análise da exportação via courier em operações de pequeno e

Transcrição

análise da exportação via courier em operações de pequeno e
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, ECONOMIA, MERCADO
E NEGÓCIOS
ANÁLISE DA EXPORTAÇÃO VIA COURIER EM OPERAÇÕES DE PEQUENO E
MÉDIO PORTE
Gabriela de Souza de Mattia 11
Izabel Regina de Souza 22
Wagner Blauth 33
Resumo
Este trabalho objetiva demonstrar os principais aspectos do serviço de envio de remessas
através de empresas de courier em relação ao mesmo envio feito por agentes de carga no
modal aéreo. Quanto a metodologia, o trabalho apresenta abordagem quantitativa,com coleta
de dados obtidas através de questionários enviados via email. A população determinou-se em
42 empresas e a amostra obtida foi de 39 empresas. Pode-se perceber com os resultados que
as empresas pesquisadas já conhecem o serviço de courier e muitas delas utilizam ou já
utilizaram este serviço. Observou-se também que a remessas de pequeno e médio porte
através de empresas de courier pode ser considerada mais vantajosa do que contratar um
agente de cargas.
Palavras-chave: Exportação, Courier, Remessas Expressas
Abstract
This article has aimed to demonstrate the key aspects of remittances service through courier
companies over the same post by a freight tagents in air transportation. As for methodology,
the paper presents a quantitative approach to data collection obtained through questionnaires
sent via email. The population was determined in 42 companies and the sample included 39
companies. It can be noticed with there sults that the companies surveyed al ready know the
courier service and many of them use or have used this service. It was also observed that the
remittances of small and medium enterprises through courier can be considered more
advantageous than hiring a freight forwarder.
Keywords: Export, Courier, Express Shipments.
1
Gabriela de Souza de Mattia – Bacharel em Administração com Linha Específica em Comércio Exterior.
Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Email: [email protected]
2
Izabel Regina de Souza – Mestre em Administração e Professora na Universidade do Extremo Sul Catarinense –
UNESC- E-mail: [email protected]
3
Wagner Blauth – Especialista e Professor na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC- E-mail:
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Introdução
Com o aumento das relações entre os paísese a globalização, o comércio
internacional tornou-se instrumento indispensável parao crescimento e consolidação da
economia dos países. Além disso, faz com que os produtos produzidos nos países sejam
melhorados tornando-os competitivos no mercado mundial (SEGRE 2010).
O Brasil participa de forma ativa no comércio internacional e muito de seus
produtos são enviados para todas as partes do mundo. Sendo assim, as empresas que desejam
vender seu produto para o mundo devebuscar a forma mais adequada e econômica de se fazer.
A forma de exportação depende de vários aspectos alguns deles são cultural,
forma de negociação, distâncias geográficas entre outros. Porém, o foco deste trabalho é
buscarquais aspossíveis formas logísticas para realizar envios de remessas de pequeno e
médio porte para qualquer parte do mundo.
No Brasil três modais são fortemente utilizados para realizar o envio de remessas
para o exterior. São eles: marítimo, aéreo e rodoviário. Sendo que segundo o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), atualmente o modal mais utilizado
é o marítimo. Este dado é proveniente de que o modal marítimo é o modal que tem maior
capacidade de volume. E atualmente as empresas na maioria dos casos prioriza a exportação
de container fechado (MDIC, 2012). Entretanto, para outros tipos de produtos o envio em
grande quantidade se faz inviável, e estes frequentemente estão distribuídas entre o modal
marítimo como consolidado e o modal aéreo.
O modal aéreo vem apresentando soluções rápidas para o envio de médias e
pequenas remessas. O motivo que leva as empresas eleger este modal para enviar suas
remessas é que além da rapidez, o modal é mais seguro, e muitas vezes se torna até mais
barato. Dentro deste modal existe outra modalidade que é o envio através de courier ou
remessa expressa. Este serviço visa agilizar ainda mais o modal aéreo pois oferece a seus
clientes tempo de trânsito ainda menores. Isso porque as remessas expressas são liberadas
automaticamente pelas empresas que prestam este serviço através de uma cobrança extra.
Outra característica é que a coleta é feita sempre na porta do remetente e sempre entregue na
porta do destinatário. Desta forma, o presente trabalho tem o objetivo apresentar quais os
aspectosmotivacionaisdos exportadores a optar pelo serviço de courier a fim de realizar o
envio de suas mercadorias para o exterior.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
2. Revisão Teórica
2.1 O Comércio Internacional
As negociações comerciais são realizadas entre os países, e cada país regula as
normas para administrar seus bens com outros países, criando métodos, formas e deliberações
para facilitar as transações. Esta prática é denominada de comércio internacional (MALUF,
2000). Para Segre (2010) a expressão comércio internacional aplica-se ao intercâmbio de bens
e serviços entre nações distintas. Este intercâmbio é resultante das especializações de cada
nação na divisão internacional do trabalho, no comércio internacional o comprador e o
vendedor, devem obedecer as leis internas de seus respectivos países(MALUF 2000).
A diversidade de possibilidades de produção é o que motiva os países a
comercializarem entre si, considerando as vantagens comparativas de produzir com menor
custo, um produto de melhor qualidade. Os países produzem e exportam os seus excedentes e
importam o necessário para atender as necessidades de produção e consumo do país (SEGRE
2010).
