RELATÓRIO TÉCNICO - DEZEMBRO/2012 EQUIPE PRINCIPAL

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RELATÓRIO TÉCNICO - DEZEMBRO/2012 EQUIPE PRINCIPAL
Índices
ÍNDICE DE ANEXOS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE FAUNA
ANEXO 1 - Licença IBAMA ................................................................................................ 75
ANEXO 2 - Fauna capturada-coletada no período compreendido entre 01 a 31/12/12 .. 77
ANEXO 3 - Fauna translocada no período compreendido entre 01 e 31/12/12............... 79
ANEXO 4 - Certificado Comitê de Ética ............................................................................ 80
ANEXO 5 - Projeto Pesquisa Científica Anestésicos ........................................................ 81
ANEXO 6 - Termos de destinação e listagem de material encaminhado ........................ 82
ÍNDICE DE ANEXOS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE FLORA
ANEXO 1 - Quantidade de indivíduos de herbáceas replantados no período de 01 a
31/12/2012 ............................................................................................................. 152
ANEXO 2 - Quantidade de amostras para xiloteca beneficiadas até 31/12/12.............. 154
ÍNDICE DE GRÁFICOS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE FAUNA
GRÁFICO 1 - Número total de indivíduos por grupo taxonômico
coletados/capturados no período de 01 a 31/12/2012 ............................................ 3
GRÁFICO 2 - Números de capturas/coletas de vertebrados registradas no período
de 01 a 31/12/2012 por local na área do canteiro de obras e reservatório da
UHE Mauá ................................................................................................................ 4
GRÁFICO 3 - Número de indivíduos translocados, separados por grupo taxonômico,
no período de 01 a 31/12/2012 .............................................................................. 43
GRÁFICO 4 - Número de capturas/coletas mensal de Resgate de Fauna do
empreendimento UHE Mauá .................................................................................. 63
iv
ÍNDICE DE FIGURAS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE FAUNA
FIGURA 1 - Centro de Triagem Móvel I ............................................................................. 5
FIGURA 2 - Centro de Triagem Móvel ............................................................................... 5
FIGURA 3 - Caracara plancus anestesiado para exame radiográfico ............................ 10
FIGURA 4 - Caracara plancus anestesiado, sendo posicionado para exame
radiográfico ............................................................................................................. 10
FIGURA 5 - Recinto do Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) ............................ 12
FIGURA 6 - Serelepe (Guerlinguetus ingrami) ................................................................. 13
FIGURA 7 - Vasilhames fixos para alimentação de tamanduá-mirim (Tamandua
tetradactyla) 15
FIGURA 8 - Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) forrageando cupinzeiro ........... 16
FIGURA 9 - Filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) 16
FIGURA 10 - Filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e mãe-artificial em
seu recinto .............................................................................................................. 17
FIGURA 11 - Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) ....................................... 18
FIGURA 12 - Novo local do recinto do gambá-de-orelha-branca (Didelphis
albiventris) ............................................................................................................... 19
FIGURA 13 - Recinto do quati (Nasua nasua) ................................................................. 20
FIGURA 14 - Animal alimentando se de frutas e porção de proteínas (pescoço de
galinha) ................................................................................................................... 21
FIGURA 15 - Recinto externo do Cateto (Pecari tajacu) ................................................. 22
FIGURA 16 - Exemplares de corujinha-do-mato (Megascops choliba) no recinto ........ 23
FIGURA 17 - Exemplar de Caracara plancus no recinto externo .................................... 25
FIGURA 18 - Gavião-carijó (Rupornis magnirostris) no recinto ....................................... 27
FIGURA 19 - Gavião-carijó (Rupornis magnirostris) em treinamento ............................. 28
FIGURA 20 - Chocadeira contendo os ovos recebidos no Centro de Triagem .............. 29
FIGURA 21 - UTA contendo alguns neonatos do referido mês ....................................... 29
FIGURA 22 - Gaiola coletiva de bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) ................................. 32
FIGURA 23 - Soltura dos bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) .......................................... 33
FIGURA 24 - Sovi (Ictinia plumbea) .................................................................................. 34
v
FIGURA 25 - T. melancholicus em gaiola coletiva, recebendo banho de sol ................. 35
FIGURA 26 - M. oryzivorus.em gaiola recebendo banho de sol ..................................... 38
FIGURA 27 - Jovens de quero-quero (Vanellus chilensis) .............................................. 40
FIGURA 28 - Três dos quatro espécimes de Socó-boi (Tigrisoma lineatum)
translocados ........................................................................................................... 41
FIGURA 29 - Peças taxidermizadas em processamento ................................................ 44
FIGURA 30 - Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) em avançado estado de
decomposição inviabilizando aproveitamento ....................................................... 45
FIGURA 31- Exemplar de tatu-de-rabo-mole (Cabassous unicinctus) apresentando
lesões múltiplas ...................................................................................................... 45
FIGURA 32 - Carcaça não identificada com aproveitamento de estruturas
morfológicas como o crânio, material primordial para a identificação correta
da espécie ............................................................................................................... 46
FIGURA 33 - Composição de crânios em diferentes etapas de processamento 46
FIGURA 34 - Conferência do lote de exemplares processados para diferentes
instituições em secagem na sala climatizada ........................................................ 47
FIGURA 35 - Acondicionamento de lote de peças taxidermizadas pera envio às
instituições .............................................................................................................. 48
FIGURA 36 - Sala de preparação de material biológico no inicio das atividades de
taxidermia do resgate de fauna da UHE Mauá, em julho de 2012 ....................... 49
FIGURA 37 - Material em processo com a utilização de dermestário ............................. 50
FIGURA 38 - Preparação de material biológico processado e encaminhado sob via
úmida ...................................................................................................................... 51
FIGURA 39 - Coleta de material biológico para identificação de casos de
Leishmaniose em pequenos roedores coletados pelo resgate de fauna da
