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www.adufrj.org.br III Feira Estadual da Reforma Agrária Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ Dias 10 e 11 de dezembro, das 9h às 19h, no Largo da Carioca. Dia 10: ato em defesa do direito humano à alimentação às 14h30 Andes-SN Ano XI no 779 10 de dezembro de 2012 Central Sindical e Popular - Conlutas Carreira Docente Rolo compressor na Câmara aprova PL do governo Numa votação relâmpago, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei proposto pelo governo que aprofunda a desestruturação da carreira docente. Nenhuma emenda apresentada pelo Andes-SN foi apreciada numa sessão na qual o Palácio do Planalto submeteu parlamentares ao seu rolo compressor. Agora, resta o Senado, novo cenário de disputa. Na reunião do Consuni desta quinta-feira 13, a Adufrj-SSind vai solicitar espaço para apresentar propostas de emendas ao PL. A diretoria da Seção Sindical convoca os professores a estarem presentes. Página 3 Fotos: Andes-SN Ditadura Onde está Fernando Santa Cruz? Militante de uma organização de esquerda, há 38 anos ele foi ao encontro de um companheiro e nunca mais foi visto. Dora Santa Cruz, professora da UFRJ, relata a trágica histórica de seu irmão – na verdade, mais uma entre centenas de vítimas do regime. Página 8 Saúde pública Plebiscito derrota Ebserh Foi na Universidade Federal de Juiz de Fora. Todos os segmentos da instituição rejeitaram a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que quer assumir a gestão dos hospitais universitários. Página 4 Academia Excelência em xeque Pressão. O governo mandou e os parlamentares obedeceram: antes de ir ao plenário, Projeto de Lei foi votado nesta comissão AOS LEITORES A versão impressa do Jornal da Adufrj é enviada pelos Correios aos aposentados. Para os demais professores, o jornal fica disponível nas caixas e displays distribuídos pelas diversas Unidades da UFRJ. A versão online pode ser lida no site www.adufrj.org.br. Ao docente interessado em receber a publicação em casa, basta escrever para [email protected]. Projetos que propõem a revalidação automática de títulos de graduação e pós provocam inquietação na comunidade acadêmica. Página 6 2 10 de dezembro de 2012 www.adufrj.org.br sEGUNDA pÁGINA Agenda 11 de dezembro Assembleia da Auditoria Cidadã da Dívida com as entidades apoiadoras O Maracanã é nosso! P ara denunciar a série de violações de direitos que está ocorrendo no país durante os preparativos para os megaeventos, a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa organizou, no dia 1º de dezembro, várias manifestações em diversas capitais brasileiras. No Rio, centenas de pessoas participaram do ato “O Maraca é Nosso! Grande ato unificado contra a privatização e as demolições do Complexo do Maracanã”. Indígenas, sindicatos, estudantes e atletas saíram em caminhada da Tijuca até o Maracanã para pressionar o poder público. O objetivo é a realização de um plebiscito sobre a tentativa do governo estadual de conceder o Maracanã à iniciativa privada. Os manifestantes também criticaram a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e do prédio histórico do antigo Museu do Índio. O movimento já recebeu apoios de peso, como o do cantor e compositor Chico Buarque. (Fonte: Boletim MST-RJ) Brasília (DF) Blog do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas Brasília (DF) - para discutir e organizar as atividades de março de 2013: Campanha pela Anulação da Reforma da Previdência, Fator Previdenciário e ACE. 11 de dezembro Reunião do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais Brasília (DF) 13 de dezembro Reunião da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas São Paulo (SP) 15 e 16 de dezembro Reunião do Setor dos Docentes das IFES do Andes-SN Brasília (DF) 15 e 16 de dezembro Reunião do Grupo de Trabalho de Comunicação e Artes (GTCA) do Andes-SN Brasília (DF) Protesto também reuniu, no dia 1º, defensores do prédio histórico do antigo Museu do Índio 4 a 9 de março de 2013 32º Congresso do Andes-SN Rio de Janeiro (RJ) – com o tema central: “Sindicato Nacional na luta pelo projeto de Educação e de condições de trabalho”. Engarrafamento Transtorno na chegada ao Fundão Q uem acessou o campus da Cidade Universitária na manhã de 3 de dezembro teve uma desagradável surpresa: um enorme engarrafamento na Avenida Horácio Macedo, em direção à Ponte do Saber. De acordo com informações da assessoria da Prefeitura Universitária, o acidente entre uma moto e uma van na Linha Vermelha, na altura do 22º BPM (Maré), que interditou duas faixas da