Revista Fecomércio - Novembro

Transcrição

Revista Fecomércio - Novembro
Diversificar e
descentralizar
O DF precisa planejar o seu
desenvolvimento e levar
consigo toda a sua área
de influência. No segundo
encontro do Brasília 2015, foi
levantada a necessidade de se
investir no setor de serviços
tecnologicamente
mais avançados
Entrevista // Pág. 8
ilmar galvão
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
FCO // Pág. 24
teto para o comércio é modificado
1
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2
WWW.BRB.COM.BR
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Sujeito à análise de crédito.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
3
sumário
Luana Lleras
Energia
elétrica
Luiz Amorim paga caro pelo
serviço, mas não confia na
qualidade
16
Luana Lleras
Caso
de sucesso
Durley da Silva já morou
nas ruas e hoje é dono
do próprio negócio
20
JADF
Já na
escola
JADF estimula a prática do
empreendedorismo em jovens do
ensino médio e fundamental
46
Joel Rodrigues
Época de
compras
Preparativos para o Natal.
Expectativa é de crescimento
de 4,5% nas vendas
54
Joel Rodrigues
Brasília
2015
Com o segundo encontro do ciclo de debates, a Fecomércio dá continuidade à
discussão sobre as possibilidades econômicas e estruturais da capital da República
30
seções
8ENTREVISTA
12EMPRESÁRIO DO MÊS
19ECONOMIA
20
CASO DE SUCESSO
22GASTRONOMIX
27SEGREDOS DO
MARKETING DIGITAL
34ESTILO CERTO
36
DIREITO NO TRABALHO
38GENTE
40SINDICATOS
44VITRINE
50
PESQUISA CONJUNTURAL
58
PESQUISA RELÂMPAGO
Mon mon
Endereço
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília – 70306-911
(61) 3038.7500 – www.fecomerciodf.com.br – twitter.com/fecomerciodf
Presidente
Adelmir Araújo Santana
Diretoria
Miguel Setembrino Emery de Carvalho • Antonio Augusto Carvalho de Moraes • Clayton Faria Machado • Francisco Maia
Farias • Antônio Tadeu Peron • Edy Elly Bender Kohnert Seidler • Fábio de Carvalho • Francisco das Chagas Almeida • José
Aparecido da Costa Freire • José Carlos Ulhoa Fonseca • José Geraldo Dias Pimentel • Oscar Perné do Carmo • Cecin Sarkis
Simão • Hamilton César Junqueira Guimarães • Miguel Soares Neto • Paolo Orlando Piacesi • Roger Benac • Joaquim Pereira dos Santos • Diocesmar Felipe de Farias • Glauco Oliveira Santana • Suely Santos Nakao
Diretores Suplentes
Aldo Ramalho Picanço • Alexandre Machado Costa • Álvaro Jose da Silveira • Ana Alice de Souza • Antonio Delgado Torres •
Bartolomeu Gonçalves Martins • Carlos Hiran Bentes David • Clarice Valente Aragão • Edson de Castro • Elaine Furtado • Francisco Joaquim Loyola • Francisco Valdenir Machado Elias • Jó Rufino Alves • João Ricardo de Faria • José Fagundes Maia • Luiz
Alberto Cruz de Moraes • Milton Carlos da Silva • Osório Adriano Neto • Paulo Targino Alves Filho • Sandoval Antonio de Miranda
Conselho Fiscal
Arnaldo Sóter Braga Cardoso • Arnaldo Rocha Mudim Junior • Raul Carlos da Cunha Neto • Maria Auxiliadora Montandon
de Macedo • Henrique Pizzolante Cartaxo
Conselho Consultivo
Mitri Moufarrege • Antônio José Matias de Sousa • Laudenor de Souza Limeira • Luiz Carlos Garcia • José Djalma Silva
Bandeira • Orlando Antônio Vicente Taurisano • Rogério Tokarski
cartas
Contribua com sugestões, críticas e
comentários sobre os assuntos que
são abordados na publicação. Envie
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Comunicação da Fecomércio-DF –
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andar – Brasília – 70306-908 ou para
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//Conteúdo
A Revista Fecomércio sempre nos
deixa antenados a respeito de novas
mídias, das novas leis e nos informa
sobre as tendências e o mercado de
trabalho. Parabéns!
Ricardo Botelho
Diretor Regional do SESC
José Roberto Sfair Macedo
Músico
Diretor Regional do Senac
Luiz Otávio da Justa Neves
SUPERINTENDENTE DA FECOMércio
João Feijão
DIRETORA-EXECUTIVA DO INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
Sindicatos filiados
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato das Empresas de Compra,
Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos Salões de Barbeiros,
Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras do DF (Sinccab)
• Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma) • Sindicato das Auto e Moto Escolas e
Centros de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e “AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas de Representações,
dos Agentes Comerciais Distribuidores, Representantes e Agentes Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) • Sindicato
das Empresas de Serviços de Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas Videolocadoras do DF
(Sindevídeo) • Sindicato do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis
e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio) • Sindicato
do Comércio Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista de Carnes, Gêneros Alimentícios,
Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas
do DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato das Empresas
de Loterias, Comissários e Consignatários e de Produtos Assemelhados do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF (Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material Óptico e Fotográfico do DF
(Sindióptica)• Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato dos
Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF (Sindvamb) • Sindicato do
Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF (Sinfoc)
• Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do DF (Sindloc)
Sindicatos associados
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
Coordenador de Comunicação do Sistema Fecomércio-DF
Diego Recena
Revista Fecomércio
Coordenação Editorial - Editora Meiaum
Editora-chefe - Anna Halley
Editora-executiva - Paula Oliveira
Editor Fecomércio - Diego Recena
Editora Senac - Ana Paula Gontijo
Editor Sesc - Marcus César Alencar
Editora de fotografia - Luana Lleras
Repórteres - Ana Carolina Freitas, Andrea Ventura, Camila Vidal, Daniel Alcântara, Fabíola Souza, Haland Guilarde, Luciana Corrêa, Mariana Fernandes, Noelle Oliveira e Sílvia Melo
Projeto gráfico e diagramação - Gustavo Pinto
Capa - Gustavo Pinto
Revisora - Bianca Stucky
Impressão - Editora Gráfica Ipiranga Tiragem - 60 mil exemplares
Contato comercial - Joaquim Barroncas (61) 3328.8046 – [email protected]
6
//Errata
Na edição 176 da Revista Fecomércio, de outubro, foi publicado erroneamente na matéria À procura de
talentos locais, pág. 47, que o Prêmio
Sesc de Música Tom Jobim seria local.
Na verdade, a premiação é nacional.
editorial
Independência
financeira, já!
S
ob o ponto de vista econômico, Brasília está tão perto
do céu como do inferno. A
capital do País tem a renda per capita mais alta de todas as unidades
da Federação, tem estabilidade
econômica e, por estar no centro
do Brasil, tem conexões físicas
facilitadas com todo o território
nacional. Ao mesmo tempo, é a
dona do maior índice de desigualdade social, tem grande taxa de
desemprego, participação quase
insignificante da indústria e da
agricultura no cálculo do PIB local
e alta dependência de recursos
públicos (tanto da atividade econômica que proporciona quanto do
salário dos servidores).
O bônus é a alta renda da população. O ônus é a demanda
elevada por serviços públicos.
Parece contraditório, mas por
ter contraste econômico grande
entre a população do Plano Piloto,
das outras regiões administrativas que compõem o DF e dos
mais de 20 municípios de Minas
Gerais e de Goiás que formam a
área de influência da capital, o DF
recebe, naturalmente, a população de fora à procura de atendimento em saúde, em educação e,
claro, de emprego.
Precisamos ser mais independentes dos recursos públicos. A
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
luta é pelo aumento da arrecadação fiscal própria por meio do
estímulo à atividade privada. Isso se
refletirá na oferta de emprego e de
renda. Ao mesmo tempo, é necessária uma política de descentralização desse poder econômico para
que o desenvolvimento se espalhe
para as regiões próximas e dependentes de Brasília. A solução está
no campo das ideias há anos. A
discussão sobre o tema não é novidade, mas é preciso que sociedade,
empresários e governos se sentem, planejem e executem ações
para que o desenvolvimento do
interior do País se concretize para
todos. E não só para uma minoria.
O fato de a área metropolitana
de Brasília (que ainda não existe
legalmente) envolver municípios
de outras unidades da Federação
torna a gestão mais complexa do
que em outras regiões. Os governos locais precisam estar em sintonia para promover ações conjuntas que visem ao desenvolvimento.
Esperamos entender o contexto local por meio das discussões promovidas no ciclo de
debates Brasília 2015. Vamos
estudar a fundo os nossos problemas, ouvir os empresários e
especialistas para, assim, propor soluções viáveis para o nosso
desenvolvimento.
Paulo Negreiros
Adelmir Santana
Presidente do Sistema Fecomércio-DF
• Federação
• Instituto Fecomércio
• Sesc
• Senac
7
//entrevista
Alternativa ao
Judiciário
//Por Noelle Oliveira
Desde março, a Corte de Justiça Arbitral de Brasília promove
a resolução em até seis meses de conflitos contratuais que
passariam anos nos tribunais. A utilização da prática é comum
em países desenvolvidos. Por aqui, a credibilidade da corte
é corroborada sob a presidência do ministro aposentado do
Supremo Tribunal Federal Ilmar Nascimento Galvão. O jurista
baiano, conhecido pela defesa da arbitragem, foi decisivo para
garantir a Lei 9.307, de 1996, que rege o assunto no Brasil. “O
árbitro é juiz de fato e de direito e a sentença que proferir não fica
sujeita a recurso ou homologação pelo Poder Judiciário”, reitera
Galvão. É uma justiça privada, rápida e oficial.
8
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Fotos: Luana Lleras
Ilmar Nascimento Galvão
Ministro aposentado do STF
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
9
Como o senhor avalia o papel da
justiça arbitral no Brasil?
Trata-se de uma opção cada
vez mais necessária, na medida em
que o Poder Judiciário brasileiro
não comporta mais a quantidade
de processos apresentados. O País
se desenvolveu muito, cresceu, e o
Judiciário tem as mesmas dimensões de 1990. Trabalha-se com essa
estrutura há mais de 20 anos, não
houve um passo para desenvolvê-la.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ),
quando instalado, tinha 33 ministros
e julgou, no primeiro ano, cerca de
7 mil recursos. Eu fui membro do
tribunal nessa época. Hoje, a mesma quantidade é chamada a julgar
quase 500 mil processos por ano,
o que mostra a impossibilidade de
as coisas continuarem como estão.
Para tentar resolver o problema da
sobrecarga, vão surgindo métodos
a fim de agilizar os julgamentos,
mas muitos deles resultam em
detrimento do ideal de justiça. Não
adianta ficar fazendo críticas, mas o
certo é que os tribunais não podem,
pelos dados objetivos, corresponder
ao que se espera.
É um problema de todos os
tribunais superiores?
Sim. No STF, por exemplo, é a
mesma coisa. O STJ foi criado para
resolver o problema do STF. O Supremo passou a competência de
resolver as questões da lei federal
para o STJ e ficou com o encargo
principal de uniformizar a interpretação da Constituição. Mas o País
se desenvolveu, há conscientização
bem maior do povo em relação aos
seus direitos. Depois da Constituição de 1988 houve um acréscimo
imenso de pleitos perante o Poder
Judiciário, de modo que ele está
quase inviabilizado. Muitas soluções vêm sendo aplicadas para ver
se esse problema é diminuído. É o
10
Aqueles que
realmente precisam
recorrer ao Poder
Judiciário vão sofrer
com uma espera,
uma angústia de anos
a fio. Há mandados
de segurança no STF
esperando decisão
há dez anos
caso da súmula vinculante no STF e
dos julgamentos repetitivos no STJ
– em que uma decisão pode servir
para resolver aquele problema pelo
País inteiro. Todos os tribunais são
obrigados a cumprir essas decisões.
Apesar de estarem produzindo efeito, essas medidas não constituem
solução para o principal problema
do Poder Judiciário: a morosidade.
Quem pode buscar a
justiça arbitral?
Quem precisa de uma solução,
tanto pessoas físicas como jurídicas,
e não pode esperar dez ou 15 anos
para isso. Aqueles que realmente
precisam recorrer ao Poder Judiciário vão sofrer com uma espera, uma
angústia por anos a fio. Há mandados de segurança no STF esperando
decisão há dez anos. Eu saí do STF já
tem esse tempo, e agora é que um
ou outro processo em que fui relator
está sendo julgado. Outro dia, o STF
julgou um caso de 50 anos. Existe
outro, relativo a uma desapropria-
ção do Galeão [aeroporto], no Rio de
Janeiro, que foi Getúlio Vargas que
decretou em 1937. Grande parte
da população brasileira não tinha
nascido ainda, eu estava com 4 anos
de idade, e nada foi decidido. Essa
situação vai afastando as pessoas
do Judiciário.
Como funciona a lei de arbitragem
brasileira?
O julgamento arbitral sempre
existiu no Brasil. Mas, pelo fato de o
Poder Judiciário vir atendendo normalmente às demandas da população, não era requisitado. Ninguém
procurava. Existia, ainda, outro inconveniente. É que uma decisão da
corte arbitral podia ser impugnada
por recurso perante os tribunais.
Então, a corte arbitral decidia e a
parte que perdia recorria ao tribunal
e acabava caindo no mesmo pleito.
Até que, em 1996, a legislação reformou as cortes arbitrais no Brasil.
Entre outras coisas, foram extintos
os recursos. Ninguém é obrigado a
recorrer às cortes arbitrais, a não
ser que em contrato firmado entre
as partes se estabeleça que quaisquer dúvidas serão solucionadas
por uma corte desse tipo. Fora isso,
as cortes atuam quando as partes
resolvem submeter um problema,
em torno de contrato ou fato, à corte.
A decisão é soberana?
É. Só a execução que é feita pelo
Poder Judiciário. A corte arbitral não
pode fazer apreensão de bens, isso
cabe ao Judiciário. Mas tudo o que
ela decide está decidido e se acabou, sem recursos. A menos que,
posteriormente, haja nulidade. Hoje,
a alternativa é muito adotada pelas
grandes empresas internacionais.
Existe uma corte arbitral em Paris,
na França, que resolve os problemas
das grandes empresas do mundo
inteiro. Isso acontece justamente
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
porque os maiores contratos são os
que mais exigem presteza no julgamento da decisão. Pela lei, a corte arbitral é obrigada a resolver a questão
em no máximo seis meses. Foi isso
que levou o legislador a tornar as cortes soberanas. Hoje são muitas. Em
Brasília, existem pelo menos cinco. O
público principal são grandes empresas, com grandes causas.
Discute-se no Congresso Nacional
a revisão da lei. Há muitos pontos a
ser atualizados ou modificados?
Não vejo como alterar a lei. Para
autorizar execução por parte das
cortes, por exemplo, acho inviável.
Não é um órgão público que tenha
poder para fazer restrições aos
direitos das pessoas. Da mesma forma, as cortes não têm competência
para julgar questões criminais, já
que estas restringem a liberdade.
Esse poder não pode ser dado a ninguém, a não ser a quem tenha autoridade investida pelo próprio Estado.
As atuações das cortes na Justiça
Eleitoral também estão afastadas. A
atuação restringe-se mais ao campo
do Direito Civil. Hoje, até mesmo na
Justiça Trabalhista pode ser usada
a corte arbitral. Basta que, entre
patrão e empregado, fique resolvido
que qualquer dúvida contratual será
sanada por uma corte. Nos EUA, o
Estado se submete muitas vezes à
justiça arbitral, faz acordos dessa
natureza. No Brasil, não me consta,
ainda, que o Estado tenha feito algo
do tipo. Só se a lei for mudar para
isso. Está aí um ponto que pode
ser alterado: permitir que União,
estados e municípios se submetam
– querendo – à corte arbitral. Hoje, a
lei não fala nada.
Os profissionais do ramo de direito
se opõem às cortes arbitrais?
Não tem por que um advogado
se opor. Ele pode atuar também na
corte. Pode levar o caso dele até ela.
Pode advogar. Não sinto resistência
por parte da categoria. Em um julgamento desses, de grande valor,
mesmo na corte, é necessário que
haja um advogado para cada parte.
Muitos advogados reclamam, sim,
de não poderem recorrer das sentenças. Isso irrita quem perde. Já
para quem ganha é uma maravilha.
A justiça arbitral já cumpre a
finalidade para a qual foi criada?
Acho que ainda não. Em São Paulo, são 42 mil processos por ano em
câmeras arbitrais. Lá é o centro econômico do Brasil. A Corte Arbitral
de Brasília foi criada há dois anos.
