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Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ/Andes-SN Mala Direta Postal 9912224255/2008/DR/RJ/50 Adufrj-SSind Co rreios Devolução Garantida Correios www.adufrj.org.br Ano X no 704 11 de maio de 2011 A greve continua no CAp Turmas do terceiro ano retornam às aulas nesta quarta-feira (11). Na próxima sexta-feira, 13, às 10h, haverá uma audiência com o comando de greve do CAp, o reitor Aloisio Teixeira e o reitor eleito Carlos Levi, na reitoria. No mesmo dia, às 14h, será realizada nova assembleia no colégio. Página 6 Fotos: Samuel Tosta “ Se tivéssemos uma carreira única de professores federais, teríamos uma unidade nacional para enfrentar os problemas que surgissem.” Luiz Henrique Schuch 1º vice-presidente do Andes-SN Governo quer aprovar empresa de serviços hospitalares nos próximos dias Página 2 Aulas na Escola de Serviço Social reiniciam nos módulos habitacionais Página 3 Ópera Don Quixote estreia na Escola de Música Metade das representações no Consuni muda até o fim do ano Página 4 Página 5 Estudantes ocupam direção da EEFD por melhorias na faculdade Página 7 Opinião: A execução de Bin Laden: uma vitória de Pirro Página 9 2 www.adufrj.org.br Andes-SN Governo e relator querem aprovar MP 520 na próxima semana Najla Passos* Apesar da pressão dos movimentos sociais, tudo indica que a Câmara dos deputados irá aprovar, nos próximos dias, a Medida Provisória 520, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para gerir os hospitais universitários, desvinculando-os das universidades federais. Na audiência pública realizada na semana passada para discutir a matéria, os deputados demonstraram disposição para avalizar a proposição do governo. Pressionado pelos movimentos, o deputado relator, Danilo Fortes (PMDB-CE), se comprometeu a alterar o texto da medida para tenta evitar que a transferência da gestão dos hospitais universitários para a Ebserh fira a autonomia universitária prevista pela Constituição Federal. Segundo ele, o novo texto deverá estar pronto para ir à votação na próxima semana. Fortes anunciou que pretende abranger também alterações que possibilitem a utilização de eventuais lucros em investimentos na própria unidade hospitalar, a participação do Ministério da Saúde dentro do Conselho Administrativo, a criação do controle social e a garantia que os dirigentes da empresa serão escolhidos pela comunidade acadêmica. Os representantes dos movimentos sociais, entretanto, apontam muitos outros problemas na concepção da medida legislativa. “Temos que lutar de forma contundente contra a MP 520 e toda a lógica que a cerca, que é a lógica da privatização da educação e da saúde”, afirmou a 3ª tesoureira do Andes-SN, Maria Suely Soares, que representou o Sindicato Nacional no evento. Debates Na audiência pública convocada pelos deputados Alice Portugal e Rogério Marinho, na terça-feira (3/5), o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa, e o deputado relator defenderam a aprovação da MP 520, argumentando que os HU enfrentam uma crise há anos, a maioria tem dívidas e sofre com graves problemas de administração. Representando a Federação dos Servidores das Universidades (Fasubra), Léia de Souza Oliveira rebateu a defesa da MP 520 de forma enfática, alegando que a mesma está na contramão do Estado que se compromete com a gestão do serviço público. Ela criticou, ainda, o fato de que a medida admite a terceirização e até a quarteirização, o que deverá levar à extinção gradativa dos quadros Regime Jurídico Único (RJU), e também legitima a gestão privada e não garante a gratuidade dos serviços e nem mesmo o aporte de recursos. O representante da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Batista, disse que a entidade não fechou posição em relação à MP, porque os reitores têm opiniões muito diversificadas. Segundo ele, há ainda uma série de dúvidas em relação ao cumprimento de questões que não estão garantidas na redação da MP, como a autonomia universitária, os cargos dos servidores contratados pelas fundações de apoio, os recursos para o funcionamento dos hospitais, entre outras. O representante da Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), Gustavo Romero, também foi enfático ao se posicionar contra a MP. Ele havia pedido demissão do cargo de diretor do Hospital Universitário da universidade de Brasília (UnB) naquele mesmo dia, Justamente por discordar da posição da diretoria da instituição em relação à medida Provisória. O ex-diretor apresentou pauta discutida coletivamente na entidade, com nove propostas para enfrentar a crise dos hospitais universitários, garantindo a autonomia universitária, o financiamento público, o equilíbrio entre as metas de assistências e o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, entre outras. De acordo com ele, a Abrahue insiste na necessidade imediata de autorização de abertura de concurso público e liberação imediata de recursos. No debate, Gustavo se indignou com o que considerou uma forma desrespeitosa de se avaliar as administrações dos HU, como se fossem incompetentes, quando não lhes tem sido fornecidos os recursos necessários para a gestão. Considerou como desrespeito também as comparações feitas em relação ao Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA), cujas administrações têm trabalhado dentro dos princípios da autonomia universitária e cujos recursos têm sido proporcionalmente bem mais elevados que os de outros HU, inclusive por buscas próprias. Ele denunciou que sua entidade tem buscado incessantemente o diálogo com o MEC e com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) na busca de soluções para os problemas dos HU, sem, no entanto, obter retorno. Questionado sobre sua demissão, esclareceu que ele e sua equipe do HUnB não resistiram às ameaças contidas na possível aprovação da MP-520, aliadas às pressões decorrentes da falta de condições de trabalho. *Imprensa Andes-SN 11 de maio 2011 Agenda Sindical 12/5 – Reunião do Grupo de Trabalho Etnia, Gênero e Classe do Andes-SN Salvador (BA) 13 a 15/5 – III Encontro Nacional do AndesSN sobre Saúde do Trabalhador Vitória (ES) – com o tema “Saúde e Trabalho Docente: entre a Resignação e a Luta”. 13 a 15/5 – VII Encontro Nacional do Setor das Estaduais/Municipais Salvador (BA) 20 a 22/5 – Reunião do Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical do Andes-SN Brasília (DF) 20 e 21/5 – 1º Encontro do Coletivo do Andes-SN de 201 Brasília (DF) 27 a 29/5 – Reunião do Grupo de Trabalho Comunicação e Arte do Andes-SN Brasília (DF) 28 e 29/5 – Encontro dos Docentes do Setor das Particulares do Andes-SN Brasília (DF) – com o tema “Trabalho Docente nas IPES” 30/6 a 1/7 – I Seminário Nacional de Mulheres do Andes-SN Fortaleza (CE) 14 a 17/7 – 56º Conad do Andes-SN Maringá (PR) – com o tema “Autonomia Universitária, Trabalho Docente e Independência Sindical”. Anote Passeio cultural gratuito na Quinta da Boa Vista Nos dias 14 e 15 de maio (sábado e domingo), a Quinta da Boa Vista será o ponto de partida de uma viagem pela história, ciência e cultura de nossa cidade. Esta é a proposta do Turismo Cultural no Bairro Imperial de São Cristóvão, evento que faz parte das atividades da 9ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Entre 10h e 16h, em intervalos regulares, ônibus gratuitos deixarão o Parque de Quinta da Boa Vista com destino às instituições culturais do bairro. Fazem parte do roteiro o Museu de Astronomia e Ciências Afins, o Museu Nacional da UFRJ, o Museu Militar Conde de Linhares, o Centro Cultural Maçônico/Supremo Conselho e o Clube de Regatas Vasco da Gama; todos com entrada franca e uma série de atividades especiais para este final de semana. SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972 Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368 Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Luis Eduardo Acosta Acosta 1ª Vice-Presidente: Maria Cristina Miranda da Silva 2º Vice-Presidente: Salatiel Menezes dos Santos 1º Secretário: Eduardo Granja Coutinho 1ª Secretária: Sandra Martins de Souza 1ª Tesoureira: Maria Mello de Malta CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Instituto de Química: Marylena Barreiros Salazar (titular); Escola de Serviço Social: Cleusa dos Santos (titular); Sara Granemann (titular); Edição e reportagem: Ana Manuella Soares - JP 31684 RJ Reportagem: Kelvin Melo de Carvalho e Silvana Sá Diagramação: Douglas Pereira Estagiárias: Dally Velloso Lemos Schwarz e Catherine da Silva Lira Tiragem: 8.