O comércio internacional é instrumento importante para promover o crescimento
da economia, aumento da produtividade, da qualidade dos bens produzidos no país, das
políticas de investimentos estrangeiros, das transferências de tecnologias que contemplam a
política de comércio exterior e as competências de coordenação atribuídas ao Ministério de
Relações Exteriores a fim de fomentar a promoção comercial e representação do Governo nas
diversas esferas internacionais (SEGRE, 2010).
Desta forma, cada vez mais as empresas concentram atenção no mercado
internacional, que possibilita a expansão de negócios, ampliando a base de clientes no
mercado externo e, auxilia consequentemente no cumprimento das metas que as empresas
traçam para o seu crescimento(HARTUNG, 2002).
As empresas que decidem atuar no mercado internacional precisam avaliar
cuidadosamente alguns fatores que são fundamentais para o bom desempenho comercial.
Esses itens variam desde o planejamento organizacional, o treinamento dos profissionais que
irão atuar diretamente com o mercado externo, a representação no exterior, a aceitabilidade do
produto, a qualidade, a publicidade e promoção dos produtos, os motivos de compra, os
resultados imediatos, as particularidades dos mercados, as concorrências e os canais de
distribuição (SEGRE 2010).
A atividade do comércio exterior, exige por parte das empresas um planejamento
estratégico periódico, fazendo com que as organizações se atualizem e avaliem o seu
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
planejamento operacional de acordo com as demandas do mercado internacional. O comércio
internacional pode ser considerado como uma vantagem para as empresas que almejam
melhor a competitividade tanto no mercado interno como no mercado externo (BEHRENDS,
2002).
Segundo Ludovico (2008), as empresas brasileiras precisam capacitar-se para o
comércio internacional, independente do momento econômico, buscando em um primeiro
momento seu próprio crescimento, assumindo riscos planejados de acordo com o plano de
negócio da empresa. Neste contexto de comércio internacional, é oportuno também destacar o
quanto o processo da globalização interfere nas negociações internacionais.
Segundo Lopez e Gama (2005), mesmo o país exportando cada vez mais, os
índices ainda são muito modestos, logo que o país vem apresentando taxas anuais de
crescimento no comércio exterior de 8,3% em 1990 para 2004, estando abaixo da média em
relação a outros países exportadores. Em 2006 o superávit foi recorde, tendo as exportações
alcançando valores nunca antes apresentados.
Mesmo assim a participação brasileira no comércio externo é pequena, ocasionada
devido ao bloqueio da economia em relação aos outros países, especialmente pouca
competitividade, causada pela alta carga tributária, aos custos logísticos e as taxas de juros
altíssimas (KEEDI, 2007).De acordo com Ludovico (2008), o Brasil em meados da década de
1950 exportava cerca de US$1,4 bilhões por ano, porém em 2006 as exportações já
alcançavam cerca de US$ 137.500 bilhões por ano. Segundo dados do MDIC só em 2012 o
Brasil exportou mais de 242 bilhões em dólares e importou o valor de pouco mais de 223
bilhões de dólares (MDIC, 2013).
Para Segre (2010) o transporte é o principal fator do sistema logístico. A sua
relevância pode ser medida através de três fatores: custo, faturamento e lucro. Além disto, o
transporte também tem papel na qualidade de serviços pois impacta diretamente no tempo de
entrega da mercadoria, confiabilidade de prazos e segurança dos produtos transportados.
Segre (2010) afirma ainda que o transporte internacional de mercadoria e
remessas pode ser realizado através dos modais; aéreo, marítimo e terrestre ou pela
combinação de dois ou mais modais que denominamos Transporte Multimodal. Para eleger
um modal alguns fatores são de extrema relevância como o seu custo e as características de
serviços(KEEDI, 2008).
As mercadorias são transportadas através de navios onde o canal de ligação entre
os países é o mar e as mercadorias desembarcam em portos (KEEDI 2008). Segundo Keedi
(2006) as principais vantagens observadas neste modal é a grande capacidade de carga. Além
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
do que os navios têm possibilidade de carregar quase todo tipo de mercadorias. Entretanto a
principal desvantagem deste modal é que o transporte é lento, além da falta de estrutura
portuária apresentada por vários países, inclusive no Brasil.
Na utilização do transporte marítimo a parte competente deve contratar o frete, a
empresa que irá transportar a mercadoria. A empresa/pessoa responsável pela venda de
espaços no navio, é denominado de Armador, é ele o dono da embarcação que realiza o
transporte das mercadorias (LUNA 2002).
É o armador quem emite o conhecimento de embarque. Este conhecimento trata
de uma confirmação de que a mercadoria embarcou no navio. O conhecimento de embarque
no modal marítimo é o B/L (Bill ofLading), esegundo Luna (2002) este documento é emitido
pelo transportador, onde todas as informações sobre o produto transportado devem estar
discriminadas, e que tem validade para liberação, apenas quando assinada pelo armador.