Implementada há seis meses, julgou
algumas dezenas de processos. Decisões do dia a dia, como uma ação de
despejo, seriam muito mais rápidas
na justiça arbitral. Mas ainda não há
essa cultura. Porém, acredito que vá
evoluir. É preciso publicidade. Além
disso, se o Poder Judiciário não puder
resolver o problema de sobrecarga,
a consciência do povo vai aos poucos
se inclinando para essa alternativa. A
Justiça é muito cara para o Estado. É
caríssimo montar a estrutura de um
tribunal com 20 membros, 800 funcionários, imóveis e sede. Não é brincadeira. Além disso, se eu quiser ir ao
Poder Judiciário eu vou ao local. Agora, se eu for a uma corte arbitral, posso ir até o Japão. Não há competência
territorial. As empresas nacionais
desconhecem isso. E as estrangeiras,
infelizmente, ainda não acreditam na
justiça arbitral do Brasil.
Se eu for a uma
corte arbitral, posso
ir até o Japão. Não
há competência
territorial. As
empresas nacionais
desconhecem isso
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
11
//empresário do mês
Mania de
crescimento
//Por Haland Guilarde
Ele sabe vender, mas acredita que, para ter
sucesso nos negócios, o empreendedor também
deve ser bom comprador
H
á quase cinco anos, o mineiro de Belo Horizonte
Edson de Castro inaugurou a Mania de Kilo, loja
especializada em roupas para crianças e adolescentes até 16 anos. Ex-sócio e idealizador da rede Lojão do
Bebê, o empresário avalia que esse é, atualmente, um dos
melhores ramos para investimento no comércio. “Criança
precisa de muita roupa por causa do crescimento rápido,
por isso não tem como dar errado”, afirma Castro.
Só no Distrito Federal, a marca tem 39 permissionários.
São 149 lojas espalhadas por diversas unidades da Federação, como Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Maranhão. Com produtos populares de 350 marcas de
grande potencial no mercado, tornou-se uma importante
Joel Rodrigues
No peso
Edson de Castro
apostou no público
infantil e hoje tem 149
lojas pelo País
12
revendedora multimarcas. Castro é fornecedor de outros
comerciantes e feirantes, além dos mais de 2 mil sacoleiros
que atuam no DF. “Somos um outlet de roupas infantis, por
isso os preços acessíveis. Trabalhamos com saldos de mercadorias, pontas de estoque, além das trocas de coleções
nas indústrias”, explica o empresário.
Edson enfatiza que seus clientes são fiéis por vários
motivos, o principal deles é não ter de viajar para adquirir
produtos de boa qualidade e com preço acessível. O empresário alerta para a necessidade de o comprador ter que
estar regularizado para fazer compras na loja dele. “É importante salientar que existem várias formas de se tornar
um empreendedor formalizado sem grandes dificuldades,
e para começar um negócio, temos diversos planos de
empréstimo bancário, além do apoio do Sebrae.”
//O zelo com os clientes
Desde 2008, a Mania de Kilo conquistou grande quantidade de parcerias. Uma dessas foi feita com a empresária
do ramo Bernardeth Martins. Ela explica que a empresa
atacadista é sua única fornecedora e hoje tem um laço de
amizade com Castro. “Comecei em 2008 junto com ele e,
desde 2011, estou com a segunda loja”, conta. “Trabalhar
com ele é muito bom, é um empresário que faz questão de
atender seus clientes pessoalmente e mostrar a qualidade
e preços dos produtos.”
Viviane Oliveira Rabelo, que também mantem parceria
com a marca de Castro, reafirma a vantagem de manter
contato comercial com Castro. “A ideia dele tem grande
aceitação do público, comecei em 2009, tenho duas lojas e a
tendência é só ampliar”, garante a empresária. Para Castro,
o segredo de fazer a loja vender é saber comprar.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
13
aniversário
Fotos: Joel Rodrigues
Muita história
para contar
//Por Daniel Alcântara
Os 42 anos da Federação do Comércio e a
atuação do presidente Adelmir Santana foram
celebrados em sessão na Câmara Legislativa
E
m quatro décadas de
trabalho, a Fecomércio-DF batalhou pelo
aperfeiçoamento do Código de Defesa do Consumidor, pela
redução da carga tributária e pela
desburocratização do Brasil. Por
meio do Sesc, do Senac e do Instituto Fecomércio, todos administrados
pela Federação, são oferecidos ao
público serviços em saúde, educação profissional, cultura, esporte
e lazer. Além disso, são oferecidas
assessoria e consultoria especializadas para o empresário. Esses são
apenas alguns exemplos.
Por essa história de luta e suor,
empreendedorismo e inovação, em
31 de outubro, a Câmara Legislativa realizou sessão solene para
14
comemorar a data de fundação da
entidade.
A iniciativa foi da deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD), ex-diretora da entidade. O presidente da
Fecomércio-DF, Adelmir Santana,
agradeceu a iniciativa e lembrou a
importância do fundador da instituição, o poeta e jornalista Newton
Rossi, que presidiu a entidade por 24
anos, de 1970 a 1994. O empresário,
liderando um grupo de pioneiros,
fundou, em 4 de outubro de 1970, a
Fecomércio-DF. “Homens sonhadores que acreditavam na força da
união”, exaltou o presidente, durante
a cerimônia comemorativa.
A Fecomércio representa todas as categorias econômicas dos
setores de comércio de bens e de
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
serviços e turismo. São 24 sindicatos
filiados e dois associados, o que engloba 95 mil empresas cadastradas.
A homenagem na Câmara Legislativa foi justificada pela participação da instituição na criação e na
implementação de todos os órgãos
ligados aos interesses do empresariado, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico, a Secretaria
de Trabalho e a Junta Comercial.
Sem se esquecer do interesse dos
pequenos e microempresários da
cidade. “Toda instituição, para ser
grande, tem que ter um grande líder.
A Fecomércio, sob a gestão de Adelmir Santana, cresceu em serviços e
em número de sindicatos, deixando
um grande legado para Brasília”,
reconheceu Eliana Pedrosa.
O deputado distrital Washington
Mesquita (PSD) também aproveitou
a solenidade para parabenizar o
trabalho de Adelmir Santana no comando da Fecomércio. “Ele sempre
estimulou a criatividade de nossos
empreendedores. Quando o comércio cresce, a cidade cresce”, disse.
No início, a Fecomércio representava apenas cinco sindicatos
patronais, entre lojistas, vendedores
de produtos farmacêuticos, revendedores de automóveis, varejistas
de carnes e corretores de imóveis.
Brasília era uma cidade em construção, mas já tinha a vocação para os
setores de comércio e de serviços,
além de contar com forte presença
da administração pública.
A Fecomércio não se limita a
representar as categorias econômicas, ela tem algumas vertentes
importantes, fruto de pensamento
de outros empresários. Braços que
são formados pelo Sesc, pelo Senac,
além do lado executivo, constituído
pelo Instituto Fecomércio. “O Senac,
por exemplo, está presente no DF
com aproximadamente 1.050 servidores, com a meta de formar mais
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
de 20 mil alunos apenas em 2012”,
disse Adelmir Santana, que também
destacou a importância do Sesc na
vida cultural dos brasilienses. “O
Sesc mantém unidades em quase
todas as regiões administrativas,
levando cultura e ensino para os
quatro cantos de Brasília.”
Em seu discurso, Adelmir Santana também falou da importância
do trabalho do Instituto Fecomércio
com os estagiários, que entram no
mercado de trabalho por intermédio
dos programas da instituição. “Nós
somos a base da integração entre o
jovem e a empresa”, ressaltou. São
mais de 1,4 mil estagiários atuando
graças à interface que o IF faz com
as empresas.
Para finalizar a homenagem aos
42 anos da instituição, Eliane Pedrosa reiterou a força e a tradição
da Fecomérico à frente dos grandes
temas ligados ao empreendedorismo
e comércio de todo o Distrito Federal.
Estiveram presentes na solenidade os representantes da Federação das Indústrias do Distrito
Federal, da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do
Distrito Federal, da Associação Comercial do DF, do Conselho de Contabilidade e o ex-governador do DF e
ex-assessor da Fecomércio-DF José
Ornellas. Também participaram os
deputados distritais Agaciel Maia
(PTC), Benedito Domingos (PP) e
Wasny de Roure (PT).
//Newton Rossi, o idealizador
O mineiro Newton Egydio Rossi
foi o primeiro presidente da Fecomércio-DF. Formou-se em jornalismo em Belo Horizonte (MG), trabalhou em jornais, revistas e emissoras
de rádio como locutor e redator. O
também empresário exerceu variados cargos, tanto na área pública
quanto na área privada. Faleceu em
26 de agosto de 2007, em Brasília.
//Sessão solene
Parlamentares e empresários
prestigiaram o evento
A homenagem à Fecomércio-DF
ocorreu em 31 de outubro
Deputado Washington Mesquita (PSD)
Deputada Eliana Pedrosa (PSD)
15
infraestrutura
Fotos: Luana Lleras
“Todo aumento,
infelizmente, tem
que ser passado
ao consumidor”
Luiz Amorim
T-Bone
Sem luz,
sem lucro
//Por Camila Vidal
Falhas no fornecimento de energia e reajustes
de tarifas impedem formação de estoque,
ações promocionais e trazem riscos para
os equipamentos
A
promessa de redução dos
custos com energia elétrica
para o próximo ano, anunciada pela presidente Dilma Rousseff
e oficializada por meio de medida
provisória, trouxe expectativa de
custos mais baixos também para o
comércio de bens e de serviços. O
16
abatimento para o setor deve ser de
19,4% a partir de fevereiro. Na espera
de contas mais baratas, empresários
que dependem mais diretamente
do insumo lidam com instabilidade
no fornecimento e sentem no bolso
a ampliação da tarifa no Distrito
Federal, de 0,74%, autorizado pela
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) e em vigor desde agosto.
O aumento sentido pelo comércio
e pela indústria advém de revisão
tarifária, realizada a cada cinco anos.
A Companhia Energética de Brasília
(CEB), concessionária responsável
pelo abastecimento em todo o DF,
também é autorizada a reajustar
anualmente a tarifa de energia, com
a contrapartida de alcançar, e manter, a qualidade no fornecimento. Na
avaliação do superintendente para
Assuntos Regulatórios da CEB, Reinaldo de Lima Rosa, o principal desafio é manter e melhorar a eficiência
na distribuição. Nos últimos quatro
anos, o consumo de energia cresceu
em média 6,3% ao ano. “Se a taxa
de crescimento for mantida, em 12
anos teremos que estar preparados
para suprir o dobro do atendimento
feito hoje”, avalia. “Os comerciantes
sentem mais o reajuste por consumirem mais e, com mais consumo,
o nível de tensão de energia é consequentemente maior do que em áreas
residenciais”, explica Rosa.
Ao gastar mais com tarifas obrigatórias, o empresário repassa,
naturalmente, os gastos para o consumidor e, assim, tentar garantir capital de giro. Situação que, na opinião
do economista Felipe Ohana, acaba
propiciando um cenário de inflação.
“O quanto pode inflacionar depende
do grau de concorrência existente no
setor”, explica. “Com um mercado
apertado, a margem de juros dos
empresários reduz muito a produtividade, além de diminuir o lucro”,
completa.
Aumentar o preço para manter
a produtividade tem sido a saída
encontrada pelo dono do açougue
T-Bone, Luiz Amorim. O poder de
armazenamento de carnes e de
derivados vendidos, estimados em
1 tonelada mensal, também foi reduzido para tentar diminuir a conta
de luz. “Todo aumento, infelizmente,
tem que ser passado ao consumidor.
Além disso, preciso comprar menos
mercadoria para ter menos produtos
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
para refrigerar e, assim, diminuir o
consumo”, pondera Amorim. Mas
isso o impede de ter produto em
grande quantidade para fazer promoções e baratear os preços. Mensalmente, o comerciante paga mais
de R$ 800 para manter ligadas as
máquinas.
//Maquinário
A mesma medida quase foi tomada pelo empresário Murilo Silva,
proprietário da sorveteria Palato,
com dois pontos na Asa Norte e 25
anos de funcionamento. Nos últimos
dois anos, ele viu a conta de luz praticamente dobrar de valor. Segundo
Silva, de 2011 para cá, em uma das
filiais da marca, na 309 Norte, a conta
passou de R$ 450 para mais de R$
700 mensais. A solução encontrada
para não alterar o preço do sorvete foi
a compra de maquinários mais econômicos e modernos. “No começo,
tive economia de cerca de 50%, mas
depois, com o reajuste, a diferença
foi reduzida a quase a zero”, afirma.
Além dos 12 freezers em atividade
24 horas por dia, o consumo de energia é turbinado pelo uso constante
de ventiladores, para manter a climatização das lojas e de máquinas
pasteurizadoras, indispensáveis na
produção do sorvete. “São equipamentos impossíveis de ser desligados, então o jeito é manter o uso e
driblar os gastos para não aumentar
o valor do produto e afastar a clientela”, considera o dono da Palato.
A instabilidade no fornecimento é
outro percalço apontado por comerciantes. A falta de energia impede, ou
reduz drasticamente, o trabalho de
açougues, salões de beleza, lan houses, lavanderias, gráficas e sorveterias. Em muitos casos, a saída para
evitar o prejuízo e a perda de produtos perecíveis é o investimento em
geradores, caros e com capacidade
limitada de fornecimento. “Até agora,
não tive prejuízo com as quedas de
energia por causa da eficiência dos
freezers, mas já tive até que deslocar
dezenas de potes de sorvetes para a
minha casa para não ver tudo se estragar”, diz Murilo Silva.
O prejuízo tem sido ainda maior
para Roberto Coutinho Amaral Júnior, dono da Pix Comunicação Visual, no Setor de Indústrias Gráficas
(SIG). A empresa funciona 24 horas
por dia e gasta cerca de R$ 4 mil de
energia. Um fim de semana sem luz
pode representar prejuízo de até R$
40 mil para a empresa, considerada
de pequeno porte. Isso sem levar
em conta o número de trabalhos
que deixa de fazer e o potencial de
clientes que fica reduzido com as
máquinas paradas. “Em uma gráfica
de médio e grande porte, a perda pode
ser de até R$ 200 mil em um único
//Economia anunciada
Medida provisória assinada em setembro pela presidente Dilma
Rousseff estabelece a possibilidade de renovação de concessões no
setor de energia e reduz 11 encargos que incidem sobre a conta de
luz. A intenção é baratear o custo da energia elétrica no País. Para o
setor de comércio de bens e de serviços, a expectativa é de redução de
19,4% e, para a indústria, de até 28%. O estudo técnico será feito pela
Aneel e deve ser anunciado, segundo adiantado por André Pepitone,
em fevereiro de 2013. Na avaliação do diretor, o prognóstico é muito
favorável para o pequeno e o médio empresário. “A medida garante
abatimentos reais nas tarifas, com o fim da amortização e a renovação
de concessões, que darão possibilidade de fomento no comércio do
DF, especialmente ao pequeno empreendedor, que verá o caixa da
empresa ser menos onerado com taxas obrigatórias”, avalia Pepitone.
17
dia”, calcula Júnior. O empresário já
entrou na Justiça contra a CEB, que,
em alguns casos, foi obrigada a pagar o
prejuízo com as máquinas queimadas.
“Já tive até que
deslocar dezenas
de potes de sorvetes
para a minha casa
para não ver
tudo se estragar”
//Instabilidade
De acordo com o Setor de Engenharia da CEB, foram registradas,
nos últimos 12 meses, duas horas
de interrupção de energia somente
no SIG. A região, no entanto, trabalha com o limite regulatório anual
de cinco horas de queda de energia.
Conforme explicado pelo engenheiro
Carlos Eduardo Mota, o desempenho
no fornecimento segue dois indicadores: de frequência de interrupções e
de duração de interrupção. Em todo
o DF, a região mais instável apontada pela companhia é Ceilândia Sul,
com mais de 20 horas registradas,
ultrapassando o limite de 12 horas
de interrupção e de ocorrências, nos
meses acumulados. “É uma região
com muitas invasões de área pública,
em que são feitas gambiarras e ins-
talações com baixos padrões técnicos”, argumenta Mota. Os dados não
levam em consideração o apagão que
deixou cerca de 70% da população do
DF sem energia, em outubro.
A situação de instabilidade energética do Distrito Federal tem preocupado a equipe de fiscalização da
Agência Nacional de Energia Elétrica.
Nos últimos seis anos, a agência
aplicou 20 infrações à CEB, que resultaram em multas estimadas em
R$ 50 milhões. “As principais falhas
constatadas foram a interrupção de
energia por causa de falha de manutenção, de equipamentos, de transgressão no nível de tensão acima de
200 volts e da demora no atendimento de demandas dos consumidores”,
pontua o diretor da Aneel André
Pepitone, responsável pelo estudo
que viabilizou a última revisão tarifária adotada pela CEB. “O comércio
é diretamente atingido também no
atraso de novas ligações de ponto de
energia”, salienta Pepitone.
Murilo Silva
Palato
18
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
//economia
Emprego resiste
à crise externa
E
m 2010, o mundo havia crescido 5,1%, taxa essa que caiu
para 3,8% no ano passado. O
FMI acaba de projetar que neste ano
o mundo crescerá menos do que
se imaginava havia alguns meses.
Projeta-se agora a taxa de 3,3%,
sendo 1,3% nos países ricos e 5,3%
nos emergentes. Ou seja, o mundo
continua preso no atoleiro, e o crescimento do PIB mundial continua
caindo. Para se caracterizar como
um ano global de recessão, o PIB
do mundo precisaria crescer abaixo
de 2%. O medo é que, na sequência,
estejamos caminhando para algo
perto disso.
