ortodontia - Blog Elsevier Saúde

Transcrição

ortodontia - Blog Elsevier Saúde
TERAPIAS ATUAIS em
ORTODONTIA
Ravindra Nanda
Sunil Kapila
TERAPIAS ATUAIS em
ORTODONTIA
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TERAPIAS ATUAIS em
ORTODONTIA
Ravindra Nanda, BDS, MDS, PhD
UConn Orthodontic Alumni Endowed Chair
Professor and Head
Department of Craniofacial Sciences
Chair
Division of Orthodontics
School of Dental Medicine
University of Connecticut Health Center
Farmington, Connecticut
Sunil Kapila, BDS, MS, PhD
Robert W. Browne Endowed Professor and Chair
Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry
Program Director of Graduate Orthodontics
School of Dentistry
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
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Do original: Current Therapy in Orthodontics.
© 2010 por Mosby, Elsevier Inc.
Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby – um selo editorial Elsevier Inc.
ISBN: 978-0-323-05460-7
© 2011 Elsevier Editora Ltda.
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida
sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
ISBN: 978-85-352-4175-4
Capa
Interface/Sergio Liuzzi
Editoração Eletrônica
Thomson Digital
Elsevier Editora Ltda.
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Rua Sete de Setembro, n° 111 – 16° andar
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NOTA
O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser
seguidos, mas, como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no
tratamento e terapia à base de fármacos podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados
a checar informações mais atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verificar a dose recomendada, o método e a duração da administração e as contraindicações. É
responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem
qualquer responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta
publicação.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
N168d
Nanda, Ravindra
Terapias Atuais em Ortodontia / Ravindra Nanda, Sunil Kapila; [tradução Vinicius
Farias Ferreira]. - 1.ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
il.
Tradução de: Current therapy in orthodontics
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-352-4175-4
1. Ortodontia. 2. Maloclusão. I. Kapila, Sunil. II. Ferreira, Vinicius Farias II. Título.
11-0049.
CDD: 617.643
CDU: 616.314-089.23
05.01.11 06.01.11
023722
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REVISÃO CIENTÍFICA
E TRADUÇÃO
Revisão Científica
Antonio de Moraes Izquierdo
Professor de Ortodontia da Universidade Iguaçu (UNIG)
Doutorando e Mestre em Odontologia (Ortodontia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Internato em Ortodontia Preventiva e Interceptativa – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Tradução
Alexandre Barboza de Lemos, (Cap. 23)
Coordenador dos Cursos de Especialização em Implantodontia da Odontoclínica Central do Exército (OCEx) e da
Faculdade São Leopoldo Mandic (Campus Laranjeiras - RJ)
Especialista em Periodontia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)
Mestre em Periodontia pela Universidade Veiga de Almeida (UVA)
Ana Julia Perrotti-Garcia, (Caps. 10 e 28)
Cirurgiã-dentista formada pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP)
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
Especialista em Tradução pela Faculdade de Filosofia
Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP)
Débora Rodrigues Fonseca, (Caps. 24 e 25)
Cirurgiã Bucomaxilofacial do Hospital Geral do Andaraí – Rio de Janeiro
Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela UFRJ
Subchefe do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Estadual Getúlio Vargas – Rio de Janeiro
Eduardo Esberard Favilla, (Caps. 20 e 21)
Professor do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Associação Brasileira de
Odontologia (ABO) e Faculdade de Medicina de Petrópolis
Fellow em Dor Orofacial - University of Maryland, Baltimore
Cirurgião Bucomaxilofacial do Hospital Estadual Getúlio Vargas – Rio de Janeiro
Eduardo Franzotti Sant’Anna, (Cap. 19)
Professor Adjunto do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da UFRJ (FO UFRJ)
Mestre e Doutor em Ortodontia pela FO UFRJ
Post Doc Fellow Dpt. of Anatomy/Rush Craniofacial Center Chicago - EUA
Georgiana Seabra Louro, (Cap. 22)
Mestre em Ortodontia (UFRJ),
Graduada em Odontologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Hugo Cesar Pinto Marques Caracas, (Caps. 3, 5 a 7)
Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ
Marcela Jardim Gomes Elias, (Cap. 11)
Mestre em Farmacologia e Química Medicinal
Maiza Ritomy Ide, (Caps. 13 a 16)
PhD em Reumatologia (Espanha – Universidade da Cantabria)
Doutora em Reumatologia pela USP
Mestre em Ciências pela USP
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Revisão Científica e Tradução
Mariana Alves de Sá Siqueira, (Caps. 17, 18 e Índice)
Doutoranda em Periodontia pela Faculdade de Odontologia da UERJ
Mestre em Ciências – Pós-graduação em Ciências Médicas da UERJ
Especialista em Periodontia pela UVA
Mônica Simões Israel, (Cap. 12)
Especialista em Estomatologia pela UFRJ
Mestre e Doutora em Patologia pela UFF
Professora de Estomatologia (UERJ) e de Patologia (Faculdades São José)
Mônica Tirre de Souza Araujo, (Cap. 26)
Professora Adjunta de Ortodontia da UFRJ
Chefe do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FO UFRJ
Mestre e Doutora em Ortodontia pela UFRJ
Paula Paiva do Nascimento Izquierdo, (Caps. 8 e 9)
Ortodontista do Quadro de Oficiais Dentistas da Força Aérea Brasileira
Mestre em Odontologia (Ortodontia) pela UFRJ
Rodrigo Melo do Nascimento, (Cap. 27)
Pós-Graduado em Radiologia pela UFRJ
Graduado em Odontologia pela UFRJ (Cum Laude)
Vinicius Farias Ferreira, (Caps. 1, 2 e 4)
Mestre em Clínica Odontológica (Periodontia) pela UFF
Especialista em Prótese Dentária pela PUC-Rio
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COLABORADORES
S. Jay Bowman, DMD, MSD
Adjunct Associate Professor
Saint Louis University
St. Louis, Missouri
Instructor
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
Leonard S. Fishman, DDS
Clinical Professor and Research Director
Department of Orthodontics and Temporomandibular
Joint Disorders
Eastman Dental Center
University of Rochester
Rochester, New York
Lucia H.S. Cevidanes, DDS, MS, PhD
Assistant Professor
Department of Orthodontics
School of Dentistry
University of North Carolina
Chapel Hill, North Carolina
Julia Harfin, DDS, PhD
Chairman and Professor
Department of Orthodontics
Maimónides University
Buenos Aires, Argentina
William J. Clark, BDS, DDO
Orthodontist
Fife, Scotland
R. Scott Conley, DMD
Clinical Associate Professor
Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
Tarisai C. Dandajena, DDS, MS, PhD
Assistant Professor
Department of Orthodontics
College of Dentistry
Assistant Professor
Department of Cell Biology
College of Medicine
University of Oklahoma Health Sciences Center
Oklahoma City, Oklahoma
Nejat Erverdi, DDS, PhD
Professor
Faculty of Dentistry
Department of Orthodontics
Marmara University
Istanbul, Turkey
Visiting Professor
Department of Orthodontics
School of Dentistry
University of Connecticut
Farmington, Connecticut
Hong He, DDS, MDS, PhD
Chair and Associate Professor
Department of Orthodontics
School of Stomatology
Key Laboratory for Oral Biomedical Engineering
Ministry of Education
Wuhan University
Wuhan, Hubei Province, China
Haluk øs¸ eri, DDS, PhD
Professor and Chair
Department of Orthodontics
School of Dentistry
Ankara University
Ankara, Turkey
Sunil Kapila, BDS, MS, PhD
Robert W. Browne Endowed Professor and Chair
Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry
Program Director of Graduate Orthodontics
School of Dentistry
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
Hiroshi Kawamura, DDS, DDSc
Professor and Chairman
Department of Maxillofacial Surgery
Graduate School of Dentistry
Tohoku University
Sendai, Miyagi, Japan
vii
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viii
Colaboradores
Jin Y. Kim, DDS
Resident in Orthodontics
Department of Orthodontics
College of Dental Medicine
Columbia University
New York, New York
Jeremy J. Mao, DDS, PhD
Professor
Department of Orthodontics
College of Dental Medicine
University of Columbia
New York, New York
Gregory J. King, DMD, DMSc
Moore Riedel Professor
Department of Orthodontics
School of Dentistry
University of Washington