UHE Mauá .............................................................................................................. 51
FIGURA 40 - Limpeza de crânios dos roedores processados no espaço externo para
finalização do trabalho de resgate ......................................................................... 52
FIGURA 41 - Utilização de peças preparadas durante atividades desenvolvidas junto
à comunidade local, com finalidades de conhecimento de etnobiologia,
extensão rural e educação ambiental .................................................................... 53
FIGURA 42 - Animais taxidermizados em processo de secagem na CPMB da UHE
Mauá ....................................................................................................................... 54
vi
FIGURA 43 - Tapeti inviabilizado de procedimento devido ao avançado estágio de
putrefação ............................................................................................................... 54
FIGURA 44 - Carcaça de roedor coletado pela equipe de resgate de fauna em
avançado estágio de decomposição, impossibilitando aproveitamento
científico e identificação taxonômica ..................................................................... 55
FIGURA 45 - Equipe da CPMB em processo de finalização de peça taxonômica de um
quati (Nasua nasua) ................................................................................................. 55
FIGURA 46 - Mapa da divisão das áreas de atuação das equipes de resgate
embarcado .............................................................................................................. 58
FIGURA 47 - Mapa da cota 635, utilizado para auxílio na definição das atividades na
quarta cota de enchimento do reservatório ........................................................... 60
ÍNDICE DE FIGURAS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE ABELHAS NATIVAS
SEM FERRÃO
FIGURA 1 - Área do CT de Melissofauna, meliponários intermediários e CT de
Fauna .................................................................................................................... 118
FIGURA 2 - Áreas dos meliponários instalados no Parque Ecológico da Klabin ......... 119
FIGURA 3 - Área do meliponário instalado na Klabin Setor de Fitoterápicos - Lagoa . 119
FIGURA 4 - Área do meliponário instalado na Klabin do apicultor José Valter Pavan . 120
FIGURA 5 - Área do meliponário do apicultor Mário Kossar ......................................... 120
FIGURA 6 - Área do meliponário do apicultor Otacílio da Luz Timótio ......................... 121
FIGURA 7 - Área do meliponário do apicultor Célio Rodrigues Brandão ...................... 121
FIGURA 8 - Área dos meliponários da Ana Kutz, Leonidas Kutz, Cleber Kutz,
Henrique Kutz, Claudemir Carvalho e Humberto Androcioli ............................... 122
FIGURA 9 - Área dos meliponários dos apicultores Daniel Cordeiro e Flávio Ferreira
de Melo ................................................................................................................. 123
FIGURA 10 - Área do meliponário do apicultor Pablo Gomes Martinez ....................... 124
FIGURA 11 - Área do meliponário dos apicultores Leandro Taques, Iraílson Taques
e Elena Baran Taques .......................................................................................... 124
FIGURA 12 - Áreas dos meliponários dos apicultores Jocenei Teles e Osmarina
Teles ..................................................................................................................... 125
FIGURA 13 - Área do meliponário do apicultor Alfredo Pereira de Jesus ..................... 125
vii
FIGURA 14 - Áreas dos meliponários dos apicultores Carlos Roberto Franzol,
Fernando Carlos Franzol e Orlando Bueno Sutil ................................................. 126
FIGURA 15 - Área do meliponário dos apicultores Joel Scheifer e Sirlene Scheifer .... 127
FIGURA 16 - Área do meliponário do apicultor Alexandro Roberto da Silva ................ 127
FIGURA 17 - Área do meliponário do apicultor José Luiz dos Santos Neto ................. 128
FIGURA 18 - Área do meliponário dos apicultores Alcebíades da Silva Cruz e Vilson
Batista Ortiz .......................................................................................................... 128
FIGURA 19 - Área do meliponário do apicultor Roberto Donizete Bento ...................... 129
FIGURA 20 - Área do meliponário do depositário Marcelo Barbosa de Melo ............... 130
FIGURA 21 - Área do meliponário do depositário Raul Lopes da Silva Filho ............... 130
FIGURA 22 - Áreas dos meliponários do depositário Luiz Fernando Weslei Pereira ... 131
FIGURA 23 - Áreas dos meliponários dos depositários Marlon Lara Gonçalves e
Wellinton Lara Gonçalves .................................................................................... 131
FIGURA 24 - Área do meliponário do depositário Valdemir Oliveira de Melo ............... 132
FIGURA 25 - Área do meliponário do depositário Jhulian Scheneider de Miranda ...... 133
FIGURA 26 - Áreas dos meliponários do depositário Leandro da Silva Santos ........... 133
FIGURA 27 - Área do meliponário do depositário Adriano Ferreira de Melo ................ 134
FIGURA 28 - Áreas dos meliponários dos depositários Eleosdabele de Campos
Dutra e Mauri Batista Carneiro ............................................................................. 134
FIGURA 29 - Área do meliponário do apicultor José Pedro dos Santos ....................... 135
FIGURA 30 - Área do meliponário do apicultor Antonio Socodoliak ............................. 136
FIGURA 31 - Área do meliponário do apicultor Leonardo Krominski ............................ 136
FIGURA 32 - Área do meliponário dos apicultores Odair Gonçalves da Silva e Adilson
Aparecido dos Santos ............................................................................................ 137
FIGURA 33 - Área do meliponário da Reserva Particular do Patrimônio Natural
Monte Sinai ........................................................................................................... 137
viii
ÍNDICE DE FIGURAS - NÚCLEO TEMÁTICO RESGATE DE FLORA
FIGURA 1 - Flores de Begonia cucullata ........................................................................ 141
FIGURA 2 - Flores de Begonia fischerii .......................................................................... 141
FIGURA 3 - Flores de Jacquemontia heterantha ........................................................... 141
FIGURA 4 - Plantio de herbáceas (Ctenanthe lanceolata) ............................................ 142
FIGURA 5 - Flores de Begonia sp. ................................................................................. 142
FIGURA 6 - Placas de Encyclia patens Hook fixadas em Parapiptadenia rigida
(Benth.) Brenan. ................................................................................................... 142
FIGURA 7 - Técnico fixando as placas ........................................................................... 142
FIGURA 8 - Equipamentos para a técnica de subida arbórea ....................................... 143
FIGURA 9 - Placa de bromélia sendo erguida até a copa da árvore ............................ 143
FIGURA 10 - Flor de Brasiliorchis consanguinea ........................................................... 143
FIGURA 11 - Flor de Grandiphyllum hians ..................................................................... 143