No Brasil, a economia está
apontando para 1,5% em 2012, após
ter crescido pouco para os nossos
padrões em 2011: 2,7%. Em parte,
isso se deve ao fato de a China, que
é hoje o principal comprador de
nossas exportações, ter tido seu
gigantesco crescimento econômico
fortemente reduzido, mesmo estando atualmente ao redor de 7,5% a.a.
Jogando o foco para os componentes da demanda agregada, o item
cuja evolução tem decepcionado
nos últimos trimestres é o investimento. Em parte, isso pode se dever
a uma nova postura governamental
pouco amistosa em relação às condições de investimento em determinados setores.
No front macroeconômico de
curto prazo, com a inflação sob
relativo controle e a economia ainda fria, os juros do BC têm caído
seguidamente, mas parecem já ter
chegado ao menor nível imaginável,
e aí tenderão a ficar até o fim de
2013. Enquanto isso, o modelo de
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
O mundo pode
continuar andando
de lado, nosso PIB
continuar a patinar,
mas os indicadores de
emprego continuam
mostrando inédito
nível de utilização de
mão de obra
expansão do consumo parece ter
ganhado nova força, depois da freada em resposta a vários meses de
crescimento excessivo do crédito.
Para o ano que vem, as apostas
se dividem entre o País crescer
algo próximo de 4% a.a. e os que
imaginam taxas ao redor de 3% a.a.,
dependendo de os juros terem de
voltar a subir em face de pressões
inflacionárias inaceitáveis. A diferença entre as duas visões está no
grau de pessimismo em relação à
evolução da economia mundial. Se o
mundo se recuperar bem, é possível
que a nossa tenha de pisar no freio.
Enquanto isso, o desempenho
do emprego leva à interpretação
de que o Brasil vive uma situação
no mínimo curiosa. O mundo pode
continuar andando de lado, nosso
PIB continuar a patinar, mas os
indicadores de emprego continuam
mostrando inédito nível de utilização
de mão de obra. Isso sinaliza evolução firme da massa salarial e mais
compras. Enquanto essa situação
persistir, menos mal, portanto.
Joel Rodrigues
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente é consultor
econômico em Brasília
19
caso de sucesso
Ele conseguiu
//Por Sílvia Melo
De morador de rua a empresário bem-sucedido: essa foi a trajetória
do ex-aluno do Senac-DF que hoje é exemplo de força de vontade
F
ilho de agricultores do interior de Goiás, Durley Soares da Silva começou a trabalhar aos
7 anos para sustentar a família. Foi vendedor,
engraxate, vigia de carros e morou nas ruas
do DF por sete meses. Não frequentou escola
quando criança. Aprendeu a ler e a escrever sozinho.
Hoje, aos 32 anos, é dono da Tapiocaria Raízes do Sertão
(309 Norte), empreendimento que virou franquia e que,
em breve, abrirá 18 lojas no País. A história de superação
desse jovem passou pelo Senac-DF, quando ele decidiu
se especializar na função de garçom. A partir daí, vieram
mais três cursos que o ajudaram a abrir e a manter seu
próprio negócio.
A trajetória profissional de Silva começou na cidade
em que nasceu, Iaciara, quando, a partir dos 7 anos, começou a carregar nas costas a responsabilidade de sustentar os pais e os 11 irmãos. O pai era lavrador, sofreu
um acidente e ficou impossibilitado de trabalhar. “Minha
mãe cuidava dele e dos meus irmãos e ainda fazia pães e
cocadas para que eu pudesse vender”, conta.
Em 1991 a família mudou-se para Brasília em busca
de oportunidades. Silva e a família moraram por seis
meses em um albergue em Taguatinga e depois foram
para o Vale do Amanhecer. Como o pai não dava muita
importância para os estudos, ele não frequentou a escola quando criança. Além de continuar a vender nas
ruas os produtos que a mãe fazia, passou a trabalhar
como engraxate.
Com o dinheiro que recebia, conseguiu construir uma
casa de quatro quartos em Planaltina, em um terreno que
o pai ganhou em um programa para pessoas de baixa renda. “Apesar de todo o esforço em agradar a minha família
e dar o melhor para todos, meu pai me maltratava, era
violento, não reconhecia isso.” Ele se sentia muito desvalorizado e humilhado. Foi aí que resolveu fugir de casa.
Sem ter para onde ir, o jovem, então com 17 anos,
passou a morar nas ruas do Plano Piloto. Para se alimentar, lavava e vigiava carros. No período em que
permaneceu nas ruas da capital, Silva aproveitou também para ler. Lia tudo o que encontrava: livros, revistas,
jornais. “Foi assim que aprendi muitas coisas”, afirma.
Por meio de um supletivo, ele completou o ensino fundamental e o médio.
20
//Incentivo
Silva conta que sua relação com o Senac-DF se iniciou quando conquistou seu primeiro emprego com carteira assinada, em uma loja em um shopping da cidade.
Por meio de contrato temporário, trabalhou durante um
mês como office boy. O contato com as lojas despertou
ainda mais o interesse pela área do comércio. Em 1999,
após sair do emprego, resolveu se especializar na profissão que exercia desde criança e procurou a unidade
da 903 Sul. Conseguiu uma bolsa de estudo e fez o curso
Técnicas de Vendas. “Na época era uma área em expansão e eu resolvi investir”, lembra.
De 1999 a 2008, Silva trabalhou em várias empresas
como vendedor e começou a atuar como garçom. Trabalhou
nessa área por oito anos até procurar novamente o Senac
para se especializar. “Quando recebi da minha esposa a
notícia de que seria pai, decidi me profissionalizar para conseguir um bom emprego e dar melhores condições de vida
para a minha filha que estava para chegar.”
Por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG)
recebeu uma bolsa de estudo para o curso Garçom Básico,
“Só você tem o poder de realizar
seus sonhos. Para isso, é
importante que tenha um projeto
e estabeleça parâmetros dentro
daquilo que se propõe a fazer”
Durley Soares da Silva
Raízes do Sertão
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Luana Lleras
na antiga unidade da 915 Norte, hoje Senac Gastronomia.
Foi um dos destaques na turma e conseguiu emprego
quando ainda estava na metade do curso. “Recebi o convite da pizzaria em que fazia estágio para ser auxiliar de garçom. Fui contratado e dois dias depois me tornei gerente”,
orgulha-se. Com espírito empreendedor, Silva conseguiu
melhorar o movimento da casa e ficou por dois anos no
cargo de gerente. Saiu para abrir o próprio negócio.
O jovem empresário faz questão de ressaltar que parte
de seu sucesso profissional se deve ao que aprendeu no
Senac-DF. Segundo ele, os instrutores são bem preparados e ensinam muito mais do que ser um bom profissional. “Sabem motivar o aluno para enfrentar o mercado
de trabalho”, destaca, lembrando que o instrutor Sidnei
Fonseca foi o que mais marcou. “Ele foi um excelente
instrutor, me deu muito apoio e me fez recuperar a autoconfiança. Isso foi fundamental para que eu conquistasse
aquele emprego na época e me incentivou ter meu próprio
negócio”, afirma.
Para abrir seu empreendimento, Silva procurou novamente o Senac-DF e fez mais dois cursos em 2010: Cozinheiro e Etiqueta Social. Ele decidiu entrar para o ramo da
alimentação porque acredita que nessa área pode ajudar
muitas pessoas. Mas, para isso, teve que se profissionalizar. “Se você quer trabalhar com alimentação, tem que
saber tudo sobre cozinha”, ensina.
Silva diz que na tapiocaria faz um pouco de tudo. “Sou
chef de cozinha, gerente, especialista em recursos humanos, garçom, caixa.” Ele também já deu consultoria para
pequenas empresas e ministra palestras contando sua
trajetória. Das profissões que teve, afirma com orgulho
que o qual mais gosta de fazer é ser garçom. “Às vezes me
esqueço de que sou empresário. Quando me perguntam
qual profissão exerço, digo que sou garçom. Gosto muito
de servir as pessoas. Agora não tenho muito tempo, mas
sempre que posso faço questão de atender pessoalmente
os meus clientes.”
O jovem empresário afirma que é a prova de que os
sonhos podem se tornar realidade quando você acredita
e vai atrás da realização. “Só você tem o poder de realizar
seus sonhos. Para isso, é importante que tenha um projeto
e estabeleça parâmetros dentro daquilo que se propõe a
fazer”, aconselha Silva.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
21
GASTRONOMIX
Por Rodrigo Caetano
Galeto campeão
Estou apaixonado pela Inácia.
Fui apresentado por um amigo
e não resisti. Declaro meu amor
ao restaurante Inácia Poulet Rôti
e à cozinha da chef Alexandra
Alcoforado. Um achado. Lugar
onde se come bem a bons preços.
Especializado em aves, o carro-chefe
é o galeto com ou sem miúdos,
acompanhado por três panelinhas
(R$ 39,90). Você escolhe entre purês
de batata inglesa, doce ou baroa,
farofa de pão com ervas, farofa de
Mil Frutas
chega a Brasília
Eleita 11 vezes como o melhor sorvete da cidade
pela Revista Veja Rio, a Mil Frutas desembarca
na capital trazendo 70 sabores incríveis na mala.
Com 20 anos de mercado, a sorveteria está
instalada em um quiosque no ParkShopping.
Os sorvetes não levam adição de gordura trans,
nem qualquer tipo de corante ou conservante.
A marca se destaca pela criação de sabores
tradicionais, como goiabada com queijo, e também
os sabores sazonais. Neste ano, por exemplo,
com a celebração do Rosh Hashaná (ano novo
no calendário judaico) em setembro, foi criado o
inusitado sorvete de pão de mel. Passe lá.
// Mil Frutas Brasília
ParkShopping, 1º piso, quiosque 143
22
couscous marroquino, arroz branco
ou com castanha e creme de milho.
No cardápio, há outras opções como
risoto de codorna com aspargos
(R$ 36), sanduíches (R$ 14,50),
espetinhos (R$ 9,50) e rocambole (R$
16,90). O Inácia está tão concorrido
que, em breve, vai ampliar seu
espaço com a loja lateral.
// Inácia Poulet Rôti
103 Sul, bloco B, loja 34
(61) 3225.4006
Viagens gastronômicas
Berlim é a cidade. Cheia de animação, gente bonita e muitas
boas opções para comer.
Pan Asia – Perto da famosa
galeria Hackesche Höfe,
é possível experimentar
um pouquinho dos
sabores asiáticos a preços
interessantes, como o tagliatelli
com cubos de atum picante (7,5 euros). Bom para almoçar!
//Rosenthaler Strasse, 38 – Mitte
www.panasia.de
Bocca di Bacco – O local ideal para um jantar a dois.
Conhecido por ser um dos restaurantes prediletos de Jodie
Foster, George Clooney e Tom Hanks, o Bocca oferece
culinária italiana de primeira linha. Impossível não comer o
tiramisú da casa (9 euros).
// Friedrichstrasse 167-168 – Mitte
www.boccadibacco.de
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
http://bloggastronomix.blogspot.com – [email protected] – www.facebook.com/rodrigo.caetano.1840
Para os fãs de doces
Brasília está um doce de cidade. Dois lugares foram inaugurados recentemente e
prometem agradar aos “formiguinhas”.
Da amizade...
oe
aC
yss
Ra
A chef pâtissière Alessandra Lazzarini e a chef Larissa Pissara se juntaram
numa empreitada para produzir bolos e doces sob encomenda e para
pronta entrega. No café-ateliê, 20 mesas são disputadas por quem quer se
lambuzar com as delícias que elas preparam, como as minitortas e os
bem-casados. O brigadeiro de chocolate belga também faz sucesso
(R$ 2,50). O cardápio inclui salgados como quiche Lorraine com
saladinha de folhas (R$ 16) ou empadão folhado de camarão (R$ 17),
chás, cafés e chocolates quentes.
// Lale – 411 Sul, bloco B, loja 16 – (61) 3248.7348
Da vovó...
Outro novo local em Brasília é a doceria Abuela Goye, que oferece
tortas, chocolates, alfajores, sorvetes, cafés e empanadas com
recheios nos sabores carne, frango, bacalhau, queijo, calabresa,
berinjela e carne apimentada (R$ 7,50 cada uma). A marca é argentina
e chegou ao Brasil há três anos. Destaques para a torta mil-folhas (R$
13,50) feita com finas camadas de massa folhada, recheadas com o
doce de leite da grife, e a de frutas secas ao conhaque, elaborada com
massa de biscoito e frutas patagônicas secas (R$ 12).
// Abuela Goye – ParkShopping, 2º piso – (61) 3233.4578
Porquinho porreta
Ô, Porketa! é uma das novidades de
outubro. Apenas um balcão separa a
cozinha do público. Não tem garçons.
Cada um faz seu pedido. E as opções são
sanduíches com tipos diferentes de carne de
porco. O pão é caseiro e os sucos feitos da própria fruta.
// Ô, Porketa!
201 Sul, bloco A, loja 1
(61) 3323.1547
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Em pílulas...
Tchê, tchê – Quem deseja fazer um programa
diferente no feriadão pode participar do roteiro
enogastronômico para a Serra Gaúcha. A parte
terrestre custa para associados e cônjuges R$
1.488 por pessoa em apartamento duplo. Outras
informações na Associação dos Sommeliers de
Brasília: (61) 323.5321 e 3322.7138.
23
financiamento
Mais justo
para todos
//Por Ana Carolina Freitas
Teto de 20% do Fundo Constitucional
do Centro-Oeste para o comércio não
existe mais. Resta agora definir como
se dará a distribuição dos recursos
entre os setores da economia
24
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
A
pós vitória obtida pelo
setor produtivo do Distrito
Federal, que se mobilizou
contra as antigas regras
que regiam o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), e que
foram modificadas pela edição da
Lei 12.716/2012 , o empenho agora é reivindicar junto ao Conselho
Deliberativo do FCO (Condel) para
que seja mantida a extinção do teto
de 20%, que engessava o desenvolvimento do comércio de bens e de
serviços, principalmente no DF. De
acordo com a nova norma, cabe aos
conselhos de cada fundo versar sobre os limites de repasse. A reunião
de regulamentação está prevista
para ocorrer em novembro.
É unânime entre os representantes do setor e especialistas a
posição de que o ideal para o Distrito
Federal é o uso livre do Fundo, já que
a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno
(Ride-DF), que engloba Brasília e 22
cidades, tem como vocação comércio, serviços e administração pública, que representa 93 % do Produto
Interno Bruto (PIB) da região. Com
o teto, o DF deixava de investir anualmente cerca de R$ 500 milhões
em sua economia. Em 2009, dos R$
585 milhões a que tinha direito, o DF
contratou apenas R$ 283 milhões,
ou seja, 48,4% do total previsto. Em
2010, dos R$ 930 milhões, executou R$ 370 milhões – o que significa 39,8%. Já em 2011, dos R$ 909
milhões, utilizou somente R$ 407
milhões. Até junho deste ano, foram
executados R$ 321 milhões, dos R$
945 milhões a que o DF tem direito.
O Presidente da Fecomércio-DF,
Adelmir Santana, afirma que o êxito
na reformulação da legislação é resultado de uma luta que durou anos.
Segundo Santana, em Brasília, o
teto de 20% era totalmente inviável,
levando em conta que era o mesmo
percentual aplicado em estados
como o Mato Grosso, que tem como
ponto forte o setor de agronegócios.
“A nossa defesa é para que não haja
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
mais teto estipulado, para que os
recursos sejam acessados de forma
livre”, diz. “E se houver a real necessidade de haver limites percentuais,
que isso seja aplicado apenas nas
outras unidades da Federação, com
exclusão do DF, pela sua peculiaridade”, completa. Santana acrescenta que os 19% do total dos recursos
do Fundo a que o DF tem direito
anualmente devem ser utilizados
aqui em sua totalidade, o que ainda
não aconteceu.
O senador Rodrigo Rollemberg
(PSB-DF) tomou a frente das negociações em favor da edição da
lei depois de receber um grupo de
representantes do setor, da Fecomércio–DF e do Sebrae-DF, em
2011, para que a matéria fosse colocada em discussão no Congresso
Nacional. Rollemberg preparou,
então, um projeto de lei, que após
revisão, foi incluído pela presidente
Dilma Rousseff no texto da medida
provisória. “Agricultura e indústria
não têm demanda aqui”, defende. A
nova legislação, segundo o senador,
representa, na prática, incremento
de R$ 500 milhões a mais por ano
investidos no Distrito Federal e na
Ride-DF, o que amplia as condições
de desenvolvimento da região.
A ideia agora é pleitear ao Condel a redistribuição dos recursos
que não foram utilizados neste ano.
“Entreguei uma carta para o ministro Fernando Bezerra reivindicando
que as resoluções do colégio reflitam o texto da lei”, afirma. Rollemberg também prevê que dificilmente
sobrarão recursos. “Diante da mudança da norma, que se adequou à
realidade e aboliu o limite , a tendência é que não haja a ociosidade dos
recursos, uma vez que os empresários do setor de comércio de bens e
de serviços os demandarão.”