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: diretoria@ adufrj.org.br Conselho de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br www.adufrj.org.br/observatorio Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria. 11 de maio 2011 3 www.adufrj.org.br UFRJ Aulas do Serviço Social começam nos módulos habitacionais A direção da Escola de Serviço Social informou, por meio da página eletrônica daquela Unidade, na noite do dia 9, que a instalação dos módulos habitacionais que abrigarão as turmas do prédio Anexo da ESS já estaria em fase de conclusão. Só que, para assegurar sua inteira utilização neste dia 11 a partir das 7h30, seria necessário transferir as cadeiras existentes no primeiro e segundo andares do Anexo da ESS para o novo espaço. Dessa forma, a Comissão Mista do Condomínio de Salas da Praia Vermelha CCJE/CFCH resolveu expedir comunicado que as salas 01 e 02 do Anexo da ESS não estariam disponíveis para o desenvolvimento de atividades acadêmicas no dia 10 (data do fechamento desta edição). Vale lembrar que, no dia 20 de abril, o forro do teto do prédio anexo da Escola de Serviço Social desabou. Segundo a direção da ESS, um funcionário fazia a manu- tenção da caixa d’água quando aconteceu o incidente, pois uma viga de madeira que se rompeu estava comprometida pela ação de cupins. Ninguém se feriu na ocasião. Após vistoria da Prefeitura Universitária, constatou-se que o problema está em todo o telhado da escola. A reitoria informou que a previsão de interdição do local será de cerca de três meses. Cerca de mil alunos da ESS, mais estudantes de Psicologia, Ciências Contábeis e Administração que usavam o anexo ficaram sem aulas, que só foram retomadas no dia 2 de maio, em diversos lugares: parte em salas da UniRio, parte em outros espaços do CFCH e do CCJE. Como medida emergencial, entraram em processo de montagem, ao lado do campo de futebol da Praia Vermelha, os módulos habitacionais para se transformarem no novo local das aulas, até a refor- ma do anexo da ESS. “A direção sempre estava em contato conosco, esclarecendo tudo, inclusive realizou reuniões para nos dar todos os prazos. Mas isso não é uma novidade para nós, há mais ou menos dois anos, as aulas na sala 1, entre o primeiro e o segundo andar, foram paralisadas por conta de poeira que caía da sala 3, e por isso foi colocado forro também neste local”, disse o estudante Leonardo Possidonio, do Serviço Social. Leonardo remete o problema à prioridade dos investimentos da UFRJ: “As unidades isoladas, como a Praia Vermelha ou a Faculdade Nacional de Direito, sofrem com a falta de investimento. Faltam salas de aula e não cabem todos os estudantes, muitos cursos têm aulas nos mesmos locais. Os cursos ficam na dependência de outras Unidades e a abertura de novos cursos agravou esta situação”, afirmou. Colegiados Regimento da residência estudantil foi publicado no Boletim UFRJ Prazo de instalação do Conselho Administrativo da residência estudantil é de até 30 dias Na última sessão do Conselho de Ensino de Graduação (CEG), em 4 de maio, a pró-reitora Belkis Valdman anunciou a publicação do regimento interno da residência estudantil, no Boletim da UFRJ nº 17, extraordinário, de 29/4 (o documento pode ser acessado, na íntegra, na página www. pr4.ufrj.br). De acordo com o regimento, a residência estudantil será dirigida por um Conselho Administrativo, denominado de Conare, que será composto, entre outros nomes, pelo pró-reitor de Graduação, ou seu representante por delegação, que o presidirá; pelo pró-reitor de Planejamento, ou seu representante por delegação; pelo administrador de cada Residência Estudantil / PR-1 (o documento prevê a possibilidade de construção de mais alojamentos, além do atual); um representante da Divisão de Assistência Estudantil (DAE) indicado na PR-1; e um representante da Prefeitura Universitária, indicado pelo prefeito. Também segundo o regimento, o Conare deve ser instalado em até 30 dias da sua publicação no Boletim UFRJ até 29 de maio. Alguns conselheiros manifestaramse preocupados com o fato de que o mandato da atual reitoria se encerra no meio do ano e que suas várias indicações à nova instância deixariam a função em pouco tempo. A pró-reitora Belkis Valdman afirmou que, para evitar essa descontinuidade, as indicações da administração central ao Conare deverão ser resolvidas em conjunto entre a atual reitoria e a próxima gestão, ao longo da transição. Colégio de Aplicação A situação do Colégio de Aplicação deveria ser discutida no CEG, a pedido do reitor Aloisio Teixeira, no último Consuni, de 28/4 (edição nº 703 do Jornal da Adufrj). O tema foi adiado devido à participação da conselheira do CEG pelo CFCH e diretora do CAp-UFRJ, Celina Maria de Souza Costa, na reunião do Condicap (Conselho Nacional dos Dirigentes de Colégios de Aplicação), em Brasília, durante aquela semana, para tratar da crise dos CAps. Belkis Valdman, no entanto, já distribuiu alguns documentos aos demais conselheiros para subsidiar o debate, entre eles, a avaliação do Andes-SN sobre a proposta de regulamentação governamental. Teto do Anexo da ESS A queda do forro de uma sala do Ane- xo da Escola de Serviço Social, na Praia Vermelha, no dia 20, seguida da interdição de salas daquele prédio (veja matéria acima), não passou em branco na sessão. Vários conselheiros lamentaram o ocorrido e apontaram a dificuldade de conseguir espaços livres para realocação das turmas que antes utilizavam o Anexo da ESS, mesmo em instituições vizinhas ao campus. Bolsas Pibic de ações afirmativas A professora Maria Antonieta (representante do CT) chamou a atenção para que uma política de bolsas de ação afirmativa do governo, ligada à iniciação científica, o “Pibic/CNPq – Ações Afirmativas”, seja articulada às demais iniciativas de assistência estudantil pensadas nos colegiados da UFRJ. DRE e os conflitos com resoluções do CEG Será convidado, para a próxima sessão do CEG, um representante da DRE (Divisão de Registro de Estudantes), responsável, entre outras tarefas, pelo registro de alunos e controle de usuários no SIGA (sistema de registro acadêmico da universidade). O objetivo é esclarecer o motivo de algumas resoluções do colegiado não terem sido implementadas pela Divisão no SIGA. Resenha Governo marca novo leilão do petróleo O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou para o mês de setembro a 11ª rodada de licitações de blocos de petróleo e gás natural. A decisão de realização do leilão foi tomada na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), realizada no dia 28 de abril. Não serão licitados blocos do chamado présal, segundo Lobão, já que o marco regulatório do setor não foi totalmente aprovado no Congresso Nacional. Os movimentos sociais, que há anos denunciam o processo de privatização dos recursos naturais brasileiros, prometem mobilizar a sociedade para barrar os leilões (Agência Petroleira de Notícias, 6/5). Empresas descumprem lei da rotulagem de transgênicos O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça irá julgar, administrativamente, dez empresas que foram investigadas e descumpriram as regras de rotulagem de produtos que contêm Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) entre os ingredientes. As irregularidades foram descobertas em uma investigação feita pelo DPDC e os Procons de São Paulo, Bahia e Mato Grosso. Foram feitos testes por um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e os resultados apontaram substâncias transgênicas no milho e na soja usados como ingredientes dos produtos. Os processos administrativos foram instaurados com base no descumprimento do direito de informação do consumidor e no Decreto 4.680/2003, que determina que a presença de OGMs em mais de 1% do produto deve ser informado em seu rótulo (MST, 5/5). Privatização da Vale completa 14 anos A mineradora Vale alcançou em 2010 o maior lucro de sua história, com valor superior a R$ 30 bilhões. Este foi o segundo maior lucro de empresas de capital aberto do Brasil, perdendo apenas para a Petrobras. Diferente da estatal do petróleo, a Vale passou pela privatização, que completou 14 anos no último dia 6. Em 1997, a Vale foi vendida pelo valor de R$ 3,3 bilhões. Desde a sua privatização, a Vale teve lucro livre superior a R$ 126 bilhões, segundo a rede Justiça nos Trilhos. Para o jurista e professor de Direito da Universidade de São Paulo, Fábio Konder Comparato, a privatização da Vale é um crime contra o patrimônio público (Radioagência NP, 6/5). www.adufrj.org.br Clarice Castro 4 11 de maio 2011 Cultura Don Quixote estreará dia 12, na Escola de Música Diretor diz que o maior desafio é fazer com que os estudantes se engajem em um projeto coletivo que envolve a música, a literatura, a cenografia, a direção teatral. Enfim, uma série de áreas que se precisa dirigir”, afirmou. Para ele, o maior desafio é fazer com que os estudantes se engajem em um projeto coletivo: “Suscitar o espírito coletivo nos alunos diante de um mundo cada vez mais individual é, sem dúvida, um grande desafio. Mas é muito gratificante estar aqui”, disse o professor da EM. A Faculdade de Letras recebeu na quarta-feira passada, dia 4, uma mesa-redonda sobre a ópera “Don Quixote nas Bodas de Comacho”, de Georg Philipp Telemann (1681-1767). O debate contou com a presença de professores da Faculdade, assim como do diretor e regente da ópera, o professor Marcelo Fagerlande e integrantes da Orquestra Sinfônica da UFRJ. O objetivo do encontro foi divulgar a obra, que faz parte do projeto “Ópera na UFRJ – 2011” e estreia no próximo dia 12, às 19h, na Escola de Música, no Centro. O professor José Mauro Branco, coordenador de Extensão do CLA, apresentou o projeto, que existe desde a década de 1990 e conta com a parceria da Escola de Belas Artes, do curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação da UFRJ e com a Escola de Música: “Trata-se de um projeto muito especial, multidisciplinar. Um espaço de atuação já profissional dos músicos da universidade”. Pela primeira vez a ópera “Don Quixote nas Bodas de Comacho” será exibida no Brasil. O professor também apontou, com orgulho, que a UFRJ é a responsável pela primeira apresentação de ópera neste semestre em todo o Rio de Janeiro. O compositor A mesa-redonda destacou não só o estilo barroco da obra, como também falou sobre a produção lírica dos séculos XVII e XVIII e sobre seu compositor. O professor Marcelo Fagerlande apresentou Georg Philipp Telemann, que, em 1761, compôs Don Quixote nas Bodas de Comacho: “Telemann era o mais famoso músico de seu