jornalc-edicao-05-setembro-2014
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1971 - 2014 QUINZEnário | 05 DE SETEMBRO de 2014 | Nº 1573 | Ano XLIII | Directora: Elsa Guerreiro Cepa | www.jornalc.pt | Preço Anual: 30€ 1€ Procissão ao Mar ponto alto das festas da Srª da Bonança em V.P.Âncora FOTO : ANTÓNIO GARRIDO Pág. 4/5 Restaurantes do concelho rendem-se ao Espadarte lanhelas Pág. 6/7 Festa Das solhas Uma festa com história 800 quilos de solhas para consumir durante a festa politica Juntas do concelho sobrevivem com apoio DO FFF enquanto esperam por dinheiro da câmara PSD acusa equipa socialista de “esbanjar” o dinheiro da Câmara de Caminha Festa de São João d’Arga já se faz sem geradores Luz elétrica já chegou ao recinto PUB. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 CAMINHA Bruno Pires - Restaurante Fonte Nova - “A verdade é que as pessoas aderiram em massa ao produto... Enquanto houver procura vou ter o espadarte na lista...”. António Domingues -Restaurante Âncora Mar - “Como esta é uma zona onde o espadarte é pouco conhecido, nunca me tinha lembrado de o incluir na ementa. Com a realização do Festival a verdade é que as pessoas começaram a procurar e tem saído muito bem”. Ricardo Miranda - Restaurante Vitória Mar - “Estou em Vila Praia de Âncora há três anos e nunca tinha trabalhado com espadarte. Foi uma surpresa agradável e como tem tido bastante procura vou continuar a incluí-lo na carta”. Vitor Fonseca - Restaurante Fortaleza - “Tenho muitos clientes, principalmente espanhóis que procuram este prato, no entanto os portugueses, com a realização do evento, também já estão a aderir”. |2 Restaurantes do concelho rendem-se ao Espadarte Passou de um ilustre desconhecido para a maioria dos comensais, a rei nas mesas dos restaurantes de Vila Praia de Âncora. O espadarte, pouco consumido por estas bandas, deu que falar nos últimos dias com a realização, naquela vila, do Festival do Bife de Espadarte que decorreu de 14 a 24 de Agosto no Campo do Castelo. O certame foi visitado por milhares de pessoas que ali se dirigiram para degustar “uma iguaria” ainda pouco conhecida. Ao todo terão sido consumidas cerca de duas toneladas de espadarte durante o festival o que, segundo a organização, foi excelente. Mas o espadarte não se consumiu apenas na tenda gigante instalada no campo do Castelo. Alguns restaurantes locais decidiram aderir ao desafio lan- çado pela organização e incluir nas suas ementas aquele peixe. Neste momento já são sete os estabelecimentos onde o espadarte é comercializado e segundo os proprietários o produto está a sair muito bem. O “Fonte Nova” é um dos sete restaurantes do concelho onde se pode degustar este peixe que, ali, é servido grelhado na brasa com batata a murro e legumes. Bruno Pires, proprietário daquele estabelecimento situado em Vila Praia de Âncora, diz que o produto está a ter sucesso nos clientes. No “Fonte Nova” o espadarte já faz parte da ementa há alguns meses mas, nos últimos dias, a procura tem sido maior “talvez por causa do evento que está a decorrer lá em baixo, mas também por causa da boa publicidade que foi feita. Segundo sei espalharam informação por muitos locais e neste momento já temos clientes que vêm de propósito à procura do espadarte”, revela. Há uns meses atrás este hoteleiro decidiu pedir ao armador ancorense António Cunha, que pesca esta espécie, para lhe vender espadarte e a partir daí não deixou de incluir este peixe na ementa. “Meti aquilo na cabeça e então pedi ao António Cunha que me arranjasse algumas postas para experimentar e o que é certo é que as pessoas começaram a pegar no produto e a aderir em massa”. Desde que o espadarte faz parte da lista do Fonte Nova tem sido “um ver se te avias” como confessou Bruno Pires ao Jornal C. De entre os consumidores do espadarte há alguns que já conhecem e pedem porque gos- tam e há os que querem experimentar. “Digamos que 50% experimentam pela primeira vez e os outros 50, principalmente pessoas de outras localidades, já conhecem e querem repetir”. O espadarte vai continuar a fazer parte da ementa do Fonte Nova até que haja mercado. “Enquanto as pessoas quiserem consumir eu vou ter”, garante. Para Bruno Pires a realização de eventos gastronómicos como o Festival do Bife do Espadarte “é muito importante para o concelho porque traz gente que aprecia a boa gastronomia e gosta de experimentar novos sabores. Desde que seja para promover Vila Praia de Âncora e o turismo, todos os eventos são bons. Repare: quando se realizou pela primeira vez a festa da sardinha, a princípio ninguém dava nada por aquilo e hoje é o evento que é, traz milhares de pessoas. Para lhe dar um exemplo, eu tenho clientes que vêm de propósito”. As coisas começam pequenas mas com o tempo vão crescendo e por isso Bruno acredita que o Festival do Espadarte se poderá transformar “num evento de referência, à semelhança da Festa do Mar e da Sardinha”. António Domingues foi outro dos hoteleiros de Vila Praia de Âncora que decidiu incluir na ementa do seu restaurante, o Âncora Mar, o espadarte. A realização do Festival do Bife de Espadarte levou a que alguns clientes começassem a procurar este peixe e por isso António Domingues decidiu inclui-lo. “Como esta é uma zona onde o espadarte é pouco conhecido, nunca me tinha lembrado JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 de o incluir na ementa. Com a realização do Festival a verdade é que as pessoas começaram a procurar e tem saído muito bem”, confessa. O espadarte veio para ficar e nos próximos tempos vai continuar a fazer parte da ementa do restaurante Âncora Mar, onde pode ser degustado grelhado com batata a murro, legumes e um molho especial. “É um peixe diferente mas muito bom e quem aparecia consome”. A clientela do espadarte é, na sua maioria, de fora. “Pessoas que estão aqui a passar férias e que ouvem falar porque o evento está a decorrer e querem provar”. Segundo António Domingues trata-se de um “peixe com muito bom aspeto e muito agradável”. No Vitória Mar, outro dos restaurantes de Vila Praia de Âncora que aderiu à comercialização do espadarte, garante que a inclusão deste prato na ementa tem sido “um sucesso”. Ricardo Miranda é proprietário e cozinheiro no Vitória Mar e garante que o peixe “é uma delícia”. “Estou em Vila Praia de Âncora há três anos e nunca tinha trabalhado com espadarte. Foi uma surpresa agradável e como tem tido bastante procura vou continuar a incluí-lo na carta”. Grelhado na brasa com batata cozida e legumes salteados, regado com um molho especial, é a proposta do Vitória Mar. “É muito bom, eu próprio fiquei surpreendido com a qualidade deste tipo de peixe”. Do evento que decorreu no Campo do Castelo, Ricardo Miranda só tem a dizer bem e considera que é com este tipo de iniciativas que se promove o turismo e a gastronomia no concelho. “São iniciativas muito interessantes e deviam existir muitas mais”, considera. No Restaurante Fortaleza são os espanhóis os maiores consumidores de espadarte. A espécie é bastante consumida no país vizinho e por isso desde que o Fortaleza a inclui na ementa, há alguns meses, tem sido um sucesso. “Tenho muitos clientes, principalmente espanhóis que procuram este prato, no entanto os portugueses, com a realização do evento, também já estão a aderir”, refere Vitor. De escabeche ou grelhado com molho de alho é a forma como o espadarte pode ser consumido no Restaurante Fortaleza em Vila Praia de Âncora. No restaurante “O Portinho” o espadarte também faz parte da lista, o mesmo acontecendo no “Verdes Lírios” e no Muralha, este último na vila de Caminha. Quem prova fica a gostar À hora de almoço a cozinha do Festival, liderada por Alexandra Cunha, não tem mãos a medir. Os filetes e o bife de espadarte são os pratos mais solicitados, a par da sopa que, segundo António Cunha, também tem tido muita saída. “Ontem vendemos à volta de 200 litros”. Espalhadas pelas mesas da sala dezenas de comensais provam o espadarte que é apresentado de diferentes formas. José Alves é natural de Castelo Branco mas vive há 40 anos em Vila Praia de Âncora. A primeira vez que comeu espadarte foi no restaurante “Muralha” em Caminha e como gostou decidiu deslocar-se até à tenda para voltar a degustar este peixe de que tanto gosta. “Já aqui vim duas vezes e não sei se ficou por aqui. Da primeira vez comi o bife e hoje decidi comer filetes. Tanto um como outro estavam excelentes, o espadarte é um peixe ótimo que eu sinceramente recomendo. A sopa também é muito boa. Na mesma mesa Graciete Mendonça está a terminar os filetes que pediu. Veio com a família, o marido e os dois filhos, dois jovens que também ali foram provar o espadarte. Residentes na freguesia de Moledo é a segunda vez que se deslocam ao Festival. “Viemos uma vez e como gostamos muito decidimos voltar e trazer os filhos”. Na mesa ao lado está Maria Custódia que veio de Arcos de Valdevez visitar uma irmã que vive em Vila Praia de Âncora e juntas resolveram ir provar a especialidade de que tanto se fala. “Vim a convite da minha irmã e quando aqui cheguei foi uma surpresa. O espadarte está um espetáculo, estou a gostar muito e sinceramente recomendo a quem nunca experimentou”. O facto de não ter espinhas torna o espadarte um peixe fácil de comer e por isso, para além de conquistar os adultos, o espadarte também conquistou as crianças e os jovens para quem comer peixe por vezes se torna numa tarefa pouco atrativa. Ana Perfeito é do Porto mas DISTRITOCAMINHA vive em Viana do Castelo há seis anos. O pai veio fazer-lhe uma visita e Ana decidiu convidá-lo para almoçarem juntos em Vila Praia de Âncora. Souberam que estava a decorrer o certame e decidiram experimentar. “Estamos sinceramente surpreendidos pela positiva, não fazíamos ideia de que era tão bom, estamos fãs. Viemos por curiosidade e posso dizer-lhe que gostei imenso, não só do sabor mas também a nível de organização que está excelente”. Ana Perfeito provou e gostou e a partir de agora garante que vai começar a consumir espadarte. “Já soube que aqui há alguns restaurantes onde se pode comer espadarte e por isso um dia destes venho cá porque de facto gostei muito”. Uma opinião que é partilhada pelo pai, Joaquim Perfeito, que também se confessa particularmente surpreendido com o sabor deste peixe. “Gostei muito, é muito bom. Não conhecia e fiquei muito bem impressionado, é muito saboroso”. Um grande sucesso Agostinho Gomes da Ancoreventos, empresa co-organizadora do evento, não podia estar mais satisfeito com o resultado deste Festival. O balanço foi francamente positivo e superou inclusive as expetativas. “Tem sido surpreendente aquilo que as pessoas nos dizem a cerca da qualidade deste peixe. A maioria das pessoas que por aqui passaram não conheciam e de facto não hesitam em considerar o espadarte uma iguaria. Tivemos pessoas que vieram a primeira vez e não resistiram vir uma segunda para provar outra forma de confeccionar este peixe. Está a ser um grande sucesso”. Para Agostinho Gomes a partir de agora Vila Praia de Âncora tem todas as condições para se transformar na capita do espadarte, basta para isso que os restaurantes adiram e comecem a incluir esta prato nas suas ementas. “O objetivo da realização deste festival foi precisamente dar a conhecer o espadarte e ao mesmo tempo tentar fazer com que os restaurantes locais apostem neste produto. Vila Praia de Âncora ao ter uma frota considerável de barcos na captura desta espécie, possibilita a que os restau- rantes possam ter este produto com qualidade. Uma coisa que aconteceu e que eu acho que foi muito interessante é que até aqui tínhamos apenas 2 ou 3 restaurantes a comercializar o espadarte no concelho e, neste momento, já são 7 ou 8”. Agostinho Gomes lembra que com a sardinha também foi assim. “Antes da Festa da Sardinha eram poucos os restaurantes da vila que a vendiam. A verdade é que à medida que o evento foi crescendo os restaurantes tiveram que incluir a sardinha nos seus menus, e hoje quase todos a têm porque a procura é grande”. À semelhança do que aconteceu com a sardinha, a organização quer que o espadarte se torne num produto de referência em Vila Praia de Âncora. “Acho que neste momento os restaurantes estão a aderir em massa porque acreditam no produto e nas suas potencialidades. Estamos a falar de um produto de excelência, com muita qualidade que agrada às pessoas. Julgo que estão criadas condições para que o espadarte comece a ser uma referência também a norte”. Ao todo a organização fala em cerca de duas toneladas de espadarte consumido ao longo dos 10 dias em que decorreu o certame, cuja organização já estava a ser preparada há cerca de um ano. “Tudo isto começou a ser preparado há cerca de um ano. Houve um estudo que foi feito com a ajuda de técnicos qualificados na área do marketing e da gastronomia que nos deram algumas dicas. Depois o António Cunha, com uma série de ideias muito próprias, e uma equipa de várias pessoas, conseguiu realmente criar aqui um produto estratégico para o concelho de Caminha”. O sucesso do evento exige o seu regresso no próximo ano, um regresso que a organização diz estar apenas dependente da vontade da Câmara de Caminha, do Porto e Norte e restantes parceiros. “Se eles quiserem eu penso que esta é uma receita para continuar sempre em colaboração com os restaurantes locais. Eu penso que um evento desta natureza não pode caminhar sozinho, é preciso potenciar este prato numa perspectiva de uma nova oferta para Vila Praia de Âncora à semelhança do que acontece por exemplo com a sardinha, com o robalo e outras espécies”, sublinha. |3 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Procissão ao Mar po da Srª da Bonanç 10 FOTOS : ANTÓNIO GARRIDO Esta rubrica fará a descrição da identidade regional do Alto Minho recorrendo a estes 3 elementos. Daremos grande visibilidade ao sector primário como vector fundamental para um desenvolvimento sustentável, que gera oportunidades de negócios e permite, acima de tudo, preservar a nossa identidade. |4 Manda a tradição que na quinta-feira antes da festa, as embarcações partam em direção à Ínsua para ir buscar a senhora. São na sua maioria pescadores de Vila Praia de Âncora mas também de Viana do Castelo que se deslocam em embarcações devidamente engalanadas, pois o dia é de festa. Partem depois do almoço em direção a norte e sempre que o mar o permite. E não vão só pescadores, vão também embarcações de recreio que fazem questão de se juntar à procissão naval, um dos momentos altos da romaria em honra da Senhora da Bonança que tem lugar em Vila Praia de Âncora de 11 a 14 de Setembro. Em terra a Senhora da Ínsua está pronta para ir visitar as gentes de Vila Praia de Âncora, um ritual que acontece todos os anos por esta altura. No cais da rua está a embarcação que irá levar a senhora até perto do forte com o seu nome, onde será depois transladada para uma outra embarcação de Vila Praia de Âncora. Dezenas de embarcações acompanham-na até Vila Praia de Âncora onde vai ficar até domingo. Espalhadas pelos molhes do Portinho, milhares de pessoas aguardam a chegada da Srª da Ínsua a terra, um momento vivido com muita emoção pelas gentes locais. No cais todos querem beijar e tocar a imagem da santa a quem os pescadores pedem proteção no mar. À espera está o andor que a vai levar em procissão até à Capela da Srª da Bonança situada bem no centro da vila. Mas antes, junto ao farol, há sermão. O orador pede proteção no mar e abundância para os pescadores. “Nós pedimos-te Senhora, proteção para os nossos pescadores que todos os dias têm os olhos em ti. Que encontrem neste mar o pão de casa dia”, ouve-se. Findo o Sermão a imagem segue para a Capela até Domingo, dia da grande procissão religiosa. É assim o arranque de mais umas festas em honra da Senhora da Bonança, uma das maiores romarias do concelho de Caminha. Segundo o Padre Valdemar Fernandes, pároco de Vila Praia de Âncora, trata-se de uma festa com uma carga religiosa grande, que se foi naturalmente construindo ao longo dos tempos. Com 3 procissões e muitos atos religiosos, esta é uma festa onde a devoção dos pescadores está bem patente. “Esta devoção, que se foi construindo ao longo dos tempos, está certamente relacionada com a devoção dos pescado- res e pela necessidade de evocar Nossa Senhora. Pela presença e pela forma como as pessoas chegam até junto da imagem da Senhora da Bonança, nota-se a devoção e o amor das pessoas à Senhora”. A procissão da Srª da Ínsua constitui um momento de fé muito importante, “um grande momento” como refere o pároco. “Quem vem dentro dos barcos ao longo do mar e contempla as margens, vê que elas estão repletas de pessoas à espera da Senhora da Ínsua. É uma gran- de procissão, muito emotiva”. Sendo esta uma festividade muito ligada à classe piscatória local, a Romaria da Srª da Bonança não deixa de ser a festa da comunidade de Vila Praia de Âncora. “Estamos a falar de uma festa que congrega muita gente. Junta os pescadores que encontram na senhora muita devoção e muito aconchego, mas junta também pessoas de muitos lugares e muitas terras que aqui acorrem de propósito para celebrar e festejar não só em termos religiosos, mas também em termos culturais e de diversão. A festa é um momento de reflexão mas também de encontro e confraternização entre amigos e familiares”, sublinha. Outro dos momentos que o padre Valdemar destaca é a grande procissão de domingo que este ano vai integrar 25 andores. “Vai ser uma grande festa, uma festa muito rica capaz de aproximar as pessoas e levalas a viverem momentos intensos”. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Programa: Dia 11 de setembro – 5ª feira Dia de Nossa Senhora da Ínsua onto alto das festas ça em V.P.