Seattle, Washington
Reha Kis¸ nis¸ ci, DDS, PhD
Professor
Department of Oral and Maxillofacial Surgery
School of Dentistry
Ankara University
Ankara, Turkey
James A. McNamara, Jr., DDS, MS, PhD
Thomas M. and Doris Graber Endowed Professor
of Dentistry
Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry
School of Dentistry
Professor of Cell and Developmental Biology
School of Medicine
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
Research Professor
Center for Human Growth and Development
University of Michigan
Ann Arbor, Michigan
Yukio Kitafusa, DDS, PhD
Kitafusa Orthodontic Clinic
Asahi City, Chiba Prefecture, Japan
Thomas F. Mulligan, DDS, MSD
Private Practice
Phoenix, Arizona
Vincent G. Kokich, DDS, MSD
Professor
Department of Orthodontics
School of Dentistry
University of Washington
Seattle, Washington
Hiroshi Nagasaka, DDS, DDSc
Clinical Professor
Department of Maxillofacial Surgery
Tohoku University
Sendai, Miyagi, Japan
Director
Department of Oral Surgery and Dentistry
Miyagi Children’s Hospital
Sendai, Miyagi, Japan
Gökmen Kurt, DDS, PhD
Assistant Professor
Faculty of Dentistry
Department of Orthodontics
University of Erciyes
Kayseri, Turkey
Harry L. Legan, DDS
Professor and Director
Department of Orthodontics
Vanderbilt University Medical Center
Nashville, Tennessee
Steven J. Lindauer, DMD, MDSc
Norborne Muir Professor and Chair
Department of Orthodontics
School of Dentistry
Virginia Commonwealth University
Richmond, Virginia
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Ravindra Nanda, BDS, MDS, PhD
UConn Orthodontic Alumni Endowed Chair
Professor and Head
Department of Craniofacial Science
Chair
Division of Orthodontics
School of Dental Medicine
University of Connecticut Health Center
Farmington, Connecticut
Peter Ngan, DMD
Professor and Chair
Department of Orthodontics
West Virginia University
Morgantown, West Virginia
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Colaboradores
Hyo-Sang Park, DDS, MSD, PhD
Department of Orthodontics
School of Dentistry
Kyungpook National University
Daegu, South Korea
Martin Styner, PhD
Assistant Professor
Departments of Psychiatry and Computer Science
University of North Carolina
Chapel Hill, North Carolina
Carol Pilbeam, PhD, MD
Professor of Medicine
Department of Medicine
University of Connecticut Health Center
Farmington, Connecticut
Junji Sugawara, DDS, DDSc
Visiting Clinical Professor
Division of Orthodontics
Department of Craniofacial Science
School of Dental Medicine
University of Connecticut
Farmington, Connecticut
Director
SAS Orthodontic Centre
Ichiban-cho Dental Office
Sendai, Miyagi, Japan
Birte Prahl-Andersen, DDS, PhD, FDSRCS (Edin)
Professor (Emeritus) and Former Chairman of the
Orthodontics Department
Department of Orthodontics
Academic Centre for Dentistry
Amsterdam, The Netherlands
Visiting Professor
Faculty of Dentistry
West China College of Stomatology
Sichuan University
Chengdu China
Honorary Professor
Padjadjaran State University
Bandung, Indonesia
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Madhur Upadhyay, BDS, MDS
Fellow
Division of Orthodontics
Department of Craniofacial Sciences
School of Dental Medicine
University of Connecticut Health Center
Farmington, Connecticut
William R. Proffit, DDS, PhD
Kenan Professor
Department of Orthodontics
School of Dentistry
University of North Carolina
Chapel Hill, North Carolina
Flavio Andres Uribe, DDS, MDentSc
Assistant Professor
Division of Orthodontics
Department of Craniofacial Sciences
School of Dental Medicine
University of Connecticut Health Center
Farmington, Connecticut
Bhavna Shroff, DDS, MDentSc
Professor and Graduate Program Director
Department of Orthodontics
School of Dentistry
Virginia Commonwealth University
Richmond, Virginia
Serdar Üs¸ ümez, DDS, PhD
Associate Professor and Chairman
Faculty of Dentistry
Department of Orthodontics
University of Gaziantep
Gaziantep, Turkey
Pramod K. Sinha, DDS, BDS, MS
Affiliate Professor
Department of Orthodontics
University of Washington
Seattle, Washington
Chair
Department of Health
Dental Quality Assurance Commission
Tumwater, Washington
Sunil Wadhwa, DDS, PhD
Charles Burstone Assistant Professor
Department of Craniofacial Sciences
School of Dental Medicine
University of Connecticut
Farmington, Connecticut
Anoop Sondhi, DDS, MS
Sondhi-Biggs Orthodontics
Indianapolis, Indiana
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Kazunori Yamaguchi, DDS, PhD
Professor and Chair
Division of Orofacial Functions and Orthodontics
Department of Growth and Development of Functions
Kyushu Dental College
Kitakyushu, Fukuoka, Japan
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Colaboradores
Björn U. Zachrisson, DDS, MSD, PhD
Professor II
Department of Orthodontics
University of Oslo
Oslo, Norway
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Candice Zemnick, DMD, MPH, MS
Director, Predoctoral Prosthodontics
Associate Director, Maxillofacial Prosthetics
Department of Prosthodontics
College of Dental Medicine
Columbia University
New York, New York
Associate Fellow, American Academy of Maxillofacial,
Prosthetics
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DEDICATÓRIA
É um imenso prazer para nós dedicar este livro ao Dr. Ram Nanda
como pequeno símbolo de nosso amor e gratidão por um dos
mais eminentes líderes em Ortodontia. Ele tem sido uma fonte
constante de inspiração e um modelo para várias gerações de
ortodontistas ao redor do mundo. Sua orientação, através de
ideias provocantes, contribuições na literatura e apresentações
científicas em vários níveis, desempenha um papel importante
no desenvolvimento da Ortodontia moderna e no estabelecimento de uma abordagem mais científica e objetiva nesta área
das ciências da saúde.
Ram se juntou ao Government Dental College em Lahore,
Índia, em 1945. Após a divisão da Índia, ele se mudou para
Bombaim (agora Mumbai) e concluiu sua graduação em
Odontologia na Universidade de Bombaim em 1946. Em 1950,
ele foi para os Estados Unidos como colaborador do Forsyth
Institute em Boston. Subsequentemente, ele procurou e concluiu o doutorado em Crescimento Humano na Universidade
do Colorado em 1955. Ram retornou à Índia em 1955 e atuou
como professor na Divisão de Ortodontia e Pediatria do Hospital e Colégio Odontológico de Lucknow, Índia. Mantendo
seus laços com os Estados Unidos, completou a sua especialização em Ortodontia na Escola de Odontologia da Universidade de Loyola, de 1959 a 1972. Em 1972, Ram foi recrutado
como Diretor da Divisão de Odontologia do Desenvolvimento
e Diretor do Departamento de Ortodontia no Colégio de
Odontologia da Universidade de Oklahoma. Ele permaneceu
nestes cargos até 2006.
De 1955 a 2006, Ram esteve envolvido ativamente ensinando
as nuances da Ortodontia para centenas de alunos de graduação
e pós-graduação na Índia, nos Estados Unidos e em vários
outros países. Sua habilidade excepcional como líder, combinada com sua visão e trabalho duro, ajudou a fazer do Departamento de Ortodontia da Universidade de Oklahoma um dos
melhores do País. Por vários anos, o departamento tem atraído
alguns dos melhores alunos e ortodontistas de toda parte do
mundo. Muitos deles se tornaram clínicos de sucesso e muitos
mantêm posições proeminentes na Ortodontia Acadêmica e na
Odontologia. Ram também foi fundamental não só para guiar
nossa carreira, mas como a carreira de nosso irmão caçula,
Surender Nanda.
Ram e sua esposa, Pramod, celebraram o seu 50o aniversário
de casamento em 2007. Eles foram abençoados com 3 filhos,
Ruchi, um ortodontista, Mohit e Sumit, ambos cirurgiões de
retina, e oito netos amados.
Ram é reconhecido por sua contribuição a uma grande
variedade de tópicos em Ortodontia Clínica. Ele apresentou
numerosas palestras científicas tanto em congressos nacionais e
internacionais em tópicos, variando desde crescimento craniofacial ao resultado do tratamento ortodôntico e fricção de acessórios ortodônticos. Ele publicou um livro, vários capítulos em
livros renomados e mais de 150 artigos em periódicos que foram
bem recebidos pelo mundo. Durante seus primeiros dias na
Ortodontia, seu trabalho em crescimento humano o levou a
uma mudança de paradigma nos conceitos relacionados ao
crescimento e desenvolvimento craniofacial. Ele também proporcionou mudanças valorosas na clínica ortodôntica relacionada à contenção e estabilidade, aplicação de magnetos para
movimentação dentária, previsão do crescimento humano e
biomateriais.
