William Somerset Maugham e o Ateísmo

Transcrição

William Somerset Maugham e o Ateísmo
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William Somerset Maugham e o Ateísmo
Felipe Mogan
O "quote" a seguir é uma maravilhosa descrição da descoberta do ateísmo experimentada por Philip Carey, personagem
central em Servidão Humana (Of Human Bondage) , obra prima de Somerset Maugham.
O texto em questão encontra-se nas pags. 78 e 79 da 13º edição de Servidão Humana, da Editora Globo, tradução de
Antônio Barata. Agradecemos à Editora Globo , que gentilmente autorizou a inserção do texto na MPHP.
Antes de reproduzir o relato é conveniente situar-se, dentro da obra, o ambiente e a cena em que se dá a reflexão do
autor bem como informar alguns dados sobre o mesmo, principalmente para aqueles que não leram o livro ou não
conhecem Maugham.
William Somerset Maugham nasceu a 25 de janeiro de 1874, em Paris, quando seu pai era procurador da embaixada
britânica, lá vivendo até os dez anos. Em 1927 fixou residência na Riviera Francesa, onde veio a falecer em 1965.
Frequentou a King's Scool de Canterbury, e formou-se médico em 1897, no St. Thomas Hospital; nunca, porém
exerceu a profissão.
Estreou na literatura com O Pecado de Liza (1897), livro que não teve muito sucesso, pois feriu a mentalidade vitoriana
de então. Suas primeiras peças ao contrário, tornaram-no popular.
Em 1915 escreveu Servidão Humana , considerado sua obra prima e no qual, a par de traduzir as experiencias juvenis
como médico, deu livre expressão a seu pontos de vista sobre a vida e o homem em sociedade.
Autor de uma extensa obra, que inclui contos, novelas, romances, peças teatrais, ensaios e narrativas de viagens,
Maugham é considerado um mestre da narrativa curta e da comédia de costumes e conceituado como um dos maiores
escritores da lingua inglêsa. Os problemas religiosos e morais são frequentes em seus livros, como em O Véu Pintado
(1925) e O Fio da Navalha (1944) que como também Servidão Humana foi tema de filme em Hollywood, este último em
3 versões (1934 - Leslie Howard e Bette Davis 1946 - Paul Henreid e Eleanor Parker 1964 - Laurence Harvey e Kim
Novak, respectivamente, nos papéis de Philip Carey e Mildred Rogers) [1] . Entre suas obras mais conhecidas estão Um
gosto e seis vinténs (1919), inspirada na vida de Gauguin, e Histórias dos Mares do Sul .
Philip Carey, de certa maneira é o próprio Somerset Maughan, visto ser Servidão Humana um romance que reflete
intensamente a vida de Maugham.
A cena acontece após Philip, então com 17 anos, interromper os estudos na King's Scholl em Tercanbury e decidir ir para
a Alemanha estudar alemão.
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Em Heidelberg, Philip se hospeda na casa do Prof. Erlin onde pagaria 30 marcos por semana e ainda teria aulas de
alemão. Lá trava conhecimento com os dois personagens cujas discussões provocariam seu "coming out of the closet".
São eles o inglês Hayward que dizia acreditar apenas no Integral, no Bom e no Belo, pertencente à Igreja Anglicana mas
com tendências ao catolicismo romano e o americano Weeks estudante de teologia, pouco ortodoxo e descrente não
assumido, mas que Philip reconhecia ser virtuoso e levando uma vida de pureza cristã, o que contrastava com a sua
noção de que o descrente é um homem perverso e viciado, incutida por seu tio que o criara e era vigário da igreja
anglicana em Blackstable.
As discussões entre os dois, com a presença de Philip, só não acabavam degenerando em briga pelo comportamento
calmo do americano. " Nem Hayward nem Weeks imaginavam que essas conversas em que se entretinham durante
noites de ócio eram depois esmiuçadas pelo cérebro ativo de Philip."
Segue abaixo o diálogo com Weeks que desencadeou a descoberta da descrença de Philip e suas reflexões posteriores:
-- Mas porque razão haverias tu de estar com a verdade, enquanto estariam erradas criaturas como Santo Anselmo e
Santo Agostinho?
-- Queres dizer que eles foram homens inteligentes e cultos, ao passo que alimentas grandes dúvidas quanto aos meus
predicados intelectuais, não é assim?
-- É -- respondeu Philip num tom de incerteza, pois feita daquela forma sua pergunta parecia impertinente.
-- Santo Agostinho acreditava que a terra fosse chata e que o sol girasse em torno dela.
-- Não vejo o que isso possa provar.
