiu muito para isso, mas não só – para a auditoria ambiental dos edifícios no que respeita à QAI conforme consta no DL 79/2006 de 04 de Abril. Vale a verdade que este exigência de auditoria adotada no âmbito deste Decreto-Lei foi sem dúvida, pela sua complexidade e extensão procedimental, uma das causas da sua revisão que consta do atual DL 118/2013 de 20 de agosto, a qual é de prever deva ser revista num próximo futuro. 45 Tabela 7. Exemplos de descrições qualitativas de critérios de implementação para medidas específicas Medida Critérios Descrição Eficácia Proporcionalidade Praticabilidade Higiene Limpeza de WCs. Para crianças mais novas Esperam-se poucos custos É possível fazer uma inspeção quando efetivamente adicionais. visual dos WCs. Folha de comparadas com alunos mais (Re)informação/educação controlo afixada onde os velhos devido ao contacto dos funcionários de funcionários de limpeza corporal (mãos) com o WC e limpeza e dos anotam a hora da última ao hábito de levar as mãos à funcionários da escola. limpeza. boca. Consciencialização Abertura de janelas. Em salas sem ventilação Educar os funcionários da Devem ser elaborados mecânica consciencializar escola, pais e alunos. É programas de para a abertura frequente de necessário desenvolver e consciencialização janelas de forma a manter elaborar materiais coordenados através de baixos os níveis de CO2 e de educacionais na língua medidas políticas; podendo compostos orgânicos voláteis local. No entanto, espera- tornar-se voluntários ou até nas salas de aula aumentando se que os custos possam mesmo obrigatórios para as a capacidade de concentração ser limitados uma vez que escolas. e aprendizagem dos alunos os mesmos materiais sendo também benéfico para podem ser usados ao o desenvolvimento do longo de vários anos. raciocínio. Uso de produtos/ Evitar o uso de tintas As crianças já não estarão Não se espera que a A escola pode alterar a forma materiais e colas que expostas a solventes mudança de produtos como os produtos são contenham solventes perigosos. Apesar da envolva custos acrescidos comprados ou mudar de e produtos de limpeza capacidade de redução de substanciais. fornecedor. Uma inspeção que não são estejam risco ser difícil de quantificar, visual pelos funcionários da etiquetados de evitar uma exposição escola é opcional. “limpos”. frequente aos solventes continua a ser benéfica. Evitar o uso de Dependendo do produto ou Os custos dependem do As políticas nacionais podem produtos e de material de construção custo dos exigir o uso de materiais de etiquetado “limpo” pode produtos/materiais produtos/materiais de construção que alcançar-se uma redução no etiquetados “limpos”. construção para a emitem substâncias risco. Comparados com os remodelação e construção de poluentes, custos do tratamento da (novos) edifícios escolares Monitorização Esta medida pode ser monitorizada através de questionário regular (e.g.: anual) sobre a satisfação distribuído aos alunos (mais velhos). O número de escolas que consultam/seguem os programas de consciencialização pode ser monitorizado. n/a A longo prazo, o efeito da prevalência da asma pode ser monitorizado em edifícios com produtos/materiais de construção etiquetados 46 nomeadamente, relacionadas com a asma 22. asma, espera-se que os custos dos produtos/materiais de construção etiquetados “limpos” sejam relativamente baixos. que não estejam relacionados com a asma, e podem fazer cumprir esta medida através de inspeções. A praticabilidade depende da forma de como se decide diminuir a concentração de CO2 se o nível recomendado tiver sido ultrapassado. A instalação de ventilação mecânica é (consideravelmente) mais cara que a abertura de janelas. Uso de amostradores passivos e monitorização de CO2. Medidas técnicas Instalação de um sensor de CO2 na sala de aula. A manutenção de um nível adequado de CO2 aumenta a capacidade de concentração e aprendizagem das crianças e é ainda benéfico para o desenvolvimento do raciocínio. A aquisição de um sensor de CO2 é uma solução de baixo custo. Monitorizar a QAI Verificar o cumprimento de orientações já existentes para a QAI. Identificar situações críticas (fontes de poluição interior, ar bafiento na sala de aula, etc.). Espera-se que os custos envolvidos na monitorização sejam mais baixos do que os custos do tratamento da asma, e da diminuição da capacidade de aprendizagem. “limpos”. A longo prazo, os custos incorridos para a monitorização, por exemplo, da prevalência da asma, são difíceis de avaliar, mas é de esperar que sejam mais baixos quando comparados com os custos do tratamento da asma. A instalação de um sensor de CO2 em cada sala de aula permite aos funcionários da escola e aos alunos monitorizar as concentrações de CO2. É de esperar que os custos sejam baixos. Percentagem de escolas ou salas de aula em que os valores-guia para a QAI são excedidos; evolução ao longo dos anos. 22 “Healthy Environments. A Compilation of Substances linked to Asthma” (2012Este relatório recente (8 de agosto de 2012) apresenta uma visão geral das substâncias nos materiais de construção que podem causar ou agravar a asma. Pretende-se que esta visão geral seja um recurso valioso para identificar os fatores que desencadeiam a asma e o desenvolvimento de sintomas de asma e para apoiar o desenvolvimento de medidas que minimizam o seu uso em materiais de construção e em mobiliário: http://transparency.perkinswill.com/assets/whitepapers/NIH_AsthmaReport_2012.pdf. 47 5 Desafios de implementação e recomendações O quadro de orientações para ambientes saudáveis nas escolas europeias apresentado neste relatório serve de base para promover o desenvolvimento de programas de saúde ambiental escolar sustentáveis na Europa. É possível alcançar um ambiente escolar saudável através de uma abordagem preventiva que identifica os requisitos e as prioridades desde a fase do projeto (Figura 4) e será financeiramente mais viável quando adotada à partida e comparada com uma abordagem a posteriori de procurar solucionar os problemas após o seu surgimento. Neste sentido, encoraja-se a criação de programas de saúde ambiental escolar como uma estratégia holística, completa e exequível integrando medidas preventivas e abordando questões de saúde ambiental ao promover edifícios escolares e espaços exteriores bem conservados. A prática de declarar edifícios saudáveis foi iniciada em Portugal pelo IDMEC-FEUP ao declarar não uma escola mas o edifício-sede da Fundação Calouste Gulbenkian “edifício saudável” em Setembro de 2008. Tais programas devem promover um ambiente escolar que fomente a aprendizagem e proteja a saúde dos alunos e funcionários. Além de melhorar o ambiente físico e minimizar potenciais riscos para a saúde, os programas de saúde ambiental escolar sustentáveis na Europa devem também coordenar esforços ao nível das autoridades nacionais e locais no sentido de se fazerem escolhas saudáveis, seguras e financeiramente viáveis que foquem as prioridades de saúde ambiental de cada escola. Alguns dos benefícios incluem: melhoria na saúde dos alunos; taxas de absentismo mais baixas entre crianças e professores; melhor desempenho escolar e maior participação na sala de aula; maior compromisso dos professores e satisfação no trabalho; e redução de custos através da poupança e da maior eficácia no uso de energia e de água e melhoria da manutenção das instalações. Figura 4. Níveis de exigência ou desempenho a que devem responder os edifícios 48 Um pré-requisito importante de um programa de saúde ambiental escolar é o projeto de escolas sustentáveis, harmonizando avanços na arquitetura e na engenharia com aspetos climáticos e culturais regionais ou locais, assim como os mais recentes avanços na dissociação de funções de aquecimento/arrefecimento e ventilação. A ventilação não deve ser vista como uma panaceia, mas como uma solução para manter a exposição a poluentes físicos, químicos e biológicos que afetam o ambiente escolar interior dentro de níveis considerados aceitáveis. Assim, aconselha-se que os esforços sejam feitos para evitar a poluição do ar exterior na área envolvente à escola e para manter em níveis baixos os poluentes emitidos ou gerados no interior do edifício. Por exemplo, níveis elevados de CO2 como aqueles identificados no projeto SINPHONIE, devido ao planeamento de edifícios, construção e manutenção inadequados e ao uso de materiais e produtos nas salas de aula e nos edifícios representam, para além dos casos de sobreocupação com densidades inferiores a 2 m2/aluno, claramente um dos desafios de implementação de escolas no futuro. De forma semelhante, os níveis de partículas suspensas devem ser reduzidos e as escolas existentes devem ser reabilitadas para ir de encontro às atuais normas e requisitos de eficiência energética. Em termos de ventilação, os métodos naturais podem não ser recomendados para alcançar uma QAI aceitável nas escolas em certas condições ambientais exteriores. Mas no clima de Portugal, a oportunidade da ventilação natural ou natural mecanicamente assistida deve ser a regra. Assim, uma