Âncora Com um orçamento a rondar os 87 mil euros, as festas em honra da Senhora da Bonança apostam num cartaz cultural “forte”, com muita animação e onde a tradição tem presença forte. Atuações de vários grupos musicais, bandas de música, um cortejo cultural e fogo de artifício, são apenas alguns dos muitos momentos previstos no programa deste ano. A Comissão deu conta de algumas alterações, nomeadamente no que toca ao cortejo que terá um percurso diferente do habitual, como explicou ao Jornal C Anabela Pereira, presidente da comissão de festas. “Este ano pedimos a colaboração da Viana Festas e do Turismo de Vila Praia de Âncora, que nos vão ajudar a organizar o cortejo. A Viana Festas vai ceder-nos alguns carros que julgamos irão enriquecer muito o cortejo”. Para além dos carros cedidos pela Viana Festas as freguesias do Vale do Âncora também foram convidadas a parti- cipar mostrando assim algumas das tradições locais. A dimensão dos carros cedidos pela Viana Festas vai obrigar à alteração do trajeto, que este ano se inicia no Largo da Estação. Assim o percurso será: Rua 5 de Outubro, 31 de Janeiro, Av. Ramos Pereira e termina no Campo do Castelo. Dos espetáculos agendados destaque a atuação de Pedro Cachadinha, artista de Ponte de Lima, do grupo Santamaria e do grupo musical Ivason. De salientar ainda a presença das Bandas de Música Mar- cial de Fermentelos e Filarmónica de Amares que irão atuar no sábado. A pensar nos mais jovens, a comissão de festas convidou diversos dj’s que irão animar a denominada tenda eletrónica localizada junto ao parque de diversões. Para angariar a verba necessária para a realização das festas a comissão tem procedido ao habitual peditório junto da população e também dos estabelecimentos comerciais da vila. As festas estão orçadas em cerca de 87 mil euros, uma verba que está longe de estar alcançada, com revelou ao Jornal C Anabela Pereira, que se queixa das poucas esmolas conseguidas até ao momento. “O peditório este ano não está a correr tão bem como nós estávamos à espera. As pessoas estão a participar menos mas ainda assim tivemos esta semana uma pessoa que nos deu 500 euros. Isto é muito importante porque prova que ainda há gente que acredita nesta comissão de festas”. Anabela Pereira queixa-se de uma situação que está a prejudicar as festas relacionada com o vendedor de farturas que habitualmente vinha à Senhora da Bonança mas que no ano passado, por vontade própria desistiu. “O que aconteceu é que no ano passado esse senhor desistiu de fazer as festas de Vila Paria de Âncora preferindo ir para Ponte de Lima. O que nós fizemos foi tentar arranjar outra pessoa que viesse e conseguimos. Agora ele vem dizer que afinal já quer voltar outra vez e nós não aceitamos isso”. A presidente da Comissão acusa o referido feirante de estar a fazer uma campanha difamatória contra a comissão e lamenta que alguns ancorenses “estejam a defender pessoas de fora em vez de defenderem esta comissão que é composta por pessoas da terra. Nós estamos a levar por tabela por causa disso. Há pessoas que se recusam participar porque o Mário das farturas não vem. Isso é lamentável porque não é o Mário que faz a festa”. A presidente da Comissão aproveitou para apelar à união de todos os ancorenses para que não deixem de participar nas festas, quer monetariamente quer participando nos diversos atos religiosos que estão programados. “Como lhe disse esta festa tem um orçamento muito alto e mesmo com a ajuda da Câmara de Caminha não chega para fazer face a toda a despesa. Precisamos da colaboração de todos e espero que a população se junte a nós e nos ajude a fazer as festas que Nossa Senhora da Bonança merece”, remata. 8h00 – Alvorada Festiva 9h00 – Entrada do grupo de Zés Pereiras “Bombos de V.P.Âncora” 15h30 – Procissão Naval de Nº Srª da Ínsua, com a participação dos Homens do Mar e suas embarcações 15h30 – Passagem do andor de Nª Srª da Ínsua, pela Rua dos Pescadores e rua 13 de Fevereiro, ornamentadas com tapetes floridos 17h00 – Abertura do Parque de Diversões. Atuação do Grupo de Zés P’reias na Praça da República 21h00 – Procissão de Velas, em honra de Nª Srª de Fátima em andor de flores naturais com alocução na Praça da República 22h00 – Conunto Marco, Lino e Mingos (Trio L&M), na Praça da República. 01h00 – Tenda electrónica com Dj e bares junto ao parque de diversões Dia 12 de setembro – 6ª feira Noite do Emigrante 8h00 – Alvorada Festiva 9h00 – Entrada do grupo de Zés P’reiras “Bombos de V.P.Âncora” e Bombos de S. Sebastião, de Darque 10h00 – Recolha de peteiros nas lojas e embarcaço de Pedro Cachadinha e seus manos, no Parque Dr. Ramos Pereiraas e cantares ao desafio. 14.30 – Atuação de Pedro Cachadinha e seus anos, a percorrer as ruas da vila e estabelecimentos, com desgarradas e cantares ao desafio. 15h00 – Arruada pelos grupos de bombos a percorrer as ruas da vila 21h30 – Atuação de Pedro Cachadinha e seus manos, no Parque Dr. Ramos Pereira 22h00 Grandiosa atuação de Zé Amaro, no parque Dr. Ramos Pereira. 01h00 - Tenda electrónica com Dj e bares junto ao parque de diversões Dia 13 de setembro – sábado Cortejo da Cultura 8h00 – Alvorada Festiva 9h00 – Entrada do grupo de Bombos de São Sebastião de Darque e Gigantones 12h00 – Tradicional queima de fogo do meio dia e entrada na Praça da República das Bandas de Música: Banda Marcial de Fermentelos (A Velha) e Filarmónica de Amares 15h00 – Cortejo Etnográfico do Vale do Âncora 17h30 – Festival Folclórico no Parque Dr. Ramos Pereira, com grupos de Danças e Cantares Regionais do Orfeão de V.P. Âncora e vários grupos folclóricos com traje do campo e do mar 17.30 – Concentração e despique de Bombos de vários grupos que participam no cortejo, na meia laranja, Av. Dr. Ramos Pereira 22h00 – Grande Concerto com o Grupo Santamaria no Parque Ramos Pereira 22h00 – Concerto das Bandas de Música na Praça da República 24h00 – Despedida das Bandas de Música 00h30 – Serenata Piromusical na foz do rio Âncora com fogo-de-artificio preso e batalha naval e cachoeira especial. 01h00 - Tenda electrónica com Dj e bares junto ao parque de diversões Dia 14 de setembro – domingo Grande procissão religiosa 8h00 – Alvorada Festiva 8h00 – Missa na Capela Nª Srª da Bonança 9h00 - Missa na Capela Nª Srª da Bonança 9h00 – Entrada da Associação Musical de Vila Nova de Anha no largo da estação com passagem pelo portinho. 10h30 – Missa Solene, cantada pela Associação Musical de Vila Nova de Anha 14h30 – Entrada da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários “Os Famalicenses” 15h00 – Recepção das entidades oficiais no salão da capela da Srª Da Bonança 15.30 – Procissão em honra da Senhora da Bonança. No portinho, Sermão pelo pregador e colocação dos andores no chão, virados para o mar, depois do tradicional sermão, queima de fogo no trajeto da procissão para a capela. 17h30 – Concerto da Banda na Praça da Repúbica 19h30 – Missa de Ação de Graças na Capela de Nª Srª da Bonança 22h00 – Verbena com o Grupo Musical “IVASON”, no parque Dr. Ramos Pereira 24h00 – Despedida das festas com fogo de artifício 01h00 - Tenda electrónica com Dj e bares junto ao parque de diversõe |5 JORNAL CAMINHA Perde-se no tempo a data do início da festa de Lanhelas, em honra do Senhor da Saúde e de Santa Rita de Cássia, que acontece sempre no primeiro fimde-semana de setembro. Associada a esta festividade, realizava-se no dia 15 de agosto, também nos jardins de S. Gregório outra, esta mais simples, mas de singular cariz, em honra de S. Roque. Eram rematadas as fogaças feitas na padaria do Tio João “Tolo”. Este pão tinha a particularidade de ter várias formas e feitios, salientando, entre elas, a figura de S. Roque, colocando dois feijões no lugar dos olhos e um grande laço vermelho ao pescoço. A farinha era fornecida pela comissão das festas em honra do Senhor da Saúde e Santa Rita de Cássia, porque a receita revertia a seu favor. Contudo, é a partir de 1957 que há registos da forma como se constituíam as respetivas comissões das “famosas festas em honra do Senhor da Saúde e de Santa Rita”, da exploração de bares e das respetivas normas. Dum universo de 56 nomes de homens, as Comissões ficavam constituídas por apenas cinco homens (presidente, tesoureiro, secretário e dois vogais), que contavam com o apoio das esposas e com a colaboração de “gentis meninas”. Os lugares ocupados para a venda de petiscos e bebidas, bugigangas, localizavam-se fora do recinto dos jardins de S. Gregório. Dentro do recinto, montava-se um “Café-Bar” à sombra de um grande castanheiro, exclusivo da Comissão de Festas. Pela primeira vez, este “CafeBar” é doado à exploração de particulares no ano de 1967sob determinadas condições: “…o arrematante deve ter um bom sortido de bebidas, não faltando os afamados vinhos brancos, engarrafados da região; … O arrematante deve primar em apresentar um bom e saboroso café; … O arrematante deve ter também um regular sortido de sandes variadas – doces, pastéis, chocolates, etc., etc…”. Não aparecendo nenhuma menção ao consumo de solhas, che- |6 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Festa Das solhas Uma festa com história gamos ao conhecimento de que as comissões ou pessoas que exploravam o bar, levavam aquilo que tinham em casa e nada como a solha fresca ou seca, que era por esse tempo abundante e de uso e costume à mesa dos lanhelenses. Curiosamente, a abertura da pesca das solhas fazia-se a 15 de agosto, chamada a “libração”, e todos os pescadores da freguesia iam para o rio com redes picadeiras ou solheiras. O peixe era tanto que, quando as mulheres levavam o almoço aos familiares, já traziam grandes quan- tidades de solhas para arranjar. Os homens voltavam à pesca e, ao fim do dia, confraternizavam todos na beirada do rio, comendo solha frita ou em caldeiarada e as respetivas fogaças de S. Roque. Não é, pois, de estranhar ver a solha associada à festa religiosa, servindo de petisco ao visitante. De 15 de agosto em diante, secavam-se as solhas de forma tradicional, prática que chega aos nossos dias, embora, à época, fosse usual guardar as solhas em caixas grandes no meio do milho e do feijão. (Em Lanhelas, pelo inverno dentro, à “ceia”, em casa de pescador, comia-se quase sempre batata cosida com solha seca, regadas com azeite ou para variar com um molhinho “rojoado”). Se os petiscos eram confeccionados em máquinas a petróleo, a iluminação fazia-se com caçoulos de velas de sebo, a ornamentação, com arcos usados nas marchas pelos ranchos do Esqueiro, Covelo e Couto por altura das festas dos santos populares e as bandeiras confeccionavam-se com tela comprada para o efeito. Não faltava o foguetório nem a música, não fosse Lanhelas terra de fogueteiros e de Banda afamada. Com o passar dos anos, as festas religiosas de todo o Alto Minho passam a ter muitos mais visitantes, uns movidos pela fé, outros pelo divertimento e lazer. A festa de Lanhelas alcançou já reconhecimento e notoriedade gastronómica, evidenciados pela crescente procura do afamado pitéu, a solha seca. Daí, hoje referirem-se à festa do Senhor da Saúde e Santa Rita de Cássia como a Festa das Solhas. Da mesma forma, as comissões das festas aumentaram o número de elementos para poderem dar resposta a desafios maiores. Assim, todos os anos são nomeados dez casais, de gente mais nova, quando é possível, apoiados ainda por um grupo de meninas e rapazes solteiros. As logísticas melhoraram substancialmente, e é no início da década de oitenta, do século passado, que se faz um equipamento de raiz, com uma cozinha melhor equipada, tendo sido melhorado pelas comissões seguintes. A quantidade de solhas secas para vender na festa aumentou exponencialmente a partir dos anos oitenta, pois, por essa altura, cada casal levava de casa cerca de 10 Kg de solhas secas. Nestes últimos anos, chegam a consumir-se 600 kg de solhas ou até mais. Para facilitar o trabalho árduo, que é todo o processo de tratamento das solhas até à fase final, adota-se, a partir de 2004, a secagem de todas as solhas no mesmo local, obedecendo a um mesmo procedimento. Com trabalho, brio e sacrifício e muito bairrismo, todos os lanhelenses têm levado a efeito a realização da sua festa, que é reconhecida e admirada por todos quantos a visitam. Josefina Covinha In: Programa da Festa das Solhas 2014 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 800 quilos de solhas para consumir durante a festa Cerca de 800 quilos de solha seca e fresca deverão ser consumidos durante este fim-desemana em mais uma edição das festas em honra do Senhor da Saúde e Santa Rita de Cássia que se realizam a partir de hoje (sexta-feira) na freguesia de Lanhelas. Manda a tradição que a Festa das Solhas, nome pelo qual também é conhecida esta romaria, seja organizada por um grupo de jovens casais da freguesia. Os preparativos começam alguns meses antes, em dezembro de 2013, com a realização de peditórios porta a porta pela freguesia, venda de rifas e outros eventos, com o objetivo angariar a verba necessária (7.500 euros) para comprar as solhas para a festa que, apesar de religiosa, é também uma festa gastronómica. Silvia Barros e o companheiro foram um dos casais escolhidos para a organização deste evento que se realiza sempre no mês de setembro. Acompanhados de mais sete casais estão a trabalhar desde maio na preparação dos cerca de 800 quilos de solhas que vão ser consumidos nos próximos 3 dias. Uma tarefa árdua mas que Silvia Barros garante que se faz com gosto. “Temos aproximadamente 800 quilos de solhas preparados. Foi um trabalho árduo que iniciámos em maio, mas ao mesmo tempo foi agradável porque o grupo é coeso e damo-nos todos muito bem”. Durante o fim de semana deverão passar por Lanhelas alguns milhares de pessoas atraídos pelos petiscos e também pelo programa que este ano promete grande animação, como revela Silvia Barros. “São 3 dias repletos de programação que se iniciaram com a realização das novenas no dia 28 de Agosto. Depois teremos a partir de sexta feira os jantares típicos onde a solha é o prato principal e a abrir as festividades a atuação da orquestra “Ciklone”. No sábado teremos, como não poderia deixar de ser, um encontro de bandas com a participação da Banda Musical Lanhelense e a Banda da Casa do Povo de Tangil. À noite haverá fogo de artifício e à 1.30 a despedida das bandas. No domingo realiza-se a missa em honra do S. da Saúde e a procissão ao cruzeiro da independência. A tarde será preenchida com um festival folclórico e a encerrar vamos ter a atuar a orquestra “Taxxis”. Amantes do desporto rei, os lanhelenses não dispensam um bom desafio de futebol e por isso no sábado, a partir das 17 horas, será disputado no está- dio local, um jogo entre o Lanhelas e o Perre. “Vai ser certamente um momento muito animado e contamos com muita gente. O fu- tebol é muito apreciado aqui em Lanhelas e por isso esperamos que ganhe o melhor e que seja mais um momento de bom ambiente”. Programa Sexta-feira dia 5 de Setembro 8.00 h – Alvorada 15.00 h – Abertura do bar 20.00 h – Jantar Típico 22.30 h – Baile com a orquestra “CIKLONE” Sábado dia 6 de Setembro 8.00 h – Alvorada 9.00 h – Grupo “Bombos das Montanhas”, pelas ruas da freguesia 10.00h – Abertura do bar 12.00h – Meio dia de fogo 15.00h – Encontro de Bandas: Banda Musical Lanhelense e Banda Musical Casa do Povo de Tangil 19.00h – Missa solene em honra de Stª Rita de Cássia 20.00h – Jantar Típico 22.00h – Concerto das Bandas de Música 00.00h – Fogo de Artifício – Ivo Show “Bailado d’água” ROXIE 01.30h – Despedida das Bandas 02.00h – Música Gravada Domingo dia 7 de Setembro 8.00 h – Alvorada 9.30h – Entrada Banda Musical Lanhelense 10.00h – Missa solene em honra de S. Da Saúde , seguindo-se a procissão ao cruzeiro da Independência Despedida da banda Musical Lanhelense 13.00h – Almoço Típico 15.30h – Tarde Folclórica: Grupo Folclórico e Etnográfico de Vila Praia de Âncora e Grupo Folclórico de Tregosa 20.00h – Jantar Típico 22.00h – Baile com a orquestra “TAXXIS” Ao intervalo, sorteio dos cartões |7 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 DISTRITOCAMINHA Pela primeira vez na história da romaria de São João d’Arga não se ouviram os ruidosos geradores que, até há pouco tempo, permitiam que o recinto fosse iluminado. Depois de muitos anos à espera a Comissão de Festas viu finalmente satisfeita a velha aspiração de levar a luz elétrica até àquele convento situado em pleno coração da Serra d’Arga Marinho Gonçalves, que durante 22 anos exerceu o cargo de presidente da Junta de Arga de São João e da Comissão de Festas, considera a chegada da luz elétrica ao Mosteiro “a concretização de um sonho e uma grande alegria”. “Há 3 coisas pelas quais eu lutei e trabalhei muito ao longo dos 22 anos em que exerci o cargo de presidente da junta: a inauguração da casa da junta, a inauguração da luz pública na freguesia e a inauguração da chega da eletricidade aqui ao santuário e as obras. Felizmente está quase tudo cumprido, só faltam as obras da capela e dos quarteis que vão avançar já em setembro”. A substituir Marinho Gonçalves na comissão de festas de São João d’Arga está agora está a gora o filho, a quem passou este ano o testemunho. “Já passei a pasta mas enquanto puder venho cá e ajudar no que puder”. CAMINHA Festa de São João d’Arga já se faz sem geradores Luz elétrica já chegou ao recinto |8 A pé para a romaria FOTOS : LUIS VALADARES . A festa, uma das mais típicas do país, voltou a receber a visita de milhares de romeiros que, de carro ou a pé, ali se dirigiram no passado dia 28 de Agosto. Do concelho de Caminha partiram dois grupos de romeiros a pé, que desta forma reavivaram uma antiga tradição. De