As mercadorias são transportadas em caminhões, a as vias de ligação entre um
país e outro são as rodovias. Quem regula a passagem deste veículo nos países são os postos
de fronteiras alfandegados. Este modal é utilizado principalmente em transporte para
pequenas e médias distâncias. Além de ser versátil e transportar quase todo tipo de
mercadoria. É importante fixar que este tipo de transporte exige menos embalagens que os
outros modais. Porém este modal não é considerado muito seguro, pois muitas vezes as
rodovias em que transitam as cargas, são perigosas. (KEEDI, 2006)
Keedi (2006), ainda destaca que o conhecimento de embarque neste modal é
denominado Conhecimento Rodoviário Internacional de cargas, para ser válido este
conhecimento deve ser assinado pelo transportador e também pelo exportador.
O transporte aéreo é considerado um dos modais mais versáteis e dinâmicos, pois
a facilidade de trânsito faz com que possa atender vários países. (MDIC, 2005).
Para Ferreira (2003) este dinamismo que o modal oferece se faz cada vez mais
importante em tempos em que o comércio internacional está cada vez mais movimentado. As
possibilidades de transportar os mais variados tipos de mercadorias são bastante amplas, pois
além de movimentar cargas tradicionais, é indicado também para o envio de amostras,
perecíveis, produtos frágeis, produtos com elevada relação valor/peso, cargas com prazo de
entrega urgente entre outros produtos que necessitam de um transporte mais veloz, para que
não percam seu valor.Outro aspecto bastante importante neste tipo de modal é a questão do
seguro da carga, pois em função da redução do período de manuseio e armazenagem os riscos
e a duração da viagem são menores. Desta forma os prêmios de seguros também são
reduzidos (SOUZA; PORTO, 2003)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Este modal é regulado com base nas normas da International Air
TransportAssociation (IATA) (MDIC, 2005). E, em âmbito nacional, os órgãos intervenientes
são: Comando da aeronáutica, DAC (Departamento de Aviação Civil) e a Infraero.
O conhecimento de embarque para este modal é chamado de Airwar Bill ofLading
– AWB. Este documento emitido pelo transportador é negociável, provando o contrato de
fretamento, que evidencia a entrega da mercadoria para transporte e o dia em que foi por ela
recebida (LUMA, 2002).
Souza e Porto (2003) afirmam que universalmente os agentes de carga cobram o
frete baseado no peso das mercadorias. Vieira (2003) complementa afirmando que o cálculo
do frete é baseado entre a relação de peso e volume das remessas. Sendo assim o frete será
baseado no peso desde que o volume que a mercadoria ocupa na aeronave não exceda 6 vezes
o limite por peso. Portanto, para aplicação da tarifa correspondente, é necessário determinar o
“peso cubado” da mercadoria, que é obtido dividindo-se seu volume por 0,006”.
Independentemente do modal escolhido pelo exportador para realizar o transporte
de mercadoria, ela deve antes de embarcar no veículo de transporte passar pelo processo de
despacho aduaneiro de exportação. Este processo implica na liberação da mercadoria
destinada ao exterior, por parte dos fiscais da Receita Federal do Brasil. Para que este
procedimento seja realizado o despachante deve apresentar todos os documentos necessários.
Que em um processo de exportação são RE – Registro de Exportação e SD – Solicitação de
despacho, Nota Fiscal e outros documentos se necessários. Vale lembrar que a RE e a SD
normalmente sãoemitidos pelo Despachante aduaneiro. O Despachante aduaneiro é a pessoa
física habilitada para realizar o desembaraço de mercadorias perante Alfândega. (LUNA,
2002).
Tipos de exportação:Todo processo de exportação deve passar pelo processo de
despacho aduaneiro, seja ela uma exportação com ou sem cobertura cambial. Para entender
melhor será apresentado o significado destes termos. A exportação com cobertura cambial
trata-se da venda de mercadorias em que há obrigação de pagamento por parte do exportador.
E a exportação sem cobertura cambial, é o termo utilizado para denominar o envio de
mercadorias destinadas ao exterior, mas que não implicam em obrigação de pagamento.
Como por exemplo: amostra de mercadorias em que não há transação de pagamento e câmbio
(LUNA 2002).
Para entender como funciona a exportação via courier, é apropriado que
aprofundamos o estudo no modal aéreo, mais precisamente no transporte de mercadorias via
courier.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Remessas expressas ou courier são documentos ou encomendas internacionais
transportadas por via aérea, por empresa de Transporte Expresso Internacional, porta
a porta. Para que a carga tenha essa denominação, diversos critérios deverão ser
cumpridos, como por exemplo, não ter destinação comercial, o valor não ser
superior ao permitido pela legislação específica IN RFB nº 1.073, de 1º de outubro
de 2010, que disciplina o despacho aduaneiro de importação e de exportação de
Remessas Expressas), não ser bebidas alcoólicas, entre outros. (INFRAERO, 2011).
A atividade de remessa expressa internacional é proveniente de um segmento da
União Postal Universal, que coordenava os procedimentos de despacho menos burocratizados.
E estes procedimentos eram de muita importância, pois havia necessidade de um processo
mais rápido para o envio de documentos e até mesmo remessas urgentes (MACHADO 2011).
O serviço de courier foi apresentando ao mundo no final da década de 1960,
naquela época os passageiros que transportavam as remessas como bagagens, denominaram
esta prática de “onboard courier”. Depois de algum tempo esta prática começou a contar com
um sistema um pouco mais desenvolvido e as remessas começaram a ser transportadas com
conhecimento de carga especifico. Com ele era possível manter um controle maior das
mercadorias e a prática de envio via courier passou a funcionar de forma universal. Com o
decorrer dos anos a prática deste serviço passou por ajustes e se modernizou, e em tempo
atuais a remessa expressa é considerada; qualquer documento ou encomenda internacional e
um ou diversos volumes que deve ser transportada única e exclusivamente por empresas de
transporte aéreo internacional, porta a porta (courier) (MACHADO 2011).
