Principais etapas da formação das rochas sedimentares
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EPL – Hélder Giroto Paiva Principais etapas da formação de rochas sedimentares Terra um planeta geologicamente activo: 2 Geodinâmica interna – o calor interno da Terra aciona os movimentos de convecção e, consequentemente, o movimento das placas litosféricas. Geodinâmica externa – o Sol fornece energia para que, na superfície terrestre, ocorra evapotranspiração, iniciandose o ciclo da água e, consequentemente, a erosão e a modelação do relevo. Ciclo das rochas 3 Na sequência desta atividade externa e interna formam-se os diferentes tipos de rochas: sedimentares, metamórficas e magmáticas, que se interrelacionam de forma dinâmica. Rochas 4 São as unidades estruturais da crusta e do manto (agregados naturais) constituídas, em regra, por um ou vários minerais associados. Formações rochosas no Parque Nacional da Serra da Capivara, Brasil Formação de rochas sedimentares 5 Etapas de formação Meteorização Erosão Transporte Deposição Afundamento Diagénese Meteorização mecânica Compactação Meteorização química Desidratação Cimentação Recristalização Formação de rochas sedimentares 6 Meteorização 7 Alteração das rochas que afloram à superfície da crusta, por ação de agentes externos variados, como a água, ar, vento, mudanças de temperatura e os seres vivos. Tipos de meteorização 8 Meteorização física ou mecânica – fragmentação da rocha em pedaços cada vez mais pequenos, sem que ocorram transformações químicas que alterem a sua composição. Meteorização química – alteração na composição química e mineralógica (alguns minerais são destruídos e outros formados). Estes últimos são mais estáveis face às novas condições ambientais em que se encontram. Meteorização física ou mecânica 9 Frequente em zonas geladas e desérticas Ação da água; Ação do gelo ou crioclastia; Ação do calor ou termoclastia; Ação dos seres vivos; Crescimento dos minerais ou haloclastia; Alívio de pressão/descompressão à superfície. Meteorização física 10 A fragmentação das rochas (meteorização física) aumenta a superfície exposta aos agentes de meteorização. Nas zonas mais expostas pode ocorrer uma alteração química de alguns minerais. Ação da água 11 A água do mar , dos rios e das chuvas acelera o desgaste e fragmentação das rochas. A variação cíclica dos teores em água das rochas (alternância de períodos secos e húmidos) origina aumentos de volume e retrações que geram tensões que fracturam e desagregam o material rochoso. Ação do gelo ou crioclastia 12 A água que penetra nas fraturas e poros da rocha congela, por abaixamento da temperatura, aumentando o seu volume. Este exerce uma pressão que aumenta as fissuras já existentes (ou origina novas fendas), contribuindo para a sua desagregação. Este fenómeno é designado por gelivação. Ação da temperatura ou termoclastia 13 As variações de temperatura provocam um movimento sistemático (a rocha dilata quando a temperatura aumenta e contrai quando diminui) que leva à fraturação, com formação de materiais soltos. Ação dos seres vivos 14 As raízes são responsáveis pelo aparecimento e alargamento de fendas. Certos animais escavam tocas ou galerias que aumentam o grau de degradação da rocha ou a expõem ainda mais a outros agentes de meteorização. Serra de Sintra Toupeira Crescimento de minerais ou haloclastia 15 A água que está nos poros e fraturas das rochas contém sais dissolvidos que podem precipitar, originando cristais que ao se desenvolverem, exercem forças expansivas que contribuem para a desagregação da rocha. Descompressão à superfície/alivio de tensão 16 As rochas formadas em profundidade, sob grande pressão, expandem, fracturam e formam diacláses (fendas) quando são aliviadas do peso das rochas suprajacentes. Magoito Disjunção esferoidal 17 Massas de rocha sólida são “cortadas”por fendas segundo um padrão aproximadamente cúbico, que posteriormente por ação da meteorização se tornam em núcleos esféricos. Magoito Disjunção esferoidal/esfoliação 18 Formação de fendas, subdivididas numa série de capas concêntricas em torno de um núcleo mais duro de rocha, lembrando as “escamas”/cascas de uma cebola. Montemor Meteorização química 19 Frequente em regiões quentes e húmidas. Agentes de Meteorização Química: Água com diferentes substâncias dissolvidas; Oxigénio e dióxido de carbono atmosféricos; Diferentes substâncias produzidas pelos seres vivos. Processos/reações que podem ocorrer durante a meteorização química: Hidratação/Desidratação; Hidrólise; Oxidação/Redução Dissolução; 1 - Hidratação/desidratação 20 aumento do volume dos minerais, facilitando a desintegração da rocha. Hidratação + 3 H2O Limonite – 2Fe(OH)3 Hematite – Fe2O3 Desidratação + H2O Gesso – CaSO4.2H2O Anidrite – CaSO4. + 2H2O 4 2 - Hidrólise 21 Para ocorrer hidrólise é necessário a presença de água ligeiramente ácida. A acidez deve-se essencialmente à dissolução de CO2 quando a água da chuva se forma na atmosfera ou quando a água circula pelo solo e rochas dissolvendo o CO2 existente. H2O + CO2 Água Dióxido de carbono H2CO3 ácido carbónico H+ + HCO-3 protão ião bicarbonato Forma-se ácido carbónico que se ioniza para formar o protão H+ e ião bicarbonato Carbonatação 22 As águas acidificadas podem reagir, ex: com o carbonato de cálcio (que forma o mineral calcite, existente nos calcários), formando produtos solúveis (cálcio e hidrogenocarbonato) que são removidos em solução. Lápias, Pedra Furada, Sintra Lápias, Serra de Sicó, Pombal Águas acidificadas 23 A atividade das águas acidificadas está bem patente nos monumentos e edifícios construídos com calcário ou mármore, principalmente nas regiões mais poluídas (ação da chuva ácida) Campos de lápias 24 As águas acidificadas provocam o alargamento de fissuras nas quais circulam. Podem conduzir à formação de grutas e campos de lápias. Lápias, Cabo Carvoeiro Terra rossa 25 O calcário contém, geralmente, sílica e argila misturadas e, como essas substâncias não são solúveis, ficam no local, originando depósitos, geralmente avermelhados devido à presença de óxido de ferro – Terra rossa. 