Em reconhecimento e apreciação ao seu trabalho incansável,
Ram tem recebido prêmios e aclamação generalizada de vários
lugares do mundo, incluindo o primeiro Prêmio de Pesquisa
Edward H Angle; apontado como Professor Dotado no Departamento de Ortodontia na Universidade de Oklahoma; Prêmio
de Oratória H.D. Merchant pela Sociedade Indiana de Ortodontia; Prêmio Martin Dewey Memorial da Sociedade Sudoeste de
Ortodontia; e sua coroação, Homenageado como Pai da Ortodontia Edgewise na Índia, pela Sociedade Indiana de Ortodontia.
Os vários alunos de Ram, amigos e admiradores o têm descrito sempre como um ilustre educador, clínico, pesquisador,
mentor, exemplo e, acima de tudo, como um verdadeiro cavalheiro. A dedicatória deste livro em homenagem ao Ram serve
como um pequeno símbolo de gratidão e apreciação de todos
nós pelas suas contribuições altruístas à nossa profissão.
Nossos sinceros agradecimentos a todos os colaboradores
envolvidos neste projeto merecedor e que apresentam alguns
dos seus melhores trabalhos em homenagem ao Dr. Ram Sarup
Nanda.
Ravi Nanda
Sunil Kapila
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AGRADECIMENTOS
Nosso sincero obrigado a todos os colaboradores pela participação e união em nosso reconhecimento
de Ram Nanda. Sua participação foi imperativa para o sucesso deste projeto.
Nossos agradecimentos ao Dr. Madhur Upadhyay por sua ajuda na edição de vários capítulos.
Nosso obrigado sincero ao Sr. John Dolan, Editor Sênior, que apoiou e encorajou o desenvolvimento deste livro. Este livro não poderia ter sido realizado sem a ajuda da Sra. Courtney Sprehe,
Editora de Desenvolvimento Sênior, que assumiu este livro desde o primeiro dia e o trouxe para a
realização com seu trabalho duro.
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PREFÁCIO
Terapias Atuais em Ortodontia é o primeiro livro de seu tipo a
buscar a ciência da Ortodontia sempre em evolução e sua
relação com a ótima terapia e cuidados com o paciente. Ele é
desenhado para ser uma referência clara e moderna para ortodontistas e clínicos e para prover acesso a conceitos em Ortodontia no estado-da-arte. Líderes no campo da Ortodontia se
juntaram para promover a base da Ortodontia contemporânea
em um livro completo. A cobertura detalhada encaminha o
leitor através do diagnóstico e plano de tratamento; manejo das
discrepâncias transversas, sagitais e verticais; controle tanto dos
casos de adultos como dos casos complexos; e aplicação da
biomedicina no tratamento ortodôntico.
Uma área essencial avaliada neste livro é o manejo dos casos
em adultos. Como muitos adultos buscam tratamento ortodôntico, hoje o ortodontista deve ter um bom entendimento das
melhores maneiras de tratar o paciente adulto. A Parte III,
Manejo de Casos Complexos e em Adultos, se concentra no
tratamento de pacientes adultos e nos seus problemas e questões
específicos.
ORGANIZAÇÃO
Parte I, Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos, começa pela
visualização do impacto que o tratamento ortodôntico pode ter
na qualidade de vida do paciente e no sistema de saúde baseado
em valores no Capítulo 1 e continua para apresentar quais
fatores afetam o comprometimento do paciente com o tratamento e como melhorá-lo no Capítulo 2. O Capítulo 3 analisa
como a morfologia facial e as variações no desenvolvimento
podem influenciar o tempo e a metodologia do tratamento. O
Capítulo 4 revisa o Prescale Occluzer Dentário, enquanto o
Capítulo 5 mostra como um sistema totalmente automatizado,
voxel sensível, com registro rígido na base craniana e métodos
de superposição tridimensional são utilizados para avaliar
estruturas anatômicas mal posicionadas. Ambos os Capítulos 6
e 7 apresentam bráquetes, iniciando com o processo de colagem
dos bráquetes (e outros acessórios) no Capítulo 6, seguido pelo
impacto que a própria seleção do bráquete e sua colagem podem
ter no resultado final do tratamento. A Parte I conclui com o
Capítulo 8, que aborda a importância das pesquisas de longo
prazo, acompanhamento de pesquisas clínicas e informações
baseadas em experiências sobre terapia ortodôntica e como isso
deve ser incorporado no planejamento dos tratamentos.
Parte II, Manejo Clínico das Discrepâncias Sagital e Vertical, começa com o Capítulo 9, que enfoca a distinção entre
Ortodontia e Ortopedia Facial e os diferentes efeitos dessas duas
abordagens na correção das deformidades dentofaciais. O Capítulo 10 mostra três tipos de aparelhos funcionais (removível,
fixo e híbrido) e como eles são utilizados no tratamento da
maloclusão Classe II. O Capítulo 11 revisa a terapia combinada
para Classe II, um método de tratamento para as maloclusões
Classe II que necessitam apenas de uma fase de tratamento e
reduzem a necessidade de comprometimento do paciente. O
Capítulo 12 avalia a melhor maneira de reconhecer e tratar a
síndrome da deficiência maxilar, enquanto o Capítulo 13
enfoca a prevalência, etiologia, diagnóstico e tratamento da
maloclusão Classe III. Ambos os Capítulos 14 e 15 abordam a
mordida aberta. O Capítulo 14 trata da classificação, mecanismos e implicações clínicas da mordida aberta, incluindo a
respiração bucal, e o Capítulo 15 mostra as características do
padrão esqueletofacial vertical excessivo e os diferentes mecanismos para sua correção. A Parte II finaliza com o Capítulo
16, que aborda a sobremordida profunda, três opções de tratamento e a utilização de implantes para a correção da mordida
profunda.
A Parte III, Manejo de Casos Complexos e em Adultos,
inicia pela visualização de como a condição periodontal pode
afetar o tratamento ortodôntico em pacientes adultos no Capítulo 17. O Capítulo 18 revisa uma abordagem para o tratamento projetada pelo autor do capítulo que se destina à
estabilização do fechamento de diastema sem a necessidade de
contenção permanente. O Capítulo 19 apresenta um panorama
sobre a mecânica contínua e segmentada, introduz o conceito
de mecânica seccionada híbrida e utiliza princípios biomecânicos para discutir os prós e contras de cada uma destas abordagens. O Capítulo 20 enfoca a apneia do sono, incluindo seu
diagnóstico e vários tratamentos. O Capítulo 21 avalia a
importância da estética dentária, apresentando um método
sistemático de avaliação da estética dentofacial em uma
maneira lógica e interdisciplinar. O Capítulo 22 revisa a utilização de dispositivos de ancoragem temporária durante a
rotina do tratamento ortodôntico e o Capítulo 23 estuda o
desenvolvimento e utilização de microimplantes. O Capítulo
24 se destina ao sistema de ancoragem esquelética, que foi
desenvolvido pelos autores do capítulo e envolve a utilização
de minimplantes de titânio e parafusos monocorticais para
ancoragem absoluta. A Parte III finaliza com o Capítulo 25,
com uma visão sobre a técnica conhecida como distração
dentoalveolar, que é uma técnica relativamente nova que consegue um movimento rápido do dente utilizando os princípios
da distração osteogênica.
A Parte IV, Biomedicina Aplicada à Ortodontia, conclui o
livro com uma discussão da mecanotransdução no Capítulo 26.
O Capítulo 27 é direcionado à reabsorção radicular ortodôntica e, finalmente, o Capítulo 28 enfoca os maiores desafios
clínicos na reconstrução craniofacial, as abordagens clínicas
para o seu manejo e as abordagens emergentes em engenharia
de tecidos e biologia de células-tronco para a obtenção de
reconstruções dentárias, bucais e de defeitos craniofaciais
baseadas na biologia.
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Prefácio
COLABORADORES
Um livro desta natureza é o produto de numerosos colaboradores, muitos dos quais passaram suas carreiras desenvolvendo
maneiras de avançar nossa profissão. A reunião deste grupo
distinto de clínicos e professores de todas as partes do mundo
resultou em um livro abrangente sobre a Ortodontia Contemporânea que engloba toda a sua experiência e habilidade.
NOTA DOS EDITORES
Este livro não é para ser um compêndio de todo aspecto da
Ortodontia. A ideia das terapias atuais é entender como as pesquisas de hoje afetam o ótimo tratamento dos pacientes. É nossa
esperança que este livro sirva tanto para o ortodontista como
para o clínico geral, na atualização sobre os últimos avanços nas
questões atuais neste campo de evolução contínua.