Vila Praia de Âncora par- JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 tiu um grupo com mais de uma centena de romeiros que calcorreou montes e antigos trilhos, num percurso que durou organizadores desta caminhada a São João d’Arga que contou com a organização da Junta de Freguesia de Caminha e controu e até garante que fez o percurso “com uma perna às costas”. “Estou habituado a caminhar todos os dias. Vou de Moledo à foz e volto diariamente”. Com o cajado na mão, Jorge Fão diz que vai a São João d’Arga para cumprir a tradição e nem o “xiripiti” vai escapar. Mais à frente segue Catarina Prividêncio. Natural do Porto mas a passar férias em Caminha, decidiu este ano ir a São João d’Arga como romeira. “Já cá tinha estado antes mas nunca neste espírito de romeira, é a primeira vez e estou a gostar muito”. Veio com uns mais de cinco horas. O trajeto atravessou o Vale do Âncora e cruzou os concelhos de Caminha e Viana do Castelo passando por sete freguesias, nomeadamente Vila Praia de Âncora, Vile, Riba de Âncora, Gondar, Dem, Montaria e Serra d’Arga. Organizado Pela Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, este é um percurso que já se faz há cerca de 16 anos. De Caminha saiu um outro grupo com cerca de cinquenta romeiros, um número que foi engrossando já que várias pessoas se foram juntando ao longo do percurso. “À chegada deveríamos ser mais de 100 pessoas”, garantiu Desidério Afonso, um dos Vilarelho. Revitalizar antigas tradições é o grande objetivo destas caminhadas, que atraem jovens e menos jovens. Jorge Fão tem 83 anos e apesar de conhecer a romaria há muitos anos, foi a primeira vez que veio a pé. “Olhe vim acompanhar a mocidade para ver se rejuvenesço um bocado”, explica entre risos. “É a primeira vez que venho a pé e há mais de vinte anos que não vinha a esta festa. Estou a gostar muito porque é um convivio muito interessante, as paisagens são maravilhosas e com esta música a animar, o caminho faz-se muito bem”. Dificuldades Jorge Fão não en- amigos e a esperiência está a ser “ótima”, garante. “Já sabia que isto existia mas nunca tinha integrado uma romaria destas, aconselho sinceramente porque é uma experiência fantástica”. Depois de várias horas de caminho o grupo chegou finalmente ao recinto da festa. Entrou a cantar acompanhado das concertinas, gaitas e cavaquinhos, e entoando o vira da romaria onde não faltaram a quadras picantes, algumas dedicadas a São João. Cumpridas as tradicionais voltas à capela, um grupo de dançarinos pede espaço para dançar a gota e a rosinha. “Era assim que se fazia antigamente” ex- plica Desidério Afonso que vai à romaria desde os 14 anos. Findos os rituais religiosos é hora de “assaltar” o farnel. Cada um leva o seu mas manda a tradição que se juntem todos e que cada um coma o que lhe apetecer. Depois da barriga cheia é hora de regressar à romaria. A descida não é fácil, milhares de pessoas povoam o pequeno recinto da festa que neste dia excede muito a sua capacidade. As tascas não têm mãos a medir. Entre petiscos vários, cerveja e vinho, servem o tradicional “xiripiti”, uma mistura de aguardente com mel que ga- rante grandes dores de cabeça a quem não a souber dosear. A “comandar” o grupo de romeiros vai Desidério Afonso que vai explicando algumas das tradições desta romaria que, depois de ter passado por um momento complicado, parece estar a ressurgir valorizando as antigas tradições. “Houve um tempo em que as concertinas, um dos ícones desta romaria, estavam a perder o seu espaço e a serem substituídas pelos discos. Felizmente conseguimos reverter essa situação e sensibilizar as comissões de festas para acabarem com os discos pedidos. Hoje isso já não existe e ainda bem”, explica. E que santo é este que se diz casamenteiro e que faz milagres para que as mulheres que não conseguem ter filhos consigam engravidar? Desidério Afonso confirma a teoria mas afasta a tese dos milagres. “O que acontecia é essas mulheres vinham à romaria e por vezes envolviam-se com outros homens e às vezes engravidavam. O milagre era este” explica. À medida que a madrugada vai avançado o recinto começa a ficar mais aliviado. Só ficam os resistentes e aqueles que ali vão pernoitar. A festa continua no dia seguinte com missa e procissão, e com a promessa de que para o ano, tudo se repete… Obras do convento avançam em Setembro O convento de São João d’Arga está prestes a entrar em obras, uma empreitada que vai permitir a recuperação daquele monumento classificado. A empreitada “Santuário de S. João d’Arga – Conservação e Valorização do Conjunto” vai custar 577 mil euros e é financiada em 85% pelo ON2 – O Novo Norte. A empreitada engloba trabalhos de conservação e beneficiação na capela, nos albergues, nos espaços exteriores, nos sanitários públicos, no edifício de apoio ao Santuário e, ainda, o melhoramento e execução de algumas infraestruturas. De referir que a obra já era para se ter iniciado mas a câmara preferiu adiá-la para não coincidir com a Romaria. |9 JORNAL CAMINHA Juntas do concelho sobrevivem com apoio DO FFF enquanto esperam por dinheiro da câmara A quatro meses do final do ano, as Juntas de Freguesia do Concelho de Caminha ainda não receberam as verbas protocoladas com a Câmara Municipal no âmbito da delegação de competências. As autarquias têm cada vez mais encargos delegados pela Câmara, mas o dinheiro para custear essas tarefas ainda não chegou aos cofres das Juntas de Freguesia. O PSD de Caminha veio recentemente a público afirmar que, afinal, as autarquias vão receber apenas um terço das verbas prometidas. Para a gestão e manutenção de espaços verdes e manutenção das vias e espaços públicos estavam prometidos mais de 55 mil euros, mas afinal só vão ser transferidos cerca de 18 mil repartidos pelas 14 juntas. Para manter, reparar e substituir o mobiliário urbano, pequenas reparações nas escolas e manutenção dos espaços envolventes estavam prometidos cerca de 128 mil euros, mas afinal só vão ser transferidos cerca de 42 mil. E o dinheiro só chegará às mãos dos autarcas mediante a entrega de relatórios sobre as verbas gastas. Em comunicado enviado à imprensa, o PSD critica o executivo socialista liderado por Miguel Alves acusando-o de faltar às promessas de que “iria transferir mais verbas para as autarquias e de forma mais facilitada”. Os sociais democratas fizeram as contas e concluíram que |10 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 afinal cada uma das 14 Juntas de Freguesia do concelho de Caminha vai receber em média cerca de quatro mil euros. (Ver comunicado na íntegra). Fomos ouvir presidentes de Junta de 3 diferentes partidos com representação no concelho de Caminha. Miguel Gonçalves, do PS, presidente da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho; Carlos Castro, do PSD e presidente da Junta de Vila Praia de Âncora e Carlos Alves eleito pela CDU para chefiar a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros. Nenhuma das freguesias contatadas já recebeu qualquer transferência de verbas. Miguel Gonçalves, o autarca socialista eleito para liderar Caminha e Vilarelho, revelou que a autarquia tem recorrido à ajuda do Fundo de Financiamento de Freguesias (FFF) para conseguir sobreviver enquanto não recebe qualquer apoio da Câmara. De resto, todas as Juntas de Freguesias contatadas têm utilizado este recurso. É através do Fundo de Financiamento de Freguesias que as autarquias utilizam a fasquia a que têm direito nos impostos pagos pelos portugueses e equivalente a 2,5 por cento da média aritmética simples da receita do IRS, IRC e do IVA do ano transato. Em declarações ao Jornal C, o autarca de Caminha e Vilarelho admite dificuldades. “ As verbas vão ser transferidas mediante a entrega dos comprovativos de despesa, e portanto estamos neste momento a instruir o processo para depois o podermos entregar à Câmara para começarmos a receber”. Para fazer face às despesas tidas até ao momento, as Juntas têm utilizado as verbas do FFF como explica Miguel Gonçalves que fala em alguns constrangimentos relacionados com esta situação. “É evidente que isso nos tem causado algum constrangimento mas também temos que ter consciência da situação em que Praia de Âncora tem feito nos últimos meses uma grande ginástica financeira para conseguir levar o barco a bom porto. Carlos Castro explica que o que tem valido é o dinheiro do FFF, cerca de 50 mil euros, verba que tem permitido “man- se encontra a Câmara e o país e por isso, dentro da contingência que temos, há que fazer o melhor possível. Se me pergunta se eu gostava de ter já as verbas comigo? Obviamente que sim…”. O autarca de Caminha e Vilarelho esteve até agora a trabalhar com o dinheiro proveniente do Fundo de Financiamento de Freguesias e espera receber as transferências da Câmara de Caminha para avançar com obras que diz serem necessárias. “Até ao momento estivemos a trabalhar com 50 por cento do nosso orçamento. Neste momento já sabemos o que vamos receber e por isso já podemos começar a planear os nossos investimentos, nomeadamente pequenas obras e reparações, que também não podiam ser executadas durante o verão”. Em Vila Praia de Âncora a situação é semelhante. Nestes oito meses, a autarquia tem vivido com o dinheiro proveniente do FFF: cerca de 50 mil euros. O autarca social democrata Carlos Castro incita a Câmara de Caminha a dar rapidamente início à transferência das verbas previstas na delegação de competências pois, se isso não acontecer, o autarca diz que a sobrevivência da Junta de Freguesia fica em risco. “Até ao momento ainda não recebemos nada porque também ficámos de enviar os relatórios dos trabalhos que irão ser executados e respetivos montantes. Entretanto já enviamos esses relatórios e neste momento aguardamos a transferência de algumas verbas porque se assim não for não só não conseguimos fazer nada, como está em risco a própria sobrevivência da Junta de Freguesia”. Sem rendimentos próprios, a Junta de Freguesia de Vila ter a porta aberta e pagar a aos funcionários”. Carlos Castro diz que ser presidente da Junta nesta situação é muito complicado. “Sem dinheiro que é que nós estamos aqui a fazer. Não se pode fazer nada, nem tapar um buraco sequer, se isto continua assim não sei como vai ser. A Câmara disse que nos ia ajudar e eu espero sinceramente que isso aconteça o mais rapidamente possível porque nós queremos começar a trabalhar”. Em Vilar de Mouros, freguesia liderada pela CDU, tem sido graças ao espírito do trabalho comunitário que as obras têm sido feitas naquela freguesia do concelho de Caminha, como conta o autarca local, Carlos Alves. “Ainda não recebemos qualquer verba da câmara mas já temos indicação que poderemos enviar os relatórios para recebermos uma parte da verba atribuída no âmbito dos acordos de execução”. Tal como as restantes freguesias do concelho também Vilar de Mouros tem vivido nos últimos oito meses, “com algum aperto de tesouraria”, mas ainda assim as obras têm sido feitas recorrendo à boa vontade e colaboração da própria comunidade vilarmourense. “Temos seguindo uma estratégia de chamamento da população no âmbito do voluntariado e com essas ações já conseguimos levar a cabo uma série de trabalhos e obras na freguesia. Mesmo sem dinheiro da Câmara, não temos estado parados”. Até à data, o comunista Carlos Alves não viu qualquer cêntimo da delegação de competências, algo que para ele já não é novidade. Diz que o mesmo aconteceu no tempo da Câmara PSD. “Eu encaro isto com alguma preocupação porque claro, já estamos com oito meses vividos e naturalmente que já poderíamos ter realizado mais obras e mais beneficiações na freguesia, e assim não foi possível. Mas compreendo porque a tesouraria da câmara também está com problemas que já vêm de trás e que não são estranhos a quem, de alguma forma, acompanha o evoluir da politica concelhia. Toda a gente sabe o aperto financeiro em que a Câmara vive e isso reflete-se nas freguesias. Não tem a ver com a gestão deste executivo, mas sim com a péssima gestão de executivos anteriores que transferia verbas muito reduzidas para as freguesias”. Carlos Alves fez questão de recordar que no seu último mandato, de 2005 a 2009, teve dois anos sem receber um único cêntimo. “Recebemos zero”. JUNTAS SEM DINHEIRO PARA AS SUAS FREGUESIAS Mais e melhor para Caminha?! No dia 4 de junho os vereadores do PSD votaram contra os protocolos que seriam celebrados com as Juntas de Freguesia. Apesar dos avisos e recomendações dados ao Presidente da Câmara chamando a atenção para as verbas irrisórias. Apesar de se terem avisado os Presidentes das Juntas de Freguesia, os protocolos foram aprovados, tendo o executivo bradado aos sete ventos que estava a transferir mais verbas do que o executivo anterior e que seriam só facilidades no recebimento das verbas indicadas. O que aconteceu até agora? (estamos a 4 meses do final do ano): As Juntas não receberam um cêntimo dos valores protocolados. Na semana passada foram assinados os protocolos. Os senhores Presidentes das Juntas foram convocados (por telefone e, por isso, alguns nem souberam) e foi-lhes dito que iriam receber um terço da verba protocolada contra entrega de relatórios circunstanciados das verbas gastas. Não sabemos se houve aplausos tal como tanto gosta o partido socialista. Recordemos que todas as Juntas de Freguesia receberiam 55.800,00 € durante todo o ano para a gestão e manutenção de espaços verdes e limpeza das vias e espaços públicos, sarjetas e sumidouros. Receberiam, porque as 14 Juntas não receberam um cêntimo e só irão receber 18.600,00 €, depois de cada uma delas apresentar um relatório. Receberiam ainda 128.700,00 € para executarem as novas competências que o Sr. Presidente da Câmara empurrou para as Juntas de Freguesia: manter, reparar e substituir o mobiliário urbano, pequenas reparações nas escolas, e manutenção dos espaços envolventes às escolas. Receberiam porque não receberam um cêntimo e só vão receber 42.900,00 € após a apresentação de relatórios. Nem sequer podem transferir esses valores para outras ações diferentes das que estão no protocolo COMO DISSE O SR. PRESIDENTE DA CÂMARA A ALGUNS PRESIDENTES DE JUNTA DE FREGUESIA. Total destinado às Juntas em 2014: 61.500,00 €. Quanto toca a cada uma das freguesias? Uma média de 4.393,00 € (com os relatórios devidamente elaborados). Infelizmente acrescentamos que nem este valor vão receber até ao final do ano porque, tal como chamamos a atenção no dia 4 de junho, as Juntas não vão poder cumprir o protocolado. Mais e melhor para Caminha?! Comissão Política Concelhia do PSD - Caminha JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 PSD acusa equipa socialista de “esbanjar” o dinheiro da Câmara de Caminha Os três vereadores eleitos pelo PSD para o executivo camarário caminhense acusam a equipa socialista liderada por Miguel Alves de estar a ocultar a real situação financeira do município. Os vereadores do PSD pediram à equipa socialista, no dia 8 de Julho, informação sobre a situação financeira atual da autarquia, mas quase dois meses depois dizem que ainda continuam à espera da resposta. Em comunicado enviado à imprensa, os sociais democratas acusam o executivo socialista de esbanjar o dinheiro deixado pela anterior equipa camarária liderada pelo PSD. Dizem os sociais democratas que havia mais de dois milhões de euros em contas à ordem e a prazo e que agora há pouco mais de 800 mil euros. Em declarações ao Jornal C, a vereadora social democrata Liliana Silva, que é também presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, acusa a equipa de Miguel Alves de ter esbanjado o dinheiro unicamente na promoção do executivo, em detrimento dos interesses do município. “Eu não sei como é que eles conseguiram esbanjar o dinheiro mas acho que toda a gente percebe que se gastaram milhares de euros em festas, espetáculos, em tendas e barracas como a que foi utilizada no 25 de Abril. Gastou-se muito dinheiro em coisas que não eram importantes e que não trouxeram mais valia nenhuma para o concelho. Coisas que simplesmente trouxeram esbanjamento de dinheiros públicos e visaram a promoção do executivo”. Outro dos assuntos abordado pelo PSD no referido comunicado refere-se ao prazo médio de pagamento que, segundo os sociais democratas, aumentou contrariando desta forma a lei dos compromissos. “Quando o anterior executivo deixou a câmara, estava a pagar a uma média de 85 dias, ou seja, abaixo do prazo médio de pagamento. Neste momento, com os mesmos compromissos, estão a pagar a 145 dias, ou seja, já estão a violar a lei dos compromissos, o que é grave. Quando disseram que não havia dinheiro, que o executivo anterior tinha feito uma má gestão, afinal pagava a tempo e horas, coisa que agora não acontece, o que é muito grave”. O PSD diz que, passados 10 meses desde que tomou posse, o executivo socialista já não tem qualquer depósito a prazo. “Nós temos dados e informações que dizem que a câmara neste momento já não tem depósitos a prazo e houve meses em que o valor que tinham em depósitos era inferior ao valor das cauções. Isto significa que se tivessem que restituir às pessoas o dinheiro dessas mesmas cauções, não o tinham”. Sem uma explicação para justificar esta situação, Liliana Silva garante que o PSD está constantemente a pedir informação financeira, “algo que não nos é dado quando nós pedimos, tem que ser com muita insistência e passa de umas reuni- ões para as outras”. Para o PSD esta situação traça um quadro “muito grave”. “Este executivo acusou o anterior de má gestão, de ter levado a câmara à falência, de não haver dinheiro para comprar um prego, enfim um cenário horrível, mas afinal não era essa a real situação. Havia mais de dois milhões em depósitos a prazo, ainda ontem saiu na comunicação social informação sobre os municípios mais endividados e Caminha não aparece. Isto mostra que existia uma situação financeira estável que este executivo tentou denegrir”, acusa. O PSD termina o comunicado afirmando que perante “a degradação financeira do município de Caminha no espaço de um ano de gestão socialista, e na falta de uma ideia estratégica para o concelho, a solução passará pela convocatória de uma conferência de imprensa onde o presidente da Câmara irá anunciar o pedido de resgate ao Fundo de Apoio Municipal”. EXECUTIVO CAMARÁRIO OCULTA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO MUNICIPIO Vereadores do PSD continuam à espera de resposta sobre a real situação financeira da Câmara de Caminha No dia 8 de Julho os vereadores do PSD apresentaram requerimento escrito a solicitar informação sobre a situação financeira à data, obrigação que aliás decorre da lei, e que deveria ser prestada por iniciativa do presidente e não por solicitação da oposição. Lamentavelmente este comportamento pouco democrático não nos surpreende, pois tem sido sistemática a posição do atual executivo em não facultar informação obrigatória quando é solicitada e só o faz muito posteriormente e por insistência da oposição. Decerto que o executivo camarário pretende com estes artefactos desmotivar a oposição e desviar a sua atenção da dramática situação financeira que já foi possível constatar na última informação prestada na Assembleia Municipal de Junho. Vamos passar a explicar como em 10 meses o executivo do PS esbanjou 2 milhões de euros: - O atual executivo (PS) herdou em Outubro de 2013 do anterior executivo (PSD) depósitos a prazo e à ordem no montante de 2. 