As empresas de transporte Expresso Internacional são aquelas que têm como
atividade principal a prestação de serviços de transporte aéreo internacional porta a porta, ou
seja, a empresa coleta a mercadoria na porta do remetente e entrega na porta do destinatário.
O transporte das remessas ou documentos deverá ser feitos através de veículo próprio da
empresa ou mediante mensageiro internacional. O mensageiro Internacional é representante
da empresa de transporte expresso internacional que atua como portador da remessa expressa.
(IN. R.F.B. n.º 1.073/2010).
Como visto anteriormente o serviço de transporte de remessa expressas está
destinado para envio de documentos e encomendas. Para compreender melhor, são apontados
como documentos: qualquer mensagem, texto, informação ou dado de natureza comercial,
bancária, jurídica, de imprensa, de seguir ou semelhante impresso em papel e destinado a
pessoa física ou jurídica. Entretanto os papéis impressos não podem ter valor comercial,
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
exceto catálogos comerciais, anuários publicados por associações comerciais, propaganda
turística e matérias semelhantes (IN. R.F.B. n.º 1.073/2010).
A IN nr. 1.073/2010 destaca que encomendas são todos os bens e materiais
transportados pela empresa de transporte expresso internacional.Em seu exercício a empresa
de transporte expresso internacional atua como expedidor, pois é esta empresa que é quem
promove o despacho da remessa expressa internacional. (I.N. R.F.B. n.º 1.073/2010).
Apresentados estes itens, é importante também analisar o processo burocrático e
legal das remessas expressas. As bases e disposições legais em torno deste assunto estão
disponíveis na Instrução Normativa R.F.B. n.º 1.073/2010 no Artigo 5º da Portaria M.F. nº
156/1999; Artigo 77 da Lei nº 10.833/2003 e Parágrafo 2º do Artigo 551; Parágrafo Único do
Artigo 554; Artigo 562; Artigo 578; Parágrafo Único do Artigo 586; Parágrafo Único do
Artigo 588; Artigo 595; Artigo 596 e Artigo 735 do Decreto n.º 6.759/2009 (Regulamento
Aduaneiro). (MACHADO 2011).
Além de se enquadrar nos preceitos legais anteriormente elencados. A remessa
expressa assim como toda mercadoria transportada através do modal aéreo deve seguir junto
com conhecimento de embarque, que deve ser preenchido pelo remetente e emitido pela
empresa de courier. E quando a remessa for uma encomenda o remetente deve emitir também
CommercialInvoice, PackingList e Nota Fiscal(MACHADO 2011).
O AWB, ou seja, conhecimento aéreo pode ser emitido manualmente ou através
de software disponibilizado pela empresa de transporte expresso internacional. O
conhecimento aéreo deve conter as seguintes informações: dados do remetente, dados do
destinatário e dados da remessa. (IN. R.F.B. n.º 1.073/2010).
Após a emissão do Conhecimento aéreo por parte da empresa de courier, e a
realização da coleta na porta do remetente. Esta empresa precisa passar as informações sobre
as remessas para a Receita Federal Brasileira e outros órgãos anuentes para que a mercadoria
possa embarcar com destino ao exterior. E também para que se tenha um controle das
entradas e saídas de mercadorias no país (MACHADO 2011).
Para realizar este controle a Receita Federal do Brasil alterou em 14 de Outubro
de 2010, os controles aduaneiros para exportação e importação e criou o sistema “Remessa”.
Este sistema visa centralizar as informações acerca de todas as remessas expressas enviadas
ou recebidas de outros países.
Este sistema visa integrar o controle por parte da
ReceitaFederal Brasileiro (R.F.B), Agência nacional de vigilância Sanitária (ANVISA), e
Sistema de vigilância Agropecuária Internacional (VIAGIAGRO – vinculado ao Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento – M.A.P.A) (MACHADO 2011).
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Esta integração fará com que o processo de liberação de mercadorias seja mais
ágil, pois identifica automaticamente o órgão responsável e fiscalizador da mercadoria em
questão. O documento emitido pela empresa de transporte expresso internacional, que contém
as informações de cada remessa expressa transportada em um voo é denominado de Manifesto
de carga. São as informações contidas neste documento que são enviadas para o Sistema
“Remessa” (MACHADO 2011).
Sendo assim, após a apresentação dos documentos necessários como
oConhecimento de Embarque,Manifesto de Carga, CommercialInvoice, PackingList e Nota
Fiscal,e a encomendas para a R.F.B, a empresa de transporte expresso internacional deve dar
entrada ao Despacho Aduaneiro de Exportação.
