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edição labiríntica: entre e perca-se. borges + minotauro + arthur bispo + cinema japonês + teoria do caos novembro 2002 nEm tOdoS oS cAmiNhoS LEvam a rOmA mini-enciclopédia de variedades: coisas e idéias bizarras: para puro entretenimento 16 Fanzine editada pela ideias bizarras EDITORA: CHRISTINA CASTILHO - Belo Horizonte - MG e-mail: [email protected] Brasil "eu sentia que o mundo é um labirinto, do qual era impossível fugir, pois todos os caminhos, ainda que fingissem ir ao norte ou ao sul, iam realmente a Roma". Jorge Luis Borges You're not in Kansas anymore, Dorothy... acontece. tem dias que a gente fica profundamente sério. é até estranho pra mim, que vivo em cima do telhado, experimentar profundidade na altura. acontece. sentir que vive num labirinto, cheio de caminhos falsos e paredes sem portas, costuma assustar. meu labirinto já fez aniversário. me perdi num certo dia de maio de 2001... e nunca mais me achei. a sensação é estranha: estar perdida num lugar tão familiar. mais desorientada que adão no dia das mães – mas à vontade, em casa. meu labirinto fica em cima de um telhado. é um lugar onde as ruas não têm nome e as escadas te deixam sempre no mesmo andar. no final das contas, é legal. preliminares de profundis Christina Castilho editora, bizarra, sentindo-se de repente profundamente ‘púnqui’. Fotomanipulação: Shelley Eichholz arthur bispo do rosário A obra de Arthur Bispo do Rosário nasceu entre as paredes do sistema psiquiátrico, na colônia Juliano Moreira no Rio de Janeiro, onde esteve internado por mais de meio século. Do artista, sabe-se que nasceu em 1909, a 14 de maio, em Japaratuba (Sergipe). Foi marinheiro, faxineiro, segurança etc. Na noite de 22 de dezembro de 1938, Bispo viu Jesus Cristo descer à terra escoltado por uma corte de sete anjos azuis. Delirando, passou dois dias pelas ruas do Rio até se apresentar no mosteiro de São Bento como escolhido para fazer um inventário do mundo para apresentar a Deus. Preso, foi encaminhado para o hospital Nacional dos Alienados. Diagnóstico: esquizofrenia paranóide. Em janeiro de 1939 foi transferido para a Colônia Juliano Moreira. Morreu em 5 de julho de 1989, aos 77 anos. "De que cor você vê minha aura?" Assim Bispo recebia as pessoas à porta de sua cela. Este era o código que ele usava para reconhecer aqueles que compartilhavam a magia de seu mundo. "Cada louco é guiado por um cadáver. O louco só fica bom quando se livra desse morto". Para livrar-se desse cadáver, que é a loucura, só havia para Bispo dois caminhos: a morte ou a criação. Optou por esta última, e de modo intenso: "Eu preciso destas palavras. Escritas". Os doentes mentais são como Beija-flores. Nunca pousam. Estão sempre a dois metros do solo. (A.B.R.) quem tem pena do minotauro? O mito é mais ou menos assim: Poseidon, deus do mar, envia a Minos, rei de Creta, um touro branco que deve ser sacrificado em sua honra. Deslumbrado com a beleza do animal, o monarca guarda-o para si, entregando ao deus outro animal menos belo. Em represália, Poseidon faz com que a esposa de Minos, Pasifae, seja tomada por um desejo incontrolável pelo touro branco. Completamente apaixonada, Pasifae pede ao arquiteto Dédalo para construir uma vaca de madeira onde ela poderá entrar e se unir ao touro. Dessa paixão nasce o Mi- notauro, animal com corpo de homem e cabeça de touro que se alimenta de carne humana. Como o Minotauro representa a vergonha de Minos, por ser fruto do adultério da mulher, é enclausurado num labirinto (também construído por Dédalo a pedido do rei), onde é alimentado com corpos humanos de jovens vindos de Atenas. Teseu, filho do rei de Atenas, resolve matar o Minotauro para livrar sua cidade da maldição imposta pelo rei de Creta. O