Ravi Nanda
Sunil Kapila
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SUMÁRIO
PARTE I: Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos
1. Qualidade de Vida como Indicação para o
Tratamento Ortodôntico, 3
Birte Prahl-Andersen
2. Cooperação do Paciente na Prática Ortodôntica, 9
Pramod K. Sinha
3. Abordagem Biológica e Cefalomórfica no
Diagnóstico e Tratamento, 15
Leonard S. Fishman
4. Padrões Oclusais em Pacientes Ortodônticos:
Utilização do Sistema de Medição da Força Oclusal, 27
Yukio Kitafusa
5. Superposição Tridimensional para Quantificação
dos Resultados do Tratamento, 36
Lucia H.S. Cevidanes, Martin Styner
e William R. Proffit
6. Adesivos e Colagem em Ortodontia, 45
Serdar Üşümez e Nejat Erverdi
7. O Impacto da Seleção e Posicionamento
do Bráquete na Expressão do Movimento
Dentário e dos Detalhes de Finalização, 68
Anoop Sondhi
8. Ortodontia de Qualidade: Desafiando as
Tendências Populares, 78
Björn U. Zachrisson
PARTE II: Manejo Clínico das Discrepâncias
Sagital e Vertical
9. Objetivos do Tratamento Funcional, 87
William J. Clark
10. Aparelhos Funcionais Híbridos para o Manejo das
Maloclusões de Classe II, 103
Tarisai C. Dandajena
11. Terapia Combinada para Classe II: Distalização
de Molar e Aparelhos Ortopédicos Fixos, 115
S. Jay Bowman
12. Síndrome da Deficiência Maxilar, 137
James A McNamara Jr.
13. Protração Maxilar Efetiva para Pacientes
Classe III, 143
Peter Ngan e Hong He
14. Considerações Etiológicas e Terapêuticas
da Mordida Aberta, 159
Kazunori Yamaguchi
15. Mecânicas Eficientes e Aparelhos para Corrigir
Excesso Vertical e Mordida Aberta, 171
Flavio Andres Uribe e Ravindra Nanda
16. Etiologia, Diagnóstico e Tratamento da
Sobremordida Profunda, 186
Madhur Upadhyay e Ravindra Nanda
PARTE III: Manejo de Casos Complexos
e em Adultos
17. Tratamento Ortodôntico em Pacientes
Adultos com Inserção Periodontal Reduzida, 201
Julia Harfin
18. Diastemas: A Contenção Permanente é Realmente
Necessária? 215
Thomas F. Mulligan
19. Otimizando a Biomecânica em Casos Complexos
e Comprometidos, 228
Sunil Kapila e R. Scott Conley
20. O Papel da Ortodontia na Apneia Obstrutiva
do Sono, 251
R. Scott Conley e Harry L. Legan
21. Otimizando a Estética para o Paciente
Interdisciplinar, 266
Vincent G. Kokich
22. Dispositivos de Ancoragem Temporária:
Oportunidades e Desafios Biomêcanicos, 278
Bhavna Shroff e Steven J. Lindauer
23. O Uso de Microimplantes na
Ortodontia, 291
Hyo-Sang Park
24. Distalização de Molares com Ancoragem
Esquelética em Pacientes sem Crescimento, 301
Junji Sugawara, Hiroshi Nagasaka,
Hiroshi Kawamura e Ravindra Nanda
25. Biomecânica do Movimento Dentário Rápido
através da Distração Osteogênica
Dentoalveolar, 321
Haluk øşeri, Gökmen Kurt e Reha Kişnişci
PARTE IV: Biomedicina Aplicada à Ortodontia
26. Mecanotransdução de Forças Ortodônticas, 341
Sunil Wadhwa, Ravindra Nanda e Carol Pilbeam
27. Reabsorção Radicular Ortodôntica, 353
Gregory J. King
28. Restauração dos Defeitos Bucais e Craniofaciais
por Abordagens com Células-Tronco
e Bioengenharia, 359
Jin Y. Kin, Candice Zemnick e Jeremy J. Mao
Índice, 371
xv
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TOC.indd xvi
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36
Parte I
Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos
C A P Í T U LO
5
Superposição
Tridimensional para
Quantificação dos
Resultados do
Tratamento
Lucia H.S. Cevidanes, Martin Styner
e William R. Proffit
A
superposição de radiografias seriadas em uma estrutura
de referência estável é necessária para avaliar as alterações
decorrentes do crescimento e do tratamento. A imagem
tridimensional (3D) obtida por tomografia computadorizada
(TC) de feixe cônico (FC), TC axial, ressonância magnética (RM)
ou escâneres de superfície a laser oferecem informação diagnóstica
melhorada e talvez o mais importante seja que fornecem uma
melhor maneira de avaliar as alterações resultantes do tratamento
e das respostas adaptativas dos tecidos esquelético e mole para o
tratamento.1-8 A base do crânio é geralmente usada na cefalometria
bidimensional (2D) para esse propósito porque ela apresenta alterações mínimas depois que o crescimento neural está completo.
As representações cefalométricas em 2D das estruturas craniofaciais em 3D não podem responder muitas perguntas a respeito dos
mecanismos de resposta ao tratamento e alterações localizadas
resultantes do crescimento.9,10 Em contrapartida, as técnicas em
3D fornecem informações substanciais a esse respeito, mas apresentam um desafio na escolha das estruturas e pontos usados na
superposição. Embora a localização de pontos em 2D seja dificultada pela localização dos tecidos moles e duros nos filmes radiográficos devido à superposição de múltiplas estruturas, a localização
de pontos 3D nas estruturas curvas complexas é significativamente mais difícil. Como notou Bookstein11-12, não há definições
operacionais adequadas para os pontos craniofaciais nos três
planos do espaço: coronal, sagital e axial.
No contexto das alterações faciais, a superposição não deveria
se basear na identificação de pontos ou em técnicas de melhor
coincidência entre estruturas que mudam com o crescimento e o
tratamento. As alterações maxilo-mandibulares precisam ser
determinadas em relação a estruturas estáveis que não tenham
sido alteradas pelo crescimento ou tratamento. Para melhor
entender as formas faciais dos tecidos duro e mole e as alterações
com o crescimento e tratamento, assim como para criar bancos de
dados normativos e predizer as mudanças, o registro de toda
superfície da base do crânio é o melhor método. Este capítulo
demonstra o uso de um método de registro rígido da base do
crânio totalmente automatizado, prudente, em voxels, e a aplicação de métodos de superposição 3D para avaliar as estruturas
anatômicas deslocadas pelo crescimento, cirurgia ou outro
tratamento.
METODOLOGIA PARA REGISTRO
DA SUPERFÍCIE
Aquisição de Imagem
O uso de imagens em 3D para o planejamento e acompanhamento do tratamento levanta a preocupação sobre a dose de
radiação. O equipamento de TC por feixe cônico (TCFC) especializado para imagem maxilofacial agora oferece uma baixa dose
de radiação e uma forma conveniente de acompanhar as mudanças da morfologia facial em três dimensões. Os escaneamentos da
TCFC dos casos apresentados nesse capítulo foram adquiridos no
NewTom 3G (AFP Imaging, Elmsford, N.Y.) com dose de
aquisição de 36,3 microsievert (␮Sv) para o escaneamento
de maxila e mandíbula. Isto é uma grande redução dos 314 ␮Sv de
uma TC axial convencional. Há um decréscimo na taxa sinal/
ruído com TCFC, mas há completa visualização das estruturas
faciais com resolução espacial de 0,36 mm nos voxels isotrópicos.
O protocolo de imagem usado foi um campo de aquisição de
30,48 centímetros para incluir toda a anatomia facial.
Análise da Imagem
Análise de imagens seriadas de TCFC para avaliar mudanças
ao longo do tempo é feita em uma sequência de quatro passos:
36
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Capítulo 5
Superposição Tridimensional para Quantificação dos Resultados do Tratamento
37
(1) modelo de reconstrução, (2) registro da imagem, (3) sobreposição de transparência e (4) medição quantitativa.
Construção de modelos virtuais de superfície 3D
A determinação quantitativa longitudinal do crescimento e correção cirúrgica requer a construção de modelos de superfície
3D. As ferramentas de análise de imagem para esse propósito
são modificações do programa gratuito de código aberto do U.S.
National Institutes of Health (NIH, Bethesda, Md.).