Segundo a (I.N. R.F.B. n.º 1.073/2010) poderão ser objeto de despacho aduaneiro
de exportação: a) Documentos; b) Livros jornais e periódicos, cujo valor total não seja
superior a US$ 3.000,00 ou equivalente em outra moeda; c) bens enviados ao exterior por
pessoa física ou jurídica, sem cobertura cambial, em quantidade, frequência e natureza ou
variedade que não permitem presumir operação com fins comerciais e industriais, até o limite
de US$ 5.000,00, ou equivalente em outra moeda; d) Bens a serem devolvidos ou
redestinados ao exterior (observados as condições da legislação vigente); e) Bens a serem
devolvidos ou redestinados ao exterior, nos termos e condições previstos na legislação
vigente, inclusive bens de consumo usados ou recondicionados; f) Bens exportados
temporariamente, por pessoas físicas, que retornem ao País, g) Bens exportados por missões
diplomáticas, repartições consulares e representações de organismos internacionais, de caráter
permanente, de que o Brasil seja membro, e pelos seus respectivos integrantes, observando-se
as demais formalidades previstas em legislação especificas.
Não poderão ser objeto de despacho aduaneiro na exportação: a) Operações com
cobertura cambial; b) Bens cuja exportação esteja suspensa ou vedada/proibida; c) Moeda
corrente, cheques e “traveller’s cheques”; d) Armas e munições; e) Fumo e produtos de
tabacaria; f) Animais da fauna silvestre; g) Vegetais da flora silvestre; h) Vegetais da flora
silvestre; i) Outros bens, cujo transporte aéreo esteja proibido, conforme legislação especifica
Com isto as remessas poderão ser selecionadas para conferência durante o
processo de despacho aduaneiro, sempre que o fiscal entender ser necessário. Ou seja, mesmo
que a remessa não seja selecionada inicialmente para inspeção, a qualquer momento o fiscal
responsável pode exigir que seja feito a análise física e documental. (IN. R.F.B. n.º
1.073/2010).
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Quando selecionadas para conferência as remessas só estarão desembaraçadas
após a conclusão da conferência aduaneira. E quando não selecionadas são consideradas
desembaraçadas automaticamente (MACHADO 2011).
Vale ressaltar que a exportação de mercadorias e documentos através de courier,
serve para facilitar e agilizar os envios destinados para o exterior. Pois este serviço oferece
além de rapidez na entrega, a comodidade de coletar na porta do remetente, por isso utilizado
o termo porta a porta. (MACHADO 2011).
No ano de 2009, a R.F.B registrou um volume de movimentação no marco de 1,1
milhão de remessas expressas para exportação e 2,5 milhões para importação, ratificando
assim a importância deste segmento (MACHADO 2011).
3 Metodologia
A pesquisa foi classificada como quantitativa com caráter exploratório e
descritivo, através de questionário com perguntas fechadas e enviados via email. Para este
trabalho a população se caracterizou pelas empresas que fazem parte da carteira de clientes de
um representante de serviços de courier da cidade de Criciúma, Santa Catarina, totalizando 42
elementos. A amostra extraída desta população foi de 39 elementos, composta pelos clientes
que se dispuseram a responder o instrumento de coleta de dados. Além da coleta de dados
levantou-se informações como valor de frete e tempo de trânsito, para quatro tipos de envio
de remessas ao exterior. A partir destas informações elencou um comparativo entre remessas
expressas e remessas enviadas através do modal aéreo normal.
4. Resultados
4.1 Pesquisa com os clientes de exportação via Courier
De acordo com o perfil das empresas entrevistadas observa-se que o setor com maior
representatividade é o ceramista. Esse fato ocorre, pois na região este é o setor mais forte e é
na região de Criciúma que estão localizadas as maiores empresas do ramo. Sendo estes grande
utilizador dos couriers. Os setores que tiveram alguma representatividade foram Indústria de
mineração, química e petroquímica, automobilística e construção civil, conforme pode ser
observado no gráfico 1.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Figura 1 - Setor de atuação da empresa.
Indústria de mineração, extração de minérios,…
3%
Indústria química e petroquímica
3%
Indústria metal-mecânica
3%
Indústria de eletrônicos
5%
Indústria madeireira e de móveis
5%
Indústria de material para construção
5%
Indústria de borracha e plástico
8%
Indústria de têxteis, confecções em geral
10%
Indústria metal-mecânica
15%
Outros
20%
Indústria Cerâmica
23%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Fonte - Dados da Pesquisa.
Sobre a atuação no exterior, observa-se no figura 2,que as empresas exportadoras
da região de Criciúma, destinam seus produtos na maioria dos casos para a América do Sul.
Foi possível analisar que uma grande parte dos entrevistados mantém negócios com país deste
continente, prova disso é que das 39 empresas que responderam o questionário, 34 exporta
para a América do Sul. Seguido esta a Europa e América Central. E os continentes que menos
tiveram representatividade foram África e Ásia.
Figura2 - Área de atuação da empresa no exterior
40
35
34
30
25
21
20
20
19
15
10
10
6
5
África
Oceania
5
0
América do
Sul
Europa
América
Central
América do
Norte
Ásia
Fonte - Dados da pesquisa.
Quando questionadas sobre a prática de envios de remessas ao exterior 37 das 39
empresas entrevistadas afirmam realizar os envios. Isto ocorre, pois na maioria das operações
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
de exportação o exportador deve enviar documentação ao importador para que o mesmo possa
retirar sua mercadoria no país de destino. Sendo assim o envio se faz necessário. E em outros
casos, a empresa pode mandar amostras do seu produto para um cliente ou potencial cliente,
para que o mesmo possa analisar, e até mesmo concluir um negócio com isto. Por isso a
prática do envio é cada vez mais comum.