//Crédito
Na opinião de José Sobrinho Barros, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-DF, o FCO é a
melhor carta de crédito disponível
R$ 945
milhões
do FCO foram
destinados ao DF
neste ano. Até julho,
foi utilizado menos da
metade do montante.
Sobra para a indústria
e falta para o comércio
25
ao setor e a medida do governo é
extremamente positiva para o micro
e o pequeno empresário, que nunca
tiveram tanta oportunidade de crédito. “O FCO é a base de sustentação
financeira de grande parte dos pequenos investidores do DF, que não
consegue arcar com as altas taxas de
juros do mercado e precisa de inovação para manter seus negócios.”, diz
Barros. Até para a implementação de
softwares simples, como o sistema
de emissão de nota fiscal eletrônica, é
necessário que haja recursos extras.
Para o presidente do Sebrae, o DF
registra carência histórica de crédito
disponível para os pequenos e microempresários. “O que esperamos com
essa medida é que os investimentos
sejam alavancados e estimulem o
crescimento do setor”, afirma.
Newton Ferreira é professor de
economia da Universidade de Brasília e compõe o Conselho Federal de
Economia. Segundo o especialista, a
dificuldade em conseguir recursos
do FCO é intensificada pelas restrições ao crédito de bancos privados,
que exigem o bom cadastro e garantias que às vezes são inviáveis.
“Também ficamos em desvantagem
quando o DF pleiteia recursos do BNDES, por concorrer com unidades da
Federação maiores.” Ferreira acredita também que é necessário que seja
exigida transparência sobre o destido
dos recursos do FCO, para que o
dinheiro não seja para fins políticos.
“Defendo um controle social do Fundo, para que fique mais clara a destinação do que não foi utilizado”, diz.
Para ele, as sociedades de classe e a
civil devem promover debate com o
Congresso Nacional para criar normas de controle e, assim, garantir o
acesso democrático ao Fundo.
//FDCO
A mesma Lei Complementar nº
129/2009, que recriou a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), criou também o
Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), a exemplo do FDO
(Amazônia) e do FDNE (Nordeste). A
medida provisória que regulamenta
o novo fundo foi enviada em outubro pela presidente Dilma Rousseff
ao Congresso Nacional, onde está
em fase de tramitação. Segundo
Marcelo Dourado, diretor da Superintendência do Desenvolvimento do
Centro-Oeste, será mais um fomento
ao desenvolvimento da região que
complementará a atuação do FCO e
que contemplará projetos de desenvolvimento de grande porte, de infraestrutura e de logística.
Já está prevista no Projeto de
Lei Orçamentária Anual de 2013
(PLOA/2013) a soma de R$ 1,434
bilhão para o novo fundo, dinheiro
destinado a financiar projetos de
desenvolvimento e a realização de
investimentos em infraestrutura,
ações e serviços públicos considerados prioritários no Plano Regional de
Desenvolvimento do Centro-Oeste.
Com o Sabinbiotec, a sua empresa
estará preparada para a Copa do Mundo
e a Copa das Confederações.
Os grandes eventos esportivos se aproximam e a sua empresa precisa estar preparada para
recebê-los. No Sabinbiotec analisamos a qualidade de alimentos, da água, do ar e do solo
para que as empresas possam oferecer produtos de qualidade comprovada. Se o seu ramo
é de alimentos, bebidas, hotelaria, entretenimento, não perca a oportunidade de estar
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//segredos do marketing digital
Lembra-se de nosso artigo do
mês passado sobre a tendência
móvel, em que falamos da explosão
dos acessos à internet por meio do
celular e de como chegou a hora de
o seu negócio se adaptar? Pois bem,
vamos continuar essa conversa,
mas, desta vez, abordaremos outro
dispositivo... o tablet.
Desde 2010, com o lançamento
do primeiro iPad, o mundo sofreu
uma minirrevolução na forma como
as pessoas interagem com a tecnologia e, principalmente, com a
internet. O tablet foi um dos fatores
que, conforme mencionado no artigo passado, ajudou a derrubar a
“barreira invisível” que existia entre
as pessoas e o ambiente web.
Hoje, dois anos depois do primeiro iPad, os tablets viraram febre mundial. Somente no Brasil,
espera-se que 2,6 milhões deles
sejam vendidos até o fim de 2012,
um aumento de 275% em relação ao
ano passado. Alguns dos modelos
comercializados por aqui chegam
a custar menos de R$ 500, o que os
torna atrativos para pessoas de todas as classes sociais.
E o que tudo isso tem a ver com
os comerciantes do DF? Analisamos dez sites locais e descobrimos
alguns pontos interessantes. O primeiro deles é que aproximadamente
10% do tráfego provêm de aparelhos
móveis (como os tablets), sendo que,
em alguns dos sites, esse número
chegou à casa dos 20%.
O segundo ponto interessante é
que o tráfego móvel para websites
cresceu, em média, 344% nos últimos 12 meses. E, por último, um
dado curioso: uma das faixas etárias
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
que mais consome esses tablets é a
de pessoas com mais de 65 anos!
Sabendo de tudo isso, nossa
dica do mês é: teste seu site em um
tablet e veja como ele se apresenta.
Tenha em mente que a forma de
navegar está mudando. A maioria
dos usuários de tablet acessa a internet na cama, deitado, relaxado.
Esse é um momento de tranquilidade, quando a pessoa não quer
pensar muito.
Busque deixar seu site o mais
simples possível, tornando a navegação mais confortável. Reduza
formulários de inscrição, caso os
tenha. Facilite ao máximo a forma
de pagamento, caso você venda artigos on-line. Uma ótima dica é usar
ferramentas como o PagSeguro e o
PayPal, que evitam que seu visitante
tenha que digitar o número de cartão de crédito diretamente no site.
Torne a experiência de navegação
agradável nesses aparelhos.
A interação das pessoas com
a internet mudou. Posicione-se
logo nessa nova realidade e temos
certeza de que seus resultados vão
melhorar consideravelmente.
Teste seu site
em um tablet e
veja como ele se
apresenta
Giovanna Leal
Simplifique
a navegação
Jens Schriver
Sócio da ClickLab
Maximo Migliari
Sócio da ClickLab
//Envie perguntas para
[email protected] ou @click_lab
[email protected] ou facebook.com/agencia.clicklab
94%
percentual de usuários de tablets que
navegam no quarto
Fonte: emarketer.com
11º
posição do Brasil no ranking mundial de
vendas de tablets em 2012
Fonte: IDC Brasil
27
aconteceu sesc
Produção
própria e barata
gramas ficam por R$ 1,60.
Comerciários têm desconto e pagam R$ 1,30.
“No primeiro mês de
funcionamento, superamos a meta que seria de 80 refeições por
dia. Já estamos servindo
mais que o dobro disso”, comemora Suyen.
O restaurante de Taguatinga Norte
oferece o serviço à la carte, em que o
cliente opta por um tipo de grelhado e
escolhe três guarnições e um molho.
O suco é cortesia – um copo de 200
ml. Os preços variam de R$ 6 a R$ 9.
A capacidade de produção é de 350 refeições diárias. O restaurante funciona
todos os dias, das 11h às 14h.
es
ar
av
iT
ss
Ro
Em setembro, o Sesc passou a
comandar a produção dos alimentos
de seus restaurantes, que antes era
terceirizada. “Com isso, a instituição
oferecerá cardápio cada vez mais saudável, com alimentos selecionados”,
explica a coordenadora de Serviços de
Alimentação e Nutrição do Sesc-DF,
Suyen Muller.
Os restaurantes das unidades
de Ceilândia e de Taguatinga Norte
foram reinaugurados também em
setembro. Os servidores e a clientela
do Centro de Atividades Sesc Ceilândia agora têm acesso ao restaurante
com capacidade para servir 500 refeições por dia, durante as três horas
de funcionamento, das 11h às 14h.
A comida é servida a quilo. Cada 100
//Por Mariana Fernandes
Taguatinga Norte
CNB 12, Área Especial 2/3
(61) 3451.9103
Ceilândia Norte
QNN 27, lote B
(61) 3379.9500
Sorriso
expandido
Educar para promover a saúde
bucal. Esse é um dos principais objetivos da mostra A Ciência e a Arte
do Sorriso, promovida pela Coordenação de Serviços Odontológicos do
Sesc-DF. Realizada desde 2009, a
exposição ultrapassou os limites geográficos do DF e esteve em Campo
Grande, em Mato Grosso do Sul. A
mostra, que ocorreu de 19 a 21 de
setembro, fez parte do 3º Congresso
de Odontologia de Mato Grosso do
Sul. “Fomos muito bem recebidos.
Chamamos a atenção de todo tipo de
público, como crianças de tribos indí28
// Por Andrea Ventura
genas e idosos de um asilo da cidade”,
conta a coordenadora de Serviços
de Odontologia do Sesc-DF, Márcia
Neves.
Cerca de 700 pessoas participaram da mostra, que ocupou 300
metros quadrados e foi dividida em
seis núcleos: conhecendo a boca;
laboratório de microbiologia da cárie;
dentoteca, para brincadeiras com as
crianças; feira de alimentos, com a
pirâmide alimentar; escovódromo
e saúde do idoso. Foi a primeira vez
que a exposição saiu da cidade. Sete
servidores do Sesc-DF participaram
do evento. “É uma mostra multidisciplinar que envolve profissionais
das áreas de odontologia, nutrição e
Sala de Ciências, biologia, química e
física”, ressalta Márcia. Estudantes
dos cursos de odontologia das universidades de Mato Grosso do Sul foram
treinados pelo Sesc-DF para auxiliar
na monitoria da exposição.
/sescdistritofederal
@sescdf
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
graduação
Ainda há
tempo
//Por Luciana Corrêa
Seleções estão agendadas até dezembro. Instituição
aderiu ao Fundo de Financiamento Estudantil
A
Faculdade de Tecnologia Senac-DF abre 480 vagas para
o primeiro vestibular de 2013.
Serão oito turmas para os cursos tecnológicos nas unidades de Taguatinga
(QNG 39) e do Plano Piloto (903 Sul). A
instituição oferece quatro opções: Gestão Comercial, Gestão da Tecnologia
da Informação, Gestão de Recursos
Humanos e Gestão em Marketing.
A primeira prova foi no início de
novembro, mas os interessados ainda
podem concorrer às vagas remanescentes. As inscrições podem ser feitas
pelo site (www.sejasuperior.com.br) ou
presencialmente, até as 20h um dia
antes da avaliação, nas secretarias da
faculdade. As novas datas são 24 de
novembro e 8 e 15 de dezembro, com
fechamento de portões às 9h30, e duração de três horas.
A ex-aluna da primeira turma de
Gestão de RH Beatriz Vargas Borges,
de 31 anos, é um caso de sucesso. Já
havia concluído um curso superior de
psicologia em outra instituição. Sem
vaga no mercado de trabalho, em 2009
começou Gestão de Recursos Humanos na Faculdade Senac e hoje é a responsável pelo RH da Chilli Beans. Para
ela, a maior qualidade do curso é a prática. “Mesmo já formada em psicologia,
a prática e os projetos interdisciplinares
oferecidos na Faculdade Senac fizeram toda a diferença na minha carreira”, elogia. Beatriz pretende fazer uma
pós-graduação na instituição.
A Faculdade Senac é credenciada
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
no Ministério da Educação. “Oferecemos cursos tecnológicos de nível superior de qualidade, reconhecidos com
nota alta na avaliação”, afirma a diretora-geral da Faculdade Senac, Flávia
Silveira. A novidade para o próximo
ano é que a faculdade aderiu ao Fundo
de Financiamento Estudantil (Fies). O
aluno poderá financiar os estudos em
até 100%, com juros de 3,4% ao ano.
Quem tem renda familiar de até 1,5
salário mínimo não precisará de fiador.
Os candidatos devem fazer a inscrição
na unidade que pretendem frequentar.
A taxa é de R$ 20. A lista de aprovados
será publicada no site e nos murais da
instituição.
Curso
//Promoção
A Faculdade Senac oferece uma
bolsa de estudos de 50% no valor da
mensalidade. Para participar do sorteio, o candidato deve acessar a página
da instituição no Facebook, se marcar
na imagem em destaque e compartilhar com os seus amigos. O sorteio
ocorrerá em dezembro.
Faculdade Senac-DF
(61) 3217.8821
/faculdadesenacdf
@facsenacdf
Unidade
Mensalidade com
desconto*
Plano Piloto
R$ 341,60 (matutino)
R$ 375,76 (noturno)
Taguatinga
R$ 375,76 (noturno)
Plano Piloto
Taguatinga
R$ 388,80 (noturno)
Plano Piloto
R$ 341,60 (matutino)
R$ 388,80 (noturno)
Taguatinga
R$ 380,16 (noturno)
Plano Piloto
R$ 341,60 (matutino)
R$ 362,95 (noturno)
Taguatinga
R$ 362,95 (noturno)
Gestão Comercial
Gestão da TI
Gestão de RH
Gestão em Marketing
*Para pagamento até o dia 10 de cada mês.
29
capa
A nova
vocação do DF
//Por Paula Oliveira
No segundo debate do ciclo Brasília 2015
os convidados defenderam a necessidade
de a capital da República planejar seu
desenvolvimento e da região metropolitana
com base em serviços tecnologicamente
mais avançados
Fotos: Joel Rodrigues
José Luiz Pagnussat
Roberto Piscitelli
N
o mapa, o Distrito Federal é uma área isolada
e representada por um
retângulo bem no meio
do País. Na prática, no
entanto, exerce influência direta em
22 municípios de Minas Gerais e
de Goiás. A dependência vai desde
a demanda por serviços públicos,
como saúde, educação e segurança, até a criação de empregos. E
não adianta lutar contra isso, pois a
conurbação é inevitável com o crescimento populacional. O desenvolvimento do DF se reflete em toda a
área metropolitana, mas o caminho
30
Adelmir Santana
inverso não pode ser desconsiderado. A falta de desenvolvimento nos
municípios próximos ao DF também é sentida na capital.
Essa foi a base para a segunda
etapa do ciclo de debates Brasília
2015, promovido pela FecomércioDF. No encontro, em 30 de outubro,
o professor de finanças públicas da
Universidade de Brasília Roberto
Piscitelli e o professor da Escola
Nacional de Administração Pública
José Luiz Pagnussat falaram sobre
a necessidade de descentralizar a
produção e de diversificar a atividade econômica brasiliense, e os
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
caminhos para isso. “Queremos
mostrar as nossas preocupações
com o futuro do DF e o modo como
enxergamos o planejamento”, disse o presidente da FecomércioDF, Adelmir Santana. Os debates
ocorrerão até setembro de 2013 e
resultarão em um documento com
propostas da Fecomércio-DF para
a promoção do desenvolvimento local. Não há uma agenda préestabelecida, cada encontro será pautado
pelo anterior.
Ficou claro durante a discussão
entre os dois estudiosos que o DF
precisa enfrentar essa realidade
e buscar atividades econômicas
alternativas à administração pública para a população carente de
ocupação. Segundo Pagnussat, é
preciso reconsiderar as vocações
locais, visto que os problemas que
a capital do País enfrenta hoje são
bem diferentes dos que havia há
30 anos. Investir na prestação dos
serviços que já são bastante procurados, como saúde e educação,
seria um passo importante. “O
governo não é o único prestador
desse tipo de serviço. O setor privado tem condições de atender a
essa demanda e deveria investir
nisso”, aconselhou.
Mas essa mudança de paradigma deve vir acompanhada de
adaptações estruturais no DF. A
capacitação dos funcionários é vital
para garantir a prestação de serviços. “Nosso sistema educacional
está fracassado”, avaliou Piscitelli.
Ele concorda que o futuro da economia esteja baseado na prestação
de serviços. Mas é preciso que o
governo e o empresariado passem
a ter postura diferente na preocupação com a qualidade do que
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
é oferecido.
O setor terciário do DF produz
93% do das riquezas locais. Desse
total, mais da metade é de responsabilidade da máquina pública.
Inclusive os empregos estáveis e
formais. A cidade foi criada com
esse intuito, mas evoluiu. “Precisamos nos adaptar a isso e melhorar
o nosso perfil econômico”, disse o
professor da UnB. “Tem gente que
quer mais indústria, mas o futuro
é o setor de serviços”, defendeu
Piscitelli. Para ele, essa mudança
deve ser tanto dos governos, com
estímulos e quebras de obstáculos,
quanto do próprio empresariado.
“Nos comportamos como meros
representantes comerciais e não
nos preocupamos com a qualidade
do atendimento, da qualificação dos
profissionais; ou seja, somos prestadores de serviços, de má qualidade, diga-se de passagem.”