tempo na Alemanha. Seus trabalhos têm uma qualidade magnífica e foi quem escreveu em todo o mundo o maior número de obras musicais”, disse o regente. Telemann morreu aos 86 anos, em 1767. A ópera que será apresentada, segundo explicou o professor, não foi traduzida do alemão para o português por uma questão de tempo. As apresentações serão no original, com legendas. Segundo afirmou o docente à reportagem do Jornal da Adufrj, a ópera é uma leitura brasileira: “Todo o elenco é brasileiro. O único nome estrangeiro é o do autor”. O projeto O professor Marcelo Fagerlande falou da complexidade em realizar o projeto “Ópera na UFRJ”: “Esse já é o quarto projeto do qual faço parte. Trabalhar com ópera é uma das coisas mais difíceis, por- O século XVII Em seguida, o professor Álvaro Bragança Jr., de Língua e Literatura Alemã, falou sobre o século XVII, imediatamente anterior ao período em que a obra foi composta. É neste século que as óperas passam a deixar de ser compostas e executadas em italiano (tradição até aquele momento) e passam a ser feitas na língua em que fossem compreendidas pelo público. Este movimento, segundo o professor, se deu a partir da Guerra dos 30 anos, entre 1618 e 1648. A necessidade de fazer-se compreender em uma única língua lírica alemã, em um momento em que o então chamado Sacro Império Romano Germânico era dividido em 600 territórios independentes, originou a apresentação da primeira ópera em alemão, “Daphne”. A obra A professora Teresa Cristina Cerdeira, também da Faculdade de Letras, falou sobre as influências da Idade Média que aparecem na ópera: “Nesse período, a produção literária é baseada em música, repassada por meio da produção oral”, disse. Esta característica estará presente nas óperas nos séculos posteriores. “Don Quixote nas Bodas de Comacho” faz parte da segunda parte de Quixote, publicada em 1615. A primeira parte foi publicada dez anos antes, portanto, em 1605. A docente descreveu algumas partes da ópera para comparar as diversas artes do período e as influências de cada estilo que se repetem tanto na pintura, como na literatura. Para finalizar a mesa-redonda, o professor Miguel Ángel Zamorano, da FL, falou um pouco sobre a junção das diversas áreas da arte na ópera: música, teatro e literatura. Ele descreveu algumas cenas para chamar a atenção sobre o caráter intertextual da obra: “É o gênero que se subordina a outro. No caso, a ópera do pastoreio e a literatura. Quixote é um universo onde cabe diversos micro-gêneros”, afirmou. “ Trata-se de um projeto muito especial, multidisciplinar. Um espaço de atuação já profissional dos músicos da universidade “ Trecho da ópera foi antecipado ao público no último dia 4, na Faculdade de Letras José Mauro Branco Coordenador de Extensão do CLA Apresentação Após a mesa-redonda, os participantes foram contemplados com uma belíssima apresentação do trecho inicial da ópera. Participaram da apresentação os músicos: Guilherme Barroso (alaúde), Eduardo Antonella (viola da gamba), Leandro da Costa (barítono) e André Bukowitz (violino). Os dois primeiros são estudantes de mestrado da Faculdade de Letras. Leandro é ex-aluno e André é técnico-administrativo da UFRJ. Serviço Depois da estreia, no dia 12, haverá outras apresentações no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música. No dia 13, será às 19h. Já no dia 14, a apresentação está programada para as 16h. Por fim, no dia 15, os músicos se apresentarão às 11h. O Fundão receberá o projeto no dia 18 de maio, no Auditório do CT, as 12h30. A EM fica na Rua do Passeio, 98 – Lapa. Já o Centro de Tecnologia está localizado na Av. Athos da Silveira Ramos, s/n, Cidade Universitária. 11 de maio 2011 5 www.adufrj.org.br Colegiados Quase metade do Consuni será trocada até o fim do ano Mudança de reitoria praticamente coincide com o fim do mandato de várias representações Em documento enviado aos representantes do Conselho Universitário, no dia 26 de abril, o reitor Aloisio Teixeira considera “pouco apropriada” uma decisão sobre a utilização dos espaços do ex-Canecão e do exbingo. Além das “tantas e tão complexas variáveis” que envolvem o assunto (conforme noticiado no Jornal da Adufrj nº 703), o dirigente faz essa análise diante do pouco tempo que resta à atual gestão e do que chamou de “profunda renovação” do próprio Consuni. De fato, conforme apurou a reportagem, aproximadamente 43% dos integrantes daquele colegiado deverão ser substituídos somente até o fim do ano. Das 55 representações permitidas ao Consuni pelo Estatuto da UFRJ, seis encontravam-se vagas durante a elaboração desta matéria. O número é circunstancial, pois cabe destacar que apenas quatro dessas estão sem nomes há muito tempo: a representação dos Professores Assistentes (desde maio de 2003); uma do Fórum de Ciência e Cultura (desde dezembro de 2006); a dos Professores Eméritos (desde abril de 2007) e a do governo municipal (desde janeiro de 2009). Quanto aos demais 49 conselheiros em efetivo exercício, oito tiveram seus mandatos expirados até 10 de maio (data de fechamento desta edição), mas sete destas representações foram prorrogadas por alguns poucos meses, ainda no corrente ano, até a realização de novas eleições. Entre os membros natos do Consuni, a reitoria (com seus sete representantes) tem mandato até 30 de julho deste ano. No entanto, já é certo que o professor Carlos Levi, recém-eleito reitor (e atual pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento), seguirá no colegiado. Já os seis decanos possuem mandato até 2014. Nas outras representações, há previsão Até o fim de 2011, entre as 51 representações que têm apresentado um funcionamento regular no colegiado e se não houver recondução dos nomes discentes, 22 serão alteradas de fim de mandato para os dois representantes Titulares do CT (em junho) e dos quatro discentes indicados anualmente pelo DCE, em agosto (mas estes podem ser reconduzidos). Também deve ser aberta uma vaga na representação dos Titulares do CCJE, com a saída da professora Araceli Cristina (que teria mandato até 2012) para o cargo de pró-reitora, na gestão 20112015. Fora esses casos, a próxima mudança prevista no colegiado só aconteceria em junho do ano que vem, com a eleição para representante dos Adjuntos do CT. Ou seja, até o fim de 2011, entre as 51 representações que têm apresentado um funcionamento regular no colegiado e se não houver recondução dos nomes discentes, 22 serão alteradas (não entraram na conta os nomes dos professores Carlos Levi e Araceli Cristina, que continuam no Consuni, em outras funções). Adufrj-SSind conclama à ampla divulgação das eleições para o Consuni Nesse período de muitas trocas no fórum deliberativo máximo da universidade, a Adufrj-SSind volta a conclamar que as eleições para as representações (em especial, as relacionadas aos docentes) tenham o máximo possível de divulgação. Como funciona a eleição ou indicação para o Consuni O Consuni guarda espaço para 55 representações (fora as suplências): reitor; vice-reitor; cinco pró-reitores; seis decanos; duas do Fórum de Ciência e Cultura; 12 dos Titulares; seis dos Associados; seis dos Adjuntos, uma dos Assistentes; uma dos Professores de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico; uma dos Professores Eméritos; cinco dos discentes (sendo um indicado pela Associação dos Pós-graduandos); cinco dos técnico-administrativos em Educação; uma dos ex-alunos; uma do governo estadual; e uma da prefeitura municipal. O mandato dos representantes dos docentes, de acordo com as classes da categoria (Titulares, Associados, Adjuntos e Assistentes) dura quatro anos, vedada a recondução; o dos representantes técnicoadministrativos, três anos, vedada a recondução; e o dos estudantes, um ano, permitida uma recondução. O reitor, a cada mudança dos governos do estado e do município do Rio de Janeiro, comunica aos novos dirigentes a existência de uma vaga para cada esfera de poder no Conselho Universitário, sendo a nomeação e destituição do titular e suplente de competência do governante. Um dos representantes do Fórum de Ciência e Cultura é indicado pelo seu Conselho Diretor e o outro, pela Congregação do Museu Nacional. Os representantes dos Titulares, Associados e Adjuntos de cada Centro são eleitos pelos seus pares em eleição convocada e coordenada pelas respectivas Decanias. O representante dos Professores Assistentes e o representante dos Professores Eméritos são escolhidos pelos respectivos pares, em eleições convocadas e supervisionadas pela reitoria. O representante dos Professores de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico é eleito pelos respectivos pares, em eleição convocada e coordenada pela Direção do Colégio de Aplicação. Os representantes dos técnico-administrativos em Educação são escolhidos pelos seus pares, segundo processo convocado e supervisionado pela Reitoria e organizado pela entidade representativa (Sintufrj). Os representantes do Corpo Discente são escolhidos pelos seus pares, na forma da lei específica, em processo organizado pelas respectivas entidades representativas (DCE e APG-UFRJ). Cada Associação de Antigos Alunos de Unidade Acadêmica, efetivamente credenciada pelo Conselho Universitário, indica dois delegados que, reunidos em assembleia convocada e presidida pelo reitor, elegem o representante dos ex-alunos. Nas próximas edições, estaremos relatando a situação dos demais colegiados superiores. performances dos atores do núcleo artístico da companhia interagindo com o público e com o projeto cenográfico criado por