BIOFÁBRICAS PARA PRODUÇÃO DE MU
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BIOFÁBRICAS PARA PRODUÇÃO DE MU
Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 BIOFÁBRICAS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS POR MICROPROPAGAÇÃO: ESTRATÉGIA PARA O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DE CANA-DE-AÇÚCAR NO RIO DE JANEIRO Marco Antonio Lopes Cruz1 Adilson Donizetti Correa da Silva2 Carlos Frederico de Menezes Veiga3 Vanildo Silveira4 Resumo Historicamente istoricamente importante, a Região Norte Fluminense responde por mais de 90% da produção de cana-de-açúcar (Saccharum Saccharum spp L.) do Estado do Rio de Janeiro, sendo o município de Campos dos Goytacazes responsável por mais de 50% dessa produção. Todavia, Toda a baixa produtividade (55,6 t/ha) é um fator limitante para o crescimento do setor, tal condição poderia ser revertida com a inserção de biotecnologias pertinentes que possam aumentar a oferta e qualidade genética de mudas clonais para as agroindústrias. Um levantamento levantamento feito junto aos produtores mostrou que a produção de mudas é uma forte preocupação preocupação entre eles. Estudos mostram que mudas micropropagadas podem aumentar a produtividade e a longevidade dos canaviais em até 30%, uma vez que possibilita melhor padrão fitossanitário, controle das condições ambientais do processo, produção o ano todo e otimização mização da área utilizada quando comparada com o método convencional. Entretanto, a pouca oferta deste material na região limita sua aplicação, mostrando a necessidade de ampliação deste sistema de produção de mudas. A produção em larga escala é feita em instalações i denominadas biofábricas, as mudas micropropagadas de cana-de-açúcar cana açúcar produzidas neste sistema podem aumentar a competitividade do produtor, iniciando uma recuperação do setor canavieiro na Região. Isto implicaria em aumento na renda do produtor rural, rural, principalmente nas pequenas e médias propriedades. Além disso, a aplicação dessa biotecnologia permitiria obter o aumento na produção, pelo oferecimento em larga escala de uma gama de variedades adaptadas e pela alta qualidade genética e fisiológicas das mudas oferecidas, sem a necessidade de avançar sobre áreas de preservação ambiental. de-açúcar, açúcar, biotecnologia, micropropagação e Norte Fluminense Palavras-chave: mudas, cana-de __________________________________________________________________ 1 Dourtor em Biociências e Biotecnologia, Gerente de Bioprodução FENORTE/TECNORTE – Campos dos Goytacazes, RJ [email protected] 2 Especialista Cultura de Tecidos e Biotecnologia, Gerente de Produção CanaVialis S.A. – São Paulo 3 Dourtor em Produção Vegetal, Pesquisador UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Campus Dr. Leonel Miranda - Campos dos Goytacazes – RJ Doutor em Biotecnologia, Pesquisador UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - Campos dos Goytacazes – RJ Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 BIOFACTORIES FOR PRODUCING DUCING MICROPROPAGATED MICROPROPAGATED SEEDLLING: STRATEGY STRATE TO INCREASE SUGARCANE PRODUCTIVITY P IN THE RIO IO DE JANEIRO Abstract North Fluminense region produces over 90% of the of sugarcane (Saccharum spp L.) cropped in the Rio de Janeiro State, with Campos dos Goytacazes town being responsible for over 50% of these production. However the low productivity (55.6 t/ha) is a limiting factor for the growth of the sugarcane sector. Biotechnology tools could be a new insight to raise the plant material offer for the agroindustries. Recent studies with the farmers showed that the seedling production its a major limitation to improve sugarcane commodity. Advances in micropropagated seedlings production tion can raise the productivity and longevity of sugarcane fields by 30%, since its enable better disease control standardization, control of environmental conditions, production all the year round and the use of a smaller area when compared with the conventional conventional method. However, the limited production of micropropagated seedlings, showing the need for increase this seedling system production. The somatic seedling production in large scale are performed in biofactories, the sugarcane seedling produced by this this system can help the farmers to increase their competitivity, and recover the activity in the Region. egion. The increase in productivity could implicate in raising the farmer income, specially the small and medium properties. The use of this biotechnology can increase productivity without using environmental preserved areas. Key words: seedling, sugarcane, biotechnology, micropropagation and