A segmentação envolve contornar a forma anatômica das estruturas visíveis em cortes transversais de um conjunto volumétrico
de dados de imagens de TCFC, realizada com a ferramenta Insight
SNAP (Cognitica, Chapel Hill, N.C.).13 Muitos métodos automatizados de segmentação padronizados falham quando aplicados à
anatomia complexa de pacientes com deformidade facial. Os
métodos descritos por Gerig et al.14 apontam essas dificuldades
técnicas e têm sido adaptados por Cevidanes et al.8 para construir
modelos craniofaciais 3D. Os modelos virtuais em 3D geralmente
são construídos de um conjunto de 300 cortes axiais para cada
imagem com os voxels formatados para uma isotropia de
0,5 × 0,5 × 0,5 mm. Esta resolução é usada porque embora seja possível resolução espacial maior com menor espessura dos cortes, ela
aumenta o tamanho do arquivo de imagem e requer maior poder
computacional e tempo de interação do usuário sem melhorar
significativamente a qualidade da determinação das mudanças
entre os tempos. Depois da segmentação com a ferramenta Insight
SNAP, estes arquivos de dados volumétricos são convertidos em
superfícies para os procedimentos de análise de forma 3D.
A
B
C
D
E
Registro da imagem
O registro da imagem é uma tecnologia central para muitas tarefas
de imagem. Os dois obstáculos para a disseminação do uso clínico
do registro não rígido (elástico e deformável) são o custo computacional e as dificuldades de quantificação à medida que os
modelos 3D são deformados. O registro não rígido pode ser
necessário para criar uma composição de várias formas diferentes
de maxila e mandíbula para guiar a construção de um modelo ou
padrão de modelos 3D normais de superfície. Entretanto, para
avaliar as alterações longitudinais, o registro rígido é aceitável.
Ao usar o registro rígido e software de imagem,15 os autores
mascaram as estruturas anatômicas deslocadas com o crescimento ou o tratamento e então realizam um registro rígido
totalmente automatizado, em voxels na base do crânio.
Para superposição de aquisições de TCFC de indivíduos nos
quais o crescimento da base do crânio está completo, o registro de
modelos virtuais de superfície 3D é feito usando toda a superfície
da base do crânio (Fig. 5-1, A e B). Para avaliar as mudanças de
crescimento e do tratamento em cada indivíduo, a fossa craniana
anterior e as superfícies do osso etmoide podem ser usadas no
procedimento de registro porque o crescimento dessas estruturas
se completa na primeira infância. Dessa forma, a base anterior do
crânio das imagens de TCFC é usada como referência para superpor pontos de tempos diferentes (Fig. 5-1, C e D). Os parâmetros
de rotação e translação são calculados e então usados para registrar
os modelos 3D de antes e depois do tratamento na base do crânio
(Fig. 5-1, E e F). Depois do registro, a sobreposição dos modelos
3D é feita usando o software Valmet e MeshValmet (modificações
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F
Axial
Frontal
te
Fon
Lateral
Alvo
Fig. 5-1 Superposições de modelos 3D de uma criança em crescimento diferem das de pacientes adultos. A, Imagem pré-tratamento e
B, Imagem pós-tratamento da superposição de modelos de superfície
3D de um indivíduo sem crescimento, no qual toda a superfície da
base do crânio foi usada para o registro das imagens. C, Vista superior,
e D, vista inferior de modelos de superfície 3D após o tratamento
usado para determinação das alterações do crescimento e do tratamento. Note que para os indivíduos em crescimento a superfície da
fossa craniana anterior tem sido usada para registro porque esta área
tem seu crescimento completado logo cedo na infância, assim as
superposições descrevem o crescimento em relação à base craniana
individual. E, Imagem em tons de cinza contendo apenas a fossa
craniana para o cálculo dos parâmetros de registro. F, Cálculo automatizado dos parâmetros de rotação e translação entre as imagens.
do Valmet do NIH) da University of North Carolina (UNC). Esses
pacotes de software permitem a determinação visual e quantitativa
da localização e magnitude das alterações ao longo do tempo por
meio de recobrimentos gráficos e do cálculo das distâncias euclidianas entre as superfícies dos modelos 3D em diferentes tempos.
Recobrimento transparente
O próximo passo na análise envolve o recobrimento das superfícies do modelo 3D que são registradas no mesmo sistema de
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38
Parte I
Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos
tificação desses pontos. Andresen et al.17 e Mitteroecker et al.18 propuseram o uso de “semipontos”, ou pontos mais vetores e planos
tangentes que definem sua localização, mas a informação de toda a
curva e das superfícies também deve ser incluída.
Gerig et al.14 propuseram o uso de mapas coloridos gerados
das distâncias dos pontos mais próximos entre as superfícies.
Este método mede as menores distâncias, que não correspondem às distâncias entre os pontos anatômicos em duas ou mais
imagens longitudinais obtidas. Entretanto, o uso das ferramentas MeshValmet e CMF permite o cálculo de milhares de distâncias em milímetros entre os triângulos das superfícies em
dois tempos diferentes, assim a diferença entre as duas superfícies pode ser quantificada em qualquer localização. Depois de
combinar todos os modelos 3D em diferentes tempos, regiões
específicas de interesse, tais como a superfície anterior da maxila,
proeminência do queixo, côndilos e borda posterior do ramo,
podem ser selecionadas e analisadas (Fig. 5-2).
coordenadas por outra ferramenta, o software CMF (Maurice
Müller Institute, Bern, Suíça).16 Esta ferramenta permite diferentes
graus de transparência para visualizar os limites das estruturas
maxilo-mandibulares entre modelos superpostos de dois tempos
diferentes. Isto identifica claramente a localização, magnitude e
direção dos deslocamentos mandibulares e também permite a
quantificação vertical, transversa e anteroposterior do remodelamento e deslocamentos ósseos que acompanham o crescimento e
a resposta ao tratamento.
Medições quantitativas
Na avaliação do tratamento cirúrgico, são necessárias medidas
quantitativas precisas para determinar (1) a colocação dos ossos na
posição desejada, (2) a posição das osteotomias e das placas e parafusos de fixação em relação às estruturas de risco e (3) a localização
e a quantidade de remodelamento do osso após o tratamento. As
medidas baseadas em pontos apresentam erros relacionados à iden-
A
B
C
D
Fig. 5-2 A, Imagem pré-tratamento e B, imagem de um ano de acompanhamento de paciente
cirúrgico. C, Visualização das alterações esqueléticas (em branco e vermelho) superpostas na base do
crânio com semitransparência. D, Quantificação das alterações do tecido mole para este paciente
usando mapas de distância coloridos.
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68
Parte I
Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos
C A P Í T U LO
7
O Impacto da Seleção e
Posicionamento do
Bráquete na Expressão do
Movimento Dentário e dos
Detalhes de Finalização
Anoop Sondhi
N
a condução do tratamento ortodôntico de um paciente,
frequentemente o demônio está nos detalhes. Ao
término do tratamento ortodôntico de um paciente,
salvo qualquer complicação imposta por discrepâncias esqueléticas, ausências de dentes ou outras condições, o clínico pode
dispender tanto tempo nos detalhes finais quanto fazendo correções maiores relacionadas a apinhamentos e fechamentos de
espaço. Em geral, o paciente se sente impaciente com este processo, particularmente quando o restante do tratamento envolve
alterações de segunda ou terceira ordens na dentição posterior,
onde elas não podem ser vistas.
Embora os ajustes necessários para mostrar estes detalhes
possam não se tornar evidentes até um certo estágio no tratamento, vários destes podem ser previstos no diagnóstico inicial
e no planejamento, assim como durante a seleção e colocação
do bráquete. Apesar de vários autores já terem escrito extensamente sobre os detalhes de finalização no tratamento ortodôntico, não tem sido dada a atenção adequada ao potencial impacto
da seleção e posicionamento apropriado de bráquetes nos detalhes finais do tratamento.
AVALIAÇÃO OBJETIVA VERSUS SUBJETIVA
Apenas alguns dos detalhes de finalização discutidos aqui
envolvem variáveis que são quantificáveis e, portanto, podem ser
medidas de forma objetiva. Por exemplo, a sobremordida desejável ao fim do tratamento pode ser identificada tanto como
2 mm quanto como 3 mm, podendo-se citar razões para cada
preferência. Ao final do tratamento também deveria ser possível
medir (quantificar) esta variável. Ao final do tratamento também
não deveriam haver espaços abertos nos arcos dentários, a não
ser que o espaço estivesse especificamente planejado para a
reconstrução de um dente com uma restauração. A presença ou
ausência de espaços podem ser quantificadas.
Uma gama de outras variáveis envolve um alto nível de subjetividade, parte por causa de preferências pessoais dos pacientes
e clínicos, e em parte por causa da dificuldade de quantificação,
isto é, de obtenção de medidas objetivas. Por exemplo, o grau
das inclinações mesiodistais dos dentes maxilares anteriores
podem variar em algum grau, com algumas diferenças no resultado estético. Na verdade, uma faixa de possíveis inclinações
axiais dos dentes superiores anteriores podem resultar em uma
aparência estética que poderia agradar ao paciente ou ao clínico,
sem impacto significativo na estabilidade da saúde e função
dentária do paciente a longo prazo. De maneira similar, os clínicos têm pontos de vista diferentes na inclinação axial desejada
para os dentes posteriores no plano transverso de espaço. Muitos
pacientes não dão a isso muita importância, mas o resultado
funcional para o paciente pode claramente ser diferente. Agora
adicione, por exemplo, a dificuldade de medição da real inclinação vestíbulo-lingual de um molar, sem falar das dificuldades
em se chegar a um consenso de um plano de referência para
realizar estas medições.