mudança de paradigma no sentido de favorecer a implementação prática das orientações de ventilação baseada nos efeitos na saúde recentemente desenvolvidas, no âmbito do projeto HEALTHVENT financiado pela UE (2010-2012) (Carrer et al., 2013), pode revelar-se crucial para o desenvolvimento de ambientes escolares saudáveis sustentáveis na Europa. Dentro de tais programas devem-se financiar as soluções tecnicamente adequadas e intervenções informadas baseadas em evidências científicas. As capacidades tecnológicas de intervenção devem ser patrocinadas, coordenadas ou executadas por instâncias competentes quer a nível nacional, quer a nível local. Programas sustentáveis de saúde ambiental escolar na Europa podem: Promover iniciativas, incluindo as iniciativas legislativas, para regular os edifícios escolares em termos de projeto, construção, materiais utilizados, procedimentos de limpeza e ventilação baseada em critérios que privilegiem os efeitos na saúde e de manutenção do edifício, assim como fazer cumprir a proibição do fumo do tabaco, e prevenção de alergénios. Promover campanhas de consciencialização e formação para um ambiente escolar saudável destinado aos alunos e às famílias, funcionários da escola, profissionais, políticos e ao público em geral. Promover a pesquisa e a inovação para desenvolver medidas sustentáveis com o objetivo de melhorar a QAI em ambientes escolares e alcançar ganhos na saúde pública através de abordagens científicas e tecnológicas, financeiramente viáveis relacionadas com o ambiente construído. De seguida é apresentada uma lista não exaustiva de ações, iniciativas e desenvolvimentos recomendados que podem ser adotados para alcançar ambientes escolares saudáveis sustentáveis a nível nacional e local dentro de uma perspetiva e 49 dimensão Europeia: Desenvolver e implementar um conjunto de ferramentas faseadas para um ambiente escolar saudável na UE (indicadores, questionários validados, ferramentas, protocolos e testes clínicos para a monitorização da QAI, auditorias aos edifícios escolares, avaliar a saúde no ambiente escolar, e quantificar os ganhos na saúde destas medidas comparando com os custos). Além disso, devem ser estabelecidos requisitos para uma monitorização, auditoria e avaliação periódica da QAI e dos parâmetros relacionados com a saúde nas escolas em concordância com o quadro de harmonização do PILOT INDOOR AIR MONIT (projeto piloto de monitorização da qualidade do ar interior) e dos métodos e ferramentas do SINPHONIE. Estabelecer um sistema de vigilância médica Europeu para rastreio da saúde dos alunos e dos funcionários, incluindo orientações para a gestão da asma. Tal sistema pode complementar a base de dados do SINPHONIE ao agregar a monitorização da QAI e dos dados sobre a saúde de qualquer avaliação futura em escolas europeias, disponibilizando-os através da iniciativa DG ENV na IPCheM (Plataforma de Informação para a Monitorização Química) que é apoiada pela DG JRC (http://ies.jrc.ec.europa.eu/index.php?page=80). Fornecer orientação para a implementação de um programa nacional para um ambiente escolar sustentável em países Europeus: (a)com base em tecnologias de construção e estratégias de QAI que promovam o controlo da fonte de produtos e materiais de construção, e a dissociação das funções de aquecimento/arrefecimento nas escolas europeias de acordo com a abordagem de ventilação baseada nos efeitos na saúde desenvolvida no projeto HEALTHVENT, financiado pela UE; (b) dar a devida importância às peculiaridades geográficas, climáticas e culturais e às especificidades em todos os Estados Membro da UE; e (c) permitir a personalização e adaptação de regulamentos nacionais, políticas, orientações e capacidades económicas existentes de uma forma eficaz em termos de recursos. Fornecer orientações para a gestão ambiental das escolas que tenham em consideração a saúde e a segurança dos alunos e funcionários em todas as práticas relacionadas com o projeto, construção, remodelação, operacionalidade e manutenção dos edifícios escolares, e utilização de recursos de uma forma sustentável (água, energia, material educativo, produtos e procedimentos de limpeza, etc.). Estabelecer um inventário à escala da UE sobre as melhores práticas para a QAI nas escolas e saúde dos alunos na Europa. Desenvolver e avaliar medidas sustentáveis atenuantes para as escolas onde tenham sido identificados problemas, que poderiam beneficiar do resultado do projeto SINPHONIE e das experiências das redes de monitorização nacionais para a QAI e saúde em escolas nos países Europeus. Promover uma gestão adequada da poluição exterior (devido ao trânsito e atividades urbanas e industriais) e de outras fontes existentes na proximidade do edifício escolar de forma a cumprir as metas estabelecidas pela legislação relevante da UE e em linha com as orientações e recomendações da OMS. Proibir o fumo do tabaco e promover o uso de materiais de baixa emissão e com 50 rótulo da UE e produtos por todo o ambiente escolar Europeu. Implementar estratégias adequadas para a prevenção e mitigação de radão em conformidade com as recomendações do projeto RADPAR financiado pela UE (20092011) (http://web.jrc.ec.europa.eu/radpar/documents.cfm). Implementar medidas para prevenir a humidade e os bolores em edifícios escolares e reduzir a exposição a fontes de alergénios, tendo em consideração as orientações e recomendações da OMS. Fornecer orientações para procedimentos eficazes na limpeza e manutenção do edifício escolar, sistemas de aquecimento e ventilação e outros equipamentos. Fornecer às crianças, pais e professores formação adequada sobre a QAI e sobre questões de saúde, assim como aos funcionários da escola responsáveis pela gestão, manutenção e limpeza dos edifícios escolares. 51 6 References Carrer P, Wargocki P, De Oliveira Fernandes E, Kephalopoulos S, et al. (2013). Guidelines for health-based ventilation in Europe, European Commission. ECA Report No. 30, DG Joint Research Centre, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities (in preparation). Construction Products Regulation (CPR, 2011). Regulation (EU) No. 305/2011 of the European Parliament and of the Council of 9 March 2011 laying down harmonised conditions for the marketing of construction products and repealing Council Directive 89/106/EEC. Csobod E, Rudnai P, Vaskovi E (2010). School Environment and Respiratory Health of Children (SEARCH). Szentendre, Hungary. 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Promoting actions for healthy indoor air (IAIAQ). Luxembourg: European Commission, Directorate-General for Health and Consumers; http://ec.europa.eu/health/healthy_environments/docs/env_iaiaq.pdf. International Society of Indoor Air Quality (ISIAQ) (2001). ISIAQ Task Force report on “Creation of a healthy indoor environment in schools”. http://www.isiaq.org/publications/TF Schools Creation of Healthy Indoor Environment in Schools.pdf/view. 52 Kephalopoulos S, Kotzias D, Arvanitis A, Jantunen M, De Oliveira Fernandes E, Madureira J, Silva G, De Brouwere K, Molhave L, Schneider T, Mandin C, Fromee H, Kettrup A, Samoli E, Katsouyanni K, Carrer P, Fossati S, Ruggeri L, Cavallo D, Nevalainen A, HaverinenShaughnessy U, Forastiere F, Cesaroni G, Koistinen K (2012). ECA Report No. 28. Health risks from indoor particulate matter (INDEX-PM). European Commission DG Joint Research Centre, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, EUR 25588 EN, 2012. Kephalopoulos S, Crump D, Dauemling C, Winter-Funch L, Horn W, Keirsbulck M, Maupetit F, Sateri J, Saarela K, Scutaru AM, Tirkkonen T, Witterseh T, Sperk C (2012). ECA Report No. 27. Harmonisation Framework for Indoor Products Labelling Systems in EU. European Commission DG Joint Research Centre, Luxembourg: Office for Official Publications of the European Communities, EUR 25276 EN, 2012. Kotzias D, Koistinen K, Kephalopoulos S, Schlitt C, Carrer P, Maroni M, et al. (2005). The INDEX project. Critical Appraisal of the Setting and Implementation of Indoor Exposure Limits in the EU. Final Report. EUR 21590 EN: European Commission, DG Joint Research Centre. OQAI (Observatoire de la Qualité http://www.oqai.fr/obsairint.aspx. de l'Air Intérieur) (2001). France. Perkins+Will (2012). Healthy Environments. A Compilation of Substances linked to Asthma. National Institutes of Health, Office of Research Facilities, Division of Environmental Protection. http://transparency.perkinswill.com/assets/whitepapers/NIH_AsthmaReport_2012.pdf. UBA (German Federal Environment Agency) (2008) Guidelines for Indoor Air Hygiene in School Buildings. Umweltbundesamt, Berlin. http://www.umweltdaten.de/publikationen/fpdf-l/4113.pdf. US Environmental Protection Agency. Website on Creating Healthy Indoor Environments in Schools. http://www.epa.gov/iaq/schools/. US EPA Indoor Air Quality Tools for Schools http://www.epa.gov/iaq/schools/pdfs/kit/reference_guide.pdf. – Reference Guide. World Health Organization (2005). Air Quality Guidelines Global Update 2005: particulate matter, ozone, nitrogen dioxide and sulfur dioxide. WHO Regional Office for Europe. World Health Organization (2009). WHO guidelines for indoor air quality: dampness and mould. 