North Fluminense Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 1 – INTRODUÇÃO O Brasil possui uma posição de destaque mundial no setor canavieiro sendo o maior produtor e exportador de açúcar e álcool biocombustível veicular, oriundo de cana. No prognóstico para a safra de 2008, é estimada uma a área cultivada com cana-de-açúcar cana açúcar (Saccharum spp L.) superior a 6,6 milhões de hectares, com previsão de colheita acima de 528 milhões de toneladas, representando um aumento de 7,4% em relação à safra anterior (IBGE, 2008). O Estado do Rio de Janeiro possui forte vocação agrícola com significativa produção de diferentes lavouras temporárias (Tabela 01). Mesmo a área de lavouras temporárias correspondendo a 17,7% da área total utilizada pelo agronegócio, mais de 50% dos estabelecimentos ligados ao agronegócio do Estado são estabelecimentos com lavouras temporárias temporárias (IBGE, 2008). Essa produção possui uma grande importância social, não só por questões de segurança alimentar, permitindo a regulação do abastecimento interno, como diminuindo a dependência externa de produtos agrícolas. Também pela geração de empregoss (diretos e indiretos) e renda, já que uma parcela significativa da população do Estado depende da agricultura para a sua subsistência (IBGE, 2008). Analisando o valor da produção das principais lavouras temporárias, percebemos que este segmento do agronegócio gócio do Estado está prioritariamente voltado para a produção de alimentos (Tabela 01). Destacamos a produção de cana--de-açúcar açúcar que é responsável por 42,6% do valor total da produção das lavouras temporárias do Estado no ano de 2006. Tabela 1- Área colhida da e valor da produção (x1000 R$), dos principais produtos das lavouras temporárias do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2006 (IBGE 2008). Lavouras temporárias Abacaxi Arroz Batata-doce Batata-inglesa Cana-de-açúcar Feijão Mandioca Melancia Melão Milho Tomate Total Área colhida (ha) 3.133 2.684 1.107 80 151.816 6.390 10.167 214 25 10.891 2.829 Valor (x1 000 R$) 46.662 3.853 6.385 371 191.264 7.926 48.483 428 247 9.462 133.502 448.583 Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 A distribuição dos estabelecimentos envolvidos com a produção de lavouras temporárias (cana-de-açúcar, açúcar, tomate, mandioca e abacaxi) no ano de 2006, apresenta significativo valor comercial para o Estado, onde a região Norte Fluminense é responsável por mais de 90% de duas delas (cana-de-açúcar açúcar e abacaxi), que juntas somaram um valor de produção de cerca de 238 milhões de reais. Este valor corresponde a mais de 50% de todo o valor de produção de todas as demais lavouras produzidas no Estado em 2006 (IBGE 2008), 2008), que atingiu 448,5 milhões de reais (Tabela 1). Historicamente, o setor canavieiro merece destaque na economia agrícola do Estado do Rio de Janeiro, tradicionalmente representado pela Região Norte Fluminense, onde o município de Campos dos Goytacazes é o maior produtor (Tabela 2). 1.1 - A agroindústria açucareira da Região Norte do Rio de Janeiro. A agroindústria açucareira é um segmento importante para o agronegócio do Estado do Rio de Janeiro, responsável pela geração de empregos e renda. Um exemplo disso é o número de fornecedores de cana-de-açúcar, açúcar, que somam mais de 10.000. Esse número é composto principalmente de pequenos e médios produtores (Veiga et al., 2006). Embora possua um grande número de pequenos fornecedores, a produção de cana de açúcar é bastante concentrada. Quando analisamos a produção total de cana-de-açúcar cana açúcar do Estado, constatamos que a região Norte Fluminense é responsável por mais de 90% da produção do Estado e o município de Campos responde por mais de 50% desta produção (Tabela 2). 2) Tabela 2 – Produção de cana-de--açúcar açúcar no Estado do Rio de Janeiro, nas suas mesorregiões e nos principais municípios produtores da região Norte Fluminense no ano de 2006 (IBGE, 2008). Percentagem Estado do Rio de Janeiro, suas mesorregiões e municípios da Região Norte Fluminense Rio de Janeiro (Total) Noroeste Fluminense Centro Fluminense Baixadas Sul Fluminense Metropolitana Norte Fluminense (Total) Campos dos Goytacazes Cardoso Moreira Produção (t) 6.835.315 209.220 111.846 154.627 66.616 49.876 6.243.130 3.815.145 176.670 Em relação ao Estado do Rio de Janeiro 100 % 3,06 1,63 2,26 0,97 0,74 91,34% Em relação à região Norte Fluminense 100 % 61,11 2,83 Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 São Fidélis São Francisco de Itabapoana São João da Barra Carapebus Macaé Quissamã 82.845 1.014.435 175.545 252.000 26.000 700.000 1,33 16,24 2,82 4,03 0,41 11,21 Estudos realizados na região mostram que uma tentativa para reversão do atual quadro passaria por aprimoramento tecnológico, buscando igualar o Norte Fluminense às principais regiões produtoras de cana-de-açúcar açúcar da Federação (Azevedo, 2002; Veiga et al., 2006). 