FIGURA 12 - Flor de Hippeastrum reticulatum ............................................................... 144
FIGURA 13 - Flor de Epidendrum pseudodifforme ........................................................ 145
FIGURA 14 - Flor de Stanhopea lietzei .......................................................................... 145
FIGURA 15 - Flores de Begonia echinosepala .............................................................. 145
FIGURA 16 - Floração de Zigostates lunata .................................................................. 146
FIGURA 17 - Flor de Cereus hildmanianus .................................................................... 146
FIGURA 18 - Flor de Acianthera pubescens .................................................................. 149
FIGURA 19 - Flor de Baptistonia cornigera .................................................................... 149
FIGURA 20 - Flor de Acianthera saurocephala .............................................................. 150
FIGURA 21 - Flor de Grandiphyllum divaricatum ........................................................... 150
ix
PROGRAMAS AMBIENTAIS DE RESGATE DE FAUNA E FLORA DA UHE MAUÁ,
NO RIO TIBAGI, ENTRE OS MUNICÍPIOS DE TELÊMACO BORBA E
ORTIGUEIRA, NO ESTADO DO PARANÁ
RELATÓRIO TÉCNICO - DEZEMBRO/2012
EQUIPE PRINCIPAL - 8ª PARCELA
EQUIPE COMPLEMENTAR - Desmobilização
COORDENAÇÃO E EXECUÇÃO:
INTERCOOP - Cooperativa Interdisciplinar de Serviços Técnicos
GESTOR DO PROJETO:
____________________________
Nilson de Paula Xavier Marchioro
COORDENADOR GERAL:
____________________________
Peter Otavio Costa
Curitiba - Paraná
Janeiro de 2013
x
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
1 - NÚCLEO TEMÁTICO: RESGATE DE FAUNA
GRADUADOS
Coordenação
Fábio Luiz Gama Goes - Médico Veterinário
Pedro Chaves de Camargo - Médico Veterinário
Coordenação Centro de Triagem
Giulianna Augusta G. Monteiro da Silva - Médica Veterinária
Centros de Triagem
Luciane Perret - Médica Veterinária
Luiz Eduardo de Mattos Pukanski - Biólogo
Rodrigo Neves de Oliveira - Biólogo
Samara Dreher - Bióloga
Vinicius Peron - Médico Veterinário
Resgatadores
Aline Lins - Bióloga
Andrea Heloísa Cruz - Bióloga
Camila do Prado - Engenheira Florestal
Emanuele C. Benevenutti Rodrigues - Bióloga
Erick Zambelli Rey - Médico Veterinário
Fabiana Passaro - Médica Veterinária
Fábio Gaio Chimentão - Biólogo
Fabrício de Andrade Frehse - Biólogo
Francielly da Silva Reis - Bióloga
Henrique Toledo Bettega - Biólogo
xi
Kauê Cachuba de Abreu - Biólogo
Jaqueline Padilha Duarte - Bióloga
Juliane Fernandes Guimarães - Bióloga
Leandro Fernandes Guimarães - Biólogo
Lina Avila Clasen - Bióloga
Luciana Zukoviski - Bióloga
Ludmylla Sanchez - Bióloga
Mariana Campelo Afonso - Bióloga
Nidiane Goloti - Bióloga
Paulo Schmidilin - Biólogo
Pryscilla Lombardi - Bióloga
Rafael Grisostenes - Biólogo
Vanessa Tereza Tormem Amaral - Bióloga
Auxiliares
Adriel de Campos Machado
Antonio Juraci da Silva
Aparecido dos Santos Oliveira
Auro Ribeiro Dutra
Carlos Campos dos Santos
David de Matos Moretão
Douglas dos Santos
Eduardo de Oliveira Schneider
Eloir Alves Ribeiro
Ilson Santos Silva
Irailson Pereira de Oliveira
Ivair de Jesus
Jhulian Scheneider de Miranda
João Benincio Bartosck
Joel Campos de Oliveira
Josimar Ribeiro de Campos
Julio Cesar de Oliveira Melo
xii
Laelço Lemes Domingues
Levi Junior Antunes
Lourival de Miranda
Lourival Fereira de Proença
Nilton Junior Vidal Rodrigues
Paulinho Lemes Domingues
Reginaldo Rosa Gois
Valdinei Pereira da Silva
2 - NÚCLEO TEMÁTICO: RESGATE DE ABELHAS NATIVAS SEM FERRÃO
Coordenação
Diego Nunes - Engenheiro Florestal
Técnica do CT de Melissofauna
Tatiana de Mello Damasco - Técnica em Meio Ambiente
Auxiliares de Melissofauna
Jhulian Scheneider Miranda
Paulinho Lemes Domingues
3 - NÚCLEO TEMÁTICO: RESGATE DE FLORA
GRADUADOS
Coordenação
Cássio Michelon Bento - Biólogo
xiii
Especialista
Eduardo Adenesky Filho - Eng. Florestal / Cientista Ambiental
Resgatadores
Felipe Marinero - Biólogo
Josiane Carneiro - Eng. Florestal
Luiz Augusto Perret - Eng. Florestal
Mariana Rosendo - Bióloga
Thuane Bochorny - Bióloga
Suplentes
Marlon Alves Selusniaki - Biólogo
Auxiliares
Antonio Fernandes de Lima
Carlos
Casturino Aparecido da Silva
Jorge Perinhak dos Santos
Nilton Júnior
Pedro Martins
Valdinei
xiv
GLOSSÁRIO DE SIGLAS UTILIZADAS
CONSEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente
CPPI - Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiologia
CT - Centro de Triagem
EA - Enriquecimento Ambiental
FAG - Faculdade Assis Gurgacz
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MHNCI - Museu de História Natural Capão da Imbuia
N.A.R. - Nível de Água do Reservatório
NUFAU - Núcleo de Fauna
CPMB - Casa de Preparação de Material Biológico
xv
1
1 - INTRODUÇÃO
O presente documento apresenta as atividades relativas ao Relatório
Administrativo - Dezembro 2012, previsto no contrato COPEL DMC n.°
4600000536, celebrado entre Copel Geração e Transmissão S.A. e Cooperativa
Interdisciplinar de Serviços Técnicos - INTERCOOP, para a prestação de
serviços técnicos especializados para os programas ambientais de Resgate de
Fauna e Flora da UHE Mauá, no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba
e Ortigueira.
O relatório foi organizado, em linhas gerais, em dois volumes, a saber:
 VOLUME I / RELATÓRIO TÉCNICO - Atividades Realizadas, abrangendo as
áreas temáticas de Fauna e Flora. Esses núcleos contém as informações sobre o
resgate e salvamento científico da fauna, flora e monitoramento de abelhas
nativas realizados no período em questão.
 VOLUME II / RELATÓRIO ADMINISTRATIVO - Recursos Humanos, Materiais
e Tecnológicos, apresentando a relação dos cooperados/contratados e
documentos pertinentes, Recursos Materiais e Tecnológicos utilizados na
prestação
dos
serviços,
apresentando
lista
cumulativa
de
materiais
e
equipamentos adquiridos.
2 - ATIVIDADES REALIZADAS
O descritivo das atividades de campo, no Centro de Triagem e demais
ações complementares será apresentado separadamente por cada Coordenação
Temática, além do planejamento da 4ª Campanha de Monitoramento de Abelhas
Nativas, estando todas as atividades em conformidade com o
escopo do supra
mencionado contrato e do Programa de Resgate e Salvamento Científico de Fauna
e Flora da UHE Mauá.
2
3 - NÚCLEO TEMÁTICO DE RESGATE DE FAUNA
3.1 INTRODUÇÃO
O presente documento refere-se às atividades no período de
manutenção do Centro de Triagem e atendimento de animais resgatados no campo
de obra ou vias de acesso pelas equipes integrantes do resgate de fauna nas áreas
de acesso, canteiro de obras, assim como atividades relacionadas, abrangendo as
duas margens do rio Tibagi, além das demais demandas junto ao Centro de Triagem
e coordenação de fauna referente ao mês de dezembro de 2012.
3.2 ATIVIDADES DE RESGATE DE FAUNA NO PERÍODO DE 01 a 30/12/12
As atividades de captura e coleta de indivíduos de avifauna,
herpetofauna, mastofauna e invertebrados, no interior do canteiro e nas vias de
acesso, foram realizadas quando requisitadas, sendo realizado o resgate embarcado
no reservatório apenas no primeiro dia deste mês, obedecendo às exigências do
Termo de Referência do Plano de Resgate e Salvamento Científico da Fauna do
Reservatório da UHE Mauá, em conformidade com as condicionantes descritas da
Autorização de Captura, Coleta e Transporte de Animais Silvestres expedida pelo
IBAMA/NUFAU/SUPES/PR (Anexo 1).