Para qualquer ação para abrir
o caminho do desenvolvimento em
toda área de influência, é essencial
o planejamento. Não somente isso,
“As iniciativas não
podem ficar só no
DF, mas também não
podem ultrapassar o
espaço geoeconômico
verdadeiramente
necessário”
Roberto Piscitelli
Debate
Os convidados
concluíram que é
preciso diversificar
e expandir o
desenvolvimento
31
“Não adianta lutar
contra, vamos
crescer mesmo sem
planejamento”
José Luiz Pagnussat
32
mas a fiscalização da execução
do que foi idealizado, seja pelos
governos, seja pela sociedade civil,
seja pela união dos dois. Faltam,
segundo Piscitelli, condições físicas e culturais para efetivar a
reconfiguração da cidade para que
o desenvolvimento chegue a todas
as envolvidas. A preocupação deve
se dar desde a mobilidade urbana
até a flexibilização das jornadas de
trabalho. “Será que todo mundo
precisa entrar no trabalho às 8 horas e sair às 18 horas? Não se pode
definir a jornada de acordo com a
real necessidade da função?” Para
o professor, é preciso acabar com
essa cultura de que somente obras
viárias vão resolver os problemas
da cidade e começar a se pensar
em reorganizar a estrutura econômica local.
No diagnóstico dos dois convidados do segundo encontro do
Brasília 2015, porém, ainda falta
planejamento regional para resolver tantos problemas. “Nada vai
acontecer de uma hora para a outra,
mas é preciso começar a pensar
concretamente”, disse Pagnussat.
O DF tem muitas possibilidades,
principalmente no turismo, no lazer,
segmentos mais promissores economicamente em todo o mundo.
O professor da UnB defende a
criação de empregos locais, voltados
para o consumo interno, e descentralizar os serviços públicos. Para
ele, deve haver uma expansão contínua de serviços tecnologicamente
mais avançados, especialmente em
educação, cultura e lazer, que exigem profissionais bem preparados.
Pagnussat concordou: “Precisamos
ser um centro fornecedor de serviços
que exijam tecnologia”. A força do
segmento de prestação de serviços é
tendência mundial e setores ligados
ao lazer estão em destaque. “Não me
conformo com essa dificuldade de
atrair turistas para a capital do País,
nossos monumentos estão abandonados”, lamentou-se Piscitelli.
//Descentralizar
A taxa de desemprego no DF é
de 12,7%, segundo pesquisa divulgada em agosto pela Companhia
de Planejamento do DF (Codeplan).
Ela evoluiu em relação ao mês anterior, porém está estável e acima da
média nacional, em torno de 10%.
O resultado positivo foi puxado pelo
setor de serviços, que teve aumento
de 1,9% em um mês.
Segundo a mesma pesquisa,
apenas duas regiões administrativas empregam a maior parte da
sua população: Brasília (93,6%) e
SIA (62,4%). Nas demais, o percentual é mais elevado naquelas com
estrutura produtiva mais desenvolvida e diversificada: Sobradinho
(47,2%), Taguatinga (44,7%) e Gama
(43,7%). Os índices mais baixos são
vistos nas regiões com alto percentual de servidores públicos e com
atividade econômica baixa: Lago
Norte (7,4%); Sudoeste/Octogonal
(7,7%); Jardim Botânico (10,8%);
Park Way (15,2%); Lago Sul (17,5%)
e Cruzeiro (18%).
Nas regiões de renda mais baixa,
o comum é de que os moradores se
desloquem até o Plano Piloto para
trabalhar. Ou seja, Brasília recebe,
além dos próprios habitantes, os
residentes das áreas mais nobres e
os das áreas mais pobres.
É preciso criar condições para
que as pessoas morem, trabalhem
e consumam em lugares próximos,
afirmou Piscitelli. Isso resolveria
muitos problemas como insuficiência de transporte público e de
estacionamentos. “Os governos
tentam, equivocadamente, sanar
isso com obras na infraestrutura
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
quando poderiam estimular a atividade nas cidades menos desenvolvidas.” Mas a cultura política de realizar grandes obras impede essa
mudança de estratégia, concluiu.
A imposição de dificuldades
para se abrir empresas e até mesmo de cidades da região metropolitana de negociarem entre si mostra
o desestímulo geral. “O governo incentiva as grandes empresas com
redução de impostos, mas não
presta atenção nos gargalos que os
pequenos e médios empreendedores enfrentam”, disse Pagnussat.
Estes são comprovadamente os
maiores empregadores.
Além disso, como bem lembrou
Piscitelli, existe a questão da qualidade de vida. Ter de se deslocar
para trabalhar significa tempo improdutivo e alto consumo de combustível. “Precisamos de cinturões
de tráfego. Isolamos as áreas centrais e proibimos a circulação de
automóveis por lá”, idealizou. Isso,
segundo o estudioso, aumentaria a
necessidade de transporte público
de qualidade e a diminuição do uso
do automóvel de forma individual.
//Diversificar
Por ser a capital da República,
Brasília recebe reforço federal no
orçamento, com os recursos do
Fundo Constitucional do Distrito
Federal para educação, saúde e segurança. Mas esse fundo pode ser
extinto a qualquer momento pelo
Congresso. Depender do poder
aquisitivo dos servidores públicos
também é arriscado. Dessa maneira, o DF fica à mercê dos reajustes
salariais do funcionalismo e da
situação econômica do País. Ter
a própria produção, mesmo que
por garantia, é essencial para que
haja certo grau de independência
financeira. Com o estímulo ao setor
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
produtivo, o governo arrecada mais
impostos.
O planejamento é importante e
deve ser feito em conjunto. E o andamento, fiscalizado. “O Estado é
um grande indutor do crescimento
econômico com a viabilização de
infraestrutura para o desenvolvimento, mas não tem a preocupação de manter o que entrega para a
sociedade”, observou o presidente
da Fecomércio, Adelmir Santana.
Piscitelli defende que o DF tem
espaço para crescer economicamente, mas o que define os investimentos governamentais são os
interesses das grandes empresas.
A ocupação desordenada do solo
reflete isso. “Precisamos de um
choque de ordem. Há falta de controle desde construções indevidas
a estacionamentos irregulares”,
refletiu. O que impera, segundo o
palestrante, é a conformação com
o que é irregular. “Falta resistir ao
fato consumado.”
“Não adianta lutar contra, vamos crescer mesmo sem planejamento”, alertou Pagnussat durante
o encontro. A ideia do economista
é favorecer as cidades médias
com uma política de desenvolvimento regional. As vocações de
cada região devem ser levadas em
consideração, mas outras podem
ser criadas. “Coloque uma universidade e transforme a cidade
em um grande campus, coloque
um hospital de referência e toda a
região se desenvolve para atender
à demanda que será criada”, exemplificou.
área de influência da capital da República se fez presente nas ideias
apresentadas pelos dois estudiosos. “As iniciativas não podem ficar
só no DF, mas também não podem
ultrapassar o espaço geoeconômico verdadeiramente necessário”,
alertou Piscitelli. Para ele, os municípios de Minas Gerais próximos do
DF, por exemplo, não deveriam ser
levados em consideração. “Temos
enormes gargalos comuns ao resto
do País e devemos nos concentrar
no que realmente nos atinge.”
Se por um lado o DF não pode
nem tem condições de atender às
demandas de toda a sua área de
influência, por outro é o centro irradiador do desenvolvimento do interior do País. Pelo menos foi esse
um dos objetivos ao transferi-lo do
Rio de Janeiro para o Centro-Oeste,
em 1960. “Brasília não é apenas
um quadrilátero e não deve agir
isoladamente”, defende Pagnussat.
Com o segundo encontro do
ciclo de debates Brasília 2015, a Fecomércio-DF já acumula ideias de
seis especialistas, cada um em sua
área de atuação em Brasília. No
primeiro, em setembro, participaram o geógrafo e professor da UnB
Aldo Paviani, o arquiteto Carlos Magalhães, o presidente da Codeplan,
Júlio Miragaya, e o superintendente
da Sudeco, Marcelo Dourado.
//Áreas de influência
Foco do primeiro encontro do
ciclo de debates Brasília 2015, que
ocorreu em setembro, a importância de se traçarem estratégias
locais levando em consideração a
33
Estilo
Luciana Corrêa
Certo
Vamos à praia?
O fim de ano já está aí com muito
sol, calor e, para muita gente,
férias! Segundo o Sindicato das
Empresas de Turismo do DF, 70%
dos brasilienses que viajam dentro
do País seguem para o litoral!
Daqueles que vão para o exterior,
metade escolhe as praias do Caribe.
E você, leitor, está preparado para
desfilar pelas areias? Escolhi
modelos da Mar Rio, que já está com
coleções femininas e masculinas
prontas para o verão 2013.
Para as mulheres, as estampas
estão bem coloridas para
acompanhar a estação e o biquíni
tomara que caia continua em alta.
Uma dica é acrescentar detalhes:
abuse nos acessórios brilhosos e
invista em detalhes metálicos. Tudo
para deixar o visual ainda mais
bonito e renovado. Para os homens,
as sungas estão com estampas com
folhas e com desenhos simétricos.
Não se esqueça
de tratar dos cabelos
No verão, nos expomos ao sol,
ao vento, à água do mar e da
piscina e por isso é importante
tratar bem dos fios. O hair stylist
Luiz Cintra dá a dica: “Hidrate
os cabelos no salão a cada 15
dias e aplique uma máscara
capilar em casa pelo menos
uma vez por semana.”
34
Estampas
coloridas e
acessórios para
as mulheres
E sungas com
desenhos
simétricos para
os homens
Para anotar
na agenda
Novembro
20 a 23
Um dos maiores eventos de pré-lançamento de coleções
do mundo da moda, o Minas Trend Preview, ocorrerá de
20 a 23 de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte (MG). O encontro
está em sua 11ª edição e vai apresentar as tendências para outono/inverno
de 2013. O Minas Trend Preview é um importante espaço para o segmento.
Na programação, palestras, desfiles e salão de negócios para lojistas de todo
o Brasil, além de compradores internacionais. (minastrendpreview.com)
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
[email protected] – www.facebook.com/estilocerto
Manual da beleza
É preciso pensar em tudo. Não adianta se vestir bem, mas andar por aí com a maquiagem feita de maneira errada. A
maquiadora da Lord Perfumaria Edna Silva ensina truques ótimos para quem quer manter a maquiagem perfeita no
verão ou em qualquer estação do ano. A modelo é a Larissa Lacerda, da agência Win Models.
//Destaques
É preciso seguir 4 passos básicos:
limpar, tonificar, hidratar e proteger.
“Procure uma base com protetor
solar, que seja à prova d’água e não
oleosa”, ensina a maquiadora Edna.
Joel Rodrigues
//Cores
Joel Rodrigues
Joel Rodrigues
//Durabilidade
As sombras podem ser usadas nos
tons salmão, púrpura, lilás e azul
turquesa. Mas não exagere! Na boca,
cores fortes e fluorescentes. Para
quem não gosta, tons de terra.
Olhar de “gatinho” está em alta, mas
o delineador é um desafio. Aplique
de dentro para fora do olho, bem
rente aos cílios. Comece fazendo
fininho. Para fechar o visual, rímel.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Jo
el
Ro
dr
igu
es
Metais, tecidos, pedras naturais e
penas são alguns dos materiais que
você pode escolher na hora de comprar
seus maxiacessórios para o verão.
A dona da loja Nunca Fui Santa (111
Sul), Fernanda Gontijo Cunha, explica
que, para combinar com as roupas
leves da estação, o visual deve ser
complementado com tons vivos e em
neon. Os maxicolares são os mais
procurados, mas também existem anéis
e pulseiras no mesmo estilo. “Gosto dos
esmaltados que dão um ar de retrôchique”, diz Fernanda.
Jo
el
Ro
dr
igu
es
E os maxiacessórios continuam
35
//direito no trabalho
Da fiscalização
do FGTS
F
oi publicada em 24/8/12 a Instrução Normativa (IN) nº 99,
de 23/8/12, da Secretaria de
Inspeção do Trabalho do MTE que
dispõe sobre a fiscalização do FGTS
e das contribuições instituídas pela
Lei Complementar nº 110/2001. Cabe
lembrar que a LC 110/2001 criou a
contribuição social de 0,5% ao mês,
bem como a contribuição que acresce
10% à multa de 40% sobre todos os
depósitos de FGTS quando da rescisão sem justa causa, tendo o STF se
manifestado no sentido de serem tais
contribuições devidas apenas a partir
de janeiro de 2002.
O auditor fiscal deverá observar
o critério da dupla visita para a lavratura do auto de infração na forma
do art. 627 da CLT. Além da fiscalização direta, a IN prevê a indireta
também, em que serão notificados
os empregadores com indício de
débito constatado em consultas aos
sistemas informatizados disponíveis
à fiscalização do trabalho.
O período mínimo a ser fiscalizado
deverá ter como início e término, respectivamente, a primeira competência
não inspecionada e a penúltima competência exigível definida por ocasião
do encerramento da ação fiscal. O
auditor fiscal deverá verificar o recolhimento fundiário e de contribuições
sociais nos seguintes percentuais:
40% a título de multa sobre FGTS e 10%
a título de contribuição social prevista
no art. 1º da LC 110/01 em caso de rescisão sem justa causa, rescisão indireta
e rescisão antecipada do contrato de
trabalho temporário; 8% a título de
FGTS; 0,5% a título de contribuição
social prevista no art 2º da LC 110/01;
36
20% a título de multa sobre FGTS em
caso de rescisão por culpa recíproca.
Para o levantamento do débito, o auditor fiscal deverá proceder de forma
individualizada para cada empregado,
emitindo notificação respectiva para
que o empregador recolha a importância devida. Para fins de abatimento
do débito, não serão considerados os
recolhimentos efetuados sem a devida
individualização. No caso de grupo econômico, os depósitos recolhidos eventualmente por empresas do grupo em
favor do empregador serão abatidos do
débito final.
A IN esclarece que a verificação do
recolhimento fundiário e de contribuições sociais da LC 110/01 deve ser feita
inclusive quando há afastamento do
trabalho, mas continue contando tempo de serviço e/ou percebendo remuneração, cabendo citar: serviço militar
obrigatório; primeiros quinze dias de
afastamento para tratamento de saúde
em caso de doença; licença por acidente de trabalho; licença-maternidade e
paternidade; e gozo de férias.
É importante ressaltar que a existência de confissão de dívida junto à
Caixa não exime o auditor fiscal de
emitir notificação de débito, ainda
que tenha sido corretamente confessado e que haja parcelamento
formalizado.
Na notificação de débito deverá
constar o valor atualizado pela TR até
a data de sua emissão. Será lavrado auto de infração quando houver
infração às obrigações relativas ao
recolhimento do FGTS e das CS.
São essas as considerações a
respeito da Instrução Normativa
99/2012 do MTE.
Joel Rodrigues
Raquel Corazza
Consultora empresarial
da Fecomércio-DF
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
aconteceu senac
Ciência, tecnologia
e aprendizado
O Senac-DF expôs, em outubro,
trabalhos feitos por alunos, instrutores e coordenadores das unidades de
Ceilândia, Gama, Jessé Freire, Plano
Piloto e Taguatinga, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2012
(SNCT), no Pavilhão de Exposições do
Parque da Cidade (ExpoBrasília).
A semana teve como tema a
Economia verde, sustentabilidade
e erradicação da pobreza, que está
em sintonia com as discussões sobre o Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), evento promovido em junho
pela Organização das Nações Unidas, no Brasil.
Diante do tema, os alunos do
Senac apresentaram atividades
interativas, como jogos, discussões
sobre alimentação saudável, além
de oficinas de culinária de sal de
ervas para doenças crônicas não
transmissíveis, uso de sucatas na
educação profissional, exposição
de maquetes, oficinas de confecção
//Por Luciana Corrêa
Joel Rodrigues
Mostra
Alunos de cinco
unidades do Senac-DF
expuseram trabalhos
durante a SNCT
de objetos lúdicos e vídeos. Teve
também apresentação de projetos
de sustentabilidade, erradicação da
pobreza e sistemas de web.
O presidente do Sistema Fecomércio, Adelmir Santanta, destaca
que, no ponto de vista institucional, é
fundamental mostrar para o público
os vários campos de atuação do Senac. “Para os alunos, é uma forma
de demonstrar, na prática, o que
eles fazem em sala de aula e o que
vão fazer em suas carreiras profissionais”, incentiva.
O Senac no
2º Brinda Brasil
O Senac-DF participou do 2º
Salão do Espumante de Brasília –
Brinda Brasil 2012, em outubro, no
Pontão do Lago Sul. O objetivo do
encontro foi dar peso acadêmico e
comercial à produção brasileira. O
salão pretende contribuir também
para a formação, a qualificação e a
requalificação de estudantes e profissionais de enologia, gastronomia,
turismo e hotelaria.
O Senac participou do treinamento direcionado à profissionais
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
da área, ocorrido antes do salão.
Dirigentes e professores da área
de gastronomia da instituição participaram dessa etapa. Segundo a
gerente da Divisão Empresa-Escola,
Maria do Espírito Santo Batista, o
curso foi bastante produtivo e abordou questões específicas dos vinhos
e espumantes. “Aprendemos muito
sobre as vinícolas, armazenamento
e harmonização. Toda a teoria e degustações contribuíram muito para
a troca de conhecimento”, completa.