pista no sentido Centro, fez muitos motoristas alterarem o trajeto. A consequência foi o aumento do fluxo de veículos no Fundão. Por meio de nota, o prefeito universitário Ivan Carmo descartou qualquer ligação entre o congestionamento daquela manhã e a instalação de um “speed table” (plataforma para travessia de pedestres) em frente à Faculdade de Letras, que deixou o tráfego restrito a uma faixa da pista. A obra faz parte de um pacote de medidas acordado com a prefeitura do município para redução da velocidade nas 11 de dezembro Reunião do Fórum de Lutas/ Espaço Unidade de Ação Fotos: Kelvin Melo Correções Faltou deixar em itálico as palavras estrangeiras do aviso aos leitores, no alto da capa da edição nº 778: “online”, “displays” e “site”. Houve uma indevida quebra de parágrafo na penúltima coluna da Nota do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind, na página 5. No Painel Adufrj (página 7), erro de acentuação no nome da muralista chilena: o correto é “Verónica”, não “Verônica” (como publicado). Plantão Jurídico Prefeito universitário descartou ligação entre o trânsito ruim e a obra do “speed table” vias da ilha, em contrapartida como no trecho entre a Facul- de 30 Km/hora”, explicou o prepela abertura da Ponte do Sa- dade de Letras e o Centro de feito. “As obras nesses locais esTecnologia, em frente ao prédio tão sendo feitas pelo consórcio ber, no turno da manhã. Ao todo, serão instalados da reitoria ou no trajeto entre a do BRT, mas estamos cientes de 13 “speed tables”, na Cidade Prefeitura Universitária e o Hos- alguns problemas, como altura Universitária, até o fim do ano. pital Universitário Clementino da plataforma fora dos padrões. “Escolhemos os pontos mais Fraga Filho. Locais em que a Estamos fiscalizando e cobrancríticos de travessia no campus, velocidade máxima não passará do reformulação”, completou. SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972 O último plantão da assessoria jurídica da Adufrj-SSind, em 2012, ocorre no próximo dia 19 de dezembro. O retorno, em 2013, está marcado para 9 de janeiro. Os sindicalizados interessados devem entrar em contato com a secretaria (22302389 ou 3884-0701) para marcação de um horário, no período da tarde. Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368 Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Mauro Iasi 1º Vice-Presidente: Luis Eduardo Acosta 2ª Vice-Presidente: Maria de Fátima Siliansky 1º Secretário: Salatiel Menezes dos Santos 2ª Secretária: Luciana Boiteux 1º Tesoureiro: José Henrique Sanglard 2ª Tesoureira: Maria Coelho CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Colégio de Aplicação Letícia Carvalho da Silva; Renata Lucia Baptista Flores; Simone de Alencastre Rodrigues; suplentes: Maria Cristina Miranda da Silva; Mariana de Souza Guimarães; Rosanne Evangelista Dias; Escola de Belas Artes Beany Guimarães Monteiro; Patricia March de Souza; suplentes: Cláudia Maria Silva de Oliveira; Rogéria Moreira de Ipanema; Escola de Comunicação Eduardo Granja Coutinho; Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Marilurde Donato; Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Escola de Serviço Social Rogério Lustosa; Janete Luzia Leite; suplente: Marcos Paulo O. Botelho; FACC Vitor Iorio; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Cláudio Rezende Ribeiro; Eunice Bomfim Rocha; suplentes: Luiz Felipe da Cunha e Silva; Sylvia Meimaridou Rola; Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Rosa Maria Corrêa das Neves; Roberto Leher; suplente: Vânia Cardoso da Motta; Faculdade de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira; Faculdade de Medicina Romildo Vieira do Bomfim; IESC Regina Helena Simões Barbosa; EEFD Alexandre Palma de Oliveira; Luís Aureliano Imbiriba Silva COPPE Vera Maria Martins Salim Instituto de Economia Maria Mello de Malta; Alexis Saludjian; Instituto de Física José Antônio Martins Simões Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cláudia Ribeiro Pfeiffer; suplente: Cecília Campello do Amaral Mello; Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiária Camille Perissé Tiragem 4.000 E-mails: [email protected] e [email protected] Redação: [email protected] Diretoria: [email protected] Conselho de Representantes: [email protected] Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br www.carreiradocente.