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Panorama geral sobre as iniciativas políticas (leis, regulamentos, orientações, programas) em países Europeus sobre ambientes escolares saudáveis Estado Membro UE Albânia Alemanha Áustria Bélgica Tipo Medidas políticas nacionais (regulamentos, leis, orientações, programas) Envolvimento das partes Descrição geral Especificação (parâmetro) interessadas/público --- Sem orientações -- Orientações sobre os requisitos de higiene nas escolas. Orientações gerais que descrevem as medidas de higiene nas escolas. Orientações sobre o ar interior nas habitações. Orientações para a avaliação do ar interior nas habitações. Estas orientações também se aplicam a edifícios escolares. Orientações Alemãs para a higiene do ar interior em edifícios escolares. Regulamentos Flamengos e decisões Orientações para a higiene do ar interior em edifícios escolares (2008). Orientações detalhadas que descrevem as medidas a ser tomadas para criar um clima interior saudável nas escolas. Professores, alunos, pais, administradores escolares, autoridades da educação, departamentos de saúde e ambiente, grupos profissionais envolvidos no planeamento, construção, renovação ou modernização de edifícios escolares. Orientações Alemãs detalhadas dirigidas a edifícios escolares. Recomendações detalhadas sobre: a) requisitos de higiene nas escolas, incluindo limpeza e ventilação, e pequenos trabalhos de remodelação; b) poluentes do ar interior (químicos, físicos e biológicos) e respetivos efeitos na saúde; c) requisitos de construção, incluindo certos materiais de construção, mobiliário e requisitos acústicos; d) procedimentos sobre como lidar com casos problemáticos no ambiente interior; e) orientações gerais para renovações. Contêm recomendações sobre limpeza e higiene pessoal, higiene alimentar, etc. Prevê-se a inclusão de um capítulo sobre a QAI nas escolas em futuras atualizações. Contém recomendações para a avaliação de parâmetros químicos e biológicos e requisitos para a ventilação (fungos, formaldeído, CO2, tolueno, estireno, tetracloroetileno, COVs totais). Apresenta valores limite com base nos efeitos na saúde. Ver descrição detalhada na informação relativa à Alemanha. Orientações e recomendações para um ambiente interior saudável, Contêm requisitos sobre a temperatura, humidade, ventilação, Referência/ fonte de informação -- www.umweltdaten.de/pub likationen/fpdf-l/4113.pdf Funcionários da escola. http://www.bmukk.gv.at/s chulen/unterricht/hygiene plan.xml -- http://www.innenrauman alytik.at/richtwerte.html -- www.umweltdaten.de/pub likationen/fpdf-l/3689.pdf -- http://www.lekkerfris.be/, www.airatschool.be 55 Chipre República Checa Eslováquia relacionadas com o clima interior (ARAB, KB (12 agosto 1993), KB (27 março 1998, 3 maio 1999, 11 março 2002 e 17 julho 2002), Decisão do Governo Flamengo (8 dezembro 2006, 11 junho 2004, 19 novembro 2010 e 1 junho 1985). incluindo o Decreto Flamengo de Ambiente Interior sobre a QAI. Leis para a proteção e promoção da saúde pública relativas ao ambiente escolar (dirigidas a edifícios públicos: Decreto do Ministério da Saúde CR nº 6/2003 Ld. e Decreto do Ministério da Saúde CR nº 410/2005 Ld.). Leis para a proteção, promoção e desenvolvimento da saúde pública relativas ao ambiente interior e à QAI em edifícios públicos (Act. nº. 355/2007 e Decreto nº. 259/2008). Decreto do Ministério da Saúde nº 259/2008 Coll. sobre Estas leis descrevem os requisitos de higiene para ambientes interiores em geral (CR nº 6/2003 Ld.) e para áreas designadas como instalações educacionais para crianças e jovens (nº 410/2005 Ld.). Sem orientações. -- As medidas referem os requisitos para as condições de clima interior (microclima), aquecimento e ventilação, iluminação e QAI em edifícios públicos, incluindo escolas. Esta medida descreve requisitos obrigatórios específicos para o ambiente interior, incluindo sistemas de aquecimento, uso e armazenamento de produtos de limpeza. Estabelece valores limite para parâmetros químicos, físicos e biológicos. A Bélgica fornece ainda programas educacionais para escolas de ensino básico e secundário, com foco na educação para a ventilação da sala de aula através da abertura de janelas. A sua eficácia foi comprovada através de medições da QAI nas escolas participantes. -Contém requisitos para parâmetros químicos, físicos e biológicos no ambiente interior (CR nº 6/2003 Ld.), e para a ventilação, isolamento, iluminação, mobiliário, limpeza, etc. (Nº 410/2005 Ld.). Contém requisitos legais e recomendações sobre temperatura e humidade, aquecimento, ventilação, iluminação e limpeza. A qualidade do ar é regulada pelo Decreto nº 259/2008 fornecendo requisitos para parâmetros químicos e físicos, incluindo o odor (CO, PM10, NO2, O3, SO2, HCHO, NH3, C7H8, C4H4, (CH3)2, C8H8, C2Cl4, CS2, H2S e amianto). Contém valores limite para parâmetros químicos, microbiológicos e biológicos no ar interior (partículas, temperatura -- -- Autoridades administrativas estatais, comunidades e outras entidades: projetistas, gestores e utilizadores do edifício escolar. http://jaspi.justice.gov.sk/j aspiw1/htm_zak/jaspiw_m ini_zak_vyber_hl1.asp?clear =N. Autoridades administrativas estatais, comunidades e outras entidades: projetistas, http://www.zbierka.sk -- -- http://www.zbierka.sk 56 Finlândia França os requisitos para o ambiente interior dos edifícios. instalações educacionais para crianças no pré-escolar, crianças em idade escolar e jovens. Decreto do Ministério da Saúde nº 257/2007 Coll. Esta medida descreve requisitos obrigatórios específicos relacionados com a proteção da saúde em edifícios para crianças e jovens (infantários, escolas, etc.). Recomendações gerais e orientações sobre vários aspetos da QAI em todos os edifícios. Recomendações vinculativas sobre o clima interior e a ventilação dos edifícios (2012). Recomendações sobre as condições da habitação. Lei para a monitorização obrigatória da QAI nas escolas (décret nº. 2011-1728) e lei com informação detalhada sobre a Ambas as leis estabelecem estratégias obrigatórias de monitorização do ar interior em escolas do ensino básico, secundário e em infantários. Os três indicadores são: benzeno, formaldeído e CO2. Existe ainda a descrição do processo Orientações para problemas de humidade e bolores em edifícios escolares. e humidade relativa), requisitos para aquecimento, ventilação, isolamento, iluminação e ar condicionado. É proibida a presença visível de bolores no ambiente interior. Contém regulamentos sobre o projeto de instalações para crianças e jovens, por exemplo: nº. de crianças por m2 em salas de infantário, em salas de aula de escolas de ensino básico e secundário de acordo com a sua especialização, nº. de instalações sanitárias, requisitos de aquecimento e ventilação, e as obrigações do gestor da escola na definição de um procedimento para as práticas de limpeza/desinfeção e respetiva frequência, e práticas de ventilação (natural). As autoridades públicas na Eslováquia supervisionam o cumprimento desta medida assim como o de regulamentos com vinculação legal. Contêm recomendações relacionadas com a temperatura, o ruído e a iluminação, níveis de compostos químicos e microbiológicos (são definidos os valores aceitáveis). As orientações referem-se à resolução de problemas de humidade. gestores e utilizadores do edifício escolar. Todas as escolas primárias e infantários devem ser objecto de monitorização da QAI antes de janeiro de 2018. Esta monitorização deve ser repetida a cada sete anos, exceto se os valores recomendados tiverem sido excedidos. Nesse caso, as medições Autoridades administrativas estatais, comunidades, outras entidades legais: empreendedores, projetistas, gestores e utilizadores do edifício escolar. http://www.zbierka.sk -- -- Ministérios, municípios, escolas, empresas acreditadas. http://www.legifrance.gou v.fr/ 57 Grécia respectiva monitorização (décret 2012-14). Decisão sobre a execução de leis para a QAI nas escolas (DEVP1200916A). Não existem regulamentos específicos relativos à QAI ou à ventilação. de auditoria ao sistema de ventilação. A decisão descreve as condições para a avaliação da QAI e para a inspeção ao sistema de ventilação. Existem dois regulamentos sobre eficiência energética nos edifícios com sistemas de ventilação mecânica. Ambos os regulamentos têm a energia como a sua principal preocupação. Isto pode afetar a QAI em edifícios escolares (Lei Grega 3661/2008 (KENAK, Αρ. Φύλλου 407) e Guias Técnicos da Comité Técnico-Profissional da Grécia (TOTEE). devem de ser repetidas no período de dois anos. As medições e auditorias ao sistema de ventilação devem ser feitas por entidades ou laboratórios acreditados. A acreditação será dada pelo Comité français d’accréditation (COFRAC). Recomendações sobre o desempenho energético dos edifícios (cálculos para o consumo energético dos edifícios, definição dos requisitos mínimos de desempenho