Os procedimentos da equipe do Centro de Triagem englobam o
recebimento, identificação e marcação dos animais capturados/coletados, posterior
translocação dos indivíduos considerados sadios, manejo e manutenção dos
animais internados, manutenção e manejo de animais cativos, encaminhamento de
animais às instituições conveniadas, preparação e manutenção do material
museológico e científico e a elaboração de relatórios técnicos.
3
3.3 CAPTURA E COLETA
3.3.1 Captura e Coleta de Vertebrados
As equipes realizaram a captura e coleta de indivíduos pertencentes a
três grupos de vertebrados silvestres (aves, mamíferos e répteis) totalizando 69
espécimes (Gráfico 1). A listagem está na tabela apresentada no Anexo 2.
GRÁFICO 1 - Número total de indivíduos por grupo taxonômico coletados/capturados no período de
01 a 31/12/2012
Série1; Aves; 53
Série1; Répteis;
11
Série1;
Anfíbios; 0
Série1;
Mamíferos; 5
O resgate no canteiro de obras e vias de acesso permanece como
registrado anteriormente e as capturas registradas a campo seguiram as definições
anteriores, sendo elas representadas por: 1) Copas (indivíduos refugiados em
copadas de árvores e arbustos ainda não submersas); 2) Material Flutuante (animais
encontrados em qualquer objeto flutuante que permita o não contato com a
superfície d’água); 3) Ilhas (corpos insulares naturais ou formados de acordo com o
4
enchimento do reservatório); 4) Margens (perímetro da lâmina d’água no momento
de efetivação do resgate); 5) Na água (indivíduos encontrados efetivamente dentro
da água, seja com vida ou carcaças) e 6) Remanescentes (capturas/coletas nas
áreas em que não ocorreu a supressão da vegetação, Gráfico 2).
GRÁFICO 2 - Números de capturas/coletas de vertebrados registradas no período de 01 a
31/12/2012 por local na área do canteiro de obras e reservatório da UHE Mauá
Série1; Copada;
49
Série1;
Canteiro; 13
Série1; Vias de
acesso; 4
Série1; Outros;
3
Obs: Animais capturados/coletados fora da área da UHE Mauá e destinados ao CT foram nominados como
"outros"
3.4 CENTROS DE TRIAGEM
Os objetivos de um Centro de Triagem são: investigar as condições dos
animais abrigados e sua origem, providenciar atendimento médico veterinário
adequado e orientar quanto ao destino a ser dado para cada indivíduo, que pode ser
o encaminhamento para zoológicos, criatórios conservacionistas, comerciais ou
científicos, coleções zoológicas ou para programas de reabilitação, translocação,
realocação e reintrodução, sob a tutela do IAP/IBAMA (VILANI, 2007).
Para este contexto o resgate de fauna UHE Mauá possui duas unidades
móveis que em fase de enchimento foram instaladas e usadas para suprir o
5
aumento da demanda de resgate, sendo desinstaladas no término de atividade de
resgate embarcado, ficando disponíveis, estacionados no CT-Base aptas para
qualquer uso emergêncial (Figuras 1 e 2). Já a unidade fixa CT-Base possui uma
sala de atendimento, um laboratório, uma sala de recepção, sala de translocação,
um almoxarifado, três salas de internamento divididas em aves, mamíferos e
répteis/anfíbios, um serpentário, um biotério, uma casa de preparação de material
biológico (CPMB), além dos recintos e viveiros externos para manutenção dos
animais cativos.
FIGURA 1 - Centro de Triagem Móvel I
Foto: Vanessa Amaral.
FIGURA 2 - Centro de Triagem Móvel
Foto: Vanessa Amaral.
6
3.4.1 Atividades do Centro de Triagem
Para a realização das atividades do Centro de Triagem da UHE Mauá é
obrigatória a presença de um corpo técnico qualificado que tem como função
desempenhar variadas atividades.
Como atividades do CT-Base, são realizados o acondicionamento e
triagem dos indivíduos resgatados, atendimento clínico veterinário, manutenção
médica, nutricional e sanitária dos pacientes em internamento, manutenção e
manejo de um biotério e serpentário, alimentação e enriquecimento ambiental dos
animais cativos e dos que aguardam destinação, cuidados especiais destinados aos
filhotes e ovos resgatados e a preparação e acondicionamento do material biológico
coletado que será encaminhado às coleções científicas.
Além destas atividades também são realizadas funções diárias de
manutenção de limpeza e desinfecção dos recintos e das áreas afins do Centro de
Triagem.
3.4.2 Recebimento da Fauna
Todos os indivíduos capturados na área de influência do reservatório UHE
Mauá são recebidos nos CT´s onde são individualizados, e passam por uma triagem
inicial, priorizando o atendimento veterinário dos animais feridos, prostrados e
filhotes.
Cada animal recebe um número de captura de acordo com seu
resgatador e após isto é aberto um prontuário onde são registradas todas as
informações decorrentes da captura e triagem, tais como: número de captura,
número tombo, coletor, local, data e hora da coleta, espécie, biometria, avaliação
clínica, quantidade e frequência de alimentação de indivíduos internados, além de
outras informações importantes relativas ao tempo em que o animal permanecer no
Centro de Triagem, mantendo um histórico completo desde a chegada até sua futura
destinação.
7
3.4.3 Triagem
A triagem compreende a avaliação clínica, identificação da espécie,
registro fotográfico, biometria, marcação e posterior destinação.
Antes de iniciar qualquer atividade relativa a triagem é realizada uma
avaliação clínica verificando se o animal está apto ao manuseio necessário a este
procedimento.
Para cumprir requisitos básicos na contenção e triagem de qualquer
espécie selvagem, em cativeiro ou vida livre, é necessária uma equipe
multidisciplinar bem treinada e perfeitamente entrosada. A escolha do método de
contenção para animais silvestres depende da espécie, peso, idade e da situação
em que se encontra o indivíduo a ser contido (MANGINI & NICOLA, 2003).
Durante as atividades de triagem se utiliza contenção física para anfíbios
e répteis e a associação de contenção física e química para mamíferos em geral.
Após a contenção, a biometria é realizada seguindo padrão adequado aos
caractéres biológicos específicos por grupo taxonômico sendo também realizada a
identificação das espécies neste momento.
São coletados materiais biológicos para posteriores estudos científicos
como pelos (todos os mamíferos), ectoparasitas (todas as classes), escamas
(serpentes), fezes (todas as classes, inclusive as encontradas em campo) e sangue
(todos que permitem esse manejo) que é encaminhado ao laboratório para seu
correto processamento/acondicionamento.