Durante a feira de bebidas, a
instituição expôs cerca de 260 obras
sobre alimentação e bebidas, lançadas pelas editoras Senac de todo
o País. Livreiro-chefe do Senac, Antônio Marcos Bernardes explica que
as obras selecionadas são de acordo
com o tema do evento.
@senacdf
/senacdistritofederal
37
//gente
Adriano Salimon
E o troféu
foi para...
//Por Haland Guilarde
Jornalista, cineasta e músico,
Mário Salimon ganhou o Troféu Câmara Legislativa do Distrito Federal
com o melhor longa-metragem
no Festival de Brasília do Cinema
Brasileiro. O prêmio foi conquistado
com o documentário Parece que
Existo, filme que retrata a arte e a
vida do amigo João MacDowell.
Nascido em São José do Rio
Preto (SP), mudou-se para Brasília
em 1984. Sua trajetória profissional
começou no jornal Correio Braziliense, em 1990, e passou pelo Conselho Federal de Psicologia, Unicef,
Comunidade Solidária e pela em-
presa própria Heliocêntrica.
Após esse período, Salimon
atuou como coordenador de comunicação no escritório brasileiro do
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura e como
gerente de comunicação da Fundação Avina. Declarado humanista,
Salimon se dedica atualmente ao
mestrado em administração na
Universidade de Brasília, trabalhando como consultor nas áreas
de conhecimento em que se desenvolveu. “Sou humanista, ou pelo
menos, por tanto querer ser, penso
que sou”, afirma.
Mário Salimon
Cineasta
Joel Rodrigues
Três décadas
de dedicação
O amor ao trabalho é o sentimento
que faz o porteiro da Procuradoria-Geral do Distrito Federal, Geso José Dias,
continuar sua batalha diária há 33 anos
na mesma função. O mineiro de Formiga veio para Brasília em junho de 1967,
assim que alcançou a maioridade. Trabalhou por alguns meses na Guarda
Especial de Brasília, mas em seguida
passou no concurso da Secretaria de
Saúde, onde atuou em várias funções.
Em 2008 aposentou-se.
Foi em 1979 que Dias começou
a dividir seu tempo na Secretaria de
Saúde com o trabalho de porteiro na
PGDF. “Não gosto de ficar parado em
casa; além disso, tenho um filho de
12 anos que estuda e preciso dar o
38
sustento necessário”, diz. Por isso,
decidiu continuar trabalhando na
Procuradoria mesmo depois de aposentado. “As pessoas gostam muito
de mim aqui e eu me sinto em casa”,
orgulha-se.
Para ele, o respeito é essencial
para permanecer há tanto tempo no
mesmo emprego. Independentemente de qual seja a posição das pessoas.
Ele conta que nesse tempo já passaram 12 procuradores-gerais na PGDF
e todos se tornaram seus amigos.
“Quando lidamos com o público, temos que usar a gentileza, as pessoas
não têm culpa dos meus problemas.
A boa educação cabe em qualquer
ambiente”, ensina o porteiro.
Geso José Dias
Porteiro
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Zelo pela
memória
Anna Christina
Kubitschek
Presidente do Memorial JK
Nascida em 1° de junho de 1966,
Anna Christina Kubitschek Barbará Alves Pereira é a guardiã da memória do
avô, Juscelino Kubitschek, o presidente
da República que transferiu a capital do
Rio de Janeiro para Brasília, em1960.
Presidente do Memorial JK, é casada
com o empresário Paulo Octávio Alves
Pereira e mãe de dois filhos.
Anna Christina é a terceira mulher da família Kubistchek a presidir
o museu. Antes dela, sua avó, Sarah,
fundadora do Memorial, e sua mãe
Márcia ocuparam o cargo. Assumiu a
presidência em agosto de 2000, após
a morte da mãe e comandou o projeto
de modernização do espaço. Ela também conseguiu a doação de mais de
//Sua excelência, o gerente
Há 10 anos na superintendência do Taguatinga Shopping,
Eliza Maria Ferreira é bacharel
em ciências contábeis com extensão em custos e auditoria. Ela
lida com sonhos de consumo e
interesses empresariais e precisa equilibrar tudo para garantir o
bom funcionamento do shopping.
Em Taguatinga é mais fácil conquistar clientes?
O cliente se conquista pelo bom
atendimento, pela qualidade dos produtos e pela excelência nos serviços,
além de valores justos. Os clientes
estão muito mais atentos ao mercado de consumo e sabem bem o que
querem e onde comprar.
Como é trabalhar com um
conjunto de lojas de varejo?
A vantagem é a possibilidade
de atender os consumidores, em
um só lugar, em todas as suas
necessidades. Mas enfrentamos
comportamentos empresariais
nem sempre cooperativos.
Como se atualiza na sua profissão?
Revistas, publicações de matérias específicas e de desempenhos
dos setores do varejo, conferências,
seminários e cursos de curta duração. Contar com o auxílio de colaboradores capacitados e, com responsabilidade, ousar é o segredo.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
200 objetos, tendo renovado as vitrines
de exposição e elaborado novas galerias e painéis, que enriqueceram a
visita dos turistas.
Aumentou as publicações que
reverenciam e memória de JK, com
livros para brasileiros de todas as
idades. Ampliou, ainda, a visitação de
escolas e grupos infantis ao museu.
Com ações continuadas na direção
da preservação da memória de seu
avô, Anna Christina acredita que ainda
há muito trabalho a fazer no sentido
de eternizar, no coração da capital, a
imagem de JK. “Brasília é muito mais
do que a cidade que escolhi para viver
e criar os filhos”, diz. “É como se fosse
uma pessoa da família”, completa.
Telmo Ximenes
Eliza Maria Ferreira
Superintendente do
Taguatinga Shopping
39
//sindicatos
Fotos: Joel Rodrigues
Pequeno,
mas
forte
Presidência
Oscar Perné do Carmo
está à frente do
sindicato desde 1983
//Por Daniel Alcântara
Sindiauto-DF perdeu
filiados em 2001, mas
continua firme na luta
pelos interesses dos
empresários locais.
Em outubro, conseguiu
reduzir preços de peças
de automóveis
40
O
Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis e
Acessórios do DF (Sindiauto-DF), com o apoio da
Fecomércio-DF, conseguiu reverter uma decisão
nacional motivada por duas unidades da Federação. Em
agosto, os preços das peças de veículos ficaram mais
caras por causa da Margem de Valor Agregado (MVA), que
subiu de 40% para 59,6%. Com isso, o reflexo nos preços
significou aumento de até 4% do custo para o consumidor
do DF também.
Essa variação surgiu por uma decisão dos estados de
São Paulo e de Minas Gerais, que, baseados em pesquisas de mercado local, foram ao Conselho Nacional da
Política Fazendária (Confaz) para solicitar a elevação do
MVA do setor. O presidente do Sindauto-DF, Oscar Perné
do Carmo, explica que cada cidade tem o seu preço e o
seu custo de compra das peças, por isso o aumento não
deveria ser igual para todos. “Apesar de um período com
a alta nos preços, a medida foi analisada pelo governo e o
tributo voltou a ser o mesmo de antes no DF”, esclarece o
presidente da instituição.
O Sindiauto-DF, instalado no Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA), é uma instituição que gerencia o comércio de concessionárias, o setor de vendas atacadista e
varejista de peças e de acessórios para automóveis, além
da categoria de revendas independentes de automotivos.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Porém, em 2001, perdeu força com
a criação de um sindicato específico
das concessionárias de carros novos.
Passaram a pertencer a Federação
Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores (Fenabrave).
Na avaliação do presidente do órgão, Oscar Perné do Carmo, essa não
foi uma perda somente quantitativa,
mas qualitativa. No entanto, o segmento continua firme nos seus objetivos. “As empresas representadas pelo
sindicato são de porte micro e pequeno que não deixam, contudo, de ser
um segmento empresarial de grande
importância no contexto econômico
de Brasília”, ressalta Perné.
O sindicato tem em seu cadastro
1.707 estabelecimentos especializados na venda de autopeças e 500
empreendimentos de revenda independente de carros. O segmento emprega cerca de 8 mil pessoas em todo
o DF. “Nosso trabalho tem a obrigação
de orientar os empresários sobre os
aspectos tributários da categoria,
além de lutar pela estruturação e pelo
crescimento da área, tentando tornar
o segmento ainda mais competitivo”,
analisa o presidente do sindicato, que
está no comando da instituição desde
1983. O Sindiauto-DF tem atuação
importante nas correções salariais,
em que o sindicato exerce importante
função de coordenar os acordos coletivos de trabalho.
Segundo dados da Jato Dynamics
no Brasil, foram comercializados
405.513 veículos em agosto de 2012.
O País teve um crescimento de 31,8%,
se tornando o terceiro em venda de
carros no mundo, ficando atrás dos
EUA e da China. “Estamos produzindo
mais veículos aqui, além de sermos
abastecidos pelos mercados externo.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
O que ajuda o crescimento da categoria”, explica Perné.
//Internet
As novas tecnologias chegam
quase sempre cercadas de polêmicas. Alguns são a favor das mudanças e outros temem pelo futuro. Com
a chegada da internet, em 1969, a
comunicação e o comércio de todo
o tipo de acessórios se tornou mais
simples e prático, transformando o
difícil em algo real e muito útil. Hoje,
são dezenas de sites espalhados pela
web que oferecem venda de carros
usados e novos.
Segundo Oscar Perné, os sites
podem ser um aliado aos empresários. “É uma questão de inteligência:
se eu posso ter mais visualizações do
meu produto, por que não investir e
explorar outra porta em meu empreendimento?” Ele ressalta ainda que
essa ferramenta pode ser usada pelo
empreendedor como uma vitrine.
“Muitas vezes o cliente usa a internet para fazer pesquisas e avaliar
os preços, mas, na hora de fechar o
negócio, o comprador vai até o local”,
diz. É um diferencial para as empresas que visam o lucro a curto, médio
e longo prazo.
Abrangência
São mais de 2 mil
empresas filiadas,
entre revendedoras de
peças e de automóveis
41
SulAmérica:
42
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Meu plano de saúde
não cobre o médico
e o hospital que eu
prefiro pra me tratar.
E agora?
Profissional de Comércio ou
Serviços: não se preocupe.
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com a FECOMÉRCIO-DF, os planos
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melhores médicos, hospitais
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disponíveis para análise. Abril/2012. *A comercialização dos planos respeita a área de abrangência da operadora. A cobertura
de hospitais e laboratórios, bem como de honorários profissionais, se dá conforme a disponibilidade da rede médica e as
condições contratuais de cada categoria de plano.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Qualicorp Adm.
de Benefícios:
43
//vitrine
Fotos: Joel Rodrigues
Seleção
preciosa
//Por Daniel Alcântara
André Vasquez e Marina Cavechia
são cervejeiros artesanais e criaram
o site de entregas de cervejas importadas Oh my beer em dezembro de
2011. Tudo começou pelo gosto pela
bebida e, aos poucos, o costume virou coisa séria. Marina explica que o
trabalho demanda dedicação e paixão
pela bebida alcoólica mais consumida
em todo o mundo.”Nossa ideia é apresentar as cerveja dos quatro cantos do
globo para as pessoas”, explica. “Existe um universo de todos os sabores e
tipos, nossos compradores ficam espantados com as novidades que o site
apresenta”, completa Marina.
Todos os meses são selecionados
seis rótulos, enviados sempre na
última semana do mês para a casa
do cliente. Se o comprador já é assinante, o intervalo entre uma entrega
e outra é de um mês. Os pacotes de
cervejas são acompanhados de um
material gráfico cheio de imagens,
curiosidades, informações de produção e dicas personalizadas de
harmonização.
Os pacotes podem custar de R$
80 a R$ 170 mensais, dependendo da
escolha do cliente. Tudo é pensado
para tornar a experiência inesquecível. “Dessa maneira, nosso público
vai conhecendo as diferenças e descobrindo quais características lhe
agradam mais”, ressalta Marina. Ela
também destaca que não é necessário pagar qualquer taxa de associação nem se comprometer a comprar
por meses seguidos.
O pagamento é feito pelo PayPal,
por cartão de crédito. Em breve o site
vai oferecer o serviço de débito e boleto. Para mais informações entre no
portal www.ohmybeer.com.br.
Com as
próprias mãos
O Das Meninas – Ateliê Especial
expõe o trabalho artesanal de pulseiras, brincos, colares e roupas realizados por garotas com deficiência
mental. A ideia começou em 2004,
quando as mães das meninas, que
têm carteira de artesãs profissionais,
se uniram para que as filhas realizassem o sonho comum a tantas outras
pessoas, entrar no mercado de trabalho. A coordenadora da loja, Indira
Lucena, explica que antes da abertura do ateliê na CLSW 104, Bloco B, no
Sudoeste, elas vendiam bijuterias na
Feira da Lua. “No início foi difícil, mas
com o passar do tempo as meninas
foram aprendendo e ensinando umas
às outras. Hoje nós temos nossa loja
44
consolidada e vendemos muito
bem”, comemora Indira.
Habilidade e criatividade
não faltam na confecção das
bijuterias. As peças casam-se
umas com as outras transformando-se em bijuterias refinadas. “Elas são prestativas e
gostam de fazer qualquer coisa.
São pacientes e aprendem
rápido”, destaca Indira. Todo
o dinheiro gasto na loja sai do
bolso das mães, que somam
quatro sócias e que dividem
todo o custo-benefício para o perfeito funcionamento e evolução
do negócio. O telefone de lá é o
(61) 3032.7383.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
social
Leitura
no parque
//Por Andrea Ventura
Projeto experimental do Sesc pretende promover o
hábito e facilitar o acesso da comunidade às obras
de forma gratuita
D
espertar a comunidade para os
benefícios da leitura: esse é o
objetivo do novo projeto do Sesc,
o Letras no Parque. Em caráter
experimental, consiste em oferecer acervo
composto por obras literárias de temas
e autores variados, em praças, parques e
locais abertos à comunidade. “O Sesc pretende difundir a cultura, a exemplo do que
ocorre em outros países, em que livros ficam disponíveis em espaços comunitários”,
diz a coordenadora de Cultura do Sesc-DF,
Juliana Valadares.
A primeira experiência do projeto ocorreu
em outubro, próximo à administração do Parque da Cidade. Cerca de 300 livros estiveram
disponíveis por três dias. “Ficamos animados
com a reação do público”, conta Juliana. A
exposição foi temporária e experimental. A
instalação definitiva, no entanto, ainda depende da definição do Sesc-DF. O plano é que, até
2013, 20 pontos estejam em funcionamento.
Estão sendo estudados locais com movimentação intensa da população, como a
Praça do Relógio, em Taguatinga, a Praça
do Povo, no Setor Comercial Sul, e a Praça
das Fontes, entre o Conjunto Nacional e o
Teatro Nacional. A manutenção e a conservação do espaço ficarão a cargo do Sesc. Os
leitores poderão ler o livro no próprio local
ou pegar emprestado e devolver depois, assim, de forma espontânea.
Diferentemente do BiblioSesc, a biblioteca itinerante do Sesc, o Letras no
Parque é um projeto fixo. As estantes
permanecerão no mesmo lugar definitivamente. O acervo será mantido pelo Sesc,
que contará com doações e publicações
próprias, como as dos Prêmios de Literatura (Contos, Contos Infantis e Poesias). A
estrutura é composta pela estante móvel
com portas, mesas e cadeiras. O plano é
que todos os dias um funcionário do Sesc
destranque pela manhã e tranque à noite
as estantes e prenda as mesas e as cadeiras com correntes.
A proposta do Letras no Parque é que
seja instalado definitivamente nos locais
definidos pelo Sesc-DF. Os locais de leitura
serão divulgados no www.sescdf.com.br.
@sescdf
/sescdistritofederal
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
45
educação
Desde
cedo
//Por Ana Carolina Freitas
Na prática
Estudantes aprendem a planejar,
executar e divulgar empresas criadas
por eles por meio de programa da ONG
Junior Achievement.
O brasileiro é um grande empreendedor, mas o
País não estimula quem se interessa pela iniciativa
privada. Programas de ONGs ajudam a introduzir o
tema em algumas escolas particulares de Brasília
E
m 2011, o Brasil ficou à frente
dos outros países do G20 (grupo das 20 maiores economias
do mundo) e do Bric (formado por
Brasil, Rússia, Índia e China) nas atividades empreendedoras, segundo
o levantamento do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgado
pelo Serviço de Apoio à Micro e
Pequena Empresa (Sebrae). O índice
é o maior em 11 anos. Contudo, no
País da iniciativa privada ainda não
há grandes investimentos por parte
do governo para incentivar o empreendedorismo na educação. A matéria é abordada superficialmente nas
escolas e o estudante deixa o ensino
médio com quase nenhuma noção
do que é necessário para ser bemsucedido no mundo dos negócios.
O cenário do Distrito Federal
46
não é diferente do restante do País.