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria. 10 de dezembro de 2012 www.adufrj.org.br 3 nOSSO FUTURO EM JOGO Sem discussão, plenário da Câmara vota PL das carreiras Projeto de lei que trará prejuízos aos professores universitários agora segue para votação no Senado Fotos: Andes-SN Deputados submetem-se ao “rolo compressor” do governo E m ritmo acelerado, o plenário da Câmara aprovou, no início da noite de 5 de dezembro, o Projeto de Lei nº 4.368/12, que consolida a desestruturação da carreira docente. O PL agora será votado pelo Senado. O governo apresentou pedido de regime de urgência aos projetos que tratavam de carreiras do serviço público federal. A justificativa é que precisavam ser apreciados pelos senadores ainda este ano, pois alguns possuem vigência a partir de janeiro de 2013. “Atendendo ao rolo compressor armado pelo governo, as lideranças partidárias deram condições para a aprovação de um pacote de nove projetos, dentre eles o PL 4.368/12”, avalia Marinalva Oliveira, presidenta do Andes-SN. Votação relâmpago também na CTASP, pela manhã Naquela mesma manhã do dia 5, a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) aprovou o projeto de lei 4.368/12, que foi amplamente rejeitado pelos docentes. Antes da votação, a presidenta do Andes-SN, Marinalva Oliveira reuniu-se com o presidente da CTASP, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) e com o relator do PL, deputado Alex Canziani (PTB-PR), para mais uma vez expor os motivos pelos quais o Sindicato se opõe ao projeto encaminhado pelo governo ao Congresso.“Na audiência pública realizada nesta comissão, o Andes-SN apresentou quais das 76 emendas caminhavam no sentido de corrigir os graves ataques à autonomia universitária e à estrutura da carreira docente contidos no PL. No entanto, o relator optou por rejeitar tais emendas e apresentou parecer que caminha no sentido das intenções do governo de consolidar a desestruturação de nossa carreira e a desconstituição de direitos”, alertou Marinalva. Votação do PL na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, na manhã do dia 5, também foi a toque de caixa Segundo Marinalva, o deputado Canziani declarou não ter como contemplar as emendas defendidas pelo Andes-SN, uma vez que o governo já havia declarado que pediria urgência na tramitação do processo. Já o presidente da CTASP disse que estava selado o acordo com as lideranças da Câmara para aprovação dos projetos que envolvam as carreiras do serviço público e que, o caso o PL 4368/12 não seja aprovado, o governo editará medida provisória.“Só após 60 dias de greve o governo admitiu uma reunião de negociação com os professores, logo não há justificativa para o pedido de urgência por parte do governo neste momento. Se eles tinham pressa, ela deveria ter existido também no momento da negociação”, declarou a presidenta do Sindicato Nacional. Marinalva ressaltou que os parlamentares estavam tentando se eximir de responsabilidade sobre o que seria votado. “Disse a eles que estavam deixando de cumprir o papel de representantes do povo e contribuindo para a precarização da nossa carreira e da Educação Pública”, observou. O relator do PL na CTASP declarou não ter como contemplar as emendas do Andes-SN, em função do pedido de urgência feito pelo governo O relator do PL reconheceu que seu parecer não contemplava toas as emendas apresentadas e nem os interesses de todas as entidades representativas da categoria docente. Todos os parlamentares presentes à sessão votaram de acordo com o voto do relator em processo que durou poucos segundos. Na avaliação da presidenta do Andes-SN, tanto a maneira com que se deu a aprovação do PL na CTASP quanto o anunciado acordo para sua votação na Câmara (que se confirmaria horas mais tarde) reforçam a análise de que o governo quer se ver livre do tema e sem novos debates públicos, devido à incidência que a forte greve dos professores, fruto de intensa mobilização da categoria, teve na conjuntura. (Fonte: AndesSN. Edição: Adufrj-SSind) Representantes do Andes-SN estiveram na sessão da CTASP 4 www.adufrj.org.br 10 de dezembro de 2012 Privatização da Saúde Fotos: Sintufejuf Teve até fila para votar. O plebiscito da UFJF, restrito à comunidade que atua no hospital, atraiu massiva participação estudantil: mais de 500 foram às urnas Plebiscito diz não à Ebserh Na Universidade Federal de Juiz de Fora, consulta a todos os segmentos rejeita Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, projeto do governo para gestão dos HUs Aproximadamente 750 pessoas rechaçam empresa Confira o resultado do plebiscito por segmento Docentes: Q uase mil pessoas participaram da consulta pública realizada dia 3, no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF) sobre eventual contratação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para