resto da história todo o mundo sabe: Ariadne, a filha idiota do rei, apaixona-se por Teseu e dá um novelo de lã para ele desenrolar à A palavra labirinto deriva de «labrys», que na língua minóica, tanto quanto é possivel reconstruí-la, tinha a acepção de «duplo machado». Com as suas duas lâminas simétricas, o «labrys» é um símbolo sacrifical ambíguo. A sua dualidade é à imagem daquela que se oferece como uma opção a cada bifurcação do labirinto, que tanto pode ser um caminho para a liberdade como para a clausura. medida que penetra no labirinto. Assim, Teseu chega até o Minotauro, mata-o e pode encontrar o caminho de volta para fora, seguindo o fio desenrolado. [Claro que depois da vitória, Teseu "se esquece" da promessa que fez a Ariadne de desposá-la e a abandona para sempre.] RESPOSTAS: REI DE COPAS RESPONDE: Begin at the beginning and go on till you come to the end: then stop. / ALICE RESPONDE AO GATO QUE RI: Yes, you are. I’m mad, you’re mad, we’re all mad here. / ALICE RESPONDE À RAINHA DE COPAS: Don’t answer that, you fool! / ALICE RESPONDE À GATINHA DINAH: Do bats eat cats? / PEIXE PORTEIRO RESPONDE: Are you to get in at all? / ALICE RESPONDE À LAGARTA: Cristina Laterza / ALICE RESPONDE AO CHAPELEIRO LOUCO: I don’t know. / TARTARUGA QUE CHORA RESPONDE: I have got no sorrow. / REI DE COPAS RESPONDE: Start the game again. Are you mad? !? Where shall I begin? !? Who stole the tarts? !? !? !? Do you play crocket? What is your sorrow? !? Why is a raven like a writingdesk? Do cats eat bats? !? How am I to come in? Who are you? !? !? FOLLOW ALICE IN HER JOURNEY IN WONDERLAND AND ANSWER THE QUESTIONS: English through nonsense LESSON 3 por Cristina Laterza alice is lost. what about you? Qualquer mulher que tenha sido desfrutada por cinco homens é pessoa adequada a ser desfrutada. * A leprosa * A lunática * A expulsa da sua casta * A que revela segredos * A que expressa publicamente o desejo de relações sexuais * A muito branca * A muito preta * A que cheira mal * A que é parente próxima * A que é amiga * A que leva vida de ascetismo * A esposa de um conhecido, de um amigo, de um brâmane culto, e do rei. As seguintes mulheres não devem ser desfrutadas: QUE RECORREM OS CITADINOS E DOS AMIGOS E INTERMEDIÁRIOS Trecho do capítulo V do Kama Sutra DAS CATEGORIAS DAS MULHERES A kama sutra Colaboração: Rafaela Lima L LA AB BI IR RI IN NT TI IT TE E O ouvido humano possui dois componentes distintos: a cóclea, em formato de caracol, responsável pela nossa audição e o vestíbulo, responsável pela orientação espacial e pelo equilíbrio do nosso corpo. Juntos, cóclea e vestíbulo, formam o labirinto. O comprometimento de algum desses componentes vai provocar sintomas popularmente conhecidos como labirintite. O mau funcionamento do labirinto pode ser gerado por diversas causas: problemas próprios dos ouvidos, problemas do sistema nervoso central e problemas em outros sistemas que acabam refletindo sobre o labirinto (diabetes, hipertensão, colesterol alto, aterosclerose, problemas na coluna cervical, uso de medicamentos, vícios como o álcool, fumo e café, exposição a barulhos intensos etc.) Os sintomas são variados, mas em geral compreendem tonturas giratórias. A tontura é sentida porque o cérebro recebe informações erradas a respeito da posição no espaço, informações geradas pelo labirinto doente. Essa sensação de tontura pode dar a falsa idéia de que a pessoa está rodando (vertigem), caindo (desequilíbrio), sendo empurrada (desvio de marcha), flutuando (falta de firmeza nos passos) ou ouvindo ruídos (zumbido). A diminuição da audição, náuseas e vômitos são decorrências comuns. A MONUMENTAL TOMB FOR THE BIZARRE BODY project labyrinth Uma coleção de corpos humanos com mutações genéticas preservados por uma instituição