Apesar da existência da Lei Distrital 3.600/2005, que regulamenta
a inclusão obrigatória de Empreendedorismo Juvenil como tema
transversal no currículo nas séries
finais do ensino fundamental, na
rede pública, não há, de acordo com
a Secretaria de Educação do DF,
nenhum projeto que execute o que
diz a lei. Hoje, os alunos precisam
recorrer a outros caminhos para
aprender sobre liderança, gestão e
administração de negócios.
Os matriculados em instituições
particulares, no geral, também carecem de iniciativas das escolas que
estimulem o empreendedorismo.
As atividades que simulam ações
empresariais são extracurriculares
e raras ao longo do ano letivo.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Olívia Völker Rauter, diretora
executiva da Junior Achievement
do DF – a mais antiga organização
de educação prática em negócios,
economia e empreendedorismo do
mundo –, avalia de forma positiva o
cenário hoje das escolas do DF, com
a inserção dos projetos da ONG nas
redes pública e particular. A Junior
Achievement trabalha em diversas
vertentes, com alunos desde o ensino fundamental ao médio. “Somente
no Distrito Federal, já atendemos
mais de 75 mil alunos desde a nossa
chegada, em 1984. Na 5ª série, os
alunos já podem ter contato com noções de como empreender”, afirma.
O laboratório Sabin é um dos
grandes parceiros da Junior Achievement no DF e um dos mantenedores da organização. “A abordagem
de empreendedorismo nas escolas
é essencial para que os alunos saibam que há outras vias de sucesso
que vão além do concurso público”,
acredita Fábio Deboni, gerente-executivo da empresa.
Atualmente, a Junior Achievement realiza no Centro de Ensino
Médio Paulo Freire, na 610 Norte,
uma parceria em que está sendo
implementado o programa miniempresa, que proporciona a estudantes
do 2º ano do ensino médio a experiência prática em economia e negócios, na organização e na operação
de uma empresa. Os estudantes
aprendem conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção. O programa é acompanhado
por quatro profissionais voluntários
das áreas de Marketing, Finanças,
Recursos Humanos e Produção.
Durante o Miniempresa, são explicados os fundamentos da economia de
mercado e da atividade empresarial
através do método Aprender-Fazendo, onde cada participante se conrevista FECOMÉRCIO | novembro 2012
verte em um miniempresário.
Segundo Mauro Lobão, diretor
da escola, a iniciativa tem agradado.
“É uma atividade extracurricular,
mas tem atraído número expressivo
de alunos”, diz Lobão. É interessante
para o aluno que sai da escola e já
parte para o mercado de trabalho,
pois o certificado conta pontos para
a admissão. Fora o programa miniempresa, a única atividade que se
assemelha ao empreendedorismo
juvenil no centro de ensino é a Feira
de Ciências.
O estudante Mauro Ferreira,
que cursa o 3º ano na instituição,
acredita que a ideia de participar
do programa surgiu do sucesso de
um dos irmãos no mundo dos negócios. “Sempre quis fazer direito,
mas depois vi que levo jeito para ter
uma empresa. Esta oportunidade de
participar do programa está sendo
ótima, pois eu não me lembro de ter
aprendido algo sobre empreendedorismo na escola”, afirma.
O Colégio Sigma também firma,
todos os anos, a parceria com a
Junior Achievement. Em junho, 33
alunos do ensino médio concluíram
o Miniempresa. “Uma estudante
decidiu desenvolver botões de latas
de alumínio no projeto. Em um dia,
ela conseguiu juntar várias no lixo
da escola, mas nos outros dias não
havia mais”, conta a orientadora pedagógica do colégio, Klênia Nunes.
O fato de ela recolher o lixo estimulou os funcionários, que decidiram
vender as latas para a reciclagem.
Quem coordena o Miniempresa é
Daniel Ribeiro, que está concluindo
o curso de administração de empresas na Universidade de Brasília
(UnB) e já tem engatilhada uma empresa de tecnologia da informação.
“Na minha época de escola, eu não
tive a chance de participar de um
projeto como este e fez uma falta absurda quando cheguei à faculdade.”
Ainda que os alunos não decidam
por empreender no futuro, com o
curso eles se tornam funcionários
melhores, pessoas melhores. “Aqui
também desmistificamos a imagem
do empresário engravatado. Conosco, eles aprendem que você pode ter
um negócio e ser quem você é, sem
formalidades”, explica.
Marina Figueredo, professora
do Departamento de Administração
da UnB e coordenadora do eixo de
inovação e empreendedorismo
da instituição, afirma que sair da
escola com o pensamento empreendedor geraria melhora na qualidade dos profissionais do mercado.
“Como professora universitária,
percebo que ainda há alunos que
escolhem a cadeira de administração para concursos públicos, o
que reflete a falta da abordagem do
tema empreendedorismo nas escolas”, avalia.
75 mil
é a quantidade de
jovens atendida pela
JADF desde que a
organização chegou
ao DF, em 1984
47
social
De: Se
sc
Para: a
comun
id
ade
//Por M
ariana
Fernan
des
Brazlândia será a primeira beneficiada no DF por projeto do Departamento
Nacional que incentiva esporte e lazer
C
om perspectiva para fevereiro
de 2013, o Sesc-DF entregará para a comunidade de
Brazlândia uma quadra poliesportiva como parte do projeto Sesc
Comunidade, pela primeira vez
em Brasília.
O objetivo do projeto, iniciativa
do Departamento Nacional do Sesc,
é democratizar o acesso ao esporte
e ao lazer, promovendo o exercício
da cidadania, da solidariedade e da
inclusão social. O Sesc Comunidade
é realizado a partir da construção de
uma quadra poliesportiva coberta,
em que são promovidas atividades
socioeducativas e culturais para as
comunidades vizinhas, em parceria
com prefeituras e organizações
sociais. No caso do DF, com as
administrações regionais. A programação é elaborada a partir de um
diagnóstico social, que identifica carências da região e iniciativas locais
que necessitem de espaço físico
adequado para sua realização.
Brazlândia foi escolhida pelo
48
Sesc-DF por ser uma cidade carente
e distante. Depois de definido o local,
a administração de Brazlândia cedeu
o terreno para a construção da quadra, com o projeto arquitetônico do
Departamento Nacional do Sesc.
A princípio, o projeto Sesc Comunidade alcançaria três regiões
administrativas, mas uma das regras necessárias para a construção
da quadra poliesportiva é o termo
de concessão de uso de área pública
por 25 anos. Brazlândia foi a única
que apresentou o termo no prazo
determinado.
A quadra será construída pela
empresa ganhadora da licitação,
Laje Engenharia Ltda., com custo
de 617 mil reais. Será coberta, com
1,2 mil metros quadrados, arquibancadas e dois vestiários, masculino
e feminino. “É uma quadra de piso
acimentado e cobertura de estrutura metálica, de fácil manutenção”,
explica o coordenador de Engenharia e Manutenção Predial do SescDF, Valcir Toledo de Oliveira.
Depois de construída, a quadra será gerida pela comunidade.
Nos primeiros anos a gestão será
compartilhada e somente depois a
quadra poliesportiva será de total
responsabilidade da cidade acolhedora. “Caberá ao Sesc preparar
a comunidade de Brazlândia no
procedimento de gestão”, diz o diretor do Sesc-DF, José Roberto Sfair
Macedo. Será eleita pelo Sesc-DF
uma associação civil consolidada
da cidade que tenha interesse por
práticas esportivas. “É necessário
escolher um grupo que saiba gerir
e cuidar da quadra, para isso devese ter no mínimo afinidade com os
objetivos principais do projeto Sesc
Comunidade”, ressalta o diretor.
@sescdf
/sescdistritofederal
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Você acredita que um dia pode virar
empresário? O Sebrae acredita. Sabe
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revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
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49
//pesquisa conjuntural
Conforme o
esperado
Vendas dos setores de comércio e serviços do
DF crescem em setembro
Comércio
Serviços
Desempenho de vendas
Setor
Segmento
Abr12 x Mai12 x Jun12 x Jul12 x Ago12 x Set12 x
Mar12
Abr12
Mai12
Jun12
Jul12
Ago12
Autopeças e Acessórios
-3,04%
4,24%
2,58%
-2,03%
1,85%
-2,14%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
4,89%
-0,38%
-1,54%
-0,31%
2,25%
2,00%
Calçados
4,86%
10,74%
-1,24%
0,95%
-4,37%
4,32%
Farmácia e Perfumaria
-3,15%
-0,05%
2,03%
-2,62%
5,45%
3,27%
Floricultura
-22,50%
89,12%
1,42%
-22,35%
-10,80%
-2,85%
Informática
-1,41%
12,67%
-9,22%
-1,63%
-0,16%
1,09%
Livraria e Papelaria
-2,50%
5,72%
-2,00%
4,93%
0,02%
-0,95%
Lojas de utilidades domésticas
-7,35%
8,21%
3,29%
-1,82%
-0,95%
3,29%
Material de construção
-7,54%
6,95%
1,28%
5,81%
-2,32%
-6,72%
Mercado e Mercearia
-4,53%
0,86%
0,81%
1,75%
1,40%
3,20%
Móveis e Decoração
6,10%
-3,15%
25,27%
-0,21%
2,31%
-6,15%
Óticas
-5,58%
5,34%
-2,63%
2,72%
-0,26%
-3,97%
Tecidos
-4,90%
26,90%
4,10%
-0,57%
2,20%
-2,84%
Vestuário
7,20%
18,11%
4,60%
0,38%
1,52%
0,07%
Total
-0,30%
5,07%
1,67%
0,17%
1,39%
0,81%
Agências de viagem
-4,69%
3,16%
29,23%
-4,59%
-10,67%
12,22%
Autoescola
-26,65%
22,25%
20,57%
-27,62%
-5,59%
4,74%
Pet shop
-11,33%
13,07%
0,97%
-6,02%
5,84%
0,10%
Salão de beleza
0,55%
-0,48%
-1,10%
2,31%
5,13%
-6,56%
Total
-5,27%
3,63%
13,87%
-5,44%
-3,12%
3,23%
-0,71%
4,96%
2,80%
-0,41%
0,95%
1,05%
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
50
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Região
Comércio
Serviços
Desempenho de vendas
Setor
Abr12 Mai12 Jun12 Jul12 Ago12 Set12
x
x
x
x
x
x
Mar12 Abr12 Mai12 Jun12 Jul12 Ago12
Plano Piloto
0,26%
6,49%
3,09%
-1,98%
-1,05%
0,88%
Ceilândia/Taguatinga
-1,09%
2,95%
0,70%
0,96%
-0,15%
0,43%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I e
II/Núcleo Bandeirante
-0,31%
5,26%
-1,24%
-0,75%
-0,28%
1,90%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
4,06%
6,40%
1,44%
10,84%
9,43%
1,35%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
-4,25%
2,91%
2,81%
-2,32%
4,86%
-0,46%
Total
-0,30%
5,07%
1,67%
0,17%
1,39%
0,81%
Plano Piloto
-9,65%
5,80%
24,44%
-9,24%
-4,70%
6,42%
Ceilândia/Taguatinga
1,62%
3,39%
6,11%
4,96%
3,65%
-8,66%
Cruzeiro/Sudoeste/Sia/Candangolândia/Guará I e
II/Núcleo Bandeirante
0,82%
0,93%
-4,87%
-3,85%
-2,74%
1,01%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
6,73%
-13,04%
0,33%
17,57%
3,86%
1,89%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
0,29%
-0,91%
-3,28%
11,38%
-5,36%
2,85%
Total
-5,27%
3,63%
13,87%
-5,44%
-3,12%
3,23%
-0,71%
4,96%
2,80%
-0,41%
0,95%
1,05%
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
A
atividade comercial em Brasília
teve desempenho positivo no
nono mês do ano. As vendas
no comércio registraram leve alta de
0,81% em setembro na comparação
com agosto. Já no setor de serviços, as
vendas cresceram 3,23% em setembro, também na análise com o mês
anterior. É o que mostram os números
da Pesquisa Conjuntural de Micro e
Pequenas Empresas do DF, realizada
pelo Instituto Fecomércio.
Esse resultado, principalmente,
das viagens que os brasilienses costumam programar para o fim do ano.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
O segmento de Agência de viagem foi
o que mais cresceu nesse mês de setembro. “Isso reflete que a população
da capital já está comprando passagens aéreas e pacotes turísticos para
passear durante as festas de fim de
ano com a família”, aponta o presidente
da Fecomércio-DF, Adelmir Santana.
Em setembro, as altas nas vendas
do comércio, na comparação com
agosto, foram observadas nos segmentos de Calçados (4,32%); Lojas
de utilidades domésticas (3,29%);
Farmácia e Perfumaria (3,27%); Mercado e Mercearia (3,20%); e Bares,
Restaurantes e Lanchonetes (10,74%).
Apresentaram queda nas vendas os
segmentos de Material de construção
(-6,72%); Móveis e Decoração (-6,15%);
Óticas (-3,97%); e Tecidos (-2,84%).
No setor de serviços, os aumentos mais acentuados nas vendas, na
análise com agosto, foram registrados
nos segmentos de Agência de viagem
(12,22%); Autoescola (4,74%) e Pet
shop (0,10%). Apresentou queda o
segmento de Salão de beleza (-6,56%).
É necessário ressaltar, contudo, que o
Instituto Fecomércio pesquisa apenas
esses quatro segmentos de serviços.
51
Abr12
x
Mar12
Mai12
x
Abr12
Jun12
x
Mai12
Jul12
x
Jun12
Ago12
x
Jul12
Set12
x
Ago12
Autopeças e Acessórios
-0,75%
-6,02%
Jul12
3,08%
-0,75%
2,26%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
1,78%
-1,12%
1,12%
-6,33%
-2,28%
0,24%
Calçados
1,32%
-1,18%
4,95%
-0,94%
-1,96%
9,57%
Farmácia e Perfumaria
5,86%
-0,45%
4,44%
-3,46%
-3,14%
5,00%
Floricultura
7,14%
20,00%
-6,25%
0,00%
0,00%
0,00%
Informática
4,76%
-1,52%
1,54%
-7,58%
6,56%
3,08%
Livraria e Papelaria
3,33%
15,63%
-6,76%
-4,35%
-3,03%
4,62%
Lojas de utilidades domésticas
-5,13%
7,50%
-9,30%
-4,65%
11,11%
15,00%
Material de construção
-8,33%
3,70%
-4,32%
0,74%
-1,48%
0,80%
Mercado e Mercearia
-1,97%
-3,38%
-0,62%
5,61%
-3,21%
1,79%
Móveis e Decoração
-5,36%
1,85%
1,82%
5,36%
-3,39%
1,79%
Óticas
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
-8,33%
9,09%
Tecidos
7,89%
17,50%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
Vestuário
6,99%
0,82%
5,13%
-3,59%
2,55%
-2,10%
Total
1,32%
0,04%
1,20%
-2,33%
-1,49%
1,81%
Agências de viagem
-1,67%
0,00%
0,00%
8,57%
-3,95%
5,56%
Autoescola
-46,15%
17,86%
-5,13%
-1,64%
-6,67%
-10,71%
Pet shop
0,00%
0,00%
-15,00%
8,33%
5,13%
-2,44%
Salão de beleza
-5,51%
-3,94%
0,00%
-1,79%
0,93%
2,91%
-10,88%
0,00%
-3,04%
2,15%
-1,41%
0,00%
0,12%
0,04%
0,76%
-1,84%
-1,48%
1,62%
Comércio
Serviços
Nível de emprego
Setor
Segmento
Total
Total
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
A maior alta por região administrativa foi observada no grupo que
engloba Cruzeiro, Sudoeste, SIA,
Candangolândia; Guará I e II e Núcleo
Bandeirante, em que as vendas do
setor de comércio cresceram 1,90%.
Já no setor de serviços, a maior alta
foi no Plano Piloto (6,42%). A maior
redução no comércio foi observada
no conjunto de regiões formado por
Gama, Recanto das Emas e Samambaia (-0,46%) e, em serviços, foi em
52
Ceilândia e Taguatinga (-8,66%).
Quanto à geração de emprego, o
comércio apresentou pequeno aumento de 1,81% no número de pessoas empregadas em comparação
com agosto. No setor de serviços,
não houve variação no contingente
de postos de trabalho. Entre as formas de pagamento, o cartão de crédito se destacou em ambos os setores pelo quinto mês consecutivo. No
comércio, a modalidade respondeu
por 42,08% das vendas. No setor de
serviços, o cartão de crédito financiou 55,81% das transações.