2 - Hidrólise 26 Os feldspatos são facilmente alterados pelas águas acidificadas, sofrendo reacções de hidrólise. O ião potássio e a sílica são removidos em solução e forma-se um mineral novo – a caulinite (que faz parte dos minerais de argila) Reação de caulinização. 2 - Hidrólise 27 Feldspato Caulinite 3 - Oxidação/redução 28 Oxidação – processo pelo qual um átomo ou um ião perde electrões. Redução - processo pelo qual um átomo ou um ião ganha electrões. 4 - Dissolução 29 Reacção dos minerais com a água ou com um ácido, resultando iões livres em solução. O mineral desaparece. Ex: Halite (NaCl) em água água salgada. Devido à sua polaridade, as moléculas de água dispersam os iões Na+ e Cl-, ficando a rodeá-los. Em resumo: Meteorização bioquímica 30 Quando ocorre intervenção de seres vivos na alteração de minerais. Actuação de líquens sobre as rochas Meteorização do granito 31 Granito Feldspato Quartzo Micas (biotite + moscovite) Meteorização do granito 32 Granito em profundidade Remoção das camadas suprajacentes; movimentos da crusta Afloramento do granito. Formação de diacláses (fracturas) Atmosfera oxidante; águas acidificadas; actividade dos seres vivos Alteração do granito Alteração dos minerais primários; arenização; caos de blocos Meteorização do granito 33 Granito é formado por Quartzo (mineral resistente ) Micas Feldspato pode originar origina origina -Compostos de ferro; Areias quartzosas Minerais de argila -Minerais de argila Argilas Erosão 34 Remoção dos fragmentos resultantes da meteorização, por ação de agentes variados como a água, o vento, o gelo, etc Chaminés-de-fada – originadas pela ação erosiva das águas Blocos pedunculados 35 Originados pela ação erosiva do vento (que em conjunto com as partículas que transporta desgasta as rochas como se fosse uma lixa), que atua sobre as diferentes rochas de um modo diferenciado, preferencialmente ao nível do solo. Serra de Sintra Transporte 36 Os materiais resultantes da meteorização são, em regra, transportados para outros locais por ação da água, vento e gravidade. Durante o transporte sofrem modificações como arredondamento e granotriagem. Agentes de transporte Transporte pelo vento 37 Pode realizar-se por suspensão, saltação ou deslizamento. O seu poder de transporte depende da intensidade e do tamanho das partículas. Atua preferencialmente em regiões áridas, sem vegetação. Transporte ao longo de um rio 38 É o principal agente de transporte. Pode ocorrer no estado sólido ou líquido. Os materiais transportados podem ir em solução ou sob a forma de detritos/clastos. Modificações durante o transporte 39 Arredondamento – Devido aos choques entre os materiais e ao atrito com as rochas da superfície, os fragmentos vão perdendo as arestas, ficando mais lisos e curvos. Pelo grau de arredondamento deduz-se a duração do transporte. Reduzido transporte Transporte mediano Elevada duração de transporte Modificações durante o transporte 40 Granotriagem ao longo de um rio 41 Deposição 42 Ocorre quando o agente transportador perde energia e os materiais transportados ficam depositados – formação de sedimentos. Praia de Ribeira d`Ilhas Tipos de sedimentos 43 Sedimentos detríticos ou clastos – fragmentos de dimensões variadas, resultantes da alteração de outras rochas. Sedimentos de origem química – resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água. Sedimentos biogénicos – compostos por restos de seres vivos, como conchas e outras peças esqueléticas, fragmentos de plantas, pólen, etc. Tipos de sedimentos 44 Deposição 45 A deposição dá-se, geralmente, em camadas sobrepostas – estratos, horizontais e paralelas, sobretudo quando ocorre em ambiente aquático Estratos 46 TECTO JUNTA DE ESTRATIFICAÇÃO ESTRATO JUNTA DE ESTRATIFICAÇÃO MURO Deposição 47 Estratificação cruzada – frequente em ambientes de sedimentação fluviais e eólicos. Revela uma variação na intensidade e/ou na direção do agente de transporte. Diagénese 48 Conjunto de processos fisico-químicos que transforma os sedimentos móveis em rochas sedimentares coerentes e consolidadas. Diagénese 49 Compreende: Compactação Desidratação Cimentação Recristalização Diagénese 50 Compactação – compressão de sedimentos pelas camadas superiores que sobre eles se foram depositando, com consequente, expulsão de água (desidratação), diminuição da porosidade e do seu volume. Diagénese 51 Cimentação – preenchimento dos espaços entre os sedimentos por um “cimento” – novos minerais resultantes da precipitação de substâncias químicas dissolvidas na água (SiO2; CaCO3, óxidos de ferro, etc). O cimento liga as partículas formando uma rocha consolidada. Diagénese 52 Recristalização – transformação dos minerais iniciais noutros minerais, por alteração das suas estruturas cristalinas devido a modificações nas condições de pressão e temperatura, circulação de água e outros fluidos onde estão dissolvidos certos iões.
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