Todo animal que passa pelo Centro de Triagem possui registro fotográfico
contendo o número de captura com a presença de uma fita milimetrada.
Posteriormente os indivíduos são submetidos à marcação, sendo respeitado o
padrão exigido na autorização 006-2010 NUFAU-PR, que consiste em anilhamento
para aves, anilhas de alumínio para mamíferos voadores, brinco metálico para
mamíferos terrestres de pequeno porte, telemetria para mamíferos de grande porte,
remoção de escamas ventrais para serpentes e implantes de elastômeros e
utilização de TAGS (Soft Alfa Tag) para anfíbios e répteis (exceto ofídios). Após
biometria, identificação e avaliação clínica, se sadio, o animal será translocado.
8
Animais considerados inaptos à translocação são mantidos no CT,
permanecendo sob os cuidados necessários a cada condição clínica, com o
monitoramento e manejo nutricional adequado ao reestabelecimento da homeostase
e, se possível, serão translocados posteriormente. O período de internamento no CT
é determinado de acordo com as necessidades clínicas de cada paciente.
Os indivíduos que não são identificados após pesquisa pelas chaves de
identificação, que apresentam variação populacional passível de registro, ou que se
tratem de espécies de relevante interesse científico, são submetidos à eutanásia
para fins científicos.
De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(CFMV) n.º 714 de 20 de junho de 2002, Art. 2º fica estabelecido que ― “a eutanásia
deve ser indicada quando o bem-estar do animal estiver ameaçado, sendo um meio
de eliminar a dor, o distresse ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser
aliviados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos, ou, ainda,
quando o animal constituir ameaça à saúde pública ou animal, ou for objeto de
ensino ou pesquisa”.
As carcaças, seja de animais encontrados mortos in loco, ou daqueles
que morreram devido à atividade de enchimento do reservatório, durante transporte,
procedimentos em campo ou no CT, ou de animais que tenham sido submetidos à
eutanásia ética, seja por interesse científico ou por opção clínica, são
acondicionadas em freezer. Estas carcaças são posteriormente taxidermizados e/ou
fixadas para encaminhamento às coleções científicas.
3.4.3.1 Procedimentos anestésicos
A perda de habitat somada à manipulação para captura são situações que
podem desencadear estresse patológico. O estresse é um processo fisiológico pelo
qual todas as espécies animais são susceptíveis. É o resultado da interação dos
animais com o ambiente onde vivem e é um fenômeno adaptativo (ACOO et al.,
1999). O estresse pode ser chamado de eustresse (quando se tratar de um evento
positivo) ou distresse (quando o estresse acabar sendo prejudicial ao organismo)
(ORSINI, 2006).
9
Para reduzir a exposição dos animais aos estímulos estressantes e
garantir a segurança tanto do animal quanto a da equipe de triagem, todos os
mamíferos são contidos quimicamente.
Aproveitando-se do grande número de espécimes a passarem por
biometria e marcação, são realizadas pesquisas anestesiológicas assistidas com
auxilio de monitores dos sinais vitais a fim de estabelecer novos protocolos, que
podem variar de contenção química a protocolos anestésicos cirúrgicos.
Todas as experimentações anestesiológicas têm suas doses de fármacos
elaboradas a partir de um cálculo de extrapolação alométrica, garantindo segurança
aos animais.
As pesquisas anestesiológicas são essenciais, pois contribuem com
alternativas seguras para garantir sobrevida aos animais em procedimentos clínicos.
Atualmente as pesquisas são realizadas em mamíferos com peso acima de 250g.
Desde o início do projeto de resgate de fauna na UHE Mauá, não houve
óbito relacionado diretamente aos protocolos anestésicos, o que demonstra a
segurança obtida com o uso desse método.
Os testes anestésicos realizados pelos consultores da INTERCOOP até o
momento estão enquadrados no projeto de pesquisa científica (Anestesia
Dissociativa de Mamíferos Domésticos e Selvagens pela Associação de Agonistas
de Receptores Adrenérgicos Alfa2 A Anestésicos Dissociativos, Agentes Opióides, e
Neurolépticos Derivados de Fenotiazina e Butirofenona, em Doses Alométricas),
aprovado e protocolado com código do CNPQ n.º 0005050101 e também aprovado
pelo Comitê de Ética da Universidade Paranaense - UNIPAR, Protocolo n.º
22355/2012 (Anexos 4 e 5).
3.4.3.2 Procedimentos clínicos
No dia 27/12/2012, o animal Caracara plancus (12278) foi transportado
até Telêmaco Borba - PR para uma clínica veterinária onde foi realizado um exame
radiográfico do seu membro anterior direito, operado em um procedimento cirúrgico
realizado no mês anterior nas instalações do CT-Base. Para o procedimento, o
10
animal recebeu um protocolo anestésico composto por cloridrato de cetamina,
xilazina e atropina, o que fez com que o animal permanecesse em um bom plano de
sedação e relaxamento permitindo que o exame fosse realizado com segurança sem
estresse do animal (Figura 3).
FIGURA 3 - Caracara plancus anestesiado para exame radiográfico
Foto: Fábio Henrique.
Com animal contido quimicamente foi possível posicionalo no melhor
enquadramento e assim conseguindo um melhor ângulo de imagem no resultado
(Figura 4).
FIGURA 4 - Caracara plancus anestesiado, sendo posicionado para exame radiográfico
Foto: Paulo Henrique.
11
Com o resultado do exame, foi possível interpretar que a fratura sofrida
pelo animal se encontra em avançado processo de cicatrização com formação de
calo ósseo, demonstrando que a primeira etapa de recuperação do animal foi
superada.
3.4.3.3 Internamento e manejo de cativos
São mantidos no CT somente animais que são considerados inaptos para
a soltura ou aqueles que sua soltura não é permitida, como serpentes peçonhentas,
até a sua devida destinação.
3.4.3.4 Manejo de cativos
Os animais de vida livre se deparam com situações adversas a todo tempo
e este é um dos pontos mais importantes para vida e aprendizado destes indivíduos.
Ao ser mantido em cativeiro muitos destes animais apresentam comportamentos
anormais por não haver mudanças nos seus hábitos podendo em alguns casos
desenvolver quadro de irritação e estresse, tendendo a evoluir para uma patologia. Os
trabalhos de enriquecimento são tentativas de minimizar o estresse causado pelo
ambiente de recinto, sendo realizados com base em observações sistemáticas de
comportamento e trabalhos de manejo de cada espécie.
Os animais que têm comportamento de grupo como macacos, quatis e
catetos, quando resgatados ainda jovens ou recém-nascidos, em muitos dos casos,
não são cabíveis de soltura por participarem de grupos extremamente hierárquicos e
territorialistas e, para estes animais, o estudo de comportamento e de vida em
cativeiro é de extrema importância.
O CT-Base aloja alguns animais como estes e que foram considerados
inaptos à soltura, principalmente por terem sido recebidos filhotes e/ou totalmente
dependentes de cuidados humanos. Estes permanecem no CT até serem
destinados ou, em alguns casos, considerados aptos e translocados.