médica é a motivação do projeto do artista canadense Ragnar Lagerblad. Ele vem construindo ‘relicários’ para abrigar os espécimes e planeja construir um museu na forma de um labirinto para colocá-los. Para ele, o labirinto parece ser a metáfora arquitetônica perfeita para a experiência existencial, para a qual o corpo é o primeiro requisito. Ele vai reunir vários ‘relicários’, cada um representando um tipo de mutação humana. O labirinto deverá ser feito de tijolos ou pedras e terá formato circular. As paredes serão recobertas com afrescos e arte mural. Os visitantes serão levados através de várias passagens que poderão levar a áreas sem saída onde os relicários funerários estarão. Na entrada do labirinto-museu, Lagerblad pretende colocar um relicário especialmente significativo: Exumaya, como é denominado, foi construído em torno dos restos de um bebê acéfalo, nascido de uma imigrante rural que trabalhava em plantação de laranja na Califórnia. A anormalidade foi causada pela exposição da mãe a pesticidas. A intenção do artista é fazer com que as pessoas reflitam sobre as consequências da interferência irresponsável no meio ambiente e sobre as condições de vida a que os trabalhadores estão expostos. O Natal não é pop. A véspera é pop. Adão e Eva não são pop. A serpente é pop. Orgasmo não é pop. Sexo é pop. Freddy Krueger é pop. Fred Astaire também é pop. A Madonna não é pop. A Monalisa é pop. John Kennedy não é pop. Jackie é pop. O dia que o Homem pisou na Lua pela primeira vez não é pop. O dia que o Homem olhou pra Lua pela primeira vez é pop. 2001 não é pop. 2001; Uma Odisséia No Espaço é pop. Religiões não são pop. Ícones são pop. A Máfia não é pop. Brando é pop. O jeans não é pop. O jeans em James Dean é pop. O canto não é pop. O grito é pop. Artistas nunca são pop. A arte é sempre pop. Ter a arte no pensamento não é pop. Ter a arte no coração também não é pop. Ter a arte é pop. As capelas não são pop. A Capela Sistina é pop. O amanhã não é pop. A manhã é pop. O narcisismo não é pop. Narciso é pop. Ser grande não é pop. Ser ou Não ser é pop. A beleza verdadeira é pop. A beleza de mentira... também é pop. Martin Luther King é pop. Stephen King também é pop. Todas as idéias do mundo não são pop. Um mundo de idéias é pop. As cidades no final da estrada não são pop. A estrada é pop. A mudez não é pop. O silêncio é pop. Tentar ser pop nunca é pop. Drácula é pop. Nosferatu também é pop. Discos de vinil são pop. Discos voadores são pop. João e Maria... pop. João e Ninguém... pop. Capitão Marvel é pop. Morrer pela fé não é pop. Viver por qualquer merda que seja é pop. Homens não são pop. Imagens são pop. Vender o pop não é pop. Comprar o pop também não é pop. Ter ideologias não é pop. Ter idéias é pop. Ouvir rádio não é pop. Ouvir vozes é pop. Se você não é pop, não se entristeça. O pop é como pipoca: um milho tristonho que em um segundo inesperado POP! No sétimo dia, Ele criou o pop. Para divulgar o Seu nome. * Daniel Frazão, um beatbleargneak do Black & White AliceRabbitHoleWorld Baby! você é pop? ABOUT LONDON UNDERGROUND London Underground is a whollyowned subsidiary of London Transport. The company was formed in 1985, but its history dates back to 1863 when the world's first underground railway opened in London. Today, London Underground is a major business with 3 million passenger journeys made a day. The Tube network covers the capital city from East to West, South to North: 275 stations over 408 km (253 miles) of railway. O labirinto tem sido usado como um símbolo sagrado por muitas culturas e tradições religiosas. Exemplos de diferentes labirintos já foram encontrados em lugares distantes como a Escandinávia, Grã-Bretanha, México e Índia. Alguns têm 3.700 anos e sua origem ainda é um mistério. A Idade