2006). Essa retomada do crescimento deverá ter como um dos pontos principais uma melhor inserção de novas tecnologias que proporcione um substancial crescimento da produtividade na região, o que provocará um forte impacto na produção de cana-de--açúcar do Estado. Um dos principais limitantes para o crescimento substancial do setor canavieiro no Estado do Rio de Janeiro está na baixa produtividade média (55,6 t/ha) quando comparada com importantes Estados produtores (CONAB, 2008) (Tabela 3). Tabela 3 – Produtividade utividade física da cana-de-açúcar cana açúcar de acordo com a idade do corte (CONAB, 2008) Estados e Regiões Cana de 1º corte São Paulo Paraná Minas Gerais Mato G. do Sul Goiás Mato Grosso Rio de Janeiro Espirito Santo Centro Sul Alagoas Pernambuco Paraíba Rio G. do Norte Bahia Maranhão 101,1 98,6 106,6 104,2 101,0 90,7 72,2 80,2 105,1 84,0 81,9 76,3 69,0 99,9 82,9 Produtividade (t/ha) de todos os cortes Cana Cana Cana Cana Cana de de de de de 3º 5º 2º corte 4º corte 6º corte corte corte 95,4 92,7 88,5 91,4 88,7 82,3 56,9 70,0 92,8 76,3 69,7 62,2 62,1 87,1 75,0 83,2 82,9 78,3 81,5 77,6 66,5 53,9 63,1 81,6 68,5 64,3 54,7 56,7 72,8 61,2 74,4 76,0 71,4 72,7 72,9 61,8 46,1 55,8 73,2 62,2 56,9 51,3 50,0 63,8 58,3 69,9 70,5 66,9 59,9 65,7 53,9 49,7 52,0 67,9 60,2 53,8 47,0 47,1 58,9 58,3 70,7 73,9 63,7 59,8 65,8 54,4 47,6 49,5 68,4 58,4 48,5 43,4 44,8 57,6 54,4 Produtivida de média geral (t/ha) 86,2 85,1 83,2 84,3 81,4 71,1 55,6 63,1 84,3 68,7 64,1 58,6 57,1 76,0 68,5 Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 Piauí Sergipe Ceará Amazonas Tocantins Norte-Nordeste Brasil 86,1 80,8 86,5 70,0 82,3 101,7 60,0 67,2 75,4 68,0 71,5 89,6 55,0 55,6 66,8 65,0 64,1 78,8 50,0 47,8 58,0 65,0 58,1 71,0 49,0 42,3 53,9 60,0 55,4 65,9 45,0 25,5 42,5 74,0 60,0 53,9 65,9 61,6 60,8 69,6 74,0 67,6 65,8 81,4 Este tem sido apontado como um dos principais motivos para a perda de espaço do setor no cenário nacional, que apesar de toda essa importância estratégica (social e econômica) da cultura da cana-de-açúcar, observa-se se na região, uma redução drástica no número número de unidades de indústrias sucroalcooleiras. Passando de 24 unidades em 1970 para 15 unidades em funcionamento no ano de 2005 (Veiga et al., 2006). Mesmo assim, os parques industriais do setor sucroalcooleiro em funcionamento trabalham abaixo de sua capacidade capacidade máxima de produção. Se por um lado ocorre uma ociosidade do setor, por outro esta situação permitiria uma rápida retomada do aumento da produção dependendo da oferta de matéria-prima matéria e mercado consumidor. Atualmente, o uso de técnicas consideradas rotineiras e básicas como calagem, adubação e controle biológico são muito pouco usadas entre os pequenos produtores de cana-de-açúcar, cana que constituem a maioria dos produtores da região. Em um levantamento sobre a as necessidades de capacitação de mão-de-obra obra para o setor em diferentes aspectos da produção de cana-de-açúcar cana tais como, produção de mudas, adubação, tratos culturais, uso de herbicidas, colheita e administração de agronegócio. Verificou-se se que a produção de mudas é uma das principais preocupações preocupaç dos produtores (Veiga et al., 2006).. A qualidade das mudas pode influenciar na percentagem de sobrevivência, na velocidade de crescimento e na produção final. Além disso, por terem maior potencial de crescimento exercem um melhor controle da vegetaçãoo invasora, reduzindo os custos com tratos culturais. A utilização de mudas sadias de cana-de-açúcar açúcar pode aumentar a produtividade da cultura de 10 a 30% e a longevidade dos canaviais em 30% (Lee et al., 2007). Instituições de pesquisa da região vêm colaborando colaborando para a inserção de variedades mais produtivas de cana-de-açúcar. açúcar. Entretanto, existem dificuldades de oferta deste material no que diz respeito à quantidade e preços. Praticamente, apenas grandes produtores utilizam variedades melhoradas geneticamentee e com padrão fitossanitário adequado (Veiga et al., 2006). Um exemplo dessa situação é a variedade RB72454 que possui ampla distribuição (Tabela 4). Essa variedade Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 possui potencial de alto rendimento por hectare, contudo, na região ela apresenta fraco desempenho de e um dos motivos apontados é a utilização de material de propagação de baixa qualidade fitossanitária (Machado et al., 2007). Tabela 4- Principais