Rosa Magalhães. A curadoria do conteúdo é do diretor e fundador da companhia Luiz Fernando Lobo. Durante a exposição, o público poderá confraternizar com a Companhia Ensaio Aberto no bar do “Havana Café”. Agendamento grupos pelo e-mail: [email protected]. Mais informações: 2516-4893/2516-4857. A capacidade do local é de 200 pessoas, com classificação livre e entrada franca. Anote Companhia Ensaio Aberto convida para exposição A Companhia Ensaio Aberto convida para exposição sobre seus 18 anos de atividades. O evento será no Armazém da Utopia (Av. Rodrigues Alves, s/n – Centro - Armazém 6), até 3 de julho, sempre às sextas-feiras, sábados e domingos, das 17h às 20h. A exposição Ensaio Aberto 18 anos apresentará, por meio de recursos multimídia, a trajetória da Ensaio Aberto desde a estreia de “Cemitério dos Vivos”, no Palácio da Praia Vermelha, em janeiro de 1993, até a conquista do Armazém da Utopia. A mostra contará ainda com 6 11 de maio 2011 www.adufrj.org.br Adufrj-SSind Greve no CAp continua por tempo indeterminado Terceiro ano retorna às aulas no CAp nesta quarta Carreira única Para o Andes-SN, o grande pano de fundo de todo esse processo de precarização dos colégios federais é a questão da carreira docente. O fato de hoje haver “ Se tivéssemos uma carreira única de professores federais, teríamos uma unidade nacional para enfrentar os problemas que surgissem. Somos professores federais, regidos por um conjunto de regras e obrigações. Somos professores federais! Luiz Henrique Schuch “ Uma das deliberações da assembleia geral da Adufrj-SSind, realizada no dia 10, no Colégio de Aplicação da UFRJ foi o retorno imediato das aulas para as turmas do terceiro ano do Ensino Médio. O movimento optou pelo retorno tendo em vista os vestibulares das universidades federais e estaduais. Pelos votos da ampla maioria dos docentes (com três votos contrários e quatro abstenções), o CAp continua a greve para as demais turmas até que todos os substitutos estejam com seus salários e contratações regularizados e a reitoria se comprometa a manter os professores até o final do ano. A professora Cristina Miranda, diretora da Adufrj-SSind, alertou para a política nacional de desmonte dos colégios de aplicação: “O objetivo é intensificar o trabalho dos professores, aumentar a carga-horária e a relação professor/aluno. É preciso que a reitoria firme um compromisso de manter esses professores na UFRJ pelo tempo que eles foram selecionados para darem aulas”, disse. É em busca desse compromisso que o movimento se encontrará com o reitor na próxima sexta-feira (13), às 10h. Participarão da audiência a comissão de negociação, formada por substitutos do CAp e dirigentes da Adufrj-SSind, o reitor Aloisio Teixeira e o reitor eleito Carlos Levi. Neste dia, as turmas do terceiro ano terão suas aulas paralisadas a partir das 9h. Um ônibus levará a comunidade capiana do colégio à reitoria. Logo após, às 14h, será realizada uma nova assembleia geral no CAp para discutir os próximos passos da mobilização e avaliar o movimento a partir do que for decidido na audiência de mais cedo com o reitor. Também ficou para este dia a aprovação de uma comissão que se encarregará de trabalhar junto à AdufrjSSind para realizar um seminário sobre carreira docente e minuta de regulamentação dos colégios de aplicação federais. A proposta é que CAp’s de todo o Brasil sejam convidados para esse seminário. O evento ainda não tem data prevista para acontecer. 1º vice-presidente do Andes-SN professores do segmento básico, médio e superior enfraquece as mobilizações nacionais: “Se tivéssemos uma carreira única de professores federais, teríamos uma unidade nacional para enfrentar os problemas que surgissem. Somos professores federais, regidos por um conjunto de regras e obrigações. Somos professores federais!”, reforçou Luiz Henrique Schuch, primeiro vice-presidente do Andes-SN. Luta continua Somente uma parte dos professores substitutos recebeu os salários. Além disso, os docentes receberam salários discrepantes, sem levar em conta a titulação dos profissionais e sem os auxílios para alimentação e transporte. Segundo a Pró-reitoria de Pessoal (PR4) informou à comissão de negociação, esses professores receberão a partir de junho o auxílio alimentação retroativo. Mas o auxílio transporte não será pago. Na quinta-feira, dia 12, a partir das 19h, o DCE Mário Prata realizará a já tradicional “juquinhada” acompanhada Fotos: Samuel Tosta eia sentou após assembl Banda FoCAps se apre por um ato-show com a banda FoCAps, formada por servidores e um estudante do Colégio de Aplicação. O objetivo é sensibilizar a comunidade universitária para os problemas enfrentados pelo colégio e explicar as razões da greve, além de buscar apoios de outras Unidades da UFRJ. Neste mesmo dia, à tarde, um grupo de quase 20 professores efetivos do CAp vão tomar posse. Esta era uma das reivindicações do movimento de greve. A comunidade ainda luta pela regularização contratual dos 28 substitutos, pelo pagamento imediato de todos os professores desse grupo e para que a UFRJ encampe uma luta de fortalecimento dos colégios de aplicação federais. Mais apoios Além do Conselho Universitário, que na semana passada aprovou uma moção de apoio ao CAp, a Escola de Serviço Social lançou também uma moção de apoio à greve, que foi lida na assembleia pelo presidente da Adufrj-SSind, Luis Eduardo Acosta. A direção da Escola Os docentes receberam salários discrepantes, sem levar em conta a titulação dos profissionais e sem os auxílios para alimentação e transporte. Segundo a Pró-reitoria de Pessoal (PR-4), esses professores receberão a partir de junho o auxílio alimentação retroativo. Mas o auxílio transporte não será pago. Politécnica da UFRJ e a Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel) também lançaram moções em solidariedade à greve e à comunidade capiana. 11 de maio 2011 UFRJ 7 www.adufrj.org.br Estudantes ocuparam diretoria da EEFD por dois dias Protesto por melhorias na Unidade provocou compromissos da reitoria da UFRJ Nos dias 5 e 6 de maio, os estudantes da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) ocuparam a sala da diretoria daquela Unidade. O objetivo do protesto era chamar a atenção da reitoria para uma longa lista de reivindicações. Como resultado desta iniciativa, o movimento conseguiu algumas promessas de melhorias por parte de uma comissão da administração central, na noite do dia 6. O corpo discente reclama da falta de papel higiênico e de água (nos vestiários e nos bebedouros) e da piscina olímpica recentemente interditada por conta de um vazamento. Reivindica, ainda, a reabertura do laboratório de informática, o não aterramento da piscina do campus da Praia Vermelha, a contratação de mais professores, a reforma elétrica da Escola e a construção imediata do prédio anexo prometido ao curso de Dança. Também solicita, entre vários outros itens, o retorno das bolsas Pibiac (de Iniciação Artística e Cultural) cortadas da Companhia Folclórica da EEFD e a reforma da área externa, que sofreu danos com a expansão do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O grupo, liderado pelo centro acadêmico local, atribui boa parte dos problemas à expansão desordenada da UFRJ provocada pelo programa governamental Reuni e ao corte de R$ 50 bilhões do orçamento, anunciado em fevereiro deste ano pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento). Alex Lauriano, do 8º período e integrante do CAEFD (Centro Acadêmico de Educação Física e Dança), explicou que o movimento estudantil cansou de apresentar as demandas à direção da EEFD, sem resultados. A situação teria ficado insustentável nos últimos dias e culminou, em uma Assembleia realizada na manhã do dia 5, com a decisão coletiva de tomarem conta da sala da diretoria, logo em seguida. O estudante, que também é representante na Congregação da Unidade, observou que a ocupação foi pacífica e todo o espaço ficou preservado. O representante discente ressaltou que os problemas relacionados à falta de água têm impacto especial na Escola, em função das atividades físicas desenvolvidas. Além disso, mostrou-se insatisfeito com a solução encontrada para a expansão do curso de Dança, via Reuni: em vez de um prédio Kelvin Melo caso as ações não se concretizem, os alunos voltarão a ocupar o espaço novo anexo, foram encomendadas enormes tendas (quatro) para as aulas práticas, instaladas na Unidade em março, mas cujo piso especial ainda não foi providenciado. Enquanto isso não ocorre, os estudantes de Dança utilizam um espaço considerado inadequado pelo movimento estudantil, em outra parte da EEFD. Alex Lauriano também criticou o uso de monitores que ministram aulas no lugar de professores, em algumas disciplinas. Ponto de vista da diretoria da EEFD Embora não tenha concordado com a ocupação do seu gabinete, o diretor da EEFD, professor Waldyr Ramos, disse estar ao lado dos estudantes e suas reivindicações. Para ele, porém, o momento foi inoportuno diante do fim de mandato da atual reitoria. Que já tem conhecimento dos principais problemas, mas alega não ter o dinheiro para todas as obras necessárias, segundo o diretor: “O reitor Aloisio Teixeira já nos fez três visitas. A EEFD pode parar a qualquer momento. Nossa rede elétrica não comporta ampliações. Nem mais um aparelho de ar condicionado. A rede hidráulica é antiga e a água não chega (ao andar superior). Tive que instalar caixas d’água”, afirmou. O professor concorda que os banheiros precisam de reforma, mas observa que, infelizmente, falta