Média, em particular, mostrou um interesse renovado pelo tema do labirinto e um design mais complexo do que o clássico ‘7-circuit’ tornou-se popular. Trata-se do labirinto ‘11-circuit’ dividido em quatro quadrantes. Foi muito usado nas catedrais góticas. O mais famoso labirinto deste tipo que sobreviveu ao tempo encontra-se na Catedral de Chartres (perto de Paris). O labirinto de Chartres foi construído por volta de 1200 e se encontra aplicado no chão da igreja. Seu centro original foi removido e outras áreas foram restauradas. Catedral de Chartres, França A proposta deste tipo de labirinto é ser percorrido. Eles só possuem um caminho que leva para dentro e para fora. Ao contrário dos labirintos que estamos acostumados, este não foi feito para confundir: não há becos sem saída, nem caminhos errados e não há como se perder nele. Tudo o que se tem a fazer é colocar um pé na frente do outro e, seguramente, alcançar o centro (onde o desenho de uma roseta simboliza a iluminação), dar meia volta e sair de novo. No passado, acreditava-se que percorrer o trajeto deste labirinto equivalia a uma peregrinação (uma jornada na esperança de tornar-se mais próximo de Deus) ou a uma penitência (neste caso, o trajeto era feito de joelhos). Às vezes, o “11-circuit’ servia como um substituto da peregrinação cristã a Jerusalém. Ainda existem labirintos percorríveis hoje em dia. Nos and psychological growth. It is a tool that encourages intros-pection and allows for trans-formation for people of all religious backgrounds". Igreja Presbiteriana da Nova Canaã Estados Unidos, por exemplo, a Igreja Presbiteriana da Nova Canaã abriga o ‘Labyrinth Project of Connecticut’, que oferece uma variedade de experiências em três tipos de labirintos portáteis. De acordo com Helen Curry, fundadora do projeto: "walking the labyrinth can be a profoundly moving experience that offers the opportunity for spiritual um labirinto onde ninguém se perde "O Caos não tem estátua nem figura e não pode ser imaginado; é um espaço que só pode ser conhecido pelas coisas que nele existem e ele contém o universo infinito." Frances A. Yates TEORIA DO CAOS Na Mitologia grega, o Caos era considerado o estado não organizado, ou o nada, de onde todas as coisas surgiam. De acordo com a Teogonia de Hesíodo, o Caos precedeu a origem, não só do mundo, mas também dos deuses. A cosmogonia de Orphic afirma que Chronos (personificação do tempo) deu origem a Ether e a Caos, este formou um enorme ovo de onde nasceu o Paraíso, a Terra e Eros. Com o desenvolvimento da Matemática e das outras ciências, a Teoria do Caos surgiu com o objetivo de compreender e dar resposta às flutuações erráticas e irregulares que se encontram na natureza (resíduos da formação primordial vinda do grande ovo de Caos?). A investigação do Caos teve início nos anos 60, quando se descobriu que sistemas complexos, que podiam descrever possíveis previsões do tempo, podiam ser traduzidos por equações matemáticas simples. Do mesmo modo, sistemas que eram aparentemente simples e modelos deterministas, podiam levar a problemas muito complexos. Através desta ciência, verificou-se que um sistema passa facilmente de um estado de ordem para um estado caótico, podendo surgir, de uma maneira espontânea, dentro do caos, a ordem. Também foi verificado que pequenas diferenças nas condições iniciais de um sistema podem conduzir a diferenças significativas no resultado final, abalando assim o paradigma da física determinista. O Efeito Borboleta ou, mais tecnicamente, "a sensível dependência nas condições iniciais" é a essência do caos. Essa relação foi descoberta por Edward Lorenz em 1961, quando fazia experiências com cálculos meteorológicos. Embora referirmos ao nome borboleta, a única referência que existe nos