Das empresas que afirmaram realizar envios de remessas ao exterior, 37 realizam
esta prática através do serviço de remessa expressa ou courier. Na região sul de Santa
Catarina isso pode estar ocorrendo por alguns motivos como, por exemplo, o fato de que a
maioria das exportações serem destinadas a países da América do Sul. E o tempo de trânsito é
curto e geralmente dura 7 dias. Devido a este fato, busca-se utilizar um serviço rápido para
que os documentos cheguem antes, ou simultâneo ao descarregamento da carga. Ocourier
oferece esta rapidez, exemplo disso é que o tempo de trânsito para envio de remessas a países
da América do Sul é de no máximo quatro dias.
Dentre as empresas que responderam ao questionário, também 37 empresas
utilizam ou já utilizaram o serviço de courier para realizar o envio de suas remessas ao
exterior. Isto mostra que na localidade de Criciúma e região este serviço é conhecido pela
grande maioria das empresas.
Entre as empresas que afirmaram enviar remessas através do serviço expresso, é
possível identificar que a periodicidade dos envios na maioria dos casos é de um envio por
mês, conforme pode ser observado na figura 3.
Figura 3: Periodicidade de envio de remessas através do serviço expresso
8%
16%
Uma vez por mês
2 a 3 vezes por semana
52%
Uma vez a cada 15 dias
Uma vez por semana
24%
Fonte: dados da pesquisa.
Tendo em vista que as empresas de courier oferecem o serviço de despacho
aduaneiro de exportação, questionou-se sobre o que a empresa acha do mesmo estar incluso
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
no valor do frete. Grande parte dos entrevistados posicionou-sefavoravelmente a esta inclusão
(44% ótimo e 28% bom), conforme figura 4.
Figura 4: Despacho aduaneiro incluso no valor do courier
13%
Ótimo
15%
44%
Bom
Indiferente
Ruim
28%
Fonte: Dados da pesquisa.
Sendo que as empresas de courier não cobram taxas adicionais para isso. E se
solicitado a empresas emitem até DSE (Despacho simplificado de exportação).Para as
empresas que responderam a este questionário, o fato que justifica a utilização do courier para
grande parte dos entrevistados é a rapidez do processo. Outro fator que influencia para
escolha deste tipo de transporte é a relação do custo benefício. Ou seja, nem sempre o courier
é a opção mais barata, mas o benefício que o serviço proporciona justifica o valor. Pois o
courier realiza a coleta na porta da sua empresa e a entrega na porta do destinatário, e tudo
isto sem cobrar adicionais. Já outros tipos de serviço como o aéreo normal, cobra taxa pela
coleta e pela entrega (Figura 5)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Figura 5 – Aspectos motivacionais que impulsiona a utilização do courier.
5%
É mais rápido
19%
46%
É mais vantajoso no aspecto
custo benefício
É menos burocrático
30%
É mais barato
Fonte: dados da pesquisa.
Sobre o pagamento do frete das remessas foi possível analisar que em 31 dos
respondentes alegou que o frete fica por conta de quem está enviando o material, ou seja, o
exportador, sendo assim é possível afirmar que as mercadorias são enviadas CIF ou CFR.
Sobre a eficiência na rapidez do serviço, 90% das empresas considera que este
valor tem grande relevância. Pois a agilidade faz com que qualquer material chegue mais
rapidamente em qualquer local do mundo. E isto se faz muito importante, pois se uma
empresa precisa incluir seu produto em alguma feira, ou até mesmo oferecer seu produto para
algum projeto. Pode contar com a rapidez do serviço expresso, pois considerando o tempo de
trânsito reduzido é possível entregar remessas para qualquer local em no máximo 5 dias.
Além do que o envio de amostras pode diminuir custos para a empresa exportadora. Pois, ao
invés de mandar um funcionário para apresentar um produto, ele podem apenas enviar uma
amostra e com isso fechar negócios. Esta prática tornou-se usual e eficaz e atualmente isso
tem ocorrido cada vez mais em qualquer parte do mundo. Vale fixar que em alguns casos o
contato pessoal é indispensável, mas para muitos casos se pode fechar grandes negócio apenas
usando soluções inteligentes.
Ao questionar os respondentes referente aeficiência da logística da coleta e
entrega as empresas de courier frente aos envios feitos através de exportação aérea
normal,todos os entrevistados afirmaram que este serviço apresenta vantagens sobre o
transporte aéreo normal. Alguns citaram o fato de que além da comodidade do serviço porta a
porta as coletas podem ser agendadas para o dia corrente, ou seja, na maioria das situações se
a empresa precisa enviar uma remessa, no mesmo dia a coleta pode ser agendada e realizada.
Somente em alguns casos de locais um pouco mais interiorizados que a coleta deve ser
solicitada com maior antecedência.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
Em âmbito geral 95% dos respondentes afirmaram que o envio de remessa
expressa é mais vantajoso do que o envio de aéreo normal, isto para envio de envelopes
remessas de pequeno e médio porte. Isso mostra que na cidade de Criciúma as empresas
identificam a utilização do courier como uma solução rápida e inteligente, e com isso também
é possível identificar que a ideia do serviço expresso é muito caro ou até mesmo inviável esta
diminuindo. Isso porque em muitas operações o serviço expresso apresenta excelentes
vantagens. E hoje se pode dizer que esta modalidade tem condições de concorrer com as
demais. Pois além de apresentar um serviço de logística de coleta eficaz, rapidez na entrega,
rapidez na atualização de informações. As empresas de courier ainda conseguem apresentar
um valor de frete competitivo e relevante. Prova disso é que muitas das empresas
respondentes optam pela remessa expressa devido ao custo benefício que estes envios trazem
para a empresa que o utilizam.