398.264 €: - Em Dezembro de 2013, já só tinha 1.596.87,44€; Em Janeiro de 2014, já só tinha 1.283.375,46€; Em Fevereiro de 2014, já só tinha 811.921,68€; Em Março de 2014, já só tinha 764.936,11€: Em Abril de 2014, já só tinha 551.550,61€; Em Maio de 2014, (mês em que o município recebeu cerca de 2 milhões de euros de IMI), já só tinha 997.153,28, Em Junho de 2014, já só tinha 828.855,38€; Verifica-se que passados estes meses, o actual executivo já não tem qualquer depósito a prazo e nem o depósito obrigatório dos cerca de 600 mil euros, à sua guarda, de valores dos Munícipes relativos a cauções e outros valores consegue garantir, porque meses houve já, em que o saldo em bancos é inferior ao valor das cauções, o que configura uma situação ilegal e imoral. - Não podemos pronunciar-nos acerca dos meses de Julho e Agosto porque o executivo omite deliberadamente essa informação, mas quase nos permitimos antecipar que infelizmente o cenário será ainda pior e preocupante; Da posição do 4º melhor pagador do Distrito (em 2012 e 2013) o atual executivo arrasta o Município para a posição de pior pagador do Distrito De facto e conforme comprovam os dados da DGALEm Dezembro de 2013 o Município de Caminha agrava o seu prazo médio de pagamento para 145 dias, contrariando a Lei dos Compromissos Comparemos: - Em Setembro de 2013 o Município de Caminha pagava aos seus fornecedores a 85 dias; -O executivo do PSD realizou vasta obra no Concelho (Ainda não conhecemos nenhuma obra realizada pelo actual executivo); - Suportou os mesmos encargos (salários, piscinas, electricidade, limpeza urbana, etc.); - Transferiu mais meios e verbas para as nossas freguesias; - Transferiu mais meios e verbas para as nossas Associações e IPSS’s; - Atribuiu vários incentivos, nomeadamente à natalidade que reflectem dados muito positivos sobre o número de nascimentos no nosso Concelho; - Potenciou e dinamizou uma agenda cultural e eventos de grande vulto financeiro e que eram já uma referência e conhecidos em todo o país. - Deixou uma dívida de curto prazo de cerca de 3 milhões de euros, com fundos comunitários aprovados, portanto receita correspondente a cerca de 1 milhão e meio de euros; - Os seus prazos médios de pagamento eram de 79/85 dias, portanto inferior ao prazo de 90 dias que a Lei estabelece; - Nunca necessitou de recorrer a empréstimos de curto prazo para fazer face a falta de liquidez de tesouraria; - Recorreu ao PAEL, para pagar a faturação das Aguas do Noroeste e não imputar esses custos à factura da água dos Munícipes; - Com os mesmos meios e os mesmos encargos, o executivo do PSD honrou e pagou os seus compromissos e ainda deixou em depósitos em bancos, a prazo e à ordem o montante de 2.398.264€; - O que pretenderá esconder o atual executivo? - Porque não dá resposta aos sucessivos requerimentos apresentados pelos vereadores e deputados na Assembleia Municipal sobre procedimentos legais e cumprimento da Lei dos Compromissos? - Como se explica o esbanjar de milhares de euros em festas, espectáculos, tendas e barracas que não trouxeram nenhuma mais-valia para o Concelho e que para além de esbanjamento de dinheiros públicos só visam a promoção da imagem do Presidente da Câmara? -Pelas vozes que se ouvem aqui e ali, todos temem o pior, e acabando as festas, festivais e concertos, pode haver contas a pagar e não haver dinheiro para tanta farra! - Resta-nos a certeza de que perante a degradação financeira do Município de Caminha no espaço de um ano de gestão socialista, e na falta da tal ideia estratégica para o Concelho, a solução passará pela convocatória de mais uma conferencia de imprensa onde assistiremos a um eventual anúncio de pedido de resgate ao Fundo de Apoio Municipal, protagonizado pelo Sr. Presidente, e a mais um “show off” televisivo, para as camaras locais e nacionais ainda em estilo de campanha eleitoral a dizer que se vai endividar mas que a culpa foi dos “outros”! Sem dúvida Menos e Pior para Caminha. Comissão Política Concelhia do PSD Caminha |11 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 FOTOs : MIGUEL ESTIMA Portinho de Vila Praia de Âncora NOVAMENTE dragado O Governo, através da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, vai gastar mais de 430 mil euros numa nova dragagem do portinho de Vila Praia de Âncora para extrair apenas um quarto dos inertes que impedem os pescadores locais de navegarem normalmente no porto, pondo a vida em risco. Vão ser dragados entre 50 a 60 mil metros cúbicos de areia, no entanto os inertes que assoreiam aquele porto de pesca do concelho de Caminha tem um número 4 vezes superior. O anúncio do desassoreamento vem ao encontro das reivindicações dos pescadores locais, que, contudo, admitem que a intervenção não é suficiente. O problema do assoreamento do porto é recorrente. No ano passado, o Governo adjudicou outra intervenção de emergência por cerca de 400 mil euros, mas 15 dias após ter sido concluí-da, o porto já estava novamente assoreado. “A operação vem de encontro aquilo que estamos permanentemente a pedir uma vez que nunca é desassoreado aquilo que é necessário e portanto isto começa a ser um problema crónico. As dragagens que são feitas nunca são suficientes e por isso nós estamos permanentemente a lutar pelo mesmo”, refere Vasco Presa, presidente da associação de pescadores de Vila Praia de Âncora Apesar das dragagens frequentes a operacionalidade do porto nunca fica minimamente aceitável refere o porta-voz daquela associação que explica que o problema já faz parte do dia a dia dos pescadores. “Quando fizeram a última dragagem, no final, o porto continuou inoperacional. Estamos a falar de é um problema que se arrasta há anos e que nos obriga a ficar muitas vezes em terra e a reduzir o número de marés para metade”, refere Vasco Presa. Segundo o comunicado entregue à associação de pescadores, serão entre 50 a 60 mil metros cúbícos de inertes a dragar. “Cinquenta mil metros cúbicos temos a certeza que vão ser dragados, mas nós vamos ver se conseguimos um pouco mais porque mesmo assim, em termos de operacionalidade, fica 3 ou 4 vezes abaixo do necessário. Digamos que fica um bocadinho melhor mas não resolve”. Vasco Presa lembra que os profissionais da pesca há muito que reivindicam uma solução diferente para o porto de mar: uma extração de areias por sucção que seria inclusive mais barato para os cofres do Estado. “Aquilo que nós reivindicamos junto das entidades competentes, e já não é de agora, é uma solução diferente. Julgamos que aqui, um sistema por sucção, utilizado já noutro locais com resultados positivos e custos muito menores, seria a solução ideal para que o porto ficasse operacional”. As dragagens, idênticas às que têm sido feitas até agora não são, segundo Vasco Presa, a situação ideal porque não resolvem o problema. “Nós defendemos um modelo diferente, com menor custo mas claro compete às entidades decidir essa questão”. A dragagem foi adjudicada pela Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e tem um prazo de execução de 45 dias. No porto de pesca de Vila Praia de Âncora atracam atualmente cerca de 20 embarcações que dão trabalho a quase 70 pessoas. Os trabalhos deverão ter início entre os dias 8 e 9 de Setembro e vão custar cerca de 450 mil euros. |12 Centenas de Motards reunidos em Vilar de Mouros Decorreu no fim-de-semana de 22 a 24 de Agosto a décima primeira edição do Encontro Motard de Vilar de Mouros. O convivo e a confraternização dos amantes das duas rodas foi o mote para três dias bem passados nas margens do Coura. Promovido pelo Grupo Motard de Vilar de Mouros o certame, que já conta com onze edições, afirmou-se de forma inequívoca na rota dos motoqueiros. Este ano a festa fezse com cinco concertos divididos pela noite de sexta com os Alpaca e RocknRiders e no sábado com Versus, Búfalo e a fechar os concertos os Trotil. A festa no sábado já ia bas- tante longa, contudo o final estava reservado para o habitual show erótico. Festas no Minho têm as vantagens gastronómicas habituais. Deliciosos petiscos desde as moelas, rojões ou caracóis, e como é tradição os grelhados de Boi na brasa e por- co no espeto. O evento terminou com o passeio pelas praias de Moledo e Vila Praia de Âncora e o habitual aperitivo em Caminha na manhã de Domingo, deixando uma grande vontade a todos de marcar presença na edição de 2015. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Vespa Asiática prolifera no Alto Minho e Caminha não é exceção ma coisa do que ser picada por uma vespa normal ou uma abelha comum”, sublinha. Os bombeiros do concelho de Caminha respondem aos pedidos de ajuda para a destruição dos ninhos de vespa asiática. “Nós temos procedido, em conjunto com a proteção civil da câmara de Caminha, à segundas, quartas e sextas e temos destruído uma média de 2 a 3 ninhos por dia. Fazemos isso sempre à noite com recurso a combustão e até ao momento já contabilizamos 34 queimas. Neste momento temos mais 4 sinalizados”. Luís Saraiva deixa o alerta à população: “sempre que alguém no de quem deve coordenar e quais os meios a afetar para combater a praga. No documento era solicitado à Ministra da Agricultura que seja implementada uma estratégia nacional e uma ação concertada das diversas entidades, clarificando as competências e criando uma equipa de interven- destruição de vários ninhos. As pessoas vão comunicando aos bombeiros ou à câmara a existência de ninhos, nós fazemos a avaliação e nos dias seguintes procedemos à sua destruição, obedecendo a um nível de prioridades”, explica. Os locais prioritários para a destruição são os ninhos situados junto a edifícios públicos como por exemplo escolas ou infantários, depois apiários e residências e depois aqueles que estão mais longe das populações”, avança. Segundo o Comandante dos Bombeiros nos últimos dias registou-se uma maior sensibilização para o problema o que faz com que as pessoas tenham comunicado a existência de muitos mais ninhos do que aqueles que estavam sinalizados. “Nós fazemos destruição às avistar um ninho deve comunicar à câmara ou aos bombeiros para que o mesmo seja destruído com segurança”. De Viana do Castelo vem a notícia de que os Bombeiros Municipais já registaram 448 ninhos de vespa asiática desde que foram detectados naquele concelho. Só nos primeiros oito meses deste ano, aquela entidade registou 216 vespeiros, que estão a ser queimados de forma a dizimar a colónia de vespas. A validação e destruição é feita através de atos de queima em parceria com o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo. A autarquia vianense deliberou uma proposta para uma intervenção urgente no combate da vespa asiática, exigindo uma clarificação urgente do Gover- ção que permita combater esta praga que está a por em causa a apicultura e a saúde pública. Este pedido surgiu na sequência das ocorrências no concelho em 2011, registadas pela APIMIL (Associação Apícola Entre Minho e Lima), e que se alastraram a outros concelhos, havendo casos nos concelhos limítrofes e em toda região norte. A vespa asiática é uma espécie originária da China, predadora das vespas e abelhas nacionais. É capaz de dizimar completamente um enxame em poucos dias. Constitui, por isso, uma ameaça aos apiários e à produção de mel na região. De acordo com as informações existentes, cada ninho pode albergar até 2000 vespas e 150 fundadoras de novas colónias que, no ano seguinte, poderão vir a criar pelo menos 6 novos ninhos. CAMINHA Está descontrolada a proliferação da vespa asiática no Alto Minho. Há cada vez mais “avistamentos” e sinalização de ninhos na região. Caminha não é exceção. Os bombeiros assumiram a tarefa de combater a praga no concelho, mas perante o crescimento alarmante de ninhos de vespa, há cidadãos que também começaram a assumir essa tarefa. Marco Portocarrero, habitante da freguesia de Seixas transformou-se assim num caça vespas. No concelho de Caminha tem destruído, a expensas próprias, diversos ninhos de vespa asiática, numa média de três por dia. “Verifiquei que nas últimas semanas houve um amento brutal nas visualizações de ninhos de vespa no concelho de Caminha. O que estou a fazer é a desenvolver alguns meios especiais para eliminar os ninhos, nomeadamente através da injeção de inseticida nesses mesmos ninhos. Tenho a ajuda dos bombeiros e de alguns apicultores, mas estou a fazer isto de forma independente. Neste momento estou a destruir uma média de dois a três ninhos por dia”. O número de avistamentos de ninhos supera largamente a capacidade para os destruir, uma situação normal já que é nesta altura do ano que eles se conseguem visualizar melhor. “É nesta altura do ano que realmente se consegue visualizar melhor os ninhos. O número de vespas aumenta exponencialmente nesta altura do ano para começar depois a decrescer até que o enxame morre no inverno. A partir do final deste mês as fêmeas reprodutora começam a disseminar e é por isso que se torna urgente destruir o maior número de ninhos possível”, explica . Até ao momento foram destruídos cerca de 30 vespeiros mas segundo Marco Portocarrero, há outros tantos avistados “e o número de sinalização é à volta de cinco por dia”. Este habitante da aldeia de Seixas tem atuado sobretudo no vale do Coura simplesmente por dever de cidadania. Ninguém lhe paga o tempo e o dinheiro que gasta na destruição dos ninhos de vespa asiática. Marco Portocarrero pôs mãos à obra e com uma cana de pesca e um tubo de inseticida vai matando as vespas invasoras. “Eu destruo com inseticida, embora a combustão também seja eficaz. O problema é que se torna uma operação muito mais complicada uma vez que os ninhos estão normalmente em altura”, explica. Com recurso a material de alpinismo, Portocarrero sobe às arvores e com a ajuda de uma cana de pesca transformada vaisdestruindo os ninhos de vespa. “A cana de pesca tem um tubo adaptado que permite injetar o inseticida dentro dos ninhos e assim matar as vespas. Depois os ninhos são retirados e são utilizados para fazer alguns estudos sobre o comportamento desta espécie, o que é muito importante”, revela. Marco Portocarrero lamenta o atraso na atuação das entidades públicas no combate a esta vespa que mata as abelhas nacionais e já ameaça populações, tal é a sua proliferação. Recentemente foi encontrado um ninho em plena Avenida da Grande Guerra, a rua mais movimentada de Viana do Caste- lo, a capital do distrito. O ninho estava na parede de uma instituição bancária. O comandante dos bombeiros voluntários de Caminha, Luís Saraiva, alerta, contudo, para as medidas de precaução que é preciso ter: é que esta não é uma vespa comum. “As pessoas têm que ter muito cuidado porque esta vespa não é idêntica à vespa comum, e por isso as consequências podem ser graves. As pessoas têm que ter o máximo cuidado na destruição dos ninhos e devem fazê-lo tenho em conta as medidas de segurança adequadas”, alerta. O comandante dos bombeiros chama ainda a atenção para a violência da picada deste tipo de vespa. “Nós temos a experiência de algumas pessoas que já foram picadas por esta espécie e nota-se que não é a mes- |13 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Lusitânia abre Loja em Caminha A Lusitânia – Companhia de Seguros, SA, uma empresa do Grupo Montepio, inaugurou esta semana a sua loja no concelho de Caminha. A abertura deste balcão insere-se numa estratégia de proximidade que a Lusitânia está neste momento a desenvolver e a implementar, como referiu ao Jornal C Rui Ferreira, diretor dos agentes norte. “Para isso estamos a associarnos a parceiros de referência e mediadores de alto nível de profissionalismo e empreendedores. Ao associarmo-nos a este perfil de parceiros pretendemos assegurar uma presença próxima dos clientes”, explica. Colocar parceiros em pontos relevantes do mercado com a imagem da seguradora é uma estratégia que o grupo tem vindo a manter. “No fundo eles representam a extensão da nossa