gestão da unidade. O “não” venceu com 80,5% dos votos válidos. De acordo com a assessoria de comunicação da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (ApesjfSSind), a Ebserh foi rejeitada em todas as urnas. O resultado foi homologado pelo conselho diretor do hospital no dia 4. Segundo a Apesjf-SSind, a expectativa da comunidade universitária é que a decisão seja referendada pelo Conselho Universitário da instituição (Consu). Participaram da consulta Sim: 27 Não: 36 Perdeu feio. Derrota da Ebserh ocorreu em todas as urnas professores com atividades no HU, alunos regularmente matriculados no estágio obrigatório com carga horária na unidade, residentes e técnico-administrativos lotados no hospital. A votação foi precedida de debates e mobilizações promovidas pelo Comitê em Defesa do HU/UFJF composto pela seção sindical dos docentes e demais entidades que representam os segmentos da universidade. A frente tem por objetivo preservar a maior rede de hospitais públicos de alta complexidade do país por meio de financiamento público adequado para continuar cumprindo sua missão social. (Fonte: Apesjf-SSind. Edição: Adufrj-SSind) Técnico-administrativos: Sim: 29 Não: 296 Branco: 1 Nulos: 3 Alunos: Sim: 127 Não: 424 Nulos: 3 Total: Sim: 183 Não: 756 Branco: 1 Nulos: 6 No Piauí, já existe um pré-contrato Na Universidade Federal do Piauí, onde o processo de contratação entre o HU local e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares está mais avançado, o contrato de adesão encontrase “nos ajustes finos”, segundo a assessoria de comunicação da Ebserh. Existe um pré-contrato, de 14 de agosto, onde se lê que: “Fica reiterado entre as partes o compromisso de assinatura do contrato de gestão no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a conclusão do Diagnóstico do Hospital Universitário pela Promitente Contratada (nota da redação: a própria Ebserh), conforme Termo de Adesão já firmado”. De acordo com a empresa, o contrato definitivo está sendo finalizado pela procuradoria da universidade. A UFPI é considerada um caso excepcional, uma vez que seu HU recém-inaugurado não chegou a entrar em funcionamento, sem pessoal próprio concursado. Na UniRio, aumenta a pressão sobre HU Mas comunidade acadêmica reage em defesa do hospital Ainda no dia 3, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi tema de discussão do Conselho Universitário da Federal do Estado do Rio (UniRio). O diretor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, Antonio Iglesias, utilizou como argumento para defender a solução privatista o fato de mais de 40% dos seus recursos humanos serem extraquadros. Segundo informou, em áreas como a Fonoaudiologia não há um servidor de carreira. “A empresa permite a convivência dos regimes de trabalho (CLT e RJU). Se não optarmos por ela, teremos muitas dificuldades pela frente”, afirmou. Convidada pela Asunirio (Associação dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Lucieni Pereira, presidenta da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Conta do Brasil, destacou que gestão passa por financiamento e que os HUs não podem ser coagidos a aceitar a Ebserh. O reitor da UniRio Luiz Jutuca, por sua vez, enfatizou que se encerra no último dia do ano o prazo determinado pelo Tribunal de Contas da União para apresentar um plano de substituição dos terceirizados. Mas o argumento foi rebatido pelo professor de Direito da UniRio e procurador regional da República, Celso Albuquerque. Ele ressaltou que uma decisão do TRF da 5ª Região prorrogou o período para dezembro de 2013. “Existe ainda a notícia de que a Universidade Federal de Alago- as conseguiu reverter essa situação. E, claro, o próprio TCU pode ser sensibilizado”, disse. O procurador comprometeu-se a marcar uma reunião entre a reitoria e o Ministério Público Federal sobre o tema. O reitor, por fim, se comprometeu a realizar, ainda antes de 14 de dezembro, uma nova sessão do Conselho sobre o tema. (Fonte: AsuniRio. Edição: Adufrj-SSind) 10 de dezembro de 2012 www.adufrj.org.br 5 ex-canecão Professores opinam sobre futuro da ex-casa de shows Destino do imóvel faz parte da discussão da política cultural da UFRJ, ainda a ser votada pelo Consuni N o último dia 29, durante plenária final do seminário “Você Faz Cultura 2012” (organizado pelo Fórum de Ciência e Cul- tura), foi aprovado um conjunto de diretrizes para uma política da UFRJ, no setor. Entre as medidas, ganharam destaque as emendas dos mo- vimentos docente e estudantil para salvaguardar o caráter 100% público do espaço do ex-Canecão. O