Até a presente data, permanecem no CT os seguintes indivíduos
considerados cativos e que necessitam de manejo e cuidados especiais diariamente:
12

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)
É um réptil que pertence à ordem Crocodylia. Na natureza, esses animais
vivem em grandes agregados ou em pequenos haréns, porém sempre próximos a
áreas marginais de rios, lagos, várzeas ou pântanos. Por esse motivo, sofre pressão
devido ao crescimento da população humana, que deflagra seu habitat,
principalmente pela drenagem de várzeas para agricultura, poluição dos rios, além
da caça predatória para comércio ilegal. São considerados predadores oportunistas,
se alimentando de qualquer ser vivo (BASSETI, 2007).
N.º TOMBO: 35
O indivíduo ainda jovem foi encontrado no município de Tibagi e
encaminhado ao Centro de Triagem (CT). Seu recinto contém um lago artificial,
vegetação e pedras, sendo limpo semanalmente. A alimentação é constituída por
uma fonte de proteína animal variável (alternando entre carne de ave, carne bovina
e carne de peixe) em proporções sugeridas por Basseti (2007), suplementada com
premix vitamínico, sendo fornecida duas vezes por semana, em quantidade
calculada de acordo com o peso do animal. Devido a isso, se faz necessária a
realização de biometria frequente para acompanhamento da correlação entre a
massa corpórea e o crescimento do animal.
FIGURA 5 - Recinto do Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)
Foto: Rodrigo Neves de Oliveira.
13
Durante sua permanência no CT o animal já apresentou lesões cutâneas
de apoio nas regiões palmar e plantar dos membros torácico e pélvico,
respectivamente, necessitando de acompanhamento médico veterinário e manejo
diário para realização de curativos. Atualmente, o novo recinto está ativo, sendo
utilizado pelo animal (Figura 5).

Serelepe (Guerlinguetus ingrami)
Roedor da família Sciuridae. Apresenta hábitos arborícolas, mas desloca-
se ocasionalmente no chão, aos saltos. Habita estratos baixos e intermediários de
florestas fluviais baixas e montanhosas, sempre-verdes, decíduas e semidecidual,
primárias ou alteradas, na Floresta Amazônica, Floresta Atlântica, Cerrado ou
Caatinga (OLIVEIRA & BONVICINO, 2011).
N.º TOMBO: 1803
O animal chegou ainda filhote, necessitando de manejo específico, como
aleitamento artificial e cuidados integrais. A alimentação é fornecida pela manhã e
consiste em sementes ricas em óleos e frutas variadas, como recomendado por
Lange e Schmidt (2007). Atualmente o indivíduo adulto tem seu próprio recinto, que
é limpo e monitorado diariamente. O enriquecimento ambiental é realizado através
da oferta de frutos diversos, e mudança na estrutura de seu recinto com frequência,
como a introdução de frutos de jerivá (Yagrusro manzoffiana, Figura 6).
FIGURA 6 - Serelepe (Guerlinguetus ingrami)
Foto: Lina Avila Clasen.
14

Macaco-prego (Sapajus nigritus)
É um primata que pertence à família Cebidae, que congrega na sua
maioria espécies arborícolas diurnas (VERONA e PISSINATI, 2007). Possui um
corpo robusto e uma cauda semi preênsil, desprovida de pelos na porção distal, que
é utilizada tanto para forrageio quanto para suspensão como um apoio, sendo capaz
de suportar o peso de um adulto por um curto período de tempo. Suas mãos são
manipulativas e ágeis e seus polegares são pseudo-oponíveis, características que
favorecem o forrageio extrativo e o uso de ferramentas (FRAGASZY et al, 2004).
N.º TOMBO: 2074
O animal foi recebido com cerca de quatro meses de idade e recebeu
aleitamento artificial suplementado por dieta de frutas, duas vezes ao dia, até o
desmame. A partir deste momento, o animal tem recebido dieta constituída de frutas
variadas (VERONA & PISSINATI, 2007) suplementadas por alimentos interessantes
ao animal como tenébrios, sementes, bebida láctea infantil e uma fonte de proteína
animal duas vezes na semana. A variação na alimentação é importante para o
enriquecimento do ambiente em que vive, refletindo no bem-estar animal.
É realizado enriquecimento ambiental constante, utilizado para reduzir
comportamentos estereotipados, visando uma melhoria na qualidade de vida do
indivíduo através de modificações no ambiente, a fim de suprir suas necessidades
comportamentais típicas (BOERE,
2001). Brinquedos,
caixas armazenando
alimentos e ferramentas são inseridas para estímulo, assim como a utilização de
cordas espalhadas pelo recinto, servindo de vias pelo animal.

Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Tamanduás são pertencentes à ordem Xenarthra e constituem uma só
família (Myrmecophagidae), com características anátomo-fisiológicas semelhantes.
O T. tetradactyla possui estrutura compacta, pelos curtos, densos, cauda preênsil e
poderosas garras. São animais arborícolas e possuem hábitos solitários. Possuem
uma cria por ano e os filhotes são carregados pela mãe nos primeiros meses de
vida. Alimentam-se basicamente de formigas e térmitas (MIRANDA e COSTA, 2007)
143
FIGURA 8 - Equipamentos para a técnica de
subida arbórea
FIGURA 9 - Placa de bromélia sendo erguida até
a copa da árvore
Dia 05/12
Em área de APP da margem esquerda, plantio de herbáceas.
No CT-Flora, beneficiamento de amostras de xiloteca, atualização da lista
de reintrodução de epífitas e registro fotográfico de Brasiliorchis consanguinea
(Klotzsch) R.B.Singer et al. (Figura 10) e Grandiphyllum hians (Lindl.) Docha Neto
(Figura 11).
FIGURA 10 - Flor de Brasiliorchis consanguinea
FIGURA 11 - Flor de Grandiphyllum hians
Dia 06/12
Em área de APP da margem esquerda, plantio de herbáceas.
144
No CT-Flora, organização da carpoteca para envio, organização do banco
de fotos, beneficiamrnto de amostras de xiloteca e registro fotográfico de
Hippeastrum reticulatum Herb. (Figura 12).
FIGURA 12 - Flor de Hippeastrum reticulatum
Dia 07/12
No CT, organização da carpoteca para envio, organização do banco de
fotos e beneficiamento de amostras de xiloteca.
Em área de APP da margem direita, plantio de herbáceas.
Dia 08/12
No CT-Flora, tombo de exsicatas, organização da carpotca para envio
à Copel e registro fotográfico de Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr.
(Figura 13) e Stanhopea lietzei (Regel) Schltr. (Figura 14).
145
FIGURA 13 - Flor de Epidendrum pseudodifforme
FIGURA 14 - Flor de Stanhopea lietzei
Dia 09/12
Nas vias de acesso da margem direita, coleta para exsicatagem de
Begonia echinosepala Regel (Figura 15).