Comparativo simulado entre remessas via courier e remessas com exportação normal.
Tabela 1 – Comparativo entre os envios.
Envio I
Envio II
Origem: Criciúma/SC
Origem: Criciúma/SC
Destino: Assuncion/Paraguai
Destino: Miami/EUA
Peso: 2Kg
Peso: 25Kg
Via Courier
Aéreo Normal
Via Courier:
Aéreo Normal
Frete:
Frete:
Frete:
Frete:
US$ 125,42
US$ 390,00
US$ 570,00
US$ 583,00
Trasit time:
Trasit time:
Trasit time:
Trasit time:
2 a 3 dias
5 dias
3 dias
5 dias
Disponibilidad Disponibilidad Disponibilidad Disponibilidad
e de Coleta:
e de Coleta:até
e de Coleta:até
e de
Diária
48h, após fechar Coleta:Diária
48h, após fechar
o frete
o frete
Serviço
Serviço
Serviço
Serviço
incluso: Coleta incluso: Coleta incluso: Coleta incluso: Coleta
na porta do na porta do na porta do na porta do
remetente
remetente
remetente
remetente
despacho
de despacho
de despacho
de despacho
de
exportação,
exportação,
exportação,
exportação,
seguro, entrega entrega na porta seguro, entrega entrega na porta
na porta do do destinatário.
na porta do do destinatário.
destinatário.
destinatário.
Com opcional
Com opcional
de DSE sem
de DSE sem
adicional
de
adicional
de
taxas.
taxas.
Fonte: Dados da pesquisa
Envio III
Origem: Criciúma/SC
Destino:Zhejiang/China
Peso: 190Kg
Via Courier:
Aéreo Normal
Frete:
Frete:
US$ 4.485,52
US$ 1.811,76
Trasit time:
Trasit time:
4 a 5 dias
7 dias úteis
Disponibilidad Disponibilidad
e de Coleta:até
e de
Coleta:Diária
48h, após fechar
o frete
Serviço
Serviço
incluso: Coleta incluso: Coleta
na porta do na porta do
remetente
remetente
despacho
de despacho
de
exportação,
exportação,
seguro, entrega entrega na porta
na porta do do destinatário.
destinatário.
Com opcional
de DSE sem
adicional
de
taxas.
As simulações e dados apresentados tem objetivo de esclarecer em quais situações
é mais vantajoso acionar o serviço de courier. Pois como foi possível identificar, quando o
envio for de maior porte o valor do frete sempre será superior ao apresentado por um agente
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
de cargas. E em situações como esta cabe ao exportador analisar a urgência e prioridade da
remessa. E com isto optar pelo melhor serviço.
Porém, para o envio de remessas pequenas ou médias e envio de envelopes o
courier é bastante vantajoso e viável. Para empresas localizadas em Criciúma e região o
courier auxilia em vários aspectos sendo eles:distâncias geográficas como fator dificultador
ao até mesmo inviabilizadorde negócios. E uma solução que vem sendo utilizadas pelas
empresas para apresentar seus produtos ao mundo é o envio de amostrar de seu produto. E
considerando os avanços na tecnologia, as pessoas podem facilmente conversar e fechar
negócios apenas se conectando a internet. E posterior ao contato com um potencial cliente, as
duas partes; exportador e importador podem expressar seus interesses, o de compra e venda. E
após acertar alguns ajustes, o vendedor pode enviar ao comprador uma amostra de seu
produto. E este envio pode ser facilmente enviado via courier, pois ao deixar a amostra pronta
para o envio e a documentação exigida. Conhecimento de embarque, SampleInvoice e Nota
Fiscal, o exportador pode acionar uma empresa de courier, e a coleta desta remessa na
maioria dos casos ocorre no dia da solicitação. E no máximo em cinco dias a remessa pode ser
entregue em qualquer lugar do mundo. Após o recebimento das amostras o importador pode
analisar o produto, e fechar uma venda maior. Se for realizada uma análise o custo investido
na negociação foi bastante baixo. Deve-se considerar que buscar potenciais clientes muitas
vezes precisa-se contratar empresas especializadas neste serviço. Porém, se considerar que
busca apresentar novos modelos de nossos produtos a empresas que já são clientes. O custo da
operação seria apenas o da amostra e do frete pago à empresa de courier.
Outro aspecto que faz com que o courier se mostre vantajoso é em relação a um
agente de cargas, é que conforme a pesquisa realizada com as empresas exportadoras da
cidade de Criciúma e região a maioria dos negócios são fechados com empresas da América
do Sul, e este fato permite que o tempo de trânsito e valor de frete oferecidos sejam ainda
mais baixo em relação aos oferecidos por agentes de carga. Sempre lembrando que o valor do
frete mais baixo deve ser considerado para as remessas de pequeno e médio porte.