resultado da reunião será remetido ao Con- Amma: pública e gratuita Luiz Felipe Cunha selho Diretor do Fórum de Ciência e Cultura e, depois, ao Conselho Universitário, para uma análise definitiva. Para continuar esse debate, Divulgação Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo “ Penso que ela deve destinar-se à apresentação pública e gratuita da produção artística e cultural das unidades da UFRJ que têm a música e a cultura como objeto O “ s objetivos contidos no documento lançado pelo Fórum de Ciência e Cultura em setembro, com a proposta preliminar para o exCanecão, agora Arena Minerva de Música e Arte (Amma), me parecem elogiáveis: “abrir as portas para todas as formas e manifestações artísticas e culturais, sobretudo aquelas não validadas nos circuitos comerciais”. No entanto, os meios de sustentação e a política de gestão não parecem ser compatíveis com os objetivos. O documento aponta que a Amma “não deverá onerar o atual orçamento da UFRJ”. E, para assegurar sua programação, deverão ser considerados: “recursos orçamentários novos e recursos próprios (...), receita proveniente de eventos e espetáculos; apoios institucionais; apoios, obtidos no âmbito de políticas e programas governamentais de incentivo à arte e cultura, inclusive de empresas privadas (...)”. especialmente no que diz respeito à antiga casa de shows, o Jornal da Adufrj ouviu depoimentos de alguns professores, reproduzidos nesta página. Uma das imagens de projeto (para os acessos do ex-Canecão) das alunas Bárbara Bravo, Bárbara Mingozzi, Julia Oddone e Gabriela Mesquita, coordenadas por Luiz Felipe Cunha A questão da gestão, parece definida de maneira ainda menos clara, pois “a Arena exigirá uma cooperação envolvendo, além da UFRJ, um conjunto de entidades públicas” (...). E “demandará uma formatação institucional que assegure a gestão profissional” que “deverá contemplar formas democráticas de deliberação e controle (...), integrando a representação do corpo social da UFRJ (...)”. Minha visão para a Amma é bastante distinta desta. Penso que ela deve destinar-se à apresentação pública e gratuita da produção artística e cultural das unidades da UFRJ que têm a música e a cultura como objeto. Deve ser gerida pelos estudantes e professores destas unida- des e financiada pelo orçamento da União. Além disso, não vejo contradição na cobrança de ingressos a preços populares, em dias específicos de maior procura, para as atividades capazes de atrair público pagante. Desta maneira, a Arena Minerva serviria melhor à UFRJ, que não tem que ter pudores em ser a sua dona e em utilizá-la para melhor cumprir sua missão perante a sociedade. Nota da redação: O depoimento do professor Luiz Felipe Cunha foi dado ao Jornal da Adufrj antes da plenária final do seminário “Você faz Cultura 2012” que alterou o item de financiamento para o espaço. Por que ou para que o Canecão é nosso? Andrea Penteado Professora da Faculdade de Educação O debate acerca da retomada do Canecão pela UFRJ tem se intensificado. Para que queremos o Canecão, afinal? Parece que já está estabelecido o consenso de que seu uso se destinará, como tem sido ao longo de anos, à realização e divulgação da cultura e, em especial, da cultura artística. Se o uso é similar, ou do mesmo campo/área, àquele que já lhe é característico, ao pensarmos porque se defende sua restituição à Universidade, não podemos deixar de retornar ao debate sobre o público e o privado. Neste sentido creio que a política cultural para o Canecão possa usufruir da autonomia que um instituto federal goza quanto à escolha, por exemplo, dos produtos que veicula, uma vez que não visa ao lucro comercial (já que seu investimento estará previsto no orçamento da União), permitindo-se uma curadoria vinculada aos setores de pesquisa da Universidade que possa valorizar pro- jetos artísticos experimentais e inovadores. Como sou ligada ao setor da Educação e, em especial, à área das artes visuais, compartilho também o desejo da Faculdade de Educação de que essa política cultural priorize uma pedagogia das artes que fomente experiência estética aos estudantes de todos os níveis do ensino, à sociedade carioca e brasileira, em geral; tomando o espaço como genuíno à Extensão Universitária através de interlocuções possíveis com outros espaços sociais, tais como as escolas públicas. “ Creio que a política cultural para o Canecão possa usufruir da autonomia que um instituto federal goza quanto à escolha, por exemplo, dos produtos que veicula “ Arquivo/Marco Fernandes 6 www.adufrj.org.br 10 de dezembro de 2012 Diplomas