variedades cultivadas, em percentual de área, por unidades industriais e produtores no Estado do Rioo de Janeiro. Variedade Unidades industriais RB72454 30,9 SP791011 14,6 9,7 SP801842 RB758540 4,6 4,0 RB765418 1,5 RB739735 OUTRAS 13,8 Modificado de (Veiga et al., 2006). Produtores 49,8 5,5 8,7 8,4 3,7 3,3 13,0 Atualmente a renovação do canavial na região esbarra neste problema, pois somente no Município de Campos dos Goytacazes, no ano de 2006, com uma área cultivada de aproximadamente 164.000 ha (IBGE 2008), considerando uma renovação anual de 15% do canavial, deveriam ser renovados cerca de 25.000 ha. Plantando em média 15.000 mudas/ha, numa área de viveiro primário de 2.500 ha existe então uma demanda de aproximadamente 37.500.000 mudas/ano. Esta demanda mostra a necessidade urgente de ampliar o sistema de produção pro de mudas, de melhor qualidade e em quantidade suficiente para suprir o setor canavieiro da região, principalmente aos pequenos agricultores que possuem pouca ou nenhuma capacidade de investimento. 2- PRODUÇÃO DE MUDAS MICROPROPAGADAS MI DE CANA-DE-AÇÚ AÇÚCAR 2.1 – Micropropagação de cana-de-açúcar cana A utilização de cultivares de cana-de-açucar cana açucar adaptados à Região Norte Fluminense associado com o emprego de técnicas biotecnológicas, como a cultura de tecidos vegetais, podem contribuir para o aumento da competitividade competitividade do setor canavieiro do Estado do Rio de Janeiro no âmbito nacional. O uso da biotecnologia vegetal através de protocolos eficientes para a regeneração in vitro são fundamentais para a utilização de biotecnologias avançadas como a transformação genética. Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 Técnicas écnicas biotecnológicas de transformação genética e cultura de tecidos, e sua integração com programas de melhoramento têm sido fundamentais para a introdução de de características desejáveis em muitos cultivares comerciais de cana-de-açúcar cana açúcar em muitos países (Arencibia et al., al 1998). A tolerância ao ataque de viroses, insetos e fungos, a resistência a herbicidas, a melhora na qualidade das fibras e o uso de plantas como bioreatores são as principais características agronômicas manipuladas na transformação genética de cana-de-açúcar cana (Arencibia et al.,, 1998; Lakshmanan et al., 2005). Sendo assim, a implantação de novas tecnologias que possibilite um aumento da produtividade e competitividade dos produtores causam impacto positivo no setor. Dentre essas novas tecnologias aplicadas encontra-se encontra se a bioprodução de mudas utilizando cultura de tecidos, mais precisamente a micropropagação. Essa tecnologia tem sido utilizada utilizada com sucesso para aumentar a produtividade em vários países da Sudeste Asiático (Jalaja ( et al., 2008). Cultura de tecidos vegetais é definida como um conjunto conjunto de técnicas para manipulação de tecidos, realizadas em condições de alta assepsia e com rigoroso controle nutricional, de luminosidade e temperatura (Torres et al., 1998; George 2008). Essas técnicas constituem um dos mais avançados campos da biotecnologia vegetal e o campo onde é mais facilmente percebida a sua contribuição talvez seja a agricultura icultura de alto rendimento, onde pesquisas com culturas de grande valor comercial como cana-de--açúcar açúcar (Arencibia et al., 2008; Garcia et al., 2007), banana (Matsumoto, 2006) podem permitir uma melhor e maior oferta de produtos no mercado. Micropropagação (ou propagação vegetativa in vitro), ), que constitui uma das principais aplicações da cultura de tecidos vegetais, permite a multiplicação de plantas oriundas de cultura de meristemas livres de doenças (Lee & Bacchi, 1984). 1984). Também possibilita o controle das condições ambientais durante o processo de propagação, garantindo o desenvolvimento apropriado e eventuais ajustes. Outra vantagem é a possibilidade de produção em larga escala de mudas sadias em curto espaço de tempo, utilizando uma área relativamente pequena pequena quando comparada com o sistema convencional. A micropropagação de cana-de-açúcar cana açúcar é bem documentada na literatura científica e essa quantidade de informação possibilita hoje a sua clonagem comercial em biofábricas. Diferentes protocolos de micropropagação gação de cana-de-açúcar cana açúcar mostram a viabilidade desta técnica em meio semi-sólido sólido (Garcia et al, 2007)., líquido estacionário e por imersão temporal (Lorenzo et al., 2001; Arencibia et al., 2008). Entretanto, uma das características mais relevantes que possibilita possi a utilização da micropropagação da cana-de-açúcar cana açúcar para fins comerciais, é a sua taxa de Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 multiplicação. Essa taxa pode variar significativamente em função de diferentes fatores como a variedade da cana-de-açúcar açúcar (Garcia et al., 2007; Franklin et al., 2006; Ali et al., 2008), fotoperíodo em diferentes etapas do cultivo in vitro (Garcia et al, 2007), tecido de origem do explante inicial (Franklin et al, 2006; Ali et al, 2008), entre outros. 