Além de auxiliar como solução rápida para envio de remessas o serviço de courier
também desenvolve importante papel no envio de envelopes. É correto afirmar isto pois na
entrevista realizada com as empresas exportadoras pode-se verificar que na maioria dos casos
o envio de envelopes é para despachar documentos originais de exportação. Que são
necessários para que a mercadoria possa ser nacionalizada e liberada no país de origem. E
como já comentado, a maioria dos negócios realizados são fechados com países da América
do Sul, e o tempo de trânsito no modal marítimo (principal modal utilizado para envio de
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
container) é bastante baixo. A documentação necessária para liberação deve chegar ao país de
destino antes ou simultaneamente com a carga. Pois a demora na liberação da mercadoria
pode gerar custos para o importador ou importador dependendo do incoterm negociado. E
custos indesejáveis pode colocar em risco toda uma negociação. E para evitar que isto
aconteça o exportador deve optar por uma solução rápida e inteligente que permita que todo o
jogo de documentos chegue a tempo no país de destino. E as empresas de courier asseguram
que em no máximo 3 dias qualquer remessa seja entregue em qualquer país da América do
Sul.Entretanto, ao analisar o serviço de courierpode ser uma solução logística inteligente e
veloz para o envio de pequenas e médias remessas e envelopes.
5. Conclusão
Diante dos estudos e pesquisas realizadas em torno do tema foi possível
identificar que esta modalidade de envio pelo courier é uma ferramenta bastante valiosa e
eficaz para soluções de problemas nos envios de remessas de pequeno e médio porte,
destinadas ao exterior. E também que em muitos casos mesmo o valor do frete sendo maior,
se analisar entre o custo/beneficio que se tem o courier se sobrepõe ao envio de remessas
através do modal aéreo normal.Faz-se necessário também citar que a combinação de dois
tipos de modal para realizar uma transação comercial pode ser bastante interessante para o
exportador. Pois o negociador pode utilizar o courier para apresentar seus produtos, e
posterior ao fechamento de negócios utilizar outros modais para enviar maiores quantidades
de seus produtos para seus potenciais ou já clientes.Identificou-se também que o que as
empresas de courier oferecem serviços rápidos e de qualidade. E a partir disso é possível
afirmar que a modalidade de courier é uma possível solução para problemas de logística, e
ainda assim mesmo não apresentando os valores de frete mais baixos, consegue se manter
competitiva no mercado intencional, oferecendo além de rapidez e perfeição em logística,
vantagens como seguro despacho de exportação embutidos no valor de frete.
6. BIBLIOGRAFIA CITADA
ACUFF, Frank L.. Como negociar qualquer coisa com qualquer pessoa em qualquer
lugar do mundo. São Paulo: Senac, 2004. 355 p.
ALMEIDA, Ana Paula de; MARTINELLI, Dante Pinheiro. Habilidades essenciais aos
negociadores num contexto globalizado, 2008. Disponível em: http://angrad.org.br/
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
area_cientifica/artigos/habilidades_essenciais_aos_negociadores_num_contexto_globalizado/
621/. Acesso em: 08/05/2012.
AMATUCCI, M. Internacionalização de empresas: teorias, problemas e casos. Marcos
Amatucci (org). São Paulo : Atlas, 2009
BARROS, Aidil da Silveira Barros; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de
metodologia: um guia para iniciação científica. 2.ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
122p.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HARTUNG, Douglas S. Negocios internacionais. Rio de Janeiro: Qualitymark,2002
KEEDI, Samir. Logística de transporte internacional: veículo prático de competitividade.
São Paulo: Aduaneiras, 2004.
______. Samir. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga: prática e
exercícios. 4. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2008.
KOTLER, Philip. Administração de marketing:análise, planejamento, implementação e
controle. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. 4 ed. rev. e ampl. São Paulo: Ed. Atlas, 2001. 288 p.
LUDOVICO, Nelson. Exportação: você esta preparado? Vamos eliminar a interrogação.
São Paulo: Editora STS. 2008
LUNA, E.P. Essencial de Comércio Exterior de A a Z. 2ed. São Paulo Aduaneiras 2002.
MALUF, Sâmia Nagib. Administrando o comercio exterior do Brasil. São Paulo:
Aduaneiras, 2000
MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Comércio Exterior.
2012.
MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Estatísticas de
Comércio Exterior. 2013.
NOSÉ JUNIOR, Amadeu. Marketing internacional: uma estratégia empresarial. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1999. 320 p.
RAINELLI, Michel. NovaTeoria do Comércio Internacional. Michel Rainelli, tradução :
Viviane Ribeiro. 2. Ed. Bauru, SP : EDUSC, 1998
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina
XIV SIMGeo
Simpósio de Geografia da UDESC
SEGRE, German. Manual Prático de Comércio Exterior. GermanSegre (org). 3. ed. – São
Paulo : Atlas, 2010.
FERREIRA, Luiz Antonio. Transporte Aéreo Internacional. São Paulo: Aduaneiras 2003.
SILVA, Claudio Ferreira; PORTO, Marco Maia. Transporte, Seguros e a distribuição
Física Internacional de Mercadorias. São Paulo: Aduaneiras 2003.
MACHADO, Eduardo Leoni. Remessa Expressa. 2011.
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Florianópolis, Santa Catarina