cuidado a alguns usuários, fora o roubo de papel higiênico: “Tem um período que acaba o dinheiro das Unidades e não há mais como repor”, afirmou Piscinas Waldyr Ramos lamentou a interdição da piscina olímpica da Unidade, mas disse que não houve opção diante do vazamento na chamada tubulação de retorno, que faz a filtragem da água. O professor também se mostrou, indignado, assim como os estudantes, com o fechamento da piscina da EEFD na Praia Vermelha, por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a UFRJ e o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional, em função de sua proximidade com o Palácio Universitário (assunto abordado em artigo da última edição do Jornal da Adufrj). O dirigente encaminhou para a redação da Adufrj-SSind um outro artigo, da professora emérita Margarida Menezes, em defesa da manutenção daquela piscina, cuja íntegra pode ser conferida na página www.adufrj.org.br, em “Outros documentos”, seção “UFRJ”. Monitores e LIG O diretor da EEFD discorda que haja poucos professores no local: “Já foi um problema. Hoje temos talvez uns quatro substitutos”. Se há monitores dando aulas no lugar de professores, de forma regular, o próprio diretor cobra dos estudantes que seja feita uma denúncia por escrito, o que não teria acontecido até então. Ou que sejam chamados os coordenadores dos cursos para verificar o problema. Waldyr garantiu que o laboratório de informática será aberto ainda neste mês. Só não aconteceu antes, pois havia um anúncio da reitoria, não cumprido, de que chegariam novos equipamentos, em abril: “Então para não desmontar o que nós já tínhamos e montar tudo de novo, nós esperamos. Agora, vamos reabrir com o material de antes, que é bom”, destacou. Expansão desordenada Quanto à expansão da Escola, via Reuni, o diretor garante que foi um dos primeiros a alertar sobre possíveis problemas de sua implantação: “Nós há havíamos feito o nosso ‘Reuni’ na década de 90, com a expansão de alguns cursos. Agora que completamos a expansão do quadro para aquela expansão. O Reuni é um projeto positivo, mas foi feito de forma muito solta na nossa universidade”, avaliou, acrescentando que existe um projeto de adaptação da garagem de remo para o curso de Dança. Comissão da reitoria foi à Escola no dia 6 O protesto dos estudantes conseguiu seu primeiro resultado na sexta-feira, dia 6, à tarde, quando uma comissão da reitoria formada pelo chefe de gabinete João Eduardo, pela pró-reitora de Graduação, Belkis Valdman, pelo prefeito Hélio de Mattos e pelo superintendente geral de Administração e Finanças, Milton Flores, compareceu à EEFD. Após uma reunião de mais de quatro horas, os representantes da ocupação estudantil receberam algumas promessas de melhorias na Unidade e ouviram que a pauta seria discutida diretamente com o reitor, nessa semana. Os alunos decidiram, em seguida, desocupar o gabinete da direção, mas deixaram claro: caso as ações não se concretizem, os alunos voltarão a ocupar o espaço. 8 11 de maio 2011 www.adufrj.org.br Cultura “A nova OSB” protesta através da música UFRJ Concerto-manifesto na Escola de Música da UFRJ recebe mais de 600 pessoas A Orquestra Sinfônica Brasileira esteve em destaque no mundo todo com a polêmica do tratamento do regente titular Roberto Minczuk aos músicos. Eles sofriam abusivos ataques dele a respeito de suas performances, inclusive com declarações públicas que denunciavam que eram chamados de “acomodados, incompetentes e indisciplinados”. No dia 09/04, em meio a um concerto, Roberto Minczuk foi vaiado pela plateia por cerca de 20 minutos, e os membros da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem, convocados para substituir músicos recentemente demitidos, retiraram-se do palco, inviabilizando o concerto. Minczuk, apoiado pela FOSB, impôs recentemente aos integrantes da OSB, que passassem por audições, como condição para garantir seus postos de trabalho. A divulgação das audições se deu no período de férias dos músicos e ao mesmo tempo se divulgou um programa de demissão “voluntária” e anúncios de provas nos EUA e Europa, com músicos locais, para preenchimento de postos de trabalho ainda ocupados pelos músicos brasileiros. Por não se submeterem às tais avaliações propostas pelo regente, pois se sentiam humilhados, 36 dos 82 músicos da OSB foram demitidos por justa causa pela fundação que administra o corpo orquestral. A entidade, na primeira semana de maio, emitiu uma nota informando que as negociações com o grupo rebelado estavam definitivamente suspensas. Em resposta a isso tudo os músicos se organizaram e fizeram um Concerto-Manifesto na Escola de Música da UFRJ. O concerto, além dos 36 músicos, ainda recebeu 35 artistas convidados para o ato.Mais de 600 pessoas estiveram presentes no salão Leopoldo Miguez . André Cardoso, diretor da Escola de Música, falou em entrevista à reportagem da Adufrj a respeito de tal situação: “A OSB respondeu de uma maneira não satisfatória, ao ponto que a situação culminou com a demissão dos músicos”. Segundo ele, a Escola de Música teria um relacionamento histórico com a Orquestra: “A OSB, na verdade, nasceu dentro da Escola de Musica. Há 70 anos os músicos a criaram, eram todos daqui da Escola”, falou. A Escola sediou o concerto e desde o início teria se posicionado em prol dos músicos: “A Escola já tinha se posicionado de maneira oficial, com um documento da congregação, que foi encaminhado ao presidente do conselho curador da OSB, condenando os procedimentos e atitudes e recomendando uma série de coisas”. Este documento está disponível na página da Escola de Música na internet. André também lembrou que a Escola sempre foi uma instituição que forneceu músicos para a Orquestra: “Temos vários ex-alunos nossos, professores, técnicos, que participaram”. E afirmou: “Não havia como a Escola de Musica não se posicionar”. Quando houve a demissão dos músicos, a Escola foi procurada por eles e pelo SindMusi para sediar o concerto: “Eu achei que deveria apoiá-los, pois não caberia outro posicionamento que não fosse ficar ao lado desses músicos demitidos por todos os absurdos que foram feitos”, defendeu. Regente ataca formação dos músicos Segundo o artigo de Mario Conte, dire- tor do Simproind (Sindicato dos Músicos Profissionais Independentes), Minczuk teria feito uma declaração pública sobre “não haver garantia de qualidade nos cursos oferecidos pelas escolas de música brasileiras”. Tal afirmação foi questionada por entidades internacionais, como a Organização de Orquestras Sinfônicas do Canadá, a Associação Regional de Músicos de Orquestra (ROPA, seção do sindicato nacional dos músicos dos EUA). Elas frisaram que para se ter uma orquestra de excelência artística deve-se prover de boas condições de trabalho, melhoria dos salários, jornadas de ensaios compatíveis com a necessidade de formação individual (além da prática conjunta nos ensaios, músicos devem realizar a manutenção das técnicas, em suas “horas vagas”), recolhimento de INSS, FGTS e plano de saúde. Sobre a afirmação de Miczuk, o diretor Cardoso também respondeu: “Essa não é a primeira vez que ele fala isso. É uma estratégia da parte dele falar tal coisa, desmerecendo os outros, se alegando como melhor”. Cardoso fez questão de abordar a excelência de muitos ensinos: “Na verdade, as escolas de música do Brasil contam no seu quadro docente com alguns dos melhores músicos brasileiros, gente que estudou no exterior, gente que não precisou ir para o exterior e hoje em dia tem carreira internacional. Isto é uma falácia. Ele não conhece o que é feito nas escolas de musica do Brasil para afirmar uma coisa dessas”, protestou. O diretor também acredita que não se pode generalizar, pois se faz uma injustiça com muitas instituições que são referências no ensino, tais como a própria Escola de Música, e cita como exemplo também os Conservatórios do RJ, SP e Belo Horizonte. “Em nossa Escola, por exemplo, que é de nível superior, a gente conta que o aluno já tem uma formação prévia, adquirida com um professor particular, ou no conservatório”. Aproveitando a oportunidade outra prática que é normal neste jornal é a publicação de notícias diferentes de ensino, pesquisa e extensão, notícias essas que, se me interessarem eu posso ler nos jornais convencionais, não é necessário publicá-las em nosso jornal, ocupando espaços que poderiam serem utilizados para outras notícias da UFRJ ou de outra universidade de nosso interesse. Esta é a minha opinião e espero não causar espanto nesta diretoria e/ou leitores. Atenciosamente, Prof. Dr. Jeter Ribeiro - FO/UFRJ. A foto do jornal da Adufrj-SSind mostra uma criança feliz, provavelmente parente de um dos injustamente acusados da farsa à qual submeteram cidadãos no uso de suas atribuições legais garantidas pela Constituição do Brasil, qual seja, manifestar-se publicamente contra atos injuriosos do poder constituído. A criança que ri segurando um cartaz em que pede que personalidade mundialmente conhecida como invasor se retire de nosso país,e pela liberdade aos cidadãos detidos e enquadrados como culpados em seu próprio território, simboliza a esperança que surge a cada vitória do movimento popular. A criança é o bem maior da sociedade. Vamos deixar que desde cedo elas saibam separar, sem sofrimento, o joio do trigo. Para isso é fundamental que lutemos, com consciência, por um país bem melhor para nossas crianças. A Adufrj-SSind agradece ao professor Jete Ribeiro pela possibilidade de dialogarmos sobre nossos pontos de vista e solicita aos nossos sindicalizados que tragam suas contribuições ao debate. Orquestra Sinfônica da UFRJ, julho de 2008 Cartas Senhor Presidente: No Jornal da ADUFRJ do dia 23/03/2011 - Ano X, Nº 697, na página 7 aparece uma “criança” expondo uma faixa em protesto a favor de “...presos políticos...”