O ponto é simples: alguns fatores na finalização de um caso
ortodôntico afetarão fundamentalmente a estética do resultado
final, enquanto outros fatores afetarão a saúde e função dentárias do paciente a longo prazo e ainda outro conjunto de
variáveis afetará ambos os aspectos. Alguns fatores são quantificáveis e, consequentemente, mensuráveis. Outros detalhes
clínicos são mais subjetivos e podem ser difíceis ou impossíveis
de quantificar. Ademais, existe uma gama de opiniões na ortodontia referente tanto à aparência quanto à função do resultado
68
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Capítulo 7
O Impacto da Seleção e Posicionamento do Bráquete na Expressão do Movimento Dentário
69
Fig. 7-1 Dentição inferior construída digitalmente com algumas das múltiplas medições que
documentam a colocação do aparelho.
do tratamento, como evidenciado pelas diferentes opiniões
entre os praticantes da filosofia de “Tweed” e os praticantes da
filosofia da escola de pensamento “Bioprogressiva”. Os valores
do torque anterior variam significativamente entre estes dois
praticantes, com diferença identificável na estética e na função
do resultado do tratamento.
Andrews1 estava entre os primeiros a apresentar uma avaliação estruturada do resultado do tratamento. Sua definição das
“seis chaves para a oclusão normal” constitui o primeiro esforço
real em tabular variáveis específicas que pudessem ser mensuradas no resultado ortodôntico final. Na verdade, este foi o
fundamento do então nascente processo de desenvolvimento de
aparelhos pré-torqueados e pré-angulados. Antes dessa época,
torque, inclinação e deslocamento vestíbulo-lingual não eram
mensurados, apenas avaliados visualmente.
ANÁLISE GRÁFICA TRIDIMENSIONAL
Vários sistemas de aparelhos pré-torqueados e pré-angulados
estão disponíveis atualmente para o ortodontista. Essas prescrições são baseadas em fundamentos de princípios clínicos,
assim como preferências pessoais e filosóficas de cada clínico
individualmente. Entretanto, documentação objetiva da eficácia
destas várias prescrições é escassa na literatura e a maior parte das
evidências presentes parece anedótica. Ademais, um clínico querendo testar uma prescrição específica deve tratar uma amostra
de pacientes durante no mínimo dois ou três anos para observar
os detalhes clínicos – uma abordagem bem complicada.
Consequentemente, o objetivo do autor foi construir uma
dentição virtual (Fig. 7-1), progresso para o desenvolvimento
de uma oclusão virtual, e então testar a eficácia do desenho do
aparelho na dentição virtual antes de aplicá-lo no paciente. Isto
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Fig. 7-2 Vista anterolateral de um arco dentário superior com o
primeiro pré-molar superior direito isolado para avaliar e modificar sua inclinação axial.
também permite a comparação objetiva dos efeitos de diferentes
torques, angulações e prescrições.
O propósito desse processo foi simples. Em vez de extrapolar
os resultados do tratamento influenciados pela colaboração dos
pacientes, variações morfológicas e outros fatores não controláveis, o impacto dos desenhos de aparelhos poderia ser avaliado
pela criação de uma dentição virtual padronizada livre destas
influências. Aparelhos virtuais padronizados foram então aplicados a esta dentição para estudar o resultado do posicionamento específico de bráquetes, aplicação de torque e inclinação,
variando um fator de cada vez. Por exemplo, com o restante da
dentição e o aparelho mantidos constantes, um único dente
seria identificado para variação do torque selecionado no bráquete (Fig. 7-2), permitindo a mensuração do impacto da
variável modificada na posição final do dente. Em contrapartida,
3/23/11 12:00:07 PM
70
Parte I
Diagnóstico e Tratamento Ortodônticos
para estudar o impacto de uma prescrição ortodôntica específica em todo o arco dentário, a dentição poderia ser mantida
como padrão e o sistema inteiro do aparelho modificado, assim,
o impacto das inclinações axiais combinadas em todos os três
planos de espaço poderia ser estudado pela rotação do modelo
em cada plano.
As opiniões ainda diferem quanto à avaliação da função
oclusal e quanto aos aspectos funcionais da oclusão. Entretanto,
é amplamente aceito que “interferências em balanceio” são
indesejadas durante os movimentos laterais, tanto por razões
periodontais, quanto a respeito do impacto na função temporomandibular. Alguns autores identificaram o impacto da disfunção oclusal associada a desvios laterais significativos da
mandíbula.2 Estes aspectos funcionais da oclusão são geralmente vistos como quantificáveis mas nem sempre fáceis de
mensurar.
SELEÇÃO DE BRÁQUETES E TUBOS
Embora os clínicos geralmente aceitem que a escolha dos bráquetes e do sistema de bráquetes influenciem no resultado do
tratamento, o impacto da escolha e da colocação do bráquete
em detalhes de finalização específicos tem sido discutido inadequadamente. Este ponto pode ser ilustrado pelo estudo de um
detalhe simples de finalização que requer frequentemente um
tempo de tratamento significativo e pode ocasionalmente atormentar o clínico.
Tem se tornado cada vez mais evidente nos últimos 20 anos
que os segundos molares inferiores deveriam ser alinhados
apropriadamente no arco dentário na complementação do
tratamento ortodôntico. Embora os pacientes não reconheçam
nem estejam preocupados com o alinhamento dos segundos
molares, os clínicos certamente estão informados quanto às
consequências a longo prazo para a saúde periodontal e dentária
do posicionamento e inclinação deficientes dos segundos
molares.
Considere então que o clínico tenha escolha sobre os tubos
que podem ser selecionados para o aparelho específico a ser
usado no paciente. Alguns clínicos podem realizar a colocação
de um tubo no primeiro molar inferior com maior espessura
vestíbulo-lingual na distal, promovendo uma rotação da mesial
do molar para fora, presumivelmente melhorando o alinhamento do arco dentário. Isto remonta ao tempo em que as
dobras vestíbulo-linguais de molares tinham que ser rotineiramente feitos nos arcos porque os aparelhos não pré-ajustados
não previam a variação da morfologia.
Contudo, se usarmos um tubo mandibular no primeiro
molar com o offset distal e então estudar o impacto no ponto
de contato entre o primeiro e o segundo molar, se torna rapidamente aparente (Fig. 7-3, A e B) que será expressa uma
rotação distolingual indesejável do primeiro molar inferior.
Clinicamente, isso em geral requer compensação colocando-se
uma dobra vestíbulo-lingual no arco (Fig. 7-3, C). O resultado
em cadeia é que um ajuste no arco se tornou necessário para
desfazer o movimento expresso pela construção da maior espessura vestíbulo-lingual na distal dos tubos. Isto portanto poderia
requerer um tubo de molar que não tenha maior espessura na
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distal (Fig. 7-3, D e E), porque isto parece levar ao resultado
desejável, estabelecendo a relação de contato apropriada entre
o primeiro e o segundo molar inferior.
Diversas variações precisam ser consideradas na condução
do tratamento ortodôntico, isto simplesmente ilustra como a
escolha dos tubos dos molares poderia influenciar os resultados
de finalização do tratamento e ajustes subsequentes no arco.
A decisão levando em consideração os efeitos da seleção dos
tubos na rotação dos primeiros molares inferiores deve reconhecer que a morfologia da superfície vestibular do primeiro
molar inferior dita que a posição mesiodistal do tubo (ou bráquete) irá influenciar a posição final do tubo. Contudo, a habilidade de afetar a posição mesiodistal do tubo é limitada, ainda
mais usando bandas, porque a maior parte dos ortodontistas
agora utiliza bandas pré-formadas com bráquetes e tubos présoldados. Bandas pré-formadas inibem fortemente a habilidade
em mudar a posição mesiodistal do molar. A colagem direta
pode resultar numa leve melhora na flexibilidade, apesar de o
formato pré-determinado da base do bráquete geralmente
limitar as modificações possíveis (Fig. 7-4). Com a colagem
indireta, particularmente se for criada uma base de resina individualizada, um pouco mais de flexibilidade pode ser obtida
pelo clínico.