FIGURA 15 - Flores de Begonia echinosepala
Dia 10/12
No CT-Flora, retirada de exsicatas da estufa, tombo de exsicatas,
organização da carpoteca para envio ao Museu Botânico Municipal de Curitiba,
beneficiamento de amostras de xiloteca e registro de floração Zigostates lunata
Lindl. (Figura 16).
Em área de APP da margem direita, plantio de herbáceas.
146
FIGURA 16 - Floração de Zigostates lunata
Dia 11/12
No Horto das Caviúnas, contagem dos indivíduos de herbáceas que
aguardam o plantio e separação dos mesmos para o plantio em dias subsequentes.
No CT-Flora, organização geral e beficiamento de amostras de xiloteca.
Dia 12/12
Participação no evento de inauguração da UHE Mauá.
Visita do departamento de meio ambiente da Copel nos estabelecimentos
de resgate e centros de triagem de flora e xiloteca.
No CT-Flora, registro fotográfico de Cereus hildmanianus K.Schum.
(Figura 17).
Apoio ao pessoal da logística na desmobilização de parte da equipe.
FIGURA 17 - Flor de Cereus hildmanianus
147
Dia 13/12
No CT-Flora e CT-Xiloteca beneficiamento de amostras das espécies
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan e Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
Dia 14/12
No CT-Flora e CT-Xiloteca beneficiamento de amostras de xiloteca das
espécies Lonchocarpus campestris Mart. ex Benth. e Bougainvillea glabra Choisy.
Dia 15/12
No CT-Flora e CT-Xiloteca beneficiamento de amostras de xiloteca das
espécies Croton floribundus Spreng. e Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
Dia 16/12
Atividade de organização e identificação de espécies no Centro de
Triagem de Flora.
Dia 17/12
No CT-Flora, separação de exsicatas para envio e beneficiamento de
amostras de xiloteca das espécies Psidium cattleyanum Sabine e Jacaranda
micrantha Cham.
Dia 18/12
No CT-Flora, separação de exsicatas para envio beneficiamento de
amostras de xiloteca das espécies Casearia obliqua Spreng. e Anadenanthera
colubrina (Vell.) Brenan.
Dia 19/12
Organização e limpeza do CT-Flora, beneficiamento de amostras de
xiloteca das espécies Croton urucurana Baill. e Nectandra lanceolata Nees.
148
Dia 20/12
Ajuste dimensional de amostras de xiloteca no CT-Flora e CT-Xiloteca
com uso de motosserra para posterior beneficiamento. Preparação para gravação de
vídeo institucional da Intercoop.
Dia 21/12
Beneficiamento de amostras de xiloteca das espécies Cecropia
pachystachya Trec. e Machaerium nictitans (Vell.) Benth. no CT-Flora e CT-Xiloteca.
Gravação de vídeo institucional para Intercoop no CT-Flora, CT-Xiloteca e Horto das
Caviúnas.
Dia 22/12
Separação de exsicatas e limpeza do CT-Flora.
Dia 23/12
Atividade de organização do Centro de Triagem de Flora e da coleção de
xiloteca.
Dia 24/12
Organização de amostras de xiloteca para o processamento.
Dia 25/12
Feriado.
Dia 26/12
No CT-Flora e CT-Xiloteca beneficiamento de amostras de xiloteca das
espécies Ocotea puberula (Rich.) Nees e Myrocarpus frondosus M. Allemão.
Dia 27/12
No CT-Flora e CT-Xiloteca beneficiamento de amostras de xiloteca das
espécies Sloanea monosperma Vell. e Matayba elaeagnoides Radlk.
149
Dia 28/12
Beneficiamento e ajuste de medidas de amostras de xiloteca das
espécies Erythrina falcata Benth. e Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze.
Dia 29/12
Organização da coleção de epífitas do Centro de Triagem de Flora.
Dia 30/12
Visita a área de plantio de herbaceaes e coleta de material botânico.
Dia 31/12
No CT-Flora, organização de exsicatas e registro da floração de
Acianthera pubescens (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase (Figura 18) e Baptistonia
cornigera (Lindl.) Chiron & V.P.Castro (Figura 19).
FIGURA 18 - Flor de Acianthera pubescens
FIGURA 19 - Flor de Baptistonia cornigera
5.3 RESULTADOS DO RESGATE DE FLORA NO PERÍODO DE 01 a
31/12/12
No mês de dezembro de 2012 foram desenvolvidas atividades de
beneficiamento e destinação de material botânico (reintrodução/plantio de epífitas e
herbáceas), destinação final da carpoteca e exsicatas, beneficiamento de amostras
de xiloteca.
150
Inicialmente, devido à desmobilização da equipe complementar no dia
10/12/2012, as atividades de campo foram encerradas e os trabalhos foram voltados
para finalização, beneficiamento e destinação final do material resgatado/coletado
pelo resgate de flora. Estas atividades foram realizadas no CT-Flora, CT-Xiloteca e a
reintrodução/plantio de epífitas e herbáceas em áreas de APP ao redor do
reservatório.
Foram
reintroduzidos/plantados
1.096
indivíduos
de
herbáceas
distribuídos em 57 espécies e 22 famílias (Anexo 1) em áreas de APP de acordo
com as características ambientais e preferências ecológicas singulares de cada
espécie. Desta forma, espécies com maior tolerância a insolação e estresse hídrico
foram plantadas em florestas iniciais, onde o dossel e borda mais abertos
influenciam diretamente nas taxas de insolação e evapotranspiração. Espécies
menos tolerante a estes fatores, como aquelas que necessitam de locais
sombreados, com umidade relativa do ar elevada e presença de corpos d'água nas
proximidades, foram reintroduzidas em áreas mais conservadas, usualmente em
beira de córregos, riachos e ambientes de lajeado.
Dentre as espécies de epífitas cultivadas no CT-Flora, destacaram-se a
floração das orquídeas Acianthera saurocephala (Lodd.) Pridgeon & M.W.Chase
(Figura 20) e Grandiphyllum divaricatum (Lindl.) Docha Neto (Figura 21).
O beneficiamento das amostras de xiloteca foi intensificado durante todo
o mês, totalizando 36 espécies e aproximadamente 180 amostras (Anexo 2).
FIGURA 20 - Flor de Acianthera saurocephala
FIGURA 21 - Flor de Grandiphyllum divaricatum
151
5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO RESGATE DE FLORA
A identificação precisa das espécies resgatadas tem sido realizada
com auxílio de bibliografias especializadas e conhecimento dos resgatadores,
entretanto estas vias são insuficientes em determinados momentos, sendo
necessária a realização de visitas contínuas ao Museu Botânico Municipal de
Curitiba (PR) e ao herbário da Universidade Feradal do Paraná, bem como no
monitoramento das espécies em perído fértil, visando a confirmação e
identificação de exsicatas.