. Que os pais levem seus filhos para lugares não condizentes com suas respectivas idades, eu não concordo, mas esta associação da qual eu faço parte, publicar uma foto de uma criança daquela idade em seu jornal, eu gostaria que isto não se repetisse, se é que eu posso pedir isto para esta diretoria. 11 de maio 2011 Reginaldo Nasser* e Marina Mattar Nasser** A execução de Bin Laden: uma vitória de Pirro “ A “guerra contra o terror” não possui um inimigo homogêneo representado na figura de Bin Laden como quer fazer-nos acreditar os EUA. Existem diversos grupos que, por compartilharem alguns interesses comuns, estabeleceram alianças estratégicas. Como muitos já alertaram, não é possível carimbar como terror islâmico tudo aquilo que contesta a ocupação militar dos EUA naquela região. Quem será o próximo monstro a ser executado em nome da humanidade? Uma das grandes perguntas que se colocam agora, após a morte de Bin Laden, diz respeito ao futuro da Al-Qaeda e da “guerra contra o terror” iniciada pelos Estados Unidos logo após os atentados do 11 de Setembro. Com a morte de seu líder, a Al -Qaeda se enfraquecerá? Isso representa a vitória dos EUA contra o terrorismo? Afinal, o que representa a morte de Bin Laden? Em que muda a situação atual no Iraque, Afeganistão e em seus países vizinhos? A imagem da Al-Qaeda construída pela política externa norte-americana e veiculada pela mídia ocidental mostra-nos uma organização forte e homogênea com atuação global cujo principal objetivo é o de combater a civilização ocidental e reestabelecer o regime de Califados no mundo islâmico. A Al-Qaeda, entretanto, funciona mais como uma empresa de capital de risco, proporcionando dinheiro, contatos e assessoria a numerosos grupos e indivíduos militantes de todo o mundo islâmico. Ou seja, a organização tem como estratégia vincular aos grupos locais que não necessariamente compartilham seus ideais e objetivos, mas que por interesses circunstanciais, estabelecem uma aliança. Em muitos casos, a relação destes grupos com a Al-Qaeda é apenas nominal. Talvez por esta razão que os EUA e as Basta perceber que a Al-Qaeda não está presente na chamada primavera árabe. Estes movimentos civis, por meio de protestos pacíficos, conseguiram derrubar governos que a Al-Qaeda se propõe a combater, há mais de duas décadas, apresentando uma alternativa às sociedades árabes e marginalizando, ainda mais, o grupo terrorista. “ Opinião 9 www.adufrj.org.br informações da grande imprensa não tenham percebido – ou revelado - que a AlQaeda está se enfraquecendo há anos. Em 2007, o atual número 1 da Al-Qaeda, alZawahiri, percebendo a crescente impopularidade da organização, realizou um debate aberto em um fórum de jihadistas, de perguntas e respostas, no qual foi amplamente questionado sobre a morte de civis muçulmanos em atentados realizados pela a Al-Qaeda. Diversas pesquisas mostram a crescente queda em popularidade da AlQaeda em diversas sociedades do mundo árabe e islâmico após terem sofrido atentados terroristas da organização. Um bom exemplo disso é a Jordânia, onde o índice de aprovação da Al-Qaeda entre a população teve uma queda brusca de 70% para 10% no ano de 2005 quando três explosões em hotéis da capital Amman mataram e feriram centenas de pessoas, muitas delas estavam celebrando um casamento. Em pesquisa desenvolvida pelo centro PEW sobre a confiança das populações muçulmanas de diversos países do mundo árabe e islâmico em Bin Laden prova que os diversos atentados da Al-Qaeda que mataram civis muçulmanos afetou, em grande medida, sua popularidade entre as sociedades. No Paquistão, sua popularidade caiu de 46%, em 2003, para 18% em 2010; na Palestina, de 72% para 34%; e na Jordânia, caso de maior índice de queda, de 56% para 13%. De acordo com relatório da RAND Corporation de 2008, houve uma mudança na estratégia do braço da Al-Qaeda no Iraque, a partir de 2005, quando deixaram de atacar os oficiais dos EUA e de seus aliados e passaram a atacar a própria sociedade iraquiana, o que não foi bem recebido pela população. A onda de atentados entre 2005 e 2007 liderada pela Al-Qaeda iraquiana matou, em média, 16 civis por dia. Durante todos os anos de guerra, de 2003 aos dias atuais, os anos de 2006 e 2007 foram os que mais civis morreram, superando, até mesmo, os bombardeios dos EUA em 2003. Basta perceber que a Al-Qaeda não está presente na chamada primavera árabe. Estes movimentos civis, por meio de protestos pacíficos, conseguiram derrubar governos que a Al-Qaeda se propõe a combater, há mais de duas décadas, apresentando uma alternativa às sociedades árabes e marginalizando, ainda mais, o grupo terrorista. Assim, além das áreas tribais no norte do Paquistão, a Al-Qaeda está presente apenas em regiões marginais do mundo árabe e islâmico por contatos, muitas vezes, superficiais como no nordeste do Yemen, na Somália e no sul da Argélia. Por conta das diversas alianças realizadas, a Al-Qaeda não conseguiu liderar uma única estratégia e seu principal objetivo de tornar-se um movimento insurgente, caracterizado, sobretudo, pelo grande apoio da comunidade, acabou, portanto, por falhar. Prova disso foram os desentendimentos entre Bin Laden e Al-Zarqawi, que liderou o braço da Al-Qaeda iraquiano, quanto às formas de agir no país. A CIA interceptou cartas entre eles que mostravam discordância de Bin Laden com a crescente onda de atentados no Iraque uma vez que isto impossibilitaria a aproximação da Al-Qaeda da sociedade iraquiana. a Al-Qaeda já enfrentava, portanto, um momento de crise e de possível mudança estratégica, anterior à morte de seu líder. A “guerra contra o terror” não possui um inimigo homogêneo representado na figura de Bin Laden como quer fazer-nos acreditar os EUA. Existem diversos grupos que, por compartilharem alguns interesses comuns, estabeleceram alianças estratégicas. Como muitos já alertaram, não é possível carimbar como terror islâmico tudo aquilo que contesta a ocupação militar dos EUA naquela região. Quem será o próximo monstro a ser executado em nome da humanidade? *Professor de Relações Internacionais da PUC-SP **Estudante de Ciências Sociais da PUC-SP Artigo publicado originalmente na Carta Maior, em 4/5 Anote Terças de Vídeo na EBA O projeto “Terças de vídeo” surgiu em 2002 com o objetivo de enriquecer o conteúdo do currículo acadêmico e servir como opção de reflexão sobre a arte. Para privilegiar a diversidade de olhares sobre o vídeo, a Escola de Belas Artes/ UFRJ promove exibições todas as terças-feiras, sempre ao meio-dia. Ainda neste mês, a escola apresenta dois vídeos sobre intervenção urbana, nos dias 17 e 31 de maio. No dia 17, haverá uma palestra com o artista e pesquisador Raphi Soifer e apresentação dos vídeos Cada um no seu quadrado, Malandragem na mira: A paixão do Zé Carioca e Pesquisas lapeanas: Pombas giras. Já no dia 31, a escola traz a palestrante Eloísa Brantes, do Coletivo Liquida Ação, e os vídeos Intervenção nos chafarizes secos e Banho de espuma. O “Terças de vídeo” acontece às terças-feiras, às 12h, no auditório do 6º andar da Escola de Belas Artes/UFRJ. 10 www.adufrj.org.br 11 de maio 2011 Opinião Uma operação das forças especiais dos EUA liquidou Osama bin Laden e mais uns quantos. Ele estava numa casa segura perto da Academia Militar Kakul (o Sandhurst [real academia militar britânica] do Paquistão). A única questão interessante é saber quem denunciou a sua localização e por quê. A fuga de informação só pode ter vindo da ISI [serviço de informações paquistanês] e, se for assim, e estou convencido disso, então o general Kayani, chefe militar do país, deve ter dado luz-verde à decisão. Mais tarde ou mais cedo vai-se saber a que ponto ele foi pressionado. O evento recordou-me uma conversa que tive há alguns anos. Ouve, amigo, por que haveríamos de matar a galinha dos ovos de ouro?” Agora, os americanos mataram eles próprios a galinha. “ Tariq Ali* A única coisa interessante é saber quem denunciou Bin Laden “ Em 2006, a caminho de Lahore, encontrei um conhecido dos tempos da juventude. Envergonhado, confessou que era um oficial sênior de informações a caminho de uma conferência europeia para discutir formas melhores de combater o terrorismo. Seguiu-se a seguinte conversa (uma versão maior pode ser lida em “The Duel: Pakistan on the Flightpath of American Power”): “Osama bin Laden ainda está vivo?” Não respondeu “Se não respondes”, disse, “assumo que a resposta é sim.” Repeti a pergunta. Ele não respondeu. “Sabes onde ele está?” Ele explodiu em gargalhadas “Não sei, mas mesmo se soubesse, achas que diria?” “Não, mas achei que tinha de perguntar de qualquer forma. Há alguém que saiba onde ele está?” Encolheu os ombros Insisti: “Nada no nosso maravilhoso país é secreto para sempre. Alguém deve saber. Há três pessoas que sabem. Possivelmente quatro. Podes adivinhar quem são.” Podia. “E Washington?” “Esses não o querem vivo.” “E os teus rapazes não podem matá-lo?” “Ouve, amigo, por que haveríamos de matar a galinha dos ovos de ouro?” Agora, os americanos mataram eles próprios a galinha. Qual foi o prêmio prometido e a quem? Será que com isso estarão eles dispostos a pôr fim à guerra e à ocupação que foi supostamente desencadeada para liquidar Osama e que provocou mortes civis que cifram, no mínimo, quatro vezes mais