imagem”, sublinha. A loja de Caminha é a quar- ta do distrito e até ao final do ano a Lusitânia pretende duplicar este número. A expetativa para Caminha é alta e o grande objetivo é conquistar mercado. “Neste momento a companhia tem em Caminha uma quota de penetração no mercado inferior à sua quota natural e por isso temos que aproveitar a oportunidade para conquistar novos clientes. Julgo que isso vai ser possível graças ao nosso parcei- ro, que é um agente com excelentes referências no mercado”. A Lusitânia é uma seguradora que disponibiliza um portfólio de produtos muito abrangente que cobre todos os ramos “e para além disso tem capacidade de aceitação e de subscrição em áreas mais técnicas e especificas como sejam atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pescas e náutica de recreio, as engenharias, mercadorias transportadas, enfim todo um conjunto de produtos e áreas de seguros em que estamos presentes”, avança. Para além dos seguros a Lusitânia também disponibiliza produtos bancários, produtos do ramo vida e a própria oferta da associação mutualista. “Uma oferta muito ampla”. Rui Ferreira lança o desafio a todos os caminhenses para que visitem a loja de Caminha pois, como garante, “sairão daqui clientes”. PUB. Já a b r i u o s e u n ovo ag e n t e d e s e g uros em Caminha Largo Bento Coelho R/C 4910-105 Caminha - Telefone 251 821 310 Móvel 964037913 |14 PUB. |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 EMPREENDE são 4, são jovens, e são naturais de ponte de Lima. Amigos de longa data, o Gaspar Martins, o Miguel Guerra, o pedro Gomes e o João Mimoso decidiram, depois de terminados os respetivos cursos, criar a sua própria empresa. Licenciados em engenharia informática, engenharia civil e designer de produto, em finais de 2013 formaram a FtKoDE, uma empresa ligada à área da programação informática. Formados na Escola superior de tecnologia e Gestão do Instituto politécnico de Viana do castelo e na Fernando pessoa, estes 4 amigos estão a dar que falar nos últimos tempos. para além dos diversos produtos que têm criado para empresas e autarquias, a FtKoDE apresentou, no passado mês de Junho, uma aplicação tecnológica para as Feiras Novas de ponte de Lima, uma das romarias mais mediáticas do país. trata-se de uma aplicação para smatphones que dá a conhecer |16 não só o programa das festas, mas também outras informações úteis para quem visita a romaria. Em entrevista ao Jornal c os 4 jovens empreendedores, que se conhecem desde o secundário e que agora trabalham juntos, explicam como surgiu a ideia de conceber esta aplicação de acesso gratuito, útil e muito fácil de consultar. “A aplicação das feiras Novas surgiu, em primeiro lugar, porque não existia nenhum sistema on line, nem nenhum site que desse a conhecer a festa. só existe agora o faceboock. A ideia era criar um site, ou uma aplicação móvel. optámos pela aplicação móvel porque é algo que está em crescendo. A As- joVens eMPresários liMianos lançaM aPlicação MóVel Para as feiras noVas sociação concelhia das Feiras Novas gostou da ideia e avançamos”, conta A aplicação, lançada ao mesmo tempo que o programa das festas, foi desenvolvida a pensar nos andróides e nos iphones, é gratuita e conta a história da romaria. “A aplicação tem várias fotografias sobre as Feiras Novas, um breve historial da festa, o programa deste ano, contatos úteis como por exemplo bombeiros, polícia, etc. e os nomes, endereços e ementas de alguns restaurantes. permite saber onde estão localizados e como chegar lá”. Apresentada a 6 de Junho, a aplicação já teve mais de 1500 downloads, um número bastan- te bom tendo em conta que as Feiras Novas ainda não aconteceram. “com o aproximar da festa esperamos que esse número aumente. Vamos informar e publicitar porque neste momento ainda há muita gente que desconhece a existência desta aplicação”. o design da aplicação é da responsabilidade do João Mimoso mas o jovem explica que todos deram o seu contributo. “Basicamente pegámos nos elementos das Feiras Novas e desmontamo-los de forma a que pudessem ser montados na aplicação de uma forma gráfica. Acho que funcionou bastante bem porque o feedback que temos tido nesse sentido tem sido muito positivo”, garante. A aplicação, que demorou 3 meses a ser concebida, foi comprada pela Associação concelhia das Feiras Novas por um preço “bastante baixo” porque, como explicam, “o objetivo era entrar no mercado, dar a conhecer o nosso trabalho, e vimos JORNAL EMPREENDE+ O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 aqui uma boa oportunidade”. Mas o trabalho da FTKODE não se resume a esta aplicação. Em menos de um ano a empresa está a trabalhar em força com as juntas de freguesia para quem criou diversos softwares de gestão autárquica, nomeadamente gestão de toponímia, de canídeos, cemitério e inventários de património. Miguel Guerra, um dos engenheiros informáticos, explica que um software deste género pode levar até 3 meses ou mais a ser concebido. “Varia de software para software mas posso-lhe dizer que o da toponímia, por exemplo, demorou mais de 3 meses a ser feito. Estamos a falar em oito horas por dia e às vezes até mais, finsde-semana incluídos”. A ideia de criar um software para as autarquias foi do Pedro Gomes que viu na agregação das freguesias e na obrigatoriedade das mesmas realizarem o respetivo inventário, uma grande oportunidade. “O Pedro pensou que era possível criar uma plataforma que facilitasse as juntas no desenvolvimento desse trabalho e avançamos. Depois foi tipo bola de neve, as coisas começaram a crescer, começamos com uma junta, depois com 3 e neste momento já estamos a trabalhar com perto de 30”. Expandir o trabalho para fora da área do concelho é agora o grande objetivo destes jovens que, em Ponte de Lima, já estão bem implementados. “Já estamos a trabalhar com algumas juntas de freguesias de outros concelhos mas queremos chegar mais longe”. O feedback das juntas de freguesia que neste momento já utilizam a plataforma criada pela FTKODE “está a ser muito bom”, garante Pedro Gomes que no entanto admite ainda alguma desconfiança por parte dos autarcas. “O feedback tem sido muito positivo. O nosso software é diferente dos que existem no mercado porque funciona on line. Isto quer dizer que o presidente da junta ou qualquer outra pessoa pode aceder ao programa em qualquer lugar, tanto pode ser da sede como em casa. Isso é uma mais valia porque com a agregação, muitas juntas ficaram com mais do que uma sede e assim não precisam de ter várias licenças. É verdade que ainda existe alguma desconfiança pelo facto de ser uma aplicação on line, mas julgo que com o tempo isso se vai resolver e as pessoas vão acabar por se habituar”. Com pouco mais de nove meses a FTKODE, atendendo à conjuntura, até está a trabalhar bem, garantem os jovens empresários. “Não somos diferentes das outras empresas e a verdade é que a crise também nos tem afetado. Não quero dizer com isto que não haja trabalho, ele existe, simplesmente as empresas têm alguma dificuldade em investir na melhoria da sua imagem e nas novas tecnologias. Digamos que vão adiando essa parte. Ainda assim para nós está a correr muito bem, digamos que tem sido bastante positivo. Continuamos a aumentar a car- teira de clientes e isso no fundo é o reconhecimento do nosso trabalho. É bom para quem sai da faculdade e arrisca como nós arriscamos”. Neste momento a FTKODE está a desenvolver uma plataforma de turismo direcionada para o Alto Minho que deve estar concluída dentro de dois meses. “Trata-se de uma plataforma com várias ofertas. Também queremos lançar outras aplicações móveis e esperamos brevemente poder começar a trabalhar aqui em Caminha. Não queremos pensar em muitos projetos ao mesmo tempo para não corrermos o risco de ficarem pelo caminho, quere- mos ir devagar”. Os 4 amigos de Ponte de Lima, que não viram na emigração uma saída para o seu futuro profissional, garantem que não estão arrependidos de ter ficado e ter investido na criação da sua própria empresa cujo lema é: “You Dream, We Create”. PUB. Casa de petiscos | Gelataria | Creparia Praça Conselheiro Silva Torres . 4910 Caminha [email protected] Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 Superareosa-Supermercaods, lda tel 258808090-fax 258838534 OCULISTA IDEAL DE CAMINHA José Augusto Fernandes Oliveira ( òptico desde 1967) TÉCNICA . PERFEIÇÃO . QUALIDADE A sua visita o comprovará C.C. Camicentro, Lj. 23 (ao lado dos Bombeiros) Rua Visconde Rego 4910-156 Caminha | Telf./ Fax: 258 721 028 metalocaminha Sócio Gerente Sergio Meira - Telf. 919 983 235 AUTOMATISMOS | SERRALHARIA DE FERRO E INOX | MONTAGEM DE PORTAS SECCIONADAS |MOTORES DE TODO O TIPO | SERVIÇO DE CORTE E QUINAGEM DE CHAPA Telf. 258 727 399 | Fax. 258 727 382 | E-mail: [email protected] web:www.metalocaminha.pt | Lugar do Couto | 4910-201 Lanhelas |Caminha |17 JORNAL ARCOS DE VALDEVEZ Região dos Vinhos VeRdes prevê boa colheita A Região dos Vinhos Verdes – que celebra 106 anos a 18 de Setembro e cujas vindimas deverão arrancar no espaço de quatro semanas apresenta uma previsão muito favorável à colheita 2014, com valores médios de qualidade e de quantidade a par dos resultados dos anos anteriores. Com uma floração mais precoce do que o habitual mas também mais lenta devido ao período de temperaturas mínimas baixas ocorrido no final do mês de Maio -, a Região registou em Julho temperaturas globalmente moderadas com pouca precipitação dispersa, o que indicia uma evolução positiva da maturação. Para o enólogo António Cerdeira, “as condições climatéricas dos meses de Agosto e Setembro são, nesta fase, os factores determinantes para o perfil distintivo dos Vinhos Verdes 2014. Apontamos para uma vindima com início geral em meados de Setembro e que revele um bom equilíbrio entre a intensidade aromática, a acidez e o álcool, sendo desejável para a elegância dos Vinhos Verdes um final de período de maturação lento e progressivo”. Segundo a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), “uma boa previsão de colheita é fundamental numa altura em que as exportações continuam a crescer, registando um aumento de cerca de 19% em volume e de cerca de 15% em valor, face ao período homólogo, com particular destaque para mercados como a Alemanha, os Estados Unidos, a França ou o Brasil, nos quais se verificam um aumento de exportações entre os 10 e os 40%”, refere Manuel Pinheiro, Presidente da CVRVV. |18 DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 CAMINHA PAREDES DE COURA Câmara de Viana reforça apoio às famílias com filhos em idade escolar A Câmara de Viana do Castelo anunciou que vai reforçar o apoio às famílias vianenses com filhos em idade escolar com um conjunto de medidas de apoio económico, num universo de 3096 crianças no primeiro ciclo e de 1093 no ensino pré-escolar. Para além dos apoios já instituídos nos transportes escolares (um investimento de 843 mil euros para 2708 alunos), na aquisição de livros e material didático, nos serviços de refeições (são servidas mais de 760 mil refeições anualmente), e nos serviços de animação e apoio à família, a autarquia, articulando os serviços de educação e sociais, alarga agora as medidas: Assim, em causa está a gratuidade do serviço de prolongamento de horário de funcionamento dos jardim-de-infância, agora a todos os alunos do préescolar; e a redução dos custos de refeições escolares para famílias com mais de dois elementos a frequentar o pré-escolar e o primeiro ciclo de ensino básico. A redução nos serviços de cantina será gradual de acordo com o número de filhos dos agregados familiares, ou seja, de 25 por cento no segundo filho e cinquenta por cento a partir do terceiro. Estas medidas entram já em vigor para o novo ano letivo 2014/2015, que agora começa e visa apoiar os agregados familiares com maiores fragilida- des económicas e com maior número de filhos. O município de Viana do Castelo reforça assim para o próximo ano letivo um conjunto de medidas de apoio à educação das crianças e jovens do concelho e apoia de uma forma positiva os agregados familiares com dificuldades económicas resultantes da crise e da redução dos rendimentos, bem como apoia as famílias com maior número de filhos em idade escolar. Este apoio do município de Viana do Castelo à educação, é também complementado com um conjunto de recursos e ações no domínio cultural e desportivo, complementando as ofertas educativas. Monção: Banco Municipal de Livros beneficia 116 crianças O João, o Miguel e a Isabel, acompanhados pelos respetivos encarregados de educação, estiveram recentemente na Biblioteca Municipal de Monção para receberem os manuais escolares do Banco Municipal de Livros Escolares de Monção. A iniciativa, promovida pela autarquia local através dos serviços do Banco Local de Voluntariado e Biblioteca Municipal, acontece pelo terceiro ano consecutivo. Sempre em crescendo. O que mostra que Monção é um município solidário e dinâmico na concretização de ações de caráter social e ambiental. Em 2012, foram abrangidas 50 crianças e entregues 200 livros. Em 2013, o número aumentou para 94 crianças e 604 livros entregues. Este ano, o projeto conheceu valores mais elevados: 116 crianças inscritas e 743 manuais entregues. Números que tenderão a aumentar com a proximidade do arranque do ano letivo 2014/2015, entre 12 e 15 de setembro. Presente na cerimónia, realizada no auditório da biblioteca municipal, o autarca local, Augusto Domingues, registou, com agrado, o crescimento da iniciativa e a recetividade da comunidade local. E sublinhou: “são estas pequenas grandes coisas que nos dão um gosto especial e nos fazem levantar todos os dias para trabalhar com empenho e dedicação” Como conselho para o futuro, Augusto Domingues, deixou o seu próprio trajeto de vida. “Venho de uma família simples. Perdi o pai cedo, com três anos, e tive de crescer rápido com a ajuda da minha mãe e familiares. Na escola e na vida profissional, aproveitei todas as oportunidades. É isso que vos peço. Aproveitem bem estes apoios. Não desperdicem nada que a vida vos ofereça”. A iniciativa, destinada a todos os agregados familiares do concelho, constou da receção de livros escolares usados e da inscrição para quem pretendia recebê-los no presente ano letivo. Depois de rececionados, na biblioteca municipal, todos os manuais foram limpos e restaurados por cinco voluntárias do Banco Local de Voluntariado de Monção. Além do sentimento de partilha e solidariedade, procurou-se a diminuição dos custos associados à aquisição de manuais escolares, gerando uma poupança financeira aos agregados familiares monçanenses, bem como o reforço de boas práticas de proteção e educação ambiental, através de uma gestão mais criteriosa do papel. PONTE DA BARCA PONTE DE LIMA Ponte de Lima Câmara abre concurso para futuro Parque da Vila Dotar a Vila de Ponte de Lima de uma área de recreio e lazer destinado ao convívio da população, provido de equipamentos e estruturas para o exercício da atividade física e para descanso, é o principal objetivo do futuro Parque da Vila – Parque Urbano de Ponte de Lima, aprovado na última reunião da autarquia limiana. Situado na freguesia de Arca e Ponte de Lima, em terrenos adquiridos pelo município de Ponte de Lima, o futuro Parque da Vila ficará instalado perto de uma zona residencial, permitindo assim uma melhor qualidade de vida, muito próximo de diversos equipamentos e do Centro Histórico da Vila. O projeto pretende promover a ligação funcional com a natureza e reinventar uma zona até agora recôndita de Ponte de Lima, tornando-a mais atrativa para os munícipes e visitantes. A Câmara Municipal pretende potenciar as condições naturais do espaço, com cerca de 5,5 hectares, criando um grande parque de lazer, num imenso prado verde, arborizado, agradável, prático e convidativo para que as pessoas possam usufruir de atividades lúdicas e desportivas. A intervenção agregará estruturas já existentes e que se encontram em bom estado de conservação, como é o caso de percursos pedonais demarcados que atravessarão todos os espaços e atmosferas do parque, aproveitando também para recuperar e reordenar a flora autóctone e criar novos espaços, nomeadamente três clareiras de prado relvado para recreio livre. Para além destas zonas de prado, surgirá um circuito de manutenção construído em madeira, com o objetivo de incutir o desporto saudável no dia-a-dia da população, um parque infantil em madeira, um trial bike – pequena pista fechada em saibro com pump track e curvas sobrelevadas, que fará as delícias dos jovens mais radicais. Incluirá ainda vários miradouros também em madeira na zona mais alta do parque. O Parque Urbano da Vila contará com duas entradas principais, a norte e a nascente, e duas entradas secundárias, uma pela Rua do Bustelinho e outra pela zona do Pavilhão Municipal. JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA VIANA DO CASTELO VILA NOVA DE CERVEIRA Oposição critica executivo VIANENSE de “relação ruinosa” com concessionários dos parques de estacionamento da cidade A Câmara de Viana do Castelo deliberou, por proposta socialista, a atribuição de 130 mil euros em subsídios aos parques de estacionamento da cidade para “a campanha de estacionamento”. A oposição acusa a autarquia liderada pelo socialista José Maria Costa de, desde o início de Abril do ano passado, já ter gasto mais de meio milhão de euros em subsídios atribuídos e publicidade externa aos parques de estacionamento subterrâneo da cidade, explorados por concessionários privados. Em nota enviada à imprensa, os três vereadores do PSD que integram o executivo camarário vianense escrevem que com o dinheiro investido era possível