A Pesquisa Conjuntural de Micro e
Pequenas Empresas do DF é realizada mensalmente pelo Instituto Fecomércio com o apoio do Sebrae. Foram
consultadas 629 empresas, sendo 542
do comércio e 87 de serviços. A coleta
de dados foi feita do dia 6 ao dia 10 de
outubro. Os indicadores são obtidos
pelo Instituto Fecomércio desde 1997.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Comércio
Serviços
Nível de emprego por região
Setor
Abr12 Mai12 Jun12 Jul12 Ago12 Set12
x
x
x
x
x
x
Mar12 Abr12 Mai12 Jun12 Jul12 Ago12
Segmento
Plano Piloto
4,99%
2,21%
0,78%
-7,69%
2,00%
-0,22%
Ceilândia/Taguatinga
-0,64%
-2,79%
3,43%
0,00%
-3,32%
8,33%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I
e II/Núcleo Bandeirante
-1,45%
1,46%
-0,27%
3,49%
-5,93%
-0,82%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
-4,82%
0,00%
-1,27%
1,34%
-1,30%
0,00%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
2,25%
-4,12%
2,92%
0,35%
-3,52%
2,51%
Total
1,32%
Plano Piloto
-17,61%
1,59%
-5,80%
6,49%
-4,27%
-1,28%
Ceilândia/Taguatinga
-6,45%
6,25%
-2,08%
2,22%
0,00%
0,00%
Cruzeiro/Sudoeste/SIA/Candangolândia/Guará I
e II/Núcleo Bandeirante
4,26%
-7,84%
1,92%
-5,66%
4,00%
0,00%
Paranoá/Planaltina/São Sebastião/Sobradinho I e II
0,00%
0,00%
0,00%
-14,29%
8,33%
15,38%
Gama/Recanto das Emas/Samambaia
-7,69%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
-10,88%
0,00%
0,12%
0,04%
Total
Total
0,04% 1,20% -2,33% -1,49% 1,81%
-3,04% 2,15% -1,41% 0,00%
0,76%
-1,84% -1,48% 1,62%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Setor
À vista
Cheque
abr/12
29,87%
3,28%
mai/12
28,33%
jun/12
29,70%
Cartão de
Crédito
Débito
A prazo
Boleto
41,81%
18,04%
5,01%
1,98%
3,57%
42,81%
17,83%
5,31%
2,15%
3,06%
42,73%
17,49%
4,51%
2,51%
Formas de pagamento
Comércio
jul/12
29,11%
3,52%
41,65%
18,14%
5,61%
1,96%
ago/12
28,82%
3,01%
41,54%
19,20%
5,26%
2,17%
set/12
30,02%
3,02%
42,08%
18,71%
4,03%
2,15%
Serviços
abr/12
26,05%
6,90%
46,77%
12,52%
7,70%
0,06%
mai/12
26,59%
7,52%
48,66%
13,41%
3,79%
0,04%
jun/12
23,08%
5,95%
51,47%
15,21%
3,99%
0,30%
jul/12
23,26%
2,69%
53,37%
13,29%
6,59%
0,80%
ago/12
22,84%
3,51%
52,64%
13,56%
6,36%
1,09%
set/12
21,90%
3,55%
55,81%
12,65%
5,47%
0,63%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
53
mercado
Joel Rodrigues
Tempo
de lucrar
O fim do ano se aproxima e, com ele, a
expectativa de alcançar as metas propostas
para 2012
//Por Fabíola Souza
Fecomércio-DF
prevê, para o período,
crescimento de 4,5%
nas vendas
54
O Natal se aproxima e, com ele, a
expectativa de alcançar as metas
propostas para 2012
O
fim de ano, para muitos, significa o tão desejado repouso
depois de um longo período de esforço, mas, para os empresários do comércio, novembro e dezembro são meses
de trabalho intenso. No fim de outubro os comerciantes
começam a organizar a logística de vendas para a data mais esperada
pelo setor, o Natal. É necessário planejamento na hora de calcular o
estoque, ter boas ideias para uma decoração atrativa e ainda discernimento na hora de selecionar os currículos para as vagas de emprego
temporário. A Fecomércio-DF avalia que os negócios devam crescer
em média 4,5% só no Natal.
O professor de Administração da Universidade de Brasília (UnB)
Jorge Pinho alerta os empresários sobre os cuidados que devem ter na
hora da contratação dos funcionários temporários. Segundo ele, muitos comerciantes são displicentes nesse momento. “É preciso analisar
a estabilidade da pessoa, para saber se é confiável e se vai cumprir o
combinado integralmente, em vez de deixar a função na semana mais
movimentada da loja”, afirma. Pinho diz que, quanto maior a escolaridade do candidato, mais ele poderá contribuir com a empresa.
O professor lembra também que, na hora de planejar o estoque, o
empresário precisa levar em conta as experiências adquiridas nos anos
anteriores, como é de costume dos lojistas, mas é essencial verificar o
grau de inadimplência e endividamento atual da população, pois esses
dados interferem diretamente no consumo das famílias. “Estoque parevista FECOMÉRCIO | novembro 2012
rado significa investimento perdido, por
isso, o que sobrar vai para liquidação”,
aponta Pinho.
A gerente da Track & Field, Larissa
Xavier, diz que em outubro o estabelecimento começou a organizar os
detalhes para preparar as lojas de
artigos esportivos para o movimento do
fim de ano. Segundo ela, a decoração
costuma ser a mesma, apenas as disposições das araras são modificadas.
“Nós já temos os enfeites dos outros
anos, que são padrão da loja”, afirma.
A loja tem quatro vendedoras fixas
e, até a primeira semana de dezembro, esse número vai aumentar para
sete. “Assim que as temporárias são
contratadas, enfrentam três dias de
treinamento para conhecer as peças,
o estoque e a forma de atendimento
da loja”, descreve Larissa.
//Expectativa
Neste ano, a expectativa dos empresários com as datas comemorativas e as festas de fim de ano é
alta, principalmente pela retração
dos negócios ocorrida no primeiro
trimestre de 2012. Nos meses de
janeiro, fevereiro e março, os setores
de comércio e serviços acumularam
quedas expressivas nas vendas, conforme mostram as pesquisas conjunturais do Instituto Fecomércio. Mas,
em maio, no entanto, teve início um
movimento de recuperação, principalmente no comércio de Brasília. Outro
fator que contribui para a confiança
do empresário é que o Distrito Federal
se enquadra numa situação de relativa estabilidade, principalmente no
campo do emprego. Entre os setores
responsáveis por manter as contratações em alta no mercado brasiliense
figuram a administração pública, o
comércio, os serviços e alguns setores
da indústria. Essa segurança no trabalho e a valorização dos salários têm
ajudado muitos brasilienses a ajustarem suas contas. As expectativas com
a chegada do 13º salário e a queda
nas taxas de juros também animam
o consumidor.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Parceria
Uma parceria entre o Sindicato do Comércio Varejista do Distrito
Federal (Sindivarejista) e o Senac-DF capacitou candidatos para
trabalho temporário de fim de ano em Brasília. Foram oferecidos
cursos nas áreas de técnicas de vendas, planejamento e controle
de estoque e operador de caixa. As aulas tiveram duração de uma
semana e foram ministradas nos três turnos nas unidades do Senac
no Setor Comercial Sul, Ceilândia, Gama, Sobradinho e Taguatinga.
A parceria teve como objetivo a melhoria no nível de atendimento
nas lojas, que foi um dos principais focos abordados nos cursos. “O
Natal é a época de maior movimento no comércio e é preciso capacitar os vendedores que atenderão a comunidade nas compras de fim
de ano”, explica o presidente do Senac e da Fecomércio-DF, Adelmir
Santana. Ele ressalta que foi uma boa oportunidade para quem procura emprego com carteira assinada. Muitas pessoas são efetivadas
nas funções após esse período. A expectativa é de que sejam abertas
6 mil vagas para trabalhadores temporários no comércio do DF.
Segundo o presidente do Sindivarejista, Antonio Augusto de Moraes,
a grande vantagem é que não se exige experiência anterior dos
vendedores que desejam fazer o curso. “Mais de 3,5 mil candidatos
já enviaram currículos ao Balcão de Empregos do Sindivarejista para
trabalhar nas lojas do Distrito Federal”, afirma Moraes.
55
ciência
Propaganda que
não se vê
//Por Mariana Fernandes
O cheiro da loja também
pode ajudar a vender os
produtos oferecidos
aos clientes
S
abe o irresistível cheirinho de
pão saindo do forno? Aquele
que faz você salivar e entrar
correndo na padaria só pelo aroma
que parece perfeito? Daí, quando
entra, aproveita e compra o queijo,
o presunto, o suco? Ao observar tamanho poder de atração que o olfato
tem, muitos comerciantes investem
nesse e em outros sentidos para
atrair consumidores para dentro de
suas lojas e assim fazê-los consumir mais.
Não são apenas lojas do ramo
alimentício que capturam seus
clientes pelo nariz e investem em
ações desse tipo. Há muitos anos,
quase que de forma acidental, algumas lojas já lançam mão de música
de fundo ou de um cheiro agradável
para conquistar consumidores.
Mas foi somente a partir de 1990
56
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
que teorias a respeito começaram a
surgir e o uso do marketing sensorial – estudo dos cinco sentidos no
ambiente do marketing – se tornou
mais perceptível.
Essa matéria tornou-se uma forte ferramenta, uma aliada na busca
pelo aumento de vendas, já que não
basta mais somente ter bons produtos na vitrine, às vezes com bons
preços evidenciados. Marcas e grifes
exploram os sentidos dos consumidores para que criem a ideia de que
estão levando para casa o que vivenciaram nas lojas. “Com tantas opções no mercado, percebo que não
entramos em uma loja somente pelo
produto, mas também pela forma
como somos recebidos e tratados
ali”, diz a química Marina Veras.
O marketing sensorial analisa
o comportamento do cliente e suas
emoções e cria um vínculo emocional entre o produto, ou o serviço, e o
consumidor. Tira proveito das sensações percebidas pelos cinco sentidos do ser humano e as transforma
em diferenciais competitivos. “As
empresas, ao desenvolverem seus
produtos e espaços de comercialização, exploram ao máximo as experiências sensoriais de seus clientes”,
explica a professora de marketing e
mestre em comunicação Tatyanna
Castro. Por exemplo, o uso de som
ambiente, do odor característico de
uma marca, do leiaute do ponto de
venda, da textura dos produtos e,
quando possível, de um sabor associado aos demais sentidos, como
balinhas ou cafés.
Com tudo isso, o cliente fica
mais tempo dentro da loja e consome mais, além de ações como
essas fortalecerem a identidade da
empresa. Ou seja, se o cheiro ou o
som marcarem, é muito provável
que no futuro, quando vier a pensar
em certo produto, ele lembre automaticamente do cheiro e do som da
loja. Essa lembrança torna a compra
mais emocional. “Certas lojas fazem
com que eu me sinta bem à vontade, íntima. O cheiro de uma loja me
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
marcou tanto que sempre que entro
faz eu me lembrar de certa época da
minha vida”, conta Marina.
Tudo isso faz com o que o consumidor compre mais, pois o preço
deixa de ser o único fator de decisão.
“Os consumidores tendem a sentirse mais à vontade e confortáveis nos
espaços que são planejados com
base no marketing sensorial, pois
são envolvidos pela atmosfera do
local”, diz Tatyanna Castro. Lugares
escuros, barulhentos e malcheirosos costumam afastar clientes,
ao passo que lojas bem decoradas
e iluminadas, com som ambiente
agradável e aroma relaxante, seguram o consumidor por mais tempo,
por prazer. Portanto, propenso a
gastar mais.
Depois da visão e da audição, o
olfato é o terceiro sentido que mais
influencia as pessoas na hora de
comprar. Um caso de sucesso é o da
rede de lingeries Any Any. O cheiro
da loja é tão famoso que muitos
clientes entram somente para comprar o aroma. “O conceito da marca
inspira um universo de conforto,
então, toda a loja foi criada a partir
disso. O cheiro seria uma ferramenta e, hoje, é um dos nossos maiores
sucessos”, conta a coordenadora de
marketing da marca, Camila Meurer.
O perfume da Any Any foi criado
desde o começo da loja, há 18 anos.
Além de colônia difusora de aroma,
são comercializados sachês, essências, óleos corporais e cremes
hidratantes. Todos com o cheirinho da loja: rosas com jasmim.
“Quando entro, sinto vontade de
comprar mais e mais, pois tenho a
impressão de que todos os pijamas
são confortáveis, não sei o porquê”,
conta a cliente da loja Lucia Fernandes, de 43 anos.
57
pesquisa
relâmpago
Joel Rodrigues
Rebeca Gusmão
Dir. de Apoio ao
Atleta da Sec. de
Esporte do DF
Joel Rodrigues
Nomes da mascote
da Copa do Mundo Organização para
(Zuzeco, Amijubi ou enfrentar a maratona
Fuleco)
de Natal
Construção de
ciclovias
Câmeras de
segurança
RUIM
Acho que poderia
ter sido algo mais
relacionado ao Brasil,
como Gorduchinha.
BOM
Está tudo bem
planejado. Sempre que
passa o Dia da Criança
já começo a organizar
meu fim
de ano.
BOM
Mesmo um pouco
tarde, foi uma atitude
maravilhosa. Mas
acho que deve ser feita
campanha de educação.
REGULAR
As câmeras não evitam
os crimes, porém ajudam
a identificar os criminosos. Precisamos de
mais policiais.
BOM
Os nomes foram
antagonizados pela
população. Meu voto em
Tatu Bola.
BOM
Está na hora de pensar
em consumo consciente
já neste Natal.
BOM
Pessoas estão criando
o hábito de pedalar nas
ciclovias. Parabéns,
Brasília.
BOM
Com certeza. É um
investimento que muitas
das grandes cidades do
mundo já estão fazendo.
E a população agradece.
BOM
Vejo que esses nomes
estão de acordo com
o que pensam os
brasileiros.
BOM
Costumo sempre
planejar minha agenda
antecipadamente, e com
o Natal não é diferente.
REGULAR
É um grande passo,
mas não basta
construir ciclovias.
Para funcionar, se
faz necessária uma
campanha educativa.
BOM
As câmeras podem
proporcionar segurança,
desde que haja, por
perto, pessoas capazes
de agir rapidamente.
REGULAR
O nome deveria ser
mais simples, fácil
de pronunciar e
representassem
o País.
BOM
Estamos nos
preparando desde
o início do ano para
enfrentar uma das
principais datas do ano
para nós, empresários.
REGULAR
Com a facilidade de
se comprar um carro,
dificilmente a bicicleta
crescerá como meio de
transporte.
BOM
Brasília não é mais uma
cidade calma como
antes. Sem dúvida isso
reduziria os problemas
e proporcionaria maior
segurança.
RUIM
Os nomes são muito
estranhos, nenhum tem
nada a ver com o Brasil.
Poderia ser Zeca, por
exemplo.
REGULAR
Estou bem disposta e
com boas expectativas,
mas ainda não comecei
a me preparar. Deixo
mais para cima da hora.
RUIM
Penso que cada um
escolhe como quer se
locomover e não vai ser
isso que vai mudar o
hábito das pessoas.
RUIM
Não faz diferença.
Existem alguns lugares
que já têm câmeras
nas ruas e os crimes
continuam acontecendo.
Ronaldo Alves
Instituto Pedala
Brasília
Joel Rodrigues
Aderivaldo Cardoso
Especialista em
segurança pública
Carlos Alberto
de Amorim
Empresário
do setor de
brinquedos
Joel Rodrigues
Lucicleide Soares
Santos
Operadora de caixa
//Por Haland Guilarde
Untitled-4 1
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18/11/10 11:29
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
Uma nova marca. O Sesc de sempre.
A marca do Sesc está presente em todo o Brasil. Ela faz parte da vida
de milhões de pessoas a quem o Sesc proporciona qualidade de vida
e bem-estar. São brasileiros que se transformam e ajudam o Brasil
a se transformar. Agora, a marca do Sesc se transforma também.
revista FECOMÉRCIO | novembro 2012
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sescdf.com.br • facebook.com/sescdistritofederal
SIA TRECHO 01
Vendas:
Incorporação e Construção:
3022-2213
SIAVISIONAIRE.COM.BR
60 sob o R-04 da Matricula 45.667 do 4º Ofício de Registro de Imóveis de Brasília – Distrito Federal. Os móveis, objetos e revestimentos de piso, parede e forro presentes nas ilustrações artísticas das plantas são sugestões decorativas, não fazendo parterevista
FECOMÉRCIO
| novembro
Incorporação imobiliária registrada
do contrato. O detalhamento
dos serviços, equipamentos
e acabamentos que farão2012
parte deste empreendimento
constará no Memorial Descritivo, na convenção de condomínio e no compromisso de compra e venda. Medidas livres entre as paredes estão sujeitas a variações em decorrência da execução e dos acabamentos a serem utilizados. Em conformidade com a lei 4.591/64, as fotos, perspectivas e plantas deste material são meramente ilustrativas e podem apresentar variação de tonalidade. As áreas
comuns serão entregues decoradas conforme Memorial Descritivo. A vegetação que compõe o paisagismo retratado nas perspectivas é ilustrativa e de porte adulto de referência. Na entrega, a vegetação poderá apresentar diferenças, mas estará de acordo com seu projeto paisagístico. Responsável técnico: Jorge Eduardo Passos de Cerqueira e Silva – CREA 29511-D/BA e Projeto Arquitetônico:
Ivan Smarcevscki – CREA 4233-D/BA e Crosara Arquitetura – CREA7950-RF/DF. OAS Imóveis: CJ17820. MGarzon BrasilBrokers – Creci: CJ18087. BeiraMar- Creci: CJ3.218. Faenge Imóveis: CRECI: CJ 16.004.

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