2.2- Biofábrica para produção de mudas de cana-de-açúcar cana Através do melhoramento genético, se têm conseguido grandes avanços na identificação de variedades de cana-de-açúcar açúcar com características agroindustriais superiores. Porém, à medida que novas variedades passam a ter expansão em escala comercial, a pressão de d infecção de microorganismos patogênicos aumenta, levando muitas vezes a depreciação das mesmas. A cultura de meristema em cana-de-açúcar açúcar visava no seu início, na década de 90 do século passado, principalmente a limpeza de variedades que naquela época estavam estavam em franco declínio em função de severos ataques de patógenos, alguns já tradicionais, outros recém introduzidos. Dentro de uma visão mais atual de procura de alta qualidade de matéria prima entregue para a industrialização, além da necessidade de ganhos os crescentes de produtividade de maneira a sobreviver aos contínuos choques na economia, a demanda técnica vem de encontro aos fundamentos do processo de cultura de tecidos: 1) oferta ampla de material atualizado em relação às características agroindustriais agroindustriai requeridas pelo setor, adiantando-se se na expansão de variedades potencialmente promissoras; 2) possibilidade de formação de um banco genético de mudas garantidamente sadias, e geneticamente idênticas. Sendo assim, a exploração comercial de propagação vegetativa vege in vitro ou micropropagação, através de biofábricas, apresenta muitas vantagens, como: multiplicação rápida e uniforme de plantas elite, produção de mudas livres de doenças (fungos, vírus e bactérias, por exemplo), programação e agendamento da produção produção durante todo o ano. Isto estabelece uma melhoria no padrão e rendimento da produção, implicando em uma maior competitividade do setor produtivo, no caso o sucroalcoleiro, gerando aumento de renda e postos de trabalho no campo e nas cidades. Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 Biofábrica é um laboratório que utiliza biotecnologia, principalmente técnicas de cultura de tecidos, para a produção de mudas sadias em escala industrial (Lee et al., 2007). Existem E muitas vantagens na utilização de biofábricas para produção de mudas em larga escala: escal pode-se produzir grande quantidade de mudas com alta qualidade fitossanitária e homogeneidade o ano todo, possibilita disseminar rapidamente novas variedades com melhores características agronômicas e econômicas e também permite a pronta substituição de variedades suscetíveis a uma doença repentinamente epidêmica. Basicamente o processo de biofabricação de plântulas de cana-de-açúcar cana para fins comerciais pode ser divido cinco fases distintas: FASE 0: PRELIMINAR (Preparo da fonte de explante) Para a obtenção de explantes, devem-se devem se utilizar plantas com boa procedência, tratadas termicamente e indexadas para as principais doenças da região. Também é fundamental a utilização de plantas com boas condições fisiológicas, com bom estado nutricional, hídrico hídrico e que estejam em ativo crescimento para obtenção de melhores explantes (Torres et al., 1998). Essa fase se caracteriza pela preparação de materiais para a extração de explante oriundos de um jardim clonal mantido em casa de vegetação, e foi introduzida introduzida para resolver principalmente os problemas de contaminação na fase posterior. É comum observar a grande diferença na contaminação entre explante obtidos no campo e de ambientes controlados, especialmente em relação a fungos. Quanto mais limpa a origem dos explantes, mais fácil será esterilizá-los. esterilizá Assim, os explantes receberão menos choques e conseqüentemente, suas chances de sobrevivência na fase seguinte serão maiores. Vários métodos podem ser utilizados para conseguir explantes de cana-de-açúcar cana mais limpos. Pode-se se citar o cultivo da planta matriz em condições controladas, se possível sempre numa câmara incubadora, ou não a tendo disponível, em casa de vegetação. O tratamento tratamento da planta matriz com fungicida, bactericida ou antibiótico por alguns meses antes da extração de explante é outro procedimento que pode ser aplicado para reduzir os índices de contaminação. A planta matriz deve permanecer num ambiente mais quente e com umidade relativa de ar