-- Ora, prova que cada um tem as crenças de sua geração. Teus santos viveram numa era de fé, quando era praticamente
impossível deixar de acreditar em coisas que hoje nos parecem positivamente inacreditáveis.
-- Então como sabes que agora estamos com a verdade?
-- Mas, eu não sei!
Philip refletiu um instante e volveu:
-- Não vejo razão para que as coisas em que acreditamos presentemente não sejam tão errôneas como aquelas em que se
acreditava no passado.
-- Nem eu.
-- Então como podes acreditar no que quer que seja?
--Não sei dizer.
Philip perguntou a Weeks o que achava da religião de Hayward.
-- Os homens sempre imaginaram os deuses segundo sua própria imagem -- disse Weeks. -- Hayward acredita no
pitoresco.
Após pequena pausa Philip observou:
-- Afinal, não compreendo por que se deva acreditar em Deus.
Mal as palavras lhe haviam saído da boca, concluiu que não tinha mais fé.
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Perdeu o fôlego de repente, como se houvesse mergulhado em água fria. Voltou-se para Weeks, com os olhos
espantados, e de súbito teve medo. Na primeira oportunidade despediu-se do amigo. Queria estar sozinho. Era a coisa
mais extraordinária que já lhe tinha acontecido. Tentou refletir; aquilo era emocionante, uma vez que o caso parecia
interessar toda a sua vida (julgava que qualquer decisão nesse terreno alteraria profundamente o curso de sua
existência) e um erro poderia conduzir à condenação eterna.
Quanto mais refletia, porém, mais reforçava a sua convicção, e embora durante as semanas que se seguiam devorasse
livros de tendências cépticas, não o fez senão para confirmar aquilo que sentia instintivamente. O fato é que cessara
de acreditar não por esta ou aquela razão, mas porque lhe faltava o temperamento religioso. A fé lhe fora incutida do
exterior. Era uma questão de ambiente e exemplo. Novo ambiente e novo exemplo proporcionavam-lhe agora, a
oportunidade de encontrar-se a si próprio.
Descartava-se facilmente da crença que alimentava em criança, como uma capa de que não mais necessitasse. A princípio
a vida lhe pareceu estranha e solitária sem a fé que, embora nunca o tivesse percebido, representava um apoio
infalível. Sentia-se como um homem que, costumado a andar apoiado ao bastão, fosse de repente compelido a
dispensá-lo. Parecia realmente, que os dias eram mais frios e as noites mais tristonhas.
A novidade da sensação animava-o, entretanto, parecia transformar-lhe a vida numa aventura emocionante. Em pouco
tempo, o bastão que jogara longe e a capa que lhe caíra dos ombros assemelhavam-se a um fardo insuportável de que
tivesse sido aliviado. As práticas religiosas que durante tantos anos lhe foram impostas afiguravam-se-lhe partes
integrantes da própria religião. Lembrou-se das coletas e epístolas que fora obrigado a decorar, e dos prolongados ofícios
na Catedral, a que assistia sentado, com as pernas e os braços a ansiar por movimento. Lembrou-se das caminhadas à
noite, através de estradas lamacentas, em demanda da matriz de Blackstable, austero e desolado edifício. Oh! Como
aquilo tudo o enfastiava! Seu coração saltava de alegria ao ver que agora estava livre daquelas maçadas.
Admirava-se de se ter desvencilhado da crença com tanta facilidade e, ignorando que tudo tivera origem nos processos
sutis de sua natureza íntima, atribuía à sua própria faculdade de raciocínio a convicção inabalável a que chegara.
Experimentava grande contentamento. Com a falta de simpatia que a mocidade revela por atitudes diferentes da sua,
Philip desprezava Weeks e Hayward por se contentarem com a vaga noção a que davam o nome de Deus, sem coragem
de darem o passo final que a ele pareceu tão simples.
Certo dia subiu, sozinho a uma colina para descortinar uma vista que, não sabia por que razão, sempre o inundava de
sensações eufóricas. Era então outono, mas os dias ainda se apresentavam quase sempre sem nuvens e o céu parecia
brilhar com mais esplendor. Dir-se-ia que a natureza procurava aumentar a magnificência dos últimos dias de bom
tempo. Olhou para a planície, lá embaixo, reverberando ao sol numa extensão infinita; à distância viam se os telhados de
Mannheim e muito além os contornos mal delineados de Worms. Aqui e ali o Reno cintilava num reflexo penetrante.