energético e emissão de um certificado de desempenho energético; inspeção de caldeiras e sistemas de ar condicionado e implementação de um organismo nacional competente de inspetores energéticos, de acordo com a Diretiva Europeia 2002/91/EC), características termofísicas de materiais de construção para a estrutura e a inspeção da eficácia do isolamento térmico. Recomendações para a ventilação em edifícios residenciais (é considerada a aplicação de ventilação natural de acordo com TOTEE) e edifícios do sector terciário com ventilação mecânica, ventilação de acordo com o nº. máximo de ocupantes previsto e o volume mínimo de ar por pessoa para encontrar um mínimo de ar “novo”. KENAK propõe regulamentação para a taxa de renovação de ar de acordo com o tipo de utilização do espaço interior excluindo as escolas. A taxa de ventilação é calculada através de uma fórmula harmonizada. Ministérios, municípios, escolas, empresas acreditadas. http://www.cofrac.fr/ Os regulamentos são principalmente dirigidos aos engenheiros civis e aos inspetores que emitem os certificados de desempenho energético. Outras entidades interessadas incluem: grupos profissionais envolvidos no planeamento, construção ou remodelação de edifícios escolares; os Ministérios do Ambiente, Energia & Alterações Climáticas e da Saúde, Educação e Ocupação. http://www.epbd-ca.eu/ http://kenakteetdk.files.w ordpress.com http://portal.tee.gr/portal /page/portal/tptee/totee/ FEK%20407-B-2010%20%20KENAK.pdf 58 Hungria Itália Lituânia Sem orientações especificamente direcionadas para QAI. Existem normas para a regulação da temperatura. A norma contém informação para a temperatura em edifícios escolares de ensino básico. Gazzetta Ufficiale nº. 252. Orientações para a prevenção de fatores de risco para as alergias e a asma nas escolas (2010). Orientações para medidas de higiene nas escolas, incluindo recomendações sobre a construção e manutenção de edifícios. Norma de higiene (HN21:2011). Esta norma define que os edifícios escolares sejam projetados e equipados com aquecimento, sistemas de ventilação e/ou ar condicionado, apoiando e regulando o microclima e os parâmetros da qualidade do ar. Contêm uma recomendação para o uso de ventilação natural exceto para espaços onde se realizam reuniões com ocupação muito elevada. Nesta situação, a taxa de ventilação deve ser constante sem originar demasiado ruído ou correntes de ar. Este documento contém recomendações sobre segurança alimentar, projeto/construção e gestão de edifícios, orientações normas/valores para poluentes do ar interior, remodelação de edifícios (remoção de fontes), higiene (limpeza), ar condicionado (controlo e manutenção), prevenção de hábitos tabágicos/fumo passivo, educação/informação das crianças/ família/funcionários da escola e promoção de estilos de vida saudáveis. Contém recomendações sobre a temperatura (temperatura média nas salas de aula deve estar compreendida entre os 18 e os 20ºC); humidade (humidade do ar nas escolas deve estar entre os 35 e os 60%); ventilação (cada sala de aula e de formação deve garantir que haja ventilação natural através da abertura de janelas). As salas de aula e de formação que não estejam equipadas com sistema de ventilação mecânica devem ser ventiladas através da abertura das janelas no final de cada aula. Devem ser instalados sistemas de ventilação independentes nas salas de aula, nas salas de formação, nas oficinas, no pavilhão desportivo, lojas, zonas de preparação de alimentos, sanitários e -- -- Diversos ministérios, funcionários da escola, alunos e famílias. -- -- -- 59 Valores limite de poluentes do ar em escolas (HN34:2007). Esta norma descreve os valores limite para um conjunto de poluentes do ar. Malta Orientações para a redução de desperdícios em escolas (2011). Holanda Orientações e recomendações para um ambiente interior saudável. O objetivo destas orientações é oferecer a professores e alunos informações sobre como iniciar uma campanha para a redução de desperdícios nas suas escolas. As orientações descrevem medidas de higiene e de projecto e construção de edifícios escolares. balneários. Limites de CO2: o limite médio de concentrações de CO2 em salas de aula durante o período letivo é de 1500 ppm; o limite para concentrações para curtos períodos de tempo é de 5000 ppm. Contém os valores limites para parâmetros químicos e físicos, entre os quais: NO2, ozono, CO, formaldeído, benzeno, tricloroetileno, tetracloroetileno, PM10, PM2.5. A avaliação da poluição do ar é efetuada nas escolas apenas se uma entidade competente receber uma reclamação. Contém recomendações para a redução de papel e de outro material orgânico. Também disponibiliza orientações para a compra de material de escritório e resíduos de compostagem. Contém valores de orientação para a ventilação (principal indicador para a qualidade geral do ar), acústica, iluminação, temperatura, atividades de limpeza e de recuperação (amianto). São também indicadas orientações para a construção de novos edifícios escolares com um ambiente interior saudável. -- Funcionários alunos. -- da escola Funcionários da escola. e http://www.ekoskola.org. mt/uploads/2011/11/Prin table-Version-of-Wastereduction-Guidlines-for-aWhole-SchoolApproach.pdf http://www.scsb.nl/image s/stories/modellen/naslag werk_definitief_binnenmili eu.pdf http://www.agentschapnl. nl/content/brochure-eennieuwe-frisse-school http://www.rivm.nl/biblio theek/rapporten/6090210 44.pdf Conselhos para um ambiente interior saudável em escolas construídas recentemente 60 Fichas de informação para melhoramento da ventilação em escolas básicas Portugal Decreto-Lei 118/2013: revoga a legislação anterior de 2006, que se apresenta abaixo. • Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios. • Nota técnica fornecendo detalhes sobre a monitorização. Decreto-Lei 118/2013 conquanto já careça de revisão, tem no que respeita á qualidade do ar posições de política pública de futuro e, por isso, que se reputam aqui de dever adotar sempre que possível, em linha com estas orientações já que não interfere com a nova legislação que ignora, na prática, a QAI. De facto, no preâmbulo deste diploma, justificando a revogação da problemática da QAI escreve-se: “No que respeita à política de qualidade do ar interior, considera-se da maior relevância a manutenção dos valores mínimos de caudal de ar novo por espaço e dos limiares de proteção para as concentrações de poluentes do ar interior, de forma a salvaguardar os mesmos níveis de proteção de saúde e de bem-estar dos ocupantes dos edifícios. Neste âmbito, salienta-se que passa a privilegiar-se a ventilação natural em detrimento dos equipamentos de ventilação mecânica, numa ótica de otimização de recursos, de eficiência energética e de redução de custos. São ainda eliminadas as auditorias periódicas de QAI, mantendo-se, contudo, a necessidade de se proceder ao controlo das fontes Municípios, laboratórios acreditas. e escolas, empresas Diretiva do Serviço de Saúde Municipal sobre a medicina ambiental http://dre.pt/pdf1sdip/20 06/04/067A00/24162468. pdf http://dre.pt/pdf1sdip/20 06/04/067A00/24682513. PDF http://dre.pt/pdf1sdip/20 06/04/067A00/24112415. PDF Nota: Portugal foi o único país da UE a medidas de controlo da QAI nas auditorias de eficiência energética dos edifícios. 61 de poluição e à adoção de medidas preventivas, tanto ao nível da conceção dos edifícios, como do seu funcionamento, de forma a cumprir os requisitos legais para a redução de possíveis riscos para a saúde pública”. O regulamento descreve as condições para a avaliação da QAI e para a inspeção da ventilação. • Decreto-lei nº 78/2006. (2006). Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE). • Decreto-lei nº 79/2006. (2006). Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios-RSECE. Roménia Orientações para a QAI (Act nº. 1955/1995). Sérvia Sem orientações. • Decreto-lei nº 80/2006. (2006). Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios-RCCTE. As orientações descrevem os requisitos de higiene como parte do programa escolar de regulamentação de higiene. -- Contém os requisitos para CO2, PM10, CO, HCOH, O3, TCOV, radão, taxa de ventilação, bactérias, fungos e Legionela, e especifica as respetivas concentrações máximas. As medições e a auditoria à ventilação devem ser feitas por entidades e laboratórios acreditados. Contém recomendações sobre o tratamento de esgotos, requisitos alimentares (consumo de calorias), requisitos de aquecimento, iluminação, ventilação, condições da sala (temperatura e humidade), normas para a atividade física, requisitos de limpeza (sanitários) e requisitos do mobiliário. -- Departamento de saúde pública local e regional, diretores /funcionários da escola. http://80.96.57.20/fisiere/ Ordin_1955.pdf -- -- 62 ANEXO B. Parâmetros físicos e químicos relevantes para o ambiente interior da escola em relação a fontes, efeitos na saúde, opções de gestão de risco/medidas de controlo, normas/orientações/resultados do SINPHONIE para comparação Parâmetro Partículas (PM2.5 e PM10) Descrição As partículas inaláveis são compostas por centenas de substâncias diferentes. São partículas extraordinariame nte heterogéneas em termos de composição química e tamanho, com um nível elevado de variabilidade espacial e temporal. Uma componente importante das partículas finas (PM2.5) é a fuligem. A fuligem é um componente dos gases de escape dos motores a diesel e tem um diâmetro inferior a 2.5 µm. Fontes Efeitos na saúde Opções de gestão de risco e medidas de controlo Parâmetros químicos e físicos relacionados com o ar interior A concentração de partículas Estudos epidemiológicos Minimizar a permanência de depende de fontes interiores e sugerem que a exposição a veículos nas proximidades das exteriores. As partículas partículas está associada a escolas. resultantes de processos de efeitos na saúde a curto e Usar tecnologias eficazes na combustão no exterior surgem longo prazo. As partículas, redução de partículas relacionadas a partir das emissões de fumos em particular, têm sido com o trânsito, tais como filtros e industriais, tubos de escape de relacionadas a um risco catalisadores em veículos de veículos automóveis aumentado de transporte. (diesel/gasolina), outros morbilidade e mortalidade Considerar cuidadosamente as veículos (por exempo: por doenças potenciais fontes de partículas marítimos, construção, cardiovasculares, doença (trânsito e indústria) na proximidade agricultura e locomotivas), pulmonar, asma e outros do local de construção de uma nova fogos florestais, e outras problemas respiratórios. escola. queimas ou incineração (por Subpopulações, como as exemplo queima de lixo). crianças, os idosos e O efeito no ar interior de pessoas com doenças partículas com fontes externas respiratórias (por exemplo depende da localização do doença pulmonar edifício, da proximidade fontes obstrutiva crónica, externas, da direção do vento bronquite aguda, asma, em relação às fontes, do tipo de pneumonia) têm um risco sistema de ventilação utilizado, acrescido de efeitos na da percentagem de ar exterior, saúde devido à exposição a e da localização dos pontos de partículas. entradas de ar. As crianças são As fontes internas de especialmente sensíveis à combustão de partículas poluição atmosférica, incluem aparelhos de porque respiram 50% aquecimento, máquinas de mais ar por kg do seu peso fotocópias, aparelhos de que os adultos. cozinha e o fumo do tabaco. As PM2.5 representam o maior risco para a saúde Normas/orientações/ Resultados do SINPHONIE para comparação Não existem normas específicas para as PM2.5 e PM10 para o ambiente interior nas escolas na EU. As orientações da OMS (2005) para o ar ambiente são: PM2.5 (25 µg/m3 como média de 24 horas, e 10 µg/m3 como média anual para proteger de efeitos a curto e longo prazo, respetivamente), e PM10 (50 µg/m3 como média de 24 horas e 20 µg/m3 como média anual). No futuro estes valores poderão ser revistos com base em evidências recentes (Kephalopoulos et al., 2012), o que revela alguns indícios de que as partículas geradas no interior podem ser mais bioativas do que as partículas do ambiente. As partículas encontram-se frequentemente relacionadas com a presença de endotoxinas e outros componentes proinflamatórios. Escolas SINPHONIE: De notar que o SINPHONIE 63 podendo agravar as condições respiratórias já existentes, como a asma e a bronquite. Têm sido associadas diretamente a um aumento de hospitalizações e visitas às urgências por doença cardíaca e pulmonar, à diminuição da função pulmonar e morte prematura. A exposição a curto prazo pode causar falta de ar, irritação dos olhos, náuseas, tonturas, e possível agravamento de alergias. Benzeno À temperatura ambiente e à pressão de 1 atm o benzeno é um líquido incolor. É volátil porque tem um ponto de ebulição baixo e uma pressão de vapor elevada. O benzeno é altamente inflamável e tem um odor aromático característico. É habitualmente usado como A origem de benzeno no ar interior é o exterior (gases de escape de automóveis) e fontes interiores como a combustão (aquecimento, cozinhar, queima de incensos, fumo do tabaco, etc.), garagens, materiais de construção, vinil, borrachas, pavimento em PVC, carpetes de nylon, mobiliário e armazenamento de solventes. O benzeno causa danos no sistema nervoso central após exposição aguda. A exposição crónica ao benzeno pode resultar numa depressão da medula óssea. O principal risco para a saúde associado à exposição a níveis baixos de benzeno é a leucemia e a ligação mais forte nos humanos é de leucemia não-linfócita aguda (LNLA). O nível mais baixo de exposição ao qual parece existir uma maior probabilidade de Reduzir o conteúdo permitido de benzeno em qualquer material ou consumível usado em escolas. Evitar construir garagens anexas a escolas. Garantir a manutenção/ inspeção regular de todos os aparelhos de combustão usados nos edifícios escolares. Proibição de fumar em todos os espaços do edifício escolar. deu foco à média da concentração de PM2.5 para o período letivo, ao invés de médias de 24 horas, uma vez que as crianças só estão presentes durante o período letivo e que os dois níveis podem diferir em cerca de 50%. No geral, apenas 40% dos alunos foram expostos a concentrações inferiores a 10 µg/m3, 47 % entre 10 e 25 µg/m3; e 13 % a concentrações superiores a 25 µg/m3, apresentando assim um risco para efeitos a longo prazo na função cardiovascular-respiratória e mortalidade por cancro do pulmão. O benzeno está classificado pelo Centro Internacional de Investigação do Cancro (IARC) como cancerígeno, pelo que não existe um nível seguro de exposição e a sua concentração no ar interior deve ser mantida tão baixo quanto possível - em todo o caso, não deve exceder as concentrações verificadas no exterior. Na Diretiva relativa à Qualidade do ar (2008/EC/50) (88), estabelece-se um limite para a UE de benzeno no ambiente de 5 µg/m3 (média 64 Dióxido de azoto solvente industrial numa grande variedade de aplicações, tais como tintas, vernizes, lacas, diluentes e gasolina (1 para 4%). Também pode ser usado como matériaprima (químico intermédio) na síntese de estireno, fenol, ciclohexano, anilina, alquilbenzenos, na produção de vários plásticos, resinas e detergentes, ou para a síntese de pesticidas e produtos farmacêuticos. Pode ainda ser encontrado como uma impureza em misturas químicas na indústria do petróleo. O dióxido de azoto (NO2) é um gás vermelhoacastanhado com um ponto de ebulição de incidência de LNLA entre trabalhadores expostos em ambientes de trabalho tem sido detetada num intervalo de 32 a 80 mg/m3. O risco estimado para a leucemia por 1 μg/m3 é de 6 × 10–6, e um risco excessivo durante a vida de 1/10,000, 1/100,000 e 1/1,000,000 são 17, 1.7 e 0.17 μg/m3, respetivamente. As principais fontes internas incluem: aparelhos a gás, aquecedores a querosene, fogões a lenha e lareiras sem condutas de exaustão. O ar ambiente (escapes dos O NO2 é um agente oxidante que é altamente irritante para as membranas mucosas, e causa uma extensa variedade de efeitos na anual). Escolas SINPHONIE: Aproximadamente 25% dos alunos estão expostos a níveis superiores a 5 µg/m3 com uma maior percentagem em países da Europa Central e de Leste. Controlar a exposição de NO2 nas cozinhas escolares através de uma ventilação apropriada através da utilização de exaustores. Recomenda-se a implementação de orientações de As orientações da OMS de 2010 e do UE-INDEX de 2005 e 2009 para o NO2 é de 40 μg/m3 (média anual e semanal) e 200 μg/m3 (1hora) são as recomendadas 65 21.2°C e um peso molecular de 46.01 g/mol. É emitido através de processos de combustão produzidos por reações fotoquímicas. É um oxidante forte com um odor pungente característico. automóveis) é um importante contribuidor para as concentrações interiores de NO2. As principais fontes ambientes de óxidos de azoto (NOx) incluem a intrusão de NOx estratosférico, a ação vulcânica, e os relâmpagos. As centrais de combustíveis fósseis, os veículos a motor e os aparelhos de combustão domésticos emitem óxido nítrico (NO), que é um composto reativo que se oxida em NO2. saúde. A maioria dos estudos demonstra alterações substanciais na função pulmonar de adultos saudáveis expostos a concentrações de NO2 iguais ou superiores a 2 ppm. Os asmáticos parecem ser sensíveis a concentrações de ≈0.5 ppm e foram reportadas queixas para este valor. O NO2 aumenta a reatividade brônquica medida por agentes farmacológicos broncoconstritores em indivíduos normais e asmáticos, mesmo em níveis que não afetam diretamente a função pulmonar na ausência de um broncoconstritor. Estudos epidemiológicos sugerem que crianças expostas a contaminantes resultantes da combustão de fogões a gás apresentam um maior número de sintomas e doenças respiratórios e de doença que as outras crianças. Há a preocupação de que as crianças podem apresentar um maior risco de sintomas quando expostas a concentrações ventilação baseadas na saúde (projeto HEALTHVENT) para controlar a exposição ao NO2 de fontes internas e externas nos edifícios escolares. Proibir (melhor opção), ou assegurar uma suficiente a ventilação. de extração local s para fogões a gás sem ventilação que possam ainda estar em funcionamento em edifícios escolares Europeus. Garantir a manutenção/inspeção regular de todos os aparelhos de combustão nos edifícios escolares. para o ar interior ambiente escolar. do Escolas SINPHONIE: Com a exceção de algumas salas de aula onde se observaram níveis de NO2 elevados, os alunos estavam, no geral, expostos a valores inferiores ao recomendado de 40 μg/m3. 