documentos de Lorenz é a seguinte: “Se a teoria estiver correta, o bater de asas de uma gaivota é suficiente para alterar o curso do tempo para sempre.” A explicação é que pequenas mudanças iniciais levam a grandes modificações nas ações seguintes – devido à natureza não-linear das equações, que oferecem uma fantástica complexidade de ações caóticas. Caos vem do grego khínein, que significa abismo. Omnes viae Romam ducunt (latim) Tutte le strade portano a Roma (italiano) Tous les chemins menent a Rome (francês) Todos los caminos llevan a Roma (espanhol) All roads lead to Rome (inglês) Toate drumurile duc la Roma (romeno) Eis Rhomen pantes hai hodoi (grego clássico) Ole e drome odeyoun es Rome (grego moderno) Alle Wege führen nach Rom (alemão) Alle veier fører til Roma (norueguês) Alla vägar bär till Rom (sueco) Teann na boithre go leir go Roimh (gálico irlandês) Tha a h-uile rathad a dol don Ròimh (gálico escocês) TAn holl hentoù a gas da Roma (bretão) Vce Dorogi vedut v Rim (russo) Vsi dorohy vedut do Rymu (ucraniano) Vsechny cesty vedou do Rima (tcheco) Wszystkie drogi prowadza do Rzymu (polonês) Svi putovi vode u Rim (croata) Svi putevi vode u Rim (sérvio) Site patishta vodat kon Rim (macedônio) Vse poti vodijo v Rim (eslovênio) Visi keliai veda i Roma (lituânio) Të gjithe rruget çojnë në romë (albanês) Polor Djampanere Hrom gue danin (armênio) Minden út Rómába vezet (húngaro) Subete no michi wa Rooma ni tsuujiru (japonês) Modeun Gileun Romaro Tonghanda (coreano) Khoulhain Ourhotho Mawbloan LRoomee (aramaico) Kullul-turuq tou'addi ila Roma (árabe) Tiau tiau da lu tung Lwo-ma (chinês) Todos os caminhos levam a Roma Os dois primeiros séculos após a morte de Augusto constituíram o período mais brilhante da História de Roma. Roma tornou-se o centro de um império que se estendia pela Europa, Ásia e África. A ligação entre Roma e suas províncias era facilitada por uma rede de estradas que percorria todo o império; daí o famoso ditado: "Todos os caminhos levam a Roma". Todos os caminhos levam a Roma O cinema cinema splatter-gore splatter-gore japonês japonês O UMA BREVE INTRODUÇÃO AO CINEMA MAIS RADICAL DO MUNDO O Oriente possui um rico cinema de horror, cultuado por fãs de todo o mundo. Tanto o Japão quanto a China produzem uma boa quantidade de filmes do gênero, sendo que alguns já se tornaram clássicos, como Kwaidan e Mr. Vampire. Mas é no underground japonês que encontramos os filmes mais mórbidos e extremos. A podreira absoluta fica por conta da infame série "Guinea Pig", realizada no início da década de 90. Completamente gore, com as cenas de mutilação mais gráficas da história, foi banida no Japão durante anos, e atualmente só é encontrada em lojas especializadas em filmes cults e raros. Nos EUA a série chegou a ser investigada pelo FBI, após uma denúncia do ator americano Charlie Sheen, que recebeu uma cópia e pensou tratar-se de um "snuff-movie". Tal polêmica só acabou quando o produtor Satoru Ogura apresentou o "The Making of Guinea Pig", onde o artista Nobuaki Koga revela vários dos truques, efeitos e maquiagens da série, que segundo a lenda foi realizada como uma dissertação de mestrado, a fim de comprovar talentos em maquiagens e F/X, filmando cenas ultra-realistas de desmembramentos e outras nojeiras. Ao todo, a série é composta por sete episódios, sendo o primeiro Devil's Experiment, onde uma garota é barbaramente torturada e abusada de diversos modos até morrer, tendo inclusive sua pele queimada e seus olhos perfurados; Android of Notre Dame, de Kazuhito Kuramoto, que conta a his-tória de um cientista maluco que conduz experimentos em cadáveres, na esperança de encontrar a cura para a doença mortal de sua irmã; Flowers of Flesh and Blood, de Hideshi Hino, o mais notório episódio da série, que exibe