estrangeiros Revalidação em debate Projetos de lei em tramitação na Câmara e no Senado preocupam defensores da pós-graduação nacional Entidades como SBPC e Andifes estão mobilizadas sobre o tema doutorado obtidos em países do Mercosul apenas para atividades de docência e/ou pesquisa. Qualquer outro caso passará pela legislação atual de convalidação numa instituição pública brasileira, segundo o texto. Já o PL 399/2011, apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR), tem como proposta a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB) para dispor sobre a revalidação e reconhecimento automático de cursos de instituições de ensino superior estrangeiras de “reconhecida excelência acadêmica”. O texto, emendado pelo senador Cristovam Buarque (PDT/DF), estabelece que o Poder Executivo, por meio do Ministério da Educação, divulgará, anualmente, a lista desses cursos e instituições. Atualmente, o PL encontra-se na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. O senador apresentou parecer favorável ao projeto e a emendas que estendam o direito da revalidação automática para aqueles que já tenham obtido o título antes da publicação da lei em instituições constantes da lista a ser editada pelo Poder Executivo. A senadora Ana Amélia Lemos (PPS/RS) pediu vistas ao PL e adiou por 10 dias a votação na comissão. O tema deve voltar ao plenário nesta semana. No último dia 6, foram adicionados ao processo a manifestação dos participantes do Encontro Acadêmico Internacional Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade (evento promovido pela Capes) e o ofício nº 92/2012, dos desembargadores Antonio Rulli Junior e Marco Villas Boas, do Colégio Permanente de Diretores de Escolas Estaduais da Magistratura. Silvana Sá [email protected] R ejeitar dois PLs que defendem a revalidação automática de títulos de graduação e pós em instituições estrangeira. Foi com esse objetivo que, no último dia 4 de dezembro, setores representativos da pesquisa e da ciência brasileiras (Academia Brasileira de Ciências, Academia Nacional de Medicina, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior e o Fórum de Pró-Reitores de PósGraduação e Pesquisa) enviaram uma carta aberta a deputados federais e senadores. As entidades, em defesa da ciência e da pesquisa brasileiras, entendem que o PL 1981/2011, que tramita na Câmara, e o PL 399/2011, do Senado, colocam em risco as políticas científicas e educacionais em nível de pósgraduação. De acordo com a carta assinada pelas entidades, a pós brasileira atingiu a “excelência e o reconhecimento internacionais”. E isto só foi possível “com o árduo trabalho de consolidação de critérios de qualidade aceitos e utilizados nos países grandes produtores de ciência no mundo”. O Projeto de Lei 1.981/2011, de autoria do deputado federal Gonzaga Batista (PSB/PE), aguarda parecer na Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara. O texto prevê a revalidação automática de diplomas de graduação, mestrado e Para lembrar Em fevereiro de 2011, o Jornal da Adufrj veiculou extensa matéria sobre a revalidação automática de diplomas obtidos em países do Mercosul. Intitulada “Mestre em 60 dias”, a reportagem mostrava algumas empresas que trabalhavam com a “facilitação” de matrículas e suporte para mestrado e doutorado no Paraguai. Tais cursos tinham aulas presenciais nos períodos de férias de janeiro e julho e, após três períodos de pouco mais de 20 dias, já era possível a obtenção do título de mestre. O texto pode ser lido na nossa página eletrônica, por meio do link: http://migre.me/cgHCI. Contato com o Senado Os contrários ao projeto solicitam o envio de mensagens por e-mail à senadora Ana Amélia: ana.amelia@senadora. gov.br. O texto sugerido é o mesmo da carta aberta encaminhada aos parlamentares e pode ser encontrado no nosso site por meio do link: http://migre.me/ cgKqO. Senador defende projeto O senador Cristovam Buarque atendeu, por telefone, a reportagem do Jornal da Adufrj. O parlamentar acredita que o projeto ajudará jovens que investiram tempo e dinheiro em formação no exterior, mas não conseguem a revalidação de seus diplomas nas universidades públicas: “Há uma tendência de as instituições não aprovarem esse diploma para proteger a pósgraduação brasileira e, por isso, esses processos são engavetados”, disse. Buarque reforçou que é preciso fazer uma seleção criteriosa entre as universidades “de qualidade similar às públicas brasileiras”: “É claro que é preciso fazer a separação entre aqueles que estudaram em universidades conceituadas e aqueles que o fizeram em