baixa e não se deve irrigar a planta por cima. Além de reduzir a contaminação, a fase preliminar também pode ser utilizada para melhorar outras qualidades das plantas. Explantes tratados com luz vermelha pode produzir mais brotoss do que a não tratada e brotos de cana de açúcar germinados numa câmara incubadora em ausência de luz, pode produzir meristemas apicais com índice de sobrevivência maior do que Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 aquelas que germinaram na presença de luz. A câmara incubadora que controla a temperatura pode ser usada também na termoterapia da planta matriz em altas temperaturas, que pode ajudar no rendimento da próxima fase ou no controle de bactérias latentes que poderiam manifestar-se manifestar posteriormente. Também o tratamento com fitorreguladores (especialmente citocininas) da planta matriz ou dos explantes (antes da inoculação no meio) podem melhorar o rendimento na fase seguinte. FASE 1: INICIAÇAO DA CULTURA (Cultura de meristema) O objetivo da fase 1 é iniciar uma cultura axênica com explantes expl vivos. Para a micropropagação, os meristemas ou gemas (apicais ou laterais) são utilizados para inicio da cultura. Outras partes da planta (exp. folhas, flores, raízes, etc.) também podem ser utilizadas, mas as chances de ocorrer variações somaclonais somaclonais são significativamente maiores. No caso de cana-decana açúcar, o meristema apical medindo aproximadamente 2 mm é extraído e inoculado em meio Murashige & Skoog (1962) com vitaminas, fitorreguladores e açucares (Tabela 5). O tamanho dos explantes utilizados inicialmente nicialmente também e muito importante. Explantes muito pequenos não se desenvolvem ou requerem um meio mais complexo para tal. Para a obtenção dos meristemas é necessário que o procedimento seja efetuado em ambiente estéril. Dessa forma, a retirada do meristema, meristema, depois de passado por um processo de desinfecção em soluções de hipoclorito de sódio (20%) e álcool (70%), se dá em capela de fluxo laminar, utilizando-se se de um estereoscópio, já que as dimensões dos mesmos são extremamente reduzidas. Dentro dos tubos contendo meio apropriado, os meristemas permanecem entre 30 a 35 dias (Lee et al, 2007; Jalaja et al., 2008), ), sendo que nesta etapa, o maior entrave para seu estabelecimento é sua oxidação, daí a necessidade de muita rapidez na remoção do explante e transferência para o tubo de ensaio. TABELA 5- Ingredientes utilizados no meio de cultura para micropropagação de cana-de-açúcar cana através da cultura de meristema (Murashige & Skoog, 1962). Macronutrientes (mg/l) NH4 NO3 KNO3 CaCl2.2H2O MgSO4.7H2O KH2PO4 Na2EDTA FeSO4.7H2O MS I 1.650 1.900 440 370 170 37 27,80 MS II 1.650 1.900 440 370 170 37 27,80 MS III 825 950 220 185 85 18,65 13,90 Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 Micronutrientes (mg/l) H3BO3 6,20 6,20 6,20 MnSO4.4H2O 22,30 22,30 22,30 ZnSO4.7H2O 8,60 8,60 8,60 KI 0,83 0,83 0,83 NaMoO4.2H2O 0,25 0,25 0,25 CuSO4.5H2O 0,025 0,025 0,025 CoCl2.6H2O 0,025 0,025 0,025 H3BO3 6,20 6,20 6,20 Vitaminas, Hormônios e Carboidratos Tiamina 1 1 Inosital 100 100 Cinetina 0,10 0,10 BAP-(6 benzalaminopurine) 0,20 0,20 IBA-(ácido indolbutirico) 0,20 Sacarose 20.000 20.000 40.000 5,80 4,00 4,00 pH Legenda: MS I - Desenvolvimento meristema; MS II - Desenvolvimento de plântulas MSIII - Enraizamento de plântulas A oxidação e a necrose são os principais problemas que podem ocorrer nesta fase, sendo o explante um pedaço de tecido seccionado da planta matriz e colocado numa condição totalmente estranha a ele, tão logo ele é retirado da planta matriz, a parte seccionada começa a oxidar. Para evitarr esse problema, a pessoa que extrai este explante precisa operar rapidamente e procurar danificar o tecido o mínimo possível. O explante pode receber um banho com antioxidantes (ex. acido ascórbico, acido cítrico, cisteína. PVP etc.) antes de ser inoculado inoculado no meio ou então o próprio meio pode conter o antioxidante para minimizar este problema. Outros métodos comumente utilizados para diminuir a oxidação são: (1) iniciar a cultura na ausência de luz por uma ou duas semanas (2) iniciar a cultura em uma temperatura temperatura um pouco mais baixa que a normal (3) utilizar meio líquido e efetuar trocas constantes e (4) adicionar carvão vegetal ativado ao meio de cultura. Quando o meristema começa a se desenvolver pode ocorrer necrose. Normalmente isso ocorre devido à falta de algum componente no meio de cultivo. Após esta etapa as plântulas de meristema desenvolvidas devem ser transferidas para frascos comerciais com meio de cultura para multiplicação para obtenção do perfilhamento das mesmas. FASE 2: MULTIPLICAÇÃO Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 Em intervalos de 12 a 15 dias, retiramos a plântula, que já ocupa um grande espaço dentro do frasco. Em seguida, dividimos a touceira em porções menores, distribuindo em diferentes frascos. Lembrando sempre que todo o procedimento deve ser efetuado em condições cond assépticas (em capela de fluxo laminar). Considerando uma taxa média de 1:10 nas diferentes variedades e mantendo-se se a contaminação em baixos níveis (de 1%), partindo de um único meristema, é possível chegar até 10.000 plântulas no final de 4 subcultivos. subcult A fase de multiplicação é aquela na qual o numero de plantas é aumentado. As plantas inicialmente formadas são repicadas em 4 ou 5 subcultivos usando o meio que contém citocinina, um regulador de crescimento vegetal. O tempo em que essa cultura é mantida man e o número de repicagens que ela sofre são fatores que também influenciam a incidência de possíveis variações somaclonais. A citocinina, especialmente o BAP (6-benzilaminopurina), (6 benzilaminopurina), em alta concentração, aumenta este risco. Meio de cultura líquido, alta concentração de citocinina e trocas gasosas deficientes dentro do frasco poderão causar vitrificação e formação de massa verde, o que seguramente aumentarão os índices de ocorrência de tais variações. Após15 dias, esta etapa deve ser repetida até que se obtenha obtenha a quantidade de plântulas desejada. Quando a quantidade de material é suficiente para atender a demanda de plantio, as plântulas deverão ser transferidas para frascos com o meio de enraizamento (Lee et al., 2007) de forma a estimular o desenvolvimento desenvolvimen do sistema radicular iniciando a Fase 3. FASE 3: ENRAIZAMNETO Esta etapa se inicia com a touceira oriunda da fase anterior sem dividi-la dividi em perfilhos individuais, o que além de economizar mão de obra, aumenta em muitos casos, a sobrevivência dos brotos in vitro permanecendo por 15 a 20 dias até que haja o desenvolvimento total ou parcial das raízes (Lee & Bacchio 1984; Lee et al.,2007). Esta fase é normalmente feita em um meio menos concentrado em sais (ex. 1/2 MS) e sem vitaminas ou fitorreguladores. Nos casos em que os brotos estejam com dificuldade de enraizamento, um fitorregulador tipo auxina como ANA (ácido 1-Naphthalenoacético) 1 Naphthalenoacético) ou AIB (ácido indil-3-butirico) butirico) podem ser utilizados para induzi-lo. induzi lo. Aumento na concentração de açúcar (ex. 50% a mais) e a adição de carvão ativado também podem ajudar. O uso de meio liquido nesta fase facilita o trabalho da na fase seguinte, bem como na limpeza limpeza das vidrarias. O enraizamento também pode ser feito ex vitro junto a fase 4 (transplante para casa de vegetação e aclimatação). As condições físicas da casa de vegetação são, muitas vezes, bem melhores para enraizamento dos Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 brotos do que as condições físicas da sala de cultura. Dois fatores são decisivos para o sucesso desta operação: 1) uma casa de vegetação com controle de temperatura e de umidade do ar; 2) um substrato mais viável para facilitar o enraizamento. Para os produtores com casa de vegetação vegetaç simples, a fase 3 torna-se se um processo imprescindível. Desde a entrada de gemas dos clones/variedades até a saída das plântulas enraizadas para a casa de vegetação se passaram 5 a 6 meses. FASE 4: ACLIMATIZAÇÃO (Aclimatização e plantio no campo) Posteriormente a etapa de enraizamento deve-se deve se seguir com a fase de aclimatização das plântulas em estufa. Nesta fase as plântulas são então retiradas doas frascos e lavadas para retirada de excesso de meio de cultura. Em seguida as plântulas são colocadas em uma estufa com um microaspersor. Esta etapa pode levar de 30 a 40 dias para se completar. Ao final deste período as plântulas bem desenvolvidas, enraizadas e aclimatizadas, estão adequadas para o plantio no campo (Lee et al., 2007). A etapa em casa de vegetação se inicia com o plantio em bandejas com substrato que pode variar desde uma mistura de fibra e pó de coco, previamente decomposto, ou mesmo substratos a base de terra vegetal, ou torta de filtro oriunda da fabricação do açúcar. Na estufa permanecem permanec até a formação do sistema radicular, e a formação de um “plug” bastante firme que suporte o transporte para o campo. As plântulas recém saídas do laboratório requerem umidade relativa (UR) bastante alta, intensidade de luz relativamente baixa e temperatura temperatura média, condições estas que devem ser constantes. Estas condições são semelhantes aquelas dos frascos da sala de cultura. Assim que as plântulas sobrevivem ao