um longo ritual de mutilações, onde uma garota é drogada, para em seguida ter seus dedos, braços e pernas amputados, sua cabeça decapitada e seus olhos extraídos por uma colher, todos devidamente saboreados pelo assassino; Mermaid Live Inside the Manhole, também de Hideshi Hino, onde um pintor encontra uma sereia ferida num esgoto, leva-a para casa e, sem saber como medicá-la, observa impassível sua piora que a cobre de bolhas e feridas que expelem vermes e pus. Ela assim se torna sua musa, ele não consegue parar de pintá-la, acompanhando toda a sua degradação; Woman Doctor, que é uma coleção de cenas bizarras conduzidas por um médico travesti, que se auto-mutila, explode cabeças e faz experiências em pacientes; o surrealista Lucky Sky Diamond, de Izou Hashimoto, em que uma mulher é submetida a experiências com drogas num hospital psiquiátrico, onde ocorre todo tipo de sadismo e mau-trato às pacientes, com médicos operando e fazendo sexo com as enfermeiras, comendo baratas etc; e, por fim, He Never Dies, sobre um sujeito depressivo porque sua namorada lhe trocou por outro, mas que não consegue se suicidar, tornandose uma espécie de assombração para ela, neste que talvez seja o único momento hilário da série. Além destes sete episódios e do making-of, há também disponível o vídeo "The Slaughter Special", que é uma compilação dos melhores (?) momentos da série. A crueldade e a misoginia destacam cada vez mais o cinema underground japonês no ocidente. Vários títulos estão sendo lançados em formato digital pela Japan Shock Video. * por Heráclito Maia, Carcasse.com salvem as cobaias! Conduzir ratos por um labirinto usando um sistema de estímulo e recompensa é uma prática antiga. Que tal, então, Fonte: Folha on line “Ai de mim!", disse o rato, - “o mundo vai ficando dia a dia mais estreito". “– Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair". “– Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o. Bigode virtual colocar esse sistema na cabeça dos bichos? Foi o que Talwar e seus colegas fizeram. Dois eletrodos foram implantados no cérebro dos animais: um na região que comanda os seus sensíveis bigodes e outro no centro de prazer – a famosa área de recompensa. O time de roedores, então, começou a ser treinado. Num labirinto comum de laboratório, os bigodes eram "tocados" virtualmente de cada lado. Se o rato virava para a esquerda quando seu bigode era estimulado desse lado, uma suave descarga do eletrodo o recompensava no centro de prazer. As ordens elétricas eram transmitidas por um computador portátil a um microprocessador carregado pelo animal no dorso, como uma mochila. Depois de aprender a identificar os sinais nos bigodes para virar e o sinal para ir em frente, os bichinhos foram para espaços abertos e conseguiram subir em árvores, an-dar em superfícies estreitas, atravessar túneis, saltar e até sair correndo por áreas ilumi-nadas. Fábula Curta, Franz Kafka RATOS COMANDADOS POR CONTROLE REMOTO Os ratos de laboratório já fizeram de tudo pela ciência. Ou quase. Desta vez, um pesquisador conseguiu teleguiar os bichos a uma distância de até 500 metros usando um computador portátil, após implantar eletrodos no cérebro deles. Com esse aparato relativamente simples, ele treinou os roedores para andar por labirintos, subir escadas e até correr em espaços iluminados, uma tarefa que os ratinhos não costumam encarar com simpatia. Tudo em tempo real, afirma Sanjiv Talwar, da Universidade do Estado de Nova York. O truque, segundo o pesquisador, não é só uma curiosidade: o princípio poderá ser utilizado para ajudar pessoas que perderam o movimento dos membros ou criar "robôs biológicos", minúsculos e espertos, capazes de entrar em prédios desabados e localizar pessoas feridas. a saída do labirinto: dead end