66 Formaldeído O formaldeído (HCHO) é um gás com um peso molecular de 30.03 e com o ponto de ebulição de -21ºC. Está classificado entre as substâncias químicas produzidas em grandes quantidades. Em 2004, a sua produção na UE e na Noruega totalizava 10.7 milhões de toneladas (FormaCare, 2008). O HCHO é libertado pela maioria dos materiais à base de madeira, maioritariamente usados como conservantes, por desinfetantes e biocidas, bem como é um componente de colas, vernizes, material de impressão, tratamento de têxteis, tinta permanente, equipamento automóvel, etc. Também resulta de processos de combustão especialmente do fumo de tabaco, da reação dos terpenos que se encontram nas fragrâncias e ambientadores, e em particular como produto da hidrólise de resinas à base de formaldeído (principalmente ureiaformaldeído, fenolformaldeído, e melaminaformaldeído). Devido à variedade de fontes internas, o HCHO é ubíquo na maioria dos ambientes interiores (e, portanto, também em ambientes escolares) em níveis que excedem habitualmente as concentrações no exterior. As concentrações de HCHO no interior são influenciadas pela elevadas de NO2 no interior devido à maior taxa respiratória em relação ao tamanho do corpo e ao tempo que despendem no interior dos edifícios. O HCHO tem um odor pungente e capacidade de causar irritação e consequente desconforto. Os sintomas apresentados após exposição por curtos períodos de tempo ao HCHO são: irritação dos olhos, nariz e garganta, juntamente com desconforto dependendo do grau de exposição; lacrimejamento, espirros, tosse, náuseas e dispneia. As crianças têm sido reportadas como grupo mais sensível à exposição ao HCHO. Em dezembro de 2012, o sistema de classificação e rotulagem harmonizada Europeu classificou o formaldeído como cancerígeno de Categoria 1B. Nota: Uma substância de Categoria 1 é conhecida ou presume-se que tenha potenciais efeitos cancerígenos/mutagénicos para os humanos. Para a categoria 1A, a avaliação é Minimizar as emissões de HCHO de materiais de construção, produtos e acabamentos em escolas. Usar materiais de construção, produtos e acabamentos com rótulos de acordo com os esquemas de rotulagem a nível nacional e da UE. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. As orientações-guia para a QAI da OMS e da atualização do UE-INDEX (2009) são: 120 μg/m3 e de 90 a 120 μg/m3 (30-min média) respetivamente para prevenir a irritação sensorial na população geral. Estes valores são válidos para qualquer período de 30 minutos, e têm em vista prevenir os efeitos da exposição a longo prazo na função pulmonar ou no risco de cancro nasofaríngeo. Escolas SINPHONIE: Deve-se salientar que os valores recomendados acima mencionados não podem ser diretamente comparados com os valores medidos nas escolas SINPHONIE, uma vez que os últimos estão relacionados com um período de amostragem de uma semana. Os resultados das medições de HCHO no interior das escolas SINPHONIE estão 67 Naftaleno O naftaleno é um pó branco cristalino com odor aromático. É um hidrocarboneto bicíclico isolado do alcatrão com um ponto de ebulição de 218ºC e um peso molecular de 128.18 g/mol. O naftaleno tem um período de semivida de três a oito horas na atmosfera. temperatura, humidade, taxa de ventilação, a idade do edifício, produtos utilizados, presença de fontes de combustão, e pelos hábitos tabágicos dos ocupantes. baseada primeiramente em evidências humanas; para a categoria 1B, a avaliação é feita primeiramente em evidências animais. O naftalato é um intermediário na produção de plastificantes com ftalatos, resinas sintéticas, ftaleína, corantes, produtos farmacêuticos, conservantes, etc. O naftaleno cristalino é usado como repelente de traças e como bloco sanitário. É também usado na produção de inseticidas. O fumo da lenha, o fuelóleo e a gasolina também contêm naftaleno. A emissão do naftaleno para a atmosfera é principalmente originada por emissões involuntárias e pelos escapes de veículos automóveis. Os derrames no solo e na água durante o armazenamento, transporte e arrumação de fuelóleo e alcatrão são perdidos e libertados para a atmosfera devido à volatilização, fotólise, adsorção e biodegração. São fontes interiores comuns de naftaleno os aquecedores de querosene não ventilados e o fumo do tabaco. As principais preocupações da exposição ao naftaleno são as lesões do trato respiratório, incluindo tumores no trato respiratório superior. Baseado na classificação da IARC, o naftaleno é possivelmente cancerígeno para os humanos (Grupo 2B). Restringir o uso nas escolas de produtos que contenham naftaleno (por exemplo blocos sanitários ambientadores para sanitários). Evitar a utilização de aquecedores de querosene não ventilados e proibir o fumo de tabaco no interior da escola. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. compreendidos entre 1.3 a 66.2 μg/m3, com diferenças consideráveis entre os países que participaram no projeto. Os níveis foram significativamente mais elevados nos países da Europa Central do que nos países do Norte e do Sul da Europa. Um valor indicativo de 10 μg/m3 (longa duração) foi estabelecido como uma média anual para prevenir os riscos para a saúde associados com a exposição ao naftaleno (OMS, 2010). O mesmo valor é também recomendado pelo projeto UE-INDEX em 2005 e 2009. Escolas SINPHONIE: As concentrações interiores de naftaleno nas escolas SINPHONIE variaram entre 0 e 30.8 μg/m3. Os países da Europa Central-Leste e do Sul têm concentrações de nafataleno no interior significativamente mais elevadas, apesar da média das quatro regiões da UE estar muito abaixo dos valores de referência da OMS. Cerca de 5 % dos alunos estavam expostos a concentrações de naftaleno superiores a 10 μg/m3. A maior parte dos alunos 68 Monóxido carbono Ozono de O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e nãoreativo; e é um produto de combustão incompleta, apesar de alguns processos industriais e biológicos também o produzirem. O CO é amplamente gerado no ambiente interior por aparelhos de combustão não ventilados, especialmente se forem utilizados em salas mal ventiladas. O fumo do tabaco é também uma fonte importante de poluição de CO no interior. O ozono (O3) é um gás naturalmente criado nas reações de fotooxidação pela luz solar, e é criado artificialmente No exterior, especialmente em zonas urbanas com muito trânsito, os níveis de O3 podem tornar-se suficientemente elevados para causar problemas de saúde, particularmente em indivíduos A exposição a níveis elevados de CO é uma causa frequente de acidentes mortais. Em níveis mais baixos, a exposição a CO leva à redução da capacidade de realizar exercício físico e a um risco aumentado de doença isquémica do coração. Estudos epidemiológicos que envolvem grandes grupos populacionais, onde os níveis de exposição ao CO foram, no geral, relativamente baixos, demonstraram um aumento da incidência de baixo peso à nascença, defeitos congénitos, mortalidade infantil e do adulto, internamentos por problemas cardiovasculares, falha cardíaca congénita, enfarte, asma, tuberculose e pneumonia (OMS 2010). Tratando-se de um oxidante forte, o O3 pode ter vários efeitos fisiológicos na função pulmonar, incluindo reduções na função pulmonar, taxas de fluxo Todo o equipamento de combustão localizado no interior das escolas deve conduzir os gases para o exterior através de chaminés/ exaustores/grelhas. Recomenda-se a implementação em todos os países Europeus de inspeções regulares obrigatórias e certificadas aos equipamentos de combustão. É recomendável a instalação obrigatória, em todos os países Europeus, de monitores/alarmes de CO em espaços interiores nas escolas que tenham equipamento de combustão. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. Manter as impressoras a laser e as máquinas fotocopiadoras fora das salas de aula e dos escritórios, em salas específicas devidamente e autonomamente ventiladas. Evitar ou reduzir a atividade dos alunos nos espaços exteriores em estavam expostos a concentrações muito baixas de naftaleno (inferior a 1 μg/m3). As orientações-guia para a QAI da OMS (2010) recomenda uma série de valores indicativos para prevenir os efeitos da exposição a picos curtos (tempos médios estão entre parênteses): - 100 mg/m3 (15 min) - 60 mg/m3 (30 min) - 30 mg/m3 (1 h) - 10 mg/m3 (8 h) - 7 mg/m3 (24 h) Escolas SINPHONIE: Em todos os casos, com exceção de um, as crianças nas escolas SINPHONIE estavam expostas a concentrações inferiores a 7 mg/m3 valor indicativo (24 h). O valor indicativo da OMS 2005 (cujo objetivo é reduzir o risco de um amplo espetro de sintomas respiratórios associado à exposição ao O 3) é: 100 μg/m3 (8 h) 69 como um produto secundário das atividades humanas tanto no exterior como no interior. sensíveis, tais como idosos ou asmáticos. Uma vez que o ar exterior é introduzido no interior dos edifícios através de sistemas de ventilação ou de janelas abertas, os níveis elevados de O3 no exterior podem causar níveis elevados no interior. Um variado número de fontes interiores pode por sua vez aumentar ainda mais os níveis de O3. As principais fontes de O3 no interior são as máquinas de escritório (em especial o equipamento elétrico), terminais de computador, impressoras a laser, e as fotocopiadoras. Um elevado número de tais equipamentos e/ou deficiências nos sistemas de ventilação podem levar a níveis de O3 elevados que podem causar efeitos adversos na saúde. de ar, e permeabilidade das vias aéreas. O O3 pode também atuar como um irritante. Os impatos na saúde a níveis de exposição elevados de O3 incluem irritação dos olhos, falta de ar (dispneia), tosse, asma, produção excessiva de muco, irritação da membrana mucosa, e dores no peito após inalação. Os indivíduos como os asmáticos e aqueles com rinite alérgica podem ser particularmente suscetíveis aos efeitos da exposição a níveis elevados de O3. dias em que os valores de O3 excedam os valores indicativos da OMS. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. Escolas SINPHONIE: Nas escolas SINPHONIE, os níveis de O3 variam entre 0 a 141 μg/m3. 70 d-limoneno Há um uso generalizado de dlimoneno como agente aromatizante em diversos consumíveis usados em ambientes de interior. Os potenciais perigos da exposição ao d-limoneno são a irritação dos olhos e das vias aéreas. Estudos científicos sugerem que as reações entre os compostos voláteis insaturados (por exemplo limoneno, αpineno, estireno) e o O3 ou radicais hidroxilo produzem substâncias quimicamente reativas que são mais propícias a serem responsáveis por irritações dos olhos e das vias respiratórias do que os compostos orgânicos voláteis quimicamente não-reativos geralmente medidos no interior. Espera-se, portanto, uma exacerbação dos efeitos na saúde com a presença concomitante de O3 no interior. Limitar o uso de produtos que contenham d-limoneno, tais como ambientadores, nas escolas. Evitar o uso excessivo de produtos de limpeza perfumados nos edifícios escolares. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. Foi recomendado no projeto UE-INDEX em 2005, um limite de exposição para o limoneno de 450 µg/m3. No entanto, não é possível recomendar este valor de exposição para longos períodos de tempo, pois não há valor indicativo para o dlimoneno devido à falta de dados toxicológicos. Escolas SINPHONIE: As concentrações de dlimoneno nas escolas SINPHONIE variou entre 0 a 671 μg/m3, com níveis significativamente mais altos nos países de Leste do que nos países do Sul ou do Oeste, e valores muito baixos em países do Norte. A maioria dos alunos esteve exposta a níveis muito baixos de d-limoneno (inferior a 100 μg/m3). 71 Tricloroetileno Tetracloroetileno O tricloroetileno (TCE) é largamente utilizado como solvente industrial. É um líquido volátil, incolor com um cheiro doce semelhante ao clorofórmio. O TCE é usado principalmente para desengordurar e para a limpeza a frio de peças de metal fabricadas (80–95 % do consumo). Outras aplicações incluem a limpeza a seco industrial, impressão, a produção de tinta para escrita, processos de extração, produção de tinta e impressão em tecido. O tetracloroetileno (TCA) (CAS nº.127-18-4; C2Cl4; peso molecular de 165.83) é um Os consumidores podem estar expostos ao TCE ao usarem conservantes para a madeira, vernizes, acabamentos, lubrificantes, adesivos, tinta corretora para máquina de escrever, tira-nódoas e certos detergentes, onde o TCE é usado como solvente. A água ou o solo contaminado podem também contribuir para a poluição interior através do TCE. A exposição ao TCE aumenta o risco de cancro do fígado, pulmão e dos testículos assim como Linfoma não HodgkinUma vez que não existe evidência suficiente que o TCE seja um carcinogéneo genotóxico, todas as exposições no interior são consideradas relevantes e não é possível determinar um valor limite. A IARC classificou o TCE como provavelmente cancerígeno para os humanos (Grupo 2A) com base em evidências suficientes em animais e evidências limitadas em humanos. Limitar o uso de produtos consumíveis que contenham TCE nas escolas. Monitorizar o TCE na água e solo na área da escola para evitar possível poluição interior através de TCE vindo de água (banho/chuveiro) contaminada e solo. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. Baseado nas orientações da OMS para a qualidade do ar interior (2010), a unidade de risco estimada é de 4.3 x 10–7 por μg/m3. As concentrações de TCE no ar associadas a um risco excessivo de cancro durante a vida de 1:10,000, 1:100,000 e 1:1,000,000 são respetivamente 230, 23 e 2.3 μg/m3. Os produtos que podem conter TCA incluem: adesivos, fragrâncias, tira-nódoas, acabamentos de tecidos, repelente de água, limpamadeiras, produtos de limpeza de veículos automóveis e A exposição ao TCA pode afetar o sistema nervoso central, os olhos, os rins, o fígado, os pulmões, as membranas mucosas e a pele. A carcinogenicidade não é Limitar o uso de produtos que contenham TCA. Monitorizar o fornecimento de água à escola para garantir que não estão contaminados com TCA de maneira a evitar uma exposição ao tomar banho nos balneários e lavar a Baseado nas orientações da OMS para a qualidade do ar interior (2010), o valor indicativo de TCA para um ano completo de exposição é de 250 μg/m3. Escolas SINPHONIE: Nas escolas SINPHONIE foi observado um intervalo grande de valores (0 a 126 μg/m3) com valores de TCE no interior significativamente mais baixos nos países de Oeste e do Norte do que nos de Sul e de Leste. Apenas 10% das crianças foram expostas a concentrações de TCE, nas escolas, superiores a 5 μg/m3. 72 líquido facilmente volátil, incolor e com um cheiro semelhante ao éter. As suas principais propriedades físicas e químicas são as seguintes: peso molecular de 165.83 g/mol; densidade (a 20ºC) de 1.6227 g/ml; ponto de fusão de ≈22ºC; ponto de ebulição de 121ºC; solubilidade na água (a 25ºC) de 150 mg/litro; pressão de vapor de 18.47 mmHg a 25°C (2), 1.9 kPa a 20°C, 3.2 kPa a 30°C e 6.0 kPa a 40°C; constante da lei de Henry de 0.018 atmm3/mol a 25 °C; log Kow (coeficiente de partição octanol/água) de 3.40 (valor de medição) e 2.97 (valor estimado); e log Koc (coeficiente de partição tecidos limpos a seco. A água potável contaminada pode também ser uma fonte de exposição interior ao TCA quando se toma banho ou se lava a loiça. usada como o limite final, uma vez que não existem indicadores de que o TCA seja genotóxico e existe alguma incerteza sobre as evidências epidemiológicas assim como quanto à relevância dos dados de carciogenicidade animal para os humanos. No entanto, devido à incerteza sobre a carciogenicidade do TCA, este deve ser mantido sob vigilância. O IARC concluiu que há evidência para uma associação consistentemente positiva entre a exposição a TCA e o risco de cancro do esófago, cancro do colo do útero e o Linfoma não Hodgkin. O TCA está classificado pelo IARC como sendo um carcinogéneo de Grupo 2A (provavelmente carcinogéneo para os humanos). louça na cozinha das escolas. Recomenda-se a implementação de orientações de ventilação baseadas no efeito na saúde para ambiente interior nas escolas de acordo com a abordagem do projeto HEALTHVENT. Escolas SINPHONIE: Nenhuma das crianças foi exposta a concentrações de TCA superiores a 250 μg/m3. Apenas 10% das crianças foram expostas a concentrações de TCA nas escolas superiores a 3.3 μg/m3. 73 Radão octanol/água) de 177~350 (valor de medição). O gás radão (222Rn) é uma importante fonte de radiação ionizante natural e um grande contribuidor para a dose de radiação ionizante recebida pela população em geral em vários ambientes interiores (casas, escolas. Excluindo as doses de radioterapia e os acidentes radiológicos, o radão é o mais vasto e mais variável contribuidor para a média anual de dose de radiação recebida pela população mundial. A principal fonte de radão interior é o decaimento do rádio no solo. A forma mais importante de exposição ao radão e dos seus produtos de decaimento é a inalação. A IARC classificou-o como um carcinogéneo humano de Grupo 1, enquanto a OMS o considera como a segunda causa de cancro no pulmão depois do fumo do tabaco. Os níveis de radão em edifícios escolares devem ser controlados por diversas opções tecnológicas de construção, tais como a instalação de reservatório de radão ativos e membranas à prova de radão nas fundações das escolas. Recomenda-se a adoção nos países Europeus de estratégias de regulação de construção destinadas a reduzir os níveis de radão médios em edifícios novos, incluindo as escolas, para diminuir o nível médio atual. Os Estados Membros da UE são encorajados a consultar o vasto leque de recomendações sobre estratégias de prevenção e de remediação do radão emitidas em 2012 no contexto do projeto RADPAR http://web.jrc.ec.europa.eu/radpar/ O risco de morte devido ao cancro do pulmão por exposição ao radão é de 6 x 10-4 por Bq/m3. Com base em estudos recentes, a OMS (2010) recomenda um nível de referência de 100 Bq/m3. Sempre que tal não seja alcançado, o valor de referência adotado não deve ser superior a 300 Bq/m3. Para as crianças, o valor de referência de 167 Bq/m3 pode ser associado a um risco de vida de 1 x 10-3. Escolas SINPHONIE: Os resultados de medições de radão no interior das escolas SINPHONIE foram de: 0 a 9186 Bq/m3 (valor médio 100.9 Bq/m3) com níveis significativamente mais altos na Europa Leste, Central do que nos países no Norte e no Oeste. Cerca de 50% das crianças foram exposta a mais de 100 Bq/m3. 