SELEÇÃO DE BRÁQUETES E EFEITO NOS
MOVIMENTOS DE TERCEIRA ORDEM
Desde o advento dos bráquetes pré-angulados e pré-torqueados,
os ortodontistas têm tido um amplo espectro de escolha de
torques e angulações. Muitos sistemas de aparelhos pré-angulados e pré-torqueados estão disponíveis e cada prescrição é
baseada em fundamentos de princípios clínicos, assim como
preferências filosóficas do clínico. Por exemplo, existem variações consideráveis na prescrição dos torques e angulações entre
as prescrições de Hilgers e Alexander, e mais diferenças na
mecânica são introduzidas usando canaleta de 0,018 ou a de
0,022 polegada. Um ortodontista tratando uma população de
pacientes pode usar uma prescrição de Alexander com +14 graus
de torque nos incisivos centrais superiores, +7 graus de torque
nos incisivos laterais e −3 graus de torque nos caninos. Outro
ortodontista tratando uma população similar de pacientes pode
usar uma prescrição de Hilgers com +22 graus de torque nos
incisivos centrais, +14 graus de torque nos incisivos laterais e +7
graus de torque nos caninos. Estas diferenças são substanciais,
mas as diferenças tornam-se aplicáveis somente quando arcos
retangulares espessos são utilizados, um evento relativamente
incomum. E mais, a escolha das prescrições pode ser norteada
pela filosofia do ortodontista em relação à função oclusal e seu
potencial impacto nas desordens temporomandibulares.3
Contudo, quase todas as metodologias de tratamento existentes recomendam que os torques no primeiro e no segundo
molar superior sejam idênticos. Isto é de certa forma surpreendente dada a diferença morfológica entre estes dois dentes e o
aumento gradual em direção à superfície oclusal quando visualizamos a superfície vestibular dos segundos molares superiores. Consequentemente, como mostrado na Figura 7-5, A, a
colocação do mesmo grau de torque no tubo do segundo molar
3/23/11 12:00:12 PM
Capítulo 7
O Impacto da Seleção e Posicionamento do Bráquete na Expressão do Movimento Dentário
B
71
C
A
D
E
Fig. 7-3 A, Efeito do aumento de espessura vestibulolingual na distal do tubo no arco inferior.
Note a rotação linguodistal resultante do primeiro molar e a quebra resultante do ponto de contato.
B, Exemplo clínico do movimento exemplificado graficamente na Figura 7-2. C, Ajuste no fio para
corrigir a rotação distolingual imposta pela seleção de um tubo com mais espessura vestibulolingual
na distal. D, Ponto de contato entre o primeiro e o segundo molar inferior se for usado um tubo de
primeiro molar sem maior espessura vestibulolingual na distal. E, Ilustração clínica da relação
de contato entre o primeiro e o segundo molar inferior conseguida pelo uso de um tubo de molar
sem aumento de espessura vestibulolingual na distal.
superior ao colocado no tubo do primeiro molar superior resultará em uma menor expressão do torque no segundo molar. A
consequência indesejável disso seria um posicionamento relati-
Fig. 7-4 A íntima adaptação da base de colagem do molar limita
significativamente a capacidade de variar a posição mesiodistal do
tubo com a colagem direta. Uma leve melhora na flexibilidade pode
ser obtida com a colagem indireta porque uma base de resina individualizada é formada.
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vamente baixo das cúspides linguais criando, desta forma, possíveis interferências em balanceio e talvez resultando em um
arranjo inadequado da oclusão posterior. O autor acredita que
em média o torque deveria ser maior para o segundo molar do
que para o primeiro molar, porque muitos segundos molares
erupcionam com uma inclinação vestibular da coroa e, consequentemente, um torque lingual de raiz.
Para estudar o grau de torque necessário no tubo molar para
alcançar torque radicular vestibular adequado, o autor estudou o
problema com a análise gráfica tridimensional (3D) já descrita.
A Figura 7-5, A mostra uma vista oclusal do arco superior com
um sistema de aparelho que possui 10 graus de torque no primeiro
molar superior e 10 graus de torque no segundo molar superior.
A Figura 7-5, B é uma vista vestibular do mesmo arco dentário
com o tubo do segundo molar desenhado para expressar 10 graus
de torque lingual de coroa. É evidente que o segundo molar não
está adequadamente torqueado, com consequente e indesejável
extensão das cúspides linguais no plano oclusal. A Figura 7-5,
C e D, são vistas oclusais mostrando a diferença de quando o
torque é aumentado de 10 graus para 17 graus no segundo molar.
Uma vez que não será usado um arco retangular espesso de finalização, a quantidade de torque no tubo do segundo molar foi
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C A P Í T U LO
23
O Uso de
Microimplantes
na Ortodontia
Hyo-Sang Park
N
umerosas tentativas foram feitas no passado, para se
desenvolver fontes confiáveis de ancoragem ortodôntica. Recentemente, sistemas de fixação óssea, tais
como implantes dentários restauradores,1 implantes miniparafusos2,3 ou microparafusos4–6 e minimplantes,7 têm sido utilizados eficazmente para se obter ancoragem. Entretanto, devido ao
seu tamanho volumoso, o período de espera para osseointegração e seu alto custo, os implantes dentários não têm sido amplamente utilizados. O procedimento cirúrgico extenso e o alto
custo ofuscam o uso de ancoragem tipo placa, apesar de sua
elevada taxa de sucesso. Na década passada, implantes miniparafusos ou microparafusos tiveram maior aceitação porque
ambos são de fácil e conveniente utilização. A aplicação da
ancoragem óssea levou a uma mudança de paradigma no tratamento ortodôntico de movimentação de um único dente para
movimentação de um grupo de dentes.
Este capítulo aborda o desenvolvimento dos microimplantes,
os procedimentos cirúrgicos envolvidos na sua instalação e a
conduta nas complicações associadas.
DESENVOLVIMENTO DOS MICROIMPLANTES
Durante os estágios iniciais do desenvolvimento dos microimplantes, o autor usou microparafuso cirúrgico para ancoragem
ortodôntica, especificamente os implantes de Leibinger (agora
Stryker Osteosynthesis, uma divisão de Stryker, Freiburgo,
Germany) e OsteoMed (Addison, Texas) (Fig. 23-1).8 Estes parafusos eram de 1,2 mm de diâmetro e de 5 a 10 mm de comprimento. A média de sucesso destes implantes cirúrgicos variava
de 80% a 90% dependendo do local de instalação.9-10 Um dos
principais inconvenientes destes parafusos cirúrgicos era a falta
de alguma superestrutura na cabeça para fixar elásticos. Para
contornar este problema, fio de ligadura era fixado no pescoço
(abaixo da cabeça do parafuso) e então curvado para cima para
fazer um gancho. Este gancho causava inflamação persistente ao
redor dos microparafusos de implantes.
Os implantes atuais têm um gancho, um botão ou um bráquete na cabeça para fixação dos materiais elásticos, os quais
minimizam a inflamação.8,11 O formato cônico do tronco sobre
a cabeça empurra o material elástico para longe do tecido mole
e previne o trauma do tecido mole, especialmente ao redor da
protuberância do canino (Fig. 23-2). Para simplificar a instalação dos implantes, também foram desenvolvidos microimplantes autoperfurantes.
Tamanho dos Microimplantes
Os microimplantes variam de 1,2 a 1,6 mm em diâmetro, são
pequenos o bastante para ser colocados na maioria dos sítios
anatômicos na boca, incluindo o palato, mento, área retromolar
e espaços inter-radiculares.8,12 Depois da instalação pelo menos
6 mm do comprimento total do microimplante deverá estar
inserido no osso na maxila e 4 mm na mandíbula. O autor
particularmente prefere usar microimplantes de 7 a 8 mm de
comprimento no osso maxilar alveolar vestibular e de 5 a 6 mm
de comprimento no lado vestibular mandibular. No osso maxilar
alveolar palatino, é necessário a instalação de microimplates de
10 a 12 mm de comprimento para compensar a espessura do
tecido mole e para manter 6 mm do microimplante inserido no
osso. O diâmetro mais comum de microimplante é de 1,3 mm
na maxila e 1,4 mm na mandíbula e 1,5 ou 1,6 mm na área do
palato médio onde não há dentes.
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292
Parte III
Manejo de Casos Complexos e em Adultos
Fig. 23-1 A, Microparafuso usado como ancoragem
ortodôntica. B, Gancho de fio de ligadura ao redor do
pescoço do microparafuso.
A
B
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
PARA INSTALAÇÃO DE IMPLANTES
Anestesia
Anestesia Local
A anestesia local inclui um quarto da ampola para injeção ou
aplicação de emplasto anestésico ou anestésico tópico. Uma
anestesia superficial suave da mucosa oral mantém a sensibilidade das fibras nervosas do ligamento periodontal de modo que
o paciente esteja alerta o suficiente para saber caso a broca piloto
encoste no ligamento periodontal. Entretanto, nem sempre é
verdade que a broca piloto tenha encostado no ligamento periodontal, especialmente na área dos dentes inferiores posteriores.