A diminuição da coleta de materiais durante o mês de dezembro de
2012 é um reflexo direto do redirecionamento das atividades do resgate de flora
para a finalização de plantios, beneficiamento de xiloteca e tombo de exsicatas,
frente à desmobilização da equipe complementar que ocorreu no dia 10 de
dezembro de 2012.
Desta forma, a grande preocupação da equipe é a permanência da
mesma até a finalização do beneficiamento/destinação destes materiais, visando
atender ao Termo de Referência (COPEL, 2011).
152
5.5 ANEXOS - NÚCLEO TEMÁTICO DE RESGATE DE FLORA
ANEXO 1 - Quantidade de indivíduos de herbáceas replantados no período de 01 a
31/12/2012
Família
Espécie
Quantidade
Acanthaceae
Justicia carnea Lindl.
1
Amaryllidaceae
Hippeastrum reticulatum Herb.
1
Anemiaceae
Anemia phyllitidis (L.) Sw.
1
Araceae
Philodendron appendiculatum Nadruz & Mayo
16
Aspleniaceae
Asplenium abscissum Willd.
6
Aspleniaceae
Asplenium alatum Humb. & Bonpl. ex Willd.
5
Aspleniaceae
Asplenium auritum Sw.
3
Aspleniaceae
Asplenium brasiliense Sw.
99
Aspleniaceae
Asplenium claussenii Hieron.
9
Aspleniaceae
Asplenium inaequilaterale Willd.
2
Aspleniaceae
Asplenium triquetrum (N. Murak. & R.C. Moran) L.
Regalado & Prada
1
Begoniaceae
Begonia cucullata Willd.
1
Begoniaceae
Begonia echinosepala Regel.
5
Begoniaceae
Begonia fischerii Schrank
8
Begoniaceae
Begonia sp.
1
Blechnaceae
Blechnum acutum (Desv.) Mett.
12
Blechnaceae
Blechnum brasiliense Desv.
10
Blechnaceae
Blechnum gracile Kaulf.
9
Blechnaceae
Blechnum polypodioides Raddi
1
Commelinaceae
Dichorisandra paranaënsis D.Maia et al.
87
Commelinaceae
Tradescantia zanonia (L.) Sw.
6
Cyatheaceae
Alsophila setosa Kaulf.
1
Cyatheaceae
Cyathea atrovirens (Langsd. & Fisch.) Domin
2
Cyatheaceae
Cyathea phalerata Mart.
3
Cyperaceae
Pleurostachys stricta Kunth.
19
Dennstaedtiaceae
Dennstaedtia globulifera (Poir.) Hieron.
3
Dennstaedtiaceae
Dennstaedtia obtusifolia (willd.) T.Moore
9
Dryopteridaceae
Ctenitis spp.
183
Dryopteridaceae
Didymochlaena truncatula (Sw.) J. Smith
41
Dryopteridaceae
Lastreopsis effusa (Sw.) Tindale
95
Dryopteridaceae
Megalastrum connexum (Kaulf.) A.R. Sm.
37
Dryopteridaceae
Megalastrum umbrinum (C. Chr.) A.R. Sm. & R.C. Moran
18
Marantaceae
Calathea spp.
11
Marantaceae
Ctenanthe lanceolata Petersen
33
153
Família
Espécie
Quantidade
Marantaceae
Ctenanthe muellerii Petersen
126
Marattiaceae
Eupodium kaulfussii (J.Sm.) J.Sm.
23
Orchidaceae
Corymborkis flava (Sw.) Kuntze
11
Orchidaceae
Cyclopogon congestus Hoehne
1
Orchidaceae
Sarcoglottis ventricosa (Vell.) Hoehne
18
Orchidaceae
Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr.
10
Piperaceae
Peperomia hilariana Miq.
1
Polypodiaceae
Campyloneurum nitidum (Kaulf.) C.Presl.
4
Pteridaceae
Adiantopsis radiata (L.) Fée
4
Pteridaceae
Doryopteris majestosa Yesilyurt
1
Pteridaceae
Pteris deflexa Link.
19
Pteridaceae
Pteris denticulata Sw.
4
Pteridaceae
Pteris lechleri Mett.
3
Tectariaceae
Tectaria incisa Cav.
21
Thelypteridaceae
Thelypteris abbiattii C.F.Reed
1
Thelypteridaceae
Thelypteris amambayensis (Christ) Ponce
4
Thelypteridaceae
Thelypteris araucariensis Ponce
1
Thelypteridaceae
Thelypteris hatschbachii A.R.Sm.
4
Thelypteridaceae
Thelypteris scabra (C.Presl) Lellinger
6
Urticaceae
Pilea rhizobola Miq.
2
Woodsiaceae
Diplazium ambiguum Raddi
31
Woodsiaceae
Diplazium asplenioides (Kunze) C.Presl.
11
Woodsiaceae
Diplazium cristatum (Desr.) Alston
51
154
ANEXO 2 - Quantidade de amostras para xiloteca beneficiadas até 31/12/12
Família
Espécie
N.º de Amostras
Apocynaceae
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg.
5
Fabaceae
Bauhinia forficata Link
4
Fabaceae
Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.M.G. Azevedo
5
Fabaceae
Lonchocarpus subglaucescens Mart. ex Benth.
5
Fabaceae
Centrolobium tomentosum Guill. ex Benth.
5
Fabaceae
Holocalyx balansae Mich.
5
Lauraceae
Nectandra lanceolata Nees
4
Fabaceae
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan
4
Rutaceae
Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl.
4
Fabaceae
Lonchocarpus campestris Mart. ex Benth.
5
Nyctaginaceae
Bougainvillea glabra Choisy
5
Euphorbiaceae
Croton floribundus Spreng.
4
Fabaceae
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr.
5
Boraginaceae
Cordia americana (L.) Gottsb. & J.S. Mill.
5
Lauraceae
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez
5
Malvaceae
Luehea divaricata Mart.
5
Anacardiaceae
Schinus terebinthifolius Raddi
5
Meliaceae
Cedrela fissilis Vell.
5
Myrtaceae
Campomanesia xanthocarpa O. Berg
5
Myrtaceae
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.
5
Myrtaceae
Psidium cattleyanum Sabine
5
Bignoniaceae
Jacaranda micrantha Cham.
5
Salicaceae
Casearia obliqua Spreng.
5
Fabaceae
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
5
Euphorbiaceae
Croton urucurana Baill.
5
Lauraceae
Nectandra lanceolata Nees
5
Meliaceae
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
5
Fabaceae
Cassia leptophylla Vog.
5
Cecropiaceae
Cecropia pachystachya Trec.
5
Fabaceae
Machaerium nictitans (Vell.) Benth.
5
Lauraceae
Ocotea puberula (Rich.) Nees
5
Papilionoideae
Myrocarpus frondosus M. Allemão
5
Elaeocarpaceae
Sloanea monosperma Vell.
5
Sapindaceae
Matayba elaeagnoides Radlk.
5
Fabaceae
Erythrina falcata Benth.
5
Araucariaceae
Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze
5

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