instituições de qualidade duvidosa. Com essa emenda, creio que amenizaremos possíveis problemas e ajudaremos muita gente”. Questionado sobre a possibilidade de o ministério avaliar mal uma universidade estrangeira, o senador afirmou que o risco existe também em relação às instituições nacionais: “Sendo estrangeira ou brasileira, o ministério pode se equivocar, mas não pode ser esse o pensamento. O que temos que levar em conta é que não podemos abandonar dezenas de milhares de jovens que se esforçaram para estudar em condições nem sempre favoráveis e que hoje têm dificuldade em exercerem seus ofícios. Ao mesmo tempo, creio que devemos reforçar nossa preocupação com a avaliação interna”, pontuou. 10 de dezembro de 2012 www.adufrj.org.br Painel Adufrj Futebol 80% dos jogadores brasileiros ganham menos de dois salários mínimos. 15% 5% estão desempregados. que sobram fazem parte da elite nos grandes clubes. Funil DA REDAÇÃO Internet Concertos Virtuais A Escola de Música da UFRJ lança mão das novas mídias para multiplicar a audiência de sua programação de concertos. Nesta quinta-feira 13 será lançado um site especial cujo conteúdo serão gravações da agenda musical da EM. Trará, ainda, as edições dos “Concertos da UFRJ”, programa semanal que vai ao ar pela Rádio Roquete Pinto, e arquivos em áudio de CDs e LPs produzidos pela instituição. O programa piloto escolhido para o lançamento do site é a gravação do concerto apresentado pela Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob a regência de Felipe Prazeres. A frase “Chega de meios de comunicação sabotando governos democráticos” Divulgação Apenas uma, em cada 3 mil crianças que sonham com uma oportunidade do futebol, conseguem chegar a um clube. Rafael Correa, presidente do Equador, ao receber o prêmio “Presidente Latino-americano pela Comunicação Popular” das mãos de Cristina Kirchner, na Casa Rosada. Justiça às avessas Mais de 300 professores de ensino superior assinam um abaixo-assinado em solidariedade ao professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Vicente Neves da Silva Ribeiro. O docente, que é também dirigente sindical, está respondendo a Processo Administrativo Disciplinar e a ação junto ao Ministério Público Federal por questionar a criação, pelo reitor, de um novo campus sem consulta às instâncias colegiadas da instituição. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Consulta Popular, o Levante Popular da Juventude e o Sindipetro/ RJ realizaram o seminário “A formação do povo brasileiro e a Revolução brasileira”. Vida de Professor Fim dos monopólios A lei que combate a concentração da mídia nas mãos de um grupo de empresários proposta pela presidente Cristina Kirchner e instituída pelo Congresso argentino será debatida às 19h desta segunda-feira 10 no Sindicato dos Jornalistas do Rio. Legítimos Os 173 deputados federais cassados durante a ditadura civil-militar de 1964, no Brasil, tiveram seus mandatos simbolicamente “devolvidos”, na quinta-feira, dia 6. A cerimônia contou com a presença de figuras como Plínio de Arruda Sampaio. Muitos dos homenageados não se encontram mais vivos. Alguns estão nas listas de desaparecidos. Renato Araújo/Agência Câmara Revolução Brasileira 7 Participam Maria Seoane, diretora da Rádio Nacional de Argentina, e Damián Loreti, do Centro de Estudios Legales y Sociales. O professor André Queiroz, da UFF, e Gustavo Gindre, da Intervozes, também participarão da mesa. A lei argentina causa pavor na Globo e companhia. Mas o governo brasileiro tem medo de mexer com os barões do setor e apanha calado. O sindicato fica na R. Evaristo da Veiga, 16/17º andar. No Centro, próximo à Cinelândia. Diego Novaes 8 www.adufrj.org.br 10 de dezembro de 2012 Memória, verdade e justiça Fernando Santa Cruz: um clamor por justiça Nome integra lista de aproximadamente 140 desaparecidos políticos F ernando era uma figura alegre, distraída. Gostava de jogar futebol na areia das praias. Torcia fanaticamente pelo seu Santa Cruz, em Pernambuco. Queria transformar o Brasil e o mundo. Era. Gostava. Torcia. Queria. Esse personagem, querido por todos, no relato de sua irmã, Maria Auxiliadora Santa Cruz, a Dora, professora do Instituto de Nutrição da UFRJ, foi subtraído do convívio dos familiares e amigos em fevereiro de 1974. Militante da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), um dos muitos movimentos que combatiam a ditadura, o rapaz, então com 26 anos, trabalhava em São Paulo na Companhia de Águas e Energia. Naquele carnaval, veio ao Rio de Janeiro para rever parentes, mas também para retomar