estresse do transplante, elas passam a necessitar de condições mais naturais como UR normal, luz uz intensa e tem uma resistência a temperaturas variadas. Por esta razão, é melhor separar a casa de vegetação, em duas partes. Um ' berçário' onde as plântulas ficarão até que as raízes comecem a surgir por debaixo da bandeja (de 7 a 10 dias), mantemos uma um alta umidade relativa do ar de maneira a diminuir as perdas de água por evapotranspiração. É bom lembrar que as plântulas se encontravam em condição heterotrófica (in ( vitro)) e agora na estufa está em uma condição totalmente autotrófica. Já na segunda fase, e, se dá em uma área mais rústica e natural. Nessa etapa de aclimatização o enfoque de umidade visa principalmente o substrato, daí que a umidade relativa, ser mantida em torno de 65 %, não sendo necessária a preocupação com o controle de temperatura. As plantas lantas ficarão mais rústicas durante o período em que permanecerem na segunda Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 parte da casa de vegetação e poderão sobreviver bem melhor quando transplantadas para o campo. A fase de estufa leva 35 a 45 dias, dependendo das condições de temperatura e luz do d ambiente externo, sendo que antes de levá-las levá a campo, promove-se se uma adubação foliar e poda de folhas. Para as biofabricas de flores ou plantas em vasos, é possível que uma casa de vegetação mais controlada seja necessária. Terminada a etapa de aclimatização aclimatização das plântulas segue a etapa de plantio no campo. Para esta etapa o ideal é que as plântulas apresentam uma altura média de 25 a 30 cm. Um procedimento recomendado antes do transporte para área de plantio definitivo é a poda das mudas antes da retiradaa da bandeja de acondicionamento. Isto permite a melhor penetração de luz na região basal, estimulando o desenvolvimento e crescimento de novos perfilhos. O plantio no campo pode ser mecanizado (realizado por transplantador mecânico) ou manual. Um importante importan medida é o fato que as plântulas devem ser irrigadas de maneira abundante imediatamente após o plantio (Lee et al., 2007). 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS A metodologia de cultura de tecidos utilizada para a produção de plântulas de cana-decana açúcar em escala industrial, já foi descrita a mais de duas décadas por Lee et al., 1984 e vários autores têm contribuído para o aperfeiçoamento da técnica (Hoy et al., 2003; Khan et al., 2006; Khan et al., 2008). Muitas modificações foram feitas nesta metodologia com o intuito in de simplificar a sua aplicação e assim facilitar a sua difusão entre os produtores de cana-de-açúcar cana açúcar A busca de novas alternativas econômicas sustentáveis para a região Norte Fluminense é o caminho para promover um desenvolvimento menos dependente dos recursos provenientes do petróleo. Investir na capacitação dos pequenos e médios agricultores em novas tecnologias agrícolas é resgatar a vocação natural da Região. O segmento canavieiro tem merecido destaque internacional, como alternativa para produção produção de biocombustíveis renováveis, sendo o Brasil o maior responsável pelo desenvolvimento tecnológico do setor. O processo de recuperação do setor agroindustrial de cana-de-açúcar cana açúcar do Norte Fluminense possibilitaria um aumento de renda do produtor rural, principalmente pequenos e médios produtores. Nesse contexto a utilização de mudas micropropagadas oriundas de biofábricas, pode contribuir para o aumento da produtividade do do setor canavieiro da Região Norte Fluminense, aumentando a participação do Estado do d Rio de Janeiro neste mercado. Além disso, esse aumento Ano 2 - N º 05 / Fev - 2009 na produtividade através da oferta de mudas de alta qualidade poderia ser obtido sem a necessidade de ampliação das fronteiras agrícolas sobre as áreas de preservação ambiental. 5- REFERÊNCIAS I, A., NAZ, S., SIDDIQUI, F.A. & IQBAL, J. Rapid clonal multiplication of sugarcane (Saccharum ALI, officinarum) through callogênesis and organogênesis. Pak. J. Bot. 40(1):123--238, 2008. ARENCIBIA, A.D., BERNAL, A., YANG, L., CORTEGAZA, L., CARMONA, E.R., PEREZ, PERE A., HU, C-J., LI, Y-R., R., ZAYAS, C.M. & SANTANA, I. New role of phenylpropanoid compounds during sugarcane micropropagation in Temporary Immersion Bioreactors (TIBs). Plant Science, doi:10.1016/ j.plantsci.2008. ARENCIBIA, A. D., CARMONA, RMONA, E.R., TÉLLEZ, P., CHAN, M-T., YU, S-M., M., TRUJILLO, L.E. & ORAMAS, P. An efficient protocol for sugarcane (Saccharum ( spp L.) transformation mediated by Agrobacterium tumefaciens. Transg. Res. 1998; 7: 213-222. 213 AZEVEDO, H.J. 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