a criação de 2.400 lugares de estacionamento disponíveis 7 dias por semana, 24 horas por dia. Os autarcas sociais democratas acusam o executivo socialista de disponibilizar menos 43 por cento dos lugares inicialmente previstos, com o custo multiplicado por seis, transformando a relação com os concessionários dos parques de estacionamento da cidade numa relação ruinosa para a Câmara. Também a CDU não poupa críticas à política de estacionamento da Câmara de Viana, que classifica de escandalosa. A vereadora eleita pacusa a autarquia de “beneficiar fundamentalmente quem explora os parques concessionados da cidade”. Ilda Figueiredo explica que só em três meses – Julho, Agosto e Setembro – a autarquia vai gastar 130 mil euros por estacionamento gratuito em quatro parques, a partir das 18 horas, durante a semana e todo o dia aos fins-de-semana e feriados. O autarca de Viana anunciou entretanto que durante o último mês e meio 50 mil visitantesutilizaram os parques de estacionamento brangidos pela campanha, “o que nos leva a concluir que a mesma foi um êxito”. José Maria Costa anunciou entretanto que está em preparação uma nova campanha para o outono /inverno. PORTA DE LAMAS DE MOURO COMPLETA DEZ ANOS DE EXISTÊNCIA Terreiro de Cerveira recebe Desfolhada Tradicional Recuperar usos e costumes do concelho e proporcionar um serão de convívio à moda antiga. Estas são duas das principais caraterísticas que prometem marcar mais uma Desfolhada Tradicional Minhota, em Vila Nova de Cerveira. Criação de cenário rural acontece sábado, 6 de setembro, a partir das 21h30, e pretende envolver toda a comunidade. Num ambiente rural e acolhedor, o centro histórico da Vila das Artes viaja a um passado não muito remoto, com as gentes da terra a recriar uma eira comunitária, num esforço de preservação da identidade cultural e et- nográfica do concelho. Toda a população está convidada não só a assistir, mas a participar ativamente, exibindo no vestuário um elemento decorativo associado à Desfolhada Tradicional. O objetivo é envolver residentes e turistas na vivência de uma tradição antiga, que se vai perdendo ao longo dos tempos. Um carro de bois carregado e ornamentado vai desfilar pelas principais artérias do centro histórico cerveirense até se instalar em pleno Terreiro, dando início a uma desfolhada tradicional, momento em que se soltam os cantares e sons tradicionais, as estórias e as lendas. Não faltarão os bardeiros e as medas para conferir a maior autenticidade a esta iniciativa. Contam os mais antigos que a desfolhada era um momento MONÇÃO: RELVADO SINTÉTICO NO CAMPO DO AREAL A Porta de Lamas de Mouro, estrutura concelhia de acolhimento e apoio à visitação do Parque Nacional da PenedaGerês (PNPG) completa, em 2014, dez anos de existência. Para assinalar a data estão a ser desenvolvidas uma série de iniciativas e actividades, entre as quais a realização de uma sessão solene comemorativa, que decorreu no passado dia 3 de Setembro, e que contou com a presença do Secretário de Estado do ordenamento do território e da conservação da natureza, Miguel Neto. A sessão, que teve lugar em Lamas de Mouro, refletiu sobre o percurso realizado pela Porta e sobre a sua interacção com o território envolvente, sendo complementada por uma visita às estruturas que a compõem e ainda ao Núcleo Museológico de Castro Laboreiro, assinalando a sua reabertura ao público após ter sido alvo de requalificação. A Porta de Lamas de Mouro, inaugurada a 15 de Maio de 2004 juntamente com o Nú- cleo Museológico de Castro Laboreiro, recebeu, na última década, mais de 70 mil visitantes, trinta mil dos quais no âmbito do programa de educação ambiental, acolheu e desenvolveu inúmeras iniciativas como seminários, conferências e encontros, consumando assim um percurso marcado pela preservação e promoção da biodiversidade, mas também de divulgação do meio envolvente, nomeadamente das áreas que integram o PNPG - Castro Laboreiro e Lamas de Mouro. A Câmara Municipal de Monção aprovou, na reunião ordinária do passado dia 25 de agosto, a execução de relvado sintético no Campo do Areal, em Messegães, recinto de jogos da U.D. “Os Raianos”. A efetivação da empreitada, que engloba ainda a reformulação das instalações elétricas, tem um preço base de 220 mil euros. O prazo para apresentação de propostas para a concretização da obra termina no 20º dia a contar da data da referida publicação. Após o processo de escolha da empresa responsável pela empreitada, cujos critérios assentam no preço (75%) e na manutenção do relvado sintético (25%), realiza-se a assinatura de contrato de trabalho, ato de consignação e arranque da obra que tem um prazo de execução de 150 dias. Para a viabilização desta empreitada, houve a necessidade da celebração de um contrato de comodato entre a U.D. “Os Raianos” e o município de Monção. O documento, rubricado ente as duas partes, foi igualmente aprovado na reunião do executivo municipal do dia 25 de agosto. muito aguardado pelas populações, em especial pelos jovens, que alimentavam a esperança de encontrar o milho-rei para poder beijar o rapaz ou a rapariga por quem nutria um sentimento especial. O trabalho transformava-se numa verdadeira festa minhota. O convívio subjacente a esta recriação integra ainda a gastronomia típica, nomeadamente a broa e o chouriço da região, acompanhados do bom vinho verde, e que contribuem para que esta Desfolhada Minhota de Vila Nova de Cerveira seja uma referência no seio das manifestações etnográficas do Alto Minho. Numa organização da Comissão de Festas de Nossa Senhora da Ajuda, a Desfolhada conta com o apoio da Câmara Municipal, e parceria dos grupos de folclore do concelho, concertinas e cantares ao desafio Naquele documento, com a duração de 25 anos, a U.D. “Os Raianos” cede ao município, a título gratuito, o direito de uso e fruição do Campo do Areal, concedendo-lhe autorização para realizar as benfeitorias necessárias no âmbito desta parceria, isto é, a execução de arrelvamento sintético no recinto de jogos. Neste momento, o concelho de Monção conta com um relvado natural, Estádio Manuel Lima, casa do Desportivo de Monção, e dois relvados sintéticos. Um no Parque Desportivo Municipal, no Parque das Caldas, e outro no Parque Desportivo do Vale do Gadanha, em Moreira. |19 JORNAL DISTRITOV.N.CERVEIRA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 VILA NOVA DE CERVEIRA Esgotos a céu aberto junto à doca de recreio preocupam executivo de que pede resolução urgente às Águas do Noroeste A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira exige das Águas de Noroeste uma solução definitiva para os frequentes problemas de drenagem de águas residuais para o rio, provocados pela construção de um drop line na Avenida de Tomiño, junto ao depósito de gás que abastece a Piscina Municipal. O impas- se já se arrasta há vários anos e tem motivado inúmeras reclamações da população. Inserida no coletor principal de saneamento que faz a ligação entre a bombagem do Inatel e a ETAR, a obra, da responsabilidade da Águas do Noroeste, consistiu na construção de uma caixa de drenagem de esgotos, tecnicamente ‘Vila das Artes’ acolhe IX Festival de Bandas a 21 de setembro Vila Nova de Cerveira volta a ser palco de um evento musical, com a participação de cinco bandas filarmónicas de vários pontos do país, num encontro que convida o público à descoberta das sonoridades típicas destas instituições. O concerto decorre dia 21 de setembro, às 15h00. Do programa consta um desfile pelas principais artérias do centro histórico pelas 10h30, estando a atuação das Bandas de Arcos de Valdevez, Mocidade Junqueirense, Gueifães da Maia, Pinheiro da Bemposta e Antas – Esposende, agendada para as 15h00. O IX Festival de Bandas encerra, pelas 19h00, com a Marcha de Valdemar Sequeira, intitulada “Ponte da Amizade”, numa interpretação conjunta de todas as bandas. Organizado pela Associação Cultural e Recreativa Cervaria e com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e da União de Freguesias de Cerveira e Lovelhe, esta iniciativa pretende dar relevo à expressão que as bandas filarmónicas assumem no panorama musical. |20 designada por drop line, autorizada pelo executivo anterior, com data de adjudicação de agosto de 2013. Em outubro do ano passado, e após ter tomado posse, o atual executivo cerveirense ordenou a suspensão da empreitada para análise da solução proposta, ficando pendente a construção prevista até junho último, al- tura em que a empreitada foi executada. O autarca cerveirense explica esta decisão pelo cenário inadmissível causado pela frequente inundação da Avenida de Tomiño, através de caixas de esgoto sob a gestão das Águas do Noroeste, situação que foi sucessivamente denunciada pela Câmara Municipal ao longo de vários anos e para a qual a empresa não apresentou qualquer solução razoável. Fernando Nogueira refere ainda que, ao longo do processo, a empresa insistiu e deu garantia de eficácia, assegurando que não haveria drenagem de águas residuais para o rio e de que apenas se tratava de uma opção para proteção do sistema. Tratando-se da prestação de um mau serviço na área da salubridade, saúde e atentando ao meio ambiente, a Câmara Municipal, que repudia categoricamente casos desta natureza, exigiu às Águas do Noroeste que seja encontrada uma solução com caráter definitivo para este problema. Autarquia de Cerveira cede antiga escola primária de Loivo à Santa Casa da Misericórdia Numa política de preservação e dinamização dos antigos edifícios das escolas primárias, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira acaba de aprovar, em reunião de executivo de 27 de agosto, a formalização de um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia para a cedência das instalações localizadas na Mata Velha, em Loivo. Prestar apoio social aos mais idosos daquela freguesia através de um serviço de maior proximidade é a intenção desta instituição ao celebrar o presente protocolo, criando condições para que a antiga escola con- tinue a ser útil à comunidade. O edifício municipal em causa carece urgentemente de obras de requalificação/manutenção, nomeadamente ao nível do piso, casas de banhos e caixilharia, tendo o executivo cerveirense se comprometido a apoiar a Santa Casa da Misericórdia na reabilitação do imóvel. Com a concentração dos alunos em dois centros escolares, Vila Nova de Cerveira possui alguns edifícios de antigas escolas primárias que, caso a caso, tem vindo a ser analisados, para lhes dar a melhor solução de reativação em prol de um serviço prestado às populações. JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Gallaecia expõe trabalhos de alunos finalistas Pintura, escultura, fotografia e serigrafia são alguns exemplos dos projetos que estarão expostos na Escola Superior Gallaecia até ao final do mês de setembro. A exposição é o resultado dos trabalhos dos alunos finalistas da licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia da ESG, um curso que conta com três anos de existência, sob a direção do artista plástico Henrique Silva, atual diretor cultural da Fundação Bienal de Cerveira. A licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia é o resultado de um dos mais recentes projetos da Escola Superior Gallaecia, com o contributo e apoio da Bienal de Arte mais antiga do país. A criação de espaços de exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes e diplomados, valorizando as perspetivas artísticas tradicionais com as novas tecnologias, é uma das principais forças motrizes da escola. A presença de expressões artísticas e culturais, cada vez mais relevantes e de maior dimensão e impacto na Vila das Artes, vem também alimentando a cultura transfronteiriça que caracteriza a Escola Superior Gallaecia, uma das poucas instituições universitárias do país integrada em contexto não urbano. Este ano arrancará a 4ª edição do curso de Artes e Multimédia, estando a decorrer, até à primeira semana de Setembro, a segunda fase de candidaturas. CAMINHA Atletas caminhenses partem hoje para os Alpes para participarem na “Tor des Geants” donativos para que Sampaio possa estar, no próximo domingo, ao seu lado a participar nesta prova. “Não basta dizer no faceboock e nas redes sociais que se gosta muito do Sampaio do trail, também é preciso ajuda-lo a cumprir o sonho. Isso foi possível e eu estou muito satisfeito porque aos 67 anos acalentar o sonho e ter a coragem de participar numa prova destas, não é para todos. É preciso dar valor porque ele é um exemplo para os mais jovens”. Dois atletas caminhenses, Pedro Gonçalves e Joaquim Sampaio, partem hoje para os Alpes onde vão participar, a partir do próximo domingo, na Tor des Geants. A prova, que decorre nos Alpes suíços e italianos, tem um percurso de 330 quilómetros com 24 mil metros de desnível positivo, ou seja, o equivalente a subir nesses mesmos 330 quilómetros 8 vezes o monte Evarest. Antes de partirem para esta grande aventura onde participam 650 atletas de todo o mundo, Pedro Gonçalves e Joaquim Sampaio deram uma entrevista ao Jornal C onde deram conta das suas expetativas para esta prova que arranca domingo de manhã. Chegar ao fim é o grande objetivo destes dois atletas, um com 41 anos e outro com 67. A prova tem uma duração máxima de 150 horas e é “non stop”, como revelou ao Jornal C Pedro Gonçalves. “São 150 horas para terminar a prova o que equivale sensivelmente a seis dias e seis horas. No limite dá para andar cerca de 50 quilómetros por dia, o que exige um grau de preparação física muito grande”. Terminar a prova é o grande objetivo destes dois atletas. “O grande objetivo desta ou de qualquer outra prova é terminar. Só o facto de estarmos na partida já exige um grande esforço e uma grande confiança. São vários meses de preparação física e psicológica para aquilo que vamos enfrentar. É um exercício de superação pessoal muito grande”, revela. Para Pedro Gonçalves é um “grande honra” estar na linha de partida numa prova internacional como o Tor des Geants na qual vai participar pela primeira vez. O desafio não é fácil mas os dois atletas estão motivados. Apesar de ser a primeira vez que vai participar no Tor des Geants, Pedro Gonçalves diz conhecer “relativamente bem” os Alpes e por isso sabe mais ou menos o que o espera a ele e ao seu companheiro. “Já fiz várias provas nos Alpes e estou muito animado porque vou com o Sampaio e isso para mim é uma grande honra. Estamos a falar de um atleta que é um exemplo a nível nacional e que bem pode ser considerado o pai do Trail em Portugal”. Para Pedro Gonçalves a Tor des Geants “é a ultra das ultras”. Segundo o atleta a nível de provas internacionais de ultra distância não existe nada que se possa comparar, a não ser a Maratona das Areias na qual já participou dias vezes, mas essa com características diferentes uma vez que é disputada no deserto. “Digamos que são duas provas extremas. Numa levamos o mínimo de roupa possível e temos que carregar com todo o equipamento, na outra que é esta que vamos agora fazer, temos que levar muita roupa mas em compensação temos apoio logístico que nos transporta todo o material de um abrigo para o outro. Mas temos as montanhas para subir e descer e isso não é fácil”. aos 39 anos quando um dia decidiu que tinha que deixar de fumar e por consequência começou a engordar muito. “Cheguei à conclusão que tinha que fazer alguma coisa porque o meu único desporto era jogar xadrez, um desporto que me dava alguma agilidade mental mas não física. Foi então que comecei a dedicar-me ao atletismo de estrada porque na altura o trail ainda não se praticava por cá. Passados dois meses soube que se ia realizar um contra relógio em Sintra e como eu desconhecia a prova fiquei muito entusiasmado e decidi participar”. Foi a partir deste momento que se começaram a realizar as primeiras provas regulares de montanha em Portugal. “Até aí só havia uma que deve ter à volta de 40 anos, que era a de Manteigas – Penhas Douradas na Serra da Estrela”. A partir do contra relógio da Serra de Sintra Joaquim Sampaio nunca mais deixou a modalidade, e já lá vão 27 anos. A participação de Joaquim Sampaio da Tor de Geants representa o coroar de um grande sonho que até agora ainda não tinha conseguido realizar porque, como o próprio explica, participar numa prova como esta não sai barato. No mínimo são necessários 1500 euros. “É uma prova cara e se não fosse a ajuda de alguns companheiros que fizeram alguns donativos e de alguns patrociMas afinal nadores, eu nunca tinha conseguido lá ir porque, tal como quem é este muitos reformados neste país, veterano também tenho que sustentar a Joaquim minha casa e ainda ajudar os Sampaio? meus filhos e os meus netos”. Com 67 anos de idade, este Pedro Gonçalves ajudou na atleta descobriu a modalidade campanha de angariação de O objetivo é chegar ao fim Competitivo por natureza, tentar chegar ao fim da prova é o grande objetivo de Joaquim Sampaio para quem a palavra desistir não existe no dicionário. “Eu vou fazer os possíveis e os impossíveis para chegar à meta, nem que seja a rastejar. O meu objetivo principal é chegar ao fim e se conseguir será uma grande vitória para mim e também para aqueles que con- fiaram em mim e me deram a oportunidade de lá estar”. Mesmo sem ainda ter partido para esta grande aventura que será a participação no próximo domingo, pela primeira vez, na Tor des Geants, Sampaio já está a pensar em lá voltar dentro de três anos, quando fizer 70 anos e mudar de escalão. “Eu já disse que a partir de agora vou pôr de parte o equivalente a um maço de cigarros para daqui a 3 anos ter dinheiro para voltar a participar nesta prova. Eu queria ver se da mudança de