contatos com alguns militantes da APML. Como todos que enfrentavam o horror do regime, observou a disciplina: no dia 23 daquele mês, avisou que iria se encontrar com Eduardo Collier, outro companheiro da organização, e retornaria até 18h. Se não voltasse no prazo, teria sido preso. Fernando e Eduardo não foram mais vistos. Nunca as autoridades oficiais deram uma explicação sobre os sumiços. Hoje, ambos fazem parte da lista de aproximadamente 140 nomes dos desaparecidos políticos do Brasil. Fernando deixou esposa e filho (Felipe Santa Cruz, hoje presidente eleito da OAB-RJ). Combativo desde os tempos do colégio Maria Auxiliadora lembra com doçura do irmão: “Todo mundo gostava dele”. E dá um exemplo do jeito solidário de Fernando. Uma vez, surpreendido com o estado precário da calça que o filho usava, seu pai, um médico sanitarista conhecido em Pernambuco, comprou outro jeans: três dias depois, viu o Fernando reaparecer com a roupa antiga e indagou sobre o recente presente: “Entreguei para um colega clandestino que estava precisando mais...”. Antes do desaparecimento no Rio, Fernando Santa Cruz já possuía um histórico combativo: foi preso, ainda secundarista, numa passeata contra os Acordos MEC-USAID, nos anos 1960, que buscavam remodelar o ensino no país. Na ocasião, os alunos queimaram uma bandeira norte-americana em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco. Já muito perseguido pelas autoridades Fotos: Kelvin Melo do estado natal, Fernando decide se mudar para o Rio no início da década de 70. Em seguida, inicia o curso de Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde começa a militar no movimento estudantil. Hoje, como homenagem ao colega desaparecido, o Diretório Central dos Estudantes daquela instituição leva seu nome. A luta da mãe Imediatamente após o sumiço sem explicações de Fernando, toda a família Santa Cruz (e, em especial, sua mãe, dona Elzita) entrou na luta para saber o paradeiro dele. A matriarca entrava em quartéis, questionava cara a cara militares de altas patentes. Enviou cartas para diversos órgãos do país e do exterior. Uma das mais famosas foi dirigida a Armando Falcão, Professora da UFRJ relata a história do irmão, que sumiu durante a repressão da ditadura militar ministro da Justiça durante o regime. Falcão respondeu que Fernando era um clandestino procurado. Dona Elzita contraargumentou que seu filho não iria deixar família e amigos desesperados, calando o ministro. A mobilização da idosa senhora (completou 99 anos em outubro último) chegou a ser agraciada com uma indicação ao prêmio Nobel da Paz, em 2007. Dona Elzita participou do relançamento do livro Onde está meu filho?, em 22 de novembro deste ano, em Recife, resultado dessa busca obstinada. A primeira versão, pela editora Paz e Terra, foi lançada em 1985. Era um dos primeiros livros sobre desaparecidos políticos no país. A pedido dos amigos, Dora agora vive a expectativa de fazer o lançamento no Rio de Janeiro. Fernando Santa Cruz, presente! Admitida em 1998 na UFRJ, Maria Auxiliadora sempre faz questão de se identificar como irmã de Fernando Santa Cruz por onde passa, como nas intervenções das grandes assembleias da greve deste ano. Procedimento que repete a cada nova turma para a qual vai lecionar: “Não posso deixar de contar isso, como testemunha viva da História”, argumenta. Maria Auxiliadora: “Queremos que eles (torturadores) sejam julgados e paguem por seus crimes” Uma terrível explicação No início deste ano, outro livro sobre o período, Memórias de uma Guerra Suja, baseado no relato de um ex-delegado chamado Cláudio Guerra, revelou que Fernando teve seu corpo esquartejado em Petrópolis, na Casa da Morte. Seus restos mortais foram levados para serem incinerados em uma usina de açúcar, em Campos, no norte do Rio. O caso foi encaminhado à Comissão da Verdade e ao atual Ministério da Justiça, aos quais caberão as devidas investigações e apurações. Família defende punição dos torturadores Maria Auxiliadora, assim como sua mãe, é uma das partidárias de punição para os criminosos da ditadura. “Claro que não somos favoráveis à tortura ou pena de morte. Mas queremos que eles paguem por seus crimes, na forma de alguma lei”, explica. A professora não entende o atraso brasileiro nessa questão, pois já teve a oportunidade de visitar Argentina e Chile, entre outros países, que também passaram por violentas ditaduras e conheceu centros de tortura que foram transformados em museus, justamente para manter bem viva a memória do horror em seus habitantes.
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