Ocasionalmente, existe dor apesar de não haver contato microimplante-raiz.
Anestesia tópica
A anestesia tópica também pode ser usada para este procedimento. Após a secagem do tecido mole sobrejacente, solução de
anestésico tópico ou emplastos podem ser aplicados (Fig. 23-3).
Um tempo de espera de dez minutos é necessário para se obter
uma anestesia adequada.
Anestesia infiltrativa
Um terço ou um quarto da ampola de solução anestésica pode
ser injetado na mucosa (Fig. 23-4). Novamente, injetando quantias relativamente pequenas de solução anestésica, o clínico
pode manter as fibras nervosas do ligamento periodontal com
sensibilidade. Se o microimplante tocar as raízes, o paciente
pode mostrar a dor. Neste momento, a broca deve, necessariamente, ser redirecionada. Ocasionalmente, o paciente pode ter
dor mesmo que o microimplante não toque na raiz, especialmente no maxilar inferior. A avaliação da posição dos microimplantes em relação às raízes é essencial. O melhor é avaliar isto
pela tomada de radiografias periapicais.
Incisão
A instalação dos microimplantes através da mucosa oral requer
uma incisão de 3 mm de comprimento (Fig. 23-5). Esta incisão
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A
B
C
D
E
F
Fig. 23-2 Microimplantes recém-desenvolvidos (Absoanchor):
A, Cabeça pequena (SH); B, sem cabeça (NH); C, cabeça longa
(LH); D, cabeça circular (CH); E, cabeça de fixação (FH); F, cabeça
de bráquete (BH). (Cortesia de Dentos Inc., Daegu, South Korea.)
pode ser omitida caso a instalação seja em gengiva inserida. Esta
incisão previne que o tecido mole enrole em torno da broca.
Devido ao pequeno tamanho da incisão, não é necessário
sutura.
Método de Perfuração
Existem dois diferentes métodos de instalação de microimplantes: autorrosqueável ou autoperfurante. O método autorrosqueante necessita de um orifício previamente perfurado antes
da colocação do microimplante. Para instalação dos microimplantes na área dos dentes posteriores da mandíbula e na área
palatina da maxila (para grupos de todas as idades) e no osso
alveolar vestibular da maxila (para pacientes adultos), o método
de autorrosqueável é uma opção melhor do que o método de
autoperfurante. O método de autoperfurante pode ser usado
para instalar microimplantes no osso alveolar vestibular mandibular de pacientes jovens e na área de dentes anteriores da
mandíbula em grupos de todas as idades.
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Capítulo 23
A
B
O Uso de Microimplantes na Ortodontia
293
C
Fig. 23-3
Anestesia com solução tópica (A) ou um emplasto (B) podem ser aplicados no tecido
mole após secagem.
Fig. 23-4 Anestesia por infiltração de solução anestésica.
Fig. 23-5 Uma pequena incisão vertical na mucosa oral é feita
para a instalação do microimplante.
Método autorrosqueável
Após a administração da anestesia local, uma broca piloto é
usada para fazer uma perfuração no osso cortical, e o microimplante é introduzido através desta perfuração e rosqueado
com uma chave manual (Fig. 23-6). Quando a instalação do
microimplante é na gengiva inserida, a incisão pode ser
omitida, mas quando a instalação é na mucosa oral, uma
pequena incisão vertical é necessária (Fig. 23-5). Quando se
instala o microimplante sem uma incisão há sempre uma possibilidade do tecido mole enroscar entrando na perfuração o
que pode comprometer a estabilidade do microimplante. Uma
incisão pode também produzir maior dor e edema pós-operatório.13
O diâmetro da broca piloto deve ser ligeiramente menor do
que o diâmetro interno (ou núcleo) do microimplante porque
isto proporciona um bom contato com o osso.14 Durante a
perfuração, o clínico deve irrigar abundantemente com refrigeração para reduzir geração de calor.15 A velocidade preferencial
da broca é de aproximadamente 600 rpm. Para minimizar a
geração de calor, o clínico precisa mover a broca para dentro e
para fora da perfuração piloto, quando perfurando em osso
cortical denso. A geração de calor é proporcional à pressão
aplicada;16 portanto o clínico não deve aplicar muita pressão
durante a perfuração. A perfuração deve ser feita toda através
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do osso cortical. Deve haver uma cuidadosa atenção para manter
o eixo da broca estável, de modo a não alargar a abertura
inadvertidamente.
Método autoperfurante
O autoperfurante é um método mais simples para instalação de
microimplantes do que a autopressão. O microimplante é instalado no osso através da gengiva inserida sem perfuração
(Fig. 23-7). O microimplante é introduzido em um ângulo de
90 graus em relação à superfície óssea e rosqueado com a chave
manual. A instalação em um determinado ângulo requer que
uma pequena mossa seja feita para prevenir desvio do microimplante. A instalação angulada do microimplante com o
método de autoperfuração pode danificar o osso cortical onde
ele for denso e espesso. Se o microimplante tiver que ser instalado com certa angulação o método de autopressão é sempre a
melhor opção.
Após a instalação é importante que o operador cheque a
relação tridimensional do microimplante com as raízes. O
contato com a raiz pode ser percebido ou sentido durante o
procedimento de instalação porque há uma forte resistência
quando o implante encontra a raiz. Os microimplantes devem
ser verificados quanto à firmeza imediatamente após a instalação. Se qualquer mobilidade for detectada, o implante deve ser
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Parte III
A
Manejo de Casos Complexos e em Adultos
B
C
Fig. 23-6 Instalação do microimplante com o método autorrosqueável (método com broca).
A, Uma perfuração é feita com uma broca-piloto. B, O microimplante é inserido e parafusado no
osso cortical. C, O microimplante após a instalação.
A
B
Fig. 23-7 Instalação do microimplante com o método autoperfurante (método sem broca). A, O microimplante é parafusado ao osso alveolar sem prévia perfuração. B, O microimplante após a instalação.
removido e substituído por um implante de maior diâmetro
para que se obtenha maior firmeza.
Novamente, no osso cortical denso é melhor a instalação dos
microimplantes com o método de autorrosqueável.
Ângulo de Instalação
Exposição da Cabeça
Em relação ao longo eixo dos dentes, os microimplantes
podem ser instalados em um ângulo de 30 a 40 graus para
o maxilar superior (Fig. 23-8, A) e 20 a 60 graus para a
mandíbula (Fig. 23-8, B). Esta angulação para instalação
reduz a possibilidade de contato com a raiz pelo posicionamento dos ápices dos microimplantes em direção à porção
apical das raízes, onde existe relativamente mais espaço.6,8,12,17
As vantagens da angulação dos microimplantes durante a
inserção são o aumento da superfície de contato do osso
cortical com o microimplante e a menor chance de contato
com a raiz ou possibilidade de danos à raiz (caso haja algum
dano) se o implante tocar a raiz. A angulação também
fornece ao operador a opção da instalação de microimplantes mais compridos, os quais podem melhorar ainda mais a
sua estabilidade. A instalação perpendicular também pode
ser feita, mas somente após exame cuidadoso do espaço
entre as raízes.
A instalação com angulação no osso cortical denso através
do método autoperfurante pode produzir mais fraturas do
osso cortical do que a instalação perpendicular (Fig. 23-9).
As cabeças dos microimplantes podem ficar expostas quando
estes são instalados na gengiva inserida, e o elástico ou espirais
da mola de níquel titânio (Ni-Ti) podem ser ligados diretamente
às cabeças (Fig. 23-10). As cabeças dos microimplantes, quando
instalados no fundo vestibular ou na região retromolar, podem
ser encobertas pelo crescimento excessivo do tecido mole circunjacente. Os microimplantes do tipo sem cabeça (NH) são os mais
propensos a esta situação. Para aplicação de força, pode ser utilizada uma extensão com fio de ligadura amarrada ao redor do
pescoço (Fig. 23-11). O microimplantes Absoanchor (Dentos,
Daegu, South Korea) tem um pequeno orifício no pescoço que
pode proporcionar um acessório para acoplar fios de ligadura.
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Procedimentos Pós-operatórios
A maioria dos pacientes não relata desconforto ou infecção após a
instalação e remoção dos microimplantes. É necessário prescrever
antibióticos e anti-infamatórios para minimizar desconfortos pós-operatórios. Os pacientes devem ser instruídos a ter uma boa
higiene oral através de irrigação com água com um Water Pik®
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