escalão, aos 70 anos, ia lá. Se conseguir nessa altura então já irei com outros objetivos que é lutar por uma classificação no meu escalão”. Ânimo é força de vontade é coisa que não falta a estes dois atletas que a partir do próximo domingo vão participar no “trail dos trail”. Não os esperam dias fáceis mas isso também não os preocupa. Partem juntos e juntos querem regressar. O Compromisso é: quem chegar primeiro à meta espera… Atletas do Desnível Positivo mostram raça nos Alpes O Desnível Positivo, clube de trail com sede no concelho de Caminha, conseguiu dois 8º lugares naquela que é a prova de trail mais mediática do mundo: o Monte Branco, disputada nos Alpes. Carlos Sá conquistou o 8º lugar na geral masculinos e Ester Alves a mesma classificação na geral femininos. Nuno Silva conquistou o 12º lugar na geral (masculinos). Os resultados são aplaudidos pelos outros atletas do clube. Pedro Gonçalves, que se prepara para este fim-de-semana disputar o Tor des Geants, uma ultra maratona com mais de 300 quilómetros, elogia os colegas do clube de Caminha. “Estamos a falar da prova de trail mais mediática do mundo, uma prova com 168 quilómetros. Certamente que poucas equipas a nível mundial tiveram os resultados que teve o Desnível Positivo. Em termos de classificações obtivemos o 8º lugar na geral com o Carlos Sá, um 12º lugar com o Nuno Silva e em femininos a atleta Ester Alves obteve também um 8º lugar na geral” Com estes resultados Pedro Gonçalves considera que Caminha esteve “muito bem representada” na prova mais mediática do mundo na modalidade de trail. |21 JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Ana Fernandes da ADRCL brilha nos Jogos Olímpicos da Juventude, na China Campeonato Ibérico de Triatlo em Viana Viana do Castelo recebeu a última etapa do Campeonato Ibérico de Triatlo com provas na distância olímpica e de sprint. Esta que foi a terceira e última prova, foi organizada pela Fullsport e pelas federações portuguesa e espanhola, com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo. A última etapa deste evento, que é composto por natação, ciclismo e corrida trouxe à cidade grandes nomes do triatlo ibérico, sagrou Jorge Duarte, do Garmin Olímpico de Oeiras, e Sofia Brites, do AMICICLO PUB. GRÂNDOLA.http://www.federacao-triatlo.pt/images/stories/jorge_duarte_triatlo_ longo_viana.jpg A prova incluiu também provas masculina e feminina na distância olímpica, a contar para o Campeonato Ibérico da Distância, ganhas por João Renato Teixeira e pela espanhola Mar Villar Zamur. Por equipas e no que toca ao Campeonato Nacional de Clubes de Triatlo Longo, que está a ser disputado apenas no setor masculino, o Garmin Olímpico de Oeiras venceu a etapa de Viana do Castelo. A atleta da Associação Desportiva, Recreativa e Cultural de Lovelhe (ADRCL), Ana Fernandes, classificou-se em segundo lugar na final B do Lançamento do Martelo com 59,06 metros, nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanjing 2014, China. Por diversas vezes, o nome de Ana Fernandes e do país que representa foi ouvido no Estádio Olímpico de Nanjing, na China, constituindo um enorme motivo de orgulho para toda a direção da coletividade de Lovelhe. A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira congratula-se com esta prestação cerveirense resultado de muito esforço, e constituindo-se como um grande exemplo para as jovens gerações do concelho. Numa manhã marcada pela chuva e muita humidade, a atleta Cerveirense, natural de Campos, redimiu-se de um apuramento menos bem conseguido no dia 21, onde foi 14ª com 56,73 metros, e obteve uma classificação considerada espetacular devido ao valor das suas adversárias, pois todas elas - representantes da Croácia, Colômbia, Grécia, Ucrânia, Moldávia e República Checa - têm melhor recorde pessoal. Com este resultado, Ana Fernandes passa a ser a atleta da ADRC Lovelhe com o segundo melhor resultado de sempre numa competição Internacional, só superada pela sua tia, Maria José Conde, na Universidade de Seul, onde foi sexta classificada. VIII Triatlo da Amizade em Vila Nova de Cerveira Está marcada para o próximo dia 28 de setembro a VIII edição do Triatlo da Amizade, uma prova desportiva de caráter internacional organizada em parceria com a Câmara de Vila Nova de Cerveira e Tominho. O VIII Triatlo da Amizade conta com o apoio técnico da Federação Portuguesa de Triatlo e da Federação Galega de Triatlo. |22 Recorde-se que o início da competição alterna de local a cada ano e, na edição 2014, a prova começará no Cais de Vila Nova De Cerveira com a prova de natação, em solo galego far-se-á a transição para o ciclismo (btt) que terminará no parque de transição novamente no Cais português para o atletismo. 25. Comércio. Indústria. Turismo. Tradicionalmente, e no conceito clássico, as atividades económicas do ser humano têm-se repartido por três grandes sectores: primário com as indústrias extrativas; secundário, que inclui as indústrias transformadoras; terciário, na área dos serviços. Naturalmente que sendo a economia uma dimensão genuinamente humana, que ao longo da história da humanidade se vem estudando e desenvolvendo, originando a construção de imensas teorias, contra-teorias e teses, toda e qualquer atividade terá a sua interpretação económica, verificando-se, atualmente, uma grande preocupação com a evolução, positiva ou negativa, das várias economias nacionais, face ao contexto mais alargado da economia mundial. Contribuir para o desenvolvimento da economia, qualquer que seja a sua escala: individual, familiar, empresarial, estatal, nacional e internacional, é um dever de todo o cidadão responsável, que se pretenda no pleno exercício das suas prerrogativas cívicas. A crise económico-financeira que nos últimos anos (20082014) se vem acentuando e preocupando os cidadãos, designadamente os de menos poder económico, obviamente que não será da responsabilidade destes, principalmente dos desempregados, excluídos, reformados com pensões insignificantes. A responsabilidade da crise terá de ser imputada a outros setores económicos, aos detentores do controlo económico-financeiro, àqueles que produzem regras protetoras dos grandes interesses mundiais, eventualmente a determinados grupos de trabalhadores/ empregados, colocados em instituições públicas e privadas que, a coberto de legislação específica se vão mantendo nos seus postos de trabalho e/ou em associações de defesa dos trabalhadores. Sempre haverá uma quota-parte de JORNAL OPINIÃO O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Diamantino Bártolo PODER LOCAL DEMOCRÁTICO responsabilidade de todos estes interventores e de todos os cidadãos em geral. Cada um responderá em boa consciência. No espaço mais restrito das pequenas comunidades concelhias, rurais e urbanas, desenvolvem-se diversas atividades económicas que, normalmente, se identificam com a classificação clássica, embora, naturalmente, com maior ou menor predominância de umas em relação a outras., admitindose que para o interior do Portugal real e profundo, a economia rural de subsistência tenha grande peso. Aqui, entra uma primeira análise dos executivos públicos e privados, sendo certo que, em princípio, a ninguém é proibido o exercício de uma determinada atividade profissional e económica, cumpridas que sejam, obviamente, as disposições legais e ambientais, entre outras. Se um cidadão ou empresa quer instalar o seu negócio, numa determinada localidade, terá de se confrontar com as normas técnico-jurídicas aplicáveis a essa atividade, cumprir todas as formalidades que lhe forem exigíveis e depois funcionar normalmente. Pelas caraterísticas morfológicas, ambientais, culturais e situação geográfica, umas localidades estarão mais direcionadas para atividades agrícolas, pesca, comerciais, outras para a indústria e outras, ainda, para o turismo e lazer, sendo certo que para o acompanhamento de todas elas existem os serviços públicos, principalmente para efeitos de licenciamentos, cobrança de impostos e fornecimento de serviços burocráticoadministrativos. Compete, portanto, aos decisores políticos, aos indivíduos enquanto tais e às organizações empresariais e outras, decidir o que desejam para os respetivos espaços e comunidades para, em função dos projetos e atividades, se implementarem as infraestruturas e serviços mais adequados e necessários. Portugal oferece excelentes condições para diversas atividades económicas, e cada região do país, com suas caraterísticas próprias, pode rentabilizar ao máximo as potencialidades que estão latentes nas populações: de norte a sul; do litoral ao interior. Há oportunidades e espaço, para a maior parte das pessoas, e das instituições, desenvolverem as suas atividades e alcançarem um sucesso relativo, em situação de normalidade económico-financeira. A iniciativa privada deve dispor da máxima liberdade para exercer, com competência, qualidade e produtividade de alto nível, as tarefas inerentes aos bens e serviços que pretende colocar no mercado. A separação entre a iniciativa pública ou setor público do Estado e a atividade privada, deve ser a regra fundamental, o ponto de equilíbrio, a partir do qual podem as instituições cooperar. No respeito pelas posições institucionais, pelos objetivos e pelos valores e princípios, considera-se que o setor público do Estado e o setor privado não terão interesse em competirem, entre si, nomeadamente, utilizando os métodos da competição desleal, podendo-se substituir uma atitude competitiva, por um comportamento cooperante, na medida em que: «Só a cooperação tem forças para se opor à competição – na verdade, só ela tem forças para gerar um conjunto de fatos em torno da competição capaz de contê-la, de limitar seus efeitos destrutivos sobre o ecossistema, seja ele biológico, natural ou social, político, militar ou qualquer outro. Mais profundamente ainda: só a cooperação tem o poder de criar um conjunto dentro do qual a competição tem algum sentido.» (CARVALHO 2007:55). Nesta perspectiva, cabe aos órgãos do Estado, legal e territorialmente competentes, apoiar a iniciativa privada, em tudo o que for técnica e juridicamente possível, aconselhando, orientando, inspecionando e emitindo os correspondentes pareceres para que os empresários: em nome individual; e as empresas, enquanto sociedades, se possam estabelecer com segurança e desenvolver o seu trabalho numa determinada localidade. A intervenção municipal é de extrema importância no apoio que pode (e deve) dar aos investidores que pretendam estabelecer-se na área do município, o qual passará a beneficiar de um melhor e maior desenvolvimento. Na situação concreta do litoral-norte de Portugal, onde se inserem os concelhos do Alto Minho, destacam-se, de entre outras: atividades comerciais, indústria ligeira, com alguma expansão e significado e, ainda, o turismo. Estes setores de atividade económica, certamente, merecem dos executivos camarários a maior atenção, por variadíssimas razões: criação de riqueza para a região; aumento do número de postos de trabalho; introdução de novas e melhores tecnologias; mais contribuições para a Segurança Social e para o sistema tributário, cujos valores, em parte, ficam no respetivo concelho; possibilidade de outras instituições, nomeadamente: educação, formação profissional e de lazer, se fixarem na área do município, enfim, melhores condições de vida. O apoio ao comércio, indústria e turismo, que as autarquias poderiam (e deveriam) dar, obviamente dentro das suas disponibilidades técnicofinanceiras, seria de natureza diversa, obviamente, não em subsídios ou quaisquer contrapartidas monetárias, mas em melhoramentos públicos diversos: a manutenção de uma boa rede viária, funcional, limpa e segura, poderá ser uma primeira medida, a que outras se seguirão; saneamento básico; rede de água ao domicílio em quantidade e qualidade; vias de circulação amplas e suficientemente iluminadas; parques de estacionamento confortáveis e seguros; boas acessibilidades para e das aldeias e municípios limítrofes, às auto-estradas e vias rápidas; às cidades e vilas vizinhas de Portugal e de Espanha. Pugnar, também, por uma boa cobertura em transportes públicos de e para a sede do município, em ligação com as localidades adjacentes, também com o exterior e em articulação com outros transportes e horários, a partir da sede do Concelho. O desenvolvimento e consolidação daquelas atividades económicas pressupõem, igualmente, outras iniciativas, porém, estas em parceria com as instituições, empresas e associações diversas interessadas. Naturalmente que tudo o que o ser humano produz se destina ao consumo, qualquer que seja o processo e bens produzidos. Neste sentido, há todo um percurso, metodologia e infraestruturas de apoio: «Como grande parte dos bens materiais que o homem necessita são escassos, para adquiri-los surgem a princípio certas práticas: determinadas atividades económicas, produção, circulação, repartição e consumo de bens. Ligadas a estas atividades e quando as mesmas se padronizam e estruturam, surgem as instituições económicas: agrícolas, comerciais, financeiras, industriais, ou instituições gerais (o dinheiro, os bancos, os mercados, a divisão do trabalho, a propriedade, o trabalho, o capital e muitas outras). As condições sociais e físicas determinam a forma que assume a estrutura económica.» (TORRE, 1983:210). O funcionamento da economia, parcialmente referido aos setores de atividade aqui em análise – comércio, indústria e turismo –, será tanto mais positivo e sólido, quanto mais as instituições empresariais investirem na qualidade e divulgação dos seus produtos. Nestes aspetos, a formação permanente dos respetivos trabalhadores, dos diversos setores, é um passo importante, podendo, também aqui, a Autarquia Municipal dar um contributo razoável, incentivando os interessados à formação, disponibilizando alguns recursos, eventualmente em instalações, transporte dos formandos, comparticipação nos honorários dos formadores e/ou estabelecendo parecerias com as Escolas Profissionais, públicas e privadas, preferencialmente, por uma questão económica, da área do município. Por outro lado, a Autarquia pode dinamizar e patrocinar, parcialmente, alguns certames, que promovam a divulgação dos principais setores de atividade económica no concelho, designadamente, nos domínios aqui em reflexão, através de eventos específicos, que publicitem os produtos próprios da região, também em parceria com as instituições representativas de cada setor, como associações empresariais: do comércio; indústria e turismo, com inclusão dos próprios empresários, individualmente considerados, se assim o desejarem. Como exemplo bemsucedido, e no que concerne a diversos distritos e concelhos portugueses, a verdade e a justiça devem ser aqui invocadas, para se referir o sucesso que têm constituído, por exemplo, as “Feiras Medievais”, as “Feiras de Tradições”, e outros acontecimentos culturais, embora, alguns deles, não sejam inéditos, numa ou noutra localidade. É possível divulgar-se e escoarem-se certos produtos, incluindo os artigos artesanais e a gastronomia concelhia, criando e instituindo outros certames, abertos a toda a população e aos visitantes, com forte intervenção da comunicação social. No âmbito de alguns distritos e concelhos, constitui um bom evento, por exemplo, a decorrência dos “Domingos Gastronómicos” e os resultados poderão alcançar maior expressividade se houver mais facilidades de acesso aos potenciais consumidores, em termos de custos a suportar pelos mesmos, sejam visitantes ou residentes, eventualmente, com a concessão de uma bonificação, a todos os que tomarem uma refeição tradicional. Divulgar e comercializar os produtos naturais e artigos artesanais, pela via de exposições, feiras, concursos e outros eventos adequados, pode ser uma excelente estratégia, com resultados objetivos, praticamente garantidos à partida. A colaboração das Associações representativas, organismos do Estado, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia são indispensáveis para o sucesso do comércio, indústria e turismo, não só a nível concelhio, como também no âmbito nacional. Trata-se, seguramente, de um projeto do maior alcance para o desenvolvimento, bem-estar e auto-realização das populações das nossas aldeias, vilas e cidades, como também para estabilização das empresas e ainda maior, se possível, projeção das Autarquias Locais. O Poder Local Democrático tem imensas potencialidades de intervenção que devem ser direcionadas para o bem público. Bibliografia CARNEGIE, Dale & ASSOCIADOS, (1978). Administrando Através das Pessoas. Trad. Ivan Zanoni Hausen. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército – Editora CARVALHO, Maria do Carmo Nacif de, (2007). Gestão de Pessoas. 2ª Reimpressão. Rio de Janeiro: SENAC Nacional TORRE, Della, (1983). O Homem e a Sociedade. Uma Introdução à Sociologia. 