que as mortes das torres gémeas. Estarão? Claro que não. * Escritor e ativista paquistanês Publicado no blog da London Review of Books, dia 2 de maio, e traduzido por Luis Leiria para o Esquerda.net Nacional Comissão de Direitos Humanos da OEA pede paralisação do licenciamento de Belo Monte A carta da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) ao governo brasileiro que pede para que seja paralisado imediatamente o processo de licenciamento da hidrelétrica Belo Monte fomentou ainda mais a polêmica sobre a construção da usina, uma disputa entre governo e usineiros de um lado e comunidades indígenas e movimentos sociais de outro. Desde a década de 1970 se estuda a possibilidade de utilização para hidrelétrica da bacia do Rio Xingu, no Pará. A carta da OEA também deixa claro que deve ser impedida a iniciação de qualquer obra sem condições mínimas, como consultar as comunidades indígenas afetadas para se ter um acordo em relação ao impacto do empreendimento. A carta diz que as comunidades indígenas tenham acesso ao Estudo de Impacto Social e Ambiental do projeto, “em um formato acessível, incluindo a tradução aos idiomas indígenas respectivos”. A medida é justificada ainda com o argumento de que “a vida e a integridade pessoal dos beneficiários estariam em risco pelo impacto da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte”. Governo brasileiro deixa Comissão da OEA em retaliação Em resposta, o governo brasileiro decidiu, arbitrariamente, deixar de participar Em resposta, o governo brasileiro decidiu, arbitrariamente, deixar de participar da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA até 2012 e suspender. por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade, previsto para este ano, de US$ 800 mil. da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA até 2012 e suspender. por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade, previsto para este ano, de US$ 800 mil. O ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, relatou em nota oficial à imprensa que o governo brasileiro considera todos os riscos sociais e ambientais que a usina pode acarretar e que não mede esforços para que todas as normas que garantam esses aspectos sejam cumpridas. A nota afirma que o governo brasileiro “tem atuado de forma efetiva e diligente para responder às demandas existentes” e que considera as solicitações “precipitadas e injustificáveis”, já que o Ibama e a Funai teriam realizados todos os processos de esclarecimento e consulta à população, além da instalação dos canteiros das obras terem sido aprovados pelo Congresso. Com um custo estimado em R$ 25 bilhões, a usina é considerada uma das maiores obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), além de ser a segunda mais cara, atrás do trem-bala Rio-São Paulo, estimado em R$ 34 bilhões. Foi planejada para produzir energia constante, com baixo custo e pouco impacto ambiental. Se instalada, será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás de Três Gargantas, na China e de Itaipu, Brasil e Paraguai, tendo cerca de 516 km² de floresta inundados para ser o reservatório da usina. Resistência ao Projeto Em 1989 aconteceu em Altamira, Pará, o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu que reuniu aproximadamente 3 mil pessoas. Segundo artigo do Greenpeace, a indignação da população e de movimentos sociais fez com que o governo recuasse com a proposta. No entanto, em 2005, a Eletrobrás firmou acordo de cooperação com as construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa para a conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental e em maio de 2009 o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impac- to Ambiental (RIMA) foram entregues ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em outubro do mesmo ano, 284 indígenas de 15 diferentes etnias, em uma carta a presidência, disseram não à construção da usina e ameaçaram ir à guerra caso as obras se iniciassem. A população manifesta que a construção da usina ameaça o deslocamento de inúmeras pessoas, além do alagamento de enormes extensões de terra, como aconteceu com as usinas hidrelétricas de Tucuruí (PA) e Balbina (AM), ambas na Amazônia. Em Tucuri, por exemplo, cerca de 10 mil famílias de indígenas e ribeirinhos ficaram sem terras. Os movimentos sociais afirmam que é preciso “questionar a forma como o projeto vinha sendo conduzido” além de deixar clara a relação custo-benefício da obra e o destino da energia a ser produzida. E que mesmo com os avanços do projeto em relação às propostas iniciais da década de 1980, é preciso avaliar se de fato não existem alternativas à construção de Belo Monte, já que, segundo o Greenpeace, mesmo com os 11.182 MW de potência instalada, a usina só vai operar com esta potência durante três meses do ano, no restante a água disponível só vai possibilitar uma energia firme de 4.670 MW, o que torna esta energia muito cara para viabilizar o investimento total requerido. 11 de maio 2011 11 www.adufrj.org.br FEDEP Pronunciamento público do fedep sobre o projeto de lei 8035/10 As entidades e participantes do Seminário do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública (FEDEP), realizado no dia 30 de abril de 2011, na UERJ, Rio de Janeiro, vêm a público manifestar sua disposição de defender os seus princípios, aprovados no dia 23 de fevereiro, em ampla plenária construída por mais de 30 entidades e centenas de participantes. É a partir desses princípios que promovemos a discussão do PL 8035/10 e concluímos que o mesmo, por incorporar os piores aspectos do Plano de Desenvolvimento (PDE) da Educação e aprofundá-,los, significa um gravíssimo ataque à educação pública: impede a construção do Sistema Nacional de Educação capaz de garantir o ensino público, gratuito, universal, laico, unitário e de qualidade social, como dever do Estado e direito universal. Ao contrário, dilui o dever do Estado na garantia do direito à educação pública, por meio da institucionalização e generalização das parcerias públicoprivadas (PPP’s); faz concessões à agenda do Acordo Geral de Comércio de Serviços da Organização Mundial do Comércio (AGCS/OMC) ao promover a internacionalização do “serviço” educacional e desconsidera o protagonismo histórico dos educadores sobre a educação. O PL 8035/10 ignora a situação atual da educação brasileira ao se furtar de realizar uma avaliação rigorosa dos indicadores educacionais, dos pífios avanços do PNE de 2001 (Lei nº 10.172/2001), e dos anseios dos educadores, expressos nos Congressos Nacionais de Educação e sistematizados no PNE: Proposta da Sociedade Brasileira. O referido PL oculta o fato de que está em curso um pernicioso processo de subordinação da educação aos fundos de investimentos, abrangendo desde a produção do material didáticopedagógico até aquisições, fusões e joint ventures de empresas educacionais, deslocando de modo radical a educação para o setor mercantil com o predomínio da esfera financeira. Silenciosamente, mantém como interlocutor privilegiado da educação brasileira o lobby empresarial das principais corporações que compõem o bloco de poder, o “Movimento Compromisso Todos pela Educação” e os sindicatos patronais organizados no chamado Sistema S (Senai, Senac, Senar, Sesc etc.). Por seus objetivos incompatíveis com a construção de uma educação pública, universal e unitária, o método de construção do PL teria que ser antidemocrático e é forçoso reconhecer que o MEC foi diligente nas práticas autocráticas, ignorando, por completo, os debates dos educadores em distintos âmbitos. Em virtude dessas características, o texto do PL 8035/10 não pode ser lido como se os artigos, as metas e as estratégias fossem unidades isoladas. Existe uma lógica geral na proposta de texto legal que operacionaliza o Estado gerencial e, para isso, redimensiona, para maior, a centralidade das formas de regulação da educação por meio da avaliação. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) torna-se a referência central de todas as políticas para a educação básica, submetendo-as à regulação internacional promovida pela OCDE, Banco Mundial e Unesco. Este Índice é indissociável dos rankings, dos prêmios e dos castigos. O dever do Estado com a educação universal, pública e unitária torna-se difuso, apagando o preceito constitucional que estabelece tal dever. A opção de não aumentar o montante de recursos para a educação pública para 10% do PIB e a postergação de 7% do PIB para o longínquo ano de 2020 são coerentes com essa concepção de Estado e, sobretudo, com a supremacia do setor financeiro no atual bloco de poder. O exame das estratégias de ampliação das matrículas em todos os níveis, em especial no ensino médio, profissional, superior (graduação e pós-graduação), confirma a opção pelo financiamento público às instituições privadas, através das parcerias público-privadas inscritas no FIES e, centralmente, por meio de isenções tributárias. Entre os principais beneficiários de tais parcerias, cabe destacar o sistema sindical patronal (Sistema S) e as grandes empresas do setor. Os trabalhadores da educação são ressignificados no PL como profissionais desprovidos de autonomia, subordinados às tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) e aos instrumentos de avaliação, concepção que impossibilita a função social dos docentes como intelectuais pro- Os participantes do Seminário do FEDEP, vindos de diversas partes do país, consideram que o futuro da educação pública encontra-se em “estado de emergência”. A vigorosa mobilização