Toda aquela vastidão estava impregnada de pura luz dourada. Com o coração a bater de alegria, Philip lembrou-se de
como Satanás mostrara a Jesus, do alto de um monte, os reinos da Terra. Inebriado pela beleza do cenário, parecialhe que o mundo inteiro se estendia diante dele; estava ansioso por descer e desfrutá-lo. Sentia-se livre de temores
degradantes, livre de preconceitos. Poderia seguir o seu caminho sem o insuportável medo aos fogos do inferno. De
súbito verificou haver-se também descartado daquela responsabilidade que transformava todas as ações de sua vida em
questões de premente importância. Respirava mais livremente numa atmosfera menos carregada. Só a si mesmo tinha que
dar satisfação do que fizesse. Liberdade! Era, afinal, senhor de si próprio. Obedecendo ao velho hábito, agradeceu
inconscientemente a Deus por não mais acreditar nEle.
Somerset Maugham em que pese julgarmos ser essa descrição condizente com sua habilidade para descrever emoções e
tipos humanos, não se agradou desta passagem ao referir-se a ela em 1939 quando publicou "The Summing Up", um
livro que ele próprio não considerava uma biografia ou livro de lembranças. Sobre "The Summing Up" Maugham escreveu:
" Neste livro vou tentar relacionar minhas considerações sobre os assuntos que marcadamente me interessaram no
decurso de minha vida "
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Maugham assim se refere ao episódio da perda de fé de Philip nos capítulos LXV a LXIX de "The Summing Up", pags
162 a 179 da edição da Pan Books Ltd, de 1976: (texto com interrupções por ser muito extenso)
O primeiro assunto que atraiu minha atenção foi religião. Parecia para mim de grande importância decidir se este mundo
em que eu vivia era o único que eu tinha que reconhecer ou se eu deveria encará-lo como um lugar de experiências
que me prepararia para uma vida futura. Quando escrevi Servidão Humana, dediquei um capítulo sobre a perda, que
sofrera meu herói, da fé em que fora criado. Os originais do livro foram lidos por uma mulher muito inteligente que
naquele tempo tinha a bondade de interessar-se por mim. Disse-me ela que aquele capítulo era inadequado. Eu o
reescrevi; mas não penso que o melhorei. Dado que ele descrevia minha própria experiência, eu não tinha dúvidas que
minhas razões para chegar às conclusões que cheguei eram inadequadas. Elas eram as razões de um menino ignorante.
Elas vinham do coração não da cabeça.
Quando meus pais faleceram eu fui morar com meu tio que era um pastor. Ele era um cinquentão, sem filhos, e eu estou
certo que era um grande aborrecimento ter sobre si a responsabilidade das pressões de um pequeno garoto. Ele dizia
orações pela manhã e à tarde, e íamos à igreja duas vezes no domingo. Domingo era o dia ocupado. Meu tio sempre dizia
que ele era o único homem que trabalhava sete dias por semana. Na verdade ele era incrivelmente preguiçoso e
deixava todo o trabalho da paróquia para seu cura e seus tesoureiros. Mas eu era impressionável e logo me tornei
bastante religioso. Eu aceitava o que me era dito como verdade inquestionável, tanto no vicariato do meu tio, como
posteriormente na escola.
Havia um ponto que imediatamente me afligiu. Eu não estava há muito tempo na escola antes de descobrir, através do
ridículo pelo qual eu era exposto e das humilhações que eu sofria, o infortúnio que representava para mim, a minha
gagueira; e eu tinha lido na Bíblia que se você tem fé você pode mover montanhas. Meu tio assegurava-me que isso
era literalmente um fato.
Certa noite, nas vésperas de voltar para a escola, eu rezei a Deus com todo meu espírito para que ele levasse embora
minha limitação; e com essa fé fui dormir, seguro de que quando acordasse na manhã seguinte eu seria capaz de falar
como qualquer pessoa. Eu me imaginei diante da surpresa dos garotos (eu estava ainda no primeiro grau) quando eles
descobrissem que eu não gaguejava mais. Acordei cheio de exultação e foi um choque real, terrível, quando descobri que
eu gaguejava mais do que nunca.
Eu cresci. Fui para a King's School. Os mestres eram religiosos; eram estúpidos e irascíveis. Eles eram impacientes
com minha gagueira, e se não me ignoravam completamente, o que eu preferia, me intimidavam. Pareciam considerar
como minha culpa o fato de eu gaguejar. (.......Eu estava muito aborrecido com todo o dia-a-dia de igreja que era jogado
sobre mim, tanto em casa quanto na escola e, ao partir para a Alemanha eu saldei a liberdade que me permitiu ficar fora
disso. Mas duas ou três vezes, movido pela curiosidade, eu fui à Santa Missa na Igreja Jesuíta em Heidelberg. (....... O
Paraíso foi reservado para os membros da igreja da Inglaterra. Eu aceitava como uma grande graça de Deus o fato de eu
ter sido educado naquela comunhão. Era maravilhoso ter nascido Inglês.