74 ANEXO C. Parâmetros microbiológicos relacionados com o ar interior (fontes, efeitos na saúde, opções de gestão de risco/medidas de controlo, normas/orientações/resultados do SINPHONIE para comparação) Parâmetro Endotoxinas Espécies/grupos de fungos, por exemplo: Penicillium/Aspergillus /Paecilomyces spp. Aspergillus versicolor Alternaria alternata Grupos de bactérias, por exemplo: Streptomyces spp. Mycobacterium spp. Descrição Fontes Efeitos na saúde Opções de gestão de risco e medições de controlo PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS RELACIONADOS COM O AR INTERIOR As endotoxinas são As principais fontes de Os efeitos mais A humidade componentes integrais bactérias e fungos no importantes da exposição persistente e o crescimento da membrana exterior ambiente no interior são a estes poluentes são o microbiano em superfícies e das bactérias gram- o ar exterior, as pessoas aumento da prevalência nas estruturas dos edifícios negativa e são (direta ou indiretamente de sintomas respiratórios, escolares devem ser compostas por através de transferência alergias e asma, assim evitados ou minimizados. proteínas, lípidos e de material do exterior como da perturbação do A monitorização lipopolissacarídeos. nas roupas) e o sistema imunitário. No periódica, através da crescimento microbiano entanto, estão a ser inspeção do edifício escolar As espécies/grupos de devido à humidade em realizadas pesquisas no deve ser feita para fungos são ubíquos no superfícies e estruturas sentido de verificar a identificar e remediar a ambiente interior e no interior. causalidade entre a possível humidade no exterior. São organismos As endotoxinas estão exposição microbiana e a interior e o crescimento eucarióticos unicelulares normalmente associadas saúde respiratória. microbiano. ou pluricelulares que as partículas de pó ou a As relações entre a O projeto, construção e incluem milhares de aerossóis aquosos. As humidade, a exposição manutenção adequadas do espécies diferentes. partículas têm uma microbiana e os seus edifício escolar e o controlo Muitos fungos têm a ampla distribuição de efeitos na saúde são da temperatura e da capacidade de produzir tamanhos, mas os níveis difíceis de quantificar não ventilação permitem evitar micotoxinas, que são de endotoxinas podem sendo assim possível o excesso de humidade, a biomoléculas com massa ser mais elevados nas recomendar valores de condensação nas superfícies molecular relativamente partículas de maior orientação ou limiares e o excesso de humidade baixa, algumas das quais diâmetro. baseados na saúde. nos materiais construtivos são tóxicas para os A literatura científica Muitas espécies de fungos do edifício escolar. animais e para os seres mostra que a exposição a produzem alergénios de A ventilação deve ser humanos. endotoxinas nas salas de tipo I. A sensibilidade distribuída de forma eficaz aula excede claramente a imunológica (Ig)E às por todos os espaços da As bactérias são exposição em casa e é de espécies mais comuns de escola e devem-se evitar organismos unicelulares esperar uma tendência fungos no exterior e zonas de ar estagnado. procarióticos ubíquos, semelhante no que diz interior tais como que incluem variadas respeito a outros Alternaria, Penicillium, Normas/orientações/ Resultados do projeto SINPHONIE para comparação • Orientações da OMS sobre humidade e bolor (2009). • Desdobrável informativo da OMS sobre humidade e bolor (Riscos para a saúde, ações de prevenção e recuperação) (2009). • Intervenções e ações da OMS contra a humidade e o bolor: revisão de estudos selecionados (2008). • Diretório de Agências HEAL por país da UE com informação ao público sobre a humidade e o bolor (2009). • Ver procedimento usado no projeto SINPHONIE para a amostragem e análise de agentes microbiológicos em ambientes interiores nas escolas (2013). Escolas SINPHONIE: 75 espécies. Podem ser encontradas no ar, nas poeiras e nas superfícies de todos os edifícios, incluindo aqueles sem problemas de humidade. Além disso, estes organismos produzem uma variedade de compostos bioativos, alguns dos quais são potencialmente perigosos para a saúde humana. contaminantes microbianos. Aspergillus e Cladosporium spp., está associada a doença respiratória alérgica, especialmente à asma. A base de dados do projeto SINPHONIE fornece dados sobre a distribuição da exposição a parâmetros microbiológicos no ambiente escolar Europeu e mostra associações significativas adversas entre os níveis elevados de agentes microbianos e sintomas na saúde respiratória de alunos, professores, e as medições clínicas no caso do NO exalado. 76 Europe Direct é um serviço para o ajudar a obter as respostas às suas questões sobre a União Europeia Número de telephone gratuitp (*): 00 800 6 7 8 9 10 11 (*)Alguns operadores de telemóvel não permitem o acesso aos números 00 800 ou as chamdas através desses operadores podem ser pagas . Informação adicional sobre a União Europeia está disponível na internet Para tanto basta aceder através do servidor Europa http://europa.eu. Como se obém as publicaçõe sda EU As nossas publicações estão disponíveis na Livraria EU (http://bookshop.europa.eu), onde o seu agente comercial pode colocar ordens de compra. O serviço de Publicações tem uma rede mundial de agentes de venda. O seu contacto pode ser obtido através do fax (352) 29 29-42758. Comissão Europeia EUR xxxxx EN – Centro Comum de Investigação – Instituteo de Saúde e da Proteção dos Consumidores Titulo : Orientações-guia para ambientes saudáveis nas escoldas europeias Autores: Stylianos Kephalopoulos (European Commission, Joint Research Centre), Éva Csobod (REC, Hungary) , Yuri Bruinen de Bruin (RIVM, The Netherlands), Eduardo de Oliveira Fernandes (IDMEC-FEUP, Portugal) Contributos: Paolo Carrer (UMIL, Italy), Corinne Mandin (CSTB, France), Marianne Stranger (VITO, Belgium), Isabella Annesi-Maesano (UPMC Paris 06, France), Marcia Giacomini (UBA, Germany), Ellen Koudijs (RIVM, The Netherlands), Hans Moshammer (Medical University Wien, Austria), Peter Rudnai (NIEH, Hungary), Joana Madureira (IDME-FEUP, Portugal), Dejan Mumovic (UCL, United Kingdom), Edvinas Krugly (KUT, Lithuania), Anne Hyvärinen, Martin Täubel and Kati Järvi (THL, Finland), Zorica Zivkovic (USMS, Serbia), Helena Kazmarová (SZU, Czech Republic), Michal Jajcaj and Henrieta Savinová (UVZSR, Slovakia), Margarita-Niki Assimakopoulos (UOA, Greece), John Bartzis and Krystallia Kalimeri (UOWM, Greece), Eugen S. Gurzau and Iulia Neamtiu (EHC, Romania), Peter van den Hazel (VGGM, The Netherlands), Stephen Montefort (WALDONET, Malta), Adamos Hadjipanayis (Larnaca General Hospital, Cyprus), Eduart Cani (REC, Albania) Esta publicação foi produzida enquanto parte do projeto SINPHONIE (Poluição no Interior de Escolas e Saúde – Observatorio-Rede na Europa) projeto realizado sob contrato da Comissão Europeia (contrato SANCO/2009/c4/04) e financiado pelo Parlamento Europeu. A execução do projeto envolveu um consórcio de 25 países ( Estados Membros da UE e alsuns do Acesso à EU ou candidatos) sob a liderança do Centro Regional para o Ambiente da Europa Central e Oreintal, Hungria. O document deve ser citado como segue: Orientações-guia para ambientes saudáveis nas escolas europeias Kephalopoulos, S., Csobod, E., Bruinen de Bruin, Y., De Oliveira Fernandes, E. Co-editado pelas Direções Gerais da Saúde e dos Consumidores e Centro Comum de Investigação,da Comissão Europeia, Luxembourg, 2014. Luxembourg: Publications Office of the European Union 2014 – 87 pp. – 21.0 x 29.7 cm EUR – Scientific and Technical Research series – ISSN xxxx-xxxx (online) ISBN xxx-xx-xx-xxxxx-x (PDF) 77 XX-NA-xxxxx-EN-C JRC Mission As the Commission’s in-house science service, the Joint Research Centre’s mission is to provide EU policies with independent, evidence-based scientific and technical support throughout the whole policy cycle. Working in close cooperation with policy Directorates-General, the JRC addresses key societal challenges while stimulating innovation through developing new methods, tools and standards, and sharing its know-how with the Member States, the scientific community and international partners. Serving society Stimulating innovation Supporting legislation 78