11ª Edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional |23 JORNAL SAÚDE O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 noVo trataMento Mais cóModo Para doentes coM esclerose MÚltiPla aProVado na ue iMPlicações da doença renal no organisMo A persistência de alterações estruturais ou da funcionalidade dos rins por um período superior a 3 meses não deve ser ignorada. o alerta é da sociedade portuguesa de Nefrologia (spN) que sublinha a importância do diagnóstico precoce para evitar outras complicações no organismo resultantes da doença renal. A progressão da doença, um processo lento e silencioso, é responsável por diversas complicações que afetam quase todos os órgãos do ser humano. Entre as doenças mais comuns, associadas à doença renal, surgem a anemia, hipertensão, dislipidemia, osteopatia, desnutrição, neuropatia e doenças cardiovasculares. De acordo com Fernando Nolasco, presidente da sociedade portuguesa de Nefrologia, “os sintomas associados às lesões causadas pela doença renal no organismo podem demorar algum tempo a manifestar-se, uma vez que a prevalência das mesmas aumenta de acordo com o estádio em que se encontra a doença”. A comissão Europeia (cE) autorizou recentemente a comercialização do do peginterferão beta-1a no tratamento para adultos com esclerose múltipla por surto-remissão (EMsr), a forma mais comum de esclerose múltipla (EM). o tratamento é administrado de duas em duas semanas com um novo autoinjetor pronto a usar. para o prof. Doutor João de sá, neurologista do Hospital de santa Maria, trata-se de “uma formulação distinta de interferão beta 1-a, que vai seguramente revolucionar a terapêutica de primeira linha da esclerose múltipla evoluindo por surto-remissão.” Acrescenta ainda que “teremos assim com um perfil de eficácia e segurança bem conhecidos uma formulação que permite ser administrada 2 vezes por mês, o que representa indiscutivelmente uma opção terapêutica extremamente cómoda para os doentes com esta doença que poderão ver assim muito melhorada a sua qualidade de vida.” o pLEGrIDY é o único interferão peguilado aprovado para a utilização na EMsr e reduz vários parâmetros de atividade da doença, incluindo número de surtos, lesões cerebrais e progressão da incapacidade. Esta aprovação baseia-se nos resultados de um dos maiores e principais estudos conduzidos com interferão beta, o ADVANcEi, que envolveu mais de 1500 doentes com EMsr. No ensaio clínico ADVANcE, o novo tratamento administrado de duas em duas semanas reduziu significativamente a taxa anualizada de surtos (tAs) ao final de um ano em cerca de 36 por cento quando comparado com placebo. os resultados de dois anos de ADVANcE confirmam que a sua eficácia robusta é mantida além do controlo com placebo no primeiro ano de estudo. “Ainda assim, a anemia e a hipertensão são duas doenças que podem surgir numa fase inicial mas, por vezes, é excluída a possibilidade de relação destas patologias com a doença renal, o que faz com que, em muitos casos, o diagnóstico seja tardio”. outras implicações associadas à doença renal são também o “ enfarte ou o acidente vascular cerebral (AVc), dado que as alterações vasculares que surgem durante a evolução da insuficiência renal crónica podem induzir patologias isquémicas”, lembra Fernanda carvalho, nefrologista e vice-presidente da sociedade portuguesa de Nefrologia. Em portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação. todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em portugal existem atualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal. recuPere qualidade de Vida… articule-se… o ombro (articulação gleno-umeral) é a articulação com maior mobilidade do corpo humano. Esta grande amplitude advém da mobilização ao mesmo tempo de outras 4 articulações que em conjunto como ombro formam a cintura escapular. para um funcionamento normal do ombro é necessário um equilíbrio de forças e sincronização de ações de vários grupos musculares. Alguns destes músculos têm inserções no tórax e mesmo na coluna dorsal e lombar pelo que as alterações posturais, podem por este motivo e pelo fato de alterarem a posição da omoplata no espaço, levar a alterações do funcionamento do ombro. Estas alterações do funcionamento levam á inflamação dos tendões (tendinite) que se não forem tratadas, além da perda de qualidade de vida levam a uma degradação progressiva dos tendões que acabam por romper, comprometendo ainda mais a função do ombro. o exercício físico que promova uma postura correta e o fortalecimento dos músculos que controlam a omoplata (escapulo-torácicos) e o ombro (coifa dos rotadores) previne o desenvolvimento destes desequilíbrios e promove a sua cura quando estes já estão instalados. o ombro, em geral após os 65 anos e á semelhança da anca, pode desenvolver uma artrose. Esta doença deforma a articulação, sendo causa de dor e de limitação dos movimentos. Quando a perda de qualidade de vida dos doentes o exige, estes são operados para colocação de uma prótese do ombro. Esta substitui a cabeça do úmero e a superfície lesada da omoplata. Nos primeiros 3 meses após a cirurgia é feita uma reabilitação em fisioterapia com o objetivo de ganhar mobilidade e força. Após este período é importante manter um correto funcionamento do ombro. A frequência de uma piscina, em regime livre ou em aulas de hidroginástica, em que são aproveitados os efeitos de impulsão e resistência da água para mobilizar o ombro sem a ação da gravidade e fortalecer os músculos da cintura escapular é uma boa opção. A manutenção de uma postura correta através de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular como se faz no pilates contribuem para um funcionamento correto do ombro. A marcha, com ou sem utilização de pequenos pesos nos punhos, além dos efeitos cardiovasculares e de controlo de peso também contribui para o equilíbrio muscular da cintura escapular. Em resumo, ombro necessita de uma postura e de um equilíbrio muscular corretos para poder funcionar. o exercício físico adequado à idade e devidamente orientado, contribuiu para um ombro saudável. Em doentes com prótese o exercício otimiza os resultados da intervenção cirúrgica. Agora já sabe! ArtIcULE-sE!! cAIXA: A sociedade portuguesa de ortopedia e traumatologia e a Associação portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos acabam de lançar, em portugal, a campanha “Vida é Movimento” com o mote “Articule-se”, que visa aumentar o conhecimento sobre as doenças ortopédicas que afetam ossos e articulações e que são a maior fonte de dor e incapacidade em todo o mundo. Esta campanha tem também como objetivos desmistificar o tratamento cirúrgico das doenças ortopédicas e a colocação de próteses, e clarificar os mitos ainda existentes sobre a qualidade de vida das pessoas portadores destes dispositivos médicos. PUB. CMT S Clínica de Fisioterapia [email protected] T/F: 258 722 523 Tlm: 936 002 538 COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) |24 pUBlIcIDaDE: 258 921 754 OU 258 922 754 Estrada das Faias, Nº 41/43 Coura de Seixas 4910-339 CAMINHA JORNAL HISTÓRIA O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 b) localização Não foi difícil encontrar uma resposta para esta questão. Na verdade, o documento, que temos vindo a citar, diz expressamente que foi na “vila vulgarmente designada de Vila Mou”, que paio Vermudes ergueu o referido Mosteiro. ora, este topónimo ainda hoje subsiste.. De facto, na freguesia de Vila Mou, encontramos o lugar de Vilamou, situado no local onde se ergue a atual igreja paroquial, à margem da estrada nacional, ao Km 13, numa região fértil, abundante em água e verdura, virado ao nascente e abrigado do norte. Nele estão incluídos outros subtopónimos tal como: Burguete, que faz lembrar um povoado medieval; Ermeiro, que deriva do latim “eremitériu”; torre, que refere velhas fortificações do Mosteiro; Igreja Velha, que, como veremos, designava o local da antiga Igreja do convento. Além disso a arqueo- logia, como vimos, tem vindo a confirmar aquilo que acabamos de referir. Na verdade, quer nos escombros da antiga igreja paroquial quer no dito lugar de Burguete, têm aparecido vestígios lapidares das estruturas do Mosteiro. Ainda hoje se conserva na tradiçãoo popular, quer escrita quer oral, o costume de escrever os dois elementos lexicais unidos. c) Invocação “…et sua consacrationem fecit…”. o costume de escolher titulares para as igrejas remonta aos primeiros séculos do cristianismo. Antes do séc. XI, porém, todos os padroeiros, à exceção de s. Martinho de tours, eram mártires. primitivamente só as basílicas e igrejas particulares possuíam padroeiros. o confessor das igrejas catedrais e paroquiais eram os respetivos bispos ou párocos. Mas, a partir dos séculos VII e VIII, estas passaram a ser também titulares, que, tanto podia ser um mártir cujas relíquias nela estavam depositadas, ou, o que se tornou prática corrente, a invocação de são salvador ou santa Maria. Quanto aos Mosteiros também, pela mesma altura, receberam titulares. Qual terá sido o padroeiro do convento e Mosteiro de Vila Mou? Não é possível responder a esta pergunta com base no documento omisso nesse aspeto. É certo que esta fonte diz: “Et in nomine Domine edificavit cenobium”. contudo, não se deve entender esta expressão no sentido de escolha de um padroeiro, mas sim como uma indicação do espírito cristão que presidiu à sua construção. o mesmo não acontece em relação às Inquirições (1258) e aos diversos livros das confirmações de Valença (1354-1533). Estas fontes indicam a existência de dois padroeiros para a paróquia de Vila Mou: santa Maria e são Martinho. o primeiro é a fundação do Mosteiro Visigótico de santa Maria de Vila Mou e a reorganização da terra da Vinha (séc. iX) Por: Manuel antónio fernandes Moreira o mais antigo e vigorou até finais do séc. XV. o segundo tornouse efetivo a partir desta data.. Qual a explicação para este facto? Uma das causas mais frequen- tes da mudança de padroeiro tem sido, ao longo dos tempos, a transferência da sede da igreja paroquial. As invocações aparecem mais ligadas ao edifício que à instituição. Foi o que aconteceu em relação a esta paróquia. Nos finais do séc.XV, por razões que se devem ter prendido com a exiguidade do primeiro edifício, foi erguido um novo templo. tudo leva a crer que a primeira igreja paroquial teria sido o oratório do Mosteiro. Na verdade, a tradição fala da existência de uma “igreja velha” no Burguete o que é comprovado pela arqueologia, como vimos. A ser verdade este facto, como tudo indica, ela teria sido consagrada à inovação, tão característica da Idade Média, de santa Maria, como aparece nos documentos acima enunciados. Deste jeito, não temos outra alternativa que não seja admitir como padroeiro aquele titular, tanto mais que o Mosteiro de são salvador, que sucedeu àquele, foi objeto de uma nova consagração realizada pelo bispo de tui, D. Jorge, em 1068. se os padroeiros não fossem diferentes, teríamos duas vezes repetida, dentro da mesma paróquia, uma invocação, o que não é normal. d) Dotação do Mosteiro. (…) A ereção de uma instituição eclesiástica, na Idade Média, era seguida de dotação, que fosse capaz de manter e sustentar, não só o edifício mas também as pessoas. o documento da fundação do Mosteiro de são salvador da torre é elucidativo a este respeito. De facto, tanto os fundadores do Mosteiro de Vila Mou como os de são salvador da torre, legaram bens móveis e imóveis às suas instituições. Neste acontecimento vêem a maioria dos autores a origem do padroado das igrejas. Em relação ao Mosteiro de Vila Mou, no citado documento, diz-se expressamente: “… et obtinuit ea abbatibus et monachis sum anu da sua prole in suo iure…”. Qual terá sido o dote deste Mosteiro? Não é difícil responder a esta pergunta uma vez que o documento da fundação do Mosteiro de são salvador diz expressamente: “…adnominavimus ibi villas que primos hedificatores illos ibidem testarunt”, isto é, o dote imediato do Mosteiro de são salvador foram as vilas que os primeiros edificadores haviam deixado em testamento. Logo a seguir passa a enumerar o conjunto das herdades. (…) e) Ruinas do Mosteiro “ordonius… invenit eam iam retenta et ruinosa… et erexit eam in cenobium sicut primitus fuerat…”. “…qui hunc locum ruinorum ereximus et fundaus… cenobium”. Frei ordonho, por volta de 1068, encontrou o Mosteiro de Vila Mou em ruinas e as suas rendas sonegadas. Juntamente com alguns familiares, descendentes de paio Vermudes, resolveram erigir um novo cenóbio, “semelhante ao primerio”, perto da antiga torre de defesa. Quando aconteceu tudo isto e quais os motivos que levaram à destruição deste vetusto testemunho da reconquista cristã? são duas questões que ocorrem naturalmente ao espírito do mais desprevenido investigador deste período. Vamos tentar responder a cada uma, em separado, dentro das nossas possibilidades. Assim como o argumento das gerações serviu para determinar a ápoca em que foi construído o Mosteiro de Vila Mou, também pode ser utilizado para encontrar a data do seu desaparecimento. Da análise das relações de parentesco dos doadores em relação a paio Vermudes, é possível concluir que algumas das doações a este Mosteiro foram feitas por bisnetos daquele presor, o que nos leva a pensar que o dito Mosteiro, passadas três gerações, isto é, mais ou menos uma centena e meia de anos após a sua fundação, ainda funcionava e que a sua destruição só teria tido lugar a partir do início do séc. XI, até porque, em meados do mesmo século, foi reconstruído em torre. As causas, que motivaram a sua destrição, não são difíceis de encontrar. A história geral deste período e região aparece marcada por dois acontecimentos notórios: as invasões dos Normandos e o surto expansionista de Almançor. conhecem-se vários ataques normandos em território nacional nos séc. IX e X. Vindos do Norte europeu, em pequenos barcos, leves e ágeis, subiam os rios, atacavam as povioações e vilasdesprevenidas, indendiavam mosteiros e igrejas, roubando e prendendo os cristãos, por cujo resgatepediam avultadas quantias. No reinado de Afonso IV (927-931) atacaram a região de tui, obrigando o seu bispo, de nome Náustio, a refugiar-se no Mosteiro de s, cristóvão de Labruja. Mais tarde, em 1008, chegaram mesmo a arrasar aquela cidade, tendo esta diocese sido incorporada na de s. tiago de compstela. pelo ano de 1015, entraram pelas terras a dentro de Entre Minho e Douro. Atacaram portucale, tendo conquistado o castelo de Vermoim e feito cativos muitos membros das famílias nobres, pedindo pelo seu resgate pesadas quantias. continua R UI RaMalHOSa Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] |25 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 AVENTURA INFO EXPOSIÇÃO HOSPITAIS | CENTROS DE SAÚDE ENFERMAGEM Centro Hospitalar do Alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de Saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de Saúde de Vila Praia de Âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 BOMBEIROS Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) Vila Praia De Âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 PUB. GNR Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 Vila Praia de Âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 CAPITANIA DO PORTO DE CAMINHA T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 FARMÁCIAS Farmácia Torres Praça Conselheiro Silva Torres, Caminha | T. 258922104 Farmácia Beirão Rendeiro Rua da Corredoura, Caminha | T. 258722181 CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA T. 258710300 BIBLIOTECA CAMINHA Rua Direita segunda a sexta: 10h00 às 18h30 sábado: 10h00 às 13h00 MUSEU CAMINHA terça a sexta: 10h00 às 19h30 / 14h30 às 18h00 sábado e domingo: 11h00 às 13h00 / 14h00 às 17h30 MinhOventura promove passeio noturno em kayak no rio minho Um passeio de Kayak pelo rio Minho numa noite de lua cheia é a proposta da MinhAventura para a próxima terça-feira dia 9 de Setembro. A experiência, única, terá início em Seixas e termina junto à foz do rio Minho. O início do passeio está marcado para as 2030 horas e a concentração será junto ao Restaurante Ínsua na Foz do Minho. Depois de uma breve explicação e distribuição de algum material, os participantes são transportados para o Cais de São Sebastião em Seixas onde terá início o percurso. Pedro Machado da MinhAventura explicou ao JornalC o objetivo desta iniciativa. “O dia escolhido não é um dia qualquer, é o dia da lua cheia e só por isso julgo que é já um motivo interessante para se fazer este passeio. A sensação é fantástica porque temos uma luminosidade diferente acompanhada de um silêncio e tranquilidade muito grandes. É inesquecível”, garante. Os participantes deverão levar calções, t-shirt e uns chinelos. Se estiver frio a MinhAventura fornece fatos próprios para a atividade. Os interessados em viver esta experiência “única” poderão fazer a sua inscrição junto da MinhAventura através dos contatos: 962023674/675. W W W . JORNALC . P T POSTOS DE TURISMO Caminha Rua Direita | T. 258921952 Moledo Av. da Praia (em época balnear) Vila Praia de Âncora Av. Ramos Pereira | T. 258911384 CENTRO CULTURAL VILA PRAIA DE ÂNCORA segunda a sexta: 10h00 às 12h30 / 13h30 às 18h30 sábado: 11h00 às 13h00 SERVIÇOS DE SAÚDE Rua Engº Luís Agostinho Pereira de Castro Bloco 6 – Loja 1 4910-102 Caminha Tel. 258 721444 RUA ALMADA NEGREIROS 4910-458 VILA PRAIA DE ÂNCORA TEF.: 258 911 502 258 911 093 FAX: 258 911 082 E.mail: poliancora.saude@sapo:pt |26 RESIDÊNCIA PAROQUIAL Largo. Dr. B. Coelho Rocha T. 258921413 FEIRAS E MERCADOS Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira Vila Praia de Âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira TAXIS Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 Vila Praia de Âncora Praça da República | T. 258911295 Venade TM. 965643481 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... PT50 0018 0003 13172853020 13 Numerário IBAN: ................................................................ Propriedade: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa | administração: Maria Teresa Gomes Cepa | director: Elsa Guerreiro Cepa | sub-director: Cristiano Guerreiro Cepa | chefe de redacção: Cidália Cacais Aldeia | corpo redactorial: Susana Ramos Martins | cartonista: Cristiano Guerreiro Cepa | colaboradores: Miguel Cepa | editor: Herdeiros de António José Guerreiro Cepa. 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