(.......E agora na Santa Missa em Heidelberg eu não podia deixar de notar que os estudantes que enchiam a igreja até às
portas, pareciam bastante devotos. Eles tinham, realmente, toda a aparência de acreditar em sua religião tão
sinceramente quanto eu acreditava na minha. Era estranho que eles pudessem porque, com toda a certeza, eu sabia
que a deles era falsa e a minha a verdadeira.
(.......Assolou-me a idéia de que eu poderia muito bem ter nascido na Alemanha e então teria sido naturalmente criado
como um católico. Achei muito duro que, sem ter nenhuma culpa própria, assim eu seria condenado ao tormento eterno.
Minha natureza ingênua revoltou-se com essa injustiça. O próximo passo foi fácil. (........Mas as crenças que me haviam
sido instiladas se apoiavam uma nas outras e quando uma delas veio a ser ofendida as demais participaram do mesmo
destino. Toda a horrível estrutura, baseada não no amor de Deus mas no medo do inferno, ruiu como um castelo de
cartas.
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Com o espírito em disponibilidade, deixei de acreditar em Deus; Eu senti a felicidade de uma nova liberdade. Mas nós não
acreditamos unicamente com o espírito; em algum profundo recesso de minha alma ainda permaneceu o velho temor do
fogo do inferno, e por muito tempo minha exultação foi temperada pela sombra dessa angústia ancestral. Eu não
acreditava mais em Deus; mas no fundo,ainda acreditava no Diabo.
(.......Eu me denominava agnóstico, mas no meu sangue e nos meus ossos eu considerava Deus como uma hipótese que
um homem racional tem que rejeitar.
(.......Eu ainda não resolvi com o Diabo. O problema oprime quando você
considera se Deus existe, e se existe, que natureza deve ser atribuída a ele.
(.......Eu não consigo penetrar nesse mistério. Permaneço como agnóstico, e a consequência prática do agnosticismo é
que você age como se Deus não existisse.
Finalmente, por ser Maugham meu autor preferido, só tenho a recomendar a sua leitura aos que não o conhecem,
independente de credos, pois afinal esta é apenas uma passagem. Embora possa correr o risco de ser chamado de
elitista, sugiro àqueles que puderem lê-lo no original, que o façam, mesmo levando-se em conta que Maugham é,
suficientemente, traduzido em português. Somerset Maugham é daquele tipo de escritor difícil de ser reproduzido
fielmente em outro idioma. Desejo, inclusive, desculpar-me por qualquer imprecisão na tradução do texto de "The
Summing Up", pois não conheço tradução dessa obra em português. [2]
Nota 1
Durante algum tempo cometi um erro ao indicar que uma das versões (1964) tinha sido estrelada por Montgomery Clift e
Elisabeth Taylor. Acho que confundi Kim Novak com a Elisabeth Taylor e o erro permaneceu por mais de 6 anos na
página. Agora em 2004, faço a devida correção. Voltar para o texto
Nota 2 :
Recentemente, tomei conhecimento de uma tradução de "The Summing Up" intitulada Confissões, feita por Mário
Quintana e editada em 1951 pela Editora Globo, fazendo parte de uma coleção de nome Nobel, certamente esgotada.
Aqueles que apreciam Maugham e quiserem ler estas "Confissões", em português, terão que pesquisar em sebos. A
liberdade poética empregada por Mario Quintana ao traduzir "The Summing Up" como " Confissões" só é mesmo
permitida a um poeta do porte de Mario Quintana. Eu ouso dizer que no afã de classificar o autor em um nível elevado
dentro da literatura, o nosso Mário tentou estabelecer um título que fizesse com que os leitores interpretassem o livro da
mesma maneira, por exemplo, que o sentido dado por Rousseau às suas "Confissões" ou por Sto. Agostinho às suas e
acabou por exagerar no uso dessa liberdade, tirando do título em português o sentido que Maugham queria empregar.
Se fosse somente isto, permaneceríamos apenas no campo da liberdade poética. Infelizmente, existem outras
imprecisões, algumas graves, como na pag. 184 quando o sentido do relato de Maugham é invertido no episódio da
gagueira (pelo menos no exemplar que possuo, 1ª edição 2ª impressão - 1958). Por situações como esta é que reafirmo
minha recomendação sobre a leitura da obra de Maugham no original. Notem que a tradução não foi realizada por qualquer
um, mas por um consagrado literato brasileiro.
Acesse também: Sim, Sou Rotulado Como Ateu e O Quê o Ateísmo É e o Quê O Ateísmo Não É. Se você é fã de
Maugham leia O Zelador da Igreja.
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