social das entidades que historicamente construíram os Congressos Nacionais de Educação pode ser decisiva para a alteração desse tenebroso cenário. dutores e organizadores da cultura científica, tecnológica, histórico-social, artística e cultural. Em função dessa desqualificação dos professores, o mencionado PL aprofunda a opção pela formação instrumental por meio de educação a distância (EAD), impossibilitando a formação universitária defendida pelos educadores e suas entidades representativas. Não causa surpresa, por conseguinte, a ausência de metas objetivas para a elevação real da remuneração e para a estruturação de planos nacionais de carreira que alterem em profundidade a situação de hiperexploração dos trabalhadores da educação. Em conformidade com o AGCS/OMC, o PL concebe a EAD como modalidade axial da educação brasileira, abrangendo, sobretudo, a formação profissional, a graduação e a pós-graduação e, no mesmo diapasão, incentiva a internacionalização reclamada pelas corporações mundiais da educação. A EAD avança, de fato, até mesmo para a pós-graduação stricto sensu, notadamente no setor privado, incentivado pelas verbas do FIES e pela proliferação de mestrados e quiçá doutorados profissionais (como previsto no PL 7200/06 que dispõe sobre a regulação da educação superior), possibilitando mestrados sem dissertações e doutorados sem teses. Em suma, o PL é uma ferramenta para ampliar o escopo da privatização e da mercantilização da educação brasileira, aprofundando a precarização geral do trabalho no campo da educação. Obsta, também, os avanços conquistados pelas lutas sociais em prol do público, como a educação do campo, dos povos originários, quilombolas, etc., inviabilizando qualquer tentativa de assegurar o caráter público das instituições estatais. Os participantes do Seminário do FEDEP, vindos de diversas partes do país, consideram que o futuro da educação pública encontra-se em “estado de emergência”. A vigorosa mobilização social das entidades que historicamente construíram os Congressos Nacionais de Educação pode ser decisiva para a alteração desse tenebroso cenário. Por isso, conclamam as entidades nacionais que estão retomando o Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública (FNDEP) a convocar uma Plenária Nacional ampliada, aberta a todos os protagonistas da causa da educação pública – visando discutir e debater os termos impostos pelo PL 8035/10 –, em afirmar sua adesão a realização de um plebiscito nacional em defesa dos 10% do PIB exclusivamente voltado para a educação pública. Rio de Janeiro, 30 de abril de 2011 12 11 de maio 2011 www.adufrj.org.br UFRJ Complexo Hospitalar ainda gera dúvidas O Jornal da Adufrj destaca nesta edição matéria sobre o Complexo Hospitalar da UFRJ. Criado em 2008, o CH ainda é alvo de muitas discussões. Procuramos um histórico do processo de criação do complexo e uma discussão sobre o ponto mais polêmico do CH: o financiamento. Nesta edição, ouvimos o professor da UFRJ e ex-diretor do HUCFF, Alexandre Cardoso. Na próxima edição ouviremos a comunidade acadêmica e outros profissionais da área da saúde sobre o tema O Complexo Hospitalar foi criado no dia 18 de dezembro de 2008, no Conselho Universitário. Na ocasião, foram realizadas mudanças no Artigo 17 do Estatuto da UFRJ para incluir o CH na Estrutura Média da universidade. O Parágrafo 4º, do mesmo artigo, diz que o “Complexo Hospitalar é constituído por todas as Unidades universitárias ou Órgãos suplementares que prestam assistência à saúde a pacientes internados e/ou ambulatoriais”. Essas unidades são: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa), Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), Maternidade Escola (ME), Instituto de Ginecologia (IG), Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (Ipub), Instituto de Doenças do Tórax (IDT) e Instituto do Coração da UFRJ (IC/UFRJ). Nesta mesma sessão, foi aprovada a Resolução 16/2008, que tratava sobre o processo de implantação do Complexo e elencava as atribuições da comissão encarregada de elaborar o Regimento do CH. Em novembro de 2010, houve a escolha de representantes das Unidades acadêmicas para o Conselho Deliberativo Provisório do Complexo Hospitalar. As professoras Manuella Soares Rita Cavalcante, da Escola de Serviço Social, e Virgínia Drummond, do Instituto de Psicologia, também foram eleitas, junto dos outros integrantes da área médica, para comporem o Conselho. Este tem por prerrogativa trabalhar para que o Consuni aprove o Regimento Interno Definitivo do Complexo Hospitalar. Parecer da Procuradoria da UFRJ Neste momento, o Conselho Deliberativo Provisório aguarda um parecer da Procuradoria da UFRJ sobre os possíveis impactos que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. (EBSERH) pode causar no CH. A professora Rita Cavalcante informou que, além do parecer, os conselheiros solicitaram também a consultoria da professora Salete Maccalóz: “A versão final do Regimento Interno está quase pronta. Aguardamos os pareceres para nos posicionarmos a respeito da EBSERH e finalizarmos o texto do Regimento Interno”, explicou. A professora Virgínia Drummond informou que os trabalhos do Conselho estão pautados em discussões exaustivas para que o projeto do CH seja constituído a partir da ampla participação dos segmentos da universidade: “A complexidade do assunto, aliada à pluralidade e heterogeneidade de informações que caracterizam o conjunto de profissionais participantes, além de dúvidas e dificuldades que permeiam o tema, tem demandado o necessário respeito ao debate”, disse. Origem das discussões O professor Alexandre Cardoso, ex-diretor do HUCFF, explicou que já vem de muitos anos as discussões sobre a criação de um complexo hospitalar: “Os hospitais, de certa maneira, sempre se organizaram no âmbito do CCS, numa câmara específica, chamada Câmara dos Hospitais, no âmbito da Decania. Isso já era um embrião do que mais tarde veio se constituir como Complexo Hospitalar”, contou. O desejo de que todas as unidades de saúde da UFRJ trabalhassem de maneira integrada alimentou as discussões para a criação do Complexo Hospitalar: “E também discutimos como poderíamos nos organizar do ponto de vista administrativo para alavancar recursos, escala de aquisições. Então essas discussões já vinham existindo no âmbito do CCS”, disse o professor. O que acelerou o processo de criação do complexo foi uma determinação do Ministério da Educação de que as universidades deveriam criar unidades or- Os hospitais, de certa forma, sempre se organizaram numa Câmara específica çamentárias para gerir seus hospitais que integravam o sistema médico de ensino. Segundo Alexandre Cardoso, o objetivo do MEC era conhecer melhor a gestão das Unidades, para que desse a destinação e aplicação adequada dos recursos. Preocupações Uma das principais críticas à criação do Complexo é que o Ministério da Educação reconhece apenas quatro, dos nove hospitais que compõem o CH, como sendo de Ensino da UFRJ. As unidades de saúde reconhecidas pelo MEC são: HUCFF, IPPMG, Maternidade Escola e Ipub. Sendo assim, o MEC, segundo essa análise, só destinaria recursos para esses quatro, deixando as outras cinco unidades de saúde descobertas de recursos. A UFRJ, ao redistribuir a verba para as nove unidades, acabaria não aplicando em nenhum dos hospitais os montantes necessários para seu pleno funcionamento. Essa discussão foi levantada pela professora Léa Mirian, que foi candidata a vice-reitora da Chapa 20, durante debate realizado no Centro de Ciências da Saúde. O professor Alexandre Cardoso comentou sobre o financiamento: “Esse reconhecimento dos hospitais é uma opinião do diretor da área hospitalar do MEC. Na realidade, ele reconhece aquelas unidades que estão prestando atendimento e que têm um contrato de gestão e metas com o SUS. São mesmo quatro unidades. Embora outras unidades não possuam o contra- to estabelecido dessa maneira, continuam credenciadas junto ao SUS e recebendo financiamento”, explicou. Mesmo com a crítica ao MEC, o docente reconhece que a estrutura parece ser grande demais: “O que me parece é que ficou um pouco grande demais, mas é uma mera opinião. O que é mais importante é que a UFRJ tenha uma política adequada para dotar essas unidades suplementares para que possam trabalhar de forma adequada”. Orçamento Alexandre Cardoso também foi enfático ao dizer que o que sustenta os hospitais universitários, seja na UFRJ ou em qualquer outra universidade federal não são os recursos do MEC, mas os serviços prestados ao SUS: “Não há recursos de custeio, uma dotação orçamentária para insumos suficiente para nenhuma das unidades de saúde da federação. Portanto, o custeio vem da prestação de serviços”, disse. O professor também afirmou que a política do MEC de financiamento deve mudar, uma vez que os equipamentos utilizados nos hospitais são de ensino e pesquisa: “Esses equipamentos foram de certa maneira terceirizados, seja para a prestação de serviços ao SUS ou para outras fontes. Lidamos nos hospitais com questões que não podem esperar. Se o professor, em sala de aula, não tem giz, ele pode falar. Mas no hospital, se não tem a seringa, se não tem material para uma transfusão de sangue, as repercussões são muito maiores”.
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“Escolhemos os pontos mais Fraga Filho. Locais em que a Estamos fiscalizando e cobrancríticos de travessia no campus, velocidade máxima não passará do reformulação”, completou.
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